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O DESAFIO DE FORMAR LEITORES NA ESCOLA

HOFFMEISTER, Daiana

SOBRENOME, Nome do orientador

RESUMO O presente estudo tem por objetivo apresentar um levantamento de


dados e análises, por meio de revisão bibliográfica, o qual aborda sobre os desafios
enfrentados no cotidiano, pelos educadores e escola, na formação efetiva de
leitores. Fazendo uma reflexão, com base em dados de pesquisa, sobre a sociedade
leitora de hoje e apontar o quanto formar um aluno leitor é relevante para a
construção de um adulto capaz e realizado tanto no pessoal quanto no profissional.
Apresenta a importância da família nesta construção ao incentivo a leitura, desde a
fase pré-leitor e no decorrer da infância e adolescência, Assim como também,
analisa a função do professor, da biblioteca escolar e escola frente aos desafios e
adversidades de abordar uma forma de ensino que cative o jovem leitor e o instigue
a adentrar o mundo da literatura. Desta forma é essencial o uso de novas
tecnologias como aliadas a uma nova forma de ensino. Buscando melhores práticas
e soluções para a formação de alunos leitores, esta pesquisa abordou diferentes
técnicas de ensino, que possam ser desenvolvidas na escola pelo corpo docente, de
forma a tornar a leitura agradável, leve e instigante.

Palavras-chave: Leitura. Formação do leitor. Contexto escolar.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, não só no campo da educação como no âmbito social, tem-se


uma preocupação com a falta de interesse dos jovens alunos pela aquisição do
hábito da leitura. Surgiu então, por parte do acadêmico em Licenciatura em Letras e
Literatura, a necessidade de pensar os motivos pelo quais os estudantes já não mais
desfrutam da literatura como uma atividade de lazer, o porquê de essa atividade ser
tão pouco valorizada no ambiente escolar e familiar, como podemos agir para ajudar
a romper com essa realidade e incentivar os nossos alunos a desfrutarem da prática
da leitura recreativa.
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Sendo assim, surgem os seguintes questionamentos: qual é o papel da


escola na formação de alunos leitores? Como o profissional de Letras pode
influenciar seus alunos a adquirirem o hábito da leitura? Este trabalho tem o objetivo
de analisar o papel da escola na formação de alunos leitores. Para isso, será
procedida a análise da questão da Literatura como disciplina em sua capacidade de
despertar hábitos de leitura nos alunos; Onde será abordado sobre a influência da
escola e dos professores no incentivo à leitura; Contextualizando sobre os
benefícios que a leitura traz para os educandos na vida escolar e em seu letramento.
Diante do contexto abordado, como a escola e a disciplina de literatura podem
favorecer a formação de leitores no contexto escolar?
Aventa-se a hipótese de que a escola é considerada um dos meios mais
importantes para se reter conhecimento e, sendo o professor a figura central nesse
ambiente, torna-se imprescindível que ambos propiciem aos estudantes a
possibilidade de desenvolver o hábito da leitura no ambiente escolar. Que o
professor goste e acredite naquilo que faz, mostrando na prática seus hábitos de
leitura e a importância de desenvolver essa habilidade em seus alunos.
Um dos principais benefícios da leitura para os jovens é proporcionar maior
desenvolvimento para a aprendizagem no geral. Os alunos que desenvolvem a
habilidade de leitura têm mais capacidade de concentração, são mais propensos a
desenvolver as habilidades de interpretação e de resolução de problemas na escola
e na vida cotidiana.
Literatura é um substantivo que abrange muito mais atividades do que ler. A
literatura abrange a leitura, a escrita, a contagem de histórias, etc. Martins e Ledo
assim definem o substantivo:
Literatura nada mais é do que uma combinação de palavras como uma
interação estética, cujos gêneros podem ser classificados em epopeia,
poema e teatro. Ao combinarem-se as palavras, alcançam-se novos
significados, (metáforas), sobre os quais o escritor acaba criando sua
própria realidade através da imaginação [...] literatura é invenção, e o autor
cultiva essa realidade imaginaria através de situações básicas da vida, sua
visão do mundo, seu talento e sua sensibilidade. (MARTINS e LEDO, 2001,
p.03).

Apesar da definição simples, a diversidade com que se apresenta a literatura


é vasta e variada, não sendo apenas identificada coma uma única variável:
Sobre assuntos específicos, diários de viagens, revistas, jornais, etc. Livros
de contos, romances, poesia, enciclopédias, dicionários, jornais, revistas
(infantis, em quadrinhos, de palavras cruzadas e outros jogos), livros de
consulta das diversas áreas do conhecimento, almanaques, revistas de
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literatura de cordel, textos gravados em áudio e em vídeo, entre outros.


Além dos materiais impressos que se pode adquirir no mercado, também
aqueles que são produzidos pelos alunos — produtos dos mais variados
projetos de estudo — podem compor o acervo da biblioteca escolar:
coletâneas de contos, trava-línguas, piadas, brincadeiras e jogos infantis,
livros de narrativas ficcionais, dossiês, etc. (BRASIL, 1998, p.61).

A literatura possui uma diversidade de tipos e formas, como notícias, poesias,


dramas, contos, novelas, etc., mesmo assim “A leitura não é socialmente valorizada,
em uma sociedade em que o livro não tem um lugar assegurado. Tanto é que 86%
dos não leitores nunca foram presenteados com livros na infância, enquanto no
universo dos considerados leitores esse índice cai para 48%.” (ILP, 2008, p13).
O desafio do professor e da escola é tornar a literatura tão atrativa aos alunos
quanto os inúmeros recursos tecnológicos para entretenimento disponíveis
atualmente no mercado.
O dеѕеnvоlvіmеntо dа реѕquіѕа terá соmо fundаmеntо o lеvаntаmеntо
bibliográfico, para isso, serão selecionadas qualitativamente аѕ оbrаѕ que forem
соnѕіdеrаdаѕ relevantes раrа a apresentação dо tеmа e раrа a explanação das
ideias pertinentes sobre o assunto.
Em seguida, será feita a lеіturа dа bіblіоgrаfіа соlеtаdа, buscando-se
ѕubѕídіоѕ раrа соmрrееndеr e арrоfundаr o tеmа, relacionando-o àѕ hірótеѕеѕ
іnісіаlmеntе еvосаdаѕ e ao рrоblеmа proposto, раrа então proceder-se à аnálіѕе dа
реrtіnênсіа dеѕѕеѕ dаdоѕ соm os оbjеtіvоѕ dо еѕtudо.

2. OS DESAFIOS E IMPORTÂNCIA DA ESCOLA E DO EDUCADOR NO


INCENTVO A LEITURA

Estimular a prática da leitura é um desafio para a escola e educadores. Em


pesquisa realizada, no ano de 2008, pela Câmara Brasileira do Livro, se evidenciou
dados insatisfatórios, constatando que apenas 30% dos indivíduos alfabetizados, no
Brasil, com mais de quatorze anos leram nos últimos três meses ao menos um livro.
O que é possível fazer para estimular os jovens a ler? Após tantas lutas históricas
para se usufruir o direito a leitura, do direito a informação, após o surgimento da
tecnologia, do radio, da televisão e posteriormente da tecnologia móvel e internet,
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onde tudo está ao alcance das pessoas, ainda assim se faz necessário fazer esse
resgate, pelo gosto a literatura, a leitura prazerosa, ao crescimento intelectual do
sujeito (Brito, 2010).
Ainda há nas escolas uma politica de educação tradicional, onde se segue
uma rotina de leituras constantes e desgastantes para a criança, seguidas de provas
e assim sucessivamente, tornando o hábito de ler mecânico e desinteressante, onde
não há uma formação crítica. Sendo que a escola ocupa um lugar de extrema
relevância no incentivo a leitura, se faz necessário pensar em novos projetos de
incentivo a leitura, para que a mesma se torne atrativa, onde professor e aluno
possam trabalhar em conjunto e de forma analítica, trazer neste contexto a atuação
da biblioteca escolar, onde os alunos possam descobrir um mundo cheio de
conhecimentos que vão aguçar sua curiosidade e imaginação. Estimular o incentivo
a leitura, principalmente nas series iniciais, é muito importante, pois além de mudar a
realidade de muitas pessoas contribui para a formação de cidadãos críticos,
conscientes, criativos e com domínio do conhecimento (Cordeiro, 2017).
Percebe-se que os métodos de ensino geralmente são voltados para ensinar
a criança a ler e escrever, apender a decifrar códigos e símbolos. No entanto não
cria leitores de fato. Para tal, não basta apenas ensinar uma criança a ler, mas sim
ensina-la a gostar de ler. Infelizmente a forma avaliativa de abordar a literatura, com
finalidade de requisito para preencher notas, acaba por tirar a beleza de magnificas
obras literárias e desta maneira forma alunos os quais tem grande dificuldade para
interpretar e elaborar textos, sendo assim, acabam sendo prejudicados em demais
áreas de ensino (Souza, Bernardino, 2011). “Textos didáticos são essenciais para a
formação das pessoas, mas não formam leitores. É preciso que concomitantemente
haja acesso à leitura de ficção, ao discurso poético, à leitura prazerosa e emotiva,
para que isso aconteça” (Azevedo, 2001, p.3 apud Fernandes, Paula, 2015, pag.
72).
O professor tem um papel de extrema importância na formação de leitores,
que vai além do ensinar a ler, pois é na escola que o aluno aprende a desenvolver
uma leitura crítica, a qual é construída a partir de debates em sala de aula e de
estimulo dos professores para que o mesmo se estabeleça. Incentivando para que
desta forma o hábito da leitura se estabeleça além da sala de aula e permaneça ao
longo da vida (Nunes, 2014).
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2.1. Breve história da literatura

Antes mesmo do surgimento do alfabeto o ser humano já se comunicava por


símbolos e signos, os quais representavam histórias. Anteriormente ao surgimento
da escrita, ou ainda quando a mesma não era acessível a todos, a contação de
histórias sempre foi uma constante na cultura do ser humano, sendo antigamente
vista de forma inferior, uma prática não aceita pela sociedade. No entanto a
contação de histórias, além de propagar e perpetuar a memória coletiva e cultural se
tornou popular, proporcionando entretenimento prazer a admiração das pessoas.
Com a propagação da escrita surgem também as histórias escritas, como relatos
históricos, histórias fictícias, e os contos infantis, sendo assim a contação de
histórias considerada a origem da literatura (Souza, Bernardino; 2011).
Desde a antiguidade o ser humano tem sua história com a escrita e a leitura,
com a decifração de signos. Os egípcios criaram o papiro, os quais usavam para a
escrita de seus manuscritos com hieróglifo, os romanos faziam uso de placas de
madeira enceradas, anteriormente ao descobrimento das Américas os maias e os
astecas já utilizavam de signos para escrever livros, os quais eram produzidos a
partir de um material macio, encontrado entre a casca de arvores e seus troncos,
folhas de palmeiras eram usadas pelos indianos e tijolos de barro pelos sumérios
(Brito, 2010).
O papel em si, mais próximo à forma que conhecemos atualmente, surgiu por
volta do século II na China, onde era produzido por uma mistura de materiais como
tecidos, fragmentos de linhas de pesca e córtex. O papel se torna um produto mais
acessível, aproximadamente no final da idade média, com a criação de inúmeras
fábricas, incluindo a Fabrica do Livro, as quais foram criadas após a invenção da
tipografia. Nesta época o uso do papel já se tornara indispensável, principalmente na
administração pública, e para a expansão literária. Houve um período durante a
Idade Média Alta, em que a igreja restringiu todo o saber da leitura e da escrita ao
clérigo, muitas obras foram censuradas e queimadas, durantes séculos se manteve
este regime de proibição literária, que foi perdendo força apenas por volta do século
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XI, abrindo desta forma caminho para a expansão do comercio e a criação de


escolas (Brito, 2010).
Por longos séculos com a popularização da escrita e da leitura a literatura foi
a grande base na contação de histórias, aprendizado e educação. No entanto com o
surgimento da televisão, cinema e posteriormente demais multimídias, o acesso às
histórias tornou-se mais amplo, tornando imprescindível o uso da imagem na
contação de histórias (Souza, Bernardino, 2011).

A criança e o adulto, o rico e o pobre, o sábio e o ignorante, todos, enfim,


ouvem com prazer as histórias – uma vez que essas histórias sejam
interessantes, tenham vida e possam cativar a atenção. A historia narrada,
lida, filmada ou dramatizada, circula em todos os meridianos, vive em todos
os climas, não existe povo algum que não se orgulhe de suas histórias, de
suas lendas e seus contos característicos (TAHAN, 1966, p.16 citado por
Souza, Bernardino, 2011, p. 237).

O ato de ler proporciona ao leitor experiências únicas, pois ao ler ele coloca
sua subjetividade, suas vivencias, seu dia a dia na interpretação crítica que faz ao
texto, tornando a leitura uma prática encantadora. A leitura propaga a cultura, a
historia de pessoas, povos e sociedades, sendo assim não apenas um ato solitário,
mas como parte de um grupo social, o qual o leitor compartilhara e promovera
conhecimento (Brito, 2010).

2.2. O incentivo a leitura no contexto familiar

Segundo estudos realizados por Witter (1997), a mãe deve estimular o


interesse da criança por histórias e posteriormente leitura desde cedo, inicialmente
contando histórias, de forma lúdica e pausadamente, intercalando a contação de
história e leitura, sempre com livros bem coloridos e ilustrados, os quais estimulem a
imaginação da criança. Ainda na fase pré-leitor incentivar a criança a participar da
contação de história, onde o adulto começa e assim vão intercalando
acontecimentos dentro da trama. Desta maneira, fazer com que a hora da leitura
seja um momento desejado, agradável e encantador para a criança.
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Wintter (1997) ainda aponta que o leitor deve compreender e buscar conhecer
a amplitude do interesse da criança, para que o processo tenha qualidade e
desperte interesse no ouvinte. O autor, com base em seus estudos, aponta um
tempo de poucos minutos para recém-nascidos, até vinte minutos para crianças que
tenham entre quatro e cinco anos e meia hora para crianças com mais idade, mas
que ainda estejam na fase da pré-leitura. Pedir a participação da criança na escolha
do tema da história também é um fator importante, permitindo também que a mesma
faça levantamentos e questionamentos no decorrer da narrativa, e inclusive “lendo”
para o adulto quando esta já tiver o conhecimento da história.
Debus e Domingues (2011) apontam ideia de que livro indicar para leitura a
uma criança permanecer como uma constante. Cecilia Meireles, que foi poetisa e
também professora, acreditava que cabe a criança, e não ao adulto, fazer esta
escolha, pois é a ela que esta leitura agradara ou não. No entanto não é uma prática
comum, pois decorrente de cada fase de crescimento na infância há determinados
tipos de literatura as quais vão formando o amadurecimento de cada leitor. Sendo os
livros um estimulo para a imaginação é essencial saber respeitar e adequar o livro
compatível ao estagio emocional e de desenvolvimento de cada criança. Com base
nessas características, foi descrito por Richard Bamberg cinco fases de leitura,
adequadas a cada idade do leitor.

 Dois a cinco ou seis anos – idade dos livros de gravura e dos versos
infantis, fase de integração pessoal;
 Cinco a oito ou nove anos – idade de conto de fada, leitura de
realismo mágico;
 Nove a doze anos – idade das histórias ambientais, leitura
relacionada a acontecimentos vivos;
 Doze a quatorze ou quinze anos – histórias de aventuras;
 Quatorze a dezessete anos – a fase da maturidade: o leitor estaria
desenvolvido esteticamente. (Debus, Domingues, 2011, pag. 98).

Alguns outros autores também escreveram e debateram sobre qual melhor


tipo de leitura para determinada faixa etária, no entanto uma inflexibilidade muito
acentuada acaba por desconsiderar a subjetividade de cada criança. Tudo deve ser
harmonizado sabendo-se que uma criança não deve receber informações além da
sua capacidade de entendimento, mas ao mesmo tempo saber dar espaço e
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respeitar sua individualidade dentro desses parâmetros é o mais adequado (Debus,


Domingues, 2011).

2.3. A biblioteca escolar

É fundamental, para o auxilio aos educadores e a formação de leitores, a


presença da biblioteca nas escolas. É na biblioteca que se encontram os materiais
indispensáveis e que iram dar suporte aos educadores para o desenvolvimento de
um ensino com qualidade (Cordeiro, 2017).
A Biblioteca escolar tem um papel relevante na formação de leitores,
principalmente nas series iniciais, onde as crianças estão sendo apresentadas ao
mundo da leitura, dos livros e para as histórias neles contidas. Por isso a biblioteca
deve fazer parte da escola, ser integrada a ela, desenvolvendo uma atuação
dinâmica e presente para com os alunos. Esse é o espaço onde professor e
bibliotecário estarão trabalhando em conjunto e ativamente para despertar o
interesse, a curiosidade e a criatividade dos discentes (Costa, 2013).
Costa (2013) define a biblioteca não apenas como sendo um espaço de
pesquisa, que dispões livros e artigos para consultas, mas um lugar que promove
cultura, possibilitando a evolução cognitiva do aluno, conhecimento, troca de
experiências e estimula o hábito da leitura. Participando de forma integrada ao plano
pedagógico, a biblioteca escolar ampara o professor na didática de aprendizagem e
da suporte para o aluno possibilitando o acesso a informação.
No entanto, infelizmente, a realidade em grande parte das escolas mostra o
espaço reservado à biblioteca afastado, mal iluminado, acomodações inadequadas e
desconfortáveis, livros mal cuidados e desatualizados, dispostos em prateleiras de
ferro. Ou seja, um espaço pequeno, sem vida, sem cor, sendo desta forma um
espaço não apropriado para leitura. Além dessas questões, na maioria das
instituições de ensino não há um bibliotecário especializado para atuar na biblioteca,
geralmente para tal função encontram-se professores realocados e/ou estagiários
(Debus, Domingues, 2011).
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Uma biblioteca da escola, bem organizada, com ambiente limpo e acolhedor,


com espaço para hora de jogos e dramatização, são essenciais para atrair a atenção
e o interesse dos alunos pelos livros e pela leitura. Assim como é importante no
contexto escolar, os educadores organizarem atividades que possam ascender essa
chama do interesse pela leitura, nos alunos. Atividades essas que podem ser, com
alunos de primeira a quarta série, o momento da leitura, onde além de ler o
educador possa também interpretar a fala dos personagens em um tom adequado,
que possa aguçar o imaginário das crianças; questiona-las se já viram um livro de
ficção, com ilustrações, onde viram, se alguém já leu para elas, o que as mesmas
acharam; fazer produção das histórias lidas por meio de fantoches, incentivando a
participação dos alunos na tarefa; fazer a utilização de jogos (Hillesheim, Costa,
2004).

2.4. Papel do Professor

O professor deve apresentar o livro ao aluno, mostrando-lhe a capa, o titulo,


as ilustrações, ano da publicação e não menos importante, o nome do autor e do
ilustrador, para que aos poucos a criança vá identificando seus gostos e
particularidades dentro do universo literário; propor como tarefa que a criança
elabore um título para o livro, por meio da ilustração da capa, bem como apresentar
capas e títulos separadamente para que a criança possa escolher e justificar a qual
capa determinado título pertence; solicitar que as crianças participem da narrativa,
ao contar uma história permitir que os alunos deem continuação a mesma, um por
um, desta forma além de estimular sua imaginação irá auxiliar no processo de
aprendizagem; sugestiona-se elaborar essas atividades em circulo, para que todos
participem e interajam com os demais colegas. (Debus, Domingues, 2011).
No entanto, um dos desafios encontrados pelas instituições de ensino, tem
sido a falta de obras literárias, essencialmente as infantis e juvenis, sendo que em
muitas vezes há escolas que sequer biblioteca ou sala de leitura dispõe para os
alunos. Segundo o Plano Nacional de Livro e Leitura, divulgou que em 2010
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somente cinquenta por cento dos livros haviam sido comprados (Pires, Matsuda,
2013).
Outro aspecto importante a ser analisado nas escolas é o conhecimento do
professor sobre a formação de leitores. Muitas vezes é necessário que o profissional
aprofunde seus conhecimentos sobre leitura e a construção de leitores para que
possa trazer para os seus alunos de forma leve e instigante a prática da leitura. A
realização de cursinhos e palestras com profissionais especializados, ao corpo
docente é relevante para expandir seus conhecimentos adequando a prática á
realidade de seus alunos (Nunes, 2014).
Debus e Domingues (2011) abordam em seu trabalho um método muito
relevante, que pode ser usado pelos educadores, que é técnica de saber contar
histórias. Uma história bem contada é capaz de cativar o público a ponto de instigar
o mesmo a buscar a leitura desta história. Sendo assim, esta é uma técnica de
importância a ser usada pelo professor no contexto escolar e que pode contribuir
imensamente para a formação do leitor.
O método de incentivo a leitura, Estética da Recepção, elaborado pelas
autoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, aponta uma abordagem a
qual se faz essencial o uso de obras literárias as quais abordem a realidade e
cultura do aluno leitor, para que assim ele possa de forma mais acessível,
compreender e entender o enredo e assim sendo desperte nele o interesse em ler.
Essa metodologia acredita na subjetividade de cada leitor, o qual ao ler elabora em
seu entendimento crítico, baseado nas suas experiências de vida, uma visão de
leitura diferente de outros alunos que iram ler o mesmo livro. Com base nesta
concepção, é possível elaborar um debate oral e uma troca de opiniões muito
importante para o crescimento do aluno, o qual se torna analítico, pensante e
observador (Pires, Matsuda, 2013).
O Método Recepcional é indicado pelas Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa, para que o professor possa trabalhar a leitura com seu corpo discente.
No entanto não há como desenvolver um trabalho de qualidade na rede de ensino
quando o número de exemplares do mesmo livro não é o suficiente sequer, para um
pequeno grupo de alunos, tornando desta forma um desafio ainda maior projetos
eficazes e com bons resultados (Pires, Matsuda, 2013).
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Além do trabalho na escola, interagir com projetos voltados a comunidade e a


família também é um papel dos educadores. Como, por exemplo, a participação e
idealização de feira de livros na escola e/ou município, sendo esta uma forma de
aproximar as famílias, idosos, crianças e jovens, ao mundo da literatura, a incentivar
as pessoas a enriquecer sua biblioteca pessoal. Pois a feira de livros é um espaço
onde é possível, de forma criativa, elaborar diversas atividades, como roda de
contação de historias, teatro, teatro de fantoches, além de aproximar as pessoas de
obras mais recentes, estimular sua curiosidade e possibilitar acesso a preços mais
acessíveis devido a descontos que as editoras oferecem a este modelo de projeto
(Nunes, 2014).

2.5. O leitor na sociedade atual e o uso das tecnologias

Hiromi e Gois (2016) abordam, em seu estudo, uma pesquisa realizada por
Retratos da Leitura do Brasil, onde apontam que em 2016 apenas trinta e seis por
cento das escolas possuem bibliotecas. Observando-se que a lei nº 12.244 (2010)
decreta que todas as instituições de ensino deverão ter uma biblioteca,
determinando prazo máximo para o mesmo até 2020, se pode concluir que ainda
estamos longe de tal objetivo. Sendo a biblioteca escolar o principal meio de acesso
gratuito a livros pelos alunos, vê-se ai um problema de extrema relevância a ser
discutido e trabalhado. Ainda nesta pesquisa, pode-se verificar que em 2016,
apenas cinquenta e seis por cento dos Brasileiros tinham o costume de ler, sendo
que oitenta e um por cento desses leitores tem a casa como lugar onde a leitura é
realizada, vinte e cinco por cento na escola, dezenove por cento em bibliotecas,
quinze por cento no trabalho e onze por cento no transporte público. Dos não
leitores, entre vinte e vinte e quatro por cento dos entrevistados se referiram á falta
de paciência e o “ler devagar” como principais desafios.
Em pesquisa realizada no IFRS - Câmpus Canoas, com alunos e servidores,
constatou-se que as preferências de atividades de lazer estavam na prática de
esportes, passar com família e amigos. Já, o mesmo artigo aponta outra pesquisa
realizada pela revista Retratos da Leitura no Brasil, de 2011, a “falta de tempo” como
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sendo o maior empecilho ao acesso a leitura, no entanto se pode perceber que não
seria exatamente a falta de tempo que impede o brasileiro do hábito de ler, mas sim
que esta prática não se encontra como uma de suas principais opções. Ao fazer o
comparativo dos dados da pesquisa realizada no IFRS, observa-se que sessenta e
seis por cento dos entrevistados veem a prática da leitura como meio de acesso ao
conhecimento enquanto apenas outros trinta por cento aponta como caráter de
entretenimento e prazer. Analisando-se que a população da pesquisa se encontra
em um campo universitário, é possível estabelecer, em grande parte, que a relação
de pessoas com elevado nível de estudo caracteriza a leitura como um meio de
acesso ao saber, ou seja, não necessariamente uma atividade de lazer (Melo,
Bertagnolli, 2013).
Melo e Bertagnolli (2013), abordam também em sua pesquisa a relação entre
tecnologia e leitura. Quanto ao acesso a internet para fins de leitura, quarenta por
cento dos entrevistados relataram o uso da leitura na rede com propósito de
pesquisa/estudo, quarenta e sete por cento fazem uso da internet para meio
recreativos, como acesso a redes sociais e treze por cento a trabalho. Novamente é
possível, por meio desta pesquisa, comparar a falta de tempo para ler em relação à
porcentagem de entrevistados a qual usa seu tempo livre para acesso a redes
sociais na internet. Assim como também, a leitura como forma de lazer sendo pouco
apontada no estudo, ou seja, é perceptível a discrepância entre o ato de ler e o leitor
em si, sendo ainda necessário muito investimento no incentivo a leitura, de forma a
vincular o estimulo a mesma as mídias tecnológicas.
Anteriormente, como forma de trabalho no incentivo a leitura a utilização do
livro impresso era algo imprescindível, No entanto com o passar dos anos e o
avançar da tecnologia é inevitável ignorar o uso da mesma no auxilio a metodologia
pedagógica como instrumento essencial para estimular e despertar o interesse dos
alunos.

Com a inserção das novas tecnologias de informação e comunicação,


surgiram desafios e oportunidades para a sua implantação no ambiente
escolar. A utilização das plataformas virtuais no processo de aprendizagem
evidenciou a capacidade de promover a edificação também das habilidades
de ler, escrever e interpretar textos, tendo como consequência impactos
marcantes nesses ambientes não somente no que diz respeito ao
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engrandecimento do sistema educacional, mas sobretudo no


desenvolvimento humano e cultural brasileiro que possui uma tradição
essencialmente oral (Silva, Junior, pag. 05, 2017).

A evolução da tecnologia é uma realidade que se tornou inevitável e ao


mesmo tempo essencial para agregar conhecimento. Levar esse conhecimento por
meio da tecnologia a sala de aula é de extrema relevância para preparar o aluno
para o futuro. Além de que a tecnologia também é um meio de auxiliar o professor,
facilitando o seu cotidiano, e a deixar as aulas mais interessantes e atraentes ao
aluno. Os dispositivos digitais possibilitam ao leitor acesso a documentos, dados
culturais e sociais, troca de experiência com outros leitores, um mundo de
oportunidades que sendo usado de forma consciente só tem a beneficiar o corpo
discente. Cabe ao professor direcionar os alunos, em sala de aula, a fazer uso de
forma correta, ensinando meios seguros e corretos de pesquisa, indicando bons
sites de leitura, etc.(Azevedo, Steyer, 2015).
Silva, Junior (2017, pag. 08) apontam o universo digital como facilitador de
novas experiências e possibilidade aos leitores virtuais.

No mundo cibernético, em que tudo se encontra conectado e a informação


tem circulação imediata e de maneira dinâmica e livre, o texto em formato
digital traz uma grande oferta na obtenção do saber, onde se tem um
desmesurado universo de informações armazenadas e disponíveis, e ainda
com uma enorme facilidade de acesso e que para os leitores, além desse
acesso facilitado, as tecnologias trazem a oportunidade de se encontrar de
maneira mais rápida, por exemplo, obras de outros países, de encontrar
documentos de ordem rara. A digitalização proporcionou que escritos
possam ser encontrados e lidos por qualquer pessoa que tenha interesse,
inclusive de qualquer lugar do mundo, sem depender de hora. A leitura não
pode ser impedida nem mesmo pela barreira linguística, uma vez que nesse
mundo cibernético podemos encontrar os mais variados programas de
tradução on-line.

Nunes (2014) aborda que todas as informações processadas no dia a dia são
armazenadas e organizadas na memória do leitor por meio de esquemas, gerando
assim conhecimento. Desta forma, é necessário o contato continuo do individuo com
o livro, para que o mesmo exerça de forma crítica suas opiniões a respeito da leitura
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e possa se tornar de fato um leitor. Por isso é importante o incentivo e o estimulo por
parte dos educadores e escola, para que o aluno mantenha esse contato com a
leitura, sendo está vista não como uma obrigação, mas sim como uma atividade
interessante e prazerosa.

3. METODOLOGIA

Este estudo foi desenvolvido por meio de реѕquіѕа com fundаmеntо e


lеvаntаmеntо bibliográfico, onde se selecionou qualitativamente оbrаѕ, as quais
foram соnѕіdеrаdаѕ relevantes раrа a apresentação e construção da atual pesquisa
e раrа a explanação das ideias pertinentes sobre o assunto.
Realizada a lеіturа dа bіblіоgrafіа соlеtаdа, buscou-se ѕubѕídіоѕ раrа
соmрrееndеr e арrоfundаr o tеmа, relacionando-o à hірótеѕеѕ іnісіаlmеntе
еvосаdаѕ e ao рrоblеmа proposto, onde consecutivamente foi realizado à аnálіѕе dа
реrtіnênсіа dеѕѕеѕ dаdоѕ соm os оbjеtіvоѕ dо еѕtudо.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da presente pesquisa, se pode analisar todas as adversidades e os


desafios que os educadores e as instituições de ensino precisam vencer para a
formação efetiva de leitores. E o quanto é importante ter dedicação e empenho
nessa tarefa, pois os obstáculos são inúmeros e variados.
Por exemplo, a tecnologia, ao mesmo tempo em que há inúmeros benefícios,
tanto para auxílio às tarefas pedagógicas, quanto ao estimulo e incentivo ao jovem
leitor, a mesma muitas vezes é um desafio para diversos profissionais que ainda
usam dos métodos tradicionais para ensinar. A tecnologia é uma realidade para
todos e vê-la como aliada trás benefícios para a escola, professores e alunos.
A evolução é uma constante nos dias atuais e deve fazer parte da vida
profissional dos educadores, os quais devem sempre estar aptos para buscar novas
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técnicas e acompanhar a realidade social de seus alunos e se aperfeiçoar cada vez


mais, pois trazendo seus conhecimentos para a sala de aula pode contribuir para a
mudança da vida de muitas crianças e jovens.
A leitura é essencial a todos, é por meio dela que se adquire conhecimento
social, cultural, histórico. Ela é a base para todo o aprendizado, para o crescimento
pessoal e profissional. O empenho e esforço do educador tem grande papel para a
formação de leitores e assim para o crescimento do ser humano. Mesmo com
muitos desafios a serem enfrentados, ser educador é uma profissão nobre e que
exige amor e dedicação.
Por meio deste estudo, observa-se que a formação efetiva de um leitor se da
pelo trabalho em conjunto, do professor, da escola, famílias e também do
estado/município. Pois ao mesmo tempo em que o educador deve estar se
atualizando e adquirindo novos conhecimentos, ele necessita de suporte, a escola
precisa de uma biblioteca com livros e espaço adequados e para isso precisa de
apoio do governo.

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