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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

21/01/2019

Número: 1013928-88.2018.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM
Órgão julgador: 2ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 17/07/2018
Valor da causa: R$ 100.000,00
Assuntos: Financiamento Público da Educação e/ou Pesquisa
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FERNANDA RENATTA DA SILVA DE FREITAS (AUTOR) SAULO RODRIGUES MENDES (ADVOGADO)
UNIÃO FEDERAL (RÉU)
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA
EDUCACAO (RÉU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
95994 27/08/2018 12:24 FNDE - rendimento insatisfatorio - Resolução 15- Contestação
88 2011-MEC, 1013928-88.2018.4.01.3400
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL – 1ª REGIÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZA (A) FEDERAL DA 2ª VARA DA


SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Processo n.º: 1013928-88.2018.4.01.3400

O FUNDO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE,


autarquia federal, por intermédio do Procurador Federal que abaixo subscreve, mandato ex lege,
dirige-se respeitosamente a Vossa Excelência, para apresentar

CONTESTAÇÃO

à ação ordinária ajuizada pela parte autora, consoante as razões de fato e de direito a seguir
aduzidas.

1. DOS FATOS

Trata-se de ação ordinária ajuizada por FERNANDA RENATTA DA SILVA


DE FREITAS em face do FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
(FNDE) e da UNIÃO FEDERAL, com pedido de tutela de urgência, na qual pede a suspensão
da eficácia do art. 23, I, da Portaria nº 15, de 2011, do MEC, e, incidentalmente, a declaração
de inconstitucionalidade desse ato regulamentar, sustentando a impossibilidade de
cancelamento do contrato de financiamento por rendimento insatisfatório.

O pedido de tutela de urgência foi indeferido pelo Juízo.

O FNDE foi citado para apresentar contestação nos autos.

SAS – Setor de Autarquias Sul, Quadra 03, Lote 5/6, Edifício Multi Brasil Corporate, 4º andar, Brasília - DF

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2. DA IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Prevê o art. 100 do Novo Código de Processo Civil que a impugnação à


Justiça Gratuita se dará no corpo da contestação, apontando que “Deferido o pedido, a parte
contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso
ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples,
a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem
suspensão de seu curso. ”

No Novo Código de Processo Civil, a gratuidade total deve ser medida


extrema, cabível apenas àqueles que não possuam qualquer condição financeira, uma vez que
os parágrafos 5º e 6º da legislação previram o desconto e parcelamento nas custas:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

§ 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os


atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas
processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

§ 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de


despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do
procedimento.

No caso dos autos, a autora sequer demonstra a impossibilidade de


pagamento das custas, não apresentando qualquer informação de renda que justifique o
deferimento da gratuidade.

Não se pode banalizar o instituto da AJG, reservado, como dito, para o justo
atendimento daqueles que efetivamente necessitam de amparo, em função do desprovimento
de recursos próprios para fazer frente às despesas processuais, realmente sem o prejuízo do
sustento próprio e dos seus familiares.

Diante dessas considerações, requer o indeferimento do benefício da


assistência judiciária requerido, uma vez que não há evidências de que a parte autora não
tenha recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios.

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3. PRELIMINAR – DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

O Novo Código de Processo Civil tratou especificamente do valor da causa


em seus artigos 291 a 293, além de inúmeras outras menções ao longo do diploma processual.

Dentre as principais alterações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil


acerca do valor da causa, destaca-se a sua impugnação como preliminar da contestação, e
não mais por meio de petição autônoma, como previa o CPC/73.

Eis o teor do artigo 293, do Novo Código de Processo Civil, verbis: (g.n.)

Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor


atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a
respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.

Além de ser um dos requisitos essenciais da petição inicial (art. 319, V,


CPC/15), o valor da causa possui grande relevância no ordenamento jurídico-processual
brasileiro. Ele é utilizado, por exemplo, para a fixação de competências; para o recolhimento de
taxas judiciárias; para a fixação de honorários sucumbenciais; para o depósito prévio nas
ações rescisórias; para aplicação das multas processuais; dentre várias outras questões.

Por essa razão, o valor da causa deve ser fixado de forma correta,
compatível com as determinações legais e entendimentos jurisprudenciais, não se admitindo a
sua estipulação em valores manifestamente excessivos ou irrisórios.

No caso dos autos, o autor atribuiu à causa o valor de R$ 100.000,00,


conforme mencionado na inicial.

No entanto, verifica-se, sem maiores dificuldades, que este valor não está
em sintonia com os critérios objetivos insertos no artigo 292, do CPC/15, mostrando-se, em
verdade, manifestamente excessivo.

No presente caso, busca-se a condenação do ente público “para determinar


aos réus à obrigação de fazer, no sentido de suspender os efeitos do ARTIGO 23, I, DA
PORTARIA Nº 15/2011 EDITADA PELO MEC”.

A pretensão autoral adequa-se à hipótese inserta no inciso II do artigo 292


do CPC/15, segundo o qual, verbis:

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Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e


será:
(...)
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do
ato ou o de sua parte controvertida;

Veja-se que, para a hipótese dos autos, o critério estabelecido pela lei é
objetivo, não sendo possível a sua desconsideração ou desprezo. Se o valor da causa
estipulado pela lei deve corresponder ao valor do ato jurídico impugnado, no caso em análise
ele deve ser fixado em R$ 1.000,00, apenas para fins de alçada, porque o ato administrativo
impugnado não possui expressão econômica.

Como dito, a correta indicação do valor da causa é requisito da petição


inicial: arts. 292 e 319, inc. V, do CPC. Apurada tal irregularidade, não suprida oportunamente,
o processo deve ser extinto sem resolução de mérito, segundo reiterada jurisprudência.

Diante disso, o FNDE impugna o valor da causa indicado pelo autor, o qual
deve ser intimado para corrigi-lo, sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito, nos
termos dos artigos 321, parágrafo único, e 485, inc. IV, ambos do CPC/2015.

4. DO MÉRITO
4.1 CANCELAMENTO DO CONTRATO POR RENDIMENTO INSATISFATÓRIO
DO ALUNO

Trata-se de ação de obrigação de fazer em que se pleiteia a continuidade


de contrato de FIES sem a exigência do aproveitamento acadêmico mínimo – 75%.

Conforme informações fornecidas pela área técnica do FNDE (Subsídio


Técnico - SIMEC nº 16357/2018/DIGEF/FND – em anexo), a parte autora não tem direito de
aditar o seu contrato com o FIES porque houve reincidência da não obtenção de
aproveitamento acadêmico satisfatório por parte do aluno (circunstância prevista em atos
normativos e no próprio contrato assinado entre as partes):

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Portanto, o pedido autoral de manutenção do contrato de financiamento não


merece prosperar.

4.2 POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL: MOTIVAÇÃO SOCIAL DO CRITÉRIO


NORMATIVO.

Independente da portaria acima mencionada, que permite a manutenção do


financiamento acadêmico, ainda que com baixo aproveitamento, cumpre mencionar o contexto
da política pública que aqui se faz presente e o critério utilizado para tal restrição.

Ora, a exigência de aproveitamento acadêmico mínimo, e,


simultaneamente, a regra de que não é possível a autorização de manutenção do
financiamento, ressalvada algumas hipóteses, pela CPSA, reflete uma estratégia
orçamentária, de distribuição equânime dos recursos do Fundo, que reforça o acesso
igualitário e universal do ensino superior, e uma estratégia pedagógica, de imposição de
qualidade de ensino às instituições educacionais e de formação profissional satisfatória, a
qual permita o aperfeiçoamento e promova a inserção da estudante no mercado de trabalho.
Advém, portanto, de uma atuação decisória consequencialista de quem pensa a política
pública educacional.

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Nesse sentido, realça mencionar pesquisa realizada pelo IPEA que


constatou, em 2006, a estimativa para a mensalidade média da educação superior privada no
país era de R$ 425,00, o que projeta uma anuidade de R$ 5.100,00 (sem contar taxas extras
e/ou de matrícula), em valores correntes, por aluno. Esse mesmo centro de pesquisas afirmou,
ainda, em pesquisa que comparava o ensino superior de diferentes países, que a primeira
recomendação para o Brasil é que se busque, de forma persistente e incessante, elevar
a eficiência do gasto por aluno no setor de educação superior pública [1]. Assim, em se
tratando de recursos públicos a financiar a educação superior, há que se observar também a
eficiência do gasto por aluno, tendo em vista que a finitude dos recursos exige dos gestores
sua execução ciosa e eficaz.

Nesse contexto, não é incoerente ou ilógica a adoção de critérios objetivos


em torno de programas prestacionais, cujo impacto nos recursos públicos é amplo. Assim, a
opção do gestor público ao estabelecer condições mínimas de adesão contratual ao FIES,
também por parte da estudante, e de traçar atribuições específicas à CPSA, corrobora esta
atuação gerencial que consegue perceber a natureza do programa como continuativa,
prestacional e plurilateral, ou seja, a relação que envolve os agentes e os estudantes
beneficiados é duradoura, voltada para o futuro e o seu objeto é (ou está) indivisível, em um
Fundo público.

4.3 BOA-FÉ CONTRATUAL: CONHECIMENTO DAS DISPOSIÇÕES E ADESÃO


DO ESTUDANTE

Demais disso, como parte da boa-fé contratual cumpre ao estudante o


dever de seguir as regras do ajuste firmado e, nesse contexto, verifica-se que o contrato é
claro ao prever que se trata de contrato de financiamento condicionado ao rendimento
acadêmico mínimo, o que, frise-se, não é abusivo, nem antissocial. Têm-se, no presente caso,
previsões contratuais que são verdadeiros atos jurídicos perfeitos e que, portanto, devem ser
analisadas à luz da própria convenção estabelecida e respeitadas por ambas às partes.

Como visto, as decisões sobre políticas públicas, por serem questões em


que se lida com recursos coletivos escassos, devem levar em consideração as
consequências econômicas, políticas, sociais e orçamentárias. “Embora o conflito apareça, no
mais das vezes, na forma individual, os efeitos das decisões serão, em grande medida,
coletivos, o que supõe considerações de ordem distributiva”. Nesse sentido, o orçamento,
quando destina verbas para a educação tem por finalidade atender à parcela mais

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necessitada da população, e, sob essa mesma lógica, programas como o FIES adotam
critérios alocativos e procedimentais, com vistas a garantir de forma isonômica o acesso. “O
interesse visado é sempre coletivo: o público alvo da aplicação do orçamento é sempre a
coletividade” [3].

De outra banda, não se pode olvidar que o ajuste em tela deve atender ao
princípio da função social do contrato e, nesse aspecto, é patenteado pela melhor doutrina
que os interesses individuais devem ser exercidos em conformidade com os interesses sociais.
Não pode haver conflito entre eles, pois os interesses sociais devem prevalecer, haja vista que
a função exclusivamente individual é incompatível com o Estado social encampado pela Carta
da República.

O contrato da parte autora prevê o impedimento da continuidade do


contrato por falta de desempenho acadêmico, conforme demonstrado acima.

Ademais, a jurisprudência dos Tribunais Regionais Federais tem


referendado a aplicação da Portaria Normativa nº 15 e, por consequência, a validade da
exigência do aproveitamento acadêmico mínimo, razão pela qual não se sustenta a alegação
de ilegalidade ou inconstitucionalidade do referido ato. Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE


DO ENSINO SUPERIOR (FIES). LEGITIMIDADE PASSIVA DA CEF.
APROVEITAMENTO ACADÊMICO INFERIOR A 75% NO ÚLTIMO PERÍODO
LETIVO. ENCERRAMENTO DO FINANCIAMENTO. MOTIVO DE DOENÇA NÃO
COMPROVADO.
1. Devem ser rejeitadas as preliminares argüidas pela agravante, uma vez que a
CEF, na condição de agente operador e administradora dos ativos e passivos do
FIES, é a única parte legítima para figurar no pólo passivo da lide em que se discute
o cumprimento de contrato de crédito educativo; a União, por sua vez, é parte alheia
ao contrato de financiamento estudantil - FIES, sendo responsável apenas pela
formulação da política nacional da oferta de financiamento, a teor do art. 3º, da Lei
nº 10.260/2001, sendo desnecessária a sua intervenção na lide como litisconsorte
necessária.
2. O Contrato de Abertura de Crédito para Financiamento Estudantil –FIES
estabelece, em sua cláusula décima terceira, parágrafo segundo, letra “b”, que
acarreta o encerramento do contrato o aproveitamento acadêmico inferior a 75%
(setenta e cinco por cento), no último período letivo.
3. No que se refere ao fundamento utilizado na decisão recorrida no sentido de que
o agravado estaria em tratamento médico psiquiátrico desde o segundo semestre do
ano de 2009, o que teria ocasionado as reprovações, verifica-se que o atestado
médico colacionado aos autos não comprova tal situação, tendo em vista não ser
contemporâneo aos fatos, sendo datado de 22 de julho de 2010, conforme alegado
pela CEF. Ademais, os comprovantes de requerimento de segunda chamada da
Secretaria da Universidade Potiguar fazem referência apenas ao “motivo de
doença”, não constando a que doença se referem, nem trazendo prova da
enfermidade.
4. Agravo de instrumento provido.
(TRF-5ª Região, Agravo de Instrumento n° 110280 RN, Relator Desembargador

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Federal FREDERICO AZEVEDO, Primeira Turma Especializada, DJE 14/10/2011)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FIES. APROVEITAMENTO


INFERIOR A 75%. CONTINUAÇÃO DO FINANCIAMENTO. POSSIBILIDADE.
PORTARIA NORMATIVA Nº 15 DO MEC. INAPLICABILIDADE. CONTRATO
FIRMADO EM DATA ANTERIOR. DECISÃO NÃO TERATOLÓGICA.
1. A agravada firmou contrato de abertura de crédito para o FIES em março de
2011, época em que não havia qualquer limite quantitativo relacionado à
possibilidade de autorização da continuidade de financiamento pela CPSA para os
alunos com aproveitamento inferior a 75% (setenta e cinco por cento). O parágrafo
terceiro da cláusula décima oitava do instrumento contratual pactuado destaca que,
nos casos de aproveitamento inferior ao acima referido, "a CSPA da IES poderá, em
caráter excepcional e mediante registro de justificativa no DRM, autorizar a
continuidade do financiamento".
2. Esta Corte tem deliberado que apenas em casos de decisão teratológica, com
abuso de poder ou em flagrante descompasso com a Constituição, a lei ou com a
orientação consolidada de Tribunal Superior ou deste tribunal justificaria sua
reforma pelo órgão ad quem, em agravo de instrumento, sendo certo que o
pronunciamento judicial impugnado não se encontra inserido nessas exceções.
3. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.
(TRF-2ª Região, Agravo de Instrumento n° 2013.02.01.003328-4, Relator
Desembargador Federal JOSÉ ANTONIO NEIVA, Sétima Turma Especializada,
EDJF2R 04/06/2013)

Por oportuno, se faz reafirmar que o FNDE não possui qualquer tipo de
ingerência no que diz respeito às funções atribuídas à CPSA. Pois, cabe apenas a essa
Comissão autorizar a manutenção dos contratos de financiamento estudantil, sobretudo
quando presente a causa justificadora mencionada, de impedimento da continuidade
contratual.

5. DO PEDIDO

Em virtude do exposto, requer a autarquia:

a) o indeferimento da justiça gratuita;


b) o acolhimento da impugnação ao valor da causa; e
c) a improcedência do pedido e condenação da parte autora no ônus da
sucumbência.
Protesta ainda provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.

Termos em que se pede deferimento.

Brasília/DF, 27 de agosto de 2018.

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MATEUS FERREIRA ROSA


Procurador Federal

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