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1 - Introdução
a. ser simples, facilmente memorizável e permitir uma rápida determinação do grupo a que
o solo pertence, permitindo a classificação por meio de processos simples de análise
visual-táctil.
1
Mecânica dos Solos - vol. 1 – Benedito de Souza Bueno & Orencio Monje Vilar – Depto de
Geotecnia – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo
31
- classificação granulométrica;
a. Solo Superficial
b. Solo de Alteração
c. Solo Transportado
4 - Classificação Granulométrica
32
A determinação da curva granulométrica de um solo é tarefa simples e os métodos
atuais conduzem a uma exatidão razoável. NeIa os solos são designados pelo nome da fração
preponderante.
Esta última afirmação deve ser analisada com maior rigor, pois sabe-se que as
definições não deveriam ser baseadas simplesmente nas frações preponderantes, porquanto nem
sempre são elas que ditam o comportamento de um solo. Neste caso, preferindo-se agrupar os
solos quanto ao comportamento em detrimento das constituições, a classificação deveria
denominá-lo de acordo com a fração mais ativa, no seu comportamento.
Embora hoje recomendada mais para os solos grossos, a classificação granulométrica
tornou-se universalmente empregada. Não existe, entretanto uma concordância entre os
geotécnicos quanto ao intervalo de variação dos diâmetros de cada uma das frações que
compõem os solos. A Figura 25 dá uma idéia deste fato2.
2
A faixa granulométrica especificada pela ABNT 6502/95 é diferente da antiga apresentada na Figura 26
e é semelhante à do MIT da mesma figura. Considerar, adicionalmente, que entre 0,06 e 0,2mm situam-se
as areias finas; entre 0,2 e 0,6mm, as areias médias e entre 0,6 e 2mm, as areias grossas.
33
5 - Classificação do U.S. Corps of Engineers (Unificada)
34
Podem-se obter com a combinação destas letras os seguintes subgrupos: ML; MH; CL;
CH; OF; e OH.
Além dos subgrupos já citados existe um outro tipo de solo que não se enquadra em
nenhum deles, e são os solos turfosos, constituídos pelo elevado teor de matéria orgânica, tendo
alta compressibilidade. Este subgrupo foi designado pela sua abreviatura em Inglês Pt (peat).
Para uma visualização mais fácil da classificação dos solos finos, pode-se lançar mão da
carta de plasticidade. Nela, apresenta-se uma variação do limite de liquidez, em abscissas, e, em
função do índice de plasticidade, em ordenadas. A carta 6 dividi da em regiões limitadas por
duas linhas. A primeira, linha A com a equação IP = 0,73 (LL-20) separa os solos orgânicos
dos inorgânicos. A segunda, linha B, paralela ao eixo das ordenadas, tem equação LL = 50. A
sua direita situam-se os solos de alta compressibilidade; à sua esquerda, os de baixa
compressibilidade.
Quando um material cai em uma zona fronteiriça, entre duas regiões, pode-se classificá-
lo com letras dobradas (como CL - ML, por exemplo), uma vez que ele não possui
características específicas de determinada região. Os Quadros IV, V e VI resumem a
classificação do U.S. Public Roads (Unificada) e a Figura 27 mostra a carta de plasticidade.
6 - Classificação HBR
35
Q U A D R O IV: Classificação Unificada - Guia Classificação do Solo
Critérios para determinação dos símbolos e no mes Grupo No me do Grupo
dos grupos usando ensaios de laboratório (2)
Pedregulhos CU ≥ 4, 1 ≤ Cc ≤ 3 GW Pedregulho bem
Pedregulhos: Limpos graduado (5)
mais que 50% Pp, 200 < 5% CU < 4, e/ou 1 > Cc > 3 GP Pedregulho mal
da fração (3) graduado (5)
grossa, re- Pedregulhos Finos clas ML, GM Pedregulho
Solos tido na com finos sificados MH siltoso (5, 6, 7)
grossos #4 Pp, 200 > 12% como CL GC Pedregulho
(3) CH argiloso (5, 6, 7)
Pr, 200 > 50% Areias lim- CU ≥ 6, 1 ≤ Cc ≤ 3 SW areia bem
Areias: pas (4) graduada (8)
mais que 50% Pp, 200 < 5% CU < 6, e/ou 1 > Cc > 3 SP areia mal
da fração graduada (8)
grossa passa Areias com Finos clas ML, SM areia siltosa
na # 4 finos (4) sificados MH (6, 7, 8)
Pp, 200 > 12% como CL, SC areia argilosa
CH (6, 7, 8)
IP >, 7 pontos sobre ou CL argila pouco plás-
Siltes e Inorgâ- acima da linha A (9) tica (10, 11, 12)
nicos IP < 4, pontos abaixo da ML silte (10, 11, 12)
argilas linha A (9)
OL argila orgânica (10,11,12,13)
LL < 50% Orgânicos (LL)s < 0,75 (LL)n
Solos silte orgânico (10, 11, 12, 14)
Pontos sobre ou acima CH argila muito plás-
Finos
Siltes e Inorgâ- da linha A tica (10, 11, 12)
Pp, 200 > 50% nicos Pontos abaixo da linha MH silte elástico (10,11,12)
argilas A
OH argila orgânica (10,11,12,15)
LL ≥ 50% Orgânicos (LL)s < 0,75 (LL)n
silte orgânico (10,11,12,16)
Solos altamente orgânicos Principalmente matéria orgânica, cor PT Turfa
escura e cheiro
36
1: Válido para material passando na peneira de 75mm abertura
2: Se contiver seixos e matacões acrescentar “com seixos e matacões”.
Solos com Pp, 200 entre 5-12% exigem símbolo duplo.
3: Pedregulhos 4: Areias
GW - GM: Pedregulho bem graduado com silte SW - SM: Areia bem graduada com silte
GW - GC: Pedregulho bem graduado com argila SW - SC: Areia bem graduada com
argila
GP - GM: Pedregulho mal graduado com silte SP - SM: Areia mal graduada com silte
GP - GC: Pedregulho mal graduado com argila SP - SC: Areia mal graduada com argila
37
38
IG = 0,2 a + 0,005 a.c + 0,01 b.d
a = porcentagem do solo que passa na malha 200 (ASTM) menos 35. Se a porcentagem for
menor do que 35, adota-se 35 e se for maior do que 75, adota-se 75. Desta forma,
estabelece-se um número inteiro cujo intervalo de variação é de 0 a 40.
a = (% φ < # 200) - 35
b = porcentagem do solo que passa na malha 200 (ASTM) menos de 15. Se a porcentagem for
menor do que 15, adota-se 15, e se for maior do que 55 adota-se 55. Desta forma, cria-se
um número inteiro com intervalo de variação entre 0 e 40.
b = (% φ < # 200) - 15
39
c = valor do limite de liquidez do material menos valor de LL for maior do que 60, adota-se 60 e
se for menor do que 40, adota-se 40. Assim, cria-se um número inteiro, variando de O a
20.
c = LL - 40
d = valor do índice de plasticidade do material menos 10. Se este valor for menor do que 10,
adota-se 10 e se for maior do que 30, adota-se 30. Estabelece-se, deste modo, um número
inteiro com intervalo de variação entre O e 20.
d = lP - 10
Os solos são classificados em 7 grupos, de acordo com a granulometria (# 10, 50, 100,
200) e de conformidade com os intervalos de variação dos limites de consistência e índice de
grupo.
O Quadro VII fornece um resumo das características de cada grupo. A classificação é
feita da esquerda para a direita do quadro.
Nele pode-se notar:
Grupo A1: Pedregulho e areia grossa bem graduados, com pouca ou nenhuma plasticidade.
Grupo A2: Pedregulho e areia grossa bem graduados, com material cimentante de natureza
friável ou plástica.
Grupo A4: Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e de argila.
Grupo A5: Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e de argila, rico em mica e
diatomita.
Grupo A6: Argilas siltosas medianamente plásticas com pouco ou nenhum material grosso.
40
41
CAPÍTULO V3I
1- Definições
Neste caso, como os poros se interligam, a água intersticial está em contato com a água
situada sobre o solo e, portanto, a pressão neutra em qualquer ponto do plano a-a será igual à
pressão hidrostática.
u = γw hw = γw (h1 + h2)
A pressão que atua nos contatos interpartículas é denominada tensão efetiva (σ’) e é a
que responde por todas as características de deformação e resistência do arcabouço sólido do
solo.
A seguinte relação constitui um princípio da Mecânica dos Solos e vale para qualquer
solo saturado, independente da área de contacto entre as partículas:
σ'= σ - u
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Portanto, a tensão efetiva (σ') corresponde à diferença entre a tensão total (σ) e a
pressão neutra (u).
Vale ressaltar ainda que as considerações, aqui feitas, se aplicam somente no caso em
que não haja movimento de água no solo, e que a pressão neutra, sendo hidrostática, num ponto
qualquer, tenha a mesma intensidade, em qualquer direção.
2 - lmplicações
A variação de volume a que o elemento de solo estará sujeito não fica determinada pela
tensão normal total (∆σ) aplicada, como poderia ser à primeira vista, mas sim pela tensão
efetiva. Isso pode ser exposto por meio da seguinte expressão:
∆V
= −C (∆σ − ∆u )
v
∆V /V - variação de volume
C - compressibilidade do esqueleto do solo
Como se pode notar, uma variação de volume pode ocorrer sem que haja aumento de
tensão total sobre o solo; basta que haja uma variação da pressão neutra. Tal conclusão permite
explicar os recalques a que estão sujeitas estruturas apoiadas sobre solos de baixa
permeabilidade, e que ocorrem ao longo do tempo. A tensão total aplicada pelo peso da
estrutura e suportada primeiramente pela água intersticial, e só à medida que esse acréscimo de
pressões na água for dissipado (pela expulsão da água dos vazios, que se dá lentamente) é que o
arcabouço sólido passa a suportar as tensões. Assim, ocorre uma variação na pressão neutra, o
43
que provoca uma variação de volume do solo e, conseqüentemente o recalque da estrutura
(Capítulo IX).
No tocante à resistência dos solos (Capítulo XIII), temos que ela é diretamente
influenciada pelo atrito que se desenvolve nos contatos interpartículas. Tal atrito, é obviamente
função das forças normais interpartículas, em vez de força normal total (que atua também na
água intersticial).
Seja o perfil de solo esquematizado na Figura 29. A tensão total (σ) no plano a-a se
deverá à contribuição do peso de água e do peso de solo:
σ = γw. h1 + γsat . h2
u = γw (h1 + h2)
A massa específica submersa ou efetiva (γ'), que corresponde à diferença entre a massa
especifica saturada do solo e a massa específica da água, permite calcular a tensão efetiva, em
qualquer plano de um solo submerso.
O valor de γ‘ pode ser obtido, também, tendo em conta o Princípio de Arquimedes.
Veja a Figura 31 em que se fez o volume dá amostra igual a 1.
γ' = (l -n) γs - (l - n) - γw ou
44
45
CAPÍTULO Vll4
l - Introdução
2 - Esforços Geostáticos
No caso das tensões ocasionadas pelo peso próprio do solo (tensões geostáticas), é fácil
verificar que, se a superfície do terreno for horizontal, as tensões totais, a uma profundidade
qualquer, são obtidas considerando apenas o peso do solo sobrejacente (Figura 32.a).
Sendo a superfície do terreno, horizontal, não existem tensões de cisalhamento nos
planos horizontais, e dessa forma a tensão vertical total causada pelo solo é uma tensão
principal.
Freqüentemente, a massa específica varia com a profundidade. Se o solo é estratificado
e a massa específica de cada estreita é diferente (Figura 32.b), podem-se calcular as tensões
verticais totais da seguinte forma:
σv = ∑ γi . zi
σh = K . σv ,
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µσ v σ h σh
εx = − −µ =0
E E E
µ = coficiente de Poisson
E = módulo de Elasticidade
σ h = K0 ⋅ σ v
ou
σ v K 0σ v Kσ
µ − − µ 0 v = 0,
E E E
portanto,
µ
K0 =
1− µ
N = P cos i e T = P sen i .
47
Tais forças agem numa seção igual a bo x 1 , portanto, (Figura 3.3.b):
P
σv = σv = γ h cos i
b0
N
σn = σn = γ h cos2 i
b0
T
τ= τ = γ h sen i cos i
b0
48
coordenadas x, y e z, sendo ainda r a distância radial de A'O; R o vetor posição de A, e θ o
ângulo entre R e z.
As tensões verticais, radiais e de cisalhamento serão:
5
−
3P r
2
3P cos θ 3P z
5 3 2
σz = = ⋅ = 1 +
2π z 2 2π R 5 2πz 2 z
P r2z R − z
σr = 3 5 − (1 − 2µ ) 2
2π R R ⋅ r
É fácil verificar pela fórmula de σz, que há distribuição de tensões simétricas em cada
pIano horizontal, no interior da massa de solo. Em determinado pIano, a uma profundidade z, a
tensão máxima ocorre na mesma vertical de aplicação P (θ = 0o); por outro Iado, a medida que
nos distanciamos horizontalmente do ponto de aplicação de P (aumento de r) diminui a
intensidade das tensões aplicadas, até um ponto em a carga P, praticamente não exerce mais
influência. Essa situação é esquematizada na Figura 35, para alguns planos horizontais.
49
Unindo-se os pontos da massa de solo solicitadas por igual tensão, conforme vem
esquematizado na Figura 36, temos as ISÓBARAS. O corpo sólido constituindo de conjunto de
isóbaras forma o que se chama de bulbo de tensões.
50
Para o caso de uma área retangular de lados a e b uniformemente carregada (Figura 37),
as tensões em ponto situado a uma profundidade z, na mesma vertical do vértice O são dadas
pela seguinte fórmula.
( ) ( )
1 1
P 2mn m 2 + n 2 + 1 2 m 2 + n 2 + 2 2mn m 2 + n 2 + 1 2
σz = ⋅ + arctg 2
4π m 2 + n 2 + m 2 ⋅ n 2 + 1 m 2 + n 2 + 1 m + n 2 − m 2 ⋅ n 2 + 1
a b
em que m = e n=
z c
( ) ( )
1 1
σz 1 2mn m + n + 1
2 2 2 m +n +2
2 2
2mn m + n + 1 2
2 2
= ⋅ + arctg 2
P 4π m 2 + n 2 + m 2 ⋅ n 2 + 1 m 2 + n 2 + 1 m + n 2 − m 2 ⋅ n 2 + 1
Chamando o segundo termo dessa expressão de Iσ, a tensão vertical (σz) será:
σ z = P ⋅ Iσ
51
vértice de uma área uniformemente carregada, basta determinar a e b e os valores de m e n, e
obter Iσ do gráfico.
52
A Figura 40 mostra o bulbo de tensões para uma placa quadrada uniformemente
carregada.
Em se tratando de uma placa retangular em que uma das dimensões é muito maior que a
outra (como, por exemplo, no caso das sapatas corridas, fundação bastante comum em
residências), os esforços introduzidos na massa de solo podem ser calculados por meio da
fórmula desenvolvida por Carothers e Terzaghi. Veja o esquema da Figura 41, em que a placa
tem largura 2 b, e está carregada uniformemente com p. As tensões num ponto A situado a uma
profundidade z e distante x do centro da placa são dadas pelas seguintes expressões:
53
P
σ = (α + sen α ⋅ cos 2 β )
π
P
σ x = (α − sen α ⋅ cos 2 β )
π
P
τ xy = (sen α ⋅ sen 2 β )
π
54
O bulbo de pressões correspondentes a esse tipo de carregamento é mostrado na Figura
42.
55
c. Carregamento Uniformemente Distribuído sobre uma Área Circular
Os esforços produzidos por uma placa uniformemente carregada, na vertical que passa
pelo centro da placa, podem ser calculados por meio da integração da equação de Boussinesq,
para toda a Área circular.
Tal integração foi realizada por Love, e na Figura 43 têm-se as características
geométricas da área carregada.
A tensão efetiva vertical produzida no ponto A, situado a uma profundidade z é dada
por:
3
2
1
σ z = p 1 −
1 + r
2
z
σ z = p ⋅ Iσ
3
2
1
sendo Iσ = 1 −
r 2
1 +
z
56
No Quadro Vlll têm-se alguns valores de Iσ para distintas relações r/z.
R/z 0,10 0,25 0,5 0,75 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Iσ 0,014 0,087 0,284 0,488 0,646 0,829 0,910 0,949 0,968
R/z 3,50 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 ∞
Iσ 0,979 0,986 0,992 0,995 0,997 0,9980 0,9986 0,999 1
P x
σz = α1 + α 2 + (α1 − α 2 )
π b
P x 2 z r1r2
σx = α1 + α 2 + (α1 − α 2 ) − ln 2
π b b ro
57
P x z
σz = β + α − 2 ( x − b )
π a r2
P x 2z r z
σx = β + α + ⋅ ln o + 2 ( x − b )
π a a r1 r2
Baseado na equação de Love, que fornece o acréscimo de tensões ocasionadas por uma
placa circular uniformemente carregada, Newmark desenvolveu um método gráfico que permite
obter os esforços verticais produzidos por qualquer condição de carregamento uniforme,
atuando na superfície do terreno.
A aplicação desse gráfico é bastante útil e simples, sobretudo quando se tem várias
placas, de diferentes formas, as quais aplicam ao terreno diferentes carregamentos.
58
3
2
σz 1 = Iσ
= 1− −
P r
2
1+
z
0,1 p
σz = = 0,005 p
20
0,1 p
σz = = 0,005 p
20
Fazendo Iσ = 0,2 , resulta r/z = 0,40, ou seja, para que no ponto A haja uma tensão σ z
= 0,2 p é necessário que a area carregada tenha r = 0,4 z.
Na Figura 46, concêntrico com o círculo anterior, pode-se desenhar outro circulo de r =
0,40 z. Como o primeiro circulo produzia um acréscimo de 0,1p, é evidente que a coroa circular
agora gerada produz outro acréscimo igual a 0,1p: Prolongando-se os raios que dividiam o
primeiro círculo em partes iguais, teremos a coroa circular dividida em partes cuja influência 6
também 0,005 P.
A parcela de contribuição de cada uma das partes é chamada de unidade de influência, e
no exemplo dado vale 0,005.
59
Na Figura 47 , apresenta-se um gráfico de Newmark com a respectiva escala (z) a partir
do qual foi construído. Para calcular o acréscimo de tensões ocasionadas por placa
uniformemente carregada, faz-se coincidir o centro do gráfico de Newmark com o ponto em que
se deseja calcular esse acréscimo. A área carregada é desenhada numa escala tal que a
profundidade, em que se deseja conhecer o acréscimo, fique representada pelo valor de z, a
partir do qual foi elaborado o gráfico. Em seguida, contam-se as unidades de, influência
englobadas pelo contorno da área, e calcula-se a tensão vertical, que é dada por:
σz = p⋅ N ⋅I ,
60
3.4 A Solução de Westergaard
Nos depósitos sedimentares em que aparecem entre meadas camadas de material fino e
lentes de areia, a solução de Boussinesq não se aplica, uma vez que esses depósitos têm
capacidade de oferecer grande resistência a deformações laterais.
Para simular esta condição de anisotropia, Westergaard introduziu um novo modelo
matemático, baseado nas mesmas condições de carregamento de Boussinesq (Figura 48), e no
qual as deformações laterais são totalmente restringidas. Segundo Westergaard, a tensão vertical
a uma profundidade z é dada por:
p (1 − 2µ ) / (2 − 2µ )
σz =
2πz 2 3
r
2
2
(1 − 2µ ) / (2 − 2µ ) +
z
p 1
σz =
πz 2 3
r 2
2
1 + 2
z
61
Da mesma forma que ocorreu na solução de Boussinesq, a de Westergaard pode ser
estendida para outros tipos de carregamento. A Figura 49 mostra os bulbos de tensão para placa
quadrada e retangular de comprimento infinito, de acordo com Westergaard.
Na comparação das duas soluções, para acréscimo de tensões verticais, pode-se concluir
que:
b. para r/z, cerca de 1,8, as duas soluções fornecem valores aproximadamente iguais;
e. para r/z, maior que 1,8, a equação de Westergaard fornece valores maiores;
d. para uma placa retangular uniformemente carregada, quando a maior dimensão (l)
for maior que três vezes a menor dimensão (b) (l > 3b),pode-se considerar essa
placa como de comprimento infinito;
e. para uma profundidade (z) maior que três vezes a largura da placa uniformemente
carregada (z >3b), pode-se considerar a carga concentrada atuando no centro de
gravidade ela placa e calcular o acréscimo de tensões, aplicando a fórmula de
Boussinesq para carga pontual.
62
Para obtenção de estimativas de produção de tensões, ao longo da profundidade, pode-
se admitir que haja uma distribuição uniforme de tensões e arcas que aumentam
progressivamente com a profundidade.Costuma-se arbitrar que essas tensões se propagam
segundo uma inclinação de 2:1 ou segundo algum angulo (geralmente 30o). De acordo com a
Figura 50, teríamos, se admitirmos uma distribuição de 2:1:
P
q=
(B + z )(L + z )
No caso de placa de forma quadrada:
P
q=
( B + z )2
63
3.6 - Limitações da Teoria da Elasticidade
a. O solo pode ser admitido como elástico somente para pequenas deformações. Dessa forma
não há proporcionalidade exata entre tensão e deformação, sobretudo quando as
deformações são grandes. Nesse caso, é necessário dividir o carregamento, que provoca a
deformação, em estádios sucessivos e obter para cada carregamento parâmetros elásticos
diferentes. Portanto, para a aplicação da Teoria da Elasticidade, necessário que os
acréscimos de tensão sejam pequenos e que o estado final de tensões esteja muito aquém da
ruptura.
64