Sei sulla pagina 1di 96

geografia

2019

1
UNIDADE 1
GEOGRAFIA FÍSICA
CAPÍTULO 2
ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA

Por volta de 5 bilhões de anos uma nuvem de gás e poeira se


contraiu e o Sol se concretizou, as partículas que não se
agruparam no Sol, foram se agrupando em locais diferentes
dando origem aos planetas.

O Ferro e Níquel se fundiram, originando o núcleo da Terra.


Todavia, em sua superfície flutuavam rochas em oceanos
vermelho.

Com a superfície mais espessa, os vulcões contribuíram com erupções


simultâneas, dando origem a atmosfera. A transformação da crosta
terrestre é constante, as bordas dos continentes, local conhecido como
fenda, estão sempre sujeitas à modificações resultantes de forças
internas do planeta.

Por volta de 3,5 bilhões de anos, a formação dos continentes era


bem diferente da formação atual.

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

A Terra é dividida em três camadas: Crosta, Manto e Núcleo.

A estrutura interna da Terra pode ser comparada com um ovo de


galinha. A Crosta terrestre corresponde a casca do ovo, de
espessura fina e frágil. O Manto sendo a clara e o Núcleo sendo
comparado a gema.

A Crosta varia de 6 a 70 km de profundidade, a primeira camada


da crosta é chamada de Sial, dominado pela presença de Silício e ERAS GEOLÓGICAS
Alumínio, a segunda camada da crosta é a Sima, composta por
Silício e Magnésio. O Manto tem espessura média de 2.900 km, O tempo de vida humano é completamente diferente do tempo
divido em manto superior e inferior. de vida geológico. Em uma comparação, ao associarmos a vida
do Planeta Terra em um ano (365 dias), o homem apareceria nos
O Núcleo é composto por Níquel e Ferro, também dividido em últimos segundos do dia 31 de dezembro! Desta forma, diferentes
duas partes, núcleo externo (Estado de fusão) e interno (NiFe). eras geológicas marcam as modificações que o planeta veio
sofrendo ao longo dos seus 4,6 bilhões de anos de idade.

Fonte: Atlas geográfico mundial. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1994.

Fontes: Viktor Leinz & S. E. do Amaral, Geologia geral

“Em todo o processo de formação da Terra, houve um inter-


relacionamento entre as ‘esferas’. Isso determina um equilíbrio
no planeta: se ocorre alguma alteração em uma das ‘esferas’, as
outras também podem ser afetadas.” (LUCCI, 2012, p. 85).

Ao longo de sua formação o planeta já possuiu diferentes


características em consistência e principalmente em temperatura,
houve períodos com temperaturas extremamente elevadas, e
supostamente o planeta passou por processo de glaciação.

2
Depois da formação da crosta terrestre, os vulcões que se
constituíram junto a ela entraram em erupção ao longo de
milhões e milhões de anos, emitindo os gases que formaram a
atmosfera terrestre, muito embora a composição dessa
atmosfera, na ocasião, fosse muito diferente dos dias de hoje.
Entre esses gases, havia muito vapor de água que foi se
condensando e dando origem a muitas e grandiosas chuvosas,
responsáveis pela existência dos oceanos da Terra, que
apresentavam uma composição inicial bastante ácida.

Os primeiros seres vivos que existiram na face da Terra datam de


3,8 bilhões de anos, e os cientistas os chamam de estromatolitos.
Esses primeiros seres vivos eram bem simples. À medida que os
anos iam passando, eles iam evoluindo e, a partir deles, outras
formas de vida iam surgindo. Milhões de anos depois surgiram os
organismos invertebrados. Segundo pesquisadores, as esponjas
foram os primeiros animais invertebrados a surgir na Terra, há
650 milhões de anos; e há 520 milhões de anos surgiram os
primeiros vertebrados. Não se sabe ao certo como surgiu a
espécie humana na Terra. Várias são as teorias sobre o seu
aparecimento e a sua evolução. Cientistas acreditam que a
espécie humana surgiu entre 125 e 250 mil anos e foi evoluindo
aos poucos.

Vale destacar que a crosta terrestre apresenta uma forma não


contínua, ou seja, durante o seu processo de formação, devido à
interferência das forças internas realizadas pelo manto terrestre,
ela estruturou-se em vários “pedaços”, que chamamos de placas
tectônicas e que estão em constante movimento. Por isso, antes
existia apenas um continente, o Pangeia, que se desmembrou
gradativamente na estrutura continental atual.

FORÇAS ENDÓGENAS E EXÓGENAS

Os agentes resultantes nas modificações da superfície terrestre


são chamados de Endógenos quando surgem de dentro da Terra.
São denominadas agentes Exógenos todas as forças que atuam
na Terra oriundas de fora dela.
Movimentos:
 Orogênese: Movimento horizontal.
 Epirogênese: Movimento vertical.
Fontes: Viktor Leinz & S. E. do Amaral, Geologia Geral Movimento das Placas Tectônicas
Os movimentos entre as placas tectônicas podem gerar diferentes
DERIVA CONTINENTAL resultados. Todo movimento tectônico é oriundo de uma força exercida
pelo planeta Terra. Esta força pode ser devastadora, acarretando em
A Teoria da Deriva Continental foi elaborada com base no terremotos e maremotos. As Correntes de Convecção são
resultado do deslocamento das placas tectônicas em todo o responsáveis pelo deslocamento das placas. A crosta “flutua” por cima
planeta. No Século XVI, Alfred Wegener discorreu sobre a das correntes de magma, sujeita às ações deste composto.
fragmentação dos continentes. Seus estudos apontavam uma
terra homogênea, denominada Pangeia (200 milhões de anos).
Com os movimentos tectônicos, a Pangeia foi se dividindo – e por
volta de 180 milhões de anos – já havia uma divisão mais
concreta de dois continentes. Laurásia, para o hemisfério norte e
Gondwana para o hemisfério sul. Há 65 milhões de anos, início do
período Terciário, os continentes ainda não estavam na atual
posição, porém seus traços são mais perceptíveis. Hoje, com a
crosta ainda em movimento (imperceptível), acompanhamos um
resultado de 200 milhões anos distribuídos agora em seis
continentes: América, Ásia, África, Antártica, Oceania e Europa.

Fonte: Graça M. Lemos Ferreira. Moderno atlas geográfico.

3
Movimento de Subducção (Convergente)
O movimento de subducção é reconhecido quando uma placa
tectônica rebaixa a outra placa erguendo-se por cima dela. Este
mergulho causas um imenso estrago na superfície. No meio dos
oceanos, este fenômeno da origem as Fossas Marinhas.

Movimento de Afastamento (Divergente)


Cada placa possui seu vetor de deslocamento. O espaço aberto
ocasionado pelo afastamento pode ser logo preenchido por uma
atividade vulcânica. Muitas ilhas oceânicas emergem desta forma.

ROCHAS

Movimento de Deslizamento (Transformante)


É um movimento onde cada placa se desloca para um sentido
oposto. Gerando falhas na superfície terrestre. A conhecida Falha
de San Andréas, na Califórnia – EUA é um resultado desta força.

As rochas são agregadas de minerais ou apenas de um


mineral solidificado. Podendo ser dividida em três estágios:
Magmáticas, Sedimentares e Metamórficas.
Transgressões e Regressões Marinhas
Minerais
São invasões e recuos da água do mar no ambiente costeiro
durante as eras geológicas. Movimento epirogenético Elemento ou composto químico natural. Atualmente, já existem
responsável por moldar o litoral. minerais artificiais, produzidos pelo homem. Minerais em estado sólido
são representados pela sua dureza: Escala de Mohs que varia a dureza
Terremotos
de 1 à 10.
Os limites entre as placas tectônicas, as conhecidas fendas,
Na Escala de Mohs, o mineral mais duro é o Diamante, dureza 10. O
são zonas de atrito. Um “simples” deslocamento de uma
Talco tem dureza 1 e ocupa o primeiro lugar na lista. Desta forma,
placa é capaz de fazer grande estrago em um país inteiro.
somente um diamante risca outro diamante e o talco pode ser riscado
Movimentos bruscos na zona das fendas são denominados
por qualquer mineral.
terremotos. Ondas sísmicas captam sua intensidade, que é
aplicada para Escala Richter, variando de grau 1 à 9. A Os minerais são classificados em:
energia liberada no hipocentro do terremoto está localizada
no interior da Terra. Na superfície, a energia liberada tem a  Metálicos: Exemplos: Ferro, Manganês, Alumínio e Magnésio
maior intensidade no epicentro. Os danos acima do grau 6 (abundantes). Cobre, Chumbo, Estanho, Prata, Ouro, Urânio e
na Escala Richter são comparados às bombas atômicas. Mercúrio (escassos).
 Não-Metálicos: Exemplos: Quartzo, Apatita, Enxofre e Feldspato.
Vulcanismo
Recursos Minerais
Vulcão é uma montanha. O material quente e pastoso
liberado é a lava. O mesmo material, estando dentro do No âmbito dos minerais, denomina-se minérios aqueles onde a extração é
vulcão é chamado de magma. Na cratera do vulcão, possível e geralmente envolve interesse econômico e indústria.
conhecido como boca, também saem cinzas tóxicas, gases Os minérios são caracterizados pelas propriedades particulares e só
poluentes e fragmentos de rochas. A atividade vulcânica pode viram produtos de consumo quando submetidos à industrialização. Por
ocasionar em terremotos. Na maioria das vezes, são exemplo, a bauxita: 1.000 kg de alumínio vem de 5.000 kg de minério
inferiores aos terremotos causados pelo movimento bruto de bauxita.
tectônico, contudo causam estragos.
HotSpots são áreas de intenso vulcanismo. As atividades
vulcânicas nos oceanos dão origem às cordilheiras
submersas, ilhas e montes submarinos e anéis de fogo.
4
Tipos de Rochas  Físico: Força que NÃO ALTERA as propriedades da matéria,
apenas no tamanho físico. Exemplos: Ação do vento sobre uma rocha.
a) Rochas Magmáticas (Ígneas) Aquecimento e resfriamento sequenciais, resultando no rompimento
das ligações. Comparação: Uma folha de papel rasgada. Não deixou
de ser folha, só alterou seu formato e tamanho.

Fonte: DNPM

As rochas com origem vulcânica são classificadas como extrusivas e


intrusivas, sua composição mineral pode ser de quartzo, mica e feldspato.
 Extrusivas (Efusivas): Magma resfriado na superfície terrestre. Fonte: Google Imagens.
Exemplos: Basalto.
 Intrusivas (Plutônicas): Magma resfriado no interior da Terra.  Químico: Força que ALTERA as propriedades da matéria.
Exemplos: Granito. Exemplos: A ação da água em uma rocha. Comparação: Uma folha
de papel queimada, deixou de ser papel e passou a ser cinza.
b) Rochas Sedimentares (Estratigráficas)

Fonte: Google Imagens.


Fonte: DNPM  Biológico: Uma combinação do intemperismo físico com o
Uma rocha sedimentar tem origem: Orgânica, Química ou Detrítica. químico. Ação de seres vivos responsáveis pelas modificações.
Exemplos: Uma raiz de uma árvore, ao se infiltrar no subsolo,
 Orgânica: Formada pelo acúmulo de detritos orgânicos. Exemplos: consegue romper rochas e ao mesmo tempo causar mudanças
Carvão Mineral químicas no local.
 Química: Formada pela decomposição de sedimentos por processos
químicos. Exemplos: Rochas calcárias de uma caverna.
 Detrítica: Formada pela decomposição e deposição de detritos de outras
rochas. Exemplos: Arenito (Resultado do acúmulo de grão de areia).

c) Rochas Metamórficas
Resultam do metamorfismo ou transformação de uma rocha magmática
ou sedimentar em uma rocha metamórfica. Submetida a elevadas
pressões e temperaturas, as rochas se modificam ganhando novas
características, formatos e cores. Exemplos: Gnaisse, que vem do
metamorfismo do Granito (Rocha magmática). Exemplos: Quartzito,
resultado da transformação do Arenito (Rocha Sedimentar Detrítica).
Fonte: Google Imagens.

EROSÃO

Sofrer a ação simultânea do intemperismo pode agregar em uma


erosão. Erosão é um comportamento natural do planeta Terra,
contudo, o homem vem agravando este cenário com a
modificação da paisagem. As partículas se desprendem do
material de origem e são deslocadas pelo espaço geográfico.
 Erosão Fluvial: Tem como agente modelador do relevo a água dos
rios, que através do seu fluxo e vazão gera desgaste nas margens.
Fonte: DNPM

INTEMPERISMO

Toda ação em um composto rochoso, durante muito tempo geológico


resulta em uma modificação. Esta modificação é causada
consequentemente por um somatório de fatores. Chuva, vento,
aquecimento, resfriamento e seres vivos atuam diretamente nas
rochas da Terra. O intemperismo pode ser divido em Físico,
Químico e Biológico:

Fonte: Google Imagens.

5
 Erosão Pluvial: Bombardeamento de gotículas de chuva no  Erosão Eólica: Responsabilidade do vento, que desloca
solo. Sem proteção, o choque da água (fenômeno conhecido partículas de diferentes tamanhos pelo espaço geográfico.
como efeito splash), degrada gradualmente o solo. Com proteção,
a partícula d’água choca com a vegetação que absorve o impacto.

Fonte: Google Imagens.

 Erosão Cárstica: Formação de relevo cárstico, conhecido como


Fonte: Google Imagens. cavernas. Esta erosão vem da atuação da água em ambientes de
calcário (Carbonato de Cálcio). As cavernas são oriundas da
 Erosão Marinha: Choque de ondas em blocos rochosos por dissolução conforme a equação: H₂O + CO₂→ H₂CO₃. A água da
milhões de anos cujo resultado é o desprendimento do material. chuva em contato com o dióxido de carbono vira ácido carbônico.
Grandes crateras, falésias e buracos são encontrados em locais Este agente corrói estruturas de carbonato de cálcio (CaCO₃),
de erosão marinha. desfragmentando o relevo, dando início a uma caverna. CaCO₃ +
H₂CO₃→ Ca₂ + 2 HCO.

Fonte: Google Imagens.

Fonte: Google Imagens.

 Erosão Glacial: Envolve gelo. Os polos passam por duas


estações bem definidas, verão e inverno. No verão, boa parte da
água descongela e se transforma em água líquida. Seis meses
após o verão, esta água volta ao estágio sólido, expandindo seu
volume. As fendas das rochas que antes continham água líquida,
agora sofrem com a expansão do gelo que atinge 9% a mais do
volume original.

Fonte: Google Imagens.

6
UNIDADE 1 DOMÍNIOS ESTRUTURAIS DO BRASIL
GEOGRAFIA FÍSICA
CAPÍTULO 2 a) Crátons: Correspondem a estruturas geológicas muito antigas,
aproximadamente 36% do território nacional. Formação Pré-
ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA
Cambriano. Composto por rochas magmáticas e metamórficas.
O Brasil está localizado no centro da placa tectônica Sul-Americana.
Sofreram forte ação do intemperismo no decorrer do tempo geológico.
Os crátons são divididos em:
 Escudos Cristalinos: São aflorados, ficam expostos na superfície
para ação erosiva.
 Plataformas: Estão localizados embaixo da terra. Recoberto por
camadas sedimentares.
b) Bacias Sedimentares: São as depressões preenchidas com detritos
e sedimentos de áreas vizinhas. O transporte deste material é de
responsabilidade do vento, chuvas e rios. Aproximadamente 64% do
território brasileiro é composto por bacias sedimentares. Local de
abundancia em combustíveis fósseis: Petróleo e Carvão Mineral. As
bacias brasileiras são caracterizadas pelo posicionamento horizontal
das camadas rochosas, fato explicado pela ausência de um tectonismo
forte na região capaz de desestruturar estas camadas subterrâneas.

Wilson Teixeira e outros (orgs.). Decifrando a Terra. SP, Oficina de Textos. Deposição de detritos ou sedimentos e formação de rocha sedimentar.

Distante das fendas, sua atividade sísmica é fraca em relação aos c) Dobramentos Modernos: São formados quando há um choque de
pontos mais próximos. Faz fronteira ao lado esquerdo com a placa de placas tectônicas capaz de levantar o relevo, gerando montanhas e
Nazca. Para o lado direito, encontra-se a placa Africana. O Brasil, cordilheiras. Sua formação é de rochas com baixo grau de resistência.
portanto, não possui atividade tectônica de alto risco. São registrados O período de formação está presente nas eras geológicas recentes:
os movimentos das placas nos sismógrafos brasileiros, porém, são de Cenozoica. Exemplos: Cordilheira dos Andes e Himalaia. O Brasil não
amplitude fraca, sem danos ao território. possui dobramentos modernos.

Fonte: Mastergeografia

DERRAMES DE LAVA NO BRASIL


No passado geológico, o Brasil sofreu alguns derrames de lava por
extintos vulcões. Áreas de rochas magmáticas e solos férteis.

7
UNIDADE 1
GEOGRAFIA FÍSICA
CAPÍTULO 3
GEOMORFOLOGIA: O RELEVO E A
ESTRUTURA GEOLÓGICA

RELEVO TERRESTRE

O relevo terrestre é diverso e possui grandes variedades. São escarpas,


planícies, depressões, planaltos, chapadas e muitas outras formações.

Relevo é o resultado das diversas configurações da crosta terrestre. A


altitude apresentará valores positivos em relevos acima do nível do
mar e valores negativos abaixo do nível do mar.
Fonte: Google Imagens.
Os diferentes tipos de relevo são:
c) Montanhas: Resultam do processo de movimentação das placas
tectônicas ou por vulcanismo.

Fonte: Google Imagens.

a) Planície: Superfície plana, localizada poucos metros acima do nível


do mar. Áreas baixas, são formas de relevo cujo predomínio é de Fonte: Google Imagens.
deposição de sedimentos. São formações recentes, divididas em:
d) Depressões: São áreas baixas em relação ao seu entorno. Predominam
 Planície Costeira: Próxima aos oceanos. os processos erosivos. Classificadas em:
 Relativa: Depressões situadas abaixo do nível das áreas vizinhas,
porém acima do nível do mar. Exemplo: Depressão da Amazônia.
 Absoluta: Depressões abaixo do nível do mar. Exemplo: Mar Morto,
batimetria: 395m.

RELEVO SUBMARINO
A superfície terrestre é composta por diversas formas de relevo. No
fundo dos oceanos não é diferente, existem formações que variam de
acordo com a profundidade.
a) Plataforma Continental: Corresponde aos primeiros 200m de
profundidade, relevo plano submerso. Concentração de fauna e flora e
recursos minerais.
b) Talude: É a borda da plataforma. Rampa de acesso para a zona
Fonte: Google Imagens. mais profunda. Atinge no máximo 2 mil metros de profundidade.

 Planície Continental: Próxima aos rios. c) Região Abissal (Pelágica): É a região curta da crosta. Dentro deste local,
abaixo dos 2 mil metros de profundidade, há uma variedade de estruturas:
Cordilheiras meso-oceânicas, vulcões, dorsais, montanhas, fossas e
depressões. As estruturas que emergem para acima da superfície líquida
são as ilhas oceânicas como: Fernando de Noronha, Trindade de origem
vulcânica e o Atol das Rocas, origem biológica.
Margem continental oriental sul-americana

Fonte: Google Imagens.

b) Planaltos: Superfície plana, onde os processos de erosão são


maiores. Denomina-se planalto as áreas planas acima de 200 metros
do nível do mar, podendo ultrapassar os 2 mil metros de altitude. Nas
bordas das Chapadas (Planaltos Tabulares), aparecem as escarpas ou
Fonte: Marinha do Brasil – SECIRM (Secretaria da comissão interministerial para
cuestas, formações que parecem rampas. os recursos do mar)

8
UNIDADE 1 Classificação do Relevo Segundo Jurandyr Ross
GEOGRAFIA FÍSICA
 Propôs uma nova divisão do território brasileiro.
CAPÍTULO 4
 Adicionou seus conhecimentos junto aos de Aziz Ab’Saber e
CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO Aroldo Azevedo.
BRASILEIRO  Análise Geomorfológica: Noções de morfoestrutura,
morfoclimáticas e morfoesculturas.
Classificar o relevo exige interpretar a paisagem geográfica.
 Morfoestrutura: influência geológica exerce na gênese do relevo.
Muitos autores clássicos da Geografia atual se responsabilizaram
 Morfoclimáticas: influência do clima no molde do relevo.
por levantar mapas cujas informações foram se tornando mais
 Morfoesculturas: influenciado pelos paleoclimas, climas de
concretas com o avanço da ciência e tecnologia.
eras geológicas antigas.
Na década de 40, Aroldo de Azevedo, acompanhado de Generais  28 Unidades Geomorfológicas: 11 Planaltos, 6 planícies e 11
do Exército, representou os relevos do Brasil em um mapa e depressões.
ganhou reconhecimento nacional. Poucos recursos, baixa
Pontos Culminantes do Brasil (fonte: IBGE - 2015)
tecnologia, trouxeram como resultado um mapa simples com
poucas unidades de relevo.  Pico da Neblina: 2.995,30 metros (Serra do Imeri, Amazonas)
Seguindo os passos de Aroldo de Azevedo, o Geógrafo  Pico 31 de Março: 2.974,18 metros (Serra do Imeri, Amazonas)
internacionalmente conhecido, Aziz Nacib Ab’Saber (Década de  Pico da Bandeira: 2.891,32 metros (Serra do Caparaó, Minas
60) continuou seu trabalho amparado de mais recursos, e com Gerais/Espírito Santo).
um avanço simbólico na cartografia nacional.  Pico Pedra da Mina: 2.798,06 metros (Serra da Mantiqueira, Minas
Gerais/São Paulo).
Jurandyr Ross (Década de 90) completou a obra com informações  Pico das Agulhas Negras: 2.790,94 metros (Serra da Mantiqueira,
mais concretas, detalhadas e atuais. Desta vez, contava com Minas Gerais/Rio de Janeiro).
apoio de satélites, e de tecnologias mais aperfeiçoadas para o  Pico do Cristal: 2.769,05 metros (Serra do Caparaó, Minas Gerais).
mapeamento topográfico.  Monte Roraima: 2.734,05 metros (Serra de Pacaraima, na
fronteira entre o Brasil, Guiana e Venezuela).
Classificação do Relevo Segundo Aroldo de Azevedo
Planaltos – São formas de relevo elevadas, com altitudes
 Dividiu o território em sete unidades.
superiores a 300 metros. Podem ser encontradas em qualquer
 Quatro planaltos: Guianas, Central, Atlântico e Meridional.
tipo de estrutura geológica. Nas bacias sedimentares, os planaltos
 Três planícies: Amazônia, Pantanal e Costeira.
caracterizam-se pela formação de escarpas em áreas de fronteira
com as depressões. Formam também as chapadas, extensas
superfícies planas de grande altitude.
Depressões – São áreas rebaixadas em consequência da erosão,
que se formam entre as bacias sedimentares e os escudos
cristalinos. Algumas das depressões localizadas às margens de
bacias sedimentares são chamadas depressões marginais ou
periféricas. Elas estão presentes em grande número no território
brasileiro e são de variados tipos, como a depressão da Amazônia
Ocidental (terrenos em torno de 200 metros de altitude).
Planícies – São unidades de relevo geologicamente muito
recentes. É uma superfície extremamente plana, sua formação
ocorre em virtude da sucessiva deposição de material de origem
marinha, lacustre ou fluvial em áreas planas. Normalmente, estão
localizadas próximas do litoral ou dos cursos dos grandes rios e
lagoas, como as planícies da lagoa dos Patos e da lagoa Mirim, no
litoral do Rio Grande do Sul.

Classificação do Relevo Segundo Aziz Nacib Ab’Saber


 Adicionou novos conhecimentos.
 Dividiu o território em dez unidades.
 Acrescentou os planaltos: Maranhão-Piauí e o Uruguaio-Sul-
Rio-Grandense.
 Dividiu o Planalto Atlântico em duas unidades: Planalto
Nordestino e Serras e Planaltos do Leste e Sudeste.

9
UNIDADE 1
GEOGRAFIA FÍSICA
CAPÍTULO 5
PEDOLOGIA GERAL E DO BRASIL

CONCEITO

É uma rocha decomposta, contendo parte do seu material de origem


e acréscimos de outros materiais. É uma camada superficial da crosta
terrestre oriunda da degradação das rochas + vida microbiana. O solo
é formado por partículas de diferentes micro tamanhos, minerais,
coloração e estruturas.

O solo é resultado da ação de vários elementos: água, clima,


organismos vivos, relevo, tipo de rocha e o tempo de atuação desses
fatores. Em função da ação conjunta dos diversos fatores, originam-se
diversos tipos de solo.

A decomposição das rochas por ação dos agentes físicos, químicos ou


biológicos dão origem aos componentes minerais. A incorporação e a
decomposição de elementos orgânicos animais e vegetais (húmus),
dão fertilidade ao solo.

PROCESSOS PEDOGENÉTICOS
As rochas existentes na superfície da Terra estão sujeitas
Processos que dão origem ao solo, mostrando sua evolução. Um solo
ao intemperismo, que é o conjunto das modificações de natureza física
não se forma de um dia para o outro. Muitos solos são velhos, de eras
(desagregação) e química (decomposição) que elas sofrem e que
geológicas antigas. Já não possuem capacidade de suportar
dependem de vários fatores, como clima, relevo, fauna, flora, tipo de
plantações. Por outro lado, existem solos novos, os neossolos. As
rocha e tempo de exposição.
variáveis que influenciam na formação são: umidade, ação biológica,
mudanças abruptas de clima entre outros.
Os produtos friáveis e móveis formados pelo intemperismo e que não
são imediatamente removidos pela água, vento ou gelo evoluem, Meteorização
sofrendo uma reorganização estrutural, e dão origem ao que se chama
de solo, num processo conhecido por pedogênese. Ação sofrida pela rocha até gerar as pequenas partículas que
compõem os solos.
Não é fácil definir solo porque, além de ser um material complexo, a
Rocha-mãe
definição necessariamente precisa levar em conta sua utilização. Para
o geólogo, por exemplo, o solo é o produto de alteração das rochas; A rocha-mãe, ou matriz, dá origem a um solo. Suas características estão
para um arqueólogo, é o meio em que ficam preservados registros de presentes no solo e influenciam na sua fertilidade.
civilizações passadas; para o agrônomo ou agricultor, é o meio onde
crescem as plantas; para um engenheiro, é o material em que serão Horizontes do Solo
fixadas as fundações de uma construção; para um hidrólogo, é um Cada horizonte tem determinada característica. Também
meio em que se armazena água subterrânea. chamado de perfil do solo, os horizontes se estabelecem conforme
sua idade.
Para o estudioso das ciências da Terra, pode-se definir solo
como o “produto do intemperismo, do remanejamento e da  Horizonte O: Parte mais superficial do solo, contém matéria
reorganização das camadas superiores da crosta terrestre, sob ação orgânica em decomposição.
da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera e das trocas de energia  Horizonte A: Solo arável, conhecido como horizonte mineral.
envolvidas” (Toledo, 2000).  Horizonte B: Formado por partes bastante desagregadas da
rocha-mãe.
Dependendo dos fatores que afetam o intemperismo, citados no início,  Horizonte C: Regolito, formado por partes grandes de rocha, esta
os solos terão características e propriedades físicas, químicas e físico- camada não tem potencial agrícola pelo tamanho das partículas.
químicas diferenciadas. Poderão ser argilosos ou arenosos; vermelhos,  Horizonte R: Último horizonte. Rocha-mãe ou matriz.
amarelos ou cinza-esbranquiçados; ricos ou pobres em matéria
orgânica; espessos ou rasos; homogêneos ou estruturados em
horizontes bem definidos.

10
Característica dos Solos Em razão dessa cor, aqueles italianos chamaram o solo de terra rossa,
Textura ou seja, terra vermelha. Mas, pela semelhança de rossa com roxa, os
brasileiros passaram a chamar a terra vermelha de terra roxa, um
A textura de um solo vai depender da proporção de Argila, Silte equívoco que se perpetuou e continua sendo usado.
ou Areia de sua composição.
Solos Comuns em Provas
A diferença está na porosidade: capacidade de infiltração de água.
A variação na textura pode ser reparada nas camadas adentro do solo.  Massapê - é um solo escuro, argiloso e orgânico, originado da
desagregação e decomposição da rocha gnaisse. Aparece em
Fertilidade grande trecho do Nordeste Brasileiro, na região chamada de Zona
da Mata, onde desde o século XVI se cultiva a cana-de-açúcar,
Os elementos nutritivos do solo variam conforme sua origem. que se adapta muito bem a esse tipo de solo.
Fatores como: boa drenagem, topografia plana e manejo são os  Terra roxa - é um solo avermelhado e vulcânico, originado da
mais favoráveis para a fertilidade do solo. A classe de litossolos é decomposição do basalto. Aparece no oeste do estado de São
um exemplo de solo de baixa fertilidade. Paulo e no norte do Paraná. É excelente para a agricultura e,
desde o século passado é utilizado para a cultura do café.
 Solos Argilosos: Retém mais água, suas partículas são agregadas
e a água enfrenta dificuldade em penetrar para as profundezas. Principais Tipos de Solos no Brasil
 Solos Arenosos: Possuem grandes poros, fator que facilita o
escoamento da água para o subsolo.
Profundidade
É a espessura de um solo. Quanto mais camadas, mais profundo. A
classificação de profundidade equivale:
 Raso: menor ou igual a 50m.
 Pouco Profundo: maior que 50m e menor que 100m.
 Profundo: maior que 100m e menor que 200m.
 Muito Profundo: maior que 200m.
As características do relevo em que o solo se formou são primordiais
na evolução do solo. Locais rebaixados, tendem a acumular mais
partículas. Solos rasos alcançam a rocha-mãe com mais facilidade.

SOLOS BRASILEIROS
O território brasileiro encontra-se quase todo na zona tropical e tem
um relevo que desde o final do Cretáceo (Verificar aula de GEOLOGIA
GERAL) não sofreu grandes movimentações. Assim, a natureza da
rocha e o relevo têm importância secundária na formação dos solos,
sendo o clima fator predominante na pedogênese.
Os solos mais importantes em termos de extensão ocupada são de longe
os latossolos, que ocorrem praticamente em todo o país e se desenvolvem
sobre todos os tipos de rocha. São solos com baixa capacidade de troca de
cátions, com presença de argilas de baixa atividade, geralmente muito
profundos (mais de 2 m), bem desenvolvidos e de cor amarela a
vermelho-escura (pela concentração de óxidos e hidróxidos de ferro e
alumínio), localizados em terrenos planos ou pouco ondulados.
São típicos de regiões de clima tropical úmido e semiúmido.
Predominam os Latossolos, Argissolos e Neossolos, que no conjunto se
distribuem em aproximadamente 70% do território nacional.
As classes Latossolos e Argissolos ocupam aproximadamente 58% da área
e são solos profundos, altamente intemperizados, ácidos, de baixa
fertilidade natural e, em certos casos, com alta saturação por alumínio.
Na área da Floresta Amazônica, o desenvolvimento de árvores gigantescas
leva a crer em um solo muito fértil. Mas essa fertilidade provém apenas da
matéria orgânica nele acumulada. Uma vez desmatada uma área, as
abundantes chuvas logo carregam a cobertura orgânica do solo, deixando
aflorar um horizonte arenoso, de baixa fertilidade.
Os solos brasileiros estão bem estudados e foram cartografados pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, que os vem
mapeando sistematicamente desde 1960.
Esse trabalho levou à criação do Sistema Brasileiro de Classificção de
Solos, que compreende seis níveis hierárquicos: ordem, subordem,
grande grupo, subgrupo, família e série. Os dois últimos níveis ainda
são objeto de discussão.
Esse sistema estabeleceu uma classificação específica para os solos do
Brasil, publicada em 1999. Essa classificação compreendia
originalmente 14 ordens, conforme se vê na tabela anterior (Toledo et
al., 2000). Mas em 2005 foi eliminada a ordem dos alissolos, por se
considerar o teor de alumínio de importância secundária. Lixiviação

Curiosidade! Infiltração de água nos solos, em outras palavras é a lavagem do


solo. São facilmente erodidos pela ausência de ligações entre as
Quando os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil, partículas. Solos porosos tendem a apresentar mais erosões.
instalaram-se em áreas de solo argiloso, desenvolvidas sobre basaltos.
Esses solos são avermelhados pela oxidação da magnetita (um óxido
de ferro), sempre presente no basalto.

11
COMPROMETIMENTO DOS SOLOS NO MUNDO  Terraceamento: cultivo em terraços, conserva bem o solo,
propício a ambientes montanhosos. Os degraus de vegetação
A degradação do solo é um assunto atual. A erosão é uma causa desaceleram as aguas pluviais, acumulando em piscinas.
de sua degradação. Erosão é um fator natural, porém o homem
intensifica este processo ao executar excessivas tarefas como
derrubada de vegetação para o manejo de uma plantação.
Milhões de partículas de solo são arrastadas anualmente da superfície
para os rios, cursos d’água e mar. Estas partículas, acumuladas
sequencialmente, podem assorear locais onde a água passa. No Brasil,
esta realidade é alarmante e preocupante.

Fonte: Google Imagens.

Contaminação de Solos
A poluição do solo é entendida como qualquer alteração que
descaracterize o solo de sua estrutura natural. Ocorre pela introdução
de substâncias ou produtos poluentes em estado sólido, líquido e
gasoso, podendo comprometer a saúde humana, animal e vegetal.
O uso de fertilizantes é um tipo de poluição de origem rural. É usado
para atender à demanda de nutrientes das culturas, mas mesmo
quando aplicado da melhor forma, a assimilação pelo vegetal nunca é
total, resultando em um excedente que se incorpora ao solo, causando
um desequilíbrio da composição natural do solo.
Alguns metais pesados estão presentes nos fertilizantes, como chumbo e
cádmio aumentando a toxicidade do solo. Os defensivos agrícolas
(inseticidas, herbicidas etc.) são utilizados para combater pragas que atuam
em plantações. Essas substâncias são absorvidas pelo solo, contaminam as
plantações e são inseridas nas cadeias alimentares presentes no local. Outra
consequência é a redução da fertilidade do solo contaminado.
A poluição de origem urbana ocorre pela disposição de resíduos gerados
pelas indústrias, residências, serviços e comércio. O lixo degradado resulta
na produção de chorume, um líquido proveniente da decomposição da
matéria orgânica. Quando o depósito de lixo é feito a céu aberto (lixões),
o chorume se infiltra no solo carregando micro-organismos, metais
Laterização pesados, nitratos, fosfatos, além de outras substâncias poluentes. O lençol
freático também acaba sendo contaminado.
A água é o principal fator de erosão nos solos. As erosões mais
comuns são: Brasil: potencialidade agrícola natural do solo
 Ravinas: Rasgões contínuos (buracos) na paisagem.
 Voçorocas: São as ravinas mais evoluídas, ao ponto de atingir
o lençol freático
Estágios de ravinamento numa encosta

Potencial Agrícola
O Brasil tem um grande potencial de solos ácidos. A acidez de um
solo pode ser mensurada pelo potencial hidrogênio (pH). A escala
de acidez corresponde de 0 à 14, onde o número 7 equivale a um
solo neutro, que não é ácido nem alcalino. Abaixo de 7, os valores
são para solos ácidos. O Latossolo-Vermelho, tem pH que varia
de 5 a 5,5. Valores acima de 7 são alcalinos. A fertilidade das
plantas é mais eficiente em solos neutros. Para isto acontecer, a
tecnologia atual permite a correção dos valores de pH por meio
de vários processos.
 Calagem: Adiciona-se calcário (CaCO3₃). O cálcio abaixa a acidez.
 Gessagem: Adiciona-se gesso (CaSO₄2H₂O). O gesso corrige
o pH de solos alcalinos.
 Coivara: Utilizado por comunidades tradicionais, corta-se a
vegetação, posteriormente ateia fogo na vegetação rasteira
restante, onde as cinzas adubam o solo.
12
UNIDADE 1 Outro aspecto que temos que levar em consideração é o de que a
GEOGRAFIA FÍSICA população humana praticamente triplicou de tamanho no último
CAPÍTULO 6 século, levando a uma maior demanda de água, não só para o
consumo humano, mas também para a produção de alimentos e
HIDROGRAFIA GERAL
criação de animais.

RECURSOS HIDRÍCOS No Brasil, se traçarmos um paralelo entre a concentração dos recursos


hídricos em cada região com o percentual da população brasileira que
A hidrosfera é composta por diferentes tipos de distribuição de água. habita tal região, veremos que a região norte concentra
Os recursos hídricos são as águas superficiais, subterrâneas aproximadamente 70% dos recursos hídricos e 7% da população
disponíveis para qualquer tipo de uso de região ou bacia e as águas brasileira. No outro extremo temos a região Sudeste, que concentra
atmosféricas. As águas subterrâneas são o principal reservatório de 6% dos recursos hídricos e mais de 40% da população brasileira.
água doce disponível para o Homem (aproximadamente 60% da
população mundial têm como principal fonte de água os lençóis No âmbito do desenvolvimento sustentável, o manejo sustentável dos
freáticos ou subterrâneos) (Miranda, 2006). recursos hídricos compreende as ações que visam garantir os padrões
de qualidade e quantidade da água dentro da sua unidade de
conservação, a bacia hidrográfica.

Águas Continentais
A água doce está distribuída em geleiras, aquíferos, rios, lagos etc.
Regime dos Rios
 Regime Fluvial: Fluxo de um rio.
 Regime Pluvial: Águas das chuvas se direcionam as drenagens,
causando aumento na vazão (Q).
 Regime Nival: Derretimento de gelos em montanhas e calotas
formam rios e nascentes de diferentes tamanhos.
 Rio Perene: Contém água o ano inteiro
 Rio Intermitente (Sazonal): Na estação da seca, o rio deixa de
A água é um recurso natural que ocupa aproximadamente 70% da existir em alguns pontos.
superfície da Terra. No entanto, 97% desta água é salgada e, portanto,
imprópria para o consumo. Os 3% restantes de água do planeta é Principais Bacias Hidrográficas do Mundo
doce, das quais 2,5% estão presas em geleiras nas calotas polares.
Dos 0,5% de água restante no mundo, a maior parte está presa em Existem várias bacias hidrográficas, sendo que algumas possuem
aquíferos subterrâneos, dificultando o acesso humano. O suprimento maior destaque em razão de sua extensão. Entre as maiores bacias
de água doce de boa qualidade é essencial para o desenvolvimento hidrográficas do mundo estão:
econômico, para a qualidade de vida das populações humanas e para
a sustentabilidade dos ciclos no planeta.  Bacia Amazônica. Localização: América do Sul.
Extensão: 7,05 milhões de km².
Uma vez sendo a água um recurso renovável, poderíamos  Bacia do Congo. Localização: África.
subentender que estaria sempre disponível para o Homem utilizar. No Extensão: 3,69 milhões de km².
entanto, como o consumo tem excedido a renovação da mesma,  Bacia do Mississipi. Localização: Estados Unidos.
atualmente verifica-se um stress hídrico, ou seja, falta de água doce Extensão: 3,33 milhões de km².
principalmente junto aos grandes centros urbanos e também a  Bacia do Prata. Localização: América do Sul.
diminuição da qualidade da água, sobretudo devido à poluição hídrica Extensão: 3,14 milhões de km².
por esgotos domésticos e industriais.  Bacia do Obi. Localização: Rússia.
Extensão: 2,97 milhões de km².
Embora tenhamos aprendido na escola, atualmente existe uma forte  Bacia do Nilo. Localização: África.
tendência em não se reconhecer mais a água como um recurso natural Extensão: 2,87 milhões de km².
renovável, visto que o mau uso (poluição, contaminação, desperdício)  Bacia do Ienissêi. Localização: Rússia.
tem contribuído muito para a desestabilização de seu ciclo natural. Extensão: 2,58 milhões de km².
 Bacia do Níger Localização: África.
Atualmente diversos países já sofrem com a falta de abastecimento Extensão: 2,09 milhões de km².
hídrico regular, sendo que estimativas da ONU (Organização das
Nações Unidas) apontam que no ano de 2025 mais de 2 bilhões de Outras Bacias Importantes
pessoas sofrerão com a falta de água em todo o planeta. América do Norte:

 Yukon
 Nelson
 Mackenzie
 Mississipi
 St. Lawrence

América do Sul:

 Bacia Amazônica
 Bacia do rio Paraná
 Bacia do rio São Francisco
 Bacia do Araguaia-Tocantins
 Bacia Platina
 Bacia do rio Uruguai

África:

 Bacia do Níger
 Bacia do Lago Chade
 Bacia do Congo
 Bacia do rio Nilo

13
Europa: Poluição dos Recursos Hídricos
 Bacia do rio Volga A poluição hídrica corresponde ao processo de poluição,
 Bacia do rio Reno contaminação ou deposição de rejeitos na água dos rios, lagos,
Ásia: córregos, nascentes, além de mares e oceanos. Trata-se de um
problema socioambiental de elevada gravidade, pois, embora a
 Bacia do Lena água seja um recurso natural renovável, ela pode tornar-se cada
 Bacia do rio Obj vez mais escassa, haja vista que apenas a água potável é própria
 Bacia dos rios Ganges e Brahmaputra para o consumo.
 Bacia do rio Azul (Yangtze)
 Bacia do rio Amarelo (Huang Ho) A principal causa da poluição das águas é o desenvolvimento
 Bacia do Indo desenfreado das atividades econômicas, sobretudo nas cidades,
 Bacia dos rios Tigre e Eufrates com o aumento da deposição indevida de rejeitos advindos do
sistema de esgoto e saneamento. Outra causa também apontada
Oceania:
é o destino incorreto do lixo por parte da população, que atira
 Bacia Murray Darling (na Austrália) objetos nos cursos d'água por pura falta de conscientização
ambiental. Os oceanos estão rodeados de plástico.
Drenagens
As drenagens são classificadas conforme o relevo, tipo de rocha,
vegetação e clima. Os diferentes tipos de drenagens podem ser
observados na figura abaixo.

Fonte: Projeto Tamar – Fernando de Noronha

Há de se levar em consideração que, em uma bacia hidrográfica,


tudo o que é gerado em sua área de abrangência é escoado para
o leito do seu rio correspondente. Dessa forma, o aumento da
poluição no espaço das cidades gera uma maior carga de
poluentes para o leito dos rios que cortam essas áreas urbanas.
No campo, o mesmo procedimento acontece, quando o uso
indiscriminado de agrotóxicos faz com que os recursos hídricos
sejam contaminados, uma vez que essa carga toda de compostos
químicos acaba se destinando ao lençol freático ou ao curso
d'água mais próximo.

Com o desenvolvimento das sociedades e a intensificação do


processo de industrialização, além da introdução de novas
técnicas de plantio no campo, cada vez mais as reservas hídricas
encontram-se poluídas, o que gera uma maior escassez de
lugares que podem ser aproveitados para a utilização da água
para consumo e outras funções.

Curso do Rio Nos mares e também nos oceanos, também há muita poluição,
É o caminho que a água leva da nascente (montante) até a foz gerada tanto pelo destino indevido do lixo em práticas turísticas
(jusante). e de lazer nos ambientes litorâneos quanto, em alguns casos, pelo
derramamento de petróleo, que é de difícil controle.

As consequências da poluição das águas são diversas. A primeira,


como já dissemos, é a perda dos recursos hídricos para consumo.
Além disso, vale lembrar que esses locais são o habitat de várias
espécies, algumas delas em risco de extinção.

Outro efeito da poluição hídrica é a ocorrência de um fenômeno


chamado de eutrofização da água. Esse processo consiste na
presença excessiva de nutrientes oriundos de produtos químicos
que contaminam os rios, provocando a proliferação desenfreada
de algas e cianobactérias, que impedem a entrada de luz nos
ambientes fluviais e reduzem a disponibilidade de oxigênio na
água, o que pode gerar a morte de incontáveis espécies.

Para combater a poluição das águas, é preciso intensificar as


campanhas de conscientização ambiental, promover medidas de
controle e fiscalização, além de se realizar o correto manejo dos
resíduos sólidos e o tratamento da água. É necessário, pois, que
sejam adotadas medidas sustentáveis, sobretudo no sentido de
garantir esse e outros recursos naturais para as gerações futuras.

14
Disponibilidade Hídrica no Mundo
Não são todos os países que possuem tanta disponibilidade
hídrica como o Brasil.

William K. Purves e outros. Vida: a ciência da Biologia. Porto Alegre,


Artmed, 2002.
Salvadora Nogueira. Água: rumo a escassez. In: Folha de São Paulo.
24/8/2002 Canais e Estreitos
A ligação de um oceano ao outro é ocasionada por um canal ou
Águas Oceânicas
estreito.
Principais oceanos:
Passagens Estratégicas
 Pacífico: Maior dos oceanos, separa os EUA do Japão.
 Atlântico: Maior circulação de navios. Muito poluído no
hemisfério norte devido ao deslocamento dos navios petroleiros.
 Índico: Maior biodiversidade.
Mares
 Abertos: Ligados ao oceano por uma grande abertura.
Exemplo: Mar das Antilhas.
 Mediterrâneos: Ligado aos oceanos por uma pequena abertura (canais ou
estreitos). Exemplo: Mar Vermelho e Mar Mediterrâneo.
 Fechados: Quando não há ligação com oceanos. Exemplo: Mar Morto.

Ferreira, Graça Maria. Atlas Geográfico Espaço Mundial 2ª edição. São


Paulo. Moderna. 2003.

El Niño
Denominado ENOS (El Niño Oscilação Sul), fenômeno natural
oriundo no oceano pacífico envolvendo hidrosfera com atmosfera.
Acontece em ciclos de 3 a 5 anos. A ciência questiona alguns de
seus princípios. As águas do pacífico se aquecem de forma
anormal geram resultados na Austrália e na América do Sul. No
Brasil, temos um período de seca forte no norte e nordeste, além
de muitas chuvas na região sul e sudeste.
Condições Normais

Recursos Minerais nos Oceanos


A busca por recursos minerais nos oceanos está cada vez maior. A
disponibilidade é grande e a tecnologia vem acompanhando esta
necessidade de extração. Plataformas, navios, bases e
multinacionais avançam pelas águas salgadas com objetivo de retirar
do relevo submerso os minérios necessários para o progresso do
capitalismo. Condições de El Niño
A vida nos Oceanos
A vida nos oceanos é determinada pela luminosidade,
temperatura, salinidade, batimetria e distância da costa. Há maior
abundancia de seres vivos marinhos em ambientes costeiros, nos
recifes e montes submarinos.

15
UNIDADE 1 Regiões Hidrográficas
GEOGRAFIA FÍSICA
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) classifica o relevo
CAPÍTULO 7
em 12 regiões hidrográficas, podendo conter uma ou mais bacias
HIDROGRAFIA DO BRASIL hidrográficas.
O Brasil é considerado uma potência econômica mundial quando o
assunto é a disponibilidade hídrica, haja vista que o território brasileiro
concentra cerca de 12% de todas as reservas de água existentes no
mundo. Mas isso não significa que o país não passe ou nunca tenha
passado por crises de falta de água. E a principal razão é a questão
da distribuição da água no Brasil e sua utilização.

Podemos dizer que as reservas de água encontram-se má


distribuídas no país. A região Norte é a que apresenta a maior
parte da disponibilidade, enquanto as regiões Nordeste e Sudeste
apresentam um número menor dessas reservas, seguindo uma
ordem inversamente proporcional ao número de habitantes dos
respectivos lugares em questão.

Bacias Hidrográficas Brasileiras


Área na superfície terrestre banhada por um rio principal e seus
afluentes. A área é delimitada conforme os divisores d’água, com
grande influência da geologia.
 Bacia Amazônica: Rios sobre relevo plano. Velocidade reduzida em
seu leito. Elevado índice pluviométrico ultrapassa os 2.000 mm por
ano, fruto da evapotranspiração da floresta amazônica. O
desmatamento tem complicado o regime hídrico da bacia. Muitos
sedimentos são transportados, agravando o assoreamento.
 Bacia do Tocantins/Araguaia: Precipitação média da bacia: 1.500
mm por ano. A atividade garimpeira contamina com mercúrio as águas
desta bacia. O represamento e a construção da usina hidrelétrica de
Tucuruí prejudicaram a velocidade de deslocamento das águas e
consequentemente aumentou o número de sedimentos transportados.
Fonte: ONU  Bacia do Parnaíba e regiões Atlântico Nordeste Oriental e
Consumo de Água doce Mundial Ocidental: Precipitação baixa. Alguns rios intermitentes. Rios nascem
em chapadas e planaltos no interior do continente.
 Bacia Atlântico Leste: Clima semiárido marcante na sua porção
mais ao norte. Presença de mata atlântica em locais da bacia
localizados na região sudeste. Grandes aglomerações populacionais.
 Bacia do Paraná: Maior aproveitamento de energia hidrelétrica.
Muita interferência humana na velocidade da drenagem com eclusas e
usinas hidrelétricas. Intenso processo de assoreamento causado pelas
modificações antrópicas.
 Bacia do Paraguai: Rios de regime perene. Grandes plantações de
soja, milho e garimpo atuam de forma prejudicial à bacia.
Regime Pluviométrico do Brasil  Bacia do São Francisco: Uma parte da bacia é perene, próximo às
nascentes e a outra parte intermitente – localizada no semiárido
brasileiro. Fator gerado pelo clima. Índices pluviométricos de 1.500
mm por ano.
 Bacias Atlânticos Sul e Sudeste: Nascem nas encostas da Serra do
Mar. Localizada próximo a grandes centros urbanos.
 Bacia do Uruguai: Ocupada intensamente por atividade agrícola
que vem modificando a estrutura da bacia juntamente com a atividade
pecuária.
Águas Subterrâneas
Águas armazenadas entre lacunas e poros de rochas no interior da
Terra tem ganhado destaque em noticiários devido a questão hídrica
no Brasil.
Aquífero Guarani: Reservatório subterrâneo de água doce com 1,2
milhão de km². Localizado no subsolo de oito estados brasileiros mais
Paraguai, Uruguai e Argentina. O uso de agrotóxicos tem contaminado
alguns pontos do aquífero comprometendo seu fornecimento.

16
A contaminação dessas águas, por sua vez, pode ocorrer pela má
destinação de esgotos e lixos urbanos em cidades próximas, além do
emprego inadequado de agrotóxicos em ambientes rurais na região.
Atualmente, existem várias cidades na região Norte, sobretudo
no estado do Amazonas, que se utilizam das reservas hídricas do
Aquífero Alter do Chão. A capital Manaus, por exemplo, possui
40% de seu abastecimento hídrico a partir de águas dele
oriundas, além de algumas outras cidades desse e dos demais
estados por onde a água do aquífero se estende.
Para garantir a manutenção do Aquífero Alter do Chão, é preciso, além
de uma correta administração pública nas três esferas governamentais
(municipal, estadual e federal), a conservação das áreas naturais da
região, principalmente a vegetação. Afinal, é a Floresta Amazônica que
gera umidade para a atmosfera e garante a existência de chuvas na
região, além de diminuir o impacto das chuvas sobre o solo e permitir
a maior infiltração das águas pluviais.
Recurso Ameaçado
A agricultura lidera o uso da água, em seguida a indústria e por
último o consumo residencial. A população tem sim sua parcela
de culpa, o consumo mundial de água dobrou nos últimos 50
anos. São aproximadamente 4.500 km³ de água doce utilizados
por ano.
Principais usos da água (1900-2050)

Aquífero Alter do Chão: reservatório de água subterrânea e, assim


como os aquíferos em geral, apresenta rochas permeáveis o suficiente
para garantir a rápida infiltração de água das chuvas, permitindo
também o seu deslocamento interno e a sua consequente filtragem.
Trata-se de uma das principais reservas de água doce do Brasil e do
mundo, cuja sustentabilidade precisa ser devidamente garantida.
A importância do Aquífero Alter do Chão vem se tornando cada vez
ONU/PNUD. Relatório do desenvolvimento humano 2006: a água para lá
maior em função de recentes descobertas científicas que comprovaram da escassez – poder, pobreza e a crise mundial da água. Nova York:
ser esse o maior aquífero do mundo em termos de volume de reserva Pnud, 2006. p. 138.
de água.
O Brasil é um país de paradoxos. De um lado, temos uma
O Aquífero Alter do Chão está localizado na região Norte do Brasil, mais abundância de água doce. Do outro, a má gestão, a inexperiência
precisamente em algumas partes dos estados do Amazonas, Pará e e o desperdício são fatores cruciais, comprometendo o ciclo.
Amapá, conforme podemos observar no mapa abaixo, muito embora Apesar da disponibilidade alta, a distribuição da população
partes de seus limites ainda não tenham sido totalmente traçadas. A também é um fator a se considerar.
sua área de ocupação, no entanto, apresenta baixas densidades
populacionais em comparação com o restante do país, de modo que a Potencial Hídrico No Brasil
utilização de suas águas dependeria de uma maior eficiência sobre os
meios de transporte.

Fonte: UFPA
De acordo com um estudo realização pelo Serviço Geológico
Nacional, o principal risco em torno da qualidade das águas do
aquífero em questão é a contaminação por meio de poços
abandonados e construídos sem os devidos cuidados técnicos.
Por meio deles, poderia haver um escoamento de águas
superficiais eventualmente poluídas ou contaminadas para as
áreas interiores do aquífero, o que requer maiores cuidados para
evitar a inutilização dos recursos hídricos locais.

17
UNIDADE 1 As cinco camadas da atmosfera são:
GEOGRAFIA FÍSICA
CAPÍTULO 8  Exosfera: A camada mais próxima do Sol e mais distante da Terra.
600km de altitude. Temperaturas ultrapassam os valores de 1000⁰C.
CLIMATOGRAFIA GERAL
Ar rarefeito. Predomínio dos gases H e He.
 Ionosfera: Camada das ondas de rádio. Íons circulam por esta
TEMPO & CLIMA camada elevando a temperatura. Local onde os meteoros se
desintegram. Localizada acima dos 80km de altitude.
 Tempo: Condições e combinações atmosféricas em um  Mesosfera: Camada intermediária. De 50km a 80km de
determinado local. altitude. Temperatura pode atingir -90⁰C.
 Clima: É o conjunto de variações do tempo de um local, sendo  Estratosfera: Corresponde de 12km a 50km de altitude. A
classificado após longas observações dos fenômenos temperatura aumenta até atingir cerca de 2⁰C. Camada conhecida
atmosféricos. Uma classificação climática leva 30 anos para ser como Ozonosfera (Gás Ozônio), responsáveis por filtrar os raios
elaborada. solares que entram na Terra. O O₃ é um gás mais leve que o O₂,
 Climatologia: o estudo do clima, sendo uma integração das portanto permanece na camada mais acima.
condições de tempo num determinado lugar e por um período de  Troposfera: É a camada mais próxima do homem. Atinge
trinta anos. 12km de altitude. É a camada mais turbulenta de todas.
 Meteorologia: é uma das ciências que estudam a atmosfera Concentram-se 75% dos gases da atmosfera, nuvens, vapor de
terrestre, que tem como foco o estudo dos processos água e sua temperatura abaixa aproximadamente 6,5⁰C/Km.
atmosféricos e a previsão do tempo. Estuda os fenômenos que Atinge valor de -60⁰C antes da tropopausa.
ocorrem na atmosfera e as interações entre seus estados
dinâmicos, físico e químico, com a superfície terrestre subjacente

Elementos do Clima

O clima é estabelecido por meio de análises de variáveis,


chamados de elementos. A combinação destes elementos é capaz
de gerar características marcantes de um clima.

 Precipitação Atmosférica: As chuvas, se distribuem pelo


território de forma passageira ou estacionária. Influenciam o
clima com seus períodos.
 Pressão Atmosférica: Variável influenciada pela gravidade.
Quanto mais alto, menor é a coluna de ar sobre a cabeça, menor
é a pressão atmosférica. Quanto mais próximo do nível do mar,
maior é a pressão. Barômetro mede os valores de pressão
enquanto as isóbaras são linhas, em um mapa, de mesma
pressão atmosférica.
 Temperatura: Elemento do clima determinante. É capaz de
variar muito conforme a estação do ano. Isotermas são linhas,
em um mapa, de mesma temperatura. Média Térmica é a média
aritmética das temperaturas, podendo ser diária, mensal ou
anual. Amplitude Térmica é a diferença entre as temperaturas
máxima e mínima.
 Úmida de Relativa do Ar: São partículas de H₂O em estado
gasoso na atmosfera. Os valores são mensurados de 0 à 100%.
Quanto mais próximo de 100%, maior a probabilidade de chuva
no local.
 Massas de Ar: Porção de gases na atmosfera oriundos de um
local. Recebe e troca características por onde passa.
 Relevo: Superfícies irregulares, depressões, barreiras
geográficas, cordilheiras e tantas outras formas de relevo atuam
fortemente nas características de um clima. O relevo interfere no
clima durante seu deslocamento. Em alguns locais do planeta, a
temperatura cai 1⁰C a cada 200m de altura.
 Ventos: Variável responsável pelo deslocamento das massas
de ar. Circula conforme suas duas principais leis.
 Vegetação: Grandes composições florestais são capazes de
estabelecer a dinâmica e o comportamento do clima.
 Localização do Planeta (Estações do Ano): O posicionamento Enciclopédia da Ciência. São Paulo. Globo. 1993.
da Terra em relação ao Sol é determinante na geração de
características de um clima. Zonas Climáticas
 Radiação Solar: O balanço de energia que entra por meio do
Sol, tem uma parte refletida, outra parte absorvida e outra O planeta Terra tem três zonas climáticas.
liberada. O Sol fornece quase toda a energia que a Terra utiliza.
Albedo são os raios solares que penetram na atmosfera e são  Zona Tropical: Faixa contínua localizada entre os trópicos de
refletidos. Capricórnio e Câncer. Tem característica quente e úmida e a
 Ação do Homem: Grandes cidades, concretos, edificações, temperatura mínima chega a 18⁰C.
desmatamento e emissão de gases poluentes agravam as  Zona Temperada: Faixa acima ou abaixo dos trópicos.
características dos climas. Esta variável tem bastante influência e  Zona Polar: Extremidade do planeta. Polo sul e polo norte.
vem sendo destaque nos noticiários.

Atmosfera

É a camada gasosa que envolve e protege a Terra de extremos


de temperatura. A gravidade torna a atmosfera vinculada ao
planeta durante seus movimentos de rotação e translação. A
atmosfera tem camadas e comportamentos conforme sua
altitude.

18
PLANISFÉRIO: ZONAS CLIMÁTICAS

Forsdyke, A.C. Previsão do tempo e clima. 2ª ed. São Paulo. Melhoramentos. 1978

 Chuva Orográfica: Conhecida como chuva de relevo. A


Atlante geográfico moderno. De Agostini. Novara: Instituto Geográfico De
condensação é o resultado do contato entre uma forma de relevo
Agostini. 1995. (montanha, serra, incelberg) e uma nuvem carregada.
 Chuva Convectiva: Ascenção de ar, que entra em contato com
Ciclo Hidrológico camadas de ar frio na atmosfera. O resultado é o acumulo de
partículas d’água que caem por conta da gravidade. Chuva
Importante ciclo que garante a vida na biosfera. A água passa por comum em áreas densamente florestada.
diferentes estágios.  Chuva Frontal: Contato de uma massa de ar fria com uma
massa de ar quente.
CICLO HIDROLÓGICO Fora dos padrões naturais de chuva, temos a chuva antrópica:
 Chuva Antrópica: Ocasionada pelo homem. Partículas, como
cinzas, são lançadas na atmosfera por meio de um sobrevoo servindo
como núcleo de condensação. A precipitação ocorre quando as ligações
se formam. O núcleo atrai as gotículas d’água que caem por gravidade.
 Chuva de Monções: As monções demarcam um tipo de variação
climática que ocorre na porção sul e sudeste da Ásia, que por isso
também é chamada de Ásia das Monções. Trata-se de um fenômeno
atmosférico que propicia a ocorrência de intensas chuvas em um
período do ano e secas rigorosas em outro.
Os ventos de monções caracterizam-se pela variação de sua direção
de acordo com a mudança das estações do ano. Ora o seu movimento
Atlante geográfico moderno. De Agostini. Novara: Instituto Geográfico De vai do Oceano Índico para o continente, caracterizando a monção de
Agostini. 1998.
verão ou marítima, ora vai do continente asiático para o oceano,
caracterizando a monção de inverno ou continental.
Oceanos
Como surgem as monções?
Os oceanos possuem importância na dinâmica climática. São grandes
massas de água responsáveis pelo gerenciamento e distribuição de Sabemos que a Terra se aquece ou se resfria bem mais rapidamente
climas por algumas partes da Terra. As correntes marinhas possuem do que a água. Sabemos também que o ar quente sempre se desloca
salinidade, temperatura e velocidades diferentes, fatores que para cima e que o ar frio sempre se desloca para baixo. Além disso,
contribuem para a diferença de climas. zonas de baixa pressão (menor quantidade de ar) tendem a ser
“preenchidas” pelo ar que se encontra em zonas de maior pressão,
Correntes quentes e correntes frias formam-se por tora extensão do
gerando os ventos.
planeta. Trocam e geram características dos climas.
Distribuição Geográfica de Chuvas
Correntes Marítimas
As chuvas se distribuem pelos continentes de forma desigual. Um
paradoxo entra em questão.
Existem lugares onde a chuva acontece diariamente, todavia,
existem lugares que não chove a mais de 200 anos. Dentre os
fatores que colaboram para estes fatos estão: as massas de ar, a
continentalidade, maritimidade, o relevo, a composição florestal
e a interferência do homem.
Distribuição mundial das chuvas

Atlas geográfico escolar/IBGE. Rio de Janeiro. IBGE. 2004.

Tipos de Chuva
As chuvas é um resultado do contato entre partículas d’águas com um
núcleo de condensação. A gravidade atua sobre a composição,
fazendo-a cair em forma de precipitação. No geral, são três tipos de
chuva. Pluviômetro é o aparelho que mede a quantidade de chuva
em um determinado local, e as isoietas são linhas com os mesmos
valores de pluviometria.
Atlas of the world. Londres: Time Books. 1997.

19
Rios Voadores Continentalidade & Maritimidade

Os rios voadores são “cursos de água atmosféricos”, formados por Extensos corpos d’água, como os oceanos e mares atuam sobre
massas de ar carregadas de vapor de água, muitas vezes os climas assim como extensas terras continentais. A água leva
acompanhados por nuvens, e são propelidos pelos ventos. Essas mais tempo para aquecer e consequentemente mais tempo para
correntes de ar invisíveis passam em cima das nossas cabeças resfriar, enquanto as rochas dos continentes aquecem e resfriam
carregando umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, em espaço de tempo mais curto.
Sudeste e Sul do Brasil. O efeito de continentalidade é encontrado no interior dos
continentes, onde as massas de ar vinda dos oceanos não atuam
Essa umidade, nas condições meteorológicas propícias como uma com tanta frequência. Vale lembrar que ao adentrar pelo
frente fria vinda do sul, por exemplo, se transforma em chuva. É essa território, a massa de ar está sujeita à trocar sua capacidade
ação de transporte de enormes quantidades de vapor de água pelas térmica com outras massas de ar, deixando-a mais fraca em
correntes aéreas que recebe o nome de rios voadores – um termo que relação ao ponto de partida. Maritimidade é perceptível em
descreve perfeitamente, mas em termos poéticos, um fenômeno real cidades litorâneas, onde seus climas estão sujeitos aos efeitos
que tem um impacto significante em nossas vidas. que o mar e os oceanos os impõem.

A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela puxa para Lei de Circulação dos Ventos
dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico e
Os ventos obedecem a duas leis de circulação. A primeira, chamada
carregada pelos ventos alísios. Ao seguir terra adentro, a umidade cai
de Buys-Ballot e a segunda conhecida como Lei de Stephenson
como chuva sobre a floresta.
 Primeira Lei de Circulação dos Ventos: Os ventos circulam de
Pela ação da evapotranspiração da árvores sob o sol tropical, a floresta alta para baixa pressão atmosférica. Estes locais são chamados
devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água. de áreas anticiclonal e ciclonal respectivamente. Áreas de alta
Dessa forma, o ar é sempre recarregado com mais umidade, que pressão (anticiclonais) expulsam os ventos, enquanto áreas de
continua sendo transportada rumo ao oeste para cair novamente como baixa pressão (ciclonais) recebem ventos.
chuva mais adiante.  Segunda Lei de Circulação dos Ventos: A Temperatura é
inversamente proporcional a variável pressão atmosférica. A
Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas de ar) temperatura é uma variável que acompanha a circulação dos
recarregados de umidade – boa parte dela proveniente da ventos. Áreas onde a temperatura é elevada, a pressão é baixa.
evapotranspiração da floresta – encontram a barreira natural formada Áreas de temperaturas baixas, a pressão atmosférica é alta.
pela Cordilheira dos Andes. Desta forma, os ventos circulam mantendo o padrão dito acima,
acrescentando a variável temperatura.
Eles se precipitam parcialmente nas encostas leste da cadeia de
montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Porém, Circulação Geral da Atmosfera
barrados pelo paredão de 4.000 metros de altura, os rios voadores,
ainda transportando vapor de água, fazem a curva e partem em  Ventos Alísios: São correntes de ar que saem dos trópicos em
direção ao sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do direção a linha do equador.
Brasil e aos países vizinhos.  Sopram de nordeste para sudoeste no hemisfério norte e de
sudeste para noroeste.
 Ventos Contra-Alísios: Sopram no sentido inverso aos ventos alísios.
É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve muito a um
 Saem das proximidades da linha do equador em direção aos trópicos.
acidente geográfico localizado fora do país! A chuva, claro, é de suma
 Ventos de Oeste: Sopram das áreas acima ou abaixo dos
importância para nossa vida, nosso bem-estar e para a economia do
trópicos em direção aos polos.
país. Ela irriga as lavouras, enche os rios terrestres e as represas que
 Frente Polar: Ventos que circulam pelos polos.
fornecem nossa energia.
 Monções: Ventos periódicos, manifestam-se com maior
intensidade na Ásia. As diferenças de temperatura nas estações
do ano modificam a pressão atmosférica. Estes ventos trazem
consigo uma grande massa d’água, provocando chuvas intensas.

20
TIPOS DE CLIMA Mediterrâneo:

Temperado Marítimo e Continental: Inverno chuvoso e verão quente e seco.

Zona climática fria.


Quatro estações do ano bem definidas: primavera, verão, outono
e inverno. Fator que diferencia os climas temperados globais é a
maritimidade e a continentalidade.
Bruxelas e Moscou: temperaturas médias e precipitações

Subtropical:
Clima de médias latitudes. Quatro estações do ano definidas.
Chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Inverno rigoroso e frio,
verão quente e elevada amplitude térmica anual.

Árido:
Conhecido como desértico. A ausência d’água interfere na
temperatura elevando a amplitude térmica diária. Poucas chuvas,
Polar: por volta de 250mm por ano.
Zona de alta latitude, proximidade com os polos. Clima com
característica de 6 meses com claridade e 6 meses na escuridão,
fato ocasionado pela mudança nas estações.

Semiárido:
Não é clima de deserto. É uma transição. Caracterizado por
chuvas escassas e muito mal distribuídas. Ocorre nos trópicos e
Equatorial: nas zonas temperadas.

Zona climática mais quente do planeta. Pouca amplitude térmica.


Índices pluviométricos ultrapassam 2.000mm anuais. O período
do inverno no clima equatorial é marcado pela estiagem, queda
na quantidade de chuvas.

21
Tropical: A segunda são características para a temperatura:

Possui duas estações bem definidas, verão e inverno. Sendo o  a – verão quente, temperatura média acima de 22ºC
verão a estação da chuva e dos dias quentes e o inverno a estação  b – verão moderadamente quente, sendo o mais quente com
do frio e da seca, fato ocasionado pela falta d’água, que atua média inferior a 22ºC
como regulador térmico.  c- verão breve e moderadamente frio,
 d- inverno muito frio, sendo a temperatura média menor do
que -38ºC para o mês mais frio.
E para as regiões áridas (BW e BS), temos as siglas:
 h – quente, temperatura média anual maior que 18ªC
 k – moderadamente frio, com temperatura média anual
menor que 18ºc
Sendo possível observar suas variações na tabela abaixo:
 A - Climas tropicais chuvosos
 Af - Clima tropical chuvoso de floresta
 Aw - Clima de savana
 Am - Clima tropical de monção
 B - Climas secos
Montanha:
 BSh - Clima quente de estepe
 BSk - Clima frio de estepe
O clima frio da montanha influencia as cadeias montanhosas dos
 BWh - Clima frio de deserto
Alpes, localizados na Europa; as Montanhas Rochosas, nos
 C - Climas temperados chuvosos e quentes
Estados Unidos; a Cordilheira dos Andes, na América do Sul e o
 Cfa - Úmido em todas as estações, verão quente
Himalaia, na Ásia. Nesse tipo de clima, a temperatura e o regime
 Cfb - Úmido em todas as estações, verão moderadamente quente
de chuvas são influenciados diretamente pelo relevo.
 Cfc - Úmido em todas as estações, verão moderadamente frio
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE KÖPPEN GEIGER e curto
 Cwa - Chuva de verão, verão quente
O sistema de classificação climática mais utilizada  Cwb - Chuva de verão, verão moderadamente quente
INTERNACIONALMENTE na climatologia, ecologia e geografia é o  Csa - Chuva de inverno, verão quente
de Köppen–Geiger.  Csb - Chuva de inverno, verão moderadamente quente
 D - Clima frio com neve-floresta
uma classificação genérica, lançado pela primeira vez em 1900,  Dfa - Úmido em todas as estações, verão quente
onde Köppen relacionava o clima com a vegetação, a partir de  Dfb - Úmido em todas as estações, verão frio
critérios numéricos que definiriam os tipos climáticos, porém em  Dfc - Úmido em todas as estações, verão moderadamente frio
algumas ocasiões esta classificação não apresenta parâmetros e curto
para distinguir quanto às regiões e biomas distintos. Segundo  Dfd - Úmido em todas as estações, inverno intenso
Ayoade (1996), este primeiro modelo baseava-se nas zonas de  Dwa - Chuva de verão, verão quente
vegetação do mapa de vegetação feito por Alphonse de Candolle.  Dwb - Chuva de verão, verão moderadamente quente
O modelo foi revisado em 1918, dando maior atenção à  Dwc - Chuva de verão, verão moderadamente frio
temperatura, à precipitação pluvial e às suas características  Dwd - Chuva de verão, inverno intenso
sazonais. Estabeleceu-se assim cinco tipos climáticos principais,  E - Climas polares
designados pelas letras maiúsculas:  ET - Tundra
 EF - Neve e gelo perpétuos
 A - Climas tropicais chuvosos
 B - Climas secos
 C - Climas temperados chuvosos e moderadamente quentes
 D - Climas frios com neve-floresta
 E - Climas polares
Onde:
 A – o mês mais frio tem temperatura média superior a 18ºC.
A precipitação pluvial é maior que a evapotranspiração anual,
prejudicando a sobrevivência de algumas plantas tropicais.
 B- a evapotranspiração média anual é maior do que a
precipitação anual.
 C - a temperatura média varia entre -3ºC e 18ºC no mês mais frio.
 D – com temperatura média abaixo de -3ºC o mês mais frio e
temperatura média maior do que 10ºC para o mês mais quente.
 E – temperatura média menor do que 10ºC para o mês mais
moderadamente quente
Pós esta classificação, adicionou-se um grupo de climas de terras-
altas, que ficou representado pela letra H. Esta classificação ainda
passou a ter duas subdivisões. A primeira realizada pela distribuição
sazonal de precipitação, como podemos visualizar abaixo:
 f – úmido o ano todo (A, C, D)
 m- de monção, breve estação seca com chuvas intensas
durante o resto do ano (A)
 w – chuva de verão (A, C, D)
 S- estação seca de verão (B)
 W - estação seca de inverno (B)

22
UNIDADE 1 mTc – Massa Tropical Continental
GEOGRAFIA FÍSICA
• Quente e Seca
CAPÍTULO 9
• Associada à Baixa (depressão) do Chaco (parte na Argentina e
CLIMATOGRAFIA DO BRASIL no Paraguaia)
• Resultado do grande aquecimento no verão
MASSAS DE AR NO BRASIL • Massa de ar quente e seca, instável com atividade convectiva
intensa até 3000 m
Massas de ar são grandes volumes de ar com característica
• Precipitação fraca, céu pouco nublado o que favoreceu ainda
“homogêneas”, em relação à temperatura e vapor de água. A
mais o aquecimento diurno e resfriamento noturno
circulação geral dá origem às massas de ar e provoca também
• Essa massa pode provocar, sobretudo, no Centro-Oeste, com a
seu deslocamento, além disso suas características estão
alternância das estações, períodos chuvosos e também secos, assim,
diretamente vinculadas com sua localização ou região de origem.
determinando o ritmo da vida no bioma do Pantanal. Durante a época das
As massas de ar que atuam no Brasil estão representadas nos dois chuvas (novembro até abril), as águas cobrem dois terços da região, pois
mapas a seguir. Somente no inverno, temos a presença das cinco o fato de estar cercada de montanhas, aliado às baixas altitudes, dificulta
massas em território nacional. No verão, quatro circulam pelos estados o escoamento das chuvas. A época da vazante começa em maio, deixando
da federação. As massas de ar realizam trocas térmicas ao longo do uma camada de húmus sobre o solo que, de maneira geral, são pobres e
seu deslocamento, deixando e adquirindo características. têm excesso de sal. É bem verdade que essa cheias estão diretamente
vinculadas, ao mesmo tempo, a avanço da mEc.
 Massa Equatorial Atlântica (mEa)
 Massa Equatorial Continental (mEc) mPa – Massa Polar Atlântica
 Massa Tropical Atlântica (mTa)
• Fria e Úmida (Sua umidade refere-se ao percurso, zona polar
 Massa Tropical Continental (mTc)
ao continente americano, sobre o oceano atlântico)
 Massa Polar Atlântica (mPa)
• Associada aos anticiclones migratórios
mEc – Massa Equatorial Continental • Inicialmente é estável
• Ao se deslocar, desaparece a inversão e torna-se instável
• Quente e Úmida • Mais intensas no inverno, destacando-se sobre os continentes
• Forma-se na região amazônica – região de baixa pressão nesta estação, atingindo as baixas latitudes.
• Movimento convectivo devido à convergência dos alísios • Sua origem ao entrar no Brasil está relacionada nas porções do
• Verão estende-se para o sul Oceano Atlântico próximo a Patagônia (sul da Argentina)
• Inverno retrai-se • Ao penetrar no Brasil sob a forma de frente fria, provoca chuvas
• Provoca chuvas na Amazônia e em boa parte do país durante e declínio da temperatura.
vários meses do ano. • Seu avanço ao litoral brasileira destaque para o Nordeste, provoca
• O principal fator para a grande umidade é a presença da floresta Amazônica. chuvas de frentes ou frontal (Ex.: mPa em encontro com a mTa).
• O recuo da mEc no inverno e ao mesmo tempo o avanço da mPa (Massa • O encontro com a mEc e mTa, proporciona chuvas com alta
Polar Atlântica), proporciona o fenômeno denominado de friagem. intensidade. (Ex.: as chuvas da Região Serrana do Rio de Janeiro,
Friagem ocasionando um grande desastre).

É a queda brusca (rápida) da Temperatura, vinculada normalmente ao Massas de ar que atuam no Brasil
mesmo tempo a ventos frios, ocorre com maior frequência entre os
meses de maio e agosto, sobretudo, a região política-administrativa
do Norte e Centro-Oeste, e a duração de durar dias (média 3 a 4). Em
algumas interpretações vinculam a potencialidade do evento a ação
antrópica, com a destruição de florestas, que por sua vez dificultavam
a passagem da massa polar, que desloca facilmente sem a vegetação.
Tal fenômeno provoca consequências para o homem, como problemas
a saúde e a baixa sensação térmica, impacto na fauna e flora etc.
mEa – Massa Equatorial Atlântica
• Quente e Úmida
• Ocorre sobre oceanos Atlântico e Pacífico na convergência dos
alísios (ZCIT)
• Desloca-se latitudinalmente durante o ano
• No Verão sua localização estende-se até 8° S. (próximo a linha Verão
do equador)
Apenas as massas: mEa, mEc, mTa e mTc atuando. Forte
• Inverno do hemisfério sul – retorna ao hemisfério norte
influência da mEc.
• Atuação parte do Norte e Nordeste brasileiro
• Ao encontro com a mPa, provoca chuvas de frentes ou frontais,
Massas de ar no verão
com alta intensidade.
mTa – Massa Tropical Atlântica
• Forma-se sobre oceanos Atlântico
• Associada aos anticiclones do Atlântico Sul (e do Pacífico Sul)
• Ar subsidente quente e seco que se superpõe ao ar úmido e
menos aquecido (camada de inversão entre 500 e 1500 m)
• Duas camadas: Inferior – fria e úmida. Superior – quente e seca. De
forma geral essa massa é caracterizada como quente e úmida.
• Nuvens cúmulos de pouca extensão
• Pouca chuva associada à orografia e no litoral
• No inverno com o deslocamento do anticiclone do Atlântico Sul
para o continente, esta massa passa a ser uma massa subsidente
continental (CS), incapaz de provocar se quer formação de
nuvens – céu claro, sem nuvens, sem chuvas – estação seca.
• A massa tropical do Pacífico – no verão transborda por cima da
Cordilheira dos Andes e se associa a continental tropical,
alimentando a depressão do Chaco.
• Possui seu centro de formação próximo ao Trópico de Capricórnio
• Atua em extensas faixas do litoral brasileiro
• A região Sudeste contribui para a formação de chuvas
orográficas (ou chuvas de relevo) durante o verão.

23
Inverno temperatura é elevada, por volta de 25 °C. As chuvas,
regulares e bem distribuídas, são mais intensas no Sul e no
A participação das cinco massas no Brasil: Forte influência da mPa. Sudeste durante o verão e no Nordeste, durante o inverno.
 Tropical de altitude: típico das áreas mais elevadas dos
Massas de ar no inverno estados do Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo). A temperatura, com média anual entre
18 °C e 22 °C, é mais baixa nas áreas mais altas do relevo.
Uma característica desse clima são as geadas durante o
inverno.

BRASIL: CLIMAS

Rumos da massa Polar atlântica (mPa)


A mPa percorre o Brasil, no inverno, por três marcantes rumos.
 Primeiro Rumo da mPa: Avança pelo litoral brasileiro levando
chuvas frontais ao encontrar-se com a mTa. Chega aos
estados da região nordeste.
 Segundo Rumo da mPa: Avança para região sul do Brasil. Leva
geada para as serras e deixa a temperatura em alguns lugares Fonte: Graça Maria Lemos Ferreira. Moderno atlas geográfico, p. 6.
registrando graus negativos.
 Terceiro Rumo da mPa: A massa sobe para o centro-oeste e CLIMOGRAMAS
norte do Brasil. Leva friagem para alguns estados, que
apresentam suas temperaturas abaixo do normal.

CLIMAS NO BRASIL
A classificação de Arthur Strahler pertence a escola de climatologia
dinâmica e é a classificação mais confiável dos climas existentes no Brasil.
 Tropical: Duas estações bem definidas. Verão úmido e inverno
seco. Índices pluviométricos caem de maio a setembro.
Abrange estados das Regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte
e Sudeste. Apresenta duas estações bem definidas: inverno
(seco) e verão (chuvoso). A temperatura média varia entre 18
°C e 28 °C.
 Tropical Semiárido: Sertão do Nordeste e norte de Minas
Gerais. Elevadas temperaturas anuais. Índice baixo de
chuvas. Longo período de seca. Predomina no interior
nordestino. A temperatura é elevada, com média de 27 °C, e
as chuvas são escassas e irregulares. Essas características,
além da falta de políticas públicas (construção de
reservatórios de água), dificultam o desenvolvimento das
atividades agrícolas.
 Subtropical: Chuvas bem distribuídas. Verão quente e inverno com
temperaturas baixas, eventualmente com neve nas serras. clima
predominante nas porções do território brasileiro situadas ao
sul do Trópico de Capricórnio, na Zona Climática Temperada
do Sul. Inclui os estados da Região Sul e parte de São Paulo
e Mato Grosso do Sul. A temperatura média é de 18 °C,
considerada a mais baixa do país. As chuvas são regulares e
bem distribuídas. O verão é quente e o inverno é bastante frio,
sendo comum a ocorrência de neve ou geada em
determinados lugares.
 Equatorial Úmido: Pequena amplitude térmica diária e anual.
Chuvas abundantes e bem distribuídas. Friagem no inverno.
Esse é o clima predominante na região Amazônica, que
abrange a Região Norte e porções dos estados de Mato Grosso
e Maranhão. A temperatura média anual é elevada, variando
entre 25 °C e 27 °C, com chuvas durante todo o ano e alta
umidade do ar.
Graça Maria Lemos Ferreira. Moderno atlas geográfico
 Tropical Litorâneo Úmido: Chuvas acontecem de maio a
outubro influenciadas pelo avanço da massa polar atlântica.
Verão quente. Presente na zona litorânea que se estende do
Rio Grande do Norte, no Nordeste, ao Paraná, no Sul. A

24
UNIDADE 1 Os principais biomas se espalham pelo globo desde os polos até
GEOGRAFIA FÍSICA a região equatorial. Desta forma, temos:
CAPÍTULO 10
Tundra:
BIOGEOGRAFIA
Vegetação dos polos. Caracterizada por musgos e líquens, pequenos
PAISAGENS NATURAIS DA TERRA arbustos e gramíneas. Durante o inverno, a vegetação é coberta por
A Terra é um conjunto de variações de biomas, influenciados pela uma camada grossa de gelo, deixando a paisagem com aspecto
latitude, altitude, clima, solo, água e ação do homem. Os biomas homogêneo e branca. No verão, com o desgelo, a vegetação aparece
se distribuem pelo planeta e cada um recebe uma particularidade e permanece por cerca de 6 meses. A fauna polar e composta por
que o caracteriza. baleias, ursos, alces, renas, focas, raposas, entre outros. O homem
ocupa poucas extensões territoriais deste bioma, dado pela dificuldade
Planisfério: Paisagens Naturais e Áreas Cultivadas de se viver em baixas temperaturas dos lugares remotos. O fator
agravante é a mineração. Os polos são ricos em minérios: como níquel,
ferro, petróleo e urânio. As mineradoras causam grandes cicatrizes na
paisagem. A abundância de recursos é mensurada, não se trata de
recursos infinitos e sim finitos. As grandes cicatrizes deixadas nos polos
não se recuperam no tempo humano.

Fonte: Google Imagens.


Taiga:
O clima é o fator mais importante no desenvolvimento e no
comportamento do bioma. A umidade, calor, radiação solar, Vegetação de clima frio caracterizada por coníferas, árvores cujo fruto
amplitude térmica e ventos determinam as principais se apresenta com o formato de cone. Suas folhas são finas e tem
características físicas. A variação da paisagem conforme a altitude formato de agulha, denominação aciculifoliada. São encontradas nas
revela seu potencial agrícola. latitudes abaixo intermediária. Durante o inverno, as folhas caem para
que as árvores concentrem a energia necessária suficiente para
Variação da vegetação natural e da agricultura de acordo com suportar a estação, denominação caducifólia ou decíduas. As folhas
altitude e latitude são aproveitadas na produção industrial de papel e celulose. Fauna e
flora abundantes.

Fonte: Google Imagens.

Florestas Temperadas:
Este bioma se desenvolve em clima temperado com grande
BIOMAS MUNDIAIS precipitação durante o ano. As árvores expulsam suas folhas no
período do inverno. Este bioma sofreu intenso desmatamento no
continente europeu e asiático para a implantação das cidades e da
agricultura. Fauna e flora criticamente ameaçados preservados em
unidades de conservação.

Fonte: Google Imagens.

25
Savana:
Duas estações bem definidas atuam neste bioma: verão e
inverno. Árvores retorcidas e diversas fitofisionomias na
paisagem. A vegetação é adaptada às duas estações,
denominação tropófila. As savanas são ricas em biodiversida-
de, sua flora é basicamente de herbáceas e sua fauna é repleta
de grandes mamíferos.

Fonte: Google Imagens.


Extinção das Florestas
O homem vem intensificando seu domínio sobre as florestas por
meio da predação. A busca por recursos naturais é alarmante. A
exploração mineral, madeireira, queimadas, expansão de centros
urbanos, estradas, portos, cultivo bovino, pescarias e tantos
outros fatores agravam a situação do meio ambiente em âmbito
Fonte: Google Imagens. global. Estima-se que dois terços das florestas originais já foram
derrubadas com algum propósito.
Deserto:
Perda de Biodiversidade, Desmatamento, Fragmentação
Paisagens com pouquíssima vegetação. Denominadas xerófita, da Paisagem, Perda de Habitats mundiais e no Brasil
são adaptadas às regiões sem água, tiveram suas folhas
modificadas em espinhos. Noites frias e dias quentes: elevada Entende-se por desmatamento, também chamado de
amplitude térmica diária. Fauna e flora adaptadas às condições desflorestamento ou desflorestação, o processo de remoção total
locais de elevadas temperaturas e pouca água. ou parcial da vegetação em uma determinada área. Geralmente,
esse processo ocorre para fins econômicos, visando à utilização
comercial da madeira das árvores e também para o
aproveitamento dos solos para a agricultura e a pecuária. A
atividade mineradora e a construção de barragens para
hidrelétricas também aparecem como causas de tal ocorrência.
No mundo, os primeiros a praticarem de forma intensiva o
desmatamento foram os países desenvolvidos.
Para o soerguimento de suas economias, sobretudo após o
advento do sistema capitalista, algumas nações exploraram
intensamente os seus recursos naturais, avançando essa
exploração também para outras áreas. Com isso, muitas florestas
do hemisfério norte foram praticamente dizimadas.

Fonte: Google Imagens.

Pradarias:
Conhecido popularmente como estepes, as pradarias são
compostas por vegetação herbácea. Sofrem processo de
desertificação originadas pelo grade cultivo bovino dentro das
áreas planas e com baixa densidade de vegetação. Estão
localizadas em clima temperado e subtropical. Solo rico.
Fonte: Google Imagens.
Atualmente, os países que mais desmatam são os de economias
emergentes, pois, embora tentem controlar esse problema, o
desmatamento de suas florestas avança à medida que seus
sistemas econômicos evoluem. Até bem pouco tempo atrás, o
campeão mundial de desmatamento era o Brasil, principalmente
em razão do crescimento da fronteira agrícola sobre as áreas da
Floresta Amazônica. No entanto, recentemente, o país foi
ultrapassado pela Indonésia, que possui uma ampla área verde,
mas que vem desflorestando duas vezes mais do que é
desmatado anualmente no território brasileiro.
Segundo levantamentos realizados pela Organização das Nações
Unidas (ONU), atualmente são desmatados quase sete milhões
de hectares por ano. Isso significa a perda não tão somente de
Fonte: Google Imagens. vegetações, mas também de várias espécies animais, pois o seu
habitat encontra-se cada vez mais diminuto. Com isso, o
Floresta Equatorial: equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado. Dentre as
consequências do desmatamento, podemos citar: o esgotamento
Vegetação intertropical de áreas quentes e úmidas. Chuvas
dos solos com a intensificação de processos de erosão e
abundantes garante a perenidade das folhas nas árvores e um
desertificação; a extinção ou degradação de rios e lagos, graças
tom verde durante todo o ano. Folhas largas, latifoliadas com
ao maior acúmulo de sedimentos gerados; a ocorrência de
muitas espécies adaptadas a viverem com suas raízes nas águas,
desequilíbrios climáticos em razão da ausência das florestas que
denominação hidrófila. Elevada biodiversidade e densidade
tinham como função gerar mais umidade do ar e absorver o calor
vegetal. Muitos animais e plantas são encontrados neste bioma.
atmosférico, dentre outros problemas.

26
Fonte: Google Imagens

Para combater o desmatamento no mundo e também no território


brasileiro, é necessária a adoção de medidas em diferentes
escalas, do individual ao governamental. Cada cidadão deve fazer
sua parte, evitando que, nas áreas urbanas, o número de árvores
por habitante não seja muito pequeno, preservando a vegetação
existente e procurando cultivar novas espécies. Os governos
também possuem a função de adotar medidas de conservação
das áreas naturais com vigilância, fiscalização e repressão dos
agressores a áreas de reservas naturais.

No Brasil, vários domínios naturais foram muito devastados. O


primeiro a sofrer com esse processo foi a Mata Atlântica, que hoje
conta com cerca de 7% de sua área original. Os Pampas e a Mata
de Araucária também passaram por graves processos de
desmatamento, o que também vem ocorrendo no bioma Cerrado,
esse último profundamente devastado durante a segunda metade
do século XX. A Amazônia parece ser o próximo alvo e, embora
os últimos anos o desmatamento tenha apresentando
diminuições, a floresta ainda sofre com o corte de milhares de
hectares de árvores a cada ano.
Dentre as consequências do desmatamento, podemos citar: o
esgotamento dos solos com a intensificação de processos de
erosão e desertificação; a extinção ou degradação de rios e lagos,
graças ao maior acúmulo de sedimentos gerados; a ocorrência de
desequilíbrios climáticos em razão da ausência das florestas que
tinham como função gerar mais umidade do ar e absorver o calor
atmosférico, dentre outros problemas.
Para combater o desmatamento no mundo e também no território
brasileiro, é necessária a adoção de medidas em diferentes
escalas, do individual ao governamental. Cada cidadão deve fazer
sua parte, evitando que, nas áreas urbanas, o número de árvores
por habitante não seja muito pequeno, preservando a vegetação
existente e procurando cultivar novas espécies. Os governos
também possuem a função de adotar medidas de conservação
das áreas naturais com vigilância, fiscalização e repressão dos
agressores a áreas de reservas naturais. No Brasil, vários
domínios naturais foram muito devastados. O primeiro a sofrer
com esse processo foi a Mata Atlântica, que hoje conta com cerca
de 7% de sua área original.

Os Pampas e a Mata de Araucária também passaram por graves


processos de desmatamento, o que também vem ocorrendo no
bioma Cerrado, esse último profundamente devastado durante a
segunda metade do século XX. A Amazônia parece ser o próximo
alvo e, embora os últimos anos o desmatamento tenha
apresentando diminuições, a floresta ainda sofre com o corte de
milhares de hectares de árvores a cada ano.

27
UNIDADE 1 mundo. Seus recursos naturais – que, além da madeira, incluem
GEOGRAFIA FÍSICA enormes estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por
CAPÍTULO 10 exemplo – representam uma abundante fonte de riqueza natural.
BIOGEOGRAFIA DO BRASIL A região abriga também grande riqueza cultural, incluindo o
conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar
PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL esses recursos naturais sem esgotá-los nem destruir o habitat
natural. Toda essa grandeza não esconde a fragilidade do
Os biomas brasileiros são distribuídos pelo território em uma escossistema local, porém. A floresta vive a partir de seu próprio
interação de clima, relevo, latitude e sob forte influência da ação material orgânico, e seu delicado equilíbrio é extremamente
do homem. Bioma é o conjunto dos seres vivos de uma área. sensível a quaisquer interferências. Os danos causados pela ação
É entendido também como o conjunto de ecossistemas terrestres. antrópica são muitas vezes irreversíveis. Ademais, a riqueza
É na biosfera que se encontram os biomas, associações natural da Amazônia se contrapõe dramaticamente aos baixos
relativamente homogêneas de plantas, animais e outros seres índices sócio-economicos da região, de baixa densidade
vivos com equilíbrio entre si e com o meio físico. Esta palavra foi demográfica e crescente urbanização. Desta forma, o uso dos
criada por um ecólogo americano chamado Frederic Clements, recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento da
que definiu bioma como uma comunidade de plantas e região.
animais, geralmente de uma mesma formação. Desde a sua
criação, bioma vem sofrendo algumas modificações e muitas Representação dos três degraus de vegetação da Amazônia
definições.
Os biomas apresentam tipos fisinômicos semelhantes de
vegetação, os mesmos fatores ecológicos e estão estreitamente
relacionados às faixas de latitude, por conseguinte ao clima. Por
exemplo: nas áreas de baixa latitude ou de clima tropical,
predominam as florestas tropicais; nas áres de média latitude
surgem as florestas temperadas. Bioma é um conjunto de
diferentes ecossistemas, são as comunidades biológicas,
organismos da fauna e da flora, como florestas tropicais úmidas,
tundras, savanas, desertos árticos, florestas pluviais, subtropicais
ou temperadas, biomas aquáticos, como recifes de coral, zonas
oceânicas, praias e dunas. Os biomas terrestres se constituem
por três grupos de seres, aqueles que produzem que são os
vegetais, aqueles que consomem que são os animais e os
decompositores que são os fungos e as bactérias. Um conjunto MATA ATLÂNTICA
de ecossistemas constitui um bioma, e o conjunto de todos os
biomas da terra constitui a biosfera da terra. Mata Tropical. Estendia-se originalmente do Rio Grande do Norte ao
Rio Grande do Sul. Contudo, o avanço da urbanização no litoral
acarretou a degradação do bioma. Hoje, estima-se apenas 7% da área
original do bioma espalhados em núcleos de unidades de conservação.
Característica de floresta úmida, chuvas abundantes, latifoliada e
ombrófila. A Fundação SOS Mata Atlântica é responsável pela
recuperação de áreas degradadas e da fauna. Segundo o MMA, A Mata
Atlântica é composta por formações florestais nativas (Floresta
Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de
Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional
Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual), e ecossistemas
associados (manguezais, vegetações de restingas, campos de altitude,
brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste). Originalmente,
o bioma ocupava mais de 1,3 milhões de km² em 17 estados do
território brasileiro, estendendo-se por grande parte da costa do país.
Porém, devido à ocupação e atividades humanas na região, hoje
resta cerca de 29% de sua cobertura original. Mesmo assim, estima-
se que existam na Mata Atlântica cerca de 20 mil espécies vegetais
(35% das espécies existentes no Brasil, aproximadamente), incluindo
diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza
é maior que a de alguns continentes, a exemplo da América do Norte,
FLORESTA AMAZÔNICA que conta com 17 mil espécies vegetais e Europa, com 12,5 mil. Esse
é um dos motivos que torna a Mata Atlântica prioritária para a
Maior floresta do mundo, a Floresta Amazônica também é conservação da biodiversidade mundial. Em relação à fauna, o bioma
conhecida como Hileia. Floresta pluvial, com muitas chuvas, abriga, aproximadamente, 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200
folhas largas (latifoliadas), elevada umidade (ombrófila). Três de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes. Além de ser uma das
degraus de divisão influenciados pela topografia. Mata de igapó regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, a Mata Atlântica
(caiapó): área de planície, terras baixas, solo alagado. Mata de fornece serviços ecossistêmicos essenciais para os 145 milhões de
várzea: inundações periódicas, área de grande fornecimento de brasileiros que vivem nela. As florestas e demais ecossistemas que
látex, seringueiras. Mata de terra firme: terras mais elevadas, compõem a Mata Atlântica são responsáveis pela produção, regulação
áreas não atingidas pelas inundações, aproximadamente 90% da e abastecimento de água; regulação e equilíbrio climáticos; proteção
floresta, parte que mais sofre com o extrativismo. Segundo o de encostas e atenuação de desastres; fertilidade e proteção do solo;
Ministério do Meio Ambiente (MMA), A Amazônia é quase mítica: produção de alimentos, madeira, fibras, óleos e remédios; além de
um verde e vasto mundo de águas e florestas, onde as copas de proporcionar paisagens cênicas e preservar um patrimônio histórico e
árvores imensas escondem o úmido nascimento, reprodução e cultural imenso. Neste contexto, a conservação dos remanescentes de
morte de mais de um-terço das espécies que vivem sobre a Terra. Mata Atlântica e a recuperação da sua vegetação nativa tornam-se
Os números são igualmente monumentais. A Amazônia é o maior fundamentais para a sociedade brasileira, destacando-se para isso
bioma do Brasil: num território de 4,196.943 milhões de km2 áreas protegidas, como Unidades de Conservação (SNUC – Lei nº
(IBGE,2004), crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de 9.985/2000) e Terras Indígenas (Estatuto do Índio – Lei nº
toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas 6001/1973), além de Áreas de Preservação Permanente e Reserva
(das 100 mil da América do Sul). A bacia amazônica é a maior Legal (Código Florestal – Lei nº 12.651/2012). O bioma também é
bacia hidrográfica do mundo: cobre cerca de 6 milhões de km2 e protegido pela Lei nº 11.428/2006, conhecida como Lei da Mata
tem 1.100 afluentes. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região Atlântica, regulamentada pelo Decreto nº 6.660/2008. No dia 27 de
para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar cerca de maio é comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica.
175 milhões de litros d’água a cada segundo. As estimativas
situam a região como a maior reserva de madeira tropical do

28
porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma apresenta 8,21%
de seu território legalmente protegido por unidades de conservação; desse
total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36%
de unidades de conservação de uso sustentável, incluindo RPPNs (0,07%).

Tipos de Cerrado
Caatinga:
Vegetação do semiárido brasileiro. Plantas xerófilas como as cactáceas.
Algumas plantas possuem raízes profundas para atingirem o nível do lençol
freático. Possui três tipos: Caatinga seca arbórea, caatinga arbustiva densa
e caatinga de relevo mais elevado. Sofre com o processo de desertificação
em alguns pontos pela sequência de anos sem chuvas. Solo salinizado em
alguns pontos e a área do bioma também sofre com a expansão do
agronegócio. O MMA define a Caatinga como: A caatinga ocupa uma área
de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do
território nacional. Engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de
Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de
mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de
peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a
maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A
caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços
CERRADO ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será
decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da
Encontrado no Brasil central, com manchas de cerrado pelos estados de
caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins
Roraima, Rondônia. Classificado como savana brasileira, é o segundo
agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de
maior bioma do Brasil. Uma imensa biodiversidade, recheado de
cosméticos, químico e de alimentos. Apesar da sua importância, o bioma
mamíferos, aves e insetos. Sofre com a expansão do agronegócio e não é
tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos últimos anos,
respeitado pela legislação. A destruição das matas de galeria e matas
devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma
ciliares comprometem além da fauna e flora, também os recursos hídricos.
ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias, ao sobrepastoreio
Boa parte da falta d’água no Brasil vem dos pilares da destruição do bioma
e a conversão para pastagens e agricultura. Frente ao avançado
cerrado. Apresenta várias fitofisionomias e a altimetria tem grande
desmatamento que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do
influência na composição vegetal. Segundo o Ministério do Meio
Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma
Ambiente, O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul,
agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais
ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território
no bioma, além de promover alternativas para o uso sustentável da sua
nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins,
biodiversidade. Em relação às Unidades de Conservação (UC´s) federais,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí,
em 2009 foi criado o Monumento Natural do Rio São Francisco, com 27
Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no
mil hectares, que engloba os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe e, em
Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as
2010, o Parque Nacional das Confusões, no Piauí foi ampliado em 300 mil
nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul
hectares, passando a ter 823.435,7 hectares. Em 2012 foi criado o Parque
(Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um
Nacional da Furna Feia, nos Municípios de Baraúna e Mossoró, no estado
elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade. Considerado
do Rio Grande do Norte, com 8.494 ha. Com estas novas unidades, a área
como um hotspots mundiais de biodiversidade, o Cerrado apresenta
protegida por unidades de conservação no bioma aumentou para cerca de
extrema abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional
7,5%. Ainda assim, o bioma continuará como um dos menos protegidos
perda de habitat. Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado
do país, já que pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção
brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando
Integral. Ademais, grande parte das unidades de conservação do bioma,
11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. Existe uma grande
especialmente as Áreas de Proteção Ambiental – APAs, têm baixo nível de
diversidade de habitats, que determinam uma notável alternância de
implementação. Paralelamente ao trabalho para a criação de UCs federais,
espécies entre diferentes fitofisionomias. Cerca de 199 espécies de
algumas parcerias vêm sendo desenvolvidas entre o MMA e os estados,
mamíferos são conhecidas, e a rica avifauna compreende cerca de 837
desde 2009, para a criação de unidades de conservação estaduais. Em
espécies. Os números de peixes (1200 espécies), répteis (180 espécies) e
decorrência dessa parceria e das iniciativas próprias dos estados da
anfíbios (150 espécies) são elevados. O número de peixes endêmicos não
caatinga, os processos de seleção de áreas e de criação de UC´s foram
é conhecido, porém os valores são bastante altos para anfíbios e répteis:
agilizados. Os primeiros resultados concretos já aparecem, como a criação
28% e 17%, respectivamente. De acordo com estimativas recentes, o
do Parque Estadual da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada-PE, e da
Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos
Estação Ecológica Serra da Canoa, criada por Pernambuco em Floresta-
cupins dos trópicos. Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande
PE, com cerca de 8 mil hectares, no dia da caatinga de 2012 (28/04/12).
importância social. Muitas populações sobrevivem de seus recursos
Além disso, houve a destinação de recursos estaduais para criação de
naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas. Contudo, inúmeras
unidades no Ceará, na região de Santa Quitéria e Canindé. Merece
espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Estima-se que
destaque a destinação de recursos, para projetos que estão sendo
20% das espécies nativas e endêmicas já não ocorram em áreas
executados, a partir de 2012, na ordem de 20 milhões de reais para a
protegidas e que pelo menos 137 espécies de animais que ocorrem no
conservação e uso sustentável da caatinga por meio de projetos do Fundo
Cerrado estão ameaçadas de extinção. Depois da Mata Atlântica, o
Clima – MMA/BNDES, do Fundo de Conversão da Dívida Americana –
Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação
MMA/FUNBIO e do Fundo Socioambiental - MMA/Caixa Econômica
humana. Com a crescente pressão para a abertura de novas áreas,
Federal, dentre outros (documento com relação dos projetos). Os recursos
visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem
disponíveis para a caatinga devem aumentar tendo em vista a previsão de
havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Nas
mais recursos destes fundos e de novas fontes, como o Fundo Caatinga,
três últimas décadas, o Cerrado vem sendo degradado pela expansão da
do Banco do Nordeste - BNB, a ser lançado ainda este ano. Estes recursos
fronteira agrícola brasileira. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma
estão apoiando iniciativas para criação e gestão de UC´s, inclusive em
exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para
áreas prioritárias discutidas com estados, como o Rio Grande do Norte.
produção de carvão. Apesar do reconhecimento de sua importância
biológica, de todos os hotspots mundiais, o Cerrado é o que possui a menor

29
Também estão custeando projetos voltados para o uso sustentável de global. Também é no Pampa que fica a maior parte do aquífero Guarani.
espécies nativas, manejo florestal sustentável madeireiro e não madeireiro Desde a colonização ibérica, a pecuária extensiva sobre os campos nativos
e para a eficiência energética nas indústrias gesseiras e cerâmicas. tem sido a principal atividade econômica da região. Além de proporcionar
Pretende-se que estas indústrias utilizem lenha legalizada, advinda de resultados econômicos importantes, tem permitido a conservação dos
planos de manejo sustentável, e que economizem este combustível nos campos e ensejado o desenvolvimento de uma cultura mestiça singular,
seus processos produtivos. Além dos projetos citados acima, em 2012 foi de caráter transnacional representada pela figura do gaúcho. A progressiva
lançado edital voltado para uso sustentável da caatinga (manejo florestal introdução e expansão das monoculturas e das pastagens com espécies
e eficiência energética), pelo Fundo Clima e Fundo Nacional de exóticas têm levado a uma rápida degradação e descaracterização das
Desenvolvimento Florestal – Serviço Florestal Brasileiro, incluindo áreas do paisagens naturais do Pampa. Estimativas de perda de hábitat dão conta
Rio Grande do Norte. Confira. Devemos ressaltar que o nível de de que em 2002 restavam 41,32% e em 2008 restavam apenas 36,03%
conhecimento sobre o bioma, sua biodiversidade, espécies ameaçadas e da vegetação nativa do bioma Pampa (CSR/IBAMA, 2010).
sobreexplotadas, áreas prioritárias, unidades de conservação e
alternativas de manejo sustentável aumentou nos últimos anos, fruto de
uma série de diagnósticos produzidos pelo MMA e parceiros. Grande parte
destes diagnósticos pode ser acessados no site do Ministério: Legislação e
Publicações. Este ano estamos iniciando o processo de atualização das
áreas prioritárias para a caatinga, medida fundamental para direcionar as
políticas para o bioma. Da mesma forma, aumentou a divulgação de
informações para a sociedade regional e brasileira em relação à caatinga,
assim como o apoio político para a sua conservação e uso sustentável. Um
exemplo disso é a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável
do Bioma Caatinga - A Caatinga na Rio+20, realizada em maio deste ano,
que formalizou os compromissos a serem assumidos pelos governos,
parlamentos, setor privado, terceiro setor, movimentos sociais,
comunidade acadêmica e entidades de pesquisa da região para a
promoção do desenvolvimento sustentável do bioma. Estes compromissos
foram apresentados na Conferência das Nações Unidas sobre Área de ocorrência de areais no Rio Grande do Sul
Desenvolvimento Sustentável - Rio +20. Por outro lado, devemos
reconhecer que a Caatinga ainda carece de marcos regulatórios, ações e
investimentos na sua conservação e uso sustentável. Para tanto, algumas
medidas são fundamentais: a publicação da proposta de emenda
constitucional que transforma caatinga e cerrado em patrimônios
nacionais; a assinatura do decreto presidencial que cria a Comissão
Nacional da Caatinga; a finalização do Plano de Prevenção e Controle do
Desmatamento da Caatinga; a criação das Unidades de Conservação
prioritárias, como aquelas previstas para a região do Boqueirão da Onça,
na Bahia, e Serra do Teixeira, na Paraíba, e finalmente a destinação de um
volume maior de recursos para o bioma.

A perda de biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento


sustentável da região, seja perda de espécies de valor forrageiro,
alimentar, ornamental e medicinal, seja pelo comprometimento dos
serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o
controle da erosão do solo e o sequestro de carbono que atenua as
mudanças climáticas, por exemplo. Em relação às áreas naturais
Fonte: Google Imagens protegidas no Brasil o Pampa é o bioma que menor tem representatividade
no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), representando
CAMPOS apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por unidades de
Vegetação herbácea. Os campos sulinos são conhecidos como conservação. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o
pampas. Também são encontrados campos de altitude Brasil é signatário, em suas metas para 2020, prevê a proteção de pelo
(serranos). Na Ilha de Marajó, os campos são conhecidos como menos 17% de áreas terrestres representativas da heterogeneidade de
inundáveis. Está sofrendo fortes ataques de erosão devido ao cada bioma. As “Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e
grande cultivo bovino. O pisoteio do gado nos solos sulinos Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, atualizadas em
compactam as partículas, tornando-as mais resistentes à entrada 2007, resultaram na identificação de 105 áreas do bioma Pampa, destas,
d’água. Fator que contribui para a descaracterização da 41 (um total de 34.292 km2) foram consideradas de importância biológica
paisagem. Segundo o MMA o Pampa está restrito ao estado do Rio extremamente alta. Estes números contrastam com apenas 3,3% de
Grande do Sul, onde ocupa uma área de 176.496 km² (IBGE, 2004). Isto proteção em unidades de conservação (2,4% de uso sustentável e 0,9%
corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território brasileiro. de proteção integral), com grande lacuna de representação das principais
As paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a planícies, de fisionomias de vegetação nativa e de espécies ameaçadas de extinção da
morros rupestres a coxilhas. O bioma exibe um imenso patrimônio cultural fauna e da flora. A criação de unidades de conservação, a recuperação de
associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa se áreas degradadas e a criação de mosaicos e corredores ecológicos foram
caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a identificadas como as ações prioritárias para a conservação, juntamente
presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, com a fiscalização e educação ambiental. O fomento às atividades
formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos, etc. econômicas de uso sustentável é outro elemento essencial para assegurar
Por ser um conjunto de ecossistemas muito antigos, o Pampa apresenta a conservação do Pampa. A diversificação da produção rural a valorização
flora e fauna próprias e grande biodiversidade, ainda não completamente da pecuária com manejo do campo nativo, juntamente com o
descrita pela ciência. Estimativas indicam valores em torno de 3000 planejamento regional, o zoneamento ecológico-econômico e o respeito
espécies de plantas, com notável diversidade de gramíneas, são mais de aos limites ecossistêmicos são o caminho para assegurar a conservação
450 espécies. Nas áreas de campo natural, também se destacam as da biodiversidade e o desenvolvimento econômico e social. O Pampa é
espécies de compostas e de leguminosas (150 espécies) como a babosa- uma das áreas de campos temperados mais importantes do planeta. Cerca
do-campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo. Nas áreas de de 25% da superfície terrestre abrange regiões cuja fisionomia se
afloramentos rochosos podem ser encontradas muitas espécies de caracteriza pela cobertura vegetal como predomínio dos campos – no
cactáceas. A fauna é expressiva, com quase 500 espécies de aves. Trata- entanto, estes ecossistemas estão entre os menos protegidos em todo o
se de um patrimônio natural, genético e cultural de importância nacional e planeta. Na América do Sul, os campos e pampas se estendem por uma

30
área de aproximadamente 750 mil km2, compartilhada por Brasil, Uruguai COSTEIRO MARINHO:
e Argentina. No Brasil, o bioma Pampa está restrito ao Rio Grande do Sul,
onde ocupa 178.243 km2 – o que corresponde a 63% do território Este bioma se estende das vegetações litorâneas às profundezas
estadual e a 2,07% do território nacional. O bioma exibe um imenso da plataforma continental e ilhas oceânicas. Ambiente com muitas
patrimônio cultural associado à biodiversidade. Em sua paisagem plantas adaptadas às condições de salinidade (halófitas). Dunas
predominam os campos, entremeados por capões de mata, matas ciliares e mangues estão associados ao bioma. A expansão urbana tem
e banhados. A estrutura da vegetação dos campos – se comparada à das destruído os manguezais e o avanço da indústria petroleira tem
florestas e das savanas – é mais simples e menos exuberante, mas não gerado graves e irreversíveis danos ao ambiente marinho. Os
menos relevante do ponto de vista da biodiversidade e dos serviços ecossistemas de Banhados pertence a este bioma. Banhados:
ambientais. Ao contrário: os campos têm uma importante contribuição no Área alagada de grande diversidade biológica. Uma das grandes
sequestro de carbono e no controle da erosão, além de serem fonte de riquezas ecológicas que nosso país possui é o seu bioma marinho
variabilidade genética para diversas espécies que estão na base de nossa costeiro que além de uma longa extensão tem ampla
cadeia alimentar. biodiversidade. Contudo, mesmo com sua relevância ecológica
reconhecida ainda há muito que fazer em termos de preservação.
PANTANAL A região costeira sofre o impacto de intensa atividade de
transportes e comércio. A exploração do petróleo é outra
Maior planície inundada do planeta. Área localizada na Depressão Bacia atividade que vem impactando esses ambientes A região costeira
do Rio Paraguai. Existem espécies do cerrado e da Amazônia no brasileira possui 17 estados e nela estão 13 das 27 capitais
pantanal. Considerado santuário ecológico. Abundancia na fauna e destacando também muitas regiões metropolitanas de grande
flora. Diversas tribos indígenas perderam suas áreas para pecuária relevância. Quanto mais habitada é uma região mais evidente fica
extensiva e para a expansão urbana. O MMA define o pantanal como a sua exploração para atividades de finalidade econômica. Isso
uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Este bioma comprova o quanto o bioma marinho costeiro está ameaçado em
continental é considerado o de menor extensão territorial no Brasil, território nacional. Uma questão contraditória é que o Brasil é o
entretanto este dado em nada desmerece a exuberante riqueza que o país que mais criou áreas de conservação ambiental na última
referente bioma abriga. A sua área aproximada é 150.355 km² década e se mantém como a nação com a região marinha menos
(IBGE,2004), ocupando assim 1,76% da área total do território salvaguardada. A zona costeira do Brasil ainda guarda diversos
brasileiro. Em seu espaço territorial o bioma, que é uma planície segredos haja vista que sua diversidade não é amplamente
aluvial, é influenciado por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai. O conhecida. Existem muitos ecossistemas e regiões que precisam
Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: passar por um processo de inventário. Mesmo com essa demanda
Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Além disso sofre influência do por uma investigação mais adequada já foram contabilizadas
bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai entre 705 e 1.209 espécies de peixes no bioma marinho incluindo
e leste da Bolívia). Uma característica interessante desse bioma é que nessa conta as espécies de áreas de estuário. Com extensão
muitas espécies ameaçadas em outras regiões do Brasil persistem em superior a 8.500 km, Zona Costeira brasileira constitui uma região
populações avantajadas na região, como é o caso do tuiuiú – ave de transição ecológica e desempenha importante papel no
símbolo do Pantanal. Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes desenvolvimento e reprodução de espécies, bem como nas trocas
números de espécies catalogadas: 263 espécies de peixes, 41 espécies genéticas entre os ecossistemas terrestres e marinhos A Zona
de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 Costeira e Marinha brasileira é uma das principais áreas de
espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas. Segundo a Embrapa tráfego de riquezas do País. Apresenta intensa atividade de
Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no comércio e transportes, além de sofrer alto impacto
bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e algumas ambiental causado pela exploração de petróleo. A região abrange
apresentam vigoroso potencial medicinal. Apesar de sua beleza natural 17 estados, e sua faixa continental abriga 13 das 27 capitais
exuberante o bioma vem sendo muito impactado pela ação humana, brasileiras, incluindo algumas das principais regiões
principalmente pela atividade agropecuária, especialmente nas áreas metropolitanas, onde vivem milhões de pessoas. A concentração
de planalto adjacentes do bioma. De acordo com o Programa de populacional indica alto grau de intervenção humana (ou
Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, antrópica) nos recursos naturais do bioma. Segundo dados da
realizado com imagens de satélite de 2009, o bioma Pantanal mantêm Comissão Interministerial para Recursos do Mar (CIRM),
83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Assim como a fauna e flora aproximadamente um quarto da população brasileira vive na zona
da região são admiráveis, há de se destacar a rica presença das costeira, somando 50 milhões de habitantes. A parcela marinha
comunidades tradicionais como as indígenas, quilombolas, os coletores da zona abrange uma área de aproximadamente 3,5 milhões de
de iscas ao longo do Rio Paraguai, comunidade Amolar e Paraguai km2, integrada pelo mar territorial brasileiro, ilhas náuticas e
Mirim, dentre outras. No decorrer dos anos essas comunidades oceânicas, pela plataforma continental e pela Zona Econômica
influenciaram diretamente na formação cultural da população Exclusiva, cujo aumento de 712 mil km2 em seus limites - além
pantaneira. Apenas 4,6% do Pantanal encontram-se protegidos por das 200 milhas náuticas originais - está sendo pleiteado pelo País
unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de junto à ONU. Embora o Brasil tenha sido a nação do mundo que
proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável (BRASIL, 2015). mais criou áreas de conservação nos últimos 10 anos, sua região
marinha é a menos protegida. Apenas 1,57% dos 3,5 milhões de
km2 de mar sob jurisdição brasileira está sob proteção em
unidades de conservação. Variedade - A biodiversidade marinha
presente na zona costeira do País é relativamente pouco
conhecida. Muitas regiões, ecossistemas e ambientes ainda
precisam ser inventariados adequadamente. Ainda assim, o
número de espécies de peixes catalogadas no bioma varia entre
705 e 1.209, considerando-se aquelas de áreas de estuário. Os
mamíferos marinhos somam 57 espécies, e os cetáceos (baleias
e golfinhos) chegam a 53.
Mais de 100 espécies de aves estão associadas ao bioma costeiro e
marinho. Algumas são residentes e outras, migrantes. Além do guará,
espécies ameaçadas de extinção vivem e se reproduzem na Região
Norte. As ilhas costeiras das regiões Sul e Sudeste são sítios onde
ocorre a presença do trinta-réis, da pardela-de-asa larga, do tesourão,
do atobá e do gaivotão. Das sete espécies de tartarugas marinhas
conhecidas no mundo, cinco vivem em águas brasileiras. O Brasil
possui ainda, os únicos recifes de coral do Atlântico Sul. Das mais de
350 espécies de corais recifais do planeta, pelo menos 20 foram
registradas no País, sendo que oito são encontradas apenas em nosso
território. Nos manguezais brasileiros também podem ser
encontradas, no mínimo, 776 espécies de peixes, aves, moluscos,
plantas e artrópodos. As principais ameaças à biodiversidade marinha
nacional são a aquicultura, a pesca insustentável, a expansão de áreas
urbanas e o turismo, além da poluição, redução dos recursos hídricos,

31
corte de madeira de manguezais e mudanças climáticas. A ininterruptamente os ecossistemas mais frágeis, além do incentivar e
movimentação de navios de todo o mundo também contribui para o apoiar a pesquisa e divulgação da importância dos ecossistemas
declínio da diversidade biológica marinha, pois favorece a entrada de costeiros e marinhos para toda a população brasileira. Extensão - A
espécies exóticas invasoras - a segunda maior causa da perda de Zona Costeira e Marinha do Brasil se estende da foz do rio Oiapoque
biodiversidade em todo o mundo - por meio da água de lastro das (AP) à foz do rio Chuí (RS), e abrange os limites dos municípios da
embarcações, que, uma vez ancoradas, despejam na área brasileira faixa costeira a oeste até as 200 milhas náuticas, incluindo as áreas
as águas armazenadas recolhidas em outros países, repletas de em torno do Atol das Rocas (RN), dos arquipélagos de Fernando de
espécies estrangeiras que disputam hábitats e nutrientes com Noronha (PE) e de São Pedro e São Paulo (PE), e as ilhas de Trindade
as espécies silvestres locais. Alerta - De acordo com o documento e Martin Vaz, situadas além do limite marinho. Sua faixa terrestre se
Panorama Global da Biodiversidade, lançado pelo Programa das estende por aproximadamente 10.800 mil quilômetros ao longo da
Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), ecossistemas costeiros costa - computados os recortes de litoral e reentrâncias naturais- e
e marinhos continuam sofrendo a redução de sua possui uma área de aproximadamente 514 mil km2. Mudanças
extensão, ameaçando uma de suas funções básicas imprescindíveis, a Climáticas - Os ecossistemas costeiros e marinhos, como recifes de
absorção de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, fundamental na coral e manguezais, são considerados especialmente vulneráveis às
mitigação das mudanças climáticas globais. Além de acolher uma mudanças climáticas por sua fragilidade e limitada capacidade de
ampla variedade de seres vivos, esses ecossistemas adaptação, com danos que podem se tornar irreversíveis. Os recifes
proporcionam serviços essenciais à sobrevivência humana, como de corais, por exemplo, podem ser o primeiro ecossistema
alimentos, manutenção do clima, purificação da água, controle das funcionalmente extinto pelas mudanças do clima, caso ocorra um
inundações e proteção costeira, bem como o turismo e lazer. O aumento médio de 2 a 3 ºC de temperatura.
relatório " A Economia de Ecossistemas e da Biodiversidade" (TEEB,
em inglês) estima que tais subsídios podem gerar um valor de cerca
de US$ 14 bilhões de dólares anualmente. O cálculo envolve o valor
potencial de produtos comercializados, como o pescado, além do valor
adicional de serviços ainda não-comercializados, incluindo o sequestro
de carbono e a proteção contra enchentes. Metas e ações
brasileiras- O MMA prevê lançar ainda este ano o Panorama da
Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Brasil, um
retrato da biodiversidade marinha, suas ameaças, ações e projetos de
conservação, que abordará os principais desafios para sua
manutenção. A publicação lançará um alerta sobre a necessidade e a
urgência de conservação da zona costeira e marinha do País. A meta
nacional estabelecida para conter a perda de biodiversidade no Brasil,
até 2010, era de conservar, no mínimo, 10% da área de ecossistemas
marinhos, que seriam protegidos por meio de unidades de
conservação(UCs). De acordo com o Panorama Marinho, apenas 1,5%
da zona costeira e marinha está protegida, e o bioma representa uma
grande lacuna em termos de áreas protegidas no Brasil, consideradas
um dos principais instrumentos de conservação. No bioma, existem 38
UCs de proteção integral e 64 de uso sustentável. Outra importante
iniciativa está relacionada à identificação de espécies ameaçadas e à
elaboração de planos de ação para recuperá-las. Para isso, o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está
coordenando a avaliação do estado de ameaça de espécies
marinhas. O objetivo é identificar a atual situação de grupos em risco
ou ameaça de extinção, de forma a gerar informações técnico-
científicas para a revisão da lista nacional de espécies ameaçadas. A
partir destes dados serão feitos planos de ação e adotadas medidas
que busquem reverter o estado de ameaça, visando a recuperação de
populações marinhas. Estoques pesqueiros - O maior esforço nacional
no levantamento da biodiversidade marinha e da situação dos
estoques pesqueiros foi promovido pelo Programa Revizee, que
confirmou a baixa concentração de nutrientes em águas nacionais e
sua consequente produtividade reduzida, que compromete
os estoques pesqueiros. De acordo com o coordenador de gestão de
Recursos Pesqueiros do MMA, Roberto Gallucci, é importante conter
impactos sobre manguezais e recifes de coral, como o desmatamento,
a degradação desses ecossistemas e a sobrepesca, uma vez que são
locais de reprodução, crescimento e alimentação de boa partedos
peixes marinhos. Em todo o mundo já desapareceram 27% dos MATA DOS COCAIS
recifes. Nos países em desenvolvimento, um quarto do pescado anual
é capturado nos recifes de coral, o que torna esses ecossistemas Localizada entre a zona de transição floresta amazônica e a caatinga.
responsáveis pelo sustento de cerca de 1 bilhão de pessoas somente Predominam as palmeiras como: babaçu, carnaúba e buriti.
na Ásia. "É fundamental promover a gestão eficiente, a recuperação e
uso sustentável dos recursos pesqueiros", afirma Gallucci. "Preocupa
muito o quadro dos impactos ambientais no bioma costeiro e
marinho. Por isso, será necessário adotar mecanismos de recuperação
e conservação dos estoques pesqueiros, entre os quais, o
estabelecimento de áreas de exclusão de pesca", diz. O MMA atua em
programas para conservação de ecossistemas-chave- como
manguezais e recifes de coral -, além de contribuir com os planos de
gestão para espécies que têm sido muito pescadas (sobreexplotadas)
e com o processo de ordenamento pesqueiro. A gerente de
Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros do MMA, Ana Paula
Prates, afirma que o desejável seria instituir uma Política Nacional de
Conservação dos Oceanos, com meios garantidos para sua execução
e participação de diferentes parceiros e setores governamentais em
busca da manutenção dos estoques pesqueiros e da
biodiversidade marinha. Ana Paula avalia, ainda, ser Fonte: Google Imagens
necessário valorizar e implementar as unidades de conservação
existentes, criar novas áreas protegidas, monitorar contínua e

32
MATA DE ARAUCÁRIA Domínio do Cerrado
Bioma mais devastado do Brasil. Estima-se que seu tamanho original Localização: região central do Brasil. Estados de Tocantins, Goiás,
se reduziu a 0,3%. Domínio vegetal de araucárias, ou pinhais. Clima Mato Grosso (área central), Mato Grosso do Sul (áreas central e
subtropical úmido das regiões sul e sudeste. Abundância de árvores nordeste). Minas Gerais (faixa centro-oeste), Maranhão (sul) e
coníferas e aciculifoliadas. Rondônia (faixa centro-sudeste).

Características principais: clima tropical; vegetação de cerrado;


solos pouco férteis em grande parte do domínio;

Domínio da Caatinga

Localização: área central da região Nordeste. Quase todo


território do Ceará (exceto faixa litorânea); regiões centro-oeste
dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas e Sergipe; grade parte da região centro-oeste da Bahia;
sudeste do Piauí.

Características principais: clima semiárido; vegetação típica da


caatinga, presença de depressões, solos secos e de baixa
profundidade.

Domínio das Araucárias


Fonte: Google Imagens.

BIOPIRATARIA Localização: região sul do Brasil. Presente nas áreas centrais dos
estados do Paraná Santa Catarina, além da área norte do Rio
Contrabando ilegal de plantas e animais de um país. Em 1997, a Grande do Sul.
biopirataria na Amazônia passou a ser fiscalizada pela Comissão
de Biopirataria da Amazônia que já interceptou muitos Características principais: clima subtropical; vegetação
contrabandos de espécies nativas. subtropical (Mata de Araucária); presença de rios perenes.
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS
Domínio das Pradarias
O geógrafo Aziz Ab’Sáber criou um modelo de classificação da
paisagem natural do Brasil, baseada em domínios. Estes domínios são Localização: presente na área meridional do estado do Rio Grande
classificados de acordo com semelhanças de relevo, clima, vegetação, do Sul.
solo e hidrografia de uma determinada região. É considerado um
modelo completo, pois leva em consideração vários elementos Características principais: clima subtropical; vegetação composta
geográficos, compondo o quadro natural de uma região. basicamente por gramíneas e herbáceas; relevo de planalto com
presença de leves ondulações.

Domínio de Mares de Morros

Localização: quase todo território do estado de São Paulo (exceto


áreas ao norte e sul); noroeste e faixa litorânea do Paraná; áreas
litorâneas dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul;
faixa leste de Minas Gerais, todo território do Rio de Janeiro e
Espírito Santo; faixa litorânea da região Nordeste.

Características principais: clima úmido, relevo com presença de


serras (exemplos: Serra do Mar, Mantiqueira e Espinhaço); solo
que sofre com a erosão provocada pelo alto índice pluviométrico
(chuvas); grande parte deste domínio está ocupada por
vegetação da Mata Atlântica.
presença de depressões e planaltos. A Chapada dos Guimarães é
um dos destaques do relevo deste domínio.

Domínio Amazônico

Localização: estados do Amazonas, Pará, Acre e áreas do norte


dos estados de Rondônia e Mato Grosso, além da região oeste do
Maranhão.

Características principais: floresta equatorial; clima úmido e


quente; presença da planície amazônica, além de planaltos e
depressões nas áreas de borda; presença da Bacia Amazônica
com grande quantidade de rios e elevado volume de água.

33
UNIDADE 1
GEOGRAFIA FÍSICA Diamante
CAPÍTULO 11 Reservas: estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia e Paraná.
MEIO AMBIENTE E RECURSOS
MINERAIS Minério de Ferro

BIODIVERSIDADE NO MUNDO Reservas: Quadrilátero Ferrífero (sul de Minas Gerais), Serra dos Carajás
(centro do Pará) e Maciço de Urucum (oeste do Mato Grosso do Sul).
A biodiversidade é a variedade de vida em um ambiente. Percebam que o
Brasil é um país riquíssimo em biodiversidade. Seus biomas, ecossistemas Bauxita
e florestas se caracterizam pela elevada concentração de vida. Reservas: Serra dos Carajás (centro do Pará), Jari (Amapá) e vale do
rio Trombetas (oeste do Pará).
Cobre
Reservas: Serra dos Carajás (centro do Pará) e estados de Goiás,
Minas Gerais, Bahia e Ceará.
Estanho
Reservas: Província Estanífera (Rondônia) e estados do Amazonas e
Rondônia.
Manganês
Reservas: Serra dos Carajás (centro do Pará), Serra do Navio
(Amapá) e Maciço de Urucum (oeste do Mato Grosso do Sul).
Níquel
RECURSOS MINERAIS Reservas: Serra dos Carajás (centro do Pará) e estados de Goiás e
Minas Gerais.
A retirada abrupta de recursos naturais não-renováveis do
planeta tem durabilidade. Alguns minérios estão com os dias Ouro
contados.
Reservas: estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Maranhão,
Alagoas, Rio Grande do Sul e Serra dos Carajás (centro do Pará).
Nióbio
Reservas: estados do Amazonas, Minas Gerais, Rondônia e Goiás.

ILHAS DE CALOR

Recursos Minerais no Brasil Grandes aglomerações urbanas influenciam na temperatura local. O


concreto das edificações, somado ao asfalto, tende a acumular mais
O Brasil é um imenso território com uma formação rochosa antiga. Graças calor, elevando a temperatura e a sensação térmica. As cidades,
a isso, possui grande quantidade de minerais. Destaque para minerais podem chegar a ter temperaturas de 6⁰C a mais - registrados em seus
metálicos, como o ferro, o manganês e a bauxita (minério de alumínio). termômetros - em relação à zona rural mais próxima.
Esses minerais são a base da indústria mineradora brasileira,
principalmente o minério de ferro. Em menor escala, porém não menos
importante, tem-se também o ouro, o cobre e o nióbio. Para se ter uma
ideia da importância da indústria mineral para o país, em 2011 ela
apresentou saldo positivo de US$ 34 bilhões na balança comercial
brasileira, representando 18% de todos os produtos exportados.
Principais recursos minerais (minérios) do Brasil e localização das
reservas:
Petróleo
Reservas: Bacia de Santos, Bacia de Campos e Bacia do Espírito
Santo (litoral sudeste). Sem considerar o Pré-Sal.
Carvão Mineral
Reservas: estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

34
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Aquecimento Global
A principal causa da poluição atmosférica vem da combustão de Nos últimos 100 anos, a temperatura da Terra subiu 0,6⁰C. Se o
combustíveis fósseis. Esta queima emite para a atmosfera gases padrão de desenvolvimento se manter, a temperatura elevará
poluentes prejudiciais para as camadas. 5,8⁰C até 2100. Muitos de nós não estaremos vivos neste ano.
Porém, nossos filhos ou netos estarão. Se a temperatura
Efeito Estufa continuar se elevando desta forma, a vida será literalmente um
inferno. O aquecimento global é o resultado do acúmulo de gases
na atmosfera.

O efeito estufa é uma situação normal do planeta Terra. Sem o


acúmulo de calor na atmosfera, não existiria vida. A atmosfera
POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL
livra a Terra dos extremos de temperatura. Contudo, o planeta
vem sofrendo com o constante e agravante envio de gases A degradação ambiental no Brasil se inicia com a derrubada da
poluentes para a atmosfera. Estes gases acumulados impedem a vegetação para a construção de uma estrada. Com a estrada
saída natural dos raios solares, aumentando a temperatura na pavimentada e implantada, o restante da degradação acaba se
troposfera. tornando progressivo. Cidades vão se formando juntamente com
latifúndios, barragens, usinas, portos e a ocupação do território passa
Emissão de CO₂ no Mundo
a viver em constante transformação. Em um determinado momento,
Os EUA assumem o posto de maior emissor de gás carbônico pelo a situação do planeta chegará em calamidade mundial. A crise d’água
seu intenso ramo industrial. O Brasil não está longe dos EUA, é o primeiro fator agravante mais próximo do homem.
porém, a maioria esmagadora dos gases emitidos vem de
A aprovação de uma obra, no Brasil, funciona desde 1986 com um
queimadas nos biomas.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e um Relatório de Impacto no Meio
Ambiente (Rima). Este estudo atrelado ao relatório, tem a atribuição
de dimensionar a perda que o meio ambiente sofrerá com a
implementação do empreendimento.
Apesar da burocracia, é fácil iniciar uma obra no Brasil e o meio
ambiente – muitas vezes – é deixado de lado, servindo apenas para
suprir as necessidades do país por determinado tempo.
A derrubada dos biomas é uma situação crítica. A floresta amazônica,
o cerrado, os pampas e a zona costeira marinha estão vivendo hoje o
que a mata atlântica viveu no Brasil colonial. É feia a situação! O grave
problema ambiental envolvendo a falta d’água tem raiz no
desmatamento. Mananciais, nascentes e matas de galeria, aquelas
que circulam os rios, continuarão comprometidas se a atual situação
de relação HOMEM – MEIO AMBIENTE persistir no Brasil e não
melhorar.
A contaminação do solo com agrotóxicos reflete também na água
localizado no subsolo. O homem, cada vez mais, consome alimentos
recheados de produtos extremamente prejudiciais à saúde originados
Chuvas Ácidas de compostos químicos dos agrotóxicos. O solo perde boa parte da sua
A chuva ácida ocorre por uma reação simples: H₂O + CO₂ = produção e a água é contaminada. No final das contas, o homem acaba
H₂CO₃. A combinação de água em estado gasoso na atmosfera, consumindo a água destes lençóis e aquíferos pra piorar mais ainda a
somado com dióxido de carbono, resulta no ácido carbônico. Toda situação.
chuva é ácida, o que varia é o seu pH. Quanto mais CO₂ na Com tantos problemas, há ainda quem pensa em soluções para esta
atmosfera, mais ácida se torna a chuva chegando a pontos situação.
extremos de causar queimaduras na pele humana e corrosões em
monumentos. Desenvolver tecnologias de reaproveitamento de materiais, investir em
fontes alternativas de energia, racionar água e evitar grandes impactos
ambientais são atitudes inovadoras. Utilizar transporte público,
economizar energia elétrica, se alimentar somente com o necessário e
diminuir a produção de lixo também são fatores que despertam o
interesse das pessoas.
O paradoxo está na relação pessoal e governamental. Não há como
viver de transporte público, por exemplo, se a situação for precária e
prejudicial. Compatibilizar desenvolvimento com sustentabilidade é
uma tarefa difícil, mas não impossível.
Código Florestal e Código das Águas
Desde a década de 30, o Brasil vem descrevendo em seus dois códigos
inspirado em como deve ser o comportamento do homem com o meio
ambiente na sua propriedade privada. Este comportamento é de
preservar uma parte da propriedade para que a outra parte sirva na
geração de bens, seja com agricultura ou pecuária.
Um grande exemplo, fruto do código florestal é o da Reserva Legal e as
Áreas de Proteção Permanente.

35
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o SNUC, é um
importante passo que o Brasil percorre avançando em direção à
proteção e conservação dos biomas. As unidades de conservação
são separadas por categorias: proteção integral e uso
sustentável.

Protocolo de Montreal
Realizado no Canadá em 1987, o encontro visou reunir 24 países
desenvolvidos para um acerto na redução de CFC
(Clorofluorcarboneto), gás extremamente tóxico para a camada
de O₃, substituindo por gases menos ofensivos à camada.
Convenções Mundiais pós-Montreal
 Estocolmo (Suécia 1972)
 Rio de Janeiro (1992)
 Kyoto (Japão 1997)
Protocolo de Kyoto
Conjunto de mudanças globais para reduzir a emissão de gases
estufa em 5,2% entre 2008-2012. Os EUA resistiu em assinar o
acordo e a meta está longe de ser alcançada.

36
UNIDADE 2  Indústria de bens de capital, de produção, indústria de base ou
GEOGRAFIA HUMANA indústria pesada: São aquelas que produzem bens para que outras
CAPÍTULO 12 indústrias utilizem (Exemplo: a indústria de bens de produção produz
INDUSTRIALIZAÇÃO GERAL as máquinas de outras indústrias utilizarão).

Este capítulo proporcionará ao aluno um estudo sobre a industrialização


mundial e os fatores que causaram cedo ou tardiamente a mudança no
espaço geográfico. É necessário compreender que as indústrias, no
início de sua formação, se concentravam próximas às fontes de matéria-
prima, justamente pela facilidade e necessidade de extração. A
desconcentração industrial veio devido à importância da pesquisa que
formaram os conhecidos tecnopolos.

INDÚSTRIA
Indústria é uma atividadedetransformação da matéria-prima Font: PNUD
em um determinado produto.
 Beneficentes ou de Processamento
Estágios da Indústria
São as indústrias que refinam produtos.
 Artesanato: o produtor transforma sozinho a matéria-prima
em produto. Exemplo: Refinarias de petróleo e açúcar.
 Manufatura: é um estágio onde já existe uma divisão do trabalho,
 Construção
caracterizou a fase inicial do capitalismo (capitalismo comercial –
capítulo 1) e exige do trabalhador a operação manual, podendo ter o As indústrias que produzem os edifícios, casas, pontes e outras
auxílio de uma máquina simples. obras da engenharia civil.
 Maquinofatura: possui uma enorme divisão de trabalho,
fazendo com que cada trabalhador opere uma determinada
máquina. É o estágio atual.

QUADRO RESUMO

Font: PNUD

 Tecnologia
Divide-se em:
 Tradicionais: são aquelas cujas características assemelham-
se aos da primeira revolução industrial.
 Dinâmicas: exigem tecnologias modernas – aeroespacial,
informática e a robótica.
Setores das Atividades Econômicas
 Setor Primário – Agricultura, pecuária, atividades no campo,
pesca e exploração florestal.

TIPOS DE INDÚSTRIAS
 Extrativista
Divide-se em três partes: Mineral, Vegetal e Animal.
Font: PNUD

 Setor Secundário – São atividades ligadas às indústrias, incluindo


as indústrias de transformação de bens de consumo e de bens de
produção e também as indústrias de exploração mineral.

Fonte: PNUD
Exemplo: A mineração, as madeireiras e a pesca
respectivamente. Font: PNUD

 Transformação  Setor Terciário – Prestação de Serviços.

Divide-se em:
 Bens de Consumo Duráveis: Produtos de longa durabilidade como:
aparelhos eletrônicos e automóveis.
 Bens de Consumo Não-Duráveis: São aqueles usados apenas uma
vez ou por pouco tempo como: alimentos, remédios e roupas.
 Indústria de Bens Intermediários: São aquelas que produzem a
matéria-prima para outras indústrias (Exemplo: o aço que se usam na
construção civil). Font: PNUD

37
INDUSTRIALIZAÇÃO
A industrialização é um resultado dos avanços nas formas de produção,
fazendo com que se ocorra mudanças no espaço geográfico. A
Inglaterra foi a pioneira da industrialização, realizando em 1750 sua
primeira revolução industrial.
Logo em seguida, outros países foram se industrializando para
atenderem o crescimento econômico.
 A industrialização clássica (XVIII e XIX) é um termo
designado para os primeiros países que se industrializaram, são hoje
os países desenvolvidos (países centrais) como: EUA, Inglaterra,
França, Itália, Espanha, Japão e outros.
 Industrialização tardia (século XX) é o termo exposto para os
países que se industrializaram tardiamente como: Brasil, México,
Argentina, Tigres Asiáticos, Novos Tigres, África do Sul e outros.
BIZ U
Com a industrialização, surgiu o termo Divisão Internacional do
Trabalho, onde eram separados os países industrializados dos não-
industrializados. Logo depois, este conceito foi deixando de se relatado,
passando a ser chamado de países desenvolvidos (no lugar de
industrializados) e subdesenvolvidos (não-industrializados). Mas com a
terceira revolução industrial, a Nova Divisão Internacional do Trabalho ATENÇ ÃO
surgiu, nomeando os países desenvolvidos em países centrais e os - Professor, qual é a diferença entre concentração e
subdesenvolvidos como países semiperiféricos. Neste mesmo período desconcentração industrial?
apareceu também o termo países periféricos nomeado àqueles que A concentração está voltada para a utilização da matéria-prima, de início,
sustentam sua economia exportando produtos primários (Exemplo: houve a necessidade das indústrias se instalarem próximo a estas fontes.
alguns países africanos e asiáticos). A desconcentração ocorreu pela vontade ascendente do investimento na
pesquisa tecnológica.
Concentração Industrial
INDUSTRIALIZAÇÃO MUNDIAL
As primeiras indústrias mundiais se encontravam perto dos locais
propícios ao crescimento onde havia bastante mão-de-obra, fontes de Industrialização dos Estados Unidos da América
energia, facilidade de escoamento e mais dois importantes fatores a
seguir: mercado consumidor e matéria-prima (carvão e ferro). Os EUA adotaram uma política protecionista após terminar a
Estes fatores designaram a formação de várias cidades com potencial guerra de secessão (1861 – 1865). Logo seu mercado industrial
industrial alto, surgindo consequentemente, o conceito de se desenvolveu e os nortes americanos se tornavam cada vez
concentração industrial. mais uma potência industrialista.

Com a chegada da Segunda Revolução Industrial, o carvão já não Sua industrialização cresceu até 1929 – com a queda da bolsa –
era visto como o produto mais importante, agora o petróleo e o aço teve um singelo decrescimento, mas para se recompor, em 1933,
precisavam ser mais explorados. fundaram o New Deal, reformas econômicas para novamente
intensificar uma forte industrialização, principalmente na
Os transportes também chegaram para facilitar deslocamento das produção material bélico.
mercadorias. Notou-se então, a necessidade de formar novas áreas
industriais. Principais Fatores para a Industrialização Estadunidense

BIZ U
 Território geográfico rico em recursos naturais.
 Desenvolvimento de transporte.
Se existe uma concentração industrial, consequentemente existe
também um conceito de concentração financeira ou econômica  Muitos imigrantes (Se lembram do conceito? Caso tenha
naquela região. dúvida vá ao Capítulo 2 - Demografia).
 Progresso tecnológico expansionista.
Desconcentração Industrial  Aniquilamento de nativos.
 Linha férrea ligando o Leste ao Oeste.
A desconcentração industrial veio à tona devido a importância do
investimentoempesquisa. ATENÇ ÃO
Atualmente, os setores industriais dos EUA se concentram no Golfo do
A terceira revolução industrial favoreceu a formação dos México, Flórida, Los Angeles, São Francisco e Seatle.
tecnopolos. Já não havia uma necessidade das indústrias tecnológicas
se instalarem próximo as fontes de matéria-prima, pois caberiam as Industrialização Norte Americana Pós-Segunda Guerra Mundial
redes de transporte a função de distribuir internamente os produtos
utilizados por elas.  Plano Marshall e Guerra Fria embora não sendo períodos de
implantação da indústria Norte Americana foi uma época de
Esses fatores caracterizaram a desconcentração industrial, formando expansão global dos negócios americanos (indústrias e
assim, os tecnopolos (lugares onde se realizam o investimento nas financeiro). Detalhe: Os EUA forneceram desenvolvimento para
pesquisas e no desenvolvimento interno do país). os países capitalistas.
 Desenvolvimento qualificado em pesquisa.
 Empresas Transnacionais cresceram e se instalaram em
diversos países.
Centro Industrial estadunidense
Região dos Grandes Lagos. Manufacturing belt – cinturão
industrial com atividades siderúrgicas, mecânica, metalúrgico,
automobilístico e petroquímico.
Tecnopolos Estadunidenses
 Silicon Beach
 Silicon Prairie
 Silicon Valley
 Electronic Highway.

38
Mapa dos EUA com suas atividades industriais e de pesquisa: ATENÇ ÃO
A robótica japonesa é um dos ramos industriais mais bem
desenvolvidos do planeta!
ATENÇ ÃO
O Japão também é destaque na pesca mundial e na indústria aeroespacial.

Tecnopolos Japoneses
No Japão, as duas maiores cidades responsáveis pelo
desenvolvimento de pesquisa são Tsukuba e Kansai.

Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998.p. 198-199;
atualizado com base no Calendario atlante De Agostini 2004. Novara: Istituto
Geografico De Agostini, 2003. p.933.

Industrialização no Japão
Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris:.p. 160; De Agostin.
Início: Era Meiji Novara: Istituto Geografico De Agostini.

O Japão é um país pobre em recursos naturais a exemplo do ferro Industrialização no Reino Unido
e do carvão, para suprir a demanda nacional, precisavam adquirir
territórios em outros países. Iniciaram então uma sequência de A Inglaterra foi a pioneira na industrialização mundial, quando em
guerras de conquista, conseguindo territórios chineses e russos. 1750 realizou sua Primeira Revolução Industrial crescendo
Chegaram à primeira guerra mundial como uma potência principalmente no seu setor têxtil. O Reino Unido teve um período de
industrial, mas na segunda guerra mundial sofreram uma derrota crescimento até a Segunda Guerra Mundial, logo depois, os EUA
devastadora resultando em um enorme prejuízo para toda a dominaram industrialmente as potências econômicas.
indústria japonesa. ATENÇÃO
Industrialização Pós-Segunda Guerra Mundial Precisamos lembrar que Reino Unido é diferente de Inglaterra,
o Reino Unido é composto por: Escócia, Inglaterra, País de
Após as explosões atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki o Gales e Irlanda do Norte.
Japão se via completamente destruído, para sua reconstrução e
recuperação, entrou em cena, o PlanoMarshall em 1957 imposto pelos Concentração Industrial na Inglaterra
EUA. Embora, contando com a “ajuda” citada, ainda assim, os
japoneses enfrentaram os seguintes problemas: No seu centro concentra a maior parte de carvão mineral do país,
de início as indústrias se concentram perto das matérias-primas,
 Criando a paz de São Francisco que, imposta pelos estadunidenses, mas logo após a segunda revolução industrial sua concentração
obrigou o Japão a uma situação de por meio do tratado de “paz de São passou a ser na região litorânea: Liverpool, Londres, Glasgow e
Francisco” em que se viram numa condição de “submissão” aos EUA Birmingham, por conta da facilidade de escoamento para fora de
até 1951. Detalhe: Posterior a referida data, os japoneses se viram seu país.
livres para retomar o controle do campo industrial-econômico.
Principais Indústrias Inglesas
 A produção japonesa caiu e seus alimentos estavam contaminados
radioativamente, por consequência, não tiveram como comercializar.  Transporte.
 Suas indústrias foram destruídas com as explosões da bomba  Elétrica.
atômica e muitas ferrovias e rodovias foram completamente  Automóveis.
devastadas, prejudicando a circulação do pouco que o Japão tinha.  Aeronáutica.
 Alguns anos depois, sua industrialização cresceu rapidamente  Indústria de ponta.
devido à ajuda do Plano Marshall.  Aeroespacial.

Em 1960, iniciou em definitivo o crescimento econômico (período Principais Indústrias da Escócia


conhecido como Milagre Japonês), em apenas 20 anos 1960 –  Siderúrgica
1980, o Japão já estava entre os maiores produtores industriais  Indústria de Ponta
do mundo. A intervenção do governo foi fundamental para o  Carvão
desenvolvimento. Passaram a produzir em grande escala para a  Indústria de Refinaria
exportação, muitos países asiáticos adquiriam produtos
japoneses, e para completar, passou a investir no Principais Indústrias da Irlanda do Norte
desenvolvimento de pesquisas, ampliando ainda mais seu
 Indústria de Refinaria
mercado consumidor.
 Siderúrgica
Concentração Industrial no Japão
Principais Indústrias do País de Gales
Corresponde a uma área ocupante de 50% do seu território, ligando
 Indústria de Refinaria
Tóquio a Osaka. Suas principais indústrias concentradas são:
 Siderúrgica
 Indústria de ponta.
Tecnopolos do Reino Unido
 Indústria automobilística.
 Siderúrgica.  Cambridge – Inglaterra
 Indústria Naval.
 Indústria de Carvão.

39
Principais indústrias do Reino Unido: Industrialização na Alemanha
Início: 1834
Sua industrialização teve altos e baixos devido às fortes atuações da
Alemanha nas guerras mundiais. Em 1950, no período pós-guerra
iniciou seu milagre econômico, chegando em 2000 como a terceira
maior potência econômica do mundo.
Indústrias destaque
Automobilística Carbonífera
Petroquímica Transportes
Metalúrgica Siderúrgica
Mecânica Papel
Concentração Industrial
O Oeste da Alemanha é o mais importante, pois contém jazidas
de carvão mineral e de ferro, sem contar a fácil navegabilidade
nos rios Reno e Ruhr desta região.
Cidades Industriais
Bonn Dusseldorf
Essen Renânia
Colônia Saxônia
Tecnopolos Alemães
Berlin Dresden
Munique Weimar
Leipzig
Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998.p. 62; A Alemanha é um país muito bem industrializado, confira no mapa:
2004. Novara: Instituto Geográfico De Agostini, 2003.

Industrialização na França
Início: 1870 (pós-revolução francesa)
No período pós-Segunda Guerra Mundial, a França cresceu ainda
mais industrialmente pela ajuda do Plano Marshall. Suas
indústrias em destaque são: siderúrgica e metalúrgica, graças às
fontes de matéria prima em jazidas de ferro e carvão mineral. A
França possui vários polos industriais, no Norte, as indústrias
responsáveis são as de carbono, siderúrgica, metalúrgica, têxtil e
química. No Nordeste, mineral e siderúrgica.
Principais Cidades Francesas Industriais
 Lyon: Mecânica, química e bens de produção.
 Paris: Praticamente tudo que tem em seu território.
 Nancy, Lorena e Estrasburgo: Siderúrgica, indústria química, e
produtos derivados do carvão.
 Amines, Lille, Dunquerque e Remis: Indústria Siderúrgica,
metalúrgica, química e têxtil.
Principais Cidades Tecnopolos
 Nantes
 Angers
Mapa industrial francês:

Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998.p. 189.
Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2003.

Industrialização na Itália
Início: 1870
Antes da Segunda Guerra Mundial, sua industrialização estava
voltada para a parte têxtil e alimentício.

Com o Plano Marshall, ampliou seu desenvolvimento e


consequentemente seu mercado consumidor.
Indústrias Destaques
Têxtil Químico
Mecânico Pneus
Automobilístico
Concentração Industrial Italiana
O Norte italiano é responsável pela maior produção têxtil, em
Milão localizam-se as principais indústrias automobilísticas,
química, têxtil, naval, papel, mecânica, pneu e alimentícia.

Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998.p. No centro do país temos Roma, já no Sul, o predomínio é da agricultura.
50;.Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2003.

40
Cidades Industriais Tecnopolos Canadenses

Turim (tecnopolos) Veneza Calragy Toronto


Milão (tecnopolos) Gênova (tecnopolos) Winnipeg Montreal
Bolonha Roma (tecnopolos)
Industrialização na Rússia
Mapa industrial italiano:
A Rússia teve um pequeno atraso industrial. Ás vésperas da
Primeira Guerra Mundial ainda era muito pouco industrializada,
mas com a implementação do socialismo, passou a vigorar este
sistema econômico na industrialização.
A URSS programou a Nova Política Econômica (NEP), que
durou de 1921 – 1927, investindo na busca por matérias-primas
fundamentais, na produção de energia, na produção de
maquinário e alimentos, alavancando um superávit comercial.
Industrialização Pós-Segunda Guerra Mundial
A URSS investiu no desenvolvimento aeroespacial, material bélico e
fortemente na produção agrícola. Após o término da URSS a
industrialização foi decrescente, vários conflitos étnicos (como vistos
no Capítulo 1) atrapalharam o desenvolvimento da indústria e com o
fim da Comecom (Capítulo 1) a industrialização se agravou ainda
mais. Com tudo isso, a Rússia ainda é uma das maiores produtoras de
energia elétrica e de cimento do mundo.
ATENÇ ÃO
Os Novos Países Industrializados: São aqueles que se
industrializaram tardiamente (após a Segunda Guerra Mundial) como
o Brasil, China, México, Tigres Asiáticos, Índia e os Novos Tigres.

Indústrias Destaques
Siderúrgica Energia
Metalúrgica Alimentícia
Química Indústria de Maquinário Pesado
Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998.
Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2003. -2004
Cidades Industriais da Comunidade dos Estados
Independentes (CEI)
Industrialização do Canadá
Moscou Odessa
Início: Antes da Primeira Guerra Mundial Baju Tachkent
Krasnoiarsk
Confira no mapa a localização das indústrias canadenses:
ATENÇ ÃO
CEI: São as onze repúblicas da antiga URSS (Arménia, Bielorrússia,
Tajiquistão, Rússia, Azerbaijão, Casaquistão, Quirguistão, Moldávia,
Ucrânia e Uzbequistão) compõe a CEI, que assume uma federação no
lugar do antigo regime soviético.

Tecnopolos Russo
 São Petersburgo
 Moscou
Mapa industrial da Rússia

O Canadá é um país que possui muitos recursos naturais e uma


densidade populacional muito baixa. Tem o terceiro melhor índice
de desenvolvimento humano (IDH), é um país muito rico
financeiramente e cientificamente possuindo, portanto, um alto
nível tecnológico.
Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998.
Existem no país privilegiados recursos minerais e naturais. Ex: Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2003.
ouro, cobre, chumbo e madeira. Detalhe: o Canadá é um dos
países que mais produzem papel no mundo. INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA

Indústrias Destaques NICs: O grupo dos países recentemente ou tardiamente


industrializado é composto pelos países: Brasil, Argentina,
Madeireira Indústria de Alumínio México, Índia, África do Sul, Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan e
Metalúrgica Papel Hong Kong.
Alimentícia Mecânica
Hidráulica Industrialização da China

Cidades da Concentração Industrial Canadense Em 1970, a China pôde restaurar sua economia com a ajuda de
capital estrangeiro. Modernizou os setores econômicos,
Toronto Winnipeg reacendendo as indústrias próximas ao coração industrial da
Edmonton Vancouver China (litoral Leste). A China é o país que possui a mão-de-obra
Montreal mais barata do mundo, segundo o IBGE sua população

41
corresponde a 1.345.750.973 bilhões de habitantes, é um país ocorreram por volta de 1980, os Tigres Asiáticos possuem uma
abundante em matéria- prima e energia elétrica, suas indústrias mão-de-obra muito barata, logo as transnacionais tiveram um
produzem bastantes equipamentos que são vendidos para muitos fácil acesso nestes países. Houve um forte investimento nas
países no mundo inteiro, entre esses produtos estão as bicicletas, indústrias eletrônicas, de automóveis e a indústria naval.
televisões, tratores, rádios, papéis e cimento.
Zonas Econômicas Especiais – São zonas francas abertas à
economia internacional. Como visto anteriormente, muito capital
estrangeiro entrou na China, essa entrada financeira
proporcionou a criação de uma zona franca para que o país
recebesse produtos de outros países, e em seu próprio território
fizesse a montagem final.
Indústrias Destaques

 Agrícola
 Indústria Pesada
 Energética
Industrialização nos Novos Tigres Asiáticos
 Pesqueira
Cidades Industriais Países Compostos: Malásia, Indonésia, Filipinas e Tailândia.
Xangai Guangzhou Teve seu início na década de 80 por conseqüências do
Pequim Chongqing desenvolvimento econômico dos Tigres Asiáticos. As industrializações
Tientsin posteriores dos Novos Tigres proporcionaram nestes países o
crescimento das indústrias têxtil, alimentícia, eletrônica e de calçados,
justamente por terem uma mão-de-obra muito barata.

Industrialização do México
O México iniciou uma operação de implantar ao longo de sua
fronteira com os EUA várias zonas francas, que operam como
montadoras dos produtos norte americano. Sua mão-de-obra é
muito barata, facilitando o ingresso das transnacionais no
território mexicano. A concentração industrial mexicana está
localizada no Norte/Nordeste da fronteira com os EUA. As
principais cidades são Matamoros, Tijuana, Nogales e Ciudad
Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998.. Novara: Istituto
Juárez (Volte ao mapa da industrialização dos EUA e veja as
Geografico De Agostini, 2003.. cidades industriais mexicanas).

Vejamos o mapa das regiões industriais da China, logo Industrialização da Índia


concluiremos que a concentração industrial se encontra no litoral
A Índia iniciou seu processo de industrialização após a Segunda Guerra
Leste. É a mesma coisa que ocorreu no Brasil. As indústrias se
Mundial, quando conseguiu uma independência política. No campo
concentraram no Sudeste para terem um fácil escoamento aos
econômico, tornou-se uma forte produtora de tecido, fio de algodão,
portos e consequentemente a exportação.
bicicletas, pesca e cimento. O Estado participou acirradamente no
A Pesca industrial chinesa é destaque mundial por sua grande processo de industrialização e instalou no nordeste do país uma série
quantidade de toneladas de pescado. de indústrias pesadas, já em Mumbai, instalou indústrias leves. A Índia
possui também a característica de terminar um produto estrangeiro,
montando o produto finalem seu país. Cidades industriais se espalham
por parte do seu território indiano. No Norte a cidade de Ghaziabad,
no Sul as cidades de Gautambudh e Bulandshahar e a Oeste a capital
Nova Deli.
Industrialização da África do Sul
A África do Sul era uma colônia britânica que começou seu
processo de industrialização após a Segunda Guerra Mundial.
Obtiveram a participação intensa de capital estrangeiro no
financiamento de sua industrialização, é um país com grande
disponibilidade de mão-de-obra barata, matéria-prima e um
mercado interno.
A África do Sul se destaca na produção de carvão mineral, cobre,
ferro, platina, ouro, urânio e manganês. Outro potencial sul-
africano é a produção de energia elétrica, onde tem destaque no
rio Orange. Seu setor petrolífero não é independente, portanto a
África necessita importar muito petróleo para suprir a demanda
Industrialização nos Tigres Asiáticos nacional. A economia provém da prestação de serviços,
agropecuária e setores na indústria, os sul-africanos merecem
PaísesCompostos: Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong (China).
destaque na produção agropecuária, metalúrgica e de
Uma combinação de fatores de natureza social, econômica, locomotivas. As principais cidades industriais são: Cidade do Cabo
cultural e política revelaram o que levou os Tigres Asiáticos a se e Johannesburgo confiram no mapa.
industrializarem em tempo rápido. Suas industrializações

42
UNIDADE 2
GEOGRAFIA HUMANA REGIME MILITAR - O MILAGRE ECONÔMICO (1967-
CAPÍTULO 13 1973)
INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL

TIPOS DE INDÚSTRIA
Os tipos de indústria recebem as seguintes classificações:
 Indústria de base: são as que atuam na transformação de
matéria-prima bruta em matéria-prima para outras indústrias,
com esse aspecto temos o exemplo das indústrias siderúrgicas,
de mineração, química e petroquímica.
 Indústria de bens de consumo: é categoria industrial que tem como
objetivo a produção direcionada ao consumidor final. Para a fabricação
de mercadorias que atenda esse mercado é preciso utilizar matéria-
prima oriunda da indústria de base. Esse tipo de indústria divide-se
partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento,
em: Indústria de bens duráveis: responsável pela produção de
favorecido à conjuntura favorável no plano internacional, que
mercadorias de grande vida útil, ou seja, longa durabilidade, como
contava com um excesso de liquidez (dólares à procura de
automóveis e eletrodomésticos. Indústria de bens semiduráveis:
aplicação). Neste cenário econômico, o ministro Delfim Netto lançou
produzem artigos que oferecem uma vida útil média, como roupas,
um plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o
calçados, celulares entre outros. Indústria de bens não-duráveis:
endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e
encarregada pela produção de bens perecíveis, cuja durabilidade é
a concentração da renda para criar um mercado consumidor.
rápida, como o ramo de alimentos e medicamentos.
Tais medidas garantiram o crescimento econômico, mas
HISTÓRICO condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida,
No período em que o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 1822), não aumentando as desigualdades sociais.
houve desenvolvimento industrial em nosso país. A metrópole proibia O crescimento industrial entre 1968 e 1971 cresceu, segundo o IBGE,
a instalação de fábricas, para que os brasileiros consumissem os material de transporte cresceu 19%, material elétrico 14%, Material
produtos manufaturados portugueses. Mesmo com a chegada da têxtil 7,7% e os produtos alimentares cresceram 7,5%. Outro aspecto
família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Amigas, o Brasil negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da
continuou dependente do exterior, porém, a partir deste momento, nossa economia pelas multinacionais.
dos produtos ingleses.
De fato, o país cresceu economicamente 10% ao ano (PIB) e
Foi somente no final do século XIX que começou o desenvolvimento transformou-se na oitava economia do mundo capitalista, mas
industrial no Brasil. Muitos cafeicultores passaram a investir parte dos ganhou vários problemas, como dívida externa (1964: 2,5 bilhões
lucros, obtidos com a exportação do café, no estabelecimento de de dólares; 1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das
indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram desigualdades sociais. A partir daí, aumentou a quantidade de
fábricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais miseráveis no país.
simples. A mão-de-obra usadas nestas fábricas eram, na maioria,
formadas por imigrantes italianos. O “milagre” ocorreu no Regime Militar (1964-85), marcado pela grande
influência do Estado tanto na regulação da economia como também
INDUSTRIALIZAÇÃO NA ERA VARGAS na atitude econômica. Um bom exemplo industrial organizado pelo
A indústria brasileira ganhou um grande impulso Estado foi a criação da Suframa, a Superintendência da Zona Franca
durante o primeiro governo de Getúlio Vargas de Manaus, em 1968, atrelada à Sudam.
(1930-1945). Vargas teve como objetivo Ela vendia terrenos para as fábricas a preços simbólicos, com
principal efetivar a industrialização do país, incentivos à exportação e à importação, bem como isenções de
privilegiando as indústrias nacionais, para não impostos, como o IPI e o ICMS. O parque industrial abrangeu
deixar o Brasil cair na dependência externa. Com fábricas de motocicletas, bebidas, metalúrgicas, tecidos, relógios,
leis voltadas para a regulamentação do mercado motores, eletrônicos, e até uma refinaria de petróleo.
de trabalho, medidas protecionistas e
investimentos em infraestrutura, a indústria Das quatro superintendências criadas no período, três foram
nacional cresceu significativamente nas décadas criadas pelo regime militar: a Superintendência do
de 1930-40. Porém, este desenvolvimento Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), em 1966; a
continuou restrito aos grandes centros urbanos Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul
da região sudeste, provocando uma grande disparidade regional. O fim (SUDESUL), em 1967; e a do Desenvolvimento da Região
da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) beneficiou a indústria Centro-Oeste (SUDECO), em 1968. A da Região Nordeste foi
nacional, pois os países europeus estavam com suas indústrias criada 1959. Elas evidenciaram a política federal de integração e
arrasadas, necessitando importar produtos industrializados de outros desenvolvimento nacional, visando a diminuir as disparidades
países, entre eles o Brasil. Em 1953, com a criação da Petrobrás, regionais e a concentração econômica no Sudeste.
ocorreu um grande desenvolvimento das indústrias ligadas à produção
de gêneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas, plásticos, ÚLTIMAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
fertilizantes etc.). Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil continuou a crescer,
embora, em alguns momentos de crise econômica, ela tenha estagnado.
INDUSTRIALIZAÇÃO NO GOVERNO DE JUSCELINO
Atualmente o Brasil possui uma boa base industrial, produzindo diversos
KUBISTCHEK produtos, como: automóveis, máquinas, roupas, aviões, equipamentos,
Em sua campanha para presidente, Juscelino produtos alimentícios industrializados, eletrodomésticos, etc. Apesar disso,
Kubitschek utilizou o slogan “50 anos em 5”. A a indústria nacional ainda é dependente, em alguns setores, (informática,
proposta apresentada em seu Plano de Metas, por exemplo) de tecnologia externa.
elencava uma série de medidas
desenvolvimentistas, como: energia, transporte,
alimentação, indústria de base, educação e a
construção de Brasília. Durante o governo de JK
(1956 -1960) o desenvolvimento industrial
brasileiro ganhou novos rumos. JK abriu a
economia para o capital internacional, atraindo
indústrias multinacionais. Foi durante este
período que ocorreu a instalação de montadoras
de veículos internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen e Willys)
em território brasileiro.

43
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
INDUSTRIAL

Fonte: IBGE. Atlas Geográfico, p.39.

Na imagem abaixo as áreas e os tipos de indústria no estado de


São Paulo.
Concentração Industrial
O potencial industrial na região Sudeste, principalmente no estado de
São Paulo, deve-se a fatores históricos já conhecidos, como as
lavouras de café. Esses fatores orientaram o surgimento da atividade
industrial nessa região. Porém, outro fator que também explica essa
concentração espacial é a interdependência que se estabelece entre as
várias empresas industriais. Por exemplo, a indústria automobilística
está ligada às metalúrgicas, às indústrias de autopeças, de tintas, de
vidros etc.
Desconcentração Industrial
Ocorreu a partir da década de 1970, motivada pelos desequilíbrios
regionais que levaram o governo a adotar medidas como
incentivos fiscais e programas para as áreas periféricas, surgindo,
por exemplo, os polos petroquímicos de Camaçari (BA) e de
Canoas (RS). Porém, na década de 1980, a crise econômica
gerada pelo alto preço do petróleo atingiu a área mais
industrializada do país, a região metropolitana de São Paulo,
inibindo a instalação de novas unidades industriais, com
desvantagens como a organização sindical forte, assustando os
empresários, e a saturação da infraestrutura viária.

ESTADOS E REGIÕES
São Paulo Minas Gerais

A concentração industrial ocorre na Grande São Paulo, com Em Minas Gerais o ramo alimentício marca o Triângulo Mineiro
diversidade industrial. Já a desconcentração ocorre (Araguari, Uberaba e Uberlândia) e o sul, com Poços de Caldas e
acompanhando as grandes rodovias. Na via Dutra destaca-se São Alfenas. O principal ramo é o metalúrgico, transformando o rio Doce
José dos Campos, entre outras, com indústrias aeroespacial e
bélica. No Eixo Castelo Branco, destaca-se Sorocaba. No Eixo no “Vale do Aço”, devido ao complexo siderúrgico e às reservas de
Anchieta – Imigrantes, sobretudo em Cubatão desenvolvem-se os minerais metálicos. Mas, a cidade mineira mais famosa é Itajubá, com
ramos químico, petroquímico e siderúrgico; e no Eixo o segundo maior crescimento em PIB do país entre 1970 e 1996. O
Bandeirantes, até as vias Anhanguera e Washington Luís, a segredo está na associação educação-tecnologia, com universidades,
agroindústria é a de destaque. mão-de-obra qualificada e indústrias com alta tecnologia, que
ABCD paulista, composto pelas cidades Santo André, São Caetano produzem fibras ópticas, reatores, componentes eletrônicos e até
do Sul, São Bernardo do Campo e Diadema, é parte da Grande helicópteros (Helibrás). Portanto, é o mais novo exemplo de
São Paulo e se destacam pelos tipos de indústria: Indústrias de tecnopolos.
bens de consumo duráveis e não-duráveis. Indústria extrativa de
minerais. Indústria de bens de produção. O estado concentração poli industrial, com destaque para:

 Bens de consumo não-duráveis


 Siderúrgica – Usiminas (Ipatinga – MG)
 Companhia Vale do Rio Doce - CVRD
 Fiat – Betim – MG
 Setor Metalúrgico – Contagem – MG

44
Fonte: Revista Veja

A região Sul, segunda em industrialização, estruturou-se nos


ramos alimentício e têxtil, respectivamente, na Grande Porto
Alegre (RS) e no eixo Joinville-Blumenau – Brusque (SC).
Mas, crescem os ramos químico, metalúrgico e siderúrgico, sendo em
Florianópolis o maior crescimento do PIB, nos últimos anos no país.

Fonte: IBGE. Atlas Geográfico, p.39.

Rio de Janeiro
Destaque para as indústrias de bens de consumo duráveis e não-
duráveis e bens de produção.
Principais cidades da concentração industrial:
 Duque de Caxias
 Niterói
 Nilópolis
 São João do Meriti.
 Macaé

Fonte: Geografando

O Nordeste, a terceira região industrializada, a concentração


ocorre na Zona da Mata ou Litoral Oriental, sobretudo na região
Metropolitana de Salvador, com o polo petroquímico de Camaçari,
“alimentado” pela Refinaria Landulfo Alves, além do Distrito de
Aratu, com siderurgia (Usiba); e a região Metropolitana de Recife,
em Cabo e Paulista, com indústrias química, metalúrgica e de
material elétrico.
A Região Norte está relacionada à Zona Franca de Manaus,
enquanto no Centro-Oeste, a região menos industrializada cresce
no ramo alimentício, sobretudo os frigoríficos e, atualmente, nos
ramos mineral e de material elétrico. Essas regiões são
prejudicadas pela deficiente rede de transporte e pelo mercado
consumidor restrito.

Fonte: IBGE. Atlas Geográfico, p.39.


No estado a industrialização acompanhou a indústria portuária,
beneficiando-se da condição histórica de conter a capital do país
até a construção de Brasília.
Espírito Santo
É o estado menos industrializado do Sudeste, mas ali se
desenvolvem os ramos metalúrgico, alimentício e o madeireiro.
Nova Desconcentração
A partir da década de 1990, a nova desconcentração ganhou o
apelido de “Guerra Fiscal” entre os Estados, pois as indústrias são
disputadas entre os Estados, que oferecem terrenos e isenções.
As indústrias que, por exemplo, deixam o Estado de São Paulo
alegam que o processo de globalização exige custos finais mais
baixos para ganhar competitividade, aproveitando as vantagens
citadas, além da mão-de-obra mais barata e menos politizada.

45
Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 42.

Tecnopolos no Brasil

São parques empresariais e científicos especializados no


desenvolvimento de alta tecnologia e de tecnologia de ponta,
como: robótica, informática, eletrônica e química. O primeiro
tecnopolos brasileiro foi formado em São Paulo na cidade de São
José dos Campos, onde fica o Instituto de Tecnologia Aeronáutica
(ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a
Embraer – Empresa brasileira de aeronáutica. Outros tecnopolos
se formaram nas universidades públicas, destaque para a USP,
UnB, UFSC e UFRJ.

46
UNIDADE 2 Urbanização nos Países Centrais
GEOGRAFIA HUMANA
CAPÍTULO 14 Nos países centrais, a exemplo dos EUA, Japão, Inglaterra,
URBANIZAÇAO GERAL França, Itália, Alemanha, Rússia, Espanha e Portugal a
urbanização ocorreu de forma lenta. A Inglaterra foi o primeiro
país a se urbanizar, seguido por países da Europa, EUA e Japão.
DEFINIÇÃO
BIZU
O conceito de urbanização é o ato ou efeito de sair do campo com
deslocamento para a cidade. De certa forma, é trocar a vida rural A Primeira Revolução Industrial proporcionou a urbanização
pela vida urbana, daí o nome urbanização. Quais são as dos países centrais.
consequências dessa saída? As condições nas cidades são
melhores que no meio rural? Por que as cidades têm favelas? Urbanização nos países Subdesenvolvidos
Essas perguntas são comuns quando o assunto é o urbanismo, (semiperiféricos)
veremos por completo - neste capítulo - as causas e as
consequências da urbanização mundial. São aqueles cuja industrialização também determinou o
fenômeno da urbanização. São eles: Brasil, Argentina, China,
CONCEITOS FUNDAMENTAIS Índia, Tigres Asiáticos e Novos Tigres.

Cidade BIZU
Ocorreu após a Segunda Guerra Mundial.
É a concentração de muitas pessoas em uma determinada área
do espaço geográfico, essas pessoas de alguma forma exercem Países Subdesenvolvidos Não-Industrializados
uma atividade. Para se definir Cidade no Brasil, basta aderir ao (Periféricos)
sistema político-administrativo, ou seja, toda área urbana que
possuir uma sede municipal (uma prefeitura) é considerada São aqueles que apresentam baixos índices de urbanização, devido à
cidade. Várias cidades aglomeradas formam uma Área Urbana. maior parte da população se encontrar no campo. Geralmente, esses
países necessitam e vivem da exportação de seus produtos primários
Classificação das Cidades (alimentos).

 Quanto à função: A cidade é definida por sua atividade Exemplo:


básica, ou principal. São Paulo por exemplo, é uma cidade Etiópia, Haiti, Butão, Burundi, etc...
comercial. Brasília tem uma função administrativa e Resende
(AMAN), Militar.
Informações Geográficas (em 2003):
 Quanto à origem: Planejadas (Brasília) ou espontâneas (Rio
de Janeiro e São Paulo).
 - 92,6% - da população de Butão se encontrava no campo.
 Cidade Formal: com infraestrutura eficiente, possui requisitos
 - 80,7% - da população de Burundi se encontrava no campo.
básicos como tratamento de esgoto, coleta seletiva do lixo, rede
 - 87,2% - da população venezuelana se encontrava distribuídas
telefônica, elétrica, ruas asfaltadas e água potável.
pelas cidades.
 Cidade Informal: favelas, guetos, bairros onde não possuem
 - 96,1% - da população do Kuwait se encontrava nas cidades.
os requisitos acima. Apresenta seu espaço geográfico de forma
segregada, depreciada. Exemplos: barracos, acampamentos e
favelas. CURIOSIDADE
Em 2003 - 81,7% - da população Brasileira se encontravam nas
Tipos de Cidades cidades.

 Cidades Globais Consequências Negativas da Rápida Urbanização

São aquelas cidades importantes no contexto econômico mundial. Elevadas taxas de urbanização gerenciam a formação de favelas
e guetos, proporcionando um alto índice de criminalidade e
ATENÇÃO desemprego.
- Professor, atualmente quais cidades mundiais são
denominadas cidades globais?  Macrocefalia Urbana – (IMPORTANTÍSSIMO!!!)

As principais cidades globais são Nova Iorque, Paris, Tóquio, A cidade possui mais pessoas que sua capacidade real, tornando-
Toronto, Cidade do México, SãoPaulo, Madri, Londres, a inchada. Exemplo: Buenos Aires, São Paulo, Rio Janeiro e
Mumbai, Moscou etc. outros.

 Cidades Científicas, ou Tecnopolos Poluição

Cidades cuja função é o desenvolvimento de pesquisa. Os A poluição acelerada exposta pelo homem desregula a paisagem
principais tecnopolos mundiais estão listados no Capítulo 3. geográfica. Lixos urbanos em plena calçada, rede de esgotos a
céu aberto, poluição sonora e poluição do ar caracterizam as
URBANIZAÇÃO consequências negativas da rápida urbanização.

É a passagem das pessoas do meio rural para o meio urbano. Segregações

Histórico Mundial da urbanização  Segregação Espacial: Resultando na formação de favelas, muitas


pessoas não têm onde morar e acabam se abrigando em zonas
Surgiu no contexto da Primeira Revolução Industrial urbanas sem planejamento algum.
(Inglaterra 1750), a transferência da população rural para o meio  Segregação Espacial: Resultando na formação de favelas, muitas
urbano, caracterizado também como êxodo rural, marcou a pessoas não têm onde morar e acabam se abrigando em zonas
história demográfica mundial. Surge então, o conceito e as urbanas sem planejamento algum.
primeiras urbanizações.  Segregação Étnica: Pessoas excluídas do convívio socialmente a
exemplo dos mendigos
 Segregação Econômica: A falta de renda obriga o cidadão
sobreviver nos lugares mais precários.

47
Tipos de Aglomerações Urbanas Confira o mapa da rede urbana brasileira.
 Conurbação: é um encontro de duas cidades distintas pelo fator do
seu crescimento. Exemplo: ABCD Paulista.

Foto: Livro Cidades em Conurbação GEOBrasil, 2008.


 Metrópole: é a cidade principal de um determinado Estado ou país.
Exemplo: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Tóquio, Nova
Iorque, etc.
 Região Metropolitana: várias cidades ao redor de uma metrópole
estão ligadas socioeconomicamente. Exemplo: Região Metropolitana
de Minas Gerais.
 Megalópole: Duas Metrópoles ou mais se encontram devido ao seu
crescimento. Exemplo: Boswash que vai de Boston até Washington
Fonte: Anuário estatístico do Brasil 2004. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. P.
(EUA). 1-180
CURIOSIDADE
Existem aproximadamente 36 megalópoles no mundo.

REDE URBANA
É um sistema de cidades no território de cada país interligadas umas
com as outras, através dos sistemas de transportes e de comunicação
pelos quais fluem pessoas, mercadorias e informações.
Hierarquia Urbana
 Metrópole Global: Cidade principal com influência em todo o
mundo.
 Metrópole Nacional: Principal cidade de um país.
 Metrópole Regional: Principal cidade de uma região.
 Centro Regional: Principais cidades dentro de uma região
administrativa.

No Japão, confira o mapa.

Fonte: Ferreira, Graça Maria L. Atlas geográfico; espaço mundial. 2.ed. São
Paulo: Moderna, 2003.p.73.

48
UNIDADE 2
GEOGRAFIA HUMANA
CAPÍTULO 15
URBANIZAÇÃO DO BRASIL

CONCEITO

Urbanização é o crescimento urbano, quando a infraestrutura


chega na cidade. Entende-se como um fenômeno em que a
população da cidade é superior a população do campo. A
urbanização possui um centro atrativo, uma cidade que exerce
influência sobre outra atraindo mais integrantes. Essa atração
pode vir por meio de recursos que a cidade oferece.

CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES

As cidades crescem e se desenvolvem nas seguintes variações:

 Categoria Espacial(tamanho conforme a população que nele


precisa habitar, viver, trabalhar).
 Funções(portuária, turística, industrial, administrativa, religiosa
etc).
 Setor terciário diversificado(uma rede de serviços mais
desenvolvida com bens e serviços de consumo raro significa um
centro urbano mais estruturado).
A mobilidade da população associada à quantidade de
oportunidades oferecidas pelos centros urbanos fez do êxodo
rural o mais importante movimento populacional no Brasil do
século XX. Um país que até a década de 1960 era
predominantemente rural passa a ter a maioria da população
morando em cidades nas décadas seguintes.
ATENÇ ÃO
Megacidade: o termo "megacidade" refere-se a cidades muito
grandes em termos populacionais, não considerando outros aspectos
desses centros urbanos. Expressa, portanto, um aspecto estritamente
quantitativo.
Cidade global: o termo "cidade global" é usado quando fazemos uma
análise qualitativa da cidade, referindo-nos ao seu grau de influência
sobre outros centros urbanos, em diferentes partes do globo

Regiões metropolitanas
As regiões metropolitanas brasileiras a partir da Constituição de
1988 passaram a ser delimitadas por legislação estadual (antes a
delimitação era determinada por lei federal) e em 2009 o Brasil
encontrava-se com 29 regiões metropolitanas. Até a década de
1940, aproximadamente 90% da população brasileira se
concentrava em até 200km do litoral e principalmente no Sudeste
e Sul do país com uma primazia das metrópoles, as capitais, que
exerciam um papel superior dentro da hierarquia urbana.

Mapa de crescimento das capitais 1872/2000. Fonte: HERVÉ; MELO,


2008, p. 172.

Hierarquia

 Grande metrópole nacional – São Paulo (22 milhões de


hab. na região metropolitana em 2010).

 Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília (11,8 e 3,2 milhões


de hab. na região metropolitana em 2007) com polarização menor que
São Paulo. São Paulo e Rio de Janeiro também são consideradas Megalópole SP/RJ em formação no curso da Via Dutra. Fonte: COELHO;
metrópoles globais e megacidades (segundo a ONU, cidades com mais TERRA, 2005, p. 420.
de 10 milhões de habitantes). Cuidado! Uma cidade global pode não A urbanização desordenada e a falta de planejamento urbano,
ser megacidade, veja a explicação abaixo na caixa de texto. Exemplo que pega os municípios despreparados para atender às
de cidades globais que não são megacidades: Zurique e Suíça, pois necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de
tem 1,1 milhão de habitantes (2009). problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o
desemprego, a criminalidade, a favelização, problemas
 Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, típicos da chamada cidade informal.
Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre com poder de
ATENÇ ÃO
polarização em escala regional.
Rede urbana: É um sistema integrado de cidades que vai das
pequenas ou locais às metrópoles ou cidades gigantescas. A
regra geral é que para milhares de pequenas cidades existem
centenas de cidades médias e poucas metrópoles. Vale
ressaltar que tal rede, se torna uma malha metropolitana
constituindo-se basicamente de cidade global, metrópole
nacional, metrópole estadual, metrópole regional, médias e
pequenas cidades, conforme a hierarquia urbana.

49
Relatório do Programa Habitat, órgão ligado à ONU, revela
que 52,3 milhões de brasileiros – cerca de 30% da
população – vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país,
contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em 2020.

Fonte: HERVÉ, MELLO, 2008, p. 193

50
UNIDADE 2 QUESTÃO DA FOME/DESNUTRIÇÃO E MÁ
GEOGRAFIA HUMANA ALIMENTAÇÃO
CAPÍTULO 16
AGROPECUÁRIA MUNDIAL Na verdade, o que é fome? A fome é a falta de qualquer um dos
nutrientes essenciais para a manutenção da saúde, assim, o corpo
DEFINIÇÃO demonstrará de alguma forma essa necessidade com reações
internas. Uma dessas reações, é a imediata, ou seja, aquela em
Para concursos como o da EsPCEx, da EsFCEx ou da EsSA, é que a sensação de “barriga vazia” se torna latente. A outra é a
importantíssimo o candidato compreender o sistema agrícola, suas formas “fome crônica” ou “subnutrição”, aquela em que pela pouquíssima
de plantação e as respectivas produções dos países. A agropecuária qualidade de alimentos ingeridos ou pela quantidade em caloria,
envolve fatores como mão-de-obra, indústria, máquinas, trocas resultará na apatia, desestímulo, fraqueza e improdutividade no
comerciais e o capitalismo (cartéis), portanto, pode cair uma questão na campo do trabalho. Neste caso, embora sendo um problema
prova envolvendo esses fatores de alguma forma relacionando-os à mundial, os continentes africano e asiático acabam por liderar
agropecuária mundial. essa triste realidade. No caso do Brasil, segundo a ONU, 9% da
sua população sofre com este mesmo problema, a subnutrição.
TERMOS GERAIS APLICADOS À AGROPECUÁRIA
MUNDIAL Pergunta: - Com relação as causas da fome, a falta de alimentos
como sendo o problema maior, já tem sido descartada, tomando
 Agropecuária é uma prática milenar, cujo objetivo é seu lugar, a má distribuição dos mesmos. Então, fica um
cultivar/produzir agricultura e pecuária. questionamento: além da má distribuição de alimentos no
 Agricultura – é um conjunto de várias práticas e técnicas mundo, quais seriam os outros motivos para justificar a existência
para cultivar plantas, visando obter capital com a da fome?
comercialização. Resposta: fatores políticos e econômicos.
 Pecuária - é um conjunto de várias práticas e técnicas para Políticos: Guerras e conflitos por alimentos
a criação de animais, visando a comercialização junto ao Econômicos: Preferência pela exportação visando à maximização
recebimento de capital. do lucro e vender no seu próprio país.
Para iniciarmos o conteúdo, precisamos entender as fases da
Muitos países que sofrem a questão da fome possuem uma
agricultura e os tipos de indústrias que estão ligadas a esta prática.
produção suficiente para supri-la, mas existe um mercado
CLASSIFICAÇÃO DA AGRICULTURA externo que fornece mais capital do que o comércio interno, com
isso, fica mais vantajoso para os produtores exportarem seus
 Tradicional – é a agricultura mais antiga, de uma pequena produtos. Como o estado não designa de muito dinheiro para
produtividade, o fazendeiro/produtor possuía sua terra para trazer alimento de outros países, acabam muitos por enfrentar a
sustentar sua família. fome, se alimentando apenas aqueles que conseguem comprar
 Moderna – fruto da PrimeiraRevoluçãoIndustrial, os comida.
instrumentos agrícolas foram aperfeiçoados, logo a produção
aumentou. Muitos países subdesenvolvidos estão nesta fase da IM PO RTAN TE
agricultura, onde foram impulsionados pela Revolução Verde. A questão das novas tecnologias proporciona um enorme debate, entre eles
 Contemporânea – é a última fase da agricultura, os países os transgênicos. Muitos países, como o Brasil, produzem alimentos
desenvolvidos se encontram nela. Existe pouca mão-de-obra, transgênicos e vendem para diversas nações sofrendo portanto, uma
muitas máquinas fazem as operações, é uma fase muito pressão de empresas e comunidades científicas que condenam o consumo
de tais alimentos, alegando consequências desconhecidas a saúde humana.
tecnológica da agricultura.

BIZU Sintetizando, segue abaixo os principais motivos da fome


A RevoluçãoVerdeÉ um complexo programa criado para  Guerras e conflitos nas áreas rurais.
aumentar a produção agrícola no mundo por meio de  Controle na produção e distribuição dos alimentos por
melhorias genéticas em sementes, uso intensivo de insumos empresas transnacionais em forma de cartéis.
industriais, mecanização e redução do custo de manejo.  Forte concentração de renda na mão de poucos.
 Inexistência de uma reforma agrária para reorganizar o
OS TIPOS DE INDÚSTRIA NA AGRICULTURA sistema agrícola e combater a fome.
 Indústria da Agricultura ou Agroindústria – são aquelas
ATENÇ ÃO
que transformam o produto agropecuário em um produto
Segundo a FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura), Mais
industrializado, como por exemplo, o tomate – extrato.
de 35% das emergências alimentares entre 1992 e 2003 aconteceram
 Indústria para a Agricultura – são as indústrias que
devido a questões ''criadas pelo homem'', como conflitos armados e
fornecem o material para as agroindústrias, máquinas, produtos problemas econômicos, comparado com aproximadamente 15% na
químicos e equipamentos. mesma categoria, entre 1986 a 1991. Ainda aponta o relatório que,
 Complexos Agroindustriais – são as empresas os conflitos armados garantiram um desconfortável primeiro lugar na
transnacionais que tomam conta da agropecuária nacional e causa da fome mundial. A Aids e as mudanças climáticas ocupam a
internacional. segunda e terceira posições.

TÓPICOS A RESPEITO DA EVOLUÇÃO DA Agora, vamos aprender os sistemas agrícolas, suas formas de cultivo, tipos
AGROPECUÁRIA AO LONGO DA HISTÓRIA de agricultura e o contexto histórico da agropecuária mundial.

 Feudalismo – Servo ligado a terra, com sua produção voltada SISTEMAS AGRÍCOLAS
ao senhor feudal.
 Agricultura Moderna iniciada nos países (hoje) Formas Agropecuárias
desenvolvidos com a Primeira Revolução Industrial.
 Séculos XX e XXI: Com a globalização permitiu-se mudanças  Extensiva – a terra possui um fator crucial, é realizada em áreas
tecnológicas na agropecuária, com isso, surgiram os agrotóxicos, grandes e pouca mão-de-obra.
empresas transnacionais dominaram o mercado juntamente com  Intensiva – mão-de-obra qualificada, predomínio de muito
o escoamento da produção. O resultado desse processo foi que, capital e uma forte mecanização.
com a modernização na agropecuária favorecida pelas novas
tecnologias, muitas pessoas foram substituídas pelas máquinas Tipos de Agricultura
tornando assim, o deslocamento para os centros urbanos cada
vez mais comuns (Êxodo Rural).  Subsistência – é a agricultura que atende ao consumo
necessário dos produtores e suas respectivas famílias,
geralmente ocorre em uma propriedade pequena propriedade.
Detalhe: o que sobra da produção são comercializados nos
centros urbanos. Praticada nas seguintes regiões: África e
América Latina.
51
 Itinerante – é a forma de agricultura que mais devasta o meio Na Europa
ambiente, o agricultor “toca” fogo na mata onde irá plantar, as
Teve forte desenvolvimento após as inovações da primeira revolução
cinzas acrescentam sais no solo, deixando-os mais férteis. Porém,
industrial.
a durabilidade é menor. Com sucessivas queimadas, o solo se
É caracterizada pela produção especializada de mercado (vinho, trigo,
desgasta ao ponto de não poder mais ser utilizado para o plantio.
etc.), possui uma moderna tecnologia agrária, reveza suas terras para
Ocorre sobretudo na América Latina e na África.
uma melhor produção por meio de uma técnica conhecida como
 Jardinagem – modelo asiático. Propriedade pequena, mão-de-obra
rotação de culturas. Alguns dos Principais Países e suas
abundante, técnicas de terraceamento (planificam os degraus do
Produções
relevo, gerando a possibilidade de plantio). Praticada no sudeste
asiático. Vejamos o esquema de como funciona esta forma de  Alemanha – suína, trigo, batata, cevada.
agricultura:  França – trigo, açúcar, cevada e milho.
 Espanha – suína, cítricos e cevada.
Estamos vendo uma escultura geológica desenhada, seguido de uma  Polônia – centeio, aveia e batata.
modificação plana imposta pelo homem para suprir a necessidade de  Turquia – cevada, chá e tabaco.
produção de alimento, chamamos essa técnica de terraceamento.
ATENÇÃO
Após a grande Depressão de 1929 e concomitantemente ao
processo de urbanização, a Europa instituiu em 1958 a (PAC)
Política Agrícola Comum. Esta política tem como objetivo criar
mercados agrícolas entre os países membros, bem como,
proteger o mercado interno contra o produto estrangeiro e
ainda impedir que, pelas dificuldades dos agricultores no
campo, possa ocorrer uma migração para a cidade.
Plantation– é uma forma de agricultura introduzida pelos europeus em
Agricultura na Rússia
suas respectivas colônias, é uma produção de grandes terras
(latifúndio), voltada para abastecer o mercado, mão-de-obra vultosa e A antiga União Soviética já foi uma das maiores potencias na
por último, a monocultura, ou seja, plantações de apenas um tipo de produção agropecuária do mundo. Predominava o modelo de
cultura. Ex: no Brasil colônia, a predominância da cana-de-açúcar e o exploração agrícola kolkhozes (fazendas coletivas) e sovkhozes
café marcaram a produção agrícola neste período, praticada pela (fazendas estatais). Detalhe: a agricultura na Rússia era
forma do plantation. Este sistema foi e continua sendo praticada em desenvolvida sob orientação do Estado. Antes da dissolução da
países tropicais da América Latina, na Ásia e na África. URSS, em dezembro de 1991, a propriedade privada tinha sido
abolida e as terras eram coletivizadas. Após 1991, as empresas
AGROPECUÁRIA NO MUNDO agrícolas foram adaptadas às regras de mercado.

Nos EUA Vejamos o mapa do uso da terra na Europa Oriental.

É o símbolo da agricultura contemporânea, a produção dos alimentos


nos EUA é realizada nos cinturões agrícolas belts. Seus principais
cinturões são dos produtos: algodão, milho, soja, pecuário, madeira e
trigo. A agricultura dos EUA é tão importante para o mundo que
qualquer mudança na sua política as conseqüências são vistas
mundialmente.

ATENÇÃO
Os Belts são extensas áreas do território destinadas a um produto
principal. A produção dessa monocultura é realizada de forma
moderna, chamada de agricultura comercial. Detalhe: sua
agricultura é especulativa, ou seja, o que sobrar será exportado.
Fonte: Garcia, Helio Carlos. Geografia Geral: volume único: ensino médio/Helio
Carlos Garcia e Tito Marcio Garavello. – São Paulo: Scipione, 2000. P. 199
ATENÇÃO
Na China
Aqui vão algumas técnicas agrárias que caem constantemente no
concurso da EsPCEx: Até 1984, o governo chinês tinha uma política semelhante ao Russo,
- Calagem: é o preparo do solo para o cultivo aplicando calcário ou seja, cooperativas agrícolas (coletivização da terra). A partir dessa
para: elevação do teor do magnésio, correção do pH do solo, data em diante, uma vez que a agricultura é uma atividade essencial
melhor rendimento agrário e neutralização do elemento químico para o desenvolvimento chinês, o governo em questão autorizou a
Alumínio. produção familiar, em que o agricultor possuía livre opção de plantio,
- Coivara: derrubada da vegetação nativa, posteriormente se sua produção excedente poderia ser comercializada, sendo que parte
aplica uma queimada no local. iria para o Estado e outra para a comunidade local para ser
comercializada entre os produtores.
Outra característica da produção dos EUA é com relação a seu
solo. Localiza-se próximo as áreas das planícies e com relação aos Principais produtos agropecuários chineses
planaltos possui uma boa fertilidade. Analise o mapa a seguir.
Arroz, amendoim, trigo, batata, tabaco, soja, milho, chá, banana
e carne bovina, suína e equina.
A agropecuária mundial move uma enorme quantidade de capital,
devido a este fator, veremos agora como funciona o comércio
mundial e as instituições Organizações Internacionais
responsáveis pelo controle e alocação.
A China vem passando por profundas transformações econômicas e
sociais. A industrialização ocorrida nas últimas décadas, assim como a
crescente urbanização, elevou a demanda por alimentos e vem
forçando o País a preocupar-se cada vez mais com sua segurança
alimentar. Devido à sua estrutura fundiária, grande parte do meio rural
chinês ainda encontra dificuldades de expandir sua produção a partir
dos ganhos de escala derivados de processos de modernização
tecnológica. Essa realidade, associada a problemas ambientais, como
a poluição e a escassez de água, tem levado a China a reformar suas
Fonte: Garcia, Helio Carlos. Geografia Geral: volume único: ensino médio/Helio políticas agrícolas, assim como a buscar alianças internacionais
Carlos Garcia e Tito Marcio Garavello. – São Paulo: Scipione, 2000. P. 47 relacionadas ao agronegócio.

52
Observaremos o mapa do uso da terra na China Vejamos o mapa da dívida externa mundial:

Fonte: Garcia, Helio Carlos. Geografia Geral: volume único: ensino médio/Helio
Carlos Garcia e Tito Marcio Garavello. – São Paulo: Scipione, 2000. P. 284
Fonte: Relatório sobre o desenvolvimento mundial 2001. Washington,
COMÉRCIO MUNDIAL D.C.: Banco Mundial, 2001.p. 254-256.

Comércio é uma relação de troca, venda ou compra de bens de


serviços produzidos por outros países, regiões ou estados. Detalhe: a
Moeda é a representante de um país nessa relação comercial, ou seja,
se um país tem uma economia forte e desempenhada, sua moeda é
bastante valorizada. O contrário, será fraca, apresentando uma
economia fragilizada.
Organizações Internacionais
 Fundo Monetário Internacional – realiza o monitoramento do
sistema monetário internacional, é um banco cuja função é emprestar
dinheiro para os países-membros caso haja uma necessidade
financeira.
 Banco Mundial – fornecedor dos empréstimos à Europa no
período pós-Segunda Guerra Mundial e que estende esse serviço ao
mundo todo atualmente.
 Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento (Bird) – é uma instituição do Banco Mundial que
também fornece empréstimos aos países-membros, seu objetivo é
através dos empréstimos incentivar o desenvolvimento destes países.
 Associação Internacional do Desenvolvimento (AID) –
desempenha a função de reduzir a pobreza dos países-membros.
 Organização Mundial do Comércio (OMC) – foi criada em 1995
para exercer as funções do antigo GATT (Acordo Geral de Tarifas e
Comércio). A OMC é responsável pelo comércio internacional, seu
objetivo é garantir o livre-comércio e orientar os governos dos países
subdesenvolvidos sobre as tarifas alfandegárias.
 Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e
Desenvolvimento (Unctad) - Criada em 1964 com o objetivo de
desenvolver políticas para acelerar o desenvolvimento e o comércio
dos países subdesenvolvidos.
Dívida Externa
Conceito: são débitos de um país, resultantes de empréstimos e
financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por
empresas do estado ou por empresas particulares.
IM PO RTANTE
A dívida externa, concomitantemente ao comércio mundial,
ocorreu com a evolução do capitalismo que aos poucos foi
delineando uma divisão internacional do trabalho (DIT) que hoje
encontra-se regionalizado em: países centrais ou periféricos;
países do Norte ou do Sul; países desenvolvidos ou
subdesenvolvidos. Vale ressaltar que nessa DIT, os países
periféricos, tem sido alvo da exploração, e endividamento causados
em parte, pelos países centrais.

53
UNIDADE 2  Latifúndios por dimensão: são as enormes propriedades
GEOGRAFIA HUMANA agroindustriais, com produção quase sempre voltada à
CAPÍTULO 17 exportação.
AGROPECUÁRIA BRASILEIRA  Latifúndios por exploração: tratam-se dos imóveis rurais
improdutivos, voltados a especulação imobiliária. O proprietário
não adquiriu a terra com a intenção de nela produzir, gerar
HISTÓRICO emprego e ajudar o país a crescer, mas para esperar sua
As terras brasileiras pertenciam a coroa portuguesa desde 1500 valorização imobiliária, vende-la e ganhar muito dinheiro sem
até 1822. A coroa doava ou cedia seu direito de uso a pessoas de trabalhar.
sua confiança ou conveniência, visando a ocupação do território  Empresa rural: propriedade com área de um a seiscentos
e a exploração agrícola. Resultado: além do controle das terras módulos, adequadamente explorada em relação às possibilidades
(capitanias hereditárias e sesmarias) por parte da coroa da região.
portuguesa, tais terras eram exploradas para obtenção de lucro a Existe a grande concentração de terras em mãos de alguns
partir da exportação de produtos agrícolas cultivados no sistema poucos proprietários, enquanto a maioria dos produtores rurais
de plantation. detém uma parcela muito pequena da área agrícola.
ATENÇÃO Essa realidade é exatamente perversa, à medida que cerca de
Plantation – sistema de exploração econômica que tem por 32% da área agrícola nacional é constituída por latifúndios por
base grandes propriedades monoculturas, escravistas e cuja exploração, de terras parada, improdutiva a especulação
produção era voltada à exportação imobiliária.
De 1822 a 1850, vigorou no território brasileiro o sistema de Embora os militares foram os precursores das medidas de
posse livre em terras devolutas. Ao longo desse período, a terra imóveis rurais criando a definição de módulo rural em 1964,
não tinha valor de troca, possuía apenas valor de uso a quem vale ressaltar que em 1993 foi sancionada a Lei 8.629 pelo
quisesse cultivar e vender sua produção. Em 1850, com o presidente Itamar Franco ratificando o conceito de função
aumento da área cultivada com o café e a Lei Eusébio de Queirós, social, porém, alterou o conceito de módulo rural, adotando um
esse quadro sofreu profundas mudanças. Dada a proibição do novo conceito derivado deste, de módulo fiscal.
tráfico negreiro, a mão-de-obra que entrava no Brasil para
trabalhar nas lavouras era constituída por imigrantes livres Então, para definir e classificar os imóveis rurais segundo a
europeus, atraídos pelo governo brasileiro. dimensão passou-se a entender da seguinte forma:

Em 1930, com a crise mundial em fervor, a região Sudeste, onde • Minifúndio – todo imóvel rural cuja dimensão é inferior ao
se desenvolvia a cafeicultura, foi a que enfrentou o maior colapso. módulo fiscal fixado para o município
Na região Nordeste, ocorreram novas crises do açúcar e do cacau, •Pequena propriedade – o imóvel rural cuja dimensão esteja
enquanto a região Sul, com produção direcionada para o mercado compreendida entre 1 e 4 módulos fiscais
interno, sofreu efeitos menores. A crise de 30 foi uma crise de •Média propriedade – o imóvel rural dimensão esteja
mercado externo, de produção voltada para a exportação. Foi compreendida entre mais de 4 e 15 módulos fiscais
nesse período que ocorreu o início efetivo do processo de •Grande propriedade - o imóvel rural cuja dimensão é superior
industrialização brasileira. Outro desdobramento da crise foi um a 15 módulos fiscais.
maior incentivo a policultura, e uma significativa fragmentação
das grandes propriedades, cujos donos venderam suas terras ATENÇÃO
para se dedicar a atividade econômica urbanas, sobretudo a É comum os grandes proprietários, classificados na categoria
indústria e o comercio. Foi um dos raros momentos da história do de latifúndios por dimensão, parcelarem a propriedade da terra
Brasil em que houve um aumento de pequenos e médios entre seus familiares para serem classificados como
proprietários rurais. empresários rurais e, pagarem um imposto menor

O êxodo rural em direção às grandes cidades deteriorou a Como tratado em texto sobre o histórico da questão agrária
qualidade de vida de imensas parcelas da população, tanto rural brasileira, segundo o Censo Agropecuário (2006), a agropecuária
quanto urbana. A parte da década de 70, foi incentivada a ocupa 330 milhões de hectares no Brasil e cerca de 43% dessa
ocupação territorial das regiões Centro-Oeste e Norte, através da área pertence a apenas 1% dos proprietários rurais – donos de
expansão das fronteiras agrícolas, assentadas em enormes áreas superior a mil hectares. Quase metade dos proprietários
latifúndios pecuaristas ou monocultores. (47%) possui pequenas áreas, de até 10 hectares, que, somadas,
totalizam apenas 2,7% das lavouras e pastos brasileiros.
O ESTADO DA TERRA E A ESTRUTURA FUNDIÁRIA
A principal característica da ocupação do território brasileiro,
O estado da terra é um conjunto de leis criado em novembro de desde a colonização, tem sido a distribuição desigual da terra e
1964 para possibilitar a realização de um censo agropecuário. dos recursos naturais. O último Censo Agropecuário decenal do
Para resolver a questão, foi criada uma unidade de medidas de IBGE, realizado em 2006 e divulgado no fim de 2009, mostrou
imóveis rurais - o módulo rural, assim definida: “área explorável uma tímida diminuição do índice de Gini, utilizado pelo instituto
que, em determinada porção do país, direta e pessoalmente para medir a concentração de terra. Em uma década, ele passou
explorado por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas de 0,856 para 0,854 – quanto mais próximo de 1, maior é a
adultas, correspondendo a 1000 jornadas anuais, lhe absorva concentração. Os lotes de menos de 10 hectares representam
toda força e, conforme o tipo de exploração considerado, apenas 2,7% da área total das propriedades, e as que possuem
proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a mais de mil hectares concentram 43%.
subsistência e o progresso social e econômico”.
O censo revelou que o país tem quase 5,2 milhões de imóveis
 Localização da propriedade: se o imóvel rural se localiza rurais. A agricultura familiar representa 84,4% das propriedades
próximo a um grande centro urbano, terá uma área menor. agrárias brasileiras e ocupam uma arca de 24,3%. Já
 Fertilidade do solo e clima da região: quanto mais propícias as estabelecimentos não familiares são 15,6% e ocupam 75,7%. A
condições naturais da região, menor a área do módulo. agropecuária familiar, apesar da pouca área, garante a produção
 Tipo de produto cultivado: em uma região do país onde se cultiva, dos alimentos para o mercado interno, com a produção de 87%
por exemplo, mandioca e se utilizam técnicas primitivas, o módulo da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34%
rural deve ser maior que em uma região que produz morango com do arroz e 58% do leite consumidos no país, segundo o IBGE.
emprego de tecnologia moderna.
A pecuária é a principal atividade de 44% das propriedades rurais
Foram então, criadas as seguintes categorias de imóveis rurais: e está presente em todas as regiões. As áreas de lavouras
aumentaram, com destaque para Centro Oeste (63,9%) e Norte
 Minifúndio: Esses são os grandes responsáveis pelo (37,3%). Observe que as duas regiões são justamente onde se
abastecimento do mercado interno de consumo, já que sua expande a fronteira agrícola, ou seja, onde novas terras são
produção é, individualmente, obtida em pequenos volumes, o que incorporadas à agropecuária. Estamos falando das franjas da
inviabiliza economicamente a exportação. Amazônia: esses números retratam a expansão agrícola que
provoca o desmatamento.

54
Portanto, chega-se à conclusão que há uma distribuição
totalmente desigual nas terras agropecuárias brasileiras, pois no
Brasil, 5,4 milhões de ha tem o tamanho de até 10ha e ocupam
1,3% do total. Significam 1.146,6 mil imóveis rurais (IR) – 31,9%
do total. 219,9 milhões de ha tem mais de 1.000 ha e ocupam
53% do total de terras e significam 57,9 mil IRs – 1,6% do total
(ADAS, 2004, p. 203). Esses dados da desigualdade na
distribuição certificamos no mapa abaixo que segue:

O setor do agronegócio que abrange a cadeia produtiva de


indústria e serviços ligados aos produtos da agropecuária:
produção de equipamentos e serviços para o campo e a
transformação dos produtos, como as indústrias de alimentos e
frigoríficos. Esse setor da agricultura e pecuária contribui com
cerca de 30% do Produto Interno Bruto – PIB (aprox. 20% da
agricultura e 10% da pecuária – O PIB do Brasil é de US$ 1,8
trilhão), 37% das exportações e 35% dos empregos brasileiros.
Três sistemas mostrados no mapa que segue coexistem na
organização do espaço rural/agropecuário brasileiro:
1. Agropecuária moderna e integrada a um complexo
agroindustrial (mancha verde).
2. Agropecuária voltada para o autoconsumo e mal integrada aos
circuitos comerciais (região Nordeste e parte da Centro-Oeste).
3. Zonas pioneiras ainda em processo de incorporação (linha no
mapa que separa praticamente a região Norte das demais).
Esse desempenho faz do Brasil o maior produtor mundial de vários
itens da pauta agrícola, como suco de laranja, açúcar, café e feijão e,
na pecuária, é também o maior exportador de carne bovina e de
frango.
O país é grande produtor e exportador de carne suína, de milho e de
soja e seus derivados. Nos últimos dez anos, a participação da
agropecuária no total de exportações subiu de 2,82% para 14,87% e
colocou o Brasil entre os cinco principais exportadores de alimentos do
planeta.
O Brasil é o segundo maior produtor de soja e de seus derivados (grão,
óleo, farelo etc., o complexo soja), e o grão manteve a liderança do
ranking da agropecuária. A soja representou 26% do volume de
exportações em 2009, seguida pelas carnes, com 18%, e pelo
complexo sucroalcooleiro, com 15%.
O país é também o maior exportador de carne bovina – os Estados
Unidos são o maior produtor, mas exportam menos. Entre 2003
e 2008, a receita com exportações no setor cresceu de 1 bilhão
de dólares para mais de 5 bilhões. O país é ainda o terceiro maior
produtor e o maior exportador de carnes de aves e o quarto em
exportação de carne suína (veja mapas que seguem da
espacialidade da produção pecuária).

55
DIFERENÇAS REGIONAIS

Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm a estrutura


fundiária mais bem distribuída do país, resultado da colonização
por imigrantes europeus, que reproduziram o padrão agrário
familiar do país de origem. A Região Sul sobressai em razão de
uma produção mecanizada e diversificada, com destaque para
grãos (veja nos mapas que seguem a soja e o arroz), a
agroindústria de uvas, de aves e de suínos.

Apesar dos bons resultados apresentados nos últimos anos, a


agropecuária brasileira terá de enfrentar sérios desafios para
manter a escalada produtiva. Internamente, há falta de silos para
armazenar os grãos após a colheita, além das dificuldades de
transporte (estradas ruins) e da falta de portos secos, locais para
armazenar produtos antes do embarque ao exterior. A ampliação
das plantações de soja e cana também sofre limitações para
preservar as matas nativas. No mercado externo, o Brasil tenta
emplacar o etanol como commodity, ou seja, torná-lo uma
mercadoria negociada nas bolsas internacionais, com regras
padronizadas, o que poderia ampliar as exportações.

56
exportações brasileiras. Um dos motivos é que, segundo
denúncias, 49% do trabalho escravo no Brasil está no setor
sucroalcooleiro.

Todo crescimento da produção na agropecuária (ramo da


economia com maior expansão em 2007) responde pela
mecanização impressa no território. Do agronegócio da
agricultura patronal executado por grandes empresas nacionais e
internacionais e baseado em grande propriedade monocultura
voltada para a exportação e da agricultura familiar produtora de
mercadorias (difere da agricultura itinerante ou de subsistência).
O grande problema é que muitas vezes as pequenas propriedades
da agricultura familiar não têm estrutura para tocar as lavouras
e são obrigados a se satis- fazer com a agricultura de subsistência
(não comercializam produtos no mercado – só satisfazem as
necessidades de sobrevivência da família).

Sobre o Agronegócio versus Agricultura Familiar, o professor e


pesquisador Dr. Ariovaldo Umbelino de Oliveira afirma que:

 É um grande mito atribuir à grande propriedade a maior parte da


produção do agronegócio, pois a pequena unidade de produção no
campo brasileiro, segundo o IBGE, representa 90% dos 4,2 milhões de
estabelecimentos agropecuários (31% do total de estabelecimentos e
86,6% dos empregos enquanto a grande propriedade ocupa 0,8% do
total e gera 2,5% dos empregos).
 A maior parte da tecnologia também é usada pelas pequenas
unidades de produção.
 A reforma agrária ampla, geral e massiva é a alternativa para
aumentar a produção de alimentos, uma saída para resolver a
crise que se abateu sobre os alimentos na atualidade.

ATENÇÃO
Agricultura itinerante ou de subsistência – é a pequena
propriedade cuja produção é voltada para o consumo interno.
Agricultura familiar produtora de mercadorias – propriedade
cuja produção é bastante mecanizada e tem uma grande
produção importante para a movimentação do agronegócio, já
que este é o próprio elo de ligação e envolve também toda a
produção agropecuária e transformação/distribuição industrial

SOJA E USO DE TÉCNICAS AGRÍCOLAS

A produção de soja no Brasil em 2008/2009 foi de 57 milhões de toneladas


em quase 22 milhões de hectares, o que torna a soja a cultura que mais
se expandiu na última década (vide mapa de expansão da soja).

Mapas da espacialidade da produção de grão no Brasil. Fonte: IBGE,


Censo Agropecuário 1999

A Região Nordeste mantém patamares semelhantes ou superiores


ao índice nacional de concentração de terras, graças à história da
economia escravista, às grandes propriedades pastoris do sertão e às
monoculturas de açúcar e algodão. São destaques as produções de
cana-de-açúcar, tabaco, cacau, além da soja e do algodão herbáceo
(algumas dessas culturas mostradas em mapas anteriores).
A expansão da agricultura de grãos em grande escala – sobretudo O Estado que mais produz soja é o Mato Grosso, com 18 milhões
soja e milho – e do algodão pelo cerrado da Região Centro- de toneladas, seguido do Paraná, com 9,5 milhões de toneladas,
Oeste reforçou a concentração de terras que já marcava a região de acordo com a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).
pela pecuária ultra extensiva. Para reduzir custos de produção, quase metade dos produtores
optou pelo cultivo de soja transgênica no Brasil, 97% da área da
Na Região Norte, a presença de grandes propriedades de soja, soja tem colheita mecanizada, com uso de adubos e defensivos
milho e pastagens, como no Pará, contrasta com as pequenas químicos (o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos
áreas de posseiros e de ribeirinhos. Esses, com pesca e produção ou produtos fitossanitários – quase 2 milhões de propriedades
familiar, basicamente de mandioca, utilizam os recursos dos rios rurais usam agrotóxicos e 56% não segue orientação técnica). Os
e dos solos de várzea, fertilizados nelas cheias sazonais. O país mapas que segue mostram o uso de defensivos químicos e
também é líder mundial na produção de biodiesel, combustível assistência técnica impressa no território.
obtido de plantas oleaginosas – como mamona, dendê, girassol,
babaçu, soja e algodão. A produção de cana-de-açúcar tem
crescido nos últimos anos, impulsionado pelo interesse mundial
por etanol e consumo interno devido aos carros flexfuel (80% dos
carros vendidos hoje no Brasil). O etanol ainda não conseguiu o
status de commodity internacional, o que deve favorecer as

57
Impactos da Agricultura

A agricultura é uma atividade milenar que primariamente visa à


produção de alimentos. É fato que sua importância não é alvo de
questionamento, no que diz respeito ao atendimento de uma das
necessidades básicas dos seres humanos. Desde a Pré-história, a
humanidade utiliza os frutos da produção agrícola para a
subsistência e, mais tarde, para a produção de excedentes. O que
mudou, e muito, foi a maneira como os agricultores cultivam a
terra. Os resultados dessa mudança não foram apenas positivos.
No que diz respeito aos recursos naturais e ao meio ambiente,
existe uma grande preocupação. A inovação nas técnicas
produtivas, a mecanização e a utilização de insumos para
melhorar a produtividade e diminuir as perdas por causas naturais
provocaram significativos impactos no meio ambiente.

Agricultura e meio ambiente

O desmatamento da área a ser cultivada constitui talvez o


primeiro impacto da produção agrícola. O terreno a ser cultivado
precisa estar limpo para que se possa fazer a preparação do solo
e o plantio das sementes e mudas. Entretanto, esse é apenas um
dos impactos ambientais possíveis de ser gerados pela
agricultura:
 A mecanização da agricultura trouxe agilidade à produção,
além de diminuir muito a necessidade de mão de obra. Todavia,
para a utilização desses maquinários agrícolas, é preciso queimar
combustíveis fósseis, como o óleo diesel, o que prejudica a
qualidade do ar, ampliando a poluição atmosférica;
 Poluição dos solos e da água em virtude da utilização de
insumos agrícolas, como adubos químicos, corretores do solo,
pesticidas (os chamados agrotóxicos) etc. Quando a lavoura
recebe a chuva ou é irrigada, esses insumos podem escoar para
os rios, contaminar os solos e o lençol freático;
 Diminuição da biodiversidade por causa do uso
agrotóxicos (pesticidas), que, muitas vezes, são pulverizados por
aviões e atingem as áreas vizinhas, matando, assim, animais e
plantas. O desmatamento também contribui para a diminuição da
biodiversidade;
 Erosão causada pela irrigação e manejo inadequado dos
solos. A retirada da cobertura vegetal que protege o solo também
contribui para que surjam erosões. Além disso, a retirada da mata
ciliar para o plantio pode ocasionar o assoreamento dos rios;
 Perda de habitats pela descaracterização da área, com o
desmatamento, troca-se uma área preservada pro um pasto ou
um cultivo. A fauna e a flora residente perdem espaços
geográficos de alimentação, ou mesmo de corredores ecológicos.
 Exaustão dos mananciais de água doce – O maior
responsável pelo consumo de água doce é a atividade agrícola.
Ela responde por mais da metade do consumo. Em tempos de
diminuição crescente de rios e córregos limpos, essa é uma
questão preocupante.
Apesar de existirem muitas questões relacionadas com a
produção agrícola e os impactos por ela causados ao meio
ambiente, tem havido uma crescente preocupação com essa
questão. Estudos e criação de técnicas que buscam diminuir os
impactos ao meio ambiente são cada vez mais comuns, como o
reúso da água na agricultura e o incentivo à produção de
alimentos e matéria-prima por meio da agricultura orgânica, além
do incentivo à utilização de fertilizantes e defensivos biológicos.
Essas iniciativas alimentam a esperança de que a produção
agrícola possa ter uma convivência mais amistosa com o meio
ambiente.

58
UNIDADE 2  Cidades Populosas – São Paulo, Moscou, Paquistão e
GEOGRAFIA HUMANA Xangai.
CAPÍTULO 18  Regiões Populosas – Nordeste da Índia, Noroeste dos EUA,
DEMOGRAFIA MUNDIAL Leste e Sudeste Asiático.
 Regiões Pouco Populosas – Amazônia, Sibéria e Patagônia
DEFINIÇÃO População Relativa ou Densidade Demográfica
A demografia é o estudo da dinâmica populacional. Seus focos se É uma média de habitantes que se obtém pela divisão do número total
baseiam na descrição das populações de todo o mundo, suas de habitantes pela área em km².
características, atividades econômicas, relações entre si e com
outros países e suas estruturas. É importante saber os conceitos Densidade Demográfica = hab / km²
para aplicá-los no concurso público, é necessário também,
compreender o funcionamento da dinâmica populacional e as Vejamos um mapa mundi caracterizado pela densidade
formas que a demografia influencia em todo mundo. demográfica de cada país.

BIZU BIZU
Toda prova da EsPCEx cai uma questão relacionada a este O Brasil possui um extenso território, mas também possui
tema, então estudem! muitos habitantes, porém não é um país denso
demograficamente, pois ao dividir a equação: habitantes
DEMOGRAFIA – BREVE HISTÓRICO
brasileiros / km² do território nacional, o Brasil torna-se um país
A ciência estimula que o Homosapiens surgiu há com condições perfeitas de densidade populacional, na média,
aproximadamente 100 mil anos. Há 10 mil anos, nossos claro
ancestrais já se espalhavam pelo mundo em migrações
continentais e oceânicas a procura de novas terras para morarem,
estabelecerem e cultivarem. Nos tempos de Jesus Cristo (há 2011
anos atrás) a população mundial era estimada em torno de 5
milhões de habitantes. Posteriormente, no período da Primeira
Revolução Industrial, metade do século XVIII, a população
mundial estaria na margem dos 800 milhões de indivíduos. Em
1800, os habitantes do mundo chegavam à casa do 1 bilhão,
assim, com as melhorias nos setores medicinais, bioquímicos e
higiênicos, esta quantidade só tendia a crescer. A Terra possuía,
em meados do ano de 1930, cerca de dois bilhões de habitantes.
Cresceram as produções de alimento, vacinas e antibióticos e a
população continuou crescendo espantosamente chegando
atualmente a marca de 6,826 bilhões de pessoas, conforme diz a
divulgação do Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP).
Fonte: Atlas geográfico escolar/IBGE.2.ed. Rio de Janeiro: IBGE,
Conceitos Fundamentais
2004.p. 80.
População Absoluta – é o número total de habitantes de um
Fatores que influenciam na distribuição demográfica
determinado país, uma região ou um Estado.
 Fatores Físicos:
Faça uma análise dos países mais populosos do mundo, ou seja, aqueles
- áreas propícias para a ocupação humana - ecúmenas
que possuem o maior número de habitantes em seu território (pop.
- áreas desfavoráveis para a concentração humana –
Absoluta) e verifique o comportamento populacional de cada país.
anecúmenas
Os cinco países mais populosos do mundo:  Fatores Socioeconômicos: economia, localização geográfica,
desenvolvimento, emprego, guerras civis etc.
País Habitantes
China 1.386.000.000 bilhão CONCEITOS RELACIONADOS AO CRESCIMENTO
Índia 1.339.000.000 bilhão DEMOGRÁFICO
EUA 325 milhões Agora veremos o quanto é importante saber estes conceitos para
Indonésia 262 milhões aplicá-los nos estudos da demografia:
Brasil 210 milhões  Taxa de Natalidade (Tx nat): é a relação entre o número de
Paquistão 207 milhões nascimentos ocorridos em um determinado ano, multiplicados por
Nigéria 195 milhões 1.000, sobre número de habitantes (população absoluta).

Bangladesh 159 milhões


Tx nat = Número de Nascimentos multiplicados por 1.000
Observe o mapa da população mundial em 2003: Número de Habitantes

 Taxa de Fecundidade (Tx fec): é a relação entre o número


de crianças com menos de cinco anos de idade e o número de
mulheres em idade reprodutiva.
Período de maior fertilidade de uma mulher:
15 anos aos 49 anos

IMPORTANTE
Vale ressaltar que a taxa de fecundidade (nº de filhos por
mulher em seu período fértil) está totalmente ligada a taxa
de natalidade, ou seja, uma coisa leva a outra.

Fonte: Atlas geográfico escolar/IBGE.2.ed. Rio de Janeiro: IBGE, ATENÇÃO


2004.p.78. Lembramos que a mulher a partir dos 28 anos começa a
desacelerar seu período de fertilidade.

59
 Taxa de Mortalidade (Tx mort): é a relação entre o número de Avaliando o crescimento vegetativo na transição demográfica
mortes ocorrido em um determinado ano, multiplicado por 1.000, inicial
sobre o número total de habitantes (população absoluta).
Taxa de natalidade: muito alta, as mulheres casavam cedo e não havia
Tmort = Número de óbitos multiplicado por 1.000 métodos contraceptivos.
Número de Habitantes Taxa de mortalidade Alta: condições sanitárias precárias, baixa
expectativa de vida. Porém, nesse momento, como a urbanização vai
 Taxa de Mortalidade (Tx mort): é a relação entre o número de acontecendo, naturalmente a taxa de mortalidade vai caindo.
mortes ocorrido em um determinado ano, multiplicado por 1.000, Resumindo
sobre o número total de habitantes (população absoluta).
Tx de natalidade (alta) e mortalidade (diminuindo aos poucos) =
Tmort = Número de óbitos multiplicado por 1.000 Explosão Demográfica (Crescimento Muito Alto)
Número de Habitantes
Transição Demográfica em Curso
A taxa de natalidade declina um pouco, assim também como a taxa
Taxa de Mortalidade Infantil: número de crianças que morrem
de mortalidade. O Crescimento Vegetativo ainda é positivo justamente
antes de completarem um ano de vida naquele determinado ano.
pelo fato de nascerem mais pessoas do que morrerem.Uma vez que
 Crescimento Vegetativo ou Natural (CV ou CN): é a há uma modernização na sociedade (industrialização), eleva-se o nível
diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de de educação da população, novas tecnologias são oferecidas a todos
um determinado ano. os ramos e as condições de saneamento básico e medicinal, facilitam
o desenvolvimento do ser humano em uma sociedade. Observa-se que
nessa fase, a taxa de natalidade é a que terá uma queda maior que a
CV = Tnat – Tmort taxa de mortalidade.
Transição Demográfica Avançada
ATENÇÃO
Conclui-se que o crescimento demográfico de um país é o É uma fase adiantada taxa de natalidade e taxa de mortalidade baixas
resultado do crescimento vegetativo e/ou natural podendo – consequentemente – um pequeno Crescimento Vegetativo. O Brasil
este, sofrer alterações em decorrência do movimento está nessa fase desde 2010, sendo que a maioria dos países europeus
migratório já se encontram nela.
Transição Demográfica Concluída
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO
É uma fase que as taxa de natalidade e taxa de mortalidade estão
Em 2005, segundo dados da ONU, nosso planeta possuía estagnadas. Detalhe: Nessa fase não é incomum acontecer da Tx de
aproximadamente 6,4 bilhões de habitantes, sendo um terço mortalidade superar a de natalidade. Nesse caso, em vez de haver um
desse total concentrado em dois países vizinhos, China e Índia. crescimento populacional, haverá um decrescimento populacional.

Exemplo: Alemanha.
Crescimento da População Mundial
Veja os países que se encontram na fase de Transição Demográfica
Concluída:
Hemisfério Norte: EUA, Canadá, Europa, Japão e Rússia.
Hemisfério Sul: Argentina, Peru, Paraguai, Austrália e Nova Zelândia.
Finalmente as Tx nat, Tx mort e se estagnaram, produzindo um baixo
CV.

ATENÇÃO
- Professor, qual a diferença entre Transição e Explosão
Demográfica?
Vamos analisar o seguinte, a explosão demográfica foi um fato
histórico que ocorreu em quase todos países subdesenvolvidos no
período pós-Segunda Guerra Mundial, onde houve um enorme
crescimento populacional. Transição demográfica é uma transição
da população rural para uma urbana cujo primeiro instante é uma
explosão demográfica, depois, uma tendência a estagnação ou
decrescimento da população.

Alguns Aspectos Históricos


1940 – 1960– No período Pós-Segunda Guerra Mundial,
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA (MUITO IMPORTANTE!) principalmente nos países subdesenvolvidos, houve um acelerado
A transição demográfica é a transformação da população de um crescimento demográfico conhecido como EXPLOSÃO
determinado lugar RURAL para URBANO. DEMOGRÁFICA. No caso do Brasil, a tendência é que, para 2050 sua
transição demográfica atinja o estágio de concluída.
Com isso, passa a ter transformações também nas taxas de natalidade
e mortalidade, afetando o crescimento vegetativo. TEORIAS DEMOGRÁFICAS
ATENÇÃO Malthusiana
Lembre-se transição demográfica vem com a urbanização.  População cresce em PG.
Transição Demográfica Inicial ou Explosão Demográfica  Alimentos crescem em PA.

A taxa de mortalidade inicia um processo declinação, mas ainda é alta. Neomalthusianismo ou Alarmistas
A Tx nat é alta, pois as primeiras populações que iniciaram o processo  A culpa da Miséria é atribuída aos países subdesenvolvidos, pois
de Êxodo Rural (saída do campo, ida para as cidades) e ainda possuíam possuem um acelerado crescimento populacional.
a mentalidade da procriação.  A agricultura mundial tem capacidade de produzir alimento para
todo o mundo.
 Planejamento familiar, controle de natalidade, vasectomia,
ligadura das trompas e pílulas anticoncepcionais.

60
Reformistas ou Marxistas Vamos falar agora sobre as pirâmides etárias, precisamos
prestarbastanteaatenção, pois é um assunto muito complexo e que
 A miséria é culpada pelo acelerado crescimento populacional. o concurso cobra anualmente diversas interpretações em questões.
 Reformas socioeconômicas para melhorar a distribuição de renda.
 Diminuição da Tx nat. e planejamento familiar. Pirâmides Etáerias
Fases do Crescimento Populacional A pirâmide etária é um gráfico que relaciona a quantidade de
habitantes de uma determinada região, lugar ou país separado
# Primeira Fase – Crescimento Lento pela idade e o sexo. A pirâmide possui três partes importantes,
Alta Tx nat. elas são:
Baixa expectativa de vida, CV baixo também.
Alta Tx mort.  A base representa a população mais jovem desde os nascidos
até 19 anos
# Segunda Fase – Crescimento Rápido  O corpo representa a população adulta – 20 a 50 anos.
Alta Tx nat.  O pico é a parte superior, representa a população idosa –
Alto CV. acima dos 60 anos.
Baixa Tx mort.
Vejamos algumas pirâmides etárias de alguns países
# Terceira Fase – Estagnação
Baixa Tx nat.  Pirâmide etária da França
Pequeno CV.
Baixa Tx mort.

ATENÇÃO
 Brasil: Segunda Fase;
 Europa: Praticamente toda na Terceira Fase;
 Maior parte da Ásia, África e América: Primeira Fase.
Estrutura Ocupacional da População
População Economicamente Ativa(PEA) – pessoas que recebem
remuneração por um determinado trabalho.
População Não-Economicamente Ativa(PNEA) ou Inativa (PEI)  Pirâmide etária da Tanzânia
- pessoas que não trabalham: crianças, estudantes, aposentados, donas-
de-casa e pessoas impossibilitadas por doença ou limitações físicas.
Distribuição da PEA por setores da economia
 Setor Primário – Agricultura, pecuária, atividades no campo,
pesca e exploração florestal.
 Setor Secundário – São atividades ligadas às indústrias, incluindo
as indústrias de transformação de bens de consumo e de bens de
produção e também as indústrias de exploração mineral.
 Setor Terciário – Prestação de Serviços.
Se o número de trabalhadores na agropecuária for elevado, indica que  Pirâmide etária do Japão
a produtividade é baixa. Já que um quarto dos ativos abastece o
restante da população. A relação na PEA é de um trabalhador agrícola
para três em outros setores. Por outro lado, se for baixa, o número de
trabalhadores na agropecuária, indica que a produtividade é alta, já
que eles abastecem todo o restante. É como se fosse 1 alimentando 5.

BIZU
Países como o Brasil e os EUA apresentam uma distribuição da
PEA nos setores econômicos (primário, secundário e terciário) são
muito semelhantes. Porém, a PEA do setor terciário é muito
diferente. Ao passo que nos EUA a PEA do setor terciário
apresenta-se bem qualificada, no Brasil, esta camada da
população presta serviços de baixa qualificação. Exemplo:
vendedor ambulante..  Pirâmide etária do Brasil

População Mundial Ativa por Setores

Fonte: Calendário atlante De Agostini, 2004. Novara: Instituto Geográfico


De Agostini, 2003.p.122-128.
Fonte: U.S.Censos Bureau. Disponível em
http://www.census.gov/ipc/www/idbpyr.html. Acesso em 31 jul 2005.

61
BIZU Migrações Mundiais
A tendência da pirâmide etária brasileira para 2050 é de atingir a
Os EUA recebem o maior número de imigrantes. Vejamos a
configuração semelhante as dos países desenvolvidos, onde a forma
tabela:
estrutural deixa de se assemelhar a uma pirâmide e passa a ser um
retângulo. Podemos analisar agora com as projeções etárias do Japão

BIZU
Vale ressaltar que ao avaliar a pirâmide etária, também,
avaliaremos a PEA (População Economicamente Ativa), ou seja,
a relação entre a população e os setores de trabalho na
economia de um país (primário, secundário e terciário).

MIGRAÇÕES
O que é migração?
É um deslocamentode pessoas de um determinado lugar geográfico
(região, país, estado...) para outro.
Conceitos que serão cobrados para o entendimento da matéria mais
adiante:
Migrações por Continente
 Emigrar – Sair de uma determinada região
 Imigrar – Entrar em uma determinada região  Ásia – as pessoas migram de dentro do próprio continente
para fugirem de guerras civis, atentados, fragilidade econômica
BIZU de alguns países, etc.
Para lembrarmos desses dois conceitos associaremos a letra E do  Europa – imigrantes chegam à Europa à procura de melhores
emigrar com Exit (saída em inglês) ou até mesmo Exterior. Por fim condições de vida e oportunidade de emprego.
a letra I de imigrar lembra a palavra também em inglês In , logo  América – Os EUA e o Canadá recebem muitos imigrantes de
quem imigra entra em uma determinada região países periféricos (subdesenvolvidos)
 África – Emigrantes de todos os países deixam sua terra natal
Por que as pessoas migram? e se deslocam para outros continentes.
Além das questões naturais e conflitos políticos, a principal causa  Oceania – Recebe muitos estudantes de intercâmbios.
atualmente da migração é questão ECONÔMICA. Analisemos Os Estados Unidos podem ser o país que mais tem imigrantes,
especificamente os motivos que levam as pessoas a migrarem: mas em termos proporcionais há oito países em que o número de
 Fator Econômico – geralmente é o fator predominante, estrangeiros ultrapassa os de suas populações originais. No caso
populações deslocam à procura de trabalho, uma melhor condição de do Emirados Árabes Unidos (EAU), os imigrantes correspondem a
vida ou uma oportunidade de emprego. Detalhe: No Japão, 2ª Guerra 88,4% dos habitantes ou 8,09 milhões de pessoas, indica o
Mundial, várias pessoas emigraram do território japonês para o Brasil, relatório do Departamento das Nações Unidas para Assuntos
com a recuperação econômica (milagre econômico) o deslocamento Econômicos e Sociais. Os Estados Unidos são o país que mais atrai
foi ao contrário, pessoas imigraram para o Japão visando imigrantes no mundo, num total de 54 milhões de pessoas ou
oportunidades no mercado de trabalho. 11% da população total. Segundo o Censo de 2010, o país norte-
 Fator Político – guerras, problemas nas fronteiras, perseguições americano é o principal destino dos brasileiros (23%) de todos os
como na ditadura brasileira, expulsão de populações e formação de estados, principalmente Minas Gerais (43,2%) e Rio de Janeiro
novos países (como na Ásia). (30,6%).
 Fator gerado por Conflitos Étnicos ouReligiosos – pessoas Refugiados
emigram por perseguições religiosas. Exemplo: judeus na 2ª Guerra
Mundial. O principal destino dos refugiados que saem da África e Oriente
 Fator Natural – Enchentes, terremotos devastadores e erupções Médio fugindo de guerras e situações de perigo tem sido a Europa.
vulcânicas. Só neste ano, o continente europeu já recebeu mais de 700 mil
imigrantes que fizeram a travessia pelo Mar Mediterrâneo. O que
Tipos de Migrações torna a Europa tão atrativa para os refugiados? Um primeiro
 Migrações Definitivas: é uma migração permanente. aspecto é a localização geográfica. Os países europeus, como
 Migrações Circulares: existe uma possibilidade de o Grécia e Itália, constituem os refúgios mais próximos, por
indivíduo voltar à sua terra natal. exemplo, para quem sai da Síria e de algumas regiões do Oriente
 Migrações Temporárias: peregrinações religiosas, sazonais (por Médio. Outro atrativo é a economia europeia e o desenvolvimento
estações do ano) ou estudantis (intercâmbio temporário). tecnológico que se observa nos países do continente.
 Migrações Internas: Intra-regional aquela que ocorre de um
lugar para outro dentro da mesma região e a Inter-regional: de
uma região para outra.
 Migrações Externas:
a) Migrações Forçadas:
Exemplo: Escravos deslocados da África para as colônias
espanholas e portuguesas.
b) Migrações Espontâneas: de colonização por exemplo.

BIZU
O êxodo rural é um exemplo clássico de migração interna.
Outros exemplos são o nomadismo e as migrações diárias de
trabalhadores que saem da periferia para o centro.

62
UNIDADE 2
GEOGRAFIA HUMANA
CAPÍTULO 19
DEMOGRAFIA BRASILEIRA

A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO BRASIL


Transição demográfica é definida pela redução das taxas de
mortalidade e de natalidade, num determinado espaço temporal,
até alcançar um estágio final. Sendo que a primeira taxa diminui
mais celeremente que a segunda, fato explicado pelo avanço
medicinal.
Em 1980, a porção mais larga da pirâmide era da faixa de 0-4
Ocasionando assim um expressivo crescimento vegetativo, que
anos; em 1991, entre os 5 e 9 anos e, em 2000, entre 15 e 19
redunda em maiores contingentes populacionais ou em
anos. Para efeito de comparação, no ano 2000, um dos países
estabilidade populacional.
com população mais jovem do mundo, a Guatemala, estava com
Segundo a clássica teoria desenvolvida pelo demógrafo Warren a maior proporção entre na faixa dos 0 a 4 ano, e um dos países
Thompson, os estágios da transição demográfica são: mais velhos, a Itália, com a maior proporção na faixa entre 30 e
34 anos.
 1º Fase - Pré-moderna: É aquela que se verifica nas zonas
rurais, com altas taxas de mortalidade e natalidade. A Esses dados mostram que o Brasil se encontra na fase III (3º
consequência é uma grande população jovem. Fase Industrial ou Madura) da transição demográfica postulada
 2º Fase Moderna: Esta se constata quando há, nas zonas por Thompson - e em algumas áreas do país, na fase IV, como
rurais e periféricas, melhorias nas técnicas agrícolas, com mostraremos no caso de São Paulo.
introdução de tecnologia e mecanização, acesso a instrução e
medidas de saneamento básico, prevenção de doenças
infectocontagiosas.
 3º Fase Industrial ou Madura: Nesta a característica é a
urbanização. Serviços de água, luz, lazer, acesso aos meios
contraceptivos, atendimento hospitalar, prevenção, campanhas
sanitárias e vacinação, maior renda, com reflexos na queda de
natalidade.
 4º Fase pós-Industrial: Caracterizada por baixíssimas taxas
de mortalidade e de natalidade, com fecundidade inferior ao nível
de reposição dos óbitos.
Entre o primeiro censo demográfico - realizado em 1872 ainda por
determinação imperial e o mais recente, realizado em 2010, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (o IBGE, só foi criado em
1936 e organizou o censo de 1940, quando utilizou uma metodologia
copiada por outros países), houve alteração radical nos indicadores de
mortalidade e natalidade no país, de certa forma semelhante ao já
ocorrido em outros países.
Como ocorreu em outras sociedades, as taxas de mortalidade
iniciaram queda bem antes das de natalidade, mais exatamente no
censo de 1950. Por outro lado, as taxas de natalidade foram elevadas
até os anos 60.
Em 1970 começa o descenso que se acentua nos anos 90. No segundo
gráfico apresentam-se dados coletados ano a ano entre 1991 a 2003 que
reforçam o declínio da natalidade e a estabilidade da taxa de mortalidade As modificações na pirâmide populacional podem ocorrer em
no país. Na figura abaixo temos a evolução das taxas de mortalidade e consequência de migração, mortalidade ou natalidade. Na maioria das
natalidade em todo o país durante esse período. vezes, a natalidade é o fator mais influente - e o componente principal
é a queda na taxa de fecundidade, ou seja, o número de filhos por
mulher. Esse indicador é calculado pelo número de filhos nascidos
dividido pelo número de mulheres entre 15 e 49 anos em uma
população. Para que a população permaneça constante, é necessário
que haja 2,1 filhos por mulher nessa faixa etária conhecida como taxa
de reposição.
A figura abaixo mostra que no período entre 1950 e 2000 houve
redução da taxa de fecundidade de 6,21 para 2,38, ou seja uma
queda de 60% em meio século, um declínio extremamente rápido
quando comparado a países europeus, que demoraram 150 anos
para estabelecer a mesma dinâmica como por exemplo a
Inglaterra. Esta queda é interpretada pelo elevado gasto que um
filho tem a uma família residente na zona urbana. Na década de
50 e 60, ter filhos representava uma questão de mão-de-obra
para a família que vivia na zona rural. Contudo, com as famílias
localizadas nas cidades, zona urbana, ter mais de dois filhos
significa elevada despesa. Uma visão mais recente encontra-se
Evolução das taxas de natalidade e mortalidade no Brasil de1872 a 2000. no segundo gráfico, que mostra que em 2003 a taxa de
fecundidade ficou abaixo da taxa de reposição.
Como consequência das alterações nas taxas de natalidade e
mortalidade e, considerando que o saldo migratório (imigração menos
emigração) é desprezível, houve alteração substancial da distribuição
etária da população brasileira em um período de 20 anos como pode
ser visto nas figuras abaixo, em que se visualiza a proporção da
população por faixa etária e sexo no país, conhecida como pirâmide
populacional.

63
Nos países subdesenvolvidos os jovens superam os adultos e os
idosos, consequência do alto crescimento vegetativo e da baixa
expectativa de vida. Essa situação coloca os países
subdesenvolvidos numa situação de desvantagem,
particularmente os pobres que possuem famílias mais
numerosas: sustentar um número maior de filhos limita as
possibilidades do Estado e da família em oferecer uma formação
de boa qualidade, coloca a criança no mercado de trabalho e
reproduz o círculo vicioso da pobreza e da miséria ao dificultar a
possibilidade de ascensão social futura.
Pirâmide etária
A expressão Pirâmide Etária refere-se a um gráfico utilizado para
identificar a população de um dado país ou região, agrupando os
Evolução da taxa de fecundidade no Brasil entre 1950 e 2000. habitantes em faixas de idade e dividindo-os por sexo. O motivo
dessa denominação advém do fato de que, quando na criação
desse tipo de informação, todos os países (mesmo os
desenvolvidos) apresentavam a população estruturada em
formato piramidal. Apesar de isso não ser mais verdadeiro, a
expressão permaneceu.
Em linhas gerais, à medida que os países vão se desenvolvendo,
o formato de pirâmide desfaz-se, indicando uma queda nas taxas
de natalidade e mortalidade. Em outras palavras, à medida que
um país se desenvolve, a sua população vai ficando mais velha.
Com o Brasil não é diferente. Seguindo o que ocorreu outrora com
os países centrais ou desenvolvidos e acompanhando nações
emergentes (como México, Rússia e África do Sul), a base da
pirâmide populacional brasileira vem diminuindo, enquanto a
porção superior vem se alargando, indicando a queda na taxa de
natalidade e o aumento da qualidade e da expectativa de vida da
população do país.
Evolução da taxa de fecundidade no Brasil entre 1991 e 2003.

Aproveita-se para explicar que, com a urbanização, as taxas de Observe a evolução da população entre 1980 e 2010 nos gráficos
mortalidade no Brasil declinaram mais rapidamente do que as de abaixo:
natalidade, em virtude do processo de urbanização, aumentando,
assim, o crescimento vegetativo de forma muito significativa. De
fato, o Brasil é um país urbanizado (com população urbana
superior à rural) desde o início dos anos de 1970, época em que
56% dos habitantes do país já viviam em cidades.

Em 1980, a população mais jovem era predominante

Crescimento populacional e estrutura etária


A distribuição da população por faixas de idade em um país é
consequência das taxas de crescimento populacional, da
expectativa de vida e das migrações.
A partir da década de 1990, os habitantes entre 0 e 4 anos foram
A população é geralmente agrupada segundo a geografia em três diminuindo.
faixas etárias:
 Jovens (0-14 anos)
 Adultos (15-64 anos)
 Idosos (acima de 65 anos)
Nos países desenvolvidos, a estrutura etária é caracterizada pela
presença marcante da população adulta e de uma porcentagem
expressiva de idosos, consequência do baixo crescimento
vegetativo e da elevada expectativa de vida.
Essa situação tem levado às reformas sociais, particularmente,
no sistema previdenciário em diversos países do mundo, já que o
envelhecimento da população obriga o Estado a destinar boa
parte de seus recursos econômicos para a aposentadoria.

64
Em 2000, a população mais velha aumentou consideravelmente. IBGE, na década de 1960, 13 milhões de pessoas trocaram o campo
pela cidade. Ao que indica desde 1970, a população rural passou a ser
minoria no conjunto da população brasileira. A região Sudeste
concentra, sozinha, aproximadamente 42,6% da população do país, e
tem um percentual de urbanização da ordem de 90,52%, fica ainda
mais evidente o crescimento da cidade em detrimento do campo. A
título de informação, o estado de São Paulo, representa
aproximadamente 21,8% da população do Brasil, com sendo que
quase um terço destas aglomeram-se no município da capital. Das
capitais brasileiras, aliás, 12 já superam a marca de um milhão de
habitantes, enquanto a metade delas está acima de dois milhões.
Outro exemplo de crescimento urbano é o caso do Distrito Federal. Na
mesma década, passou de 1.601.094 para 2.043.169 habitantes,
representando uma taxa de crescimento de 2,77% ao ano, superior à
média nacional, que é de 1,63%.
No último Censo Demográfico, o Brasil já apresenta uma população
adulta e não mais jovem Com relação à região Norte, sua migração não se destina à área rural,
como ocorreu no passado recente, mediante programas de colonização
dirigida e da migração do Sul para o extremo Norte do país.
Atualmente os migrantes, alguns já de segunda geração, buscam, na
verdade, a área urbana. Vejamos o crescimento anual de alguns
municípios, durante os anos 90: Campo Novo (RO), 23,20%; Buritis
(RO), 29,09%; Sapezal (MT), 21,54%; Confresa (MT), 20,84%;
Palmas (TO), 21,34%. A exemplo do crescimento desses municípios,
conclui-se que é a zona urbana que se expande, ampliando assim, as
periferias. As cidades não crescem nem se desenvolvem;
simplesmente, se incham.
Nocaso do crescimento das cidades médias do interior, verifica-se
que estas sofrem “respingos” do fluxo migratório Nordeste-
Sudeste, ou seja, boa parte dos migrantes continuam dirigindo-
se aos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio e Belo
Horizonte, porém, em seguida, veem no interior, em regiões
como Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro e outras, opções de nova
vida também, até porque, para as cidades de interior que as
indústrias também estão se mudando. Por outro lado, um número
considerável dessas cidades médias passou a ser o local de
destino para aqueles que, ao deixar o campo, evitam as capitais
devido sobretudo às notícias de desemprego e violência. Vale citar
os casos de Londrina (PR), Caxias do Sul (RS), Campina Grande
(PB), Feira de Santana (BA), Caruaru (PE) - como novos pontos
de atração!

Política Demográfica e Mobilidade Espacial


Migração e pobreza
Historicamente, no Brasil, é difícil falar de pobreza e não
relacioná-la aos grandes deslocamentos (migrações) da
população. Por outro lado, estudar tais deslocamentos é ao
mesmo tempo relacioná-los à exclusão social. Ou seja, estudar
movimentos migratórios no Brasil é estabelecer uma relação
entre pobreza e migração.
Não se pode atribuir às migrações apenas a pobreza e a violência
urbana. Tampouco responsabilizar o campo pelo inchaço nas
cidades devido ao êxodo rural. A miséria nas cidades e o
esvaziamento do campo têm causas complexas. Portanto, fatores
como a crise econômica, o desemprego, as perdas do valor
humano numa relação capitalista de trabalho, entre outros,
contribuem decisivamente tanto para o quadro de indigência que
se amplia, quanto para os deslocamentos compulsórios
(obrigatórios) da população pobre. Vale lembrar que, embora O crescimento das áreas litorâneas, por sua vez, deve-se
haja motivos variados para o fenômeno das migrações, como por especialmente ao incremento do turismo em regiões como Porto
exemplo, na atualidade, deslocamentos de profissionais liberais e Seguro (BA), litoral fluminense e litoral paulista, como também o
técnicos de grandes corporações, limitaremos nossa abordagem litoral dos estados nordestinos. Como sabemos, o turismo abre
ao deslocamento dos trabalhadores e das camadas mais pobres um número considerável de postos de trabalho no campo dos
da população, pois estes, marcaram profundamente a história serviços em geral, o que se torna fator de grande atração para os
migratória no Brasil. migrantes. Além disso, a presença de turistas amplia o chamado
mercado informal, atraindo grande número de "trabalhadores
Números autônomos" ou vendedores ambulantes.
Tendo como base o Censo demográfico de 2000 percebemos que Por fim, o crescimento do Centro-Oeste, com destaque para o Distrito
137.669.439 habitantes residem na zona urbana, o equivalente a Federal e seu entorno, e para a capital de Tocantins, como
81,22% do total da população brasileira. De acordo com os Censos do mencionado, explica-se pelo inchamento da chamada fronteira
65
intensiva. A esperança de um terreno na periferia onde construir a casa
própria não deve ser descartada. Palmas, como capital de um novo ->Migrações circulares ou pendulares - movimento diário ou semanal de
estado, também tem sido local de destino de muitas pessoas. A trabalhadores dentro das grandes metrópoles ou entre localidades
construção civil, o setor de serviços e o mercado informal absorvem vizinhas. Podemos citar, ainda, os boias-frias, os quais, embora
parte do contingente que aí busca vida melhor. trabalhando na zona rural, povoam as chamadas "pontas de rua" das
pequenas e médias cidades. Tais deslocamentos de curta distância
Movimentos migratórios crescem na proporção direta do aumento do desemprego e
Avaliando historicamente os movimentos migratórios, pode-se subemprego, como também da instabilidade social. Relacionam-se, via
identificar cinco grandes movimentos: de regra o trabalho informal ou a relações extremamente precárias de
trabalho. Neste caso, não é exagero afirmar que os trabalhadores trocam
->Êxodo rural - esvaziamento do campo. Perdeu força nas últimas de emprego e de casa quase como trocam de roupa.
duas décadas, porém, permanece ainda intenso e contínuo, o que
significa o maior movimento espacial da população brasileira. A Distribuição geográfica da população
migração do Nordeste para o Sudeste embora com o fluxo mais A distribuição geográfica da população brasileira tem como
significativo, não se pode esquecer a atual tendência da principal finalidade apresentar de maneira mais detalhada como
urbanização das regiões Norte e Centro-Oeste, bem como dos é a concentração e proporção de pessoas que vivem nas
estados do Nordeste. Segundo dados do IBGE, o ritmo da diferentes regiões que formam o território brasileiro.
urbanização no país vem diminuindo progressivamente, mas as
taxas ainda se mantêm elevadas. Não apenas as capitais e Tal distribuição se apresenta presente de forma bem irregular
metrópoles, mas também as pequenas e médias cidades vêm tendo como fatores preponderantes as questões econômicas,
absorvendo o afluxo do êxodo rural. históricas e até mesmo naturais.
->Migrações temporárias ou sazonais - ocorrem, especialmente, em De forma geral, a maior quantidade de pessoas está localizada na
direção às safras agrícolas. As safras da cana-de-açúcar, do café, da região litorânea do país que consistem nas regiões Sul, Sudeste
uva, da laranja, entre outras, são responsáveis por grandes fluxos de e Nordeste. A primeira região colonizada no território brasileiro
trabalhadores que, por um período de 4, a 7 meses, deixam sua terra foi o Nordeste em virtude da proximidade com o mar para o
de origem e se dirigem às regiões da agroindústria. Bahia, Ceará, desembarque de mercadorias sendo que depois dela o Sudeste
Paraíba e outros estados do Nordeste figuram como as áreas principais brasileiro foi habitado como consequência da busca de dinheiro
de origem desses migrantes. na mineração em Minas Gerais.
Quanto ao destino, podemos citar os estados de Pernambuco, São O Sul do Brasil, por sua vez, tem um povoamento mais recente
Paulo e Mato Grosso do Sul. Alguns estados, como Minas Gerais e em virtude de demandas econômicas como indústrias variadas,
Paraná, por exemplo, são simultaneamente polos de origem e destino agropecuária, vinícolas e ainda a presença de imigrantes nesta
desses trabalhadores. Regiões de irrigação, como Petrolina (PE) e região em grande quantidade.
Juazeiro (BA), atraem igualmente números expressivos de
trabalhadores temporários/sazonais. Vale sublinhar, ainda, que os Já as regiões Centro-Oeste e Norte são as menos populosas na
responsáveis pelas grandes obras, as empresas de construção civil, o atualidade no território brasileiro por diversos motivos como no
trabalho doméstico e até os serviços em geral preferem, em não primeiro caso a grande proximidade com o Sudeste e a sua
poucos casos, contratar a mão-de-obra temporária. Ela se adapta economia baseada em grandes propriedades agrícolas
perfeitamente à oscilação da demanda nos setores apontados e, além demandando uma população menor.
disso, isenta a empresa dos encargos sociais mais onerosos e Ao considerar o Norte variados fatores contribuem para a pouca
permanentes. quantidade de pessoas na mesma como a distância grande dos eixos
->Migrações limítrofes - como o nome sugere, ocorrem na de maior interesse econômico do país bem como suas grandes
fronteira do Brasil com os países vizinhos: Paraguai, Uruguai, riquezas naturais demandando um desenvolvimento sustentado.
Bolívia, Peru e Venezuela. Por um lado, podemos assinalar o Assim, a distribuição geográfica da população brasileira tem uma
constante vaivém de pessoas que cruzam e recruzam a fronteira série de fatores importantes em sua delimitação sendo que as
pelos mais diferentes motivos, desde o tráfico de drogas até a regiões Sudeste, Nordeste e Sul contam com maiores
busca de emprego. Cidades como Corumbá (MS), Guajará-Mirim contingentes populacionais quando em comparação com as
(RO), Foz do Iguaçu (PR) - só para citar algumas - são palco regiões Norte e Centro-Oeste.
frequente desse ir e vir. Por outro lado, há os migrantes que se
mudam definitivamente de outros países para o Brasil, como os
latino-americanos, que residem em São Paulo, Porto Alegre,
Curitiba e nas cidades fronteiriças.
->Migrações para a fronteira agrícola – este movimento vem sofrendo,
de década para década, significativo decréscimo. A razão tem dois
pontos de vista: por um lado, esgotam-se as "terras livres", ou melhor,
à medida de sua valorização, elas vão sendo progressivamente
acumuladas nas mãos de poucos latifundiários e de empresas
agroindustriais, pecuaristas ou mineradoras. Destinam-se a projetos
nem sempre transparentes e, não raro, à especulação imobiliária,
como reservas de valor ou "terras de negócio". Por outro lado, as
dificuldades de produção, escoamento e comercialização dos produtos
desestimulam novas experiências para os pequenos e médios
produtores rurais. A falta de uma política agrícola voltada para a
pequena produção tem levado a grande maioria dos colonos do Sul à
miséria e à periferia das cidades locais, quando não os faz retornar ao
local de origem. O sonho da terra própria, para muitos, se reduz a um
pesadelo por causa do acúmulo de dívidas. Não raro se ouve dizer que
o Banco do Brasil é o cemitério dos agricultores. A exemplo dessa
situação caótica, a cidade de Cuiabá ilustra bem o empobrecimento
progressivo dos agricultores que em décadas recentes sonharam com
o eldorado no Norte do país.
Na ocasião, a capital de Mato Grosso funcionou como uma espécie de
funil, o qual concentrava e dispersava pela fronteira agrícola os
migrantes que vinham do Sul. Hoje, ela representa o mesmo papel de
funil em direção inversa, isto é, recolhe os desiludidos da terra,
reenviando-os seja a outras regiões, seja em menor quantidade aos
locais de origem, ou simplesmente os acolhe em sua periferia cada vez
mais inchada.

66
UNIDADE 2 Petróleo
GEOGRAFIA HUMANA
CAPÍTULO 20
A indústria petrolífera viveu no início do século XX em um imenso
cartel chamado sete irmãs do petróleo, um cartel constituído por
FONTES DE ENERGIA E TRANSPORTE
cinco indústrias dos EUA, uma britânica e uma anglo-holandesa,
elas tomam conta do mercado mundial. Para competirem com o
FONTES DE ENERGIA mercado do petróleo, em 1960 cinco dos principais países
exploradores deste recurso (Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait e
Tipos de Fontes de Energia Venezuela) fundaram a Organização dos Países Exportadores
 Fontes de energia renováveis: são as fontes como o nome de Petróleo – a OPEP (Capítulo 1) visando uma negociação no
propriamente diz, pode se renovar como a energia hidráulica, preço do petróleo imposto pelo cartel das sete irmãs. Logo em
eólica, solar, das marés e a biomassa. 1973, a primeira crise do petróleo tomou conta do cenário
mundial, o barril era comprado por U$ 3 passou a ser vendido por
U$12. Os países desenvolvidos receberam uma enorme quantia
de capital, enquanto os países subdesenvolvidos se afundavam
na dívida externa, pois estavam no auge de sua
industrializações, e precisavam importar petróleo. Assim em
1979, uma nova crise se destacou mundialmente, agora as
consequências foram conflitos armados, como a Guerra do
Golfo, invasão dos EUA no Iraque e conflitos no Oriente Médio.
Maiores Produtores: Arábia Saudita, Federação Russa, EUA,
México, China, Irã, Venezuela, Noruega, Canadá, Reino Unido,
Iraque, Kuwait e Outros Países.
Maiores Reservas de Petróleo no Mundo

Arábia Saudita Emirados Árabes Unidos


Iraque Federação Russa
Irã Venezuela
Kuwait

Carvão Mineral
 Fontes de energia não-renováveis: são fontes de energia O carvão mineral é uma substância orgânica resultante da
que se esgotam como as provenientes do uso do carvão mineral, transformação de restos vegetais dentro da crosta terrestre
petróleo e urânio. submetidos a altíssimas temperaturas e pressões. Os estágios do
carvão mineral correspondem ao seu teor, quanto maior for o teor
do carbono, mais fácil é a combustão.

Fonte: Ministério dos Transportes

Histórico da Energia
BIZU
A primeira revolução industrial, como vimos, marcou-se pela Vamos aprender com a palavra TELHA.
utilização do carvão mineral, já na segunda a dependência se T – Turfa / E – X / L – Linhito / H – Hulha / A - Antracito
concentrava no petróleo. No século XIX surgiu a energia elétrica
e consequentemente energia hidrelétrica, já no século XX a Histórico do Carvão Mineral
energia nuclear já vigorava fortemente.
De início, revolucionou a indústria dos transportes com a
Consumo Mundial de Energia utilização para a navegação a vapor, mas de 1950 até os dias de
hoje tem sido reduzido seu consumo, justamente por terem
outras fontes de energia que possibilitam um maior proveito.
Entre os produtores, a China se destaca como a maior, logo
depois vem os EUA, Índia, Austrália, Rússia e outros países. O
Brasil tem suas principais jazidas localizado no cinturão
carbonífero, que corresponde aos estados de Santa Catarina,
Paraná e Rio Grande do Sul.
Maiores produtores de carvão mineral:

China Austrália
EUA Federação Rússia.
Índia

O esquema abaixo do funcionamento da termoelétrica


Para produzirem energia derivada do carvão, as usinas termelétricas
A América do Norte lidera o consumo de energia no mundo, por
realizam o seguinte procedimento.
seguida vem a Europa, Ásia, Países da antiga URSS, América
Latina e Oriente Médio.

67
1- Queimam o combustível fóssil; Energia Nuclear ou Atômica

2- Aquecem uma quantidade volumosa de água;

3- O vapor produzido gira as turbinas

4- As turbinas acionam o gerador que produz a energia

5- Assim a água se condensa e reinicia novamente o ciclo.


Fonte: Ministério de Minas e Energia
Mapa da produção mundial de carvão mineral Para se obter a energia nuclear é necessário trabalhar com o mineral
Urânio, que pode ser encontrado na natureza em uma forma
misturada de U238 com U235 (U: Elemento Químico Urânio). O Urânio
U235 é o único fissionável.
Dentro da composição do Urânio, 99.7% correspondem ao U238 e
0,7% ao U235. Como o urânio-235 é o único capaz de produzir
energia, a solução é enriquecê-lo (aumentar a proporção de U235
sobre U238).
Funcionamento de uma Usina Nuclear
A fissão nuclear é responsável pela produção da energia elétrica e
também das bombas atômicas.
Provém-se quando os nêutrons bombardeiam o núcleo atômico do Urânio,
Fonte: Serryn, Pierre. Atlas universel Bordas. Paris: Bordas, 1998. L’état du esse bombardeamento produz uma divisão do núcleo (fissão nuclear),
monde 2004. Paris: La Découverte, 2003, p.77 consequentemente mais nêutrons são produzidos e mais núcleos são
bombardeados ocasionando uma reação nuclear em cadeia.
Energia Hidrelétrica
Essa reação produz uma quantidade gigantesca de energia. Os reatores
É a utilização da força da água para produção de energia. O atômicos recebem a função de produzir a eletricidade de uma forma
gráfico a seguir mostrará os maiores produtores de energia devagar, caso ocorra rapidamente, o efeito seria proporcional a bomba
hidrelétrica no mundo. atômica onde uma quantidade enorme de energia é desprovida
rapidamente.
ATENÇÃO
- Professor, o que é fissionável?
Fissionável é todo e qualquer material que pode sofrer a fissão nuclear.
- Professor, por favor, agora me diga o que é fissão nuclear?
Fissão Nuclear é a divisão do núcleo de um átomo. Esse processo é feito
nas usinas nucleares de geração elétrica ou produção de bomba atômica.
Vejamos a explicação.

Maiores Produtores de Energia Nuclear


EUA Alemanha
Fonte: UHE Iguaçu França Rússia
Japão
Maiores Produtores:
O BS ERVAÇ ÃO
Canadá Noruega Realmente não é fácil trabalhar com este elemento químico, poucos
Brasil Japão países possuem e dominam esta tecnologia do enriquecimento do
EUA, Suécia Urânio. No Brasil nós temos a Angra I e II, a terceira está em
China França construção, prevista para 2015, mas nós não possuímos um âmbito
Federação Russa Índia de enriquecermos o Urânio.

Vantagens e Desvantagens do uso das Hidrelétricas Lixo Nuclear


As Usinas Nucleares precisam trocar seus equipamentos quando o
A energia hidrelétrica é uma fonte renovável, possui um baixo custo
desgaste é relatado. O material é lacrado em uma placa de metal com
de manutenção e sua duração é bastante relevante. As hidrelétricas
concreto e depositado dentro dos oceanos ou enterrados na própria
proporcionam além da geração de energia, a condição de navegação
terra causando um extremo impacto ambiental ao meio ambiente.
e irrigação, dinamizando a produção econômica do país.
FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA
As hidrelétricas também prejudicam e alteram a paisagem local. Para
construir uma usina, é preciso fazer uma barragem impedindo a As fontes alternativas de energia são vistas como a solução para a
circulação do rio, a água barrada se acumula e rompe as fronteiras degradação ambiental do planeta.
divisórias entre a mata e o rio, inundando diversas vegetações e Elas apresentam formas de obtenção de energia por meio de recursos
aniquilando em massa várias espécies de animais e plantas. naturais sem causar impacto ao meio ambiente. Vale lembrar, que
qualquer fonte de energia, produz certa degradação à natureza. Mas
A água acumulada escorre para o canal das turbinas fazendo-as girar as fontes alternativas são as que apresentam um menor impacto.
rapidamente.
Energia Solar

As turbinas em constante movimento produzem a energia que se


direcionam para os geradores.

Dos geradores ela recebe a voltagem correta e se espalha perante as


redes de ligação energética.

Fonte: Ministério de Minas e Energia

68
É a utilização dos raios solares ultravioleta para obterem energia. É O BS ERVAÇ ÃO
uma energia limpa, renovável e gratuita. Os biocombustíveis estão sendo acusados por apresentarem uma
Países como EUA, Israel, e Chipre utilizam bastante deste recurso. No alta nos preços dos alimentos, mas seus defensores alegam que o
Brasil, o domínio ainda é da hidroeletricidade, mas a energia solar tem planeta tem capacidade de produzir alimento para todos os países
crescendo nos setores industriais e residenciais. e o que aumenta o preço dos alimentos é a sua má distribuição.
Eles alegam também que os biocombustíveis fortalecem a luta pelo
Energia Eólica aquecimento global

Para finalizar o capítulo, concluiremos com a imagem de satélite dos


países que possuem o privilégio de serem iluminados por uma fonte
de energia.
Mesmo com todos esses recursos vistos neste capítulo, ainda existem
lugares completamente escuros no planeta. Vejamos.

Fonte: Ministério de Minas e Energia

Utilização dos ventos para geração de energia. Só é vantajosa a


construção em locais com bastante vento. É uma energia limpa,
renovável e barata. Países como EUA, China, Japão, Grécia e Índia
fazem bom proveito desta energia alternativa. No Brasil, o estado de
Pernambuco se destaca na obtenção da energia dos ventos.
Energia dos Oceanos, ou das Marés

TRANSPORTES
Transporte Ferroviário
O transporte ferroviário é feito sobre linhas férreas. Transportam-se
minérios, mercadorias e pessoas. Na atualidade, é um meio de
locomoção um pouco esquecida pela nação brasileira. Deixou-se de
investir mais em ferrovias para crescer o ramo das rodovias. Contudo,
é um excelente meio para o ramo industrial e comercial. As principais
Fonte: Ministério de Minas e Energia ferrovias estão concentradas nas regiões sul e sudeste e seu destino
quase sempre termina em uma cidade portuária. A vantagem das
É extraída das forças das ondas. Destaque mundial: França. ferrovias vem com a grande capacidade de carga transportada,
Energia Geotérmica manutenção barata, mais segurança em relação às rodovias, elevado
custo financeiro para implantação e elevada eficiência energética. Polui
menos o meio ambiente e infelizmente proporciona baixa flexibilidade
na extensão.

É gerada graças ao calor interno da Terra. No mundo, a energia


geotérmica ganha destaque nos seguintes países: EUA, Filipinas,
México e Islândia.
Energia da Biomassa e Biocombustíveis

Transporte Rodoviário
O transporte rodoviário é o principal meio de locomoção no Brasil.
Quando falamos de produtos industrializados e alimentícios,
temos a relação de cada 10 quilos de mercadorias, 6 quilos são
transportados pelos caminhões nas rodovias. Os brasileiros
também se deslocam mais pelas estradas. Contudo, mais de 30%
da malha rodoviária do país está em manutenção ou em situação
Fonte: MME precária especialmente nas regiões norte e nordeste, onde o clima
interfere drasticamente nas rodovias. Além da atual situação
Uma fonte muito importante para o Brasil, aqui se aproveita o resto da
precária, o número de acidentes é extremamente alto e as
cana-de-açúcar para produzir o álcool, estudos comprovam que outros
políticas de transportes enfrentam dificuldades em implantar uma
produtos como a mamona, babaçu e a mandioca possuem um óleo
educação no trânsito. O Brasil ocupa a quinta posição no mercado
que podem ser utilizados para a produção de biocombustíveis.
da indústria automobilística.As rodovias que possuem as

69
melhores condições para o trafego foram privatizadas. Empresas Transporte de Oleodutos
administram extensas faixas de rodovias proporcionando
excelente qualidade na trajetória. A contrapartida vem nos O transporte de dutos é caracterizado por um deslocamento onde o
pedágios. Estrada boa, custo alto. Trafegar por rodovias em produto, em estado líquido ou gasoso, se transporta por tubulações.
ótimas condições sai caro para os brasileiros, principalmente para Não existe deslocamento de pessoas neste ramo. Tem estrutura fixa e
os caminhões, que são obrigados a pagar elevado custo nos alto custo de implantação e manutenção. Foi criado no ano de 1985
pedágios. Rodovias como Anhanguera (BR-050), Bandeirantes nos EUA e teve sua implantação no Brasil no século XX. O objetivo dos
(SP-348), CasteloBranco (SP-280), WashingtonLuís (SP-310) oleodutos é levar aos clientes a matéria prima para consumo ou para
e Imigrantes (SP-160) são os melhores exemplos. Todas as exportação. Saindo da zona de produção chegando na zona de
rodovias citadas estão localizadas na região sudeste, em ótimas consumo ou para uma cidade portuária, visando a comercialização. O
condições de uso, mas possuem um valor alto. retorno financeiro é rápido e o impacto ambiental é altíssimo. Construir
um oleoduto requer retirar a vegetação e/ou abrir um buraco no solo
para que ele passe no subsolo. Os dutos são confeccionados com
material metálico tendo 76 cm de diâmetro.

Rodovias radiais originam-se em Brasília com direção para as


extremidades do país,
Exemplo: BR-040.
Rodovias longitudinais tem direção norte-sul.
Exemplo: BR-101.
Transporte Aeroviário
Rodovia transversal vai do eixo Leste-Oeste.
Exemplo: BR-242. O uso de aviões ganhou destaque no cenário mundial após a segunda
Rodovia diagonal, eixos noroeste-sudeste ou nordeste- guerra mundial. No período anterior, o deslocamento das pessoas
sudoeste. Exemplo: BR-343. entre os continentes era feito por meio de embarcações. Com o
advento da tecnologia aérea, as viagens se encurtaram e o transporte
Rodovia de ligação, interliga duas ou mais rodovias. aéreo recebeu a característica e responsabilidade de deslocar pessoas.
Exemplo: BR-433. Mercadorias são transportadas, porém em pequena escala. O gasto
Transporte Hidroviário com manutenção é elevado e o combustível também. Por conta disso,
a prioridade da aviação foi destinada ao fluxo de pessoas. Pouco
O transporte hidroviário é realizado em água, conhecido popularmente impacto ambiental, transporte mais seguro do mundo, abaixo somente
como transporte aquaviário. As hidrovias são percursos onde as dos elevadores.
embarcações passam. O curso de um rio acompanha a topografia do
relevo, e para corrigir as grandes distorções na paisagem, o homem
constrói as eclusas, que servem como elevadores de embarcações.
Transportam grandes quantidades de mercadorias superando os trens
e os caminhões. A prioridade para este meio de transporte é para o
ramo industrial de minérios. Em seguida, as mercadorias e os
alimentos não perecíveis. Custa caro para o governo se for necessário
implantar represas, eclusas e usinas. Contudo, se o rio proporcionar
um deslocamento sobre o leito natural custa pouco (barato) e é eficaz.
É influenciado pelas condições climáticas, possui baixa flexibilidade, o
transporte é lento e as hidrovias não costumam a ter elevado gasto na
manutenção.

70
UNIDADE 2
GEOGRAFIA HUMANA
CAPÍTULO 21
FONTES DE ENERGIA DO BRASIL

FONTES DE ENERGIA NO BRASIL

O Brasil é um país rico em águas superficiais e topografias íngreme em


diversos locais, fator que favorece a geração e uso de energia
hidrelétrica. Algumas outras fontes compões a matriz brasileira, tais
como gás natural, biomassa, eólica e nuclear.

Fonte: MME
Segue abaixo a lista das principais hidrelétricas do país:

 Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná - Capacidade: 14.000


MW;
 Usina Hidrelétrica de Tucuruí, Rio Tocantins - Capacidade: 8.370
MW;
 Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, no Rio Paraná - Capacidade:
3.444 MW;
 Usina Hidrelétrica de Xingó, no Rio São Francisco - Capacidade:
3.162 MW;
 Usina Hidrelétrica de Foz Do Areia, no Rio Iguaçu - Capacidade:
2.511 MW;
 Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, no Rio São Francisco -
 Hidráulica – 64% Capacidade: 2.462 MW;
 Gás Natural – 12,9%  Usina Hidrelétrica de Itumbiara, no Rio Paranaíba - Capacidade:
 Biomassa – 8% 2.082 MW;
 Derivados do Petróleo – 4,8%  Usina Hidrelétrica de Teles Pires, no Rio Teles Pires - Capacidade:
1.820 MW;
 Derivados do Carvão – 4,5%
 Eólica – 3,5%
 Usina Hidrelétrica de São Simão, no Rio Paranaíba - Capacidade:
1.710 MW;
 Nuclear – 2,4%
 Usina Hidrelétrica de Jupiá, no Rio Paraná - Capacidade: 1.551 MW.
 Solar – 0,1%
Energia Termoelétrica
Energia Hidrelétrica As usinas termelétricas operam através do aquecimento de água com
combustíveis fósseis como carvão, gás natural ou derivados de
Usinas Hidrelétricas utilizam a força da água para geração de energia petróleo. O aquecimento da água produz vapor, cujo fluxo é conduzido
elétrica. É construída uma barragem em um rio com o objetivo de por tubulações até as turbinas fazendo com que elas girem. As turbinas
represar a água, formando um reservatório, quase como um lago. A são conectadas a geradores que, como alguns sistemas já citados aqui,
agua é captada desse reservatório e levada através de tubulações para geram um campo eletromagnético internamente, produzindo energia
a casa de força – uma edificação onde ficam as turbinas e geradores elétrica. Não é uma fonte de energia renovável, pois as usinas são
que vão transformar a pressão da água da barragem em movimento alimentadas, por combustíveis fosseis finitos. Essas usinas geram um
e esse movimento em energia elétrica. Hoje, a energia gerada por grande impacto ambiental, já que a queima de combustíveis fósseis,
fontes hidrelétricas corresponde a mais de 64% da matriz energética como sabemos, gera fumaça que polui o meio ambiente.
nacional e estima-se que apenas cerca de 35% do potencial
hidroelétrico esteja sendo explorado atualmente. As grandes usinas Energia Eólica
hidrelétricas possuem como desvantagem os impactos ambientais
causados pela grande área de alagamento necessária, pelo
desmatamento necessário para sua construção e pelas alterações na
estrutura dos rios. Existe MUITA burocracia para construção de uma
grande usina, sem falar no custo que é extremamente alto permitindo
apenas grandes empresas estatais investirem em sua construção.
Entretanto existem pequenas hidrelétricas que possuem esses
impactos ambientais extremamente reduzidos, a burocracia é
muitíssimo menor e o custo é mais baixo, tornando possível que
empreendedores entrem nesse mercado. O mercado de Pequenas
Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétrica (usinas de
pequeno porte) possui um grande potencial a ser explorado, além de
ser altamente lucrativo.
Fonte: Parque Eólico Delta do Parnaíba

Os parques eólicos são construídos para aproveitar o potencial do


vento e transformá-lo em energia elétrica. Funcionam através de
turbinas – uma espécie de cata-vento – que giram impulsionados pelo
vento. Acopladas a essas turbinas, tem-se geradores que, devido ao
giro de uma parte móvel interna chamada rotor, geram campos
eletromagnéticos que são convertidos em energia elétrica. Existe um
grande incentivo para investimentos em geração de energia eólica –
assim como em outros sistemas de geração de energia limpa – que

71
vem crescendo bastante. Hoje já representa cerca de 7% da energia excesso na distribuidora, gerando créditos para o consumidor é
gerada no Brasil. As principais vantagens dos parques eólicos com chamado de Geração Distribuída.
relação as outras tecnologias de Geração de Energia são o impacto
ambiental reduzido e que a energia eólica é 100% limpa e renovável. Pré-Sal
A principal desvantagem da geração de energia eólica é a
intermitência, ou seja, nem sempre temos vento para geração de O pré-sal encontrado no Brasil é uma grande reserva de petróleo e de
energia quando precisa-se dela. Por esse motivo, é considerada uma gás natural encontrada em águas profundas, a mais de sete mil metros
fonte de energia complementar. abaixo do nível do mar, sob uma extensa camada de sal que atinge
até dois mil metros de espessura, o que dificulta sua exploração. Essa
Energia Nuclear reserva brasileira localiza-se em uma faixa litorânea de
aproximadamente 800 quilômetros de extensão que compreende os
As usinas nucleares utilizam-se de elementos radioativos, estados do Espírito Santo e Santa Catarina. O petróleo encontrado
principalmente o urânio para gerar energia. No processo de geração, nessa região é de alta qualidade e localiza-se numa área de três bacias
o núcleo do átomo de urânio é desintegrado, liberando grande sedimentares:
quantidade de energia térmica (calor) – por isso o nome “nuclear”.
Esse calor é utilizado para aquecer e transformar água em vapor. O 1. Bacia de Santos
vapor é conduzido por tubulações e promove o movimento de turbinas 2. Bacia de Campos
que, por sua vez, movem um gerador de eletricidade. Para você ter 3. Bacia do Espírito Santo
uma noção da capacidade produtiva de uma usina nuclear, para cada
libra de carvão (453,59g) é possível gerar 1kWh de energia elétrica
em uma usina termelétrica, enquanto que 1 libra de urânio produz
3 milhões de kWh de energia elétrica em uma usina nuclear! O Brasil
é considerado o 6º país no mundo com maior quantidade de reservas
de urânio, esse potencial é pouco explorado devido aos riscos e
impactos ambientais envolvidos no processo de geração de energia.
Não é um tipo de energia renovável, já que necessita de material
radioativo – urânio – para produzir e este é um recurso limitado. Os
riscos envolvidos na geração de energia nuclear são imensos, já que
estamos falando da utilização de materiais radioativos. É importante
destacar também que no processo de fissão (quebra) do núcleo de
urânio, ocorre a liberação de resíduos radioativos, ou seja, toneladas
de lixo que permanecem radioativos por séculos, oferecendo riscos ao
meio ambiente e a população que vive próximo ao local de
armazenamento/descarte. No Brasil existem 2 usinas nucleares
operando e 1 em construção, na cidade de Angra dos Reis, no estado
do Rio de Janeiro, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
(CNAAA) e a capacidade produtiva das 3 usinas juntas será de 3395
MW. Hoje, as 2 usinas já em operação têm a potência de 1990MW
instalada e a energia gerada corresponde a cerca de 3% da matriz Fonte: MME
energética nacional.
Essa região é chamada de pré-sal em decorrência de uma escala de
tempo geológico, ou seja, de seu período de formação. As
temperaturas dos locais onde se encontra essa reserva petrolífera são
altas, entre 80º C e 100º C. Por ser uma área sob alta pressão e altas
temperaturas, as composições das rochas acabam alterando-se,
tornando o processo de extração do petróleo mais difícil, o que
demanda uso de tecnologias avançadas.

Localização e profundidade do pré-sal no Brasil

O pré-sal no Brasil corresponde a uma região em que, há milhões de


anos, ocorreu acumulação de matéria orgânica, em decorrência do
distanciamento dos continentes africano e americano. Isso
desencadeou a formação de uma camada de sal de aproximadamente
dois mil metros de espessura, depositada sob a matéria orgânica
Fonte: Usina Nuclear de Angra I e II. acumulada.
Localizada no litoral que compreende os estados do Espírito Santo e
Energia Solar Santa Catarina, essa extensa camada possui cerca de 800 quilômetros
de extensão e 200 quilômetros de largura. Esse pré-sal, encontra-se a
A quinta maior fonte de energia no Brasil é solar, participando com mais de 7 mil metros abaixo do nível do mar, abrangendo as bacias
cerca de 0,1% da matriz energética nacional. sedimentares de Campos, Santos e Espírito Santo. Abaixo dele,
A geração de energia solar ou fotovoltaica funciona através do encontra-se uma grande reserva petrolífera.
aproveitamento da luz do sol, transformando-a em energia elétrica, Quem descobriu o pré-sal no Brasil?
através de painéis fotovoltaicos ou de um sistema heliotérmico. No Em 2006, a Petrobras anunciou a existência de um grande campo
sistema com painéis fotovoltaicos a irradiação solar é convertida petrolífero armazenado abaixo de uma espessa camada de sal,
diretamente em energia hidrelétrica – é um sistema que utiliza aqueles próximo ao litoral do Rio de Janeiro. Essa descoberta foi fruto do
painéis solares bem comuns no mercado. Já no sistema heliotérmico, processo de cooperação entre a Petrobras e empresas estrangeiras
a energia do sol é convertida em energia térmica (calor) e que visavam exploração de petróleo. Ao longo de muitos anos, a
posteriormente em energia elétrica. O custo de investimento em estatal desenvolveu tecnologias que pudessem garantir a
energia solar ainda é relativamente elevado, mas vem baixando com autossuficiência do Brasil em relação às reservas de petróleo, visto que
o passar dos anos e os avanços tecnológicos. É um tipo de energia o Brasil sempre dependeu, historicamente, da importação do óleo.
totalmente limpa e renovável, já que o sol é um recurso que não se Assim, as pesquisas saíram dos campos terrestres e migraram para
esgota. Normalmente é utilizado para micro geração de energia, onde águas profundas.
o produtor – que pode ser uma residência – consome a energia gerada
e quando há excesso, ele é injetado na rede da distribuidora e gera-se
crédito de energia para consumo. A noite (quando não há sol e,
portanto, não há geração de energia) ou quando há maior consumo
do que geração, a residência recebe energia da distribuidora,
normalmente. Esse processo de gerar a própria energia e injetar o

72
 Concessão: garante direitos exclusivos para a produção,
exploração e venda do petróleo em um determinado período.
 Partilha de produção: a União detém o petróleo e negocia
a distribuição dos lucros entre os investidores.
 Cessão onerosa: o Estado dá à Petrobras o direito de
exploração do petróleo em algumas áreas.

Por meio do regime de partilha de produção, o Brasil prevê maior


controle da exploração do petróleo e, assim, visa a obter maior
vantagem econômica e estratégica. Um grande exemplo do interesse
em investimentos mundiais são os leilões que ocorrem nas áreas do
pré-sal no Brasil. No ano de 2013, ocorreu o primeiro leilão na área de
Libra, um dos campos de extração do pré-sal, que foi arrematado pelas
consorciadas Petrobras, Shell, Total e Cnooc e CNPC (Corporação
Nacional de Petróleo da China).
De acordo com o Plano de Negócios e Gestão da Petrobras, entre os
anos de 2014 e 2018 serão investidos no setor de petróleo cerca de
Fonte: MME 220 bilhões de dólares, sendo 153 bilhões aplicados diretamente na
exploração do pré-sal. O Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) prevê
O contexto socioeconômico da época em que o pré-sal foi descoberto que o investimento no pré-sal será de 1,7 trilhão de dólares nos
no Brasil apontava para uma relevante expansão econômica brasileira, próximos 30 anos.
somada ao aumento da demanda mundial de petróleo. Nesse período,
a Petrobras encontrava-se envolvida em escândalos políticos, o que Petróleo na foz do Rio Amazônas
acabou impactando os investimentos no pré-sal. Contudo, a
descoberta dessa reserva não deixou de ser atrativa, graças ao seu Uma equipe de cientistas a bordo do navio Esperanza, da organização
imenso potencial de produção. Assim, no ano de 2010, a Petrobras não governamental Greenpeace, documentou a existência de um
iniciou, de fato, o processo de extração de petróleo no campo Jubarte, banco de rodolitos – parte dos chamados Corais da Amazônia – na
localizado na Bacia de Campos, no Espírito Santo, dando início a uma área onde a empresa francesa Total planeja explorar petróleo, a 120
nova perspectiva para a economia brasileira. km da costa norte do Brasil. Na avaliação do Greenpeace, a descoberta
prova a existência de uma formação recifal na área e invalida o Estudo
De acordo com dados fornecidos pela Petrobras, a produção de de Impacto Ambiental (EIA) da Total, que afirma que a formação mais
petróleo, que em 2010 era de aproximadamente 41 mil barris por dia, próxima estaria a oito quilômetros de distância de um dos blocos de
alcançou a marca de 1 milhão de barris por dia no ano de 2016. São exploração.
ao todo 52 poços sendo perfurados em um período cada vez menor,
em decorrência do avanço em tecnologias e projetos. Em maio de
2018, a Petrobras anunciou que a produção de petróleo atingiu a
Biocombustíveis
marca de 2,07 milhões de barris por dia.

Exploração do pré-sal Os biocombustíveis são fontes de energia recentemente implantadas


no país, caracterizados por serem do tipo renovável. São originados de
Na camada pré-sal no Brasil, foram descobertos diversos campos para produtos vegetais (como a mamona, a cana-de-açúcar, entre outros).
exploração do petróleo, os quais estão divididos entre as Bacias de Seu uso é amplamente defendido, pois se trata de uma energia mais
Santos, Campos e Espírito Santo. Na Bacia de Santos e na Bacia do limpa e que, portanto, acarreta em menos danos para o meio
Espírito Santo, segundo o Ministério de Minas e Energia, encontram-se ambiente. Por outro lado, os críticos apontam que muitas áreas
os principais campos, como o Tupi, conhecido atualmente como campo naturais são devastadas para o cultivo das matérias-primas
de Lula, o Iara e o Parque das Baleias. Na região em que se estendem necessárias para essa fonte de energia. Os biocombustíveis mais
as Bacias de Santos e de Espírito Santo, a Petrobras perfurou 31 poços, utilizados no país são: o Etanol (álcool), o Biogás e o Biodiesel.
sendo a Bacia de Santos a que detém os poços mais produtivos. Dos
dez poços com melhor vazão diária, nove encontram-se nessa área.

A Petrobras e as empresas consorciadas estão produzindo,


atualmente, em média, 2,1 milhões de barris de petróleo no período
de um dia. Segundo a própria estatal, essa produção irá dobrar até
2020, podendo atingir cerca de 4 milhões de barris por dia. De acordo
o diretor da Empresa de Pesquisa Energéticas, José Mauro Ferreira, até
o ano de 2026, o Brasil poderá tornar-se um dos cinco maiores
exportadores de petróleo do mundo.

Situação atual do Pré-Sal no Brasil

A demanda petrolífera é uma das principais causas


de conflitos e guerras no mundo. De um lado, encontram-se os países
que produzem petróleo e são detentores de grandes reservas, mas
que têm mercado reduzido, tecnologias limitadas e pouco capital,
como países do Oriente Médio. Paralelamente, estão os países que
consomem, mas que possuem pouca ou nenhuma reserva. Estes,
contudo, contam com grandes mercados, bastante capital e
tecnologias avançadas e têm necessidade de comprar petróleo de
grandes produtores.
Nesse contexto, a descoberta do pré-sal no Brasil coloca o país em
situação privilegiada, pois atrai maior visibilidade do mercado
investidor. A exploração do pré-sal significa um novo rumo de
desenvolvimento para o Brasil, pois a atividade estimula investimentos
por parte de empresas nacionais e estrangeiras, impulsiona a produção
de tecnologia, promove maior capacitação profissional e gera
oportunidades de emprego. Em decorrência desse interesse, que
representa grandes investimentos na economia do país, o governo
estipulou três regimes, por meio de contratos, para exploração do
petróleo:

73
UNIDADE 3 (Capitalista). Surge então o muro de Berlin dividindo-a em dois
GEOPOLÍTICA Estados. Vale lembrar que o fim da Guerra Fria foi marcado pela
CAPÍTULO 22 queda do muro de Berlin em 1989.
VELHA ORDEM MUNDIAL  Corrida espacial, as duas potências econômicas competiam para
chegar ao espaço, a URSS liderou o primeiro voo, mas em 1969
DEFINIÇÃO o homem desceu a Lua pelos EUA.
Neste capítulo estudaremos como o capitalismo formou o atual  Em 1963 a Guerra do Vietnã, os EUA tentam impedir o avanço
espaço geográfico. Observaremos o contexto histórico da do socialismo no país.
transição do mundo bipolar para o mundo multipolar, os fatos
decorrentes desse processo, suas revoluções, bem como os
acontecimentos marcantes que resultaram no sistema econômico
denominado capitalista.

IM PO RTANTE
Após o Plano Marshall, Pacto de Varsóvia (1955) e, sobretudo,
após a construção do muro de Berlim (1961), o mundo ficou
concretamente dividido: de um lado os capitalistas - liderados
pelos EUA – e do outro os socialistas, liderados pela URSS. Surge
então a divisão conhecida como Mundo Bipolar ou Velha Ordem
Mundial

A GUERRA FRIA (VELHA ORDEM MUNDIAL)


Capitalismo versus Socialismo
A Guerra Fria foi um acontecimento histórico no período pós-
segunda guerra mundial, marcado pela disputa de lugares sob
influência econômica das superpotências, do lado capitalista era
liderado pelos EUA e do socialismo a União Soviética.
Principais Características:
 Bipolaridade Global, Socialismo e Capitalismo.
 Corrida Nuclear, Espacial e Bélica. Fim do Socialismo Europeu
 Utilização dos valores culturais como forma de propagação
ideológica.  Na Alemanha Oriental em novembro de 1989 – o muro de Berlim -
 Conflitos Ideológicos: Capitalismo x Socialismo símbolo da Guerra Fria é derrubado.
 Aos poucos alguns países foram perdendo a autonomia
- Professor, qual foi mesmo o primeiro país a aderir ao sistema socialista, devido a corrupção nos próprios Estados e o atraso
socialista? econômico em relação ao sistema capitalista.
A Rússia. Em 1922 a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Alguns dos países que perderam a autonomia socialista são:
(URSS) ou mundialmente conhecida como União Soviética foi Hungria, Polônia, Romênia, Tchecoslováquia e por fim a URSS.
formada. A URSS era composta pela Rússia mais 15 países, Fim da Guerra Fria (fim da Velha Ordem Mundial)
totalizando uma área de 22 milhões Km2.
Enfraquecida econômica e politicamente e impactada pelas
Tensões entre as duas Superpotências mudanças radicais (Glasnost e Perestroika), o socialismo
A fim de manterem a economia estável, os dois lados montaram repressor e autoritário foi desintegrado junto às nações que
suas alianças econômicas: também tinham adotado tal sistema (ver mapa URSS abaixo). A
falta de democracia somada ao atraso econômico e a crise nas
 Mercado Comum Europeu (MCE) – criado em 1957 pelo repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo
Tratado de Roma. Era uma instituição Capitalista. no final da década de 1980, resultando na “rendição” da Rússia
 Conselho de Ajuda Econômica Mútua (Comecon) - criada em em dezembro de 1991. Acompanhe abaixo a sequência de
1949 pela Rússia e extinta em 1991 – Socialista. acontecimentos que configurou o encerramento da Guerra Fria:
Assim também vigorou as divisões na organização militar:  Queda do Muro de Berlim em 1989 e a reunificação das duas
Alemanhas.
 Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) - criada
 O aceleramento do fim do socialismo na Rússia e nos seus
em 1949 do lado Capitalista.
aliados no começo da década de 1990 pelo então presidente da
 Pacto de Varsóvia – criado em 1949 do lado Socialista.
União Soviética, Mikhail Gorbachev.
A Decadência do Sistema Socialista  Reformas econômicas e acordos com os EUA resultando em
mudanças políticas no socialismo, enfraquecendo o sistema.
Os países socialistas não conseguiram competir com a economia  Implantação de reformas nos países socialistas, a partir de dezembro
capitalista, logo seu sistema foi decaindo e sua estrutura estava de 1991, caracterizando o fim de um período de embates políticos,
sendo quebrada. ideológicos e militares entre as duas grandes potências no mundo
Fatos Ocorridos durante a implantação do Socialismo: (URSS e EUA), aferindo assim, ao capitalismo vitorioso, a
continuidade do longo período de hegemonia.
ATENÇ ÃO
Após o término da segunda guerra mundial o socialismo cresceu
no continente europeu (Leste) e asiático. Vários países como a
China, Camboja, Tchecoslováquia, República Democrática Alemã
e Laos foram ingressando no sistema socialista e o capitalismo
sentiu a necessidade de reorganizar a economia do mundo. Por
outro lado, o Plano Marshall entra em cena em 1947. De cunho
capitalista, seu objetivo era fornecer aos países capitalistas
alimentos, tecnologias, matérias-primas, capital e outras coisas
para a recuperação econômica prejudicada no pós-guerra.

 A Coréia se dividiu em dois, gerando a Guerra das Coreias em


que a China e a URSS apoiavam a Coréia do Norte (Socialista) e
os EUA apoiavam a Coréia do Sul (Capitalista).
 Em 1959 Cuba se tornou socialista e permanece até hoje. Mapa da URSS anterior ao desmantelamento em dezembro de 1991
 A Alemanha em 1949 foi dividida em dois países, República
democrática Alemã (Socialista) e República Federal da Alemanha
74
A NOVA ORDEM MUNDIAL GLOBALIZAÇÃO

Com o fim do Socialismo e da URSS o capitalismo não procurou A globalização corresponde a um conjunto de mudanças nas esferas
perder tempo. O sistema antes bipolar, imposto pela divisão entre geográficas (econômica, cultural, financeiro e social) desde o séc. XVI
as grandes potências, foi substituído por um sistema multipolar até hoje. Dentro da linha da história avaliaremos neste capítulo o
representado na forma de blocos econômicos ou blocos regionais, período mais contundente, e que melhor projetou o conceito de
com isso, resume-se atualmente o período do pós-guerra fria globalização que logo abaixo, vocês irão aprender, ou seja, a queda do
como uma fase em que o mundo trocou o poder das armas pelo socialismo e a consolidação do capitalismo a partir de Dez de 1991.
poder da capacidade de produção e consumo em excesso
promovido pela fase da telemática (telecomunicação e - Professor, afinal o que é a Globalização?
informática). Vale ressaltar que neste período, a potência que A globalização é isso, um fenômeno social que ocorre em quase
melhor dominar as tecnologias da informação associadas ao meio todo o planeta, fazendo com que a informação circule
de transporte eficiente, estará na liderança dos blocos praticamente em tempo instantâneo, “encurtando distâncias”. O
econômicos. fato de a informação ter ganhado destaque na terceira revolução
industrial proporcionou aos países uma ligação em forma de rede,
Resumo da Velha Ordem Mundial onde através dela circulam conhecimentos e culturas. A
globalização não promove a redução das desigualdades, muito
A Guerra Fria, que teve seu início logo após a Segunda Guerra pelo contrário, pois o mercado global atual está cada vez mais
Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), é a restrito àqueles que possuem um acesso melhor a informação e
designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas um dos resultados deste fenômeno é o desemprego.
e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética,
disputando a hegemonia política, econômica e militar no mundo.
União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países
para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na
economia planificada, partido único (Partido Comunista),
igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados
Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do
sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema
democrático e propriedade privada. Com o fim da Segunda
Guerra Mundial, o contraste entre o capitalismo e socialismo era
predominante entre a política, ideologia e sistemas militares.
Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os
Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com
armamentos, pois os dois países tinham em posse grande
quantidade de armamento nuclear, e um conflito armado direto
significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em
nosso planeta. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em
outros países como, por exemplo, na Coreia e no Vietnã. Com o
objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados
Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um
oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos
para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial
pudessem se recuperar economicamente. A partir desta
estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era
uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus
aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto
pelo então inimigo político. A Alemanha por sua vez, aderiu o
Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União
Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso
a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados
Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando
maior insatisfação soviética e o que provocou a divisão da
Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.
Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam
a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha
como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem
se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União
Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que
também tinha como objetivo a união das forças militares de toda
a Europa Oriental. Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados
Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha
Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia,
Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União
Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coreia do
Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.

75
UNIDADE 3 estabelecida por elas, de se tornarem independentes, caracterizou o
GEOPOLÍTICA período como descolonizador.
CAPÍTULO 23
Terceira Revolução Industrial ou Revolução Informacional
NOVA ORDEM MUNDIAL
Em meados do final do século XIX e início do século XX, o
DEFINIÇÃO liberalismo econômico estava desaparecendo, estava entrando no
cenário mundial um novo sistema capitalista (formação dos
Vamos neste capítulo compreender como foi a expansão do monopólios como já vimos). O economista J. M. Keynes adota o
conceito de globalização conseguinte a transição de um mundo keynesianismo como política para controlar as crises financeiras
bipolar para um mundo multipolar, ou seja, a troca da Velha para que o capitalismo possui. O Estado agora intervém de uma
Nova Ordem Mundial. Ainda neste, estudaremos a fase atual em maneira mínima na economia e a política liberal é substituída pela
que os blocos econômicos e suas influências, configuram o Neoliberal.
cenário geopolítico global e acirram a disputa das potências
econômicas pela hegemonia mundial. Sistema Neoliberal
Total liberdade às leis do mercado com a mínima intervenção do Estado.
IM PO RTANTE
Bipolar neste caso são os dois pontos representados pelo capitalismo e pelo Os avanços na tecnologia submeteram uma rapidez nas formas de
socialismo. O Multipolar neste caso, são vários polos representados pelos comunicação e na transmissão de informações, provocando novas
blocos econômicos já no sistema capitalista pós-guerra fria. transformações concretas no sistema capitalista. As indústrias
Retomando a história para entender a fase atual do bioquímicas e de informática se destacaram neste período fazendo
capitalismo: Capitalismo Financeiro ou Monopolista com que a terceira revolução modificasse por completo o
comportamento das empresas.A informática é o setor de destaque
Já no final do século XIX, as indústrias passaram a se comportar nesta revolução.
de uma maneira bem diferente. Uma fusão entre o capital
industrial e o capital financeiro resultou no aparecimento de C URIO S IDADE
grandes empresas dotadas e uma excelente tecnologia. As Hoje, o mundo caminha/tende para a quarta revolução industrial,
pequenas e médias empresas não conseguiram se comportar no o setor mecatrônico (robótica) está cada vez mais desenvolvido, fala-
mercado, visto que a competitividade estava voltada entre as se muito em nanociência e nanotecnologia. Faça suas pesquisas sobre
este assunto.
maiores empresas.
Então, a partir do início do século XX, a livre concorrência estava Economia flexível
deixando de existir, e o novo sistema implementado na economia Já a partir de 1970, o capitalismo se determinou como flexível.
era de menor competição e de um maior monopólio. Muitas Vejamos os conceitos:
empresas e bancos tomaram conta do comércio exterior,
facilitando o surgimento do capitalismo financeiro.  Capitalismo Flexível: Capaz de esquivar e contornar as crises
que assombram o sistema econômico.
IM PO RTANTE  Capital Produtivo: Grandes e duradouros investimentos
Os bancos agora tomam conta da economia mundial, exibem um novo geradores de capital.
capital composto pelas ações, créditos e títulos. Se no período mercantil Processos Produtivos e Organização do Trabalho.
o país rico era aquele portador de metais preciosos, hoje é aquele cujos
cofres são recheados com dinheiro virtual. A Primeira Revolução Industrial modificou o comportamento industrial
do mundo: a máquina estava substituindo a mão-de-obra do homem
ATENÇ ÃO (estamos carecas de saber disso). No início do século XX, a conhecida
Após o término da Segunda Guerra Mundial, os monopólios formados multinacional Ford cujo nome vem de seu empresário Henry Ford,
caracterizaram o início do capitalismo monopolista. iniciou um regime de produção conhecido como fordista. Vejamos as
Um novo termo surge com a ascensão do capitalismo financeiro, as características do Regime Fordista:
multinacionais ou também conhecidas como transnacionais.
 Hierarquia na divisão do trabalho (o operário realizava apenas
- Professor, o que é uma multinacional?
uma etapa da produção/tarefas repentinas).
São determinadas empresas que mantém vínculo com seu país de origem  Operários não muito qualificados
e se instalam em outros países buscando mercado consumidor, matéria-  Produtos homogêneos / Sistema de linha de montagem
prima, mão-de-obra barata, fácil escoamento e um maior lucro.
Mas não foram todas as empresas que adotaram esse regime.
Exemplos de empresas multinacionais: Nestlé, Coca-Cola e Frederick Taylor adaptou o fordismo criando o taylorismo ou
Texaco. fordismo/taylorista onde já se separavam o trabalho técnico
Observamos que as três atuam acirradamente no mercado brasileiro do intelectual. O modelo posterior foi criado no Japão pela empresa
e operam com funcionários locais para terem pouco gasto com mão- Toyota, vejamos as características do Toytismo:
de-obra, visto que no Brasil, o desemprego é um fator abundante.  Máquinas flexíveis de ajustes rápidos
Com a chegada do novo modelo capitalista, entram em cena  Heterogenia na produção (Just in Time)
novas formas empresariais. São elas:  Atende à demanda do mercado
 Reserva de estoque
 Holding: Empresas produtoras de diversos produtos, exemplo:  Melhorias no setor industrial: treinamentos, trabalhos
Mitsubishi produz carros, aparelhos eletrônicos entre outros. interdisciplinares em equipes de profissionais e funções definidas.
 Cartel: Empresas entram em um acordo e elaboram um valor  Tendência a terceirização dos funcionários e serviços.
“fixo” para diversos produtos.
 Truste: É a fusão de várias empresas, dominantes de matéria-prima, QUADRO RESUMO
produção e distribuição, fazendo concorrência com valores fixos. O esquema abaixo apresenta o processo histórico e cada fato
marcante no desenvolvimento do capitalismo.
ATENÇ ÃO
Join Venture é uma associação de empresas em prol de um determinado Pré-Capitalismo
projeto lucrativo. Mercantilismo

Imperialismo, Neocolonialismo, disputas geográficas e Capital Comercial
descolonização 1 ª Revolução Industrial

Também no final do século XIX, concentrou-se uma disputa das
Capital Industrial
potências mundiais por novas colônias que fornecessem matérias-
2 ª Revolução Industrial
primas importantes. Este período ficou conhecido como Imperialismo 
ou Neocolonialismo, os países africanos e asiáticos eram os mais Capital Financeiro
visados pelas demais potências. Com o decorrer dos anos, algumas
colônias foram adquirindo suas independências, tornando-se Agora que nós sabemos a história do capitalismo vamos aplicá-
autônomas economicamente e politicamente. Essa resistência la no contexto da Globalização.

76
Características dos Blocos Econômicos  Comunidade Econômica Europeia (CEE)ou Mercado Comum
Europeu (MCE), fundada em 1957 após a assinatura do Tratado de
 Zona de Livre Comércio: são grupos de países que juntos acertaram Roma, sua finalidade era eliminar estes obstáculos alfandegários entre
eliminar certas barreiras tarifarias de alguns produtos que circulam os países que o aderiram, após fundar-se ao longo de 38 anos vários
entre esses países, justamente para incentivar o comércio. países entraram para o sistema.
 União Aduaneira: Há uma livre circulação de bens (área de livre
comércio) comuns a todos os membros e também uma tarifa externa
comum válida para importações de fora da área.
 Mercado Comum: Livre circulação de capital, trabalho e bens de
serviço entre os países-membros do bloco.
 Uniões Econômicas e Monetária: É um mercado comum que possui
uma moeda única.
ATENÇ ÃO
- Professor, o que são blocos econômicos?
São grupos de países que possuem objetivos de se integrar
socialmente e economicamente, facilitando a circulação de mercadorias
e conhecimento. Esses objetivos são classificados em: Uniões
Aduaneiras, Áreas ou Zonas de Livre Comércio, Mercados Comuns e
Uniões Econômicas e Monetárias.

Megablocos no domínio econômico mundial na atualidade


 Nafta
 União Europeia
 Apec
 Mercosul
a) Nafta (2004)
Integrantes: inicialmente composta por Alemanha, Áustria,
Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda,
Itália, Luxemburgo, Países Baixo, Portugal, Reino Unido e Suécia;
em maio de 2004 passaram a integrar a EU os seguintes países:
Polônia, Eslovênia, Eslováquia, Hungria, República Tcheca,
Estônia, Lituânia, Letônia, Malta e Chipre.
População: 452 milhões de habitantes.
Área: 3.970.500 km².
c) APEC: Bloco Econômico Asiático
O Japão estava fortemente abalado pela destruição em seu
Fontes: Calendário atlante De Agostini 2004, Novara. Istituto Geográfico De território no período da segunda guerra mundial, mas com o
Agostini, 2003; L’état du monde 2004. Paris: La Découverte, 2003. auxílio do Plano Marshall se reergueu e deu um ponto de partida
ao seu fenomenal crescimento, chegando a ultrapassar países
ATENÇ ÃO
fortes da UE. Já recuperado economicamente, o Japão passou a
Nafta, sigla em inglês, North American Free Trade Agreement,
foi fundado em 1988 e hoje é um dos megablocos mais realizar investimentos econômicos em outros países como: Coréia
importantes do mundo. correspondente pelos países – Estados do Sul, Hong Kong (China), Taiwan e Cingapura. Os japoneses
Unidos da América, Canadá e México - cujo objetivo é eliminar as passavam agora a liderar um novo megabloco econômico
barreiras alfandegárias impostas nos produtos para que eles chamado Apec.
possam circular dentro daqueles países.
A APEC - Asia-Pacific Economic Cooperation ou Cooperação Econômica
b) União Europeia - UE (1993) da Ásia e do Pacífico – foi fundada em 1989, tem como objetivo a
redução de taxas alfandegárias entre os países-membros para
Fundação: 1993 (sucessor do MCE, fundado em 1957). promover posteriormente um livre comércio entre os integrantes. Hoje
Objetivos: integração econômica e política; eliminação de vinte e dois países pertencem a este megabloco.
barreiras; criação de um banco central da comunidade e de uma ATENÇ ÃO
moeda (o euro) em substituição às moedas dos países-membros; - Professor, eu sempre ouvi a expressão “barreiras alfandegárias”, mas
livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e mão-de-obra; não me recordo o que são?
melhorias nas condições de vida dos cidadãos. Pois bem, as barreiras alfandegárias são formas de tarifas, cotas, impostos
Formada atualmente por vinte e sete países, seu objetivo é eliminar ou licenças que o governo impõe para controlar o fluxo de mercadorias em
também essas barreiras tarifárias entre os países-membros e competir seu país. É uma forma de proteção do seu mercado interno.
à altura do Nafta na economia global. Vários blocos econômicos Integrantes: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, EUA, Japão,
compõem o continente europeu, o mais importante deles é a UE. México, Nova Zelândia, Papua - Nova Guiné, Peru, Rússia, Vietnã,
Países-membros da União Europeia: Tigres Asiáticos e Novos Tigres Asiáticos.

 Áustria, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia,  Tigres Asiáticos: Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong (China) e
Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Cingapura.
Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Suécia, Polônia, Portugal,  Novos Tigres Asiáticos: países estes, Malásia, Indonésia
Reino Unido, República, Romênia e Países Baixos (Holanda). Filipinas e Tailândia.
 A Croácia, Turquia e Macedônia encontram-se em plena fase de d) Mercado Comum do Sul – MERCOSUL
negociação, podendo estar incluídos a UE a qualquer momento.
PORTANTO, fiquemos atentos aos acontecimentos mundiais! Criado em 1991 pelo Tratado de Assunção, o Mercosul tem por seus
objetivos a adoção de políticas de integração econômica e comercial,
Alguns Outros Blocos Econômicos: instalando em seu mercado uma zona de livre comércio, havendo a
 Benelux, fundada em 1944, por três países, Bélgica, Holanda e necessidade de eliminar as barreiras alfandegárias.
Luxemburgo, aboliram as tarifas alfandegárias existentes entre esses Características do Mercosul
países e seu mercado consumidor cresceu.
 Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), fundado em  Cidade Sede: Capital do Uruguai, Montevidéu.
1952, cujo objetivo era estabelecer um mercado para o setor  Países-membros: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela
siderúrgico (Aço, carvão e o ferro) na Europa.  Países Associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

77
O MERCOSUL na atualidade Em 2006, a coordenação diplomática entre os quatro países
iniciou-se de maneira informal e regular, com reuniões anuais de
O MERCOSUL atravessa um processo acelerado de fortalecimento Chanceleres à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas
econômico, comercial e institucional. Os Estados Partes (AGNU). Essa interação exitosa levou à decisão de que o diálogo
consolidaram um modelo de integração pragmático, voltado para deveria ser continuado no nível de Chefes de Estado e de
resultados concretos no curto prazo. O sentido da integração do Governo, por meio de Cúpulas anuais.
MERCOSUL atual é a busca da prosperidade econômica com
democracia, estabilidade política e respeito aos direitos humanos A partir da I Cúpula, realizada em Ecaterimburgo, em 2009, o
e liberdades fundamentais. Os resultados desse novo momento diálogo entre os Membros do BRICs – que se transformou em
do MERCOSUL já começaram a aparecer. Entre os muitos avanços BRICS com o ingresso da África do Sul, em 2011 – foi ganhando
recentes, destacam-se: profundidade e abrangência. Mais do que uma sigla que
identificava países emergentes na ordem econômica
 Aprovação do Protocolo de Cooperação e Facilitação de internacional, o BRICS tornou-se uma nova e promissora entidade
Investimentos (2017), que amplia a segurança jurídica e aprimora o político-diplomática, bastante distinta do conceito original
ambiente para atração de novos investimentos na região. formulado para o mercado financeiro.
 Conclusão do acordo do Protocolo de Contratações Públicas do
MERCOSUL (2017), que cria oportunidades de negócios para as Após a Cúpula de Ecaterimburgo, oito Cúpulas foram realizadas
nossas empresas, amplia o universo de fornecedores dos nossos (Brasília, 2010; Sanya, 2011; Nova Delhi, 2012; Durban, 2013;
órgãos públicos e reduz custos para o governo. Fortaleza, 2014; Ufa, 2015; Goa, 2016; e Xiamen, 2017). Em
 Encaminhamento positivo da grande maioria dos entraves ao Durban, encerrou-se o primeiro ciclo de cúpulas do foro, tendo
comércio intrabloco. cada país-membro sediado uma reunião de líderes. Nesse
 Modernização no tratamento dos regulamentos técnicos. período, o BRICS evoluiu de modo incremental, em áreas de
 Apresentação dos projetos brasileiros para Iniciativas consenso entre seus membros, tendo sido possível reforçar seus
Facilitadoras de Comércio e Protocolo de Coerência Regulatória. dois pilares principais:
 Tratamento do tema de proteção mútua de indicações
geográficas entre Estados Partes do MERCOSUL.  A coordenação em foros multilaterais, com ênfase na
 Aprovação do Acordo do MERCOSUL sobre Direito Aplicável em governança econômica e política; e
Matéria de Contratos Internacionais de Consumo (2017), que  A cooperação setorial entre seus membros.
estabelece critérios para definir o direito aplicável a litígios dos Com relação à primeira vertente de atuação, destacam-se os
consumidores em suas relações de consumo. esforços com vistas à reforma das estruturas de governança
Ainda há muito avanços necessários para consolidar o Mercado mundial, sobretudo no plano econômico-financeiro – G20
Comum previsto no Tratado de Assunção, em todos os seus aspectos: Financeiro, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial –, mas
também em instituições políticas, como as Nações Unidas.
 A livre circulação de bens, serviços e outros fatores produtivos,
incluindo a livre circulação de pessoas; No que diz respeito à cooperação intra-BRICS, que vem ganhando
 A plena vigência da Tarifa Externa Comum e de uma política comercial densidade cada vez maior, construiu-se uma agenda abrangente
comum; a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; e a que encampa mais de 30 aéreas setoriais, como finanças,
convergência das legislações nacionais dos Estados Partes. agricultura, economia e comércio, combate a crimes
transnacionais, ciência e tecnologia, saúde, educação, energia,
Na área institucional, é fundamental tornar o MERCOSUL mais além de instâncias empresariais, acadêmicas, e de segurança.
ágil, moderno e dinâmico. Também há espaço para avançar na
racionalização da estrutura institucional do Bloco, tornando-a Para o Brasil, as áreas de saúde, ciência, tecnologia & inovação (C,T&I)
mais enxuta, transparente e eficiente. e energia são consideradas prioritárias para o adensamento da
cooperação multissetorial. A coordenação nessas áreas pode produzir
Nas área de cidadania e das políticas sociais, as metas estão dadas resultados tangíveis: para a melhoria da qualidade de vida da
pelo Estatuto da Cidadania e pelo PEAS. Entre as prioridades população brasileira; para a inovação do parque industrial e
estabelecidas pelo Brasil, destacam-se a facilitação da circulação de tecnológico nacional e para a diversificação da matriz energética do
pessoas no MERCOSUL, por meio da modernização e simplificação dos país. Em saúde, podem-se produzir resultados concretos para: a
procedimentos migratórios, e a plena implementação do sistema de melhoria da qualidade de vida da população brasileira; a inovação da
mobilidade acadêmica do MERCOSUL. indústria farmacêutica nacional; e o aumento do acesso a
O Brasil seguirá trabalhando para que o MERCOSUL dê medicamentos de primeira linha e preços mais baixos.
continuidade à concretização de uma agenda pragmática, tendo
A importância da cooperação em C,T&I deve-se à necessidade de
sempre em mente os interesses dos cidadãos e empresas do bloco
redução do hiato científico e tecnológico entre o Brasil e países
no fortalecimento da integração econômica e comercial, da
desenvolvidos e conta com iniciativas relevantes tanto em termos de
democracia e da plena observância dos direitos humanos.
potencial de intercâmbio de conhecimento quanto de recursos
ATENÇ ÃO disponibilizados para projetos de pesquisa. A temática energética no
Em 1994 surgiu a proposta do continente americano, exceto Cuba (um âmbito do BRICS, embora recente, tem potencial para tornar-se das
país ainda socialista) de estabelecerem um único megabloco econômico, mais densas, uma vez que interessa a todos os membros do
denominado ALCA – Área de Livre Comércio das Américas, cujo agrupamento aperfeiçoar a sustentabilidade de sua matriz energética.
objetivo seria eliminar as barreiras alfandegárias dos produtos. Estava
Nesse contexto, destaca-se o setor econômico-financeiro. Na VI
para entrar em vigor em 2005, mas a área de livre comércio veio
sofrendo várias resistências de alguns países latinos, a exemplo o Brasil. Cúpula do BRICS, em Fortaleza, foi criado o Novo Banco de
Os EUA têm bastante interesse em fechar esse acordo, pois precisam Desenvolvimento, voltado ao financiamento de projetos de
manter sua economia comercial. Detalhe: até hoje nada foi concretizado infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos BRICS e em
com o Brasil! Uma saída para os norte-americanos foi fechar pequenos outros países em desenvolvimento.
acordos com alguns países da América do Sul a exemplo da Colômbia,
A nova instituição financeira contará com capital inicial subscrito de
do Chile e do Peru
US$ 50 bilhões. Do mesmo encontro, foi concluído o acordo do Arranjo
Contingente de Reservas (CRA), fundo com montante inicial de US$
BRICS
100 bilhões, ao qual os países do BRICS poderão recorrer em
momentos de dificuldade de liquidez. Um dos objetivos do CRA é
contribuir para a estabilidade financeira internacional, ao oferecer uma
linha de defesa adicional aos países do BRICS.
A conclusão dos acordos constitutivos do Banco e do CRA
transmitiu forte mensagem sobre a disposição dos países-
membros do BRICS de aprofundar e consolidar sua parceria na
O termo "BRIC" foi inicialmente formulado em 2001, pelo
área econômico-financeira.
economista Jim O'Neill, do banco Goldman Sachs, em estudo com
prognósticos sobre o crescimento das economias de: Brasil, Em 2019, o Brasil terá novamente a presidência de turno do
Rússia, Índia e China – por representarem, em seu conjunto, BRICS e sediará os cerca de cem encontros anuais nas mais de
parcela significativa do território, do PIB e da população mundial. 30 áreas de cooperação setorial.

78
UNIDADE 3 das Nações Unidas que atua nas seguintes áreas de mandato:
GEOPOLÍTICA Educação, Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Cultura
CAPÍTULO 24 e Comunicação e Informação. A Representação da UNESCO no
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Brasil foi estabelecida em 1964 e seu Escritório, em Brasília,
iniciou as atividades em 1972, tendo como prioridades a defesa
de uma educação de qualidade para todos e a promoção do
Organização das Nações Unidas – ONU
desenvolvimento humano e social. Desenvolve projetos de
cooperação técnica em parceria com o governo – União, estados
e municípios –, a sociedade civil e a iniciativa privada, além de
auxiliar na formulação de políticas públicas que estejam em
sintonia com as metas acordadas entre os Estados Membros da
Organização. Áreas de atuação: Educação, Ciências Naturais,
Ciências Humanas e Sociais, Cultura, Comunicação e Informação.

Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF

A Liga das Nações - primeiro nome da ONU - foi fundada após


a primeira guerra mundial, tinha como objetivo estabelecer a paz
e a justiça entre as nações, mesmo com esse propósito, não
conseguiu evitar o segundo confronto mundial que veio a ocorrer
em 1940. Assim, em 1945 na conferência de São Francisco, a Liga
das Nações passou a ser chamada de Organização das Nações
Unidas, hoje possui 191 estados-membros e desenvolve políticas Assegurar que cada criança e cada adolescente tenha seus
de defensão aos direitos humanos. direitos humanos integralmente cumpridos, respeitados e
protegidos é a principal missão do Fundo das Nações Unidas para
Estão incorporados a ONU organismos de extrema importância para o a Infância – UNICEF. Criado em 1946 para ajudar a reconstruir
desenvolvimento mundial, tais como: o Banco Mundial, Organização os países mais afetados pela Segunda Guerra Mundial, o UNICEF
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO passou a atuar em outras nações quatro anos depois. Hoje, está
– o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização presente em 191 países. Em 1950, o UNICEF chegou ao Brasil e,
Internacional do Trabalho – OIT – e o Banco Internacional para a desde então, trabalha em parceria com governos municipais,
Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD). estaduais e federal, sociedade civil, grupos religiosos, mídia, setor
privado e outras organizações internacionais, incluindo agências
ONU é uma importante instituição mundial, mas infelizmente não consegue das Nações Unidas, para defender os direitos de meninas e
por completo evitar conflitos entre povos e nações. Em 2003 os EUA junto meninos brasileiros. No decorrer dessas décadas, o UNICEF tem
ao Reino Unido e aliados invadiram o Iraque sem a autorização da ONU,
atuado junto com o País nas conquistas alcançadas no campo dos
expondo ao mundo um déficit na organização mundial.
direitos da infância.
BIRD
Esteve lado a lado do Brasil na luta contra a poliomielite, que teve
o último registro de ocorrência em 1989; lutou junto com as
mulheres para que lhes fosse garantido o direito a amamentar
seus filhos; ajudou o governo brasileiro a criar o seu primeiro
programa de merenda escolar; colaborou com a redução das
mortes por diarreia, com a promoção do uso do soro caseiro; e,
O BIRD é uma instituição ligada à ONU com o objetivo de nos últimos anos, está apoiando o País a reduzir as disparidades
promover o desenvolvimento econômico e social. A Segunda regionais no Semiárido, Amazônia e comunidades populares dos
Grande Guerra Mundial foi um evento devastador para vários centros urbanos. O UNICEF uniu sua voz à dos brasileiros para a
países no mundo, sobretudo na Europa. A Primeira Grande redação e aprovação do artigo 227 da Constituição Federal e do
Guerra Mundial colocou fim ao crescimento acelerado da Estatuto da Criança e do Adolescente – que mudaram o marco
qualidade de vida que acontecia nos 50 anos anteriores a sua legal dos direitos da infância no Brasil. Esteve junto com o
eclosão. O fim do primeiro conflito deixou marcas nos países parlamento brasileiro, o governo e a sociedade para a aprovação
envolvidos e os indícios de que a situação não estava resolvida, da Lei 9.534/97, que tornou gratuito o Registro Civil de
pairando no ar ainda o clima de guerra. Esta viria a estourar nascimento para todos os brasileiros. O UNICEF promoveu ainda
alguns anos mais tarde e com intensidade ainda maior. A ações pela aprovação da Emenda Constitucional número 59, que
Segunda Guerra envolveu ainda mais países e foi mais ainda mais tornou obrigatório o ensino dos 4 aos 17 anos e também garantiu
destrutiva. Como a maior parte dos conflitos aconteceu em mais recursos para a educação. Vitórias importantes para a
território europeu, este continente saiu completamente arrasado Educação neste País, que contaram com o apoio do UNICEF desde
após o evento. o começo das discussões.

UNESCO Organização Internacional do Trabalho – OIT

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a


Cultura (UNESCO) foi criada em 16 de novembro de 1945, logo
após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de garantir a paz Fundada em 1919 com o objetivo de promover a justiça social, e
por meio da cooperação intelectual entre as nações, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1969, a Organização
acompanhando o desenvolvimento mundial e auxiliando os Internacional do Trabalho (OIT) é a única agência das Nações
Estados-Membros – hoje são 193 países – na busca de soluções Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes de
para os problemas que desafiam nossas sociedades. É a agência governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores

79
de 183 Estados-membros participam em situação de igualdade O G20 é formado por ministros de finanças e chefes dos bancos
das diversas instâncias da Organização. Desde a sua criação, os centrais de 19 nações: os que formam o G8 e ainda 11
membros tripartites da OIT adotaram 188 Convenções emergentes. No G8 estão: Alemanha, Canadá, Estados Unidos,
Internacionais de Trabalho e 200 Recomendações sobre diversos França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Os outros países
temas (emprego, proteção social, recursos humanos, saúde e membros do G20 são: Brasil, Argentina, México, China, Índia,
segurança no trabalho, trabalho marítimo etc). Em 1998, a Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul
Conferência Internacional do Trabalho aprovou a Declaração dos e Turquia. A União Europeia, em bloco, é o membro de número
Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. A Declaração 20, representado pelo Banco Central Europeu e pela presidência
estabelece quatro princípios fundamentais a que todos os rotativa do Conselho Europeu. O Fundo Monetário Internacional
membros da OIT estão sujeitos: liberdade sindical e (FMI) e o Banco Mundial, assim como os Comitês Monetário e
reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; Financeiro Internacional e de Desenvolvimento, por meio de seus
eliminação de todas as formas de trabalho forçado; abolição representantes, também participam das reuniões do G20.
efetiva do trabalho infantil; eliminação de todas as formas de O grupo foi criado em 1999 com o intuito de promover o
discriminação no emprego ou na ocupação. Frente aos desafios fortalecimento da economia mundial. Sua criação ocorreu ao final
da globalização e dos déficits das políticas em matéria de de uma década marcada por crises financeiras e instabilidade
crescimento e emprego, a OIT instituiu o Trabalho Decente como econômica, principalmente na Ásia, México e Rússia. A
o objetivo central de todas as suas políticas e programas. A noção representatividade do G20 financeiro é muito expressiva, pois
de Trabalho Decente abrange a promoção de oportunidades para somados os países membros, eles são responsáveis por,
mulheres e homens do mundo para conseguir um trabalho aproximadamente, 90% do produto nacional bruto mundial, 80%
produtivo, adequadamente remunerado, exercido em condições do comércio internacional e cerca de 65% da população do
de liberdade, equidade e segurança e capaz de garantir uma vida planeta. É importante citar a existência de outro G20,
digna. O Trabalho Decente é o eixo central para onde convergem denominado G20 - países emergentes, que é composto apenas
os quatro objetivos estratégicos da OIT: por países em desenvolvimento, cujo objetivo principal é a
elaboração e discussão de projetos para defender os interesses
a) respeito às normas internacionais do trabalho, em especial agrícolas das nações integrantes. Já o G20 que está sendo
aos princípios e direitos fundamentais do trabalho; abordado nesse contexto, é conhecido pela imprensa como G20
b) promoção do emprego de qualidade; financeiro, que reúne representantes de países desenvolvidos e
c) extensão da proteção social; países em desenvolvimento, para abordar aspectos econômicos
d) fortalecimento do diálogo social. mundiais.

O Trabalho Decente deve constituir a essência das estratégias FMI


mundiais, nacionais e locais para alcançar o progresso econômico
e social e para dar cumprimento aos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio relacionados com a erradicação da
pobreza extrema. Nesse sentido, na Resolução final da
Assembleia Geral da ONU, adotada em setembro de 2005, os
Chefes de Estado e de Governo afirmam seu compromisso de que
os objetivos do emprego pleno e produtivo e o trabalho decente
para todos, especialmente para as mulheres e os jovens, sejam
uma meta fundamental das nossas políticas nacionais e
internacionais e de nossas estratégias nacionais de
desenvolvimento, incluindo as estratégias de redução da pobreza.
Da mesma forma, 34 chefes de Estado e de Governo de todo o
continente americano assinaram, em 2005, a Declaração e o
Plano de Ação de Mar del Plata, nos quais se comprometem a Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma agência especializada
“implementar políticas ativas que gerem trabalho decente e criem das Nações Unidas que foi concebida na conferência de Bretton
condições de emprego de qualidade”. Woods, New Hampshire, Estados Unidos, em julho de 1944. O
FMI trabalha para promover a cooperação monetária global,
Grupo dos Sete (G-7) e o Grupo dos oito (G8) garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio
internacional, promover o alto nível de emprego e o crescimento
econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo. A
missão do FMI é realizada de três maneiras:

 Monitoramento do sistema monetário internacional. O FMI


monitora o sistema monetário internacional e as políticas
econômicas e financeiras dos seus 189 países-membros. Neste
processo, que ocorre tanto em nível global como em nível
individual de cada país, o FMI destaca os possíveis riscos para a
estabilidade e aconselha sobre políticas econômicas
 Empréstimos aos países-membros. Uma responsabilidade
central do FMI é dar empréstimos aos países-membros que
enfrentam problemas – atuais ou potenciais – de balanço de
pagamentos. Esta assistência financeira permite aos países
reconstruir suas reservas internacionais, estabilizar suas moedas,
É um grupo composto pelos países mais industrializados do
continuar pagando as importações e restaurar as condições para
mundo, são eles: EUA, Japão, Alemanha, França, Itália, Inglaterra
um forte crescimento econômico, ao mesmo tempo que
e Canadá, todos formam o G-7. Chegado o ano de 1998 a Rússia
implementam políticas para corrigir problemas subjacentes. Ao
integrou o Grupo dos Sete, com um novo país-membro, o grupo
contrário dos bancos de desenvolvimento, o FMI não empresta
passou a ser chamado de G-8 ou Grupo dos Sete + Rússia.
para projetos específicos.
 Capacitação. Programa de capacitação do FMI – assistência
G 20
técnica e treinamento – auxilia os países-membros a desenhar e
implementar políticas econômicas que promovam a estabilidade
e o crescimento, fortalecendo suas capacidades e habilidades
institucionais. O FMI busca desenvolver sinergias entre
assistência técnica e treinamento para maximizar sua eficácia.

80
Banco Mundial OCDE

O Grupo Banco Mundial, uma agência especializada independente


do Sistema das Nações Unidas, é a maior fonte global de
assistência para o desenvolvimento, proporcionando cerca de US$ A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
60 bilhões anuais em empréstimos e doações aos 187 países- – OCDE, com sede em Paris, França, é uma organização
membros. O Banco (Banco Internacional para a Reconstrução e internacional composta por 35 países membros, que reúne as
Desenvolvimento – BIRD) atua como uma cooperativa de países, economias mais avançadas do mundo, bem como alguns países
que disponibiliza seus recursos financeiros, o seu pessoal emergentes como a Coreia do Sul, o Chile, o México e a Turquia.
altamente treinado e a sua ampla base de conhecimentos para A Organização foi fundada em 14 de dezembro de 1961,
apoiar os esforços das nações em desenvolvimento para atingir sucedendo a Organização para a Cooperação Econômica
um crescimento duradouro, sustentável e equitativo. O objetivo Europeia, criada em 16 de abril de 1948. Desde 1º de junho de
principal é a redução da pobreza e das desigualdades. O trabalho 2006, seu Secretário-Geral é o mexicano José Ángel Gurría
do Banco em parceria com os países ressalta: Treviño. Por meio da OCDE, representantes dos países membros
se reúnem para trocar informações e alinhar políticas com o
 O investimento nas pessoas, especialmente por meio da saúde objetivo de potencializar seu crescimento econômico e colaborar
e da educação básicas; com o desenvolvimento de todos os demais países membros.Por
 A criação de um ambiente para o crescimento e a meio dessa cooperação, a OCDE tornou-se uma fonte importante
competitividade da economia; de soluções para políticas públicas em um mundo globalizado.
 A atenção ao meio ambiente;
 O apoio ao desenvolvimento da iniciativa privada; Sobre a estrutura organizacional da OCDE
 A capacitação dos governos para prestar serviços de qualidade
com eficiência e transparência; A estrutura da OCDE compreende Secretariados Técnicos,
 A promoção de um ambiente macroeconômico conducente a Agências, Centros de Pesquisa e cerca de 30 Comitês
investimentos e a planejamento de longo prazo; intergovernamentais especializados em temas diversos da
 O investimento em desenvolvimento e inclusão social, economia internacional e das políticas públicas (comércio,
governança e fortalecimento institucional como elementos investimentos, finanças, tributação, energia, siderurgia, serviços,
essenciais para a redução da pobreza. economia do trabalho, política ambiental e etc.), dentro de um
universo de aproximadamente 200 órgãos e 240 instrumentos
OPEP legais. O Centro de Desenvolvimento merece destaque no que
concerne à autonomia na estrutura da OCDE e à atividade de
pesquisa e de difusão dos temas ligados ao desenvolvimento
econômico.

Membros da OCDE

Criada em 14 de setembro de 1960, a Organização dos Países Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coréia,
Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma organização Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia,
intergovernamental, que tem como objetivo a centralização da Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália,
elaboração das políticas sobre produção e venda do petróleo dos Japão, Letônia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia,
países integrantes. Atualmente, os países membros da OPEP são: Países Baixos, Peru, Polônia Portugal e Reino Unido
Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria,
Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. A
Indonésia suspendeu a sua adesão em janeiro de 2009. A sede
da OPEP está localizada em Viena, capital da Áustria. Os
fundadores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo
foram o Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela, durante
a Conferência de Bagdá. Posteriormente outros países integraram
a organização. A OPEP desenvolve estratégias na produção de
petróleo, estabelecendo cotas de produção para os países
membros, diminuindo a oferta, fazendo o preço do produto atingir
valores elevados, proporcionando maior lucratividade para os
países exportadores de petróleo.

Atuando com o discurso ideológico de garantir preços justos e


estáveis para os produtores e consumidores de petróleo, uma
oferta eficiente, econômica e regular do consumo de petróleo para
as nações, a OPEP mascara seu real interesse, que é o cartel do
petróleo, controlando a produção e o preço do produto em escala
global. Cerca de 75% das reservas mundiais de petróleo estão
localizadas nos países integrantes da OPEP, por essa razão, é
responsável por quase metade das exportações mundiais desse
mineral. Por esses motivos suas estratégias políticas de produção
e estabelecimento de preços afetam diretamente a economia dos
países importadores de petróleo.

81
UNIDADE 3 O atual presidente norte americano Barack Obama disse em seu
GEOPOLÍTICA discurso político que tiraria as tropas estadunidenses do Iraque, mas
CAPÍTULO 25 ainda não operou o desmanche.
CONFLITOS REGIONAIS E
INTERNACIONAIS b) Afeganistão

Teve início em 1979, quando a URSS invadiu o Afeganistão. Vendo


DEFINIÇÃO
este ocorrido, os EUA apoiaram milícias afegãs a reprimirem o avanço
soviético no país, conseguindo expulsá-los com 10 anos de conflito.
Vamos neste capítulo compreender a origem dos motivos pelos
Posteriormente as próprias milícias afegãs lutavam entre si para
quais, muitas nações encontram-se em constante conflito na
estabelecer o poder político do país. Em 1995 o Talibã possuía cerca
geopolítica atual. Vale ressaltar a importância do uso de Atlas, bem
de 90% da dominação nacional, a partir de então decidiram
como outro recurso visual da internet, facilitará a compreensão do
transformar o Afeganistão em uma teocracia, governo baseado nos
conteúdo, pois as guerras e conflitos estão situados em pontos
fundamentos islâmicos. Todavia, os EUA não aceitaram a decisão
geográficos estratégicos.
talibanesa e os derrubaram do poder em 2001. Desde então, uma
parte do território afegão está sob domínio de tropas estrangeiras.
ATENÇ ÃO
- Professor, então quais os motivos levam as nações a entrarem em um
conflito?

Fatores como invasão ou ocupação de outro território, disputas


religiosas, econômicas, guerras civis, armas nucleares, recursos naturais
como o petróleo e conflitos étnicos fazem parte do contexto histórico da
maioria dos conflitos. Com o fim da Guerra Fria o mundo vivenciou e
ainda vive um novo cenário, ao qual os EUA lideram o poder econômico
concentrado e vários outros polos reforçam a economia global. Os
constantes conflitos pós-guerra Fria e inúmeras desigualdades entre o
hemisfério Norte e o hemisfério Sul impulsionaram na verdade um
desorganizado sistema mundial. Um exemplo dessa desorganização está
no atentado de 11 de setembro de 2001, onde a configuração da “guerra
ao terror” foi desarticulada, expondo ao mundo o modelo antiterrorista.

CONFLITOS MUNDIAIS E REGIONAIS

Todos os países no mundo estão sujeitos a uma agressão externa,


por mais forte que seja o Estado, sua vulnerabilidade é relevante. O
atual mundo global caracteriza-se pela ausência de um poder
mundial apto a determinar normas e preceitos aos Estados, impondo
regras capazes de evitar conflitos e confrontos entre as nações. O atual governo do Afeganistão vive aliado dos estadunidenses,
mas não consegue reter as manifestações violentas do grupo
a) Iraque Talibã, com isso tropas da OTAN combatem no sul do país aos
ataques talibaneses.

A real intervenção dos EUA no Iraque e no Afeganistão vem da


estratégia de controlar as reservas de petróleo de ambas as regiões.

IM PO RTANTE
Doutrina Bush: imposta pelo ex-presidente norte americano George
W. Bush a Doutrina Bush visa defender a segurança nacional, sendo
necessário o uso da força para combater o terrorismo e questão das
armas nucleares. Após ter ocupado o Afeganistão para destruir as forças
talibãs, os EUA também ocuparam o Iraque iniciando uma nova guerra.

Vejamos o esquema feito pelo professor dos acontecimentos na


Palestina que envolveram o conflito árabe-israelense e o mapa abaixo:

Atualmente é ocupado por tropas norte-americanas e seus


respectivos aliados, o Iraque possui uma constituição, mas o poder
político é imposto pelos EUA.

No início da invasão os iraquianos resistiram à ocupação


estadunidense atacando principalmente as tropas aliadas,
organizações internacionais e os próprios iraquianos que se
dispuseram a colaborar com os EUA.

Dentro dos resistentes existe:

 Nacionalistas: partidários do falecido Saddam Hussein.


 Religiosos.
 Terroristas ligados ao grupo Al Qaeda, ainda liderado por
Osama Bin Laden.

Os EUA também controlam o mercado petrolífero dos iraquianos,


limitando certas exportações.

82
1947

A ONU reparte o território palestino em dois, dividindo 56% para Israel e


44% para a Palestina e Jerusalém estava sob administração internacional.

Palestina
Israel
Não aceitaram a decisão da ONU, criando em
Em 1948 se tornou independente e extraíram algumas terras
1949 a Al Fatah e em 1964 Yasser Arafat
palestinas para si, iniciando umasérie de conflitos conta os
criou a OLP (Organização de Libertação da
palestinos.
Palestina), de onde surgiu uma série de
Israel obteve apoio bélico dos EUA para combaterem as ameaças movimentos terroristas.
palestinas e também contra o Egito, Líbano, Síria e a Jordânia.

1967

A Guerra dos Seis Dias, Israel invade os seguintes territórios: Colinas de Golã (Síria),
Cisjordânia e Jerusalém Oriental (Jordânia), Península do Sinai e Faixa de Gaza (Egito)
deixando uma enorme insatisfação dos Palestinos.

1973, países árabes tentam Enfim em 1988 a Palestina aceitou


atacar Israel com o objetivo de a soberania de Israel, e declaram
reconquistar os territórios sua parte do restante do território
perdidos, mas os israelenses como Autoridade Nacional
vencem novamente com o apoio Palestina. Em 1993 os palestinos
dos EUA e a OPEP* decreta crise afirmaram a autonomia na Faixa de
do petróleo pois o barril obteve Gaza e em partes da Cisjordânia.
um acentuado aumento.

Em 2008, alegando ameaças


Israel conclui em 2007, a
Israel lançou um ataque
construção do muro na Cisjordânia
destruidor na Faixa de Gaza,
com mais de 9 metros de altura.
aproximadamente 1.400
Assim, a circulação de palestinos
pessoas morreram e o conflito
estava restrita.
permanece até hoje.

IM PO RTANTE Em 1990 o Iraque invadiu o Kuwait também querendo reservas de


OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo é uma petróleo, vendo este ocorrido a ONU autorizou o uso da força para a
organização petrolífera dos países que mais produzem ou possuem as retirada dos invasores, logo em 1991 uma coligação liderada pelos EUA
maiores reservas de petróleo do mundo, seu objetivo é centralizar a se formaram e expulsaram os iraquianos do Kuwait nomeando a
administração do petróleo e controlar o preço, volume e a produção da Primeira Guerra do Golfo. Em 2003 os norte-americanos, alegando que
matéria-prima. Países-Membros:Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, os iraquianos estavam produzindo armas nucleares, invadiram
Venezuela, Equador, Arábia Saudida, Emirados Árabes Unidos, Irã, novamente o Iraque e iniciaram a Segunda Guerra do Golfo. Veremos
Iraque, Kuwait e Qatar.
agora uma consequência da Guerra do Golfo:
d) As Guerras do Golfo e) Curdos

No período correspondente a 1980-1988 o Iraque invadiu o Irã visando Os Curdos são a maior etnia sem Estado do mundo, são muçulmanos
obter algumas de suas reservas petrolíferas e expandir seu mercado. sunitas que vivem em vários países do continente asiático

83
principalmente na Turquia. No Iraque, com a Guerra do Golfo, os Montenegro até 2006, manteve conflitos contra bósnios, eslovenos,
Curdos se rebelaram, muitos se exilaram para fora do país indo para croatas e alguns grupos sérvios.
Irã e a Turquia. Em 2005 um Curdo foi determinado presidente do
Iraque, mas devido aos conflitos essa situação ainda não foi  Kosovo inicialmente era uma parte do território sérvio, sua
concretizada. população era composta de 90% de muçulmanos, e em 1998
reivindicaram a independência e foram contidos pelos sérvios.
f) Caxemira

 Em 1947, após sua independência, a Índia se dividiu em dois


Estados, a divisão incluía parte do território paquistanês, não satisfeito
com a divisão, o Paquistão inicia um confronto com a Índia pela disputa Em 2008 Kosovo alegou junto ao apoio da ONU sua independência,
de Caxemira (território localizado no Noroeste da Índia). alguns países aceitaram a condição, entre eles os EUA e alguns países
 Em 1948, Paquistão, Índia e China repartiram Caxemira entre os três europeus, mas Espanha, Brasil, Grécia, Romênia, Chipre, Argentina,
Estados. Insatisfeitos e motivados pelo estopim da Guerra Fria, os Bolívia e o Uruguai não reconhecem Kosovo como um Estado
indianos auxiliados pela URSS lançaram, em 1974, sua primeira independente.
bomba atômica no território paquistanês.
 Em 1998 a Índia ataca novamente o Paquistão com cinco explosões h) Bascos
nucleares, já o Paquistão responde com seis testes nucleares em território
indiano. Visto os acontecimentos, os EUA e o Reino Unido diplomatizaram
a crise, mas ataques como estes podem ocorrer novamente.
g) Bálcãs

Os bascos são uma etnia que se localizam entre a Espanha e a França,


eles lutam pela formação de um Estado basco independente (País
Basco), a sua organização terrorista chamada ETA – Euskadi Ta
Askatasuna - reivindica a independência do País Basco.

i) Na Grã-Bretanha – Questão Irlandesa

Bálcãs é uma região de cadeias montanhosas no sudeste europeu, onde


vários povos por lá já habitaram, católicos, islâmicos e ortodoxos,
inclusive um dos motivos da primeira guerra mundial ocorreu nesta
região, onde os sérvios, em 1908, apoiados pela Rússia, entraram em
um conflito com a Áustria. Em 1991 com a dissolução da antiga
Iugoslávia, violentas guerras civis marcaram o cenário do desmanche,
grupos étnicos disputavam entre si partes do território iugoslavo. Com o
fim da Iugoslávia sete novos estados se formaram, Bósnia-Herzegovina,
Croácia, Eslovênia, Macedônia, Sérvia, Kosovo e Montenegro. Segue a
história de cada um desses novos estados:
 A Eslovênia foi o primeiro país a conseguir sua independência
(1991), estabilizando-se em 2004 quando se integrou na União
Europeia. A Croácia conseguiu sua independência em 1992, mas
enfrentou uma guerra civil contra a Sérvia, impossibilitando-a a entrar
na UE.
 A Macedônia tornou-se independente em 1991, diferente dos países A Irlanda é um Estado dito protestante, um confronto marcou o cenário
citados anteriormente, a Macedônia conseguiu de uma forma pacífica. irlandês, onde a minoria católica lutou por 30 anos pela autonomia com
 A Bósnia-Herzegovina declarou sua independência em 1992, a Irlanda, em 1998 os conflitos iniciaram uma trégua com um acordo
dando início a uma sangrenta guerra civil que veio a terminar em 1995 de paz, que veio a concretizar em 2007. As origens dos conflitos
com a intervenção da OTAN, os conflitos eram entre croatas, sérvios apareceram com a invasão inglesa na Irlanda, posteriormente a
e muçulmanos. Guerra Anglo-Irlandesa (1918 – 1921) dividiu o território irlandês.
 Montenegro, no início, manteve-se unido à Sérvia, seus conflitos
eram contra povos invasores vindos de Kosovo, mas em 2006,
Montenegro se separou pacificamente da Sérvia e iniciou um
processo de entrada na UE. Já a Sérvia, que esteve aliada a

84
CONFLITOS NA COMUNIDADE DOS ESTADOS m) China e o Tibet
INDEPENDENTES (CEI)
j) Cáucaso é uma cadeia montanhosa localizada no sudeste da
Europa, por lá vivem diversas etnias de religiões cristã, islâmica ou
muçulmana. É uma área de conflitos que já duram aproximadamente
três séculos. Segue abaixo os conflitos:

Fonte: Chaliand, Gérard e Rageau, Jean-Pierre. Atlas politique du XX siécle.


Paris: Seuil, 1988.p.101; Ferreira, Graça Maria L. Atlas geográfico: espaço
mundial.2.ed.São Paulo: Moderna, 2003.p.68
O Tibet reivindica a independência da China desde a época da
k) Chechênia
Revolução Chinesa e a China tem sido acusada de violentar os
protestos tibetanos.
O Tibet já vem sendo invadido pela China há muito tempo, e
atualmente permanece sob ocupação chinesa. O atual DalaiLama,
um líder espiritual e político tibetano, exilou-se de seu país para
continuar lutando pacificamente por uma libertação do Tibet do
domínio chinês. Uma consequência das invasões chinesas ao Tibet é o
refúgio de muitos tibetanos.
Para os tibetanos, a invasão da China é vista como uma destruição de
sua cultura e religião, logo tentam por meio de protestos e rebeliões,
reivindicarem a ocupação chinesa.
IM PO RTANTE
Dalai Lama é um líder vindo de uma linhagem de líderes religiosos da
Exige a formação de um Estado islâmico independente, mas a maioria escola budista tibetana.
da população é muçulmana, a Rússia considera sua independência CONFLITOS AFRICANOS
uma ameaça para seu país, assim também como aindependência do
Daguestão (país vizinho da Chechênia). A Rússia invadiu a Chechência n) Ruanda
em 1994 deixando 80 mil mortos e os conflitos estão espalhados por Os conflitos em Ruanda vêm da disputa entre as etnias hutus e
toda parte do Cáucaso. tutsi, onde em 1994 os hutus assumiram o poder de Ruanda e
iniciaram um massacre aos tutsis (aproximadamente 1 milhão de
l) Ossétia do Sul mortos). Este conflito causou proporções maiores envolvendo a
República Democrática do Congo, Tanzânia Uganda e Burundi.
Ruanda também disputa contra Uganda pelo controle da
extração de diamantes.

Pertencente à Geórgia, e a Ossétia do Norte pertencente à Federação


Russa travam num conflito em que a Ossétia do Sul luta pela unificação
com a Ossétia do Norte juntamente com sua independência. Na
Abkházia seu conflito é referente à invasão de povos georgianos
católicos na sua região. Os abecazes reprimem os invasores e lutam
também pela formação de uma república independente. Um último
conflito entre Armênia e Azerbaijão pela posse da região Nagorno-
Para entender melhor assista: Hotel Ruanda – Filme lançado em
Karabakh, em 1992 a Armênia conquistou o território, mas os
2004 baseado em fatos reais. Sinopse: Em 1994 um conflito político
conflitos ainda prosseguem.
em Ruanda levou à morte de quase um milhão de pessoas em apenas
cem dias. Sem apoio dos demais países, os ruandenses tiveram que
buscar saídas em seu próprio cotidiano para sobreviver. Uma delas foi
oferecida por Paul Rusesabagina (Don Cheadle), que era gerente do
hotel Milles Collines, localizado na capital do país. Contando apenas
com sua coragem, Paul abrigou no hotel mais de 1200 pessoas
durante o conflito.

85
o) Congo
Uma disputa pelo poder colombiano envolve liberais, comunistas
e conservadores a lutarem. Em 1948 os liberais se aliaram aos
socialistas numa guerra civil contra os conservadores, mas em
1964 ex-combatentes liberais fundaram a camada FARC – Força
Armadas Revolucionárias da Colômbia - lutam pela
implementação do Marxismo na Colômbia, a partir de 1980 a
FARC iniciou uma série de sequestros de civis. A última reporta-
gem de resgate de prisioneiros foi da Íngrid Betancourt,
retirada do cativeiro em Julho de 2008.
s) Haiti

Disputa por recursos naturais e abriga aproximadamente 1 milhão


de refugiados tutsi de Ruanda.
p) Angola e Moçambique

O Haiti vive um problema social. O Exército Brasileiro realizou


uma magnífica missão imposta pela ONU de reestruturar o país,
onde 80% da população vive abaixo da linha da pobreza e as
Ambos viveram guerras de independência pós-guerra fria, a milícias e gangs disputam entre si um espaço para a
guerra civil na Angola durou aproximadamente 40 anos e 1 comercialização ilegal de drogas. Hoje a concentração das forças
milhão de pessoas morreram nos confrontos. Já Moçambique teve armadas estão focadas nas operações em Congo, na África.
sua guerra civil dura 20 anos e várias pessoas morrem por
CONCLUSÃO CONFLITOS
conflitos envolvendo minas de diamantes.
As principais zonas de conflito no mundo em 2009. As guerras do
q) Serra Leoa e Guiné
século XXI concentram-se principalmente em países da África, ou
Ásia Central e do Oriente Médio.

Teve início na Libéria e se expandiu para os dois países, suas


guerras são por rivalidades antigas que continuam existindo.
CONFLITOS NA AMÉRICA LATINA
r) Colômbia

86
UNIDADE 4 Guerras Mundiais
GEOPROCESSAMENTO
CAPÍTULO 26
Durante as duas grandes guerras mundiais, a cartografia novamente
foi fator importante nas decisões militares.
CARTOGRAFIA
CONCEITO
A Cartografia é a arte e a técnica de representar a superfície terrestre
por meio de mapas, cartas e plantas.
PLANETA TERRA
O planeta Terra tem formato de Geoide (uma esfera com duas
partes achatadas, sendo elas os polos norte e sul) e sua superfície
é irregular. No ponto mais elevado, a altitude atinge 8.850 metros
em relação ao nível do mar - na montanha do Everest -
Cordilheira do Himalaia, e o ponto mais fundo atinge batimetria
de 11.034 metros (11km) de profundidade - Fossa das Marianas
- Oceano Pacífico.
HISTÓRICO
Inscrições Rupestres

Fonte: Jornal Ciência, 2006.

Mapeamento com auxílio da tecnologia


A cartografia avança constantemente em diversos setores, tais como:
softwares (programas, ArcGIS, AutoCAD, QGis), hardwares (Satélites,
computadores, GPS Geodésico).
As Forças Armadas desenvolvem um papel fundamental para a
Fonte: Jornal Ciência, 2006. cartografia nacional, mapeando áreas de desmatamento na Amazônia
e também gerando cartas náuticas batimétricas.
A cartografia, por ser uma arte, se iniciou nas inscrições rupestres em
tempos remotos, cuja finalidade vem de conservar e memorizar
caminhos percorridos, pontos geográficos e informações sobre a
superfície.
Egito, Babilônia e Idade Média
Saiu das rochas e na Babilônia (Território atual do Iraque) ganhou
forma na madeira. Na Grécia, os mapas eram feitos em papel e já
possuíam informações de latitude e longitude. Na Idade Média, os
mapas eram influenciados pela Igreja, contendo Jerusalém, a
Cidade Santa, no centro do mapa obedecendo o formato de “T”
dentro de um “O” (OrbisTerrarum).

Fonte: Jornal Ciência, 2006.


Grandes Navegações

Fonte: ArcGIS – ESRI.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
As projeções são diferentes formas de se reproduzir a superfície
terrestre visando o mínimo de erro, conforme o local no planeta.

Fonte: Jornal Ciência, 2006.


No período das Grandes Navegações, desenvolver tecnologia náutica
replicava em desenvolver também a cartografia: bússola, astrolábio, .
Alguns continentes viviam a expansão marítima e a cartografia se
destacou revelando sua importância na precisão da informação.
Navegar é preciso!

87
Projeção Cilíndrica  Mapas náuticos e aeronáuticos;
 Regiões polares;
 Mostra apenas um hemisfério;
 Deformidade distante dos polos.

MAPAS DOS CONCURSOS ANTERIORES


As diferentes formas de se projetar o mundo foram cobradas em
concursos anteriores, a proposta é apresentar os modelos
levantados. Mercator, Peters, Goode, Aitoff, Anamorfoses, entre
outros.
Mercator

 Representa toda a Terra;  Para navegação do Séc. XVI;


 Precisão nas informações equatoriais;  Cilíndrica;
 Polos deformados.  Eurocêntrica;
Projeção Cônica  Projeção Conforme: não deforma o ângulo;
 Distorce a área;
 Polo deformado.
Peters

 Valoriza os países subdesenvolvidos;


 Projeção Equivalente: tamanho correto, ângulo distorcido;
 Latitudes intermediárias;  Cilíndrica.
 Paralelos circulares e meridianos radiais.
Goode
Projeção Azimutal ou Plana

 Ausência da massa d’água;


 Mapa mundi descontínuo.

88
Aitoff Sensoriamento Remoto
Sensores localizados em satélites emitem informações de
elementos da superfície terrestre por meio de energia refletida.
Gerando dados sobre o relevo podendo ser utilizados pela
Geologia, Meteorologia, Agricultura e outros.

 Américocêntrico;
 Formato elíptico.
Anamorfoses

Geoprocessamento
É a tecnologia responsável por elaborar mapas agrupando as
informações levantadas em um SIG (Sistema de Informação
Geográfico).
Georreferenciamento
Referenciar fotografias aéreas ou imagens de satélite com as devidas
coordenadas geográficas do local.
 Dados estatísticos;
 Envolve uma tema;
 Figura geométrica.
Visão do Mundo Soviético
Durante a Guerra-Fria, os mapas das duas potências estavam com
o foco na maior zona de tensão do hemisfério norte separando o
lado capitalista do lado socialista.

Visão do Mundo no Brasil em 1980


Um Brasil no centro do mapa, distante dos demais continentes,
mostrando apenas uma pequena parcela da África e do continente
Antártico.
Fonte: ArcGIS – ESRI.
Visão do Mundo pelos australianos
A visão australiana foge aos padrões conhecidos. Justamente pela
inversão do referencial, influenciada pelo mapa mundi de Hobo-Dyer.

CARTOGRAFIA NA ATUALIDADE
A tecnologia avançou muito na cartografia. Hoje, contamos com
satélites, GPS, computadores, programas (softwares), imagens
de alta resolução e uma infinidade de recursos para mapear.

89
UNIDADE 4
GEOPROCESSAMENTO
CAPÍTULO 27
ESCALA E ORIENTAÇÃO
CONCEITO
É o número de vezes que a realidade foi reduzida para caber
dentro de um mapa, planta ou carta.
Escala Numérica
Uma fração representando o número de vezes da redução.
Exemplo: 1:200.000 (Realidade reduzida 200mil vezes) | 1:5.000
(Realidade reduzida 5mil vezes).
Escala Gráfica
Linha gradual indicando a relação entre a distância real e a
distância no mapa.

MAPAS, CARTAS & PLANTAS


Mapa

Escala Grande Áreas maiores (macro): Continentes, Países, Estados, Regiões.

Grandes detalhes, número pequeno. Exemplo: 1.500.000

Exemplo: 1:10.000 Exemplo:

Escala Pequena
Pequenos detalhes, número grande.
Exemplo: 1:1.000.000
Escala Métricas
As unidades de medida são de extrema importância. Abaixo, veremos
a escala métrica que corresponde no progresso de mm a km. A
transformação de unidade é feita pela multiplicação e divisão.

Escala de medidas de Comprimento


Exemplo: 1km – 1.000m | 1m – 1.000mm
Cálculo de Medida
Nas questões de escala, três variáveis aparecem. A Distância Real
(D), a Escala Numérica (E) e a Distância no Mapa (d). Portanto,
calcula-se que a E = D / d. Desta forma, D = E x d. Cartas
Áreas intermediárias (meso): Municípios, Cidades

Exemplo: 1:50.000

Exemplo: d

PARALELOS & MERIDIANOS


Paralelos são linhas imaginárias na horizontal, também chamada
de Latitude. Varia do grau 0⁰ (Linha do Equador) atingindo valor
máximo de 90⁰ para norte e 90⁰ para sul. Divide o mundo em dois
hemisférios: Norte (Setentrional ou Boreal) e Sul (Austral ou
Meridional). Os Trópicos de Câncer e Capricórnio são medidas de
latitude. Trópico de Câncer no hemisfério norte, trópico de
capricórnio no hemisfério sul.
Meridianos são linhas imaginárias na vertical, também chamada
de Longitude. Varia do grau 0⁰ (Meridiano de Greenwich) atingindo
valor máximo de 180⁰ para leste e 180⁰ para oeste. Divide o
mundo em dois hemisférios: Leste (E) e Oeste (W). Em outras
palavras, Oriente e Ocidente.

90
Plantas
Áreas menores (micro), mais detalhes: Fazendas, condomínios,
chácaras, casas, vilas.
Exemplo: 1.5.000, 1:10.000

CURVAS DE NÍVEL
Um mapa hipsométrico revela as curvas de nível de um relevo.
As linhas são isométricas, todas elas – em seu segmento –
possuem os mesmos valores de altitude. Um perfil topográfico
pode ser representado desta forma:

MAPA TEMÁTICO
Uma gama de assuntos pode ser trabalhada por meio de mapas.
Relevo, vegetação, climas, geologia, economia, migrações, hidrografia
entre muitos outros. Elaborar mapas temáticos exige reforçar a
informação em destaque. Um mapa rodoviário, por exemplo, deve
destacar as rodovias, ter informações das estradas pavimentadas,
duplicadas, postos de combustível, restaurantes, hotéis etc.

91
FORMAS DE ORIENTAÇÃO Movimentos da Terra

Rosa dos Ventos Rotação: 360⁰ em torno de si mesma. Duração de 24h.

Indica os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste e os pontos


colaterais: Nordeste, Noroeste, Sudeste e Sudoeste.

Batimetria
Translação: 360⁰ em torno do Sol. Duração de 365 dias.
Para compreender o relevo subaquático, são realizados
levantamentos batimétricos, onde é possível ter noção da
profundidade local. A batimetria é a medição da profundidade dos
oceanos, lagos e rios e é expressa cartograficamente por curvas
batimétricas que unem pontos da mesma profundidade com
equidistâncias verticais, à semelhança das curvas de nível
topográfico, porém neste caso, não se trata de altura e sim
profundidade.

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente de ES


Orientação pelo Sol
Orientar-se pelo Sol é esticar o braço direito para o local onde oSol
nasce (Leste). Braço esquerdo aponta para Oeste. Nariz aponta para
o Norte e as costas para o Sul.

ESTAÇÕES DO ANO
A Terra se desloca em torno do Sol, sua iluminação se passa de
forma diferente e é notório que as estações do ano mudam
conforme o deslocamento da Terra. Compreendemos que a cada
3 meses a estação muda, trazendo suas características à tona.

92
SOLSTÍCIO E EQUINÓCIO

Verão e Inverno são estações opostas, marcadas pela entrada de


raios solares perpendiculares, momento conhecido como
Solstício.
Primavera e Outono são estações cuja intensidade solar se
apresenta de forma parecida na maior parte da Terra. Os raios
solares destas duas estações representam o Equinócio. Momento
que coincidem os vetores.

PERIÉLIO & AFÉLIO


O movimento de translação da Terra revela pontos na trajetória
(órbita) que o planeta se aproxima mais do Sol e se distancia dele
de acordo com o posicionamento na órbita elíptica. Ao se
aproximar do Sol, chamamos este fenômeno de periélio. Quando
a Terra está mais distante, o período é afélio.

93
UNIDADE 4
GEOPROCESSAMENTO
CAPÍTULO 28
FUSO HORÁRIO

DEFINIÇÃO

Durante o movimento de rotação, a Terra passa por diferentes


situações de iluminação, sombreando e clareando áreas. Fuso
horário são limites, como colunas de horários diferentes,
estabelecidos tendo como base o Meridiano de Greenwich (FUSO
ZERO). 180⁰ para Leste, 180⁰ para Oeste, até alcançar os fusos
+12 e -12 (FUSO SOBREPOSTO – Linha Internacional de Mudança
na data).
Um fuso equivale a 15⁰. Portanto, são 24 fusos distribuídos por
360⁰. Cada fuso corresponde a 1 hora. 1 hora possui 60 minutos.
1⁰ equivale a 4 minutos
Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram
estabelecidos por representantes de países em Washington em
1884. Nessa ocasião foi realizada uma divisão do mundo em 24
fusos horários distintos. O método utilizado para essa fração de
horários partiu do princípio de que são gastos, aproximadamente,
24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra
realize o movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de
seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto,
em uma hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através
da divisão da circunferência terrestre (360°) pelo tempo gasto O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas
para que seja realizado o movimento de rotação (24 h). atrasado em relação ao Meridiano de Greenwich e uma hora
adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso abrange
O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, apenas algumas ilhas oceânicas pertencentes ao Brasil, como
cujo centro é 0°. A hora determinada pelo fuso de Greenwich Fernando de Noronha e Penedos de São Pedro e São Paulo.
recebe o nome de GMT. A partir disso, são estabelecidos os outros O segundo fuso horário do país encontra-se três horas
limites de fusos horários. A Terra realiza seu movimento de atrasado em relação a Greenwich e abrange a maior parte do
rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio eixo, território nacional, com a totalidade das regiões Nordeste,
por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm Sudeste e Sul, além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins,
as horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial de Brasília.
meridiano inicial têm as horas atrasadas (-). O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em
relação a Greenwich e uma hora em relação ao horário de Brasília.
O Meridiano de Greenwich é o meridiano principal, uma vez que No horário de verão, essa diferença aumenta para duas horas,
esse é o ponto inicial ou referencial para a implantação dos fusos. em relação ao horário de Brasília, nos estados de Roraima,
A partir então do Meridiano de Greenwich, no sentido leste, a cada Rondônia e Amazonas(que não adotam esse horário especial) e
fuso adianta-se uma hora, e no sentido oeste, atrasa-se uma permanece igual no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (estados
hora. que adotam o horário de verão).
O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em
Fuso Horário no Brasil relação a Greenwich e duas horas em relação ao horário de
Brasília, aumentando para três horas durante o horário de verão.
O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ocidental, Abrange somente o estado do Acre e uma pequena parte oeste
possui o seu horário atrasado em relação ao meridiano do Amazonas. Esse fuso foi extinto no ano de 2008, onde a área
mencionado. Além disso, em razão de o país possuir uma ampla passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em setembro de 2013,
extensão, sua localização é dividida em quatro fusos horários, essa extinção foi revogada após aprovação em um referendo
cuja demarcação oficial (a hora legal). promulgado em 2010.

Atualmente, o Brasil possui 4 fusos: (-2 GMT) Ilhas Oceânicas,


(-3 GMT) Brasília, (-4 GMT) Manaus e (-5 GMT) Rio Branco.
 O primeiro fuso, destinado às ilhas oceânicas ficam a 2h do
Meridiano de Greenwich. Fernando de Noronha, São Pedro e São
Paulo, Atol das Rocas e a ilha da Trindade.
 O segundo fuso brasileiro está a 3h do Meridiano de Greenwich
e atinge os estados das regiões sul, sudeste, nordeste, além do
AP, PA GO e o DF.
 O terceiro fuso fica a 4h de Greenwich e abrange os estados do MS,
MT, RO,, AM e RR.
 O quarto fuso brasileiro abrange todo o estado do AC e 11 municípios
do AM conforme o mapa abaixo:

94
Horário de Verão

O horário de verão não é adotado por todos os estados do Brasil.


Tem finalidade de economizar energia durante a estação que leva
seu nome. Adianta-se 1h e o dia escurece mais tarde que o
comum.

Os estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul estão entre


as regiões que aderem o horário de verão. Alguns outros estados
do nordeste já aderiram o horário de verão, porém sem muita
regularidade.

95
UNIDADE 4
GEOPROCESSAMENTO Hemisférios
CAPÍTULO 29
SISTEMA DE COORDENADAS
GEOGRÁFICAS

SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS

Neste capítulo, teremos como conteúdo as noções básicas de


orientação através das Coordenadas Geográficas. Ultimamente,
tem sido cobrado com frequência dos candidatos aos concursos
das Forças
Armadas noções básicas de orientação e deslocamento, estejam
atentos.

ORIENTAÇÃO

As Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que cortam o Fonte: Google Imagens
planeta Terra nos sentidos horizontal e vertical, servindo para a
localização de qualquer ponto na superfície terrestre. A distância Os hemisférios são divididos em 4 unidades: Hemisfério Norte,
das coordenadas geográficas são medidas em graus, minutos e Sul, Leste e Oeste.
segundos. Um grau corresponde a 60 minutos, e um minuto Através da latitude e da longitude, é possível a localização de
corresponde a 60 segundos. qualquer ponto na superfície terrestre, por isso são conhecidas
Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas geográficas: como coordenadas geográficas. Observe o globo.
Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no sentido
horizontal, também conhecidas como paralelas. O círculo máximo
da esfera terrestre, na horizontal, é chamado de Equador. O
Equador corresponde à latitude 0°, dividindo o planeta em
hemisférios Norte e Sul. As latitudes variam de 0 a 90°, tanto ao
Norte quanto ao Sul.

Fonte: Google Imagens

As coordenadas geográficas das localidades assinaladas no Globo


Fonte: Google Imagens são:

A latitude, além de servir para localização geográfica, é uma LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE
variável importante para estudar os tipos de clima da Terra, pois A 60ºN 30ºL
a incidência de raios solares no planeta é maior nos lugares com B 40ºN 80ºO
latitudes menores, isto é, mais próximas à linha do Equador. C 10ºS 60ºO
Longitude: São as coordenadas geográficas que cortam a Terra D 20S 60ºL
no sentido vertical, também conhecidas como Meridianos. A E 20ºN 0º
distância das longitudes varia de 0° a 180°, nos sentidos Leste e
Oeste. Como padronização internacional, adotou-se o Meridiano
de Greenwich como ponto de partida, a longitude de 0°.

Fonte: Google Imagens

Assim, tal meridiano divide a Terra em Ocidental (a Oeste) e


Oriental (a leste). Foi a partir das longitudes que se criaram
os fusos horários. Todos os meridianos se encontram e se cruzam
nos polos Norte e Sul.

96

Potrebbero piacerti anche