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ESCOLA BÍBLICA
ISBN 978-85-98889-10-8
CDD: 224
EXPEDIENTE
Rodrigo Rosalis
Revisão Pr. Jonas Sommer,
Diagramação: www.rosalis.com.br
teológica: Pr. Daniel Miranda Gomes
SUMÁRIO
Abreviaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Pr. Jonas Sommer
Lição 1
A Atualidade dos Profetas Menores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Devocionais: Daisy Moitinho
Comentário: Pr. Daniel Miranda Gomes
Lição 2
Oséias - A Fidelidade no Relacionamento com Deus . . . . . . . . . . . 27
Devocionais: Daisy Moitinho
Comentário: Pr. Marcos Shünemman
Lição 3
Joel - O Derramamento do Espírito Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Devocionais: Pr. Luiz Rogério Palhano
Comentário: Pr. Jonas Sommer
Lição 4
Amós - A Justiça Social como Parte da Adoração . . . . . . . . . . . . . . 63
Devocionais: Pr. Jonas Sommer
Comentário: Pr. Iverson Santos
Lição 5
Obadias - O Princípio da Retribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Devocionais: Pr. Emanuel Lourenço da Silva
Comentário: Pr. Daniel Miranda Gomes
Lição 6
Jonas - A Misericórdia Divina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Devocionais: Pr. Emanuel Lourenço da Silva
Comentário: Pr. Jonas Sommer
Lição 7
Miquéias - A Importância da Obediência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Devocionais: Christiano Daniel Fritzen
Comentário: Pr. Wesley Batista de Albuquerque
Lição 8
Naum - O Limite da Tolerância Divina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Devocionais: Christiano Daniel Fritzen
Comentário: Pr. Alfredo Oliveira Silva
Lição 9
Habacuque - A Soberania Divina sobre as Nações . . . . . . . . . . . . . 149
Devocionais: Victória Brites Fajardo
Comentário: Pr. Renato Sidnei Negri Junior
Lição 10
Sofonias - O Juízo Vindouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
Devocionais: Pr. Renato Sidnei Negri Junior
Comentário: Pr. José de Godoi Filho
Lição 11
Ageu - O Compromisso do Povo da Aliança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
Devocionais: Victória Brites Fajardo
Comentário: Pr. Edvard Portes Soles
Lição 12
Zacarias - O Reinado Messiânico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
Devocionais: Pr. Renato Sidnei Negri Junior
Comentário: Pr. Daniel Miranda Gomes
Capítulo 13
Malaquias – O Culto Segundo Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223
Devocionais: Pr. Luiz Rogério Palhano
Comentário: Pr. Jonas Sommer
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da cristandade sequer tem a mínima ideia a respeito do
conteúdo desses livros e da sua relevância para nossos
dias. Portanto, “conheçamos e prossigamos em conhe-
cer o Senhor” (Os 6:3).
É nosso desejo que esta série de estudos abençoe
sua vida de forma especial e o desperte a aprofundar-se
ainda mais no estudo dos Profetas Menores. Que tenha-
mos uma excelente e abençoada jornada pelos Doze
Profetas Menores e sua atualíssima mensagem!
8 Estudos Bíblicos
MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS
Daisy Moitinho
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tudo o que lhes havia dito (Jo 14:26). Não há como se
lembrar de algo que não se conhece. Precisamos fazer
a nossa parte, ou seja, aprofundarmo-nos no conheci-
mento de toda Escritura.
10 Estudos Bíblicos
na mensagem que o Senhor lhes deu, mas não viram a
concretização das profecias (Hb 11:39). Porém isso não
foi motivo para perderem a fé ou a esperança no Senhor.
Que possamos aprender com eles a crer na Palavra do
Senhor.
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ressurreição e decidiram deixar o grupo. Então Jesus
vem ao encontro deles no caminho e começa a con-
versar. É importante ressaltar que Jesus usa o cumpri-
mento das profecias a seu respeito para reavivar a fé
daqueles discípulos. Isto vale para nós hoje. Quando nos
sentirmos desanimados em nossa fé, voltemo-nos para
a Palavra de Deus, pois lá veremos que o Senhor cum-
priu as suas promessas e que “Jesus Cristo é o mesmo
ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 11:8).
12 Estudos Bíblicos
1
A ATUALIDADE DOS
PROFETAS MENORES
Pr. Daniel Miranda Gomes
05 de Julho de 2014
TEXTO BÁSICO:
“Antes de tudo, saibam que nenhuma profecia
da Escritura provém de interpretação pessoal, pois
jamais a profecia teve origem na vontade humana,
mas homens falaram da parte de Deus, impelidos
pelo Espírito Santo”. (2Pe 1:20,21, NVI)
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos os chamados “Profe-
tas Menores”. Assim são conhecidos os doze menores
livros proféticos do Antigo Testamento. O fato de serem
chamados “menores” não significa que sejam inferiores
ou menos importantes, mas apenas que os rolos que os
profetas deixaram escritos não eram volumosos, quando
confrontados com os demais livros proféticos. Os estu-
diosos judeus deram um título alternativo a essa coletâ-
nea: “o Livro dos Doze”. Na forma de rolos, geralmente
eram escritos em um único volume.1
No decorrer dos estudos, veremos que, apesar de
antiquíssimos, estes livros tratam de questões relevan-
tes para os nossos dias e servem de edificação espiritual
a todo o povo de Deus. Entre os temas tratados, temos:
a família, a sociedade, a política e a espiritualidade. Na
atual conjuntura, os profetas são um verdadeiro esteio
da sabedoria divina para a Igreja de Cristo, pois nos
encorajam a militarmos pela causa de Cristo.
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SOBRE OS PROFETAS MENORES
14 Estudos Bíblicos
como registro histórico, e não, obviamente, como obra
inspirada. É também corroborada pelo Talmude (antiga
literatura religiosa dos judeus) e ratificada pela obra
Contra Apion do historiador judeu Flávio Josefo (37-100
D.C.). Na Bíblia hebraica, eles estão contidos em um só
volume e foram provavelmente agrupados dessa forma
por volta de 425 A.C., por Esdras e a chamada Grande
Sinagoga, um grupo formado por 120 doutores da Lei.4
A ATUALIDADE DA MENSAGEM
DOS PROFETAS MENORES
O autor da carta aos Hebreus inicia afirmando que
Deus falou no passado por meio dos profetas (Hb 1:1). A
mensagem destes ainda tem relevância para os nossos
dias, posto que Paulo diz que “tudo o que foi escrito no
passado, foi escrito para nos ensinar” (Rm 15:4, NVI).
Em outra carta, referindo-se ao Antigo Testamento, ele
diz que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm
3:16), servindo para a nossa edificação espiritual, ou
seja, ela “é útil para nos ensinar o que é verdadeiro, e
para nos fazer compreender o que está errado em nossa
vida; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o que é cor-
reto” (2Tm 3:16-17, BV).
Os evangelistas e o Senhor Jesus afirmam o cum-
primento das Escrituras dos profetas (Mt 26:56; Lc 24:47;
Jo 1:45). Jesus ressaltou que toda a mensagem da Lei e
dos Profetas é cumprida em sua regra áurea (Mt 7:12).
Tiago e Paulo frisaram que a mensagem dos profetas de
Israel é essencialmente a mesma da Igreja (At 15:15-17;
26:22,23). A mensagem dos profetas do Antigo Testa-
mento é de máxima importância para a vida espiritual do
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cristão, pois apresenta a revelação a respeito de Deus,
da salvação e da vinda do Messias.5
A mensagem dos profetas não era apenas predi-
tiva. Esses homens de Deus eram, sobretudo, pregado-
res morais e éticos, vigias, sentinelas levantados pelo
Senhor para despertar e exortar suas respectivas gera-
ções. Durante as dominações assíria, babilônica e persa,
Deus levantou esses homens para ora conclamar o povo
de Israel ao arrependimento, ora reanimá-los; e, em suas
exortações proféticas, eles denunciaram e combateram
contundentemente a corrupção, o abuso de autoridade,
a injustiça social, a idolatria e o arrefecimento espiritual
e a frouxidão moral do povo, o que atesta a atualidade
premente dessas exortações para os nossos dias, ou
melhor, para todas as épocas.6
Importa destacar que o conhecimento das condi-
ções socioeconômicas, políticas e religiosas da época
dos profetas são indispensáveis à compreensão da
mensagem profética. Quando as referidas condições
se assemelham às nossas, não obstante a passagem
dos séculos, então os profetas de ontem falam hoje, e o
Antigo Testamento se atualiza de uma maneira notável e
também proveitosa.7
Interessante notar que os nomes dos profetas,
dados como títulos dos seus livros, coincidem com a
mensagem central que eles pregavam. Há, realmente,
uma coincidência muito grande entre o significado dos
nomes dos profetas e a mensagem anunciada por eles.
Sua mensagem já está, em boa parte, no sentido dos
seus nomes.
16 Estudos Bíblicos
OS PROFETAS MENORES E O MESSIAS
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2:27-32) e que seria descendente do governador Zoro-
babel (Ag 2:23; c/c Lc 3:23-27).
Em Zacarias, o Messias seria Deus encarnado e
habitaria entre o seu povo (Zc 2:10,11; c/c Jo 1:14), seria
enviado por Deus (Zc 2:10,11; c/c Jo 8:18,19), seria o
descendente do governador Zorobabel (Zc 3:8; c/c Lc
3:23-27), seria chamado de o Servo de Deus (Zc 3:8;
c/c Jo 17:4), seria sacerdote e rei (Zc 6:12,13; c/c Hb
8:1), recebido com alegria em Jerusalém (Zc 9:9; c/c Mt
21:8-10), visto como Rei (Zc 9:9; c /c Jo 12:12,13), justo
(Zc 9:9; c/c Jo 5:30), traria a salvação (Zc 9:9; c/c Lc
19:10), seria humilde (Zc 9:9; c/c Mt 11:29), apresentado
a Jerusalém montado num jumento (Zc 9:9; c/c Mt 21:6-
9), seria a pedra de esquina (Zc 10:4; c/c Ef 2:20), seria
rejeitado por Israel (Zc 11:10; c/c Lc 19:41-44), traído
e trocado por 30 moedas de prata (Zc 11:12; c/c Mt
26:14,15), as 30 moedas de prata seriam lançadas na
Casa do Senhor (Zc 11:13; c/c Mt 27:3-5) e usadas para
comprar o campo do oleiro (Zc 11:13; c/c Mt 27:6,7), o
corpo do Messias seria transpassado (Zc 12:10; c/c Jo
19:34), ele seria um com Deus (Zc 13:7; c/c Jo 14:9) e
seus discípulos se dispersariam (Zc 13:7; c/c Mt 26:31-
56).
Em Malaquias, é anunciado que um mensageiro
prepararia o caminho para o Messias (Ml 3:1; c/c Mt
11:10), que o Messias apareceria subitamente no Templo
(Ml 3:1; c/c Mc 11:15,16), que seria o mensageiro da
Nova Aliança (Ml 3:1; c/c Lc 4:43), que o precursor do
Messias viria no espírito de Elias (Ml 4:5; c/c Mt 3:1,2) e
que esse precursor converteria muitos à justiça (Ml 4:6;
c/c Lc 1:16,17).
18 Estudos Bíblicos
DIVISÃO DOS LIVROS
CONCLUSÃO
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dever dos cristãos que desejam ter sua vida alinhada
com a vontade de Deus no que tange a vida pessoal e
práticas diárias.
Nas próximas lições, será apresentado um estudo
panorâmico de cada um dos doze livros citados, exa-
minando o contexto histórico de cada profeta, o propó-
sito de suas mensagens e a aplicação delas para os
nossos dias e para a nossa vida. Esperamos que esta
série de estudo abençoe a sua vida de forma especial
e desperte-o a aprofundar-se ainda mais no estudo dos
Profetas Menores.
20 Estudos Bíblicos
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4. Qual o valor e a autoridade dos escritos dos Profetas
Menores para a igreja cristã? Cite alguns exemplos prá-
ticos.
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5. Qual a procedência da mensagem dos Profetas Meno-
res? Partiu de quem a iniciativa de impulsioná-los? (2Pe
1:20,21)
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6. Qual a relação dos profetas menores com as profe-
cias acerca do Messias? O que eles profetizaram sobre
a vinda dele?
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7. O que significa dizer “a palavra dos profetas”? O que
quer dizer “como a uma luz que alumia em lugar escuro”?
(2Pe 1:19)
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MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS
Daisy Moitinho
Domingo - 2 Coríntios 11:2
A aliança que fazemos com Deus, quando nos
convertemos, é considerada como um casamento. No
Antigo Testamento vemos que Jerusalém, ou o povo
judeu, era considerado como a noiva do Senhor. Mas
infelizmente, por várias vezes, o Senhor se sentiu como
o marido traído de Jerusalém. A adoração a outros
deuses é considerada como adultério ou prostituição.
Todos nós que fizemos uma aliança com Deus, fizemos
um compromisso de fidelidade a ele. O nosso Deus é
sempre fiel para conosco e ele nunca nos trai ou nos
decepciona. Assim como nós, ele também espera fide-
lidade de nossa parte. Que possamos a cada dia valori-
zar o privilégio de termos um relacionamento profundo e
pessoal com Deus.
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nos ouvir, falar conosco, nos amar e nos dizer: “Você
pode confiar em mim, porque eu nunca te abandonarei”.
24 Estudos Bíblicos
permitir que o Espírito Santo arranque de nós tudo o que
não é bom e nos molde segundo o seu querer. Assim,
naquele dia, quando a trombeta soar, estaremos prontos
e felizes para nos encontrarmos com o nosso amado
Jesus.
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a Igreja. Será algo muito melhor do que qualquer festa de
casamento que já participamos nesta Terra, pois Paulo
diz que “nem olhos viram e nem ouvidos ouviram o que o
Senhor tem preparados para aqueles que o amam” (1Co
2:9). Como é maravilhoso servir a este Deus que nos
ama e nos quer ao lado dele para todo sempre.
26 Estudos Bíblicos
OSÉIAS
2 FIDELIDADE NO RELA-
CIONAMENTO COM DEUS
12 de Julho de 2014 Pr. Marcos Shünemman
TEXTO BÁSICO:
“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao
Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele des-
cerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia
que rega a terra”. (Os 6:6)
INTRODUÇÃO
O livro de Oséias é o primeiro e mais extenso dos
Profetas Menores. Ele é o profeta da graça. É o homem
de coração quebrantado. Ele não apenas falou do amor
de Deus, mas o demonstrou de forma eloquente ao amar
sua esposa infiel. Ele pregou aos ouvidos e também aos
olhos. Ele falou à nação de Israel tanto pela voz profé-
tica como pelo exemplo. Estudar esse livro é penetrar
nas profundezas do coração de Deus e trazer à tona as
verdades mais sublimes do amor incondicional de Deus
pelo povo da aliança.8
O AUTOR
8 LOPES, Hernandes Dias. Oséias: o amor de Deus em ação. São Paulo: Hagnos,
2010, p. 7.
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correspondido. Deus é mostrado como um marido traído
que procura reatar o casamento com a esposa, que se
tornou prostituta.9
Muito pouco se sabe sobre ele, além do que está
contido na sua profecia. A julgar pelos reinados durante
os quais ele profetizou (Os 1:1), o ministério de Oséias
estendeu-se aproximadamente de 725 a 700 A.C. As
profecias de Amós, um jovem contemporâneo, estão inti-
mamente relacionadas às de Oséias. Contudo, os seus
ministérios foram diferentes. Oséias era um nativo do
Reino do Norte, e Amós era oriundo de Judá, e viajou a
Israel para profetizar. Oséias foi chamado para exempli-
ficar o relacionamento entre Deus e Israel por meio do
seu casamento com uma prostituta, ao passo que Amós
foi enviado pelo Senhor para proferir juízo sobre o povo
rebelde de Israel.
Oséias começou a profetizar no final de um perí-
odo de grande prosperidade material, durante o reinado
de Jeroboão II sobre Israel (2Re 14:23-27). Porém, infe-
lizmente, durante a maior parte da vida dele, as pes-
soas estavam falidas espiritualmente. Os seus líderes
permitiam que elas praticassem idolatria (2Cr 27:2; 2 Rs
15:35) e cometessem “prostituição” contra o Senhor (Os
1:2; 2:8; 4:12-15). Elas recusaram-se a reconhecer que
Deus lhes tinha proporcionado a riqueza que possuíam
(Os 2:8). Na verdade, atribuíam aos ídolos a sua prospe-
ridade (Os 2:5; 10:1). O povo havia se tornado cobiçoso
e avarento, oprimindo os que eram menos capazes de
se defender (Os 4:2; 10:13; 12:6-8). Então, o ministério
teve uma duração de 58 anos.
A vida pessoal e o ministério profético de Oséias
estavam ligados intimamente com a sua missão. O
Senhor usou a vida matrimonial de Oséias como exem-
plo para ensinar o Reino do Norte com muita veemência.
28 Estudos Bíblicos
O casamento do profeta com Gômer ocupa lugar cen-
tral no livro. Na verdade, foi a base de sua mensagem à
nação. Os filhos, cujos nomes nos parecem muito estra-
nhos, são mensagens do juízo de Deus à nação. De fato,
“a tragédia doméstica de Oséias o preparou para enten-
der e interpretar o amor imutável do Senhor”.10
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS
O LIVRO DE OSÉIAS
Tema Capítulos
A imagem da infidelidade de Israel 1a3
A proclamação dos pecados de Israel 4a7
A proclamação do julgamento 8 a 10
A promessa de restauração de Israel 11 a 14
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MENSAGEM PRINCIPAL
30 Estudos Bíblicos
Crabtree diz que essa interpretação salvaguarda o cará-
ter moral do profeta e defende o caráter santo de Deus.13
Esse casamento é certamente um símbolo do adul-
tério espiritual de Israel. Mediante o seu relacionamento
cruelmente profanado com Gômer, Oséias pôde com-
preender o verdadeiro significado do pecado de Israel:
adultério espiritual e até prostituição.14
Depois, o Senhor ordenou que o profeta procurasse
a esposa desobediente, e ele a encontrou à venda em
um mercado de escravos (3:1-2). Ele teve de comprar a
própria esposa, trazê-la para casa e assegurar-lhe seu
perdão e amor. Ele tem todos os motivos para acreditar
que Gômer se arrependeu de seus pecados e tornar-se
uma esposa fiel.
Tudo isso retrata a infidelidade de Israel com o
Senhor. A nação estava casada com o Senhor (Êx 3
4:14-16; Dt 32:16; Is 62:5; Jr 3:14) e deveria manter-
-se fiel a ele. Todavia, Israel desejou ardentemente o
pecado, especialmente com os falsos deuses das outras
nações, e cometeu “adultério espiritual” ao abandonar o
Deus verdadeiro e adorar os ídolos dos inimigos. Eles
prometeram-lhe muitos prazeres, mas ela descobriu que
também havia dores e sofrimentos. Israel, como Gômer,
seria escravizada (cativeiro) por causa de seus peca-
dos. Mas esse não é o fim da história. Da mesma forma
que Oséias procurou sua esposa e a trouxe para casa,
o Senhor procuraria seu povo, o libertaria e o restauraria
em sua bênção e amor.15
Não podemos deixar esses capítulos sem salien-
tar que o “adultério espiritual” pode ser um pecado dos
cristãos do Novo Testamento como foi dos judeus do
Antigo (cf. 1Jo 2:15-17; Ap 2:1-7; Tg 4:1-10). Os cristãos
que amam o mundo e vivem para pecar são falsos com
13 CRABTREE, A. R. Op. cit., p. 45.
14 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 34.
15 WIERSBE, Warren W. Op. cit., p. 627-628.
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seu Salvador e partem o coração dele. Paulo advertiu os
coríntios em relação a isso (2Co 11:1-3).
Assim como Oséias não deveria desistir da sua
mulher, mesmo diante da sua ostensiva infidelidade,
Deus não desiste do seu povo. Mesmo quando esse
povo se torna infiel, Deus permanece fiel. O seu amor é
incompreensível e imerecido. Ele não nos ama por causa
das nossas virtudes, mas apesar dos nossos pecados;
ele não nos busca por causa dos nossos méritos, mas
apesar dos nossos deméritos. O amor de Deus nos opor-
tuniza uma segunda chance. Ele é o Deus da segunda
oportunidade. Foi esse amor devotado do Pai celestial
que tornou possível nossa reconciliação com ele.16
32 Estudos Bíblicos
4) uma pomba enganada (7:11), porque é instável, voa
de um aliado político para outro; 5) um arco enganoso
(7:16), com o qual não se pode contar.17
O povo de Israel estava com suas relações ver-
ticais e horizontais interrompidas. Não há sociedade
humana que possa prevalecer onde estão ausentes a
verdade, o amor e o conhecimento de Deus. Esses são
os fundamentos da piedade e da moralidade. Esses são
os alicerces da família, da igreja e da sociedade. Por não
haver verdade nas palavras e nas ações, era impossível
a confiança nos relacionamentos. Por não haver com-
paixão aos necessitados, era impossível o amor gover-
nar suas atitudes. Por conseguinte, a falta de verdade e
amor evidenciava a falta do conhecimento real de Deus,
uma vez que tanto a verdade quanto o amor têm suas
raízes no conhecimento de Deus. O profeta faz um diag-
nóstico da nação de Israel, dissecando suas entranhas
e trazendo à tona seus horrendos pecados. Esse diag-
nóstico não é diferente daquele que descreve a nossa
realidade em pleno século 21.18
A PROCLAMAÇÃO DO JULGAMENTO
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e trazem uma grande colheita. Como é terrível segar a
colheita do pecado!19
Por que Deus permitiu que Israel fosse julgado pela
perversa Assíria? Porque ele amava seu povo. O amor
sempre disciplina para melhorar o filho (Hb 12:1-13; Pv
3:11-12). A mão da disciplina é a mão do amor; é o Pai
disciplinando o filho, não a punição de julgamento crimi-
nal. Devemos ser agradecidos pela disciplina amorosa
de Deus (Sl 119:71).
O propósito de Deus na disciplina do seu povo não
era a sua destruição, mas a sua restauração: “Então vol-
tarei ao meu lugar até que eles admitam sua culpa. E
eles buscarão a minha face; em sua necessidade eles
me buscarão ansiosamente. Venham, voltemos para o
Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará cura; ele
nos feriu, mas sarará nossas feridas” (5:15-6:1, NVI). O
que Deus esperava era uma genuína conversão, mani-
festada pelo arrependimento (“até que se reconheçam
culpados”) e pela fé (“e busquem a minha face”). O arre-
pendimento e a fé são os dois elementos da conver-
são. O primeiro elemento é negativo. O arrependimento
é o reconhecimento da culpa, enquanto a fé é a volta
para Deus para depositar nele inteira confiança. Esse
apelo para voltar ao Senhor baseia-se na certeza de
que o administrador do castigo poderia sarar as feridas.
Reduzidos à desesperança, não tiveram outro caminho,
senão voltar para o Senhor. No entanto, será que Israel
voltou-se mesmo para o Senhor? Era o Senhor mesmo
que eles buscavam? O texto mostra que essa volta não
era de todo o coração e que o arrependimento não foi
profundo o suficiente.20
Israel tinha abandonado a Deus para buscar a Baal,
o padroeiro da prosperidade. Eles não estavam interes-
sados em Deus, mas em suas colheitas. Eles queriam
19 WIERSBE, Warren W. Op. cit., p. 629.
20 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p.119.
34 Estudos Bíblicos
prosperidade, e não conhecimento de Deus. Essa volta
para Deus era apenas uma barganha. Eles se voltariam
para Deus, e Deus se voltaria para eles para abençoá-los
com chuvas e fartas colheitas. A religião natural era tudo
o que eles desejavam. Eles queriam uma boa colheita.
Não Deus, propriamente. A igreja evangélica brasileira
está eivada dessa mesma tendência. As pessoas lotam
os templos não porque têm sede de Deus, mas porque
têm fome do pão que perece. Elas não querem Deus,
querem apenas as benesses de Deus. Por sua vez,
muitos pregadores não estão interessados na salvação
dos perdidos, mas apenas no lucro.21
www.ib7.org 35
O capítulo 12 apresenta a nação “falando com grandeza”
e gabando-se de sua riqueza e de suas realizações, mas
Deus diz: “Efraim apascenta o vento e persegue o vento”
(12:1). O rebelde pode usufruir de riqueza material e dos
prazeres físicos, mas isso nunca satisfaz o coração nem
glorifica o Senhor, e, por fim, o rebelde ficará pobre, des-
prezado, cego e nu.
O profeta fecha as cortinas do seu ministério com
uma palavra de esperança e com uma promessa de
restauração. O cativeiro assírio não coloca um ponto
final no plano soberano de Deus. As tragédias humanas
não frustram os planos daquele que governa a história
e dirige o universo. O último capítulo de Oséias é, de
muitas maneiras, o mais belo de todo o livro e consti-
tui um encerramento apropriado da série de discursos
proféticos. Depois dos grandes vagalhões de conde-
nação que se chocaram contra Israel, Deus agora fala
ternamente em graça. Afinal, a graça brilha através das
nuvens ameaçadoras.23
36 Estudos Bíblicos
ou seja, quem é fiel não trai devido à moral; já o leal não
trai devido o vínculo de amor e se revela num envolvi-
mento bem maior do que o previamente estabelecido.
Deus revela assim a sua grande lealdade e misericórdia,
pois mesmo Israel sendo infiel, Deus, contudo, esten-
deu a sua lealdade providenciando o Cordeiro que tira o
pecado do mundo.
O foco do ministério profético de Oséias não era a
política ou o social, senão alertar sobre as consequên-
cias da infidelidade gerada pela falta de confiança em
Deus. A idolatria ocupou o altar que era do Senhor, esta-
belecendo uma adoração nos corações que foram envol-
vidos com encantamento.
A história da família de Oséias é singular e eviden-
cia a profundidade do amor de Deus; amor imerecido.
Sempre se deseja receber amor, mas o profeta preci-
sou sentir na pele o peso da infidelidade da sua esposa
e, ainda assim, decidiu perdoá-la. Vale ressaltar que,
naquele tempo, o adultério era punido com a morte; a lei
estava a favor do profeta, que poderia atirar a primeira
pedra, mas Deus o conduziu para o perdão.
Da mesma forma que a oração do Pai Nosso traz
um confronto – “Perdoa as nossas dívidas, assim como
perdoamos nossos devedores” - Deus fez o profeta
sentir a dor da infidelidade do relacionamento do seu
povo escolhido e ainda perceber que, se Ele sendo Deus
é capaz de perdoar; isto deve ser praticado por todos os
homens.
Antes de se falar sobre a restauração do altar de
Deus, precisa-se enfatizar a restauração da família, pois
nos tempos atuais a infidelidade anda de mãos dadas
com a vingança e o ódio, não restando lugar para o
perdão. Para perdoar é necessário empenhar mais força
do que para se vingar, ou seja, é mais forte/sábio o
homem que libera o perdão do que aquele que se deixa
www.ib7.org 37
levar pela inflamação do ódio. A mensagem de Oséias é
uma mensagem do perdão de Deus e isto é inspirador
para viver uma vida de perdão e misericórdia.
A presença do Senhor é real. Ele sempre esteve
presente e desejou que os homens tivessem um relacio-
namento pessoal com ele, mas desde o princípio até os
dias atuais, Deus tem sido esquecido por muitos e subs-
tituído por outros deuses, ou pior, Deus só é lembrado
nos momentos difíceis da vida. Esta atitude de infide-
lidade e idolatria (tudo o que ocupa o lugar de Deus)
entristeceu e tem entristecido a Deus. Mas o profeta
Oséias trouxe a memória de quem é Deus e que a pro-
messa de restauração do altar ao único Deus vivo seria
novamente estabelecida entre as famílias da Terra.
O culto que agrada a Deus é aquele realizado em
família, ou seja, através de pessoas que amam e querem
obedecer a Deus, tanto em casa com a sua própria famí-
lia quanto na igreja; momento em que as famílias se
reúnem para celebrar a Deus pelas bênçãos, conquistas
e desafios de fé. Na verdade o culto não termina, pois
deve ser contínuo.
CONCLUSÃO
38 Estudos Bíblicos
invasões e exílio. Apesar do rigor desse ato ter dado a
impressão de que Israel seria abandonado para sempre,
o Senhor pretendia restaurar seu povo. Quando os israe-
litas se arrependessem de seus pecados, Deus os faria
retomar à sua terra e restauraria suas ricas bênçãos.
O livro de Oséias fornece uma clara e equilibrada
ideia de Deus. O Senhor ama seu povo e com ele deseja
ter um relacionamento profundo e amoroso. Ele é ciu-
mento de afeição e não tolera concorrentes. Quando seu
povo peca, ele o disciplina na medida certa. A disciplina
do Senhor pode parecer dura, mas a resposta divina ao
pecado de Israel é, na verdade, uma prova de seu amor
e comprometimento. Deus não admite que coisa alguma
arruíne o relacionamento que ele estabeleceu conosco,
e fará tudo para preservá-lo.
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3. No que consistia a infidelidade do povo de Israel para
com Deus?
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4. Compare os termos lealdade e fidelidade. Quais
semelhanças e quais diferenças?
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5. Compare o amor de Oséias para com sua esposa e
o amor de Cristo para com sua noiva. Defina o amor
incondicional.
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40 Estudos Bíblicos
MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS
Pr. Luiz Rogério Palhano
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Davi a importância da presença do Espírito Santo em
nossa vida.
42 Estudos Bíblicos
bom ânimo para praticar tudo o que o Espírito de Deus
tem nos ensinado.
44 Estudos Bíblicos
3
JOEL
O DERRAMAMENTO DO
ESPÍRITO SANTO
Pr. Jonas Sommer
19 de Julho de 2014
TEXTO BÁSICO:
“E, depois disso, derramarei do meu Espírito
sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas
profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão
visões. Até sobre os servos e as servas derramarei
do meu Espírito naqueles dias”. (Jl 2:28-29, NVI)
INTRODUÇÃO
Joel, o segundo dos chamados profetas menores,
exerceu seu ministério em Judá, no Reino do Sul. Em que
pese o fato de ele ter profetizado sobre o derramamento
do Espírito de Deus no futuro, com manifestações espe-
cíficas, a tônica de sua profecia vai mais além. O livro
trata da ameaça de julgamento de Deus contra Judá,
que é ilustrado com a devastadora praga de gafanho-
tos. A esperança de Judá repousa no arrependimento
e na misericórdia divina, que trará, com os julgamentos
do Dia do Senhor, e na sua abundante misericórdia ao
restaurar a nação. Joel atinge seu propósito desenvol-
vendo-o nas três partes que compõem sua profecia.
Há quem advogue que o livro de Joel pode ser
dividido em duas partes. A primeira descreve a devas-
tação de Judá, ocasionada por uma grande praga de
gafanhotos e a comunidade. E a segunda, a resposta de
Deus a Israel e às nações, conforme ilustrado no quadro
abaixo:24
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LIVRO DE JOEL
Primeira Parte Segunda Parte
A praga de gafanhotos e A resposta do Senhor a
a comunidade Israel e às nações
(1:1 - 2:17) (2:18-3:21)
A praga dos gafanhotos Compaixão pela
(1:1-4) comunidade (2:18-27)
Chamado à lamentação Bênçãos para
(1:1-4) a cumunidade (2:28-32)
Grande alarme (2:1-11) Julgamento das nações
(3:1-17)
Chamado ao Presença de Deus em
arrependimento (2:12-17) Jerusalém (3:18-21)
46 Estudos Bíblicos
mir que pertencia à classe sacerdotal.28 Por conta de
sua contundente mensagem de juízo, alguns o chamam
de “João Batista do Antigo Testamento”.29
Joel escreve como um poeta lírico e dramático,
com constante uso de contrastes.30 Conforme estudio-
sos da estilística literária hebraica, há muito de parale-
lismo e ritmo da poesia hebraica no escrito. As figuras de
linguagem usadas por Joel mostram ser ele um homem
de imaginação vívida. Ele emprega figuras fortes e usa
muitas exclamações, como se vê no texto em português.
Isto deve corrigir um equívoco que muitos, mesmo sem
preconceito, nutrem. É que pensamos nos profetas como
se fossem beduínos fanáticos ou ignorantes. Quando
muito, julgamos que como eram pessoas vivendo numa
época atrasada em relação à nossa, tais profetas foram
primitivos e boçais. Esses homens foram geniais. Prova
disso é que aqui estamos, já entrados no terceiro milênio,
aprendendo com eles, estudando o que escreveram.31
As discussões sobre a data do livro são bastante
acirradas. Tem-se atribuído datas desde o século nono
até o século quarto A.C., pelas várias escolas. Porém,
com base nas evidências internas, e tendo em vista que
ele é citado por Amós e Oséias, a estimativa mais razo-
ável é a época da minoridade de Joás, durante a regên-
cia de Joiada, o sumo sacerdote, por volta de 830 A.C.
(2Rs 11:17,18; 12:2-16; 2Cr 24:4-14). Em todo o livro
também não há nenhuma referência à Babilônia, à Assí-
ria ou mesmo à invasão da Síria, e os únicos inimigos
mencionados são os filisteus, os fenícios, os egípcios
e os edomitas (3:4,19). Se ele tivesse vivido após Joás,
28 SCHMOLLER, Otto. The book of Joel. Grand Rapids: Zondervan Publishing
House, 2008, p. 3.
29 MACDONALD, William. Believer’s Bible commentary. Nashville: Thomas Nelson,
1995, p. 1107.
30 LOPES, Hernandes Dias. Joel: o profeta do Pentecoste. São Paulo: Hagnos,
2009, p. 16.
31 COELHO FILHO, Isaltino Gomes. O profeta Joel. Disponível em: <www.scribd.
com/doc/18338219/o-Profeta-Joel-Pr-Isaltino>. Acesso em: 25 mar. 2014.
www.ib7.org 47
sem dúvida teria mencionado os sírios entre os inimigos
que enumera, uma vez que eles tomaram Jerusalém e
levaram o imenso espólio de Damasco (2Cr 24:23,24).
A idolatria também não é mencionada, e os serviços do
Templo, o sacerdócio e outras instituições da teocracia
são representados como florescentes.32 Warren Wier-
sbe diz que Joel foi o primeiro profeta a escrever suas
mensagens.33
48 Estudos Bíblicos
sobre o povo da aliança. Não existe acaso, coincidência,
nem determinismo cego. Não existe tragédia natural à
parte da providência soberana de Deus.35 Joel faz uma
descrição vívida e alarmante de uma invasão avassala-
dora de gafanhotos em todo o território de Judá. Moisés
profetizara que Deus poderia usar deste expediente
para punir seu povo se ele se tornasse desobediente (Dt
28:38-42). São usadas quatro palavras hebraicas dife-
rentes para gafanhotos nesta passagem: gazam, vertido
como “gafanhoto cortador”; arbeh, o “gafanhoto migra-
dor”; yeleq, o “gafanhoto saltador”, e hãsil, o “gafanhoto
destruidor”.36
Têm sido dadas várias interpretações quanto a
essa invasão de gafanhotos. Diz-se que essa descrição
fala dos quatro tipos diferentes de gafanhotos que inva-
diriam a terra. Outra possibilidade é que essa descrição
fala de nuvens sucessivas de gafanhotos invadindo Judá,
ou seja, Joel estaria falando sobre ataques sucessivos
de insetos, ressaltando a intensidade da destruição. A
terceira possibilidade é que a descrição fala metafori-
camente dos quatro impérios que dominaram o mundo
(Babilônico, Medo-persa, Grego e Romano). Há ainda
aqueles que, embora careçam de sólida base bíblica,
interpretam como sendo demônios que atacam as finan-
ças do povo de Deus.37 Ao que parece, a interpretação
literal, como sendo quatro tipos de gafanhotos que, em
ataques sucessivos, deixam um rastro de destruição,
seja a correta.
No livro encontramos uma ordem para que esse
evento não fosse olvidado, mas se deveria contar à
geração seguinte (1:3). Quatro gerações são menciona-
das, os ouvintes de Joel deveriam transmitir aos filhos,
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netos e bisnetos. Quando não se aprende com os erros
do passado, tem-se a tendência de repeti-los. A histó-
ria precisa ser nossa pedagoga, não nosso coveira. Os
eventos de uma nação são lições para todas as demais,
pois se a memória do amor de Deus não nos despertar
a gratidão, a memória dos ais do seu juízo, certamente
nos ameaçará com a humilhação.38
Joel conclama os sacerdotes do Senhor ao arre-
pendimento (1:13,14). O texto fala de clamor, pranto,
pano de saco e jejum. No Antigo Testamento, é comum
vermos jejuns serem apregoados em períodos de cala-
midade ou de iminência de calamidades (2Cr 20:3; Et
4:16). Conquanto o povo de Deus não experimente
pragas literais de gafanhotos, mui provavelmente vê con-
gregações devastadas por aflições, pecados e doenças
que angustiam famílias inteiras. Diante disso o conselho
bíblico para se resolver tais impasses é que a liderança,
juntamente com a membresia, reconheça igualmente,
com a máxima urgência, a necessidade de ajuda, poder
e bênção de Deus. Devem voltar-se a ele com a since-
ridade, intensidade, arrependimento e intercessão des-
critos por Joel (Jl 1:13,14; 2:12-17). Só há restauração e
avivamento onde há genuíno arrependimento.
50 Estudos Bíblicos
Joel começa falando de uma invasão militar que
Judá também sofreria (2:2-4) para, mais à frente, ainda
no capítulo 2, aludir ao Dia do Senhor em sua acep-
ção absolutamente escatológica. O “dia do Senhor” é a
expressão-chave desse livro. Ela aparece pela primeira
vez no versículo 15 do primeiro capítulo. Tal expressão
se refere tanto ao julgamento divino de forma geral –
sendo, nesse caso, usada para se referir a um julga-
mento específico que poderia ser tomado como sím-
bolo do Grande Julgamento Final – como também, e na
maioria das vezes, ao Juízo do Fim dos Tempos, quando
toda a impiedade será julgada pelo Senhor. Este último e
mais recorrente sentido é explorado a partir do capítulo
2 de Joel, quando o profeta faz claramente referência a
acontecimentos que se darão em um futuro mais distan-
te.39
Esse dia, porém, culmina com o grande Dia do
Juízo, na segunda vinda de Cristo, quando o Senhor se
assentará no seu trono e julgará, com justiça, as nações
(Mt 25:31-46). Nesse dia os homens ímpios desmaia-
rão de terror, buscarão a morte, mas não a encontrarão.
Nesse dia tentarão, inutilmente, escapar da ira do Cor-
deiro (Ap 6:12-17).40
Tudo indica que os exércitos do Norte (2:20) são
uma referência aos exércitos da Assíria e Babilônia.
Aqui, Deus conclama mais uma vez o povo ao arrepen-
dimento – mas a um arrependimento realmente sincero,
verdadeiro, genuíno, autêntico (2:2,13).
Deus diz ao povo que estava cansado do seu ritual
de vestir pano de saco em jejum depois de rasgar as
vestes, porque esses atos já não eram acompanhados de
um real propósito de mudar, não eram realizados como
exteriorização de um genuíno arrependimento (2:13).
www.ib7.org 51
Não bastava rasgarem suas vestes se antes não esta-
vam rasgando os seus corações diante dele. “Rasgai o
vosso coração” significa “modificai toda a vossa atitude”,
é a maneira hebraica de dizer que a contrição interna
é mais importante do que a manifestação externa de
pesar que, por si, poderia ser apenas um ato desprovido
de sinceridade ou integridade.41 Ou seja, nessa passa-
gem, Deus está afirmando que penitência externa não
muda nada. É preciso um coração realmente rasgado
diante do Senhor para que ele se volte para o seu povo
com perdão, restauração e bênçãos (2:14).
A necessidade de conversão é um dos aspectos
teológicos mais importantes em nosso profeta. Nos dias
em que vivemos podemos ouvir programas que são
declarados como sendo evangélicos, pela televisão e
pelo rádio, por meses a fio sem ouvirmos falar, uma vez
sequer, da necessidade de arrependimento, de aban-
dono dos pecados e de mudança de vida. A conversão
foi deixada de lado em muitos púlpitos e substituída pela
adesão ou pela contribuição. A cruz que o cristão deve
tomar para seguir a Cristo foi esquecida e em seu lugar
se oferece em trono em troca de ofertas e assistência
aos cultos com contribuições regulares. A ética foi supri-
mida e em seu lugar entrou a prosperidade como tema
dominante das pregações. “Todavia ainda agora diz o
Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração;
e isso com jejuns, e com choro, e com pranto” (2:12).
Deus não quer uma liturgia morta, ele quer ação que
mostre quebrantamento e não rito apenas. É para o povo
chorar os seus pecados, como lemos no verso 17: Não
é rito nem são palavras. Não é externo, é interno. É sen-
timento. Podemos criticar o pietismo por sua internaliza-
ção da fé religiosa, mas esta postura tem respaldo entre
os profetas. É a conversão do homem que faz Deus
52 Estudos Bíblicos
mudar o juízo em bênção. Não é a contribuição nem é a
liturgia. É o reconhecimento de que a vida está errada e
deve ser mudada. Embora a contribuição seja necessá-
ria e, muitas vezes seja evidência de uma conversão, é
conversão e não contribuição que Deus pede. Pode-se
dar dinheiro sem dar o coração. Pode-se praticar ritos
sem ter consciência da presença de Deus.
O coração contrito vale mais, já ensinou Davi: “O
sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado;
ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó
Deus” (Sl 51:17). O sacrifício era a forma mais elevada
de culto no Antigo Testamento, mas o que mais interessa
a Deus é o coração quebrantado. Deus não espera culto
litúrgico, mas quebrantamento de vida. Muitos cultos nos
fazem bem, mas não mudam nossa vida. Muitos cultos
são apenas pândega espiritual, não há quebrantamento,
não produzem mudança de vida, não exortam à santi-
dade. Alguém dirá que o culto cristão é de felicidade e
alegria porque nele o povo de Deus celebra sua salva-
ção. Mas só pode se alegrar, rir e celebrar quem primeiro
gritou como Isaías: “Ai de mim, que estou perdido!”. A
igreja contemporânea tem muita festa e pouco quebran-
tamento, busca o poder humano, principalmente o polí-
tico, mas não busca a santidade, não enfatiza a correção
de vida. Isto é trágico!42
Nessa seção do livro, mais uma vez vemos os
ministros de Deus, os sacerdotes, sendo conclamados
a liderar esse jejum e também se derramarem diante
de Deus (2:15-17). O resultado será Deus libertar o seu
povo e o retorno das chuvas temporã e serôdia – isto
é, as primeiras chuvas, que favorecem o plantio, e as
últimas, que lhe garantem o sucesso ao final – para fer-
tilizar as terras desoladas
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O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO
54 Estudos Bíblicos
É importante ressaltar que o derramamento do
Espírito Santo aponta para a salvação. Diz Joel: “…
e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do
SENHOR será salvo” (2:32). Naquele grande e terrí-
vel Dia do Senhor haverá salvação para aqueles que
invocam o seu nome, pois o derramamento do Espírito
Santo anunciou também o caminho da salvação. O Pen-
tecostes foi um evento de salvação. Naquele dia, Pedro
pregou o evangelho e três mil pessoas foram salvas
(At 2:39-42). Paulo, citando Joel, diz que todo aquele
que invocar o nome do Senhor será salvo (Rm 10:13).
A salvação em Cristo, recebida pela fé, agora, é esten-
dida a todos os povos, de todos os lugares, de todos os
tempos. Nos dias de Joel, como nos dias de Pedro e de
Paulo e também nos nossos, invocar o nome do Senhor
é o único caminho para a salvação.43
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26-28) e Isaías (Is 23). Nos versículos 17 a 21, segue a
descrição da restauração de Israel.44
Enfim, a grande lição desse capítulo é que Deus
é o Senhor da História. O livro de Joel começa falando
de destruição e termina falando de restauração; inicia
com juízo e conclui com a bênção de Deus. A sua men-
sagem ao final é que a última palavra na história das
nações pertence a Deus; que quem determina o destino
final das nações não são os chamados grandes líderes
mundiais, mas o Senhor do Universo. E, no final, o mal
perecerá e o bem triunfará. Porque Deus está no con-
trole de tudo.45
CONCLUSÃO
Hodiernamente, não temos nada de vestimenta
externa para anunciar a situação interna em termos de
arrependimento. No entanto, a postura de humilhação
de um coração arrependido deve fazer parte da nossa
atitude quando somos confrontados por Deus por algo
que fizemos contra ele. Ainda que nos falte hoje uma
vestimenta típica de arrependimento, temos de ter a
postura interna que demonstre um real arrependimento
perante o Senhor. Mesmo que não tenhamos uma ves-
timenta externa para manifestar nosso arrependimento,
devemos ter ainda hoje uma atitude externa que venha
refletir os sentimentos do coração.
O jejum público do povo de Deus tem sido esque-
cido. Nem mesmo em tempos de calamidade esse povo
tem se reunido para a oração com santo jejum. É neces-
sário que, de alguma forma, essa prática venha nova-
mente a fazer parte da religiosidade santa do povo de
Deus. Vivemos dias difíceis para um cristianismo autên-
tico. É necessário que reavaliemos as nossas práticas
44 COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Op. cit., p. 29.
45 COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Op. cit., p. 30.
56 Estudos Bíblicos
espirituais comunitárias a fim de que o que ainda é útil
não seja desprezado.
Infelizmente, na maioria das reuniões dos que se
dizem povo de Deus, a visão é a de um entretenimento
em que todos procuram se agradar. Não nos reunimos
para confessar os nossos pecados em tempos de afli-
ção. Aliás, o pecado não tem sido tratado com a serie-
dade que se faz necessária nos últimos dias. Nossa vida
espiritual pode tornar-se seca e infrutífera se nos afas-
tarmos da vontade do Senhor. É muito importante sentir
arrependimento sincero e profundo (2:12-13), a fim de
que Deus possa perdoar-nos e abençoar-nos de novo.
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4. Qual é a mensagem acerca do Dia do Senhor transmi-
tida por Joel? (2:1-11)
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5. Joel conclama o povo a uma conversão. Qual o sinal
da verdadeira conversão, segundo ele? O que signi-
fica “rasgar o coração”? O que os sacerdotes deveriam
fazer? (2:12-17)
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6. Qual poderia ser a resposta do Senhor caso houvesse
genuíno arrependimento e conversão verdadeira? (2:18-
28)
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7. Joel profetiza o derramamento do Espírito Santo.
Sobre quem ele seria derramado? Quais seriam os sinais
cataclísmicos desse derramamento? Essa promessa foi
cumprida em sua totalidade? O que aconteceria aos que
invocassem o nome do Senhor? (2:29-32; At 2:16-21)
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8. Que promessa é feita ao povo de Deus? (3:1-21)
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58 Estudos Bíblicos
MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS
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Terça-feira – Isaías 1:13-15
Qual a razão para que Deus estivesse tão irritado
com o povo a ponto de rejeitar-lhes os cultos, as ofertas,
e até mesmo as ações de graça? Quando continuamos
a leitura deste capítulo, e fazemos uma reflexão sobre
o livro do Profeta Isaías, e dos Profetas menores con-
temporâneos deste, descobriremos que havia um com-
pleto descaso para com a justiça social e o amparo dos
pobres e desamparados entre o povo. Lembremo-nos
das palavras do profeta Miquéias: “será que milhares
de carneiros ou a oferta de rios de azeite agradarão a
Deus? Não! Ó homem, já foi explicado o que é bom e o
que Deus exige de você: praticar o direito, amar a mise-
ricórdia, caminhar humildemente com o seu Deus” (Mq
6:7-8, BV).
60 Estudos Bíblicos
Quinta-feira – 2 Coríntios 9:8,9
Nossas ofertas têm um tríplice efeito: abençoam
aos outros, abençoam a nós e glorificam a Deus.46 O
apóstolo Paulo diz que nossa contribuição não apenas
estimula a outros, mas também abençoa a nós. Somos
os principais beneficiados quando contribuímos. A con-
tribuição é uma semeadura que fazemos em nosso pró-
prio campo. Esse é um investimento que fazemos em
nós mesmos. Quanto mais distribuímos, mais temos.
Quanto mais semeamos, mais colhemos. Quanto mais
abençoamos, mais somos abençoados. Ofertar pela
graça significa que cremos, realmente, que Deus é o
grande Doador e que usamos os recursos materiais e
espirituais de acordo com essa convicção. É impossível
ser mais generoso do que Deus!
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Sábado – Mateus 5:20
É comum lermos o sermão da Montanha e sentir-
mos certo aperto no coração, ao nos depararmos com
uma série de instruções de Jesus Cristo, tão confrontan-
tes com os valores que regem a sociedade. O Salvador
era direto em suas colocações e deixou ali o que espera
de cada um de nós. É correto para o cristão agradecer
a Deus por não estar debaixo da Lei, mas debaixo da
graça. Mas se ele pensa que as exigências sobre ele são
menores por causa disso, não leu o Sermão do Monte
de forma a compreendê-lo. Jesus declarou enfatica-
mente que ele exige uma justiça mais elevada do que a
dos escribas e fariseus. A lei de Cristo traz, para aqueles
que a guardam, mais exigências do que a lei de Moisés.
Como você tem vivido diante do Senhor?
62 Estudos Bíblicos
AMÓS
TEXTO BÁSICO:
“Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça,
como ribeiro perene”. (Am 5:24)
INTRODUÇÃO
O livro de Amós é uma mensagem verbosa, atual
e oportuna para a igreja brasileira. Este livro ergue um
grande clamor pela justiça social. Ele tira uma radiogra-
fia do presente ao analisar o passado distante de Israel
nos tempos prósperos do rei Jeroboão II. A mensagem
deste livro destampa os fossos onde se escondem os
sentimentos, motivações e atitudes mais reprováveis que
pulsam no peito do homem contemporâneo. Ao mesmo
tempo, a mensagem do livro é um chamado de Deus ao
arrependimento. A porta da graça está aberta. A chance
da mudança é apresentada e o perdão oferecido.
A mensagem de Amós toca nos mais intrincados
problemas da ordem política, social, econômica, moral
e espiritual do seu tempo. Amós emboca a sua trom-
beta para denunciar os crimes de opressão e injustiça
social das nações estrangeiras. Ele ataca com veemên-
cia a política externa governada pela ganância insaciá-
vel e pelo ódio desmesurado que despedaça os fracos
e oprime os que não podem oferecer nenhuma resis-
tência. Ele atinge com sua mensagem os endinheira-
dos embriagados pela soberba, que viviam nababesca-
mente, enquanto os pobres explorados por eles amarga-
vam uma dolorosa realidade. Amós não poupa aqueles
que se entregavam aos prazeres desregrados, tapando
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os ouvidos à voz da própria consciência. O profeta boia-
deiro alerta para o fato de que, onde a voz da graça de
Deus não é ouvida, a trombeta do juízo é tocada irreme-
diavelmente.
O AUTOR
64 Estudos Bíblicos
O CONTEXTO HISTÓRICO
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Ele descreve a acusação e o pecado de cada uma
das nações. São ao todo oito julgamentos sobre estes
povos. Sobre a Síria (Damasco) pesa a acusação de
crueldades terríveis na guerra. Sobre os filisteus (Gaza)
e os fenícios (Tiro) brada a acusação do pecado de
escravidão. Edom é acusado de falta de misericórdia e
de uma ira constante. Amon é acusado de amarga cruel-
dade por simples ganância. Moabe recebe a acusação
de ter sido cruel com Edom. A sétima e a oitava acusa-
ção é feita contra Judá e contra Israel respectivamente.
A acusação a Judá é específica (Am 2:4,5) e mais
grave do que a das nações pagãs. Judá conhecia a Pala-
vra de Deus, e de uma forma deliberada tinha optado
por rebelar-se contra a lei de Yaweh. O profeta prediz
o juízo de Deus que viria sobre Judá. O juízo de Deus
sempre vem sobre aqueles que deliberadamente optam
por esquecer-se da sua Palavra e passam a viver suas
vidas de acordo com a mentalidade mundana dos dias
atuais.
Até este momento, o verso 5 do capítulo 2, o reino
de Israel passa sem nenhuma acusação, mas no verso
6 do capítulo 2, o profeta Amós começa então a sua pro-
fecia contra Israel, o que é o objetivo principal do livro.
O resto do capítulo 2 pode ser resumido em acusação
de pecados e palavra de juízo. Do verso 6 até o verso
16 do capítulo 2, pode-se notar as práticas pecamino-
sas que era comuns na vida de Israel. Essas acusações
estendem-se por todo o livro de Amós.
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Um ambiente de luxúria a custa de altos impostos
sobre os pobres pode ser visto nos capítulo 4:1, 5:11.
Enquanto uma elite “privilegiada” desfrutava de toda a
abundância do momento próspero que gozava o reino
de Israel, os pobres eram sugados e serviam apenas
como meio pelo qual os ricos pudessem enriquecer-se
cada vez mais.
“Ouvi esta palavra, vacas de Basã” (4:1). Amós diri-
giu-se às esposas dos líderes abastados da terra, pes-
soas que haviam enriquecido roubando de outros sem
qualquer piedade. Essas “mulheres da sociedade” pas-
savam o dia todo ociosas, bebendo vinho e dizendo aos
maridos o que fazer. Hoje em dia, qualquer pregador que
chamasse as mulheres de sua congregação de “vacas”
precisaria mais que depressa procurar outra igreja. Por
que Amós, um camponês, usou essa imagem? Não era
pelo fato de as mulheres serem obesas e se parecem
com vacas, mas porque, com seus pecados, estavam
engordando para o abate. Tanto elas quanto seus mari-
dos viviam em meio ao luxo, enquanto os pobres da
terra sofriam, pois esses mesmos homens os explora-
vam, tomando deles seu dinheiro e suas terras.52
Por fim, além de desprezar, além de pisarem, eles
também não faziam justiça aos pobres. A elite dominante
não julgava as causas com justiça, mas a corrupção ins-
talada na sociedade de Israel fazia com que o sistema
jurídico servisse apenas às necessidade da sociedade
dominante. Amós denuncia esta situação nos capítulos
3:10; 4:7,10.
As semelhanças entre a sociedade de Israel dos
dias de Amós e a nossa contemporânea sociedade são
inúmeras! Ao ler estes textos que falam sobre Israel,
parece que estamos falando dos nossos dias. Os pobres
ainda são desprezados. Por muitas vezes julgamos
52 WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento, v. 4.
Santo André, SP: Geográfica, 2006, p. 439.
68 Estudos Bíblicos
os mendigos e necessitados como “vagabundos”, não
merecedores de nossos cuidados e ajuda. Muitas vezes
apoiamos um sistema que aflige o pobre a fim de enri-
quecer os ricos e poderosos e às vezes até reputamos
isto como “bênção de Deus”. Não podemos conceber
como abençoada uma sociedade que exclui o necessi-
tado, onde o pobre cada vez fica mais pobre, e o rico,
cada vez fica mais rico. Se o juízo de Deus veio sobre
Israel, não viria também sobre as nossas vidas?
Hoje a igreja é o “povo escolhido” e privilegiado.
Warren Wiersbe, ao falar sobre o livro de Amós,
diz que “onde há privilégios, também deve haver
responsabilidades”.53 Jesus, nos evangelhos, deixa
também registrado a grande responsabilidade que temos
em cuidar e amparar os necessitados. No evangelho de
Mateus, capítulo 25, versos 31 até ao 46, por meio de
uma parábola Jesus diz que haverá juízo e condenação
para aqueles que deveriam cuidar dos desamparados e
não o fizeram. Jesus diz que deixamos de fazer a ele,
quando não fazemos pelos pobres e necessitados e ter-
mina sentenciando: “Sendo assim, estes irão para o tor-
mento eterno”. Devemos ler estes trechos com temor e
tremor. As palavras de Amós para Israel soam perfeitas
aos nossos dias.
www.ib7.org 69
grande prosperidade e, segundo o relato bíblico, a elite
do reino costumeiramente trazia diante de Deus suas
“ofertas de gratidão”. Agradeciam a Deus com suas ofer-
tas, “por não serem pobres”. Segundo Warren Wiersbe
havia uma espécie de “avivamento religioso” nos dias de
Jeroboão II.54
A questão toda é que, apesar de todos esta-
rem tranquilos e acharem que tudo estava bem e que
seus “cultos” agradavam a Deus (6:1), o Senhor não via
desta forma. Deus olha pra dentro e enxerga o interior
do homem. Israel cantava cânticos, levantava as mãos,
trazia a sua oferta, mas Deus não recebia esse culto
prestado por mãos manchadas e comprometidas com a
injustiça (5:21-23).
O culto oferecido por aquelas pessoas descompro-
missadas com a justiça social constante na lei causava
repulsa em Deus. Ao invés de agradar a Deus, aquele
culto o aborrecia, visto que era uma tentativa apenas
ritual e não tinha compromisso com a essência da sua
Palavra, que é amar a Deus e amar ao próximo. Deus diz
ainda no verso 24 do capítulo 5 que seria melhor “prati-
car a justiça” do que oferecer um culto como aquele.
Novamente encontramos muito similaridade entre
os dias de Amós e os nossos dias. Nunca antes se viu
uma igreja tão cheia de bens e tão vazia de compro-
misso com os necessitados. Nunca antes se viu uma
igreja tão preparada do ponto de vista ritual e material e
tão insensível às necessidades das pessoas pobres. As
igrejas possuem templos suntuosos com equipamentos
sonoros e audiovisuais caríssimos e cada dia estão mais
e parecidas com palácios que não podem ser ocupa-
dos pelos pobres. As pessoas se preparam com roupas
bonitas, entram em seus carros e dirigem-se para os
54 WIERSBE, Warren W. Op. cit., p. 636.
70 Estudos Bíblicos
cultos. Levantam as suas mãos, entoam seus cânticos
e oferecem suas ofertas e em muitos casos, passam
tempos e tempos sem ao menos notar que, no percurso
até a igreja, passaram por vários necessitados que cos-
tumeiramente, ficam despercebidos. Seria este o culto
que Deus espera de nós?
Fica claro pelos textos dos profetas e também pelas
palavras de Jesus no evangelho de Mateus, que o culto
esperado por Deus é um culto que passa pelo compro-
misso em ajudar aqueles que precisam. Demonstramos
nosso amor a Deus, na mesma medida que demonstra-
mos nosso compromisso com as criaturas do Senhor. O
Senhor vasculha o nosso coração e conhece o nosso
verdadeiro intento quando levantamos as nossas mãos
para “adorá-lo”. Iremos romper com a luz da aurora,
quando prestarmos um culto verdadeiro a Deus e este
culto passa por um compromisso maior com os desfavo-
recidos da sociedade.
Outra acusação séria feita pelo profeta Amós é de
que o culto estava eivado pelo sincretismo (4:4,5). O rei
Jeroboão I construiu novos santuários em Betei e Dã e
ali introduziu um bezerro de ouro para o povo adorar. O
culto foi paganizado. A idolatria foi assimilada no culto.
O povo queria chegar até Deus por meio de um ídolo.
Houve uma mistura do culto canaanita (adoração do
bezerro) com o culto ao Senhor. A religião israelita tor-
nou-se sincrética. Os sacrifícios que eles traziam eram
impuros, pois ofereciam coisas com fermento no altar, o
que era proibido por Deus (Lv 2:11; 6:17). Lembremos
que o culto é bíblico ou anátema. Deus não quer sacri-
fício, Ele requer obediência (1Sm 15:22,23). Não pode-
mos sacrificar a verdade para atrair as pessoas à igreja,
nem podemos acrescentar coisa alguma aos preceitos
de Deus porque gostamos dessas coisas. O pragma-
www.ib7.org 71
tismo se interessa pelo que dá certo, e não pelo que
é certo. Ele busca o que dá resultados, e não o que é
verdade. Ele tem como objetivo agradar o homem, e não
a Deus. Hoje vemos florescer o sincretismo religioso.
Práticas pagãs são assimiladas nas igrejas para atrair
as pessoas. Cerimônias e ritos totalmente estranhos à
Palavra de Deus são introduzidos no culto para agradar
o gosto dos adoradores. O sincretismo está na moda.
Mas ele ainda continua provocando a ira de Deus!55
Um avivamento verdadeiro é aquele que nos move
em direção ao coração de Deus e o coração de Deus é
aberto a cuidar dos pequeninos. O profeta Oséias usado
por Deus diz: “misericórdia quero e não sacrifício” (Os
6:6), o que foi posteriormente repetido por Jesus ao falar
com os fariseus que eram legalistas em sua religiosi-
dade (Mt 9:13).
72 Estudos Bíblicos
Também nos nossos dias, muitos que possuem
compromisso com as verdades fundamentadas nas
Escrituras, muitas vezes são constrangidos pelos “sacer-
dotes” do falso evangelho a calar-se. Muitos são perse-
guidos a fim de que se abstenham das verdades da Pala-
vra de Deus, a fim de “agradar” um povo, muitas vezes
corrompidos em seus princípios de vida. O homem de
Deus, que teme a Deus não deve retroceder diante das
pressões do “politicamente correto”, mas assim como
Amós deve abrir a sua boca e deixar-se ser usado por
Deus!
CONCLUSÃO
74 Estudos Bíblicos
PERGUNTAS PARA DEBATE EM CLASSE
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com relação ao culto que nós oferecemos a Deus em
nossos dias?
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6) Qual foi a atitude do sacerdote Amazias depois de
ouvir a profecia de Amós? (7:1-17)
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7) Qual evento marca o cumprimento da profecia de
Amós sobre o juízo que viria sobre Israel?
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8) Que tipo de fome Deus enviaria sobre a terra? (8:1-
14)
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9) Qual a profecia final do livro de Amós? (9:1-15)
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76 Estudos Bíblicos
MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS
78 Estudos Bíblicos
mos analisar se o que estamos passando são verdadeira-
mente provas ou se são resultado de nossa infidelidade.
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Sábado – Romanos 2:1-11
Nesta passagem Paulo se dirige diretamente aos
judeus. Os judeus criam que Deus eliminaria os pagãos
por causa de seus pecados, mas nem por um momento
imaginavam que eles estavam sob uma condenação
semelhante. Eles pensavam ocupar uma posição privile-
giada perante os olhos de Deus. Ele podia ser o juiz dos
pagãos, mas era o protetor especial dos judeus. Então,
Paulo aponta enfaticamente aos judeus que eles são tão
pecadores quanto os gentios; assim quando o judeu con-
dena o gentio está condenando a si mesmo; o fato de ser
racialmente judeu não o salvará certamente do juízo; ele
será julgado não por sua herança racial, mas sim pelo tipo
de vida que ele próprio tenha vivido. Paulo está, pratica-
mente, dizendo aos judeus: “Não pensem que o fato de
Deus não castigá-los seja um sinal de que não os pode
castigar”. Amados, o fato de que o pecado não seja seguido
imediatamente pelo castigo de Deus não é demonstração
de sua impotência. Cuidado!
80 Estudos Bíblicos
5
OBADIAS
O PRINCÍPIO
DA RETRIBUIÇÃO
Pr. Daniel Miranda Gomes
02 de Agosto de 2014
TEXTO BÁSICO:
“Porque o dia do Senhor está perto, sobre todas
as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a
tua maldade cairá sobre a tua cabeça”. (Ob 1:15)
INTRODUÇÃO
O livro de Obadias revela uma mensagem curta e
poderosa da parte de Deus a Edom. O profeta mostra que
os pecados que mais iraram a Deus foram as atitudes de
egoísmo e orgulho de Edom contra Israel. Portanto, o
livro representa um dramático exemplo da resposta de
Deus a qualquer um que maltrate seus filhos e que ele
retribui as ações arrogantes do homem no devido tempo.
Obadias é o menor livro do Antigo Testamento, com
apenas 21 versículos. O fato de ser o menor não signi-
fica que é menos importante. Há lições grandiosas con-
tidas neste livro e que precisam ser exploradas. Há aler-
tas solenes que precisam ser ouvidos. Há juízos severos
que precisam ser evitados. O livro de Obadias tem uma
mensagem urgente, oportuna e necessária para a famí-
lia, para a igreja e para as nações.56
Quando a Igreja sofre nas mãos de seus inimigos,
ela precisa voltar-se para a profecia de Obadias e reno-
var a sua fé no Deus justo ali revelado. Ele se preocupa
com o seu povo perseguido e, por trás das circunstân-
cias presentes, sempre trabalha por ele.
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AUTORIA E DATAÇÃO
82 Estudos Bíblicos
codonosor, em 586 A.C.60 De acordo com o salmista, os
edomitas encorajaram os babilônios quando o exército
de Nabucodonosor destruiu a cidade santa (Sl 137:7),
mas não há nenhuma evidência de que os edomitas
tenham, de fato, entrado em Jerusalém naquela ocasião,
nem tentado impedir os judeus de fugir.61
Entretanto, outros estudiosos do Antigo Testamento
acreditam na possibilidade de que esse evento narrado
por Obadias possa ser colocado em uma data anterior.
Segundo eles, houve quatro invasões significativas de
Jerusalém: a primeira foi realizada por Siraque em 926
a.C (1Re. 11:14-25); a segunda pelos filisteus e árabes,
entre 848-841 A.C., durante o governo do fraco rei
Jeorão (2Cr. 21:8-10, 16-17; Jl 3:3-6; Am 1:6); a terceira
pelo rei Jeoás de Israel, durante o governo de Amazias,
rei de Judá, em 790 A.C. (2Re. 14:11-14); a quarta pela
Babilônia entre 606-586 A.C. (2Re. 24-25).62 Para estes,
o melhor é situar a redação do livro no reinado de Jeorão
(853-841 A.C.).
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS
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derribá-lo (vv. 2-4). A terra e o povo serão saqueados
e espoliados (vv. 5-9). Por quê? Por causa da violência
que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v. 10), porque
se regozijou com o sofrimento de Israel e juntou-se com
seus atacantes para roubar e violar Jerusalém no dia da
sua calamidade (vv. 11-13) e porque impediram a fuga
do povo de Judá e os entregou aos invasores (v. 14). A
segunda seção (vv. 15-21) refere-se ao dia do Senhor,
quando Edom será destruído juntamente com todos os
inimigos de Deus, ao passo que o povo escolhido (Sião
e Israel), será salvo, e seu reino triunfará. Apesar do jul-
gamento pelo qual Israel passou, Obadias deixou claro
que a nação se ergueria novamente, e que possuiria a
terra dos filisteus e dos edomitas, e que iria se alegrar
com o reino do Senhor (vv. 19-21).63
Os nove primeiros versículos deste livro fazem
paralelo íntimo com partes de Jeremias 49, embora a
sequência do material seja diferente (cf. vv. 1-4 c/c Jr
49:14-16; vv. 5,6 c/c Jr 49:9,10; vv. 8,9 c/c Jr. 49:7-22).
A questão é: Qual o profeta que usou o outro? Talvez, o
mais aceitável é que ambos os escritores usaram uma
profecia anterior e bem conhecida. Sem dúvida que a
atual disposição deste livro é obra de Obadias e que se
trata de um oráculo do Senhor (v. 1).64
CONTEXTO HISTÓRICO
84 Estudos Bíblicos
Jacó e Esaú, os dois filhos de Isaque, tiveram des-
cendentes que, séculos mais tarde, formaram as nações
de Judá e Edom. As relações entre estas duas nações
sempre foram marcadas de grande hostilidade. A inimi-
zade começou quando os dois irmãos gêmeos Esaú e
Jacó se dividiram em disputa (cf. Gn 27:32-33). Os des-
cendentes de Esaú se estabeleceram numa área cha-
mada Edom, situada ao sul do mar Morto, enquanto os
descendentes de Jacó destinaram-se à terra prometida,
Canaã, e se tornaram o povo de Israel. Assim é que
Esaú é chamado de “o pai dos edomitas” (Gn 36:9).
Com o passar dos anos, numerosos conflitos se
desenvolveram entre os edomitas e os israelitas. Essa
amarga rivalidade forma o fundo histórico da profecia
de Obadias. Ao longo do período de cerca de 20 anos
(605-586 A.C.), os babilônios invadiram a terra de Israel
e fizeram repetidos ataques à Jerusalém, a qual foi final-
mente devastada em 586 A.C. Os edomitas viram essas
incursões como uma oportunidade para eliminar sua
amarga sede contra Israel e se juntaram aos babilônios
contra seus parentes e ajudaram a profanar a terra de
Israel.
Os edomitas passaram a ser chamados de “idu-
meus” em 126 A.C. Herodes, o Idumeu, conquistou
Jerusalém em 37 A.C., e se tornou rei da palestina. Eles
sempre mostraram seu desprezo pelos judeus quando
os governaram, autorizados pelos romanos. Herodes, o
Grande, perseguiu a Jesus (Mt 2:16). A seguir, Herodes
Antipas perseguiu João Batista (Lc 3:19). Herodes Agripa
I perseguiu a igreja (At 12:1), e Atos 26 nos mostra o
encontro entre Herodes Agripa II e o apóstolo Paulo. No
ano 70 D.C., Jerusalém foi destruída pelos romanos; à
sua frente estavam membros da família herodiana (edo-
mita). Os judeus foram dispersos e os edomitas aca-
baram liquidados pelos romanos. Desapareceram para
www.ib7.org 85
sempre, cumprindo-se o que disse Obadias: “Ninguém
mais restará da casa de Esaú” (v. 18). Os edomitas
nunca mais se reergueram desde então.65
MENSAGEM PRINCIPAL
86 Estudos Bíblicos
Senhor”, que vai significar o seu juízo sobre todas as
nações, inclusive Israel, e o estabelecimento do reino do
Senhor (v. 21).
Para uma melhor análise da profecia bíblica, o uso
da expressão “dia do Senhor” precisa ser considerado.
Amós 5:18-20, a primeira passagem onde encontramos
seu uso no sentido mais abrangente, demonstra que esta
expressão já fora padronizada no vocabulário popular.
Para o povo hebreu, o “dia do Senhor” significava o
dia quando Yahweh haveria de intervir, a fim de colocar
Israel acima das demais nações, independente da fide-
lidade de Israel para com Ele. Acreditavam que nesse
dia, Yahweh se ergueria para desbaratar todos os seus
inimigos e salvar Israel de um modo espetacular. Entre-
tanto, Amós declara que o dia do Senhor significa juízo
também para Israel. O que Amós acrescentou ao termo
não foi a ideia de um julgamento qualquer, mas sim a de
um julgamento moral. Outros profetas, conscientes dos
pecados de outras nações, como também dos de Israel,
declararam que o dia do Senhor virá contra nações
específicas como castigo por terem subjugado o povo
de Deus, podendo-se destacar a Babilônia (Is 13:6, 9), o
Egito (Jr 46:10), Edom (Ob 15), e muitas nações (Jl 2:31;
3:14; Ob 15).66
EDOM, O PROFANO
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importância para ele. Essa mesma atitude é seguida
por seus descendentes, que também se tornaram pro-
fanos e materialistas. Embora tivessem divindades,
foram essencialmente irreligiosos, vivendo para comer,
saquear e vingar-se.67
Obadias descreve Edom como um povo orgulhoso
(v. 3), violento (v. 10), pronto para regozijar-se com a
desventura de um irmão (v. 12), e matando traiçoeira-
mente fugitivos (v. 14). Edom fará uma colheita amarga
de seus atos truculentos e será submetido a julgamento
(vv. 2,3,7,8) e, apesar disso, será possuído e governado
por Yahweh (vv. 19-21).68
Edom habitava no monte Seir, uma cordilheira de
montanhas rochosas. Ali estava a capital Petra, a inex-
pugnável cidade edomita. Do alto de suas rochas escar-
padas, os edomitas se vangloriavam de colocar o seu
ninho entre as estrelas (v. 4). Jamais aquela fortaleza
havia sido saqueada. Eles se sentiam seguros, blinda-
dos por uma fortaleza natural. Mas Deus diz por meio do
profeta Obadias que, ainda que eles colocassem o seu
ninho entre as estrelas, de lá seriam derrubados (v. 4).
A soberba é a sala de espera do fracasso. Onde o
orgulho levanta sua bandeira, a derrota fragorosa é ine-
xoravelmente imposta. A arrogante cidade dos edomitas
foi tomada, seus bens foram saqueados, seu povo foi
disperso e eles colheram exatamente o que plantaram.
O mal que eles despejaram sobre a cabeça dos judeus
caiu sobre a sua própria cabeça. Assim como o povo de
Edom foi destruído por causa de seu orgulho, todos os
que desafiam a Deus também serão aniquilados.69
88 Estudos Bíblicos
A RETRIBUIÇÃO DIVINA
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desse princípio do amor fraternal que levou Edom à sua
derrota final e definitiva.70
A derrota de Edom não procede de homens, mas
de Deus. Sua sentença de morte não foi lavrada num
tribunal da terra, mas no tribunal do céu. A inescapabili-
dade de sua derrota não se deve ao juízo dos homens,
mas à sentença de Deus, que é irrevogável e inapelável
(v. 18). Não há um tribunal superior a quem recorrer. O
tribunal de Deus é a última instância, e sua sentença é
definitiva e final. Insurgir-se contra Deus e contra seu
povo é marchar rumo a uma derrota inevitável, inexorá-
vel e irreversível.
Em 312 A.C., os árabes nabateus expulsaram os
edomitas do seu reduto próximo ao mar Vermelho, cap-
turando a capital dos idumeus, Sela, e rebatizando-a
como Petra. Segundo a profecia de Obadias, os seus
descendentes vieram a se estabelecer no Neguebe e,
por meio de casamentos com outros povos, tornaram-se
os idumeus. Herodes, o Grande, veio desta linhagem,
de modo que nela e em Jesus podemos ver, por outro
ângulo, a luta e o contraste entre edomitas e israelitas.
Em 70 d.C, Tito destruiu tanto os idumeus (edomitas)
como os israelitas, fazendo os primeiros desaparecer
definitivamente da história.71
Os edomitas pensaram que estavam ajudando a
colocar uma pá de cal sobre Judá. Eles pensaram que
a Babilônia estava no controle da situação e que eles
eram seus coadjuvantes na empreitada de destruir Jeru-
salém. Mas as rédeas da história não estão nas mãos
dos poderosos deste mundo. Quem está assentado na
sala de comando do universo é o Deus Todo-poderoso.
É Deus quem conduz a história para o seu fim glorioso,
quando seu povo será exaltado e glorificado.72
70 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 25,26.
71 FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. Rio de Janeiro: Juerp,
1979, p. 117.
72 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 28.
90 Estudos Bíblicos
CONCLUSÃO
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4. Por que Deus restituiu a Edom o mal que causara e
que desejara a Israel? (vv. 7-11)
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5. Obadias mostra que a lei da semeadura e o princí-
pio da retribuição constituem uma realidade da qual nin-
guém escapará. O que significa retribuição e por que
Edom a conheceu? A que se refere a expressão “o dia
do Senhor”? (vv. 12-15)
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6. Os edomitas beberam e alegraram-se com a desgraça
de seus irmãos. Qual o castigo reservado para Edom? A
que se refere a simbologia Esaú e Jacó? De quem será
o reino? (vv. 16-20).
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92 Estudos Bíblicos
MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS
Pr. Emanuel Lourenço da Silva
Domingo – Salmos 85
É reconfortante a fé que vemos no salmista, ao dizer
que, não importa o quão profundo sejam as trevas deste
mundo, nada poderá esconder-nos da face do Senhor;
não importa quão injusto é o mundo, Deus julgará com
equidade; e que em meio ao arrependimento existe o
perdão e misericórdia. Poucos entendem o real valor do
Gólgota, das afrontas e zombarias que Jesus sofreu.
Quando questionados, só sabemos dizer que foi para
nos salvar. Mas há muito mais. Segundo Paulo, Jesus
subiu triunfante para as alturas, levou cativos muitos
prisioneiros, e deu dons aos homens, para o louvor de
sua glória (Ef 4:8). O maior sinônimo da palavra “jus-
tiça” é Jesus. Grandes maravilhas recebem aqueles que
ousam confiar.
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tornando-se um testemunho, para todas as nações, da
maravilhosa graça e bondade do Senhor (v. 9). De uma
coisa podemos ter certeza: Deus não rejeitou o seu
povo, Israel, e ele não nos rejeitará.
94 Estudos Bíblicos
sobre a sua palavra. Devemos ser cartas vivas de Cristo,
prontas a serem lidas, porque aquilo que recebemos de
graça, isto é sua misericórdia e salvação, também deve-
mos oferecer a todos quanto pudermos, para que assim
desfrutem também de todo bem que recebemos do Pai.
www.ib7.org 95
coração. E, a exemplo de Jonas, devemos romper a bar-
reira e anunciar àqueles que aparentemente estão fora
da promessa, pois, segundo diz sua palavra, “do Senhor
é a Terra e sua plenitude, o mundo e os que nele habi-
tam” (Sl 24:1).
96 Estudos Bíblicos
6
JONAS
A MISERICÓRDIA DIVINA
Pr. Jonas Sommer
09 de Agosto de 2014
TEXTO BÁSICO:
“Tens compaixão da planta, que não cultivaste
nem fizeste crescer; que numa noite nasceu e na
outra morreu. E não teria eu misericórdia da grande
cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil
pessoas que não sabem discernir entre a mão direita
e a esquerda, e também muito gado?” (Jn 4:10-11, A21)
INTRODUÇÃO
O profeta Jonas é um dos meus personagens favo-
ritos da Bíblia. Não sei o porquê, mas tenho uma ligação
forte com ele e sua história. Acho este pequeno livro da
Bíblia de uma riqueza impressionante.
O tema do livro de Jonas enfatiza que a misericór-
dia e a compaixão de Deus estendem-se para além de
Israel, incluindo as nações pagãs, desde que se arrepen-
dam. Sendo assim, é dever de Israel testificar perante
elas a fé verdadeira; negligenciar essa tarefa pode levar
a nação, como foi o caso de Jonas, às águas profundas
da aflição e do castigo.73 Creio que o mesmo é verdade
para a igreja hoje. Temos a obrigação de testemunhar
nossa fé e do amor de Cristo. Precisamos anunciar o
evangelho a um mundo perdido para que pecadores se
arrependam e sejam salvos. Se falharmos nisso, pode-
mos enfrentar o mar bravio!
73 ARCHER JR, Gleason L. Panorama do Antigo Testamento. 4. ed. São Paulo: Vida
Nova, 2012, p. 384.
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CARACTERÍSTICAS HISTÓRICO-ESTRUTURAIS
98 Estudos Bíblicos
15:20). O empobrecimento radical dos pobres era alar-
mante. Paradoxalmente era tremenda a expansão militar,
e Israel atingira um nível bastante estável de segurança
nacional. Jeroboão II restabelece as fronteiras e con-
quista espaços pela via das forças armadas; enquanto
isso, a angústia social do povo era horrível. Não havia o
menor vislumbre ou esperança de mudanças radicais,
pois não se contava com ninguém que socorresse Israel
(2Re 14:26). Em consequência de tal situação, Jonas se
transformou num profeta extremamente politizado; por
conseguinte, ideologizado.74
A mensagem do livro de Jonas é como uma pérola
escondida. Para encontrar essa pérola, temos de obser-
var o jeito de o autor narrar a sua história. A mensa-
gem não está numa única frase do texto, mas no todo
do enredo e das palavras e, não raro, nas entrelinhas.75
O livro contém 48 versículos distribuídos em quatro
breves capítulos. Apesar de começar com estrutura pro-
fética (1:1), a mensagem é apresentada em estilo bio-
gráfico. Não deixa, contudo, de ser uma profecia da his-
tória de Israel, ao mesmo tempo em que anunciam o
ministério, a ressurreição e a obra missionária de Cristo
(Mt 12:39-41; 16:4). O tema principal do livro é a infinita
misericórdia de Deus e a sua soberania sobre todas as
nações.
Nos quatro capítulos de seu relato, Jonas apre-
senta as experiências por que passou e as lições que
aprendeu. Vejamos:
A INDIFERENÇA DO PROFETA
www.ib7.org 99
Nínive para pregar contra ela. Este envio desencadeia
uma série de ações por parte de Jonas. A ordem divina
transforma-se numa história que somente termina no
último versículo do livro.76 Acontece que o profeta, em
vez de ir para Nínive, correu na direção oposta. Ele fugiu
“da presença do Senhor”, o que significa que negligen-
ciou seu chamado de profeta.
Ele sabia que não poderia fugir da presença do
Senhor (SI 139:7ss), porém podia renunciar ao seu cha-
mado e parar de pregar. Ele tornou-se um profeta deso-
bediente. No capítulo um vemos que o profeta Jonas foi
indiferente:
a) Ao seu chamado. A palavra do Senhor a Jonas
foi uma ordem: “Levanta-te, vai à grande cidade de
Nínive, e clama contra ela” (1:2). Sem dúvida, esta era
uma tarefa para a qual Jonas não tinha absolutamente o
coração disposto. Era como pedir hoje a um israelense
que levasse a palavra de Deus ao Iraque.77 Nínive, cidade
fundada por Ninrode, situava-se ao leste do Rio Tigre,
cerca de 880 quilômetros de Samaria, capital do Reino
do Norte. Jonas precisaria caminhar de 24 a 32 quilôme-
tros por dia para chegar a Nínive em um mês. A cidade
era grande e protegida por dois muros, um externo e
outro interno. A muralha interior tinha 1,5 metros de lar-
gura por 3 metros de altura.78 O muro externo da cidade
tinha 96 km de extensão, 30 metros de altura e uma
largura suficiente para três carroças conduzidas lado a
lado. Havia 50 torres de 60 metros de altura para o ser-
viço de vigilância realizado pelas sentinelas.79
Era de se esperar que um profeta do Senhor, ao
receber uma ordem direta dele, estivesse disposto a obe-
76 KILPP, Nelson. Op. cit., p. 31.
77 ARAÚJO FILHO, Caio Fábio de. Op. cit., p.5.
78 HAAN II, Martin R. O fracasso do sucesso: a história de Jonas. Curitiba: RBC,
2009, p. 4.
79 ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Vida, 2012,
p. 352.
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nossa compaixão, obscurecem nossa visão, secam as
fontes da nossa espiritualidade e empobrecem nossa
mensagem. Jonas conhecia muito bem Nínive e a odiava
porque sabia de suas crueldades, e também conhecia a
Deus e seu amor, e sabia que ele é misericordioso e
grande em benignidade (4:2) e com certeza iria dar uma
oportunidade de conversão aquele povo pagão.
Assim como Jonas, há muitos tentando fugir do
seu chamado, negligenciando uma voz interior que não
se cala. Tentam ir para Társis quando seu lugar é em
Nínive. É certo que, como Jonas, na maioria das vezes
não é fácil obedecer e cumprir com o chamado. Às vezes
é necessário deixar a tranquilidade de nossa terra para
rumarmos em direção ao lugar que Deus nos quer usar.
b) Ao destino de seus colegas de embarcação.
Jonas embarca e enquanto curtia sua viagem, deitado
no porão do navio, Deus envia uma forte tempestade
que abala a embarcação em que ele estava: “Mas o
SENHOR mandou ao mar um grande vento, e fez-se no
mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de
quebrar-se... Jonas, porém, desceu ao porão do navio,
e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono” (1:4-
5). A tempestade que surge no mar é tão violenta que
ameaça quebrar a embarcação. Os marinheiros ficam
tomados de pavor e reagem trabalhando e cada um bus-
cando o seu deus, orando ao seu deus. Diante disso o
que faz o nosso profeta? Parecia que a história não era
com ele, o mundo desabando e ele lá, no porão, dor-
mindo. Os pagãos orando, e ele, que conhecia o único
Deus verdadeiro, lá, indiferente, não foi capaz sequer de
levantar um clamor pela vida de seus colegas de barco.
Jonas tenta fugir de Deus e cai dentro de uma fervorosa
reunião de oração. Talvez em navio nenhum do mundo
se tenha orado tanto quanto naquele navio em que ele
se encontrava.
102 Estudos Bíblicos
Jonas dormiu o sono da negligência, o mesmo
sono que grande parte dos evangélicos estão dormindo.
O navio estava para quebrar-se por causa da tempes-
tade e da força das ondas, e Jonas continuava dormindo.
Os marinheiros estavam desesperados, clamando cada
um ao seu deus, e ele silencia. Não seria esta a rea-
lidade do nosso mundo hoje? Uma tempestade, um
mundo de pernas para o ar, de valores invertidos, casa-
mentos destruídos, drogas, alcoolismo, depressão, etc.
Uma tempestade incontrolável. O texto bíblico diz que
os marinheiros clamavam cada um ao seu deus. Assim
estão os seres humanos, desorientados, buscando seus
próprios recursos, e totalmente impotentes diante da
realidade que os assombra. A solução está em nossas
mãos: O poder do Evangelho. Aonde o evangelho chega,
mudanças acontecem. Sabe qual é o problema, então?
Aqueles que têm nas mãos o poder do evangelho estão
dormindo, enquanto as pessoas estão desesperadas
correndo para todos os lados.
c) Ao destino dos ninivitas. Ao tentar fugir para
Társis, Jonas é indiferente ao destino dos Ninivitas. Ele
sabia o que iria acontecer com eles. Sabia também que
se eles se arrependessem Deus os perdoaria. Jonas
foge de sua missão porque queria que a má cidade de
Nínive realmente fosse destruída. Ele quer evitar que sua
pregação leve ao arrependimento dos ninivitas e, por
conseguinte, à anulação da pena.82 Jonas é uma mostra
do povo judeu do seu tempo. Um povo que desejava ver
o julgamento de Deus contra seus inimigos. Um povo
que deseja ser conhecido pelo nome de Deus, mas que
foge da vontade desse Deus quando ela é manifesta.
Fala também de um povo que precisava aprender que
as nações podem ser perdoadas por Deus, e que ele se
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importa com o bem-estar das nações, e não apenas de
Israel.
A lógica de Jonas era, por assim dizer, baseada
naquilo que Deus disse: “Vou destruir Nínive se a cidade
não se arrepender”. Se Jonas não vai lá pregar, a cidade
não vai se arrepender e Deus a destruirá. Mas Deus não
pensava assim. Ele desejava que Jonas fosse cumprir
sua missão. Quantos de nós somos como ele. Sabemos
o que acontecerá àqueles que não se arrependerem,
mas muitas vezes nos calamos e não falamos do mara-
vilhoso amor de Deus. Quantas vezes temos sido indi-
ferentes ao destino eterno de pessoas ao nosso redor?
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(2Sm 3:31; Jr 6:26), de luto (Et 4:1-3), de arrependimento
(Ne 9:1; Jó 42:6) e de humilhação (Dn 9:3-5).
2. O “arrependimento” de Deus. A própria lingua-
gem do Antigo Testamento é uma linguagem antropopá-
tica e antropomórfica84, em que Deus adapta sua incom-
preensibilidade à frágil compreensão da criatura. A pala-
vra hebraica para arrependimento é noham. É usada
para indicar tanto o arrependimento humano quanto o
arrependimento de Deus no Antigo Testamento.85
É do conhecimento de todos que a Bíblia fala do
arrependimento de Deus. Mas como o arrependimento
de Deus deve ser entendido? Será que o arrependi-
mento humano serve de parâmetro para o arrependi-
mento de Deus? O arrependimento de Deus é o mesmo
dos homens? Deus realmente se arrepende? Quando
a Bíblia apresenta textos onde Deus se arrepende de
algo e muda sua intenção para com o homem, “eviden-
temente é só a maneira humana de falar. Na realidade
a mudança não é em Deus, mas no homem e nas rela-
ções do homem com o Senhor”.86 Em suma, o arre-
pendimento de Deus não ocorre por causa de qualquer
mudança nele, mas por causa de nossa mudança para
com ele. O curto relato do livro de Jonas serve como
prenúncio da graça salvadora para todas as nações (Tt
2:11). Os ninivitas foram salvos pela graça, pois “creram
em Deus” (3:5) e “se converteram do seu mau caminho”
(3:10). As obras foram consequência da sua fé no Deus
de Israel.
Jesus usou Nínive para ilustrar um ponto impor-
tante (Mt 12:38-41). Durante três anos, ele pregou para
www.ib7.org 107
ais movidas pela ignorância. O Senhor não executa seu
juízo sem antes conscientizar o homem de seus erros.
A população de Nínive quase foi destruída pela ignorân-
cia, mas escapou da ira de Deus porque se arrependeu
de seus maus caminhos e voltou-se para o Criador.
Se por um lado os ninivitas costumavam inverter
os valores por serem ignorantes, por outro, Jonas inver-
teu os valores espirituais por ser um homem egocên-
trico. Ele deu mais importância ao amor à sua nação,
Israel, e aos sentimentos pessoais de vingança do que
ao amor do Senhor e aos seus propósitos de salvação
para Nínive. O profeta chegou a irritar-se por Deus ter
perdoado aquela cidade. Para ele, um arqui-inimigo de
Israel não poderia ser alcançado pela compaixão do
Senhor (4:2,3).
Hoje em dia há uma inversão de valores tanto no
campo moral quanto no espiritual. Essa inversão pode
acontecer quando:
a) Valorizamos demais o que tem pouco valor.
Jonas dá um “excelente” mau exemplo disso, basta
ver o valor que ele dá à aboboreira que não lhe custou
(valia) nada. Em minha jornada de fé estou cansado de
ver crentes se queixando de não terem tempo para ler a
Bíblia, mas gastam horas na frente da TV, do Computa-
dor etc. Pesquisas apontam que, em média, os brasilei-
ros gastam 82 horas por semana em frente ao televisor
ou na internet.88 Creio que se fizessem uma pesquisa
dessas somente entre os evangélicos, talvez o resultado
não seria muito diferente. Mas, tempo para leitura bíblica
a maioria alega não ter. É interessante notar que há pes-
soas que gastam R$ 200,00/R$ 300,00 ou mais em uma
única peça de roupa, mas quando se fala em ofertar na
igreja, misericórdia! Tenho observado outros que choram
vendo filmes, mas não derramam uma lágrima sequer
88 http://www.estadao.com.br/noticias/tecnologia,brasileiro-passa-3-vezes-mais-
tempo-na-web-que-vendo-tv.
CONCLUSÃO
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mostrando-se indiferentes ao chamado do Senhor. Des-
pertemo-nos do sono da indolência, arrependamo-nos
dos nossos pecados, priorizemos os valores do Reino
de Deus e afastemo-nos da inversão de valores.
Não raro, costumamos reprovar a atitude de Jonas
quanto à ordem de Deus. Mas quantas vezes não nos
identificamos com ele e sua rebeldia quando somos
desafiados por Deus a obedecê-lo, e não o fazemos?
Jonas é, portanto, um espelho para cada cristão: não
precisamos aguardar que Deus aja de forma extrema
conosco, como agiu com Jonas quando o conduziu a
Nínive na barriga de um grande peixe, para que possa-
mos obedecer a Sua vontade, qualquer que seja o man-
dado de Deus para nossa vida.
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cumprir seus horários e programações, mas fora dela
nunca falar de Deus e ainda dar um testemunho oposto?
Ah, que Deus tenha piedade de mim!
TEXTO BÁSICO:
“Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e
o que o Senhor exige: Pratique a justiça, ame a fide-
lidade e ande humildemente com o seu Deus”. (Mq
6:8, NVI)
INTRODUÇÃO
O povo a quem Miquéias profetizou era profunda-
mente religioso. Assistia aos cultos de programação com
um colorido primoroso em um templo magnífico. Entre
suas atividades constava a observância dos dias santos
divinamente designados, cujo propósito era lembrá-los
da extensa fidelidade de Deus e do dever permanente
de servi-lo. Mas os contemporâneos de Miquéias não
eram espirituais. Sentiam confiança na mera participa-
ção das cerimônias. Não lhes ocorria que fosse impor-
tante a forma como se comportavam fora do templo.
Esta situação de ser religioso e, ao mesmo tempo,
impiedoso perturbava Miquéias. Foi contra tal atitude que
ele clamou. Esta ação fala pungentemente de nossos
dias.
MIQUÉIAS – O PROFETA
www.ib7.org 117
Senhor, precisaria conhecê-lo? O contexto do livro nos
dará uma resposta. De fato, Israel e Judá andaram em
caminhos tão tortos que ficava difícil suas ações confir-
marem algum conhecimento de Deus.
Miquéias, que viveu na última metade do século
VIII A.C., era um dos integrantes da brilhante galáxia
de profetas daquele século, entre os quais Isaías foi o
mais insigne. As mensagens dos dois homens de Deus
estão em harmonia. Certos expositores sugerem que
Miquéias foi discípulo de Isaías, e é interessante notar
a semelhança entre Miquéias 4:1-5 e Isaías 2:1-4. Mas
os dois profetas são muito diferentes. Isaías era membro
da aristocracia. Miquéias era homem do povo. Isaías era
refinado, conhecia a fundo os costumes da capital e fre-
quentava os círculos da corte. Miquéias era homem rude
do interior, um profeta dos humildes.91
Miquéias era natural de Moresete, cidade situada
nos contrafortes de Judá a uns 32 quilômetros a oeste de
Jerusalém, na extremidade da planície marítima, entre
as montanhas de Judá e a Filístia junto ao mar. Ainda
que a região fosse fértil e bem provida de água, lugar
de plantações, pomares de olivas e pastos, os agriculto-
res, entre os quais Miquéias fora criado, quase sempre
estavam em dificuldades econômicas. Oprimidos pelas
dívidas, eles eram forçados a hipotecar suas proprieda-
des aos ricos de Samaria e Jerusalém, os quais lhes
desapropriavam as terras. Assim, se tomavam arrenda-
tários de fazendas, oprimidos por senhores gananciosos
e insensíveis. Esta exploração dos pobres foi, aos olhos
de Miquéias, um dos crimes mais hediondos de seus
dias, e ele bravamente denunciou estes exploradores.92
Assim como Elias saiu do anonimato de uma
pequena localidade, para escancarar a culpa de um
povo que havia se desviado da aliança feita com Deus, o
91 PEISKER, Armor D. Miquéias. In: Comentário bíblico Beacon, v. 5. Rio de Ja-
neiro: CPAD, 2005, p. 167.
92 PEISKER, Armor D. Op. cit., p. 167. .
93 HILL, Andrew E.; WALTON, John H. Panorama do Antigo Testamento. São Paulo:
Vida Nova, 2006, p. 561.
www.ib7.org 119
Podemos dizer que temos três grandes mensa-
gens entregues por Miquéias. Todas elas começam com
a palavra introdutória “ouvi” (1:2; 3:1; 6:1). Em linhas
gerais os assuntos tratados por Miquéias são: denúncia
contra a injustiça, denúncia contra a confiança deposi-
tada nos rituais de sacrifício, um “rei-messias” que virá
de Belém e o livramento futuro das mãos da Assíria.
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Tribo
Clã
Família
www.ib7.org 123
sacerdotes, profetas e o povo depositavam nos ritos e
sacrifícios (cf. 6:6,7).
Antes fosse apenas isso. A interação com os outros
povos trouxe muito mais do que interação social, trouxe
também interação religiosa. A sociedade israelita trouxe
elementos do culto a Baal para dentro do culto ao Senhor.
As narrativas bíblicas revelam-nos que o baalismo nunca
foi expurgado totalmente. O resultado foi uma mistura
entre o monoteísmo e o paganismo. Na cabeça dos líde-
res religiosos, independente de qualquer coisa, bastava
manter os rituais funcionando. Acontecesse o que acon-
tecesse, os rituais deviam ser mantidos (cf. Am 4:4,5).
De fato, o Senhor havia ordenado e regulado o
funcionamento do sistema de sacrifícios e ofertas. Por
anos eles vinham fazendo aquilo. A questão, no entanto,
é que em tempos de insensibilidade espiritual o povo
de Deus perde o senso crítico. Os conterrâneos de
Miquéias haviam se esquecido das palavras de Samuel
“Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaus-
tos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do
SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrifi-
car, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros”.
(1Sm 15:22). Eles perderam de vista a linha que separa
o certo do errado. Como disse Isaías: “Ai dos que ao mal
chamam bem e ao bem, mas; que fazem da escuridade
luz e da luz escuridade; põe o amargo por doce e o doce,
por amargo!” (Is 5:20).
Qualquer teologia que facilite nosso pecado não
é uma teologia bíblica. Se os governantes, profetas e
sacerdotes tivessem lido e meditado sobre Levítico 26 e
Deuteronômio 28 a 30, teriam descoberto que o Deus da
aliança é um Deus santo que não tolera o pecado arro-
gante. Também teriam visto que as bênçãos da aliança
MIQUÉIAS
AS PROFECIAS DE ESPERANÇA E RESTAURAÇÃO
Sob o amplo contexto que foi exposto até aqui,
não tinha como o Senhor não trazer juízo sobre aquela
nação. Para que seu próprio senso de justiça não ficasse
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invalidado, o Senhor deveria disciplinar seu povo. Esta
disciplina, que veio em forma de cativeiro, não era sinal
da falta de amor. Antes, o Senhor só estava fazendo isso
porque os amava muito. Como prova disso o próprio
Miquéias trouxe em meio às profecias de julgamento,
profecias de esperança para os judeus.
Primeiro Deus promete exaltar e estabelecer
Jerusalém novamente (3:12 – 4:1). Também prometeu
fazer de Jerusalém um centro de reuniões universal,
para onde se direcionariam todas as nações (4:2-13).
A partir do “monte do Senhor” serão disseminados os
ensinamentos doutrinários e éticos para os povos. Por
fim, dentre as profecias de esperança, eis a mais impor-
tante: um novo rei, o Messias de Belém. Sua cidade de
origem não foi classifica como cidade muito importante
(5:2). Isto revela uma inversão de expectativa. Talvez
não fosse de se esperar que um grande líder viesse de
uma “cidadezinha do interior”. Mas, apesar disso, Belém
era memorável. Pois de lá veio Davi (o rei-referência de
algumas profecias isto é, o ideal davídico). Outra coisa
importante é mencionada nesta profecia de Miquéias
sobre o futuro rei. Suas origens “... são desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade” (5:2).98
No meu parecer isso faz um contrabalanço interes-
sante em relação à pequenez da cidade de Belém. É
possível que Miquéias tenha utilizado um elemento de
reversão em seu discurso poético-profético. Ou seja, a
cidade pode ser pequena, mas sua linhagem é longa o
CONCLUSÃO
www.ib7.org 127
Em nossos dias o Brasil é considerado um país
cristão. E como tal, ainda revela em nosso tempo um
quadro tão aterrador de pobreza, desequilíbrio social,
exploração ilícita dos bens públicos, favorecimento aos
membros do alto escalão etc. E não adianta colocar a
culpa apenas nos governantes, pois a realidade tem
mostrado que os valores na instituição mais básica da
sociedade (ou do Estado), a família, têm declinado bas-
tante. Talvez isso soe ofensivo, mas temos que amar-
gamente admitir que o comportamento de alguns indi-
víduos da população civil é parecido com o caráter da
classe política governante.
Quanto ao cenário religioso, temos material crítico
de sobra circulando pelos principais meios de comunica-
ção, falando horrores dos cristãos (o que inclui os evan-
gélicos também). Quantas notícias de pastores e outros
líderes envolvidos em roubos, golpes, pedofilia, manipu-
lação da fé das pessoas visando o lucro financeiro. Será
que Jesus também não chamaria hoje alguns locais de
adoração de “covil de salteadores”?
É claro que nem todos são assim. Prefiro encerrar
este estudo afirmando que nem tudo está perdido. Ainda
existem pessoas honestas, sinceras e dignas de cré-
dito. É possível encontrar marcas da bondade de Deus
em pessoas e na política das instituições que lideram.
Quanto à fé cristã, digo que o Senhor tem mantido um
remanescente fiel ao longo das eras. Estarão continua-
mente com suas “vestiduras brancas”, marca indelével
de quem foi banhado pelo sangue do Cordeiro de Deus.
Por mais que o mal se perpetue e mostre sua face mais
negra, devemos fazer a seguinte profissão de fé: “Eu,
porém, olharei para o Senhor e esperarei no Deus de
minha salvação; o meu Deus me ouvirá” (Mq 7:7).
São poucas as passagens das Escrituras que
contêm tanta “teologia instilada” quanto Miquéias 7:18-
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3) Se os mandamentos e ordenanças eram a vontade de
Deus, então por que o Senhor não estava contente com
o serviço de adoração? (6:6,7)
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4) É possível que a mudança na estrutura social do estilo
de vida tribal para o monárquico tenha gerado implica-
ções profundas? Por que você acha isso?
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5) Como o público de Miquéias, provavelmente, interpre-
tou a profecia que falava de um rei-messias? (Cap. 5)
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6) Que outro ponto de aplicação você consegue trazer
para nossos dias, que não foi mencionada na conclu-
são?
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lembrei-me do verso que Deus diz: “Agindo eu, quem
impedirá?” (Is 43:13). Quando Javé fizer a sua justiça,
ninguém conseguirá impedir nem distorcê-la.
100 GEISLER, Norman; TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São
Paulo: Vida Acadêmica, 2010, p. 83, 120.
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Sábado – Mateus 10:12-15
Perceba que nestes versículos não se diz para
forçar uma pessoa a receber a Palavra, nem xingá-la
caso ela não aceite, mas simplesmente diz que a paz
torne aos discípulos. Muitas vezes ficamos tristes quando
somos motivo de chacotas, injustiças ou até agressões
físicas ou verbais quando falamos de Cristo e corremos
risco de “perder a linha”. Se seguirmos a leitura de hoje
ao versículo 16 veremos que o Mestre nos aconselha a
prudência. Ele sabe que teremos dificuldades em nosso
caminho e que muitos procurarão nos desviar e intimi-
dar. Ele sabe que diversas pessoas procuram apenas
fazer o mal e nos pede que o deixemos executar sua
justiça, que não falhará. O amor de Deus é infinito, mas
sua paciência com quem se opõe ao seu Reino não.
8 O LIMITE DA
TOLERÂNCIA DIVINA
23 de Agosto de 2014
Pr. Alfredo Oliveira Silva
TEXTO BÁSICO:
“O SENHOR é muito paciente, mas o seu
poder é imenso; o SENHOR não deixará impune
o culpado. O seu caminho está no vendaval e na
tempestade, e as nuvens são a poeira de seus
pés”. (Na 1:3, NVI)
INTRODUÇÃO
Estudar os profetas do Antigo Testamento é viajar
no tempo para um encontro com homens extraordiná-
rios que obedeceram ao Senhor de maneira radical, em
ambientes, em sua maioria, hostis.
No cenário em que viveram os profetas prevalecia
a injustiça social, corrupção política e legalismo religioso.
Não raras vezes estudiosos se referem aos profetas
como “nossos contemporâneos”, em uma clara alusão à
semelhança do contexto em que vivemos, com os con-
textos originais da mensagem profética. Assim sendo,
estudar os profetas é uma redescoberta de uma das
dimensões do que é ser Igreja, observando o ambiente
em que se vive, comparando-o com a vontade revelada
de Deus em sua santa Palavra.
Onde se verificar injustiça social, corrupção polí-
tica e legalismo religioso, aí se faz necessário ouvir mais
uma vez a mensagem profética, e assumir o papel de
arauto das verdades de Deus.
O fato de alguém ser nomeado entre os profetas
o coloca como partícipe de um evento conhecido como
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“O fenômeno do profetismo”101, um capítulo especial no
estudo da Bíblia Sagrada, e que é bastante diferente da
compreensão popular sobre profetas e profecias, que
atualmente limita-se a um aspecto reducionista e mera-
mente preditivo, enquanto os profetas bíblicos tinham
uma função de denúncia das injustiças onde quer que
elas se apresentassem.
Nesta lição trataremos sobre o livro do profeta
Naum, que tem sido tradicionalmente classificado como
um dos profetas menores, e também um profeta pré-
-exílico, isto é, exerceu seu ministério antes do cativeiro
babilônico.
101 Cf. COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Uma visão geral do profetismo. Disponível
em: <http://www.isaltino.com.br/2001/07/uma-visao-geral-do-profetismo>. Acessado
em: 16 nov. 2013. E, REIMER, Haroldo. O fenômeno do profetismo. Disponível em:
<http://www.haroldoreimer.pro.br/pdf/O_fenomeno_do_Profetismo.pdf>. Acessado
em: 16 nov. 2013.
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mento, dor e destruição para Nínive, a capital do pode-
roso Império Assírio que aconteceria em 612 A.C.105
Nínive era uma das mais antigas cidades do mundo,
seu fundador foi Ninrode (Gn 10:11), e junto com a Babi-
lônia representou uma das maiores ameaças ao povo
de Deus no Antigo Testamento.106 Nínive era a capital
de uma potência que dominou e aterrorizou o mundo – o
Império Assírio –, sendo proverbial a crueldade dos assí-
rios para com os povos dominados. A profecia de Naum
começa com afirmações impactantes sobre Deus, o juiz
que julgará os atos de Nínive. A figura do juiz evoca a
justiça e, para que ela seja executada, é imprescindível
que o juiz tenha autonomia e não possa ser intimidado
ou corrompido. Deus não depende de Nínive, não pode
ser intimidado ou corrompido por ela. O Juiz é justo e a
justiça virá.
Nínive era bem protegida. A cidade media 48 km de
extensão por 16 de largura, sendo protegida por cinco
muralhas e três fossos. A chamada “Nínive interior”, que
era a capital propriamente dita, media quase 5 km de
largura por 2,5 de largura, protegida por muralhas de
30,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de nove
andares, hoje. Para que se tenha uma ideia da grandeza
da cidade, seus muros eram tão largos que três carros
podiam andar lado a lado sobre eles. Suas paredes eram
fortificadas com 1.500 torres, cada um com 61 metros
de altura. Com base num levantamento trigonométrico,
a área total foi calculada em 900 km2 – comparável à da
moderna Londres!107
A mensagem de Naum traz, por um lado, a ira e a
justiça, e por outro, misericórdia e graça. Deus é justo
juiz, e seu juízo será executado sobre todos. A crueldade
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Por mais poderosa que fosse Nínive, por maiores
que fossem as suas conquistas, e por mais terror que ela
espalhasse, essa situação não ficaria impune. Deus jul-
garia a temível cidade, ela não poderia resisti-lo. Aquela
que fazia tremer as nações sequer seria ouvida, o Senhor
dos Exércitos estava contra ela. Seu palácio seria des-
truído (2:6), seu povo seria levado cativo (2:7), ou fugi-
ria aterrorizado (2:8), suas riquezas seriam saqueadas
(2:9), sua autoestima cairia (2:10). Deus julgaria Nínive e
toda a sua soberba e arrogância. Eis a terrível sentença:
“Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos;
queimarei na fumaça os teus carros, a espada devorará
os teus leõezinhos, arrancarei da terra a tua presa, e
já não se ouvirá a voz dos teus embaixadores” (2:13).
Aquela a quem ninguém conseguia se opor, e a todos
dominava cruelmente, agora tinha contra si o Senhor do
Universo, que sobre ela aplicará o seu juízo.
Não é de se admirar que Deus anunciou: “Eis que
eu estou contra ti” (2:13). Mais de um século antes, o
Senhor havia enviado Jonas para advertir o povo de
Nínive, e quando a cidade se arrependeu, retirou seu jul-
gamento. Contudo, o tempo dos ninivitas havia se esgo-
tado e era chegado o fim. A Assíria seria deixada sem
armas, sem líderes e sem vitórias a serem anunciadas
por seus mensageiros. Deus julgou Nínive no passado,
e julga os opressores em todos os tempos, nenhuma
injustiça deixa de ser ponderada no julgamento divino
(Ec 12:14). Por mais que aos olhos humanos pareça
tardar a justiça, por mais que a justiça humana falhe,
o julgamento de Deus é certo, justo e sempre vem no
tempo certo, o tempo de Deus.108
Em meio às dificuldades, sofrimentos e dores, os
servos e servas do Senhor que estão sendo oprimidos
108 WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento. Vol. 5.
Santo André, SP: Geográfica editora, 2006, p. 505.
CONCLUSÃO
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2. Qual a mensagem ele apresenta no primeiro capítulo?
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3. Que advertência séria é apresentada nos capítulos
dois e três?
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4. Como o tempo em que vivemos se assemelha ao
tempo do profeta Naum? Qual a importância de estudar-
mos os profetas na atualidade?
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5. Você compreende Deus como juiz? Como essa com-
preensão influencia sua maneira de viver?
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6. Nínive foi julgada por Deus pelos seus pecados. Quais
os pecados cometidos por nossas cidades hoje?
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7. Qual a relação entre graça e justiça, e como esta rela-
ção influencia nosso dia a dia?
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o mesmo conosco e com quem nos maltrata; não temos
um Deus vingativo, mas sim um Pai defensor que luta
pelo nosso bem estar.
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Creio que está mais do que na hora de tratarmos como
rei aquele que é Rei sobre tudo e todos.
TEXTO BÁSICO:
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver
o mal e a vexação não podes contemplar, por que,
pois, olhas para os que procedem aleivosamente e
te calas quando o ímpio devora aquele que é mais
justo do que ele?” (Hc 1:13)
INTRODUÇÃO
Vivemos em um mundo cercado pela injustiça,
corrupção e desigualdade social. Por muitas vezes nos
perguntamos: Onde está Deus? Por que o justo perece?
Qual a causa do homem bom desfalecer? Será que o
Senhor está indiferente ao sofrimento da humanidade?
Certas pessoas acreditam que nunca devemos
questionar a Deus, achando até que isso seja pecado.
Mas o livro de Habacuque vai contra essa ideia. Haba-
cuque é único entre os profetas, em que abertamente
questiona a Deus (1:3, 13). O livro está cheio das per-
guntas perplexas do profeta e das sábias respostas divi-
nas. Nem sempre Deus pode nos explicar tudo de forma
satisfatória pelo fato de que nós não somos capazes de
compreender tudo o que ele diz.109
O livro de Habacuque nos ensina que os caminhos
do Senhor são justos e virtuosos e que ele tem poder
para julgar todos os povos, inclusive o seu. Vejamos as
preciosas lições deste livro para nós.
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CONTEXTO HISTÓRICO
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um período de deterioração espiritual no qual o povo da
aliança perdeu progressivamente o seu caráter único.
Habacuque foi contemporâneo do profeta Jeremias.
Porém, enquanto este se preocupava com o arrependi-
mento do povo, aquele estava concernido com a relu-
tância de Deus em punir o ímpio. Num cenário de guerra
internacional na luta pelo poder entre a Assíria, o Egito
e a Babilônia, o Senhor levantaria uma destas nações
para castigar o povo rebelde de Judá. Tudo estava sob o
controle de Deus. Após a aliança com os medos a Babi-
lônia se torna uma ameaça crescente, derrotando os
assírios e os egípcios. Era a mão do Senhor punindo os
povos. Não demoraria muito para Judá também ser con-
quistada. Os caldeus seriam o instrumento de correção
que Deus usaria para corrigir os seus filhos.
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS
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opressão e contenda. A lei não era imposta, não havia
proteção para o inocente que era sentenciado como cul-
pado.118 Esse fato fez com que o profeta levantasse o pri-
meiro questionamento. No versículo 2, o profeta começa
usando o verbo “clamar”, que significa simplesmente
“pedir socorro”, mas em seguida diz: “gritar-te-ei”, que no
original significa “clamar com um coração perturbado”.
Ao orar sobre a perversidade em sua nação, Habacuque
foi ficando cada vez mais aflito e se perguntou: Por que
Deus permanecia em silêncio ante a crescente perversi-
dade de Judá? Para Habacuque, parecia que o Senhor
estava inativo e indiferente.
A resposta de Deus manifesta sua onisciência
sobre o mundo. O Senhor revela ao profeta que dentro
em breve o castigo para os ímpios judaístas chegaria.
Deus faria dos caldeus um instrumento em suas mãos
para executar o juízo sobre Judá. A onipotência e sobe-
rania divina sobre as nações se revelariam em tal evento.
O Senhor estava no controle de todos os povos, inclu-
sive dos pagãos.
2. A segunda queixa e sua resposta. Essa
segunda queixa está relacionada com a resposta que
Deus deu à primeira pergunta de Habacuque. O pro-
feta queixou-se de que os babilônicos eram ainda mais
perversos que os judeus. Como poderia um Deus santo
usar um povo tão ímpio como instrumento de justiça?
(v.13). Após questionar, o profeta sobe em uma “torre
vigia” e aguarda a resposta de Deus. A resposta divina
é que o ímpio seria punido sim, tanto os Judeus em pri-
meiro momento quanto os perversos babilônicos em um
futuro não muito distante. Mas o Senhor apresenta uma
esperança – o justo viveria pela fé. O profeta não deveria
preocupar-se tanto, pois somente quem era ímpio have-
118 WIERSBE, Warren W. Op. cit., p.655.
ÊNFASES TEOLÓGICAS
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melhor os ensinos de Deus, o seu caráter, sua vontade
e sua soberania:
1. Deus é moral. Os cinco “ais” contra a injus-
tiça mostram isso. A injustiça não se perpetuará no seu
mundo. Ele intervirá no momento adequado. A interven-
ção é súbita, por isso o injusto é sempre mostrado como
sofrendo uma destruição quando menos espera. Isto é
fundamental até mesmo para nós. Há uma moralidade,
há nexo no mundo e na história. Não por eles, mas por
Deus, que sendo moral dá moralidade à sua criação.121
2. Deus é soberano. O fato de Deus usar os Babi-
lônicos como ferramenta em suas mãos demonstra que
todas as nações estão sujeitas a Ele, inclusive as ímpias.
A soberania de Deus sobre os reinos da terra não pode
ser questionada. Todos nós estamos sujeitos à vontade
do Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Os planos de
Deus não podem ser frustrados, pois eles são perfeitos
e inatingíveis.
3. O justo vive pela fé. No versículo quatro do
capítulo dois encontramos a frase que foi lema da
Reforma Protestante: “O justo viverá da fé”. O termo tra-
duzido como “fé” em Habacuque vem de “firmeza” e tem
sua raiz no termo hebraico aman, que significa “Firme
até o fim”. Essa é a fé que Deus espera encontrar em
seus filhos. Fé que nos faz permanecer com fidelidade
até o fim, mesmo em meio às adversidades. Neste verso
encontramos o contraste entre o soberbo e o justo. O
soberbo sobrevive da sua arrogância, orgulho e auto-
confiança, mas o seu fim será trágico. O justo, porém
sobrevive pela sua fé; ele deposita a sua confiança em
Deus e sabe que o Senhor o sustentará.
121 COELHO FILHO, Isaltino Gomes. O profeta Habacuque. Disponível em: <http://
www.isaltino.com.br/2010/11/o-profeta-habacuque>. Acessado em: 16 dez. 2013.
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com o mundo ao nosso redor, precisamos orar mais,
precisamos amar mais e nos questionar mais. Se eu e
você não nos sentimos incomodados com a situação ao
nosso redor é porque alguma coisa também está errada
conosco.
O segundo ponto importante extraído é que nem
sempre Deus nos responde da maneira que esperamos,
mas é preciso confiar. Também é necessário saber que o
silêncio faz parte da manifestação de Deus. A propósito,
o silêncio de Deus nos negócios humanos, tanto ontem
como hoje, tem sido difícil de aceitar. Mas isso não quer
dizer que não haja uma resposta e que a sabedoria
divina é incapaz de lidar com a situação. Tudo está sob
o seu olhar e todas as coisas estão debaixo do controle
de suas poderosas mãos.122
Em terceiro lugar aprendemos que devemos louvar
ao Senhor em todos os momentos. Por fim Habacuque
percebeu que mediante as respostas de Deus, a melhor
atitude seria confiar no Senhor e adorá-lo. Os últimos três
versos do livro expressam toda a confiança e alegria que
o profeta sentia em saber que Deus era soberano sobre
todas as coisas. Precisamos aceitar o fato de que Deus
deve ser louvado não só na fartura, no melhor emprego,
na saúde, na liberdade e na alegria, mas também nos
tempos de fome, na falta de emprego, na doença, no
deserto e na tristeza. Não devemos viver pelas circuns-
tâncias, olhando ao nosso redor, pois o justo vive pela fé
e não pela aparência.
Podemos sintetizar a mensagem deste livro pontu-
ando as seguintes lições:123
122 FEINBERG, Charles L. Os profetas menores. São Paulo: Editora Vida, 1988, p.
206 -207.
123 COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Habacuque: nosso contemporâneo. Rio de
Janeiro: JUERP, 1990, p. 89-92.
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CONCLUSÃO
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5. Habacuque começa seu livro questionando a Deus
e termina com um cântico de louvor ao Senhor. O que
mudou na vida do profeta? O que aprendemos com as
últimas palavras da oração de Habacuque? (Hc 3:17-19)
Faça uma comparação com o texto de Filipenses 4:10 a
13 e discuta em classe.
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6. Ante os dias maus em que vivemos como podemos
permanecer firmes? O que podemos fazer para melho-
rar a situação ao nosso redor?
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7. Por que nem sempre conseguimos compreender
os planos de Deus? É errado questionar a vontade de
Deus?
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8. Um dos problemas que Habacuque vivenciou nos
seus dias foi a deterioração do sistema religioso. Qual
é o cenário que observamos do sistema religioso de
nossos dias? Está muito diferente?
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Se o Senhor Jesus estivesse aqui na Terra hoje, quanto
empenho aplicaríamos para recebê-lo e servi-lo? Pois
bem! Nós temos esta oportunidade todos os dias! Dons,
hospitalidade, visitas. Tudo o que fazemos por amor a
alguém, deve ser feito em primeiro lugar para ele (Jo
13:20; 1Co 12:12). Por outro lado, se recusarmos fazê-
-lo, estaremos sendo omissos em relação ao Senhor.
TEXTO BÁSICO:
“Ai da cidade rebelde, impura e opressora! Não
ouve a ninguém, e não aceita correção. Não confia
no Senhor, não se aproxima do seu Deus”. (Sf 3:1-2,
NVI)
INTRODUÇÃO
O primeiro verso do livro de Sofonias nos dá a
ficha do profeta. Sofonias é um dos profetas chamados
menores. Seu nome em hebraico, “Zephaniah”, significa
“Yahweh escondeu”. Esse homem não foi um pregador
comum. Ele era tetraneto do rei Ezequias, um dos gover-
nantes mais famosos de Judá. O sangue real corria
em suas veias, mas, mais importante ainda, ele tinha
a mensagem de Deus nos lábios. Sofonias viu além da
superfície. Ele viu o coração das pessoas e soube que o
fervor religioso delas não era sincero. As reformas foram
superficiais. O povo livrou-se dos ídolos que tinham em
casa, mas não dos que tinham no coração. Os gover-
nantes da terra ainda eram gananciosos e desobedien-
tes, e a cidade de Jerusalém era a fonte de todas as
perversidades da terra.124 Mesmo hoje, falta discerni-
mento a muitos cristãos, por essa razão a mensagem de
Sofonias é atual.
Exerceu o seu ministério no tempo de um dos
maiores reis de Judá, Josias, que reinou em Judá, entre
124 WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico Wiersbe: Antigo Testamento. Santo
André: Geográfica, 2009, p. 659.
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640-609 A.C. Durante o reinado desse rei houve um
grande avivamento (2Cr 34:3-7; 29-33).125 No entanto,
o ministério de Sofonias não foi exercido no momento
mais admirável da vida de Judá. De acordo com Coelho
Filho, o seu ministério aconteceu no começo do reinado
de Josias, época em que ainda havia resquícios dos
vícios de reis anteriores – Manassés e Amom, tempo de
grande declínio moral e espiritual.126 Assim, a mensa-
gem do profeta é, em primeiro lugar, de duro juízo, para
depois ser de esperança.
O objetivo deste breve comentário, de natu-
reza essencialmente pastoral, é mostrar Deus como o
supremo juiz, não somente do seu próprio povo, mas
de todas as nações, após paciente espera de arrepen-
dimento. Mas também um Deus de esperança, que tem
planos para o seu povo e para todos os povos.
125 DOUGLAS, F. F. (Org.). O novo dicionário da Bíblia, v. 3. São Paulo: Junta Edito-
rial Cristã, [s.d], p. 1542.
126 COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Obadias e Sofonias: nossos contemporâneos:
um estudo contextualizado dos livros de Obadias e Sofonias. Rio de Janeiro: JUERP,
1993, p. 35.
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que não queriam incorrer no erro de deixar de fora
nenhum deus (At 17:16,22,23)! A expressão “quemarins”
(1:5, RC) é a forma plural do hebraico komer, que é uti-
lizada aqui em referência a sacerdotes pagãos. Trata-se
de ministradores dos ídolos. Ou seja, alguns sacerdotes
haviam aceitado a ideia de ministrar também em alta-
res erguidos a deuses pagãos. Ainda hoje, tal prática se
repete quando obreiros do Senhor acham nada demais
trazer para a igreja, para sua liturgia e para as mensa-
gens a serem pregadas na Casa do Senhor, elementos
e recursos do culto pagão. Isso é sincretismo religioso,
é misturar o santo com o profano, a luz com as trevas.128
3. Deus condena os que deixam de segui-lo (1:6).
Entre os habitantes de Judá também havia aqueles que
deixavam de seguir o Senhor. Há também aqueles que
se afastaram do Senhor e se tornaram totalmente indi-
ferentes a ele. Deus não aceita divisão de devoção nem
mesmo o abandono da fé verdadeira. Temos, então, três
tipos de pessoas que estão sob o julgamento do Senhor
e correm perigo em “o dia do Senhor”: 1) Os indiferentes
que levam a vida sem se preocupar com as coisas espi-
rituais; 2) Os desviados que se afastaram de uma expe-
riência anterior; e 3) os divididos que com a boca dizem
servir a Deus, mas ao mesmo tempo honram outro deus
como rei de suas vidas e não prestam submissão total
ao Senhor. Ou Deus é o Senhor de tudo ou não é o
Senhor de nada.129
4. Deus julga de maneira especial as classes
que detém o poder (1:7-13). Embora o juízo de Deus
recaia sobre todos, independentemente de classe social,
algumas classes, por causa de suas responsabilidades
128 COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Os doze profetas menores. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, pp. 82-83.
129 DUNNING, H. Ray. O livro de Sofonias. In: Comentário bíblico Beacon. v. 5. Rio
de Janeiro: CPAD, 2012, p. 258.
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sempre será um dia dramático, especialmente para os
que não estiverem preparados. Deus nunca julga por
nada. O seu arbitramento sempre vem após aviso e um
longo período de paciência e espera. Também o seu
veredito sempre vem como consequência do pecado
praticado, como visto nos versos anteriores deste capí-
tulo.
O poder econômico (e nenhum outro poder) não
poderá fazer alguma coisa quando o juízo de Deus se
abater sobre os que são objetos da sua intervenção
soberana. A devastação de Judá (e/ou do mundo) seria
muito grande. No caso de Judá, somente os pobres fica-
riam na terra. As riquezas seriam levadas. A agricultura
totalmente devastada. O povo totalmente humilhado.
É mister observar que Deus julga, mas dá ampla
oportunidade para o arrependimento. Os três primeiros
versos do capítulo 2 nos falam de uma chamada de Deus
a Judá ao arrependimento. Deus nunca condena sem
antes dar chance ao pecador de se arrepender. Ele não
tem prazer em condenar, punir, ou castigar. Somente o
arrependimento nos porá debaixo da proteção divina.
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Alguns dos seus pecados são aqui aludidos: a) Empáfia:
“Eu sou a única, e não há outra além de mim” (2:15); a
Babilônia, mais tarde, também usaria da mesma empá-
fia (Is 47:8). São palavras que Deus usou para si. Só
Deus é autossuficiente; b) Nínive, a sua capital, desde-
nhava da cultura dos outros povos. Hoje isso também
existe. Como resultado, Nínive hoje jaz em ruínas. Quem
passa por ela meneia a cabeça (2:15). O juízo de Deus
recairia ali de maneira repentina, tornando toda aquela
região útil apenas como pastagem.
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O mundo todo é objeto do amor divino (Jo 3:16; 1Tm
2:4). Naquele dia, todas as nações, tribos e povos, de
todas as línguas estarão diante de Deus, louvando-o e
ao Cordeiro pela sua salvação (Ap 7:9,10).
2. Deus restaurará o remanescente de Israel
(3:10-20). Aqui fala da restauração do remanescente de
Israel, em vários aspectos: a) os dispersos serão con-
gregados novamente (3:10); a culpa e os rebeldes serão
eliminados da vida do povo de Deus (3:11); só ficarão
aqueles que confiam no Senhor (3:12); e estes viverão
em plena santidade, sendo apascentados pelo Senhor
(3:13).
Encontramos aqui uma lição prática para nosso
tempo, a qualquer um do povo de Deus que tenha se
afastado da vontade do Senhor e passado por sua disci-
plina. Se nos chegarmos a Deus com um coração que-
brantado, tendo confessado nossos pecados, o Senhor
nos receberá. Ele nos amará e até cantará para nós.
Trará paz a nosso coração, nos renovará “no seu amor”.
Sem dúvida, nossa desobediência causa sofrimento e,
por vezes, levamos conosco as cicatrizes dessa deso-
bediência para o resto da vida. Porém o Senhor nos per-
doará (1Jo 1:9), esquecerá nossos pecados e nos res-
taurará à sua amorosa comunhão. William Culbertson,
falecido presidente do Instituto Bíblico Moody, às vezes
terminava suas orações públicas dizendo: “E, Senhor,
ajuda-nos a suportar as consequências dos pecados
perdoados e a terminar bem”. Mesmo depois de perdo-
ado, o pecado tem consequências, pois ainda que Deus,
em sua graça, nos purifique, em sua soberania ele diz:
“Você colherá aquilo que semeou”.135
Os versos 14 a 17 formam um belíssimo salmo ou
cântico. A ênfase é no júbilo. Não é para menos, visto
135 WIERSBE, Warren W. Op. cit., p. 534.
CONCLUSÃO
136 BAKER, David W.; ALEXANDER, T. Desmond; STURZ, Richard J. Op. cit., p.
408.
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PERGUNTAS PARA DEBATE EM CLASSE
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MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS
Victória Brites Fajardo
Domingo – 2 Crônicas 36:23
Quando Deus ordena, ninguém pode se opor;
quando ele quer, ninguém pode impedi-lo. Deus é sobe-
rano sobre todas as nações, sobre todas as autoridades;
aqueles que julgamos acima de nós estão sempre abaixo
de Deus. O plano dele era a construção de um templo
onde todos os seus poderiam ir para adorá-lo e para que
isso aconteça, ele não apenas toca no coração de um rei,
como também dá condições de realizar a sua vontade (dá
ao rei da Pérsia todos os reinos da terra). Nosso Pai queria
estar próximo dos seus e agora ele nos quer tão mais perto
que hoje habita dentro de nós.
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Deus e através do poder dele. É como será dito no Novo
Testamento, que sem ele nada poderemos fazer. Quando
o Espírito de Deus está em nós, ele nos reveste de autori-
dade para orientarmos conforme a vontade do nosso Pai.
TEXTO BÁSICO:
“Assim fala o Senhor dos Exercitos: Este povo
diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa
do Senhor deve ser edificada. Veio, pois, a palavra
do Senhor, por intermádio do profeta Ageu dizendo:
Acaso é tempo de habitardes em casas apainela-
das, enquanto essa casa permanece em ruínas?”
(Ag 1:2-4)
INTRODUÇÃO
Os judeus que haviam voltado do cativeiro lança-
ram os alicerces pra reconstruírem o templo que havia
sido destruído em 586 A.C; embora fosse essa a missão
primordial do povo, uma vez que a cidade já estava ree-
dificada e devidamente organizada pelo ministério de
Neemias, devido às oposições, caíram em desânimo e
a obra ficou parada por aproximadamente 15 anos; é
nesse cenário de indiferença religiosa e crise econômica
que Ageu é levantado por Deus para falar ao seu povo, e
sua mensagem com certeza tem muito a nos dizer hoje
também.
O livro de Ageu pode ser definido como um cha-
mado de retorno ao compromisso do povo de Deus com
seu Senhor. Ele foi o primeiro profeta que Deus levan-
tou após a volta dos judeus do exílio babilônico, e é um
dos poucos profetas cujas datas de profecias podem ser
determinadas com exatidão, porque Ageu registrou-as
todas em seu livro. Foram, ao todo, quatro mensagens
em seu ministério.137
137 DANIEL, Silas; COELHO, Alexandre. Os doze profetas menores. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, p.87.
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O PROFETA
O LIVRO
Ageu é preciso na datação de suas mensagens.
Nelas encontram-se registrados o dia, mês e ano de
seus oráculos. Sua atuação como profeta teve lugar
durante o reinado de Dário Histaspes, no ano 520 A.C
e cobre os meses de agosto a dezembro e se divide em
quatro mensagens dirigidas a Zorobabel, o governador
de Judá e a e Josué, o sacerdote.
Seu ministério foi tanto de repreensão como de
encorajamento, pois o povo havia dado início à recons-
trução do templo, mas por pressão acabaram abando-
nando a obra (Ed 5:24) e passaram a cuidar apenas de
seus próprios interesses pessoais (1:4). Quando con-
frontados por Ageu, recomeçaram, mas logo veio o desâ-
nimo, pois viam que o templo em nada se comparava
ao antigo, que era maior e mais suntuoso (2:3). Assim,
o profeta fala novamente ao povo que a promessa de
139 CHAMPLIN, R. N; BENTES, J. M. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia,
v. 1. São Paulo: Candeia, 1995, p. 74.
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Deus seria uma glória ainda maior, e que não desani-
massem porque o Senhor era com eles (2:5,9). Desta
forma, o templo foi terminado em 516 A.C, no sexto ano
de Dario (Ed 6:15).
O CENÁRIO HISTÓRICO
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porque haviam falhado como povo de Deus. Não esta-
riam os cristãos de hoje falhando por não priorizarem
de fato o que importa? Não estariam os cristãos de hoje
deixando para “amanhã” a obra que o Senhor já orde-
nou que fosse feita, como evangelização dos povos, por
exemplo? Será que muitas dificuldades que enfrentamos
hoje, sejam na economia, na vida familiar, no trabalho ou
até mesmo em nossas igrejas, pode ser o resultado de
nossa negligência para com a causa do Senhor?
Segunda mensagem: encorajamento (2:1-9). “No
segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao vigésimo
primeiro do mês, veio a palavra do Senhor por intermé-
dio do profeta Ageu” (2:1). A segunda mensagem ocor-
reu no dia 17 de outubro de 520 A.C. O povo reanimou
e iniciou a obra, mas pelas dificuldades que enfrentava,
corria o risco de mais uma vez parar; então, através de
Ageu, o Senhor os anima e os fortalece.
Deus está com seu povo. Reconstruir o templo
era uma tarefa difícil, pois restavam apenas escombros
do primeiro, e o fator agravante era o fato de que alguns
que estavam ali conheceram o primeiro templo em sua
glória e beleza, e isso era fonte de desânimo. Ageu não
negou que o novo templo era “como nada” comparado
com o templo que Salomão havia construído, mas isso
não era importante. O que importava era que se tratava
de uma obra de Deus, e o povo podia contar com o
Senhor para ajudá-los a concluí-la. (2:3).
Deus conclama seu povo a não desanimar; preci-
savam levar adiante a obra, pois tinham por garantia a
presença do Senhor. Não deviam temer, pois o Deus que
liberou seu povo do Egito estava agindo no meio deles,
sua presença era baseada na aliança que uma vez fora
estabelecida no êxodo (Ex 19:5-6) e era animador o fato
de que ali estava não apenas um templo em construção,
mas a presença do Deus do templo.
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babel e ao povo com um todo. Mesmo que Judá não
estivesse livre de enfrentar períodos em que o reino da
Pérsia (do qual ainda eram súditos) estaria em guerra,
Ageu revelou a intenção divina de subverter as nações
e restaurar a sorte de Israel. Isso foi fundamental para
incentivar e unificar a comunidade em sua iniciativa. A
recordação que a justiça divina ainda estava em vigor na
história humana reanimou o espírito do povo e desper-
tou a fé adormecida.
Expectativa messiânica. “Naquele dia diz o
Senhor dos Exercito, tomar-te-ei, ó Zorobabel, filho de
Salatiel, servo meu” (2:23). O Senhor chamou Zoroba-
bel de “servo meu”, um título exclusivo, reservado a pes-
soas especialmente escolhidas, e sem dúvida Zorobabel
havia sido escolhido pelo Senhor. Deus o comparou ao
anel de selar do rei. O anel de selar era usado pelos
reis para colocar sua “assinatura” oficial em documentos
(Et 3:10; 8:8, 10), a garantia de que o rei cumpriria sua
promessa e as estipulações do documento. “As aspira-
ções messiânicas que dantes estavam ligadas ao reino
davídico, Ageu as transfere a Zorobabel, que, em virtude
desta posição nomeada, torna-se um tipo de Cristo”.146
Restauração da monarquia davídica. “E te farei
como um anel de selar, porque te escolhi, diz o Senhor
dos Exércitos” (2:23). Pelo fato de Zorobabel, filho de
Salatiel ser herdeiro do trono davídico, já que era neto
de Jeoaquim (1Cr 3:14-19), havia entre os judeus uma
certa expectativa de que ele teria um papel messiânico.
O mais importante é que, como o cetro e a coroa, o anel
de selar simbolizava a autoridade real. A designação de
Zorobabel como “anel de selar do Senhor” indicava que
Deus cancelara a maldição pronunciada por Jeremias
sobre o rei Joaquim e seus descendentes (Jr 22:24-30).
A restauração da autoridade real à família de Davi atri-
buída a Zorobabel por Ageu representava a retomada da
146 DRIVER, S. R. The Minor Prophets: Nahum, Habakkuk, Zephanaih, Haggai,
Zechariah, Malachi. Nova York: Oxford University Press, 1906, p. 163.
CONCLUSÃO
www.ib7.org 195
o que vale são seus resultados. Não importa se outros
colham os frutos, o que importa é participar do plantio. Se
essa for nossa missão, sejamos, então, como o semea-
dor que nem sempre participa da colheita, mas nem por
isso fica sem seu galardão, pois a colheita jamais exis-
tiria não fosse a nobre tarefa de lançar a semente na
terra.
www.ib7.org 197
PÁGINA DO TESOUREIRO
Prezados irmãos e irmãs em Cristo Jesus,
A Tesouraria da Conferência Batista do Sétimo Dia
Brasileira tem como objetivo melhorar cada vez mais o
desempenho de suas atribuições e prestação de serviços.
Mas, para tanto, a colaboração de cada um de vocês é
indispensável, neste processo.
Solicitamos, portanto, que os valores referentes à
remessa mensal sejam depositados impreterivelmente até
5º dia útil de cada mês, nas seguintes agências e contas
bancárias, abaixo descritas, em nome da Conferência
Batista do Sétimo Dia Brasileira:
1. Banco do Brasil: Agência 1458-3 / Conta Corrente n. 19941-9
www.ib7.org 199
das palavras confortadoras de Jesus: “Deixo com vocês
a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a
paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos nem tenham
medo” (Jo 14:27, NTLH).
www.ib7.org 201
sua segunda vinda: parábola dos lavradores maus (Mt
21:33-41), parábola do bom servo (Lc 12:42-48) e a
parábola dos talentos (Mt 25:1430). Estas três parábolas
têm duas coisas em comum: um senhor que se ausenta
do país por um tempo que não é definido e também nas
três, quando o senhor retorna para casa ele faz justiça a
tudo o que estava certo ou errado. Chegará esse tempo
de refrigério, de restauração, justiça e paz. Qual é a sua
expectativa para este dia? Como você tem se prepa-
rado? Uma coisa é certa: estejamos prontos ou não, no
tempo determinado, o Senhor voltará.
TEXTO BÁSICO:
“Dias virão, declara o Senhor, em que levanta-
rei para Davi um Renovo justo, um rei que reinará
com sabedoria e fará o que é justo e certo na terra”.
(Jr 23:5, NVI)
INTRODUÇÃO
A dominação persa marca o contexto da profecia
de Zacarias. Provavelmente seu pano de fundo sejam
os distúrbios que principiaram depois da morte de Cam-
bises, em 522 A.C., motivados pela sucessão do trono
persa. A política desse império previa a restauração dos
cultos dos povos dominados. Ao patrocinar o culto local,
esperava conseguir algum consenso, pelo menos dos
sacerdotes, para sua administração. É claro que esse
conceito de tolerância não pode ser levado ao pé da letra.
Não se tratava de consideração legítima pelos outros,
mas sim da percepção que o império mundial poderia
ser mais bem dominado de maneira duradoura. Qual a
situação dos judeus nessa nova ordem política? O povo
de Deus continuava dominado. O desejo de libertação,
acompanhado de esperança, ainda era extremamente
necessário. É nesse contexto que a mensagem de Zaca-
rias se faz presente.
AUTORIA E DATAÇÃO
148 SCHULTZ, Samuel J. A história de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Vida
Nova, 1995, p. 394.
149 CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por
versículo, v. 5. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 3659.
150 Alguns autores afirmam que isso seria o indício de que dois Zacarias teriam par-
ticipado da composição do livro (SMITH, Ralph L. Word biblical commentary: Micah-
Malachi, v. 32. Waco, TX: Word Books, 1984, p. 167-168).
151 SMITH, Ralph L. Op. cit., p. 167.
152 SMITH, Ralph L. Op. cit., p. 168.
153 SELLIN, E.; FOHRER, G. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Aca-
demia Cristã, 2007, p. 650.
www.ib7.org 205
de governo do rei persa Dario I, em 520 A.C.157 Nesta
época de paralisia, sua tarefa específica foi a de induzir
os judeus a renovarem sua obra no templo. A situação
piorou ainda mais, pois, ao invés de trabalharam pela
Casa do Senhor, os judeus se desviaram daquilo que
deveria ser sua prioridade e se concentraram na cons-
trução de suas próprias casas (Ag 1:4).158
Pouco tempo depois de Ageu, talvez apenas dois
meses depois, surge o profeta Zacarias.159 O texto
bíblico diz: “Ora, o profeta Ageu e o profeta Zacarias,
filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em
Jerusalém, em nome do Senhor Deus de Israel, que
estava sobre eles” (Ed 5:1).
Zacarias desempenhou papel fundamental para a
tarefa de conclusão do templo. Nos dias de hesitação
que se seguiram à segunda mensagem de Ageu, Zaca-
rias prestou inspiração de reforço para o grupo de esfor-
çados judeus.160 Sua primeira tarefa foi ajudar o profeta
Ageu a fazer com que os homens terminassem o tem-
plo.161
ESTRUTURA E MENSAGEM
O livro de Zacarias divide-se em duas partes prin-
cipais. A primeira parte (1-8) começa com uma exorta-
ção aos judeus para que voltem ao Senhor, para que
também o Senhor se volte a eles (1:1-6).
Enquanto encorajava o povo a terminar a reedifi-
cação do templo, o profeta Zacarias recebeu uma série
de oito visões noturnas (1:7-6:8), garantindo à comuni-
dade judaica em Judá e Jerusalém que Deus cuida do
157 SCHIMIDT, Werner H. Op. cit., p. 258.
158 SCHULTZ, Samuel J. Op. cit., pp. 392, 393.
159 SCHIMIDT, Werner H. Op. cit., p. 260
160 SCHULTZ, Samuel J. Op. cit., p. 394.
161 BALDWIN, J. G. Op. cit., p. 47.
www.ib7.org 207
disso, Zacarias profetizou a respeito da morte expiatória
de Cristo pelas mãos dos judeus, que, no tempo do fim,
levá-los-á a prantearem-no, arrependerem-se e serem
salvos (12:10-13:9; Rm 11:25-27).
Mas a contribuição mais importante de Zacarias
diz respeito às suas numerosas profecias concernentes
a Cristo. Os escritores do Novo Testamento citam-nas,
declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre
elas estão: 1) ele virá de modo humilde e modesto (9:9;
13:7; Mt 21:5; 26:31, 56); 2) ele restaurará Israel pelo
sangue do seu concerto (9:11; Mc 14:24); 3) será pastor
das ovelhas de Deus que ficaram dispersas e desgarra-
das (10:2; Mt 9:36); 4) será traído e rejeitado (11:12,13;
Mt 26:15; 27:9,10); 5) será traspassado e abatido (12:10;
13:7; Mt 24:30; 26:31, 56); 6) voltará em glória para livrar
Israel de seus inimigos (14:1-6; Mt 25:31; Ap 19:15); 7)
reinará como rei em paz e retidão (9:9,10; 14:9,16; Rm
14:17; Ap 11:15); e 8) estabelecerá seu reino glorioso
para sempre sobre todas as nações (14:6-19; Ap 11:15;
21:24-26; 22:1-5).
Para Zacarias, somente a mudança genuína de
coração traria o favor divino (1:1-6). Mas o profeta vai
além, ele faz mais que uma exortação à reconstrução.
Naqueles dias de incerteza, o profeta tinha uma men-
sagem confortadora. Por meio de uma série de visões
noturnas, veio a certeza renovada de que Deus, que
mantém vigilância sobre o mundo inteiro, havia prome-
tido a restauração de Jerusalém.162
O livro de Zacarias chama a atenção pelo seu alto
teor escatológico. Ele transcende os limites da situação
do momento, dos problemas de sua época, para falar da
restauração final, permanente. Em seu ofício ele trata
de temas referentes ao início de uma era escatológica
162 SCHULTZ, Samuel J. Op. cit., pp. 394, 396.
PROMESSA DE RESTAURAÇÃO
www.ib7.org 209
até ficou exausto por causa das visões e adormeceu,
apenas para ser acordado pelo anjo (4:1). Nas visões,
as bênçãos de Deus para Israel atravessam os séculos
desde a reconstrução do templo nos dias de Zacarias,
até à restauração do reino de Israel sob o Messias.
As exortações que se seguem nos capítulos 7 e
8 são a resposta divina a um questionamento do povo,
apresentado, em todo o seu contexto, nos três primei-
ros versículos do capítulo 7. Uma delegação de Betel,
formada por representantes do povo, queria saber se
os judeus deveriam continuar ou parar o jejum anual
que realizavam em memória à queda de Jerusalém. A
resposta divina é clara: o que Deus queria mesmo era
a obediência do povo, o compromisso com a justiça, a
observância da sua vontade (Zc 7:8-14).164
A chave para a plena restauração de Israel é a volta
de Deus a Sião. Pois indica a ocasião em que Cristo
voltará, em glória, para implantar o seu reino sobre as
nações. Nesta ocasião, a presença divina fará de Jeru-
salém a cidade da verdade e da fidelidade. E o monte do
Senhor será santo, ou seja, separado à sua adoração.
164 COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Os doze profetas menores. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, p. 99.
CONCLUSÃO
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PERGUNTAS PARA DEBATE EM CLASSE
www.ib7.org 219
mos se o buscarmos de todo o coração. Quando conhe-
cemos a Deus, sabemos como buscá-lo e achá-lo.
TEXTO BÁSICO:
“O filho honra seu pai, e o servo o seu
senhor. Se eu sou pai, onde está a honra que me é
devida? Se eu sou senhor, onde está o temor que
me devem? pergunta o Senhor dos Exércitos...”.
(Ml 1:6, NVI)
INTRODUÇÃO
Qual seria a última mensagem de Deus para o seu
povo no Antigo Testamento? Isso fica a cargo de Mala-
quias. No entanto, comumente isolamos um assunto de
determinado contexto literário ignorando o tema central
daquela obra. O livro de Malaquias é o exemplo perfeito
disso. Quando falamos nele, pensamos logo em “dízimo”.
É como se “Malaquias” e “dízimo” fossem termos amal-
gamados. No entanto, veremos que o assunto predomi-
nante do profeta Malaquias não é o dízimo (este apenas
é tratado num contexto de corrupção sacerdotal e da
nação), mas contrariamente, é o relacionamento familiar
e civil entre o povo judeu que constituem o seu tema
principal. Outrossim, o livro demonstra que a forma com
que adoramos a Deus precisa ser compatível com a vida
que demonstramos com Deus aos que estão à nossa
volta. A vida do adorador deve falar tanto quanto ou mais
alto que seus louvores.165
O livro de Malaquias fala do grande erro que é
nos esquecermos do amor de Deus. Quando alguém
165 COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Os doze profetas menores. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, p. 104-105.
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se esquece do amor de Deus, isso afeta seu compor-
tamento, sua vida familiar e sua adoração. Quando o
amor de Deus e sua fidelidade são postos em dúvida, os
compromissos sagrados deixam de ser sagrados. Deus
enviou Malaquias para despertar o povo de seu sono
espiritual e exortá-lo a voltar-se para o Deus vivo. O livro
também nos mostra um povo que questiona a realidade
de seu pecado e de sua infidelidade a Deus, um povo
cada vez mais duro de coração. Por isso, o livro caminha
para o final com um texto muito sério, um confronto entre
um Deus desapontado e um povo decepcionado.166
168 RADMACHER, Earl; ALLEN, Ronald B.; HOUSE, H. Wayne. Op. cit., p. 1410.
169 LOPES, Augustus Nicodemus. O culto segundo Deus: a mensagem de Mala-
quias para a igreja hoje. São Paulo: Vida Nova, 2012, p. 15.
www.ib7.org 225
Em nossos dias, assim como na época de Mala-
quias, o culto a Deus tem sido desvirtuado das mais
diversas maneiras. Embora muitos pensem que nada
temos a aprender com o Antigo Testamento em matéria
de culto, estão enganados. Ao levantarem sua voz contra
o povo de Deus de sua época, por haver desvirtuado o
culto ao Senhor, os profetas usaram como argumentos
princípios relativos à adoração a Deus que certamente
se aplicam ao povo de Deus de todas as épocas.
Nos dias de Malaquias, o culto apresentado por
Israel a Deus não estava sendo sincero e não era fruto
de uma devoção genuína. O povo da Aliança se esque-
cera do motivo real de se cultuar ao Senhor. Realizavam
o culto apenas para cumprir um formalismo religioso. As
acusações de Deus ao povo, por intermédio de Mala-
quias, com relação ao culto são:
1. Eles estavam profanando o culto. Por duas
vezes encontramos a advertência divina quanto à pro-
fanação do culto no primeiro capítulo de Malaquias (vv.
7, 12). Os sacerdotes estavam oferecendo pão imundo
na Casa de Deus. Eles estavam profanando o santu-
ário do Senhor. A oferta deles era um reflexo da vida
errada que levavam. Deus não busca adoração, mas
adoradores que o adorem em Espírito e em verdade. Se
Deus não aceitar nossa vida, ele também não aceitará
nossa oferta. Deus diz: “Eu não tenho prazer em vós, diz
o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a
vossa oferta” (1:10).
A impureza ou o caráter profano da oferta fica
patente nos versículos 8, 13 e 14. “Cego, coxo, doente
e roubado” são os adjetivos empregados para mostrar
o que estava sendo dado ao Senhor. Esclareça-se que
“roubado” não significa que eles estivessem roubando o
animal de alguma outra pessoa. O hebraico traz gâzül,
que significa “dilacerado por fera” que provavelmente
170 COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Malaquias: nosso contemporâneo. Rio de Ja-
neiro: JUERP, 1998, p. 32.
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“Terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa?”. A
resposta a ambas as perguntas é um sonoro não.171
3. Eles estavam prestando um culto entediante.
Os sacerdotes estavam enfadados de seu ofício, e por
isso estava fazendo-o de qualquer maneira. Culto e ser-
viço sem amor não são aceitáveis a Deus. O Senhor
não busca adoração, mas adoradores que o adorem
em Espírito e em verdade. Se Deus não aceitar nossa
vida, ele também não aceitará nossa oferta. É mister
que relembremos que o culto é bíblico ou é anátema. Os
princípios que regem o culto precisam ser emanados da
Palavra. Deus não aceita fogo estranho no altar. Deus
não aceita sacrifícios impuros no altar. Deus não aceita
nada menos que o melhor. O culto precisa ser, também,
de todo o coração, com sinceridade, com zelo, com amor,
com alegria, com deleite, qualquer coisa menos que isso
é entediante aos olhos do Senhor. Deus não aceita culto
com irreverência, superficialidade e leviandade.172
A condenação divina por meio de Malaquias é algo
que precisa ser levado a sério, Deus diz: “Ah, se um de
vocês fechasse as portas do templo. Assim ao menos
não acenderiam o fogo do meu altar inutilmente. Não
tenho prazer em vocês, diz o Senhor dos Exércitos, e
não aceitarei as suas ofertas” (1:10). Esse tipo de culto
não é digno do Senhor, não o interessa.
Quando desprezamos o culto divino, sentimos
canseira e não alegria na igreja. Quando fazemos as
coisas de Deus na contramão da sua vontade, encon-
tramos não prazer, mas enfado; não comunhão, mas
profunda desilusão. O pecado cansa. Fazer a obra de
Deus relaxadamente cansa. Um culto sem fervor espiri-
tual cansa. Quando o culto é desprezado, uma pessoa
vem à igreja e fica enfadada. Nada lhe agrada: a mensa-
gem a perturba, os cânticos a enfadam. Ela está enfas-
171 COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Op. cit., p. 32.
172 LOPES, Augustus Nicodemus. Op. cit., p. 47.
www.ib7.org 229
de regra, levavam-nos a adorar outros deuses. Após
esses dois atos, esses homens iam ao Templo para orar
ao Senhor, como se nada houvesse acontecido. E Deus
os repreende por sua infidelidade para com ele e para
com a família que tinham constituído.174
Há dois parâmetros importantes a se pensar no
capítulo 2 de Malaquias:
Primeiro, a teologia determina a vida. Os sacer-
dotes deixaram de ensinar a Palavra e o povo se cor-
rompeu. Práticas erradas são fruto de princípios errados.
Eles estavam lidando de forma errada uns com os outros,
porque estavam lidando de forma errada com Deus.
Segundo, a família determina a igreja. Os casa-
mentos mistos estavam ameaçando a teocracia judaica,
a integridade espiritual da nação, e o divórcio estava
colocando em risco a integridade das famílias. O aban-
dono do cônjuge estava ameaçando o desmoronamento
do lar em Israel. Famílias desestruturadas e quebradas
desembocam em igrejas fragilizadas.175
Deus não leva a sério quem trai seu cônjuge. É a
pessoa mais real e mais próxima. É o ser mais concreto
para alguém. Como se portará com Deus que não é
visível nem concreto como o cônjuge? “Pois eu detesto
o divórcio” é a palavra divina. Num mundo que exalta
o divórcio, a declaração de Deus de que ele detesta o
divórcio exige de nós séria reflexão. Por tudo isto, torna-
-se excelente a recomendação final do terceiro oráculo
do profeta Malaquias: “não sejais infiéis”.176
www.ib7.org 231
Em primeiro lugar, o dízimo é um princípio esta-
belecido pelo próprio Deus. A palavra dízimo maaser
(hebraico) e dexatem (grego) significa 10% de alguma
coisa ou de algum valor. O dízimo não é uma cota de
1% nem de 9%; o dízimo é a décima parte de tudo o
que o homem recebe (Gn 14:20; Ml 3:10). O dízimo não
é invenção da Igreja, é princípio perpétuo estabelecido
por Deus. O dízimo não é dar dinheiro à igreja, é ato de
adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é man-
damento; não é oferta, é dívida; não é sobra, é primícia;
não é um peso, é uma bênção.178
Em segundo lugar, o dízimo faz parte do culto. A
devolução dos dízimos fazia parte da liturgia do culto.
“A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os
vossos sacrifícios, e os vossos dízimos...” (Dt 12:6). A
devolução dos dízimos é um ato litúrgico, um ato de ado-
ração que deve fazer parte do culto do povo de Deus.
Em terceiro lugar, o dízimo é para o sustento da
Casa de Deus. “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos
em Israel por herança, pelo serviço que prestam, ser-
viço da tenda da congregação” (Nm 18:21). O dízimo é o
recurso que Deus estabeleceu para o sustento de pas-
tores, missionários, obreiros, bem como toda a manu-
tenção e extensão da obra de Deus sobre a terra. Se no
judaísmo os adoradores traziam mais de 10% de tudo
que recebiam para a manutenção da Casa de Deus e
dos obreiros de Deus, bem como para atender às neces-
sidades dos pobres, muito mais agora, que a Igreja tem
o compromisso de fazer discípulos de todas as nações.
2. Com maldição sois amaldiçoados: Em Mala-
quias 1:14, Deus amaldiçoa o enganador, que lhe prome-
teu um animal perfeito do seu rebanho, mas lhe ofereceu
um animal defeituoso. Em Malaquias 2:2, Deus garante
que amaldiçoará terrivelmente os sacerdotes que não
www.ib7.org 233
que procede toda boa dádiva. Deus promete derramar
sobre os fiéis torrentes caudalosas das suas bênçãos.
Baldwin diz que as janelas do céu, que se abriram para a
chuva durante o dilúvio (Gn 7:11), “choverão” uma sequ-
ência superabundante de presentes, quando Deus man-
dar.181 É bênção sobre bênção, é bênção sem medida.
É abundância. É fartura. Mais vale 90% com a bênção
do Senhor do que 100% sob a Sua maldição. Janelas
abertas falam não apenas de bênçãos materiais, mas de
toda sorte de bênção espiritual. Nós precisamos evitar
dois extremos: a teologia da prosperidade e a teologia
da miséria. A teologia da prosperidade limita as bênçãos
de Deus ao terreno material; a teologia da miséria não
enxerga a bênção de Deus nas suas dádivas materiais.182
CONCLUSÃO
www.ib7.org 235
3. Com relação ao culto que oferecemos a Deus hoje,
quais cuidados devemos ter para que seja aceitável e
aprazível ao Senhor?
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4. Qual é a advertência que Deus faz aos sacerdotes?
(2:1-9)
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5. Que prática estava sendo comum com relação ao
casamento que é denunciada pelo profeta? (2:10-15)
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6. O que Deus tinha a dizer sobre isso? (2:16)
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7. Qual é a atualidade desta mensagem aos nossos
dias?
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NOSSOS AUTORES
Pr. Jonas Sommer, é casado com Clarice e tem dois filhos: Marcos
Paulo, de 4 anos e Paula Hadassa, de 7 meses. Graduado em Teologia
pela Faculdade Teológica Batista do Paraná, possui Licenciatura Plena
em Letras Português-Inglês pela UNISEB. É Mestrando em Teologia
pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo/RS (EST). É diretor
do Departamento de Educação Cristã da CBSDB e coordenador do
TIME. É membro da Igreja Batista do Sétimo Dia de União da Vitória,
Paraná.
Pr. Renato Sidnei Negri Junior, casado com Priscilla Negri com quem
tem um filho, Eduardo, e estão na expectativa da chegada do segundo
filho. É pastor titular da 1ª Igreja Batista do Sétimo Dia de Iporã, Paraná.
É Técnico em Eletromecânica pelo Centro Estadual de Educação de
Curitiba. Graduou-se como Bacharel em Teologia pelo TIME e está con-
validando seu curso pela UNICESUMAR.
www.ib7.org 239
AUTORES CONVIDADOS
Pr. Alfredo Oliveira Silva, é casado com Lídia Souto de Moraes Oli-
veira Silva e pai de Anália e Mateus. Bacharel e Mestre em Teologia
pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil. É Pastor Auxiliar
na Igreja Presbiteriana Memorial de Piedade, Jaboatão dos Guarara-
pes-PE, e professor da Academia Memorial de Ensino Superior de Per-
nambuco (AMESPE). E-mail: alfredo.oliveiras@gmail.com Blog: http://
www.alfredooliveiras.blogspot.com/.