Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
15 a 20 de abril de 2018
ANAIS
TEMA
O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação,
Pesquisa e Extensão
Salvador-BA
FEBAB/CBBU- SIBI/UFBA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Reitor
João Carlos Salles Pires da Silva
Vice-Reitor
Paulo César Miguez de Oliveira
Organização
CDD - 020
CDU - 027.7(81)
Evandro Ramos dos Santos
CRB-5/1205
Anais do 20º SNBU- Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
ORGANIZAÇÃO
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (Presidente)
Valdinéia Barreto Ferreira (Coordenação Geral)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (Presidente)
Valdinéia Barreto Ferreira ( Coordenação Geral)
Alícia Duhá Lose (Participação Especial)
Ana Paula Ribeiro (IFBaiano)
Andréia Santos Ribeiro Silva (IFBA)
Bruno Casseb Pessoti (UFOB)
Fernanda Maria Brito Gonçalves Almeida (UFBA)
Lucimar Oliveira Silva (CFB)
Lucio Marques de Queiroz (UFBA)
Fabiana de Jesus Cerqueira (UFRB)
Raquel da Silva Santos (UFSB)
SUBCOMISSÃO DE MONITORIA
Ana Lúcia da Silva Albano (UFBA) Coordenadora
Isabel Cristina Nascimento Santana (UEFS)
Luciana Santos de Menezes (UNEB)
Maria do Carmo Sá Barreto Ferreira (UEFS)
COMISSÃO DE FINANÇAS
Ariston Mascarenhas Júnior (UFBA) Coordenador
Juarez Cardoso da Silva (UFBA)
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (UFBA)
Marilene Luzia Souza Silva (UFBA)
Valdinéia Barreto Ferreira (UFBA)
COMISSÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
Hildenise Ferreira Novo (UFBA/ICI) Coordenadora
Aldinar Martins Bottentuit (UFMA/CFB)
Angélica Conceição Dias Miranda (UFRG/CFB)
Carolina de Souza Santana Magalhães (UFBA/ICI)
Dalgiza Andrade Oliveira (UFMG/CFB)
Ivana Aparecida Borges Lins (UFBA/ICI)
Jaires Oliveira Santos (UFBA/ICI)
Kátia Lúcia Pacheco (UFMG/CFB)
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (UFBA/SIBI)
Márcia Cordeiro Costa (UFMA/CFB)
Maria da Graça Gomes Almeida (UFBA/SIBI)
Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda (UNIRIO/CFB)
Maria Elizabeth Baltar Carneiro de Albuquerque (UFPB/CFB)
Natanael Vitor Sobral (UFBA/ICI)
Raimundo Martins de Lima (UFAM/CFB)
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 19
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 21
PERFIL DOS CONFERENCISTAS E PALESTRANTES CONVIDADOS ................... 25
HOMENAGEM AO PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO LISBOA CARVALHO DE
MIRANDA ......................................................................................................................... 35
DISCURSO DO HOMENAGEADO PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO LISBOA
CARVALHO DE MIRANDA............................................................................................ 39
DISCURSO DA BIBLIOTECÁRIA ELISABET MARIA RAMOS DE CARVALHO .. 45
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A INOVAÇÃO: REFLEXÕES, DEFINIÇÕES E
DESCRIÇÕES ................................................................................................................... 49
Eixo I: Ensino - Comunicações .......................................................................................... 67
AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: CONTEXTO HISTÓRICO E ASPECTOS
CONCEITUAIS ................................................................................................................. 69
AS CINCO LEIS DA BIBLIOTECONOMIA E OS SERVIÇOS DA BIBLIOTECA DO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UFRJ: UM ESTUDO
DE CASO. .......................................................................................................................... 85
A BIBLIOTECA E A PESQUISA CIENTÍFICA NO ENSINO SUPERIOR ................. 99
OS DESAFIOS E CAMINHOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA
NACIONAL DE CURSO DE BIBLIOTECONOMIA EAD: UMA PERSPECTIVA A
PARTIR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ............................................... 113
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO A DISTÂNCIA E AS BIBLIOTECAS DO IFAM 133
AVALIAÇÃO DO MEC/INEP EM BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
DE ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ...................................................................... 147
CURSOS DE GRADUAÇAO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: UM
ESTUDO SOBRE A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA NA AVALIAÇÃO IN LOCO
PELO INEP – 2010-2017 ................................................................................................. 163
A AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO DE UNIVERSIDADES FEDERAIS:
UM ENFOQUE NAS AVALIAÇÕES EXTERNAS IN LOCO DO INEP (2016-2017) . 181
COMPARTILHAMENTO DE ESPAÇO ENTRE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
PÚBLICAS E PRIVADAS............................................................................................... 197
AS BIBLIOGRAFIAS DOS PROGRAMAS DE DISCIPLINAS E A BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA DA FCA ............................................................................................ 211
O PAPEL DA BIBLIOTECA VIRTUAL NA MEDIAÇÃO DO ENSINO À DISTÂNCIA
.......................................................................................................................................... 225
SERVIÇO DE PROCURADORIA INFORMACIONAL COMO APOIO À
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ACERVO ............................................... 235
MAPEAMENTO DO ENSINO DO CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO RDA NAS
GRADUAÇÕES BRASILEIRAS DE BIBLIOTECONOMIA: UMA ANÁLISE DOS
CURSOS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS ............................................................. 254
FRBRIZANDO AS COLEÇÕES A PARTIR DO NÚMERO DE CHAMADA: UMA
APROXIMAÇÃO POSSÍVEL ........................................................................................ 270
POLÍTICA DE INDEXAÇÃO: DISCUSSÕES SOBRE BIBLIOTECAS DA UFPA ... 286
POLÍTICA DE INDEXAÇÃO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS
DAS REGIÕES NORTE E NORDESTE: um estudo diagnóstico ................................. 302
POLÍTICA DE AQUISIÇÃO DE OBRAS PARA PROJETOS PEDAGÓGICOS DE
CURSOS E ACERVO OCIOSO À LUZ DAS LEIS DE RANGANATHAN:
BIBLIOTECA DO INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS CURITIBA . 318
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DA BIBLIOTECA NO DESENVOLVIMENTO DA
COMPETÊNCIA INFORMACIONAL .......................................................................... 329
RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS: O CASO DO REPOSITÓRIO DIGITAL
“LUME” E SUAS FUNCIONALIDADES DE LETRAMENTO E COMPETÊNCIA
INFORMACIONAL ........................................................................................................ 345
ACESSIBILIDADE INFORMACIOAL PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
VISUAL: UM ESTUDO NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE GOIÁS .................................................................................................... 361
A SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DOS MATERIAIS INFORMACIONAIS E O SISTEMA
DE GESTÃO ACADÊMICA E ADMINISTRATIVA: IMPLEMENTAÇÃO E
AVANÇOS ....................................................................................................................... 377
EDUCAÇÃO DO USUÁRIO E COMPETÊNCIA INFORMACIONAL: NOVOS
APORTES PARA O TREINAMENTO DE USUÁRIOS EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS ......................................................................................................... 389
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA EM BIBLIOTECONOMIA: REFLEXÃO SOBRE
UMA METODOLOGIA DE ENSINO ............................................................................ 405
DE BIBLIOTECA A CENTRO DE APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA
A PARTIR DA NECESSIDADE DE INOVAÇÃO DA REDE DE BIBLIOTECAS DA
UNESP DE ACORDO COM AS TENDÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS DE
ENSINO............................................................................................................................ 419
NECESSIDADES INFORMACIONAIS DOS DISCENTES DA FACULDADE DE
AGRONOMIA DA BIBLIOTECA DA UFRA DO CAMPUS DE PARAUAPEBAS-PA
.......................................................................................................................................... 435
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO DE USUÁRIOS: ANÁLISE DE 20 ANOS SOB A
PERSPECTIVA DE INDICADORES INTERNACIONAIS ......................................... 449
PROGRAMA PENAS ALTERNATIVAS: EDUCAÇÃO DO USUÁRIO PARA A
RESPONSABILIDADE SOCIAL - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA .................................................................................. 463
REDES UBÍQUAS PARA QUE? O USO DE APLICATIVOS DIGITAIS NO
CENÁRIO ACADÊMICO ............................................................................................... 477
BIBLIOTECA: AQUI PODE! ......................................................................................... 491
A ATUAÇÃO DA BIBLIOTECA CEH/A NA BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E
DISSERTAÇÕES DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FRENTE AO DESCASO DO GOVERNO ESTADUAL ............................................... 501
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE MATERIAL BIBLIOGRÁFICO DA
UNIVERSIDADE VILA VELHA ................................................................................... 515
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO COMO SUBSÍDIO À
ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS .................................... 525
A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS COMO RECURSOS INFORMACIONAIS
PARA INOVAÇÕES DIDÁTICAS E TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA . 541
INDICADORES DE RESULTADOS NA PRÁTICA DO LETRAMENTO
INFORMACIONAL ACADÊMICO ............................................................................... 557
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO INSTRUMENTO DE APOIO AO
SISTEMA EDUCACIONAL UAB .................................................................................. 569
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O ENSINO DE FONTES DE INFORMAÇÃO:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA................................................................................. 583
PARCERIAS ENTRE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E COLEGIADOS DE
CURSOS DE GRADUAÇÃO: EM FOCO A AVALIAÇÃO DO MEC ....................... 595
NORMALIZAÇÃO DE AUTORIDADE PESSOAL EM REPOSITÓRIO
INSTITUCIONAL ........................................................................................................... 603
NORMALIZAÇÃO DOCUMENTÁRIA E COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA ........................................................................................ 611
RECURSOS INFORMACIONAIS NA UFRJ: CONTRIBUIÇÕES PARA
BIBLIOTECÁRIOS DE REFERÊNCIA ........................................................................ 619
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO E A VISIBILIDADE INSTITUCIONAL
.......................................................................................................................................... 627
Eixo II: Inovação e criação .............................................................................................. 635
AS BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA SOCIEDADE INFORMACIONAL: A
INTERAÇÃO NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA ......................................................... 637
USO E APROPRIAÇÃO DE MÍDIAS SOCIAIS EM BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
FEDERAL: UMA ANÁLISE SOBRE AS COMPETÊNCIAS DO BIBLIOTECÁRIO
NO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (SIBI-
UFPA) ............................................................................................................................... 651
MARKETING ON-LINE NO DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE
REFERÊNCIA VIRTUAL EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO: ANÁLISE DOS
SITES DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS PÚBLICAS DE SÃO LUÍS – MA . 665
A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS EM BIBLIOTECAS DA UFRN .................. 681
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO AUXILIAR DE BIBLIOTECA E PELO
TÉCNICO EM BIBLIOTECONOMIA .......................................................................... 697
Eixo II: Inovação e criação ............................................................................................. 713
BARREIRAS A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS NO BRASIL ................................................................................... 713
DESAFIOS a INOVAÇÃO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS NO BRASIL ... 722
BIBLIO CHATBOT: UM ROBÔ PARA A BIBLIOTECA ........................................... 729
CURSO DE NORMALIZAÇÃO A DISTÂNCIA: TECNOLOGIAS WEB COMO
SUPORTE A COMPETÊNCIA INFORMACIONAL DE USUÁRIOS DE
BIBLIOTECA .................................................................................................................. 741
GESTÃO DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
ASPECTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS ...................................................................... 771
GUIA DA INCLUSÃO: UMA INOVAÇÃO PARA INCLUSÃO SOCIAL .................. 787
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO COLEÇÃO ESPECIAL: UMA
EXPERIÊNCIA NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA ............................................... 799
LABORATÓRIO DE CARREIRAS – LABCAR: INOVAÇÃO E
EMPREENDEDORISMO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA ............................... 813
MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA
AMAZÔNIA..................................................................................................................... 823
O USO DE PLATAFORMAS ABERTAS POR BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
UMA DISCUSSÃO INTRODUTÓRIA .......................................................................... 839
O USO DOS DISPOSITIVOS DE COMUNICAÇÃO DA WEB SOCIAL PARA A
MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO NOS ARQUIVOS E NAS BIBLIOTECAS ........... 849
IDEIAS DE SUSTENTABILIDADEEM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: CASO
DA BIBLIOTECA CENTRAL DO CAMPUS DO PICI, DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ................................................................................................... 863
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO A PARTIR DA APLICAÇÃO DA ANÁLISE
SWOT ............................................................................................................................... 875
SERVIÇOS DE PUBLICAÇÃO POR BIBLIOTECAS ................................................. 889
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E O BIBLIOTECÁRIO DO FUTURO ........... 899
UM ESTUDO SOBRE COOPERAÇÃO BIBLIOTECÁRIA BASEADO EM ANÁLISE
BIBLIOMÉTRICA .......................................................................................................... 933
UNIDADES DE INFORMAÇÃO COMO LUGARES DE APRENDIZAGEM: A
TENDÊNCIA MAKER ..................................................................................................... 947
BIA: UM ESTUDO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ASSISTENTE VIRTUAL
DAS BIBLIOTECAS PUC-RIO ...................................................................................... 985
A MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO E A APLICAÇÃO DAS REDES SOCIAIS PELAS
BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ........................... 1139
A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS EM BIBLIOTECAS DA UFRN ................ 1151
BIBLIOTECA HABITADA : RELATO DA COMEMORAÇÃO DA SEMANA
NACIONAL DO LIVRO E DA BIBLIOTECA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
GOIÁS- REGIONAL CIDADE DE GOIÁS ................................................................. 1167
BIBLIOTECA, IDENTIDADE E REDES SOCIAIS: O USO DAS FERRAMENTAS DE
MARCAÇÃO NA FAN PAGE DO SISBI/UEFS NO FACEBOOK ............................ 1181
ESTRATÉGIA DE MARKETING DIGITAL PARA A BIBLIOTECA SETORIAL
ESPECIALIZADA DA ESCOLA DE MÚSICA PADRE JAIME ............................... 1193
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO DIGITAL
PARA O SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP (SBU)................................. 1225
REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA ............................................................. 1239
REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
AMAZONAS - RI-UEA ................................................................................................. 1246
O PANORAMA DOS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS DAS UNIVERSIDADES
FEDERAIS BRASILEIRAS DAS REGIÕES SUL E CENTRO-OESTE: UMA
ANÁLISE COMPARATIVA......................................................................................... 1253
O USO DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS E DIGITAIS: O PERFIL DO
CONHECIMENTO E PREPARO DOS FUTUROS PROFISSIONAIS
BIBLIOTECÁRIOS....................................................................................................... 1267
PAPÉIS (RE)EDITADOS: O BIBLIOTECÁRIO E A ATUAÇÃO EM PROJETOS
EDITORIAIS ................................................................................................................. 1283
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UMA BREVE ANÁLISE DA BSSN/UFAM.............................. 1297
QUALIDADE DE SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: ANÁLISE
DAS BIBLIOTECAS CENTRAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
E UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO NA PERSPECTIVA DA ISO
11620:2014 E DO MODELO SERVQUAL ................................................................... 1309
ACERVO DE PARTITURAS: GERENCIAMENTO DIGITAL ................................ 1325
INOVAÇÃO NO SERTÃO: A MEDIAÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ –
CAMPUS PAULISTANA .............................................................................................. 1335
INTEGRAÇÃO DA PLATAFORMA COLABORATIVA WIKIPAMPA NO SISTEMA
DE BIBLIOTECAS EM UMA UNIVERSIDADE MULTICAMPI ............................ 1351
MIGRAÇÃO DE DADOS ENTRE SISTEMAS GERENCIADORES DE
BIBLIOTECA: UMA EXPERIÊNCIA DO SOFTWARE PHL PARA O KOHA NA
BIBLIOTECA DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................. 1367
O USO DE APLICATIVO DE MENSAGEM NAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO DE CASO NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA DA
BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO
DE JANEIRO (IF/UFRJ) .............................................................................................. 1383
OBRAS RARAS ONLINE: UM SERVIÇO DIGITAL DA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
........................................................................................................................................ 1395
USO DE MÍDIAS SOCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: RELATO DE
EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
........................................................................................................................................ 1411
AQUISIÇÃO ON LINE, UMA INOVAÇÃO NAS BIBLIOTECAS DA PUCPR – 2017
........................................................................................................................................ 1427
AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS VISTAS SOB A PERSPECTIVA DE
CENTROS CULTURAIS: INFORMAR, DISCUTIR E CRIAR. ............................... 1435
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO EQUIPAMENTO DE (IN)FORMAÇÃO:
LEVANTAMENTO DE FONTES PARA EDUCAÇÃO ETNICORRACIAL NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS .................................................................... 1453
AÇÃO CULTURAL EM BIBLIOTECAS DE ENSINO SUPERIOR: UM ENFOQUE
NAS EXPOSIÇÕES CULTURAIS ............................................................................... 1471
LABORATÓRIO DE PRODUÇÃO DE VÍDEO EM BIBLIOTECAS ....................... 1513
GESTÃO DA INFORMAÇÃO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: PROJETO
COLETAR ..................................................................................................................... 1527
MAPEAMENTO E MENSURAÇÃO DE COMPENTENCIA NA BIBLIOTECA
CT/UFRJ ........................................................................................................................ 1541
O SERVIÇO DE DIVULGAÇÃO DAS NOVAS AQUISIÇÕES EM UMA
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ........................... 1555
CLUBE DO LIVRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS - CAMPUS MAUÉS ............................... 1569
REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO DE CASO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA ........................................... 1581
DEMONSTRATIVO DAS AÇÕES PARA O ATENDIMENTO AO NOVO
INSTRUMENTO DO INEP/MEC: ADEQUAÇÕES DA BIBLIOGRAFIA, SERVIÇOS
E RECURSOS DIGITAIS EM UMA IES ..................................................................... 1597
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA PARA APOIAR O
APRENDIZADO DOS FORMATOS MARC 21: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
........................................................................................................................................ 1611
DESENVOLVIMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PORTAL DE PERIÓDICOS UFPEL
........................................................................................................................................ 1627
RELATO DE EXPERIÊNCIA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPB: A INOVAÇÃO E
RENOVAÇÃO DOS SERVIÇOS, PRODUTOS E AMBIENTES INTERNOS .......... 1635
AQUISIÇÃO ON LINE, UMA INOVAÇÃO NAS BIBLIOTECAS DA PUCPR – 2017
........................................................................................................................................ 1647
AÇÕES DA SEÇÃO DE REFERÊNCIA: INOVANDO ATRAVÉS DAS TICS ........ 1655
CULTURA DIGITAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ............................... 1663
DINÂMICA DAS COLEÇÕES NO REPOSITÓRIO DIGITAL DE UMA
UNIVERSIDADE ........................................................................................................... 1671
FOLKSONOMIA RESTRITA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA BU/UFSC ......... 1681
MÍDIAS SOCIAIS NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A COMPETÊNCIA EM
INFORMAÇÃO ............................................................................................................. 1691
O REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO
CIENTÍFICA NA PÓS-GRADUAÇÃO........................................................................ 1697
PROPRIEDADE INDUSTRIAL, INOVAÇÃO E PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA.
........................................................................................................................................ 1705
RECURSOS DA REALIDADE AUMENTADA APLICADA EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS ....................................................................................................... 1713
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFAM: EXPLORANDO A REFERÊNCIA
VIRTUAL POR CHAT ................................................................................................. 1721
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO INOVANDO
BIBLIOTECAS .............................................................................................................. 1731
GESTÃO DE SISTEMA DE BIBLIOTECAS NO DESENVOLVIMENTO DE
SERVIÇOS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS ............................ 1739
CONTROLE DE QUALIDADE E PADRONIZAÇÃO DE METADADOS EM
REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: O CASO DO REPOSITÓRIO DIGITAL FGV
........................................................................................................................................ 1747
A ELABORAÇÃO DO MANUAL DE PROCESSOS TÉCNICOS DA BU/UFSC ..... 1755
DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO BASEADA EM PROJETOS DE
DOCENTES: PROPOSTA DE SERVIÇO PARA A BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS
JURÍDICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) ..................... 1763
Eixo III - Pesquisa e Extensão............................................................................................1770
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO BIBLIOTECÁRIO SOB A PERSPECTIVA DA
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA ................................................................................ 1771
ANÁLISE COMPARATIVA DE BASES DE DADOS PARA SELEÇÃO EM
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS............................................................................ 1787
AVALIAÇÃO CENTRADA NO USO DAS COLEÇÕES: ESTUDO PILOTO NA
COLEÇÃO DE LASTRO PELO MÉTODO DE FATOR DE USO E REGRA 80-20 1803
AVALIAÇÃO DE SITES DE BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE
ENSINO SUPERIOR (IFES) COM BASE NO CRITÉRIO DE USABILIDADE:
ANÁLISE EMPÍRICA DE AMOSTRA SELECIONADA. ......................................... 1817
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O DESAFIO DE GERIR PESSOAS EM
AMBIENTE PÚBLICO: PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO PÚBLICO INTERNO
COM NOVA GESTÃO NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), PARAÍBA, BRASIL ........................ 1830
GESTÃO DE DADOS DE PESQUISA: UM NOVO DESAFIO DAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS ....................................................................................................... 1857
INICIAÇÃO CIENTÍFICA E O MATERIAL INFORMACIONAL EM BIBLIOTECA
........................................................................................................................................ 1871
MAPEAMENTO DAS LICENÇAS DE USO ADOTADAS EM PERIÓDICOS
ABERTOS DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ........................................................... 1881
SERVIÇOS ON-LINE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS
BRASILEIRAS: ESTUDO DA DISPONIBILIDADE .................................................. 1911
SOBRE AUTORIDADES E IDENTIFICADORES ÚNICOS ..................................... 1927
BIBLIOTECA DIGITAL: GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ....... 1943
LIVROS DIGITAIS E BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: SOBRE MODELOS DE
NEGÓCIOS E FORMAS DE ACESSO AO CONTEÚDO .......................................... 1953
MODELAGEM DE DADOS DE CURADORIA DIGITAL: ALGUMAS APLICAÇÕES
NO BRASIL ................................................................................................................... 1969
MARKETING PARA REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: UM ESTUDO PARA O
MEMORIA – REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DO IFRN ..................................... 1983
POLÍTICAS DE ACESSO ABERTO PARA UNIVERSIDADES BRASILEIRAS: UM
OLHAR SOB A ÓTICA DO REGIME DE INFORMAÇÃO E DA POLÍTICA DE
INFORMAÇÃO EM REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS ...................................... 1997
PRÁTICAS DE DISPONIBILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: CONTRIBUIÇÃO À POLÍTICA
INSTITUCIONAL DE ACESSO ABERTO1 ................................................................ 2011
CURSOS E PERCURSOS DA BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DOS
VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI .............................................................. 2025
A CONSTRUÇÃO DE REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS EM
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS............................................................................ 2041
ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA DA UDESC BALNEÁRIO CAMBORIÚ:
UMA VISÃO SOBRE A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E ASPECTOS
RELACIONADOS À ANSIEDADE DE INFORMAÇÃO ........................................... 2055
USER STUDIES OF THE LIBRARY OF UDESC BALNEÁRIO CAMBORIÚ: A VISION
ON A UNIVERSITY LIBRARY AND ASPECTS RELATED TO INFORMATION
ANXIETY ........................................................................................................................ 2055
O AUTOARQUIVAMENTO NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: UM ESTUDO DE CASO DO CURSO DE
MESTRADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO ..................................................... 2071
O LUGAR DA COMUNICAÇÃO NO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS .................................................................... 2087
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS VISITANTES NO ESTANDE DO
CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA NO CONGRESSO BRASILEIRO
DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, FORTALEZA, CEARÁ ............ 2099
O LUGAR DA MEMÓRIA NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: O CASO DO
MEMORIAL DENIS BERNARDES ............................................................................ 2109
OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA: PRESERVAÇÃO E TECNOLOGIA A
FAVOR DA MEMÓRIA ............................................................................................... 2119
PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ACESSO ABERTO: O ANTES E O DEPOIS DA
INICIATIVA DE BUDAPESTE.................................................................................... 2131
PROPOSTAS DE PLANO DE MARKETING PARA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA: SUGESTÕES A SEREM IMPLEMENTADAS NA BIBLIOTECA
CENTRAL ZILA MAMEDE (BCZM/UFRN) ............................................................. 2147
A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DO INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS DO CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS, DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2012-2016 .................. 2163
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO COMO SUPORTE À
ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: DIÁLOGOS E
POSSIBILIDADES ........................................................................................................ 2179
A ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO NOS PPGCI DAS
UNIVERSIDADES NORDESTINAS ............................................................................ 2195
A QUALIDADE DOS SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS NA
PERCEPÇÃO DOS GESTORES .................................................................................. 2209
ANÁLISE DE CITAÇÕES DOS ARTIGOS PUBLICADOS NA REVISTA ARQUIVOS
EM ODONTOLOGIA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFMG ........... 2225
AS TIC NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE
LITERATURA ............................................................................................................... 2241
BIBLIOTECA DA UFPR LITORAL NO FACEBOOK: RELATO DE EXPERIÊNCIA
E ESTRATÉGIAS DE PUBLICAÇÃO ........................................................................ 2257
COLEÇÕES DE USO CORRENTE E COLEÇÕES RARAS/ESPECIAIS: ONDE
COMEÇA E ONDE TERMINA O ESPAÇO PARA CADA UM NAS PRATELEIRAS
DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA? ....................................................................... 2275
DESENVOLVIMENTO DE TUTORIAL PARA POVOAMENTO DA COLEÇÃO DE
ARTIGOS DE PERIÓDICOS NO ARCA - REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA
FIOCRUZ....................................................................................................................... 2287
ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA ................................................................................................ 2301
FERRAMENTAS E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO VIRTUAL DISPONÍVEIS EM
WEBSITES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS ...................... 2315
FURTO DE OBRAS RARAS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ................... 2327
INFORMAÇÃO E AMBIENTE NOS CURSOS DE BIBLIOTECONOMIA
BRASILEIROS .............................................................................................................. 2343
LOS ESTUDIOS MÉTRICOS, DE USUARIOS Y EL CONTROL DE AUTORIDAD
EN LA RECUPERACIÓN DE INFORMACIÓN DE LA BIBLIOTECA
UNIVERSITARIA ......................................................................................................... 2357
O LINKED DATA E OS DADOS DE AUTORIDADE DAS BIBLIOTECAS DE
UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO ............................... 2367
O USO DA FERRAMENTA LIVRE OMEKA PARA APRESENTAÇÃO DE
COLEÇÕES DIGITAIS EM BIBLIOTECA ................................................................ 2383
OS ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA E SUAS COMPETÊNCIAS NO USO
DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ............................. 2391
PATRIMÔNIO BIBLIOGRÁFICO E DOCUMENTAL: O PAPEL DA BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS ....................................................................................................... 2403
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA ...................................................................................... 2417
PRODUTIVIDADE CIENTÍFICA: ESTUDO DA BIBLIOTECA DA QUIMICA
USP/SÃO CARLOS ....................................................................................................... 2427
REFLEXÕES PARA REVISÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS EM FACE DA
MISSÃO DA BIBLIOTECA ......................................................................................... 2435
REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO DAS DISSERTAÇÕES DO PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE
MULHERES, GÊNERO E FEMINISMO: UM OLHAR SOBRE OS TERMOS
INDEXADOS NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UFBA ............................ 2447
PERCEPÇÃO DE BIBLIOTECÁRIOS QUANTO A DOCUMENTOS
INSTITUCIONAIS E CAPACITAÇÕES EM INDEXAÇÃO ..................................... 2463
RECURSOS ELETRÔNICOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: PANORAMA
MUNDIAL...................................................................................................................... 2479
ALFABETIZAR PARA LIBERTAR: TRANSFORMANDO CIDADÃOS POR MEIO
DA ALFABETIZAÇÃO ................................................................................................ 2493
BIBLIOTECA 24 HORAS: ALGUMAS REFLEXÕES E PROSPECTOS ................ 2503
EMPREENDEDORISMO, AGENDA 2030 E ADVOCACY: REFLEXÕES SOBRE A
PRÁTICA COLABORATIVA ENTRE OS BIBLIOTECÁRIOS ............................... 2513
PRÁTICAS EXTENSIONISTAS NO ÂMBITO DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA:
AÇÕES EMPREENDIDAS ........................................................................................... 2529
A ORGANIZAÇÃO DA BIBLIOTECA DA ASSOCIAÇÃO DOS REMANESCENTES
DOS QUILOMBOLAS ILHA DE SÃO VICENTE/TO ............................................... 2545
A PRÁTICA DISCENTE NA DOCÊNCIA DA DISCIPLINA “ORGANIZAÇÃO E
ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS II” NO BACHARELADO EM
BIBLIOTECONOMIA DA UNIRIO ............................................................................ 2559
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DA BIBLIOTECA PADRE FELIX ZAVATTARO
2573
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR: O CASO DA BIBLIOTECA
JOSÉ DE ARIMATÉIA PEREIRA NO IFRN CAMPUS NATAL-ZONA NORTE ... 2587
BIBLIOTECAS EM REDE: ANÁLISE DE FANPAGES DE BIBLIOTECAS DE
UNIVERSIDADES FEDERAIS DO CENTRO-OESTE .............................................. 2603
CENTENÁRIO DO FUNDADOR DO INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO
DE GÓES: NOS BARANGANDÃS DE CARMEM MIRANDA A DESCOBERTA DE
UM CIENTISTA - COMPOSITOR .............................................................................. 2619
CLUBE DE LEITURA DA BCE: RELATO DE UMA AÇÃO CULTURAL NA
BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (BCE/UnB) ......... 2631
DIGITALIZAÇÃO E TRATAMENTO TÉCNICO DE ACERVO FOTOGRÁFICO:
RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL DA
EESC/USP ...................................................................................................................... 2647
LEITURAS NA CORDELTECA DA FACULDADE DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DA UERJ: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
........................................................................................................................................ 2659
REDES E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: UM OLHAR SOBRE O SISTEMA DE
BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (SIBI/UFBA) .......... 2671
RESPONSABILIDADE SOCIAL EM BIBLIOTECAS: O PROJETO BIBLIOTECA
SOLIDÁRIA DO CAMPUS RIO DE JANEIRO DO IFRJ ......................................... 2685
“BIBLIOTECA VIVA”: SABERES, CIÊNCIAS E VIVÊNCIAS NA EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA ......................................................................................................... 2697
ATIVIDADES DE EXTENSÃO DE UMA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: RELATO
DE EXPERIÊNCIA ....................................................................................................... 2713
CURSO DE EXTENSÃO SUPER 8: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA .................. 2727
TRANS-FORMAÇÃO. ACESSO A INFORMAÇÃO E INCLUSÃO DE GÊNERO:
ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA CRIAÇÃO DE UMA
BIBLIOTECA PARA ATENDER TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E TRANSGÊNEROS
EM SITUAÇÃO DE RISCO EM BELO HORIZONTE: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA ............................................................................................................. 2741
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UMA
ABORDAGEM A PARTIR DAS PESQUISAS NO CAMPO DA CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO ............................................................................................................. 2751
ENTRE LIVROS E COBOGÓS: O USUÁRIO DA BIBLIOTECA JOAQUIM
CARDOZO COMO PROTAGONISTA DE AÇÕES CULTURAIS ........................... 2787
PROJETO BIBLIOTECA VIVA: REVENDO OS CONCEITOS E ........................... 2797
RENOVANDO OS ESPAÇOS ...................................................................................... 2797
UMA CONVERSA POSSÍVEL: BIBLIOTECÁRIO E USUÁRIO NA ESTEIRA DA
ALTERIDADE ............................................................................................................... 2813
LIVRO DIGITAL VERSUS LIVRO IMPRESSO: UMA PARCERIA INTERESSANTE
PARA AS BIBLIOTECAS ............................................................................................ 2821
O CICLO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL E AS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS ....................................................................................................... 2829
O CICLO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL E AS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS ....................................................................................................... 2837
UMA CONVERSA POSSÍVEL: BIBLIOTECÁRIO E USUÁRIO NA ESTEIRA DA
ALTERIDADE ............................................................................................................... 2845
A PRESENÇA DOS ESTUDOS DE BIBLIOTECAS DE GOVERNO NAS
MONOGRAFIAS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA ............................................ 2853
ACERVO DA ÁREA MÉDICA: RECUPERAÇÃO, ACESSO E USO DE SUAS OBRAS
NA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ...................................................... 2861
ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO
PROJETO DESENVOLVIDO PELO SISTEMA DE BIBLOTECAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO ............................. 2869
GESTÃO DE PROJETOS DE PESQUISAS CIENTÍFICAS: 5W2H E
FLUXOGRAMAS .......................................................................................................... 2879
IMPORTÂNCIA DO PORTAL DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PARA A COMUNIDADE DISCENTE
........................................................................................................................................ 2887
LIVRO OU E-BOOK: UMA QUESTÃO DE SUSTENTABILIDADE ....................... 2895
MAPEAMENTO TEMÁTICO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO CURSO DE
TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE DO INSTITUTO FEDERAL DE
MINAS GERAIS-CAMPUS OURO PRETO: ESTUDO CIENTOMÉTRICO .......... 2903
PROMOVENDO A LEITURA E A CIDADANIA: O PAPEL DA BU JUNTO A SUA
COMUNIDADE – O CASO DA BIBLIOTECA DO LITORAL DA UFPR ............... 2911
AÇÃO CULTURAL COMO TEMA DO CURSO DE DINAMIZAÇÃO DE
BIBLIOTECAS .............................................................................................................. 2919
AÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL CÂNDIDO ACRÍSIO
DA COSTA EM CEDRO - CE: HOMENAGEM AO DIA NACIONAL DO LIVRO 2927
ENTREARTES: A TRILHA CULTURAL DA USP .................................................... 2935
OS BASTIDORES DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: NÚCLEO DE
EDITORAÇÃO .............................................................................................................. 2945
A ATIVIDADE DE EXTENSÃO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: UMA
PROPOSTA DE CAPACITAÇÃO PARA OS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
DE ENSINO DE ÓBIDOS-PA....................................................................................... 2953
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E AS AÇÕES PARA PROMOÇÃO DOS
DIREITOS SOCIAIS DAS MULHERES: A TROCA DE EXPERIÊNCIAS COMO
INSTRUMENTO PARA O EMPODERAMENTO FEMININO ................................. 2963
AÇÃO CULTURAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: DIÁLOGO ENTRE
EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL ................................................................. 2971
AÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA EM COMEMORAÇÃO
AO DIA NACIONAL DA CIÊNCIA ............................................................................ 2979
AÇÕES CULTURAIS DESENVOLVIDAS NA CORDELTECA GONÇALO
FERREIRA DA SILVA ................................................................................................. 2985
BIBLIOTECA, UM ESPAÇO DA PLURALIDADE: “LIGA DO SIB”...................... 2991
BIBLIOTECA E DOCENTES EM EXPERIÊNCIAS CULTURAIS DE EXTENSÃO
........................................................................................................................................ 2999
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO COMO AÇÃO DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ..................................................... 3007
EXTENSÃO CULTURAL: UMA PRÁTICA NA BIBLIOTECA DA QUÍMICA SÃO
CARLOS – USP ............................................................................................................. 3015
INDICADORES SOBRE EVENTO NA BIBLIOTECA CENTRAL USP RIBEIRÃO
PRETO ........................................................................................................................... 3023
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFGD:
RELATO DE EXPERIÊNCIA ...................................................................................... 3033
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE USUÁRIOS PARA A PESQUISA
CIENTÍFICA EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE - SEDE BOTÂNICO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ....... 3041
PROJETO DOM QUIXOTE: BIBLIOTECA ANDANTE .......................................... 3049
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO DE EXTENSÃO „BIBLIOTERAPIA
PARA OS PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE
BARROS BARRETO (HUJBB)‟ ................................................................................... 3055
SEMANA CULTURAL DA FACISB: UMA TROCA DE SABERES ........................ 3063
SILÊNCIO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA HUGO DANTAS DE OLIVEIRA:
EU APOIO ..................................................................................................................... 3071
19
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
1
Superintendente do Sistema Universitário de Bibliotecas (SIBI/UFBA) e Presidente do XXSNBU, 2018.
Professora do Instituto de Ciência da Informação / UFBA.
2
Professor do Instituto de Ciência da Informação / UFBA, relator de atividades da Comissão Técnico-Científica do
XXSNBU.
22
PALESTRANTES
Fabíola Caires
http://lattes.cnpq.br/2088168798498613
Engenheira Mecânica graduada em 2014 pela Universidade Federal da Bahia. Trabalha com
Engenharia de Produto na Empresa Magna Seating, desenvolvedora e fornecedora de assentos
automotivos. Experiência internacional, tendo participado do European Project Semester na
Noruega e do programa Ciências Sem Fronteiras nos EUA.
33
Excelentíssimo Prof. Dr. João Carlos Salles Pires da Silva, Magnífico Reitor da
Universidade Federal da Bahia, Digníssima Profª. Lídia Maria Batista Brandão Toutain,
Presidente do XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias Ilustríssimos Componentes
da Mesa, demais autoridades, Senhoras e Senhores.
Boa noite!
É com imensa satisfação que tenho a honra de prestar esta justa homenagem ao Professor
Doutor Antônio Lisboa Carvalho de Miranda, nesta solenidade de abertura do XX Seminário
Nacional de Bibliotecas Universitárias, edição 2018.
Falar sobre Miranda – permita-me assim, Mestre, decliná-lo pelo sobrenome com tanta
intimidade. Não é uma tarefa das mais fáceis, pois, estamos diante de uma das personalidades
ilustres do Brasil. Quer pela sua condição de ocupante de diversos cargos na sua trajetória
profissional, como por exemplo, Primeiro Diretor e Organizador da Biblioteca Nacional de
Brasília, quer pelo seu vasto cabedal de conhecimentos, como doutor, poeta, dramaturgo,
escultor, poliglota, escritor que já publicou romances, poesias e peças teatrais, em vários países,
quer pelo seu lado humano, como colecionador de raridades e de plantas, quer pela sua
performance, na abordagem de assuntos dos mais diversos, sempre com bom-humor e muitas
histórias para contar, na sua condição de cidadão do mundo.
Enquanto cientista da informação, nome mais adequado para quem lida com o imenso
leque de competências nos dias de hoje. Além daquelas afeitas ao conceito stricto sensu do
profissional bibliotecário, Miranda conheceu todo o processo evolutivo deste universo,
tornando-se ao longo dos anos uma das principais referências nesta área.
Antônio Lisboa Carvalho de Miranda é maranhense, nascido em Bacabal. Sua formação
em Biblioteconomia foi na Universidade Central da Venezuela, tornou-se Mestre em
Biblioteconomia pela Loughborough University of Technology (LUT), Inglaterra. Tornou-se
Doutor em Ciência da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP).
Sua experiência profissional, devido à amplitude, não caberia ser citada integralmente
nessa singela homenagem, pelas limitações que o tempo impõe. Assim, peço desculpas por não
declinar cada atividade desenvolvida, mas pinçar algumas, dentre tantas.
36
Doutor Antônio Miranda, tem sido orientador, de muitas teses e pesquisas. Eu, como
outros colegas presentes neste auditório, tivemos a honra de sermos orientados por ele. Uma
característica marcante da personalidade dele é o entusiasmo e o compromisso com as suas
atribuições, com a sociedade, com o seu país. No meu caso, após a defesa da dissertação de
Mestrado, ele me incentivou muito para a publicação do livro Custo na Gestão da Informação,
que, aliás, foi lançado no XIV SNBU, em 2006.
Dr. Antônio Miranda foi um grande incentivador da criação do curso de Mestrado na
Universidade Federal da Bahia em convênio com a Universidade de Brasília (UnB).
Nesta oportunidade, quero agradecer em meu nome e em nome dos profissionais que
tiveram o privilégio de receber sua orientação e criativas sugestões.
É por esta razão que neste dia 16 de abril de 2018, o XX Seminário Nacional de
Bibliotecas Universitárias presta esta justa homenagem ao Professor Doutor Antônio Lisboa
Carvalho de Miranda.
Aproveito a oportunidade para agradecer à Universidade Federal da Bahia, à Comissão
Organizadora do XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias e especialmente à Profª.
Drª. Lídia Maria Batista Brandão Toutain pela oportunidade de estar prestando esta homenagem.
Muito obrigada.
Regina Silva Tonini
38
39
Devo confessar que eu não sabia dessa homenagem. Não vi em lugar nenhum. Foi uma
surpresa para mim.
Eu fui convidado para dar uma palestra, e preparei a palestra, mas, ao mesmo tempo, eu
estava concluindo um livro profissional, que estou lançando agora no segundo semestre, em
edição impressa e edição digital pela Amazon.com.
E, quando eu chego aqui, fui noticiado dessa homenagem. Confesso – exponencialmente
emocionado com isso.
Só quero fazer uma breve consideração.
Eu sou nordestino. Minha família tomou um ica no Norte e foi para o Rio morar. E eu
passei toda a minha vida em bibliotecas, desde criança. Morava no Rio de Janeiro; no colégio
primário, frequentava biblioteca naturalmente. Vivia na biblioteca o tempo todo. Inclusive,
comecei a fazer meus livros manualmente, desenhando quando era criança.
Na minha página na web, você tem a oportunidade de ver as loucuras que eu fazia desde
aquela época – e continuo fazendo. Vida de artista, tem que usar a mão. Depois, eu fui para uma
biblioteca pública, no Rio Comprido, no Rio de Janeiro. E na minha página, vocês vão ver que
eu li mais de 100 livros naquela biblioteca. Era realmente um maníaco, mais do que um leitor.
Vivia efetivamente na biblioteca.
Fiz meu curso de graduação; comecei na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, nos
porões; terminei na Venezuela, me autoexilando, na época da ditadura. Concluí, trabalhei na
Biblioteca Nacional da Venezuela. Depois de fazer mestrado na Inglaterra etc etc etc, eu vou
declinar minha biografia.
O que eu quero dizer é que a biblioteca, realmente, faz parte da minha vida. Estou
completando agora, em agosto, 78 anos de vida, 70 de biblioteca.
E, para concluir, Regina falou de uma peça de teatro que eu montei na Venezuela,
espetáculo poético-musical e lá está meu slogan de vida, que eu quero concluir aqui no
pronunciamento. Diz, em espanhol, ―Persigo la imagen que hice de mi y siempre estoy em
deuda conmigo mismo‖, ―Persigo a imagem que tenho de mim e sempre estou em dívida
comigo mesmo‖.
Muito obrigado!
40
41
É com grande emoção e sentimento de gratidão, que me expresso dizendo: ―Graças vos
dou meu Deus por estar vivendo este grande momento.‖
Quero iniciar meu agradecimento expressando minha gratidão à Universidade Federal da
Bahia, à Comissão Organizadora do XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias e
especialmente à Profª. Drª. Lídia Maria Batista Brandão Toutain.
Preciso fazer uma pequena viagem no tempo, pois, tenho muito a agradecer a muitas
pessoas que fizeram e fazem parte da minha história. Para iniciar, agradeço a nossa querida
colega e amiga Elizabet Maria Ramos de Carvalho, pela generosidade das suas palavras, e
preciso dizer publicamente, que ela tem sido um dos ícones da nossa profissão, que tem servido
como paradigma para mim e para muitos outros profissionais da nossa área, por muito que
procurou realizar, tanto na Petrobras como no movimento associativo nacional e internacional,
bem como o nosso querido homenageado Prof. Dr. Antônio Lisboa Carvalho de Miranda ao
qual tivemos a honra de prestar uma homenagem ontem na cerimônia de abertura do XX SNBU
2018.
Nesta viagem pelo passado, preciso agradecer também à colega e amiga, Solange
Chastinet Guimarães, bibliotecária da Fundação Fernandes da Cunha, profissional que foi um
dos meus exemplos de atuação no movimento associativo. Quero lhe agradecer Solange, por
você, quando ainda éramos estudantes do curso pedagógico, ter me incentivado e emprestado os
livros que estudei para fazer o vestibular de Biblioteconomia. Lá se vão muitos anos, mas a
gratidão é eterna.
Preciso agradecer à bibliotecária Margarida Pinto de Oliveira, à memória da Profª.
Eurydice Pires de Santana, elas me incentivaram e orientaram para organizar o primeiro
Catálogo de Teses da Fundação Gonçalo Moniz, e proporcionaram a oportunidade de fazer o
lançamento em um evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Num
início de carreira com um apoio realmente muito especial.
Agradeço ainda à colega e amiga Profª. Drª. Marilene Abreu Barbosa que, quando ainda
éramos estudantes, ela me representou na ocasião em que fui agraciada com a medalha de ouro
da maratona intelectual das Olimpíadas da Primavera. Daí em diante, tivemos oportunidades de
escrever artigos em colaboração e apresentar trabalhos em eventos profissionais.
42
Quero agradecer às colegas Maria Brito e Lindaura Alban Corujeira, que naquela época
eram profissionais muito atuantes, foram grandes incentivadoras para que eu participasse do
movimento profissional e associativo. Lindaura, como eu sou agradecida a você!
Neste momento, preciso lembrar e agradecer à memória da bibliotecária Adalgisa Moniz
de Aragão, naquela época, ela foi criadora e Diretora do Sistema de Bibliotecas do Estado da
Bahia. Eu estava iniciando a minha carreira e ela confiou em mim, me destingiu com o cargo de
Bibliotecária Responsável pela implantação do Setor Audiovisual da Biblioteca Central do
Estado, hoje Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Meus agradecimentos, com muita honra,
pela sua memória, e pelas referências naquela época!
Tenho muito que agradecer às colegas Conceição Gama Santos e Sônia Vieira pela
parceira e colaboração quando coordenei o Grupo de Bibliotecários (GBIDT) e quando presidi a
Comissão Brasileira de Informação e Documentação Tecnológica (CBDT). Como
trabalhávamos com aquele ânimo! Hem, gente? Hem, Ceiça? É muito bom lembrar esses
momentos. A emoção é muito grande, mas a gente não pode deixar de se referir a coisas tão
significativas tão importantes.
Foram muitas as colaborações recebidas, por isto, quero agradecer também à
administradora e bibliotecária Elizete Pereira Sá, colega, amiga e colaboradora de artigos
publicados e eventos participados. Foi Elizete quem me convidou, ou melhor, me convenceu a
participar da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. A escrevermos artigos e
apresentarmos trabalhos em eventos da área empresarial.
Na Petrobras, além do agradecimento à bibliotecária Elizabet Carvalho que é um
verdadeiro ícone como o Prof. Dr. Antônio Lisboa Carvalho de Miranda. Na Petrobras, a, quero
expressar minha reverência em memória da Bibliotecária Noreth Calmon de Cerqueira Ribeiro e
não posso deixar de registrar meus agradecimentos aos senhores José Sérgio Gabrielli, Richard
Olm, Walter Brito, Paulo Roberto Rego Lopes, Antônio Sérgio Santana que nas suas gestões,
um como presidente e outros como gerentes da Petrobras, sempre prestigiaram o trabalho do
Bibliotecário.
Quero expressar, mais uma vez meu especial agradecimento à Profª. Drª. Lídia Maria
Batista Brandão Toutain pelo incentivo para que eu cursasse o mestrado e continuasse
colaborando com o movimento associativo. Foram muitas as colaborações preciosas. Mais uma
vez, registro o meu agradecimento ao meu orientador Dr. Antônio Lisboa Carvalho de Miranda
pelos conselhos, pelas orientações e sugestões criativas.
Quero registrar meus agradecimentos também à Profª. Drª Ana Flávia Pereira Medeiros
da Fonseca, ex-gerente do Departamento de Gestão da Informação do Banco Mundial, hoje
43
Reitora do Centro Universitário de João Pessoa (Unipe), por ter possibilitado a minha visita ao
Banco Mundial, para fundamentar os estudos da minha dissertação de mestrado, bem como
agradecer ao Prof. Dr. Roberto Vitro que viabilizou minhas pesquisas na Biblioteca da
Universidade de Maryland.
Agradeço aos meus ex-estagiários, aqui representados pelo bibliotecário e analista de
sistemas Rafael Marinho e pela bibliotecária da Embrapa Lucidalva Pinheiro, por toda confiança
em mim depositada.
Nesta oportunidade, quero registrar minha gratidão aos meus familiares aqui
representados por Dr. Antônio Luís Silva de Carvalho, Ana Luísa Gordiano de Carvalho.
Aproveito o ensejo para agradecer também a todas as amigas e colegas aqui representadas pelas
Senhoras Avani Duran, à bibliotecária Antônia Queiroz, Maria do Carmo Brandão Boaventura,
Aurora Costa Ramos.
Agradeço à memória de Gaudêncio Silva, Maria das Neves Silva, Antônio Dias de
Moura e Luís de Aymoré.
Eu sei que vocês estão presentes neste momento, sobre tudo na minha memória.
Foram muitos os colegas e amigos que colaboraram para o meu êxito profissional, para
minha vida pessoal. Quero agradecer também a Maria das Graças Ribeiro na ocasião em que ela
foi presidente do SNBU, pelo convite e pela oportunidade de realizar o lançamento do meu livro
naquele evento do SNBU em 2006.
Agradeço a todos aqui presentes, neste momento tão significativo nas nossas vidas.
Finalmente quero agradecer a você Geraldo, pelo companheirismo por todos os
momentos, por todo incentivo, pela colaboração nos momentos mais difíceis, pela paciência e
dedicação, pelo nosso amor, expressado ao longo destes 23 de convívio.
Muito obrigada a todos vocês aqui presentes.
44
45
Regina Santos Silva Tonini foi sempre preocupada com os futuros profissionais:
possibilitou estágios para muitos alunos de Biblioteconomia nas bibliotecas da Petrobras aqui na
Bahia, realizando também muitas visitas; realizou muitas palestras quando solicitada,
principalmente na Universidade Federal da Bahia.
Quanto aos trabalhos publicados, tem um número expressivo de artigos publicados no
Brasil, em jornais e revistas profissionais, em boletins da Federação Internacional de
Associações de Bibliotecários e instituições da IFLA, bem trabalhos publicados na Argentina,
na Venezuela, no México e na Alemanha. Publicou o livro, conforme falou ontem, Custo da
Gestão da Informação, editado também aqui pela Universidade e foi lançado durante o XIV
SNBU (2006) que, aliás, foi um modelo de Seminário aqui em Salvador. A obra invocou a
economia e administração de custos na área da informação.
Ao longo de sua trajetória profissional, tem participado de muitos congressos e
seminários quer como participante ou como palestrante. Regina participou da organização de
muitos eventos profissionais aqui na Bahia, principalmente dentro da Petrobras. Citar todos
demandaria muito tempo. Então destacamos os mais significativos, ligados aos movimentos
associativos: Mesa Redonda do Grupo de Bibliotecários em Informação e Documentação
Tecnológica (GBIDT) em 8195; Exposição GBIDT 1987 sobre informação tecnológica;
Reunião Nacional da Comissão Brasileira de Documentação Tecnológica em 1991 e seminário
sobre o Manifesto de Bibliotecas da IFLA/UNESCO, que foi realizado em Salvador em março
de 1998, sob a coordenação da bibliotecária Conceição Gama, que contou com representantes de
toda América Latina e Caribe, além da Europa e dos Estados Unidos. A qualidade técnica do
seminário e a hospitalidade dos colegas baianos são até hoje lembradas na IFLA. Durante a
minha gestão, no Escritório Regional da IFLA para a América Latina e Caribe, a Regina e a
Conceição atuaram como assessoras do escritório aqui na Bahia. O XIV Seminário Brasileiro de
Bibliotecas Universitárias, o SNBU em 2006 – que hoje nós encontramos com quem foi a
presidente do congresso, Maria das Graças – ela conseguiu, com seu empenho, o patrocínio da
Petrobras, um evento na área de biblioteconomia quando participou da organização desse
SNBU. A Petrobras não tinha costume: ela nunca patrocinava absolutamente nenhum evento de
biblioteconomia. Eu acredito que foi um esforço dos bibliotecários baianos na ocasião que
conseguiram convencer a empresa a fazer esse tipo de coisa, que deveria fazer sempre.
Bem... Regina, você sempre acreditou que nós bibliotecários precisamos buscar os
mecanismos que tornem a utilização da informação em todas as áreas da Ciência, da Técnica e
da Cultura, uma das ferramentas básicas do processo da conquista de uma vida melhor e mais
digna para nossos povos, bem como torná-la um instrumento que pode acionar as mudanças
48
sociais e econômicas que almejamos. Defende que compete a nós bibliotecários, ponderar aos
governos federal, estadual e municipal a necessidade imperiosa de um maior atendimento do
setor bibliotecário e dos serviços bibliográficos das comunidades. Entende, que devemos
alcançar e promover um conceito mais moderno e atuante e demais unidades da informação das
devidas bibliotecas, contribuindo para a melhoria da nossa imagem dentro do contexto
sociocultural brasileiro. Concluindo, essa profissional manteve acesa a chama da união entre os
bibliotecários; essa profissional exemplar, pessoa humana da mais profunda dignidade e
fortaleza de espírito, que com seu exemplo de segurança e firmeza, diante das decisões
complexas que seu lugar de comando naturalmente lhe impunha e que, com sua tranquilidade,
se transforma em guerreira ferrenha em defesa dos direitos que porventura lhe sejam
desrespeitados, os seus próprios ou dos seus colegas de classe. Esta mulher extraordinária, com
seus dotes internos e externos, foi escolhida, pelo SNBU, para receber essa homenagem
especial. Regina Santos Silva Tonini, obrigada por você ser quem é; obrigada por ser a
profissional que é; obrigada por você nos dar desta maneira tão forte e bonita, o exemplo de
como o verdadeiro profissional bibliotecário deve ser. Muito obrigado.
49
Eixo: Conferência
Abstract: There is no controversy in considering that university libraries are under pressure to
innovate their management and service processes. Also, it does not cause disagreement when
considering that, regardless of size, mission or resources, they feel this pressure for
innovation. The present text proposes to reflect on the importance of innovation for university
libraries, with emphasis on the processes and transformations that they entail. It defines
innovation as an idea, object or practice perceived as innovative by an individual or
organizational unit. Describes university experiences that impact librarian services and the
library concept itself. Emphasis in the final considerations that innovations are not restricted
to the adoption of technological resources, but a change of mentality and actions oriented to
the user.
1
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de São Paulo.
50
INTRODUÇÃO
Nos Estados Unidos, do século XIX, tornou-se comum nas universidades a formação de
sociedades literárias. Elas abrem um caminho de autodesenvolvimento aos estudantes não
satisfeitos, intelectualmente, com os tradicionais programas de estudo oferecidos.
Para favorecer suas atividades, essas sociedades mantinham suas próprias bibliotecas
formadas por coleções de referência, periódicos, obras de ficção, história, biografia, política e
economia. Essas bibliotecas acabaram por serem integradas às próprias coleções da
universidade, que se tornavam mais acessível para estudantes.
Ao final do século XIX, a maior parte das bibliotecas universitárias norte-americanas
operavam em horários de abertura diária, de seis ou sete dias por semana. Transformaram-se
em espaços acolhedores, com o estabelecimento de políticas mais liberais de empréstimo aos
estudantes, melhor franqueando a retirada de livros para leitura no domicílio.
No mesmo período, a situação das bibliotecas universitárias, existentes na região sul da
Europa, viviam situação calamitosa, em relação às bibliotecas localizadas na Europa Central, e
no Reino Unido. Com algumas exceções, as bibliotecas mantinham livros não classificados,
mal condicionados, catálogos incompletos, pessoal insuficiente, horário de funcionamento
limitado.
Nos países em desenvolvimento, as universidades e suas bibliotecas apresentavam
situação ainda pior, e com recursos muito mais limitados. O alto preço das publicações, as
dificuldades econômicas, o clima, a guerra e a instabilidade política piorava o cenário. Muitas
além destas dificuldades, enfrentavam os riscos para conservar o material bibliográfico e,
mesmo, realizar minimamente o desenvolvimento das coleções e o acesso à informação.
Assim, ao longo da história, a existência, o conceito e as funções da biblioteca
universitária evoluíram até o presente. E, à medida que a universidade, enquanto ambiente de
conhecimento científico se adaptou aos novos tempos, até tornar-se um espaço de
transformação social, a biblioteca, usufruindo desta mudança acadêmica, foi propiciando
condições para a comunicação científica, bem como do acesso a informação pela comunidade
universitária (OLIVEIRA, 2016).
O conceito anglo-saxão de biblioteca, como o centro nevrálgico da universidade, foi
gradualmente imposto, em detrimento de um conceito de biblioteca no qual era relegada a um
simples depósito de livros e de sala de estudos para estudantes. A ideia de que o conhecimento
é produzido a partir da informação, passa a vigorar e, nesse sentido, a biblioteca se torna parte
essencial da universidade (MARTÍN-GAVILAN, 2008).
Assim, tendo como objeto principal a preservação, a coleta, o tratamento e a
disseminação da informação, a biblioteca universitária adquire a missão de atender às
55
diversificados; definir uma nova estrutura e novos procedimentos, etc. Enfim criar uma cultura
organizacional de estímulo à inovação e as mudanças (GRUPO DE TRABALHO, 2014).
Sobre a cultura organizacional, Campbell (2006) se refere a ela como pressupostos
criados ou desenvolvidos por um determinado grupo e que ajuda a instituição a ter êxito na
solução de problemas. E muitas das mudanças tecnológicas, verificadas em bibliotecas, nas
últimas décadas, não alteraram a cultura organizacional básica. Assim, várias bibliotecas ainda
hoje são dominadas por estantes de livros, mesa de referência e um balcão de circulação e
empréstimo, e equipe em funções tradicionais de aquisição e catalogação.
Isto ocorre por serem tais bibliotecas, departamentalizadas e orientadas a processos (por
exemplo: serviço técnico, serviço ao público, de referência e de instrução). Um cenário no qual
a adesão à tradição e décadas de memória institucional levam a uma cultura organizacional de
resistência às mudanças.
Herrington (2013) comenta que muitas bibliotecas implementam mudanças profundas
em sua própria concepção e organização. Ou seja, muitas bibliotecas têm adicionando, cada
vez mais, em seus espaços, instalações de produção de multimídia e mesmo orientado seus
espaços para serviços baseados em tecnologia como parte das reformas estruturais gerais.
Embora esses espaços remodelados ofereçam grandes oportunidades para apoiar os
objetivos pedagógicos da universidade e o interesse do corpo docente por serviços inovadores,
a maneira como essas oportunidades podem ser realizadas, ainda é pouco discutida.
Em realidade, segundo Watson (2017), pensar as bibliotecas em um mundo no qual os
processos de aprendizagem são um dos fatores mais significativos, na hora de projetar os
ambientes de informação é sempre arriscado, pois cada biblioteca que se constrói ou que se
renova é apenas uma predição do futuro. Assim, preparar-se para esse futuro é a maior
dificuldade que enfrenta qualquer instituição, porque as previsões são sempre incorretas ou
probabilísticas.
Entretanto, exemplos encontrados de bibliotecas universitárias, sob tais contextos de
mudança, podem orientar previsões e, mesmo, estimular o apoio a inovação relacionada com as
transformações dos processos pedagógicos e curriculares, e vinculados também, com as
inovações dos espaços das bibliotecas, de seus serviços e das tecnologias empregadas, bem
como dos membros da equipe.
Embora os espaços físicos das bibliotecas tenham passado por muitas alterações, os
serviços de suporte muitas vezes não conseguem acompanhar, no mesmo ritmo das mudanças.
Muitas bibliotecas oferecem os mesmos serviços de forma padrão ao que já forneciam, antes de
implementar novos espaços de colaboração, enriquecidos de recursos tecnológicos.
58
É uma instituição criada em 20 de abril de 2012, e que tem entre as suas novidades,
sua biblioteca constituída sem acervo impresso. Ela situa-se em um espaço de 11 mil m²,
60
configurada sob design e mobiliário moderno. A equipe é formada por seis profissionais,
além do bibliotecário-diretor. Há, ainda, dois outros bibliotecários adicionais, em tempo
integral, e três membros do corpo docente, em tempo parcial; todos eles disponíveis para
auxiliar a comunidade estudantil e docente com as pesquisas e demais demandas
informacionais.
A concepção da biblioteca se embasa nos pressupostos preconizados pela Online
Computer Library Center (OCLC). Os pressupostos recomendam às bibliotecas repensarem
seu modelo de negócio centrado no suporte livro, se quiserem continuar relevantes (OCLC,
2014). Neste contexto, as bibliotecas devem não só se manterem relevantes, mas servirem
como catalisadoras das colaborações, e como parte integrante da vida universitária.
No caso da biblioteca da FPU, ela se insere no currículo acadêmico e os
bibliotecários participam de disciplinas (aula sobre ética), enfocando os temas: plágio,
competência em pesquisa (orientados a organizarem informações por meio do ProQuest
Flow, uma plataforma de colaboração em nuvem), e sobre o uso dos materiais consultados.
O corpo docente, que dedica tempo parcial, na biblioteca, ajuda a promover conexão
entre a sala de aula e a biblioteca, denominada agora como um ambiente learning
commons. Espaço para a comunidade se beneficiar individual ou coletivamente.
Ademais, a biblioteca por situar-se na área das exatas faz de suas ações uma
transformação conceitual ―STEM in STEAM‖. Esse conceito relaciona-se à inovação
contínua e é associada à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (Science,
Technology, Engineering and Math – STEM).
O acréscimo dos termos Art + Design à equação do STEM, gera o STEAM que irá
transformar a economia no século 21, assim como a ciência e a tecnologia fizeram com o
século 20. Trata-se de uma metodologia de inovação atualmente aplicada em bibliotecas
acadêmicas.
Quanto aos aspectos tecnológicos, dos recursos da biblioteca, enfatiza-se que a
informação é a chave (e não a sua forma); além de seu uso apropriado pelos estudantes. A
biblioteca atua para que esses estudantes reconheçam suas necessidades informacionais,
possam localizar informações relevantes para utiliza-las academicamente e/ou de forma
profissional.
O orçamento da biblioteca é mantido não só pela própria instituição acadêmica, mas
também por patrocinadores privados. Do orçamento de US$ 500.000 dólares, destinado à
aquisição de material, os patrocinadores acrescentam mais US$ 60.000 dólares. Nesta
61
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LEWIS, D. W. The innovator's dilemma: Disruptive change and academic libraries. Library
Administration & Management, v. 18, n. 2, p. 68-74, 2004.
LOWRY, C. B. Three years and counting: The economic crisis is still with us. Portal:
Libraries and the Academy, Baltimore, v. 11, n. 3, p. 757-764, 2011.
MASSIS, B.E. The academic library becomes the academic learning commons. New
Library World, Londo n, v. 111, n. 3/4, p. 161-163, 2010. Disponível em:
<https://goo.gl/cUYc9W>. Acesso em: 23 mar. 2018.
MIT Libraries. Future spaces: planning the future of libraries spaces at MIT. [2018].
Disponível em: <https://libraries.mit.edu/future-spaces/>. Acesso em: 10 mar. 2018a.
MIT Libraries. The future of libraries: about the ad hoc Task Force on Future of Libraries.
[2018]. Disponível em: <https://future-of-libraries.mit.edu/about>. Acesso em: 10 mar.
2018b.
OCLC. At a Tipping Point: Education, Learning and Libraries. OCLC, 2014. Disponível
em: <https://goo.gl/RErJ5s>. Acesso em: 20 set. 2016.
PROKOPCIK, M.; KRIVIENE, I. Managing change in academic library: the case of Vilnius
University Library. Library, v. 57, n. 2/3, 2013. Disponível em: <http://knjiznica.zbds-
zveza.si/index.php/knjiznica/article/viewFile/217/207>. Acesso em: 10 mar. 2014.
RILEY, S. New Florida University Unveils Bookless Library. Library Journal, 5 abr. 2015.
Disponível em: https://goo.gl/yxtJNE. Acesso em: 04 set. 2017.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da inovação. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,
2008.
WATSON, L. El diseño de la biblioteca universitária del siglo XXI: ideas y tendencias. BID,
n. 38, jun. 2017. Disponível em: http://bid.ub.edu/es/38/watson.htm. Acesso em: 12 out.
2017.
Eixo: Ensino
Abstract: The university library has demonstrated with the advent of information and
communication technologies, especially the Internet, a fundamental role in the access,
elaboration and distribution of information. The objective is to present a historical,
conceptual and conceptual context of the university library, as well as its role within the
university in this context. Also worthy of mention is the products and services normally
offered by these institutions. It is concluded that university libraries have incorporated
information and communication technologies into their reality, making it clear that instead of
being a threat to the library, it presents itself as a vital tool for the development of various
activities, not only in terms of management, but mainly at the level of communication and
interaction between the library and its users.
1 INTRODUÇÃO
A palavra ―biblioteca‖ tem sua origem do grego biblíon (livro) e theké (caixa,
depósito), portanto etimologicamente a palavra biblioteca pode ser entendida como um
depósito de livros (HOUAISS, 2001).
A história da biblioteca é tão antiga quanto o surgimento do livro, isso porque desde a
antiguidade as civilizações primitivas já se preocupavam em registrar e preservar o
conhecimento produzido. E a partir dessa preocupação é evidente que essas civilizações
buscavam formas e lugares para armazenar tais conhecimentos para perpetuar a memória das
civilizações. Os sumérios, por exemplo, usavam as placas de argila para registrar o
conhecimento gravando nelas conhecida como escrita cuneiforme.
4
Entrevista concedida ao programa Conexões da TV UFG exibido dia 04 de setembro de 2014. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ZCji5oJZ-rc
71
importante dessas bibliotecas são os copistas que se refugiavam no scriptorium para ler,
traduzir e copiar os textos com o objetivo de preservar as coleções. As bibliotecas particulares
eram aquelas mantidas pelos reis e grandes senhores, e eram assim chamadas porque
pertenciam a título privado ou pessoal a eles, e mais tarde essas bibliotecas tornaram-se
bibliotecas ―oficiais‖ e públicas.
As bibliotecas universitárias surgem a partir da criação das universidades, mas sua
origem também está sedimentada nas bibliotecas das ordens religiosas que deram base para a
criação das universidades, por isso as primeiras universidades surgiram como um
prolongamento das ordens religiosas, principalmente, das franciscanas e dominicanas. Essas
bibliotecas foram criadas para atender as necessidades das instituições de nível superior, mas
nesse período as bibliotecas ainda eram espaços de acesso restrito e tinha como função a
preservação do conhecimento.
O papel das bibliotecas até a renascença estava muito voltado para a proteção das
obras, sendo essas consideradas um deposito de livros, o que vai ao encontro da tradução
etimológica da palavra biblioteca. As bibliotecas nessa época tinham como função esconder
os livros ao invés de fazê-los circular e a própria estrutura arquitetônica das bibliotecas
demonstrava isso. Na biblioteca de Nínive, por exemplo, não existia saída para o exterior e a
única porta da biblioteca dava para o interior do edifício. O mesmo pode ser percebido nas
bibliotecas medievais, as quais estavam situadas no interior de conventos, lugares
completamente restritos (MARTINS, 1998).
No século XV e XVI era comum encontrar livros acorrentados as estantes ―eles eram
equipados com molduras e argola de bronze, presas as correntes de ferro, com uma das
extremidades fixadas às estantes (RANGANATHAN, 2009).
O surgimento das universidades caracterizou-se como um ponto importante para
evolução das bibliotecas, pois apesar das universidades terem surgido sob a tutela das ordens
religiosas, essas estavam a caminho da laicização. E esse fato indicou um novo momento, no
qual, os livros extravasam o âmbito da religiosidade e avançavam para outros territórios
(MILANESI, 2002).
Martins (1998) afirma que é a partir da renascença que a biblioteca começa adquirir o
seu sentido moderno e é também a época que surge junto ao livro a figura do bibliotecário. É
nesse contexto de transformações que a biblioteca da início a uma concepção do seu papel, na
qual começa a se afastar do contexto de depósito de livros para se tornar um espaço
disseminador da informação. E a invenção de Gutenberg contribuiu e muito para isso.
73
A primeira biblioteca brasileira teve origem nos colégios jesuítas no período colonial.
No século XVI os livros eram raros nas mãos de particulares, mas já eram números
significativos nos colégios jesuítas. Segundo Moraes (2006) as bibliotecas jesuíticas possuíam
acervos de nível universitário, abrangendo os mais variados conhecimentos, por isso as obras
não atendiam apenas o ensino das primeiras letras, mas também a formação filosófica.
Com a expulsão em 1759 da companhia de Jesus as bibliotecas sofreram uma grande
perda, pois as bibliotecas dos colégios jesuítas foram deixadas a ermo durante anos e a quase
a totalidade das obras foi destruída, roubada ou vendida como papel velho (MARTINS,
2006).
75
5
https://www.bn.gov.br/sobre-bn/historico
76
em 1990 (ALVARENGA, [2004?] apud DIOGENES, 2012). E assim à medida que novas
universidades foram criadas, novas bibliotecas universitárias foram sendo instituídas.
Segundo Nunes e Carvalho (2016) a partir do final da década de 1960 ocorre uma
expansão das bibliotecas universitárias devido à criação de muitas universidades que surgiram
a partir da junção de faculdades isoladas. Mas é a partir da reforma universitária de 1968 que
as bibliotecas universitárias iniciam uma etapa. Pois até a reforma do ensino superior as
universidades não funcionavam de forma sistêmica e nem possuíam clareza de suas
finalidades, e isso refletiu também nas bibliotecas, as quais foram se desenvolvendo de forma
isolada e a partir de iniciativas particulares e Carvalho (1981) elucida essa realidade dizendo
que:
Para Ramalho (1992) citado por Carvalho (2004) a reforma universitária de 1968
trouxe contribuições para as bibliotecas universitárias, pois foi a partir dela que as autoridades
da área passaram a investir no setor.
Ao longo dos anos as bibliotecas universitárias brasileiras vêm se adaptando às
mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, buscando redefinir seu papel na sociedade, de
forma que as necessidades informacionais de seus usuários sejam sempre atendidas. Mas
segundo Tarapanoff (1981, p.10) esse tipo de biblioteca é uma organização sem autonomia
própria, sendo dependente da universidade à qual pertence e, além disso, tanto a universidade
quanto a biblioteca universitária brasileira ―são produtos da história social, econômica e
cultural do país, bem como das características regionais brasileiras.‖ Por isso à medida que a
sociedade se transforma a bibliotecas é igualmente obrigada a se reformular e dessa forma a
história das bibliotecas universitária continuará em evolução.
As bibliotecas podem ser classificadas segundo funções e serviços que oferecem, pela
comunidade que atendem e pelo vínculo institucional. A partir desses quesitos podemos dizer
que existem bibliotecas públicas, bibliotecas comunitária, bibliotecas nacional, bibliotecas
escolares, bibliotecas especializadas e bibliotecas universitárias.
No geral todos os tipos de bibliotecas têm por objetivo atender as necessidades
informacionais do seu público, no entanto cada uma delas apresentam em si suas
especificidades. As bibliotecas públicas, por exemplo, são instituições mantidas pelo Estado
(vínculo municipal, estadual ou federal) e seu público alvo é toda a sociedade. Já as
bibliotecas comunitárias são um espaço de incentivo à leitura e acesso ao livro, esse tipo de
biblioteca é mantida pela comunidade local, sem vínculo direto com o Estado. As bibliotecas
Nacionais tem por função reunir e preservar toda a produção bibliográfica do país.
As bibliotecas escolares, como o próprio nome diz, estão inseridas no âmbito escolar,
em instituições que oferecem ensino pré-escolar, fundamental e/ou médio. Elas têm como
principal função dar suporte ao ensino e por isso atendem, prioritariamente, alunos,
professores e funcionários da unidade escolar que estão inseridas. Já as bibliotecas
especializadas são aquelas que possuem todo seu acervo voltado para um campo específico do
conhecimento e elas podem ser geridas tanto pelo setor público quanto pelo setor privado.6
6
As definições sobre os tipos de bibliotecas foram retiradas do site do Sistema Nacional de biblioteca Públicas
(SNPB) disponível no link: http://snbp.culturadigital.br/tipos-de-bibliotecas/
78
E por fim as bibliotecas universitárias, essas são instituições que tem por objetivo
apoiar o ensino, pesquisa e extensão e estão vinculadas a uma unidade de ensino superior,
podendo ser essas instituições públicas ou privadas.
As bibliotecas universitárias são conceituadas como ―aquela que serve aos
estabelecimentos de ensino superior, destinada aos professores e aos alunos, embora possa ser
acessível ao público em geral‖ (FERREIRA, 1980, p. XXIII). Pinto (1993) complementa
dizendo que essas bibliotecas são destinadas a suprir as necessidades informacionais da
comunidade acadêmica no desempenho das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Cunha e Cavalcanti (2008, p. 53) definem a biblioteca universitária como aquela que
―é mantida por uma instituição de ensino superior e que atende às necessidades de informação
dos corpos docente, discente e administrativo, para apoiar tanto as atividades de ensino
quanto as de pesquisa e extensão. Pode ser uma única biblioteca ou várias organizadas como
sistema ou rede‖.
Carvalho (1981) entende bibliotecas universitárias como bibliotecas de instituições de
ensino superior (IES), com a função de atender necessidades de informação da comunidade
acadêmica na realização de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Para Nunes e Carvalho (2016, p.179) as bibliotecas universitárias são:
bibliotecas universitárias a partir de uma visão sistêmica e isso pode ser percebido na figura
abaixo.
Fonte: Elaborado pelos autores Faqueti et. al (2017) com base em Tarapanoff (1982).
Dessa forma, conceitos como o da biblioteca 2.0, que entende a biblioteca como
aquela que está presente em todos os lugares, não existindo barreiras físicas, e que possui sua
organização centrada nos usuários, deve ser incorporada a realidade das bibliotecas
universitárias. Bem como o uso das diversas ferramentas da web 2.0.
O termo biblioteca 2.0 (Library 2.0) foi concebido por Michael Casey em seu blog
LibrayCrunch, para Maness (2006, p.44) a biblioteca 2.0 é como uma ―aplicação de interação,
colaboração, e tecnologias multimídia baseadas em web para serviços e coleções de
bibliotecas baseados em web‖.
O avanço das tecnologias da informação e da comunicação tem contribuído para a
reestruturação dos processos de comunicação, de produção, de transmissão e uso da
informação. Estamos diante das ferramentas da web 2.0 e as possibilidades que elas podem
proporcionar para as instituições que as utilizam.
Dessa forma, convém sustentar que na atualidade, as bibliotecas universitárias devem
se engajar nos princípios da biblioteca 2.0 afim de oferecer aos seus usuários, produtos e
serviços condizentes ao exigido nesse contexto de grande fluxo informacional.
4 CONCLUSÃO
RERERÊNCIA
BATTLES, Matthew. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta do Brasil,
2003. 238 p.
CUNHA, Murilo Bastos da. Construindo o futuro: a biblioteca universitária em 2010. Ciência
da Informação , Brasília, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000.
GARCEZ, Eliane Maria Stuart; RADOS, Gregório J. Varvakis. Biblioteca híbrida: um novo
enfoque no suporte à educação à distância. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 2,
p.44-51, maio/ago. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12907.pdf>.
Acesso em: 13 nov. 2017.
MANESS, Jack M.. TEORIA DA BIBLIOTECA 2.0: Web 2.0 e suas implicações para as
bibliotecas. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 17, n. 1, p.43-50, jan./abr. 2007.
Disponível em: <http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/831/1464>. Acesso
em: 26 fev. 2017
MORAES, Rubens Borba. Livros e bibliotecas no Brasil colonial. 2. ed. Brasília: Briquet de
Lemos, 2006. 259 p
Eixo: Ensino
Abstract: The Five Laws of Library were created by Shialy Ramamrita Ranganathan almost a
century ago and continues today as his proposals. The application of these laws can occur in
any type of library or information centers whose objective is the dissemination of knowledge
to those who will make the best use of it. This paper aims to show the applicability of these
laws in a library graduate of a university, where often both physical and material resources
do not allow to draw up a plan refined, but when there is goodwill and professionalism, the
application of these laws is a great ally to make a library actually fulfill your role is to
disseminate knowledge in order to meet their users quickly and effectively.
86
1 INTRODUÇÃO
2 UM BREVE HISTÓRICO
Para Ranganathan a usabilidade dos livros tem uma dimensão muito maior do que
simplesmente ‗desacorrentar‘ os livros ou retirá-los das estantes, é dar utilidade aos livros, é
fazê-los com que eles possam passar o conhecimento neles contido para alguém que desse
conhecimento possa fazer uso. Segundo a Primeira Lei, os livros são para uso, e para que isso
aconteça, Ranganathan aponta em seu livro alguns pontos a serem considerados.
Segundo Rangannathan os livros devem ser organizados em estantes abertas ao
público, para que este tenha pleno acesso a coleção. Na Biblioteca do PPGG é exatamente
isso que acontece, os usuários tem contato com toda a coleção, o acesso é livre e não só os
alunos e professores da Universidade têm direito a adentrar entre as estantes como qualquer
outra pessoa que tiver interesse, necessidade de pesquisar ou apenas ler tem este acesso
garantido.
A Biblioteca disponibiliza também em seu espaço físico quatro terminais para consulta
ao catálogo on-line e acesso a internet, já que todo o acervo encontra-se disponível na Base
Minerva, podendo ser consultado de qualquer computador conectado à Internet de qualquer
parte do mundo. A Biblioteca do PPGG também disponibiliza através da própria Base
Minerva, as teses e dissertações defendidas pelos seus alunos de doutorado e mestrado.
89
A ordem e coerência dos livros nas estantes também têm fundamental importância
para que a Primeira Lei tenha seu objetivo alcançado, pois se os livros tiverem determinada
ordem nas estantes ficará muito mais fácil a acessibilidade da informação por parte dos
usuários.
A UFRJ adotou a Classificação Decimal de Dewey (CDD) como sistema de
classificação para todas as suas bibliotecas, e assim a Biblioteca do PPGG utiliza este sistema
para classificar seus livros. Além disso, a Biblioteca do PPGG estrutura sua classificação a
partir do fato de ser uma biblioteca especializada, e assim procura classificar suas obras de
acordo com o assunto de interesse de seus usuários. Um bom exemplo são as obras que tratam
de renovação urbana que ao serem classificadas terão como assunto principal ‗Geografia
urbana‘ já que se trata de uma biblioteca especializada em Geografia, e assim seus usuários
estarão sempre buscando informações relacionadas ao termo ‗Geografia‘ e outros afins. E ao
chegarem as estantes os usuários terão acesso não só ao livro que procura como também a
todos relacionados ao assunto de seu interesse. Por isso que, ao se classificar uma obra é
necessário que se pense sempre no usuário, de como ele vai buscar esta informação, e a partir
daí estruturar a classificação direcionada ao público alvo da biblioteca.
Um outro ponto importante utilizado pela Biblioteca do PPGG para que o acesso seja
mais rápido e eficiente é a sinalização das estantes, o que facilita a visualização da
classificação dos livros e assim o usuário pode ir direto à estante onde estão os livros de seu
interesse.
A localização da biblioteca é mencionada por Ranganathan ―como um índice do grau
de confiança que os órgãos responsáveis por bibliotecas têm na lei os livros são para usar‖
(RANGANATHAN, 2009, p. 10). Na verdade o que ele quer dizer é que para que os livros
sejam usados é necessário que a biblioteca esteja localizada perto de seu público.
No caso da Biblioteca do PPGG, sua localização é muito favorável para o acesso ao
seu acervo e amplamente conhecida pelo seu público alvo, pois está localizada em frente às
salas de aula dos cursos de mestrado e doutorado e também ao lado da secretaria do PPGG,
local principal de trânsito dos alunos e professores dos cursos do PPGG, o que facilita e muito
a vida deste público que está constantemente sob demanda de informações. Esta localização
facilita o acesso, pois é possível aos alunos e professores entre uma aula e outra fazer uma
consulta ou até mesmo solicitar o empréstimo de uma obra.
E para que os alunos possam estudar de maneira confortável, o mobiliário é algo com
que toda biblioteca deve se preocupar e com a Biblioteca do PPGG não é diferente. O
90
mobiliário da Biblioteca é adequado para que os alunos possam realizar suas leituras e
pesquisas. Existe uma sala de leitura com capacidade para 18 pessoas estudarem num
ambiente climatizado e iluminado, onde os alunos podem desfrutar de uma estrutura voltada
para seu conforto.
Para cada leitor seu livro, esta lei trata essencialmente da função primordial da
biblioteca que é a educação.
A Segunda Lei trata diretamente da educação de forma ampla e sem barreiras, sua
premissa é ‗educação para todos‘ o que para a época era algo quase que inimaginável, pois,
historicamente acreditava-se que um povo com educação e inteligência seria capaz de
provocar revoluções que acabariam com a soberania dos nobres e ricos, e tais classes, as
chamadas classes dominadoras, não poderiam ―correr o risco‖ de ter pessoas ―menos nobres‖
entre elas.
Nota-se que, para que o seu público possa ter os livros que precisam, a Biblioteca do
PPGG conta com profissionais bibliotecárias que catalogam, indexam e classificam pensando
exatamente como seus usuários vão solicitar esses livros, pois cabe ao bibliotecário conhecer
seu público e assim conhecer suas necessidades para que as possam traduzir mediante a
indexação ou classificação de uma obra. Contudo, o leitor precisa de um canal para chegar ao
seu livro, e este canal é o pessoal do serviço de referência (que trabalha junto com o pessoal
do processamento técnico) e que no caso da Biblioteca do PPGG conhece bem seu público, o
que torna o processo da pesquisa muito mais eficaz, já que conhecendo o público e o acervo é
possível muitas das vezes encontrar o livro solicitado sem a realização da pesquisa. Um bom
exemplo disso na Biblioteca do PPGG é o livro ‗Para entender a terra‘ que nos períodos de
prova tem grande procura por parte dos alunos de graduação em Geografia. Quando um aluno
solicita este título, o pessoal da Biblioteca vai direto à estante ou indica o caminho ao usuário,
quando este já está familiarizado com o acervo. Porém, quando todos os exemplares da
Biblioteca estão emprestados, o pessoal já informa ao usuário que não tem nenhum exemplar
para empréstimo. Isso acontece porque o pessoal da Biblioteca do PPGG conhece de fato seu
acervo, facilitando assim o alcance do objetivo da Segunda Lei.
Percebe-se que, ao comparar as ideias de Ranganathan e as medidas utilizadas pela
Biblioteca do PPGG é possível verificar que a Segunda Lei é na verdade a ação do pessoal da
91
biblioteca em colocar cada leitor frente a frente com seu livro, pois não basta ter estantes
organizadas, acesso garantido, horário compatível se o pessoal da biblioteca não tiver o
sentimento de compromisso com a educação de seus usuários. A Segunda Lei está, portanto
ligada à atitude do pessoal que trabalha em biblioteca e que tem o compromisso de disseminar
a educação sem distinção alguma para que todos e cada um tenha seu livro e assim possa se
educar para contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.
Enquanto a Primeira Lei dava enfoque para o uso dos livros e a segunda tem sua
preocupação voltada para a educação desses leitores, a terceira prioriza a busca de um leitor
adequado para cada livro, ou seja, que cada livro possa cumprir sua missão nas mãos do leitor
que dele fará melhor uso para que de alguma forma possa aprimorar seu processo de
educação.
Observa-se que, para que cada livro encontre seu leitor o sistema de livre acesso é um
grande aliado, pois permite que o leitor tenha liberdade entre as estantes e assim possa buscar
aquilo que realmente lhe é importante, ou até mesmo ‗fazer descobertas‘ em relação ao
conteúdo das estantes.
Como já foi visto na explanação da Primeira Lei, a Biblioteca do PPGG adota o
sistema de livre acesso, que é essencial para que todos os livros existentes em seu acervo
tenham a condição de encontrar seu leitor adequado. Este sistema tem grande valia no
cumprimento da Terceira Lei, pois permite aos leitores (que na maioria das vezes são
pesquisadores) tenham contato direto com os livros dispostos nas estantes e assim possam
realizar suas pesquisas ali mesmo no folhear dos livros.
As estantes de novas aquisições também compõem a gama de fatores que corroboram
o cumprimento da Terceira Lei na Biblioteca do PPGG, pois nelas são expostas todas as
aquisições recentes da Biblioteca, tais livros ficam expostos por 15 (quinze) dias e depois são
arquivados nas estantes de acordo com sua classificação. Durante o período de exposição todo
e qualquer livro pode ser retirado por empréstimo, o que faz com que as novidades circulem
entre seus leitores assim que elas entram no catálogo da Biblioteca.
Percebe-se também que Ranganathan enfatiza em seu livro a importância dos
catálogos para o cumprimento da Terceira Lei, e a Biblioteca do PPGG através de sua
catalogação voltada para a pesquisa dos usuários tem como função incluir em seu catálogo
92
todas as entradas importantes para que o leitor possa encontrar a obra que deseja. Como a
catalogação é feita numa Base de dados em rede, todos os pontos de acesso são
compartilhados por qualquer usuário não só da Biblioteca como qualquer pessoa conectada à
Base da Universidade. Isso dá maior visibilidade ao acervo de forma a alcançar uma grande
quantidade de potenciais leitores.
Outro fator que deve ser levado em consideração é o Serviço de Referência, que além
de dar maior respaldo à catalogação também tem importante papel nesta Biblioteca no que se
refere ao encontrar o livro certo para seu leitor, pois através do contato direto com seu público
o serviço de referência pode não só conhecer sua demanda, como também auxiliar o seu leitor
na busca de uma obra no catálogo, por exemplo, já que nem todos os usuários de biblioteca
têm o domínio de buscas em catálogos. A presença de uma pessoa especializada neste tipo de
pesquisa é muito importante para o leitor, pois dá a ele certa segurança no sentido de que irá
encontrar o que realmente necessita. E como a Biblioteca do PPGG é uma biblioteca
especializada, seus usuários chegam com a certeza de que irão encontrar o que precisam, e
com a ajuda de alguém que conheça não só o catálogo mas também o acervo, dessa forma fica
muito mais fácil o livro chegar nas mãos de seu leitor.
A Biblioteca também possui um folder com seu histórico, horário de funcionamento,
quantidade e tipo do acervo, entre outras informações. Além disso, utiliza-se também uma
página no Facebook, que é uma rede social de grande alcance e permite atualização rápida de
seu conteúdo, e que vem sendo utilizado por várias bibliotecas como publicidade dos serviços
oferecidos. Nessa página são divulgadas notícias, eventos, acervo e outros assuntos que
possam estar acessíveis ao seu público estando ele na Biblioteca ou não.
Como se pode ver, todas estas ações da Biblioteca do PPGG estão voltadas para o
cumprimento da Terceira Lei que é levar os livros a seus leitores, e através de todos os pontos
expostos neste texto é possível perceber que esta lei está sendo bem representada por esta
Biblioteca, que por sua vez esta exercendo seu papel perante sua comunidade de maneira
simples porém eficiente, já que os livros estão sempre em contato com seus leitores.
Até agora as leis tiveram a preocupação de se fazer cumprir cada qual com seu
objetivo específico, a primeira tem como objetivo principal fazer com que o uso dos livros
seja feito por todos, já a segunda se preocupa em dar a cada leitor o livro de seu interesse e a
93
terceira se coloca no lugar dos livros em busca daquele leitor que dele necessita. Ou seja, tem-
se como foco o uso, o leitor e o livro.
A quarta lei, numa visão geral tem todos os objetivos das três anteriores, mas com uma
questão diferente: o tempo. ―Poupe o tempo do leitor‖ aborda a questão do uso, do leitor e do
livro, no entanto com foco no tempo, ou seja, o tempo que o leitor levará para encontrar o
livro desejado para que dele possa fazer uso. A questão do tempo abordada pela quarta lei
apesar de não ser tão evidente quanto as outras é muito importante, pois como o filósofo
grego Teofrasto (372-287 a.C.) a quem primeiramente foi atribuída a autoria da frase ―O
tempo é muito caro‖, e sendo caro o tempo precisa ser poupado. Ranganathan ao criar esta lei
pensa não só na questão do tempo do leitor que precisa ser otimizado, como também indaga
sobre o tempo que pode ser poupado do pessoal da biblioteca se este pessoal for qualificado
para a realização de seu trabalho de maneira rápida e eficaz.
Dar usabilidade aos livros, encontrar um leitor para cada livro e um livro para cada
leitor sem dúvida são pontos sustentadores de uma biblioteca, no entanto, é preciso alcançar
estes pontos no menor tempo possível. Para isso que as bibliotecas estão sempre buscando
ações que poupem o tempo do leitor. E sem dúvida, a Biblioteca do PPGG está nesta busca
incansável pela redução do tempo de espera de seus leitores.
O arranjo classificado das estantes juntamente com a sinalização destas e das
prateleiras corroboram para que o leitor possa ir direto até a obra que necessita, ou que
perceba que o grupo de livros que tratam de determinado assunto estão localizados naquela
estante ou prateleira. Como a Biblioteca do PPGG é especializada, geralmente seus leitores
são alunos ou professores dos cursos, e assim, compreendem com alguma facilidade a
sinalização das estantes não sendo necessária a ajuda do pessoal da Biblioteca.
Como a Biblioteca está interligada a todas as outras do sistema da Universidade, seus
catálogos também estão on-line o que facilita a vida dos usuários, já que estes podem
consultar se a Biblioteca possui determinada obra de qualquer lugar desde que esteja
conectado à Internet.
Na circulação, os empréstimos e devoluções são realizados através do Sistema Minerva
com a identificação do usuário por um número de identificação (ID), além disso foi
implantado em 2012 o serviço de Renovação & Reserva On-line onde o usuário pode de
qualquer lugar se conectar à Biblioteca, fazer sua pesquisa, se o livro do qual precisa estiver
emprestado, pode reservá-lo, ou então, pode renovar um empréstimo em seu nome desde que
não esteja com a data de devolução atrasada.
94
A Quinta Lei trata a Biblioteca como uma instituição que necessita de planejamento,
organização e gerenciamento no que diz respeito ao seu crescimento como tal.
Biologicamente falando, um organismo só sobrevive se evoluir, se crescer e se adaptar ao
mundo em transformação, e a biblioteca é tratada como um organismo vivo pela Quinta Lei,
na verdade a biblioteca é um organismo em constante desenvolvimento, que precisa se
atualizar e assim se manter.
O mundo da informação cresce vertiginosamente a cada minuto, o que torna
obrigatório o crescimento da biblioteca para sua sobrevivência. Crescer portanto, não
significa somente aumento de tamanho, este crescimento inclui atualizar-se constantemente,
95
assumir novos papéis, novas atitudes, aceitar e conviver com as novas tecnologias e
utilizando-se delas para o aprimoramento dos recursos que irão atender seus usuários. Para a
biblioteca é fundamental que se desenvolva a fim de que possa sobreviver e assim realizar seu
trabalho de forma contínua e progressiva diante de uma sociedade em constante mudança e
atualização.
A Biblioteca do PPGG atualmente possui cerca de 18.000 itens e passa por um
processo de contínuo crescimento, já que várias frentes de trabalhos estão sendo
desenvolvidas por suas bibliotecárias para que a Biblioteca possa não só crescer em número
de acervo e leitores, mas também em número de serviços e produtos oferecidos a esta
comunidade.
A primeira frente de trabalho que se pode evidenciar é a inclusão de maior quantidade
de livros nos sistema de catalogação e a criação da Coleção Maurício de Almeida Abreu que
possui cerca de 1500 itens, sendo essa coleção fruto da herança deixada para Biblioteca, do
acervo pessoal do professor e pesquisador Maurício de Almeida Abreu, que foi um dos
principais colaboradores na fundação da biblioteca. Com isso, o número de títulos inseridos
no sistema tem aumentado consideravelmente e o acervo tem crescido bastante, é um trabalho
incessante e sem fim, pois sempre recebemos muitas doações.
Os catálogos desta biblioteca estão hoje em versão online, não ocupando assim
nenhum espaço físico e com grande capacidade de armazenamento de entradas para facilitar a
pesquisa dos leitores.
O crescimento da Biblioteca também se dá pela ampliação dos serviços já existentes
aos alunos, professores e funcionários não só do PPGG mas para toda a Universidade. Dentre
os novos serviços é possível destacar o serviço de Renovação & Reserva On-line e o Boletim
Bibliográfico que também tem grande importância no crescimento desta Biblioteca, pois
informa de maneira rápida e eficaz a chegada de novos títulos ao acervo e que podem ser
emprestados de acordo com o interesse de cada usuário. Outro fator que foi pensado tendo em
vista a necessidade de adaptação frente às demandas dos usuários foi o número de
empréstimos, que aumentou para cada usuário, atualmente os usuários de pós-graduação
podem levar sete livros emprestados e os de graduação cinco.
Recentemente também foi criado o Pantheon, que é um repositório digital institucional
da UFRJ, visando agrupar em um só lugar toda a produção acadêmica do corpo docente e
discente, assim como também do corpo técnico da UFRJ. a Biblioteca do PPGG também
participa do Pantheon e já começou a incluir alguns trabalhos de conclusão de curso. A
96
importância desse repositório se dá pelo fato da está em consonância com as tendências atuais
de disponibilizar a maior quantidade possível de material em meio digital, facilitando seu
acesso.
E por fim outra atividade que ainda não está em processo de execução, mas está
prevista para começar assim que possível é a catalogação de livros em formato digital, os e-
books. Este novo formato de livro está sendo adquirido pela Universidade através do Sistema
de Informação e Bibliotecas (SIBI), onde vários e-books sobre vários assuntos são comprados
com acesso perpétuo.
Sem dúvida alguma, os e-books são um importante meio de disseminação do
conhecimento nesta era tecnológica e a Biblioteca do PPGG está evoluindo para se adequar da
melhor maneira possível às novas tecnologias para assim poder dar aos seus usuários um
atendimento de excelência promovendo o uso dos livros pelo leitor adequado num tempo
satisfatório em um mundo em constante desenvolvimento, estando assim preconizando as
Cinco Leis da Biblioteconomia.
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, Nice Menezes de. A modernidade das cinco leis de Ranganathan. Ciência da
Informação, Brasília, v. 21, n. 3, p. 186-191, set./dez., 1992. Disponível em:
<http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/430/430>. Acesso em: 06 dez. 2017.
Eixo: Ensino
Abstract: In this article, we study the relevance of the Library in the development and
diffusion of scientific research in higher education. Emphasizing the role of the library in the
organization of information and its profile as a support for the development of scientific
research, conducted through a bibliographical survey to analyze the role of the library in the
process of scientific research, here portrayed through the productions of universities, this
covers the phase of concepts about scientific research and its importance, emphasizing the
role of the researcher within the universities, presenting aspects of the production of
knowledge within the academic environment. Based on these references are characterized
some steps about the phase of methodological organization of a research, through the vision
of authors already consecrated, passing through the choice of the theme until the instrumental
organization of the research, taking into account some barriers for the researcher to go
100
through to the phase the end of your research project. Analyzing the representativeness of the
library in all the stages of construction, development and dissemination of scientific research.
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa científica para ser validada percorre um longo caminho até sua divulgação,
da escolha do assunto ou tema a ser pesquisado, a um levantamento detalhado do que existe
de publicação na área, a escolha de referências em fontes seguras e um cuidado metodológico
na execução da parte escrita, assim como a escolha de fontes para divulgar sua pesquisa, são
fases necessárias e que merecem um cuidado na sua execução. E todo este caminho
percorrido requer do pesquisador um árduo tempo e disposição para que consiga ter um
trabalho de qualidade e dentro dos padrões aceitos na comunidade acadêmica. E dentro deste
contexto que as bibliotecas se fazem importantes, pois especialmente as bibliotecas
universitárias conseguem oferecer um vasto campo de opões de fontes de pesquisa e
orientações de maneira a contribuir com o pesquisador.
Apresentamos nos capítulos a seguir um pouco de conceitos sobre Pesquisa Científica,
sua importância para sociedade e como ela depende de pessoas para ajudar no
desenvolvimento do conhecimento e vice-versa. Veremos também a metodologia que
direciona a pesquisa, com alguns pontos importantes de se conhecer para desenvolver bem a
pesquisa. Em seguida será apresentada uma reflexão sobre a metodologia da pesquisa no meio
acadêmico, como se desenvolve a pesquisa cientifica, assim como a produção do
conhecimento é narrada através das várias vertentes dentro do meio acadêmico, abrangendo
vários conceitos que visam contribuir com um olhar mais profundo sobre o tema. O papel do
pesquisador como acadêmico e profissional como sujeito questionador, seu desenvolvimento
dentro das universidades, e o processo criativo através de incentivos docentes para sua
autodescoberta como produtor de conhecimento.
Apresenta a importância da metodologia da pesquisa científica dentro de padrões que
conferem a pesquisa aspectos científicos a partir da organização do conhecimento ou através
de métodos que direcionam para um melhor resultado da pesquisa. Apontando nas
considerações finais a biblioteca como instrumento no processo da pesquisa científica nas
universidades.
101
2 A PESQUISA CIENTIFICA
A cada dia o homem busca mais soluções para seus diversos questionamentos, o
mundo gira em torno de perguntas e respostas, fazendo assim com que a pesquisa seja cada
vez mais relevante no processo de desenvolvimento da humanidade.
Desde muito tempo as pessoas são chamadas a pensarem, a darem respostas, a
intelectualizarem os questionamentos do mundo, principalmente aqueles indivíduos que
passam por uma universidade. Pois, esta instituição educacional tem como principal ideia
segundo Santos (2004, p.13) ―recolher, organizar, transmitir e criar, seja descobrindo, seja
inventando, a ciência do Homem.‖. Ou seja, preocupando-se em desenvolver a ciência que
comprova e dar a base para as diversas respostas que são encontradas com ajuda da pesquisa
que no meio acadêmico é conhecida como Pesquisa Cientifica.
A Pesquisa Cientifica, então, pode ser entendida como a busca por respostas para os
questionamentos humanos, para Santos (2004) ela é ―uma atividade intelectual intencional
que visa a responder às necessidades humanas.‖. Podemos dizer então que é uma pesquisa
mais elaborada, com estudos e comprovações que procuram atender ao ser humano em sua
busca pelo conhecimento.
Como sabemos conhecimento é feito através de informação e Gil (2002, p. 17)
apresenta a Pesquisa Cientifica, sendo esta forma de solucionar problemas propostos através
de informações fieis e confiáveis, como observamos a seguir:
Uma característica a ser considerada da pesquisa cientifica é que esta não pode ser
realizada de qualquer forma como nos mostra Schwartzman (1988) dizendo que ―a relevância
da pesquisa depende de sua qualidade (...)‖, pois é algo deveras importante que deve ser bem
feita para dar segurança aos que a utilizarem, caracterizando assim o seu lado cientifico.
Essa Pesquisa, bem diferente do que um simples ―jogo‖ de perguntas e respostas, faz
com que a sociedade esteja mais segura e melhor informada acerca de situações importantes
para o seu desenvolvimento, refletindo no futuro da sociedade, como defende Moraes e
Amato (2006) ao afirmar que ―os reflexos sociais da pesquisa cientifica são imprevisíveis e as
preocupações com o futuro tornam-se surpreendentes.‖
102
Contudo, infelizmente ainda não são todos que tem a consciência da importância de
contribuir para esse desenvolvimento através da Pesquisa Cientifica, o que faz com que
muitos pesquisadores em potencial não ofereçam sua real e significativa contribuição neste
processo de desenvolvimento do conhecimento. Isso fica claro no discurso de Moraes e
Amato (2006, p. 1) quando afirmam que ―(...) milhões de pessoas trabalham intensamente, dia
após dia, e poucos conseguem contribuir de maneira significativa para o bem da
humanidade.‖
Santos (2004, p. 12) defende que ―o perfil profissional atual pede iniciativa,
capacidade de decisão, possibilidade de fazer diferença. (...) É urgente a geração da sabedoria
cientifica, ou seja, não basta ter dados, é necessário saber o que fazer com eles.‖. Com base
neste pensamento podemos perceber que o individuo é mais do que chamado a contribuir com
a pesquisa, utilizando dos dados que possuem nas mãos para trazer respostas concretas e
eficazes a todos.
Este perfil pode e deve ser aplicado especialmente aos estudantes do ensino superior,
onde segundo a LDB, é necessário o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão.
Mostrando, então, que esses alunos devem ter suas atenções voltadas para a busca.
Esta pesquisa no meio acadêmico é vista hoje como um desafio que deve ser
enfrentado pelas universidades, isso fica claro no pensamento de Beirão (2008) ao dizer:
conseguem desenvolver ações que visam incentivar uma postura instigante contribuindo para
a formação científica.
Tão importante quanto ter um tema, um problema, uma questão a ser resolvida no
processo de pesquisa, é ter alguém que cuide desse processo, a essa pessoa chamamos de
Pesquisador, que no ensino superior pode ser tanto os discentes como os docentes.
Estes pesquisadores são homens e mulheres que apresentam dúvidas, indagações e
questionamentos, e não pessoas dotadas de certezas. Eles trazem consigo algo desconhecido
que tem desejo pela descoberta. (ROMÃO, 2005, p. 21). Não temos como dissociar essas
características do pesquisador acadêmico, que ao chegar na universidade está cheio de
perguntas, de dúvidas, esta sedento pelo saber, pelo conhecimento.
Ao entrar na universidade o aluno já é inserido numa realidade de pesquisa através de
uma iniciação cientifica que estará presente em toda sua vida acadêmica, isso é bem
apresentado por Amoras (2010) ao falar da relação Aluno e pesquisa:
h) perseverança e paciência;
i) confiança na experiência.
Infelizmente muitas pessoas que entram neste ramo de pesquisa, não são preparadas
adequadamente para desenvolver estas qualidades, e por isso acabam não desenvolvendo seu
trabalho de forma esperada, com maior qualidade e maior êxito.
Podemos tomar como exemplo desta situação o próprio trabalho de conclusão de
curso, que todos os alunos ao entrarem na academia sabem ou passam a saber que deverão
apresentar, seria então, o melhor momento para iniciar a desenvolver as qualidades citadas
anteriormente, mesmo porque, sua vida enquanto acadêmica passará a se confundir com a
pesquisa, seja em pequenos trabalhos ou na intenção da conclusão de seu curso.
No meio acadêmico, podemos observar que muitos pesquisadores chegam nesta etapa
da vida, sem uma preparação solida no que diz respeito à pesquisa. Por isso, acabam sentindo
muitas dificuldades quando se deparam com a realidade acadêmica que exigem deles estar em
constante pesquisa para desenvolver o conhecimento.
É ai que entra a metodologia da pesquisa, que como uma disciplina no ensino superior
tem o objetivo, (mesmo que por um período de tempo curto relacionado ao tempo de estudo
básico ―perdido‖) suprimir a falta de preparação dos alunos no ensino básico, para que assim,
na sua vida acadêmica este aluno possa ter menos dificuldade com a elaboração de pesquisas.
Beirão (2008) defende essa participação do aluno de graduação na pesquisa ao afirmar que:
Essa inserção é fundamental para que o aluno desenvolva o mais rápido as qualidades
antes citadas, em especial para aqueles que já possuem vocação para a pesquisa, mas que
precisam de um incentivo para descobrir e desenvolverem este dom.
O pesquisador da graduação dificilmente não continuará sua vida de pesquisa após a
formatura, pois passa a desenvolver mais ainda o processo de busca pelo conhecimento,
mesmo estando em uma área profissional de atuação. Na atualidade é cada vez mais comum,
a busca por cursos de pós-graduação que é a oportunidade de profissionais graduados
continuarem no ramo da pesquisa contribuindo para o desenvolvimento do saber.
107
Como foi comentando, a Pesquisa Cientifica não é feita de qualquer maneira, para que
ela seja realizada com eficácia são necessários alguns procedimentos importantes que dão a
característica cientifica para o levantamento, esses direcionamentos são estipulados através da
Metodologia. E antes de conhecermos um pouco desses direcionamentos é necessário que
saibamos um pouco do que seja essa Metodologia da Pesquisa Cientifica.
Rodrigues (2007) diz que a Metodologia Cientifica ―É um conjunto de abordagens,
técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição
objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática.‖. Percebemos então, que a pesquisa
cientifica é direcionada através da Metodologia para poder ter um padrão no seu
desenvolvimento, é tão importante que na universidade é disciplina para, senão todos, quase
todos os cursos.
É conveniente ressaltar que a pesquisa além de métodos para sua busca, deve seguir
normas para a tabulação e apresentação de seus resultados, sendo necessário que o seu
responsável se preocupe com a forma de pesquisa, o tipo de texto e como será apresentado
para a sociedade como especifica Moura (2005):
A metodologia científica ensina desde como fazer uma pesquisa bibliográfica, a ler e
analisar os textos, resumos, ou seja, como fazer o próprio trabalho intelectual sobre
o tema, até a como expor o trabalho feito, colocá-lo no papel, e divulgá-lo nos meios
de publicação científica, ou seja, escrever um artigo sobre o trabalho, publicá-lo em
um congresso profissional, até escrever um livro! (MOURA, 2005).
Desconhecer pequenas regras ou mesmo não valorizá-las pode fazer com que a
pesquisa seja de nível inferior ao que se espera, pois não segue padrões que facilitam sua
divulgação e entendimento. Percebe-se a importância destas regras determinadas pela
metodologia da pesquisa, ao ponto de existirem órgãos nacionais e internacionais que se
preocupam especificamente com esses assuntos, como é o caso da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - BNT e ISO. As maiorias das bibliotecas universitárias possuem uma
assinatura online/e ou físicas de Normas Técnicas que abrangem diversas áreas de interesse
de acordo com a demanda e cursos oferecidos na instituição as quais poderá servir de apoio ao
pesquisador.
108
Através da metodologia, são determinadas as fases que a pesquisa deve seguir e como
devem ser executadas para que haja um bom desenvolvimento do trabalho. Marconi e Lakatos
(2005, p. 160) descrevem essas fases como:
1. Escolha do tema;
2. Levantamento de dados;
3. Formulação do problema;
4. Definição dos termos;
5. Construção de hipótese;
6. Indicação de variáveis;
7. Delimitação da pesquisa;
8. Amostragem;
9. Seleção dos métodos e técnicas;
10. Organização do instrumental de pesquisa.
É importante que se distinga um texto pelo seu formato gráfico(...). Deve-se também
saber que esses formatos de texto, especialmente o formato relatório e o formato
monografia, são solicitados frequentemente no meio acadêmico como formas de
complementares e exclusivas de avaliação/promoção docentes e discentes.
Então, podemos dizer que bem como as formas de pesquisa, o formato gráfico
apresentado no texto que será resultado da pesquisa tem um papel muito relevante.
Merecendo então uma particular atenção dos elaboradores da pesquisa.
109
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até pouco tempo circulava uma propaganda do Canal Futura que dizia: ―não são as
respostas que movem o mundo, são as perguntas!‖. Ao fim deste trabalho, podemos apoiar-
nos nesta frase e dizer que a pesquisa está sempre movendo o mundo, pois sempre existem
perguntas, questionamentos que devem ser solucionados em nossa sociedade.
Porém, é fato que para as respostas serem encontradas e disponibilizadas de forma
eficaz é necessária a utilização da metodologia da pesquisa, para que não se tenha trabalhos
mal elaborados. O processo de pesquisa não pode ser realizado de qualquer maneira, por isso
110
REFERÊNCIAS
AMORAS, Fernando Castro. Iniciação na pesquisa no ensino superior. P@rtes, São Paulo,
julho de 2010. Disponível em: <<http://www.partes.com.br/educacao/iniciacaocientifica.asp>.
Acesso em: 14 jul. 2010.
FERREIRA, Mario C.; CARVALHO, Denise B. O que é Iniciação Cientifica? Brasilia, DF:
UNB, 2009. Disponível em: <<http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=196>>.
Acesso em: 16 jul. 2010.
FRANÇA, Junia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina de. Manual para normalização de
publicações técnico-cientificas. 7. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2004. 242 p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. São Paulo: Atlas, 2002.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
ROMÃO, José Eustaquio. Pesquisa na Instituição de Ensino Superior: referencial teórico, que
bicho é este? Cadernos de Pós-Graduação. São Paulo, v. 4. p. 19 – 32, 2005.
Eixo: Ensino
LIVIA CARVALHO
FILIPE REIS
Abstract: It discusses the challenges and paths in the implantation of the national program of
Librarianship course in the distance learning modality within the scope of the Federal
114
University of Goiás. The discussion is based on the analysis of pedagogical project of the
course , dialogues with the university administration officials and bibliographic research. It
presents the concepts and some regulatory frameworks of distance education in Brazil and
the requirements in terms of basic and complementary libraries and bibliographies for
course‟s authorization. The challenges involves pedagogical aspects that demands a
continuous qualification of the team, interactivity between teacher and student; adoption of
new pedagogical approaches, understanding of the roles of teachers and tutors in the
teaching-learning process, measures to minimize evasion and the creation of internship
opportunities for librarianship students in the countryside. Attention must be given to the
library infrastructure and development of the bibliographic collection. Among the proposals
for overcoming the raised points, emphasis is given to the creation of a network of libraries to
assist the distance learning student; reissue of the National Plan for University Libraries;
national movement for the structuring of a digital library with the basic and complementary
bibliographies of the course.
1 INTRODUÇÃO
3 ENSINO A DISTÂNCIA
Dentre os marcos regulatório, atenção deve ser dada à Portaria 301, de 7 de abril de
1998 e ao documento ―As Referenciais de Qualidade para o Ensino Superior a Distância‖, de
2007 (BRASIL, 2007). A portaria 301, de 7 de abril de 1998, estabelecia de forma clara que
um dos requisitos para autorização de funcionamento de cursos a distância é a estruturação de
biblioteca, conforme especificado no Artigo 3º., inciso IV. O referido documento
acrescentava à lista de exigência a existência de locais adequados para a instalação das
bibliotecas e postulava que as instituições parceiras na oferta de cursos EaD ―devem oferecer
os mesmos recursos para o acesso às informações e dispor de locais adequados para atender
às demandas de informação dos alunos.! (BRASIL, 2007, p. 19),
Além das diretrizes estabelecidas no documento supracitado, o MEC criou variáveis
para avaliar e credenciar, não só os cursos de graduação EaD, como também os Polo de Apoio
Presencial (PAPs) e instituições ofertantes de cursos nessa modalidade de ensino. O
credenciamento institucional levava em consideração a existência de corpo administrativo
para atuar na gestão das bibliotecas dos Polos; acesso físico às bibliografias básicas e
complementares do curso; instalações para o gerenciamento central das bibliotecas dos Polos
e para manipulação do acervo; informatização do sistema de bibliotecas que administra a
biblioteca dos Polos; política de expansão, aquisição e atualização do acervo dos Polos.
No entanto, em outubro de 2017, a diretoria de avaliação da educação superior –
DAES publicou o documento ―Instrumento de avaliação de cursos de graduação presencial e
9
A primeira oferta aconteceu no período 2014 e 2015. com 180 vagas e 70 concluintes. .A segunda turma,
com 295 alunos, iniciou em Abril de 2017, com término em setembro de 2018.
119
10
Para o recredenciamento, é exigido 100% da bibliografias básica e complementar.
11
Não trataremos aqui do material didático produzido para a EaD, mesmo porque esse ainda não foi
publicizado.
120
ter domínio das técnicas e habilidades para tratar de forma específica os conteúdos
(escrita, áudio, vídeo e informática); saber utilizar outras linguagens; possibilitar
que o aluno avalie seu próprio processo de aprendizagem e tenha acesso a diferentes
técnicas de recuperação e correção para o sucesso das aprendizagens; capacidade de
organizar outras vias de aprendizagem, tais como leituras, atividades, imagens,
entrevistas, consultas e saber utilizar os meios de comunicação social como
instrumentos para alcançar fins específicos, aproveitando todas as possibilidades e
fazendo uso de todo potencial educativo das tecnologias da informação e da
comunicação, uma vez que o suporte tecnológico aumenta as chances e a
diversidade necessária à sala de aula contemporânea.
12
No caso do curso BibEAD acreditamos que essa exigência não se aplica uma vez que formamos bacharéis e
não licenciados, sendo substituido, talvez, por 1 ano de experiência profissional.
122
4.1.2 Estágio
Criar campo e regras para o estágio para os alunos EaD não se mostra tarefa simples.
Primeiro devido à escassez ou precariedade de bibliotecas no interior do Estado,
principalmente as escolares e públicas. Segundo, a ausência de bibliotecários na maioria das
bibliotecas, excetuando-se as bibliotecas universitárias.
Pensando nessa realidade, estabelecer parcerias com outras instituições de ensino
superior se torna, fundamental para garantir a qualidade na formação do aluno do BibEAD A
parceria entre Instituto Federal de Goiás, Instituto Federal Goiano, a Universidade Estadual de
Goiás (UEG) e a UFG, considerando os diversos campi espalhados pelo Estado, abriria
espaços interessantes de estágios para a formação do aluno. Portanto, as bibliotecas
universitárias das instituições aderantes ao programa BibEAD, teriam o duplo papel de
atender o aluno-usuário do curso e de constituir-se como campo de estágio para formação
profissional desse aluno.
Outro espaço em potencial para estágio obrigatório são as bibliotecas dos PAPs. Nesse
caso, o aluno poderá ser supervisionado pelo tutor presencial bacharel em biblioteconomia.
Para viabilizar estágios em bibliotecas escolares, pode-se considerar a possibilidade de o
aluno ser orientado e supervisionado tanto por um professor do curso quanto por um tutor
presencial. Essas medidas podem se mostrar estratégicas para sensibilizar essas unidades de
informação quanto à necessidade de se contar com o profissional em sua equipe e,
simultaneamente, mudar a realidade das bibliotecas escolares e dos polos.
4.1.3 Evasão
e órgãos responsáveis, fazendo com que sua complexidade e abrangência tornem-se objeto de
estudo e análise de diversos pesquisadores.
Para Coelho (2004) os principais fatores para a evasão nos cursos estariam
relacionados a: falta de interação e respostas efetivas entre os envolvidos no processo
educacional; falta de habilidades para lidar com as novas tecnologias para acompanhar as
atividades; ausência de reciprocidade da comunicação, ou seja, dificuldades em expor ideias
em uma comunicação escrita a distância, inviabilizando a interatividade; falta de agrupamento
de pessoas numa instituição física, construída socialmente faz com que o aluno de EaD não se
sinta incluído num sistema educacional. Além disso, pode-se acrescentar fatores como
ambiente de aprendizagem, metodologia do curso e variáveis particulares aos alunos, como é
o caso do gerenciamento do tempo para dedicar-se ao curso.
Sugestões para a superação dos pontos acima levantados passam pela qualificação do
da equipe pedagógica, conforme discutido no anteriormente; sensibilização do aluno quanto a
gestão de seu tempo e assunção de sua responsabilidade no seu processo de aprendizagem;
criação de uma efetiva Comunidade Virtual de Aprendizagem, que viabilizaria trocas de
experiências entre professores e tutores; instituição de mecanismos de autoavaliação do
curso/disciplina; delimitação da quantidade de atividades de acordo como tempo para sua
realização; diversificação de recursos e formas de expor conteúdos e atividades; garantia de
espaço para escrita e reflexão pessoal de cada estudante sobre o seu processo de
aprendizagem no curso, tal como os ―diários de aula‖; estruturação de espaço interativo e
coletivo exclusivo para discussão e interação com os colegas, como mídias sociais (NETTO;
GUIDOTTI; SANTOS, 2012, p. 8). A necessidade de utilização de diversos meios e recursos
no processo de ensino-aprendizagem a fim de minimizar a distância física entre professores e
estudantes é apontada por Madeira (2006).
Dentre os recursos de ensino que podem ser adotados, web conferências, chats e
outros canais interativos devem ser considerados, visto que permitem ao estudante dirimir
possíveis dúvidas e interagir com os docentes de forma mais dinâmica. Encontros presenciais
também favorecem a interação e podem reforçar as relações dos estudantes entre si e entre a
equipe pedagógica. Mas devem ser acionados com parcimônia e de forma voluntária uma vez
que a sua obrigatoriedade é responsável por quase 5% do total de evasão (ABRAEAD, 2008).
É fundamental que no curso a distância o estudante seja mais proativo na sua
formação e dedique sistematicamente algumas horas por dia para estudo do material e
execução das atividades propostas, além de participar nos fóruns e tirar possíveis dúvidas. Se
124
não houver disciplina, facilmente ele se perderá e se desmotivará para dar continuidade aos
estudos. Nesse sentido, é interessante que no início do curso, seja ofertada oficina de
organização e gestão do tempo para que o discente EaD possa melhor planejar as demandas
do estudo de forma mais realista e autônoma. A autonomia, como aponta Zuin (2006), é o
mote da EaD, sendo assim os cursos estão cada vez mais voltados em possibilitar
aprendizagem autônoma.
Um dos fortes pressupostos da EaD é que seus integrantes (seja alunos, professores ou
tutores) tem domínio das tecnologias de informação e comunicação e que são letrados
informacionalmente. A nossa atuação em EaD, tanto no curso de especialização, quanto no de
formação de auxiliares de bibliotecas e outras experiências nos levam a questionar esse
pressuposto. As dificuldades nessas duas esferas podem induzir à evasão do aluno. Nesse
sentido Dudziak (2003, apud GOMES; FIALHO; SILVA, 2013, p. 60 ) reserva papel
fundamental ao bibliotecário na expansão da transformação da educação ao implementar
programas de letramento informacional para o desenvolvimento de competências
informacionais de seus usuários.
Cunha e Silva (2009) chamam a atenção para a importância do professor fazer uso de
seu conhecimento técnico do ambiente de aprendizagem e de suas habilidades afetivas para
manter a motivação do aluno e criar laços com o coletivo do curso. A junção desses dois
domínios (técnico e afetivo) resulta no que os autores denominam de computação afetiva. São
tributos da computação afetiva: a sociabilidade – entendida como capacidade de formar
vínculos sociais com os demais atores (professores, tutores e alunos) , para tal pode-se
acionar as ferramentas de comunicação síncronas (bate-papos, mensagens instantâneas) como
nas assíncronas (correio, fórum de discussão); a comunicabilidade – aferida pela qualidade da
comunicação entre os participantes, capacidade de sanar dúvida em fóruns de discussão, por
exemplo s de forma oportuna e clara; a pontualidade – observância dos prazos acordados e
divulgados e prontidão nas respostas às postagens dos alunos é fundamental para manter a
motivação e interesse do aluno; o comprometimento – diz respeito ao cumprimento do que foi
estabelecido; a meticulosidade - grau de atenção dada às interações dos alunos no ambiente
virtual e às consequências destas interações para que se possa intervir quando necessário; a
iniciativa; - capacidade do professor em incentivar e apoiar as ações dos alunos no ambiente
virtual, como, por exemplo, participação nos fóruns, realização do trabalho proposto,
colaboração e contribuição para sanar dúvidas dos demais colegas.
125
CONCLUSÃO
REFERENCIAS
BELLONI, Maria Luiza. Ensaio sobre a educação a distância no Brasil. Educação &
Sociedade, Campinas, ano 23, n. 78, p.117-142, abr. 2002.
BENTES, Márcia Cristina Benigno; KATO, Olívia Misae Kato . Fatores que afetam a evasão
na educação a distância: curso de administração. Psicol. educ. no.39, São Paulo, dez. 2014.
CUNHA, Fabrício Oscar da; SILVA, Júlia Marques Carvalho da. Análise das Dimensões
Afetivas do Tutor em Turmas de EaD no Ambiente Virtual Moodle. In: XX SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO. Santa Catarina, 2009. Anaís…
UFSC, 2009. disponível em file:///C:/Users/rededigital03/Downloads/1190-1408-1-PB.pdf
MADEIRA, L.L. Políticas públicas de formação docente face à inserção das TICs no espaço
pedagógico. In: Educação a Distância e formação de professores: relatos e experiências.
CCEAD PUCRio, 2007.
MARTINS, Onilza Borges. Os caminhos da EAD no Brasil. Revista Diálogo Educ., Curitiba,
v. 8, n. 24, p. 357-371, maio/ago. 2008.
NETTO, Carla GUIDOTTI, Viviane SANTOS, Pricila Kohls. A evasão na ead: investigando
causas, propondo estratégias. In: CONGRESSO CLABES II., 2012. Anais… Porto Alegre.
Disponível em: http://www.revistas.utp.ac.pa/index.php/clabes/article/view/865/892. Acesso
em 20 jan 2018.
NEVES, Yára Pereira da Costa e Silva. Evasão nos cursos a distância: curso de extensão
TV na Escola e os desafios de hoje. 97 f. (Mestrado em Educação Brasileira) – Centro de
Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Universidade Federal de
Alagoas, Maceió, 2006.
SANTOS, Heloisa Varão; SANTOS Kate Lis Varão Santos. Da lousa ao ava: desafios aos
professores de ead em formação. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA E ENCONTRO DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
São Carlos. Anais... São Carlos: SOBAMA, 2014. sem paginação. ISSN: 2316-8722
Eixo: Ensino
Resumo: O presente artigo trata de uma reflexão acerca da Educação à Distância (EaD), das
bibliotecas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) e
dos Recursos Informacionais disponibilizados aos alunos da EAD. De acordo com o MEC, a
Educação à distância é a modalidade educacional na qual alunos e professores estão
separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária à utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação
específica e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação
profissional técnica de nível médio) e na educação superior, é através desta que se faz uma
abordagem sobre EaD, o desenvolvimento dessa modalidade de ensino e sobre os referenciais
de qualidade para Educação Superior à distância elaborados pelo Ministério da Educação
(MEC). O objetivo desse artigo é verificar se as bibliotecas do IFAM atendem esses
referenciais e aos seus usuários no provimento e acesso aos serviços e recursos
informacionais necessárias às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os caminhos
metodológicos utilizados neste trabalho consistiram no levantamento de dados em fontes
variadas, ora por meio de levantamento bibliográfico, com revisão da literatura para avaliar a
bibliografia pertinente ao assunto e ora da pesquisa documental em fontes primárias e
secundárias, com o objetivo de buscar informações que contribuíssem para conhecer melhor o
assunto abordado.
Abstract: This article deals with a reflection about distance education (EaD), the libraries of
the Federal Institute of Education, Science and Technology of Amazonas (IFAM) and the
Information Resources made available to EAD students. According to the MEC, distance
education is the educational modality in which students and teachers are separated,
physically or temporally, and therefore it is necessary to use media and information and
communication technologies. This modality is regulated by specific legislation and can be
implemented in basic education (youth and adult education, technical vocational secondary
education) and in higher education, it is through this that an approach is taken on EaD, the
134
development of this modality of teaching and quality benchmarks for Distance Higher
Education elaborated by the Ministry of Education (MEC). The purpose of this article is to
verify if the IFAM libraries meet these references and to their users in the provision and
access to the information services and resources necessary for teaching, research and
extension activities. The methodological approaches used in this work consisted in the
collection of data in varied sources, or by means of a bibliographical survey, with a review of
the literature to evaluate the bibliography pertinent to the subject and sometimes of the
documentary research in primary and secondary sources, in order to search for information
that contributed to a better understanding of the subject addressed in the form of the
approach.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O Ensino à Distância
No que se refere à EaD aplicada ao ensino no Brasil, o Governo Federal, por meio do
Decreto nº 9.057, dispõe no
Neder (2000) refere-se ao conceito de EaD com bastante propriedade, colocando essa
modalidade como um meio, uma ferramenta que permite ampliação do acesso à escola, o
atendimento a adulto, possibilitando o uso de novas tecnologias de comunicação e de
informação.
A estrutura administrativa da EaD, criada pelo Ministério da Educação (MEC), com a
criação de uma secretaria específica para EaD, manuais de avaliação e regras próprias para
credenciamento de Instituições, autorização e reconhecimento de cursos, tem feito com que a
educação à distância se desenvolva em paralelo com a Educação presencial.
No entanto, existe uma perspectiva da convergência das duas modalidades, a educação
à distância se desenvolve através da articulação de atividades pedagógicas capazes de
desenvolver os aspectos afetivo, psicomotor e cognitivo dos estudantes. Para isso, utiliza-se
de meios informacionais, que independem do tempo e do lugar onde se encontram os atores
do processo, isso a torna interessante para alunos adultos que tem compromisso com o
mercado de trabalho. Na base do desenvolvimento da educação à distância no Brasil tem-se a
136
preocupação constante com o acesso a educação de quem não teve a oportunidade de estar
presente na escola no tempo e no espaço, considerados ideais para a educação escolar
presencial.
Conforme Preti (2000), a grande parte dos alunos da Educação à Distância apresenta
características particulares, tais como: são adultos inseridos no mercado de trabalho, residem
em locais distantes dos núcleos de ensino, não conseguem aprovação em cursos regulares, são
heterogêneos e com pouco tempo para estudar no ensino presencial, sendo assim necessitam
que um ensino mais flexível e que se encaixe em suas reais necessidades.
De acordo com Mugnol (2009), as oportunidades de aprendizagens implicam na
criação de meios a serem considerados são: comprometimento e responsabilidade do aluno,
orientação e apoio dos professores disponível em todos os momentos, a utilização
compartilhada de métodos e meio de transmissão das informações, o respeito às diferenças
individuais com a utilização de métodos capazes de respeitar o ritmo da aprendizagem de
cada estudante.
O Ministério da Educação (MEC) tem dedicado atenção a essa modalidade de ensino e
vem publicando uma série de portarias normativas que estão servindo de fonte legal para
demarcar os espaços, as formas de atuação das instituições e as características dos cursos.
No Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2006, ficou estabelecida a política de
garantia de qualidade, tocantes aos variados aspectos ligados à modalidade de educação à
distância, notadamente ao credenciamento institucional, supervisão, acompanhamento e
avaliação, harmonizados com padrões de qualidade enunciados pelo Ministério da Educação.
Entre os tópicos relevantes do Decreto, tem destaque:
a) A caracterização de EaD visando instruir os sistemas de ensino;
b) O estabelecimento de preponderância da avaliação presencial dos estudantes em
relação às avaliações feitas a distância;
c) Maior explicitação de critérios para o credenciamento no documento do plano de
desenvolvimento institucional (PDI), principalmente em relação aos polos descentralizados de
atendimento ao estudante;
d) Mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na
educação superior, desvinculada da previsão de condições adequadas;
e) Permissão de estabelecimento de regime de colaboração e cooperação entre os
Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de Educação e diferentes esferas administrativas
137
O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para "o
desenvolvimento da modalidade de educação à distância, com a finalidade de expandir e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País". Fomenta a
modalidade de educação à distância nas instituições públicas de ensino superior, bem como
apoia pesquisas em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em tecnologias
de informação e comunicação. Além disso, incentiva a colaboração entre a União e os entes
139
federativos e estimula a criação de centros de formação permanentes por meio dos polos de
educação à distância em localidades estratégicas.
A Oferta de Cursos de Graduação na Modalidade EaD no âmbito do IFAM se faz
através do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) cujo objetivo é ampliar e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior, por meio da educação à
distância. A prioridade é oferecer formação inicial a professores em efetivo exercício na
educação básica pública, porém ainda sem graduação, além de formação continuada àqueles
já graduados. Para tanto, os Cursos tem suas atividades presenciais organizadas em Polos os
quais servem de apoio para o desenvolvimento de atividades pedagógicas, em que os alunos
entram em contato com tutores e professores e têm acesso à biblioteca e laboratórios de
informática a fim de viabilizar o processo de ensino e aprendizagem em EaD.
O Sistema EaD disponibiliza o Curso Superior de Licenciatura em Física e
Licenciatura em Pedagogia, no âmbito dos programas de fomento, a partir das demandas
articuladas com os Polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) que estejam em situação
favorável para receber o Curso, sendo 30 vagas por polo.
Ao concluir o curso, o licenciado em Física, em atendimento às Diretrizes Nacionais
Curriculares para os Cursos de Física e às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação
de Professores da Educação Básica, em nível superior, será um profissional capaz de:
Dominar princípios fundamentais da Física clássica e moderna e suas relações com as novas
tecnologias; Diagnosticar e avaliar a solução de problemas físicos tanto de natureza teórica
bem como experimental, fazendo uso de laboratórios virtuais ou reais, ou ainda
fundamentação matemática adequada; Compreender fenômenos e processos físicos a luz dos
princípios fundamentais da física, reconhecendo seus domínios e validade; Desenvolver uma
conduta ético-profissional responsável, percebendo a Física como agente (re) formulador de
saberes e valores humanos e científicos; Perceber a Ciência como conhecimento desenvolvido
em diferentes contextos histórico-político-culturais, estabelecendo articulação com a prática
pedagógica; Utilizar o conhecimento matemático como suporte para o entendimento dos
fenômenos naturais associados aos modelos físicos para promover uma prática pedagógica
atualizada, estimulante e contextualizada; Saber utilizar os diversos métodos científicos
(experimentais) e recursos tecnológicos (informática) a luz das teorias pedagógicas de modo
reflexivo; Dominar a linguagem científica, utilizando-a para relacionar a Física a outras áreas
do saber de forma transdisciplinar ou interdisciplinar; Compreender problemas amazônicos no
140
II - servidores do IFAM;
III - outros funcionários vinculados ao IFAM; e
IV - Comunidade externa.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Eixo I: Ensino
Abstract: This article discusses the processes of evaluation of higher education in Brazil,
considering the guidelines of the Ministry of Education, especially those that are directed to
the work of university libraries. Within this scope, it tries to understand and analyze the
development of its collections. It addresses the rules for authorization, recognition and
renewal of course recognition, as well as for the note designation. Contextualizes evaluation
indicators in relation to university libraries and points out the items related to their
performance that are inspected. It correlates the development policy of the collection with the
process of preparing the basic and complementary bibliographies of the courses. It concludes
that the libraries of higher education institutions should be aware of changes in norms and
148
evaluation guidelines, taking into account acquisition procedures and their selection policy,
as well as recognizing that the librarian is a fundamental actor in the regulation of courses.
1 INTRODUÇÃO
13
O Decreto nº 9.235/2017 revogou o Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispunha sobre o exercício
das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de
graduação e sequenciais no sistema federal de ensino.
149
cursos que obtêm valor igual ou superior a três, na percepção do MEC/INEP, indicam
qualidade satisfatória.
Vale ressaltar que os Centros Universitários e as Universidades independem de
autorização para funcionamento de curso superior, conforme previsto no art. 40 do Decreto nº
9.235/2017. Porém, as Instituições que possuem essas modalidades de organização acadêmica
devem informar à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC da
abertura do curso para fins de supervisão, avaliação e posterior reconhecimento. É oportuno
destacar, entretanto, que essa regra não se aplica aos cursos de graduação em Direito,
Medicina, Odontologia e Enfermagem. Inclusive as Universidades e Centros Universitários
dependem de autorização do MEC, após prévia manifestação do Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil e do Conselho Nacional de Saúde. (art. 41 do Decreto nº
9.235/2017).
O processo de fiscalização da educação superior se efetiva através do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), conforme determina a Lei nº 10.861,
de 14 de abril de 2004:
Portanto, o SINAES é composto por três eixos: a avaliação das instituições, dos cursos
e do desempenho dos estudantes. Após a promulgação da Lei nº 10.861/2004, o MEC
regulamentou os procedimentos de avaliação do SINAES através da Portaria nº 2.051, de 9 de
julho de 2004. A partir de então ficou estabelecido que a avaliação institucional deve ser
realizada por comissão interna e externa:
certa frequência. A última versão foi publicada em outubro de 2017 e está disponível para
consulta no site do INEP14.
Art. 21 [...]
a) com relação à biblioteca:
1. acervo bibliográfico físico, virtual ou ambos, incluídos livros, periódicos
acadêmicos e científicos, bases de dados e recursos multimídia;
2. formas de atualização e expansão, identificada sua correlação pedagógica com os
cursos e programas previstos; e
3. espaço físico para estudos e horário de funcionamento, pessoal técnico-
administrativo e serviços oferecidos. (BRASIL, 2017).
Essas exigências são tipificadas no instrumento de avaliação in loco. Por essa razão,
em relação à infraestrutura da biblioteca e ao plano de atualização do acervo, para obter
conceito máximo (nota 5), é verificado, respectivamente, se
14
Os instrumentos que subsidiam os atos autorizativos de cursos podem ser consultados no
link a seguir: http://portal.inep.gov.br/web/guest/instrumentos1
153
Por exemplo, para obter conceito máximo na bibliografia básica, cada disciplina
deveria indicar 3 títulos na ―proporção média de um exemplar para menos de 5 vagas anuais
pretendidas/autorizadas, [...] de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo, além de
estar informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES‖. (INSTITUTO NACIONAL DE
ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015, p. 31).
154
Para a bibliografia complementar, exigia-se ―pelo menos, cinco títulos por unidade
curricular, com dois exemplares de cada título ou com acesso virtual‖. (INSTITUTO
NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015,
p. 31). Por fim, em relação aos periódicos, para obter conceito máximo era requisitado a
―assinatura com acesso de periódicos especializados, indexados e correntes, sob a forma
impressa ou virtual, maior ou igual a 20 títulos distribuídos entre as principais áreas do curso,
a maioria deles com acervo atualizado em relação aos últimos 3 anos‖. (INSTITUTO
NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015,
p. 32).
Considerando que as mudanças nos instrumentos de avaliação alteraram drasticamente
essa realidade, optou-se por transcrever integralmente os novos critérios de análise nos
Quadros 2 e 3. Vale ressaltar que os aspectos avaliados no âmbito das bibliotecas são os
mesmos para autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício das funções de
regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de
graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Brasília, Diário Oficial da União, 10
maio 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/decreto/d5773.htm>. Acesso em: 25 jan. 2018.
BRASIL. Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017. Dispõe sobre o exercício das funções
de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos
superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino. Brasília, Diário
Oficial da União, 18 dez. 2017. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9235.htm#art107>.
Acesso em: 25 jan. 2018.
Eixo I: Ensino
Abstract: The purpose of this article is to investigate the contribution of the university library
to the evaluation of UFBA undergraduate courses by INEP, focusing on the basic and
complementary bibliographies and also the journals that aim at each course. Therefore, the
15
Este estudo foi elaborado com base no Instrumento de avaliação de cursos de graduação – presencial e a
distância, do INEP, de 2015, tendo em vista o período em que ocorreram as avaliações na UFFB. Assim, não
foi possível considerar os novos instrumentos datados de outubro de 2017.
164
grades attributed by the evaluators during the in loco visits to the courses, between the years
2010 to 2017, have been analyzed. The study is a qualitative and quantitative research of
descriptive nature. Its theory is based on the appropriate literature, as well as on documentary
survey referring to the 2015 INEP instruments and the evaluation reports of the courses,
prepared by the evaluators of the same Institute. The data analysis, compared to the reality
known and experienced by the UFBA libraries, revealed that the evaluation criteria registered
by the evaluators are often subjective, not revealing the actual state of the libraries accurately.
It is concluded, thus, that having only basic and complementary bibliographies and journals as
the only evaluation indicators of the university library is not sufficient so as to determine
whether it fulfils its role for the academic community. Furthermore, the absence of librarians
in the INEP evaluation teams means that evaluations are not carried out with adequate and
sufficient criteria to reflect the library, which obviously influences the final grades attained by
the courses.
1 INTRODUÇÃO
universidade e, apesar disto, o pouco peso com que ela contribui no processo avaliativo dos
cursos de graduação.
2 AMBIENTE UNIVERSITÁRIO
Pelo desenvolvimento das ciências, das letras, das técnicas e das artes, resultante do
ensino, da pesquisa e da aplicação do conhecimento junto à sociedade (extensão) ‒ tripé que
sustenta a educação superior ‒, a universidade deve ser capaz, a partir desse conjunto de
saberes e fazeres, numa visão crítica, de promover a acumulação do capital cultural.
Com essa maxi função e ante a multifacetada e complexa estrutura, a universidade, na
perspectiva de participar e de contribuir para seu próprio desenvolvimento e da sociedade
como um todo, entre outras iniciativas, se debruça sobre seu planejamento, de modo a abarcar
todas suas frentes de investimento e de custos, oriundas de suas funções, demandas e
necessidades. Entenda-se, então, por planejamento, conforme Lubisco (2011, p. 44),
Administrar uma instituição de ensino superior (IES) não é apenas organizar algo
que já existe, que está pronto e acabado; é também produzir novas relações em
contextos sociais, políticos, culturais e pedagógicos. (ZAINKO; PINTO, 2008,
p.18).
Pelo exposto, o PPC comporta o Plano de Ensino (PE), instrumento no qual o docente
se baseia para atingir o esperado dos alunos em determinada disciplina, considerando o
conjunto da matriz curricular. Sua estrutura, constituída de identificação, ementa, objetivos,
conteúdo programático, metodologia (técnicas e materiais didáticos e instrucionais),
167
2.1 BIBLIOGRAFIA
[...] o conjunto de obras (ou fontes) impressas e eletrônicas que ampliam o conteúdo
e as abordagens da bibliografia básica, enriquecendo os conhecimentos e práticas
contidos/resultantes das obras fundamentais de determinada área, campo,
componente curricular ou disciplina. (LUBISCO, 2014, p. 46).
não é incomum encontrar-se resistência para sua concretização, o que exige um trabalho
preliminar de sensibilização e envolvimento da comunidade – no caso da Universidade –
visando ao desenvolvimento de uma cultura orientada aos benefícios que uma avaliação
participativa e honesta pode trazer à Instituição. Como insumo básico do planejamento,
quanto mais ampla e precisa ela for, mais reais serão seus resultados. Por ser complexa e
laboriosa, a literatura recomenda que seja feita atentando-se para dois aspectos fundamentais:
a mesma periodicidade e de forma sistematizada, pois só assim serão obtidas séries históricas
que possibilitarão análises mais profundas de determinada situação ou organização, bem
como a construção de padrões e indicadores de desempenho.
No caso da avaliação institucional e da avaliação dos cursos de graduação,
implementadas pelo INEP, os indicadores de qualidade já estão estabelecidos nos
Instrumentos pertinentes, o que não exclui o desenvolvimento de outros sistemas, muitas
vezes setoriais, que podem vir a enriquecer ou mesmo ampliar o escopo da avaliação
governamental, mas que se destinam, com mais especificidade, para a autoavaliação setorial
ou da instituição como um todo.
A avaliação governamental ganhou destaque a partir de 1990, com o Programa de
Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) e hoje é realizada mediante os
Atos de Permanência16 no Sistema Federal de Ensino, pelo Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (SINAES), instituído pela Lei 10.861, de 14 de abril de 2004, tendo como
objetivo, segundo seu artigo 3º,
[...] identificar o seu perfil e o significado de sua atuação, por meio de suas
atividades, cursos, programas, projetos e setores, considerando as diferentes
dimensões institucionais [...] (BRASIL, 2004).
16
Atos de permanência (Recredenciamento e Transformação de Organização Acadêmica; Reconhecimento
e Renovação de Reconhecimento). (INEP, 2017, p.1)
17
Autoavaliação, Avaliação Externa, Enade, Avaliação dos cursos de graduação e Instrumentos de informação
como o censo e o cadastro. (INEP, 2015)
170
18
Autorização: quando uma instituição pede autorização ao MEC para abrir um curso; Reconhecimento:
quando a primeira turma de curso novo entra na segunda metade do curso, a instituição deve solicitar seu
reconhecimento; Renovação de Reconhecimento: de acordo com o Ciclo do Sinaes, ou seja, a cada três anos.
É calculado o Conceito Preliminar do Curso (CPC) e aqueles cursos que tiverem conceito preliminar 1 ou 2
serão avaliados in loco por dois avaliadores, ao longo de dois dias. Os cursos que não fazem Enade,
obrigatoriamente terão visita in loco para este ato ser autorizado (INEP, 2018)
171
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa documental, cujas fontes para obtenção dos dados foram as
páginas web da Comissão Própria de Avaliação da UFBA, bem como da Superintendência de
Avaliação e Desenvolvimento Institucional/Coordenação de Avaliação/Cursos, da mesma
Universidade.
Identificaram-se e analisaram-se 83 relatórios em Portable Document Format
(Formato Portátil de Documento), referentes às visitas in loco realizadas por ocasião dos
processos de Autorização, Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento dos Cursos de
Graduação, da Universidade Federal da Bahia, entre os anos de 2010 a 2017, pelas comissões
de avaliação do INEP. Utilizou-se o aplicativo Excel da Microsoft para lançar e organizar os
dados e, assim, facilitar a sua análise.
Iniciou-se por identificar quais dados precisariam ser coletados e, logo, procedeu-se ao
seu ordenamento por categorias para possibilitar a sua correlação, visando às conclusões e
inferências que seguem. Foram analisados os relatórios relativos a todas as avaliações
efetuadas no período, considerando-se minuciosamente o que concerne aos indicadores
acatados pelo INEP para a avaliação da biblioteca universitária.
De acordo com o levantamento feito para este estudo, vários cursos da UFBA foram
criados em decorrência do projeto REUNI. Com isto, pode-se notar que, pela passagem de 4 a
6 anos desde as respectivas Autorizações pela Instituição, grande número deles passou pelo
processo de Reconhecimento, no período entre 2011 e 2015. O Gráfico 1 mostra os cursos
avaliados na UFBA, registrando principalmente o Reconhecimento de novos cursos (ano de
2014) oriundos do REUNI.
172
19
https://siac.ufba.br/
173
ano que teve a maior criação de cursos foi 2010, segundo as estatísticas da Universidade.
(UFBA em números..., 2016, p. 10).
Gráfico 3 – Relação do Ato Regulatório com o crescimento das Avaliações do INEP por Áreas
dos Cursos de Graduação da UFBA, entre os anos de 2010-2017.
A UFBA aloca seus cursos de graduação em sete áreas, para efeito da organização
administrativa, acadêmico-pedagógica e financeira da Universidade. No Gráfico 3, fica
exposto o crescimento da Avaliação do INEP em relação a essas áreas e demonstra o
crescimento da área I, seguida da área II e III. Na área I, houve maior crescimento de novas
vagas e renovação das vagas na UFBA, entre os anos de 2011 e 2017.
O Gráfico 4 apresenta um resumo dos anos avaliados e indica a evolução das notas
finais.
174
Gráfico 4 – Conceitos atribuídas aos 83 cursos de graduação da UFBA, avaliados entre 2010 e
2017, por quantidade de curso
O conceito do curso (CC) é calculado, pelo sistema e-MEC, com base na média
aritmética ponderada dos conceitos das dimensões, os quais são resultados da média
aritmética simples dos indicadores das respectivas dimensões. Não há pesos
atribuídos aso indicadores.
Esta situação é um dos pontos críticos que vimos levantando em relação à adequação e
suficiência dos indicadores dos INEP e que reforça nossa posição de que a biblioteca
universitária venha a constituir-se numa quarta Dimensão a ser avaliada, de modo que seu
desempenho, de um lado, contribua efetivamente na nota final não só da Dimensão, mas do
curso como um todo; de outro, que a biblioteca seja representada com fidedignidade no seu
desempenho – para o bem e para o mal – e assim forneça aos gestores os elementos
necessários para sua melhoria no cumprimento do seu papel dentro da academia e para
justificar os investimentos feitos e demandados.
O Portal de Periódicos da Capes, oficializado em 2000, teve como o objetivo de
solidificar o uso do formato eletrônico das coleções científicas para as Instituições de Ensino
Superior. Com essa iniciativa, a Capes passou a centralizar a compra de assinaturas dos
periódicos especializados, liberando as universidades desse encargo, sendo que elas
mantiveram, segundo seu interesse, as assinaturas dos periódicos impressos.
O Gráfico 5, aparentemente, revela o desconhecimento do conteúdo do Portal de
Periódicos da Capes, por parte dos avaliadores, ou das instruções que o Indicador atribui a
cada conceito, visto que dos 83 cursos avaliados só 46 cursos receberam conceito máximo (5)
no Indicador Periódicos Especializados.
176
Gráfico 5 - Nota do Indicador Periódicos Especializados, relacionada com o Conceito Final nos
83 cursos avaliados.
Outro aspecto que surpreendeu nos relatórios examinados foi o resultado da avaliação
121807 (número atribuído pelo INEP). Consta no relatório tomado como exemplo, quanto à
Bibliografia Básica: ―Pela amostragem feita, verificou-se que existe um exemplar para 7
vagas autorizadas‖ (grifo nosso). Ora, a Bibliografia Básica, que deve constar no Plano de
Ensino, é avaliada por unidade curricular (disciplina). Pergunta-se: Como o avaliador pôde
avaliar a Bibliografia Básica por amostragem, se o conceito a ser atribuído a ela é calculado
pela média do total dos exemplares do Curso? Neste caso, pode-se considerar que houve um
equívoco do avaliador quanto ao entendimento das Instruções para Preenchimento do
Formulário e-MEC.
Ainda quanto aos resultados, cujas evidências sugerem subjetividade ou mesmo má
interpretação por parte dos avaliadores, foram encontradas também argumentações
177
referentes a aspectos não solicitados pelo instrumento de avaliação do INEP, tais como
alguns exemplos que seguem:
A Instituição tem uma Biblioteca Central, com 4 andares para os cursos da saúde,
bem iluminada e ventilada. O acervo tem um sistema informatizado que possibilita
consulta e reserva via internet. Tem 55 mesas para leitura e 12 cabines individuais.
Não tem salas de reunião para pequenos grupos. (INEP, avaliação n. 113129, 2015).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, DF, 15 abr. 2004. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.861.htm>. Acesso em: 10
abr. 2017
FERREIRA, Bruno Cesar de Freitas; CASTRO FILHO, Cláudio Marcondes de. A relação
entre a bibliografia e a formação do profissional da informação. Rebecin, v. 1, n.2, p. 19-36,
jun./dez. 2015. ISSN:2358-3193. Disponível em: < http://abecin.org.br/portalderevistas
/index.php/rebecin/article/view/14 >. Acesso em: 02 fev. 2018.
SILVA, Sueli Maria Goulart. Qualidade nas bibliotecas universitárias: a influência dos
objetivos. 2000. Disponível em: http://dci2.ccsa.ufpb.br:8080/jspui/handle/123456789/575.
Acesso em: 7 dez. 2017. Publicado originalmente nos Anais do VI Simpósio de Engenharia
de Produção, em 1999.
ZAINKO, Maria Amélia Sabbag; PINTO, Maira Lúcia Accioly Teixeira. Gestão da
instituição de ensino e ação docente. Curitiba: Ibepex, 2008. 134 p.
UFBA em números: retrospectiva especial 70 anos. Salvador: UFBA, 2016. Disponível em:
<https://proplan.ufba.br/sites/proplan.ufba.br/files/UFBA%20em%20n%C3%BAmeros%20R
etrospectiva%20Especial%2070%20Anos%2007fev.pdf>. Acesso em: 8 set. 2017.
180
181
Eixo I: Ensino
Abstract: The institutional evaluation, considered of great relevance for higher education,
becomes strategic for the management because it makes possible the decision making, from
the results indicated in the evaluations, towards the academic quality. The Unit de Avaliation
Centers as agencies committed to the evaluation issues involving the academic community as
a whole in a continuous process of internal evaluation. From the perspective of self-
evaluation, we adopted as a starting point the propositions signaled in external evaluations
by developing an analysis that contemplates the singularities of the academic unit in order to
contribute to the planning of the short, medium and long term management. From the
external opinions, we sought to analyze evidence of each dimension that showed the
182
justification of the concepts of each evaluated item. This investigative analysis intends to
combine internal and external elements for strategic planning purposes. Specific studies were
designed in order to evaluate the evidence that allows a self-evaluation of the academic unit,
especially regarding the Infrastructure dimension, in which the library is inserted.
1 INTRODUÇÃO
aos que não se tem controle imediato (externos). Essa análise investigativa pretende conjugar
elementos internos e externos para fins de planejamento estratégico.
Esse trabalho está organizado em duas partes: a primeira constrói um panorama
comum das avaliações externas do MEC a fim de identificar a média dos conceitos por
dimensão e diagnosticar especificidades e recorrências a partir dos argumentos apresentados
pelos avaliadores. Em um segundo momento, após o levantamento das instâncias competentes
a que se referem os itens analisados, estudos específicos foram concebidos a fim de avaliar os
indícios que possibilitem a realização de uma autoavaliação da unidade acadêmica,
principalmente no que se refere à dimensão de Infraestrutura, na qual a biblioteca está
inserida.
Espera-se que esse estudo possa contribuir no processo de autoconhecimento da
unidade acadêmica através dos diagnósticos evidenciados a partir dos dados obtidos em
avaliações externas do MEC, e se possa estimular o processo avaliativo a fim de fomentar o
planejamento e o aprimoramento da cultura de avaliação institucional.
Entre os anos de 2016 e 2017 a unidade acadêmica recebeu quatro avaliações externas
in loco do INEP: Museologia (março de 2016), Relações Públicas (março de 2016),
Biblioteconomia (outubro de 2016) e Arquivologia (setembro de 2017). Os avaliadores
externos utilizam como referência o Instrumento de Avaliação Cursos Graduação
presencial e a distância (BRASIL, 2016a), documento que contempla a Dimensão 1
(Organização Didático-pedagógica), Dimensão 2 (Corpo Docente e Tutorial) e Dimensão
3 (Infraestrutura), além do campo Requisitos Legais e Normativos.
O Instrumento de Avaliação Cursos Graduação presencial e a distância é um
documento que subsidia os atos autorizativos dos cursos (BRASIL, 2016a). Os avaliadores
obtêm acesso a dados que são inseridos exclusivamente em meio eletrônico, no sistema e-
MEC, preenchidos pelos coordenadores de curso. As informações incorporadas ao sistema, ao
serem verificadas in loco, podem obter o conceito de 1 a 5, em ordem de excelência,
conforme os critérios de análise dos indicadores demonstrados no Quadro 1:
184
5
4,5
0
MSL RP BIB AQL Média
Fonte: Das autoras, 2017.
tenha obtido o conceito máximo. Esse dado evidencia a possibilidade dos cursos trocarem
experiências de como atenderam aos critérios exigidos de cada campo.
A média dos conceitos da Dimensão 1 - Organização Didático-pedagógica é de 4,5
de um máximo de 5 (Gráfico 2). A partir do resumo final das avaliações dessa dimensão é
possível identificar potencialidades e fragilidades identificadas pelos avaliadores - e que elas,
inclusive, referem-se ao mesmo tema em cursos distintos. Ao verificar detalhadamente as
justificativas dos avaliadores, por item, percebe-se que a não localização de algum dado
apresentado in loco no PPC é uma das observações mais indicadas (ressalta-se, ainda, a
evidência de informações a serem inseridas no sistema e-MEC e não constantes no PPC).
4,8
4,7
4,7
4,6
4,5
4,4
4,3
MSL RP BIB AQL Média
Gráfico 5 – Média das notas dos cursos de graduação em Museologia, Relações Públicas, Biblioteconomia e
Arquivologia, na Dimensão 3 – Infraestrutura, no período 2016-2017
O preenchimento errôneo, por parte de uma dupla de avaliadores, do item, 3.3 Sala de
Professores, foi identificado pois não se aplica para instituições de ensino superior que
possuem gabinetes de trabalho para 100% dos docentes do curso.
A menor nota (conceito final 3,6) aponta problemas de acessibilidade, necessidade de
equipamentos em maior quantidade e laboratórios especializados mais amplos para atender o
número de discentes, com a qualidade desejada.
A maior nota (conceito final 5,0) exalta a recorrência de recursos permanentes como
aparelhos de ar-condicionado, datashow, computadores com conexão à Internet, a existência
de laboratórios especializados e os serviços da biblioteca.
Analisando os resultados das avaliações in loco, no período de 2016-2017, pode-se
ressaltar alguns aspectos, em relação à Dimensão 3 - Infraestrutura
As fontes utilizadas para comprovar essa dimensão são: o Projeto Pedagógico do
Curso (PPC), as Diretrizes Curriculares Nacionais, o Formulário Eletrônico preenchido pela
IES no e-MEC e a documentação comprobatória.
Os ambientes analisados nessa dimensão são os gabinetes de trabalho para
professores, espaço de trabalho para a Coordenação dos Cursos e para serviços acadêmicos,
188
Bibliografia básica
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
3.6 Conceito 5: Quando o acervo da bibliografia básica, com no mínimo três títulos por unidade curricular,
está disponível na proporção média de um exemplar para menos de 5 vagas anuais
pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que efetivamente
utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES.
O Acervo da bibliografia básica, tem mais de três títulos por unidade curricular, está
disponível na proporção média de um exemplar para menos de 5 vagas anuais
autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que
efetivamente utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao
patrimônio da IES. O Sistema de Biblioteca [...] desenvolveu e adota desde 2010,
um instrumento denominado Bibliograd, para gestão do acervo de a livros,
relativo aos planos de ensino da graduação, na aquisição de acervo em
consonância com as demandas de avaliações de curso de graduação e MEC.
Utilizam a plataforma ALEPH denominada nas bibliotecas da Instituição de SABi.
(BRASIL, 2016b, fl. 9. Grifo nosso)
Bibliografia complementar
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
3.7 Conceito 5: Quando o acervo da bibliografia complementar possui, pelo menos, cinco títulos por
unidade curricular, com dois exemplares de cada título ou com acesso virtual.
Periódicos especializados
PERIÓDICOS ESPECIALIZADOS
3.8 Conceito 5: Quando há assinatura com acesso de periódicos especializados, indexados e correntes, sob a
forma impressa ou virtual, maior ou igual a 20 títulos distribuídos entre as principais áreas do curso, a
maioria deles com acervo atualizado em relação aos últimos 3 anos.
Salienta-se que, em casos em que foi sinalizado SIM para o item 12, a comissão
avaliadora ressaltou problemas de acessibilidade:
[...] Conforme relatos de dois alunos cadeirantes, em reunião com esta comissão, o
prédio Anexo 1 do Campus [...], possui rampas muito inadequadas para a
mobilização nos espaços de aula e laboratórios. Também questionaram os
espaços da Biblioteca [...], dizendo que não se consegue ajustar suas cadeiras de
rodas às mesas de estudos, por serem muito baixas. (BRASIL, 2016d, fl.13. Grifo
nosso) [...]
Verificou-se in loco que a UFRGS oferece algumas condições para pessoas com
dificuldades de locomoção, como rampas, elevadores, estacionamento próprio. O
mesmo para as pessoas com baixa ou falta de visão: computadores na biblioteca com
programas especiais e piso tátil na entrada do prédio anexo. (BRASIL, 2017, fl.7.
Grifo nosso)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fim de propor uma análise qualitativa dos pareceres encaminhados pelo MEC no
que se refere às avaliações in loco das graduações da unidade acadêmica, cada categoria que
195
se aplica nos cursos será investigada e, seus dados e análises encaminhados para as instâncias
que lidam diretamente com sua execução.
Em termos de fragilidades, no que se refere à dimensão de Infraestrutura, pode-se
dizer que os itens que requerem providências no sentido de melhorias nas instalações são os
gabinetes de professores, além da emergente reforma e ampliação do espaço da biblioteca,
abrigando cabines de estudo e possibilitando oferecer condições de acessibilidade adequadas
ao usuários com deficiência.
Acredita-se que os relatórios de avaliação possam ser instrumentos qualificados para
reiterar a necessidade de priorizar demandas externas à unidade acadêmica, uma vez que há
recorrências sinalizadas no pareces in loco. No que compete à unidade acadêmica, reforça-se
a necessidade de uma análise global do tema acessibilidade buscando parcerias com as
instâncias que mantenham forte articulação na Universidade para o fomento e consolidação de
uma política de inclusão e acessibilidade.
No que se refere à biblioteca, além da ampliação de espaço recomendada em algumas
avaliações, ajustes nos processos de avaliação do acervo de graduação, se fazem necessários
no sentido de afinar a metodologia de acordo com as mudanças que vem ocorrendo no
Instrumento de Avaliação do MEC, para oferecer relatórios consolidados, que possam refletir
a realidade dos acervos das bibliotecas.
REFERÊNCIAS
Eixo: Ensino
Resumo: Com o mundo cada vez mais globalizado, muito tem se falado sobre clima
organizacional nas instituições em geral; sejam elas públicas ou privadas. Este projeto surgiu
devido à necessidade que a Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Avançado
Governador Valadares possui em instalar sua nova sede no município Valadarense. Como a
nova universidade federal não possui ainda instalações próprias foi necessário alugar um
espaço para que a Universidade Federal de Juiz de Fora iniciasse suas atividades em
Governador Valadares, no ano de 2012. Dois espaços foram escolhidos e alugados, são eles a
Universidade Vale do Rio Doce (Univale) que comporta o Instituto de Ciências da Vida e a
Faculdade Pitágoras que comporta o Instituto de Ciências Sociais Aplicadas. O trabalho tem
os objetivos de tratar o estudo do clima organizacional, descrever as relações de trabalho,
aprimorar a realidade social dos servidores e funcionários, entre as Bibliotecas da
Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Avançado Governador Valadares com as duas
instituições particulares onde o espaço é compartilhado, a Universidade Vale do Rio Doce e o
Pitágoras. A fundamentação teórico-metodológica está na observação assistemática e
participante, por parte dos bibliotecários em identificar os pontos fortes e fracos, a satisfação
ou não dos recursos humanos que ali desenvolvem suas funções. Espera-se com este trabalho
resultados que poderão facilitar o convívio diário entre as instituições, aperfeiçoando cada vez
mais o dia a dia e suas funções. Conclui-se que é possível compartilhar o espaço entre as
bibliotecas, porém, o ideal é cada um ter seu espaço próprio de trabalho.
Abstract: With the world increasingly globalized, much has been said about organizational
climate in institutions in general; whether public or private. This project arose due to the
need that the Federal University of Juiz de Fora, Advanced Campus Governador Valadares
has in installing its new headquarters in the municipality Valadarense. As the new federal
198
university does not yet have its own facilities, it was necessary to rent a space for the Federal
University of Juiz de Fora to start its activities in Governador Valadares in 2012. Two spaces
were chosen and rented, they are the University Vale do Rio Doce (Univale) that includes the
Institute of Life Sciences and the Faculty Pitágoras that includes the Institute of Applied
Social Sciences. The objective of this work is to study the organizational climate, describe the
work relations, improve the social reality of the employees and employees, between the
Libraries of the Federal University of Juiz de Fora, Advanced Campus Governador
Valadares with the two private institutions where the space is shared, the Vale do Rio Doce
University and the Pitágoras. The theoretical-methodological basis is in the assystática
observation and participant, on the part of the librarians in identifying the strengths and
weaknesses, the satisfaction or not of the human resources that develop their functions there.
The results of this work are expected to facilitate daily living among institutions, improving
day by day and its functions. It is concluded that it is possible to share the space between
libraries, however, the ideal is to have their own space of work.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
Para que este trabalho seja desenvolvido será necessário estudar a administração, o
clima organizacional, as relações de trabalho existente entre as bibliotecas. Segundo
Chiavenato (2009, p. 6),
Para administrar uma biblioteca é necessário conhecer todas as etapas do trabalho que
são exercidas no ambiente organizacional, esta função é designada ao bibliotecário que possui
formação para tal função. O gerente de biblioteca coordena, organiza e supervisiona todos os
serviços desenvolvidos naquele espaço, assim como gerencia as pessoas e designa suas
atribuições e atividades.
GIL (2001, p. 17) conceitua gestão de pessoas como ―[…] a função gerencial que visa
à cooperação das pessoas que atuam nas organizações, para o alcance dos objetivos tanto
organizacionais quanto individuais‖.
De acordo com Oliveira (1995), a expressão clima organizacional só começou a ser
utilizada após a década de 1930, quando foi possível encontrá-la implicitamente no
experimento de Hawthorne da Escola de Relações Humanas. O clima organizacional é
definido como ―a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou
experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento‖. (LUZ,
1995, p. 05).
Segundo Silva, Azevedo e Pinho
A biblioteca universitária é uma organização que tem o objetivo de democratizar a
informação, através da disponibilização de produtos e serviços de informação aos
usuários, fornecendo suporte para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Ela
envolve recursos humanos, tecnológicos, materiais e financeiros, o que reafirmar sua
posição no mercado como uma organização. (SILVA,; AZEVEDO; PINHO, 2015,
p. 80).
201
Diante destas perspectivas, Figueiredo em seu artigo ―A modernidade das cinco leis de
Ranganathan‖ completa:
Uma biblioteca é um organismo em crescimento – reconhece que o crescimento que
indubitavelmente ocorrerá deve ser planejado sistematicamente. Assim, das
acomodações físicas às práticas administrativas, a biblioteca deve ser aberta, sempre
pronta a expandir. (FIGUEIREDO, 1992, p. 187).
3 METODOLOGIA
Através da observação foi possível identificar seus pontos fracos e fortes, a satisfação
ou não de seus colaboradores com relação a vários aspectos da organização, como por
exemplo o atendimento ao público, a disposição das estantes no espaço em comum, a
administração do espaço propriamente dito.
Segundo Luz (2014 p. 37-38) a pesquisa de clima organizacional pode ser
compreendida como uma:
Pesquisa do Clima Humano, Pesquisa de Atitudes, é um trabalho cuidadoso que
busca detectar as imperfeições existentes na relação empresa x empregado, com o
objetivo de corrigi-las. Ela revela o grau de satisfação dos empregados, em um
determinado momento. A pesquisa aponta também a tendência de comportamento
dos empregados, como, por exemplo a sua predisposição para apoiar ou rejeitar
determinados projetos a serem promovidos pelas empresas.
4 RESULTADOS/DISCUSSÃO
Após as observações e apontamentos foi possível atingir o objetivo deste trabalho que
é analisar as relações de trabalho entre as bibliotecas do ICV, ICSA, Univale e Faculdade
Pitágoras identificando e avaliando o clima organizacional, para que seja possível aperfeiçoar
as relações de trabalho, com o intuito de aprimorar a realidade dos recursos humanos.
Para facilitar a compreensão do objeto de estudo serão descritas a estrutura física
encontrada e as atividades desenvolvidas.
4.1 A fachada
4.7 Administrativo
Não existe espaço para o processamento técnico. Sendo necessário muitas vezes
solicitar uma sala extra ao locador para que esta função seja desempenhada. A UFJF-GV, fica
a disposição, aguardando a espera deste local e os livros ficam encaixotados, geralmente
dentro da pequena sala do bibliotecário.
Além dos espaços apresentados a biblioteca são também de uso comum os banheiros
feminino e masculino, bebedouro, os computadores para usuários e o scanner planetário.
Atualmente não é possível a UFJF – GV definir em quanto tempo a sede ficará pronta,
sendo necessário por tempo indeterminado continuar os contratos de aluguéis com as
instituições privadas de ensino, para que a universidade continue a funcionar. Porém, devido
207
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
FIGUEIREDO, Nice Menezes de. A modernidade das cinco leis de Ranganathan. Ci. Inf.,
Brasília, DF, v.21, n. 3, p. 186-191, set/dez. 1992.
GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papeis profissionais. São Paulo: Atlas,
2001.
OLIVEIRA, Marco Antonio. Pesquisas de clima interno nas empresas: o caso dos
desconfiômetros avariados. São Paulo: Nobel, 1995.
209
PRADO, Noêmia Schoffen; ABREU, Juliana de. Modelos de organização e gestão das
bibliotecas universitárias do estado de Santa Catarina. Revista ACB: Biblioteconomia em
Santa Catarina, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 107-123, 2005.
SILVA, Andréa Maria da; AZEVEDO, Alexandre Willian; PINHO, Fabio Assis. O clima
organizacional nas bibliotecas universitárias: um estudo das bibliotecas setoriais da
Universidade Federal de Pernambuco. Biblios [online] n. 160, p. 76-91, 2015. Disponível em:
<https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5265901.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2017.
210
211
Eixo: Ensino
Abstract: The basic and complementary bibliographies are very important for the constitution
of the Library Prof. Dr. Daniel Joseph Hogan, School of Applied Sciences, Unicamp,
collection. These bibliographies are extracted from de course discipline programs offered by
the FCA, forming a spreadsheet, with the titles of the cited works and other bibliographic
data, the discipline that quoted it, number of students enrolled in the course, categorized as
basic or complementary bibliography, and other data that forms the information gathering. In
the FCA 2015 Collection Development Policy, it was defined that we would with 1 copy for
212
each group of 10 students for basic bibliography and 1 copy for each group of 20 students, in
the case of the complementary bibliography, which is the basic of calculation to define an
ideal number of copies, compared with the collection, we reach the necessary quantity for
acquisition. When we compare the title of the work with the collection and record that we
have no copy in the collection and when we have a copy for 360 students, these are the most
critical cases. This is also seen in the high number of Inter-Library Loans and user
dissatisfaction at the library service desk. This project of improvement of the process involves
the time of sending or making available the Teaching Programs the Library, the number of
references cited in the basic and complementary bibliographies and the number of titles that
we do not have in the collection or that we have few copies, since we are one library in
development.
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
5.2 SIPOC
O SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers), em português –
fornecedores, entradas, processo, cliente –, é uma ferramenta que busca identificar todos os
elementos relevantes de um projeto antes do início do mesmo. Essa ferramenta permite a
visão de todas as inter-relações dentro do processo, evidenciando suas interfaces e o impacto
destas interfaces na qualidade do Output e contribuindo assim para desenvolver uma visão da
organização voltada para o processo (TEIXEIRA, 2013).
Quadro 1: SIPOC
Passos do processo
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5
Elaboro a
Comparar a
Arquivo Plano Planilha de
Planilha com o
Ensino Coletar BB Desenvolvime
acervo
BC nto de
Completo
Recebo o Plano Listagem Défict -
todos os
Ensino Verifico a Coto em livrarias
dados
quantidade idôneas
bibliográficos
de
Referências
Coordenação
Comissão
Biblioteca
5.4 Desconexões
Quadro 2: Desconexões
Número das Sugestões Indicadores
Desconexões
N. Programas recebidos pela
Estabelecer Calendário Anual de Envio dos Planos de Biblioteca.
A
Disciplinas 1º e 2º S
Os dados utilizados para o processo de melhoria de adequação das obras citadas nas
bibliografias ao acervo foram os Programas de Disciplinas disponíveis no Catálogo da
Diretoria Acadêmica, recebidos ou não pela biblioteca e a quantidade de bibliografias básicas
e complementares.
Programa de Disciplinas
350
300
250
50
0
2015 2017
7 PLANO DE AÇÃO
na disciplina
8 RESULTADOS ESPERADOS
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Eixo: Ensino
Abstract: Distance education in universities has been increasing rapidly, making them adapt
to this new form of education. Much of this growth is due to advances in Information and
Communication Technologies (ICT), which have considerably broadened the scope and
possibilities of distance education. University libraries play a key role in higher education
institutions. This work aims to analyze the role of the virtual library as an information
mediator for distance learning students, showing the role played by it as a constructor and
facilitator in the development of knowledge in undergraduate courses. This study assumed a
qualitative approach, since it sought to understand a specific phenomenon in depth, with
aspects of reality that can not be quantified. Libraries transcend traditional concepts, no
longer being repositories of books or repositories to become a focal point for varied
research, with services and / or products widely available on the internet accessed at any
time by users from different parts of the world.
INTRODUÇÃO
Esta oportunidade, com certeza, tem a ver com a necessidade que esses novos
usuários têm, cada vez mais, dos serviços da biblioteca virtual, devendo a mesma mediar o
acesso a informação, através de suas ferramentas tecnológicas.
2 OBJETIVOS
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
4 METODOLOGIA
seu estudo no limite de uma realidade especifica [...] então o pesquisador planeja
um estudo exploratório para encontrar os elementos necessários que lhe permitam,
em contato com determinada população, obter os resultados que deseja.
A delimitação de uma pesquisa faz-se necessária por não ser possível compreender
todos os elementos de uma população devido a diversos fatores como, a dificuldade de
comunicação, os custos da aplicação que se torna muito alto, o tempo, entre outros fatores.
Sendo portanto o ambiente desta pesquisa as Universidades que oferecem graduação na
modalidade a distância. Devido a esses problemas existentes, as técnicas de amostragem
permitem ao pesquisador selecionar uma amostra adequada, que possa atender aos
propósitos da investigação, sendo chamada esta amostra por população. Com isso
compreendemos que:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. 4. ed. São Paulo: Autores Associados, 2006.
(Coleção Educação Contemporânea)
FILATRO, Andrea. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2008.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia cientifica, São Paulo: Pioneira,1997.
PRADO, Noêmia Schoffen; ABREU, Juliana de. MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E GES-
TÃO DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA,
Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.10, n.1, p. 107-123,
jan./dez. 2005.
TAMMARO, Anna Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Brasília, DF: Briquet
de Lemos, 2008.
Eixo I : Ensino
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência sobre o
serviço de Procuradoria Informacional para apoio à formação e desenvolvimento de coleções.
Apresenta uma análise comparativa entre os instrumentos de avaliação de cursos de
graduação do MEC de 2017 e anterior. Expõe uma breve conceituação sobre desenvolvimento
de coleções e sobre Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções. Foi utilizado um
estudo de caso, por meio de análise documental, e apresenta um modelo de gestão de
bibliografias de cursos de graduação. Conclui que é de suma importância o acompanhamento
dos avanços da instituição e o envolvimento da biblioteca universitária na tomada de decisões
relacionadas ao planejamento de recursos tecnológicos e de aquisição, com base nas
mudanças das exigências dos órgãos fiscalizadores do MEC, entre outros fatores.
Abstract: This paper aims to present an experience report about the service of Informational
Advocacy to support the formation and development of collections. It presents a comparative
analysis between the evaluation instruments for undergraduate courses released by the
Brazilian Ministry of Education (MEC) in 2017 and previous year. It presents a brief
conceptualization on collection development and on Acquisition and Collection Development
Policy. It was used a case study, through documentary analysis, and it presents a model to
manage undergraduate courses bibliographies. The article concludes that it is extremely
important to monitor the university institutional progress and involve the university library in
the decision making process about planning the technological resources and acquisition
inside the institution, which must be based on the alterations of the requirements of MEC‟s
inspection bodies, among other factors.
236
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO DO ACERVO
O desenvolvimento do acervo precisa cada vez mais se tornar uma das principais
preocupações dos bibliotecários, principalmente quando se refere a bibliotecas universitárias.
De acordo com Vergueiro (1990), a ênfase no desenvolvimento do acervo dessas bibliotecas
deve ser nos objetivos da universidade, que são a pesquisa, o ensino e a extensão, o que vai
exigir uma coleção com uma grande perspectiva de crescimento.
Vergueiro (1990) ainda diz que a transformação de mentalidade dos bibliotecários,
fazendo com que eles passassem a se preocupar com esta questão, se dá devido à escassez de
recursos econômicos destinados a esta operação, fazendo com que os administradores
238
consigam perceber que os recursos destinados à aquisição não estão sendo gastos
aleatoriamente com aquisição inadequada de materiais.
O desenvolvimento de coleções é o conjunto de atividades que visa adquirir materiais,
buscando atender as necessidades de informação de sua comunidade. Romani e Borszcz
(2006) dizem que para realizar o desenvolvimento do acervo, buscando atender às
necessidades de informação de seus usuários e aos objetivos da instituição, se faz necessário
estabelecer normas para o processo de seleção e aquisição, é preciso ainda disciplinar o
processo de seleção levando em consideração a quantidade e a qualidade dos materiais a
serem adquiridos e também saber direcionar os recursos financeiros fazendo o uso de forma
racional.
Para que a unidade de informação consiga realizar com sucesso este processo é preciso
e, de grande importância, que seja elaborada uma política de desenvolvimento do acervo, a
qual de forma clara e específica defina todas as etapas que devem ser realizadas no processo
de desenvolvimento do acervo.
de exemplares por título a ser adquirido para as coleções de uso corrente, ou seja, no que se
refere às bibliografias básicas e complementares.
O bibliotecário ao elaborar a política de desenvolvimento de acervo, em se tratando de
unidades de informação ligadas à área da educação superior, deve ter como uma ferramenta
de apoio os instrumentos avaliativos de autorização, reconhecimento e renovação de
reconhecimento dos cursos de tecnólogo, licenciatura e bacharelado do INEP/MEC. O
objetivo é que a biblioteca alcance uma boa avaliação, contribuindo para a evolução dos
cursos de graduação da universidade.
As avaliações de cursos passam, cada dia mais, a serem um instrumento para que as
instituições de ensino busquem melhores índices de qualidade, bem como para ofertas de
novos produtos e serviços que atendam às novas demandas e necessidades de seus usuários.
Os instrumentos de avaliação de cursos do INEP/MEC trazem indicadores que
avaliam as bibliografias básicas, bibliografias complementares e periódicos especializados, os
quais avaliam a qualidade do acervo no que se refere a particularidade de cada curso. De
acordo com Maia e Santos (2015) os bibliotecários precisam conhecer estes instrumentos,
tomar ciência das exigências do MEC, para a composição dos seus acervos, assim como a
atualização dos mesmos.
As exigências que são específicas nos itens que se refere à Biblioteca estão
regulamentadas pelo Decreto n. 9.235, de 15 de dezembro de 2017, que ―dispõe sobre o
exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação
superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de
ensino‖ (BRASIL, 2017).
Essas exigências podem ser melhores observadas nos instrumentos disponíveis na
página INEP/MEC, no item Educação superior, avaliação dos cursos de graduação. Neste
instrumento, está disponível no indicador 3.6 os itens que devem ser observados no que se
refere à bibliografia básica por unidade curricular e periódico especializado. No indicador 3.7,
consta as informações que relacionadas à bibliografia complementar por unidade curricular
(BRASIL, 2017).
Faz-se necessário chamar a atenção dos profissionais responsáveis pelo
desenvolvimento do acervo das unidades de informação que estes instrumentos sofrem
240
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
O instrumento ainda dizia que, ―caso algum título da bibliografia básica atenda a
outro(s) curso(s), é necessário dividir o total de vagas do(s) outro(s) curso(s) pelo total de
exemplares do título e recalcular a média considerando esses valores‖ (BRASIL, 2015, p. 31).
Com base no cálculo apresentado pelo instrumento de 2015, a média total dos
exemplares, neste caso seria de 134,93. Este valor dividido pelo total de unidade curricular
terá o valor de 13,49, o que corresponde ao conceito 3, no indicador de avaliação para
bibliografia básica, onde a proporção média é de um exemplar para a faixa de 10, a menos de
15 vagas anuais. Contudo, estes valores com o instrumento de 2017, passam a não serem mais
utilizados, uma vez que a unidade de informação possua acervo virtual dos títulos constantes
nas unidades curriculares, caso contrário, a regra ainda prevalece.
É preciso reforçar que as alterações destes instrumentos e cálculos apresentados
influenciam em todo o processo de aquisição dos materiais informacionais para os cursos de
graduação, presencial e à distância. Por isso é imprescindível que a biblioteca universitária
acompanhe com frequência o site do INEP/MEC.
4 RELATO DE EXPERIÊNCIA
20
Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPQ. Disponível em:
<http://www.cnpq.br/documents/10157/186158/TabeladeAreasdoConhecimento.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
245
indicador 3.6 – bibliografia básica e 3.7 - bibliografia complementar e, para as que estavam
fora do que é pedido, quais eram as modificações necessárias.
O bibliotecário responsável pelo serviço de Procuradoria Informacional atua como
apoio aos pró-reitores, chefes de departamentos, coordenadores de cursos, docentes,
pesquisadores, bibliotecários e órgãos financeiros da UFLA na orientação sobre os
instrumentos de avaliação do MEC e sobre a construção de ementas, no que se refere à
bibliografias indicadas para as unidades curriculares, no rol de disciplinas de cada curso,
considerando o objetivo da instituição de alcançar o conceito 5 de avaliação.
As análises e o levantamento de ajustes foram realizados com prioridade para os
novos cursos, em implantação, na universidade e que seriam avaliados pelo MEC. Estes
levantamentos foram realizados para sete cursos, inicialmente, e várias falhas foram
detectadas e demandaram correção, tanto para receber as visitas do MEC, quanto para atender
com a qualidade pretendida aos alunos da universidade.
Para melhorar a eficiência das análises e detecção de falhas, a Pró-Reitoria de
Graduação, em 22 de setembro de 2017, por meio da Resolução n. 043, do Conselho de
Graduação da Universidade Federal de Lavras, nomeou uma comissão encarregada de propor
normas para a criação e atualização de ementas. A comissão após várias reuniões definiu um
novo processo para a criação e atualização de ementas (FIGURA 3).
248
249
Por meio do novo processo, foi atribuído, à Biblioteca, um importante papel na criação
das novas ementas e na atualização das ementas já existentes. A Biblioteca foi inserida no
sistema, utilizado para criar e gerenciar as ementas das unidades curriculares, e no fluxo, após
a submissão da proposta de criação ou alteração das ementas, antes da aprovação da ementas
pela coordenação do curso, um procedimento é realizado na biblioteca.
Segundo a proposta da comissão, para que as ementas sejam aprovadas, será
necessária uma certificação do bibliotecário-procurador informacional e, após avaliação do
título indicado e a existência no acervo da Biblioteca, é observado se a quantidade de
exemplares é satisfatória, em conformidade com o recomendado pelo MEC. Caso o livro não
exista no acervo, o bibliotecário responsável por esta atividade confere se o título indicado
está disponível no mercado livreiro, se sim ele será encaminhado para o processo de
aquisição. Caso esteja esgotado, ou seja, um livro que não é mais publicado, o bibliotecário
não aprovará e retornará para o professor responsável pela indicação, para que o mesmo
efetue as modificações necessárias. O bibliotecário pode sugerir que um título que não conste
no acervo, seja substituído por uma obra que possua conteúdo similar existente na coleção da
biblioteca, proporcionando dessa forma uma economia de recursos financeiros.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o crescimento significativo das universidade federais nos últimos anos, fazem-se
necessárias novas atitudes para aprimorar os serviços prestados, principalmente no contexto
das bibliotecas universitárias, local onde o atendimento ao usuário, o processamento técnico e
as atividades administrativas exigem muito tempo de dedicação ao trabalho.
Agregado ao aumento de cursos e alunos, impactam na qualidade dos cursos e no
desenvolvimento do acervo a presença mais comum das tecnologias, dos ebooks, das bases de
dados, dos periódicos online e dos aplicativos de celulares, entre outros recursos.
Conforme descrito no relato, é importante que os profissionais responsáveis pelo
desenvolvimento do acervo das unidades de informação, bem como, os membros do NDE,
conheçam os instrumentos de avaliação dos cursos de graduação e as suas modificações, que
são frequentes e consideráveis, pois, verifica-se modificações de grande impacto para os
processos de aquisição e de composição das bibliografias básicas e complementares das
unidades curriculares. Entre elas, a possibilidade de substituição de obras impressas por
documentos eletrônicos.
251
REFERÊNCIAS
MAIA, L. C.; SANTOS, M. de S. L. Gestão da biblioteca universitária: análise com base nos
indicadores de avaliação do MEC. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte,
v. 20, n. 2, p. 100-119, abr./jun. 2015.
Eixo I: Ensino
Abstract: We identified the fundamentals for the teaching of the cataloging rules Resource
Description and Access (RDA) in the Brazilian graduations of librarianship of Brazilian
federal institutions. The question, which guided this research, was: what are the fundamentals
used to teach the RDA cataloging rules in Brazilian undergraduate degrees in librarianship?
From this problematic, the following objectives were established: a) to raise pedagogical
political projects (PPP) and plans of education of the Brazilian graduations of librarianship
of federal institutions; b) identify the terms that name content that supports the teaching of the
RDA cataloging rules and c) identify the references of works that support the teaching of the
RDA cataloging rules. With a quantitative-qualitative approach, a documentary analysis of
the PPPs and teaching plans of the librarianship courses of the federal institutions of Brazil
was done. It was found that the average time spent teaching descriptive representation was
255
145.6, with UFES (180h), UFG (192h), UFRN (180h), UFRS (180h) and UFScar (180h) )
with higher working hours. However, UFG, UFMA, UFMG and UFSCar were the institutions
that provided the most foundation for teaching the RDA rules.
1 INTRODUÇÃO
Os últimos anos têm sido generosos com a catalogação, que tem sofrido significativos
avanços. Historicamente, a catalogação descritiva tem se adaptado às transformações sociais e
tecnológicas. Principalmente, na era contemporânea. Com o advento da internet, mais um
desafio foi lançado e a catalogação tem buscado enfrenta-lo. Exemplo disso é a criação de
princípios internacionais de catalogação, que possibilitou uma internacionalização dos
códigos; o estabelecimento de formatos de metadados que proporcionaram uma cooperação
entre catalogadores; a formulação de modelos conceituais que servem para embasar novos
códigos e a criação de um novo código de catalogação, mais atento aos tipos de recursos e
conteúdos informacionais.
Esse código é o Resource Description and Access (RDA). Publicado, em 2010, o RDA
visa substituir o Código de Catalogação Anglo-americano -2ª edição (AACR2), pois apresenta
uma linguagem desatualizada e incompatível com a descrição de recursos na Web. O RDA
possui uma linguagem mais flexível e alinhada à demanda atual, visto que, foi criado com
base nos pontos fortes do AACR2, nos princípios internacionais de catalogação e nos modelos
conceituais Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) e Functional
Requirements for Authority Data (FRAD). Este código tem compatibilidade com o formato
MARC 21 e aspira futuras soluções para a catalogação em rede. Nesta perspectiva, acredita-se
que o ensino do RDA seja essencial às graduações de Biblioteconomia, visto que a adesão a
ele parece benéfica. Contudo, considera-se que seja indispensável a abordagem histórica
conceitual da catalogação que influenciou o desenvolvimento do código. Sendo assim, este
trabalho questiona: quais são os fundamentos da catalogação utilizados para embasar o ensino
do código RDA nas graduações brasileiras de Biblioteconomia?
A partir dessa questão, esta pesquisa tem como objetivo: identificar os fundamentos da
catalogação necessários para ensinar o código RDA nas graduações brasileiras de
Biblioteconomia. Especificamente, os objetivos são: a) levantar os projetos políticos
pedagógicos (PPP) e planos de ensino das graduações brasileiras de Biblioteconomia de
instituições federais; b) identificar os termos que nomeiam conteúdos que fundamentam o
256
A palavra catalogação, para Mey (1995, p. 8), vem do grego, com a junção dos termos:
kata (‗ de acordo com‘, ‗sob‘, ‗em baixo‘ ou ‗parte‘) e logos (‗ordem‘, ‗razão‘). Sendo assim,
catalogação significa uma organização de mensagens lógicas para que estas estejam de acordo
com algo. Para Alves e Santos, a catalogação
Nota-se que a catalogação deixou de ser só uma prática profissional para ser uma área
de estudo científico. Isso garante constantes atualizações e reflexões dos seus modelos
teóricos e práticos de estabelecimento de regras e visões catalográficas. Mey e Silveira
afirmam que catalogação é:
O estudo, preparação e organização de mensagens, com base em registros do
conhecimento, reais ou ciberespaciais, existentes ou passíveis de inclusão em um ou
vários acervos, de forma a permitir a interseção entre as mensagens contidas nestes
registros do conhecimento e as mensagens internas dos usuários. (MEY; SILVEIRA,
2009, p. 7).
As mensagens são criadas com o objetivo de serem comunicadas. Para que isso ocorra
de forma satisfatória, a catalogação deve cumprir algumas funções. Para Mey e Silveira
(2009) essas funções são: integridade, clareza, precisão, lógica e consistência. Essas
características garantem um melhor processo comunicativo entre usuário e acervo.
A catalogação tem suas origens há séculos atrás. A biblioteca mais antiga de que se
tem conhecimento atualmente, data do terceiro milênio antes de Cristo, e era localizada em
Ebla (atual Síria). Sua descoberta ocorreu entre 1974 e 1976, por Paolo Matthiae. A biblioteca
possuía entre 15.000 e 17.000 tábuas de argila, segundo diferentes autores, que correspondiam
a cerca de quatro mil documentos, em escrita cuneiforme, organizados em estantes de acordo
com seu conteúdo temático. Apresentava, também, tábulas com resumos dos documentos.
(MEY; SILVEIRA, 2009).
257
Calímaco (310 a.C.-235 a.C.) foi um poeta, bibliotecário, gramático e mitógrafo grego.
Ele trabalhou na Biblioteca de Alexandria, onde compilou o Pinakes, um dos primeiros
instrumentos de organização bibliográfica que se tem notícia. (CAMPELLO, 2006).
retórica
direito
literatura épica
tragédia
comédia
poesia
medicina
matemática
ciências naturais
miscelânea
Como pode ser observado no Quadro 1, O Pinkaes era, dividido por áreas de
conhecimento, que os gregos consideravam como classes principais. Em cada uma dessas
divisões os autores eram arranjados em ordem alfabética e sobre cada uma, havia uma breve
nota biográfica e uma análise daquele trabalho. (CAMPELLO, 2006).
Em 1598, o professor e diplomata inglês Sir Thomas Bodley criou um código
minucioso de catalogação. Entre as normas, indicava o arranjo sistemático, com um índice
alfabético organizado pelo sobrenome dos autores, e incluía as entradas analíticas. Na França,
em 1627, Gabriel Naudé escreveu um livro intitulado ´Conselhos para formar uma biblioteca`.
Ele recomendava um catálogo dividido em duas seções: uma por autores e outra por assuntos.
Já em 1697, Frédéric Rostgaard publicou suas normas sobre organização do catálogo. Mais
tarde, em 1839, surge o Código de Panizzi, conhecido por suas 91 regras. Em 1850, Charles
C. Jewett cria um código com base no código de Panizzi. No mesmo ano, 1850, surgiu na
Alemanha o código de Munique. Criado por cientistas e filósofos, esse foi um código com
grande influência nos países de língua alemã. Já em 1876, Melvil Dewey também estabeleceu
regras simplificadas de catalogação, mas seu renome se deve à classificação decimal. Ainda
em 1876, Charles Ammi Cutter publicou suas ‗Regras para um catálogo dicionário‘. Vale
ressaltar que Cutter não elaborou apenas um código de catalogação, mas uma declaração de
princípios. Cutter criou, ainda, um esquema de classificação e uma representativa de
258
Todo esse percurso histórico da catalogação pode ser resumido em períodos históricos.
Como mostra o Quadro 2, a Idade Contemporânea tem o maior impacto na catalogação,
devido as transformações tecnológicas. Nota-se que o último período se adequa a proposta do
RDA, um código para o ambiente digital.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
21
http://emec.mec.gov.br/
22
https://esic.cgu.gov.br/sistema/principal.aspx
261
Vale ressaltar que Fundação Universidade de Brasília (UNB) respondeu que está
construindo um novo PPP do curso de Biblioteconomia. Sendo assim, a UNB, a UFBA, a
UFF, a UFPA e a UNIR não apresentaram documentos para a realização desta pesquisa.
Portanto, das 21 instituições de ensino superior na esfera federal, 16 responderam os
requisitos deste trabalho.
23
Esta pesquisa ficou atenta aos diferentes termos que as disciplinas de catalogação podem apresentar,
como por exemplo, representação descritiva.
262
4 RESULTADOS E ANÁLISES
Tabela 1 – Instituições de Ensino Superior Federal: ano do PPP, carga horária total e quantidade de disciplinas
dos cursos de Biblioteconomia
Nº INSTITUIÇÃO Ano do Carga horária Quantidade de
PPP total disciplinas
01 UFAL – Universidade Federal de Alagoas 2017 120 2
02 UFAM – Fundação Universidade do Amazonas 2008 165 2
03 UFC – Universidade Federal do Ceará 2006 128 2
04 UFCA - Universidade Federal do Cariri 2006 128 2
05 UFES – Universidade Federal do Espírito Santo 2007 180 3
06 UFG – Universidade Federal de Goiás 2016 192 3
07 UFMA – Fundação Universidade Federal do Maranhão Sem
data 120 2
08 UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais 2008 120 2
09 UFMT – Fundação Universidade Federal de Mato Grosso 2011 150 2
10 UFPE – Universidade Federal de Pernambuco 2011 120 2
11 UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2011 120 2
12 UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro 2008 105 2
13 UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2007 180 3
14 UFS – Fundação Universidade Federal de Sergipe 2015 180 3
15 UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina 2013 143 2
16 UFSCar – Fundação Universidade Federal de São Carlos 2014 180 3
Média:
145,6
Fonte: elaborado pelo o autor, 2018.
Vale ressaltar que esses fundamentos são básicos para o ensino do RDA. Conhecer a
Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação garante um melhor entendimento sobre
um código que já nasceu para ser internacional, isto porque os fundamentos da área não foram
substituídos e sim renovados com as novas tecnologias. Além disso, como já disse a Oliver,
´´um certo conhecimento dos antecedentes desses modelos [FRBR e FRAD] poderá ajudar a
explicar a natureza da RDA e como ela difere das AACR2.`` (OLIVER, 2011, p. 9).
LEGENDA
DPIC Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação
FRBR Requisitos Funcionais de Registros Bibliográficos
FRAD Requisitos Funcionais de Dados de Autoridade
RDA RDA
Fonte: elaborado pelo o autor, 2018.
nas referências. Além disso, apenas a UFMG apresenta referência do código RDA (On-line:
RDA Tookit: resource description and access).
Nota-se que, das 11 referências, cinco estão em língua inglesa. Acredita-se que há uma
carência de publicações em Língua Portuguesa para ensinar o uso do RDA. O próprio código
não tem tradução para o Português ainda. Há, contudo, versões traduzidas do inglês para o
Alemão, Chinês, Finlandês, Francês, Espanhol e Italiano. A partir de recomendações do ―IV
EEPC Encontro de Estudos e Pesquisas em Catalogação‖, evento ocorrido paralelamente ao 27º
Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação (Fortaleza,
CE, 2017), a FEBAB estabeleceu contato com a ALA para verificar as possibilidades de um
trabalho colaborativo de tradução do código RDA. (FEBAB, 2017).
Quadro 5 – As referências mais citadas para fundamentar o ensino do Código de Catalogação RDA nos cursos
de Biblioteconomia das instituições federais brasileiras.
Nº REFERÊNCIAS INSTITUIÇÕES
01 INTERNATIONAL FEDERATION OF UFAL – Universidade Federal de Alagoas
UFC – Universidade Federal do Ceará
LIBRARY ASSOCIATIONS AND UFG – Universidade Federal de Goiás
INSTITUTIONS. Declaração de UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
princípios internacionais de catalogação. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
2009. UFSCar – Fundação Universidade Federal de São Carlos
02 OLIVER, Chris. Introdução à RDA: UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
UFG – Universidade Federal de Goiás
um guia básico. Brasília: Briquet de UFMA – Fundação Universidade Federal do Maranhão
Lemos, 2011. UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
03 INTERNATIONAL FEDERATION OF
LIBRARY ASSOCIATIONS AND
INSTITUTIONS. Functional UFG – Universidade Federal de Goiás
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
requirements for bibliographic UFSCar – Fundação Universidade Federal de São Carlos
records: final report. München: K. G.
Saur, 1998.
09 ASSUMPÇÃO, Fabrício Silva;
SANTOS, Plácida Leopoldina V.A.C. A
utilização do Resource Resource
Description and Access (RDA) na
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
criação de registros de autoridade para
pessoas, famílias e entidades coletivas.
Encontros Bibli: revista eletrônica de
Biblioteconomia e ciência da
informação, v.18, n.37, 2013.
04 FUSCO, Elvis. Aplicação dos FRBR
na modelagem de catálogos UFG – Universidade Federal de Goiás
bibliográficos digitais. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2011.
13 HART, Amy. The RDA primer: a
guide for the occasional cataloger. Santa UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
Barbara, Calif.:
Linworth, 2010. xiii, 89 p.
10 HATSEK, Iuri Noimann;
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
HILLESHEIM, Araci I. A. Resouce
Description and Access (RDA) e as
265
mudanças na
catalogação. In: ENCONTRO
INTERNACIONAL DE
CATALOGADORES (9. : Rio de
Janeiro : 2013); ENCONTRO
NACIONAL DE CATALOGADORES
(2. : Rio de Janeiro : 2013).
05 JOINT STEERING COMMITTEE. UFG – Universidade Federal de Goiás
RDA Steering Committee.
07 LEBOEUF, P. O admirável mundo novo UFSCar – Fundação Universidade Federal de São Carlos
do FRBR (versão 5). 2007.
14 MAXWELL, Robert L. Maxwell's
handbook for RDA: explaining and
illustrating rda: resource description and UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
access using MARC
21 . Chicago: American Library
Association, 2013.
12 MERING, Margaret. The RDA
workbook: learning the basics of
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
Resource Description and Access. Santa
Barbara, California: Libraries Unlimited,
2014.
15 RDA Tookit: resource description and UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
access.
08 TAYLOR, A. G. (Ed.). Understanding
FRBR: What It Is and How It Will
Affect Our Retrieval. UFSCar – Fundação Universidade Federal de São Carlos
Westport, Connecticut: Libraries
Unlimited, 2007.
06 TILLETT, Barbara. O que é FRBR?:
um modelo conceitual para o universo UFG – Universidade Federal de Goiás
bibliográfico. Biblioteca do Congresso,
2003.
11 WEBER, Mary Beth; Austin, Fay
Angela. Describing Electonic, digital,
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
and other media using AACR2 and
RDA. Ney York: Neal-Schuman
Publishers, 2011.
Fonte: elaborado pelo o autor, 2018.
Com o RDA, os serviços catalográficos não devem só estar na rede, mas ser da
rede;
O primeiríssimo objetivo do RDA é a receptividade às necessidades dos usuários;
O RDA inclui instruções que aumentam a precisão de pontos de acesso autorizados;
O RDA tem a capacidade de adaptação a outras comunidades além da biblioteca;
O RDA amplia os tipos de recursos para catalogação. Ou seja, o RDA conta com
uma estrutura flexível e extensível para o conteúdo e descrição técnica de todos os tipos de
recursos;
O RDA é harmonizado com normas internacionais de metadados;
O RDA é harmonizado com os modelos conceituais FRBR e FRAD;
O RDA é coerente com os Princípios Internacionais de Catalogação;
O RDA faz parte do RDA Toolkit, uma ferramenta da rede que facilita o uso do
RDA;
O RDA oferece ao catalogador orientação concreta para corresponder às
necessidades do usuário e registrar dados que coincidam com as tarefas específicas do
usuário;
Apesar de apresentar um conjunto detalhado de instruções, o RDA também deixa
espaço para o discernimento do catalogador;
O RDA foi construído sobre os pontos fortes do AACR2;
Esse foi apenas um resumo das vantagens do RDA, de acordo com Oliver (2011).
Evidentemente, nem todas vantagens serão percebidas de imediato a implantação do código.
Aos poucos, as bibliotecas vão se adequando a esse código que veio para substituir o AACR2.
Tanto que, o JSC, que cuidava da AACR2, agora se dedica somente ao RDA.
5 CONCLUSÃO
Ressalta-se, como desafios para esta empreitada científica, o acesso aos documentos.
Seguiu-se todos os parâmetros legais para o acesso, contudo, mesmo assim, algumas intuições
não responderam nos prazos. Além disso, analisar os PPPs e os planos de ensino mostrou-se
desafiador, já que as várias formas de construções desses documentos excluíam dados
essenciais para este trabalho.
No que se refere aos resultados, este estudo apresentou o retrato do ensino do RDA
nas instituições de ensino federal de Biblioteconomia no Brasil, até o momento. Constatou-se
que a média geral da carga horária é de 145,6 hora/aula, sendo que a UFG (192h/a) dedica
maior tempo ao ensino da disciplina de Catalogação, seguida da UFES (180h), UFRN (180h),
UFRS (180h) e UFSCar (180h). Em termos do conteúdo ministrado para embasar o ensino do
código RDA destaca-se a UFG que registra em seu PPC e planos de ensino os Princípios
Internacionais da Catalogação, os modelos conceituais FRBR e FRAD e o por fim o ensino do
código RDA. Enquanto que a UFMA e a UFMG registram conteúdos relacionados aos
modelos conceituais FRBR e FRAD e ao código RDA. A UFSCar registra conteúdos
relacionados aos Princípios Internacionais de Catalogação e aos modelos conceituais FRBR e
FRAD e não ao código RDA.
Esta realidade mostra a importância da revisão dos projetos políticos pedagógicos dos
cursos de Biblioteconomia, no que tange as disciplinas de catalogação, para o efetivo ensino
do código RDA, o qual pode refletir diretamente na adoção desse código pelas bibliotecas
brasileiras. Além disso, considera relevante a discussão entre catalogadores, dedicados ao
ensino e ao mercado de trabalho, sobre a fundamentação e a prática das regras RDA.
Acredita-se que o fortalecimento do ensino do RDA irá influenciar no desempenho das
atividades profissionais.
Recomenda-se outras pesquisas, em instituições estaduais e particulares, para
identificar os fundamentos utilizados para ensinar o código de catalogação RDA. Ademais,
sugere-se uma pesquisa com os docentes das disciplinas, pois pode ocorrer o ensino de certos
conteúdos não apresentados nos documentos utilizados para análise desta pesquisa. Vale
ressaltar, no entanto, que tal prática seria incongruente com os registros legais para o ensino
nas graduações de Biblioteconomia.
REFERÊNCIAS
ALVES, Ranchel Cristina Vesu; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa.
Metadados no domínio bibliográfico. Rio de Janeiro: Intertexto, 2013.
268
OLIVER, Chris. Introdução à RDA: um guia básico. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros,
2011.
269
270
Eixo I: Ensino
CAMILA M. A. DA SILVA
Abstract: From the end of the 20th century the International Federation of Library
Associations and Institutions promoted studies and debates related to the applicability of the
new information and communication technologies incorporated by the area. Among the
studies that culminated in guidelines for documentary processes, products and instruments, is
the conceptual model Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR). The call
number plays a relevant role in libraries, since the shelf arrangement of documents is
configured as a proposal to read the collection, establishes, for access purposes, the link
between the bibliographic record of the document in the database and the place that the
271
document occupies in the collection, and also contributes to the management regarding the
uses of space. The purpose of this article is to analyze the construction of the book number
associating it with the attributes of the entities of group 1 of the FRBR conceptual model. As
the theoretical foundation, it discuss the studies of Barden (1937), Lenhus (1978), Satija
(1990), Ortega, Silva e Santos (2016), Cutter (1908, 1962), Moreno e Márdero Arellano
(2005), Moreno (2006), Silveira (2007) and FRBR (1998, 2008). As a methodology, it
performs exploratory research with the purpose of explaining how the spatial arrangement of
the collection from the call number presents to the users an approximation of the structure
recommended by FRBR. Concludes by emphasizing the relevance of the call number, not only
as operationally model for the arrangement of documents, but as construction drawn from
general principles that allow high degree of correlation with entities and attributes of FRBR
conceptual model.
Keywords: Call number. Book number. Shelf Arrangement. Conceptual model FRBR.
Collection management.
1 INTRODUÇÃO
Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar a construção do número de
chamada enquanto um produto de mediação documentária amplamente trabalhado em
bibliotecas, que tem por função individualizar os documentos nas coleções e disponibilizar
uma mensagem nas estantes para os usuários. Para tanto, centra-se na análise dos elementos
constituintes do número do livro, associando-os aos atributos das entidades do grupo 1 do
modelo conceitual FRBR.
Como metodologia, realiza-se uma pesquisa de cunho exploratório que tem por
finalidade explicitar como a disposição espacial da coleção a partir do número de chamada
traz para os usuários uma aproximação da estrutura preconizada pelo FRBR. Oportunizada
pelo levantamento histórico conceitual do número de chamada em revisão de literatura a partir
dos trabalhos de Barden (1937), Lenhus (1978), Satija (1990) e Ortega, Silva e Santos (2016).
Destaca-se neste conjunto a abordagem de Cutter (1908, 1962) como proposta voltada à
operacionalização do modelo especialmente no que diz respeito à elaboração do número do
livro e, nele, a conversão de sobrenomes de autores em notações alfanuméricas. Para o estudo
dos FRBR esta proposta se baseia no relatório final do modelo conceitual (IFLA, 1998) e sua
tradução em português publicado em 2008, assim como nos trabalhos de Moreno e Márdero
Arellano (2005), Moreno (2006), Silveira (2007) e na Declaração dos Princípios
Internacionais de Catalogação (2009).
2 O NÚMERO DE CHAMADA
Ranganathan (1967) quase 60 anos depois, numa fórmula que estabelecia a ligação entre três
elementos: o número de coleção (collection number), o número de classe (class number) e o
número do livro (book number). Esta junção, embora explicitada pela primeira vez por este
autor, não pode ser atribuída a ele exclusivamente. Seus elementos, mesmo sem concatenação
linear, estavam presentes em propostas apresentadas por bibliotecários como Cutter, Jacob
Schwartz, Dewey, Brown e Bliss, que afirmavam ser necessário adicionar à notação extraída
do esquema classificatório elementos que auxiliassem na identificação de cada documento no
conjunto da coleção.
Deste modo, o número de chamada se estrutura tendo por base os agrupamentos
viabilizados pelos sistemas de classificação bibliográfica e, se a partir do número de classe é
possível aproximar documentos com características em comum (assunto, tipologia
documental, procedência da literatura, etc.), dentro delas faz-se necessário singularizar cada
documento a partir de características secundárias, por meio do número do livro. O número
de coleção, anteposto ao número de classe, dá ainda a garantia de que parcelas da coleção
sejam mantidas em separado da coleção principal, quando de interesse (SATIJA, 1990).
Para fins de elaboração do número do livro, a ordenação alfabética dentro das classes
conseguiu significativo destaque especialmente pelo uso das tabelas de Cutter e de Cutter-
Sanborn elaboradas na virada do século XIX para o XX. Outro ponto que merece destaque é o
fato de que na década de 1930, paralelamente ao desenvolvimento dos estudos de
Ranganathan, despontaram, alguns trabalhos que tinham em vista a instrumentalização do
número de chamada para a prática profissional. Tais trabalhos voltavam-se fundamentalmente
para a descrição e prescrição quanto à utilização do número de chamada conformado em uma
combinação preferencial entre o número de classe, mormente extraído da CDD, e o número
do livro baseado no arranjo alfabético estruturado a partir das tabelas de Cutter, usualmente a
tabela Cutter-Sanborn. Este é o caso dos livros de Margaret Mann (1930) e Bertha Barden
(1937), publicados pela ALA na década de 1930, e, posteriormente, na década de 1970, o
livro de Donald Lehnus (1978). Embora apresentem minúcias ou instruções particulares sobre
as possibilidades de elaboração do número de livro, todos estes autores indicam o uso da
tabela Cutter-Sanborn e seguem uma lógica de elaboração da notação bastante aproximada
daquela prescrita pelas tabelas Cutter.
Desta maneira, mesmo considerando a inexistência de um modelo único e
universalmente aceito, opta-se pelo exame exclusivo das orientações que acompanham as
tabelas Cutter-Sanborn. Cabe ressaltar a penetrabilidade desta proposta de composição do
número do livro, ainda hoje frequentemente empregado em contexto de bibliotecas e,
275
uma realização intelectual ou artística de uma obra sob a forma de notação alfa-
numérica, musical ou coreográfica, som, imagem, objeto, movimento, etc, ou
qualquer combinação de tais formas. Uma expressão é a forma intelectual ou
artística específica que assume uma obra a cada vez em que é realizada.
O número do livro para os exemplos acima terá como elemento base a notação de
autor atribuída conforme prescrito na tabela Cutter-Sanborn para o sobrenome Assis,
Machado: A848. Esta escolha justifica-se pelo pressuposto de que é de interesse agrupar toda
a obra de Machado de Assis e a fortuna crítica a ela associada em um mesmo espaço.
Na sequência, será elaborada a marca da obra que deriva da primeira letra significativa
do título original da obra a ser ordenada: no exemplo 01 a letra d remete à inicial da palavra
Dom, primeira letra presente no título. No caso das traduções ou obras críticas é recomendado
que se use a indicação da inicial do ‗título da obra‘ na língua original ou da obra criticada de
modo que elas estejam espacialmente agrupadas junto à obra original. A tabela ainda indica,
para o caso das traduções, a colocação de um ponto (.) seguido da inicial maiúscula da ‗língua
da expressão‘ para a qual o texto foi traduzido e da inicial do sobrenome do tradutor
responsável (CUTTER, 1962). Nos casos 02 e 03 emprega-se a notação .Ic pois trata-se de
tradução para o idioma inglês, realizada por Helen Caldwell. Ainda em relação ao terceiro
exemplo, no caso de várias edições de uma mesma obra, representam-se as diversas edições
pela indicação do número da edição ou da data de publicação das edições subsequentes à
primeira existente na coleção. O exemplo em questão opta pela indicação da edição por meio
da colocação da data de publicação (1971) que permite, então, que se distinga as duas edições
e, ainda, que a edição de 1966 esteja anteposta na estante à de 1971.
279
Já para o exemplo 04, relativo a uma crítica sobre Dom Casmurro, é recomendado que
se faça a uso da notação .Y imediatamente após a indicação da primeira letra do ‗título da
obra‘ original e, em seguida, registre-se a inicial do sobrenome do crítico em letra minúscula
(.Yc – c pois no exemplo a crítica é Helen Caldwell). Portanto, embora não seja a obra Dom
Casmurro, mas com ela estabeleça uma clara relação associativa, a marca da obra se faz para
o título da obra em que se baseia a crítica e não título da própria crítica.
Consoante a mesma lógica, o exemplo 05 explicita as orientações da tabela Cutter-
Sanborn (1962) para os dicionários relativos a uma obra ou ao conjunto de obras de um
determinado autor. Neste caso, trata-se de dicionário relativo à obra completa de Machado de
Assis, daí a ausência da notação indicativa de um título específico, sendo a notação de autor já
seguida pela indicação da ‗forma da obra‘ (.Z), seguida da inicial minúscula do sobrenome do
autor do dicionário.
Segundo as instruções, tem-se uma notação que se refletirá espacialmente em uma
sequência linear da obra original, seguida de imediato de suas traduções e ainda das obras
críticas e dos dicionários escritos sobre ela. Desta maneira, o conjunto da obra de um autor
pode ser agrupado de modo rigoroso fazendo com que cada uma de suas obras seja
acompanhada de suas traduções e de sua fortuna crítica, sendo ainda seguida pelas
publicações críticas e pelos dicionários que se referem à obra como um todo. Como último
elemento, em todos estes casos, existindo mais de um item, é possível também individualizá-
los por meio da indicação de um número correspondente ao do item: 2 para o segundo, 3 para
o terceiro e assim sucessivamente.
Analisados a partir dos atributos das quatro entidades do grupo 1 do modelo conceitual
FRBR, os números do livro dos cinco exemplos abarcam diferentes atributos presentes em
cada uma das entidades. O atributo ‗identificador do item‘, da entidade item, é representado
pelo próprio número de chamada e, portanto é único para cada item da coleção. Nesta
estrutura, no primeiro exemplo, dentro do número do livro, a marca da obra (d) corresponde
ao atributo ‗título da obra‘ da entidade obra.
No segundo exemplo, por se tratar de uma tradução para a língua inglesa, os atributos
‗título da obra‘ (d), ‗língua da expressão‘ (.I) e ‗indicação de responsabilidade‘ (c),
respectivamente das entidades obra, expressão e manifestação, foram mobilizados (d.Ic). O
mesmo ocorre com o terceiro exemplo, em que os atributos ‗título da obra‘ (d), ‗língua da
expressão‘ (.I) e ‗indicação de responsabilidade‘ (c) continuaram presentes e o atributo ‗data
da publicação‘ (1971) foi adicionado no número do livro para representar uma nova
expressão da mesma obra do segundo exemplo.
280
5 CONCLUSÃO
partir de princípios genéricos que permitem alto grau de correlação com entidades e atributos
do FRBR. Considera-se, portanto, a pertinência de pensar as escolhas dos métodos de
ordenação de documentos empregados não apenas quanto à sua disseminação em determinada
comunidade, mas quanto à pertinência dos elementos que ela incorpora para o público a que
destina, a instituição em que se insere e aos documentos com os quais opera.
O uso do número de chamada em bibliotecas tem potencial para agrupar documentos
cujas relações, num primeiro momento, não seriam obviamente lembradas e é precisamente
nesta potencialidade que ele pode ser lido enquanto um aliado na FRBRização das coleções.
A relevância de um catálogo consistente e amigável ao usuário reforça, e não diminui, o valor
de uma coleção coerentemente ordenada e, dentro dos vários modelos possíveis de realizar
esta disposição, o número de chamada incorpora elementos que parecem especialmente
adequados para coleções especializadas. Uma apreciação mais criteriosa do uso do número de
chamada pode permitir, inclusive, ofertar aos usuários modos de leitura mais propositivos e
significativos para a exploração dos conteúdos dos documentos, fomentando sua apropriação
e dando relevo às ações dos profissionais.
Cabe ressaltar que a proposta sistematizada por Cutter na virada do século XIX para o
XX e alvo desta análise não é a única existente, tampouco a única possível. É recomendável
que as instituições façam adaptações nos modelos utilizados de modo a torná-los compatíveis
com as demandas que se colocam. Todavia, alterar de modo coerente e crítico um modelo
exige conhecer seus elementos basilares e os potenciais de uso em correlação aos demais
processos de organização da informação. Pensar a pertinência dos modelos implica em fazer
escolhas que poderão impactar diretamente os modos de acesso aos documentos e favorecer a
serendipidade nas bibliotecas, neste caso não meramente acidental, mas catalisada por ações
propositadamente realizadas a fim de instigar e munir de fontes seus usuários.
REFERÊNCIAS
BARDEN, B. R. Book numbers: a manual for students, with a basic code of rules. Chicago:
American Library Association, 1937. Disponível em:
<https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=mdp.39015033787162>. Acesso em: 18 dez. 2017.
DEWEY, M. Classification and subject index for cataloguing and arranging the books
and the pamphlets of a library. Hartford: Case, Lockwood & Brainard Company, 1876.
Disponível em: <https://archive.org/details/classificationan00dewerich>. Acesso em: 18 dez.
2017.
IFLA Study Group on the Functional Requirements for Bibliographic Records. Functional
requirements for bibliographic records: final report. Munich: Saur, 1998. (IFLA UBCIM
publications new series; vol. 19). Disponível em:
<https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr/frbr.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.
IFLA Study Group on the Functional Requirements for Bibliographic Records. Requisitos
funcionais para registros bibliográficos: relatório final. Lisboa: Biblioteca Nacional de
Portugal, 2008. Tradução Fernanda Maria Guedes de Campos.
LEHNUS, D. J. Notação de autor: manual para bibliotecas. Rio de Janeiro: Brasilart, 1978.
SATIJA, M. P. Book number and call number. In: ENCYCLOPEDIA of library and
information science. New York: Marcel Dekker, 1990, v. 45, p. 18-45.
Eixo I: Ensino
Abstract: The influence of the guidelines that direct the work of the librarian/indexer in the
results from the search of the user in the unit of information is perceived through the
adequacy of the answers emitted. It has been demonstrated the real relevance of this subject
in Brazilian university libraries through the theory and its application, which are based on
the elements, variables and constituent requirements of the indexing policy. In this research,
we discuss the indexing policy and its application to the context of the university library, with
a case study of the UFPA libraries, identifying aspects of indexing policy in effect. In order to
generate a situational diagnosis, a questionnaire was applied to the indexer in eleven sector
libraries and in the UFPA Central Library, which reveal an incomplete practice of indexing
287
policy. The answers obtained show that, because it is a topic that has not yet been
approached in the context of UFPA information units, a consolidated indexing policy has not
been detected. Nevertheless, the different practices of indexing policy elements present in the
twelve libraries analyzed cannot be neglected because, even though they are not classified as
belonging to a policy manual for indexing, they are a praiseworthy initiative, since all
identified elements demonstrate the interest of librarians in providing a relevant service. It is
thought that the tendency of the practice in thematic representation of information in the
sample of the UFPA libraries has proximity with ideals advocated by the indexing policy,
even in a context not yet formalized.
1 INTRODUÇÃO
2 POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
momento da busca feita pelo usuário, haja perfeita sincronia dos assuntos indexados e itens
recuperados.
Desta forma, o processo de indexação de documentos no sistema de informação
apresenta-se como uma tarefa primordial no uso do acervo e disseminação da informação.
Pensar e efetivar medidas para melhorar o desempenho dessa atividade, assim como de todo o
sistema de informação, influirá na qualidade do serviço prestado e corrobora para afirmação
do papel da biblioteca universitária.
Dentre várias abordagens existentes na literatura, com esse intuito de alcançar maiores
patamares de excelência nos serviços de informação, há um modelo de planejamento da
administração do sistema de informação que começou a ganhar corpo em nível nacional com
trabalhos de Carneiro (1985) que trata da política de indexação, o qual está alinhado ao perfil
de busca por progressivo aperfeiçoamento da recuperação da informação pelo usuário.
Segundo Fujita (2012, p. 20):
A literatura não contempla uma definição para política de indexação, mas o conceito é
identificado pela função e objetivos. De acordo com Carneiro (1985) o objetivo de
uma política de indexação é principalmente definir as variáveis que influem no
desempenho do serviço de indexação. Além das variáveis, cita os objetivos de ―[...]
estabelecer princípios e critérios que servirão de guia na tomada de decisões para
otimização do serviço, racionalização dos processos e consistência das operações nele
envolvidas [...]‖.
3 METODOLOGIA
A elaboração do questionário foi composto por questões fechadas, uma parte das
questões foram extraídas do questionário proposto por Fujita (2010), que contempla a prática,
a qualidade e a avaliação da Catalogação/Indexação de assuntos e as demais questões foram
elaboradas especificamente de acordo com o objetivo da pesquisa, que visou identificar
práticas da representação temática da informação aspectos pertencentes a política de
indexação no sistema de bibliotecas da UFPA.
Os dados coletados a partir dos questionários, foram analisados em categorias
elaboradas a partir da literatura e também a partir da leitura dos questionários:
294
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados obtidos foram: somente em oito bibliotecas está definido a quantidade média
de termos para representação do documento analisado.
Para Lancaster (2004, p. 27): ―A indexação exaustiva implica o emprego de termos em
número suficiente para abranger o conteúdo temático de documento de modo bastante
completo.‖ Assim configura-se em uma decisão da política importante que certamente afetará
no desempenho do sistema, pois como disseminar um acervo que não se encontra disponível
em sua totalidade em seu catálogo? A indexação exaustiva implica no conhecimento pelo
usuário dos diversos assuntos integrantes de um mesmo documento, que serão potencialmente
úteis para a pesquisa no catálogo, sendo mister a determinação da exaustividade no trabalho
do indexador.
Uma consequência da indefinição do nível de exaustividade, é o aparecimento de
―silêncios‖ na indexação, o qual é definido por assuntos que fazem parte acervo, mas que não
foram representados para a recuperação do usuário.
As respostas obtidas demonstram que por se tratar de uma temática ainda pouco
abordada no contexto de unidades de informação da UFPA, não foi detectada a existência de
uma política de indexação consolidada. Apesar disso, não se pode deixar de mencionar a
presença de diferentes elementos da política de indexação presentes na prática da indexação
nas doze bibliotecas analisadas, e por mais que não sejam classificadas como pertencentes a
um manual política de indexação, não deixam de ser uma iniciativa louvável, pois todos os
elementos identificados, demonstram o interesse dos bibliotecários em proporcionar um
serviço relevante.
O interesse em fornecer serviços melhores é o ponto de partida para o alcance do
estabelecimento não somente de uma política de indexação, mas para qualquer mudança que
precise ser colocada em prática para aperfeiçoar práticas para o alcance do status de
excelência.
Desta forma, a proposta da política de indexação em todos os seus requerimentos tem
o objetivo de aperfeiçoar a representação da informação e consequentemente sua recuperação,
além de ser um procedimento que gera economia futura de seus recursos, torna-se duplamente
defensável e urgente o acolhimento desses esses princípios nas bibliotecas universitárias.
O questionário alocou os componentes que integram a política de indexação em seus:
elementos, requisitos e variáveis. Em nenhuma biblioteca foi encontrada a presença de todos
eles. Verificou-se a dispersão desses componentes, revelando a necessidade de um
instrumento que viabilize a padronização para toda o sistema de bibliotecas da UFPA. A
criação de um manual de indexação comum a todas as bibliotecas seria o primeiro passo. Já
na intenção de oficializar uma política de indexação, a criação de um manual de política de
indexação, proporcionaria os requerimentos que cada biblioteca estaria sujeita a praticar,
estabelecendo um padrão a ser alcançado por todas elas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FUJITA, M.S.L. Política de indexação para bibliotecas. São Paulo: Cultura Acadêmica;
Oficina Universitária. 2010.
Eixo I – Ensino
Abstract: The indexing policy standardizes the services performed by librarians in indexing.
The general objective of this study is to discuss the importance of the indexing activity and the
use of indexing policies in federal university libraries, specifically in the North and Northeast
of Brazil, with the specific objectives of identifying the existence of manuals and/or indexing
policies libraries and check if indexing is discussed and evaluated. A semi-open electronic
questionnaire through the Google Drive was used as a tool, which was sent to the federal
university libraries through the e-mail available on the websites of the libraries themselves.
Data were analyzed according to the Content Analysis technique. As a result, the reality of
some university libraries in the North and Northeast regions can be considered as promising
for the search for better quality indexing, since 75% of the researched libraries already have
indexing policies to guide and standardize this process. In this way, it has been verified that
303
efforts are being directed to the improvement of the indexation in order that the users'
research needs are efficiently supplied.
1 INTRODUÇÃO
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa caracterizou-se como descritiva com abordagem análise qualitativa, pois
pretendeu discutir a importância da atividade de indexação e da utilização de políticas de
indexação em bibliotecas universitárias federais nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
O instrumento utilizado para coletar as informações que subsidiam esta pesquisa foi
um questionário eletrônico semiaberto, contendo 16 questões divididas em duas categorias: a
primeira referente a política de indexação, com 10 perguntas (03 fechadas e 07 abertas), e a
segunda referente a processo de indexação, com 6 perguntas (01 fechada e 06 abertas).
Para envio do questionário, primeiramente foi realizado um levantamento de quantas e
quais são as universidades federais das regiões Norte e Nordeste do Brasil (MINITÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2017) (ver quadro 1). Foi escolhida somente uma biblioteca de cada
universidade, aquela denominada Biblioteca Central ou a biblioteca responsável pelo sistema
de bibliotecas. No quadro 1 é possível observar o universo desta pesquisa:
4 RESULTADOS E ANÁLISE
de oito bibliotecas (BU1, BU2, BU3, BU4, BU5, BU6, BU7 e BU824), correspondendo
aproximadamente a 29% do universo total da amostra. As respostas das oito bibliotecas
participantes estão dispostas em categorias do questionário: a primeira referente a política de
indexação com 10 perguntas e a segunda referente a processo de indexação com seis
perguntas.
1° Categoria: Existência de uma política de indexação na instituição (questão 1):
Os bibliotecários foram questionados quanto à existência de política de indexação na
instituição. Seis bibliotecas (BU1, BU2, BU3, BU6, BU7 e BU8) responderam positivamente
(75%) e duas (BU4 e BU5) afirmam não possuir uma política (25%), sendo que das seis
bibliotecas que possuem, quatro instituições (67%) estão na região Nordeste e duas (33%) na
região Norte, conforme observado no Gráfico 1.
2
1 1
Galvino, Santos e Santos (2014, p. 97) corroboram conosco ao afirmar que ―uma política de
indexação nunca está pronta, ela sofre interferência da dinâmica do tempo que muda tudo. Por
isso ela deve ser avaliada periodicamente‖.
Verifica-se que a revisão da política de indexação se faz necessária principalmente
quando há mudanças na unidade de informação, pois, segundo Nunes (2004, p. 58), a política
de indexação ―necessariamente será atualizada conforme se alterem as condições
institucionais e conforme evolua o conhecimento humano‖ e afirma ainda que ela é um
―instrumento dinâmico, em permanente atualização‖, ou seja, não é um manual estático. A
equipe, comissão ou pessoa responsável pela política de indexação deve atentar-se às revisões
e alterações necessárias nesse instrumento conforme as mudanças vão ocorrendo na
instituição.
Já a respeito da participação da equipe de bibliotecários na avaliação da política de
indexação, é lícito afirmar que ela contribui de forma positiva para o aperfeiçoamento desse
instrumento nas bibliotecas pesquisadas, visto que permite uma integração de diferentes
visões do processo de indexação, deixando de concentrar em uma única pessoa as decisões
sobre as revisões, alterações e mudanças na política.
De modo geral, observou-se, conforme quadro 2, que a visão dos profissionais está de
acordo com o que versa a literatura sobre política de indexação, considerando-a um
312
Instituição para investir em uma Capacitação que beneficiará uma pequena quantidade de
profissionais” (BU5); e “falta de oferta da instituição” (BU8).
Por mais que possa haver escassez financeira, as unidades de informação devem
buscar alternativas para oferecer qualificação aos seus profissionais, tanto para a indexação
quanto para outros serviços análogos a essa atividade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Eixo I - Ensino
Abstract: Currently, the Curitiba Campus Library of the Federal Institute of Paraná has been
able to measure that 80% of all its collection is idle and runs the risk of remaining so in the
next years if there is no direction of the collection to the disciplines to which they are linked.
All loans from the library were analyzed and compared to the ratio of the titles of their
collections between 2016 and 2017. The research also included the observation of the loans
of titles belonging to the lists of Courses. The objective of the research was to verify through
reports generated by the Pergamum System, data that demonstrate the little or no use of the
collections indicated in the Basic and Complementary Bibliography of some Pedagogical
319
Projects of Campus Courses, as well as all the problematic that entails, such as the saturation
of physical space and the spending of public money in an unproductive way. The five
Ranganathan laws that have been in force up to the present day have been used as guiding
sources. Finally, it is intended to present some actions that began to be developed in the
Instutyti in order to change this scenario and also to increase the participation of the library
as a social agent in an educational institution.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
bibliotecas aprendem mais e obtêm melhores resultados em testes padronizados do que alunos
de escolas com bibliotecas deficientes.
Ainda de acordo com o estudo citado por Campello:
A influência da biblioteca apresentou-se de forma clara e consistente: um bom
programa de biblioteca com profissional especializado, equipe de apoio treinada,
acervo atualizado e constituído por diversos tipos de materiais informais. Além
disso, o estudo mostrou que as bibliotecas preocupavam-se em estabelecer políticas
de desenvolvimento de coleções que direcionassem adequadamente seus acervos.
Outros fatores de influência detectados pela pesquisa foram o tamanho da coleção e
a participação do bibliotecário em reuniões pedagógicas, o que demonstra a
valorização da biblioteca e sua efetiva inserção na vida da escola. (CAMPELLO,
2008, p.14)
Fica evidente com isto, que o bibliotecário possui importante papel nesta comissão,
pois é ele que pode contribuir com os conhecimentos técnicos, sobretudo com relação ao
acervo, e auxiliar nas ponderações a respeito das influências que determinadas decisões
podem alcançar a curto, médio e longo prazos. (Campello, 2008. p.23)
Neste contexto cabe mencionar a segunda lei de Ranganathan: Todo leitor tem seu
livro – portanto o bibliotecário deve fazer o estudo dos usuários, observando a clientela para
preparar o acervo e indicar que a seleção deve ser de acordo com o perfil do usuário.
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
Por meio do levantamento e análise dos dados chegou-se aos seguintes resultados:
QUANTIDADE DE QUANTIDADE DE
CURSO
EXEMPLARES ACERVOS
2016 88 38,1 22 55
Técnico em Radiologia
Subsequente 2017 77 33,33 22 55
explosão bibliográfica que exige atualização das coleções e previsão do crescimento da área
ocupada pela biblioteca.
Á biblioteca cabe também o que Ranganathan (1931) cita na quarta lei - Poupe o
tempo do leitor – que consiste na arrumação e catalogação dos documentos com o objetivo
de diminuir o tempo necessário para encontrar a informação desejada, tendo disponível o
pronto atendimento dos funcionários (serviço de referência), eficiente sinalização das estantes
e a simplificação dos processos.
Neste sentido todo valor direcionado à aquisição de acervos deve ser feito de forma a
ser o mais assertivo possível para tentar reduzir o índice de livros nunca emprestados, ou
comprados em excesso e pouco utilizados. Evitando, desta forma, desperdício do dinheiro
público e problemas como falta de espaço para acomodar os livros nas estantes
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Interessante notar como as leis criadas por Ranganathan em 1931 ainda norteiam o
trabalho das bibliotecas e centros documentais do mundo todo e mesmo que intrinsecamente
as leis são aplicadas à rotina destas instituições .
Um exemplo é o consenso entre os bibliotecários de que a biblioteca nunca deve
trabalhar de maneira isolada na instituição, pois isto a distancia da sua função social. Porém,
sem o engajamento e consciência do corpo diretivo e docente sobre sua real importância, a
biblioteca corre sérios riscos de se transformar em depósito de livros deixando de ser atrativa
para os usuários
Os resultados deste trabalho só confirmaram o que já era previsto, isto é, a pouca
utilização das obras disponíveis no acervo. Sabe-se que vários fatores interferem nesta análise
pois há questões sociais, econômicas e culturais que devem ser consideradas para justificar o
pouco uso do espaço. Por hora pode-se pensar em ações possíveis de se colocar em prática no
intuito de melhorar os números apresentados.
Diante desta perspectiva o IFPR vem trabalhando em projetos que visam formalizar
os processos organizacionais no que tange à políticas de aquisição de acervos e procedimentos
que norteiam a seleção de obras . Dentre elas citamos:
Comissão de Estruturação de Curso - CEC - Instrução Interna de Procedimentos,
criada em 2016. Trata-se de uma portaria onde são designados servidores de diversas áreas do
campi para compor esta Comissão que tem por objetivo contribuir com a elaboração da
proposta de abertura de novos cursos. Dentre os profissionais presentes estão: Pedagogo,
327
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Eugênia Albino. A biblioteca faz a diferença. In: CAMPELLO, Bernadete
Santos et al. A Biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2. ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2008.
CAMPELLO, Bernadete et al. Biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2 ed.
Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
328
CRIVELLARI, Helena Maria Tarchi; SIMA, Aline Michelle. Biblioteca universitária, escolar e
comunitária: o caso da biblioteca comunitária ―Professora Ebe Alves da Silva‖ do IFMG.
RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 14, n.
1, p. 28-48, dez. 2015. ISSN 1678-765X. Disponível em: .
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8640597>. Acesso em
19 dez. 2017. doi:http://dx.doi.org/10.20396/rdbci.v14i1.8640597.
FONSECA, Edson Nery da. Introdução a biblioteconomia. São Paulo: Pioneira, 1992.
Eixo I – Ensino
Resumo: Este artigo é oriundo de uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo analisar
a biblioteca de uma instituição de ensino como um possível espaço-tempo de
desenvolvimento de aprendizagens e formação de competência informacional. Para tanto, foi
realizada um estudo de caso em um campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o qual
nos propomos a apresentar aqui os dados coletados e a análise desses dados. A coleta desses
dados foi realizada através da aplicação de questionário e de entrevista e para sua análise
utilizou-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Os resultados obtidos apontaram cinco
categorias de análise: acesso à informação; avaliação da informação; uso da informação;
autonomia dos estudantes; possibilidades de atuação da biblioteca no desenvolvimento da
competência informacional. Por fim, realizamos a triangulação dos dados obtidos pelo
referencial teórico, pelo questionário e pela entrevista no intuito de verificar as possibilidades,
tanto da biblioteca quanto dos bibliotecários, em atuarem como mediadores entre a
informação e seu usuário de forma efetiva, fazendo com que a biblioteca se torne um espaço
pedagógico de aprendizagem e de desenvolvimento da competência informacional.
Abstract: This article comes from a master's research that aimed to analyze the library of a
teaching institution as a possible space-time of learning development and informational
competency formation. For that, a case study was carried out in a campus of the Federal
Institute of Rio Grande do Sul, which we propose to present here the data collected and the
analysis of these data. The collection of these data was done through the application of a
questionnaire and interview. Data analysis followed the technique of content analysis. The
research results pointed to five categories of analysis: access to information; evaluation of
information; use of information; autonomy of students; possibilities of the library's
performance in the development of informational competency. Finally, we performed the
triangulation of the data obtained by the theoretical reference, the questionnaire and the
interview in order to verify the possibilities of both the library and the librarians to act as
mediators between the information and its user in an effective way, making the become a
pedagogical space for learning and developing informational competency.
1 INTRODUÇÃO
A proposição desse artigo surge após a conclusão de uma pesquisa de mestrado que
deu origem a dissertação A biblioteca como espaço-tempo de aprendizagens e de
desenvolvimento da competência informacional e do desejo de compartilhar os resultados
obtidos. Esta pesquisa, que teve como campo empírico o campus Restinga do Instituto Federal
do Rio Grande do Sul (IFRS), possuía o objetivo de investigar a possibilidade de uma
biblioteca de uma instituição de ensino atuar como um espaço de desenvolvimento da
competência informacional.
A relevância do tema está relacionada diretamente com o contexto atual, no qual a
informação tornou-se um ponto crucial para o desenvolvimento do conhecimento. No entanto,
devido ao fluxo intenso e constante de informações é necessário que essa seja selecionada e
verificada pois muitas vezes pode estar incompleta e, até mesmo, equivocada. As instituições
de ensino precisam atuar no sentido de auxiliar seus alunos para torna-los efetivos na busca e
seleção de informações válidas e seguras, além de serem capazes de transformar tais
informações em conhecimento. Dentro desse contexto, a biblioteca, como parte essencial de
uma instituição educativa, pode atuar como um espaço de aprendizagem, na criação de ações,
em conjunto com os docentes, que levem ao desenvolvimento de aprendizagens significativas
e de novos conhecimentos.
Para o desenvolvimento desta pesquisa procuramos demonstrar a importância do
desenvolvimento da aprendizagem, da autonomia e do aprender a aprender para que seja
possível o efetivo desenvolvimento da competência informacional nos estudantes. Essas
teorias possibilitam verificar o papel da biblioteca e dos bibliotecários e sua função educativa
na tentativa de responder à questão proposta por esta pesquisa: Em que medida pode a
biblioteca de uma instituição de ensino configurar-se como espaço-tempo de aprendizagens e
de desenvolvimento de competências informacionais? Cabe esclarecer algumas peculiaridades
da delimitação desse campo empírico pois o IFRS é uma instituição participante da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Rede Federal EPCT), que foi
criada por força de lei em 2008 25. Essa rede se caracteriza por atender a tipos de públicos
diferenciados, abrangendo cursos técnicos (integrado, subsequente, concomitante),
licenciaturas, graduações tecnológicas, especializações, mestrados profissionais e doutorados,
além de cursos profissionalizantes de formação inicial e continuada e o Programa de
Educação de Jovens e Adultos (PROEJA). Devido a essa diversidade de níveis educacionais,
25
A Rede EPCT foi criada por força de lei e determinou a implantação dessas instituições por todo território
brasileiro – Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008).
331
complexas, pois as pessoas, além de tornarem-se leitores, necessitam ser competentes para
aprender por meio da informação‖ (CAMPELO, 2010, p. 185). A competência informacional
pode auxiliar no desenvolvimento de pessoas aptas a utilizarem a informação de forma
autônoma e eficiente. E as bibliotecas podem auxiliar nesse sentido proporcionando situações
de aprendizagem que lhes auxiliem a desenvolver a competência informacional,
transformando se ―[...] em agentes provocadores de mudanças educacionais.‖ (DUDZIAK,
2001, p. 73). Ao desenvolver essa competência também se busca estimular a autonomia dos
discentes não só no que diz respeito a busca e ao acesso, mas principalmente no emprego da
informação recuperada. Desta forma, a competência em informação é:
A análise dos dados obtidos nos possibilitou verificar que, na percepção dos docentes,
a biblioteca consiste em um espaço de estudo, de pesquisa e, sobretudo, de consulta ao acervo
local demonstrando haver certo desconhecimento da potencialidade da biblioteca. Os dados
coletados foram categorizados em cinco tipos, os quais apresentaremos abaixo as análises
realizadas a partir da triangulação dos dados do questionário, da entrevista e do referencial
teórico.
338
que, mesmo em ações cotidianas como levar os alunos para o espaço da biblioteca para a
utilização dos livros do acervo, não é realizada nenhuma combinação prévia com a
bibliotecária. Esse procedimento reforça a visão da biblioteca como um repositório de
informações na qual realizam-se pesquisas no acervo físico, sem a mediação do bibliotecário
e sem utilizar nenhum outro recurso a não ser o acervo.
A biblioteca em questão oferece poucos treinamentos para os alunos, mas tem uma
forte atuação individual com os alunos que frequentam seus espaços em busca de informações
ou com aqueles que solicitam ajuda. Essa atuação individual está relaciona à prática de
educação de usuários e ao serviço de referência, abordado no referencial teórico. No entanto,
para o desenvolvimento da competência informacional, a autonomia do estudante e a reflexão
crítica, entendemos ser necessário o desenvolvimento de atividades diversificadas e
sequenciais, sendo imprescindível o apoio institucional para a mudança da percepção da
biblioteca e para que ela se torne um espaço pedagógico
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Kuhlthau (2002, p. 10), tem a possibilidade de se constituir como um espaço no qual ―[...] os
recursos informacionais irão se constituir num rico manancial para propiciar o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para viver e conviver
na sociedade da informação‖.
Para tanto, o bibliotecário deve conduzir a biblioteca a uma atuação mais proativa se
faz, buscar parcerias com os docentes e manter um diálogo com a direção do campus de forma
a mostrar a importância de inserir a biblioteca no planejamento pedagógico. Acreditamos que
os bibliotecários já possuem a preocupação e a intenção de auxiliar no desenvolvimento dos
alunos, assim como de tornar a biblioteca um espaço vivo e de ampla utilização pelos alunos.
Dessa forma, a organização da biblioteca, o processamento técnico do material, os
treinamentos para uso das bases de dados, normas e outros, todos são formas adotadas pelos
bibliotecários para atuar como mediadores da informação.
Ao inserir a biblioteca como um espaço de desenvolvimento da competência
informacional, a atuação do bibliotecário estará mais relacionada ao trabalho de mediação.
Sendo assim, o profissional terá que focar seu trabalho na criação, desenvolvimento e
implantação de atividades que visem dar condições para à geração da competência
informacional, da autonomia e do aprender a aprender. Esse tipo de atividade deve ser
elaborada com a finalidade de educar os alunos para o acesso, a avaliação e o uso da
informação. Com isso, seriam criadas oportunidades de desenvolvimento e de formação de
um sujeito crítico a partir da qualificação da pesquisa acadêmica, com a ação conjunta dos
docentes.
REFERÊNCIAS
Eixo I – Ensino
PATRÍCIA HENNING
ISABELA ARANTES
Abstract: This article analyses the Educational Resources of the “Lume” Digital Repository
of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), based on the study of its
characteristics, functionalities, formats and typology. It verifies the download and accesses‟
quantity as an indicative of usability as well as the adopted using licenses to identify the
disclosure level of those resources and the demonstration of the educational resources‟
application in literacy and informational competence. This article proposes the consideration
of the librarian‟s role on the educational function and dissemination of the information
appropriation process and the user‟s learning on using the REA, as well as the expansion of
the use of the Open Education Resources (Recursos Educacionais Abertos – REA) by the
Federal Universities. The expansion of the REA‟s use reinforces the importance of the
creative commons license‟s implementation, compliant to the Open education‟s goals. These
goals propose that everyone should be free to use, personalize, improve and redistribute
346
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Hylen (2006), REA são materiais voltados para educação em formato digital,
com acesso livre para a comunidade acadêmica, com permissão de cópia, impressão,
adaptação, reutilização e compartilhamento.
Johnstone (2005) define os recursos educacionais abertos de acordo com sua função
no processo de ensino-aprendizagem: a) recursos de aprendizagem (módulos de conteúdos,
objetos de aprendizagem, ferramentas de avaliação, comunidades de aprendizagem); b)
recursos para apoiar professores (ferramentas e materiais que ajudam a criar, adaptar e
reutilizar REA, e outras ferramentas de suporte); e c) recursos para garantia da qualidade
(qualidade da educação e qualidade das práticas educacionais).
Logo, REA são plataformas digitais de aprendizagem, com acesso público, que
apoiam a reutilização intelectual e criativa, nas quais possam ser aplicados os ―Cinco R‖ de
abertura dos REA e que, segundo Wiley (2014), significam: reter, reutilizar, revisar, remixar e
redistribuir. Parâmetros normalmente indicados por meio do uso de licenças Creative
Commons.
Conforme Johnstone (2005), os REA possuem funções socioeconômicas,
proporcionando o compartilhamento de recursos educacionais, intensificando a colaboração
acadêmica (e, consequentemente, o desenvolvimento econômico), e possibilitando a
diferentes países o acesso a informações, dados científicos e ao conhecimento difundido por
seus pares em busca de soluções, novas técnicas e lições aprendidas sem fronteiras
geográficas.
Alfabetização Informacional
Letramento Informacional
Habilidades de Competência
Habilidades de Informacional
Informação
vinculadas à Informação de Habilidades de
decodificação de Identificação e Informação que
uma linguagem Avaliação de envolvam tomada
Fontes de de decisão e
Informação pensamento
crítico
2.3 LUME
3 METODOLOGIA
algo vem perdendo espaço para a necessidade de ter acesso a algo; a oferta de
serviços customizados cresce em relação à de produtos prontos. (GONSALES, 2016,
p. 3)
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
Quantitativo REA -
Áreas do Conhecimento
4
8
Ciências da Saúde 25
5
24
Ciências Sociais Aplicadas 15
15
5
Multidisciplinar 3
0 5 10 15 20 25 30
REA - Formatos
12 2 2 11 41 4 2 1 29
REA - Tipos
Material
didático; 12
Recurso
educacional; Objeto de
47 aprendizage
m; 45
Nota-se que o tipo Recurso Educacional, num total de 47 (quarenta e sete), consiste
em um material voltado para ministrar aulas, com indicativo do conteúdo sem muito
aprofundamento, sem especificações, ou seja, um conteúdo mais generalista. O tipo Objeto de
Aprendizagem, em total de 45 (quarenta e cinco) itens, consiste em conteúdo relevante para
intensificação do aprendizado, partindo para uma especialização do assunto. Com relação ao
Material Didático, 12 (doze) são os recursos utilizados em aula e servem para embasar os
níveis de aprendizado e as avaliações.
Os REA, segundo sua forma de disponibilização e licenciamento, possuem
predominância de conteúdos voltados à educação superior. Contudo, percebe-se que a
disponibilização dos REA em um repositório digital, com serviços de informação da
universidade, propõe-se a disseminar informações para docentes, discentes, monitores e
servidores técnico-administrativos, com o objetivo, também, de fomentar o desenvolvimento
de habilidades informacionais, conforme apresentado no Gráfico 4.
Desenvolvimento
de Habilidades de
Informação
25
79
Competência Informacional
Letramento Informacional
Na análise de dados, foi constatado que 79 (setenta e nove) recursos abertos do Lume
demandam nível de conhecimento prévio sobre o assunto, caracterizando-os como aplicáveis
em uso com o objetivo de desenvolver competência informacional. Os conteúdos com a
indicação de letramento informacional, em menor número (vinte e cinco recursos), são
relativos a conteúdos abertos indicados para ensino médio e educação à distância, contando
inclusive com a faixa etária correspondente indicada pelos autores, denotando o uso de
conteúdo novo, voltado para fases iniciais de estudo.
De acordo com o Gráfico 5, percebeu-se que, para o total de 104 (centro e quatro)
recursos disponíveis no Lume, existe um número considerável de acessos (27.494 – vinte e
sete mil, quatrocentos e noventa e quatro) e downloads (3.780 – três mil e setecentos e
oitenta). Ressalta-se que os acessos e downloads foram contabilizados a partir de 2008 até
dezembro de 2017.
Gráfico 5: Usabilidade – Downloads x Acessos
[VALOR
Usabilidade:
]
30000 Acessos
20000 3780
Downlo
10000 ads
0
Total
Licença Creative
Commons
101 2 1 104
CC BY-NC-ND 2.5
CC BY-NC-SA 2.5CC BY-SA 4.0 Total
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os REA são uma tendência que vem emergindo com o surgimento da internet e o uso
das mídias no contexto educacional. Eles estão inseridos na filosofia de abertura da
informação com base na colaboração e interatividade da cultura digital, e têm, como proposta,
que todos devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir ferramentas
educativas, sem restrições, ampliando assim o conhecimento e estimulando a criatividade e
inovação.
Os recursos disponibilizados no REA, localizados no repositório institucional Lume,
são Materiais Didáticos, para apoio das atividades de ensino; Atividades de Ensino (planos de
ensino, apresentações etc.); e Objetos de Aprendizagem (recursos digitais em forma de
módulos em diferentes formatos, como vídeos, sítio eletrônico e animações, entre outros) que
contribuem para o letramento e competência informacional. Contudo, em sua maioria,
apresentam licenças Creative Commons CC-BY-NC-ND, impossibilitando-os para qualquer
forma de alteração ou de utilização para fins comerciais.
357
REFERÊNCIAS
BRANCO, Sérgio; BRITTO, Walter. O que é Creative Commons? novos modelos de direito
autoral em um mundo mais criativo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.176 p. (Coleção FGV
de bolso. Direito & Sociedade). Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/11461>. Acesso em: 01 dez. 2017.
358
DUDZIAK, E. A. Information Literacy: princípios, filosofia e prática. Ci. Inf., Brasília, DF,
v. 32, n. 1, p. 23-35, abr. 2003.
GONSALES, P. Recursos educacionais abertos (REA) e novas práticas sociais. Rev. Eletron.
de Comum., Inf., Inov., Saúde, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, jan./mar., 2016. Disponível em:
<https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16950>. Acesso em: 01 dez. 2017.
HYLEN, J. Open Educational Resources: opportunities and challenges. OECD‘s Centre for
Educational Research and Innovation. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Jan_Hylen/publication/235984502_Open_educational_
resources_Opportunities_and_challenges/links/54d321a80cf250179181779b.pdf>. Acesso
em: 05 dez. 2017.
MINAYO, M. C. S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: _____ (Org.).
Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2001. Cap. 1, p. 9-
29.
WILEY, D. A. The access compromise and the 5th R. Iterating Toward Openness, 5 mar.,
2014.
361
Eixo I – Ensino
Abstract: The research has the objective to present the special resources for information
accessibility offered to visually impaired students at the Central Library of the Federal
University of Goiás, at the Goiânia Campus, and to refer to the use of these facilities in the
teaching of the Library Science course. It also intends to report the participation of the
Library System in the accessibility management, and comment on the students‟ perceptions on
the facilities in terms of meeting their accessibility demands. The theoretical reference is
fundamented in inclusive education, accessibillity and assistive technology. The
methodological approach is qualitative, and as for the objectives, it is classified as
descriptive-exploratory. It is a field research, whose data collecting tools are semi-structured
interviews, questionnaires and documental research, which has favoured the understanding of
the general context of the accessibility policy. The Pedagogical Project of the Library Science
course was also observed, as well as the discipline which brings in the theme of accessibility
in libraries and other information units. The data show that the Library System acts in a
partnership with the Accessibility Unit of the University in relation to the guidelines for
inclusive actions. The Central Library has an Information Accessibility Lab, which offers the
resources needed by visually impaired students. This lab is used as a practical field for the
teaching and knowledge of assistive technologies in the Library Science course. A
significantly large presence of visually impaired students is identified in the University area,
as well as a number of problems in the assistance to their information needs.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
3 METODOLOGIA
pode ser utilizada como método, ou como técnica, pois complementa outras formas de
obtenção de dados, como a entrevista e o questionário.
Observação: Realizou-se a observação nas dependências da Biblioteca Central e
Laboratório de Acessibilidade informacional.
4 RESULTADOS
no caso dos aparelhos de tecnologias assistivas de alto custo. Já existem planos para
implantação do LAI em outras duas unidades, a de Catalão e a da cidade de Goiás.
As bibliotecas da Universidade do Campus Goiânia não dispõem de acervo em braile
ou em áudio em suas dependências, exceto uma única obra localizada na Biblioteca da
faculdade de Letras. Este serviço é oferecido pelo Laboratório, já que este possui a estrutura
adequada para adaptações e softwares especializados. O usuário que necessita desta adaptação
toma emprestado da biblioteca o material impresso e o leva ao laboratório. A adaptação é feita
conforme demanda, e dependendo do material. Existe um prazo para entrega. Seguem fotos
do LAI e de alguns recursos disponíveis:
É perceptível que o mundo vem sendo modificado com o advento das tecnologias de
informação e comunicação (TIC) e o ambiente de ensino sendo inovado por novas alternativas
e concepções pedagógicas que configuram novos ambientes de construção e produção de
conhecimento.
Neste contexto, muito tem sido os esforços do curso de Biblioteconomia da
Universidade Federal de Goiás para contribuir com a formação profissional do aluno por meio
de bases fundamentais teóricas que reorientam os instrumentais técnicos, metodológicos,
tecnológicos e administrativos, necessários para a concepção e atuação do profissional na
Biblioteca e nas diferentes unidades informacionais. Entende-se que a articulação entre teoria
e prática garante o entendimento dos diferentes elementos constitutivos da Biblioteca e outras
Unidades de Informação em cada domínio, ora enfatizado na formação do egresso (Social,
Cultural e Educacional). Um dos objetivos gerais propostos pelo curso é de compreender a
biblioteca e suas diferentes estruturas na realidade social brasileira. (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE GOIÁS, 2016).
É desta forma que o LAI tem sido utilizado pela disciplina de Administração de
bibliotecas e outras unidades de informação enquanto apoio de aprendizagem e campo de
estudo. Os módulos da disciplina são formados por: Contexto histórico da administração;
Funções administrativas; Planejamento: tipos de planejamento; Planejamento Estratégico;
Diagnóstico; Avaliação em unidades de informação; Acessibilidade. O tópico acessibilidade é
norteado conforme os seguintes assuntos:
1. Bibliotecas inclusivas e cidadã: perspectivas internacionais e da lei brasileira sobre
acessibilidade;
371
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Dispõe sobre a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência. Planalto [on line], Brasília, 6 jul. 2015. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 20
jan. 2018.
______. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Subsecretaria Nacional de Promoção dos
Direitos da Pessoa com Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas. Tecnologia Assistiva.
Brasília: CORDE, 2009. Disponível:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/livro-
tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2018.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MELO, Amanda Meincke. Acessibilidade e desing universal. In: PUPO, Deise Tallarico;
MELO, Amanda Meincke; FERRÈS, Sofia Péres. (Orgs.) Acessibilidade: discurso e prática
no cotidiano das bibliotecas. Campinas: UNICAMP, 2006. p. 17-20. Disponível em:
<http://eurydice.nied.unicamp.br/portais/todosnos/nied/todosnos/artigos-
cientificos/livro_acessibilidade_bibliotecas.pdf.1.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2018.
MOREIRA, Sonia Virgínia. Análise documental como método e como técnica. In: DUARTE,
Jorge; BARROS, Antônio. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2008. p. 269 -279.
Eixo: Ensino
Abstract: The objective of this work is to present the selection and acquisition service
developed with the use of the Integrated System of Academic and Administrative
Management. Selection and acquisition services on purchase modality are phases in the
process of built and develop collections that are essential for guaranteeing the fulfillment of
academic and university needs in Higher Education Institutions. This article aims to describe
the process of selection and acquisition of information material at Universidade Federal do
Maranhão and the improvements that have occurred since the implementation of the
Integrated System of Academic and Administrative Management. The main improvements
found are the rationalization and automatization of activities previously performed manually,
as well as the transparency provided by the system that allows applicants to follow the steps
developed for the acquisition of the material.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3.2 O SIGAA
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 8.666. 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666compilado.htm > Acesso em: 28 dez. 2017.
BRASIL. Lei 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios
e do Distrito Federal. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>.
Acesso em: 28 dez. 2017.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 14.ed. Malheiros: São Paulo, 2006.
Eixo: Ensino
Abstract: The value given to information, the huge quantity of data recently available and the
technological advances helped to change university library users‟ behavior related to the
autonomy and information quest. These changes also reflect transformations in the university
library‟s acting and planning of its actions, which can appear differently in its activities,
especially in the units which aim at being institutional sustainability agents. The librarian, as
an educator, should help the user to deal with the new existing technology and should also
390
stimulate the continuous learning. Aiming to enable the new undergraduate users to use the
library and its services and introducing them to the use of resources and tools which will be
useful for their immediate necessities and also for their whole lives, the library has
reformulated its traditional new students‟ training, adopting new concepts of users‟ education
and information literacy, besides using distance learning. As a result, the number of
registered new students increased, the insertion of these users in the library‟s environment
was faster and it was observed a greater autonomy among the students trained in the use of
the library‟s resources.
INTRODUÇÃO
REVISÃO DE LITERATURA
[...] podemos concluir que, em linhas gerais, a Competência Informacional pode ser
descrita como um processo de ensino-aprendizagem que abrange o indivíduo ou
determinado coletivo e tem como objetivo a otimização de conhecimentos, de
habilidades e de atitudes (informáticas, comunicativas e informativas) para lidar de
forma adequada e eficiente com a informação em diferentes contextos e formatos.
Para tal, é necessário realizar operações mentais complexas, capazes de equilibrar as
dicotomias advindas da prática e da teoria, da técnica e da sensibilidade, dos direitos
e dos deveres, do individual e do coletivo e do cidadão e da sociedade. O indivíduo,
competente em informação, deve ser capaz de usar uma gama de recursos
disponíveis de forma crítica, consciente e comprometida para satisfazer suas
necessidades informacionais em diferentes contextos.
393
Como dissemos as bibliotecas têm utilizado várias alternativas para realizar suas ações
de educação de usuários e desenvolvimento da competência em informação e, dentre elas,
destaca-se educação à distância.
A utilização do ensino a distância visa a democratização do ensino, frente a explosão
informacional. Dessa forma, as bibliotecas conseguem ter apoio na educação a distância para
capacitar seus usuários e estimular a autoaprendizagem (RONCHESEL; PACHECO, 2008).
De acordo com Moran (1998) é importante educar para a autonomia, porque dessa forma,
cada pessoa encontrará seu próprio ritmo de aprendizagem.
Segundo Ronchesel e Pacheco (2008, p.36) ―[...] com o avanço das tecnologias de
informação e comunicação e o uso da Internet como ferramenta do processo de ensino-
394
MATERIAIS E MÉTODOS
O TREINAMENTO
26
Segundo Beluzzo (2007) podemos definir educação do usuário como o ―processo pelo [qual] o
usuário/receptor interioriza comportamentos adequados em relação à competência de acesso e ao uso da
informação, desenvolvendo habilidades de interação permanentes com os sistemas de informação e
comunicação‖, já treinamento são ações e/ou estratégias ―para desenvolver determinadas habilidades do
usuário/receptor por desconhecer situações específicas de acesso e de uso da informação. Envolve-se,
especificamente, o conhecimento de um conjunto de meios necessários para tal‖. Apesar do novo escopo de
atividade proposta pela equipe da Biblioteca da FCLAr adotar o conceito de educação do usuário, esta atividade
específica, ainda pode ser caracterizada como um treinamento. O termo também foi mantido por ser de melhor
aceitação na comunidade.
27
Está disponível em: <http://www.fclar.unesp.br/#!/biblioteca/>. Acesso em: 15 jan. 2018.
397
rede Unesp ou ―Buscar por biblioteca‖, onde o aluno seleciona o acervo que quer consultar;
essa última é recomendada quando o aluno quer retirar um item para o empréstimo domiciliar.
Além disso, nesse tutorial é indicado onde encontrar o número de chamada do item e se o
mesmo encontra se na estante ou se está emprestado. Vale ressaltar, também, que a Unesp
investe bastante em recursos eletrônicos como e-books e periódicos on line que podem ser
acessados via o catálogo Parthenon.
O tutorial 2 ensina a fazer a renovação on line dos empréstimos, recurso bastante
utilizado pelos alunos, no qual apresenta uma média de 100.000 transações por ano. O aluno
não conseguirá renovar seus empréstimos se tiver algum impedimento (atraso ou multa) de
algum material de qualquer biblioteca da rede ou se o material tiver reserva para outro
usuário.
O próximo tutorial apresenta a opção de reservar um material, que pode ser feito
quando o material desejado está emprestado para outro usuário. O usuário só consegue
reservar itens de sua biblioteca de origem. Assim que o exemplar é devolvido no balcão de
atendimento o usuário é avisado automaticamente pelo sistema por e-mail, esse material ficar
separado para o usuário que reservou por um dia e caso não venha retirá-lo a reserva expira.
O tutorial 4 ensina a solicitar obras por EEB. O tempo de empréstimo é estabelecido
pela biblioteca fornecedora do material. Para complementar as informações deste tutorial, na
página da biblioteca, no link Serviços – EEB, há disponível um passo a passo, para auxiliar os
usuários em caso de dúvidas. Tanto para renovar, reservar ou pedir EEB para a rede de
bibliotecas da Unesp o aluno deve se identificar com CPF e senha no canto superior direito da
tela e acessar ―Minha conta‖, onde também verá os dados dos empréstimos e solicitações.
A Unesp tem convênio com a USP, Unicamp e UFSCar para EEB. Desta forma, o
penúltimo tutorial ensina o aluno a pedir obras destas universidades.
O último tutorial traz uma tabela com os tipos de materiais disponíveis, quantidades
que podem ser emprestadas, prazos de empréstimos e multas.
A duração, total, dos vídeos disponíveis no treinamento, é de 26 minutos.
Depois de ver todo o conteúdo do treinamento o aluno deve responder um questionário
com 10 questões (vide figura 2). Para ter o certificado e direito a fazer o cadastro na
biblioteca, o aluno deve acertar 7 ou mais questões.
399
RESULTADOS
Todo ano a Faculdade de Ciências e Letras recebe em média 500 calouros, o primeiro
treinamento on line que foi realizado em 2015, totalizou 501 pessoas que efetuaram o
treinamento. Desse número, 482 pessoas realizaram o cadastro biométrico. O treinamento
ficou disponível na página da Biblioteca durante os meses de março até junho de 2015.
Em uma breve comparação, com os anos anteriores, usaremos como exemplo o ano de
2014. Em 2014 realizamos o treinamento presencial, em um total de 18 sessões. Para atender
400
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
Eixo: Educação
Abstract: This study aims is the entrepreneurial education in library science at the Federal
University of Paraíba. The theoretical framework focuses on the studies that have
demonstrated the aspects that influence the individuos intention. The institutional
environment influences this intention. In other words, the entrepreneurial education offered in
undergraduate courses influences students' intent to start a business. This is a qualitative
research that aimed to identify which are the management and / or entrepreneurship courses
that are contemplated in the Library Science Program. The results shows that the Program
does not focus on the entrepreneurial training of its students. The institutional environment
analyzed requires a specific plan of entrepreneurial education, the development of a culture
406
of competitiveness and the valorization of the library science students. From the analysis of
these results it was possible to propose a set of actions for the creation of an entrepreneurship
education program adapted for the courses that dont have as main objective the business
training. It concludes with a reflection on a teaching model of entrepreneurship that helps
students to develop innovative professional potential.
1 INTRODUÇÃO
que influenciam a intenção humana (SHAPERO, 1982; AJZEN, 1991; LIÑÁN, 2008;
GERBA, 2012; DABIC et al., 2012).
Assim, as competências para empreender podem ser adquiridas (KURATKO,
2005). A educação empreendedora é um dos fatores ligados ao contexto que podem
influenciar nantenção de empreender dos indivíduos. ―Em outras palavras, os indivíduos
que receberam a formação empreendedora podem possuir uma intenção de empreender
maior do que aqueles que não receberam ― (GERBA, 2012). ―Entretanto, para entender
quais os fatores que têm influência sobre as percepções empreendedoras são necessários
mais estudos sobre o assunto‖ (LIÑÁN e CHEN, 2009). Portanto, este estudo visa
contribuir nas pesquisas sobre educação empreendedora, bem como na reflexão sobre o
desenvolvimento de uma metodologia de ensino do referido tema em cursos que não têm
como objetivo a formação empresarial, como é o caso do curso de Biblioteconomia.
Ajzen, (1991) considera três fatores fundamentais que compõem a intenção são
eles: 1). As crenças comportamentais, elas representam a ligação entre interesse dos
resultados esperados com o comportamento. É a probabilidade subjetiva de que o
comportamento produzirá um determinado resultado. 2). As crenças normativas
representam a pressão social percebida ao se comprometer ou não em um comportamento.
É determinada pelo conjunto total de crenças normativas acessíveis sobre as expectativas
de referências importantes. 3). As crenças de controle, elas têm a ver com a presença
percebida dos fatores que podem facilitar ou impedir a realização de um comportamento.
Todas elas exercem uma forte influência na intenção e consequentemente no
comportamento do indivíduo.
O comportamento aqui analisado é o ato de abrir um negócio ou as ações realizadas
para a abertura de um negócio (criação de um plano de negócios, formação, financiamento,
etc.). Ambos os modelos apresentam a intenção como elemento que antecede o
comportamento empreendedor, (DABIC et al., 2012). As duas teorias apresentam
elementos similares para explicar o comportamento. Segundo Liñán e Santos, (2007) a
viabilidade percebida se alinha com crenças de controle e a conveniência percebida com as
crenças comportamentais em relação ao comportamento.
Outros estudos ligados ao Entrepreneurial exposure focam na exposição ou
experiência empresarial para explicar a intenção de empreender dos indivíduos
(VENKATARAMAN, 1997; KRUEGER, 1993; CRANT, 1996; MATTHEUS E MOSER,
1995; AUTIO ET AL., 2001; GOETHNER et al, 2012). Em outras palavras, esta teoria
também se baseia no contexto em que o indivíduo está exposto (role models) como
elemento que exerce um papel fundamental na intenção de empreender. A exposição
empreendedora está diretamente ligada ao contexto empreendedor o qual o indivíduo está
inserido, bem como, as experiências empreendedoras que ele obteve (Bandura, 1977;
Latham e Saari, 1979). Assim, influências diretas dos pais, de amigos que abriram uma
empresa ou até experiência de trabalho em uma empresa recém-criada são fatores que
influenciam na intenção de empreender (KRUEGER, 1993).
Os fatores individuais, segundo Ashley-Cotleur et al., (2009) são variáveis
demográficas (gênero e família background) atitudes, valores ou fatores psicológicos
também influenciam o comportamento dos indivíduos.
A cultura do país é mais uma dimensão importante e que interfere na intenção de
empreender (ENGLE ET AL., 2011; AUTIO et al., 2001; MUELLER E THOMAS, 2001;
MUELLER, ZAPKAU E SCHWENS, 2014). O comportamento das pessoas difere muito
410
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
5 RESULTADOS
6 DISCUSSÃO
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
um mercado instável, estes futuros profissionais devem sair de suas zonas de conforto para
aprimorar suas habilidades e criar suas próprias chances de se inserirem no mercado de
trabalho. Trazendo este enfoque para o contexto situacional hodierno, ainda caracteriza-se
como um desafio empreender na área de Biblioteconomia. Desta maneira, podemos inferir
que, a educação empreendedora oferece possibilidades, ferramentas e mecanismos que se
caracterizam como essenciais, para que o indivíduo se torne um empreendedor.
Assim, o desenvolvimento de uma cultura empreendedora nos cursos de graduação
em biblioteconomia é de fundamental importância para o desenvolvimento do profissional,
do mercado e da economia local. Entretanto, um conjunto de ações é necessário para iniciar
este processo. O ambiente institucional o qual o indivíduo está inserido exerce um impacto
grande na sua percepção de empreender, portanto, a educação empreendedora se revela
estratégica nesse processo para formar e reduzir as dificuldades percebidas existentes nos
estudantes.
Como pista de pesquisa para futuros estudos, sugerimos inserir para análise, as
grades curriculares e os Projetos Políticos Pedagógicos dos cursos de biblioteconomia de
outras universidades para que seja criado um perfil regional ou nacional e também inserir
os cursos de arquivologia e museologia, para comparar essas áreas que estão inseridas na
ciência da informação.
REFERÊNCIAS
AUTIO, E. et al. Entrepreneurial intente among students in Scandinavia and in the USA.
Enterprise and innovation Management Studies, [s.l.], v.2, n,2, p. 145 – 160, 2001.
Disponível e < >. Acesso em : 07 jan. 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Disponível
em: < http://www.urca.br/itec/images/pdfs/modulo%20v%20-
%20como_elaborar_projeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf >. Acesso em: 28 dez.
2017.
LIÑÁN, F. Skill and value perceptions: how do they affect entrepreneurial intentions?.
International Entrepreneurship and Management Journal, [s.l.], v.4, p. 257-272, 2008.
Disponível em: < https://institucional.us.es/vie/documentos/resultados/Linan2008.pdf >.
Acesso em: 26 dez. 2017.
ROBERTS, E.B. Entrepreneurs in High Technology: Lessons from MIT and Beyond.
Oxford: Oxford University Press, 1991.
SCHLAEGEL, C., HE, X. ; ENGLE, R. L. The direct and indirect influences of national
culture on entrepreneurial intentions: a fourteen nation study. International Journal of
Management, [s.l.], v. 30, n. 2, p. 597-609, 2013.
Eixo I – Ensino
Disleide Valerio
Resumo: Apresenta breves conceitos sobre metodologias ativas de ensino e a nova função da
biblioteca dentro deste contexto. Relata a trajetória de ações da rede de bibliotecas da Unesp
para diagnosticar a situação atual e identificar ações no sentido de promover as mudanças
culturais necessárias para transformação das bibliotecas em centros de aprendizagem. A partir
da aplicação de questionário foi elaborado ranking das bibliotecas para a escolha de uma
unidade a ser desenvolvida como unidade piloto.
Abstract: It presents brief concepts about active teaching methodologies and the new function
of the library within this context. It reports the trajectory of actions of the Unesp libraries
network to diagnose a current situation and identify meaningless actions to promote as
cultural changes necessary for the transformation of libraries into learning centers. From the
application of a questionnaire, a ranking of the libraries was elaborated to select a unit to be
developed as a pilot unit.
INTRODUÇÃO
Ao pensarmos a atuação das bibliotecas integrada ao desenvolvimento da
universidade, partimos da análise minuciosa do plano de gestão em exercício e de estudos
420
realizados nas áreas correlatas a Ciência da Informação e ensino. A partir deste estudo
preliminar, evidenciamos a necessidade de uma mudança conceitual nas bibliotecas que
acompanhem as tendências de mudanças no ensino superior. Alinhados nessa empreitada, a
equipe da Coordenadoria Geral de Bibliotecas, da Rede de Bibliotecas da Unesp-CGB passou
a desenvolver estudos sobre novos conceitos de biblioteca de acordo com as atuais tendências
mundiais em bibliotecas universitárias. Como resultado prévio desses estudos, identificamos
que a mudança que almejamos esteja mais próxima de uma visão de biblioteca ativa em que
as bibliotecas são transformadas em centros de aprendizagem.
Ao compartilhar estas expectativas de mudança junto às unidades da rede de
bibliotecas, deparamo-nos com constantes críticas com relação a atual situação emergente das
bibliotecas. As bibliotecas apontaram recursos materiais e principalmente humanos serem
desproporcionais ao volume de usuários atendidos e serviços prestados. Nesse sentido, surge a
necessidade de realizar um diagnóstico da rede de bibliotecas, pois para saber os passos e os
recursos necessários para as mudanças que pretendemos, precisamos saber onde estamos.
Desta forma, o diagnóstico surgiu como uma demanda da rede de bibliotecas e foi
planejado no sentido de identificarmos o estado da arte das bibliotecas, considerando os
recursos humanos e materiais atualmente disponíveis, serviços prestados, analisados com
relação à população atendida.
A criação do diagnóstico foi concomitante a aplicação de uma série de ações no
sentido de sensibilizar a rede de bibliotecas para a nova empreitada. Dessas ações combinadas
à aplicação de questionário exploratório criou-se um ranking das bibliotecas da rede no
sentido de identificar qual biblioteca poderia ser eleita para a implantação de um projeto
piloto.
A seguir fazemos uma análise dos resultados e dos caminhos planejados para a
continuação do processo a partir dos resultados previamente obtidos, da bagagem apreendida
e da situação contextual. O objetivo que pretendemos chegar em longo prazo é um documento
com requisitos mínimos para um centro de aprendizagem e o estabelecimento das ações
necessárias para nivelar todas as bibliotecas da rede dentro desses requisitos mínimos. O
presente trabalho apresenta um relato atual deste processo.
421
2 REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Pinto, sales & Osório (2008, p. 243) o Centro de Recursos para
Aprendizagem e Investigação-CRAI é baseado nos ILC (Integrated Learning Centers) anglo-
saxónicos. O CRAI é um passo em frente no que diz respeito à fisionomia das atuais
bibliotecas universitárias, uma vez que ele se refere não apenas a salas de estudo e consulta,
422
mas sobretudo a eficazes sistemas de informação para localizar qualquer tipo de dado ou
recurso de informação, a instalações e meios para a edição eletrônica, a potentes repositórios
de informação científica ou a serviços de apoio qualificado para a localização e acesso à
informação necessária.
A implementação deste modelo, explicam Pinto, Sales e Osório (2008, p. 63), depende
de numerosos fatores, como contexto e características das organizações, as razões estratégicas
e organizativas, a disponibilidade de recursos, a atitude perante a gestão de mudanças, entre
outros.
São objetivos do CRAI segundo Pinto, Sales & Osório (2008, p.63) :
a) Prestar atenção personalizada e responder às necessidades dos utilizadores, sejam
eles docentes, investigadores ou alunos;
b) Coordenar e otimizar todo o conjunto de recursos e serviços que têm dispersas as
instituições ou escolas, e potencialmente pertinentes ou relevantes para o desenvolvimento
das tarefas de docência, de aprendizagem e de investigação;
c) Utilizar as tecnologias da informação e comunicação como instrumentos para a
acessibilidade e organização da informação.
Os termos CRAI e Learning Center aparecem frequentemente na literatura. Trazem
elementos bem semelhantes.
―Na Inglaterra é chamado de Learning Center o local onde se trabalha o responsável pela
biblioteca, o responsável pelo serviço de informática e o responsável pelo serviço de
informação, com todos os serviços de informação utilizando Tecnologia de Informação e
Comunicação, ocupando o mesmo espaço físico. Com o novo modelo educativo, o
estudante deve ser o centro do sistema educativo. Uma universidade centrada no que o
professor ensina deve passar para uma universidade organizada para que o estudante
aprenda. Essa mudança fomentará novas práticas pedagógicas associadas à docência.‖
(CASTRO FILHO, 2008, p. 222).
Esta nova perspectiva origina que se faça uma maior utilização da Biblioteca, exigindo
um trabalho de cooperação de uma grande diversidade de profissionais: bibliotecários,
informáticos, técnicos de outras áreas, assessores pedagógicos, etc. É desejável que um CRAI,
ou Learning Center consiga associar todo o conjunto de serviços e unidades da universidade
que servem de apoio à docência, à aprendizagem e à investigação, como por exemplo:
serviços de informática, serviços de informação e biblioteca, serviços multimídia, serviços de
idiomas e tradução, serviços de apoio à edição e elaboração de materiais docentes, entre
outros.
423
Pensamos que estamos trazendo novos conceitos para biblioteca quando na verdade
são conceitos que surgiram com a origem da biblioteca como instituição. O autor ainda faz
uma analogia à função da biblioteca e a construção de uma sociedade democrática. Dentro
desta perspectiva, uma sociedade só pode ser democrática se tem acesso a informação e
conhecimento.
Observados esses aspectos que envolvem a visão holística da função da biblioteca
junto ao planejamento diante a estrutura organizacional, deve-se adaptar o espaço da
biblioteca segundo as novas tendências no campo educacional. A tendência de uma nova
visão construtiva e holística da educação prescinde da mudança substancial de foco da
biblioteca, agora prestando atenção a sua função social.
Segundo Montgomery(2014, p. 70), a mudança no acesso a informação trouxe a
discussão sobre o propósito da existência das bibliotecas. Nesse sentido, a importância do
espaço físico das bibliotecas está se deslocando das prateleiras para como os estudantes usam
o espaço para aprender. ―Social learning emphasizes students as active
learners‖(MONTGOMERY, 2014, p. 70)
Bibliotecas são agora vistas como lugares de identidade e de enraizamento, lugares de
cultura e socialização onde passam a se tornar espaços de representação coletiva, criadoras de
identidade da comunidade que atendem.
A função social da biblioteca pede uma relação entre os suportes informacionais e o
público utilizador e deve ser ―vista como instituição social e democrática, a serviço da
comunidade, construindo espaços de convivência.‖(SANTA ANNA, 2016, p. 240)
Citando Crippa (2015), Santa Anna (2016) fala sobre as bibliotecas como ―laboratório
de cidadania‖, de espaços abertos, sistêmicos e permanentes de apropriação do espaço
coletivo e de ―ações compartilhadas‖.
424
3.3 Edital
Ao final das palestras foi realizada uma reunião na qual a coordenadora sintetizou
alguns pensamentos provenientes das palestras, e também para que a rede se manifestasse e
fornecesse um feedback sobre as apresentações. Depois, foi definido que o próximo passo
seria estruturar tais ideias provenientes das palestras, aproveitando que os bibliotecários
estariam em contato fresco com o novo conceito e as ideias viriam à tona. Assim, foram
propostas 3 etapas de construção para culminar na elaboração do planejamento para o ano
posterior em prol das questões de inovação, divididas em três reuniões específicas a fazer.
Assim, cada biblioteca deveria discutir entre os membros da equipe os
elementos/atitudes que devem compor um Centro de Aprendizagem. Tais elementos podiam
ser relacionados à mudança de espaço físico, produtos, serviços oferecidos, habilidades dos
profissionais e outros aspectos que julgarem interessantes. Deveriam elencar quais elementos
(ideias) devem compor um Centro de Aprendizagem. As etapas foram definidas da seguinte
forma:
● 1 Etapa - pensar livre: Apresentar lista de ideias para um Centro de Aprendizagem
● 2 Etapa - estruturar ideias: Encaixar as ideias nos conceitos e estruturas
identificados na literatura
● 3 Etapa - plano de gestão: Objetivos/Justificativa/Desafios, Ações/Metas/Formas de
Implementação, Horizonte temporal
Utilizamos esta ação como parte de construção de objetivos estratégicos um trabalho
com a rede de bibliotecas semelhante ao grupo tutorial. Utilizamos de brainstorm seguido de
formulação das ideias. Apresentamos posteriormente as ideias para todos de forma
estruturada, excluindo as ideias repetidas, dando foco no compartilhamento somente das
426
3.5 DIAGNÓSTICO
O questionário criado para a coleta de dados foi esboçado inicialmente, tomando como
referência, questionários aplicados em diagnósticos de bibliotecas de outras instituições
universitárias brasileiras que encontramos na literatura. A partir desta reflexão e análise das
referências consultadas, construímos uma prévia do que seria o questionário aplicado a rede
de bibliotecas da Unesp com perguntas organizadas inicialmente em 4 eixos principais:
recursos; serviços; público alvo e cultura organizacional. Após esta categorização,
trabalhamos no esboço com a inclusão de questões relacionadas a centro de aprendizagem,
oriundas do levantamento bibliográfico e das sugestões e colaborações da rede de bibliotecas
nas etapas do esquenta biblioteca e reunião de diretores.
Após essa estruturação preliminar, realizamos contratação de estatístico especialista,
Prof. Rogério Mugnaini, para orientar-nos no processo da tabulação e análise dos dados. Ele
nos orientou quanto à organização das questões em dois grandes blocos, um questionário com
perguntas sobre o contexto atual e outro com questões voltadas ao centro de aprendizagem, ou
questões do futuro. Desta forma, o questionário foi dividido em dois grandes blocos, um
denominado ―Retrato atual‖ com perguntas referentes à identificação da situação atual das
bibliotecas e outro denominado ―Centro de aprendizagem‖ com perguntas focadas em
produtos e serviços voltados ao conceito de centro de aprendizagem, para que resultasse em
dados que nos permitissem projetar as ações futuras. Desta forma, as perguntas ficaram
divididas de acordo com a estrutura apresentada a seguir.
Centro de aprendizagem - 1 Equipamento
Centro de aprendizagem - 2 Instalações físicas
Centro de aprendizagem - 3 Acervo
Centro de aprendizagem - 4 Serviços
Centro de aprendizagem - 5 Assuntos transversais
Centro de aprendizagem - 6 Cultura organizacional
Retrato atual - 1 Informações gerais
Retrato atual - 2 Público alvo
Retrato atual - 3 Recursos humanos
Retrato atual - 4 Recursos materiais
Retrato atual - 5 Instalações físicas
Retrato atual - 6 Acessibilidade
Retrato atual - 7 Acervo
428
postos 2 a 5, cada uma das quatro ficou como posição 3,5. Tal medida visou manter o empate
das mesmas, sem diminuir a amplitude do ranqueamento, que dessa forma se mantém igual ao
total de bibliotecas (35).
Então, determinados os postos que cada biblioteca ocupou nos seis rankings, calculou-
se a média ponderada dos postos, compondo assim um ranking único final. A média foi
ponderada segundo diferentes pesos atribuídos a cada um dos indicadores, sendo
respectivamente: 1-0,9; 2-0,5; 3-1,2; 4-0,9; 5-1,0; 6-0,5.
4 RESULTADOS
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CASTRO FILHO, Claudio Marcondes de. O modelo europeu do Centro de Recursos para
el Aprendizaje y la Investigación (CRAI) e as bibliotecas universitárias brasileiras:
convergências e divergências. 2008. Tese (Doutorado em Cultura e Informação) - Escola de
Comunicações e Artes, University of São Paulo, São Paulo, 2008.
doi:10.11606/T.27.2008.tde-06112008-152405. Disponível em:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-06112008-152405/en.php. Acesso
em: 2017-02-01.
433
LANKES, R. D. Expect more: melhores bibliotecas para um mundo complexo. São Paulo:
FEBAB, 2016.
MONTGOMERY, S. Library space assessment: user learning behaviors in the library. The
Journal of Academic Librarianship. n. 40, 2014. p. 70-75
Eixo I – Ensino
MARCOS MARTINHO
LETÍCIA SOUSA
Resumo: Aborda sobre estudo de usuários em uma biblioteca universitária tem como base a
pesquisa desenvolvida na biblioteca da Universidade Federal Rural da Amazônia do campus
de Parauapebas, localizada no município de Parauapebas-Pará. Apresenta a revisão de
literatura com as concepções de alguns autores sobre estudo de uso e usuários em unidades de
informação, destacando métodos e/ou técnicas que podem ser utilizadas para analisar o perfil
dos clientes e as suas necessidades. A metodologia utilizada e de caráter quantitativo com a
utilização de dados estatísticos, o instrumento de coleta de dados foi o questionário com
perguntas fechadas aplicados a uma amostra de 31 usuários vinculados à faculdade de
Agronomia para saber o grau de satisfação quanto aos serviços e produtos informacionais
prestados pela unidade de informação. Os resultados apontaram que 50% têm sua necessidade
informacional suprida com a utilização de livros e 33% usam a internet. Quanto à satisfação
do usuário com o acervo da biblioteca 49% dos usuários dizem que atende em parte suas
necessidades de informação, 48% diz que atende plenamente e somente 3% não estão
satisfeitos. Conclui-se que há uma necessidade de melhoria contínua dos serviços e produtos
disponibilizados à comunidade acadêmica visando ao atendimento das suas necessidades de
informação de forma mais eficiente.
Abstract: Discusses the study of users in a library based on the research developed in the
library of the Federal Rural University of the Amazon of the campus of Parauapebas, located
in the city of Parauapebas-Pará. It presents the literature review with the conceptions of some
authors about use study and users in information units, highlighting methods and / or
techniques that can be used to analyze the profile of customers and their needs. The
methodology used and quantitative character with the use of statistical data, the instrument of
data collection was the questionnaire with closed questions applied to a sample of 31 users
linked to the faculty of Agronomy to know the degree of satisfaction regarding the services
436
and information products provided by the information unit. The results indicated that 50%
have their informational needs supplied through the use of books and 33% use the internet.
Regarding user satisfaction with the library's collection, 49% of users say that they partially
meet their information needs, 48% say they fully serve and only 3% are not satisfied. It is
concluded that there is a need for continuous improvement of the services and products
available to the academic community in order to meet their information needs more
efficiently.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
por que, como, e para quais fins os indivíduos usam informação, e quais os fatores
que afetam tal uso. Os usuários são assim encorajados a tornar as suas necessidades
conhecidas e, ao mesmo tempo, assumir alguma responsabilidade para que estas
necessidades de informação sejam atendidas pelas bibliotecas ou centro de
informação.
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
Fonte: Os autores.
441
Fonte: Os autores
Quanto à atitude do usuário quando solicita um item informacional que não está existe
na biblioteca observa-se no Gráfico 3 que 62% procuraram um material substituto e somente
14% procuram o auxílio do bibliotecário, o restante dividem-se da seguinte forma: 11% pede
emprestado a um amigo, 5% desiste, 5% pesquisa em outra biblioteca e 3% compram o
material.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Quanto aos meios mais utilizados para pesquisar na biblioteca, observou-se que a
maior parte 62% recorrem ao bibliotecário, 23% pedem ajuda aos estagiários, 12% usam o
catálogo online e 3% recorrem a outros meios, conforme Gráfico 5.
3%
Consulta a base de
12% dados da biblioteca
(GNuteca)
23%
Recorre ao bibliotecário
Outros
62%
Fonte: Os autores.
443
Fonte: Os autores.
Quanto à qualidade da informação recebida na biblioteca: 48% dos usuários dizem que é
atualizada, 42% apontam ser incompleta, isto é, há falta de mais opções de fontes de informação
para uma pesquisa mais completa, 7% afirmam ser defasada a informação e 3% consideram
outros tipos que não os mencionados (Gráfico 8).
Fonte: Os autores.
17%
Barulho
50% Falta de espaço
Outros
33%
Fonte: Os autores.
29%
Muito limitado
Inadequado
Suficiente
3% 68%
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, S. G.; CUNHA, M. B. Estudos de usuários: visão global dos métodos de coleta
de dados. Perspectiva em Ciências da Informação, v. 12, n. 2, p. 168-184, maio/ago. 2007.
448
DIAS, M. M.; PIRES, D. Usos e usuários da informação. São Carlos: Edufscar, 2004.
Eixo I - Ensino
Abstract: The activities of user training in university libraries have been improved in the last
decades from the use of Information and Communication Technologies. Since 1998, the
Library Service "Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes "of the School of Engineering of São
Carlos of the University of São Paulo offers the User Education Program, an initiative that
includes librarians, teachers and undergraduate and graduate students focused on the
training of the academic community in products and services offered by the Library. A
descriptive and correlational approach was adopted to evaluate the actions carried out in the
twenty years of the Program based on indicators cited by two international trends reports in
university libraries. To do so, a historical analysis of the products and services was carried
out and a comparative table was drawn up with the indicators of each report that were
450
fulfilled by the Program. From a total of 30 indicators, 8 were met and 22 did not apply,
being inferred that they made it possible to evaluate the actions carried out by the Program
and to verify that they are in line with the trends indicated in the reports, which also
constitute relevant documents for the definition of the Library's short-, medium- and long-
term planning.
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
O estudo possui caráter descritivo e correlacional (HERNÁNDEZ SAMPIERI;
FERNÁNDEZ COLLADO; BAPTISTA LUCIO, 2006), pois relaciona os produtos e serviços
oferecidos no âmbito do PEU com indicadores extraídos de dois relatórios norte-americanos
de tendências em bibliotecas universitárias, selecionados por terem sido publicados nos
últimos dois anos e, portanto, apontam as tendências mais recentes para essas instituições.
Selecionou-se o Programa como objeto do estudo por estar consolidado há vinte anos e,
assim, revisá-lo e alinhá-lo às tendências internacionais relacionadas à capacitação de
usuários.
Os procedimentos metodológicos envolveram a análise histórica de produtos e
serviços. Posteriormente, foi elaborada uma tabela comparativa com todos os indicadores de
451
cada relatório e verificados quais são atendidos pelo PEU. Em seguida, para cada indicador
atendido foram descritas as ações realizadas pela Biblioteca.
28
Software disponível em: <http://www.acessibilidadelegal.com/33-manual-nvda.php>.
29
Disponível em: <http://www.fapesp.br/boaspraticas/>.
455
informação científica de forma mais ágil, pois o autor passa a ser identificado de maneira
persistente por meio de um código.
Como exemplos tem-se o ORCID, ScopusID, ResearcherID e Google ScholarID, em
nível internacional e LattesID, em nível nacional. No caso brasileiro, ressalta-se a adesão da
USP como membro institucional do ORCID em 2016 30, o que permite à comunidade
acadêmica gerar IDs autenticados ou autenticar o ORCID para aqueles que já o possuem.
Com vistas à promoção do ORCID na Universidade, o SIBiUSP iniciou em 2017 uma
campanha contínua para sua adoção pela comunidade acadêmica. Para tanto, conta com a
colaboração das bibliotecas das Unidades da USP. Nesse sentido, a Biblioteca participa da
campanha por meio da promoção de palestras com especialista em ORCID tanto nas
disciplinas de pesquisa bibliográfica de pós-graduação como no evento ―Semana da Pós-
Graduação da EESC‖, além de divulgá-lo em seus canais institucionais e redes sociais.
No âmbito da graduação, a Biblioteca atende essa ação por meio das orientações das
políticas públicas educacionais da educação superior, isto é, pela participação nas discussões
das diretrizes curriculares da EESC, que visam construir um currículo multidisciplinar que
contemple as dimensões básica, específica e formação em pesquisa, pós-graduação e
profissional. Além disso, no início de cada ano letivo, promove palestras informativas sobre
seus produtos e serviços, estratégia que tem sido fundamental para que os alunos, ao passar do
ambiente escolar para o ambiente universitário, tenham um primeiro contato com informações
básicas sobre o funcionamento da Biblioteca e, assim, sejam autônomos no uso e acesso da
informação científica (GONÇALVES et al., 2006; CASSIN; PASCHOALINO;
ROMANETTO, 2013).
Atuando especificamente no oferecimento de treinamentos sobre os recursos
informacionais e de pesquisa bibliográfica, a Biblioteca assume a responsabilidade sobre a
formação em pesquisa de alunos da graduação, pós-graduação e pesquisadores. Essa atuação
em sala de aula e no processo de planejamento pedagógico provê à Biblioteca experiências e
habilidades que impactam positivamente sobre as dimensões de avaliação de cursos de
graduação presencial e a distância do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), dentre as quais destacam-se: ―Organização didático-pedagógica‖,
30
Disponível em: <http://www.sibi.usp.br/orcid/>.
456
Os Recursos Educacionais Abertos (REA) têm sido uma alternativa para a criação e
publicação de materiais didáticos frente aos crescentes custos das editoras científicas e
também pela possibilidade de acesso eletrônico, que tem se tornado cada vez mais comum
para diferentes tipos de documentos. Eles envolvem não apenas a disponibilização de livros,
mas todo e qualquer conteúdo oferecido pela instituição à qual a biblioteca universitária está
vinculada, seja cursos inteiros, planos de aulas, módulos de cursos e palestras gravadas
(CHABOT et al., 2016).
Nesse contexto, a Biblioteca contribui com a disponibilização de REA por meio da
alimentação de bases institucionais que disponibilizam conteúdo científico em formato aberto
e gratuito, tais como a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), Biblioteca Digital
de Trabalhos Acadêmicos (BDTDA), Biblioteca Digital da Produção Intelectual (BDPI),
Portal de Livros Abertos da USP, Repositório Institucional da EESC e Portal de Livros
Abertos da USP, sendo que em outubro de 2017 foi publicado o primeiro livro da EESC nesse
Portal.
No que se refere ao acervo de fotografias, desde 2017 a Biblioteca trabalha na sua
digitalização e tratamento técnico por meio da representação descritiva e temática a partir do
padrão Dublin Core. A coleção inicial consta de aproximadamente 500 fotografias impressas
que foram reunidas no âmbito do Programa de Fomento da Pró-Reitoria de Cultura e
Extensão desenvolvido em 2016 pela Seção Técnica de Informática (SCINFOR) e pela
Biblioteca da EESC. Elas serão incorporadas no Repositório Institucional, além da
colaboração de todos os setores no que diz respeito ao envio das fotos para a Biblioteca, que
será a depositária oficial desse acervo.
Nessa linha, também iniciado em 2017, a Biblioteca desenvolve o projeto de
digitalização das apostilas publicadas pelos docentes da EESC para disponibilização no
Repositório Institucional EESC e/ou no Portal de Livros Abertos da USP. Além de fomentar a
publicação de material didático, pretende-se padronizá-lo por meio da elaboração de diretrizes
para apostilas e oferecer serviço de impressão sob demanda, caso os exemplares físicos
estejam todos emprestados ou o aluno prefira ter uma cópia impressa em vez de ler no
formato digital.
Em 2016, outra ação de relevância foi a criação do Portal de Eventos Científicos da
EESC, que visa apoiar a gestão de eventos científicos da graduação e pós-graduação por meio
do Sistema Online de Acompanhamento de Conferências (SOAC), uma customização do
458
Open Conference System (OCS) feita pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT). Esse sistema facilita a realização de inscrições, submissão de trabalhos,
processo de avaliação, credenciamento de avaliadores e publicação de anais eletrônicos
disponíveis em acesso aberto e pesquisáveis por autor e título, com acesso ao texto integral e a
coleta dos metadados por provedores de serviço, permitindo a indexação em outros serviços
da web (ARAUJO; LABELA; COLETTA, 2016). Nesse Portal já estão disponíveis 16
conferências (12 nacionais e 4 internacionais) e 442 trabalhos apresentados.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capacitação de usuários nas bibliotecas universitárias é uma atividade cada vez mais
relevante tendo em vista que o uso intenso das TICs nessas instituições ampliou as formas de
acesso à informação bem como exigiu o desenvolvimento de competências voltadas para o
seu uso no ambiente digital.
Ao longo dos últimos vinte anos a Biblioteca desenvolve ações de capacitação e
treinamento da comunidade acadêmica como forma de apoio às atividades de ensino, pesquisa
e extensão. Nesse sentido verificou-se, comparativamente, que dos 30 (trinta) indicadores
apontados na literatura citada, 10 (dez) se aplicam ao Programa. Destes, 8 (oito) são
atendidos. Com isso, considera-se que as ações realizadas no contexto do PEU estão em
consonância com as tendências internacionais para bibliotecas universitárias. Por outro lado,
os 2 (dois) indicadores ainda não contemplados, ―Usuários como criadores‖ e ―Alfabetização
crítica em informação‖, constituem-se em oportunidades para que a Biblioteca passe a realizar
novas ações de capacitação de usuários. Ou seja, os indicadores revelam que o PEU está
alinhado às tendências internacionais das bibliotecas universitárias e novos serviços e
produtos ainda podem ser criados em prol dos usuários.
Além disso, a continuidade das análises das ações pode ser feita a partir de indicadores
extraídos de outros relatórios internacionais, a exemplo das ―Recomendações para as
bibliotecas de ensino superior de Portugal 2016‖ (ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE
BIBLIOTECÁRIOS, ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS, 2015). Observa-se,
portanto, que os indicadores permitem avaliar as ações realizadas pela Biblioteca, tanto
qualitativamente, por meio do atendimento das ações a partir de relatórios de tendências
internacionais para bibliotecas universitárias, como quantitativamente, pois permitem adequar
os recursos humanos, financeiros e tecnológicos disponíveis para a proposição de novos
produtos e serviços. Desta forma, os indicadores contribuem para a definição do planejamento
459
da biblioteca universitária de curto, médio e longo prazo com foco nas demandas
institucionais.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, E. M. de et al. Proposta de avaliação dos trabalhos de conclusão de curso com base
nos princípios e normas da metodologia de pesquisa. In: WORLD CONGRESS ON
COMPUTER SCIENCE, ENGINEERING AND TECHNOLOGY EDUCATION, 2006.,
Itanhaém. Anais…, Santos: COPEC, 2006. p. 930-934.
BECKER, S. A. NMC Horizon Report: 2017 Library Edition. Austin: The New Media
Consortium, 2017. Disponível em: <http://cdn.nmc.org/media/2017-nmc-horizon-report-
library-EN.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2017.
CHABOT, L. 2016 top trends in academic libraries: a review of the trends and issues
affecting academic libraries in higher education. College & Research Libraries, Chicago, v.
77, n. 6, p. 274-281. Disponível em:
<http://crln.acrl.org/index.php/crlnews/article/view/9505/10798#b44-0770274>. Acesso em:
30 nov. 2017.
COLETTA, T. das G. et al. Biblioteca e ensino de graduação: portal bibliográfico para apoio
aos alunos da EESC/USP. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 16., 2010, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: [s.n.], 2010a. p. 1-12.
Eixo I – Ensino
DEBORA ZAMBAN
JULIANA FRAINER
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
sustentabilidade financeira para além de, somente, atender aos critérios estabelecidos pelo
Sinaes. As bibliotecas universitárias precisam atuar com responsabilidade e zelo nas diversas
possibilidades e ―entender que o desafio mais crítico será remover os obstáculos que a
impedem de responder às necessidades de uma clientela em mudança, transformar os
processos e estruturas administrativas que caducaram e questionar as premissas existentes‖
(CUNHA, 2000, p. 88).
Destaca-se que bibliotecas universitárias possuem acervos, serviços e estruturas com o
propósito principal de atender as demandas dos cursos de graduação e ou pós-graduação
ofertados pelas IES ao qual estão inseridas. Referente a oferta de serviços, dentre os vários
disponibilizados pelas bibliotecas universitárias, tem-se: consulta local do acervo e serviço de
referência, empréstimo domiciliar, pesquisas em bancos de dados especializados,
levantamento bibliográfico, orientação quanto a normalização de trabalhos acadêmicos e
reserva de materiais (MACHADO, 2009). Contudo, é essencial que as bibliotecas estejam
dispostas a oferecer serviços que agreguem valor ao atendimento e possam atuar como
espaços efetivos para a formação de pesquisadores e profissionais qualificados e estimular a
prática e o hábito da pesquisa e da leitura e fomentar a produção do conhecimento.
As bibliotecas, principalmente as que atuam em ambientes educacionais, são a
essência de instituições e têm como objetivo a formação de cidadãos e profissionais
―conscientes de seu papel na sociedade, tendo em vista a sustentabilidade social‖ (SANTOS
et al., 2013, p. 3). É inegável a proximidade da função educativa na atuação do bibliotecário,
que deve utilizar, além da técnica, as competências humanas, sociais e educacionais para a
prestação dos serviços. Em um primeiro momento, a biblioteca universitária deve alinhar o
acervo com o indicado nos projetos pedagógicos dos cursos, sendo de suma importância a
integração entre biblioteca, setor pedagógico e professores (SILVA; ARAÚJO, 2003).
Contudo, a biblioteca não ―deve limitar-se a facilitadora do acesso a informação, mas também
como instituto partícipe no processo de formação de cidadãos que possam exercitar a ética, a
cidadania, como desfrutar do coletivo, tanto no ambiente acadêmico como no meio social o
faz-se integrante‖ (SANTOS et al., 2013, p. 27).
Essa condição educativa da biblioteca de formar cidadãos que possam exercitar a ética
e a cidadania pode estar representada em situações simples vivenciadas na relação usuário-
biblioteca, como por exemplo, o respeito do prazo de devolução de obras emprestadas. A
função educativa da biblioteca se amplia com a efetivação da ―educação de usuários‖, que se
trata do ―conjunto de atividades que apresentam uma característica proativa por parte dos
próprios usuários, realizando-se por meio de ações planejadas do uso da biblioteca e seus
467
recursos‖ (CAMPELLO, 2003, p. 29). Nesse sentido, as bibliotecas, como forma de educar o
usuário e não apenas inibir o atraso de devolução de materiais, elaboram diretrizes e normas
para se fazer unânime o uso coletivo das obras. É pelo comprometimento da rotatividade do
produto intelectual disposto no acervo que se criam procedimentos e normas de empréstimos
e devolução. É também pelo comprometimento com os usuários desse produto intelectual que
se faz necessária a penalidade, quando do não cumprimento destas normas.
As sanções de qualquer espécie, quando aplicadas em bibliotecas, tem objetivo de
qualquer outra penalidade: a restituição do dano, a reeducação do agente e a
minimização dos prejuízos coletivos. Neste sentido, busca-se principalmente reiterar
o papel educativo das bibliotecas, tendo em vista que estas estão inseridas no projeto
político pedagógico (PPP) da instituição
(SANTOS et. al., 2013, p. 30).
Biblioteca, educando o usuário para honrar os compromissos que assume e atuar com a
consciência do coletivo.
3 METODOLOGIA
3.1 CONTEXTO
O Programa Penas Alternativas foi criado em 2004, com intuito de se tornar uma
alternativa à cobrança pecuniária tradicional para o atraso de entrega das obras emprestadas,
buscando a educação e conscientização dos usuários da biblioteca de modo benéfico - tanto
para o usuário, quanto para a unidade de informação, no que diz respeito ao coletivo uso das
obras disponíveis no acervo. O objetivo principal do Programa consiste em educar os usuários
sobre o seu dever de cumprimento às normas de funcionamento da biblioteca, mas também
almeja torná-los parceiros da biblioteca, envolvendo-os com algumas das necessidades da
comunidade (FACULDADE CESUSC, 2008).
O Programa Penas Alternativas possui como diretrizes de funcionamento: o usuário
que efetuar devolução de obras com dias de atraso acumula pontos, gerados automaticamente
no cadastro de usuário, por exemplo, se for devolvido 1 livro com 10 dias de atraso acumulará
10 pontos e assim por diante. O usuário pode deixar acumular em seu cadastro um total de até
470
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com visitas guiadas, explanação em sala de aula no início de cada semestre e serviço
especializado de atendimento na biblioteca efetiva-se a educação do usuário em relação às
diretrizes de funcionamento do Programa Penas Alternativas. Além disso, existe a parceria de
trabalho com o setor de Comunicação e Marketing da Faculdade Cesusc para que os alunos
acompanhem, por meio de cartazes, posts nas principais redes sociais e ainda, notícias no site
institucional sobre qual campanha está vigente ou o acesso à tabela de compensação de taxa
em reais.
Desde sua implementação, em 2004, evidencia-se, por meio dos dados a seguir, que
existe uma aceitação bastante expressiva dos usuários ao Programa. Exemplo disso é a
quantidade de produtos que, de 2004 a 2017, foram contabilizados com a participação nas
campanhas como alternativa a compensação de pontos, conforme apresentados no quadro 1:
Quadro 1 - Quantidade dos produtos arrecadados pelas Campanhas realizadas em 2004 a 2017
Tipo de campanha Quantidade de produtos
Higiene 6.799
Agasalho 18.429
Brinquedo 7.815
alunos da Faculdade trabalham com a distribuição dos produtos arrecadados. Fotos e registros
de recebimento são documentados para prestação de contas junto à comunidade acadêmica,
em conjunto, são publicadas pelo setor de Comunicação e Marketing, no site institucional e
nas redes sociais, notícias de divulgação sobre a quantidade arrecadada e locais que
receberam as doações.
Outro dado é o da taxa arrecadada quando o usuário decide compensar a pontuação
com valor em reais. Desde 2006, considerando o ano em que o valor arrecadado passou a ser
registrado, até o ano de 2017, foram contabilizados R$108.577,71. Todo o valor arrecadado é
demonstrado ao setor financeiro como Taxa Biblioteca, por meio de relatórios mensais que
indicam o valor compensado por aluno. É garantido por parte da Direção Geral, Direção
Acadêmica e Financeira, bem como, pelas coordenações dos cursos, que o valor de Taxa
Biblioteca não seja utilizado para aquisição de obras pertencentes a bibliografia básica e
complementar, visto que para esta existe verba orçamentária específica. Uma Portaria Interna
direciona todo montante arrecadado por meio da compensação de multa, exclusivamente para
a compra de obras de lazer, ou seja, clássicos de literatura, best-sellers, DVD‘s, ou ainda
obras específicas para pesquisa e extensão, que sejam indicados pelos usuários, sendo o uso
da verba de total responsabilidade da biblioteca. Do montante arrecadado, desde então, já
foram utilizados R$87.244,38 para aquisição de obras.
O Programa Penas Alternativas também alimenta o Projeto Epopeia Literária (mais
detalhes sobre esse projeto no item 3.2 deste trabalho), visto que os usuários podem escolher
fazer doações de livros de literatura para compensar os pontos acumulados pelo atraso na
entrega de obras. Com a revitalização do Quiosque alocado no Terminal de Integração de
Santo Antônio de Lisboa (transporte coletivo da cidade de Florianópolis) em 2014, foram
disponibilizados 6.624 livros de literatura dos quais, cerca de 80% foram advindos de doações
dos usuários do Programa Penas Alternativas.
Ademais, considerando a realidade de que os atrasos de entrega de obras são inerentes
aos demais serviços prestados pela Biblioteca Universitária Cruz e Sousa, a implementação do
Programa Penas Alternativas tem participação ativa dos usuários e não se efetiva apenas como
uma forma de punição pelo não atendimento de uma diretriz da biblioteca, mas sim como uma
forma de se educar o usuário a ser responsável socialmente.
Com essas ações potencializa-se um usuário parceiro na prestação de serviço da
Biblioteca, pois quando decidem, por exemplo, pela compensação em dinheiro lhes é dado o
direito de indicar obras ou ainda, quando doam livros de literatura dividem com os demais o
gosto e hábito pela leitura; potencializa-se o envolvimento dos usuários com as necessidades
473
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existindo infração à regra, busca-se educar para que se tenham usuários atuantes e
socialmente responsáveis. Dessa premissa surgiu a possibilidade da implantação de um
programa onde sanções não sejam meramente punitivas, mas sim, que tenham caráter
educativo e social, promovendo cidadania e interação dos frequentadores da biblioteca com a
comunidade que os cerca.
A implementação do Programa Penas Alternativas, nesse sentido, visa penalizar a
infração de forma com que os usuários façam parte efetiva da construção da biblioteca e
possam, consequentemente, subsidiar projetos sociais que beneficiam a comunidade, em
especial, da Região da Grande Florianópolis. Esse projeto prioriza um sistema flexível de
penalidade que envolve participação e sugestão da comunidade acadêmica em converter os
―prejuízos‖ de uma penalidade em benefícios, tais quais, por exemplo, os possibilitam
usufruir das obras que serão adquiridas em função da compensação da multa quando feita pela
taxa em reais, implicando também na sustentabilidade financeira, além de estarem cooperando
na composição do acervo da Biblioteca.
Para a biblioteca, dispor de um Programa que possibilite a educação do usuário
atribuindo a este uma postura socialmente ativa e responsável socialmente, é também
assegurar que está cumprindo sua missão na prestação de serviços de maneira social e na sua
função educativa, além de criar e manter um ambiente que propicie a parceria e comunicação
entre gestores, usuários e comunidade. Outro ponto da efetividade do Programa Penas
Alternativas, como visto, diz respeito a possibilidade de a biblioteca e usuário reverterem os
produtos adquiridos com a participação nas campanhas, em doações para a comunidade local,
474
reforçando assim a função social da biblioteca, dos usuários e da IES a qual estão inseridos. A
comunidade é impactada diretamente pelo Programa, que abarca diversas instituições de
filantropia e até mesmo famílias carentes.
Por meio de avaliações periódicas da efetividade do Programa Penas Alternativas e
dos demais Projetos que são subsidiados por ele, tem-se o cuidado de repensar seu formato
com o intuito de melhor atender a comunidade acadêmica e àqueles que dependem de seus
resultados. Salienta-se ainda o comprometimento da Gestão acadêmica, administrativa e
financeira da própria Faculdade CESUSC que sempre está disposta a defender e atuar com a
dinâmica dos demais setores e provendo insumos para a efetividade do Programa Penas
Alternativas.
Assim, espera-se que esse relato de experiência contribua positivamente para os
debates que permeiam a temática nas práticas biblioteconômicas, estando o profissional
bibliotecário no papel educar e de promover a responsabilidade social.
REFERÊNCIAS
SILVA, Divina Aparecida da; ARAÚJO, Iza Antunes. Auxiliar de biblioteca: técnicas e
práticas para formação profissional. 5.ed. Brasília: Thesaurus, 2003.
SANTOS, Silvio Marcos Dias et al.. Biblioteca Universitária e sanção por atraso na
devolução de documentos: punir ou educar: qual é o projeto? In: XXV Congresso Brasileiro
de Biblioteconomia, Documento e Ciência da Informação – Florianópolis, SC, Brasil, 07 a 10
de julho de 2013. Disponível em:
<https://anaiscbbd.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/1614/1615>. Acesso em: 12 Jan.
2017.
Eixo I: Ensino
Resumo: Na sociedade contemporânea, as redes ubíquas têm se destacado nos últimos anos
como peça complementar ao ensino e aprendizagem. As redes ubíquas têm entre seus
objetivos a mobilidade e a participação contínua. É através da computação ubíqua que os
membros da comunidade acadêmica promovem uma troca constante de informações, de
forma colaborativa, a qualquer hora e lugar. O aplicativo móvel é um dos recursos
tecnológicos mais utilizados na sociedade contemporânea. É um sistema desenvolvido para
ser instalado em um dispositivo eletrônico móvel. O presente artigo objetiva discutir aspectos
das redes ubíquas e os modelos de aplicativos digitais disponíveis no cenário acadêmico.
Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa. Os aplicativos
foram coletados em universidades ranqueadas pelo Ministério da Educação Brasileiro, para as
Universidades Brasileiras, e pelo QS World Universities Rankings, para Universidades
Internacionais. Os aplicativos digitais com maior índice de recuperação foram os que versam
sobre os portais das universidades, presentes em 10 das 20 universidades brasileiras e em 14
das 20 internacionais.
Abstract: In contemporary society, ubiquitous networks have been outstanding in recent years
as a complementary part of teaching and learning. Ubiquitous networks have among their
objectives mobility and continuous participation.It is through ubíquas computing that
members of the academic community promote a constant exchange of information,
collaboratively, at any time and place.The mobile application is one of the technological
resources most used in contemporary society.It is a system designed to be installed on a
mobile electronic device.The present article aims to discuss aspects of the ubiquitous
networks and the models of digital applications available in the academic setting.This is an
exploratory descriptive research with qualitative approach.The applications were collected in
universities ranked by the Brazilian Ministry of Education, for the Brazilian Universities, and
by the QS World Universities Rankings, for International Universities. The digital
478
applications with the highest index of recovery were those related to university portals
present in 10 of the 20 Brazilian universities and in 14 of the 20 international universities.
1 INTRODUÇÃO
As redes ubíquas têm se destacado nos últimos anos como peça complementar ao ensino
e aprendizagem. Com o avanço das redes de comunicação, as quais interconectam
computadores e movimentam grande parte do fluxo informacional tem-se a disposição de
variadas fontes de informação, de interação, diferentes suportes virtuais de produção e
disseminação de informação e de conhecimento, os aplicativos digitais vêm apresentando um
aprimoramento crescente por meio de tecnologias que viabilizam a participação, a produção, a
colaboração e compartilhamento de informações entre os atores do ensino aprendizagem.
O presente artigo objetiva discutir aspectos das redes ubíquas e os modelos de
aplicativos digitais disponíveis no cenário acadêmico. Ressalta-se que as redes ubíquas são
geradas através da heterogeneidade, por meio da multidisciplinaridade, e são passíveis de
apresentar-se em diferentes ambientes. Têm por finalidade a recuperação e a disseminação de
conhecimentos. Para que seja gerado um processo contínuo de aprendizagem é imprescindível a
disposição de ferramentas e o entendimento das possibilidades de uso.
As redes de comunicação produzidas pela universidade deveriam conectar os diferentes
espaços virtuais e/ou analógicos a fim de viabilizar o acesso e o atendimento das necessidades
informacionais de sua comunidade acadêmica. Frente a essa problemática buscou-se
informações a respeito da temática e percebeu-se o prejuízo desse contexto da ausência de
aplicativos digitais que viabilizem o acesso à informação e o que tem provocado na produção do
conhecimento científico e pesquisas nas bibliotecas universitárias. Isso posto, traz-se o presente
tema para debate.
on-line, ou já virem instalados no dispositivo direto de fábrica. Uma parte dos aplicativos
disponíveis são gratuitos, enquanto outros são pagos.
Post (2016) ressalta que ―o número de dowloads de apps está em forte crescimento. Essa
tendência está associada à venda de smartphones, que teve crescimento de 74% em apenas um
ano‖.
Conforme Silva, Pires e Carvalho Neto (2015, p. 25-26) os aplicativos móveis são
―produtos projetados e desenvolvidos para serem executados especificamente em dispositivos
eletrônicos móveis, […] como Palmtops, tablets, leitores de mp3, telefones celulares e,
smartphones mais modernos e com larga capacidade de armazenamento e processamento‖.
Compreendendo-se os aplicativos móveis, concorda-se que ele é um suporte a mais no
processo de comunicação, uma vez que disponibilizam informações, de maneira ágil em
diferentes dispositivos móveis.
Segundo Amorin e Bianco (2011) reverberados nos argumentos de Silva, Pires e
Carvalho Neto (2015, p. 4), os aplicativos ―abrangem diversas classes de programas: podem
ser jogos, organizadores pessoais, editores de texto, leitores de e-books, bate-papos, etc‖.
Naturalmente, é preciso refletir sobre a importância de identificar-se entre a diversidade
de programas existentes, aquele que melhor adeque-se ao propósito a atingir, bem como aos
usuários que farão uso do mesmo.
Ou seja, o que determinará a escolha do aplicativo a ser utilizado será o conjunto de
fatores envolvidos, que seriam: usuários, conteúdo, objetivos, recursos disponíveis, entre outros.
É, pois, nesse contexto, que se considerou a pertinência dos aplicativos móveis estarem
aliados às universidades e às bibliotecas para que os discentes e docentes sejam capazes de
fazerem uso de recursos informacionais através dos dispositivos e por meio destes, possam
obter, distinguir e selecionar as informações de que precisam.
4 METODOLOGIA
indicador de qualidade que avalia as instituições de educação superior, sendo seu cálculo
realizado anualmente (BRASIL, 2017). A partir do IGC selecionaram-se as vinte universidades
brasileiras mais bem classificadas.
Também se buscou as vinte universidades internacionais mais bem classificadas
segundo o Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido. É um dos mais importantes
levantamentos de avaliação acadêmica do mundo. Anualmente, ele elabora um ranking
mundial, regional e também agrupando conjunto de países com características comuns. O QS
considera a reputação internacional da instituição.
De posse das vinte universidades nacionais e internacionais mais bem classificadas
segundo o IGC (INEP/MEC) e QS (REINO UNIDO) respectivamente, investigou-se a
disponibilidade de aplicativos pelas mesmas para uso pelas suas comunidades acadêmicas.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 1 - Aplicativos digitais disponibilizados nas 20 Universidades Brasileiras mais bem classificadas
segundo o Índice Geral de Cursos – IGC – INEP/MEC - 2017
Aplicativos
Nº Nome Portal da Sistema Restaurante Biblioteca
Universidade Acadêmico Universitário (catálogo
online)
1 UNICAMP --------------- ----------------- SBU Unicamp
UNIVERSIDADE ESTADUAL Serviços Biblioteca
DE CAMPINAS
2 UFRGS Mobile --------------- Cardápio do RU -------------------
UNIVERSIDADE FEDERAL UFRGS Mapas UFRGS ----
DO RIO GRANDE DO SUL
3 ------------------- --------------- --------------- Pergamum
UNIVERSIDADE FEDERAL
Mobile
DE MINAS GERAIS
4 ------------------ Portal aluno Cardápio RU- -------------------
UNIVERSIDADE FEDERAL
UFRJ UFRJ ---
DO RIO DE JANEIRO
5 FUNDAÇÃO ------------------ ---------------- ----------------- Sophia Mobile
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ABC
6 UNIVERSIDADE FEDERAL UNIFESP Notícias ----------------- ----------------- Pergamum
DE SÃO PAULO e Eventos Mobile
7 -------------------- ---------------- RU da UFSC Pergamum
UNIVERSIDADE FEDERAL
Mobile
DE SANTA CATARINA
8 Minha UFLA- ---------------- ----------------- Pergamum
estudante Mobile
Minha UFLA-TAE
UNIVERSIDADE FEDERAL UFLA+soluções
DE LAVRAS inovadoras
9 UFV Mobile (não ---------------- Cardápio UFV Pergamum
UNIVERSIDADE FEDERAL lançado) Cardápio UFV- Mobile
DE VIÇOSA Florestal
10 UFSCar Planner ---------------- ------------------ Pergamum
UNIVERSIDADE FEDERAL
Guia UFSCar 2.0 Mobile
DE SÃO CARLOS
11 UNIVERSIDADE DE ------------------- ---------------- ----------------- Pergamum
BRASÍLIA Mobile
12 ------------------ --------------- ----------------- -------------------
UNIVERSIDADE ESTADUAL --
DO NORTE FLUMINENSE
DARCY RIBEIRO
13 ------------------ ---------------- ------------------ -------------------
UNIVERSIDADE ESTADUAL --
PAULISTA JÚLIO DE
MESQUITA FILHO
14 UFSM Digital ---------------- ------------------ -------------------
UNIVERSIDADE FEDERAL
--
DE SANTA MARIA
15 ------------------- --------------- Cardápio Pergamum
UNIVERSIDADE FEDERAL
RU/UFC Mobile
DO CEARÁ
16 UFPE Mobile --------------- ------------------ Pergamum
UNIVERSIDADE FEDERAL
Mobile
DE PERNAMBUCO
17 FUNDAÇÃO ------------------- --------------- ------------------ -------------------
UNIVERSIDADE FEDERAL ---
DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE
PORTO ALEGRE
18 UFPR (oficial) ---------------- ----------------- SophiA
UNIVERSIDADE FEDERAL Biblioteca
DO PARANÁ Mobile
19 PONTIFÍCIA PUC-Rio versão --------------- ----------------- -------------------
UNIVERSIDADE CATÓLICA mobile ---
DO RIO DE JANEIRO
20 -------------------- ---------------- ----------------- Pergamum
UNIVERSIDADE FEDERAL
Mobile
DE JUIZ DE FORA
Fonte: Autoria própria baseada em dados do: http://portal.inep.gov.br/indice-geral-de-cursos-igc-
485
Os aplicativos digitais que versam sobre os portais das universidades estão presentes
em 10 das 20 universidades brasileiras e em 14 das 20 internacionais.
Com relação aos Apps que disponibilizam o catálogo on line do acervo das bibliotecas,
o cardápio dos restaurantes universitário e o sistema acadêmico foram encontrados nas
universidades brasileiras e ausentes nas internacionais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BEMBEM, Angela Halen Claro; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa.
Inteligência coletiva: um olhar sobre a produção de Pierre Lévy. Perspectivas em Ciência da
Informação, v. 18, n. 4, p. 139-151, out./dez. 2013. Disponível em:<
http://www.scielo.br/pdf/pci/v18n4/10.pdf >. Acesso em: 27 dez. 2017.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, Leandro Luquetti B. da; PIRES, Daniel Facciolo; CARVALHO NETO, Silvio.
Desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis: tipos e exemplo de aplicação na
plataforma iOS. In: WORKSHOP DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO, 2., 2015, Goiânia. Anais...Goiânia, 2015. Disponível em:<
www.lbd.dcc.ufmg.br/colecoes/wicsi/2015/004.pdf >. Acesso em: 27 dez. 2017.
489
SOUZA, André Luiz; MURTA, Cláudia A. Rodrigues; LEITE, Luciano Gobo Saraiva.
Tecnologia ou metodologia: aplicativos móveis na sala de aula. In: ENCONTRO VIRTUAL
DE DOCUMENTAÇÃO EM SOFTWARE LIVRE E CONGRESSO INTERNACIONAL DE
LINGUAGEM E TECNOLOGIA ONLINE. Anais… Belo Horizonte, v. 5, n. 1. 2016.
Disponível em:<
http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_linguagem_tecnologia/article/view/
10551 >. Acesso em: 27 dez. 2017.
Eixo: Ensino
Resumo: A biblioteca no ambiente escolar tem função de apoio e suporte à educação, atuando
como fonte de conhecimento e informação. Entretanto, seus usuários adotam condutas que
conflitam com tais finalidades, gerando dificuldades e prejuízos às bibliotecas. O objetivo do
artigo é oferecer aos usuários de bibliotecas um ambiente de estudo agradável e educativo,
que possibilite o desenvolvimento intelectual e o hábito da leitura, mediante indicação das
condutas e comportamentos adequados para a melhor utilização do local. Para tanto, foi
realizada uma pesquisa classificada como descritiva, baseada em observação sistemática, com
abordagem qualitativa. O conhecimento acumulado pelo autor e as informações coletadas ao
longo de sua vida acadêmica e profissional indicaram que as limitações restritivas e negativas
não têm contribuído para a mudança de comportamento dos usuários desses espaços. A
proposta para inserção de mensagens dirigidas aos usuários de bibliotecas, principalmente
estudantes, busca apresentar uma alternativa em que são apresentados os aspectos positivos de
tais limitações, visando mudanças de comportamentos e atitudes, que permitam preservar tal
espaço.
Abstract: The library in the school environment has the function of supporting and supporting
education, acting as a source of knowledge and information. However, its users adopt
behaviors that conflict with such purposes, generating difficulties and damages to the
libraries. The purpose of this article is to provide library users with a pleasant and
educational study environment that allows the intellectual development and habit of reading,
by indicating the appropriate behaviors and behaviors for the best use of the place. For that,
a research classified as descriptive, based on systematic observation, with a qualitative
approach was carried out. The knowledge accumulated by the author and the information
collected during his academic and professional life indicated that the restrictive and negative
limitations have not contributed to the behavioral change of the users of these spaces. The
proposal for insertion of messages addressed to users of libraries, mainly students, seeks to
present an alternative in which the positive aspects of such limitations are presented, aiming
at changes in behaviors and attitudes that allow the preservation of such space.
492
INTRODUÇÃO
Os deveres negativos, ou seja, aqueles que traduzem uma proibição relativa a uma
ação, são os mais freqüentes, e implicam clara restrição de liberdade. Os deveres
positivos são menos lembrados e também implicam restrição de liberdade: se
devemos fazer alguma coisa, é que não temos o direito de agir de outra forma (LA
TAILLE, 2002, p. 25).
Os limites são uma necessidade da vida em sociedade e também para a evolução desta,
na medida em que implicam na abordagem ao bem estar e desenvolvimento de cada
indivíduo, contemplando também o bem estar dos demais membros da sociedade (LA
TAILLE, 2001).
O ambiente físico de uma biblioteca enseja uma oportunidade para explorar os
aspectos positivos das limitações, buscando introduzir orientações aos usuários, visando
alterar condutas e comportamentos, estreitar as relações entre os funcionários e os usuários,
como também, preservar as instalações, os equipamentos e o acervo local. Ao mesmo tempo,
busca-se atuar por meio de ações amigáveis e que sensibilizem os usuários do local, sem,
contudo, enfatizar imposições ou limitações agressivas.
As instalações adequadas constituem um passo importante para propiciar melhores
condições de uso da biblioteca para o público e os trabalhadores, oferecendo também
condições de acessibilidade e maior qualidade nos serviços prestados, contudo, torna-se
fundamental a sua complementação com orientações para que se concretize tal objetivo.
Assim, justifica-se a proposta apresentada, uma vez que os usuários, em geral, não
procuram conhecer e ou aplicar o conteúdo oriundo das normas de funcionamento da
biblioteca. Dessa forma, a apresentação de orientações no próprio espaço da biblioteca deverá
funcionar como lembretes destas, orientando a conduta e o comportamento dos seus usuários.
Espera-se com a proposta apresentada contribuir para o aprimoramento dos serviços
prestados aos usuários, como também ao desenvolvimento da instituição de ensino que abriga
a biblioteca.
494
METODOLOGIA
Este trabalho é uma proposta elaborada partir da observação do autor acerca das
condições de uso e do comportamento de usuários de bibliotecas, acumuladas ao longo de sua
vida acadêmica e profissional. Observa-se que as condições de uso determinadas pelas
bibliotecas são marcadas por limitações e negativas, enquanto o comportamento dos usuários,
em geral, é marcado pela infringência e insatisfação com tais instruções.
Assim, para as partes, deixa-se de evidenciar a contribuição positiva das bibliotecas
para a formação dos seus usuários, como local prazeroso e de bem estar, marcando tal espaço
como aquele em que não se pode fazer muitas coisas, tornando-o ‗pesado‘ e restritivo.
Este texto busca apresentar uma alternativa para a exposição de normas de conduta e
de uso dos materiais e do espaço, experienciada por uma biblioteca acadêmica, após
fechamento para reforma e readequação do layout, incluindo-se as normas de acessibilidade,
com indicações das múltiplas possibilidades que o local oferece.
Diante disso, optou-se por uma pesquisa descritiva, cujo principal instrumento foi a
observação sistemática, com abordagem qualitativa. O autor, em sua atuação em bibliotecas
vinculadas a instituições de ensino universitário, promoveu observações relativas ao
comportamento e conduta de usuários que se mostravam inadequadas ou mesmo impróprias
ao ambiente e buscou identificar uma forma de explorar essas informações para reverter a
situação, promovendo um novo enfoque dos usuários quanto àquele espaço.
AÇÕES PROPOSTAS
No balcão de atendimento, uma mensagem para seu uso e solicitação de apoio aos
funcionários, conforme segue (FIG. 4).
496
A biblioteca é um local para estudo, mas não para consumir alimentos, bebidas ou
manter conversas em tom de voz alto ou sobre assuntos estranhos àquele que está sendo
pesquisado ou estudado, mas muitos usuários ignoram essas condições e a sua importância,
motivo pelo qual são sugeridas pequenas mensagens distribuídas em todo o espaço da
biblioteca, conforme apresentado nas figuras 5 e 6.
biblioteca e não devolver causa prejuízo à biblioteca, à instituição de ensino e aos outros
usuários.
Usar materiais cortantes e colantes nas obras do acervo da biblioteca pode danificá-las,
impedindo seu uso futuro.
Um acervo que perde obras por falta de cuidado fica empobrecido!
Os livros não são apoio para cabeça ou servem como travesseiros e usá-los dessa forma
pode estraga-los e torna-los impróprios para estudo no futuro.
Os computadores são também importantes ativos nas bibliotecas e seu uso adequado
deve ser incentivado (FIG. 8).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREUD, S. O futuro de uma ilusão, O mal estar na civilização e outros trabalhos (1927-
1931). Rio de Janeiro: Imago, 1974. (Edição standard brasileira das obras psicológicas
completas de Sigmund Freud, 21).
Eixo: Ensino
Resumo: A Biblioteca CEH/A vem aprimorando seu processo junto a Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ao longo dos anos. Esse
trabalho visa descrever o processo de revisão de formato e publicação dos trabalhos finais de
pós-graduação na biblioteca digital da UERJ, analisando seus pontos fortes e seus os desafios
antes e durante o período de instabilidade e da greve vivida pelo serviço público do estado do
Rio de Janeiro. A discussão do papel da biblioteca digital da UERJ e seus processos é feita
através da base teórica-metodológica da literatura de comunicação científica e de artigos
sobre revisão de formatação na comunidade acadêmica. Também são abordados o histórico e
as consequências da crise e da greve. Como conclusão, é apresentado que os esforços feitos
para manter o funcionamento da biblioteca digital da UERJ durante a greve de modo a
minimizar os prejuízos para os alunos e a instituição foram bem sucedidos, embora não houve
condições para que outras atividades da biblioteca fossem mantidas durante esse período.
Abstract: The Library CEH/A has been improving its process in the Digital Library of Theses
and Dissertations of Universidade do Estado do Rio de Janeiro (BDTD/UERJ) through. The
years. This paper aims to describe the whole process of format review and publication of the
post-graduation works in the UERJ digital library, analyzing its strong points and its
challenges, before and during the instability period and the strike lived by Rio de Janeiro
public service. The discussion of the role of UERJ digital library and its process is made
through the theoretical-methodological base of scholarly communication literature and format
reviewing in the scholarly community papers. It is also approached the history and
consequences of the financial crises and strikes. As a conclusion, it is presented that the
struggles made to managing the UERJ digital library during the strike in order to minimize the
damages to the lives of the students have proved to effective, although, there were still other
areas of the library services which the staff didn‘t have the means to maintaining during said
time.
502
1 Introdução
2 Procedimento BDTD-CEH/A
a equipe da biblioteca CEH/A optou por realizar a revisão do trabalho completo, não só os
pré-textuais e de maneira presencial, previamente agendado.
Para que esse atendimento possa ser agendado a qualquer momento durante o horário
de funcionamento da biblioteca, foi feito um cadastro no serviço Google Calendar, através do
505
Com essa planilha, é possível para a equipe da biblioteca saber quais alunos já
passaram pelo processo de revisão mas após um longo período ainda não entregaram a versão
impressa. Essa disparidade pode ser verificada no gráfico 1, obtido como resultado dos dados
da planilha mencionada. A cada semestre é feita essa conferência para que os alunos sejam
contados, procedimento que tem obtido muito sucesso em incentivar a entrega dos trabalhos.
250
194
200
178
164 162
155 156
150 143
129
Entregues
100 Total
50
0
2014 2015 2016 2017
Gráfico 1 – Trabalhos entregues X Total de atendimentos Feitos
Fonte: A autora, 2018.
vez ao ano, são conferidos os trabalhos liberados parcialmente para que seja possível fazer o
contato com os autores daqueles trabalhos que já passaram do prazo de retenção e assim
comunicar sua liberação na BDTD/UERJ, conforme o previsto na Deliberação 006/2009:
Esse controle também permite que seja feito um levantamento do andamento dos
processos da BDTD/UERJ na biblioteca CEH/A. Através da BDTD/UERJ é possível obter
dados quantitativos sobre a inserção e a consulta do público ao material disponibilizado. Esses
dados, no entanto, não são suficientes para uma análise completa do serviço oferecido na
biblioteca pois, até o momento da inserção do trabalho na BDTD, existem várias etapas que
exigem dedicação e tempo da equipe da biblioteca para acolher e orientar o aluno.
Ainda que o procedimento da BDTD/UERJ na biblioteca CEH/A esteja bem
estabelecido e claro para a equipe, existem dificuldades. Muitos alunos desconhecem tanto os
serviços oferecidos que podem auxiliá-los quanto as providencias que eles precisam tomar
para obter o CRN e posteriormente fazer a solicitação do diploma. Isso se dá devido à falta de
um sistema integrado das unidades administrativas. Assim, a biblioteca só tem acesso aos
dados do aluno para contato se o mesmo faz o cadastro diretamente na biblioteca.
A comunicação com os alunos e o esclarecimento sobre os procedimentos muitas
vezes precisam ser feitas através da secretaria dos programas (ver gráfico 2), o que ocasiona
ruídos na comunicação resultando em alunos mal informados ou até alunos que não
receberam nenhum tipo de informação sobre o papel da biblioteca. Em alguns casos, a
situação pode até chegar a se tornar um conflito, uma vez que o aluno tendo sido informado
erroneamente não quer se submeter a alguma parte ou a todo o procedimento obrigatório.
509
PPGANS 75
PGPSA 77
PPGPS 131
PPGCOM 76
PPFH 111
PROPED 218
A equipe biblioteca CEH/A tem feito esforços para estreitar o contato com os
programas para que, além de seus funcionários poderem informar melhor os alunos, a
biblioteca possa trabalhar em colaboração aos programas para consigam adequar seus
procedimentos e tornar todo o processo mais eficiente para os alunos e a instituição.
Desde o final do ano de 2015, a UERJ atravessa uma situação turbulenta que se iniciou
com o atraso do pagamento das empresas terceirizadas, tendo como consequência o não
pagamento dos salários dos trabalhadores dessas empresas. Logo a situação se agravou,
afetando também o salário dos servidores e os valores de custeio da universidade.
Essa situação acarretou em uma grande mobilização da comunidade acadêmica tanto
em manifestações quanto em paralisações e movimentos de greve (ver figura 2). Os
seguimentos da comunidade acadêmica acabaram se separando em muitos momentos devido a
diferenças de opinião em como proceder frente às situações de descaso e abandono que a
universidade enfrentou. Assim, os episódios de greve não foram o tempo inteiro unificados,
havendo períodos nos quais os professores estavam em estado de greve, com as aulas e outras
atividades ocorrendo com alguma normalidade, e os técnicos-administrativos estavam em
greve, limitando os serviços administrativos que devem acompanhar as atividades de ensino
na instituição.
510
reduzido. O contato por telefone e pessoal para tirar dúvidas ou agendar atendimento ficou
condicionado aos dias em que houvesse um funcionário presente para recebê-lo, situação que
se tornou escassa em alguns momentos mais críticos.
Sendo assim, foi dada a preferência para comunicação por e-mail, que era conferido e
respondido todos os dias úteis, ainda que não houvesse expediente na biblioteca. Mesmo com
menos dias de funcionamento, não foi alterado o modo da revisão, continuando com
atendimentos pessoais nos dias de funcionamento da biblioteca e com a modalidade de fazer
as correções junto com o aluno, explicando as adequações e mostrando as ferramentas
disponíveis.
As demais atividades paradas acabaram permitindo um maior foco nas que ainda
estavam sendo executadas, como o atendimento à BDTD/UERJ. Somando esse fato ao
esforço feito para que os alunos pudessem ser prejudicados o mínimo possível, o número de
atendimento não só se sustentou como até ultrapassou o de anos anteriores, como pode ser
observado no gráfico 3.
149
194
2014
2015
2016
2017
164
176
4 Conclusão
Referências
CRESPO, Isabel Merlo; RODRIGUES, Ana Vera Finardi. Normas técnicas e comunicação
científica: enfoque no meio acadêmico. Rev. Dig. Bibl. Ci. Inf., Campinas, v. 9, n. 1, p. 36-
55, jul./dez. 2011. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/
article/view/ 1918/pdf_2>. Acesso em: jan. 2018.
DIB, Simone Faury; SILVA, Neusa Cardim da. Atribuindo qualidade à biblioteca digital de
teses e dissertações da UERJ: parceria entre docentes, discentes, bibliotecários e a
coordenação da pós-graduação. RevIU: Revista Informação & Universidade, v. 1, p. [1-10],
2009.
FAVERO, Maria de Lourdes et al. (orgs.) A universidade em questão. São Paulo: Cortez,
1989.
Eixo Ensino
Abstract: It shows the University Library as a key element in supporting teaching, research
and extension activities, actively participating in the teaching-learning process in higher
education. In this sense, the library should have the necessary knowledge of the activities
contained in the Pedagogical Project of the course, so that together, library and course, can
plan a collection focused on the needs of the courses offered at IES. It presents the process of
acquisition of bibliographic materials, since, the existing process was not satisfactorily
attending the planning for the construction of the collection that attends undergraduate
courses of the HEI. It reports in detail, the new procedure adopted to carry out the
acquisitions of materials and the benefits brought with the changes. It shows that the
transformations occurred, structured the acquisition process, in which the offered courses
were divided by groups, facilitating the dynamics of selection of materials. It is concluded
that the structuring occurred in this item has brought improvements in the acquisition periods
for all sectors involved in the process, making the control greater, avoiding the duplication of
titles, but bringing the diversification to the collection.
516
1 INTRODUÇÃO
A educação no ensino superior é vista como o principal passo para que os indivíduos
possam se desenvolver na sociedade, visto é o momento da escolha de uma profissão a se
seguir. A Universidade trabalha para disseminar o conhecimento e investindo na produção do
conhecimento para seus acadêmicos e a comunidade em geral.
Nesse sentido, é essencial a participação das bibliotecas universitárias, como setor de
apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão, procurando atender uma diversidade de
usuários, conforme suas necessidades. A partir desse momento, a Biblioteca transpõe-se do
caráter conservador e armazenador de informação para agir como transformadora da
aprendizagem, realizando a gestão das informações e transmissão do conhecimento
(ALCÂNTARA; BERNADINO, 2012).
Para que a biblioteca cumpra com seu papel dentro da universidade, sua atuação deve
ser pensada de forma estratégica, visando os objetivos didático-pedagógico dos diversos
cursos. A união de ações entre biblioteca e os cursos pode ser atingida com o alinhamento das
estratégias contidos no Projeto Pedagógico de Curso (PPC) (GURGEL; RODRIGUES, 2011).
Nesse sentido, a biblioteca deverá ter o conhecimento necessário das atividades
contidas no PPC do curso, ter conhecimento do ementário disponibilizado aos alunos, para
que possam juntos, biblioteca e curso, planejar um acervo voltado às necessidades dos cursos
oferecidos na IES.
517
2 REVISÃO DE LITERATURA
Sabe-se que as bibliotecas das IES têm por missão o suporte de suas atividades de
ensino, pesquisa ou extensão. Assim sendo, deve-se priorizar recursos informacionais, infra-
estrutura e serviços adequados para as atividades definidas pela IES.
A existência de uma biblioteca e a qualidade da mesma será importante para a
autorização e funcionamento dos cursos oferecidos pela IES. A existência de Biblioteca em
uma instituição de ensino superior é obrigatória conforme legislação. Os parâmetros de
avaliação são estipulados pelo Ministério da Educação (MEC) e Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A Biblioteca, é um órgão importante, no
cenário universitário e trabalha como agente das mudanças sociais necessárias. As Bibliotecas
Universitárias têm como papel principal atender as necessidades informacionais da
comunidade acadêmica, direcionando sua coleção aos conteúdos programáticos ou aos
projetos acadêmicos dos cursos oferecidos pela universidade na qual está inserida
(MACHADO, 2009).
Participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem na educação superior, as
bibliotecas universitárias são fundamentais no ciclo de produção do conhecimento. É de
extrema importância que a biblioteca trabalhe de forma integrada com o setor pedagógico,
com os cursos de graduação e com os professores, com o objetivo de planejar o
desenvolvimento de um acervo que possibilite o uso e o acesso as fontes de informações
indicadas nos planos de ensino das disciplinas e definidas no projeto pedagógico dos cursos
(GURGEL; RODRIGUES, 2011).
Assim, entende-se que essas bibliotecas devem executar ações vinculadas às propostas
pedagógicas dos cursos, buscando despertar nos docentes a importância do seu papel para o
ensino e a pesquisa. A biblioteca precisa trabalhar em conjunto com o curso, atuando como
elo entre o acervo e a proposta pedagógica.
O público alvo da biblioteca universitária, neste contexto, é composto pelos docentes e
discentes. Organizar, preservar e disseminar a informação nas bibliotecas
universitárias deve levar em consideração as necessidades específicas de cada
segmento de usuários. Produtos e serviços específicos devem ser disponibilizados de
acordo com suas características, além também da adequação do espaço físico, de
forma a atrair usuários potenciais e manter condições ideais à motivação do seu uso.
A atuação da biblioteca universitária no processo ensino-aprendizagem face
das continuas e rápidas mudanças [...] nos dias atuais ocorre da noite para o dia. Dessa
forma e diante da quantidade de informações e da facilidade de acesso a estas, deve a
biblioteca conduzir o aluno de forma que possa o aprendizado ser mútuo e repleto de
entusiasmo. (ALCÂNTARA, BERNADINO, 2012).
Grupo A Grupo B
Administração Educação Física
Arquitetura Ciências Biológicas
Artes Cênicas Enfermagem
Ciência da Computação Estética
Ciências Contábeis Farmácia
Comércio Exterior (EAD) Fisioterapia
Design de Produto Fonoaudiologia
Engenharia Civil Medicina
Engenharia de Energia Medicina Veterinária
Engenharia de Petróleo Nutrição
Engenharia de Produção Odontologia
Engenharia Elétrica Direito*
Engenharia mecânica
Engenharia Química
Fotografia
Gastronomia
520
inseridos no Projeto Pedagógico do Curso, para que possa definir os planos a serem
executados.
É necessário citar que, os títulos que compõem os ementários das disciplinas são
indicados pelos professores das mesmas, esses títulos são registrados no Sistema PHIDELIS
(sistema utilizado para gerenciar a parte acadêmica da Universidade), mas, caso ocorra
qualquer tipo modificação, apenas o coordenador do curso terá acesso ao sistema para realizar
tal ajuste.
Após as definições necessárias à implantação do projeto, os coordenadores dos cursos
envolvidos foram reunidos para explanação da atividade. Durante o treinamento foi
apresentada as etapas do novo processo, mostrando a importância da participação de todos e
principalmente explicando que o principal objetivo da mudança é planejar para a Biblioteca
um acervo diversificado e que possa atender de forma satisfatória as necessidades dos
usuários.
Para o preenchimento do formulário, os professores devem seguir algumas orientações
abaixo, com o intuito de deixar os pedidos mais claros e organizados.
Orientações:
1) Consultar o catálogo online da Biblioteca para verificar se o título a ser solicitado já
faz parte do acervo da Biblioteca. Caso positivo, verificar se existe edição mais recente no
mercado livreiro.
2) Solicitar livros editados nos últimos 5 (cinco) anos, exceto para aqueles
considerados clássicos na disciplina. Livros muito antigos não são localizados no mercado
livreiro e não é prática da Mantenedora adquirir livros em sebos.
3) Para cada bibliografia básica solicitada indicar qual título da bibliografia atual será
substituído.
4) No caso em que a bibliografia nova solicitada não for para substituir título, e sim
para aumentar o número de títulos, fazer essa indicação na justificativa.
5) Justificar todas as solicitações de bibliografia básica e complementar.
6) Anexar ata de aprovação do colegiado de curso.
De posse do formulário de solicitação, do PPC e do instrumento de avaliação do MEC, é
realizado os cálculos necessários para a definição da quantidade de exemplares a serem
adquiridos dos títulos sugeridos. Após definição de quantidade, o formulário é enviado à
Biblioteca, que inicia uma nova etapa no processo. À Biblioteca, cabe a função de receber as
indicações e verificar a existência das mesmas no acervo, para evitar duplicidade de títulos.
Finalizada a conferência, inicia-se o processo de cotação de valores e o fechamento da
522
planilha indicando o valor total da aquisição do curso solicitante. A avaliação dos custos
destinados aos cursos para a aquisição de material bibliográfico fica sob reponsabilidade da
vice-reitoria, que avalia o valor total do pedido e realiza a liberação ou não da compra. A
solicitação sendo liberada, esta será inserida no sistema SOX (utilizado para gerenciar
aquisições). Os títulos são cadastrados um por um e o pedido (Imagem 2) que é gerado
automaticamente segue para o setor de compras da instituição, que fica responsável por fechar
as aquisições e realizar pagamentos. O Setor de Compras tem a responsabilidade de buscar
fornecedores que possam atender nossas necessidades de aquisição de títulos bibliográficos,
Percebe-se também, que essa nova organização trouxe benefícios até mesmo no
processo de fechamento da compra e o recebimento desses materiais. Muitas vezes, nas
compras anteriores a mistura de assuntos, atrapalhava no momento de realizar as cotações
com os fornecedores, (existem fornecedores que trabalham somente com livros da área
médica, outros com áreas multidisciplinares...), hoje, essa separação por Grupo A e B, tem
ajudado, fazendo com que o setor de compras controle melhor a lista para aquisição e suas
entregas.
Durante o período de utilização desse novo processo de aquisição, alguns ajustes
foram realizados afim de deixar o processo eficiente. Um exemplo de modificação realizada
no processo foi a aquisição para o curso de Direito, que pela ordem estabelecida nos grupos, o
mesmo compraria suas obras no segundo semestre do ano, mas diante da constante
desatualização de seu conteúdo, que ocorre anualmente, optou-se por adquirir os títulos
sempre no primeiro semestre, e dessa forma ter uma maior utilização dos títulos por parte dos
usuários.
Salientamos que a organização das aquisições trouxe benefícios para os professores e
coordenadores, visto que, as indicações realizadas através do formulário são em sua maioria
atendidas, trouxe benefícios à Instituição, que terá os gastos com aquisição de material
controlado e trouxe benefícios à biblioteca, no que tange o controle das obras e os exemplares,
sem que haja o desperdício na compra de obras já existentes no acervo em grande quantidade,
atualmente, a orientação da instituição é a diversificação de títulos e não a duplicação dos
mesmos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Eixo I – Ensino
Abstract: The article intends to bring to light and cooperate with the development of the
subject of Information and Knowledge Management in University Libraries. The objectives
are to analyze the managerial dynamics related to the creation, use and sharing of
information and knowledge in the context of the administration of university libraries. The
investigated aspects explore the conceptions of this management as subsidy to the
administrative practices of the librarian manager. Thus, the study is classified as exploratory-
descriptive and has a qualitative approach. In relation to the theoretical foundation, the
Organizational Knowledge Cycle proposed by Choo was chosen as the model. Such a model
526
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Em retomada aos objetivos desta pesquisa, reforça-se que eles visam compreender a
GIC como subsídio à administração de bibliotecas universitárias. Nesse intento, elegeu-se o
modelo gerencial da informação proposto por Choo (2003). Essa escolha ocorre pela
abordagem cíclica da informação e do conhecimento, evidenciada naquele modelo e pela sua
semelhança, de modo formal ou informal, ao adotado em bibliotecas universitárias
(FERREIRA; MAIA, 2013).
Nessa perspectiva, as organizações, incluindo as bibliotecas universitárias, fazem uso
estratégico da informação (FIG.1) para atuação em uma tríade de campos distintos, porém,
conectados: sensemaking; criação de conhecimento e tomada de decisão (ALVARENGA
NETO, 2008; CHOO, 2003).
Dada amplitude do tema sensemaking (ou a construção do sentido), optou-se por um
recorte que aponta para as questões da construção de sentido em organizações. São abordados,
portanto, os aspectos de análise e interpretação do ambiente informacional e seus sistemas
interpretativos (CHOO, 2003). O sensemaking permite a construção de um entendimento
compartilhado dos sujeitos organizacionais, do que é a organização e o que ela faz
(ALVARENGA NETO, 2008).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CASTELLS, M. O espaço de fluxos. In: _____. A sociedade em rede. 6. Ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2001. v.1. Cap. 6. P. 467-521.
MACHLUP, F. The production and distribution of knowledge in the United States. Princeton:
University Press, 1962.
RANGANATHAN, S.R. The five laws of library science. Madras: The Madras Library
Association, 1931.
SMITH, J.W. The information in Information Science. InCID: R. Ci. Inf. e Doc., Ribeirão
Preto, v. 3, n. 2, p. 84-101, jul./dez. 2012.
Eixo I: Ensino
Resumo: Esta pesquisa apresenta discussões e resultados de uma pesquisa-ação tendo como
questão norteadora ―Em que medida a utilização das TIC na atividade de busca de fontes de
pesquisas no curso de pedagogia, pode desenvolver inovações didáticas e tecnológicas
capazes de facilitar a consulta bibliográfica, o processo ensino-aprendizagem e a produção de
conhecimentos?‖ O objetivo geral: foi investigar a utilização das TIC no curso de pedagogia
como meio de informação científica acessível e sua contribuição para o desenvolvimento de
inovações didáticas e tecnológicas capazes de facilitar a consulta bibliográfica, o processo de
ensino-aprendizagem e a produção de conhecimentos. Para atingir tal objetivo,
delinearam-se nesta pesquisa os seguintes objetivos específicos: (a) investigar como
vem sendo a apropriação dos conhecimentos relativos à realização de busca, seleção,
qualificação e utilização de conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa da área de
educação para a formação inicial dos professores da educação básica; (b) realizar uma
pesquisa-ação mediante a aplicação de um curso de formação aos licenciandos em
Pedagogia da UNIR, Campus de Porto Velho / RO, para favorecer as práticas pedagógicas
quanto à melhor utilização das TIC na realização de busca, seleção, qualificação e
utilização de conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa da área de educação; (c)
identificar as principais bases digitais de dados científicos na área de educação. A
metodologia utilizada foi à pesquisa-ação, com abordagem na pesquisa qualitativa. A
pesquisa contou com a participação de 16 discentes do curso de pedagogia da UNIR,
campus de Porto Velho / RO.
Abstract: This research presents discussions and results of an action research with
the guiding question "To what extent the use of ICT in the activity of searching for
sources of research in the pedagogy course, can develop didactic and technological
innovations capable of facilitating bibliographic consultation, teaching-learning process
and the production of knowledge? "The general objective was to investigate the use of
ICT in the course of pedagogy as a means of accessible scientific information and
its contribution to the development of didactic and technological innovations capable of
542
1 Introdução
2 Revisão de literatura
É importante para a autonomia dos professores que eles saibam como são
produzidos os conhecimentos que ensina, isto é, que tenham noções básicas dos
contextos e dos métodos de investigação usados pelas diferentes ciências, para que
não se tornem meros repassadores de informações. Esses conhecimentos são
instrumentos dos quais podem lançar mão para promover levantamento e articulação
de informações, procedimentos necessários para ressignificar continuamente os
conteúdos de ensino, contextuando-se nas situações reais (PARECER CNE/CP
9/2001, p. 46).
Importante salientar que isto mantém a consideração retratada por Tardif (2014)
quando o referido autor enfatiza que os profissionais da educação básica devem contemplar os
saberes necessários para a docência, sobretudo compreender que o uso das TIC podem
544
3 Delineamento da pesquisa
31
Competência informacional, enfatizada por Pereira (2015).
546
questão 2 quando foi questionado aos participantes qual era a principal ferramenta
utilizada para pesquisa científica.
No gráfico 2 fica claro que os participantes do curso não conheciam nenhuma
base informacional de pesquisa da área de educação, uma vez que eles não
especificaram nenhuma, mencionaram apenas os buscadores que acessavam para realizar
suas pesquisas. As respostas sobre esses dados ficam explícitos no gráfico 2 a seguir:
No gráfico 2, podemos observar, que o Google é buscador mais utilizado, isto se deve
ao fato dele ser ―possuidor de um grande número de ferramentas que aspiram facilitar
e aperfeiçoar a vida dos sujeitos na internet‖ (SANTOS; COELHO e SANTOS, 2014, p. 7).
Os participantes conheciam apenas os buscadores que servem de
armazenamento dessas informações espalhadas na internet, que muitas vezes causa
excesso de informação e assim passa a prejudicá-los na seleção e utilização dos assuntos
pesquisados. Essa pergunta tinha como objetivo explicitar aos participantes a diferença
entre buscadores e bases de pesquisa informacional.
A partir das respostas no gráfico 3, onde a predominância é NÃO fica evidente que
os professores em formação inicial ingressam no ensino superior sem ter um
prévio conhecimento das bases de pesquisa disponíveis na internet. Essa situação é
decorrente a formação deficitária que estes estudantes tiveram durante o início do curso de
graduação, pois eles não foram induzidos a pesquisar e aguçar a curiosidade para obter
conhecimento dos variados meios de pesquisa científicas disponíveis na internet.
Sendo que, apenas dois (2) dos participantes relataram que realizavam suas
pesquisas na Wikipédia 12,5%. Cabe nos aqui trazer uma breve observação, enfatizada
por Perrenoud (1999) em relação a essa questão, as competências devem ser
construídas desde a fase escolar, para que os aprendizes possam ―ligar o desconhecido
ao conhecido, o inédito ao já visto‖. Diante desse fato, fica evidenciado que é necessário
que o estudante tenha uma base de como pesquisar desde o ensino fundamental e médio,
e não apenas aprender a copiar os conteúdos de qualquer site da internet como a
Wikipédia. Por isso quando chegam ao ensino superior, eles têm muitas dificuldades de
pesquisar e de encontrar informações pertinentes a sua formação, pois já vem de uma
formação deficitária.
A partir desses pressupostos, fica evidente que os professores em formação
inicial ingressam no ensino superior sem ter um prévio conhecimento das bases de
pesquisa disponíveis na internet. Cabe nos aqui trazer uma breve observação, enfatizada
por Perrenoud (1999) em relação a essa questão, as competências devem ser
construídas desde a fase escolar, para que os aprendizes possam ―ligar o desconhecido
ao conhecido, o inédito ao já visto‖. Fica evidenciado por, Gonzaga (2006, p. 65) que,
550
A própria cultura acadêmica, desde as séries iniciais, contribui que não haja o
fomento da pesquisa como parte essencial no processo de formação dos que
frequentam a escola, pois ainda é visível o culto do enciclopedismo, que incrementa
a modalidade de ensino-aprendizagem centrada em pseudoleituras que enfatizam a
memorização de informações.
Diante desse fato, da não competência adquirida desde a fase escolar, no ensino
fundamental e médio apenas aprenderam copiar e decorar os conteúdos é que se aumentam as
dificuldades de pesquisa pelo professor em formação, pois pesquisar e utilizar as tecnologias
como meio de informação acessível exige um conhecimento prévio de como manusear,
qualificar e selecionar as informações pertinentes. Observa-se isso no gráfico 4 a partir das
respostas apresentadas pelos participantes quando questionados sobre suas dificuldades para
realizarem suas pesquisas.
A partir disso, pôde-se detectar que a utilização da Internet para as pesquisas até
então vinham apresentando dificuldades durante o processo de buscas, seleção e
utilização da informação devido ao desconhecimento das bases de científicas para
pesquisa. Visto que, ―a maior dificuldade não é a tecnologia em si, mas o
conhecimento dos recursos e de como utilizá-los no momento necessário [...]‖
(OLIVEIRA, 2006, p.113).
Diante dessas respostas apresentamos aos professores em formação algumas bases
de pesquisa acadêmico-científica de informação da área de educação, como Scorpus,
Bases de teses e dissertações, dentre outras para que eles pudessem se apropriar e
desenvolver a partir disso, inovações didáticas e tecnológicas capazes de facilitar a
consulta bibliográfica, o processo ensino-aprendizagem e a produção de novos
conhecimentos. Vale lembrar que ―toda pesquisa tem uma intencionalidade, que é a de
551
5 Considerações Finais
com planos de aulas, Domínio Público que subsidia literaturas infantis para desenvolver a
alfabetização das crianças em fase das séries iniciais, dentre outras bases de informações que
lhe foram apresentados para o desenvolvimento das atividades possíveis para o ensino-
aprendizagem.
Retomando ao problema e objetivo geral da pesquisa foi possível constatar que quando
os professores têm uma base para a utilização da internet como fonte de informação durante a
formação inicial, eles conseguem se apropriar dos conhecimentos relativos à realização de
busca, seleção e qualificação da informação para desempenhar com competência a utilização
dos conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa para a transformação dos sujeitos em
sociedade, considerando que as TIC podem contribuir para a construção da identidade do
sujeito em formação.
Os resultados da pesquisa indicaram que foi possível: a) elucidar os conhecimentos
acerca das possibilidades de inovações didáticas e tecnológicas a partir da pesquisa
informacional bibliográfica para a formação inicial de professores; b) possibilitar aos
participantes da pesquisa, aprendizagens acerca dos sistemas e bases de pesquisas
informacionais bibliográficas e a aplicação de critérios de qualidade aos conteúdos oferecidos
pela internet; c) contribuir com a formação inicial dos professores da UNIR.
Diante disso, concluímos que o saber científico repassado durante o curso de
extensão contribuiu com a construção das habilidades e competências com vistas a
melhorar a atuação dos futuros profissionais em educação. Por isso, é imprescindível
a participação de um profissional capacitado para ensinar o sujeito em como realizar
e buscar as informações científicas.
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 2008.
IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: formar-se para mudança e a
incerteza. Trad. de Silvana Cobucci Leite. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
OLIVEIRA, Érica Beatriz Pinto Moreschi. Uso de periódicos científicos eletrônicos por
docentes e pós-graduandos do Instituto de Geociências da USP. 2006. 139 f.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2006. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-
18122006-102446/pt-br.php. Acesso em: 24 set. 2016.
SACRISTÁN, José Gimeno. A educação ainda é possível: ensaios sobre uma cultura
para a educação. – Porto Alegre: Artmed, 2007.
SANTOS, Raimundo Nonato Ribeiro dos; COELHO, Odete Máyra Mesquita; SANTOS,
Kleber Lima dos. Utilização das ferramentas Google pelos alunos do centro de ciências
sociais aplicadas da UFPB. Gestão e Aprendizagem, João Pessoa, v. 3, n. 1, p.87-108,
jun. 2014. Disponível em:
<http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/mpgoa/article/view/19767>. Acesso em: 26 out.
2016.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
555
TARDIF, M.; LESSARD, Claude. O trabalho docente: elementos para uma teoria
da docência como profissão de interações humanas. 9ª ed. – Petrópolis, RJ: Vozes,
2014.
Eixo I - Ensino
planning, the project to create the discipline LES 0216 - Knowledge and Research fulfilled all
the steps defined in its scope, whose final delivery was successfully accomplished. In its
second edition, given in 2017, the systematics developed followed a similar methodology in
relation to the assignments of the team, updating of the class programs and supporting
documents, application of evaluation methods and satisfaction survey. The results indicators
demonstrated a high degree of approval in relation to the content and the functionalities of
the presented tools, whose facilities generated timesaving in the research stages and
standardization of the academic document. The comments and suggestions pointed out
corrective measures to improve quality in the next cycles. In this way, the Library - Teacher
partnership establishes itself as an enabling opportunity for the creation of competences that
have in fact met the demands of bibliographic research and the rigor of scientific writing
techniques.
1 INTRODUÇÃO
3 REVISÃO DE LITERATURA
3 METODOLOGIA
3.1 Planejamento
4 RESULTADOS
Exercícios práticos;
Avaliações escritas;
Seminários finais para apresentação dos recursos de pesquisa acadêmica utilizados
para levantamentos bibliográficos a partir dos temas sugeridos pelos docentes.
95%
100%
240
200 80%
160 60%
120
40%
80
5% 20%
40
0 0%
Sim Não
Resposta
Satisfeito
s
97%
Embora a postura dinâmica e didática apresentadas pela equipe, bem como o foco e a
responsabilidade no cumprimento de suas atribuições tenham contribuído para os resultados
positivos alcançados, foram apresentados comentários e sugestões de melhoria para os
próximos ciclos, principalmente em relação à didática e dinâmica das aulas, para que sejam
ainda mais interativas, identificando o real interesse dos alunos em uma metodologia de
ensino que lhes seja atrativa.
Houve também sugestões de alteração da disciplina para um período posterior ao
primeiro ano letivo, as quais foram prontamente discutidas e acatadas pelos docentes
responsáveis e coordenação do curso, de forma que haverá melhor aproveitamento dos
conteúdos ministrados nas disciplinas subsequentes.
A metodologia atendeu aos objetivos propostos, por sua importância para a produção
intelectual e tecnológica dos participantes, que identificaram economia de tempo em várias
etapas da escrita científica, durante a busca, organização e normalização dos seus
documentos. O conteúdo programático foi ministrado de maneira que os alunos puderam:
Conhecer as principais fontes de informação científica em Ciências Agrárias;
Pesquisar, analisar e sintetizar textos;
Normalizar citações e referências;
Redigir e formatar trabalhos acadêmicos.
A pesquisa de satisfação configurou-se como elemento importante para a tomada de
decisões, pois foram analisados em sua plenitude, vistos sob um duplo ponto de vista: de um
lado, dos bibliotecários e docentes que conhecem as exigências apresentadas na academia e
mercado de trabalho; e, por outro, o dos alunos, que podem avaliar os serviços que recebem.
566
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FERRARI, A.; SOUSA, A.; SANTANA, A.; PRADO, J.; CARVALHO, T. de. A voz
brasileira na Visão Global da IFLA. Disponível em:
<http://www.febab.org.br/febab201603/wp-content/uploads/2017/12/Slides-Vis%C3%A3o-
Global-IFLA-1.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2018.
MATA, M.L.; ALCARÁ, A.R. Análise das práticas educacionais dos bibliotecários em
bibliotecas universitárias com enfoque na educação de usuários e na competência em
informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO – ENANCIB, 17., 2016, Salvador. Anais... Salvador, 2016. Disponível em:
<http://www.ufpb.br/evento/lti/ocs/index.php/enancib2016/enancib2016/
paper/viewFile/4006/2481>. Acesso em: 05 fev. 2018.
Eixo I – Ensino
Abstract: The present study on the libraries of Brazilian Open University educational system
aims at addressing to identify, from interviews with professionals related to distance
education and university libraries and through a theoretical reference of previous research
on the subject, elements about the university library as a tool to support distance education.
For this, the methodology consists of a qualitative case study, with an exploratory character,
in which we present bibliographic survey, interviews with people who have practical
experiences with the object of study and analysis of data based on interviews that help to
understand the problem. The data analyzed took into account the following categories:
Distance Education, the Brazilian Open University and University Libraries. The results
570
show that distance education has contributed to social inclusion, and it also, notices that
libraries still need to evolve to adequately attend to this type of education. It concluded that
technologies enable libraries to break down barriers of time and space, and that even though,
it still presents structural deficiencies; it contributes to the qualification of the courses,
constituting a valuable support tool for distance education and to the Brazilian Open
University.
1 INTRODUÇÃO
informação, dentro do contexto universitário, bem como destacar sua relevância para os
cursos oferecidos por meio do sistema de educação a distância, atuando como instrumentos de
apoio à aprendizagem.
2 REVISÃO DA LITERATURA
aprendiz para que a interação se estabeleça de modo mais efetivo e o educando conclua a sua
aprendizagem.
Conforme Brunetta e Antunes (2013) argumentam, a EAD tem como uma de suas
características a busca autônoma pelo conhecimento, e para essa modalidade os Ambientes
Virtuais de Ensino-Aprendizagem (AVEAs) são ferramentas imprescindíveis para a
consolidação desse processo, pois eles possibilitam também a interação entre alunos, tutores e
professores e, não somente o recebimento e envio de informações. Ainda, para os autores
supracitados, um AVEA deve promover a cooperação nas atividades, o trabalho em grupo e
autonomia do aluno na resolução dos problemas nos diferentes contextos de tempo e espaço.
Como meio de prover às instituições educacionais condições para atender às novas
demandas por ensino, treinamento ágil e qualitativamente superior, é que se escolhe esta
modalidade, que tem como fundamento a compreensão de que a educação a distância
começou a distinguir-se como um modelo não-convencional de educação, capaz de atender
com grande perspectiva de eficácia, eficiência e qualidade às necessidades de totalização do
ensino. Para Brunetta e Antunes (2013, p. 9) ―a educação precisa ser compreendida enquanto
uma possibilidade de diálogo entre o mundo concreto, as relações que nele se operam e com
os saberes acumulados ao longo das gerações.‖
A Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi instituída pelo decreto nº 5.800 de 8 de
junho de 2006, pelo governo federal com a finalidade de democratização do ensino superior
do Brasil e para fortalecer ainda mais a modalidade de educação a distância. A CAPES
(2016a) define a UAB como um sistema composto por universidades públicas brasileiras que
disponibilizam, por meio da educação a distância, a oportunidade de formação universitária,
promovendo assim, a igualdade de acesso ao ensino superior, para as pessoas que têm
dificuldades de frequentar o ensino presencial.
A UAB é um sistema que funciona pela articulação entre os governos estaduais e
municipais e as instituições de ensino superior, tendo como finalidade suprir as necessidades
locais por educação superior, com a disponibilização de pólos de apoio presencial nos
municípios ou microrregiões selecionados, por meio das instituições estabelecidas e
responsáveis por lecionar os cursos. (CAPES, 2016b).
Costa e Franco (2006) mencionam que a colaboração para realização dos trabalhos
propicia o desenvolvimento da interação e do relacionamento entre o grupo. Moraes, Santos e
Oliveira (2014) afirmam que alunos e professores podem construir parcerias para trabalharem
de forma compartilhada e colaborativa, possibilitando a construção do conhecimento. Ainda
573
para esses autores, com a utilização de TIC, pode ocorrer maior interação entre os sujeitos,
estimulando o diálogo e a criatividade e valorizando a aprendizagem colaborativa.
Segundo Costa, Santos e Barbosa (2015), as bibliotecas universitárias necessitam
adaptarem-se à nova realidade, a fim de fornecerem aos seus usuários, sejam presenciais ou
remotos, todas as informações de que necessitam. Diante dessa realidade, propiciada pela
disseminação das tecnologias, fica evidente a necessidade de as instituições de ensino e,
consequentemente, de suas bibliotecas em adequarem-se a esses recursos, promovendo aos
estudantes acesso aos materiais de estudo.
Segundo Gracez (2000) é necessário que as bibliotecas atendam às expectativas e
necessidades dos usuários e para tal devem ultrapassar seus limites, estabelecendo novas
estratégias e melhorias dos seus serviços, tornando-os mais flexíveis e eficazes, dentro de uma
visão holística.
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
formação de qualidade para atuar na EAD e a falta de materiais voltados a essa modalidade
em especial.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CERNY, R. Z. et al. Política de formação de professores no Brasil: alcance das ações por
meio da educação a distância. Renote, v. 9, n. 2, dez. 2011. Disponível em:
<http://seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/view/25132/14623>. Acesso em: 04 nov. de
2017.
Eixo 1: Ensino
the obtained results, it is perceived that this partnership has contributed to the formation of
students, expanding their knowledge about the innumerous information sources available in
the Portal, promoting the autonomy of students in the use of data bases, becoming them more
self-confidents in their researches. It is concluded that the partnership created between the
subject and the university library favors a proactive posture of the future librarians, once the
socialization of knowledge has served as a stimulus for the students to know other information
sources.
1 INTRODUÇÃO
contribuindo para os avanços da produção científica brasileira que tem acesso a um vasto
conteúdo, atualizado e de alto nível (ALMEIDA, 2013)
O acesso ao Portal é restrito aos usuários autorizados e pode ser feito no âmbito da
instituição através de terminais ligados à Internet ou remotamente via Proxy ou Comunidade
Acadêmica Federada (CAFe).
Atualmente, o Portal conta com 38 mil títulos de periódicos, 123 bases de dados
referenciais, 11 bases de patentes, mais de 265 e-books, teses e dissertações, enciclopédias,
dicionários, bases de dados estatísticos, normas técnicas, entre outros conteúdos.
O Portal de periódicos disponibiliza uma interface em português e oferece quatro tipos
de buscas principais, a saber: buscar assunto, buscar periódicos, buscar livros e buscar bases.
A escolha de um desses tipos de buscas permite resultados diferenciados, mais amplos ou
mais específicos. Além disso, as bases de dados do Portal apresentam interfaces de buscas e
recursos de pesquisas diferenciados.
Embora seja auto-explicativo o Portal também disponibiliza um tutorial para facilitar
sua navegação, além de treinamentos online. Entretanto, a navegação eficaz no Portal exige
outros conhecimentos e habilidades para uma pesquisa com resultados satisfatórios
(SANTOS, 2006).
O tema Ensino de Fontes de Informação ainda é pouco explorado no Brasil, o que
evidencia uma carência de pesquisas acerca do Ensino de Biblioteconomia. Bohn e Brighenti
(1998), em seu artigo sobre a produção de material instrucional para o ensino de Fontes de
Informação, relatam a falta desse tipo de literatura e apontam a ausência de análises e
discussões, por parte dos profissionais da área, acerca do processo de ensino/aprendizagem
nesse campo do conhecimento.
Ao pesquisar sobre o ensino/a aprendizagem de fontes de informação Barros e Paiva
(2015) consideram que a formação do bibliotecário deve voltar-se para as fontes eletrônicas
uma vez que o atual contexto é marcado pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação.
As fontes de informação "[...] são referências sobre o que está registrado e disponível
ao ser humano, possibilitando reinventar ou compreender melhor seu objeto de estudo"
(ARAÚJO; FACHIN, 2015, p. 84).
Há várias classificações para as fontes de informação. Mueller (2003), relata que
aquelas produzidas ao longo dos processos de pesquisas podem ser classificadas como
primárias, secundárias e terciárias.
As fontes primárias são aquelas produzidas com a interferência direta do autor da
pesquisa e incluem relatórios técnicos, teses e dissertações, patentes, normas técnicas,
589
3 METODOLOGIA
observando e anotando o que consideram relevante para a discussão que ocorre no final da
apresentação.
4 RESULTADOS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Elenara Chaves Edler de. O portal de periódicos da Capes: estudo sobre sua
evolução e utilização. 2006, 177f. Dissertação (Centro de Desenvolvimento sustentável).
Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2006. Disponível em:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2542/1/2006_Elenara%20Chaves%20Edler%20de%
20Almeida.pdf Acesso em: 31/jan./2018.
ARAÚJO, Nelma Camêlo ; FACHIN, Juliana. Evolução das fontes de informação. Biblos:
revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Rio Grande, v. 29, n. 1, p. 81-96,
2015.
BATTLES, Matthew. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta do Brasil,
2003.
BOHN, María del Carmen Rivera; BRIGHENTI, Neide Caciatori. Produção de material
instrucional para o ensino de Fontes de Informação. Encontros Bibli: revista eletrônica de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n.5, abr. 1998.
TOMAÉL, Maria Inês; ALCARÁ, Adriana Rosecler; SILVA, Terezinha Elisabeth da. Fontes
de informação na Internet: critérios de qualidade. In: TOMAÉL, Maria Inês; ALCARÁ,
Adriana Rosecler (Orgs.) Fontes de informação digital. Londrina: Eduel, 2016. Cap. 1, p.
13-44
Eixo I: Ensino
NADIA FICHT
Abstract: Considered like an information and registered knowledge mediating unit, the
universities libraries are part of the items to be analyzed at the undergraduate course
evaluation moment from the higher education institutions which they are connected.
According to this context, there is like a main objective showing up the relevant function
taken by the libraries in front of the universities considering the result which its attribute‟s
impact cause on scoring given by the Ministry of Education and Culture to the universities
596
1 INTRODUÇÃO
que dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e instituições, entre
outras providências.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COSTA, Gilvan Bernardo da. Política de informação expressa nas decisões colegiadas da
UFRN: um estudo de caso. ENCONTRO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA,
4., 2017, João Pessoa. Anais...João Pessoa.Disponível
em:<http://www.ufpb.br/ebap/contents/documentos/0153-168-politica-de-informacao-
expressa-nas-decisoes-colegiadas-da-ufrn.pdf >. Acesso em: 29 de nov. 2017
PAULA, Maria de Fátima C. USP e UFRJ: a influência das concepções alemã e francesa em
suas fundações. Tempo Social: Revista Sociologia da USP, São Paulo, v.14, n.12, p. 147-
161, out. 2002. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12387/14164>.
Acesso em: 21 nov. 2017.
Eixo I: Ensino
Resumo: Este artigo trata dos resultados da busca facetada por autoridade pessoal realizada
no Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará. A busca facetada é um recurso
de informática que permite ao usuário estreitar os resultados da sua consulta em bases de
dados que disponibilizam essa ferramenta. É um estudo descritivo de natureza quantitativa, e
os dados foram coletados a partir do Repositório Institucional da Universidade, abrangendo
todo o período de 1999 até 2017. Foi selecionada, dentre 11 Unidades Acadêmicas da
Universidade, uma amostra aleatória composta de 1 autor por unidade, verificando-se em
seguida a quantidade de citações e de trabalho inseridos no repositório para cada nome. Na
sequência investigou-se a forma das citações ao nome do autor que apresentou o maior
número de trabalhos na amostra selecionada. Correlaciona as citações encontradas para esse
autor, com o tipo de publicação de onde elas foram retiradas. O resultado da busca por
autoridade pessoal revela a dispersão dos trabalhos de um mesmo autor, como consequência
da indexação de citações diferentes para o mesmo nome. Considera a possibilidade de revisar
os dados indexados antes da publicação, de consultar fontes internas e externas à universidade
que tratem da padronização de nomes de autores e padronizar as entradas dos nomes dos
autores no repositório.
Abstract: This article discusses about the results of the faceted search by personal authority
held at the Institutional Repository of the Federal University of Ceará. The faceted search is a
computer resource that allows the user to narrow the results of their query in databases that
make this tool available. It is a descriptive study of a quantitative nature, whose data were
collected from the Institutional Repository of the University, covering the entire period from
1999 to 2017. A random sample composed of one author for each unit was selected from
among 11 Academic Units of the University. The following step was to check the amount of
existing citations for each name as well as the amount of work introduced into each authors‟
604
repository. Afterwards the form of the citations was verified by the name of the author who
presented the largest amount of papers in the selected sample. It correlates the citations found
for this type of author with the type of publication from which they were taken. The result of
the search for personal authorship reveals the dispersion of the works of the same author as a
consequence of the indexation of different citations to the same name. It considers the
possibility of reviewing the indexed data before publishing them as well as consulting internal
and external sources to the university that deal with the standardization of authors' names
and standardizing the entries of the authors' names in the repository.
1 INTRODUÇÃO
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é verificar o resultado da busca facetada por
autoria pessoal, ferramenta utilizada para a recuperação dos documentos inseridos no
Repositório Institucional (RI) da Universidade Federal do Ceará (UFC). A busca facetada visa
facilitar a apropriação, pela comunidade em geral, da produção científica, intelectual e
cultural da instituição.
O RI na UFC está sob a responsabilidade da Biblioteca Universitária que, entre outras
atribuições, dá suporte aos colaboradores das bibliotecas e de cursos de graduação e pós-
graduação na inserção dos documentos gerados pela comunidade universitária na base de
dados.
Este está estruturado em comunidades e subcomunidades de acordo com a
departamentalização da Universidade. Como comunidades no RI temos: Biblioteca
Universitária, Centros, Campus, Encontros Universitários, Faculdades, Institutos, Memorial,
Pró-Reitorias, Trabalhos de Conclusão de Cursos; e seus conteúdos: artigos, dissertações,
teses, capítulos de livros, trabalhos de conclusão de cursos de graduação e trabalhos
apresentados nos Encontros Universitários. São indexados os trabalhos de docentes, discentes
e técnicos vinculados à instituição (REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2017).
Os recursos de busca facetada do RI da UFC permitem que o usuário busque a
informação necessária por autor, assunto ou data da publicação. A busca facetada é um
mecanismo de refinamento de consulta que, na prática, requer do usuário a seleção de um
determinado aspecto da pesquisa. Ao fornecer uma entrada para busca, o usuário aumenta a
consulta com informações adicionais, especificando as suas necessidades, tornando os
resultados mais precisos (MAAREK, 2013).
O tema em questão relaciona-se ao eixo ensino no que concerne à participação da
Biblioteca Universitária na disseminação da informação, atendendo a comunidade interna e
externa da Universidade, conforme descrito em sua missão:
Organizar, preservar e disseminar a informação para a produção do conhecimento,
dando suporte às atividades educacionais, científicas, tecnológicas e culturais da
Universidade Federal do Ceará, possibilitando o crescimento e o desenvolvimento
da Instituição e da sociedade (UFC, 2017).
606
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS PARCIAIS
Neste estudo foi selecionada, no repositório, a faceta por autoria pessoal, onde
procurou-se descrever as várias formas de citar o nome de um mesmo autor. A busca por
autoria pessoal revelou que a indexação dos nomes não segue um padrão, o que pode
interferir nos resultados da consulta.
De acordo com Mugnaini et al. (2012) um dos problemas mais complexos na
indexação de autoria dos trabalhos, em bancos de produção científica, é quando os autores se
autodenominam de distintas maneiras em diferentes circunstâncias.
Para proceder à busca, foram selecionados, aleatoriamente, um pesquisador por
Unidade Acadêmica e coletadas as ocorrências de citações para seus respectivos nomes no RI
da UFC, bem como a quantidade de referências encontradas para cada autor. (Quadro 1)
Moraes-Filho, M. O. 1
Moraes, Manoel O. de 9
Moraes, Manoel O. 11
MORAES, Manoel O. 1
Moraes, M. Odorico de 1
Moraes, M. O. 2
0 10 20 30 40 50 60 70
Fonte: Compilado pelas autoras a partir da busca facetada de autores do Repositório Institucional da UFC.
Dissertações e Teses 59
Artigos de periódicos 1 5 11 23 1 9 11 11 2
Livro eletrônico 1
Fonte: Compilado pelas autoras a partir da busca facetada de autores do Repositório Institucional da UFC.
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
✓ Elaborar uma lista com os nomes completos dos autores (docentes, pesquisadores,
discentes e técnicos) que seja atualizada periodicamente;
✓ Revisar os dados inseridos no repositório antes de liberar os documentos para
publicação;
✓ Criar estratégias para evitar a dispersão dos resultados na busca por autoria pessoal.
REFERÊNCIAS
LEITE, Fernando César Lima; COSTA, Sely. Repositórios institucionais como ferramentas de
gestão do conhecimento científico no ambiente acadêmico. Perspectivas em Ciência da
Informação, Belo Horizonte, v. 11 n. 2, p. 206-219, maio/ago. 2006. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n2/v11n2a05.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2017.
Eixo 1: Ensino
ERICA RESENDE
MARIANNA ZATTAR
NYSIA OLIVEIRA DE S
as a result the stimulus to critical and ethical participation in the production of knowledge.
Finally, it concludes that the activities of Information Literacy must permeate the school
formation from the active participation of the professional librarian.
1 INTRODUÇÃO
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste relato foi possível indicar de forma breve uma experiência sobre o ensino da
normalização documentária desenvolvimento a partir de um projeto de Competência em
Informação destinado a alunos do ensino médio. Pode-se notar que a participação de uma
profissional bibliotecária junto à comunidade do Curso de Biblioteconomia e Gestão de
Unidades de Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro apresenta-se como uma
via de mão dupla na medida em que a teoria e prática são essenciais para ações em
desenvolvimento.
616
A proposta apresentada demonstra que a informação é uma construção social que deve
ser desenvolvida de forma solidária, pois a crítica e a ética são essenciais na produção do
conhecimento. Assim, a inserção de uma proposta que pretende contemplar a comunidade
deve também aprender com ela.
Por fim, conclui-se que as atividades de competência em informação devem permear a
formação escolar a partir da participação ativa do profissional bibliotecário e do estudante de
Biblioteconomia.
REFERÊNCIAS
ANJOS, Cláudia Regina dos; CALIXTO, Ana Paula da Cruz; MARTINS, Robson Dias.
Reflexões sobre o papel dos bibliotecários de referência na transferência da comunicação
científica. Biblionline, João Pessoa, v. 8, n. 1, p. 12-18, 2012.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1992.
ZIMAN, John. Conhecimento público. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. da
Universidade de São Paulo, 1979. (Coleção o homem e a ciência; v. 8).
618
619
Eixo 1 : Ensino
ERICA RESENDE
most active reference librarians of the university were invited to report their experiences in
the sector to other librarians that work or intends to work on the reference service. The
content of the course contemplates the definition of reference services, informational
resources (UFRJ and SiBI), tools and perspectives of web 4.0. The necessary skills to perform
the referral service are based on knowing the place where the librarian is inserted, i.e.,
knowing to UFRJ community, knowing the sources of general and scientific information.
1 INTRODUÇÃO
Diante das novas possibilidades de acesso à informação proporcionados pelo uso das
tecnologias de informação e de comunicação, o bibliotecário de referência tem a seu favor
621
32
Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) é um sistema de acesso via web, desenvolvido pelo
Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ, através do qual os alunos, professores e
funcionários podem obter informações e fazer determinadas atualizações referentes ao registro
acadêmico dos alunos. As bibliotecas têm acesso a esse serviço de consulta a situação acadêmica dos
alunos na Universidade mediante senha cadastrada autorizada previamente.
33
Iniciativa da Controladoria Geral da União (CGU) lançada em 2004 para assegurar a boa correta aplicação dos
recursos públicos, no que tange aos servidores possui informações sobre cargo, função e situação funcional dos
servidores e agentes públicos do Poder Executivo Federal. Disponível em: <www.portaldatransparencia.gov.br>.
Acesso em: 05 fev. 2018.
34
Aleph é o software utilizado para Circulação e para a Catalogação de documentos nas bibliotecas da UFRJ.
35
Plataforma Sucupira é o nome do antigo Coleta CAPES, onde se reúne todas as informações sobre os
programas de pós-graduação nacionais.
36
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
623
Para realizar uma busca bibliográfica, revisão de literatura e outros tipos de pesquisa,
utilizam-se bases de dados reconhecidas internacionalmente que proporcionam credibilidade
para a pesquisa e apresentam resultados importantes para o andamento das pesquisas
científicas. Estas bases de dados fazem parte do Portal de Periódicos da CAPES e em alguns
casos existem outras bases que foram adquiridas para atender as demandas de pesquisa da
UFRJ.
A UFRJ possui inúmeras bases de dados de acesso gratuito no espaço físico da
Universidade. As bases de dados assinadas pela CAPES são de acesso livre nos computadores
37
O Escavador é uma plataforma que coleta, organiza e estrutura informações públicas. Através dessas
informações, coletadas de diversas fontes (Diários Oficiais, currículos Lattes, Patentes), são aplicadas técnicas
de inteligência artificial para compreender as entidades presentes nos documentos, permitindo a criação
automática de páginas sobre pessoas e instituições. Disponível em: < http://startupba.com.br/escavador-e-
uma-das-14-empresas-selecionados-pelo-facebook-via-inovativa/>. Acesso em: 05 fev. 2018.
38
O programa InovAtiva Brasil é realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio
Exterior (MDIC) e executado por entidade conveniadas a partir da produção de conteúdo próprio, bem
como integração com diversas fontes de informação. Disponível em: <
https://www.inovativabrasil.com.br/>. Acesso em: 05 fev. 2018.
39
A Plataforma Somos foi desenvolvida pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para agrupar dados de docentes e suas respectivas pesquisas na
área de ciência e tecnologia. O sistema usa como banco de dados o Lattes, do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A UFRJ possuía até 2017 a Plataforma Somos UFRJ, mas
atualmente encontra-se fora do ar.
624
da Universidade, por IP (Internet Protocol), isto significa que podem ser acessadas também
quando se utiliza a rede wifi local. Para acesso fora do espaço físico da UFRJ é preciso utilizar
a Intranet validando com login e senha. Para saber quais bases de dados existem disponíveis,
basta acessar a página do SiBI na opção Produtos e Serviços -> Fontes de pesquisa. Neste link
é possível consultar todas as bases disponíveis. A UFRJ possui acesso às normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para consulta/visualização, aos e-books
das editoras Springer, Atheneu, Cambridge, Wiley, dentre outras, porém todas reunidas neste
link apontado acima, o que permite que o pesquisador a visualização de todas as fontes de
informação disponíveis.
O acesso ao Portal de Periódicos da CAPES possui link de acesso em diversas páginas
da UFRJ, ao clicar no link do Portal é possível acessá-lo diretamente; quando o acesso é
realizado fora da Universidade, será solicitado login e senha da Intranet para o acesso. Outras
bases também funcionam de forma semelhante, o usuário se cadastra num computador ou na
rede wifi da Universidade e depois, consegue acessar o conteúdo da base de dados de qualquer
lugar, como é o caso dos e-books disponíveis da Editora Springer adquiridos pela UFRJ.
Atualmente existe uma demanda sobre o uso dos gerenciadores de referência, algumas
destas ferramentas estão ligadas a bases de dados que são comercializadas, como é o caso do
Endnote (gerenciador da Clarivate Analytics/WoS) e o Mendeley (gerenciador da Elsevier).
Estes dois gerenciadores encontram-se disponíveis para toda a comunidade UFRJ, mas em
alguns casos, por desconhecimento das fontes disponíveis, alguns pesquisadores fazem
assinaturas particulares de tal ferramenta. O trabalho dos bibliotecários de referência também
é de divulgação das fontes e ferramentas disponíveis para os usuários em geral.
Além do acesso as bases de dados disponíveis, os bibliotecários de referência
costumam acompanhar a realização das pesquisas. Algumas bases de dados possuem
particularidades que necessitam de acompanhamento de um profissional da informação para
que a pesquisa obtenha sucesso. Na área da saúde, os bibliotecários da UFRJ têm
acompanhado as pesquisas sobre evidências científicas, atuando diretamente na pesquisa,
inclusive como autores.
O SiBI possui bibliotecários que são responsáveis pelo help desk do Portal na Região
Sudeste, estes estão sempre em contato com os responsáveis do Portal de Periódicos da
CAPES para fornecer informações sobre as bases de dados, inclusive novas bases incluídas e
outras que possam deixar de fazer parte do Portal.
625
4 CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
CUNHA, Murilo Bastos da. Manual de fontes de informação. Brasília, DF: Briquet de
Lemos, 2010.
Eixo 1: Ensino
CATERINA PAVÃO
generatedcontaining: the system numbers of the bibliographic record and download date.
There were 2,610 downloads of Theses from the Library Science Course in five Brazilian
universities, among the three universities located in the southeast region, one in the central-
west region and one in the southern region of the country. The study serves as an incentive for
the elaboration of new works in the area, since it showed the wealth of information that an
institutional repository can offer to identify patterns of search behavior, the visibility of a
particular course and the interest in particular subject(s).
1 INTRODUÇÃO
2 MÉTODO DA PESQUISA
3 RESULTADOS
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estudo serve como um incentivo para a elaboração de novos trabalhos na área,
pois mostrou a riqueza de informação que um repositório institucional pode oferecer, por
exemplo, para identificar os padrões de comportamento de busca, a visibilidade de um
determinado curso e o interesse em determinado(s) assunto(s). O acesso aberto permite o
contato com a diversidade de trabalhos elaborados nas universidades brasileiras em diferentes
partes do país. Portanto, a possibilidade de acesso e consulta ao tipo de documento
estudado, pode suscitar ideias para estudos futuros. Da mesma forma, a partir dos trabalhos
de graduação, muito embora, considerados mais simples ou sem muito rigor científico, ideias
novas e inovadoras podem ser utilizadas em dissertações e teses. Por último, este estudo
pretende estimular o deposito, em repositórios, dos TCCs elaborados nas instituições de
ensino superior brasileira como forma de incentivar o acesso aberto ao conhecimento
adquirido pelos alunos de graduação, dar visibilidade aos cursos, seus docentes e ás
temáticas estudadas.
REFERÊNCIAS
LUCIANA BACKES
JULIANI REIS
Abstract: The article proposes to discuss the thematic of interaction in the context of
university libraries from the services offered in the referral service. This article tries to
demonstrate that the librarian's work has changed due to the influence of the TIC, mainly in
practices related to the way in which we relate to the information. The greatest impact is
observed in the sector of reference that must constantly observe the new facilities and services
offered by new technologies. ICT enables the library to assist in the process of socializing
information in more accessible formats and in promoting training and training for users to
develop informational competence and autonomy in the search for information. Thus, we
highlight the importance of interaction processes in librarian practices within the scope of
reference service, more specifically in the development of informational skills and the use of
e-books in order to meet and meet the demands of the information society, in which users are
inserted.
638
1 INTRODUÇÃO
A sociedade atual pode ser denominada como uma sociedade informacional, devido a
forte influência que sofre das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) ao mesmo
tempo que também é influenciada por essa sociedade, numa via de mão dupla (CASTELLS,
1999). Observa-se como característica dessa sociedade a organização do sistema na utilização
do conhecimento para impulsionar a produtividade, utilizando esse conhecimento como
matéria-prima. Segundo Levy (2010, p. 32) nos meados da década de 1990 ―[...] um novo
movimento sociocultural originado pelos jovens profissionais das grandes metrópoles e dos
campi americanos tomou rapidamente uma dimensão mundial.‖, trazendo como resultado a
origem das tecnologias da informação. Assim surgiu ―[...] a infraestrutura do ciberespaço,
novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também
novo mercado da informação e do conhecimento.‖ (LEVY, 2010, p. 32).
Juntamente com o surgimento das tecnologias digitais podemos destacar o rápido
avanço da tecnologia e o aumento de performance destas, além da baixa dos preços de
produtos, isso tudo facilita o acesso a essas tecnologias, resultando em várias mudanças
sociais e culturais (LEVY, 2010). Foram desenvolvidas tecnologias capazes de ―[...]
digitalizar a informação (entrada), armazená-la (memória), tratá-la automaticamente,
transportá-la e colocá-la à disposição de um usuário final, humano ou mecânico (saída)‖
(LEVY, 2010, p. 33), além disso, também destacamos o desenvolvimento da capacidade de
armazenamento e ampliação da rede de transmissão da informação.
Os avanços tecnológicos proporcionaram uma alteração na forma como nos
relacionamos com a informação, possibilitando o acesso à informação independentemente de
barreiras geográficas ou cronológicas e nos expondo diariamente a uma imensa quantidade de
informações. A facilidade de acesso à informação tornou-se um ponto crucial para a
socialização da informação suscitando o questionamento sobre a função, organização e a ação
das bibliotecas nas instituições de ensino, visto que, não podemos ignorar que a informação
tem função essencial na aprendizagem e na construção de novos conhecimentos.
A biblioteca tem participação significativa na socialização das informações no
contexto das instituições educacionais, portanto, precisa adaptar-se a essa realidade
oportunizando ao aluno espaço de aprendizagem e ações que o auxiliem na utilização de
639
seu foco deve ser centrado no homem, principalmente quando da educação tecnológica.‖.
Dessa forma, a universidade possui um papel fundamental no mundo contemporâneo, com
influência nas sociedades e, diretamente, na vida das pessoas através da pesquisa, ensino e
extensão. Nesse contexto, estão as bibliotecas, contribuindo diretamente com o processo
educativo nas universidades.
Lévy (2003) explana sobre a importância do domínio das tecnologias intelectuais para
grupos e para os contextos humanos que as utilizam. Para o autor existem grandes vantagens,
como melhorias no desenvolvimento e manutenção de processos de inteligência coletiva,
tendo em vista que, exteriorizando operações cognitivas, as tecnologias intelectuais digitais as
tornam públicas e disponíveis (LÉVY, 2003). Observa-se que as tecnologias digitais,
desenvolvidas pela informática, são recursos muito importantes que temos a disposição,
contudo, deve-se atentar para a necessidade de conhecer suas possibilidades e potencialidades
para que possamos usufruir plenamente de suas capacidades inovadoras (CEZAR, 2003).
No desenvolvimento da sociedade, o acesso a informação sempre ocupou um papel de
destaque. Na atual sociedade, sob a forte presença das TIC, a informação passa a ter ainda
mais importância, como destaca Dudziak (2003, p. 23): ―A informação passou a ser
reconhecida como elemento-chave em todos os segmentos da sociedade. Tal é sua
importância que se manter informado tornou-se indicador incontestável de atualidade e
sintonia com o mundo.‖. Desta forma, não basta somente disponibilizarmos o acesso à
informação, mas também é preciso desenvolver a capacidade crítica na seleção da informação
a fim de que sejamos capazes de interpretar e compreender o mundo (VARELA, 2005).
As tecnologias também modificaram os ambientes de aprendizagem tornando os mais
ricos a partir da ampliação das fontes de informação e novas formas de acesso e
relacionamento com a informação, além da comunicação e a interação entre os participantes
do processo de aprendizagem e a autoria desses participantes (KUHLTAU, 1999). No entanto,
é necessário que estejamos aptos ―[...] na elaboração de um texto próprio, sendo que essas
fontes não sejam ‗recortadas-e-coladas‘, mas interpretadas e sintetizadas em texto próprio,
com partes relevantes de conceitos e juízos citadas ao longo da redação própria.‖ (BARI,
2010, p. 354). Para que isso seja possível, necessitamos que:
Além dessas oportunidades que a tecnologia trouxe, a biblioteca, em seu espaço físico,
ainda disponibiliza para acesso uma ampla variedade de materiais e fontes de informação,
além de possibilitar a ―[...] leitura individual e coletiva, uso de TIC para realizar trabalhos de
pesquisa, apresentações e exposições, além de prover de seções diferenciadas de materiais.‖
(MARTINS, 2014, p. 5).
Neste contexto, o livro digital surge como alternativa aos usuários em suas pesquisas,
que podem ser realizadas a distância fazendo uso das tecnologias digitais, como por exemplo
do e-book. O e-book (eletronic book) é o termo em inglês usado para definir o livro em
formato eletrônico (BENÍCIO, 2003). Benício (2003, p. 57) menciona que ―[...] a revolução
dos livros eletrônicos será também a revolução da leitura, haja visto que, ler sobre uma tela
não é ler um códex.‖. Benício (2003, p. 17) aponta também que ―Todos estes elementos
geram um certo impacto na vida das pessoas, seja como indivíduos ou como profissional da
informação, ou ainda como usuários ou leitores. É preciso adaptar-se aos novos tempos.‖.
Tendo em vista que as bibliotecas têm deficiências para suprir a demanda de títulos
necessários, e há necessidade de acervo de bibliografia básica e essencial para os cursos de
graduação e pós-graduação, as bibliotecas digitais podem desenvolver esse papel auxiliando
com acervos digitais.
O desenvolvimento das TIC e sua difusão propiciaram novas formas de pensar,
interagir e viver e trouxe como consequência a explosão da informação, que se caracteriza
pelo aumento da quantidade de informações e o acesso pelos usuários (FURTADO, 2010).
Esses fatores alteram o comportamento das organizações e a biblioteca é uma das instituições
mais abaladas na sociedade, motivo pelo qual torna-se necessário repensar o uso das
tecnologias, seus serviços e produtos e o seu papel nessa sociedade (FURTADO, 2010).
Em vista disso, a atuação do bibliotecário precisa ser no sentido de facilitar o acesso a
informação, ao mesmo tempo que capacita o estudante na seleção da informação. Para
Martins (2014, p. 2), o perfil do bibliotecário contempla:
de usuários, quer dizer, na capacitação para utilização do acervo da biblioteca, afirmando que
―[...] na concepção biblioteconômica, essa necessidade estava baseada na premissa de que o
conhecimento possa ser comunicado, isto é, que o usuário possa aprender com a informação.‖.
Além disso, o espaço da biblioteca pode ser utilizado como facilitador para ―[...] a realização
de situações de aprendizagem por oferecer determinados recursos que favorecem a interação
comunicativa por meio da leitura, diálogo, experimentação, observação, criação e a
cooperação.‖ (MARTINS, 2014, p. 5).
Esses serviços buscam, ainda hoje, instrumentalizar o usuário no uso da coleção e das
fontes de informação, assim como na seleção da informação disponível na internet. Já a
competência informacional, na concepção de Dudziak (2001, p. 59), vai além da
instrumentalização da técnica de busca, pois,
Além disso, Ferreira (2004, p. 2) destaca que ―Os bibliotecários deverão integrar
contextualmente as novas tecnologias com a referência tradicional para que as bibliotecas se
tornem competitivas no mercado da informação‖. Dessa forma, percebemos que as novas
tecnologias provocaram uma transformação no serviço de referência das bibliotecas e que isso
levou a um novo processo de interação entre bibliotecário e usuário.
Nascimento et al. (2014, p. 5), entendem que bibliotecários são mediadores da
informação e que devido a isso ―[...] temos o dever de levar ao usuário à informação desejada
da forma mais eficiente possível, poupando-o, inclusive, do deslocamento desnecessário e
ampliando nossa área e forma de atuação e utilizando as ferramentas mais confortáveis, desde
que estejam disponíveis.‖. Nesse sentido, o serviço de referência virtual possibilita a
biblioteca ofertar a seus usuários remotamente distantes novas possibilidades de atendimento
e ampliação de serviços. De acordo com Pessoa e Cunha (2009, p. 70):
644
O atendimento é realizado em tempo real ou com prazo de resposta curto e pode ser
através de e-mail, formulário via web, chat, webconferência, redes sociais, aplicativos de
celular entre outros. Visando ―[...] oferecer serviços mais ágeis e racionalizar recursos tanto
financeiros como humanos e tecnológicos.‖ (PESSOA; CUNHA, 2007, p. 71). Nesses
serviços o usuário pode ter acesso a uma forma de atendimento em qualquer hora e em
qualquer lugar ou até mesmo em tempo real, pois mesmo que de forma assíncrona será
atendido.
O e-mail ou formulário via web possibilita que o usuário possa encaminhar sua dúvida
24 horas por dia, ou seja, em qualquer tempo. O chat permite um diálogo em tempo real com
o bibliotecário, dentro do horário de funcionamento da biblioteca. A webconferência pode ser
utilizada em treinamentos de normas da ABNT, orientações sobre o uso de bases de dados e
bases de e-books, esclarecimentos de dúvidas em geral a partir de um agendamento prévio ou
curso ministrado pelos bibliotecários. As redes sociais também podem contribuir para a
interação entre o usuário e o bibliotecário, pois além de servir como um canal de informação e
divulgação da biblioteca, é possível também atender aos usuários que solicitam informações.
O estudo de Ribeiro, Leite e Lopes (2014) mostra que as bibliotecas universitárias de
universidades federais tem usado diversas redes sociais no serviço de referência, entre elas
estão Twitter, Facebook, Blog, Skype, You Tube, LinkedIn e Feed RS. As bibliotecas tem
utilizado também a mídia social Facebook como ferramenta de comunicação com o usuário,
visando estreitar o relacionamento entre biblioteca e o usuário a fim de facilitar a recuperação
da informação e o acesso a ela, além de ser um canal de marketing da biblioteca. Um exemplo
disso é a Biblioteca de Rio das Ostras, da Universidade Federal Fluminense, que realiza
atividades através de uma página no Facebook desde 2012 (NASCIMENTO et al., 2014).
Contudo, é importante destacar que,
Embora a Internet ofereça grandes vantagens aos serviços oferecidos pela biblioteca,
muitos usuários enfrentam problemas ao utilizar esses serviços, tais como: inaptidão
para lidar com computadores, dificuldade em formular expressão de busca,
utilização de interfaces de busca com diversas formas de geração de expressão de
busca e formas de visualização avançadas, não-padronização dos diferentes sistemas
de bibliotecas etc. (MORENO; SANTOS, 2009, p. 3).
645
Neste contexto, observa-se que para que esses serviços possam ser realizados é
necessário que o usuário tenha domínio das tecnologias utilizadas. Portanto, a competência
informacional é uma habilidade fundamental a ser desenvolvida pelo usuário no serviço de
referência conforme foi destacado no capítulo anterior. Por esse motivo, quando tratamos das
interações on-line entre o usuário e o bibliotecário de forma alguma estamos negando a
necessidade também de interações entre usuários e bibliotecário no espaço geográfico em que
se localiza a biblioteca.
4 ABORDAGEM METODOLÓGICA
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos que as TIC trouxeram várias mudanças na forma com que nos
relacionamos com a informação e com o outro e isso teve como consequência a necessidade
de repensar as atividades das bibliotecas. As bibliotecas, através de seus bibliotecários,
passaram a ―pensar‖ em novas nas formas de disponibilização da informação dos seus
acervos, novos serviços e formas de capacitar e auxiliar seus usuários.
Assim, acreditamos na relevância de que as bibliotecas sejam ―[...] espaços de
mediação e produção de sentido, nos quais ocorre a articulação entre o produtor (autor) e o
receptor (usuário) [...]‖ e onde o bibliotecário passa a ―[...] ser o mediador, garantindo
condições de adequação entre a informação recebida/recuperada e o usuário para que ela
possa ser apropriada e transformada em conhecimento‖ (SOUZA, 2009, p. 28). O serviço de
referência vem de encontro com esse ideal no qual o bibliotecário em contato com seu usuário
procura auxiliá-lo na localização da informação buscada.
Além disso, a biblioteca precisa ser proativa, segundo Silva et al. (2005), e deve se
inserir nas novas demandas de informação, atuando como uma facilitadora de novas
aprendizagens. Esse papel pode ser atendido a partir da implementação de treinamentos e
tutoriais para auxiliar no desenvolvimento da competência informacional, estimulando assim
a autonomia do usuário na busca, seleção e uso da informação. Dessa forma, destacamos a
importância do bibliotecário que pode atuar como um mediador entre o estudante e a
informação, pois,
O papel dos mediadores nunca teve tanta importância como nesses novos tempos em
que vivemos, não mais com a carência, mas sim com o excesso de informação
disponibilizada na forma impressa, virtual dos canais de mídia de massa, cada vez
mais, modernos. A tecnologia avança em proporções geométricas, e a nossa
capacidade de adaptação cognitiva nem sempre consegue acompanhar tal progressão
(SOUZA, 2009, p. 78).
biblioteca estabelece formas de interação que a aproximam mais do seu público fazendo que
este público possa solucionar suas dúvidas de forma mais rápida e menos burocrática. Além
disso, ao estar inserida no mesmo meio tecnológico que os usuários, a biblioteca pode utilizar
as redes sociais para interagir com seus usuários e compartilhar dicas de pesquisa, formatação
e várias outras informações que possam auxiliar seu público na busca pela informação.
REFERÊNCIAS
ALVES, Ana Paula Meneses; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório. O serviço de
referência e informação digital. Biblionline, v. 2, n. 2, 2006. Disponível em:
<http://www.okara.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio/article/viewFile/611/448>. Acesso em: 05
jun. 2016.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1.
______. A Sociedade em rede. 11. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008. (A Era da Informação:
Economia, Sociedade e Cultura; v. 1.).
FERREIRA, Maria Isabel Goulão de Matos. High tech/high toch: serviço de referência e
mediação humana. In: CONGRESSO NACIONAL DE BIBLIOTECÁRIOS, ARQUIVISTAS
648
FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Serviços de referência & informação. São Paulo: Polis,
1992.
NASCIMENTO, Débora do. O uso do facebook como ferramenta do serviço de referência. In:
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 18., 2014, Belo
Horizonte. Anais.... Belo Horizonte: CBBU, 2014. Disponível em:
<http://www.repositorio.uff.br/jspui/bitstream/1/510/1/490-1349.pdf>. Acesso em: 07 jul.
2016.
PESSOA, Patrícia; CUNHA, Murilo Bastos da. Perspectivas dos serviços de referência
digital. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v. 17, n. 3, p. 69-82, set./dez. 2007 Disponível em:
<http://www.brapci.ufpr.br/brapci/index.php/article/view/0000004782/fce9c24f9103168d7f23
9e2753e8ac43>. Acesso em: 05 jul. 2016.
RIBEIRO, Adriana; LEITE, Ramon Silva; LOPES, Humberto Elias Garcia. Análise do uso
das redes sociais em bibliotecas universitárias brasileiras. Revista Digital de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 12, n. 3, set./dez. 2014, p.5-27.
Disponível em: <http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/index.php/rbci/article/view/4109>.
Acesso em: 07 jul. 2016.
649
SILVA, Helena et al. Inclusão digital e educação para a competência informacional: uma
questão de ética e cidadania. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 1, p.28-36, jan./abr.
2005.
Resumo: O presente artigo aborda um estudo acerca do uso e apropriação de mídias sociais
em uma biblioteca federal, com o intuito de analisar as competências do bibliotecário nesse
processo. O objetivo do estudo foi de analisar as competências do bibliotecário de
Universidade Federal mediante ao uso das mídias sociais nas bibliotecas, identificando suas
competências, habilidades, conhecimentos e atitudes frente ao processo de apropriação dessas
ferramentas junto aos serviços e produtos da biblioteca. O método de pesquisa utilizado foi
baseado em um estudo de campo no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará
(SIBI-UFPA) com enfoque no Campus Belém (Biblioteca Central) e os demais campis
setoriais e do interior do Estado do Pará, caracterizando-se por ser uma pesquisa descritiva e
exploratória. Observou-se que boa parte das bibliotecas do SIBI-UFPA já desenvolvem
atividades através do gerenciamento de mídias sociais, entretanto, ainda não existe um padrão
gerencial para uso e apropriação das mídias sociais na instituição. As resultantes apresentadas
nesse trabalho partiram de um projeto de pesquisa para a seleção do mestrado em Ciência da
Informação (PPGCI/UFPA - 1.2018) cujo estudo ainda se encontra em fase de
desenvolvimento.
Abstract: This article deals with a study about the use and appropriation of social media in a
federal library, in order to analyze the librarian 's skills in this process. The objective of the
study was to analyze the competencies of the Federal University librarian through the use of
social media in libraries, identifying their skills, abilities, knowledge and attitudes regarding
the process of appropriation of these tools with library services and products. The research
method used was based on a field study in the Library System of the Federal University of
Pará (SIBI-UFPA) with focus on the Belém Campus (Central Library) and the other sectorial
campuses and the interior of the State of Pará, it is a descriptive and exploratory research. It
was observed that most libraries of SIBI-UFPA already develop activities through the
management of social media, however, there is still no management standard for use and
652
appropriation of social media in the institution. The results presented in this work started
from a research project for the selection of the Master in Information Science (PPGCI /
UFPA - 1.2018), whose study is still in the development phase.
INTRODUÇÃO
Todos estes recursos somente são possíveis em função de uma nova concepção de
web, a chamada Internet 2.0 (web 2.0 ou web social), que segundo Anjos (2016) se diferencia
da web 1.0 pela forma de comunicação entre o usuário da internet em relação ao conteúdo.
Pois, na web 1.0 os usuários apenas consumiam o conteúdo, enquanto que na web 2.0 os
usuários possuem mais participação na produção dos conteúdos.
Segundo Furtado (2013) a Biblioteca 2.0 oriunda da web 2.0, oferece conteúdos e
serviços digitais, disponibilizando assim, serviços de forma personalizada e ambientes de
socialização, criação e partilha do conhecimento. Desse modo, a biblioteca deixa de ser
simplesmente um espaço físico para ser uma instituição de serviço presente no dia- a- dia do
usuário/cliente, participando também das relações sociais dos mesmos a partir da geração de
conexões entre informações e indivíduos, em ambientes de integração e partilha.
Desse modo, a web 2.0 proporcionou novos meios de comunicação e interação entre a
biblioteca e o usuário, dentre eles, pode-se mencionar as redes sociais, blogs, wikis, serviços
de mensagens instantâneas (bate-papo, MSN), disponibilização de vídeos (Youtube) e fotos
(Flickr). Para Recuero (2009), as redes sociais ou redes sociais virtuais, se definem como um
conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós das redes) e suas
conexões (interações ou laços sociais).
Seguindo essa lógica, verifica-se a necessidade de estudos com relação às mídias
sociais a serviço da mediação da informação por parte das bibliotecas, pois essas precisam se
apropriar dessas tecnologias para o efetivo desenvolvimento dos seus produtos e serviços ao
novo perfil dos usuários que a mesma dispõe atualmente.
Com base nas informações explanadas nos parágrafos anteriores, compreende-se que
as bibliotecas podem desenvolver vários produtos, serviços e divulgação das suas atividades a
partir da utilização das inovações tecnológicas, e, portanto, esta pesquisa pretende abranger
apenas as mídias sociais que trazem uma interatividade mais de cunho social e colaborativo
no que se refere à mediação da informação no âmbito de biblioteca universitária de instituição
federal.
Silva (2015) demonstra que as organizações públicas têm adotado as mídias sociais
para atingir o público- alvo de seus serviços. Assim, se faz necessário ressaltar a Portaria n 38
de 11 de junho de 2012, a qual homologou a Norma Complementar nº 15/ IN01/ DSIC/
GSIPR. Sendo que, esta define regras para a utilização de mídias sociais por órgãos públicos
brasileiros, tendo como objetivo principal, o uso institucional dessas mídias destacando os
aspectos relacionados à Segurança da Informação e Comunicação (BRASIL, 2012),
evidenciando a preocupação e o interesse do poder público na boa utilização dessas
ferramentas.
Dessa forma, estudar o uso e apropriação das mídias sociais a partir das competências
do bibliotecário é relevante do ponto de vista acadêmico por trazer à tona estudos e análises
sobre o uso das mídias sociais, bem como o conhecimento mais aprofundado e de que forma
este tema está sendo debatido no meio científico.
Corroborando, Silva (2014) destaca que o surgimento de ambientes mais
colaborativos, de comunidades virtuais e mecanismos de interação, como bate- papos e
registro de comentários só são possíveis graças às ferramentas da mídia social, o que
possibilitou uma maior interação entre a biblioteca e o usuário e para o feedback entre ambas
as partes, ou seja, a realização de uma mediação da informação por meios tecnológicos, ou
simplesmente, uma mediação tecnológica da informação.
Assim, compreende- se o quanto o advento da internet e das novas TIC‘s
transformaram a relação entre biblioteca e o usuário, quanto à perspectiva de serviços
oferecidos e o modo como estes estão sendo disponibilizados, e, portanto esta pesquisa
justifica-se do ponto de vista social, pois trata dessa relação no qual o usuário assume o papel
central, adquirindo a oportunidade de participar do processo de produção de conteúdos,
recebendo informações e dados mais personalizados, buscando novos meios de identidade.
Reforçando assim, a importância do estudo do usuário no âmbito das bibliotecas e
nesta perspectiva que, hoje as bibliotecas precisam cada vez mais se apropriar das novas
tecnologias, em especial as mídias sociais, para ampliarem ainda mais o alcance dos seus
produtos e serviços, buscando uma maior interação com o usuário e se fortalecendo enquanto
unidades de informação, que disponibiliza informações de qualidade, personalizadas e de fácil
acesso.
656
Silva (2014) afirma que as bibliotecas também estão diante de novas demandas,
acarretando as alterações no comportamento dos indivíduos, assim como nos métodos de
trabalho, resultando em novas formas de obtenção e utilização da informação.
Entende-se que as novas tecnologias também contribuem para estas mudanças, visto
que elas acarretam diferentes perspectivas para o uso das bibliotecas. Desta forma, a referida
autora também retrata que neste sentido, o bibliotecário é direcionado a reflexão enquanto o
seu papel no mundo globalizado, assim como, questionar sobre a sua inserção e capacidade
para agir neste ambiente dinâmico e dominado pelas tecnologias.
Anjos (2016) demonstra que os bibliotecários estão cientes da necessidade das
bibliotecas acadêmicas se conectarem com as tecnologias, consequentemente, elas devem
estar presentes também no ambiente virtual, no entanto, ficou evidenciada pelos profissionais
a falta de clareza sobre o propósito de uso das mídias sociais no âmbito das bibliotecas
universitárias.
Assim, a autora também reforça que o objetivo de uso das mídias sociais, em
bibliotecas, é muito específico, podendo variar de biblioteca para biblioteca, de acordo com a
realidade a qual ela está inserida e também de acordo com as necessidades dos seus usuários.
No entanto, estas tecnologias se fazem necessárias por proporcionarem uma
comunicação direta e informal que pode complementar os outros canais de atendimento ao
usuário/cliente, além de minimizar o fluxo de atendimento na rotina diária da biblioteca,
beneficiando diretamente aos funcionários como também os usuários.
Conquanto, na Biblioteconomia ainda hoje, se discute sobre os benefícios das mídias
sociais para as bibliotecas. Porém, todos já estão cientes que esses recursos sociais
proporcionam oportunidade para desenvolver as atividades da biblioteca no próprio ambiente
dos usuários. Sendo considerada a maneira mais eficaz de interação da biblioteca com o
usuário.
Sobre isso Silva (2015, p. 159) explica:
Vê-se que a mídia social tem o seu papel na promoção do engajamento de
participantes, ao oferecer condições para a capitação das contribuições, mecanismos
de divulgação das informações, recursos para a criação de comunidades,
oportunidades de desenvolvimento de redes de contatos, além de poder abarcar
algumas dinâmicas, pré- estabelecidas, capazes de engajar seus usuários.
658
Por isso, reforça-se a necessidade do bibliotecário se engajar nesta causa, pois são eles
que gerenciam os serviços e os produtos oferecidos pelas bibliotecas, e os responsáveis pela
realização do estudo do usuário, uma importantíssima ferramenta para a identificação do
perfil dos usuários da biblioteca e consequentemente mapearem as reais necessidades destes e
assim, poder usufruir das mídias sociais para adquirir a eficácia nas atividades da biblioteca.
Diante do exposto torna-se pertinente questionar: Quais as competências do
bibliotecário para uso e apropriação de mídias sociais em biblioteca universitária federal?
Instagram e Twitter, exemplifica os esforços feitos pelo sistema para veicular a informação de
forma mais rápida e com qualidade para o seu usuário.
METODOLOGIA
RESULTADOS
Foi realizado o levantamento das bibliotecas que dispõem de mídias sociais para a
interação com seus usuários e divulgação de seus produtos e serviços. Chegamos à conclusão
que no Campus Belém, o qual dispõe de 26 bibliotecas (01 Central e 25 setoriais) apenas a
Biblioteca Central dispõem de redes sociais como: Facebook, Instagram e Twitter. Com
660
relação aos Campi dos interiores que em um universo de 09 bibliotecas, apenas 02 bibliotecas,
Campus Ananindeua e Tucuruí dispõe de redes sociais, como: Facebook e Twitter.
Em suma observou-se que, por se tratar de um sistema de biblioteca, onde as
bibliotecas setoriais da Universidade Federal do Pará estão subordinadas tecnicamente à
Biblioteca Central, as mesmas acabam perdendo a sua individualidade, e consequente a sua
visibilidade e autonomia ficam comprometidas. Visto que, os produtos, serviços e usuários
acabam sendo compartilhados. No entanto, concluímos que as unidades gerais da referida
universidade como (Institutos, Núcleos, Escolas, etc.) já despertaram para a importância das
redes sociais no que tange a comunicação com os seus usuários, sendo eles: alunos,
funcionários, docentes e a comunidade acadêmica como um todo. Pois, na visita aos sites das
unidades identificamos links direcionando para as redes sociais de forma funcionante e com
localização estratégica.
A próxima etapa da pesquisa consistiu no envio de um formulário estruturado via
email aos gerentes das bibliotecas com prazo de devolução estipulado, considerando este
procedimento como uma prévia organização para a entrevista semiestruturada, realizada um
agendamento e uma solicitação de autorização prévia para a realização da entrevista in loco.
Esta pesquisa ainda está em andamento com objetivo de analisar as competências do
profissional bibliotecário da Universidade Federal do Pará, perante o uso e a apropriação das
mídias sociais, por meio da identificação do conhecimento, habilidade e atitude do
bibliotecário.
Assim, reitera-se que mediante as inovações tecnológicas, um novo cenário se desenha
também para as Bibliotecas Universitárias (BUs), que para continuarem sendo úteis à
pesquisa e à produção de conhecimento no ambiente universitário devem reorganizar seus
serviços para serem mais ativas no apoio aos usuários/clientes e esta mudança deve começar
pelo gestor, aferindo as mídias sociais a devida importância e eficiência. Como também, a
utilização do Manual Básico de Uso de Mídias Sociais (ANJOS, 2016) como fonte de
orientação para o uso dessas ferramentas no cenário biblioteconômico.
Por ser uma pesquisa que ainda está em fase de desenvolvimento, infere-se, de acordo
com os dados coletados, que haverá possíveis modificações na estrutura de gerência quanto às
mídias sociais por parte das bibliotecas que compõem o SIBI-UFPA, visto que algumas
unidades ainda estão se aperfeiçoando no uso das ferramentas para criar os canais de
comunicação institucionais via redes sociais.
Sugere-se que seja feito um estudo sobre o perfil dos profissionais bibliotecários que
fazem uso e apropriação das mídias sociais no âmbito das Bibliotecas Universitárias para que
661
possamos identificar o perfil de profissional que mais se adequa para trabalhar com o
gerenciamento das mídias sócias no âmbito das bibliotecas acadêmicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANJOS, Cláudia Regina dos. Mídias sociais nas bibliotecas da UFRJ: adoção e
monitoramento. 162 f. 2016. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciência da informação)-
Programa de Pós- Graduação em Biblioteconomia, Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em:
<http://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1246/1/DISSERTA%C3%87AO%20CLAUDIA%20
ANJOS.pdf>. Acesso em: 03 out. 2017.
BJIS, Marília (SP). Volume 7, n. Especial, p.3-25, 1º. Sem. 2013. Disponível em:
<http://www2.marilia.Unesp.br/revistas/index.php/bjis/index>. Acesso em: 20 set. 2017
BLATTMANN, U.; SILVA, F.C.C. Colaboração e interação na web 2.0 e biblioteca 2.0.
Revista ABC, v.12, n. 2, p. 191- 215, 2007. Disponível em:
<http://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/530>. Acesso em: 20 set. 2017.
FURTADO, Cássia Cordeiro. Rede social de leitores e escritores juniores: Portal Biblon.
339 f. 2013. Tese de doutorado (Doutorado em Informação e Comunicação em Plataformas
Digitais) – Faculdade de Letras. Departamento de Comunicação e Artes. Universidade do
Porto, 2013.
663
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. 2. ed. Porto Alegre: Meridional, 2009.
Disponível em:< http://www.raquelrecuero.com/livros/redes_sociais_na_internet.pdf>.
Acesso em: 20 set. 2017.
SILVA, Camila Mariane Costa. Uso de mídia social governamental para promover o
engajamento entre cidadãos e governo federal. 2015. 210 f. Dissertação de mestrado
(Mestrado em Ciências)- Programa de Pós- Graduação em Sistemas de Informação, Escola de
Artes, Ciências e Humanidades. Universidade de São Paulo, São Paulo- SP, 2015. Disponível
em: <http//:www.teses.usp.br/teses.> Acesso em: 23 set. 2017.
Abstract: Analyzes the application of on-line Marketing at Virtual Reference Service (SRV)
on the site of public university libraries of São Luís - MA. It presents an approach on
university library and its emergence in Brazil, and the Reference and Information Service
(SRI) and how from there comes the SRV with technological advances. Conceptualizes the
traditional Marketing and on-line Marketing and how this tool contributes to the development
of the Virtual Reference Service. Objective check for application of on-line Marketing at SRV
in public university libraries in São Luís - MA, presenting as methodology the bibliographical
research, documentary and field. It is concluded that there is no application of on-line
Marketing at Virtual Reference Service of public university libraries in São Luís - MA and the
implementation of the Services tool may be improved according to the needs of users.
Keywords: On-line Marketing. Virtual Reference Service. Information Units. São Luís - MA.
666
1 INTRODUÇÃO
a) apontar as ferramentas utilizadas nos sites das bibliotecas que facilitem o processo
de referência na construção do Marketing da unidade de informação;
b) avaliar quais os pontos encontrados nos sites que facilitam ou dificultam a
realização do SRV;
c) identificar em cada site as alternativas on-line de provisão de documentos,
provisão de auxilio bibliográfico, serviço de alerta eletrônico e orientação ao usuário definidas
por Carvalho e Lucas (2009);
d) mostrar como o Marketing pode ser favorável no oferecimento dos serviços e
produtos de referência virtual;
e) identificar se os usuários estão satisfeitos com os serviços e produtos ofertados.
Como procedimento metodológico desenvolveu-se a pesquisa bibliográfica, com a
utilização de autores como Kotler e Armstrong (2007) trabalhando o Marketing tradicional e
on-line em parceria com Las Casas (2006) e Cobra (2011), Amaral (1998) no que se refere a
Marketing em unidades de informação, Figueiredo (1996), Márdero Arellano (2001) e Accart
(2012), sobre o Serviço de Referência Virtual. A pesquisa documental, com a análise dos sites
das bibliotecas universitárias públicas de São Luís, e por fim, a pesquisa de campo, com
aplicação de questionários com os usuários e entrevista com bibliotecários das Bibliotecas
Centrais da UFMA e UEMA.
Apesar de suas diversas definições apontadas por diferentes autores, como Cobra
(2011) e Las Casas (2006), o Marketing sempre foi levado para o caminho mercadológico.
Somente quinze anos após a as primeiras utilizações do termo no Brasil que o Marketing
começou a ser visto não apenas como forma de adquirir lucro, mas também como um
mecanismo de desenvolvimento das unidades não lucrativas. Os primeiros a utilizarem essa
nova denominação foram Kotler e Levy (1969).
Kotler (1978) afirma que a principal razão para que as organizações sem fins
lucrativos se interessem pela utilização do Marketing, é visando uma organização mais eficaz,
tanto para alcançar seus objetivos como para obtenção de recursos. De acordo com Amaral
(1998) essa afirmação se justifica pelos princípios básicos do Marketing, que se sustentam em
dois benefícios: satisfação e eficiência.
668
Webster Júnior (1978) aponta quais os fatores responsáveis pela valorização das
organizações não lucrativas na utilização do Marketing em seus ambientes de atuação, ao
destacar o reconhecimento fundamentado no comportamento; a crítica social ao Marketing
como prática de negócios; compreensão das competências; crescimento da importância das
atividades não lucrativas como forma de obter aumento de bens e serviços públicos.
O Marketing denominado por Kotler (1978) como Marketing social é aquele
trabalhado em organizações públicas, hospitais, escolas, campanhas políticas, buscando
vender a imagem de algo ou alguém. Também pode ser visto tal momento quando é lançada
uma campanha contra algum tipo de doença ou por órgãos públicos para apresentar à
sociedade alguma conquista, lei, regra, para que a mesma possa tomar conhecimento e seguir
o que é proposto.
A biblioteca segue o mesmo caminho, por não ser uma organização lucrativa, a busca
pelos usuários é para que a disponibilização dos serviços e produtos seja feita de forma
eficiente para que os mesmos alcancem satisfação. A melhor forma de mostrar para a
organização que investir na biblioteca não é um dinheiro aplicado em vão, é retornar aos
diretores com respostas, resultados positivos e tais resultados podem ser alcançados pelo
Marketing (AMARAL, 1998).
O Serviço de Referência e Informação é o canal por excelência onde esses resultados
podem ser visualizados, por meio do comportamento dos usuários, a demanda, os serviços
utilizados, etc. A eficiência no SRI de uma biblioteca é de extrema importância para a
obtenção dos resultados favoráveis à utilização do Marketing na organização.
Amaral (1998, p. 70) apresenta cinco etapas para a implantação do Marketing na
unidade de informação:
1. definição dos objetivos e metas da biblioteca, em função da satisfação do
consumidor;
2. integração dos objetivos de marketing, atitudes e habilidades em todas as
operações da biblioteca;
3. identificação dos usuários da biblioteca e seus públicos;
4. ser responsiva aos interesses e desejos dos usuários.
3 METODOLOGIA
trabalhados não apenas documentos impressos, mas outros tipos de materiais como jornais,
fotos, filmes, sites, gravações, documentos legais;
c) pesquisa de estudo de campo: a coleta de dados é feita no ambiente natural em que
ocorre o fenômeno, utiliza técnicas de observação, se concentra na análise de estruturas e
formas de associação (SEVERINO, 2007).
Para o estudo documental e campo, realizou-se, respectivamente, a análise dos sites
das Bibliotecas em estudo, aplicação de questionários aos usuários e entrevistas desenvolvidas
com os bibliotecários das Bibliotecas Centrais da UFMA e UEMA.
Como estratégia investigativa sobre os serviços e produtos disponibilizados pelos sites
das bibliotecas foi necessário elaborar instrumento de coleta de dados baseado no que é
apresentado por Figueiredo (1990) sobre os serviços que compõe o SRI, Amaral (1998) com o
Marketing em unidades de informação, Kotler e Armstrong (2007) com o Marketing on-line e
Carvalho e Lucas (2009) acerca das alternativas on-line em unidades d informação.
Este instrumento também foi baseado nos critérios de qualidade, ergonomia,
acessibilidade, arquitetura de informação, bem como o Composto do Marketing em
apresentação aos 4Ps (produto, preço, ponto de venda e promoção) destacando, assim, os
pontos a serem analisados nos sites das Instituições de Ensino Superior.
Para a coleta de dados na pesquisa de estudo de campo foram adotados dois
instrumentos: questionário e entrevista.
A análise dos dados está dividida em três partes: a primeira apresenta os resultados
obtidos a partir da análise dos sites das bibliotecas universitárias públicas de São Luís – MA,
para identificar como ocorre a execução do SRV pelas bibliotecas; a segunda parte expõe os
resultados dos questionários aplicados aos usuários das bibliotecas, para apontar seus
conhecimentos acerca dos serviços ofertados e a satisfação dos mesmos, e, por fim, exibem-se
os dados coletados através das entrevistas realizadas com as bibliotecárias da Biblioteca
Central da UFMA e Biblioteca da UEMA, com objetivo de mapear a situação da organização
a respeito do Marketing on-line.
O Serviço de Referência e Informação propicia o atendimento ao usuário face a face
com o intuito de possibilitar a recuperação das informações para seu acesso e uso (SILVA,
2001). Entretanto, é perceptível cada vez mais que as bibliotecas assumem um formato além
do tradicional lugar físico, isto é, passa a existir também em ambiente virtual.
671
organização em questão não possui um site próprio, pois o que era utilizado encontra-se
desativado e seus serviços são oferecidos por meio do Sistema Acadêmico (Sigaa).
Percebeu-se que a Biblioteca Central da UFMA ainda precisa trabalhar para
desenvolver um SRV adequado aos usuários. Levando em consideração uma organização que
deve trabalhar orientada para o Marketing, esta deve pró-agir ―[...] para proporcionar a
satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores. Em outras palavras, é a empresa que
adota o conceito do Marketing.‖ (LAS CASAS, 2006, p. 53). Sendo assim, a biblioteca deve
trabalhar para oferecer aos usuários serviços de acordo com a necessidade dos mesmos, pois
por ser uma biblioteca universitária, a demanda de solicitações e informações é grande e a
organização deve manter-se atenta para os serviços que oferece.
Desse modo, é possível afirmar que não há no site ferramentas que facilitem o
processo de Referência na construção do Marketing on-line, pois como os serviços
disponibilizados são poucos e divididos entre dois sites, desfavorecem a execução de um SRV
de qualidade.
Para adquirir mais informações, foi aplicado questionários aos usuários das
Bibliotecas. Os questionários foram aplicados nas Bibliotecas da UFMA e UEMA,
especificamente com os usuários que se dirigiam ao Balcão de Referência e se indagava, se
tinham alguma experiência com o site da organização.
Os usuários de ambas as Bibliotecas quando perguntados a respeito da importância da
utilização do site para a comunicação, foram unanimes em afirmar que o uso do site como
ferramenta de comunicação entre biblioteca e usuário é importante, destacando que o seu uso
―Encurta o tempo para adquirir materiais‖, ―Facilita a vida do estudante na utilização dos
serviços‖ por ser ―Mais prático e mais rápido‖. Assim, é possível observar que a comunidade
acadêmica reconhece a importância de um site para a organização, provando que a utilização
do site facilita a vida do usuário em questão de economia de tempo e praticidade. O que os
usuários apresentam em suas argumentações vem para comprovar que o uso do SRV vem
para facilitar a vida dos mesmos, tornando mais prático o cumprimento de atividades,
principalmente a economia de tempo e locomoção para adquirir uma informação.
Em se tratando do manuseio do site, 46% dos questionados consideram-no fácil,
enquanto 54% dos 40 (quarenta) usuários afirmam que encontram dificuldade, mas
conseguem manusear. Este demonstrativo de dificuldade sentida pelos usuários pode dar-se
ao fato de que no site alguns mecanismos não se encontram de maneira destacada que possa
facilitar a identificação pelos usuários. Para este critério, os entrevistados queixaram-se da
673
dificuldade em recuperar os livros através da consulta on-line, pois afirmam que nem sempre
os livros solicitados são identificados no sistema.
Kotler e Armstrong (2007, p. 450) afirmam que ―O site deve ser no mínimo fácil de
usar, de aparência profissional e fisicamente atraente. Basicamente, entretanto, os sites webs
também precisam ser úteis.‖. Portanto, é necessário que a organização esteja atenta às
atualizações pelas quais o site deve passar para manter um serviço de qualidade aos usuários,
e principalmente para que os mesmos sintam vontade de utilizar os serviços.
Tratando-se de satisfação, 39% consideram-se satisfeitos com os serviços e produtos
disponibilizados no site da organização, os outros 61% demonstraram insatisfação
classificando o site como lento, arcaico, não possui uma boa interface e que não conseguem
recuperar os materiais desejados através do site. Os alunos que se consideram satisfeitos
determinam sua satisfação por serem bem atendidos quando solicitam algum serviço e que
conseguem adquirir as informações desejadas no site.
O site da UEMA disponibiliza diversos serviços à comunidade acadêmica, alguns são
utilizados em larga escala outros são solicitados em menor quantidade, na Figura 1 é possível
observar os serviços disponíveis no site da biblioteca que são os mais populares entre os
usuários.
Figura 1 - Conhecimento dos alunos acerca dos serviços disponibilizados no site da Biblioteca da
UEMA
40%
100%
40%
40% 90%
Fonte: As Autoras.
serviços ofertados de forma virtual pela biblioteca, mas a solicitação por meio do site não é do
conhecimento dos alunos. Apenas a ficha catalográfica que é solicitada via e-mail.
Mas apesar dos usuários terem conhecimento da maioria dos serviços disponibilizados
no site o uso dos mesmos é baixo, pois apenas 31% dos usuários já utilizaram algum desses
serviços, obtendo êxodo na solicitação, sendo basicamente a utilização de consulta on-line ao
acervo, renovação de materiais e consulta as normas da ABNT, enquanto que 69% destes não
utilizam nenhum serviço.
É interessante que a organização aproxime-se do usuário, possibilitando assim seu
alcance. A internet é um espaço que proporciona diversos meios para comunicar-se, seja por
redes sociais, e-mails, chats, etc., são vários mecanismos que permitem a interação entre
usuário e organização. Mas na Biblioteca da UEMA quando observado o uso da internet para
comunicar-se com os usuários é possível notar uma fraqueza da organização com tal
modalidade, pois os questionados dizem nunca terem recebido nenhum tipo de boletim
informativo sobre os serviços da biblioteca, assim como a divulgação de novas aquisições, em
que apenas 7% dos usuários afirmam que adquiriram informação das novas aquisições por
meio do site, os outros 93% dizem nunca terem tomado conhecimento sobre as aquisições por
nenhum meio de comunicação da organização.
Na UFMA, com a amostra de usuários utilizada para a pesquisa na organização
representada por 40 (quarenta) sujeitos, foi possível detectar que 85% deles utilizam o site
para consulta de informações semanalmente, enquanto que 7,5% acessam mensalmente e
outros 7,5% consultam diariamente. Diante do observado é possível constatar que a utilização
do site é significativamente alta, podendo ser considerado como um canal fluente de contato
entre usuário e biblioteca.
Ao serem questionados sobre o manuseio do site, 85% dos 40 (quarenta) usuários
dizem considerar de fácil manuseio e 15% dizem conseguirem manusear, mas tem dificuldade
em utilizar alguns recursos, como, por exemplo, a pesquisa avançada de materiais, outros
reclamam que algumas vezes o sistema encontra-se fora de funcionamento, o que
impossibilita a realização das pesquisas desejadas.
Ao disponibilizar o acesso aos serviços da biblioteca por meio de um site, é
fundamental pensar nas funções que serão oferecidas, na execução adequada de cada uma
delas e na linguagem utilizada, pois os usuários não têm conhecimento da linguagem técnica
da área e um palavreado considerado estranho aos usuários pode ocasionar em falha na
comunicação e utilização dos serviços.
675
7,50% 7,50%
23,50%
61,50%
Fonte: As Autoras.
Por meio desses dados é perceptível a ausência da divulgação por parte da biblioteca.
A participação dos próprios usuários na divulgação dos serviços é alta, podendo ser utilizada
como uma estratégia de Marketing viral, como é apresentado por Kotler e Armstrong (2007)
quando falam das mensagens instantâneas que as empresas usam por meio dos consumidores.
Considerando a satisfação e insatisfação dos usuários com os serviços oferecidos pela
biblioteca 69% afirmam estarem satisfeitos, pois consideram o sistema prático e nunca
tiveram nenhum problema para utilizar, enquanto que 31% consideram-se insatisfeitos,
principalmente ao que se refere a localização de materiais, afirmando que necessita de maior
clareza por parte do site.
Diante do exposto é possível notar mais uma vez a grande influência que os usuários
exercem na divulgação dos serviços da biblioteca, em que 70% dos questionados afirmam
terem tomado conhecimento da existência dos serviços através de outras pessoas. O
bibliotecário tem participação de 15% na apresentação dos serviços aos usuários, enquanto
que outros 15% dizem terem adquirido conhecimento da existência do site através de suas
próprias pesquisas na internet.
É importante observar a não participação da Biblioteca na divulgação dos serviços,
pois nenhum dos entrevistados citou ter conhecido os serviços por meio de alguma ação da
organização, para isso Amaral (1998, p. 163) diz que ―[...] talvez a divulgação insuficiente
seja uma consequência da precária infraestrutura informacional disponível [...]‖, ou seja, a
676
organização não possui ainda meios suficientes para prestar serviços de forma virtual, pois é
preciso que haja um aperfeiçoamento de seus recursos.
A fim de analisar a compreensão da gestão referente aos termos Marketing on-line no
Serviço de Referência Virtual da biblioteca, foi estruturada uma entrevista com nove
perguntas abordando a temática, que foram respondidas por uma das bibliotecárias
responsáveis pela gestão da Biblioteca da UEMA.
A Biblioteca da UEMA não possui plano de Marketing para disponibilização das
informações no site. Segundo a bibliotecária, a princípio, o site era alimentado por um analista
de sistema que trabalhava dentro da biblioteca, posteriormente passou a ser responsabilidade
do Núcleo de Tecnologia e Informação da UEMA, onde seriam realizadas uma série de
modificações no site. Neste momento a biblioteca teve uma participação direta por meio da
gestora da organização, essa atividade se caracterizou, segundo a bibliotecária, da seguinte
forma: “A biblioteca participou de forma bem ativa na reformulação desse site,
especificamente por meio da direção, no sentido de falar com eles, falar pra eles como
queríamos esse site, o que queríamos que tivesse no site, até a questão do designer, as cores,
então ai a biblioteca atuou de perto de forma bem direta.‖. Após esse período a
responsabilidade do site passou novamente para o analista de sistema, que para a organização
foi melhor por ele trabalhar dentro da biblioteca e facilitar a comunicação com a gestão.
Apesar do que é exposto pela bibliotecária, mesmo com a participação da biblioteca na
criação do site, não houve um planejamento prévio de como seria a elaboração do veículo de
comunicação, o que pôde contribuir para a falta de alguns serviços. Las Casas (2006, p. 269)
diz que ―[...] um plano de Marketing vem a ser, portanto, a parte escrita do planejamento. É o
documento que contém todos os detalhes para a acha a ser desenvolvida pelos administradores
responsáveis.‖. Logo, como primeiro passo para a elaboração de um site de uma unidade de
informação, faz-se preciso um estudo sobre as necessidades informacionais dos usuários na
web e como deve ser trabalho do SRV para que as ferramentas disponibilizadas possam suprir
com a demanda dos usuários.
Na Biblioteca Central da UFMA, a bibliotecária pontuou que o site encontrava-se sem
uso e que o SRV disponibilizado aos usuários ocorre por meio de um link de acesso da
biblioteca através do site da Universidade e do Sigaa na plataforma Biblioteca, ofertando
serviços de renovação de materiais, consulta ao acervo, elaboração de ficha catalográfica e
reserva de materiais.
677
5 CONCLUSÃO
Fazer com que os serviços oferecidos pela biblioteca sejam os melhores aos usuários é
a missão da organização, seja em espaço físico ou virtual, assim como conhecer as
necessidades informacionais dos consulentes para que os mesmos sejam atendidos com
excelência. Logo, a ―[...] personalização do serviço é um elemento construtivo da biblioteca
digital que cada vez mais, solicitará aos usuários que se cadastrem e defina os serviços que lhe
são prioritários.‖ (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 159).
Por meio da pesquisa foi possível identificar como ocorre a prestação dos serviços de
forma virtual pelas bibliotecas universitárias públicas de São Luís - MA. Apesar de serem
bibliotecas universitárias públicas e os recursos serem em sua maioria escassos para
atividades rotineiras, é possível a criação de sites que comportem adequadamente um Serviço
de Referência Virtual, pois não há necessidade de grandes gastos já que as universidades
possuem setores de informática capacitados para elaboração de sites e possuem domínios para
construção.
De acordo com os objetivos da pesquisa e os resultados alcançados nas Bibliotecas
Centrais da UEMA e UFMA, é possível admitir que as referidas precisam oportunizar a
melhoria dos serviços aos usuários em ambiente virtual e valorizar o site como meio de
comunicação com a comunidade.
678
REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, N. Textos avançados em referência & informação. São Paulo: Polis; APB,
1996.
KOTLER, P. Marketing para as organizações que não visam o lucro. São Paulo: Atlas,
1978.
LAS CASAS, A. L.Marketing: conceitos, exercícios, casos. São Paulo: Atlas, 2006.
679
human libraries to identify the networks used for communication with the user. Thus, we can
conclude that the chosen libraries use the networks satisfactorily. However, given the
importance of these means of communication to the current parameter, it is necessary to
change in what concerns the thematic diversities addressed and the expansion of the subjects
developed.
1 INTRODUÇÃO
poucos minutos, colaborando para fomentação de novos estudos através da partilha desses
novos conhecimentos.
Diante de todos esses aspectos apresentados, acarretaram o desenvolvimento no papel
da biblioteca, assim como do bibliotecário, reconhecido como profissional da informação,
pois, através das mudanças que a comunicação apresenta, o usuário sente novas necessidades
informacionais, tendo como propósito o enriquecimento individual e científico. Contudo, para
atender esse usuário que busca novas fontes e formas de recuperação da informação, faz-se
imprescindível o conhecimento do bibliotecário em informar-se, ou em seu mínimo identificar
o manuseio dessas ferramentas que atualmente são importantes para conhecimento científico.
Em virtude da importância deste assunto e tendo em vista a problemática discorrida
sobre as mudanças ocorridas dentro da biblioteca, assim como, no papel do bibliotecário
reforçando a influência das redes sociais no âmbito das bibliotecas universitárias, servindo de
alicerce para o desenvolvimento desse estudo. A pesquisa tem como objeto de pesquisa a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, possuindo como objetivo geral evidenciar as
práticas da Web 2.0 para o avanço da interação entre usuário e bibliotecas, no âmbito da
UFRN. Assim, os objetivos específicos discutem: Discutir a importância da Web 2.0
associados ao novo papel das bibliotecas e bibliotecários; apresentar quais recursos são mais
utilizados nas bibliotecas da UFRN para comunicação com a comunidade; investigar como os
bibliotecários no âmbito da UFRN tem utilizados os recursos da WEB 2.0 e retratar um
parâmetro da utilização dessas ferramentas no âmbito da presente Universidade.
Destarte, a utilização dessas formas de comunicação advém das mudanças que a web
sofreu ao longo da história, saindo de algo estático, no qual a informação estava
disponibilizada apenas para consulta e o usuário apenas a recebia sem conseguir alterá-la ou
modificá-la.
A grande novidade da Web 2.0 foi a interatividade, ainda pouco disponível na
chamada Web 1.0, que era caracterizada como uma web mais de publicação e não de
comunicação. Com a Web 2.0 os sites tornaram-se mais dinâmicos, ganhando
espaços de interatividade entre seus usuários, perdendo assim seu formato estático
anterior. (RIBEIRO; LEITE; LOPES, 2014, p.10)
Outrossim, a Web 2.0 modifica as formas com as quais as pessoas interagem junto as
tecnologias, pois, nesse momento, o usuário obtém abertura para se comunicar, expor suas
opiniões, interagir a respeito dos gostos e formar grupos em prol dos mesmos objetivos. A
partir disso, a internet torna-se dinâmica, produzindo informação em larga escala e sendo
disseminada em questão de segundos, constituindo as redes.
Afunilando ao campo da Biblioteconomia, a transição nos meios de comunicar e
informar fez com que o ambiente das bibliotecas precisasse adaptar-se as novas demandas
exigidas pela sociedade.
Assim, as bibliotecas universitárias estão, a cada dia, vendo a utilidade e a
necessidade de se aproveitar os benefícios das tecnologias da informação e da
comunicação. Um desses benefícios é a Web 2.0, que está sendo utilizada pelas
bibliotecas para a promoção de seus serviços no intuito de melhor contribuir para as
atividades de ensino, pesquisa e extensão da instituição a que pertencem,
demonstrando que as bibliotecas se veem abertas para as novas tecnologias, na busca
da excelência na prestação de seus serviços. Uma das novas ferramentas advindas da
Web 2.0 são as redes sociais na internet, que são agrupamentos virtuais em torno de
interesses pessoais, por profissão, por afinidade, religião e tantos outros motivos.
(RIBEIRO; LEITE; LOPES, 2014, p.7.)
aos serviços de referência para trazer esse usuário para dentro do universo no qual a biblioteca
está inserida, para que a mesma não se torne obsoleta.
O uso das redes sociais nas Bibliotecas Universitárias pode apoiar as políticas
organizacionais, o gerenciamento das informações e o processo de comunicação,
favorecer a comunicação de fontes internas e externas e uma maior interação com o
ensino, pesquisa e extensão na universidade. Aproximando cada vez mais usuários e
potenciais usuários da biblioteca universitária tanto na comunidade acadêmica
quanto na comunidade externa na localidade no qual ela está inserida. (FARIAS,
2013, p.05)
Desse modo, tendo em vista a importância desse assunto e sua colaboração para as
ações e atitudes no desenvolvimento das bibliotecas, visto que ainda é necessário mudanças
no decorrer das atividades para que os serviços oferecidos através das tecnologias, como por
exemplo as redes sociais, possam ser mais frequentes na dinâmica de uma unidade. Portanto,
as bibliotecas universitárias são importantes para que haja um planejamento de integração
dessas novas formas de se comunicar dentro da academia, facilitando a disseminação da
informação.
40
Informações retiradas do site: Disponível em: <http://www.sisbi.ufrn.br/pagina.php?a=historico#.WkhTtN-
nHIU>. Acesso em 25 de dezembro de 2017.
687
4 PERCURSO METODOLÓGICO
O presente estudo dissertado nesse artigo tem como objetivo retratar a mudança na
biblioteca, assim como no bibliotecário, partindo do princípio das mudanças ocorrida através
da Web 2.0. Sua principal colaboração advém da possibilidade do usuário utilizar-se das redes
para demonstrar sua opinião diante de um determinado assunto, objeto, empresa e assim por
diante. Com base nisso, para que houvesse suporte teórico para esclarecer os objetivos da
nossa pesquisa, fez-se necessário uma pesquisa bibliográfica, na qual os pesquisadores se
detiveram a pesquisar sobre fontes relevantes para compor a presente análise.
41
Informações retiradas do blog da Biblioteca Pe. Jaime Diniz: Disponível em:
<http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/p/a-biblioteca.html>. Acesso em: 20 de dezembro de 2017.
688
Nesta seção, buscou-se analisar as bibliotecas utilizadas como parâmetro para nossa
pesquisa, analisando os seus respectivos perfis em redes sociais e canais de comunicação que
são utilizados como forma de propagar notícias e avisos sobre as bibliotecas. Assim, tendo em
vista a importância desses meios para propagação da informação de maneira relevante e para
estreitamento de laços com a comunidade acadêmica que necessita das informações e serviços
oferecidos por tais meios, exploramos as ferramentas com intuito de entender de que formas
são utilizadas e para quais meios. Diante disso, apresentamos nossas impressões abaixo.
Biblioteca Central Zila Mamede dispõe quatro contas oficiais para comunicação,
localizadas nas redes sociais Facebook42, Twitter43, Youtube44, Flickr,45 e Site oficial46.
Respectivamente, em sua página no Facebook podemos observar sua avaliação em relação as
pessoas frequentadoras do ambiente. Até o momento da análise, a página possuía nota 4,9
com base em 39 avaliações feitas por usuários. Em sua grande maioria, essas avaliações
marcam 5 estrelas, algo positivo para reputação da Biblioteca. Elogios sobre seus serviços e
estrutura física, como ambiente apropriado para estudo, sua excelência no acervo por se
conservar uma rica variedade, assim como boa adaptação para portadores de necessidades
especiais são encontrados na página entre outros comentários.
A página possui mais de 3.000 pessoas que curtem o conteúdo postado. Averiguando o
conteúdo disponibilizado, podemos observar que a grande maioria está voltada a avisos que
42
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/bczm.oficial>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
43
Link para acesso da página: <https://twitter.com/_bczm_>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
44
Link para acesso da página: <https://www.youtube.com/channel/UCL1cQaBnOJD4GOQJOWleDDg>. Acesso
em: 26 de dez. de 2017
45
Link para acesso da página: <https://www.flickr.com/photos/bczm/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
46
Link para acesso da página: <http://sisbi.ufrn.br/bczm/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
690
podem ser importantes para toda comunidade acadêmica, como possíveis mudanças de
horários no atendimento da Biblioteca. Ademais, outros aspectos que podem ser visualizados
são dicas para que o usuário possa aproveitar melhor alguns serviços que são oferecidos e
divulgar outros meios que podem pelos quais podem ser desenvolvidos trabalhos que
colaborem para fomento do conhecimento, como os repositórios da Universidade. Além disso,
a página apresenta algumas atividades que ocorreram em suas dependências, como eventos,
minicursos, palestras, entre outras formalidades. Na página, também pode-se encontrar um
vídeo, o qual direciona o usuário para o Youtube, onde é possível assistir uma pequena
apresentação sobre o histórico e estrutura do lugar.
Em sua página no Twitter, a BCZM possui mais de 2.400 seguidores. A utilização da
página promove as mudanças das atividades da Biblioteca, como ocorre também em sua
página no Facebook, como mudanças no horário de atendimento. Outras postagens que
podem ser encontradas são compartilhamentos junto a conta do Twitter da UFRN, dos centros
acadêmicos existentes e nucleos de pesquisa da instituição, onde são divulgadas
atividades/eventos desempenhados. Podemos também observar a divulgações de outras
bibliotecas que fazem parte do completo da Universidade. Postagens mais distintas tratam de
compartilhamentos de informações advindas da comunicação do Ministério da Educação,
páginas voltadas a educação em que são retratadas informações importantes para
conhecimento da comunidade.
A página no Youtube que possui o nome da Biblioteca disponibiliza 3 vídeos, todos
são conteúdos voltados para apresentação da Unidade. Constitui-se de: O primeiro divulga um
vídeo apresentando o Setor de Obras Raras; o segundo o Laboratório de Acessibilidade; o
terceiro uma apresentação da história da Biblioteca, o papel da bibliotecária Zila Mamede,
assim como visualizar a estrutura física, apontando os setores existentes na biblioteca. No
Flickr, a página possui cerca de 10 seguidores, com mais de 30 mil visualizações, sendo
encontrado em sua galeria várias imagens retiradas nas dependências da Biblioteca,
apresentando frequentadores das instalações em seus momentos de leitura, buscando livros e
utilizando-os para estudos. Também pode-se encontrar algumas imagens de páginas com
notícias antigas veiculadas pela Biblioteca, assim como imagens do processo de construção do
anexo, que recentemente fora construído, e o painel desenhado na parede externa.
O site oficial da Zila Mamede expõe na página principal várias informações que são
necessárias para conhecimento do usuário. Elenca as últimas notícias veiculadas, que podem
ser lidas na íntegra ao clicar sobre a manchete. Mais abaixo, o site apresenta ao público todos
os repositórios veiculados a UFRN, sendo uma fonte de pesquisa relevante para estudantes e
691
47
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/biblioteca.emufrn/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
48
Link para acesso da página: <https://twitter.com/bpjd_ufrn>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
49
Link para acesso da página: <http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/p/a-biblioteca.html>. Acesso em: 26 de
dez. de 2017.
692
50
Link para acesso da página: < https://www.facebook.com/bibliotecadeartufrn/ >. Acesso em: 26 de dez. de
2017.
51
Link para acesso da página: < https://www.instagram.com/bibliotecadeartufrn/ >. Acesso em: 26 de dez. de
2017.
693
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos aspectos retratados ao longo da pesquisa, podemos chegar à conclusão que
as Bibliotecas da UFRN procuram se manter atualizadas na publicação das atividades em
redes sociais, buscando estar interligadas às necessidades dos usuários no que diz respeito à
procura da informação sobre questões básicas, como horário de atendimento e avisos que
podem ocorrer no decorrer da semana e mudanças nos períodos letivos.
Por outro lado, as Unidades de Informação possuem diferenças no que tange à
abrangência dos assuntos retratados, visto que algumas utilizam as redes para disponibilizar
informação relevante para além do que está previsto nos prospectos da utilização da
biblioteca. Pois, sua importância, assim como sua função como disseminadora, está para além
de mostruário dos acervos ou pequenos lembretes e, sim, unidades que cooperam e participam
das atividades que ocorrem no ambiente acadêmico.
52
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/BseCCHLA/posts/505126389696610>. Acesso em:
26 de dez. de 2017.
53
Link para acesso da página: <https://twitter.com/cchla>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
694
REFERÊNCIAS
FARIAS, Marlucy Veleda. O uso das Redes Sociais para comunicação e interação com o
usuário: o caso das bibliotecas universitárias do Rio Grande do Sul. In: XXV CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO E CIêNCIA DA
INFORMAÇÃO, 25., 2013, Florianópolis. Anais... . Florianópolis: CBBD, 2013. v. 25, p. 1 -
16. Disponível em: <https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1428/1429>. Acesso em: 28
dez. 2017.
RIBEIRO, Adriana; LEITE, Ramon Silva; LOPES, Humberto Elias Garcia. ANÁLISE DO
USO DAS REDES SOCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
BRASILEIRAS. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas,
v. 5, n. 3, p.5-27, dez. 2014. Set/dez. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1591>. Acesso em: 28
dez. 2017.
RIBEIRO, Raimunda; OLIVEIRA, Lídia; FURTADO, Cassia. O contributo das redes sociais
acadêmicas para o campo científico brasileiro na área de ciência da informação. In: GOMES,
Maria João; OSÓRIO, António José; VALENTE, António Luís. Challenges 2017: Aprender
nas Nuvens, Learning in the Clouds. Braga: Universidade do Minho, 2017. p. 79-95.
Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Elza_Mesquita/publication/318278006_INOVACAO_
E_TECNOLOGIAS_A_VISAO_DE_ESTUDANTES_EM_FORMACAO/links/595fab33aca
2728c11838a8e/INOVACAO-E-TECNOLOGIAS-A-VISAO-DE-ESTUDANTES-EM-
FORMACAO.pdf#page=80>. Acesso em: 28 dez. 2017.
696
697
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar um rol de atividades passíveis de serem
desenvolvidas por Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, visto serem
escassas as publicações que tratam sobre o tema. Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva
e aplicada. O levantamento de dados foi por meio de pesquisa bibliográfica. Optou-se por
apresentar as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e dos Técnico em Biblioteconomia
conforme previsto na divisão de atividades sugeridas pela Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO), acrescentando um novo grupo, denominado de ―Outros", para os serviços
prestados pelas bibliotecas não citados nas atividades mencionados pela CBO, amparados
pela literatura da área. Conclui-se que a literatura vai ao encontro do que propôs a CBO,
descrevendo as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, com
informações relevantes que podem ser utilizadas como norte para a administração de
biblioteca, quanto à distribuição de rotinas/tarefas e gestão de pessoas. É importante
mencionar que todas as atividades desses profissionais devem ser acompanhadas por
bibliotecários, como mencionado na legislação.
Abstract: This paper aims to present a list of activities that can be developed by Library
Assistants and Library Technicians, since there are few publications that address this topic.
This research is characterized as descriptive and applied. The data collection was done
through bibliographic research. It was decided to present the activities of Library Assistants
and Library Technicians in accordance to the division of activities suggested by the Brazilian
Classification of Occupations (CBO), adding a new group, called "Others", for services
provided by libraries that are not mentioned by CBO but are supported by the literature of the
area. The conclusion is that the literature is consistent with the CBO proposals, describing
the activities of Library Assistants and Library Technicians, with relevant information that
can be used as a library management tool for the distribution of routines / tasks and people
management. It is important to mention that all activities of these professionals should be
accompanied by librarians, as mentioned in the Brazilian legislation.
698
1 INTRODUÇÃO
vigor, e deve exercer suas atividades sob a supervisão de um bibliotecário com registro em
CRB (BRASIL, 2018b).
A recomendação do Ministério da Educação (MEC) é que os cursos de formação do
Técnico em Biblioteconomia tenham carga horária mínima de 800 horas e possuam a seguinte
infra-estrutura: ―Biblioteca e videoteca com acervo específico e atualizado. Brinquedoteca.
Laboratório de informática com acesso a bancos de dados e ambientes virtuais de atendimento
ao usuário. Laboratório de restauro.‖ (BRASIL, 2016, p. 69). Entre as instituições que
oferecem essa formação estão o Senac, institutos federais de ensino e escolas técnicas.
Nos termos da Lei n. 13.601, de 9 de janeiro de 2018,
Compete aos Técnicos em Biblioteconomia, observando-se os limites de sua
formação e sob a supervisão do Bibliotecário: I - auxiliar nas atividades e serviços
concernentes ao funcionamento de bibliotecas e outros serviços de documentação e
informação; II - auxiliar no planejamento e desenvolvimento de projetos que
ampliem as atividades de atuação sociocultural das instituições em que atuam.
(BRASIL, 2018b).
Na razão para o veto, o presidente da República justifica que, ―ao pretender atribuir
a conselho profissional a competência para dispor sobre atribuições típicas da
profissão e para fixar anuidade, o dispositivo incide em inconstitucionalidade
material.‖ (AGÊNCIA SENADO, 2017).
como uma medida necessária para viabilizar a Lei n. 12.244, de 24 de maio de 2010, que
exige que todas as instituições de ensino do país possuam uma biblioteca até o ano 2020 e que
haja um responsável com formação universitária em Biblioteconomia. Segundo o deputado
José Stédile, que propôs o projeto,
[...] essa meta não será viável se não houver uma mobilização de incentivo de cursos
técnicos em biblioteconomia, tendo em vista que nem todos os Estados brasileiros
possuem curso universitário.
Aliás, as atuais condições impostas pelo crescimento do mercado de trabalho já
revelam situações adversas que exigem a intervenção legislativa: diversas
publicações, a exemplo do Censo Escolar 2010 e do site do Conselho Federal de
Biblioteconomia, demonstram que, apenas para cumprir a exigência da Lei n.º
12.244/10 quanto à formação universitária em Biblioteconomia, seria necessário
formar mais de 150 mil bibliotecários nos próximos 10 anos.
Assim, na falta de profissionais graduados em número suficiente para assumir a
função, vem crescendo a procura por profissionais de nível médio para atender as
bibliotecas ou os centros de documentação e informação, públicos ou privados, na
rede escolar ou universitária, no âmbito comunitário, nas indústrias, nos comércios,
nos clubes sociais, nos hospitais, nas instituições culturais, etc. A oportunidade e
relevância da medida, portanto, é inconteste. (BRASIL, 2013).
3 PERCURSO METODOLÓGICO
natureza, visto que tende a uma aplicação prática sobre as atividades do Auxiliar de Biblioteca
e Técnico em Biblioteconomia.
Segundo Gil (2010) a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição das
características de determinado fenômeno e também a busca de recursos para melhorar as
práticas sem entrar no mérito de seu conteúdo. Nesse caso, observou-se a evolução e as
práticas dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia com a perspectiva de
servir como reflexão e contribuição para evolução das rotinas nas bibliotecas (GOMES,
2010).
Quanto aos procedimentos, optou-se pela pesquisa bibliográfica, que segundo Gil
(2008), é desenvolvida, com base em material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos. No presente trabalho, foram consultadas também leis, resoluções,
projeto de lei e a descrição das ocupações definidas pela CBO.
Como dito anteriormente, há pouca literatura sobre o Técnico em Biblioteconomia e a
resolução anterior do CFB, de 1973, sobre esses profissionais foi revogada em 2008 por não
estar de acordo com a legislação que regulamenta a profissão de bibliotecário. Por isso, optou-
se pela utilização da descrição da CBO para nortear o mapeamento das atividades dos
Técnicos em Biblioteconomia.
A CBO foi criada pela Portaria n. 397, de 09 de outubro de 2002, com a finalidade de
identificar as ocupações no mercado de trabalho brasileiro e possui apenas fins
administrativos e classificatórios. Não tem, portanto, poder para regulamentar as profissões.
Para a ocupação do Auxiliar de Biblioteca e Técnicos em biblioteconomia, a CBO
dividiu as áreas de atividades em 7 categorias: 1. Participar do processo de disseminação da
informação; 2. Atender o usuário nas formas presencial e à distância; 3. Tratar informação e
documentos; 4. Realizar a manutenção do acervo; 5. Realizar atividades técnico-
administrativas; 6. Organizar atividades culturais e de extensão; 7. Participar da organização e
manutenção do ambiente. Um oitavo grupo, denominado ―Outros‖ foi criado para listar
atividades não mencionadas pela CBO. Esse agrupamento foi utilizado para criar um quadro
de atividades a serem desenvolvidas pelo Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em
Biblioteconomia, com complementação, quando necessárias, de atividades extraídas de
citações da literatura acadêmica-científica da área de Biblioteconomia e Ciência da
Informação ou sugeridas pelos autores do presente artigo. Na criação desse quadro, foram
observadas a atualidade das atividades e as novas tarefas oriundas das inovações tecnológicas,
da evolução da profissão, já absorvidas pelas bibliotecas e outras unidades de informação em
suas rotinas diárias.
704
Atividades:
- Orientar o usuário sobre as diversas linguagens para recuperação da informação
- Elaborar mural
- Elaborar folhetos
- Elaborar alertas bibliográficos
- Elaborar cartazes
- Participar da elaboração de manuais de procedimentos
- Preparar painel para exposição das novas aquisições
- Orientar o usuário na preservação do acervo
- Participar de redes de discussão em diferentes meios
- Participar na elaboração de publicações
- Divulgar materiais promocionais e eventos culturais
- Auxiliar nas atividades de ensino à distância
- Auxiliar na organização de teleconferências
- Elaborar clipping
2. Atender o usuário nas formas presencial e à distância - Segundo Silva e Araújo (2014) a
biblioteca atende diariamente a vários tipos de usuários em busca de diversas informações. As
atividades de atendimento estão relacionadas ao público em geral e potencial da biblioteca, presencial
ou a distância. O alto conceito da qualidade em produtos e serviços prestados pela biblioteca está
54
BRASIL. Ministério do Trabalho. Comissão Brasileira de Ocupações (CBO). Relatório de família:
Técnicos em biblioteconomia. Brasília, 2002. Disponível em:
<http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/tabua/ResultadoConversaoFamilia.jsf>. Acesso em: 10 jan. 2018.
705
Atividades:
- Orientar o usuário sobre o funcionamento, regulamento e recursos da unidade de informação
- Emprestar material do acervo
- Cadastrar o usuário
- Pesquisar por solicitação do usuário
- Realizar serviços de comutação
- Realizar empréstimos entre bibliotecas
- Cobrar devolução de empréstimos
- Controlar empréstimo, devolução, renovação e reserva de material
- Auxiliar na editoração de trabalhos acadêmicos
- Auxiliar o usuário em pesquisa bibliográfica
- Aplicar sanções ao usuário
- Fazer levantamentos bibliográficos
- Reservar material bibliográfico
- Orientar nas normas de apresentação de trabalhos acadêmicos
- Digitalizar materiais
- Monitorar visitas à biblioteca
- Auxiliar na capacitação do usuário para o uso e apropriação da informação
- Pesquisar bases de dados
- Localizar material no acervo
- Atualizar o cadastro de usuários
- Controlar agenda de eventos e cursos
- Confeccionar o cartão de identificação do usuário
- Participar do estudo das demandas existentes e potenciais
Atividades:
- Auxiliar na aquisição de documentos para incorporação ao acervo
- Tombar documentos para incorporação ao acervo
- Auxiliar na seleção de documentos para incorporação ao acervo
- Participar do processo de consistência da base de dados
- Participar da organização da hemeroteca
- Magnetizar documentos do acervo
- Etiquetar documentos
- Auxiliar na pré-catalogação de documentos
- Alimentar bases de dados
- Arquivar a produção acadêmica
- Cadastrar a produção científica do corpo docente
- Carimbar documentos
- Cadastrar documentos
- Desdobrar fichas catalográficas
- Arquivar fichas catalográficas
706
Atividades:
- Manter o acervo em ordem de acordo com sistema de classificação adotado
- Higienizar material
- Realizar trabalhos de reparação de documentos
- Participar do remanejamento do acervo
- Guardar os documentos
- Substituir documentos
- Selecionar documentos para a encadernação
- Controlar acervo de duplicatas de documentos
- Auxiliar no descarte de documentos
- Controlar permutas de documentos
- Preparar documentos para encadernação
- Conferir documentos encadernados
- Inventariar o acervo
um bibliotecário habilitado na forma da lei, porém, a participação dos auxiliares de biblioteca e/ou
técnicos em biblioteconomia são fundamentais para garantir a prestação dos serviços aos usuários.
Segundo Estabel e Moro (2014) a gestão da biblioteca envolve a análise do ambiente e a elaboração de
estratégias de melhoria contínua dos serviços prestados, essencialmente, como foco nas demandas dos
usuários.
Atividades:
- Participar na gestão administrativa da unidade de informação e documentação
- Participar de reuniões de planejamento e avaliação
- Colaborar na elaboração do regimento interno da biblioteca
- Auxiliar na elaboração de projetos
- Manter cadastro de endereços institucionais
- Organizar arquivos administrativos
- Controlar arquivos administrativos
- Auxiliar na aquisição de material de consumo, mobiliário e equipamentos
- Elaborar relatórios estatísticos
- Auxiliar na operação de sistemas de contratos eletrônicos
- Preencher planilhas de dados estatísticos
- Executar serviços de digitação e datilografia
- Realizar a venda de publicações e materiais correlatos
- Coletar dados estatísticos
- Operar equipamentos audio-visuais e tecnológicos
- Escrever correspondências
- Expedir malotes e correios
- Controlar os estoques de material de consumo
- Auxiliar no inventário de bens patrimoniais não bibliográficos
- Participar na elaboração e análise de critérios estatísticos
- Reproduzir documentos
Atividades:
- Viabilizar a organização das atividades culturais
- Fazer contatos com profissionais para atividades de incentivo à leitura
- Auxiliar na busca de parcerias
- Participar na realização de saraus culturais
- Elaborar programas culturais em conjunto com a comunidade
- Auxiliar na realização de feiras de livros
- Auxiliar na organização de exposições
- Realizar campanhas de doação
- Apoiar ações da associação de amigos da biblioteca
- Realizar atividades de leitura, escrita e oralidade
- Auxiliar na realização da biblioteca itinerante
- Realizar atividades de leitura em hospitais, presídios e outras instituições
- Participar da organização de concursos literários
- Realizar contatos com lideranças e instituições da comunidade
Atividades:
- Controlar as condições de higiene e limpeza do ambiente
- Organizar a disposição do mobiliário e equipamentos no ambiente
- Manter a disposição do mobiliário e equipamentos no ambiente
- Controlar o fluxo do usuário
- Elaborar a sinalização do ambiente
- Auxiliar no controle do uso e manutenção dos equipamentos
- Avaliar o uso e adequação do ambiente
8.1 Outros - Periódicos - Neste tópico constam atividades relacionadas ao tratamento das publicações
periódicas, que são documentos que tratam de assuntos diversos, em fascículos, números ou partes,
editadas a intervalos prefixados, por tempo indeterminado, em formato eletrônico ou impresso, e são
identificados pelo International Standard Serial (ISSN) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2002; ESTABEL; MORO, 2014; SILVA; ARAÚJO, 2014, 1987).
Atividades:
- Registrar fascículos de periódicos (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Observar o prazo do vencimento das assinaturas (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Cobrar os fascículos que não foram entregues (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Ordenar os fascículos nas caixas-bibliográficas (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Efetuar a sinalização das caixas-bibliográficas (SILVA; ARAÚJO, 2014).
8.2 Outros - na subdivisão deste tópico são apresentadas novas competências, inovações, formas de
atendimento ao usuário.
Segundo Bem (2013), ao observar a diversidade humana, percebemos que as pessoas possuem
habilidades diferentes e algumas necessitam de condições especiais. Muitas bibliotecas tem se
mostrado atentas às demandas dos usuários, disponibilizando recursos e serviços a pessoas com algum
tipo de deficiência. Assim, podemos citar como atividade dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em
Biblioteconomia, quanto à acessibilidade: auxiliar na preparação dos materiais para estudo; efetuar
empréstimo de materiais especiais: notbooks, lupas, audiolivros, livros em braille e outros; ler para
usuários cegos; ampliar texto entre outras atividades voltados à esse público.
Ainda sobre as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, segundo Lima
e Cardoso (2013) a coleta de dados estatísticos tem por objetivo divulgar os dados numéricos dos
serviços prestados pela biblioteca, atuando como estratégia para a gestão dos recursos financeiros,
humanos e serviços. Na literatura consultada, a respeito do objeto desse estudo, observou-se grande
preocupação com relação à coleta de dados estatísticos para todas atividades citadas como função do
Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia como atividades atribuídas ao cargo,
importante para a gestão da unidade organizacional.
* recomenda-se ocupações menos complexas para Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia em
início de carreira. Adaptado de Brasil (2002).
Além das atividades citadas, é notório que as bibliotecas estão diversificando seus
serviços, constantemente, inovando de acordo com as novas demandas e com o perfil de seus
usuários e, nesse cenário, surgem atividades que foram incorporadas às suas rotinas, tais
como o monitoramento de perfis oficiais das próprias bibliotecas em redes sociais, a edição
de páginas web, atendimento acessível, entre outros.
709
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Câmara dos deputados. Projeto de Lei n. 6.038, de 2013. Regulamenta o exercício
da atividade profissional de Técnico em Biblioteconomia. Brasília, 2013. Disponível em:
<http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1119833.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2018.
BRASIL. Decreto no 9.262, de 9 de janeiro de 2018. Extingue cargos efetivos vagos e que
vierem a vagar dos quadros de pessoal da administração pública federal, e veda abertura de
concurso público e provimento de vagas adicionais para os cargos que especifica. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 jan. 2018a. Disponivel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9262.htm>. Acesso em:
11 jan. 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LIMA, E.; CARDOSO, J. D. A. A importância dos dados estatísticos como indicador dos
serviços prestados pelo SB/UEL. Londrina, 2013. Disponível em: <
http://bibliotecasdauel.blogspot.com.br/2013/06/a-importancia-dos-dados-estatisticos.html>.
Acesso em: 12 jan. 2018.
Resumo: Um dos fatores mais críticos das bibliotecas atualmente é que elas costumam tardar
no desenvolvimento de inovações. Atualmente, vários fatores internos e externos têm
dificultado esse desenvolvimento. Logo, torna-se relevante identificar quais são as principais
barreiras que dificultam o desenvolvimento tecnológico e discutir as principais formas de
tentar superá-las. Frente a esses desafios, o presente artigo objetiva investigar as principais
barreiras à inovação em bibliotecas universitárias no Brasil. Quanto aos procedimentos
metodológicos trata-se de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa e exploratória. O universo
da pesquisa é composto por 138 bibliotecas universitárias. Quanto aos resultados foram
caracterizadas as bibliotecas, o perfil dos diretores, as barreiras, bem como foram descritos os
principais desafios e as alternativas para reduzir ou minimizar estes empecilhos. Para
concluir, sugere-se que para inovar as bibliotecas não precisam necessariamente de
equipamentos tecnológicos de última geração ou de muitos recursos financeiros, mas de uma
série de elementos combinados com uma cultura organizacional voltada à inovação, do apoio
da alta administração e de uma liderança voltada à mudança.
Abstract: One of the most critical factors in libraries today is not a development of
innovations. Currently, several internal and external factors have influenced this
development. Therefore, it is relevant to identify which are the main barriers that impede the
technological development and to discuss as main ways of trying to overcome them. Faced
with these challenges, this article aims to investigate as main barriers to innovation in
university libraries in Brazil. As for methodological procedures, this is a bibliographical,
qualitative and exploratory research. The research universe is composed of 138 university
libraries. The results are characterized as libraries, the profile of the principals, as barriers,
as well as as the main challenges and the alternatives to reduce or minimize these obstacles.
To conclude, it is suggested that in order to innovate as libraries do not necessarily need
state-of-the-art technological equipment or financial resources, but a series of elements
combined with an organizational culture focused on innovation, top management support and
leadership to change.
714
INTRODUÇÃO
Um fato dos fatores mais críticos das bibliotecas atualmente é que elas costumam ser
instituições que tardam no desenvolvimento de inovações. Independentemente das razões essa
lentidão não pode mais ser sustentada. Embora, a cautela tenha sido útil para as bibliotecas no
passado, atualmente ela tem-se tornado um obstáculo e não mais um benefício (HODGE,
2013).
Atualmente, a sociedade vem questionando a relevância das bibliotecas, bem como os
usuários estão questionando-a também. Bibliotecários ao redor do mundo já não têm mais
certeza de qual caminho tomar e quais iniciativas devem ser desenvolvidas, como
consequência perderam oportunidades de influenciar a cultura popular e a percepção do valor
das bibliotecas pela comunidade. Desta forma, bibliotecários correm o risco de não inovar
pois o ambiente das bibliotecas costumam ser excessivamente lentos para as mudanças.
(HODGE, 2013, p. 5). Considera-se também que as tecnologias devem estar constantemente
interligadas ao contexto das bibliotecas universitárias e que deve ser considerada um dos
principais elementos ignitores para o desenvolvimento de inovações em produtos (bens e/ou
serviços) de informação.
O presente artigo tem por objetivo geral investigar as principais barreiras à inovação
em bibliotecas universitárias no Brasil. Atualmente, vários fatores internos e externos à
organização têm dificultado o desenvolvimento de inovações, seja em instituições públicas ou
privadas está cada vez mais difícil conseguir obter verbas para desenvolver projetos
inovadores, portanto, torna-se relevante identificar quais são as barreiras que impedem o
desenvolvimento tecnológico em bibliotecas universitárias e discutir as principais formas de
tentar superar estes desafios.
Neste contexto de mudanças, muitas questões emergem como por exemplo quais são
os principais desafios para desenvolver projetos inovadores no Brasil? Deste modo, a partir
da indagação apresentada anteriormente e da relevância do desenvolvimento de inovações
tecnológica para manter a competitividade e/ou sobrevivência das bibliotecas, delineou-se a
seguinte pergunta de pesquisa: Quais são as principais barreiras à inovação tecnológica em
bibliotecas universitárias no Brasil?
715
REVISÃO DE LITERATURA
CONCEITUANDO A INOVAÇÃO
Quanto à etimologia da palavra inovação, com base em Tidd et al (2008, p. 86) ―tem
origem do termo em latim innovare, que significa ‗fazer algo novo‘. Assim, para o autor a
inovação consiste no processo de tornar uma oportunidade em uma nova ideia e colocá-la em
uso da maneira mais ampla possível‖. Para a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (1997, p. 56) existe uma característica importante que
diferencia uma inovação, que é o fato dela ser uma ideia que precisa ter sido implementada
para se constituir de fato uma inovação, o autor complementa ainda que:
É necessário que um produto novo ou melhorado ou implementado seja introduzido no
mercado. Novos processos, métodos de marketing e métodos organizacionais precisam ser
implementados e utilizados efetivamente nas operações da empresa para serem considerados
inovações.
Por isto, é relevante compreender que novas ideias e soluções criativas para a
resolução de problemas não constituem por si só uma inovação, quando se tem uma nova
ideia ela é apenas uma ideia. A partir do momento em que essa ideia é analisada, verificada e
716
aplicada pode ser considerada de fato uma inovação. Essa implementação pode ser empregada
em diferentes contextos, ou seja, no desenvolvimento de um produto, serviço ou processo,
entre outros (TROTT, 2012).
Drucker (2003) afirma que uma organização inovadora exige um clima de constante
aprendizagem. Essa cultura cria e mantém uma necessidade para a aprendizagem constante.
Desta maneira, a inovação deve ser encarada como um meio e não como um fim de atingir os
objetivos organizacionais. Pensando dessa forma, os processos de inovação podem trazer
múltiplas vantagens, tais como conquistar uma posição diferenciada no mercado, fidelizar
clientes, melhorar a imagem da empresa, otimizar processos de fabricação e proteger contra
os ciclos econômicos e modernização tecnológica. (PORTAL GESTÃO, 2010).
Um aspecto relevante, que deve ser considerado quando uma organização decide
inovar é o grau de risco e os custos envolvidos nesse projeto. Deste modo, a relação
custo/benefício da atividade de inovação deve ser considerada no seu envolvimento global.
Contudo, é evidente que a dimensão das empresas pode limitar esta perspectiva, numa
empresa de pequeno ou médio porte, um único projeto malsucedido pode ter implicações
dramáticas. Assim, a capacidade de arriscar é em geral, maior quanto maior for a empresa,
pelo que as grandes empresas possuem, por norma, abordagens diferentes da gestão da
inovação em relação as menores. (PORTAL GESTÃO, 2010, p. 1).
das organizações e aumentar a quantidade de conhecimentos que circulam através das redes
de comunicação.
Rossi (2012, p. 2-3) afirma que uma cultura de inovação que permite a geração de
novos produtos, processos ou serviços é construída e fortalecida cotidianamente pelas
equipes de inovação. Logo, são as pessoas que fazem a inovação acontecer. O autor explica
ainda que ―infelizmente, não existe uma fórmula única, capaz de revolucionar os processos de
inovação nas organizações. Por isso, o processo deve ser vivo e fortalecido pelos
colaboradores, já que a sobrevivência da organização é responsabilidade de todos‖.
BARREIRAS À INOVAÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS
No total participaram da pesquisa 138 bibliotecas universitárias. Sendo que 65,22% (90)
são de natureza pública, 31,16% (43) privada e 3,62% (5) comunitária. A relação das regiões
participantes da amostra da pesquisa e da natureza pode ser visualizada na Figura 1.
Centro- Privada
Centro-Oeste
SulOeste 31%
Nordest
25%11%e Nordeste
Norte
Sudeste Norte Pública
23%
33% 8% 65%
Sudeste
Pode-se identificar que 18,84% (26) possuem graduação, 45,65% (63) possuem
especialização, 27,54% (38) possuem mestrado, e 6,52% (9) possuem doutorado, 0,72% (1)
possui pós-doutorado e 0,72% (1) possui especialização em andamento. Portanto, pode-se
721
afirmar que a maioria dos diretores de bibliotecas universitárias no Brasil têm buscado meios
de formação continuada para a qualificação profissional.
Ainda se identificou o tempo de atuação dos participantes para verificar a experiência
dos mesmos no contexto universitário. Dentre os resultados, pode-se identificar que 68,84%
(95) possui mais de 10 anos de experiência, 14,49% (20) possui de 7 a 9 anos, 10,87 (15) de 4
a 6 anos, 3,62% (5) possui de 1 a 3 anos e 2,17% (3) possuem até 1 ano de experiência.
Portanto, pode-se identificar que a maioria dos entrevistados possui mais de 10 anos de
experiência de atuação em bibliotecas universitárias.
trabalho e disponibilidade financeira‖ (ID 81); b) Em alguns casos, o uso de softwares livre
pode poupar recursos, ―apesar do medo e da resistência no uso e aceitação, porém só no início
da implantação, mas com a prática tudo fica mais fácil‖ (ID 171); c) A obtenção de recursos
por meio de ―projetos para editais externos‖ (ID 263); e d) Desafio de convencer o setor de
finanças a investir em projetos de inovação na biblioteca, ―a grande barreira é fazer os
responsáveis pela parte financeira se convencerem da necessidade de inovação‖. (ID 311).
Outra barreira considerada crítica diz respeito à falta de conhecimento tecnológico por
parte da equipe da biblioteca. De acordo com o diretor (ID 62):
Foram identificados diversos empecilhos, principalmente ligados a falta de
capacitação da equipe e barreiras culturais para a mudança, também há a questão de
recursos financeiros para o investimento, nos deparando com limitações quanto a aquisição
de hardware e software necessários em algumas ocasiões, mas que são menos
impactantes do que a falta de capacitação visto a vasta opção de softwares livres e gratuitos
disponíveis para muitas das funções que a biblioteca exerce. (grifo nosso).
Portanto, defende-se que investir em capacitação profissional é investir na melhoria
dos processos e na prestação de produtos (bens e/ou serviços de qualidade). Entretanto, de
acordo com o depoimento do diretor de biblioteca (ID 7), a falta de conhecimento tecnológico
por parte da equipe constitui-se uma barreira de alto nível de criticidade:
Um dos grandes empecilhos que dificultam o desenvolvimento de inovações na
biblioteca é a falta de conhecimento tecnológico por parte dos profissionais bibliotecários.
Parte do empecilho foi eliminado ao contratar um bibliotecário com maior conhecimento,
entretanto, existe um plano para contratar mais bibliotecários com curso formal em
tecnologia (computação, sistemas) que possam planejar e realizar as inovações de forma
independente (sem depender tanto da equipe de tecnologia de informação). (grifo nosso).
Acredita-se que a competência tecnológica é um conhecimento essencial das
bibliotecas, principalmente das bibliotecas universitárias que lidam com usuários com
demandas informacionais bastante complexas. Como sugestão para tentar amenizar os
problemas com a falta de conhecimento tecnológico, sugere-se a capacitação e o treinamento
constantes.
No que se refere à falta de suporte de TI, aponta-se que o mesmo ocorre, porém de
forma muito escassa, ou que na maioria das vezes pouca atenção tem sido dada ao setor da
biblioteca comparado com os outros setores da universidade. Como solução para tal
problema, o diretor de biblioteca (ID 24) aponta a ―dificuldade nas atualizações que foram
eliminadas trabalhando em conjunto com o departamento de TI da universidade‖. Outras
724
DISCUSSÃO
55
A lista completa dos 13 escritórios inovadores e inusitados pelo mundo pode ser consultado no site:
https://queminova.catracalivre.com.br/inova/13-escritorios-inusitados-pelo-mundo/
727
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se apontar que, o bibliotecário apesar estar inserido num ambiente de constantes
mudanças, raramente é responsável por desenvolver inovações. O que se observa é que, quase
em sua totalidade, as bibliotecas têm sido consumidoras e seguidoras tardias de inovações.
Muitas delas, principalmente no contexto brasileiro, não promovem produtos (bens e/ou
serviço) inovadores para seus usuários.
Identificou-se que as organizações sejam elas públicas ou privadas estão inseridas em
um ambiente composto por fatores que podem impulsionar ou prejudicar o desenvolvimento
de inovações. Recomenda-se, diante disso, desenvolver ações no sentido de eliminar ou
reduzir as barreiras à inovação e identificar formas de incentivo por meio dos facilitadores.
Pode-se atentar também, ao fato de que para inovar as organizações, bem como as
bibliotecas não precisam necessariamente de equipamentos tecnológicos de última geração, de
grandes equipes de trabalho, de muitos recursos financeiros ou de um setor específico de
P&D. O que carecem na verdade é de uma série de elementos combinados com uma cultura
organizacional voltada à inovação, do apoio da alta administração e de uma liderança voltada
à mudança. Além disso, é necessário que toda a equipe de trabalho reconheça os valores e os
benefícios que estas mudanças podem trazer para eles, para a própria organização e em
esferas maiores, para a sociedade como um todo. Dessa forma, é relevante que cada
colaborador compreenda o significado das mudanças ocorridas no ambiente de trabalho e
receba a devida capacitação e treinamento para se adaptar às novas mudanças.
A inovação não deve ser considerada como um fenômeno natural, mas precisa ser
analisada à luz de dimensões econômicas, políticas, sociais e filosóficas, levando-se em
considerações o contexto (em nível micro e macro) no qual está inserida. Defende-se que as
organizações necessitam de processos estruturados de gestão da inovação para manterem-se
competitivas e entende-se a inovação como a principal alavanca no processo de criação de
valor. Dessa forma, atenta-se para a necessidade de os bibliotecários serem mais proativos,
buscando novas soluções para problemas atuais e futuros. Espera-se também que eles
desenvolvam projetos mais ousados e percam o medo de assumir riscos em seus projetos.
Além disso, almeja-se que os bibliotecários saiam de suas ―zonas de conforto‖, ou seja, saiam
da conformidade de suas tarefas e funções e promovam inovações tecnológicas quanto as suas
funções e atividades, espaços, suportes da informação, bem como produtos (bens e/ou
serviços) de informação.
728
REFERÊNCIAS
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 3. ed. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
TROTT, P. Gestão da inovação: uma introdução. 4th ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
WASSERMAN, P. Innovation and design of information products and services.
Infomediary, v. 1, n. 1, p. 11–16, 1985.
729
ROSIANE MARIA
Abstract: The understanding and correct use of the norms of the Associação Brasileira de
Normas Técnicas for academic jobs is often challenging for both students and teachers at the
most diverse levels of teaching. Some libraries offer computerized systems that help people in
the construction of catalogs, in drawing up a reference or simpler resources. However, there
are no resources available that allow the user to communicate more interactively. In order to
fill this gap, a research group from a university created the Biblio Chatbot to be used as
support in libraries to raise doubts about standards of academic work. The robot created for
this purpose is periodically backed up as it allows the user to ask questions that, if not
730
answered immediately, are later incorporated into the database. Thus, the central idea of
machine learning is put into practice in this project. Methodologically, the creation of this
robot is the result of a participant research, since it responds directly to the practical purpose
to which it is intended and serves as a dialogical instrument of shared learning. As results are
in this work the operation of chatbot, its way of implementation and its usefulness to support
information professionals in cases of doubts like these of normalization. The findings show
that projects of this nature can be incorporated into libraries and that others can also be
created for functionality such as database searches.
1 INTRODUÇÃO
56
Disponível no endereço eletrônico http://www.more.ufsc.br/
57
Este modelo está disponível no endereço http://ficha.bu.ufsc.br/.
731
biblioteca universitária. Nesta versão do artigo, em função das regras do evento, não podemos
disponibilizar o endereço eletrônico do Biblio chatbot para que não seja identificada a autoria
do trabalho. Esperamos que os avaliadores façam a recomendação que o texto final contenha
tais informações, pois, a partir de tais sugestões, poderemos alterar este parágrafo com as
informações devidas. O acesso ao site tem não apenas o efeito de divulgação do mesmo, como
também serve de instrumento para que outros estudantes ou professores possam, a partir da
leitura deste artigo, conhecer o trabalho realizado e começar a fazer uso.
Segundo Araújo (2013, p. 17, grifo do autor) os ―chatterbots (ou chatbots), são sistemas
computacionais que possuem a capacidade de se comunicar com seus usuários humanos por
meio de qualquer linguagem falada ou escrita‖, já que a interação pode ser incrementada de
forma regular e facilitada em ambiente web. Embora a palavra seja americana, o chatbot já vem
se tornando um velho conhecido de quem faz compras pela internet, inclusive em empresas
brasileiras. As figuras seguintes apresentam dois exemplos de chatbot. Na Figura 1 está a Lu,
uma assistente virtual da loja Maganize Luiza. Na Figura 2 está a Gal, assistente virtual da
empresa Gol Transportes Aéreos Inteligente.
732
Conforme pode ser observado nas Figuras 1 e 2, as empresas brasileiras têm nomeado os
chatbots por assistentes virtuais que, na verdade, é o trabalho realizado por esses mecanismos.
O que está por trás destes objetos é a ideia de machine learning, que é traduzido no Brasil como
aprendizagem de máquina, definida por Mitchell (1997) como um programa de computador que
aprende com uma experiência em relação a sua tarefa, podendo ter seu desempenho medido e
melhorado ao decorrer da própria experiência.
Os chatbots ou assistentes virtuais como a Lu e a Gal respondem às perguntas mais
frequentes postadas pelos usuários, porque tais perguntas estão armazenadas em um banco de
dados. Quando elas não sabem responder a uma pergunta, o que foi digitado fica armazenado
nesses bancos de dados e, posteriormente, alguém da empresa insere as respostas nos sistemas,
de tal forma, que o chatbot é considerado inteligente à medida que consegue guardar perguntas
para serem, por assim, dizer, ―alimentadas‖ com respostas em outro momento.
Com base nesta ideia, um grupo de pesquisa de uma faculdade criou e colocou em
prática um chatbot para dar assistência aos alunos e professores sobre dúvidas em relação às
normas da ABNT para trabalhos acadêmicos. O chatbot consegue responder perguntas relativas
às citações, referências, formatação do trabalho acadêmico, entre outras.
734
O Biblio Chatbot aparentemente é bem simples, porque possui uma interface na qual o
usuário digita seu questionamento e recebe a resposta armazenada no banco de dados. O chatbot
não apenas mostra a resposta na forma escrita, como lê (fala) com o usuário. Os mecanismos
que permitem a integração com o banco de dados e a fala do chatbot estão descritos no próximo
capítulo. Para que ele possa responder aos questionamentos do usuário, há um banco de dados
com perguntas e respostas, alimentado com base nas normas ABNT NBR 10520, NBR 6023,
NBR 14724, NBR 6024, NBR 6027 e NBR 6028. A Figura 3 apresenta a interface com o
usuário, sem a identificação da faculdade, excluída propositalmente para este artigo.
Assim que o chatbot é acionado, ele busca no sistema operacional o horário local e
apresenta a mensagem, que também é falada para o usuário, cumprimentando-o, conforme pode
ser visto na Figura 3. A partir daí qualquer pergunta pode ser lançada para o chatbot. A Figura 4
mostra uma interação na qual o Biblio Chatbot tem a resposta (à esquerda) e outra na qual ele
ainda não sabe responder (à direita).
735
Na parte esquerda pode ser visto que o usuário digitou a palavra ―resumo‖ e obteve a
resposta correta. Já na parte esquerda, é possível ver que o usuário fez uma pergunta sem
resposta e, neste caso, o chatbot avisa que ela poderá ser respondida mais tarde. Portanto,
quando é feita uma pergunta que o chatbot não sabe responder, ela fica gravada na base de
dados e em outro momento o grupo de pesquisa insere as respostas no banco.
A trajetória da pesquisa participante, no sentido apontado por Brandão (1999, p. 12) que
―mais do que conhecer para explicar, a pesquisa pretende compreender para servir‖, se
constituiu no fio condutor dessas mediações citadas assim como para a pesquisa aqui relatada.
A ideia de ter um companheiro que assume o compromisso na trajetória de pesquisa, que faz
pesquisador e o sujeito da pesquisa pensar o objeto, se fez presente também neste trabalho,
idealizado para atender a uma demanda de maior interação para a calculadora do cidadão,
pensada pelos sujeitos.
58
HTML5 é a abreviatura de HiperText Markup Language, ou linguagem de marcação de texto, utilizada para
construção de sites. O número é a versão.
59
CSS é a abreviatura de Cascading Style Sheets, ou planilha de estilo em cascata. É uma forma de criar um
padrão para a formatação do site, como estilos de fontes, entre outros.
736
Sabe-se que tanto em dispositivos móveis, quanto em alguns ambientes web existem
aplicativos que utilizam a comunicação oral para a interação entre os sujeitos, como exemplos
o Google Now incorporado ao sistema Android, o assistente virtual Cortana da Microsoft e da
mundialmente conhecida Siri da Apple, sendo todos estes, softwares que permitem o
reconhecimento de voz. No caso do Biblio Chatbot foi pesquisado um projeto de código
aberto que utiliza linguagem de programação conhecida pelo grupo de pesquisa deste
trabalho. Este software é conhecido por ―Artyom.js‖, desenvolvido por Delgado (2016).
O Artyhom.js foi criado com a linguagem de programação Javascript e atualmente é
distribuído como uma biblioteca adicional que pode ser incorporado às páginas web. Por ser
um projeto de código aberto pode ser obtido por meio de um cadastro no repositório intitulado
GitHub que é amplamente utilizado por desenvolvedores da área de programação. Para
acessar o código fonte do projeto, basta acessar a página do Artyom.js no ambiente GitHub60
e realizar o download de toda a biblioteca. Lá existe uma boa documentação que subsidia os
desenvolvedores com orientações desde o básico até o avançado.
Em conjunto com as técnicas citadas anteriormente, ativou-se apenas as rotinas
automáticas de conversão de textos para voz e a sua reprodução, ambas disponíveis pelo
Arytom.js, tendo como objetivo principal fornecer acessibilidade desde o momento que se
inicia o uso do Biblio Chatbot, até o processo interativo de perguntas e respostas sobre as
normas da ABNT que o chatbot incorpora.
A proposta idealizada para estruturar o armazenamento das perguntas e respostas, o
sistema utiliza o Mysql, um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD)
distribuído livremente e sem necessidade de aquisição de licenças comerciais. O motivo da
escolha foi pautado, principalmente, no que diz o próprio fabricante do SGBD, a Oracle
(2017), que é um banco de dados muito conhecido, com excelente desempenho e
confiabilidade, além de ser gratuito.
O Diagrama de Entidades e Relacionamentos (DER), que contém a estrutura do banco
de dados, é apresentado na Figura 5. A tabela de perguntas foi identificada por suas
expressões chaves e estas podem ser individuais ou compostas, dependendo da interação dos
usuários, porém, cada uma delas é registrada na tabela EXPRESSSÃOCHAVE.
A tabela de respostas possui uma quantidade, pré-cadastrada, de respostas válidas
incluídas pelos pesquisadores, com base nas normas da ABNT para trabalhos acadêmicos, que
60
O endereço eletrônico do Artyom.js é https://sdkcarlos.github.io/sites/artyom.html.
737
permitem interagir como uma resposta a pelo menos uma expressão registrada. A tabela de
respostas foi definida da base de dados com o nome RESPOSTA.
A tabela de perguntas cadastradas para posterior validação foi definida como as
expressões candidatas a se transformar em expressões válidas após análise dos pesquisadores.
Para esta tabela a nomenclatura ficou EXPRESSÃOCANDIDATA.
A tabela que armazena a relação entre as expressões chave e as respostas válidas para
cada uma delas, indica o relacionamento de muitas expressões para muitas respostas, ou seja,
o relacionamento de ligação entre as duas tabelas principais fica armazenado na tabela
EXPRESP. O significado disso é que para uma expressão chave há dezenas de respostas
possíveis, pois a expressão pode ser composta de uma palavra, parte de uma frase ou mesmo
uma sentença inteira. Exemplos de expressões podem ser ―referência de livro‖, ―como
referenciar um livro‖ ou mesmo ―como fazer a referência de um livro‖. Neste caso, várias
expressões podem conduzir a uma resposta, mas o contrário também é verdadeiro, ou seja,
várias respostas podem ser dadas para um expressão, como exemplo ―citações‖ que mostra
respostas do tipo ―citações diretas‖, ―citações indiretas‖, ―citação de um autor‖, ―citação de
dois autores‖, entre tantas outras respostas possíveis.
738
5 CONCLUSÃO
Chatbots podem ser grandes aliados dos bibliotecários no auxílio às dúvidas dos
usuários da biblioteca, sobretudo no que diz respeito às normas da ABNT para trabalhos
acadêmicos.
No caso específico do Biblio Chatbot ele foi desenvolvido para que as dúvidas
pudessem ser sanadas diretamente no computador da biblioteca, para que as pessoas
pudessem resolver seus problemas com pouca ou nenhuma necessidade de intervenção da
bibliotecária. No caso desta pesquisa, os exemplos armazenados no banco de dados foram
extraídos de um livro de um professor da faculdade, que é também um dos pesquisadores do
projeto, o que implica não haver problema com direitos autorais dos exemplos utilizados.
O sucesso do uso do Biblio Chatbot trouxe outros desafios para o grupo de pesquisa,
sendo que o principal deles é desenvolver um mecanismo como esse que possa ajudar às
pessoas a fazer pesquisas nas bases de dados com as quais a biblioteca mantém convênio.
Entre elas estão a Biblioteca Virtual Cengage, que permite acesso para leitura e download de
livros eletrônicos, com cadastro de feito na Biblioteca, a EBSCO, que dá acesso a artigos
científicos e ao portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES). Sabe-se, pela experiência do grupo e da bibliotecária da faculdade, que há
também algum grau de dificuldade de uso destas bases tanto por alunos quanto por
professores. Neste sentido, a criação de um chatbot que se prestasse a apoiar nestas atividades
seria bem-vindo.
Entretanto, há muito que se aprender ainda com esse chatbot, pois há casos em que o
usuário digita uma frase inteira na qual não é possível buscar uma resposta no sistema. Cada
experiência de uso do Biblio Chatbot é sempre um aprendizado, tanto para os usuários que
interagem com o sistema, quanto para os desenvolvedores que vão aprendendo a lidar com os
739
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, José Paulo de. “O Robô Ed é MEU AMIGO”: apropriação de tecnologia à luz da
Teoria da Atividade Tese. 2013. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES. Olá! Eu sou a Gal, posso ajudar? [2017].
Disponível em: <www.voegol.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2017.
Abstract: This experience report presents the implementation of the module Standardization
of Academic Papers that composes the New Users Training Program (NUTP) created by the
Federal University of Lavras Library (BU/UFLA) in a virtual mode. This service was created
by a team of professionals in the area of Library Science and Computer Science. The course
was made available at the University's Virtual Campus, which is the platform already used by
students to study online subjects of the university undergraduate courses. Some of the results
742
obtained were: improvement of the methodology to teach ABNT standards, flexible hours to
study, and democratization of the training modules to the students who take distance
undergraduate courses at the university. Thereby, it is concluded that distance education is
adequate to develop activities on informational competency at university libraries, including
standardization of academic papers.
1 INTRODUÇÃO
3 RELATO DE EXPERIÊNCIA
da Biblioteca. Antes de 2013, esse módulo era realizado presencialmente e demandava grande
esforço, tempo e servidores para atender os cerca de 1600 novos usuários por semestre.
Considerando o sucesso dessa iniciativa e a crescente demanda de capacitação sobre
normalização, a equipe da Biblioteca decidiu transformar as palestras presenciais em um
curso on-line. Isso se fez necessário por três motivos principais:
● primeiro, o formato de palestra presencial mostrava-se inadequado para aprender
sobre normalização. As apresentações tinham de 3 a 4 horas de duração, sendo a primeira
parte sobre formatação do trabalho e a segunda sobre referências bibliográficas. Em alguns
casos, somente o conteúdo sobre referências era apresentado. Como são várias regras e
detalhes apresentados em um curto período, de forma expositiva e sem a aplicação de
exercícios práticos, percebemos que a assimilação do conteúdo ficava prejudicada;
● segundo, havia uma dificuldade de disponibilidade dos usuários para fazer o curso
nos horários programados. Nos dias anteriores a palestra, eram abertas inscrições para
participação, mas no dia do evento muitas pessoas não compareciam. Além disso, para
atender os discentes dos três turnos da universidade (manhã, tarde e noite), muitas vezes era
necessário alterar o horário de expediente do bibliotecário responsável pelas palestras;
● terceiro, com o aumento do número de solicitações de palestras sobre as normas da
ABNT e a disponibilidade de apenas um bibliotecário para atender essas demandas, estava
difícil a conciliação das palestras com outras atividades rotineiras do Setor de Referência.
Por isso, a Biblioteca Universitária optou por transformar as palestras presenciais de
duração de aproximadamente 4 horas, em um curso à distância de 20 horas. O conteúdo
trabalhado foi expandido, abarcando de forma mais detalhada todas as normas apresentadas
no ―Manual de normalização e estrutura de trabalhos acadêmicos da UFLA” e foi inserido
recursos adicionais para auxiliar na fixação das informações apresentadas. Dessa forma, ao
invés de uma aula exaustiva em um único dia com a apresentação de slides em um datashow,
o curso apresenta uma estrutura por unidades composta por: vídeos explicativos com
animações, leituras e fóruns de discussão, resolução de exercícios, feedback sobre as
atividades entregues. Pedagogicamente, a capacitação ficou mais satisfatória para propiciar a
assimilação do conteúdo apresentado.
O curso foi disponibilizado no Campus Virtual da UFLA, que é a plataforma já
utilizada pelos discentes para fazer as disciplinas a distância dos cursos da universidade. O
material foi estruturado em 3 unidades:
● Unidade 1 – Normalização de trabalhos acadêmico-científicos: introdução sobre a
importância da normalização; normas nacionais, internacionais e especiais (periódicos,
747
congressos, etc.); normas utilizadas na UFLA (explicar as adaptações das normas da ABNT
adaptadas pelo manual de normalização da UFLA);
● Unidade 2 – Estrutura do trabalho e regras gerais de apresentação: elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais. Elenca quais são obrigatórios e quais são opcionais e como
formatá-los;
● Unidade 3 – Normalização bibliográfica: elaboração de citações e referências.
O planejamento e execução duraram mais de um ano, mas esse tempo poderia ter sido
reduzido caso houvesse mais servidores envolvidos no projeto e tempo disponível para
dedicarem, exclusivamente, à implementação dessa iniciativa. Atuaram na implantação 2
bibliotecários, um conciliava as ações do projeto com as atividades da direção da biblioteca e
o outro, maior responsável, com as atividades do Setor de Referência. Um técnico em
técnologia da informação auxiliou com algumas questões de configuração e instalação do
software de edição de vídeo. Esse processo envolveu as seguintes etapas:
● Pesquisa bibliográfica da unidade 1: busca de textos para embasar o módulo
introdutório sobre a importância de normalizar um trabalho e sobre normas internacionais,
como as de Vancouver e da APA.
● Revisão das normas da ABNT e do Manual de normalização da UFLA para as
unidades 2 e 3: estudo de cada norma e do manual para elaborar os materiais do curso de
forma correta.
● Estruturação do curso: elaboração da ementa, plano de aprendizagem, cronograma
e design instrucional do curso.
● Roteirização dos vídeos: criação dos roteiros das aulas, indicando o conteúdo a ser
falado e as animações e recursos gráficos a serem implementados nos vídeos.
● Criação dos materiais visuais: elaboração de slides, captura de tela para
apresentação da plataforma do curso.
● Gravação dos áudios: os áudios foram gravados por três servidores, que utilizaram
o celular pessoal de cada um para realizar essa atividade.
● Edição dos vídeos: o software Camtasia foi utilizado para editar os vídeos, unindo
as imagens ao áudio. Para os vídeos ficarem mais interessantes e interativos, foram utilizados
recursos gráficos e de animações, como sublinhar passagem nos slides, setas indicativas,
circulação de palavras, mudança de cor das palavras, entre outros efeitos visuais. O objetivo
foi deixar o vídeo menos cansativo e chamar atenção para detalhes que poderiam passar
despercebidos pelos usuários.
748
● Elaboração dos PDF das aulas: cada vídeo tem um arquivo em PDF com os slides
utilizados, que sintetizam o conteúdo apresentado.
● Elaboração dos exercícios: ao todo são 47 questões de múltipla escolha e 13
questões abertas.
● Montagem do curso na plataforma virtual: todos os vídeos, arquivos e exercícios
foram inseridos no Campus Virtual da UFLA. Foram criados fóruns de discussão para cada
unidade e testadas as funcionalidades da plataforma.
● Teste piloto: o curso foi realizado pelos demais bibliotecários da instituição, 11 no
total, para que pudessem apontar correções e sugestões.
● Revisão: com as sugestões dos bibliotecários, os vídeos e materiais didáticos foram
alterados.
● Elaboração dos e-mails a serem enviados durante o curso: foram criados sete
mensagens padrões para facilitar a comunicação com os usuários: 1) mensagem de boas-
vindas, com orientações sobre o curso e liberação da unidade 1, 2) mensagem sobre a
liberação da primeira parte da unidade 2 e exercícios, 3) mensagem sobre a liberação da
segunda parte da unidade 2 e exercícios, 4) mensagem sobre a liberação da unidade 3 e
exercícios, 4) feedback sobre os exercícios de elaboração de referências; são dois modelos,
um se o aluno se saiu bem e outro caso o aluno tenha um baixo desempenho, 5) pré-
encerramento, avisando que o curso estará aberto por mais alguns dias, 6) encerramento,
agradecendo a participação no curso, 7) envio do link do questionário para avaliação do curso
e aviso sobre liberação dos certificados.
A primeira turma ofertada abertamente para os usuários da Biblioteca ocorreu em
agosto de 2017, com apenas 30 vagas disponibilizadas. Devida a alta procura, uma nova
turma de 20 participantes foi aberta para aqueles usuários que entraram em contato via e-mail
solicitando a participação. Em janeiro de 2018, uma nova turma de 30 alunos foi ofertada.
A decisão pelo número de vagas mais reduzido foi tomada devido à necessidade de
corrigir os exercícios abertos de elaboração de referência e de verificar como seria a interação
com os alunos nos fóruns de dúvidas. Como essas atividades demandam tempo, optou-se,
primeiramente, por abrir poucas vagas e aumentar gradualmente a oferta posteriormente caso
seja possível.
Para melhor compreensão e planejamento de todo o curso, optou-se por elaborar um
mapeamento do processo, no intuito de facilitar a identificação das informações, do fluxo, das
partes envolvidas, das competências e de outros componentes necessários para atingir a
expectativa almejada, com o mínimo possível de falhas. Na Figura 1 está representado o
749
Esse processo é iniciado com a abertura de uma nova turma no Campus Virtual e o
cadastro do curso no Sistema Integrado de Gestão (SIG) UFLA para que os usuários possam
fazer a inscrição. Em seguida, o curso é divulgado para a comunidade acadêmica e no final é
enviado um questionário de avaliação para que o serviço ofertado seja constantemente
aprimorado. Ao longo do curso, todos os fóruns de dúvidas são acompanhados e respondidos
diariamente nos dias úteis e os alunos com maiores dificuldades recebem um incentivo e
atenção maiores.
750
O curso teve uma boa aceitação e todas as turmas tiveram o número de vagas
esgotadas rapidamente. Devido a alta demanda, a Biblioteca está analisando um meio de abrir
mais vagas por turma, sem prejuízo para o aprendizado do usuário.
Os fóruns de dúvidas foram pouco utilizados, tornando a manutenção do curso mais
fácil. Contudo, a correção dos exercícios de elaboração de referências foi mais demorada e
problemática, pois os alunos tiveram graus variados de dificuldade. Essa questão se mantém
como o grande empecilho para a abertura de um número maior de vagas por turma. Por isso
será avaliada a possibilidade de excluir os exercícios abertos e deixar somente questões
fechadas.
Uma alternativa para suprir a falta dos exercícios abertos de referências é a criação de
um vídeo onde cada um dos documentos serão consultados e a referência elaborada. A
necessidade desse vídeo já havia sido detectada na fase de teste piloto, mas optou-se por
lançar o curso e, posteriormente, fazer uma atualização do material. Essa decisão foi tomada
porque a criação deste material implica na gravação da tela do computador, que é uma ação
simples na utilização do software Camtasia, mas que necessita de mais tempo e habilidade
para fazer a edição do vídeo.
Desde o início, o módulo 3, sobre normalização bibliográfica, foi o que apresentou
mais problemas, pois, como as normas da ABNT apresentam uma defasagem em relação aos
documentos on-line, a elaboração de referência nem sempre é muito clara ou tem uma
resposta única. Atualmente, o curso conta com dois vídeos sobre referências: um sobre regras
gerais e outro com modelos e exemplos de referências. Durante o ano de 2018, esperamos
gravar um terceiro vídeo intitulado ―Elaboração de referências na prática‖, onde cada um dos
13 documentos do exercício aberto sobre referências será consultado e será mostrado onde
estão localizados os dados a serem colocados na referência e se há mais de uma forma de criar
a referência. Isso se faz necessário pois, por exemplo, na referência de uma notícia retirada de
um jornal on-line, muitos usuários, incluindo os bibliotecários, não conseguiram encontrar a
informação sobre o nome do caderno onde a notícia foi postada.
Uma possibilidade na EAD é alcançar um grupo maior de pessoas, com a instauração
dos MOOCs (Curso On-line Aberto e Massivo, do inglês Massive Open Online Course), que
são um instrumento de democratização da educação, por possibilitar um alcance que os cursos
presenciais não conseguem ter e, normalmente, com um custo financeiro inferior para a
instituição ofertante. O curso de normalização da BU/UFLA ainda não conseguiu alcançar o
751
5 CONCLUSÃO
invés dos livros e serviços tradicionais, torna-se necessário que as bibliotecas promovam
inovações para atender as demandas de seus usuários e dessa forma justificar a sua existência
e utilidade.
Nesse cenário, a EAD configura-se como um importante recurso, pois a
disponibilidade de diferentes tecnologias de comunicação e ensino transformou a educação à
distância, deixando-a cada vez mais parecida com a educação presencial. Dessa forma, as
antigas aulas EAD, que eram em um formato passivo e pouco interessante, são substituídas
por aulas interativas e com a utilização de vídeos com recursos sonoros e visuais para prender
a atenção do aluno.
A biblioteca universitária deve também estar alinhada a essas evoluções tecnológicas e
de técnicas/metodologias de ensino e aprendizagem para oferecer melhores serviços e cumprir
seu papel social. O desenvolvimento da competência informacional da comunidade atendida
tem muito a ganhar com esses novos serviços.
Esse projeto mostrou que a BU/UFLA, mesmo com poucos recursos disponíveis, pode
oferecer serviços e produtos diferenciados. Iniciativas como essa mostram que a inovação e
busca de soluções são inerentes ao setor público, que busca cada vez mais servir da melhor
forma a comunidade local e a sociedade brasileira em geral.
REFERÊNCIAS
EYNON, R. The use of the internet in higher education. Aslib Proceedings, London, v. 57, n.
2, p.168-180, Apr. 2005.
MORAN, J. M. Mudar a forma de aprender e ensinar com a internet. In: BRASIL. Ministério
da Educação e do Desporto. Salto para o futuro: TV e informática na educação. Secretaria
de Educação a Distância. Brasília, 1998. (Série de Estudos Educação a Distância).
NICOLINO FOSCHINI
Abstract: Knowledge management tools are seen aligned with project management tools of A
Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide) sixth edition. The
main objective is to analyze the Manage Project Knowledge process of the PMBOK Guide, in
light of the knowledge management practices proposed by the information science literature.
Applying a bibliographical research using the literature review technique, on books and
specialized articles by authors of international reference, which evaluated the
interdisciplinary dialogue of the pioneers of each area. It chose the sixth edition of the
PMBOK Guide as an object of correlation analysis in relation to knowledge management
theory. It is concluded that the process of manage project knowledge contemplates important
ways of converting knowledge, but there is no proposal to work with the issue of knowledge
management in the long term, focusing on the creation of a patrimony of knowledge of
projects.
756
Introdução
Revisão de literatura
A evolução histórica da abordagem por projetos é relativa à visão do autor, pois como
não há consenso científico, alguns defendem origens milenares e outros apenas traçam a
história mais recente. Especificamente, a questão de origem da gestão de projetos, depende do
ponto de vista do autor. Sobre estes pontos de vistas diferentes, é necessário apontar que este
fato não tem influência no desenvolvimento da gestão de projetos contemporânea.
Paulo Y. Sabbag trata a gestão de projetos como uma nova ciência, e não se preocupa
com a sua origem histórica, e sobre este aspecto Sabbag (2013) afirma que o gerenciamento de
projetos é uma ciência jovem, que na década de 1960 atuou forte na construção dos megaprojetos e
infraestrutura, na década de 1970 e 1980 invadiu as áreas das tecnologias da informação, empresas de
serviços de consultoria, ao final na década de 1990 trouxe maior exigência de competitividade em toda
a indústria. É importante destacar que o autor classifica o gerenciamento de projetos por dois
aspectos, primeiro o aspecto temporal iniciando-se na década de 60, e avançando a cada
década, faz uma classificação por tipo de aplicação da gestão de projetos no mercado em que
se desenvolveu a prática. Outro autor que classifica a prática histórica da gestão de projetos
em macro categorias e estabelece duas quebras de paradigmas – uma em 1960 e outra em
1985 – é Harold R. Kerzner, que da sua obra pode-se interpretar grande parte da história da
gestão de projetos. A metodologia de gestão de projetos levou um longo tempo, pelo menos
setenta anos, para se incorporar enquanto metodologia formal. Sendo assim, a seguir
abordam-se os conceitos de projeto que surgiram nestes períodos supracitados, e os autores
que formalizaram estes conceitos.
Conceitos de Projetos
Projetos são motivos de discussão por todos dentro das organizações, uma vez que os
projetos são sinônimos de atividades que serão realizadas no futuro. Sendo assim, sempre que
pessoas numa organização pensam em planejar algo, estas utilizam o termo projeto para
designar as atividades deste plano. Entretanto, é preciso entender que o termo projeto é
utilizado, muitas vezes, de maneira equivocada. Para esclarecer o que se entende enquanto um
projeto, levantou-se conceitos propostos por diversos autores, e que estão listados no quadro 1
a seguir:
758
61
Textos originais: 1) ―A Project is a job that is done once‖. 2) ―[...] projects are aimed at solving problems [...]‖.
62
Texto original: ―A Project is a problem scheduled for solution‖.
759
Gestão do conhecimento
63
Hoje existem diversas formas de organização que fazem gestão de projetos em prática, como: Organização
Funcional ou Hierárquica, Organização Baseada em Projetos, a Organização Matricial e a Composta, e todas
estas influenciam o trabalho do gerente de projetos. A sexta edição do Guia PMBOK trata de todas elas no
segundo capítulo da primeira parte.
64
O termo ―geração‖ é também empregado na literatura sobre a gestão do conhecimento. Entretanto, neste
trabalho, optou-se no uso do termo ―criação‖ que é empregado pelos autores de referência.
760
Gestor de projetos
Guia PMBOK
65
Para maior profundidade no tema do gerente de projetos enquanto profissional, sugere-se a consulta ao
Capítulo 3 da sexta edição do Guia PMBOK.
762
O Guia PMBOK está na sua sexta edição, que foi lançada em setembro de 2017, e
conta com mais de vinte anos de conhecimentos acumulados, pois sua primeira edição foi
publicada em 1996 pelo PMI. O Guia PMBOK, como citado anteriormente, agrega os
conhecimentos das melhores práticas de gerenciamento de projetos de diversas áreas do
conhecimento, além disso o guia é considerado uma norma para gerentes de projetos. A
respeito do Guia PMBOK enquanto norma, Sabbag (2013, p. 91) afirma que ―Ela reúne as
melhores práticas reconhecidas universalmente para gerenciar projetos, daí o seu valor‖.
O Guia PMBOK é composto de um grande número de conceitos, imensa quantidade de
processos, muitos diagramas, métodos e outras ferramentas prontas para aplicação. Além de
carregar grande número de exemplos práticos e modelos. Percebe-se que o guia carrega um
grande volume de informações e conhecimentos, justamente, por esse motivo, existe uma
metodologia de aplicação do guia na prática. Com relação a este aspecto, Gonçalves (2016, p.
100) diz que ―Saber conduzir um projeto dentro dos parâmetros e das estruturas propostas
pelo PMI é fundamental [...]‖. Pela colocação da autora pode-se compreender que o Guia é
uma proposta fundamental e estruturada.
O Guia PMBOK é atualizado temporariamente pelos membros do PMI, seguindo
sempre as novas técnicas, métodos e modelos que estão sendo colocados em prática no
gerenciamento de projetos nas organizações. No tocante à sexta edição do Guia PMBOK, é
preciso enfatizar que este guia é um marco para a área da biblioteconomia e ciência da
informação. Este guia traz três novos processos para o fluxo de processos de gerenciamento
de projetos, que são: Gestão do conhecimento do projeto; Implementação das respostas aos
riscos; Controle dos recursos.
A gestão do conhecimento do projeto, é o que gera um processo que promove
fortemente o uso dos métodos e práticas de gestão de conhecimento que são estudados e
aplicados pela ciência da informação. Por isso, a próxima seção irá tratar especificamente da
gestão do conhecimento enquanto base teórica, e a seguir trata deste novo processo de
gerenciamento de projetos.
Segundo Kerzner (2017), cada uma das áreas do Guia PMBOK é uma fonte de
recomendação de melhores práticas. Sendo assim, a sexta edição lançada, criou um novo
processo chamado ―Gerenciar o Conhecimento do Projeto‖, que visa integrar a fase de
execução do projeto, mas, também, recomenda que os gerentes de projetos se utilizem das
práticas de gestão do conhecimento. Ressalta-se que a integração do projeto é extremamente
importante, pois como foi citado anteriormente, o projeto é dividido em partes/fases e cada
parte/fase é composta por grupos de processos, o que gera uma quantidade muito grande de
dados, informações e conhecimentos para serem geridos. Um conceito que destaca a
importância da integração diz que ―Os projetos e o gerenciamento de projetos são
integradores por natureza‖ (PMI, 2017). Neste sentido, a importância da biblioteca
universitária gerir o processo de gerenciamento da integração dos projetos de pesquisa da
instituição. Pela vista da perspectiva de integração, o guia criou o novo processo de gestão do
conhecimento, que têm diversos benefícios e objetivos.
O gerenciamento da integração do projeto envolve diversos objetivos, destaca-se a
relevância de um dos objetivos, em que diz: ―Assegurar a criação e o uso do conhecimento
apropriado de e para o projeto conforme for necessário‖ (PMI, 2017, p. 72, grifo nosso). Há
grande vantagem do processo de gestão do conhecimento do projeto estar dentro da área de
integração, pois esta área permeia todas as fases, possibilitando que o conhecimento seja
captado no momento de ação. Assim pode-se fazer uma analogia direta da biblioteca
universitária sendo integrador de grandes projetos de pesquisa, por meio da gestão do
conhecimento desses projetos.
Metodologia
Resultados
Discussão
Esta seção traz, sobretudo, uma reflexão sobre o processo com uma perspectiva em
ciência da informação.
Os documentos de entrada servem ao processo de gerenciar o conhecimento do projeto
por dois aspectos. Primeiro aspecto, deve considerar os documentos em si, enquanto
conhecimentos explícitos. O motivo deste aspecto, é que a coleta de dados sugerida pelo guia,
prevê técnicas de coleta de dados de três tipos: Brainstorming, Grupos de discussão e
Entrevistas. O gerente de projetos que se utilizar destas técnicas propostas pelo Guia PMBOK,
pode considerar que está praticando iniciativas de gestão do conhecimento em grupos de processo
das fases de iniciação e planejamento, afinal estas três técnicas podem ser interpretadas da
perspectiva da gestão do conhecimento, por meio dos modos de conversão do
conhecimento66, conforme apresenta o quadro 2 a seguir:
66
Conceitos estabelecidos por Takeuchi e Nonaka em sua ―Teoria da Criação do Conhecimento
Organizacional‖, para maior profundidade no assunto sugere-se consulta ao capítulo 3 de Takeuchi e Nonaka,
2009.
766
potencial de facilitar o modo da Internalização, devida interação com um facilitador que pode
compartilhar conteúdos de conhecimento explícito durante a interação das ideias. Os Grupos
de discussão, presumindo que sejam formados em formato de fóruns, podem ser considerados
facilitadores dos modos de conversão. Modo de ―Externalização‖, que seria durante a
preparação dos conteúdos pelos participantes para o fórum, e o modo de ―Combinação‖ que
acontece durante o fórum, enquanto conhecimento explícito, como resultado dos debates e
discussões. A respeito disso, Takeuchi e Nonaka (2009, p. 52) dizem que ―[...]. Os membros
da equipe criam novos pontos de vista através do diálogo e da discussão. [...], integram suas
diversas perspectivas individuais em uma nova perspectiva coletiva‖. As Entrevistas geram
alto grau de interação de conhecimentos tácitos, são atividades promotoras do modo de
Socialização. Provavelmente, as Entrevistas têm o objetivo único de esclarecer pontos, e esta
interação gera o compartilhamento de perspectivas entre os indivíduos, possibilitando a
geração de novas perspectivas.
Além do aspecto comentado, um segundo aspecto dos documentos de entrada do
diagrama de fluxo, devem planejar a execução das atividades de gestão do conhecimento.
Neste ponto, sugere-se que primeiro se pensem nas atividades base da gestão do
conhecimento, conforme descritas na figura 2 que lista as atividades base da gestão do
conhecimento.
67
Para entender o termo ―mercado do conhecimento‖ utilizado, se faz necessária uma consulta ao capítulo 2 de
Davenport e Prusak, 2003.
768
Considerações Finais
projeto. Neste sentido, para se compreender o valor real da gestão do conhecimento no dia a
dia dos gerentes de projetos, é necessário aprofundar no estudo das comunicações entre a
equipe de projetos e as partes interessadas, pois essas comunicações são frequentes e fontes de
captação de conhecimento organizacional, que podem gerar ricos repositórios de
conhecimento de projetos. Muitas vezes essas comunicações são utilizadas apenas para
atender necessidades das partes interessadas, podendo ser aproveitadas como fontes geradoras
de informações semânticas estratégicas para os projetos futuros.
Referências
CLELAND, David I.; IRELAND, Lewis R.. Gerência de projetos. Rio de Janeiro:
Reichmann & Affonso, 2002. 324 p.
LEWIS, James P. Fundamentals of project management. Nova Iorque: Amacom, 1995. 117
p.
MEREDITH, Jack R.; MANTEL JUNIOR, Samuel J.. Administração de projetos: uma
abordagem gerencial. 4. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2013. 425 p.
770
LETÍCIA SOUSA
THIAGO BARROS
1 INTRODUÇÃO
organização para alcançar a máxima eficácia nos negócios e para promover a inovação.
Envolve ações de gestão no que se refere à criação, captura, síntese, compartilhamento e
aplicação da inteligência.
Segundo Valentim (2003) GC é o conjunto de estratégias para criação, aquisição,
compartilhamento e utilização de ativos de conhecimento, bem como o estabelecimento de
fluxos que garantam a disponibilidade da informação necessária no tempo e formato
adequados, com a finalidade de auxiliar na geração de ideias, propiciar a solução de
problemas e na tomada de decisões.
Na visão de Pérez-Montoro (2008) a GC é compreendida como a disciplina que se
encarrega do estudo do projeto e da implantação de sistemas cujo principal intuito é que todo
o conhecimento tácito, explícito, individual, interno e externo que se relaciona com a
organização transforme-se em conhecimento organizacional ou corporativo de forma que este
ao tornar-se acessível e compartilhável, permita que haja o aumento no conhecimento
individual e coletivo das pessoas que trabalham na organização e que isso resulte em uma
aumento na contribuição destes sujeitos para o alcance dos objetivos que busca a própria
organização.
Alencar e Fonseca (2015, p. 24) definem GC como um ―processo que envolve a coleta,
o processamento e a partilha de todo ativo de informação possuído pela empresa, com a
finalidade de transformar-se em organização mais inteligente e competitiva‖. Compreende-se
assim, que a GC é um conjunto de atividades que promovem a sistematização da informação e
do conhecimento organizacional permitindo às organizações e seus colaboradores se
utilizarem desta para o alcance dos objetivos da instituição e promover o aumento a
competitividade. Esta é capaz de estabelecer uma visão estratégica para a utilização da
informação e do conhecimento, promovendo a criação, codificação e transferência do
conhecimento tácito estimulando deste modo à criatividade, inovação, aprendizagem e a
educação continuada.
De acordo com os autores supracitados os modelos de GC são quatro: capital
ambiental, capital estrutural, capital intelectual (capital humano) e o capital de
relacionamento. O capital ambiental é o ambiente no qual a instituição está inserida. Trata-se
do contexto social, econômico, político, cultural e das ferramentas tecnológicas. O
desempenho de uma organização sofre influência, podendo estar em estabilidade ou
instabilidade, são os chamados fatores ambientais. Para os autores o valor de uma organização
é dependente do ambiente com o qual esta se relaciona. Existem quatro variáveis para o
775
68
São as pessoas, instituições ou organizações que, de alguma forma, são influenciadas ou impactadas pelas
ações de uma organização, por exemplo, os sócios, que definem metas e requisitos a serem alcançados
(BRASIL, 2013, p. 14).
776
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa qualitativa, pois esta procura
descrever a complexidade de um problema em específico, analisando-o a partir de diversas
variáveis compreendendo-o e classificando-o (RICHARDSON et al., 1999).
Esta pesquisa classifica-se quanto ao objetivo em exploratória. De acordo com Gil
(2002, p. 41) visa ―proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo
mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm por objetivo
principal o aprimoramento de ideias ou a descobertas de intuições‖.
Já em relação ao objeto de estudo se constitui numa pesquisa bibliográfica, pois é feita
a consulta de diversos materiais já produzidos em relação ao assunto em questão. Segundo
Marconi e Lakatos (2003, p. 183) este tipo de pesquisa ―abrange toda bibliografia já tornada
pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas,
livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc.‖.
Realizou-se um levantamento bibliográfico das dissertações e teses defendidas nos
programas de pós-graduação brasileiros na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDBTD) e demais fontes de informação, tais como, os repositórios
institucionais. A pesquisa abrangeu o período de 2003 a 2016 para verificar a produção
científica sobre a temática da GC em BUs. Foram encontrados, no total, quatorze trabalhos.
777
4 RESULTADOS
5 DISCUSSÕES
Observou que foram propostos modelos de GC para BUs, tais como, o Programa de
Aprendizagem proposto por Guizalberth (2003), uGECON de Matias (2003), o diagnóstico da
gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias de Castro (2005), o instrumento
integrado de diagnóstico GIC de Silva (2013), GC@BU de Bem (2015) e o modelo para a
gestão de dispositivos de comunicação da web social de Santos (2015). Verificou-se ainda, no
estudo de Marques Júnior (2010), que tanto as bibliotecas universitárias do Brasil quanto as
de Portugal apresentaram menor índice na realização de algumas práticas de GC as quais
foram especificadas anteriormente. Isso significa que não só as bibliotecas brasileiras carecem
da implantação efetiva da GC como também as bibliotecas de outros países, mostrando de um
modo geral que é preciso um maior incentivo à implantação da GC.
781
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A BU é essencial dentro da instituição na qual está inserida e para cumprir sua missão
e meta deve promover a GC no contexto organizacional. A temática voltada para a GC em BU
vem sendo discutida na academia devido ao reconhecimento da importância desta disciplina
para apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão. A implantação da GC é um
instrumento fundamental para a gestão da inovação. Pois, uma cultura organizacional voltada
à realização de processos inovadores, experimentação e aprendizagem contínua será
competitiva. A inovação é, atualmente, uma das mais importantes características de
organizações competitivas. Os ativos intangíveis são fatores decisivos e determinam a
capacidade de aprendizagem organizacional. É importante frisar que o aprendizado individual
contribui para o organizacional resultando na inovação. A GC proporciona ainda, a criação e
circulação de conhecimento na organização devido ao fato de estimular todos os membros da
comunidade a aprenderem por meio de práticas incentivadoras de socialização do
conhecimento como a criação de comunidades, as quais promovem a troca de experiências e
ideias sobre questões de interesse das organizações. Os avanços tecnológicos dinamizaram o
processo comunicativo transcendendo espaço e tempo, pois coexistem as comunidades
tradicionais e as comunidades virtuais. Isso é importante para as bibliotecas que são
estruturadas no formato de rede como é o caso daquelas dos campis, que estão instaladas em
diferentes municípios, as quais precisam estar em diálogo constante com a biblioteca central
para o equacionamento de problemas, sugestões de melhoria, esclarecimento de dúvidas, entre
outros assuntos. Assim, conclui-se que é preciso o apoio dos gestores das IFEs para a efetiva
implantação dos programas de GC. Pois, esta proporciona a criação e compartilhamento do
conhecimento levando a inovação dos processos propiciando qualidade na prestação dos
serviços e produtos atendendo não somente a comunidade interna, como também a externa.
782
REFERÊNCIAS
ALENCAR, Cléa Maria Machado de; FONSECA, João José Saraiva da. Gestão do
conhecimento. São Paulo: INTA, 2015. Disponível em:
<http://md.intaead.com.br/geral/gestao-do-conhecimento/pdf/gestao-do-conhecimento.pdf>.
Acesso em 23 set. 2015
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (Org.). Métodos de Pesquisa. Porto
Alegre: UFRGS, 2009.
783
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HACKETT, J. Beyond knowledge management: new ways to work. In: BONTIS, N.; CHOO,
W. C. The strategic management of intellectual capital and organizational knowledge.
Nova Iorque: Oxford University, 2002. p. 725-738.
MALHOTRA, Yogesh. Knowledge management for the new world of business. New
York: Global Risk Management Network. Disponível em:
<http://www.brint.com/km/whatis.htm>. Acesso em: 02 out. 1998.
MURRAY, Philip C. New language for new leverage: the terminology of knowledge
management. [S.l.: s.n.], 1996.
NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa: como as
empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
PÉREZ-MONTORO, Gutiérrez M. Gestión del conocimento en las organizaciones. Gijón:
Trea, 2008.
RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
SARACEVIC, T. Information science. In: Marcia J. Bates and Mary Niles Maack (Ed.)
Encyclopedia of Library and Information Science. New York: Taylor & Francis, 2009.
SILVA, Adriana Nóbrega da. Proposta de um instrumento para diagnóstico da gestão da
informação e do conhecimento (GIC) de forma integrada para bibliotecas universitárias.
2013. 138 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-graduação
em Ciência da Informação, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, 2013.
785
SILVA, Adriana Nóbrega da; DUARTE, Emeide Nóbrega. Proposta de um instrumento para
diagnóstico da Gestão da Informação e do Conhecimento (GIC) de forma integrada para
bibliotecas universitárias. Biblionline, João Pessoa, v. 11, n. 2, p. 150-159, 2015. Disponível
em: < http://periodicos.ufpb.br/index.php/biblio/article/view/17142/15174>. Acesso em: 27
set. 2017.
SILVA, Dirce Maris Nunes da. A gestão do conhecimento no serviço de tratamento da
informação: o caso do SiBi/UFSC. 2016. 251 f. Dissertação (Mestrado em Gestão
Acadêmica e Administrativa) – Programa de Pós-graduação em Administração Universitária,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianopolis, 2016. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/167821>. Acesso em: 22 de maio 2017.
TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial: uma
abordagem baseada no aprendizado e na criatividade. São Paulo: Negócio, 2000.
FLAVIA POPPE
JANAÍNA MOTTA
ELIANE ALVES
Resumo: O artigo refere-se às fases de elaboração para a criação de um Guia de Inclusão para
Pessoas com Deficiência, que reunirá todas as informações dos serviços públicos e privados
existentes no Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade de facilitar a vida cotidiana das
pessoas com deficiência, bem como seus familiares, profissionais e especialistas na área da
Deficiência Intelectual. O seu principal objetivo é buscar e oferecer informações, que possam
orientar e direcionar sobre algumas de suas necessidades, colaborando para o
desenvolvimento, qualidade de vida e inclusão social das pessoas com deficiência. Para tanto
será elaborada uma ferramenta de busca que possa indicar e orientar de maneira rápida, segura
e simples, sobre profissionais e instituições que ofereçam recursos destinados à diagnóstico,
terapias, educação e socialização de pessoas em condição de deficiência intelectual. O Guia se
insere num projeto maior que está sendo desenvolvido em uma parceria do Instituto JNG –
Projetos de Inclusão Social com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia, que é a criação da Plataforma de Integração de Informação para Pessoas com
Deficiência.
Abstract: The article refers to the elaboration phases for the creation of an Inclusion Guide
for People with Disabilities (PwD), which will gather all the information of the public and
private services existing in the State of Rio de Janeiro, with the purpose of facilitating the life
of people with disabilities, as well as their families, professionals and specialists. Its main
objective is to seek and provide information, which can guide and direct some of its needs,
collaborating for its development, quality of life and social inclusion of the people with
disabilities. For this purpose, a search tool will be developed that can indicate and guide in a
fast, safe and simple way, information about professionals and institutions that offer
resources for the diagnosis, therapies, education and socialization of people with intellectual
disabilities. The Guide is part of a larger project that is being developed in a partnership with
the Brazilian Institute of Information on Science and Technology and JNG Institute, which is
the creation of the Platform for Integration of Information for People with Disabilities.
788
INTRODUÇÃO
da década de 50, e desde então, o Instituto tem atuado também na promoção da popularização
da informação científica e tecnológica.
O Instituto JNG é uma organização social de interesse público (OSCIP), com sede no
Rio de Janeiro, financiada através de doações (benefício fiscal) e contribuições diretas, criada
com o objetivo de identificar, promover, coordenar e executar projetos de inclusão social para
pessoas com Deficiência Intelectual, com foco na moradia independente com apoio
individualizado. Trabalha construindo redes e parcerias, nacionais e internacionais, que
permitam promover a vida independente e a autonomia de pessoas com deficiência
intelectual, criando novas perspectivas para a inclusão social.
O objetivo principal do Guia da Inclusão é oferecer uma ferramenta de acesso às
informações de serviços, que tenham funcionalidade, qualidade, veracidade e segurança em
todos os segmentos relacionados no Guia.
A falta ou fragmentação de informação sobre serviços, escolas, terapeutas, centros de
esporte e cultura, importantes para o desenvolvimento de pessoas com deficiência justificou a
necessidade de elaborar uma ferramenta de busca, que possa orientar de maneira
rápida, segura e simples, dados sobre profissionais e instituições que trabalhem e contribuam
para a socialização e educação dessas pessoas.
REVISÃO DA LITERATURA
por exemplo, a Síndrome de Down, o diagnóstico costuma ser fácil e preciso ao nascer.
Entretanto, a forma como o fato é relatado aos pais e a existência ou não de apoio nesse
momento influi diretamente na atitude de pais e familiares e na relação que se estabelece entre
pais e o recém-nascido. Existem organizações que se especializaram na forma como a notícia
é dada oferecendo acolhimento e orientações muito positivas para o começo de uma história
de vida que pode ser muito bem sucedida, como para qualquer pessoa. O acesso a informação
adequada, nesse caso, constará de um Guia que, nesse caso, pode ser útil, também, para a
equipe do hospital que tem o dever de orientar. Outro caso, que ilustra a importância do
acesso a informação na fase de detecção precoce é o da triagem neonatal ou, como é
popularmente conhecido, o teste do pezinho. Esse teste deve ser feito obrigatoriamente nas
primeiras 48 horas de vida do bebê e é capaz de diagnosticar uma série de enfermidades
metabólicas, genéticas e infecciosas que afetam o desenvolvimento da criança. Embora o teste
seja obrigatório, pais melhores informados podem exigir esse direito quando negligenciado
pelo sistema de saúde. Além dos casos de possível deficiência intelectual detectados na fase
neonatal, existem as situações ainda mais complexas cujo diagnóstico precoce representa um
desafio, como é o caso do autismo. O acesso a informação para encontrar serviços
especializados que sejam capazes de fazer um correto diagnóstico para consequente
proposição de intervenções é determinante.
Passada a etapa de detecção precoce, o tipo de serviço e informação necessária muda
ao longo do desenvolvimento da pessoa. A cada etapa do ciclo de vida da PcD, persistem as
buscas por terapias, onde encontrar escolas adequadas, onde fazer esporte e ser orientado por
profissionais especializados e, mais adiante, quais serão os espaços para socializar, para ir
dançar, passear ou encontrar pessoas. Muitas Organizações Não Governamentais (ONG‘s)
desenvolvem atividades para a inclusão social e/ou orientação para familiares e PcD.
Entretanto, encontrá-las ainda depende de dicas de pessoas próximas – o famoso ―boca a
boca‖ que funciona bem embora não seja suficiente pois existem pessoas cujo círculo de
relacionamento é limitado.
O Guia da Inclusão também cumpre uma função cívica importante na orientação sobre
direitos e deveres. Ao chegar a maioridade, perguntas do tipo ―o que fazer‖ para estar em dia
com as obrigações eleitorais, como os rapazes devem proceder para se apresentar ao serviço
militar obrigatório, quem seria elegível para ter acesso a benefícios assistenciais do governo e
outras indagações civis surgem. Essas e outras perguntas podem ser respondidas após
pesquisas e indagações nos órgãos específicos, um trabalho que pode ser mitigado e melhor
orientado através de uma porta de entrada única confiável e segura.
791
Seja qual for a origem muitas famílias experimentam forte sensação de angústia ao se
depararem com o fato que é, geralmente, desconhecido. O futuro se torna nebuloso e a
necessidade para encontrar os caminhos de um desenvolvimento atípico as vezes paralisa
algumas pessoas. No caso do desenvolvimento infantil a perda de tempo ou dificuldade de
acesso para buscar informação segura, confiável e eficaz pode comprometer as oportunidades
de intervenções precoces que são determinantes para viabilizar a autonomia e vida
independente de PcD. Um Guia não é a salvação, mas é um indispensável começo para ter
acesso a informação que, inicialmente a família e mais tarde a própria pessoa com deficiência
precisam para garantir um percurso de desenvolvimento saudável. A Convenção dos Direitos
da Pessoa com Deficiência estabelece em seu Artigo 21, que:
METODOLOGIA
RESULTADOS
sua responsabilidade no processo de inclusão, visto que a deficiência é uma construção social
(MAIOR, 2017). A Inclusão Social, seja como ações ou intenções, são direcionadas a
modificar a sociedade para que ela se torne acessível a todos, ou seja, a deficiência perde o
caráter de atributo individual e passa a ser vista como uma questão social (MAIA, 2014). Em
parte, essa mudança de paradigma se deve à disseminação da informação, de forma
generalizada, e também à constituição de redes que compartilham interesses específicos por
grupos de pessoas. No Brasil, as redes sociais ampliaram seu escopo, dimensão e alcance a
partir da inclusão digital permitindo, dessa forma, muitos avanços sociais em diferentes
frentes, incluindo cursos de alfabetização tecnológica e outras iniciativas destinadas a
minimizar a exclusão digital entre pessoas com deficiências, idosos, analfabetos, indígenas,
pessoas de baixa renda e professores (MELO, 2016).
Da mesma forma que o país deu um salto com o ―Projeto Cidadão Conectado‖
aumentando de cerca de 12.000 PID‘s – Pontos de Inclusão Digital – em 2005 para mais de
28.000 em 201269 (IBICT), podemos dizer que as PcD, orientadas e com acesso facilitado aos
recursos disponíveis através do Guia de Inclusão poderão estar mais e melhor incluídas na
sociedade por terem acesso, em tempo, à informação com qualidade e voltada para autonomia
e uma vida mais independente. É necessário aumentar a quantidade e qualidade da informação
para aumentar o acesso às tecnologias de informação, visando aquisição de conhecimentos
para realizar mudanças positivas na vida social e profissional de futuros adultos com D.I.
Embora, ainda, não haja dados que comprovem a relação e o impacto do acesso à
informação de qualidade e o grau de autonomia e vida independente que as PcD venham a
adquirir no futuro, um relato extraído do livro de Pascal Jacob 70 em 2016, feito por uma mãe
sobre experiência do nascimento de seu segundo filho que nasceu com Síndrome de Down,
revela a importância do acesso a informações como parte da atitude necessária para persistir e
insistir em práticas e intervenções que ajudem a desvendar caminhos desconhecidos. A mãe
descreve o desenvolvimento de sua primeira filha (sem problemas diagnosticados no
nascimento) como se houvesse uma rota já traçada através da escola, de amigos, do lazer,
feita para que a filha crescesse e se desenvolvesse naturalmente. ―Com o nascimento de R.,
segundo filho, rapidamente percebeu que os obstáculos começaram a se organizar
rapidamente, levando-os para rotas alternativas. Ao longo do relato, a mãe de R. expressa seu
anseio por entender as barreiras, e questiona se é seu filho que não tem condições de ser
autônomo ou se seria ―a máquina social que reduzia suas chances‖. E conclui: ―... como pais,
69
http://www.ibict.br/Sala-de-Imprensa/noticias/2012/mapa-da-inclusao-digital-mid-e-suas-novas-tecnologias.
70
JACOB, P. Il n‘y a pas de citoyens inutiles. France: Dunod, 2016.
796
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada família procura fazer seu próprio caminho de acordo com sua rede social,
recursos e acesso a informação. A Sociedade da Informação ou do Conhecimento, na qual
este projeto está inserido, diz respeito à criação de uma Guia da Inclusão que reúna, organize,
disponibilize e dissemine de forma ampla e livre informação atual, relevante e de qualidade
aos diversos atores envolvidos na área de autonomia, moradia, trabalho e inclusão
relacionados à deficiência intelectual e vida adulta.
O acesso à informação apresenta-se como um dos determinantes sociais para o
desenvolvimento da saúde, da inclusão social, da cultura, do exercício da cidadania na sua
plenitude, além de constituir um dos direitos fundamentais do ser humano. A capacidade de
ação dos atores envolvidos, incluindo profissionais de educação e saúde, pesquisadores,
familiares e interessados sobre o tema, aumenta de forma direta e proporcional ao nível de
informação e conhecimento de qualidade a que tem acesso. Desta forma, a disseminação de
informação e conhecimento é um pré-requisito essencial para possibilitar ações e mudanças
efetivas nas práticas de inclusão e no desenvolvimento de uma nova cultura social que,
verdadeiramente, quebre paradigmas e surpreenda positivamente todas as pessoas que abram
os espaços de convivência apoiados pelo conhecimento e segurança que o Guia da Inclusão
propõe oferecer na área da deficiência intelectual.
Além disso, esta iniciativa permite que a discussão se torne visível para leitores que
não estão no eixo dos grandes centros privilegiado por palestras, exposições e eventos que
acontecem com mais frequência, expandindo desta forma, as fronteiras do conhecimento.
797
REFERÊNCIAS
MELLO, A. G. de. Artigo 21: liberdade de expressão e de opinião e acesso a informação. In:
RESENDE, A. P. C. de; VITAL, F. M. de P. (Org.). A convenção dos direitos da pessoa
com deficiência comentada. Brasília: CORDE, 2008. Disponível em: <
https://www.governoeletronico.gov.br/documentos-e-
arquivos/A%20Convencao%20sobre%20os%20Direitos%20das%20Pessoas%20com%20Def
iciencia%20Comentada.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2018.
SÃO PAULO. Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Relatório mundial sobre
a deficiência. São Paulo: SEDPcD, 2012. Disponível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/usr/share/documents/RELATORIO_MUNDIAL
_COMPLETO.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
Resumo: As revistas de histórias em quadrinhos fazem parte dos acervos das bibliotecas,
porém, geralmente não são catalogadas e classificadas devido à fragilidade e à perecibilidade
do seu suporte. Nesse sentido, nosso objetivo é apresentar o relato de experiência da
Biblioteca Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos que, ao receber uma
coleção com mais de 5.000 exemplares de um único doador, catalogou, classificou e indexou
todos esses itens. As revistas de histórias em quadrinhos passaram por higienização mecânica,
foram separadas de acordo com as coleções, catalogadas, classificadas, indexadas no catálogo
Pergamum e armazenadas em papel de PH neutro. Após 4 anos de trabalho envolvendo
bibliotecários, auxiliares de bibliotecas e estagiários, o Espaço HQ foi inaugurado em 2017 e
toda a coleção pode ser consultada pelo catálogo on-line da Biblioteca. Devido a completude
da coleção e raridade de alguns números, a coleção se tornou especial, dentro da biblioteca
universitária. Consideramos que a experiência adquirida no tratamento descritivo e temático
da coleção deve servir a outras bibliotecas que se interessem em catalogar esse tipo de
material permitindo acesso a essa coleção, uma vez que a literatura e as bibliotecas brasileiras
oferecem pouco subsídio sobre o tema.
Abstract: Comics are part of the collections of the libraries. However, they are not usually
cataloged and classified due to the fragility and the perishability of its support. Our objective
is to present the experience report of the Campus Sorocaba Library of the Universidade
Federal de São Carlos. The Library has received a collection with more than 5,000 copies of
a single donor. All these items were cataloged, classified and indexed. The comic magazines
underwent mechanical sanitization, were separated according to the collections, cataloged,
classified, indexed in the Pergamum catalog and stored on neutral PH paper. After 4 years of
work involving librarians and trainees, Espaço HQ was inaugurated in 2017 and the entire
collection can be consulted through the Library's online catalog. Due to the completeness of
the collection and rarity of some numbers, the collection became special within the university
library. We believe that the experience gained in the descriptive and thematic treatment of the
800
collection should serve other libraries that are interested in cataloging this type of material,
allowing access to this collection, since Brazilian literature and libraries offer little subsidy
on the subject.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
características que influenciam inclusive seu conteúdo, podendo ser encontradas em diferentes
ambientes e dirigidas a um público bastante diversificado. São eles:
● Gibis: com baixo custo e pouca durabilidade, geralmente destinados ao público
infantil e juvenil;
● Álbuns e edições encadernadas: com custo mais alto, geralmente são publicações
em volumes únicos;
● Graphic novels, maxi e minisséries: semelhantes aos álbuns e às edições
encadernadas, que buscam dar um tratamento diferenciado aos personagens;
● Tiras em jornais: o berço das HQ, que continuam até os dias atuais;
● Fanzines - feitas por aficionados, colecionadores ou artistas iniciantes;
● Publicações em geral: quadrinhos usados em publicidade, propaganda política,
livros didáticos, entre outros. (VERGUEIRO, 2005; SANTOS, GANZAROLLI, 2011).
Além das mudanças nas características e da aparição de novos formatos, o tempo
também proporcionou mudanças na forma como a sociedade enxerga as HQs.
De acordo com Bari e Vergueiro (2009) as histórias em quadrinhos deixam de ser
entendidas somente como leitura exclusiva de crianças, e passam a ser vistas também como
uma forma de entretenimento e transmissão de saber que pode atingir diversos públicos e
faixas etárias.
Sobre isso, Vergueiro (2005) afirma que
Pelo fato de serem consideradas materiais de segunda ou terceira categorias por
parcelas influentes da sociedade, as histórias em quadrinhos enfrentaram muitas
dificuldades para serem incluídas nos acervos das bibliotecas. Por um lado, elas não
conseguiam entrar nas bibliotecas universitárias e de pesquisa devido a sua
presumida falta de importância como objeto de estudo científico; por outro, seu
ingresso em bibliotecas públicas e escolares era vetado pelo próprio estardalhaço
que muitos de seus opositores costumavam fazer com regularidade, manifestando-se,
às vezes de maneira agressiva, contra a mais remota possibilidade de colocá-los à
disposição do público por intermédio de uma instituição cultural mantida pelos
cofres governamentais.
Notadamente, a situação das HQs em bibliotecas vem mudando, quando esse tipo de
material é tratado como uma coleção especial. De acordo com Vergueiro (2005) nos Estados
Unidos, muitas bibliotecas universitárias possuem coleções especializadas de quadrinhos. O
referido autor também destaca a existência de acervos especializados de quadrinhos em
âmbito universitário no Brasil, como os da biblioteca do Centro Universitário de Ensino
Superior de São Caetano (IMES) e no Núcleo de Pesquisas de Histórias em Quadrinhos da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).
803
3 METODOLOGIA
Iniciamos assim o tratamento da coleção com uma equipe fixa composta por um
bibliotecário, um assistente administrativo e quatro estagiários, com o aporte pontual dos
demais bibliotecários para definição da rotina de ações para execução do tratamento da
coleção, que consistiu nas seguintes etapas:
- reunião dos fascículos de acordo com os títulos;
- higienização mecânica de cada fascículo (página a página, e limpeza com chumaço
de algodão das capas, em mesa higienizadora);
- ordenação decrescente dos fascículos;
- catalogação da coleção;
- reprodução fotográfica das capas das HQs (um exemplar de cada série) para
visualização no catálogo on-line (Pergamum) da B-So.
Devido à escassez de literatura especializada sobre o assunto, já explicitada
anteriormente, à falta de relatos de outras experiências e às especificidades da coleção e da
biblioteca universitária, optamos por classificar toda a coleção sob o número geral da
Classificação Decimal de Dewey (CDD) para histórias em quadrinhos (741.5). E, para reunir
as coleções de cada personagem (que na maioria dos casos é também título da publicação),
utilizamos o número Cutter do nome do personagem, seguido da letra do título, ou do
subtítulo, quando o título é também o nome do personagem.
805
transformações e mudanças de nomes. Há ainda, casos em que o mesmo nome foi utilizado
para personagens de características totalmente diferentes. Por exemplo: Senhor Fantástico
(Personagem fictício) codinome do Dr. Reed Richards, atua também em outras séries da
editora Marvel Comics com o codinome Homem Elástico e Doutor Richards. Na planilha de
registro da autoridade Senhor Fantástico (campo 150), utilizamos também os campos 550
(Remissiva Ver também) para os codinomes Homem Elástico e Doutor Richards, e 450
(Remissiva Ver) para Reed Richards (alter ego fictício do personagem).
Para possibilitar a percepção dessas particularidades, importantes para as pesquisas de
personagens, foram utilizados os campos 670 (Fonte da pesquisa) e 678 (Dados biográficos e
históricos) da planilha do registro de autoridade. Nesses campos, foi possível detalhar os
dados históricos e circunstanciais da criação e desenvolvimento do personagem, bem como a
fonte da pesquisa sobre o personagem, fornecendo chaves de pesquisa não-convencionais.
Para o acondicionamentos dos fascículos foram confeccionados envelopes de acordo
com os respectivos tamanhos das publicações. Por isso não foi possível adotar um tamanho
padrão para os envelopes, visto que cada série apresenta um tamanho distinto. Portanto, os
envelopes foram feitos de acordo com o tamanho e quantidade de fascículos que seriam
armazenados. Cabe destacar que, embora sendo uma coleção especial, as HQs seriam
consultadas com frequência, e para preservar tanto os fascículos como os envelopes, os
mesmo foram confeccionados de forma a proporcionar mobilidade, facilitando o manuseio.
Outro ponto a se destacar é que priorizamos a maximização no uso do papel neutro, ou
seja, os envelopes foram confeccionados de forma que não houvesse desperdício por trata-se
de papel de preço alto. Foram utilizados os seguintes materiais para a confecção dos
envelopes: papel pH neutro, visando a não acidificação das publicações, e fita adesiva
composta por tecido laminado com filme polietileno, revestido com adesivo de borracha,
colocada na parte externa dos envelopes uma vez que não é material de composição neutra e
que pode facilitar a deterioração das HQs.
807
Formada por 848 títulos - cerca de 5.500 fascículos, a coleção de HQs da B-So é
composta por várias séries completas, minisséries e números especiais, predominando os
clássicos das editoras Marvel, DC Comics e DC Vertigo e alguns clássicos brasileiros, com
datas de publicação entre 1961 e 2008.
Por ser uma coleção de valor inestimável e insubstituível, de suporte frágil e
impossível de se restaurar, foi adotada uma política de conservação preventiva, a fim de
minimizar os danos causados pelas condições ambientais e por fatores humanos.
Para a proteção ambiental (poeira, luz natural e/ou artificial), além dos envelopes de
papel pH neutro, foi adaptado um espaço exclusivo para a coleção. Para minimizar o desgaste
809
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MORIGI, Valdir José; MASSONI, Luis Fernando Herbert; LOUREIRO, Thainá Ribeiro.
Apropriações e usos das histórias em quadrinhos na literatura de Ciência da Informação.
Informação & Informação, Londrina, v. 21, n. 1, p. 56-79, jan./abr. 2016. Disponível em:
<http:www.uel.br/revistas/informacao/>. Acesso em: 8 jan. 2018.
RAMOS, Rubem Borges Teixeira; MIRANDA, Josylene Souza Pereira. Tratamento técnico e
organização das revistas de histórias em quadrinhos da Gibiteca Estadual Jorge Braga. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO E CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO, 15., 2013, Florianópolis. Anais... [S.l.: s.n.], 2013. Disponível em:
<https://goo.gl/yCJQqw>. Acesso em: 8 jan. 2018.
SARAIVA MENDES, Maria Regina. El papel educativo de los comics infantiles: análisis de
los estereotipos sexuales. 434 f. 1990. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Faculdade de
Ciências da Informação, Universidade Autónoma de Barcelona, Barcelona, 1990. Disponível
em: <http://www.tdx.cat/handle/10803/4151?show=full>. Acesso em: 8 jan. 2018.
Abstract: The Library of School of Humanities and Sciences – UNESP – from Araraquara is
on continuous process of modernization and improvement of its management and technical
and physical infrastructure, aiming progress of quality in its functions and services, looking
for settle as culture, leisure and preservation of memory space, within or outside the walls of
University. Therefore, it has been invested in innovation through projects and partnerships
with teachers, professionals and institutions, for develop strategic actions, invigorating the
814
1 INTRODUÇÃO
2 MODELOS E FORMATOS
71
Vide Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras (2013)
72
Vide Pinto Molina, Martínez-Osorio e Sales (2008).
816
Constata-se que é necessária uma direção estratégica para desenvolver o projeto com
características organizacionais da Biblioteca. A execução do projeto requer o reconhecimento
das oportunidades e ameaças externas e simultaneamente a avaliação constante da capacidade
de resposta interna.
A Biblioteca da FCLAr, por meio de seus gestores e equipe, cientes dessa
movimentação mundial, e em consonância com os novos perfis da sua comunidade usuária,
está em processo contínuo de modernização e aperfeiçoamento de sua gestão e infraestrutura
física e técnica. Estes processos visam à melhoria da qualidade de suas funções e serviços,
para deste modo estabelecer-se como um ambiente diferenciado, que por meio do foco na
inovação organizacional, na gestão de projetos e no aproveitamento do potencial transversal
da própria Biblioteca, possa constituir um novo espaço, no qual prevaleça e se sobressaia o
tradicional papel no apoio ao tripé ensino, pesquisa e extensão, bem como a sua intenção de
promover mudanças, diálogos e interações, vinculadas também a ação cidadão, a cultura, o
lazer e a preservação da memória intra e extramuros da Universidade.
Os aspectos físicos, apesar de constarem como referência para modernização e novos
investimentos, estão definido e podem passar por adaptações. Os desafios repousam sobre a
forma de utilização desses recursos.
Em face a essas novas necessidades de reconfiguração das bibliotecas universitárias,
em especial, para o ano de 2017, uma das estratégias adotadas pela Biblioteca da FCLAr foi a
realização de uma parceria com o docente responsável pela disciplina Empreendedorismo,
Finanças e Gestão de Valor, do Departamento de Ciências Econômicas, para que os temas
inovação, empreendedorismo e carreiras pudessem ser abordados a partir de atividades
desenvolvidas pela Biblioteca.
A parceria funde duas concepções. A primeira trata dos departamentos de ensino e a
visão que guardam dos desenvolvimentos necessários e a segunda do papel da Biblioteca e a
disjuntiva que enfrenta.
Em relação a primeira concepção, parte-se da relação predominante dos docentes com
a Universidade.
A relação docente – Instituição é regida por elementos contratuais simples, mas com
atribuições analisadas pelo Departamento, Unidade e uma Coordenadoria Central da
Universidade. O foco escolhido, a exemplo de Laundry, Amara e Rherrad (2006), permite
acolher uma variedade de escolhas dos docentes de quais atribuições colocará mais ênfase,
podendo assim, ignorar completamente a possibilidade de vincular seus resultados ao
processo de criação o do atendimento das necessidades dos egressos.
817
73
http://www.capes.gov.br/plano-nacional-de-pos-graduacao.
818
3 AÇÕES DESENVOLVIDAS
A atividade que abriu as ações do LabCar, se estendendo de abril a julho de 2017, foi
o Desafio Empreenda 2017, com foco no empreendedorismo universitário, sendo uma
iniciativa da Escola de Negócios Sebrae/SP – Alencar Burti em parceira com o Escritório
820
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LETÍCIA SOUSA
Abstract: It covers the mapping of processes in the Central Library of the Federal Rural
University of the Amazon. It aims to map all the processes executed in the Central Library of
this institution, in order to promote Knowledge Management. He reviews the literature on
824
Santos, Fachin, Varvakis (2003), Reis and Blattmann (2004), Almeida (2005), Di Franscisco et
al. (2010), Oliveira and Amaral (2012), Paula and Valls (2014), Franco et al. (2016), Rossi,
Bem and Prim (2016) and Rossi et al. (2017), among others, which deal with process mapping
in University Libraries. The research is characterized as bibliographic research and case study.
For the modeling of the processes, the Bizagi Modeler software was used, which allows the
drawing through flow charts of the processes developed by the sectors. For the data collection, a
visit was made to the sectors in order to proceed with the mapping of processes. The research
resulted in the mapping of seven processes carried out in the Central Library of the Federal
Rural University of Amazonia, but is still in progress for the other processes. It is concluded
that it is essential to carry out the mapping of processes to make visible the internal community
and society as a whole the work developed by the central library. He points out that it is still
important to continue this research, by transforming the tacit knowledge contained in the minds
of people into explicit knowledge. Thus, the central library will fulfill with excellence its role of
supporting teaching, research and extension, thus guaranteeing excellence to the services and
products offered.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apresentar o mapeamento de processos que foi
realizado nos setores que compõem a Biblioteca Central Lourenço José Tavares Vieira da
Silva da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) (BCUFRA) visando à melhoria
contínua dos serviços e produtos prestados aos usuários.
A BC UFRA foi fundada em 3 de abril de 1976, durante ―Jubileu de Prata‖, da
Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP). Seu espaço compreende uma área de 600
m². Foi construída com recursos advindos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) conveniada com a FCAP (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA
AMAZÔNIA, 2017).
Como Biblioteca Universitária (BU), a BCUFRA propicia suporte às atividades de
ensino, pesquisa e extensão atendendo as necessidades informacionais dos usuários internos e
externos. Oferece distintos serviços e produtos a comunidade. Realiza processos como
825
2 REVISÃO DE LITERATURA
826
Fonte: Reis e Blattmann (2004, p. 9, com adaptações) e Manual de gestão por processos (2013).
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
.2
2 Escolher os materiais desejados
.3
3 Anotar o número de classificação dos materiais
4 Entregar ao atendente o número de classificação dos materiais
5 Buscar no acervo os materiais solicitados
6 Proceder com o empréstimo no GNUteca
6 Digitar a matrícula do usuário
.1
6 Fazer a leitura do código de barras dos materiais no GNUteca
.2
6 Confirmar o empréstimo no GNUteca
.3
6 Imprimir o comprovante de empréstimo no GNUteca
.4
7 Anotar a data de devolução nas fichas de empréstimo dos materiais
8 Desmagnetizar os materiais
9 Entregar o comprovante de empréstimo ao usuário
1 Entregar os materiais emprestados para o usuário
0
1 Guardar a via do comprovante de empréstimo da biblioteca na gaveta
1
Fonte: Levantamento de dados do setor de atendimento ao público.
6 DISCUSSÃO
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FRANCO, M. M. et al. Estruturação dos processos dos setores de uma biblioteca universitária
utilizando o mapeamento e a modelagem de processos. In: ENCONTRO NACIONAL DE
ENGENHARIA DE PRODUCÃO: CONTRIBUIÇÕES DA ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO PARA MELHORES PRÁTICAS DE GESTÃO E MODERNIZAÇÃO DO
BRASIL, 36., 2016, João Pessoa, Anais... João Pessoa: ABEPRO, 2016.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
838
OBJECT Management Group. Business Process Model and Notation (BPMN). Disponível
em: <http://www.omg.org/spec/BPMN/2.0/PDF/>. Acesso em: 20 dez. 2017.
PAIM, R. et al. Gestão de processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009.
PAVANI JÚNIOR, O.; SCUCUGLIA, R. Mapeamento e gestão por processos: BPM. São
Paulo: M. Books do Brasil, 2011.
Abstract: The paper presents in an introductory form the use of open platforms and the use of
collaborative work by university libraries. We show how these tools can contribute to the
dissemination of the collections of university libraries, as well as to provide greater
interaction between library and user, adding value to the collections guarded by these
institutions, allowing the use and reuse of the contents made available by them. For the
construction of the work was carried out literature review about the themes as open
platforms, university libraries, collaborative work and collective intelligence. We used as a
methodology the bibliographical research, we used books and articles on the theme
developed. We conclude that the use of open platforms by university libraries makes this type
of library positively positioned in the face of the changes that have occurred with the advent
of the internet and web 2.0.
1 Introdução
840
“As mídias tradicionais são passivas. As mídias atuais participativas e interativas. Elas coexistem. E estão em
rota de colisão. Bem-vindo à revolução do conhecimento. Bem-vindo à cultura da convergência” (JENKINS,
2008,p28)
No livro Missão do Bibliotecário, escrito por Ortega y Gasset em 1935, por ocasião do
2º Congresso Mundial de Bibliotecas e Bibliografia, realizado em Madri. O autor apontou
como sendo a massiva produção de livros, como um grande problema que deveria ser
solucionado pelos bibliotecários. ―em toda a Europa existe a impressão de que há demasiados
livros‖ De acordo com o autor o livro deixou de ser um desejo e passou a ser sentido como
um peso.
A citação de Ortega y Gasset é muito pertinente nos dias de hoje, aonde a produção de
informação chega a números estratosféricos. Podemos citar a evolução da informática e as
mudanças que se desenvolveram em torno da internet como um fator primordial para esse
acontecimento. De acordo com Castells ―atividades econômicas, sociais, políticas e culturais
essenciais por todo o planeta estão sendo estruturadas pela internet e em torno dela‖ (2001,
p.8).
Com a popularização da internet e com o advento da Web 2.0, que de acordo com
O´Reilly (2017) diz respeito a uma segunda geração de serviços e aplicativos da rede e a
recursos, tecnologias e conceitos que permitem um maior grau de interatividade e colaboração
na utilização da Internet. A humanidade caminha para a construção de um novo espaço
antropológico, o espaço do saber, ou ciberespaço, no qual estamos todos interligados,
pensando e trabalhando em rede (LEVY, 1997). A formação de redes é uma prática humana
muito antiga, mas as redes ganharam vida nova nos tempos atuais, transformando-se em redes
de informação energizadas pela internet. (CASTELL, 2011, p.7).
Assim sendo, acreditamos que as mudanças ocorridas nos últimos anos afetaram
significativamente a forma como coletamos, produzimos e disseminamos conteúdos
informacionais, a biblioteca Universitária inserida neste contexto também é afetada. Dessa
forma, apresentamos neste trabalho uma discussão acerca das plataformas 74 abertas apontando
a possibilidade do seu uso pelas bibliotecas universitárias.
74
Plataforma aberta: (Ing: open platform) Conceito que demanda a um computador e a uma rede que permite a
todos os usuários da Internet a possibilidade de acessar, criar e publicar informações, assim como acessar a
informação de outros. Fonte: Plataforma aberta (verbete). Glossário de elearning. Disponível em:
<abhttp://elearning.ieba.org.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=18&Itemid=37erta> Acesso em:
13 set. 2017.
841
2 Revisão de literatura
75
―Giving users the freedom to interact with and add value to data as well as create their own content and upload
it into our collections is what users want, and helps libraries maintain their relevance in society‖
843
mundo da inovação está passando por mudanças e que essas inovações são definidas por
―amadores‖ que agora possuem acesso a ferramentas de inteligência coletiva.
Para compreendermos o conceito de Crowndsourcing, fizemos uso dos trabalhos dos
autores Estellés- Arrolas e González-Ladron de Guevara (2012, p.9), os quais apresentam uma
definição mais abrangente do tema ―o Crowdsourcing é um processo on-line que é distribuído
pela própria natureza da Internet e sempre envolve a participação da multidão, as próximas
etapas dependerá iniciativa proposta.‖76 (Nossa tradução).
O trabalho de Holley (2010, p.2) diz que o ―Crowdsourcing usa técnicas de
engajamento social para ajudar um grupo de pessoas a alcançar um objetivo comum,
geralmente significativo e grande, trabalhando coletivamente como um grupo‖ 77 (Nossa
tradução).
As conferências e palestras do Curador digital da British Library, Aquiles Brayner
(2017) foram referências para o estudo do uso das plataformas abertas com a finalidade de
agregar valor aos acervos de instituições de memória, sendo o autor um entusiasta da
temática.
Trabalhos como os de Zastrow (2014), Zhang (2015), Dobrecky (2016), Zarndt (2006)
se aproximam significativamente da nossa proposta, pois apresentam diretamente o uso do
modelo de plataformas abertas como elemento fundamental para preservação da memória
coletiva, por isso serão abordados como trabalhos relacionados.
Adicionalmente, outros trabalhos serão de fundamental importância por tratarem
especificamente do modelo de trabalho Crowndsourcing e plataformas abertas para
transcrição de manuscritos. Citamos dessa forma, alguns relatos, como: a transcrição de
manuscritos da Guerra Civil Americana Collaborative Manuscript Transcription (2012);
Welcome to Transcribe Bentham de Causer (2013); Crowdsourcing transcription: from the
Page and Scripto de Lawson (2012); Crowdsourcing for Shakespeare de Kwok (2017),
Transcription tools: a Survey de Mika (2017).
76
―Crowdsourcing is an online process that is distributed by the very nature of the Internet and it always
involves the participation of the crowd. The rest of the characteristics depend on the proposed initiative.‖
77
―Crowdsourcing uses social engagement techniques to help a group of people achive a shared, usualy
significant, and large goal by working collaborrativelly together as a group.‖
844
3 Metodologia
4 Discussão
Galindo (2010, p.190) nos lembra que: ―Não basta mais apenas descrever as coleções,
reproduzi-las de modo analógico para mantê-las armazenadas em depósitos remotos de acesso
ilimitado‖. O autor é enfático ao escrever sobre acesso: ―Urge promover-se o acesso largo às
fontes a quem delas possa fazer uso, como forma de garantir a preservação a partir da oferta
de acessibilidade‖. Brayner (2017, p.2) colabora ao escrever :―durante as ultimas décadas,
biblioteca e arquivos têm se dedicado à produção e coleta de objetos digitais. A Tecnologia
atual nos permite muito mais do que apenas descobrir ou acessar esses objetos‖, a tecnologia
nos possibilita o uso de novas ferramentas que nos leva a novas descobertas a partir de uma
nova compreensão do material analisado. biblioteca e arquivos têm se dedicado à produção e
coleta de objetos digitais. A Tecnologia atual nos permite muito mais do que apenas descobrir
ou acessar esses objetos‖, a tecnologia nos possibilita o uso de novas ferramentas que nos leva
a novas descobertas a partir de uma nova compreensão do material analisado.
Essa pesquisa se faz relevante porque o novo cenário proveniente da internet e da web
2.0 estabeleceu uma nova relação de envolvimento entre as bibliotecas e os seus usuários,
mais próxima e informal, dando a possibilidade ao usuário de desempenhar um papel mais
ativo e participativo, contribuindo na criação de novos conteúdos. Uma experiência que na
maior parte das vezes acaba por se tornar coletivo. ―E agora eles estão nos dizendo que podem
fazer ainda mais, eles podem se organizar para trabalhar juntos para alcançar grandes
845
objetivos para as bibliotecas e tornar nossa informação ainda mais acessível, precisa e
interessante‖ (HOLLEY, 2010, nossa tradução)78.
Acreditamos que nesse contexto em que nos encontramos o valor de uma instituição
não será mensurado pelos acervos que ela possui, mas sim por aqueles acervos que ela torna
disponível. A proposta aqui apresentada vem colaborar com esse pensamento.
5 Considerações finais
Shera (1997, p.265) nos diz que Ciência da Informação é ―a disciplina que investiga as
propriedades e comportamento da informação, as forças que regem o fluxo da informação e os
meios de processamento da informação para o máximo de acessibilidade e uso.‖ Todavia,
novas formas de fluxo de informação surgem, impulsionado pelas tecnologias sociais e
colaborativas. Neste modelo de colaboração e trabalho em rede, novas tecnologias e
metodologias vêm se destacando, tais como o uso de plataformas abertas.
Acreditamos que o ambiente proporcionado pela internet e pela web 2.0 faz com que a
biblioteca universitária se posicione de forma mais ativa e atuante diante da nova situação.
Dessa forma, defendemos como ferramenta importante o uso das plataformas abertas por
essas bibliotecas. Entendemos que esse fato contribuirá positivamente em diversos aspectos
tais como na ampliação e divulgação dos acervos das bibliotecas assim como maior dialogo e
interação entre biblioteca e usuários..
Referências
78
And now they are telling us they can do even more, they can organise themselves to work together to achieve big goals for libraries and
make our information even more accessible, accurate and interesting.
846
BARRETO, Aldo. Entrevista de Leonardo Melo ao Professor Aldo Barreto, 2002. Disponível
em: < https://aldobarreto.wordpress.com/2012/01/08/leia-e-pense/>. Acesso em: 30 set 2017.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GALINDO, M. Tecnologia e memória. Revista IEB. São Paulo: IEB, 2010, n.50, p.179-190.
HOLLEY, Rose. Crowdsourcing: How and why should libraries do it? 2010. Disponível em:
< http://www.dlib.org/dlib/march10/holley/03holley.html>. Acesso em 15 set. 2017.
HOLLEY, Rose. Crowdsourcing and social engagement: potential, power and freedom for
libraries and users. Disponível em:
<http://eprints.rclis.org/13968/1/Rose_Holley_PRDLA_Crowdsourcing_Nov_2009_Final_ver
sion.pdf>. Acesso em: 30 set. 2017.
LAWSON, K. Crowdsourcing trnscription: from the Page and scripto, 2012. Disponível
em: < http://www.chronicle.com/blogs/profhacker/crowdsourcing-transcription-fromthepage-
and-scripto/38028.> Acesso em: 21 set. 2017
_______. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 4. ed. São Paulo:
Loyola, 2003.
SANTOS, Boaventura Sousa. Um discurso sobre as ciências. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2010.
ZASTROW, J. Crowdsourcing cultural heritage: Citzen archivists for the future, 2014.
Disponível em: < http://www.infotoday.com/cilmag/oct14/Zastrow--Crowdsourcing-Cultural-
Heritage.shtml>. Acesso em: 21 set. 2017
ZARNDT, F. Putting the world‟s culturl heritage online with crowdsourcing, 2016.
Disponível em: <
https://www.ifla.org/files/assets/newspapers/Mikkeli/Mikkeli_slides/7aug2012_frederick_zar
ndt.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2017.
ZHANG, T. Crowdsourcing reference help: using technology to help users help each other,
2015. Disponível em:< http://docs.lib.purdue.edu/lib_fsdocs/102/>. Acesso em: 23 set. 2017.
849
Resumo: A imersão dos arquivos e bibliotecas no mundo digital exige que sejam
estabelecidas políticas e instrumentos de gestão, vinculados ao desenvolvimento de diretrizes
voltadas à web social, com o intuito de possibilitar aos usuários a identificação, acesso, uso e
colaboração com estes ambientes informacionais. A partir deste contexto, esta comunicação
se constitui em uma pesquisa descritiva, que tem como método o estudo de caso e objetivo
apresentar reflexões sobre a consolidação do dispositivo de comunicação da web social de
dois ambientes informacionais de uma unidade de ensino superior, no que se refere às
atividades de mediação e gestão da informação. A pesquisa se desenvolveu em duas fases: 1)
Interferência e observação direta na fanpage do facebook dos ambientes informacionais; 2)
Estabelecimento de indicadores que subsidiaram a construção da política e do manual de
gestão e uso da fanpage no facebook. Os resultados apontam que a incorporação e utilização
dos dispositivos da web social no âmbito universitário incentivam o usuário a estabelecer uma
interação com os arquivos e bibliotecas.
Abstract: The immersion of archives and libraries in the digital world requires that policies
and management tools are established, linked to the development of guidelines related to
Social web, in order to enable users to identify, access, use and collaborate with these
informational environments. From this context, this communication consists in a descriptive
study, which has as method the case study, that aims to present reflections about the
consolidation of the communication device of the Social web of two informational
environments of a higher education unit, with regard to the activities of mediation and
information management. The research developed in two stages: 1) Interference and direct
observation on Facebook's fanpage of informational environments; 2) Establishment of
indicators that subsidized the construction of the policy and the Manual of Management and
use of fanpage on Facebook. These results point to the incorporation and use of Social web
devices at the university level encourage the user to establish an interaction with the archives
and libraries.
850
1 INTRODUÇÃO
A web social proporciona um novo modelo para ambientes virtuais, que amplia a
cultura participativa e possibilita aos sujeitos uma comunicação mais intensiva e colaborativa
nesse espaço. Blattmann e Silva (2007), afirmaram que ―[...] a Web social pode ser
considerada uma nova concepção, pois passa agora a ser descentralizada e na qual o sujeito
torna-se um ser ativo e participante sobre a criação, seleção e troca de conteúdo postado em
um determinado site por meio de plataformas abertas.‖ A partir do uso dos recursos da web
social pelos sujeitos, através de redes colaborativas, rompem com a ideia de passividade e
passam a se posicionar de modo mais autônomo e dinâmico, trocando informações,
promovendo debates e construção de textos colaborativos.
Em 2008, Curty (p. 55) ampliava as reflexões sobre a web social a definindo como,
Uma web mais social, pois envolve mais pessoas; mais colaborativa, porque todos
são partícipes potenciais e têm condição de se envolver mais densamente; mais
apreensível, pois desmistifica que conhecimentos técnicos sejam necessários para a
interação; uma web que se importa menos com a tecnologia de informação e mais
com pessoas, conteúdo e acesso: dizem que por essa Web denota-se a versão 2.0.
Embora esses conceitos fossem elaborados e apresentados em média dez anos atrás,
ainda representam a concepção do que vem a ser a web social, bem como seus recursos de
comunicação. Desde o orkut, messenger, entre outros, até os mais atuais como instagram,
facebook, twitter, são considerados potencializadores de uma comunicação mais interativa,
participativa e colaborativa. Assim, constata-se que a inovação vem ocorrendo por meio dos
dispositivos, que constantemente vem atualizando seus recursos, a fim de continuar sendo
utilizados pelos sujeitos e que esses possam trocar e disponibilizar conteúdos informacionais
com os demais participantes da rede social.
Os recursos de comunicação da web social possuem uma lógica própria de
funcionamento que pode favorecer a relação entre os sujeitos e potencializar a comunicação
realizada por esses, sendo considerados, nesse artigo, como dispositivos. Segundo Perrotti
(2007), os dispositivos ―[...] não funcionam apenas; eles significam [...] são portadores de
sentidos [...]‖ Dessa maneira, os recursos da web social podem ser refletidos como
dispositivos que proporcionam modos de significação no sujeito através de relações com
outros sujeitos, já que, na interlocução entre eles, há um resgate de experiências e
852
conhecimentos, que quando acionados por novas informações, os sujeitos têm maiores
possibilidades de atingir seu próprio desenvolvimento cognitivo.
Arquivos e bibliotecas, ao utilizarem os dispositivos de comunicação da web social,
devem realizar um planejamento estratégico, de modo a favorecer as ações de mediação da
informação. Nesse sentido, as ações de gestão, especialmente de gestão da informação, devem
ser adotadas para um uso efetivo dos dispositivos de comunicação, logo que, segundo
Valentim (2004, p. 1) refere-se a
[...] um conjunto de estratégias que visa identificar as necessidades informacionais,
mapear os fluxos formais de informação nos diferentes ambientes da organização,
assim como sua coleta, filtragem, análise, organização, armazenagem e
disseminação objetivando apoiar o desenvolvimento das atividades cotidianas e a
tomada de decisão no ambiente corporativo. (VALENTIM, 2004, p.1).
3 METODOLOGIA
Pesquisa descritiva, que tem como método o estudo de caso, por tratar do
desenvolvimento e uso do dispositivo de comunicação da web social disponibilizado pela
Biblioteca e Arquivo da unidade de ensino superior. Dessa maneira, essa comunicação
apresenta os resultados da interferência e observação direta na fanpage, do facebook, dos
Ambientes Informacionais supracitados, a partir das práticas de gestão e as ações de mediação
da informação, além de indicadores que subsidiaram a construção da política e do manual de
gestão do uso da página no facebook.
A Biblioteca possui um número significativo de profissionais: três bibliotecárias e
cinco auxiliares de Biblioteca. Entre outros aspectos, destaca- se por atender os discentes dos
onze cursos de graduação da instituição, além dos discentes de pós-graduação, docentes,
funcionários e público externo. Seu eixo temático é a Engenharia, sendo o ponto de união
entre os diversos cursos e sujeitos. Esse último aspecto, unidade temática, sinaliza a existência
de uma cultura organizacional, que possibilite uma comunicação comum e participação
favorável entre os sujeitos.
O Arquivo constitui como orientação geral aos pesquisadores e funcionários quanto ao
conhecimento, à utilização dos acervos documental e museológico de relevância acadêmica e
social (valor histórico) sob a guarda da unidade de ensino e também acerca dos serviços
prestados pelo arquivo à comunidade, ao longo dos seus 121 anos. O acervo é composto por
documentos textuais custodiados que datam de 1896 até o ano corrente, além de acervo
iconográfico, museológico, sonoro, audiovisual, cartográfico e pessoal que retratam as
atividades-meio e atividades-fim desta unidade de ensino. Como a Biblioteca, o Arquivo
também possui uma equipe qualificada e em número significativo para atender as demandas
dos usuários, tanto em ambiente físico quanto virtual.
Até o ano de 2016, tanto a Biblioteca quanto o Arquivo apenas disponibilizavam
informações por dispositivos de comunicação pertencente à web 1.0 (correspondência e
telefone). A partir de 2017, esses Ambientes Informacionais passaram a disponibilizar uma
fanpage no facebook, sendo a criação e o desenvolvimento desse dispositivo fundamentados
em indicadores da literatura da Ciência da informação, resultado da interferência direta da
pesquisa. Esse dispositivo de comunicação também passa a apresentar novos indicadores que
são apresentados nessa comunicação, a fim de oferecerem subsídios teórico e metodológico
para o desenvolvimento de ações de mediação e gestão da informação nos dispositivos de
comunicação da web social das bibliotecas e/ou arquivos.
855
Quadro 1 - Rotinas de gestão da informação em dispositivos de comunicação da web social em arquivos e/ou
bibliotecas
Ações estratégicas de Gestão da informação
1. Normas/Documentação:
- política de gestão do uso do dispositivo;
- manual das práticas de desenvolvimento do dispositivo;
- tutoriais para registro das experiências de desenvolvimento dos produtos para os
dispositivos.
2. Cultura:
- busca identificar e fortalecer laços com rede de colaboração;
- boa recepção do dispositivo por parte da equipe e dos usuários;
- boa recepção às novas ideias e críticas;
- identifica-se comunicação e interação entre os sujeitos;
- a equipe e os usuários participam para o desenvolvimento do dispositivo;
- busca-se identificar o potencial de cada participante da equipe, para contribuir no
desenvolvimento do dispositivo;
- existe uma busca pela qualidade do dispositivo e das ações de mediação da
informação;
- visão dos ambientes físicos do arquivo e/ou da biblioteca;
- conhecimento das normas e políticas desenvolvidas para os dispositivos de
comunicação, bem como do arquivo e/ou biblioteca, e instituição subordinada.
3. Equipe:
- apresenta conhecimento sobre o dispositivo de comunicação;
- busca pela qualificação continuada, que pode auxiliar nos dispositivos de
comunicação;
856
- postura ética.
4. Visibilidade:
- visibilidade do símbolo do dispositivo no website do arquivo e/ou biblioteca;
- desenvolvimento de uma logomarca para o dispositivo;
- divulgação em outros dispositivos de comunicação;
- divulgação nos ambientes físicos;
5. Conteúdo:
- identifica-se a necessidade informacional do usuário;
- atualização periódica dos conteúdos;
- informações de interesse em diferentes formatos e linguagens:
- informações utilitárias;
- informações sobre os ambientes físicos: localização; horário de funcionamento;
materiais informacionais disponíveis; produtos; serviços; eventos; existência de
equipamentos para apoio às atividades.
6. Avaliação:
-do dispositivo de comunicação;
- das ações da equipe;
- dos conteúdos;
- das ações e frequência dos usuários.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
aproximação com os seus usuários. Outra ação foi a criação de uma logomarca para o
dispositivo, uma vez que simboliza os acervos custodiados por esses ambientes, numa
perspectiva de rede de integração e de disseminação de informações sobre a memória da
Escola. Assim, tanto a Biblioteca quanto o Arquivo são responsáveis pela divulgação e
manutenção do dispositivo de comunicação, a exemplo da atualização e disseminação de
conteúdos.
Os conteúdos disseminados no dispositivo de comunicação referem-se à informação
de interesse dos usuários, por exemplo: indicação de textos sobre a área de conhecimento dos
usuários; informações sobre as atividades da Biblioteca e do Arquivo, a exemplo de eventos
realizados por esses Ambientes e/ou em que eles participaram; visitas técnicas realizadas na
Biblioteca ou no Arquivo; eventos realizados na Escola que estão vinculadas, entre outras
informações.
Além desses aspectos ligados ao conteúdo, também deve perceber a necessidade de
atualização periódica de disponibilização de novos conteúdos, de modo que o usuário se sinta
interessado em visitar e utilizar o dispositivo como um canal de informação. Tanto a
atualização quanto o tipo de conteúdo disponibilizado devem estar em conformidade com o
interesse demonstrado pelos usuários. Indica-se a realização de um estudo de usuário, que
planeje e avalie os conteúdos que devem ser disponibilizados e a periodicidade dessa
realização. Assim, além de um dispositivo que registra a memória das ações dos Ambientes
Informacionais, o dispositivo de comunicação cumpre seu maior objetivo que é auxiliar no
acesso e uso de informações que satisfaçam as necessidades informacionais dos usuários e os
apoiam em suas ações, tal como defende Almeida Junior (2015).
Para cumprir esse objetivo a equipe da biblioteca e arquivo deve buscar ampliar suas
competências e cumprir suas atribuições com qualidade. Nesse sentido, é relevante contribuir
com o compartilhamento de conhecimentos e vivências, potencializando que todos os
membros da equipe possam, mesmo de modo indireto, colaborarem para que os usuários
sejam agentes do protagonismo social, avançando, ainda mais, para uma participação ativa e
dinâmica no dispositivo de comunicação e em seus ambientes de atuação.
Nessa perspectiva, aponta-se a necessidade de refletir e avaliar constantemente sobre a
colaboração e participação realizada pelos usuários no dispositivo. Assim, a luz da estrutura
citada acima, o arquivista e o bibliotecário devem observar: frequência dos usuários no
dispositivo - observar os usuários que interagem frequentemente, por intermédio do registro
de ações realizadas por eles; interação entre os participantes - identificar se há troca e
interlocução entre os componentes da rede; interação dos participantes com o arquivista,
859
6 CONCLUSÃO
A cultura participativa que vem se desenvolvendo a partir da web social traz consigo a
ruptura com o fluxo tradicional da informação e comunicação, que apresentava o usuário
como um indivíduo passivo e neutro. Com o auxílio desses dispositivos tecnológicos, a
informação amplia-se desenvolvendo uma circulação mais intensa e expandida, resultando na
alteração constante e contínua dos papéis de emissor e receptor.
Os valores que emergem com a web social - manter-se informado, comunicar-se
constantemente, trabalhar colaborativamente, criar, publicar e disseminar informações,
colocar sua opinião, entre outros - se tornam cada vez mais evidentes e necessários para o
desenvolvimento social do sujeito. Nesse sentido, é necessário que, tanto as bibliotecas quanto
os arquivos brasileiros, utilizem dispositivos de comunicação da web social, adequando-os a
sua realidade e necessidade, de modo que esses dispositivos auxiliem nas atividades de
mediação desenvolvidas por esses ambientes de informação, ampliando o espaço de
interlocução entre arquivo e biblioteca com seus usuários.
Acredita-se que a comunicação do bibliotecário e do arquivista com os usuários pode
ser potencializada pelos dispositivos da web social. Nesse sentido, pode favorecer a
concretização de três aspectos: 1) interlocução mais ampla e intensiva; 2) a significação da
informação para o crescimento mútuo; e 3) o usuário como protagonista, o sujeito capaz de
criar outras informações e produzir novos conhecimentos, a partir da utilização dos recursos
da web social. Dessa maneira, aponta-se nesse texto a importância de se refletir quanto à
necessidade de se intensificar a utilização desses dispositivos de comunicação da web social
pelas bibliotecas e arquivos, especificamente em instituições brasileiras, para se estabelecer
uma aproximação com os usuários.
Assim, pode-se verificar que o objetivo dessa comunicação foi apresentar alguns
861
REFERÊNCIAS
BLATTMANN, Ursula; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Colaboração e interação na web
social e biblioteca 2.0. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.
12, n. 2, 2007. Disponível em:<http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/article/view/
530/664> Acesso em: 20 set. 2009
CURTY, Renata Gonçalves. Web social: plataforma para o conhecimento coletivo. In:
TOMAÉL, Maria Inês. Fontes de informação na internet. Londrina: Eduel, 2008. p. 53-78.
DAINES III, J. Gordon; NIMER, Cory L. The interactive archivist: case studies in utilizing
web social to improve the archival experience. United States Of America: Society Of
American Archivists, 2009. Available at: <http://lib.byu.edu/sites/interactivearchivist/>.
Accessed: 20 apr. 2010.
IBICT. Nicholas Cop acredita que Second Life pode ser novo espaço para bibliotecas
virtuais. Seção Notícias, 2008. Disponível em: <http://www.ibict.br/noticia.php?id=523>.
Acesso em: 29 jun. 2009.
MANESS, Jack M.. Teoria da Biblioteca 2.0: Web social e suas implicações para as
bibliotecas. Inf.& Soc.: Est., João Pessoa, v. 17, n. 1, p.44-55, jan./abr. 2007. Disponível em:
<www.cipedya.com/web/FileDownload.aspx?IDFile=102055>. Acesso em: 05 ago. 2009.
SAMOUELIAN, Mary E..Embracing web social: Archives and the newest generation of
web applications.2008. Master‘s paper - University Of North Carolina, California, 2008.
Available at: < http://etd.ils.unc.edu/dspace/items-by-author?author=Mary+E.+Samouelian>.
Accessed: 22 apr.2010.
THEIMER, Kate. Archives & Web social. August, 2007. Available at:
<http://www.archivesnext.com/?page_id=62>. Accessed: 26 june 2010.
Resumo: As bibliotecas são como organismos multifacetados, que devem realizar ações de
sustentabilidade em respeito ao meio ambiente. Assim, a Biblioteca Central do Campus do
Pici Prof. Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará, buscou integrar
práticas sustentáveis no seu planejamento anual criando em sua unidade algumas propostas
para a implantação de ações de sustentabilidade. Em virtude da necessidade de soluções para
os problemas ambientais e sustentáveis que assolam a sociedade, nesta pesquisa formulamos o
seguinte questionamento: como as Bibliotecas Universitárias podem desenvolver, em suas
unidades, um espaço voltado para o ambiente sustentável? Tornando-se conjectura da
qualidade da gestão para as bibliotecas universitárias, assim como para outras empresas
públicas e privadas, a questão da adoção de ações de responsabilidade socioambiental visa
atender a demanda com padrões de excelência nos serviços oferecidos e no cumprimento da
missão dessas instituições. Realizou-se pesquisa-ação mediante estudo de caso baseado em
uma metodologia participativa, buscou-se descobrir como as Bibliotecas Universitárias
podem desenvolver, em suas unidades, um espaço voltado para o ambiente sustentável. E
como resultado, aponta quais ações estão sendo desenvolvidas na biblioteca-alvo deste estudo,
tais como: campanhas para economia de papel, coleta seletiva e economia de energia elétrica.
Abstract: Libraries are like multifaceted organisms, which must carry out sustainability
actions in respect of the environment. Thus, the Central Library of the Campus of Pici Prof.
Francisco José de Abreu Matos, of the Federal University of Ceará, sought to integrate
sustainable practices in its annual planning creating in its unit some proposals for the
implementation of sustainability actions. Because of the need for solutions to the
environmental and sustainable problems that plague society, in this research we formulate
the following question: How the University libraries can develop, in their units, a space
focused on the sustainable environment ? Becoming a conjecture of the quality of
management for university libraries, as well as for other public and private companies, the
issue of the adoption of social and environmental responsibility actions aims to meet the
864
demand with standards of excellence in the services offered and in the Fulfilment of the
mission of these institutions. Research-action was carried out through a case study based on
a participatory methodology, it was sought to discover how the university libraries can
develop, in their units, a space focused on the sustainable environment. And as a result, it
points out what actions are being developed in the target library of this study, such as: paper-
saving campaigns, selective collection and electrical energy savings.
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
desequilibrada e predatória que vem sendo estabelecida nos diversos pontos do território. É
preciso, em primeiro lugar, combater a insustentabilidade social. (PADUA, 1999, p. 32).
A visibilidade de ações sustentáveis pode até tornar-se uma consequência, mas ela não
deve ser um fim em si mesmo. Ao contrário, deve ter como finalidade nossa própria
sobrevivência. Implantações de programas de sustentabilidade já podem ser observadas em
várias bibliotecas, e já foram discutidas em diversos encontros. O 25.º Congresso Brasileiro
de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, realizado em julho de 2013,em
Florianópolis, tratou a questão na Temática III: Bibliotecas, serviços de informação e
sustentabilidade.
Dentre os trabalhos apresentados, podemos citar: Crestanaet et al. (2013), expondo as
questões de sustentabilidade tratadas na biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo; Palhares e Palhares (2013), com o projeto de sustentabilidade da biblioteca
Professor Gaio; Reis et al. (2013),sobre a criação e implantação do projeto Biblioteca Verde,
no Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana (SISBI-
UEFS).
A temática continua sendo uma necessidade nos centros informacionais, pois sabemos
que, apesar dos avanços, ainda não atingimos patamares satisfatórios de sustentabilidade nas
bibliotecas brasileiras. E pensando nisso, a Biblioteca Central do Campus do Pici, da
Universidade Federal do Ceará, também tem desenvolvido iniciativas para alcançar o patamar
de sustentável.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
preciso que a ação seja uma ação não trivial, o que quer dizer uma ação problemática
merecendo investigação para ser elaborada e conduzida (THIOLLENT, 2000, p.15).
Assim, a pesquisa-ação segue a orientação voltada para os objetivos de transformação,
em que podemos planejar, implementar, implantar, descrever e avaliar uma possível mudança
para a melhoria da prática.
Segundo Angel (2000), uma pesquisa-ação pode ser considerada colaborativa ou
participativa, dependendo do grau de participação das pessoas envolvidas no estudo, ou na
pesquisa.
Diante da metodologia da pesquisa-ação, utilizamos um método de estudo de caso
baseado em metodologia participativa. Segundo Yin (2010), como método de pesquisa o
estudo de caso é utilizado em vários tipos de situações, do qual poderemos descrever o
comportamento de pequenos grupos, avaliar os processos organizacionais e administrativos,
dentre outros.
A sistematização dos dados teve o foco voltado à promoção da sustentabilidade em
bibliotecas universitárias, bem como a observação das atividades promovidas pela biblioteca
com a participação de todos os sujeitos que frequentavam o espaço. Utilizamos como critérios
de inclusão as ações de sustentabilidade voltadas para as questões ambientais, de forma a
promover e discutir, nos espaços informacionais, as características e os aspectos da
sustentabilidade, bem como a sua importância para a sociedade.
Em seguida, foram identificados os espaços de ação para o projeto, bem como sua
divulgação e o preparo dos ambientes para o desenvolvimento dessas ações. Procuramos
nortear essas ações em três pilares de atuação:
1. Controle e Economia de Materiais;
2. Reciclagem e Monitoramento de Resíduos;
3. Contribuição para a Qualidade de Vida.
As referidas ações se desenvolveram na biblioteca por intermédio de cada um desses
pilares de atuação, da seguinte forma;
1. Ações de Controle e Economia de Materiais:
a) O Guia de Apresentação de Dissertações, Teses e Monografias está disponível
online no website da biblioteca, para leitura em tela, e conta com uma versão em PDF para
eventual impressão, evitando o desperdício de papel.
868
b) Desde junho de 2016,a Biblioteca optou pelo fim da impressão dos comprovantes
de empréstimo, devolução e renovação de material e, como alternativa, os comprovantes são
enviados aos usuários via correio eletrônico (e-mail).
c) Desde 2006, os trabalhos acadêmicos são depositados via online, evitando o gasto
de impressão desses materiais. A Biblioteca orienta alunos, professores e secretários como
fazer o depósito desses materiais online e qual o sistema adequado para cada categoria. Por
869
c) Economia de água
A Biblioteca dispõe de uma cisterna para coletar água da chuva. Essa caixa coletora
possui um motor que leva a água para a caixa de água do prédio. A cisterna é revestida com
uma tela para proteção contra o Aaedes aegypti.
3) Contribuição para a Qualidade de Vida:
Na busca de melhoria da qualidade de vida das pessoas, tanto de funcionários como
dos usuários, às ações praticadas na BCCP são:
a)Mobiliário de trabalho e para usuários adequados (ergonômico); b) Utilização de
EPIs; c) Inspeção periódica de extintores e equipamentos contra incêndio, pelos bombeiros e
formação de brigadistas na biblioteca para evitar incêndios; d) Limpeza periódica (contrato de
manutenção) dos equipamentos de ar-condicionado; e) Checklist diário para o fechamento da
Biblioteca, pelos seguranças.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
http://cursa.ihmc.us/rid=1GM6G3K7D-27Y228J-
47B/PRODUCAO%20CONSUMO%20SUSTENTABILIDADE.doc. Acesso em: 22 dez. 2017
TROTTER, D. W. Going for the green: three environmentally friendly libraries illustrate a
county's commitment to sustainable design. American libraries, [S.l.], v.39, n.4, p.40-43, apr.
2008.
874
875
Eixo II – Inovação
Abstract: The objective of this article is to discuss the strategic planning in university
libraries under the swot analysis, which indicates the imminent risks that should be avoided
in the execution of activities and the opportunities that can be taken advantage of by the
organization, pointing out the weaknesses and strengths of the company analyzed. The
research was carried out through literature reviews, presenting an overview of the
administration of university libraries. the question that guided the study was: how can
university libraries apply swot analysis to their management? it was evidenced in this study
that university libraries stand out as units of paramount importance both for the educational
process in question and for the success of the educational institutions themselves. Strategic
planning, in the management process, is extremely relevant in terms of following the
guidelines established by the ministry of education and for the improvement of services
provided by university libraries.
1 INTRODUÇÃO
2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Para que os objetivos pretendidos pelo presente artigo sejam atingidos, se faz
necessário a realização de uma prévia contextualização sobre o tema, que viabilizará a
apresentação dos elementos expostos neste artigo de maneira clara e objetiva, a fim de situar o
leitor quanto aos mesmos, oferecendo um panorama conciso acerca dos processos de
planejamento e estratégia no âmbito da gestão de bibliotecas universitárias.
877
De acordo com Luecke (2008) o teórico da administração Henri Fayol foi um dos
primeiros a situar o planejamento como um dos processos da função administrativa, que
segundo ele, consistia em: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Seu conceito
de prever incluía funções básicas do planejamento: visualizar o futuro e traçar o programa de
ação.
DruckeR (1984) define planejamento estratégico como sendo um processo contínuo
de, com o maior conhecimento possível do futuro considerado, tomar decisões atuais que
envolvem riscos futuros aos resultados esperados. paralelamente para Kotler (1992),
planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma
adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades
de mercado. de acordo com chiavenato e Sapiro (2010) o planejamento estratégico é um
processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para buscar a inserção da
organização e de sua missão no ambiente em que ela atua. Oliveira (2007) ainda corrobora ao
conceitualizar o planejamento estratégico como sendo uma metodologia administrativa que
permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, e que visa ao maior grau de
interação com o ambiente, no qual estão os fatores externos não controláveis pela empresa.
Conforme as conceituações acima, podemos ver o planejamento estratégico como um
processo de análise sob diferentes óticas, podendo ser adaptado às necessidades das
organizações e efetuando as mudanças necessárias para que aja o desenvolvimento num todo,
favorecendo assim o direcionamento adequado do caminho a ser seguido e monitorando suas
ações de forma concreta, tomando o maior conhecimento possível acerca das previsões
futuras da organização e influenciando no processo decisório em seu âmbito para que sejam
tomadas decisões adequadas aos objetivos propostos. Podemos considerar ainda que a
finalidade primordial do planejamento estratégico é nortear a organização de modo que gere
lucros, crescimento e desempenho satisfatórios.
desenvolvimento.
As bibliotecas universitárias, apesar de serem organizações sociais sem fins lucrativos,
sobretudo as das instituições públicas de ensino, prestam serviços tangíveis e intangíveis para
a sociedade, por meio de operações que requerem também a definição e aplicação de
estratégias. Contudo, as bibliotecas não estão imunes de sofrem influências do mercado, da
globalização e das tecnologias, da mesma forma que empresas que produzem resultados
financeiros.
A gestão garante para a organização o melhor uso de seus recursos, traduzidos em
melhores indicadores de qualidade e produtividade. Dessa forma, por uma definição e
aplicação de estratégias de operações nos serviços de informação, há a possibilidade de
redução de custos, otimização dos recursos, garantindo a qualidade e a produtividade na
geração de serviços.
A conjuntura socioecônomica no brasil, fragilizada pela crise do atual governo, tem
ocasionado uma redução orçamentária nas bibliotecas universitárias das instituições públicas
de ensino. Dessa forma, a criação e implementação de uma estratégia acaba sendo uma
importante ferramenta e deve ser abordada como um processo, um conjunto de atividades que
transformam insumos em resultados, fazendo-se necessário a comunicação entre o gestor e as
pessoas que executarão a operacionalização destas estratégias, ou seja, a aplicação delas no
ambiente, daí a necesidade de estarem alinhados para que as estratégias possam ser
implementadas de maneira bem-sucedida.
Segundo Luecke (2008) é importante o envolvimento das unidades operacionais nos
processos de planejamento estratégico, visto que abrigam vasto conhecimento sobre suas
próprias capacidades e dos ambientes competitivos. A elaboração da estratégia parte da
missão da instituição, que define seu propósito e o que deseja fazer pelos seus clientes, no
caso das bibliotecas universitárias os usuários, as metas devem ser baseadas na visão do
ambiente que cerca a organização, para em seguida definir as estratégias e as táticas de
implementação.
De acordo com Oliveira (2014) o planejamento estratégico, por ser um processo
gerencial, permite ao gestor a definição do rumo a ser seguido por uma empresa visando
otimizar a relação entre a instituição e o ambiente a qual está inserida. É um processo
contínuo, sistemático e dinâmico, no qual uma organização define, através de constante
interação com o ambiente externo, sua missão, objetivos e metas, seleciona as estratégias e
meios para alcançá-los, num determinado período de tempo.
Podemos observar, o valor e a importância do planejamento estratégico para a
879
Uma vez que compreendemos que uma parte importante da estratégia da organização
se dá na definição de metas e objetivos decorrentes da execução de atividades da organização
de maneira natural, e que tais metas e objetivos são influenciados pela percepção interna e
externa do empreendimento, é importante que tomemos conhecimento sobre ferramentas
estratégicas a disposição do gestor.
Segundo chiavenato e sapiro (2009) o termo swot é uma sigla oriunda do
idioma inglês. É um acrônimo de forças (strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades
(opportunities) e ameaças (threats). Constitui-se como uma importante ferramenta utilizada
para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usada como base para o
planejamento estratégico e gestão de uma organização.
Chiavenato e sapiro (2009) destacam que as referências originais da idealização da
matriz swot não são conhecidas. Contudo, tarapanoff (2001) mostra que o conceito proposto
pela matriz swot tem mais de três mil anos, ao citar um conselho de sun tzu em que ele dizia:
―concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se
das ameaças‖.
881
A análise swot, de acordo com tavares (2010) surge sob a premissa da realização de
uma investigação no ambiente interno da organização, considerando fatores que representam
ameaças e oportunidades, ou seja, trata-se de uma análise que indica os riscos eminentes que
devem ser evitados na execução de atividades e as oportunidades que podem ser aproveitadas
pela organização. De uma maneira geral, a análise swot aponta as fraquezas e forças da
empresa analisada.
Um dos fatores importantes para que tal análise seja realizada de modo eficiente se dá
na veracidade da apresentação de informações, apresentando dados realistas tanto para o
ambiente interno da organização quanto para o ambiente externo no qual a organização está
incluída. É necessário que o gestor responsável veja tal análise como uma ferramenta
importante na gestão de suas atividades, de modo que para que haja eficácia na mesma é
882
face das oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo, propiciando por meio da
identificação desses elementos o desenvolvimento estratégico das bibliotecas, constatando os
pontos fortes que devem ser utilizados pela organização, as oportunidades que podem ser
aproveitadas e os pontos fracos e ameaças que devem ser atenuados ou neutralizados.
Medeiros, Magalhães e Oliveira (2014) realizaram um estudo intitulado ―o balancead
scorecard e sua aplicação em bibliotecas universitárias públicas: o caso da biblioteca
universitária da ufla‖, no qual aplicou-se a análise swot na biblioteca universitária da
universidade federal de lavras, no tocante ao planejamento estratégico da organização para as
atividades de empréstimo, devolução, reserva, renovação, e consulta ao material bibliográfico.
Tal análise revelou:
Esse modelo pode ser representado no presente artigo como o modelo ideal de
aplicação da análise swot com ênfase no planejamento estratégico das bibliotecas
universitárias, devendo evidentemente o gestor respeitar as particularidades da organização e
apresentar resultados fieis à realidade da mesma, pois sem a fidelidade na realização da
análise da matriz, é impossível que os objetivos e metas estratégicas da biblioteca alcancem
seu objetivo de maneira clara e direta.
885
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
CRUZ, Vilma Aparecida Gimenes da; CORTEZÃO, Ilda Giorgiani; GIL, Célia Regina
Rodrigues. Planejamento estratégico e motivação para a mudança na gestão de uma biblioteca
universitária. In: ALMEIDA, Marcio (Org.). A universidade possível: experiências de gestão
universitária. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2001. Cap. 7. p. 154-172.
DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de negócios: seu guia definitivo: o passo a passo para
você planejar e criar um negócio de sucesso. Rio de janeiro: Elsevier: Campus, 2011.
MAIA, Luiz Cláudio; SANTOS, Maria de Souza Lima. Gestão da biblioteca universitária:
análise com base nos indicadores de avalição do MEC. Perspectivas em Ciência da
Informação, Belo Horizonte, v. 20, n. 2, p.100-119, abr/jun. 2015.
887
MARCOS MUCHERONI
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
79
Website: https://librarypublishing.org/
892
livros, revistas, entre outros; disseminados por plataformas abertas a baixo custo pela
característica de cooperação existente neste modelo.
Tracy (2016, p.5) afirma que publicação no contexto da biblioteca é definida como um
esforço intencional de capturar um conjunto amplo de atividades. Atividades que envolvem
seleção, revisão por pares, gerenciamento de workflow, edição, distribuição e marketing.
Este contexto estabelece rota alternativa para divulgação da comunicação científica e
acadêmica sem a intermediação de editores profissionais, editoras poderosas responsáveis
pelo desenvolvimento de novas soluções e modelos de negócios geradores de alta
rentabilidade.
O serviço de publicação por biblioteca é requisitado pela comunidade em busca de
orientação e ajuda prática para alguns aspectos de edição e composição de conteúdos
derivados de pesquisas. Muitas vezes, é difícil para os autores encarregarem-se das inúmeras
exigências do mercado profissional editorial altamente seletivo, que dificilmente atende as
iniciativas destes autores de forma a disseminar sua produção intelectual em conteúdo digital
indefinidamente, guardadas as devidas licenças de autoria e de publicação.
Outra dificuldade vai de encontro a editores que publicam autores e temas
consagrados. Ferwerda80 (2010, p.91) descreve a impossibilidade dos editores em manter a
sustentabilidade do modelo tradicional para publicação dos trabalhos por diversos motivos,
obrigando-os a adotar maior rigidez na seleção de obras disponíveis para publicação
[...] ―publicadores acadêmicos mais seletivos, dificuldade de jovens pesquisadores e autores
iniciantes em encontrar uma editora disposta a publicar seus trabalhos‖ ( tradução nossa) 81.
Somado às dificuldades dos editores com custos de produção de livro em valores
muito superiores se comparados aos artigos de revistas por envolver arte-finalistas,
especialistas para composição de capa, editores de conteúdo, restrições econômicas impostas
às bibliotecas universitárias obrigando-as à redução de novas aquisições de obras digitais e
impressas.
O serviço de publicação por biblioteca se transforma em busca de um conjunto de
soluções para viabilizar o acesso à comunicação acadêmica pela divulgação de conteúdos
abertos, ao mesmo tempo em que agrega o novo papel em atribuições cotidianas; porém
existem outros programas que trabalham com assinaturas e modelos tradicionais (HAHN,
2008, p.24).
80
Eelco Ferwerda, coordenador do OAPEN (Open Access Publishing in European Networks) e publicador digital de
conteúdos da Editora da Universidade de Amsterdam.
81
[...] Academic publishers have been forced to become more selective in the books they publish; authors, in particular
young researchers and first-time authors, have found it harder to find a press willing to publish their work.
893
3 METODOLOGIA
82
Library Publishing Coalition Directory < https://librarypublishing.org/wp-
content/uploads/2017/03/LPC_LPDirectory2018.pdf >
894
83
<http://www.dartmouth.edu/~library/digital/publishing/index.html>
84
International Standard Serial Number.
85
eXtensible Markup Language.
86
HyperText Markup Language (Linguagem de Marcação de Hipertexto).
87
Portable Document Format (Formato Portátil de Documento).
88
Electronic Publication (Publicação Eletrônica): formato de arquivo digital padrão específico para livros
digitais.
89
Coordenado por Barbara DeFelice, diretora do Programa de Comunicação Acadêmica, Direitos Autorais e
Publicação e Laura Barrett, diretora de Educação e Divulgação na Biblioteca Dartmouth.
895
90
Formato Daisy aumenta o acesso ao livro digital por deficientes visuais ou pessoas com pouca visão e
disléxicos.
896
4 RESULTADOS/DISCUSSÃO
91
URL: http://pkpschool.sfu.ca/
897
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BONN, M.; FURLOUGH, M. Getting the Word Out Academic Libraries as Scholarly
Publishers. [s.l.] The Association of College & Research Libraries, 2015. Disponível em: <
http://www.ala.org/acrl/sites/ala.org.acrl/files/content/publications/booksanddigitalresources/d
igital/9780838986981_getting_OA.pdf> . Acesso em: 11.12.2017.
898
McCormick, M. Toward new-model Scholarly Publishing : uniting the skills of publishers and
libraries. In:BONN, M; FURLOUGH, M. Getting the Word Out Academic Libraries as
Scholarly Publishers. [s.l.] The Association of College & Research Libraries, 2015.
Disponível em: <
http://www.ala.org/acrl/sites/ala.org.acrl/files/content/publications/booksanddigitalresources/d
igital/9780838986981_getting_OA.pdf> . Acesso em: 23.11.2017.
TRACY, D. G. Libraries as content producers: how library publishing services address the
reading. College & Research Libraries, v. 78, n. 2, 2016. p. 219-40. doi:10.5860/crl.78.2.219
899
Resumo: Refere-se a uma pesquisa que tem como objetivo principal analisar o diferencial do
bibliotecário neste mercado tecnológico tão competitivo. Deste objetivo geral, decorrem os
seguintes objetivos específicos: avaliar a atuação do bibliotecário em instituições privadas que
lidam com as tecnologias de informação, analisando assim quais atividades o profissional
executa nestas instituições e quais as necessidades empresariais frente a esse mercado tão
competitivo; demonstrar o diferencial do bibliotecário em instituições privadas trabalhando com
as tecnologias da informação e analisar a importância das tecnologias da informação para as
instituições privadas, como essas tecnologias auxiliam as grandes instituições a ganharem
vantagens competitivas, frente ao mercado globalizado. Discute os principais conceitos
relacionados às tecnologias informacionais, apresentar as competências e habilidades necessárias
ao bibliotecário que deseja atuar juntamente com as TI‘s na gestão de informação empresarial.
Mostra como as tecnologias da informação otimizam o trabalho desenvolvido pelo bibliotecário
nas empresas, tornando as respostas mais rápidas, precisas e fidedignas e ainda auxiliando na
organização, disseminação, seleção e recuperação das informações necessárias para a tomada de
decisões empresariais. Constatamos que o bibliotecário deve ser antes de tudo um mediador e
disseminador de informação, para que esta possa se transforma em conhecimento, usando
também para otimizar seus serviços às ferramentas tecnológicas, deve possui capacidade de
sugerir soluções e mudanças inovadoras nas organizações, e também ser capaz de trabalhar com
profissionais de áreas afins, ou seja, deve trabalhar bem em grupo, agregando valor ao seu
serviço. Esse profissional deve estar sempre buscando se atualizar, principalmente no que diz
respeito às tecnologias da informação. Este estudo apresenta como resultado a necessidade do
bibliotecário investir no desenvolvimento de habilidades tecnológicas e gerenciais, e ainda em
competências múltiplas em seu campo de atuação profissional que permitam o planejamento e
gerenciamento de sua própria carreira. Percebeu-se que saber utilizar as tecnologias da
informação para otimizar os serviços informacionais prestados pelos os bibliotecários se tornou
um grande diferencial para o grande nicho de mercado deste profissional, oferecendo grande
oportunidades de trabalho.
Abstract: Refers to a study that aims to analyze the differential librarian in this technological
market so competitive . This general goal, derive the following specific objectives: to evaluate
the role of the librarian in private institutions dealing with information technology , thus
900
analyzing which performs professional activities in these institutions and what the business
needs facing this very competitive market ; demonstrate differential librarian in private
institutions working with information technology and analyze the importance of information
technologies for private institutions , as these technologies help large institutions to gain
competitive advantage against the global market . Discusses the main concepts related to
information technologies , the competences and skills required librarian who want to act
together with TI's in enterprise information management. Shows how information technologies
optimize the work of the librarian in business , making the most rapid, accurate and reliable
answers and even assisting in the organization , dissemination , selection and retrieval of
information necessary for making business decisions . We note that the librarian should be
primarily a facilitator and disseminator of information , so that it can be transformed into
knowledge , using also to optimize its services to technology tools , must have ability to suggest
solutions and innovative change in organizations , and also be able to work with professionals in
related fields, is must work well together , adding value to your service. This professional should
always be looking to upgrade , especially with regard to information technology. This study has
resulted in the need for the librarian to invest in the development of technological and
managerial skills , and even multiple skills in their professional field to enable planning and
managing their own career . It was realized that knowing how to use information technology to
optimize information services provided by librarians became a great advantage for the large
niche market of professional, offering great job opportunities.
INTRODUÇÃO
deve estar ligado a possibilidades de integração com outros profissionais, para que juntos,
possam vir a cumprir de forma mais eficiente a missão da instituição na qual prestam
serviço.
Compreendemos que o bibliotecário lida com a gestão de informação em diversos
tipos de suporte e que atualmente esse profissional é auxiliado pelas as Tecnologias da
Informação. Com isso apontamos como a problemática dessa pesquisa o diferencial dos
bibliotecários como profissional responsável pela gestão da informação auxiliado pelas
tecnologias da informação na recuperação, armazenamento, indexação, classificação e
catalogação das informações pertinentes a essas organizações, otimizando seus serviços,
dando respostas rápidas para a tomada de decisão.
REVISÃO DE LITERATURA
Para Silva e Arruda (1998) a tarefa do bibliotecário atualmente, é investir na sua capacitação
para a utilização das ferramentas tecnológicas, proporcionando um maior controle e
gerenciamento do fluxo de informação no ambiente empresarial. Mas, para que isso ocorra,
deve-se primeiro trabalhar o processo de integração do bibliotecário com a equipe, e o
processo de treinamento e planejamento da instalação da unidade de informação. Essa
atividades tendem a deslocar de sua função anterior, de ser um profissional que trabalha
apenas com o processamento técnico das informações, para um profissional que faz
avaliação e análise de suas tarefas, tendo a função de agregar mais valor, com recursos
informacionais e estudos do usuário e das tecnologias da informação.
Silva e Cunha (2002) apontam como itens fundamentais na formação e na vivência
do profissional bibliotecário:
―a) Ele deve ter consciência de seu papel de ator nessa sociedade – deve saber como
manejar as informações adquiridas, como comunicá-las, como produzir novos
conhecimentos;
Ainda segundo Valentim (2002), há quatros fatores importantes para uma melhor
atuação do bibliotecário nesse novo cenário tecnológico que acelera o fluxo de informação:
ter experiência profissional (técnica/científica); saber usar tecnologia de informação; ter
domínio de pelo menos uma língua estrangeira (inglês); ter domínio da web e de ferramentas
para a conectividade. Alguns autores acreditam que as tecnologias tornam-se muitas vezes
empecilho para outras atividades serem desenvolvidas pelos bibliotecários, mas para outros
poderá o bibliotecário agregar essas ferramentas em quaisquer atividades a serem
desenvolvidas.
Dentre esses atributos pessoais exigidos dos bibliotecários pelo mercado de trabalho
podemos elencar baseados nos conceitos propostos por Rizzo (2006): a cultura e
904
oferecer o melhor serviço; eles usam informações sobre seus empregados para treiná-los
devidamente e criar incentivos para que estes ajam no melhor interesse da organização. As
unidades de informação são partes integrantes das instituições encarregadas de adquirir,
processar, armazenar e disseminar informações com o objetivo de satisfazer às necessidades
dos usuários.
É importante pensar nos desafios que o bibliotecário enfrenta em relação ao
gerenciamento da informação. Nessa perspectiva, é relevante refletir sobre o papel da
biblioteca e sua função dentro de uma organização. Nesse sentido, Mcgee e Prusak (1994,
p.110) argumentam que:
As bibliotecas da empresa, unidades de pesquisa e Centros de Recursos de
Informação (IRC-Information Resource Center) têm grande interesse na promoção do papel
de informações externas dentro da organização, e são geralmente treinadas para
identificação, aquisição, organização e armazenamento de materiais gerados externamente,
isso é, jornais, livros, relatórios adquiridos, etc.
Os bibliotecários nestas unidades de informação são responsáveis por analisar a
informação que oferecem e são solicitadas pelos usuários, a fim de descobrir suas reais
necessidades e assim realizar o filtro dessas informações, oferecendo conhecimento
fidedigno, verossímil, de forma rápida e precisa. Ainda segundo os autores, os bibliotecários
devem ―analisar a informação que oferecem com relação à qualidade, atualidade, precisão,
relevância e valor‖ (MCGEE; PRUSAK, 1994, p.111). O bibliotecário precisa fazer uma
análise das informações, levando em conta as necessidades dos usuários e, verificando se a
informação que ele está disponibilizando realmente atende às necessidades dos usuários. A
atuação como gerente por parte de um bibliotecário em uma empresa exige habilidades
administrativas como capacidades de julgamentos, de decisão, liderança e de enfrentar riscos
e incertezas, pois ele possui a capacidade de moldar e influenciar nas decisões
administrativas institucionais.
―Analistas humanos, como os bibliotecários e gerentes da Toshiba, são a chave da
exploração- coleta. Eles podem acrescentar aos dados, contexto, interpretações,
comparações, implicações e muitas outras espécies de valor‖ (DAVENPORT, 1998, p.183).
Outro exemplo, que se pode citar da participação do bibliotecário em uma empresa, seria a
empresa Hewlett-Packard, onde o bibliotecário é o responsável pela indexação de
documentos, tais como informações sobre funcionários, manuais de procedimento e
informações sobre a concorrência etc. Na verdade, as informações são disponibilizadas
909
nesses sistemas por cada departamento e, cada um fica responsável pelo tempo que ele
deverá ficar no sistema (DAVENPORT, 1998, p.190).
A tecnologia da informação permite que pessoas, grupos e organizações façam a
gestão de suas informações eficaz e eficientemente, elas facilitam as comunicações entre
pessoas dentro das organizações. Avanços na TI tornaram possível obter, gerir e usar
quantidades enormes de informações a um custo relativamente baixo. A TI mudou o modo
como as organizações e pessoas adquirem, processam, armazenam, recuperam, transmitem,
comunicam e usam a informação. A junção da TI com o trabalho seletivo do bibliotecário no
gerenciamento das tecnologias faz-se cada vez mais necessário nas grandes instituições
globalizadas.
―Em muitas outras empresas, os bibliotecários são os exploradores da informação,
auxiliados pelo uso eficiente da tecnologia da informação.‖ (NONAKA; TAKEUCHI, 1995,
p.182 apud DAVENPORT, 1998, p.182).
Uma das formas de aprimoramento e atualização do processo de gerenciamento da
informação que já se destaca é a gestão da informação, que Wah (2000, p.51) define como
sendo uma ferramenta gerencial para administrar o conhecimento e a informação e agregar-
lhe valor ao filtrá-la, sintetizá-la e resumi-la, permitindo aos utilizadores trabalhadores do
conhecimento/tomadores de decisão, conseguir a informação necessária para passar à ação.
Empresas de grande porte vêm utilizando a gestão da informação para facilitar o
fluxo de informação nos seus diversos segmentos operacionais. Observa-se, de acordo com
Wah (2000), que as empresas, não possuem habilidades e capacidade para organizar e
capitalizar suas informações. Sendo assim, o papel da gestão da informação pode ser,
justamente, uma estratégia empresarial que tem como foco principal explorar os recursos já
existentes na empresa, nos quais os usuários encontram e empregam as melhores práticas, e,
transformam conhecimentos tácitos que se referem à experiência, poder de inovação e
habilidades pessoais, em explícitos, que são ligados aos procedimentos e ferramentas
utilizadas, como as bases de dados, criando um ambiente de aprendizagem contínua.
Angeloni (2003, p. 20) defende que ―a tecnologia exerce um papel essencial tanto na
comunicação e armazenamento dos dados, das informações e dos conhecimentos como na
integração dos tomadores de decisão.‖ Quanto maior e atualizada forem as TI utilizadas por
uma empresa, maior a capacidade de aprender e lucrar com o compartilhamento da
informação e do conhecimento.
Segundo Albertin (2009), as tecnologias da informação se fazem presentes nas
situações organizacionais que envolvem informação. Trata-se de situações de natureza
910
METODOLOGIA
Entende-se por pesquisa, a busca de uma solução para obter respostas e chegar a uma
determinado entendimento. Segundo Cervo, Bervian (1996, p.58) ―a pesquisa é uma
atividade voltada para a investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego
de processo científico‖. Através da investigação se obtém conhecimento e descobre-se algo
sobre determinado objeto de pesquisa.
Toda pesquisa requer que se faça um apanhado do que já existe sobre o tema e
enfoque a ele relacionado. Portanto, inicialmente, fez-se uma pesquisa bibliográfica que de
acordo com Gil (2000, p. 44) ―é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos‖. Foram feitas, ainda, pesquisas em
jornais, revistas e monografias. ―A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as
diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou
fenômeno‖ (OLIVEIRA, 1997, p.119).
Nesta perspectiva, esse estudo assumiu abordagem qualitativa, uma vez que buscou
compreender um fenômeno específico em profundidade, com aspectos da realidade que não
podem ser quantificados. Segundo Chizzotti (2005) o termo qualitativo implica uma partilha
densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse
convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção
sensível.
Quanto aos objetivos da pesquisa escolhemos uma pesquisa de caráter exploratório,
que têm como princípio ―o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu
aprimoramento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos
mais variados aspectos relativos ao fato estudado‖ (GIL, 2000, p.41), busca proporcionar
uma visão geral a respeito de um determinado fato e que ainda permite ao pesquisador
ampliar seus conhecimentos acerca do estudo desenvolvido. De acordo com Trivinos (1987,
p.109)
Os estudos exploratórios permitem ao investigador aumentar a sua experiência em
torno de determinado problema. O pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda seu estudo
no limite de uma realidade especifica [...] então o pesquisador planeja um estudo
912
exploratório para encontrar os elementos necessários que lhe permitam, em contato com
determinada população, obter os resultados que deseja.
Compreende-se então quais caminhos metodológicos serão percorridos para se
chegar a uma conclusão no desenvolvimento desta pesquisa. Sendo esta apenas uma
ampliação do conhecimento da realidade, possibilitando ainda o surgimento de novas
pesquisas a respeito desta temática em outros campos biblioteconômicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Cientifica, 4.ed., São Paulo: Makron
Books, 1996.
CUNHA, Miriam Vieira da. perfil do profissional da informação frente às novas tecnologias.
Rev. ACB Biblioteconomia em Santa Catarina, v.5, n. 5, 2000.
914
DIAS, Maria Matilde Kronka; BELUZZO, Regina Célia Baptista. Gestão da Informação
em Ciência e Tecnologia sob a ótica do cliente. Bauru, SP: EDUSC, 2003.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2004.
MARTINS, Robson Dias. Perfil do Bibliotecário: uma realidade brasileira. Rio de Janeiro:
Universidade Estácio de Sá, 2004.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia cientifica, São Paulo: Pioneira, 1997.
OLIVEIRA; Jayr Figueiredo de; SILVA, Edison Aurélio da. Gestão Organizacional:
desco- brindo uma chave de sucesso para os negócios. São Paulo: Saraiva, 2006.
REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da Informação Aplicada
a Sistemas de Informação Empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas
de informação nas empresas. 5. ed. São Paulo: Atlas,2008.
915
REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da Informação aplicada
a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas
de informação nas empresas, São Paulo: Atlas, 2011.
WAH, L. Muito além de um modismo. HSM Management, São Paulo, n.22, p.51-64.
set./out. 2000.
Abstract: This paper presents the methodological stages through a report of experience about
planning and carrying out a course by e-learning on Mendeley reference manager, whose
lessons were available on Google Classroom. It discusses the theoretical basis upon
Mendeley by reading publications which approach it as a tool of the Web 2.0 and also
comparing it with others reference managers, as EndNote and Zotero. Nethnography was
used as scientific method, and participant observation as strategy to collect data, beside the
discourse of the collective subject on virtual communities of researches. It also presents the
reach of Mendeley based on Search Engine Optimization, and the Google Trends was used as
a tool aiming to compare the reach of reference managers around the world according to
searches made on Google. After that, it approaches the content produced to online video
lessons through softwares that were used at recording and editing them, as well as showing
918
the proposal of activities, the access statistics and the length of videos, which were uploaded
onto the YouTube. It concludes partially by presenting the main doubts shared on online
class, pointing out that there will be academic productions in the future based on the answers
which have been obtained through an evaluation questionnaire sent after ending of the
course.
1 INTRODUÇÃO
referências, além de outras funções. Possuem vários estilos bibliográficos, além da integração
com editores de texto. Portanto, os gerenciadores apresentam um maior leque de
funcionalidades e são capazes de auxiliar o pesquisador num maior número de etapas
vinculadas ao processo de compilação e uso de material bibliográfico. Dentre esses softwares,
destacam-se, por seu alcance e recursos disponíveis, o EndNote, Mendeley e Zotero.
Devido à importância que essas ferramentas vêm adquirindo entre a comunidade
acadêmica, torna-se fundamental que o bibliotecário do serviço de referência se aproxime
delas e as incorpore à sua prática profissional, especialmente nas atividades de capacitação,
sejam presenciais ou a distância, durante o atendimento ao usuário, ou orientação à
normalização de trabalhos acadêmicos, e ainda por meio de conversas informais nos espaços e
salas de estudo das bibliotecas universitárias.
Apesar de acostumados à realização de atividades de educação de usuários, a inserção
dessas atividades no contexto do ensino a distância (EaD), mais especificamente a realização
dos treinamentos da biblioteca nesta modalidade, traz uma série de novas exigências e
desafios para o bibliotecário de referência. O primeiro desses desafios advém do fato de que
não basta transpor ipsis litteris as práticas do meio analógico para o digital, pois é preciso
compreender as dinâmicas próprias desse novo meio, dinâmicas essas que exigem o
entendimento de que
[...] o professor online [tutor] constrói uma rede e não uma rota. Ele define um
conjunto de territórios a explorar, enquanto a aprendizagem se dá na exploração -
ter a experiência - realizada pelos aprendizes e não a partir da sua récita. Isto
significando, portanto, modificação radical em sua autoria em sala de aula online. O
professor [tutor] não se posiciona como o detentor do monopólio do saber, mas
como aquele que dispõe teias, cria possibilidades de envolvimento, oferece ocasião
de engendramentos, de agenciamentos e estimula a intervenção dos aprendizes como
co-autores da aprendizagem. (SILVA, 2006, p. 57-58, grifo do autor).
2 SOBRE O MENDELEY
Essa cobertura indica forte interesse da comunidade acadêmica por esta ferramenta,
ratificando, assim, a necessidade dos bibliotecários em explorá-la, já que se trata de uma
demanda em potencial vinda a partir dos usuários das bibliotecas universitárias.
Parte da popularidade do Mendeley pode ser explicada pela gama de funcionalidades
oferecidas gratuitamente aos seus utilizadores. Dentre os recursos do gerenciador, estão:
possibilidade de criação de um perfil online de pesquisador; 2 GB de espaço para
armazenamento de arquivos; importação de referências nos principais formatos e estilos
bibliográficos; compatibilidade com os sistemas operacionais Windows e Linux; plugins
disponíveis para os principais navegadores; possibilidade de criação de pastas e tags para
melhor organização das referências; sincronização entre as versões Web e Desktop e Mobile;
opções de leitura e fichamento de arquivos em PDF.
Além das funcionalidades relativas ao gerenciamento de referências, o Mendeley tem
ampliado a variedade de recursos disponibilizados em sua versão online. Nesse sentido,
destaca-se a recente implementação da opção Datasets, que se caracteriza como sendo um
repositório para armazenamento e disponibilização de dados brutos oriundos de pesquisas.
Outra inovação foi a criação das opções Careers e Funding, sendo a primeira destinada à
divulgação de vagas de emprego nas áreas de Ciência e Tecnologia, e a segunda voltada para
a divulgação de financiamentos de pesquisa existentes ao redor do mundo.
Ao longo de sua trajetória, o Mendeley sempre foi apontado como uma ferramenta
inovadora. Dessa forma, mesmo antes da implementação de suas funcionalidades mais
recentes, Hicks (2011, p. 128, tradução nossa) já dizia que
923
[...] é uma ferramenta interessante e que traz muitos novos recursos para o
mundo da comunicação acadêmica. Embora gerenciadores de referências
tradicionais não possam ser esquecidos ainda, programas como Mendeley e
Colwiz têm definitivamente mostrado como o poder da web 2.0 pode
estimular desenvolvimentos inovadores e úteis na pesquisa e na
universidade.
O poder da Web 2.0, indicado no texto de Hicks (2011), advém do fato de o Mendeley
combinar características típicas de mídia social, tais como criação de grupos, opções para
curtir e compartilhar conteúdo (PDF, links e postagens no formato de texto) e criação de perfil
com as funções ligadas ao gerenciamento de referências. Além disso, ao manter biblioteca e
perfil atualizados, o pesquisador permitirá que o Mendeley sugira publicações com base nos
seus interesses de pesquisa, facilitando, assim, o processo de busca e armazenamento de
documentos relevantes para o usuário.
Ainda no viés comparativo entre o Mendeley e outras ferramentas destinadas ao
levantamento bibliográfico e de citações, Araújo (2016) e Maflahi e Thelwall (2016) trazem a
abordagem bibliométrica que o gerenciador proporciona. A partir de ambos os estudos,
inferimos que a integração entre dados e registros pode ser trabalhada por bibliotecários na
perspectiva de incentivar os pesquisadores a alimentarem o seu perfil na rede social Mendeley
e, consequentemente, incluírem em sua biblioteca as publicações que são de sua autoria,
respeitando, obviamente, as questões relacionadas ao direito autoral. Tanto a Scopus
(MAFLAHI; THELWALL, 2016) como o Google Scholar (ARAÚJO, 2016) otimizam os
resultados satisfatórios de busca nesse sentido e, acerca do Mendeley, é importante ressaltar
que ―a novidade de considerá-lo na análise da comunicação científica, seja de forma
comparativa, ou não, com métricas tradicionais, é que ele aproxima destas dados de leitura,
que são geralmente desconsiderados em estudos de citação.‖ (ARAÚJO, 2016, p. 112).
Mendeley e Google são duas ferramentas típicas da Web 2.0, que foram incorporadas
quase que completamente à rotina da comunidade acadêmica. As funcionalidades oferecidas
por ambos trouxeram novo fôlego aos processos de busca, recuperação e armazenamento da
informação, bem como – especialmente no caso do Google, através de sua ferramenta Google
Classroom – têm modificado os ambientes online de transmissão de conhecimento e o serviço
de referência das bibliotecas universitárias. Neste aspecto, demonstraremos, a seguir, de que
maneira utilizamos o ambiente virtual de aprendizagem Google Classroom para aproximar e
otimizar o uso do gerenciador de referências Mendeley por meio de treinamentos a distância.
924
Visando coletar as impressões dos usuários de três bibliotecas universitárias no que diz
respeito ao Mendeley, recorremos à observação participante (ABIB; HOPPEN; HAYASHI
JUNIOR, 2013; CUNHA; AMARAL; DANTAS, 2015) nos espaços de estudo das
bibliotecas, no atendimento ao usuário nas seções de referência e durante os treinamentos de
normalização de trabalhos acadêmicos que ministramos presencialmente nos anos de 2016 e
2017. Constatamos, assim, que muitos dos usuários, principalmente da comunidade de
estudantes de pós-graduação das Ciências Exatas e Sociais Aplicadas, utilizam gerenciadores
de referências em suas pesquisas. Diante disso, realizamos uma semana de treinamentos
presenciais voltados para normalização e gerenciadores de referências, para os quais a maior
demanda foi pelo gerenciador Mendeley.
A partir desses treinamentos, coletamos as principais dúvidas trazidas pelo público e
elaboramos um tutorial dividido em três módulos, posteriormente publicados no site da
biblioteca e divulgados entre a comunidade universitária. Devido ao alcance do material
instrucional e à boa receptividade do Mendeley na academia, candidatamo-nos para participar
da seleção no programa Mendeley Advisors, com a finalidade de ampliar as estratégias de
divulgação da ferramenta na universidade. Dessa maneira, intensificamos os treinamentos,
inclusive para bibliotecários, e percebemos a necessidade de um maior alcance e de
proporcionar mais comodidade e autonomia do usuário ao utilizar o gerenciador. Foi então
que planejamos a realização de treinamentos na modalidade a distância.
Inicialmente, definimos o Google Classroom como o ambiente virtual de
aprendizagem, pois se trata de um serviço gratuito para compartilhamento de conteúdo
educacional e realização de atividades na modalidade EaD. Essa ferramenta pode ser usada
por escolas, organizações sem fins lucrativos e pessoas físicas, sendo a posse de uma conta
(Gmail) do Google a única exigência para uso. Nesse sentido, o Google Classroom permite a
criação simultânea de múltiplas turmas, nas quais os tutores podem compartilhar conteúdo em
diversos formatos (texto, imagem, audiovisual etc.), bem como fazer uso de outras
ferramentas do Google visando complementar as funcionalidades da plataforma. Para cada
turma, é permitida a participação de até 250 alunos, quantitativo máximo para a versão
gratuita, viabilizando, assim, a realização de treinamentos com elevado número de
participantes.
Como primeira etapa da composição do material instrucional para os treinamentos a
distância, recorremos às técnicas de SEO, utilizadas em muitas empresas nas estratégias de
925
marketing digital (ELIAS, 2013). A partir desse método, a pesquisa por palavras-chave na
Internet foi realizada por meio do Google Trends, ferramenta que possibilita a busca por
termos e conteúdo na Web e apresenta, em seus resultados de pesquisa, as tendências e a
sazonalidade do interesse ou alcance de um determinado assunto, notícia, produto, serviço e
de outras preferências dos usuários, ao segmentar por região do mundo ou intervalo de tempo
predefinido. Desse modo, fizemos uma pesquisa comparativa entre os gerenciadores de
referências EndNote, Mendeley e Zotero, considerando o alcance em nível nacional no
período de janeiro a dezembro de 2017, conforme ilustrado na figura 2:
Figura 2 – Comparativo do alcance dos gerenciadores de referências EndNote, Mendeley e Zotero no Brasil.
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Desde o nosso primeiro contato com o Mendeley, sabíamos do desafio que seria
explorá-lo e divulgá-lo no ambiente universitário. Apesar de termos constatado o seu uso
pelos usuários de uma biblioteca da área de Ciências Exatas e em treinamentos de
normalização de trabalhos acadêmicos nas Ciências Sociais Aplicadas, incorporá-lo ao
catálogo de treinamentos das bibliotecas das demais áreas, e entre os seus respectivos
bibliotecários, constituiu-se na motivação para uma abordagem mais detalhada sobre os
gerenciadores de referências.
Quando comparado a EndNote e Zotero, que, é importante salientar, têm um valor
bastante significativo no meio acadêmico, o Mendeley foi o que demonstrou maior alcance na
intenção de pesquisas no Google e no quantitativo de alunos e professores que frequentaram
os treinamentos presenciais que ministramos. Assim, estender esses treinamentos na
modalidade a distância fez-se crucial não apenas visando a um maior público de usuários da
930
ferramenta, mas também como uma forma de lançar as bases para um legítimo serviço de
referência virtual.
Os principais discursos e as principais dúvidas compartilhadas pelos alunos no
ambiente virtual de aprendizagem referiram-se, basicamente, ao porquê de optarmos pela
disponibilização das videoaulas no modo privado do YouTube; à dificuldade ao navegar no
Mendeley devido à configuração do idioma (unicamente em língua inglesa); ao conflito de
instalação dos plugins no Microsoft Word, dependendo da versão do editor de texto; e a de
que forma proceder com o upload dos prints referentes às telas do gerenciador para
comprovação das atividades realizadas.
Ao término do curso, convidamos a turma para responder ao questionário de avaliação
enviado pelo Google Forms, cujas respostas serão analisadas e consideradas para a formação
de novas turmas, adequação do material instrucional, autocrítica dos tutores, elaboração de
relatório de avaliação como instrumento para futuras tomadas de decisão e prestação de
contas junto ao Mendeley por se tratar de uma iniciativa de extensão às metas submetidas
pelos tutores ao programa Mendeley Advisor. Pretendemos, ainda, estender as vantagens do
Mendeley na universidade por meio do Mendeley Institutional Edition (MENDELEY, 2017).
Sobre o Google Classroom, a plataforma intuitiva e amigável foi bem avaliada tanto
pelos tutores quanto pela maioria dos alunos do curso, tendo em vista as primeiras respostas
que obtivemos a partir do envio do questionário de avaliação.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Ronaldo Ferreira de. Quem lê, cita? Ensaio comparativo entre os dados do
Mendeley e do Google Acadêmico. In: PRADO, Jorge do (Org.). Ideias emergentes em
Biblioteconomia. São Paulo: FEBAB, 2016. p. 111-116. Disponível em:
<https://goo.gl/3jooxu>. Acesso em: 3 ago. 2016.
CUNHA, Murilo Bastos da; AMARAL, Sueli Angelica do; DANTAS, Edmundo Brandão.
Manual de estudo de usuários da informação. São Paulo: Atlas, 2015.
FIGUEIREDO, Marília Z. A.; CHIARI, Brasilia M.; GOULART, Bárbara N. G. de. Discurso
do sujeito coletivo: uma breve introdução à ferramenta de pesquisa qualiquantitativa. Distúrb
Comun, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 129-136, abr. 2013. Disponível em:
<https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/download/14931/11139>. Acesso em: 24 nov.
2017.
MAFLAHI, Nabeil; THELWALL, Mike. When are readership counts as useful as citation
counts? Scopus versus Mendeley for LIS Journals. Journal of the Association for
Information Science and Technology, v. 67, n. 1, p. 191-199, 2016.
SILVA, Marco. Criar e professorar um curso online: relato de experiência. In: SILVA, Marco
(Org.). Educação online: teorias, práticas, legislação, formação corporativa. 2. ed. São Paulo:
Loyola, 2006. p. 53-76.
Abstract: Work that analyzed the presence of the concept called librarian cooperation in the
documents recovered in the bases data of the Web of Science in publications all occurred in
this century XXI. Through the literature of librarianship, the meaning of the term was
identified and highlighted its importance as an alternative for the strengthening of librarian
organizations in the provision of services. Through a bibliometric analysis, it has been shown
that this is a subject especially discussed in the area of Librarianship and Information
Science, published mainly in scientific articles and in the English language. It has been found
that there is a tendency for the authors of the recovered documents to publish only once on
the subject, since few have more than one document in the said source of information. It was
also noted that almost all publications containing the topic of library cooperation are written
by two authors per document available in this set of databases.
1 INTRODUÇÃO
Com este artigo, procurou destacar como a cooperação bibliotecária tem sido tratada
enquanto tema de estudo científico. A literatura da Biblioteconomia mostra que existem
diversas contribuições advindas da cooperação bibliotecária publicadas nos veículos de
comunicação do seu campo e áreas afins. Dentre os vários benefícios possíveis, podem-se
destacam àqueles que permitem essas organizações compensarem dificuldades econômicas;
fortalecerem a biblioteca como instituição social e potencializar o uso das tecnologias de
informação e comunicação para ajudar essa organização a alcançar seus objetivos em parceria
com outras instituições (GÓMEZ HERNÁNDEZ, 2002).
A cooperação nesta área pode ser entendida como o desenvolvimento de acordos
formais ou informais necessários aos interesses de duas ou mais instituições e/ou profissionais
com o propósito de realizar a implementação de quaisquer melhorias entre as participantes.
Isso pode acontecer por meio de programa, consórcio ou convênio simples ou em rede. Mais
precisamente, a cooperação bibliotecária representa possibilidades de se realizarem acordos
para troca de serviços e produtos bibliotecários entre organizações de países diferentes,
podendo acontecer entre entes dentro de um mesmo país.
Orera Orera (2000) afirma que a necessidade da cooperação no âmbito da
Biblioteconomia tem surgido em razão de questões como crescimento do número de
publicações nos últimos anos associados ao elevado custo da informação e o estímulo das
associações profissionais em nível internacional. Com isso, a ação de cooperar admite a
necessidade de enfrentar esses desafios menos de forma isolada, ao passo que cada vez mais é
imprescindível buscar ajuda de parcerias de profissionais e/ou instituições do mesmo ramo.
Ao destacar o alcance do conceito principal deste estudo, cooperação bibliotecária,
procurou-se demonstrar sua relevância a partir de indicadores resultantes de levantamento do
conteúdo e posterior da análise bibliométrica do tema em uma busca realizada no conjunto de
base de dados da Web of Science92. Esse conjunto de bases incluem a coleção principal do
92
O Portal de Periódicos por meio de assinatura junto à Thomson Reuters Scientific oferece acesso à coleção
principal da base de dados Web of Science, permitindo acesso a referências e resumos em todas as áreas do
conhecimento. Por meio da Web of Science estão disponíveis ferramentas para análise de citações, referências,
índice h, permitindo análises bibliométricas. Cobre aproximadamente 12.000 periódicos. A assinatura deste
conteúdo, oferece a possibilidade de consulta a 5 coleções: Science Citation Index Expanded - com
disponibilidade de acesso desde 1945 até o presente; Social Sciences Citation Index - com disponibilidade de
acesso desde 1956 até o presente; Arts & Humanities Citation Index - com disponibilidade de acesso desde 1975
até o presente; Conference Proceedings Citation Index- Science - com disponibilidade de acesso desde 1991 até
o presente e Conference Proceedings Citation Index - Social Science & Humanities - com disponibilidade de
acesso desde 1991 até o presente. Este conteúdo pode ser localizado pela opção buscar base. Conteúdo
disponível em: <goo.gl/AGWZNC>. Acesso em: 02 dez. 2017
935
Web of Science, a Base de dados de periódicos coreanos e o Scielo. Para obtenção dos
resultados foi definida uma estratégia que privilegiasse a recuperação mais precisa, ainda que
a revocação acerca do assunto fosse menor.
Esta fonte de informação se caracteriza como uma base de dados de informação
científica multidisciplinar que permite acesso a referências e resumos das publicações em
todas as áreas do conhecimento e com alcance internacional. Em algumas publicações, seus
textos permitem acesso integral. A base possibilita análise bibliométrica dos resultados
encontrados, justificando assim sua escolha para os objetivos pretendidos nesse estudo.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
93
Es una comisión sectorial de la Conferencia de Rectores de las Universidades Españolas (CRUE) desde 1998. Desde
su creación, a iniciativa de un grupo de directores de bibliotecas en 1988. Constituye un organismo estable en el que
están representadas todas las bibliotecas universitarias y científicas españolas. Está formada por las bibliotecas de las
76 universidades miembros de la CRUE (50 de ámbito universitario público y 26 de ámbito universitario privado) y el
CSIC (Consejo Superior de Investigaciones Científicas). Disponível em: <goo.gl/T95Dwz>. Acesso em: 14 dez. 2017.
94
Es una cooperativa bibliotecaria a nivel mundial que apoya a miles de bibliotecas en hacer la información más
accesible y más útil para la gente alrededor del mundo. Ofrecemos servicios de tecnología compartida, investigación
original y programas comunitarios que ayudan a las bibliotecas a satisfacer las necesidades en constante evolución de
sus usuarios, instituciones y comunidades. Disponível em: <goo.gl/dQvrVf>. Acesso em: 14 dez. 2017.
95
The Consortium of European Research Libraries (CERL, is a membership organisation, involving an active
community of c. 190 libraries each with a keen focus on cultural heritage in the form of early printed books and
manuscripts. Collaboratively, CERL member libraries and researchers in the field develop products and services.
These include the HPB, the CERL Thesaurus, MEI and the CERL Portal. This article comprises a description of
CERL‘s strategy, activities and ways to contribute. Disponível em: <www.cerl.org>. Acesso em: 14 dez. 2017.
939
3 3
Quantidade de autores
2 2 2 2 2 2 2 2 2
De acordo com os dados da Web of Science, apenas 11 autores possuem mais que um
documento publicado em seu nome. Conforme o referido gráfico anterior, 2 deles publicaram
3 documentos contendo o tema cooperação bibliotecária, 9 autores publicaram 2 documentos
cada um. Os outros 158 autores juntos publicaram o restante dos documentos. Neste caso,
diferentes autores podem ser responsáveis por um mesmo documento. Deste modo, 93% dos
autores publicaram apenas um documento contendo o conceito em questão.
Analisando sobre a nacionalidade dos autores, a pesquisa mostra um total de 27 países
que deram origem aos produtores de conteúdo com a presença do conceito ―cooperação
bibliotecária‖. A maior parte dos documentos têm seus responsáveis oriundos da Espanha,
com 11 publicações. Em segundo, os Estados Unidos com 10 autores. Argentina, Austrália,
Inglaterra e Ucrânia têm 4 cada um. Itália possui 3 e Alemanha e Coreia do Sul apresentaram
2 documentos de autores de cada um desses países conforme o gráfico 2 seguinte.
4 4 4 4
3
2 2
Os demais países tiveram um responsável por documento produzido, sendo que uma
dessas publicações possui a um autor brasileiro em que o documento está publicado na língua
portuguesa. Deste modo, de todos os países que aparecem neste levantamento, 67% deles
publicaram apenas um documento com a presença do conceito analisado.
Verificando a análise bibliométrica sobre o idioma das publicações, nota-se que um
total de 94% foi publicado nas línguas inglesa, coreana e espanhola. Os outros 6% apresentam
um documento em cada idioma, totalizando 6 publicações conforme demonstra o gráfico 3.
40
documentos
35
15
1 1 1 1 1 1
O idioma com mais documentos publicados é o inglês, responsável 42% dos itens
encontrados no conjunto de bases de dados. O idioma que apresentou o segundo maior
número de publicações com 36% do total é o coreano. O conteúdo nesta língua está presente
na base de dados de periódico coreano96 (KCI) pertencente ao conjunto da Web of Science. E,
o terceiro é o espanhol com cerca de 16% dos documentos encontrados.
Ao examinar a tipologia dos documentos em que foram realizadas as publicações,
nota-se que a maioria dos conteúdos está presente em artigos científicos com 82 registros
encontrados nesta opção. Isso representa 85% do total conforme o gráfico 4.
Gráfico 4 – Distribuição do número de publicações por tipo de documentos na Web of Science (2001-2017).
Série1; Artigo
científico; 82
Quantidade de
documentos
Série1; Documento
de Conferência ou
Encontro; 10
Série1; Editorial; 5 Série1; Revisão; 3
96
Disponível em: <goo.gl/eTkL8D>. Acesso em: 20 nov. 2017.
941
10 10
9 9
8
7
6 6
5 5
4 4 4
3 3
2
1
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Gráfico 6 – Distribuição do número de publicações por área de pesquisa na Web of Science (2001-2017).
93
Quantidade de
documentos
26
7 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com essa pesquisa foi possível demonstrar que o conceito selecionado para esse
estudo está presente em textos indexados em várias bases de dados científicas evidenciando
dessa forma que se trata de um tema com notório interesse de alguns estudiosos
principalmente nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação.
A cooperação bibliotecária como tema de estudo tem se mostrado uma alternativa para
ajudar as organizações bibliotecárias oferecerem mais e melhores serviços informacionais.
Evidências disso é que este estudo bibliométrico confirma por meio de diversos autores que
usaram esse conceito em suas publicações disponibilizadas na importante fonte de informação
Web of Science em vários idiomas, contudo há prevalência do inglês.
A análise bibliométrica mostra também que os autores interessados nesse assunto são
oriundos de diversos países e continentes. A maioria publicou principalmente na forma de
artigo científico em periódicos das áreas da Biblioteconomia e Ciência da Informação.
O fato da Web of Science se caracterizar como fonte interdisciplinar e ao mesmo
tempo ter permitido uma recuperação expressiva de conteúdos com a presença do termo
cooperação bibliotecária, vinculada às referidas áreas, reforçam a ideia de que se trata de um
944
REFERÊNCIAS
AMARAL, Roniberto Morato do; BRITO, Aline Grasiele Cardoso de; CALABREZ, Ana
Paula Aparecida. Cooperação e intercâmbio em bibliotecas universitárias. In: XXV
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO E CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO – Florianópolis, SC, Brasil, 07 a 10 de julho de 2013.
FARIA, Maria Isabel; PERICÃO, Maria da Graça. Dicionário do livro: da escrita ao livro
eletrônico. Ed. Edusp, 2008. 761 p.
LEMOS, Laura Oliveira Correia; MACEDO, Maria Clara. A cooperação entre as bibliotecas
do ensino superior em Portugal: passado, presente e perspectiva futura. In: JORNADAS
945
WEB OF SCIENCE: Pesquisa - todas as bases. Disponível em: Acesso em: <goo.gl/1Lxcd8>
Acesso em: 27 dez. 2017.
946
947
VALÉRIA MARTINS
Abstract: The University Library is an organism of extreme importance for the production of
knowledge within the academic community. The current panorama no longer includes the
performance of libraries that have their practices focused only on the traditional technical
tasks focused on the organization of information and conservation of collections, allied to the
service of users who seek the library. It is necessary to present a lively and dynamic library
that offers tools that aid in the solution of problems, as well as the empowerment of creation,
not only as infrastructure but also as part of the learning process. The objectives of the
present work are: to base, discuss and report the experiences in the development of projects
in space maker in the environment of the university library. It also presents results of two
projects implemented and makes considerations about the role of university libraries and the
paradigm break of the image of static and outdated libraries with the demands of users.The
abstract should be written using Times New Roman font, size 12, single line spacing,
containing a minimum of 150 and a maximum of 250 words.
1 INTRODUÇÃO
97
O Horizon Report é um esforço colaborativo liderado pelo New Media Consortium
(NMC) e a Iniciativa de Aprendizagem EDUCAUSE (ELI). Esta 14ª edição descreve os
resultados anuais da pesquisa em andamento desenhada para identificar e descrever as
tecnologias emergentes que possam ter um impacto na aprendizagem, no ensino e na
pesquisa. Tendências chave e importantes desenvolvimentos na tecnologia educacional são
colocados diretamente no contexto de seu provável.
949
1.1 A memória depende de seu papel: aprendendo boas práticas de conservação de livros
no Laboratório de Preservação Da BCCL
98
O Programa Ciência e Arte nas Férias é promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa da UNICAMP e tem como
objetivo despertar jovens talentos para a pesquisa científica e atividades artísticas e envolvê-los, desde cedo, em
atividades práticas onde haja contato com os desafios atuais da ciência, a metodologia do trabalho científico, o
ambiente humano dos laboratórios de Pesquisa e as diferentes formas de expressão artística. O público alvo são
os estudantes de ensino médio de escolas públicas da região de Campinas, Limeira e Piracicaba. Seu período de
vigência é de aproximadamente um mês, durante as férias escolares de verão.
950
A passagem do meio impresso para o meio eletrônico nos faz refletir acerca de uma
nova relação que se estabelece entre autor, leitor e obra. Com o advento do computador e da
internet, a leitura não se restringiu apenas à materialidade do papel, mas também se estendeu
para outros suportes digitais.
Um novo acesso aos textos e um novo modo de ler se estruturou. O manuseio de cada
página do livro impresso se transfigurou em uma relação virtual; tela a tela o leitor se insere
em um ciberespaço. Assim, frente às tecnologias eletrônicas uma nova relação entre leitor e
texto se configura. O hipertexto entra em cena e o caráter integral do texto impresso perde o
seu espaço.
A leitura do mundo e do pensar transcende os formatos e encanta os jovens que
possuem uma forma especial na compreensão do significado acessados através das imagens,
filmes e os vídeos. Essa forma do indivíduo estar em contato com o mundo, de ter acesso a
outras formas de informação, associa-se ao aprendizado e interligam sua atuação como
cidadão.
As imagens sejam elas de qualquer natureza como filmes, computação gráfica,
pinturas, propagandas e outros, tem nelas um significado. As representações da mídia são
apenas mais um contexto em que estão inseridas no cotidiano, sendo construídas para facilitar
a comunicação.
Fora dos limites da escola a visualização como a percepção vai cada vez mais sendo
ampliadas através da propagação visual contemporânea. As imagens com as quais estamos
951
constantemente em contato são um referencial importante que deverá ser cada vez mais
explorado.
Nesse contexto, destacamos a realidade virtual como uma dessas novas tecnologias
que possibilitam cada vez mais o acesso à informação, assim como uma ferramenta ou
instrumento de exploração a novos conhecimentos. A realidade virtual proporciona vivenciar,
conhecer, aprender novos saberes, conhecer novos lugares, vivenciar situações de uma
maneira bem próxima da realidade.
Desta forma, pretende-se explorar as possibilidades que a tecnologia dos óculos 3D, de
realidade virtual, proporciona na experiência da leitura das imagens em movimento, assim
como essa tecnologia impacta à área de difusão da informação.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Originado nos Estados Unidos, os makerspaces têm sido objeto estudos e pesquisas no
Brasil, com a missão de materializar ideias com o apoio de técnicas manuais e todo tipo de
tecnologia.
Para conceituar Makerspaces, Samagaia (2015, p.2) traz a seguinte definição ―o
movimento conhecido como ―Makers‖ se fundamenta em uma tradição frequentemente
revisitada. Trata-se do ―Faça você mesmo‖ ou ―Do it Yourself‖ (DiY) que vem sendo
desdobrado em um conceito complementar o ―Do it with others‖ (DiWO). A essência das
ações destes coletivos consiste na constituição de grupos de sujeitos, amadores e / ou
profissionais atuando nas diferentes áreas ligadas a ciência e a tecnologia, que se organizam
com o objetivo de suportar mutuamente o desenvolvimento dos projetos dos seus membros‖.
Complementado por Gasque e Casarin (2016, p. 44) ―esse espaço deveria ter a
flexibilidade necessária para ser utilizado por diferentes professores e classes; espaços para
tarefas de aprendizagem em grupos baseadas em projetos e atividades multimídia; áreas para
contação de histórias, apresentações ou performances; áreas para leituras ou estudo
individuais e outros espaços adaptados para estudantes com necessidades especiais‖.
Diante disso, evidencia-se uma grande oportunidade para as bibliotecas oferecerem um
novo serviço aos usuários que queiram desenvolver habilidades, e adquirir e utilizar a
informação para criação de algo.
Gasque e Casarin (2016, p. 46) ainda complementam que ―O desenvolvimento de
espaços de criação permite à biblioteca expandir e estender as interações com organizações
comunitárias e de aprendizagem, empresas, famílias e mentores em todo o mundo‖.
952
A IFLA, em seu Trend Report (2017, p. 13) indica que ―more and more libraries are
opening maker-spaces, where users are able to use 3D printing to create tehir own things,
including life-changing devices such as prosthetics. 3D printing offers a major opportunity for
libraries to take on a new role in their communities, helping users not just be readers, but also
to be producers‖.
Santos Neto e Zaninelli (2017) nos faz refletir que ―infere-se que o movimento maker
nas bibliotecas objetiva não somente dar acesso à tecnologia como também capacitar os
usuários em relação as suas competências informacionais e digitais, para que os mesmos
possam tangibilizar suas ideais e seus projetos. Neste conceito inovador é imprescindível que
haja uma relação direta entre a comunidade - real e potencial - e a tecnologia, que a cultura
maker seja incorporada pelos profissionais que trabalham no espaço e que a criatividade das
pessoas seja incentivada pelas bibliotecas‖.
Finalizando tal revisão, concluímos que projetos inovadores encontram um espaço
acolhedor e adequado para seu desenvolvimento nos makerspaces, o que certamente atrai
usuários e resignifica as bibliotecas.
3 METODOLOGIA
1. Primeira etapa:
Elaborar e submeter os projetos ao Programa Ciência e Arte nas Férias da Pró-
Reitoria de Pesquisa da Unicamp;
Elaborar o planejamento pedagógico;
Planejar o cronograma para o desenvolvimento das atividades.
2. Segunda etapa:
Estabelecer os aspectos de segurança dos projetos/alunos
Projeto 1 Projeto 2
Em se tratando de um minilaboratório de Os materiais utilizados para a confecção
conservação/encadernação, existem dos óculos não apresentam nenhum tipo de
alguns materiais cortantes e outros risco aos estagiários. Mesmo assim, toda a
953
3. Terceira etapa:
Estabelecer formas de acompanhamento e avaliação
Projeto 1 Projeto 2
Exposição dos trabalhos realizados pelos Exposição dos óculos confeccionados e
estudantes no prédio da biblioteca demonstração dos experimentos
(caixas, invólucros produzidos para a realizados/vivenciados e das propostas de
preservação do material) e apresentação uso da realidade virtual.
de seminário com os relatos dos alunos. Ao final do estágio, os alunos terão
adquiridos novos conhecimentos sobre as
diversas formas de leitura utilizando a
realidade virtual e suas possibilidades,
assim como a confecção de óculos
cardboard que permite ter acesso a essa
realidade.
4. Quarta etapa:
Provisionamento de materiais de consumo ou permanentes.
Projeto 1 Projeto 2
Papéis e materiais específicos para produção Papelão, lentes, velcros, imãs e outros
dos invólucros e confecção de banners para materiais específicos para produção dos óculos
os alunos que participarão do Programa. cardboard e confecção de banners para os
alunos que participarão do Programa.
954
4 RESULTADOS
Projeto 2:
Os alunos tiveram a oportunidade de adquirir novos conhecimentos sobre as diversas
formas de leitura utilizando a realidade virtual e suas possibilidades, assim como a confecção
de óculos cardboard que permite ter acesso a essa realidade.
Também puderam fazer experimentos com softwares de realidade virtual e aumentada
que possibilitaram a criação de ambientes alternativos, tendo como base a produção de
simulações a fim de explorar suas mentes e as novas formas de leitura.
956
Figura 4 – Cardboard
5 DISCUSSÃO
11/01 14h Acadêmica: linguagem científica que se caracteriza pela Sala de Treinamento Marcos
clareza, precisão e objetividade informativa e técnica
12/01 9h Científica: Pré-leitura (visão global do texto), leitura Sala de Treinamento Marcos
rápida, leitura analítica, leitura crítica e profunda
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além dos resultados acima mencionados, cabe ressaltar que os projetos estão
alinhados ao Planejamento Estratégico do Sistema de Bibliotecas da Unicamp que indica que
―as necessidades de inovação e mudanças parecem ser ainda mais evidentes no ambiente
universitário, já que esse deve ser um lugar de vanguarda quanto à produção de
conhecimentos e concepção de novas ideias‖.
Assim, este relato intenta ter trazido algumas considerações importantes sobre ações
práticas, inspiradoras e inovadoras no âmbito da biblioteca.
Agradecemos aos alunos e colaboradores dos projetos.
REFERÊNCIA
FREIRE, Raquel. Aprenda como fazer um Google Cardboard: siga as dicas. Disponível em:
http://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2015/06/aprenda-como-fazer-um-oculus-
rift-caseiro-siga-dicas.html. Acesso em 08 set. 2016.
Resumo: Trata-se de uma discussão sobre o papel do bibliotecário de referência e seu papel
como mediador da informação em espaços físicos e virtual. A mediação está presente em
todas as atividades de uma biblioteca, mas é o bibliotecário que atua no setor de referência
que tem o contato direto com os usuários. É o setor considerado por muitos como um cartão
de visita da unidade de informação. Dentre os serviços prestados pelo bibliotecário de
referência está a orientação ao usuário para consulta ao material e disseminação e circulação
do material informacional. Mas todo esse processo dá-se pela mediação da informação pela
interação entre a informação, o bibliotecário e usuário. A mediação da informação está
pautada nas ideias de: interferência, apropriação da informação, ambiência de equipamentos
informacionais, satisfação parcial e momentânea e conflitos. Dessa forma, ao falar de
mediação devemos pensar além do conceito de mediação da informação como ponte –
bibliotecário/informação/usuário – de forma estática e sim como um conceito de interação,
um processo que inclui o mediador, a informação e o usuário. Como conclusão, enfatiza-se a
importância de o bibliotecário levar em consideração vários fatores como as dimensões
históricas, culturais, econômicas, tecnológicas, sociais e políticas da informação e o usuário
em seu contexto, de forma que a mediação faça sentido em seu processo informacional.
Abstract: It is a discussion about the role of the reference librarian and his role as mediator
of information in physical and virtual spaces. Mediation is present in all activities of a
library, but it is the librarian who acts in the reference sector who has direct contact with the
users. It is the sector considered by many as a business card of the information unit. Among
the services provided by the reference librarian is the orientation to the user to consult the
material and dissemination and circulation of the information material. But all this process is
given by the mediation of the information by the interaction between the information, the
librarian and the user. The mediation of information is based on the ideas of: interference,
appropriation of information, environment of informational equipment, partial and
momentary satisfaction and conflicts. Thus, in talking about mediation we must think beyond
the concept of information mediation as a bridge - librarian / information / user - in a static
964
way, but rather as a concept of interaction, a process that includes the mediator, information
and user. As final considerations, it is emphasized the importance of the librarian to take into
account several factors such as historical, cultural, economic, technological, social and
political dimensions of information and the user in its context, so that mediation makes sense
in its informational process .
Introdução.
Este artigo discute o papel do bibliotecário de referência e sua função como mediador
da informação em espaços físicos e virtual. Além disso, pretende instigar os bibliotecários de
referência a respeito de como as tecnologias de comunicação e informação podem influenciar
na prestação de serviços de referência.
A mediação está presente em todas as atividades de uma biblioteca, mas é o
bibliotecário que atua no setor de referência que tem o contato direto com os usuários. A
mediação não é só um termo que se refere a levar informações de um lado a outro, como uma
ponte, mas compreender que a ―mediação deixa de ser um termo que descreve algo somente
―concreto‖ e se torna um ato a ser realizado (ALMEIDA JÚNIOR; SANTOS NETO, 2014, p.
100), de forma a colocar em prática as potencialidades e competências do profissional em
atender com proficiência os usuários.
Na mediação da informação as necessidades informacionais dos usuários devem ser
levadas em consideração assim como o contexto social e a bagagem de conhecimentos que ele
já possui. Conforme Marteleto (2008), a noção de informação é criada nas relações e práticas
sociais e nas relações do sujeito e a realidade. O bibliotecário de referência como mediador
tem um papel transformador no processo constituído pela interação
informação/bibliotecário/usuário, mas, para isso ocorrer de forma efetiva, o bibliotecário deve
acreditar no seu papel de mediador e que a mediação transcende os usuários e suas
necessidades informacionais.
A proposta deste trabalho é abordar e demostrar algumas maneiras de atuação do
bibliotecário de referência
965
Métodos da pesquisa
Serviço de Referência
[...] fim último das atividades desenvolvidas pelas bibliotecas, espaço em que se
concretiza a Mediação da informação, a relação entre a necessidade e a
informação, é um trabalho com pouco status entre os profissionais da área. Em
qualquer tipo de unidade de informação, principalmente nas ligadas a empresas e
que lidam com informações especializadas, o Serviço de Referência e Informação é
priorizado. (ALMEIDA JÚNIOR, 2002, p. 142)
designam várias ações que vão desde o tradicional ao serviço de referência on-line, e aos
serviços de referência virtual, ampliando assim, os serviços que podem ser oferecidos aos
usuários. A referência virtual é uma alternativa para facilitar o acesso à informação,
possibilitando ao bibliotecário atender e mediar às questões de informação dos usuários de
qualquer lugar, por meio do acesso remoto.
Vários são os mecanismos que podem ser utilizados no serviço de referência virtual,
como as ferramentas da web 2.0. De acordo com Carmo e Souza (2015, p. 1) a ―web 2.0,
possibilita um novo contexto de comunicação, interação e colaboração entre bibliotecários,
usuários, acervo e serviços oferecidos pelas bibliotecas‖. Dentre os serviços da web 2.0 que
ganham destaque na relação com as bibliotecas, podemos citar: blogs, RSS, chat, redes
sociais, aplicativos de mensagens instantâneas, entre outros.
Para Silva, Conceição e Braga (2006) ―não importa que tipo de teoria a biblioteca
utilize, a função básica de dialogar com o usuário em torno de uma consulta para melhor
defini-la continua sendo imprescindível". Dessa forma, o serviço de referência é um espaço de
mediação que deve ser pensado para desenvolver ações voltadas para melhorar o atendimento
ao usuário, e buscar expandir suas fronteiras. Deixar de pensar o usuário como ―mero
receptor, colocando-o como ator central do processo de apropriação‖ (ALMEIDA JÚNIO,
2009, p. 9).
Bibliotecário de Referência
O usuário com suas necessidades informacionais pode buscar auxílio presencial ou on-
line junto ao bibliotecário de referência e assim encontrar a informação de que necessita. Essa
atitude faz parte do processo de busca da informação.
Com o avanço da Internet e os novos recursos tecnológicos de informação e
comunicação (TIC) no serviço de referência, o conceito de referência ampliou-se, não ficando
mais restrito ao espaço físico da biblioteca e nem necessariamente à presença do usuário. Com
as TICs o usuário pode acessar os serviços da biblioteca fora da biblioteca, em qualquer lugar
e isso fez aumentar a eficácia das várias funções dos serviços de referência.
O bibliotecário de referência atua como mediador da informação, ele é acessível ao
usuário, capaz de realizar uma comunicação formal ou informal com o objetivo de possibilitar
o acesso à informação solicitada usando todos os mecanismos disponíveis. De acordo com
Oddone (1998), o papel do bibliotecário mediador é identificar e atender às necessidades
informacionais dos usuários imediatos e potenciais de forma a estabelecer uma dinâmica entre
os repositórios estáticos de conhecimento e as questões vividas pelos usuários na busca do
conhecimento. O processo de mediação deve acontecer não como uma ponte entre o usuário e
o conhecimento, no sentido de transmitir uma mensagem ou uma informação de um lado a
outro, de forma estática, mas sim pensar a mediação do bibliotecário mais que uma ponte
transmissora (ALMEIDA JÚNIOR, 2009).
Além disso, o trabalho no setor de referência envolve a tomada de decisões, tanto no
planejamento das ações de ensino e educação ao usuário como aquelas tomadas no processo
de interação com os usuários. De acordo com Martucci (2000) este trabalho é,
Toda mediação pressupõe um diálogo, mesmo que o usuário (ou seu perfil
construído pelos estudos de usuários) não esteja concretamente presente. O diálogo
possibilita ―dar a voz e palavra‖ ao usuário, permitindo-lhe explicitar suas
necessidades e interesses. O fazer bibliotecário/arquivístico tem como base essas
necessidades e interesses na construção de mecanismos para permitir aos usuários a
apropriação da informação. (ALMEIDA JÚNIOR, 2006, p.12)
internos. A mediação explícita ocorre nos espaços em que a presença do usuário é inevitável,
onde o usuário estiver, mesmo que a presença não seja física, como é o caso dos acessos à
distância em que não é solicitada a interferência concreta e presencial do bibliotecário.
(ALMEIDA JÚNIOR, 2009, 2015).
Os bibliotecários devem ter em consideração os usuários e suas ‗práticas
informacionais‘ levando em conta ―[...] aspectos informacionais socioculturais (formas
coletivas de se relacionar com a informação, critérios coletivos de relevância, necessidade,
etc.) e os comportamentos informacionais individuais‖ (ARAÚJO, 2013, p. 21) em queo
usuário constrói suas próprias definições de informação e necessidade e uso de informação de
forma a construir significado em suas práticas informacionais. Conforme Oddone (1998),
neste contexto o papel do bibliotecário mediador é identificar e atender às necessidades
informacionais dos usuários imediatos e potenciais, de forma a estabelecer uma dinâmica
entre os repositórios estáticos de conhecimento e as questões vividas pelos usuários na busca
do conhecimento.
Um fator que o bibliotecário não pode ignorar no contexto da Sociedade da
Informação é o acesso às novas tecnologias que trouxeram novas demandas, não só ao setor
de referência, mas para a biblioteca como um todo. Consideram-se as tecnologias como um
grande desafio às bibliotecas e seus profissionais. Exige-se que tanto as bibliotecas quantos
os profissionais da informação se adaptem às novas tecnologias, a fim de garantirem o acesso
à informação a todos os usuários, até àqueles que ainda não estão incluídos no mundo digital.
De acordo com Almeida Júnior e Santos Neto (2014, p.101) a mediação da informação
não é passiva, ela sofre interferência, direta ou indiretamente do profissional da informação.
Ela não é neutra e não pode ser imparcial. O bibliotecário não pode simplesmente esperar que
os usuários busquem informação, ele deve assumir seu papel de mediador, pois todo o
processo de mediação é fundamental para as práticas do bibliotecário e o entendimento da
necessidade informacional do usuário.
A ideia de mediação envolve várias coisas diferentes de acordo com Almeida (2008,
p.3), que podem ser desde o atendimento ao usuário, passando pela atividade de um agente
cultural – museus, bibliotecas, arquivos – até a construção de produtos destinados a
introduzir o público em um determinado universo de informação, chegando até a elaboração
de políticas de capacitação ou acesso às tecnologias de informação. A função mediadora dos
profissionais da informação torna-se cada vez mais necessária e busca conectar os indivíduos
às bases de conhecimento e demais informações. (ALMEIDA, 2008, p. 21)
972
Considerações Finais
Referências
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de; SANTOS NETO, João Arlindo dos. Mediação
da informação e a Organização do Conhecimento: interrelações. Informação & Informação,
[S.l.], v. 19, n. 2, p. 98-116, abr. 2014. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/16716>. Acesso em: 19
jun. 2017.
______. Mediação da informação: alguns aspectos. Marília, 2006. On-line. Disponível em:
<http://www.marilia.unesp.br/Home/Graduacao/PETBiblioteconomia/palestras/osvaldo.pdf>.
Acesso em: 19 dez. 2017.
CARMO, Naara Alves Martins do; SOUZA, Terezinha de Fátima Carvalho de. Web 2.0 e
Biblioteca 2.0: serviços e produtos de informação aplicados à biblioteca escolar. 2015. 41 f.
Disponível em: <http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A4UNVE>. Acesso em: 23 dez. 2017.
FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Estudos de uso e usuários da informação. Brasília: Ibict,
1994.
MACEDO, Neusa Dias de. Princípios e reflexões sobre o serviço de referência e informação.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, n.1, v.23, p. 9-37,
jan./dez, 1990.
MARTINS, Ana Amélia Lage; REIS, Alcenir Soares dos. Mediação: reflexões no campo da
Ciência da Informação. 2010. 253 f., enc.: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação.
974
SANCHES, Gisele A. Ribeiro; RIO, Sinomar Ferreira do. Mediação da informação no fazer
do bibliotecário e seu processo em bibliotecas universitárias no âmbito das ações culturais.
InCID: R. Ci. Inf. e Doc., Ribeirão Preto, v. 1, n. 2, p. 103-121, jul./dez. 2010.
The role of the communication area of the Virtual Library in Health Prevention and
Control of Cancer (VLH)
LETÍCIA CASADO
DANIELA RANGEL
Abstract: The work addresses the insertion of the Virtual Library in Health Prevention and
Control of Cancer (VHL) in social networks, its use and the important role of these networks
in communicating with users. It discusses the dynamics of social networks within the
communicational scenario in the context of the VHL. It presents an analysis with the statistics
of the networks used by the VHL, as well as its use as an important strategy of social
communication and dissemination of information in virtual environments. It highlights the
dynamics of interactivity and information sharing that is posted attracting people from
different locations and countries in real time. The insertion of the VHL in social networks is
an initiative is part of a broader social communication strategy that includes the
dissemination of various materials on the subject and the possibility of a greater knowledge of
976
the profile of users and their information needs in addition to improving the quality of
services and products offered.
1 Introdução
Fonte: http://controlecancer.bvs.br/
2 Revisão de literatura
A era da internet possibilitou que essas relações se tornassem mais intensas tornando a
interação mais dinâmica. ―A formação de rede é uma prática muito antiga, mais as redes
ganharam vida nova em nosso tempo transformando-se em redes de informação energizadas
pela internet‖ (CASTELLS, 2003, p. 7). Já os atores, que são os usuários, atuam descobrindo
978
As mídias sociais podem ser um ótimo canal de comunicação com o público externo,
que podem ser usadas para divulgar atualizações sobre as atividades da instituição, novidades
e compartilhamento de informações. Contudo esses canais podem ser bem mais que isso. A
esse respeito Silva et al (2016) aponta que:
Não se trata de mera transmissão de conhecimentos, de simples acesso e
compartilhamento de notícias sobre as políticas públicas na área da saúde, de
campanhas de vacinação, de prevenção contra doenças como dengue, cólera. A
educação para a saúde vai além, pois envolve a construção de conhecimentos, a
participação social.
3 Metodologia
O trabalho foi realizado através de levantamento, análise de dados das redes sociais
utilizadas pela BVS e a dinâmica de ações.
979
Facebook:
Facebook é uma rede social lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de
propriedade privada da Facebook Inc. Com mais de doze anos de existência reúne mais de 1
bilhão de usuários espalhados pelo mundo, sendo considerado uma das maiores redes sociais
em todo o mundo com grande potencial de influenciar nas decisões nos âmbitos político,
cultural, econômico.
A página no Facebook da BVS tornou-se pública em julho de 2013. Chegou ao
número de 4.000 curtidas. Em média, cada postagem alcança 700 pessoas.
São realizadas duas postagens semanais, resolução de acordo com o Manual de Mídias
Sociais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Tem como base os principais assuntos: estudos da área de câncer, eventos, cursos,
publicações disponíveis na BVS, além de temas gerais relacionados a prevenção e fatores de
risco. As instituições parceiras podem encaminhar sugestões de posts. São divulgados eventos
e notícias de diversas áreas do o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva
(INCA), da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), do Instituto do Câncer do Ceará,
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde
(Cetab / FIOCRUZ), entre outras.
Twitter:
Criado em Março de 2006 o Twitter é uma rede social e um servidor para
microblogging, que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros
contatos.
Uma rede que possibilita a interação em tempo real com as pessoas que se encontram
na rede e fora dela.
Na BVS a rede iniciou em julho de 2017. Apresenta um crescimento mais lento
comparado ao Facebook, contudo é uma ferramenta muito ágil, permite múltiplas postagens
ao dia.
O twitter se caracteriza por ser uma mídia social mais dinâmica, assim, não há limite
de postagens. É uma ferramenta ideal para interação com parceiros, pois é possível reproduzir
tweets de outros perfis. Seu foco também é divulgar, por meio de posts, assuntos relativos ao
controle do câncer e atrair o público interessado fazendo com que os mesmos conheçam a
BVS.
Newsletter:
A boa governança dos Comitês Consultivo e Executivo é primordial para o
desenvolvimento e sustentabilidade do projeto de produção, promoção e operação
descentralizada de conhecimentos na área da prevenção e do controle do câncer. As
instituições que fazem parte dessa rede colaborativa foram selecionadas no intuito de
representar a diversidade regional presente no território brasileiro e também a diversidade de
981
4 Resultados
As análises apresentadas representam o universo de atuação das redes.
A página do facebook da BVS é a sexta, entre as de instituições similares, em número
de curtidas:
O alcance das publicações é considerado muito bom, com alguns picos. Especialmente
se considerarmos que o alcance é todo orgânico, ou seja, o envolvimento é de pessoas que, de
fato, procuram os assuntos disponibilizados pela página da BVS. Não há posts pagos.
5 Considerações Finais
REFERÊNCIAS
SILVA, Z. J. S. et al. Comunicação interativa em saúde: uma análise nos perfis do facebook das
ligas acadêmicas na área da saúde em Alagoas. GEP NEWS, v. 1, n. 2, p. 69-74, abr./jun. 2017.
985
GIULIANO FERREIRA
Abstract: This paper proposes, through a study, to report the development process of PUC-
Rio‟s library virtual assistant. It analyzes the different approaches of the available platforms
for the creation of chatbots, and their use as a mediator in communication and service in
academic communities, particularly in university libraries. It presents the objectives behind
the decision to use an automated chat system in the relationship with users. It describes the
procedures used in the development of the character and presents details of the system
planned to control the artificial intelligence and the flow of responses of the same. It identifies
measures adopted to optimize the operation of the system based on user feedback. It
highlights the behavioral changes of current students and proposes a new approach to reach,
listen and serve these users. It then analyzes the partial results achieved during the period of
the pilot project. It concludes by pointing out the beneficial aspects that should be considered
in the implementation of such a project.
1 Introdução
986
Como mencionado por Castanho (2002, p.24), em sua dissertação ―há quase cinco
décadas, a inteligência artificial vem desenvolvendo pesquisas e softwares visando dar ao
computador a capacidade de conversar com um homem de forma natural.‖ Ela ressalta, ainda,
que ―os primeiros assistentes construídos tinham por objetivo fazer uma imitação perfeita de
um ser humano conversando, de forma que não fosse possível ao usuário do computador
distinguir quando estava interagindo com um computador ou outro homem.‖
Muito já se falou também sobre as vantagens na utilização de robôs de conversação no
atendimento automatizado a usuários. Primo (2000) apud Castanho (2000, p.22) já destacava
que ―dependendo do potencial comunicativo do robô, ele poderá oferecer um tipo de interação
mais humanizado.‖ Alguns estudos, inclusive, indicam que usuários de serviços web mostram
preferência pelos serviços desempenhados com um assistente virtual a um serviço textual, ou
questionários. Segundo Brugnara (2000) apud Castanho (2000, p.22)
Os assistentes virtuais, além de contribuir para o aumento da diversidade de formas
de interação, podem servir de estímulo ao estudo por parte dos alunos, visto que
estes são muito receptivos a esta nova tecnologia. Isto se deve a um forte apelo
motivacional apresentado por estes robôs, além, é claro, do fator novidade.
improvável pensar em comunicação via sistemas automatizados. No entanto, usar robôs para
interagir com estudantes pode ser uma ótima oportunidade de aprendizado. Por um lado, eles
permitem levar informações de interesse geral ou individualizadas a grandes contingentes de
usuários. Além disso, reduzem os custos das equipes de atendimento. Pode até parecer
estranho à primeira vista, mas um robô pode, sim, interagir muito bem com o público de uma
instituição de ensino. Os avanços em Inteligência Artificial geraram sistemas capazes de
interações cada vez mais diversificadas e complexas com pessoas.
No meio empresarial, assistentes virtuais como a Alexa, da Amazon, Google Home, Cortana,
da Microsoft, e Siri, da Apple, estão iniciando uma nova era de possibilidades de como os
assistentes virtuais podem ser utilizados pra facilitar a vida das pessoas, o que explica o fato
de considerarmos a adoção dessa tecnologia.
As evoluções recentes em tecnologia artificial também foram responsáveis por colocar
os robôs de conversação em um nível mais elevado. Agora, eles podem realmente aprender ao
longo do tempo para dar respostas mais precisas e inteligentes. E ainda são personalizáveis,
podendo ser formais ou descontraídos, de acordo com o posicionamento da instituição.
Um estudo divulgado pela Gartner (2011) estima que, até 2020, 85% da interação do
consumidor com as empresas acontecerá sem qualquer intervenção humana. É claro que isso
não representa o domínio das máquinas sobre os seres humanos, mas o uso inteligente de uma
tecnologia facilitadora.
Quando empresas de grande porte como Microsoft, Facebook e Google anunciam suas
estratégias de assistentes virtuais, elas estão alardeando o potencial dessa tecnologia em
evolução para ajudar usuários e instituições em suas atividades de serviço ao consumidor,
além de disponibilizar uma série de recursos úteis. Por exemplo, o Allo, robô do Google, em
forma de comunicador, ajuda o usuário a encontrar informações e a completar tarefas como
agendar uma reserva para o jantar e solicitar os resultados esportivos em tempo real pelo
assistente, em vez de ter que transitar através de vários aplicativos para executar as mesmas
tarefas.
No cenário das instituições acadêmicas existe também um enorme potencial para esses
assistentes. São diversos os recursos facilitadores que um assistente virtual poderia realizar
para a comunidade acadêmica, entre eles: pesquisa de livros no catálogo, recuperação de
informações diversas como horários e localização das bibliotecas, normas de funcionamento,
fornecimento de telefones e transferência para outros canais de atendimento, bem como
serviços automatizados como renovação de livros, aviso de reservas liberadas, atualização de
dados pessoais.
989
Um assistente virtual ideal deve ser concebido para executar o papel de agente
mediador, no ponto de vista da recuperação da informação: ele deve ser capaz de reunir,
organizar e tornar acessível os dados para todos os seus usuários. Deve ter como objetivo
principal encaminhar o solicitante para novos pontos de acesso de informação, cada vez mais
próximos de atender sua demanda inicial.
O processo todo é modelado em termos de fluxo de dados entre dois pontos através de
um comunicador, permitindo, para controle futuro, a incorporação do feedback. Para isso o
assistente virtual deve ser capaz de interagir e agregar valor aos processos de transferência e
uso da informação. Precisa também realizar pesquisas em fontes de informação de qualquer
natureza e ter acesso a uma base de conhecimentos para encontrar as respostas que precisa,
além de poder recuperar dados de sistemas internos para prover respostas customizadas aos
seus usuários. Uma vez suprido com as informações necessárias, a ferramenta inteligente
aprenderá com as novas interações e será capaz de atualizar-se automaticamente (o que
denominamos aprendizado de máquina).
O presente trabalho pretende levantar esta discussão, demonstrar como esse processo
foi executado nas Bibliotecas da PUC-Rio e também motivar outras instituições a adotar
inciativas similares, pois se trata de um projeto relativamente simples de implantar e que
depende de poucos recursos humanos e financeiros. Afinal, após todos os esforços
empenhados em conjunto pelas bibliotecas, o maior beneficiado, com certeza, será sempre o
usuário final.
3 Metodologia
A série de procedimentos proposta nesse trabalho visa demonstrar como foi o ciclo de
desenvolvimento da assistente virtual das Bibliotecas da PUC-Rio, desde a concepção da
personagem, passando pelo desenvolvimento de sua inteligência artificial, até a criação da base
de conhecimento e integração com os sistemas existentes da Biblioteca. Essa fase foi dividida
em cinco grandes etapas.
A primeira etapa foi a concepção de uma personagem virtual completa com um nome,
uma face e uma voz personalizada. A ideia inicial era ter uma espécie de mascote inteligente da
biblioteca que pudesse auxiliar os usuários nas pesquisas e nas dúvidas mais frequentes.
Como era necessário incluir algumas funcionalidades de referência virtual no assistente,
optou-se por escolher uma personagem que lembrasse uma bibliotecária interativa. Por isso ela
ganhou o acrônimo de BIA: Bibliotecária Interativa Automatizada. Uma vez escolhido o nome,
990
era necessário dar uma cara e um corpo para a personagem, então foi solicitado ao designer do
departamento que desenvolvesse uma coruja mascote bibliotecária que atendesse pelo nome de
BIA.
A escolha de uma coruja para dar forma a assistente foi devido ao fato de que ―para
muitos povos a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Ela tem a
capacidade de enxergar através da escuridão, conseguindo ver o que os outros não veem. A
coruja simboliza a reflexão, o conhecimento racional e intuitivo. Além disso, na mitologia
grega, Athena, a deusa da sabedoria, tinha a coruja como símbolo.‖ (SIGNIFICADO..., 2017)
Uma vez definida a cara e o corpo da assistente, o próximo objetivo foi escolher uma
voz para representá-la. Foi feita então uma seleção, dentro das opções das bibliotecas de vozes
sintetizadas em português disponíveis na internet e foi escolhida a que mais assemelhava-se
com a personalidade desejada para a assistente virtual.
Com a personagem desenvolvida, foi criada uma página no Facebook para hospedar a
assistente e permitir que todos pudessem se conectar a ela e utilizar dos seus serviços. Foi
desenvolvida também uma campanha intitulada #FaleComBia para incentivar os novos usuários
a conhecer a ferramenta. Essa campanha foi massivamente divulgada nas redes sociais e nos
canais internos de comunicação da PUC-Rio.
A segunda etapa foi a escolha da plataforma de criação do robô de conversação. Existem
diversas plataformas hoje em dia que possibilitam a criação desses robôs, cada uma com seus
991
recursos, suas vantagens e desvantagens. É necessário que a instituição faça um bom trabalho
de pesquisa nessas plataformas para avaliar qual se adequa melhor as suas necessidades. A
escolha da PUC-Rio foi pelo comunicador do Facebook, o Messenger, pela sua popularidade de
uso na comunidade e pela capacidade de integração com outros sistemas.
Além disso, o Messenger pode ser acessado pelo computador e também ė um aplicativo
móvel compatível com os principais modelos de celular do mercado, fatores esses decisivos na
escolha dessa plataforma.
Uma vez escolhida a plataforma, o trabalho mais complexo foi iniciado: ensinar ao robô
tudo que ele precisa saber para poder atender os seus usuários. Este trabalho começou com um
levantamento de todas as informações que inicialmente os usuários poderiam precisar.
Este levantamento foi bem complexo e extenso e para ser mais facilmente executado
teve que ser bem organizado. Na PUC-Rio esse levantamento foi inicialmente baseado nas
informações que constavam no site da Biblioteca. Basicamente todas as palavras-chave que se
relacionavam a serviços ou informações foram listadas e organizadas em seis grupos: 1)
Dúvidas ou Informações, 2) Serviços, 3) O que Você Pode (o que cada categoria de usuário
pode fazer na biblioteca), 4) Bibliotecas PUC-Rio, 5) Contato, 6) Outras Áreas.
Após o levantamento das palavras-chave, o desafio foi definir como a assistente iria
responder a cada uma delas e para onde iria direcionar o usuário, através de links, para que ele
pudesse obter a resposta que precisava sobre aquele assunto. Esse mapeamento foi feito em
conjunto com a equipe de atendimento, que foi essencial no desenvolvimento da assistente
virtual, pois conhece bem as necessidades e questionamentos mais comuns dos usuários.
A terceira etapa foi realizar a integração com outros sistemas já existentes. O assistente
virtual pode funcionar como mais uma porta de entrada para os serviços já desenvolvidos pela
instituição. Esse passo foi o que demandou maior conhecimento técnico da equipe, pois para
efetivar essas integrações foi necessário utilizar técnicas de programação para poder se conectar
as bases de dados e sistemas internos da instituição.
Justamente por ser a etapa que mais depende de equipe especializada, é também a mais
poderosa em termos de capacidade de expansão. As possibilidades de integração são
praticamente infinitas. Tudo que já estiver desenvolvido pode ser aproveitado, pois a assistente
virtual tem a capacidade de se conectar tanto aos sistemas internos como a qualquer serviço web
que esteja disponível. No caso da assistente da PUC-Rio, diversas integrações foram realizadas
no período do projeto piloto. Entre elas destacam-se as integrações a serviços externos como
dicionários on-line, Wikipedia, Google Tradutor, dicionário de sinônimos, portais de jornais on-
line e sistema de buscas do Google. Entre as conexões com os sistemas internos, as mais
992
palavra encontrada deve ser cadastrada na base de conhecimento e novos fluxos de dados são
identificados de acordo com as demandas dos usuários. Esses ajustes constantes são essenciais
principalmente na fase inicial, pois tornam a ferramenta mais robusta e preparada para as
futuras interações, diminuindo assim o fator de frustração do usuário quando não consegue a
resposta para o que estava procurando, fazendo com que ele não tente de novo.
Desse ponto em diante, o ciclo das etapas do desenvolvimento se repete constantemente.
A cada dia novas palavras são inseridas, outros sistemas são integrados, novos serviços são
desenvolvidos e a assistente virtual estará sempre disponível como uma porta de acesso simples
e prática a todos os conteúdos e serviços oferecidos pela instituição.
4 Resultados
Novos Usuários Diários: a cada dia novos usuários começam a utilizar a assistente virtual.
995
Termos não reconhecidos: alguns dos termos que não foram reconhecidos inicialmente.
Blocos de resposta mais populares: alguns dos blocos de resposta que foram mais entregues.
997
5 Discussão
apropriada com mais facilidade. Por isso o bloco de resposta padrão, que sempre aparece
quando um comando não é reconhecido pela assistente, tem um papel tão importante nesse
processo, pois ele guia o solicitante para o melhor caminho. Uma solução que deu muito
resultado foi utilizar esse bloco padrão para instruir o usuário a utilizar menos frases e mais
comandos simples e também a inclusão de um link para o manual de comandos da assistente
virtual, o que ensina diretamente para o usuário tudo que a ferramenta é capaz de fazer até o
momento e também diminui a quantidade de comandos não reconhecidos.
A observação do comportamento do usuário é determinante para o sucesso de um
projeto dessa natureza. Durante o período do projeto piloto observou-se que com o uso dessa
ferramenta, o esclarecimento de dúvidas e demandas de primeira ordem ficou mais simples e
direto. É sabido que muitas dúvidas dos usuários são facilmente solucionadas pelas
informações contidas no site da instituição e que muitas vezes o usuário não encontra
facilmente essas informações, porém, a assistente virtual consegue, através de links,
direcionar o usuário para o ponto exato onde ele vai encontrar a resposta que deseja, sem
precisar ocupar um funcionário da equipe de atendimento somente para fornecer essa simples
informação.
Esse acaba sendo um dos pontos fortes das assistentes virtuais. O relacionamento e o
direcionamento são otimizados, fazendo com que os dois lados fiquem satisfeitos: a
instituição, pois é uma ferramenta que pode aliviar o serviço das centrais de atendimento, já
que direciona o usuário de acordo com a demanda solicitada, não necessitando de intervenção
humana; e o usuário final, pois a conversa automatizada garante o autoatendimento e a
agilidade nas buscas.
Por meio de um roteiro de conversa estruturado de acordo com os objetivos da
instituição, cria-se uma conversação fluida e eficaz para ambos os lados. Como essa forma de
comunicação não implica espera, o usuário não se dispersa tanto como acontece na interação
feita por meios mais tradicionais, como chats e similares, permitindo que a força de tarefa
humana seja alocada para atendimentos com maior complexidade, uma vez que as rotinas
automatizadas podem fornecer um amplo leque de soluções básicas para o usuário.
Outro ponto importante observado foi que com a utilização constante da ferramenta,
muitas informações estratégicas sobre as necessidades e demandas dos usuários puderam ser
capturadas. Essas informações fornecidas foram utilizadas para mensurar a efetividade de
cada ação executada pela assistente e serviram de parâmetro para melhorias em serviços
oferecidos pela instituição e tomadas de decisões em ações futuras.
Em geral, as assistentes virtuais estão sendo muito empregadas para funções
999
específicas de relacionamento e engajamento nos mais diversos canais digitais, porém, além
destas funções sugeridas, muitas outras podem ser pensadas à medida que a tecnologia de
assistentes virtuais avança rumo a sistemas de inteligência artificial bem mais elaborados e
aptos a interpretar a linguagem natural das pessoas e acumular conhecimento para depois
aprender com seus próprios dados.
6 Considerações finais
Como observado, a ascensão das assistentes virtuais não aconteceu da noite para o dia.
Elas chegaram de um jeito tímido e, aos poucos, se aperfeiçoaram e conquistaram usuários e
instituições de todo porte.
Mesmo sabendo que essa tecnologia não é mais novidade, precisamos compreender
como os robôs de conversação podem nos ajudar a entender e atender melhor nossos usuários,
e ficar atento as inovações nessa área, pois provavelmente nos surpreenderemos com o que
eles serão capazes de fazer no futuro.
No mesmo momento que esse trabalho está sendo escrito já existem mais de 100.000
(cem mil) assistentes virtuais ativos na plataforma do Messenger interagindo com as pessoas.
Este número explica a tendência crescente da inteligência artificial aplicada no
relacionamento e engajamento com os usuários. A influência desta tecnologia sobre as pessoas
é inevitável, o que obriga as instituições a se adaptarem. Foi com base nisso que a PUC-Rio
optou por estudar essa tecnologia e desenvolver sua própria assistente virtual.
É preciso ter em mente que a tecnologia não exclui a necessidade de uma equipe bem
capacitada para atender o usuário final. Ela surge apenas como mais um facilitador para
complementar e ampliar o espaço de busca pelo conhecimento de forma mais prática e mais
rápida.
Conclui-se, portanto, através deste estudo, que todo esforço dispendido no intuito de
melhor atender os usuários das instituições acadêmicas, fazendo uso de tecnologias
inovadoras e ferramentas modernas como os robôs de conversação, é justificado quando se
percebe que a comunidade está sendo contemplada com as respostas adequadas para os seus
questionamentos. Os usuários agradecem.
1000
Referências
PRIMO, A.F.T. Chatterbots: Robôs de conversação. Disponível em: Acesso em: outubro de
2000.
Daniela Spudeit
Resumo: Discute os principais desafios e soluções inerentes aos aspectos técnicos e legais
envolvidos nas etapas de planejamento, implementação, gestão de repositórios digitais no
âmbito das instituições públicas com base na literatura especializada da área. A pesquisa
justifica-se pela necessidade de produção de um instrumento que oriente profissionais
atuantes em equipes de trabalho com a pretensão de criação e manutenção de repositórios
digitais nas diferentes instituições públicas de ensino e pesquisa do país. Metodologicamente,
trata de uma pesquisa de cunho descritivo e exploratório em que se buscou na literatura
autores para atingir o objetivo central configurando assim um estudo bibliográfico e
documental. Por fim, resulta na indicação de soluções para alguns desafios considerando
como aspectos técnicos – a identificação tipos de materiais, a definição de metadados, o fluxo
de submissão, os métodos de povoamento e o processo de autoarquivamento. Em se tratando
dos aspectos legais, investiga a necessidade de criação de um comitê gestor, a aprovação de
uma política de funcionamento, os critérios para acesso, permissões e algumas questões
relativas aos direitos autorais. Considera que seja indispensável perceber tais desafios para
evidenciar a nível de gestão que repositórios digitais devam ser planejados como instrumentos
indispensáveis não apenas para publicização dos resultados de pesquisas e preservação da
memória científica das instituições, mas sobretudo na desmistificação de soluções adotáveis
antes, durante e depois de sua criação. Espera-se que a pesquisa seja complementada com a
identificação dos desafios e soluções acerca de aspectos humanos e tecnológicos. Acredita-se
que a pesquisa possa auxiliar a atuação de bibliotecários e equipes multidisciplinares de
profissionais responsáveis ou com pretensões futuras de implementar e gerir repositórios
institucionais.
Asbtract: It discusses the main challenges and solutions inherent to the technical and legal
aspects involved in the planning, implementation and management of digital repositories
within the scope of public institutions based on the specialized literature of the area. The
research is justified by the need to produce an instrument that guides professionals working
in work teams with the intention of creating and maintaining digital repositories in the
different public institutions of teaching and research in the country. Methodologically, it
deals with a descriptive and exploratory search in which authors have been searched in the
literature to reach the central objective, thus configuring a bibliographic and documentary
study. Finally, it results in the indication of solutions to some challenges considering as
technical aspects - the identification of material types, the definition of metadata, the
submission flow, the methods of settlement and the self-archiving process. Regarding the
legal aspects, it investigates the need to create a management committee, the approval of an
operating policy, the criteria for access, permissions and some issues related to copyright. It
considers that it is indispensable to perceive such challenges to demonstrate at the level of
management that digital repositories should be designed as indispensable tools not only for
publicizing the results of research and preserving the scientific memory of institutions, but
above all in the demystification of adoptable solutions before, during and after of its
creation. It is hoped that the research will be complemented with the identification of the
challenges and solutions regarding human and technological aspects. It is believed that the
research can assist the work of librarians and multidisciplinary teams of professionals
responsible or with future intentions to implement and manage institutional repositories.
Keywords: Digital repositories. Technical and legal aspects. Planning and management of
repositories.
1 INTRODUÇÃO
[...] envolve uma série de tarefas, como as questões de descrição dos metadados,
tendo a possibilidade do uso do Dublin Core, descompactação, checagem,
identificação, identificação automática de formato, validação do formato,
normalização, quarentena (SHINTAKU, 2017, p. 80).
e) Autoarquivamento
O autoarquivamento é um direito concernente aos autores auto depositarem trabalhos
de sua autoria nos repositórios. Porém, existem entraves e preocupações relacionados a
garantia da qualidade do conteúdo das publicações depositadas, da justificativa de que o ato
de auto depositar não é responsabilidade dos autores.
e coleções serão criadas, as permissões para submissões, a definição dos metadados para cada
tipo de material, bem como as orientações para o fluxo, acesso e uso.
Entre os desafios encontrados na publicação institucional dessa política estão a cultura
organizacional e o próprio desconhecimento da importância desse instrumento. Sobre esse
instrumento, Leite et al. (2012, p. 10) esclarecem que
contrário, apenas será possível referenciar ou estrategicamente criar links para o conteúdo
efetivamente já publicado anteriormente.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
definido comumente no DSpace. Nesse caso, para cada tipo de material definido é necessária
a estruturação que garanta tratamento, validação e verificação posterior dos dados importados.
Podem ser desenvolvidos scripts próprios por profissionais das instituições ou
exemplificando, também existem ferramentas como o script Lattes que auxilia no processo de
coleta e importação de dados de fontes externas como a plataforma lattes do CNPq. A
importação ou coleta automatizada podem depender de questões tecnológicas que envolvem
interoperabilidade entre diferentes sistemas que não são o enfoque dessa pesquisa.
No que tange as soluções sobre desafios do autoarquivamento, é preciso conscientizar
institucionalmente os autores da necessidade de dar visibilidade aos resultados de pesquisas
fomentadas com recursos públicos; habilitar o processo de revisão e correção do
preenchimento dos metadados informados pelos autores; ressaltar a limitação de recursos
humanos existentes nas bibliotecas e a autonomia dada aos autores que podem disponibilizar
rapidamente os resultados de pesquisas de sua autoria.
Ao considerar a participação de bibliotecários e das próprias bibliotecas nesse cenário,
Márdero Arellano (2008, p. 129) ressalta que ―uma alternativa é que os responsáveis pelo
repositório ou os bibliotecários depositem os itens em nome dos autores, pelo menos no início
do desenvolvimento do serviço‖.
Como alternativa para a proposição do autoarquivamento e ―[...] no trabalho que
envolve a tarefa do autor de depósito do próprio trabalho, devem ser criados serviços de
atendimento direcionados a esse processo, como a disponibilização de tutoriais‖ (ASSIS,
2017, p. 225).
Em se tratando dos aspectos legais:
A aprovação de comitê gestor por meio de portaria ou resolução é fundamental para
estabelecer diretrizes e normas que nortearão as ações da equipe de trabalho envolvida. Neste
instrumento, devem ser descritas e definidas as competências e responsabilidades de acordo
com a equipe de trabalho disponível. Deve ser constituída observando ainda a política e os
objetivos institucionais.
Leite (2009, p. 40) alerta ainda que ―[...] é importante que seja constituída uma equipe
capacitada e comprometida com a realização do projeto. Idealmente, uma equipe
multidisciplinar constituída por bibliotecários, analista de sistemas, profissional de
comunicação/marketing‖.
Dependendo do tipo de instituição deve-se pensar também na inclusão de membros
envolvidos nas coordenações de ensino e ligados à pesquisa científica que sejam considerados
1013
importantes. Essa iniciativa garante que a criação do repositório digital não seja
equivocadamente entendida como uma ação isolada dos bibliotecários.
Ainda se tratando da aprovação de documentos de gestão, a política de
funcionamento deve ser elaborada, proposta pelo comitê gestor e aprovada para regular o
funcionamento do repositório legalizando sua existência no âmbito institucional. Nessa tarefa,
é preciso conscientizar a alta administração, pesquisadores e a própria comunidade acadêmica
sobre a necessidade de reconhecimento e da importância de se instituir oficialmente o
repositório criado.
Em algumas instituições, a elaboração de uma minuta de portaria pelo comitê gestor,
pode dar celeridade ao processo de aprovação dessa política, delineando previamente as
principais questões relativas ao funcionamento do repositório.
Ao considerar o acesso, a concessão de permissões e os trâmites envolvendo direitos
autorais é preciso considerar o receio do plágio por parte dos autores, a segurança jurídica por
parte da instituição depositante e até mesmo as questões sobre autorizações para o
autoarquivamento, caso os próprios autores sejam responsáveis pelo autoarquivamento.
Sobre o receio de determinados autores, ao terem suas obras quando disponibilizadas
em meio digital no repositório, terão chances maiores de serem objeto de plágio, trata-se de
um mito a ser desmistificado já que a disponibilidade de conteúdos e seu acesso em ambiente
digital na verdade, favorece significativamente a identificação do uso indevido, garantindo
punições legais e cabíveis aos seus responsáveis. Por sua vez, se o conteúdo for
disponibilizado apenas da forma impressa, as chances da identificação do plágio são
potencialmente reduzidas.
Outra questão que merece atenção envolvendo o aspecto legal é apontada por Velame
(2011, p. 72) ao afirmar que ―[...] algumas das preocupações dos autores referem-se ao fato de
que as políticas dos periódicos científicos priorizam que produções e pesquisas científicas e
acadêmicas sejam inéditas‖. Alguns autores acabam evitando disponibilizar suas pesquisas
mesmo após o período de embargo, ainda que ao menos o acesso aos metadados seja possível.
Torino (2017, p. 102) reforça essa ideia ao mencionar que ―[...] caso haja algum
impedimento para a disponibilização imediata do material, é possível inseri-lo com restrição
de acesso, com a possibilidade de acesso imediato ou restrito aos metadados‖.
Implementando ou não o autoarquivamento, as instituições devem garantir a
legalidade com a obtenção prévia dos direitos do autor ou daquele a quem foi cedido esse
direito, por meio de algum mecanismo que garanta a licença e autorização do depósito do
documento.
1014
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se por fim, que além da observância dos fatores humanos, analisem-se
questões tecnológicas como condicionante dos desafios que certamente dependerão de
soluções. Espera-se que a pesquisa seja complementada reforçando justificativas sociais e
profissionais de ampliação do livre acesso das publicações científicas e sobretudo da
orientação nas soluções de problemas recorrentes, minimizando o retrabalho das equipes que
ainda planejam e pretendem implementar repositórios institucionais.
REFERÊNCIAS
ASSIS, Tainá Batista de. Análise das políticas de autoarquivamento nos repositórios
institucionais brasileiros e portugueses. InCID: Revista de Ciência da Informação e
Documentação, Ribeirão Preto, v. 4, n. 2, ed. esp., p. 212-227, jul./dez. 2013. Disponível em:
<https://www.revistas.usp.br/incid/article/download/69329/71822>. Acesso em: 10 nov.
2017.
LEITE, Fernando César Lima et al. Boas práticas para a construção de repositórios
institucionais da produção científica. Brasília: IBICT, 2012. Disponível em:
<http://livroaberto.ibict.br/handle/1/703>. Acesso em 17 jan. 2018.
MARRA, Patrícia dos Santos Caldas. Visibilidade dos repositórios institucionais brasileiros:
análise de diretórios internacionais de acesso aberto. Revista Eletrônica de Comunicação,
Informação & Inovação em Saúde, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, p. 330-343, set. 2014.
Disponível em: <https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/672>.
Acesso em: 20 out. 2017.
SAYÃO, Luis Fernando; MARCONDES, Carlos Henrique. Software livres para repositórios
institucionais: alguns subsídios para a seleção. In: SAYÃO, Luis (Org.) et al. Implantação e
gestão de repositórios institucionais: políticas, memória, livre acesso e preservação.
Salvador: EDUFBA, 2009. p. 23-54. Disponível em:
<https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ufba/473>. Acesso em: 08 dez. 2018.
SHINTAKU, Milton. Tecnologias para gestão da. In: VECHIATO, Fernando et al.
Repositórios digitais: teoria e prática. Curitiba: EDUTFPR, 2017. informação, p. 67-89.
Disponível em: <http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2495>. Acesso em 15 jan. 2018.
Patrícia Henning
Resumo: Esta pesquisa, ainda em andamento, tem por objetivo propor a construção de um
modelo de repositório digital para armazenamento dos projetos de inovação social apoiados
pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro através da Latin American Social
Innovation Network. Busca a organização, disseminação e o acesso desses projetos de forma
aberta e gratuita com o propósito de contribuir para uma maior disseminação e transparência.
Serão definidas como ações de desenvolvimento: o escopo da área; a criação de um elenco de
fontes de informação; definição conceitual dos metadados e infraestrutura; levantamento de
termos para indexação do tema inovação social e análise desses projetos de acordo com os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Agenda 2030. Desta forma, busca-
se organizar a informação sobre este assunto, aumentar a sua visibilidade na Web e, promover
um maior engajamento das bibliotecas universitárias no cenário de inovação social. Esta
proposta de pesquisa poderá provocar mudança na forma de organização deste tipo de
informação e tornar-se, futuramente, um centro de referência da área.
Abstract: This research is still in progress aims to propose the construction of a model of
digital repository for storage of projects of social innovation supported by Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro by the Latin American Social Innovation Network. It
searches the organization, dissemination and access of these projects so open and free with
the aim of contributing to a greater dissemination and transparency. Actions of development
will be defined by the scope of the area; the creation of a list of information sources;
conceptual definition of metadata and infrastructure; survey of terms for indexing of the
theme social innovation and analysis of these projects in accordance with the objectives of
sustainable development, proposed by Agenda 2030. In this way, we seek to organize the
information on this subject, increase your visibility on the Web, and promote a greater
engagement of university libraries in the scenario of social innovation. This research
proposal may cause change in the form of organization of this type of information and
become, later, a reference center in the area.
1018
1 INTRODUÇÃO
No que se refere a sua origem, o termo commons deriva do termo em Inglês ―common
land‖ e, já existia desde a Era Medieval, na Inglaterra. Este conceito também esteve associado
à ecologia e à preservação do meio ambiente, que podem ser exemplificados pelo ar que
respiramos, as florestas, rios e mares, ou seja, tudo o que pode ser compartilhado por toda a
sociedade. Podem ser considerados um conjunto de recursos mantidos em comum por certa
comunidade de pessoas, no qual o acesso é transparente (PINTO, 2006).
Nos dias atuais, o termo Commons vem sendo usado como princípio da liberdade de
expressão, da abertura, da paixão intelectual, voltado para os interesses da sociedade, como
por exemplo a enciclopédia Wikipédia, criada em 2001 e que foi ampliada ao longo dos anos.
Conta hoje com artigos e verbetes em diversos idiomas. É fruto de um trabalho intelectual
colaborativo, sem autoria e gratuito. Esse serviço tem sua origem nos commons, que permite a
construção coletiva de conteúdos e está amparado pelas licenças do Creative Commons.
(HENNING, 2013).
A ideia de commons auxilia na compreensão do contexto do acesso aberto, o qual visa
promover a visibilidade e disseminação dos resultados de trabalhos de pesquisadores, das
próprias universidades e de institutos de pesquisa, bem como potencializar a sua utilização e
impacto na comunidade científica internacional.
A Declaração de Budapeste, que é resultado de um evento sobre Acesso Aberto,
realizado em Budapeste, a qual preconiza dois tipos de acesso à informação científica: a via
1020
No que diz respeito ao tema Inovação, a inovação pode ser compreendida como a
elaboração de um produto (bem ou serviço) novo ou que pode ser aprimorado. Refere-se
também a um processo ou a um novo método de marketing ou a um novo método
organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações
externas, conforme descrito no Manual de Oslo (1997). Para Guilhen et al (2013, p. 2),
inovação vem do termo em latim innovare e significa ―fazer algo novo‖.
Usualmente quando se fala em inovação remete-se a ideia de inovação tecnológica, no
entanto a inovação pode ter outros contornos, como a inovação social, que busca soluções
para questões que afligem a sociedade. A sociedade busca pela criação, adoção e difusão de
inovações a todo momento, sejam inovações nos negócios, artísticas ou sociais. (POL;
VILLE, 2009). Por que não usar o potencial da inovação como alavanca para que as
sociedades se desenvolvam e cresçam?
A inovação social aponta para uma necessidade de reflexão acerca do
aperfeiçoamento ou mudanças de práticas de algo não menos importante que a ciência: o
social. Implica em iniciativa que foge da ordem estabelecida, está associada a um novo modo
de pensar ou fazer algo, a uma mudança social qualitativa, a uma alternativa, ou até mesmo a
uma ruptura diante dos processos tradicionais. Assim, a inovação social manifesta-se como
uma ―missão ousada e arriscada‖ (ANDRÉ; ABREU, 2006).
Nesse contexto cita-se a Latin American Social Innovation Network (LASIN), que é
um projeto que conta com o financiamento da Comissão Europeia e é coordenado pela
Universidade Caledônia de Glasgow. É desenvolvido por um consórcio de treze parceiros,
incluindo universidades brasileiras, dentre as quais estão a Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (UNIRIO) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
E o papel da Rede LASIN torna-se relevante neste cenário, visto que possibilita que as
universidades contribuam significativamente para as comunidades, transformando a forma de
transferir conhecimento no ambiente universitário, sustentando o conceito de inovação social,
além de expandir esta ideia dentro das regiões e à nível internacional. Visa estimular a
inovação social para que ao termino do fomento da Comunidade Europeia, as instituições
1022
Dentre os objetivos da inovação social, alguns são mais evidentes, como: a superação
das necessidades sociais, promoção do bem-estar comum, a sustentabilidade e a inclusão
social. Suas ações são planejadas, coordenadas e orientadas, visando atingir o objetivo
específico, de promover mudanças sociais (HELLSTRÖM, 2004 apud JULIANI, 2015).
Porém, deve-se esclarecer que nem todo processo inovador será necessariamente uma
inovação social.
Estes objetivos contribuem para o desenvolvimento humano, a melhoria contínua do
padrão de vida e o enriquecimento da capacidade de agir de grupos e indivíduos, por exemplo.
O acesso à renda não é visto como o objetivo primordial, mas também o acesso à saúde,
saneamento, transporte público, energia, educação etc., que vão ao encontro dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os ODS funcionam como um plano de ação voltado para as pessoas, o planeta e a
prosperidade, conforme ressalta a Agenda 2030, que é um documento da Organização das
Nações Unidas (ONU) e tem como proposta nortear os trabalhos da organização relacionados
1023
3 METODOLOGIA
4 RESULTADO
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CHUERI, Luciana de O. V. Inovação social. In: ARAUJO, Renata Mendes de; CHUERI,
Luciana de O.V. (Org.). Pesquisa e Inovação: visões e interseções. Rio de Janeiro: Publit
Soluções Editoriais, 2017, v. 1, p. 266-286.
MANUAL de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3.ed.
[S.L.]: OECD; FINEP, 1997. 184p. Disponível em: <http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-
financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2017.
POL, P.; VILLE, S. Social innovation: buzz word or enduring term. The Journal of Socio-
Economics, Amsterdam, v. 38, p. 878–885, 2009.
SILVA, Maíra Prado da. A inovação nas bibliotecas universitárias públicas do Estado de
São Paulo no contributo ao desenvolvimento nacional. 146 f. Dissertação (Mestrado em
Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências,
2015.
1028
1029
INNOVATION FOR DIGITAL INCLUSION: THE UNIRIO´S PROJECT "A TABLET PER
STUDENT"
ISABELLA LIMA
Resumo: Este trabalho discute a inclusão digital proporcionada pelo projeto ―Um tablet por
aluno‖ para os graduandos dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Biblioteconomia da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. O projeto ―Um tablet por aluno‖,
coordenado pela Biblioteca Central da UNIRIO, disponibiliza estes dispositivos para
empréstimo aos alunos de sete cursos de graduação. O objetivo deste trabalho está focado em
analisar os hábitos de uso dos alunos da Escola de Biblioteconomia que realizam o
empréstimo, entender as suas dúvidas sobre o tablet e o processo do comodato, avaliando
assim, os resultados obtidos pelo projeto. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário
online, de modo que os alunos pudessem responder perguntas inerentes ao uso e não uso do
dispositivo. As dificuldades constatadas, de acordo com este trabalho, se apresentam em três
eixos que devem ser observados: divulgação do projeto; informações sobre procedimentos de
empréstimo e devolução; e suporte durante o uso.
Abstract: This investigation discusses the digital inclusion provided by the project "One
tablet per student" for the undergraduate students of the Licentiate and Bachelor of Science
degree in Librarianship at the Federal University of the State of Rio de Janeiro. The project
"One tablet per student", coordinated by the Central Library of UNIRIO, provides these
devices for the loan to students of seven undergraduate courses. The objective of this work is
focused on analyzing the habits of the students of the School of Librarianship who make the
loan, understand their doubts about the tablet and the loan process, thus evaluating the
results obtained by the project. To collect data, an online questionnaire was applied so that
students could answer questions related to the use and non-use of the device. The difficulties
observed, according to this work, are presented in three areas that must be observed:
dissemination of the project; information on lending and return procedures; and support
during use.
Keywords: Information Access. Digital literacy. Digital inclusion. University library. Tablet.
1030
1 INTRODUÇÃO
Com o surgimento de novos dispositivos tecnológicos e com o avanço das TICs, foi
possível a ampliação do acesso à informação, de forma rápida e em grande quantidade. O
acesso ao grande volume de informação disponível também requer capacitação do usuário
para lidar com esses meios, de forma que sejam capazes de identificar e manusear fontes
potenciais de informação de forma efetiva e eficaz, que saibam avaliar criticamente a
informação (ELOY, 2012).
A Biblioteca Central da UNIRIO iniciou em 2014 o empréstimo de tablets para
alunos do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, através do projeto Um Tablet
por Aluno (UTA), projeto piloto para implantação em outros cursos. O empréstimo tem por
objetivo aumentar inclusão digital e acesso à informação pelos alunos da instituição. A partir
de então, o projeto se expandiu, inicialmente para os cursos de Licenciatura e Bacharelado
em Biblioteconomia em 2016 e, posteriormente para as graduações em Arquivologia,
Enfermagem, Ciências Políticas, Administração Pública e Direito.
O objetivo geral deste trabalho 99 foi realizar uma pesquisa relativa à questões do
letramento digital dos alunos de Biblioteconomia da UNIRIO, referente ao uso de tablets
emprestados pela Biblioteca Central, através do projeto UTA, como uma primeira
aproximação para estender a pesquisa aos demais cursos. Os objetivos específicos são:
a) Examinar o que motiva os alunos a realizar ou não o empréstimo do tablet;
b) Avaliar o nivelamento do acesso tecnológico dos alunos de biblioteconomia;
c) Identificar quais atividades mais realizadas com o tablet para finalidades
acadêmicas;
d) Levantar dificuldades de uso do dispositivo apresentada pelos alunos;
e) Revelar pontos positivos e negativos da iniciativa inovadora de empréstimo do
aparelho;
f) Identificar dúvidas mais frequentes dos alunos à respeito do aparelho e seu
manuseio;
g) Verificar, através dos alunos, se as disciplinas fazem uso do dispositivo em suas
aulas;
h) Realizar um levantamento do perfil desses alunos respondentes do questionário.
99
Este artigo é fruto de trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em Biblioteconomia.
1031
O projeto ―Um tablet por aluno‖ para o curso de Biblioteconomia foi desenvolvido na
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em outubro de 2014, pelas
professoras Simone Weitzel, Brisa Souza, Daniela Spudeit e Lidiane Carvalho. Este projeto
teve por destino os alunos a partir do segundo período da Escola de Biblioteconomia: cursos
bacharelado matutino, bacharelado noturno e licenciatura em Biblioteconomia. Segundo o
próprio projeto de Weitzel, 2014: ―O uso de tecnologias educacionais e dispositivos móveis,
tais como o uso de tablets, em sala de aula e em outras atividades acadêmicas contribuirá
efetivamente para aumentar o envolvimento dos estudantes no processo de aprendizagem‖.
Dentre as expectativas para a implementação desse projeto, tem-se a contribuição para
o desenvolvimento de atividades apoiando o tripé de ensino, pesquisa e extensão. Também era
esperado facilitar a comunicação entre docentes e discentes na universidade, gerando uma
maior integração, para além de um maior foco nas aulas, para melhoria do ensino e maior
divulgação dos cursos. O projeto traça medidas para facilitar o acesso ao dispositivo pelos
estudantes, e desta forma o inclui-los no mundo digital. Propiciando esta inclusão
caminhamos para o desenvolvimento do letramento digital nos alunos que realizam o
empréstimo dos tablets na biblioteca.
de conhecimentos que permite às pessoas participarem nas práticas letradas mediadas por
computadores e outros dispositivos eletrônicos no mundo contemporâneo". Desta forma o
letramento é caracterizado como atuante no processo de construção do conhecimento, pois o
usuário ao dominar a ferramenta pode realizar suas buscas através de dispositivos
tecnológicos, como computadores e celulares, por exemplo.
Araujo (2012) afirma que não basta somente que o sujeito tenha acesso às TIC‘S, e
sim que avance da mera utilização funcional para o patamar da interatividade. Assim formam-
se pessoas letradas digitalmente, que a partir do acesso às TIC'S podem também manuseá-las
de forma crítica.
Desta forma a capacidade de lidar com os instrumentos tecnológicos se faz mais
importante do que nunca. É necessária a formação de usuários críticos para facilitar a
construção de uma sociedade com pessoas mais atuantes e informadas, em especial
considerando que questões de cidadania estão em aberto na internet. Um exemplo disto é a
Lei de Acesso à Informação 100 que regulamenta o direito constitucional às informações
públicas, que podem ser solicitadas por quaisquer pessoa, sem prévias justificativas para tal.
Para ter acesso aos dados disponibilizados pelos órgãos e acessar as informações é necessário
o acesso ao site da instituição, isto exige do cidadão um conhecimento prévio dos sítios de
internet.
A possibilidade de formar cidadãos letrados digitalmente em uma sociedade da
informação é fundamental para este exercer a sua cidadania de maneira plena. Oliveira e
colaboradores fazem uma importante afirmação no qual diz respeito à biblioteca e o acesso
dos usuários aos novos recursos:
Cada vez mais a biblioteca deve posicionar-se na ação de ir ao encontro dos seus
usuários, sem receios, buscando atender às suas necessidades e apresentando os
novos recursos de busca para o encontro das respostas. A biblioteca deve ir onde o
usuário está. (OLIVEIRA et al. 2012, p. 12)
100
BRASIL. Lei n. 12.527, de 3 de maio de 1996. Lei de Acesso à Informação. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm Acesso em 9 de jan. de 2018.
1034
2 METODOLOGIA
Fonte: As autoras
3 RESULTADOS
101
O questionário foi respondido no período de 02 a 12 de novembro de 2016.
102
FACEBOOK. Agitando a unibib. Disponíıvel em: < https://www.facebook.com/groups/agitandoaunibib/>
Acesso em: dez de 2017.
103
FACEBOOK. Licenciando Biblio. Disponíıvel em: < https://www.facebook.com/dlicenciandobiblio/> Acesso
em: dez de 2017.
1037
O Bloco 2, relativo ao motivo do não uso, é composto por uma única pergunta, a
questão 3A, que foi para sabermos o motivo dos alunos não terem efetuado o empréstimo do
tablet na biblioteca. Dos 90 respondentes, metade deles nunca realizaram o empréstimo do
dispositivo. Assim, essa questão 3A foi disponibilizada somente aos 45 alunos que
responderam negativamente na questão anterior que procura saber os alunos que realizaram o
empréstimo ou não. A maioria afirma não ter realizado o empréstimo por já possuírem um
próprio (28,9% dos alunos). Logo depois, com 26,7% temos a opção de não uso como
―Tenho medo de ser roubado com o tablet‖. Essa é uma questão importante que reflete dois
pontos cruciais, um deles trata da falta de informação do aluno sobre o que fazer caso seja
roubado com o dispositivo em seu poder. E outra questão, que independe do ambiente da
universidade é a crescente violência urbana, que impede os alunos de realizarem um
empréstimo que poderia facilitar o seu dia a dia na universidade.
O mapeamento do uso, foco do Bloco 3, foi composto por quatro perguntas. A
questão 3 foi para sabermos o motivo dos alunos a terem realizado o empréstimo do
dispositivo. Dentre as opções encontram-se: ―Para atividades acadêmicas‖, ―Para lazer‖, ―Por
curiosidade sobre o equipamento‖, ―Por incentivo de colegas discentes‖, ―Por incentivo de
professores‖, ―Por solicitação de um professor para uso em sala de aula‖ e ―Outros‖. Esta
questão pode ter mais de uma opção marcada pelo respondente. Com isso, consideramos o
total de respostas obtidas, independente de quantas opções foram marcadas de uma só vez. A
maioria dos respondentes 50,7%, mostra que usam para atividades acadêmicas, seguido de
16,4% de alunos fizeram o empréstimo por solicitação de seus professores. Portanto,
podemos afirmar que a maior motivação dos alunos a realizarem o empréstimo são para
atividades acadêmicas, atendendo a proposta do projeto.
A segunda pergunta desse bloco, a questão 4, foi para identificar a frequência das
atividades de cunho acadêmico realizadas com o tablet. Os resultados demonstram
desconhecimento ou falta de hábito com determinadas ferramentas facilitadoras para a
realização e planejamento de atividades da academia, que foram listadas na questão:
softwares para uso de mapas mentais, blocos de nota e agenda digital, lista de tarefas online
entre outros. As ações que tiveram maior uso pelos estudantes foram para a leitura de textos e
busca no Google.
A terceira pergunta do bloco 3, a questão 5, foi para sabermos se o tablet é utilizado
em sala de aula pelos alunos. Dos 45 alunos respondentes, 55,6% responderam que sim, o
utilizam em sala de aula. Os alunos com resposta afirmativa foram direcionados para a
1038
questão 6 para o desdobramento desse uso em aula. Os que responderam não, seguiram
diretamente para a pergunta 7.
A questão 6 foi para identificar em quais disciplinas o tablet é utilizado. Dentre as
disciplinas que o projeto UTA visava atender, as mais citadas pelos alunos foram Técnicas de
Recuperação e Disseminação de Informação (15 respostas), Fontes de informação (5
respostas) e Tecnologias da Informação e Processos de Automação (4 respostas).
Inesperadamente, a maioria dos respondentes marcaram que utilizavam o tablet em outras
disciplinas104, não destacadas no projeto piloto que justificava a disponibilização dos
dispositivos. Assim como destacado no projeto, essa incorporação do dispositivo em sala
pode propiciar aos professores de diversas disciplinas utilizar em suas aulas outros recursos
didáticos, de forma a integrar conteúdos e produzir uma aula mais dinâmica.
No bloco 4, as questões abordam as dificuldades de uso, e é composto por três
perguntas. A sétima questão tem por objetivo identificar o número de alunos que possuem
alguma dificuldade no manuseio do tablet, seja no seu sistema operacional, no acesso à
aplicativos ou a outras problemáticas. Sessenta por cento dos alunos afirmaram não terem
tido qualquer problema do tipo no uso do dispositivo, o que reflete certa familiaridade dos
usuários com o dispositivo.
A questão 8 foi para observar se há alguma dificuldade de uso na rede de internet Wi-
fi institucional da Unirio, tentando medir a acessibilidade dos alunos. A maioria dos alunos
optou pelo número 3 numa escala de cinco para dificuldade para uso, ou seja, 37,8% dos
respondentes indicam uma facilidade intermediária no acesso. Somente 4,4% dos alunos tem
muita facilidade ao acesso, e 20% têm muita dificuldade na conexão à rede. Isso mostra que
são poucos os alunos que conseguem realizar o acesso ao Wi-fi sem dificuldades. Isso indica
também, a necessidade de um treinamento interno, ou um manual que oriente aos alunos
como realizar este acesso com o seu tablet.
Abordamos na questão 9 as dúvidas mais frequentes a respeito do uso do tablet pelos
alunos. Esta é uma opção em que os alunos podem marcar vários itens da lista, dos quais mais
tem dúvidas: 21,4% afirmaram ser a opção ―Instruções para o caso de algum dano físico no
tablet‖ a dúvida mais comum entre eles. Logo seguido por 16,7% dizem ser o ―uso de anti-
vírus‖, com 15,1% temos a opção de ―Instruções para o caso de perda ou danificação dos
104
As disciplinas que os 15 alunos citaram como as que utilizaram o tablet são as seguintes: Estudo de Usuários,
Redes e Sistemas de Informação, História dos Livros e das Bibliotecas II, Sentido e Forma da Produção
Artística, Inglês Instrumental, Teoria do Conhecimento, Representação Descritiva 1, 2 e 3, Normalização
Documentária, Introdução a Ciência da Informação, Sistemas de Organização do Conhecimento 1, Organização
do Conhecimento 2 e Introdução à Sociologia.
1039
acessórios do tablet‖, 14,3% foram dados à opção de ―Instruções para o caso de roubo do
dispositivo‖. A ―Recomendação de aplicativos‖ é uma frequente dúvida, em que 11,1%
alunos escolheram, logo seguido de ―uso do Wi-fi institucional‖ com 9,5%. Com base nestas
respostas, podemos observar que essas dificuldades poderiam ser sanadas com a elaboração
de orientações claras sobre o uso do tablet.
O bloco 5 traça as opiniões a respeito do empréstimo e é composto por duas
perguntas. A décima questão, foi uma pergunta aberta que questionava pontos positivos do
empréstimo do tablet na opinião dos respondentes. Para identificar os principais temas
abordados, tabulamos as respostas de acordo com a repetição de palavras chave inseridas nos
resultados. Os respondentes consideraram como principais pontos positivos: facilidade de
transporte, período extenso de empréstimo, inclusão digital, economia no uso de material
didático para o ambiente acadêmico e boa configuração do dispositivo. As colocações sobre
os pontos positivos do empréstimo refletem justamente as facilidades que o dispositivo
proporciona, a questão da facilidade de transporte, economia em material didático, o processo
de inclusão digital e a configuração do dispositivo. Um ponto positivo que é destacado, faz
parte da política da biblioteca a respeito do empréstimo, que o estabelece como um semestre
letivo. Isso garante ao aluno um semestre inteiro de uso tranquilo sem preocupação com
devolução atrasada no período de aulas.
A questão de número 11 trata do ponto oposto da questão anterior: quais seriam os
pontos negativos que os alunos poderiam indicar em relação ao tablet da biblioteca. Foram
selecionados os temas de destaque das respostas: limitações técnicas do dispositivo, uso do
Wi-fi da Unirio, burocracia para empréstimo e renovação presencial, dúvidas em relação a
danos e roubo e fragilidade do equipamento. Cabe destacar que quatro usuários responderam
que não há pontos negativos. São apontados pelos respondentes questões negativas como,
por exemplo: limitações técnicas do aparelho, o uso do Wi-fi institucional e a fragilidade do
aparelho. Referente à responsabilidade de uso, muitos alunos veem como ponto negativo ser
responsabilizado por danos no dispositivo e também a falta de informações referente à danos
e roubo com o dispositivo. Um outro ponto negativo destacado foi o procedimento
burocrático que o aluno enfrenta para conseguir o empréstimo do tablet. O processo consiste
em: ir à biblioteca e pegar uma autorização para o empréstimo do tablet que deve ser assinada
pelo responsável pela Escola de Biblioteconomia, após levar o documento na escola e
devidamente assinado pelo responsável, o aluno retorna a biblioteca para assim poder realizar
o empréstimo de fato. A partir daí haverá o lançamento do empréstimo normalmente no
sistema, como um empréstimo de livros da biblioteca.
1040
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Rosana Sarita de. Letramento digital: Conceitos e pré-conceitos. In: SIMPÓSIO
HIPERTEXTO E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO, 2., 2008, Recife. Anais... Recife:
UFPe, 2005, p. 1-12.
BOTELHO, Laura S.; LEITE, Josieli Almeida de Oliveira. Letramentos múltiplos: Uma nova
perspectiva sobre as práticas sociais de leitura e de escrita. Revista Eletrônica da Faculdade
Metodista Granbery, 2011. Disponível em:< http://re.granbery.edu.br/artigos/NDMx>.
Acesso em 12 out. 2016.
BURKE , Peter. A fabricação do rei: a construção da imagem pública de Luís XIV. 2a ed.
Rio . Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
SILVA, Ivanda Maria Martins. Tecnologias e letramento digital: Navegando rumo aos
desafios. Educ. Tem. Dig., Campinas, v. 13, n. 1, p. 27-43, dez. 2011.
WEITZEL, Simone da Rocha. et al. Minuta para o Projeto UTA-UNIRIO: um Tablet por
Aluno. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2014.
1044
1045
1 INTRODUÇÃO
Desta forma, no nascimento dos RIs é essencial adequá-los para que hajam políticas e
documentos em sua formação inicial, pois isto possibilitará um gerenciamento eficaz da
informação, assim como possibilitará delimitar diretrizes que nortearão os procedimentos de
inserção de informações, de uso, direito autoral, povoamento, fluxos de trabalho, tratamento
da informação, preservação digital etc.
O objetivo deste artigo está no levantamento das políticas de informação e documentos
explícitos em repositórios institucionais e das Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações
(BDTD) em âmbito nacional, mais especificamente nas Universidades Federais Brasileiras.
2 REVISÃO DE LITERATURA
RI, é fundamental que haja uma análise institucional, de modo que possa ser formulado
políticas de gestão de acordo com às especificidades, interesses e necessidades individuais
destas (TOMÁEL; SILVA, 2007).
Para um repositório institucional ―é fundamental que ele nasça com propósitos bem
definidos, a partir de um planejamento elaborado e devidamente contextualizado‖ (LEITE,
2009, p. 21). Nestas circunstâncias, suas políticas e normas devem ser determinadas
inicialmente, especificando, por exemplo: objetivos do repositório, tipos de materiais e
conteúdos que poderão ser inseridos, quem poderá incluir arquivos, as coleções que serão
criadas, equipe responsável pela implantação e manutenção, os direitos e as responsabilidades
dos envolvidos, fluxo de trabalho, prazo para depósito e quem poderá fazê-lo, deveres da
biblioteca no processo, tipos de acesso, questões de privacidade, preservação, metadados,
edição do material, direitos autorais, entre outros aspectos relevantes para a gestão da
informação nos RIs (VARGAS, 2009; LEITE et al., 2012).
Algumas políticas essenciais na criação dos RIs e destacadas por Leite (2009) são:
política de depósito compulsório; política de desenvolvimento de coleções; política de direitos
autorais; política de preservação digital; política de informação; política de gestão de
informação em ambiente digital; política de submissão; política de metadados; política de
autoarquivamento e política de conteúdo. Tais normativas devem ser redigidas de forma clara,
detalhada e explicitadas para os usuários no próprio repositório, pois são estas diretrizes que
nortearão a prestação de serviços à comunidade, assim como seu reconhecimento perante ela.
Segundo Sayão et al. (2009, p. 208) ―nas instituições de ensino superior onde foram
estabelecidos mandatos ou políticas, tornando obrigatório o registro e depósito das teses e
dissertações, as suas respectivas bibliotecas evoluíram e vêm crescendo‖, onde não existem
elas parecem estagnadas e sem evolução.
A aplicação de políticas, associadas a um bom gerenciamento de preservação,
divulgação e armazenamento, facilitam a recuperação de documentos existentes em seus
bancos de dados, como teses, dissertações e tudo que se produz no meio científico e
acadêmico de uma instituição (GOMES; ROSA, 2017).
Com isso observa-se a importância da criação de políticas para o desenvolvimento
dessas bases digitais (RIs e BDTDs), considerando que estas não são apenas depósito de
documentos, mas sim uma coleção digital da produção científica institucional, na qual há
visibilidade, seja nacional ou internacionalmente.
1049
3 METODOLOGIA
105
http://www.ibict.br/informacao-para-ciencia-tecnologia-e-inovacao%20/repositorios-digitais/repositorios-
brasileiros
106
http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Item/displayifs.aspx?List=0c839f31-47d7-
4485-ab65-ab0cee9cf8fe&ID=513023&ContentTypeId=0x0100AE261DF45E46AD47A7DEBCBDF8776B88
107
http://isf.mec.gov.br/ingles/images/2015/janeiro/UniversidadesCA2015.pdf
1050
BDTD com políticas e documentos; BDTD sem políticas e documentos e Não possui
Repositório, nem BDTD.
7) Os dados foram separados em uma planilha no Excel, organizando as instituições
pesquisadas por categorias descritas anteriormente;
8) As categorias analisadas dos repositórios e BDTDs das universidades federais
foram organizadas a partir das cinco regiões do Brasil;
9) Os dados foram tabulados e condensados em gráficos a partir de planilha do Excel,
com o total de universidades federais brasileiras pesquisadas e o tipo de base digital presente
nelas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se que estes resultados se assemelham aos mostrados por Murakami e Fausto
(2013) sobre o panorama dos RIs das Instituições Federais de Ensino Superior e seu
povoamento, onde a Região Sudeste continua no topo da pesquisa desde 2013 até o ano
corrente.
Das 65 Universidades Federais investigadas, 52 possuem repositórios
digitais/institucionais (80%), 8 possuem BDTDs (12%) e 5 (8%) não possui nem um, nem
outro tipo de base digital, como apresentado a seguir no Gráfico 1.
Quanto aos sites dos RIs cadastrados no IBICT sem políticas e documentos, foram
localizados 10 no total, sendo que a região Sudeste continua liderando com 3 instituições
(30%), as outras estão com os dados distribuídos assim: Centro-Oeste (20%), Sul (20%) e
Nordeste (20%), estando 2 em cada região; Norte com apenas 1 universidade (10%), como
ilustra o Gráfico 5.
1053
Na análise dos sites dos RIs das Universidades Brasileiras cadastradas no MEC com
Repositórios Digitais/Institucionais e com políticas e documentos no total de 5, na qual se
pode observar que a Região Norte é a que mais apresenta as diretrizes das bases digitais (2)
(40%), depois vem às regiões Centro Oeste (20%), Sul (20%) e Sudeste (20%), cada uma
com apenas 1 instituição que dispõe de normas e documentos, na Região Nordeste não foram
localizadas diretrizes. Os resultados estão apresentados no Gráfico 7 a seguir.
1054
Na análise dos sites das BDTDs das Universidades Federais Brasileiras cadastradas no
MEC, as quais possuíam políticas e documentos, foram encontradas apenas 4 distribuídas nas
regiões: Nordeste, com 3 delas e Norte com apenas 1 (Gráfico 9).
1055
Gráfico 9 – Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com BDTDs: com políticas e documentos
Gráfico 10 – Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com BDTDs: sem políticas e documentos
Gráfico 11 – Universidades Federais não cadastrados no IBICT que não possuem repositórios, nem BDTD
Embora muitos RIs ainda não possuam estas políticas e documentos, observou-se que
muitos deles já possuem implementadas políticas e existem documentos que direcionam os
mesmos na consecução dos objetivos, já que, como afirma Tourino (2017, p. 97) ―para que a
disponibilização e o funcionamento do RD estejam formalmente documentados, podem ser
definidos um ou mais documentos que apresentem as suas diretrizes e linhas norteadoras‖.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Congresso. Senado. Projeto de Lei nº 387, de 05 julho 2011. Dispõe sobre o
processo de registro e disseminação da produção técnico-científica pelas instituições de
educação superior, bem como as unidades de pesquisa no Brasil e dá outras providências.
Disponível em: <https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/101006>.
Acesso em: 29 dez. 2017.
Abstract: With the increasing number of information available in the digital environment,
researchers need to find fast and efficient ways to manage this large amount of data. In this
context, the objective of this paper is to present the reference manager Mendeley, its benefits
and some of the difficulties identified during the use of the tool. The methodology began with
a bibliographical survey on the subject, afterwards an exploratory research was carried out,
seeking to analyze the motivation of the researchers in the use of the tool at the time of
writing. The results demonstrate that the set of functionalities provided by Mendeley enables
advanced learning and time saving skills at the time of scientific writing, reducing the
researcher's duplication of effort, reaching the goal as an integrated research tool that
promotes collaborative work and intertwine in the research process rather than simply
organizing quotes. It also serves as another point of engagement with teachers and students,
in practical contexts and application in teaching and education from the training provided by
the library teams, this being another way for the library to add value to the institution.
1060
INTRODUÇÃO
REVISÃO DE LITERATURA
dados são sincronizados com a área pessoal do Mendeley Web, sendo importadas as pastas e
as referências guardadas. Todas as versões da ferramenta permitem abrir vários arquivos pdf,
navegáveis por guias, para leitura, anotações e marcações no texto.
O Mendeley usa o conteúdo de sua biblioteca pessoal, sua área de estudo e os seus
interesses de pesquisa, a fim de fornecer recomendações personalizadas.
Os grupos de pesquisa que podem ser públicos ou privados, têm a capacidade de
anotar e compartilhar anotações de forma colaborativa. Para as contas básicas, uma
desvantagem é o espaço de armazenamento limitado a 2GB, incluindo 5 grupos particulares
com 25 membros cada. Maiores capacidades de espaço e grupos, Mendeley oferece uma
opção paga pelo usuário, enquanto que para os usuários vinculados ao Mendeley Institucional,
o espaço de armazenamento e compartilhamento é de 100GB, com possibilidade de incluir até
1.000 grupos privados de até 100 membros cada.
Para aumentar significativamente o processo de escrita do pesquisador, Mendeley
disponibiliza o plugin de citação, onde é possível escolher uma norma entre os mais de 7.500
estilos disponíveis. Ainda é possivel editar um estilo de citação a partir do CSL e importar ao
Mendeley para fazer parte da lista de opções.
Essa funcionalidade permite inserir rapida e facilmente estilos de citações para
referenciar os documentos de sua biblioteca Mendeley, bem como gerar uma bibliografia
completa dos documentos citados no trabalho (Figura 3). É possivel ainda remodelar
completamente todas as referências inseridas no trabalho.
1065
METODOLOGIA
realizada uma pesquisa de caráter exploratório com o objetivo de analisar a motivação e/ou as
razões dos pesquisadores no uso da ferramenta no momento da escrita.
O instrumento de coleta de dados escolhido para a pesquisa foi o questionário,
elaborado com perguntas abertas e fechadas, aplicado em dezembro de 2017.
A análise dos dados foi realizada de forma quantitativa e qualitativa, mensurada por
meio de pesquisa online. O público-alvo foi composto por 205 participantes das capacitações
em Mendeley, oferecidas pela Divisão de Biblioteca da ESALQ/USP durante o ano de 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
pesquisa refletem ainda pequena importância na visão dos respondentes, já que essa questão
era de múltipla escolha.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
HENSLEY, M. K. Citation management software: features and futures. Reference & User
Services Quarterly, v. 50, n. 3, p. 204–208, 2011.
Resumo: O artigo apresenta abordagens a respeito das mídias e redes sociais. Apresenta
como foco a utilização da rede social facebook como canal de comunicação pelas bibliotecas
universitárias. Tem por objetivo analisar o uso do facebook pelas 19 bibliotecas pertencentes
ao sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Ceará. Trata-se de uma pesquisa
exploratória descritiva com abordagem quali-quantitativa. Os dados apontam que as
bibliotecas do sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Ceará com perfil no
facebook totalizam 11 e perfazem um quantitativo de 15.628 seguidores nesta rede social,
sendo que a biblioteca com maior número de seguidores é a biblioteca central do Campus do
Pici. Dentre as categorias de postagens, a mais utilizada com 23% do total postado refere-se
às publicações. Conclui-se que o uso da rede social facebook pelas bibliotecas universitárias
contribui para divulgar seus serviços e produtos bem como um meio que oportuniza múltiplas
possibilidades de interação com seus usuários. Configura-se por ser uma forma de interação
mais próxima do usuário por utilizar-se de uma linguagem mais coloquial. Através da mesma,
cria-se a possibilidade de maior visibilidade das bibliotecas universitárias.
Abstract: The article presents approaches regarding media and social networks. It focuses on
the use of the facebook social network as a communication channel for university libraries. Its
objective is to analyze the use of facebook by the 19 libraries belonging to the library system
of the Federal University of Ceará. This is an exploratory descriptive research with a
qualitative-quantitative approach. The data show that the libraries of the library system of the
Federal University of Ceará with facebook profile total 11 and account for a quantitative of
15,628 followers in this social network, and the library with the largest number of followers is
the central library of Campus do pici. Among the categories of posts, the most used with 23%
of the total posted refers to the publications. It is concluded that the use of the facebook social
network by the university libraries contributes to disseminate its services and products as well
as a medium that offers multiple possibilities of interaction with its users. It is configured as a
form of interaction that is closer to the user by using a more colloquial language. Through it,
the possibility of greater visibility of the university libraries is created.
1072
1 INTRODUÇÃO
2 AS MÍDIAS DIGITAIS
No início da Idade Média, o sistema de mídia contava com as opções da época: livros
em formatos de rolo, de códex, escritos à mão, aparecendo mais tarde à opção pela imprensa
tipográfica. Ribeiro (2009, p. 19) diz que
Se há alguns séculos o sistema de mídias era composto por poucas opções, tais como
o livro impresso e a oralidade, mais recentemente o incremento desse sistema deu-se
1073
McGarry (1984, p. 84) expõe que ―tornar a informação disponível significa remover
quaisquer barreiras a sua difusão e transferência‖. Parte-se assim, do princípio que na
sociedade da informação mediante as diferentes mídias digitais e fontes informacionais
existentes, os recursos informacionais físicos, disponíveis na biblioteca não seriam a única
1074
fonte de conhecimento. Desta forma, é importante o bibliotecário criar meios para que os
usuários possam conhecer as novas ferramentas tecnológicas e a partir disto possam
selecionar quais informações lhes interessam, assumindo desta forma um papel ativo no
processo de apropriação e compreensão da informação.
Através das redes sociais vão sendo criados novos espaços para a difusão da
informação, isso vem exigir que a biblioteca investisse ainda mais em ações e projetos
direcionados à construção e à socialização de conhecimentos, buscando oportunizar aos
professores e discentes meios para que se apropriem dos recursos tecnológicos como sujeito
críticos (SILVA, 2011).
Do ponto de vista de Bandeira (2005), a inscrição neste ambiente das mídias digitais
vai depender da apropriação tecnológica e da capacidade de produção e processamento da
informação pela sociedade.
Observa-se que as mídias digitais revelam-se como espaços para a difusão da
informação, exigindo que as bibliotecas invistam ainda mais em ações e projetos direcionados
à construção e a socialização de conhecimentos, superando-se os limites da massificação
cultural e a superficialidade da sociedade da informação (SILVA, 2011).
É necessário salientar que a biblioteca deve aproveitar o leque de possibilidades
ofertadas pelas redes sociais para inserir o usuário nas mais diversas situações comunicativas,
que, por ventura, exigirão dele conhecimento sobre vários campos e domínios discursivos.
3.1 O Facebook
O Facebook, ainda que seja o mais acessado, dentre as redes sociais, pelos jovens
atualmente, possui um grande público adulto. Provavelmente, o professor também pertence à
rede. Está aí uma oportunidade incrível de transformar o site em um canal de comunicação
com foco no aprendizado. Trata-se de uma rede social lançada em 2004, sendo que em
outubro de 2012 atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos tornando-se com isso a maior
rede social do mundo (WIKIPÉDIA, 2017).
De acordo com Teixeira (2011, online) a missão do Facebook ―é servir como mapa
segundo o qual o indivíduo pode se mover pela rede e descobrir novas coisas com base nas
outras pessoas que vai encontrando, nas pessoas que já conhece e nas recomendações que
essas pessoas lhe dão‖.
1075
Gomes, Prudêncio e Conceição (2010, p. 146), destacam que ―a utilização das redes
sociais pelas bibliotecas auxilia a torná-las mediadoras da informação de forma a contribuir
com as práticas de leitura e proporcionar maior interação com o usuário‖.
Para que os usuários das bibliotecas possam fazer uso do facebook como um canal de
comunicação, primeiramente é necessário que os mesmos tenham uma conta nessa rede
social. Caso ainda não possuam, basta possuírem um e-mail a fim de que a conta no facebook
seja criada, e assim, poderão curtir as páginas das Bibliotecas para que recebam as
informações variadas geradas e disponibilizadas pelas mesmas. (Figura 1).
Fonte: https://www.facebook.com/bcs.ufc/.
É possível através da linha do tempo postar fotos, textos, vídeos, links de artigos,
avisos enfim informações que potencialmente possam interessar aos usuários das bibliotecas.
Isso permiti aos usuários o acesso às informações relativas às bibliotecas a que se encontram
vinculados, bem como a outras que tenham interesse (Figura 2). O usuário poderá curtir,
comentar, compartilhar a postagem, enfim utilizar-se da rede social para interagir com a
biblioteca.
O facebook quando utilizado em bibliotecas universitárias poderá disponibilizar
informações direcionadas a públicos específicos tais como ciências humanas e sociais,
ciências da saúde, ciências agrárias, tecnologias, dentre outros a depender dos usuários reais e
potenciais que queiram atingir.
1076
Fonte: <https://www.facebook.com/bcs.ufc/.>
Essa rede social permite ainda, a criação de enquetes para análise e discussão de
opiniões. Conforme enfatiza Costa (2017, online)
O facebook permite que usuários criem enquetes em grupos, páginas, perfis e
eventos. Seja por meio de aplicativos ou pela própria ferramenta de publicação, as
enquetes podem ajudar usuários a receber opiniões sobre conteúdos compartilhados,
assuntos do cotidiano, opinião sobre produtos ou serviços oferecidos. Enquetes
também são excelentes canais de comunicação para receber opiniões e feedbacks do
público de um grupo, página ou evento.
Fonte: https://www.facebook.com/games/minhas-enquetes/.
Garcia Giménez (2010 apud CALDEIRA, 2013, p. 42) considera como vantagens no
uso do facebook:
a) a possibilidade de marketing através do Facebook, b) a fidelização de utilizadores,
c) a captação de potenciais utilizadores, d) a obtenção de contactos profissionais, e)
a optimização dos recursos, f) ampliação dos canais de comunicação com os
utilizadores, g) a adaptação ao meio envolvente e reforço dos mecanismos de
avaliação do serviço, h) a transmissão de uma imagem atual no que diz respeito à
utilização de novas tecnologias e i) o carácter gratuito do Facebook.
4 METODOLOGIA
Procurou-se investigar a presença da rede social facebook nas páginas das citadas
bibliotecas bem como sua utilização como ferramenta de comunicação e interação para com a
comunidade acadêmica. A pesquisa foi realizada no sistema de bibliotecas da UFC e
contemplou o total de 19 bibliotecas setoriais, e os dados coletados correspondem ao período
dezembro de 2017.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fortaleza Interior
Fonte: As autoras
Fonte: As autoras
Os perfis das bibliotecas devem estar alinhados aos demais perfis institucionais da
Universidade, e ser periodicamente atualizados observando-se as normas da língua portuguesa
para estabelecer uma comunicação clara com os eventuais usuários (UFC, 2015).
O gráfico 3 a seguir relaciona o número de seguidores aos perfis das bibliotecas:
Fonte: As autoras
Avaliações
Eventos
2% FAQ
9% 14% Fotos
Notas
14%
25% Promoções
2% Publicações
Renovação
9% 23%
Videos
2%
Fonte: As autoras
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CALDEIRA, Filipa Maria de Sousa Marinho da Silva. A utilização da rede social facebook
nas bibliotecas escolares Portuguesas (2010-2011). 2013. 99 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Portucalense, 2013.
Disponível em:<http://repositorio.uportu.pt:8080/handle/11328/695>. Acesso em: 15 set.
2017.
COSTA, Marvin. Como criar enquetes no facebook. TechTudo, fev. 2017. Disponível em:
<http://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2017/02/como-criar-enquetes-no-
facebook.html>. Acesso em: 22 nov. 2017.
LIMA, Alice da Silva; BARBOSA, Romilda Meira de Sousa. Mídias digitais no processo de
produção de textos em diferentes gêneros. Web revista página de debates, 2011. Disponível
em:<http://www.linguisticaelinguagem.cepad.net.br/EDICOES/15/15.htm>. Acesso em: 07
jan. 2018.
MINAYO, Maria Cecília de Souza et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21.ed.
Petrópolis: Vozes, 2002.
SILVA, Ivanda Maria Martins. Tecnologias e letramento digital: navegando rumo aos
desafios. ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v. 13, n. 1, p. 27-43, jul./dez. 2011.
Disponível em:<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1164>.
Acesso em: 17 nov. 2017.
1084
PATRÍCIA SILVA
1 INTRODUÇÃO
apoiar os pilares da universidade - ensino, pesquisa e extensão - bem como viabilizar a ampla
circulação do conhecimento produzido no cerne da universidade eternamente à instituição.
Tradicionalmente, as bibliotecas universitárias têm investido na criação e manutenção
de serviços digitais com enfoque na disseminação de produção científica, como por exemplo,
os repositórios institucionais e os portais de periódicos. Com efeito, estes serviços
representam uma ampliação ao acesso à pesquisa e têm o potencial de servir como
indicadores tangíveis da qualidade de uma universidade, ao demonstrarem a relevância
científica, social e econômica de suas atividades de pesquisa, aumentando, assim, a
visibilidade da instituição, seus status e valor público.
Embora os repositórios institucionais e portais de periódicos representem uma
inovação na gestão e disseminação da informação científica, as tecnologias de informação
permitem que as instituições acadêmicas possam explorar vários modelos de serviços de
informação digital, com a finalidade de contemplar boa parte do conteúdo abarcado pelas
bibliotecas universitárias.
A Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE) possui um rico acervo de
coleções especiais. Entende-se por coleção especial aquela mantida em separado do acervo
geral em razões de suas características de formato físico, temático, data de publicação além de
outras características (CUNHA, CAVALCANTE, 2008).
O acervo de coleções especiais da BCE é composto por coleções de acervos
especializados: Coleção de Estudos Clássicos (CEC), que inclui livros, periódicos e folhetos
dedicados à cultura clássica; coleções que reúnem a produção científica da Universidade de
Brasília (UnB), como teses e dissertações, periódicos, livros da Editora da UnB e relatórios de
atividades; coleção OAE artes, que reúne publicações de desenhos, gravuras, fotografias e
reprodução de artistas famosos; OAE Brasiliana, coleção formada pelas principais áreas do
saber como História, Antropologia, Ciência Política, Sociologia, Economia e Ciências
Naturais, reunindo autores nacionais e estrangeiros que se dedicaram aos estudos sobre o
Brasil entre os séculos XIX e XX; OAE Especial, obras de exemplar único ou tiragem
limitada e numerada que ainda não são consideradas raras, mas que merecem preservação e
armazenamento especial; OAE Braille, coleção que reúne obras de autores clássicos
destinados à usuários com deficiência visual; e OAE Brasília, coleção destinada a reunir
acervo sobre Brasília e sobre o Distrito Federal desde sua fundação. Além desse acervo
especializado, a BCE possui um vasto acervo de multimeios, composto por discos de vinil,
partituras, CDs, VHS, DVDs, hemeroteca (composta por recortes de jornais com assuntos
relacionados à UnB), mapoteca e microfilmes.
1087
A BDCE será organizada em coleções, definidas por eixo temático. O projeto piloto
contará com 7 coleções, listadas a seguir.
Carlos Lacerda: coleção constituída de documentos pessoais componentes do
acervo do arquivo Carlos Lacerda.
Darcy Ribeiro: coleção constituída de documentos pessoais componentes do
acervo do Memorial Darcy Ribeiro.
Documentação Histórica: coleção constituída por documentos históricos sobre a
Universidade de Brasília, composta por documentos textuais, áudios, vídeos e qualquer tipo
de material que possa compor o acervo histórico da UnB.
Fotos: coleções de fotos históricas da BCE.
Jornal Campus: jornal laboratório impresso na Faculdade de Comunicação da
UnB (FAC).
Obras Raras: coleção constituída por obras que cobrem quase todas as áreas do
conhecimento, formado por manuscritos antigos e modernos, primeiras edições de autores
brasileiros e portugueses, periódicos literários nacionais e portugueses do século XIX e início
do século XX e edições raras de comprovada importância ao estudo e à pesquisa em diversos
assuntos, pertencentes ao acervo da BCE.
Partituras: coleção constituída por partituras originais de músicas clássicas e
populares, compostas por famosos autores, nacionais e internacionais.
Documentação disponível/cursos/publicações;
Metadados.
Após a análise, a equipe da biblioteca digital observou que os dois softwares que
contemplavam a maioria dos requisitos eram o DSpace e o Omeka. Fazendo uma comparação
entre os softwares optou-se por utilizar o Omeka, pois ele possui todas as características
desejáveis para o tipo de biblioteca digital em construção, principalmente no que concerne à
customização, manutenção e instalação.
A linguagem utilizada no Omeka é o PHP e no DSpace, JAVA. A configuração de
arquivos PHP é mais simples do que arquivos JSP (JAVA).
O Omeka também se destaca em relação a interface nos sistemas, pois o sistema
nativo disponibiliza os itens de uma maneira mais amigável que o DSpace. Sendo assim, por
se tratar de uma biblioteca de coleções especiais, o ideal é uma interface mais visual, por
questão dos tipos de materiais que serão disponibilizados, desde fotos, até documentos
históricos.
O sistema também possibilita a instalação de plug-ins108. Atualmente, o Omeka
disponibiliza ao público 77 plugins.
Por ser projetado para a publicação na web de coleções digitais de bibliotecas,
arquivos, museus ou qualquer outra instituição que deseje divulgar seu patrimônio cultural, o
Omeka se enquadra perfeitamente aos objetivos da referida biblioteca.
3.1 Instalação
108
Programa de computador usado para adicionar funções a outros programas maiores, provendo alguma
funcionalidade especial ou muito específica
1092
(pode ser Windows). Após isso, acessou o arquivo CONFIG.INI e fez as modificações
referentes ao idioma. Editou o arquivo DB.INI e acrescentou informações sobre o host
(colocar localhost), nome de usuário senha, e nome da base de dados. Em seguida acessou o
servidor e criou a base de dados, onde todas as informações ficarão guardadas. Ir até o site do
omeka e finalizar as configurações.
3.2 Customização
O Omeka oferece algumas opções de temas para customização em seu site oficial.
Atualmente estão disponíveis 9 temas. A BDCE está utilizando o tema Emiglio, mas não em
seu estado nativo pois há a possibilidade de editar o tema modificando o código PHP e CSS.
4 DIGITALIZAÇÃO
5 METADADOS
6 DIREITOS AUTORAIS
7 CONCLUSÃO
Para o projeto da BDCE, o Omeka foi a escolhido tento em vista que o principal
objetivo da BD é divulgar parte do acervo de coleções especiais da UnB. Esse acervo é
composto por uma miscelânea de materiais, entre fotos, partituras, documentos de arquivo,
periódicos e livros. Sendo assim, era importante escolher um software que permitisse a gestão
de todos esses tipos de materiais, bem como fosse atrativo para o usuário final.
O projeto da BCDE está em fase de implantação, tendo seu lançamento previsto para
março de 2018.
REFERÊNCIAS
CLEVELAND, Gary. Digital libraries: definitions, issues and challenges. IFLANET UDT
Occasional Papers, 1998. Disponível em: <http://archive.ifla.org/VI/5/op/udtop8/udt-
op8.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2018.
GOH, D. et al. A checklist for evaluating open source digital library software. Online
Information Review, v. 30, n. 4, p. 360-379, 2006. Disponível em:
<http://www.emeraldinsight.com/doi/full/10.1108/14684520610686283>. Acesso em: 19 jan
2018.
MARCONDES, Carlos Henrique; SAYÃO, Luís Fernando. Software livres para repositórios
institucionais: alguns subsídios para a seleção. In: SAYÃO, Luís et al (org). Implantação e
gestão de repositórios institucionais: políticas, memória, livre acesso e preservação.
Salvador : EDUFBA, 2009. P.23-54. Disponível em:
<https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ufba/473/3/implantacao_repositorio_web.pdf>.Acesso
em: 15 nov. 2017.
MILLINGTON, Peter, NIXON, Willian, ―J. Eprints 3 Pre-Launch Briefing‖. Ariadne, v. 50,
Jan. 2007. Disponível em: <http://www.ariadne.ac.uk/issue50/eprints- v3-rpt/>. Acesso em:
10 jan. 2018.
MISHRA, Rakesh Kumar. Definitions, issues and challenges of digital libraries. Innovare
Journal of Education, v.4, n. 3, 2016. Disponível em:
<https://innovareacademics.in/journals/index.php/ijoe/article/view/12997>. Acesso em: 16
jan. 2018.
1095
Abstract: The present text aims to present the actions that guarantee the insertion and
permanence of people with disabilities at the Federal University of Tocantins, in the context
of the implementation of inclusion policies directed at higher education. In this sense, it will
be emphasizing information accessibility as a condition to guarantee access to knowledge,
through the university libraries, which integrate the Library System. The research is a
bibliographical study, which is based on a documentary analysis of the University's
institutional resolutions, decrees and laws dealing with people with disabilities. On the other
hand, it establishes the guidelines of the external control bodies, which, through supervision,
1096
guide the compliance and the obligation on the part of the institution, the development of
political actions of accessibility that has the purpose to fully meet the legal and normative
requirements established by the Ministry of Education, the Ministry of Justice and the Federal
Audit Court, which in the list of recommendations point to informational accessibility as
conditions for improving inclusion indicators in Higher Education.
1 INTRODUÇÃO
com apoio financeiro. O PROGRAMA VIVER SEM LIMITES (Plano Nacional das Pessoas
com Deficiência, Decreto Nº 7. 612, pensado para favorecer ações de integração e articulação
de políticas equitativas de educação, trabalho, saúde, acessibilidade e outras em acordo com a
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, do qual o Estado
brasileiro é signatário.
Os programas citados favoreceram a criação do Programa de Acessibilidade e
Educação Inclusiva (PAEI/UFT), para apoiar as ações de inclusão em seus 7 (sete) Campus
universitários com a criação das Coordenações de Acessibilidade e Educação Inclusiva e
Acessibilidade Informacional.
O objetivo do PAEI articulado com o Sisbib é garantir equipes multidisciplinares para
atendimento em Língua Brasileira de Sinais, a elaboração de material didático-pedagógico em
Braille para as pessoas com deficiências visual, além de outras ações necessárias para
acompanhamento de acordo com deficiência apresentada pela comunidade universitária.
Por outro lado, além de buscar cumprir a legislação nacional sobre inclusão, a atuação
dos órgãos de controle externo também foram fundamentais para a UFT colocar em pauta a
necessidade de uma política de inclusão. Assim, tanto a criação do PAEI/UFT e os debates
sobre bibliotecas acessíveis foram influenciados pela atuação do Tribunal de Contas da União,
ACORDÃO Nº 55/2015-TCU-Plenário, que recomenda a Universidade Federal do Tocantins
que implemente uma série de adaptações em seus espaços para garantir acessibilidade em
diferentes frentes. O TCU ao recomendar a UFT melhorias na acessibilidade destaca o ‗item‘
9.2.1, dos art. 17 a 20 da Lei 10.098/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
e dá outras providências.
técnicas para as pessoas com deficiência, responsabilizando o poder público como agente
fundamental para superação de barreiras de acessibilidade:
I - atender aos usuários com deficiência visual, auditiva, paralisia cerebral, dislexia,
Síndrome de Irlem;
II - disponibilizar acervo especializado (Braille, digital acessível e falado);
III - adaptar materiais didáticos e pedagógicos (leitura e digitalização);
IV - emprestar equipamentos de tecnologia assistiva (lupa, CDs, DVDs, notebooks,
etc.);
V - disponibilizar computadores com software específicos para os usuários (para
acesso a estes serviços serão instalados scanners e os softwares;
VI - disponibilizar impressão (braile, texto em fontes maior para baixa visão e copia
ampliadas);
VII - promover eventos inclusivos em parceria com os cursos (UFT, 2017, p.17).
Segundo o quadro apresentado, a UFT apresenta uma realidade bastante diversa com a
permanência de alunos com deficiência em seus espaços, o que requer um ambiente acessível
e adequado com direito ao acesso às tecnologias assistivas, serviços e produtos
informacionais, que favoreçam autonomia e independência.
Considerando a realidade apresentada, a UFT no processo de implantação do SAI tem
como proposta: atender aos usuários com deficiência visual, auditiva, paralisia cerebral,
1103
dislexia, entre outros; disponibilizar acervo especializado (Braille, digital acessível e falado);
adaptar materiais didáticos e pedagógicos (leitura, digitalização, formatação e correções,
pesquisas direcionadas a internet, bases de dados e instituições e parceiros); emprestar
equipamentos de tecnologia assistiva (lupa, CDs, DVDs, notebooks, leitor autônomo, linha
braille, etc.); disponibilizar de computadores (estação de trabalho) com softwares e outras
aplicações de leitura para pessoas com baixa visão; disponibilização de impressão (braile,
texto em fontes ampliadas para baixa visão).
Além desses objetivos, o SAI atenta para a necessidade de promover com o PAEI
eventos inclusivos em parceria com os cursos e a comunidade externa, buscando a interação
social do aluno com deficiência e conhecer mais de perto nossos usuários e suas demandas. A
realizar práticas culturais e sociais que incorpore a comunidade interna e externa.
O projeto do SAI é de natureza interdisciplinar e será implementado em parceria com
o Programa de Acessibilidade e Educação Inclusiva (PAEI/UFT), por meio da Diretoria de
Acessibilidade e Educação Inclusiva, Diretoria do Sistema de Bibliotecas e das bibliotecas
integrantes, dos cursos dos campus da Universidade, principalmente as licenciaturas, para
viabilizar o aproveitamento do espaço físico assegurando atendimento especializado de
qualidade aos membros da comunidade acadêmica e comunidade externa.
Com vários desdobramentos e ações, dentre estas destacamos:
Atendimento com recursos didáticos e pedagógicos aos usuários com deficiência
visual, auditiva, paralisia cerebral, dislexia, entre outros, por meio de acervo com
características de fonte, corpo, número de caracteres, entrelinhas, espaços entre palavras e as
letras, com cor do papel e da tinta, opacidade do papel e das ilustrações que viabilizam sua
utilização com autonomia por parte da pessoa com baixa visão;
Promoção de atividades de extensão e eventos inclusivos em parceria com os cursos
e a comunidade externa que terão como principal foco o aprimoramento dos serviços e
produtos informacionais ofertados pelo Setor de Acessibilidade Informacional nas Bibliotecas
da UFT, mediante contato e troca de experiência com os envolvidos, facilitando a interação
social do aluno com deficiência e conhecer mais de perto nossos usuários e suas demandas.
Café com tato:
Aprimoramentos dos serviços e produtos informacionais ofertados pede
Acessibilidade Informacional nas Bibliotecas da UFT, mediante contato e troca de
experiência com os envolvidos. Facilitar a interação social do aluno com deficiên
1104
4 TECNOLOGIA ASSISTIVA
5 RECURSOS HUMANOS
pesquisadores que compõem o ambiente para atendimento aos usuários. Ainda buscará com
SAI/PAEI agregação de projetos de pesquisa e extensão, para efetivação de estudos de nível
superior em ambientes inclusivos de ensino e aprendizagem. Além disso, este projeto
pretende disseminar o uso de novas tecnologias assistivas como ferramentas de apoio à
aprendizagem e ao ensino, que sirvam de complemento ao processo de formação integral dos
alunos com deficiência na educação superior.
6 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS/FINAIS
Referência
BRASIL. Decreto Nº. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Educação Especial, o
Atendimento Educacional Especializado – AEE e dá outras providências. Brasília- DF, 2011.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7611.htm. Acesso em: 10 out. 2017.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília- DF, 2015. Disponível em:
1106
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os direitos das pessoas com
deficiências. 2006. Disponível em: <http://www.bengalalegal.com/convenção.php>. Acesso
em: 09 jan. 2018.
SILVEIRA, Júlia Gonçalves da. Biblioteca inclusiva? Repensando sobre barreiras de acesso
aos deficientes físicos e visuais no sistema de bibliotecas da UFMG e revendo trajetória
institucional na busca de soluções. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 11., 2000, Florianópolis. Anais... Florianópolis: Universidade Federal
de Santa Catarina, 2000. Disponível em: http://snbu.bvs.br/snbu2000/parallel.html. Acesso
em: 06 jan. 2018.
Resumo: Estudo sobre as Redes Sociais como meio para divulgar os serviços e produtos das
Bibliotecas Universitárias. Ressalta a contribuição das Redes Sociais para a disseminação da
informação, por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação de maneira instantânea
e em tempo real. Objetiva de forma geral verificar o uso de Redes Sociais na prestação de
serviços e produtos em Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São Luís – MA,
caracterizando-se como pesquisa bibliográfica, documental e campo. Apresenta informações
sobre as Bibliotecas Universitárias federais e de instituições públicas e privadas de São Luís -
MA que fazem uso de Redes Sociais caracterizadas como Blogs, Facebook, e Twitter. Conclui
que as Redes Sociais são excelentes ferramentas de divulgação, e que grande parte das
Organizações de Ensino ou outras em geral, estão aderindo a essas ferramentas.
Abstract: Study on social networks as a means to promote the services and products of
university libraries. It highlights the contribution of Social Networks to the dissemination of
information through Information and Communication Technologies in an instantaneous and
real time. It aims to verify the use of Social Networks in the provision of services and products
in public and private University Libraries of São Luís - MA, characterizing itself as
bibliographical research, documentary and field. It presents information about the Federal
University Libraries and public and private institutions of São Luís - MA that make use of
Social Networks characterized as Blogs, Facebook, and Twitter. It concludes that Social
Networks are excellent tools of dissemination, and that most of the Teaching Organizations or
others in general, are adhering to these tools.
1 INTRODUÇÃO
Permite enviar
convites em massa
para os amigos de
modo que possa
gerar impulso e
Concebido como um canal aumento de número
para atualização de status Três tipos de blogs:
de membros.
(o que a pessoa faz - Blogs pessoais
naquele exato momento). - Blogs sobre tópicos
- Blogs corporativos
A Internet e as Redes Sociais fazem parte da realidade acadêmica, uma vez que,
professores e alunos utilizam perfis científicos em redes sociais, como meio de trocar
experiências e divulgar informações científicas.
1113
Além do Facebook, Twitter e Blogs como Redes Sociais, destaca-se o Skoob, uma rede
social brasileira voltada para leitores. O Skoob funciona como uma estante virtual, em que
adiciona os livros que já foram lidos, os que ainda desejam ler e permite compartilhar
opiniões, fazer trocas de livros, participar de sorteios e ganhar cortesias (SKOOB, 2017).
Os conteúdos disponibilizados nos perfis das Redes Sociais apresentam como objetivo
a troca de informações no ambiente bibliotecário, em que profissionais e estudantes possam
interagir, aumentando a produção científica, trazer novos e futuros colaboradores para
pesquisa, criando uma comunidade virtual. Tomaél e Jesus (2010, p. 94) ressaltam:
As comunidades virtuais funcionam como uma biblioteca viva, em constante
movimento de atualização, levando a imagináveis possibilidades e descobertas. As
produções científicas compartilhadas nas redes sociais de credibilidade auxiliam
seus membros a lidarem com a sobrecarga de informações, discussões a respeito dos
estudos realizados.
3 METODOLOGIA
manuseio e são conhecidas por grande parte dos indivíduos, mesmo que não as usem
cotidianamente.
O universo da pesquisa caracterizou-se pelas Bibliotecas Universitárias brasileiras que
fazem uso de Redes Sociais e as Bibliotecas Universitárias da rede pública e privada de São
Luís - MA.
Os sujeitos foram representados pela equipe técnica das Bibliotecas Universitárias, ou
seja, o bibliotecário responsável (gestor), os auxiliares de biblioteca e os bolsistas de
Biblioteconomia. A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada por meio de entrevistas e
mapeamentos na Internet. As entrevistas foram realizadas com os bibliotecários, com os
auxiliares de biblioteca e com os bolsistas de Biblioteconomia (estagiários) que atuam nas
Instituições visitadas e durante o mês de abril de 2017 realizaram-se 2 (dois) mapeamentos
que visaram analisar e descrever se as Bibliotecas Universitárias federais brasileiras e as
públicas e privadas de São Luís - MA adotam e manuseiam as Redes Sociais em prol do
usuário.
Procedeu-se a 2 (dois) tipos de mapeamento, o primeiro teve por foco principal as
Bibliotecas Universitárias federais de cada região do país, valendo-se basicamente de
observações nos sites das bibliotecas das próprias instituições, a partir dessas observações,
verificou-se se as bibliotecas das instituições disponibilizam no site ou portal alguma Rede
Social, como por exemplo, Blog, Twitter e/ou Facebook. E, o segundo mapeamento,
fundamentou-se em Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São Luís - MA, no qual
foram visitadas 14 (catorze) instituições de Ensino Superior: Instituto Florence de Ensino
Superior (IFES); Faculdade do Maranhão (FACAM); Faculdade Estácio; Universidade Dom
Bosco (UNDB); Universidade Ceuma; Faculdade Devry – São Luís; Faculdade Santa
Teresinha (CEST); Faculdade do Estado do Maranhão (FACEM); Faculdade Integrada
Pitágoras; Faculdade Santa Fé; Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA);
Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e
Instituto Federal do Maranhão (IFMA).
Para a coleta de informações das Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São
Luís - MA visitadas foi apresentado ao gestor da biblioteca, no caso o bibliotecário
responsável, um Termo de Esclarecimento e Consentimento livre, o qual teve por objetivo
informar o tema da pesquisa e esclarecer sobre a coleta de informações que se fez através de
Entrevistas.
1115
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pode-se dizer que existe uma crescente demanda de usuários conectados à rede
mundial de computadores, e a utilização de ferramentas eletrônicas que promova a interação
entre o usuário e a biblioteca pode ser enriquecida com a criação dos websites, principalmente
nas Bibliotecas Universitárias. Diante disso, percebe-se que as bibliotecas possuem um
interesse na disponibilização de serviços e produtos de informação online. Amaral e
Guimarães (2008, não paginado) destacam:
[...] cada vez mais as bibliotecas estão disponibilizando em seus websites
informações corporativas, serviços e produtos de informação. Mas, além disso, os
websites podem ser uteis para promover a biblioteca para ela se comunicar com seu
público e marcar presença nesse novo ambiente.
Com base nesse cenário, realizou-se um estudo com ênfase nas Redes Sociais como
ferramenta para a divulgação das atividades que envolvem a Biblioteconomia, mas
principalmente as Bibliotecas Universitárias. O estudo abordou as Bibliotecas Universitárias
Federais das 5 (cinco) Regiões brasileiras.
Nesse sentido, destacam-se as Bibliotecas Universitárias de Instituições Federais das
Regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro Oeste que utilizam Redes Sociais. Diante
disso, realizou-se um mapeamento que consiste em analisar especificamente o uso do
Facebook, Twitter e Blogs vinculados aos sites das Bibliotecas de cada Instituição, de acordo
com a Figura 2.
UFMT
UFMS
UFG UFES
UNB UFRJ
UNIFESP
UFMG
UFPR
UFSC
UFRGS
As Instituições destacadas foram analisadas quanto aos itens mais divulgados por cada
Rede Social, tais como Eventos, Palestras, Biblioteca Digital, Acervo (novas aquisições),
Dicas para melhoria da biblioteca, Minicursos, Treinamentos e Horário de funcionamento.
4.1.1Região Norte
Biblioteca Central
UFC https://www.facebook.com/bccpufc/ 5.719 1.269 X
https://twitter.com/bccpufc
Biblioteca Central
UFPE https://www.facebook.com/bibliotecacentralufpe.bcsibufpe/ 2.209 336 X
https://twitter.com/bc_ufpe
Bibliotecas da UFS
UFS https://twitter.com/bibufs X 1.321 X
SIBI UFG
UFG https://www.facebook.com/SibiUFG/ 1.803 X X
Biblioteca Central
UFRGS https://www.facebook.com/biblioteca.centralufrgs/ 6.901 586 *
https://twitter.com/bc_ufrgs
https://www.ufrgs.br/blogdabc/
SIBI UFRJ
UFR https://twitter.com/SIBI_UFRJ?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A X 1.248 X
J %2F%2Fwww.sibi.ufrj.br%2F
Biblioteca Central
UNIF https://twitter.com/bibliocentral
ESP 1.275 1.507 1.
http://bcunifesp.blogspot.com.br/ 58
https://www.facebook.com/Biblioteca-Campus-S%C3%A3o-Paulo- 4
Unifesp-147132782023686/
UFM Sistema de Bibliotecas
G https://www.facebook.com/sistemadebibliotecasufmg/ 3.597 X X
A utilização de Redes Sociais por Bibliotecas mostra uma nova conexão, pois reúnem
informações pertinentes aos usuários. Além da utilização dos sites oficias das Bibliotecas
Universitárias para apresentar à comunidade acadêmica serviços desenvolvidos, divulgar
eventos e treinamentos, a utilização das Redes Sociais pelas Bibliotecas também viabilizam
essas divulgações, tornando-se uma excelente ferramenta para o bibliotecário.
A inserção das Redes Sociais como ferramentas de divulgação das Bibliotecas
contextualizam o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação e, assim, os
bibliotecários oferecem espaços aos usuários num ambiente mais interativo e participativo
facilitando o acesso à informação em tempo real.
Para o mapeamento das Bibliotecas Universitárias de São Luís - MA que utilizam Redes
Sociais, foram visitadas as Instituições: Instituto Florence de Ensino Superior (IFES);
Faculdade do Maranhão (FACAM); Faculdade Estácio; Universidade Dom Bosco (UNDB);
Universidade Ceuma; Faculdade Devry – São Luís; Faculdade Santa Teresinha (CEST);
Faculdade do Estado do Maranhão (FACEM); Faculdade Integrada Pitágoras; Faculdade
Santa Fé; Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA); Universidade Federal do
Maranhão (UFMA); Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Instituto Federal do
Maranhão (IFMA).
Observou-se que as Instituições analisadas não desenvolvem atividades de forma
planejada e interativa com os usuários por meio das Redes Sociais como ferramenta para
mediar informação para a comunidade acadêmica.
Porém, foram encontrados perfis em Facebook, Twitter e Blogs. Mas, cabe ressaltar que
nenhum desses perfis possui vínculos oficialmente comprovados, ou seja, sem ligação oficial
com a Instituição, pois foram criadas por ações individuais do próprio bibliotecário e também
se percebeu o duelo de informações públicas e privadas do profissional.
Dentre as Bibliotecas Universitárias públicas e privadas analisadas, as únicas que
apresentam os perfis nas Redes Sociais são as da UFMA e UEMA, instituições públicas nos
níveis federal e estadual, respectivamente.
Quanto às demais Bibliotecas Universitárias de São Luís - MA que não utilizam Redes
Sociais, os gestores relataram que para disponibilizar informações em Rede Social, é
necessário designar um bibliotecário que se encarregue da sua atualização e tal pessoa não
está disponível, pois a demanda de serviços no dia a dia é intensa. Destacaram, ainda, o
1122
5 CONCLUSÃO
Tal planejamento foi enfocado por parte dos bibliotecários de organizações que estão
despertos para a adoção de mecanismos para divulgação de atividades e interação mais rápida
com a clientela, entretanto, alertaram para o fato de ter um profissional específico para
alimentar a conversação.
Nessa linha, sugerem-se novos trabalhos para continuar a discutir a temática e
incentivar a adoção das Redes Sociais nas Bibliotecas, sejam Universitárias ou de outra
ordem.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Giseli Adornato de. Uso das ferramentas de redes sociais em bibliotecas
universitárias: um estudo exploratório na Unesp, Unicamp e USP. 184f. São Paulo.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)-Escola de Comunicação e Artes,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em:
<www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/.../Giseli_Aguiar_Dissertacao_final.pdf>.
Acesso em: 12 maio 2017.
BAREFOOT, Darren; SZABO, Julie. Manual de marketing em mídias sociais. São Paulo:
Novatec Editora, 2010.
FARIAS, Marlucy Veleda. O uso das redes sociais para a comunicação e interação com o
usuário: o caso das bibliotecas universitárias do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO, 25.Florianópolis, 2013. Anais eletrônicos... Disponível em:
<https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1428>. Acesso em: 12 maio 2017.
SANTOS NETO, João Arlindo dos; ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Bibliotecas
universitárias das instituições estaduais de ensino superior paranaense e a mediação da
informação no Facebook. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v.
15, n. 2, 2017.
1124
TOMAÉL, Maria Inês; JESUS, José Antônio Guazelli de. Informação em múltiplas
abordagens: acessos, compartilhamento e gestão. Londrina: UEL, 2010.
1125
Abstract: In public universities, the difficulties of infrastructure associated with the problems
of human resources, health and quality of life at work show the necessity and urgency of
strengthening and workers organizing, aiming at political awareness and the exercise of
citizenship in a broader way. It was in this context that the Committee of Librarian and
Archival Workers of the Federal Fluminense University arose that, in 2016, as a result of the
problems that came to light at the time and with the purpose of gathering workers for better
working conditions in the university's information units. The purpose of this paper is to report
on the experience of participating in the creation of this committee, focusing on its history,
regiment, beyond the positive actions that resulted from this union of workers, with the
political and legal support of the Workers' Union of Federal Fluminense University. During
the period of the two committee's administrations (2016-2017), some significant and
diversified actions were carried out, which resulted in referrals to the meetings with the
university administration. Among the activities developed, it is worth mentioning the
organization of two political-pedagogical events, which had an expressive number of
participants. Therefore, the commission acts as a large space for collective discussion, where
issues related to health, democracy and quality of life at work can be treated openly, seeking
the confronting and solving of the existing problems.
1 INTRODUÇÃO
No atual cenário brasileiro, marcado por uma crise econômica, política e, sobretudo,
ética, que envolve a perda de direitos nas esferas trabalhista e previdenciária; suspensão de
concursos públicos; terceirização irrestrita entre outras ameaças aos trabalhadores, torna-se
necessário e urgente o fortalecimento e a organização não só dos servidores públicos como
também dos trabalhadores em geral, visando a conscientização política e o exercício da
cidadania de forma mais ampla.
Dentro das universidades públicas, a má administração aliada a outras arbitrariedades
contribuem para o sucateamento de núcleos de sua estrutura. Como exemplo, podemos citar
as Unidades de Informação – leia-se Arquivos e Bibliotecas – que sofrem há tempo com
problemas crônicos que minam sua infraestrutura e seus recursos humanos.
Devido a essa conjuntura, é preciso reunir, dialogar, reivindicar e divulgar os
problemas enfrentados pelos profissionais, sejam eles de infraestrutura, manutenção ou de
assédio moral.
1127
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Essa seção trata do embasamento teórico deste trabalho, que engloba os temas da
psicodinâmica do trabalho e sua correlação com a CTBA-UFF; trabalho, democracia e
participação.
Considerado por muitos autores como um dos caminhos mais saudáveis para o
enfrentamento dos conflitos e do sofrimento decorrente das adversidades organizacionais, o
espaço de discussão coletiva é uma prática já amplamente utilizada e reafirmada pelo senso
comum. É nesse contexto que o sujeito se coloca frente à ação criativa fazendo com que
descubra experimente e transforme, de maneira prática e engenhosa, soluções inéditas frente
às situações oscilantes de seu trabalho. A competência e a engenhosidade, advindas da
inteligência coletiva ou individual, fazem surgir estratégias defensivas, que aliviam ou
combatem o sofrimento psíquico. (FIGUEIREDO; ALEVATO, 2013, p. 13)
Encontra-se também apoiado na literatura, o fato da cooperação e da solidariedade
construídas nesses espaços coletivos, criar imunidade e resistência no sujeito face à
preservação de sua saúde mental que poderiam ser facilmente corroída pela perversão da
organização do trabalho, quando encontra este sujeito sozinho, vulnerável, distante do
coletivo.
É nesse ponto que a teoria se encontra com a prática, e onde a Psicodinâmica do
Trabalho se faz presente de maneira espontânea e casuística no surgimento da CTBA/UFF.
3 METODOLOGIA
execução das atividades. Percebeu-se também que, por envolver uma grande pluralidade de
ideias e opiniões, era preciso ter algum documento que orientasse a forma de atuação e
funcionamento dos trabalhos. Desse modo, surgiu a proposta de um regimento para nortear
tais ações.
Assim, o regimento traçou um histórico sobre o surgimento do movimento e o cenário
institucional da UFF, naquele momento.
O regimento foi alicerçado com base nas declarações da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que se apoia no princípio fundamental de que todos os seres humanos têm o
direito de perseguir o seu bem-estar material com dignidade e igualdade de oportunidades
(OECHSLIN; HANSENNE, 1998). Estruturado em artigos e parágrafos, o documento
definiu: natureza e finalidade; composição; competências e atribuições, reuniões e
funcionamento, assembleias, publicização das ações e anexo contendo a identificação dos
integrantes da mesma.
Considerando a importância dos espaços coletivos de reunião entre os seus integrantes
e colaboradores, a CTBA/UFF montou uma pauta de reivindicações das unidades, a partir de
reuniões e visitas técnicas às unidades de informação, e solicitou ao SINTUFF assessoria
jurídica para pleitear audiência junto à administração central. Essa ação foi de extrema
importância, porque as questões específicas das unidades de informação nem sempre são
plenamente conhecidas pela administração superior, tendo em vista os problemas e desafios
enfrentados no fazer dos profissionais de bibliotecas e arquivos. Essa audiência significou
uma possibilidade real de inserir a pauta das unidades na agenda de ações da administração da
UFF, alcançando, com isso, resultados positivos, muito embora haja a necessidade do
enfrentamento e solução dos problemas que atingem os ambientes de bibliotecas e arquivos.
Outra forma de ação da Comissão foi a organização de eventos político-pedagógicos,
visando trazer a classe para o debate e posicionamento frente aos desafios da crise nas
bibliotecas e arquivos universitários, pois toda essa problemática gera primeiro, um clima de
descontentamento, isolamento, falta de perspectiva e apagamento do profissional na sua real
possibilidade de exercício pleno de suas funções; segundo, um sofrimento coletivo
comprometedor da saúde física e mental dos trabalhadores, impactando negativamente todo o
ambiente institucional das unidades de informação. O anseio do grupo era sair da posição de
mero espectador dos fatos e torna-se ator no processo de construção de um espaço
democrático e vivo dentro da universidade.
1133
Dessa forma, o planejamento das atividades representa uma tentativa de, senão sanar,
pelo menos atuar sobre os impactos gerados pelo esquecimento vivenciado por esses
trabalhadores e que atingem diretamente aos usuários.
Nesse sentido, as atividades político-pedagógicas visam fomentar espaços de
discussão coletiva e traçar estratégias de enfrentamento para minimizar o sofrimento no
trabalho, provocado por questões ligadas à saúde do trabalhador, ao assédio moral,
insalubridade permanente das unidades e seus impactos na saúde desses profissionais. E
ainda, buscando contribuir para a abordagem de temas de interesse ligados à atualização dos
profissionais da área; somando-se à possibilidade de apresentação da produção de práticas
inovadoras em bibliotecas e arquivos, necessidade de democracia na gestão das unidades de
informação e premente necessidade de participação política dos profissionais de informação.
A CTBA organizou ao longo de sua gestão várias atividades que foram desenvolvidas
durante os eventos promovidos por ela. Dentre essas atividades, destacam-se: palestras;
oficinas de artesanato e de desativação de estresse; contação de histórias; visitas às bibliotecas
da UFF das unidades de Niterói e do Interior; apresentações musicais - Coral Cantare Diem e
Orquestra de Cordas da Grota, e de trabalhos acadêmicos e científicos, na modalidade E-
poster em um minuto.
A seguir, apresentam-se os eventos organizados pela CTBA-UFF com as respectivas
atividades político-pedagógicas e culturais desenvolvidas.
4.2.2 BIBLIONIC
bibliotecas e arquivos; suscitar a discussão sobre eleições para chefias e cargos no ambiente
dos arquivos e bibliotecas na universidade.
Organizado pela CTBA/UFF e realizado pelo SINTUFF, esse evento seguiu a mesma
orientação do primeiro encontro e teve como temática ―Conflitos, relações interpessoais,
democracia e condições de trabalho no ambiente das bibliotecas e arquivos universitários‖. O
evento contou com a participação de profissionais da UFF e das principais universidades do
Rio de Janeiro. Sua programação abrangeu o dia todo, contando com uma mesa no período da
manhã outra na parte da tarde. A atividades foram variadas, contando com palestras,
apresentação acadêmicas, sorteios e apresentação musical. A programação incluiu os
seguintes temas:
a) Gestão de Trabalho e Saúde: buscando alternativas para conflitos de trabalho;
b) A Política de Gestão de Arquivos Setoriais da UFF e seus reflexos como atividade
insalubre;
c) Bibliotecas Universitárias e Democracia: um debate necessário;
d) O apocalipse bibliotecário: o que fazer quando a profissão não mais existir?;
e) Apresentação de trabalhos acadêmicos - E-Poster em 1 minuto;
f) Sorteio de livros;
g) Apresentação da Orquestra de Cordas da Grota.
Durante a realização dos dois eventos de maior porte, foi distribuída, junto com o kit
do participante, a folha de avaliação do evento que foi o instrumento que forneceu à Comissão
o feeback necessário para os ajustes a serem realizados.
As avaliações até agora foram sempre positivas, apontando pequenos ajustes a serem
feitos, além de serem muito importantes para os organizadores, que percebem que seu
empenho e dedicação foram recompensados, na medida em que os participantes aprovam as
idéias e a dinâmica, e assim servem de estímulo para outras realizações do grupo.
1137
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo: A rápida difusão das novas tecnologias da informação e comunicação, assim como
a difusão da utilização das redes, características da atual sociedade, acabam por influenciar as
organizações e, nesse contexto, tais influências se mostram, em diversos aspectos, nas
bibliotecas universitárias. A relação entre bibliotecários e usuários vem se configurando nas
modalidades presencial e virtual. Diante deste cenário, analisar como a biblioteca universitária
pode atuar para potencializar a mediação da informação através das redes sociais é atual e de
grande relevância. Sendo assim, a pesquisa teve como objetivo realizar um mapeamento para
verificar se as bibliotecas universitárias do Sistema de Documentação da Universidade
Federal Fluminense estão utilizando as ferramentas da web 2.0 como forma de mediação da
informação entre seus usuários.
Abstract: The new information and communication technologies, as well as the diffusion of
the use of networks, characteristics of the current society, end up influencing the
organizations and, in this context, these influences are shown, in several aspects, in university
libraries. This work aims to perform a mapping to verify if the university libraries of the
Documentation System of the Federal University of Fluminense are using web 2.0 tools as a
way of mediation of information among its users.
1 INTRODUÇÃO
109
BAZÍLIO, Ana Paula Matos. Mediação, leitura e inclusão social: um caminho para ação cultural na
Biblioteca Pública: o caso das Bibliotecas Parques. 2014. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) –
Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.
1140
Por tudo isto, a presente pesquisa tem por objetivo realizar um mapeamento das
bibliotecas da Superintendência de Documentação (SDC) da Universidade Federal
Fluminense (UFF) que utilizam as ferramentas da web 2.0.
Nesse sentido, como a biblioteca universitária pode atuar de maneira a potencializar a
mediação da informação através das redes sociais? Quais bibliotecas da SDC/UFF utilizam as
ferramentas da web 2.0? Quais ferramentas são mais utilizadas como meio de mediação da
informação pelas bibliotecas da SDC/UFF?
2 DESENVOLVIMENTO
A fundamentação teórica deste trabalho foi composta pelos seguintes autores: Almeida
Júnior (2008); Marteleto (2010); Gomes; Prudência; Conceição (2010); Santos; Gomes;
Duarte (2014) e Santos Neto (2014).
No presente trabalho associam-se os conceitos de redes sociais, mediação da
informação e biblioteca universitária.
Na vida acadêmica os sujeitos sociais se associam por afinidade intelectual, ou até
mesmo interesses circunstanciais, a temas que estimulam sua interação com os outros na
busca do compartilhamento de informações que subsidiem o seu pensamento sistemático no
transcorrer dos seus estudos e pesquisas. Essa busca de compartilhamento, de interação e
interlocução potencializa a formação de redes sociais (GOMES; PRUDÊNCIA;
CONCEIÇÃO, 2010, p. 145).
A ideia do bibliotecário atuante em biblioteca universitária é reforçada, nesse sentido,
na promoção de ações de mediação da informação através das redes sociais, de forma a suprir
a necessidade informacional dos usuários, contribuindo no compartilhamento de ideias em
comum. Dessa forma, constroem-se debates sobre áreas afins e, consequentemente, a troca e o
compartilhamento do conhecimento.
É importante que os bibliotecários se atentem, de maneira consciente, sobre a
importância da utilização das redes sociais e suas vantagens como, rápidas respostas às
indagações dos usuários e a relativização das barreiras de tempo e espaço, sugerindo assim,
maior visibilidade e eficiência da biblioteca universitária no ambiente acadêmico e atendendo
melhor às demandas que surgem cada vez mais voláteis e dinâmicas.
As redes sociais vêm potencializar as ações de mediação da informação promovida
pelas bibliotecas, aumentando assim o número de participação do usuário, buscando maior
interação e agilidade.
1142
Para Santos Neto (2014, p. 29), a missão da biblioteca universitária é compatível com
a missão da universidade de ensino, pesquisa e extensão. Não basta a biblioteca possuir
instrumentos tecnológicos de última geração, acervo rico e em vários tipos de suporte se, não
existir a mediação da informação, esta, vista como uma ação de interferência, de intervenção e
de apropriação da informação.
A biblioteca universitária deve estar preparada não apenas para suprir as necessidades
informacionais imediatas apresentadas pelos usuários, mas também para auxiliá-los no
desenvolvimento da sua competência informacional, apoiando através de atividades que
incentivem a leitura proficiente, produção escrita e a pesquisa (SANTOS; GOMES;
DUARTE, 2014, p. 2).
Segundo as autoras, a biblioteca universitária está em posição privilegiada, na medida
em que pode favorecer o diálogo e a troca de informações entre os usuários, podendo ocorrer
em seus espaços físico e virtual.
A seguir, o alicerce teórico sobre o conceito de mediação da informação que é
utilizado como base deste trabalho:
3 METODOLOGIA
Para atingir o objetivo proposto pela presente pesquisa, no segundo semestre de 2017
realizamos o levantamento do número de bibliotecas existentes na UFF. A partir do site das
Bibliotecas da Superintendência de Documentação110 foi possível identificar as bibliotecas do
sistema, e assim seus ambientes virtuais foram localizados, visitados e analisados, tendo em
vista a realização do mapeamento do uso das ferramentas colaborativas, ou seja, quais
bibliotecas fazem uso e quais seriam essas ferramentas, como: facebook, blog, twitter, entre
outras.
Após o mapeamento das bibliotecas e das ferramentas utilizadas, também foi feita uma
breve análise da atualização dessas ferramentas: acessou-se cada página (link) que constava
no ambiente virtual das bibliotecas, e quando o acesso não era possível por meio do ―link‖
disponível, fez-se uma busca pela internet. A busca na internet das ferramentas de redes
sociais não acessados diretamente pelos ambientes virtuais das bibliotecas foi realizada a fim
de dar uma maior precisão quanto ao uso ou não das ferramentas de colaboração.
4 RESULTADOS OBTIDOS
110
http://www.bibliotecas.uff.br
1144
Engenharias
Ciências da Saúde
Documental e Cultural
Multidisciplinares
1145
Escolares
Com relação aos ambientes virtuais das 29 (vinte e nove) bibliotecas da SDC/UFF,
constatou-se que 41,4% mantém atualizadas as páginas principais, como mostra o Gráfico 1.
Desta forma, percebe-se que a maioria das bibliotecas resolveram utilizar sua página principal
e institucional apenas como forma de apresentação da Biblioteca, deixando a página estática,
sem desenvolver atividades de postagens de notícias, entre outras. Contudo, essa
representatividade pode estar relacionada ao ano de criação das páginas das bibliotecas (2013)
e de outras demandas importantes que ocorreram a partir desse mesmo ano (mudança de
software de biblioteca e criação de outras bibliotecas).
utilizadas pelas Bibliotecas da SDC/UFF e que tais estão relacionadas às ferramentas de redes
sociais como: 62,1% facebook, 34,5% blog, 24,1% twiteer, e 6,9% instagran.
Ao verificar o número de Bibliotecas da SDC/UFF que estão fazendo uso de algum
tipo de ferramenta colaborativa, viu-se a necessidade de realizar uma breve análise sobre a
usabilidade das mesmas, Gráfico 2. Além da usabilidade verificaram-se as atualizações das
redes sociais. Porém, duas atualizações realizadas até o meio do ano de 2017 não foram
apuradas (uma do facebook e uma do blog), a análise abrangeu somente as atualizações feitas
pelo menos até o mês de novembro de 2017. Também não foi possível verificar a atualização
de duas páginas, devido o acesso ser restrito aos seus seguidores, como foi destacado na
Tabela 1. Contudo, o Gráfico 2 demonstra que grande parte das bibliotecas têm mantido suas
páginas nas redes sociais atualizadas, com exceção das páginas do twiteer que teve um
número pouco abaixo da metade. A Tabela 1 apresenta com mais detalhes as ferramentas
utilizadas com as respectivas bibliotecas.
Gráfico 2 - Uso e atualização das ferramentas colaborativas pelas Bibliotecas da SDC/UFF, 2017
BIB A A - -
BGQ - A - -
BIME X X X -
BIF A - X* -
BIG - - X -
BINF - X - -
BAC A - - X*
BUCG - - - -
BIAR - - - -
BMAC - - - -
BEC - - - -
BFD A X - -
BAU - - - -
BCPE A - A -
BEM A - - -
BEE X A - -
BNF - - - -
BNO A A - -
BFV A - - -
BFM - A - -
BENF A A A -
BFF X - - -
CEMEF A - - A
BAVR A - - -
BRO A - X -
BCV - - - -
BCG A A A -
BFP A - - -
BML A - - -
1148
A – ferramentas atualizadas; X – ferramentas que não estão atualizadas; * Não foi possível verificar se a página
estava atualizada ou não, pois o acesso era somente para seguidores.
Desta forma, é notório que as ferramentas que vem sendo utilizadas pelas bibliotecas
da SDC/UFF são as que possuem maior popularidade, tendo como destaque a ferramenta de
redes sociais, o Facebook.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos resultados obtidos foi possível constatar que todas as bibliotecas do
Sistema da Superintendência de Documentação da Universidade Federal Fluminense já
possuem ambientes virtuais, ou seja, fazem parte do ciberespaço. Pela procedência
institucional desses ambientes virtuais, eles se tornam os principais locais de busca e
recuperação da informação a respeito das Bibliotecas. Os ambientes virtuais das bibliotecas
tornam-se também os principais canais de acesso e uso das ferramentas colaborativas
utilizadas pelas bibliotecas. Desta forma, se faz necessário que todas as bibliotecas reflitam e
leve em conta a importância da existência desses ambientes, como também a forma de se
trabalhar com os mesmos.
De acordo com o mapeamento realizado, percebe-se que quase todas as bibliotecas da
SDC/UFF utilizam algum tipo de ferramenta colaborativa, e em especial as de redes sociais,
apenas 24% das bibliotecas não fazem uso de nenhuma ferramenta. Ao aprofundar um pouco
mais a pesquisa foi possível conhecer o real uso dessas redes sociais, isso com relação as suas
atualizações e não dos seus conteúdos em si. Entretanto, não foi possível nesta pesquisa
verificar como é realizado o processo de troca virtual entre bibliotecários e usuários.
Considera-se que o profissional da informação deve utilizar cada vez mais os seus
espaços virtuais, nos quais os usuários acessam as informações, produzem e disponibilizam
conhecimento. Compartilhando assim suas experiências acadêmicas, visando os interesses em
comum entre os indivíduos.
Conclui-se que as redes sociais podem ser utilizadas para potencializar a ação de
mediação da informação. Contribui para uma maior participação entre usuários, bibliotecas e
bibliotecários. As informações em ambiente virtuais servem para dar maior visibilidade,
disponibilidade e abrangência da biblioteca universitária no ambiente acadêmico, podendo ser
um meio dos usuários virtuais tornarem-se usuários reais.
1149
REFERÊNCIAS
BAZÍLIO, Ana Paula Matos. Mediação, leitura e inclusão social: um caminho para ação
cultural na Biblioteca Pública: o caso das Bibliotecas Parques. 2014. Dissertação (Mestrado
em Ciência da Informação) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.
BIBLIOTECAS. Disponível em: <http://www.bibliotecas.uff.br/bibliotecas>. Acesso em: 15
out. 2017.
ELIAS JÚNIOR, Alberto Calil; CAPELLO, Soraia Santana; SANTOS, Rick. Mapeamento do
uso das ferramentas colaborativas pelas bibliotecas das universidades federais das regiões
Sudeste, Sul e Centro Oeste. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 17., 2012, Gramado, RS. Anais… São Paulo: FEBAB, 2012.
Disponível em:
<file:///home/biblioteca/Downloads/mapeamento%20bibliotecas%20federais%20Brasil.pdf>.
Acesso em: 8 nov. 2017.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas,
2002. 175 p.
SANTOS NETO, João Arlindo dos. Mediação implícita da informação no discurso dos
bibliotecários da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina (UEL). 193 f.
2014. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências,
Campus Marília São Paulo, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, 2014.
Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/110288>. Acesso em: 03 dez.
2014.
1150
bibliographical research, through which documents were searched for theoretical basis.
Using the Federal University of Rio Grande do Norte as the main study object, we chose five
human libraries to identify the networks used for communication with the user. Thus, we can
conclude that the chosen libraries use the networks satisfactorily. However, given the
importance of these means of communication to the current parameter, it is necessary to
change in what concerns the thematic diversities addressed and the expansion of the subjects
developed.
1 INTRODUÇÃO
dados, repositórios, revistas científicas, dentre outros), tipos de documentos que podem variar
entre o analógico e virtual, assim como separadas por instituição, eixo temático, dependendo
da classificação a quem está sendo subordinada. A biblioteca se integra as novas formas de
comunicação para se aproximar das novas necessidades informacionais trazidas pelo usuário,
podendo assim, estreitar laços.
O uso das redes sociais nas Bibliotecas Universitárias pode apoiar as políticas
organizacionais, o gerenciamento das informações e o processo de comunicação, favorecer a
comunicação de fontes internas e externas e uma maior interação com o ensino, pesquisa e
extensão na universidade. Aproximando cada vez mais usuários e potenciais usuários da
biblioteca universitária tanto na comunidade acadêmica quanto na comunidade externa na
localidade no qual ela está inserida. (FARIAS, 2013, p.05)
Desse modo, tendo em vista a importância desse assunto e sua colaboração para as
ações e atitudes no desenvolvimento das bibliotecas, visto que ainda é necessário mudanças
no decorrer das atividades para que os serviços oferecidos através das tecnologias, como por
exemplo as redes sociais, possam ser mais frequentes na dinâmica de uma unidade. Portanto,
as bibliotecas universitárias são importantes para que haja um planejamento de integração
dessas novas formas de se comunicar dentro da academia, facilitando a disseminação da
informação.
111
Informações retiradas do site: Disponível em: <http://www.sisbi.ufrn.br/pagina.php?a=historico#.WkhTtN-
nHIU>. Acesso em 25 de dezembro de 2017.
1157
112
Informações retiradas do blog da Biblioteca Pe. Jaime Diniz: Disponível em:
<http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/p/a-biblioteca.html>. Acesso em: 20 de dezembro de 2017.
1158
3 PERCURSO METODOLÓGICO
O presente estudo dissertado nesse artigo tem como objetivo retratar a mudança na
biblioteca, assim como no bibliotecário, partindo do princípio das mudanças ocorrida através
da Web 2.0. Sua principal colaboração advém da possibilidade do usuário utilizar-se das redes
para demonstrar sua opinião diante de um determinado assunto, objeto, empresa e assim por
diante. Com base nisso, para que houvesse suporte teórico para esclarecer os objetivos da
nossa pesquisa, fez-se necessário uma pesquisa bibliográfica, na qual os pesquisadores se
detiveram a pesquisar sobre fontes relevantes para compor a presente análise.
Pesquisa bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído
principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais,
boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de
colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da
pesquisa. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.54)
Assim, procurou-se documentos de caráter científico para compor o referencial
teórico. Os pesquisadores consultaram base de dados, periódicos científicos, artigos, e-books
entre outros, sobretudo os que abordavam os termos redes sociais e Biblioteconomia,
priorizando pesquisas voltadas a bibliotecas universitárias, o papel do bibliotecário frente as
novas tecnologias instituídas pela web, principalmente no que tende aos aspectos das redes
sociais como fator de comunicação entre a parte gestora de uma unidade de informação e os
usuários frequentadores e em potencial.
Outro aspecto metodológico diz respeito ao caráter descritivo, por meio do qual os
pesquisadores levantaram as ferramentas utilizadas em bibliotecas localizadas na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), nosso objeto de estudo. No entanto,
diante do quadro atual de bibliotecas presentes na instituição, preferimos adotar nossa análise
tendo por base a área de humanas, na qual o curso de Biblioteconomia está inserido. Assim, o
estudo engloba as seguintes bibliotecas: Biblioteca Central Zila Mamede (BZCM); Biblioteca
Pe. Jaime Diniz – Escola de Música da UFRN; Biblioteca de Artes da UFRN; Biblioteca
Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) e Biblioteca Setorial do
Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA).
A pesquisa considera-se quantitativa e qualitativa, pois em seu primeiro momento
realça a quantidade de ferramentas, incluindo redes sociais, blogs, sites e meios que possam
ocorrer comunicação entre o usuário e os responsáveis por gerir a biblioteca. A partir disso,
monta-se um quadro elencando os meios de comunicação utilizados e suas respectivas
1159
Nesta seção, buscou-se analisar as bibliotecas utilizadas como parâmetro para nossa
pesquisa, analisando os seus respectivos perfis em redes sociais e canais de comunicação que
são utilizados como forma de propagar notícias e avisos sobre as bibliotecas. Assim, tendo em
vista a importância desses meios para propagação da informação de maneira relevante e para
estreitamento de laços com a comunidade acadêmica que necessita das informações e serviços
oferecidos por tais meios, exploramos as ferramentas com intuito de entender de que formas
são utilizadas e para quais meios. Diante disso, apresentamos nossas impressões abaixo.
Biblioteca Central Zila Mamede dispõe quatro contas oficiais para comunicação,
localizadas nas redes sociais Facebook113, Twitter114, Youtube115, Flickr,116 e Site oficial117.
113
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/bczm.oficial>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
114
Link para acesso da página: <https://twitter.com/_bczm_>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
115
Link para acesso da página: <https://www.youtube.com/channel/UCL1cQaBnOJD4GOQJOWleDDg>.
Acesso em: 26 de dez. de 2017
116
Link para acesso da página: <https://www.flickr.com/photos/bczm/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
117
Link para acesso da página: <http://sisbi.ufrn.br/bczm/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
1160
118
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/biblioteca.emufrn/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
119
Link para acesso da página: <https://twitter.com/bpjd_ufrn>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
120
Link para acesso da página: <http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/p/a-biblioteca.html>. Acesso em: 26 de
dez. de 2017.
1162
qual o seu público-alvo. No seu menu principal, pode-se encontrar a ―Estante de Novidades‖,
onde os responsáveis apresentam as novidades de materiais que passam a compor o acervo,
apontando seu número de chamada e referência para ajudar o usuário no encontro com o
material que procura.
O blog possui área de notícias, onde pode-se encontrar notícias compartilhadas em
outros sites que possuem a música como principal conteúdo. Em outra aba, é possível
encontrar tutoriais que podem ser muito úteis para usuários que estão aprendendo a utilizar
algumas ferramentas do meio acadêmico, ajudando-o a buscar um material no Catálogo
Online do SIGAA; buscar uma faixa de música ou capa de um material no Catálogo;
manusear a Biblioteca Digital de Monografias da UFRN; atividades importantes para esse
novo público.
A Biblioteca do DEART vincula-se ao Facebook121 e Instagram122. Em sua página no
Facebook, as postagens são de assuntos variados e são acompanhadas por mais de 1.000
pessoas. Suas publicações abordam assuntos como dicas para produção de pesquisa, nas quais
são elencados assuntos retratados em metodologia do trabalho científico, colaborando para o
entendimento dos usuários que estão adentrando no mundo de produção científica. A
Biblioteca oferece indicações de livros que estão no acervo para conhecimento do público,
disponibilizando seu número de chamada e sinopse a respeito do material postado. Em outras
postagens, utilizam do portal para avisos a respeito das atividades, como mudanças de horário
ou suspensão do atendimento por um período determinado. Postagens para veiculação de
eventos que ocorrem para na UFRN, algo importante para conhecimento de usuários que
apreciam eventos de conteúdo científico também podem ser encontradas. Ademais, existem
postagens com explicações envolvendo curiosidades da Universidade ou explicação de alguns
feriados que ocorrem ao longo do ano, juntamente com a narrativa sobre a importância
daquela data/personagem histórico.
Entre outras publicações, a Biblioteca utiliza-se de algumas postagens engraçadas,
retratando alguns pensamentos dos frequentadores acadêmicos, como os sentimentos diante
de vários trabalhos, final de semestre, assuntos que estão no cotidiano. Essas postagens são
demonstradas junto a pinturas famosas, as quais estão acompanhadas pelo nome da obra,
artista e a fonte de onde foram retiradas. Assim, o público pode ter mais conhecimento sobre a
diversificação das artes, sendo interessante para os usuários frequentadores que são ligados a
121
Link para acesso da página: < https://www.facebook.com/bibliotecadeartufrn/ >. Acesso em: 26 de dez. de
2017.
122
Link para acesso da página: < https://www.instagram.com/bibliotecadeartufrn/ >. Acesso em: 26 de dez. de
2017.
1163
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos aspectos retratados ao longo da pesquisa, podemos chegar à conclusão que
as Bibliotecas da UFRN procuram se manter atualizadas na publicação das atividades em
redes sociais, buscando estar interligadas às necessidades dos usuários no que diz respeito à
123
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/BseCCHLA/posts/505126389696610>. Acesso em:
26 de dez. de 2017.
124
Link para acesso da página: <https://twitter.com/cchla>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
1164
procura da informação sobre questões básicas, como horário de atendimento e avisos que
podem ocorrer no decorrer da semana e mudanças nos períodos letivos.
Por outro lado, as Unidades de Informação possuem diferenças no que tange à
abrangência dos assuntos retratados, visto que algumas utilizam as redes para disponibilizar
informação relevante para além do que está previsto nos prospectos da utilização da
biblioteca. Pois, sua importância, assim como sua função como disseminadora, está para além
de mostruário dos acervos ou pequenos lembretes e, sim, unidades que cooperam e participam
das atividades que ocorrem no ambiente acadêmico.
Entretanto, com o intuito de ampliar esse reconhecimento e conhecimento da
biblioteca, faz-se imprescindível a mudança no comportamento dos gestores que estão à frente
dessas Unidades, pois, para que a biblioteca seja vista com domínio da informação, precisa
estar atualizada nas diferentes atividades ocorridas e buscar apropriar-se de tal domínio para
levá-lo aos usuários que necessitam daquela informação.
A mudança do papel bibliotecário torna-se fundamental, uma vez que os usuários,
assim como a sociedade, precisam desenvolver mudanças no que diz respeito às suas
produções. Para tal entendimento, as mudanças são mais que necessárias, a instituição dessas
ferramentas como utensilio facilitador dessa comunicação precisa com os usuários. Através
das redes sociais, pode-se estabelecer uma relação mais estreita que faz diferença na forma
com que o público visualize a biblioteca, não como um centro totalmente sério e distante das
suas necessidades e dúvidas. Mas sim, algo acolhedor, provedor de informação e serviços que
auxiliem no desempenhar das atividades exercidas ao longo do percurso acadêmico.
REFERÊNCIAS
FARIAS, Marlucy Veleda. O uso das Redes Sociais para comunicação e interação com o
usuário: o caso das bibliotecas universitárias do Rio Grande do Sul. In: XXV CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO E CIêNCIA DA
INFORMAÇÃO, 25., 2013, Florianópolis. Anais... . Florianópolis: CBBD, 2013. v. 25, p. 1 -
16. Disponível em: <https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1428/1429>. Acesso em: 28
dez. 2017.
1165
RIBEIRO, Adriana; LEITE, Ramon Silva; LOPES, Humberto Elias Garcia. ANÁLISE DO
USO DAS REDES SOCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
BRASILEIRAS. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas,
v. 5, n. 3, p.5-27, dez. 2014. Set/dez. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1591>. Acesso em: 28
dez. 2017.
RIBEIRO, Raimunda; OLIVEIRA, Lídia; FURTADO, Cassia. O contributo das redes sociais
acadêmicas para o campo científico brasileiro na área de ciência da informação. In: GOMES,
Maria João; OSÓRIO, António José; VALENTE, António Luís. Challenges 2017: Aprender
nas Nuvens, Learning in the Clouds. Braga: Universidade do Minho, 2017. p. 79-95.
Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Elza_Mesquita/publication/318278006_INOVACAO_
E_TECNOLOGIAS_A_VISAO_DE_ESTUDANTES_EM_FORMACAO/links/595fab33aca
2728c11838a8e/INOVACAO-E-TECNOLOGIAS-A-VISAO-DE-ESTUDANTES-EM-
FORMACAO.pdf#page=80>. Acesso em: 28 dez. 2017.
1166
1167
ESDRA BASILIO
Abstract: The present work focuses on the Federal University of Goiás's National Book and
Library Week, from the Regional Section of Goiás city, held on October 25, 26 and 27, 2017.
The schedule was constituted by lectures, cineteca (film exhibition), jongo workshop, book
launch, origami workshop, tale time, cultural gathering and exhibitions. The diversified
schedule aimed to attract the university students, including the community that frequents the
library and also children. This work, it is a descriptive research focused on the experience
report form, based on the results obtained with the actions carried out, which showed the
importance of performing cultural actions, considering the number of potential users,
together with the everyday users of the library. In this sense, the previously mentioned
actions will contribute to the promotion of the library, as well as their users‟ interaction.
Keywords: National Book and Library Week 1. Cultural production 2. University library 3.
1168
1 Introdução
2 Revisão de Literatura
usuários, é um desafio no qual toda a equipe da biblioteca (UFG) se empenha para cumprir
diariamente.
Nossa biblioteca integra o Sistema de Bibliotecas da UFG (SiBi/UFG), o qual abrange
10 bibliotecas localizadas nas regionais da UFG. Nossa Biblioteca oferece diversos serviços,
sendo alguns restritos apenas à comunidade da UFG – composta por estudantes de graduação
e de pós-graduação com matrícula atualizada na instituição, servidores docentes e técnico-
administrativos ativos e inativos-. A Biblioteca da Seccional Regional Goiás possui sede
própria e com amplo espaço físico. Para Ferreira (2012), as bibliotecas são categorizadas no
plano teórico, de acordo com a categoria do público alvo.
3 Materiais e métodos
Para atingir os objetivos do evento, foram executadas algumas etapas para a produção
da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Na primeira etapa, as equipes de colaboradores
da biblioteca se reuniram para discutir as possíveis atividades que poderiam compor a
programação do evento. Na reunião, ficou decidido que as atividades seriam diversificadas e
compostas por palestras, contação de histórias, lançamento de livro e oficinas para abarcar
vários públicos. Em seguida, realizamos o convite para os docentes e demais colaboradores
que gostariam de realizar alguma ação durante o evento em comemoração a Semana Nacional
do Livro e da Biblioteca.
Com a programação fechada, solicitamos a assessoria de comunicação da universidade
para que confeccionasse uma arte com a programação para darmos publicidade ao evento nos
canais de comunicação, como, por exemplo: sites, redes sociais e mídia impressa. Com o
material gráfico em mãos, realizamos a divulgação em escolas estaduais e municipais, bem
como nas unidades acadêmicas da universidade. As inscrições foram realizadas na hora de
cada atividade no evento. Toda a programação foi executada nas dependências da biblioteca.
Na manhã dia 25 de outubro, iniciou-se o evento com uma palestra, o qual ocorreu na
sala de Áudio e Vídeo, com a temática 'Criança com deficiência: ―Inclusão na escola‖,
ministrada pela Professora. Dra. Denise Oliveira Alves. A palestra teve como público-alvo
alunos do ensino médio do Colégio Lyceu de Goyaz e servidores da universidade. Ao todo
participaram 35 pessoas nesta ação.
1171
3.1.1 Cineteca
Logo após a palestra, tivemos o Cineteca, realizado na sala de Áudio e Vídeo com a
exibição do longa-metragem, a saber: 'Meu nome é Radio'. Tratou-se de um filme do gênero
drama, o qual abordou a questão de tolerância e sensibilidade. Na ocasião, foi distribuído
pipoca para o público durante a exibição do filme. O público que assistiu ao filme foram os
alunos do Colégio Lyceu de Goyaz.
oficina. Apesar do número pequeno, a oficina foi muito significativa, pois a dança realizada
no espaço da biblioteca tornou-se uma novidade que, de certa forma, demonstrou o amplo
gama de possibilidades de ações culturais que podem ocorrer no espaço da biblioteca.
3.2.1 Oficina
3.2.2 Palestra
Fonte:Weberson Duas/Ascom/UFG(2017)
4- 27 de outubro
4.1 Sarau
Fonte(Weberson Dias/Ascom/UFG(2017)
1178
Por fim, com a realização do Sarau, encerrou-se com sucesso de público as ações em
comemoração a Semana Nacional do Livro e da Leitura promovidas pela biblioteca da
Seccional Regional Goiás.
5 Considerações finais
Referências
FERREIRA, Rubens da Silva. Transpondo muros, construindo relações: uma reflexão sobre
bibliotecas universitárias e extensão no Brasil. Rev. Digit. Biblio. Cienc. Inf., v.9, n.2, p. 75- 78,
jan./jun. 2012. Disponível em:
http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1912/pdf_21. Acesso em:
25/12/17.
LIBRARY, IDENTITY AND SOCIAL NETWORKS: THE USE OF DIALING TOOLS ON THE
SISBI-UEFS FAN PAGE ON THE FACEBOOK
Abstract: It reports on the interaction of users of the Integrated System of Libraries of the
State University of Feira de Santana with the institutional fan page on Facebook, highlighting
the marking tools available as tools for evaluating the influence and use of library spaces in
the construction of their identities. As theoretical background we use publications on the
themes: cultural identity and identification; user interaction with libraries and social
networks; in addition to the Facebook tutorial. In this study, we selected twenty photographs
shared by users in the Fanpage of the Libraries System in 2016 and 2017, which portray the
ideas of identifying and influencing these spaces in the formation of their identities. Among
the results we verified that the interaction of the user with the institutional fan page through
markings, photographs and other comments on Facebook is spontaneous, and reaffirms
through publications the influence of libraries in the construction of their identities.
INTRODUÇÃO
REVISÃO DE LITERATURA
Miranda (2000) relata a importância da ―identidade cultural‖ para o sujeito, pois sem
ela a identidade se fragmenta. Hall (2006) trata desse aspecto ao enfocar o conceito de
―identificação‖ na ideia da formação do sujeito e da sua identidade social,
Assim, em vez de falar da identidade como uma coisa acabada, deveríamos falar de
identificação, e vê-la como um processo em andamento. A identidade surge não
tanto da plenitude da identidade que já está dentro de nós como indivíduos, mas de
uma falta de inteireza que é ‗preenchida‘ a partir de nosso exterior, pelas formas
através das quais nós imaginamos ser vistos por outros. (HALL, 2006, p. 38-39).
Esse aspecto descreve o fato das redes sociais serem utilizadas, quase sempre de
maneira ―espontânea‖ por seus usuários, como ferramentas de identificação do sujeito através
das relações que esse faz com os espaços de interação que participa. Sendo assim, podemos
entender que quanto maior a relação de interação do sujeito com as suas redes sociais, maior
será a influência desses espaços na formação da sua identidade.
Miranda retrata a influência dos meios de comunicação e informação na identidade
dos sujeitos ―[...] o sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, afetadas
tanto pelos processos de socialização quanto de globalização dos meios de comunicação e
informação.‖ (MIRANDA, 2000, p. 82).
1184
Maness (2007, p. 48) ao comentar a relação entre bibliotecas e redes sociais, discorre
que, ―não requer muita imaginação começar a ver uma biblioteca como uma rede social em si.
De fato, muitas das funções das bibliotecas ao longo da história tem sido como um lugar de
reunião comum, um lugar de compartilhar identidade, comunicação, e ação.‖
Silveira (2010, p. 68), relaciona a biblioteca como espaço de reafirmação da memória
coletiva e autoafirmação da identidade social, ao relatar que ―os lugares de memória se
configuram assim, como instâncias físicas ou virtuais que se organizam para servir de apoio à
salvaguarda da materialidade simbólica concebida como elemento da representação coletiva‖.
Dessa maneira entende-se que ―[...] enquanto ‗lugares de memória‘, as bibliotecas
tendem a reafirmar os saberes e a torná-los móveis, traduzíveis, permutáveis [...] tentam dar
sentido ao saber e a fazer com que o mesmo se torne um instrumento de reafirmação de
‗identidade‘ individual ou coletiva humana.‖ (SILVEIRA, 2010, p. 69).
Talvez seja essa liberdade de expressar ―identidades‖ que atrai tantas pessoas nas
redes sociais e nas bibliotecas.
O uso das redes sociais pode trazer diversos benefícios para as Bibliotecas
Universitárias (BUs), dado o seu enorme alcance de compartilhamento de informações que
atingem com rapidez os seus usuários.
Segundo Aguiar (2012, p. 24) ―as redes sociais mobilizam milhões de pessoas, o que
torna natural imaginar as BUs se apropriando desses espaços como ferramentas de
comunicação, acesso à produção de informações e interação com os usuários da chamada
geração y e, também de outras gerações.‖
A partir do início da segunda década do século 21, as bibliotecas começam a descobrir
as vantagens potenciais do uso das redes sociais, a principio para divulgar os eventos
oferecidos por elas, contudo diversas outras utilidades foram agregadas a exemplo: criar e
gerenciar um evento, criar uma enquete, criar um Serviço de Referencia Virtual, sanar
1185
Para Ribeiro, Leite e Lopes (2014, p. 11) ―as redes sociais são uma das inovações
tecnológicas que diariamente ganham mais e mais adeptos, pois tanto o elemento fundamental
para a inovação quanto o princípio básico das redes sociais é a interação‖.
A rede social Facebook, criada em 2004, cresceu assustadoramente, tendo o maior
numero de usuários entre as mídias sociais. Em 2017 aproxima-se de cerca de 2 bilhões de
usuários em todo o mundo, sendo um dos meios de interação mais utilizados, confirmando a
sua enorme influência social.
Segundo Bernardino, Suaiden e Cuevas-Cerveró (2014, p. 116),
Não podemos negar o alcance do Facebook na circulação da informação entre os
usuários de qualquer idade, classe social, cultura etc. Ao reconhecer a
penetrabilidade do Facebook como um canal de comunicação, as bibliotecas
universitárias estão também, reconhecendo que deve adequar-se aos costumes
vigentes no que diz respeito ao uso e o fluxo da informação.
A analise da interação dos usuários com a fan page do SISBI/UEFS através do uso das
ferramentas de marcações no Facebook, confirmam a importância do registro e
acompanhamento das relações de interação com o espaço da biblioteca na formação das
identidades desses sujeitos expressa através de imagens e comentários.
METODOLOGIA
RESULTADOS
Facebook promove suas próprias memórias pessoais, as quais fazem parte da construção da
sua identidade.
Fonte: Fotografia compartilhada por Raquel Almeida na Fan Page do SISBI-UEFS no Facebook.
1189
CONSIDERAÇOES FINAIS
O uso das redes sociais nas bibliotecas universitárias trouxeram diversas vantagens
para os seus usuários. Farias (2013) aponta que o uso das redes sociais favorece a
comunicação de fontes internas e externas, permite maior interação com o tripé ensino,
pesquisa e extensão na universidade e, podem apoiar as políticas organizacionais, o
gerenciamento de informações e o processo de comunicação.
Para o Sistema de Bibliotecas da UEFS, as vantagens do uso das ferramentas de
marcação na fan page institucional foram na mudança de percepção do usuário quanto as
Bibliotecas (percepção positiva de biblioteca ativa e atuante); no crescimento da interação
usuário-biblioteca, estimulando uma comunicação mais informal e constante através da rede
social, e ainda no feedback dado pelos usuários quanto às postagens e compartilhamentos dos
1190
usos que esses fazem dos espaços das bibliotecas e a divulgação espontânea das ações,
produtos e serviços desenvolvidas pelo SISBI/UEFS.
O SISBI/UEFS após analisar as publicações dos usuários na fan page, estuda a
possibilidade de promover ainda mais essa interação com os usuários. Uma das propostas já
analisadas é a criação de um perfil institucional no Instagran, por essa rede social já está
associada ao Facebook, o que ampliaria ainda mais o compartilhamento de imagens e
menções.
É perceptível a interação do usuário com a fan page institucional por meio de
marcações, fotografias e demais comentários no Facebook, e essa interação tende cada vez
mais a crescer, pois essa, reafirma através das publicações a influência das bibliotecas na
construção de suas identidades.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Giseli Adornato de. Uso das ferramentas de redes sociais em bibliotecas
universitárias: um estudo exploratório com as bibliotecas da UNESP, Unicamp e USP. 2012.
Dissertação (Mestrado) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2012. DOI:10.11606/D.27.2012.tde-03122012-160409. Acesso em: 08 dez. 2017.
FARIAS, Marluce Veredas. O uso das Redes Sociais para comunicação e interação com o
usuário: o caso das bibliotecas universitárias do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO E CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO, 25, 2013, Florianópolis, SC. Anais... Florianópolis: FEBAB, 2013.
Disponível em: <https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1428>. Acesso em: 13 dez.
2017.
______. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Identidade e
diferença. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
MANESS, Jack M. Teoria da biblioteca 2.0: web 2.0 e suas implicações para as bibliotecas.
Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 17, n. 1, p. 43-51, jan./abr. 2007. Disponível em:
<http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/831/1464>. Acesso em: 16 dez. 2017.
1191
RIBEIRO, Adriana; LEITE, Ramon Silva; LOPES, Humberto Elias Garcia. Análise do uso
das redes sociais em bibliotecas universitárias brasileiras. RDBCI: Revista Digital de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 12, n. 3, p. 5-27, set./dez.
2014. ISSN 1678-765X. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1591>. Acesso em: 14
dez. 2017.
SANTOS NETO, João Arlindo dos; ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Bibliotecas
universitárias das instituições estaduais de ensino superior paranaenses e a mediação da
informação no Facebook. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da
Informação, Campinas, SP, v. 15, n. 2, p. 442-468, maio/abr. 2017. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8648210>. Acesso em: 14
dez. 2017.
Abstract: The market over the years has been showing transformations, if in the early days it
was seen as just a profit methodology, today is seen beyond that. Marketing is responsible for
integrating the team, image and brand of the environment, as well as the relationship with
managers, suppliers, customers and a better market view. On the other hand, the present
study aims to understand concepts and an application of marketing in web 2.0 tools in a
strategic way for an information unit specializing in music. An interview and a locus
observation were used as methodology. With the use of the methods one can measure the use
of the resources, besides proposing improvements without using tools.
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
pesquisa, por nós mesmos e pelas interações ocorridas entre nós (pesquisadores) e os sujeitos
da pesquisa (participantes).‖ Assim, esse instrumento de obtenção de dados proporcionou uma
compreensão do funcionamento e a sistematização dos processos da unidade estudada.
3 ESCOLA DE MÚSICA
A Biblioteca da Escola de Música foi criada no ano de 1969, sendo gerida pela
Professora Maria Luiza Parente, que contava com o apoio das bibliotecárias da BCZM. Foi a
partir de 2000, que a unidade foi reestruturada e passou a ser administrada exclusivamente por
um bibliotecário responsável pela unidade.
1196
5 DIAGNÓSTICO
Durante a visita foi possível detectar que o acervo é composto por obras de referência,
livros, folhetos, teses, dissertações, monografias, periódicos, partituras e multimeios (fitas de
1197
vídeo, DVDs, CDs, LPs, disco de vinil, fitas cassetes e gravações sonoras em rolos de fita
magnéticas), totalizando 15 tipos de materiais, que chega a aproximadamente 23.150 títulos,
em 31.483 exemplares. Estes materiais podem ser consultados na biblioteca ou através do
catálogo disponibilizado no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas
(SIGAA).
Dentre esses, a unidade possui uma maior quantidade e utilização de partituras - as
impressas são 4.505 títulos em 15.613 exemplares, que estão também disponíveis em CDs.
Neste sentido, através do diagnóstico realizado percebe-se que os materiais informacionais
mais procurados e utilizados pela comunidade são partituras e livros, pois possuem um nível
de diversidade ampla em compositores populares e eruditos.
No que diz respeito aos recursos humanos, a biblioteca é composta por um
bibliotecário coordenador, um bibliotecário do setor de processamento técnico e um do setor
de referência, além de 3 assistentes administrativos, duas estagiários em supervisionado
obrigatório do curso de Biblioteconomia e 15 bolsistas. A equipe realiza serviços, como:
empréstimo domiciliar; orientação ao usuário; renovação da estante de novidades virtual;
atualização hemeroteca; visita orientada; emissão do documento de quitação; catalogação na
fonte; classificação; acesso à internet e digitalização de documentos.
6 MARKETING DIGITAL
O marketing pode ser entendido como conjunto de métodos que visam propor
a visibilidade de um objeto, setor, pessoa ou sentimento. Chiavenato (2003) explica que o
marketing "consiste na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, comunicar,
compreender suas atividades e motivações e desenvolver uma liderança eficaz‖. Buscando
uma melhor visibilidade e reputação da biblioteca, atentando-se a todas as insatisfações
informacionais, atraindo potenciais usuários, o marketing promove para as unidades de
informação uma nova filosofia de trabalho e gestão dos recursos a partir de suas estratégicas.
Assim, considerando um plano de marketing para a biblioteca da Escola de Música
levamos em conta a nova perspectiva tecnológica do uso da internet na sociedade da
informação, aplicando os princípios do webmarketing que viabiliza a interatividade aliada à
possibilidade de ampliar o relacionamento entre a unidade e o seu público alvo.
Inicialmente, para a elaboração do plano de marketing refleti-se sobre as questões
orçamentárias, visto que a unidade está inserida em um contexto de organização pública. À
vista disso, levou-se em conta estratégias que não gerem despesas financeiras. Para tanto, a
internet torna-se uma ferramenta de aplicabilidade do marketing mais viável para a unidade
de informação.
Atualmente, a biblioteca possui o blog (http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/) que
divide seu conteúdo nas seções: ―Início‖, contêm as notícias institucionais; ―Estante de
novidades‖, expõe as novidades que constam no acervo; ―A biblioteca‖, apresenta seu
histórico; ―Contato‖, constam as informações de contato da unidade de informação.
―Tutoriais‖, conta com diversos guias para auxiliar a comunidade acadêmica no acesso aos
serviços e recursos disponibilizado pela biblioteca e a coluna ―Galeria‖, que ainda está em
fase de implementação. A figura 01 apresenta o atual layout do blog.
1199
Com o uso desta nova marca visual, propõem-se o repaginando a identidade visual em
suas mídias sociais, como exposto nas ilustrações a segui:
MÊS TEMÁTICA
DEZEMBRO Festas Natalinas; Beethoven (aniversário de nascimento); Tom Jobim (aniversário de morte).
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Além disso, buscar expor eventos que sejam de interesse para a comunidade de
música, como por exemplo, os eventos da área:
EVENTO INSTITUIÇÃO
SEFiM - Simpósio de estética e filosofia da música UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
SiMN - Simpósio Internacional de Música Nova 2016 UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná
Figura 7 - Sugestão para postagem de foto no Facebook, com ícone da nova marca
Figura 8 - Sugestão para avisos de serviços e produtos, com ícone da nova marca
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nacional, Domínio Público ou no Instituto Tom Jobim. Tomando como nota também, a
divisão de qual produção será designada para qual mídia específica, para isso é de suma
importância da definição do responsável pela alimentação das ferramentas, além do
compromisso de continuidade.
REFERÊNCIAS
CINTRA, Flávia Cristina. Marketing digital: a era da tecnologia on-line. Investigação, v. 10,
n. 1, p. 6-12, 2010.
ROSA, José Antônio. Roteiro para análise e diagnóstico da empresa. São Paulo: STS,
2001.
ZEISSER, M.; WAITMAN, R. Organizing today for the digital marketing of tomorrow.
Journal of Interactive Marketing, v. 12, n. 1, 1998.
1206
1207
Resumo: Este artigo tem como objetivo descrever brevemente o suposto início do Acesso
Aberto promovido na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) no âmbito da
informação e das bibliotecas, relatando fatos históricos como o surgimento das bases de dados
desenvolvidas pelas bibliotecas do sistema, bem como se deu a construção da Biblioteca
Digital da UNICAMP e sua mudança para outra plataforma, o Repositório Institucional. Em
continuidade a esses eventos, apresenta também um relato sobre o Portal de Periódicos
Eletrônicos Científicos (PPEC), que conta com a implantação de 30 títulos oriundos e
editados na própria Universidade, da computação em nuvens iniciada há pouco tempo na
universidade, além da definição de políticas para o desenvolvimento, preservação digital e
acesso aberto a toda comunidade científica.
Abstract: This article aims to briefly describe the supposed Open Access promoted at the
State University of Campinas (UNICAMP) in the field of information and libraries, reporting
historical facts such as the emergence of databases developed by the libraries of the system,
as well as the construction of the Digital Library of UNICAMP and its change to another
platform, the Institutional Repository. In continuity with these events, it also presents an
account about the Portal of Electronic Scientific Periodicals (PPEC), which counts on the
implantation of 30 titles originated and edited in the own University, of the cloud computing
initiated recently in the university, besides the definition policies for development, digital
preservation and open access to the entire scientific community.
INTRODUÇÃO
Ao que tudo indica, o acesso aberto chegou para se estabelecer de uma vez por todas,
constituindo uma conquista que editores acadêmicos e bibliotecários buscavam há muito
tempo. Entretanto, profissionais da informação devem ser cuidadosos ao disponibilizar, em
acesso aberto, resultados ou dados de pesquisas. Por mais interessante e importante que seja a
divulgação das pesquisas e de seus dados em meio eletrônico, tal ação deve ser precedida pelo
desenvolvimento de políticas institucionais cuidadosamente elaboradas, a fim de garantir
direitos das partes envolvidas e também assegurar a qualidade e confiabilidade dos conteúdos
e dados, além da preservação dos mesmos.
O acesso aberto é, definitivamente, uma grande oportunidade para a democratização do
acesso ao conhecimento. No entanto, sua administração exige grande habilidade por parte dos
profissionais envolvidos.
AS BIBLIOTECAS DA UNICAMP
Nesse sentido, vale destacar que a UNICAMP foi pioneira no Brasil ao disponibilizar,
em 2010, todo seu acervo de teses e dissertações em formato eletrônico e aberto, o que
representou enorme benefício para usuários internos e externos da Universidade, e também
para a própria UNICAMP, que, anualmente, registra números crescentes de acesso a sua
produção.
125
Disponível em: <http://www.ccuec.unicamp.br/ccuec/Historico> . Acesso em: 22 dez. 2015.
1212
126
Disponível em: <http://avervus.unicamp.br>.
127
DSpace. Disponível em: <http://www.dspace.org/ >. Acesso em: 09 dez. 2015.
1213
Biblioteca Digital
Coleções / conteúdos.
Recursos humanos.
Padronização.
Tecnologia.
Digitalização.
Direito de garantia autoria.
Preservação de documentos digitais.
técnicos em Informática para estruturar e disponibilizar a Biblioteca Digital com todo recurso
tecnológico existente para recuperação, guarda e depósito do acervo, formado inicialmente
por dissertações e teses.
No Brasil, a UNICAMP foi pioneira a disponibilizar 100% do acervo de dissertações e
teses de todas as áreas em numa Biblioteca Digital.
Atualmente, a Biblioteca Digital da UNICAMP 130 disponibiliza outros documentos,
além das dissertações e teses:
130
Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/>. Acesso em: 10 dez. 2015.
1216
fomentadas a partir da década de 1990, como a Iniciativa dos Arquivos Abertos (Open
Archives Initiative - OAI) e o Movimento de Acesso Aberto (Open Access Movement
- OAM), visando promover modelos eficientes de armazenamento, disseminação,
visibilidade e acesso aos conteúdos científicos. (WEITZEL, 2006 apud MURAKAMI;
FAUTO, 2013, p.186).
O resgate histórico revela que o primeiro repositório utilizando a filosofia dos arquivos
abertos é anterior à Constituição de Santa Fé, datada de agosto de 1991, e trata-se do
ArXiv131, cujo criador foi o físico Paul Ginsparg, do Laboratório de Los Alamos, no Novo
México. Esse sistema cobria e cobre até hoje as áreas de física e disciplinas correlatas, onde
usuários submetem ou recuperam artigos, tanto em uma interface on-line na Internet, quanto
via correio eletrônico. O sistema oferece o serviço de alerta e mecanismos de busca que
preveem diferentes perfis de usuários.
De acordo com Marcondes e Sayão (2009, p.9) ―um repositório institucional é uma
biblioteca digital destinada a guardar, preservar e garantir livre acesso via internet, à produção
científica no âmbito de uma dada instituição.‖
No entanto, muito mais que uma peça tecnológica, um repositório institucional se
constitui hoje, no contexto de um amplo e crescente movimento internacional de apoio ao
livre acesso à informação científica, num ator político (RIEGER, 2008) que desempenha um
papel como nunca antes visto no ciclo de comunicação científica.
Dessa forma, verificamos que uma forma de proliferar o movimento do acesso aberto
nas instituições, no caso nas universidades, é a implantação e criação de repositórios
institucionais que disponibilizam e promovem a visibilidade da produção científica a partir de
plataformas também de acesso livre ou fontes abertas.
Os repositórios digitais geralmente utilizam ferramentas e protocolos com base na
iniciativa de arquivos abertos (open archives initiative – OAI) que facilitam a
interoperabilidade entre sistemas (SAWANT, 2013).
Faz-se pertinente apresentar a síntese das características dos principais tipos de
repositórios digitais (LEITE, 2010):
131
Disponível em: <http://br.arxiv.org>.
1217
Nessa mesma linha de pensamento Fachin (2002), citado por Duarte e Rodrigues
(2012, p.5), afirma que:
O Acesso Aberto à informação científica promove a socialização do
conhecimento. No entanto, a disponibilização gratuita de conteúdos na
1219
Computação em nuvem
Preservação digital
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MORAES, Maria Candida. Informática educativa no Brasil: uma história vivida, algumas
lições aprendidas. Revista Brasileira de Informática na Educação, n.1, 1997.
MURAKAMI, Tiago Rodrigo Marçal; FAUSTO, Sibele. Panorama atual dos Repositórios
Institucionais das Instituições de Ensino Superior no Brasil. InCID: R. Ci. Inf. e Doc.,
Ribeirão Preto, v. 4, n. 2, Ed. esp., p. 185-201, jul./dez. 2013.
PASSOS, Rosemary; SANTOS, Gildenir Carolino; RIBEIRO, Célia Maria. Education digital
libraries management. OCLC Systems & Services: International digital library perspectives,
v.24, n.4, p. 219-226, 2008. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1108/
10650750810914229>. Acesso em: 10 dez. 2015.
SAWANT, Sarika. Open access resources useful in LIS education. Library Hi Tech News,
v.30, n.7, p.16-20, 2013. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1108/LHTN-05-2013-0029>.
Acesso em: 09 dez. 2017.
Abstract: This article aims to present the actions of the State Universty of Campinas Libraries
around its plan of development the digital preservation policy for the University libraries. The
theme, which is fundamental for long-term access to the information contents, is considered
strategic for the UNICAMP libraries. Thus the actions and partnerships developed by the
University are presented, aiming at the realization of its memory of digital information. This
paper also describes the next step in the implementation of OAIS preservation packages. As
results, the actions of the digital preservation development plan of UNICAMP libraries are
presented. It is concluded that it is essential that Brazilian institutions engage even more in
issues and discussions about digital preservation, since future access to information produced
in the present and in the past necessarily passes through the digital preservation, that is, it is
a key theme for the memory of societies and access for future generations.
1226
INTRODUÇÃO
A preservação digital, por ser um assunto complexo, não se atém apenas ao estudo das
mídias, técnicas de backup, técnicas de migração, técnicas de autenticação etc. O tema merece
um estudo interdisciplinar e institucional, cabendo aos profissionais da informação e aos
demais profissionais envolvidos no assunto a garantia da preservação e manutenção do
documento digital de forma íntegra e autêntica (INNARELI, 2011 apud SANTOS, PASSOS,
SAE, 2014).
A preservação digital possui diferentes significados para os profissionais da
informação dependendo do contexto; por exemplo, para alguns pode ser a infraestrutura e o
comprometimento institucional necessário para proteger a informação representada
digitalmente, enquanto para os especialistas das ciências da computação ela seria a maneira de
atenuar a obsolescência tecnológica e aumentar a memória humana.
De acordo com Márdero Arellano (2007)132, preservação digital ―refere-se aos
mecanismos que permitem o armazenamento em repositórios de dados digitais, e garantem a
perenidade dos seus conteúdos.‖
Márdero Arellano (2014, p.90) afirma ainda que:
A preservação digital pode ser considerada como um conjunto de atividades
complexas, que requerem anos de planejamento e custos significativos. A adoção de
tecnologias orientadas à criação de redes colaborativas pode auxiliar na mudança
dessa realidade. A opção de softwares de preservação digital para bibliotecas de
pesquisa é o passo inicial na solução do problema da salvaguarda dos documentos
digitais.
Para a State Library - New South Wales133, a preservação digital pode ser definida
como ―o conjunto coordenado e contínuo dos processos e atividades que garantem o
armazenamento de longo prazo, livre de erros de informação digital, com meios para a
recuperação e interpretação que abranjam a informação necessária, durante todo o tempo‖.
(Tradução nossa).
Pensando em preservar digitalmente a produção científica nacional, o Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia (IBICT) iniciou, em 2012, uma parceria com
a Universidade de Standford, Estados Unidos, criadora e detentora do software LOCKSS,
para propor a criação de uma subrede de preservação digital dos periódicos brasileiros que
utilizam a plataforma OJS do Projeto PKP e, desde então, tem ocorrido grandes avanços por
parte de algumas instituições na intenção de preservar digitalmente suas coleções por meio da
referida Rede.
132
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/sijed/17.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2013.
133
State Library – New South Wales. Introduction to digital preservation. Disponível em:
<http://www.sl.nsw.gov.au/public-library-services/digital-practice-guidelines-public-libraries/digital-
preservation>. Acesso em: 18 jul. 2016.
1228
AS BIBLIOTECAS DA UNICAMP
InterPARES
1230
legais;
InterPARES 2 - 2002 a 2007: teoria e métodos capazes de garantir a
A UNICAMP passou a integrar o projeto a partir da sua terceira fase, já que nessa
etapa o InterPARES visava a implantação de projetos em organizações ou unidades de
arquivo.
A UNICAMP participou colaborando com a indicação de seis projetos, apresentados
como estudos de caso, a saber:
Estudo de caso 01 - Assessoria de Comunicação e Imprensa - registros fotográficos
digitais;
Estudo de caso 02 - Rádio e Televisão - registros audiovisuais: programas de TV;
arquitetura.
Estudo de caso 06 - Diretoria Geral de Recursos Humanos - Demonstrativo de
pagamento de pessoal.
O SBU teve sua participação no projeto com o Estudo de Caso BR04 intitulado
―Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Campinas: Teses e dissertações
digitais‖, que teve como objetivos propor e implementar um plano de ação para a preservação
das teses e dissertações digitais produzidas pelos alunos de pós-graduação para a obtenção de
títulos de doutor e de mestre, inseridas, gerenciadas e dispostas ao acesso pela Biblioteca
Digital, visando mantê-las confiáveis, autênticas e acessíveis ao longo do tempo, dada sua
1231
importância como prova de conclusão, pelos alunos, dos cursos dos programas de pós-
graduação. Para tal, foi criado, na UNICAMP, um grupo de trabalho liderado pelo Arquivo
Central do Sistema de Arquivos, com a participação de representantes do próprio Arquivo e
do Sistema de Bibliotecas (SBU), sob a orientação do Arquivo Nacional do Brasil.
(VICENTINI et al., 2012).
O estudo de caso seguiu a metodologia proposta pelo Projeto InterPARES 3. Os
pesquisadores designados na UNICAMP realizaram coleta de dados com base em roteiros
específicos definidos pelo projeto, com o objetivo de reunir informações sobre os contextos
em ambiente de produção e armazenamento, bem como características da entidade digital em
estudo. Esta coleta de dados foi feita a partir de entrevistas com os responsáveis pela
manutenção das teses e dissertações e pelo sistema ―Biblioteca Digital‖. Após a coleta de
dados, os pesquisadores realizaram a análise diplomática dos documentos digitais em estudo e
o plano de ação para preservação. (VICENTINI et al., 2012).
O andamento de cada um dos projetos foi descrito no site do InterPARES Project,
citando os projetos realizados pela UNICAMP na terceira fase. Outros desdobramentos estão
sendo realizados em uma nova fase do InterPARES, denominado como InterPARES Trust, ou
simplesmente, ITrust projetado para o período de 2013 a 2018.
O InterPARES Trust é um projeto de pesquisa multi-nacional, interdisciplinar, que
aborda questões relacionadas a registros digitais e dados confiados à internet. Seu objetivo é
gerar estruturas teóricas e metodológicas para desenvolver políticas, procedimentos,
regulamentos, normas e legislações locais, nacionais e internacionais, a fim de garantir a
confiança pública baseada em evidências de boa governança, uma economia digital forte e
uma memória digital persistente. Esse projeto possui parceria de pesquisa que inclui mais de
70 instituições em todo o mundo - universidades, arquivos e bibliotecas nacionais e regionais,
agências governamentais, agências intergovernamentais e transnacionais e empresas - e mais
de 300 pesquisadores e assistentes de pesquisa de pós-graduação.
Uma das mais importantes motivações para a criação dos repositórios institucionais [e
também portais de periódicos] é assegurar que os materiais digitais de pesquisa
permaneçam disponíveis e acessíveis por longo prazo, contribuindo para a construção
e preservação da memória acadêmica das instituições de pesquisa e ensino. Nessa
direção, espera-se que os repositórios digitais [e os portais de periódicos] disponham
de metodologias e ferramentas que mantenham íntegros estes estoques por longo
prazo. (grifo nosso).
1232
É importante lembrar que na UNICAMP, entre os anos 2002 a 2005, houve a iniciativa
de desenvolver para a Universidade uma política baseada no e-ARQ, tendo como base o
1234
Espera-se que num período aproximado de cinco a seis meses que o SBU conclua as
ações efetivas do plano de desenvolvimento da preservação digital da UNICAMP – SBU,
conforme ações abaixo:
Preservação das teses e dissertações na Rede Brasileira de Preservação Digital -
Cariniana, bem como dos documentos do Repositório Institucional e das obras raras
digitalizadas;
Implantação de sistemas e softwares para autenticação e certificação digital dos
documentos segundo modelo OAIS;
Inclusão da Memória da informação digital;
Atribuição de DOI (Digital Object Identifier) para as dissertações e teses. (60.000
documentos) da Universidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
______. ; PASSOS, R.; SAE, M. D.G. A preservação digital dos periódicos científicos
produzidos na UNICAMP: um relato de experiência. Ciência da Informação, Brasília, DF, v.
41, n. 1, abr. 2014. Disponível em: <http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/2114>.
Acesso em: 10 dez. 2017.
Amazonas, whose objective is to contribute with solutions practiced from scripts or steps
proposed in the literature consulted for the obstacles experienced. The methodology used was
exploratory, generated through a bibliographical survey with a qualitative perspective,
including main concepts of Open Access, DSpace Platform and Institutional Repositories. As
a result, operating policies, community awareness, elected free access software, information
structure and relevant characteristics are presented. It is concluded that the UEA Institutional
Repository will need to be dynamic, adopting marketing actions for greater participation and
participation of the scientific community, frequent updates of the platform and personnel with
participation in events and the future implementation of Research Repository.
INTRODUÇÃO
Da mesma forma, Leite et al. (2012) diz que é importante frisar que repositórios
institucionais são veículos de maximização da disseminação de resultados de pesquisa, dado
que tornam seus conteúdos disponíveis e acessíveis amplamente.
Como enfatiza Kuramoto (2009), os Repositórios Institucionais (RI) constituem, hoje,
uma das principais iniciativas para a implantação do acesso livre no mundo. Os benefícios que
essa iniciativa traz para os pesquisadores, as instituições de ensino e pesquisa, assim como
para os países são expressivos. Podemos mencionar do ganho da visibilidade imediata pela
produção científica, aumento da colaboração internacional e novas fontes e oportunidades de
financiamento.
1242
Dentro das políticas de livre acesso que vão se formulando por todo o mundo, os
repositórios institucionais assumem um papel-chave. Longe de serem somente um
aparato tecnológico, os repositórios institucionais se inserem como um instrumento
dentro de uma política institucional, de determinada área de conhecimento ou
comunidade acadêmica e, mesmo, nacional.
REVISÃO LITERÁRIA
A crise econômica que as Bibliotecas enfrentaram com altos custos para ter acesso aos
principais periódicos científicos, a dificuldade dos próprios pesquisadores de não terem
acesso às suas publicações, são alguns dos motivos que impulsionaram o surgimento de
alternativas em acesso aberto como a criação de periódicos científicos eletrônicos e
bibliotecas digitais.
1243
Para que o Movimento do Acesso Aberto tivesse amplitude foram feitos encontros da
comunidade atuante que resultaram em axiomas seguidos mundialmente. As principais
declarações e manifestos de definição de Acesso Aberto são: Declaração de Budapest Open
Access Initiative - BOAI (dez. 2001) e a Declaração de Berlim sobre Acesso Aberto
concretizando a Iniciativa do Movimento do Acesso Aberto mundial. No Brasil o Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT divulgou o documento intitulado
Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica (2005).
Tais declarações reforçaram a importância da criação de repositórios como destaca
(SHINTAKU, 2009 p. 77) ―Entretanto, os repositórios receberam destaque maior com o
movimento de arquivos abertos, acesso aberto e outros, principalmente pelas possibilidades de
interoperabilidade e autoarquivamento, o qual permitiu troca de informações entre sistemas e
maior participação do autor na disseminação da informação‖.
Os Repositórios Digitais (RDs) são sistemas de informação abertos e interoperáveis
destinados à gestão da informação científica e acadêmica, capazes de armazenar arquivos de
diversos formatos, constituindo-se em vias alternativas de comunicação científica e ampliação
de visibilidade da produção (TORINO, 2017).
Estudos realizados por Leite e Costa (2009, p.165) apontam que os repositórios
digitais podem ser três tipos: Repositórios disciplinares ou temáticos - áreas específicas do
conhecimento; Repositórios de teses e dissertações - armazenam exclusivamente teses e
dissertações e Repositório institucionais - que são dedicados à produção intelectual de uma
instituição.
Tão importante quanto disponibilizar o acesso à informação em meio digital
gratuitamente, foi à criação de protocolos e padrões abertos para interoperabilidade dos
metadados como, por exemplo, Iniciativa OAI e Protocolo OAI-PMH que são padrões
internacionais reconhecidos que garantem maior integração e interoperabilidade com outros
sistemas.
Ainda nessa mesma linha de consideração, Sayão e Marcondes (2009) dizem que
interoperabilidade é a troca de informações entre bibliotecas digitais e a possibilidade de
buscas em repositórios heterogêneos administrados por diferentes instituições organizadas em
diferentes níveis de federação.
1244
Shintaku e Meirelles (2010 p. 61) enfatizam que um objeto digital com extensão
desconhecida ao DSpace não impede a completude do processo de submissão, apenas registra
o formato como desconhecido.
O DSpace é licenciada sob a licença BSD open source, isto é, uma vez instalado
poderá ser usado, modificado e até integrar o seu código em aplicação comercial da
organização que está o operando.
Segundo Kuramoto (2009 p. 203)
Ainda nessa mesma linha de consideração Sayao e Marcondes (2009, p. 23) citam que
por todo o mundo, as universidades e os centros de pesquisas estão, planejando,
implementando ou operando repositórios institucionais.
A respeito disso, na literatura há vários modelos de roteiros para planejamento e
implantação, alguns com mais etapas ou menos, contudo a base é a mesma citada por Leite
(2009, p. 29) divido em quatro partes que correspondem às fases da criação de repositórios
institucionais: planejamento, implementação do repositório institucional, assegurando a
participação da comunidade e estratégias para construir o sistema global e aberto de gestão e
comunicação da informação científica.
Em outro modelo Torino (2009 p.111) apresenta um quadro sintético das etapas da
implementação de repositórios digitais. A saber: objetivo; equipe, instâncias e atribuições;
mandato e mecanismos de acompanhamento; arquitetura da informação; gestão de coleções;
metadados; tipologias, formato e tamanho de arquivos; direito autoral e embargo; formas de
povoamento; fluxo de trabalho; tratamento da informação; preservação digital e atualização.
1246
POLÍTICAS DO RIU-UEA
PLATAFORMA ESCOLHIDA
URL DO RI-UEA
FUNCIONALIADE DO RI-UEA
Seguimos etapas de verificação dos objetos, desde a sua formatação, conteúdo para
povoar na comunidade correta, Termo de Autorização de Publicação Digital para liberação
de publicação aberto ou restrito, depósito dos objetos (nome do arquivo do documento, neste,
elegemos o título do documento como padrão de identificação).
1249
CARACTERÍSTICAS RELEVANTES
Foi instituída uma Portaria n. 487/2017 - GR/UEA que determina a entrega das
produções científicas e acadêmicas às bibliotecas setoriais da Universidade, em se tratando de
depositório e povoamento. O povoamento é mediado pela Biblioteca Central e Bibliotecas
Setoriais.
Quanto às buscas no RI, foi disponibilizada a opção DSI - Disseminação Seletiva da
Informação, notificação enviada por e-mail de novos objetos depósitos com o assunto de
interesse do usuário. As formas de buscas são por meio das comunidades e coleções e
específicos por autor, títulos, orientador, ano de publicação e podem ser feitas nos idiomas:
português, inglês e espanhol.
Disponibilizamos no ícone Documentos Úteis a Política do Repositório Institucional, o
Termo de Autorização de Publicação Digital (Licenças Creative Commons) e o serviço de
geração de ficha catalográfica.
A coleta dos dados é feita pela Rede Norte de Repositórios
<http://redenorte.ufam.edu.br> do qual fazemos parte e esta por sua fez é coletada pelo
Repositório OASISBr um mecanismo de busca multidisciplinar que permite o acesso gratuito
à produção científica de autores vinculados a universidades e institutos de pesquisas
brasileiros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COSTA, Suely Maria de Souza; LEITE, Fernando César Lima. Insumos conceituais e práticos
para iniciativas de repositórios institucionais de acesso aberto à informação científica em
bibliotecas de pesquisa. In: (ORG.), Luis Sayão. Implantação e gestão de repositórios
institucionais: políticas, memória, livre acesso e preservação. 1. ed. Salvador: EDUFBA,
2009. p. 163-202.
GARCIA, Patricia de Andrade Bueno; SUNYE, Marcos Sfair. O protocolo OAI-PMH para
interoperabiliade em Bibliotecas Digitiais. In: CONGRESSO DE TECNOLOGIAS PARA
GESTÃO DE DADOS E METADADOS DO CONE SUL. I., 2003, Ponta Grossa. Anais...
Ponta Grossa: CONGED, 2003. p. 01-12.
LEITE, Fernando César Lima. Repositórios institucionais. 1 ed. Brasília: IBICT, 2012.
SHINTAKU, Milton. Tecnologias para gestão da informação. In: (ORG.), Fernando Vechiato
et all.. Repositórios digitais: teoria e prática. 1 ed. Curitiba: EDUTFPR, 2017. p. 67-89.
Eixo II
large national newspaper. As a methodological strategy was the descriptive approach and the
qualitative and quantitative aspects were adopted, since the differences and similarities of
these repositories are analyzed, as well as their numerical quantification. It was concluded
that the federal universities repositories of the South region presents some advantages in
relation to the Midwest, especially in the adoption of policies, confection and availability of
manuals and tutorials of the repositories operation.
INTRODUÇÃO
As dificuldades para o acesso à literatura científica podem ser observadas pelo prisma
das constantes tensões entre editoras científicas comerciais e bibliotecas. O movimento de
acesso livre à informação científica tem por essência a contrariedade aos dois contextos: altos
1255
preços cobrados pelas editoras científicas comerciais para o acesso às suas publicações e a
dificuldade de os pesquisadores acessarem a informação inserida em seus documentos. Na
literatura convencional os dois contextos são tidos como elementares para a chamada ―crise
dos periódicos‖ (RODRIGUES, 2004a).
Com o tempo, novas expressões começaram a ser pensadas no meio científico para
suprir as necessidades informacionais, uma vez que a internet e o uso massivo das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s) começavam a ser inseridas na ciência
(CRESPO; CORRÊA, 2006; GUANAES; GUIMARÃES, 2012). É neste limiar que surge o
movimento de acesso livre à informação científica. O acesso livre é um termo alocado dentro
da chamada ―ciência aberta‖. Segundo Albagli (2017) a ciência aberta pode ser vista como um
movimento de movimentos que incorpora elementos da ciência em diferentes frentes.
Uma das primeiras iniciativas do movimento de acesso livre está no lançamento, em
1991, do repositório digital temático Arxiv, por Paul Ginsparg do laboratório de Los Alamos,
Novo México, Estados Unidos (MUELLER, 2006). O Arxiv é um repositório voltado para as
áreas de Física, Matemática, Ciência da Computação e correlatas, cuja finalidade estava no
depósito de manuscritos, pelos autores dessas áreas, que poderiam ter acesso ao mesmo em
diversas localidades do planeta. Esses manuscritos inseridos no repositório são chamados de
preprints, pois os mesmos não passaram pelo crivo da revisão pelos pares (MUELLER,
2006). O sistema de avaliação dos textos submetidos no Arxiv foi motivo para críticas por
parte da comunidade científica ao movimento que começava a ser desenhado (GUANAES;
GUIMARÃES, 2012).
Em 1999 é anunciada a Convenção de Santa Fé que, entre diversos pontos discutidos e
debatidos, foram definidos alguns princípios, como: a obrigatoriedade da revisão pelos pares
nas publicações de acesso livre, a interoperabilidade entre os sistemas de filosofia aberta e o
autoarquivamento (TRISKA; CAFÉ, 2001). Na mesma Convenção, foi compactuada a
iniciativa dos arquivos abertos (open archives initiative) onde o uso de softwares de código
aberto passou a ser utilizado como estratégia de interoperabilidade entre sistemas de acesso
livre (GUANAES; GUIMARÃES, 2012). O Open Archives Initiative Protocol for Metadata
Havesting, o protocolo OAI-PMH, surge neste cenário com a finalidade de possibilitar a
interoperabilidade entre bibliotecas e repositórios digitais, assim como o compartilhamento de
metadados utilizando o padrão Dublin Core (GARCIA; SUNYE, 2003).
Na Reunião de Budapeste em 2002, duas estratégias foram definidas: a via verde e a
via dourada (HANARD et al., 2004). A via verde é representada pelo autoarquivamento, ou
seja, o depósito de materiais em repositórios digitais; e a via dourada constitui o fomento e
1256
editoração de periódicos científicos com a filosofia aberta. A via dourada, por sua vez, está
dividida em pura e híbrida (VEIGA et al., 2017).
A via dourada pura é aquela financiada por instituições e que não apresenta
dificuldades para o acesso aos periódicos de acesso livre. Esta via também pode ser
concretizada por editoras comerciais, ocorrendo o pagamento de taxas pelo o autor ou
instituição, mas sem barreiras de acesso ao leitor. O modelo híbrido da via dourada é aquele
em que o periódico possui a filosofia aberta e restrita ao mesmo tempo, mediante a taxa
ocasionando barreira financeira ao autor e para a instituição (VEIGA et al., 2017).
Em relação à via verde, Mueller (2006) define os repositórios institucionais como
ferramentas que buscam reunir documentos produzidos por uma instituição. Leite (2009)
justifica que o objetivo dos repositórios institucionais está no aumento da visibilidade da
produção científica pelo corpo funcional da instituição; maximização da comunicação
científica interna e externa; acessibilidade, uso e impacto da produção científica institucional.
Sayão e Marcondes (2009, p. 24) contribuem afirmando que
Na visão de Hanard et al. (2004) e Rodrigues (2004b), a via verde é tida como a
principal na propagação do acesso livre. Os repositórios institucionais tornaram-se
importantes ferramentas para a disseminação da ciência. Ao se levar em consideração que um
dos objetivos da universidade é o de auxílio na produção e disseminação de conhecimento
técnico-científico, os repositórios institucionais passaram a constituir um papel estratégico
neste processo.
Em busca realizada no mês de janeiro de 2018, pelos autores deste trabalho, verificou-
se no site do Directory of Open Access Repositories (OpenDoar) que a maioria dos
repositórios cadastrados no diretório são classificados como institucionais. O OpenDoar é um
diretório oficial de repositórios de acesso livre mantido pela Universidade de Nottingham,
Reino Unido, em conjunto com a Universidade de Lund, Suécia, constituindo em um grupo de
serviços desenvolvidos pela SHERPA (MELIS, 2013). Os dados reportam aos seguintes
números: 2.968 repositórios estão cadastrados como institucionais, 304 como temáticos, 107
como agregadores e 85 como governamentais. Lembrando que o OpenDoar apresenta um
recorte mundial de repositórios.
Neste trabalho, a escolha pelas regiões Sul e Centro-oeste se deu, conforme já
mencionado, por serem as únicas que possuem repositórios institucionais em todas as
universidades federais, assim como, pela grande representatividade que as mesmas
apresentam no cenário científico e tecnológico nacional. Em ranking divulgado pelo jornal
―Folha de São Paulo‖, no ano de 2017, lista, em diferentes frentes, o desempenho das
universidades brasileiras. Centralizando os nossos esforços em um top 10 do ranking, nos
quesitos ―Ensino‖ há a representatividade de 8 universidades federais; em ―Pesquisa‖,
―Melhores universidades‖ e ―Internacionalização‖ o quadro é representado por 7
universidades em cada quesito; e em ―Mercado‖ há a concentração de 3 universidades
federais.
Para a discussão dos resultados, este estudo concentrará os esforços nos critérios
adotados por Silva (2017) que consiste nas análises de: software do repositório; equipe
responsável; disponibilização de manual e/ou tutorial e política. Ainda foi adicionada a
análise da arquitetura da informação dessas ferramentas. A arquitetura da informação,
segundo Marques e Vechiato (2017, p. 3) ―[...] subsidia a estruturação e a organização da
1258
METODOLOGIA
O quadro a seguir apresenta as universidades federais que serviram de base para este
estudo, por regiões geográficas (Centro-Oeste e Sul).
SUL
FURG Dspace X X X
UTFPR Dspace X
UNILA Dspace X X
UFPEl Dspace X
UFSM Dspace
UFPR Dspace X
UFRGS Dspace X X
Fonte: Adaptado de Silva (2017).
gestão e desenvolvimento do mesmo. Para fins qualitativos, neste estudo foi pensado que a
definição de equipe está no detalhamento dos profissionais que atuam no repositório. Nesta
perspectiva, apenas a FURG e a UnB apresentam a equipe nominalmente em seus
repositórios. Acreditamos na importância da disponibilização da equipe para que saibamos
como a mesma está composta, além de também poder servir como um instrumento primário
de pesquisa para outras instituições que ainda não possuem o seu repositório pensarem na
formação da sua equipe de trabalho. O repositório da FURG conta com bibliotecários,
bolsistas e analistas em tecnologia da informação. O da UnB conta com duas bibliotecárias.
Segundo Leite (2009) a necessidade de recursos humanos para um repositório irá variar de
instituição para instituição. Ainda assim, segundo o autor, a composição da equipe é, em
muitos casos, constituída principalmente de forma multidisciplinar com as presenças de
bibliotecários, analistas de sistemas e profissionais de comunicação / marketing.
O manual foi encontrado apenas no repositório da UFSC. A presença de um manual é
importante para explicar e exemplificar as funcionalidades de todo o repositório. Explicar
como as comunidades são constituídas, os procedimentos para as buscas simples e avançada,
uso de operadores booleanos etc, faz com que a informação disposta no manual seja clara para
quem navega no repositório. Em compensação, 6 instituições apresentam tutoriais em seus
repositórios. O tutorial é um procedimento simples, condensado e direto sobre as práticas
cotidianas de uso do repositório. A sua importância está na simplificação da informação ao
usuário. É menos completo que um manual, mas apresenta funcionalidades. Um tutorial pode
estar em um documento em formato pdf, em formato de vídeos, pode conter ilustrações,
perguntas e respostas, etc, em linhas gerais, é um passo a passo rápido das funcionalidades do
repositório.
A política de um repositório caracteriza-se em um documento que fundamenta a
existência do mesmo. Dos 16 repositórios analisados, 10 apresentam política definida.
Segundo Marcondes e Sayão (2009, p.18) as políticas irão variar
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Damasceno (2015) são por meio das mídias sociais que 72% da população de países
emergentes buscam informação. Esta informação poderá servir de base para estudos futuros
no que diz respeito ao impacto das mídias sociais nos repositórios institucionais.
REFERÊNCIAS
HANARD, S. et al. The green and the gold roads to open access. Nature Web Focus,
London, 2004. Disponível em: <http://www.nature.com/nature/focus/accessdebate/21.html>.
Acesso em: 27 dez. 2017.
1265
TRISKA, R.; CAFÉ, L. Arquivos abertos: subprojeto da biblioteca digital brasileira. Ciência
da Informação, Brasília, DF, v. 30, n. 3 p. 92-96, 2001. Disponível em:
<http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/917/954>. Acesso em: 20 nov. 2017.
Abstract: Describes the use of digital libraries, their differences and traditions, and tries to
know if a undergraduates in librarian science accesses and uses the tools in their daily lives.
Having as a general objective showing a qualified profile of the library science
undergraduates and how they will operate on this new concept of digital libraries, and having
as a specific objective establishing a new conceptual chart on the current state of the ongoing
library science graduation. The collection tool was an online questionnaire, applied to
undergraduate students of Librarianship through Facebook groups, from 15th to 18th
November 2017, obtaining 103 responses. The research method was quantitative and
qualitative demonstrated by tables and graphs. Concludes that most of the undergraduates of
Library science already knew them and used these tools, however, they did not have the
domain nor did they feel fully apt to use them in their informational daily life and for their
1268
users. Therefore, it is shown that there is a need for more specific disciplines for better
training, which is to measure satisfactorily, in addition to practice and theory.
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas digitais e virtuais surgem com novos suportes, para suprir as funções
que uma biblioteca tradicional deve exercer e ampliando a forma de acesso às informações e
suas atualizações e viabilizando de forma eficiente o armazenamento e compartilhamento do
conhecimento.
1270
134
Tradução: Memória extensiva.
² Tradução: Rede mundial de computadores.
1271
eletrônico ou digital. Seu conceito ainda se difere muito de autor para autor, sendo algo em
fase de maturação, mas segundo Sayão, uma biblioteca Digital é:
O conceito de biblioteca digital não é algo que desponta desvinculado da idéia
ancestral que temos de biblioteca, ao contrário, ele se desenvolve tendo como
fundamento uma analogia direta com a biblioteca tradicional e com a sua missão de
organizar coleções impressas e outros artefatos, de operar serviços e sistemas que
facilitem o acesso físico e intelectual – e também o acesso de longo prazo – aos seus
estoques informacionais. (SAYÃO, 2009 p. 19).
O termo biblioteca virtual foi primeiramente utilizado por Tim Berners-Lee (criador
da internet) e ele utilizou esse termo para designar o processo de um site que direcionava o
leitor a uma coleção de documentos com textos completos na internet que agrega links a
objetos digitais e páginas na web. Para Rowley a biblioteca virtual:
[...] não implica localização física, seja para o usuário final, seja para a fonte. O
usuário pode acessar a informação a partir de qualquer ponto e a informação está em
qualquer lugar. Há um sentido de aleatoriedade, pois é irrelevante para o usuário
saber onde a informação é mantida. [...] a biblioteca virtual independe de local, é
acessada e fornecida pelas redes de comunicações, enquanto a biblioteca eletrônica
pode ser visitada fisicamente pelo usuário. A biblioteca virtual, é claro, pode ser
oferecida pela biblioteca eletrônica, mas a recíproca não é verdadeira. (ROWLEY,
2002 p.21),
Atualmente, a biblioteca virtual compreende uma unidade de informação que pode ser
totalmente nato digital, ou que ofereça todos seus serviços (e acervo), de forma online para
seus usuários, operando em tempo real e trazendo mais comodidade, em que se pode ter
acesso em qualquer tempo e lugar, sem que seja necessária a ida ao ambiente físico de uma
biblioteca. A rapidez do acesso à informação, facilitada pela consulta às bases de dados
substitui os antigos fichários, e a longa leitura do conteúdo.
Diante desta nova realidade desse profissional, outra pergunta surge, será que os novos
profissionais da informação estão tendo uma formação que os prepara para essa nova
realidade ou que os incentivam a estar sempre em atualização com essas novas práticas?
Indo muito mais além de apenas afirmar a importância do bibliotecário em procurar
sempre se capacitar, é saber se os futuros profissionais têm plena ciência de tal necessidade,
se eles conhecem de forma profunda os novos suportes, se dominam as ferramentas contida
neles e se fazem uso destes novos suportes como forma de obter maior conhecimento e
capacitação.
1273
4 METODOLOGIA
Neste trabalho foi utilizado um estudo exploratório com alunos e ex alunos do curso
de graduação em Biblioteconomia. O método de pesquisa de forma qualitativa e quantitativa
se deu através de um questionário digital expondo uma análise estatística através de quadros,
tabelas e gráficos. O questionário digital de formulação própria foi divulgado nos dias 15 a 18
de novembro de 2017 em 12 grupos da rede social Facebook voltados para Biblioteconomia.
Os grupos são de alunos, turmas, universidades e grupos generalizados voltados para a área, e
o objetivo dessa divulgação foi para que alunos e ex-alunos do curso de Biblioteconomia de
várias universidades brasileiras colaborassem com suas respostas como mostrado na Tabela 1.
O questionário utilizado possui 16 questões sendo uma de múltipla-escolha e uma em
que era permitido que o indivíduo respondesse com suas próprias palavras. O questionário foi
dividido em três partes para que seguisse um fluxo de ideias, como mostra o quadro 1.
5 OBJETIVO DO QUESTIONÁRIO
2) Sexo
3) Faixa etária
1274
8) Você considera que apenas as disciplinas obrigatórias da grade curricular do seu curso são
suficientes para capacitação de um futuro bibliotecário?
9) O que você mudaria ou acrescentaria na grade curricular do seu curso, julgando ser
necessário para sua formação profissional?
10)De acordo com os seus conhecimentos adquiridos na graduação, você se considera apto a
lidar com qualquer tipo de suporte informacional?
11) Você acha necessário que um bibliotecário esteja sempre se atualizando e se capacitando
nas novas tecnologias e nos novos métodos de lidar com a informação?
15) Você considera apto a ser bibliotecário capaz de auxiliar o usuário e ou gerenciar
bibliotecas digitais e virtuais de acordo com os seus conhecimentos?
16) Caso a sua resposta na questão anterior tenha sido não, nos informe entre essas possíveis
razões.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
6 RESULTADOS DA PESQUISA
segunda formação. No gráfico 1, destaca-se a faixa etária dos alunos da maioria é entre 18-29
anos, mostrando que os atuais alunos de biblioteconomia são jovens adulto.
Sexo
Feminino Masculino Outro
81 19 1
Faixa etária
18-23 24-29 30-39 40-50 51+
41 25 20 11 6
Ano de Ingresso
1976 1990 1991 1996 2000 2003 2005 2006 2008
1 1 1 2 1 1 1 2 1
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
1 2 3 2 13 16 24 16 15
6%
11%
40%
19%
24%
9% 6%
85%
10%
90%
SIM NÃO
34%
66%
SIM NÃO
No quadro 1 a questão de número 9, uma pergunta não obrigatória aberta, foi dado
espaço para respostas sobre o que o aluno mudaria ou acrescentaria na grade curricular do
curso levando em conta a formação profissional. Das 103 pessoas que responderam a este
questionário, 88 responderam essa questão. Dessas respostas treze foram selecionadas, como
mostra o quadro 2, resumindo a opinião dos demais usuários. As críticas e sugestões possuem
em comum a ausência de disciplinas voltadas à tecnologia, mediação de leitura, gestão,
marketing, empreendedorismo e a flexibilização das grades curriculares.
1279
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordou-se nessa pesquisa o uso das bibliotecas virtuais e digitais, além de apresentar
seus conceitos, sua importância, e a partir de questionário aplicados de forma virtual
respondido pelos alunos e ex-alunos de Biblioteconomia de várias regiões do Brasil. Foi
possível avaliar como se sentem, visto que, o panorama da Ciência da Informação está cada
vez mais voltado para esses aspectos tecnológicos, e percebeu-se a dificuldade de repassar
1280
REFERÊNCIAS
PROCÓPIO, Ednei. Construindo uma biblioteca digital. São Paulo: Edições Inteligentes,
2004.
SAYÃO, Luis Fernando. Afinal, o que é biblioteca digital?. Revista USP: SP, n.80, p. 6-17,
dez./fev. 2008-2009.
TOUTAIN, Lídia Maria Batista Brandão. Biblioteca digital: Definição de termos. In:
MARCONDES, Carlos H. et al. Bibliotecas digitais: saberes e práticas. Brasília: IBICT,
2005. cap 1. p. 15 - 24.
Abstract: This work consists of the presentation of the BU Publications project developed at
the University Library of the Federal University of Santa Catarina. It is a service that
proposes to be a channel for making available to the society technical-scientific and artistic-
literary works from the projects and knowledge developed and designed by the employees
who work in the library or developed in partnership with other sectors of the university. It
analyzes the professional skills required for librarians working with the printed and / or
electronic book publishing process. It highlights the guidelines that guide the publishing
process and involves the stages of evaluation, selection and editing of bibliographic material.
It concludes by highlighting the innovative character of the project and reveals how the
library anticipates the demands aligned with the movements of independent publishers and
consolidates itself as a space of sharing, learning and production of knowledge guided by
dialogue and closer relationship with society.
1 INTRODUÇÃO
fornecido pela biblioteca [...]‖ cuja finalidade é ―[...] a produção e disseminação organizada
de publicações acadêmicas em qualquer formato [...]‖.
Assim, retoma-se o cerne desse texto ressaltando que, no caso específico do serviço
BU Publicações, o foco é o trabalho de editoração na produção e disseminação de livros
publicados prioritariamente em versão eletrônica, podendo ou não possuir também uma
versão impressa.
Trabalhar com a editoração de livros quer seja em formato eletrônicos ou impressos é
mais uma oportunidade de atuação para os bibliotecários. Isso porque, essa atividade não se
distancia de um dos princípios fundamentais da profissão que é se posicionar como interface
entre o leitor/usuário e a informação/conteúdo. O que diferencia, no caso da editoração, é a
participação ativa do bibliotecário atuando como editor e se colocando entre o
autor/organizador da obra e o leitor final. Transformando, assim, os estudos e as ideias do
primeiro em material acessível para o segundo.
Para atender a esse tipo de demanda, os bibliotecários precisam observar às inúmeras
etapas necessárias (processuais e técnicas) que necessitam sem atendidas para que o livro seja
finalizado e esteja disponível aos seus leitores. Nesse transcurso, o profissional que trabalha
com a produção editorial deve estar atento à importância e a necessidade da criação de um
bom catálogo, isso quer dizer, produzir uma lista com livros interessantes, oriundos de fontes
seguras e confiáveis. Associado a essa questão qualitativa das publicações, outras
competências são necessárias. Competências, estas, que podem se desenvolver conhecendo as
principais práticas editoriais, pois ao atuar como editor será necessário ter claro todos
processos de editoração (avaliação, seleção e edição), além do conhecimento da informação
que será convertida em livro, conforme dito anteriormente.
Sobre o processo para se realizar a edição de um livro, Silva (2012, p. 137) elencou os
principais passos a serem seguidos: ―1- reunir e organizar o material a ser publicado
(digitando, fotografando ou de outro modo); 2- providenciar a documentação legal para isto
(ISBN, ISSN ou outra) e catalogação‖. Após isso, quando estiver ―3- organizado (ou
diagramado) o livro, providenciar pelo menos três boas revisões; 4- por fim, providenciar a
impressão, montagem e distribuição nos pontos de venda, com uma boa divulgação da obra. ‖
A observância de todos esses fatores foi fundamental para que a ideia inicial de se
criar um núcleo editorial na BU, pensada inicialmente em 2012, tomasse corpo e se
desenvolvesse resultando na publicação do livro Gestão de bibliotecas universitárias:
experiências e projetos da UFSC (2013), organizado pela bibliotecária Narcisa De Fátima
Amboni, à época diretora da BU. Esse livro, publicado em formato impresso e eletrônico foi o
1286
marco inicial do projeto e das definições das diretrizes para o processo de publicação de obras
com o prefixo editorial da BU/UFSC. Após esse período, o projeto em si passou por um
momento de análise, avaliação, reestruturação dos objetivos e das suas diretrizes. Todos esses
aspectos culminaram com a oficialização formal do projeto, por meio da portaria n.
1272/2017/GR, de 06 de junho de 2017, aprovada pelo reitor e publicada no Boletim Oficial
da UFSC. Essa portaria cria o Conselho Editorial (CE) do projeto BU Publicações e designa
os membros integrantes.
Cabe ressaltar que durante o processo de concepção do projeto e reestruturação das
diretrizes, outros títulos, além do citado acima, foram publicados com o selo BU Publicações.
Cita-se, por exemplo, as obras do projeto Cinema Mundo/UFSC 135 e o livro literário Entre
estantes e entre tantos: histórias inusitadas na biblioteca, publicado em março de 2017. A
publicação dessas obras foi essencial para o aperfeiçoamento do projeto e motivação da
equipe envolvida.
Particularmente, o livro Entre estantes e entre tantos: histórias inusitadas na
biblioteca é resultado da iniciativa de um projeto de extensão, coordenado por bibliotecários,
que visava reunir em formato de textos literários, parte das histórias, experiências e
acontecimentos inusitados que ocorrem no ambiente da biblioteca, transformando-os em obra
de ficção, porém com inspiração em fatos reais. Sobre a concepção de um livro literário com
essas características, Bem e Grants (2015) afirmam que a criação de um livro nesses moldes é
uma proposta de inovação em gestão, primeiramente pela originalidade do projeto e a
valorização do capital humano da biblioteca, além de incorporar o caráter participativo e
integrativo por parte da equipe.
A idealização desse livro e a sua construção, em especial, contaram com o apoio e
participação de várias pessoas numa demonstração da interdisciplinaridade de saberes. Assim,
o grupo foi formado por bibliotecários, professores, escritores, poetas e profissionais com
habilidades na área de revisão, diagramação e ilustração. Sobre a ilustração do livro, cabe
registrar que, esta, foi desenvolvida por um colega bibliotecário que criou as imagens a partir
da leitura dos textos que compõem o livro. Atualmente, essa imagem tornou-se representativa
do espaço da biblioteca e está sendo usada como estampa plotada na entrada principal da
Biblioteca Central e em sacolas de eventos promovidos pela BU. O uso dessa imagem permite
135
O projeto Cinema Mundo/UFSC é uma parceria entre a BU/UFSC e o curso de cinema da UFSC. O projeto
criou a coleção Cadernos de Crítica e foram publicados, até o momento, três volumes – v.1 Mulheres no/do
audiovisual (2016), disponível em: <goo.gl/h39C87>; v.2 – Cinema de culto (2017), disponível em:
<goo.gl/fSidxs>; v.3 – Expressões do horror: escritos sobre cinema de horror contemporâneo (2017), disponível
em: <goo.gl/41DnTu>.
1287
dar um caráter de pertencimento aos servidores que adentram todos os dias o espaço que
recria e publica as histórias por eles vividas no cotidiano da Biblioteca.
Figura 1- Capa do livro Entre estantes e entre tantos: histórias inusitadas na biblioteca
136
O modelo de contrato será apresentado, na sua íntegra, ao final deste trabalho.
137
O Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) possui como orientação ―[...] esclarecer e proteger o
participante da pesquisa, assim como, o pesquisador que por este meio manifesta seu respeito à ética no
desenvolvimento do trabalho‖. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2017a). O modelo de
TCLE usado nesse projeto será apresentado ao final deste artigo.
1289
Ainda sobre a questão de direitos autorais, por se tratarem de livros de acesso aberto,
serão concedidos aos títulos, o modelo de licença Creative Commons – atribuição CC BY
(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)138. Essa licença:
[...] permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu
trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela
criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É
recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
(CREATIVE COMMONS BRASIL, 2017)
138
Sobre esse aspecto, cabe ressaltar que foi feita uma consulta à Procuradoria Federal junto à UFSC quanto a
escolha dessa licença Creative Commons estar alinhada ao Estatuto da Universidade. O CE está aguardando o
retorno.
1290
139
Na página do projeto é possível acessar as diretrizes na íntegra e visualizar as obras publicadas.<
http://portal.bu.ufsc.br/servicos/bu-publicacoes/>.
1291
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BEM, Roberta Moraes de; GRANTS, Andréa Figueiredo Leão. Entre estantes e (entre)tantos:
memórias de uma biblioteca. Revista ACB, Florianópolis, v. 20, n. 3, p. 621-630, dez. 2015.
ISSN 1414-0594. Disponível em: <https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/1102>.
Acesso em: 21 ago. 2017.
MULLINS, J. et al. Library Publishing Services: strategies for success research. Report
Version 1.0. Washington: SPARC, 1 nov. 2011. Disponível em: <http://docs.lib> . Acesso
em: 2 dez. 2015.
SILVA, José Pereira. Como se faz a edição de um livro? In: CONGRESSO NACIONAL DE
LINGUÍSTICA E FILOLOGIA, 16., Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UERJ, 2012, p.
134-139. Disponível em: <
http://www.filologia.org.br/xvi_cnlf/min_ofic/Livro_de_minicursos_e_oficinas.pdf>. Acesso
em: 25 jul. 2017.
Anexo A
CONTRATO DE EDIÇÃO
Anexo B
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a contribuir com a confecção do livro com
título provisório (___________________________________________________).
Este projeto não possui fins lucrativos, tem a proposta de construir um livro a partir da
transcrição e adaptação de narrativas dos colaboradores da Biblioteca Universitária para o
formato de textos literários. De modo a registrar as memórias dos envolvidos na trajetória da
BU desde sua criação.
O procedimento de coleta de material será da seguinte forma: os depoentes terão seus relatos
gravados em áudio para posterior adaptação e publicação, caso seja selecionado.
Salienta-se que a identidade do entrevistado será preservada, bem como das pessoas que
por ventura vieram a ser citadas em seu relato. Para tal utilizaremos nomes fictícios.
Autorizo, mediante assinatura deste documento, que o relato seja utilizado pela comissão
editorial para os fins mencionados. Estou consciente de que o aceite em participar do projeto
não implica em reinvindicação de direitos autorais.
Resumo: Este estudo traz a avaliação de uma biblioteca universitária na cidade de Manaus à
luz das legislações em vigor e faz uma reflexão acerca da importância da adequação deste
espaço para atender à demanda por informação da pessoa com deficiência. Trata-se de uma
análise crítica realizada na Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) pertencente ao Sistema
de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM), utilizando-se de
observação in loco. O referencial teórico foi buscado em livros, periódicos e bases de dados
que discutem sobre a importância da diminuição das barreiras para que a pessoa com
deficiência possa ter pleno acesso aos direitos garantidos pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, pela Constituição de 1988 e pela Lei n. 13.146/2015, mais especificamente
o direito de acesso à educação, cultura e informação. Foram buscadas recomendações dentro
da Norma Regulamentadora da ABNT, n. 9050, referente à acessibilidade, como modelo para
que a Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) esteja adequada para atender às demandas
por informação da pessoa com deficiência. Esta análise resultou na discussão da necessidade
de se criar, analisar, avaliar e implementar políticas públicas que visem o acesso às bibliotecas
universitárias pela pessoa com deficiência.
Abstract: This study brings the evaluation of a university library in the city of Manaus in light
of the legislation in force and reflects on the importance of adapting this space to meet the
demand for information of the disabled person. This is a critical analysis carried out at the
Sectorial Library of the Northern Sector (BSSN) belonging to the Libraries System of the
Federal University of Amazonas (SISTEBIB/UFAM), using in situ observation. The
theoretical framework has been searched in books, periodicals and databases that discuss the
importance of reducing barriers so that the disabled person can have full access to the rights
guaranteed by the Universal Declaration of Human Rights, the 1988 Constitution and Law n .
13.146/2015, more specifically the right of access to education, culture and information.
Recommendations were sought within the Regulatory Norm of ABNT, n. 9050, regarding
accessibility, as a model so that Sectorial Library of the Northern Sector (BSSN) is adequate
1298
to meet the demands for information of the disabled person. This analysis resulted in the
discussion of the need to create, analyze, evaluate and implement public policies aimed at
accessing university libraries by the person with disabilities.
1 INTRODUÇÃO
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo, de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade, em
igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2012, p. 26).
O conceito de pessoa com deficiência que advém da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência demonstra que existe um consenso mundial em sintonia com a
análise das interdições contextuais, como um fator importante a ser considerado na
organização social.
As barreiras físicas, culturais e sociais, passam a ser pensadas como impedimentos e,
portanto, precisam ser eliminadas, em processos que possibilitem aos sujeitos uma maior
acessibilidade à vida em sociedade, em sentido amplo.
As deficiências estão na estrutura da sociedade e em suas diversas instâncias, que as
padronizam, e por consequência, levam à segregação. As diferenças estão nas pessoas, em
outras palavras, cada ser humano é único e possui suas especificidades. Da mesma forma, a
pessoa com deficiência caracteriza-se por sua particularidade, não cabendo, então, a partir
destas diferenças, segregar.
1302
3 MÉTODO
Universitário, no bairro Coroado, seu horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 08h
às 20h.
O prédio possui dois andares. No piso térreo estão localizados o acervo informativo, o
balcão de atendimento e a sala administrativa da biblioteca, além de duas cabines individuais
para estudo e uma sala de estudo em grupo destinadas exclusivamente para usuários com
mobilidade reduzida. No primeiro andar estão localizadas diversas cabines individuais e salas
de estudos em grupo para os demais usuários da unidade de informação.
O acervo informativo da BSSN/UFAM é constituído por 3.212 títulos online (ebook) e
38.740 títulos físicos divididos entre livros, folhetos, teses, dissertações, dicionários, mapas,
cd-rom, DVD e outros suportes. O quantitativo total do acervo informativo da BSSN/UFAM é
de 111.378 exemplares.
atendimento; 3. altura das mesas de leitura; 4. altura das estantes; 5. distância entre as
estantes; 6. banheiros adaptados.
Conformidade
Item
Sim Não
Elevador e/ou rampas de acesso X
Altura do balcão de atendimento X
Altura das mesas de leitura X
Altura das estantes X
Distância entre as estantes X
Banheiros adaptados X
Possui?
Item
Sim Não
Sinalização e piso tátil X
Livros em Braille X
Audiolivros X
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
1307
A partir dos objetivos deste trabalho verificou-se que a biblioteca universitária tomada
aqui como objeto do estudo não está preparada para atender as demandas da pessoa com
deficiência. A BSSN/UFAM demonstra, por meio de sua estrutura, estar longe do desejado
para que possa ser considerada acessível e promotora de informação e cidadania para o
usuário com deficiência.
Ratifica-se então, a importância da criação, análise, avaliação e implementação de
políticas públicas que visem o acesso à cultura e informação pela pessoa com deficiência,
devendo haver uma preocupação não somente com a barreira arquitetônica, mas também com
a visual, a cinestésica, a motora e/ou sensorial.
Porém, não cabe ao espaço tornar-se acessível apenas à pessoa com deficiência, e sim
estar disponível para todo e qualquer cidadão que demande o consumo de informação e
cultura, evitando assim o estigma.
Cabe à BSSN/UFAM reestruturar seu espaço físico, a partir da NBR 9050:2015, a fim
de promover uma mobilidade ao deficiente físico cadeirante levando, assim, à sensação de
inclusão social e promovendo cidadania e autonomia. Quanto ao deficiente auditivo, deve
haver a preocupação em capacitar seus servidores para ofertar atendimento digno e de
qualidade. Da mesma forma, precisam ser pensadas soluções quando o acesso do deficiente
visual ao conteúdo documental do acervo informativo, quer seja na compra de audiolivros e
/ou livros em braile, quer na compra de tecnologias leitoras.
Seguindo estas recomendações, a biblioteca universitária em foco estará mais próxima
de atender aos seus objetivos e à sua missão institucional e social, que é estar preparada e
equipada para atender as demandas por informação, cultura e conhecimento de usuários com e
sem deficiências físicas e/ou sensoriais.
REFERÊNCIAS
_____. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília, DF: Secretaria
dos Direitos Humanos, 2012. Disponível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/convencaopesso
ascomdeficiencia.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2017.
_____. Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015. Brasília, DF: Senado Federal, 2015.
Disponível em: <https://goo.gl/DuPizT> Acesso em: 01 jul. 2017.
BUSCHEL, Inês do Amaral. Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pela
ONU em 10 de dezembro de 1948. 2014. Disponível em:
<https://blogdaines.wordpress.com/2014/12/10/declaracao-universal-dos-direitos-humanos-
adotada-pela-onu-em-10-de-dezembro-de1948/>. Acesso em: 04 nov. 2017.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Censo demográfico: deficiência. Brasil:
IBGE, 2015. Disponível em:
<https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/08052002tabulacao.shtm>. Acesso em:
20 out. 2017.
MANEVY, Alfredo. Dez mandamentos do Ministério da Cultura nas gestões de Gil e Juca.
In: Cardenos CENPEC, n. 7, 2010. Disponível em:
<http://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index.php/cadernos/article/view/65>. Acesso: 01
nov. 2017.
ORGANIZAÇÃO das Nações Unidas. O que são os direitos humanos. Brasília, DF: ONU,
2017. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/>. Acesso em: 20 out. 2017.
_____. Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência. 1982. Disponível
em: <http://www.mbonline.com.br/cedipod/W6pam.htm>. Acesso em: 01 nov. 2017.
SERPA, Ângelo. O espaço público na sociedade contemporânea. São Paulo, SP: Contexto,
2007.
SILVA, Aurélia Carla Queiroga da; BONIFÁCIO, Artur Cortez. Reflexos dos direitos
humanos nas relações jurídicas de direito privado face às decisões do STF. In: Revista
Direito e Liberdade, v. 14, n.1, p. 99-121, jan./jun. 2012. Disponível em:
<http://www.esmarn.tjrn.jus.br/revistas/index.php/revista_direito_e_liberdade/article/viewFile
/485/460>. Acesso em: 04 nov. 2017.
1309
Abstract: Quality analysis in the provision of services and products in University Libraries. It
aims to analyze the Central Libraries of the Federal University of Maranhão and the State
Library of Maranhão in order to evaluate the quality of the services and products offered by
these information units from the point of view of the user and the Reference Service and
specifically select indicators from ISO 11620:2014, and indicators of the SERVQUAL model
to evaluate the performance of libraries; to know the perception of the users and the librarian
about the services and products provided by the Libraries and to propose actions for
improvement of the services and products of the Libraries in analysis, based on the results
obtained. Characterizes the research as bibliographical and field based on the instrument of
1310
data collection, questionnaire. Concludes that, even with the growing awareness of how
important the University Library is for the production of knowledge, there is discontent with
the services and products provided, as well as the way of interacting with users.
1 INTRODUÇÃO
qualidade em serviços e produtos oferecidos, uma vez que, a cada dia torna-se um fator de
suma importância para maximizar a relação entre a organização e cliente.
Dessa forma, o questionamento da pesquisa versou sobre: As Bibliotecas da
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) desenvolvem ações para primazia da qualidade no atendimento das necessidades dos
clientes?
Portanto, tivemos como objetivo geral, analisar as Bibliotecas Centrais da UFMA e
UEMA a fim de avaliar a qualidade dos serviços e produtos oferecidos sob a ótica do usuário
e do bibliotecário do Serviço de Referência. E, por objetivos específicos:
a) selecionar indicadores da ISO 11620:2014, e indicadores do modelo SERVQUAL
para avaliar o desempenho das Bibliotecas;
b) conhecer a percepção dos usuários e do bibliotecário sobre os serviços e produtos
prestados pelas Bibliotecas.
A pesquisa é caracterizada como bibliográfica e campo. A coleta de dados foi
realizada por meio de questionário aplicado aos usuários e bibliotecários.
Paladini (2012, p.25) ressalta que ―[...] qualidade é um conceito dinâmico, ou seja, é
uma noção que trabalha com referenciais que mudam ao longo do tempo.‖. No entendimento
de Calarge (2001) a qualidade está constantemente sendo relacionada como uma das maiores
prioridades competitivas que as organizações devem possuir a fim de serem bem sucedidas
nos atuais mercados em que se colocam.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio NBR ISO:9000
(2000, p.7) conceitua a qualidade como sendo um ―Grau no qual um conjunto de
características inerentes satisfaz a requisitos.‖.
Nesse sentido, a qualidade busca entender as verdadeiras necessidades daqueles que
utilizarão os serviços e produtos a serem oferecidos. Assim, em relação às unidades de
informação, no contexto de mudanças e incertezas de ordem política, econômica e social que
se atravessa é fundamental antecipar e planejar o futuro (MACIEL; MENDONÇA, 2000).
Ainda na concepção de Maciel e Mendonça, (2000), as bibliotecas não são imutáveis
nem independentes do resto do mundo, o ambiente da biblioteca muda e é melhor lidar com
algo diagnosticado do que com uma situação súbita e inesperada.
Na concepção de Cóquero (2014, p. 125),
1312
publicada em 2008 sua segunda edição atualizada. Sua última atualização ocorreu em 2014 e
é aplicável em toda e qualquer biblioteca levando em consideração suas características
particulares.
A ISO 11620:2014 expressa indicadores de desempenho para atividades e serviços
prestados ou realizados em bibliotecas objetivando a qualidade: B1 – Recursos Acesso e
Infraestrutura; B2 – Uso; B3 – Eficiência; B4 – Potenciais e Desenvolvimento e objetiva
fornecer ferramentas para avaliar a eficácia dos serviços e outras atividades prestadas por uma
biblioteca, embasada nos critérios: Conteúdo Informativo, Confiabilidade, Validade,
Adequação, Praticidade e Comparabilidade (PIMENTA, 2016).
No que se refere ao Modelo SERVQUAL, o mesmo é utilizado para analisar
qualitativa e quantitativamente o grau de satisfação e ainda identificar as falhas e a percepção
e as expectativas dos clientes quanto à prestação de serviços.
Nesse Modelo são mensuradas 5 (cinco) dimensões da qualidade, as quais
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014) destacam: Confiabilidade; Responsabilidade; Segurança;
Empatia e Aspectos tangíveis como instalações físicas, equipamentos, pessoal e material de
comunicação.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5
4,5
4
MÉDIA ATINGIDA
4 3,8
3,6 3,5 3,6
3,3 3,2 3,4
3,5 3,1 3 3 3 2,9
3 2,8 2,8 2,8
2,5
2
1,5
1
SERVIÇOS AVALIADOS
UFMA UEMA
Fonte: As Autoras.
3,4 3,4
3,5 3,3
3,2
3,1 3,1
3 3 3
2,9 2,9
3 2,8
2,6
2,5
1,5
SERVIÇOS AVALIADOS
UFMA UEMA
Fonte: As Autoras.
dos respondentes afirmaram que o serviço da Biblioteca é bom. O que rendeu médias de (4,1)
e (4,0), respectivamente.
Quando questionados sobre o grau de satisfação sobre a orientação recebida na busca
de material das estantes, 48% dos usuários da BC-UFMA apontam-no como regular, o que em
uma escala de satisfação obteve a média (3,0). Os usuários da BC-UEMA alegaram que não
recebem auxilio na busca do material nas estantes, representados por 40% dos participantes,
deixando a biblioteca com uma média de (2,9).
Quanto à equipe de atendimento ao usuário, enfatizamos que o Bibliotecário do
Serviço de Referência é o portal de diálogo entre a Biblioteca e o usuário. A capacidade de o
bibliotecário se comunicar com eficiência ―[...] influi, em primeiro lugar, em sua compreensão
da questão, bem como sua capacidade de transmitir uma resposta correta ao usuário.‖
(LANCASTER, 2004, p.100).
Porém, de acordo com os resultados aqui mostrados, em relação à Receptividade do
Atendente ao usuário percebemos que ambas as bibliotecas pesquisadas, obtiverem média
(3,6) quanto ao grau de satisfação do usuário, ou seja, o atendimento é considerado regular,
conforme o Gráfico 3.
1320
5
4,5
4
3,8
MÉDIA ATINGIDA
UFMA UEMA
Fonte: As Autoras.
5 CONCLUSÃO
serviço precisa de melhorias, por exemplo, que os atendentes sejam mais cordiais e
atenciosos, pois os usuários de ambas as bibliotecas afirmaram que às vezes os atendentes os
recebem de mau humor ou nem sequer os fitam.
No concernente às dimensões Tangibilidade, Responsabilidade, Segurança, Empatia, e
Confiabilidade, existem lacunas, pois as médias mostram que as Bibliotecas não atingem as
reais expectativas, tanto ao ver do usuário como no olhar do serviço de referência. Analisando
os resultados dos indicadores investigados, mediante suas médias, é possível afirmar que
quanto à Tangibilidade, o ambiente de ambas as bibliotecas precisa passar por melhorias. No
caso da BC-UEMA, é necessário rever a iluminação no salão de leitura e sinalização em geral,
inclusive dos funcionários.
Sobre a Segurança, é possível dizer que, em ambas as BC, os funcionários procuram
realizar seu trabalho e transmiti-la ao usuário. Há Empatia de acordo com as afirmativas dos
usuários, porém com algumas ressalvas, como por exemplo, que os atendentes demonstrem
mais entusiasmo em atendê-los. Sobre a Confiabilidade, os bibliotecários conhecem o acervo
e suas funções e buscam passar confiança a partir das informações emitidas.
Assim, concluímos que, mesmo com a crescente conscientização do quão importante é
a informação na Educação superior e outros segmentos, a Biblioteca Universitária de fato
ainda não conseguiu acompanhar a evolução proveniente da crescente e célere demanda dos
usuários nos diferentes aspectos abordados com a incursão das inovações e mudanças
esperadas no seu entorno.
REFERÊNCIAS
PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2012.
PASSOS, Ketry Gorete Farias dos et al. Avaliação da qualidade dos serviços em unidades de
informação: proposição de uma metodologia. Inf. Inf.., Londrina, v. 18, n. 3, p. 154 – 174,
set./dez. 2013. Disponível em: http:www.uel.br/revistas/informacao. Acesso em 20 jan. 2016.
Resumo: Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de uma biblioteca universitária
(BU) que tem em seu acervo uma seção especial com cerca de 5.000 partituras consideradas
raras, que após discussões e diálogos, a equipe bibliotecária mesmo sem condições técnicas
necessárias, decide pela organização e digitalização do acervo. O pressuposto motivador de
ações como esta vincula-se à necessidade cada vez maior de intensificar o acesso e prestar
serviços que superem as expectativas dos usuários, oferecendo caminhos alternativos de
pesquisa que não só ampliem a oferta de espaços, produtos e serviços da BU, mas inovem no
oferecimento de acervos digitalizados. O processo ainda está em andamento e conta com uma
equipe multidisciplinar dando suporte ao projeto que se encontra em fase final. Destacam-se
os obstáculos encontrados, as necessidades, mas também as oportunidades de aprendizado e
resiliência encontrados durante todo o percurso, considerando que o campus que sedia a BU
localiza-se em uma cidade interiorana com 18.000 habitantes, no estado de SP. O processo de
digitalização das partituras teve início em 2015 e, com a finalização do processo prevista para
breve, a biblioteca terá como resultado um acervo digital de partituras, abrindo caminho para
a digitalização de outros materiais, o que amplia a possibilidade de outras forças-tarefas como
essa e leva à quebra de paradigmas. Mais um serviço oferecido aos usuários, atingindo um
público ainda maior para além de suas paredes.
Abstract: This work aims to report on the experience of a university library (BU) that has in
its collection a special section with about 5,000 scores considered rare, that after discussions
and dialogues, the librarian team, even without the necessary technical conditions, decides by
the organization and of the acquis. The motivating assumption of actions such as this is linked
to the increasing need to increase access and provide services that surpass users'
expectations, offering alternative ways of research that not only expand the offer of BU
spaces, products and services, but the offer of digitized collections. The process is still
underway and has a multidisciplinary team supporting the project that is in the final phase.
The obstacles encountered, the needs, but also the learning and resilience opportunities
encountered during the whole course, considering that the campus that hosts BU is located in
an inner city with 18,000 inhabitants, in the State of São Paulo. The process of digitizing the
scores began in 2015 and, with the completion of the expected process, the library will result
in a digital collection of scores, opening the way for the digitization of other materials, tasks
like this and leads to the breaking of paradigms. One more service offered to users, reaching
an even wider audience beyond their walls.
1326
Keywords: Digital library. Digital collection. Scanned music. Electronic management Scores.
Introdução
Quando a pessoa doa ela transfere para a biblioteca toda responsabilidade de guarda e
preservação de algo que era seu, mas que agora será compartilhado com mais pessoas. Em se
tratando deste acervo de partituras, de modo especial, que estava sem condições de uso, todo
um tratamento e organização precisou ser feito. Santos et al. (2016, p. 56), elucidam essa
necessidade quando dizem que:
Os acervos pessoais em sua maioria são gerados aleatoriamente por meio de
acúmulos que originam uma coleção muitas vezes sem organização definida. É
comum se deparar com situações de grandes volumes e sem prática de conservação
preventiva, o que propicia o aparecimento de danos como sujidade, poeiras, entre
outros.
Se não fosse a doação, é provável que estes documentos desapareceriam, pois muitas
vezes os familiares não têm condição econômica ou interesse em manter a documentação
preservada. Além disso, dificilmente as administrações públicas têm interesse ou condições de
fazê-lo, em se tratando de terceiros. Por isso, defendemos que a digitalização é o meio
encontrado para permitir o acesso do usuário, com mais flexibilidade, a materiais que se não
fosse o processo de digitalização, estariam perdidos.
A literatura tem apresentado relatos de acervos e espaços digitais nas suas mais
variadas experiências. Conforme defende Dodebei (2011, p. 6),
a passagem acelerada do patrimônio cultural para o território do ciberespaço, com a
criação dos museus virtuais, das bibliotecas digitais e dos documentos eletrônicos
(de arquivo) implicou a mudança das mídias tradicionais para as mídias digitais, o
que resultou numa convergência que passa a ser a do objeto informacional.
Em seu relato de experiência, Ferreira; Gadelha; Gamba (2012, p. 143) ratificam que
os processos de digitalização de conteúdos em bibliotecas universitárias já vêm sendo prática
contínua e sistemática há tempo, seja pela preservação de acervos raros e especiais, seja
1327
Metodologia
O processo de digitalização das partituras antigas envolveu diversas fases, mas neste
texto daremos ênfase à etapa da digitalização. O trabalho de digitalização, que está em
andamento, tem sido realizado pelos funcionários da própria biblioteca e envolve basicamente
1 bibliotecária, 1 aluna bolsista e a equipe de TI da Instituição de Ensino (IES), pois sem um
pensamento coletivo com os diversos autores da IES, especialmente com o pessoal de
tecnologia da informação, não seria possível qualquer iniciativa concernente ao processo de
digitalização.
A metodologia adotada foi de caráter qualitativa, uma vez que foi possível discutir e
relacionar valores, as aplicações e os feitos nessa pesquisa. Com relação à classificação da
pesquisa, esta se mostrou por meio da pesquisa-ação em que tem sido possível vivenciar o
problema coletivo e implantar soluções.
Com relação aos fins a que se destina, a pesquisa aplicada se mostrou adequar-se à
pesquisa realizada, uma vez que visa à aplicação, criação e oferecimento de serviços em prol
de melhorias da qualidade de vida dos indivíduos e de suas realidades. Quanto aos métodos, a
pesquisa experimental apresentou possuir a aplicação mais funcional devido à proposta da
pesquisa exigir e empregar a organização na biblioteca envolvida. Em relação ao tipo de
raciocínio utilizado, se escolheu o indutivo, por auxiliar o registro de fatos peculiares com
vistas a obter a experiência por meio das teorias e suas aplicações.
1328
De acordo com o método de coleta de dados, nesta pesquisa a observação indireta foi
empregada como método já que obtenção dos dados pode ser analisada a partir de leituras e
por meio da interpretação dos dados registrados no material. A técnica de análise documental
foi estabelecida para auxiliar na identificação da coleta de dados para o avanço da pesquisa.
Revisão de Literatura
que envolvia músicas de orquestra, banda, vocal, piano, avulsos, etc. Além disso, não havia
um tesauro para descrever os termos técnicos que só músicos conhecem e que facilitam a
classificação das obras. Na verdade, quase não há publicação que norteie a organização deste
tipo de documento, como comenta Souza (2008, p.11), ao dizer que:
Poucas são as publicações e pesquisas científicas abordando os aspectos
representacionais de documentos no domínio da música. Exemplos são vistos nas
discussões sobre a recuperação da informação em música (RIM), mas esses se
encontram em fase inicial. Em linguagens documentárias há exemplos internacionais
de tesauro, como os encontrados no site Web Thesaurus Compendium, o
―Thesaurus Musicarum Latinarum‖ – contemplando a música latina do século 4
d.C ao século 17 d.C. – e o Thesaurus of oriental Hebrew melodies – sobre
música hebraica. No Brasil, observa-se o uso de tesauros e microtesauros em
diversas áreas do conhecimento, porém para a Música, não há alguma referência ou
modelo prático difundido em centros de documentação.
Contudo, uma vez salvos no repositório do gerenciador dos dados do acervo, nossa
confiança estava assegurada. Afinal, as bibliotecas continuam incorporando em seus sistemas
gerenciais as possibilidades que a tecnologia oferece; ou seja, ampliar a acessibilidade aos
acervos por meios digitais, locais e remotos. Além disso, a tecnologia de digitalizações cria
novos espaços para o estudo e a reflexão sobre as produções culturais inovadoras e ainda
busca estabelecer as pontes necessárias entre as expressões populares e as formas de
conhecimento que transcendem o imediatismo. Tudo isso, entretanto, não muda em nada a
relação entre o estudante e o texto, entre o leitor e o livro, pois essa é a essência e a razão de
ser das bibliotecas (BRITO, 2014, p. 13).
Fazer parte da vida cultural do campus através de um acervo com cerca de 120.000
volumes é fato; no entanto, esta realidade pode ser acrescida de um acervo digital com uma
abrangência muito maior, criando possibilidades que o acervo local não dispõe mesmo com os
empréstimos entre bibliotecas. É um sonho que se torna realidade a cada dia, a cada página
escaneada e a cada arquivo disponibilizado no repositório. Conforme Prado e Correa (2016, p.
169): ―estar presente no mundo digital representa a possibilidade de tornar a biblioteca
conhecida, criar e manter redes de comunicação e informação, ampliar seu espectro de
inserção na sociedade e atingir um público ainda maior para além de suas paredes‖.
Nesse contexto, busca-se criar diretrizes para aperfeiçoar este projeto e a criação de
outros, dando prosseguimento à era digital na biblioteca deste campus, pois pretende-se fazer
parte da biblioteca do futuro tão comentada no texto de Cunha (2010, p.7):
Hoje, porém a biblioteca universitária está deixando o seu lugar como a principal
fonte de busca. Ela está perdendo a sua supremacia na realização deste papel
fundamental devido, é claro, ao impacto da tecnologia digital. Como essa tecnologia
tem permeado todas as facetas da nossa civilização, estabelecendo uma revolução
1332
Considerações finais
Este trabalho relatou um projeto que nasceu a partir de uma coleção de documentos
que precisava de tratamento, organização e preparo para uso. Para mantê-lo vivo e
permanente dentro da IES optou-se pela digitalização do mesmo dentro das possibilidades
existentes, mas com o planejamento necessário. Resultou no nascimento de uma biblioteca
digital dentro de uma convencional. Verificou-se que para construir uma biblioteca digital,
segundo Cunha (2008, p. 6):
É necessário ter conteúdo, que pode ser material antigo, convertido no formato
digital, ou material novo, nascido digitalmente. Os itens que formam o seu acervo
podem ser comprados, doados, trocados ou digitalizados localmente, a partir de
documentos que não mais estão sujeitos aos ditames legais do direito autoral.
A equipe que desempenhou o trabalho também foi bastante relevante já que precisou
se identificar com o acervo, pois o levantamento de dados é um processo que precisa ser
analisado por mais de uma pessoa. A pesquisa mostrou que à medida que o processo avança,
percebe-se a prioridade de alinhar as aplicações da biblioteca digital com a coleção e os
serviços da biblioteca convencional, e isso exige que os profissionais se qualifiquem para
atender as essas novas dimensões da prática bibliotecária. Além disso, é preciso ter paciência,
persistência, resiliência e acima de tudo, profissionalismo para não perder o foco.
Em meio a tanta informação, há uma tecnologia crescente que castiga quem não está
nela inserida ou dela faz uso; ainda existem unidades de informação que precisam caminhar
muito para se inserir neste universo. A preservação digital só existe quando há o objeto
digital. Mas apesar de toda esta tecnologia ainda há instituições que não acompanharam a
evolução e caminham a passos lentos desempenhando seus serviços com dificuldades, em
uma atmosfera de luta, mas na esperança de conseguir disseminar a informação contida em
seu acervo aos usuários de sua comunidade. A missão da biblioteca universitária continua
1333
sendo de assegurar o acesso ao conhecimento; nesse ponto vale relembrar Cunha (2010, p. 7)
quando diz que:
As bibliotecas universitárias são organizações complexas, com múltiplas funções e
uma série de procedimentos, produtos e serviços que foram desenvolvidos ao longo
das décadas. No entanto, o seu propósito fundamental permaneceu o mesmo, isto é:
proporcionar acesso ao conhecimento. Esse acesso ao conhecimento é que irá
permitir que o estudante, o professor e o pesquisador possam realizar suas
aprendizagens ao longo da vida.
Cumprir essa missão com todo empenho é o desejo dessa biblioteca que inicia aqui seu
processo de aperfeiçoamento, para continuar contribuindo para o aprimoramento cultural dos
cidadãos, estudantes e comunidade que dela fazem uso.
A trajetória continua, afinal, o trabalho ainda não está finalizado, entretanto, os
resultados embora parciais, já podem ser verificados à medida que se percebe a utilização
deste acervo digital que após divulgação nos campi da IES, está se tornando conhecido. Uma
proposta de estrutura eficiente e apropriada para a continuação do projeto é necessária, mas
enquanto não se efetiva, o trabalho caminha rumo ao seu destino final.
Referências
BALLESTÉ, Adriana Olinto; ABREU JR., Jupter Martins de; LANZELOTTE, Rosana.
Biblioteca digital para a coleção de lundus do acervo Mozart de Araújo. In: Congresso da
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM), XVI, 2006,
Brasília: ANPPOM, 2006, p.365-372.
BRITTO, Luiz Percival Leme. A Biblioteca nos tempos e espaços digitais: novos e antigos
desafios. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 19, número especial, p. 7-17,
out./dez.2014. <http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/2276>.
Acesso em: 16 jan. 2018.
BOERES, Sonia A. de Assis; CUNHA, Murilo B. da. Competências básicas para os gestores
de preservação digital. Ciência da Informação, v. 41, n.1, p. 103-113, jan./abr., 2012.
Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/24354 acesso em 12 jan. 2018.
DODEBEI, Vera. Cultura digital: novo sentido e significado de documento para a memória
social? DataGramaZero – Revista de Ciência da Informação, v. 12, n. 2, abr/ 2011.
Disponível em <
http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2011/04/pdf_15b7c5a842_0016272.pdf> acesso em
23/02/2018.
GRÁCIO, José C.A.; FADEL, B. ; VALENTIM, Marta L.P. Preservação digital nas
instituições de ensino superior: aspectos organizacionais, legais e técnicos. Perspectivas em
Ciência da Informação, v.18, n.3, p. 111-129, jul./set. 2013. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1499362013000300008&lng=en&n
rm=iso acesso em 16 jan. 2016.
SOUZA, Romélio Lemos Lustoza de. Microtesauro em música: teoria e prática. Brasília,
2008. 267 f. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) - Departamento de Ciência em
informação e Documentação da Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em:
<http://bdm.bce.unb.br/handle/10483/1219>. Acesso em: Fev. 2018.
Abstract: This research was carried out for analyzing the proposal of cultural mediation
developed by the library of Federal Institute of Education, Science and Technology of Piauí -
Campus Paulistana. This process, considered as innovative, developed from the event called
“Café Literário”, which aims to develop the critical-reflexive process of IFPI community
through cultural activities such as: theatrical and musical presentation, cinema, exhibition,
besides chatting literary and round table. The project and execution construction of activities
is a result of partnership between students, faculty and administrative staff and the library
staff of campus, with the first three groups of subjects acting as protagonists and the
librarians as mediators. For the methodological structuring, the research presented a
1336
1 INTRODUÇÃO
Inovar e criar são palavras que na atualidade permeiam a escrita e a fala das
organizações e do mundo do trabalho. Em meio a competitividade, as organizações trabalham
cada vez mais a ideia de que o novo e o criativo ganham espaço no mercado, os clientes das
organizações dos mais variados gêneros, sentem-se estimulados a adquirirem produtos e
serviços gerados e divulgados como resultado da capacidade inovadora do ser humano.
As bibliotecas como organizações que trabalham com a informação em diversos
suportes, e diante de mudanças proporcionadas por vários processos em torno dos objetos de
informação (livros, periódicos, bases de dados) e das formas de acesso a informação e de
comunicação, têm buscado mesclar o tradicional modo de operacionalizar serviços e produtos
com propostas inovadoras de acesso e de uso da informação. Assim, falar em criação e
inovação na biblioteca, remete-nos ao uso de sistemas de gerenciamento, criação de
aplicativos, uso das redes sociais e outras ferramentas resultantes da produção de uma
tecnologia recente.
Pensando assim, cabem questionamentos ao título desse trabalho e ao evento Café
Literário como proposta inovadora e criativa da Biblioteca do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Piauí. A análise do evento a que se propõe essa pesquisa contribui
para minimizar dúvidas a respeito, para tanto fez-se uso da literatura sobre: mediação cultural,
ação cultural, inovação e criação na biblioteca universitária.
Assim, apresenta-se a Biblioteca do IFPI Campus Paulistana de bases:
multidisciplinar, que traz as características de biblioteca universitária conforme preconiza o
§1º do art. 2º da lei nº 11.892/2008 disponível em Brasil (2008) e escolar, que desenvolve
uma proposta baseada nos pilares do Ensino, Pesquisa e Extensão, atuando em áreas de
formação técnica e de ensino superior com os cursos de Química e de Zootecnia, objetivando
também a formação de um sujeito crítico e capacitado para o mundo do trabalho.
1337
2 REVISÃO DA LITERATURA
3 METODOLOGIA
Toda pesquisa para acontecer deve ser estruturada com base em métodos e
procedimentos que fortalecem seu viés científico e demonstrem o rigor com as variáveis
envolvidas. Assim, a pesquisa bibliográfica é método presente nesse trabalho dela obtivemos
fontes teóricas de outros pesquisadores em temáticas como: mediação cultural e inovação em
bibliotecas.
Para a concretização do objetivo do trabalho, as pesquisadoras, utilizaram-se
principalmente dos projetos das 2 (duas) edições do evento Café Literário que foram
cadastrados na plataforma da Pró-Reitoria de Extensão do IFPI em 2015 e 2017. Além desse
material, outras fontes de informação do evento como: fotografias, convites e filmagem,
foram importantes para a descrição, a comparação e a análise do evento em sua totalidade.
A metodologia de Pesquisa Qualitativa estruturou o trabalho, logo, as 3 (três) etapas
descritas nos objetivos específicos culminaram em processo de avaliação da biblioteca como
espaço de mediação cultural, observando a importância das ações dentro do espaço
pedagógico. Na concepção de Oliveira (2007) esse procedimento, baseia-se na reflexão e na
1340
A ideia para a organização para a 1ª edição do Café literário realizada pela biblioteca
do IFPI – Campus Paulistana surgiu da necessidade de incentivo a leitura; divulgação de
autores da literatura brasileira; mesclar poesia e música de forma lúdica; divulgar a biblioteca
como espaço de lazer, estudo e cultura. Aliada as essas necessidades, um trabalho realizado
por 1(uma) aluna e (um) aluno do campus, chamou a atenção da bibliotecária Francisca
Viana. Os alunos apresentaram para a turma, no espaço da biblioteca, a vida e a obra de
Carlos Drummond de Andrade. A bibliotecária Francisca Viana falou com os alunos do
interesse em adaptar o trabalho, após a permissão destes, as bibliotecárias resolveram elaborar
um evento sob a vida e a obra Vinicius de Moraes durante a programação de aniversário do
IFPI – Campus Paulistana nos dias 30/11/2015 e 01/12/2015.
O protagonismo dos participantes, configurou-se como fator primordial para a
concretização do projeto, pretendeu-se o mínimo de intervenção da equipe da biblioteca, sua
participação teve foco na elaboração do projeto do evento, organização do espaço, do coffee
break e do cronograma das atividades.
Da divulgação e organização:
As servidoras da biblioteca divulgaram o evento enviando um convite para o e-mail
institucional dos servidores e disponibilizando no mural da biblioteca. Foram organizadas
comissões: equipe da biblioteca (2 bibliotecárias, 2 estagiários e 1 auxiliar de biblioteca);
equipe de declamação de poesias (5 alunos do campus); equipe de Músicos (3 alunos
1342
indicados por outros alunos de acordo com usas habilidades musicais); equipe de músicos (1
auxiliar de biblioteca, 1 aluna e 1 aluno do campus) e a equipe do Bate papo literário (2
alunos, 1 professor de física e 1 servidora que atuou como mediadora).
Para que o público fosse o maior possível, as bibliotecárias solicitaram da direção
geral e da direção de ensino, a parceria no sentido de conscientizar os docentes da importância
da participação deles e dos alunos durante o evento. O evento foi registrado em fotos:
Da execução:
No dia 30/11/2015, no turno da tarde, ocorreram declamações de poesias de Vinicius,
realizadas por 3 alunos durante intervalos de palestras. No dia 01/12/2015, foram realizadas
apresentações culturais com músicas de Vinicius de Moraes, declamações de poesias,
exposição sobre vida e obra do escritor trabalhada conjuntamente com um bate papo literário
que teve a participação de 2 discentes e 1 docente. As atividades ocorreram durante o dia com
intervalos para almoço e foram apresentadas no pátio do campus, pois o espaço da biblioteca
não comportava o público. O café literário foi finalizado com o corte do bolo de aniversário
em comemoração aos 5 anos de aniversário do Campus Paulistana.
O evento foi elogiado pelo público presente e foi sugerido que uma nova edição
acontecesse no ano seguinte.
1344
Do cronograma:
O evento teve um projeto estruturado que foi apresentado à coordenação de extensão
do Campus para a solicitação de declaração para todos os membros das comissões. Sua
estrutura foi dividida em duas etapas, a saber: Fase de elaboração (período 26/10/2015 a
25/11/2015) = A biblioteca contribuiu com a localização de livros de Vinicius de Moraes que
estivessem no acervo da biblioteca e também organizou a exposição em formato de filme que
foi apresentada durante o bate papo literário; os músicos pesquisaram e ensaiaram as músicas
do cantor e compositor; os declamadores pesquisaram e ensaiaram as poesias e os integrantes
do bate papo literário pesquisaram sobre vida e obra de Vinícius de Moraes.
A fase de Execução do projeto ocorreu entre os dias 26 e 27/11/2015, a equipe da
biblioteca cuidou da infraestrutura do pátio onde ocorreu o evento e nos dias 30/11/2015 e
01/12/2015 o evento foi realizado.
Da divulgação e organização
A divulgação do evento, efetivou-se via envio de convite, por e-mail, para os servidores
do campus, por divulgação no facebook da biblioteca. Os professores ajudaram no convite aos
discentes. Não houve aula nessa data e a equipe da biblioteca providenciou a cobertura do
1345
evento pela mídia local, a Web TV Valle do Itaim que filmou as atividades realizadas e
entrevistou os participantes.
Fase de construção:
Fase de elaboração do projeto pela bibliotecária Francisca Viana, com a cooperação da
bibliotecária Neuda Fernandes Dias e da assistente Administrativa Rosiane Carvalho e Thalita
Figueiredo, servidora do setor administrativo. A etapa seguinte foi marcada pela formação das
equipes do evento (músicos, debatedores da mesa, mediadora da mesa redonda, cinema e
teatro). A constituição desse grupo foi baseada em alguns critérios como: disponibilidade de
tempo, conhecimentos nas áreas de história, literatura, filosofia, música e teatro brasileiro no
período citado. No caso dos professores e dos técnicos administrativos foi feito convite. Os
3(três) alunos participantes da mesa de discussão foram selecionados, sendo 1(um) aluno
representante de cada turno.
Após a formação das equipes, as bibliotecárias encaminharam o projeto via e-mail
institucional para a direção geral do campus, técnicos administrativos e professores. Em um
segundo momento, as equipes partiram para a pesquisa e organização de suas atividades.
Fase de execução:
A equipe da biblioteca organizou os espaços para receber os participantes do evento
um dia antes do início do evento. No dia 03/05/2017, houve a apresentação do grupo de
teatro, da mesa redonda, os músicos tocaram nos intervalos da mesa de discussão e foi exibido
o filme Zuzu Angel. As atividades ocorreram durante todo o dia com intervalo para o almoço
e o coffe break. As atividades foram apresentadas no Hall de entrada do Campus, no pátio e
no auditório.
Abaixo seguem imagens das atividades realizadas durante o II Café Literário.
1346
Fotografia 6 - Cinema – Filme Zuzu Angel (turno da manhã e noite – local auditório)
sessão de cinema, no espaço da música, no teatro e no bate papo da mesa redonda, que
contribuem para a promoção da Mediação Cultural.
De acordo com Rasteli; Cavalcanti (2014, p. 45)
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Defendemos que o evento Café literário, situa-se como proposta de mediação cultural.
A biblioteca nesse sentido busca desenvolver seu papel de agente social, fortalecendo a
relação com as demais instâncias da instituição. O caráter criativo e inovador do evento,
reflete-se na dinâmica da construção e da execução do projeto que tem a participação dos
discentes, docentes e técnicos administrativos de vários setores do Campus e provoca durante
sua execução a capacidade crítico-reflexiva em torno da temática em discussão.
A percepção da contribuição da atividade como partícipe no processo de ensino-
aprendizagem, ocorre quando professores e alunos de diferentes áreas do campus pesquisam e
desenvolvem atividades em torno de uma temática única, porém sob vários olhares e a partir
disso constroem conhecimento: discutindo, refletindo e criando novas proposições.
Ao final, percebemos a importância desse estudo para o processo de construção de
uma proposta de mediação cultural a que se propõe a biblioteca, visto que, fazendo uso de
aparelhos culturais é possível articular cultura e ensino onde os atores principais possam atuar
de forma mais efetiva como protagonistas.
1350
REFERÊNCIAS
CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Pesquisa; conceitos e
definições. In: . Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Person. 2007. p. 57 – 70.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Pressupostos básicos da pesquisa qualitativa. In:____. Como
fazer pesquisa qualitativa. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 2007. P. 25 – 40.
SANCHES, Gisele A. Ribeiro; RIO, Sinomar Ferreira do. Mediação da informação no fazer
do bibliotecário e seu processo em bibliotecas universitárias no âmbito das ações culturais.
InCID: R. Ci. Inf. e Doc., Ribeirão Preto, v. 1, n. 2, p. 103-121, jul./dez. 2010. Disponível
em: < https://www.revistas.usp.br/incid/article/download/42323/45994>. Acesso em 02 jan.
2018.
Abstract: The present work presents the results of a dissertation research that proposed to
integrate a wiki tool to support the knowledge management in the Libraries System of the
Federal University of Pampa. In this way, we proposed an applied nature research with
procedures based on the Design-Based Research methodological approach that occurred in
four phases, with three iterative cycles. For data collection, survey and participant
observation questionnaires were used. As theory the combination was used, which is one of
the ways of knowledge converting, and the basic elements of knowledge management in
university libraries. A diagnosis was made initially and after the analysis of the data, a survey
of the infrastructure needs for the implementation of the tool was elaborated. For
implementation and development, the categorization of the WikiPampa platform was
performed. The preparation of a manual with guidelines and policies for use was the final
product of this research, in addition to the collaborative platform itself. We obtained as
results and conclusion, that the integration of the wiki tool as support to the knowledge
1352
management is possible and the design principles were developed, the possibilities and
challenges of this integration were also listed.
1 INTRODUÇÃO
3 BASES METODOLÓGICAS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
as extensões LDAP, para acesso utilizando login institucional, bem como a instalação da
extensão denominada ―vídeos embutidos‖ para visualização de vídeos dentro das páginas do
wiki.
Foram incluídos, no grupo de usuários da plataforma, todos os servidores da
instituição (professores e técnicos administrativos). Essa decisão foi tomada na intenção de
tornar a plataforma aberta e não delimitada a um grupo restrito da universidade, como, por
exemplo, o dos professores, que interagem com o SISBI em projetos de ensino envolvendo as
bibliotecas. A edição da plataforma é limitada ao grupo de usuários da WikiPampa; porém, o
acesso ao conteúdo/páginas é aberto na rede. Dessa maneira, conclui-se a Fase 2 da DBR com
o desenvolvimento da proposta WikiPampa com o seguinte design Figura 3:
servidores procuraram saber como tornar essas páginas mais dinâmicas com inserção de
hiperlinks, inclusão de arquivos, imagens e vídeos.
O terceiro e último ciclo iterativo caracterizou-se por produções e edições voltadas
para o melhoramento de páginas já existentes, bem como na criação de páginas de
compartilhamento de informações. A análise e a reflexão da pesquisa encontram-se na
próxima seção.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
sistema de bibliotecas para que a tecnologia se integre nesse processo de forma harmônica e
útil.
Neste contexto, este estudo pode ser o passo inicial para a integração de tecnologias
educacionais em rede, não somente no âmbito de professor e/ou aluno, mas em todo o
contexto da universidade, promovendo, assim, colaboração, gestão democrática,
democratização do conhecimento, bem como a autonomia dos servidores dentro das
instituições de ensino.
REFERÊNCIAS
WIIG, Karl M. New generation knowledge management: what may we expert? 2002.
Disponível em: <http://www.kriig.com>. Acesso: 27 set. 2015.
INGRID SCHIESSL
MILTON SHINTAKU
CAMILA BEZERRA
KEICIELLE SCHIMIDT
Abstract: The choice of a software, which manage the activities, is one of the process to
upgrade the libraries. Changing the library software is an action that requires a planning,
because different software may not use same standards. This paper aims to describe the data
1368
migration from PHL to Koha in the library of the Brazilian National School of Public
Administration named Graciliano Ramos, that was carried through the research project
developed by Brazilian Institute of Information in Science and Technology. The methodology
based on the Koha‟s modules is divided into five steps: serials data migration, catalog,
authorities, users information and circulation registers. The migration model from PHL to
Koha developed in this study can be customized and used with other systems. Therefore, the
migration process requires the participation of librarians, because it is important that a
professional who know the data and their specificities be available to help formulate the
migration model, thus it is possible to migrate the data in a concise and efficient way.
Keywords: Data migration. Koha. PHL. Open source. Integrated Library System.
Introdução
140
Um mainframe é um computador de grande porte dedicado normalmente ao processamento de um volume
enorme de informações. (LAUDON; LAUDON, 2010).
1369
federais, por exemplo, Schiessl et al. (2016) verificou que na amostra de 63 instituições
federais, 41% utilizam o sistema Pergamum para o gerenciamento do acervo e atividades da
biblioteca. Relatam, ainda, que nos 59% restantes, estão presentes softwares como o Sophia,
Aleph, SIGAA e outros de desenvolvimento próprio, com uma pequena presença do uso de
softwares livres. Destaca-se a recente iniciativa dos Institutos Federais (IF) da Paraíba e de
Pernambuco ao iniciar o uso da ferramenta livre Koha para o gerenciamento de suas
bibliotecas.
Em muitos casos, o pouco uso de softwares livres em bibliotecas se deve, segundo
Hexsel (2005), a pouca documentação e falta de suporte. Didio (2005), em sua lista de
desvantagens do software livre, corrobora relatando as dificuldades de adaptações, somadas
ao fato de haver carência de profissionais especializados em desenvolver e gerenciar software
livre, o que é agravado por conta de usuários não familiarizados com o sistema. Além do que,
há uma mudança no modelo de negócio, o qual isenta o pagamento de licenças como advoga
Sabino e Kon (2009), mas que pode-se contratar suporte.
Entre os problemas relacionados ao uso de ferramentas livres em bibliotecas, consta a
migração de dados, que pode ser complexa em casos. Mesmo entre softwares proprietários ou
de desenvolvimento próprio, a migração pode ser um processo longo, no qual não deve-se
perder nenhuma informação, como relatado por Kara, Rabner e Stow (2002).
Assim, o presente estudo descreve a migração de dados do software Personal Home
Library (PHL) para o software Koha, desenvolvido na Biblioteca Graciliano Ramos,
vinculada à Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), por meio de um projeto de
pesquisa desenvolvido pelo Ibict. A fim de contribuir com a discussão sobre o uso de
softwares livres em bibliotecas e apresentar resultados que apoiem a migração de dados entre
sistemas que utilizem parcialmente o padrão Marc21 para o Koha. Além disso, segue a
indicação do uso de softwares livres no âmbito das entidades públicas pelo governo federal,
formalizada na Instrução Normativa 04 (IN04), publicada em 11 de Setembro de 2014.
Revisão de literatura
importando os dados já formatados em Marc 21. Um modelo similar foi utilizado por
Chattopardhyay e Sarkar (2017), na biblioteca da universidade St. Xavier‘s, sendo que nos
dois casos os autores se restringiram apenas nos dados bibliográficos de catálogo. Em ambos,
foram apresentados as etapas da migração, que ajudam na execução da migração dos dados.
De forma mais geral, nota-se que a migração dá-se na formatação dos dados a serem
carregados para o formato Marc 21. Assim, independe-se do sistema existente, basta que se
exporte os dados em formato de planilha para que possa ser convertido no formato de entrada
do Koha, facilitando o processo. Dessa forma, o desafio é como obter os dados para que possa
ser convertido.
Metodologia
A metodologia utilizada foi baseada nos módulos (Quadro 1) ofertados pelo Koha,
sintetizados na Figura 10, na medida em que cada módulo oferta serviços que tratam de dados
específicos, esses são:
Circulação itens emprestados, reserva, histórico de empréstimo e devoluções, dados de atrasos e outros.
Periódicos os registros de dados depositado na base Kardex do sistema PHL.
Autoridades registros de autoridade de autoria (pessoal e institucional) e de assunto.
Fonte: Elaboração dos autores
141
Funciona basicamente como um template que controla a formatação dos elementos HTML de uma página
(UNIVERSIDADE DO PORTO, [s.d])
1373
Resultados
142
posições refere-se ao campo 008, que não possui indicadores ou subcampos. É composto 40 posições,
numeradas de 00 a 39 e contém informações codificadas sobre o registro como um todo. (MARANHÃO;
MENDONÇA, 2017)
1375
Quadro 3 - Campos PHL sem correspondência no MARC que foram importados diretamente no Koha
Campos PHL 8.0 Descrição
143
Script é um texto contendo um conjunto de instruções a serem executadas em determinada ordem.(MORIN;
BROWN, 1999)
1376
Referências
AHAMMAD, Nur. Implementing the Koha integrated library system at the Independent
University, Bangladesh: a practical experience. The Electronic Library, v. 32, n. 5, p. 642-
658, 2014.Disponível em: <http://www.emeraldinsight.com/doi/abs/10.1108/EL-04-2012-
0036> . Acesso em: 03 jan. 2018.
ASSUMPÇÃO, Fabrício. Conversão de PHL para MARC 21. 2013. Disponível em:
<http://fabricioassumpcao.com/conversao-de-phl-para-marc-21> . Acesso em: 03 jan. 2018.
BRANCH, Denise M. Head in the clouds: will a next-generation library management system
bring clear vision?. In: CHARLESTON LIBRARY CONFERENCE, 2016, Charleston.
Proceedings. Charleston, Carolina do Sul: Purdue e-Pubs, 2017. Disponível em:
<http://docs.lib.purdue.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1870&context=charleston> .Acesso
em 03 jan. 2018.
DIDIO, Laura. North American Linux and Windows TCO comparison, Part 1. 2005. The
Yankee Group Report, April, 2006. Disponível em: <http://www.lions-
wing.net/lessons/whynot/Yankee_TCO.pdf> . Acesso em: 03 de abril de 2009.
EGUNJOBI, R. A.; AWOYEMI, R. A. Library automation with Koha. Library Hi Tech
News, v. 29, n. 3, p. 12-15, 2012. Disponível em:
<http://www.emeraldinsight.com/doi/abs/10.1108/07419051211241868> . Acesso em: 03 jan.
2018.
EYLER, Pat. Koha: a gift to libraries from New Zealand. Linux Journal, [S.l], n. 106, fev.
2003. Disponível em: <http://www.linuxjournal.com/article/6350> .Acesso em 03 jan. 2018
FRANÇA, Maira Nani; DE SOUZA, Kelma Patrícia; PORTELA, Patrícia. Quanto vale a
informação? Calculando o valor econômico dos serviços de uma biblioteca. RDBCI: Revista
Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 15, n. 1, p. 265-281. Disponível
em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8647803> .Acesso
em 03 jan. 2018.
HEXSEL, Robert A. Software livre. Portal DGoL, 23 de abril de 2005. Disponível em:
<http://www.inf.ufpr.br/roberto/etc_entrDGol.html>. Acesso em 03 jan. 2018.
KARA, Bill; RABNER, Lanell; STOW, Sandra Bar. Making the move: Serials issues in the
migration to a new library management system. The Serials Librarian, v. 42, n. 3-4, p. 305-
310, 2002. Disponível em:
<http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1300/J123v42n03_23> .Acesso em 03 jan. 2018.
KARAK, Sanjay; DUTTA, Kuheli. Bibliographic data migration in KOHA 3.18 from existing
data sheet: a practical experience. International Research: Journal of Library and
Information Science, v. 7, n. 1, 2017. Disponível em:
<http://www.academia.edu/35219511/Bibliographic_Data_Migration_in_KOHA_3.18_from_
Existing_Data_Sheet_A_Practical_Experience> . Acesso em: 03 jan. 2018.
1381
KUMAR, Vimal et al. Adoption and user perceptions of Koha library management system in
India. 2012. Annals of Library and Information Sutdies, [S.l], v. 59, p. 223-230, 2012.
Disponível em:
<http://nopr.niscair.res.in/bitstream/123456789/15700/1/ALIS%2059%284%29%20223-
230.pdf> . Acesso em: 03 jan. 2018.
LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de Informação Gerenciais. 9. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010 Disponível em:
<http://www.petry.pro.br/arquivos/LIVRO%20-%20SI%20gerenciais.pdf>. Acesso em: 03
jan. 2018.
MARANHÃO, Ana Maria Neves; MENDONÇA, Maria de Lourdes dos Santos. MARC 21:
formato bibliográfico. Rio de Janeiro: Divisão de Bibliotecas e Documentação; Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <http://www.dbd.puc-
rio.br/MARC21/index.html> . Acesso em: 03 jan. 2018.
PATIL, Nisha et al. Internet of things for library management system. International Journal
of Engineering Science, v. 7, n. 4, p. 10021-10024, apr. 2017. Disponível em:
<http://ijesc.org/upload/42ae3833240bfa2f94d0ba6c3987edd5.Internet%20of%20Things%20f
or%20library%20Management%20System.pdf> .Acesso em 03 jan. 2018.
SABINO, Vanessa; KON, Fabio. Licenças de software livre história e caracterısticas. Sao
Paulo: Centro de Competência em Software Livre do Departamento de Ciência da
Computação do Instituto de Matemática e Estatıstica, 2009. 36 p. Relatório Técnico RT-
MAC-IME-USP 2009-01.2009. Disponível em: <http://ccsl.ime.usp.br/files/relatorio-
licencas.pdf> .Acesso em 03 jan. 2018.
SCHIESSL, Ingrid Torres et al. Cenário Brasileiro dos catálogos onlines das bibliotecas
universitárias federais. Revista Conhecimento em Ação, v. 1, n. 2, p. 111-126, jul./dez.
2016. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/rca/article/view/111> . Acesso em 03
jan. 2018.
YANG, Sharon Q.; HOFMANN, Melissa A. The next generation library catalog: a
comparative study of the OPACs of Koha, Evergreen, and Voyager. Information
Technology and Libraries, v. 29, n. 3, p. 141-150, sept. 2010. Disponível em:
<https://ejournals.bc.edu/ojs/index.php/ital/article/view/3139/2753> .Acesso em 03 jan. 2018.
Abstract: The present research seeks to evaluate the implementation of a digital service as a
tool to face the challenges imposed by current Information and Communication Technologies
(ICT) in the Libraries of Brazilian Public Universities, having as a parameter a case study in
the reference sector of the Library PlínioSussekind Rock Institute of Physics of the Federal
University of Rio de Janeiro (IF / UFRJ). Consists of developing an online warning service by
the WhatsApp social network to communicate to users the books with loan in arrears. In
order to account for the objectives outlined, the project was developed in stages, which
consisted of a survey of the works with loans in arrears; generation of a user name and
telephone listing; sending of message through the social network communicating the delay
and evaluation of the obtained returns. From these data, it was verified that of the 38 users
with books in arrears, 22 of them (58%) have registered in the message application and of
1384
this total, 17 users (77%) answered the sent message. Therefore, it is concluded that the
online notice service has proved effective, dynamic, practical and according to the current
needs of Library users.
1 INTRODUÇÃO
deste quadro, têm-se os seguintes objetivos específicos: fazer um levantamento das obras com
empréstimo em atraso; gerar uma listagem com nome e telefone dos usuários com livros
atrasados; cadastrar os usuários no serviço de mensagem online nas redes sociais; enviar
mensagens pelas redes sociais comunicando o atraso na devolução dos livros e avaliar os
retornos obtidos. Para tanto, a metodologia foi dividida em etapas, que consistiu numa
pesquisa no Sistema de Empréstimos de livros – Aleph módulo Circulação; cadastramento no
Sistema de Redes Sociais - Whatsapp e avaliação do retorno das mensagens enviadas pela
rede social.
realizado de forma manual e que não condizia com a realidade da Universidade e acarretava
vários problemas, dentre eles, o tempo na realização dos empréstimos, falta de agilidade na
reserva e controle de cobrança aos usuários em atraso. Atualmente, a Biblioteca do IF está
completamente automatizada e oferece o empréstimo de obras via Aleph – módulo circulação.
Porém, a forma de cobrança dos livros em atraso, ainda é feita de forma manual, isto é,
via telefone e/ou envio de carta ou e-mail, um processo lento e que não possibilita o retorno
imediato; além disso, alguns usuários não tem o hábito de utilizar e-mail
institucionais/pessoais, o que os torna inexistentes ou desatualizados no cadastro local da
Biblioteca do IF/UFRJ.
Ressalta-se que o prazo de empréstimo de livros na Biblioteca do IF/UFRJ é
diferenciado, ela é a única biblioteca do SIBI/UFRJ que tem o prazo de empréstimo de 30 dias
(alunos de graduação, pós-graduação UFRJ, professores UFRJ e funcionários) e de 04
(quatro) meses para professores do IF/UFRJ e alunos de pós-graduação do IF/UFRJ. Em
função desses prazos torna-se necessário o desenvolvimento de um canal de comunicação
mais dinâmico, ágil e eficaz, pois com um prazo de empréstimo tão longo, a possibilidade dos
usuários esquecerem a data de devolução de uma obra emprestada é muito real. Portanto,
vislumbra-se aí uma importante justificativa para a elaboração de aviso online através de
aplicativo de mensagem para ser utilizado no setor de referência da Biblioteca.
3 REVISÃO DE LITERATURA
de uso dos serviços e produtos das bibliotecas, mas sim otimizar e transformá-las em
mecanismos de excelência.
4 METODOLOGIA
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise quantitativa e qualitativa dos dados permitiu traçar o perfil dos alunos
cadastrados no Sistema Aleph que estavam com livros atrasos na Biblioteca do Instituto de
Física. Além disso, possibilitou a análise das respostas obtidas com o envio de mensagem
pelo aplicativo Whatsapp, contribuindo assim para a eficácia do serviço digital.
A pesquisa ocorreu entre os dias 15 e 18 de novembro de 2017. Participaram da
análise 38 usuários (alunos de graduação, pós-graduação, professores e funcionários do
1390
42% cadastrados
58% Sem cadastro
Ressalta-se que a baixa adesão as redes sociais se dá por conta dos professores, tanto
do IF quanto de outras unidades da UFRJ (11 usuários), que ainda não aderiram as redes
sociais como forma de comunicação online.
Analisando os usuários que utilizando as redes sociais, constata-se que do total de 22
(vinte e duas) mensagens enviadas, 17 usuários (77%) responderam a mensagem e outros 05
usuários (23%) não responderam a mensagem enviada (Figura 2).
6 CONCLUSÃO
Um ponto negativo observado na pesquisa foi a baixa adesão dos professores da UFRJ
ao aplicativo de mensagem, acredita que este fato esteja ligado a resistência que alguns
professores demonstram em utilizar as redes sociais como meio de comunicação em ambiente
acadêmico. Outro ponto que merece ser destacado é o fato de que no primeiro momento da
pesquisa, por falta de recursos, foi utilizado um aparelho e número de telefone particular, o
que não é o mais apropriado, pois a pesquisa se refere a uma Instituição pública. Por isso,
cogita-se que, num futuro próximo, seja adquirido pelo IF/UFRJ um aparelho de celular com
um número de chamada exclusivo para a Biblioteca.
Uma outra questão que também pode ser revista é o fato de apesar dos objetivos da
pesquisa terem sido atendidos, muitos usuários ainda não utilizam o aplicativo e não
responderam as mensagens. Faz-se necessário buscar, futuramente, compreender as razões
que impedem que esse tipo de comunicação seja 100% eficaz; pensa-se numa próxima
pesquisa, utilizar outras ferramentas como Facebook, para verificar se juntas essas
ferramentas não seriam mais eficazes.
Ressalta-se que o campo das mídias digitais oferece uma gama de pontos de vista para
futuros estudos. Esta pesquisa não se esgota aqui, precisa ser constantemente reavaliada para
que esteja em consonância com os seus usuários e principalmente com a biblioteca.
Sendo assim, espera-se que esta pesquisa contribua para a reflexão acerca do papel das
novas TICs em relação ao ambiente biblioteca universitária de maneira que essas e seus
profissionais da informação encontrem, através desta plataforma, meio de verdadeiramente
revolucionar o fazer biblioteconômico; e principalmente permitindo que a biblioteca busque
realizar um trabalho ligado aos interesses da comunidade científica, onde ela participa,
interroga e descobre valores.
REFERÊNCIAS
Abstract: The present research seeks to articulate mechanisms for the elaboration of a
Digital Library of Rare books as a tool to face the challenges imposed by current Information
and Communication Technologies (ICT) in the dissemination of information in the Brazilian
Public Universities, having as a parameter a case study in the A reference area of the Plínio
Sussekind Rocha Library of the Institute of Physics of the Federal University of Rio de
Janeiro (IF/UFRJ). For this, the project was developed in stages, which consisted of a
research to verify which rare works are already in the public domain; Assessment of their
physical condition; Preparation of the digital files for availability and creation of the site.
From there, the files were made available for reading and download. Therefore, all generated
objectives were fulfilled, the site Obras Raras Online is available for consultation. It is
expected that it will fulfill the Role of disseminator of information, making the Library seek to
carry out work linked to the interests of the scientific community, where it participates,
interrogates and discovers values, and saves user time by optimizing the service.
1396
1 INTRODUÇÃO
144
Disponível em: <http://biblioteca.if.ufrj.br/acervo/colecoes/obras-raras/>.
1397
Para tanto, a metodologia foi dividida em etapas, que consistiu numa pesquisa
bibliográfica para verificar quais obras raras já estão em domínio público; avaliação das
condições físicas delas; preparo dos arquivos digitais para disponibilização e criação do site.
2 AMBIENTE DA PESQUISA
Afirmativa que encontra respaldo nas argumentações de Prado, Peruzzo e Ohira (2005, p. 77)
quando eles dizem que ―por meio da internet muitos produtos e serviços passaram a ser
oferecidos, gerando uma maior promoção das unidades de informação‖. Dentre essas
unidades de informação, dá-se destaque aos sites das bibliotecas universitárias, que
necessitam de um planejamento e monitoramento para obterem bons resultados.
A implantação do site da biblioteca foi direcionada para a total interação do usuário
com a biblioteca universitária, cuja missão é facilitar o acesso dos alunos, professores e
funcionários à informação e fornecer suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Nesse sentido, a principal motivação para o desenvolvimento do site consistiu em agir
conforme as necessidades dos usuários, em função da eficácia dos produtos e serviços
prestados pela Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do IF/UFRJ.
3 REVISÃO DE LITERATURA
Como definir um livro como obra rara?Esta é uma questão complexa, pois envolve
fatores e circunstâncias variáveis que são de ordem subjetiva. Ou seja, trata-se de uma
avaliação na qual para definir a raridade de um livro não existem regras exatas. Para Pinheiro
(2003, p.1), ―cada livro é um universo restrito de manifestações culturais, originais e
acrescentadas‖.
Porém, de maneira bastante simplificada, pode-se dizer que livro raro é aquele difícil
de encontrar por ser muito antigo, ou por tratar-se de um exemplar manuscrito, ou
ainda por ter pertencido a uma personalidade de reconhecida projeção e influência
no país e mesmo fora dele [...] ou reconhecidamente importantes para determinada
área do conhecimento [...]. Torna-se necessário, portanto, sistematizar uma
metodologia a fim de explicitar e justificar os critérios adotados para identificar
livros raros dentro de uma coleção. (RODRIGUES, 2006, p. 115)
145
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Divisão de Obras Raras. Planor.Critérios de raridade
[e] Catálogo Coletivo do Patrimônio Bibliográfico Nacional –CPBN: séculos XV e XVI.Rio
de Janeiro: FBN, [2000]. 1 CD-ROM.
1401
agregando valor à informação, de maneira que passe a ter uma importância contextual,
transformando o conhecimento científico em inteligência prática (DIAS; PIRES, 2003).
Rabelo (2011, p.12) acredita que ―as bibliotecas universitárias, como suportes à
produção de conhecimento, devem, portanto, assumir uma política de preservação dos acervos
históricos, visto que, por meio desta documentação, desenvolvem-se pesquisas que trazem
benefícios para o futuro e salvaguarda dos elementos da história cultural de um povo‖. Para a
autora, ―a principal preocupação da biblioteca universitária no que diz respeito a acervos
históricos deve ser, portanto, a responsabilidade de conservar o patrimônio cultural
bibliográfico, tornando-o acessível ao público de maneira eficaz e eficiente‖. (RABELO,
2011, p.13). Segundo Sant‘Ana (2001, p.3) ―acervos raros podem, ainda, ser usados como
fonte de pesquisa para gerar novas informações, pois informações antigas, transportadas para
uma nova geração e inseridas no cotidiano de uma realidade existente no presente, servem de
base para a criação de informações futuras‖.
As obras raras administradas pelas bibliotecas universitárias são beneficiadas ainda
pelo fato de estarem em instituições preocupadas com a pesquisa de novas técnicas de
preservação e difusão do conhecimento contido em seus acervos, buscando tornar acessível
esse material para pesquisa e garantir a memória da instituição. Nesta perspectiva, surge a
necessidade de definir critérios norteadores para o reconhecimento e tratamento técnico do
acervo raro e/ou antigo disponível na Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física
da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Faz-se necessário reforçar que uma política de preservação é um tipo de ação de
âmbito superior, e que para Galvão e Bernardes (2011, p.13) ―engloba o desenvolvimento e
implantação de planos, programas e projetos de preservação de acervos‖. Segundo o autor,
possui objetivos, limites e diretrizes para atingir um resultado, visando definir orientações
globalizantes, sistemáticas e contínuas a serem alcançadas e são consideradas as linhas de
trabalho institucional (GALVÃO E BERNARDES, 2011), como a que a Biblioteca do
Instituto de Física está fazendo com a criação da Biblioteca de Obras Raras, isto é, levantando
discussões sobre questões de preservação e acesso às coleções de Ciência e Tecnologia
(C&T). Acredita-se que a Biblioteca Digital de Obras Raras é uma ferramenta fundamental
para a preservação da história e memória desta instituição, uma vez que preserva as
informações e promove o acesso a elas.
Todas as coleções de uma biblioteca devem ser alvo de um programa de preservação.
Porém, desenvolver medidas de preservação de todo o acervo da Unidade de Informação está
fora da realidade da maioria das bibliotecas públicas universitárias brasileiras. Por este
1403
4 METODOLOGIA
A sexta e última foi a disponibilização dos arquivos digitais no site para leitura e
download. Os arquivos digitais são abertos em nova janela a partir de um clique na miniatura
da folha de rosto correspondente à obra. Ao lado da miniatura, encontram-se as informações:
autor, título e o link para a catalogação da obra na Base Minerva (onde se lê Mais
informações).
Posteriormente, a intenção do projeto é adequar a qualidade dos arquivos digitalizados
para integrá-los a Biblioteca Digital de Obras Raras da UFRJ, projeto coordenado pelo
SiBI/UFRJ, disponível no endereço: http://bdor.sibi.ufrj.br/. Para tanto, as obras serão
novamente digitalizadas no padrão das recomendações para digitalização de documentos
arquivísticos permanentes (300 dpi de resolução mínima em escala de cinza para textos em
preto e branco e 300 dpi 4 bits (8 bits por canal de cor, modo RGB para textos coloridos). Para
garantir a preservação será adotado, também, o padrão PDF/A com OCR para Texto,
MP4/H264 para vídeos, TIFF para imagens e MP3 para áudios.
5 RESULTADOS
A Biblioteca do Instituto de Física da UFRJ tem em seu acervo 22 (vinte e duas) obras
raras, o critério utilizado para defini-las como tal foram o ano de publicação da obra e o valor
histórico que elas representam para história e memória da Física e suas áreas afins. Em função
da sua raridade, estes documentos receberam um tratamento diferenciado, pois todos têm seu
valor histórico e cultural.
A Biblioteca Digital de Obras Raras do Instituto de Física disponibiliza o conteúdo
integral de 02 (dois) títulos que fazem parte do Acervo de Obras Raras da Biblioteca (vide
quadro1). Ressalta-se que as obras selecionadas para a digitalização seguem o critério de
antiguidade (decurso do tempo) para o cumprimento da Lei Nº 9.610 de 1988 que estabelece o
prazo de 70 anos após a morte do autor para o título ser considerado de domínio público.
de extrema importância, apresentando contribuições nas áreas de teoria das funções, teoria de
números, equações diferenciais e topologia. Ele desenvolveu o estudo de funções
automórficas (1884), chamadas de funções Fuckianas (em homenagem ao matemático
Lazarus Fuchs). Poincaré foi o primeiro a introduzir a ideia de preencher multiplicidade por
uma sequência de regiões compactas e obter o mapeamento por um processo de limite, além
de desenvolver teorias em funções abelianas e geometria algébrica. Poincaré também
contribuiu no estudo da álgebra para resolução de problemas de análise e nos estudos de Lie
sobre grupos146.
Por outro lado, a obra de Camille Flammarion, ―L'Atmosphere: description des grands
phénoménes de la nature‖, teve sua classificação definida como Rara por, também, ter sido
publicada no século XIX (1875) e por Flammarion ter sido considerado popularizador da
Astronomia. Ele foi um astrônomo célebre, sábio e filósofo, um extraordinário investigador
francês. Baseando-se em suas investigações consegue-se responder a algumas questões, como
por exemplo, de que o Universo é um dinamismo regido por forças invisíveis e pensantes, à
qual a matéria obedece.
Ocupou-se da observação das manchas do sol, das configurações lunares, das
constelações e das estrelas duplas coloridas ou as cintilantes, dos anéis de Saturno, do disco
de Júpiter, das nebulosas e dos cometas. Para estudar o estado higrométrico e a direção das
correntes aéreas, interessa-se a partir de 1867 pela navegação aérea147.
O critério utilizado pela Biblioteca do IF/UFRJ para definir o acervo como obra antiga
foi o fato desses livros não fazerem parte do acervo de obras raras de outras bibliotecas, tais
como: Biblioteca Nacional e a Library of Congress148.O critério utilizado também foi o ano de
publicação da obra e o valor histórico que elas representam para história e memória da Física
e áreas afins.
A Biblioteca do Instituto de Física da UFRJ tem em seu acervo 32 (trinta e duas) obras
antigas, o critério utilizado também foi o ano de publicação da obra e o valor histórico que
elas representam para história e memória da Física e áreas afins. No caso das Obras Antigas, a
146
Adaptado da biografia disponibilizada pelo Grupo de História, Teoria e Ensino de Ciências
da USP, disponível em:<http://www.ghtc.usp.br/Biografias/index.html>. Acesso em: 09 maio
de 2016.
147
Fonte: Grandes vocações: Cientistas. v. 5. São Paulo: Donato, [s/d].
148
Endereços eletrônicos: https://www.bn.br/ e https://www.loc.gov/
1407
Biblioteca Digital de Obras Raras disponibiliza o acesso a 06 (seis) títulos digitalizados (vide
quadro 2).
Ao analisar essas 06 (seis) obras digitalizadas, todas têm em comum o fato de terem
sido publicadas em meados do século XIX e início do século XX (entre os anos de 1855-
1914), no entanto, a justificativa para separar as Obras Raras das Antigas, embora os mesmos
critérios tenham sido adotados em ambas as categorias, foi o fato de não existirem exemplares
dessas Obras Antigas em outras bibliotecas da UFRJ, a exemplo da Biblioteca de Obras Raras
do Centro de Tecnologia e/ou do Instituto de Matemática da UFRJ, que servisse de parâmetro
para a classificação dessas Obras Antigas como Raras; dessa forma optou-se em classificá-las
apenas como Obras Antigas.
É factual a inexistência de uma política nacional propondo a identificação de um
documento raro. Rodrigues (2006, p. 115), enfatiza que ―cada instituição, particularmente,
elabora seus próprios procedimentos, relacionando critérios, muitas vezes baseados nas
experiências de outras instituições‖. Sant‘Anna (2001, p.11) propõe que:
A política da instituição que guarda um acervo considerado raro deverá ditar os
limites daquilo que for merecedor de uma proteção maior, e estas obras deverão ser
armazenadas junto às raras, mesmo que objetivamente não pertençam a este grupo.
Neste sentido, todos os materiais bibliográficos especiais merecem os cuidados de
preservação que as obras raras recebem.
1408
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos fixados para este artigo não permitem que o assunto Serviço de
Referência em bibliotecas universitárias seja tratado com a profundidade que merece, ele é
por demais amplo. Porém, o objetivo principal desta pesquisa – constituir uma Biblioteca
Digital de Obras Raras, que permita acesso à coleção de Obras Raras e/ou Antigas do Instituto
de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro – foi alcançado. O site está disponível
aos usuários através do endereço: http://biblioteca.if.ufrj.br/acervo/colecoes/obras-raras/.
Acredita-se que o serviço digital cumpre o papel de ser um disseminador da
informação, fazendo com que a Unidade de Informação busque realizar um trabalho ligado
aos interesses da comunidade científica, além de poupar o tempo do usuário, através da
otimização do serviço. A forma tradicional de disponibilizar produtos e serviços de referência
e informação ainda é largamente difundida, no entanto buscar formas virtuais para melhor
atender as necessidades de informação do usuário, ainda é a forma dinamicamente mais
efetiva de disponibilizar informação.
Em se tratando de um relato de experiência, esta implementação de um serviço digital
possibilitou alcançar de maneira mais ágil e efetiva as demandas dos usuários que utilizam a
Unidade de Informação, e oferecer uma resposta eficaz e de fácil acesso, pois o mundo
contemporâneo exige das organizações uma gestão eficiente que pode ser facilitada com o
suporte de recursos inteligentes oferecidos pela tecnologia e pelos diversos sistemas de
informações à disposição.
Espera-se que, num futuro próximo, todo o acervo de Obras Raras e/ou Antigas
estejam totalmente digitalizadas e disponíveis para consulta no site, para que a Biblioteca
possa desempenhar o seu papel de disseminadora de informação, em consonância com as
atuais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Faz-se necessário ressaltar que a
Biblioteca Digital de Obras Raras destaca-se por contribuir para que a comunidade acadêmica
1409
cumpra com seus compromissos educacionais e tenham como aliado nos momentos mais
difíceis, o Serviço de Referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ).
REFERÊNCIAS
ALVES, A. P. M.; VIDOTTI, S. A. B. G. O Serviço de referência e informação digital.
Biblionline, João Pessoa, v. 2, n. 2, 2006. Disponível em: <http://bit.ly/2ofkc44>.Acesso em:
20 jan. 2016.
PINHEIRO, A. V. O Espírito e o corpo do livro raro: fragmentos de uma teoria para ver e
tocar. Revista Museu: cultura levada a sério, Rio de Janeiro, 2003. Disponível em:
<http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=1674>. Acesso em: maio de 2016.
__________. Livro raro: antecedentes, propósitos e definições. In: SILVA, H. C.; BARROS,
M. H. T. C. (Org.). Ciência da informação: múltiplosdiálogos. Marília: Cultura Acadêmica,
2009. p. 31-44. Disponível em: <http://bit.ly/2oi9nOq>. Acesso em: 18 jun. 2017.
LARISSA SAMPAIO
Resumo: O uso de mídias sociais tem se tornado cada vez mais uma necessidade para que
bibliotecas possam efetivar a promoção e o uso de seus produtos e serviços de informação. O
presente artigo tem como objetivo relatar a experiência em comunicação com mídias sociais
da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. A biblioteca sempre teve uma forte
presença nas mídias sociais, contudo viu-se a necessidade da criação de uma comissão de
comunicação em mídias sociais, além da parceria com a secretaria de comunicação da
universidade para a realização de reuniões, workshops e capacitação. As mídias sociais usadas
na biblioteca são descritas, com especial atenção para a página oficial no Facebook, bem
como os exemplos das ações realizadas. Estatísticas e ações de acessibilidade são exploradas
e detalhadas. Constatou-se aumento de acesso e engajamento dos usuários por meio das
mídias sociais após a criação da comissão, além de uma alavancada na gestão de suas
comunicações e gestão nos perfis oficiais da Biblioteca Central nessas mídias.
Abstract: Use of social media has become an increasing necessity for libraries in order to
effectively promote and use their information products and services. This paper aims to report
on the experience in communication with social media from the Central Library of the
University of Brasília. The library has always had a strong presence in social media.
However, it felt the need to create a communication committee in social media and strike a
partnership with the university‟s communication department in order to aid in holding
meetings, workshops, and training. The social media profiles used by the library are
described in this paper, with special attention to the official Facebook page, as well as some
examples of the actions taken. Statistics and accessibility actions were explored and
thoroughly detailed. After the creation of the commission, there has been a noticeable
increase in users' access and engagement through social media, as well as an improvement in
1412
the management of their communications and in the handling of the official profiles of the
Central Library in these media.
1 Introdução
2 Mídias sociais
O uso de mídias sociais tem se tornado cada vez mais uma necessidade para que
bibliotecas possam efetivar a promoção e o uso de seus produtos e serviços de informação. Na
era dos smartphones, onde os dados são armazenados rapidamente e a comunicação é feita de
forma instantânea, torna-se imprescindível que empresas e organizações estejam conectadas
com seus consumidores e usuários. A comunicação é o condutor para que as organizações se
mantenham ativas e alcancem seus objetivos, mesmo que não tenham como foco o lucro,
como é o caso de bibliotecas.
As mídias sociais fazem parte da era Web 2.0, na qual usuários possuem total
interação com os produtores de conteúdo informativo. ―Essas novas ferramentas sociais se
consolidaram como alternativas aos meios de comunicação tradicionais (TV, rádio, revistas,
1413
jornais, etc.) e seu público, e vêm oferecendo a possibilidade de dar um toque mais humano a
essas mídias tradicionais‖ (ANJOS, 2016, p. 43). Conforme acrescentam Pizeta, Severlano e
Fagundes (2016, p. 7):
As mídias sociais contribuem tanto para as empresas (vendas) quanto para os
usuários (compras), proporcionando uma satisfatória amplitude de pesquisas. Além
disso, apresenta-se com uma característica contemporânea, que é a criação de laços
de proximidade através das redes sociais, transformando o típico mercado digital
para uma relação bilateral, possibilitando o diálogo entre vendedor e comprador,
mesmo através dos canais eletrônicos e automatizados, quebrando, portanto, a
sensação de ausência da negociação.
O contexto universitário é propício para o sucesso do uso das mídias sociais, já que
seu público é formado em grande parte por pessoas jovens que cresceram envoltas na era das
denominadas tecnologias de informação. Além disso, Calil Júnior (2013, p. 1056) faz a
seguinte análise sobre a biblioteca universitária:
Neste contexto, alguns dos atores do mundo acadêmico estão entre aqueles que mais
circulam no ciberespaço, que vem se tornando um dos mais importantes, se não o
principal, lócus de produção, circulação e disseminação da informação. E, ao
acompanhar essa ocupação do ciberespaço por parte desses atores, é possível afirmar
que entre as bibliotecas brasileiras, as universitárias vêm se destacando no uso das
ferramentas colaborativas.
acessibilidade das páginas da internet, iniciativas do poder público para adotar medidas de
incentivo de produção, distribuição e comercialização de livros em formatos acessíveis, além
também de estimular a adaptação de artigos científicos, entre outras recomendações. A
mesma lei tem capítulo sobre tecnologia assistiva (BRASIL, 2015).
A biblioteca faz parte do desenvolvimento acadêmico dos alunos, sendo
imprescindível dar atenção à acessibilidade e a inclusão, principalmente digital, em suas
múltiplas necessidades. Fialho e Silva (2012) num estudo sobre acessibilidade de deficientes
visuais em bibliotecas universitárias, constatam que os usuários com deficiência visual
tendem a ser mais autônomos na busca informacional desde que os instrumentos sejam
adequados, e além disso, as bibliotecas devem adequar suas unidades para atender a qualquer
usuário. Dantas (2017, p. 14) afirma que ―as bibliotecas universitárias têm um papel
importante na permanência da pessoa com deficiência no ensino superior e, por isso, devem
atuar ativamente na concepção de serviços que promovam a acessibilidade informacional‖.
Quando a comissão (CMS/BCE) foi criada, a página do Facebook já contava com uma
presença significativa na rede, com mais de doze mil curtidas e um bom número de
1418
Outra grande prática agregada pela Comissão foi a de promover acessibilidade nas
publicações. Foi incorporada a hashtag #PraCegoVer em todas as postagens do site e do
Facebook da BCE.
5.2 #PraCegoVer
149
Para saber mais: https://goo.gl/YNRUZ5
1420
Para realizar uma análise da evolução da página oficial da BCE no Facebook, foi
realizada uma coleta de dados dentro das próprias estatísticas fornecidas pela rede social,
baseada numa abordagem metodológica mista (quantitativa e qualitativa). O recorte de tempo
escolhido para a análise foi de 30 de janeiro de 2017 a 30 de janeiro de 2018. O dados
analisados foram: aumento da quantidade e média de crescimento de seguidores, assim como
exemplos de publicações realizadas na página desde sua criação. Desta maneira, procurou-se
realizar uma análise da evolução da presença da BCE no Facebook nesse período, com foco
nas ações realizadas após a criação da Comissão.
De 30 de janeiro de 2017 a 30 de janeiro de 2018A página da BCE no Facebook saltou
de 11.490 seguidores para 13.786, conforme gráfico abaixo:
1421
Em 8 de julho de 2017, dois dias depois da edição do ato que criou a comissão em
mídias sociais da BCE, o número de seguidores era 12.417. Nesse mesmo período de um ano,
o número de seguidores que começaram a seguir a página foi em média, maior do que o
número de seguidores que deixaram de seguir.
Neste primeiro momento, boa parte das postagens consistia em avisos sobre o
funcionamento da biblioteca e divulgação de alguns serviços, como os então recém-criados
Repositório Institucional e Biblioteca Digital de Monografias, além de alguns eventos da
Universidade. Já nessa época, algumas datas comemorativas eram lembradas, como o dia do
filatelista, em postagem de 5 de março de 2013.
A partir de 2015, o olhar sobre o Facebook se intensificou. Era preciso explorar mais
essa forma de comunicação com nosso público-alvo. Estabeleceu-se que uma pessoa de cada
setor teria acesso à página e cada setor poderia fazer uma publicação semanal (ou mais).
Nesse período, alguns quadros fixos foram criados, como o #bookfacefriday:
Foi realizado também o ―Conheça nossos colaboradores‖, onde eram publicadas fotos
de pessoas da equipe (com prévia autorização) com uma breve descrição a respeito delas; o
―Paixonite literária‖ durante o mês de junho de 2016 e o ―Indica BCE‖, onde nossos
colaboradores indicavam livros para os usuários conforme seus gostos pessoais.
Em eventos como a ―Semana do Terror na BCE‖, ―Semana da Consciência Negra‖ e a
exposição ―23 maneiras de se apaixonar pela leitura‖, foi buscada criar conexão entre os
eventos físicos e as redes sociais, um complementando o outro.
Nesse mesmo ano, foi muito intensivo o uso dos memes, para dar um ar mais divertido
aos avisos. O resultado foi uma maior interação dos usuários:
7 Considerações Finais
A BCE já tinha perfis ativos nas principais mídias sociais, contudo a criação da
comissão, a parceria com a secretaria de comunicação da universidade, o planejamento das
1424
ações a serem publicadas, e, principalmente, o feedback dos usuários fizeram com que a
visibilidade da biblioteca aumentasse perante a comunidade acadêmica, tornando as mídias
sociais adotadas um meio efetivo de divulgação dos produtos e serviços oferecidos pela
biblioteca. Constatou-se aumento de acesso, uso e engajamento dos usuários por meio das
mídias sociais e site da biblioteca, assim como a inclusão da prática de acessibilidade, por
meio da hashtag #PraCegoVer, contribuindo para uma comunicação mais cidadã e
democrática.
Diante da experiência da BCE com o uso institucional das mídias sociais e da
literatura da área que trata do assunto, é possível afirmar que as unidades de informação que
trabalham com essas mídias possuem uma grande chance de alavancar sua capacidade de
transferir conteúdo informacional de forma orgânica e ao mesmo tempo funcional, ao
proporcionar um contato rápido e ativo, além de acessível, com seus usuários.
Referências
ANJOS, Cláudia Regina dos. A presença da biblioteca universitária nas mídias sociais: um
estudo baseado no sistema de bibliotecas da UFRJ. Biblionline, João Pessoa, v. 12, n. 4, p.
42-56, 2016.
CALIL JUNIOR, Alberto. Mídias sociais nas bibliotecas universitárias brasileiras. Revista
ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.18, n.2, p. 1053-1077, jul./dez.,
2013.
DANTAS, Gabriella Lima. Acessibilidade informacional para pessoas com deficiência visual
em bibliotecas universitárias: estudo aplicado na Biblioteca Digital e Sonora da Universidade
de Brasília. In: ENCONTRO DE ESTUDOS DE USO E USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO,
1., 2017, Fortaleza. Anais... . Fortaleza: UFC, 2017. p. 1 - 15. Disponível em:
<http://www.eneu2017.ufc.br/index.php/eneu/1/paper/viewFile/59/52>. Acesso em: 03 fev.
2018.
1425
CHATTEN, Zelda; ROUGHLEY, Sarah. Developing social media to engage and connect at
the university of Liverpool library. In.: Social media in the library: in the library series.
Disponível em: <https://www.routledge.com/reference/posts/12390>. Acesso em: 1 fev. 2018.
Free book.
CUSTÓDIO, Mônica. Conheça as dez redes sociais mais usadas no Brasil. Spoiler: Facebook
é a primeira: mas talvez isso não seja novidade, então aproveite para conhecer as outras redes
sociais preferidas pelos brasileiros. Resultados digitais. Disponível em:
<https://resultadosdigitais.com.br/blog/redes-sociais-mais-usadas/>. Acesso em: 1 fev. 2018.
SALGADO, Maria Armanda; PACIOS, Ana Reyes. Social media marketing nas bibliotecas
académicas portuguesas. Ponto de acesso, Salvador, v.10, n.1, p.14-31, abr. 2016.
NADIA FICHT
KELY COMIN
Abstract: The main objective of the university library is to meet the information needs of the
institution that is inserted to support the faculty, students, researches in teaching, research
and extension. The formation of the collections must obey pre-established standards
regarding the selection and acquisition of works, these should compose the pedagogical
projects of the courses offered by the IES, in order to support its academic community.
Through a descriptive study of actions applied in SIBI/PUCPR, the document in question
reports the experience of the implementation of the online acquisition service in the year
2017, using the Pergamum System acquisition module. As a result, it became clear that the
implementation of the online service, met the goal of streamlining and facilitating the
acquisition process as well as optimization of the resources of the IES.
1 INTRODUÇÃO
estar alinhado aos cursos existentes e seu acervo constituído com obras das bibliografias
básicas e completares.
Para Vergueiro (1989) a política de desenvolvimento de coleções funciona como
parâmetro na tomada de decisão em relação à escolha do material a ser adquirido. A política
irá definir prioridades e métodos, os quais oferecem os subsídios necessários para a aquisição
e descarte de obras. Observando os autores supracitados, pode-se afirmar que a determinação
de normas para seleção e aquisição de materiais disciplina o processo, desde a quantidade a
qualidade das obras, direcionando ao uso adequado dos recursos financeiros.
O Sistema Integrado de Bibliotecas da PUCPR - SIBI/PUCPR possui sua política de
―desenvolvimento de coleções‖, a qual oferece um suporte no momento de aquisição de obras.
Como sugerido por Miranda (2007) a seleção de obras deve ser feita em parceria dos
bibliotecários com corpo docente, pois estes possuem o domínio das perspectivas áreas de
atuação. Os bibliotecários por vez, devem ter a ciência das exigências do MEC, no que tange
a quantidade e qualidade do acervo.
A aquisição no desenvolvimento de coleções, pode ser definida como processo moroso
e exaustivo, conforme menciona Andrade e Vergueiro (1996, p.5)
é um trabalho minucioso de identificação, localização dos itens e sua posterior
obtenção para o acervo, [...]. Muitas vezes, realizar o trabalho de aquisição
assemelha-se a procurar uma agulha no palheiro, tantas são as possibilidades
existentes. É uma atividade que exige perseverança e atenção a detalhes, de maneira
a evitar um descompasso entre o que foi escolhido primordialmente para aquisição e
aquilo que afinal chega ás mãos do usuário.
evoluiu para ambiente web, onde ocorreu o aperfeiçoamento e atualização de serviços, entre
eles a aquisição.
O modulo de aquisição do Sistema Pergamum, controla o processo de compra de
materiais bibliográficos e multimeios, de acordo com as solicitações de docentes baseadas no
Projeto Pedagógico dos Cursos ofertados na IES, além das indicações de acadêmicos e
colaboradores.
O Módulo de Aquisição do Sistema Pergamum oferece, justamente, um eficiente
instrumento para a realização dessa importante atividade biblioteconômica. O
programa estabelece prioridades e procedimentos para aquisição de materiais
bibliográficos e multimeios, incluindo desde sugestões de compras (pré-
catalogação), pedidos, registros das informações referentes a preços, prazos, controle
dos fornecedores, controle orçamentário até a chegada dos pedidos com a criação
dos acervos e exemplares (PERGAMUM, 2017).
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI,
TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
Resumo: Trata das bibliotecas universitárias vistas sob a perspectiva de centros culturais.
Objetiva apresentar, discutir e refletir teoricamente sobre as bibliotecas públicas universitárias
enquanto espaços polivalentes que integram o acesso ao conhecimento às ações de discussão,
criação de novos conhecimentos e difusão de novas informações, além de estarem atentas às
mudanças sociais, necessidades coletivas e formulações culturais características do mundo
contemporâneo. Trata-se de uma pesquisa tem como objeto de estudo as bibliotecas públicas
universitárias. Caracteriza-se como sendo uma pesquisa exploratória por ser estabelecida em
critérios, métodos e técnicas. Utiliza-se de um método qualitativo permitindo o
aprofundamento do objetivo a ser estudado a partir de levantamento bibliográfico com base
em material já elaborado, constituído a análise das contribuições de diversos autores que já
abordaram a questão como Milanesi (1997), Ramos (2008), Cenni (ano) abordando aspectos
históricos e conceituais sobre o tema enfatizando nas considerações finais que o caminho é o
do espaço polivalente, que integra o acesso ao conhecimento às ações de discussão, criação de
novos conhecimentos e difusão de novas informações. Por fim, traz ainda o entendimento de
Milanesi (1997) e outros teóricos acerca dos desafios que deverão ser encarados pelas
bibliotecas universitárias em suas práticas culturais, são eles: informar, discutir e criar.
Abstract: It deals with university libraries seen from the perspective of cultural centers. It
aims to present, discuss and theoretically reflect on public university libraries as
multipurpose spaces that integrate access to knowledge to discussion activities, creation of
new knowledge and dissemination of new information, as well as being attentive to social
changes, collective needs and characteristic cultural formulations of the contemporary world.
It is a research whose object is to study public university libraries. It is characterized as
being an exploratory research because it is established in criteria, methods and techniques. It
is used a qualitative method allowing the deepening of the objective to be studied from a
bibliographical survey based on material already elaborated, constituting the analysis of the
contributions of several authors who have already addressed the issue such as Milanesi
(1997), Ramos (2008) , Cenni (year), discussing historical and conceptual aspects of the
subject emphasizing in the final considerations that the way is the polyvalent space, which
1436
integrates the access to knowledge to the discussion actions, creation of new knowledge and
diffusion of new information. Finally, Milanesi (1997) and other theorists on the challenges
faced by university libraries in their cultural practices are: inform, discuss and create.
1 INTRODUÇÃO
Sociedade da Informação, e que por isso, devem estar atentas às mudanças sociais,
necessidades coletivas e formulações culturais características do mundo contemporâneo.
Sendo assim, este trabalho com base em pesquisa exploratória e bibliográfica, traz aspectos
históricos e conceituais sobre bibliotecas públicas vistas como centros culturais com o
objetivo de mostrar que o caminho é o do espaço polivalente, que integra o acesso ao
conhecimento às ações de discussão, criação de novos conhecimentos e difusão de novas
informações. Por fim, traz ainda o entendimento de Milanesi (1997) acerca dos desafios que
deverão ser encarados pelas bibliotecas universitárias em suas práticas culturais, são eles:
informar, discutir e criar.
É com a invenção da imprensa, entre 1450 e 1455, por Gutenberg (1398-1468), que
se considera ser o momento decisivo para um afastamento do ―culto aos mortos‖, ao que era
sagrado e que, por isso, merecia ser guardado e escondido, para celebrar a vida que,
marcadamente, em relação às bibliotecas, se caracterizava pela laicização, democratização,
especialização e socialização.
Segundo Braga (2004), é nesse contexto que várias transformações são verificadas,
por exemplo, os avanços na ciência e tecnologia, certa diminuição do analfabetismo, a
criação de universidades e, consequentemente, a necessidade de atendimento aos estudos
acadêmicos, os quais dentre outros fenômenos, contribuíram para uma revolução nas
funções da biblioteca, que se torna, progressivamente, um centro de divulgação do saber
(grifo nosso).
A biblioteca passa a gozar, [...] do estatuto de instituição leiga e civil, pública e
aberta, tendo o seu fim em si mesma e respondendo a necessidades inteiramente
novas [...]foi o livro, ou seja, a biblioteca, um dos instrumentos mais poderosos da
abolição do ‗antigo regime‖ (MARTINS, 2002, p. 323-324).
150
CAIN, Julie. La civilisation écrite. In: Encyclopédie Française, v. 18. Paris: Larousse, 1939.
1439
Os centros culturais surgem como um modelo alternativo, que vem sendo desenhado
e experimentado em diversos lugares do mundo. Abrigam, ao mesmo tempo, a identidade
individual e a coletiva, por isso a sua democratização é fundamental como instrumentos que
possibilitam ao homem o contato com a produção cultural para fruir e produzir.
Campos (1995) afirma que as bibliotecas entendidas como centros culturais, são
núcleos de uma expressão cultural viva, criados para propiciar e desenvolver uma dinâmica
cultural, com o objetivo de favorecer uma ação cultural na qual importa a criação, e não
apenas o consumo, de cultura.
A mesma questão também é observada por Botelho (2003) que, ao analisar os
equipamentos culturais da cidade de São Paulo, descreve a situação das bibliotecas públicas
da capital:
pertencentes à esfera municipal, a maioria das bibliotecas têm ações que
ultrapassam suas obrigações tradicionais, mantendo projetos para públicos
específicos, tais como os de estímulo à leitura, voltado para crianças, assim como
projetos para a terceira idade. Desenvolvem, ao mesmo tempo, uma gama de
atividades ligadas às artes (dança, música, teatro, por exemplo). Algumas têm um
núcleo Braille, outras mantêm pequenos museus ligados à história do bairro. Uma
delas mantêm sessões semanais de cinema, numa região em que não há nenhuma
sala cinematográfica comercial. Ou seja, percebe-se um esforço de se responder a
1440
Ramos (2006) afirma que sejam quais forem as condições de atuação, o centro de
cultura deve ser um espaço de descoberta, de desvelamento da realidade. Um centro de
cultura deve fazer uma clara opção pelo indivíduo numa situação coletiva; ele só tem razão
1441
151
WIDMER, Ernst. Problemas da Difusão Cultural. In: Cadernos de Difusão Cultural. Salvador: Universidade
Federal da Bahia –UFBA, 1979.
1442
vinculada a uma camada ou classe social, mas também não pode ser apolítica ou neutra em
suas ações.
Milanesi (1997) também toca na relação entre o centro e a cidade; para ele, o centro
cultural deve estar conectado à cidade, deve estar atento e responder às demandas e anseios
dos cidadãos, deve propiciar o encontro entre as pessoas e a cidade, deve possibilitar o
entendimento dos acontecimentos contemporâneos e deve prestar serviços à população
(fornecer informações e dados, esclarecer dúvidas, facilitar o acesso).
Para Ramos (2006), questões como globalização, tecnologias de informação e
comunicação, identidade cultural e a importância da informação e do conhecimento estão
na ordem do dia e devem estar contempladas nas ações e na própria maneira como esses
espaços se organizam e atendem a seus usuários.
Ainda segundo Ramos (2006), os centros culturais atuam como espaço de encontro,
experimentação e reflexão, mas, também como equipamento disseminador de informação.
Isso acontece quando divulga suas atividades entre os usuários; quando promove seminários
e debates; quando possibilita o acesso à internet e disponibiliza para seu público
equipamentos multimídia; quando promove lançamento de livros, sessões de cinema, etc.
Enfim, ao mesmo tempo em que realiza a ação cultural, o centro realiza a ação
informacional.
Silva (1995) caracteriza o centro cultural como um organismo de informação, pois
seria um local onde as pessoas encontram as informações úteis no dia-a-dia. Para ela, o
centro cultural:
visa reunir bens culturais e colocá-los à disposição do público. [...] Entretanto, ele
quer mais, quer ser um espaço de criação de novos bens. Isto garante a sua
funcionalidade. Ao reunir os bens culturais pode se promover também a sua
reinterpretação. O conhecimento adquire um caráter dinâmico. [...] Tudo passa a
ser informação (SILVA, 1995, p.46).
Para Teixeira Coelho (1986) e também Milanesi (1997), os centros devem realizar
ações que integrem três campos comuns ao trabalho cultural: criação, circulação e
preservação. Para o primeiro campo, devem-se incorporar ações que visam estimular a
produção de bens culturais. Devem-se promover oficinas, cursos e laboratórios; deve-se
investir na formação artística e na educação estética de modo a possibilitar o contato
sensível com o mundo, a ampliação das percepções e o aprendizado das diferentes formas
de expressão artística.
Outra responsabilidade que os centros culturais têm é com a distribuição dos bens
culturais e a circulação de informação. Uma vez produzido o bem cultural este deve ser
1443
Ainda segundo a mesma autora, outro verbo importante a ser conjugado num centro
cultural é: discutir. A biblioteca universitária vista como centro de cultura deve abandonar a
postura passiva das antigas bibliotecas que organizavam as informações para atender a uma
demanda e passar a oferecer a oportunidade de reflexão e crítica. Devem ser organizados
seminários e ciclos de debates para que a ação de discutir potencialize a informação e, desta
forma, se torne peça fundamental da ação cultural.
Por fim, o terceiro verbo, criar, é aquele que dá sentido aos demais. É, segundo
Ramos (2006) o objetivo primeiro de um centro cultural, que deve ser gerador de estímulos,
de novos discursos, de novas propostas. Assim, junto ao acervo e às atividades de
discussão, deverão estar disponíveis salas para oficinas, laboratórios, experiências criativas,
onde os frequentadores possam investigar, propor, expressar-se.
A invenção, segundo Milanesi (1997), só é possível mediante um trabalho de
organização de estímulos e eliminação de obstáculos à liberdade de expressão. As
bibliotecas universitárias devem buscar ser centros culturais, ―indo contra os preceitos que
pedem aos homens que não inventem, que não ousem, que não saiam da rotina, devem
centrar na invenção de discursos o seu objetivo. Ou há criatividade ou não existe ação
cultural‖ (MILANESI, 1997, p.181).
Assim se dá, nestes espaços, o ciclo da ação cultural:
transformar a realidade em que vivem e, desta forma, possibilitar que cada um, junto com
todos, possa apropriar-se de sua cultura.
A matéria-prima, no mundo contemporâneo, é a informação produzida, transmitida,
preservada. Essas instituições, nos moldes dos centros de cultura, caracterizam-se, então,
como legítimos centros de informação.
Ao tratar de biblioteca pública, enquanto local inegável aberto a transmissão do
conhecimento, que oferece oportunidades para o cidadão, o Manifesto da Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) traz a seguinte
definição e diretrizes:
a biblioteca pública é o centro local de informação, tornando prontamente
acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os
géneros. Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na
igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião,
nacionalidade, língua ou condição social. [...] Todos os grupos etários devem
encontrar documentos adequados às suas necessidades. As colecções e serviços
devem incluir todos os tipos de suporte e tecnologias modernas apropriados,
assim como fundos tradicionais. É essencial que sejam de elevada qualidade e
adequadas às necessidades e condições locais. As colecções devem reflectir as
tendências actuais e a evolução da sociedade, bem como a memória da
humanidade e o produto da sua imaginação. As colecções e os serviços devem ser
isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de
pressões comerciais (MANIFESTO DA UNESCO SOBRE BIBLIOTECAS
PÚBLICAS, 1994).
Esse Manifesto retrata a biblioteca pública, seja ela municipal ou universitária, como
força em prol da educação, da cultura e da informação, além de instrumento indispensável
para promover a paz e a compreensão entre povos e nações, sendo, pois, considerada como
uma necessidade de qualquer sociedade. Porém, ―para que ela se faça útil, deve estar de
acordo com os determinantes econômicos, políticos e culturais da população a que se
destina‖ (BRAGA, 2004, p.31).
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5 RESULTADOS
Tendo em vista que o presente trabalho é de natureza exploratória, eminentemente
uma revisão de literatura, durante a pesquisa bibliográfica foram encontrados vários autores
que produziram a respeito do tema de pesquisa abordado. Para tanto, elaborou-se um quadro
comparativo dos autores mais citados no referido trabalho contendo os seguintes itens: título,
autores e ano, tema desenvolvido, principais considerações sobre o trabalho, cujo objetivo
foi apresentar uma breve análise sobre a concepção de cada autor acerca da visão que se tem
sobre biblioteca pública como centro cultural e suas proposições para que a instituição
‗biblioteca pública‘, especialmente a pública universitária, se transforme em espaço de
informação e cultura, voltado não só pra o acesso, mas para a produção da cultura.
1448
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que isso aconteça, a mudança precisa começar na escola, visto que se não há um
ensino voltado para a valorização da biblioteca enquanto espaço de acesso, produção,
disseminação e uso da informação, da cultura, da educação o povo não irá procurar essa
instituição.
A biblioteca não pode ser algo distante da população, ela deve ser um local de
encontro e discussão, um espaço onde é possível aproximar-se do conhecimento registrado e
onde se discute criticamente esse conhecimento e com base nessa reflexão se produz
conhecimento novo. Quando essa instituição não consegue cumprir essa missão, passa a atuar
como um local onde há acervos inúteis ou enciclopédias para estudante copiar verbetes.
Fica evidente, portanto, que não é possível pensar a biblioteca hoje sem que se
considere a liberdade de acesso à informação como um direito humano para o exercício do
pensamento criador. É preciso entender que há um círculo perpétuo, ou seja, a informação
produzida é organizada e colocada à disposição de um determinado público que acessa os
dados, combinando-os, faz análise e crítica, gerando um novo produto informativo que, por
sua vez, deve ser integrado num serviço que permita o acesso do público.
REFERÊNCIAS
BATTLES, Matthew. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta, 2003.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4.ed. 12.reimpr. São Paulo:
Atlas, 2009.
JACOB, Christian. Prefácio. In: BARATIN, Marc.; JACOB, Christian. O poder das
bibliotecas: a memória dos livros no Ocidente. 3.ed. Rio de Janeiro : Editora UFRJ, 2008.
MILANESI, Luis. A casa da invenção. São Caetano do Sul: Ateliê Editorial, 1997.
______. O que é biblioteca. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Primeiros Passos, 94).
NUÑES, Eloy Martos. Espaços de leitura: projetos, conteúdos e animação cultural. In:
RÖSING, Tânia M. K.; BECKER, Paulo. (Orgs). Leitura e animação cultural:
repensando a escola e a biblioteca. Passo Fundo: UPF, 2002.
RAMOS, Kátia, SOUZA, Lívia, DIAS, Mônica, FELIX, Patrícia, FERREIRA, Zenaide.
Centro de Cultura Belo Horizonte. Relatório de visita apresentado como trabalho final
do seminário “O Centro Cultural como Centro de Informação”, ECI/UFMG, Minas
Gerais, out. 2006.
ELISÂNGELA GOMES
Abstract: It is a study about institutional and legal sources of information for ethnic-racial
education at the Federal University of Goiás. It aims to survey the sources mentioned so that
the information contributes to the interested communities, so there is effective use in the legal
spaces of the academic community. It starts from the premise that this discussion offers a
distinctive perspective which questions the naturalized Eurocentric gaze in the university. It
identifies, classifies, collects and presents the data according to the methodology suggested
by Lopes (2002), a research methodologically classified as applied, qualiquantitative,
descriptive and data collection for case study. It concludes that the sparse sources
corroborate the silence of the black population in the educational institutions when they
should be gathered in the library in their full exercise of support to the activities of teaching,
research, extension and eminently permanence in the university. It suggests that the future of
the university library is in the innovation of its services, which, in this case, involve the
1454
creation of activities that meet the new configurations, guaranteeing the black
representativeness in the academic trajectories.
1 INTRODUÇÃO
É sabido que a origem das bibliotecas universitárias está associada à criação das
universidades na Europa Medieval (SILVEIRA, 2014). Discuti-las implica em assumir sua
condição de instrumento para apoio bibliográfico e assistência teórica às necessidades
intelectuais envolvidas nos processos de ensino. Essa essência atravessou o tempo e,
guardadas as proporções, permanece a mesma até hoje. Entretanto, enfrenta desafios para
acompanhar as necessidades pedagógicas e científicas, bem como as novas demandas
político-sociais na coletividade contemporânea. Sendo assim, suas atividades de ensino,
pesquisa e extensão precisam contribuir fundamentalmente para a permanência dos sujeitos-
sociais nos espaços de direito, sujeitos estes que historicamente estão à margem da sociedade;
logo, a experiência de estar na universidade, para muitos, representa uma ação transgressora
(DIAS; GOMES, 2017).
No contexto de articulação dos movimentos sociais, negros e estudantis, estão as ações
afirmativas, as quais propuseram novas possibilidades à população negra no Brasil no tocante
ao acesso à universidade. De acordo com o IBGE (2014 apud CERQUEIRA, 2016), entre
2004 e 2014, a referida população passou de 5,6% a 14,0% nos cursos de graduação em
Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Embora os indicadores estejam longe das
expectativas ideais, o desafio se estabelece, pois, na permanência frente aos obstáculos
estruturais para o negro na universidade brasileira.
O processo de escuta entre estudantes cotistas e universidade, uma vez estabelecido,
garantiria o entendimento das demandas estudantis por meio da implementação de políticas de
permanência; entretanto, observa-se a opção pela passividade, negação e a invisibilidade da
presença desses discentes (DIAS; GOMES, 2017). Ao não proporcionar a adequação às
exigências impostas pelo sistema de ensino, uma das consequências é a evasão desse
universitário. O aspecto determinante nos índices de evasão deflagra-se, então, pela
inacessibilidade de informações que orientem e respaldem essas trajetórias acadêmicas, já que
existem algumas iniciativas institucionalizadas que se posicionam a fim de constituir
efetivamente um local de emancipação intelectual e construção da identidade.
1455
propositivas de qualidade, ―paz, segurança e bem público do povo‖ (LOCKE, 1978 apud
REIS, 2012, p. 385).
Pensa-se, portanto, a educação para relações etnicorraciais como ferramenta para
estabelecer uma consciência coletiva que liberte o indivíduo a partir da retomada de valores
identitários e insira novas narrativas que fazem parte do contexto de sujeitos que têm a própria
trajetória intelectual. Torna-se imprescindível considerar a presença do africano na Diáspora
enquanto sujeitos detentores de saber, com o intuito de construir a identidade dos negros que
estão na universidade, pois o pertencimento se dá à medida que se supera o etnocentrismo
inibidor das diferentes formas de conhecimento. O desafio se estabelece na superação dos
paradigmas colonizantes que interferem na efetivação de políticas afirmativas para formar
cidadãos e criar princípios que questionem as práticas racistas. Iniciativas dessa natureza
fomentam princípios democráticos que questionam e alteram práticas racistas, orientando
espaços de formação e experiências que constroem o pensamento a partir da memória
fragmentada, ―[...] modificadora da consciência do indivíduo e de seu grupo social‖
(BARRETO, 2002, p. 49) para uma coletividade democrática de promoção participativa.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Telma Ferreira
Linha de Pesquisa
Pós-Graduação em Sociologia
Ênfase em dinâmicas culturais
Linha de pesquisa
Programa de Pós Graduação em
Antropologia
Etnopolítica e processo de
exclusão social: antropologia de
Docentes: Alexandre Ferraz
processos de exclusão social,
Herbetta
econômica, cultural e territorial, Campus Goiânia
Alecsandro José Ratts
com ênfase na etnologia e FCS
Alessandro Roberto De Oliveira
etnopolítica de sociedades
Gabriel O. Alvarez
indígenas, negros, migrantes e
Joana Aparecida Fernandes Silva
grupos em fronteiras
Mônica T. Soares Pechincha
Roberto Cunha Alves de Lima
Linha de pesquisa
Programa de Pós Graduação em
Antropologia
http://ppgas.cienciassociais.ufg.br/p/2111-linhas-de-pesquisa
http://www.museu.ufg.br/
https://www.ufg.br/n/84461-caaf
http://www.proec.ufg.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=49&Itemid=66
https://ouvidoria.ufg.br/
https://lagente.iesa.ufg.br/#
https://lpeqi.quimica.ufg.br/p/11002-nano-conto
1464
12 itens dispostos do mais específico ao mais geral no que tange aos regulamentos que regem
à universidade em suas instâncias jurídicas.
LEI Nº 9.394,
Estabelece as diretrizes e bases da educação https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Lei
DE 20 DE
nacional s/L9394.htm
DEZEMBRO
DE 1996
Define os crimes resultantes de preconceito de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Lei
LEI Nº 7.716, raça ou de cor s/L7716.htm
1465
DE 5 DE
JANEIRO DE
1989
DECRETO Nº
4.886, DE 20 Institui a Política Nacional de Promoção da https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/dec
DE Igualdade Racial - PNPIR e dá outras reto/2003/D4886.htm
NOVEMBRO providências
DE 2003
153
Fonte: Elaborada pelos autores (2017)
6 CONCLUSÃO
A implementação das ações afirmativas implica numa mudança de olhar sobre todas as
práticas de ensino, pesquisa e extensão promovidas pela universidade. Elas devem
necessariamente incluir os sujeitos-sociais na sua complexidade, permitindo voz e escuta aos
que não são ouvidos, subvertendo a perspectiva tradicional e excludente, se ressignificando a
partir das demandas que surgem. Não só nas Instituições Federais de Ensino Superior, mas na
coletividade de maneira geral, precisa-se atentar às políticas que efetivam a inclusão e
sustentam o Estado Democrático de Direito. Nessa perspectiva, fontes de informação para a
diversidade corroboram aos princípios constitucionais, pressupostos em políticas de
desenvolvimento social, de modo que o sujeito exista e se faça presente na sua permanência
pelas relações dele para com o mundo.
Cabe à educação ensinar a transgredir como prática de liberdade que restrinja o
pensamento colonizante através de uma atividade social interdisciplinar e descentralizadora
da hegemonia ideológica (HOOKS, 2013). A universidade, assim, lança mão da biblioteca
como equipamento imprescindível para efetivação de seus princípios de modo a posicionar
propositivamente quanto à utilização dos espaços de direito e permanência dessas
comunidades em suas trajetórias acadêmicas. O público negro na universidade não representa
uma demanda nova, tampouco a forma de organização institucional que, em todas as
instâncias, inclusive a biblioteca, exclui a participação dessa parcela desde o princípio. Pensa-
se, então, que o futuro dessa instituição pauta-se na sua capacidade de reinvenção de acordo
com os novos paradigmas sociais para que cumpra com o seu papel. Assim sendo, deve criar
serviços que reúnam e compartilhem informações na premissa das ações afirmativas, evitando
a exclusão sobretudo nesse setor.
As fontes aqui reunidas anseiam que o leitor não abandone o artigo com sentimento de
desamparo, já que fazer parte de uma parcela socialmente marginalizada e estar inserido na
academia, um ambiente povoado pela elite, não é tarefa fácil. Responde-se à problematização
de modo que, ao final das investigações, sabe-se quais são as fontes institucionais e jurídicas
para a educação etnicorracial na UFG, bem como aqueles que as coordenam e constroem
relações antiautoritárias na educação superior. Confirma-se a hipótese de que as fontes
1467
esparsas corroboram para o silenciamento dos(as) estudantes negros e negras nas instituições
de ensino já que, sem informação, os diálogos acontecem unilateralmente.
Para combater esse contexto excludente, é de extrema importância o acesso a
informações que levam os estudantes universitários ao conhecimento dos seus direitos
garantindo o fortalecimento da sua trajetória acadêmica, e, assim, sua permanência. A
biblioteca enquanto centro de referência para a (in)formação deve assumir na criação e
inovação seu mais novo papel para uma universidade diversa, incentivando, encorajando e
dando visibilidade aos estudantes, sem distinção ou pré-requisitos. Atinge-se o objetivo
proposto ao sobrevoar os contornos do atual ensino superior e fundamentalmente o papel da
biblioteca nesse cenário de modo que todo esforço aqui empenhado se dá para dizer: vocês
não estão sozinhos.
REFERÊNCIAS
LYONS, Martyn. Tradução de Luís Carlos Borges. Livro: uma história viva. São Paulo:
Senac, 2011. 224 p.
OLIVEIRA, Caroline. Atlas da Violência 2017: negros e jovens são as maiores vítimas. 2017.
Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/atlas-da-violencia-2017-negros-
e-jovens-sao-as-maiores-vitimas>. Acesso em: 20 dez 2017.
REIS, Helena Esser dos. Diversidade e respeito: supostos para a formação de cidadãos. In:
MORAES, C. C. P.; LISBOA, A. S.; OLIVEIRA, L. F (Orgs). Educação para as relações
etnicorraciais. 2. ed. Goiânia: FUNAPE/UFG, 2012. P. 385-399.
SÁ, Edmilson Siqueira de. A Lei 10.639 e a diversidade na escola brasileira. In: MORAES, C.
C. P.; LISBOA, A. S.; OLIVEIRA, L. F (Orgs). Educação para as relações etnicorraciais.
2. ed. Goiânia: FUNAPE/UFG, 2012. P. 89-107.
SILVÉRIO, Valter Roberto. Ação Afirmativa: uma política pública que faz a diferença. In:
PACHECO, Jairo Queiroz; SILVA, Maria Nilza da (Orgs.). O negro na universidade: o
direito à inclusão. Brasília, DF: Fundação Cultural Palmares, 2007. P. 22-51. Disponível em:
<http://www.uel.br/neab/pages/arquivos/palmares_livro_2007_JQPacheco_MNdaSilva.pdf>.
Acesso em 20 dez 2017.
LUCIA GIACOMONI
CRISELEN JARABIZA
Resumo: Aborda as diferentes atividades culturais que podem ser realizadas no espaço das
bibliotecas universitárias, em específico, as exposições culturais. Fizeram parte da pesquisa
três bibliotecas de carácter universitário, as Bibliotecas do Instituto Federal Farroupilha
Campus Santa Rosa e Campus São Vicente do Sul e a Biblioteca Latino-Americana, da
Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Inicia-se com as atividades culturais
desenvolvidas pela Biblioteca Campus Santa Rosa as quais destacam-se as exposições
temáticas em comemoração à datas especiais, como o dia do gaúcho, os destaques literários
que consiste na exposição de obras com resumos e a exposição de móveis, criação dos
próprios discentes do respectivo Campus. Na Biblioteca Campus São Vicente do Sul realizou-
se a exposição bibliográfica voltada a temática afrocentrada, ocorrida durante a semana da
consciência negra. Objetivou-se através da referida exposição instigar os frequentadores sobre
diferentes assuntos como a visibilidade da cultura europeia em detrimento da cultura afro e
contribuir para o debate da descolonização do pensamento no ensino. Já a Biblioteca Latino-
Americana utiliza-se das exposições realizadas nos últimos dois anos para demonstrar as
diferentes temáticas relatadas. Abordam-se desde exposições de artistas locais, datas
comemorativas a produção acadêmica de seus docentes e discentes. Acredita-se que seja
possível através da ação cultural tornar o espaço biblioteca mais atrativo e educativo. Espera-
se sobretudo, por meio dessa exposição de relatos e experiências contribuir na formação de
profissionais que atuam direta ou indiretamente nesse segmento de atividade.
American Integration. It begins presenting the cultural activities developed by the Library at
Campus Santa Rosa focusing thematic exhibitions celebrating special dates, such as gaucho's
day, the literary highlights exhibiting works with abstracts and furniture exhibition, created
by the students themself. At Campus São Vicente do Sul the library highlights a bibliographic
exhibition towards the afrocentric thematic, carried out during black consciousness week.
That exhibition aimed to incite users about different topics as the excessive adoption of a
Eurocentric culture perspective. Latin American Library, through the expositions carried out
in the last two years, showed the variety of their topics. It ranges from exhibitions of local
artists and commemorative dates to academic production of their teachers and students. It is
believed that cultural action can make the library space more interesting and educational. It
is expected, mostly, through this sharing of cases e experiences to contribute on the
qualification of professionals who act directly or indirectly in this field.
1 INTRODUÇÃO
Embora a ação cultural já tenha sido objeto de grandes estudos em países vistos como
avançados, como a França - no Brasil os trabalhos desta natureza podem ser considerados
relativamente recentes. Observa-se que muitos dos estudos que abordam esta temática datam
de meados da década de 1970 e que alguns teóricos e suas manifestações artístico-culturais
foram fundamentais para que a ação cultural fosse vista e implementada sob novos
paradigmas. Alguns desses teóricos, foram fundamentais para que novos ares trouxessem uma
Biblioteconomia mais social e humanística.
Nesse contexto, dentre os autores que abordam a temática da ação cultural, destaca-se
os professores Teixeira Coelho, Luís Milanesi e Victor Flusser. Uma das principais acepções
de ação cultural segue a linha de Flusser (1983, p. 148), para quem ―a ação cultural é
basicamente mediação e criação de acervos, inseridos em contexto cultural bem definido‖. De
acordo com o autor supracitado, o acervo naquela época era basicamente impresso, limitando
o acesso mas permitindo uma relação de proximidade entre texto/leitor.
Milanesi (2002, p. 95), traz uma visão conceitual mais próxima a realidades das
atividades desenvolvidas nesse meio, ―a ação cultural é a denominação que se aplica a
diferentes tipos de atividades e meramente associada à biblioteca. De um modo geral giram
em torno de práticas ligadas às artes: música, teatro, literatura, ópera. ‖
No âmbito das bibliotecas, independente da sua tipologia, são muitas as atividades
culturais que podem ser realizadas, muitas dessas carecem de recursos financeiros. Contudo,
acredita-se que por meio de um bibliotecário atuante, exercendo o seu papel de agente cultural
é possível criar rodas de leitura, recitais, saraus, clubes de leitura, concursos literários, hora do
1473
conto, teatro, exposições culturais, projeção de filmes, debates sobre determinado assunto,
entre outras atividades inerentes a estas.
Apesar da literatura ainda escassa com relação as atividades culturais realizadas em
bibliotecas universitárias, toma-se como base a pesquisa de conclusão de curso do
bibliotecário Brito Filho (2011), pesquisa em que foi feito um mapeamento de algumas
bibliotecas federais localizadas nas capitais das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O Autor
valeu-se de dados encontrados por meio de pesquisa descritiva-exploratória no site das
respectivas Bibliotecas. Nessa pesquisa foi possível concluir que as exposições culturais
estavam elencadas em grande parte dos sites institucionais.
Em outro recente levantamento de dados154, utilizando-se de questionários para a
coleta de dados, realizada com bibliotecários que compõe a Comissão Brasileira de
Bibliotecas das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica (CBBI), constatou-se que entre as diferentes formas de manifestação cultural, a
que possui maior preponderância – são as exposições culturais.
As exposições culturais são importantes meios de comunicação e aprendizagem,
atuando como um importante mecanismo de mediação cultural (Vieira, 2009). A mesma
autora pondera que a partir de uma exposição:
Conjugando os vários sentidos: visão, audição, olfacto, tacto e por vezes até mesmo
o paladar, as exposições proporcionam novas experiências e, de forma informal,
permitem a desmontagem de alguns factos, o contacto com novas interpretações, a
construção de novos conhecimentos, a estruturação de novas representações e o
desenvolvimento de valores e atitudes ao mesmo tempo que se apresentam como
locais de lazer capazes de criar momentos de evasão para os seus visitantes.
(VIEIRA, 2009, p. 1).
154
A pesquisa mencionada acima foi recentemente tabulada e será objeto de uma futura publicação, assim que
for feita a revisão de literatura.
1474
A biblioteca do Campus Santa Rosa iniciou suas atividades no ano de 2010, desde
então procurou ir além da oferta de serviços considerados básicos, como atendimento no
balcão, processamento técnico e aquisição. Assim, passou a ofertar algumas ações que
aproximassem o usuário da unidade de informação como a exposição de destaques literários,
concurso literário, premiação do usuário mais assíduo, oficina: A literatura pelos sentidos,
momento literário, exposição de móveis e exposições temáticas.
Dentre as diversas ações culturais realizadas, neste estudo são destacadas as
exposições culturais. Tais exposições se traduzem numa forma de ação cultural em que é
possibilitado ao usuário conhecer obras de arte e por meio da observação, diálogo, reflexão e
exercer sua capacidade crítica, inferindo valor para si e para o mundo.
A exposição de destaques literários funciona de forma ininterrupta. São colocadas
obras nas estantes/expositores com a descrição e o resumo. Também são expostas obras na
posição vertical, com o apoio do bibliocanto, em outros locais da biblioteca para que o usuário
tenha maior contato com o acervo e visualize as capas dos livros.
As exposições temáticas são referentes às datas comemorativas, como por exemplo o
dia do gaúcho, em que são escolhidas obras de escritores do Rio Grande do Sul para
receberem espaço nos destaques literários. Em outro caso semelhante, dia da mulher, são
destacadas as escritoras femininas.
Coelho (2012 p. 14) afirma que: ―[...] um processo de ação cultural resume-se na
criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas inventem seus próprios
fins e se tornem assim, sujeitos-sujeitos da cultura, não seus objetos‖.
A exposição de móveis vai ao encontro do pensamento de Coelho pois é
protagonizada pelos alunos do Curso Técnico de Móveis e superior de Arquitetura,
possibilitando que esses usuários possam publicizar no espaço da biblioteca suas criações,
com o nome e a descrição da obra de arte, sendo assim sujeitos da cultura.
pois coexistem no mesmo espaço físico e por esta razão desenvolvem muito de seu trabalho
em parceria. A missão e objetivos da Biunila pautam-se nos de sua instituição mantenedora e
se destacam:
Quadro 1 - Exposições culturais na Biblioteca Latino-Americana e Biblioteca Paulo Freire entre 2016/2017
155
Com 4 mil m² de área total, a Biblioteca Paulo Freire está localizada no PTI, o seu acervo é composto por 90
mil exemplares. Faz parte de sua estrutura: UNILA, polo presencial da Universidade Aberta do Brasil (UAB), do
Centro de Engenharias e Ciências Exatas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Itaipu
Binacional e da Fundação PTI. Biunila e PTI compartilham boa parte da estrutura física, inclusive, realizam
atividades culturais, como é o caso de algumas exposições com curadoria compartilhada.
1480
ligação que a instituição busca construir com o seu contexto para além da comunidade
acadêmica e ultrapassando os limites geográficos e culturais característicos da região.
Acredita-se que de uma forma geral essas exposições contribuíram substancialmente aos
processos de ensino, pesquisa e extensão, pois aproximaram comunidade e biblioteca por
meio das atividades de ação cultural.
A biblioteca nesse contexto possibilitou a inserção da comunidade externa através da
sua produção artística como nas exposições‖ Releituras de obras de Frida Kahlo‖ e
―Exposição itinerante Prêmio Panambi de Poesia 2016‖. Assim, a Biunila e a Biblioteca Paulo
Freire assumem cada vez mais o seu papel no exercício da cidadania, da inclusão social e
cultural.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIFFORD, P. The bridge beyond. Libraries and Culture, v. 37, n. 1, p. 77-79, 2002.
Disponível em: <http://muse.jhu.edu/journals/libraries_and_culture/v037/37.1gifford.pdf>.
Acesso em: 19 jan. 2018.
1483
SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 3.
ed. São Paulo: Cortez, 2010.
Resumo: Este trabalho consiste na primeira etapa metodológica de uma pesquisa de mestrado
em Ciência da Informação, que tem como objetivo desenvolver uma política de informação
para repositório institucional visando à gestão de acervos audiovisuais. A partir da pesquisa
bibliográfica e da análise documental, apresenta as diretrizes publicadas pela International
Federation of Library Associations and Institutions e pela International Association of Sound
and Audiovisual Archives, com a finalidade de definir os elementos para uma política de
informação audiovisual. Para coleta de dados, o procedimento utilizado foi a observação
participante, que se deu por meio de visitas realizadas na redação de um programa de
televisão produzido por uma universidade pública brasileira, onde houve conversas informais
com a equipe de jornalistas e anotações em diário de campo. Na estruturação do protótipo de
um repositório institucional, três vídeos foram selecionados para análise de conteúdo, descrita
em planilhas e resultando na definição de metadados no software DSpace e na proposta inicial
de comunidade, subcomunidade e coleções para repositório digital da TV universitária
visitada. Conclui apresentando inferências acerca dos possíveis resultados da pesquisa,
discutindo os elementos a serem levados em consideração na elaboração da política
audiovisual, a saber: política de seleção e desenvolvimento de acervos audiovisuais; política
de metadados baseados no padrão Dublin Core e no DSpace; e política de acesso e uso do
repositório.
Abstract: This paper presents the first methodological stage of a post-graduation research on
Information Science, which aims to develop an information policy to manage audiovisual
collections on digital repository. Bibliographical research and documentary analysis made
possible the discussion of the guidelines published by the International Federation of Library
1486
Associations and Institutions and the International Association of Sound and Audiovisual
Archives, focusing on deciding the elements that will be proposed as audiovisual information
policy. The participant observation was used as a procedure to collect data, by visiting a
production department, taking notes, and also by talking to the crew of an academic
television station placed in a federal university in Brazil. The prototype of an institutional
repository was developed on DSpace, from watching three videos and analyzing its content,
which was described on spreadsheets and, after that, its metadata had resulted in the initial
proposal of communities and collections to a digital repository. Finally, this study concludes
that it is possible to make inferences on the results of the post-graduation research through
discussing some elements which should be taken into consideration at developing the
information policy, such as: selection and development of audiovisual collections; metadata
based on the Dublin Core format from DSpace; and guidelines to promote the access and use
of the repository.
1 INTRODUÇÃO
3 PERCURSO METODOLÓGICO
permite delinearmos a temática de pesquisa partindo do assunto mais geral para o mais
específico, conforme as perguntas e respostas da figura 1:
Tema de interesse?
Gestão da informação
Onde?
audiovisual
Em repositório
institucional;
Para
Em que?
TV
universitária
Para definir os
elementos de
uma política
de informação
Fonte: Elaborado pelos autores (2017), baseado em Hohendorff (2014, p. 42).
Política de metadados
ACERVO AUDIOVISUAL EM
TV UNIVERSITÁRIA
Política de indexação
PROPOSTA DE
POLÍTICA DE
REPOSITÓRIO
INFORMAÇÃO
INSTITUCIONAL
Política de autoarquivamento
Observação participante
Estudo de comunidade e
Conversas informais
usuários
Fluxo de submissão
Mediação da informação
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução: Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro.
São Paulo: Edições 70, 2016.
1497
COSTA, Sely Maria de Souza; LEITE, Fernando César Lima. Insumos conceituais e práticos
para iniciativas de repositórios institucionais de acesso aberto à informação científica em
bibliotecas de pesquisa. In: SAYÃO, Luis et al. (Org.). Implantação e gestão de
repositórios institucionais: políticas, memória, livre acesso e preservação. Salvador:
EdUFBA, 2009. p. 163-202. Disponível em:
<http://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ufba/473/3/implantacao_repositorio_web.pdf>. Acesso
em: 06 fev. 2017.
CUNHA, Murilo Bastos da; AMARAL, Sueli Angelica do; DANTAS, Edmundo Brandão.
Manual de estudo de usuários da informação. São Paulo: Atlas, 2015.
HOHENDORFF, Jean Von. Como escrever um artigo de revisão de literatura. In: KOLLER,
Sílvia H.; COUTO, Maria Clara P. de Paula; HOHENDORFF, Jean Von (Org.). Manual de
produção científica. Porto alegre: Penso, 2014. cap. 2, p. 39-54.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. Tradução: Susana Alexandria. 2. ed. São Paulo:
Aleph, 2009.
PRIMO, Lane; CABRAL, Sidarta. Produção audiovisual: imagem, som e movimento. São
Paulo: Érica, 2014.
SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingos de; GUINDANI, Joel Felipe.
Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História &
Ciências Sociais, ano 1, n. 1, jul. 2009. Disponível em:
<https://www.rbhcs.com/rbhcs/article/view/6/pdf>. Acesso em: 13 nov. 2017.
TOMAÉL, Maria Inês; SILVA, Terezinha Elisabeth da. Repositórios institucionais: diretrizes
para políticas de informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA
DA INFORMAÇÃO, 8., 2007, Salvador. Anais eletrônicos… Disponível em:
<http://www.enancib.ppgci.ufba.br/artigos/GT5--142.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2017.
Abstract: With the advent of information and communication technologies and the diffusion of
information after the period of modernity and postmodernity we are dealing with the
explosion of information, in which it is made available in various media. Nowadays the era of
computer science and digital materials are in evidence, in this sense the article proposes a
1500
1 INTRODUÇÃO
Essa inserção dos RI´s chega para vencer outra barreira apontada por Leite (2009, p.
7), ―o custo crescente da assinatura dos principais periódicos científicos, provocou a chamada
crise dos periódicos científicos‖. Com o objetivo de facilitar e disseminar de forma mais
1501
156
É uma base de dados em módulos que são gerenciados os setores da universidade, bem como a biblioteca.
1503
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este papel assumido pelas universidades conta com a importante contribuição das
bibliotecas e dos bibliotecários que neste processo aproximam-se dos pesquisadores de forma
significativa (COSTA; LEITE, 2009). Com isso, buscam-se alternativas viáveis para gerenciar
e tornar a informação produzida disponível. Foi então que surgiram modelos alternativos para
comunicação científica, tais como repositórios institucionais e temáticos, periódicos de acesso
aberto, constituindo hoje o Movimento pelo Acesso Aberto à Informação Científica (LEITE,
2009). Neste sentido desde 2004, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (Ibict) vem trabalhando na sensibilização da comunidade científica quanto à
importância do acesso livre ao conhecimento científico.
Por outro lado, temos a biblioteca digital tornando as informações mais dinâmicas e
acessíveis, pois possibilita o acesso em diversos suportes eletrônicos como: computador,
tablet, notetbook entre outros. Ainda levando em consideração as análises dos autores,
contextualizam que ―as bibliotecas digitais possuem seus acervos armazenados em formato
digital em um repositório de dados centralizado ou distribuído. Associado a este repositório
de dados, existe um sistema de informações com as funcionalidades necessárias à
manipulação do acervo digital‖ (OLIVEIRA; CARVALHO, 2011, p. 2). De acordo com o
autor Sayão:
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para sistematizar o trabalho que será desenvolvido em cada campus as bibliotecas dos
sete câmpus, terão as seguintes competências:
a) gerenciamento do desenvolvimento, a alimentação, a customização e a manutenção
da BDM;
1507
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS/FINAIS
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Renan Rodrigues de; CARVALHO, Cedric Luiz de. Bibliotecas Digitais e o
Repositório Fedora. Goiânia: Technical Report, 2011. (Relatório Técnico).
SAYÃO, Luis Fernando. Afinal, o que é biblioteca digital? Revista USP. n. 80, p. 6-17,
dez./fev. 2008-2009. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/13709/15527>. Acesso em: 22 maio 2017.
ANEXO A
1512
1513
DEISI MARTIGNAGO
JORDAN JULIANI
Abstract: The article aims to present the principles for the creation of a video production
laboratory within a Library. The methodology used was the accomplishment of a
bibliographical survey in the literature of the area on the subject and in search of
applications of this type of laboratories in other countries. Also, clarify on the relevance of
the theme, and describe what software, equipment and tools needed to deploy a video
production lab. It aims to guide the librarians from the need to create this type of laboratory
within an information unit, to meet the new demand of society, which are the use of
communication media, which are present in the daily lives of many people. The study brings a
new vision for professionals in the area of Library Science, in which they need to be prepared
for the transformations of society, and have as a duty to meet the wishes of their new users.
1 INTRODUÇÃO
Como a biblioteca é uma instituição social, ela sofre grande influência do contexto no
qual está inserida, adotando a partir das novas mudanças da sociedade um novo perfil.
Segundo Tammaro e Salarelli (2008, p.114), a nova biblioteca que emprega as tecnologias
nasce da reflexão sobre necessidades de acesso à informação da comunidade científica.
Diante de tantas mudanças, as bibliotecas começam a repensar os seus serviços e
produtos, buscando atender da melhor forma a sua comunidade com seus novos anseios de
informação. Serviços são criados a partir das demandas tecnológicas dos seus usuários,
principalmente pela internet, como o uso das redes sociais, que servem como ferramentas de
apoio para a comunicação e gestão das bibliotecas. Ribeiro (2012, p. 46) destaca:
1516
Como exemplos de novos meios de interação com o usuário têm os chats, as redes
de relacionamento etc. Esses novos meios de interação propiciaram um aumento do
fluxo de usuários naquelas bibliotecas que fazem parte de uma rede social de
relacionamento [...] a exemplo do facebook, orkut, myspace, twitteretc, o que mostra
uma mudança na forma de acesso a informação e frequência as bibliotecas.
3 O VÍDEO E A INTERNET
Pode-se entender segundo Moran (2005, p.3), o uso da linguagem audiovisual como
informação porque: ―desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a
imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial no mundo,
enquanto que a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização e a análise lógica.‖
Para Ramos-Serrano e Herrero-Diz (2016) o YouTube tem contribuído para uma
transformação econômica por meio dos youtubers que alimentam a plataforma YouTube com
o conteúdo que criam e carregam constantemente em suas contas ou perfis e, além disso, eles
ganharam notoriedade entre os visitantes por causa de razões diferente que, de acordo com as
estatísticas, geram milhões de dólares por ano pelo que os participantes recebem por meio da
publicidade. Um padrão youtuber pode receber dez mil dólares em um ano médio, graças à
propaganda, enquanto o mais popular pode ganhar até cem mil dólares.
O vídeo permite uma nova forma de comunicação entre as pessoas. Por meio da
captação de imagens e sons elas podem ser transformadas em conhecimento, e permite ao
expectador uma nova experiência. Além de despertar a criatividade, exploração dos sentidos,
sensações e emoções. Esta ferramenta de comunicação e informação, está ao alcance de
1519
grande parte população, que faz uso dos vídeos para obter respostas de dúvidas do cotidiano
por meio de tutoriais
Mas nem todos tem acesso a internet ou um possuem equipamentos de mídia ao seu
alcance. Para minimizar essa lacuna, as bibliotecas podem disponibilizar acesso a esse tipo de
material, uma vez que são ambientes de inclusão social, por permitir acesso a informação e
disseminação do conhecimento.
A implantação de um laboratório de produção de vídeo aplica-se em bibliotecas de
qualquer segmento: pública, escolar, universitária, especializada, tendo como objetivo
principal, proporcionar infraestrutura adequada, equipamentos e ferramentas que possam
atender a demanda dos usuários que necessitam de um serviço diferenciado. Além disso,
proporcionar um espaço na biblioteca em que os usuários poderão gerar seus produtos e
receber suporte para o desenvolvimento da atividade.
Em países como Estados Unidos, os laboratórios de mídia digital são um serviço
consolidado nas bibliotecas, onde contam além da estrutura para produção de vídeo, estrutura
para produção musical até impressora 3D. Com exemplos de laboratórios de mídia digital
pode-se citar: THE LIBRARY UC SAN DIEGO (2017); CARMEL CLAY PUBLIC
LIBRARY (2017); TACOMA PUBLIC LIBRARY (2017); SKOKIE PUBLIC LIBRARY
(2017); UNIVERSITY OF MIAMI (2017).
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com o uso constante das tecnologias, as bibliotecas procuram se familiarizar com esse
contexto para fazer parte da rotina dos seus usuários, como a tendência de fazer vídeos sobre
esporte, música, notícias e tutoriais de variadas temáticas. A partir dessa necessidade, as
bibliotecas se preocupam de que forma vão alcançar esse público.
Uma das iniciativas é a criação de um laboratório em que o usuário tenha um espaço
adequado para que ele possa criar seus vídeos, com a disponibilização de equipamentos
adequados, softwares e suporte técnico.
Desta forma a pesquisa tem como objetivo apresentar um roteiro estruturado, com a
descrição das etapas para a criação de um laboratório de vídeo dentro de uma biblioteca.
E para alcançar este objetivo, optou-se por realizar uma pesquisa exploratória, através
do levantamento bibliográfico, em variadas fontes de informação. Principalmente em livros e
artigos científicos, com a finalidade de encontrar estudos de casos sobre laboratórios de
produção de vídeos em unidades de informação que já estão em operação.
1520
Para Gil (2010, p. 27), a pesquisa exploratória‖ tem como propósito proporcionar
maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explícito ou a construir
hipóteses.‖
A partir do lavamento bibliográfico e das leituras, foi possível perceber que no Brasil
ainda não foram realizados estudos sobre a temática. Como base nesta pesquisa, foram
utilizadas experiências de outros países, como os Estados Unidos, em que se encontrou
diversos materiais bibliográficos que tratam da relação da produção de vídeos dentro das
Bibliotecas.
5. 1 Equipamentos e hardware
O laboratório de produção de vídeo na biblioteca deve ter estrutura mínima, com uma
sala medindo 12m² com isolamento acústico e uma boa iluminação. Os sistemas de hardware
são:
• Os microcomputadores (Processador Intel Core I3-3.07 Ghz; 4 Gb de RAM; 500
Gb de disco rígido, monitor LCD de 20 polegadas).
• Câmera: (Canon EOS Rebel T3i) escolhida porter alta definição (HD).
• Webcam: C920 Logitech Full Hd
• Tripê: universal alumínio 1.30 mt
• Microfone: de início de usará o de mão.
1521
publicamente os vídeos nas redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube ou deixar salvo
no dispositivo móvel para compartilhar mais tarde.
Caso o usuário opte por trabalhar com outra ferramenta é de sua livre escolha, desde
que seja uma ferramenta on-line que não tenha necessidade de ser instalada no computador do
laboratório de produção de vídeo. Desta forma, a biblioteca isenta da obrigatoriedade em
prestar suporte quanto ao desta outra ferramenta.
Além do suporte presencial, para cada ferramenta é disponibilizado um tutorial básico
no canal do laboratório de produção de vídeo no Youtube para que o usuário tenha a opção de
trabalhar de maneira autodirigida.
A biblioteca oferece orientações aos usuários produtores de vídeo sobre direito autoral
e o direito de imagem com base nas informações que seguem.
A lei de direitos autorais (Lei 9610/1998) define como ―produtor - a pessoa física ou
jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica da primeira fixação do
1523
Se o usuário do laboratório de produção de vídeo quer publicar seu vídeo nos sites de
compartilhamento como Youtube, Vímeo, Flickr é importante que seja realizada uma boa
indexação para que o vídeo consiga maior exposição nas ocorrências de uma pesquisa.
O produtor do vídeo atribui um título que seja atraente e que traduz o conteúdo do
material, de preferência algum adjetivo que dê qualidade ao vídeo. As Tags são palavras
chave que podem ser usadas extensivamente para melhor indexar e automaticamente
recuperar o conteúdo via robôs de análise. Recomenda-se que as tags não excedam 120
caracteres. Para a definição das Tags, não deve ser utilizada linguagem técnica ou
complicada, a ideia fornecer informação acessível para qualquer tipo de usuário, de
preferência que recupere o vídeo indexado com o mesmo termo que pesquisou.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
uma tendência das bibliotecas do futuro, oferecendo um serviço inovador, acessível e de baixo
custo.
Pode-se compreender o laboratório como um espaço de disseminação da informação
para o usuário através da conectividade e interatividade com a internet. Permite ainda que seja
utilizado como fonte de renda para os usuários, a partir da criação e disponibilização de
vídeos na internet, a partir do uso da estrutura do laboratório, como por exemplo, se tornar um
YouTuber, onde pode criar canais com temáticas específicas de opiniões, games, maquiagem,
culinária, humor, música e disponibilizar por meio do YouTube.
Os benefícios de se ter um laboratório para produção e edição de vídeo na biblioteca é
oferecer um serviço diferenciado para a comunidade em que a biblioteca está inserida e que
além da estrutura, oferece programas de alfabetização digital sobre como criar conteúdos
digitais
Neste sentido, a biblioteca, assim como qualquer organismo vivo, terá que se adaptar
as constantes mudanças com base nas demandas dos seus usuários. Os recursos tecnológicos,
como é o caso dos equipamentos e ferramentas para a produção e edição de vídeo,
proporcionando as bibliotecas novas experiências e novas formas de se relacionar com o
usuário.
O bibliotecário precisa estar familiarizado a este novo contexto e ir em busca de
conhecimento específico para atender as necessidades de seu público. Além de adquirir novas
habilidades e possibilitar que o uso do novo espaço seja aproveitado da melhor forma.
O laboratório para produção e edição de vídeo sinaliza esse avanço na oferta de um
serviço com diferencial tecnológico. Espera-se que a oferta deste ambiente com as
características mínimas descritas neste trabalho, possa contribuir de maneira efetiva com o
espaço e que reforce o papel que a biblioteca desempenha na sua comunidade.
REFERÊNCIAS
CARMEL CLAY PUBLIC LIBRARY. The Digital Media Lab. Disponível em: <
https://www.carmel.lib.in.us/dml/>. Acesso em: 26 dez. 2017.
LEITÃO, P. Integração e gestão das TIC nas bibliotecas. Liberpolis, n. 2, p. 35-44, 1999.
Disponível em: <http://eprints.rclis.org/16268/1/Liberpolis%2C%
20n.%C2%BA%202%20%281999%29%5B1%5D.pdf> Acesso em: 08 dez. 2017.
TAN, E.; PEARCE, N. Open education videos in the classroom: exploring the opportunities
and barriers to the use of YouTube in teaching introductory sociology. Res. Learn. Technol.,
Oxford, v. 19, 2011. Disponível em: <
https://journal.alt.ac.uk/index.php/rlt/article/view/723/932>. Acesso em: 20 dez. 2017.
this process, it is considered that there has been an advance in information management by
incorporating usability issues, through a better interface, and organicity of information. It
was envisioned and contemplated in this path, The need for technological support systems to
be flexible in order to incorporate new dimensions of analysis, since libraries need to keep up
with the dynamics of the institutions to which they belong, and the growing demand for
information that is required of, and by, their administrations.
INTRODUÇÃO
REVISÃO DE LITERATURA
Um aspecto importante quando se fala sobre gestão de bibliotecas foi destacado por Le
Coadic na década de 1990 ao mencionar que a Biblioteconomia consiste em uma prática de
organização: ―a arte de organizar bibliotecas‖ (1996, p.14). Sem prejuízo ou reducionismo da
amplitude das atividades que envolvem essa prática, a afirmativa acima destaca uma vertente
fundamental no gerenciamento das bibliotecas que é a organização, viés responsável pela
efetividade dos serviços prestados quando se considera que a biblioteca como parte de uma
estrutura administrativa. Essa vertente já havia sido destacada por Domingo Buoconore, em
1976, quando, ao discriminar sobre as atividades relativas à Biblioteconomia em seu
Dicionário de Bibliotecologia 157, menciona que a gestão administrativa de uma biblioteca –
que compreende recursos, mobiliário, pessoas, uso, dentre outros – deve ser exercida visando
maior eficácia e menor esforço no atendimento aos objetivos institucionais.
Nesse sentido, a utilização de sistemas informatizados tem se consolidado como uma
tendência e um forte aliado das instituições para o bom desempenho das funções relacionadas
à gestão. O atingimento de padrões de excelência nessas unidades de informação está
relacionado a uma gestão de informação adequada que possa retratar o cenário, direcionar as
ações em pontos que necessitem de intervenção e reforçar aquelas que têm trazido resultados
relevantes. Apesar das bibliotecas não se inserirem em um mercado competitivo, no qual a
captação de clientes e a maior geração de lucros são referências de sucesso, sua medida de
competência relaciona-se, dentre outros, à satisfação do usuário, a prestação de serviços de
qualidade e ao investimento de recursos pela instituição a qual se filia.
157
Dziekaniak (2003) menciona a publicação de Buoconore – O Dicionário de Bibliotecologia: términos
relativos a la bibliologia, bibliografia, bibliofilia, biblioteconomia, archivologia, tipografia y materiais afines –
procurando definir conceitos relativos a uma definição de Biblioteconomia. Segundo transcrição da autora (2003,
p.25) Buoconore define a Biblioteconomia como ―El conjunto de conocimientos teóricos y técnicos relativos a la
organización y administración de una biblioteca. Compreende una parte doutrinaria que estudia la teoria de la
selección y aquisición de libros, catalogación, clasificación y el régimen econômico administrativo de la
biblioteca: recursos, local y mobiliário, personal, conservación de los libros y uso de la biblioteca, y una parte
que se relaciona propiamente com el arte de administrarla de gobernala, para realizar com la mayor eficácia y el
menor esfuerzo los fines específicos de la institución. La primera parte es cientifico-técnica, la segunda, en
cambio, politica-administrativa, pues comprende el estudio de los métodosm medios y formas más convenientes
para asegurar un buen servicio público de lectura‖.
1531
A satisfação do usuário, uma das principais premissas que orientam o trabalho das
bibliotecas, tem ampliado o seu escopo: de uma visão interna contemplando a comunidade
usuária vinculada à instituição de ensino/pesquisa a qual pertence, para o conceito de usuário-
cidadão entendido como qualquer indivíduo da sociedade que utilize ou possa a vir a utilizar
os serviços prestados pelas bibliotecas. Essa tendência é visível nas instituições públicas de
ensino, entidades sujeitas às normativas do Estado no tocante ao fornecimento de serviço de
qualidade, esfera que tem editado diversas normas infraconstitucionais modificando a forma
de gestão em benefício do cidadão.
Silva e Araújo (2014) destacam um aspecto dessa nova relação fomentada pelo
Estado, que objetiva inverter o polo da relação Estado-Cidadão em favor desse último, como a
edição do Decreto nº 6.932, de 2009, que institui a Carta de Serviços ao Cidadão, e da Lei nº
12.527, de 2011 (denominada Lei de Acesso à Informação - LAI), que confere ao cidadão o
direito de obter do Estado as informações necessárias ao pleno exercício da liberdade e da
cidadania. Segundo os autores (2014, p. 1663-1664),
A LAI, por sua vez, pressupõe a existência de uma estrutura informacional, nas
instituições públicas, que possa atender às demandas dos cidadãos no que se refere ao
fornecimento de informações diversas. Por estar amparada em conceitos como transparência
pública e participação cidadã, esta Lei garante ao indivíduo condições para a construção da
cidadania ao assegurar o direito ao acesso à informação produzida e/ou gerenciada por
entidades públicas.
digital. Uma de suas vantagens é subsidiar a tomada de decisão com mais rapidez, bem como
atender as demandas em tempo hábil, atributos que no contexto da sociedade da informação
possuem valor imensurável. Conforme menciona Zorrinho (1991), gerir a informação é,
decidir o que fazer com base em informação e também decidir o que fazer sobre informação.
Segundo o autor, associa-se a esse entendimento a capacidade de selecionar, em um
repositório, aquela informação que é relevante para uma determinada decisão.
PERCURSO METODOLÓGICO
Foi utilizada para fins deste artigo uma análise em fonte primária: a plataforma em
ambiente digital do Sistema Coletar.
RESULTADOS
O Coletar (Figura 1), assim como o sistema anterior, foi desenvolvido utilizando
software livre, o que lhe confere baixo custo no desenvolvimento e a possibilidade de
instalação em ambientes heterogêneos. A ferramenta foi implementada utilizando o software
PHP 5.0 e o banco de dados MySQL, ambientes gratuitos que possuem ótima performance e
garantem a segurança dos dados. Os requisitos para a implantação foram o Sistema
operacional Linux e o Servidor web Apache. A plataforma utiliza links intuitivos para
1533
Fonte: Coletar
A primeira versão do sistema foi implantada em 2017 para coletar dados referentes ao
ano de 2016. O layout desenvolvido buscou agrupar em cinco grandes grupos as informações
a serem coletadas (Figura 2), que contemplam os itens: Dados Gerais, Informações
Administrativas, Formação e Desenvolvimento do Acervo, Tratamento Técnico e Serviço de
Referência. O usuário, por meio de um identificador e uma senha, cria uma visão
personalizada do sistema, acessando uma página que só ele preenche. As informações
consolidadas de todo o sistema são acessíveis ao administrador que gerencia a plataforma,
cuja operacionalização é feita por duas divisões técnicas do SB/UFMG: Divisão de
Planejamento, Gestão e Apoio a Projetos (DPGAP), responsável pelo gerenciamento do
sistema e Divisão de Tratamento e Tecnologia da Informação (DITTI), responsável pela
administração da rede.
Fonte: Coletar
1534
Na opção sobre ―Dados Gerais‖ (Figura 3) são coletados dados que caracterizam a
unidade de informação, como o nome da biblioteca, área de conhecimento, endereço físico,
telefones, horário de funcionamento, endereço do site institucional e outros canais de
comunicação em ambiente digital (a exemplo de blogs mantidos pela biblioteca, página de
facebook, twitter) dentre outros. Também são contemplados nesse campo informações sobre a
visão e missão da biblioteca, registro de sua história institucional (Informações Estruturais),
seus acervos especiais e participação em redes de colaboração (Informações Especializadas).
Fonte: Coletar
Fonte: Coletar
1535
Fonte: Coletar
Sobre as informações fornecidas ao Inep, cabe destacar que todos os itens relativos ao
Censo são contemplados no Coletar, estando distribuídos no Sistema conforme a temática,
mas sendo agrupados, ao final do preenchimento, em um relatório específico para facilitar o
envio de informações quando solicitado pelo Ministério da Educação (Figura 6).
Fonte: Coletar
Fonte: Coletar
Fonte: Coletar
O último campo do Coletar é relativo aos Serviços de Referência (Figura 9). Dividido
em quatro blocos, nele são inseridas informações relativas a Produtos e serviços, Educação
1537
Fonte: Coletar
Fonte: Coletar
CONSIDERAÇÕES FINAIS
158
As normas ISO 11620:2014 : Information and documentation : Library performance indicators e ISO
16439:2014 : Methods and procedures for assessing the impact of libraries são apresentadas por Silva (2014) em
estudo sobre indicadores de desempenho.
1539
REFERÊNCIAS
Resumo: Este estudo, focado nos bibliotecários, aborda a competência informacional sob a
ótica dos profissionais envolvidos na realização das atividades de biblioteca no âmbito
universitário. Realiza uma revisão bibliográfica, de estudos relacionados ao conceito de
competência, suas origem e discussões em diferentes áreas do conhecimento. Comenta as
mudanças no cenário social e profissional global, e mais especificamente para o bibliotecário,
que ocorreram com o advento das novas tecnologias. Investiga quanto à autoavaliação dos
bibliotecários sobre algumas habilidades específicas necessárias para o atendimento eficaz aos
usuários no ambiente universitário, domínio de línguas e de interação com as novas
tecnologias. Comenta sobre a necessidade de qualificação e capacitação admitida pelos
profissionais envolvidos. Conclui que deve haver uma maior preocupação na
qualificação/capacitação dos profissionais da informação, os bibliotecários, que devem ser os
facilitadores, coadjuvantes do processo ensino-aprendizadem, desempenhar suas funções
bibliotecárias de forma eficaz, e utilizar as novas tecnologias no processo de comunicação
científica.
Abstract: The study focuses exclusively on librarians and treats information competence from
the standpoint of professionals involved in the execution of activities in university libraries. In
the study, a bibliographical search is carried out on studies related to the concept of
competence, its origins, and a discussion is presented on various areas of the aforesaid
competence. Commentaries are provided on changes in social and professional global
scenarios, with an emphasis on the needs of librarians in view of the introduction of new
technologies. The study investigates the auto assessment of the aforesaid librarians from the
standpoint of specific capacities which are necessary for an effective response to users in a
university environment, and the absorption of new technologies. The study presents comments
on the necessity of the professional qualification and preparation of the aforementioned
professional. The study concludes that there should be more concern in such qualification and
preparation of information professionals, the librarians who need to be facilitators,
supporting actors in the learning process of the user, as well as carrying out library functions
in an effective manner and utilizing new technologies in the scientific communication process.
1542
Introdução
Revisão de literatura
Metodologia
Algumas reflexões precisaram ser feitas antes de se optar pelo questionário. Ele oferece
algumas vantagens sobre as entrevistas pessoais como, por exemplo, as respostas por escrito
para questões que podem ser embaraçosas não são percebidos pelos inquiridos, como o caso
da entrevista pessoal, nem estão sujeitas a distorções e interpretações ambíguas. O tempo de
resposta geralmente é mais curto, o que possibilita o tratamento mais rápido dos dados
coletados, quase que automatizando o processo de análise de dados. A facilidade de
operacionalização, e a vantagem de menor custo foram fatores decisivos, além dos
referenciados acima para a tomada de decisão a favor do questionário.
A amostragem para a coleta de dados garante a eficiência da pesquisa por conta do
critério da representatividade, afirma Gaskell (2002). A amostragem da população total da
biblioteca foi definida após o levantamento do perfil sócio-demográfico dos profissionais da
informação da biblioteca. O n amostral foi representado pelo número de nove questionados do
total dos profissionais, escolhidos por método aleatório, todos graduados, que desempenham
tarefas inerentes aos profissionais da informação, de setores variados da biblioteca, sem serem
identificados para preservação das identidades.
As questões foram elaboradas levando-se em conta a idade, gênero, tempo de
desempenho das tarefas e se foi sentido, pelo questionado, alguma dificuldade no seu
desempenho ao longo das suas atividades principalmente com o surgimento da demanda
específica. Foi indagado também se foi sentido, por parte do questionado, algum impacto no
acolhimento da demanda informacional, no uso das tecnologias, no acesso a bases de dados,
assim como uso do apoio de um instrumento de organização do conhecimento, ou ainda se em
algum momento do cumprimento das atividades, houve a sensação de necessidade de
aperfeiçoamento para um resultado eficaz.
Resultados
apresentada para o tempo de função na UI. Uma pequena parcela, 11%, não possuem domínio
de outro idioma, 89% possuem este domínio, e entre estes, 44% dominam mais de uma
língua. Apesar de 78% dos bibliotecários questionados assumirem que já tiveram dificuldades
de realizar suas tarefas, e de 22% alegarem que estas dificuldades afetaram no produto/serviço
final que é oferecido pela biblioteca aos usuários, apenas 44% procuraram algum curso de
capacitação. Dentre essas dificuldades, o acesso a bases de dados nos atendimentos as
questões de usuários, e o processo de desenvolvimento de coleções e utilização de recursos
tecnológicos estão relacionados como impeditivos de bom desempenho. Com relação aos
recursos tecnológicos, 33% perceberam algum impacto das novas tecnologias na realização da
sua rotina bibliotecária.
Como já era de se esperar, cada profissional questionado que mencionasse a real
necessidade, poderia fazê-lo, comentando o tipo do treinamento que acha conveniente
relacionado a tarefa que executa. Os resultados obtidos mostram que 89% dos bibliotecários
sentem necessidade de um treinamento para desempenhar suas tarefas mais facilmente.
Gerenciamento de unidades de informação, bases de dados, sistema de automação, estão
citados como pontos fortes para aplicação de treinamento profissional.
Ao relacionar o desempenho de atividades e a necessidade de treinamento, pôde-se
perceber que a idade e tempo de serviço não influenciam no primeiro, uma vez que 100% dos
entrevistados sentiram a necessidade de um treinamento periódico. O que chama a atenção,
nesta relação, é o fato da idade dos entrevistados variar de 30 a 63 anos e possuírem de 2 a 38
anos de exercício profissional. Ou seja, a necessidade de treinamento foi percebida por todos
os profissionais questionados, independente da idade, do tempo de serviço (experiência
profissional) e do desempenho na função. Atualização dos conhecimentos e das práticas
bibliotecômicas configuram necessidade de 100% dos bibliotecários questionados.
Por fim, ao se questionar sobre a adoção de política que ofereça com frequência
treinamento direcionado para os profissionais da biblioteca, e que tipo de treinamento e em
quê frequência, todos os bibliotecários questionados acham necessária esta ação, nos mais
variados cursos/treinamentos/capacitações para melhor desempenho das práticas, e sugerem
que se realize pelo menos de forma anual.
Dos questionados 11% não conseguiram entender o conceito ―instrumento de
organização do conhecimento‖. A mesma porcentagem também não soube definir ―recursos
tecnológicos‖.
1549
Bibliotecários BC/CT
Legenda:
a) 78% se sentem preparados para desenvolver novos métodos ou procedimentos
para facilitar e otimizar as tarefas dentro da biblioteca;
b) 67% sabem reconhecer as existentes ou sabem pesquisar novas fontes de
informação;
c) 67% se sentem capazes de promover treinamento didático - pedagógico aos
usuários no uso das diversas fontes de informação;
d) 67% interagem com outros profissionais da área, discentes, docentes e
pesquisadores para a melhoria da comunicação científica;
e) 67% realizam pesquisa e avaliação de coleções bibliográficas;
f) 56% utilizar as diversas fontes de informação, empregando dados reais relativos
as necessidades dos usuários
g) 56% podem desenvolver novos produtos ou novos serviços à comunidade
atendida pela biblioteca;
h) 56% utilizam técnicas de marketing para os produtos e serviços disponibilizados
pela biblioteca;
i) 56% consideram ter habilidades de utilizar tecnologias de informação;
j) 56% processam informação com instrumentos de organização do conhecimento;
k) 44% sabem formular políticas de aquisição;
l) 44% se sentem preparados para formular políticas econômico-financeiro da
biblioteca.
Discussão
Considerações finais
Referências
DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. 4. ed. São Paulo: Cortez.
Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2000.
GASKELL, George. Entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, Martin W.; GASKELL,
George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis:
Vozes, 2002. p.64-89.
LOIOLA, Léia de Melo. Breve histórico do termo competência. HELB - Historia do Ensino
de Línguas no Brasil. v.7, n.7, 1/2013. Disponível em:
<http://www.helb.org.br/index.php/revista-helb/ano-7-no-7-12013/212-breve-historico-do-
termo-competencia>. Acesso em: 18 maio 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
PIRES, Erik André de Nazaré. O bibliotecário como agente transformador social: sua
importância para o desenvolvimento da sociedade informacional através da disseminação da
informação. In: ENCONTRO REGIONAL DE ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA,
DOCUMENTAÇÃO E GESTÃO DA INFORMAÇÃO - EREBD N/NE, 15., 2012. Fortaleza.
Anais eletrônicos... Fortaleza: UFC, 2012. Disponível em:
<http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/moci/article/viewFile/2202/1410>. Acesso
em: 22 mar. 2017.
ROSSI, Tatiana; COSTA, Rossi Marília Damiani; PINTO, Adilson Luiz. Competências
requeridas aos bibliotecários na prestação de serviços de informação em bibliotecas
universitárias. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v.19, n.1, p.111-123, 2014.
SAMPAIO, Maria Imaculada Cardoso; MORESCHI, Erica Beatriz Pinto. DSI - Disseminação
seletiva da informação: uma abordagem teórica. Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação, v.23, n.1/4, p.38-57, 1990. Disponível em:
<http://www.brapci.ufpr.br/brapci/index.php/article/view/0000002801/bfa9769d9f2bace8eb6
428763f9da6b2>. Acesso em: 26 mar. 2017.
ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas. 2001,
Resumo: Relato da evolução do serviço de divulgação das novas aquisições de uma biblioteca
universitária, a Biblioteca da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (Fabico-UFRGS), com base nas teorias do serviço de
referência, da disseminação da informação e do marketing de serviços. O foco deste relato de
experiência é o serviço de disseminação da informação através da divulgação das novas
aquisições, atividade integrante dos serviços de referência numa biblioteca. Apresenta um
retrospecto histórico-ilustrado sobre a prestação do serviço pela Biblioteca, bem como suas
mudanças de formato e finalidade, acompanhando as necessidades dos usuários. Descreve
detalhadamente a metodologia empregada na elaboração do novo formato do serviço e mostra
a socialização desse modelo criado pela Biblioteca da Fabico, que foi adotado e adaptado por
outras bibliotecas do Sistema de Bibliotecas da UFRGS (SBUFRGS).
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
159
Os links de pesquisas no SABi, gerados no momento da pesquisa do usuário, durando o tempo de sua sessão
de busca. Esses ―links permanentes‖, não se limitam as sessões de cada usuário, possibilitando a visualização do
registro bibliográfico sempre que utilizado.
1558
160
Documento eletrônico
1559
Esse modelo de exposição das novas aquisições exigia diversas alterações nos status161
de processamento do item162 no catálogo on-line. Os itens saíam do Setor de Processamento
Técnico com o status de ―Item em Exposição‖ e eram acomodados numa estante de destaque
no interior da Biblioteca, impedindo a circulação dos mesmos (empréstimos e reservas) por
um período de no mínimo quinze dias. Findo o prazo da exposição física, os itens retornavam
ao processamento técnico para alteração do status para ―Processado‖, ficando assim,
disponíveis para a guarda na estante do acervo geral, para consulta e empréstimo.
Na imagem 3, pode-se observar a referida estante onde eram colocados os livros e
fascículos em exposição no ambiente da Biblioteca:
161
Status: condição, situação de um determinado item do acervo em um determinado
momento do processamento técnico (aquisição, catalogação, circulação). No Aleph 500 essa
terminologia é utilizada para definir a política de circulação para o material bibliográfico na
Biblioteca.
162
Item é um suporte único onde a informação é armazenada podendo ser livro, fascículo de periódico, CD-
ROOM, DVD, tese, dissertação etc.
1563
Fonte: do autor
No formato eletrônico, para cada livro foi associado um link para o respectivo registro
bibliográfico no catálogo on-line SABi, a fim de agilizar a busca pelos usuários. A versão
eletrônica, em formatos PDF e JPG, destinam-se à publicação no site da Biblioteca da Fabico,
envio por e-mail aos professores e técnicos-administrativos da Unidade e às bibliotecas do
SBUFRGS, bem como, para a divulgação nas redes sociais.
Esse novo formato pode ser conferido na Imagem 4:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relato de experiência revela que é possível encontrar soluções criativas e de fácil
execução para o aprimoramento de um serviço em um contexto de recursos escassos. Obteve-
se com este novo processo de produção e formato de exposição das novas aquisições, uma
substancial melhoria na prestação do serviço de divulgação das novas aquisições, pois
permitiu:
a) maior número de itens divulgados;
b) maior alcance da divulgação impressa (displays em locais do prédio);
c) a divulgação nas redes sociais (2.500 usuários), e e-mails de docentes;
d) maior periodicidade;
e) melhor agilidade para o usuário poder retirar por empréstimo ou reservar o item
em menor tempo;
f) grande aceitação da comunidade pelo novo modelo, avanços que seriam inviáveis
no formato anterior.
Outros impactos positivos em relação a essa ferramenta puderam ser observados desde
sua implantação. Ato contínuo a implementação do serviço, a Biblioteca recebeu retorno
positivo de professores e colegas do SBUFRGS, no intuito de parabenizar o novo formato da
ferramenta de divulgação das novas aquisições.
Ao longo deste período, desde a implantação desse novo formato, várias outras
Bibliotecas do SBUFRGS, solicitaram, tanto o ―link permanente‖ para o SABi com os
procedimentos básicos para implementarem esse tipo de divulgação em suas Unidades.
Também ficou visível o aumento do número de usuários abrangidos pela divulgação, visto
que além das redes sociais, que atinge cerca de 2 mil e quinhentos usuários, é enviada por e-
mail para os 81 professores da Faculdade.
Percebeu-se também um aumento não só na motivação por parte dos integrantes da
equipe diante do novo desafio, como também na confiança e empatia do usuário pela
Biblioteca. O êxito deste formato de divulgação das novas aquisições, via web, é tão
1567
contundente que possibilita, num futuro próximo, tornar-se apenas virtual, por ser mais
ecológico e mais econômico, pois evita o consumo de papel e tinta.
Como todo serviço oferecido em unidades de informação, este formato de divulgação
das novas aquisições da Biblioteca também está em constante avaliação, buscando aprimorar
o processo de elaboração e, consequentemente melhorar o fluxo da comunicação entre a
Biblioteca e seus usuários.
REFERÊNCIAS
MACEDO, Neusa Dias de. Princípios e reflexões sobre o serviço de referência e informação.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 23, n. 1/4, p. 9-37,
jan./dez. 1990.
ROTHSTEIN, Samuel. Reference service: the new dimension in librarianship. College &
Research Libraries, Chicago, Ill., v. 22, n. 1, p. 11-18, Jan. 1961.
Abstract: The article reports on the experience of creating the library club of the Federal
Institute of Amazonas as a cultural and pedagogical activity to encourage reading with the
participation of students, teachers and the librarian of the IFAM / Maués Campus. It aims to
report on the experience of creating this club, describing aspects, stages, indication of the
criterion for choosing the works read and its audience. It also presents the difficulties and
benefits of this type of cultural action, having as a field the library of IFAM - Campus
Maués. The club was created in 2017 and has its weekly meetings in the library of the
Institute seeking to promote interaction between students and subjects in the academic field. It
is justified by the need to integrate new forms of learning and discussion through reading
1570
1 INTRODUÇÃO
Clube do Livro no IFAM Campus Maués. Como objetivos específicos descrevem-se as etapas
de criação do clube do livro, identificando critérios envolvidos na escolha das obras e do
público participante da ação. Encerra apresentando dificuldades e benefícios da criação do
clube como consequência da participação dos alunos, de membros do corpo docente e de
bibliotecários que entendem a necessidade de se apropriarem do espaço da biblioteca para
práticas de aprendizagem.
A justificativa social considera que as bibliotecas, independentemente de sua
tipologia, tenham o propósito de reunir, tratar e preservar o conhecimento humano a fim de
disseminar a informação ao seu público, mas também exercer dentro da organização na qual
está integrada, a função de formadora de cidadãos com mais cultura, educação e senso crítico
na sociedade.
A justificativa profissional destaca a necessidade de bibliotecários conhecerem seus
papeis de agentes culturais de transformação e mediação do conhecimento para que seu
público identifique, entenda e se familiarize com a biblioteca além dos produtos e serviços por
ela oferecidos. Assim, a atividade de um clube do livro é uma maneira criativa de permitir a
atuação dos profissionais como mediadores e curadores que desempenham tarefas além dos
processos técnicos.
Sobre a justificativa pessoal, considera a necessidade de se formar um público leitor
integrado ao espaço das instituições de ensino, com senso crítico, participativo e que por meio
da leitura torna-se um ser cada vez ciente de sua participação social. Particularmente ao
considerar a experiência do clube do livro, esse público percebe nos relatos de autores que
viveram épocas importantes da história da humanidade, os registros da beleza, da dor e do
sofrimento que viveram.
O referencial apresentado a seguir destaca a participação dos bibliotecários como
curadores responsáveis pela idealização de ações culturais voltadas para um público que
devem atender. Detalha ainda, nuances acerca da leitura e criação do clube do livro na
biblioteca do IFAM Campus Maués enquanto prática pedagógica capaz de criar interação
entre alunos, professores e bibliotecários.
acadêmica.
Embora alguns alunos em sua pluralidade, tenham a visão de que a biblioteca é
apenas um local punitivo e de castigo, para desmistificar essa ideia é necessário que os
bibliotecários cativem a comunidade a partir de suas habilidades pessoais e profissionais. Ao
profissional, deve agir como agente de transformação social, com capacidade de dinamizar o
ambiente da biblioteca tornando-o atrativo, dinâmico, aprazível e integrante da comunidade
acadêmica.
Ao planejarem e desenvolverem ações com a participação dos alunos promovendo a
cultura e dando visibilidade ao seu ambiente de trabalho, os bibliotecários tornam-se agentes
culturais - aqueles que agem e praticam a cultura. Além disso, acabam sendo protagonistas
de uma ação curatorial de organização e mediação desse tipo ação.
Para idealizar e promover uma ação cultural, percebendo a necessidade de ter
parcerias institucionais com profissionais de outras áreas do conhecimento, é preciso
dominar algumas habilidades informacionais: divulgar, comunicar e difundir os eventos,
aproximar a comunidade escolar, ter um conhecimento prévio sobre o que será promovido,
orientar os alunos, estimulando-os pelo trajeto e tarefas a serem desenvolvidas.
A ação cultural não se limita somente a disponibilização dos bens culturais, deve
possibilitar também a participação e a criação de novos bens culturais e
conhecimentos. O bibliotecário deve proporcionar um ambiente para que o usuário
participe, no sentido de opinar, formular e criar (ROSA, 2009, p. 373).
[...] os indivíduos não sejam apenas receptores, mas sujeitos da criação cultural; a
elaboração da cultura com o povo e não para o povo; facilitar a utilização de
instrumentos adequados ao desenvolvimento da capacidade criadora dos
indivíduos; a desalienação da cultura e a busca de uma identidade cultural; a
democratização da cultura.
Deve levar em consideração, que o bibliotecário com uma visão abrangente em relação à
promoção da cultura, bem como o estímulo da criatividade, ele tornará o ambiente mais
atrativo e aprazível para a comunidade escolar, pois cada um se sentirá integrado em cada
ação se tornando um cidadão satisfeito na produção da cultura, além de se sentir livre em
poder se expressar.
O bibliotecário como agente cultural deve ter a competência de abrir espaços para
outros profissionais dispostos a participarem do desenvolvimento de ações, como também
participar de editais em que submeta projetos a agências de fomento e órgãos
governamentais que ofereçam custeio e apoio financeiro para a realização de eventos de
determinada natureza.
Vale ressaltar que para tornar a biblioteca atrativa e dinâmica é necessário que os
colaboradores envolvidos na ação cultural, sejam diferenciados, com competências
habilidades e atitudes voltadas para o público e para os objetivos propostos da ação.
[...] a cada leitura, o leitor competente consolida seu modo de existir e afina seu
modo de interagir com os outros membros dos grupos sociais que vive. Como obter
senso crítico e acima de tudo como depurá-los se não for atuando sobre os esquemas
1574
cognitivos do leitor? A leitura é dos meios mais eficazes para fazê-lo (TELLES,
2010, p. 17).
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O Instituto Federal do Amazonas (IFAM) - Campus Maués faz parte da Rede Federal
de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e tem como missão promover com
excelência a Educação, Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento sustentável da
Amazônia e como visão a consolidação do Instituto Federal do Amazonas de referência
nacional em Educação, Ciência e Tecnologia.
Já o IFAM Campus Maués é uma instituição de ensino regular, com cursos técnicos e
profissionalizantes que foi inaugurado em 2010 tendo em sua rede uma Política de Assistência
Estudantil com a prerrogativa de garantir a democratização das condições de acesso,
permanência e êxito dos estudantes matriculados na Rede EPCT.
Seu objetivo é proporcionar aos estudantes, mecanismos que garantam o seu
desenvolvimento educacional, através da concessão de benefício social mensal, com vistas a
minimizar os efeitos das desigualdades sociais e reduzir as taxas de retenção e evasão.
Os programas integrais fazem parte dessa Política de Assistência Estudantil dos
Institutos e são um conjunto de projetos contendo ações prioritárias voltadas para o
suprimento das necessidades sociais dos discentes. Dentro de um programa existem projetos
de acordo com diferentes linhas de ações e o projeto do clube do livro faz parte da linha com
ações inerentes ao apoio pedagógico.
A biblioteca do Campus começou suas atividades em abril de 2011, aberta ao público
acadêmico e à comunidade em geral com acesso livre ao acervo de cerca de 1200 obras entre
periódicos, obras gerais, obras especializadas, obras de referência, além de um acervo
multimídia com DVDs e CDs.
A iniciativa de criação do clube do livro na biblioteca fez parte do projeto aprovado
em 2017 que foi inserido na linha de ação do programa de apoio pedagógico que visa
proporcionar a interligação entre os profissionais de ensino e os estudantes, numa perspectiva
de construção de uma educação de qualidade e transformadora, contribuindo de maneira
exitosa para a formação humana e profissional dos estudantes.
5 RESULTADOS
Durante as três etapas o mesmo grupo participará dos encontros presenciais embora o
ingresso ao clube possa ser feito por qualquer membro da comunidade acadêmica que goste
ou queira iniciar o hábito pela leitura.
O clube iniciou com 20 participantes, sendo 5 bolsistas e 15 discentes voluntários
tendo encontros totalizando quatro horas mensais. Acerca da escolha desse público, os alunos
recebiam uma bolsa-auxílio oriunda de recursos institucionais do projeto e atendessem alguns
critérios socioeconômicos para recebimento do benefício.
Era realizado sempre às sextas-feiras após as aulas com início no horário das 17h e
30min sendo o espaço da biblioteca cedido para os encontros já que a coordenação e
idealização do projeto era por uma bibliotecária.
O critério para a escolha das obras foram:
a) o uso das obras indicadas no ensino pelos docentes de língua portuguesa do
IFAM;
b) as literaturas exigidas no edital publicado do vestibular das universidades públicas
estadual e federal do estado do Amazonas já que o clube do livro é um projeto de leitura de
obras literárias brasileiras constantes nesses certames.
Como os encontros eram semanais, as leituras e diálogos eram realizados por capítulos
que deveriam ser lidos durante a semana e debatidos no dia do encontro. As discussões eram
mediadas por duas coordenadoras e os discentes participantes comentavam sobre diversos
aspectos da obra a partir de um roteiro que incluía a análise de acontecimentos da história
lida, os personagens, as principais dificuldades da leitura, o enredo, o vocabulário, a opinião
do autor e as principais dúvidas dos participantes do clube.
Cada aluno observava e emitia opiniões relacionando fatos das histórias com aspectos
do cotidiano e da realidade do nosso tempo a partir de sua vivência e experimentação pessoal.
Essa troca de experiências fazia com que o grupo interagisse e criasse um laço para além das
portas da biblioteca em virtude do clube.
A cada início de leitura de uma nova obra os coordenadores faziam uma breve
apresentação, sobre o contexto histórico em que se passava, o enredo e o estilo literário da
obra.
1578
Média de
participantes 18 14 17 11 10 12
por reunião
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CABRAL, Ana Maria Rezende. Ação cultural bibliotecária: aspectos revelados pela prática.
Belo Horizonte: UFMG, 1989. Disponível em:
1580
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
REIS, Luzia de Maria Rodrigues. O clube do livro: ser leitor – que diferença faz? São Paulo:
Globo, 2009.
ROSA, Anelise Jesus Silva da. A prática de ação cultural em bibliotecas. Revista ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 14, n. 2, p. 372-381, jul/dez, 2009. Disponível em: <
http://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/675>. Acesso em: 07 jan. 2018.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São
Paulo: Cortez, 2007.
LETÍCIA SOUSA
LARISSE FERREIRA
Resumo: As bibliotecas procuram, cada vez mais, novas formas de disponibilizar o seu
acervo e dinamizar os serviços e produtos, buscando trabalhar de maneira cooperativa com
outras unidades de informação. O presente trabalho tem como objetivo mostrar o processo de
formação da Rede de Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia, visando
melhorar os processos de gestão e acesso a informação. Foi realizado um estudo de caso na
instituição, por meio da descrição dos encontros de bibliotecários. A coleta de dados foi
realizada através do registro documental dos materiais gerados nestas reuniões. Considera-se
pontos importantes para a fundamentação teórica, os conceitos de rede, cooperativas de
bibliotecas, os fatores de sucesso e fracasso e cita-se alguns exemplos de consócios, sistemas
e redes de bibliotecas no Brasil. Entende-se com este estudo que as bibliotecas universitárias,
necessitam trabalhar de forma integrada como é o caso da instituição em questão, objeto deste
estudo. No que se refere aos resultados foi possível observar também que a formação das
redes permitiu o compartilhamento da informação em escala maior alcançando assim a
comunidade interna e externa e o estudo de caso demonstrou a importância do trabalho
participativo, sendo as tomadas de decisões igualmente democráticas.
Abstract: Libraries increasingly seek new ways of making their collections available and
invigorating services and products, seeking to work cooperatively with other information
units. The present work aims to show the process of formation of the Libraries Network of the
Federal Rural University of Amazonia, aiming to improve the processes of management and
access to information. A case study was carried out at the institution, through the description
of the librarian meetings. The data collection was done through the documentary record of
the materials generated in these meetings. It is considered important points for the theoretical
foundation, network concepts, library cooperatives, success and failure factors, and some
examples of partnerships, systems and networks of libraries in Brazil. It is understood with
1582
this study that the university libraries, need to work in an integrated way as is the case of the
institution in question, object of this study. Regarding the results, it was also possible to
observe that the formation of networks allowed the sharing of information on a larger scale,
thus reaching the internal and external community, and the case study demonstrated the
importance of participatory work, and decision making is equally democratic.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
Um dos significados do termo rede é ―[...] conjunto de pessoas que trabalham para um
mesmo fim, e que se localizam em vários pontos [...].‖ (REDE, 1998, p. 759). Neste sentido,
entende-se por rede de bibliotecas quando mais de uma unidade de informação, mesmo
afastadas entre si, estão interligadas com objetivos semelhantes, as quais trocam ideias e
informações, visando sempre melhorias nos serviços prestados aos usuários. Conforme a
American Library Association (1983, p. 82 apud CARVALHO, 2016, p. 177) tem-se uma
rede de bibliotecas quando:
Duas ou mais bibliotecas e/ou outras organizações aderem a um padrão comum de
troca de informações, por intermédio de ferramentas de comunicação, com algum
propósito funcional. Uma rede normalmente consiste de um arranjo formal, no qual,
materiais, informações e serviços, fornecidos por uma variedade de tipos de
bibliotecas e/ou organizações são colocados à disposição de todos os usuários
potenciais.
serviços aos usuários prestados por estas bibliotecas (ESTADOS UNIDOS, 2011, p.
134).
Para a garantia do sucesso do trabalho em rede alguns fatores são necessários, tais
como: compartilhamento de dados, padrões comuns de linguagem de comunicação,
intercâmbio entre unidades de informação, catalogação cooperativa, redução de custos, acesso
compartilhado a conteúdos eletrônicos (revistas e bases de dados), serviços de informação e
referência virtual, acesso a catálogos virtuais e a Centro de Recursos de Aprendizagem,
educação continuada para bibliotecários entre outros (CARVALHO, 2016).
Entre os fatores mais estudados no sucesso das redes de bibliotecas estão o trabalho
cooperativo, o qual Aragon (2017, p. 41) destaca alguns benefícios:
(...) as redes de cooperação entre bibliotecas podem ser vistas como um recurso para
a busca da condição competitiva de baixo custo com maior acesso à informação e ao
conhecimento. Elas também abrem espaço para um conjunto de benefícios como:
aumento de barganha na aquisição de recursos informacionais; maior capacidade de
aprendizado; maiores possibilidades de inovação; redução de custos com o
desenvolvimento de ações conjuntas e otimização do serviço técnico.
Quanto aos fatores de fracasso nas redes de bibliotecas estão: falta de planejamento,
individualismo, competição entre instituições acadêmicas, recursos orçamentários, falta de
pessoal, ausência de apoio da administração superior, falta de linguagem padronizada entre a
rede, não formalização da rede, o descumprimento pela rede das obrigações colocadas pelo
grupo, gerando diminuição no ritmo de trabalho e desmotivação; e o efeito camaradagem por
parte da rede aos participantes que descumprem suas obrigações (BROWN, 1998;
CARVALHO, 2016).
Sendo assim, fazendo um comparativo entre os pontos de sucesso e fracasso, observa-
se que há mais benefícios, que malefícios na criação de rede de bibliotecas, mesmo assim
quase todos são passíveis de ser revertidos, uma vez que são de ordem organizativa e
comportamental.
Convém citar algumas razões que fizeram as bibliotecas tornarem-se membros do (CBIES/RJ),
tais como: aperfeiçoamento profissional, ampliação do acervo, comutação de artigos de revistas
científicas, entre outras (ARAGON, 2017).
Destacou-se nesta pesquisa, apenas cinco exemplos de consócios, sistemas e redes de
bibliotecas no Brasil (Bibliodata/CALCO, SIBI\UPS, REDARTE, CRUESP, CBIES/RJ), mas
além destes, existem no país várias outras experiências, bem-sucedidas, de trabalho em rede.
Por isso tudo, a formação de redes é primordial para às instituições que primam por
qualidade e eficiência nos serviços prestados aos usuários, já que ―compartilham seus recursos e
atividades [objetivando] minimizar os esforços e qualificar seus produtos‖. A Internet auxilia
esta atividade, pois, ―os fluxos são mais ágeis e os serviços podem ser mais bem elaborados‖
(SOUZA; ORTEGA, 2014, p. 5).
3 METODOLOGIA
comissão estabeleceu que o sistema seria criado de forma participativa, sendo realizados
encontros para efetivar tal ação.
Os Encontros para a criação da REDETECA foram realizados da seguinte forma:
1º Encontro:
Apresentação de sistemas de bibliotecas da Universidade Federal do Pará (UFPA)
e Universidade do Estado do Pará (UEPA);
Criação de grupos de trabalho;
Definição do tipo de sistema de bibliotecas.
2º Encontro:
Formação de grupos de trabalho;
Pesquisa sobre a estrutura de organograma para as bibliotecas;
Desenho para proposta de organograma;
Apresentação das propostas;
Exposição e escolha da estrutura mais adequada para o sistema;
Organograma do sistema.
3º Encontro:
Definiram-se as divisões do organograma proposto no 2º encontro;
Organizaram-se as seções das divisões do organograma;
Definiram-se as competências dos setores da Rede de Bibliotecas da UFRA.
4º Encontro:
Definiram-se cargos necessários e quantitativo de pessoal para atuar em cada
divisão e suas seções;
Elaborou-se a proposta de regimento da Rede de Bibliotecas da UFRA;
Abertura e acompanhamento do processo para aprovação do Regimento.
4 RESULTADOS
Este foi um estudo de caso, tendo com objeto as atividades realizadas na UFRA e
também relatar como foi à experiência do processo de formação da rede de bibliotecas da
UFRA denominada REDETECA/UFRA.
Em relação às bibliotecas da UFRA convêm citar que a universidade possui seis
unidades de informação localizadas em pontos diferentes, tanto na capital (Belém), como nos
campi fora de sede nos municípios de Capitão Poço, Capanema, Parauapebas, Paragominas e
Tomé-Açu.
Para a formação da rede foram realizados encontros com todos bibliotecários com a
finalidade de planejar o processo para a criação do sistema. Todas as reuniões foram
desenvolvidas, no auditório da Biblioteca da UFRA Belém.
É de fundamental importância citar os objetivos desses encontros:
- Discutir a construção do sistema de bibliotecas da UFRA (Belém e campi fora de
sede);
- Criar condições para um funcionamento sistêmico e integrado da gestão dos seus
acervos e das atividades desenvolvidas;
- Contribuir para o alcance da missão institucional de apoio ao ensino, pesquisa e
extensão.
O primeiro encontro de bibliotecários da UFRA foi realizado no dia 29 de abril de
2016, tendo como tema central: ―Tipos de sistemas de bibliotecas para a UFRA‖. A princípio
buscou-se conhecer alguns exemplos de sistemas de bibliotecas universitárias e a importância
do trabalho em rede nas universidades.
Para a primeira atividade foi convidado o Pró-reitor de Planejamento e
Desenvolvimento Institucional para fazer uma apresentação do ambiente institucional para
que todos tivessem conhecimento da estrutura na qual o sistema seria inserido, uma vez que
havia bibliotecários novos no quadro funcional da UFRA.
Foram convidadas também as bibliotecárias das instituições: Universidade do Estado
do Pará (UEPA) e Universidade Federal do Pará (UFPA), as quais relataram suas experiências
com seus sistemas, destacando suas experiências nas bibliotecas onde atuam e respondendo às
indagações a seguir propostas pela comissão organizadora:
Qual a metodologia utilizada na criação do Sistema da instituição?
Como foi criado o Sistema de Bibliotecas da instituição?
Quais documentos nortearam a criação do Sistema (leis, portarias etc)?
Qual o tipo de Sistema de Bibliotecas da Instituição (centralizado ou descentralizado
etc)?
1590
houve sucesso na comunicação online pelos bibliotecários para pesquisa do organograma por
vários motivos profissionais, desta forma esta reunião iniciou-se com os grupos desenvolvendo
a pesquisa sobre a estrutura de organograma para as bibliotecas. Posteriormente fizeram uma
análise do material coletado e começaram a elaborar o desenho para proposta de organograma.
Na segunda parte da tarefa houve a apresentação das propostas elaboradas pelos
grupos de trabalho para os demais participantes do evento. Foi escolhido um representante de
cada equipe para defender a proposta e apresentar através de uma exposição a sugestão da
estrutura mais adequada para o sistema. Depois foi realizada a apreciação de um mural de
sugestões, no qual um membro de cada equipe exibiu um cartaz com a representação da
estrutura. Logo após a moderadora submeteu cada sugestão à opinião de todos. Fez-se a
compilação e montou-se o desenho do organograma do sistema. A fotografia 2 mostra o
momento da exposição das propostas.
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho permitiu compreender a atuação das bibliotecas inseridas em uma rede e/ou
sistema. Observou-se ainda no decorrer da pesquisa a experiência da UFRA na criação e
escolha de um sistema integrado das bibliotecas pertencentes à instituição, localizadas tanto
na capital (Belém), como nos campi fora de sede nos municípios de Capitão Poço, Capanema,
Parauapebas, Paragominas e Tomé-Açu, o que vem a contribuir na disseminação da
informação, em maior escala, cumprindo com uma das missões principais da biblioteca
universitária que é a de dar apoio ao ensino, pesquisa e extensão.
Nesse sentido, foi possível observar que a inserção das bibliotecas da UFRA em rede é
de fundamental importância, visto que, há uma necessidade de padronizar a linguagem de
1595
REFERÊNCIAS
ARAGON, C. Gestão de Redes de cooperação entre bibliotecas: uma análise dos casos
REDARTE/RJ e CBIES/RJ. 2017. 139 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Bens
Culturais e Projetos Sociais) - Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea do Brasil, Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais,
Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/18508> Acesso em: 15 dez. 2017.
REDE. In: Dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Difusão Cultural do Livro,
1998. p. 759.
MORGANA ALBUQUERQUE
Resumo: Motivado por novos cenários, o INEP/MEC recentemente publicou uma versão do
instrumento de avaliação de cursos superior causando inúmeras incertezas diante das
mudanças propostas. Fomentando as bibliografias básica e complementar, a biblioteca
universitária deve protagonizar ações que auxiliem as IES no atendimento aos indicadores.
Nesse sentido, o objetivo principal deste relato é apresentar ações promovidas pela Biblioteca
de uma Instituição de Ensino Superior para atendimento às novas diretrizes do instrumento de
Avaliação de cursos de graduação presencial e à distância do INEP/MEC. A metodologia
empregada incluiu a combinação de algumas técnicas como a investigação ação (IA), que
permitiu abordar a resolução de problemas reais de forma prática e aplicada, e a observação
participante, que auxiliou na coleta de dados importantes para o trabalho e a construção do
relato de caso. O método de Análise de Conteúdo possibilitou o estudo comparativo do
instrumento atual de 2017 e de 2015 traçando um paralelo e permitindo interpretações dos
itens 3.6 e 3.7 sobre as bibliografias básica e complementar. Como resultado, o relato
apresenta comentários das experiências promovidas pela biblioteca para adaptação da
estrutura física, serviços e recursos digitais frente as novas diretrizes.
current instrument of 2017 and 2015 drawing a parallel and allowing interpretations of items
3.6 and 3.7 on basic and complementary bibliographies. As a result, the report presents
comments on the library's promising experiences in adapting the physical structure, services
and digital resources as new guidelines.
1 INTRODUÇÃO
Nesse sentido, tendo em vista o impacto nos serviços, bibliografia e recursos digitais
da biblioteca, os pontos destacados nesse relato de experiência competem aos Indicadores: 3.6
- Bibliografia básica por Unidade Curricular (UC) e 3.7 - Bibliografia complementar por
Unidade Curricular (UC).
O objetivo do presente trabalho é apresentar às ações propostas por uma Biblioteca
em Instituição de Ensino Superior para atendimento às novas diretrizes do instrumento de
avaliação de cursos de graduação presencial e à distância definido pelo Ministério da
Educação - MEC. Acredita-se que a abordagem da temática seja essencial diante de tantas
incertezas na compreensão do novo instrumento, trazendo ainda discussões necessárias para
melhoria das IES e bibliotecas universitárias.
2 METODOLOGIA
O trabalho teve por base a investigação-ação (IA), já que a situação exigiu uma
transformação de atitude para que houvesse a adequação ao novo instrumento de avaliação de
cursos de graduação presencial e à distância. O método é focado na resolução de problema
reais, ou seja, essencialmente prático e aplicado.
Coutinho et al (2009, p. 360) afirma que a IA: ―[..] pode ser descrita como uma família
de metodologias de investigação que incluem simultaneamente ação (ou mudança) e
investigação (ou compreensão), com base em um processo cíclico ou em espiral, que alterna
entre ação e reflexão crítica[...]‖
O presente trabalho respaldou-se no desenvolvimento de um um relato de caso. Nessa
perspectiva Yoshida (2007, p.113) afirma que: ―A discussão deve enfatizar a prioridade e
1600
3 DISCUSSÃO
funcionamento garantindo o acesso ininterrupto. Demais detalhes podem ser verificados nos
quadros 1 e 2 a seguir.
163
Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da
qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi
concebido para atender as necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas
informações fornecidas por meio do módulo Coleta de Dados da Plataforma Sucupira. Como
resultado, disponibiliza uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos programas
de pós-graduação para a divulgação da sua produção. (BRASIL, 2017)
164
O Fator de Impacto (FI), ou Impact Factor (IF) como foi originalmente nomeado, é a
principal métrica utilizada para avaliar as revistas científicas por todo o mundo ao contabilizar
as citações recebidas, sendo que até mesmo no Brasil algumas comissões do Qualis
Periódicos utilizam a ferramenta para compor suas avaliações. (KISHI, 2017)
1607
e do seu funcionamento, como subsídios para decisões regulatórias‖ (INEP, 2017, p. 2). Tal
análise tem o intuito de reunir informações relevantes para a compreensão da IES e do curso
para obtenção de dados mais precisos no processo de avaliação.
Dentre as ações solicitadas no formulário eletrônico de avaliação está a descrição de
política de atendimento para discentes estrangeiros. Apesar de não ser obrigatória,
entendemos que seja necessária ao passo que instituições buscam a internacionalização devem
agir na capacitação de funcionários e adaptação de seus serviços aos alunos intercambistas.
A instituição deste relato mantém convênio com mais de 130 instituições de ensino
superior, distribuídas em 20 países. Para oferta de serviços de qualidade a comunicação com
os intercambistas torna-se essencial, nesse sentido foi criado um grupo de estudos em Língua
Inglesa com 10 funcionários com representantes de todos os setores da Biblioteca.
Anualmente o grupo realiza uma capacitação modular com professor fluente em Inglês a fim
de aperfeiçoar a gramática e conversação.
Dentre outras modificações em relação aos instrumentos anteriores, o atual indica a
necessidade das Instituições de Ensino Superior explicitaram as suas práticas exitosas ou
inovadoras. Tendo em vista a necessidade de disponibilizarmos essas informações, acerca das
Práticas Exitosas ou Inovadoras165 dos setores, no Relatório de Autoavaliação Institucional da
IES a ser postado no e-MEC.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
165
Práticas exitosas ou inovadoras: são aquelas que a IES encontrou para instituir uma ação
de acordo com as necessidades da sua comunidade acadêmica, tendo como consequência o
êxito do objetivo desejado. Podem ser também inovadoras quando se constatar que são raras
na região, no contexto educacional ou no âmbito da universidade. Para isso, a IES pode se
valer de recursos de ponta, criativos, adequados ou pertinentes ao que se deseja alcançar.
(INEP, 2017, p. 52).
1608
deixam de ser um indicador e passam a suplementar as bibliografias. Tal ação deve incentivar
aos professores e alunos jovens ao maior contato com fontes de informações que antes não
eram tão valorizadas durante a graduação.
A exigência de repositórios institucionais dá fôlego e incentivo na criação de
plataformas que garantem a memória institucional e visibilidade das IES. Junto a isso
enfatizamos a necessidade de responsabilidade ética na produção de trabalhos com maior
rigor científico.
Dentre os pontos negativos ressaltamos a escrita do instrumento que deixa fluir as
mais variadas interpretações. A sugestão de um acesso ininterrupto parece inviável e radical a
primeira vista causando dúvida e angústia na oferta de serviços virtuais. Pouco a pouco novas
interpretações abrem possibilidades de atuar e garantir o uso viável da bibliografia virtual.
O instrumento não é claro quanto fala sobre a assinatura de ―exemplares‖ de
periódicos, visto que o material carrega um formato diferenciado do livro e não deve ser
tratado como tal. Outra questão não compreendida é como será feita a indicação de títulos de
periódicos, não sendo citado nenhum critério de qualificação, quantidade ou status de
publicação corrente como no documento anterior.
Concluímos diante do exposto que grandes oportunidades surgem para as bibliotecas
universitárias. É hora de garantir investimento em tecnologias, abraçar a utilização e incentivo
de recursos digitais, valorizar os periódicos na graduação, promover infraestrutura adequada.
Além disso, é hora de uma participação ativa dos Bibliotecários nas IES.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Fundação CAPES. Qualis. 2017. Disponível em: <
http://www.capes.gov.br/acessoainformacao/perguntas-frequentes/avaliacao-da-pos-
graduacao/7422-qualis>. Acesso em: 18 fev. 2018.
CAMPOS, Claudinei José Gomes. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise
de dados qualitativos no campo da saúde. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 57, n. 5, p. 611-614,
set/out. 2004. Disponivel em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n5/a19v57n5>. Acesso em:
05 fev. 2018.
KISHI, Kátia. O que é Fator de Impacto das revistas científicas? Galoá Journal. [2017?].
Disponível em: <https://galoa.com.br/blog/o-que-e-fator-de-impacto-das-revistas-cientificas
>. Acesso em: 18 fev. 2018.
MAIA, Luiz Cláudio; SANTOS, Maria de Souza Lima. Gestão da Instituição de Ensino
Superior: análise com base nos indicadores de avaliação do MEC. Perspectivas em Ciência
da Informação, Minas Gerais, v. 20, n. 2, p.100-119, abr./jun. 2015. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/pci/v20n2/1413-9936-pci-20-02-00100.pdf>. Acesso em: 20 jan.
2018.
YOSHIDA, Winston Bonetti. Redação do relato de caso. Jornal Vascular Brasileiro, Porto
Alegre, v. 6, n. 2, p. 112-113, 2007. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/jvb/v6n2/v6n2a04.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2018.
1610
1611
1 INTRODUÇÃO
2 CONTEXTO DE CRIAÇÃO
indicadores, duas posições que podem ser preenchidas com os dígitos de 0 a 9 para
prover informações sobre o conteúdo de um campo; não são utilizados em todos os
campos;
subcampos, identificados por códigos alfanuméricos (de ―a‖ a ―z‖ e de 0 a 9), que são
utilizados para separar as partes do conteúdo de um campo; para fins didáticos,
geralmente são apresentados acompanhados por um caractere como o ―$‖;
conteúdo do registro, decorrente das atividades de catalogação, classificação, indexação,
controle de autoridade, etc.
Os campos, que podem ser repetidos em um registro ou não, dependendo de sua
natureza, são agrupados de acordo com o tipo de dados que incluem. Os campos do Formato
MARC 21 para Dados Bibliográficos, por exemplo, são agrupados da seguinte forma:
00X – campos de controle, que não possuem indicadores e nem subcampos; conteúdo é
dividido em posições nos campos 006, 007 e 008;
01X-09X – campos de números e códigos;
1XX – campos do ponto de acesso principal;
20X-24X – campos de título e relacionados ao título;
25X-28X – campos de edição, imprenta, etc.;
3XX – campos de descrição física, etc.;
490 e 800-830 – campos de série;
5XX – campos de notas;
6XX – campos de pontos de acesso de assunto;
70X-75X – campos de pontos de acesso secundários;
76X-78X – campos de vínculos;
841-88X – campos de itens, localização, grafias alternativas, etc.;
9XX – campos de uso local, que também podem incluir os campos 09X, 59X e 69X
(LIBRARY OF CONGRESS, 2018).
O campo 245 – Indicação de título, por exemplo, possui entre os seus subcampos, o
subcampo $a (título principal), $b (outras informações sobre o título) e $c (indicação de
responsabilidade). O primeiro indicador desse campo é utilizado para indicar a criação de um
ponto de acesso secundário para o título do documento que está sendo catalogado; o segundo
indicador indica a quantidade de caracteres que será desprezada na alfabetação do título em uma
lista de resultados.
1614
Os registros nos Formatos MARC 21 são codificados de forma que possam ser
intercambiados e processados pelos sistemas de gerenciamento de bibliotecas. Uma das
codificações utilizadas para isso é reconhecida pela International Organization for
Standardization (ISO) como a norma ISO 2709 – Information and documentation – Format for
information Exchange, publicada pela primeira vez em 1981. Essa norma organiza um registro
em três partes: o líder (os primeiros 24 caracteres do registro), o diretório (que contém a tag, o
tamanho e a posição inicial de cada campo) e os campos (que contem os indicadores, códigos e
conteúdo dos subcampos) (ASSUMPÇÃO; SANTOS, 2015; LIBRARY OF CONGRESS,
2018).
O uso de sistemas de gerenciamento de bibliotecas para a realização de atividades
práticas com os Formatos MARC 21 nas disciplinas de catalogação é relatado na literatura, por
exemplo, por Silva e Baptista (2013) e por Hillesheim e Fachin (2016). No entanto, esse uso
nem sempre é possível, devido à indisponibilidade de instalações ou de bases de dados desses
sistemas para o uso em sala de aula.
Além disso, os sistemas de gerenciamento de bibliotecas, em geral, não são criados com
o propósito didático ou instrutivo, mas sim com o propósito de facilitar a realização de
atividades. Com isso, o uso de um único sistema pode conduzir os alunos à criação de vícios,
decorrentes da forma como tal sistema implementa os Formatos MARC 21 e não instigá-los à
busca por informações sobre outros campos e subcampos além dos definidos em planilhas,
formulários ou templates de catalogação presentes no sistema.
A indisponibilidade de sistemas e a natureza (não didática) deles impactam também nos
cursos de formação continuada ou atualização profissional que contemplam bibliotecários de
diferentes instituições, usuários de diferentes sistemas e com diferentes graus de conhecimento
e experiência em catalogação. A partir da realização de dois desses cursos é que surgiu a
necessidade de desenvolvimento da plataforma apresentada neste trabalho, que, embora
utilizada inicialmente na formação continuada, pode ser aplicada também em cursos de
graduação.
O referido curso foi ministrado à distância entre setembro de 2013 e janeiro de 2016
utilizando um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) criado com o software Moodle.
Como forma de aplicação do curso, optou-se por não criar turmas, o que deu a cada aluno a
liberdade para realizar as atividades em 120 dias conforme seu próprio ritmo de aprendizado.
Isso permitiu também que inscrições ficassem abertas durante todo o período do curso.
Com a carga horária de 120 horas, o curso incluía sete unidades:
1. Relembrando o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2r);
1615
3 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
4 FUNCIONALIDADES
Fonte: os autores.
O aluno acessa a página contendo a lista e clica sobre ―Não catalogado‖, abrindo o
formulário (Figura 2) e iniciando a catalogação. Primeiramente, o aluno preencherá o líder e os
campos de controle.
1617
O campo 001 – ―Número de controle‖, assim como algumas das posições do líder e do
campo 008 – ―Elementos de dados de tamanho fixo‖, é preenchido automaticamente, uma vez
que inclui dados técnicos do registro informados pelo sistema. Outras posições são preenchidas
manualmente pelo aluno (a ―Primeira data‖ e o ―Idioma‖, por exemplo) ou a partir de uma lista
com os códigos disponíveis no Formato (o ―Público alvo‖ e a ―Forma do item‖, por exemplo).
Após o preenchimento do líder e dos campos de controle, o aluno segue para os campos
de dados, em que incluirá a descrição bibliográfica e os pontos de acesso. Como exemplifica a
Figura 3, o aluno seleciona o campo do Formato MARC 21 que deseja utilizar e os valores de
seus indicadores; no espaço destinado aos subcampos, o aluno digita o código de subcampo
seguido de seu respectivo conteúdo. O aluno também tem a possibilidade de reordenar os
campos por ele criados, além de acrescentar e remover campos em meio a outros já criados.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
1619
A seleção dos campos e dos subcampos pelo aluno é uma das funcionalidades com
propósito didático da plataforma. Uma vez que não há um formulário, template ou planilha pré-
definida para a catalogação, os alunos são instigados a buscarem, na documentação dos
Formatos MARC e em outros materiais, explicações sobre o propósito e o funcionamento dos
campos, subcampos e indicadores.
O aluno adiciona novos campos conforme a necessidade da catalogação e, ao concluir,
salva o registro. O registro salvo é exibido ao aluno de três formas: em um quadro que lista os
campos, os indicadores, os subcampos e seu conteúdo (Figura 4); em uma ficha catalográfica
(Figura 5) e simulando a codificação da norma ISO 2709 (Figura 6).
Fonte: os autores.
1620
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Os registros criados por um aluno são agrupados em sua página. O professor acessa a
página, escolhe o registro para verificação e clica em ―Editar‖. Abaixo dos campos preenchidos
pelo aluno, surgirá uma área destinada ao feedback do professor (Figura 7). O professor pode
utilizar a área de feedback para indicar os acertos e/ou os erros do aluno, bem como para atribuir
uma pontuação ou realizar qualquer comentário sobre o registro.
Fonte: os autores.
foram incluídos ―balões‖ de ajuda para informar aos alunos o significado de cada um dos
códigos disponíveis para o preenchimento das posições do líder e do campo 008. Esses balões
de ajuda foram incluídos para suprir a falta de uma tradução em língua portuguesa, disponível
online, do Formato MARC 21 para Dados de Autoridade.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Outra diferença é que a apresentação dos registros de autoridade não está disponível
no formato de ficha catalográfica, apenas em um quadro (Figura 9) e codificado com a ISO
2709.
1625
5 LIMITAÇÕES
.A plataforma Aprendendo Catalogação foi criada em 2013 e, desde então, tem sido
atualizada para incorporar novas funcionalidades. A apresentação do registro bibliográfico em
uma ficha catalográfica e com a ISO 2709 são algumas das últimas atualizações. Embora a
plataforma consiga atingir os objetivos a que se propõe, ela ainda apresenta limitações, entre
elas:
• não há relacionamento entre registros bibliográficos e registros de autoridade, como
ocorre nos sistemas de gerenciamento de bibliotecas – essa funcionalidade auxiliaria na
compreensão da importância do controle de autoridade;
• não estão disponíveis as opções de busca que geralmente estão presentes nos
sistemas de gerenciamento de bibliotecas – essas opções permitiriam visualizar como se dá a
recuperação e a navegação pelos registros bibliográficos e de autoridade;
• não é possível importar registros – essa funcionalidade auxiliaria no ensino dos
programas e redes de catalogação cooperativa.
Ao notar essas limitações, é necessário ponderar, primeiramente, que a plataforma em
questão não tem por objetivo ser um sistema de gerenciamento de bibliotecas, apenas uma
ferramenta de apoio ao ensino de catalogação. Em segundo lugar, cabe notar que essas
limitações atuais não prejudicaram o ensino dos Formatos MARC 21 nos cursos em que a
plataforma foi utilizada, mas que, se um dia elas forem superadas, converter-se-ão em
funcionalidades que poderão auxiliar ainda mais no ensino de catalogação.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
gera, certamente, situações de uso indevido desses campos e subcampos. Essas situações, no
entanto, fazem parte do processo de aprendizagem e devem ser destacadas pelo professor no
momento da verificação dos registros criados durante o exercício.
O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação tem dado origem a
movimentos para a revisão dos instrumentos de catalogação utilizados atualmente, bem como
para a proposição de novos, exemplos são o desenvolvimento do RDA, como um substituto
do AACR2r, e do Bibliographic Framework (BIBFRAME), como um substituto dos Formatos
MARC 21. Nesse contexto de mudança, também são destacadas nessas considerações finais a
flexibilidade da plataforma desenvolvida e a possibilidade de sua futura atualização para
apoiar o ensino dos novos instrumentos de catalogação.
REFERÊNCIAS
SILVA; L. C.; BAPTISTA, D. M. Entre a teoria e a prática no ensino do Formato MARC 21:
a metodologia da Universidade Federal de Goiás. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE
CATALOGADORES, 9.; ENCONTRO NACIONAL DE CATALOGADORES, 2., 2013, Rio
de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2013. Disponível em:
<http://www.telescopium.ufscar.br/index.php/eic-enacat/eic-enacat/paper/viewFile/61/32>.
Acesso em: 10 jan. 2018.
1627
Abstract: This work aims to describe the development and organization of the Journal Portal
of the Federal University of Pelotas, which is a digital platform that aims to bring together all
university journals in a single environment. For further development and support was
established a Support Journals Centre, the main activities complementary in request to
International Standard Serial Number (ISSN), acquisition of Digital Object Identifier (DOI)
in addition to making available through the open access virtual environment, the results of
scientific studies, thus increasing the visibility and dissemination of production in the area of
teaching, research and extension in the academic space. The present work consists of an
account of experience in the activities of a fellow Support Journals Centre in Federal
University of Pelotas. We verified during the work routine the importance of the ISSN and
DOI for the identification, protection and authenticity of the publications hosted in the portal,
1628
which is an open access communication medium understanding the relevance of this free
space of knowledge to the students of public institutions, thus enabling a greater academic
performance and stimulating new scientific researchers.
1 INTRODUÇÃO
ISSN e da aquisição do DOI para as revistas hospedadas, com base na experiência de uma
bolsista do NAP.
3 ACESSO ABERTO
Conforme, Waete, Moura e Mangue (2012), a principal meta do acesso livre é permitir
que os resultados de pesquisas científicas, publicados em revistas especializadas possam ser
utilizados livremente.
Considerando essa imprescindibilidade, o Portal de Periódicos é um ambiente digital
de acesso aberto, tendo como seu planejamento e implementação a motivação e a
oportunidade de disponibilizar para a comunidade acadêmica e científica de forma online os
resultados de investigações científicas em uma plataforma virtual de fácil e amplo acesso.
Como pode ser vivenciado durante a rotina de trabalho realizado no NAP, a
importância de promover o aumento da visibilidade da plataforma digital e a disponibilidade
dos resultados das pesquisas alcançando um maior prestígio na comunidade científica, e assim
motivando e incentivando o compartilhamento de conhecimentos das revistas científicas, e
assim obtendo laços para que as publicações estejam acessíveis para a comunidade,
reconhecendo a importância do acesso livre como um meio conhecimento gratuito para
diminuir as desigualdade e possibilitar um maior desempenho acadêmico e estimulando o
surgimento de novos pesquisadores científicos.
Sendo este um código exclusivo, ele se torna intransferível. Isso quer dizer que a
identificação não pode ser referida a outro periódico. E caso o periódico faça alguma
alteração, como por exemplo, mudar a sua periodicidade, deve comunicar o Centro Brasileiro
do ISSN. Para que órgão competente faça a atualização ou uma análise na publicação para ver
se existe a necessidade de um novo código.
O NAP em virtude da preocupação com a segurança e veracidade das publicações no
meio virtual, prioriza a identificação do ISSN dos periódicos hospedados. Dessa forma, o
núcleo é responsável por verificar se os periódicos estão conformes às normas do ISSN e por
fim solicitar o identificador.
A solicitação é feita através de um formulário fornecido pelo IBCIT e enviada pelos
correios ao Centro Brasileiro do ISSN. Sem existir taxa administrativa ao periódico, sendo
assim, o código é oferecido de forma gratuita pelo portal.
6 METODOLOGIA
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Pedidos do ano 2017 do identificador DOI das Revistas do Portal de Periódicos UFPel.
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Resumo: Face ao processo de inovação e renovação que vem ocorrendo nas Bibliotecas
Universitárias, caracterizado por mudanças tecnológicas e metodológicas nos serviços e
produtos, esta mudança mostra-se como uma temática bastante importante. Nesse contexto, o
trabalho apresenta um relato de experiência de dois Bibliotecários da Biblioteca Central da
UFPB, lotados na Divisão Serviços aos Usuários, seção de Referência, a experiência aborda
aspectos da mudança de postura da gestão da biblioteca com o início de uma nova biblioteca
que passou por várias dificuldades, teve a capacidade de lidar com seus problemas,
adaptando-se às mudanças, superando vários obstáculos ou resistindo à pressão de situações
adversas. As principais ações foram a reorganização da equipe, início do trabalho de
desbaste/descarte, atualização do regimento do sistema de bibliotecas, reorganização dos
espaços físicos da biblioteca, reorganização do sistema de atendimento ao usuário, criação de
novos espaços e novos serviços, o início da implantação do sistema de segurança RFDI, a
aquisição do sistema de auto-atendimento.
Abstract:Faced with the process of innovation and renewal that has been taking place in
University Libraries, characterized by technological and methodological changes in services
and products, this change is a very important theme. In this context, the paper presents an
experience report of two Librarians of the UFPB Central Library, filled in the Users Services
Division, Reference section, the experience addresses aspects of the change of posture of
library management with the beginning of a new library that had many difficulties, had the
capacity to deal with their problems, adapt to changes, overcome various obstacles or resist
the pressure of adverse situations. The main actions were the reorganization of the team, the
beginning of the debasement / disposal work, updating the regiment of the library system,
reorganization of the physical spaces of the library, reorganization of the user assistance
system, creation of new spaces and new services, the implementation of the RFID security
system, the acquisition of self-service system.
1636
1 INTRODUÇÃO
2 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
3 GESTÃO DE BIBLIOTECAS
Além disso, ―[...] à gestão e à autoavaliação das bibliotecas para que elas, não só
cumpram suas funções e enfrentem a avaliação externa, mas para que se insiram e sejam
vistas na universidade como um recurso pedagógico indispensável de apoio ao
desenvolvimento do ensino e da pesquisa.‖ (LUBISCO, 2011, p.37).
A seguir, na Figura 1, foi possível elaborar um Organograma, com base na nova
proposta do Regimento Interno.
1639
Sistema Integrado
de Bibliotecas
(SIB) /UFPB
Divisão de Divisão de
Divisão de
Desenvolvimen Serviços ao
Processos
to das Usuário
Técnicos (DPT)
Coleções (DSU)
(DDC)
Biblioteca
s Setoriais
(BS)
Fonte: Minuta do Regimento Interno do SIB/UFPB, 2017.
4 METODOLOGIA
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Faltava recursos para aquisições de equipamentos e renovação das estantes que estavam
enferrujadas. Havia também problemas estruturais como infiltrações por vazamentos na parte
hidráulica e pelo telhado danificado, problemas elétricos com muitas ligações improvisadas que
provocavam muitas queimas de equipamentos. Os computadores não eram suficientes e a
maioria estava sucateado funcionando precariamente. Nas estantes muitos livros que não
circulavam a anos contaminados e empoeirados, o sistema de busca do acervo já estava
informatizado, mas estava com um alto índice de falha, onde os livros constavam no sistema e
não constavam no acervo nas estantes, por vários motivos (extravio, danificados, em
processamento técnico ou fora do local devido). Na parte de pessoal, muitos servidores se
aposentaram ou faleceram e as reposições não foram feitas na mesma proporção pelo Governo
Federal, o resultado era o aumento da carga de trabalho para os ficavam no setor. Fora isso o
quadro de desmotivação era perceptível, muitos colegas intrigados, e um ambiente de trabalho
estressante.
Trabalhando no balcão de orientação ao usuário no serviço de referência tínhamos
contato com praticamente todos os setores para que pudéssemos estar encaminhando as
demandas dos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação ofertados pela instituição.
No final de 2016 assume a nova gestão da Biblioteca Central sobre os olhares
desconfiados dos servidores, nomeadas as novas chefias de setores e divisões, já começavam as
primeiras reuniões, a princípios os diretores buscavam um diagnóstico da real situação
administrativa, técnica e estrutural.
Feito os primeiros levantamentos das mudanças necessárias passamos a por em prática.
Então o ano de 2017 começou com muito trabalho em todos os setores, apesar das muitas
aposentadorias o que reduziu bastante o quadro de servidores.
1641
Foto 1 - Acervo atual segundo andar Foto 2 - Acervo atual primeiro andar
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
NADIA FICHT
KELY COMIN
Abstract: The main objective of the university library is to meet the information needs of the
institution that is inserted to support the faculty, students, researches in teaching, research
and extension. The formation of the collections must obey pre-established standards
regarding the selection and acquisition of works, these should compose the pedagogical
projects of the courses offered by the IES, in order to support its academic community.
Through a descriptive study of actions applied in SIBI/PUCPR, the document in question
reports the experience of the implementation of the online acquisition service in the year
2017, using the Pergamum System acquisition module. As a result, it became clear that the
implementation of the online service, met the goal of streamlining and facilitating the
acquisition process as well as optimization of the resources of the IES.
estar alinhado aos cursos existentes e seu acervo constituído com obras das bibliografias
básicas e completares.
Para Vergueiro (1989) a política de desenvolvimento de coleções funciona como
parâmetro na tomada de decisão em relação à escolha do material a ser adquirido. A política
irá definir prioridades e métodos, os quais oferecem os subsídios necessários para a aquisição
e descarte de obras. Observando os autores supracitados, pode-se afirmar que a determinação
de normas para seleção e aquisição de materiais disciplina o processo, desde a quantidade a
qualidade das obras, direcionando ao uso adequado dos recursos financeiros.
O Sistema Integrado de Bibliotecas da PUCPR - SIBI/PUCPR possui sua política de
―desenvolvimento de coleções‖, a qual oferece um suporte no momento de aquisição de obras.
Como sugerido por Miranda (2007) a seleção de obras deve ser feita em parceria dos
bibliotecários com corpo docente, pois estes possuem o domínio das perspectivas áreas de
atuação. Os bibliotecários por vez, devem ter a ciência das exigências do MEC, no que tange
a quantidade e qualidade do acervo.
A aquisição no desenvolvimento de coleções, pode ser definida como processo moroso
e exaustivo, conforme menciona Andrade e Vergueiro (1996, p.5)
é um trabalho minucioso de identificação, localização dos itens e sua posterior
obtenção para o acervo, [...]. Muitas vezes, realizar o trabalho de aquisição
assemelha-se a procurar uma agulha no palheiro, tantas são as possibilidades
existentes. É uma atividade que exige perseverança e atenção a detalhes, de maneira
a evitar um descompasso entre o que foi escolhido primordialmente para aquisição e
aquilo que afinal chega ás mãos do usuário.
evoluiu para ambiente web, onde ocorreu o aperfeiçoamento e atualização de serviços, entre
eles a aquisição.
O modulo de aquisição do Sistema Pergamum, controla o processo de compra de
materiais bibliográficos e multimeios, de acordo com as solicitações de docentes baseadas no
Projeto Pedagógico dos Cursos ofertados na IES, além das indicações de acadêmicos e
colaboradores.
O Módulo de Aquisição do Sistema Pergamum oferece, justamente, um eficiente
instrumento para a realização dessa importante atividade biblioteconômica. O
programa estabelece prioridades e procedimentos para aquisição de materiais
bibliográficos e multimeios, incluindo desde sugestões de compras (pré-
catalogação), pedidos, registros das informações referentes a preços, prazos, controle
dos fornecedores, controle orçamentário até a chegada dos pedidos com a criação
dos acervos e exemplares (PERGAMUM, 2017).
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI,
TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
SUELY SANTANA
Resumo: A partir do século XX, com a informatização das bibliotecas, o uso da informação e
os serviços desenvolvidos e disponibilizados aos seus usuários são inovados com economia de
tempo e, muitas vezes, sem a necessidade de deslocamento do usuário ao local físico da
biblioteca pois surgem as bibliotecas virtuais. Com isto, vários serviços ganharam nova
roupagem e agilidade na sua disponibilização. Esse trabalho expõe as inovações ocorridas na
Seção de Referência das Bibliotecas Centrais da Universidade Estadual de Santa Cruz e da
Universidade Estadual de Feira de Santana, advindas da adoção das tecnologias de
informação e comunicação. Com base na pesquisa de natureza qualitativa e de cunho
descritivo, com foco em levantamento de dados, aborda sobre a sociedade da informação no
âmbito das universidades, destacando as bibliotecas, que são órgãos que têm a missão de
organizar, preservar e disseminar a informação; elenca as principais atividades desenvolvidas
nas referidas bibliotecas, pertencentes às universidades estaduais da Bahia; e destaca a
importância dos serviços oferecidos como apoio e subsídio da tríplice função da universidade:
ensino, pesquisa e extensão. Ressaltamos que as inovações, no momento que foram
implementadas nas bibliotecas, tiveram grande impacto; porém, isso não significa que as
necessidades de melhorias constantes se esgotaram. Por isso, recomenda-se permanente
avaliação dos serviços e atenção para as reais necessidades dos usuários.
Abstract: This work exposes the innovations that occurred in the Reference Section of the
Central Libraries of the State University of Santa Cruz and the State University of Feira de
Santana resulting from the adoption of information and communication technologies. It
focuses on the information society within the universities, with the emphasis on libraries,
which are bodies whose mission is to organize, preserve and disseminate information. It lists
1656
the main activities carried out in the mentioned libraries that belong to the state universities
of Bahia. And it aims to highlight the importance of services offered as support and subsidy of
the university's threefold function of teaching, research and extension. It emphasizes that the
innovations currently implemented in the libraries have had a great impact, but it does not
mean that the needs for constant improvements have been exhausted. Therefore, it is
recommended that you continue to evaluate the services and the actual needs of the users.
1 INTRODUÇÃO
Sendo assim, para cumprir seu objetivo elas precisam desenvolver um serviço
informacional de qualidade e, para tanto, lançam mão cada vez mais da informática como
ferramenta para aperfeiçoar os serviços tradicionais e criar novos serviços.
As Bibliotecas Centrais da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e da
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), duas das quatro universidades estaduais
da Bahia, iniciaram seu processo de informatização no fim dos anos 90 e com a utilização das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) apresentaram inovações nos produtos e
serviços oferecidos.
1657
2 DIRECIONAMENTOS
A Seção de Referência é aquela que serve de ligação entre os usuários e demais seções
e setores da biblioteca com todos os serviços que a biblioteca tem a oferecer. É responsável
por supervisionar todos os setores de atendimento, atender e orientar os usuários quanto aos
serviços da biblioteca, sanar dúvidas, orientar pesquisas, agendar e receber visitas orientadas,
orientar a normalização bibliográfica, treinar o usuário para o acesso à base local e às bases de
dados, entre outras atividades.
No decorrer dos últimos anos, segundo Cossich (2014), o Serviço de Referência
ampliou sua forma de atuação devido à inserção de novas tecnologias nas Unidades de
Informação, utilizando o meio virtual como chat, e-mail, formulário de questões, telefone e
redes sociais. Assim, a biblioteca pode e deve oferecer um serviço de qualidade que, de
acordo com Cossich (2014, p. 31), ―[...] começa com a mudança do comportamento das
pessoas que criam novos hábitos e uma cultura voltada para qualidade, a fim de sempre
buscarem a melhoria dos produtos e serviços prestados à comunidade de usuários‖.
Acrescenta o referido autor que atualmente as bibliotecas devem se preocupar em justificar
sua existência e sua importância para as instituições a que estão vinculadas. Como nas
empresas, as Unidades de Informação são muito cobradas em relação à qualidade, tanto pelos
mantenedores, quanto, e principalmente, pelos usuários dos serviços. (COSSICH, 2014).
No entanto, para que, de fato, sejam oferecidos programas de qualidade se faz
necessário que os mantedores da instituição trabalhem em equipe na comunicação e na gestão
descentralizada e participativa, o que requer um bom conhecimento de técnicas e métodos que
identifiquem os obstáculos, as carências e a demanda. Aqui, entra em ação o Serviço de
Referência, que pode ser considerado, de acordo com Cossich (2014), como a alma de uma
1659
3 AÇÕES INOVADORAS
Quanto à Biblioteca Central Julieta Carteado (BCJC), a adoção das TICs causou vários
impactos nos serviços, a exemplo:
Levantamento bibliográfico: pesquisa realizada na base local e em bases de dados
onde se recupera bibliografias sobre determinado assunto. Na BCJC, o usuário deixa um CD-
ROM e/ou o endereço do e-mail e recebe o levantamento bibliográfico com a mesma
dinâmica oferecida pela BC da UESC, até 24 horas após a solicitação;
Boletim bibliográfico – substituiu a lista de Novas Aquisições – listagem das obras
adquiridas por compra, doação ou permuta incorporadas ao acervo. O Boletim é mensal e é
disponibilizado no sitio da biblioteca e encaminhado aos setores da universidade pela mala
direta;
Orientação quanto à normalização de trabalhos: na BCJC, essa orientação é feita in
loco e também pelo facebook e, a depender, por meio de ligações telefônicas também.
Catalogação na fonte: a Biblioteca confecciona a ficha catalográfica das
dissertações, teses e publicações da UEFS;
1661
Acessibilidade: a BCJC oferece uma seção com um computador com mesa para
cadeirante, dois computadores com software de voz e confeccionou a cartilha intitulada Iguais
no mundo das diferenças que orienta quanto ao atendimento a pessoas com deficiências;
Sitio da Biblioteca: criado em 2005, e modificado em 2014, é atualizado pela
Referência da BCJC;
Atualização da agenda de eventos e programações e avisos pertinentes às ações da
BCJC na home page da Biblioteca;
Redes sociais: a criação de perfis pela BCJC nas redes sociais começou em 2011,
para divulgação de eventos; entretanto, em 2014, foi criada uma fan page oficial do SISBI no
facebook visando maior interação com seus usuários;
Treinamento do Usuário: capacita os usuários quanto às normas de funcionamento
da biblioteca, do acervo, dos serviços e do acesso à base local e às bases de dados;
A Visita Orienta: visita guiada por um bibliotecário, pelos principais setores e
seções da biblioteca com o objetivo de apresentar os diversos serviços ofertados aos usuários
e informá-los sobre os espaços de estudo e equipamentos disponíveis para uso; orientação à
pesquisa do acervo, às coleções, impressas e/ou eletrônicas, e às normas de funcionamento.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
159
Silva, Chirley C. M.; Márcia. R. Conceição y Roberto C. Braga. 2004. Serviço de coleções
especiais da biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina: estágio curricular. Revista
ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina. Vol. 9, 134-140.disponível em:
<http://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/403/506>. Acesso em: Jan. 2018.
1663
Abstract: The modernization of scientific production and its communications are evident. This
way, university libraries promote new ways of access and to make information available to
researchers, professors, students and technicians, consolidating and generating knowledge.
1664
In this new scenario, digital culture, strongly based on the internet, contributes to the
exponential increase of access to scientific papers, e-books, videos, podcasts and other digital
resources used worldwide. Based on this context, the present paper aims to discuss the
influence of digital culture in university libraries, as well as to know the strategies of teaching
and learning, emphasizing the issue of large stocks of information and knowledge. It retakes
the concept of information with a central role in contemporary society entering the digital
culture based on the advance of information and communication technologies. As a general
objective of this research paper, it can be mentioned the understanding of the digital culture
in university libraries and their influence on the learning and knowledge required to build a
professional knowledge needed by its users. As a methodological procedure, it was done a
bibliographic research, which is descriptive, explanatory, exploratory and comparative. This
paper is justified in the question of the emergence for studies on digital culture in university
libraries. These libraries could become a better learning space, knowing the behavior of its
users, reducing the technological barriers and making the university library more inclusive.
Thus, it was concluded that libraries can be characterized as a link between students and
professors that use collaboration networks and ubiquitous learning resources, mediated by
interactive information technologies.
1 INTRODUÇÃO
Diante dessas mudanças, o interesse pela leitura digital (aqui dizemos texto, imagem,
áudio e vídeo) traz um paradigma visual para a escrita e a leitura, pois as bases de inscrição
das narrativas são potencializadas com condições de som e imagem (BARRETO, 2013, p. 1),
ou seja, o leitor é atraído por múltiplos estímulos. Ainda, sobre a leitura digital, a percepção
está em um tempo, onde uma realidade sem distância ou sem superfície e acontece em um
presente imponderável, pois a velocidade da informação faz com que o passado e o futuro
desabem no presente (BARRETO, 2013).
Já que a informação produz conhecimento, modifica o estoque mental do indivíduo,
traz benefícios ao seu desenvolvimento e ao desenvolvimento da sociedade em que ele vive
(BARRETO, 1994), a cultura digital vem ao encontro de colaborar com as aprendizagens dos
sujeitos que utilizam a biblioteca universitária que por sua vez incorpora esta cultura.
Cultura digital se alicerça no avanço das tecnologias da informação e comunicação,
onde a sociedade do conhecimento transforma as relações sociais entre capital e trabalho,
experimentando novos processos de conhecimento, de subjetividade e de relacionamento com
a cultura (AQUINO, 2004; BRITO, 2014). Para Brito (2014, p. 8) o ―uso de aparelhos de
comunicação móvel [...] ganhou enorme visibilidade e sugere que forma de ser e viver na
atual sociedade experimentam enorme transformação‖. Já para Levy (1999), as tecnologias
digitais surgem como infraestrutura do ciberespaço, estabelecendo novas formas de transação
1667
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRITO, L. P. L. de. A biblioteca nos tempos e espaços digitais: novos e antigos desafios.
Perspectivas em Ciência da Informação, [S.l.], v. 19, p. 7-17, dez. 2014. ISSN 19815344.
Disponível em: <http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/2276>.
Acesso em: 20 jan. 2018
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Abstract: On present times, the Institutions of Education, especially the universities, need to
maintain agile their production processes and dissemination of knowledge. In this scenario,
institutional repositories stand out as alternatives for the rapid evolution of scientific
communication in a virtual environment. The present work aims to evaluate the dynamics of
collections in the Institutional Repository of the Federal Fluminense University, which,
through deposit policy for technical-scientific production, has encouraged the use of this tool
by the academic community for the development of digital collections in various areas of
1672
knowledge. It also presents theoretical reference on open access and repositories, and a brief
history about the emergence of the Institutional Repository of the university. The
methodological procedure includes bibliographical, documentary and quantitative survey of
collections. Based on the data obtained, it was verified that the monographies, theses and
dissertations are the most developed collections in the repository, while articles, events,
books, book chapters and didactic materials have low representativeness. It is pointed out in
the considerations the need for greater investment with the academic community, for the
development of collections in the institutional repository. It should be noted that the
repository increases the visibility of theses and dissertations, contributing to teaching and
research, by promoting access to their contents.
1 INTRODUÇÃO
resultados alcançados, enquanto na seção seis, busca-se tecer as considerações finais sobre o
objetivo deste trabalho.
4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
realizada com base nos dados fornecidos no repositório institucional, até aquela data, que foram
consolidados de acordo com o objetivo deste trabalho.
5 RESULTADOS
1400
0
Número de documentos
Ciências Agrárias 0
Instituto Biomédico 31
Total 3906
5000 3470
3259 Ciências da Saúde
4000
Instituto Biomédico
3000
811
2000 Ciências Exatas e da Terra
0
1000
Ciências Humanas, Linguísticas,
0 Letras
Número de visualizações Ciências Sociais Aplicadas
Escola de Engenharia
Ciências Agrárias 0
Total 21581
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BOMFÁ, C.R.Z. et al. Acesso livre à informação científica digital: dificuldade e tendências.
Transinformação, v. 20, n. 3, p. 309-318, set./dez. 2008.
1679
Abstract: This paper describes and reflects on the experience of applying the hybrid index
model to the Universidade Federal de Santa Catarina's libraries systems. Such
methodological approach aimed to make the intellectual production of the University more
efficiently accessible. Our paper analyzes the problems around index according to the
approved categories within the dissertations and thesis cataloged within the University
library system. While such categories are dynamic and terminologies are constantly
1682
changing, there are new terms developing side by side with research. Folksonomy refers to
the process of attributing terms (categories) to a specific informational resource in which the
aim is its simple digital recovery. Our qualitative methodology is based on the case study of
the university, as well as secondary bibliographic research. Upon defining the bibliographic
approach to apply on the narrow folksonomy, as well as running tests and adjusting models
as needed, we've applied the hybrid index process. As final results, our research indicates that
the index provided both consistencies as well as efficient in locating and recovering data on
the dissertations and thesis in the available at the library system. We've concluded that the
narrow folksonomy allows the users to retrieve information from the library catalog more
efficiently. Moreover, the narrow folksonomy also allows the users to specify their search
tools and support them in finding more resources.
1 INTRODUÇÃO
2 FOLKSONOMIA
166
Websites que possibilitam a inclusão de tags referentes a recursos disponíveis na internet. Disponíveis em:
<https://del.icio.us/> e <https://www.flickr.com/>. Acesso em: 17 dez. 2017.
1684
determinados usuários. Vander Wal (2005) elaborou os tipos broad (aberta) e narrow
(restrita) delimitando as permissões de uso da folksonomia na internet.
Optou-se pela aplicação da folksonomia restrita na BU/UFSC com a finalidade de
fazer uso dos termos atribuídos pelos autores da produção intelectual da Universidade
disponibilizados no catálogo. Essa aplicação está descrita na próxima seção.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A presente pesquisa tem como método o estudo de caso que, segundo Furasté (2006,
p. 37), envolve ―[...] um estudo exaustivo de algum caso particular, de pessoa ou de
instituição [...]‖, pois aborda o universo da produção intelectual da UFSC. De natureza
qualitativa, este relato está fundamentado na pesquisa bibliográfica que deve atender aos
objetivos propostos, ―[...] uma vez que precisa ir ao encontro da solução do problema
levantado.‖ (FURASTÉ, 2006, p. 33).
O catálogo da BU/UFSC é representado pelo software Pergamum 167 para gestão e
manutenção de seu acervo. O módulo de catalogação está fundamentado no formato de
intercâmbio bibliográfico Machine Readable Cataloging (MARC) e possibilita, entre outras
funções, a padronização dos registros de autoridades. A BU/UFSC realiza o controle de
registros de assuntos com base nos catálogos de instituições bem conceituadas na área da
Ciência da Informação como Library of Congress (LC), Biblioteca Nacional (BN),
Descritores em Ciências da Saúde (DECS), entre outros.
Diante do exposto, os procedimentos metodológicos adotados para a implementação
da folksonomia restrita no catálogo da BU/UFSC seguiram o modelo apresentado na
dissertação de Brigidi (2016) com as devidas alterações em função das opções do software
Pergamum. O referido modelo alia a indexação tradicional realizada por meio de controle
vocabular à folksonomia restrita mediada pelo indexador fazendo uso dos termos provenientes
da produção intelectual da UFSC, conforme representado na Figura 1.
167
―O Pergamum – Sistema Integrado de Bibliotecas – é um software desenvolvido pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUCPR), direcionado ao gerenciamento de diferentes UIs contemplando essencialmente
bibliotecas, além de arquivos e museus.‖ (BRIGIDI, 2016, p. 146).
1685
Com a implantação do modelo de indexação híbrida proposto por Brigidi (2016) foi
possível tecer algumas observações. É relevante salientar a alteração do fluxo de trabalho do
indexador que passou a absorver uma nova demanda, isto é, a pesquisa e a definição dos
termos. Tais termos, nesse novo contexto, são incluídos no registro bibliográfico e a
indexação é efetuada com mais precisão.
Nesse sentido, a indexação obteve mais consistência, visto que está atrelada ao
vocabulário controlado da BU/UFSC e à folksonomia restrita proporcionada pelos autores da
produção intelectual da Universidade.
1688
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRANDT, Mariana Baptista. Etiquetagem e folksonomia: uma análise sobre a óptica dos
processos de organização e recuperação da informação na web. 2009. 144 f. Dissertação
(Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade de Brasília, Brasília, Faculdade de
Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação. 2009.
CATARINO, Maria Elisabete; BAPTISTA, Ana Alice. Folksonomia: um novo conceito para
a organização dos recursos digitais na Web. Data Grama Zero, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, p.
1-17, jun. 2007.
1689
Resumo: Trata-se da utilização das mídias sociais nas bibliotecas universitárias, como
instrumento do desenvolvimento da competência em informação, do graduando em relação à
ambientação da terminologia utilizada no campo do Direito. Na biblioteca universitária, o
profissional da informação deve se preocupar em focar seu trabalho para o usuário e seu
assunto de estudo. Analisa essa situação na Biblioteca da Faculdade de Direito da
Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre uma iniciativa em utilizar as redes sociais on-
line, principalmente, a página institucional da biblioteca no Facebook, como forma de auxiliar
os alunos no desenvolvimento das suas habilidades no campo jurídico e acadêmico.
Abstract: This is the use of social media in university libraries, as an instrument for the
development of information competence, of the graduate in relation to the ambience of the
terminology used in the field of Law. In the university library, the information professional
should be concerned with focusing his work on the user and his subject matter. It analyzes
this situation in the Library of the Faculty of Law of the Federal University Fluminense
(UFF), about an initiative to use online social networks, mainly the institutional page of the
library on Facebook, as a way to assist students in the development of their skills in the legal
and academic field.
1 INTRODUÇÃO
A escolha dos termos é feita a partir dos temas abordados pelos trabalhos de conclusão
de curso do semestre anterior. São elencadas as palavras-chave e as que possuem maior
citação são incluídas na listagem que será publicada regularmente na página do Facebook. O
diferencial desse serviço é que o aluno participa desde o início da atividade, pois afinal é o
graduando que decide o tema que foi apresentado no seu trabalho final. A cada semestre são
cerca de 100 trabalhos de conclusão de curso submetidos ao Repositório Institucional da
Universidade Federal Fluminense; desses trabalhos são coletados por volta de 20 termos.
As definições selecionadas estarão presentes também no campo de notícias da página
institucional da biblioteca. Essa atividade visa o desenvolvimento das competências dos
alunos para lidar com o campo jurídico.
Também deve se destacar a função educativa que possui o bibliotecário no auxílio e no
desenvolvimento de habilidades informacionais. A utilização das ferramentas como as mídias
sociais nas bibliotecas universitárias constitui também objeto de estudo importante, pela
vivência existente dos usuários com as novas tecnologias.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS
A cada semestre, cerca de 100 trabalhos de conclusão de curso são entregues para
submissão no Repositório Institucional (UFF). A partir do levantamento dos termos,
aproximadamente 20 termos são selecionados e publicados na Página do Facebook com sua
definição.
Como podemos observar, os trabalhos finais realizados muitos seguem a mesma
temática, por se tratar de temas da atualidade. Dessa forma, há grande variedade dos termos
selecionados, abrangendo diversas linhas de pesquisas. Esses termos se tornam uma forma de
representação dos fatos sociais do semestre.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BLATTMANN, Ursula; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Colaboração e interação na web
2.0 e biblioteca 2.0. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.12,
p.192-215, jul./dez. 2007.
VIEIRA, David Vernon; BAPTISTA, Sofia Galvão; CUEVAS CERVERÓ, Aurora. Adoção
da web 2.0 em bibliotecas de universidade públicas espanholas: perspectivas de interação do
bibliotecário com as redes sociais – relato de pesquisa. Perspectivas em Ciência da
Informação, v.18, n.2, p.167-181, abr./jun. 2013.
TELES, André. A revolução das mídias sociais: cases, conceitos, dicas e ferramentas. São
Paulo: M. Books, 2011.
1697
Resumo: Apresenta reflexões iniciais de uma pesquisa que tem como objetivo identificar de
que forma a biblioteca universitária pode explorar o repositório institucional enquanto
ferramenta de gestão da informação científica, e que contribui para o desenvolvimento dos
programas de pós-graduação. Os repositórios institucionais são ambientes digitais voltados ao
armazenamento, organização e disseminação da produção intelectual de uma instituição,
geralmente universidades ou institutos de pesquisa. Neste momento inicial, caracteriza-se
como uma pesquisa do tipo exploratória com uma abordagem, buscando a contextualização
do fenômeno estudado. No decorrer de seu desenvolvimento, este estudo será de natureza
documental, quanto aos procedimentos. Mas desde já destacamos que a biblioteca
universitária deve se apropriar de seu papel de mediadora da informação e produção do
conhecimento e bem como propor indicadores que potencializem o uso dos repositórios
institucionais.
Abstract: It presents initial reflections of a research that aims to identify how the university
library can explore the institutional repository as a tool for scientific information
management, and that contributes to the development of postgraduate programs. Institutional
repositories are digital environments for the storage, organization and dissemination of the
intellectual production of an institution, usually universities or research institutes. In this
initial moment, it is characterized as an exploratory type research with an approach, seeking
the contextualization of the phenomenon studied. In the course of its development, this study
will be of documentary nature, regarding the procedures. However, we stress that the
university library must assume its role of mediating information and knowledge production,
as well as proposing indicators that enhance the use of institutional repositories.
1 INTRODUÇÃO
Desta forma, evidencia-se que o uso das novas tecnologias proporciona inúmeras
vantagens e permite a incorporação de diversos formatos de documentos informacionais e
dinamiza a oferta de serviços. A gestão do conhecimento científico, com o apoio das novas
tecnologias, incrementa o acesso e a disseminação dos conteúdos produzidos dentro das
universidades.
Na literatura da Ciência da Informação o tema repositório institucional é recorrente,
principalmente sobre sua implantação e usabilidade. Precisamos avançar sobre a visão da
comunidade acadêmica sobre a ferramenta, bem como avaliar os efeitos do repositório
institucional na reestruturação da comunicação científica. Leite (2009, p. 26) corrobora esse
pensamento ao expressar que os:
[...] processos de comunicação científica efetivos e eficientes, constituem um dos
principais objetivos a serem alcançados pela gestão da informação e do
conhecimento científico, sobretudo, com o uso de repositórios institucionais.
4 METODOLOGIA
A pesquisa, quanto aos objetivos neste momento inicial, é do tipo exploratória, pois
consiste em um estudo de familiarização com o objeto investigado com o intuito de torná-lo
mais explícito (GIL, 2010). Tem uma abordagem qualitativa, pois não se preocupa com
quantificação ou representação numérica, mas sim, em buscar a compreensão e explicação do
1702
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CROW, R. The Case for Institutional Repositories: A SPARC Position Paper. Washington,
DC: Scholarly Publishing & Academic Resources Coalition, 2002. Disponível em:
<http://www.arl.org/sparc/IR/ir.html>. Acesso em: 1 fev. 2018.
FONTOURA, Marcelo Carneiro de. A documentação de Paul Otlet: uma proposta para a
organização da produção intelectual do homem. Brasília, DF: UNB, 2012. 220 f. Dissertação
(Mestrado) –Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Faculdade de Ciência da
Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2012.
Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.
1703
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Porto Alegre:
UFRGS, 2009. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>. Acesso em: 10 out. 2017.
Abstract: One of the great challenges for Scientific and Technological Institutions and
companies is knowing how to invest in research without losses, is to innovate without fear,
having as an ally the prediction of future scenario. For this, the investor or researcher can
make use of studies of technological prospection, where the analysis of patent contributes
substantially to mount this scenario, trying to avoid possible damages in research and
development. It is not possible to study technological prospecting in patents without relating
them to innovation, intellectual property and industrial property, but these studies are still
incipient given the culture of innovation in development in the country and the few
investments in education.
1 INTRODUÇÃO
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MAYERHOFF, Zea Duque Vieira Luna. Uma Análise Sobre os Estudos de Prospecção
Tecnológica.Cadernos de Prospecção, Bahia, v.1, n.1, p.7-9, 2008.
1712
OECD/ FINEP. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre
inovação. 3.ed. [S.l.]: OECD/ FINEP, 2005.
WIPO. World Intellectual Property Organizaton. World patent report a statistical review.
Geneva: WIPO, 2012.
1713
Abstract: The Augmented Reality in libraries through smartphone app‟s is a resource that
has been studied in universities, for example, the National Institute of Design in Bangalore-
India that already use it. The proposal for this application in university libraries can bring
solutions for a best use in several services offered by information units being a practical
solution with significant answers. The services that can be done through AR are: the coding
of the UDC or DDC transformed into natural language, guided tours in the library, correct
indication in the search of books on the shelves, bookmarks of AR in book covers allowing the
display of abstracts and so on. The use of this resource aims to collaborate in the
1714
construction of the independence of the users when carrying out their research in units of
information and having a greater accessibility to them. This proposal was conceived after a
direct evaluation of the technological tools that are used by these units to aid the access to the
information, where the idea of implementing the AR resource appeared, in order to improve
the information viability in a usual language . This resource could bring to the libraries a
decrease in the demand of the sector of reference and accessibility for all.
1 INTRODUÇÃO
As novas tecnologias avançam a cada segundo que se passa, dando cada vez mais
ferramentas de interação entre o usuário e o mundo virtual. Uma prova disso é a Web 2.0, que
traz como principal característica a interação de forma direta do usuário entre esse mundo,
onde ele passa a ser ao mesmo tempo, usuário e produtor de informação, como consequência
disso, a necessidade de busca por informação também cresce, pois há uma vontade maior de
buscar informação e de produzi-la, e a Web 2.0 proporciona isso de forma rápida, refletindo
em uma nova característica desses usuários, no qual irão querer encontrar essas informações
de forma rápida, fácil e sem precisar ir muito longe para isso.
As bibliotecas até algum tempo atrás eram a forma mais usual de se fazer pesquisas de
forma eficaz, porém, com todo o aparato tecnológico atual, esse retrato mudou. E para que as
bibliotecas continuem acompanhando seus usuários elas precisam estar no mesmo lugar que
eles, por isso deve se adaptar sempre de acordo com as necessidades informacionais.
Para isso essa pesquisa descritiva busca sugerir aplicações desse recurso, pois cada vez
mais bibliotecas vêm fazendo uso dos recursos da Web 2.0 mudando para esse novo mundo,
tornando bibliotecas ambíguas, que estão inseridas nessas duas realidades.
A Realidade Aumentada é uma tecnologia que permite misturar o mundo virtual com
o real, possibilitando maior interação com objetos que só estão limitados à imaginação,
facilitando e abrindo uma nova dimensão na maneira de como se executar tarefas. A realidade
aumentada veio para mudar a forma de como se vê o mundo, como Kirner e Kirner explicam
no seguinte trecho:
A realidade aumentada combina recursos de multimídia e realidade virtual, para
apresentar elementos misturados de boa qualidade e prover interação em tempo real.
Como a realidade aumentada mantém o senso de presença do usuário no mundo real,
há uma forte tendência em usar recursos tecnológicos invisíveis ao usuário para
1715
Uma outra maneira de interagir com a realidade aumentada é por meio da realidade
virtual que, permite uma imersão de maneira virtual em ambiente reais ou virtuais por meio
de óculos de Realidade Virtual ou por meio de smartphones.
A tecnologia de RA, como qualquer tecnologia de processamento de imagem, está
em ascensão. Os principais fatores são o aumento da capacidade de processamento
gráfico dos computadores atuais e a popularização de dispositivos móveis capazes
de suportar tal tecnologia. (ADAMS et al , 2013 p. 24)
Os recursos que podem ser feitos a partir de RA são numerosos, mas aqui serão
listados alguns recursos que podem ser aplicados em bibliotecas universitárias:
Marcadores de RA que permitam a codificação da CDU ou CDD serem
transformadas em linguagem natural;
Visitas guiadas em bibliotecas feitas a partir da RA e, ou RV;
Marcadores de RA que permitam a indicação correta na busca de livros nas
estantes;
Marcadores de RA em capas de livros que permitam fazer resumos da história
através de um vídeo interativo, ou uma rápida revisão da literatura;
1716
Para poder aplicar o RA e os recursos derivados dele, são necessários alguns meios
como: profissionais bibliotecários especializados (área de comunicação e afins), colaboração
de alguns setores da instituição (como o setor de T. I. e design) e o treinamento dos servidores
da unidade. Esses recursos são necessários para integrar a biblioteca dentro do sistema de RA,
colocando todos os dados sobre a biblioteca na aba que será criada dentro do aplicativo, onde
estará inserida a ferramenta de RA.
O bibliotecário terá o dever de acompanhar o processo, planejar e auxiliar na forma
como o recurso será pensado para a sua execução, e após ser instalado ajudará na coleta de
dados sobre o acervo, Codificação da CDU e CDD e nas visitas programadas, trabalhando
juntamente com o setor de TI, tornando o gestor do projeto.
Após a implantação do recurso, iniciaria a fase de divulgação do projeto, o principal
meio é através das redes sociais onde é possível um maior alcance com os usuários, podendo
fazer uso de linguagem informal em suas publicações atraindo o público para interagir e fazer
uso da biblioteca.
seria capaz de auxiliar na busca por livros similares ao procurado pelo usuário, como
apresentado nas imagens abaixo.
Na figura 1 se pode ver como iria funcionar a procura de um determinado livro por
meio do aplicativo.
O aplicativo também pode fazer sugestões de livros similares ao livro que o usuário
deseja, como mostrado no exemplo acima.
Com esse recurso de RA é possível ver as categorias de cada estante por meio da
dessa opção no aplicativo.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo: O contexto das bibliotecas é dinâmico igual como acontece em outros lugares e
contextos sociais. Logo, devem adaptar-se com certa celeridade às mudanças que ocorrem no
mundo contemporâneo e orientadas para o formato digital e o acesso virtual. Acessibilidade é
palavra de ordem; usuários querem e precisam ter acesso a qualquer momento e em qualquer
lugar e por isso as bibliotecas precisam atender, dentro do possível, estas demandas. Dessa
forma, surge a criação de a experimentação do serviço de atendimento virtual via chat como
uma proposta inovadora para dinamizar o contato com a comunidade de usuários do Sistema
de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas. Utiliza as tecnologias disponíveis
aplicada a oferta de serviços de atendimento adequadas as necessidades dos usuários.
Conclui-se que o atendimento virtual embora timidamente em números, tem apresentado
resultados satisfatórios de uso pelos usuários e acredita-se agregar valor aos serviços
disponibilizados pelo sistema de bibliotecas da instituição.
Abstract: The context of libraries is as dynamic as it is in other places and social contexts.
Therefore, they must adapt with some celerity to the changes occurring in the contemporary
world and oriented towards digital format and virtual access. Accessibility is a word of
order; users want and need access anytime, anywhere and so libraries need to meet, as much
as possible, these demands. In this way, the creation of the experimentation of the virtual chat
service as an innovative proposal to dynamize the contact with the community of users of the
Libraries System of the Federal University of the State of Amazonas. It uses the available
technologies applied to the provision of appropriate services to the needs of users. It was
concluded that the virtual service although timidly in numbers, has presented satisfactory
results of use by the users and is believed to add value to the services provided by the
institution's library system.
1 INTRODUÇÃO
O contexto das bibliotecas embora não pareça é mutável e dinâmico igual como
acontece em outros contextos e lugares. Logo, devem adaptar-se ao mundo onde
frequentemente as mudanças ocorrem orientadas para o formato digital e o acesso virtual e a
acessibilidade são a palavras de ordem. Usuários querem e precisam ter acesso a informações
a qualquer momento e especialmente em qualquer lugar, por isso as bibliotecas precisam
atender, dentro do possível, estas demandas. Dessa forma, surge a criação de a
experimentação do serviço de atendimento virtual, como uma proposta inovadora para
potencializar o contato com a comunidade de usuários do Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Amazonas – (SISTEBIB/UFAM).
Uma das formas de estar presentes na internet é por meio de sites e redes sociais. Isso
porque é uma ferramenta dinâmica, acessível a um grande número de pessoas e pode ser uma
extensão do serviço presencial. Considerando ainda as particularidades do SISTEBIB/UFAM,
que dispõe de um conjunto de bibliotecas integradas sob os aspectos funcional e operacional,
cuja filosofia de atuação visa a unidade e racionalização de serviços, materiais e métodos;
sendo sete bibliotecas em Manaus e cinco no interior do Estado. As bibliotecas que compõem
o SISTEBIB/UFAM apresentam uma segregação física, organizada em bibliotecas setoriais e
consequentemente com público acadêmico com perfis diferenciados em cada uma delas,
portanto, o Chat desenvolveu-se como uma possibilidade de oferta de informação para
complementar os serviços oferecidos.
O atendimento por Chat é tema de debates entre estudiosos sobre o assunto e não há
uma definição homônima sobre a nomenclatura, porém, as mais conhecidas e utilizadas são:
referência virtual, referência digital, referência em tempo real, referência on-line, pergunte ao
bibliotecário o e-referência, entre outras (ZANIN-YOST, 2004).
Em conformidade com o exposto, Pessoa e Cunha (2007) definem o Serviço de
Referência Virtual (SRV) como aquele prestado por intermédio da internet e que representa a
evolução do serviço de referência presencial. Definem que a Referência virtual é um serviço
de referência iniciado eletronicamente, frequentemente em tempo real, onde usuários utilizam
computadores ou outra tecnologia da Internet para se comunicarem com a equipe de
referência sem estar fisicamente presente. (REFERENCE and User Services Association,
1723
2004168 apud PESSOA; CUNHA, 2007, p. 70). Assim, é um atendimento mediado por
tecnologia e apresenta como uma particularidade desejada pelos usuários a personalização
devido ser um processo de comunicação onde a mensagem está sendo comunicada a um único
indivíduo.
168
REFERENCE and User Services Association. Guidelines for implementing and
maintaining virtual reference services. Reference & User Services Quartely, v.44, n.1, p. 9-
13, fall 2004.
169
Serviço virtual em tempo diferido (ou modo assíncrono) – em que a solução das questões não é efetuada em
tempo real, como por exemplo demandas originárias pelo correio eletrônico, por lista de discussões e/ou
torpedos; Serviço virtual em tempo real (ou modo síncrono) – que utiliza, por exemplo, salas de bate-papo para
se comunicar em tempo real com o usuário. ACCART (2012, p. 210- 217)
1724
qualificados, solicitação esta que enseja uma resposta rápida, pertinente e de qualidade‖
ACCART (2012, p. 181). Esta orientação se torna possível graças à assistência dos recursos
digitais, os quais apresentam muitas vantagens, dentre elas: proporcionar facilidade de acesso,
fornecer uma opção a mais para a comunicação usuário biblioteca, ser conveniente àqueles
que não têm tempo disponível para vir ao espaço físico, assim como permitir a ampliação dos
serviços oferecidos pelas bibliotecas (NASCIMENTO et al. 2012, p. 169).
2.6 Resultados
170
Ibidem.
1727
78
56 62 59
32 44 33 31 15 20 43
Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do estudo realizado foi possível mostrar que este tipo de serviço ofertado pelo
SISTEBIB/UFAM possui um importante desenvolvimento sendo mais um ponto de contato
com os usuários das bibliotecas, oferecendo-lhes apoio às questões de referência. Portanto,
configura-se a utilização do chat, uma possibilidade facilitada com a internet, como um
espaço de interação para a oferta de resolução de consultas às questões que vão desde o
caráter administrativo, que são elementares ao suporte para acesso e uso das bases de dados.
Algumas são as limitações encontradas mas destaca-se a falta de divulgação e promoção deste
serviço que influi nos números não tão elevados de acesso ao considerar a comunidade
acadêmica usuária das bibliotecas. De certa forma, a equipe precisa se preparar melhor caso
haja um aumento considerável do uso deste serviço. Todavia, é necessário realizar avaliações
permanentes do serviço, assim como utilizar com inteligência as possibilidades de relatórios
gerados pelo programa Tawk.to, observando os tipos de usuários, o tipo de consultas
realizadas com mais frequência, quais foram satisfatoriamente atendidas e quais não foram e
por quais motivos. Toda esta informação permitirá, ademais, avaliar o pessoal e o uso do
serviço. Conhecendo as variáveis, será possível obter indicadores de rendimento do serviço
além de fornecer informações para apoiar a tomada de decisões para a melhoria contínua dos
serviços oferecidos pelo SISTEBIB/UFAM.
REFERÊNCIAS
ZANIN-YOST, Alessia. Digital Reference: What the past has taught us and what the future will
hold. Library Philosophy and Practice, Bozeman, v. 7, n. 1, p.1-16, 2004. Disponível em:
<http://www.webpages.uidaho.edu/~mbolin/zanin-yost.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2018.
1730
1731
Abstract: The public and private libraries are constantly changing. The knowledge update
about the new technologies is imperative for their users. In this sense, the text presents an
approach concerning the innovation of the services in the Universidade Estadual de Feira de
Santana Libraries System and in the Universidade Estadual de Santa Cruz Central Library,
1732
both located in the state of Bahia, by using Information and Communication Technologies
(ICT). Its main goal is to explain the achieved headways in these libraries with the
computerization of their products and services. The theoretical background on this
computerization process is based on the studies developed by Jennifer Rowley and other
authors quoted in the text. The adopted methodology is the qualitative analysis of some case
studies, considering the reported experiences. Firstly, the text exposes a brief history of the
studied libraries; soon after, it describes the computerization process and the impact that
occurred in these libraries. It reports the reasons that determined the change of system,
relates the advances obtained after the migration and makes clear why it was fundamental in
order to guarantee to the libraries the needful conditions for a service of excellence in a
context of increasing demand of the public. To sum up, it highlights that the included
innovations in the studied libraries keep on use, but they are only some of ICT which can be
used.
1 INTRODUÇÃO
171
Aparelho impressor que reproduz desenhos ou letras perfurados numa matriz de papel especial, chamada
estêncil (Dicio, 2017).
1733
A Biblioteca Central da UESC utilizou o primeiro sistema por cerca de cinco anos
consecutivos. Após este período, houve a necessidade de mudança por causa dos elevados
valores de manutenção, bem como pela ocorrência de problemas referentes a integração de
dados no sistema, que consequentemente interferiram na qualidade dos serviços oferecidos
aos usuários. Deste modo, em 2006, o sistema de informatização da Biblioteca foi substituído
visando à redução de custos. Após analisar diversos softwares existentes no mercado, a equipe
da biblioteca optou pelo Sistema Pergamum, que é um sistema de gerenciamento de
Bibliotecas desenvolvido pela divisão de processamento de dados da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUC-PR). O sistema contempla as principais funções da Biblioteca,
funciona de forma integrada, da aquisição ao empréstimo.
1736
Corroborando o que afirmam Silva e Favaretto (2005) apud Côrte et al. (2002, p. 107)
para os quais ―para aquisição ou troca de sistemas de automação de bibliotecas, torna-se
necessário a organização em etapas a serem cumpridas, a qual demanda algum tempo e muita
dedicação dos profissionais envolvidos, sendo, porém, altamente compensadora em termos de
resultados obtidos‖, a migração do mesmo foi realizada com sucesso.
Com a informatização, as bibliotecas da UEFS e da UESC se voltaram cada vez mais
ao uso das TIC. A BCJC contratou um analista de sistemas para criar seu website, com o
acompanhamento da direção e da funcionária da área de relações públicas, visando melhorar a
divulgação dos produtos e serviços oferecidos. Esse website funcionou por dez anos. Porém,
em 2014, através de uma pesquisa de satisfação do usuário foi constatada a necessidade de
mudar.
A pesquisa identificou que alguns serviços deveriam ser mais divulgados, pois muitos
eram desconhecidos. Dentre os resultados, constatou-se a necessidade de melhoria na
comunicação e divulgação dos produtos e serviços no website. Nesse sentido, em 2014, a
equipe do SISBI trabalhou no desenvolvimento da nova página, com a colaboração da
Assessoria Especial de Informática. A proposta era a criação de uma nova ferramenta, mais
interativa, que possibilitasse atualizações frequentes pelos próprios servidores do SISBI.
(SILVA, 2015)
Assim o novo website permitiu uma maior interação usuário-biblioteca. Outro fator
importante é a participação nas redes sociais que permite a divulgação da biblioteca, um
atendimento online com a Referência virtual, sanando dúvidas, orientando em pesquisas do
portal da Capes, na Biblioteca virtual de E-books, na recuperação das teses e dissertações que
estão em formato de textos completos no Sistema. A Biblioteca Central da UESC implantou
um sistema que foi desenvolvido pelo Setor de Informática da instituição, para solicitação das
aquisições de materiais bibliográficas, pelos Departamentos da universidade.
Para Carvalho (2004), a biblioteca universitária é:
Considerada como um dos espaços facilitadores da aprendizagem, a biblioteca
universitária deve buscar continuamente seu aperfeiçoamento, reconhecendo que é preciso
subir degraus de competência para melhorar serviços e produtos; é preciso se tornar visível na
rotina universitária, incluindo a conquista de sua identidade em face aos paradigmas da
Sociedade da Informação quer do ponto de vista das implicações da economia mundializada
quer da redefinição do conceito de acesso à informação (CARVALHO, 2004, p. 31-32) apud
1737
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
______. Relatório anual de atividades 2002. Ilhéus, BA: Editus, [2003]. 94p.
SILVA, Alexandra Barreto da. Gestão de sistemas de bibliotecas no desenvolvimento dos serviços
nas universidade federais brasileiras. 2015. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Ciência da
Informação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
Abstract: The social changes perceived with the advent of technology and globalization
brought with them needs for new managerial contributions in both the public and private
spheres. As part of this scenario and a factor of relevance in the technical and scientific
development of a country, universities have to adapt to emerging social demands, and with
them their libraries. In this perspective, this study has the objective of analyzing the impacts
generated by the centralized management in the coordinating bodies through the operation of
the Libraries and / or Central Libraries for the development of their services, considering the
importance of the integration and optimization of resources in the provision of services
qualified staff. In order to do so, the methodology used as a way to draw a path to
understanding the proposed problem was the descriptive study with a qualitative approach,
with the purpose of characterizing the centralized management process in the coordinating
bodies and their contribution to the development of library services university students. It was
also sought to identify the positive and negative aspects of centralized management, through
the opinion of the managers of these CBs. The literature review and documentary analysis
allowed for the theoretical basis of the study objective, as well as the outline of the research
sample, which among the 61 federal university libraries in Brazil, highlighted 44. Data
collection was performed through the application of a questionnaire sent to the 44 managers.
For data analysis we used criteria related to the management of university libraries, through
three macro functions or sectors, namely administrative, social and technical. The results
show that university libraries, although they have evolved greatly in their structural
constitution in the centralized management of their services, still need to advance more about
issues such as participation in university decision-making, standardization, integration of
services, and of its control and evaluation processes.
1 INTRODUÇÃO
As BUs situam-se no âmbito das universidades, cuja atuação no ensino superior não
pode ser desvinculada do universo social, econômico, cultural e político em que estão
inseridas. Nesta perspectiva, as universidades encontram-se integradas à realidade
socioeconômica do país e suas bibliotecas fazem parte deste contexto, e precisam estar
alinhadas aos objetivos da instituição que compõem, para que possam atender adequadamente
as expectativas das comunidades as quais pretendem servir.
Seguindo o modelo das universidades, as BUs também se constituíram da reunião de
acervos em uma única biblioteca central ou apenas em acervos isolados. Segundo Carvalho
1742
3 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS/FINAIS
Pode-se considerar, por parte dos gestores, que a atuação dos OC na gestão
centralizada dos serviços de bibliotecas, efetivamente contribuem para o seu desenvolvimento
de forma sistêmica, bem como, promovem a integração, cooperação, padronização e
racionalização de modo geral dos processos produtivos das bibliotecas.
1745
REFERÊNCIAS
KELLY AYALA
Resumo: O Repositório Digital FGV vem passando por processos de melhorias dos metadados, a
fim de promover o armazenamento dos documentos, a sua visibilidade e preservação dos dados
com mais qualidade. Para isto, foi feito a depuração de metadados, implementando a
normalização e padronização dos dados. O projeto em questão visou criar padrões para entrada de
dados e, principalmente, instruções de trabalho que normalizam e melhoram a qualidade dos
metadados ao inserir os documentos no Repositório. Na primeira fase foram realizados
levantamentos das ocorrências de inconsistências na plataforma. Após este processo e diante dos
resultados, foram desenvolvidas estratégias e ações para o acerto dos registros. A adoção de um
vocabulário controlado como forma de normalizar os assuntos, e a criação do glossário para
definir os tipos de materiais existentes na plataforma, assim como implantação de uma política
para entrada dos documentos, fizeram parte da metodologia adotada no projeto. Atualmente, o
grande desafio é o povoamento do RD com artigos acadêmicos e científicos de professores e
pesquisadores da FGV que se encontram em fontes internas e externas. Além de adequar o RD
aos padrões e diretrizes de redes de repositórios nacionais e internacionais de acesso aberto. Estas
medidas visam incrementar seu uso, projetar a produção intelectual da FGV e torná-lo mais
robusto e confiável.
Abstract: The FGV Digital Repository has been going through processes of metadata improvement
processes in order to promote the storage of documents, their visibility and preservation of the data
with more quality. For this, the metadata was depurated, implementing the normalization and
standardization of the data. The project in question aimed at creating standards for data entry and,
mainly, working instructions that normalize and improve the quality of the metadata when inserting
the documents in the Repository. In the first phase, there were surveys of the occurrence of
inconsistencies in the platform. After this process and before the results, strategies and actions were
developed for the correctness of the records. The adoption of a controlled vocabulary as a way to
normalize the subjects, and the creation of the glossary to define the types of materials in the platform,
1748
as well as the implementation of a policy for the entry of documents, were part of the methodology
adopted in the project. Currently, the great challenge is the settlement of the DR with academic and
scientific articles of FGV teachers and researchers that are found in internal and external sources.
Besides adapting the RD to the standards and guidelines of national and international open access
repositories networks. These measures aim to increase its use, design the production of the FGV and
make it more robust and reliable.
1 INTRODUÇÃO
O Repositório Digital FGV (RD) foi criado em 2007 com o objetivo de reunir e
armazenar em um único ambiental digital a produção acadêmica e científica, garantindo o
acesso confiável e permanente, a fim de promover maior visibilidade nacional e
internacionalmente destes documentos. O DSpace, software livre e de código aberto, faz a
gestão dos documentos tendo o Dublin Core como esquema padrão.
O presente trabalho é o resultado do projeto de curadoria dos metadados e povoamento
do Repositório Digital. Desde a criação, o RD nunca havia passado por um processo de
análise dos seus metadados voltado especificamente para a qualidade dos dados. Foram
incluídos na plataforma alguns tipos de materiais manualmente e outros importados dos
diversos sistemas acadêmicos da FGV. Com a importação os metadados entraram na
plataforma de forma despadronizada. Uma etapa do projeto consistiu na revisão e acerto dos
metadados dos itens contidos no Repositório Digital FGV, padronização e exclusão de
metadados duplicados ou sem informação preenchida. Após a conclusão desta fase, uma nova
etapa está sendo realizada, com as seguintes ações: a) Estabelecimento de Políticas do
Repositório Digital; b) Povoamento do RD com artigos a partir de fontes internas e externas;
c) Adequação às diretrizes de Redes de Repositórios nacionais e internacionais para acesso
aberto.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Entende-se que os metadados são dados estruturados que suportam funções associadas
do objeto designado, conforme designação de Greenberg (2005). O padrão de metadados
Dublin Core é comumente utilizado em bibliotecas digitais para organizar a informação e sua
recuperação efetiva através das pesquisas por meio das buscas. A qualidade na descrição dos
metadados e sua padronização são fundamentais para facilitar o acesso na plataforma e a
interoperabilidade dos dados. Além disso, Steve O‘Connor (2016) acredita que a gramática
1749
presente nos repositórios tem crescido e sofrido mudanças, sendo necessária a intervenção do
bibliotecário a fim de reexaminar, renovar e revitalizá-la, pois não é possível deixar este
processo de evolução em modo automático, ou seja, sem um controle das transformações que
ocorrem.
Segundo Ochoa, X. & Duval, E. Int J Digit Libr (2009):
3 METODOLOGIA
A manutenção desta fase é feita de forma periódica. Para manter a qualidade dos
metadados e garantir a eficácia do projeto, mensalmente o script é rodado em toda base de
dados para conferir possíveis inconsistências.
Na segunda e atual fase, os trabalhos estão voltados para o povoamento do Repositório
com os artigos acadêmicos e científicos dos professores e pesquisadores da FGV que se
encontram publicados em bases internas e externas.
Para isto foi desenvolvido um plano de ação que consiste em:
1. Estabelecimento de Políticas para o RD
a) Implementar e registar a política do RD para torná-lo confiável;
b) Normalizar os nomes dos arquivos visando melhoria na recuperação;
c) Adotar o PDF-A como padrão para garantir a preservação dos arquivos a longo
prazo.
2. Povoamento do Repositório a partir de fontes internas e externas
a) Migrar os artigos do OJS/FGV para o DSpace;
b) Importar os artigos de jornais/revistas de bases externas à FGV.
3. Adequação às diretrizes de Redes de Repositório
a) Atualização em lote do idioma descrito no metadado dc.language.iso conforme
ISO 639-3 (tabela 1);
dc. language.iso
ISO-639 ISO 639-3
(DE) (PARA)
en_US Eng
es_ES spa
fr_FR fra
it_IT Ita
pt_BR por
Fonte: Elaboração das autoras
25.000
20.932
20.000
16.102
14.891 +30%
15.000
+8%
10.000
5.000
0
2016 2017 2018
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a aplicação deste projeto, os metadados que foram migrados para plataforma por
importação, ou seja, sem padrão pré-definido, foram depurados e se enquadraram no esquema
de padronização de dados adotados pelo Repositório Digital.
O controle e manutenção deste projeto são primordiais para que não haja necessidade
de retrabalho e permitir uma continuidade da homogeneidade e consistência formada na
padronização dos tipos documentais, dos assuntos e dos autores existentes no DSpace.
Neste sentido, o projeto trouxe como resultado:
A possibilidade do acesso à informação com maior rapidez e melhor qualidade;
1752
REFERÊNCIAS
GREENBERG, J. Metadata and the World Wide Web. In: Encyclopedia of Library and
Information Science. New York: Marcel Dekker, 2005. p. 1876-1888. Disponível em <
http://www.ils.unc.edu/mrc/pdf/greenberg03metadata.pdf> Acesso em: 12 nov. 2017.
SAYÃO, L. F. Afinal, o que é biblioteca digital?. Rev. USP, São Paulo, n. 80, fev. 2009 .
Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/13709>. Acesso em: 18 jun.
2017.
1754
1755
Abstract: Our paper looks at the methodological experience in the creation and elaboration
of the BU/UFSC's Manual for the Technical Processes. Our Manual aimed to contribute to
the organizational memory as well as the knowledge management of the University Library
while assisting in the decision making processes that inform the relevant technical
procedures. The Manual's elaborative procedures were based on the debate and technical
definitions set by the Coordenação de Desenvolvimento de Coleções e Tratamento da
Informação of UFSC. Since the staff shifts and new hirings in 2013, there was an increasing
concern regarding the documentation and understanding of the existing processes. Initially,
templates of the cataloged materials were created based on guidelines derived from staff
meetings. We have concluded the writing and editing of the first edition in 2013. Upon our
peers' feedback, we've written two other revised editions, one in 2015 and another in 2017.
We consider the most recent version of the manual as a living and dynamic document to be
1756
updated as needed. We conclude that the creation and elaboration processes of these
materials were crucial steps for the memory preservation of both the Coordenação as well as
the Library's knowledge management. We also argue that our manual became an invaluable
search tool for all technical activities related to the Coordenação.
Keywords: University Library; Technical manual; Organizational memory.
1 INTRODUÇÃO
O termo manual é geralmente definido como ―[...] documento que contém as políticas,
os regulamentos e os procedimentos utilizados numa organização [...]‖ (CUNHA;
CAVALCANTI, 2008, p. 237). Ou ainda, como ―[...] roteiro para uso prático [...]‖, ―[...] livro
escrito por profissionais e que serve como revisão e referências constantes [...]‖ e ―[...] uma
obra coletiva de uma equipe de especialistas [...]‖ que é ―[...] usada como fonte de consulta
para a tomada de decisões e serve de base à orientação e preparação do pessoal [...]‖ (FARIA;
PERICÃO, 2008, p. 477).
Como um documento elaborado coletivamente, o manual reflete o conhecimento do
grupo acerca de suas atividades, contribuindo para a construção do arcabouço do
conhecimento organizacional. Segundo Freire et al. (2012, p. 42)
3 MATERIAIS E MÉTODOS
5 RELATO DE EXPERIÊNCIA
Em meados de 2013 a equipe que então compunha a DECTI iniciou discussões acerca
dos procedimentos técnicos adotados na Coordenação. Essas discussões suscitaram a
elaboração de registros documentais referentes às atividades desenvolvidas com ênfase na
catalogação, indexação e no preparo físico dos recursos disponibilizados.
A elaboração do Manual de Processos Técnicos não limitou-se apenas ao registro dos
processos, mas sim ao entendimento dos muitos porquês que ocorriam no dia-a-dia da
Coordenação. Buscou-se compreender as decisões tomadas aliando-as aos novos
procedimentos adotados com a finalidade de aprimoramento e padronização.
Em vista da rotatividade de servidores na Coordenação no decorrer do ano de 2013 em
função de aposentadorias, grande parte da equipe foi renovada e com ela novas ideias
surgiram. Havia também uma preocupação com a retenção da expertise e do background,
visto que não havia um documento ou sistematização das decisões já tomadas, das lições
aprendidas e dos procedimentos a serem seguidos na representação da informação da
BU/UFSC.
As referidas discussões a respeito dos processos adotados foram a base para a
construção do manual. A partir de então passou-se a registrar as decisões e padronizar os
processos já existentes realizando um trabalho de descoberta e aprendizado com os colegas
mais experientes que vivenciaram as mudanças ocorridas ao longo dos anos. A Figura 1
ilustra as fases da elaboração do manual desde o surgimento das dúvidas da equipe até a
efetivação da primeira versão do documento propriamente dito.
A mais recente versão do manual, em formato virtual, foi remodelada com a finalidade
de apresentar todos os serviços oferecidos pela DECTI, incorporando assim as seções de
Aquisição e Autoridades. O novo formato permite atualizações em tempo real, melhor
aproveitamento do conteúdo em função dos links internos e externos e opção de pesquisa
interna. Essas novidades trouxeram mais dinamismo e agilidade durante os procedimentos
técnicos efetivados na Coordenação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FARIA, Maria Isabel; PERICÃO, Maria da Graça. Dicionário do livro da escrita ao livro
eletrônico. São Paulo: EDUSP, 2008.
MOLINA, Letícia Gorri; VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Memória organizacional como
forma de preservação do conhecimento. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João
Pessoa, v. 5, n. 2, p. 147-169, jul./dez. 2015.
Resumo: A disseminação seletiva da informação (DSI) é uma das formas de auxiliar o usuário na
seleção de informação e é considerado um trabalho especializado. Há uma mudança de paradigma do
acesso para a habilidade de selecionar fontes de informação autoritativas e que atendem às
necessidades do indivíduo. O trabalho consiste em um relato de experiência da proposta de um novo
serviço na Biblioteca de Ciências Jurídicas do Sistema de Bibliotecas (SiBi) da Universidade Federal
do Paraná (UFPR). Propõe o serviço de DSI baseado nos projetos de pesquisa cadastrados no currículo
lattes dos docentes do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR. Objetiva oferecer um serviço
especializado e também levar ao conhecimento dos docentes a existência de ferramentas de DSI.
Pretende demonstra como esse serviço pode facilitar o planejamento e desenvolvimento de suas
pesquisas. Também busca potencializar o uso das fontes de informação disponibilizadas pela
biblioteca e pagas pela instituição. O serviço de DSI foi criado há aproximadamente 60 anos.
Entretanto, será oferecido pela primeira vez na Biblioteca de Ciências Jurídicas da UFPR. A equipe do
setor de referência desta biblioteca percebeu uma oportunidade de melhor aplicar as habilidades dos
bibliotecários para contribuir com o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão na universidade.
Palavras-Chave: Serviço de Referência e Informação. Disseminação Seletiva da Informação. Serviço
de informação. Biblioteca universitária. Direito
Abstract: Through selective dissemination of information (SDI) we assist the user while selecting
information. SDI is also considered a specialized work. There is a paradigm shift from access to the
ability to select authoritative information source that responds to the information needs. We describe
a new service proposal to the law library at the library system from Universidade Federal do Paraná
(UFPR). We propose a service based on the professors‟ research projects, from Law School at UFPR,
registered at Currículo Lattes. We seek to offer a specialized service and to present SDI tool to
professors. We intend to show how that service can help planning and developing research. We also
seek to promote the use of the information source offered by the law library. The SDI service was
created 60 years ago. However, it is proposed to offer for the first time at the law library at UFPR.
The reference service staff from that library recognize one more opportunity to apply the librarian‟s
abilities to contribute to the development of teaching and research at the university.
1764
1 INTRODUÇÃO
Durante muitos anos a principal preocupação dos pesquisadores era como localizar a
informação desejada para o desenvolvimento dos seus estudos. Atualmente, grande parte da
informação desejada está a um clique da tela do seu dispositivo. Percebe-se a mudança do
paradigma de acesso para o de seleção da informação desejada.
As bibliotecas universitárias e especializadas já conhecem o serviço de Disseminação
Seletiva da Informação (DSI), que tem por objetivo direcionar para usuários específicos as
informações de que eles precisam baseado em suas necessidades de informação. Pode-se,
dessa forma, considerar o serviço de DSI uma das formas de auxiliar o usuário na seleção de
informação e é considerado um trabalho especializado.
Nem todos os usuários de bibliotecas percebem a importância da seleção da
informação que buscam. É papel da biblioteca universitária conscientizá-los e contribuir para
a sua formação e competência informacional. Por meio do serviço de DSI é oferecido um
serviço mais especializado, tendo em vista que o usuário receberá exatamente a informação
relacionada à sua pesquisa e já selecionada por um bibliotecário. Entretanto, esse fator não
invalida a importância do serviço na tentativa de incentivar o aprendizado da seleção de
fontes de informação.
Por isso, neste trabalho propõe-se o serviço de DSI, na Biblioteca de Ciências
Jurídicas do SiBi/UFPR, para atender às necessidades informacionais relacionadas aos
projetos cadastrados no currículo lattes dos docentes do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR.
Dessa forma, na seção 2 a biblioteca é apresentada. Na seção 3 a proposta de serviço é
descrita e, na seção 4 são apresentadas as considerações finais, seguidas das referências.
desse sistema, pretendia utilizar dados compilados por equipamentos eletrônicos para a
construção dos perfis de interesse.
Hensley (1963, p. 1), denominou o conceito criado por Luhn como DSI e foi utilizado
pela primeira vez em 1959 pela IBM em Yorktown Heights, New York. Consistia no
processamento de uma pequena quantidade de documentos que foram comparados com os
perfis de interesse de trinta usuários.
O DSI foi definido por Luhn como o ―[...]serviço dentro de uma organização que se
refere à canalização de novos itens de informação, vindos de quaisquer fontes, para aqueles
pontos onde a probabilidade de utilização, em conexão com o interesse corrente do usuário, seja
alta‖. (1961, p. 132).
Segundo Eirão e Cunha (2013, p. 41), os primeiros estudos sobre a DSI surgiram na
década de 1970 no Brasil nos centros de informação de órgãos públicos. Os autores indicam as
primeiras pesquisas dessa temática e alguns relatos de experiência, como por exemplo no
Instituto de Energia Atômica (FERRAZ; FIGUEIREDO, 1974); na EMBRAPA (NOCETI,
1978a) e; na área agrícola (CHASTINET et al., 1978b).
O DSI caracteriza-se como uma das formas de comunicação da biblioteca com os
usuários, pois antecipa suas necessidades informacionais e apresenta produtos que podem
auxiliá-lo para a solução de problemas de pesquisa e até mesmo na tomada de decisão.
É importante citar o alerta de Souto (2008) relacionado ao planejamento e oferecimento
de um serviço de DSI. O autor afirma que ao oferecer um serviço centrado no usuário é
importante adotar procedimentos que garantam que o serviço está realmente atendendo à
necessidade do usuário e não à sua demanda, pois, nem sempre o usuário está consciente de
suas necessidades. É importante também considerar que as necessidades dos usuários variam
em contextos diferentes.
Souto (2008, p. 8) ainda salienta que:
Dentro de uma ótica centrada no usuário, é importante que os serviços de
disseminação seletiva de informações tenham uma atitude pró-ativa no sentido de
identificar os diferentes contextos em que os indivíduos que os utilizam estão
inseridos e acompanhar a alteração de suas necessidades de informação. Assim,
pressupõe-se que existe um movimento dinâmico tanto em relação à informação
quanto em relação às necessidades e contextos dos usuários.
Apesar do serviço de DSI já ser conhecido na maioria das bibliotecas universitárias, essa
não é uma realidade da Biblioteca de Ciências Jurídicas. Pois, o serviço nunca foi oferecido
anteriormente. A equipe do serviço de referência passou a perceber o interesse dos seus
usuários, cada vez mais por serviços de informação especializados, seja pela dificuldade em
1767
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Paula Carina de. O serviço de pesquisa bibliográfica oferecido pela Biblioteca de
Ciências Jurídicas do Sistema de Bibliotecas (SiBi) da Universidade Federal do Paraná
(UFPR). In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 18., 2014,
Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2014.
CHASTINET, Yone S; FONSECA, Ana Flávia M. da; LOBO, Paulo R. A.; ROBREDO, Jaime.
Análise da expansão do serviço de bibliografias personalizadas em agricultura (BIP/AGRI): um
serviço brasileiro de disseminação seletiva. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 6, n. 2,
p. 216-229, jul./dez. 1978.
DIAS, Luana Gomes; CASTRO, Hallison Phelipe Lopes; SILVA, Márcio Bezerra da.
Categorização de serviços da Web 2.0: uma proposta de apoio aos bibliotecários. Folha de
Rosto, v. 1, n. 2, p. 5–16, 31 dez. 2015.
EIRÃO, Tiago Gomes; CUNHA, Murilo Bastos da. Disseminação seletiva da informação:
análise da literatura publicada no período de 1958-2012. Informação & Sociedade: Estudos, v.
23, n. 1, 2 abr. 2013.
LUCAS, Elaine Rosângela de; SOUZA, Nicole Amboni de. Disseminação seletiva da
informação em Bibliotecas Universitárias sob o prisma do Customer Relationship Managment.
Informação & Informação, v. 12, n. 1, p. 93–109, 2007.
LUHN, Hans Peter. A bussines intelligence system. IBM Journal of Research and
Development, v. 2 n. 4, p. 314-319, Oct. 1958.
LUHN, Hans Peter. Selective dissemination of new scientific information with the AID of
electronic processing equipment. American Documentation, v. 12, p. 131-138, 1961.
Abstract: This study deals with the construction of the image of a professional category, the
librarians, with the aid of the semiotic theory, in order to understand how such construction
and perception of this image appeals for users and community of university libraries. Thus, in
this research, we conceptualize the principles of sign, object and interpretant, established in
the semiotics of Charles Sanders Pierce (1839-1914) as the theoretical framework for the
study of the image which is constructed concerning the librarians. To collect information, we
used questionnaires to understand the perception of the student and the community of
university libraries in relation to the librarians. This way, we find that the librarian's
constructed image is a person linked to the organization, who works in libraries, who owns
knowledge, who catalogs, who is friendly and who helps the user to find the information he
needs, showing the behavior of the signs and how people apprehend them to formulate the
construction of the professional in their mind, even with previously pre-established concepts.
1772
1 INTRODUÇÃO
Há diversas maneiras de se explicar a construção de uma imagem e como esta pode ser
formada e percebida. Uma vez que a imagem pode ser explicada pelo estereótipo, pelo perfil e
também pela semiótica, utilizada para exemplificar a complexa relação sígnica, pode-se
entender de que forma se dá o processo de construção de imagem e de como os indivíduos a
percebem, por exemplo, na construção da imagem do bibliotecário.
Para explicar a análise defendida pela semiótica, é preciso compreender como o signo é
formado: pelo representamen (como o signo se apresenta), pelo objeto (aquele que carrega o
signo em si mesmo) e pelo interpretante (que é o resultado dos dois anteriores, o que produzirá
um efeito, sendo este o significado ou interpretante). Um dos principais precursores da
semiótica, Charles Sanders Pierce (1839-1914), analisa três modos em que os fenômenos
(signos) aparecem à consciência e que não apresentam rigidez hierárquica. São eles: a
primeiridade (que diz respeito aos aspectos mais sensíveis da leitura, praticamente desprovidos
de conhecimento e cultura, as qualidades dos signos); a secundidade (que é a soma das
qualidades, que formam singularidades para a leitura dos signos) e, por fim, a terceiridade (que
é a propriedade de lei que faz o signo funcionar como tal, ganhando caráter de lei pela
linguagem, generalizando a tradução do sentido). Vale ressaltar que esses três modos de
conexão dos signos à consciência estão interconectados.
Diante dessas considerações iniciais, a escolha do tema desta pesquisa deve-se à função
social da universidade e da biblioteca universitária, bem como, ao impacto que estas têm sobre
os indivíduos que a frequentam. Propor a construção da imagem do bibliotecário universitário
por tal perspectiva traz algo mais complexo do que simplesmente traçar um perfil ou
estereotipar um profissional, mostrando como a imagem é criada na mente das pessoas, algo
que está além do que é apresentado pela literatura especializada, sendo a imagem do
bibliotecário o objeto deste estudo. Desta maneira, esta pesquisa visa responder ao seguinte
questionamento: Qual a imagem construída do bibliotecário na biblioteca universitária? Para
isto, tomamos como base o público universitário e a comunidade de bibliotecas universitárias.
O tema deste trabalho surgiu ao constatarmos a falta de um estudo que abordasse, do
ponto de vista semiótico, a construção da imagem do bibliotecário. Tal informação é importante
por contribuir para a melhor compreensão da imagem da classe profissional para a sociedade,
uma vez que podemos, então, compreender como ela é construída individualmente num
1773
processo semiótico em suas mentes. Para promover esta pesquisa, além do aprofundamento
teórico em semiótica, consideramos os questionários aplicados como parte fundamental para
entender como os signos foram apresentados para os usuários dessas bibliotecas demonstrando,
dessa maneira, a forma como estes foram apreendidos e ajudaram a compor a imagem do
bibliotecário para esse público. Assim, cada elemento se configura como essencial para a
pesquisa aqui exposta.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Percebemos então que, para Peirce, o signo pode representar uma outra coisa: o seu
objeto. Assim, o signo não é o objeto, pois apenas está no lugar do objeto, podendo
representá-lo de certo modo e numa certa capacidade. Exemplo disso é a palavra bibliotecário,
1775
[...] a primeira conforme o signo em si mesmo for uma mera qualidade, um existente
concreto ou uma lei geral; a segunda, conforme a relação do signo para com seu
objeto consistir no fato de o signo ter algum caráter em si mesmo, ou manter alguma
relação existencial com esse objeto ou em sua relação com um interpretante; a
terceira, conforme seu Interpretante representa-lo como um signo de possibilidade
ou como um signo de fato ou como um signo de razão.
Sendo assim, para Peirce (2003, p. 46), signo ou representamen, é uma palavra usada
para mostrar um objeto perceptível, ou apenas imaginável, ou mesmo inimaginável num
determinado sentido, sendo que para que algo seja um signo, é necessário esse mesmo algo
‗representar‘ alguma outra coisa, chamada objeto, representando apenas alguns aspectos deste
objeto e não todas as suas facetas, que por vezes, o autor denomina de fundamentos do
representamen. O autor ainda reforça que o signo acaba por dar origem a outro, assim como
―um pensamento acarreta outro‖. Um bom exemplo da relação entre signo e objeto pode ser
observado na seguinte situação: um bibliotecário recebe dois usuários na biblioteca, os quais
olham para as estantes. O bibliotecário aponta, então, para uma delas e diz ―aquela estante no
final do corredor tem os livros de capa vermelha e vinho‖. Mas se um dos usuários não estiver
vendo a cor dos livros, a primeira informação que ele extrai do dito pelo bibliotecário tem por
objeto a parte da estante que ele enxerga, informando-o de que uma pessoa com um olhar
mais atento que o seu, ou mais treinado para observações desse tipo, pode, ali, distinguir a
existência dos livros; e assim, tendo sido a estante e os livros contextualizados em seu campo
1776
de conhecimento, esse usuário está preparado para receber a informação que a estante possui
livros vermelho e vinho.
Tendo o entendimento do que é signo, objeto e interpretante, podemos perceber que a
semiótica apresentada por Charles S. Peirce tem um caráter triádico, e que tal relação é
nomeada primeiridade (signo), secundidade (objeto) e terceiridade (interpretante).
Uma imagem (objeto) traz consigo várias características (signos) quando descritas ou
visualizadas, recebendo sempre interpretações (pelo interpretante) no meio em que se
inserem. Pimentel e Silva (2009) mostram que a imagem é um fenômeno cultural que faz com
que o homem veja as coisas de uma certa maneira. Essa visão que o homem tem pode ser
empregada a um ser, mostrando assim, a construção da imagem de um grupo profissional, no
nosso caso, o bibliotecário universitário.
Podemos então sintetizar que o objeto proposto por Peirce será aqui o próprio
bibliotecário. O signo é o conjunto de todas as informações contidas nas imagens em que ele
está inserido e suas descrições, sendo o interpretante, todo aquele que interagir com o signo e
o objeto. A figura 1 mostra como a imagem do bibliotecário pode ser construída:
Representamen/signo Objeto
(O que representa o (Bibliotecário)
bibliotecário)
Fonte: os autores
3 METODOLOGIA
com sua natureza, podem ser, conforme definição de Cervo, Bervian e Silva (2007): primários
(quando coletados em pesquisa de campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas,
questionários e quando se faz laboratório) e secundários (quando retirados de relatórios,
livros, revistas, jornais e outras fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas).
A investigação por questionários foi aplicada visando a percepção do universitário e
da comunidade acadêmica com relação ao bibliotecário. Neste sentido, Marconi e Lakatos
(2006, p. 203) afirmam que o ―questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído
por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença
do entrevistador‖.
Os questionários foram aplicados através da rede social Facebook para alunos e
comunidade do Centro Universitário Ibero Americano, Centro Universitário São Camilo,
Faculdade Cantareira, Faculdade das Américas, Faculdade Impacta de Tecnologia, Faculdade
Paulista de Serviço Social, Faculdade Santa Rita de Cássia, Faculdades Integradas Rio
Branco, Faculdades Associadas de São Paulo (FASP), Faculdade de Tecnologia de São Paulo
(FATEC), Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU), Mackenzie, Metodista, Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP), Centro Universitário Assunção (UNIFAI), Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP), Universidade Paulista (UNIP), Universidade Ibirapuera, Universidade
Nove de Julho (UNINOVE) e Universidade de São Paulo (USP). Obtivemos 42 respostas até
o momento da submissão desta pesquisa. Tal questionário foi formulado com as seguintes
perguntas: Qual a idade?, Qual o gênero?, Onde você estudou?, Qual o nome da sua
Faculdade/Universidade?, Você já foi à biblioteca da sua Faculdade/Universidade?, Com que
frequência você usa/utilizava a biblioteca?, Você acredita que na biblioteca da sua
Faculdade/Universidade tenha/tinha um bibliotecário?, Caso você tenha respondido sim, quais
características (físicas, psicológicas e de personalidade) o levam a acreditar que essa pessoa
seja um(a) bibliotecário(a)?, Caso tenha respondido não, quais características (físicas,
psicológicas e de personalidade) você acredita que um(a) bibliotecário(a) precisa ter para
exercer tal função na biblioteca de sua faculdade/universidade? E O que você acredita que um
bibliotecário faz?. Utilizamos o Google Forms172 para aplicação de questionários on-line, que
para Gray (2012, p. 188) são ferramentas cada vez mais comuns de realizar pesquisa de
levantamento.
172
Ferramenta do Google Docs que permite a criação de questionários, automatizando o processo de desing da
página, e que traz vários estilos de perguntas pré-construídas.
1779
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos respondentes, 67% são mulheres e 33% homens, com uma idade média de 32,78
anos. Destes, 89,52% estudaram/estudam em faculdades e os outros 10,14% estão divididos
entre aqueles que fizerem pós-graduação, MBA e doutorado. Ainda, 92,85% dos respondentes
frequentam ou já frequentaram a biblioteca de suas universidades, contra 7,15% que não
frequentam, com média de frequência à biblioteca de 1 a 2 vezes por semana. 85,71%
acreditam que em suas bibliotecas universitárias havia um bibliotecário, contra 14,29% que
não acreditavam que a biblioteca tinha um bibliotecário.
Para entender quais signos que os usuários e comunidade apreenderam para acreditar
que as bibliotecas pesquisadas possuíam bibliotecários, demonstraremos categorização das
respostas colhidas nos questionários seguida por alguns comentários dos entrevistados.
Tabela 01- Categorização das respostas da pergunta: Quais características (físicas, psicológicas e de
personalidade) o levam a acreditar que essa pessoa seja um (a) bibliotecário?
Número de
Categorias citações das Porcentagem
categorias
Conhecer acervo/ ter informações 11 34,37%
Conhecer o bibliotecário 1 3,12%
Ficar separado numa sala/ou mesa 3 9,37%
Mau humor 1 3,12%
Organização 4 12,50%
Paciência 2 6,25%
Roupa social 1 3,12%
Se apresentou como bibliotecário 2 6,25%
Seriedade 3 9,37%
Trabalhar na biblioteca 4 15,50%
Fonte: Desenvolvido pelos autores, 2017.
que mostra como o signo age para a composição da imagem do bibliotecário. Algo que nos
chama atenção, são algumas das respostas dadas:
A pessoa sabia aonde estavam localizados todos os livros da biblioteca, sempre que
procuravamos por algo e não achavamos ele ia ate o setor em que estavamos para
tentar.
A partir das respostas destacadas é possível compreender como a relação dos signos,
objeto e telespectadores (interpretantes) foi construída. Percebemos que muitos signos
apontam para o objeto e os interpretantes externalizaram tal percepção por meio de suas
respostas. Partindo deste entendimento, atribuímos que a construção da imagem do
bibliotecário é constituída pelos seguintes fatores: saber a localização dos livros, trabalhar e
organizar a biblioteca, oferecer auxílio, a seriedade, ser atencioso e mal humorado, sendo
esses os signos que fizeram com que o usuário percebesse os profissionais das unidades
informacionais universitárias como o bibliotecário. Dessa forma vemos como a semiótica
apresentada por Peirce se constrói, mostrando de uma maneira clara como a imagem do
bibliotecário foi construída para esses usuários e quais foram as suas percepções acerca do
bibliotecário.
Para aqueles que não acreditam que a biblioteca possuía um bibliotecário, destinamos
a pergunta 09 do questionário, conforme consta na Tabela 2:
1781
Tabela 02- Categorização das respostas da pergunta daqueles que não acreditam que a biblioteca de sua
universidade possui um bibliotecário
Número de citações
Categorias Porcentagem
das categorias
Organização 1 12,50%
Acolhedor/receptivo 2 25%
Ter Conhecimento 2 25%
Não soube indicar material 1 12,50%
Boa comunicação/carisma 2 25%
Fonte: os autores.
A partir dessas respostas, percebemos a clara apreensão dos signos apreendidos, como
por exemplo, signos relacionados à organização, sendo que o objeto é organizado, instrui
acerca de informações que outras pessoas precisam. A percepção dos usuários nesta questão
nos faz crer que mesmo que não acreditem que a biblioteca possua um bibliotecário, os signos
apresentados a eles, fazem com que acreditem que o bibliotecário seja quem apresente tais
signos, sendo aqui aplicados os princípios apresentados por Peirce sobre primeiridade,
secundidade e terceiridade.
A primeiridade é pertencente à natureza da qualidade, sendo tão somente um
sentimento, ou a primeira apreensão feita, quando os espectadores constatam um signo que é
ligado à biblioteca, ao conhecimento, ou às características do objeto. A secundidade ocorre
quando há a interação dos signos com o objeto, ou seja, a ligação destes de uma forma que
implique ao objeto a ideia de existência já estabelecida pelos pensamentos, sem a necessidade
de um mediador com os primeiros signos apresentados. E por fim obtemos os princípios da
1782
terceiridade que nada mais são do que a percepção dos usuários, numa síntese intelectual, na
qual o pensamento vai ao encontro daquilo que percebemos o que neste caso, significa que os
signos apreendidos com relação ao objeto, se posicionam com aquilo que percebemos como o
objeto bibliotecário.
Por fim, os respondentes foram questionados acerca do que acreditam que um
bibliotecário faz, e as respostas foram compiladas na Tabela 3.
Tabela 03- Categorização das respostas da pergunta: O que você acredita que um bibliotecário faz?
Número de citações
Categorias Porcentagem
das categorias
Organização 25 33,33%
Catalogar 10 13,33%
Livros 15 20%
Informação 11 14,66%
Orienta/indica leituras 12 16%
Gerir unidade de informação 2 2,66%
Fonte: os autores
Organiza a biblioteca
Cuida da informação
não sei ao certo, mais creio que organizar a biblioteca, os livros e melhor
entendimento da historia como um todo.
Retomando o dito de Peirce sobre o objeto do signo como sendo aquilo com que o
signo possui uma familiaridade, de tal maneira, que o signo possa fornecer alguma
informação adicional, assim o signo não só pode fornecer a informação de algo como pode
agregar sua possível continuidade de conhecimento, ou seja, no caso do bibliotecário
universitário, os signos que se apresentaram em formas de conhecimento (inteligência), os
signos que a descrevem o que fazem (atribuição) e signos que reforçam até mesmo a
dependência dos usuários em buscar ajuda com os bibliotecários (sabedoria), vemos então,
que o objeto bibliotecário tem uma continuidade do que já é pré-definido na mente das
pessoas do que é um bibliotecário e em alguns momentos os signos refutam até mesmo o
senso comum, trazendo à tona outras nuances do objeto bibliotecário, mas não se distanciando
do que a sociedade acredita que um bibliotecário faça.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no estudo teórico e prático desenvolvido nesta pesquisa, resultado das
pesquisas bibliográficas realizadas e das análises dos questionários aplicados, conectando
aspectos teóricos e pesquisa de campo, somos levados a crer que o desenvolvimento do
presente estudo possibilitou uma análise e o entendimento de como a imagem é formada na
mente humana, através da tríade sígnica composta por: objeto, signo e representamen,
explicado por meio da semiótica Peirciana, podendo descrever como se deu a construção da
imagem do bibliotecário para os alunos e comunidade de universidades.
De modo geral, a imagem do profissional bibliotecário universitário é retratada com
significativa frequência no âmbito acadêmico. Entretanto, debruçar-se sobre este tema que
enfoca a construção da imagem do profissional, sem a abordagem de perfil e estereótipo, são
realidades menos comuns, sobretudo quando analisada a comunidade acadêmica de uma
universidade. Na busca pelo entendimento desse olhar, o foco deste trabalho de pesquisa,
centrou-se no objeto bibliotecário e suas relações sígnicas que possibilitaram o conhecimento
1784
REFERÊNCIAS
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia
científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
FONSECA, Edson Nery da. Introdução à biblioteconomia. São Paulo: Pioneira, 1992.
GRAY, David E.. Pesquisa no mundo real. 2. Porto Alegre: Penso, 2012.
Abstract: Due to the impossibility of storing, organizing and making available everything that
is published, libraries complement the options of sources of information to the community
served. To do so, they provide access to databases that group, organize and disseminate the
bibliographic production in several areas. However, due to a variety of databases and
suppliers, it is fundamental to analyze different elements to select them, including, available
content, indexed publications and its exclusivity. This study aims to compare content
availability of two academic databases in the business and administration fields. It is an
exploratory and documentary research that considered as corpus of analysis the list of titles
of journals indexed in the databases analyzed. Results showed that there is a similarity in
content, since almost half of the journals are indexed in both databases analyzed. It can be
concluded that it is fundamental that the librarians reinforce the importance of selection to
1788
form collections and make content available to users and to analyze several elements before
deciding to sign up for a certain database.
1 INTRODUÇÃO
As bases apresentam diferentes formatos e abrangências, ―[...] seu conteúdo pode ser
apresentado com base no assunto ou temática, na tipologia dos documentos indexados, na
clientela, ou no caráter privado ou público dos produtores‖ (SILVA; RAMOS; NORONHA,
2006, p. 271). Segundo Cendón (2002, p. 32) as bases de dados podem ser generalistas ou
especializadas.
As generalistas têm uma abordagem diversificada em relação às bases que oferecem,
cobrindo diferentes tipos (numéricas, referenciais, texto completo etc.) e uma variedade de
assuntos (negócios, notícias, ciências sociais e as mais diversas áreas de ciências e tecnologia,
como agricultura, agronomia, química, engenharia, informática, educação, energia,
administração, patentes etc.). As especializadas focalizam-se em um assunto específico, por
exemplo, bases de dados da área financeira.
1791
Outro ponto que merece destaque é que a indexação em bases de dados é considerada
um fator fundamental para a visibilidade dos periódicos. Segundo Packer e Meneghini (2006, p.
238), ―quanto maior a visibilidade de um periódico, maior é seu potencial de fazer com que seus
artigos sejam acessados, lidos e citados, especialmente no âmbito da sua disciplina ou área
temática.‖ Quanto mais lido é um periódico maior são as chances de ser citado, por isso,
em geral, os periódicos que são reconhecidos como referências obrigatórias em uma
disciplina ou área temática são também os indexados nos principais índices internacionais e
vice-versa, isto é, os periódicos com alta presença e poder de resposta nos índices internacionais
tendem a consolidar-se como referência (PACKER; MENEGHINI, 2006, p. 239).
Os periódicos são considerados o principal veículo para divulgação da informação
científica, pois ―os periódicos científicos acumulam a memória da ciência e para tanto publicam
continuamente novos resultados de pesquisa científica‖ (PACKER; MENEGHINI, 2006, p.
237), tem como propósito ―comunicar o conhecimento produzido pelo homem no tempo e no
espaço e atravessa[m] os séculos chamando para si a responsabilidade de veicular o
conhecimento científico e contribuir para a história humana‖ (CARVALHO, 2011, p. 39), são
fontes de informação essenciais para a pesquisa. Quartiero e Vargas (2016, p. 120) ressaltam
que
Os periódicos científicos representam o principal canal de divulgação de
informações da ciência. Neles, os cientistas ou pesquisadores podem registrar
publicamente o produto de suas pesquisas e consultar os resultados de trabalhos
desenvolvidos pela comunidade científica. Para que um periódico conquiste a
publicação de contribuições relevantes para determinadas áreas do conhecimento
pode tornar-se fundamental o reconhecimento proporcionado pela indexação em
bases de dados internacionais. Essas bases responsabilizam-se por compilar,
selecionar e agrupar títulos notáveis do cenário mundial, atendendo critérios
estabelecidos.
Portanto, ―[...] todas as bases são pautadas em critérios de seleção, pois mesmo as que
definem apenas o âmbito, cobertura e público-alvo, selecionam com que porção do universo
publicado irão trabalhar‖ (CASTRO, 2011, p. 113). Desta forma, tais características da base de
dados também são elementos fundamentais para a biblioteca selecionar e adquirir determinada
base, ainda mais aquelas que procuram incluir periódicos de referência em suas coleções.
As bibliotecas universitárias baseiam a seleção de fontes de informação considerando ―o
valor do item para as atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas‖ (VERGUEIRO, 1989, p.
43). Segundo Weitzel (2002, p. 63), o desenvolvimento de coleções é fundamental para compor
1792
vistos por meio da identificação (título da base, tipo, produtor, objetivo, data de produção,
produção e manutenção); conteúdo (cobertura, abrangência e capacidade); acesso (linguagem de
indexação, recuperação e recursos de busca); desenho (interface, mídias, legibilidade e
facilidade de navegação); valores agregados (links, transferência de arquivos, consultas em
outros idiomas, acessos múltiplos); disponibilização (meio de divulgação, custo e forma de
aquisição); produtos gerados (serviços de notificação, busca e concessão de licenças) e outras
considerações pertinentes a cada base específica.
Outro ponto que merece atenção, é o fato dos serviços de indexação e resumos
constituírem uma indústria, são várias empresas produzindo um grande número de índices. Essa
indústria cresce a cada dia e os produtores criam novos produtos para atender necessidades
específicas das bibliotecas (CÉNDON, 2000, p. 227). Diante de tantas empresas fornecendo
acesso online, a seleção de bases de dados torna-se um dilema para as bibliotecas universitárias,
que enfrentam restrições orçamentárias para formar suas coleções e disponibilizar outros
recursos de informação aos usuários, e precisam selecionar entre as diversas bases de dados
disponíveis no mercado as que oferecem conteúdo de qualidade, referência para a área temática
coberta e que realmente atendam a comunidade acadêmica.
Ademais, com a oferta de inúmeras bases de dados observa-se que ―as empresas
comerciais provedoras de informação empacotam (negociam) registros de bases de dados e
textos integrais de documentos‖ em ―interfaces de busca cada vez mais sofisticadas‖, mas
oferecem ―conteúdos praticamente similares‖ (CUENCA et al, 2008-2009, p. 79). Soma-se a
isso a oferta de diferentes fornecedores e os variados modelos de negócios, como destaca
Céndon (2000, p. 227):
O cliente pode escolher um ou vários fornecedores e acessar todas ou algumas entre as
centenas de bases disponíveis. Algumas podem ser oferecidas por vários fornecedores; outras
por apenas um. O custo do acesso é determinado por diferentes métodos, variando conforme o
vendedor e o tipo de contrato de fornecimento. O preço pode ser estabelecido com base em
assinaturas anuais, número de buscas realizadas ou número permitido de usuários com acesso
simultâneo ao sistema.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
173
Fator de impacto ou FI é um indicador bibliométrico que atribui a periódicos indexados na Web of Science
―números baseados na razão entre o número de citações recebidas por artigos de um periódico nos dois anos
seguintes à sua publicação e o total de artigos produzidos nesse mesmo período‖ (QUARTIERO; VARGAS,
2016).
1795
A análise dos dados considerou publicações periódicas, isto é, 5573 títulos na Base A
e 5486 títulos na Base B após a eliminação dos títulos duplicados ou de materiais que não se
tratavam de periódicos.
O tipo de publicações indexadas pode ser um indicador do público alvo da base de
dados. Nesse sentido, verificou-se que entre os títulos indexados na base de dados A a maior
parte (60,45%) são de periódicos acadêmicos, seguidos por revistas (20,99%) e publicações
174
As publicações comerciais são periódicas escritas especificamente para participantes da indústria, freqüentemente contêm
dados que não podem ser encontrados em outros lugares e geralmente contêm artigos que discutem questões ou importância
para os participantes no setor. (YALE UNIVERSITY LIBRARY, [2007])
1796
2000 Base A
1500 Base B
1170
1034
1000
500 313
0
Academic Journal Magazines Trade Publication
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
Exclusivos Duplicados
associados as análises das fontes de informação a serem adquiridas podem contribuir para o
desenvolvimento de coleções mais planejadas e representativas das áreas do conhecimento,
bem como condizentes com as necessidades da comunidade atendida.
Ao verificar o quantitativo distribuído por tipo de publicação em cada base, observou-
se que na base A os periódicos acadêmicos e as revistas possuem uma maior quantidade de
títulos exclusivos, conforme figura 3.
Figura 1: Duplicados e exclusivos da Base A
Base de dados A
4000
3000 1602
2000
1767 432 557
1000 737 477
0
Academic Journal Magazines Trade Publication
Exclusivos Duplicados
Base de dados B
3000
1563
2000 896
1000 133
1315 1399
0 180
Academic Journal Magazines Trade Publication
Exclusivos Duplicados
significa que os fornecedores das bases de dados têm entendimentos distintos sobre a
classificação dos periódicos indexados, implicando em divergências nas informações
fornecidas pelas bases a respeito da classificação do tipo da publicação de periódicos,
divergência comprovada ao verificar que se trata do mesmo título pelo ISSN.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Periódicos da Capes, para assim fundamentar a seleção e assinatura das bases de dados em
uma determinada área do conhecimento.
Embora parciais, os resultados obtidos corroboram a necessidade de verificar com
mais atenção os conteúdos oferecidos pelos fornecedores, o que traz à tona a importância da
seleção para a formação de coleções consoantes a organização do conhecimento e condizentes
com as necessidades da comunidade acadêmica.
Espera-se que o estudo apresentada possa incitar a reflexão dos profissionais
bibliotecários, bem como dos estudantes e docentes dos cursos de Biblioteconomia acerca da
seleção como atividade fundamental e, principalmente, seja um incentivo para o
empoderamento dos bibliotecários e das bibliotecas frente a ofertas e modelos de negócios
impostos pelos fornecedores.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 8666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em 05 jan. 2018.
CARVALHO, Kátia da. Revista científica e pesquisa: perspectiva histórica. In: POBLACION,
Dinah Aguiar et al. (Org.). Revistas científicas: dos processos tradicionais às perspectivas
alternativas de comunicação. Cotia: Ateliê Editorial, 2011. p. 23-42.
CUNHA, Murilo Bastos da. Fontes secundárias. In: ______. Para saber mais: fontes de
informação em ciência e tecnologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2001. p. 35-125.
1801
QUARTIERO, Emanoel; VARGAS, Vera do Carmo Comparsi de. Análise estatística de fatores
de visibilidade dos periódicos científicos brasileiros indexados na Web of Science e Scopus.
Biblos: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, v. 30, n.2, 2016.
Disponível em: <https://www.seer.furg.br/biblos/article/download/5620/4438>. Acesso em: 05
jan. 2018.
SILVA, José Fernando Modesto da Silva; RAMOS, Lucia Maria S. V. Costa; NORONHA,
Daisy Pires. Bases de dados. In: POBLACION, Dinah Aguiar; WITTER, Geraldina Porto;
SILVA, José Fernando Modesto da Silva (Org.). Comunicação & produção científica:
contexto, indicadores e avaliação. São Paulo: Angellara, 2006. p. 261-285.
RAYMUNDO N. MACHADO
Abstract: The activity of collection evaluation gives the collection‟s manager librarian
knowledge of the collection‟s core and peripheral areas, or part of it. This study has as test-
objective two methods centered in the collection use, those being the Usage Factor and the
Rule 80-20. For such task, two curricular components of the Library Science and
Documentation courses (UFBA) were selected, with the listed books in the bibliography
section being used as analysis units. The results direct the librarian‟s decision making,
alongside with the teacher responsible by the components, in order to keep the collections in
a satisfactory level of attending to the informational needs of the user community. I concluded
that the evaluation centered in the collection use and the methods of Usage Factor and the
Rule 80-20 were viable for the study‟s objective.
1 INTRODUÇÃO
para que o bibliotecário, gestor das coleções, possa tomar as decisões com bases em dados
que foram examinados com rigor metodológico, direcionando ações que venham a contribuir
para um melhor desempenho das coleções segundo os objetivos de sua formação e
desenvolvimento.
Desse modo o bibliotecário avalia o que foi adquirido por compra, permuta ou doação
após passar por criterioso estudo de seleção pautado nas necessidades de informação da
comunidade de usuários da biblioteca e nos objetivos da biblioteca e da mantenedora
(EVANS, 1995).
Esse estudo tem como objetivo examinar a viabilidade dos métodos Fator de Uso e
Regra 80-20, que tem no uso da coleção sua principal fonte de dados visando, desse modo,
um exame mais acurado com toda a coleção de lastro da Biblioteca do Instituto de Ciência da
Informação (ICI), da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Este trabalho, além da introdução, possui mais quatro seções. A seção dois apresenta
um panorama da avaliação de coleções e, na subseção, a descrição dos métodos de Fator de
Uso e Regra 80-20. Na sequencia, o método de natureza quantitativa e os procedimentos
utilizados para o desenvolvimento desse estudo. Na quarta seção são descritos os dados em
três subseções, a primeira contém os dados da coleção, a segunda os dados de uso e a última
subseção a discussão dos dados, em seguida a conclusão e referências que constituíram a base
do estudo.
2 AVALIAÇAO DE COLEÇÃO
Hoje, com o avanço dos sistemas de automatização das bibliotecas, os dados estão
disponíveis, como por exemplo no setor de empréstimo que contém os dados relacionados
com o uso das coleções. Isso que propicia um terreno fértil para estudos em torno das
coleções de uma biblioteca, principalmente as coleções compostas pela tipologia ―livro‖,
possibilitando ao bibliotecário desenvolver um estudo de avaliação centrada na coleção, visto
que os dados de circulação das coleções estão disponíveis em sistemas automatizados (AGEE,
2005). Hoje esses sistemas disponibilizam um conjunto de dados de natureza quantitativa que
antes era impossível de coletar com tanta rapidez e confiança (BORIN; YI, 2008).
Evans (1995) sinaliza razões internas e externas para avaliar uma coleção, sendo as
internas referentes às necessidades relacionadas ao desenvolvimento de coleções e a dotação
orçamentária, e as externas às necessidades da organização mantenedora bem como a extra
organizacional, o que requer do gestor das coleções um constante monitoramento do meio
ambiente, interno e externo, identificando as possíveis influências para o desenvolvimento de
coleções. O objetivo da avaliação de coleção é identificar áreas da coleção considerada núcleo
e periféricas, as primeiras tem um volume de uso ideal, enquanto que a segunda um volume
de uso considerado baixo.
As abordagens quantitativa e qualitativa (EVANS, 1995; FIGUEIREDO, 1998) que
permeiam o estudo de avaliação de coleções reúnem uma série de técnicas de exame
direcionadas à coleção de livros e periódicos, por exemplo, mas que podem ser estendias a
outras tipologias de matérias da coleção.
Estudos centrados no uso da coleção vêm sendo realizados em distintas áreas do
conhecimento, principalmente no cenário das bibliotecas universitárias. No Quadro 1
selecionamos três desses estudos, realizados em diferentes épocas, 1986, 1996, 2006, que tem
no uso da coleção seu principal método de análise.
Quadro 1 – Sinopse dos estudos de avaliação de coleções com foco no uso das coleções.
Unidade de
Autores(as) Objetivo Área de estudo Método
análise
Borinelli e Avaliar a coleção de Comércio Livros das Uso da
Nascimento obras da Biblioteca Exterior bibliografias coleção, vida
(2006) Central Comunitária da básicas dos média e
Universidade do Vale do programas obsolescência
Itajaí de ensino
Chiara, Analisar o uso da coleção Áreas de Ciências Livros Uso da
Prazeres e de livros da biblioteca Humanas, Sociais coleção
Luz (1996) central da Universidade Aplicadas, Letras,
Estadual de Londrina Linguística e
Artes
1806
3 MÉTODO E PROCEDIMENTOS
Fator de Uso (FU) foi adotada a fórmula: , para: FU = 1 a coleção tem uso
várias edições de um mesmo título bem como seu equivalente em língua estrangeria (para
esse fato apenas foi registrada uma ocorrência). Para o período foi estimado uma relação de
7,5 exemplar por título.
Pelos dados da Tabela 1 pode-se verificar que a classe 007 possui três títulos e 31
exemplares com a maior relação exemplar por título (10,3) seguida pela classe 027 que conta
com dois títulos e 11,0 exemplares por títulos. A classe 02 detém a maior quantidade de
títulos (6) e de exemplares (37) enquanto que classe 316 possui a melhor relação
exemplar/título visto que possui apenas um título e três exemplares.
No período de 2013 a 2016 a volume de empréstimos externos correspondeu a 1.992,
com média estimada em 498 empréstimo/ano e desvio padrão igual a 236, uma pequena
variabilidade no uso da coleção. Na Tabela 2 são descritos os dados referentes aos
empréstimos externos, sendo eles: volume, proporção e média de empréstimo. Quanto ao
volume de empréstimos para o período (2013-2016) a classe 002 foi a menor em circulação
totalizando 6 (0,3%), o máximo foi para classe 007 que contabilizou 676 (33,9%)
empréstimos estabelecendo uma média de 169,0 empréstimo por ano.
Nessa subseção são descritos os dados relacionados ao uso da coleção. Para Chiara,
Prazeres e Luz (1996, p. 178) ―Os estudos de uso são realizados com o objetivo de se verificar
quais os materiais da biblioteca são utilizados e qual o volume de uso dos mesmos.‖
identificando a coleção núcleo e a coleção periférica, características essas pautadas no volume
de uso num determinado período.
O Fator de Uso refere-se neste estudo ao volume de circulação externa do título no
período analisado (2013-2016), sendo esse apresentado no Quadro 2 que é formado pela
classe de assunto (CDU), total de títulos, probabilidade de uso, exemplares e o Fator de Uso.
A probabilidade de uso refere-se ao uso ideal de uma classe de assunto no determinado
1812
período, visto que qualquer acréscimo de novo título a altera (LANCASTER, 1996). A última
coluna é dedicada ao Fator de Uso FU), sinalizando para as classes com alta ou baixa
intensidade de uso.
A classe 007 foi super utilizada (FU > 1), visto que a quantidade de títulos não atende
à demanda do setor de empréstimo e seu Fator de Uso foi considerado muito alto (FU = 2,2)
em relação aos demais. Nessa classe de assuntos estão aqueles relacionados a aspectos ligados
a informação, introdução a biblioteconomia, documentação e a ciência da informação. Outro
ponto a ser observado foi o uso real (33,79%) superior ao estimado (15,79%). No Gráfico 1
podemos visualizar a dimensão da circulação da coleção pelo FU.
2,00
Fator de Uso
1,50
1,00
0,50
-
002 007 02 023 025 027 316
Classe de assunto (CDU)
Com o resultado do FU a classe 007 foi considerada super utilizada e a seleção para
duplicação de títulos é uma ação a ser pensada a fim de atender a demanda. Para as classes
023 e 025 deve-se manter o ritmo de seleção, visto que essas classes estão se comportando
dentro do projetado para o seu uso. As classes 002, 027 e 316 consideradas subutilizadas
devem proceder ao desbastamento, enfatizando o remanejamento e monitoramento, uma
hipótese indicada seria seleção negativa, o que poderá ser confirmada ou refutada numa
avaliação futura.
O próximo passo foi verificar o quanto as coleções respondem às demandas de
empréstimos. Para tanto foi aplicada a regra 80-20 (TRUESWELL, 1969), o resultado
estimou que 66% do volume de empréstimo respondeu a 58% da coleção, portanto não se
aproximou da regra de 80-20, proposta por Trueswell. Entretanto, foi possível identificar o
quanto as coleções responderam aos pedidos de empréstimo externo efetuados pela
comunidade de usuários.
O uso das coleções está de certa forma condicionado a fatores como, por exemplo,
conteúdos ministrados em aula pelo docente e trabalhos desenvolvidos (como o de conclusão
1814
de curso). Estas variáveis podem levar a um maior uso das coleções e consequente maior
frequência do empréstimo externo.
Os fatores que levam um título a estar situado na zona periférica da coleção são bem
diversificados, um deles poderia ser a sua cópia digitalizada e disponível na Internet;
exemplar desatualizado, visto que há edição recente; a não indicação, pelo docente, de leitura
com fins de discutir o material em aula ou então exclusão do item da bibliografia.
Com base na análise pelo Fator de Uso, o bibliotecário gerente das coleções deverá
desenvolver ações a fim de identificar o porque do declínio do uso, o que requer estudo de
natureza qualitativa. Lancaster (1996) sinaliza que tanto uma classe com alto índice de uso
(super utilizada) como aquela com níveis mínimos de uso (subutilizada), por tanto periférica,
deixam de atender à demanda de informações dos usuários. E em ambas situações o usuário
não encontra o livro disponível para empréstimo, visto que ou todos os exemplares estão
emprestados, ou a biblioteca possui uma edição desatualizada, não interessante do ponto de
vista do usuário, ou então não possui o título desejado pelo usuário causando uma
subutilização.
As decisões de seleção para duplicação e remanejamento devem ser vistas com cautela
e examinada em conjunto com a equipe responsável pelo desenvolvimento de coleções, setor
de empréstimo e corpo docente, a fim de analisar todas as possiblidades tendo em conta a
progresso da área examinada, sua produção científica, inovação didática e atualizações nas
bibliografias.
A convivência com uma coleção híbrida, ou seja, impressa e digitalizada (visto que
podem haver cópias digitalizadas e disponíveis na Internet) deverá ser levada em conta na
análise do declínio da coleção, fato esse que poderá ser apontado numa avaliação centrada no
usuário, o que requer avaliações sistemáticas das coleções impressas.
A avaliação de coleções requer do bibliotecário, gestor das coleções, conhecimento da
coleção e da comunidade usuária da mesma, bem como dos dados disponíveis pelo setor de
empréstimo da biblioteca, uma vez que esses dados, quando analisados adequadamente, (ou
seja, dentro de um objetivo bem definido) poderão ―[...] revelar diferenças entre
comportamento real e comportamento ‗esperado‘ (em sentido probabilístico)‖.
(LANCASTER, 1996, p. 58), subsidiando tomada de decisão importante no contexto das
coleções avaliadas.
1815
5 CONCLUSÃO
Esse estudo piloto possibilitou um exame, embora sucinto, de dois métodos centrados
no uso da coleção, Fator de Uso e Regra 80-20. Como resultado foram indicadas partes da
coleção que estão com o uso acima do esperado, situação essa que requer do bibliotecário a
identificação das unidades que estão com intensidade de empréstimo, como também os
motivos desse alto uso, para então tomar a decisão coerente com a realidade. Deve-se, por
exemplo, examinar a taxa de retenção de um título que fica com o usuário além do prazo
estabelecido pelo setor de empréstimo, acarretando em uma longa lista de demanda reprimida,
como também a quantidade de exemplares para cada título. O mesmo procedimento deverá
ser adotado para os títulos considerados periféricos, ou seja, subutilizados. Em ambos os
casos o trabalho em conjunto do bibliotecário com o professor constitui-se um ponto relevante
na tomada de decisão, tornando a coleção dinâmica e atualizada dentro das possiblidades da
biblioteca.
Concluí que a avaliação de coleção centrada no uso foi adequada para chegar ao
objetivo delineado nesse estudo, e que o Fator de Uso e Regra 80-20 foram apropriadas,
podendo ser aplicadas na próxima avaliação abrangendo a coleção como um todo ou a
coleção do lastro, por exemplo. Contudo, fica clara a necessidade de desenvolver
metodologias e testá-las nesse novo ambiente das coleções, em constantes mudanças,
caracterizando as coleções como híbridas, na qual o impresso convive com o digital, exigindo
mais atenção do bibliotecário gestor das coleções e uma avaliação constante das coleções
impressas.
REFERÊNCIAS
BORIN, J.; YI, H. Indicators for collection evaluation: a new dimensional framework.
Collection Building, v. 27, n. 4, p. 136–143, 2008.
KNIEVEL, J.; WICHT, H.; CONNAWAY, L. S. Use of circulation statistics and interlibrary
loan data in collection management. University Libraries Faculty & Staff Contributions. 47,
2006. Disponível em: <http://scholar.colorado.edu/libr_facpapers/47>. Acesso em: 16 dez.
2017.
MIRANDA, A. L. C. de. Acervos de livros das bibliotecas das instituições de ensino superior
no Brasil: situação problemática e discussão de metodologia para seu diagnóstico permanente.
Ciência da Informação, v. 22, n. 1, p. 30-40, 1993.
TRUESWELL, R. L. Some behavioral patterns of library users: the 80/20 rule. Wilson Libr
Bull., v. 43, n. 5, p. 458-461, 1969.
1817
NYSIA OLIVEIRA DE SÁ
1 INTRODUÇÃO
2 USABILIDADE DE INTERFACES
3 HEURÍSTICAS DE NIELSEN
a) Visibilidade
A interface precisa disponibilizar acesso fácil e ágil às informações de que o usuário
precisa em tempo real e deve estar ao alcance dos seus olhos, o que contribui para que o
usuário se localize nas diferentes seções do site dentro do site, isto é, o usuário precisa ter
ciência de onde está situado bem como as ações que realiza no ato da navegação. Em síntese,
a visibilidade consiste em facilitar o entendimento das ações praticadas pelo usuário no site.
usuário e a interface. Tal familiaridade visa promover aproximação com o mundo real ao
proporcionar que as informações fiquem evidentes de forma natural e não associadas à termos
técnicos que são desconhecidos pelos usuários.
c) Controle fácil
Trata-se da autonomia (controle) do usuário para realizar ou desfazer alguma interação
de modo fácil na interface. Caso este selecione alguma função por engano imediatamente
precisará sair de tal interface indesejada de forma rápida e de fácil localização.
d) Consistência e padrões
Significa que a interface precisa ter consistência adotando os mesmos elementos de
página sejam eles caracteres, menus, ícones e botões de atalho, por exemplo, para as mesmas
tarefas estando em áreas diferentes do site.
e) Prevenção de erros
Consiste nas mensagens, mediadas por janelas de diálogo, para os usuários com alerta
sobre o que este estará sujeito caso decida prosseguir com determinada ação na navegação.
Evitar que erros ocorram na experiência de navegação do usuário é função de tais mensagens
que confirmem a opção do mesmo antes de realizarem determinada ação.
f) Reconhecimento
Considera os aspectos de reconhecimento do caminho percorrido pelos usuários dentro
dos sites para a busca e realização de determinadas ações no ato da navegação. Favorece e
estimula a intuição do usuário ao reconhecer de maneira fácil e rápida elementos de páginas
(ícones e botões) ao passo que este não precisará memorizar para operar as funções do site.
Porém, caso seja necessário instruções para realização de atividades no site devem ser de fácil
recuperação na interface.
g) Flexibilidade
A flexibilidade é alcançada por meio de atalhos presentes como elementos de página
nas interfaces dos sites, com a finalidade de acelerar a interação do usuário com a função que
este busca. Os atalhos encurtam e facilitam o caminho para ações mais frequentes realizadas
pelos usuários nas interfaces.
1822
h) Estética
O design das interfaces deve considerar aspectos minimalistas nos elementos de
página para compor sua estrutura com a finalidade de viabilizar clareza e objetividade,
evitando excesso de informações e elementos desnecessários, isto é, sem poluição.
i) Ajuda os usuários
A interface deve estar programada para gerar mensagens de erros claras e objetivas, por
meio de caixas de diálogos, que venham a sugerir soluções de como usuário deve agir para
desfazer determinada função selecionada, com a finalidade de assegurar a integridade do
mesmo. Tais mensagens devem ser elaboradas de forma simples, priorizando a
correspondência com o mundo real.
j) Ajuda e documentação
Visa a acessibilidade à documentos de ajuda ao usuário como, por exemplo, manuais
de navegação, tutoriais de atividades, mapas do site e etc.
4 METODOLOGIA
Adota como metodologia a pesquisa aplicada, onde busca-se ter conhecimento sobre o
grau de usabilidade dos sites da IFES brasileiras pelo emprego da teoria das heurísticas de
Nielsen (1995). Para Gil (2010), esse tipo de pesquisa busca obter conhecimento acerca do
objeto estudado e a partir disso relacionar com o referido contexto. O campo empírico deste
estudo são os sites da IFES selecionadas. Para análise dos dados foi utilizado método
avaliativo mediante a codificação positiva (1) ou negativa (0) para cada heurística selecionada
e posterior a isso a interpretação das porcentagens obtidas.
0 1 0 1 0 1 0 1 0 0
Fonte: Os autores (2017).
1823
Esse total como conjunto para análise se mostrou significativo considerando tanto o
quantitativo quanto serem regiões com características sócio-econômicas bastante distintas.
Ainda como resultados do levantamentos das IFES apresenta-se nos quadros a seguir
as regiões Nordeste e Sudeste (cujo o processo de análise ainda encontra-se em andamento):
A análise das IFES das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul foram efetuadas com base
em três heurísticas, por serem as que mais impactam na experiência de navegação: Controle
fácil, autonomia do usuário para realizar ou desfazer alguma atividade de modo ágil;
Reconhecimento, identificação de recursos e ícones para estimular a intuição do usuário e
não a memorização; Flexibilidade, ocorrência de atalhos que dinamizam a navegação.
5 RESULTADOS PRELIMINARES
As análises feitas nos 26 sites das três regiões (Norte, Centro-Oeste, Sul) com base nas
três heurísticas pré-definidas e os resultados preliminares deste estudo, serão apresentadas
nesta seção. Primeiramente o resultado da análise quantitativa pelo método avaliativo na
codificação positiva (1) ou negativa (0) para cada heurística, na identificação das
universidades. Visto isso, seguem os resultados qualitativos por meio do método
interpretativo das porcentagens obtidas para cada heurística.
1826
Na teoria, a heurística Controle fácil afirma que ―[...] usuários geralmente escolhem as
funções do sistema por engano e precisarão de uma ‗saída de emergência‘ claramente
marcada para deixar o estado indesejado sem ter que passar por um diálogo prolongado.‖
(NIELSEN, 1995). Assim, foi observado que 19 universidades não violam esta teoria
enquanto 7 apresentaram violações em sua interface.
A heurística Reconhecimento na teoria recomenda que se ―Minimize a carga de
memória do usuário, tornando visíveis objetos, ações e opções. O usuário não deve ter que
lembrar as informações de uma parte do diálogo para outra. As instruções para o uso do
sistema devem ser visíveis ou facilmente recuperáveis sempre que apropriado.‖ (NIELSEN,
1995). Assim, foi observado que 21 universidades não violam esta teoria enquanto 5
apresentaram violações em sua interface.
Na que se refere à heurística Flexibilidade coloca que ―Aceleradores - não vistos pelo
usuário novato - muitas vezes podem acelerar a interação para o usuário especialista, de modo
que o sistema possa atender a usuários inexperientes e experientes. Permitir que os usuários
adaptem às ações freqüentes.‖ (NIELSEN, 1995). Assim, foi observado que 18 universidades
não violam esta teoria enquanto 8 apresentaram violações em sua interface.
Em relação às porcentagens obtidas pelas heurísticas foi possível alcançar o seguinte
resultado: 69% dos sites possuem controle fácil, 80% são de fácil reconhecimento e 65%
apresentam características flexíveis.
No que tange ao Controle Fácil, obteve-se predominância no Centro-Oeste, com 80%,
região de menor concentração de universidades. Em seguida, as regiões Norte e Sul
apresentaram 70% e 64% respectivamente com relação ao Controle Fácil. Pode-se observar
que mais da metade (50%) das universidades, considerando por região, manifestaram ser
usuais pelo Controle Fácil, embora nenhuma tenha alcançado a máxima.
Com relação ao Reconhecimento, obteve-se unanimidade no Centro-Oeste, com todas
(100%) as universidades tendo manifestado o que diz a teoria sobre tal heurística. Em
seguida, as regiões Norte e Sul apresentaram 90% e 64%, respectivamente, com relação ao
Reconhecimento. Pode-se observar que mais da metade (50%) das universidades por região
manifestaram ser usuais pelo Reconhecimento, porém a região Sul se destaca de maneira não
favorável, pois a região Norte, por margem percentual pequena, quase obteve o mesmo índice
da região Centro-Oeste.
1827
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
manter a objetividade nos menus e submenus; adicionar atalhos como elementos de páginas
quando necessário de acordo com finalidade do site.
É importante ressaltar que a estruturação de um site deve ser precedido por estudos que
procurem identificar o comportamento informacional dos usuários na busca da informação,
considerando para tanto o contexto em que atuam, no caso as IFES e, também, aspectos
sociais e psicológicos dos seus usuários em potencial.
A próxima etapa da pesquisa terá como objetivo expandir a avaliação para os 62 sites,
contemplando dessa forma todas as regiões, e considerando as dez heurísticas de Nielsen.
Serão efetuadas, também, análises mais avançadas com relação a usabilidade dos sites,
procurando correlacioná-las com o número de alunos matriculados e os diversos cursos
existentes em cada IFES. Por fim, busca-se, ao ampliar e aprofundar esta pesquisa contribuir
para o avanço de estudos nessa área, de tal forma que os usuários sejam os principais
beneficiários ao facilitar o acesso à informação existente nas coleções das bibliotecas
universitárias dessas instituições.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. e-Mec. Brasília, DF, 2017. Não paginado. Disponível em:
<http://emec.mec.gov.br/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
NIELSEN, J. 10 usability heuristics for user interface design. Nielsen Norman Group,
California, 01 jan. 1995. Disponível em: <https://www.nngroup.com/articles/ten-usability-
heuristics/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
1829
Resumo: Gerir pessoas é tarefa árdua e prazerosa a medida que o tempo de relacionamento
entre as partes avança. As pessoas são o principal ativo da empresa. No ambiente público,
especificamente, no ambiente universitário, às variações de políticas públicas não
recompensam financeiramente os servidores, muitas vezes os danos são maiores à imagem do
servidor perante o público atendido do que o a realização de suas funções. Cabe a gestão
buscar estratégias que favoreçam um ambiente motivador ao desempenho das funções dos
1831
Abstract: Managing people is an arduous and pleasurable task as the time of relationship
between the parties moves forward. People are the main asset of the company. In the public
environment, specifically in the university environment, the variations of public policies do
not reward financially the servers, often the damages are greater to the image of the server
before the attended public than the accomplishment of its functions. It is up to the
management to seek strategies that favor a motivating environment to the performance of the
functions of the servers contributing to the recognition of the importance of this subject for
the whole society. This research aimed to verify the receptivity of the servers of the UFCG
Central Library regarding the performance of administrative management and the actions
taken to improve work processes. We used the easy poll tool and printed questionnaire for the
servers with difficulties to operate computers and internet resources, containing 34 questions,
32 of which were objective and 2 were subjective. The collection period was broad and
democratic, where both respondents through the site and respondents through the printed
questionnaire did not need to identify themselves and all responses were considered for the
quantitative-qualitative analysis of the research. From the obtained results, one can observe
an excellent receptivity of the implemented actions, mainly in those that are directly related to
the recognition of the work of the servants and improvements in the building infrastructure
and the processes of technological information and internal communication. The challenges
are many, but all are possible to overcome with the mutual effort of the management with the
servers.
1 INTRODUÇÃO
1.2 JUSTIFICATIVA
Há uma clara divisão, não proporcionada pelas gestões que já atuaram na BC, entre os
servidores pela finalidade de seu trabalho, ou seja, a função tem influenciado no
comportamento de alguns servidores em questões de trabalho a tal ponto em que há barreiras
para um bom fluxo na consecução de projetos necessários para o engrandecimento da
biblioteca.
O desafio continua enorme mesmo após 365 dias de gestão, contudo, com a pesquisa
apresentada, temos um norte a seguir e um porto seguro nos encaminhamentos que os
próprios servidores deram de contribuição para que a gestão possa continuar a alcançar metas
e objetivos necessários para que a Biblioteca Central permaneça continuamente em
crescimento, padronização e qualificação de seus serviços aos seus usuários.
Aqui é necessário pensar que o desafio de gerir na Biblioteca Central (BC) torna-se
maior em virtude da própria estrutura estabelecida pela forma de entrada dos servidores e da
cultura arraigada em muitos dos que atuam na BC. Não podemos mais pensar o mundo, e
consequentemente nossos usuários, como há décadas atrás.
1834
Para que as pessoas possam trabalhar satisfatoriamente em equipe, ou seja, para que
as pessoas possam produzir resultados, a gestão, outra peça fundamental no meio empresarial,
precisa desempenhar muitas funções ativadoras. Dentre estas funções, sobressai a liderança.
O líder precisa saber como lidar com pessoas e, para isto, a principal ferramenta
gerencial existente é a liderança, por direcionar as pessoas em função do alcance dos objetivos
organizacionais. Além disso, a habilidade de liderança não é nata, nem privativa de alguns
poucos superdotados. Ela tem de ser apreendida e incorporada ao comportamento do líder
para fazer parte do seu cotidiano de trabalho.
Liderar não significa apenas ter seguidores, mas saber quantos líderes se conseguiu
criar entre esses seguidores. A essência da liderança só é possível praticar, sentir, intuir, ou
desenvolver em nossa própria essência; o verdadeiro líder está em busca contínua de
evolução.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Toda pesquisa é feita pelo confronto entre seus dados, suas evidências e as
informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a
respeito dele. Em geral, isso se faz a partir de estudo de um problema, que ao mesmo tempo
1835
4 RESULTADOS DA PESQUISA
RESULTADOS
Respuestas;
Não; ;
Respuestas;
Sim; 100%;
100%
Sim Não
Respuestas; Sim;
96%; 96%
Sim Não
Respuestas;
Não; ;
Respuestas;
Sim; 100%;
100%
Sim Não
Respuestas; Bom;
46%; 46%
Respuestas;
Razoável; 19%; 19%
Respuestas;
Razoável; 19%; 19%
Respuestas; Não
Respuestas; sabia deste
Excelente; 31%; serviço; 27%;
31% 27%
Respuestas;
Indiferente; 12%;
12%
Respuestas;
Bom; 31%; 31%
Respuestas; Respuestas;
Acertada; 54%; Necessária; 42%;
54% 42%
Respuestas;
Respuestas; Indiferente; ;
Excelente; 31%; Respuestas; Bom;
31% 38%; 38%
Respuestas;
Razoável; 31%; 31%
Respuestas;
Necessário;
42%; 42%
Respuestas;
Satisfatório;
69%; 69%
Suficiente Satisfatório Além do necessário
Respuestas;
Não; ;
Respuestas;
Sim; 100%;
100%
Sim Não
Respuestas; Sim;
92%; 92%
Sim Não
Sim Não Deve-se dar oportunidade para mais pessoas serem ressocializadas
Respuestas;
Indiferente; ;
Respuestas;
Respuestas; Há Melhorias nos
muito tempo processos; 46%; 46%
esperava por esta
implantação; 54%;
54%
Indiferente Melhorias nos processos Há muito tempo esperava por esta implantação
Respuestas; Sim;
100%; 100%
Sim Não
Respuestas;
Respuestas; Indiferente;
Excelente; 8%; 8%
23%; 23%
Respuestas; Respuestas;
Razoável; 19%; Bom; 50%;
19% 50%
Respuestas;
Sim; 92%; 92%
Sim Não
Respuestas; Sim;
100%; 100%
Sim Não
69%
S…
96%
4%
S…
96%
S…
100%
S…
100%
15%
12%
54%
8%
35% 12%
Não tinha
46%
12%
Continuo
desmotivado
50%
38%
Pergunta:
Imagine que você assumiu a direção da Biblioteca Central da UFCG por um dia.
E se fosse possível
realizar uma ação, qual realizaria?
Inscrição Respostas
12/09/2017
Não me sinto capaz de dá uma opinião.
20:18:59
13/09/2017
Um curso de atendimento ao público com todos os servidores.
11:13:55
Colocaria uns dias a mais nos empréstimos (30 dias) e deixaria dois ou três
13/09/2017 dias para
18:17:06 que os alunos pudessem renovar seus livros. pois renovar por um dia é muito
pouco.
19/09/2017 Implantaria novos computadores em maior quantidade existente para atender
09:47:09 melhor os usuários internos e externos.
Realizar uma pesquisa de opinião ao usuário, onde todos que deixarem seus
materiais
na recepção, preencheriam um questionário de 5 perguntas.
19/09/2017
As perguntas versariam sobre: * 2 perguntas a respeito de ações que a
11:43:23
biblioteca
pretende implantar * 2 perguntas a respeito dos atuais serviços disponíveis *
1 pergunta sobre sugestões do usuário.
09/10/2017 Um dia é pouco, mas me preocuparia em consertar o elevador e instalações
16:51:33 dos ar condicionados nos locais que faltam.
09/10/2017 Treinamento de usuários para uso adequado e consciente dos materiais
17:00:24 informacionais oferecidos para a comunidade.
09/10/2017 Treinamento aos servidores e terceirizados para atendimento ao público em
18:12:42 geral.
09/10/2017
Continuar o trabalho do atual diretor.
18:20:09
09/10/2017
A implementação ou ajuste do elevador para fácil mobilização.
18:28:39
Organizar cada vez melhor a biblioteca central da UFCG. Sejam realizadas
09/10/2017
mensalmente, reunião com todos os servidores da Biblioteca Central da
18:45:23
UFCG.
09/10/2017 Solicitar as empresas terceirizadas, mais funcionários de apoio para a limpeza
18:49:28 da biblioteca, principalmente do sexo masculino, para os serviços pesados.
-Minha ação: convidar um bom palestrante para dar uma palestra para todos
os
09/10/2017
funcionários sobre: irmandade, solidariedade, respeito e amor ao próximo.
19:03:24
Depois da palestra comemorar com comes e bebes em um bom restaurante,
todo pago pelo diretor.
09/10/2017
-Climatização de todas as dependências da biblioteca central da UFCG.
19:20:15
Na ausência da direção deixaria alguém encarregado para resolver possíveis
09/10/2017
problemas (ter sempre alguém disponível) -Colocaria ar condicionado nas
19:37:25
salas.
1850
09/10/2017
Mudaria o empréstimo para o 1 andar.
19:42:29
09/10/2017 Melhorar a disponibilidade de computadores para a pesquisa dos alunos.
19:53:24 Números insuficiente.
Pergunta:
Por fim, e já agradecendo a sua participação, se for de sua vontade, registre alguma
colaboração, sugestão ou crítica construtiva para a atual gestão da Biblioteca Central da
UFCG.
Inscrição ▲ Respostas
12/09/2017 Formar parcerias com a iniciativa privada e sensibilizar ex alunos a fazerem
20:18:59 doações.
13/09/2017
Que a BC contonue subindo nas meçlhoras implantadas.
11:13:55
Minha opinião é que nos três turnos deveria ter alguém responsável pela
13/09/2017
direção,
18:17:06
para alguns problemas que possam existir.
Que continue tentando melhorar e buscar novas formas de melhor
19/09/2017
contribuir para a
09:47:09
melhoria da qualidade dos serviços prestados pela BC
A gestão poderia criar um comitê de biblioteca, composto por 2
bibliotecários,
19/09/2017 2 estudantes, e 2 docentes, o qual teria o objetivo de conseguir a aprovação
11:43:23 de
reivindicações junto à Reitoria sobre os diversos assuntos
(material, informacional, estrutural, renovação de acervo, etc)
09/10/2017 Sei das dificuldades, sei do esforço da direção em fazer o melhor. Apenas
16:51:33 parabenizar.
Tenho convicção de que a direção tem agido de forma acertada, tanto nas
decisões
09/10/2017 administrativas quanto nas relações interpessoais, e, que, as mudanças
17:00:24 ocorridas
melhoraram o ambiente de trabalho e proporcionaram crescimento
profissional.
09/10/2017 Quando for chegando funcionários novos para trabalhar na biblioteca,
18:12:42 apresentar em cada setor de trabalho.
Que a direção continue a fazer o trabalho que esta fazendo, pois a maioria
09/10/2017
dos
18:20:09
funcionários estão satisfeito.
A direção em geral é razoável até ótima. Atende as necessidades dos alunos
09/10/2017
e
18:28:39
profissionais da biblioteca, não dando motivo para críticas.
Que todos os servidores seja, tratados por igual. A participação de todos é
09/10/2017
muito
18:45:23
importante e pode fazer a diferença na biblioteca central da UFCG.
09/10/2017
Treinamento para os servidores e terceirizados: como atender o público.
18:49:28
1851
09/10/2017
-Minha sugestão: direitos iguais para todos.
19:03:24
Agradecer pela dinâmica em tentar humanizar a nossa classe, alguns
09/10/2017 parceiros
19:53:24 muito resistentes a novas mudanças. Eu gosto de gente doida (Ariano
Suassuma)
Colocar um bibliotecário para dar assistência aos usuários nas estantes.
09/10/2017 Mais terminais
20:18:57 de computadores para facilitar nas pesquisas feitas pelos usuários.
Não se desfazer do acervo mais antigo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelo exposto nas respostas dos participantes da pesquisa, tem-se claramente que a
atual gestão tem trilhado um caminho coerente e acertado em suas decisões e,
consequentemente, tem atingido os anseios e metas dos próprios servidores que esperavam
pelas melhorias e atuação de uma gestão mais democrática e eficiente.
Há muitos pontos a serem melhorados, muitos objetivos a serem alcançados, mas,
pelo que se percebe, o caminho esta sendo trilhado de forma firme e focada em permitir
melhorias que possam contribuir para um espaço de trabalho cada vez mais harmonioso,
tranquilo, especializado e voltado para os anseios dos servidores e dos usuários da biblioteca
como um todo.
Também é interesse desta gestão ter um Sistemoteca integrado, atuante e
modernizado, permitindo a todos os profissionais envolvidos nas demais bibliotecas, uma
padronização dos serviços, respostas padronizadas dos serviços oferecidos e amplitude
qualitativa da oferta de mecanismos que possam proporcionar o acesso a informação e
contribuir para o melhoramento dos índices quantitativos da UFCG em suas áreas
administrativas e pedagógicas. Ouvir os servidores muito contribuirá para se ter uma gestão
mais madura, focada e alinhada aos que se precisa para ter-se um Sistemoteca amplo,
moderno e de qualidade.
Esperamos com o suporte dado tanto pela Reitoria quanto pelos demais Diretores de
centro, além dos próprios servidores que atuam na Biblioteca Central, ter possibilidade de
contribuir cada vez mais com as melhorias já implantadas e que serão em breve apresentadas
aos usuários internos e externos.
1852
REFERÊNCIAS
CAMPOS, W. E. Chefia: suas técnicas, seus problemas. 15. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1988.
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à administração. 5. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Atlas, 2000.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 5. ed.
Petrópolis-RJ: Vozes, 1996.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
APÊNDICE
Esta é uma pesquisa com a finalidade de melhorar os processos aplicados pela atual gestão da
Biblioteca Central da UFCG, tendo em vista já estarmos juntos há um ano. As respostas
devem ser todas respondidas, contudo, solicitamos que o servidor possa ser o mais objetivo
possível, e se utilizar SIM ou NÃO, que explique sua resposta.
O questionário não é longo, mas é importante ter ao menos 30 minutos para refletir sobre suas
respostas e, assim, nos ajudar a construir uma Biblioteca Central melhor, sólida e cada vez
mais alinhada com o que desejamos.
As respostas servirão de feedback e serão consideradas em tomadas de decisões vindouras.
Desde já agradecemos a receptividade, atenção, respeito e parceria com que todos tem
demonstrado ao longo desta gestão que é de todos nós!
Luz, Paz e Amor.
Jesiel Ferreira Gomes, Kilvya Simone Braga e Mary Elizabeth Braga.
PARTE 1
2. Existe ambiente favorável para externalizar sugestões, ideias e/ou críticas junto a Direção da Biblioteca
Central da UFCG?
( ) Sim ( ) Não
3. Em um ano de gestão da direção da Biblioteca Central da UFCG, as ações realizadas foram relevantes para o
desempenho de sua função neste local de trabalho?
( ) Sim ( ) Não
4. Quanto ao cuidado com o prédio da Biblioteca Central da UFCG, em sua parte externa, considerando limpeza,
segurança, iluminação, acesso e conservação em geral, como você vê a atuação da atual gestão?
( ) Indiferente ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Excelente
5. Quanto ao cuidado com o ambiente interno, limpeza de banheiros, salas de uso comum, adequação de móveis
e mudanças internas, como você vê a atuação da atual gestão?
( ) Indiferente ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Excelente
7. Após a luta pela flexibilidade da jornada de trabalho para todos e a abertura de setores fechados além da
reordenação de servidores em novos postos, é vista por você como tendo sido uma decisão:
( ) Errônea ( ) Necessária ( ) Acertada
8. Sobre a recuperação de móveis e equipamentos (elétricos e de informática) é vista por você como?
( ) Indiferente ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Excelente
9. A racionalização do uso de equipamentos, e controle de custos desnecessários, feitos pela atual gestão são
vistos por você como sendo:
( ) Indiferente ( ) Necessário ( ) Acertado
10. O tempo de trabalho (horas ao longo do dia) dedicado pela gestão, de seu ponto de vista, é: suficiente, médio
ou não satisfatório
( ) Suficiente ( ) Satisfatório ( ) Além do necessário
1855
11. Os canais de comunicação com a atual gestão, são suficientes? Se não, sugira algum.
( ) Sim ( ) Não
12. Na sua opinião, o portal do sistemoteca da UFCG, é representativo e insere todas as bibliotecas de forma a
ter-se uma ideia de união e padronização dos serviços prestados por todos os servidores da UFCG em toda a
Paraíba?
( ) Sim ( ) Não
13. O convênio aprovado pela UFCG, proposto por um servidor da biblioteca, via direção da Biblioteca Central
da UFCG, com o Redentorista, irá disponibilizar nosso espaço para que jovens possam trocar conhecimento,
informação e experiência com nossos servidores. Convênios como este devem ser estimulados?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabia do convênio
14. O cumprimento de pena restritiva de liberdade, em caráter de prestação de serviços, na Biblioteca Central da
UFCG o(a) incomoda?
( ) Sim ( ) Não ( ) Deve-se dar oportunidade para mais pessoas serem ressocializadas
15. A implantação do SABI (sistema eletrônico de empréstimo de livros), após 6 anos de testes realizados na
Biblioteca Setorial de Cuité, e de inúmeros esforços dedicados pelos servidores do Sistemoteca da UFCG,
trouxe, em sua opinião: melhorias para o atendimento e relacionamento entre a Biblioteca Central e seus
usuários? Devemos implantar mais sistemas como este?
( ) Indiferente ( ) Melhorias nos processos ( ) Há muito tempo esperava por esta implantação
16. Há uma série de manuais, resoluções, regulamentos e processos em andamento, com vistas a melhorar e
legalizar os processos realizados por todos os servidores da Biblioteca Central da UFCG. Esse conjunto
documental é, ao seu modo de ver, importante para o desempenho de seu trabalho neste local? Como exemplo:
Manual do SABI, resolução da BDTD, Resolução do abono de multas, Política de desenvolvimento de coleções,
formulário de ficha catalográfica on line ... entre outros em processo de desenvolvimento.
( ) Sim ( ) Não
17. Os eventos que vem ocorrendo na Biblioteca Central da UFCG são vistos por você como:
( ) Indiferente ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Excelente
18. As homenagens já feitas pela direção da Biblioteca Central da UFCG foram importantes? Qual mais esta
direção pode realizar ainda?
( ) Sim ( ) Não
19. A atual gestão da Biblioteca Central da UFCG vem buscando melhorias principalmente na informatização do
acervo por total da biblioteca e condições de implementar serviços que possam estreitar a relação entre
servidores e usuários. Você tem percebido isso?
( ) Sim ( ) Não
20. A ida da Biblioteca Central da UFCG para os demais campi, com a finalidade de realizar trabalhos de
parceria, é visto por você como?
( ) Indiferente ( ) Necessário ( ) Acertado
21. Você acredita que a atual gestão tem interesse, e vontade, em buscar soluções para os problemas
apresentados?
( ) Sim ( ) Não
23. A atual gestão, na sua opinião, representa de forma correta, digna e respeitosa, a imagem da Biblioteca
Central da UFCG perante os demais setores do campus sede?
( ) Sim ( ) Não
24. No último ano a Biblioteca Central fez parcerias com bibliotecas comunitárias e ONG's. Isso deve ser
1856
estimulado a continuar?
( ) Sim ( ) Não
26. Qual sua avaliação do trabalho desempenhado pela direção adjunta especificamente?
( ) Indiferente ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Excelente
PARTE 2
28. De todo o seu tempo de serviço prestado ao governo federal, quantos anos foram dedicados ao trabalho
prestado na Biblioteca Central da UFCG?
( ) Entre 1 e 5 anos
( ) Entre 6 e 10 anos
( ) Entre 11 e 15 anos
( ) Mais de 16 anos
( ) Toda minha trajetória de trabalho foi neste espaço
29. Sua vinda para a Biblioteca Central da UFCG foi motivada por:
30. Há um ano atrás, qual sua visão sobre trabalhar na Biblioteca Central da UFCG? Você sentia-se motivado em
trabalhar na Biblioteca Central da UFCG?
( ) Indiferente ( ) Sim ( ) Não
31. Há um ano atrás, qual sua perspectiva futura em trabalhar na Biblioteca Central da UFCG?
( ) Não tinha ( ) Desmotivado ( ) Confiante ( ) Aguardando melhorias
32. Hoje, qual seu sentimento, de forma geral, em trabalhar na Biblioteca Central da UFCG?
( ) Continuo desmotivado ( ) Sinto confiança em dar opinião
( ) Motivado em ser reconhecido ( ) Ainda aguardo o que possa vir de bom
33. Imagine que você assumiu a direção da Biblioteca Central da UFCG por um dia. E se
fosse possível realizar uma ação, qual realizaria?
34. Por fim, e já agradecendo a sua participação, se for de sua vontade, registre alguma
colaboração, sugestão ou crítica construtiva para a atual gestão da Biblioteca Central da
UFCG.
1857
PATRÍCIA HENNING
MÁRCIA NOGUEIRA
Abstract: It analyzes the skills required for librarians in the management of research data
and in the development of methodologies that allow the verification, reuse and valorization of
data set construction, as well as the development of new ways of research using data already
produced. It considers that research data has a central role within the world scientific
scenario and that the management and availability of such data for reuse are increasingly
significant for researchers, librarians, research institutions, development agencies and
scientific journals. In order to do so, an exploratory study was carried out, with the objective
of constructing a theoretical reference from the literature retrieved in specialized databases,
as well as pointing out the responsibilities required for university and research libraries to
begin to work with the management of research data. The study concludes that efficient data
management is critical to the development of high-quality and excellent research.
1858
INTRODUÇÃO
175
EUROPEAN COMMISSION. Directorate-General for Research & Innovation. H2020 programme guidelines on fair
data management in horizon 2020. 2016. Disponível em:
<http://ec.europa.eu/research/participants/data/ref/h2020/grants_manual/hi/oa_pilot/h2020-hi-oa-data-mgt_en.pdf>. Acesso
em: 26 dez. 2018
1859
dados como parte fundamental das boas práticas do processo de elaboração da pesquisa, além
da cobrança do devido gerenciamento dos dados gerados, decorrentes dos projetos por ela
financiados. Ressalta, ainda, que um plano de gestão de dados deve responder a duas
perguntas básicas: ―1. Quais dados serão gerados pelo projeto 2. Como serão preservados e
disponibilizados, considerando questões éticas, legais, de confidencialidade e outras.‖
(FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA, 2017).
Diante desse cenário que começa a se configurar no Brasil, houve a preocupação de
tentar apresentar a complexidade em que o tema gestão de dados de pesquisa está inserido,
além de dar destaque ao importante papel das bibliotecas universitárias diante dessa realidade.
Utilizou-se como metodologia um estudo exploratório e descritivo por meio de um
levantamento bibliográfico em bases de dados especializadas, tais como BRAPCI, Lisa,
Emerald, Repositórios Institucionais de Universidades e euroCRIS (Current Research
Information Systems) para buscar o referencial teórico e as experiências de sucesso. Como
resultado desse trabalho são apresentadas as habilidades e práticas que os bibliotecários
dessas instituições terão que dominar para apoiar os pesquisadores nesse processo conjunto de
construção da ciência.
O entendimento sobre o conceito de dados ainda é um pouco confuso, pois nos remete
a diferentes realidades pouco conhecidas. O mundo de hoje respira dados e tudo que fazemos
por intermédio de tecnologias pode gerar dados. Desde as mensagens do Twitter, WhatsApp,
Facebook, e-mails, cadastros contendo dados pessoais que preenchemos a todo momento, até
aqueles que estão dentro de bases de dados estatísticas, numéricas. Isto sem falar dos Big
Datas que se apresentam em sua forma bruta e são passíveis de serem processados, analisados
e interpretados. Esses são os grandes bancos de dados que podem ser públicos ou privados,
estruturados ou não, passíveis de análise, de agregação de valor e monitoramento.
Conforme Sayão e Sales (2016, p. 67), os registros contidos nos bancos de Big Datas
são considerados um novo fenômeno ―criados e aplicados em todo espectro social, mudando
comportamento, negócios, formas de governar, de ensinar, inaugurando padrões inéditos de
socialização‖.
No entanto, os dados a que nos referimos nesse trabalho não estão relacionados à sua
procedência e sim à sua utilização. Nos referimos aos dados de pesquisa que podem ser
provenientes de diferentes origens.
1860
que já estão estruturando-se para apoiar essa nova realidade. (ALBAGLI; ALBAGLI;
MACIEL, 2014).
Nesse sentido, uma boa gestão dos dados se faz necessária demandando novos
conhecimentos e técnicas, cobrindo todas as fases do acesso aos dados, desde a fase de
planejamento, coleta e geração até a visualização e, nesse sentido, ganha importância a
participação de todas as áreas do conhecimento como, por exemplo, a elaboração da gestão e
manutenção de recursos tecnológicos pela ciência da computação, a busca por
aprimoramentos da análise pela matemática e o know-how da biblioteconomia e
documentação nas fases seguintes de produção de informação: coleta, armazenamento,
recuperação e descarte, além dos fatores que estão presentes em cada uma dessas fases, tais
como privacidade, integração, qualidade, direitos autorais, disseminação e preservação.
(SANT‘ANA, 2013).
A recente valorização desses dados vem levantando uma cadeia de questionamentos a
respeito da criação de políticas de tratamento, organização e disponibilização desses itens e
divulgação dos mesmos. O plano de gestão de dados deve ser tratado como uma carta de
intenções que considere o que realmente é necessário para a preservação, compartilhamento e
reúso dos dados, e além do mais, deve auxiliar os pesquisadores a considerar, ainda na fase de
concepção e planejamento do seu projeto de pesquisa, como os dados serão geridos no
decorrer da pesquisa e como serão posteriormente preservados e compartilhados com a
comunidade científica.
Sayão e Sales (2015, p. 17) esclarecem esta preocupação ao afirmarem que:
A pesquisa científica produz e coleta dados que são muito variados e heterogêneos e
que têm natureza, formatos diferentes e são coletados em volumes variados e
passam por diferentes processos que dependem de cada disciplina e dos objetivos da
pesquisa, portanto é necessário descrever, com algum grau de detalhe, as principais
características desses dados, incluindo a natureza e origem, escopo e a escala dos
dados que serão produzidos. Isto vai ajudar os revisores e outros pesquisadores a
compreenderem os dados, sua relação com os dados existentes e os possíveis riscos
de disseminá-los.
Esses mesmos autores declaram ainda que um plano de gestão de dados deve ser
elaborado e listar os dados que o projeto irá produzir, caracterizando-os em termos de
natureza, origem e processamento; a quantidade de dados que será gerada pela pesquisa; e
deve-se especificar também de que forma os dados serão adquiridos e como eles serão
especificados e processados. Os formatos de arquivo dos dados a serem usados devem ser
declarados e sua escolha deve ser justificada. É importante descrever também a convenção
adotada para dar nomes a seus conjuntos de dados, arquivos e pastas, além de identificar que
1862
medidas se planeja adotar para garantir e controlar a qualidade dos dados. (SAYÃO; SALES,
2015).
Os pesquisadores podem salvar seus dados de pesquisa em nuvens de computação
devido ao acesso pessoal a terabytes de armazenamento ou em repositórios de dados
institucionais ou públicos. Dessa forma, será possível visualizar uma gama de redes informais
de potenciais novas pesquisas e inúmeros compartilhamentos entre aqueles que criam
conhecimento e os que irão reusá-lo.
Imersos nessa realidade, onde uma enorme quantidade de dados compõe um tsunami
de informação, a complexidade crescente nas pesquisas e a necessidade de gerenciamento dos
processos de gestão desses dados proporcionam o surgimento de infraestruturas tecnológicas
que garantam o seu tratamento e recuperação. Os dados de pesquisa podem permitir uma
melhor compreensão científica como descobertas de novas drogas, melhor compreensão do
clima da Terra, melhor capacidade de examinar a história e a cultura. Contudo, para que os
dados gerados por essas situações possam estar disponíveis aos pesquisadores e a futuros
pesquisadores, é importante investir em infraestruturas capazes de armazená-los e
compartilhá-los. Conforme salientam Sayão e Sales (2014, p. 86):
[...] essas infraestruturas permitem a contextualização das atividades científicas,
otimizam os fluxos de trabalho, tornando a produção mais transparente, além de
padronizá-las e permitir sua avaliação e reavaliação para o bom andamento das
pesquisas, bem como para o reúso de dados e para a viabilização de novas
descobertas.
176
FIGSHARE: data management for institutions. Disponível em: < https://figshare.com>. Acesso em: 26 dez.
2017.
177
ZENODO: research data repositor. Disponível em: <https://zenodo.org>. Acesso em: 26 dez. 2017.
1863
178
RE3DATA: registry of research data repositories. Disponível em: <http://www.re3data.org>. Acesso em: 26
dez. 2017.
1864
Outro documento que também mereceu destaque foi apresentado pelo grupo de
trabalho da Research Data Aliance (RDA) no congresso anual da Federação Internacional de
Associações de Bibliotecas (IFLA), em agosto de 2015. Este dá uma visão geral dos recursos
úteis e das ferramentas on-line livres que podem servir para integrar a gestão de dados
179
CHRISTENSEN-DALSGAARD, Birte. et al. Ten recommendations for libraries to get started with
research data management: final report of the LIBER working group on e-science / research data management.
ligue des bibliothèques européennes de recherche (LIBER). 2012. Disponível em: < http://libereurope.eu/wp-
content/uploads/The%20research%20data%20group%202012%20v7%20final.pdf.>. Acesso em: 26 dez. 2017.
1865
180
THE RESEARCH DATA ALLIANCE (RDA). 23 Things: Libraries for Research Data. 2015. Disponível
em: <https://www.rd-alliance.org/system/files/documents/23Things_Libraries_For_Data_RDA.pdf>. Acesso
em: 26 dez. 2017.
1866
CONSIDERAÇÕES FINAIS
oportunidade de trabalho para o bibliotecário que lida com sistemas digitais e tecnologia. O
bibliotecário de dados é aquele que poderá ajudar os seus usuários-pesquisadores no
desenvolvimento de um projeto de gestão de dados, além de poder recomendar as melhores
práticas que possam garantir o bom desempenho de sua produção. No mais, conhecendo e
dominando todas as ferramentas, normas e padrões, assim como os procedimentos legais de
curadoria e de gestão relacionadas aos dados, o bibliotecário poderá será considerado um
coadjuvante ou, até mesmo, um coautor do desenvolvimento científico.
REFERÊNCIAS
ABBOTT, M. R. A new path for science? In: HEY, Tony; TANSLEY, Stewart; TOLLE,
Kristin. The Fourth Paradigm: Data-Intensive Scientific Discovery, 2009. Disponível
em:<http://research.microsoft.com/en-
us/collaboration/fourthparadigm/4th_paradigm_book_jim_gray_transcript.pdf>. Acesso em:
29 nov. 2017.
ALBAGLI, Sarita; ALBAGLI, André Luiz; MACIEL, Maria Lucia. E-science, ciência aberta
e o regime de informação em ciência e tecnologia. Tendências da Pesquisa Brasileira em
Ciência da Informação, v. 7, n. 1, jan./jun. 2014.
___________. Manual de elaboração de dados abertos. Brasília, DF, 2009. Disponível em:
<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/governoaberto/copy_of_manual
_elaboracao_plano_dados_abertos.pdf > Acesso em: 29 nov. 2017.
1868
JORG, B. et al. CERIF 2008: 1.0 Full Data Model (FDM) Introduction and Specification.
2009a. 43 p. Disponível em:
<http://www.eurocris.org/Uploads/Web%20pages/CERIF2008/CERIF2008_1.0_FDM.pdf>
Acesso em: 28 nov. 2017.
___________. CERIF 2008: 1.0 XML Data Exchange Format Specification. 33 p. 2009b.
Disponível em:
<http://www.eurocris.org/Uploads/Web%20pages/CERIF2008/CERIF2008_1.0_XML.pdf>.
Acesso em: 28 nov. 2017.
SANT‘ANA, Ricardo Cesar Gonçalves. Ciclo de vida dos dados e o papel da ciência da
informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO, 14. 2013, Florianópolis. Anais... Florianópolis, 2013. Disponível em:
<http://enancib.sites.ufsc.br/index.php/enancib2013/XIVenancib/paper/viewFile/284/319>.
Acesso em: 28 nov. 2017.
1869
Abstract: A part of the results of a scientific initiation research registered at the Federal
Institute of Education, Science and Technology of Goiás was presented. During the
investigation, the paper sought to identify the role of the university library as a provider of
access to information for scientific initiation fellows. In order for the fellow to develop his /
her research, informational competence is required throughout the research process,
regardless of the area of knowledge covered by the project. In order for the scientific
protagonism to occur, it is up to the supervisor to lead the scholarship holder in the process
of education for information. The study was developed through bibliographic research and
documentary analysis using a qualitative approach to comprehend the totality of the study
object. The concept of informational competence in scientific initiation by university students
was discussed from the theoretical assumptions of Hatschbach (2002), Campello (2009) and
Gasque (2012). During the study it was identified the need of the institution to invest in a
teaching-learning program that contemplates collaborative work between librarians and
counselors to provide education for the information of the scholars. The university library
1872
plays a fundamental role in providing accessibility to information resources for those who
conduct research.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
181
O IFG foi ensino criado no século passado e sofreu mudança de nomenclatura por quatro vezes – Escola de
Aprendizes Artífices, Escola Técnica Federal de Goiás, Centro Federal de Educação Tecnológica e, por fim,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Ele é regulamentado pela Lei Federal Nº 11.982,
de 29 de dezembro de 2008. A lei o tornou uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, detentora
de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar, equiparada às
universidades. Os Institutos Federais oferecem educação básica, profissional, superior e pós-graduação de
maneira pluricurricular e multicampi, especializada em educação profissional e tecnológica.
1874
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Constatou-se nos objetivos do Edital 005/2013 PIBIC/IFG, com base nos estudos
sobre letramento informacional, que algumas categorias (Quadro 1) requerem que o bolsista
de iniciação científica possua previamente competência informacional para participar do
programa, ou seja, ―o ‗saber-fazer‘, derivado das relações entre o conhecimento que o sujeito
detém, a experiência adquirida pela prática e a reflexão sobre a ação‖ (GASQUE, 2012, p.
51). No processo de busca de informação para concretude da pesquisa, o bolsista PIBIC
precisa de meio físicos e tecnológicos para chegar até aos dados que deseja.
1877
Identificou-se, portanto, por meio das referências citadas nos trabalhos produzidos
pelos bolsistas PIBIC/IFG, a importância das bibliotecas físicas e digitais. Se fizermos um
ranking dos buscadores utilizados pelos bolsistas, o primeiro recurso destacado é o Google.
Segundo Gasque (2012), o motivo principal do uso desse recurso relaciona-se à facilidade de
1878
acesso como critério de seleção das fontes. No entanto, foram feitas pesquisas também no
acervo da SciELO e no Portal de Periódicos Capes. Esse dado pode significar uma tendência à
preferência de periódicos de acesso aberto, pela facilidade de se chegar ao conteúdo desejado.
A diversidade de materiais utilizados em formatos impressos e eletrônicos (Figura 2)
indicam que o bolsista PIBIC conseguiu atingir a performance de incorporar a informação
selecionada em sua base de conhecimento.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Câmara dos Deputados. Lei 10. 973, de 2 de dezembro de 2004, Dispõe sobre
incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras
providências. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2004/lei-10973-2-
dezembro-2004-534975-normaatualizada-pl.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 2009.
GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia
das Letras, 1989.
1880
PATRÍCIA HENNING
Abstract: Examines the licenses of use adopted in open electronic journals of the area of
Information Science in Brazil. The advent of the web fostered changes in the scenario of
scientific communication, streamlining the dissemination and access to research, from the
appearance of the journal in electronic format. It also claimed equal access by breaking with
the exclusivity of commercial publishers over academic publications. Conceived as a
movement to allow open access to scientific records, it also rooted with the access restrictions
imposed by copyright, proposing a form of licensing that declares the forms of use allowed,
1882
both for the reader and for the authors. Given the rapid adherence of open access journals to
the various types of licensing for use of the Creative Commons standard, this study is
intended to map a set of journals in order to verify that the licenses adopted are clearly
available to users and authors. The research, of an applied nature, consisted of a quantitative
approach, of a descriptive nature, based on a survey of publications in the area of
Information Science, classified with Qualis A1 to B2 of the Coordination of Improvement of
Higher Education Personnel (Capes). The results showed that 77.27% of the titles that
constituted the research sample state the type of use license adopted by the publication. It was
verified that the most recurrent typology is the assignment, called CC-BY, and it was
concluded that the Information Science area in Brazil practically adhered to the open access
movement.
Introdução
resposta for sim, quais são essas licenças? E como elas são apresentadas aos autores e aos
usuário?
Na busca de responder tais indagações, o objetivo do estudo é mapear um conjunto de
periódicos, a fim deverificar quais licenças, são adotadas pelas revistas abertas da área da
Ciência da Informação, e se estas estão claramente disponibilizada ao usuário e ao autor. Para
tanto, optou-se pelos periódicos eletrônicos da área de Ciência da Informação, classificados
como Qualis A1 a B2 pela Capes.
Como objetivos secundários, o estudo busca identificar as tipologias de licença de uso
empregadas e a forma de disponibilização no sítio eletrônico da revista.
Para tanto, o estudo se constitui de uma pesquisa aplicada, de abordagem quantitativa
e com caráter descritivo, a partir do levantamento das informações recuperadas nos periódicos
que comporão o universo da pesquisa.
O estudo está organizado da seguinte forma: a seção 2 aborda a literatura sobre os
periódicos em formato eletrônico, o movimento de acesso aberto e o surgimento das licenças
Creative Commons. A seção 3 apresenta o trajeto metodológico que norteou a pesquisa. A
seção 4 descreve os resultados obtidos, seguida da análise dos dados. O estudo finaliza com as
considerações finais e sugestões para novos estudos.
2 Revisão de literatura
bibliográfica ocorrida desde a década de 1950, que elevou de maneira substancial o número
de títulos publicados.
Ao mesmo tempo, como subsídio às reflexões, o advento dos recursos eletrônicos,
substanciados pelas TICs, fez emergir a possibilidade de migração do formato impresso para
o eletrônico ―sinalizando mudanças tanto no mercado editorial da comunicação científica,
como nas estratégias de visibilidade do conhecimento.‖ (GRUSZYNSKI; GOLIN, 2006, p.
2).
Se, de início, uma das críticas ao formato impresso do periódico, com distribuição às
bibliotecas controlados pelos editores, se dava em razão dos elevados custos de investimento
para a continuidade da coleção, também os autores sentiam-se lesados, ao publicarem em
revistas comerciais, não conseguiam acesso a elas, em razão, do seu elevado custo,. Desse
modo, o crescimento da comunicação eletrônica, já na década de 1990, ―tem sugerido a
muitos dos que estão inseridos no mundo acadêmico que a publicação eletrônica de periódicos
científicos pode reduzir os custos consideravelmente.‖ (MEADOWS, 2001, p. 6).
Para tanto, Ornelas e Arroyo (2003, p. 49) definem o periódico em formato eletrônico
como ―aquela publicação criada, produzida e editada em hipertexto com versão única digital
difundida pela Internet, com características editoriais que se apegam estritamente às normas
de qualquer revista acadêmica e científica.‖
Frisa-se que, essas características, somadas a rapidez e versatilidade, típicos do
ambiente web, na disponibilização das pesquisas logo após a sua conclusão, e o rompimento
das barreiras geográficas e hierárquicas, potencializaram ainda mais o periódico em formato
eletrônico.
Assim, além de relacionar-se com a evolução tecnológica, atenuar o problema de
espaço físico destinado ao armazenamento em bibliotecas, o periódico em formato eletrônico
tem a capacidade de subverter, em parte, os mecanismos restritivos da indústria editorial,
oferecendo um acesso mais igualitário à informação científica.
Ademais, a noção de conjunto e totalidade da coleção é significativa, à medida que a
pesquisa, outrora realizada nos catálogos de bibliotecas e com acesso a parte da coleção,
doravante ―não se restringe mais a um documento, mas a uma rede de documentos. Um único
artigo pode levar o leitor a diversos percursos por fontes e dados paralelos.‖ (GRUSZYNSKI;
GOLIN, 2006, p. 4).
Não obstante, em artigo que analisou a transição do impresso para o meio eletrônico,
Meadows (2001) assinala alguns elementos que poderiam dificultar a adaptação esse novo
cenário, destacando a dificuldade da parte do usuário em manusear a informação online, como
1886
2.2. O movimento de acesso aberto como uma forma de equalizar o acesso à informação
científica
182
Declaração na qual resultou o movimento de Acesso Aberto que constitui-se numa ação que permite a
qualquer usuário a ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar ou usar da literatura com qualquer propósito
legal, sem nenhuma barreira financeira, legal ou técnica que não o simples acesso à internet. A única limitação
quanto à reprodução e distribuição, e o único papel do copyright neste domínio sendo o controle por parte dos
autores sobre a integridade de seu trabalho e o direito de ser propriamente reconhecido e citado.
1887
Dentro deste contexto, este novo modo de pensar a comunicação científica equaliza o
acesso e traz conforto e presteza na disseminação da informação (MUELLER, 2006).
Aspectos como aumento na produtividade e os benefícios da colaboração online diminuem ou
até mesmo eliminam as barreiras geográficas. Isto agiliza os avanços da ciência, evita
redundância, além de facilitar a reprodutibilidade dos experimentos (WILBANKS; BOYLE;
REYNOLDS, 2006 apud ALBAGLI; CLINIO; RAYCHTOCK, 2014, p. 436).
A filosofia do acesso aberto, surgida em fins da década de 1990, foi discutida e melhor
fundamentada a partir da elaboração de declarações, que, apontando diretrizes, atuam como
instrumento norteador para a constituição do acesso aberto. A primeira delas, publicizada em
1999, como resultado da Conferência Mundial sobre Ciência para o Século XXI, destacava a
importância do amplo acesso à informação financiada com dinheiro público, bem como a
necessidade do compartilhamento dos conhecimentos gerados com pesquisa (SARMENTO et
al., 2005).
Como complemento a esse documento, em 2002 na cidade de Budapeste, construiu-se
a Budapest Open Access Iniative (BOAI), também conhecida como Declaração de Budapeste
e que foi norteadora para as ações subsequentes relacionadas ao acesso aberto, resultando em
duas estratégias a serem adotadas, para que se almeje o acesso livre à literatura científica: o
autoarquivamento em repositórios e a publicação em periódicos de acesso livre.
Destacando as condições a serem inseridas numa publicação, a fim de que sejam
consideradas como de acesso livre, a Declaração de Bethesda, publicada em 2003, estabelece
que o autor ou o detentor dos direitos, concedem a todos os utilizadores o uso gratuito para o
acesso, a partir do estabelecimento de uma licença para cópia, utilização, distribuição,
transmissão e exibição do trabalho, demandando, apenas, a atribuição de autoria. Nessa
perspectiva, permite-se a construção de novos trabalhos derivados dos originais.
Ainda no mesmo ano, em Berlim, as propostas da Bethesda são ratificadas e avança-se
na discussão quanto aos direitos do autor depositário de documentos em repositórios digitais,
evidenciando o direito moral sobre a obra, obrigando ao usuário do conteúdo a citar ou
referir-se ao autor original.
Na busca de tornar clara a relação entre o direito do autor e as formas de utilização do
conteúdo em acesso aberto, visando a prevenção de situações de plágio, comércio e uso
indevido, repositórios e revistas tem explicitado as condições de utilização do conteúdo,
valendo-se de licenças de atribuição, como o Creative Commons Attribution License, que
atuam de forma inversa ao copyright, isto é, ao invés de restringir o uso, o amplia, instruindo
as possibilidade de manuseio.
1888
O Creative Commons se caracteriza como uma organização sem fins lucrativos que
permite o compartilhamento e uso da criatividade e do conhecimento por meio de
instrumentos jurídicos gratuitos (CREATIVE COMMONS, 2017). Oferece licenças flexíveis
para obras intelectuais, com liberdades de uso, em que a propriedade intelectual do autor é
totalmente preservada. Essas licenças de uso foram criadas oficialmente em 2001, nos Estados
Unidos, pelo professor Lawrence Lessig da Universidade de Stanford com o objetivo de
[...] construir uma camada de conteúdo regulada por uma camada plausível de
legislação do copyright, na qual outros possam se basear. A escolha voluntária de
indivíduos e criadores tornará o conteúdo disponível. E esse conteúdo nos permitirá
reconstruir um domínio público. (LESSIG, 2005, p. 276).
Mantovani, Dias e Liesenberg (2006, p. 46) esclarecem como as licenças de uso Creative
Commons
[...] permitem que cópias possam ser tiradas livremente e sem a necessidade de
consulta prévia ao autor da obra que está sendo copiada. Uma outra cláusula permite
ou não o uso comercial da obra liberada e uma terceira permite ou não a derivação
de novos trabalhos. Caso autorizada a derivação de novos trabalhos, então o autor
original pode ainda requerer ou não que a obra derivada seja liberada sob a mesma
licença de uso adotada para o trabalho original. (MANTOVANI; DIAS;
LIESENBERG, 2006, p. 264).
Vale ressaltar que essas licenças não são contrárias aos direitos do autor, tendo função
complementar aos direitos autorais e permitindo que o autor atribua seus termos de direitos
autorais para melhor atender às suas necessidades. Contudo, são uma alternativa para
promover o uso e distribuição do conhecimento científico de forma livre. Com as tecnologias
da informação em conjunto com esse tipo de licença, é possível fazer a utilização correta do
conteúdo informacional sem violar os direitos autorais pré-determinados pelo autor do
documento.
3 Metodologia
a partir da adoção de oito estratos – A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. As produções da área de
Ciência da Informação são classificadas na área de avaliação ―Comunicação e Informação‖,
onde são avaliadas produções de Comunicação Social e Ciência da Informação. De acordo
com dados divulgados em 2017, a área de Ciência da Informação conta com 41 títulos
nacionais correntes.
Considerando o cunho preliminar dessa pesquisa, optou-se por trabalhar com os títulos
classificados entre os estratos A1 e B2, faixa considerada a mais alta na avaliação e que reúne
títulos de maior interesse para publicação, da parte de docentes e pesquisadores, já que o
aceite em nesses periódicos influencia na avaliação positiva do docente ou pesquisador,
possibilitando-lhe ascensão na carreira. Desse modo, a partir do critério supra estabelecido, o
universo de análise compôs-se de 22 títulos, ilustrados no quadro 2:
para autores‖, ―declarações de direito autoral‖ e ―políticas de acesso aberto‖, para as situações
da não identificação da licença de uso na página inicial do sítio.
Como etapa complementar ao levantamento e, visando confirmar a inexistência
da informação quanto ao tipo de licença de uso, empreendeu-se uma checagem no
Directory of Open Access Journals (DOAJ), diretório que indexa e disponibiliza periódicos
na modalidade de acesso aberto. Atualmente, o DOAJ possibilita acesso a mais de 10 mil
títulos de periódicos, publicados em 121 países.
Considerou-se relevante a realização dessa conferência, pois, é elemento integrante do
registro e indexação do periódico à base, a disponibilização da licença de uso adotada pelo
editor.
A adoção de licenças de uso apresentam-se como uma solução legal adequada para
evidenciar, promover e fomentar a reutilização de resultados de pesquisa, concedendo ao
autor a manutenção dos direitos que julgar conveniente. Se por um lado o direito autoral visa
restringir a reutilização, as licenças de uso, nascidas no seio do movimento de acesso aberto,
objetivam regular e incentivar o reuso.
Neste sentido, investigar o comportamento dos periódicos nacionais, de forma
específica os relacionados a área de Ciência da Informação, pode fornecer um panorama
acerca da adoção de licenças, bem como das várias tipologias associadas ao padrão Creative
Commons, que visam conceder aos usuários diferentes tipos de liberdades. (SANTOS;
SALES; PACKER, 2015).
Assim, os dados coletados evidenciaram que parte considerável (77,27%) da amostra
dos periódicos nacionais de Ciência da Informação tomados para o estudo, disponibilizam a
licença de uso. O quadro 3 arrola os títulos com licença de uso exibidas em seus sítios
eletrônicos, bem como a tipologia da licença adotada.
1892
CC-BY-SA 1
CC-BY-NC-SA 1
CC-BY-NC-ND 2
CC-BY-NC 6
CC-BY 7
0 1 2 3 4 5 6 7 8
6 Considerações finais
Referências
BJÖRK, B.C. Open access to scientific publications - an analysis of the barriers to change.
Information Research, v. 9 n. 2, jan. 2004. Disponível em: <http://InformationR.net/ir/9-
2/paper170.html>. Acesso em 17 nov. 2017.
LESSIG, L. Cultura livre: Como a grande mídia usa a tecnologia e a lei para bloquear a
cultura e controlar a criatividade. São Paulo: Trama, 2005.
SANTOS, S.; SALES, D.P.; PACKER, A.L. SciELO adota CC-BY como atribuição principal
de Acesso Aberto. SciELO em Perspectiva, 2015. Disponível em: <
http://blog.scielo.org/blog/2015/06/19/scielo-adota-cc-by-como-atribuicao-principal-de-
acesso-aberto/>. Acesso em: 17 nov. 2017.
Abstract: The Strategic Planning and a methodological tool that provides security in the
managers decision making, in applications in University Libraries can favor as
organizational routines, besides being an important component in situations of complexity to
improve without the performance of the units of information. It aims to analyze the perception
of librarians working in the basic education system for the Strategic Planning developed by
this organization. The research is bibliographical, documentary and descriptive with a
qualitative approach. Through the analysis, it was evidenced that, in the majority of research
actors, it is not a way of conceptualizing concepts on the subject, as well as a lack of a
descriptive and documentary document that presents goals, strategies and plans of action for
an organization. It is concluded that the non-observance of a planning policy and,
consequently, is not the database of management in university libraries, makes it impossible
to reach its institutional objectives and goals, failing to occupy the desired social place.
1898
1 INTRODUÇÃO
183
O documento se encontra disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/PORTARIA_2051.pdf.
1900
verbas passam por critérios de controle e distribuição de gastos, e precisam ser administradas
de forma competente.
É nesse contexto que o PE se apresenta como ferramenta apropriada, para que os
dirigentes de bibliotecas possam utilizar da melhor forma os meios disponíveis na
organização, buscando o estabelecimento de suas diretrizes e a definição das políticas e metas
para alcançá-las.
Nas universidades devem buscar os meios necessários para que, o pensamento
estratégico penetre em todos os setores ou unidades de informação, e desenvolva seu próprio
PE, tendo como base o planejamento da instituição. Desse modo, o sistema de bibliotecas tem
que observar e avaliar sua postura em função do planejamento maior – no caso, o PDI – da
universidade, o que significa que o sistema pode ter sua estratégia própria, desde que a mesma
seja consistente e respeite a filosofia da instituição.
Sendo assim, as BU devem estar atentas às mudanças, já que estas trazem consigo
tanto ameaças como oportunidades, e são desafios a serem vencidos. Neste momento, cabe
acompanhar cuidadosamente o ambiente interno e externo, aproveitar as oportunidades e
afastar as ameaças, analisando se a mudança contempla a estratégia atual e se implica em
modificações que trarão melhorias.
3 METODOLOGIA
caso o PE, que abraça a organização no todo e que tem a finalidade de orientar o alcance dos
objetivos em um determinado prazo.
184
Disponível em: http://lattes.cnpq.br/
185
Disponível em: http://www.portaldatransparencia.gov.br/servidores/
1903
4 RESULTADOS
serão trabalhadas no decorrer do texto, sem a necessidade de abrir seções para não quebrar o
encadeamento lógico desta secção, já que, como as perguntas apresentam singularidades,
foram abertas essas categorias.
No que diz respeito à primeira categoria, procurou-se investigar se os sujeitos da
pesquisa possuem conhecimento sobre a teoria do planejamento e como obtiveram esse
conhecimento, e se por meio da academia ou da experiência empírica. Todos os participantes
afirmaram que têm conhecimento acerca do Planejamento Estratégico, embora somente os
sujeitos B1 e B2 afirmaram terem tido a disciplina no curso. Isso nos remete aos Currículos
anteriores (20, 10, 1R) do Curso de Biblioteconomia da UFMA, quando ainda não havia um
rol de disciplinas sobre gestão em comparação ao Currículo 30, vigente até o momento (2017)
no qual se percebe claramente a concepção de gestão voltada às unidades de informação.
Por outro lado, os sujeitos B3 e B4 relatam que possuem a teoria fruto da vivência
profissional, embora eles justifiquem que o currículo nos quais estudaram não abordava
disciplinas sobre gestão. É importante destacar que o gestor possui especialização na área, o
que possibilita uma maior integralização de sua gestão, sobretudo por possuir conhecimentos
sobre o tema, embora isso não seja pré-requisito para uma direção frutífera e muito menos
fortuita. Haja vista, que é necessário que toda a equipe tenha conhecimento técnico e
científico, além de prática no ambiente organizacional, o que contribui para as tomadas de
decisão e dirimição da duplicidade de trabalho e recursos.
Embora o sujeito B2, que possui 35 (trinta e cinco) anos de formado, e afirme ter
adquirido o conhecimento de PE na graduação, é oportuno ressaltar que tanto o currículo 10
quanto o 20 abordava algumas noções sobre gestão, ainda que essas disciplinas não tenham
sido trabalhadas com afinco, como é abordado, atualmente, no currículo 30. Outro
contraponto a ser feito é com relação aos sujeitos B3 e B4, que possuem, respectivamente, 10
e 8 anos de formação em que afirmaram não terem disciplinas voltada a gestão. É complexo
deduzir o porquê dessa afirmação haja vista que ao adentrar no curso embora o currículo
pudesse estar em transição para um atualizado, as disciplinas com enfoque de gestão se
mantiveram no currículo 30.
Quanto à segunda categoria – Percepção dos bibliotecários sobre PE –, foram
elaboradas questões que possibilitam averiguar se os sujeitos lotados nas setoriais estão
atentos e harmonizados com o que está acontecendo no NIB, especialmente sobre a partilha
na tomada de decisão e o planejamento. Em sequência, aproveita-se para confrontar a
comunicação do nível de gestão com os demais níveis tático e operacional da organização, em
1905
que através das falas dos sujeitos é nítida a falta de transparência e feedback no cotidiano
operacional do sistema, e entre os pares.
O sujeito B1 relata que o NIB desenvolve suas atividades na perspectiva do PE. Já, o
sujeito B2 afirma que não tem planejamento desde os anos de 2012. Tanto o B3 quanto o B4
acreditam que o planejamento é desenvolvido, mas não são, também, capazes de afirmar.
Acerca da validade do planejamento, os sujeitos (B1 a B4) não souberam afirmar com
precisão como ocorre o processo de elaboração e o prazo de vigência, e, muito menos, se a
gestão atual deu continuidade ao planejamento da gestão passada, ou elaborou um novo
planejamento.
Contrariando os dados colhidos com os bibliotecários, o gestor afirma que estão sendo
aproveitadas muitas coisas boas da gestão anterior, porém mudou aquilo que considerava
impertinente.
No requisito dos envolvidos na elaboração do planejamento, o B2 deixou a pergunta
de número seis em branco. O B1 pressupõe que seja a direção do NIB. O B3 entrou no mérito
do quantitativo de profissionais, que, para ele, é pouco para atender às solicitações, como
inventário e conferência. Já o B4 mostrou um melhor entrosamento quando comparado aos
outros relando que era a direção.
Contudo, vale destacar a fala do gestor: ―Todos os setores participam do planejamento
de suas atividades enquanto atividade inerente do setor. Todo mundo está envolvido no
planejamento”. Percebe-se que há um descompasso entre as respostas dos envolvidos e do
gestor. Se, por um lado, os bibliotecários, em sua maioria, afirmam desconhecer o processo de
elaboração e o prazo de vigência. Já o gestor assevera que é elaborado e que todos os setores,
conforme a sua fala, estão envolvidos na elaboração do planejamento.
Na categoria – Biblioteca e Universidade –, verificou-se através das respostas dos
questionários a importância e finalidade do NIB em fazer parte do PDI da universidade.
Constatou-se que os sujeitos envolvidos, inclusive o gestor, relataram que é de extrema
importância o NIB fazer parte do PDI, pois, devido à sua representatividade, é possível levar
ao conselho superior da instituição as necessidades informacionais, entre outras solicitações
dos acadêmicos da UFMA. O gestor confirmou a concepção dos bibliotecários e explanou que
é função nata do diretor do NIB participar da elaboração do plano institucional da UFMA.
Infere-se que, nesse ponto, todos os envolvidos se mostraram alinhados e preocupados da
biblioteca desempenhar com excelência aquilo que lhe foi designado por direito, que é atender
a comunidade acadêmica com recursos informacionais para subsidiar o ensino, pesquisa e
extensão.
1906
5 DISCUSSÃO
Mediante ao exposto na seção anterior será abordado alguns pontos que servem de
reflexão quanto ao PE dentro de uma BU. Entende-se que o ato de planejar não é uma tarefa
fácil, pois o gestor encontrará muitas barreiras que devem ser eliminadas, principalmente no
ambiente universitário, onde a biblioteca não possui recursos próprios, além de estar
subordinada a outro órgão ou departamento.
Em linhas gerais, é marcante a dualidade entre o fazer e não fazer o PE. Os
bibliotecários, em sua maioria, afirmaram desconhecer se o Núcleo possui planejamento, e, se
possui, não sabem como ocorre o processo de elaboração, já que eles não são chamados para
participar. Por outro lado, o gestor assevera que as setoriais participam do planejamento.
Infelizmente, não se tem como afirmar quem está certo, pois não foi encontrado disponível,
por meio do endereço eletrônico da UFMA e do NIB, um documento que formalizasse esse
planejamento, assim como não foi disponibilizado ao pesquisador nenhum registro sobre o
plano, especialmente no momento da aplicação dos questionários.
Outro ponto a destacar é a falta de integralização e comunicação organizacional da alta
gerência, no caso do NIB, com as setoriais. Foi claramente evidenciado pelos questionários
que as setoriais não são vistas como unidades ativas do núcleo. Entendeu-se que no decorrer
da análise as setoriais funcionam passivamente no processo. Em outras palavras, as setoriais
somente recebem ordens e as executa, sem que a direção do NIB veja a viabilidade das
atividades ou se preocupe com o andamento dos trabalhos.
A comunicação positiva, como discorrido na análise, é um mecanismo ativo e direto
entre os envolvidos. Funciona como uma sinergia, ambas trocando informações. Não é que os
atuais meios de comunicação do NIB, como o e-mail, que é muito utilizado por eles, não
tenham eficácia, mas poderia ser utilizado o feedback. Nesse caso, a sinergia seria positiva,
pois daria voz ativa às setoriais, sobretudo na exposição dos seus problemas, dilemas e até
sugestões, contribuindo para o crescimento da organização.
Por fim, é necessário que o gestor tenha mais afinidade com as unidades setoriais e
que, de fato, usufrua dos recursos humanos que essas unidades possuem para a confecção de
um planejamento sólido e frutífero. Em relação ao planejamento, espera-se que ela seja
realmente elaborada após a aprovação do PDI 2017-2021, pois o objetivo proposto nesse
documento para a biblioteca é superficial em comparação ao planejamento próprio do Núcleo.
O PE do Núcleo é o que, de fato, operacionalizará todos os objetivos, nos mínimos detalhes,
para o prazo determinado.
1909
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Abstract: The university library is a key element in the dissemination of information and
scientific knowledge, especially for the academic community and, in this context, benefits
from the internet to boost its performance. The new forms of technological communication
are creating new habits, new forms of social interaction, fostered by the development of
digital media. In this context, in which the constant flow of information is effected by the most
diverse communication media, this study had as general objective to know the availability of
the online services offered by the Brazilian university libraries and its relation with the level
of development of the respective Teaching Institutions Higher. We adopted the multiple-case
1912
study method, which was exploratory-descriptive and based on quantitative and qualitative
approaches. The theoretical contextualization was carried out through bibliographical
research, in printed and electronic sources. Then, the federal universities were identified,
later, the survey of the services and online offered by them. The results showed that in the
Central-West, Northeast, Southeast and South regions, the service offer is broader and more
modern, which partially responds to what Information and Communication Technologies
offer. However, despite the availability of certain services, there is still room for
improvement. It is worth mentioning that a new analysis was carried out in 2017,
contemplating only the universities of the Northeast region, aiming to partially update the
data of the research and to verify changes in the results obtained in 2014.
1 INTRODUÇÃO
Os serviços on-line ofertados por bibliotecas universitárias, tema objeto deste estudo,
inserem-se em duas vertentes de interesse na literatura especializada: de um lado, as
tecnologias de informação e comunicação (TIC) e sua repercussão no mundo acadêmico; de
outro, os recursos disponibilizados por essas unidades de informação, no cumprimento de sua
função primordial, qual seja, a de apoiar o desenvolvimento dos programas de ensino e
pesquisa das instituições que as abrigam.
O presente artigo representa uma compilação dos resultados obtidos com a conclusão
da dissertação em Ciência da Informação ocorrida no ano de 2014. Contudo, visando atualizar
os resultados então obtidos, uma nova análise foi realizada em 2017, focando desta vez os
estados do Nordeste, visando analisar se o quadro encontrado há quatro anos havia se alterado
com relação a alguns itens analisados. Vale ressaltar que a região Nordeste foi escolhida por
ter em seu território o maior número de Estados.
Diante do exposto, o presente estudo buscou responder a seguinte questão norteadora:
- os serviços oferecidos pelas bibliotecas universitárias brasileiras estão acordes ao que as TIC
oferecem para otimizar o desempenho 186 das instituições? Para responder a essa questão,
estabeleceu-se como objetivo geral: Conhecer os serviços on-line oferecidos pelas bibliotecas
universitárias federais brasileiras e identificar como a disponibilidade desses serviços pode
contribuir para o desenvolvimento187 das respectivas IES; e como objetivos específicos: a)
Identificar e caracterizar os serviços on-line oferecidos pelas bibliotecas universitárias
186
O verbo desenvolver utilizado neste objetivo geral, de acordo com o dicionário de Aurélio (2004), está tecido
no sentido de progredir, crescer.
187
O verbo desempenhar empregado na questão norteadora, nesse contexto, está associado a questões específicas
relacionadas a serviços on-line ofertados pelas BU.
1913
brasileiras; b) Averiguar e analisar quais serviços on-line são oferecidos com maior
frequência nas instituições observadas; e, c) Associar a oferta de serviços das bibliotecas
universitárias federais com a posição das universidades no ranking de desempenho.
A interatividade é uma exigência crescente dos usuários das bibliotecas e deve ser
entendida de maneira mais ampla que a simples possibilidade de transferência
bidirecional de dados por meio do website da biblioteca. Deve ser percebida como a
possibilidade do usuário, por meio dessa troca de dados, encontrar a informação ou
facilidade que deseja. (AMARAL, 2005 p. 32)
Os conteúdos obtidos na internet nem sempre são os mais adequados para trabalhos de
caráter acadêmico ou científico, mas há como sanar esse problema, mediante a consulta a
bases de dados especializadas ou bibliotecas digitais, que têm a mesma confiabilidade das
bibliotecas tradicionais. Com o uso da internet, podem ser oferecidos serviços de informação
que facilitam a vida do usuário, poupando-o, por exemplo, de se deslocar e permitindo acesso
além das limitações de horário, a exemplo dos serviços disponíveis nos websites. (AMARAL,
2005, p. 29) A autora diz ainda que o website da biblioteca universitária atua principalmente
como mediador da informação, facilitando e dinamizando o acesso dos usuários aos serviços
on-line.
Os profissionais da informação tiveram seu perfil aperfeiçoado para conviver com os
avanços tecnológicos que adentraram as unidades de informação. Tais avanços alteram as
1916
188
O sistema Pergamum de gerenciamento de coleções e serviços, adotado pela UFBA e por outras bibliotecas
universitárias brasileiras, dispõe dessa função – sugestões – como também a de divulgar últimas aquisições. Esse
é um diferencial que pode ser apresentado também no website da biblioteca.
189
http://www.ibict.br/pesquisa-desenvolvimento-tecnologico-e-inovacao/sistema-eletronico-de-editoracao-de-
revistas-seer
1917
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Fazendo uma média geral dos serviços correspondentes a cada função, observa-se que
os serviços representados na função Informacional têm maior expressividade, 75,2%. Esse é
um fato frustrante porque a oferta desses serviços é relativamente esperada, pois são serviços
que divulgam informações básicas da BU. Outros serviços que se destacam com boa
representatividade são apresentados na função Pesquisa, 65,4%. São serviços básicos,
todavia, sem a oferta do catálogo on-line, por exemplo, a instituição fica muito limitada e
pode ter grande redução de visitas ao seu website, já que o usuário não pode ao menos
localizar determinada obra virtualmente. Os itens que contemplam a função Promocional,
1919
57,7%, poderiam ter um melhor desempenho, ou seja, serem mais bem aproveitados, pois
podem promover o perfil da biblioteca, atraindo novos alunos e pesquisadores. Já os serviços
com função de Comunicação, 21,1%, têm uma baixa representatividade, o que só reforça a
necessidade de que as BU federais necessitam estreitar as relações com as TIC no quesito
comunicação on-line. Com a web 2.0, muda-se a forma de lidar com a Internet. A web 1.0 era
estruturada por meio de sites que colocavam todo o conteúdo on-line, de maneira estática,
sem que fosse possível a interação entre usuários virtuais. Com a web 2.0 é possível criar
ligações através das comunidades de usuários com interesses semelhantes, por meio de
plataformas mais abertas e dinâmicas. (BLATTMANN; SILVA, 2007) Os dados integrais
podem ser visualizados na tabela a seguir:
1920
Numa análise geral e comparativa entre regiões, observa-se que as regiões Centro-
Oeste e Sul apresentam, respectivamente, 60,2% e 79,5%. O Norte do país apresenta índice
bastante baixo (36,8%). Por sua vasta extensão geográfica, o Brasil mostra disparidades entre
regiões, problema ocasionado especialmente pela má distribuição de renda. A região Nordeste
que, em 2014, apresentava oferta de serviços de 51, 2%, em 2017 demonstra elevação e sua
oferta já é de 59,7; em análise geral, esses dados representam menos que 10%, contudo
individualmente, determinados estados tiveram intenso desenvolvimento, o que de todo modo
é um reflexo do empenho das BU federais na melhoria de ofertas de serviços on-line.
Ademais, outros serviços foram identificados tais como Mecanismo On-line para Referências
(MORE) e similar, geração de ficha catalográfica, link pra o Portal de domínio Público,
ferramentas voltadas para acessibilidade (livros falados), apresentação da biblioteca em
imagens 3D, entre outros.
Segundo o IBGE (2013, p. 117),―[...] a elevação do nível educacional da população e a
maior igualdade no acesso à educação de qualidade devem ser objetivos prioritários das
políticas públicas.‖ . O reflexo desse contexto pode ser observado na tabela a seguir.
190
Disponível em: < http://www.webometrics.info/en/Methodology>
1923
infere-se que outras IES da América Latina também estão focadas no desenvolvimento
tecnológico, oferta de serviços on-line e na disponibilidade de acesso aberto para trabalhos
científicos, o que as colocou numa posição mais elevada que as universidades brasileiras.
Numa análise da posição (Brasil-América Latina-Mundo), presente na Tabela 3, é possível
observar que IES brasileiras ainda necessitam de muito investimento humano e financeiro
para se aproximar do topo.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AMARAL, Sueli Angélica do. Web sites: uso de tecnologias no cumprimento das funções da
biblioteca. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 15, n. 2, p. 15-40, jul./dez., 2005.
Disponível: <http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/30 >. Acesso: 22 mar.
2014.
BLATTMANN, Ursula; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Colaboração e interação na web
2.0 e biblioteca 2.0. Revista ACB, Florianópolis, v. 12, n. 2, p. 191-215, jul./dez. 2007.
Disponível em:
1925
<http://eprints.rclis.org/18873/1/Colaboracao%20e%20Interacao%20na%20Web.pdf>.
Acesso em: 11 dez. 2013.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
JOB, Ivone. A biblioteca universitária brasileira na sociedade global. [S.l: s.n.] 2006.
Disponível em:
<http://www.cibersocied.net/congres2006/gts/comunicacio.php?id=678&llengua=po>.
Acesso em: 14 set. 2010.
TOMAÉL, Maria Inês; ZANINELLI, Thais Batista; PRADO, Maira; FEITOSA, Leonina;
COSTA, Eliandra dos Santos; PALLISSER, Allyson. Práticas de inovação do bibliotecário no
ambiente virtual. Encontros Bibli, Florianopólis, v. 19, n. 39, 83-112, jan./abr., 2014.
Disponível em:<https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-
2924.2014v19n39p83>. Acesso em: 5 mar. 2014.
Abstract: This paper discusses authority control and the use of unique identifiers as sources
of information to help the establishment of access points and as including resources in the
catalog aiming to offer to patrons other options of research. It is an exploratory qualitative
research, developed by bibliographic selection of a period from 2002 to 2018, discussing
authority control, and analyzing websites of unique identifiers. To this paper were selected
the identifiers ORCID, ResearcherID, Lattes Platform, tools with person authority data,
especially the ones who work at the academic area, and the VIAF, which has records of
authors from an international amplitude, not restricted to the authors who are attached to
universities or researcher centers. To illustrate the research was collected the data of an
academic author, present in all the selected sources and in the library catalog of the
university. This author works in a Brazilian public university. The paper concludes that the
unique identifiers contribute with the detailing in the authority catalog, reducing the names
1928
ambiguity, besides be a source to help in the selection of records to the collection. The
inclusion of identifiers in authorities allow patrons to do expanded researches, checking the
bibliographic productions of authors who are registered in the library catalog and in others
texts that are not part of the collection.
1 INTRODUÇÃO
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3 CONTROLE DE AUTORIDADES
por estarem relacionados com uma única forma descritiva da autoridade. Assim,
independentemente de como uma autoridade é grafada na fonte primária, ao adotar uma forma
autorizada para descreve-la, as possibilidades de recuperação são ampliadas, principalmente se
a descrição desta autoridade reunir todas as formas não adotadas que podem ser utilizadas para
representar o termo.
[A elaboração do catálogo de autoridade] tem por objetivo evitar
ambiguidades, sinônimos ou diversidades de nomes pelos quais as pessoas,
entidades, obras, temáticas ou conceitos possam ser denominados. Esses
catálogos desenvolvidos por serviços de informação auxiliam no intercâmbio
de informações, sendo benéficos na redução dos custos globais para a
manutenção e elaboração das bases de dados bibliográficas e de autoridade
(SALGADO, 2015, p. 20-21).
De acordo com Chan (2007, p. 166 apud ASSUMPÇÃO; SANTOS, 2012, p. 4), o
controle de autoridades possui três principais propósitos:
(a) garantir que todas as obras escritas por um determinado autor, ou
relacionadas a uma mesma entidade coletiva, sejam recuperados com o
mesmo ponto de acesso (ou sob o mesmo cabeçalho); (b) garantir que um
determinado ponto de acesso conduza somente às obras de um autor
específico ou relacionadas a uma entidade coletiva específica; e (c) poupar o
tempo e esforço de ter que estabelecer o cabeçalho cada vez que uma obra de
um mesmo autor ou relacionada à mesma entidade coletiva é catalogada.
4 IDENTIFICADORES DE AUTORIDADES
Ao publicar um texto nem sempre o autor tem autonomia para definir como seu nome
será grafado pela fonte. Existem publicações que utilizam o nome completo, enquanto outras
abreviam os prenomes ou alguns sobrenomes quando os mesmos são extensos. Este fato
acarreta em dificuldade para padronização de nomes de autoridades, gerando ambiguidades.
Outra questão a ser observada é o estabelecimento da forma do nome adotado pelo autor, que
pode se alterar durante sua vida. Isto é decorrente de alterações decorrentes de casamentos ou
divórcios, adoção de nome social, ou ainda mudanças realizadas para distinguir homônimos.
1931
Usualmente são consultados sítios na Web que reúnem e disseminam dados sobre
autoridades. No ambiente acadêmico estes dados são fornecidos pelos próprios pesquisadores,
visando mensurar suas produções. Esta característica é observada na Plataforma Lattes, no
ResearcherID e no ORCID. Por serem elaboradas pelos próprios pesquisadores, estes dados
podem apresentar ambiguidades e carecerem de padronização. Nestas três plataformas são
apresentadas as variações com que seus nomes foram grafados nas publicações. Também
possuem dados complementares, como afiliações, áreas de interesse, projetos de pesquisas
dos quais participam ou participaram, além de relação das produções realizadas.
Outras fontes com dados de autoridades são elaboradas por serviços de informação.
Para exemplificar este conjunto observa-se o VIAF, o ISNI (International Standard Name
Identifier) e os catálogos de autoridades de bibliotecas nacionais e de instituições de ensino.
Algumas destas fontes de informações de autoridades serão analisadas a seguir.
191
http://lattes.cnpq.br/
1932
4.2 RESEARCHERID192
4.3 ORCID193
O ORCID foi lançado em 2012 e é uma instituição que não visa lucros. Sua missão é
criar e manter registros de pesquisadores com atuação no meio acadêmico, individualizados
por meio de identificadores únicos. Uma de suas motivações é diminuir problemas de
ambiguidades de nomes de autores, além de reunir as publicações, vinculando produções a
resultados de pesquisas. Foi criado a partir do ResearcherID, porém sem carregar dados
semânticos no identificador que vinculem o pesquisador com uma área geográfica, instituição
ou área de atuação (SERRA; SILVA; SANTARÉM SEGUNDO, 2018).
A ferramenta permite a interação com outros sistemas de identificação como o
ResearcherID e a Plataforma Lattes. Também permite a integração com revistas acadêmicas,
192
http://www.researcherid.com/Home.action
193
https://orcid.org/
1933
4.4 VIAF194
De acordo com Salgado (2015), os nomes presentes no VIAF contam com os seguintes
dados: 1) identificador; 2) formas adotadas de um nome em cada agência catalogadora; 3)
identificação do país que estabeleceu o termo; 4) locais onde obras vinculadas a um nome
foram publicadas; 5) links para fontes externas dos nomes; e 6) representação do registro nos
formatos MARC, XML e RDF.
5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
194
http://viaf.org/
1934
Para ilustrar a utilização que pode ser feita no controle de autoridades e dos dados
presentes em fontes identificadoras disponíveis na web foi selecionado o autor acadêmico
Roger Abramino Levy, vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foram
identificados cadastros deste autor em todas as fontes analisadas neste artigo e no catálogo da
Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ.
Sua representação na biblioteca da UERJ está enxuta, constando apenas da descrição,
remissivas ver (termos não adotados), nota pública com descrição das atividades do autor e o
link para o Currículo Lattes ( Figura 16). Ao pesquisar as publicações de Levy
cadastradas no catálogo da biblioteca, nove registros foram localizados, onde quatro são
dissertações de mestrado e quatro teses de doutorado onde atuou como orientador, além de
seu próprio doutorado, defendido em 1994 no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na Plataforma Lattes Levy possui extenso cadastro, com identificação, formas como
seu nome aparece em citações bibliográficas, formação acadêmica e titulação, atuação
profissional, linhas e projetos de pesquisa, área de atuação, prêmios e títulos, produção
bibliográfica, com 149 artigos de periódicos, dois livros, 48 capítulos, 59 textos publicados
em anais de eventos, participações em bancas de trabalhos de conclusão, orientações de
1935
mestrado e doutorado, participação e/ou organização de eventos, entre outros dados, conforme
ilustrado na Figura 17.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo: Para muitas bibliotecas digitais, a crescente disponibilização das tecnologias tem
demonstrado uma ambiguidade em seu gerenciamento. No aspecto positivo, estas novas
tecnologias têm ajudado a aumentar a produtividade dos profissionais da informação,
aprimorar o processo de tomada de decisão e acentuar a satisfação do usuário final. Porém, a
gestão e o suporte destes ambientes heterogêneos e complexos - repletos de diferentes PCs,
desktops, tablets, dispositivos móveis, impressoras, redes e aplicativos – comprovadamente
têm se revelado difíceis e dispendiosos para os departamentos de Tecnologia da Informação.
Neste artigo abordaremos os principais desafios que as bibliotecas digitais terão que enfrentar
com relação ao gerenciamento do ciclo de vida de suas tecnologias, consolidação e
simplificação de seus processos dentro de seus ambientes de computação, com objetivo de
aumentar a produtividade e construir ambientes ágeis que permite às bibliotecas a responder
as demandas da gestao da informação digital.
Abstract: For many digital libraries, the increasing number of new technologies has resulted
in a conflicting managing process. The up side is that such technologies have helped increase
the productivity of information technology professionals, enhance the decision making
process and contribute to end user satisfaction. However, the management and support of
these multiple complex environments, which are replete with a huge quantity of different PCs,
desktops and notebooks, portable and wireless devices, printers, networks and applications –
have indeed turned out to be cumbersome and expensive for IT library department. In this
article, we intend to approach the main challenges digital libraries will have to face with
regard to the management to the life cycle of their technologies, consolidation and
simplification of processes inside their computer environments, aiming at increasing its
productivity and building flexible environments that may allow those libraries to respond to
the demands imposed by the management of digital information.
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conduzir efetivamente o ciclo de vida de seus ativos de TI deixou de ser uma opção, é
essencial. Independente do tipo de ativo, as bibliotecas precisam compreender de forma
mínima o que foi adquirido, qual é o seu valor e onde ele está alocado. As soluções de gestão
do ciclo de vida de TI compreendem uma combinação de políticas, processos, tecnologias e
recursos para utilizar, monitorar, prestar serviço, controlar e atualizar os ativos de hardware e
software de maneira eficaz. A solução de gerenciamento do ciclo de vida de TI está
organizada em três níveis ao longo de um modelo de maturidade conforme as necessidades de
recursos computacionais conforme apresentado na FIGURA 3.
Em que nível encontra-se sua organização e quais passos deve seguir para
otimizar sua prática de IT Asset Management.
O uso de tecnologias digitais esta evoluindo em direção a soluções abrangentes de
gerenciamento de TI que utilizem um único repositório e uma única interface, reduzindo
radicalmente os custos e a complexidade do gerenciamento de seus recursos, incluindo
desktops, thinclients, notebooks, handhelds e dispositivos de redes. É fundamental
automatizar, simplificar e integrar suas funções de gerenciamento de TI a partir de um único
console com base na Web.
REFERÊNCIAS
ALTIRIS. Gerenciamento do ciclo de vida de TI. Disponível em: < http://www.altiris.com >.
Acesso em: 6 abr. 2014.
ROCKART, J. F. et al. ―Eight Imperatives for the new IT Organization‖. Sloan Management
Review, Massachusetts, v.38, n.1, p.43-55, Fall .1996.
Abstract: The paper discusses the main business models for licensing e-books by academic
libraries. It is a qualitative and descriptive research carried out in literature collected in the
period of 2012 to 2017. First is made a brief overview of e-books that can be licensed by
libraries, pointing to the presence of specific providers, the platform-mediated reading and,
the inexistence of guarantees of selection of titles that can be contracted. Also is briefly
discussed the risks of contractual breaches between authors, providers and libraries that may
lead to the unavailability of titles. In sequence, six business models used in libraries are
shown, one perennial and five transitory, pointing out their main characteristics, ways of
working, access options, and signaling the existence of applications in Brazil. The access
model is presented as an attribute of the business model, offering options for single-user use,
for a defined number of concurrent accesses, or for unlimited use. The article concludes that
1954
Brazilian academic libraries report only three business models and that the use of e-books
must be negotiated with providers in order to obtain a balance between the parties. It also
provides subsidies for defining business models and accesses that are aligned with the served
community, optimizing the investment of available resources.
Keywords: Business models. Licensed digital book. Transitory models. Access model.
1955
1 INTRODUÇÃO
Os livros digitais estão presentes nos acervos das bibliotecas universitárias e sua gestão
representa complexidade aos bibliotecários. Este entendimento foi reforçado no relatório da
reunião do Grupo de Interesse das Relações com Editores, Vendedores e Bibliotecas da
Associação para Coleções de Bibliotecas e Serviços Técnicos (ALCTS - Association for Library
Collections & Technical Services (ALCTS Publisher, Vendor, Library Relations Interest Group
Meeting, tradução nossa) que ocorreu em Atlanta em janeiro de 2017 (KEMPERMAN, 2017).
Apesar do número de vendas de livros digitais aparentemente estar diminuindo em comparação
com anos anteriores, o desenvolvimento de novos modelos de negócios para realização de
licenciamentos está aumentando, com as bibliotecas precisando lidar com as variadas plataformas
de leitura, ofertas de preços dos livros e a presença de poucos fornecedores para bibliotecas.
Os livros digitais podem ser de acesso aberto (open access) ou licenciados. Quando são de
acesso aberto, as preocupações oriundas são de naturezas diversas como disponibilidade para
consulta e leitura, depósito do objeto em repositório digital, implantação de política de preservação
digital - para garantir que o conteúdo esteja disponível em longo prazo -, obtenção de autorização
de autores (quando necessário) etc. Esforços devem ser empregados para que os livros digitais
sejam incluídos nas coleções sem que isto proporcione questionamentos à biblioteca ou à
instituição. Assim, cuidados de proteção aos direitos autorais devem ser tomados. Se a obra estiver
em domínio público, a biblioteca pode utiliza-la livremente, dispensando a necessidade de
obtenção de autorizações. Entretanto é importante atentar-se que, o texto encontra-se em domínio
público, mas não necessariamente uma edição específica. Portanto, o fato de uma obra estar em
domínio público não significa que a biblioteca pode digitalizar a sua edição e disponibiliza-la para
uso no catálogo livremente, afinal, a edição em questão pode estar coberta por direitos autorais, e
engloba os direitos que a editora tem sobre a publicação, assim como a participação de tradutores,
ilustradores etc. Outro aspecto que deve demandar atenção das bibliotecas é a implantação de
política de preservação digital, com definição de procedimentos recorrentes para atualizar formatos
de arquivos para versões mais recentes, garantindo que o mesmo possa ser acessado por bastante
tempo.
Em relação aos livros digitais licenciados os questionamentos sobre conversão de
formatos ou proteção de direitos autorais passam a ser de responsabilidade do fornecedor,
cabendo à biblioteca apenas acompanhar ações destas naturezas. A complexidade derivada dos
livros digitais licenciados, entretanto, acarreta em situações diferentes das experimentadas com
os livros impressos ou os digitais de acesso aberto, exigindo capacitação do profissional para que
1956
fique ciente das condições existentes e para que resguarde sua biblioteca e instituição de
problemas futuros. Muitas destas situações representam desafios e, embora já sejam visualizadas
flexibilidade em tratativas com fornecedores, ainda observa-se um longo percurso até a
estabilização das possibilidades de utilização de livros digitais nos acervos.
Dentre os desafios enfrentados destaca-se a aplicação de modelos de negócios para
realização do licenciamento dos livros digitais. Se com os livros impressos a biblioteca escolhe o
título de seu interesse, encomenda junto ao fornecedor, aguarda a entrega, realiza o
processamento técnico e disponibiliza a obra para consulta, com os livros digitais a biblioteca
pode disponibilizar o livro sem que tenha ocorrido a seleção ou o licenciamento do mesmo, sem
necessidade de aguardar pela entrega do volume ou realizar a catalogação.
Na era da Internet tem se falado bastante sobre modelos de negócios, afinal as
possibilidades que existiam para um mundo analógico não atendem plenamente um mundo
conectado, sendo necessário o desenvolvimento de outras formas de negociação de produtos e
serviços. De acordo com Jansen, Steenbarkkers e Jäegers (2017), os modelos de negócios podem
ser vistos sob variadas perspectivas, como tecnológica, econômica, de marketing (com foco no
consumidor), sociológica e de design. Para Farace e Schöpfel (2010), os modelos de negócios
atendem às seguintes condições: 1) devem criar valor ao negócio em questão; 2) devem prover
mecanismos que sustentem o processo; e 3) devem gerar valor comercial.
Constata-se que a oferta de conteúdo digital alterou a forma como o conhecimento pode
ser obtido. De comprado o conteúdo passa a ser licenciado. Se antes era necessário investir em
mídias (impresso, CD etc.), agora o conteúdo pode ser baixado pela Internet, depositado em
dispositivos de leitura ou em computadores, ou ainda, acessado sem que ocorra o download, por
streaming. Também observa-se a fragmentação de conteúdo nos mercados de música, filmes e
programas de televisão, com o usuário podendo licenciar somente uma música, sem necessidade
de comprar o álbum completo, ou assistir a somente um episódio de uma temporada de seriado
de televisão, por exemplo.
No mercado editorial os modelos de negócios são oferecidos para realização de
licenciamento de conteúdo, com aplicação em bibliotecas. Alguns modelos possuem
características dinâmicas, com títulos entrando e saindo do pacote à revelia do bibliotecário.
Existem também modelos que engajam usuários, com a escolha destes repercutindo na formação
da coleção. O fato é que livros digitais causam profundas transformações nas bibliotecas. Dentre
estas podem ser citadas a obrigatoriedade de uso de plataformas dos fornecedores para realização
da leitura, a variação de preços dos digitais em relação às obras impressas, as opções de
descoberta dos títulos licenciados da biblioteca, as possibilidades de acesso a plataformas e
1957
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os livros digitais são licenciados pelas bibliotecas por meio de fornecedores específicos.
Embora seja possível o licenciamento em livrarias virtuais, nestes meios a conta da pessoa ou
instituição na loja é vinculada a um dispositivo de leitura, que pode ser um e-reader ou tablet,
equipamento onde ocorrerá o download do título contratado (SERRA; SILVA, 2017).
Independentemente da loja onde foi licenciado, o acesso será monousuário, sem possibilidade de
uso simultâneo do livro.
1958
realizados, afinal duas ou mais fontes devem ser confrontadas, correndo-se o risco de ter
informações redundantes.
Normalmente os livros digitais são licenciados em pacotes (RONCEVIC, 2013; LALLA,
2012; GRIGSON, 2011; MORRIS; SIBERT, 2011). Evidentemente existe a opção de seleção
individual de títulos, porém esta prática não é interessante aos fornecedores, que preferem a
oferta de volumosos conjuntos. A quantidade de recursos não representa qualidade, porém, em
termos financeiros, a contratação de diversos títulos mostra-se vantajosa, além de ampliar
significativamente a oferta de conteúdo. Um aspecto que preocupa é que os títulos nos pacotes
não são fixos, podendo ocorrer alterações frequentes, mesmo durante a vigência do
licenciamento. Esta situação é decorrente dos contratos firmados entre autores e editores, e
destes com demais fornecedores. Se um autor ou editor optar por romper ou não renovar um
contrato com um agregador, por exemplo, este deverá remover o conteúdo deste autor ou editor
de sua plataforma, visto que não possui mais autorização para representa-lo (SERRA; SILVA,
2016). Esta situação é observada em qualquer modelo de negócio, inclusive na Aquisição
Perpétua. O título que foi licenciado deve ser retirado da plataforma, visto que o fornecedor não
possui mais direitos de representação do mesmo. Algumas situações desta natureza já foram
observadas no Brasil, porém relatos de casos ainda não foram identificados na literatura.
Além de rompimentos ou não renovações de contratos, os livros digitais também podem
ser removidos dos catálogos caso não ocorra a renovação do licenciamento, cessando o acesso
que existia aos títulos. Ao possuir títulos que podem entrar ou sair das plataformas, a biblioteca
observa concretos casos de descontrole da coleção, uma vez que não possui autonomia para
definir quais títulos farão parte do acervo, ou por quanto tempo estarão disponíveis para
consulta.
Este modelo de negócios é adotado com maior frequência por editores, porém também
podem ocorrer licenciamentos por aquisição perpétua oferecidos por agregadores e
distribuidores. Ele está disponível para bibliotecas brasileiras, embora a tendência, de acordo
com os encaminhamentos observados no mercado norte-americano, é que esta modalidade não
seja a principal opção de licenciamento oferecida pelos fornecedores.
4.2 ASSINATURA
4.3 DDA
4.4 STL
O STL (Short Term Loan, Empréstimo de Curto Prazo, tradução nossa) é um modelo
transitório que é uma variação do DDA (POLANKA; DELQUIÉ, 2011). Nesta forma de
licenciamento não existe um limite de alugueis que podem ser realizados. Assim, ilimitados
aluguéis podem ser feitos sem que dispare um licenciamento de forma automática por outro
modelo, como ocorre no DDA. Assim como no modelo que o originou, no STL os valores
parciais pagos por acessos são variados, de acordo com a política adotada pelo fornecedor.
Segundo Grigson (2011), os valores dos alugueis são mais altos que os praticados no DDA, na
ordem de 10 a 20%, enquanto para Morris e Sibert (2011) variam de 10 a 15%, e para Porter,
Weaver e Newman (2012) os custos estão na faixa de 10 a 30% do valor do título.
Não é interessante à biblioteca permitir que um livro seja acessado de forma recorrente
na modalidade STL, afinal seu uso transitório pode ficar mais elevado que sua inclusão em
pacote de assinatura ou, até mesmo, numa aquisição perpétua. Este modelo é interessante quando
alguns poucos títulos apresentam baixa demanda sazonal, muitas vezes para atendimento de
projetos de pesquisas, não justificando o investimento de um licenciamento por prazo maior que
os poucos alugueis que serão solicitados. Assim como no DDA, é importante acompanhamento
dos licenciamentos ocorridos por meio deste modelo, evitando gastos desnecessários.
Novamente é fundamental capacitação dos usuários para que realizem acessos somente de títulos
que efetivamente possuem interesse, evitando que a biblioteca realize pagamentos de títulos não
pertinentes ou que pague por consultas exploratórias de seus usuários, a fim de identificar se o
título disponível é ou não de seu interesse.
Da mesma forma que com o DDA, não foram identificados relatos de fornecedores que
ofereçam o STL no Brasil. O modelo de acesso é ilimitado, com o fornecedor – normalmente os
agregadores de conteúdo - proporcionando farta oferta e divulgação de conteúdo, com o intuito
de instigar a utilização dos recursos.
4.5 ATO
O modelo ATO (Access To Own, Acesso para Aquisição, tradução nossa) é oferecido
pelo fornecedor ProQuest desde agosto de 2016. ―Acesso para Aquisição empodera bibliotecas
para construir coleções de livros digitais de qualidade, com base na real necessidade de seus
usuários‖ (PROQUEST, 2016, tradução nossa).
1964
4.6 EBS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
contratações por DDA, STL ou ATO, por exemplo. Ao agir desta forma, a biblioteca pode se
familiarizar com modelos desconhecidos e avaliar suas características para constatar se valem ou
não o investimento realizado.
Nem todos os títulos precisam ser licenciados com modelo de acesso ilimitado, afinal
algumas obras não apresentam esta demanda. A biblioteca deve ter subsídios para decidir quais
títulos precisam ser acessados de forma simultânea, assim como estabelecer um valor médio de
acessos necessários, dispensando o uso ilimitado para todo o pacote disponível, uma vez que isto
contribui para a formação do valor do licenciamento.
Deve ficar claro aos bibliotecários que modelos de negócios e modelos de acesso são
questões distintas, mas que a segunda interfere no valor do primeiro e que devem ser analisadas
e discutidas as opções com os fornecedores.
É interessante que a biblioteca se resguarde em alguns aspectos, como ser notificada com
antecedência de alterações nos pacotes contratados, com informações claras dos títulos que serão
agregados e removidos da contratação. Um ponto de destaque é que, sempre que ocorram
alterações nos títulos disponibilizados, os bibliotecários devem realizar os ajustes nos catálogos,
incluindo ou inibindo as obras, para que sejam descobertas pelos usuários.
Caso uma nova edição seja lançada, é interessante que a anterior seja mantida para
acesso, aumentando a oferta aos usuários. Por outro lado, caso um título seja retirado,
dependendo de sua pertinência no acervo – presente em planos de ensino, por exemplo -,
compensações devem ser negociadas, evitando comprometer a formação da coleção.
Ao decidir pela inclusão de livros digitais no acervo, a biblioteca deve ter bem claro que
tipo de modelo de negócio é adequado em relação à área e o uso que será feito do mesmo.
Recomenda-se que obras que possuem rápida atualização sejam licenciadas por assinaturas,
enquanto títulos que possuem uso recorrente sejam contratadas por aquisição perpétua.
Por fim, seria interessante aos bibliotecários brasileiros ter a opção de usar modelos
transitórios orientados aos usuários, como o DDA, STL, ATO e EBS, uma vez que, de acordo
com a literatura consultada, eles proporcionam economia de recursos ao investir em obras que
são de efetivo interesse dos usuários. O fato de uma obra acessada por diversas vezes por DDA é
uma sinalização que a mesma é demandada pela comunidade e, a partir deste dado, o
bibliotecário tem condições de avaliar se não é vantajoso o licenciamento por outro modelo.
Entretanto, cabe cobrar os fornecedores sobre outros modelos de negócios, para que as
bibliotecas universitárias brasileiras não fiquem restritas somente a aquisição perpétua e a
assinatura e que possam se familiarizar com as demais opções disponíveis para bibliotecas.
1967
REFERÊNCIAS
ALBITZ, B.; BRENNAN, D. Budgeting for e-books. In: KAPLAN, R. (ed). Building and
managing e-book collection. Chicago, IL: Neal-Schuman, 2012. p. 85-94.
DOUCETTE, J.; LEWONTIN, A. Selecting e-books. In: KAPLAN, R. (ed). Building and
managing e-book collection. Chicago, IL: Neal-Schuman, 2012. p. 51-74.
GRIGSON, A. An introduction to e-book business models and suppliers. In: PRICE, K.;
HAVERGAL, V. (Eds.). E-books in libraries: a practical guide. London: Facet, 2011. p. 19-36.
JANSEN, W.; STEENBARKKERS, W.; JÄGERS, H. New business models for the knowledge
economy. London: Routledge, 2017. 190 p.
LALLA, N. J. E-book publishing the view from the library. In: KAPLAN, R. (ed). Building and
managing e-book collection. Chicago: Neal-Schuman, 2012. p. 23-34.
MORRIS, C.; SIBERT, L. Acquiring e-books. In: POLANKA, S. (ed.). No shelf required
[recurso eletrônico]: e-books in libraries. Chicago: American Library Association, 2011. Cap. 6
POLANKA, S.; DELQUIÉ, E. Patron-driven business models: history, today‘s landscape, and
opportunities. In: SWORDS, D. A. (ed.), Patron-driven acquisitions: history and best practices.
Berlin, DE: De Gruyter, 2011. p. 119-135.
PORTER, M.; WEAVER, M.; NEWMAN, B. E-book sea change in public libraries. In:
POLANKA, S. (Ed.). No shelf required 2 [recurso eletrônico]: use and management of
electronic books. Chicago: American Library Association, 2012. Cap.9.
RONCEVIC, M. E-book platforms for libraries. Library Technology Reports, Chicago, v. 49,
n. 3, p.5-42, abr. 2013.
-------------------. Licensed digital books and the transitory business models. In: 13th
CONTECSI International Conference on Information Systems and Technology
Management, 2016. Disponível em: http://org.crossref.xschema._1.Title@bd301c6. p. 878-893.
Acesso em: 18 dez. 2017.
RENATO ALVES
brasileiro. Com base nos modelos de ciclo de vida dos dados, foi possível responder à primeira
questão de pesquisa, sobre os locais onde são aplicadas as ações curatoriais. A pesquisa
identificou vários ambientes e projetos, que realizam prática de curadoria digital, representados
em um quadro. Também foi possível sumarizar as categorias temáticas que descrevem as
atividades curatoriais de cada modelo. O aspecto inovador desta pesquisa é a apresentação de
vários modelos de ciclo de vida testados em diferentes ambientes reais. Com este mapeamento,
os profissionais inexperientes em curadoria de dados podem localizar e selecionar determinados
modelos e adaptá-los às suas necessidades. Para trabalhos futuros, pretendem-se estudar as
teorias sobre cultura digital e ferramentas computacionais em ambientes que empregam
curadores algorítmicos para seleção, organização e distribuição de conteúdo informativo, assim
como buscar informações sobre os profissionais que estão envolvidos em atividades curatoriais,
suas qualificações técnicas, tempo de experiência, competências e habilidades requeridas.
Abstract: The present study focuses a map of the practical, cases registered in the literature,
about digital curation, seeking to show the situation and perspectives of the digital curation in
Brazilian context. Based on the models of life cycle of the data, it was possible to answer to the
first research subject, on the spaces where curational activities are applied. The research
identified several places and projects, which accomplish practice of digital curation, represented
in a picture. It was also possible summarize the thematic categories that describe the curational
activities of each model. The innovative aspect of this research is the presentation of several
models of life cycle tested in different real spaces. With this map, the inexperienced
professionals in data curation can locate and select certain models and adapt them to their
needs.For future works, we intend to study the theories on digital culture and computational
tools in spaces that use algorithmic curators for selection, organization and distribution of
informative content, as well as to find information on the professionals that are involved in
curatorial activities, their technical qualifications, time of experience and requestedcompetences
and abilities.
Keywords: Modelling of data. Life cycle. Digital curation. Data management.
1 INTRODUÇÃO
A coleta de grandes quantidades de dados registradano século XV, período das grandes
navegações europeiaspermitiu conhecer a cultura dos povos conquistados, mas também o clima,
a fauna e a flora local. O conhecimento desses dados facilitaram a dominação e exploração dos
novosterritórios e, por extensão, a criação dos primeiros mapas-mundi para a orientação dos
navegadores e a construção de teorias que foram transformadas em disciplinas científicas como a
geografia, a biologia, a antropologia e outras (HARARI, 2015). Esta referência histórica
demonstra que o uso inteligente dos dados foi imprescindível para a concentração do
conhecimento e do poder por parte potências mundiais da época.
Atualmente os dados gerados ou coletados nas atividades de pesquisa servem, entre
outras aplicações, como insumos para a criação regular de fármacos, para a prevenção de
doenças, humana e animal, o melhoramento da produção industrial, do agronegócio e do
1971
Assim o objetivo neste artigo foi fazer uma revisão sistemática da literatura para a coleta
e análise dos dados bibliográficos sobre a modelagem de dados para curadoria digital efetuada
por investigadores brasileiros.
2 A CURADORIA DIGITAL
Kouper (2016) afirma que o conceito de curadoria digital emergiu,no Reino Unido, a
partir de uma série de workshops sobre a preservação de recursos digitais, na década de 1990.
Naquela época, os investigadores já começavam a discutir estratégias e implementação de
políticas de gerenciamento de materiais digitais, que incluíam os dados e resultados de
pesquisas, o desenvolvimento de ferramentas, bem como a criação uma rede colaborativa para
dar suporte às organizações, que estavam enfrentando essa problemática. Entretanto, o foco na
preservação digital tem-se aplicado, ao longo dos anos, e incorporado na terminologia relativa ao
gerenciamento de recursos contínuos e à curadoria.
A maioria dos autores consultados coincide em considerar que o registro do termo
curadoria digital apareceu pela primeira vez em 2001, no seminário ‗Digital Curation: Digital
Archives, Librariesand e-Science‘. Conforme afirmam Sayão e Sales (2012, p.184) ―os
conhecimentos e as práticas acumulados na última década em preservação e acesso a recursos
digitais resultaram num conjunto de estratégias, abordagens tecnológicas e atividades que agora
são coletivamente conhecidas como curadoria digital‖. A curadoria digital é uma prática de
gerenciamento, que envolve a criação, seleção, manutenção, arquivamento, preservação,
avaliação, acesso e reuso de recursos digitais (Kouper, 2016).
Um elemento intrínseco no conceito de curadoria digital é a preservação de dados para o
reuso no futuro. Para atingir tal objetivo, deve ser traçado um plano de ações no decorrer do
processo de curadoria.Para Sayão e Sales (2012), os modelos de curadoria são ações que
compreendem atividades que permeiam todo o ciclo de vida da curadoria digital.
Como o patrimônio cultural e científico está a desenvolver-se cada vez mais em formato
digital, traz muitas vantagens, mas também enormes desafios, uma vez que os meios e as
técnicas para codificá-lo e armazená-lo são instáveis e tornam-se rapidamente obsoleto e sua
preservação é difícil, pela sua extensão e efemeridade (UNESCO PERSIST, 2016).
Ball (2012) elaborou uma revisão sobre os modelos de ciclo de vida para o
gerenciamento dos dados, com o objetivo de especificar os requisitos para o planejamento das
ações curatoriais,antes da implantação de repositórios, para evitar falhas no momento de registro
e criação dos dados.
1973
3 METODOLOGIA
195
Ball (2012, p. 3) ―The importance of lifecycle models is that they provide a structure for considering the many
operations that will need to be performed on a data record throughout its life‖.
1974
No que tange ao critério de inclusão para aceitação dos estudos sobre a modelagem para
o ciclo de vida dos dados, as estratégias adotadas para o aceite foram:
a) Apresentar uma estrutura de informação que compreendesse diversas operações para
o registro dos dados ao longo da vida (BALL, 2012);
b) Estudos sobre caso prático de gerenciamento de dados e informação, independente
do domínio.
Os documentos que não estavam incluídos nos escopos referidos foram eliminados. Por outro
lado, os modelos replicados em mais de um estudo foram citados apenas uma vez, alcançando-se
um corpus documental final foi de157 documentos no período compreendido entre 14 de maio a
6 de junho de 2017.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
técnicas e funcionais;
g) Desenvolvimento de aplicações
dedicada a disponibilização da
informação;
h) Manutenção do sistema SIG.
Os resultados assinalam que, no período estudado, vários autores e estudos se dedicam ao tema
da curadoria e curador digital, tendo sido selecionadas aplicações de diferentes modelos,
adaptados às necessidades do cada contexto. A maioria das pesquisas teóricas e das experiências
práticas relatadas concentra-se, principalmente, entre os anos 2011 e 2016 e têm aumentado
gradualmente, pelo que se conclui o interesse dos pesquisadores brasileiros por este tema.
Um aspecto relevante diz respeito às políticas de governança de dados visando à transparência e
acesso às informações no contexto da administração pública brasileira, através de várias leis e
normativas, e iniciativas, entre as quais, os portais eletrônicos, para o fortalecimento da política
pública de dados abertos e como uma das medidas de combate a corrupção efetuada por agentes
públicos.
Os modelos do ciclo de vida dos dados assinalam um conjunto de atividades a executar
nas 'categorias temáticas' para o gerenciamento dos dados, de acordo com o domínio de
aplicação. Embora não seja possível identificar um modelo generalista com todos os requisitos-
chave, porque cada domínio tem uma especificidade, que precisa ser levado em consideração,
encontram-se nos modelos selecionados, requisitos comuns referentes à captura/aquisição,
análise, arquivamento e preservação, qualidade, compartilhamento, política e normas,
responsabilidade, aspectos éticos e legais, interoperabilidade, metadados, infraestrutura
computacional etc., independentemente do domínio de aplicação.
A informação levantada indica em que contexto se aplica o gerenciamento de dados, pelo
que se podem mapear a curadoria para o gerenciamento do ciclo de vida dos dados, as
universidades e os centros de pesquisa, a indústria e os serviços, as plataformas digitais, bem
como em áreas específicas como a Oceanografia, os Recursos Hídricos, a Geoespacial e a
Computação em nuvem e outros.
6 CONCLUSÃO
Com base nas informações ao longo deste trabalho sobre os modelos de ciclo de vida foi
possível responder a primeira questão de pesquisa, que se refere aos locais onde são aplicadas as
1981
REFERÊNCIAS
BALL, A. Reviewof Data Management Lifecycle Models (version 1.0). 2012. Bath, UK:
University of Bath. REDm-MEDProject Document redm1rep120110ab10.Disponível em:
<http://opus.bath.ac.uk/28587/1/redm1rep120110ab10.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
BRAYNER, A. A. Entrevista com Aquiles Alencar Brayner. Acervo, Rio de Janeiro, v.29, n.2,
p.9-15, jul./dez. 2016. Disponível em:<http://oaji.net/articles/2017/3932-1484337650.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
SAYÃO, L.F.; SALES, L.F. Curadoria digital: um novo patamar para preservação de dados
digitais de pesquisa. Inf. &Soc.:Est., João Pessoa, v.22, n.3, p.179-191, set./dez. 2012.
Disponível em:<http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/12224>. Acesso 11 jan.
2018.
Abstract: Institutional repositories make it possible to increase the visibility of the scientific
productions of an institution. Objective to identify the marketing needs. It presents the mapping
around the production of knowledge about the application of marketing to Institutional
Repositories in the Brazilian Portal of Scientific Publications in open access of the Brazilian
Institute of Information, Science and Technology. Explain about the application of marketing in
repositories. Said the route traveled by the Memory and the actions developed by the Technical
Team and Steering Group when disclosure of institutional repository since its inception in 2015.
1984
It uses the application of interviews and electronic questionnaires with the internal community of
the Federal Institute of Education, Science and Technology Rio Grande do Norte Campus Natal-
Zona Norte, in order to identify the level of knowledge and use of them about the institution's
repository to prepare a marketing plan for the repository, aiming to increase the visibility of the
same in the internal community and external of the institution. It concludes by pointing out the
need for a marketing plan for the repository.
Keywords: Institutional repository. Marketing plan. Open access word1. word2.word3. word4.
word5.
1 INTRODUÇÃO
Evidentemente, nos dias atuais, é incontestável que a informação chegue até nós num
piscar de olhos. Muitas dessas informações que nos é divulgada, fazem parte de toda uma ação
executada através da aplicação do marketing desenvolvido por empresas e instituições,
permitindo a todos uma interação, compartilhamento e até mesmo a colaboração antes
contestada. Os meios de divulgação ficam cada vez mais maleáveis, passando a existir
aplicações que faltavam em uma era cheia de informações.
Agora elaborada por tecnologia a um nível elevado, a era da informação é marcada por
uma maior interação e colaboração. Nada mais justo pensarmos em conteúdos e possibilidades
andando no mesmo ritmo.
Meadows (1999, p. 8 apud GOMES, 2006, p. 4) ―lembra que um ambiente criado pelos
meios eletrônicos tem, como aspecto positivo, dentre outros, o fato de proporcionar uma
comunicação mais democrática e estimular a colaboração‖. Várias instituições nos dias atuais
utilizam o uso de plataformas virtuais como uma forma de divulgação e colaboração para uma
maior interatividade em torno de seus produtos, desde o conhecimento empírico ao científico.
Muitas dessas instituições possuem uma quantidade significativa de trabalhos expostos e
publicados em diferentes suportes. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Norte (IFRN) não é diferente, pois alguns expostos em seu repositório são a
prova de que possibilidades e conteúdos podem andar na mesma direção.
Todas essas informações atreladas à tecnologia no repositório do IFRN possibilita a
necessidade de um agente capaz de promovê-las. Por isso, se faz cada vez mais necessário um
plano em torno do marketing para um maior entendimento e conhecimento da produção
acadêmica e científica produzida da instituição.
O projeto tem como principal objetivo identificar as necessidades do Memoria -
Repositório Institucional do IFRN quando ao marketing. Para tanto, foi necessário realizar o
1985
196
Utilizaremos a sigla IFRN-ZN sempre que mencionado o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Norte campus Natal-Zona Norte.
197
A bibliotecária Vanessa Oliveira de Macêdo Cavalcanti, CRB-15/454, coordenou, em 2013 o Projeto de pesquisa
―Comunicação científica: acesso livre as produções acadêmicas do IFRN através da criação e desenvolvimento do
seu repositório institucional‖, no campus João Câmara. Atualmente é membro do grupo gestor do repositório, além
de desenvolver atividades técnicas no Memoria.
1986
3 REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
Neste texto, faremos a opção em não abordar a via dourada, pois, temos como objetivo
um plano de marketing para um repositório institucional.
Segundo Leite (2009) a via verde tem como estratégia o arquivamento da produção
científica, podendo ser armazenada em repositórios temáticos e institucionais. Os repositórios
temáticos (RTs) são ambientes digitais que recebem produções em torno de um mesmo assunto,
como afirma Monteiro e Brascher (2007, p. 03) considerando que os RTs objetivam a "gestão e
disseminação da produção técnico-cientifica em meio digital, de uma área ou subárea especifica
do conhecimento".
Os repositórios institucionais (RIs) armazenam as produções de uma determinada
organização ou instituição.
198
Aproveitamos para sugerir aos leitores desta pesquisa a utilização do Portal em suas pesquisas. O Oasisbr é uma
biblioteca digital multidisciplinar de acesso gratuito que coleta produções científicas de pesquisadores das
universidade e institutos de pesquisa. Disponível em: <http://oasisbr.ibict.br>. Acesso em: 09 maio 2017.
1987
O IFRN foi o primeiro dentre os Institutos Federais (IFs) a criar o seu repositório
institucional para armazenar suas produções acadêmicas, científicas, artísticas e técnicas.
Em 2013 iniciou-se as primeiras discussões sobre o Movimento do Acesso Aberto com o
projeto de pesquisa ―Comunicação científica: acesso livre as produções acadêmicas do IFRN
através da criação e desenvolvimento do seu repositório institucional‖, motivado pela ausência
de um ambiente digital capaz de preservar o conhecimento científico da instituição. No ano de
2014, com outro projeto de pesquisa ocorreu a união de esforços de diferentes profissionais da
instituição.
Assim, a partir destes dois projetos de pesquisa submetidos a editais da Pró-reitora de
Pesquisa e Inovação do IFRN ocorreu a implementação do RI. Durante a fase de
desenvolvimento do software199, foi definido o nome a partir do entendimento de que
[...] a palavra memoria origina-se do latim e denota significado de conservação de uma
lembrança. Trata-se de um termo presente e utilizado por várias ciências sendo
absorvida pelas novas correntes historiográficas (CHAUÍ, 2005, p. 138).
199
Para a compreensão das atividades de desenvolvimento recomendamos a leitura do TCC dos
alunos-bolsistas. Disponível em: <https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/712>.
1988
200
Software livre mais utilizado em repositórios institucionais.
201
Informações extraídas do site do Memoria. Disponível em: <https://memoria.ifrn.edu.br/>. Acesso em: 06 dez.
2017.
1989
Engana-se erroneamente quem pensa que o marketing serve apenas para vender algo.
Cobra (2000, p. 29), defende que ―o marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e
adaptar produtos ou serviços - é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida
das pessoas‖. Mais adiante o autor acrescenta que ―é preciso descobrir o que o consumidor quer,
ou necessita‖. Para Kotler e Keller (2000, p. 27) as ―informações podem ser produzidas e
comercializadas como um produto‖.
Numa era em que o marketing se faz presente em todos os âmbitos empresariais, é válido
ressaltar que essa visibilidade também está ganhando força dentro do âmbito científico.
O marketing científico pode ser considerado, de uma maneira geral, uma modalidade de
marketing que auxilia a alavancar o crescimento do mercado de produtos científicos. Sendo
assim,
[...] o princípio básico a ser adotado pelo marketing científico é o de que o
conhecimento, sobretudo o discurso que o contém, é um produto como outro qualquer,
bastando que se estabeleça como alvo desse produto, o público em geral e não somente
o público especializado. (BIZZOCCHI, 2002 apud ARAÚJO, 2015, p. 71).
Sendo uma ferramenta de livre acesso que armazena e divulga as suas produções
científicas, torna-se um compromisso ajustá-lo para que a comunidade perceba o quanto esta
ação institucional é necessária para a visibilidade da instituição.
Para essa sessão do plano de Marketing, foi elaborada uma entrevista com a bibliotecária
Vanessa Oliveira de Macêdo Cavalcanti do IFRN-ZN em 27 de novembro de 2017.
Após as informações obtidas com a entrevista, demais informações extraídas do próprio
site do Memoria202 e de publicações apresentadas em eventos científicos, organizamos as
seguintes atividades:
Ações desenvolvidas203:
o Uso das mídias sociais (Facebook, Instagram, Twitter);
o Elaboração de lâminas e marcadores de textos para distribuição;
o Totens e realização de palestras para divulgação do RI em eventos internos: Semana
de Ciência, Tecnologia e Extensão do IFRN (Secitex) e Encontro dos Coordenadores de Cursos
e de Bibliotecários do IFRN;
o Reuniões sistemáticas do grupo gestor do Memoria: realização de treinamento com os
bibliotecários da Instituição; elaboração dos padrões de metadados; e tutoriais de submissão e
elaboração do fluxo de depósito de TCCs no RI;
o Divulgação em eventos nacionais e internacionais: o XIX Seminário Nacional de
Bibliotecas Universitárias (SNBU), Encontro Nacional de Dirigentes de Pessoal e Recursos
Humanos das Instituições Federais de Ensino (ENDP) e o I Fórum Nacional de Repositórios
Digitais.
202
Recomendamos ao leitor o acesso às produções do IFRN. Disponível em: <memoria.ifrn.edu.br>.
203
Além do site, estas informações foram extraídas do artigo apresentado no Congresso
Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (CBBD), 2017, com o título ―Historicizando o
Memoria - Repositório Institucional do IFRN‖. Disponível em: <https://www.cbbd2017.com/>.
Acesso em: 04 dez. 2017.
1991
pela proximidade do autor com esta comunidade e por entendermos como uma amostra
significativa para a pesquisa.
5.1 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO COM OS ESTUDANTES
204
Dados foram extraídos do Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP). Disponível em:
<suap.ifrn.edu.br>. Acesso em: 20 nov. 2017.
1992
5.3.1 Forças
A logomarca evidencia uma caixa de conhecimento que se abre para o mundo, possuindo
assim uma conservação de lembranças atrelado a um histórico memorável. Nesse contexto,
1993
podemos relacionar a marca com o acesso aberto, já que o mesmo possui um movimento de
pensamento em que o conhecimento é para todos. Além disso, é válido destacar que esse acesso
permite o auto arquivamento dos que possuem vínculo com IFRN.
Sendo prático e de fácil acessibilidade, o campo científico dentro do software se abre em
meio a coleções de diversos documentos para diversas comunidades, como eventos, teses e
dissertações, entre outros. É importante ressaltar ainda que a instituição busca uma maior
visibilidade em torno do Memoria.
5.3.2 Fraquezas
Embora o site seja uma ferramenta de imprescindível uso, ele possui um déficit na
criatividade. É até adequado, mas não chama atenção. Outras formas de acesso também
possibilitam uma interação com o público. Um exemplo disso são as mídias digitais que até
existem, mas que são falhas visualmente e participativamente. Suas últimas postagens acabam
demorando e gerando um certo desinteresse. Some-se a isso poucos trabalhos submetidos,
gerando automaticamente poucos acessos nas ferramentas digitais. E para onde vão esses tantos
projetos? Há uma concorrência indefinida, ou mesmo não existente. Isso justifica a falta de uma
estratégia definida na divulgação, frequentemente.
5.3.3 Oportunidades
5.3.4 Ameaças
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É nítida a presença de produções científicas na instituição. Mas é mais nítida ainda à não
percepção, o não conhecimento dos estudantes e demais servidores do quanto o armazenamento
pode contribuir com a visibilidade da instituição e de seus pesquisadores. Diante da expansão do
IFRN, é notório o crescimento das suas produções acadêmicas, científicas, artísticas e
administrativas. Este fato se dá graças à investimentos em estudantes, materiais, viagens, etc.
Entretanto, ainda há um grande desconhecimento acerca do arquivamento dessas produções,
onde apontamos uma ausência efetiva na divulgação. Essa dispersão se dá justamente pela falta
de orientação por meio do marketing, da participação e da autogestão do canal de divulgação.
A concepção desse trabalho poderá reafirmar a magnitude que possuem as produções
científicas de uma maneira geral no âmbito da publicação, seja ela principalmente virtual, já que
o Memoria faz parte do mesmo. A relevância se dá justamente na divulgação, podendo modificar
e atuar em melhorias contínuas na vida acadêmica dos demais.
Assim, após o estudo apresentado, um plano de marketing poderá contribuir com as ações
do repositório. Para tanto, pretende-se apresentar para o grupo gestor do Memoria, com a
intenção de aumentar a visibilidade do Repositório Institucional na comunidade interna e externa
do IFRN.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
IFRN. Natal, [20-?]. Disponível em: <http://portal.ifrn.edu.br>. Acesso em: 04 jun. 2017.
KOTLER, Philip; GERTNER, David. Country as brand, product, and beyond: A place marketing
and brand management perspective. Journal of brand management, v. 9, n. 4, p. 249-261,
2002.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
Resumo: O objetivo geral dessa pesquisa é propor os elementos mínimos para construção de
políticas de acesso aberto na implantação de repositórios institucionais em universidades
brasileiras. A partir da abordagem sobre regime de informação trazida por Sandra Braman,
Maria Nélida González de Gómez, Hamid Ebkia e Bernd Frohmann, discute-se o papel dos
repositórios institucionais. Além disso, por meio do conceito de política de informação,
pretende-se examinar as políticas de acesso aberto instauradas nas universidades de ensino e
pesquisa no Brasil. Para presente investigação empregou-se a metodologia de levantamento
bibliográfico acerca da temática de repositórios institucionais, política de acesso aberto, regime
de informação e política de informação. Como campo empírico, foram selecionados a partir do
site OPENDOAR e ROARMAP repositórios institucionais de universidades brasileiras que
representassem as cinco regiões do país. Nesse grupo, empregou-se o questionário aos gestores a
fim de identificar se as políticas de acesso aberto caminham à luz das características das políticas
de informação. Tais questionários serão empregados em duas fases: na primeira, os gestores
receberão via correio eletrônico e, posteriormente, será validado por meio de entrevista realizado
via software Skype. Como resultado da pesquisa pretende-se contribuir como aporte teórico e
metodológico para a proposição de políticas de acesso aberto que sejam uma premissa para
implantação dos repositórios institucionais em universidades brasileiras.
Abstract: The general objective of this research is to propose the minimum elements for the
construction of open access policies in the implantation of institutional repositories in Brazilian
universities. Based on the information system approach brought by Sandra Braman, Maria
Nelida González de Gómez, Hamid Ebkia and Bernd Frohmann, the role of institutional
repositories is discussed. In addition, through the concept of information policy, we intend to
examine the policies of open access established in universities of teaching and research in
Brazil. For the present research the methodology of bibliographic survey on institutional
repositories, open access policy, information regime and information policy was used. As an
empirical field, institutional repositories of Brazilian universities representing the five regions of
the country were selected from the site OPENDOAR and ROARMAP. In this group, the
1998
questionnaire was used to the managers in order to identify if the policies of open access walk in
the light of the characteristics of the information policies. These questionnaires will be used in
two phases: in the first, the managers will receive via electronic mail and, later, will be
validated through an interview conducted via Skype software. As a result of the research, it is
intended to contribute as a theoretical and methodological contribution to the proposal of open
access policies that are a premise for the implementation of institutional repositories in
Brazilian universities.
Keywords: Institucional repositories; Information policies; Open acess policies; Regime theory;
Brazilian universities.
1 INTRODUÇÃO
A informação têm sido elemento chave para que a ciência consiga se desenvolver de
forma consisa e sistemática, proporcionando, deste modo, o avanço social e econômico de um
país. Nesse sentido, a comunicação científica tornou-se um ponto essencial no seu
desenvolvimento e fez-se tema para diversos estudos na área: o registro e difusão do
conhecimento, proveniente de pesquisas científicas, consolidam o transcurso da comunicação
informacional na área científica.
Assim, deve-se destacar a inserção das publicações científicas como instrumentos da
comunicação entre os pares. Com a ampliação da quantidade de periódicos científicos, Eugene
Garfield, fundador do Institute for Scientific Information (ISI), percebeu a necessidade de
desenvolver uma metodologia para classificar esses periódicos; elaborou-se, assim, o Fator de
Impacto (FI), com a finalidade de analisar, a partir das citações bibliográficas presentes nos
artigos, de publicações previamente escolhidas, quais os periódicos com maior grau de
influência na área a qual encontrava-se vinculado. Nos anos de 1960, Garfield e Sher criaram o
Journal Impact Factor objetivando potencializar a seleção de periódicos que seriam indexados
no Science Citation Index (SCI). Em 1975, o ISI lança o Journal Citation Reports (JCR) onde
relaciona o percentual de impacto dos periódicos de diversas áreas do conhecimento. Ao passar
dos anos, o FI encontrava-se amplamente difundido e consolidado pelas agências de fomentos.
Esse foi um marco para a elevação dos custos das revistas indexadas pela SCI. Com o
renome que o SCI passou a apresentar entre as instituições de pesquisa, as revistas indexadas por
ela adquiriram maior prestígio. Tornou-se cíclico, ou seja, pesquisadores submetiam suas
publicações a esses periódicos para adquirir maior prestígio e financiamento pelas agências de
fomento. As bibliotecas e pesquisadores precisaram adquirir essas publicações, que aumentaram
os seus valores por conta da lei da oferta e procura, dificultando a sua aquisição. Isso ocasionou
que os pesquisadores necessitassem de mais recursos financeiros para a manutenção da sua
coleção de periódicos: é a chamada ―crise do periódico‖ que começou nos anos 1980.
1999
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com o intuito de solidificar as questões inerentes ao objeto da pesquisa, nesta seção serão
apresentados os conceitos que pautam esse estudo. Deste modo, tratar-se-á de algumas teorias,
tais como: ―regime de informação‖ e ―política de informação‖. Será realizada a reflexão acerca
de repositórios institucionais como regimes de informação e salientar-se-á a necessidade de
elaboração de políticas de acesso aberto à luz da teoria da política de informação, sejam
direcionadas aos RIs.
Essa conceituação faz refletir acerca das funções sociais dos Repositórios Institucionais,
dentre elas, destacam-se a intensificação da comunicação científica, salvaguarda da memória
institucional, promoção do acesso aberto dos produtos institucionais, democratização da ciência
e gestão da produção institucional. Essas funções são salientadas por Suzana Muller (2006, p.
32) e a mesma ainda destaca que os gestores dos Repositórios das universidades tem a missão de
preservar os documentos institucionais, concedendo-lhes, portanto, funções de memória
institucional. Do ponto de vista do acesso aberto, os Repositórios Institucionais equivalem a
instrumentos infocomunicacionais fundamentais para a democratização da informação científica
(GAMA, CARVALHO, 2017; MARCONDES, SAYÃO, 2009). Ressalta-se que os RIs
2002
Gestão
Memória
Comunicação Institucional
Científica
Repositórios
Institucionais
Democratiza- Acesso
ção da Ciência Aberto
Fonte: A autora
Frohmann (1995) menciona que Regime de Informação se constrói como o lugar no qual
os processos de luta equalizam os conflitos entre grupos sociais, interesses e discursos diversos.
Tendo em vista as funções sociais dos Repositórios Institucionais mencionadas anteriormente,
têm-se que estes funcionam como instrumentos para administrar os conflitos internos e externos
existentes entre as diversas áreas do conhecimento dentro da Universidade e entre os pares.
Bourdieu (2004; CARVALHO, 2014) traz a respeito dos embates ocorridos dentro do campo
científico os quais se constroem em um lugar de embate de forças que propicia ―tendências
imanentes‖ e ―probabilidades objetivas‖.
2003
Responsabilidade
compartilhada pelo setor Poder informacional como
privado e público para forma dominante de poder
elaboração de políticas
Fonte: A autora
2006
4 PROPOSTA METODOLÓGICA
Como o ponto central da pesquisa está direcionado a propor critérios necessários para
construção de políticas institucionais na implantação de repositórios em universidades
brasileiras, partiu-se de uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Web of Science, Scopus e
LISA e em alguns repositórios, tais como E-prints in Library and Information Science (E-LIS),
RepositoriUM da Universidade do Minho (Portugal), ARCA: Repositório Institucional da
Fiocruz, Repositório Institucional da Universidade da Bahia (RI UFBA), LUME Repositório
Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pantheon: Repositório
Institucional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Repositório Eletrônico
Institucional (REI) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) a fim de identificar, na literatura
da área, os elementos utilizados pelos gestores e/ou instituições mantendoras dos repositórios
nacionais e estrangeiros. Como estratégia de busca, optou-se por selecionar publicações entre os
anos de 2002 a 2017. A escolha desse recorte temporal está ligada ao início do Movimento de
Acesso Aberto e com a Declaração de Budapeste (BUDAPEST, 2002) e a consolidação das
estratégias ao longo desses dezesseis anos.
A partir dessa demarcação temporal, traçou-se como estratégia de busca a utilização dos
seguintes descritores ―repository OR repositories OR institutional repositories OR institutional
repository‖ para a recuperação de artigos em bases de dados; como estas são internacionais, há
predominância da língua inglesa. Deste modo, para uma recuperação com maior abrangência
lançou-se mão de tal recurso. No caso dos repositórios brasileiros, empregaram-se os mesmos
descritores, mas em língua portuguesa.
Após análise bibliográfica, identificou-se a necessidade de aprofundar a pesquisa
documental a partir da documentação produzida sobre as políticas implantadas nos repositórios
vinculados às principais universidades brasileiras e traçar parâmetros que possam ser usufruídos
2007
por outras instituições que possuem missões institucionais com aspectos semelhantes. Para isso,
utilizou-se o site OpenDOAR e ROARMAP e como estratégia de busca, adotou-se recorte
geográfico (Brazil) e pelo tipo de repositório (institucional). Nesse grupo, delimitou-se os que
eram vinculados a universidades e cujas políticas já estavam definidas. Pretende-se, a partir da
análise documental das políticas desses repositórios e aplicação de questionários semiabertos
com os responsáveis, traçar os elementos comuns e identificar os componentes em comum das
políticas de acesso aberto. As assertivas serão interpretadas à luz dos conceitos ―Regime de
Informação‖ e ―Política de Informação‖ trazido por Bernard Frohmann, Maria Nélida González
de Goméz, Sandra Braman e Hamid Ekbia.
5 RESULTADOS PARCIAIS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
_____. The emergente global information policy regime. In: BRAMAN, Sandra (ed.). The
emergente global information policy regime. Houndsmills, UK: Palgrave Macmillan, 2004. p.
12-37.
_____. The long view. In: _____. Communication researchers and policy-making.
Cambridge: MIT Press, 2003. p. 11-31.
BRASIL. Lei n. 12527, de 18 nov. de 2011. Brasília: a Presidência, 2011. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 11
nov. 2017.
CARVALHO, Maria da Conceição Rodrigues de; SILVA, Cícera Henrique de; GUIMARÃES,
Maria Cristina Soares. Repositório institucional da saúde: a experiência da Fundação Oswaldo
Cruz. Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, v. 22, n. 1, p. 97-103, 2012.
EKBIA, Hamid R. Information in action: a situated view. Proceedings of the Association for
Information Science and Technology, Silver Spring, v. 46, issue 1, p. 1-11, 2009.
2010
EKBIA, Hamid R.; EVANS, Tom P. Regimes of Information: land use, management, and
policy. The Information Society, Indiana, n. 25, p. 328-343, 2009.
FROHMANN, Bernd. Taking information policy beyond information science: applying the
actor network theory. In: ANNUAL CONFERENCE CANADIAN ASSOCIATION FOR
INFORMATION SCIENCE, 23, 1995, Edmond, Alberta. Proceeddings... Alberta, 1995.
Disponível em:<http://www.cais-acsi.ca/proceedings/1995/frohmann_1995.pdf >. Acesso em:
13 jun. 2017.
GARCIA, Joana Coeli Ribeiro; TARGINO, Maria das Graças (orgs). Desvendando facetas da
gestão e políticas de informação. João Pessoa: Ed. UFPB, 2015. v. 2.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. rev. atual. São
Paulo: Cortez, 2016.
VERGUEIRO, Waldomiro. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis, APB, 1989. 96p.
FLAVIA ROSA
Abstract: Open Access Institutional Repositories have emerged as a way of minimizing the lack
of visibility of the scientific production of institutions and the need to democratize access to such
production. In this context, we aim to analyze the Institutional Repository of the Universidade
Federal da Bahia, its self-archiving policy and verify the adhesion of the institution‟s
researchers to this procedure that is considered low. For this purpose, a
2012
questionnaire was used with the researchers involved in the management of this repository,
through semi-structured interviews, of Area II, Health Sciences, identified as the area with the
largest deposit of contents, and of areas IV and V, Letters and Arts, as areas of lower deposit.
The Registry of Open Access Repository Mandates and Policies and Open Directory of Open
Access Repositories sites were checked for self-archiving data in countries and continents that
have adopted the Open Access Policy. In the analyzes carried out, it was observed that, although
the number of repositories has grown significantly during the last 15 years, many of them
remain sparsely populated. In the specific case of the Universidade Federal da Bahia, it was
verified that there is an ignorance on the part of the researchers of the current policy, but they
emphasize the importance of this action. In this way, it‟s necessary to create ways to make
researchers self-aware, to review the current policy adopted by the institution and to reflect on
the adoption of incentive policy that encourages researchers to deposit their scientific, academic
and artistic productions.
1 INTRODUÇÃO
Os RI têm como princípio o autoarquivamento, tema que tem sido estudado e incentivado
por autores como Stevan Harnad (2009, 2013a, 2013b, 2015) e Alma Swan (2008, 2015).
Apesar das estratégias de incentivo e políticas mandatórias, em muitos países, a adesão pelo
pesquisador ao AA pela Via Verde – concretizada através da disponibilização dos resultados de
2014
pesquisa, avaliados por pares, em arquivos abertos (BJÖRK et al., 2014) – ainda encontra muitos
desafios. O entendimento dos objetivos do AA e da estratégia da Via Verde em mobilizar os
pesquisadores, retomando o comando no processo de comunicação científica, é requisito
fundamental para dirigentes de instituições que possuem repositórios e para os seus gestores.
A consolidação dos RI de cunho científico, mantidos por universidades e institutos de
pesquisa, tem alterado algumas práticas da ciência, principalmente no que diz respeito ao acesso a
publicações com resultados de pesquisa. Tanto que Björk (2005) e Costa (2008), nos modelos de
comunicação científica que apresentam, colocam os repositórios como ferramentas para facilitar o
acesso à produção científica e, com isso, apoiar a disseminação e o uso da informação.
Os repositórios estão em um contexto maior, relacionados com o uso de ferramentas
informatizadas nos processos científicos, ou seja, em todas as etapas da pesquisa.
Passerini de Rossi (2012) afirma que o MAA é muito importante para países em
desenvolvimento, por possibilitar o acesso sem barreiras às informações científicas mais
atualizadas. Da mesma forma que facilita o acesso às publicações, cria oportunidades para os
autores desses países divulgarem suas pesquisas, disseminando-as livremente, potencializando a
sua visibilidade. Entretanto, o modelo de publicação em AA enfrenta problemas; entre eles, a
sobrecarga no processo de avaliação pelos pares, como relata Arns (2014). Esse indício revela a
necessidade de repensar o modelo atual adotado por revistas de AA, principalmente o processo
de submissão, como destaca o autor. A sustentabilidade do modelo do AA ainda é muito
discutida, principalmente para as revistas. A opção de atribuir os custos aos autores tem sofrido
ataques, como apresentam Rizor e colaboradores (2014), revelando a necessidade de
desenvolvimento de modelos de publicação sustentável de AA, apoiado por instituições de
fomento.
Os RI, por sua vez, nascem no âmbito do AA como uma ferramenta representativa desse
movimento, sem competir com as revistas na oferta de acesso. São lócus privilegiados para a
preservação, que expandem a oferta de acesso por conter documentos embargados ou liberados.
Com o consentimento dos editores e das editoras, abre-se o acesso à literatura científica via rede.
O AA pode ser alcançado por dois caminhos: a Via Verde e a Via Dourada. A Via
Dourada se subdivide em duas: a pura e a híbrida. A Via Dourada pura se concretiza por meio de
periódicos publicados por instituições e ocorre a partir da escolha dos pesquisadores em publicar
sua produção cientifica em periódicos de AA, nos quais todos os artigos são disponibilizados on-
line sem barreiras financeiras de acesso à publicação pelo autor, pela instituição e pelo leitor.
Mas também pode se concretizar por meio de periódicos publicados por editores comerciais, a
partir da escolha do pesquisador em publicar sua produção em periódicos de AA, nos quais
2015
todos os artigos são disponibilizados on-line, sem barreiras financeiras para o leitor, mas com
pagamento de taxas pelo autor ou instituição.
2
Atualmente, no RI da UFBA, estão disponíveis cerca 22.513 documentos, dentre as suas 43
comunidades, com uma média de 4.003 acessos por dia. Os tipos de documentos estão estabelecidos
nas ―Orientações para Uso do Repositório Institucional da UFBA‖. Há uma prevalência de teses,
dissertações e artigos de periódicos. A comunidade que apresenta o maior número de depósitos é a
Faculdade de Medicina da Bahia (2.489), seguida do Instituto de Saúde Coletiva (1.544). Ainda é
muito baixo o número de depósitos das comunidades da área de Artes – Escola de Belas Artes
(218), Escola de Dança (159), Escola de Música (228) e Escola de Teatro (279). Quando o RI foi
pensado para a UFBA, destacou-se ―[...]―[...] a disponibilização não apenas de conteúdos
textuais, mas de imagens, vídeos, sons, atendendo à especificidade de algumas áreas do
conhecimento, como é o caso da área de Artes – Música, Dança, Artes Plásticas e Teatro.‖
(ROSA, 2011, p. 146). Na prática, esse tipo de disponibilização não vem ocorrendo.
Quanto ao modo de uso do RI da UFBA, o percentual de docentes que não usam o RI foi
de 51,61%; 16,23% disponibilizam sua produção; 22,58% usam o RI para indicar bibliografia
aos alunos; 22,58% usam como fonte de pesquisa; e 12,90% usam para conhecer a produção dos
colegas. Fica evidenciado que poucos disponibilizam a sua produção.
Foi perguntado aos docentes pesquisadores a partir de quando eles passaram a
disponibilizar a produção no RI. Analisando o gráfico, verifica-se que, no período de 2011 a
2013, houve um aumento considerável de disponibilização de produção docente no RI (16,13%).
Entretanto, no período de 2014 a 1015, esse índice caiu para 6,45% e permanece até 2016.
Quanto aos que não disponibilizam, o índice chega a 77,74%. Pode-se observar que há sempre
uma tendência ao baixo autoarquivamento.
Por fim, ao serem perguntados de que modo ocorre a disponibilização da produção do
docente no RI, questão que possibilitou marcar mais de uma resposta, constatou-se que 67,74%
dos docentes pesquisadores não disponibilizam sua produção no RI; 9,68% fazem
autoarquivamento ou este é efeito por bibliotecários da unidade acadêmica; e 16,13% têm a
disponibilização é realizada por servidores do departamento ou colegiado do programa de pós-
graduação. Pode-se observar que, mesmo com bibliotecários e servidores fazendo o
arquivamento, ainda assim, a taxa de adesão ao RI é baixa. Quanto a dificuldade encontrada para
proceder ao autoarquivamento, as respostas indicam: 3,23% consideram o sistema complexo;
6,45% consideram as informações insuficientes no processo de autoarquivamento; 12,90%
apontam a necessidade de treinamento; 22,56% apontam necessidade de uma equipe específica
para auxiliar nesse processo. Entretanto, os maiores percentuais foram de docentes que
desconhecem o RI (32,26%) e outros motivos (38,71%). Pelo resultado, pode-se inferir que um
número muito baixo de docentes tem acessado o RI e, por isso, desconhecem até as dificuldades
para proceder ao autoarquivamento.
Na finalização do instrumento de coleta de dados, uma pergunta aberta permitia que se
apontasse sugestões para a melhoria do processo de autoarquivamento no RI. A maior
prevalência nas respostas foi a necessidade de divulgação (12) seguido de necessidade de pessoa
de apoio e treinamento (3), enquanto 10 participantes não se manifestaram.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste ano de 2018, o RI da UFBA celebra oito anos de implantação. A partir dos dados
levantados nesta pesquisa, fica evidenciado que muito ainda está por fazer para a consolidação desse
portal do conhecimento da instituição, vitrine da pesquisa desenvolvida pelos inúmeros programas
de pós-graduação e grupos de pesquisa. Dentre os docentes/pesquisadores que fizeram parte do
2021
universo desta pesquisa, 71% declararam que sabem da existência do repositório. No período
compreendido entre 2010 e 2015, o número de depósitos foi ascendente, correspondendo aos
primeiros anos de implantação e o esforço inicial para o povoamento.
O Alerta e os eventos no âmbito da UFBA que trataram do RI são os meios apontados
pelos respondentes como propulsores para a divulgação do mesmo, mas fica patente que essas
ações não foram suficientes para incorporar esse conhecimento a comunidade.
Um ponto que devemos destacar como grave é o desconhecimento pela maioria, da
portaria que dispõe sobre a disseminação da produção científica da universidade, apenas um
pouco mais que 1/4 dos docentes pesquisadores – cerca de 25,81% – têm conhecimento de sua
existência. Entretanto, são unânimes quando consideram importante a adoção de uma política de
disseminação da produção científica da universidade, pois, segundo eles: amplia a visibilidade
da UFBA, dá retorno para a sociedade dos recursos públicos aplicados, preserva a memória da
universidade e é de grande importância para a gestão da produção cientifica da instituição.
Mesmo nesse contexto de ampla aceitação da importância do RI, um percentual muito
baixo (32%) dos docentes disponibiliza as suas produções. Quando consultados sobre o modo de
utilização do RI da UFBA, os docentes foram categóricos em informar que, na sua maioria,
indicam como bibliografia para seus alunos e como fonte de pesquisa, ou então para conhecer a
produção dos colegas – isto reforça o importante papel institucional do RI.
Fica patente com os resultados levantados que há uma questão institucional com relação
ao RI que precisa de solução a partir do seu Grupo Gestor (GG), já que ele é responsável por
―desenvolver, implantar e manter‖ o repositório, conforme está disposto na Portaria nº 125 de 19
de junho de 2015, que constituiu o atual GG.
Na sua implantação, o RI contou com uma iniciativa de um pesquisador através do seu
doutorado, buscando no seu percurso a institucionalização dessa ação, uma vez que foi
respaldada desde o primeiro momento pela administração central da UFBA, designando um para
discutir e propor cada etapa do processo de implantação, que resultou na Portaria nº 024/2010 de
7 de janeiro de 2010 a qual trata da política institucional a ser adotada para o RI. Percebe-se que,
embora o apoio tenha prevalecido nas gestões posteriores, parece haver questões de caráter
operacional que interferem na política de expansão do repositório e, principalmente, na
ampliação da adoção do autoarquivamento por um maior número de pesquisadores.
Atualmente, o Sibi da UFBA é quem coordena o repositório, mas não foi o que ocorreu no
momento de sua implantação, quando a Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação (Propci)
juntamente com a Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação (PROPG) assumiram essa tarefa,
uma vez que não houve entendimento por parte da direção do Sibi, na ocasião da implantação
que essa função seria do sistema ficando a sua participação restrita a validação dos metadados.
2022
REFERÊNCIAS
ARNS, Martijn. Open access is tiring out peer reviewers. Nature, [S.l.], v. 515, n. 467, 2014.
Disponível em: <https://www.nature.com/news/open-access-is-tiring-out-peer-reviewers-
1.16403>. Acesso em: 3 mar. 2017.
BJÖRK, Bo-Christer et al. Anatomy of green open access. Journal of the Association for
Information Science and Technology, New York, v. 65, n. 2, p. 237-250, 2014. Disponível
em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/asi.22963/abstract>. Acesso em:18 out. 2017.
HARNAD, Stevan. Finch Group reviews progress in implementing open access transition
amid ongoing criticisms. Impact of Social Sciences Blog, London, 2013a. Disponível em:
<http://blogs.lse.ac.uk/impactofsocialsciences/2013/11/18/finch-group-review-of-progress/>.
Acesso em: 20 out. 2017.
HARNAD, Stevan. Finch II: ―Our mind's made up: don't confuse us with facts‖. Impact of
Social Sciences Blog, London, 2013b. Disponivel em:
<http://blogs.lse.ac.uk/impactofsocialsciences/2013/11/18/finch-group-review-of-progress/>.
Acesso em: 18 out. 2017.
HARNAD, Stevan. Open access: what, where, when, how and why. In: HOLBROOK, J.
BRITT; MITCHAM, CARL (Ed.). Ethics, Science, Technology, and Engineering: An
International Resource. Farmington Hills: Macmillan Reference, 2015. Disponível em:
<https://eprints.soton.ac.uk/361704/1/ESTEarticle-OA-Harnad.pdf>. Acesso em: 1 set. 2017.
HARNAD, Stevan. A Subversive Proposal. In: OKERSON, Ann; O'DONNELL. James (Ed.).
Scholarly Journals at the Crossroads: A Subversive Proposal for Electronic Publishing.
Washington: Association of Research Libraries, June 1995.
JARDIM, José Maria; SILVA, Sérgio Conde de Albite; NHARRELUGA, Rafael. Análise de
políticas públicas: uma abordagem em direção às políticas públicas de informação. Perspectiva
em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v.14, n.1, jan./abr. 2009.
PASSERINI DE ROSSI, B. Acceso abierto: ¿un modelo realmente abierto para investigadores
de países en desarrollo? Revista argentina microbiologia, Ciudad Autónoma de Buenos
Aires, v. 44, n. 4, dic. 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0325-75412012000400001>.
Acesso em: 6 out. 2017.
RIZOR, S. L. et al. Open access goals revisited: how green and gold open access are meeting.
their original goals. Journal of Scholarly Publishing, Toronto, p. 321-335, v. 5, n. 4, 2014.
Disponível em: <https://www.crossref.org/iPage?doi=10.3138%2Fjsp.45.4.01>. Acesso em: 2
set. 2015.
SWAN, Alma. The business of digital repositories. In: WEENINK, Kasja; WAAIJERS, Leo;
VAN GODTSENHOVEN, Karen (Ed.). A driver's Guide to European Repositories.
Amsterdam: Amsterdam University Press, 2008.
SWAN, Alma. A eficácia das políticas de Acesso Aberto: um briefing paper para instituições
de investigação. 2015. Disponível em:
<http://pasteur4oa.eu/sites/pasteur4oa/files/resource/Efic%C3%A1cia%20das%20pol%C3%
ADticas%20para%20institui%C3%A7%C3%B5es_final.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017.
Resumo: Este artigo tem como objetivo central investigar a trajetória histórica da Biblioteca
da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, desde a sua primeira
instalação em 1957, percorrendo todas as eras da Instituição. Para tal, foram delimitados os
seguintes objetivos específicos: a) verificar o contexto histórico da cidade de Diamantina na
década de 1950, quando foi criada a Faculdade de Odontologia de Diamantina; b) investigar
como se deu a criação da Biblioteca na Instituição; c) registrar a transformação da Biblioteca
nos diferentes períodos e fases da Instituição. A metodologia utilizada envolveu a pesquisa
qualitativa, tendo como procedimentos a pesquisa bibliográfica e a documental. O aporte
teórico desta pesquisa foi norteado por autores como FERNANDES; CONCEIÇÃO (2005;
2007) e fontes documentais pertencentes ao arquivo da própria instituição de ensino. A
discussão e a interpretação dos dados coletados foram realizadas mediante a análise de
conteúdo na perspectiva de BARDIN (2011). Como resultado, este estudo apresentou um
registro da história da criação e da trajetória da Biblioteca desde a sua criação até os dias
atuais.
Abstract: This article has as main objective to investigate the historical trajectory of the
Library of the Federal University of the Jequitinhonha and Mucuri Valleys, since its first
installation in 1957, covering all the eras of the Institution. For this purpose, the following
specific objectives were defined: a) to verify the historical context of the city of Diamantina in
the 1950s, when the Faculty of Dentistry of Diamantina was created; b) investigate how the
Library was created in the Institution; c) record the transformation of the Library in the
different periods and phases of the Institution. The methodology used involved the qualitative
research, having as procedures the bibliographical and documentary research. The
theoretical contribution of this research was guided by authors such as FERNANDES;
CONCEIÇÃO (2005; 2007) and documentary sources belonging to the archive of the
educational institution itself. The discussion and interpretation of the collected data were
performed through content analysis from the perspective of BARDIN (2011). As a result, this
study presented a record of the history of the creation and trajectory of the Library from its
creation to the present day.
INTRODUÇÃO
2 MATERIAL E MÉTODO
3 DISCUSSÕES E RESULTADOS
A partir da análise dos dados deste estudo, emergiram quatro categorias de análise: a
Biblioteca na era da FAOD; a Biblioteca na era da FAFEOD; a Biblioteca na era da FAFEID;
a Biblioteca na era da UFVJM.
2027
205
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Relatório do 1º Período letivo de 1954. Fl. 2.
25/08/1954. Protocolado no MEC sob o nº 115605. p. 30. Diamantina, 1954.
206
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Regimento Interno da Faculdade de Odontologia
de Diamantina. Decreto nº 4.196, de 18 de março de 1954. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1955, p. 6.
2028
207
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Arquivo da História da Universidade. 2º Relatório
1954. Fl. 2. 25/08/1954. Protocolado no MEC sob o nº 115605. Diamantina, 1945.
2029
208
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Ofício nº 335/FAOD/D, 05 de setembro de 1959.
Diamantina, 1959. Arquivo.
2030
209
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo ao MEC, cópia nº 16 –
35. 29/08/1964. Determinações Ministeriais Vol. III. Caixa Departamento Pessoal – 1954 a 1966. Diamantina,
1964. Arquivo.
210
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Ofício nº 54/FAOD, de 28/02/1964.
Diamantina, 1964. Arquivo.
211
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Ofício nº 3.036/Ministério da
Educação e Cultura, de 16/09/1964. Diamantina, 1964. Arquivo.
2031
bebedouro; 1 bureaux de aço; 1 cadeira para datilógrafo; 1 carteira de madeira; 1 estante para
revistas; 1 crucifixo esculpido na madeira; 24 estantes de aço para livros; 1 fichário; 1
máquina de escrever; 1 mesas de aço para a máquina de escrever; 1 mesa de madeira
jacarandá; 15 poltronas de madeira; 1 poltrona de aço com estofamento; 1 Eletrola com
coleção de discos em inglês, ano 1968; 1476 livros. Este patrimônio era avaliado em
Cr$63.376,77 (Sessenta e três mil, trezentos e setenta e seis cruzeiros e setenta e sete
centavos) 212.
A construção da sala para uma melhor instalação da biblioteca foi possível com o
processo de expansão da parte física da Faculdade, na gestão do Diretor Augusto César,
período compreendido entre junho de 1971 a janeiro de 1978 (FERNANDES; CONCEIÇÃO,
2005).
As obras dos Anexos I e II iniciaram-se em março de 1974 e finalizaram em maio de
1975. Foi então que ocorreu a transferência da Biblioteca para as novas instalações no Anexo
I, no segundo piso, contando com um ambiente mais amplo e mais adequado para o
funcionamento daquele setor. Mas a denominação de Biblioteca Horace Wells não foi adiante.
A partir desta instalação, denominou-se apenas Biblioteca daquela instituição de ensino.
No ano de 1977, os recursos orçamentários recebidos pela FAFEOD somaram o valor
de Cr$12.585.508,78 (Doze milhões, quinhentos e oitenta e cinco mil, quinhentos e oito
cruzeiros e setenta e oito centavos). O corpo docente era formado por 47 professores
pertencentes às categorias funcionais de Titular, Adjunto, Assistente, Auxiliar de Ensino,
Colaborador e Visitante. Aproximado número apresentava o corpo administrativo, contando
com 48 servidores ocupantes de todas as categorias funcionais da área administrativa 213.
Nesta época ainda não existia um bibliotecário-documentalista para conduzir o setor
da Biblioteca da FAFEOD. Quem respondia pela Chefia da Biblioteca e Setor Gráfico era o
Assessor de Gabinete, como mostra o Relatório Anual da Diretoria 1977.
Item 3.4.6 - Biblioteca: A Biblioteca é setor que integra a estrutura da FAFEOD,
com serviço independente tendo, no entanto, à sua chefia um responsável pelo seu
expediente – neste caso, o Assessor de Gabinete – na falta de Bibliotecário – NS no
seu quadro de Pessoal. Seu acervo, em 31/12/77, registrou 2.781 volumes. Este
setor, dentre outros, executou:
- serviço de fotocópia;
- serviço de reprodução por mimeógrafo;
- serviço de reprodução por fotocopiadora.
212
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Antigos Termos de Baixa e Termos
de Referência nº 1, de 02/03/1973. Diamantina, 1973. Arquivo.
213
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Relatório Anual da Diretoria
Referente ao Exercício do Ano de 1977, de 31 de dezembro de 1977. p. 4. Diamantina, 1977. Arquivo.
2032
Nesta época, a Auxiliar de Biblioteca era a Senhora Zélia Motta Pires da Silva,
alcançando a ocupar o cargo de Chefe da Biblioteca no final da década de 1970.
Na gestão do Diretor Dr. João Antunes de Oliveira, para o quadriênio 1982-1986,
―com verbas suplementares conseguidas em 1982 foram adquiridos uma excelente copiadora
eletrônica e dois mimeógrafos para atender aos serviços da gráfica e da biblioteca‖, segundo
consta no Relatório Anual da Diretoria Gestão 1982.
Neste ano, a FAFEOD possuía 186 alunos, contava com 46 professores e 53 técnicos
administrativos, sendo 23 no regime estatutário e 30 pertencentes à CLT.
E a Biblioteca, nesse ano, não recebeu livros doados pelo Diretório Acadêmico ―Prof.
Pedro Paulo Penido‖ devido às limitações das suas atividades e dos recursos recebidos, pois
nesse exercício o Diretório não recebeu ajuda do MEC para a manutenção de seu restaurante.
No organograma geral da FAFEOD de 1993, no qual mostra a estrutura básica
organizacional, a biblioteca era subordinada à Secretaria Geral, chefiada pela servidora Delza
Pádua Bruce, que era subordinada à Chefia de Gabinete, tendo à sua frente a Senhora Maria
Helena Santos Neves.
Para suprir as necessidades básicas dos alunos e professores no tocante ao
enriquecimento do acervo da Biblioteca, foram adquiridos no ano de 1983, 161 livros, 144
exemplares e 2 teses, totalizando 4.021 exemplares existentes no setor, conforme o Relatório
Anual da Diretoria Gestão 1983.
Havia um número reduzido de servidores em todos os setores da FAFEOD nesta
ocasião, mas a força, o dinamismo e o engajamento de todos os envolvidos alavancavam a
FAFEOD rumo à constante evolução. Nas palavras do então Diretor Dr. João Antunes de
Oliveira, extraído deste Relatório de 1983, ―uma administração não repousa num só
indivíduo. Evidentemente há os que planejam, organizam, coordenam, controlam e
comandam, mas, numa ação conjunta e harmoniosa de setores e pessoas‖.
Em 1984, a Egrégia Congregação da FAFEOD aprovou a criação de um Curso
Superior de Enfermagem, cuja carta-consulta e projeto foram encaminhados ao Conselho
Federal de Educação para apreciação, no ano seguinte.
Como o quadro de funcionários da Faculdade era escasso, não existia um bibliotecário
com conhecimento e qualificação para o processamento técnico do acervo, a organização, o
controle de circulação de material, como empréstimo, devolução, reserva, enfim, não havia
um profissional especializado para conduzir todo o funcionamento de uma biblioteca. Mas o
2033
funcionário Senhor Gustavo Botelho Júnior, executava as atividades da maneira como era
possível, responsabilizando-se pela Biblioteca e pela Gráfica da Faculdade.
Foi somente no final de 1984 que a FAFEOD conseguiu uma vaga de um servidor
com a qualificação profissional de bibliotecário para a Instituição.
Em outubro de 1984, atendendo antiga reivindicação, conseguimos, junto aos órgãos
superiores da esfera federal, a criação de um cargo de Bibliotecária – NS a fim de
dotar nossa Faculdade de adequada reorganização e condições de atender as
atividades de pesquisa, já implantadas na Instituição214.
Neste ano, a Biblioteca registrava um acervo totalizado 9.663 obras, sendo 4.150
livros, 213 teses e 5.300 periódicos. Mas houve também um processo licitatório, na
modalidade de convite, para aquisição de livros didáticos, no valor de ―Cr$1,7 milhões de
cruzeiros‖215.
E enfim, a tão esperada bibliotecária chegou à FAFEOD. Conforme registrou o
Informativo Realce216,
Após cinco anos de incessantes trabalhos junto ao MEC, DASP e SEPLAN/PR,
conseguimos finalmente a criação de um emprego de bibliotecária (NS) para nossa
Faculdade.
Consequentemente, providenciamos, de imediato, o aproveitamento do concurso
público realizado na UFMG para aquela classe respectiva, ensejando admitir na
Tabela Permanente/FAFEOD a nova Servidora, que já se acha em atividade.
214
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce, Nº 01, de 15 out.
1984. Diamantina, 1984. Arquivo.
215
Loc. cit
216
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce, nº 02, de 22 out.
1984. Diamantina, 1984. Arquivo.
217
Idem
2034
Foi então que nessa ocasião a Chefia da Biblioteca e do Setor de Gráfica foi
transferida à bibliotecária, conforme constam os Termos de Transferência de
Responsabilidade datados de 15 de outubro de 1984, assinados por Gustavo Botelho Júnior,
então chefe do setor, pela bibliotecária Carmem Maria Silva Cortez e pelo Diretor Dr. João
Antunes de Oliveira218.
Os serviços na Gráfica eram intensos. São inúmeras as correspondências constantes
nos arquivos da Biblioteca com solicitações de serviços demandados não só pelos setores da
Faculdade, como a administração, os professores e os alunos, como também por outros órgãos
da cidade, externos à Faculdade. Mesmo assim, o horário de atendimento aos usuários da
Biblioteca foi expandido, conforme consta no Informativo Realce 219:
Em caráter experimental, a Biblioteca está funcionando ininterruptamente, a partir
das 7:30 horas, com fechamento às 22 horas, exceto aos sábados.
Por sinal, a nossa bibliotecária e sua equipe estão entusiasmadas em inovações, que
irão proporcionar melhores condições de atendimento.
Em 1985, o Informativo Realce 220 também registrou uma atuação da Biblioteca, tanto
no que se refere à aquisição de obras, como também na preservação do acervo já existente.
No intuito de proporcionar aos nossos Docentes e Alunos um melhor atendimento, a
Biblioteca vem se empenhando na aquisição de novas obras, bem como na
encadernação de Periódicos. Para conhecimento de todos, relacionamos a seguir, as
obras recém-adquiridas e títulos dos Periódicos encadernados: 32 livros, 1 tese e
encadernação de periódicos referentes ao período de 1929 a 1980.
Devido à escassez de estantes e mobiliários adequados, uma grande parte dos livros e
materiais de consulta dos acadêmicos ficavam armazenados, ou melhor, empilhados em mesas
improvisadas no local.
Mas a FAFEOD estava em uma nova fase de expansão do seu espaço físico e na
gestão do Professor Geraldo Walter de Aguilar, de 1992 a 1998,
Sobre o prédio do antigo biotério, ocorreu a construção de uma biblioteca-modelo,
com 542m2 de área física, dotada de bancada para atendimento rápido na entrada,
quatro salas para estudo em grupo, sala de audiovisuais e sistema de iluminação e
ventilação. (FERNANDES; CONCEIÇÃO, 2005, p. 94).
218
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Termos de Transferência de
Responsabilidade, de 15 de out. de 1984. Diamantina, 1984. Arquivo.
219
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce, nº 02, de 22 out.
1984. Diamantina, 1984. Arquivo.
220
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce nº 03, Ano II, 03
de jun. de 1985. Diamantina, 1985. Arquivo.
2035
construção do saber em uma instituição de ensino superior, bem como proporcionando mais
conforto aos usuários para realizar as suas atividades no ambiente. Já nesta época, o acervo
bibliográfico já se encontrava mais substancial, possibilitando aos usuários enriquecimento
dos estudos e pesquisas.
O local onde antes funcionava a biblioteca, no Anexo I, foi reformado, transformando-
se em salas de aula para os alunos do novo curso superior que se iniciava na Faculdade, o de
Enfermagem, em 1997, fruto de uma antiga aspiração de muitos servidores da instituição.
O acervo bibliográfico foi aumentando gradativamente, tendo em vista a necessidade
de atualização dos livros para apoio às atividades acadêmicas e a carência de material
principalmente para as disciplinas específicas dos cursos.
A primeira Bibliotecária da FAFEOD encerrou suas atividades na biblioteca da
FAFEOD no ano de 1996, sendo substituída pela Senhora Ieda Maria Silva.
As primeiras Normas de Funcionamento da Biblioteca da FAFEOD foram aprovadas
em de 17 de junho de 1999, pela Egrégia Congregação, em conformidade com o Estatuto
vigente.
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI. Jornal da UFVJM Ano II Nº 14 – O/N/D de 2006.
221
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi possível perceber, durante muito tempo, a Biblioteca desta instituição
constituiu-se de uma sala instalada visível e fisicamente, no que se refere ao aspecto
arquitetônico, com o mobiliário, os poucos equipamentos e o escasso acervo bibliográfico.
Era a Biblioteca na sua materialidade, com as instâncias básicas de funcionamento do setor e
organismo de oferecimento de serviços básicos à comunidade acadêmica.
Mas esta Biblioteca, junto com a Instituição, foi evoluindo e transformando. Da
simples sala com poucos livros, foi se avolumando, englobou os aspectos relativos à sua
memória, aos arquivos, às normas e aos regimentos que emergiram por necessidade de
padronização das ações e critérios regulamentados.
As práticas e ações desempenhadas pela referida Biblioteca resultaram de um
aprendizado ao longo de toda a trajetória FAOD, FAFEOD, FAFEID até a UFVJM, definindo
a identidade dos sujeitos e da instituição, bem como a projeção e a história de vida.
Assim foi o nascimento de uma instituição de ensino superior em Diamantina, criada
para atender às necessidades educacionais e que, trilhando um longo caminho, permanece e
permanecerá transformando sujeitos, pois uma Instituição evolui e transforma-se.
A trajetória da UFVJM, desde a FAOD, espelha o engajamento de todos os envolvidos
no processo de transformação da Instituição ao longo destas últimas décadas.
E a Biblioteca, como se pode perceber, trilhou todos os caminhos percorridos pela
Instituição e que, apesar de todas as dificuldades e entraves, demonstrou a parceria e
contribuição para a implantação, o desenvolvimento e a consolidação de uma cultura do saber.
2039
REFERÊNCIAS
______. Informativo Realce, Ano II, nº 03, de 03 de jun. de 1985. Diamantina, 1985.
Arquivo.
the involvement of authors and managers in the process of building the repository. It is
concluded that based on the experiences reported, reduces the risk of errors and improves
performance in the activities developed in the construction of Institutional Repositories.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
Nesta seção são apresentados conceitos sobre repositório institucional e as fases para
sua construção, bem como os softwares utilizado como infraestrutura tecnológica de
gerenciamento dos repositórios.
Os repositórios digitais (RDs) para Leite et al. (2012, p.7 ), são ―bases de dados
desenvolvidas para reunir, organizar e tornar mais acessível a produção científica dos
pesquisadores‖.
Segundo Costa e Leite (2009, p.166), os repositórios digitais são classificados em três
tipos: disciplinares ou temáticos, teses e dissertações e institucionais, os quais são descritos a
seguir:
2044
a) Planejamento
Custos, Constituição da equipe e competências necessárias, Levantamento dos
principais atores, seus interesses e papéis – análise contextual, Definição e planejamento de
serviços e Avaliação das necessidades da comunidade;
b) Implementação do repositório institucional
Escolha do software, Metadados, Diretrizes e procedimentos para criação de
comunidades/ Coleções, Fluxo de submissão, pós-submissão e depósito de Documentos,
Políticas de funcionamento (Diretrizes gerais para elaboração, Propriedade intelectual,
Direitos autorais e licenciamento de conteúdos) e Condução de um projeto-piloto;
c) Assegurando a participação da comunidade
Marketing e povoamento do repositório, Política de depósito obrigatório: diretrizes
para a criação e Avaliação e indicadores de desempenho do repositório institucional
Na etapa de planejamento são estimados os custos necessários para a criação do RI,
bem como o estabelecimento da equipe e suas competências, com indicação dos atores
envolvidos, a definição dos serviços e avaliação das demandas dos usuários.
A etapa seguinte, de implementação do RI, tem-se a escolha do software, dos
metadados a serem utilizados, das diretrizes para a criação de comunidades/coleções (cada RI
estrutura seus conteúdos da melhor maneira e de acordo com suas necessidades), fluxo de
submissão, pós-submissão e depósito de Documentos, políticas de funcionamento e condução
de um projeto-piloto.
Por último, para a participação da comunidade com o marketing e povoamento do
repositório, a política de depósito obrigatório com as diretrizes para a criação, avaliação e
indicadores de desempenho do repositório institucional.
Rieh et al. (2008) realizaram investigação nos Estados Unidos envolvendo vários
cargos, funcionais como: diretores de biblioteca, diretores de bibliotecas auxiliares associadas,
arquivistas ou diretores de arquivos, chefes ou diretores em bibliotecas e pesquisadores
associados. O resultado da pesquisa revelou que os diretores e bibliotecários das bibliotecas
estão em grande parte assumindo a liderança em termos de planejamento, implementação e
manutenção de RIs e esses indivíduos avaliam a importância de uma grande variedade de
benefícios previstos nos RIs, bem como apontam algumas etapas importantes que devem ser
seguidas.
A pesquisa de Rieh et al. (2008) abordou uma série de questões importantes associadas
aos Ris, como:
2046
Sayão e Marcondes (2009) listam os softwares gerenciadores de RIs mais usados e/ou
mais conhecidos no país, são eles: DSpace, Eprints, Greeenstone, Nou-Rau e Fedora.
Para Rosa, Meirelles e Palacios (2011), o DSpace é o software mais utilizado na
construção de repositórios institucionais e suas principais caraterísticas são: software livre;
software de arquitetura simples e eficiente; uso de tecnologia de ponta; voltado para o acesso
aberto; desenvolvido intencionalmente para servir ao RI; recursos eficientes para
armazenamento, preservação e disseminação de registros; permite a organização de dados de
forma que reflita a estrutura organizacional da instituição por meio do sistema de
comunidades/coleções.
Gibbons (2004 apud RIEH et al., 2008) indica que ao decidir sobre um sistema de RI,
as instituições devem levar muitos fatores diferentes em consideração, tais como: o quanto é
difícil usar a interface, se o sistema pode aceitar o formato do arquivo desejado, se é
compatível com a infraestrutura e competências tecnológicas e de pessoal da instituição.
Rieh et al. (2008) citam pesquisas realizadas anteriormente por Piorun, Palmer e
Comes (2007) que desenvolveram um cartão de pontuação para avaliar e comparar três
produtos de software para RI (DSpace, ProQuest Digital Commons, e Open Repository).
Além de muitos dos fatores mencionados por Gibbons, este cartão de pontuação também
incorpora fatores relacionados a serviços específicos que eles gostariam de oferecer como
2047
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
trabalhos publicados que relatam questões que devem ser seguidas para a criação de RIs como
veremos a seguir.
Do artigo produzido por Rodrigues et al. (2004) sobre este repositório, considera-se
pertinente destacar alguns pontos:
Foi escolhido o software Dspace para a construção deste R.I.;
Uma das estratégias utilizadas e que poderia ser classificado como vantagem nesse
processo de construção é a avaliação e planejamento das próximas fases. A fase de teste é
uma prática comum, segundo os autores;
A constatação a que chegaram Rodrigues et al. (2004) é a falta de consciência que
muitos autores têm do potencial desses sistemas;
A estratégia utilizada pelos autores é: realizar uma boa divulgação e promoção para
obtenção de sucesso na implementação do Repositório Institucional, por meio de ações como:
apresentações, reuniões, artigos etc. que proporcionaram a promoção do repositório junto a
instituição e do auto arquivamento das publicações, junto aos docentes;
Citam a adoção de políticas formalmente constituídas para obrigação de depósito.
Além dessas características, ressalta-se alguns problemas que foram elencados por
Rodrigues et al. (2004, p.8):
as relacionadas com a propriedade intelectual e direitos de autor
(copyright) dos resultados da investigação e das publicações;
a adoção, promoção e envolvimento dos vários interessados, como
sejam, as próprias instituições, os produtores de investigação científica
e as bibliotecas;
o controle de qualidade dos conteúdos dos repositórios e de que forma
é que eles poderão acrescentar valor à investigação como um todo e à
sociedade em geral;
a forma como estes sistemas se devem enquadrar no sistema de
comunicação científica e acadêmica tradicional.
5 DISCUSSÃO
Portanto, dos repositórios investigados, observa-se que o RI-BAHIA atende quatro dos
cinco requisitos de experiências destacados nesta pesquisa, enquanto os demais repositórios,
Repositorium, RI-FURG e RI-UFRB, atenderam apenas um dos quatro critérios.
Dessa forma, destaca-se a necessidade de maior atenção para a construção e
implantação de repositórios institucionais, a fim de se obter as vantagens desses recursos
informacionais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CHAN, L. Supporting and enhancing scholarship in the Digital Age: The role of open-access
institutional repositories. Canadian Journal of Communication, n. 29, p. 277–300.
Retrieved Oct, 2008. Disponível em: <http://eprints.rclis.org/archive/00002590/01/Chan
_CJC_IR.pdf>. Acesso em: 10 jan 2018.
COSTA, Sely Maria de Souza; LEITE, Fernando César Lima. Insumos conceituais e práticos
para iniciativas de repositórios institucionais de acesso aberto à informação científica em
bibliotecas de pesquisa. In: SAYÃO, Luis et al. (Org.). Implantação e gestão de
repositórios institucionais: políticas, memória, livre acesso e preservação. Salvador:
EDUFBA, 2009.
DODEBEI, Vera. Repositórios institucionais: por uma memória criativa no ciberespaço. In:
SAYÃO, Luis et al. (Org.). Implantação e gestão de repositórios institucionais: políticas,
memória, livre acesso e preservação. Salvador: EDUFBA, 2009.
LEITE, Fernando César Lima; COSTA, Sely. Repositórios institucionais como ferramentas de
gestão do conhecimento científico no ambiente acadêmico. Perspect. ciênc. inf., Belo
Horizonte, v.11, n.2, p. 206 -219, maio/ago. 2006.
2054
______. Software livres para repositórios institucionais: alguns subsídios para a seleção. In:
In: SAYÃO, Luis et al. (Org.). Implantação e gestão de repositórios institucionais:
políticas, memória, livre acesso e preservação. Salvador: EDUFBA, 2009.
PIORUN, M.; PALMER, L. A.; COMES, J. Challenges and lessons learned: Moving from
image database to institutional repository. OCLC Systems & Services, v.232, p. 148–157,
2007.
RIEH, S. Y. et al. Perceptions and Experiences of Staff in the Planning and Implementation of
Institutional Repositories. Library Trends, v. 57, n. 2, 2008.
SANTOS, Nadja Antonia Coelho dos; SILVA, Isaelce Santos. Repositório institucional: uma
inovação tecnológica para o sistema de bibliotecas da UFRB. In:SEMINÁRIO NACIONAL
DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 18 2014, 16 a 21 nov. Anais... Belo Horizonte,
2014.
2055
LETÍCIA LAZZARI
Abstract: It presents a user studies carried out in the Udesc Balneário Camboriú Library. It
seeks to attend academic and professional aspects in order to assist in the planning of the unit
of information cited, with a focus on the user. It aims to identify information needs of the
community of the Teaching Center. It is an applied, exploratory and qualitative research with
an instrument of data collection composed of a questionnaire with six open questions. It has
been found that users feel the need for computers within the library and study rooms; the
collection and the physical space need to be expanded and the library should be more
comfortable. Training courses such as formatting academic papers were cited as possibilities.
The university library is viewed by users as a place of research and study, with interaction,
2056
comfort, proper collection and access to information. The internet is the main source of
information, although the books, the library, and specialists are consulted. It was identified
the existence of information anxiety in users who do not always know how to deal with the
information overload and that developing information literacy is a point to be worked on
planning the information unit.
1 INTRODUÇÃO
Nesse sentido, esta pesquisa atende aos dois aspectos, o acadêmico e o profissional. A
proposta deste estudo é desenvolver a pesquisa acadêmica na área de estudo de usuários em
bibliotecas universitárias e ao mesmo tempo auxiliar no planejamento de forma efetiva na
Biblioteca estudada.
De modo geral, este trabalho objetiva identificar as necessidades de informação da
comunidade da Udesc Balneário Camboriú. Os objetivos específicos são identificar os
serviços informacionais necessitados; especificar o significado de biblioteca universitária sob
a visão dos usuários e verificar a ansiedade de informação dos membros dessa comunidade e
seu comportamento diante de uma necessidade de informação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As bibliotecas estão presentes nas instituições de Ensino Superior para que possam
auxiliar sua comunidade a desenvolver atividades de pesquisa, ensino e extensão. Cunha
(2010) considera que seu propósito fundamental é proporcionar acesso ao conhecimento,
permitindo aos professores, estudantes e pesquisadores a aprendizagem ao longo da vida.
De acordo com Nunes e Carvalho (2016, p. 174)
As bibliotecas universitárias ocupam lugar de destaque na sociedade atual. Sua
abrangência e o papel que desempenham em prol do desenvolvimento científico,
tecnológico, cultural e social estão diretamente relacionados à função da
universidade na sociedade como agente catalizador e difusor do conhecimento
científico advindo das contribuições dos pesquisadores, docentes e discentes.
angústias em relação às informações que poderiam ter adquirido e que não foi possível‖
(ALVES; BEZERRA; SAMPAIO, 2015, p. 132).
De acordo com Wurman (1991), é necessário filtrar o conteúdo disponível e aceitar
que não é necessário saber de tudo, mas saber como encontrar o que precisa. Assim, ―sabendo
onde procurar a informação, você conquista a liberdade de encontrá-la‖ (WURMAN, 1991, p.
58).
Wurman (1991, p. 339) acrescenta que:
O segredo para processar informação é limitar seu campo de informação dentro do
que é relevante para sua vida, isto é, escolher cuidadosamente que tipo de
informação merece seu tempo e sua atenção. A tomada de decisões se torna mais
crítica à medida que aumenta o volume de informação. Muitos encaram as decisões
com apreensão, porque elas implicam eliminar possibilidades.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para início deste estudo de usuários, optou-se por selecionar uma unidade de
informação em que a pesquisa tornasse possível a união do caráter acadêmico e profissional.
Assim, foi selecionada a Biblioteca Setorial da Udesc Balneário Camboriú, devido à
necessidade de um estudo desta origem e ao fácil acesso, uma vez que as pesquisadoras atuem
também como bibliotecárias na instituição.
De acordo com orientações de Silva e Menezes (2005), quanto à sua natureza esta é
uma pesquisa aplicada, uma vez que o resultado do estudo de usuários pretende gerar
conhecimentos para aplicação prática no planejamento da biblioteca. Quanto aos seus
objetivos, pode ser classificada como pesquisa exploratória, que ―permite um conhecimento
mais completo e mais adequado da realidade‖ (PIOVESAN; TEMPORINI, 1995, p. 324).
A abordagem selecionada é qualitativa, por levar em conta a subjetividade dos sujeitos
(ALMEIDA, 2005). Além disso, este tipo de pesquisa permite atentar aos aspectos subjetivos
da experiência e do comportamento humano (BAPTISTA; CUNHA, 2007).
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário com seis questões
abertas, de modo a permitir a análise qualitativa das respostas com a presença das
pesquisadoras durante a sua aplicação. As questões foram abertas para permitir ao
2063
respondente a utilização da sua subjetividade, sem alternativas que indicassem o caminho das
respostas esperadas.
O roteiro do questionário obedeceu a categorias criadas de acordo com aspectos os
quais a biblioteca necessitava analisar, são elas: uso da biblioteca; conceito de biblioteca
universitária; avaliação dos serviços da biblioteca e proposições de novos;
treinamento/capacitação; competência em informação e ansiedade de informação.
Nesta pesquisa, a população compreendida foram os professores, servidores e alunos
da Udesc Balneário Camboríu, totalizando 620 pessoas, dos quais 57 responderam o
questionário. Por objetivar uma análise qualitativa e ser uma pesquisa exploratória, não foram
aplicadas técnicas estatísticas de amostragem e sim a amostragem por acessibilidade ou por
conveniência, ou seja, o pesquisador seleciona a amostra que tem acesso (GIL, 1999).
Foi aplicado pré-teste e após esta etapa as devidas correções foram feitas no
questionário, de acordo com as respostas e indicações dos próprios respondentes, procedendo
com a inclusão, modificação e exclusão de perguntas. Os questionários foram entregues
impressos para todos os respondentes entre os dias 22 e 29 de junho de 2017 e aplicados
pessoalmente durante o período de aulas, com anuência dos professores, e a alguns usuários
que vieram até a biblioteca durante o período da pesquisa.
Este estudo de usuários se concentra no paradigma alternativo, conceituado por Dervin
e Nilan (1986) enquanto paradigma que posiciona a informação como algo construído pelos
indivíduos, se concentra em entender o uso da informação em situações particulares,
examinando o sistema como visto pelos usuários.
3 Nos serviços existentes o que você acha que poderia melhorar? Serviços e
Que serviços novos poderiam ser oferecidos? proposições
4 O que você gostaria que a Biblioteca do Cesfi oferecesse em Treinamentos/
termos de capacitação e treinamento? Capacitações
Você identifica quando possui uma necessidade de informação?
5 Competência
Se sim, como você faz para buscar e selecionar a informação de
em informação
que necessita?
Você se sente ansioso (a) com a quantidade de informação
6 Ansiedade de
disponível na sociedade atual? Se sim, como você lida com esta
informação
questão?
Fonte: Elaborado pelas autoras (2017).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
2019 a inauguração de novo prédio que contará com um amplo espaço para a biblioteca, o que
possibilitará a disponibilização de salas de estudo adequadas e espaço mais acolhedor,
conforme solicitação dos usuários. Os cursos de capacitação e treinamento citados serão
organizados pela biblioteca com base nos apontamentos dos usuários expostos nesta pesquisa.
A ampliação do acervo é sem dúvida outro ponto importante que deverá ser analisado em
busca de soluções para a questão.
Os participantes do estudo de usuários indicaram que esperam que a biblioteca
universitária seja um espaço com interação e conforto e com acervo adequado às necessidades
dos cursos oferecidos, além de livros de literatura. A biblioteca universitária é vista pelos
usuários como local de pesquisa e estudo, local para acessar a informação e como tal deve ser
tratada ao ter planejamento desenvolvido.
Quando os usuários identificam uma necessidade de informação as principais formas
citadas para resolver a questão são o uso da internet, seguido pelos livros, a biblioteca e
especialistas. Percebe-se a influência da biblioteca como fonte de informação acadêmica para
os usuários da Udesc Balneário Camboriú, o que justifica ainda mais a necessidade de que
esta unidade de informação adeque e amplie seus serviços. Nem todos os respondentes
sentem-se ansiosos ao lidar com a quantidade de informação disponível. No entanto, percebe-
se que este tipo de ansiedade é recorrente e nem sempre os indivíduos sabem lidar com a
situação. A situação pode ser um sinal de alerta para que a biblioteca inclua em seu
planejamento ações que possam minimizar os transtornos de ansiedade pelo excesso de
informação.
No planejamento, sugere-se a inclusão de questões relacionadas ao desenvolvimento
da competência em informação, em busca de aprimorar a experiência do usuário ao lidar com
a informação, não somente aquela disponível na biblioteca, e em busca de auxiliar nas
questões de ansiedade de informação.
É importante para o processo de planejamento de serviços de informação com foco no
usuário avaliar o ambiente interno e externo da unidade de informação e as necessidades,
comportamento de busca e aquisição da informação (PALETTA et al., 2016).
Propõe-se que estudos de usuários complementares sejam feitos para que o
planejamento específico de cada ação possa ser desenvolvido a fim de monitorar os serviços,
que de acordo com Lancaster (1996) é de interesse dos bibliotecários para identificar se os
serviços estão adequados às necessidades dos usuários.
2068
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, S. G.; CUNHA, M. B. Estudo de usuários: visão global dos métodos de coleta de
dados. Perspectivas em Ciência da Informação, [S.l.], v. 12, n. 2, nov. 2007. Disponível
em: <http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/48>. Acesso em: 11
dez. 2017.
DERVIN, B.; NILAN, M. Information needs and uses. Anual Review Of Information
Science and Technology, [s. l.], v. 21, p.3-33, 1986. Disponível em:
<http://tefkos.comminfo.rutgers.edu/Courses/612/Articles/zennezdervinnilan86arist.pdf>.
Acesso em: 11 dez. 2017.
DIAS, M. M. K.; PIRES, D. Usos e usuários da informação. São Carlos, SP: Ed. da
UFSCar, 2004.
GIL, A. C. Métodos e técnicas da pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 1999.
SILVA, A. B. B. Mentes ansiosas: medo e ansiedade além dos limites. Rio de Janeiro:
Fontanar, Objetiva, 2011.
FLAVIA ROSA
Abstract: This article aims to verify if self - archiving in the Institutional Repository of the
Federal University of Bahia was carried out in a satisfactory manner by the graduates of the
Master 's Degree in Computer Science. It seeks to know the policies of self-archiving, and
actions with the academic community to foster it, aiming to contribute to the growth of the
Repository's collection. The data collection was based on observation of the subcommunity in
the Repository, application of questionnaires with the students, and semi-structured interview
2072
with the Master's coordinator. The course started in 2012 and for pedagogical reasons was
replaced by a program, started in 2014, which includes Master's and Doctorate, so the course
in question allowed an analysis of its beginning to end. The research has bibliographic
character, of applied nature and quantitative approach. The results show that the archiving of
the dissertations was not carried out by the authors themselves in its fullness, therefore, self-
archiving was not carried out as a strategy foreseen in the open access movement, but by the
course counseling. We conclude that it is necessary to invest in self-archiving policies in a
broad way, with a more forceful disclosure, able to reach the members of the academic
community, without the interference of the collegiate being the only option, including
adopting procedures that facilitate some processes of teachers, when these have their articles
available in the Repository.
1 INTRODUÇÃO
comunicação científica no que tange o público alvo, haja vista que a primeira atinge a
comunidade externa, sociedade no geral, grande público; enquanto a segunda é destinada aos
pares e detentores de conhecimento prévio sobre a ciência e tecnologia. Bueno (2010, p. 1)
acrescenta que ―A divulgação científica cumpre função primordial: democratizar o acesso ao
conhecimento científico e estabelecer condições para a chamada alfabetização científica‖.
Considerando o fato de estarmos vivenciando um momento em que a sociedade
necessita visualizar os resultados de todo o investimento aplicado nas ciências e tecnologias, a
fim de se certificar que os esforços empregados para manutenção das instituições de pesquisa
estão sendo positivos, e para isso, o livre acesso às informações, aos dados, ao conhecimento
produzido estão em grande evidência, pois já não há como se permitir que os resultados de
pesquisas permaneçam em acesso restrito, visto que os investimentos públicos são os maiores
financiadores destas pesquisas que geram um conhecimento, que deve ser da coletividade.
Atrelado a todos os fatores citados anteriormente, evidenciamos uma profunda crise
dos periódicos científicos, periódicos estes que são os maiores veículos de comunicação
científica, distribuídos por editoras detentoras dos direitos de publicação e circulação de
pesquisas em diversas áreas do conhecimento, portanto, possuem plenos poderes na
disseminação desta informação, contudo, cobravam valores exorbitantes pelas assinaturas, o
que foi gerando um descontentamento por parte dos autores/pesquisadores de algumas
instituições que necessitavam de suas assinaturas para disponibilizar aos seus usuários os
dados mais atualizados de determinada área, visto ser o periódico suporte mais rápido e eficaz
de propagação das novidades na área científica. Desse modo, efetivou-se entre cientistas
americanos da área de física, a disseminação de suas produções em acesso aberto, sendo os
Repositórios Institucionais o local de disponibilização.
Na atualidade, os RI vêm crescendo e ampliando a sua inserção no fluxo da
comunicação científica, no entanto ainda há questões que precisam ser repensadas para que de
fato eles cumpram com o seu importante papel. O Repositório da Universidade Federal da
Bahia (UFBA), que em setembro de 2017 completou sete anos de sua implantação, é o objeto
de estudo desse artigo que, foi delimitado pelo curso de Mestrado em Ciência da Computação,
e se propõe a verificar os fatores que interferem no autoarquivamento em sua subcomunidade,
com o propósito de utilizarmos esses dados como parâmetros para atuarmos em uma mudança
de paradigmas. Para essa verificação, observamos a subcomunidade no Repositório,
aplicamos questionários com os discentes, e realizamos uma entrevista semiestruturada com o
coordenador do Mestrado, portanto, a pesquisa se constituiu de um caráter bibliográfico, de
natureza aplicada e abordagem quantitativa.
2074
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Nesse cenário e com a ampliação do Movimento para o Livre Acesso, ele propagou-se
no Brasil através do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), sendo
o seu marco o lançamento do Manifesto de Acesso Aberto a Dados da Pesquisa Brasileira em
2005. Identificamos nos estudos realizados por Costa (2006), que os debates sobre o acesso
livre à informação científica têm acontecido com grande frequência por diversos países, a
exemplo do que ocorreu no Reino Unido, onde o Parlamento cedeu à pressão e foi levado a
legislar sobre o tema do Acesso Aberto, propondo que Agências de fomento regulamentassem
a matéria, que as Universidades as implementassem e que as editoras considerassem a
mudança nas suas políticas de distribuição, ocasionando em uma mudança de paradigmas para
os pesquisadores.
É nesse contexto que nasce o Repositório Institucional da Universidade Federal da
Bahia (RI/UFBA), através da Portaria de implantação, emitida pelo então Reitor Naomar
Monteiro de Almeida Filho, em 07 de janeiro 2010.
A implantação do RI-UFBA é fruto de grandes esforços por parte da equipe técnica e
das instâncias administrativas da Universidade, processo também desencadeado através dos
estudos realizados por Rosa (2011) em sua Tese de Doutorado. A autora destaca em seus
relatos, que um dos principais desafios das instituições acadêmicas, que produzem
conhecimento, é disponibilizar de modo eficiente suas pesquisas. Contudo o meio digital
possibilitou a disseminação dessa produção científica através da rede mundial de
computadores, e ampliou o acesso e a visibilidade, porém ainda dispersa, e para tanto, os
repositórios digitais surgem como alternativa de consolidação de diversos tipos de produção
científica, artística e cultura, em formatos mais variados possíveis, tais como: textos, sons e
imagens, imagens em movimento contribuindo para o armazenamento, preservação e
democratização do conhecimento da instituição. E finaliza esse pensamento com uma reflexão
de que o que podemos aguardar da Universidade, é que ela cumpra sua função de ao tempo
que produz conhecimento, também comunicar e divulgar.
Meadows (1999) demonstra que desde a década de 1960, o computador já seria uma
solução viável para o tratamento da informação produzida em meio científico, conforme
relato a seguir:
O computador já era empregado no processamento de informações na década de
1960. Sua evolução por certo iria permitir o tratamento rápido de uma grande
quantidade de informações, transformando-o em ferramenta cada vez mais eficaz
para a comunicação científica.
2076
Diante do exposto, temos a preocupação e o intuito de verificar, após sete anos da sua
implantação, o desenvolvimento do RI/UFBA, tendo como amostra o curso de Mestrado em
Ciência da Computação, identificando os fatores que interferem no autoarquivamento na sua
subcomunidade, e quais as conseqüências que esses fatores exercem na visibilidade da sua
produção científica. Além disso, pretendemos propor soluções para uma maior
conscientização de outros cursos, tendo por base as observações e os dados levantados no
curso em questão, cuja inserção de dados seja inexistente ou insuficiente.
3 O AUTOARQUIVAMENTO
O tema proposto neste artigo se justifica pela atualidade com que os Repositórios
Institucionais foram inseridos no âmbito das universidades no Brasil, em especial na
Universidade Federal da Bahia (UFBA), e destacamos a sua importância já que os
Repositórios cumprem um papel de destaque no contexto da comunicação científica por
disseminar e preservar a produção das Instituições de Ensino Superior e Centros de Pesquisa.
Através de levantamento realizado em dezembro de 2017,222, é possível identificar
cerca de 109 instituições que possuem Repositórios, dos quais 90% são instituições de ensino
superior pública, e os outros 10% de instituições de pesquisa no geral. Diante desse cenário e
do seu recente nascimento ou implantação, torna-se necessário uma verificação do
comportamento dos agentes inseridos nessa nova concepção de comunicação e/ou divulgação
científica, delimitado na pesquisa, pelo curso de mestrado em Ciência da Computação da
UFBA.
A escolha do referido curso da UFBA se deve ao fato desse curso ter sido implantado
em 2012, ou seja, posteriormente a implantação do RI-UFBA, e por questões pedagógicas um
novo programa de pós-graduação em Ciência da Computação o substituiu em 2014, portanto,
poderemos analisar como se deu o autoarquivamento do início ao final do curso.
Considerando que o curso de Ciência da Computação está inserido em uma área estratégica,
no que tange as Ciências e Tecnologias, identificamos quão é importante analisarmos a sua
inserção no cenário do acesso aberto.
Pesquisas alertam que algumas áreas do conhecimento possuem maior consciência no
que tange a importância da disseminação da produção científica, como discorre Costa e Leite
222
Disponível em: <
http://wiki.ibict.br/index.php/Bibliotecas_Digitais_de_Teses_e_Disserta%C3%A7%C3%B5es>.
2077
(2006), citando estudos realizados por Antelman (2004), destaca a questão da divisão das
disciplinas, com o intuito de identificar o impacto das suas citações em ambientes digitais
versos material impresso. ―O estudo de Antelman se norteou pelas diferenças disciplinares –
tópico essencial nessa e em quaisquer discussões concernentes à comunicação científica, em
relação ao estágio de cada disciplina na adoção do acesso aberto‖. (COSTA; LEITE, 2006).
A partir dessa análise preliminar, pretendemos identificar na UFBA, através do seu RI,
como se comporta o curso de Mestrado em Ciência da Computação, uma das portas de
entrada para o crescimento acadêmico e científico. De acordo com Vianna e Carvalho (2013):
Os RIs são ferramentas relativamente novas, em desenvolvimento e em constante
mudança e a percepção de seus resultados positivos ainda é pequeno por parte dos
usuários. Como ferramenta em desenvolvimento ela necessita de avaliações
constantes e uma integração entre os profissionais da área da Ciência da Informação
e o pessoal de TI, bem como com os seus usuários.
223
Dados observados no RI em janeiro de 2018. Disponível em: <www.repositorio.ufba.br>.
2078
4 METODOLOGIA
Quanto à natureza do trabalho, foi realizada uma pesquisa aplicada, que de acordo com
Marconi e Lakatos (2011), ‖Caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados
sejam aplicados ou utilizados imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na
realidade‖.
Este artigo tem como objetivo uma análise exploratória do problema, com
levantamento bibliográfico, para efeito de aprofundamento no que tange o autoarquivamento,
consideramos os estudos realizados por Pereira, Barros e Andrade (2012); Assis (2013); Gatti,
Fogolin e Almeida (2014); Veiga e Macena (2015), buscando conhecer as pesquisas
realizadas de modo mais abrangente, ou ainda de forma específica em determinada
instituição. Adotamos como instrumento de coleta de dados, a realização de entrevista
semiestruturada e aplicação de questionários, tendo como procedimento um estudo de caso,
que de acordo com Gil (2007) citado por Gerhardt (2009):
Um estudo de caso pode ser caracterizado como estudo de uma entidade bem
definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou
uma unidade social. Visa conhecer o como e o porquê de uma determinada situação
que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de
mais essencial e característico.
Temos, portanto, uma pesquisa de cunho bibliográfico, de natureza aplicada que se utilizou de
entrevista e questionário como instrumento de coleta de dados. O universo da pesquisa se
compõe dos discentes do Mestrado em Ciência da Computação da - UFBA, a fim de entender
as suas relações estabelecidas com o RI e entrevista com o coordenador do curso de Pós-
Graduação com a intenção de identificar as medidas que foram adotadas para fortalecer e
incentivar a disponibilização da produção no RI contribuindo para a aplicação do acesso
aberto a produção científica oriunda desta Instituição.
que contempla Mestrado e Doutorado, estava em vistas de ser aprovado pela Capes, o que de
fato aconteceu em 2014.1, logo, o Mestrado recém-criado, estava fadado ao seu fim. Já em
2013.2 não houve mais seleção para este curso e a partir desse momento, apenas os alunos
que já haviam ingressado estavam dando continuidade às suas atividades, até que ocorresse a
última defesa e o curso fosse de fato inativado. Entre 2012.1 e 2013.1 ingressaram um total
112 alunos no mestrado, mas o levantamento atual revela que desse total de ingresso apenas
54 deles defenderam, os demais foram desligados do curso por diversos motivos, ou seja,
quase 50% dos ingressos alcançaram o título de mestre através deste curso.
Acreditamos ser uma proposta interessante para verificação do comportamento desses
agentes, frente ao Repositório Institucional da UFBA, visto que a implantação do curso se deu
exatamente após a criação do RI em 2010, o que não justificaria, a princípio, o
desconhecimento dessa ferramenta. As defesas de dissertação e artigos elaborados pelos
discentes, consequentemente aconteceram em anos posteriores, tempo suficiente talvez para
conhecer o RI e se utilizar dessa ferramenta.
Identificamos através de ofícios emitidos a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propg),
que cerca de 30 alunos receberam apoio financeiro para apresentação de artigos, ou seja,
podemos inferir que alguns artigos foram publicados em eventos, porém sem suas devidas
inserções no RI-UFBA, visto que identificamos artigos atribuídos a esse curso, em sua
subcomunidade, porém relacionados com anos anteriores a criação do curso, portanto,
deduzimos que foram arquivados indevidamente nesta subcomunidade, além do que, os
autores encontrados não correspondem aos discentes do curso e sim docentes que pertenceram
ao curso e a outros programas também, o que pode ter gerado algum tipo de equívoco no ato
do arquivamento.
Como forma de levantarmos as informações sobre o conhecimento acerca do RI –
UFBA pelos discente, encaminhamos um questionário através do Google Form, em 12 de
janeiro de 2018, contendo cinco perguntas fechadas, aos 54 discentes que de fato obtiveram o
título de mestre, dos quais 44 deles já possuem suas dissertações inseridas no RI-UFBA. Do
total de 54 questionários enviados, recebemos resposta de 34 deles.
Com o intuito de compreendermos como se deu o arquivamento das dissertações, visto
ser considerável o número de inserções no RI, e a divergência das respostas dos discentes
quanto ao autoarquivamento, sendo que cerca de 85% dos respondentes informaram que não
realizaram esse procedimento, contactamos a secretaria de apoio ao curso e formos
informados que os servidores técnicos administrativos deste setor, é que realizaram essas
inserções, através de um verdadeiro mutirão, orientados pela equipe do RI-UFBA e pela
2081
coordenação do curso mais ou menos entre os anos de 2014 e 2016. Percebam que essa
atividade não necessitava ser realizada em forma de mutirão, muito menos pelos servidores
técnicos administrativos, haja vista que há possibilidades de autoarquivamento pelos próprios
discentes, caso assim fossem orientados ou estabelecido de forma regulamentar pelo
Programa. Sobre conhecer o Movimento de Acesso Aberto, 50% dos respondentes afirmam
desconhecer o movimento, sendo que quase 30% afirmaram conhecer, e os outros 20%
informaram que talvez tenha ouvido falar. Outro questionamento foi acerca de conhecer ou já
ter ―ouvido falar‖ sobre o RI-UFBA; cerca de 32% dos respondentes afirmaram desconhecer
o RI-UFBA, quase 60% afirmaram conhecer e outros 8% afirmaram que talvez já tenha
ouvido falar sobre essa ferramenta. Quando o quesito foi acerca da orientação sobre o
autoarquivamento no RI-UFBA, cerca de 59% responderam que não foram orientados a tal
procedimento, por volta de 27% responderam que foram orientados e os outros 14%
informaram que talvez tenha sido orientados . Para finalizar, perguntamos se os discentes
consideram importante disponibilizar sua dissertação ou artigo em acesso aberto, tornando sua
produção mais visível. Para 97% dos respondentes, sim eles consideram importante essa
divulgação em acesso aberto, os outros 3% já não consideram.
A entrevista realizada com o coordenador do curso revelou dados interessantes, ao
passo que o docente traz uma reflexão sobre a essência do Repositório Institucional da UFBA.
O docente afirma conhecer o movimento de acesso aberto e o RI-UFBA, e informa que foi
orientado institucionalmente para que seu curso realizasse o arquivamento no RI-UFBA,
porém não lembra se foi dito que este arquivamento na verdade seria realizado pelos discentes
e docentes. O entrevistado afirma que o curso não possui nenhuma referência ao RI-UFBA
em sua homepage, e não há política de autoarquivamento elaborada. Por não ter
compreendido que o procedimento seria via autoarquivamento, o docente considera a inserção
no RI-UFBA uma atividade duplicada, visto que o mesmo documento deve ser inserido em
outras bases de dados, tais como a Plataforma Lattes do CNPq e Sucupira da CAPES, levando
a um trabalho exaustivo, além do mais, o entrevistado relata, ―Um incentivo a esse tipo de
cadastramento, por exemplo, seria um sistema automático de progressão aonde os dados de
publicações viessem automaticamente do RI. Ai sim faria sentido manter mais essa base de
dados atualizada‖. O docente ainda considera que a baixa adesão ao autoarquivamento se
deve a ―Pouca divulgação, principalmente indicando de forma clara os benefícios e possíveis
problemas para os discentes no ‗não arquivamento‖. Quando questionado se o docente seria
favorável a uma política de obrigatoriedade, ou política de recompensa, para aqueles
pesquisadores que publicam em acesso aberto, o entrevistado foi incisivo na resposta,
2082
relatando que, ―De forma bem pragmática a Instituição deveria pensar em algum tipo de
procedimento que, caso as publicações já estejam cadastradas no repositório algum processo
seja facilitado, como por exemplo, o relatório de progressão‖.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
COSTA, Michelli, Pereira da; LEITE, Fernando César Lima. Acesso Aberto no mundo e na
América Latina: uma revisão a partir da BOAI. TransInformação, Campinas, v. 28, n. 1, p.
33-46. jan./abr. 2016. Disponível em:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/19433/2/AcessoAbertoMundo_%202016.pdf.
Acesso em: 13 de dez. 2017.
COSTA, Sely M. S. ; LEITE, Fernando César Lima. Repositórios institucionais: potencial para
maximizar o acesso e o impacto da pesquisa em universidades. In: CONFERÊNCIA
IBEROAMERICANA DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS NO CONTEXTO DA
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA, 1, 2006, Brasília. Anais... Brasília: Universidade de Brasília,
2006.2006. Disponível em:
<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1015/1/EVENTO_RepositorioInstitucional.pdf>.
Acesso em: 13 de jan. de 2017.
COSTA, Sely Maria de Souza; LEITE, Fernando César Lima. Repositórios Institucionais
como ferramenta de gestão do conhecimento científico no ambiente acadêmico. Perspectivas
em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 11, n. 2, p. 206-219, maio/ago. 2006.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n2/v11n2a05.pdf>. Acesso em: 13 de jan.
de 2017.
FACHIN, Gleisy Regina Bories et. al. Gestão do conhecimento e a visão cognitiva dos
repositórios institucionais. Perspectivas em Ciência da Informação, Florianópolis, v. 14,
n.2, p. 220-226, maio/ago. 2009. Disponível em:
<http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/212/589>. Acesso em 12 de
jan. de 2017.
2084
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (Org.). Métodos de pesquisa. Porto
Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
TARGINO, Maria das Graças; TORRES, Názia Holanda. Comunicação científica além da
ciência. Ação midiática: estudos em comunicação, sociedade e cultura. Paraná. n. 7. p. 1-12,
2014. Disponível em: < http://revistas.ufpr.br/acaomidiatica/article/view/36899>.
Acesso em: 12 de dez. 2017.
INTRODUÇÃO
224
O Sibi/UFG, na época, possuía nove unidades: sendo quatro em Goiânia, capital do Estado, e as demais no
interior. Hoje são dez unidades, sendo cinco na Capital.
2089
A PESQUISA NO SIBI/UFG
um processo no qual todo o Sibi/UFG participa, de forma direta ou indireta, e que vem sendo
constituído e consolidado ao longo destes anos na cultura 227 da organização como um setor
que é imprescindível para o bom desenvolvimento de suas atividades.
Outro aspecto identificado, utilizando-se de relatórios gerais e das seções e das
entrevistas, é que a implantação de um novo software gerenciador nas bibliotecas do
Sibi/UFG em 2004 contribuiu para o fortalecimento da Assessoria de Comunicação em sua
estrutura, de forma direta e indireta. Conforme os relatos coletados entre os servidores, a
partir daquele ano o setor passou a atuar de forma mais integrada às demais seções da
biblioteca, em particular no que diz respeito à divulgação dos novos produtos e serviços
propiciados pelo software implantado. Percebeu-se que, por um lado, tal integração aumentou
significativamente o montante de serviço do setor; por outro, acabou por reforçar sua
importância na estrutura da biblioteca.
Daí se pôde inferir que a Assessoria de Comunicação do Sibi/UFG foi fortalecida com
a mudança de software, pois teve sua importância ampliada, alcançando todas as instâncias do
órgão ‗biblioteca‘, ao ponto de as outras unidades do Sibi/UFG sentirem a necessidade de ter
um setor de comunicação presente em suas estruturas para assessorá-las. Como já dito, a
Assessoria está fisicamente instalada na BC e realiza suas atividades com o apoio das gestões
locais de cada biblioteca.
O que, aliás, pode ser considerado um ponto fraco – a ausência de um setor, ou de uma
pessoa dedicada, para gerenciar o processo de comunicação em cada uma das bibliotecas de
acordo com suas necessidades locais, visto que a quantidade de serviço tem aumentado e que
as bibliotecas seccionais têm sentido a necessidade de ter um apoio mais próximo para suas
atividades de comunicação. Até 2005 o Sibi/UFG era composto por três bibliotecas, todas
instaladas em Goiânia; à época da pesquisa eram nove, hoje já são dez e há previsão de mais
duas a serem construídas em médio prazo. O novo software gerenciador permitiu a
incorporação das unidades seccionais ao sistema, o que levou ao aumento do raio de atuação
tanto do Sibi/UFG quando da sua Assessoria de Comunicação.
227
Foi usada a definição de Morin (2002) para a cultura, o qual diz que esta ―[...] caracteriza as sociedades
humanas é organizada/organizadora via o veículo cognitivo da linguagem, a partir do capital cognitivo coletivo
dos conhecimentos adquiridos, das competências aprendidas, das experiências vividas, da memória histórica, das
crenças míticas de uma sociedade. [...] E, dispondo de seu capital cognitivo, a cultura institui as regras/normas
que organizam a sociedade e governam os comportamentos individuais.‖ (MORIN, 2002, p. 19, grifo do autor).
2092
RESULTADOS E DESAFIOS
dialógicos e hologramáticos – que são os três pilares do pensamento de Edgar Morin acerca
da complexidade.
Foi possível observar que há um modelo de comunicação próprio do Sibi/UFG, que
representa a cultura vivida na organização, por isso o modelo de comunicação é tal como é.
Ele expressa, de certa forma, a cultura do Sibi/UFG, que tem, por princípio de gestão, o da
corresponsabilidade, porém ainda bastante hierarquizado, como a grande maioria das
instituições. Na perspectiva estudada, ambos os processos – de cultura e de comunicação,
foram vistos como estando interligados, um influenciando o outro; em um processo sempre
em construção, pois vão sendo moldados à medida que o próprio Sibi, seus colaboradores e
usuários se relacionam, interagindo de forma contínua e permanente.
Em seu modelo, a comunicação do Sibi/UFG com seus públicos é baseada na
democratização da informação, no sentido de que todos devem ter acesso às informações de
forma igualitária – seja a informação como insumo, sobre um curso ou um serviço novo, seja
a informação materializada nos livros, por exemplo. Esta premissa – da democratização da
informação, inclusive, é um dos princípios básicos que regem o funcionamento do Sistema de
Bibliotecas da UFG. E para dar acesso às informações de forma igualitária a todos os públicos
são utilizados variados meios de comunicação visando alcançá-los. Sendo que a comunicação
com o público interno, ou seja, com aqueles que atuam nas bibliotecas como colaboradores, é
privilegiada. Mas privilegiada no sentido de este ser o primeiro público a ser informado –
pois, como nos dizem Brandolini, Frígoli e Hopkins (2009), é preciso gerar confiança entre os
empregados e o projeto de trabalho que se realiza na organização, bem como reproduzir sua
cultura.
Ao longo da pesquisa vi que há um plano de comunicação estruturado em conjunto
com a direção do Sistema de Bibliotecas e cujas ações se fazem presentes nas várias
atividades realizadas pelas bibliotecas da UFG, em particular no que diz respeito ao
atendimento aos usuários – atividade fim da biblioteca. Neste sentido, o processo de
comunicação no Sibi/UFG, mesmo que ainda contenha traços de verticalização, tenta atender
às necessidades dos públicos da biblioteca – desde seus colaboradores (público interno) até os
usuários da mesma (público misto). Digo tenta porque, por ser um processo relacional, onde a
alteridade deve ser levada em conta, nem sempre a organização consegue atender aos anseios
de seus públicos em termos comunicacionais. Como é um processo recursivo e dialógico, a
meta é sempre a busca pelo ideal.
Observou-se, ainda, algumas características que, por conta do dia a dia do trabalho
como assessora de comunicação do Sibi/UFG, passaram em branco, mas que se fizeram
2094
relevantes durante a pesquisa empírica. E outras que foram realmente surpresa. Por exemplo:
ainda há uma expressiva lentidão no processo de emissão da comunicação do Sibi/UFG para
os seus públicos-alvo. Não por falta de tecnologia e/ou da presença da biblioteca no mundo
digital, mas sim por falta de pessoal dedicado à área de comunicação para reforçar a equipe. A
lentidão, mediante a velocidade do processo de comunicação na atualidade, é um ponto
negativo importante.
A falta de uma política de recursos humanos, por parte do governo federal,
direcionada para as especificidades de uma biblioteca universitária, acaba por refletir
negativamente no processo de comunicação da mesma com seus públicos. O setor de
comunicação do Sibi/UFG conta com apenas um funcionário efetivo e, eventualmente, com
um bolsista/estagiário. Mediante o tamanho da organização, esta quantidade de pessoal,
mesmo contando com o apoio de colaboradores nas outras bibliotecas, pode gerar falhas no
trabalho e, consequentemente, lacunas na comunicação.
Uma das surpresas que a pesquisa empírica trouxe foi a descoberta de que havia um
desconhecimento quase total da presença do Sibi/UFG na rede social Facebook. Os dados da
pesquisa empírica dão conta que, na época do levantamento, menos da metade dos
entrevistados no GRUPO 1 e apenas 5% do GRUPO 2 tinham conhecimento da presença do
Sibi/UFG nesta rede social. Outra surpresa foi constatar que dois dos meios de comunicação
mais tradicionais ainda são muito necessários no âmbito da biblioteca, segundo os
respondentes. São eles: cartazes e contato face a face. Surpreendeu porque, em tempos de
internet e de velocidade na comunicação, há uma tendência a se dar mais importância para os
meios digitais de comunicação.
Este resultado pode significar que a comunicação virtual não está dando conta de
corresponder às necessidades comunicacionais dos públicos, sendo preciso ainda o reforço da
comunicação tradicional. O que é bastante compreensível, tendo em vista o que nos diz
Wolton (2010): a internet não substitui a necessidade de encontros presenciais, amplia-a.
Afinal, somos seres sociais, não seres de informação. Para este autor, por haver cada vez mais
informação disponível circulando, cada vez mais há incomunicação. Talvez isto explique
porque a conversa informal ainda está entre os cinco meios mais utilizados para se tomar
conhecimento das informações divulgadas pela biblioteca.
A implantação de um novo software gerenciador de bibliotecas, em 2004, influenciou
de forma positiva o processo de comunicação no Sibi/UFG, tanto no âmbito interno do
sistema – gerando integração das unidades instaladas fora da capital (são cinco atualmente);
quanto em relação aos usuários – permitindo unicidade na linguagem e na forma de a
2095
CONSIDERAÇÕES
Não se teve a ambição de captar todo o universo da comunicação que rege o processo
no Sibi/UFG, por isso foram selecionados três departamentos – a Circulação, a Referência e o
de Comunicação, que proporcionaram alguns indicadores para a reflexão proposta. Mas o
trabalho também não se limitou a ver somente os efeitos do modelo de comunicação no
Sibi/UFG. Buscou-se investigar a comunicação sem separá-la do seu mundo de significações,
quer dizer, de sua cultura. Isto porque se considerou que comunicação e cultura são dois
sistemas que estão em coprodução e sempre in fieri, em movimentos de recursividade,
dialogicidade e hologramaticidade, de acordo com o pensamento acerca da complexidade de
Morin (2005a).
Assim, a partir dos resultados obtidos na pesquisa empírica e das inferências feitas ao
longo do trabalho – as quais foram baseadas em descobertas durante todo o processo de
construção do mesmo, considerou-se que os meios de comunicação que utilizados estavam
adequados e eram suficientes ao processo de comunicação no Sibi/UFG. No entanto, como os
resultados de uma pesquisa são um retrato do momento, não significa que a Assessoria de
Comunicação e o Sibi/UFG em si devem ficar presos apenas a estes meios. Mesmo porque,
como nos diz Bauman (1999), as novas tecnologias e a modernidade trouxeram consigo, entre
outras coisas, o conceito de flexibilidade estruturada na base da alta velocidade, do virtual e
da comunicação acessível, onde tudo é mutável conforme os interesses envolvidos. Assim, é
preciso evoluir sempre, também tendo em vista o que diz Morin (2008), que considera que
toda cultura está vitalmente aberta ao mundo exterior, não existindo fechada em si mesma. E,
desta forma, conhecimentos e ideias migram entre as culturas.
No que se refere à linguagem e às estratégias utilizadas para emitir a comunicação, a
pesquisa empírica mostrou que estavam adequadas apenas a uma parte dos públicos
pesquisados. Havia pontos em que a informação emitida pela BC ao grupo dos colaboradores
estava truncada. Durante as análises dos dados coletados foi possível inferir que o grupo dos
terceirizados entre os colaboradores era a parte desprivilegiada na comunicação com o
público interno. Assim, era preciso melhorar o modo de efetivar a comunicação para este
público, deixando mais clara as funções da Assessoria de Comunicação e dando mais
2096
agilidade às ações para que estes colaboradores possam, também de forma mais ágil e
frutífera, atuar como participantes ativos do processo.
Considerou-se que a aprovação dos meios e das estratégias utilizadas na emissão da
comunicação com os públicos não exime o Sibi/UFG de estar sempre buscando melhorar. Por
ser um processo in fieri, a comunicação com os públicos é dinâmica e o processo deve ser
flexível na medida em que surgem novidades a respeito de meios de comunicação. Há menos
de cinco anos não se tinha uma rede social tão dinâmica quanto o WhatsApp, por exemplo. É
certo que ela ainda não está sendo utilizada pelo Sibi/UFG para contatos com os usuários, mas
já foi dado o primeiro passo: ela está em uso para contatos com as equipes de trabalho das
bibliotecas.
No que diz respeito à comunicação em geral da biblioteca com os usuários, esta foi
considerada: acessível, confiável, ágil, clara e atual, nesta ordem de classificação. A avaliação
positiva da comunicação da biblioteca com os usuários é bem-vinda, no entanto, em ambos os
grupos pesquisados houve um alto índice de respostas que consideram que o processo é lento.
Dado que não pode ser desconsiderado. Vale uma nova pesquisa mais detalhada para se
identificar em que ponto está lento, de que tipo é esta lentidão e o que pode ser feito para
melhorar. Até mesmo porque, em tempos de internet e de velocidade da disseminação das
informações, esta lentidão pode não estar do lado do emissor, mas sim relacionada ao
interesse do sujeito em buscar a informação sobre a biblioteca – já que a comunicação é um
processo relacional, como diz Wolton (2010); apresentando-se como uma eterna construção e
disputa de sentidos e como lugar organizativo dos sentidos postos em circulação, como diz
Baldissera (2008).
Corroborando as ideias de Baldissera (2008) e de Wolton (2010), no âmbito da
organização, estabelecer relações que atualizem a comunicação organizacional implica em
correr o risco de ser perturbado por outros sistemas do ambiente, ou seja, pelo contexto em
que se insere a organização, independentemente de se tratar de relações voluntárias ou não.
As perturbações podem ser materializadas de diversas formas. Neste trabalho entendi que elas
se materializaram nas sugestões que foram dadas pelos colaboradores e pelos usuários na
pesquisa empírica. As quais não devem ser ignoradas pela biblioteca, já que apontam para
dobras e fissuras relativas ao atendimento e à comunicação em si.
Considerando-se que a velocidade e o fluxo informacional em tempos atuais são
superiores à possibilidade de seu acompanhamento pela organização, o poder de comunicação
tem passado da organização para colaboradores, clientes e fornecedores. Assim, as
organizações não estão mais sozinhas na hora de decidir o que vão compartilhar; na maioria
2097
das vezes, e se a reação for demorada, a informação já foi disseminada por algum ou alguns
destes componentes da organização via tecnologia (PROCTOR, 2011).
Na relação de comunicação, bem como na de atendimento, tem grande importância a
interpretação realizada pela outra força em relação, ou seja, pela alteridade. Afinal, comunicar
é cada vez menos transmitir e cada vez mais negociar, conviver, respeitando a pluralidade dos
pontos de vista e a necessidade de um princípio comum. Esta convivência permite que se
perceba que a comunicação também acontece nas transversalidades; contemplando os ruídos,
a diversidade e o acaso, indo para além da fala planejada.
Baldissera (2008) aponta algumas sugestões para se lidar com a transversalidade, os
ruídos, a diversidade, o acaso e outros aspectos possíveis de serem encontrados na
comunicação organizacional, de forma a se aproveitar o que há de potencial positivo em cada
um deles. E é o que eu também sugeri para incrementar o modelo de comunicação do
Sibi/UFG: pensar que, cada vez mais, a comunicação é multidirecional e é preciso saber lidar
com a imprevisibilidade; ver a alteridade como força que constrói e disputa sentidos, mas cuja
disputa pode impulsionar a criatividade; potencializar os lugares de escuta para que se tenha
maior manifestação da diversidade, fomentando mais o diálogo com colaboradores e usuários;
pensar os conflitos de comunicação e também de atendimento, já que se considera que ambos
caminham juntos, como potencializadores de crítica, mas também de inovação.
REFERÊNCIAS
PROCTOR, Rasha. Social media impact on organization‟s structure and behavior. 2011.
Disponível em: <http://www.rashaproctor.com/2011/03/social-media-impact-on-
organizations-structure-and-behavior/>. Acesso em: 25 maio 2015.
Abstract: This paper presents the results of the research, coordinated by the Dissemination
Committee of the Federal Library Board, held during the XXVII Brazilian Congress of
Library Science and Documentation, in the city of Fortaleza, Ceará, from October 17 to 20,
2017. The objective of the study was to identify and characterize the public who attended the
Federal Library Board's booth during the event, considering the aspects of formation, age,
gender, professional activity and expectations of the Disclosure Commission by the
librarians. It is an applied quantitative-qualitative study that used a questionnaire as a data
collection tool. The results indicated that the majority of the participants have less than 10
years of training and work mainly in university libraries. Most of the participants expect that
the Federal Librarianship Council will publicize its actions in social networks and position
publicly on political / cultural issues that are under discussion in Brazilian society.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
na busca de estratégias para aproximação de grupos bem como indicar lacunas a serem
preenchidas.
Em Figueiredo (2009), texto clássico da área da Biblioteconomia, a autora expôs que esta
é a forma de conhecer as necessidades dos usuários. Decorreu o tempo, novas teorias
surgiram, mas a visão continua a mesma. A melhor forma de contribuir para as organizações é
conhecer a visão de quem usa os serviços. Aproximação das comunidades de usuários pode
proporcionar às organizações uma fonte inesgotável de informações.
Afinal, compreender que não temos todo o conhecimento é o primeiro passo para
uma aproximação e consequente busca. Atualmente, as tecnologias digitais tem contribuído
para mapear os caminhos percorridos pelos clientes e com isso potencializar a oferta de bens e
serviços.
Figueiredo (1985), através de um levantamento bibliográfico abrangente, mostra
como os estudos de usuários devem ser aplicados como diretrizes para não só elaborar novos
sistemas, mas também aperfeiçoar aqueles já existentes.
Baptista e Cunha (2007) esclarecem que o estudo do uso da informação passou de uma
fase quantitativa para uma fase qualitativa, pois se percebeu que as pesquisas utilizadas com
métodos quantitativas não contribuíam para a identificação das necessidades individuais dos
usuários e para implementação de sistemas de informação adequados a necessidades exigidas.
Assim, os estudos que buscavam retratar uma realidade a partir de números, deu lugar aos
estudos que tem como meta compreender o uso da informação. A pesquisa qualitativa tem
como foco a causas das reações dos usuários da informação e na resolução do problema
informacional. Conhecer as causas da busca da informação em vez quantifica-las.
Os mecanismos para obter informação, com o uso da tecnologias digitais, atualizaram
e permitiram um acesso mais rápido, de forma que o usuário tem milhares de bibliotecas
digitais dentro da sua casa, vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana. Afirma-se
que na década de 1990, não se tinha acesso e quando havia era ao material impresso
disponível, hoje, existe a informação, muitas vezes o que falta é saber o caminho para
encontrá-lo. Compreende-se desta forma que a ponte entre a informação existente e o usuário
é que precisa ser explorada pois existe literalmente ―um mundo digital a ser explorado‖
Por esse viés, corrobora-se a visão de Valentin:
A informação é insumo para qualquer fazer, seja no âmbito acadêmico, seja no
âmbito empresarial. A geração de ―novo‖ conhecimento somente é possível quando
a informação é apropriada pelo indivíduo, por meio do estabelecimento de relações
cognitivas. (VALENTIM, M. 2010. p. 14.)
2102
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira questão buscou saber qual faixa etária dos participantes da pesquisa. A
figura 1 ilustra as respostas.
20 18
18
16
14 13
12
10 9
8
8 7
6 6 6 6 6
6
4
2
0
UFC UFMT UFMA UFMG UFBa USP UFPE UFPB UFAL UDESC
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, S.; CUNHA, M. Estudos de usuários: visão global dos métodos de coleta de
dados. Perspectivas em Ciência da Informação; v. 12, n. 2, 2007. Disponível em: Acesso
em: 14 ago. 2007.
DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LUCAS, André et al. Estudo de Usuário como estratégia para gestão da informação e do
conhecimento: um estudo de caso. Revista ACB, v.13, n.1, p.59-79, 2008. Disponível em:
<http://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/521>. Acesso em 21 Abr 2016.
SEPÚLVEDA, Maria Inês Moreira; ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Realização de estudo de
usuários na prática profissional bibliotecária: estudo de campo no sistema de bibliotecas da
UFMG. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.17, n.2, p.269-
287, 2012.
2108
2109
Resumo: O trabalho apresenta a discussão sobre o lugar da memória dentro das bibliotecas
universitárias. Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica com o objetivo de
elucidar a importância da memória como elemento fundamental na construção da indenidade.
Apresentamos os conceitos de memória, lugares de memória, instituições de memória e o
conceito de bibliotecas universitárias. Mostramos como exemplo o caso do Memorial Denis
Bernardes da Universidade Federal de Pernambuco, como um local de coleta, guarda e
disseminação da memória. O espaço criado em 2013 como a intenção de guardar a memória
institucional da Universidade de Pernambuco, abriga em seu acervo documentos das mais
variadas tipologias, que narram não apenas a história da universidade, mas também fatos e
personalidades da história de Pernambuco e do Brasil. Concluímos que o Memorial Denis
Bernardes atua como uma instituição de memória dentro da universidade e que a memória
pode e deve dialogar com o futuro, uma vez que a memória humana é a grande responsável
pela conservação e transmissão do conhecimento.
Abstract: The paper presents the discussion about the place of memory within university
libraries. We used as methods the bibliographic research with the objective of elucidating the
importance of memory as a fundamental element in the construction of indentity. We present
the concepts of memory, places of memory, memory institutions and the concept of university
libraries. The case of the Denis Bernardes Memorial of the Federal University of
Pernambuco, as a place of collection, storage and dissemination of memory, is shown as an
example. The space created in 2013 with the intention to keep the institutional memory of the
Federal University of Pernambuco storages in its collection documents of the most varied
typologies, which tell not only the history of the university, but also facts and personalities of
the history of Pernambuco and Brazil. We conclude that Memorial Denis Bernardes acts as
an institution of memory within the university and that memory can and should dialogue with
2110
the future, since the human memory is the great responsible for the conservation and
transmission of knowledge.
1 INTRODUÇÃO
A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é
uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia. ( LE GOFF,
1996, p.476)
registros sejam perpetuados, atravessando os tempos e chegando até nós, nos alertando que
,ao contrário, do que imaginamos, a memória esta comprometida não com o passado mas com
o futuro.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Memória
O Conceito de memória é crucial, nos alerta Le Goff (1996, p.423). Mnemosine, filha
de Urano, deus do céu e das estrelas, e de Gaia, deusa da Terra, casada com Zeus, o rei dos
deuses, é a deusa da Memória, mãe de nove musas que protegiam todas as artes e ciências. A
deusa da memória dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de relembrá-lo
para a coletividade. Em seu poço, ela fazia com que os mortos que bebiam de sua água
relembrassem de suas vidas; ao contrário, os mortos que bebiam água do poço de Lethe
esqueciam a mesma. Mnemosine tinha também o poder de imortalizar artistas e historiadores
que ao criar suas obras eram mantidos inesquecíveis (VERNANT, 2002).
A memória tinha, portanto, um sentido místico, supraindividual, já que as divindades
se expressavam através de seus intérpretes: os homens que lembravam. Durante muito tempo,
a memória permaneceu vinculada a explicações míticas ou metafísicas. (BARRENECHEA,
2005, p.55).
Yates (2007) em sua obra A arte da memória nos mostra a trajetória da memória e sua
laicização através das diferentes práticas, uma delas foi a retórica, a qual desempenhou um
papel fundamental neste processo, uma vez que esta foi responsável pelo desenvolvimento das
ideias no continente europeu. Por sua vez, Le Goff (1996, p.435) aponta o aparecimento da
escrita como fator determinante na laicização da memória, o que permitiu o desenvolvimento
da mnemotécnica, que Yates prefere chamar de arte da memória.
Nas sociedades sem escrita a oralidade foi um recurso utilizado para a narração de
acontecimentos que devem ser lembrados, comemorados. Especialistas da memória, homens-
memória, nos conta Le Goff, são ―genealogistas‖: guardiões dos códices reais, historiadores
da corte. As sociedades sem escrita se baseiam na memória de autênticos especialistas, afirma
Leroi-Gourhan (1965, p.59): ―são chefes de família já idosos, bardos, sacerdotes, que
assumem, na humanidade tradicional, o importantíssimo papel de mantenedores da coesão do
grupo‖.
2112
Ortega (2004) nos informa que ―durante a Idade Antiga e a Idade Média, museus,
arquivos e bibliotecas constituíam praticamente a mesma entidade, pois organizavam e
armazenavam todos os tipos de documentos‖. A autora nos diz que esta entidade permaneceu
inalterada até a Idade Moderna, ―quando a produção dos livros tipográficos, entre outros
motivos, levou a que as bibliotecas passassem a existir separadamente e a adquirir maior
relevância enquanto elemento social‖.
Ainda na Idade Média, a organização do conhecimento, passara a reconhecer outro
lugar, as bibliotecas universitárias. Estas surgem no século XIII com a criação das primeiras
universidades. ―As primeiras universidades são, por assim dizer, um prolongamento das
ordens eclesiásticas: franciscanos e dominicanos encontram-se na origem de muitas delas‖
(MARTINS, 2002, p.89).
Também no Brasil s Bibliotecas Universitárias tiveram suas origens a partir de acervos
de ordens religiosas (BARATIN, 2008), e de acordo com Carvalho (2004) esse tipo de
biblioteca começara a ganhar destaque no final do século XlX e inicio do século XX com o
aparecimento das escolas de nível superior.
2114
Orteja Y Gasset (2006, p.30) escreveu que ―invevitavelmente, quanto mais se acumule
do passado, maior será o progresso‖. Indo ao encontro do pensamento do autor, o Memorial
Denis Bernardes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) surge em 2013 como um
espaço dentro da Biblioteca Universitária da UFPE.
A UFPE completou no ano de 2017 setenta anos, no contexto brasileiro é uma das
mais importantes Universidades do Brasil e a que esta em maior destaque entre as
universidades do norte/nordeste, de acordo com o QS World University Rankings (WORLD
UNIVERSITY RANKINGS, 2018), responsável pelos rankings do ensino superior no mundo,
essa colocação leva em consideração os níveis das pesquisas desenvolvidas, o ensino, a
produção acadêmica e disponibilização de conhecimento produzido pelas universidades.
Dessa forma, o Memorial Denis Bernardes foi criado com a intenção de coletar,
preservar e divulgar a memória institucional da UFPE, todavia, o seu espaço também passou a
abrigar acervos importantes para a cultura do Estado.
Seu objetivo é viabilizar o acesso aos conjuntos documentais indispensáveis à
reconstituição da memória institucional e da cultura local, visando aperfeiçoar o emprego dos
recursos tecnológicos necessários para o acesso ao seu conteúdo informacional.
É formado por acervo com várias tipologias documentais: documentos arquivísticos,
bibliográficos, audiovisuais, manuscritos e museológicos. Este último é composto por uma
coleção de cerâmica - cerca de 200 peças - que pertencia ao professor Ruy da Costa Antunes e
foi doada por sua família. O arquivístico contém documentos administrativos das antigas
Escolas de Belas Artes e de Medicina; o bibliográfico é formado por parte dos livros das
bibliotecas pessoais de Ruy Antunes, Marcos Freire, Joaquim Cardozo, Methodio Maranhão,
Coleção de Produção Intelectual da Universidade (PIU) e Coleção Especial. Além disso,
constam também clippings - recortes de jornais da Assessoria de Comunicação (ASCOM) da
UFPE e de Marcos Freire; periódicos diversos e teses e dissertações defendidas na UFPE.
A coleção de manuscritos é composta por correspondências do Conselheiro João
Alfredo Correia de Oliveira, que foi Senador do Império, e por poemas, sonetos e cadernos de
anotações do Padre Daniel dos Santos Lima, ex-professor de Filosofia da UFPE, e que ganhou
o prêmio Alphonsus de Guimaraens da Fundação Biblioteca Nacional 2011 - Categoria:
Poesia, divulgando o seu nome nacionalmente e colocando-o no hall dos grandes escritores
brasileiros do momento.
2115
Por fim, o acervo audiovisual é constituído por discos de vinil, fitas cassetes, CDs,
DVDs, fitas U-Matic e Betacam do Núcleo de TV e Rádios Universitárias (NTVRU), discos
que pertenceram ao professor Álvaro Alves Camello, bem como fotografias da ASCOM e
negativos fotográficos em vidro do começo do século XX, que pertenceram ao colecionador
pernambucano Fernando Figueiredo.
4 METODOLOGIA
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARATIN, Marc; JACOB, Christian. O poder das bibliotecas: a memória dos livros no
ocidente. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LE GOFF, J. História e memória. 4 ed. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 1996. LEROI-
GOURHAN, André. O gesto e a palavra. Lisboa: Edições 70, 1965.
NORA, Pierre. Entre memória e história - A problemática dos lugares. Projeto História:
Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de
História da PUC/SP. São Paulo, n.10, p.7-28, dez. 1993. Tradução de: Yara Aun Khoury.
ORTEGA Y GASSET, José. Missão do Bibliotecário. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2006.
VERNANT, Jean-Pierre. Aspectos míticos da memória e do tempo. In:______. Mito e
pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch Sarian. São Paulo: Paz e Terra, 2002,
p. 133-166.
Resumo: O artigo visa mostrar o trabalho desenvolvido pelo Memorial Denis Bernardes da
Universidade Federal de Pernambuco em relação à catalogação, uso de técnicas de
preservação e o uso de tecnologia para a salvaguarda da memória em seus acervos.
Destacamos o acervo da Oficina Guaianases de Gravuras, movimento artístico cultural
ocorrido na década de 1970 em Pernambuco, o qual contou com a participação de artistas
como Ariano Suassuna, João Câmara e Tereza Costa Rêgo. Nos seus vinte e um anos de
existência, o Movimento produziu mais de 2.000 (duas mil) obras utilizando a técnica de
litogravura. Diante da importância artística e histórica do acervo, apresentamos o objetivo do
trabalho que consiste em relatar a experiência em foco, bem como, ressaltar a importância de
preservar e divulgar este acervo em mídia física e em mídia digital. Tais ações facilitarão o
acesso às obras para fins de pesquisa e conhecimento deste acervo, visto que, ele documenta o
passado da litogravura pernambucana e brasileira, que configura uma considerável fonte de
pesquisa não só na área de artes, como em toda a comunidade acadêmica.
Abstract: The article aims to show the work developed by Memorial Denis Bernardes of the
Federal University of Pernambuco in relation to cataloging, use of preservation techniques
and the use of technology to safeguard memory in its collections. We highlight the collection
of the Guaianases de Gravuras Workshop, a cultural artistic movement that took place in the
1970s in Pernambuco, with the participation of artists such as Ariano Suassuna, João
Câmara and Tereza Costa Rêgo. In its twenty-one years of existence, the Movement produced
more than 2,000 (two thousand) works using the lithographed technique. Considering the
artistic and historical importance of the collection, we present the objective of the work that
consists in reporting the experience in focus, as well as highlighting the importance of
preserving and disseminating this collection in physical media and in digital media. Such
actions will facilitate access to works for the purposes of research and knowledge of this
2120
collection, since it documents the past of the Pernambuco and Brazilian lithographs, which
constitutes a considerable source of research not only in the arts area, but also in the entire
academic community.
1 INTRODUÇÃO
orientar os alunos de vários cursos, entre eles, de Artes Plásticas e Licenciatura em Educação
Artística.
O presente trabalho está estruturado em cinco seções, sendo a primeira, a Introdução,
onde é apresentado um pouco da história do Movimento e do acervo em questão; a segunda
seção, Materiais e Métodos, descreve a metodologia utilizada para a construção do estudo; a
terceira seção, Revisão de Literatura, explica alguns conceitos básicos sobre biblioteca
universitária, biblioteca universitária virtual ou ubíquas e instituições de memória; a quarta
seção, relata experiências e resultados da pesquisa e a quinta seção, contém as considerações
finais seguida das referências.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização desse trabalho foram utilizados artigos científicos, monografias, entre
outros, dos quais tratavam de assuntos relacionados a Oficina Guaianases de Gravuras e afins.
A partir dos mesmos foi realizada uma pesquisa bibliográfica para obtenção de dados que
enriqueceram este relato.
3 REVISÃO DE LITERATURA