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Texto 01

Invenção do Contemporâneo. Espaço e contemporaneidade. Série Geografia na


contemporaneidade. Produção e criação do Espaço Cultural CPFL. Curadoria de
Antonio Carlos Robert de Moraes. Cultura Marcas, s/d. DVD.

E SPAÇO E CONTEMPORANEIDADE

Antonio Carlos Robert de Moraes

Introdução:

A Geografia, tradicionalmente, é uma discussão sobre os lugares, os espaços


terrestres. No passado, ela esteve muito ligada ao levantamento dos lugares, os lugares
eram pouco conhecidos. E, cada vez mais, a Geografia diz respeito às relações que se
estabelecem no espaço. O central na Geografia é a relação sociedade-espaço. Como a
sociedade se apropria, constrói, destrói a superfície terrestre, seja apreendendo os quadros
naturais, seja na construção de formas sobre a superfície da Terra. Então, é apreender a
lógica da produção dessas formas, dessas apropriações da natureza que dão sentido a
Geografia.

A origem da Geografia:
• Rótulo muito antigo, na cultura ocidental, remonta a antiguidade clássica, porém
apresenta diferentes significados ao longo da história.

GEOGRAFIA MODERNA

• Surge no final do século XVIII com inspiração enciclopédica;


• Tem como meta realizar uma síntese de todos os fenômenos observáveis na
superfície da Terra
• Alexandre Van Humboldt (1769-1859) é um dos principais propositores desse
projeto.
 Para Humboldt o planeta Terra é visto como:
 Manifestação da natureza dotada de individualidade
 Uma totalidade (vendo a Terra como um todo)
 É possuidor de uma Ordem Telúrica
 Organiza o relacionamento dos fenômenos no planeta (explicar
essa ordem seria a meta da Geografia Científica vista por
Humboldt como a parte terrestre da ciência do Cosmo)

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DIFUSÃO DA GEOGRAFIA

 As idéias Humboldtianas está no centro das reflexões que fizeram surgir a


Geografia Moderna;

 A unificação da Alemanha
 O projeto da Geografia Moderna surge na Alemanha que na época era um
conglomerado político não unitário (uma área que não havia logrado
constituir-se em um Estado moderno, uma área que não havia efetivado o
processo de unificação nacional). Tratava-se de uma zona politicamente
fragmentada onde se estabelecia um processo denominado de via prussiana
de desenvolvimento do capitalismo. Áreas onde as relações capitalistas
penetram sem romper com a ordem feudal pré-existente, o que alguns
autores chamam de modernização do feudalismo. Na Alemanha houve uma
tardia unificação em relação aos demais países da Europa.
 O projeto da Geografia moderna é uma formulação da intelectualidade da
nobreza prussiana na sua luta pela unificação nacional. A Alemanha propõe
um campo disciplinar que se consolida como um grande inventário das
áreas de colonização européia;
 A abertura do mundo ao novo colonialismo do século XIX foi um dos
elementos centrais para estimular a rápida difusão da disciplina, criando um
campo acadêmico sólido ao longo do século XIX.

 Afirmação dos nacionalismos e dos Estados nacionais

 A Geografia cumpriu o papel de doutrinação patriótica ou seja, a


afirmação das identidades nacionais pela inserção da geografia nos
sistemas de ensino.

A conjugação de dois fatores, expansão colonial e a afirmação


das identidades nacionais, explicam a estruturação da
Geografia nos países centrais com uma característica muito
específica, talvez singular entre as ciências, que é a
estruturação em escolas nacionais.

• A Geografia se agrupa por nacionalidades mais do que por método


 Utilizando como orientação básica o empirismo positivista a
geografia tem como tarefas:
 Conhecer a Terra
 Inventariar e cartografar os lugares
 Levantar os recursos naturais existentes
 Afirmar as identidades culturais dominantes

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GEOGRAFIA NO SÉCULO XX

Discussões e debates que atravessam o campo da ciência geográfica no século XX

 Entendida como Ciência dos lugares; Ciência das localizações; Ciência que busca
realizar a síntese entre os fenômenos naturais e sociais, explicando os
relacionamentos dos grupos humanos com a Terra ou demarcando a influência da
natureza sobre a história é essa geografia que ingressa no século XX.

Por que os lugares variam? Ciência da diferenciação de áreas.


Existem padrões espaciais recorrentes? Ciência positiva.
Geografia como uma teoria do habitat? Ciência do homem habitante.
A geografia estuda as projeções dos modos de produção da superfície da Terra. As
experiências vividas nos lugares e as representações dela derivada fazem parte do
universo de indagações da Geografia?

Enriquecimento da teoria geográfica e


aprimoramento e diversificação do seu quadro
conceitual.

Os conceitos buscam exprimir uma unidade básica de


investigação da geografia. Não raro são esses conceitos
identificados com escalas de análise de fenômenos
interrelacionados.
Todos buscam uma divisão legitima do espaço terrestre.

REGIÃO – Vista como um fato geográfico. Uma realidade fática, algo que existe
independente da consciência do pesquisador.

 Porção do espaço dotada de originalidade própria (visão clássica), classificação


fisiográfica. Espaço dotado de uma fisionomia que o individualizava na superfície
terrestre. Individualizava seja pelas características naturais (um relevo, uma
vegetação, um sistema hidrográfico) seja pelas características humanas (um estilo
arquitetônico, um tipo de agricultura, um processo de ocupação). Dessa concepção
fisiográfica, a região vai ao longo do século XX cada vez mais ser qualificada por
uma estrutura econômica, cada vez mais é a economia regional que define a região
ou por uma rede hierarquizada de cidades. A hierarquia urbana definindo a região,
agora adjetivada como região polarizada. Em tempos mais recentes a identidade
cultural também emergiu como qualificador de uma região. E mesmo a sua
expressão política no regionalismo.
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 Doreen Massey - o regionalismo cria a região
 Visão Contemporânea: Região como um espaço demarcado por um critério de
homogeneidade que a qualifica como unidade espacial de análise específica.

TERRITÓRIO
 Visão clássica (conceito político)
 Domínio de um espaço o qualifica como território (a apropriação, o controle
social que define os territórios)
 Área de exercício de um poder
 Âmbito espacial de soberania de um Estado ou uma jurisdição estatal em
diferentes escalas (território estadual, municipal, nacional)
 Segunda metade do século XX – visão antropológica de território coexistindo com a
visão clássica
 Espaço capaz de sustentar múltiplas identidades sócio-culturais
 Espaço de referência cultural logo, espaço com fronteiras difusas e sobrepostas.

CONCEITOS DE NATUREZA E DE INDOLE BASTANTE DIVERSA: REGIÃO


COMO UM ESPAÇO QUALIFICADO POR UMA HOMOGENEIDADE E
TERRITÓRIO QUALIFICADO POR REFERÊNCIAS POLÍTICAS OU CULTURAIS,
MAS, ENFIM, COMO UM ESPAÇO DELIMITADO A PARTIR DE UMA
APROPRIAÇÃO SOCIAL NECESSARIAMENTE.

PAISAGEM
 Qualifica o campo visual de um sujeito observador, isto é, a paisagem é percebida por
um sujeito que a percebe enquanto realidade objetiva, para algumas correntes, ou
enquanto realidade subjetiva, para outras correntes.
 Trata-se, portanto, de um espaço delimitado pelo horizonte de observação do sujeito. A
paisagem tem, assim, uma morfologia captada visualmente. Visualização que em si
mesma fornece um todo geográfico para análise e fornece uma escala de tratamento
geográfico da superfície da Terra. Trata-se de um conjunto espacial dotado de múltiplos
elementos que se articulam em sua composição. Uma expressão do relacionamento de
variados processos naturais e sociais os quais podem ser equacionados enquanto uma
fisiologia da paisagem, isto é, a paisagem tem uma forma, diretamente percebida, e um
funcionamento que deve ser investigado para além da mera visualização.

Os conceitos de Região, Paisagem e Território são oriundos


do século XIX e são especificados, trabalhados, detalhados,
problematizados ao longo do século XX.

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Outros conceitos:
 Meio
 Geossistema
 Habitat
 Área
 Ambiente
Por meio desses conceitos a Geografia tenta dar
conta de recortes espaciais passíveis de dividir
a superfície da Terra e individualizar unidades
legítimas para o seu estudo.

ESPAÇO COMO CATEGORIA FILOSÓFICA

No plano teórico a categoria filosófica “espaço” fornece


a base para pensar as peculiaridades dessa ótica
disciplinar.
Talvez, a única unanimidade encontrada nas teorias
dessa disciplina seja a conclusão de que ela se refere à
dimensão espacial da realidade.

Espaço é uma categoria filosófica polêmica e complexa, fornecendo aos


geógrafos a possibilidade de distintos entendimentos do que venha a ser o
espaço. E isso propicia variadas inspirações para a reflexão geográfica que
pode transitar por esses diferentes significados que a filosofia atribui a essa
categoria.

Visões filosóficas:

 Isaac Newton (1643 -1727)


Todo fenômeno ocorre num certo espaço e possui uma espacialidade passível de ser
mensurada, num primeiro momento, na sua própria extensão.
 Immanuel Kant (1724-1804)
Espaço não é material, é uma forma de perceber os fenômenos. É uma categoria da
intuição. Nós já vemos as coisas espacialmente, neste sentido, não é uma realidade objetiva
externa ao sujeito, mas é um elemento da capacidade cognitiva do próprio sujeito.

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GEOGRAFIA ATUAL

A Geografia pode ser definida, hoje, a partir de todo o seu esforço teórico de mais de um
século, como uma teoria do espaço terrestre ou de espaços mais específicos adjetivados.

Espaços terrestre:
Espaço físico Espaço natural
Espaço econômico

Espaço político Espaço urbano Espaço produzido

Espaço vivido

DIMENSÃO ESPACIAL DA REALIDADE

Milton Santos (1926 – 2001)


 Devemos ver o espaço como um fato, um fator, uma instância
 FATO – atributo material da superfície do planeta, passível de ser medido,
localizado, podendo ser visto como fato geográfico.

 FATOR – o ordenamento do espaço, as características do espaço atuam sobre os


processos que ali ocorre. O espaço não é inerte, ele tem a capacidade de influir
nos processos que nele ocorre, muitas vezes estimulando ou obstaculizando seu
próprio uso. Nesse sentido, espaço pode ser visto como fator, por exemplo, na
análise da sociedade.

 INSTÂNCIA – é possível explicar a vida social a partir da sua dimensão


espacial. É possível contar a história a partir da formação territorial. É possível
analisar uma sociedade a partir do ordenamento territorial que ela cria. Enfim, o
espaço seria um ângulo de análise da vida social.

David Harvey
 Devemos ver o espaço como absoluto, relativo e relacional
 ABSOLUTO – no sentido de que os espaços são singulares, mensuráveis,
identificáveis, localizáveis. Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.

 RELATIVO – no sentido de que os lugares se relacionam, de que existem fluxos


entre lugares, existem processos que articulam os lugares.

 RELACIONAL – na medida em que ocorrem relações dentro do espaço.

Exemplo: Uma fazenda que tem uma extensão física(espaço absoluto), utiliza insumos e
vende sua produção para outros lugares, depende de energia que vem de outros lugares

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(espaço relativo), porém possui as suas próprias relações sociais internas(espaço
relacional).

São duas visões de tratamento do espaço pela geografia


contemporânea. Poderíamos aumentar o número de
exemplificações, porém essas são duas proposições bastante
sólidas.

Hoje, do ponto de vista da teoria da Geografia


uma forte distinção se estabelece entre aqueles
que tomam diretamente o espaço como objeto
da investigação geográfica e os que vão
direcioná-la para a relação sociedade-espaço.

ENFOQUES DA GEOGRAFIA CONTEMPORÂNEA


Convivem na Geografia as seguintes visões:
 Espaço como objeto de investigação geográfica;
 Relação sociedade-espaço (Geografia identificada como uma ciência humana que
estuda relações sociais, como todas as ciências humanas, aquelas relações sociais
específicas pelas quais as sociedades se relacionam com o espaço, isto é, há relações
próprias culturais, econômicas, políticas, pelas quais as sociedades se relacionam
com o espaço). Em outros termos, a geografia estuda a espacialidade da vida social.
Estuda como a vida social se expressa em sua dimensão espacial;
 Relação sociedade-natureza não é a mesma coisa que a relação sociedade-espaço

Com esse quadro a Geografia, no final dos anos 1980, vivencia os


questionamentos advindos das teorias da globalização e da chamada
pós-modernidade

UM MUNDO PEQUENO
O desenvolvimento técnico dos meios de transportes e comunicações teve grandes
repercussões na reflexão geográfica. A velocidade dos fluxos encurtou as distâncias, a
rapidez dos meios aproximou os lugares.

As teorias da globalização salientam as formas de produção flexíveis que rompem com a


fixidez das velhas localizações. A produção flexível, pós fordismo, traz uma liberalização
da economia com relação ao espaço. A imaterialidade dos fluxos financeiros que se
deslocam no espaço como informações em tempo real diminui o peso do espaço sobre a
economia. As empresas multinacionais não respeitariam fronteiras, padronizariam o
consumo em escala mundial. Em fim, ocorre, nesse final do século XX e início do século
XXI, toda uma revolução no relacionamento com o tempo e com o espaço. Uma cultura
mundializada acompanha tais processos e, segundo alguns autores, ultrapassam os
localismos e as identidades restritas. As relações em rede substituem a contigüidade dos
processos enfraquecendo os atores políticos da espacialidade moderna entre eles, o estado
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nacional. Essa compressão contemporânea do espaço (Harvey) emerge como um elemento
afirmador da condição pós-moderna, aparecendo como um argumento de sustentação de
várias finalizações proclamadas por autores do pós-modernismo.

Autores pós-modernos proclamam:

*O fim do Estado; *O fim das nações; *O fim das fronteiras; *O fim dos territórios;
*O fim das ideologias; *O fim das classes; *O fim da história

FIM DA GEOGRAFIA
A disciplina teria perdido o sentido nesse mundo deslocalizado onde o
espaço se padroniza na expansão dos não-lugares, os lugares da
supermodernidade que seriam todos iguais em qualquer parte. Num
mundo onde referências locais teriam perdido a efetividade do passado.
O discurso geográfico seria uma classe das grandes narrativas,
totalizadoras, ultrapassadas pela velocidade e pela instantaneidade da
pós-modernidade.

GEOGRAFIA COMO A MAIS CENTRAL DAS CIÊNCIAS


HUMANAS
A Geografia estaria desalojando a história como fornecedora de um
sentido um sentido para a sociedade, pois o espaço teria substituído o
Essa tempo como vetor de explicação do mundo atual.
perspectiva
pós-moderna EDWARD SOJA – Vigência contemporânea de um materialismo
estimula
geográfico com forte capacidade explicativa do mundo atual.
posições
antípodas no
campo VIVEMOS UMA ÉPOCA DE INOVAÇÃO COM
disciplinar da CARACTERÍSTICAS JÁ ESTUDADAS
Geografia. - Neste início do século XXI, muito daquilo que foi finalizado na
década de 1990 está sendo reinventado. Por que alguns processos são
melhor equacionados pelos conceitos e teorias tradicionais do que pelos
argumentos trazidos por essas novas óticas, denominadas pós-
modernas.
Exemplos: a luta pelo controle de recursos naturais e de lugares é
melhor abordada pela perspectiva geopolítica clássica do que pelas
teorias da aldeia global;
As barreiras protecionistas e as tentativas de controle da imigração
repõem as fronteiras como realidades geográficas do mundo
contemporâneo;
Nacionalismos emergentes e a prática guerreira do “choque” de
civilizações questionam o transculturalismo;
A meta da sustentabilidade ambiental e a consciência da finitude de
certos recursos naturais recolocam a questão da relação da sociedade
com a natureza, reforçando os levantamentos das realidades locais.

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Até que ponto a Geografia, essa disciplina interlocutora do
Estado e envolvida com a construção de projetos nacionais
pode contribuir para o entendimento da dinâmica social
contemporânea.

FRANCIS FUKUYAMA

“ Podemos estar presenciando não apenas o fim da guerra-fria, ou de um


período particular do pós-guerra, mas o fim da história como tal; isto é,
o ponto final da evolução ideológica da humanidade e a universalização
da democracia liberal ocidental como uma forma finalizada de governo
humano”.

TESE DE FUKUYAMA

Argumentava que o fim da guerra fria teria significado o fim na progressão da história
humana e, portanto, o fim da história. Uma tese que o número de democracia existentes no
mundo parecia confirmar, mas que o surgimento de líderes demagogos como Chavez ou
fundamentalistas como Bin Laden como alternativas reais as democracias ocidentais
colocaram em dúvida.

O próprio Fukuyama admitiu que sua tese estaria incompleta na medida em que não poderia
haver um fim da história sem um fim da ciência e da tecnologia modernas, ou seja, o
controle da humanidade sobre sua própria evolução poderá ter um efeito enorme e terrível
sobre a democracia liberal

A REALIDADE BRASILEIRA

Nos países de formação colonial como o nosso, a Geografia ganha, sem dúvida, uma
centralidade explicativa muito grande, pois se trata de sociedades que foram geradas em
processos de expansão territorial.

Colonização é, antes de tudo, um tipo de relação sociedade-espaço. Uma relação de


conquista que implica submetimento de populações, apropriação de lugares e exploração de
recursos naturais. Tais processos ainda estão em curso em nosso país.

Um país que se ancora, e muito, em uma visão territorial. Um país que é pensado por suas
elites como um espaço a ser conquistado, muito mais do que como uma sociedade, isto é,
como uma nação. Portanto, mesmo tendo um foco na ótica global a Geografia tem muito a
explicar e a fornecer para o conhecimento da nossa realidade nacional que é onde se define,
até a atualidade, o destino político de cada povo.
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Uma idéia muito forte, inclusive nas agências geográficas brasileiras, no século XIX,
Instituto Histórico Geográfico, a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, um tema
recorrente, principalmente nesse momento de formação do Estado, é construir um país.
Esse é o grande projeto. O país não está pronto, precisamos construir o país.

O Visconde de São Leopoldo, na fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,


em 1837, ele fala uma frase lapidar: “Nós somos os representantes da ilustração nos
trópicos, temos que levar as luzes a esses sertões”. E essa idéia, vai se repondo. Essa idéia
de uma certa missão civilizatória que justifica o extermínio de populações indígenas. Essa
idéia de esgotar os recursos e correr pra frente. Isso durante todo o século XIX aparece
como a idéia de civilização.

Na virada do século XIX para o XX, esse termo vai ser substituído pela idéia de
modernização. Mais uma vez modernização sendo entendida como um processo de dotação
do espaço, isto é, dotar o espaço de equipamentos, porque a modernização poderia ser
entendida também como a modernização do povo. Seria, portanto, investir mais em
educação, em saúde etc. Mas, não, modernização foi entendida como dotar o território de
grandes sistemas de engenharia, estradas, etc.

Eu arriscaria dizer que nesse final de século XX esse mesmo papel ideológico cumprido
pela idéia de civilização no século XIX e de modernização, em boa parte do século XX,
talvez apareça sob o termo globalização. “Precisamos nos colocar na hora certa do mundo”
e isso envolve uma inserção bastante subordinada. Então, esse peso das ideologias
geográficas é muito grande, é de berço. Uma das tarefas que se põe para a Geografia na
atualidade é, exatamente, desmascaramento desse tipo de argumentação que, volto a dizer,
vê o Brasil como um espaço e não como uma sociedade.

Conclusão:

Hoje em dia a Geografia recebe uma renovação muito grande pelos próprios fluxos
internacionais e pelo horizonte, que agente chamaria de horizonte geográfico das pessoas,
abarcar o mundo como um todo. Então, a maioria das pessoas tem uma vivência não apenas
local, mas uma vivência planetária com informações que chegam, a todo momento, de
diferentes lugares, imagens. Então, a geografia está presente na tentativa de explica isso.
Como é que vão se formando essas mentalidades, a gente poderia dizer, a respeito do
espaço terrestre e como é que vão se agregando valores, críticas a respeito dos lugares.
A Geografia enquanto disciplina acadêmica sofreu uma renovação muito grande por volta
do ano de 1970, exatamente, buscando teorias, conceitos, que pudessem dar conta dessa
nova vivência do espaço, desses novos processos ocorrentes na superfície terrestre e, de
certo modo, respondeu bem a isso, levando a uma requalificação da disciplina que hoje em
dia não fica apenas como uma disciplina escolar, mas que também entra por outros campos
mais explicativos, vamos dizer assim, da geografia econômica, da geografia política e
também bastante na questão ambiental que traz um “gás” muito grande pra Geografia.

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