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Lucas Lima:

Paulo Lobo

MORA DO DEVEDOR
. ​A mora do devedor decorre do inadimplemento, necessariamente. Ele não cumpre a
obrigação no tempo, forma e lugar devidos. Apesar da mora, continua obrigado a cumprir
sua prestação, se esta continua sendo valiosa ao credor, acrescida da reparação pelos
danos causados com o atraso, dos juros moratórios e dos honorários de advogado;
. Os pressupostos gerais da mora do devedor são o vencimento, o inadimplemento e a
exigibilidade pelo credor;
. Se há dia certo e a dívida é líquida, a mora é automática, com o inadimplemento, pouco
importando que a dívida seja de ir levar ou portável (o devedor adimple no endereço do
credor ou por este indicado) ou de ir buscar, ou quesível (o credor vai buscar o
adimplemento no endereço do devedor);
- o inadimplemento não constitui imediatamente, só por si, em mora o devedor. A
mora pressupõe a liquidação da dívida;
. Não pode o devedor alegar desconhecimento da dívida para escusar-se de adimpli-la. O
herdeiro que herdou a dívida sem tomar conhecimento dela assume as consequências da
mora, evidentemente nos limites do que recebeu;
. Além da reparação dos danos, o devedor em mora assume riscos que não teria se tivesse
cumprido a prestação no tempo devido;
. Se a coisa pereceu após o início da mora, no caso de obrigação de dar ou restituir coisa
certa, o devedor continua responsável pela indenização de quaisquer danos, mesmo que
tenha havido caso fortuito ou força maior;
- dessa responsabilidade apenas se isenta se prova que não teve qualquer culpa pela
perda da coisa ou pela impossibilidade da prestação, ou se o fato teria ocorrido
ainda que tivesse adimplido no tempo devido;
. A mora pode tornar a prestação inútil ao credor (a entrega dos equipamentos de som com
atraso não interessa mais ao credor, que teve de alugar outros para cumprir suas
obrigações em determinada evento);
- o credor poderá exigir a indenização dos prejuízos que sofreu, em vez de receber a
prestação, e o reembolso das despesas que teve de efetuar, em consequência da
mora;
. O credor não pode recusar a prestação se o que falta é mínimo ou aci​dental, sem redução
substancial do valor, em virtude de imposição dos prin​cípios da boa-fé e do adimplemento
substancial;
- A recusa não gera mora do devedor, configurando abuso do direito do credor (art.
187 do Código Civil);
. A mora do devedor permite ao credor escolher as seguintes soluções:
a) receber a prestação, mais perdas e danos e demais acréscimos;
b) rejeitar a prestação, por falta de interesse ou utilidade, exigindo in​denização mais perdas
e danos;
c) resolver imediatamente o contrato, com perdas e danos e demais acréscimos.
. Não há mora do devedor se ficar caracterizada a exceção do contrato não cumprido (STJ,
REsp 11329), ou seja, se o devedor deixar de cumprir sua obrigação porque o credor não
cumpriu a dele;
MORA DO CREDOR
. ​A mora do credor decorre de sua falta de cooperação com o devedor, para que o
adimplemento possa ser feito no tempo, lugar e forma devidos. A conduta do credor
provoca o atraso no adimplemento, portanto, a mora;
- Deixa o credor de receber o adimplemento (ato) ou não pratica os atos ne​cessários
para que o adimplemento possa ser feito (omissão);
- A cooperação do credor pode ser antes da prestação, a exemplo das obrigações
alternati​vas, quando lhe compete a escolha, ou das obrigações genéricas (gênero e
quantidade), quando tem de determinar a espécie;
. A mora do credor pode ensejar ao devedor pretensão à reparação por perdas e danos e à
resolução do negócio jurídico, quando ficar evidenciada lesão aos deveres gerais de
conduta, nomeadamente o de cooperação;
. A mora do credor interrompe a do devedor, que fez movimento para adimplir, cessando,
inclusive, a fluência dos juros moratórios;
. Com a mora do credor, o devedor continua obrigado; daí seu legítimo interesse em solver
a obrigação. Tem de evitar que a coisa se danifique, para que não se lhe impute dolo;
- Para que a mora do credor se constitua, é neces​sário que o devedor pratique os
atos conducentes à recepção do adimple​mento;
- Se não os faz nem promove o depósito em consignação da coisa devida, corre o
risco de, ele próprio, constituir-se em mora;
. Se a mora do credor resultar em impossibilidade da prestação pelo de​vedor, este ficará
inteiramente liberado;
. São pressupostos da mora do credor:
a) que o devedor possa prestar (não basta sua intenção), ou seja, que a prestação seja
exigível;
b) que o devedor pratique os atos necessários para prestar no lugar, tempo e forma
devidos, fazendo oferecimento efetivo da prestação (obla​ção), exigindo a cooperação do
credor;
c) que haja recusa do credor, ou que este tenha impedido o adimple​mento, ou que tenha
omitido a cooperação necessária;
. Movimento do devedor para adimplemento, depen​de da natureza da prestação:
a) Se esta deve ser real, com tradição da coisa, precisa o devedor já ter iniciado a
entrega, que não se concluiu por ato ou fato do credor;
b) Se a prestação não é real, tem o devedor de comunicar ao credor que está pronto
para prestar e já iniciou a prestação;
. A recusa do credor apenas pode ser justificável quando houver adimple​mento incorreto (a
prestação não corresponde ao que ficou acordado), defei​tuoso (existência de vício na coisa
entregue ou no serviço prestado) ou in​completo (o valor devido ou a quantidade da coisa
não são integrais). ​Sendo justa a recusa, não há mora do credor.
- Não é justa a recusa quando houver impedimentos de caráter pessoal, como no
caso de morte de alguém da famí​lia ou da participação em algum evento para o qual
foi homenageado;
. Também incorre em mora o credor quando, dispondo-se a receber o adimplemento,
recusa-se a fazer a contraprestação;
. A lei estabelece as seguintes consequências da mora do credor, se não houver dolo do
devedor:
a) libera o devedor de toda responsabilidade a respeito do objeto da prestação, em geral;
b) isenta o devedor da responsabilidade pela conservação da coisa que deve entregar ou
restituir ao credor; os riscos, inclusive de seu perecimento, passam para o credor;
c) obriga o credor a ressarcir ao devedor as despesas efetuadas com a conservação da
coisa após o início da mora; enquanto não for ressarcido, o devedor tem direito de retenção
sobre a coisa;
d) sujeita o credor a receber a coisa, no valor mais favorável ao deve​dor, se tiver havido
variação após o início da mora;
e) interrompe a fluência dos juros, inclusive compensatórios, ou penas convencionais,
exceto a atualização monetária, que continua exigível (STJ, REsp 43 7652);
f) impede o credor de valer-se da exceção do contrato não cumprido, sob alegação de que o
devedor não cumpriu sua prestação;

PURGAÇÃO DA MORA
. Mesmo em mora, pode o devedor cumprir a prestação ou o credor (se sua for a mora)
recebê-la, pagando os prejuízos a que deu causa: é a purga​ção da mora;
. A purgação alcança o passado, desde o momento em que o adimplemento era devido até
o de satisfazê-lo;
. Em geral, quando a purgação da mora é possível, pode ser requerida no prazo da
contestação;
. Não é possível purgação da mora na hipótese de inadimplemento absoluto, ou seja,
quando o adimple​mento não admitir qualquer atraso, em virtude da natureza da prestação
ou de convenção das partes, ou quando a prestação tornar-se inútil ao credor;
. A purgação da mora do devedor permite o adimplemento tardio, mas, justamente por isso,
é agravado com ônus que recai sobre o devedor, que o atrasou, ou sobre o credor, que
deixou de recebê-lo (art. 401, I, do Código Civil);
- a purgação da mora não se realiza pelo mero adimplemento tardio, pois o devedor
tem de realizar a prestação mais o pa​gamento dos prejuízos que sua demora
causar. O ônus é a reparação do prejuízo sofrido pelo outro figurante da relação
jurídica obrigacional;
. Terceiro pode purgar a mora, nas mesmas condições em que pode adimplir, suportando
todos os encargos que incidem sobre o devedor;
. O credor purga a mora, oferecendo-se a receber o adimplemento e a
responder pelas consequências dela decorrentes até a mesma data (art. 401,
Il, do Código Civil);
- Todavia, purgada a mora do credor, começa a mora do devedor, se este não realizar
imediata​mente a prestação (de dar, restituir ou fazer);

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