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AMSTAD, Pe. Theodor SJ. Cem Anos de Germanidade no Rio Grande do Sul 1824-1924.

São
Leopoldo: Editora Unisinos, 1999.

Sobressaem de modo especial, pela grande altura da queda, a cascata do Cadeia no Herval,
município de São Leopoldo, com 123 metros e a do Caracol, no município de Taquara, com 107
metros. A zona colonial é muito rica em pequenas quedas d’água localizadas em lugares
românticos e não raro de considerável altura.[...]Por ocasião de chuvas fortes, as cascatas se
transformam em espetáculos de selvagem beleza. Nessas ocasiões, praticamente todas as
paredes de rocha se convertem em obras de arte feitas de água, tal como nenhum espírito
criador humanos seria capaz de concebê-los. Para onde quer que se oriente o ouvido ,
escutam-se rumores e rugidos e para onde quer que se olhe, tudo brilha e tudo reluz!
(AMSTAD, 1999 [1924], p. 15).

As montanhas da região não perdem em grandiosidade para os cursos d’água. Estamos apenas
diante das ramificações mais ao sul da grande Serra do Mar que, em alguns pontos isolados,
mal alcançam mil metros, oscilando a média entre 600 e 800 metros. A sequência de maior
altura leva o nome de Serra Geral. Começa em Torres, estendendo-se pela borda norte da
bacia do Jacuí e Ibicuí. Numerosos cursos de água de todos os tamanhos retalharam a cadeia,
durante milhares de anos, originando os vales férteis, preferidos, como veremos mais tarde,
pelo estabelecimento dos imigrantes alemães (AMSTAD, 1999 [1924], p. 17).

O Ferrabraz ergue-se abrupto após projetar-se sobre a planície na forma de um arco muito
aberto. A seus pés desenrolou-se, há cinquenta anos, o sangrento episódio dos Muckers.
Avançando ainda mais sobre a planície elevam-se os Dois Irmãos e dando continuação aos
mesmos, os morros do Cadeia e do Vale do Caí (AMSTAD, 1999 [1924], p. 17).

Os moinhos devem ter sido as primeiras instalações industriais. Os dois informantes mais
antigos do primeiro período da colônia, tanto Matthias Franzen da Colônia de São Leopoldo
(1832) como Konstantin Simonis (1859) de Santa Cruz falam de moinhos manuais usados pelos
primeiros colonos. Relatam, ao mesmo tempo que, em diversas localidades, os moinhos
estavam sendo construídos ou já estavam em funcionamento. Na medida em que foi possível
saber, o primeiro moinho foi construído por Luft, entre São Leopoldo e Estância Velha, no local
onde hoje se ergue o moinho de Hohendorf. Um pouco mais tarde, um segundo moinho foi
erguido por Welke nas proximidades. As instalações principais ainda hoje estão de pé.
(AMSTAD, 1999 [1924], p. 245).

Quase da mesma idade e na iminência de comemorar seus noventa anos, é o moinho de Leuck
perto de Bom Jardim. Segundo uma antiga carta de Peter Meyrer que temos em mãos, seu
irmão construiu, em 1832 em Dois Irmãos, cem braças acima da sede, um moinho no local
onde hoje se ergue a usina hidroelétrica (AMSTAD, 1999 [1924], p. 245).

Conforme Hornmeier, existiam em São Leopoldo, em 1856, 60 curtumes, 31 selarias, 40


moinhos de farinha, 32 prensas a óleo, 2 descascadores de arroz, 2 fábricas de chapéus, 6
cervejarias, 32 alfaiates, 33 sapateiros e 30 fabricantes de chinelos. Por mais incompletos que
sejam estes dados – pois faltam os ferreiros, os funileiros, carpinteiros, alambiques e tafonas –
demonstra, contudo, que 30 anos após a fundação de São Leopoldo, apesar da guerra dos
Farrapos, as necessidades da vida estavam garantidas (AMSTAD, 1999 [1924], p. 245).

Entre os primeiros comerciantes da Colônia de São Leopoldo encontramos, na cidade de São


Leopoldo, o já mencionado Rasch, assim como Ehvers e Hefel. Em Hamburgo Velho, Hans
Peter Schmitt é considerado o fundador dessa “cidadezinha de quinquilharias” como o Pe.
Bonifatius Klüber a chama num relato de viagem em 1858 a um coirmão, pouco depois de sua
chegada ao Rio Grande do Sul (AMSTAD, 1999 [1924], p. 248-249).

Já em 1832, Altmayer abria uma casa de comércio na picada vizinha de Dois Irmãos. Em Bom
Jardim, encontramos no tempo da Guerra dos Farrapos, localizada na Linha 48, no local
conhecido como Buraco do Diabo, a casa de comércio de Phillipp Kerber e a de Pappen na
atual casa Paroquial de Bom Jardim. Peter Franzen organizara, desde cedo, um negócio na
Picada dos Portugueses. A ele sucederam Daniel Colling e Jakob Phillipp Selbach [...](AMSTAD,
1999 [1924], p. 249).

[...]Hornmeier assim escreveu a respeito em 1856:

“O ponto central de um futuro centro da Colônia de São Leopoldo poderia ser o assim
chamado Morro de Hamburgo (Hamburgo Velho), que os brasileiros denominam de Costa da
Serra e onde hoje se encontra uma povoação respeitável. Desenvolve-se aí um ativo comércio,
principalmente no que diz respeito às frutas, visto que o local se encontra na saída de picadas
importantes e os produtos podem ser transportados com carroças ou pelo rio” (HORNMEIER
apud. AMSTAD, 1999 [1924], p. 268).

Hamburgo Velho, por sua localização favorável, já atraíra uma grande parte do comércio, antes
da construção da ferrovia. O fato acentuou-se ainda mais a partir de 1876, depois que foi
concluída a estrada de ferro entre Porto Alegre e Novo Hamburgo. Meia hora distante de
Hamburgo Velho, fora implantada a estação final de trem numa área pantanosa e menos
favorável. Sem demora, porém, formou-se uma pequena povoação em volta da estação, na
qual começaram a florescer a indústria e o comércio. Ao comércio já existente somou-se à
indústria dedicada a diversas especialidades, tornando a indústria do couro, desde o começo, a
dianteira. Novo Hamburgo e as localidades próximas, Estância Velha e Campo Bom,
igualmente dinâmicas, formam atualmente o centro industrial mais importante da colônia
alemã (AMSTAD, 1999 [1924], p. 269).

Falando especificamente do Sul do Brasil, não existem estradas que mereçam mais do que a
qualificação de caminhos de roça. Na minoria dos rios há balsas, em pontes, nem falar. Onde
existem travessias, toda a instalação resume-se numa canoa, na qual o cavaleiro e os arreios
mal conseguem lugar ao lado do barqueiro, obrigando-se a conduzir o cavalo, nadando. Aqui e
acolá encontram-se as pontes, apresentando neste particular a Província do Rio Grande do Sul
os maiores progressos. As únicas estradas sofrivelmente transitáveis no Sul do Brasil são as de
Porto Alegre para Santo Antônio da Patrulha, para Mundo Novo e para Belém (AMSTAD, 1999
[1924], p. 274).

A lei das Estradas, proposta pelos deputados alemães Haensel e Bartholomay em 1882,
obrigando os colonos a darem quatro dias de trabalho nas estradas, proporcionou algum
alívio. Mesmo assim não foi possível transformar os velhos caminhos de transporte, na maioria
dos casos mal traçados, em verdadeiras estradas transitáveis (AMSTAD, 1999 [1924], p. 274).

[...]desencadeara-se, contudo, por parte do Estado, a construção de estradas na região. Com o


tempo, seguiram a essas outras estradas, como a já mencionada Estrada Lucena que, partindo
de Novo Hamburgo passa por Bom Jardim e Picada Café, terminando em Nova Petrópolis.
Finalmente uma estrada ligando os fundos de Dois Irmãos com a cidade de Sapiranga e sua
estação ferroviária (AMSTAD, 1999 [1924], p. 276).
A primeira ponte da região colonial foi a construída no ano de 1859 sobre o arroio Estrela no
município de mesmo nome. A ela seguiu-se, em 1866, a ponte de pedra sobre o arroio Feitoria
na Picada 48, cuja construção começou em 1857. [...] Esta ponte de maior porte na colônia
alemã é obra da iniciativa e do trabalho alemão. Sua construção sólida dá ainda hoje prazer a
todo cavaleiro que por ela cruza o Feitoria no assim chamado Buraco do Diabo. Outras pontes
construídas na colônia alemã: A ponte erguida em São Leopoldo sobre o Rio dos Sinos ligando
a Neustadt, as pontes na estrada Lucena na Picada Café sobre o rio Caí em Feliz (concluída em
1900). (AMSTAD, 1999 [1924], p. 277).

Passando agora da arte destinada aos ouvidos, à arte que se destina aos olhos, aparece como
primeira a arquitetura nas nossas cidades e localidades maiores. É impressionante como as
construções tanto públicas como privadas contrastam pelo bom gosto com as caixas com janelas
do passado! E a quem devemos este progresso? Em primeiro lugar, aos mestres construtores e
arquitetos alemães. Entre todos destaca-se, em primeiro lugar, o velho Grünnewald. Há
cinquenta anos concretizou o seminário Episcopal, a primeira construção monumental com
estilo em Porto Alegre. Mais tarde edificou uma série de igrejas e torres com estilo e formas
apuradas, tanto em porto Alegre como nas Colônias. No decorrer dos anos, seguiram-se a este
pioneiro uma série de profissionais competentes, ao ponto de hoje se contarem em Porto Alegre
mais de duas dúzias de arquitetos alemães. Entre eles, destacam-se nomes bem conhecidos
como Ahrons, Baade, Wiederspahn, Lutzenberger, Hruby, Weise & Mennig, além de outros mais.
Percorrendo hoje a região colonial alemã e, se as novas igrejas das cidades, das vilas e das
picadas nos chamam atenção, lembrando-nos as casas do senhor da velha pátria, creditamo-lo
exclusivamente aos mestres construtores alemães, que nos forneceram plantas de igrejas
dotadas de estilo (AMSTAD, 1999 [1924], p. 362).

A escultura desenvolveu-se no mesmo ritmo da arquitetura. Basta observar os monumentos


fúnebres na cidade e no interior! Que diferença entre as velhas pedras tumulares,
grosseiramente talhadas, com enfeites grotescos e, além de tudo, pintadas com cores
berrantes, e os novos e belos monumentos de mármore, pedra grês e fundidos, saídos das
oficinas do imigrante do Mosela Aloys Friedrichs de Porto Alegre ou de seu sobrinho João
Vicente Friedrichs, nascido aqui, ou ainda os monumentos procedentes das oficinas de
cantaria do Suábio Siegle de Hamburgo Velho! As muitas oficinas menores espalhadas pela
colônia costumam oferecer também um trabalho bem feito e com bom gosto (AMSTAD, 1999
[1924], p. 362).

“Lomba Grande [...] foi, com a Feitoria Velha, a primeira área povoada por alemães. Os solos,
por isso, encontram-se em grande parte esgotados. Por este motivo, cultiva-se de preferência
a raiz-pão, a mandioca. [...] Duas vistosas igrejas, uma série de casas de comércio e locais de
diversão fazem concluir pela riqueza dos moradores. Do alto e de passagem, saudamos o
berço da germanidade, a velha pousada imperial na Feitoria Velha e poucos minutos depois, a
nossa águia pairava sobre São Leopoldo (AMSTAD, 1999 [1924], p. 570).

“Vista do alto, a cidade ergue-se na barranca do rio com suas duas grandes igrejas, os amplos
prédios do seminário. O edifício da câmara, embora considerável, fica colocado num segundo
plano. Situado numa elevação, destaca-se o sanatório ao lado do novo e grande colégio e as
amplas construções da fábrica de fósforos ao lado da elevação e vizinha ao novo e espaçoso
quartel. No perímetro urbano, somam-se ainda outras construções maiores, além de belas
casas senhoriais nas vizinhanças. Tudo causa uma impressão agradável. Não se percebe mais
que há cem anos, por ocasião do desembarque dos primeiros alemães, o local não passava de
uma área pantanosa coberta de taquareiras. A ampliação da cidade pela margem direita do
rio, a chamada cidade nova, faz com que sua forma fique completa. Dos moradores dessa
metade da cidade, cerca de três quartos são alemães. Apesar de São Leopoldo já não
representar o centro do comércio e da indústria da Colônia, a atividade empresarial cresceu
muito (AMSTAD, 1999 [1924], p. 570).

[...] Ao sobrevoarmos o sul, o centro e o norte do município, observamos três paisagens com
características distintas. Na porção sul de São Leopoldo, seguindo de Novo Hamburgo para
Taquara, a região está a transformar-se num distrito industrial ininterrupto. A indústria do
couro tem o seu núcleo central em Novo Hamburgo (AMSTAD, 1999 [1924], p. 571).

A área central do município abriga duas localidades que se assemelham a aldeias, Dois Irmãos
e Bom Jardim. Nelas floresce a agricultura e a criação de animais, que se destinam mais para o
consumo dos moradores do que para exportação. [...] Na parte norte do município, a
produção agrícola aumenta satisfatoriamente, na maioria das picadas, no mesmo ritmo da
população, apesar de os solos das encostas íngremes estarem, em grande parte,
evidentemente, esgotados (AMSTAD, 1999 [1924], p. 571).

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