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Da teoria à prática
Baseado no material escrito por Ann Speak, Boyd McBride e Ken Shipley para as oficinas
de Desenvolvimento e Captação de Recursos do Projeto Gets - United Way do Canadá
Agradecimento especial
Ann SpeaK
Alexandre Ciconello
Célia Meirelles Cruz
Emílio Carlos Morais Martos
Felipe Athayde Lins de Melo
Flávia Regina de Souza
Roberto Galassi Amaral
Associação Brasileira de Captação de Recursos
Editora Responsável
Alessandra Ceregatti
Edição de Arte
Vander Fornazieri
Diagramação
Vaney Paulo Fornazieri
Ilustrações
Vicente Mendonça
Impressão
Graphbox Caran
PARTEintrodução
UM
capítulo um
introdução à captação ou
mobilização de recursos
1.1 O que é, o que não é
A expressão “captar recursos” tornou-se moda nos últimos anos, no
Brasil, especialmente no universo das organizações sem fins lucrativos
dedicadas à uma atividade com finalidades sociais. No final da década
de 1990, no Brasil, explodiram os cursos e consultorias dedicados a
ensinar às organizações sem fins lucrativos com finalidades sociais co-
mo elaborar planos e projetos para obtenção de recursos para finan-
ciar o trabalho desenvolvido.
Se no início o trabalho dessas organizações é feito voluntariamente,
apenas de acordo com o tempo disponível pelos seus iniciadores, com o
aumento da visibilidade e o conseqüente aumento do volume de traba-
lho, muitas organizações se vêem limitadas em sua capacidade de atua-
ção devido à falta de recursos, não apenas físicos como também huma-
nos. Captar recursos, seja dinheiro, doações de produtos ou trabalho vo-
luntário, de uma maneira mais ativa, torna-se então uma necessidade.
Captação ou mobilização de recursos ! é um termo utilizado pa-
ra descrever um leque de atividades de geração de recursos realizadas
por organizações sem fins lucrativos em apoio à sua finalidade princi-
pal, independente da fonte ou do método utilizado para gerá-los.
Sabe-se que no Canadá, entre 1996 e 1997, o setor não-lucrativo mo-
vimentou um total estimado de $4,44 bilhões de dólares. Já no Brasil, é
complicado comparar os dados para estimar o volume de recursos mo-
vimentado pelo dito “Terceiro Setor” !, uma vez que as pesquisas
existentes se referem a um campo muito amplo de organizações: todas
aquelas sem fins lucrativos. Dentro desse universo estão englobados
clubes de futebol, hospitais privados, sindicatos, movimentos sociais,
universidades privadas, cooperativas, entidades ecumênicas, entidades
assistencialistas e filantrópicas, fundações e institutos empresariais, as-
MOBILIZAÇÃO
DE RECURSOS sociações civis de benefício mútuo, ONGs, que têm perfis, objetivos e
Nos últimos anos, vem ganhando perspectivas de atuação social bastante distintos, às vezes até opostos.
força a expressão “mobilização de Entre as três principais fontes de renda identificadas pela maioria
recursos”, que tem um sentido mais
amplo do que “captação de recur- das organizações sem fins lucrativos podem ser citadas:
sos”. “Mobilizar recursos” não diz a. Recursos governamentais;
respeito apenas a assegurar recur-
sos novos ou adicionais, mas tam- b. Renda gerada pela venda de serviços (por exemplo, consultorias)
bém à otimização (como fazer me- ou produtos (camisetas, chaveiros, agendas etc.); e,
lhor uso) dos recursos existentes c. Recursos captados através de doações (de indivíduos ou instituições).
(aumento da eficácia e eficiência
dos planos); à conquista de novas
parcerias e à obtenção de fontes al- Um sem-número de fatores influencia quais destas fontes se sobres-
ternativas de recursos financeiros. É
importante lembrar que o termo saem. Entre estes fatores estão a natureza do apoio governamental para
“recursos” refere-se a recursos fi- com o Terceiro Setor; a vontade política dos governos de verem as orga-
nanceiros ou “fundos” mas tam- nizações como parceiras para a execução de determinados programas;
bém a pessoas (recursos humanos),
materiais e serviços. se a organização presta serviços ou produtos que podem ser comerciali-
zados; o espírito empreendedor existente dentro da organização; a so-
TERCEIRO SETOR fisticação dos programas de captação de recursos da mesma e, princi-
Nesta publicação, quando se utiliza
a expressão “Terceiro Setor” busca- palmente, a natureza dos programas oferecidos pela organização.
se englobar as organizações sem Nesta publicação, a captação de recursos tem como foco principal
fins lucrativos que têm atuação ou
finalidade pública de caráter social o contexto do terceiro tipo de fonte de recursos mencionadas anterior-
irrestrito, amplo e universal. mente, ou seja, atividades realizadas por organizações sem fins lucrati-
■ Voluntários
À medida que os doadores passam a conhecer melhor a organiza-
ção, seu grau de interesse pode aumentar tanto que gostariam de
doar tempo como voluntários, o que é uma vantagem adicional.
■ Credibilidade
Receber um investimento indica que alguém de fora tem uma boa
impressão do trabalho da organização e está disposto a investir no
seu sucesso. Isso pode melhorar sua credibilidade junto a empresas
locais, pessoas com o potencial de fazer doações grandes e outras
fundações. Os críticos ao trabalho desenvolvido pela organização
podem rever suas posições.
■ Alavancagem
Os fundos públicos
Para muitas organizações, buscar financiamento governamental
não é considerado como “captação de recursos” e acaba sendo classifi-
cado como uma categoria à parte. Apesar disso, os princípios que nor-
teiam as boas práticas de captação de recursos junto a outras institui-
ções também servem para qualquer organização que pretende buscar
apoio para suas atividades junto a governos e seus respectivos departa-
mentos e agências. Ou seja, é preciso avaliar em que medida o acesso
ao fundo público limita a autonomia da organização ou se, pelo con-
trário, vai ao encontro de sua missão. !
■ Liderança
se refere ao poder e ao compromisso daqueles que desempenham
papéis de liderança na organização e à sua capacidade de conseguir
recursos dos vários setores de sua comunidade.
PARA SABER MAIS SOBRE O plano de captação de recursos deve levar todos esses fatores em
CAPTAÇÃO DE RECURSOS consideração, junto com os resultados da análise anual FOFA – Forta-
A Internet é uma fonte muito rica
de informações sobre o processo de lezas e Fragilidades internas – e Oportunidades e Ameaças, para deter-
captação de recursos. Ao pesquisar minar como os recursos vão ser captados dos vários doadores, de doa-
nos vários sites de busca (por dores em potencial e de áreas de doação em potencial identificados
exemplo, o Altavista - www.altavis-
ta.org - ou o Google - www.goo- nas etapas anteriores do processo. Por exemplo, o plano poderia deter-
gle.com.br), é necessário tentar di- minar como as três fundações locais que têm interesse no trabalho de
versas formas como as expressões
“mobilização de recursos” e “capta- uma organização poderão ser atraídas com sucesso, para depois pedir
ção de recursos” e variações da pa- seu apoio. O plano também identificará como se vai pedir para o con-
lavra fundraising: fund raising, selho, os funcionários e os voluntários da organização que se envol-
fund-raising, fundraising. Ao bus-
car expressões, lembre-se sempre vam como doadores financeiros. !
de colocá-las entre aspas. No final
do livro, há uma lista de endereços
comentados onde se pode encon-
trar mais informações gerais sobre
captação de recursos (ver página
109).