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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
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ANO XV Nt 172
Índice
p'g.
• • •
NO PROXIMO NOMERO :
In!ercomunhõo e ucaríllica paro católicas, protestanles e orto-
d oxos, _ . 0 exorcista » : um romance -filme em fo co. - Um filme
dinClmeHq Uês sobra 1.,u, Crilto..
x ---
AOI nonOI enino"I., pedimtu queir.am relevar a qualidade do
papel de PRo Deve-se à crise do merc.odo, que esperamos superar
em breve.
x
. PERGUNTE E RESPONDEREMOS .
Ass Inatura anual ............. . .... . .......... . .......... Cr$ 40.00
Numero avu lso de q ua.IQucr mês ... .... ... .. ........ . ... e l $ 5 .00
Volum~s encadernados de 1!JS8 e 1959 (preço unItário ) ... C r$ 35,00
IndlCe Ceral de 1957 a 1001 .. . .. ... . ..... ................ Cr$ 10,00
E DI TORA LAUDES S. A .
RlmAçAO DE rito ADI\IINISTRAÇAO
Cal:u }'0511\1 2.866 Rua Silo RllI'ael, 38, ZC-OO
ZC&O 20000 RIo de. l anelro (OB)
20.000 nlo de JlI.llelro 1GB) Tels.: 21HHI981 e Zaa'Z7Dtl
Na OH, li. Rua. Real Grandeza 108, a. Ir. ~Ia.ria. Rosa Porto
tem 11111 d epósito de PR e reeebe pedidos d e a..~·dnllt\lra da
revisla. Te!. : 226·1822.
o DUELO DA VIDA COM A MORTE
Abril, no calendârlo cristão de 1974, ê o mês da Páscoa.
festa em que se celebra o duelo da Vida contra a Morte, com a
vitória final da ,V ida .
Essa ce1ebraçio é apta a encontrar eco em todo homem.
Com efeito, não há aspiração mais arraigada e espontAnea no
ser humano do que a asplraçáo li. vida; esta é 'O bem fundamen-
tal, sem o qual ninguém pode aspirar a QUtros valores . Obser-
ve-se, por exemplo. quanto é comwn a exclamado . Vlva . .. !.-
Os gregos pré-cristãos tanto estimavam a vida que 8 julga.
vam preI'l'ogativa dos deuses; estês eram imortais (a.thánatol),
ao passo que OS homen~ são fadados a morrer. O que, segundo
o helenismo, düerenclava dos homem; os deuses, era precisa-
mente a imortalidade (atbaaula) . Sófocles, em belo poema,
canta as grandezas do homem: este domina a Mãe-.TeInl, sem·
pre fecunda, que ele rasga pela lavoW'8.t para aiTan~lhe os
trutos; domlna os animais terrestres, que ele caça; domina os
ares, cujos pássaros ele consegue captar; domina: as águas, em
cujas profundidades ele penetra, anoebatando-lhes os peixes e
corais , Todavia não consegue dominar a morte, diante da qual
ele f1nalmente se prostra, inexoravelmente venddo .
Entre 09 judeus, eram freqüéntes as laIÍlentAc&s do justo
que se via cedo ou tarde entregue ~ morte; d . SI 6,6; 87,2-19;
89,9-15; Is 38, 10-15. .
Ainda hoje os homens experimentam o incoerclvel desejo
de Viver no pleno sentido da palavra, mas aJnda têm que se
dobrar diante do enigma da morte .
Pergunta-se então: por que tal paradoxo? Por Que terá
Deus incutido a.o homem o desejõ na.tural e veemente de viver.
fazendo, porém. que. desde o deSpertar da razão. ele se saiba
condenado à morte?
Em resposta, dizemos Que a pergunta, intrigante e desa-
fIadora como é, está mal fonnulada, aOS olhos de um crl.stão.
Ela tem que ser recolocada .
Na verdade, a vida para a qual Deus fez o homem, não é ·a
presente vida.; esta é lnsuficiente ou exfgua demals para o hcr
mem, que tem a sede e a capacidade do InfL"lito . Segundo as
Escrituras Sagradas. Deus ê a Vid:l. o Deus vivo . Por con·
seguinte. viver, no sentido blblico, ê fruir do consórcio do Se-
nhor Deus. ê estar com Ele para sempre.
Acontece, porém, que na existência presente a adesão a
Deus ou à Vida é contraditada pelo pecado, que habita no ho-
-133 -
mem e o indta a se afastar do Supremo Bem, para cair na
morte. AS . Escritura 1nsIste em associar Deus e vida. Pecado
e morte: cDeus não é o autor da morte, nem se çompraz na
perdição dos viventes . .. Deus criou o homem para a imortali-
dade e tê-lo à imagem da sua própria natureza . Por inveja do
demônio é que e. morte entrou no MWldo:t (Sab 1.13; 2,23s:
d . Ez 18,32) .
Sendo assim; diz a Escritura, Deus se dignou assumir a
vida mortal do homem : o li"ilho de neus feito homem, JeSus
Cristo. atraves90u a própria morte do homem, com seus pre-
cursores (o sofrimento, 8 agonia, a cruz) . Atravessando-os,
P!)rém, em atitude de ódio 80 pecado e amor ao Pal, Cristo
d1vin1zou~, dando-lhes o valor de canais para a posse defini·
tiva. da Vida.
O cristão tem consciência disto. Ele sabe também que foi
enxertado em Cristo pelo Batismo e a Eucaristia, de modo que
nele duas vidas lie encontram: a vIda física, precária, à qual tão
facilmente o homem se apega, vida, porém, mortal segundo as
leis da própria bloloJtia . A outra vida que o cristão traz dentro
de si, é a vida etema, recebida de Cristo; esta não conhece
ocaso, mas, ao contrArio, tende a se abrir cada ' vez mais, a
fIm de chegar à sua estatura definitiva. Por isto nos dias de
nossa vida terrestre dá-se um 'paradoxal processo: «Estando
ainda vivos, somos a toda hora entregues à morte por amor de
Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa
carne mortal .. . Ainda que o nosso homem ~exterior seja des--
truido, o nosso homem interior se renova de dia para dia:t (2
Cor 4,11.16) .
Eis, pois, a resposta do Senhor Deus aos anseios mais
espontâneos do homem: a Vida-Vida, a vida sem morte, Cristo
no-la trouxe, quando entrou em nossa vida·morte. Agora tra~
ta-se, para o cristão, de trocar e. vida-morte pela Vida...Vida .
Este é um ptocesso QUê diariamente Sê vai realizando. na medi-
da em que carregamos a nossa morte natural (nossas renúncias,
nossas moléstias e tad1gas • •. ) em atitude de amor ao Pai, não
simplesmente em etitude de confonnismo cabisbaixo .. . . Então
a nossa Cl"llZ se ' nos torna motivo de ma.ls intima .cotúiguracão
Aquele que ê o Senhor da Vida (cf. At 3,15).
São Paulo amplia ainda o horizonte, quando nos diz que
esse morrer-ressuscitar cotidiano com Cristo tem valor reden·
tivo em favor de nossos innãos . Cf 2 Cor 4,10.12.15 .
Tal é a mensagem que este mês de a bril nos comunica . Ele
nos lembra que a testa de P ãscoa se prolonga nas m ais come--
zlnhas realidades da nossa existência cOtidiana .
E.R.
-134 -
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XV - N' 172 --.:.. Abril de 1974
-135 -
4 cPERCUNTE E m:sPONDEREMOS:. 1"7211974
lNTRODUÇAO
1. O mundo moderno encontra-se em plena evoluçao:
as pessoas e as comunidades, de fato, constroem com a sua
própria atividade a vida Individuai e social. Começa um novo
modo de viver, em virtude da Industrialização, da urbanização,
de Independência alcançada por novas nações, etc. Mais ainda:
naa próprias consciências dos homens estão em mudança os
critérios d~ ajuizar e a escala dos valores.
-136 -
a qual O Evangelho é proclamado e explicado, e mediante a
qual a fé vlv.a é suscitada nos nAo-crlstAos e alimentada -nos
crlslãos (pregaçao ml..lon6rla. BIIvld.de catequéll!:à. hcmllé-
tlca, etc.). Por fim, o significado da palavra é restringido, para
indicar apenas o primeiro anúncio do Evangelho feito a08 ·
nA~ristios, pelo · qual é suscitada a fé (pregação · mlssloné.·
ria· kerigma). .
PRIMEIRA PARTE
PAMORAMA DA EVAMGELIZAÇAO M" HODIERM"
SITUAÇAO DO MUNDO
-137-
cPERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 172/1974
-138 -
«EV ANGELlZAÇ.A.O DOS POVOS:. 7
II
-139-
8 . PERGUN'l'E E -ResPONDP!R.EMOS,. 1'721lr74
-140-
cEVANGELlZACAO DOS POVOS> 9
SEGUNDA PARTE
-141_
10 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 112/1974
-142 -
, <EVANGEUZACAO DOS 'POVOS~ 11
' Espfrito Santo ÊI envla·a' p'or todo o mundd, para-' atüiJ.r: a óbra
da redençBo: ' , '- . . .':-" .
A Igreja, por sua vez, des.empenha esta missão, não obs-
tante a presença do mlst6rlo da Iniqüidade operante no mundo.
Ela, para isso, anuncia: o Evangelno, proeura COI'f'I a sua vida
dar dele testemunho, insere 0$ homens em Cristo pel.o sacra·
mento do Batismo, e' pelos demais sacramênto8, .Sob~retudo
pela Eucaristia, leva' essa Inserção' até à sua· maturidade. Com
a evangelização, a Igreja exerce um seu direito especrflco e
sagrado, do qual nAo pode licitamente ser Impedida P?r
ninguém. Entretanto, ao proclamar o Evangelno, a mesma Igre)a
não pretende estender o próprio domrnio sobre os homens e
submet~los à sua autoridade; mas intenta sobretudo servi-los,
abrir-Ines o caminho da salvação e proporcionar a cada um
deles aqueles bens que lhe são indispensáveis,
D) A proclamação da Palavra de Deus corresponde a fé,
pela qual o homem se entrega totalmente a Deus, de modo livre,
prestando ao mesmo "Deus que se revela o obséquio pleno da
inteligência e da vontade e dando voluntariamen1e o pr6prlo
assentimento à Sua revelaçilo" (clr. Const. Del Verbum, n. 5);
e essa fé , quando atinge B sua perfeição, determina a ordena-
Çao da vida toda, em .conformidade com a vontade de Deus.
A personalidade do homem. com a fé , não só não IIca
diminulda, mas, pelo contrário, é levada à sua plenitude. Efeti-
vamente, pela fé, Já nesta v.ida presente, realiza-se a unidade
e a perfeição' da existência; 8 pessoa humana insere-se orde-
nadamente na sociedade humana e no universo criadO por
Deus, raconcilia-se com o mesmo Deus, sem o Qual -o coração
humano não consegue ter paz, e, sobretudo, são-Ihe conferidos
o penhor e as prlmlclas da vida eterna .
Todas estas coisas hAo-de ser consideradas como efeito
e beneficio da evangelização. Assim, embora Deus, por cami-
nhos s6 por Ele conhecidos, possa conduzir os homens que
ignoram o Evangelno sem culpa sua, àquela fé sem a qual é
Impossrvel agradar-lhe (H.br 11. 6; .cfr. Oecr. Ad Genla.. n. 7),
este obJetivo, todavia, mais dificilmente poderá ser alcançado
sem a evangellzaçao .
. E) O Evangelho tem como destinatários todos os homens,
uma vez que Cristo morreu ,e ressuscitou por Kldós e para
20dos mereceu a graça da salvação. A Igreja, portanto, deve
/'
-143 -
12 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 172/1974
11
EXAME APROFUNDADO DE ALGUMAS INTUIÇOES
APOSTOUCA~ DO II CONClUO DO VATICANO
-144 -
<lEVANGELlZACJ.O DOS POVOS. 13
-145 -
14 <PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 172/1974
111
ANTINOMIAS DA EVANGEUZAÇAO QUE HAO-DE
CONGRAÇAR-SE NUMA SINTESE
A experiência nO ,campo da evangelização demonstra dar-
-Se às vezes a tendência para acentuar algumas verdades de
tal maneira que outras verdades complementares parecem ser
virtualmente negadas. A compreensão teológica da evangellza-
ç40 exige que não sejam simplesmente afirmadas ao mesmo
tempo aquelas coisas que se opOem; mas, sim, que as ver..
dades. parciais e que aparentemente se excluem sejam também
coadunadas em ordem a uma slntese, através de uma penetra-
çio mais aprofundada da unidade das mesmas. Apontam-se a
seguir algumas dessas antinomias, com o Intuito de as várias
Igrejas poderem examinar se a slntese, porventura entrevista
numa linha teorética, é suscetlvel de eliminar as unllaterall-
dadas e os. exageros, pernl.closos para a evangelização,
A) Julga-se algumas vezes que o fim da evangelização é
a transmissão de uma determinada doutrina objetiva; outras
vezes pensa-se, ao contrário, que toda a evangelizaçAo hé-de
levar a este resultado : tornar presente o mistério de Cristo,
pela experiência cristã, Será: que uma coisa exclui a outra?
Como se poderã demonstrar Que, na verdade, uma coisa exige
a outra para a sua perfeição e plenitude?
B) Há quem pense que a evangelização consiste somente
no fato de dar tes1emunho, com a existência cristã, da virtude
e da beleza do Evangelho; outros, por sua vez, opinam que ...a
evangelizaçAo consiste meramente na proclamação do mesmo
Evangelho. Como se poderá demonstrar que a credibilidade
das palavras depende.do testemunho, e que a Intellglbilldade
do testemunho, por seu tumo, se encontra nas palavras?
C) A finalidade da evangellzaçlo é a conversão. que li
uma ruptura na vida do homem e uma reconstrução da mesma
em tomo de um novo centro (que é Cristo). Isso pode ser des--
crlto quer como uma "morte", quer como o In[clo de uma
"vld~" mais plena. Pergunta-se: como poderão estes dois
aspectos ser reduzidos à unidade, na evangelização? (PrQble-
ma do "humanismo crISllo").
-146-
d!VANGELIZA.CAO DOS POV~ 15
-147-
16 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 172/1974
TERCEIRA PARTE
-148-
cEVANGELlZACÃ,O DOS POVOS .. 17
-149-
18 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 1'12119T4
II
-150 -
cEVANGELtZAÇAO DOS POVOS,. 19
-151_
'-O cPERGUNTE E RESPONDEREMOS) 17211974
-152-
cEVANGELIZAÇA.O DOS POVOS» :n
F) Quanto ao sexto ponto:
-153-
OS Bispos permutem entre 51, uns com os outros e com 8 Sé
Apostólica, as experiências feitas e as teorias e programas
alabQrados i a, desse modo, a evangellzaçlo vantla a receber
um novo Impulso, em toda 8 Igreja.
• ••
Possa a leitura destas pâJinas avivar nos fiéis católicos
(clérigos e leigos) a consciêncIa do imperioso dever que. a todos
toca, de promover a·difusão da Boa·Nova de Cristo em toa.os
os ambientes da vida contemporânea! Cada um dos uautos é
importante; de cada qual Cristo e a Igreja esperam generosa
colaboração dentro das respectivas possibilidades. Ninguém é
tão pobre que nada possa dar ou fazer, como também ninguém
'ê tão rico que nada possa receber ou aprender ,
x
UM DOCUMENTO DE AUTORIDADE
T.ltemunhar a .. viva am pureza e unldacle. Docume nto da Con'.
r'nela Nacional dos Bispos do 8rnll. - EdI~l)es Pal,l llnu, S60 Paulo 1973,
124x 180 mm, . 29 pp. TamWm publicado pala .Edltora Vozes de Petrópoll•.
-154 -
Um fenem.no d. nouo. di..:
-155 -
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 172/1974
1. Seita: que é?
1. A palavra seita vem do substantivo latino secta e do
verbo fe4ul, Que significa legulr. Quer dIzer escola ou também
modo de pensar e de viver (segue-se uma escola, segue·se wn
modo de vida ... ) . A palavra, em seu sentido original, não tem
significado pejorativo: o próprio Cristianismo, na tradução lati-
na da Biblia Vulgata, é chamado 1eCta. (cf. At 26,5). Com o
tempo, porém, o vocâbuJo tomou sentido negativo, que trans-
parece claramente na expressão cesplrlto seCtárlo~ (= espirito
ferrenho, estreito, agressivo, maquIavélIco ... ),
-156 -
SEITA E ESP1RITO SECI'ÁRlO 2S
-157 ~
26 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 172/1974
-161-
30 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ .Í72!1974
-162 -
SEITA E ESPlRITO SECTÁRIO· 31 ·
3. Conclusão
Em. conclasio, deve-se dizer que o problema das seitas con·
temporlneas não é algo que se possa considerar com tndiCeren-
ça ou menosprezo. Os diversos erros e exageros dos membros
das seitas provocam o fiel catóUoo a um exame de consciêncla.
Na raiz das aberrações desses innãos separados, há cernes de
verdade e de bem. verdade e bem que por si pertencem essen-
cialm,e nte à Igreja de Cristo (ou seja, à Igreja Católica, Apostó-
lica, Romana) . - 1: nesta. por excelência, que o esplrito de
fraternidade, a colaboraçao . mútua, o fervor, o entusiasmo, a
pureza de costwnes, o amor à Palavra de Deus, o ze]o missio-
nárlo .. . devem ser cultivados e apresentados 80 mundo. Ver..
dade é que em toda grande sociedade (como é a Igreja Cató-
lica, com seus seiscentos mUhões de fiéis) a tibieza, a mornura
e a infidelidade atingem maior número de membros do que
numa sociedade pequena. Isto, poI:ém, não quer dizer qu~, para
viver o ideal do Evangelho. se devam constituir sempre novos
e novos grupos separados e independentes uns dos outros (como
são os reavivamentos ou as seitas protestantes) : A quebra de
unidade e o esfacelamento serão sempre rontrirloo ao Evange.-
lho , É dentro do grande povo "de Deus WlO e coeso que cada
cristão católico deve viver os valores evangélicos", O antidoto
da rotina e da tibIeza náo é a separação ou o cisma. mas a to-.
mada de cOnsciência sempre renovada de que ser cristão é ser
portador do Reino de Deus, é viver nio mais para 51, mas para
Aquele que viveu, morreu e ressuscitou por todos os homens
(cf. Rorn 14,7-9; 2 Cor 5,14», Quem cede à rotina e 'à indHe-
rença, não é respongAvel apenas perante á sua consciência. mas
perante todos os Innãos que ele assim prejudica .
São estas algumas reflexões que o fenômeno das seitas de
hoje sugere. Uma. realidade tão alastrada como essa não pode
deIxa r de impressIonar e de ter seu significado,
A prop6sllo vel....
B. Muniz de Souza, "A experl6nelc da aalvaçlo". Sílo P.ulo 1969 .
Waldo A. CHar" "Para uma .oelologla do Proteslanlls mo brullalro" ,
Pelrópolls 1913.
H..ch. Ch6ry, "L'ollenl l... das lectes". Parls 1954. .
J. MaJla, "EI problema da lu lIamadas seelas", am "ertfarto" 1e73,
1I(V11I/73, PI). <4,a..418,
P.evl:sla "Conclllum" n9 89 (1873): "R6vells Splrltuels".
-165 -
Mal, uma vez no cInema:' .
• • •
Comentário: Está de novo em foco a peça cJesus Cristo '
Superstar•• não mais no teatro, mas nos nossos cinemas. De-
pois de ter feito relativo ou desigual· sucesso nos diversos pal-
cos do mundo, o enredo é apresentado na tela, onde naturalmen-
te a arte goza de mais recursos e artificios de expressão. A
transposiCão para o cinema se deve a Nonnan Jewison, cineasta
canadense,. que tol premiado com o Oscar pelo fUme «No calor
da Noite,. Como se sabe, o scrlpt de cJesus Cristo Superstar.
é de Tim Rlce (26 anos) e .a música roek de Andrew LJoyd
Webber (23 anos) .
-166~
cJESUS CRlSTO SUPERSTAR~ 35
-167 - .
36 cPERGUN'TE E RESPONDEREMOS. 1721197'
2. Oue dizer?
Procuraremos 'resumir algumas ponderações em três :Itens;
2.1. D. MMo leral. ..
". a) ' ·«Tudo 811'6 .tsUlto,) ,,~ , D.v. i cumprl:r~.. JM ,s rMt ..26j241.:54) :
'f' .,' .,' .,' )' ·j','l ·.' . ,,·:',:. '; .. 1 ;lj . u '. !.'iI :; ,. :'1 I ' tli"l l ' ,1 :.:1
, ,,'Estas' paJàvras 'db\ mm""n!p;êtIdIÜV/lOt'; 1~' . 'i>di',iJüllliS'
sugerem. ti. multaS péssÓ8s"~fatál1sri1Q' e' õdiõsa f"Pted~ti~ol dós'. "
homens pllí'a'o pecadõ e 'if' cõDdéríáÇAô~ ,.p~ . .: .. ,,~ : . ,; "" ,1' ' 1" 1-
.. '. . ;,; ';c. .. /., " ' L'" " rj'," '~,'~' c., · ·:H'~;.: ; ., ,.j '.. ,i : " , .~i~
-171_
,
, , Feita ~ observação, llIIrmamos agora , que Jesus"tanto
no Getsênuml CODio na ~ quis Ident1llC8Ne totalmente com
o, hom... , experlment8ndq aquilo que a / fragWdada I)uàuim
=v~:S=~~~:'=oa:::am~=
mente infligem • Seus ~ e bent:e1tores. a repulsa nat1:Jra1
cUante da morte... Jesus, como homem, o c;iuis .experJmen.tar
:Para. ~tlllear todas estas ·sftuacóes. dando-nos a certeza de ,-
Que não hé. sofrimento 'em noSl!u~ vida que Dão posSa ser santl- !
ficado ou, divinizado; prostrado pela dor (que é tio nossa •
Que se ldent1tlca com o pea.do) , Jesus dlsse: cPaI, taça-se a tua
vontade; e n,Ao a minhal» RepeUndo ta1s palavras cOm Cristo.
o cti.stão faz de seu sofrimento o caminho de volta ao Pai.
QUanto à exclamaÇão «Meu Deus, por que me abandonas-
te?" em especial, note-se qUe ela. não tol ~nCêbtda por Jesus.
mas é o verslcuJo inicial do salmo 21, atrlbuldo a Davi, que des.
creve de maneira extremamente vivaz os sofrimentos do Messias
(<<traspassaram as minhas mãos, e os meus pés .• " repartem
entre si as minhas vestes e lançaram sortes sobre elas ... :10) •
JA Que este salmo prediz iielmente à sofrimentp do Messias,
Jesus o deve ter dito' por inteiro quando pregado à cruz, excla-
mando as suas primeiras palavras em alta Voz. Voluntaria-
mente então o Senhor, embora inoeente, quis sentir o que todo
homem. experimenta depois do pecado: Q Impressão de estar
ifastado de Deus como se De\lS o tivesse abandonado. Na ver-
dade, Deus Pai não abandonou o seu rubo pregado à cruz como .
homem, nem abandona algum homem, por mais envolvido que
esteja no lodo; é o homem que abandona a Deus pelo pecado•
. mas que sempre encontra o Pai de braços abertos. desde que' a
Ele queira voltar como o filho pródigo da parábola' (cf • .Le
15,11-32) .
2 .3 . A eman&a d. J.IUS. r
Por duas vezes esta expressão ocorre no filme . .. Ela tra-
"duz o interessé que mo~ hoje em dia os homens a considerar
a figura de Jesus Cristo. Neste ~rloso personagem da h1!rt6-
ria parecem até os maia levianos estar. encontrando a grande'
resposta para os seus anseios. A mensagem de Jesus permane-
ce de pé, perene, mesmo depoÜl que 08 homens se desiludem da
soc1edade . de corurumo, das 'drogas, do llbertinlsmo sexual •••
AtrEl.vés dos traços humanos de Jesus, muitos descobrem· a sua .
Divindade. A este propósito, é tipica a imagem de Ma"dalena
'-172 -
<JESUS CIUSTO SUPERSTAR>
,
no rfim.'-acostumada aos pramoes sensuafs, :ela -Pe!tebe _em
CrIsto -oUtro encanto, outra voltlpla, outro tipo de -BDiàr •• ; _ -
.;t' para desejar que estas lnsInuaçãea de iJesus Crlsto Su-
perst.ar» ~ tJlme que. se nio tivesse outras benemerências,
..teria .., menos a de.. exprlmlr .. manta de Jesus - ealem prO-
_tundamente no esplrlto dos espectadores e os ajudem a desro.
brir cada vez mais as insondáveis e Inflnltas riquezas da intimi-
dade com CrIsto! ' - .. .
~--X
f"
.,AIIIm "O legado da '16 li 'conflado • Igreja InteIra.· 'glIll'llldo ' Ni- nal . ', ',
.. Tracllçlo" 'madl.nta o 18nso ~b~natural . da p~nte , ~.' tç4q : o " ~;
(LG 12.1), garantido pelo Eep(rlto Santo. qua. nunca delxart • IgreJa. apOsta-
', ..'
','
ia, da .eu Fundador, C I •• Ie klgado que O' Mlglsldl1a :.ti
",,,culldO . a ,," ,
ao qUII 8e deve ref.rlr em lUas decl..5tI, o :qu. :nio ·'.'Ohlfl,crI' 'qUcf·e.ln ,
reeebam leU valor do eonsenllmanlo do povo" (n9 4, p. 8l, .. ' '
. . '" . ' :. :' ."•.1 • • .'..!1. •
"ti. Ela algumaa daa 1311:00.. linho do documanto em foco: -'Iud.,.. . os '
cat611cos 8 li na:
orientarem . l'
afluaç40' de que .t....,..ern.~ Ap..
nas •• deve nolar qua o .alllo da 'ai. ' p!Olnas 6 alevaoO a 16cnfeo; lor- ,_, •
nando-as POUCO acessrvals ' IOS flél. da modes'a fonnaclo teológlea ou '.'
cultutal, Senl., portanto, em g":lPos ou :eomunldada. davldamant.• ' ~\Uon~d~ . , ',
qUI lal doeumento pode'! ser estudadO com o m6xlmo .provelto•.' ·(. . ·'1, ;.... , ,
.' E;: à;:'!O:; ~ " . ,.;
,
' ~174 - ( . ..
C',
Gelln é dos bons ~x~getas franceses do Antigo Testamento. O Uvro
que aqui apresentamo., retoma um 8ssunte» que Gelln sempre abordou
eorn especial carinho. Estuda o sentido da pobreza na Blblla .
Nos primeiros tempos da hlstórla de Israel, o pobre era aeralmen-
te tJdo como O homem punido por Dêus por causa de seus pecados, ao
puso que o rico era COn:Jlderaao homem, que Deus queria premiu por
a ua fidelidade l lei do Senhor; cf . SI 1,3; 112.1-3. 'l'ooavla o ltvro de
Jó pOs em xeque tais concepções; J6 tornou·se pobl'e e enfermo, sem
que tivesse anteriormente otendldo a Deu., de maneira ira~ , Na ver·
a nde a experiência ensina. que hi muitos ricos arrogantes e ImpiO$, ao
p&!so que numerosos pobres 510 fi~[s aos p rE!C1! ltos do Senhor. Final·
mente, após o extllo t587·S38 a . C .) o conCt!lto de ( pobre,. em Israel
atingiu a última etapa de lua evohlç'IO : os judeus que voltaram da
Babilônia para reconstruir J erusalém e o Templo df! })eUI, não foram
os r iros, pois estes J6. se haviam acomodado no estrangeiro e, por causa
do $t!U bem·estar material, n3.o tinha m mais n lê c a eoragt!m pari!
recomeçar a vida na Terra Senta. ucm voltou para reconstituir o
povo de Deus em Judi, forem os pobres e pequeninos, que, nlio tendo
lIusão nas r iqunlS, conservara m viva a consciência de lJue Javé era
a R'rnnde fon te de esperança e a valiosa riqueza de Israel . De entAo
por diante, o povo de Israel estabeleckl.o em Judâ ficou l'endo carac·
terlzado l.omo um povo de pobres - os pobres de J avé, que t inham o
coraç'lo voltado para o Senhor. com simplici dade, humllaade e amor.
No Novo Testamento, o conceito de cpobre. é identUleado com o
de ccllente de Deus, livre das ilusões que as riquezas suscltann . O
pobre que vive em a utêntico esplrlto de pobreu, conserva avisA0
lúcida uc que a criatura nada tem de Vl'.1Joso que nAo lhe tenha sido
dado por Deus; é humilde, des pretensioso. vive a verd.J.de. e por Isto
q ue Jesus proclama a bem·aventurança dos pobres (cf. Lc 6,:lO; Mt
~.3); o próprio Jesus aparece no Evangelho como anaw 0 1.1 pobre - o
que também pode significar cm.:mso e humilde de coraçlo. {el . Mt
11, 2&30; 21,5,.
Silo estas as Jdéias que GeUn desenvolve no seu Interessante livro,
o qual se termina com uma frase de S. Tereslnha de LlsJeux: <Não
rennas medo: qua nto mais pobre :fores. mais Jesus te amarA~. Segue·
-se ao último capitulo uma col~ão de- treze textos sobre ti pobreza
tirados do! Bibli., dos escritos cristãos desde o sk. IV até nossos dias,
assim como das a ntigas literat uras eglpda e hindu .
A obra de Gelln se ~comenda vivamente a todos quantos de.seJem
conhecer melhor a Blblia e sua mcnsai:'cm altamente construtiva. O
au tor sabe usar de estilo assaz compre<!nslvel e atrl.:entc.
Acontece que quem comeea, a se Interessar pela Blolla, .em de·
mora sente a necessidade de uma Introdução geral à mesma; sem Isto,
o leitor ~6 conslder.o. facetas e aspectos parciais do Livro de Deus.
Eis por que abaixo apresentamos dURJI obr.as acesslvel, e de valor
capital para Iniciar o estudioso na S . Escritura .
A TndlçAo Blbllea, por Georges Au'Zou . Tradução de Frei Ellseu
de Lucena Lopes . Coledo cA Pa lavra. de Deus. - 4. Uvrarla Duas
Cidades. São Paulo 1971, 137 x 210 mm, 373 pp .
O a utor, jA conhecido no Brasil pela sua obra cÁ Palavra de Deus•.
percorre a história do povo de Deus detde Abraão e os Patriarca. alé
Jesus Cristo e os apóstolos; apresente. OI fatos salientes de cada época,
as quest6es doutrinArias que loram então surgindo, e colota cada lIYr'o
blbllco em seu contexto histórico e geogrAJ'lco. Assim o leitor adquire
uma vl!ão panorAmlca da paulaUna formação das pAginas da Biblla;
comprende que esta. se foi originando lentamente, sempre a partir de
latos concretos e em dependfooa 4as tradl~H orais qu~ eram trans·
mltidas de i'eraç!o em geraçlo entre os judeus e os primeiros cristãos.
A leitura do livro de Auzou ajuda o leitor a libertar-se da tentação
- tão compreensivel - de supor que a Blblla tenha sido redigida mais
ou m~nos A semelha.nça de um livro moderno. que em geral depen4e,
quase que só, das pesquisas, reUe.xOes e da redação d ireta do respec-
tivo autor. - Ao contrir1o, quando S~ aborda um livro biblico. deve·
·se guardar viva a consciência de que ele tem sua pré·hlstórla : pré-
·hlatorla ptíbllca., As vezes longa, que coincide com o perlodo em que
os dizeres do llvro eram transmitidos de boca em boca, de geraçl.o em
geraçlo, recebendo através deste processo as caracterlsticas que os
homens e os quadros históricos lhes podiam imprimir .
O reconhecimento deste fato nio quer dlter que a Palavra de Deus
comunicada a Abraão, Isaque. Jacó, Moisés, Davi, Sa.lornllo .. • tenha
.sIdo deturpada pelos homens através dos tempos (como costuma, acon·
tecer com as tradlç6es meramente humanu) . O cristlo sabe que a
Biblia é Palavra de Deus, palavra redigida sob a lnsplraclio do E.pirlto
Santo, que assegurou a veracidade dOS escritos sagrados ; por con·
seguinte, a S . Escritura comunica a verdade que Deus quis transmJtlr
aos homens em vbta da sua salvação eterna (cl. Const o cOei Verbum,.
n" 11) . A critica contemporânea pOde comprovar, em numerosos casos,
a veracidade da BibUa tanlo no setor da hlstoriosrafla como nos da
geografia , arqueoloela •.. A historiografia d~ Israelitas é reconheelda
como tínlca e Inconfundlvel no Oriente antigo, sobre~a.1ndo sobre ..
crônicas do! povos de outrora por sua elt(!nsio e pelo esmero 040s
respectivos e~ritores {que naturalmente MO puderam contar COJ1I "
documentacão d(: que um hlstoriodor moderno dlspôe ).
Todavia a veracidade da Blhlia foi velcllIada e formulada attaves
de Instrumentos humanos, que marcal'8m vivamente o texto por seu
estilo, seu vocabul6.rlo, sua mentalidade . O mistério da Encarna(io,
pelo qual Deus 5e quis comunIcar aos homens na plenitude dos tem·
pos através da humalndade de CristD, jã teve seu precedente anAlogo
na conlecçlio dos livros sagrados, pelos qual. a Palavra de Deus entrou
dentro da palavra dos homens, assum indo, $em erro. os condlclona·
mentos que esta traz em sI.
Introdupio l BI.b lla, por Pedro Grelot, Tradução das monjas bene.
dlUnu, Abadia de SUlfa Maria, São Pa.ulo . Coleção Bibltca·ll. - Ed.
Paullnas, SAo Paulo 1971, 145 x 215 mm, 456 pp .
Este livro, devido a outro j'rande exegeta francês, também. conhe·
cldo m BraaU, serve A mesma 11nalldade que o anteriormente recen·
seado nest.s péglnas. Dlferencla·se, porém, de cA Tradlçlo Blbllca,. por
ser mais volumoso, mais rico em documentaçAo e UustraçOes escritas :
transen!ve, sim, 55 textos famosos. antigo. e modernos, cristãos e nAo
crlstios aptos a Ilustrar a mensaj'tm blbllca; apresenta, cinco tabelas
cronológicas, .assim como bibUoj'ratla cuidadosamente lm:llcada para
cada tema . Após cada capitulo, são re1erldos ctemas de estudo,., ou
seja, surestOes e qut.stôes que esUmulem o leitor a aprofundar o
contelldo do respectivo capitulO.
Grtlot assim oterece um. trabalho substancioso, de Ilj'radâvel leltu·
ra e altamente compensador para qualquer estudioso de cu1tuTA média.
Talvez se possa dizer que Auzou se dlrlB'e preponderantemente l
e.scola e l dldãUca blbllcas, ao passo que Grelot ultrapassa os moldes
da "coLa, ~n\ delxtlr de servir também a QSta. 1:. sem dtívlda, para
de:;eJar que o nosso ptíbllco se interesse a vidamente por um ou outro
destes estudos Introdutórios na Blblla .
E.B.