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Capitalismo e individualismo
A sociedade global, explica a socióloga Vera Araújo, docente da Instituto Sophia na Itália, perdeu suas
referências, no sistema capitalista global. Neste sistema a satisfação pessoal, o culto ao próprio eu, está acima da
busca pelo bem comum. Na compra de um produto, por exemplo, a maioria das pessoas não se preocupa com o
procedimento de fabricação e suas causa ambientais e sociais, apenas se preocupa com a satisfação pessoal no
ter.
"Na cultura da globalização se sublinha a identidade pessoal, ou seja o ator deve cuidar de si, não dos
outros, ele deve ser egoísta se quer vencer, e isso não cria laços, pelo contrário, a globalização leva a instituição
de relacionamentos virtuais em vez de relacionamentos pessoais, explica a Vera.
Para a estudiosa, a maior patologia trazida pela globalização é o egoísmo, o que significa uma pessoa
pensar que pode crescer e amadurecer sem os outros. "O egoismo é uma auto destruição. Isso é um suicídio,
primeiramente moral, espiritual e depois pode se tornar um suicídio até físico", salienta.
“O ritmo da modernização, as exigências capitalistas, dentre tantos outros motivos, incluindo este apego ao
individualismo e as sociedades que valorizam o que a pessoa produz, contribuem significativamente para estas
patologias e também para um sentimento de 'tenho valor por aquilo que sou capaz de produzir', complementa a
psicóloga.
A elevação no nível de exigência nas organizações, a competitividade e outros aspectos educacionais, que
nem sempre são acompanhados pelo ensino, por exemplo, trazem um dos primeiros descompassos entre
desenvolvimento econômico e social e as lacunas no desenvolvimento e na preparação das pessoas para esta
realidade, explica ainda a psicóloga.
“Se antes a sociedade era mais solidária (trocava-se arroz por galinha, frutas por verduras e não
necessariamente o trabalho estava ligado a necessidade de ter muito dinheiro, mas com pouco se fazia muitas
coisas), hoje ela se baseia em valores muito mais individuais, promovendo vazios existenciais e também o
individualismo”, destaca Elaine.
Solidão global
Para a socióloga Vera Araújo, a pior patologia da sociedade moderna é o egoísmo, e todas as outras são
conseguências dele”.Solidão global
Para a socióloga, a globalização não contribuiu para a formação de comunidades, ao contrário, fez surgir
patologias sociais como a solidão global. “A globalização não uniu as pessoas e os povos, apenas os colocou em
comunicação, não os colocou numa possibilidade de se doar e enriquecer uns aos outros”, salienta Vera.
Numa sociedade que vive processos produtivos e competitividade extrema, é possível perceber, segundo
a psicóloga, que o isolamento natural das pessoas se dá pelo medo da violência, falta de confiança, facilidade de
estabelecer vínculos virtuais.
“Muitas pessoas passam então a viver num mundo teoricamente mais seguro, preferindo estar em sua casa
e relacionar-se com pessoas de qualquer parte do mundo, mas muitas vezes com medo do contato pessoal, da
rejeição que possa sofrer e até mesmo, usufruindo da facilidade que a tecnologia oferece”, esclarece a psicóloga.
É possível fazer muitas coisas pelo computador: comprar, vender, pagar contas, escolher um carro, etc. Então,
como destaca a psicóloga, muitos pensam: “Por que me arriscar?”
“As situações, muitas vezes são instantâneas, não geram vínculo e laço afetivo, ou alimentam fantasias que
fazem com que as pessoas se sintam cada vez mais solitárias.
Eu não me abro a novas possibilidades, não me relaciono pois não quero abrir mão daquilo que faço, sou
e acredito, e com isto também não permito conviver com as diferenças”, elucida Elaine.