Sei sulla pagina 1di 78

Denise de Mesquita Corrêa

ESPECIALIZAÇÃO
PROEJA

INTRODUÇÃO
A EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA E
AVEA

2014
C824i Corrêa, Denise Mesquita
Introdução à educação a distância e AVEA /
Denise Mesquita Corrêa. 2. ed. -- Florianópolis : IFSC, 2014.
74 p. : il. ; 28 cm

Inclui Bibliografia.
ISBN: 978-85-64426-96-2

1. Educação a distância. 2. Ambiente virtual de ensino


e aprendizagem. I. Título.

CDD: 371.3

Catalogado por: Laura da Rosa Bourscheid CRB14/983

2014, Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC

Edição adaptada ao novo projeto gráfico e instrucional do


Departamento de Educação a Distância - EaD - IFSC.

Esta obra está licenciada nos termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual
4.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
CENTRO DE REFERÊNCIA EM FORMAÇÃO E EAD

Ficha Técnica e Institucional Créditos do Livro


[ Conteúdo ]
[ Reitoria ] Denise de Mesquita Corrêa
Maria Clara Kaschny Schneider
[ Design Gráfico ]
[ Pró-Reitoria de Ensino ] Airton Jordani Jardim Filho
Daniela de Carvalho Carrelas Felipe Augusto Franke

[ Diretoria do Centro de Referência em Formação e EaD ] [ Design Instrucional ]


Gislene Miotto Catolino Raymundo Verônica Cúrcio

[ Chefia do Departamento de Educação a Distância - EaD/IFSC ] [ Capa e Editoração Eletrônica ]


Carlos Alberto da Silva Mello Airton Jordani Jardim Filho
Felipe Augusto Franke
[ Coordenação do PROEJA ]
Elenita Eliete de Lima Ramos [ Revisão Gramatical ]
Sandra Beatriz Koelling
[ Coordenação do Curso de Especialização em PROEJA ]
Paula Alves de Aguiar [ Fotografias e Tratamento de imagens ]
Felipe Augusto Franke
[ Coordenação Adjunta do Curso de Especialização em PROEJA ]
Anderson Carlos Santos de Abreu [ Imagens ]
Stock.XCHNG
[ Coordenação de Tutoria ] <http://www.sxc.hu/>
Gabriela Augusta da Silva Freepik
< http://www.freepik.com>
[ Coordenação - Produção de Materiais Didáticos - EaD/IFSC ]
Ana Karina Corrêa

[ Projeto Gráfico e Instrucional - Livros didáticos - EaD/IFSC ]


Aline Pimentel
Carla Peres Souza
Daniela Viviani
Elisa Conceição da Silva Rosa
Sabrina Bleicher
Prezado estudante,
Seja bem-vindo!
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), preocupado em
transpor distâncias físicas e geográficas, percebe e trata a
Educação a Distância como uma possibilidade de inclusão. No
IFSC são oferecidos diferentes cursos na modalidade a distância,
ampliando o acesso de estudantes catarinenses, como de
outros estados brasileiros, à educação em todos os seus níveis,
possibilitando a disseminação do conhecimento por meio de seus
câmpus e polos de apoio presencial conveniados.

Os materiais didáticos desenvolvidos para a EaD foram pensados


para que você, caro aluno, consiga acompanhar seu curso
contando com recursos de apoio a seus estudos, tais como
videoaulas, ambiente virtual de ensino aprendizagem e livro
didático. A intenção dos projetos gráfico e instrucional é manter
uma identidade única, inovadora, em consonância com os avanços
tecnológicos atuais, integrando os vários meios disponibilizados e
revelando a intencionalidade da instituição.

Bom estudo e sucesso!

Equipe de Produção dos Projetos Gráfico e Instrucional


Departamento EaD/IFSC
Introdução à Educação a Distância e
Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem

Sumário

1. Orientação e prática de Educação a Distância 07


2. Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem 25
3. Panorama da Educação a Distância 47
Considerações Finais 71
Sobre a autora 72
Referências 73
A unidade curricular de
Introdução à Educação a
Distância e Ambiente Virtual
de Ensino e Aprendizagem
Prezado(a) aluno(a)

Seja muito bem-vindo à unidade curricular de “Introdução à


Educação a Distância e Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem”.
Este material traz orientações sobre as premissas da Educação
a Distância e a utilização do Ambiente Virtual de Ensino e
Aprendizagem (AVEA).
Nesta unidade curricular, você terá acesso as ferramentas
computacionais e virtuais disponíveis no Ambiente Virtual de Ensino
e Aprendizagem do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). A
proposta é estimular o uso delas no processo de interação entre
professores, tutores e alunos dentro do cenário educativo. Lembre-
se de que o processo de interação entre os vários integrantes do
curso é importante para o bom desenvolvimento da aprendizagem.
Desta forma, contamos com a sua efetiva participação nessa
unidade curricular. Bons estudos!

Bom estudo!

Denise de Mesquita Corrêa


INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E AVEA UNIDADE 1

Denise de Mesquita Corrêa

Orientação
e prática da
Educação a
Distância
Nesta unidade, você vai se familiarizar com os pressupostos básicos
da Educação a Distância e tomar conhecimento sobre o papel
desempenhado pelo aluno nessa modalidade de ensino. A ideia é
ressaltar o processo de orientação, prática de Educação a Distância e
conhecer suas especificidades para que você possa interagir melhor
no ambiente virtual. Desta forma, essa unidade está dividida em duas
partes: primeiramente, será apresentado o ambiente virtual do IFSC; em
seguida, será ressaltado o papel do aluno na Educação a Distância.
Orientação e prática de
Educação a Distância
A partir de agora, você, como aluno da modalidade de Educação a
Distância, vai se inserir no contexto virtual de aprendizagem através
da leitura de textos e atividades práticas.  O foco, neste momento,
é assegurar seu entendimento sobre o funcionamento do curso de
forma que você tenha uma visão de como a unidade curricular está
estruturada e das suas possibilidades de interação.

A educação tem passado, nos últimos anos, por uma série de


transformações em função da inserção da tecnologia no contexto
da sala de aula, especialmente, no que tange à estrutura dos
cursos de Educação a Distância. Sob o ponto de vista didático,
observou-se uma nova postura do docente bem como do aluno
que se integra a essa modalidade de ensino e aprendizagem em
função de rearticulações nas práticas pedagógicas. Essas novas
concepções estão ancoradas na transformação da sociedade
que tem incorporado cada vez mais a tecnologia no seu dia a dia.
Observe na sequência, alguns dispositivos tecnológicos que estão
integrados ao nosso cotidiano e que certamente já fazem parte da
sua rotina enquanto integrante da sociedade contemporânea.
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 9

Figura – Dispositivos tecnológicos da sociedade contemporânea

As ilustrações mostradas na figura tais como: câmera, computador,


telefone celular, entre outros, são ícones da sociedade atual e
integram não somente a nossa rotina diária, mas também o nosso
contexto escolar. A inserção dos novos dispositivos tecnológicos
no âmbito educacional permite avanços em concepções e práticas
pedagógicas, pois tanto o professor quanto o aluno podem
dinamizar suas respectivas participações com a utilização de
dispositivos tais como tela interativa, projetor de vídeo, computador
portátil, leitor de áudio digital, entre outros. Não utilizar esses
componentes em sala de aula significa isolar o contexto escolar
da realidade externa e desmotivar a participação dos alunos, que
transitam constantemente pela esfera digital.

Observa-se, nesse contexto, a necessidade premente de buscar a


harmonia entre os novos paradigmas educacionais,que articulam uma
educação multidimensional, com uma abordagem mais em sintonia
com o momento atual. Conforme Neves (2005, p. 134) salienta:

(a) escola contemporânea deve ser um espaço de aprender


a aprender; de criação de ambientes que favoreçam o
conhecimento multidimensional, interdisciplinar; um local
de trabalho cooperativo/solidário, crítico, criativo, aberto
à pluralidade cultural, ao aperfeiçoamento constante e
comprometido com o ambiente físico e social em que
estamos inseridos.

Na perspectiva da escola contemporânea, todo profissional


que migra para a modalidade de Educação a Distância deveria
necessariamente passar por um período de adequação que incluísse
a formação continuada em função da complexidade de fatores que
permeiam a EaD. Destaca-se, entre esses fatores, a questão dos
processos comunicativos entre os participantes e as ferramentas
disponibilizadas para as interações. Não obstante a isso, o papel
da formação continuada é de servir como ponto de partida para
que o docente possa refletir sobre sua prática e, posteriormente,
articular os saberes na construção do seu caminhar pedagógico.

Você deve estar se perguntando: como se preparar para atuar neste


contexto onde a tecnologia é incorporada ao fazer pedagógico?
Deste modo, essa unidade,sobre orientação e prática de Educação
a Distância, irá preparar você para o atendimento às demandas que
surgirão ao longo do curso. 

1.1 Estruturação da disciplina


INCLUSÃO DIGITAL Esta disciplina foi planejada para oferecer a você uma visão clara
[GLOSSÁRIO] de como funciona um curso a distância e dessa forma, assegurar
é um termo frequentemente utilizado a sua plena participação nas atividades. Neste momento de
para designar a possibilidade de acesso inclusão digital, prepare-se para fazer parte ativa do processo de
a todos os integrantes da sociedade ensino e aprendizagem, visto que, em cursos dessa modalidade, a
às Tecnologias de Informação e participação dos alunos é um dos pré-requisitos para o sucesso.
Comunicação (TICs) bem como o
conhecimento sobre o uso delas. No contexto virtual, é comum utilizar-se o termo letramento digital que
Esse processo de inclusão se revela
se refere, entre outras coisas, às habilidades de leitura e a produção
na democratização do acesso às
tecnologias com o propósito de de textos utilizando ferramentas a partir das novas tecnologias
melhorar as condições de vida para digitais. Adiciona-se ao contexto do letramento digital, a habilidade
todos seja para desenvolver tarefas de saber selecionar informações pertinentes e se tornar um leitor
simples como enviar um e-mail ou mais crítico, de modo a responder às demandas sociais da era digital.
para a produção de vídeos com alta Rosa (2013, p.17) define letramento digital como sendo “a condição
tecnologia. que permite ao sujeito usufruir das tecnologias de informação e de
comunicação para atender às necessidades do seu meio social e se
desenvolver autonomamente na sociedade da informação.”

A fim de melhor compreender o contexto do aluno na modalidade de


Educação a Distância, aconselha-se que você esteja familiarizado
com algumas orientações básicas.
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 11

1.1.1 Orientações para o estudo na


modalidade de Educação a Distância

O estudo a distância, seguindo as premissas dessa modalidade,


requer uma postura autônoma do aluno, uma vez que ele é o gestor
do seu próprio tempo e, consequentemente, do seu aprendizado.
Para auxiliar o seu desempenho, foram enumeradas e descritas
cinco dicas básicas como forma de estimular a sua participação.

Diagrama – Cinco dicas básicas para o aluno de Educação a Distância

Provavelmente, você vai passar muitas horas


sentado e acessando o ambiente virtual para leitura
1. SENTE-SE DE MANEIRA
e realização de tarefas. Portanto, o primeiro passo é
ADEQUADA
seguir uma postura adequada para evitar danos à sua
saúde.

A principal premissa do aluno de cursos de Educação


a Distância é fazer o gerenciamento do tempo, pois
2. ORGANIZE SEU TEMPO E essa modalidade oferece grande flexibilidade quanto
AGENDE SUAS ATIVIDADES aos horários de estudo. Para conseguir cumprir
todas as atividades propostas, siga rigorosamente o
cronograma da unidade curricular.

Para não se sentir isolado no processo de


aprendizagem, você deve utilizar as ferramentas
3. UTILIZE AS TECNOLOGIAS
de comunicação disponíveis no ambiente virtual
DE INFORMAÇÃO E
tais como: fóruns, chats, entre outras. A utilização
COMUNICAÇÃO (TICS) PARA
adequada dessas ferramentas amplia o processo de
INTERAÇÃO
aprendizagem, uma vez que potencializa a interação
entre os vários participantes do curso.

Identifique as tarefas da semana e estabeleça metas


diárias e semanais para cumpri-las. Em caso de
4. ESTABELEÇA METAS E
dúvida, fale com o professor ou o tutor através do
PERGUNTE SEMPRE QUE
fórum. O procedimento interativo entre os diversos
TIVER DÚVIDA
participantes de um curso de EaD é o que viabiliza o
fluxo de comunicação.

As redes sociais são excelentes formas de


organização e mobilização social, mas sugere-se
5. EVITE DESVIAR SUA acessá-las somente após o término das tarefas. Se
ATENÇÃO PARA REDES você não conseguir dimensionar o tempo gasto no
SOCIAIS ENQUANTO computador para a execução das atividades propostas
ESTUDA pelas unidades curriculares do curso, provavelmente
não conseguirá realizá-las, conforme cronograma
proposto.

Fonte: elaborado pela autora.


Essas são algumas dicas iniciais para você aperfeiçoar o seu
processo de inclusão na EaD. É muito importante que você assimile
a postura de aluno nessa modalidade para poder desfrutar das
vantagens do curso. A respeito disso, Moore e Kearsley (1996, p.2)
salientam que:

[...} educação a distância é o aprendizado planejado que


normalmente ocorre em lugar diverso do professor e como
consequência requer técnicas especiais de planejamento de
curso, técnicas instrucionais especiais, métodos especiais
de comunicação, eletrônicos ou outros, bem como estrutura
organizacional e administrativa específica.

No escopo do aprendizado planejado, tanto a participação do


professor quanto a do aluno da Educação a Distância se destacam,
visto que ambos podem enriquecer seu desempenho se souberem
lidar com os novos papéis e responsabilidades que estão embutidos
nesse tipo de modalidade. Na EaD, a tradicional figura do professor
enquanto detentor único do conhecimento não existe mais pois
nesse cenário educativo se configuram novas relações com o saber.

CIBERESPAÇO Nesse contexto, surge a pergunta: onde se materializa o processo


[VOCÊ SABIA] de aprendizagem de um curso em EaD? A aprendizagem nessa
O termo ciberespaço foi cunhado modalidade é articulada no ciberespaço, a saber, um espaço virtual
pelo escritor norte-americano William onde as relações sociais se concretizam. Apesar do ciberespaço
Gibson, em 1982, no conto “Burning não existir na dimensão física, ele se torna real a partir das relações
Chrome”. Entretanto, foi somente em interpessoais que transpõem as limitações do espaço.
1984, no livro “Neuromancer”, que
ele se popularizou. De maneira geral, Nesse curso, o ciberespaço se configura no AVEA, ou seja, no
o ciberespaço se refere ao espaço de Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem, alocado em uma
comunicação virtual que extrapola o plataforma de aprendizagem conhecida como Moodle. Dessa
espaço físico e os limites da existência
forma, cada vez que acessar o AVEA do IFSC, você estará
corpórea.
adentrando no nosso ciberespaço, local onde poderá interagir com
os participantes do curso.

WEBMASTER
[GLOSSÁRIO] 1.1.2 Moodle
é o profissional que projeta e
História
desenvolve um site na internet no
que tange a estrutura, modelo gráfico
e opções operacionais. É também O Moodle começou como um projeto desenvolvido pelo australiano
a pessoa responsável pela edição e Martin Dougiamas, na década de 1990, quando ele era o webmaster
atualização do site. na “Curtin University of Technology” na Austrália. Sua tarefa era
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 13

tão somente administrar o ambiente virtual de aprendizagem


usado pela universidade naquela época. Objetivando viabilizar e
melhorar o gerenciamento dos processos educativos via ambiente
virtual, Dougiamas produziu várias versões do software até
chegar a versão 1.0, utilizada em 2002. Essa versão surpreendeu
o mundo acadêmico em função de sua revolucionária concepção
educacional, que enfatizava a natureza da aprendizagem e da
colaboração a partir do ambiente virtual. Seguindo esse primeiro
protótipo, iniciou-se uma série de aperfeiçoamentos, com novos
recursos, para melhorar a performance do Moodle. A filosofia de
Dougiamas estava focada não somente na questão tecnológica,
mas acima de tudo na possibilidade de ampliação do acesso à
educação gratuita de forma a fortalecer o processo educativo com
ferramentas computacionais.

Características

O Moodle - sigla de Modular Object-Oriented Dynamic Learning


Environment ou, em português, Ambiente Modular de Aprendizagem
Dinâmica Orientada a Objetos - é uma plataforma de aprendizagem
de EaD, baseada em software livre. No IFSC, o Moodle é o
Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem – AVEA. Para você
conhecer um pouco mais sobre esse ambiente, veja o diagrama
abaixo que trazalgumas das características do Moodle divididas
em: concepções gerais e usuários (incluindo professores, tutores
e alunos).

Diagrama – Características do Moodle

USUÁRIOS (PROFESSORES,
CONCEPÇÕES GERAIS
TUTORES E ALUNOS)
Promove uma pedagogia Cada usuário pode escolher o idioma a
socioconstrucionista (colaboração, ser usado na interface do Moodle
atividades, reflexão crítica etc.).
É adequado para aulas 100% on- O usuário pode se inscrever em cada um
line bem como complemento para a dos fóruns de modo que cópias sejam
aprendizagem face aface. encaminhadas via e-mail.
Suporta milhares de cursos que podem O aluno pode programar o envio de
ser categorizados e pesquisados. tarefas automaticamente.

Para você entender o funcionamento do Moodle, leia, na sequência,


um tutorial. Assim você se familiarizará com o processo de
navegação e interação no ambiente desse curso.
1.1.3 Tutorial Moodle: navegação e
interação no ambiente

Prepare-se para começar a navegar através do Moodle. Siga os


passos na sequência.

Passo 1 – entre na ‘sala de aula’ virtual

a) Acesse o endereço: http://moodle2.ead.ifsc.edu.br/ e


digite seu nome de usuário e senha conforme mostrado
nafigura abaixo. Lembre-se de que seu nome de usuário
é o número de sua matrícula e a senha que você receber
deve ser alterada logo no primeiro acesso.

Figura – Acesse seu curso

b) Após inserir seu nome de usuário e senha, você será


direcionado para a tela de acesso do curso (figuras a
seguir).
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 15

Figura – Primeiro acesso ao curso de especialização em


Educação Profissional Integrada à Educação Básica na
Modalidade Educação de Jovens e Adultos (Proeja)

Ao acessar a página principal do curso, clique em Turma 2014.

Passo 2 – observe o layout do curso

Observe o layout da página principal do curso e verifique onde


localizar as informações. Note que a página contém algumas
informações básicas separadas, na figura a seguir, em três áreas
distintas.
Área 1

Área 2 Área 3

Figura – Página principal de navegação

Observe, na figura seguinte, outros detalhes das áreas 1, 2 e 3, que


estão destacadas.

Na área 1, seta vermelha, você pode verificar a logo do IFSC e da


EaD bem como a sua informação de acesso ao ambiente, no lado
direito da imagem, e a opção de saída do curso.

Na área 2, seta verde, estão as informações gerais do curso, o


acesso à biblioteca virtual, os links para os módulos do curso bem
como o suporte acadêmico e o espaço de tutoria.

Na área 3, seta azul, você consegue acessar os blocos auxiliares,


com as últimas notícias postadas, o calendário de eventos, as ativi-
dades recentes e tem acesso aos outros cursos do IFSC.
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 17

Passo 3 – atualize seu perfil

a) Para atualizar seu perfil, clique no link “modificar meu


perfil”, conforme ilustrado na figura a seguir.

Figura – Atualize seu perfil

b) Atualize seu perfil, preferencialmente, inserindo todos


os dados solicitados. Verifique se o e-mail cadastrado é
válido, pois é através dele que você receberá todas as
mensagens do curso.

c) Não esqueça de inserir uma imagem/foto, pois é essa


imagem que ficará registrada junto ao seu nome.
Figura – Selecione uma imagem

d) Para inserir uma foto/imagem você deve clicar em


“adicionar”.

e) Clique em “anexo” – “selecionar arquivo”, conforme mostra


a figura a seguir. Desta forma, você poderá selecionar
qualquer imagem para fazer parte do seu perfil.

Figura – Insira uma foto/imagem de um arquivo


ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 19

f) Para completar seu perfil, insira as informações solicitadas


na página “Modificar perfil”. Importante ressaltar que
os itens identificados com um asterisco (*) devem
obrigatoriamente ser inseridos.

Figura – Complete todos os itens

g) Para finalizar seu cadastro, clique no link “Atualizar perfil”.


Lembre-se de que você pode alterar e/ou completar
qualquer dos itens do seu perfil sempre que você quiser. É
só seguir os mesmos passos sugeridos nesse tutorial.

Figura – Finalize seu perfil


Quando você acessar o ambiente virtual, a imagem que você
selecionou aparecerá na parte superior da página. Caso você não
insira uma imagem, o próprio Moodle colocará uma imagem pré-
determinada.

Passo 4 – acesse o ambiente do seu curso

a) Depois de sua identificação no ambiente virtual e


finalização do cadastro, você acessará uma tela contendo
a lista de cursos de especialização do IFSC.

Figura – Entrando no ambiente dos cursos de especialização

b) Selecione o seu curso e clique no link para ser direcionado


à página principal. Observe na figura anterior dois cursos
de especialização do IFSC: “Educação para a Diversidade
com Ênfase em EJA” indicado pela seta verde e “Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade
Educação de Jovens e Adultos (Proeja)” destacado na área
vermelha.
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 21

Passo 5 – acesse as unidades curriculares

 Ao acessar a página do seu curso de especialização, identifique


os links das diversas unidades curriculares, conforme apresentado
nas figuras a seguir:

Figura – Entrando na ‘sala de aula’ do curso “Educação para a


Diversidade com Ênfase em Educação de Jovens e Adultos”

 
Figura – Entrando na ‘sala de aula’ do curso “Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos (Proeja)”

 
De forma simplificada, o Moodle representa a sua sala de aula,
pois é nesse ambiente virtual que os professores, tutores e alunos
interagem e também têm acesso às atividades e conteúdos dos
cursos.

Figura – Entrando na ‘biblioteca virtual’

Observe o link do curso “Educação Profissional e Integrada à


Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos
(Proeja)”, por exemplo, e verifique o link “Biblioteca Virtual do
Curso” que direciona você à página principal da biblioteca. 
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 23

Figura – Links da biblioteca virtual

Na página da biblioteca virtual, você encontra links para monografias,


dissertações e teses em Proeja, vídeos, artigos, notícias, entre
outros. Desta forma, aconselha-se que você acesse a biblioteca
com frequência e verifique os materiais disponíveis para pesquisa.

Passo 6 – conheça as ferramentas de comunicação do seu curso

As ferramentas disponibilizadas para você interagir e se comunicar


nesse curso bifurcam para duas direções: ferramentas síncronas e
assíncronas, conforme ilustrado no diagrama a seguir:

Diagrama - Ferramentas de comunicação

Processo de
comunicação

Ferramentas Ferramentas
sincronicas assincronicas

Video conferência Chat Fórum e-mail

Fonte: elaborado pela autora.


Ferramentas de comunicação síncronas são caracterizadas
como uma forma de comunicação em tempo real (on-line), ou
seja, a comunicação é feita de modo instantâneo. Preponderam,
nesse contexto, o chat e a videoconferência. Já as ferramentas
assíncronas se destacam pela comunicação atemporal, pois
cada aluno interage em momentos diferentes. Como exemplos de
comunicação assíncrona cabe salientar os fóruns e o e-mail (correio
eletrônico).

Ferramentas síncronas:

• Chat (Sala de bate-papo) - o termo ‘chat’ vem do verbo


em inglês ‘to chat’ que significa tagarelar, bater papo. É um
local virtual que permite a você interagir com seus colegas
e professores por meio de mensagens em tempo real.

• Videoconferência - é uma forma de comunicação


interativa que permite ao professor ‘conversar’ com
seus alunos que estão em locais diferentes por meio de
interação visual e sonora. Geralmente, os professores
utilizam a videoconferência como se fosse uma aula
presencial.
 

Ferramentas assíncronas:  

• E-mail – permite a troca de mensagens e compartilhamento


de informações com envio e recebimento de textos simples,
arquivos de áudio e imagens. É através das mensagens de
e-mail que você será informado das novidades do curso.

• Fórum – existem vários tipos de fóruns, como fórum de


dúvidas, de apresentação, de discussão, de notícias, entre
outros. O fórum de dúvidas é o local onde você vai inserir
seus questionamentos sobre as unidades curriculares.
O fórum de apresentação serve como uma maneira de
integração dos participantes do grupo, pois oferece a cada
integrante a oportunidade de se apresentar e interagir no
ambiente virtual. O fórum de discussão é uma ferramenta
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 25

que possibilita o debate colaborativo na medida em que


os participantes podem fazer comentários sobre um
determinado assunto. O fórum de notícias serve para
veicular as informações do curso.
 

Passo 7 – observe os fóruns da unidade curricular “Introdução


à Educação a Distância e Ambiente Virtual de Ensino e
Aprendizagem”

Nesta unidade curricular, você terá oportunidade de acessar três


tipos de fóruns: de notícias, de apresentação e de discussão.

a) Para participar, selecione o fórum desejado na página da


unidade curricular, conforme mostra a figura a seguir, ou
escolha a lista de fóruns, localizada na coluna esquerda da
página principal.

Figura – Acesso aos fóruns


b) Na lista de fóruns, você encontra os fóruns disponíveis na
unidade curricular acompanhados de uma breve descrição.
Para selecionar, clique no nome do fórum desejado.
O fórum de notícias, seta vermelha, deve ser usado para
enviar suas mensagens aos colegas da unidade curricular.
Ele funciona como um quadro de avisos.

O fórum de apresentação, seta verde, é o local onde você


vai se apresentar aos seus colegas.

No fórum de discussão, seta azul, você deve inserir seu


ponto de vista em relação ao tópico sugerido.
 
Passo 8 – clique em sair da página do curso

Tão logo encerre suas tarefas do dia, você deve clicar no ícone
sair, conforme indicado na figura; assim você evita que alguém
acesse seu perfil.

Figura – Sair do curso

1.1.3 Tarefas básicas na prática da EaD


Foram identificadas sete tarefas básicas na prática da Educação a
Distância que buscam prepará-lo para ter um bom desempenho no
curso.  Verifique, na sequência, essas tarefas no diagrama.

 
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 27

Diagrama – Tarefas básicas na prática da EaD

1. Acessar o
ambiente
virtual

7. Utilizar
2. Verificar
linguagem
diariamente
clara e
o e-mail
objetiva

TAREFAS BÁSICAS
NA PRÁTICA
DA EAD
6. Fazer as 3. Ler o
atividades material
propostas de estudo

4. visitar a
5. Participar
biblioteca
das discussões
de seu polo
e atividades
ou NEAD

Fonte: elaborado pela autora.

As tarefas mencionados no diagrama são vitais para o bom


desempenho no curso. Portanto, veja na sequência o detalhamento
de cada item.

 
1) Acessar o ambiente virtual

O ambiente virtual do IFSC deve ser acessado, com


frequência, no seguinte endereço: http://moodle2.ead.
ifsc.edu.br/ . Lembre-se de que o acesso representa sua
entrada na sala de aula. Então, “frequente-a” diariamente
e, se possível, mais de uma vez por dia para se atualizar e
interagir com seus colegas.
2)  Verificar diariamente o e-mail

Todas as mensagens inseridas no ambiente virtual serão


encaminhadas ao e-mail cadastrado no curso. Portanto, ao ler
as mensagens, você estará acompanhando o que acontece
no grupo sem, necessariamente, ter que acessar o AVEA.

3) Ler o material de estudo

É de suma importância que você esteja em dia com o


conteúdo do curso para poder participar dos debates
propostos pelo professor. Portanto, leia o material indicado
seja em meio virtual, na tela do computador, ou em meio
impresso e, se possível, complemente sua leitura buscando
outras fontes como a biblioteca virtual ou a biblioteca
localizada nos polos presenciais ou Núcleos de Educação a
Distância (NEADs).

     

4) Visitar a biblioteca de seu polo ou Núcleo de Educação


a Distância

Visite a biblioteca de seu polo presencial ou Núcleo de


Educação a Distância para buscar material de apoio de
forma a preencher possíveis lacunas do material utilizado
pelo professor. Além disso, na visita ao polo ou NEAD você
pode conversar e tirar dúvidas com o tutor presencial.
Lembre-se de que ele é o seu elo com o professor do curso,
por conta disso, a relação que você deve estabelecer com
o tutor deve ser a mais próxima possível.

 
5) Participar das discussões e atividades

A sua ‘voz’ dentro do contexto virtual é articulada por meio


de sua participação nas tarefas propostas, seja nas atividades
síncronas ou assíncronas. Portanto, você deve participar
ativamente das discussões e atividades no ambiente virtual da
unidade curricular, pois, desta forma, você também colaborará
com o processo de ensino e aprendizagem do curso.

 
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 29

6) Fazer as atividades propostas

Reserve um tempo diário ou semanal para se dedicar às


atividades solicitadas e envie suas tarefas através do AVEA
para serem avaliadas. Evite acumular tarefas de forma a
cumprir os prazos de entrega.

 
7) Utilizar linguagem clara e objetiva

Utilize uma linguagem clara e objetiva para comunicar-se no


AVEA, pois você pode ser interpretado de maneira errônea.
Vale lembrar também que escrever um texto em caixa alta
é o equivalente a gritar com o destinatário da mensagem.
Portanto, utilize letra maiúscula com parcimônia!

Enquanto aluno deste curso, espera-se que você cumpra as


tarefas salientadas no diagrama a seguir, pois desta forma
você estará contribuindo para seu próprio aprendizado.
Lembre-se de que o aluno da modalidade de Educação a
Distância deve ter um perfil autônomo e ser disciplinado.
  1.2  O aluno e a Educação a Distância
 

As pessoas que abrem mão da convivência diária de um grupo e se


inserem em um curso de EaD devem estar cientes das demandas
dessa modalidade. Você, enquanto aluno da Educação a Distância,
deve ter um perfil ágil e autônomo, de modo a potencializar sua
interação no AVEA para a troca de informações sem precisar da
intervenção sistemática do professor.

SKIMMING e SCANNING Um dos requisitos do aluno na modalidade de Educação a Distância


[GLOSSÁRIO] é saber ler com atenção, lançando mão de estratégias de leitura
Skimming é uma estratégia de leitura com vistas à plena compreensão das ideias do texto. Skimming
utilizada para se obter uma visão e scanning estão entre as estratégias a serem adicionadas à sua
geral do texto. O leitor corre os olhos rotina enquanto aluno da EaD, pois elas facilitam a compreensão
rapidamente sobre o texto para textual e estimulam a interação entre leitor e texto.
descobrir o assunto tratado. Scanning
significa escanear e serve para localizar Além das estratégias de leitura existem outros requisitos de extrema
uma informação específica no texto importância para que o aluno tenha um bom aproveitamento no
sem a necessidade de fazer uma leitura
curso. Veja alguns pontos na sequência.
linear.

1.2. Organização do tempo


 

Ao fazer um curso de EaD, você precisa estar ciente da sua


disponibilidade de tempo. Em função de haver poucos encontros
presenciais, é necessário ter bastante dedicação nos acessos
ao ambiente virtual visto que as aulas são substituídas por
procedimentos de leitura. Dessa forma, para assegurar seu bom
desempenho, é aconselhável que você reserve horários fixos de
estudo bem como utilize um cronograma para o cumprimento das
atividades, caso contrário, você correrá contra o relógio.

O bom gerenciamento do tempo vai determinar a forma como será


o seu desenvolvimento enquanto aluno da Educação a Distância,
pois a flexibilização nas datas de entrega das atividades se torna
quase impossível em função da equação número de alunos x
tarefas a serem corrigidas. Sugere-se que você adote técnicas
de administração do tempo para priorizar os trabalhos de modo a
cumprir as exigências da modalidade. Veja no diagrama a seguir
algumas dessas demandas.
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 31

Diagrama – Demandas da EaD

Acessar frequentemente o ambiente virtual

Ler o material com atenção visando a compreensão do conteúdo

Participar ativamente dos fóruns e chats para troca de experiência

Interagir com os colegas

Cumprir rigorosamente o calendário de atividades

Fonte: elaborado pela autora.

Na medida em que conseguir gerenciar o seu tempo, você


certamente usufruirá das inúmeras possibilidades de construção
de conhecimentos desse curso de EaD. Vale ressaltar que, nesse
cenário educativo, os participantes se tornam atores responsáveis
pelo seu próprio tempo.

1.2.2 Autonomia, autodisciplina e motivação


 

No processo de inserção do aluno à EaD, três qualidades são


imprescindíveis para o seu bom desempenho: autonomia,
autodisciplina e motivação. Em função do escopo temporal e
espacial, subjacentes a essa modalidade, exige-se do aluno uma
postura autônoma de modo a colaborar no processo de ensino e
aprendizagem. Mas como se define ‘ser autônomo’? Significa ser
independente, ter poder de decisão e saber estabelecer relações
interpessoais com vistas ao processo de cooperação e interação.
Segundo Maia e Mattar (2007, p.86), o ponto nodal da EAD está
vinculado à ideia da autonomia do aluno,

 
a Educação a Distância, durante muito tempo, foi entendida
como uma modalidade do ensino não tradicional ou
independente, na qual o estudante teria maior autonomia
para decidir tempo e local de estudo. Isso tinha sentido,
por exemplo, para os cursos por correspondência, em que
o aluno praticamente não interagia com o professor, muito
menos com outros alunos.

Vale salientar que Maia e Mattar (2007) utilizam o termo autonomia


para se referir à liberdade de escolha de tempo e local de estudo,
além do estimulo às participações dos demais integrantes do curso
como professor, tutor e colegas. Nesse escopo, o termo autonomia
está mais vinculado à ideia do aprender a fazer sozinho. Entretanto,
considerando a forma como os cursos a distância se estruturam, o
termo autonomia articula também a ideia de interação e construção
colaborativa. Nos espaços virtuais, a interação acontece nos
momentos em que os alunos compartilham informações por meio
de ferramentas como fórum, chat, entre outras.

Nas palavras de Almeida (2002, p.78), “autonomia é um aprendizado


construído junto com a colaboração, a liberdade responsável, o
respeito mútuo, a tolerância e a ética”. Dessa forma, na EaD a questão
da autonomia bifurca em duas direções: primeiramente,revela-se
nas escolhas do aluno da Educação a Distância, como por exemplo,
o momento de acessar o ambiente virtual, o tempo de permanência
para executar as atividades, o local onde estuda e a seleção das
atividades a serem realizadas; em segundo, a autonomia vinculada
ao desenvolvimento das situações de aprendizagem e engloba a
interação e a participação do aluno em situações pedagógicas.

Intimamente ligada à questão da autonomia, surge o


desenvolvimento da autodisciplina, que se caracteriza pelo
autocontrole e direcionamento de ações. Adotar uma perspectiva
mais disciplinada pode ajudar a direcionar o seu trabalho e a evitar
que você se desestimule com os obstáculos que podem surgir
ao longo dos estudos. O primeiro mandamento da autodisciplina
é estabelecer metas e as seguir rigorosamente, principalmente,
considerando que no ato de estudar sozinho, o aluno desenvolve a
sistematização do estudo de maneira peculiar a cada um. Adiciona-
se a esse contexto um outro aspecto de suma importância: a
questão da motivação do aluno.
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 33

Sob o ponto de vista didático, a motivação pode surgir a partir


de várias direções seja pelo propósito do aluno ao fazer o curso,
pela qualidade do material preparado pelo professor ou, ainda,
pela interação entre os colegas. Certamente, uma boa parcela da
motivação está vinculada ao desempenho do professor e do tutor,
pois conforme Moore (2003, p. 27) preconiza,

manter o interesse do aluno no que está sendo ensinado,


motivar o aluno a aprender, aperfeiçoar e manter o interesse
do aluno, incluindo sua automotivação. Isto é obtido por meio
de diversas técnicas de incentivo, com filmes, gravações
e texto, feedback dos tutores e diálogo professor-aluno
pessoal, individual, não-estruturado).

Portanto, a escolha do professor e do tutor é primordial para


a manutenção da motivação e do estímulo do aluno e de seu
desenvolvimento nos processos interativos. Ancorada nesse
contexto, está a questão da aprendizagem colaborativa, que
valoriza o diálogo entre os participantes nos cursos de EaD. Você
pode estar se questionando como se configura a aprendizagem
colaborativa nesse contexto, certo? Veja, na sequência, algumas
perspectivas com relação a essa abordagem.

1.2.3 Aprendizagem colaborativa


 

Nos cursos a distância destaca-se a quebra de paradigmas no que


concerne ao papel do professor e do aluno em razão da dinâmica de
troca de informações, o que provoca um rompimento na hierarquia
escolar. Nesse âmbito, percebe-se um redimensionamento do papel
do professor como detentor do conhecimento e do aluno como
aprendiz. Sob o ponto de vista didático, ratifica-se o processo de
educação descentralizada revelando que o conhecimento surge a
partir de várias vozes numa dinâmica alicerçada no fluxo constante
de informação. A troca de papéis entre docente e discente ilustra o
gerenciamento de trabalho suscetível a constantes (re)articulações,
conforme preconiza a aprendizagem colaborativa. Na conjuntura da
EaD, aprendizagem colaborativa se refere ao processo de interação
entre professor e aluno no qual o educando é visto como sujeito
ativo no processo de ensino e aprendizagem.
Mas como isso se revela na prática? Ao propor uma discussão sobre
um determinado tópico no fórum, por exemplo, os participantes –
alunos, tutores e professores – interagem apresentando opiniões,
discutindo, inserindo novos conteúdos e redimensionando o debate
para várias direções. No processo de criação textual, nem sempre
o professor e/ou tutor são os deflagadores do texto, que pode ser
proposto por qualquer participante. Outro exemplo é a construção
de um texto colaborativo como um blog onde cada participante
pode editar e inserir textos e imagens.

No diagrama a seguir, visualiza-se o processo circular de


aprendizagem colaborativa. Momento em que o professor, o tutor e
o aluno interagem, alterando as tradicionais concepções de ensino
e aprendizagem, evidenciando assim a quebra da hierarquia por
meio da concepção de educação descentralizada.

Diagrama – Aprendizagem colaborativa na EaD

Educação
descentralizada

Professor Tutor

Aluno

Fonte: elaborado pela autora.

 
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 35

Em relação à aprendizagem colaborativa, Faria (2000, p.75) salienta


que

(o) desafio contemporâneo para os mestres está em preparar


e mediar as situações de aprendizagem e de avaliação para
que ocorra essa comunidade de aluno e ideias [...], pois
em cooperação os sujeitos revelam seus conhecimentos
potenciais, avançam e desenvolvem novas potencialidades,
em patamares mais elevados.

Ratifica-se, portanto, que na aprendizagem colaborativa a busca


pela informação é uma via de mão dupla, uma vez que o ponto chave
desse processo é a interação e troca de informação entre professor
e aluno. Na prática, a aprendizagem colaborativa se configura nas
participações nos fóruns de discussão e na realização das tarefas
em grupo, entre outras. Ainda segundo Faria (2006, p. 57),

(...) o papel do educador está em orientar e mediar as


situações de aprendizagem para que ocorra a comunidade
de alunos e ideias, o compartilhamento e a aprendizagem
colaborativa para que aconteça a apropriação que vai do
social ao individual, como preconiza o ideário vygotskyano.
O professor, pesquisando junto com os educandos,
problematiza e desafia-os, pelo uso da tecnologia, à qual
os jovens modernos estão mais habituados, surgindo mais
facilmente a interatividade.

Na estrutura de um curso de EaD, a escolha pela aprendizagem


colaborativa se revela como a mais importante ferramenta de
trabalho, justificada pela troca de experiências e conhecimentos
conjuntamente construídos.

Para finalizar, o primeiro passo para se inserir no contexto da EaD


é entender as diferenças que permeiam essa modalidade de ensino
de maneira a se ajustar às novas possibilidades de aprendizagem
no ciberespaço. Esse processo de incorporação de uma nova
postura se estende aos professores, tutores e alunos e se revela na
promoção do diálogo entre os participantes.
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E AVEA UNIDADE 2

Denise de Mesquita Corrêa

Ambientes
Virtuais de
Ensino e
Aprendizagem
(AVEA)
Na unidade 1, você conheceu o Moodle, que é a plataforma onde o
ambiente virtual de aprendizagem do IFSC conhecido como AVEA está
alocado. Enquanto aluno na modalidade de Educação a Distância, você
certamente vai acessar o AVEA com frequência, pois de maneira geral
esse ambiente se configura como o local onde os materiais do curso
estão disponibilizados e os processos de interação entre professor, tutor
e aluno ocorrem.
Ambientes Virtuais de
Ensino e Aprendizagem
(AVEA)
Observe a página inicial da EaD do IFSC e verifique onde você
encontra o acesso ao Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem
dos cursos EJA e Proeja, conforme a área vermelha indica (pós-
graduação).
AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 39

Figura – Página do IFSC com as boas-vindas

Assim como o AVEA do IFSC, os ambientes virtuais de ensino INTERFACE


e aprendizagem são sistemas computacionais utilizados como [GLOSSÁRIO]
suporte de atividades mediadas pelas Tecnologias de Informação e é o processo de comunicação entre
Comunicação (TICs). Esses ambientes permitem integrar múltiplas pessoas e sistemas de interação.
mídias e recursos, apresentando um layout (janelas, gráficos, cores e Segundo Moran (1981), a interface de
interface) tanto atrativo quanto de fácil interação para o leitor, assim usuário deve ser entendida como sendo
como você pode perceber nas figuras seguintes, que mostram a a parte de um sistema computacional
com a qual uma pessoa entra em
página inicial do curso de especialização em Educação Profissional
contato — física, perceptiva ou
Integrada à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens conceitualmente.
e Adultos – Proeja e a do curso de especialização em Educação
para a Diversidade com Ênfase em Educação de Jovens e Adultos
(EJA) do IFSC.
Figura - Página inicial do curso de especialização - Proeja

No layout dessa página inicial do curso de especialização - Proeja,


você observa o texto de boas-vindas bem como os links para o
acesso ao manual do estudante, aos módulos I, II, III, ao questionário
sobre o perfil dos estudantes, ao vídeo da aula inaugural, aos dados
sobre a equipe da especialização Proeja e acesso à biblioteca
virtual do curso.

Figura - Página inicial do curso de especialização - EJA


AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 41

Já no layout da página inicial do curso de especialização - EJA,


você encontra o texto de boas-vindas assim como os links para
o acesso à biblioteca virtual, aos módulos I, II, III, ao espaço de
tutoria e ao suporte acadêmico.

Vale ressaltar que, no IFSC, cada curso cria as especificidades


que considera necessário na plataforma Moodle, por esse motivo
MÍDIA DIGITAL
as páginas iniciais são diferentes. Assim como no IFSC, outras
[SAIBA MAIS]
instituições, que disponibilizam cursos na modalidade de Educação
Refere-se ao conteúdo de áudio, vídeo
a Distância gerenciam as configurações das ferramentas de inserção
e foto que foi codificado (compactado
de conteúdos textuais e midiáticos segundo a arquitetura do digitalmente). A codificação do
espaço virtual. Essa estrutura tende a seguir duas vertentes: o conteúdo envolve converter entrada
modelo computacional e o pedagógico. Verifique esses modelos de áudio e vídeo em arquivo de mídia
na sequência. digital como arquivo de mídia do
Windows. Depois desse processo,
ela pode ser facilmente manipulada,
2.1 Arquitetura: modelo computacional X distribuída e renderizada (reproduzida)
modelo pedagógico por computadores. O que permite que
ela seja facilmente transmitida por redes
A arquitetura dos ambientes de ensino e aprendizagem dos cursos de computador. Exemplos de tipos de
a distância é comumente delineada com base em dois modelos: mídia digital incluem: Windows Media
Audio (WMA), Windows Media Video
o modelo computacional, que salienta a estruturação do curso
(WMV), MP3, JPEG e AVI.
no ambiente virtual, ou seja, ele define o contexto do ambiente, a
composição de recursos e ferramentas a serem disponibilizadas;
e o modelo pedagógico, que prioriza o trabalho do professor,
do tutor e do monitor e ressalta a orientação metodológica e as
práticas pedagógicas que serão utilizadas pelos atores envolvidos
na condução do curso. Moore e Kearsley (1996) enfatizam que os
modelos para o desenvolvimento de um sistema de Educação a
Distância, em geral, são estruturados a partir de algumas condições
como prospecção das necessidades dos alunos e das fontes
de conteúdo, formulação de um projeto instrucional, formas de
entrega do conteúdo e de interação e da criação de ambientes de
aprendizagem. Observe, na sequência, como esses modelos estão
estruturados nos cursos do IFSC.

Na implementação de um curso a distância, o modelo


computacional define a infraestrutura de software que será
responsável pelos recursos disponibilizadas no ambiente virtual.
No IFSC, por exemplo, os cursos a distância utilizam a plataforma
Moodle para a gestão da formação e de conteúdos formativos.
Através do Moodle você pode acessar os materiais on-line e interagir
com os participantes. O sistema oferece várias funcionalidades
integradas num mesmo local, como, por exemplo, as ferramentas
de comunicação, administrativas, ergonômicas e de avaliação. Leia
o diagrama a seguir que explicita sobre as ferramentas do Moodle.
Diagrama – Ferramentas do Moodle

Sícronas - Chat, webconferência


Ferramentas de
comunicação
Assincronas - Fórum, e-mail, glossário, enquetes

Gestão de ambiente
Ferramentas Perfil do usuário
administrativas Relatórios
Manipulação de áreas/usuário

Usabilidade
Ferramentas Acessibilidade
ergonômicas Aplicabilidade
Customização/configuração

Questionários
Ferramentas de Pesquisa de opnião
avaliação Prova online
Planilha de notas

Fonte: elaborado pela autora.

Em relação às ferramentas de comunicação síncronas, essas


são usadas para manifestações mais espontâneas e possuem
como característica principal a rapidez no processo interativo entre
os participantes. Já as ferramentas assíncronas disponibilizam
uma maior flexibilidade de horário nas suas formas de interação
atemporal assim como maior possibilidade de pesquisa, reflexão e
elaboração de respostas.

As ferramentas administrativas são utilizadas para a gestão do


ambiente, como o controle on-line de notas, monitoração e relatórios,
AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 43

inserção e controle de alunos. As ferramentas ergonômicas oferecem


ao usuário maneiras simplificadas de usar, aplicar e se comunicar
no ambiente virtual. A usabilidade está relacionada à interface com
linguagem adaptada ao público-alvo,. A acessibilidade ressalta
o acesso rápido e claro à informação e o acesso ao material por
pessoas com deficiências. A aplicabilidade busca identificar se o
ambiente foi desenvolvido de forma a atender as necessidades do
público-alvo e da tarefa proposta. A customização/configuração é o
trabalho de criação da página de forma personalizada para a área de
acesso ao sistema (login), considerando o padrão gráfico adotado .
As ferramentas de avaliação são utilizadas para a criação de provas
on-line como questionário, pesquisa de opinião e planilha de notas.

O modelo pedagógico enfatiza elementos como planejamento,


produção de materiais, implementação e avaliação dos cursos a
distância. É onde se configura também os métodos e técnicas de
ensino, as formas e técnicas de avaliação bem como os espaços
interativos nos quais os participantes interagem.

Em relação ao modelo pedagógico no contexto da EaD, Behar


(2009, p. 24) conceitua

como um sistema de premissas teóricas que representa,


explica e orienta a forma como se aborda o currículo e que
se concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações
professor/aluno/objeto de estudo. Nesse triângulo (professor,
aluno e objeto) são estabelecidas relações sociais em que os
sujeitos irão agir de acordo com o modelo definido.

Na questão das relações sociais, o modelo pedagógico associado


à EaD está fundamentado na forma colaborativa de aprendizagem
que se efetiva através dos processos de interação social, como a
participação nos chats, fóruns, wikis, entre outras. As interações
se configuram como síncronas e assíncronas, segundo critérios
hierárquicos (professor, tutor e aluno) ou características pessoais
(sexo, idade etc) ou ainda os objetivos estabelecidos.

A proposta pedagógica articula ainda alguns aspectos, conforme


indica o diagrama a seguir:
Diagrama – Proposta pedagógica

Contexto do ambiente Contexto das Contexto de ações


estratégias pedagógicas

público-alvo metodologia de implementaç!ao


objetos da unidade apresentação das estratégias de
curricular forma de trabalho ensino

conteúdo intervenção definição dos tipos


pedagógica do de interação
professor definição das
atividades

Fonte: elaborado pela autora.

O contexto do ambiente depende essencialmente do público-alvo,


dos objetivos a serem alcançados nas unidades curriculares bem
como do conteúdo a ser transmitido. No contexto das estratégias
pedagógicas, articula-se a metodologia de apresentação, a
forma de trabalho e as intervenções pedagógicas do professor
de forma a atingir o público-alvo. Finalmente, no conjunto de
ações, consolida-se a implementação das estratégias de ensino, a
definição dos tipos de interação entre os participantes bem como
as atividades a serem propostas.

Importante destacar que a escolha tanto do modelo computacional


quanto do modelo pedagógico são determinantes para o bom
funcionamento de um curso na modalidade a distância. Nesse
contexto, adiciona-se a escolha de mídias, o design do ambiente
de aprendizagem e a apresentação de material didático, segundo
o público-alvo.
AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 45

2.2 Principais Ambientes Virtuais de Ensino


e Aprendizagem – AVEAs
Você, enquanto aluno desse curso na modalidade de Educação
a Distância, utilizará o Moodle como ambiente virtual de ensino.
Conforme explanado na unidade 1, o Moodle é um pacote
de software com propósitos educacionais cuja proposta de
trabalho se concentra no modelo colaborativo, ou seja, no
desenvolvimento educacional alicerçado na parceria entre os
integrantes do curso. Observe a configuração da página original
do Moodle (figura a seguir) que ressalta o enfoque colaborativo
através do título “Community driven, globally supported”,
ou seja, “Gerenciado pela comunidade, suporte global”:

Figura - Página original do Moodle

Fonte: moodle.org/

Enquanto ambiente virtual de ensino e aprendizagem, o Moodle se


configura como um software gratuito, protegido por direito autoral.
Isso engloba algumas permissões, como copiar, modificar e usar
o Moodle desde que o usuário concorde em “fornecer o código-
fonte para outros; não modificar ou remover a licença original e
os direitos autorais’, e ‘aplicar esta mesma licença para qualquer
trabalho derivativo”. Adaptado de: Moodle.org

Observe, na sequência, o Moodle com a configuração do nosso


curso no IFSC (figura seguinte):

Figura - Página principal do IFSC no Moodle

Como você pode verificar no Ambiente Virtual de Ensino e


Aprendizagem dos cursos do IFSC, o Moodle é um ambiente
com layout de fácil interação, adequado para alunos que tenham
conhecimento básico de informática. Importante ressaltar, no
entanto, que o Moodle não é a única plataforma disponível para
cursos a distância. Veja, na sequência, alguns exemplos de
ambientes virtuais de ensino e aprendizagem.
AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 47

Diagrama - Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem

Moodle

Eureka Ambientes AulaNet


Virtuais de
Ensino e
Aprendizagem -
AVEAs

TelEduc WebCT

Fonte: elaborado pela autora.

2.2.1 AulaNet e WebCT


O AulaNet é um software Learning Management System (LSM),
cuja ferramenta foi desenvolvida no Laboratório de Engenharia
de Software (LES) do departamento de Informática da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1997. Ele já
possui versões em inglês e espanhol.
Figura - Página principal do AulaNet

Fonte: UFC Virtual, 2014.

O ambiente do AulaNet disponibiliza os seguintes serviços:

• comunicação (lista de discussão, conferências,


debate, contato com o docente e mensagens para os
participantes);

• administrativos (agenda, notícias do curso, cadastro de


instrutores, matrícula e mensagens automáticas);

• avaliação (tarefa, resultado da tarefa, projeto, resultado do


projeto, avaliação e resultado de avaliação);

• didáticos (plano de aulas, apresentação gravada, texto de


aula, livro texto, demonstrações, bibliografia, webliografia)
e gerais (tutorial sobre internet, homepage de alunos e
busca).

Adaptado de: Portal Educação, 2014.

O WebCT, sigla de Web Course Tools, é uma ferramenta utilizada


para criar cursos on-line com design projetado para ser utilizado por
usuários iniciantes com conhecimento básico em computadores.
O WebCT foi desenvolvido pelo grupo de Murraw W. Goldberg,
do departamento de Ciência da Computação da Universidade de
British Columbia com o objetivo de desenvolver uma ferramenta
que permitisse aos professores a construção de cursos a distância.
Atualmente ele é usado por mais de 1.500 instituições em 61 países.
AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 49

Figura 2.7 - Página principal do WebCT

Fonte: WebCT, 2014.

O layout do WebCT é de fácil navegação com ícones claramente


identificados. A partir da página principal, o usuário identifica
os tópicos e as ferramentas disponíveis. Entre suas principais
características se destacam:

• interface do criador, do instrutor e do estudante baseados WEB BROWSER


em um web browser; [GLOSSÁRIO]
é um programa desenvolvido para
• rápida criação de cursos sem precisar conhecer linguagens permitir a navegação pela web.
como HTML, FTP etc; Ele permite ao utilizador visualizar
as páginas que deseja acessar. Os
• controle de acessos e estatísticas; browsers mais comuns são o Internet
Explorer, Mozilla Firefox, Google
• inclui todas as funções de gerenciamento acadêmico. Chrome e Safari.

2.2.2 TelEduc e Eureka


O TelEduc é um ambiente virtual para cursos na web, criado por
pesquisadores do Nied (Núcleo de Informática Aplicada à Educação)
sob a orientação da Profa. Dra. Heloísa Vieira da Rocha do Instituto
de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Esse ambiente virtual foi elaborado a partir de uma metodologia de
formação de professores construída com base na análise das várias
experiências presenciais realizadas pelos profissionais do núcleo.
O TelEduc foi concebido tendo como alvo o processo de formação
de professores para informática educativa e, como tal, esse
ambiente virtual foi configurado para ser usado por pessoas não
especialistas em computação.

Figura - Página principal do TelEduc

O TelEduc foi arquitetado tendo como elemento central a ferramenta


que disponibiliza atividades. O aprendizado surge a partir da
resolução de problemas, com o subsídio de diferentes materiais
didáticos como textos, softwares, referências na internet, dentre
outros, que podem ser colocados para o aluno usando ferramentas
como: material de apoio, leituras, perguntas frequentes etc.
(Adaptado de: Teleduc.org)

Entre suas principais características encontra-se:

• licença de software livre;

• interface gráfica simples, padronizada, não pode ser


personalizada;

• baseada em abordagem educacional construtivista e de


aprendizagem colaborativa.
AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 51

SOFTWARE LIVRE
Segundo a Free Software Foundation, um software livre deve seguir
quatro “fundamentos”:

1) liberdade de executar o programa para qualquer propósito


(liberdade 0);

2) liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo às


suas necessidades (liberdade 1), sendo o acesso ao código-
fonte um pré-requisito para esse aspecto;

3) liberdade de distribuir cópias de forma que você possa ajudar


outras pessoas(liberdade 2);

4) liberdade de melhorar o programa e liberar os seus


aperfeiçoamentosde modo que toda a comunidade se beneficie
(liberdade 3). Novamente, aqui o acesso ao código-fonte é um
pré-requisito.

Fonte: Infowester.com

O Eureka é um Ambiente Virtual de Aprendizagem desenvolvido,


em 1996, pelo Laboratório de Mídias Interativas (LAMI) da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná com parceria da Simens
Telecomunicação.
Figura - Página principal do Eureka

O Eureka apresenta as seguintes características:

• interface agradável e de fácil utilização;

• conjunto de funcionalidades síncronas e assíncronas para


propiciar a comunicação entre todos os participantes;

• conjunto de funcionalidades administrativas para apoiar o


professor no processo de gerenciamento de sua sala;

• integração com o sistema acadêmico da universidade.

O Eureka não requer conhecimentos técnicos avançados


em informática. Para acessá-lo, aconselha-se a utilização de
navegadores como o Internet Explorer (versão 9.0 ou superior),
Firefox (versão 3.0 ou superior) ou Google Chrome.

2.3 Comunidades virtuais de ensino,


aprendizagem e relacionamento

Você deve ter observado que os ambientes virtuais, em geral,


possuem características em comum, portanto, a escolha do
AVEA depende basicamente dos objetivos indicados na proposta
AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) 53

pedagógica do curso. A partir dos objetivos delineados, disponibiliza-


se os recursos e as ferramentas para os processos interativos.

Além dos ambientes virtuais utilizados para fins educacionais,


atualmente as redes sociais reforçam os processos de interação
bem como colaboram para a inserção do aluno no contexto da
EaD, na medida em que ele já está familiarizado com os recursos
virtuais. Observe, na sequência, algumas comunidades virtuais
comumente utilizadas para processos interativos.

Diagrama - Comunidades virtuais de ensino, aprendizagem e relacionamento

COMUNIDADE
DESENVOLVEDOR ANO DESCRIÇÃO
SOCIAL
Ward Cunningham. O termo “Wiki wiki”, “extremamente rápido” no idioma havaiano, é um software
Wiki 1993-94
colaborativo que permite a edição coletiva dos documentos.
Bernie Dodge É uma metodologia de pesquisa orientada para a utilização da internet na
educação. Nesse software, quase todos os recursos utilizados para a pesquisa
WebQuest 1995
são provenientes da própria web compreendendo assim uma série de atividades
didáticas da aprendizagem.
Jorn Barger Contração do termo inglês web log, ou seja, diário da rede, é um site cuja
Blog 1997 estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados
artigos ou postsorganizados de forma cronológica inversa.
Tom Anderson É um serviço de rede social parecido com blog e fotologs, vinculados ao perfil
MySpace Christopher DeWolfe 2003 do usuário, que possui um sistema interno de e-mail, fóruns e grupos. É muito
utilizado por bandas musicais em função do poder de hospedar MP3.
Mark Zuckerberg É uma rede social que permite conversar com amigos e compartilhar mensagens,
Sheryl Sandberg links, vídeos e fotografias. No Facebook o usuário pode receber as novidades
Facebook David Ebersman 2004
das páginas comerciais das quais gostar como veículos de comunicação ou
Donald Graham empresas.
Reid Hoffman É uma rede de negócios, cujo principal propósito é permitir que usuários
Allen Blue registrados possam manter uma lista detalhada de contatos de pessoas
Linkedin Konstantin Guericke 2003 chamadas de conexões. Os usuários podem convidar qualquer pessoa para
Eric Ly tornar-se uma conexão.
Jean-Luc Vailant
Niklas Zennström É um software que possibilita comunicação de voz e vídeo via internet permitindo
Skype 2003 a chamada gratuita entre usuários em qualquer parte do mundo. O Skype possui
um serviço de chamada em conferência para conversas simultâneas.
Kevin Systrom É uma rede social de fotos para usuários de Android e iPhone. Esse aplicativo
Mike Krieger gratuito pode ser baixado e, a partir dele, é possível tirar fotos com o celular,
Instagram 2010
aplicar efeitos nas imagens e compartilhar com seus amigos.  Os usuários
podem curtir e comentar as fotos.

Fonte: elaborado pela autora.


As comunidades virtuais, sejam elas comunidades de ensino e
aprendizagem ou de relacionamento, privilegiam o saber coletivo.
Como Pierre Lévy ressalta (1998, p. 181):

o saber da comunidade pensante não é mais um saber


comum, pois doravante é impossível que um só ser humano,
ou mesmo um grupo, domine todos os conhecimentos,
todas as competências; é um saber coletivo por essência,
impossível de reunir em uma só carne. O mundo virtual é,
essencialmente, o espaço da experiência em conjunto.

Essa experiência, a qual Lévy se refere, está intimamente ligada


às formas de cooperação e colaboração no ciberespaço onde
a produção de informação e conhecimento é gerada de forma
autônoma sob duas perspectivas: cooperação e colaboração. A
diferença é que no processo de colaboração trabalha-se  junto
para um determinado propósito e na cooperação trabalha-se
individualmente para complementar a tarefa do(s) colega(s).
Importante salientar que, nesse contexto, as interações entre os
participantes tendem a desestabilizar as relações de poder, visto
que o conhecimento e compartilhamento de informações surgem
a partir dos vários participantes não somente do professor. Desta
feita, o professor de EaD precisa valorizar as trocas e experiências
que surgem nos ambientes virtuais e propiciar a prática coletiva
de forma a atenuar o individualismo dos alunos na busca pela
construção do conhecimento.

Para concluir, os Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem


são comumente conhecidos pelos seus recursos e ferramentas
disponibilizados para os processos interativos. Portanto, você,
enquanto aluno desse curso a distância, deve estar familiarizado
com os diversos dispositivos tecnológicos disponíveis nos AVEAs,
principalmente no que concerne a plataforma Moodle, que é onde
o nosso curso está alocado. Mas, vale destacar que um AVEA
não necessita exclusivamente estar vinculado a um espaço de
Educação a Distância, conforme exemplificado com os espaços
das redes sociais. Ampliam-se, assim, os espaços de interação e
aprendizagem que rompem as barreiras da sala de aula virtual e
criam condições de aprendizagem mais dinâmicas que vão além
do contexto escolar.
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E AVEA UNIDADE 3

Denise de Mesquita Corrêa

Panorama da
Educação a
Distância
Nesta Unidade você terá a oportunidade de conhecer o Programa
Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação
Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA,
cujo principal objetivo é proporcionar a elevação da escolaridade e a
qualificação profissional a jovens e adultos trabalhadores. Será também,
objetivo desta unidade fazer uma análise sobre o desafio da implantação
do PROEJA nos Institutos Federais, considerando os condicionantes
históricos da Educação profissional e da Educação de Jovens e
Adultos no Brasil.
Panorama da Educação a
Distância
3.1 Educação a Distância: conceito e
histórico

No sentido literal, o conceito de Educação a Distância envolve


a transmissão de conhecimento sem a presença física dos
participantes, sejam eles professores, tutores ou alunos.
Mais recentemente, a definição de Educação a Distância tem
sido vinculada à modalidade de ensino concretizada pelo uso de
tecnologias de informação e comunicação, integrando participantes
que estão separados geograficamente. Em outras palavras, a EaD
está ancorada no conceito de interação virtual entre os participantes
na qual o aprendizado é disseminado pelo uso de dispositivos
tecnológicos tais como, ambientes virtuais, notebooks, tablets,
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 57

telefones celulares, entre outros. A propósito da ideia de interação


virtual, Leffa (2008, p.6) resgata a perspectiva da Teoria da Atividade

na qual o sujeito é percebido nas suas relações com o


objeto a ser aprendido, relação essa feita através de um
instrumento de mediação. Esse sujeito não está isolado no
espaço, mas situado dentro de um contexto em que interage
com outras pessoas, formando uma comunidade para atingir
um determinado objetivo, que é compartilhado por todos.
Estamos definindo aqui o objetivo como o conteúdo a ser
internalizado, o instrumento como as tecnologias usadas
num curso a distância e como membros da comunidade
o professor, tutores e colegas que participam de um
determinado curso.

Dessa forma, a interação virtual consolida-se através das relações


que ocorrem no Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem entre
os vários participantes. Ainda em relação aos processos interativos,
Leffa destaca a relação entre o aluno e o dispositivo tecnológico
utilizado para os processos interativos, ou seja, o computador.
Leffa (2008, p.4) complementa que “o que a literatura da área
tem destacado sobre a relação do aluno com o instrumento,
na interação virtual, pode ser resumido em dois pontos: (1)
nível de experiência do usuário em relação ao computador e (2)
problemas de funcionamento do computador”. Em suma, na
Educação a Distância a interação virtual depende basicamente
do conhecimento tecnológico dos participantes envolvidos bem
como do funcionamento dos dispositivos disponíveis para que os
processos interativos aconteçam de maneira adequada.

3.1.1 Os primeiros documentos da


Educação a Distância

A literatura relata várias experiências no que concerne ao início da


EaD desde a troca de informações via serviço postal até a utilização
de Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem. Surge, nesse
momento, um desafio para você, aluno desse curso na modalidade
de Educação a Distância: você saberia identificar o marco inicial
dos trabalhos a distância? Observe o diagrama a seguir.
Diagrama – Os primeiros documentos da Educação a Distância

A Educação a Distância iniciou com ...

séc I

... envio de textos bíblicos - epístolas de São Paulo - as comu-


nidades cristãs na Ásia Menor ...

séc XVIII

... prosseguiu com o despacho de material para ensino e


tutoria por correspondência ...

séc XIX

... evoluiu para o ensino com professores a distância ...

séc XX

... suscitou debates a partir da publicação da monografia


intitulada, “A Educação a Distância nas universidades e nas
instituições de ensino superior: a estrutura didática e análise
comparativa – uma contribuição para a teoria da Educação a
disTância” do alemão otto Peters

Fonte: elaborado pela autora.

O diagrama ilustra alguns registros históricos importantes no que


concerne à Educação a Distância. Gouvêa & Oliveira (2006) salientam
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 59

que, segundo alguns compêndios, a Educação a Distância teve sua


origem no envio das epístolas de São Paulo às comunidades cristãs
da Ásia Menor, registradas na Bíblia, cujo objetivo era ensinar como
viver dentro das doutrinas cristãs em ambientes desfavoráveis. Elas
teriam sido enviadas por volta do século I e são consideradas pelos
historiadores como marco inicial da Educação a Distância.

Essa modalidade de ensino continuou evoluindo e teve seu


registro mais próximo com o modelo atual em um anúncio da
Gazeta de Boston, na edição de 20 de março de 1728, quando o
Professor Caleb Philipps ofereceu material para ensino e tutoria por
correspondência. Já no começo da década de 1880, as pessoas, que
tinham dificuldade em se locomover até as escolas mais próximas,
iniciaram o processo de educação com professores a distância. Foi
nesse momento que a modalidade de educação começou a existir
institucionalmente, reforçada em função da invenção dos serviços
postais baratos e confiáveis (MOORE; KEARSLEY, 2007).

Além dos fatos históricos mencionados anteriormente, é possível


identificar, também, outros registros vinculados à Educação a
Distância. Lima (2012) resgata -no final do século XVIII, meados
do século XIX e princípios do século XX - algumas experiências
com estudos feitos por correspondência. Entretanto, é no início do
século XX que as experiências a distância se expandem. Segundo
Lima (2012, p. 34),

entre o início do século XX e a Segunda Grande Guerra


Mundial, várias experiências metodológicas utilizando meios
de comunicação de massa foram realizadas. Nos EUA, em
alguns países da Europa e, mais tarde, na Austrália, foram
adotados alguns cursos por correspondência, em 1905, 1914
e 1941.

OTTO PETERS
Apesar desses primeiros registros no início do século XX, Lima [SAIBA MAIS]
(2012, p. 35) salienta que a EaD teve maior proliferação “a partir Professor especialista em EaD e reitor
de meados da década de 1960, com a institucionalização de várias da Universidade Aberta de Hagen, na
ações nos campos da educação secundária e superior, começando Alemanha, na década de 70, Peters
publicou uma monografia, intitulada, “A
pela Europa (França e Inglaterra) e se expandindo para os outros
Educação a Distância nas universidades
continentes.” e nas instituições de ensino superior:
estrutura didática e análise comparativa
Já nos anos 1980, a EaD teve um impulso maior com as – uma contribuição para a teoria da
publicações do renomado professor alemão Otto Peters. Sob o Educação a Distância”, considerada
escopo da sociedade industrial, o autor evidenciou características lendária pelo teor de suas afirmações.
comuns ao modelo fordista de produção em que se configuram
os processos de mecanização, produção em massa, linha de
montagem, normatização e centralização, sobretudo no que se
refere ao desenvolvimento e produção de materiais pedagógicos.
Nas palavras de Peters (1983, p. 111),

(e)studo a distância é um método racionalizado (envolvendo


a definição de trabalho) de fornecer conhecimento que (tanto
como resultado da aplicação de princípios de organização
industrial, quanto pelo uso intensivo da tecnologia que facilita
a reprodução da atividade objetiva de ensino em qualquer
escala) permite o acesso aos estudos universitários a um
grande número de estudantes independentemente de seu
lugar de residência e de ocupação.

Nesse sentido, a Educação a Distância se consolida na medida em


que ela atinge um grande número de alunos em múltiplos locais.

Vale salientar que as ideias defendidas por Peters foram, a


princípio, rejeitadas por outros estudiosos, como os ingleses da
Universidade Aberta e os australianos ligados à EaD, os quais
defendiam a necessidade de se buscar caminhos e modelos que
ultrapassassem aqueles baseados nos paradigmas da Sociologia
Industrial (RUMBLE, 1995; STEVENS, 1996). Dessa forma, percebe-
se que havia vozes divergentes ao trabalho de Peters. Se por um
lado alguns defendiam um modelo educacional de massa, baseado
na filosofia fordista; por outro havia quem enfatizasse uma ideia
mais flexível de educação adequada às configurações sociais.

O diagrama a seguir mostra alguns marcos históricos que auxiliaram


no processo de expansão, aprimoramento e consolidação dos
cursos a distância em uma esfera mundial.
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 61

Diagrama – Registro histórico sobre EaD no mundo

Marco da Educação à Distância: o Prof. Caleb Philipps oferece, na


1728 Gazeta de Boston, material para ensino e tutoria por correspondência.

Na Suécia é inaugurado o Instituto Líber Hermondes, que possibilitou


1829 a mais de 150.000 pessoas realizarem cursos através da Educação à
distância.

Na Faculdade Sir Isaac Pitman, no Reino Unido, é inaugurada a


1840 primeira escola por correspondência na Europa.

No Departamento de Extensão da Universidade de Chicago, nos


1892 Estados Unidos, é criada a Divisão de Ensino por Correspondência
para preparação de docentes.

Em Berlim, a Sociedade de Línguas Modernas patrocina os


1894 professores Charles Toussain e Gustav Laugenschied para ensinarem
Francês por correspondência.

A Unidade de Queensland, na Austrália, inicia programas de ensino


1910 por correspondência.

A BBC, na Inglaterra, começa a promover cursos para a educação de


1928 adultos usando o rádio.

O Japanese National Public Broadcasting Service, no Japão, inicia


1935 seus programas escolares pelo rádio, como complemento e
enriquecimento da escola oficial.

Na Noruega é criada a primeira legislação para escolas por


1948 correspondência.

Surge a Universidade de Sudáfrica, atualmente a única universidade


1951 a distância da África, que se dedica exclusivamente a desenvolver
cursos nesta modalidade.

1969 No Reino Unido é criada a Fundação da Universidade Aberta.

Este ano marca a Fundação da Associação Europeia de Universidades


1987 de Ensino a Distância.

1988 Surge, em Portugal, a Fundação da Universidade Aberta.

Adaptado de: UFC Virtual, 2014.


Conforme explicitado no diagrama acima, o ano de 1728 registra
o início da Educação a Distância, como a conhecemos hoje, e
lentamente ela se expandiu para vários países ao redor do mundo
nas mais variadas formatações. Cabe salientar que, de maneira
geral, os autores relacionam o surgimento da EaD ao emprego de
tecnologias de impressão, especialmente dos jornais. Assim, os
jornais seriam os primeiros instrumentos de Educação a Distância
(MAIA E MATTAR, 2007).

3.1.2 O início da EaD no Brasil


No Brasil, registra-se o início da Educação a Distância com
a circulação de anúncios no Rio de Janeiro sobre cursos
profissionalizantes de datilografia, por correspondência, no final do
século XIX. Entretanto, vale ressaltar que esses cursos não eram
ministrados por um estabelecimento de ensino, mas por professor
particular. Nesse contexto, Educação a Distância se refere a cursos
por correspondência com remessa de materiais didáticos via correio,
que na sua maioria chegava às mãos dos alunos através das ferrovias.

No processo evolutivo da EaD, os cursos nessa modalidade


chegaram à primeira metade do século XX com algumas
experiências bem sucedidas com a criação do Instituto Monitor e
o Instituto Universal Brasileiro (IUB). Conforme Lima (2012, p. 35),

no Brasil, as primeiras experiências em EaD datam do final


da década de 30, com a fundação do Instituto Rádio-Monitor,
em 1939, e, em seguida, com o Instituto Universal Brasileiro,
em 1941 – este, como uma experiência na formação de
profissionais para atuar no mercado de trabalho, nas áreas de
eletrônica, contabilidade, língua inglesa, entre outros cursos.

No passado, o processo de divulgação dos cursos do Instituto


Universal Brasileiro era realizado, em geral, através de publicação
de anúncios em revistas. O procedimento de inscrição era bastante
artesanal, visto que os interessados preenchiam a ficha mostrada
na parte inferior da figura e enviavam as informações via correio
postal.

O diagrama a seguir ilustra alguns dos momentos históricos mais


marcantes no que concerne à EaD no Brasil.
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 63

Diagrama - Registro histórico da EaD no Brasil

1923 Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.


Criação do Instituto Universal Brasileiro, um dos pioneiros no Ensino
1941
a Distância (EaD) no Brasil.
É iniciada, em cadeia nacional, a série de cursos do Projeto Minerva,
1970 que transmitia aulas dos cursos de Capacitação Ginasial e Madureza
Ginasial.
Lançamento do Telecurso de 2º Grau, pela Fundação Padre Anchieta
1978 e pela Fundação Roberto Marinho com programas televisivos apoiados
por fascículos impressos.
É implantada, em caráter experimental, a pós-graduação Tutorial a
Distância (Posgrad) pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal
1979 a 1983
de Ensino Superior (Capes). O curso teve por objetivo capacitar docentes
universitários do interior do Brasil.
A Fundação Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação Básica
e as secretarias estaduais de educação implantam o Programa de
1991
Atualização de Docentes, abrangendo as quatro séries iniciais do
Ensino Fundamental e alunos dos cursos de formação de professores.
Aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação que passa a
1996
regulamentar a EaD no Brasil.
2005 A Universidade Aberta do Brasil é lançada pelo governo federal.
2007 Lançamento do sistema rede e-Tec Brasil pelo MEC.
A UAB (Universidade Aberta do Brasil) passa a oferecer os primeiros
programas de pós-graduação stricto sensu a distância. A Universidade
2011
de São Paulo (USP) lança o seu primeiro curso a distância (licenciatura
em Ciências).

Conforme ilustrado no diagrama, a fundação da Rádio Sociedade


do Rio de Janeiro no ano de 1923 configura o início dos trabalhos a
distância no Brasil e o ano de 2011 sinaliza o momento de oferta dos
primeiros programas de pós-graduação stricto sensu a distância
pela Universidade Aberta do Brasil - UAB.

3.1.3 EaD - rádio e televisão

Você deve estar curioso para saber sobre a inserção do rádio e


da TV na modalidade de Educação a Distância, certo? No século
passado, esses dois dispositivos tecnológicos bastante populares
para a época foram considerados inovadores no processo de
Educação a Distância. Ambos se destacam no histórico da EaD no
Brasil em função de seguirem uma formatação mais próxima daquilo
FUNDAÇÃO ROBERTO que se identifica como Educação a Distância na atualidade. Essa
MARINHO formatação está relacionada ao uso de linguagem dialogada, de
[SAIBA MAIS] processos interativos mais dinâmicos, como a utilização de filmes,
Criada em novembro no ano de 1977, músicas e contextualizações para as situações de aprendizagem.
pelo jornalista Roberto Marinho, a fundação
nasce com o propósito de promover Em 1948, com a chegada da televisão no Brasil, a Educação
educação de qualidade no Brasil. para isso, a Distância foi inserida em programas educativos. Em 1965, a
a fundação criou o Telecurso, um programa presença da EaD foi ratificada com a criação da TV Educativa e,
de TV que oferecia aulas pela televisão
posteriormente, aprimorada com a criação da Fundação Roberto
para conclusão da escolaridade básica.
Nesses mais de 30 anos, a Fundação tem Marinho, que em 1980 iniciou a produção dos programas Telecurso
desenvolvido tecnologias educacionais, 1º e 2º Graus.
utilizando todas as ferramentas possíveis
como a televisão, os livros e a internet, Esses programas se tornaram muito populares devido à linguagem
para formar educadores e alunos. Todos acessível e de fácil assimilação. O público-alvo dos programas
os projetos da fundação, seja em meio Telecurso 1º e 2º Graus eram indivíduos,que necessitavam se
ambiente, patrimônio ou através do Canal qualificar com conhecimentos relativos às disciplinas do Ensino
Futura, têm a educação como premissa e
Fundamental e do Ensino Médio, anteriormente denominados 1º e
objetivo.
2º Graus.

No processo evolutivo da Educação a Distância, o ensino por


correspondência é tradicionalmente classificado como EaD de
primeira geração (Maia e Mattar, 2007; Moore e Kearsley, 2008).
Entre os autores citados existe uma proposta diferente no que
concerne às gerações de EaD, que estão relacionadas ao tipo
de tecnologia empregada. Veja, na sequência, dois diagramas
ilustrativos das gerações de EaD, de acordo com Maia e Mattar
(2007), Moore e Kearsley (2008).
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 65

Diagramaww – Gerações de EaD, segundo Maia e Mattar (2007)

Primeira Geração

Ensino de material por Ensino de material por


correspondência correspondência

Segunda Geração

Inserção de novas
Rádio, TV fitas cassetes
mídias (rádio e TV)

Terceira Geração

Materiais impresos, TV,


Universidade Abertas (UABs)
Rádio, telefone, fita cassete

Quarta Geração

Teleconferência interativa
Teleconferências
com audio e vídeo

Diagrama – Gerações de EaD, segundo Moore e Kearsley (2008)

Conforme ilustrado nos diagramas, Maia e Mattar e Moore e Kearsley


identificam gerações de EaD diferentes, considerando a evolução
das tecnologias empregadas na Educação a Distância. Enquanto Maia
e Mattar utilizam o termo “EaD on-line” para englobar os tipos
de tecnologia mais recentes inseridas na EaD, Moore e Kearsley
separam a “teleconferência” e a “internet” enfatizando os últimos
dispositivos tecnológicos na quinta geração.
3.2 Educação a Distância: processos de
gestão

A década de 1990 consolidou a oferta de cursos na modalidade a


distância com a proliferação dos computadores pessoais nos lares
brasileiros, adicionada à disponibilidade de internet em ambos os
contextos, escolar e doméstico. Com a expansão da EaD, novas
formas de gestão foram implementadas em diversos programas.

3.2.1 Gestão da EaD

A gestão da EaD nas instituições de ensino se bifurca em duas


direções: a gestão pedagógica e a gestão administrativa. Verifique
os dois tipos de gestão e suas subdivisões na sequência.

Diagrama - Gestão pedagógica

Gestão
pedagógica

Arquitetura Aspecto Equipe


tecnológica metodológico multidisciplinar

Fonte: elaborado pela autora.

A gestão pedagógica engloba a arquitetura tecnológica, o aspecto


metodológico e a equipe multidisciplinar envolvidos no curso de
Educação a Distância. Para os cursos Educação para a Diversidade
com Ênfase em Ensino de Jovens e Adultos e Especialização em Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade Ensino de Jovens
e Adultos (Proeja) promovidos pelo IFSC, por exemplo, a arquitetura
tecnológica está diretamente relacionado à plataforma Moodlebem
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 67

como aos softwares, aos recursos informáticos, às ferramentas de


comunicação e interação e aos objetos de aprendizagem. Nesse
contexto, a gestão educacional dos cursos depende basicamente
do uso adequado das ferramentas que o Moodle oferece para os
procedimentos de interação.

Quanto ao aspecto metodológico, esse inclui as formas de


interação e comunicação entre os participantes, as atividades a
serem propostas, os procedimentos de avaliação e a maneira como
esses componentes são articulados sob o ponto de vista didático.

A equipe multidisciplinar deve ser composta por profissionais de


diversas áreas, visto que ela inclui a preparação do material assim
como a condução dos cursos de Educação a Distância. Inclui-
se, nessa equipe, professores, tutores, web designer, ilustrador,
programador, designer instrucional, diagramador, revisor textual,
entre outros. A função de cada integrante da equipe é potencializar
os recursos virtuais para o desenvolvimento dos conteúdos de forma
a atualizar e dinamizar a linguagem de comunicação entre professor
e aluno. Veja, no diagrama a seguir, um exemplo de formação de
equipe multidisciplinar circundando o trabalho do professor.

Diagrama - Equipe multidisciplinar

Coordenadores

Revisores
Professores
textuais

Diagramadores Tutores

Designers
Web Designers
Instrucionais

Ilustradores Programadores
Os vários integrantes da equipe multidisciplinar, conforme ilustrado
no diagrama, servem de apoio para adequar o conteúdo proposto
pelo docente em atividades interativas com linguagem de multimídia.

Diagrama - Gestão administrativa

Gestão
administrativa

Planejamento Execução Avaliação

A gestão administrativa inclui o planejamento, a execução e a


avaliação dos cursos de Educação a Distância. O planejamento,
por exemplo, engloba a identificação do público-alvo, os objetivos
estabelecidos para os cursos e a infraestrutura disponível tanto
do ambiente virtual quanto dos polos e ou NEADs. A execução
consolida-se com as condições de oferta do curso, desde os
procedimentos de matrícula até o gerenciamento dos materiais
no ambiente e os encontros presenciais. Os processos avaliativos
englobam os critérios e instrumentos de avaliação e a forma de
aplicação, se presencial ou a distância.
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 69

3.2.2 A Rede E-Tec Brasil e o Sistema UAB


- Universidade Aberta do Brasil

Enquanto aluno da modalidade de Educação a Distância, você


deve conhecer a Rede E-Tec Brasil e o Sistema UAB - Universidade
Aberta do Brasil, pois é através deles que a maioria das instituições
educacionais gerencia seus cursos a distância. Ambos foram
criados pelo governo brasileiro com o propósito de implementar
políticas educacionais para ampliação do ensino a distância para
cursos técnicos e superiores.

Rede e-Tec Brasil


A Rede e-Tec Brasil, lançada em 2007, objetiva desenvolver a
educação profissional e tecnológica na modalidade de Educação
a Distância com o propósito de ampliar e democratizar o acesso
a cursos técnicos de nível médio, públicos e gratuitos, em regime
de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios.

Em relação à assistência financeira na elaboração dos cursos


ofertados pela Rede e-Tec Brasil, a responsabilidade é do MEC, ao
passo que estados, Distrito Federal e municípios devem providenciar
estrutura, equipamentos, recursos humanos, manutenção das
atividades e demais itens necessários para a instituição dos
cursos. Atualmente, várias instituições ofertam cursos pelo e-Tec
por meio de polos presenciais em todo o Brasil. A previsão do MEC
é duplicar o número de alunos matriculados.

Sistema UAB - Universidade Aberta do UAB


Brasil
O Sistema UAB funciona como articulador entre as instituições de
ensino superior e os governos estaduais e municipais, com vistas a
atender às demandas locais por educação superior. Essa articulação
estabelece qual instituição de ensino deve ser responsável por
ministrar determinado curso em certa região por meio dos polos de
apoio presencial. UNIVERSIDADE
ABERTA DO BRASIL
Para atender a demanda de expansão e melhoria do ensino, o
Sistema UAB sustenta-se em cinco eixos fundamentais, conforme
ilustrado no diagrama a seguir.

Diagrama - Sistema UAB

expansão pública da
educação superior,
considerando os
processos de
democratização e
acesso

aperfeiçoamento dos
financiamento dos processos de gestão
processos de das instituições de
implantação, execução ensino superior,
e formação de possibilitando sua
recursos humanos SISTEMA expansão em consonância
em educação superior UAB com as propostas
a distância educacionais dos
estados e municípios

avaliação da educação
estimulo à superior a distância tendo
investigação em por base os processos
educação superior de flexibilização e
a distância no pais regulação implantados
pelo MEC

O sistema UAB potencializa o trabalho da Educação a Distância


através da expansão, aperfeiçoamento, avaliação, estímulo e
financiamento para cursos nessa modalidade. Uma das propostas
da Universidade Aberta do Brasil (UAB) é formar professores e outros
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 71

profissionais de educação nas áreas da diversidade. O objetivo é a


disseminação e o desenvolvimento de metodologias educacionais
de inserção dos temas de áreas como educação de jovens e adultos,
educação ambiental, patrimonial, educação para os direitos humanos,
educação das relações étnico-raciais, de gênero e orientação sexual
e temas da atualidade no cotidiano das práticas das redes de ensino
pública e privada de educação básica no Brasil.

3.2.4 Políticas e legislação em EaD

Você percebeu como os trabalhos da EaD são complexos na


sua estrutura? Toda a configuração de um curso a distância é
cuidadosamente planejada. Você também deve estar ciente de que
um curso nessa modalidade possui políticas e legislação próprias,
cujo objetivo é regular a implementação e funcionamento de um
curso em EaD.

No Brasil, a legislação que efetivamente regulamenta a modalidade


de Educação a Distância, nos moldes em que ela se apresenta
atualmente, é a o Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005.
Conforme Salvucci, Liboa e Mendes (2012, p. 52) enfatizam, esse
decreto se

constitui de cinco capítulos: o Capítulo I trata das


Disposições Gerais e caracteriza a EaD; o Capítulo II trata do
credenciamento das IES e instruções para oferta de cursos; o
Capítulo III, da oferta de EaD na educação básica; o capítulo
IV, da oferta de cursos superiores na modalidade a distância
e o Capítulo V, das Disposições Gerais.

Para complementar as políticas e legislação que regem à EaD e


enfatizar a importância dessa modalidade de ensino, instituiu-se o
dia 27 de novembro como o Dia Nacional de Educação a Distância.
Anualmente, comemora-se a data com encontros visando a
discussão dos rumos da EaD no Brasil e no mundo.

Para esclarecer as diretrizes que regem à EaD, leia um diagrama


com os dados mais relevantes.
Diagrama – Legislação da EaD

estabelece as bases legais para a modalidade de


Lei n. 9.394, de
Educação a Distância pela Lei de Diretrizes e
dezembro de 1996
Bases da Educação Nacional

autoriza as instituições de ensino superior a


Portaria Ministerial introduzir na organização curricular de seus
n. 4.059, de 10 de cursos reconhecidos a oferta de disciplinas na
dezembro de 2004 modalidade semipresencial limitada a 20% da
carga horária total do curso

regulamenta o art. 80 da lei n. 9.394 e identifica a


Decreto n. 6.622,
EaD como “uma forma de ensino que possibilita a
de 19 de dezembro
autoaprendizagem, com a mediação de recursos
de 2005
didáticos sistematicamente organizados [...]”

dispõe sobre o exercício das funções de regulação,


Decreto n. 5.773,
supervisão e avaliação de instituições de educação
de 09 de maio de
superiores de graduação e sequenciais no sistema
2006
federal de ensino

altera dispositivos dos Decretos n. 5.662, que


estabelece as diretrizes e beses da educação
Decreto n. 6.303, nacional, e n. 5.773, que dispõe sobre o exercício
de 12 dezembro de das funções de regulação, supervisão e avaliação
2007 de instituições de educação superior e cursos
superiores de graduação e sequenciais no sistema
federal de ensino
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 73

Quanto à oferta de Educação a Distância, essa poderá ser realizada


nos seguintes níveis e modalidades educacionais:

Diagrama – Níveis e modalidades educacionais da EaD

I - educação básica, nos termos so art. 30 do Decreto n. 5.622

II - educação de jovens e adultos, nos termos de art. 37 da Lei


n. 9.394

III - educação especial, respeitadas as especificidades legais


pertinentes

IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e


programas:

a) técnicos, de nível médio;

b) tecnológicos, de nível superior.

V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e


programas:

a) sequenciais;

b) de graduação;

c) de especialização;

d) de mestrado;

e) de doutorado.

Resumindo, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que


estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, relata em
seu artigo terceiro sobre a responsabilidade que cada município,
estado e União tem em promover e estimular cursos presenciais
e a distância aos jovens e adultos que necessitam completar sua
escolaridade. Essa lei, a primeira a tratar e regularizar a Educação a
Distância no Brasil, foi então ajustada pela portaria nº 4.361, de 29
de dezembro de 2004, que inicialmente propôs o credenciamento
das instituições de ensino superior no que tange à oferta de cursos a
distância pelo sistema Sapiens. Atualmente, é de responsabilidade
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)
analisar as instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes.
O processo de avaliação leva em consideração aspectos como
ensino, pesquisa, extensão, responsabilidade social, gestão da
instituição e corpo docente. O Sinaes reúne informações do Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade, as avaliações
institucionais e dos cursos.

Agora que você já está familiarizado com o histórico da Educação


a Distância e os sistemas utilizados para o gerenciamento dos
nossos cursos, aproveite para potencializar seus estudos nesse
curso. Utilize seu conhecimento sobre Ambientes de Ensino e
Aprendizagem para interagir com seus colegas e compartilhar seu
conhecimento. Dessa forma, você conseguirá contribuir de forma
eficaz para o seu próprio processo formativo.
Considerações
Finais
Prezado estudante!

Na unidade 1, foram apresentadas orientações básicas sobre a


modalidade da Educação a Distância com enfoque no tutorial
sobre o Moodle, ambiente virtual de ensino e aprendizagem
utilizado pelo IFSC. Alicerçada em teóricos de Educação a
Distância, essa unidade fundamentou a necessidade de uma
postura mais autônoma no que concerne ao trabalho do aluno.

Já, na unidade 2, foram apresentados os principais Ambientes


Virtuais de Ensino e Aprendizagem bem como as ferramentas
básicas da EaD e as comunidades virtuais.

A unidade 3 mostrou o contexto histórico da Educação a


Distância, sua origem e sua difusão no Brasil. Além disso,
nessa unidade foram estudados a gestão em EaD, a Rede
E-Tec e o sistema UAB. Por fim, o último tópico abordou as
políticas e as leis referentes à Educação a Distância no Brasil.

Denise de Mesquita Corrêa


Sobre a autora

[Denise de Mesquita Corrêa]


Possui graduação em Letras Inglês – Português pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (1985),
especialização em EaD com Ênfase na Docência e na Tutoria pela PUC/RS (2013) e mestrado em Letras
(Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC (1995). Atualmente,
está finalizando o curso de especialização em Informática na Educação, também a distância, pela PUC/RS. É
professora colaboradora do curso de licenciatura em Letras-Inglês, modalidade a distância na UFSC; professora
do curso de Ciências Aeronáuticas, em EaD, na Unisul e coordenadora do Núcleo de Educação a Distância no
Senai, unidade São José/Palhoça. No IFSC, está desempenhando o papel de professora colaboradora para os
cursos de especialização em Educação para a Diversidade com Ênfase em EJA e especialização em Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade EJA (Proeja). Nos últimos anos tem se dedicado à
Educação a Distância desempenhando o papel de consultora, coordenadora, professora, tutora e aluna de
cursos a distância tendo desenvolvido materiais sobre o tema.
Referências
ALMEIDA, M.E. Incorporação da tecnologia de informação na escola: vencendo desafios, articulando saberes
e tecendo a rede. In MORAES, M.C. (Org.). Educação a Distância: fundamentos e práticas. Campinas:
UNICAMP/NIED, 2002.

BEHAR, Patrícia Alejandra. Modelos pedagógicos em Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FARIA, Elaine Turk. O professor e as novas tecnologias. In ENRICONE, Délcia (Org.). Ser Professor.
4 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. Disponível em: <http://aprendentes.pbworks.com/f/prof_e_a_
tecnol_5%5B1%5D.pdf>. Acesso em: jan. 2014.

GOUVÊA, Guaracira; OLIVEIRA, Carmen Irene. Educação a distância na formação de professores:


viabilidades, potencialidades e limiter. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2006.

LEFFA, Vilson J. Interação virtual versus interação face a face: o jogo de presenças e ausências. Trabalho
apresentado no Congresso Internacional de Linguagem e Interação. São Leopoldo: Unisinos, 2005. Disponível
em: <http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/interacao_virtual_e_face.pdf.> Acesso em: fev. 2014.

LÉVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.

LIMA, Artemilson Alves de. Fundamentos e Práticas na EaD. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica. Edição revisada e atualizada – Cuiabá; Universidade Federal de Mato Grosso /
Rede e-Tec Brasil, 2012.

MORAN, T. The Command Language Grammars: a representation for the user interface of interactive
computer systems. em International Journal of Man-Machine Studies 15:3-50, Academic Press, 1981.

MOORE, M. KEARSLEY, G. A Educação a Distância: uma visão integrada. São Paulo: Thomson Learning,
2007.

MAIA, C. S. R.; MATTAR, João. ABC da EAD. v. 1; 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

MOORE, G. Michael. Teoria da Distância Transacional. Revista Brasileira de Aprendizagem aberta e a


Distância, São Paulo, Agosto 2002. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_
Doc/2002_Teoria_Distancia_Transacional_Michael_Moore.pdf> Acesso em: jan. 2014.

NEVES, Carmen. A Educação a Distância e a formação de professores. Disponível em: <http://portal.mec.


gov.br/seed/arquivos/pdf/4sf.pdf >. Acesso em: jan. 2014.

PRETI, O. (Org.). Educação a Distância: sobre discursos e práticas. Brasília, DF: Liber Livro, 2005.

PETERS, Otto (2006),.Distance Teaching and Industrial Production: A Comparative Interpretation in Outline. In
SEWART, D. et al. (eds.). Distance Education: International Perspectives. Londres/ Nova Iorque: Croomhelm/
St. Martin’s, 1983.

ROSA, Fernanda Ribeiro. Inclusão Digital como Política Pública: Disputas no Campo dos Direitos Humanos.
Disponível em:<http://www.surjournal.org/conteudos/getArtigo18.php?artigo=18,artigo_03.htm> . Acesso em:
fev. 2014.

RUMBLE, G. Labor Market Theories and Distance Education: Industrialization and Distance Education”, in
Open Learning, vol. 10, nº 1, 1995.

SALVUCCI, Mara. LISBOA Marcos J. A, MENDES Nelson C. Educação a Distância no Brasil: Fundamentos
legais e implementação. Disponível em:<http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2012/
artigo_04_v112012.pdf> Acesso em: fev. 2014.

Potrebbero piacerti anche