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DREHER, Martin N. 190 Anos de Imigração Alemã no Rio Grande do Sul.

Esquecimentos e
Lembranças. 2ª. Ed. São Leopoldo: Oikos, 2014.

A imigração alemã no Rio Grande do Sul não foi uniforme e abrange diferentes períodos. A
esses períodos correspondem também diferentes situações no continente europeu. [...]
Fundamental, porém, é verificar, além disso, que esses “alemães” só o serão após 1871, com o
surgimento do Segundo Império Alemão. Os antes chegados eram hamburguenses, saxões,
mecklenburgueses, hannoveranos, birckenfeldianos, etc. Todos deram sua contribuição para o
povoamento do Rio Grande do Sul (DREHER, 2014, p. 114).

O Rio Grande do Sul foi povoado a partir dos territórios que fazem divisa com países de fala
espanhola e fez parte do projeto do governo português que pretendia estender seus domínios
até o Rio da Prata. Na região eram feitas incursões esporádicas para “prear” indígenas e gado
para São Paulo e Minas Gerais. Foi a partir de tropeadas que lavavam gado do Rio Frande para
Sorocaba que surgiu a principal estrada ligando o Sul ao Centro do País (DREHER, 2014, p. 114).

Nos lugares onde se reunia gado ou onde tropas e boiadeiros descansavam, surgiram vilarejos.
Importante decisão foi tomada quando, em 1730, começou-se a distribuir sesmarias (13.068
hectares), com as quais teve início a formação de estâncias, fazendas de criação de gado, em
função do esgotamento do gado que antes se criara livremente (DREHER, 2014, p. 114).

Em 1737, foi fundado o Forte Jesus Maria José, na entrada da lagoa dos Patos, dando origem à
cidade de Rio Grande. Nos anos de 1878 a 1756, 4.929 açorianos entram em Santa Catarina e,
destes, 585 migraram para o Rio Grande do Sul. Constituiriam, em 1780, junto com seus
descendentes, dois terços de sua população, num total de 17.923 habitantes. Desde esse ano é
também conhecida a produção de charque no Rio Grande do Sul e, três anos mais tarde, em
1783, é fundada a Real Feitoria do Linho Cânhamo, mais tarde transferida para o que hje é São
Leopoldo, na qual eram produzidas cordas e amarras a partir do Linho Cânhamo (DREHER,
2014, p. 114).

Em 31 de junho de 1821, deixava de ser, até 1828, o território mais meridional do Brasil, pois
D. João VI ordenara a invasão e anexação da banda oriental, desde então Província Cisplatina,
hoje Uruguai. [...] Para manter esse território e aumentar a população do Rio Grande do Sul,
era necessário trazer mais população. É nesse contexto que tem início a imigração alemã no
Rio Grande do Sul (DREHER, 2014, p. 115).

Quando da independência do Brasil, em 1822, a situação do país era crítica. Era necessário
manter a independência de Portugal, mas não havia exército confiável. Os soldados e oficiais
eram portugueses. No próprio país, a maioria da população era escrava, não havendo coragem
para fazer dos escravos soldados. Em 1804, os escravos do Haiti haviam se rebelado, e havia o
temor de que o mesmo ocorreria no Brasil. Por isso, José Bonifácio, nosso primeiro chanceler,
imcumbiu, como já vimos, o ajudante de ordens da Imperatriz Leopoldina, antes da
independência, a dirigir-se aos territórios de língua alemã para ali recrutar soldados e colonos.
Os soldados seriam incorporados aos dois batalhões estrangeiros, e os casais de colonos
seriam levados ao Rio Grande do Sul e aí instalados à maneira dos cossacos na Rússia. Em
tempos de paz, seriam agricultores e artesãos; em tempos de guerra, seriam chamados para a
Guerra Cisplatina, para a Guerra dos Farrapos, para a Guerra do Paraguai e incorporados à
Guarda Nacional (DREHER, 2014, p. 115).

Era necessário povoar. Este povoamento, por seu turno, deveria ser intensivo. Dessa
necessidade e da necessidade de produção de alimentos para o mercado interno surgiu novo
modelo econômico para o Brasil, o das pequenas propriedades reunidas em penetrações na
floresta subtropical, designadas de picadas, linhas (DREHER, 2014, p. 116).

A designação “picada” veio da forma como se deu a penetração na floresta: abrindo com os
meios disponíveis (facões, machados) trilhas ao longo das quais, a uma distancia aproximada
de 300 metros, eram assentadas as famílias. A picada acompanha o relevo e os acidentes do
terreno, os veios de água e, por isso, sua composição pode ser a de 14 colônias, quatro
colônias ou estender-se por mais colônias. Assim, a Picada de Dois Irmãos se estendia por
27,5km, tendo de cada lado 125 colônias. “Colônia” designava o módulo da terra. Em 1824,
uma colônia media 75 hectares, em 1850 passou a ter 50 e, em 1875, 25 hectares. Toda uma
região formada por colônias também podia ser designada de “Colônia”, como é o caso da
“Colônia Alemã de São Leopoldo” (DREHER, 2014, p. 116).

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