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Direito tributário
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O direito tributário é o segmento do direito financeiro que define como serão cobrados dos cidadãos
(contribuintes) os tributos e outras obrigações a ele relacionadas,[1] para gerar receita para o Estado (fisco). Tem como
contraparte o direito fiscal ou orçamentário, que é o conjunto de normas jurídicas destinadas à regulamentação do
financiamento das atividades do Estado. Direito tributário e direito fiscal estão ligados, por meio do direito financeiro,
ao direito público.
Ocupa-se das relações jurídicas entre o Estado e as pessoas jurídicas de direito privado e físicas concernentes à
instituição, à imposição, à escrituração, à fiscalização e à arrecadação dos tributos. No Brasil, dentre tais tributos
incluem-se ao menos os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria.
Hugo de Brito Machado define direito tributário como: (...) o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e
as pessoas sujeitas às imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o
cidadão contra os abusos desse poder. [2]
A característica de uma imposição sob os princípios do Estado de Direito está exatamente na disciplina da relação
tributária por meio da norma jurídica. A lei outorga ao Estado a pretensão ou direito de exigir de quem está submetido
à norma, uma prestação pecuniária que chamamos de tributo, que é resultante do poder de tributar. O direito
tributário é assim um direito de levantamento pecuniário entre os jurisdicionados, porém disciplinado sobre a base
dos princípios do Estado de Direito.
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Índice
História
No Brasil
Função dos tributos
Tipos de tributos
Impostos
Taxas
Tarifa
Contribuições de melhoria
Contribuições Especiais
Empréstimo compulsório
Princípios tributários
Princípio da legalidade
Princípio da igualdade ou da isonomia
Princípio da irretroatividade
Princípio da anterioridade de exercício
Princípio da anterioridade mínima (nonagesimal)
Princípio da anualidade
Princípio do não-confisco
Princípio da liberdade de tráfego
Princípio da uniformidade geográfica
Princípio da não concessão de privilégios a títulos federais
Princípio da capacidade contributiva
Princípio da pessoalidade
Princípio da não cumulatividade
Princípio da seletividade
Imunidades
Fontes do direito tributário
Fontes materiais
Fontes formais
Formação da obrigação tributária
Processo de determinação e de exigência de créditos tributários da União
Direito fiscal
Ver também
Referências
História
O direito tributário, assim como os outros ramos da ciência jurídica, teve sua formação e desenvolvimento de maneira
lenta. Não se sabe exatamente quando e onde a cobrança de tributos e impostos começou.
No latim, fisco (fiscus) era o apelativo de um paneiro de pôr dinheiro, um cesto de junco ou vime, com asas e que,
segundo Juvenal, era sinônimo de tesouro do príncipe ou bolsinho imperial. Embora a palavra "fisco" corresponda
hoje ao sujeito ativo da relação jurídico-tributária, vê-se que, historicamente, fisco, em contraposição ao tesouro
público (aerarium populi romani), era o tesouro privado do imperador, donde veio a palavra "confisco".
O primeiro sistema de tributação conhecido foi o do Antigo Egito por volta de 3000 a.C. - 2800 a.C., durante a
primeira dinastia do Antigo império.[3] Os registros documentais do período afirmam que o faraó realizava uma
excursão bienal em todo o reino, com a cobrança de receitas fiscais dos seus súditos. Outros registros conhecidos são
recibos de celeiros reais pela compra de cereais, de calcário e de papiros.[4] Registros sobre o princípio da tributação
também são descritos na Bíblia. Em Gênesis (capítulo 47, versículo 24), há a seguinte afirmação:
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Mais tarde, na Índia sob domínio islâmico, os governantes determinaram a cobrança do jizya (um imposto para os não
muçulmanos), a partir do século XI, sendo que este, anos mais tarde, foi abolido por Akbar.
Há vários registros de cobrança de impostos na Europa desde o início do século XVII. Mas os níveis de tributação são
difíceis de comparar: sua dimensão e o fluxo econômico por eles gerado e os números da produção da época não são
disponíveis. Entretanto, o lucro estatal (despesas menos receitas) da França durante o século XVII passou de um
montante de 24,30 milhões de libras na década de 1600 para cerca de 126,86 milhões de libras na década de 1650 e
para 117,99 milhões de libras na década de 1700.[7] Quando a dívida pública atingiu 1,6 bilhões de libras em 1780-89, o
lucro estatal atingiu 421,50 milhões de libras. A tributação como percentual da produção de bens finais pode ter
alcançado um total de 15% a 20% durante o século XVII em nações como a França, Holanda e Suécia. Durante o
período da Revolução Francesa, as alíquotas cobradas na Europa aumentaram drasticamente e, na medida em que a
guerra civil se prolongava e ficava mais cara, os governos europeus se tornaram mais centralizados e adeptos de
recolhimento de impostos. Este aumento foi maior na Inglaterra, em que a carga tributária aumentou cerca de 85%
durante este período. As receitas per capita de impostos cresceram quase seis vezes ao longo do século XVIII.[8]
Na Idade Média, no feudalismo, os impostos eram destinados aos senhores feudais, perdendo assim o caráter fiscal.
Eles serviam como um agradecimento ao senhor feudal que lhe permitia usar e morar em sua propriedade.
Os tributos eram cobrados, também, dos territórios conquistados, as colônias. As nações que exigiam tributo de outros
povos frequentemente recebiam ouro e prata, ou produtos escassos em sua própria terra. Desta forma, fortaleciam sua
posição econômica ao passo que debilitavam as nações subjugadas, apropriando-se de grande parte de seus recursos.
O sistema de cobrança da coroa portuguesa sobre a colônia Brasil era, por exemplo, a derrama, onde um quinto de
tudo que foi produzido era destinado à coroa). Com a vinda do rei Dom João VI para o Brasil, os tributos cobrados
eram empregados dentro do nosso próprio país, mas em benefício da família real e quase nunca em benefício do povo.
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Após a independência do Brasil e a criação da Constituição Federal, surge a ideia de se criar impostos de maneira
formal. Os impostos e ou tributos, no início, eram diferentes entre províncias, mas, com o passar do tempo, houve a
necessidade de melhor ordená-los. Em 1934 ocorreu a separação em tributos da União, tributos dos Estados e tributos
dos Municípios e em 1978 surge a estrutura de um sistema tributário nacional integrado, o que em 1984 modifica-se
novamente para a separação de formas de cobrança entre Estados e Municípios. Já na Constituição de 1988 criam-se
normas reconfortantes para a população, nas quais a cobrança de impostos só pode acontecer se este estiver prevista
na lei.
No Brasil
A Constituição de 1988 está vigente até hoje, encontramos nela os artigos 145 a 162, referentes às tributações, os quais
definem as limitações ao poder de tributar do Estado, organiza o sistema tributário e detalha os tipos de tributos e a
quem cabe cobrá-los.
Hoje os impostos são divididos em federais, estaduais e municipais, os quais incidem sobre renda, patrimônio e
consumo das pessoas físicas e jurídicas.[9]
A Constituição Federal estabelece a competência tributária, conceito que atribui a um determinado ente o poder de
tributar. Tal poder foi dividido entre os entes federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Tal medida
consagrou o princípio do federalismo. O poder de tributar, porém, diz respeito à cobrança dos tributos.
Segundo Richard Musgrave (1976), entende-se por Sistema Tributário como sendo o complexo orgânico formado
pelos tributos instituídos em um país ou região autônoma e os princípios e normas que os regem. Por consequência,
podemos concluir que o Sistema Tributário Brasileiro é composto dos tributos instituídos no Brasil, dos princípios e
das normas que regulam tais tributos.
O Código Tributário Nacional dispõe sobre o sistema tributário brasileiro e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, Estados e Municípios. Em seu artigo 3º, preceitua que tributo é "toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada".
Os tributos formam a receita da União, Estados e Municípios e abrangem impostos, taxas, contribuições e
empréstimos compulsórios. Eles podem ser diretos ou indiretos. No primeiro caso, são os contribuintes que devem
arcar com a contribuição, como ocorre no Imposto de Renda. Já os indiretos incidem sobre o preço das mercadorias e
serviços.
Recente emenda à constituição brasileira de 1988 inseriu a Contribuição de iluminação pública. Embora o Supremo
Tribunal Federal ainda não tenha se manifestado sobre a sua natureza, acreditam os doutrinadores que se trata de
uma contribuição.
Fiscal: Quando têm, como objetivo, a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. Imposto sobre a
Renda e Proventos de Qualquer Natureza, por exemplo.
Extrafiscal: Quando o objetivo é interferir no domínio econômico, buscando regular determinados setores da
economia. As mudanças no Imposto sobre Produtos Industrializados possuem essa função. Há, também, o
chamado tributo extrafiscal proibitivo, com alíquotas elevadíssimas, com o objetivo de inibir ou frear certas
atividades econômicas, que, embora lícitas, são consideradas nocivas à sociedade, como é o caso da produção
e venda de cigarro. Tributo extrafiscal proibitivo é o dever preestabelecido por uma regra jurídica que o Estado
utiliza como instrumento jurídico para impedir ou desestimular, indiretamente, um ato ou fato que a ordem jurídica
permite. [3]
Parafiscal: Quando ocorre a delegação, pela pessoa política (União, Estados-Membros, Distrito Federal e
Municípios), mediante lei, da capacidade tributária ativa a terceira pessoa (de direito público ou privado), de
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forma que esta arrecade o tributo, fiscalize sua exigência e utilize-se dos recursos auferidos para a consecução
de seus fins. Por exemplo, a contribuição anual paga pelos advogados à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Tipos de tributos
Existem duas teorias em relação à quantidade de tributos no Brasil: a teoria tripartida e a teoria pentapartida[10] A
teoria tripartida é pautada no Código Tributário Nacional (CTN), que diz, em seu artigo 5º, que os tributos são
impostos, taxas e contribuições de melhoria. Essa teoria atualmente é falha, pois o CTN é anterior a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. Sendo assim, não é a teoria mais aceita atualmente.[11] A teoria pentapartida,
teoria majoritariamente aceita pelos doutrinadores e pelo Supremo Tribunal Federal, é aquela que, além de aceitar as
três espécies clássicas que o CTN mostra, também aceita o empréstimo compulsório e as contribuições especiais,
institutos que a constituição brasileira de 1988 trouxe.
Impostos
São tributos cuja obrigação tem, por fato gerador, uma situação independente de qualquer atividade estatal específica
relativa ao contribuinte. Os impostos se caracterizam por serem de cobrança compulsória e por não darem um retorno
ao contribuinte sobre o fato gerador. Por exemplo, um imposto sobre posse de automóvel não necessariamente será
revertido em melhorias das condições das vias urbanas ou rodovias.
Taxas
As taxas são tributos incidentes sobre um fato gerador e que são aplicados em contrapartida a esse fato gerador, ou
seja, a taxa é a contrapartida que o contribuinte paga em razão de um serviço público que lhe é prestado ou posto à sua
disposição. Além da contrapartida de um serviço público prestado ou posto à disposição, as taxas também estão
relacionadas ao poder de polícia da administração, englobando fiscalizações e licenciamentos em geral.
Uma taxa só pode ser instituída por uma entidade tributante da mesma competência. Não necessariamente o
contribuinte da taxa vai usar o serviço, apenas terá o serviço à disposição.
"Constituição Brasileira de 1988 – Artigo 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios poderão instituir
os seguintes tributos:"
"II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição"
A taxa é compulsória, pois visa a resguardar o interesse público; não pode haver a recusa na prestação do serviço.
Exemplo: coleta de lixo urbano. A contraprestação pelo serviço é devida independentemente da vontade do
contribuinte (artigo 145, II, da Constituição Brasileira de 1988). Não há finalidade lucrativa, a prestação pecuniária
existe somente para cobrir os custos da atividade. Desse modo, a taxa pode ser definida como um tributo, sendo
instituída unilateralmente pelo poder público, obrigando o particular à sua incidência nos casos de algumas atuações
estatais específicas, decorrentes do poder de polícia ou na prestação de alguns serviços públicos específicos.
Tarifa
A tarifa (também chamada de preço público) é a contraprestação devida pela prestação de serviços públicos, regida
pelo direito privado, por empresas públicas, sociedades de economia mista, empresas concessionárias e
permissionárias de serviços públicos (artigos 2° e 3° do Código de Defesa do Consumidor). Diferentemente da taxa, a
tarifa (ou preço público) é facultativa, ou seja, somente poderá ser cobrada caso haja a efetiva utilização do serviço
público ofertado; ela não pode ser imposta. A finalidade lucrativa existe como o principal interesse do particular em
explorar uma atividade pública. A tarifa não possui natureza jurídica de tributo. Exemplos: transporte coletivo urbano
e telefonia.
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Contribuições de melhoria
As contribuições de melhoria são tributos que têm, como fato gerador, o benefício decorrente das obras públicas. São
cobradas somente na região beneficiada pela obra. Não necessariamente essas contribuições refletem em "melhoria",
uma vez que algumas obras públicas em determinadas regiões tendem a desvalorizar os imóveis locais. O fundamental
para o fato gerador é o benefício decorrente da obra pública.
Assim, a contribuição de melhoria é instituída para custear obras públicas das quais decorra valorização de bens
imóveis. Tem, como limite total da cobrança, o custo da obra, e, como limite individual, a valorização acrescida a cada
imóvel.
Contribuições Especiais
Também chamadas de contribuições sociais ou parafiscais, estão previstas nos artigos 149 e 149-A da Constituição
brasileira de 1988, sendo tributos cuja característica principal é a finalidade para a qual é destinada sua arrecadação.
Podem ser: sociais, de intervenção no domínio econômico, de interesse de categorias econômicas ou profissionais e
para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP).
Empréstimo compulsório
Segundo o artigo 148 da Constituição brasileira de 1988, a União poderá instituir, mediante lei complementar,
empréstimos compulsórios:
1. para atender às despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
2. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Princípios tributários
O direito tributário é regido por alguns princípios, dos quais trata a Constituição Federal. Os princípios tributários
norteiam a competência dos entes políticos, e junto com as imunidades, que são regras que proíbem a tributação sobre
certos bens, pessoas ou fatos, determinam os limites ao poder de tributar destes entes políticos. Os princípios tratados
pela Constituição Brasileira estão elencados abaixo:
Princípio da legalidade
O texto do referido art. 150, I da CF estabelece que "é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça". O princípio da legalidade tributária limita a atuação
do poder tributante em prol da justiça e da segurança jurídica dos contribuintes. Seria temeroso permitir que a
Administração Pública tivesse total liberdade na criação e aumento dos tributos, sem garantia alguma que protegesse
os cidadãos contra os excessos cometidos.
O princípio da legalidade tributária nada mais é que uma reverberação do princípio encontrado no art. 5º, II da CF
onde lemos que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei", o
constituinte quis deixar bem claro a total submissão dos entes tributantes ao referido princípio, para que não restasse
dúvida de natureza alguma. A lei a que se refere o texto constitucional é lei em sentido estrito, entendida como norma
jurídica aprovada pelo legislativo e sancionada pelo executivo, ao contrário da lei em sentido amplo que se entende
como qualquer norma jurídica emanada do Estado que obriga a coletividade, assim os tributos só podem ser criados
ou aumentados através de lei “strictu sensu”.
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Na própria CF encontramos algumas exceções em relação ao princípio da legalidade: o Poder Executivo tem liberdade
de alterar as alíquotas dos impostos sobre exportação, importação, produtos industrializados e sobre operações
financeiras através de decreto. É importante frisar que em relação à criação de tributos não existem exceções, ou seja,
todos os tributos devem ser criados por lei (em sentido estrito).
Cabe lembrar também que o STF sempre admitiu o uso de medidas provisórias para trato de todas as matérias
submetidas à "reserva de lei ordinária", já que, entende aquele pretório, as MP´s têm força de lei, podendo, portanto,
instituir, majorar, isentar, enfim, tratar de todos os assuntos enumerados no artigo 97 do CTN. Desde que as medidas
Provisórias sejam aprovadas até o final do exercício.
Princípio da irretroatividade
O princípio da irretroatividade da lei é princípio geral de direito, salvo quando interpretativa ou para beneficiar. A
jurisprudência brasileira, de acordo com a súmula 584 do Supremo Tribunal Federal, vinha consagrando, mormente
em Imposto de Renda, a irretroatividade da lei fiscal. Ora, no Brasil, o IR está calcado no dualismo: ano-base da
declaração. Dessa forma, ano-base é de 1º de janeiro a 31 de dezembro, sendo que o ano da declaração é o momento
em que nas palavras de Sacha Calmon Navarro Coelho o contribuinte "recata os fatos tributáveis, dimensiona a base
imponível, aplica as alíquotas, obtém o quantum devido e recolhe o imposto, sob a condição suspensiva de, a
posteriori, o fisco concordar com o imposto declarado".
Na legislação brasileira, este princípio está regulado pelo art. 150, III, b da Constituição Federal. A regra geral
determina que não poderá ser cobrado tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou. As exceções ao princípio da anterioridade de exercício estão elencadas no mesmo artigo, em
seu § 1º: são os impostos federais de função regulatória (Imposto de importação e Imposto de Exportação, IOF e IPI),
imposto extraordinário de guerra (art. 154, II, CF) e o empréstimo compulsório destinado a atender a despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (art. 148, I, CF).
Princípio da anualidade
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O princípio da anualidade explana que deverá haver a inclusão da lei tributária material na lei orçamentária. Dessa
forma a lei tributária material deverá ser anterior à lei orçamentária. A anualidade compreende a anterioridade da lei e
a autorização orçamentária. No entanto, este princípio não mais tem guarida na Constituição Federal, no entanto, o
mesmo é um velho princípio que vem desde o império, passando pela primeira república, sendo que foi ignorado pelo
Estado Novo, e voltando na Constituição de 1946, submergindo novamente na Constituição de 1967.
Embora na esfera federal não exista tal princípio, nada obsta que o princípio da anualidade seja aclamado pela
Constituição estadual dos Estados-membros, exigindo o princípio para os tributos locais, ampliando as garantias do
contribuinte estadual. O mesmo ocorre com os Municípios e com o Distrito Federal, uma vez que os mesmo poderão,
em suas leis orgânicas, criar o princípio da anualidade. Assim a anualidade continua existindo em matéria
orçamentária.
Princípio do não-confisco
O princípio da vedação ao confisco é uma derivação do direito de propriedade, é uma limitação negativa ao poder de
tributar imposta ao Estado, proibindo-o de usar os tributos para confiscar os bens ou o patrimônio de particulares.
Princípio da pessoalidade
A imposição tributária deve levar em consideração as características pessoais do contribuinte. Entretanto, tal
providência nem sempre se afigura possível, principalmente no que se refere aos impostos que tributam o consumo
(ICMS e IPI, por exemplo), mas para dar cumprimento à pessoalidade a Constituição Federal prevê a seletividade.
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Princípio da seletividade
Este princípio é de cumprimento obrigatório no caso do Imposto sobre Produtos Industrializados e facultativo no caso
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
Em função da importância e necessidade de um produto se tem a diminuição da carga tributária, e aos que tem menos
importância aumenta-se a carga tributária. O Estado seleciona tais produtos.
Imunidades
As imunidades tributárias são normas jurídicas contidas no texto da Constituição que estabelecem a incompetência da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituição de tributos em determinas situações. [12]
As situações em que as aludidas pessoas integrantes da administração direta não possuem competência para esta
instituição estão discriminadas no inciso VI do artigo 150 da Constituição e dizem respeito às hipóteses de instituição
de tributos sobre:
Fontes materiais
As fontes materiais são os fatos do mundo real sobre os quais haverá a incidência tributária. São os fatos geradores da
incidência tributária, como os produtos industrializados, as operações de crédito entre outros.
Fontes formais
São basicamente os atos normativos que adicionam regras tributárias ao sistema. Podem assim ser consideradas
fontes formais de direito tributário as normas constitucionais, emendas constitucionais, leis complementares, leis
ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções.
As fontes formais merecem ainda uma subdivisão em principais (ou primárias ou imediatas) e secundárias:
As fontes formais principais são aquelas que modificam de maneira real o ordenamento jurídico. Exemplos são:
Constituição Federal, emenda constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, decreto legislativo,
resolução e similares.
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As fontes secundárias por sua vez não modificam de maneira prática o ordenamento jurídico, estas apenas
garantem a executividade das fontes primárias como por exemplo decreto regulamentar, regulamento, instruções
ministeriais, ordens de serviço, normas complementares entre outras.
O particular fica determinado a pagar uma prestação de cunho patrimonial, prevista na legislação. A prestação pode
servir para pagar tributo, ou penalidade, dependendo de como é definido pela lei o ato praticado pelo particular. O
contribuinte pode ainda ser instado a fazer coisa no interesse do Fisco, ou deixar de praticar algum ato de acordo com
a lei.
A constituição e exigência do crédito tributário, quando formalizadas em auto de infração, é competência de Auditor
Fiscal da Receita Federal do Brasil e deve ser instruído com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos
de prova indispensáveis à comprovação do ilícito (arts. 25 e 31).
Regularmente intimado, ao sujeito passivo é facultado o pagamento da exigência ou sua contestação por meio da
apresentação de impugnação formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar. A
impugnação instaura a fase litigiosa do procedimento suspende a exigibilidade do crédito (art. 56)
A impugnação mencionará a autoridade julgadora a quem é dirigida, a qualificação do impugnante, os motivos de fato
e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. A impugnação deverá
ainda expor as diligências ou perícias pretendidas, bem como os motivos que as justifiquem acompanhadas dos
quesitos referentes aos exames desejados e, em caso de perícia, da indicação e qualificação do perito. Não atendidos
tais requisitos, os pedidos de diligência ou perícia serão considerados não formulados. Por fim, deve ser indicado se a
matéria já foi submetida à apreciação judicial.
É importante assinalar que a prova documental deverá ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o
impugnante fazê-lo em outro momento processual, salvo se demonstrada a impossibilidade de apresentação por
motivo de força maior. Também é possível a apresentação posterior nas hipóteses de a prova referir-se a fato ou
direito superveniente ou ainda destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. A juntada
posterior de documentos deverá ser requerida à autoridade julgadora com a demonstração fundamentada da
ocorrência das excepcionalidades citadas (art. 57).
A matéria que não tenha sido expressamente contestada será considerada não impugnada (art. 58). Como
consequência, o crédito a ela referente não terá sua exigibilidade suspensa.
Instaurado o litígio pela apresentação da impugnação, compete às Delegacias da Receita Federal do Brasil de
Julgamento o julgamento do processo. As Delegacias de Julgamento são órgãos de deliberação interna, têm natureza
colegiada e integram a estrutura da Secretaria da Receita Federal do Brasil (art. 61). A competência das Delegacias de
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Julgamento abrange, além do julgamento de impugnação a auto de infração e notificação de lançamento, os relativos a
manifestação de inconformidade em processos relativos à compensação, restituição e ressarcimento de tributos e a
impugnação de ato declaratório de suspensão de imunidade e isenção.
O sujeito passivo poderá recorrer de decisão de primeira instância que lhe for total ou parcialmente contrária, no
prazo de trinta dias da ciência da decisão. O recurso possui efeito suspensivo na parte recorrida (art. 73).
A competência para o julgamento do recurso voluntário é do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (art. 75).
Direito fiscal
A expressão direito fiscal era utilizada por doutrinadores portugueses e franceses e foi empregada pela doutrina
brasileira nos primeiros trabalhos que versaram sobre o assunto que hoje é mais frequentemente referido por direito
tributário.[16]
Em sentido comum, direito fiscal ainda é hoje usado no Brasil como sinônimo de direito tributário. Nesse sentido,
Fisco designa o Tesouro e Fiscal o agente público cuja função é policiar a arrecadação tributária no país.
Analisando tecnicamente a questão Aliomar Baleeiro afirmou que "...embora etimologicamente, o direito fiscal dê
compreensão mais ampla que a de Direito Tributário, ambos são considerados sinônimos na linguagem científico-
jurídico moderna...". Como referência para essa regra o mesmo autor cita a correspondências entre as expressões
internacionais droit fiscal, fiscal law, Steuerrecht e diritto tributario, adotadas pela Associação Internacional de
Direito Financeiro e Fiscal, com sede em Haia.
Paulo de Barros Carvalho pensa que a expressão direito fiscal, por enfatizar a disciplina da atuação do Fisco, sugere
um conjunto de normas menos amplo do que aquele sugerido pela noção de direito tributário.[16]
Nos meios técnicos administrativos e contábeis do Brasil, o uso como sinônimo das expressões direito fiscal e direito
tributário tem gerado alguma confusão. Seria mais viável se fosse reconhecido tecnicamente, dentro do país, que
direito tributário se refere a legislação sobre tributos, (receita tributária ou receita orçamentária), enquanto direito
fiscal se torna mais apropriado no que concerne a despesa pública (despesa orçamentária) — ambos como
ramificações do direito financeiro interno. Assim, quando um especialista brasileiro falasse em "ajuste fiscal", ficaria
claro que ele estava se referindo a uma economia nas despesas. E um hipotético acerto amplo na política de tributos,
por outro lado, quase sempre é expresso como "reforma tributária".
Ver também
Receita pública
Receita tributária
Despesa pública
Orçamento público
Competência tributária
Legislação tributária
Capacidade tributária
Administração fiscal
Repetição do indébito
Contabilidade tributária
Direito fiscal
Elisão e evasão fiscal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_tributário 11/12
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Planejamento fiscal
Paraíso fiscal
Administração tributária
Referências
1. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Manual de Direito Tributário. 8ª Edição. Niterói:Editora Método, 2009,
página 3
2. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 28. ed. São Paulo: Malheiros.
3. «Taxes in the Ancient World» (http://www.upenn.edu/almanac/v48/n28/AncientTaxes.html) (em inglês). University
of Pennsylvania. 2 de abril de 2002
4. Olmert, Michael (1996). Milton's Teeth and Ovid's Umbrella. Curiouser & Curiouser Adventures in History (em
inglês). New York: Simon & Schuster. p. 41. ISBN 0-684-80164-7
5. «Darius I the great, King of Persia» (http://www.1902encyclopedia.com/D/DAR/darius-i-the-great.html). 1902
Encyclopedia
6. «History of Iran (Persia)» (http://www.historyworld.net/wrldhis/PlainTextHistories.asp?historyid=aa65) (html) (em
inglês). History World. Consultado em 30 de abril de 2011
7. Norberg, Kathryn (1994). Fiscal Crises, Liberty, and Representative Government, 1450-1789 (em inglês). [S.l.:
s.n.] p. 238
8. Hoffman, Phillipe (1994). Fiscal Crises, Liberty, and Representative Government, 1450-1789 (em inglês). [S.l.:
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9. Impostos (http://www.suapesquisa.com/o_que_e/impostos.htm) Sua Pesquisa
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11. BANDEIRA, Milton. Direito Tributário. In: Flávia Cristina (org.). Exame da OAB. Salvador: JusPODIVM, 2012,
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12. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, página 236.
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15. Marins, James (2002). Direito Processual Tributário Brasileiro ( Administrativo e Judicial). [S.l.: s.n.]
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