Sei sulla pagina 1di 11

XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental

X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos


04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

RESÍDUOS DE MINERAÇÃO: CENÁRIOS E DESAFIOS NO


CONTEXTO BRASILEIRO

Gustavo Zen de Figueiredo Neves


Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental - EESC/USP,
gustavozen@sc.usp.br;

Ghislain Mwamba Tshibangu


Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental- EESC/USP,
ghistshibangu@sc.usp.br;

Valdir Schalch
Professor Associado Dep. Hidráulica e Saneamento - EESC/USP, vschalch@sc.usp.br;

Luciana Alves Rezende de Oliveira


Profa. Dra. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental
UNAERP, lroliveira@unaerp.br;

RESUMO
O setor de mineração é de grande importância econômica e social para o Brasil
respondendo por 20% de exportações e 4,2% do produto interno bruto. O foco do presente
trabalho são os rejeitos da mineração com vistas ao aperfeiçoamento da gestão de resíduos
de mineração para municípios brasileiros. A pesquisa foi baseada em uma metodologia que
combinou revisão exploratória bibliográfica sobre o tema de resíduos sólidos,
especificamente de resíduos de mineração. Os resultados obtidos foram de ordem
qualitativa referente a quatro cenários para planos municipais de gerenciamento integrado
de resíduos de mineração. A quantificação do volume de resíduos sólidos gerados pela
atividade de mineração é difícil devido à complexidade e à diversidade das operações e das
tecnologias utilizadas nos processos de extração e beneficiamento das substâncias
minerais. Além disso, as informações estão dispersas entre várias agências
governamentais, tanto no âmbito federal quanto nos estados.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos; Plano Nacional de Resíduos; Ferro; Cenários.

ABSTRACT
The mining sector is of great economic and social importance to Brazil accounting for 20% of
exports and 4.2% of gross domestic product. The focus of this work are the mining tailings
for the improvement of mining waste management for municipalities. The research was
based on a methodology that combined literature exploratory review on the subject of solid
waste, specifically mining waste. The results were qualitative referring to four scenarios for
municipal plans for integrated solid waste management mining. Quantifying the volume of
solid waste generated by mining activity is difficult due to the complexity and diversity of
operations and technologies used in the extraction processes and processing of mineral
substances. In addition, information is scattered among various government agencies, both
at the federal level and in the states.

Key-words: Solid Waste; Brazilian Waste Plan; Iron; Scenarios.

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

1 INTRODUÇÃO

O ferro (Fe) é o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre, ocorrendo como
constituinte em todas as classes minerais. Mais de 400 minerais apresentam Fe em teores
detectáveis, cujas concentrações variam de menos de 1% a até mais de 70%. Esta
diversidade existe devido a sua abundância e alta capacidade de oxidar, conforme o
ambiente (Takehara, 2004). A Lei 12.305 em seu artigo 13 item I, subitem k, define resíduos
de mineração como: os gerados nas atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de
minérios.
De acordo com Mapa (2006), o termo minério de ferro deve ser usado,
preponderantemente, para se referir a um agregado de minerais que está sendo ou poderá
vir a ser explorado com vantagem econômica devido ao seu conteúdo de ferro.
A extração do minério de ferro é de suma importância para a produção e consumo do
aço. Cerca de 99% do minério de ferro produzido é utilizado na fabricação do aço e ferro
fundido (DNPM, 2011).
Atualmente, o minério de ferro ocupa o primeiro lugar na lista de produtos que geram as
maiores rendas nas exportações brasileiras no setor da indústria mineral. Além disso, o
minério de ferro também ocupa a primeira posição no que diz respeito à previsão de novos
investimentos do setor mineral, para os anos de 2011 a 2015, conforme Figura 1.

Figura 1: Investimentos do setor mineral por minério, em bilhões de US$.


Fonte: IBRAM, 2011 (adaptado).

O setor de mineração é de grande importância econômica e social para o Brasil


respondendo por 20% de exportações e 4,2% do PIB. No país, são produzidos cerca de 80
minerais não-energéticas (IPEA, 2011), sendo o minério de ferro, nióbio, bauxita, manganês
os minerais de maior destaque no cenário internacional (MME, 2011).

1.1 Reservas Brasileiras de Formação Ferrífera (Mineral Selecionado)

No Brasil, a atividade metalúrgica do ferro foi exercida desde o início da colonização,


quando a matéria prima ainda era inicialmente importada. Em 1876, a fundação da Escola
de Minas de Ouro Preto proporcionou grande evolução na mineração de ferro, formando
profissionais que ajudaram a instalar as primeiras usinas no país (Azevedo, 2007).

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

Atualmente, o Brasil ocupa o quarto lugar em relação às reservas mundiais, estimadas


em 160 bilhões de toneladas, alcançando destas cerca de 29 bilhões de toneladas
(aproximadamente 18%) (IBRAM, 2011). Considerando as reservas em termos de ferro
contido, o Brasil assume lugar de destaque no cenário internacional devido ao alto teor nos
minérios hematita, predominante no Pará, e itabirito, predominante em Minas Gerais
(IBRAM, 2011).
Conforme o DNPM (2011), Minas Gerais ocupa o primeiro lugar na distribuição de
reservas de minério de ferro em nível nacional, com cerca de 67%. Em seguida, o Pará
ocupa a segunda posição com 16%, seguido do Mato Grosso do Sul (15,5%). Os Estados
Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo
somam 1,5%.

Figura 2: Localização das principais minas de minério de ferro no Brasil. Fonte: Lamoso,
2001 (adaptado).

1.2 O beneficiamento do minério de ferro

O processo de beneficiamento mais comumente utilizado do minério de ferro objetiva a


redução e regularização da granulometria, remoção de ganga (parte do minério sem
interesse econômico) e aumento da qualidade do produto final. O beneficiamento tem início
com a fragmentação do mineral por meio da britagem e moagem, conforme Figura 3
(Milonas, 2006).

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

Figura 3: Etapas do processo de beneficiamento.

O ROM (run-of-mine), ou minério bruto lavrado, passa pelo processo de beneficiamento,


sendo a parte fina direcionada para a sinterização e a fração grossa rebritada na
granulometria desejada. Após beneficiamento do minério bruto são gerados produtos
granulares (6,3 < Ø < 31,5mm) e finos, estes últimos denominados sinter feed (0,15 < Ø <
6,3mm) e pellet feed (Ø < 0,15mm) (Guimarães, 2011). Segundo Gomes (2009), em geral
quanto maior o teor de finos maior será o teor de contaminantes (sílica, alumina, etc).
Na etapa de beneficiamento grandes quantidades de água são utilizadas para lavar e
retirar as impurezas, sendo o produto desse processo apresentado em forma de lama. Da
lama, produzida na moagem ou classificação, são separados o produto final daqueles
economicamente pobres (rejeito) através de processos físicos e químicos (Milonas, 2006).

1.3 Geração de rejeitos de mineração

Frequentemente, o mineral não pode ser comercializado tal como se apresenta na


natureza, sendo necessários diversos processos de tratamento da rocha que o contém.
Paralelamente ao beneficiamento do minério, ocorre a produção de materiais de descarte
conhecidos como resíduos estéreis e rejeitos. Os rejeitos são resultantes do processo de
beneficiamento físico do minério de ferro e também eventual tratamento químico. Assim
como os resíduos estéreis, os rejeitos não possuem valor econômico, porém diferem dos
rejeitos, pois estes últimos possuem grande quantidade de água Abraão (1979) e Losano
(2006).
De acordo com a NBR 13028 (ABNT, 2006), rejeito é “todo e qualquer material não
aproveitável economicamente, gerado durante o processo de beneficiamento de minérios”.
Milonas (2006) conceitua os rejeitos da mineração como subprodutos das atividades de
extração das riquezas minerais, oriunda de minerais de ganga, que correspondem à porção
mineral com pequeno ou nenhum valor econômico. A autora caracteriza os rejeitos de

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

minério de ferro, como sendo inertes, classificados como Classe III da NBR 10004 (ABNT,
2004), granulares, de baixa deformabilidade e boas condições de drenagem e resistência.
Abraão (1987) apresenta algumas relações de minério e rejeito gerado durante o
processo de mineração.

Tabela 1: Relação entre a extração de minério e rejeito produzido.


Minério Rejeito
Ferro 2 1
Carvão 1 3
Fosfato 1 5
Cobre 1 30
Ouro 1 10000
Fonte: Abraão, 1987 e Boscov, 2008 (adaptado).

Devido à complexidade e diversidade de processos de extração e beneficiamento de


substâncias minerais, é difícil quantificar o volume de resíduos sólidos gerados pelas
atividades mineradoras. Mesmo no Brasil, há escassas informações a respeito da geração
de rejeitos de mineração, sobretudo o minério de ferro.
O foco do presente trabalho foi, portanto, os rejeitos da mineração por ter informações
acessível nas estatísticas nacionais de mineração do país. Optou-se por analisar no minério
de maior destaque no cenário nacional em termos de investimentos, produção e exportação
(DNPM, 2011). A substância mineral selecionada é o ferro.

2 MÉTODO

O presente trabalho foi baseado em uma metodologia que combinou revisão


exploratória bibliográfica sobre o tema de resíduos sólidos, especificamente de resíduos de
mineração.
Por meio desta metodologia, foram obtidos resultados qualitativos referentes a quatro
cenários para planos municipais de gerenciamento integrado de resíduos de mineração e
atividades das centrais municipais em resíduos sólidos, com sugestões para
aperfeiçoamento da gestão de resíduos de mineração para municípios brasileiros.

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

Na presente seção serão apresentados quatro cenários de resíduos de mineração ilustrados


em diagrama de blocos.

3.1 Cenário I

Figura 4: Diagrama de blocos para cenário I.

Neste cenário, os resíduos de mineração são provenientes das atividades de


mineração. Estes são armazenados no local de extração, coletados por transportadores
(sendo por vezes serviços terceirizados) e, por fim, dispostos. Este passo a passo vale
também para resíduos provenientes de mineradoras.

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

3.2 Cenário II

Figura 5: Diagrama de blocos para cenário II.

Neste cenário, os resíduos de mineração provenientes das atividades de mineração


passam por um processo de triagem. Os resíduos reaproveitáveis serão reutilizados. O
restante irá para a disposição final. Este cenário diz respeito aos minérios não perigosos.

3.3 Cenário III

Figura 6: Diagrama de blocos para cenário III.

Neste cenário, os resíduos de mineração provenientes das atividades de mineração


passam por um processo de triagem. Dependendo da umidade, os resíduos são
transportados de diferente forma sendo o transporte por tubulação para resíduos úmidos e
transporte por veículos motorizados para resíduos secos. Em seguida, realize-se um
segundo processo de triagem.
Os resíduos classificados como inerte são vendidos para construtoras (barragens), pois
apresentam um valor econômico. Os resíduos não perigosos seguem para a disposição final
(aterro sanitário ou industrial). Quanto aos resíduos perigosos, estes devem ser dispostos
num aterro industrial.

3.4 Cenário IV

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

Figura 7: Diagrama de blocos para cenário IV.

Neste cenário, os resíduos de mineração provenientes das atividades de mineração


passam por um processo de triagem. Dependendo da presença de substâncias químicas, os
resíduos seguem por processos diferentes.
Os resíduos desprovidos de substâncias químicas seguem para o uso enquanto os com
substâncias químicas são encaminhados para disposição. No entanto, antes de serem
dispostos, os resíduos passarão por mais um processo de triagem. Os considerados inertes
podem ser reaproveitados na construção civil, principalmente na edificação de barragens.

3.5 Disposição de rejeitos de mineração

No Brasil, a disposição de rejeitos em forma de polpa ainda é a técnica comumente


usada e requer grandes estruturas de terra (barragens) para sua disposição. Este tipo de
disposição, como é sabido, pode acarretar impacto ao meio ambiente e riscos associados,
assim como outras formas de disposição.
Na NBR 13.028 (ABNT, 2006), barragem é definida como “qualquer estrutura que forme
uma parede de contenção de rejeitos, para sedimentos e/ou para formação do reservatório
de água”.
Barragem é definida como qualquer estrutura – barramento, dique ou similar – que
forme uma parede de contenção de rejeitos, de resíduos e de formação do reservatório de
água (MILONAS, 2006). Para a Lei Federal 12.334 (Brasil, 2010), barragem é “qualquer
estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de contenção ou
acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo o
barramento e as estruturas associadas”.
Para a deposição dos rejeitos granulares a construção mais favorável é a de barragens
por aterro hidráulico, sendo o próprio rejeito utilizado para a construção dos alteamentos.
Esta técnica permite a construção de alteamentos sucessivos na barragem, mas exige a
aplicação de princípios geotécnicos durante o seu projeto e construção, porque o
comportamento da barragem pode ser afetado pela velocidade do fluxo de rejeitos,
concentração da lama, propriedades mecânicas dos rejeitos e das características de
deposição.
A construção de barragens de rejeito pode ser feita com material compactado trazido de
áreas de empréstimo e pelo próprio rejeito na construção de barragens, pelo baixo custo,
disponibilidade do material e facilidade construtiva. Quando construídas com o próprio
rejeito, comportam-se como aterros hidráulicos, que são estruturas construídas pelo
transporte e deposição do solo em meio aquoso. A maior desvantagem desta técnica é que
o lançamento hidráulico de rejeitos provoca segregação hidráulica - processo fundamental
na construção de aterros hidráulicos, afetando diretamente a distribuição granulométrica e
as condições de fluxo ao longo da praia. Outro problema é a formação de potenciais focos

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

de liquefação, provocada por vibrações no terreno devido ao desmonte com explosivos


próximos a barragens, alteamentos muito rápidos, aumentando o risco de ruptura.

Os métodos de construção de barragens de rejeitos alteadas com o próprio rejeito são


as seguintes:
- Método de alteamento à montante;
- Método de alteamento à jusante;
- Método de linha de centro.

Para os três casos, inicialmente é feito um dique de partida com material de


empréstimo e ao longo do tempo são construídos os alteamentos. Os rejeitos são
lançamentos ao longo da crista dos diques por ciclone ou séries de pequenas tubulações,
para que haja uma formação uniforme da praia.
A sedimentação das partículas dá-se em função do seu tamanho e densidade, isto é,
as partículas mais finas e leves ficam em suspensão e transportam-se para o centro da
barragem, e as partículas mais grossas e pesadas sedimentam-se rapidamente mais
próximo ao dique. A diferença entre estes métodos está na direção do alteamento em
relação ao dique inicial.

Figura 8: Métodos construtivos de barragens de rejeitos.

Nos métodos a jusante e por linha de centro usam-se normalmente ciclones, cujo
material de maior granulometria (underflow) é empregue na construção dos alteamentos e
os materiais finos (overflow) é depositado no dique. Os rejeitos são depositados pela técnica
de aterro hidráulico, que quando aplicada ao alteamento a montante, facilita a execução da
barragem tornando este método mais econômico e, por esta razão, o mais utilizado pelas
mineradoras.
Entretanto, não é possível a implantação de drenagem interna, o que pode levar a
instabilidade e piping (erosão) da estrutura, caso haja infiltração de água no talude. Como

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

alternativa a este problema tem sido empregado o método de alteamento por linha de centro
que garante um controle geotécnico maior às barragens.

7 CONSIDERAÇÕES

A quantificação do volume de resíduos sólidos gerados pela atividade de mineração é


difícil devido à complexidade e à diversidade das operações e das tecnologias utilizadas nos
processos de extração e beneficiamento das substâncias minerais.
Além disso, as informações estão dispersas entre várias agências governamentais,
tanto no âmbito federal quanto nos estados não existe, por exemplo, um controle sistemático
e em escala nacional sobre a quantidade de estéreis gerados pela atividade de mineração.
Levando em conta as necessidades da atual e das futuras gerações, seguem sugestões
importantes, entre as quais se destacam, pela relevância, a questão dos resíduos sólidos e
suas implicações para o meio ambiente e a saúde humana:

 Apoio a medidas de acompanhamento, fiscalização e controle de barragens da


mineração;

 Promoção de inventário sobre minas abandonadas ou órfãs em todo o território nacional,


objetivando criar um programa nacional para as áreas impactadas;

 Desenvolvimento de programas de incentivo a reciclagem, reuso e reaproveitamento dos


materiais provenientes de recursos minerais;

 Medidas de apoio e incentivo à utilização mais eficiente dos recursos hídricos nos
processos produtivos, incluindo o tratamento de efluentes e o aumento da recirculação da
água, com levantamentos periódicos sobre o uso de água na indústria mineral.

REFERÊNCIAS

ABNT (2004). Resíduos sólidos – Classificação. NBR 10004, Associação Brasileira de


Normas Técnicas, São Paulo, SP. 71 p.

ABNT (2006). Mineração – Elaboração e apresentação de projeto de barragens para


disposição de rejeitos, contenção de sedimentos e reservação de água. NBR 13028,
Associação Brasileira de Normas Técnicas, São Paulo, SP. 6 p.

ABRAÃO, P. C. Sobre a deposição de rejeitos de mineração no Brasil. Simpósio sobre


barragens de Rejeitos e disposição de resíduos industriais e de mineração, REGEO
87, Rio de Janeiro-RJ, p. 1-9, 1897.

AZEVEDO, U.R. (2007). Patrimônio geológico e geoconservação no Quadrilátero


Ferrífero, Minas Gerais: potencial para a criação de um geoparque da UNESCO. Tese
de Doutorado. Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais. 211 p.

BRASIL. Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Instituiu a Política Nacional de


Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências.

BOSCOV, M. E. G. Geotecnia Ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. p. 185-207.

DNPM (2011). Departamento Nacional de Produção Mineral. Ministério de Minas e Energia.


Ferro/Aço. 99-116 pp.

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

GOMES, R. C. (2009). Caracterização tecnológica no aproveitamento do rejeito de


minério de ferro. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mineral, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil. 220 p.

GUIMARÃES, N.C (2011). Filtragem de rejeitos de minério de ferro visando a sua


disposição em pilhas. Dissertação de Mestrado, Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Metalúrgica e de Minas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 129 p.

IBRAM (2011). Informações e análises da economia mineral brasileira, 6ª edição. Instituto


Brasileiro de Mineração, disponível em
http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00001669.pdf. Acessado em 15 de junho de 2015.

IPEA (2012). Diagnóstico dos Resíduos Sólidos da Atividade de Mineração de


Substâncias Não Energéticas. Relatório de Pesquisa. Brasília-DF; 46p.

LAMOSO, L.P. (2001). A exploração de minério de ferro no Brasil e no Mato Grosso do


Sul. São Paulo, 2001. Tese Doutorado em Geografia. Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras, Universidade de São Paulo. 309 p.

LOZANO, F.A.E. (2006). Seleção de locais para barragens de rejeito usando o método
de análise hierárquica. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações. São Paulo, SP. 128 p.

MAPA, P.S. (2006). Rota de processo para o underflow da deslamagem de minério de


ferro do concentrador da Samarco Mineração S.A.. Dissertação de Mestrado. Curso de
Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG. 172 p.

MILONAS, J. G. Análise do Processo de Reconstituição de Amostras para a


Caracterização do Comportamento de Barragens de Rejeitos de Minério de Ferro em
Aterro Hidráulico. Dissertação de Mestrado. Publicação G.DM-148/06, Departamento de
Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília. Brasília, 2006.

MME. (2011). Plano Nacional de Mineração 2030: Geologia, Mineração e Transformação


Mineral.

TAKEHARA, L. (2004). Caracterização geometalúrgica dos principais minérios de ferro


brasileiros – fração Sinter Feed. Tese de Doutorado. Instituto de Geociência, Programa de
Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
RS. 403 p.

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA
XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
04 a 07 de Outubro de 2016. EESC. São Carlos-SP. Brasil

ANEXO 1: Registro de Armazenamento de resíduos de mineração.

1 REGISTRO DE ARMAZENAMENTO 2 PERÍODO 3 FOLHA

4 NOME DA ENTIDADE 5 ENDEREÇO

8 QUANTIDADE
6 TIPO DE 7 9 LOCAL DE 10
RESÍDUO GERADOR/ORIGEM ARMAZENAMENTO OBSERVAÇÕES
Entrada Saída Estoque

11 RESPONSÁVEL

NOME: VISTO:

Portal de Eventos Científicos da Escola de Engenharia de São Carlos


Anais eletrônicos do XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e
X Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos
Disponível em: http://soac.eesc.usp.br/index.php/PPGSEA

Potrebbero piacerti anche