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campanHa

nacionaL
dos
bancários
2010
subsÍdios para
discussão nas
conFErÊncias
rEGionais
JUNHO 2010

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apresentação

12 conFErÊncia
a

nacionaL dos
bancários
rio de Janeiro, de 23 a 25 de julho de 2010

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O
Comando Nacional dos
Bancários, coordenado
pela Contraf-CUT,
reuniu-se no dia 20
de maio em São Paulo para
dar a largada à preparação da
Campanha Nacional 2010. Com
a participação de representantes

Em busca da das federações e dos maiores


sindicatos do país, o Comando
definiu o temário, o calendário

unidade e da
de organização e a convocação
da 12ª Conferência Nacional dos
Bancários, que será realizada nos
dias 23, 24 e 25 de julho, no Rio

participação de Janeiro.
Esta publicação tem o objetivo
de, a partir das definições do

democrática
Comando, oferecer subsídios
para contribuir com os debates
nas assembléias e conferências
regionais que antecederão a

dos Conferência Nacional.

Os eixos da

bancários
Campanha Nacional
O Comando Nacional
definiu quatro grandes temas
para a campanha deste ano:
remuneração, emprego, saúde do
trabalhador e segurança bancária e
o sistema financeiro.
As discussões de todos esses
temas incluirão as reivindicações

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Calendário da Campanha Nacional

O Comando definiu o seguinte calendário da Campanha Nacional:


20 de maio Reunião do Comando Nacional na Contraf-CUT
A 12ª Conferência, que
20 de maio Divulgação da consulta da campanha aos sindicatos e federações
definirá a estratégia e a minuta
28 a 30 de maio Congressos dos bancários do BB, Caixa e BNB de reivindicações da Campanha
1º de junho Assembléia Nacional da Classe Trabalhadora, em São Paulo Nacional, apresentará uma
11 de junho Devolução da consulta à Contraf-CUT novidade em relação aos debates
11 de junho Prazo para divulgação dos textos orientadores da campanha em grupos. Diferente dos anos
16 de junho Reunião para construção da mídia da Campanha anteriores, haverá palestras
18 e 19 de junho Congresso dos bancários do Banco da Amazônia dos especialistas convidados,
17 de julho Fim do Prazo para realização das Conferências Regionais em plenário, sobre os quatro
grandes temas no primeiro dia
22 de julho Reunião de sistematização dos temas votados
da conferência, para que todos
nas Conferências Regionais
os delegados possam participar.
23 a 25 de julho 12ª Conferência Nacional dos Bancários, no Rio de Janeiro E no segundo dia as discussões
serão aprofundadas nas reuniões
sobre igualdade de oportunidades regionais em todo o país. A escolha dos quatro grupos, tendo
em todas as vertentes de gênero, do local é em homenagem ao como subsídios as resoluções
raça, orientação sexual e pessoas Sindicato dos Bancários do Rio de das conferências regionais e
com deficiência — ou seja, Janeiro, que está completando 80 os resultados da consulta aos
garantindo a transversalidade em anos de fundação. bancários. Veja a programação:
todos os debates. Muitas dessas
desigualdades e preconceitos
foram confirmadas pelo Mapa da DIA PERÍODO EVENTO
Diversidade, a pesquisa nacional Manhã (9h às 13h) Painel: Remuneração
realizada em 2008 pela Fenaban, 23 de Painel: Emprego
com o apoio dos sindicatos e do Julho Tarde (15h às 18h) Painel: Saúde do Trabalhador e Segurança Bancária
Ministério Público do Trabalho. Painel: Sistema Financeiro Nacional
Noite Abertura
Programação da 12ª
Manhã (9h às 13h) Análise de Conjuntura
Conferência Nacional
O Comando marcou a 12ª Apresentação da Pesquisa Nacional
Conferência Nacional dos 24 de Tarde (15h às 18h) Grupo 1 - Remuneração
Bancários para os dias 23, 24 e 25 Julho Grupo 2 - Emprego
de julho, no Rio de Janeiro, que Grupo 3 - Saúde do Trabalhador e Segurança Bancária
será precedida pelas conferências Grupo 4 - Sistema Financeiro
Noite Confraternização
25 de Manhã (9h às 14h) Discussão das polêmicas dos grupos
Julho Estratégia de Campanha
Aprovação da Minuta das Reivindicações

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Remuneração
U
m estudo ainda prelimi- essa perda será ainda maior. suas tarefas para além do cargo em
nar do DIEESE sobre a Como os bancos vinculam essa que foi contratado bem como além da
composição da remune- remuneração às estratégias de jornada de trabalho prevista na CCT.
ração total dos bancários mercado e o alcance de metas, o O desafio que se coloca não é
aponta que, de acordo com o esta- movimento sindical não tem acesso só regrar esta situação, ou seja,
belecido na CCT 2009 da categoria, aos critérios norteadores que de- contratar na Convenção toda a
um trabalhador com salário próximo terminam esse tipo de pagamento, remuneração auferida pelos ban-
do piso teria sua remuneração total até porque cada banco tem suas cários, seja ela direta ou indireta,
dividida da seguinte forma: 58,5% próprias estratégias de mercado. fixa ou variável, bem como fazer
remuneração fixa direta, 34,1% Como essas metas são inalcan- com que esse tipo de remunera-
remuneração fixa indireta e 7,4% çáveis, o resultado é nefasto. Não ção total tenha impacto na vida
remuneração variável. obstante o trabalhador entrar em futura do bancário, seja nos casos
processo de autocobrança para tentar de demissão como nos casos de
se adequar aos resultados esperados aposentadoria. Além disso, temos
pelo banco, pois não alcançar essas que negociar planos de cargos e
metas significa perder o emprego. salários para todos os bancários,
Quando os bancos contratam, espe- com regras claras e democráticas
ram do novo bancário que execute de crescimento profissional.

Abaixo alguns conceitos para melhor


n Remuneração Fixa Direta = 58,5% embasar os debates sobre o tema.
n Remuneração Fixa Indireta = 34,1%
n Remuneração Variável = 7,4% Remuneração fixa direta
A remuneração fixa direta é aquela recebida regularmente pelo
A reestruturação produtiva im- trabalhador sem qualquer vínculo a um gasto específico ou ao desem-
posta pelos bancos a partir da déca- penho econômico da empresa. São considerados como remuneração
da de 1990 mudou o paradigma no fixa direta: salário, 13º, férias, descanso semanal remunerado (DSR).
sistema de remuneração da catego-
ria, vinculando-o à estratégia de mer- Remuneração fixa indireta
cado. As empresas buscam reduzir A remuneração fixa indireta está relacionada ao pagamento me-
a parcela fixa do salário e ampliar a diante um determinado gasto específico, como por exemplo: auxílio
remuneração variável, atrelada ao alimentação, vale transporte, auxílio creche, etc...
lucro ou ao cumprimento de metas. Remuneração Variável
O que provoca perdas presentes e A remuneração variável é aquela que está relacionada ao desempe-
futuras para os trabalhadores. nho da atividade econômica e é paga ou não de acordo com critérios
No caso de trabalhadores que normalmente pré-estabelecidos. São considerados como remuneração
têm a remuneração vinculada a pro- variável: PLR, comissões e abonos.
gramas de resultados dos bancos,

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Rotatividade reduz dos trabalhadores, como mostra a rença entre os salários médios dos
remuneração tabela abaixo. bancários contratados e desligados
Pesquisa sobre emprego que A remuneração média dos mais foi de 38,02%.
a Contraf-CUT e o Dieese vêm de 30 mil bancários desligados em A diferença de remuneração
realizando desde janeiro do ano 2009 era de R$ 3.509,59, enquanto entre os desligados e os admitidos
passado, com base nos dados do os contratados entraram nos bancos diminuiu um pouco no primeiro
Caged do Ministério do Trabalho, recebendo em média R$ 2.099,83 trimestre de 2010: média de R$
mostra que os bancos continuam — uma diferença de 40,17%. Esse 2.197,79 dos contratados contra R$
usando a rotatividade da mão-de- movimento intensificou a tendência 3.536,38 dos que saíram — uma
obra, que é alta no sistema finan- observada no mesmo período do redução salarial de 37,85% (veja
ceiro, para reduzir a remuneração ano anterior (2008), quando a dife- no quadro abaixo.

Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego


e diferença da remuneração média por período / Brasil - 2009
Período Admitidos Rem. Média Desligados Rem. Média Saldo Dif.% da
(em R$) (em R$) Rem. Média
1o Trimestre 6.882 1.794,46 8.236 3.939,84 -1.354 -54,45%
2o Trimestre 6.353 2.074,58 7.223 3.270,31 -870 -36,56%
3o Trimestre 7.492 2.268,89 7.344 3.214,80 148 -29,42%
4o Trimestre 8.686 2.214,41 7.231 3.557,97 1.455 -37,76%

1o Semestre 13.235 1.928,92 15.459 3.627,01 -2.224 -46,82%


2o Semestre 16.178 2.239,64 14.575 3.385,05 1.603 -33,84%
ANUAL 29.413 2.099,83 30.034 3.509,59 -621 -40,17%

Fonte: M.T.E.CAGED
Elaboração: Subseção DIEESE - Contraf/CUT

Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e diferença


da remuneração média por Região do País - Brasil / Janeiro a Março de 2010
Região Admitidos Part % Rem. Média Desligados Part. % Rem. Média Saldo Dif.% da
(em R$) (em R$) Rem. Média
Norte 320 2,90% 1.371,52 209 2,54% 2.615,89 111 -47,57%
Nordeste 830 7,51% 1.639,09 679 8,27% 2.943,79 151 -44,32%
Sudeste 8.023 72,59% 2.379,78 5.796 70,57% 3.680,09 2.227 -35,33%
Sul 1.248 11,29% 1.870,67 1.056 12,86% 3.485,90 192 -46,34%
Centro-Oeste 632 5,72% 1.685,54 473 5,76% 3.145,52 159 -46,41%
Total 11.053 100,00% 2.197,79 8.213 100,00% 3.536,38 2.840 -37,85%

Fonte: M.T.E.CAGED
Elaboração: Subseção DIEESE - Contraf/CUT

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Remuneração
“Ou seja, as empresas finan- o Mapa da Diversidade elas rece- — diferença de R$ 1.684,00 por
ceiras estão reduzindo custos com bem em média 78,6% do salário mês em 2008, quando a pesquisa
fechamento de postos de trabalho dos homens, com uma diferença foi realizada.
e ainda com a alta rotatividade da regional ainda maior para o Sul do A pesquisa Contraf-CUT/Dieese
mão-de-obra, demitindo bancários país, onde sua remuneração é de com base nos dados do Caged
com salários mais altos e contratan- 72,6% do salário dos homens. mostra que a discriminação contra
do funcionários com remuneração Não é possível explicar a di- as mulheres começa já quando
inferior”, questiona Carlos Cordeiro, ferença acima por ocupação no elas entram nos bancos, e continua
presidente da Contraf-CUT. banco, pois ela se reflete também até o desligamento. As bancárias
conforme o cargo. Apenas 33,4% foram admitidas pelos bancos
A discriminação dos cargos de gerência nos ban- em 2009 com uma remuneração
contra as mulheres cos são ocupados por mulheres, média de R$ 1.707,60, frente aos
As mulheres são praticamente que recebem em média menos R$ 2.460,54 dos homens; uma
metade da categoria. Segundo R$ 10,00 por hora trabalhada (R$ diferença de -30,60%. Já as tra-
dados do Mapa da Diversidade, as 39,90 os homens e R$ 30,33 as balhadoras desligadas, saíram dos
mulheres correspondem a 48,4% mulheres). Mensalmente, as mu- bancos com remuneração média de
do setor, e maioria dentro dos ban- lheres em cargo de gerência rece- R$ 2.800,86, valor 32,13% inferior
cos privados (50,5%). Quanto ao bem em média R$ 5.338,00 contra à dos homens (R$ 4.126,77). Veja
rendimento das mulheres, segundo R$ 7.022,00 dos gerentes homens no quadro abaixo.

Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e diferença


da remuneração média por gênero / Brasil - Janeiro a Dezembro de 2009

Gênero Admitidos Part. % Rem. Média Desligados Part. % Rem. Média Saldo Dif.% da
(em R$) (em R$) Rem. Média

Masculino 15.322 52,09% 2.460,54 16.054 53,45% 4.126,77 -732 -40,38%


Feminino 14.091 47,91% 1.707,60 13.980 46,55% 2.800,86 111 -39,03%
Total 29.413 100,00% 2.099,83 30.034 100,00% 3.509,59 -621 -40,17%

Fonte: M.T.E/CAGED
Elaboração: Subseção DIEESE - CONTRAF/CUT

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A discriminação de Conduta (TAC da Acessibilida- de jornada de 6 horas após assu-
contra os negros de), os bancos passam de 33% mirem o cargo. Para aqueles que
Em relação à questão racial, a da cota em 2006, para 64% da já estão na categoria, foi detectada
discriminação se dá tanto na maior cota em 2009. Os bancos alegam ausência de promoção, além de
dificuldade de acesso dos negros a falta de qualificação das PCD´s desvio de função.
ao trabalho nos bancos quanto à para justificar a baixa participação Portanto, toda formulação do
remuneração. Enquanto os negros na categoria. movimento sindical para a política
representam 35% da População A Febraban vai realizar a se- de remuneração deve entrelaçar
Economicamente Ativa (PEA), nas gunda edição de um projeto piloto as questões de gênero, raça e PCD
instituições financeiras eles são em São Paulo, que contou com de forma a criar condições para
apenas 19% da categoria (a par- 3.000 inscritos, para 529 vagas, oportunidade de profissionaliza-
ticipação é um pouco melhor nos das quais foram contempladas 497 ção, considerando sua realidade
bancos públicos, com 20,5%). E pessoas que dividiam seu tempo sociocultural, suas características
as mulheres negras, que são 18º da entre trabalho, elevação da esco- e potencial a ser desenvolvido.
PEA, correspondem a apenas 8% laridade e treinamento. Voltadas Consequentemente, garantir maior
da categoria bancária, segundo o para agências, administração e geração de trabalho, emprego e
Mapa da Diversidade. teleatendimento, durante a qualifi- renda de forma sustentável, através
Ainda de acordo com a pesqui- cação contavam com uma jornada da eliminação das desigualdades,
sa, a população negra recebe em de 4 horas e salário proporcional do exercício pleno da cidadania e
média 84,1% do salário da popu- de R$ 675,76, com a promessa fortalecimento da democracia.
lação branca nos bancos. É maior
a diferença na região sudeste do
Brasil, onde os bancários negros
recebem 78,7% do salário dos
brancos. A participação dos negros
em cargos comissionados diminui
consideravelmente na medida que
aumenta a hierarquia nos bancos:
20% funcionais; 17% supervisão/
chefia; 14% gerência; 4% diretoria.
Essa segmentação não se justifica
pela escolaridade, pois brancos e
negros se equivalem em termos de
escolarização: 83% dos negros têm
curso superior ou pós-graduação,
contra 83,6% dos brancos.

Pessoas com deficiência


também discriminadas
Sobre a participação das pes-
soas com deficiência (PCD) nos
bancos, o setor não atinge a cota
mínima de 5%. Em maio de 2009,
em função de um Termo de Ajuste

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Emprego

É
bastante comum o traba- consequência é falta de qualidade trumento não determina que ne-
lhador, especialmente o de vida, tornando-se o emprego um nhum trabalhador será demitido
bancário, continuar traba- verdadeiro martírio. após sua ratificação. Pela conven-
lhando após cumprir sua É preciso debater com toda a ção, as demissões em massa só
jornada laboral, seja em sua casa, sociedade a acumulação de capi- poderão ocorrer com a justificação
seja em visitas a clientes no intuito tal por parte da classe que detém por parte da empresa de que ela se
de cumprir as metas, cada vez mais os meios de produção, a partir da faz necessária para a sobrevivência
escorchantes. Desta forma temos apropriação dos ganhos de produti- da instituição.
que o trabalho passou a ser fator vidade. No sentido de garantir mais O emprego precisa ser um
de adoecimento e desconforto com segurança aos trabalhadores brasi- instrumento para garantir melhor
constantes relatos de moléstias cau- leiros, é fundamental a ratificação qualidade de vida à classe trabalha-
sadas pelo clima tenso, insatisfação, da Convenção 158 da OIT. dora e, para tanto, deve vir acom-
excesso de trabalho e estresse. A Importante frisar que esse ins- panhado de condições saudáveis,

Evolução do emprego bancário 1989-2010


863.499

753.636

571.252
461.713
459.494

458.873
445.828
422.219
420.036
402.425

398.098

405.073
393.140

399.183

1989 1990 1994 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009(*) 2010(*)
Fonte: MTE-RAIS Elaboração: Subseção DIEESE-CONTRAF (*) Estimativa

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remuneração justa, perspectivas de privatizações e disseminação dos desligaram 30.034 funcionários e
futuro, segurança contra demissões correspondentes bancários foram admitiram 29.413, o que significa
imotivadas e aposentadoria digna. um golpe duro na categoria, que foi uma redução de 621 postos de tra-
A partir dos anos 90 a categoria reduzida de cerca de 750 mil traba- balho, segundo a pesquisa realizada
bancária passa por grandes desafios lhadores em 1990 para 393 mil em pela Contraf-CUT e pelo Dieese
em relação ao emprego. O advento 2001, retornando a crescer nos anos sobre o emprego no setor bancário,
da microeletrônica e da informática seguintes até alcançar 445 mil em com base no Caged.
foi responsável pela automação 2007, porém ainda longe de recu- No primeiro trimestre de 2010,
de diversos processos de trabalho perar a redução da década anterior. houve 8.213 desligamentos no
anteriormente realizado por traba- sistema financeiro e 11.053 contra-
lhadores bancários. Além disso a Alta rotatividade tações, configurando um saldo posi-
terceirização, fusões e aquisições, Mesmo com lucros em 2009 aci- tivo de 2.840 postos de trabalho no
horizontalização das estruturas, ma de R$ 37,4 bilhões, os bancos período. Confira nas tabelas abaixo.

Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego


e diferença da remuneração média por período / Brasil - 2009
Período Admitidos Rem. Média Desligados Rem. Média Saldo Dif.% da
(em R$) (em R$) Rem. Média
1o Trimestre 6.882 1.794,46 8.236 3.939,84 -1.354 -54,45%
2o Trimestre 6.353 2.074,58 7.223 3.270,31 -870 -36,56%
3o Trimestre 7.492 2.268,89 7.344 3.214,80 148 -29,42%
4o Trimestre 8.686 2.214,41 7.231 3.557,97 1.455 -37,76%

1o Semestre 13.235 1.928,92 15.459 3.627,01 -2.224 -46,82%


2o Semestre 16.178 2.239,64 14.575 3.385,05 1.603 -33,84%
ANUAL 29.413 2.099,83 30.034 3.509,59 -621 -40,17%

Fonte: M.T.E.CAGED
Elaboração: Subseção DIEESE - Contraf/CUT

Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e diferença


da remuneração média por Região do País / Brasil - Janeiro a Março de 2010
Região Admitidos Part % Rem. Média Desligados Part. % Rem. Média Saldo Dif.% da
(em R$) (em R$) Rem. Média
Norte 320 2,90% 1.371,52 209 2,54% 2.615,89 111 -47,57%
Nordeste 830 7,51% 1.639,09 679 8,27% 2.943,79 151 -44,32%
Sudeste 8.023 72,59% 2.379,78 5.796 70,57% 3.680,09 2.227 -35,33%
Sul 1.248 11,29% 1.870,67 1.056 12,86% 3.485,90 192 -46,34%
Centro-Oeste 632 5,72% 1.685,54 473 5,76% 3.145,52 159 -46,41%
Total 11.053 100,00% 2.197,79 8.213 100,00% 3.536,38 2.840 -37,85%

Fonte: M.T.E./CAGED
Elaboração: Subseção DIEESE - Contraf/CUT

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Emprego

Apesar de o Caged não disponi-


bilizar os dados por empresa, é pos-
sível perceber a responsabilidade
do setor privado no fechamento de
postos de trabalho. O cadastro reve-
la um aumento de 3.360 ocupações
no setor de Caixas Econômicas em
2009. Dessa forma, se fossem ex-
cluídos os números desse setor, o
saldo negativo geral passaria para
menos 3.981 postos de trabalho no Bancos Lucro Líquido (em R$ milhões)
ano passado.
“Esse corte brutal mostra que o 2008 2009 Var. (%)
sistema financeiro privado está na
Banco do Brasil 8.803 10.147 15,27%
contramão da economia brasileira,
que criou 995.110 novos empregos Itaú Unibanco 10.004 10.067 0,63%
formais em 2009”, afirma Carlos Bradesco 7.620 8.012 5,14%
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. Santander 3.913 5.508 40,76%
O fechamento de vagas em 2009
aconteceu num período em que os Caixa Econômica Federal 3.883 2.999 -22,77%
seis maiores bancos do país (Banco HSBC 1.354 671 -50,44%
do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Total 35.577 37.404 5,14%
Santander, Caixa Econômica Fe-
deral e HSBC) registraram, juntos, Fonte: Balanço dos Bancos
um lucro de R$ 37,404 bilhões, Elaboração: Subsede DIEESE - CONTRAF/CUT
aumento de 5,41% em relação ao
ano anterior, mesmo em um ano de
crise financeira mundial em que o É grande o número de ano passado, por 16.786 do total
PIB do país apresentou uma queda pedidos de demissão de trabalhadores desligados ou
de 0,2%. “Os bancos brasileiros não 55,89%. Além disso, cerca de
foram abalados pela turbulência dos Em relação ao tipo de desliga- 35,65% dos desligados pediram
mercados internacionais, garanti- mento, os dados do Caged mos- demissão de seus empregos no ano
ram os seus lucros astronômicos, tram que a maior concentração do passado, representando um total
mas cortaram empregos, o que é tipo de desligamento é a demissão de 10.706 trabalhadores.
inaceitável”, afirma Carlos Cordeiro. sem justa causa, responsável, no Essa proporção é ainda maior no

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Há mais mortos
Desligados, remuneração média por tipo de que aposentados
desligamento / Brasil - Janeiro a Dezembro de 2009 Outro dado que chama atenção
Tipo de Desligamento Desligados Part. % Rem. Média é o pequeno número de aposenta-
(em R$) dorias entre os motivos de desliga-
mento de funcionários dos bancos.
Desligamento por demissão sem justa causa 16.786 55,89 3.866,75 “Isso é um reflexo do alto número de
Desligamento por demissão com justa causa 1.257 4,19% 2.773,50 demissões, que as empresas usam
Desligamento a pedido 10.706 35,65% 3.186,00 para diminuir a folha de pagamento.
Desligamento por término de contrato 182 0,61% 1.753,58 Considerando que os bancários que
Desligamento por aposentadoria 587 1,95% 2.573,87 se aposentam são quase todos de
Desligamento por morte 235 0,78% 3.925,51 bancos públicos, podemos concluir
Término do contrato de trabalho que há mais bancários que morrem
por prazo determinado 281 0,94% 539,81 do que se aposentam nos bancos
privados”, denuncia o presidente
Total 30.034 100,00% 3.509,59 da Contraf-CUT.
Fonte: M.T.E./CAGED
Elaboração: Subseção DIEESE - Contraf/CUT Lutar contra as
discriminações
Combater a pobreza, o desem-
prego e o trabalho precário também
Desligados e remuneração média por tipo de
significa combater a discriminação
desligamento / Brasil - Janeiro a Março de 2010
impulsionada por estereótipos e
Tipo de Desligamento Desligados Part. % Rem. Média papéis que colocam as mulheres
(em R$) e a população negra em condição
Desligamento por demissão sem justa causa 3.917 47,69% 3.743,74 de maior vulnerabilidade. A prova
disso é a discriminação contra as
Desligamento por demissão com justa causa 232 2,82% 2.650,34
mulheres negras nos bancos – re-
Desligamento a pedido 3.604 43,88% 3.573,24
presentam apenas 8% da categoria.
Desligamento por término de contrato 62 0,75% 1.996,84 O Mapa da Diversidade revela
Desligamento por aposentadoria 196 2,39% 2.789,38 que existe uma hegemonia da po-
Desligamento por morte 45 0,55% 3.373,82 pulação branca nos bancos (77,4%
Término do contrato de trabalho da categoria), causada pela falta
por prazo determinado 157 1,91% 413,46 de mecanismos democráticos na
Total 8.213 100,00% 3.536,38 contratação, pois o acesso às vagas
nos bancos privados se dá basi-
Fonte: M.T.E./CAGED camente por indicação de amigos
Elaboração: Subseção DIEESE - Contraf/CUT
e parentes ou por funcionário do
banco. Segundo o Mapa, foi assim
primeiro trimestre de 2010, quando mento de metas abusivas, assédio 74,7% dos contratados tomaram
quase 44% dos desligamentos fo- moral e outros problemas, levando conhecimento da vaga nos bancos
ram pedidos de demissão. Confira a adoecimento e demissões. As privados, enquanto Internet fica
nas tabelas abaixo. demissões imotivadas comprovam com 3,6%, jornal e revista 2,6%
“Esses dados são reflexo das a alta rotatividade do setor, o que e agência de emprego 4,7%. Nos
más condições de trabalho a que expõe os trabalhadores a grande bancos públicos, a grande maioria
são submetidos os bancários, com vulnerabilidade”, avalia Carlos tomou conhecimento da vaga atra-
pressão constante pelo cumpri- Cordeiro. vés de edital de concurso (47,9%).

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Saúde do trabalhador
e segurança bancária
C
om a mudança no perfil ao sofrimento mental são as de se os ambientes de trabalho, face
dos bancários, transfor- maior incidência na categoria à competitividade crescente, cada
mados em vendedores bancária. vez mais assumem características
nos locais de atendimen- Defendemos o respeito aos limi- de agressividade, facilmente se
to, torna-se necessário o debate tes do trabalhador e condições de constata que os efeitos negativos
sobre a fixação de metas e a remu- trabalho dignas, enquanto os em- sobre os setores considerados vul-
neração variável. Para os bancos, pregadores só pensam em aumento neráveis são mais intensos.
as metas são inevitáveis e existem de produtividade. Para atingir esse Marie-France Hirigoyen, pesqui-
em todas as empresas. O próprio objetivo qualquer método é válido e sadora francesa e uma das maiores
recrutamento vem sendo feito de bem conhecemos os mecanismos referências mundiais sobre o tema,
pessoas com “perfil” de vende- de pressão utilizados. afirma em seu livro “Mal-Estar no
dor. Um dos principais problemas Nosso grande desafio é estabele- Trabalho: Redefinindo o Assédio
dessa estratégia é que a fixação cermos condições de trabalho mais Moral”, (Editora Bertrand Brasil,
de metas ocorre de maneira ale- humanas. E para isso é necessário pág. 102) “As mulheres são sim-
atória e abusiva, gerando excesso enfrentar uma questão que repre- plesmente colocadas à margem ou
de horas extras, pressão para seu senta um verdadeiro tabu: a forma assediadas e impedidas de traba-
cumprimento e sobrecarga de obri- como se organiza o trabalho, tanto lhar pelo simples fato de ser mulhe-
gações, o que ocasiona problemas do ponto de vista dos ambientes res. No ambiente empresarial não
de saúde como as LER-DORT e físicos, como nas rotinas e tarefas, se fala de paridade ou igualdade de
sofrimento mental. em relação às formas de gestão. sexos, sobretudo quando se sobe
Nos últimos anos nossas aten- Com base num conceito de ergo- na hierarquia; diz-se simplesmente
ções se voltaram de maneira mais nomia abrangente que não esteja que as mulheres não estão aptas a
efetiva para as mazelas vividas pe- somente preocupados com móveis postos de responsabilidade.”
los trabalhadores no seu dia-a-dia, e equipamentos, aparentemente Ao mesmo tempo pesquisa na-
com a preocupação num primeiro confortáveis e adaptados às ne- cional sobre assédio moral realizada
momento voltada para o fenômeno cessidades das pessoas, mas que pela Contraf/CUT em 2006, sob a
da LER/DORT (metade da década leve em conta a relação homem X coordenação do Sindicato dos Ban-
de 1990) e mais recentemente à trabalho como um todo, encarando cários de Pernambuco, revelou que
questão do sofrimento mental, em o trabalho não apenas meio de sub- mulheres, negros e homossexuais
especial o assédio moral e a violên- sistência, mas também como fator são alvos preferenciais da prática
cia organizacional. de realização das pessoas. de assédio.
Estatísticas da Previdência Nesse debate cabe ressaltar Já no caso das pessoas com
Social indicam que as doenças de a questão da transversalidade de deficiência não há menor sensibili-
origem musculoesqueléticas (LER/ gênero, raça, orientação sexual e dade em relação a suas limitações.
DORT) e as doenças relacionadas das pessoas com deficiência, pois Esse trabalhadores estão sujeitos

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Segurança
Bancária
O crescimento da violência e
da criminalidade tem aumentado a
sensação de medo e insegurança,
colocando em risco a vida de ban-
cários, vigilantes e clientes, e dei-
xando um rastro de mortes, feridos
e pessoas traumatizadas. Isso se
deve a uma série de fatores, como
a carência de políticas públicas, a
exclusão social, a defasagem da lei
federal nº 7.102/83, a precariedade
da segurança pública, a crise do sis-
tema prisional e, de modo especial,
o descaso dos bancos em ampliar
os investimentos para melhorar as
às mesmas metas e aos mesmos em Saúde do Trabalhador para di- condições de segurança dos esta-
mecanismos de cobrança dos de- retores sindicais, pois se é verdade belecimentos.
mais. Suas condições são descon- que nossos dirigentes despertam A situação é mais grave no
sideradas no momento da exigência para a importância do tema e bus- interior dos estados, diante da fra-
de produção e no momento da cam se especializar de forma autô- gilidade da polícia, da escassez de
avaliação. noma, percebemos, muitas vezes, equipamentos de prevenção nas
Por outro lado, é necessário in- a falta de conhecimento como um agências e postos e das poucas
vestir em uma política de formação limitador de nossa atuação. leis municipais de segurança nos
bancos. O golpe da “saidinha de
banco” também assusta trabalha-
Algumas a ser implementadas: dores e clientes. Em Belo Horizonte,
a média mensal é de 70 ocorrên-
n Levantamento (Fator Acidentário de cias desse crime nos últimos sete
epidemiológico da saúde Prevenção); meses, segundo a polícia mineira.
do trabalhador em todos os A Contraf-CUT tem enfrentado
segmentos do ramo; n Fortalecer a mesa temática essa realidade preocupante e desa-
de saúde do trabalhador com fiadora, atuando em várias frentes
n Realização de estudo sobre a Fenaban; em conjunto com as federações e
saúde mental x trabalho no os sindicatos, além de intensificar a
ramo financeiro com corte n Buscar negociação banco parceria com a Confederação Na-
de gênero, raça, orientação a banco para a efetiva cional dos Trabalhadores Vigilantes
sexual e PCD; implantação do programa (CNTV). Para tanto, é necessário
de reabilitação profissional que o trabalho em andamento tenha
n Criação de banco de dados constante da cláusula 40 da continuidade e ampliação, a fim de
sobre Saúde do Trabalhador; CCT – 2009/2010; fortalecer a luta contra a inseguran-

n Buscar o aperfeiçoamento n Buscar debate com


do NTEP (Nexo entidades de representação
Técnico Epidemiológico internacionais sobre saúde
Previdenciário) e do FAP do trabalhador.

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Saúde do trabalhador
e segurança bancária
ça nos bancos e na sociedade. pressionar os bancos, visando julgados os processos movidos
Assim como a saúde do traba- conquistar avanços na convenção pelas Delegacias Estaduais de
lhador, a segurança bancária exige coletiva, a partir dos debates na Segurança Privada (Delesp) da
hoje cada vez mais organização, en- mesa temática e das mobiliza- PF contra bancos, empresas de
volvimento e participação de todas ções. Além disso, a campanha segurança e vigilância e centros
as entidades sindicais e represen- permite denunciar o descaso de formação, por ocasião da fis-
tativas dos bancários. A proteção dos banqueiros com a seguran- calização do plano de segurança
da vida precisa ser colocada em ça para a sociedade e mostrar das unidades, tendo sido aplica-
primeiro lugar, acima do lucro e da as propostas dos bancários que das multas de R$ 15,5 milhões
defesa do patrimônio dos bancos priorizam a proteção da vida de em 2009, revelando a falta de
em todo o país. trabalhadores, clientes e usuários. responsabilidade dos banquei-
ros em cumprir a legislação e as
Atividades e 2. Coletivo Nacional de Segurança normas de segurança.
propostas de ação Bancária – coordenado pela Con-
traf-CUT, com a participação de 4. Proposta de Projeto de Lei da
1. Campanha Nacional dos Ban- representantes das federações, Segurança Privada – elaborada
cários - No ano passado, os o Coletivo se reúne em média a pela Contraf-CUT e CNTV, a
bancários conquistaram a reto- cada dois meses para a troca de proposta foi entregue em julho
mada da Comissão de Segurança experiências, a atuação na CCASP de 2009 ao Ministério da Justiça,
Bancária, prevista na convenção (veja abaixo), a construção de como alternativa dos trabalha-
coletiva desde 1991, mas que iniciativas nacionais, como pro- dores ao Projeto de Estatuto da
não se reunia havia vários anos. jetos de leis, e a busca de ações Segurança Privada, feito pela co-
Desde abril deste ano, já foram integradas com os vigilantes para ordenação de Segurança Privada
realizadas três reuniões dessa a melhoria da segurança nos da Polícia Federal e apresentado
mesa temática, possibilitando bancos e na sociedade. na Comissão Especial de Segu-
aos representantes dos bancários rança Privada da Câmara dos
defenderem as propostas da Mi- 3. Atuação na CCASP – participa- Deputados, visando a atualização
nuta Nacional de Reivindicações, ção ativa da Contraf-CUT como da Lei n° 7.102/83. Os bancários
que incluem medidas reparató- representante dos bancários nas e vigilantes buscam avanços e
rias, indenizatórias e preventivas. reuniões da Comissão Consultiva nenhum retrocesso.
A Campanha Nacional dos Ban- para Assuntos da Segurança
cários 2010 oferece nova oportu- Privada (CCASP) do Ministério 5. Ampliação das leis municipais
nidade para atualizar e reafirmar da Justiça, sob coordenação de segurança – os sindicatos de-
as reivindicações da categoria e da Polícia Federal, onde são vem continuar levando proposta

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de projetos de leis para prefeitos 8. Debates sobre violência e segu- e sequestros – auxiliar as áreas
e vereadores, buscando a elabo- rança – organização de debates, de saúde das entidades sindicais
ração de legislação municipal que encontros, jornadas, seminários e no atendimento aos bancários,
melhore a segurança nos bancos, audiências públicas, visando re- cobrando a emissão da CAT para
como porta de segurança com fletir sobre a questão da violência quem presenciou assaltos ou foi
detector de metais e instalada an- e da insegurança, construir pro- vítima de sequestros e assistên-
tes do autoatendimento, câmeras postas de melhoria da segurança cia médica, psicológica e psiqui-
de filmagem com monitoramento nos bancos e na sociedade; átrica para quem necessitar.
em tempo real fora do estabe-
lecimento controlado, vidros 9. Grupos de trabalho de segurança 13. NR de Segurança no Ramo
blindados nas fachadas externas bancária – organização e fortale- Financeiro – manter a luta pela
das unidades e divisórias opacas cimento de grupos de trabalho de formação de um grupo de estu-
na bateria de caixas e entre os segurança bancária, no âmbito dos no Ministério do Trabalho e
caixas eletrônicos para garantir a das entidades sindicais e do poder Emprego (MTE), visando discutir
privacidade das transações. público, buscando a discussão a proposta de criar uma Norma
dos problemas de insegurança e Regulamentadora (NR) de Segu-
6. Estatísticas de ataques a ban- a construção de alternativas; rança no Ramo Financeiro, diante
cos – ampliar o levantamento de dos riscos à saúde do trabalha-
assaltos e sequestros, incluindo 10. Maior parceria com os vigilan- dor. A proposta é uma iniciativa
tentativas, furtos e arrombamen- tes – ampliar a aproximação e as da Contraf-CUT, encaminhada
tos, envolvendo agências, postos parcerias da Contraf-CUT com pela CUT para a Bancada dos
e caixas eletrônicos, através do CNTV, federações e sindicatos Trabalhadores, que a apresentou
engajamento de todos os sin- dos vigilantes é fundamental para na Comissão Tripartite Paritária
dicatos e federações, visando unificar campanhas, mobiliza- Permanente (CTPP) do MTE, mas
organizar estatísticas em cada ções e atuação na CCASP, a fim a Bancada dos Empregadores se
estado e em nível nacional na de reforçar a luta dos trabalhado- recusou a discuti-la.
Contraf-CUT sobre ataques a res pela melhoria da segurança.
bancos, a fim de retratar a si- 13. Mediações no Ministério Públi-
tuação de medo, insegurança e 11. Diálogo com autoridades, co do Trabalho (MPT) – a partir de
violência que aflige trabalhadores parlamentares e sociedade – iniciativa da CNTV, o procurador-
e clientes, sensibilizar os bancos intensificar os contatos com o geral do MPT já realizou quatro
e a sociedade e auxiliar na busca Ministério da Justiça, Congresso mediações com a Febraban e
de soluções. Nacional, Assembléias Legislati- participação da Contraf-CUT
vas, Câmaras Municipais e Pre- sobre transporte de valores. Os
7. Mobilizações contra a insegu- feituras, com o objetivo de pedir trabalhadores defendem o fim
rança – organização de manifes- apoio às propostas dos bancários da contagem e do manuseio de
tações, atos públicos, protestos, e avançar nas leis de segurança. numerário no abastecimento de
dias de luta e caminhadas, den- A experiência mostra que vários caixas eletrônicos, a proibição
tre outras atividades, em parceria equipamentos e medidas de ao transporte de dinheiro feito
com outras entidades sindicais segurança só foram instalados por bancários e a definição de
e representativas da sociedade, depois que viraram leis. locais seguros e exclusivos para
cobrando segurança dos bancos operações de embarque e desem-
e dos governos; 12. Apoio às vítimas de assaltos barque de carros-fortes.

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O sistema
financeiro nacional

E
mbora interligado e com (alterado em 1982 para Banco concentração por meio de privati-
operações em todo o pla- Nacional de Desenvolvimento Eco- zações, fusões e aquisições sem
neta, dispondo de tecno- nômico e Social, BNDES) e demais precedente na história brasileira, o
logia de ponta e capaz instituições financeiras públicas e que por um lado permitiu ganhar
de competir na transmissão de privadas. eficiência operacional e economias
dados e atendimento eletrônico A Constituição de 1988 fez de escala e por outro aprofundou
com países de Primeiro Mundo, a apenas adaptações na legislação, a redução dos postos de trabalho
regulamentação do SFN é da dé- mostrando que apesar de a so- bancário.
cada de 1960 do século passado, ciedade ultrapassar na política o Outra característica essencial é
anterior à revolução da informática período autoritário, não foi capaz que os grupos financeiros brasilei-
e das transformações no modo de de enfrentar os interesses dos que ros consolidaram sua atuação em
operação e de produção dos con- são privilegiados por essa regula- forma de holdings financeiras, agru-
glomerados financeiros. mentação e modernizá-la. O Artigo pamento de grandes sociedades
Promulgada em 31 de de- 192, que trata do SFN, vem sendo anônimas, sendo que a maioria de
zembro de 1964, a lei No 4.595 regulamentado por meio de medi- ações de cada uma delas é contro-
procurou reorganizar o sistema a das provisórias e portarias do Banco lada por uma única empresa, a hol-
partir da visão ditatorial do regime Central, tirando do Poder Legislativo ding. O objetivo dessa estruturação
militar e de suas convicções libe- o direito de definir um perfil para o corporativa é o controle das ativida-
rais. Criou o Conselho Monetário sistema financeiro que atenda aos des em um setor; se tiver empresas
Nacional (CMN), o Banco Central interesses da maioria e proporcione que atuem diversos setores de um
da República do Brasil (cuja de- desenvolvimento. mercado, ocupa vários negócios e
nominação é alterada em 1967 adquire condições de controlar seu
para Banco Central do Brasil), dá Bancos comerciais, funcionamento.
ao Banco do Brasil S.A. funções múltiplos e holdings As empresas do setor finan-
de atuar como agente econômico Desde o final da década de ceiro também estão estruturadas
do governo, cria o Banco Nacional 1990, o Sistema Financeiro Na- como bancos múltiplos, segundo
do Desenvolvimento Econômico cional passa por um processo de regulamentação do Banco Central

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que permite operar, por exemplo, rias. Você entra, por exemplo, numa de pagamento das empresas ou de
carteiras comerciais, carteiras de agência do Itaú e pode comprar um beneficiários do INSS.
investimento e/ou desenvolvimento, seguro da Itaú Seguros, contratar um Faltam ainda investimentos de
de crédito imobiliário, de arren- cartão da Credicard ou comprar um longo prazo, que possam financiar
damento mercantil e de crédito, título da Itaú Capiltalização, atendido o desenvolvimento, com geração
financiamento e investimento, o que pelo mesmo funcionário que traba- de emprego e renda. Hoje, das
possibilita aos bancos uma enorme lha para o banco comercial. poucas carteiras que cumprem
gama de atuação. Podem, por essa função destacam-se as li-
exemplo, usar os depósitos à vista O papel do crédito no nhas do BNDES, que é público, e
em contas correntes para financiar desenvolvimento do país algumas linhas do Banco do Brasil
praticamente sem custo de capta- No mesmo período, o Brasil e da Caixa Econômica Federal. Os
ção os fundos para empréstimos em cresceu 20 pontos. E essa recente bancos comerciais privados, em sua
suas financeiras, que cobram taxas evolução na economia nacional maioria, em lugar de cumprirem
muito acima dos empréstimos dos pode ser explicada, predominan- sua função principal, de financiar o
bancos comerciais. temente, pelo aumento do crédito desenvolvimento por meio da inter-
Para entender o funcionamento a pessoas físicas, principalmente mediação financeira, acostumaram-
dessas empresas, um bom exemplo pela criação do crédito consignado, se por muito tempo com os ganhos
é o que ocorre nas agências bancá- descontado diretamente nas folhas inflacionários. Com o controle da

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O sistema
financeiro nacional
inflação, mudaram o foco para as taxas competitivas; e servir como as diretrizes do Banco Central,
operações de tesouraria, aproveitan- agente do governo para conter o SFN se concentrou a ponto de
do as altas taxas de juro pagas pelo especulações. os cinco maiores bancos serem
governo brasileiro, e a cobrança de Embora a Caixa Econômica os detentores de 66% dos ativos
tarifas por serviços de seus clientes. Federal venha cumprindo um totais, 75% dos depósitos e 86%
Lucros fáceis e sem risco. papel importante na sustentação das agências, impedindo a concor-
e repasse financeiro das obras do rência e provocando a cobrança de
Importância dos Plano de Aceleração do Cresci- taxas de juros e de tarifas as mais
bancos públicos mento (PAC) do governo Lula, o altas do mundo e uma baixa relação
O papel dos bancos públicos Banco do Brasil ainda está muito PIB X crédito.
é vital nesse debate. No Brasil, aquém de cumprir um papel efe- Segundo levantamento do Insti-
suas funções os tornam importan- tivamente voltado para um cresci- tuto de Estudos para o Desenvolvi-
tíssimos para o desenvolvimento mento sustentado, com crédito e mento Industrial (Iedi), o “spread”
nacional e para a regulação do condições que correspondam ao no Brasil é o maior do mundo e 11
sistema financeiro, entre elas: fi- seu potencial financeiro e capila- vezes o dos países desenvolvidos:
nanciar o desenvolvimento; prover ridade nacional. 27,2% na média de 2009 ante
crédito a taxas mais baixas e forçar 3,16% no primeiro mundo.
a concorrência entre as empresas Concentração bancária Segundo o Relatório de Econo-
financeiras; financiar setores es- e os mais altos juros e mia Bancária e Crédito-2008 do
pecíficos e essenciais para o país spread do mundo Banco Central, a inadimplência
como a agricultura e a habitação; Sem regulamentação, com po- era o item de maior peso na com-
prover crédito de longo prazo a der quase absoluto de determinar posição do spread representando

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33,15% dos itens que compõem tornou evidente. Fortunatti, Paulo Bernardo, Luiz
100% do spread. As despesas A Constituição de 1988 atribuiu Gushiken e Agostinho Valente, foi
administrativas correspondiam a ao Poder Legislativo a tarefa de re- arquivada juntamente com outras
14,25%, os tributos, taxas e im- gulamentar o Artigo 192. À época no inicio deste ano.
postos diretos somavam 20% e o formou-se uma Comissão Especial O debate continua aberto até
resíduo líquido ou margem líquida, no Congresso para propor projeto hoje e é importante que a socieda-
que corresponde ao lucro respondia nesse sentido, que deveria ser le- de conheça pormenorizadamente
por 46% do total no Brasil em 2008. vado ao plenário para discussão e essa legislação e discuta alterna-
aprovação. Por conta dos interesses tivas para que o SFN cumpra sua
O Brasil precisa envolvidos e, principalmente, da função social, de gerar desenvolvi-
de um outro SFN pressão dos grandes bancos sobre mento para a maioria das pessoas
Durante a crise, apesar da redu- os congressistas, a lei conforme e do país, não apenas concentrar
ção da taxa Selic e da liberação dos prevista na Constituição de 1988 riquezas. E que saia da armadilha
depósitos compulsórios, os bancos nunca foi votada. Porém, em 2003, de ter toda a regulamentação do
brasileiros e estrangeiros que ope- por conta dos mesmos interesses, sistema discutida a portas fecha-
ram no país chegaram a aumentar foi aprovada Emenda Constitucional das no Conselho Monetário Nacio-
os juros e o spread e diminuíram a que alterou a intenção dos consti- nal e no Banco Central.
oferta de crédito — até mesmo os tucionalistas. O momento é o mais oportuno
bancos públicos, ignorando os ape- Em 1992, a então CNB/CUT para retomar a rediscussão sobre
los do governo para que baixassem elaborou uma proposta de regula- o papel do SFN. Propor e conduzir
o custo do crédito. mentação do Artigo 192, após uma esse debate com a sociedade deve
O sistema financeiro nacional, ampla discussão com especialistas ser uma das prioridades da Con-
como está estruturado hoje, não e entidades da sociedade civil. A traf/CUT e do movimento sindical,
serve à sociedade brasileira, como a proposta, apresentada ao Congres- tendo como eixos os seguintes
reação dos bancos à crise financeira so Nacional pelos deputados José conceitos:

n Democratização e controle a promoção do desenvolvi- n Normatizar a atuação dos


social do Sistema Financeiro mento social e econômico e Bancos Públicos e de sua re-
Nacional. social do Brasil. levância econômica e social,
ao lado do progressivo de-
n Direcionar o crédito e regular n Definir os mecanismos de senvolvimento de controles
os juros para as áreas priori- política econômica que o democráticos da sociedade
tárias, sendo estas definidas Banco Central disporia para sobre esses bancos.
por Lei Anual de Diretrizes do o cumprimento da missão de
Sistema Financeiro. controle da inflação. n A regulação das atividades
de instituições bancárias
n Imposição de limites à ação n Direcionamento do crédito estrangeiras no país deve
predatória das empresas e regulação dos juros para se subordinar aos objetivos
financeiras. as áreas prioritárias, sendo nacionais e a critérios de
estas definidas pelo Poder reciprocidade.
n Assegurar um Sistema Finan- Executivo e aprovadas pelo n Ampliação do Conselho Mo-
ceiro Nacional voltado para Congresso Nacional. netário Nacional.

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Publicação de responsabilidade da Contraf/CUT
Rua Líbero Badaró, 158, 1º andar, Centro
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Secretaria de Assuntos Socioeconômicos


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Secretaria de Assuntos Jurídicos


Mirian Cleusa Fochi (Banco do Brasil/DF)

Coordenação e edição: José Luiz Frare


Edição de arte: Tadeu Araujo

Impressão: Bangraf (11) 2940-6400

Tiragem: 5.000 exemplares

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