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CORPO, ALMA E ESPÍRITO

O homem é somente corpo e alma, ou ele é corpo, alma e espírito? Eu acredito que isto
é um dos mais fundamentais questionamentos de que se necessita para ter corretamente
uma resposta. Eu considero que a questão do corpo, alma e espírito é um dos assuntos
mais importantes tratados nesta revista. Portanto, eu gostaria de pedir a você que, por
favor, preste bastante atenção conforme nós avançamos na Palavra para encontrar a
resposta, e não somente à questão do corpo, alma e espírito, mas também em alguns
outros questionamentos importantes relacionados a isso.

1. Corpo, alma, espírito: o que morreu no dia em que Adão e Eva pecaram?

Para começar na abordagem do tópico de corpo, alma e espírito nós necessitamos de ir


ao primeiro livro da Bíblia, o Gênesis. Lá, depois que Deus fez o homem, Ele impôs uma
restrição a ele, tornando também clara a penalidade, para o caso de que esta restrição
fosse violada:

Gênesis 2:16-17
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: “De toda árvore do jardim comerás
livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

A restrição que Deus impôs a Adão foi que ele não deveria comer da árvore do
conhecimento do bem e do mal. A penalidade para o caso desta restrição ter sido violada
foi que: “no dia [preste atenção: nesse mesmo dia] em que você dela comer você
certamente morrerá”. Duas coisas muito significantes devem ser notadas nessa
penalidade. A primeira é que se Adão comesse da árvore a morte aconteceria
imediatamente, naquele mesmo dia. A segunda é que isto certamente aconteceria. A
frase “certamente morrerás” tem exatamente o propósito de enfatizar o fato de que em
100% a morte aconteceria, certamente, naquele dia.
Agora, em Gênesis 3:1-6 nós todos sabemos como Satanás enganou Adão e Eva a
violarem a única restrição que Deus havia imposto a eles, e comerem da árvore do
conhecimento do bem e do mal. Depois de comerem dessa árvore, e de acordo com o
que Deus lhes havia dito em Gênesis 2:17, eles deveriam ter morrido naquele momento.
O problema aqui é que Gênesis 5:4-5 diz isso sobre Adão:

“E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e
filhas. E foram todos os dias que Adão viveu, novecentos e trinta anos, e morreu.”

Portanto, de acordo com a Bíblia, Adão continuou a ter vida em seu corpo durante muitos
anos depois que ele comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal. Por outro lado,
Deus havia dito que se ele comesse daquela árvore ele, certamente, em 100%, morreria
naquele mesmo dia. Então o que na verdade ocorre no dia em que Adão e Eva comem
daquela árvore? Eles morreram, conforme Deus disse, ou não? Quem resolverá para nós
este “problema”? As ideias do homem, as teorias, a religião e a tradição? Não! Somente
um pode nos dar as resposta, e este não é outro senão a Palavra de Deus. E se você
quiser esta Palavra para lhe dar as respostas, você tem que deixá-la falar por si própria
(auto-interpretação).

Em nosso caso, uma vez que Deus não pode mentir (Números 23:19) no dia em que
Adão e Eva comeram daquela árvore eles verdadeiramente morreram. Na verdade, foi o
Demônio que disse, quando ele ludibriou Eva, “você certamente não morrerá”. Assim, se
eles não morressem naquele dia, conforme disse Deus, então Satanás estaria certo e
Deus estaria errado, o que é simplesmente impossível. Contudo, isso é exatamente o que
muitos ensinam hoje quando eles dizem "na verdade quando Deus disse que eles
certamente morreriam, Ele quis dizer que somente o esperma da morte seria plantado”. A
Palavra de Deus não necessita de tal tipo de defesa. Na verdade ela não necessita de
nenhuma defesa porque ela é a verdade, e a verdade pode existir por si própria.
Retornando ao nosso tópico: UMA VEZ QUE DEUS DISSE QUE ELES CERTAMENTE
MORRERIAM NAQUELE MESMO DIA, ELES DE FATO MORRERAM NAQUELE DIA.
Contudo, uma vez que eles continuaram a ter vida em seus corpos mesmo depois que
eles comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal, é evidente que eles devem
ter tido outra forma de vida, em acréscimo à vida de seus corpos, que se perdeu no dia
em que eles comeram, e por esta razão foi a morte (ausência de uma forma de vida).
Assim, nós temos que procurar as Escrituras para saber como o homem foi criado e quais
eram as partes de seu ser. O conhecimento do que compôs a vida do primeiro homem
também nos possibilitará ver o que se perdeu naquele dia.

2. Corpo, alma e espírito o corpo e as partes da alma.

A partir de nossa pesquisa em como o primeiro homem foi criado, vejamos em Gênesis
2:7. Aqui se diz:

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra......”

Qual parte do homem Deus formou do pó da terra? Seu corpo. Essa é a razão dos
elementos do corpo humano poderem ser encontrados na terra. Então uma parte do
primeiro ser humano foi o corpo. Mas vamos continuar:

Gênesis 2:7
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da
vida; e o homem foi feito alma vivente [alma = nefesh em hebraico]”.

Nós vimos que Deus formou o corpo do homem da poeira do chão. Contudo, este corpo
não tinha vida. Somente foi formado, sem vida. Assim, a Palavra de Deus nos diz que
Deus “respirou em suas narinas o fôlego da vida e o homem foi feito alma vivente".
Portanto, o que é alma? Alma é o que dá vida ao corpo. O fato de que as pessoas não
entendem as simples verdades da Palavra de Deus descritas nesse ponto não causou
nenhum final de confusão. Aqui a Palavra de Deus nos conta que a alma é aquilo que dá
vida ao corpo. Sem a alma o corpo está morto. Onde está a alma, a vida do corpo, a vida
da carne? A Palavra de Deus novamente é muito precisa:
Levítico 17:11, 13-14
“Porque a vida [nefesh em hebraico] da carne está no sangue ....... Qualquer homem
dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que caçar animal ou
ave que se come, derramará o seu sangue, e o cobrirá com pó; Porque [i.e. o sangue] a
vida [nefesh] de toda carne é o seu sangue. Por isso eu tenho dito aos filhos de Israel:
“nenhum dentre vós comerá o sangue [de nenhuma carne], porque a vida [nefesh] de
toda carne é o seu sangue”

Nós vimos que em Gênesis 2:7 que a alma (nefesh em hebraico) é o que dá vida ao
corpo. Aqui em Levítico vimos que “a vida da carne está no sangue". Na passagem acima
a palavra "vida" é uma tradução da palavra hebraica "nefesh", que é traduzida como
"alma" em Gênesis 2:7, assim como em 471 dos 753 lugares ” onde ela ocorre 1".
Portanto, o que é “nefesh” ou alma? De acordo com Gênesis 2:7, alma é aquilo que dá
vida ao corpo. Onde está “nefesh”, a vida do corpo, a alma? De acordo com Levítico
17:11-14, está no sangue: “Porque a vida (nefesh, alma) de toda carne é o seu sangue”.
Como esta vida da alma passa de geração para geração? Através do sangue. Isto é o que
diz Atos 17:26:

“E de UM SÓ SANGUE fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da
terra".

O “único sangue” desta passagem é o sangue de Adão, que passa de geração para
geração, e na verdade é o sangue que todos nós temos.

Na verdade, a alma não é algo que somente o homem tem. Os animais também têm
alma, que novamente está no sangue. Embora isto seja imediatamente entendido pela
passagem de Levítico acima, onde nos é dito que a vida de toda carne é o seu sangue,
vamos até Gênesis 1:20-21, 29-30 para ver isso também:

Gênesis 1:20-21
“E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente [nefesh,
alma] e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Deus criou grandes baleias,
e todo o réptil de alma vivente [nefesh, alma] que as águas abundantemente produziram
conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que
era bom".

Gênesis 1:29-30
“E disse Deus: “Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a
face de toda a terra, e toda a árvore, em que dá fruto que dê semente, ser-vos-á para
mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra,
em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento"; e assim foi.”

Portanto, não somente o homem, mas também os animais têm “nefesh”, i.e., “alma”. Isto
não é estranho de maneira alguma, se entendermos que a alma é o que dá vida ao corpo.
Quando você morre não há mais vida, nem há mais alma. O mesmo acontece com os
animais. A alma é para eles o mesmo que é para o homem, i.e., o que dá vida para o
corpo. Contudo, não há problema com relação ao que é definido como alma na Bíblia, o
problema é criado quando vamos até a Bíblia com a ideia preconcebida de que a alma é
imortal. Se a alma fosse imortal, então na verdade as almas dos vários animais também
seriam imortais, uma vez que elas têm “nefesh” tanto quanto o homem tem “nefesh”. A
alma não é algo imortal. Ela só dá vida ao corpo. Quando você para de ter vida em seu
corpo, você não tem mais alma.

Até agora, nós vimos que a Bíblia ensina que Deus formou o corpo do homem da poeira
do chão, e que Ele deu ao corpo vida, i.e., alma. O mesmo é também verdade para os
animais. Eles também têm corpo e alma. Todo homem do mundo, crente ou descrente,
tem corpo e alma. Isso pode então ser concluído que, desde que Adão morreu com 930
anos de idade, quando ele comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele
obviamente não perdeu nem seu corpo, nem sua alma. Assim, desde que algo teve que
morrer para Adão naquele dia, ele deve originalmente ter tido pelo menos uma parte, que
se perdeu, morreu, quando ele comeu. Então, continuemos procurando nas Escrituras
para ver o que eles dizem sobre isso.

3. Corpo, alma e espírito: a parte do espírito.

Para continuar nossa investigação vamos até Gênesis 1:26-27. Lá se diz:

Gênesis 1:26-27
“E disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.... E
Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou".

De acordo com esta passagem, Deus criou o homem “à sua imagem”. Aqui está um ponto
muito crítico, um ponto chave, se nós quisermos entender não somente o que aconteceu
no dia em que Adão e Eva comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal, mas
também outras passagens da Bíblia que são afetadas pelo que é dito aqui. Lendo a
passagem acima, a questão que tem que ser perguntada é o que é a imagem de Deus?
Com o que Ele se parece? João 4: 24 nos diz:

“Deus é Espírito”

Deus não é carne, mas Espírito. Essa é a Sua imagem. Portanto, quando a Palavra de
Deus nos diz que Deus criou o homem de acordo com Sua imagem, isso quer dizer que
em acréscimo ao corpo e alma o homem também tinha isso que é a imagem de Deus, i.e.,
o espírito. A fim de entender melhor o uso da frase “à sua imagem” na passagem crítica
acima, vejamos outro lugar onde esta frase ocorre.

Gênesis 5:1-3
“Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança
de Deus o fez. Homem e mulher os criou; e os abençoou e chamou o seu nome Adão, no
dia em que foram criados. E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua
semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete."
Esta passagem diz que Adão gerou um filho “à sua semelhança, conforme a sua
imagem”. O que isto significa? Isto significa que como era Adão, assim seu filho era, i.e.,
como Adão tinha mãos, então Sete tinha mãos. Conforme Adão tinha pés, assim Sete
tinha pés, etc. Conforme Adão era corpo e alma, assim Sete era corpo e alma. De forma
similar, quando a Palavra diz que Deus criou o homem “à sua imagem”, “à semelhança de
Deus”, o que isso quer dizer é que, conforme Deus é, assim Adão era. Deus não é carne.
Ele não tem pés, mãos, cabeça. “Ele é Espírito” Assim como Deus é espírito, Adão tinha
espírito. Alguém poderia perguntar, por que Deus fez Adão separado de corpo, alma e
espírito também? A simples razão é que sem espírito Adão não podia se comunicar com
Deus, que é espírito. Deus sendo espírito, não pode se comunicar com o corpo e a alma.
Eles são coisas diferentes. Você sabe, você não pode receber as mensagem de uma
estação de rádio a menos que você tenha um receptor de rádio. Você pode ter uma
máquina de lavar. Mas o fato de que você tem uma máquina de lavar não torna possível
para você receber as mensagens de uma estação de rádio. Você precisa de um receptor
de rádio. De maneira similar, Deus é espírito, e, para comunicar com Ele você deve ter
espírito. O corpo e a alma são suficientes para coisas dos cinco sentidos. Mas quando se
chega às coisas de Deus, o que você precisa é de espírito. Esta verdade é também
explicada em 1 Coríntios 2:14:

“Ora, o homem natural [psuchikos em grego] não compreende as coisas do Espírito de


Deus, porque lhe parecem loucura; e nem pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.”

Nesta passagem, a palavra traduzida “natural” é o adjetivo grego “psuchikos”, que vem do
substantivo “psuchi”, que significa alma. Então, psuchikos significa “um homem alma”, i.e.,
um homem com corpo e alma somente2. De acordo com essa passagem um homem que
é somente corpo e alma “não compreende as coisas do Espírito de Deus”. Como foi dito
acima para compreender “as coisas do espírito de Deus”, para comunicar-se com Deus
você precisa do receptor, i.e., do espírito. Essa é a razão da passagem dizer: “e (o
homem de corpo e alma) não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.” É impossível para o homem de corpo e alma saber as coisas de Deus
pela simples razão de que tais coisas têm a ver com o espírito, "elas se discernem
espiritualmente", e desde que lhe falta o espírito, ele não pode conhecê-las.

Resumindo tudo o que se disse acima, Adão tinha corpo, formado da poeira do chão,
alma que dá vida para o corpo e espírito para comunicar com Deus. Ele era corpo, alma e
espírito. Tendo estabelecido isso, não há questão alguma sobre o que aconteceu no dia
em que Adão e Eva comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus havia
dito a eles que no dia que eles comessem desse fruto, eles certamente morreriam. Tendo
em mente que a morte significa a ausência de uma forma de vida, podemos agora ver o
que morreu naquele dia. Adão era corpo, alma e espírito, e seu corpo morreu muitos anos
após o dia que ele comeu. Agora, desde que sem uma alma um corpo não tem vida, Adão
tinha corpo e alma ainda depois que ele comeu daquela árvore. Por outro lado, uma vez
que Deus está sempre correto no que Ele diz, alguma coisa tinha que morrer naquele dia.
Uma vez que Adão era corpo, alma e espírito antes que comesse, e uma vez que, como
vimos, ele continuou a ter corpo e alma depois que ele comeu, o que foi perdido para ele
naquele dia foi o espírito que Deus lhe dera. Ele continuou a ter corpo e alma, mas ele
não tinha espírito. O espírito partiu dele e isto foi a morte para ele desde o espírito, uma
forma de vida que ele tinha antes de comer não mais existia.

Você sabe o quão claramente a Bíblia estabelece as coisas quando você deixa que ela
interprete por si própria. Foi na verdade esta perda de espírito que foi restaurada no dia
de Pentecostes, onde o espírito santo tornou-se disponível, de forma que hoje, depois de
acreditar em Jesus Cristo, você é novamente corpo, alma e espírito. Essa é a razão
porque então Paulo, e 1 Tessalonicenses 5:23 diz:

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e
corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo."
Nós, agora, depois de acreditar no Senhor Jesus Cristo e em Sua ressurreição, e
compreender o dom do espírito santo, não somos mais somente corpo e alma,
mas corpo, alma e espírito.

Português: Fabricia Lucena, Giulia Silva (Christian-translation.com)

1. Estes números veem da Tradução Inglesa da Bíblia.

2. A mesma palavra, phuchicos (homem alma, um homem de corpo e alma) também é


usada em I Coríntios 15:44, 46, Tg 3:15 e Judas 19.

Sobre os Reis Magos

Os Reis Magos estão fortemente ligados às tradições de Natal. Quem, na verdade, já não
viu as imagens dos supostos três reis magos adorando, juntamente com os pastores, o
menino Jesus na manjedoura de Belém, logo após seu nascimento? Mas são corretas
essas tradições? Quem foram esses magos? Eles eram três? De onde eles vieram?
Quando eles visitaram Jesus? O que a Bíblia diz sobre eles?

1. Quem foram os Reis Magos e quantos eram eles?

Sobre os nomes dos magos, estes não são mencionados na Bíblia. Portanto todos os
nomes que você possa ter ouvido como supostamente sendo seus nomes são
simplesmente tradições.

Sobre o seu número: embora a Palavra de Deus nos diga que os magos trouxeram três
presentes: ouro, incenso e mirra (Mateus 2:21), ela em lugar algum diz que eles eram
três. O que a Bíblia diz é que eles eram de número plural (“magos”), o que significa que
eles eram certamente mais que um. Quantos eram, não podemos saber pois a Bíblia não
diz. No entanto, pode muito bem ser que eles eram mais do que dois ou três desde que
tais viagens longas como a viagem que fizeram para chegar a Belém, eram, por razões de
segurança, geralmente organizadas em grandes caravanas.
Sobre a identidade dos magos, a palavra grega que é traduzida como "homens sábios"
em Mateus 2:01 é a palavra "magos". Sobre o significado desta palavra, é usada pela
primeira vez para a caracterização de um membro de uma casta de sacerdotes e sábios
entre os medos, persas e babilônios, cuja aprendizagem foi principalmente a astrologia,
astronomia e encantamento1. A LXX (tradução do grego antigo de Antigo Testamento)
usa essa palavra com este significado no livro de Daniel (veja Daniel 1:20, 2:2, 10, 27,
4:7, 5:7, 11). Também usa para eles a palavra "sábio" (Daniel 2:12, 18, 24, 27; 05:7, 8).
Então quando, por exemplo, Daniel 5:11 diz que Daniel foi feito " chefe dos magos “ [LXX:
"magoi": plural de "magos"] significa que ele foi feito mestre desta casta dos que
aprenderam, homens sábios. Para além deste significado, a palavra "magos" também é
usada com o significado de um mágico (Atos 13:6, 8). No entanto, no nosso caso, é claro
que os magos que vieram visitar Jesus pertenciam à primeira categoria ou seja, eles eram
membros desta casta de homens instruídos (um mágico nunca teria vindo para adorar o
Filho de Deus).

2. Estavam os sábios presentes na noite do nascimento de Jesus?

Nós todos temos visto durante o Natal, as imagens dos magos adorando juntamente com
os pastores o menino Jesus na manjedoura. Por mais costumeiro que esta tradição possa
ser, não é o que realmente aconteceu. Nós lemos primeiro sobre a visita dos magos em
Mateus 2:1:

Mateus 2:1
“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns
magos vieram do oriente a Jerusalém”

De acordo com esta passagem, os magos não chegaram a Jerusalém, senão DEPOIS
que Jesus nasceu. Portanto, uma vez que eles permaneceram em Jerusalém no tempo
apto para os eventos em Mateus 2:2-9 acontecerem (os magos chegaram em Jerusalém
e começaram a procurar pela criança; Hérodes ficou perturbado com o que disseram, e
chamou os sacerdotes e os escribas do povo para pedir-lhes para dizer onde o Messias
nasceria; Hérodes chamou novamente os magos secretamente, os inquirindo para contar
sobre o tempo que a estrela aparecera; finalmente, Hérodes enviou os magos para longe
de Belém), é evidente que eles poderiam de modo algum poderiam ir à Belém, na noite do
nascimento de Jesus, como ensina a tradição. Além disso, Mateus 2:11 nos diz:

Mateus 2:11
“E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o
adoraram”

Como podemos ver, quando os magos chegaram a Belém, não encontraram Jesus em
uma manjedoura, mas em CASA, ou seja, em um lugar onde ele, Maria e José estavam
vivendo regularmente e corretamente. Obviamente, essa não era a noite do nascimento
de Jesus, “mas DEPOIS que Jesus nasceu” (Mateus 2:1). A partir daí, pode-se concluir
que após o nascimento de Jesus, José e Maria se estabeleceram em Belém, em uma
casa.
Além disso, como Mateus 2:11 nos diz quando eles chegaram em Belém Jesus já não era
um bebê, mas uma criança pequena. Sobre a idade do jovem Jesus durante a visita dos
magos, Mateus 2:16-18 nos diz que Hérodes depois de descobrir que os sábios tinham o
enganado e não tinham voltado para relatar a ele:

Mateus 2:16-18
“irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os
seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira
dos magos.”

É importante notar aqui que, de acordo com esta passagem, Hérodes colocou um limite
de idade nas crianças do sexo masculino de dois anos para baixo de "DE ACORDO COM
O TEMPO QUE ELE DILIGENTEMENTE INQUERIU DOS MAGOS". Em Mateus 2:7,
durante sua entrevista/interrogatório dos sábios, Hérodes inquiriu com precisão a partir
deles em que tempo a estrela apareceu. Com isso, ele veio a conhecer a idade de Jesus.
Assim, se Jesus nasceu quando "a sua estrela apareceu" no leste, pode-se concluir que
quando os magos o visitaram ele poderia estar ainda com até 2 anos de idade.

Para resumir:

i) A Bíblia não diz que os magos eram três, nem menciona seus nomes.

ii) Os magos eram pessoas instruídas que vieram do leste.

iii) Os magos não visitaram Jesus na noite de seu nascimento. Segundo a Bíblia quando
visitaram Jesus, ele não era um bebê numa manjedoura, mas uma criança em uma casa
e ele poderia até mesmo estar com até 2 anos de idade.
Notas de Rodapé

1. Veja: E.W. Bullinger: "A Critical Lexicon and Concordance to the English and Greek
New Testament", Zondervan Publishing House, MI 49530, USA, p. 887.

Escolhidos por Deus: uma olhada na doutrina da predestinação

A questão da predestinação versus livre arbítrio já dura há muito tempo no corpo de


Cristo. Há muitos que dizem que Deus já escolheu aqueles que seriam salvos e que estes
e ninguém mais será salvo. Posteriormente e de acordo com este ponto de vista, se
alguém será salvo ou não, não é tanto uma questão de alguém pregar a Palavra para ele
e ele posteriormente crer nesta Palavra. Embora ele definitivamente precise fazer isso,
basicamente ele pode fazer isso somente porque Deus o "predestinou", o "escolheu". Se
Deus não o tivesse "predestinado", se Deus não o tivesse "escolhido"- no sentido de tê-lo
escolhido em lugar de outra pessoa que não foi escolhida - então ele não seria salvo. É,
então, Deus que escolhe quem será salvo e quem Ele, dentro desta visão, "predestinou",
escolheu previamente, para ser salvo. Aqueles que Deus escolheu salvar serão salvos,
mas aqueles a quem Ele não escolheu (que na verdade significa então: aqueles que Ele
rejeitou para a salvação) não serão salvos. Esta é definitivamente uma doutrina muito
conveniente, pois desloca a responsabilidade da salvação para Deus, o que significa que
Ele, de acordo com esta visão, já escolheu os que serão salvos. Então, se você não sente
vontade de falar da Palavra a outros... Não é bem um problema. Deus sabia, e não enviou
ao seu caminho alguém que era para ser salvo. Afinal, quem tiver que ser salvo será
salvo, aconteça o que acontecer... Deus é quem sabe. É minha opinião pessoal que, por
mais conveniente que esta doutrina seja, ela é também uma doutrina muito errada e
perigosa. Eu acredito também que é essa doutrina que é responsável, pelo menos
parcialmente, pela passividade de muitas pessoas em falar sobre a Palavra: as pessoas
não se sentem responsáveis por falar do evangelho, pois em última instância, e de acordo
com essa visão, quem é para ser salvo será salvo. Eu discordo plenamente desta esta
posição. Eu acredito que, de acordo com a Bíblia, Deus deu o Seu Filho por TODOS os
homens, o que significa então que sua escolha para a salvação é: todo mundo.
Consequentemente, isto significa que a visão de que Deus escolheu para salvar alguns e
não outros não pode estar correta.

Salvação: Escolha de Deus para todos.

Para ver o que é o desejo de Deus sobre a salvação, vamos começar com 1 Timóteo 2:3-
4. Lá, lemos:

1 Timóteo 2:4
"Deus, nosso Salvador... que deseja que todos os homens sejam salvos, e cheguem ao
conhecimento da verdade."

Quem Deus quer que seja salvo? O que é a Sua vontade a respeito da salvação? O que é
que Ele quer, deseja? Como a passagem nos diz, Ele deseja, quer que todos os homens
sejam salvos! "Todos os homens” significa TODOS. Ele não escolheu algumas pessoas e
não outras e então deu Seu Filho por aqueles apenas. Ao invés disso, Ele deu Seu Filho
por todos, por todo mundo na face desta terra e Ele deseja que todos na face desta terra
sejam salvos! Esta é a Sua vontade, o Seu desejo, o Seu querer, a Sua escolha. Aqui
está o que os versos 5 e 6 desta mesma epístola nos dizem:

1 Timóteo 2:5-6
"Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus,
o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em
seu próprio tempo.”

Por quantos Jesus se entregou como resgate? Não para alguns, mas para todos os
irmãos e irmãs. Jesus Cristo pagou o preço por todo mundo e fez isso com o objetivo de
que todos possam saborear a salvação. Se Ele, então, fez isso, não seria totalmente
contraditório dizer que Deus realmente escolheu apenas alguns desses por quem deu o
Seu Filho, o que então significa basicamente que Ele não escolheu (ou seja, rejeitou) o
restante? Imagine que você fosse a uma prisão, e amasse a todos os presos tanto que
você pagasse o preço mais alto possível - para Deus este preço, foi o Seu Filho - para
torná-los livres. Quantos você gostaria de ver livres? Eu imagino TODOS. Agora imagine
que alguns destes escolhidos permanecessem na prisão. Como você se sentiria? Você
não ficaria pesaroso e triste por isso? Você pagou o preço mais alto por eles! Você quer
que eles sejam livres! Eu ficaria muito triste se eles optassem por ficar presos e acredito
que Deus também. Ele deu Seu filho, Ele pagou o mais alto preço possível por todos, e
sabe de uma coisa? Ele quer que todo mundo aproveite o que Ele tornou disponível. Ele
quer que todos sejam livres "do domínio das trevas e transportados para o Reino do seu
Filho amado" (Colossenses 1:13).

Aqui está o que famosa passagem de João 3:16, que é tão frequentemente citada, nos
diz:

João 3:16-18
"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito para que TODO o que
nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para condenar o mundo; mas para que O MUNDO fosse salvo por meio dele.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no
nome do Filho Unigênito de Deus."

Deus amou o mundo (usando o nosso exemplo, com os prisioneiros: Ele amou a todos os
prisioneiros, e não apenas alguns) e pelo mundo inteiro, por TODOS, Ele deu o Seu Filho.
Por quê? "PARA QUE O MUNDO ATRAVÉS DELE PUDESSE SER SALVO." Quando
Deus deu o Seu Filho, o Seu alvo não era apenas uma parte do mundo, mas todo o
mundo! Ele não queria libertar alguns prisioneiros, mas TODOS os prisioneiros. A
salvação é escolha de Deus para todos, porque era para todo mundo que Ele pagou o
respectivo preço. Não há nenhum homem na face da terra para quem Deus fez a escolha
que esteja perdido.

O que a Palavra quer dizer quando fala sobre os escolhidos?

Como lemos nas últimas páginas, é a vontade declarada de Deus que todos os homens
sejam salvos e para este fim Deus pagou com a vida de Seu Filho. Agora, se Deus quer
que todos os homens sejam salvos, isso significa que é a escolha de Deus que todos os
homens sejam salvos. Consequentemente, se esta for a escolha de Deus, a vontade de
Deus para todos, o que então isso faz de todos no que diz respeito à salvação?
escolhidos. Em outras palavras, quando a Palavra de Deus se refere a nós como os
eleitos e escolhidos, de forma alguma isso significa escolhidos em relação a outros que
supostamente não são escolhidos. TODOS são escolhidos para a salvação, pois esta é a
escolha, o que Deus deseja para cada homem (embora, obviamente, nem todos aceitarão
a Sua oferta). Ao invés disso, o que a Palavra quer dizer, chamando-nos escolhidos, é
que somos escolhidos para a salvação. A salvação é escolha de Deus, a Sua vontade,
para cada homem e, portanto, em relação à salvação, todos os homens são escolhidos
por Ele. No entanto, nem todos vão aceitar esta oferta, e o resultado é que eles serão
perdidos. Mas eles não estão perdidos porque Deus não os escolheu para a salvação,
mas porque optaram por rejeitar o que foi a escolha de Deus para eles. Da mesma forma,
nós também não fomos salvos porque Deus nos escolheu em lugar de outros, que
supostamente não teriam sido escolhidos. Em vez disso, fomos salvos porque
escolhemos aceitar o que foi a escolha de Deus para nós e para cada homem. A salvação
é uma questão de acreditar. É uma questão de as pessoas escolherem a Deus e não uma
questão de Deus as escolher. Na mente de Deus, não há dúvida: Ele escolheu TODOS os
homens para a salvação e para este fim deu o Seu Filho. Veja novamente essas
passagens das Escrituras:

Atos 10:43
"todo o que nele crê receberá a remissão dos pecados pelo seu nome."

Romanos 9:33, 10:11


"quem quer que nela crer não será confundido."

1 João 5:1
"Todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido."

João 11:26
"todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá."

João 3:16
"todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

João 12:46-48
"todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. E, se alguém ouvir as minhas
palavras, e não as guardar, eu não o julgo; pois eu vim, não para julgar o mundo, mas
para salvar o mundo. Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o
julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia."

Veja quem são "todo aquele" e "quem" nestas passagens. TODO AQUELE,
independentemente de quem ele seja - é isto que "todo aquele" ou "quem" significa - vai
ser salvo ou não, dependendo se ele acreditou ou não. Se ele acreditar ele será salvo, já
que é a escolha, a vontade de Deus para ele. Mas se ele escolher não acreditar, então ele
não será salvo. Isto em nada é de forma alguma escolha de Deus, a vontade de Deus
para ele, mas isso vai acontecer com base na escolha que este homem fez. É simples
assim.

Resumindo: existem dois tipos de escolha. Um tipo de escolha refere-se à escolha de


uma pessoa e não outra pessoa. Em outras palavras: Eu escolhi você, em vez de outra
pessoa. Nesse sentido, e de acordo com a doutrina da eleição, Deus nos escolheu e
rejeitou outros. Ele predestinou para a salvação a nós, os cristãos, mas não os outros. Os
outros não foram escolhidos, de acordo com essa visão. Este ponto de vista pode estar
correto? Não, porque de acordo com outras passagens das Escrituras que lemos, Deus
deseja, é Sua escolha, que todo mundo seja salvo e exatamente por este propósito, a
salvação de todos, Ele deu o Seu Filho. Portanto, a escolha e a predestinação que são
mencionadas em Efésios 1:3-7 -"nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor: e nos predestinou para sermos
filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo..." - não têm o significado de sermos
escolhidos, em lugar de outros que supostamente não são escolhidos, mas de nós
sermos escolhidos para salvação. A mesma escolha - a salvação - Deus fez para todos os
outros também, quando deu o Seu Filho. Como os prisioneiros de nosso exemplo: todos
foram escolhidos para experimentar a liberdade. Eu tenho justificativa, então, para falar
com os ex-prisioneiros que aceitaram a minha proposta e dizer "você é predestinado para
a liberdade", "eu o predestinei para isto", "Você é minha escolha"? Sim, eu estou
absolutamente justificado para fazer isso.No entanto, sendo que esta é também a minha
escolha para aqueles que ainda estão na prisão, quando eu digo "escolhido", eu de
maneira alguma, quero dizer que estes são escolhidos em lugar dos outros que
rejeitaram a minha oferta. Para eles também é a minha escolha que eles sejam livres.
Deus realmente nos escolheu, mas Ele não nos escolheu em lugar de outros. Deus
não escolhe aqueles que seriam salvos e os que não seriam. Se ele fizesse Ele faria
acepção de pessoas e Ele não faz:

Atos 10:34
"Deus não faz acepção de pessoas."

Ao invés disso, Deus será encontrado por todos que O buscam. Na verdade, Ele está à
procura de pessoas que buscam para que Ele possa se revelar a elas:

Salmo 14:2
"O Senhor olha dos céus para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha
entendimento, alguém que busque a Deus."

e Deuteronômio 4:29
"E lá procurarão o Senhor, o seu Deus, e o acharão, se o procurarem de todo o seu
coração e de toda a sua alma."

Quando alguém busca a Deus, quando ele O convida a revelar-se a ele e é sincero, Deus
irá mostrar-se 100%. Ele é o único que irá atraí-lo a Ele. Mas isto não é o que Deus fará
só por essa pessoa. Ao contrário, isto é algo que Ele faz por todos os que O invocam.
Deus olha para as pessoas que O buscam e os que O buscam de todo o seu coração vão
encontrá-Lo. Isso não é algo que acontece, às vezes, com algumas pessoas. Ao invés
disso, é uma lei ditada pela Palavra de Deus. Quando alguém convida Deus de todo o seu
coração, Deus irá mostrar-se 100% e atraí-lo para Si mesmo. É neste sentido que
precisamos compreender o registro do evangelho de João, que diz:

João 6:44
"Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair."

Muitas pessoas tomam esta passagem e dizem:"Vê? Deus é que sabe. Se Deus quiser,
Ele vai atrair essa pessoa a Ele. Se Ele não quiser, Ele não vai atraí-lo.” Interpretar esta
passagem dessa maneira é o mesmo que dizer que Deus faz acepção de pessoas e
ignora que Jesus morreu por todos, para que todos possam ser salvos. Deus não escolhe
a quem chamar para Si. Em vez disso Ele vai mostrar-Se a todos que O procuram. É uma
lei espiritual que Ele ditou. Falaremos mais sobre isso na próxima seção.
Salvação: Responsabilidades de Deus e nossas responsabilidades.

Deus realmente tem um papel a desempenhar na salvação, o papel mais importante. Mas
nós temos nossas próprias responsabilidades e os papéis dados por Deus também. 2
Coríntios 5:18-21 é muito claro sobre o nosso papel na reconciliação dos homens com
Deus. Como lemos lá:

2 Coríntios 5:18-21
“Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos
deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando
consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a
mensagem da reconciliação. Agora então, NÓS somos embaixadores de
Cristo, como se o próprio Deus suplicasse a vocês através de nós: nós oramos em lugar
de Cristo; seja reconciliado com Deus. Pois Ele se tornou pecado por nós, Aquele não
conheceu pecado, para que pudéssemos nos tornar a justiça de Deus nele.”

Ao dar Seu Filho, Deus reconciliou consigo o mundo. Em outras palavras, a porta para
Deus agora está aberta. Usando novamente o exemplo com os prisioneiros, as portas da
prisão estão alertas! Mas os prisioneiros são cegos. Eles não podem ver. Eles estão
cegados pelo deus deste século (2 Coríntios 4:4), o diabo, para que eles não vejam a
salvação que está disponível para eles. Assim, alguém precisa dizer ao povo: "A porta
está agora aberta para Deus! Por favor, sejam reconciliados com Deus.” Porque Ele se
tornou pecado por nós. Aquele que não conheceu pecado, para que pudéssemos ser a
justiça de Deus nEle!” Esta, a pregação, a introdução do povo ao Senhor, é o ministério
da reconciliação. E quem tem este ministério? A resposta é muito simples: NÓS. É nossa
responsabilidade pregar ao povo. Nós é que somos embaixadores de Cristo. Se você
quer algo de um país estrangeiro, você tem que contatar a embaixada daquele país, os
representantes, os "embaixadores" do país. Para Deus os embaixadores somos NÓS.
Deus abriu as portas da prisão, Ele abriu a porta para Si. Ele reconciliou consigo o
mundo, dando Seu Filho. Agora nós, uma vez presos, uma vez cegos, temos de dizer
para aqueles que ainda estão presos e ainda cegos "cheguem-se a Deus, a porta está
aberta!"

Maior clareza sobre as responsabilidades é dada em 1 Coríntios 3:5-6: Como lemos lá:

"Pois, que é Apolo, e que é Paulo, senão ministros pelos quais crestes, e isso conforme
o que o Senhor concedeu a cada um? Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o
crescimento.”

Veja: Deus tem um papel, o papel mais importante a desempenhar. O papel de dar o
aumento. Mas alguém tem que jogar a semente e alguém tem de regar. E esse alguém
não é Deus. Somos nós! São os ministros, e não quer dizer o clero, mas nós, que temos
ministério da reconciliação. O texto não diz: "Deus plantou, Deus regou, Deus deu o
crescimento" Havia pessoas envolvidas que tinham que fazer o que Deus os havia
chamado para fazer. Pessoas que diziam: "aqui está Deus, reconcilie-se com Ele" e que
essa pessoa se aproximou de Deus, Deus o encontrou, chamou-a a si mesmo. Havia
também as pessoas, como Apolo, que regavam a semente lançada no coração das
pessoas, abrindo a Palavra de Deus e compartilhando com eles as Suas verdades. Veja
também este "pelos quais", que eu marquei em negrito ("pelos quais crestes"). O meio
através do qual essas pessoas creram eram Paulo e Apolo. Eles desempenharam o seu
papel dado por Deus - o papel do intermediário, o ministro da reconciliação, o embaixador
de Cristo, o papel de plantar e regar. Mas imagine se nós disséssemos "aqui está Deus" e
Deus não aparecesse. Essa pessoa então O encontraria? Por mais que ele quisesse, ele
não iria encontrá-Lo.Mas Deus promove a aproximação, Ele aparece, desempenha Seu
papel. Quando, pois João diz que ninguém vem ao Pai, se o Pai não atraí-lo para Si, isso
é absolutamente verdadeiro: se Deus não aparecer, se Deus não der o aumento, eu e
você podemos plantar e regar tanto quanto quisermos, mas nada vai acontecer. Mas
Deus aparece, faz o apelo, dá o aumento. A questão é: nós vamos desempenhar o nosso
papel, o ministério da reconciliação que nos está designado, o plantio e a rega, o "Ide por
todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15)? Estes não são atos
de Deus, mas papéis designados a nós.
Conclusão.
Para resumir querido irmão: a doutrina de que Deus escolheu algumas pessoas para
salvar em lugar de outros que Ele supostamente não escolheu é uma doutrina muito
conveniente, mas também muito falsa. A escolha de Deus, a Sua vontade, é que todos
sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Se esta é a escolha de Deus para
todos o que são, então todos? Escolhidos! Agora se todos serão salvos ou não, depende
se cada um vai acreditar. Se todos acreditarem, todos serão salvos. No entanto, quem
não acreditar, não será salvo. Deus tem um papel a desempenhar neste processo? Sim, o
mais importante: Depois que uma pessoa convida Deus para entrar em seu coração e se
revelar a ele, Deus irá mostrar-se e atraí-lo a Si próprio. Esta é a aproximação do Pai de
que Jesus está falando. Aquele a quem Deus se revelou sabe do que estou falando. Essa
revelação de Deus não é algo que Ele decide fazer precariamente, mas algo que Ele é
grato em fazer e vai fazer com base na Sua Palavra. Quem buscá-Lo de coração vai
encontrá-Lo, diz a Palavra. Deus irá mostrar-se, 100%, quando alguém realmente O
busca.

Agora, voltando-se para nós, Deus NOS deu o ministério da reconciliação, o ministério de
semear a Palavra e de regar. Ele dá o crescimento (a aproximação dEle) mas a
semeadura e a irrigação, a introdução do povo ao Senhor, o ministério da reconciliação é
dado a nós. A doutrina segundo a qual Deus escolheu apenas alguns seres humanos
para a salvação, o que implica então que Ele escolheu outros para enviá-los para o
inferno, é uma doutrina muito falsa e colocou as pessoas para dormir eternamente já que
eles acreditam que Deus vai salvar quem Ele quiser. Isso não é verdade. Temos
responsabilidades, irmãos e irmãs, e pregar a Palavra, procurar oportunidades para
difundir o Evangelho, é algo que está em nós. Pregue a palavra, diga aos prisioneiros:
"saiam da prisão". Se eles vão sair ou não, é responsabilidade deles. Mas é nossa
responsabilidade lhes dizer. É nossa responsabilidade mostrar-lhes o pai. Quanto ao Pai,
Ele os quer de todo coração! Ele pagou por eles o mesmo preço que Ele pagou por nós, e
Ele os espera com os mesmos braços abertos que Ele esperou por nós.
“Miserável homem que eu sou!” – Um breve comentário de Romanos 7

Eu tenho ouvido várias vezes as pessoas usando as palavras de Paulo em Romanos 7:24
dizendo: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” Eles as
usam de uma maneira que insinua que essas palavras são aplicadas para nós, os
Cristãos nascidos de novo. Eles as usam como se nós Cristãos estivéssemos em uma
espécie de escravidão do pecado (está no mesmo contexto, apenas alguns versos
anteriores, que Paulo diz “eu sou carnal, vendido sob o pecado.”) (Romanos 7:14). Então,
eles dizem: “miseráveis homens que nós somos”, “nós somos pecadores, vendidos sob o
pecado”, “quem nos livrará disto?”

Neste artigo eu apresento que embora as pessoas amem o Senhor e queiram O seguir –
e apenas para tais pessoas se refere este artigo – podem cair em muitos erros, elas NÃO
estão vendidas sob o pecado nem são miseráveis homens esperando por um salvador. O
salvador chegou e Seu nome é Jesus Cristo! Ele abriu a porta da nossa prisão e nos fez
livres. Nós não somos mais “miseráveis homens”. Nós ÉRAMOS miseráveis homens
anteriormente quando nós estávamos mortos em ofensas e pecados (Efésios 2:1). Mas
agora, nós não estamos mortos mais! Deus nos deu vida juntamente em Cristo, por graça,
apenas na base da nossa fé (Efésios 2:5)! Agora, nós somos “a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9). Essa é a verdade
da Palavra de Deus.

Mas então, nós estamos certos em perguntar o que é essa lamentável situação que Paulo
está descrevendo em Romanos 7? A quem ele está se referindo? Porque ele está usando
está passagem como se estive a aplicando para si próprio e por que ele está falando no
presente como se fosse algo que está acontecendo agora? Bem, nós não precisamos ir
longe para achar a resposta. Tudo que nós precisamos é ler o contexto das frases acima,
todo Romanos 7. Dando uma olhada, Romanos 7 mostra que seu tema principal é a lei e
como era impossível para alguém que tinha apenas a natureza pecadora de Adão cumprir
esta lei. Para dizer isso, Paulo está usando a primeira pessoa do singular no
presente figurativamente, não literalmente. Em outras palavras, embora, pareça que ele
diz o que ele diz para ele mesmo pessoalmente, ele faz isso apenas no sentido figurado,
colocando a si mesmo na posição daqueles a quem essas coisas eram diretamente
aplicáveis. Como nós sabemos disso? Vamos ler, por exemplo, os versos 7-9 de
Romanos 7:
“Que diremos pois? É a lei do pecado? De modo nenhum: mas eu não conheci o pecado
senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não disesse: Não
cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, obrou em mim toda a
concupiscência: porquanto sem a lei estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia
sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.”

A época “sem lei” foi antes da promulgação da lei, centenas de anos antes do nascimento
de Paulo. Então quando Paulo diz “E eu, nalgum tempo, vivia sem lei” ele está usando a
primeira pessoa do singular (“Eu”) apenas figurativamente. Ele não estava vivo naquela
época, mas, ele figurativamente colocou si mesmo na posição das pessoas que estavam
vivas dizendo “Eu vivia”. O mesmo também na próxima parte da passagem que diz: “mas,
vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.”. O mandamento veio com Moisés e
Paulo não estava vivo ainda. É óbvio então que ele estava usando ele mesmo (primeira
pessoa do singular) FIGURATIVAMENTE, literalmente. O mesmo padrão continua por
todo Romanos 7. Paulo se usa e muitas vezes no presente para descrever que era uma
situação no PASSADO. A razão que ele fez isso é fazer a situação mais vívida e o
contraste com a situação presente (a qual é descrita em Romanos 8) ainda mais clara.
Seu tema principal em Romanos 7 é a situação sem Cristo. Antes de Cristo a lei era
presente e, embora essa lei fosse boa, santa e justa era impossível se manter por
pessoas que tinha apenas suas naturezas pecaminosas e carnais1. Como ele
caracteristicamente disse:

Romanos 7:12, 14
“E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.... a lei é espiritual; mas eu
sou carnal.”

Paulo era carnal quando ele estava escrevendo essas coisas? Ele tinha apenas a
natureza pecadora de Adão? Ele estava “vendido sob o pecado”? A resposta é
enfaticamente NÃO. Paulo, como qualquer crente nascido de novo, tinha Cristo vivendo
nele. Cristo o tinha livre. Ele estava agora nascido de novo e salvo. O que, portanto, ele
está se referindo quando descreve a si próprio como “vendido sob o pecado”? Ele se
refere à época da lei, o tema principal de Romanos 7. Na época da lei, não havia novo
nascimento! Não havia nova natureza! Todas essas coisas ficaram disponíveis para nós
depois do sacrifício de Jesus, mas que, na época da lei, elas não estavam disponíveis.
Assim, a única coisa que as pessoas tinham naquela época era a velha natureza
pecadora. Embora, a lei fosse boa, santa e justa ela era uma lei espiritual enquanto eles
eram carnais, vendidos sob o pecado. Portanto, quando Paulo diz: “mas eu sou carnal,
vendido sob o pecado” ele está usando a si mesmo e o tempo no presente
figurativamente, colocando a si mesmo no lugar daqueles que viveram na época da lei,
exatamente como ele fez no versículo 7 com todos aqueles que viveram sem a lei,
quando ele diz “vivia sem lei”. Quando Paulo estava escrevendo Romanos 7, ele era uma
nova criatura como qualquer um de nós, que crê no Senhor Jesus Cristo, o Messias e
Filho de Deus, também é:

2 Coríntios 5:17
“Assim que se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram;”

Paulo usa o mesmo modo de falar (primeira pessoa do singular, no tempo presente) em
todo o restante de Romanos 7. Vamos ler:

Romanos 7: 15-24
“Porque o que eu faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço
isso faço. E se, faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que
agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que
em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum: e com efeito o querer está em
mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que
não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já não o faço eu, mas o pecado
que habita em mim. Acho então está lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal
está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo
nos meus membros outra lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado
que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo
desta morte?”

O que Paulo está descrevendo é uma situação miserável. Se você não levar em conta
qual é o contexto da passagem e se você ignorar e desprezar as realidades do novo
nascimento você se tornará miserável também. Você também irá chorar “Miserável
homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”. Mas Paulo diz tudo o que
diz para descrever a situação antes de Cristo. É uma situação de anseio por um salvador.
Sim, antes de Cristo todos nós choraríamos “Miseráveis homens que nós somos! quem
nos livrará do corpo desta morte?”. Mas a boa nova é que cerca de 2000 anos atrás o
salvador veio! Seu nome é Jesus Cristo! Paulo não para na questão: “Miserável homem
que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”, mas ele continua imediatamente
com a resposta e aqui está:

Romanos 8:1-4
“Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a
lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma a carne. Deus, enviando
o seu Filho em semelhança da carne e do pecado, pelo pecado condenou o pecado da
carne; Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne,
mas segundo o Espírito.”

Houve um tempo em que nós éramos escravos, vendidos sob o pecado. Mas não mais!
Crendo no Senhor Jesus Cristo, ele nos libertou dessa escravidão. Agora, nós temos uma
nova natureza, Cristo está em nós. Agora nós somos LIVRES. Agora nós somos justos!

Para resumir: aqui está a questão de Paulo em Romanos 7:24:

“Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”


E aqui está a resposta, apenas 2 versículos depois:
“a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.”
E novamente, Gálatas 5:1
“Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos
debaixo do jugo da servidão.”

Nós não somos mais escravos, vendidos sob o pecado. Nós não somos mais “vendidos
sob o pecado”. Ao invés disso, Cristo nosso salvador, veio, deu a si mesmo como resgate
e nos fez LIVRES. Portanto, na próxima vez que você ouvir alguém chorando “Miserável
homem que eu sou!”, querendo descrever nossa condição presente, você sabe que tal
aplicação para nós está ERRADA. Glorifique o Senhor e O dê graças, que, através de
Seu Filho, nos livrou desta situação terrível. Louvado seja ele sempre, pois embora nós
estivemos uma vez “mortos em ofensas e pecados... Mas Deus que é riquíssimo em
misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou.” (Efésios 2:1-5). Louvado seja Ele
e Jesus, nosso libertador de sempre.

1. O termo “carnal” ou “desejo da carne” é usado nas epístolas de Paulo para denotar a
natureza pecadora de Adão, isto que dizer a natureza que ele deixou como o resultado da
queda. Outro termo que é usado para descrever essa natureza é “velho homem”. Essa
natureza, natureza de Adão, é a única natureza que alguém tem antes de crer no Senhor
Jesus, em Sua ressurreição e a única natureza que estava disponível na época da lei.
Contudo, hoje em dia devido ao sacrifício de Jesus, quando alguém O confessa como
Senhor e crê em seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos (Romanos 10:8-9) ele
nasce de novo e recebe uma nova natureza. Essa nova natureza é chamada nas
epístolas de Paulo de “novo homem” (como oposto de “velho homem”), “espírito” (como
oposto de “carne”) e “espiritual” (como oposto de “carnal”). Os artigos: “Corpo, alma e
espírito” e “Pentecostes e o novo nascimento” discutem isso em muitos detalhes.

Fé e Obras

Acerca das boas obras, fé e salvação Tiago 2:14 nos diz:

Tiago 2: 14
“Meus irmãos, que proveito há, se alguém disser que tem fé mas não tem obras? Pode
semelhante fé salvá-lo?”

Muitos irmãos ficam perplexos com esta passagem, pensando que Tiago contradiz Paulo,
que inúmeras vezes disse que um homem é salvo e justificado através da fé no Senhor
Jesus Cristo e Sua ressurreição sem a necessidade de obras (veja os artigos: “A Justiça e
a Bíblia” e “Salvo e justificado pela fé”). Algo que devemos esclarecer do princípio é que a
Palavra de Deus nunca se contradiz. O que geralmente acontece, e está acontecendo
nesta passagem, é um problema de compreensão daquilo que a Palavra nos diz. O
propósito deste artigo é ajudar o leitor tanto no entendimento desta passagem de Tiago 2
quanto oferecer uma visão mais ampla sobre a salvação.

Fé e obras: aquele que tem a verdadeira fé, tem também as obras

Partindo da primeira parte de Tiago 2: 14, vemos que ele se dirige para “alguém que diz
que tem fé”. A simples expressão verbal da fé, ou seja, apenas dizer ter fé, não é
suficiente para alcançar a salvação. E em relação a este tema, Paulo concorda com
Tiago, ao contrário do que se pensa. Em Romanos 10:9-10 lemos:

“Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor e acreditar em seu coração que
Deus o levantou dos mortos, você será salvo. Pois com o coração se crê para a justiça, e
com a boca se confessa a respeito da salvação.”

Para que alguém seja salvo é necessário fé verdadeira, fé que vem do coração. Tal é a fé
que a Palavra de Deus menciona. Fé que vem simplesmente da boca e não está no
coração não é fé verdadeira. Como o Senhor disse: “da abundância do coração é que fala
a boca” (Mateus 12: 34). A confissão da fé deve ser tal que se origine do coração que crê.
De outra forma é uma fé falsa. Por esta razão Tiago 2 diz que “em alguém que diz ter fé”,
duas coisas devem acontecer:

Sua confissão é genuína, ou seja, o que ele diz é verdadeiro, ou o que diz não é genuíno,
ainda que ele diga que tem fé, na verdade não tem. Vamos analisar o primeiro caso,
quando a confissão é genuína. A confissão sendo genuína é uma confissão de fé que já
está internalizada no coração. Neste caso a consequência natural desta fé é o fruto, e as
obras. Colocando-o de forma diferente: ainda que as obras não precedam a salvação e
a fé (pois nós não somos salvos pelas obras), elas são, contudo uma consequência
natural da salvação, elas surgem como um fruto, como um resultado da fé presente
no coração. Como diz o Senhor:

Lucas 6 : 43-45
“uma árvore boa não dá maus frutos, nem uma árvore ruim dá maus frutos. Pois toda
árvore é conhecida pelos frutos. Pois um homem não colhe figos de espinhos, nem
uvas de abrolhos. O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem; porque a boca
fala do que está cheio o coração.”

O fruto, e as obras de todo homem é o resultado do que está no coração. Como lemos em
Romanos 10: 10, “com o coração se crê… e com a boca a confissão é feita para a
salvação”. Em outras palavras a boca sempre deve seguir o que está no coração. A
salvação não está em simplesmente confessar a fé. E desde que este tesouro, tal árvore,
tal fé existe no coração, é natural ver desta árvore o respectivo fruto bom. Como
consequência, boas obras é algo natural, tão natural como uma boa árvore dar bons
frutos.

Fé e obras: as obras, prova de quem somos filhos

Quando alguém nasce de novo (Efésios 1: 13) ele é selado com o Espírito Santo, recebe
uma nova natureza e se torna filho de Deus. Esta nova natureza produz frutos – que é
esperado quando andamos com Ele. Assim Paulo diz sobre estes frutos:

Gálatas 5 : 22-23
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, fidelidade,
bondade, domínio próprio.”

Todos estes frutos também são características de Deus. Ele é benigno, bom, longânimo,
gentil, amável, fiel, etc. Agora, já que somos filhos de Deus – e aqui eu me refiro àqueles
que genuinamente crêem no Senhor Jesus Cristo como Messias e Filho de Deus – é
absolutamente normal exibirmos as mesmas características de nosso Pai, por exemplo,
sermos bons, gentis, alegres, longânimos, benignos e apresentarmos domínio próprio,
etc. É normal nos assemelharmos e refletirmos à Ele. O mesmo acontece com nossos
filhos: é natural que eles se assemelhem e reflitam um comportamento parecido com o
nosso, pois são nossos filhos. Assim os Filhos de Deus se assemelham e refletem a
Deus, Que vive em seus corações. Obviamente isto não acontece com aqueles que não
são Seus filhos: eles não refletem a Deus e não podem fazê-lo já que não são seus filhos.
E como alguém pode refletir a Deus? É simples: nas características que ele exibe, nos
frutos que ele produz, e nas suas obras. As obras e os frutos manifestam de quem somos
verdadeiramente filhos. Veja este diálogo entre Jesus e certos Judeus, que, como o
contexto nos revela (João 8 : 30 – 31) tinham de fato crido nEle mas que eventualmente,
depois de uma conversa queriam apedrejá-lo (João 8:59)!

João 8: 38 -44
“Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós porém, fazeis o que vistes em
vosso pai. Então lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos
de Abraão, praticai as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos
tenho falado a verdade que ouvi de Deus, assim não procedeu Abraão. Vós fazeis as
obras de vosso pai. Disseram-lhes eles: Nós não somos bastardos; temos um pai que é
Deus . Replicou-lhes Jesus: se Deus fosse de fato vosso pai, certamente me havíeis
de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou, pois não vim de moto próprio, mas Ele me
enviou. Qual a razão porque não compreendeis a minha linguagem? É porque sois
incapazes de ouvir a minha palavra . Vós sois do diabo, que é vosso pai e quereis
satisfazer-lhes o desejo.”

Estas pessoas acreditavam que Deus era seu Pai. Mas, se Deus fosse verdadeiramente
seu Pai, eles fariam as suas obras. Todavia elas estavam realizando as obras do diabo.
Quem então era seu pai? Aquele cujas obras eles realizavam: o diabo.

O que eu quero dizer com o que está acima citado é que as obras, o fruto de todo homem
prova de quem ele ou ela é filho ou filha. Se alguém é verdadeiramente um filho de Deus
ele fará as obras de Deus e na verdade ele realizará estas obras com naturalidade como
se fosse parte de seu DNA espiritual. Deus o criou para isto. Como Efésios 2 : 10 nos diz,
nós fomos criados e está em nosso DNA o realizar as obras que Deus preparou para nós.
Desta forma ainda que as obras não precedam a fé e a salvação, elas de fato as seguem.
Fé que não frutifica e não tem obras, é, como Tiago 2 diz, morta.
Eu sei que alguns podem ter dificuldade em acreditar no que estou falando, pois em
algumas igrejas existe um ensino que diz “confesse Jesus como Senhor e você estará
salvo”. Contudo isto não é verdade. “Acredite em seu coração que Deus ressuscitou a
Jesus dos mortos e o confesse como Senhor. Então você será salvo” (Romanos 10: 9 –
10). Isto está certo. É a fé que salva e a confissão simplesmente confessa esta fé. Como
o Senhor disse:

Mateus 7 : 21
“Nem todo que me diz, “Senhor, Senhor” entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a
vontade do meu Pai que está no céu.”

Alguém dizer apenas “Senhor, Senhor” não é o suficiente. Ele deve dizê-lo de verdade. E
se o faz de verdade ou não isto será manifesto por seus frutos, através da sua obediência
a vontade do Pai. E sim, alguém poderá incorrer em erros que podem afetar, até mesmo
seriamente sua fecundidade. Todavia não pode acontecer que ele ou ela permaneçam
permanentemente estéreis. Um cristão que nunca deu frutos simplesmente não é
Cristão1. Eu sei que isto não deve parecer de bom tom para certos leitores, mas isto, é a
verdade da Palavra.

Em suma: quando há verdadeira fé no coração do homem, as obras fluem naturalmente


assim como os frutos são naturalmente produzidos em uma árvore. Pois somos feitura
dEle e criados para, sendo assim é natural que façamos, as boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas (Efésios 2: 10).

Portanto, esta palavra retrata o que acontece no homem: a confissão que é resultado de
uma fé originada no coração, é, em outras palavras REAL.

Fé e obras: aquele “que diz que tem fé”

Além dos exemplos acima, cito outro. O caso da fé que “alguém diz ter”, mas é uma fé
apenas em palavras. Esta e a fé do homem que não creu no coração e que, por vários
motivos, finge, até mesmo sem perceber, que é um crente. Tal homem, o homem que “diz
ter fé”, mas que na verdade não a tem, NÃO é nascido de novo e como consequência
disto a única coisa que ele apresenta é a natureza caída de Adão, ele possui uma árvore
podre e enferma. E desta árvore não há como colher bons frutos. Se, pois “alguém diz ter
frutos”, mas os respectivos bons frutos estão faltando e isto acontece com regularidade,
nós devemos imaginar se esta fé que ele diz ter é genuína ou não. Como diz o Senhor:
“Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos
de espinheiros, nem abrolhos se vindimam de uvas. (Lucas 6:44)” Vendo os frutos
conhecemos a árvore. Aqui eu gostaria de esclarecer que este artigo não tem o propósito
de propagar a desconfiança sobre a salvação alheia. Deus irá julgar as obras de todos e
ele conhece nossos corações. O objetivo deste artigo é alertar o leitor que é complacente,
pois em algum momento e lugar, ele fez uma confissão de fé sem uma transformação
visível em sua vida. Se alguém acredita que por uma confissão apenas, será salvo,
engana a si mesmo. É a fé que salva! E se a fé está presente então não há necessidade
que a pessoa “diga que tem fé”: esta fé se manifestará através das obras e dos frutos que
carrega.

Tendo dito isto vamos agora ler Tiago 2:14 novamente:

“Mas meus irmãos, qual é o proveito se alguém disser que tem fé mas não tiver obras?
Pode acaso semelhante fé salvá-lo?”
Pode a fé que é apenas em palavras e não do coração salvar alguém que apenas a
verbalize? NÃO. Os frutos, a caminhada nas obras que Deus de antemão preparou para
nós e para a qual nos criou (Efésios 2:10) é o resultado natural da fé. Assim como de uma
laranjeira nós colhemos laranjas, também de um cristão nascido de novo, um crente que
tem o Espírito de Deus deve apresentar os respectivos frutos. Se alguém diz ter fé, mas
jamais mostra um bom fruto que a acompanhe, então provavelmente ele não tem a fé que
diz ter. Tal fé, fé em palavras e apenas em palavras, é uma fé morta como uma árvore
morta de onde nada se colhe, E para esta Tiago diz: “Pode [semelhante] fé [que ele diz
ter] salvá-lo? A resposta é claramente: NÃO.
1. Alguém deve perguntar, e se alguém aceitar a Jesus imediatamente antes de morrer?
Como eu disse a salvação é pela fé. Então se alguém acredita em seu coração no Senhor
Jesus Cristo, e um minuto depois more, ele será salvo. Este artigo não diz que a salvação
é pelas obras. A salvação é pela fé e pela fé somente. Ademais, a verdadeira fé , sempre
produz frutos. Então os frutos e as obras são um sinal da fé verdadeira. Isto é o que eu
acredito.

Honre seu pai e sua mãe

Êxodo 20 nos dá os Dez Mandamentos que Deus deu ao povo de Israel. O quinto (Êxodo
20:12) é sobre os pais:

Êxodo 20:12
“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR,
teu Deus, te dá.”

Deus mandou que o povo de Israel HONRASSE seus pais e mães. O que “honra teu pai e
tua mãe” significa? Aqui está como um comentarista define isso:

“Esse era um plano ordenado por Deus, escrito com sua própria mão, e foi entregue por
Moisés a eles; era de natureza moral, e de obrigação eterna: é para ser entendido, não
simplesmente como uma elevada estima que os filhos deveriam ter em relação aos seus
pais, ou o uso de uma linguagem e gestos respeitosos diante deles, nem apenas uma
alegre obediência a ser cedidas a eles; mas também de honrá-los com sua substância,
alimentação, vestimenta, e os suprindo com as necessidades da vida, quando eles
estiverem em necessidade dos mesmos; que é, porém serviço razoável deles, por todo o
cuidado, despesa e problemas que eles tenha tido em trazê-los neste mundo” (Exposição
de toda a Bíblia de John Gill, Dr. John Gill 1690-1771)

Honrar seus pais envolve elevada estima, reverência e apoio. Isso significa que você
estará lá para eles quando houver a necessidade e que vocês cuidam deles com seu
serviço, apoio, dinheiro, visitas e etc.

Honrando seus pais e promessas associadas com isso

Em contraste com os outros mandamentos, onde nenhuma promessa específica está


ligada diretamente a eles, Deus, ao dar este mandamento, também adicionou uma
promessa específica. Como ele disse, “honra teu pai e tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá”. Mas Ele não para
ali. Deuteronômio 5:16 afirma o mesmo mandamento mas com uma promessa adicional
anexado a ele:

Deuteronômio 5:16
“Honra a teu pai e a tua mãe, como o SENHOR teu Deus te ordenou, para que
se prolonguem os teus dias [promessa 1], e para que te vá bem na terra que te dá o
SENHOR teu Deus [promessa 2].”
Paulo está repetindo o mandamento em Efésios 6:2-3:

“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te
vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.”

Paulo diz que esse é o “primeiro mandamento com promessa”. O primeiro mandamento
que Deus deu e que continha uma promessa era o mandamento de honrar nossos pais! É
realmente uma grande promessa! Você viverá muito tempo sobre a terra e te irá bem!
Você quer viver muito tempo sobre a terra? Você quer ficar bem? Bem, aqui está para
você: honre seus pais e é isso que vai acontecer!

Honrar seus pais: a visão de Jesus

Como no caso dos outros mandamentos, assim também como honrar os pais, Deus diz o
que aconteceria se alguém não guardasse este mandamento. Jesus resumiu em Marcos
7 tanto o mandamento e o que, de acordo com este mandamento, aconteceria se não
guardar:

Marcos 7:10
“Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe,
certamente morrerá.”

O verbo “maldizer” aqui é o verbo grego “kakologeo” que significa “falar mal”. Quem quer
que falasse mal contra seu pai ou mãe era condenado à morte. Para ver um exemplo de
não honrar os pais, continue abaixo com a passagem de Marcos:

Marcos 7:11-13
“Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar
de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por
sua mãe, Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes.
E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.”

A palavra “Corbã” é a palavra hebraica que significa “oferta a Deus”. Esta palavra é usada
em Levítico 1:2, por exemplo, onde diz:

Levítico 1:2
“Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta [Corbã] ao
SENHOR, oferecerá a sua oferta de gado, isto é, de gado vacum e de ovelha.”

A palavra oferecer aqui é a palavra Corbã que o Senhor também usou para falar daqueles
judeus que não honraram seus pais. Em essência, o que esses judeus estavam dizendo
aos seus pais era “tudo que vocês poderiam se beneficiar de mim, minha propriedade,
minha renda, é Corbã dedicado a Deus e eu não posso dar isso a vocês. Isso era um voto
que eles costumavam fazer para evitar dar aos seus pais. Eles fizeram um voto dedicando
tudo para Deus e, portanto, eles podiam alegar que nada tinham para apoiar e logo,
nenhuma obrigação para tal apoio em relação a seus pais. Como Barnes explica:
“Se ele tinha uma vez dedicado sua propriedade e dito que era “Corbã” ou uma oferta a
Deus – isso não poderia ser apropriado para o apoio dos pais. Se os pais eram
necessitados e pobres e se dirigissem ao filho em busca de assistência, e o filho
respondesse, embora irritado, “É dedicado a Deus; essa propriedade que vocês precisam,
e por qual vocês poderiam estar aproveitando de mim é “Corbã” – Eu dei isso a Deus;” os
judeus diziam que a propriedade não podia ser retirada e o filho não tinha obrigação de
ajudar aos pais com ela. Ele tinha feito uma coisa mais importante ao oferecê-la a Deus.
O filho estava livre. Ele não poderia ser requerido para fazer alguma coisa por seu pai
depois daquilo. Assim, ele poderia em um momento se livrar da obrigação de obedecer ao
seu pai ou mãe» (Notas de Albert Barnes na Bíblia, Albert Barnes (1798-1870))

Nosso Senhor Jesus Cristo condenou o uso da desculpa do “Corbã” – oferta a Deus –
para evitar o auxílio aos pais. Obviamente para ele honrar aos pais era algo muito
importante, tão importante quanto foi para Deus quando listou isso nos 10 mandamentos.

Honrando seu pai e mãe: Conclusão

É mandamento de Deus honrar nossos pais com tudo que essa honra pode incluir. O
mandamento de honrar nossos pais é o primeiro mandamento com promessa e realmente
uma grande promessa: Viver por muito tempo sobre a terra e estar bem com você! A
maioria das pessoas não vai querer mais que isso! Bom, essa é a promessa! Embora, não
é incondicional! É condicional e será concedida para aqueles que honrarem seus pais. O
mandamento de honrar nossos pais era tão importante o que falasse mal de seus pais
morreria. Sim, hoje vivemos sob a era da graça, mas o mandamento do Senhor e Sua
promessa estão aí. E o desafio está aí para nós também:

Efésios 6:2-3
“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te
vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.”

Português: Fabricia Lucena, Giulia Silva (Christian-translation.com)

Acerca da Interpretação Bíblica

A questão sobre qual é a interpretação correta da Bíblia e como a Palavra de Deus deve
ser interpretada é uma temática que necessita de uma resposta válida. A necessidade de
uma resposta correta é demonstrada no fato de inúmeras denominações alegarem seguir
a Bíblia e no entanto apresentarem diferenças entre si e na forma como a interpretam. Eu
acredito que a única forma válida de encontrar a resposta correta para a questão da
interpretação bíblica ou hermenêutica, como algumas vezes é chamada, é ir à Bíblia e
verificar o que a ela sugere em relação à sua própria interpretação. A responsabilidade de
cada Cristão em relação a interpretação da Palavra de Deus é dada em II Timóteo 2:15.
Lá nós lemos:
II Timóteo 2: 15
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”
A palavra da verdade é a Palavra de Deus, por exemplo, a Bíblia. Como o versículo acima
nos diz, somos responsáveis diante de Deus de corretamente manejar sua Palavra. A
tradução Grega para “manejar corretamente” é a palavra “orthotomounta”. Esta palavra é
composta pelo adjetivo “orthos” que significa “perfeitamente correto ou em linha reta” e o
verbo “tomo” significa “cortar”. Assim “orthotomounta a palavra da verdade” significa
“cortar perfeitamente ou em linha reta a palavra da verdade”. Agora para Deus nos
chamar a cortar perfeitamente ou em linha reta Sua Palavra, significa que você não pode
ter três ou até mesmo dois cortes e eles serem perfeitamente corretos. Apenas uma
interpretação da Palavra de Deus é “perfeitamente correta”. Para saber como chegar a
este corte perfeito e reto, a uma perfeita e correta interpretação da Bíblia, vamos a II
Pedro 1:20. Lá nós lemos:

“Sabendo primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura é de particular


interpretação, porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os
homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.”

Nós já sabemos do artigo “Quem é o autor da Bíblia e quem a escreveu” que “profecia da
Escritura” significa toda a Escritura, por exemplo, toda a Bíblia. De acordo com a
passagem acima, nada na Bíblia é de particular interpretação. Agora, já que a
interpretação particular está descartada, a única alternativa é que a Biblia interpreta a si
mesma por exemplo, ela é auto-interpretada. Isto significa que não temos a permissão de
ir à Bíblia e darmos à ela nossa própria interpretação. Ao invés disso somos obrigados, se
queremos nos apresentar aprovados diante de Deus, de encontrar e seguir a
interpretação que a Bíblia faz de si mesma. Esta e apenas esta é a correta interpretação
da Bíblia. Quer está interpretação concorde ou não com nossa denominação ou tradição,
não deve ter importância para nós. Para nós o que deve ser importante é estudar para
nos apresentarmos aprovados a Deus e para fazê-lo nós devemos buscar e seguir a
interpretação que a Bíblia faz de si mesma.

Português: Fabricia Lucena, Giulia Silva (Christian-translation.com)

O temor do Senhor

Eu gostaria de iniciar este artigo de uma forma diferente do habitual e ao invés de dizer
mais alguma coisa, dar algumas das inúmeras escrituras que se referem ao temor do
Senhor e às promessas de Deus que estão conectadas com ele. Por favor, leia
atenciosamente:

Salmo 34:9
"Temam o Senhor, vocês que são os seus santos, pois nada falta aos que O temem.”

Salmo 34:7
“O anjo do Senhor é sentinela ao redor daqueles que O temem, e os livra."
Salmo 112:1-2
"Aleluia! Como é feliz o homem que teme o Senhor e tem grande prazer em seus
mandamentos! Seus descendentes serão poderosos na terra;”

Salmo 25:12
"Quem é o homem que teme o Senhor? Ele o instruirá no caminho que deve seguir.”

Salmo 25:14
"O Senhor confia os seus segredos aos que O temem, e os leva a conhecer a Sua
aliança."

Salmo 31:19
"Como é grande a tua bondade, que reservaste para aqueles que te temem, e que, à vista
dos homens, concedes àqueles que se refugiam em ti!

Salmo 33:18
"Mas o Senhor protege aqueles que o temem, aqueles que firmam a esperança no Seu
amor.” Salmo 85:9 "Perto está a salvação que ele trará aos que o temem, e a sua glória
habitará em nossa nossa terra”.

Salmo 103:11
"Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com
os que o temem;”

Salmo 103:13
"Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o
temem;”

Salmo 103:17
"Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno, está com os que o temem, e a sua
justiça com os filhos dos seus filhos,”

Salmo 111:4-5
"Ele fez proclamar as suas maravilhas; o Senhor é misericordioso e compassivo. Deu
alimento aos que o temiam, pois sempre se lembra de sua aliança.”

Salmo 115:13
"Abençoará os que temem o Senhor, do menor ao maior .“

Salmo 128:1-4
"Como é feliz quem teme o Senhor, quem anda em seus caminhos! Você comerá do
fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero. Sua mulher será como videira frutífera em
sua casa; seus filhos serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa. Assim será
abençoado o homem que teme o Senhor!
Salmo 145:19
"Ele realiza os desejos daqueles que o temem; ouve-os gritar por socorro e os salva.”

Provérbios 10:27
"O temor do Senhor prolonga a vida,"

Provérbios 14:26
"Aquele que teme o Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos.”

Provérbios 14:27
"O temor do Senhor é fonte de vida, e afasta das armadilhas da morte.”

Provérbios 15:33
"O temor do Senhor ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra.”

Provérbios 16:6
"Com amor e fidelidade se faz expiação pelo pecado; com o temor do Senhor o homem
evita o mal.”

Provérbios 19:23
"O temor do Senhor conduz à vida: quem o teme pode descansar em paz, livre de
problemas.”

Provérbios 22:4
"A recompensa da humildade e do temor do Senhor são a riqueza, a honra e a vida.”

Provérbios 23:17
"Melhor será que tema sempre o Senhor. “

Eclesiastes 8:12-13
“Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com
certeza que bem sucede aos que temem a Deus. Mas o perverso não irá bem, nem
prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que não teme diante de Deus.”

Eclesiastes 12:13
“De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus
mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.”

Eu acredito que é óbvio a partir do exposto que estamos lidando aqui com um assunto
muito importante. O que é o temor do Senhor que todos os que o tem são objectos de
tantas promessas sobre as quais lemos? O que significa "temer o Senhor”? Será que
significa ter medo, ficar aterrorizado de pensar em Deus? Será que este assunto "o temor
do Senhor" não é válido hoje sendo que hoje somos filhos de Deus? Além disso, João não
nos diz que não há temor no amor? Pode ser então que esse "temor do Senhor" é coisa
do Antigo Testamento apenas? O objetivo deste artigo é responder a estas perguntas.

1.O temor do Senhor: não é simplesmente respeito, mas também não é terror
Dependendo das experiências de alguém, há aqueles que entendem o temor do Senhor
como uma espécie de terror, de ter medo de Deus. Outros ainda entendem isso como
simples respeito, por exemplo, como o respeito que eles demonstram aos seus colegas
ou... eles não entendem absolutamente nada porque não o consideram relevante para a
presente era de graça. Eu não acho que qualquer um destes pontos de vista esteja
correto. Começando com o respeito simples: a relação que pode existir entre semelhantes
não é o mesmo que o respeito para com o Altíssimo. Em um reino um súdito não respeita
o seu rei da mesma forma que ele respeita seus colegas. Mesmo que ele tenha toda
coragem diante do trono, como nós, através do sangue de Cristo, temos diante do trono
de Deus, mesmo que ele seja filho do Rei, como somos, pela fé, ele continua a ser
ainda um súditodiante do rei. Se este respeito é devido a qualquer rei, mais ainda para o
Rei dos reis, profundo respeito é devido. Em outras palavras, o fato de que somos filhos
do Rei não anula o temor, o profundo respeito que é devido ao Rei, ao Altíssimo, nem o
converte a um simples respeito, como o respeito devido aos semelhantes.

Por outro lado, um filho do rei com certeza não se aproximaria do rei da mesma forma que
um estranho se aproximaria. Um filho se aproximaria do rei não com o terror, mas com
ousadia e confiança, sabendo que aquele com quem ele está falando é o Seu Pai
amoroso. Ao mesmo tempo, e como já dito acima, ele também se aproximaria dele com
profundo respeito, reconhecendo que ele não se aproxima de um colega, mas seu pai,
que ao mesmo tempo, é o Altíssimo, o Senhor dos senhores e Rei dos Reis. Em outras
palavras, o fato de que somos filhos do Rei também significa que o temor do Senhor não
deve ser entendido como um terror, como se tivéssimos medo do rei. Ao invés disso,
deveria ser entendido como o mais profundo, o mais alto respeito que é devido dos filhos
pelo mais amoroso Pai, que ao mesmo tempo, é o Criador de tudo, o Altíssimo.

Tendo esclarecido o dito acima, vejamos algumas passagens que mostram a majestade
de Deus e que estão associadas com o temor de Deus. Eu uso essas passagens como
indicação da majestade e alteza de Deus e não quer dizer que os cristãos devem ter
medo, pavor, de Deus. Como já disse, e como veremos mais tarde, temer a Deus não
significa ter medo de Deus. Acredito que na nossa era, onde Jesus Cristo é a ponte entre
Deus e o homem, temer a Deus significa aproximar-se dEle, tanto como Pai (com ousadia
e sem ter medo dEle) e como o Altíssimo (com o mais profundo respeito). Passando
agora para as passagens que já mencionamos, vamos começar com

Jeremias 10:6-7
“Não há absolutamente ninguém comparável a ti, ó Senhor; tu és grande, e grande é o
poder do teu nome. Quem não te temerá, ó rei das nações?”

e Apocalipse 15:4
“Quem não te temerá, ó Senhor? Quem não glorificará o teu nome?”

e Jeremias 5:22-24
“Acaso vocês não me temem?, pergunta o Senhor. "Não tremem diante da minha
presença? Porque fui eu que fiz da areia um limite para o mar, um decreto eterno que ele
não pode ultrapassar. As ondas podem quebrar, mas não podem prevalecer, podem
bramir, mas não podem ultrapassá-lo. Mas este povo tem coração obstinado e rebelde;
eles se afastaram e foram embora. Não dizem no seu íntimo: 'Temamos o Senhor, o
nosso Deus: aquele que dá as chuvas do outono e da primavera no tempo certo, e nos
assegura as semanas certas da colheita”.

Salmo 33:6-9
“Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de
sua boca. Ele ajunta as águas do mar num só lugar; das profundezas faz
reservatórios. Toda a terra tema o Senhor; tremam diante dele todos os habitantes
do mundo. Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu.”

DEUS CRIOU A NÓS E A TODO O UNIVERSO. TUDO, VISÍVEL OU INVISÍVEL, FOI


FEITO PELA SUA PRÓPRIA MÃO. Ele é nosso Pai e nosso Senhor. Ele é o Altíssimo.
Conhecimento das Escrituras, sem temor, um profundo respeito da majestade de Deus é
apenas o conhecimento intelectual que fatalmente levará ao orgulho (I Coríntios 8:1).
Como Provérbios nos diz:

Provérbios 2:1-5
“Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus
mandamentos, se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento; se
clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto; se procurar a sabedoria
como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, ENTÃO
você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus.”

Somente se a Palavra de Deus for armazenada dentro de nós, somente se ela se tornar
parte do nosso coração, entenderemos o temor do Senhor. Se nós, portanto, não tivermos
profundo respeito pelo Altíssimo, então qualquer conhecimento das Escrituras que
possamos ter será apenas o conhecimento intelectual que, a menos que nós guardemos
em nossos corações, ao invés de guardar em nossas cabeças, não dará frutos e,
consequentemente, levará ao orgulho.

2. Ousadia e o temor do Senhor no Novo Testamento

Uma visão que algumas pessoas, implícita ou explicitamente, têm sobre o temor de Deus
é que ele, de alguma forma, deixou de existir através das obras do Senhor Jesus Cristo.
Mas eu não acho que isso esteja correto. Aqui estão algumas passagens do Novo
Testamento que fala sobre o temor de Deus:

Atos 9:31
“A igreja passava por um período de paz em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Ela se
edificava e, encorajada pelo Espírito Santo, crescia em número, vivendo NO TEMOR DO
SENHOR.”

1 Pedro 2:17
“Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, TEMAM A DEUS e honrem o
rei.”
2 Coríntios 7:1
“Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o
corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade NO TEMOR DE DEUS.”

Colossenses 3:22
“Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradá-los
quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês
TEMERAM O SENHOR.”

Cornélio, o primeiro gentil em cuja casa foi pregado o evangelho, era um homem temente
a Deus. Como Atos 10:1-2 nos diz:

Atos 10:1-2
“Havia em Cesaréia um homem chamado Cornélio, centurião do regimento conhecido
como Italiano. Ele e toda a sua família eram piedosos Etementes A DEUS; dava muitas
esmolas ao povo e orava continuamente a Deus.”

e como Pedro diz em Atos 10:34-35

Acts 10:34-35
Então Pedro começou a falar: "Agora percebo verdadeiramente que Deus não trata as
pessoas com parcialidade, MAS DE TODAS AS NAÇÕES ACEITA TODO AQUELE QUE
O TEME E FAZ O QUE É JUSTO.”

Como vemos o temor do Senhor está presente no Novo Testamento também. Ao mesmo
tempo, eu acho - e já mencionei - que há uma vasta diferença entre o Antigo Testamento
e o Novo Testamento. Isto é devido ao fato de que existe agora, devido às obras do
Senhor Jesus Cristo, um tipo muito diferente de relacionamento com Deus. Este tipo
diferente de relacionamento também deve ser levado em consideração quando se tenta
entender o que significa temer a Deus. Usando o exemplo citado anteriormente, existe
uma grande diferença entre os cidadãos de um reino que são apenas forasteiros e
cidadãos que são filhos do rei. Os forasteiros e os filhos não se aproximam do rei da
mesma forma. Os forasteiros se aproximam do rei, talvez, com pavor, devido a sua
majestade e devido à falta de um relacionamento com ele além do de súdito. Mas isto não
é válido para os filhos. Os filhos se aproximam do Pai com ousadia, sem medo dele, como
os filhos do seu Pai amoroso. Esta é também a forma como a Escritura nos diz para nos
aproximarmos do trono:

Hebreus 4:14-16
“Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o
Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos
um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim
alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de
recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da
necessidade.”
Ao trono da graça vamos ousadamente. Isto não é por causa de nós mesmos, mas por
causa do Senhor Jesus Cristo, que preencheu a brecha entre nós e Deus e tornou
possível para aqueles que acreditam que Ele é o Filho de Deus, de se tornarem filhos de
Deus (1Jo 5:1). Como também I João 4:18-19 nos diz:

“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo
produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos
porque ele nos amou primeiro.”

Se amarmos a Deus não teremos medo dEle, porque medo e amor não combinam. Ao
mesmo tempo, repito, isto não significa que está certo se aproximar de Deus da mesma
maneira como nos aproximamos de nossos semelhantes, com um pouco de respeito,
talvez simples e sem perceber a Alteza daquele do qual nos aproximamos. Mas digo
novamente, este não é um pavor, nem devemos ter medo dEle. Se for pavor, então nós
realmente não O amamos como deveríamos, pois não há medo no amor. Em vez disso,
como dissemos: temer a Deus significa aproximar-se dEle, tanto como Pai (com
ousadia e sem medo de dEle) e como o Altíssimo (com o mais profundo respeito).

3. Temer a Deus: fazer a Sua vontade

Levando mais adiante o que foi dito acima, eu realmente não vejo como alguém pode
andar na vontade do Senhor se não tiver esse temor de Deus e como alguém pode temer
a Deus se não fizer a vontade de Deus. Temer a Deus significa, então, fazer a Sua
vontade. Significa dar um passo de fé a respeito do que Deus nos tem dito, mesmo que
nós não entendamos como tudo irá acabar e não tenhamos uma visão completa da
situação. Aqueles que temem a Deus vão querer fazer a vontade de Deus. Seja o que for
que o Pai disser, tem prá eles o maior valor e não é negociável, pois saiu da boca do Pai.
O temor do Senhor, o profundo respeito pelo Senhor e por Sua vontade e obediência ao
Senhor e à Sua vontade, irão então caminhar lado a lado. Pois, na verdade, imagine filhos
que são desobedientes. Você diria que essas crianças respeitam o seu pai? Talvez eles
se aproximem do Pai para conseguir algo dEle, mas eles realmente não O amam ou O
respeitam. Se eles O amassem, eles valorizariam a Sua vontade em seus corações e
fariam a Sua vontade. Infelizmente, existem alguns cristãos que são assim: eles vão a
Deus apenas quando têm uma grande necessidade e o restamte do tempo vivem
exatamente como o mundo. Isso obviamente terá que mudar. Em vez de se aproximar de
Deus desta forma, devemos aprofundar nossa relação, buscando primeiramente o Reino
de Deus e a Sua justiça e tudo mais nos será acrescentado (Mateus 6:33). Como
Filipenses 2:5-11 diz sobre o nosso exemplo, o Senhor Jesus Cristo:

Filipenses 2:5-11
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si
mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens E, sendo encontrado em
forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz Por
isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e
toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”

Seja a nossa atitude a mesma, diz a Escritura, que estava no Senhor Jesus Cristo. Qual
foi a atitude? Foi a atitude de obediência até mesmo à morte. Foi a atitude de "não seja
feita a minha vontade, mas a Tua" (Lucas 22:42).

O que eu quero dizer com o acima exposto é que nós não podemos realmente dizer que
tememos o Senhor, se não fizermos a Sua vontade. É, de fato, o mesmo que amar ao
Senhor. Como Ele disse:

John 14:23-24
"Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e
faremos morada nele. Aquele que não me ama não obedece às minhas palavras.
Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me
enviou.”

Nós não podemos dizer que amamos o Senhor se não fizermos o que Ele diz. Da mesma
forma, eu acredito que nós não podemos dizer que tememos o Senhor, se não fizermos o
que sabemos que é a Sua vontade.

Para concluir, portanto, esta seção, o temor do Senhor significa também a obediência ao
Senhor. Isso significa valorizar a Deus e à Sua vontade, sejam quais forem as
circunstâncias. Isso significa, em única frase: manter a Deus e a Sua vontade na mais
alta consideração.

4. Conclusão

Começamos este artigo mostrando a fonte de bênçãos que é o temor do Senhor.


Realmente é difícil encontrar outro assunto nas Escrituras que contém tantas promessas:
longevidade, prosperidade, livramento e muitas outras promessas acompanham aqueles
que temem ao Senhor.

Em seguida, tentamos definir o temor do Senhor, deixando claro que não se trata de uma
relação simples, como o respeito que semelhantes mostram entre si, nem significa ter
medo de Deus ou pavor dEle. Em contraste, o temor do Senhor é o respeito profundo que
é devido ao Pai, a DEUS, ao SENHOR, ao CRIADOR DE TUDO.

Finalmente, deixamos claro que não há temor de Deus sem se fazer a vontade de Deus.
Em outras palavras, aquele que teme o Senhor faz também a Sua vontade e aqueles que
não O temem, mas querem satisfazer a carne, não o faz ou o faz quando quer,
dependendo das circunstâncias.

Fechando este artigo vamos ouvir atentamente essa instrução de Eclesiastes:


Eclesiastes 12:13-14
“Aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso
é o essencial para o homem.”

Português: Fabricia Lucena, Giulia Silva (Christian-translation.com)

As boas obras que Deus preparou para nós

Nós vimos no artigo “A Justiça e a Bíblia” que nós somos justos sem qualquer obra. Como
vimos: as boas obras não foram e nem estavam destinadas a ser o meio para alguém
conseguir a salvação ou se tornar justo. O meio para nossa salvação e justiça é a obra de
nosso Senhor Jesus Cristo. Ele fez tudo que era preciso para nossa salvação. Isto não
significa que Deus não quer que nós façamos boas obras ou é indiferente sobre isso. Pelo
contrário, Ele já preparou as boas obras para nós. Como Efésios 2:10 nos diz:

Efésios 2:10
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais
Deus preparou para que andássemos nelas.”

Deus já preparou as obras que Ele tem para nós, e Ele fez isso com o propósito de nós
andarmos nelas. Portanto, não somos nós que preparamos as boas obras, mas Deus que
já as tem preparadas para nós. Nós precisamos de qualquer forma andarmos nelas,
ou seja compreendê-las, fazê-las.

Uma coisa muito importante: quando nós acreditamos em nosso coração no Senhor
Jesus Cristo e em Sua ressurreição nós estamos nascendo de novo e nos tornamos
novas criaturas. Como 2 Coríntios 5:17 nos diz: “se alguém está em Cristo, nova
criatura é.” Embora não tenhamos sido salvos pelas boas obras, sendo novas criaturas,
nós fomos criados, feitos para as boas obras que Deus preparou para nós. Veja esse
“criado para” (marcado em vermelho na citação acima de Efésios 2:10) ou “feito para”. As
mesmas palavras nós usaríamos para dizer, por exemplo: “um carro é feito (criado) para
viajar”. “Um telefone é feito (criado) para fazer ligações”. “Um rádio é feito (criado) para
receber sinais de rádio”. Em outras palavras, Deus, nos fala que nós “fomos criados
[feitos para] as boas obras que Ele já preparou para nós”, Ele está nos dizendo que Ele
nos fez completamente capazes, Ele nos criou para, nos fez para, está no DNA da nossa
nova natureza fazer as boas obras que Ele preparou para nós. Fazer essas boas obras é
natural para nós, para nossa nova natureza, porque nós fomos criados para elas. Do
contrário, não andar nessas obras seria como não fazer aquilo para o qual fomos criados.
Isso seria como ter um telefone que não faz ligações ou um rádio que está quebrado.

Nós vamos entender melhor o significado das boas obras que Deus preparou para nós
indo para I Coríntios 12. Lá nós lemos:

I Coríntios 12:27
“vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”
E I Coríntios 12:18
“Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.”

Cada um de nós é um membro do corpo de Cristo com uma função particular que foi dada
a ele por Deus. Deus nos colocou no corpo com uma função específica e como lhe
satisfaz. E assim como em um corpo físico o responsável em dar ordens aos membros é
a cabeça, o cérebro, então em nosso corpo espiritual o responsável em dar ordens
também é a cabeça e esse é: CRISTO (Efésios 5:23). Os membros do corpo de Cristo,
como os membros do corpo natural, têm a missão de fazer o que a cabeça está dizendo.
Não decidimos as boas obras, a função que nós temos no corpo. Isso Deus já decidiu e
preparou para nós. Nossa missão é caminhar nessas obras, compreendê-las,
funcionarmos como nós fomos criados para funcionar! Se nós ignorarmos isso, se nós
escolhermos fechar nossos olhos, então nossa missão jamais será completada. O que eu
quero dizer irmãos e irmãs é que embora Deus tenha preparado para nós as obras que
estamos a fazer e embora Ele tenha nos colocado no corpo com uma função específica,
somos NÓS que caminhamos nessas obras; NÓS é que estamos compreendendo o que
a Cabeça está dizendo. Se nós não fizermos isso então ninguém fará isso por nós. Se
nós não desempenharmos nossas funções no corpo então, como um corpo natural sofre
quando alguns de seus membros não funcionam bem, então também o corpo de Cristo
sofrerá. Veja, Cristo é só a Cabeça do corpo. Ele dá as ordens, mas Ele depende que os
membros as executem. Muitos irmãos têm distorcido o significado do que é a igreja e eles
acreditam que o ministério, fazer as obras de Deus, as obras que Ele preparou para nós,
é algo que pertence ao clero, aos chamados “profissionais”. Para o resto, nossa única
missão parece ser encher os bancos da igreja aos Domingos. Este é um grande erro. Na
Palavra de Deus não há tais coisas como clero e laicidade. O que há, é um corpo
e todo irmão ou irmã tem sido colocado neste corpo por Deus com uma função
específica. Você irmão ou irmã que lê este artigo tem uma função específica no corpo.
Você sabe disto? Você faz o que Deus te colocou para fazer no corpo, as boas obras que
Ele preparou antecipadamente para que você caminhe nelas? Ou você apenas gasta o
seu tempo nas coisas deste mundo (sufocam a palavra, e fica infrutífera – Marcos 4:19),
uma vez que o ministério pertence, alegadamente, aos.... profissionais? Se você irmão ou
irmã não faz o que Deus criou você para, fez você para, colocou você no corpo para,
então ninguém está fazendo isso. Você é único no corpo de Cristo, como cada membro
do seu próprio corpo é único e absolutamente necessário. Portanto, se você ainda não
achou o que Deus preparou para você, é absolutamente necessário que você encontre. É
necessário que você saia do sofá e procure o Senhor. É tempo de dizer para Ele: “aqui
estou Senhor. O que você quer que eu faça?” Ele criou você, fez você pronto, o capacitou
completamente para as boas obras que Ele tem para você. Mas você precisa estar
disponível; você precisa querer caminhar nelas. Se você não está disponível para Deus
então nada vai acontecer. Você vai ficar, neste caso, como um membro do corpo que
embora de fato esteja no corpo, não se comunica com a cabeça. Este é um membro
doente, um membro que não funciona bem. O retrato oposto – o retrato de uma imagem
muito vívida de I Coríntios 12 com o corpo, os membros e a cabeça – é o retrato de um
membro saudável que no chamado da cabeça reage imediatamente. É o retrato de um
homem de Deus que olha até a cabeça para ver o que ela quer e reage de acordo e sem
hesitação. É a imagem de um Cristão que CAMINHA, compreende as obras que Deus
preparou para ele, produzindo fruto e não permitindo que a Palavra vire vítima dos
cuidados deste mundo, enganos das riquezas e as ambições doutras coisas (Marcos
4:19). Tais são os Cristãos que Deus quer. Os Cristãos que produzem fruto e, através
dele, glorificam nosso Pai:

João 15:5, 8
“Eu sou a videira, vós as varas: quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto.....
Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.”

Português: Fabricia Lucena, Giulia Silva (Christian-translation.com)

A Justiça e a Bíblia

Através dos anos eu tenho visto muitos Cristãos sofrerem de auto-condenação e culpa.
Tendo eu sofrido do mesmo, sei de primeira mão o que significa sentir-se auto-
condenado, culpado. Mas não preciso compartilhar minhas próprias experiências. A Bíblia
deixa isso claro em 1 João 3:21-22 que se o nosso coração não nos condena, temos
confiança para com Deus. Por sua vez, isso significa que se o nosso coração nos
condena, nós não temos confiança para com Ele.

O antídoto de qualquer doença é o remédio, a cura. O oposto da condenação e culpa é a


justiça. Justiça e condenação são termos que se opõem mutuamente. Se você é justo
então você não é culpado e se você é culpado então você não é justo. Um é o oposto do
outro. Além disso, o modo como alguém se torna justo declara também como ele poderia
deixar de ser justo. Por exemplo, se alguém, a fim de se tornar justo diante de Deus
precisa fazer tais e tais obras, então é óbvio que a incapacidade de fazer essas obras
significaria que ele não é mais justo, o que significa que ele é injusto, culpado, merecedor
da condenação. O que então a Bíblia nos diz sobre a justiça? Como alguém pode se
tornar justo diante de Deus? Eu sei que você pode ter ouvido “fazendo boas obras”. Mas é
realmente isso que a Bíblia diz? A resposta é NÃO! Evangelho significa boas novas e o
que nós vamos ler abaixo é tal nova. Vamos ler então:

Romanos 3:20-28
“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela
lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus,
tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus
Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados GRATUITAMENTE
pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, Ao qual Deus propôs para
propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos
pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça
neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em
Jesus. Onde está logo a jactância? É excluída. Das obras? Não; mas pela lei da
fé. CONCLUÍMOS POIS QUE O HOMEM É JUSTIFICADO PELA FÉ SEM AS OBRAS
DA LEI."
Está passagem, junto com muitas outras do Novo Testamento, é realmente
revolucionária. Evangelho significa boas novas e o que nós acabamos de ler é tal nova!
Como a passagem deixa claro desde o início, não há maneira de alguém ser justificado,
ou seja, se tonar justo pelas obras da lei Mosaica (incluindo os 10 mandamentos, pois
eles também são parte da lei). Assim a Bíblia deixa claro que fazer boas obras – mesmo
mantendo todos os 10 mandamentos, por exemplo, embora a lei fosse muito maior do que
essa – não pode fazer você justo diante de Deus. Isto não é porque fazer boas obras é
algo ruim, mas porque boas obras nunca foram o suficiente e nunca tiveram a intenção de
nos fazer justos diante dEle. Nós não podemos ser justos diante de Deus através de
obras. Se então sua justiça é baseada nas suas obras, de modo algum isso é justiça. Em
vez disso, é algo feito por si mesmo que embora possa satisfazer sua consciência por
enquanto, não tem validade diante de Deus. Se você, portanto se sente culpado e
condenado é porque você acredita que suas obras não são suficientes e você pensa que
isso tem afetado como Deus vê você. Você pode sentir que Ele está bravo com você por
causa do que você fez ou falhou em fazer e você pode sentir que Ele olha para você e
diz: “como você pôde fazer isso? Você falhou para mim. Você é culpado”. Esta não é a
voz de Deus, caros irmãos e irmãs. Deus nunca esperou que você fosse justo diante
dEle através de obras. Ao invés disso Ele fez você justo imediatamente, pela
graça, (“sendo justificados gratuitamente pela sua graça” (Romanos 2:24)) quando você
acredita em Seu Filho. Você é justo AGORA! A justiça, portanto não é algo que nós
adquirimos gradualmente. Ao invés disso, nós nos tornamos justos no momento
em que acreditamos no Senhor Jesus Cristo e em Sua ressurreição da morte. É
uma GRAÇA, não algo que nós ganhamos em troca de nossas obras (“o homem é
justificado pela fé sem as obras da lei” (Romanos 3:28)).

O mesmo nós podemos ver também em 2 Coríntios 5:21, onde nós lemos:

2 Coríntios 5:21
“Aquele que não conheceu o pecado, o fez pecado por nós; PARA QUE NELE
FÔSSEMOS FEITOS DA JUSTIÇA DE DEUS.”

A primeira parte da passagem fala sobre um ato e quem o fez, enquanto a segunda parte
nos mostra o resultado deste ato e os receptores deste resultado. Qual foi o ato? Deus
nos deu Seu Filho; Ele fez O que não conheceu pecado, pecado por nós. Qual foi o
resultado deste ato? Por que Deus fez isso? A resposta é para que nós possamos ser
feitos da justiça de Deus nEle! Nossa justiça, portanto, não tem nada a ver com as
nossas obras e tem tudo a ver com a obra finalizada do Senhor Jesus Cristo. Ele fez tudo
que era necessário, Ele deu a Si mesmo para que nós nos tornássemos justos. E por Seu
trabalho estar finalizado e completo, nossa justiça também está finalizada e completa. É
realmente um trato feito!

Como Romanos 8:29 nos diz novamente:

Romanos 8:29-30
“Por que os dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho; a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou
a estes também chamou: e aos que chamou a estes também justificou; e aos que
justificou a estes também glorificou.”

Quem nos justificou? Quem nos fez justos? Não nós, com nossas boas obras, mas Deus!
Veja também que o pretérito é usado: “e aos que justificou a estes”, diz a Palavra. Nossa
justificação é algo que já foi feita. Não é algo que está se completando pouco a pouco
todo dia, de acordo com nosso comportamento, nem é algo que é avaliado todo dia com
base em nossas obras. Do contrário, é uma graça que foi disponibilizada para nós através
do sacrifício de Jesus e é dado de graça para quem quer que creia NELE como Filho de
Deus. Você crê que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, o Messias? Se sim, você nasceu
de Deus, você é um filho de Deus; você está salvo e justo diante de Deus sem as obras; e
você é tudo isso AGORA!

1 João 5:1
“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus”

Romanos 10:9-10 “se com toda a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração
se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.”

João 1:12-13
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos
que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do varão, mas de Deus.”

Gálatas 3:26
“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.”

Para resumir: nós nos tornamos justos diante de Deus automaticamente no tempo em que
nós cremos e sem quaisquer obras. Se, portanto, nós nos sentirmos condenados e
culpados, não é Deus que nos condena. Ele nos fez justos! Como nós lemos: nós somos
[no presente] a justiça de Deus! Portanto, a condenação não é algo que tenha algum lugar
em nossas vidas. Isso não significa que nós não cometemos erros. O que significa é que
a condenação nunca deve ser a resposta para esses erros. A resposta deve ser
simplesmente confessá-los ao Senhor, renovar a nossa mente e seguir em frente.

A igreja (ecclesia) e a sua Cabeça

A cabeça é que dirige o corpo inteiro. Verificamos isso em outros exemplos também. Por
esta razão o director do meu departamento onde trabalho é chamado “a cabeça do
departamento”. Ou falamos também na “cabeça da família” ou “na cabeça do estado” etc.
O que queremos dizer em utilizando o termo “cabeça” é que essa parte ou pessoa que
dirige é responsável pelas decisões na família, na empresa ou no estado. Não há
direcção se não existe uma “cabeça” ou quando os membros inferiores não obedecem
àquilo que a cabeça decide.
A Bíblia, a Palavra escrita de Deus, diz- nos que somos membros do corpo de Jesus
Cristo, da igreja, da ecclesia. Em acordo com o que a Bíblia quer dizer, o termo ecclesia
ou igreja neste caso não significa um monumento ou outras construções feitos por
Homens, mas sim a totalidade daqueles que crêem que Jesus Cristo é o Senhor e que
Deus O ressuscitou dos mortos (Romanos 10:9). Qualquer pessoa que crê nisso
automaticamente é membro da família de Deus, do corpo de Cristo, da igreja, da ecclesia.
A Bíblia diz nos também quem é o director, a cabeça deste corpo. Não é mais ninguém do
que o próprio Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, como vamos ver:

Efésios 1:22
“e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as
coisas o deu à igreja”

Efésios 4:15-16
“antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo, do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas,
segundo a justa operação de cada parte, efectua o seu crescimento para edificação de
si mesmo em amor.”

Efésios 5:23
“porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja,
sendo ele próprio o Salvador do corpo.”

Colossenses 1:17 -18


“Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas; também ele é a
cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogénito dentre os mortos, para que em
tudo tenha a preeminência”

Aqui temos ainda mais passagens que mostram que os que crêem no Filho de Deus, são
os membros do corpo, cuja cabeça é o Senhor Jesus Cristo.

Romanos 12:4-5
“Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a
mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e
individualmente uns dos outros.”

1 Coríntios 12:12-27
“Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do
corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Pois em um só
Espírito fomos todos nós baptizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer
escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o
corpo não é um membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do
corpo; nem por isso deixará de ser do corpo. E se a orelha disser: Porque não sou olho,
não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do corpo. Se o corpo todo fosse olho, onde
estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfacto? Mas agora Deus colocou
os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro,
onde estaria o corpo? Agora, porém, há muitos membros, mas um só corpo. E o olho não
pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho
necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são
necessários; e os membros do corpo que reputamos serem menos honrados, a esses
revestimos com muito mais honra; e os que em nós não são decorosos têm muito mais
decoro, ao passo que os decorosos não têm necessidade disso. Mas Deus assim formou
o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não haja divisão no
corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se
um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado,
todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois corpo de Cristo, e
individualmente seus membros.”

Efésios 5:30
“porque somos membros do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos.”

Nestas duas páginas das Escrituras do Novo Testamento três perguntas são respondidas
de uma forma clara como a água:

O corpo de Cristo, é um ou são vários?

Só há um único corpo de Cristo. Ecclesia é o corpo de Cristo e é só um. Eu estou aqui a


falar da igreja universal de Cristo e não de cada igreja local. Sem querer fazer uma
digressão segundo as Escrituras existe em cada localidade apenas UMA igreja local. Foi
a igreja em Coríntia, em Colossos, a igreja em Jerusalém etc. Não há nada nas Escrituras
que suporte o que existe hoje em dia: muitas igrejas na mesma localidade no entanto sem
relações entre elas. Igualmente desconhecido nas Escrituras é o conceito das
denominações. Baptistas, presbiterianos, pentecostais, ortodoxos, católicos ou outros não
existem nas Escrituras. O que está nas Escrituras é uma coisa simples: apenas Cristãos.
“E em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados “Cristãos” (Actos 11:26).
Resumindo: as escrituras dizem que existe um corpo que incluí todos os que crêem que
Jesus é o Senhor e que Deus O ressuscitou dos mortos (Romanos 10:9). O que também
vês é uma cabeça deste corpo, o próprio Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo.

Nós no corpo de Cristo: existe uma hierarquia vertical nos relacionamentos entre crentes
?

As passagens do Novo Testamento acima referidas também deixam claro o facto de


sermos membros do corpo de Cristo e membros uns dos outros. A relação entre nós por
conseguinte não é uma relação hierárquica tal como o relacionamento entre os membros
do nosso próprio corpo físico não obedece a uma hierarquia. O pé não diz que está numa
posição superior à da mão mas por outro lado está inferior ao ouvido. O pé está feliz por
ser um pé porque foi destinado por Deus de ser pé. Também está feliz por haver uma
mão que executa o que uma mão supostamente pode fazer. Pé e mão são os dois
membros de um mesmo corpo e por isso estão ligados um com o outro. A mão não
consegue viver sozinha fora do corpo. Só tem vida e função apenas ligada ao corpo. O
mesmo acontece com os membros do corpo de Cristo, os crentes no Senhor Jesus Cristo.
Não se inter-relacionam através de uma hierarquia onde o crente X está hierarquicamente
acima do crente Y mas ainda tem de chegar ao crente Z. Não existe competição ao nível
do corpo. Cada pessoa que crê no Senhor Jesus Cristo e na sua ressurreição foi colocado
no corpo de Cristo com uma função específica por Deus. Todos os membros do corpo são
valiosos. Como Paulo disse: “antes aqueles membros do corpo que aparentam ser mais
fracos, são necessários”. (1 Coríntios 12-22)

Cabeça do corpo: quem é a cabeça, o chefe da igreja?

Por último, e desde o princípio deste artigo sabemos que, as escrituras são inequívocas
em reconhecer Um e apenas Um como sendo a cabeça deste corpo. Não é mais ninguém
que o próprio Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo. Ele é a cabeça, o director da igreja, o
mais alto. Ele dirige a igreja, o Seu corpo. E por conseguinte é para Ele que o corpo deve
olhar para receber instrução e direcção.

Conclusão

Este é um pequeno artigo e por isso poderia ser bastante acrescido. Não creio que
precisemos dum livro para explicar algumas verdades básicas encontradas nas escrituras
dizendo respeito à igreja. Todos nós preferimos demasiadas vezes confiar na hierarquia
humana para decidir sobre as nossas vidas. Todos nos esperamos demasiadas vezes por
um “profissional” para ele fazer o que nos cabe fazer ou para nos dizer o que devemos
fazer. Nós andamos a procura de mortais administradores para a igreja que peguem em
cada indivíduo para lhe dizer o que é suposto fazer, tal qual como fazem os
administradores no mundo dos negócios. O modelo do nosso mundo de negócios é
demasiadas vezes copiado pela igreja. Não devemos esquecer uma coisa. As escrituras
dizem que Deus ordenou Cristo para: “Ser a cabeça de todas as coisas na igreja”.
Repare nisto: SOBRE TODAS AS COISAS, imagina o quê? Sobre todas as coisas
significa literalmente: sobre TODAS as coisas! Não há nada mais para além desse
SOBRE TODAS as coisas! Cristo é o chefe, o CEO, o mestre, “o sobre todas as coisas”
da igreja e não um homem mortal por mais bem intencionado que seja.

Note também que o corpo cresce a medida que cada membro faz a sua parte. Cada
membro! Outra vez, imagina o que? Cada membro significa cada membro. Não há
excepções. Não há nada na Bíblia que sugira que um membro faz tudo e os outros não
fazem nada. Todos nós temos que ir ao Senhor, como cabeça, administrador desse
organismo chamado igreja e perguntar-lhe: “Senhor, o que queres que eu faça? Tu és a
cabeça. Dirige me como queiras e para onde queiras”. Deixemos de perguntar por
direcções aos mortais. As direcções só podem vir da cabeça e a cabeça é apenas uma:
CRISTO! Procuremo-lo e voltemos para Ele para ter direcção!

Mateus 7:8
"Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á."

A profecia em 1 Coríntios 14
Há algum tempo recebi um mail dum leitor em que perguntava acerca da profecia em 1
Coríntios 14. Gostaria de aproveitar a oportunidade e usar este artigo para abordar este
tema.

1. Profecia em 1 Coríntios 14: definição

De acordo com 1 Coríntios 12,14, a profecia é a manifestação do Espírito Santo através


do qual Deus envia uma mensagem que se dirige ao corpo de crentes presentes no
encontro tendo como propósito a sua edificação, exortação e conforto. Como está escrito
em 1 Corintos 14:3-4:

1 Coríntios 14:3-4
“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação... mas o
que profetiza edifica a igreja.”

Imediatamente temos as duas coisas: o público a qual se destina a profecia e o seu


propósito. O público é a igreja, o corpo dos crentes presentes no encontro 1. O propósito
da profecia é de edificar, exortar e confortar a audiência, o corpo de crentes. Por essa
razão era suposto (e é suposto) acontecer a profecia no encontro da igreja; i.e.
mensagens de Deus vindas através dos crentes para o fortalecimento, exortação e o
conforto da igreja.

2. Profecia em 1 Coríntios 14: não é o mesmo que o ministério de um profeta (Efésios


4:11)

Agora não devemos confundir a manifestação da profecia, falada em 1 Coríntios 14 com o


ministério do profeta. Como está escrito em Efésios 4:11:

Efésios 4:11
"E ele deu uns como apóstolos, e outros como PROFETAS, e outros como evangelistas, e
outros como pastores e mestres "

O profeta em Efésios 4:11, creio eu, é diferente da profecia ou do profeta em 1 Coríntios


14. Embora ambos tragam uma mensagem de Deus, o propósito da manifestação em 1
Coríntios 14 é a fortificação, a exortação e a consolação da igreja local. O que eu quero
dizer é que não é o propósito deste tipo de profecia de profetizar acerca de
acontecimentos futuros ou o que poderá acontecer à nação ou de dirigir uma profecia pelo
nome a uma pessoa específica. Tais profecias poderão ainda ser válidas. No entanto não
é dessas profecias que se fala em Coríntios 14. Talvez hajam pessoas na igreja que
possuem o ministério de profetizar no sentido de Efésios 4:11. Mas não é isso que quer
dizer 1 Coríntios 14 quando fala acerca da profecia. Como está escrito em 1 Coríntios
14:5:

1 Coríntios 14:5
"Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis... "
O desejo do Paulo é que TODOS falem em línguas e ainda mais quer que TODOS
profetizem. Como ele diz também no mesmo capitulo:

1 Coríntios 14:31
“Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez...”

e em 1 Coríntios 14:1
“Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de
profetizar”

Nos TODOS podemos profetizar i.e. trazer uma mensagem de Deus para o
fortalecimento, exortação e conforto destinada à igreja local. Mas isto não significa que
possuímos todos o ministério de um profeta no sentido de Efésios 4:11. No Corpo de
Cristo, alguns de nos talvez tenham o dom do ministério de profetizar, mas não TODOS o
têm (os outros ministérios também são necessários!) embora cada crente possa profetizar
no sentido de 1 Coríntios 14 para a fortificação, a exortação e o conforto da igreja local.

3. Profecia em 1 Coríntios 14: Não é um sermão

Esclareçamos também que uma profecia não significa dar um sermão. Preciso fala disso
uma vez que ouvi algumas vezes que uma profecia é mais ou menos a mesma coisa que
um pastor dar um sermão. No entanto uma profecia NÃO é dar um sermão ou uma aula.
Profecia é uma mensagem que vem directamente da boca de Deus - através da revelação
- e dirigida directamente aos crentes presentes. É Deus que fala na profecia, directamente
na 1ª pessoa. A profecia e o ensinamento são duas coisas distintas e ambas são
necessárias. Quem quer olhar honestamente para as escrituras sabe que são obviamente
duas coisas diferentes2. Não vamos confundir coisas que a Palavra de Deus nunca
confunde. Também, quando lemos 1 Coríntios temos de ter em consideração que o que
Paulo chama encontros da igreja, eram na minha compreensão das escrituras, encontros
nas casas particulares. Não existia nada como um auditório que servia para 500 até 5000
pessoas com um púlpito no meio e cadeiras viradas para o padre ou pregador. Pessoas
perguntam como podemos ter na nossa igreja encontros como diz Paulo em 1 Coríntios
14? Falando em “encontro da igreja” eles referem se habitualmente aos encontros como
são feitos hoje em dia. Nós tentamos, através da forma e da estrutura dos nossos
encontros, ser congruente com o que Paulo diz. Mas precisamos de compreender o que
Paulo ou o Novo Testamento definem como encontros da igreja tem muito mais haver
com os nossos encontros em casas e a participação activa de todos do que com o nosso
modelo dos serviços dominicais. Como está dito em 1 Coríntios 14:26:

1 Coríntios 14:26
“Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.”

Na igreja do primeiro século a participação activa e espontânea de cada um dos crentes


nos encontros era comun. Não era apenas permitido mas até esperado! “Cada um de
vocês” diz Paulo. Cada uma deles levava aos encontros o que tinha: um salmo, um
ensinamento, falar em línguas com interpretação, uma revelação. O propósito disto? O
fortalecer do corpo dos crentes. Todos participavam com o que Deus lhes tinha dado. Não
eram encontros secos ou aborrecidos, como acontece muitas vezes com os nossos
encontros dominicais. Nem eram monopolizados pelo mesmo membro do corpo como
acontece hoje em dia e todos os outros crentes olhando passivamente como
espectadores como no cinema.

4. Profecia em 1 Coríntios 14: a minha experiência

Do que vimos antes e pela leitura de 1 Coríntios 14, obviamente era normal falar em
línguas com interpretação e profetizar nos encontros das igrejas do 1º século. Não era a
excepção! Em muitos encontros em que estive estes dons que Deus deu para o
fortalecimento da igreja, simplesmente não são existentes. Eles existem como dádivas.
De facto podem até ser aceites teoricamente ou teológicamente pela respectiva
congregação. No entanto nunca são aplicados. A verdade é que em muitas congregações
simplesmente não há lugar para eles. As dádivas que Deus dá para a fortificação, a
exortação e o conforto do corpo foram substituídas pelo rígido programa que tem a forma
ou de uma liturgia formal onde a mesma pessoa, semana após semana faz a mesma
coisa (igreja católica ou ortodoxa) ou como na igreja protestante em que a forma se
assemelha a um programa (também é uma liturgia) que diz: em primeiro lugar vamos
cantar e depois o pastor ou talvez um conjunto de outros vão rezar, a seguir temos o
sermão e depois termina o encontro. Se alguém pensa que Deus tem uma mensagem
para a assembleia não há maneira de o dizer em muitas igrejas! A participação das
pessoas praticamente é proibida! Deve ser dito que em alguns outros encontros se deve
antes falar ao pastor ou aos mais velhos para puderem avaliar se a mensagem vem de
Deus, e depois permitem ou não a pessoa de a partilhar. Mas na igreja do 1º século, na
igreja de que as epístolas falam, não era assim. Vamos ver o que Paulo diz:

1 Coríntios 14:29-31
“E falem os profetas, dois ou três, e os outros julguem. Mas se a outro, que estiver
sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar,
cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos sejam consolados.”

Cada um podia levantar-se para profetizar (para fortalecer, exortar e confortar) e os outros
avaliavam a mensagem. Era a norma, todos eram livres de o fazer e fazia - se!

No entanto estive presente em outros encontros onde muitos dos participantes se


comportaram no mínimo estranhamente. Há uma sensação de confusão constante nestes
encontros onde se ouvem altos gemidos, outras pessoas falam em línguas sem
interpretação ou começam por falar de revelações que não tem muito haver com
fortalecimento, exortação e conforto da igreja, ou se mandam para o chão onde
permanecem parecendo sem consciência dizendo que é “obra do espírito”. Em muitos
casos os vizinhos de tais igrejas chamam a polícia por causa do barulho e da confusão
destes encontros. Por vezes o exemplo deste tipo de igrejas é utilizado pelas 1ª igrejas
(as rígidas já mencionadas) para justificar o seu comportamento rígido e seu alto grau de
controlo. Mas isto não é a profecia que está descrita em 1 Coríntios 14. Deve haver ordem
na operação da profecia tal como no falar em línguas com interpretação, nos encontros.
Aqui está o que a palavra de Deus diz:

1 Coríntios 14:27-33
“Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por
sua vez, e haja um que interprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja,
e fale consigo mesmo, e com Deus. Falem os profetas, dois ou três, e os outros julguem.
Mas se a outro, que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos
sejam consolados; pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; porque Deus
não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos”

Muitas vezes acontece nestes encontros algo selvagens que as pessoas se justificam
dizendo que “o espírito incorporou em mim e me fez fazer isto e aquilo”. Por favor,
encontrem isto no Novo Testamento!? O que eu encontro no Novo Testamento é ordem.
Se alguém fala em línguas tem de haver interpretação. “Se não houver interpretação,
deixe-se estar calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus”. Quantas devem falar
em línguas, interpretar e profetizar? Todos em simultâneo? Não! Se alguém fala em
línguas, deixem que sejam dois ou no máximo três, um a seguir ao outro e deixem um
interpretar! Deixem um ou dois profetas falar e deixam os outros julgar. Mas se alguma
coisa for revelado alguém presente, mandem o 1º calar”. “O espírito se apoderou de mim”,
bem não encontro isto na minha Biblia. O que leio é: “os espíritos dos profetas estão
sujeitos aos que profetizam. Porque Deus não é Autor da confusão mas da Paz”. Há
confusão num encontro? Não responsabilize Deus nem as manifestações do Seu Espírito.
Deus deu instruções claras na Sua Palavra no que diz respeito às manifestações do
Espírito Santo e como devem ser feitas ordenadamente. Se alguns não seguem as
instruções divinas, obviamente não é culpa de Deus nem culpa das manifestações do Seu
Espírito. Ele não tem nada a haver com confusão! Não rejeites as dádivas de Deus por
causa disso. Em vez disso, perssegue-as. “Deseja seriamente as dádivas espirituais” diz
a Palavra de Deus. Por isso deseja-as seriamente e aplica-as com regras como está
escrito nas instruções.

Para terminar, assisti também à um outro tipo de encontros, no meu país natal, a Grécia.
Aí encontramo-nos nas casas e entre outras coisas fazíamos o seguinte: esperamos um
tempo por Deus para ver o que Ele queria dizer e trazíamos mensagens de Deus através
de profecias e falando em línguas com interpretação. O conteúdo das mensagens de
Deus era, de facto, sempre fortalecedor, exortante e reconfortante. Era o coração do Pai
Deus em manifestação. Para mim estas foram as manifestações de falar em línguas com
interpretação e profecia mais próximas àqueles definidas em 1 Coríntios 12:13.
Recentemente li um livro maravilhoso escrito pelo padre ortodoxo Eusebious Stefanou.
Ele é uma figura solitária na denominação grega ortodoxa que fervorosamente espalha
uma mensagem centrada em Cristo. O livro é chamado: “O movimento carismático a partir
do ponto de vista ortodoxo”, escrito em grego onde o autor dá exemplos de mensagens
realmente proféticas. Eu traduzo-as para que o leitor possa compreender a natureza das
profecias abordadas nos 1 Coríntios 14:
“Vós sois meus filhos e Eu estou satisfeito convosco”

“O Pai conhece os seus filhos e toma conta de cada um deles”

“Meus filhos: entreguem - se a mim. Falem me dos vossos medos. Entreguem - se ao


meu cuidado”

“Não estou zangado convosco”

“Eu quero ensinar te para te fazer como o meu Filho e para que saibas que sou teu Pai”

“Deixa me de ser revelado a ti e em ti. Deixa me amar te plenamente”

“Não tenhas medo das minhas palavras. Deixem os vossos corações receber de mim”

“Diz o Senhor: Entreguem-se a mim e Eu vos segurarei e Eu vos levarei e vós


conhecereis o meu zelo”

Dito numa única frase: a profecia é pessoal, por Deus mesmo, em 1ª pessoa, para o
fortalecimento, a exortação e o conforto da igreja para o corpo dos crentes.

Eu vivo há 7 anos na Alemanha e para além de um par de vezes, não encontrei a


edificante exortação e o conforto que Deus disponibilizou aos seus crentes através de
profecias e do dom de falar em línguas com interpretação. A profecia é uma dádiva
maravilhosa que na maioria das vezes, e isto é apenas a minha experiência pessoal, não
é praticada (controle, encontros rígidos) ou é abusada (encontros confusos e pessoas de
comportamentos bizarros). É uma pena porque não havendo profecia ou sendo esta
abusada, a voz de Deus que o próprio Deus designou para os encontros dos crentes para
os exaltar e confortar pessoalmente, está bloqueada.

Vou terminar aqui com a seguinte exortação da palavra de Deus:

1 Coríntios 14:1
“Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de
profetizar.”

Isto é o desejo de Deus expresso através da Sua Palavra. As pessoas podem dizer
muitas coisas acerca disso. Mas o que importa é só uma: aquilo que a Palavra de Deus
diz!
Notas de Rodapé

1. Na leitura de 1 Coríntios 14 torna-se evidente que o tema neste capítulo de Paulo é o


encontro dos crentes. Ver por expl. 1 Coríntios 14:23-24.

2. Se eles não fossem diferentes, em Efésios 4:11 não estaria escrito: “ …e Ele deu uns
para profetas… e outros para professores”. Ele deu ambos, profetas e professores.
1 Pedro 3:19: espíritos em prisão

Há tempos atrás um leitor pôs-me uma questão relativa ao versículo de I Pedro 3:19.
Vamos ler este versículo em conjunto com os versículos 18 e 20:

I Pedro 3:18-20
“Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito; no qual
também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes,
quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava
a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram através da água.”

O que são estes “espíritos em prisão”? Muitas pessoas traduzem mentalmente a palavra
“espíritos” nesta passagem como “pessoas mortas” que supostamente agora vivem (como
espírito) em prisão. No entanto, esta interpretação não se funda na palavra de Deus pela
seguinte razão: a palavra de Deus não usa a palavra “espírito” para designar pessoas
mortas, não ressuscitadas. Para compreender o que significa “espíritos em prisão” temos
de olhar à palavra de Deus para ver como é usada ou empregue esta palavra e, para
além disso, considerar outras referências bíblicas relacionadas com o mesmo tema dos
versículos de I Pedro. De facto a palavra de Deus não se refere apenas uma vez, mas em
quatro diferentes passagens àquilo que é mencionado em I Pedro 3:19. Mas em primeiro
lugar vamos ver o que poderá significar “espírito em prisão”. Como já dissemos, NÃO
podem ser pessoas mortas, apesar de hoje em dia ser comum o uso no sentido de
“homens mortos” que supostamente vivem algures sem serem ressuscitados. No entanto
a Bíblia não usa esta palavra com este significado. A Bíblia aplica esta palavra para
designar seres angelicais. Como diz em Hebreus 1:13-14:

Hebreus 1:13-14
“Mas a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus
inimigos por escabelo de teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores,
enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?”

e alguns versos antes:

Hebreus 1:7
“Ora, quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos (espíritos), e de seus
ministros labaredas de fogo.”

Seres angelicais foram criados por Deus e são seres espirituais. São “espíritos”. Será
então possível que estes “espíritos em prisão” sejam anjos caídos na prisão? Como
veremos é isto mesmo que acontece. Mas antes procuremos mais alguma informação
para melhor compreensão. Como vimos, anjos são seres espirituais. Embora todos
fossem criados por Deus nem todos ficaram com Deus. Alguns revoltaram- se contra Ele
e caíram das suas posições. O anjo supremo dos anjos caídos é o diabo ou Satanás.
Duas passagens que descrevem a sua rebelião e queda são: Ezequiel 28:11-19 e Isaías
14:3-23. No entanto a passagem que lemos em I Pedro 3:19 não se refere a esta queda. I
Pedro 3:20 situa- se no tempo dos “dias de Noé”. O diabo tinha-se revoltado muito tempo
antes como podemos ver aquando da sua acção no jardim do Éden. Para além disso ele
e os seus anjos não estão actualmente numa prisão; ao contrário o diabo é chamado “o
príncipe dos ares” e ele e os anjos caídos são agora “principados…
poderes…governadores da escuridão deste tempo…legiões de espíritos do mal nos
lugares celestiais”. Legiões dos espíritos do mal são literalmente legiões espíritos
diabólicos – e é isto o que são os anjos caídos - que agora estão activos nos lugares
celestiais. I Pedro 3:19 não se refere portanto à queda do diabo mas a uma outra revolta
dos anjos que teve lugar nos “dias de Noé” antes do dilúvio. Estes espíritos acabaram por
entrar na prisão e vamos ler mais acerca disso em II. Pedro e em Judas. Mas antes
vamos até Génesis 6, pouco antes do dilúvio. Aí encontramos detalhes acerca da queda
destes anjos.

Génesis 6:1-8
“Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes
nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e
tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: O meu
Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus
dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os nefilins (gigantes) na terra, e
também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as
quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que
houve na antiguidade. Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que
toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então
arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração E
disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o
animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém,
achou graça aos olhos do Senhor.”

Algo aconteceu quando os Homens começaram a multiplicar-se. Os “filhos de Deus”


viram as filhas dos Homens e fizeram delas suas mulheres. No verso 1 torna-se óbvio o
contraste entre os Homens e suas filhas com os filhos de Deus. Está escrito: “os filhos
de Deus viram as filhas dos Homens”. Quem eram estes filhos de Deus? Apesar de que
os crentes no Novo Testamento, crendo no Senhor Jesus Cristo e na sua ressurreição
dos mortos, se tornem filhos e filhas de Deus, isto é algo que não estava a disposição no
Antigo Testamento. O termo “filhos de Deus” é aplicado mais 3 vezes no Antigo
Testamento, para além de Génesis 6. Em todos os exemplos refere se a seres angelicais.
Vamos ver estas ocorrências que estão todas no livro de Job.

Job 1:6
“Ora, chegado o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor,
veio também Satanás entre eles.”

e numa referência similar:

Job 2:1
“Chegou outra vez o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o
Senhor; e veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor. Os filhos de
Deus que se apresentaram ante Deus eram obviamente anjos.”

Também em Job 38:6-7 falando acerca da terra:


“Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,
Quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de
júbilo?”

O que em Job 38:7 está descrito refere-se à criação da terra quando não estava ainda
nenhum ser humano presente. Mas os filhos de Deus, os anjos, estavam presentes e
cantavam de alegria.

Abreviando, os seres em Génesis 6:1 não eram seres humanos. Senão não seriam
apresentados em contraste com as filhas dos homens. Não é, nem nunca foi estranho ou
errado seres humanos casarem e terem filhos. Não foi isso que aconteceu em Génesis 6.

O que aconteceu em Génesis 6 foi que, seres não humanos, seres angelicais, filhos de
Deus, não filhos dos Homens, viram as filhas dos Homens, desejaram-nas e para além do
mais tiveram filhos com elas! Como a Bíblia diz em 6:4, o resultado desta união eram
gigantes, uma raça de seres que Deus não tinha criado nem Ele tinha nunca tido essa
intenção, mas esta raça era antes um resultado desta união não divina entre anjos e
Homens. Noé estava presente nestes dias. Estes eram os “dias de Noé” a que I Pedro
3:19 se refere.

Existem mais referências aos mesmos eventos no Novo Testamento. Vamos vê-los a
começar com II. Pedro 2:4-5,9

II. Pedro 2:4-5,9


“Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e
os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo; Se não poupou
ao mundo antigo, embora preservasse a Noé, pregador da justiça, com mais sete
pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; Também sabe o Senhor livrar da
tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo
castigados;

A frase “lançou - os no inferno” é uma palavra no texto grego. O verbo “ταρταρόω ”


(tartaroo) significa “lançados ao Tartarus”. Como explica Bullinger: “a palavra grega
“Tartarus” não é aplicada em mais lado nenhum ou de forma alguma na Septuaginta.
Homero descreva-a como sendo um submundo. O Tartarus em Homero significa a prisão
dos Titãs, ou gigantes que se revoltaram contra Zeus”. (The Companion Bible, Appendix
131). E tal como Vine também explica: “o verbo tartaroo traduzindo “cast down to hell” em
II. Pedro 2:4, significa: ligar-se ao Tartarus, que nem é Sheol nem Hades nem o inferno
mas o lugar onde os anjos, cujo pecado particular é referido na mesma passagem, estão
confinados até ao julgamento. A região é descrita como abismo de escuridão.” (Vine’s
dictionary pág.553). Por conseguinte, Tartarus deve ser entendido como uma prisão e
nesta prisão, como diz Pedro, encontram-se os anjos que pecaram, à espera do seu
julgamento. Eles estão nesta prisão de escuridão à espera do dia do julgamento. Veja
que, o que vem depois desta referência de II. Pedro a Noé, é a referência ao dilúvio. Isto
não é por acaso uma vez que estes dois acontecimentos estão relacionados e ocorreram
não muito distantes um do outro. Mas vamos igualmente olhar para o testemunho de
Judas que fala do mesmo assunto:

Judas 6-7
“aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do
grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-
se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo,
sofrendo a pena do fogo eterno.”

Judas fala da mesma revolta que Pedro e Génesis. Algo que aconteceu nos tempos de
Noé, anjos que “deixaram a sua própria habitação” e seguiram a “outra carne”,
perseguiram as filhas do Homem. Qual foi o resultado? Estão “reservados em prisões
eternas na escuridão para o juízo do grande dia”. Isto significa a prisão, o Tartarus de que
Pedro fala nas suas cartas. A tradução bíblica “O Livro” diz que, Jesus pregou para estes
espíritos caídos, anjos caídos, espíritos em prisão. No entanto o texto não diz “pregou”.
Mas eu concordo como o que Vine diz no seu dicionário quando fala da palavra “kerusso”
que está traduzido em I Pedro 3:19 como “pregou”:

“Em I Pedro 3:19 a referência provável não foi a, de evangelizar mas proclamar a Sua
vitória aos anjos caídos após a Sua ressurreição“ (Vine’s expository dictionary of New
Testament words, page 883, ênfase acrescentado).

Consequentemente chego á conclusão que, quando em I Pedro lemos que Jesus foi
pregar aos espíritos em prisão, não devemos entender, pessoas mortas que vivem numa
prisão, sem ressurreição, a receberem a visita de Jesus pregando-lhes as boas novas.

Do que a palavra de Deus nos fala em I Pedro 3:19 não é de pessoas mortas mas
espíritos, seres angelicais aprisionados, no Tartarus, eternamente acorrentados e na
escuridão. Porquê? Por causa das coisas que fizeram nos tempos de Noé, deixando a
sua própria casa, rendendo-se à fornicação e perseguindo “carne estranha”, as filhas dos
Homens.

Paulo e Filémon

Já leu alguma vez o livro de Filémon? É um pequeno mas maravilhoso livro. Dificilmente o
podemos chamar “livro” uma vez que se trata de apenas uma única página. Não
acredita?! Então vamos lê-lo em conjunto.

“Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filémon, nosso


companheiro de trabalho, e à nossa irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e
à igreja que está em tua casa: Graças a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do
Senhor Jesus Cristo. Sempre dou graças ao meu Deus, lembrando-me de ti nas minhas
orações, ao ouvir falar do amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus e para com
todos os santos; para que a comunicação da tua fé se torne eficaz, no pleno
conhecimento de todo o bem que em nós há para com Cristo. Pois tive grande gozo e
consolação no teu amor, porque por ti, irmão, os corações dos santos têm sido
reanimados. Pelo que, embora tenha em Cristo plena liberdade para te mandar o que
convém, todavia prefiro rogar-te por esse teu amor, sendo eu como sou, Paulo o velho, e
agora até prisioneiro de Cristo Jesus, sim, rogo-te por meu filho Onésimo, que gerei nas
minhas prisões; o qual outrora te foi inútil, mas agora a ti e a mim é muito útil; eu to torno
a enviar, a ele que é o meu próprio coração. Eu bem quisera retê-lo comigo, para que em
teu nome me servisse nas prisões do evangelho; mas sem o teu consentimento nada quis
fazer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas, sim, espontâneo. Porque
bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o recobrasses
para sempre, não já como escravo, antes mais do que escravo, como irmão amado,
particularmente de mim, e quanto mais de ti, tanto na carne como também no Senhor.
Assim pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. E, se te fez
algum dano, ou te deve alguma coisa, lança-o minha conta. Eu, Paulo, de meu próprio
punho o escrevo, eu o pagarei, para não te dizer que ainda a ti mesmo a mim te deves.
Sim, irmão, eu quisera regozijar-me de ti no Senhor; reanima o meu coração em Cristo.
Escrevo-te confiado na tua obediência, sabendo que farás ainda mais do que peço. E ao
mesmo tempo, prepara-me também pousada, pois espero que pelas vossas orações hei
de ser concedido. Saúda-te Epafras, meu companheiro de prisão em Cristo Jesus, assim
como Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores. A graça do Senhor Jesus
Cristo seja com o vosso espírito.”

Esta é a mais curta carta de Paulo e, no verso 10, a seguir aos cumprimentos, ele indica
nos a razão pela qual a escreveu. Foi um apelo, implorou, fez um pedido a Filémon por
Onésimo. Deduzimos no verso 16 que Onésimo era um escravo de Filémon que fugiu por
razão desconhecida do seu mestre. Paulo diz: “que gerei nas minhas prisões”. Assim
podemos concluir que Onésimo conheceu Paulo na prisão e se tornou um crente.
Onésimo estava agora no caminho de volta para o seu mestre e, embora não esteja
contextualizado, creio que era ele mesmo quem levava esta carta a Filémon.

Voltando ao que está escrito na carta, o que me arrebatou e o que quero salientar foi a
maneira como Paulo geriu uma situação potencialmente difícil: aqui temos um servo que
fugiu do seu mestre. Pode mesmo dever-lhe dinheiro também. Acontece este mestre ser
um cristão maravilhoso. O servo acaba de conhecer Paulo e torna-se crente. Ao mesmo
tempo torna-se muito útil ao próprio Paulo sendo um servidor “acorrentado ao evangelho”.
O que Paulo faz numa situação destas? O que faria você? Coloque-se na posição de
Paulo. E depois coloque-se também na posição de Filémon. Eu sei que é exigente, mas
respire fundo e coloque-se agora na posição de Onésimo. Todos são Cristãos e todos tem
uma situação por resolver aqui. Não chamaria esta situação uma situação “especial”,
todos temos de tomar decisões em assuntos da “vida real” e este é uma situação da “vida
real”. Por isso mesmo, é uma oportunidade excelente para ver como Paulo a resolveu. Eu
menciono apenas o Paulo porque não sabemos como o Filémon reagiu ao receber a
carta. Vamos por isso colocar a atenção no que Paulo fez e creio que vamos aprender
muito.

Em primeiro lugar: Quem foi o Paulo? Paulo foi um servidor maravilhoso do Senhor.
Durante o primeiro séc. foi ele que levou o evangelho aos Gentios (os povos não Judeus)
como ninguém mais. As igrejas não conheciam mais ninguém como a Paulo. Para a maior
parte dos crentes Gentios foi ele o “pai” da sua fé, o que os guiou até à verdade. O
mesmo aconteceu a Filémon e Onésimo. E agora este irmão está na prisão e Paulo está
a ministra-lo. Onésimo é muito útil para ele. O problema é que ele é um escravo fugitivo.
Seu mestre é um irmão da igreja que Paulo plantou.

Como manuseou Paulo a situação deste servidor cristão que por sinal lhe era muito útil?
A resposta é: com bondade, amor e honestidade. Dirigindo se ao Filémon, escreveu de
irmão para irmão. Ele diz: “… embora podesse ser muito ousado em Cristo para mandar o
que é justo, mas por amor eu prefiro apelar a ti”. Ele teria a capacidade de ordenar mas
não o fez. Em vez disso implorou a Filémon. Ele apelou, ele pediu em nome do amor.
Paulo não exercia autoridade como um superior sobre seus súbditos. Nem manipulou.
Sim ele tinha a autoridade para mandar, mas se ele a utilizasse não seria em nome do
amor e é o AMOR que importa. O que ele faz, por amor, porque é o amor que importa, é
apelar – em vez de comandar, exigir ou manipular.

A seguir ele diz uma outra coisa: Estou a mandá-lo (Onésimo) regressar. Recebe-o pois,
isto é do coração, que desejaria mante-lo comigo, para que em teu nome ele podesse
servir-me nas prisões do evangelho

Paulo podia ter mantido Onésimo na prisão e ter enviado uma carta a Filémon ordenando
que recebesse de volta o seu escravo. Ou podia ter-lhe mandado esquecer o Onésimo
porque ele, Paulo, precisava dele. Paulo não fez nada disso. Antes mandou Onésimo
voltar para Filémon apelando a que ele o recebesse. Seguidamente ele diz a Filémon que
gostaria de ficar com Onésimo para ministrar (servir em nome de Filémon) nas “suas
prisões do evangelho”. Tenha atenção a isto: “em nome de”; Paulo não diz: em vez de
Filémon. Onésimo não era um substituto de Filémon. Se Onésimo retornasse para Paulo,
ele servi-lo-ia em nome de Filémon, como se ao serviço de Filémon. Isto precisa de ser
salientado uma vez que algumas vezes foi traduzido como: “em vez de Filémon” o que
induz uma compreensão errada. A palavra grega para : “em teu nome “ é huper (υπέρ) e
está 120 vezes mencionada no Novo Testamento (versão KJV). Em apenas duas
ocasiões é traduzida como “em vez de” nas restantes 108 vezes como “para”. E nesta
frase também devia ser traduzido desta forma., Caso Onésimo volta-se para Paulo,
servindo-o, fá-lo-ia em nome de Filémon e para Filémon. Seria como se Filémon tivesse
emprestado o seu servo a Paulo. Um dia um irmão deu-me uma ideia interessante acerca
de dar e de apoiar. Ele disse quando apoiamos um ministério em particular, ou um
propósito, tornamo-nos accionistas desse ministério e receberemos dividendos dele. Se
investir os seus recursos num ministério e este der frutos, então Deus regista uma parte
como dividendos para si, uma vez que foram atingidos com o seu suporte. Se Filémon
permitir que Onésimo sirva Paulo então será em nome de Filémon e trará dividendos a
Filémon dependendo dos frutos que o ministério de Paulo obtiver. Mas quero apontar
mais uma coisa aqui: mesmo precisando Onésimo, Paulo não assumiu a sua autoridade
para ficar com ele só por ser, digamos, o apóstolo Paulo. Em vez disso, olhem o que ele
disse: “… mas sem o teu consentimento nada quis fazer, para que o teu benefício não
fosse como por força, mas, sim, espontâneo”. Paulo retraiu-se de obrigar Filémon. Ele
mostrou claramente a situação a Filémon: ele estava na prisão e Onésimo era um grande
apoio para ele. Mesmo assim não ia ficar com ele, não ia obrigar Filémon. Filémon teria
de tomar a decisão sozinho e de forma voluntária. Vejam a generosidade de Paulo. Ele
fala de irmão para irmão. Não como um superior (na Fé) a um subordinado (na Fé).
….Preciso do Onésimo, irmão Filémon. Será um grande investimento para o ministério
que você o dê para me ministrar nas prisões do evangelho. Mas de forma alguma irmão
quero que você faça isso por obrigação. Apenas voluntariamente. Pense e faça o que
achar melhor.

Paulo continua no seu apelo por Onésimo, dizendo a Filémon que, embora ele o tivesse
deixado sendo apenas escravo agora volta como algo mais. Ele volta como um querido
irmão no Senhor. Mas é possível que Onésimo devesse dinheiro a Filémon quando fugiu.
O que vai ser desta dívida? Paulo não ordena a Filémon que “as apague” ou que “as
esqueça” porque: “sabe que são agora irmãos!” o que Paulo diz a Filémon não são ordens
mas sim apelos. E relativamente às dívidas, é o que ele diz: “…se ele te deve alguma
coisa, põe isso na minha conta, eu pagar-te-ei”. Isto é amor entre irmãos. Não seria amor
fraternal de obrigar o Filémon a esquecer das dívidas que o seu velho escravo lhe deve.
Mas é amor de dizer como fez o Paulo: “ ..irmão recebe-o novamente. Eu tomo conta das
suas dívidas. Eu pagar-te-ei. Não te preocupes com isso.” Isto é amor fraternal. Paulo diz-
lhe que ele mesmo lhe deve. Filémon encontrou a fé através do trabalho de Paulo. Mas
ele não se refere a isto para não exercer pressão sobre ele. É uma verdade mas não a vai
usar para resolver assuntos materiais. Ao terminar o seu apelo ele diz: “…Tendo
confiança na tua obediência, escrevo-te, sabendo que tu farás mais do que eu digo”.
Paulo sabia que Filémon era um verdadeiro irmão em Cristo. No início da carta chama-o
“querido irmão trabalhador”, e que ouviu do seu amor e da sua fé para com o Senhor
Jesus Cristo e com todos os santos. Paulo e Filémon não eram estranhos. Eles
conheciam-se. O apelo do Paulo não se dirigiu a um estranho mas a um irmão querido e
um trabalhador conhecido pela sua fé. Foi um apelo de um irmão de Fé a outro irmão de
Fé. E Paulo tem a confiança que Filémon não só vai honrar o seu pedido mas vai fazer
muito mais do que isso.

Para mim esta carta é um exemplo como os Cristãos do 1º séc. se relacionavam entre si.
Paulo mandou de volta ao seu mestre, Filémon o escravo Onésimo que tinha fugido dele
e muito provavelmente lhe devia dinheiro. Numa dada altura Onésimo conheceu Paulo e
tornou-se um crente muito útil para Paulo, ministrando lhe nas “prisões do evangelho”.
Mesmo assim Paulo nunca pensou que isto lhe daria o direito de fazer algo diferente do
que seria o certo. Imagino que hoje muitos Cristãos reagissem diferente do que Paulo o
fez. Muitos diriam ter (ou tentariam ter) uma revelação divina para obrigar Filémon a fazer
o que eles queriam que ele fizesse. Na próxima vez que alguém o pressionar fazendo-o
sentir-se condenado se não fizer o que ele quer, por favor leia Filémon! Na próxima vez
que alguém exija algo de si “para Obra de Deus” obrigando-o a contribuir para seu
propósito, por favor leia Filémon! Na próxima vez que precise de alguma coisa de um
irmão por favor leia Filémon e saiba como proceder. Paulo sabia que não era necessário
uma revelação divina para resolver este caso mas senso comum conjugado com
honestidade e verdade.

- A quem pertence Onésimo? Ele pertence a Filémon. Por isso devia voltar para Filémon.

- Onésimo deve dinheiro a Filémon. Alguém o deve pagar. Quem vai pagá-lo? Paulo
aceita esse dever.

- Onésimo é útil a Paulo no trabalho do ministério. No entanto tem Paulo o direito de ficar
com ele sem perguntar a Filémon? Não, Onésimo deve voltar primeiro a Filémon e só se
Filémon, voluntariamente e não por obrigação, considerar mandá-lo de volta para Paulo,
então ele voltará.

Vejam o respeito que Paulo tem para com Filémon. Observem a forma como ele se
relaciona com os irmãos. Aprendam com isso. Certamente, em muitas ocasiões
encontramo-nos em encruzilhadas e precisamos de palavras de sabedoria, a intervenção
divina para tomar a escolha certa. Deus dar-nos-á essa resposta se lhe pedimos com Fé
(João 1:5-8). Em todas as outras ocasiões – em vez de exagerada espiritualização - tudo
o que precisamos é a aplicação amorosa e honesta da verdade que sabemos.

Filipenses 2:3
“nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os
outros superiores a si mesmo”

Obediência a Deus

Neste artigo vamos falar acerca da obediência. Para começar vamos ler Romanos 6:15-
18,

Romanos 6:15-18
“Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da
graça? De modo nenhum. Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos
para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado levando
para a morte, ou da obediência levando para a justiça? Mas graças a Deus que, embora
tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes
entregues; e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça”

De acordo com esta passagem uma pessoa é servidora da pessoa à qual ela obedece.
Existem duas opções à escolha uma, em obedecer ao pecado, o que significa que ela vai
servir ao pecado, ou, a segunda, obedecendo de todo o coração a Deus e à sua doutrina,
passando a ser um servidor da justiça. Dito com outras palavras: é impossível uma
pessoa servir honestamente a Deus se o seu coração não obedece a Ele. Não importa
quão activos somos em actividades religiosas, o que importa é quão OBEDIENTES
somos a Ele, porque é a nossa obediência e a quem nós obedecemos que determinam a
quem servimos na realidade. Como Tiago 4:7-8 nós diz:

Tiago 4:7-8
“Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos para
Deus, e ele se chegará para vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de espírito vacilante,
purificai os corações.”

Precisamos de chegar perto de Deus para que Ele chegue perto de nós. Não O podemos
servir à distância, sem O conhecer. Só podemos servir àquele a quem obedecemos e a
quem nos submetemos. Em Filipenses 2:5-11 está escrito:

Filipenses 2:5-11
“Tende em vós aquele sentimento, atitude e propósito pensamento humilde (fá-Lo o teu
exemplo de humildade) que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma
de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se
a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente ATÉ À MORTE, E
MORTE DE CRUZ. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome
que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
Senhor, para glória de Deus Pai.”

A mesma mente que estava em Jesus Cristo também devia estar em nós. O que foi esta
mente? FOI A MENTE DA OBEDIÊNCIA A DEUS, AQUELA MENTE QUE, AO
OBEDECER, NEM NEGOU A MORTE NA CRUZ. Foi a mente do jardim de Getesêmani:

Mateus 26:36-39, 42
“Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getesêmani, e disse aos discípulos:
Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar. E levando consigo Pedro e os dois filhos de
Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então lhes disse: A minha alma está
triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo. E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o
rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia,
não seja como eu quero, mas como tu queres. Retirando-se mais uma vez, orou,
dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua
vontade.”

A mente de Jesus Cristo, a mente da obediência a Deus foi “NÃO COMO EU QUERO,
MAS COMO TU QUERES”. Esta é a mente que a palavra de Deus nos diz para ter. Não
como nós queremos mas como Deus quer. É fácil sermos obedientes se todo corre como
nós queremos. Se Deus nos dá o que o nosso coração deseja, recebemo-lo com grande
contentamento. No entanto como reagimos se isto não acontece? O que fazemos se os
planos de Deus parecem divergir dos nossos? Aqui temos a diferença entre o obediente e
o desobediente. Na felicidade ambos vão reagir da mesma maneira. Não é a felicidade
que faz que as pessoas da segunda categoria da parábola do semeador (Lucas 8:13)
caiam. Ao contrário, e como Jesus disse, eles “recebem a Palavra com alegria”. No
entanto isto não dura muito tempo. No primeiro desafio vão-se abaixo (Mateus 13:21 e
Lucas 8:13). Se a escolha de Deus não for do nosso agrado, o desobediente vai fugir
enquanto o obediente fica e diz: “se for possível… todavia…não como eu quero, mas
como Tu queres”.

1.A Obediência a Deus é melhor que o sacrifício

Em I Samuel há uma história bem conhecida: a história da ascendência e da queda de


Saul durante o reino de Israel. Saul foi escolhido por Deus de ser o primeiro rei de Israel.
Inicialmente ele era um homem humilde. De facto no dia da sua proclamação como rei ele
escondia-se do povo (I Samuel 10:22)! Seja como fôr, a sua humildade não durou muito
tempo. Em pouco tempo se tornou orgulhoso e apressado na liderança do seu povo em
vez de estar submisso à liderança do Senhor. Em I Samuel 13 vemos a sua primeira
rebelião. Saul e o povo estavam à espera da chegada de Samuel para um sacrifício ao
Senhor enquanto os Filisteus estavam prontos para o combate no outro lado do rio.
Porém, Samuel estava atrasado. Sentindo a pressão da situação Saul fez algo que não
devia ter feito: ele próprio fez o sacrifício. O obediente espera por Deus e segue fielmente
as Suas instruções, custe o que custar. Por outro lado, o desobediente é obediente
quando tudo corre bem. Por isso quando as situações não evoluem da forma esperada,
ele faz à sua maneira. Saul pensou ter esperado demasiado e quiz fazer algo. Samuel
chegou exactamente na altura em que Saul tinha terminado o sacrifício. Porém, não lhe
trazia boas notícias.

I Samuel 13:13-14
“Então disse Samuel a Saul: Procedeste nésciamente; NÃO GUARDASTE o
mandamento que o Senhor TEU DEUS TE ordenou; porque agora o Senhor teria
confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; agora porém, não subsistirá o teu reino;
já tem o Senhor buscado para si um homem segundo o seu coração, e já o tem destinado
para ser príncipe sobre o seu povo, porquanto NÃO GUARDASTE o que o SENHOR TE
ordenou.”

Este foi provávelmente o teste critico para Saul. Se ele passasse o teste, se ele
obedecesse ao Senhor, o seu reinado seria estabelecido. Se ele não obedecesse, perdia
o seu reino. Tal como Samuel lhe disse: “porque agora o Senhor teria confirmado o teu
reino sobre Israel para sempre. AGORA, porém, não subsistirá o teu reino”. Óbviamente
Saul não passou no teste de obediência a Deus. Ao ver que Samuel não aparecia, ele
tomou a sua própria decisão em vez de obedecer à vontade de Deus.

Mais tarde vamos vê-lo a repetir o mesmo pecado. Em I Samuel 15:1-3 vamos ler:

I Samuel 15:1-3
“Disse Samuel a Saul: Enviou-me o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel;
ouve, pois, agora as palavras do Senhor. Assim diz o Senhor dos exércitos: castigarei a
Amaleque por aquilo que fez a Israel quando se lhe opôs no caminho, ao subir ele do
Egipto. Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e destrói totalmente, a tudo o que tiver, e não
lhe perdoes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, desde os
bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos.”

Deus deu a Saul ordem para destruir Amalec completamente. Os versículos 7-9 contam-
nos o que ele acabou por fazer:

I Samuel 15:7-9
“Depois Saul feriu os amalequitas desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do
Egipto. E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas, porém a todo o povo destruiu ao fio
da espada. Mas Saul e o povo pouparam a Agague, como também ao melhor das
ovelhas, dos bois, e dos animais engordados, e aos cordeiros, e a tudo o que era bom, e
não os quiseram destruir totalmente; porém a tudo o que era vil e desprezível
destruíram totalmente.”

Apesar de Saul ter uma INSTRUÇÃO clara de Deus para destruir totalmente Amalec, Saul
não executou a Sua vontade. Mais exactamente, só a executou até ao ponto em que LHE
AGRADAVA, a ele e ao povo. Desta forma destruíram O QUE ESTAVAM DISPOSTOS a
destruir e salvaguardaram o que NÃO QUERIAM DESTRUIR. Seja como for, isto não é
obediência. Obediência a Deus não significa que executes a Sua vontade parcialmente só
até ao ponto em que agrada a ti próprio. Ao contrário: significa fazer total e exactamente o
que Deus te mandou fazer. Como está escrito em Jeremias:

Jeremias 48:10
“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente”

Obediência significa executar o que Deus te mandou fazer, através da Sua Palavra escrita
ou, no caso de Saul, por revelação. Somos desobedientes quando fazemos algo que não
foi dito por Deus, mesmo se aquilo que estamos a fazer for feito em nome de Deus. O
Senhor não quer que sejamos trabalhadores incansáveis fazendo o que nós achamos
bom para Ele. Pelo contrário, Ele quer-nos como trabalhadores obedientes, fazendo
exactamente o que Ele nos mandou fazer. Saul e o seu povo executaram o trabalho do
Senhor duma forma negligente. Segundo ele, não tiveram más intenções. Mais tarde ele
diz: “mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do interdito, para o sacrificar
ao Senhor teu Deus em Gilgal.” ( I Samuel 15:21) O povo queria o sacrifício, no entanto
não queria obedecer. Como está escrito em I Samuel:

I Samuel 15:22-23
“Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e
sacrifícios, COMO EM QUE SE OBEDEÇA À PALAVRA DO SENHOR? EIS QUE O
OBEDECER É MELHOR DO QUE O SACRIFICAR, E O ATENDER, DO QUE A
GORDURA DE CARNEIROS. PORQUE A REBELIÃO É COMO O PECADO DE
ADIVINHAÇÃO (feitiçaria), E A OBSTINAÇÃO É COMO A INIQUIDADE DE IDOLATRIA.
Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não
sejas rei.”
Não importa quantos sacrifícios fazes ao Senhor. O que importa é a tua OBEDIÊNCIA a
Ele. Só os sacrifícios que o Senhor mandou fazer são sacrifícios aceitáveis. Serviço
genuíno só pode ser aquele SERVIÇO QUE O SENHOR ORDENOU. Tudo para além
disso, mesmo sendo feito em nome Dele é desobediência, acção dirigida pela velha
natureza com a aparência da nova. Como Jesus Cristo disse:

João 7:16-18
“Respondeu-lhes Jesus: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se
alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo
por mim mesmo. quem fala por si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca
a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.”

Saul tentou agradar aos homens. Tinha mais consideração pela opinião deles, do que por
Deus e pela Sua opinião. Ao aceitar mais tarde haver pecado, o que ele tinha medo de
perder não era a sua relação com Deus mas o respeito do povo: “Depois Saul
disse: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de
Israel, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor teu Deus”. David, o sucessor de Saul
também cometeu adultério e assassínio. No entanto quando Nathan o confrontou (II
Samuel 12:1-14) a sua preocupação, não era o seu trono mas o seu relacionamento com
o Senhor (Salmos 51). Esta foi a razão pela qual David, ao procurar restabelecer a sua
relação com Deus, foi absolvido, enquanto Saul, procurando o trono foi rejeitado.

2. O exemplo de Abraão

No oposto do exemplo do Saul existe o exemplo de Abraão. Provávelmente todos


conhecemos a história de Abraão e Isaac. Isaac era o único filho de Abraão e Sarah. Éra
também o filho prometido por Deus e pelo qual esperou por muitos anos. Mesmo assim,
um dia, Deus mandou Abraão sacrificar Isaac:

Génesis 22:1-2
“Sucedeu, depois destas coisas, que Deus provou a Abraão, dizendo-lhe: Abraão! E este
respondeu: Eis-me aqui. Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaac, a
quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que
te hei de mostrar.”

Deus sabia perfeitamente quão grande era o amor de Abraão por Isaac. Ele sabia que era
“o seu único filho que ele amava”. Sobretudo porque foi Deus que lhe deu Isaac. No
entanto, amava Abraão mais Isaac, a benção de Deus, do que ao próprio Deus? Tendo
de escolher entre os dois, quem ele iria realmente escolher? Submetia-se ele à vontade
de Deus, mesmo que isso implicasse um altíssimo custo pessoal ou, revelava-se como
Saul, fazendo o que ele próprio queria? Colocando a pergunta a nós mesmos: seguimos
Deus porque queremos realmente conhecê-Lo e ter a Sua amizade; ou seguimo-Lo só por
causa das Suas bênçãos, os “Isaacs” que Ele nos deu, ou esperamos que Ele nos dará?
Honestamente o que faríamos se, como no caso de Abraão, fossemos chamados a pôr no
altar a maior das bênçãos recebidas por Deus, ou que esperamos que Ele nos dê?
Seriamos capazes de o fazer? Apesar das bênçãos do Senhor serem incontáveis não é
suposto serem elas o nosso objectivo na relação com Ele. O nosso foco deve ser
conhecê-Lo intimamente E AO SEU MARAVILHOSO FILHO, JESUS CRISTO. Como
disse Paulo:

Filipenses 3:8-15
“Sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas
coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, .... para
conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a participação dos seus sofrimentos,
conformando-me a ele na sua morte, para ver se de algum modo posso chegar à
ressurreição DENTRE os mortos.”

TUDO, mesmo a maior das bênçãos deste mundo não é mais do que lixo em comparação
à EXCELÊNCIA da sapiência de Jesus Cristo o nosso Senhor. Voltando a Abraão. Vamos
ver o que ele fez afinal:

Génesis 22:3-10
“Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo
dois de seus moços e Isaac, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu
para ir ao lugar que Deus lhe dissera. Ao terceiro dia levantou Abraão os olhos, e viu o
lugar de longe. E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o
mancebo iremos até lá; depois de adorarmos, voltaremos a vós. Tomou, pois, Abraão a
lenha do holocausto e a pôs sobre Isaac, seu filho; tomou também na mão o fogo e o
cutelo, e foram caminhando juntos. Então disse Isaac a Abraão, seu pai: Meu pai!
Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaac: Eis o fogo e a lenha,
mas onde está o cordeiro para o holocausto? Respondeu Abraão: Deus proverá para si o
cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando juntos. Havendo eles
chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em
ordem; o amarrou, a Isaac, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha. E,
estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar a seu filho.”

Abraão fez exactamente o que Deus lhe tinha dito. Seguramente não foi a coisa mais
agradável da sua vida. Ele, igual aos outros homens na Bíblia, não eram robôs a executar
a vontade de Deus de forma mecânica. Eles eram como nós, humanos com livre vontade
que escolheram submeter-se a Deus por vontade própria. A sua obediência não era
automática mas “VINHA DO CORAÇÃO.” Esta é a única obediência de que fala a palavra
de Deus. Deus não queria robôs, homens de gelo que executariam a sua vontade
mecanicamente sem ser pelo coração. Ele queria gente que O AMASSE COM TODO O
SEU CORAÇÃO, ALMA, MENTE E FORÇA. (Marcos 12:30) Ele queria seres com livre
vontade que decidiam a partir DO CORAÇÃO submeterem-se à vontade de Deus.
Voltando a Abraão, ele seguiu a Palavra de Deus apesar de parecer implicar a perca do
seu único filho. Porém quando chegou ao momento decisivo o Senhor interferiu:

Génesis 22: 11-12, 15-18


“Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde o céu, e disse: Abraão, Abraão! Ele respondeu:
Eis-me aqui. Então disse o anjo: Não estendas a mão sobre o mancebo, e não lhe faças
nada; porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu
único filho. Então o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde o céu, e
disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me negaste teu
filho, o teu único filho, que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua
descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua
descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência serão benditas
todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.”

O propósito desta prova foi o de verificar se Abraão ia obedecer a Deus; mesmo que isso
implicasse o sacrifício da Sua bênção. Saul e Abraão, foram ambos abençoados por
Deus. O primeiro foi feito rei de Israel. O segundo teve a promessa de que, através da sua
semente todas as nações seriam abençoadas. Todavia havia uma grande diferença entre
eles. A sua diferença era que o primeiro, Saul, procurava as bênçãos e a sua defesa. Isso
em contrapartida fez que entrasse em desobediência e caísse.

Por outro lado, o segundo, Abraão, procurava Aquele que abençoa, recuperando o seu
filho juntamente com a confirmação de que a sua semente e ele seriam abençoados.

3.Conclusão

Examinámos no tema acima, a obediência a Deus. Mesmo não sendo o exame forma
alguma exaustivo, espero que tenha ficado clara a importância do assunto. Como diz em
Miqueias 6:6-8:

Miqueias 6:6-8
“Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso?
Apresentar-me-ei diante dele com holocausto, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o
Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu
primogénito pela minha transgressão, o fruto das minhas entranhas pelo pecado da minha
alma? ELE TE DECLAROU, Ó HOMEM, O QUE É BOM; E QUE É O QUE O SENHOR
REQUER DE TI, SENÃO QUE PRATIQUES A JUSTIÇA, E AMES A BENEVOLÊNCIA, E
ANDES HUMILDEMENTE COM O TEU DEUS?”

Tudo o que Deus quer de nos é que ajamos de forma justa, que amemos a misericórdia e
de andemos humildemente com Ele. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de
Deus, para que a seu tempo vos exalte; (I Pedro 5:6). Desobediência, fazendo o que o
Senhor não disse ou não fazendo o que o Senhor disse, é uma acção separada de Deus.
Não importa o que façamos ou as intenções que possamos ter. O que importa é se aquilo
que está a ser feito vem da obediência a Deus, como o sacrifício de Abraão, ou por
desobediência, como o sacrifício que Saul disse ser sua intenção fazer.

II Timóteo 3:16-17: a utilidade da Bíblia

Por que nós precisamos da Bíblia? Qual a utilidade dela para nós? Aqui está o que a
própria Bíblia nos diz em II Timóteo 3:16-17 nos diz:
“Toda escritura é dada por inspiração de Deus, e proveitosa para doutrinar, para
repreender, para corrigir e para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.”

A primeira informação nos dada na passagem acima de II Timóteo 3:16-17 é que a Bíblia
é de fato proveitosa e útil. Para quê ela é útil? “Para doutrinar, repreender, corrigir e para
instruir em justiça” Vamos agora dar uma olhada em cada um desses um por um.

1. Para doutrinar

A primeira coisa que II Timóteo 3:16-17 nos diz é que a Bíblia é útil para doutrinar ou
ensinar. Isto é especialmente importante já que em relação a Deus, as pessoas tendem a
seguir os ensinamentos de suas tradições ou os ensinamentos que a sociedade considera
como “a fonte correta de informação religiosa”. Não há problema nenhum com estas
fontes SE elas ensinam o que a Bíblia ensina. Infelizmente, frequentemente não é isto o
que acontece, no caso em que o ensino é recebido através destas fontes, pois embora
possam ser religiosas e sinceras, também estão erradas, pois não estão de acordo com o
ensinamento que Deus dá na Bíblia.

Um exemplo da Bíblia usado para o ensino é o tema da salvação. A resposta que a Bíblia
dá para este tópico é muito clara:

Romanos 10:9
“Se você confessar com sua boca o Senhor Jesus, e acreditar em seu coração que Deus
o ressuscitou de entre os mortos, você será salvo.”

Também: Efésios 2: 8-9


“Pela graça sois salvos mediante a fé, e isto não vem de vós; isto é dom de Deus, NÃO
de obras, para que ninguém se glorie”

Pode ser declarado de forma mais clara do que está que para ser salvo o que você
precisa não é de boas obras, mas crer que Jesus é Senhor e que Deus o ressuscitou de
entre os mortos? Se sua escola, seu pastor, sua família apóia alguma outra doutrina
qualquer, que ensino você irá seguir? Os ensinamentos da Bíblia ou os ensinamentos de
vários outros homens, quem quer sejam eles? Eu prefiro os ensinamentos da Bíblia, pois
apenas a Bíblia “é proveitosa para o ensino” (II Timóteo 3:16-17).

2. “Para repreender”

Ademais do ensino, II Timóteo 3:16-17 nos diz que a Bíblia também é proveitosa para
repreensão e correção. Isto significa que a Bíblia é apta para nos mostrar se nós estamos
errados e onde estamos errados. Por isso, se eu acredito que a salvação é dada pelas
obras, ou pela fé mais algumas boas obras, ou por alguma outra coisa exceto pela crença
de que Jesus é Senhor e que Deus o ressuscitou de entre os mortos, o que eu preciso é
de repreensão e correção. A passagem acima de Romanos 10: 9 é novamente útil para
este propósito já que, se eu não acreditar no que ela diz, ela me diz que eu estou errado
ao declarar o que certo. Assim ela me ensina, me reprova e me corrige e tudo isto em
uma única e mesma passagem. Um outro exemplo está em Efésios 4:31:

Efésios 4:31
“Deixai toda amargura, cólera, ira, clamor, e blasfêmia, bem como toda malícia.”

Se eu estou amargurado, encolerizado, etc. a Bíblia me diz que isto é errado. E você sabe
por que está errado? Não porque a sociedade ou sistema moral do mundo diz que é
errado, mas porque Deus em sua Palavra define como errado. Para achar o que é errado
ou certo você não precisa conhecer e seguir o sistema moral do mundo. O que você
precisa é conhecer e seguir é a Palavra de Deus.

3. “Para corrigir”

A terceira coisa que de acordo com II Timóteo 3:17-18 a Bíblia é usada para correção.
Correção é sempre um complemento necessário para a repreensão. Com a repreensão
nós vemos onde nós estamos errados, enquanto que com a correção nós sabemos o que
é o certo a fazer. No caso de Efésios 4:31, que nós vimos acima, é suficiente analisarmos
mais um versículo para receber depor da repreensão a correção. Assim Efésios 4:32 nos
diz:

Efésios 4:32
“Sejais bondosos e compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como Deus vos perdoou
em Cristo.”

Todas estas coisas para a qual Bíblia é proveitosa, ou seja, para ensinar, corrigir, reprovar
a torna proveitos para a educação na justiça, ou, como diz o grego, para a treinamento na
justiça.

4. “a fim de que o homem de Deus seja perfeito, completamente equipado para as boas
obras”

A razão pela qual Deus deu a Bíblia, que é útil para todas estas coisas, “é para que o
homem de Deus seja PERFEITO”. Isto significa que você não pode ser perfeito, exceto
aplicando quilo que a Bíblia diz.

A passagem de II Timóteo 3:16-17 também nos diz que a Bíblia foi dada para que o
homem de Deus “seja completamente equipado para toda boa obra”. As boas obras que
estão aqui não são boas obras que VOCÊ “preparou” para Deus. Para Deus as únicas
obras que são verdadeiramente boas são as boas obras que DEUS preparou de antemão
“para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10). Para estar preparado ou completamente
equipado para estas boas obras o que você precisa é do livro texto de Deus:
A BÍBLIA: Quem é o autor da Bíblia e quem a escreveu?

Para achar a resposta para questões muito importantes de quem é o


autor da Bíblia e quem a escreveu (as respostas para estas questões não são as
mesmas), nós começaremos de 2 Timóteo onde lemos:

2 Timóteo 3:16
“Toda a Escritura é divinamente inspirada...”

A palavra “Escritura” na passagem acima é outro nome para o livro que hoje nós
chamamos de Bíblia. O que o versículo acima nos diz é que toda a Bíblia (“toda a
Escritura”), foi divinamente inspirada. A frase “divinamente inspirada” é na verdade uma
palavra do texto grego, “theopneustos". Essa palavra é composta pela a palavra “theos”
que significa Deus e a palavras “pneustos” que significa respirar. Portanto, quando a
Bíblia diz que é “theopneustos”, significa que ela é “inspirada por Deus”, é concepção de
Deus, ideia de Deus. Portanto, o autor da Bíblia é Deus quem a inspirou, a concebeu,
de autoria dele.

Agora, é claro que alguém pode perguntar: “Como é Deus o autor da Bíblia já que eu li
que foi escrita por Paulo, João e etc.? A Bíblia novamente nos dá a resposta. Assim, 2
Pedro 1:20-21 nos diz:

2 Pedro 1:20-21
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”

Antes de nós olharmos mais de perto, devemos primeiro ter certeza que nós
compreendemos completamente o que “profecia da Escritura” significa. A razão pela qual
eu digo isso é porque a palavra profética é usada hoje quase sempre para falar sobre
coisas do futuro. Contudo, essa palavra não é apenas de uso Bíblico. Biblicamente
falando, “profetizar” significa falar de coisas que vêm diretamente do terreno1 espiritual.
Se o que é dito é sobre o futuro ou não, não é relevante.

Tendo esclarecido o que profecia significa, nós podemos facilmente entender o que
“profecia da Escritura” significa: simplesmente significa a Bíblia como um todo, como a
soma das profecias separadas que compõe isso. Assim, o que 2 Pedro nos diz é que
nenhuma parte da Bíblia (“nenhuma profecia da Escritura”), veio da vontade do homem.
Isso significa que não foi Paulo, por exemplo, que um dia decidiu sentar e escrever uma
carta aos Efésios. Se isso aconteceu assim, Efésios seria escrito pela vontade do homem,
o que a Bíblia elimina. Para encontrar como Paulo e os outros fizeram suas contribuições
para a Bíblia nós não temos a não ser que continuar lendo a mesma passagem. A
resposta está na última parte do versículo 21 onde nós somos informados da profecia da
Escritura, ou seja, a Bíblia foi escrita por homens santos de Deus que falaram
movidos pelo Espírito Santo.Portanto, quem escreveu a Bíblia? Os homens santos de
Deus. Como eles escreveram isso? Eles foram movidos por Deus, que é o Espírito Santo.
Então sim, Paulo, João e os outros foram os escritores da Bíblia. Mas eles não são os
autores. O autor da Bíblia é Deus, que moveu pessoas como Paulo, Pedro e João que
escreveram o que Ele queria, o que Ele autorizou. E se você perguntar como Deus os
moveu, Gálatas nos dá as respostas para o caso de Paulo que também é o mesmo dos
outros:

Gálatas 1:11-12
“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo
os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de
jesus cristo...”

O modo que Deus moveu essas pessoas não foi por possessão, pois Deus nunca possui
ninguém (I Coríntios 14:32-33). Pelo contrário, foi por revelação. Em outras palavras,
Deus disse a Paulo o que escrever e Paulo sentou-se para escrever. Quem, portanto,
escreveu Gálatas? Paulo. Quais ideias, assinatura e autoria Gálatas apóia? De Deus.
Portanto, quem é o autor? Deus é o autor. E quem eram os homens, iguais a Paulo e os
outros que contribuíram para a Bíblia? Eles eram os escritores que escreveram o que o
autor, Deus, os disse. É por isso que a Bíblia, embora sendo escrita por muitos, tem um e
mesmo autor: DEUS. É igual ao diretor e a secretária. A secretária escreve o que o diretor
a diz. Quem faz a escrita? A secretária. Contém as ideias de quem? As do diretor que
portanto, é o autor. E como um diretor pode ter muitos escritores, também Deus tinha
muitos escritores para escrever o que Ele queria.

Portanto, para concluir: Toda a Bíblia ou Escritura é inspiração de Deus, tem Deus
como o autor e foi escrita por pessoas que eram movidas por Deus, ou seja, por
revelação.

1. Uma vez há duas forças no terreno espiritual, a Bíblia faz distinção entre a verdadeira
profecia que vem de Deus, o Pai de Jesus Cristo e a falsa profecia que vem do inimigo de
Deus, o diabo.

Deus nos ama

Deus me ama? Como? Esta é uma pergunta que tem sido feita por inúmeras pessoas,
inúmeras vezes. A resposta que a Bíblia dá para esta pergunta é que Deus não somente
nos ama mas Ele nos ama mais do que qualquer outra pessoa pode nos
amar. Vamos ver isto na Palavra de Deus.

1. Deus nos ama – Ele deu Seu filho por nós

Para ver o amor de Deus por nós, vamos começar em 1 João 4:9. Lá nós lemos:
“Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós...”

O amor, quando é honesto, é sempre manifestado em ações. Aqui a Palavra de Deus nos
fala que verdadeiramente Deus nos ama e que Seu amor foi mostrado, foi manifestado.
Como? A resposta está no restante do versículo:

1 João 4:9
“Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao
mundo, para que pudéssemos viver por meio dele."

Deus nos mostrou o Seu amor enviando Seu Filho, Jesus Cristo, ao mundo, para que nós
possamos viver através dele. Da mesma forma, João 3:16 nos fala:

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu...”

Como nós dissemos acima, o amor sempre entra em ação, dando, e Deus, porque Ele
nos amou, Ele deu! O que Ele Deu? Vamos continuar lendo:

João 3:16-17
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que
nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.”

Deus, por nenhuma outra razão além do amor por nós, Ele chegou ao ponto de dar Seu
Filho para morrer por nós, para que, acreditando nEle, tenhamos vida eterna. Romanos
5:6-10 demonstra esta ideia ainda mais claramente:

Romanos 5:6-10
“De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos Ímpios.
Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez
alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo
morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Como agora fomos
justificados por seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de
Deus! Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a
morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua
vida!”

Você vê a frase “Deus demonstra Seu amor por nós”? Como Deus demonstra o Seu
amor por nós? Ele não só deu Seu Filho por nós, mas Ele Se deu quando nós éramos
ainda pecadores, ímpios, completamente indignos de tanto sacrifício.

O mesmo nós vemos também em Efésios 2:

Efésios 2:1-3
“Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam
viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o
espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos
nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne seguindo os
seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira.”

Eu marquei, na passagem acima, várias palavras que estão no tempo passado para dar
ênfase ao fato de que para o homem que acredita no Senhor Jesus Cristo e Sua
ressurreição, o estado descrito acima é PASSADO. Nós estávamos mortos em
transgressões e pecados e sujeitos à ira. Mas já não somos um destes! O estado descrito
nestes versos é para nós história, não realidade! É um estado do qual nós fomos libertos.
Mas como nós fomos libertos, por quem e por que? Efésios 2:4-9 nos dá a resposta:

Efésios 2:4-9
“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou,
deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões - pela
graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável
riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois
vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;
não por obras, para que ninguém se glorie”.

A palavra “TODAVIA”, que abre esta passagem, faz um contraste entre a que a antecede
(v. 1-3) e a que a segue (v. 4-9). Os versículos 1-3 nos deram o estado lastimável em que
estávamos antes de crermos. Como lemos lá, estávamos “mortos em transgressões e
pecados” e “sujeitos à ira”. Mas Deus, “por causa do Seu grande amor por nós”, mudou
tudo isso: agora, ao invés de “mortos em transgressões e pecados”, nós estamos “vivos
com Cristo” e ao invés de sujeitos à ira nós estamos sentados com Cristo nos lugares
celestiais. Do ponto de vista de Deus, já está consumado. E por que Deus fez isso?
, “pelo grande amor com que nos amou”... mesmo quando estávamos mortos em
nossas transgressões!

2. Deus nos ama – Ele nos fez Seus filhos

Outra passagem que demonstra o quanto Deus nos ama é dada em 1 João 3:1-2:

“Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de
Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.
Amados, agora somos filhos de Deus...”

Que nós somos filhos de Deus é também o que Gálatas 3:26 nos diz: “Todos vocês são
filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus,”! E como esta passagem deixa isso claro,
esta é uma prova de como Deus nos ama. Realmente, “como é grande o amor que o Pai
nos concedeu”.

3. Deus nos ama – Ele nos treina. Nós vimos acima que Deus, por ter nos amado tanto,
Ele nos fez Seus filhos. E como um pai amoroso treina e disciplina seus filhos, então
Deus também o faz e muito melhor. Assim como Hebreus 12:6 nos diz:
Hebreus 12:6
"o Senhor disciplina a quem ama,..."

Disciplina pode não ser o que nós gostamos, mas é o que nós precisamos! É por isso que
só aqueles que realmente nos amam importam-se o suficiente para nos disciplinar. E é
por isso que Deus nos disciplina também: porque Ele nos ama e se importa conosco.

4. Deus nos ama – Nada pode nos separar do Seu amor

A próxima e última parada nessa curta jornada no amor de Deus está em Romanos 8:38-
39:

“Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos [que tipo de anjos? Anjos
caídos, anjos de Satanás] nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer
poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será
capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Deus nos ama e não há absolutamente nada, nenhum poder, nem anjos nem demônios,
nem o presente nem o futuro poderia nos separar do Seu amor. Ele nos ama e nunca vai
deixar de nos amar. Essa é a verdade da Palavra de Deus.

5. Deus nos ama – conclusão

Para concluir este artigo: nós vimos a partir da Palavra de Deus que Deus nos ama e isto
é provado pelo fato de que Ele deu Seu Filho por nós, fazendo isso mesmo quando ainda
éramos pecadores e ímpios! Seria um sacrifício enorme fazer isso pelas pessoas que
fossem justas e boas. Mas nós não somos tais pessoas. Nós éramos pecadores, ímpios,
mortos em transgressões e pecados. No entanto isso não impediu a Deus. Ele nos amou
e por causa do Seu amor por nós, Ele deu o Seu Filho por nós, quando éramos ainda
pecadores, para que, crendo nEle, possamos nos tornar vivos em Cristo e assentados
com Ele nos lugares celestiais.

Além disso, vimos que, porque Deus nos ama, Ele nos fez seus filhos. E como um Pai
amoroso disciplina seus filhos, a quem ama, Deus também o faz e muito melhor.

Finalmente vimos também que o amor de Deus por nós é tão grande e que não há nada
que possa nos separar dele! Para dizer isso de outra forma: não há nada que pudesse
fazer com que Deus deixasse de nos amar!

Eva em Gênesis

O propósito deste artigo é mostrar através do exemplo de Eva em Gênesis, como é


importante conhecer e aplicar de forma exata o que a Bíblia, a Palavra de Deus, diz.

Nós estamos no segundo capítulo de Gênesis. Deus já havia criado o homem, (Gênesis
1:28), colocando apenas uma restrição a ele:
Gênesis 2:16-17
“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque
no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

Isto é o que Deus disse, por exemplo, esta é a palavra de Deus. Vamos agora a Gênesis
3.

Gênesis 3:1
“ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus
tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore
do jardim?”

Neste versículo, a serpente, que é um outro nome para o diabo, tentou Eva. Como
podemos ver, desde o início, ele não revelou sua verdadeira face. Ao invés disso, ele
começou com uma pergunta: “Deus realmente disse, vocês não devem comer de toda
árvore do jardim?” Ele sabia o que Deus havia dito? É claro que sabia. Contudo, fazendo
a pergunta, ele tentava colocar dúvidas na mente de Eva sobre o que Deus havia dito.
Esta estratégia não mudou de forma alguma. De fato, quantas pessoas têm através dos
séculos, gastado suas vidas tentando desafiar o povo de Deus sobre o que Deus disse,
exatamente como o diabo fez? E eles sempre alcançarão êxito enquanto o povo de Deus,
exatamente como Eva em Gênesis, não prestarem atenção ao que a Bíblia, a Palavra de
Deus, diz. É por isso que é necessário manejar corretamente, conhecer e aplicar, o
que a Palavra de Deus, a Bíblia, diz. Infelizmente, Eva não fez isso. Veja as resposta
dela nos versículos 2 e 3 de Gênesis 3:

Gênesis 3:2-3
“E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da
árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis
para que não morrais.”

Num primeiro olhar, o que Eva disse parece bastante exato. Todavia uma simples
comparação ao que Deus disse pode provar que não é. De fato, enquanto Eva disse:
“Nós podemos comer o fruto das árvores do jardim” (Gênesis 3:2), Deus disse: “De toda
árvore do jardim você pode comer livremente” ( Gênesis 2:16). Evidentemente, ela omitiu
a palavra “ livremente ”. Agora você pode dizer “Oh, isto não é nada. Não interessa”. Mas
se não interessa, então por que Deus disse? Tudo que Deus diz interessa. Toda palavra
da Bíblia está lá porque Deus quis assim e por isso é igualmente Palavra de Deus.
Voltando para Eva, sua omissão foi apenas o início. Em Gênesis 3:3, Eva, supostamente
recita o que Deus, disse: “Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse:
“Você não deve comer, nem deve tocar ou você morrerá.” Foi isto mesmo que Deus
disse? Não! Ele nunca disse “nem deve tocar”, mas Ele declarou enfaticamente que “no
dia [no dia exato] que você comer dele você certamente morrerá”. Desde que, Deus está
certo em tudo que Ele diz, alguma coisa tinha que morrer naquele dia, e é disso que nós
tratamos no artigo “Corpo, Alma e Espírito”. Mas veja aqui o que Eva disse: ela
inicialmente omitiu uma palavra, depois acrescentou uma frase, finalmente tirou toda a
ênfase daquilo que Deus disse. Por esta razão, o que ela disse, embora pareça similar ao
que Deus disse, não era realmente aquilo que Ele havia dito. Eu também acredito que isto
indica que embora ela saiba a Palavra de Deus, não a sabe com exatidão então, esta
Palavra não era tanto parte do coração dela como deveria ser. As ações dela confirmam
isto. Depois de ver como Eva lidava com a Palavra de Deus que Satanás revela sua
verdadeira identidade: “Então a serpente disse a mulher, Certamente você não morrerá”
(Gênesis 3:4) Veja a contradição entre o que Deus havia realmente dito: Deus disse:
“você certamente morrerá” (Gênesis 2:17). O diabo disse: “Certamente você não
morrerá”. Não é interessante que leva apenas a adição de uma pequena palavra, a
palavra “não”, para chegar a tal contradição com a Palavra de Deus? Você pode pensar
que isto mudou hoje, mas não mudou. Por exemplo, por milhares de anos Deus disse na
Bíblia: “Pela graça você é salvo através da fé; …não por obras para que ninguém se
glorie” ( Efésios 2:8-9). Todavia, por milhões de anos pessoas têm feito exatamente o
oposto: “por obras”. Adivinhe quem fez o “não por obras” de Efésios 2: 8-9 não existente
para estas milhares de pessoas? O mesmo que falou com Eva e acrescentou o “não” em
Gênesis 3.

Para concluir: em Gênesis, Eva foi tentada pelo demônio, exatamente como Jesus foi em
Mateus 4. Todavia, enquanto Jesus respeitou, conhecia e aplicava a Palavra de Deus,
Eva não soube lidar com ela. O que Deus disse carregava, talvez, certo peso para ela,
mas bem menos do que ela deveria carregar. Isto é demonstrado pela sua resposta ao
demônio em Gênesis 3 onde ela estava acrescentando e omitindo frases, Palavras e
ênfases do que Deus realmente havia dito. Apenas depois que o diabo viu isto, ele
mostrou sua verdadeira identidade. Este exemplo nos mostra como é importante
conhecer e aplicar de forma correta a Bíblia, a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é a
espada de dois gumes que Deus nos deu “para nos resistirmos aos ardis do diabo” (
Efésios 6:11). Se você não conhece a Bíblia, a palavra de Deus, e se você não a colocou
em seu coração, então como você resistirá, sem sua espada, contra os ardis do diabo?
Você não terá a mínima chance, exatamente como Eva não teve a mínima chance.
Conhecendo apenas porções e pedaços ou tendo apenas algum conhecimento de cabeça
da Palavra não irá ajudá-lo. Você deve conhecer o que Deus disse e isto deve ser parte
de seu coração. Só então você poderá ser capaz de responder da forma que nosso
Senhor Jesus Cristo respondeu ao diabo em Mateus 4, por exemplo, como um forte “está
escrito” e não com um “oh, vamos ver… eu acho…” como Eva essencialmente fez em
Gênesis. O exemplo de Eva em Gênesis é um exemplo a ser evitado e no artigo “As
Tentações de Jesus (Mateus 4)” nós mostraremos exemplos a serem seguidos: o
exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo.

Espírito Santo: “outro Consolador”

Em João capítulos 14 a 16, encontramos Jesus, pouco antes de sua prisão pelos judeus,
dando instruções de última hora e conforto aos seus discípulos. Ele não iria mais estar
com eles. Eles certamente iriam vê-lo novamente depois de sua ressurreição, mas
apenas temporariamente, até a ascensão a Seu Pai. O fato de que Jesus iria para o Pai
significa que eles seriam deixados sós ... a não ser que Ele enviasse um substituto,
alguém que preenchesse seu lugar. A não ser que Ele estivesse vindo para eles em
"outra forma", por assim dizer. E, como veremos, é exatamente o que aconteceu! Jesus,
embora não mais presente fisicamente, está muito mais presente do que antes! Como?
Através do Consolador, o Espírito Santo, o que realmente preencheu o lugar de Jesus,
fazendo o que ele estaria fazendo se estivesse fisicamente presente com cada um de
seus discípulos. Mencionar discípulos, eu não estou me referindo aqui apenas aos
discípulos que estavam presentes naquela noite no jardim do Getsêmani. Além deles
estou estou me referindo a nós! Nenhum de nós conheceu Jesus pessoalmente, em carne
e osso, como os discípulos o encontraram. No entanto, por causa do Consolador, o
Espírito Santo, não somos deixados sem Ele. João 14:15-18 nos diz:

João 14:15-18
"Se vocês me amam, guardareis os meus mandamentos. "E eu rogarei ao Pai e Ele vos
dará outro Consolador, para estar com vocês para sempre, o Espírito da Verdade, que o
mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque
ele habita em vocês e estará convosco. "

Jesus Cristo está falando aqui sobre o Espírito Santo e descreve-o como outro
consolador. Embora Jesus estivesse indo embora, Ele não iria realmente deixá-los
sozinhos. Ele iria enviar OUTRO consolador, isto é, consolador alguém que iria substituí-
lo, alguém que faria tudo o que ele estava fazendo quando habitava com eles, um
substituto para falar em nome de sua ausência física. Embora ele não estivesse mais
presente fisicamente com eles, ele estaria presente espiritualmente, através do
Consolador. Em outras palavras ter o Espírito Santo é absolutamente como ter Jesus. E o
Espírito Santo faz para aqueles que seguem Jesus o que Jesus fez por seus discípulos,
quando ele estava fisicamente presente, ou seja, ensiná-los, orientá-los, admoestá-los,
confortá-los. É por isso que é chamado de um OUTRO Consolador. O consolador primeiro
foi Jesus em sua presença física. Apenas alguns dias depois da ascensão de Jesus, o
Espírito Santo, o segundo Consolador, "outro Consolador", a preencher o lugar de Jesus,
que foi o consolador que veio em primeiro lugar. Como Barnes diz em seu comentário:

"Jesus tinha sido para eles um conselheiro, um guia, um amigo, enquanto estava com
eles. Ele os tinha instruído, tratara seus preconceitos e ignorância, e tinha administrado
consolação para eles nos tempos de desânimo. Mas ele estava prestes a deixá-los agora
.. O outro Consolador era para ser dado como uma compensação por sua ausência, ou
para realizar a mesma função em relação a eles que Jesus teria feito se tivesse
permanecido pessoalmente com eles. E deste podemos aprender, em parte, o qual é a
função do Espírito. É fornecer a todos os cristãos a instrução e consolação que teria sido
dada pela presença pessoal de Jesus... " (Albert Barnes’ Notes on the Bible)

Portanto, querido irmão e irmã em Cristo: você não está sozinho. Jesus não está em
algum lugar longe de você. Ele está muito perto de você. Jesus, através do Consolador,
está em você! Como Colossenses 1:26-27 nos diz:
“o mistério que esteve oculto através dos séculos e das gerações, mas agora foi revelado
aos seus santos. Para eles Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória
deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória ".
Cristo está em vós querido irmão e irmã. O consolador está em você! E por que é que o
consolador está lá? Para fazer tudo o que Cristo faria se estivesse fisicamente presente.
Este é o ministério do Espírito Santo, como descrito por Jesus:

João 14:26
"Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas e vos recordará de todas as coisas que vos tenho dito."

João 15:26
"Mas quando vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o mesmo Espírito da
verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim."

João 16:7
"Mas eu vos digo a verdade; É para vossa vantagem que eu vá: pois se eu não for, o
Consolador não virá para vós outros, mas se eu for, vou enviá-lo para vós. "

Ter o Espírito Santo é mais para a nossa vantagem, do que se Jesus tivesse ficado
fisicamente presente na terra!

João 16:8-15
"E quando ele vier, ele convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado,
porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai e não me vereis mais; do
juízo, porque o príncipe deste mundo está julgado. Eu ainda tenho muitas coisas a dizer
para vocês, mas vocês não as podeis suportar agora. No entanto, quando Ele, o espírito
da verdade, chegar, ele vos guiará a toda a verdade, porque não falará por sua própria
autoridade, mas o que ele ouve ele falará, e ele irá dizer-lhes das coisas que virão, ele
me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Todas as coisas que o
Pai tem é meu. Por isso eu vos disse que ele tem o que é meu e vo-lo anunciará. "

Este é o maravilhoso ministério e a realidade maravilhosa do Espírito Santo. Muitas


pessoas não acreditam realmente na atividade do Espírito Santo na vida dos seus
discípulos. Eles estão, portanto, essencialmente apoiando o fato de que ficamos órfãos
com apenas nossas mentes para tentarmos descobrir como viver para Ele! Mas, como
Jesus disse: não somos órfãos! O Espírito Santo preenche por ele, sendo "outro
Consolador", isto é, um consolador no lugar de Jesus, o nosso primeiro consolador.

Outros ainda atribuem ao Espírito Santo coisas que nunca vemos Jesus fazendo e que
não têm apoio na Escrituras. Essas coisas são realmente feitas pelo Espírito Santo? A
resposta é NÃO. O que o Espírito Santo faz está sempre em alinhamento com a Palavra
de Deus. Se algo não está em alinhamento com a Palavra, então não é feito pelo Espírito
Santo.

Para fechar este artigo: Jesus foi para o seu Pai e não nos deixou sozinhos. Ele nos
enviou um substituto que faz o que Jesus faria se estivesse fisicamente presente com
cada um de nós. Esta substituição é o Espírito Santo e sua missão é, entre outras, nos
ensinar e pôr em lembrança (João 14:26), instruir, orientar (At 16:6-10) e confortar (Atos
9:31). Não é um "espírito de medo, mas de poder, de amor e de moderação" (2 Timóteo
1:7). Este é o dom maravilhoso que o Pai, por causa do Seu amor, deu aos que crêem no
seu Filho e em sua ressurreição dentre os mortos.

Romanos 5:5
"o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado."

João Batista

Recentemente li o livro: "Generais de Deus" (em Inglês). Para aqueles que não leram, é
um livro que fala sobre os ministros famosos que atuaram nos séculos 19 e 20. Para cada
um dos ministros apresentado há um relato biográfico dos seus altos e baixos, juntamente
com os comentários do autor. Afetado por esta leitura, eu estava pensando hoje em
lançar um olhar na narração feita pela Bíblia de um dos mais conhecidos Generais de
Deus: João Batista.

1. Os homens bíblicos: não são super-homens

Creio que Deus colocou histórias de homens como João, Paulo, Elias, etc., na Bíblia para
nos ensinar através dos exemplos de suas vidas. Muitos tendem a pensar que essas
pessoas eram super humanos de alguma e há pouca ou nenhuma semelhança com o
resto de nós. No entanto, este não é o caso. Como Tiago diz com muita propriedade a
respeito de Elias:

Tiago 5:17
“Elias era homem sujeito as mesmas paixões que nós”

e como Pedro também disse a Cornelio quando este ajoelhou-se diante dele:

Atos 10:26
“Levanta-te: pois eu mesmo sou apenas homem.”

E antes disso, quando as pessoas olharam para Pedro e João, depois da cura do homem
paralítico, Pedro disse:

Atos 3:11-13,16
“... Apegando-se o homem a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles, ao
pórtico chamado de Salomão. Pedro, vendo isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que
vos admirais deste homem? Ou, por que fitais os olhos em nós, como se por nosso
próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar? O Deus de Abraão, de Isaque e de
Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós entregastes e
perante a face de Pilatos negastes, quando este havia resolvido soltá-lo. Mas vós
negastes o Santo e Justo, e pedistes que se vos desse um homicida; e matastes o Autor
da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. E
pela fé em seu nome fez o seu nome fortalecer a este homem que vedes e conheceis;
sim, a fé, que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde.”

O povo de Deus do qual lemos na Bíblia e cujas obras feitas por Deus através deles, não
eram de forma alguma super humanos. Eram todos homens "sujeito às mesmas paixões
como nós somos" (Tiago 5:17). Como diz Paulo em 2 Coríntios 3:4-6:

"E nós temos tal confiança em Cristo para com Deus. Não que sejamos capazes, por
nós mesmos de pensar qualquer coisa como sendo de nós mesmos, mas a nossa
capacidade vem de Deus, que também nos capacitou para sermos ministros da
nova aliança, não da letra, mas do espírito”

É Deus que é a nossa suficiência. João, Paulo, Pedro, Elias, não eram mais "suficiente"
que qualquer um de nós. Não é necessário ser um super-humano, um super auto-
suficiente, para fazer o que Deus tem chamado você. Ele é o que é super suficiente e Ele
certamente é suficiente para nós como foi para qualquer daqueles que desejavam andar
com ele no passado.

2. João Batista: seu chamado

Após esta pequena introdução, vamos nos voltar agora para João Batista. O anjo que
anunciou o seu nascimento a seu pai, disse o seguinte sobre ele:

Lucas 1:15-17
“Porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será
cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; converterá muitos dos filhos de
Israel ao Senhor seu Deus; irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os
corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para
o Senhor um povo apercebido.”

e Jesus disse depois:

Mateus 11:9-11ª
Mas por que saístes? Para ver um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta.
Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio eu ante a tua face o meu mensageiro,
que há de preparar adiante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que, entre os
nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista; mas aquele que
é o menor no reino dos céus é maior do que ele.”

João seria "grande diante do Senhor" (Lucas 1:15). Entre os nascidos de mulher, não
haveria ninguém maior que João Batista. João tinha um chamado para sua vida. Ele era
para ser o precursor do Senhor Jesus Cristo. "Para fazer um povo preparado para o
Senhor" (Lucas 1:17). Ele tinha uma missão a cumprir, e foi ordenado para ele mesmo
antes de seu nascimento. No entanto, isso é verdade não só para ele. É verdade para nós
também. Como diz a Escritura, fomos pré-conhecidos por Deus (Romanos 8:29), e cada
um de nós foi criado por Ele no corpo de Cristo com uma determinada função (1 Coríntios
12:8). Como a função de João era para ser o precursor de Cristo e esta função foi definida
por Deus, assim também nós temos uma função no corpo, um chamado que Deus tem
definido especialmente para cada um de nós. Nós não estamos nesta terra
acidentalmente. Em vez disso, somos bem conhecidos, provavelmente não pelos
homens, mas certamente por Deus nosso Pai.

3. João batista: No deserto

Poucas coisas foram escritas sobre o período anterior às pregações de João. Lucas 1:80
resume este período da seguinte forma:

Lucas 1:80
“E a criança crescia e se tornava forte em espírito, e ficou nos desertos até o dia de sua
manifestação em Israel”

João ficou nos desertos até o dia da sua manifestação em Israel. Ele tinha uma chamada
desde o início. No entanto, também houve um tempo determinado para sua manifestação.
TODOS nós temos uma função no corpo de Cristo, mas é Deus que define esta função,
bem como a forma como irá se manifestar. Como se diz em 1 Coríntios 12:18

I Coríntios 12:18
“Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.”

Você não tem que procurar por um lugar no corpo de Cristo. Deus já te colocou lá e Ele
fez isso como quis. Só Ele tem uma função projetada para você, Ele te ordenou para esta
função e Ele o equipou a fazê-lo. Além disso, Ele também definiu como e o que você fará
em sua função. O Chamado de João era preparar o caminho do Senhor e ele sabia disso
desde muito cedo. Alguém poderia imaginar que, já que ele sabia, ele deveria ter parado
qualquer outra coisa que estivesse fazendo e ter começado a pregar. No entanto, João
fez isso somente depois que "a palavra de Deus veio a ele" (Lucas 3:1-6). Assim que ele
teve uma palavra do Senhor, então, e só então, deu um passo à frente para fazê-lo.
Realmente Lucas 3:1-6 nos diz:

Lucas 3:1-6
“No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da
Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e de
Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio a
palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a
circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão de
pecados; como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no
deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. Todo vale se encherá,
e se abaixará todo monte e outeiro; o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos
escabrosos se aplanarão; e toda a carne verá a salvação de Deus.”

João foi designado por Deus para uma função especial. Ele era para ser o precursor do
Senhor Jesus Cristo, para preparar o caminho do Senhor, e pregar o batismo de
arrependimento. Ele poderia ir em frente desde o início e fazer o que ele poderia ter
pensado e iria satisfazer a sua missão da melhor maneira. Ele poderia ter inventado mil
idéias, sobre como ele estava para cumprir sua missão melhor. No entanto, ele não fez
isso. Ao contrário, ele esperou até que ele obtivesse uma palavra de Deus. Assim que ele
obteve a palavra, sem pensar duas vezes, ele começou a fazer o que foi dito a respeito
dele: pregando o batismo de arrependimento para a remissão dos pecados. Deus
designou-nos no corpo de Cristo com uma determinada função, definindo também como e
o que vamos fazer em nossa função. João começou a pregar somente quando "a Palavra
de Deus veio a ele" (Lucas 03:02) E isso aconteceu ... no deserto. Este era o "centro de
formação" de João. Nos tempos em que não podemos apreciar de forma alguma os
desertos, podem ser na verdade os tempos que Deus usa para o nosso treinamento.
Então, quando a carne e suas ações são quebradas ali, no "deserto", estaremos prontos
para fazer, não o que achamos que deveríamos fazer para Ele, mas o que Ele, desde o
início, nos chamou para fazer.

4. João Batista: multidões vindo a ele

E o evangelho de Lucas continua:

Lucas 3:7-9
“João dizia, pois, às multidões que saíam para ser batizadas por ele: Raça de víboras,
quem vos ensina a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;
e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos por pai a Abrão; porque eu vos digo que
até destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abrão. Também já está posto o machado à
raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no
fogo.”

“As multidões saíam para serem batizadas por João”. Não foi João que tentou atrair essas
multidões. Com certeza, ele não foi diplomático quando chamou sua geração de "raça de
víboras". Obviamente, ele não tentou agradá-los. Em vez disso, ele falou o que Deus
queria que ele falasse e no volume que Ele queria que ele falasse.

O ministério de João prosperou à medida que ele seguiu o que Deus havia designado
para ele fazer. Ele não fez nenhum milagre (João 10:4), pelo menos não há registro de
um. Ele não anunciava a si mesmo. No entanto, as pessoas sabiam que tinham
encontrado um profeta. Há pessoas hoje em dia por aí que dizem "eu sou um professor"
ou "eu sou um profeta". João não fazia isso. Ele não fez uma campanha recomendando-
se como um profeta. Na verdade, você não irá encontrar em nenhum lugar dizendo que
ele era um profeta. No entanto, as pessoas sabiam disso. O Senhor Jesus confirmou isso
também.

Se João vivesse hoje, milhões teria chegado a ele. No entanto, João não estava atrás das
multidões. Quando o seu ministério estava no auge, com multidões vindas ter com ele e
quando todos pensavam que ele poderia ser o Cristo, João «confessou e não negou»
(João 1:20-23):
“Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. Ao que lhe
perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E
respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos
enviaram; que dizes de ti mesmo? Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto:
Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.”

João não tentou tomar para si todos os títulos populares de Cristo, Elias ou o profeta,
embora profeta e Elias fossem títulos que se encaixavam muito bem com ele. No entanto,
este não era o ponto. O ponto era que ele estava fazendo o que ele tinha sido
designado a fazer. Ele era para ser a voz do que clama no deserto, e isso é exatamente
o que ele estava fazendo. Nossa preocupação não deve ser o de obter um título, um
nome, mas fazer o que Deus nos designou para fazer, o que quer que isso possa ser, e
independentemente do nome que possa ter.

5.João Batista: o fim de seu ministério

A popularidade de João era muito alta. Ele era muito famoso... Tudo isso até que o
ministério de Jesus começou. Parece que quando o ministério do Senhor começou, o
ministério de João chegou ao fim. O ministro que já fora popular agora estava vendo as
multidões deixá-lo de seguir para seguir o Senhor. Qual foi sua reação? João 3 nos diz:

João 3:26-30
“E foram ter com João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão,
do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele.
Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.
Vós mesmos me sois testemunhas de que eu disse: Não sou o Cristo, mas sou enviado
adiante dele. Aquele que tem a noiva é o noivo; mas o amigo do noivo, que está presente
e o ouve, regozija-se muito com a voz do noivo. Assim, pois, este meu gozo está
completo. É necessário que ele cresça e que eu diminua.”

João não estava atrás das multidões e, portanto, ele não se sentiu desconfortável vendo
seu ministério diminuindo. Na verdade, ele se alegrou, reconhecendo que seu ministério
era transformar as pessoas não para si mesmo, mas a Cristo. No final João acabou na
prisão, onde ele foi decapitado. Como Hebreus 11 diz para aqueles que como ele tinha
uma morte de mártir:

Hebreus 11:35-38
“As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não
aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros
experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões. Foram apedrejados e
tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles
de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era
digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra.”

João - bem como aqueles de Hebreus 11:35-38 - era um homem como nós. No entanto,
ele estava determinado a fazer o que Deus o havia chamado para fazer. Ele poderia ter
negado o seu apelo e apenas ter vivido como todos os outros da sua idade (ele era cerca
de 30!). Teria sido muito mais fácil. Não seria? No entanto, ele preferiu seguir a Deus.
Como cristão, você pode ter que enfrentar os momentos de desconforto, momentos em
que você teria que tomar o caminho estreito. Você será capaz de suportar nestes tempos,
só se a sua visão, o que você está olhando, é o Senhor Jesus Cristo. Como Hebreus diz
de novo:

Hebreus 12:1-2
“Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas,
deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com
perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e
consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz,
desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.”

A única forma de corrermos a corrida espiritual é olhando para Jesus. Não nas coisas
visíveis, mas nas que não são vistas, as eternas.

2 Coríntios 4:18
“Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as
que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.”

Isto é o que João fez e o que nós devemos fazer.

Atos 16:6-40

O livro de Atos é um livro muito prático que mostra como era a vida nas igrejas do
primeiro século, bem como a forma que homens de Deus, como Paulo, Pedro, etc
andavam com Ele, dando-nos um exemplo muito prático. Este exemplo é registrado em
Atos 16, um capítulo dedicado à visita de Paulo a Filipos.

1. Atos 16: 6-10: A decisão de visitar

Começando nossa exploração de Atos 16:6-8, lemos:

Atos 16:6-8
"E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo
de anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia,
mas o Espírito não lho permitiu. E, tendo passado por Mísia, desceram a Trôade.”

Se você consultar um mapa, você verá que o que está descrito em quatro linhas aqui foi
uma viagem muito longa. Galácia, Frígia e Ásia (Menor) foram três regiões que se
sucederam. Paulo e aqueles que o acompanhavam, passaram as duas primeiras regiões
(Frígia e Galácia) e chegaram a terceira: Ásia Menor. No entanto, como diz o texto, Deus,
o Espírito Santo, os proibiu de pregar a Palavra lá, e assim eles foram para o norte em
direção à Mísia. No entanto, quando tentaram sair de lá para Bitínia, Deus os proibiu
novamente. Como resultado, eles passaram por Mísia e foram para Trôade, no mar Egeu.
Como fica evidente a partir do acima exposto, Filipos não era um lugar onde Paulo e Silas
estavam planejando ir. Na verdade, eles tentaram duas vezes ir para outros lugares, mas
Deus os proibiu. A razão pela qual Ele proibiu-lhes não foi por Ele não desejar que Sua
Palavra fosse pregada nessas áreas. Na verdade, Paulo foi para a Ásia Menor, algum
tempo depois e, como Atos 19:10 nos diz: ". Todos os que habitavam na Ásia ouviram a
palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos" No entanto, todos sabemos que não
é possível estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo. Em outras palavras, era
impossível que a Palavra fosse pregada simultaneamente pelo mesmo homem na Ásia
em Bitínia e em Filipos. Algo necessariamente tinha que vir primeiro e segundo alguma
coisa. Como parece, do ponto de vista de Deus, Filipe e Grécia tiveram prioridade ao
longo do tempo na Ásia e Bitínia. A partir disso podemos concluir que Deus não está
interessado em apenas a pregação da Palavra, mas na pregação da Palavra,
onde Ele quer, como Ele quer e quando Ele quiser. Como Efésios 5:23 nos diz:

"Cristo é o cabeça da igreja".

A igreja tem um chefe, alguém que deve ser consultado para as coisas em relação a ela.
Não é nem você nem eu, nem qualquer outro homem mortal, mas Cristo. Em relação ao
nosso caso, o que o chefe realmente queria está registrado nos versículos 90-10:

Atos 16:9-10
"E uma visão apareceu a Paulo na noite. Um homem da Macedônia se levantou e pediu a
ele, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Agora, imediatamente depois que ele teve
esta visão, procuramos ir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamou
para pregar o evangelho para eles. "

Deus não os havia chamado nesse tempo específico, para pregar a Palavra na Ásia e
Bitínia. Em vez disso Ele os havia chamado para pregar a Palavra na Macedônia e,
finalmente, em todo o lado oriental da Grécia continental. Como é que eles sabem disso?
O Senhor comunicou a eles através de uma visão. Na verdade, Ele comunicou a eles
de tal forma que eles se reuniram com certeza, sem dúvida, que o Senhor os estava
levando para lá. No entanto, você acredita que Deus teria feito isso se eles não
estavessem prontos para ir onde Ele queria que eles fossem? Acho que não. Deus não
vai obrigar ninguém a trabalhar no seu campo. No entanto, se alguém quiser trabalhar
para ele - que é exatamente o que Ele espera de nós1 - ele não deve fazer a sua
própria maneira sobre como, quando e onde ele vai passar, mas ele deve consultar
o Mestre que é o responsável por decidir sobre isto.

2. Atos 16: 11-40: A visita a Filipos e seus resultados

Tendo claro comando de Deus para navegar para a Macedônia, Paulo e os que o
acompanhavam partiram imediatamente. Os versículos 11-12 nos diz:

Atos 16:11-12
"Navegando, pois, de Trôade, fomos em direitura a Samotrácia, e no dia seguinte a
Neápolis; e dali para Filipos, que é a primeira cidade desse distrito da Macedônia, e
colônia romana; e estivemos alguns dias nessa cidade.”
Deus lhes havia dito para ir para a Macedônia. Então, eles não pararam para pregar a
palavra na Samotrácia, mas foram diretamente para Filipos, a cidade mais importante da
região da Macedónia. Lá, várias coisas aconteceram como veremos a seguir.

2.1 Lídia: a primeira crente da Europa

A partir de versos 13-15, lemos:

Atos 16:13-15
“No sábado saímos portas afora para a beira do rio, onde julgávamos haver um lugar de
oração e, sentados, falávamos às mulheres ali reunidas. E certa mulher chamada Lídia,
vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que temia a Deus, nos escutava e o Senhor
lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.Depois que foi batizada, ela e
a sua casa, rogou-nos, dizendo: Se haveis julgado que eu sou fiel ao Senhor, entrai em
minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.”

Lidia reverenciava a Deus? Sim, é isso o que a passagem diz. No entanto, ela era salva?
NÃO, pois ela não sabia sobre o Senhor Jesus Cristo. Assim, ela era como Cornelius: um
homem devoto, que temia a Deus com toda a sua casa e dava esmolas generosamente.
Ele orava a Deus (Atos 10:2). No entanto, ele precisava de Pedro para ir à sua casa e
dizer-lhe palavras pelas quais, como o anjo lhe disse, ele e sua família seriam salvos
(Atos 11:14). Da mesma forma, Lídia reverenciava a Deus. No entanto, ela precisava de
alguém para vir e falar-lhe sobre Jesus Cristo, para que pudesse acreditar e ser salva. E
isso é exatamente o que aconteceu: Deus fez com que Paulo viesse todo o caminho da
Silícia para pregar a Palavra para ela. Ela acreditou e se tornou a primeira crente
registrada na Europa continental. No entanto, este foi apenas o começo.

2.2 A menina endemoniada

Versículos 16-18 nos dizem:

Atos 16: 16-18


"Ora, aconteceu que quando íamos ao lugar de oração, nos veio ao encontro uma jovem
que tinha um espírito adivinhador, e que, adivinhando, dava grande lucro a seus
senhores. Ela, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: São servos do Deus
Altíssimo estes homens que vos anunciam um caminho de salvação. E fazia isto por
muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou- se e disse ao espírito: Eu te ordeno em nome
de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora saiu.”

Esta menina, obviamente, tinha um espírito maligno, que através dela, parecia anunciar a
Paulo e o que sua equipe estavam fazendo lá. À primeira vista, pode parecer que o que
temos aqui é o paradoxo do diabo apoiando o trabalho do Senhor! No entanto, seria
possível que algo como isso pudesse acontecer? Acho que não. Como Paulo disse a
Elimas, um outro homem possuído pelo diabo:
Atos 13:9-10
"Todavia Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos nele,
disse: filho do Diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a
justiça, não cessarás de perverter os caminhos retos do Senhor?”

O que diabo está continuamente buscando é: perturbar os retos caminhos do Senhor.


Assim, a única razão pela qual ele parecia proclamar, por meio desta menina, as mesmas
coisas que Paulo, era exatamente porque ele queria perturbar os retos caminhos do
Senhor. Não é realmente difícil entender como ele planejava fazer isso. Basta imaginar o
quanto a Palavra que Paulo pregava seria degradada pelo seu acordo com as
proclamações desta menina possuída. Para os moradores, ela era, mais uma porta-voz
do antigo deus grego Apolo. Sabemos disso a partir de um texto grego antigo que não diz
que a menina estava possuída por um espírito de adivinhação, mas que ela tinha "um
espírito, um Python". Zodhiates nos2 diz:

"Python era o nome grego dado à serpente ou dragão mitológico que viveu em Pytho sob
o Monte Parnaso e guardava o Oráculo de Delfos. O nome tornou-se então o apelido de
Apolo, o deus da adivinhação na mitologia grega e, portanto, aplicada a todos os oráculos
e espíritos de adivinhação. "

Obviamente, esta menina era considerada pelos moradores como um meio pelo qual
Apollo falava. É por isso que o texto diz que ela tinha um espírito, um Python. Além disso,
o seu "mais alto Deus", e aquele que os moradores percebiam como tal, não foi o único e
verdadeiro Deus, o Pai do Senhor Jesus Cristo3, mas ...... Zeus. Agora é fácil entender a
perversão que ela trazia para a pregação de Paulo e o que o adversário queria fazer
através dela, não era para anunciar, mas para "perturbar os retos caminhos do Senhor."
Felizmente, ele não teve sucesso em seus propósitos.

Realmente, Atos 16:18 nos diz:


"Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Eu te ordeno em nome de Jesus
Cristo que saias dela. E ele saiu na mesma hora".

Paulo sabia através da operação de discernimento de espíritos (I Coríntios 12:10) que o


que falou através desta menina era um espírito maligno. É por isso que ele se dirigiu
diretamente para ele, ordenando que ele fosse, e este imediatamente o fez.

2.3 Uma reunião na prisão tarde da noite

Infelizmente, o livramento dado a esta menina não fez todos felizes. Seus senhores
ganhavam muito dinheiro com as obras do espírito enganoso que a possuía, e quando
viram que "a esperança do seu lucro" tinha ido embora:

Atos 16:19-24
"Eles prenderam Paulo e Silas, e os arrastaram para o mercado para os governantes e os
apresentaram aos magistrados e disse: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a
nossa cidade; E eles pregam costumes que não são legais para nós, sendo Romanos,
recebermos ou observarmos. Então a multidão se levantou unida contra eles; os
magistrados rasgaram suas roupas, e ordenou que fossem espancados com varas. E
depois de os açoitarem, os lançaram na prisão, ordenando ao carcereiro para mantê-los
com segurança. Tendo recebido tal ordem, ele colocou-os na prisão interior e lhes
prendeu os pés no tronco. "

Depois de tal tribulação, muitos de nós teríamos começou a reclamar a Deus, culpando-o
que tinha acontecido. No entanto, murmurando não é o que a Palavra nos diz para fazer
em ocasiões semelhantes. Realmente, como I Pedro 4:16 diz:

I Pedro 4:16
"Se alguém sofre como cristão, que ele não se envergonhe, antes glorifique a Deus
neste assunto."

É exatamente isso que Paulo e Silas fez:

Atos 16:25
"Mas à meia-noite Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus, e os
prisioneiros os escutavam."

Além do fato de que aqueles dois caras torturados barbaramente, estarem orando e
cantando a Deus, perceba também que todos os prisioneiros os ouviam. A palavra "ouvir"
nesta passagem, é uma tradução do verbo grego "epakroomai" que não significa
simplesmente "ouvir", mas "a ouvir com especial atenção o que é dito4". Veja então o
que aconteceu:

Atos 16:26
"E de repente houve um tão grande terremoto que os alicerces do cárcere se moveram, e
logo todas as portas se abriram e as cadeias de todos foram soltos."

Para entender a importância do evento acima, vamos por um minuto nos colocar na
posição de um desses prisioneiros. Então, vamos supor que você está na prisão ouvindo
com especial atenção dois homens torturados que glorificando a Deus e de repente um
terremoto acontece que ...... soltasuas correntes e abre todas as portas da prisão. Não
seria este fenômeno marcante na sua vida para sempre e ser suficiente para fazer você
clamar ao Deus de Paulo e de Silas"? Acho que sim. Na verdade, vamos ver a reação
imediata de um dos homens que estava lá naquela noite:

Atos 16:27-30
"E o guarda da prisão, despertando do sono, e vendo as portas da prisão abertas,
supondo que os presos tivessem fugido, puxou da espada e estava prestes a se matar
Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal.: pois estamos
todos aqui. Então, ele pediu uma luz, correndo para dentro, e prostrou-se tremendo diante
de Paulo e Silas. E trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para ser
salvo? "

Como esse homem tinha certeza de que Paulo e Silas eram capazes de lhe dar a
resposta certa para uma pergunta tão crítica? A resposta é porque ele os ouviu louvando
a Deus e viu como Deus respondeu por meio do terremoto e o que se lhe seguiu. Ele foi,
portanto, convencido de que Paulo e Silas representava Deus. É por isso que a primeira
coisa que ele lhes perguntou foi o que ele devia fazer para ser salvo. Ele sabia que eles
tinham a resposta certa. Vamos agora ver a resposta de Paulo e Silas:

Atos 16:31
"E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa."

Realmente, eu não sei quantas pessoas hoje seria tão simples sobre a salvação como
Paulo e Silas foram. "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo". Isso é realmente tudo
o que é necessário. Você acredita que é salvo. Você não acredita que não está salvo.
Como Romanos 10:9 também nos diz:

Romanos 10:9
"Se você confessar com sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo."

Como é simples! Voltando para o registro do detentor da prisão, depois que Paulo e Silas
deu-lhe a resposta que precisava, eles continuaram ensinando-lhe ainda:

Atos 16:32-33
"E pregaram a Palavra do Senhor, a ele e a todos os que estavam em sua casa. E ele na
mesma hora da noite levou-os e lavou-lhes os vergões; E imediatamente ele e toda a sua
família foram batizados E quando ele os trouxe a sua casa, colocou comida antes deles, e
se alegrou, tendo crido em Deus com toda a sua casa ".

Observe o tempo que tudo isso aconteceu. Aconteceu depois da meia noite, pois já era
meia-noite quando Paulo e Silas estavam orando e cantando a Deus (versículo 25).
Depois da meia noite, portanto, Paulo, Silas, o carcereiro e sua família tiveram uma
maravilhosa reunião onde muitas almas foram salvas e se alegraram no Senhor! Quem
poderia imaginar que realmente isso poderia acontecer? E ainda assim está na Escritura.
No entanto, isso teria ocorrido se a Paulo e Silas, em vez de glorificar a Deus estivessem
murmurando sobre sua situação? NÃO. Glorificaram a Deus em seus problemas, e
ensiaramo, através de seus louvores e orações, a Palavra para os outros prisioneiros.
Deus apoiou a Sua Palavra com um grande sinal que certamente teve um tremendo
impacto em todos. Na verdade, o guardião da prisão com toda a sua família, acreditaram
naquela noite e tiveram uma grande reunião com Paulo e Silas bem depois da meia-noite!
Realmente que bênção é ler tais eventos. E que bênção e cura deve ter sido para Paulo e
Silas, depois da tortura que sofreram. No entanto, as bênçãos não pararam por aí. No dia
seguinte:

Atos 16:35-40
"Quando amanheceu, os magistrados mandaram quadrilheiros a dizer: Soltai aqueles
homens. E o carcereiro transmitiu a Paulo estas palavras, dizendo: Os magistrados
mandaram que fosseis soltos; agora, pois, saí e ide em paz. Mas Paulo respondeu-lhes:
Açoitaram-nos publicamente sem sermos condenados, sendo cidadãos romanos, e nos
lançaram na prisão, e agora encobertamente nos lançam fora? De modo nenhum será
assim; mas venham eles mesmos e nos tirem. E os quadrilheiros foram dizer aos
magistrados estas palavras, e estes temeram quando ouviram que eles eram romanos;
vieram, PEDIRAM-LHE DESCULPAS, tirando-os para fora, rogavam que se retirassem da
cidade. Então eles saíram da prisão, entraram em casa de Lídia, e, vendo os irmãos, os
confortaram, e partiram."

No final do dia, foram os magistrados que foram humilhados e não Paulo e Silas. Na
verdade, eles se IMPLORARAM a Paulo e Silas para se afastarem de sua cidade. No
entanto, eles já haviam conseguido criar uma igreja lá. Esta igreja nunca teria sido criado,
como muitas outras igrejas na Grécia, se Paulo e seus companheiros não tivessem
obedecido a vontade de Deus de ir para a Macedônia, mas tivessem agido de acordo com
seus próprios desejos. No entanto, o fato de eles obedecerem a vontade de Deus, não
significa que eles não sofreram perseguição. Mas Deus se tornou a perseguição em bem
e através dela muitas almas foram salvas, aumentando a igreja naquele lugar e dando um
grande livramento e encorajamento ao Seu povo.

Notas de Rodapé

1. Veja Lucas 10:2

2. Veja Spiros Zodhiates, The complete word study dictionary, AMG publishers, 1992,
p.1253.

3. Até então ninguém havia falado aos locais sobre Ele

4. Veja: Dimitrakos: Lexicon of all the Greek language, p. 2,688.

Gideão: Estudo Bíblico (Juízes 6 e 7)

A Bíblia e especialmente o Novo Testamento está cheio de relatos que nos mostram o
modo como Deus trabalhava com vários homens. Um destes homens era Gideão. Este
artigo é um estudo bíblico sobre sua vida.

Gideão: A experiência (Juízes 6:1-10)

A respeito do tempo de nossa história, nós estamos no período onde Israel era governada
por juízes. O último juiz antes de Gideão foi Débora, uma mulher de Deus através de
quem Ele “sossegou a terra quarenta anos.” (Juízes 5:32). Contudo, este sossego não
durou para sempre. Juízes 6:1-6 nos diz:

Juízes 6:1-6
“Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR; e o
SENHOR os deu nas mãos dos midianitas por sete anos. E, prevalecendo a mão dos
midianitas sobre Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as
covas que estão nos montes, as cavernas e as fortificações. Porque sucedia que,
semeando Israel, os midianitas e os amalequitas, e também os do oriente, contra ele
subiam. E punham-se contra ele em campo, e destruíam os frutos da terra, até chegarem
a Gaza; e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos.
Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, em grande
multidão que não se podia contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na
terra, para a destruir. Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas;”

Depois de quarenta anos de sossego, Israel, por causa dos Midianitas, estava sob grande
opressão. Como o texto nos diz, eles destruíram suas propriedades de tal forma que “nem
ovelhas, nem bois, nem jumentos” foram deixados para eles (Juízes 6:4). Contudo, todas
essas calamidades não aconteceram acidentalmente. Juízes 6:1 nos dá a razão:

Juízes 6:1
“Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR; e o
SENHOR os deu nas mãos dos midianitas por sete anos.”

“Os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR”. Esta era a razão da
opressão deles1, a qual contudo teve também um resultado positivo. Na verdade, Juízes
6:6 nos diz:

Juízes 6:6
“Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; ENTÃO [como resultado
da opressão deles] OS FILHOS DE ISRAEL CLAMARAM AO SENHOR.”

Por causa da opressão deles, os israelitas clamaram ao Senhor. Novamente, esta não foi
a primeira vez que eles agiram assim. Na verdade, embora muitas vezes eles fizeram o
que era mal aos olhos de Deus, adorando falsos deuses, quando as calamidades
começaram a os atacar, eles voltaram e procuraram o verdadeiro Deus2. Juízes 6:7-10
nos diz como Deus respondeu ao chamado deles:

Juízes 6:6-10
“Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; então os filhos de Israel
clamaram ao SENHOR. E sucedeu que, clamando os filhos de Israel ao SENHOR por
causa dos midianitas, Enviou o SENHOR um profeta aos filhos de Israel, que lhes disse:
Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Do Egito eu vos fiz subir, e vos tirei da casa da
servidão; E vos livrei da mão dos egípcios, e da mão de todos quantos vos oprimiam; e os
expulsei de diante de vós, e a vós dei a sua terra. E vos disse: Eu sou o SENHOR vosso
Deus; não temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; mas não destes
ouvidos à minha voz.”

Como resposta ao chamado de Israel, Deus mandou um profeta quem deu a eles Sua
palavra, os reprovando pelo o que tinham feito. Contudo, isto era apenas o começo. Nas
seções que seguem, nós veremos o que mais Deus fez:

Gideão: o começo (Juízes 6:11-35) Depois de Deus enviar um profeta reprovando Israel,
Seu segundo passo foi aproximar um homem chamado Gideão. Juízes 6:11-12 nos diz:
“Então o anjo do SENHOR veio, e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra,
que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar,
para o salvar dos midianitas. Então o anjo do SENHOR lhe apareceu, e lhe disse: O
SENHOR é contigo, homem valoroso.”

Quando lemos que um anjo apareceu para Gideão, não imaginemos um ser loiro vestido
de branco, batendo no ar as duas grandes asas brancas. Um anjo como este é nada mais
do que mitos e imaginações. Na verdade, a Bíblia em lugar nenhum diz que os anjos têm
asas, ou vestem panos brancos, ou que eles são loiros. O que a Bíblia diz é que eles são
“espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a
salvação?” (Hebreus 1:14).

Retornando ao nosso assunto, veja como Deus, através deste anjo, saudou Gideão. Ele o
chamou de “homem valoroso”. E mesmo assim, Gideão era apenas um pobre homem que
debulhava trigo, para escondê-lho dos Midianitas. Contudo, para Deus ele era um homem
valoroso, um homem que, como nós veremos, acreditava e seguia Deus, executando
obedientemente tudo que Ele comandava para ele fazer. Os versos que seguem nos dão
a resposta de Gideão a saudação do anjo:

Juízes 6:13-14
“Mas Gideão lhe respondeu: Ai, Senhor meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo isto
nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram,
dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém agora o SENHOR nos
desamparou, e nos deu nas mãos dos midianitas. Então o SENHOR olhou para ele, e
disse: Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos dos midianitas; porventura não te
enviei eu?”

Gideão questionou como Deus estava com eles, quando todas essas calamidades caiam
sobre eles. Porém, não era Deus que não estava com eles,MAS ELES que não estavam
com Deus. Como resposta as questões de Gideão, Deus disse a ele para seguir em
frente, garantindo que ele seria o que libertador de Israel. “Não te enviei eu?” Ele disse a
ele. Na verdade, era Deus que o enviou. Esta missão não era algo que Gideão inventou.
Ele estava lá debulhando trigo para escondê-lo dos Midianitas! Juízes 6:15-16 nos dá a
resposta de Gideão:

Judges 6:15-16
“E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a
mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai. E o SENHOR lhe disse:
Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás aos midianitas como se fossem um só homem.”

As pessoas facilmente seguem alguém que já está em uma posição principal tal como um
rei ou um general. Mas quem seguiria Gideão? Ele era um homem desconhecido. Porém,
por mais uma vez Deus o garantiu que ELE estaria com ele. “Porquanto eu hei de ser
contigo, tu ferirás aos midianitas como se fossem um só homem”, disse Ele. É por isso
que Gideão não tinha razões reais para temer. Mas Gideão ainda tinha dúvidas:
Juízes 6:17-24
“E ele disse: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu
que falas comigo. Rogo-te que daqui não te apartes, até que eu volte e traga o meu
presente, e o ponha perante ti. E disse: Eu esperarei até que voltes. E entrou Gideão e
preparou um cabrito e pães ázimos de um efa de farinha; a carne pós num cesto e o caldo
pôs numa panela; e trouxe-lho até debaixo do carvalho, e lho ofereceu. Porém o anjo de
Deus lhe disse: Toma a carne e os pães ázimos, e põe-nos sobre esta penha e derrama-
lhe o caldo. E assim fez. E o anjo do SENHOR estendeu a ponta do cajado, que estava
na sua mão, e tocou a carne e os pães ázimos; então subiu o fogo da penha, e consumiu
a carne e os pães ázimos; e o anjo do SENHOR desapareceu de seus olhos. Então viu
Gideão que era o anjo do SENHOR e disse: Ah, Senhor DEUS, pois vi o anjo do
SENHOR face a face. Porém o SENHOR lhe disse: Paz seja contigo; não temas; não
morrerás. Então Gideão edificou ali um altar ao SENHOR, e chamou-lhe: O SENHOR É
PAZ.”

Esta é a primeira vez que nós lemos que Gideão perguntou e obteve um sinal de Deus.
Contudo, não foi a única vez. Há mais que veremos enquanto nós lemos. Entre eles
também está o conhecido com o velo. Nós reservaremos, portanto, nossas
recomendações sobre os sinais que Gideão pediu e geralmente a prática de pedir por
sinais, para depois. Por enquanto, é suficiente dizer que antes de pedir um sinal, Gideão
sabia a vontade de Deus sobre a situação. Ele não pediu o sinal em ordem de determinar
a vontade de Deus através disso. Pelo contrário, ele pediu isto para confirmar que Deus já
tinha falado a ele e que, portanto, era a vontade de Deus. Para esta petição de Gideão,
Deus respondeu positivamente, dando a ele o que ele pediu.

A comunicação entre Deus e Gideão continuou à noite também. Juízes 6:25-27 nos diz:

“E aconteceu naquela mesma noite, que o SENHOR lhe disse: Toma o boi que pertence a
teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derruba o altar de Baal, que é de teu pai; e
corta o bosque que está ao pé dele. E edifica ao SENHOR teu Deus um altar no cume
deste lugar forte, num lugar conveniente; e toma o segundo boi, e o oferecerás em
holocausto com a lenha que cortares do bosque. Então Gideão tomou dez homens dentre
os seus servos, e fez como o SENHOR lhe dissera; e sucedeu que, temendo ele a casa
de seu pai, e os homens daquela cidade, não o fez de dia, mas fê-lo de noite.”

Deus disse a Gideão para derrubar o altar de Baal e o bosque assim como a reação das
pessoas que, como pode ser visto pela leitura mais adiante, estavam furiosos quando eles
viram que estes estavam destruídos (veja Juízes 6:28-30), confirmando que o mal que
Israel fez aos olhos do Senhor era idolatria. Também mostra que nem toda Israel, mas
apenas uma parte retornou ao Senhor, O buscando. No entanto, por causa da parte que
retornou a Ele, Deus libertaria toda a nação.

Tenho visto como Deus apareceu a Gideão, depois que os Israelitas clamaram ao
Senhor, e como Ele fez conhecido a Gideão que ele seria quem libertaria Israel, vamos
seguir em frente para ver o que aconteceu em seguida:
Juízes 6:33-35
“E todos os midianitas e amalequitas, e os filhos do oriente se ajuntaram, e passaram, e
acamparam no vale de Jizreel. Então o Espírito do SENHOR revestiu a Gideão, o qual
tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele. E enviou mensageiros por toda a
tribo de Manassés, que também se ajuntou após ele; também enviou mensageiros a Aser,
e a Zebulom, e a Naftali, que saíram-lhe ao encontro.”

Os inimigos de Israel, “Os midianitas e amalequitas, e os filhos do oriente”, estavam todos


ajuntados em um lugar. Neste momento, Deus sugeriu a Gideão para mandar mensagens
chamando todos os Israelitas para se juntarem após ele. Veja aqui que era Deus que
movia Gideão para chegar à decisão de começar a briga naquele momento, o sugerindo
para chamar o povo. Novamente isto mostra que Deus era o planejador da batalha
enquanto Gideão era o executor do plano de Deus. Sem Deus dizendo a ele o que fazer,
Gideão não tinha maneira de saber o que Deus queria que ele fizesse. Sem Gideão
acreditando em que Deus dizia a ele para fazer, assim agir sobre ele, a vontade de Deus
não seria feita. Portanto, o sucesso de toda a operação dependia da cooperação entre
Deus, o comandante, e Gideão o executor do plano de Deus. Não era Gideão quem
decidia e executava, mas Deus quem decidia e Gideão quem executava. Este princípio é
o mesmo, sempre que nós queremos seguir a vontade de Deus: Deus é o único que tem
que revelar para nós Sua vontade – o qual Ele faz, através de Sua palavra escrita ou por
revelação – e nós somos os únicos que têm que andar em sua vontade.

Gideão e o velo (Juízes 6:36-40)

Depois que Israel estava juntada após Gideão, ele novamente pediu para Deus um sinal.
Juízes 6:36-38 nos diz:

Juízes 6:36-40
“E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste, eis que
eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar
seca, então conhecerei que hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste. E assim
sucedeu; porque no outro dia se levantou de madrugada, e apertou o velo; e do orvalho
que espremeu do velo, encheu uma taça de água. E disse Gideão a Deus: Não se acenda
contra mim a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com
o velo; rogo-te que só o velo fique seco, e em toda a terra haja o orvalho. E Deus assim
fez naquela noite; pois só o velo ficou seco, e sobre toda a terra havia orvalho.”

A passagem acima, a qual descreve o que é conhecido como o incidente do “velo de


Gideão”, infelizmente tem sido grandemente incompreendido, como muitas pessoas usam
isso para justificar a prática de determinar através de sinais a vontade de Deus. Assim
alguns, decidem qual é a vontade de Deus arremesando uma moeda. Outros através do...
“Bingo bíblico” (é a abertura da Bíblia em uma página aleatória) e outros através de
modos similares. Porém, qualquer conexão de tais práticas com o “velo de Gideão” é
errada. A razão é que através do sinal do velo, Gideão não procurou determinar a vontade
de Deus. Ao invés de remover o velo, ele quis confirmar o que ele já sabia, por
revelação, que era a vontade de Deus. Na verdade, Juízes 6:36 nos diz: “E disse
Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste”. A frase “como
disseste” mostra que Gideão já sabia a vontade de Deus. Assim, ele não pediu por um
sinal em ordem de determinar por isto a vontade de Deus. Do contrário, ele pediu por isso
em ordem de confirmar o que ele já sabia como vontade de Deus. A respeito dos sinais,
outra coisa a ser apontada é que em lugar nenhum a Palavra de Deus obriga a Deus nos
dar um sinal, quando Ele já nos revelou Sua vontade, através de Sua palavra escrita ou
por revelação. Quando nós não sabemos a vontade de Deus, nós tentamos a descobrir.
Nós estudamos a Bíblia, e oramos para Deus revelar isto a nós, se Ele ainda não revelou
isto na Bíblia. Nós não devemos colocar restrições a Deus ou pré-determinar o tempo e o
tipo da resposta de Deus. A Palavra de Deus não O obriga a nos dar a resposta que nós
gostamos mais nem nos dar a resposta quando nós queremos que ela seja dada a nós.
Pelo contrário, Deus é obrigado por Sua própria natureza como Deus de amor e cuidado,
nos dar a melhor resposta no tempo em que Ele acha que é melhor. A respeito da prática
de pedir por sinais, o que nós podemos dizer com garantia baseada na Palavra de Deus,
é que Deus nos ajudará certamente a seguirmos Sua vontade (se nós quisermos segui-
lá, é claro). Contudo, ninguém pode restringir Ele no modo em que Ele nos ajuda. Ele fará
o que Ele acha que é o melhor. Quando algo é a vontade de Deus, Deus apoiará isto ao
máximo, mesmo se isto significa manter o velo seco quando toda a outra terra está
molhada, ou dar uma passagem de apoio no... Bingo bíblico ou fazer qualquer outra coisa
que é necessária para nos ajudar a crer e fazer Sua vontade. Ninguém diz que Deus não
usa sinais para nos ajudar a seguirmos Sua vontade. CONTUDO, quando esses são
dados não são dados como substitutos da Palavra de Deus, mas como modos de apoio
para crermos no que já está declarado – através da Bíblia ou através de revelação –
vontade de Deus.

Levando a discussão dos sinais um pouco adiante, eu acredito que o melhor sinal sobre
se algo vem de Deus ou não é o modo como isso flui. Tudo que vem de Deus flui de um
modo que está em harmonia com a Palavra de Deus. Como Provérbios 10:22 nos diz:

Provérbios 10:22
“A bênção do SENHOR é que enriquece; e não traz consigo dores.”

Também como Efésios 3:20 nos diz sobre Deus:


“[le] é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos
ou pensamos”

Além disso, Tiago 1:16-17 adiciona:


“Não erreis, meus amados irmãos. Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.”

Tudo que vem de Deus é um DOM PERFEITO. É mais do que nós pedimos ou
pensamos. NÃO TRAZ CONSIGO DORES. É perfeito em pequeno, médio ou longo
prazo. Em contraste, o que vem do diabo, terminará mais cedo ou mais tarde no exato
resultado oposto, ou seja, em lágrimas, dores e feridas3. O que está escrito acima de
nenhum modo significa que se algo é acompanhado por perseguição pode não ser vindo
de Deus. A Palavra é clara: “no mundo tereis aflições”, nos diz (João 16:33). Contudo,
mesmo em tribulação nós teremos o conforto e encorajamento de Deus que acompanha
aqueles que O seguem. Ninguém pode retirar isto.

Gideão: a derrota dos Midianitas (Juízes 7)

Retornando a Gideão, depois do milagre com o velo, ele estava fortalecido. Contudo, a
hora da batalha ainda não tinha chegado. Na verdade, depois do ajuntamento dos
Israelitas e apesar do fato que eles estavam enfrentando um vasto exército, Deus sugeriu
a Gideão reduzir seu exército! Juízes 7:1-2 nos diz:

“Então Jerubaal (que é Gideão) se levantou de madrugada, e todo o povo que com ele
havia, e se acamparam junto à fonte de Harode, de maneira que tinha o arraial dos
midianitas para o norte, no vale, perto do outeiro de Moré. E disse o SENHOR a Gideão:
Muito é o povo que está contigo, para eu dar aos midianitas em sua mão; a fim de que
Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou.”

Deus queria mostrar aos Israelitas que ELE É DEUS, um Deus capaz de libertar
independente da magnitude do inimigo. Então Ele comandou Gideão reduzir seu exército.
Juízes 7:3-8 nos diz:

“Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e
retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois
mil, e dez mil ficaram. E disse o SENHOR a Gideão: Ainda há muito povo; faze-os descer
às águas, e ali os provarei; e será que, daquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse
contigo irá; porém de todo aquele, de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá.
E fez descer o povo às águas. Então o SENHOR disse a Gideão: Qualquer que lamber as
águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo
aquele que se abaixar de joelhos a beber. E foi o número dos que lamberam, levando a
mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber
as águas. E disse o SENHOR a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as
águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem,
cada um ao seu lugar. E o povo tomou na sua mão a provisão e as suas buzinas, e
enviou a todos os outros homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos
homens reteve; e estava o arraial dos midianitas embaixo, no vale.”

Finalmente, depois da seleção de Deus, apenas 300 homens permaneceram. Através


deles Deus derrotaria o grande exército dos Midianitas e seus aliados. O fato é que
apesar da grande diferença em números a batalha seria vitoriosa para Israel, estava
absolutamente certo o que Deus disse a Gideão. Realmente como Ele disse a Gideão:
“Com estes trezentos homens... vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão” (Juízes
7:7). Era, portanto, certo que se Gideão acreditasse e seguisse as instruções de Deus, a
batalha seria vitoriosa para Israel, pois Deus prometeu isso. Contudo, Deus não deu
apenas Sua garantia para o resultado vitorioso da batalha, mas Ele também ajudou
Gideão acreditar nesta promessa, e segui em frente. Juízes 7:9-14 nos diz:
“E sucedeu que, naquela mesma noite, o SENHOR lhe disse: Levanta-te, e desce ao
arraial, porque o tenho dado na tua mão. E, se ainda temes descer, desce tu e teu moço
Purá, ao arraial; E ouvirás o que dizem, e então, fortalecidas as tuas mãos descerás ao
arraial. Então desceu ele com o seu moço Purá até ao extremo das sentinelas que
estavam no arraial. E os midianitas, os amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no
vale como gafanhotos em multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia
que há na praia do mar. Chegando, pois, Gideão, eis que estava contando um homem ao
seu companheiro um sonho, e dizia: Eis que tive um sonho, eis que um pão de cevada
torrado rodava pelo arraial dos midianitas, e chegava até à tenda, e a feriu, e caiu, e a
transtornou de cima para baixo; e ficou caída. E respondeu o seu companheiro, e disse:
Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, varão israelita. Deus tem
dado na sua mão aos midianitas, e todo este arraial.”

Deus não revelou apenas para Gideão sua vontade, mas Ele também o ajudou
novamente a acreditar nisso. E veja a forma maravilhosa que Ele fez isso: Ele o enviou ao
campo dos inimigos para ouvir por suas próprias orelhas alguém descrever sua vitória
contra os Midianitas!!! O resultado desta ajuda é mostrado no verso 15. Lá nós lemos:

Juízes 7:15
“E sucedeu que, ouvindo Gideão a narração deste sonho, e a sua explicação, adorou; e
voltou ao arraial de Israel, e disse: Levantai-vos, porque o SENHOR tem dado o arraial
dos midianitas nas nossas mãos.”

Assim que Gideão ouviu o sonho e sua interpretação, ele teve certeza que o Senhor
entregou o arraial dos inimigos em suas mãos.

Juízes 7:16-22
“Então dividiu os trezentos homens em três companhias; e deu-lhes a cada um, nas suas
mãos, buzinas, e cântaros vazios, com tochas neles acesas. E disse-lhes: Olhai para
mim, e fazei como eu fizer; e eis que, chegando eu à extremidade do arraial, será que,
como eu fizer, assim fareis vós. Tocando eu a buzina, eu e todos os que comigo
estiverem, então também vós tocareis a buzina ao redor de todo o arraial, e direis:
Espada do SENHOR, e de Gideão. Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com ele
iam, ao extremo do arraial, ao princípio da vigília da meia noite, havendo sido de pouco
trocadas as guardas; então tocaram as buzinas, e quebraram os cântaros, que tinham nas
mãos. Assim tocaram as três companhias as buzinas, e quebraram os cântaros; e tinham
nas suas mãos esquerdas as tochas acesas, e nas suas mãos direitas as buzinas, para
tocarem, e clamaram: Espada do SENHOR, e de Gideão. E conservou-se cada um no
seu lugar ao redor do arraial; então todo o exército pôs-se a correr e, gritando, fugiu.
Tocando, pois, os trezentos as buzinas, o SENHOR tornou a espada de um contra o
outro, e isto em todo o arraial”

Gideão seguindo um ousado plano e indo a batalha contra uma grande multidão com
apenas 300 homens, armados com..................... buzinas, tochas e cântaros, finalmente
derrotou esse grande exército. Agora, se alguém perguntar por que ele decidiu lutar com
os Midianitas de tais maneiras, a resposta óbvia é porque Deus disse a Ele. Na verdade,
como nós podemos nos lembrar foi Deus que disse que ele libertaria Israel. Foi Deus
também que disse para ajuntar Israel para a batalha e foi Ele Quem da multidão de
Israelitas escolheu apenas 300 homens para a batalha. Foi Ele também que disse a
Gideão para seguir o plano que foi seguido naquela noite. O resultado foi uma tremenda
vitória para os Israelitas. Como o texto diz: “SENHOR tornou a espada de um contra o
outro, e isto em todo o arraial, que fugiu para Zererá, até Bete-Sita, até aos limites de
Abel-Meolá, acima de Tabate”. Os versos 23-25 nos dão a parte final desta grande vitória
dos Israelitas:

Juízes 7:23-25
“Então os homens de Israel, de Naftali, de Aser e de todo o Manassés foram convocados,
e perseguiram aos midianitas. Também Gideão enviou mensageiros a todas as
montanhas de Efraim, dizendo: Descei ao encontro dos midianitas, e tomai-lhes as águas
até Bete-Bara, e também o Jordão. Convocados, pois, todos os homens de Efraim,
tomaram-lhes as águas até Bete-Bara e o Jordão. E prenderam a dois príncipes dos
midianitas, a Orebe e a Zeebe; e mataram a Orebe na penha de Orebe, e a Zeebe
mataram no lagar de Zeebe, e perseguiram aos midianitas; e trouxeram as cabeças de
Orebe e de Zeebe a Gideão, além do Jordão.”

Como pode ser visto, na fase final da batalha os outros Israelitas participaram também. O
verso 28 do oitavo capítulo nos dá a magnitude do triunfo e da libertação que Deus deu
para Israel através de Gideão:

Juízes 8:28
“Assim foram abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel, e nunca mais levantaram
a sua cabeça; e sossegou a terra quarenta anos nos dias de Gideão.”

Quando os Israelitas fizeram mal aos olhos do Senhor, abandonando Ele e adorando
falsos deuses o resultado foi aflição e grande pobreza. Contudo, quando eles retornaram
e procuraram Sua libertação, Ele os enviou um profeta que os reprovou por Sua Palavra.
Além disso, Ele levantou Gideão para se líder deles. Ele, embora fosse um homem pobre
e desconhecido, estava disposto em fazer o que Deus queria que ele fizesse, e Deus por
sua vez o ajudou de todo modo até o fim a cumprir a missão de libertação de Israel. O
resultado foi uma grande libertação para Israel e sossego por todos os anos que Gideão
estava vivo. Gideão com certeza foi também grandemente abençoado. Como Juízes 8-29-
32 nos diz:

Juízes 8:29-32
“E foi Jerubaal, filho de Joás, e habitou em sua casa. E teve Gideão setenta filhos, que
procederam dele, porque tinha muitas mulheres... E faleceu Gideão, filho de Joás, numa
boa velhice; e foi sepultado no sepulcro de seu pai Joás, em Ofra dos abiezritas.”

Gideão teve uma vida quieta e longa, não mais tentando esconder o trigo do inimigo, mas
vivendo com sua família em paz.

Gideão: conclusão
Portanto, para concluir: a partida do Senhor traz apenas opressão e calamidades.
Contudo, mesmo se isso está feito, Deus está sempre ali pronto para perdoar e libertar
qualquer um que retornar a Ele.

Fora isso, outra coisa que também é ensinada dos relatos que nós lemos é que quando
Deus diz algo Ele também está disposto a nos ajudar a cumprir. Tais coisas como sinais
quando eles vêm de Deus tem que ser de acordo com a Palavra de Deus e apoiar o que é
a vontade de Deus já declarada. Deus nos deu Sua Palavra e as manifestações de
espírito para revelar a nós Sua vontade. Se nós agora precisamos de ajuda no caminho,
nós teremos com certeza a ajuda que precisamos. Eu não sei como esta ajuda chegará.
O que eu sei, contudo, é que de fato chegará e será suficiente para nos apoiar de toda a
forma até o fim, exatamente como foi suficiente para Gideão também.

Notas de Rodapé

1. Infelizmente, este não é o único lugar onde a frase “os filhos de Israel fizeram o que era
mau aos olhos do SENHOR” ocorre na Bíblia. Há muito mais (veja, por exemplo, Juízes
2:11-15, 4:1-2, 10:6, 13:1, 1 Reis 11:6, Neemias 9:28) que adicionalmente nos mostra que
o mal que Israel fez era idolatria e o subsequente abandono de Deus. Também, como um
olhar nestes relatos deixa claro, essa maldade sempre foi seguida por destruição,
calamidades e opressão.

2. Veja por exemplo Juízes 3:7-9, 3:12-15, 4:3, 10:10, Neemias 9:28.

3. O diabo também pode produzir sinais, mas falsos que visam nos conduzir para dentro
de suas armadilhas. É por isso que nós devemos ser cuidadosos com sinais. Nosso guia
não é os sinais, mas a Palavra de Deus. Qualquer coisa que está em concordância com a
Palavra de Deus vem de Deus. Qualquer coisa que está em contraste a esta Palavra vem
do diabo. Sinais são válidos apenas quando apóiam uma situação que flui em completa
harmonia com a Palavra. Do contrário, eles não têm validade.

Os Dois “Campos de Sangue”

(Baseado na análise de EW Bullinger: The Bible Companion, Appendix 161:. "The


purchase of "the Potter's field" Todo o trabalho de EW Bullinger é de domínio público)

No artigo "Quando Judas cometeu suicídio?" nós lidamos com o momento da morte de
Judas. Embora nesse artigo nós tenhamos abordado, acredito eu, a maior parte dos
aspectos temporais da morte de Judas, ele não tocou todos os aspectos deste evento.
Entre os aspectos relativos aos registros de Mateus e Atos que não foram examinados
está a compra do chamado "Campo de Sangue". Este nome aparece em dois lugares no
Novo Testamento: em Mateus 27:8 e em Atos 1:19. Ambos os registros são apresentados
abaixo juntamente com seu contexto:

Mateus 27:3-8
"Então Judas, aquele que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, devolveu,
compungido, as trinta moedas de prata aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue
inocente. Responderam eles: Que nos importa? Seja isto lá contigo. E tendo ele atirado
para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se. Os principais
sacerdotes, pois, tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito metê-las no cofre
das ofertas, porque é preço de sangue. E, tendo deliberado em conselho, compraram com
elas o campo do oleiro, para servir de cemitério para os estrangeiros. Por isso tem sido
chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue.”

Atos 1:15-19
"Naqueles dias levantou-se Pedro no meio dos irmãos, sendo o número de pessoas ali
reunidas cerca de cento e vinte, e disse: Irmãos, convinha que se cumprisse a escritura
que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia
daqueles que prenderam a Jesus; pois ele era contado entre nós e teve parte neste
ministério. (Ora, ele adquiriu um campo com o salário da sua iniquidade; e precipitando-
se, caiu prostrado e arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.E
tornou-se isto conhecido de todos os habitantes de Jerusalém; de maneira que na própria
língua deles esse campo se chama Acéldama, isto é, Campo de Sangue).”

Para a maioria das pessoas os dois pedaços de terra nas duas passagens acima são
idênticas e o "salário da iniqüidade" de Atos 1:18 são as trinta moedas de prata de Mateus
27:3-5. No entanto, temos as seguintes razões para acreditar que não é isso que
acontece:

1. Compradores Diferentes

Os compradores do pedaço de terra a que se refere em Mateus 27 eram diferentes do


comprador do pedaço de terra a que se refere Atos 1. Na verdade, o pedaço de terra a
que se refere Mateus, foi comprada pelos príncipes dos sacerdotes (Mateus 27:6-7). Por
outro lado, o pedaço de terra a que se refere Atos foi comprado por Judas (Atos 1:18).

2. Dinheiro diferente

O dinheiro que foi usado para a compra do pedaço de terra a que se refere Mateus 27 foi
diferente do dinheiro que foi usado para a compra do terreno referido em Atos 1. De fato,
a compra do último foi feita com as trinta moedas de prata que Judas jogou no templo
(Mateus 27:5-7). Portanto, o "salário da iniqüidade" que Judas havia usado para comprar
o seu pedaço de terra (Atos 1:18) não poderiam ser as trinta moedas de prata, já que ele
as atirou no templo e, portanto, era impossível para ele fazer uso delas.

Sobre a identidade e a origem do "salário da iniqüidade", a frase em si declara dinheiro


que foi obtido no caminho errado, por meio de iniqüidade. A mesma frase também é
usada em II Pedro 2:15, onde as mesmas palavras gregas são traduzidas como "salário
da injustiça". Lá, a referência é aos dons que Balaão amou (Números 22:7) e por causa
do qual ele desobedeceu o que Deus lhe havia ordenado 1. Geralmente, portanto, o
"salário da iniqüidade" é um título para dinheiro ilícito [nota do tradutor: dinheiro ilícito
significa dinheiro obtido de forma desonesta]. Agora sobre o nosso caso específico de
Judas, João 12:6 deixa claro que ele "era um ladrão, era quem cuidava da bolsa de
dinheiro, e que ele subtraía para si o que nela era lançado". Portanto, uma vez que Judas
era um ladrão que costumava levar o que era colocado dentro da bolsa de dinheiro, o
dinheiro ganho ilegalmente, o "salário da iniqüidade" de Atos 1:18, provavelmente poderia
ser o dinheiro roubado da bolsa de dinheiro. Foi com esse dinheiro que Judas comprou o
seu pedaço de terra.

3. Palavras gregas diferentes

Outro ponto que deixa claro que os dois pedaços de terra não são os mesmos, é o fato de
que diferentes palavras gregas, são usados para cada um deles. Infelizmente, isto está
perdido na maioria das traduções que traduzem ambas as palavra gregas em "campo de
sangue". No entanto, o texto grego deixa claro que apenas o pedaço de terra a que se
refere Mateus poderia ser caracterizado como um campo. De fato, a palavra grega que é
usada para esta peça é a palavra "agros", que significa "campo".

No entanto, a palavra grega que é usada em Atos 1:19 é a palavra "chorion" e significa
"um lugar particular, propriedade fundiária, propriedade"2. Portanto, enquanto os
sacerdotes e os anciãos compraram um "agros", um campo, Judas comprou um "chorion",
uma propriedade. Seguindo o texto grego, o que os sacerdotes compraram foi chamado
de "agros de sangue", enquanto que Judas comprou foi chamado de "chorion de sangue".

4. Razões diferentes para os seus nomes

Complementando o acima citado, os dois pedaços de terra foram chamados


respectivamente "agros de sangue" (Mateus 27:8) e "chorion de sangue" (Atos 1:19), por
diferentes razões. De fato, o "agros de sangue" que os chefes dos sacerdotes compraram
foi chamado assim porque foi comprado com o "preço de sangue" (Mateus 27:7, 9) ou
seja, com as trinta moedas de prata pagas pelo sangue do Senhor Jesus Cristo. No
entanto, o "chorion de sangue" que Judas comprou foi chamado assim porque Judas se
suicidou ali (Atos 1:19).

5. Conclusão

A partir do que foi exposto acima, fica evidente que Atos 1:15-20 e Mateus 27:3-8 falam
sobre dois pedaços de terra diferentes.

Mateus 27 fala sobre um campo, "agros", que foi comprado pelos sacerdotes com as
trinta moedas de prata que Judas devolveu. Foi chamado de "agros de sangue", porque
foi comprado com o "preço de sangue" ou seja, com as trinta moedas de prata pagas pelo
sangue do Senhor Jesus Cristo.

Atos 1, por outro lado fala de uma propriedade, uma propriedade particular, uma
"chorion", que foi comprada por Judas com o "salário da iniqüidade", ou seja com dinheiro
obtido através da maldade, provavelmente roubado da bolsa de dinheiro que os discípulos
levavam com eles. Era chamado de "chorion de sangue", porque Judas se suicidou lá.
Referências
The Companion Bible: Kregel Publications, Michigan 49501, this printing in 1994.

Notas de Rodapé

1. Para mais sobre Balaão ver Números 22, 23, 24.

2. E.W. Bullinger: "A Critical Lexicon and Concordance to the English and Greek New
Testament", Zondervan Publishing House, this printing 1975, p. 283 e Liddell - Scott: "A
Greek - English Lexicon"

As duas genealogias de Jesus Cristo

As genealogias de Jesus Cristo são dadas em Mateus 1:1-17 e em Lucas 3:23-38. Não
devemos achar estranho que tenhamos duas genealogias. Todo mundo tem duas
genealogias: uma de seu pai e uma de sua mãe. Agora o pai de Jesus era Deus e,
portanto, ele não poderia ter uma genealogia de seu pai natural. No entanto, sua situação
legal na sociedade era dependente do homem que a sociedade reconheceu como sendo
seu pai, ou seja, José. É por isso que a Palavra de Deus dá duas genealogias. Em
relação a estes dois problemas, as supostas genealogias terem sido expressas. O
primeiro problema está relacionado com o fato de que enquanto na genealogia de Mateus
(Mateus 1:16) nos é dito que:

"Jacó gerou José, marido de Maria"

Ou seja, que José era um filho de Jacó, na genealogia correspondente de Lucas, lemos
que:

Lucas 3:23
“E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho
de José, e José de Heli, E Heli de Matã....."

O problema geralmente é criado aqui, porque as pessoas têm tomado esta genealogia
como uma genealogia de José. Mas a genealogia não é de José, mas de JESUS . Jesus,
que deveria pela sociedade ser o filho de José, era filho de Heli, que era o filho de Matã,
etc. Ele não era filho de Heli de José já que, segundo Mateus, o pai de José, não foi Heli,
mas Jacó. Através de quem, portanto, Jesus foi filho de Heli? A resposta é através de
Maria, é claro1.

Além disso, outro ponto que tem sido uma fonte de controvérsia é a contagem das
gerações no versículo 17 de Mateus 1, onde lemos:

Mateus 1:17
“De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde
Davi até a deportação para a babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a
babilônia até Cristo, catorze gerações.”
A maioria das pessoas lê as 3 catorzes da passagem acima, e em vez de tentar encontrar
os três catorzes tentam encontrar uma única quarenta e dois (42). Na verdade, onde é
que a Palavra fala sobre 42 gerações? Em lugar nenhum. Em vez disso a Palavra fala
sobre três grupos de catorze gerações cada. Quais são esses grupos? A resposta da
Escritura é muito clara: O primeiro grupo é, desde Abraão até David. Realmente:

"desde Abraão até Davi são catorze gerações"

Abraão, Isaque, Jacó, Judá, Perez, Esrom, Arão, Aminadabe, Nasom, Salmom, Boaz,
Obede, Jessé, Davi.

O grupo 2 é de Davi até a deportação na Babilônia. O erro de muitos é que, embora a


Palavra diga: "DESDE DAVI" eles começam a contar a partir Salomão. Seguindo os
limites da Palavra, temos:

"desde Davi até a deportação para a babilônia, catorze gerações"

"Davi, Salomão, Roboão, Abias, Asa, Josafá, Jorão, Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias,
Manassés, Amom, Josias"

Este é o grupo real de quatorze gerações desde que todos neste grupo foram reis. O
grupo começa com Davi e fecha com Josias, o último rei do reino.

Em relação ao terceiro grupo nos é dito que ele é da deportação na Babilônia até Cristo.
Realmente:

"desde a deportação para a babilônia até Cristo, catorze gerações"

Jeconias2, Salatiel, Zorobabel, Abiúde, Eliaquim, Azor, Sadoque, Aquim, Eliúde, Eleázar,
Matã, Jacó, José, Jesus.

Como é evidente, portanto, quando a Palavra diz três grupos de catorze gerações é o que
ela significa. Se nós agora tentássemos encontrar quarenta e duas gerações,
buscaríamos algo que a Palavra não diz e, obviamente, vamos ter problemas.
Notas de Rodapé

1. O fato de que em vez do nome de Maria temos o de seu marido não deve ser
considerado como estranho. Como pode ser confirmado olhando as várias genealogias
dadas na Bíblia é realmente uma coisa muito rara encontrar um nome de mulher em si.
Isso também acontece com as genealogias dadas em Mateus e em Lucas, onde não há
nenhuma mulher em si. A razão para isso provavelmente deve ser buscado nos trajes
orientais das terras e tempos da Bíblia.

2. Apesar de Jeconias ser referido duas vezes, uma em Mateus 1:11, onde nos é dito que
ele e seus irmãos foram gerados "NA deportação para Babilônia", e um verso depois, em
Mateus 1:12 onde diz que " E, DEPOIS da deportação para a babilônia, Jeconias gerou a
Salatiel...", ele tem de ser incluído em apenas um dos dois grupos que têm como limite a
deportação para a Babilônia. A razão é porque (ao contrário de David, no caso do
primeiro grupo e segundo), o limite não é Jeconias, mas a deportação para Babilônia e,
portanto, Jeconias na contagem tem que ser colocado em apenas um dos dois lados
desse limite. O grupo no qual pertence Jeconias é o terceiro, em qualquer outro caso, o
segundo grupo teria quinze gerações, enquanto os terceiro apenas treze, que não é o que
a Palavra diz.

Profecias: Falada e Escrita

1. A profecia de que Jesus será chamado Nazareno Em Mateus 2:23 lemos:

Mateus 2:23
"E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora
dito pelos profetas." Ele será chamado nazareno ".

Muitos estão preocupados com este versículo uma vez que a profecia FALADA de que o
Messias seria chamado Nazareno não pode ser encontrada escrita em nenhum lugar do
Antigo Testamento. Para resolver esta "dificuldade", uma conexão é, por vezes,
aceita1 entre o termo "Nazareno" e a palavra hebraica "netser" que significa "ramo". Além
do fato de que esta conexão não é mais que uma mera suposição, a inconsistência dessa
visão também é mostrada , quando em Mateus 2:23 diz que a profecia foi proferida por
"profetas", isto é por um número variado de pessoas, e a palavra "netser" foi usado para
Cristo apenas por Isaías (Isaías 11:12).

No entanto, acreditamos que este não é um problema real da Palavra de Deus, mas um
problema CRIADO pelo fato de que nós não prestamos atenção ao que lemos. Na
verdade, enquanto a Escritura diz que a profecia de que Jesus "será chamado Nazareno"
foi FALADA [grego: " to rethen" que significa "aquilo que foi dito"], pelos profetas, o que
entendemos é que a profecia foi escrita [Grego : "o gegraptai" que significa "aquilo que
está escrito"] pelos profetas. No entanto, quando o texto diz FALADO significa FALADO.
Algumas profecias foram faladas e não escritas. Outras não foram ditas, apenas escritas,
e outras ainda, foram faladas e escritas. Quando lemos uma citação que diz "como está
escrito", vamos encontrá-lo 100% na Escritura, já que está garantido que está ESCRITO.
No entanto, quando o que é citado é dito que foi simplesmente FALADO, então podemos
encontrá-lo escrito ou não. A Palavra não garante que foi escrito. O que Ela garante é que
foi FALADO.

Há quinze citações na Bíblia nas quais nos é dito que elas foram FALADAS 3. Para ver se
elas estavam sendo tanto faladas quanto escritas, ou se eram apenas faladas, temos que
pesquisar as Escrituras para ver se podemos encontrá-los. Uma pesquisa como esta nos
mostra que todas as profecias que foram faladas foram também escritas, COM
EXCEÇÃO de duas, uma das quais é a profecia de que Jesus seria chamado Nazareno.
O cumprimento desta profecia é dado em Mateus 2:23. Esta profecia foi apenas DITA
pelos profetas e mais escrita por Mateus. Esta é também uma figura de linguagem
chamada "histerese" ou "narração subseqüente". Através desta figura de linguagem "o
Espírito Santo, em tardias e subsequentes Escrituras, acrescenta detalhes suplementares
que não foram dadas na própria história; e às vezes até mesmo fatos históricos, dos quais
nenhuma menção havia sido feita antes4". Um desses fatos dos quais nenhuma menção
foi feita antes foi a profecia de que o Messias seria chamado Nazareno. Esta profecia foi
FALADA por um vasto número de Profetas. Ela não foi escrito por eles, mas por Mateus,
que a fez conhecida junto com o seu cumprimento.

2. A profecia sobre as trinta moedas de prata

Além de Mateus 2:23, outra passagem que, por razões semelhantes é uma pedra de
tropeço para muitos, é Mateus 27:9-10. Ali lemos:

"Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta jeremias, dizendo:" E eles tomaram as trinta
moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram e deram-
nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou "

O problema que muitos têm com esta passagem é que esta citação não pode ser
encontrado em qualquer lugar do livro de Jeremias5. Para "resolver" esta dificuldade, tem
sido sugerido que Mateus 27:9-10 é na verdade uma citação de Zacarias 11:12-13
baseando-se em que ambas as passagens falam sobre "trinta moedas de prata". Além
das grandes diferenças entre essas duas passagens, as inconsistências deste ponto de
vista tornou-se claro pelo fato de que Deus, em Mateus 27:9-10, diz que a profecia foi
FALADA POR JEREMIAS. Se estes versos eram uma citação de Zacarias, Deus, em vez
de Jeremias, teria mencionado Zacarias. Em outras palavras, em vez de nos dizer "Então
se cumpriu o que foi FALADO por JEREMIAS" Ele nos teria dito "Então se cumpriu o que
foi ESCRITO por ZACARIAS". Acreditamos que quando Deus diz Jeremias Ele quer dizer
Jeremias, portanto, ninguém tem o direito de dizer que Ele na verdade queria dizer
Zacarias.

No entanto, mais uma vez o problema é apenas um problema CRIADO. E é criado,


porque nós não prestamos atenção ao que lemos. O texto não diz que a profecia foi
ESCRITA, mas que foi FALADA. Algumas profecias eram apenas escritas e não faladas.
Outros foram escritas e faladas, e outras ainda eram apenas faladas e não escritas. A
profecia citada em Mateus 27:9-10 foi FALADA, mas NÃO FOI ESCRITA. Mateus pela
figura de linguagem "histerese" ou "narração posterior", nos informa sobre esta profecia
muito tempo depois que ela foi FALADA.

3. Conclusão

Concluindo o exposto, podemos separar as passagens / profecias citadas no Antigo


Testamento em duas categorias: aquelas as quais somos informados de que foram
ESCRITAS e aqueles que foram FALADAS. A grande maioria das citações feitas no Novo
Testamento pertencem à primeira categoria, ou seja, àquelas que nos foram ditas que
foram ESCRITAS. Uma vez que nos é dito explicitamente que estas passagens /
profecias foram ESCRITAS, é garantido que vamos encontrá-las no Antigo Testamento.
Uma análise pode provar que não há nenhuma passagem que a Palavra diz que está
ESCRITA que não possa ser encontrada no Antigo Testamento.
Por outro lado, para as passagens para os quais somos informados de que foram
FALADAS NÃO há garantias de que vamos igualmente, encontrá-las escrito no Antigo
Testamento. Essas passagens seriam encontrados no Antigo Testamento somente se
além do faladas também tivessem sido escritas. Mas prá começar ninguém pode dizer,
que todas as profecias que foram faladas também foram escritas. Das quinze passagens
para as quais nos é dito que foram ditas, treze podem ser encontradas no Antigo
Testamento, o que significa que eram tanto faladas quanto escritas. As duas que não
podem ser encontradas são Mateus 2:23 e Mateus 27:9-10. Estas profecias foram
APENAS FALADAS. Mateus, através da figura de linguagem histerese, informa-nos da
sua existência muito tempo depois que eles foram ditas.

Portanto, há alguma dificuldade real com Mateus 2:23 e 27:9-10? Não, exceto se
CRIARMOS um.

Notas de Rodapé

1. Veja por exemplo: S. Zodhiates: "The Complete Word Study Dictionary", AMG
Publishers, 1993, p. 1,003.

2. Esta palavra ocorre quatro vezes ao todo. Além de Isaías 11:1, as outras três
ocorrências são: Isaías 14:19, 60:21 e 11:07 Daniel. A verificação dessas ocorrências
pode confirmar que nenhum deles se refere a Cristo.

3. Elas são Mateus 1:22, 2:15, 17, 23, 3:13, 4:14, 8:17, 12:17, 13:35, 21:4, 22:31, 24:15,
27:9, 27:35, Marcos 13:14.

4. Ver E. W. Bullinger: "Figures of Speech used in the Bible", Baker Book House, originally
published 1898. This printing 1995, pp. 709-713.

5. A presença desta "dificuldade" é também evidente nas notas de rodapé das várias
versões em Inglês. Assim, a margem da KJV ( Versão King James ) nos direciona a
procurar Zacarias 11:13. A NKJV (Nova Versão King James) nos direciona a Jeremias
32:6-9. A NIV nos direciona a 3 lugares de vinte versos ao todo: Zacarias 11:12, 13,
Jeremias 19:1-13 e 32:6-9. O leitor é encorajado a ir e verificar por si mesmo essas
passagens. Se ele fizer isso, ele vai descobrir que não vai achar em nenhum lugar o que
é citado em Mateus 27:9-10. /p>

2 Reis 4:1-38 Eliseu, a viúva e a sunamita

Um dos homens de Deus a quem muito espaço é dado na Palavra é Eliseu. Eliseu era um
seguidor de Elias, cujo ministério ele sucedeu (ver 2 Reis 2). Ele caminhou
poderosamente com o Senhor e dos muitos milagres que Deus fez através dele, nós
iremos considerar neste estudo apenas dois deles. Em ambos os casos nosso foco estará
na habilidade de Deus em libertar aqueles que procuram por Ele por qualquer problema
que eles possam ter.
2 Reis 4:1-7: a viúva e os dois filhos
O primeiro dos dois casos que estaremos examinando neste estudo considera uma viúva
e seus dois filhos. 2 Reis 4:1 nós fala sobre essa mulher e o grande problema que ela
encarou, depois da morte de seu marido.

2 Reis 4:1
“E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu
marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor,
para levar os meus dois filhos para serem servos.”

De acordo com a passagem, esta mulher era esposa de um homem que temia e
reverenciava profundamente, o Senhor. Infelizmente, seu marido morreu deixando a sua
família uma dívida que eles não podiam pagar. Como resultado, o credor estava vindo
para levar seus dois filhos para serem escravos. Disto nós podemos facilmente entender,
a emergência da situação: a mulher por causa de uma dívida não paga estava perto de
perder seus dois filhos. Para encarar este problema ela clamou a Eliseu, o homem de
Deus. Com certeza, sua escolha em recorrer, neste tempo crucial ao homem de Deus não
foi acidental. Realmente, quando o tempo é tão limitado (“o credor estava vindo”
imperfeito, ou seja, ele estava a caminho) você não vai exceto para aqueles que você
sabe que podem te ajudar. Obviamente, o homem que essa mulher acreditava que
poderia ajudá-la era Eliseu, o homem de Deus1. Evidentemente, ela determinou LUTAR
contra essa dificuldade e lutar COM DEUS. Tendo em vista o que a viúva disse a Eliseu,
vamos ver agora o que Eliseu respondeu a ela:

2 Reis 4:2
“E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa.”

Veja a disponibilidade de Eliseu. Eliseu estava lá pronto para ajudar a viúva. Ele não a
condenou por sua dívida. Em minha opinião, deve ter havido muito tempo antes da viúva
ou seu marido ter chegado ao estágio de insolvência. Você certamente não chega a este
ponto de um dia para o outro sem, entretanto, tratar muitas coisas de forma errada.
Entretanto, o ponto não era o que aconteceu. O que aconteceu, aconteceu. O que conta
agora não era o passado, mas que no recente momento ela precisava imediatamente de
suporte e para encontrar isso ela procurou o Senhor. Também vemos que Eliseu não
tentou livra-se dela porque o problema era “muito difícil”. Ele certamente não tem uma
solução para o problema dela, antes de Deus providenciar uma solução milagrosa que
nós leremos em um momento. Porém, isto não significa que ele não estava disponível
para ajudá-la. Ao contrário, sua resposta mostrou que ele estava pronto para ajudar na
maneira que ele podia. O verso 2 nos dá a resposta da mulher para a pergunta de Eliseu:

2 Reis 4:2
“E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.”

A viúva estava realmente em grande pobreza. Não havia nada em sua casa além de uma
botija de azeite. Obviamente, no seu esforço de livrar-se do débito ela vendeu tudo. Não
havia mesa, camas, utensílios de cozinha. A única coisa que tinha sobrado era essa botija
de azeite. Contudo, essa botija de azeite era suficiente para Deus trazer libertação para
ela. Os versos 3-4 nos dizem:

2 Reis 4:3-4
“Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não
poucas. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas
aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.”

Deus através de Eliseu disse a mulher para pedir emprestado vasilhas vazias e despejar
o azeite da sua jarra nelas. Se nós não levarmos Deus em conta, essas instruções podem
parecer realmente loucas. Pois, de acordo com as leis científicas, uma jarra de azeite não
pode encher a não ser outra jarra de azeite do mesmo tamanho. Portanto, cientificamente
falando, o que Eliseu disse a viúva que aconteceria era impossível. No entanto, era
impossível se, eu repito, nós não levássemos Deus em conta. Pois, se nós levamos Deus
em conta as coisas são inteiramente diferentes. A razão é que Deus não está restrito as
leis científicas. Realmente, quando vem a Ele o que conta não é se algo é cientificamente
possível, mas se é a Sua vontade ou não. Quando algo é Sua vontade, irá acontecer, não
importa o que os cientistas possam dizer. Obviamente, a partir do que nós lemos até
agora, nós podemos concluir que Deus desejou o livramento desta mulher de seu
problema como Ele sempre deseja que Seus filhos vivam em vitória. Portanto,
biblicamente falando, o que Eliseu disse correspondeu à vontade de Deus a cerca da
situação, e ía certamente, 100%, acontecer, se a viúva seguisse o que Deus disse a ela,
ou seja, se i) pegasse emprestado as vasilhas vazias ii) fechasse a porta atrás dela e de
seus filhos e iii) derramasse o azeite da jarra para dentro das vasilhas vazias. Eu não
acredito que a viúva já tivesse visto em sua vida uma jarra de azeite encher tantas
vasilhas vazias. Contudo, para Deus realizar Sua vontade ela tinha de crer que veria isto
pela primeira vez. Com Deus, não conta se algo aconteceu para os outros. O que conta é
se nós vamos acreditar e agir de acordo com o que Ele diz. Vamos ver, portanto, se a
mulher finalmente acreditou em Deus ou não:

2 Reis 4:5
“Partiu, pois, dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as
vasilhas, e ela as enchia.”

A mulher ACREDITOU no que Deus disse a ela e o seguiu. Então assim como logo
deixou Eliseu ela pediu emprestado as vasilhas vazias, “fechou a porta atrás” dela e de
seus filhos, e derramou o azeite de sua jarra para as vasilhas, exatamente como Deus
disse a ela. O que aconteceu como resultado é dado no verso 6.

2 Reis 4:6
“E sucedeu que, quando as vasilhas foram cheias, disse a seu filho: Traze-me ainda uma
vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou.”

Todas as vasilhas que ela pediu emprestado foram cheias com azeite. O azeite “parou”
apenas quando não havia outra vasilha vazia. Entretanto, as vasilhas cheias eram o
suficiente para tirar ela e seus filhos da falência para a abundância. Realmente, o verso 7
nos diz:

2 Reis 4:7
“Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga
a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.”

O azeite era tanto que ela e seus filhos puderam pagar a dívida e viver em paz. Assim, a
viúva não foi apenas liberta de seu problema, mas ela estava mais que liberta: ela
conseguiu um tesouro do azeite. E tudo isso porque ela procurou a libertação do Senhor.
Ela foi a Deus e ao Seu homem pobre e oprimida e partiu rica e liberta. Louvado seja
nosso Senhor, que está sempre pronto para libertar.

2 Reis 4:8-30: A mulher sunamita

O relato acima, da história da viúva não é o único na Bíblia onde nós vemos o poder de
libertação de Deus manifesto. Como nós dizemos, nosso Deus é um Deus de libertação e
como consequência a Bíblia está cheia de casos que falam sobre pessoas que confiaram
nEle e foram libertos. Um destes casos pode ser encontrado no mesmo capítulo de 2 Reis
e segue o relato da viúva com os dois filhos. Começando, portanto, do verso 8 nós lemos:

2 Reis 4:8
“Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a
qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava
para comer pão.”

Mais uma vez, uma mulher é uma das pessoas principais da história. Contudo, ao
contrário do caso anterior onde a mulher era muito pobre, esta mulher era uma notável,
ou seja, uma pessoa de posição que provavelmente não tinha qualquer problema
econômico. Agora, um dia que Eliseu estava na área, esta notável mulher o persuadiu
para comer em sua casa, e finalmente toda vez que ele estava de passagem ele comia lá.
A partir deste relato nós podemos entender o respeito e cuidado desta mulher por Eliseu.
Você não convida alguém para comer em sua casa toda vez que ele está de passagem,
se você não o respeita e cuida dele. Mas de fato, por que esta mulher se importava tanto
com Eliseu? O verso 9 nos dá a resposta.

2 Reis 4:9
“E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é
um santo homem de Deus.”

Para esta mulher, Eliseu era “um santo homem de Deus”. É por isso que ela era tão
amável com ele. Seu respeito e cuidado por Eliseu eram um reflexo de seu respeito e
cuidado pelo Deus de Eliseu. Porém, o cuidado da mulher não limitou-se a dar-lhe
comida. Ao contrário, os versos 9 e 10 nos diz o que isso foi mais longe:
2 Reis 4:9-10
“E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é
um santo homem de Deus. Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe
ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele
a nós, para ali se recolherá.”

Realmente, quão amável era esta mulher para Eliseu. Ela não apenas ofereceu a ele
comida, mas quis construir um quarto para ele, assim ele poderia ficar lá a qualquer hora
que estivesse de passagem. Desnecessário dizer que Deus não poderia deixar o cuidado
e afeto desta mulher sem uma recompensa. Os versos 11-13 nos dizem:

2 Reis 4:11-13
“E sucedeu que um dia ele chegou ali, e recolheu-se àquele quarto, e se deitou. Então
disse ao seu servo Geazi: Chama esta sunamita. E chamando-a ele, ela se pôs diante
dele. Porque ele tinha falado a Geazi: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o
desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao
capitão do exército? E disse ela: Eu habito no meio do meu povo.”

Eliseu reconheceu e estava agradecido pelo afeto desta mulher por ele. Então, em retorno
por sua bondade, ele a princípio sugeriu falar em seu nome ao rei ou ao comandante do
exército. Entretanto, isto não era algo que a sunamita desejava, pois estava satisfeita por
viver no meio de seu povo. O que ela na verdade desejava grandemente é dado no
próximo verso:

2 Reis 4:14-17
“Então disse ele: Que se há de fazer por ela? E Geazi disse: Ora ela não tem filho, e seu
marido é velho. Por isso disse ele: Chama-a. E, chamando-a ele, ela se pôs à porta. E ele
disse: A este tempo determinado, segundo o tempo da vida, abraçarás um filho.”

Esta mulher não tinha um filho, e cientificamente falando ela não tinha probabilidades de
ter um, porque seu marido era velho. Porém, isto não significa que ela não poderia ter um.
Pois, há alguém que satisfaz desejos mesmo quando a ciência dá zero de probabilidade
para as suas satisfações. Quem é este? A resposta é DEUS. Como nós dissemos
examinando o caso da viúva, para Deus nada é impossível e quando algo é Sua vontade,
vai acontecer, independente do que as probabilidades podem dizer. Para a ciência esta
mulher não tinha probabilidades de ter um filho. Mas ainda assim, ela teria, pois esta era a
vontade de Deus.

Além disso, outro ponto que também é digno de nota é que Eliseu não sabia desde o
início do desejo desta mulher que acabaria por ser satisfeito. Caso contrário, ele não iria
inicialmente sugerir a ela falar em seu nome ao rei ou ao comandante do exército nem
pediria a Geazi para lhe dizer o que fazer por ela. Contudo, não há nada de estranho com
isso. Pois, Eliseu como qualquer outro homem que tenha o espírito santo 2, poderia
adquirir conhecimento apenas através de seus cinco sentidos ou através da revelação de
Deus. Obviamente, em nosso caso, Deus não havia revelado a ele desde o princípio que
a mulher desejava grandemente um filho. Pelo contrário, Ele lhe disse isso via Geazi, pois
Ele pensou que esta era a melhor maneira de fazer a informação relativa disponível.
Então, depois que Eliseu soube através de Geazi que a mulher não tinha um filho, Deus o
deu diretamente em uma revelação dizendo a ele que em um ano a partir de então, a
mulher teria um filho e é isso que Eliseu anunciou para ela. A reação da mulher a esta
maravilhosa revelação é dada no verso 16:

2 Reis 4:16
“E disse ela: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva.”

A mulher pensou que Eliseu estava mentido para ela. Ela não podia acreditar que seu
grande desejo seria finalmente realizado. Isto não é incomum: algumas vezes nós
demoramos em acreditar nas maravilhosas coisas que a Palavra de Deus diz que nós
temos ou as coisas que Deus nos promete. Nós pensamos que elas são boas demais
para ser verdade. Contudo, nós temos que entender que de Deus vem apenas dádivas
que são boas e perfeitas (Tiago 1:17). Quando vêm de Deus, não há tal coisa como “bom
demais para ser verdade”, vêm de Deus apenas coisas BOAS e VERDADEIRAS. Como
Efésios 3:20 nos diz que Deus “é poderoso para fazer tudo muito mais abundante
além daquilo que pedimos ou pensamos”. Ele não tem problema para fazer qualquer
coisa que Ele queira. Voltando para a mulher, em minha opinião, a promessa do filho foi
para ela algo que realmente pertenceu a esfera de “mais abundante, além daquilo” que
ela pedia ou pensava. Isto porque ela pensava que Eliseu estava mentindo a ela.
Contudo, além de maravilhosa, essa promessa era também verdadeira. O verso 17 relata
sua satisfação:

2 Reis 4:17
“E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte,
segundo Eliseu lhe dissera.”

Depois de um ano a mulher deu à luz a um filho exatamente como Deus a promesseu.
Considerando isso pode parecer que a história poderia muito bem terminar aqui, este não
é o final. E isso porque, os versos que seguem nos dizem sobre um grande problema que
apareceu na saúde da criança quando ele cresceu:

2 Reis 4:18-20
“E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os
segadores, e disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um
moço: Leva-o à sua mãe. E ele o tomou, e o levou à sua mãe; e esteve sobre os seus
joelhos até ao meio dia, e morreu.”

A criança foi atingida por uma doença tão séria que morreu rapidamente. Como nós
podemos ver apesar do fato de que a criança foi um presente vindo de Deus, que de
acordo com Tiago 1:17 era perfeito e bom, o diabo conseguiu o atingir. Mas de novo, isto
não é esquisito. De fato, em nenhum lugar da Palavra de Deus diz que os filhos dos
crentes (ou pais ou irmãos ou esposas ou os próprios crentes) nunca ficarão doentes. Há
um inimigo, o diabo, cujo trabalho é causar doenças. É por isso que a Bíblia chama
aqueles doentes que eram curados pelo Senhor Jesus Cristo de “oprimidos do diabo”
(Atos 10:38): ela os chama assim porque o diabo os oprimia com doenças. Assim, morte e
doença não são coisas que vem de Deus. Pelo contrário, são coisas cuja fonte é oposta
ao poder espiritual de Deus, o diabo. Porém, embora o adversário esteja apto, quando ele
encontra a maneira para trazer doenças, Deus, que é muito superior ao diabo (I João 4:4),
pode nos curar de qualquer tipo de doença. Como Salmos 103:3 diz:

Salmos 103:3
“que [deus] sara todas as tuas enfermidades,”

Deus não cura metade de nossas doenças, mas TODAS elas, independente da opinião
científica sobre a cura delas. Retornando agora para a mulher, poderia Deus ir tão longe
como reverter o fato aparentemente irreversível da morte da criança? Nós iremos ver a
resposta em um momento, depois de primeiro vermos a reação da mulher a esse fato.

2 Reis 4:21-24
“E subiu ela, e o deitou sobre a cama do homem de Deus; e fechou a porta, e saiu. E
chamou a seu marido, e disse: Manda-me já um dos moços, e uma das jumentas, para
que eu corra ao homem de Deus, e volte. E disse ele: Por que vais a ele hoje? Não é lua
nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem. Então albardou a jumenta, e disse ao seu
servo: Guia e anda, e não te detenhas no caminhar, senão quando eu to disser.”

Pela reação da mulher é claro que ela não considera a morte de seu filho como uma
realidade irreversível. Na verdade, em vez de ficar de luto em volta de seu filho e contar a
seu marido sobre a morte, ela colocou a criança na cama do homem de Deus e pediu ao
seu marido para dar-lhe uma jumenta e um moço para que ela pudesse ir a ele.
Obviamente, esta mulher reconheceu que seu filho era um presente que Deus deu a ela e
que sua morte não era a vontade de Deus. Assim, ela não aceitou que a morte de seu
filho era uma relidade que não poderia mudar. É por isso que ela se apressou para Eliseu,
e não disse a qualquer um o que tinha acontecido. Os versos 25-28 nos dizem o que
aconteceu quando ela encontrou Eliseu.

2 Reis 4:25-28
“Partiu ela, pois, e foi ao homem de Deus, ao monte Carmelo; e sucedeu que, vendo-a o
homem de Deus de longe, disse a Geazi, seu servo: Eis aí a sunamita. Agora, pois, corre-
lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com teu
filho? E ela disse: Vai bem. Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou
nos seus pés; mas chegou Geazi para retirá-la; disse porém o homem de Deus: Deixa-a,
porque a sua alma está triste de amargura, e o SENHOR me encobriu, e não me
manifestou. E disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me
enganes?”

Mais uma vez nós podemos ver que sem o Senhor falar a Eliseu, como com qualquer
outro homem, era impossível que ele antecipasse o que aconteceu a mulher. A mulher
estava obviamente muito triste. Contudo, apesar da sua grande tristeza, ela encontrou
coragem para deixar seu filho morto em casa e visitar o homem de Deus. A reação de
Eliseu foi imediata:
2 Reis 4:29-31
“E ele [Eliseu] disse a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu bordão na tua mão, e vai;
se encontrares alguém não o saúdes, e se alguém te saudar, não lhe respondas; e põe o
meu bordão sobre o rosto do menino. Porém disse a mãe do menino: Vive o SENHOR, e
vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então ele se levantou, e a seguiu. E Geazi
passou adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não havia nele voz
nem sentido; e voltou a encontrar-se com ele, e lhe trouxe aviso, dizendo: O menino não
despertou.”

Geazi chegou primeiro na casa. Mas embora ele tivesse feito o que Eliseu falou a ele, a
criança não despertou. Depois de um tempo, Eliseu e a mãe da criança chegaram
também:

2 Reis 4:32-33
“E, chegando Eliseu àquela casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama. Então
entrou ele, e fechou a porta sobre eles ambos, E OROU AO SENHOR.”

Eliseu OROU ao Senhor. Esta foi sua reação a situação. Ele certamente estava em uma
situação difícil: a criança que Deus prometeu a esta mulher através dele estava morta, e
sem qualquer sinal de recuperação mesmo depois de Geazi ter feito o que Eliseu falou a
ele. Porém, nós não estamos ao ponto de vermos Eliseu perder sua confiança em Deus,
ou sentir-se frustrado e render-se. Em vez disso, ele encarou a situação como deveria:
ELE OROU AO SENHOR. É o Senhor que é a fonte de todas as respostas, e Eliseu
precisava ter uma resposta sobre o que fazer com a situação. Então, ele orou para o
ÚNICO que saberia a resposta: ao Senhor3. Como resultado, Deus respondeu sua prece.
Os versos 34-35 nos dizem:

2 Reis 4:34-35
“E subiu à cama e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os
seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre
ele; e a carne do menino aqueceu. Depois desceu, e andou naquela casa de uma parte
para a outra, e tornou a subir, e se estendeu sobre ele, então o menino espirrou sete
vezes, e abriu os olhos.”

Todas essas coisas que a passagem acima nos diz que Eliseu fez, não foram algo que
surgiram de sua mente. Pelo contrário, elas foram feitas depois da revelação de Deus.
Este caso é óbvio pelo resultado: a criança foi curada e Eliseu o devolveu para sua mãe:

2 Reis 4:36-38
“Então chamou a Geazi, e disse: Chama a mulher Sunamita. E chamou-a, e veio a ele. E
disse ele: Toma o teu filho. E entrou ela, e se prostrou a seus pés, e se inclinou à terra; e
tomou o seu filho e saiu. E, voltando Eliseu a Gilgal.”

Deus libertou a mulher e reverteu o fato aparentemente irreversível da morte de seu filho,
mostrando com isso que Ele pode realmente ir tão longe quanto é necessário para libertar
aqueles que procuram Seu poder de libertação.

Conclusão
Neste artigo nós examinamos dois casos que nos mostram o poder de libertação de
Deus. O leitor é encorajado a estudar a Palavra de Deus por ele mesmo para encontrar
mais exemplos. Em ambos os casos que nós examinamos e geralmente em todos os
casos que alguém pode encontrar estudando a Bíblia, a lição que é dada é a mesma:
aqueles que confiam no Senhor e O procuram nunca serão envergonhados não importa o
problema que eles possam encarar. Nosso Deus é um Deus de libertação e não há limite
no Seu poder de libertação. Ele pode ir tão longe quanto para encher vasilhas vazias de
azeite ou levantar crianças mortas a fim de libertar Seu povo. Ele é realmente “poderoso
para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos”.
Podemos, portanto, em tudo que nós podemos precisar, CONFIAR no poder de libertação
de Deus, estando certos que se fizermos isso apenas uma coisa irá acontecer: nós
seremos libertos.
Notas de Rodapé

1. Ela provavelmente devia conhecer Elias através de seu marido que era um dos filhos
dos profetas e um homem que reverenciava o Senhor.

2. Hoje nós podemos ter espírito santo nascendo de novo, que por sua vez acontece
quando alguém confessa com sua boca o Senhor Jesus e crê em seu coração que Deus
o ressuscitou dentre os mortos (Romanos 10:9). Para mais veja: O Novo Nascimento.

3. Para mais sobre a importância da oração veja: A opinião de Jesus sobre a oração.

Jesus: o Filho de Davi

Em Lucas 1:32, o anjo Gabriel, anunciando a Maria que ela seria a mãe de Jesus, disse
sobre Ele que “o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai”. Também no Novo
Testamento nós vemos muitas vezes Jesus ser chamado de filho de Davi. Abaixo estão
algumas dessas referências do evangelho de Mateus:

Mateus 9:27
“E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando, e dizendo: Tem compaixão de
nós, filho de Davi.”

Mateus 12:23
"E todas as multidões ficaram maravilhados, e disseram: Poderia ser este o Filho de
Davi?“

Mateus 15:22
“E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo:
Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente
endemoninhada.”

Matthew 20:30
“E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava,
clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!”
Mateus 21:9
“E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi”

O que o anjo disse a Maria - ou seja, que Deus daria a Jesus o trono de seu pai Davi -
significava duas coisas:

1. que Jesus era um descendente de Davi ou seja, Davi era seu pai.

2. que Ele tinha direitos legais sobre o trono de Davi, ou seja, que legalmente falando, ele
era o sucessor do trono de Davi.

Que Jesus satisfez ambos esses requisitos, é esclarecido pelas duas genealogias de
Jesus, que são dadas em Mateus 1:1-17 e em Lucas 3:23-38. A primeira dessas
genealogias refere-se à suposta associação pelo pai de Jesus, José, e mostra que veio
diretamente da linha real do rei Davi. É por isso que, do ponto de vista legal, Jesus tinha
direitos legais sobre o trono de Davi. No entanto, isso foi o suficiente. Ele também
precisava ser um descendente direto de Davi. E isto Ele era através de Maria, sua mãe.
De fato, sua genealogia que é dada em Lucas 3:23-38 mostra que ela era uma
descendente direta de Davi. Portanto, tanto legalmente quanto fisicamente, Jesus era da
casa de Davi com direitos sobre o trono de Davi.

Isto, claro, não era acidental. Em contraste, foram pré-requisitos para o Messias, pois de
acordo com as profecias do Antigo Testamento o Messias prometido seria um
descendente de Abraão (veja Gênesis 21:12 e Gálatas 3:16) e também de Davi (ver
Salmos 132:11 e Atos 2:29-30). E Jesus era ambos. Mateus 1:1 expressa esta verdade
muito diretamente:

Mateus 1:1
"....... Jesus Cristo, FILHO DE DAVI, FILHO DE ABRAÃO"

Portanto, as genealogias de Jesus Cristo não são uma enumeração histórica, mas UMA
PROVA QUE JESUS É O MESSIAS, O CRISTO, O PROMETIDO, o Filho de Davi e Filho
de Abraão. Nele Deus cumpriu Sua promessa não só para Abraão e para Davi (Gênesis
21:12, Salmos 132:11), mas também a Sua promessa para a raça humana (Gênesis
3:15), que após a queda esperou pelo Cristo para corrigir a situação da queda da criada.

Mary ficou virgem para sempre?

Que Maria era virgem quando deu à luz ao nosso Senhor Jesus Cristo é um fato inegável
da Bíblia. No entanto, que ela permaneceu virgem por toda sua vida, como alegado por
certas denominações cristãs, é algo que acreditamos não ter nenhum apoio na Palavra de
Deus. Para começar, vamos a Mateus 1:25. Ali lemos:

Mateus 1:25
“E [José] não a conheceu [Maria] ATÉ que deu à luz seu filho, o PRIMOGÊNITO; e pôs-
lhe por nome Jesus”
A frase "e José não a conheceu [Maria]" se refere claramente às relações sexuais. Isso se
torna muito claro, olhando para as ocorrências desta frase na Bíblia. Só para dar alguns
exemplos:

Gênesis 4:1
"E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim"

Gênesis 4:17
"E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque"

1 Samuel 1:19-20
“e Elcana conheceu a Ana sua mulher, e... Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual
chamou Samuel.”

Veja também Gênesis 4:25, Gênesis 38:26, Juízes 11:39, Juízes 19:25 e 1 Reis 1:4, para
mais referências semelhantes na Bíblia. É claro que a partir dessas referências que
quando a Palavra de Deus nos diz que José "não conheceu Maria até que deu à luz seu
filho primogênito" significa que ele não teve relações sexuais com ela, ATÉ que ela deu à
luz Jesus. A partir desta declaração, é claro que ele "conheceu" ela, ele teve tais relações
com ela, APÓS o nascimento de Jesus. Maria, de fato, era virgem quando deu à luz
Jesus. O nascimento de Jesus foi um nascimento virginal, o nascimento virginal sempre, o
único nascimento virginal. Mas, a Escritura é clara em que depois disso, José "conheceu
Maria", ou seja, ele teve relações sexuais com ela. Portanto Maria não ficou virgem a
vida toda. Isso é anormal? A resposta é NÃO! José e Maria eram um casal casado e de
acordo com a Palavra de Deus, o sexo é parte de um casamento (I Coríntios 7:1-5). O
oposto, ou seja, se Maria, embora casada com um homem, permanecesse virgem por
toda sua vida, como algumas denominações ensinam, seria anormal.

Além do referido, existem mais provas contra a tradição de Maria permanecer virgem para
sempre. Assim, lendo novamente Mateus 1:25 vemos que Jesus é referido como filho
PRIMOGÊNITO de Maria. Sendo o primogênito assume que você tem outros irmãos,
entre os quais você é o primogênito. Se seus pais não têm qualquer outra criança, então
você é o "filho único" e não o "filho primogênito". Por exemplo, Isaque era o único filho de
Abraão e Sara. Quando Deus disse a Abraão para sacrificar Isaque, Ele lhe disse:

Gênesis 22:2
"Toma agora teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te a terra de Moriá, e
oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi."

Isaque é referido como filho único de Abraão. Imagine se em vez disso, Deus dissesse
"leve o seu filho primogênito". Isso não seria correto, para se fazer alguém primogênito
dentro de uma família, sempre se pressupõe que há um ou mais filhos nascidos depois
dele.

Retornando a Jesus que era o primogênito, o primeiro filho, de Maria. Portanto, Maria
teve, após o nascimento de Jesus, outras crianças, como um resultado de seu casamento
com José. Na verdade, a Bíblia também nos diz os nomes dos filhos. Em Mateus 13:54-
55 lemos:

"E, chegando à sua pátria [Jesus], ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se
maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas? Não é este
o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e
Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs?"

A Palavra de Deus cita 4 nomes dos meio-irmãos de Jesus e também nos diz que ele
tinha um número no plural de meio-irmãs. Que Jesus tinha irmãos é também evidente em
Mateus 12:47:

Mateus 12:47
"E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te."

Para explicar o exposto acima, e para apoiar a doutrina de Maria permanecer virgem para
sempre, algumas denominações têm surgido com a teoria de que as crianças nomeadas
em Mateus 13:55 eram filhos de José de um casamento passado. Esta, porém, é nada
mais do que uma suposição puramente não escritural. Se José já tivesse filhos e de fato
muitos de um casamento passado por que isso não é mencionado na Palavra? Onde
estavam essas crianças, quando ele foi com Maria para Belém? Onde eles estavam
quando ele foi para o Egito com Jesus e Maria? A resposta é simplesmente em lugar
nenhum. Estes não são filhos de José de outro casamento, mas seus filhos de seu
casamento com Maria. E de novo: não há nada errado com isso! Ele era casado com uma
mulher e depois que Jesus nasceu, fez uma família com ela! Onde está o errado com
isso?

Para concluir: a doutrina segundo a qual Maria permaneceu virgem por toda a sua vida
não tem nenhum fundamento na Palavra de Deus. Maria era de fato virgem quando deu a
luz a Jesus, mas ela não ficou virgem por toda sua vida. Ela e José se casaram e depois
do nascimento de Jesus, José "a conheceu" e ela lhe deu filhos. Há algo de errado com
isso? NÃO. Isso tudo é natural. Deus criou o sexo e ter filhos para o casamento. Este é o
Seu plano. Em contraste, uma Maria que ficaria virgem para sempre, embora ela fosse
casada com um homem, seria completamente antinatural. Além disso, mostramos que,
apesar de ser tradição muito forte apoiando a doutrina de Maria permanecer virgem para
sempre, isso não é uma doutrina conhecida da Palavra de Deus. Ao invés, a Maria do
Novo Testamento, é uma mulher muito piedosa que deu à luz (o único nascimento
virginal) ao nosso Senhor Jesus Cristo e, posteriormente, fez uma família com José, seu
esposo.

“De outra forma crestes em vão” ( 1 Coríntios 15:2)

Em 1 Coríntios 15:1-2 nós encontramos Paulo dizendo o seguinte aos Coríntios:

1 Coríntios 15:1-2
“Ora, eu vos lembro, irmãos, o evangelho que já vos anunciei; o qual também recebestes,
e no qual perseverais, pelo qual também sois salvos, se é que o conservais tal como vo-lo
anunciei; se não é que crestes em vão.”

Muitos cristãos têm se incomodado sobre o que este "crer em vão" significa. Sabemos de
outras escrituras que dizem que quando você acredita em seu coração que Deus
ressuscitou Jesus de entre os mortos e que O confessa como Senhor, você está salvo
(ver, por exemplo Romanos 10:9 e Efésios 2:1-10). Além disso, como pode ser visto a
partir dos versos acima, os Coríntios haviam aceitado o evangelho que Paulo pregou a
eles. Portanto, eles tinham acreditado no Senhor Jesus Cristo e na sua ressurreição
dentre os mortos e de acordo com as escrituras correspondentes eles foram salvos. O
que é esse "crer em vão", então? Uma coisa com a qual você deve ter muito cuidado
ao estudar a Bíblia é não avaliar as coisas fora de seu contexto nem ignorar outras
referências sobre o mesmo tema. Então, no nosso caso, vamos continuar a analisar o
contexto da nossa passagem.Os versículos 3-8 dá-nos um pequeno resumo do que Paulo
pregou aos Coríntios:

1 Coríntios 15:3-8
“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia,
segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais
de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já
dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por derradeiro de todos
apareceu também a mim, como a um abortivo.”

Veja nesta passagem, a importância que Paulo, por revelação, coloca sobre a
ressurreição de Cristo. Ele afirma especificamente às testemunhas da ressurreição.
Veremos em um minuto por que ele faz isso. Na segunda metade do verso oito um
parêntese é aberto, onde Paulo fala sobre si mesmo. Este parêntese fecha no versículo
10. Então o versículo 11 nos traz de volta ao nosso tema:

1 Coríntios 15:11
“Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes.”

Os Coríntios haviam crido no que Paulo e os outros haviam pregado. Contudo isto não
aconteceu para com todos. Pois o versículo diz:

1 Coríntios 15: 12- 17


“Ora, se prega que Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós
que não há ressurreição de mortos? Mas se não há ressurreição de mortos, também
Cristo não foi ressuscitado. E, SE Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa
pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas
testemunhas de Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, SE
na verdade, os mortos não são ressuscitados. Porque, SE os mortos não são
ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é
vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados.”
Somente em um caso hipotético poderia alguém acreditar em Jesus Cristo e sua crença
ser vã. Isto aconteceria SE Jesus Cristo não tivesse ressuscitado dos mortos. Nesse
caso, a sua mais honesta crença, realmente não seria capaz de salvá-lo. Sem a
ressurreição do Senhor Jesus não haveria salvação. Sem a Sua ressurreição, nossa fé
seria vã, vazia, fútil. Olhe o que mais teria acontecido, se Cristo não tivesse ressuscitado:

1 Coríntios 15: 17-18


“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados.
Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos.”

Se Cristo não houvesse ressuscitado, então todos os crentes que morreram crendo nEle
teriam perecido. O que eles teriam que esperar se não houvesse ressurreição? No
entanto, tudo isso teria acontecido se Cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos,
que é apenas uma situação hipotética. Pois aqui está a realidade:

1 Coríntios 15:20
“Mas agora Cristo é ressuscitado de entre os mortos”

A frase "mas agora" faz um contraste entre o que antecede esta palavra (no caso
hipotético de versículos 17 e 18) e o que a segue (a realidade): "mas agora Cristo
ressuscitou dentre os mortos". Esta é a realidade. Nossa crença não é vã. Teria sido em
vão, SE (e somente se) Cristo não houvesse ressuscitado. Mas agora "Ele ressuscitou".
Já não estamos em nossos pecados. Aqueles que morreram acreditando em Cristo e
colocaram sua esperança em Seu retorno não perecerão. Porque, como o versículo 20-22
continua:

1 Coríntios 15:20-22
“Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos
que dormem. Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem
veio a ressurreição dos mortos. Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em
Cristo todos serão vivificados.”

Observe este “serão” no versículo. Não diz que eles estão vivos, mas que
eles serão feitos vivos. Quando? O versículo 23 nos dá a resposta:

1 Coríntios 15:23
“Cada um, porém, na sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua
vinda.”

Jesus Cristo vai voltar e, em seguida, todos os que morreram crendo nele viverão
novamente.

Para concluir, portanto: pode ser nossa crença em vão? A resposta é NÃO! Teria sido em
vão, se Cristo não houvesse ressuscitado dentre os mortos. Mas, louvado seja o Senhor,
Ele é realmente ressuscitado, e na sua vinda, aqueles que são de Cristo, os verdadeiros
cristãos, também serão levantadas também!
Jesus e a Oração

Este artigo analisa a importância que a oração tinha para Jesus Cristo. O quanto a
Palavra de Deus estima a oração é representado pelo fato de que nos chama a "orar sem
cessar" (I Tessalonicenses 5:17), "ser sóbrios e vigilantes em nossas orações" (I
Pedro 4:7), para "[ser] perseverante na oração" (Romanos 12:12), ser "vigilante nela
[oração] com ações de graças" (Colossenses 4:2) etc1 .

No entanto, apesar de todas essas referências da Palavra de Deus que apontam a


importância da oração, às vezes ela é negligenciada ou considerada como uma atividade
de menor prioridade. O objetivo deste artigo é fazer com que a importância da oração
fique mais clara, mostrando como ela era importante na vida de Jesus Cristo.

1. Jesus e a oração : Lucas 5:15-16

A partir do levantamento de alguns dos registros em que nós encontramos Jesus Cristo
orando, iremos para Lucas 5. Neste registro, bem como naqueles registros que se
seguirão, é importante prestar especial atenção ao contexto, uma vez que irá permitir-nos
ver as condições em que Jesus Cristo orou. Assim, a partir de Lucas 5:12-13, somos
informados sobre a cura de um homem com lepra. Então o versículo 15, falando em geral,
diz-nos que, apesar de Jesus evitar a publicidade de seus milagres “o relatório sobre ele
espalhou-se nas redondezas ainda mais, e grandes multidões se reuniam para ouvir, e
serem curadas de suas enfermidades" (Lucas 5: 15). A partir dessa passagem, podemos
concluir que Jesus estava muito ocupado com todas essas multidões chegando a Ele, e
Ele com certeza era muito mais ocupado que muitos de nós. Realmente, nessas
condições, quantos de nós teria tido tempo para orar? Mas vamos ver o que Jesus fez:

Lucas 5:16
“Mas Ele retirou-se para o deserto para orar.”

A palavra "mas" que precede contrasta com o que segue. No nosso caso, o que precede
esta palavra é a descrição de um muito ocupado Jesus Cristo. O que se segue, diz-nos
que, apesar do fato de que Ele estava muito ocupado Ele retirou para o deserto e ali
orava. Embora esta é uma afirmação muito importante e mostra a importância que Jesus
Cristo deu à oração, ele não carrega toda a beleza da passagem correspondente do texto
grego. No texto grego do tempo gramatical que é usado indica que algo foi feito várias
vezes e de forma consistente no passado, em contraste com o tempo passado simples
usado pela maioria das traduções e que pressupõe que algo foi feito no passado uma vez
em um tempo específico2. Assim, uma tradução mais precisa dos versículos 15 e 16
seriam:

Lucas 5:15-16
“A sua fama, porém, se divulgava cada vez mais, e grandes multidões se ajuntavam para
ouvi-lo e serem curadas das suas enfermidades. Mas ele se retirava para os desertos, e
ali orava.”
Portanto, o que os versículos 15 e 16 descrevem não é algo que aconteceu apenas uma
vez na vida de Jesus Cristo. Em vez disso, o que eles nos dizem é que
Ele estava sempre muito ocupado, com multidões chegando a
Ele, mas Ele também costumava ter tempo para orar. Em outras palavras, a oração era
um HÁBITO de Jesus, algo a que Ele deu prioridade, mesmo quando Ele estava muito
ocupado. Isto nos aponta por sua vez, a importância da oração. Essa importância é tão
grande que Jesus Cristo, o Filho de Deus, costumava separar um tempo especial para
isso mesmo quando Ele estava muito ocupado com outras atividades piedosas. Além
disso, indica que a questão da oração não é tanto uma questão de tempo, pois é
uma questão de prioridades. Jesus Cristo tinha tempo para orar porque Ele decidiu ter
tempo para isso. Todos nós, de uma forma ou de outra alocamos tempo para várias
atividades. A questão, portanto, não é se temos tempo ou não, pois o dia tem o mesmo
tempo para todos nós, que tinha para Jesus, ou seja, 24 horas. A pergunta a ser feita é
qual a prioridade que a oração tem em nosso calendário diário? É a oração uma das
nossas principais prioridades como foi para Jesus ou é algo que nós decidimos fazer
depois que realizamos todas as nossas outras atividades, tais como trabalhar, ir à escola,
jardinagem, assistindo TV, etc. dormindo? O exemplo de Jesus, em todos os registros da
Palavra de Deus que se referem à oração, nos encorajam a fazer da oração uma
prioridade em nossas vidas.

Assim, em vez de primeiro alocarmos tempo para as outras atividades e, em seguida,


alocar as sobras tempo (se houver) para a oração, é melhor
que primeiramente separemos a reserva de tempo para a oração e, em seguida,
planejemos nossas outras atividades.

2. Jesus e a oração: Marcos 1:35

Um outro registro muito instrutivo, onde vemos Jesus Cristo orando é dado em Marcos
1:35. Novamente, é muito importante analisar o contexto do registro. Assim, a partir do
versículo 21, nos é dito que Jesus ensinou na sinagoga de Cafarnaum, onde Ele também
expulsou um espírito maligno (versos 23-27). Como resultado, "sua fama se espalhou
imediatamente por toda a região ao redor da Galiléia" (versículo 28). Depois que ele saiu
da sinagoga, Ele foi à casa de Simão e André, onde ele curou a sogra de Simão
(versículos 30-31). Finalmente:

Marcos 1:32 -34


“Sendo já tarde, tendo-se posto o sol, traziam-lhe todos os enfermos, e os
endemoninhados; e toda a cidade estava reunida à porta; e ele curou muitos doentes
atacados de diversas moléstias, e expulsou muitos demônios; mas não permitia que os
demônios falassem, porque o conheciam.”

Como no registro anterior, também aqui temos a descrição de mais um dia muito ocupado
de Jesus. Além disso, uma vez que Ele também estava indo para a Galiléia para o dia
seguinte, e já que Sua fama se espalhou por toda a região, seria de esperar que o dia
seguinte fosse um dia igualmente ocupado, se não mais movimentado. Isto é exatamente
o que aconteceu como os versos 36 e 37 referindo-se ao dia seguinte, dizem-nos:
Marcos 1:36-37
“E Simão e aqueles que andavam com Ele, o procuraram. Quando O acharam disseram:
“todos procuram por Ti”.

Todos estavam procurando por Ele. Isto significa que o dia que estava apenas começado
seria muito ocupado. Realmente, depois de ter acabado de terminar um dia muito
ocupado e sabendo que no dia seguinte iria ser muito ocupado, quantos de nós teria se
levantado muito cedo para orar? E se alguém faz isso, não significa que considera a
oração como uma prioridade em sua vida? Bem, vamos ver alguém que realmente fez a
oração como sua principal prioridade. Quem era ele? Jesus.

Marcos 1:35
”Agora pela manhã, tendo levantado muito antes da luz do dia, ele se foi e partiu para
um lugar solitário; e lá ele orou.”

Jesus sabia que ia ser um dia muito ocupado, que provavelmente não iria sobrar muito
tempo para orar. O que Ele fez? Ele se levantou mais cedo para orar. Não é esta uma
maneira maravilhosa de começar seu dia? Também não é uma maneira maravilhosa de
começar o seu dia, mesmo muito ocupado? Em vez de começar o seu dia pensando
sobre suas pressões e exigências, você pode iniciá-lo discutindo essas pressões e
demandas com o seu Pai, e depois, durante o dia, você terá a alegria de ver seu poder
responder suas orações e organizar as questões do dia para você. Mas para fazer isso,
você tem que acreditar no que a Palavra de Deus diz sobre a importância da oração e no
que Deus pode fazer, como resultado disso, na medida em que você determinar se
levantar de manhã para orar. Jesus não se levantava cedo apenas por pura casualidade.
Antes, Ele determinava-se a se levantar, porque Ele reconhecia a oração como uma
prioridade e também a sua importância para sua vida. Mais uma vez, portanto, a oração é
uma questão de prioridades e não uma questão de tempo.

3.Jesus e a oração: Mateus 14:23

Outro registro no qual vemos Jesus Cristo orando é dada no décimo quarto capítulo de
Mateus. Novamente, é muito importante analisar o contexto. Desta vez, o dia não era
apenas ocupado, mas ele também começou muito triste para Jesus, pois foi o dia em que
ele ouviu falar sobre a decapitação de João Batista (ver versos 1-11 para a decapitação).
Então, em Mateus 14:12 lemos:

"Então seu discípulo [João] veio levou o corpo e enterrou-o, e depois foi-se e disse Jesus"

Antes de ir em frente, como você se sentiria se você soube que seu primo, que constante
e fielmente se posicionou em seu favor, foi morto de forma horrível? Eu acho que você
provavelmente se sentiria muito triste, e você gostaria de ficar sozinho por um pouco. Era
o que Jesus também queria:
Mateus 14:13
“Quando Jesus ouviu sobre o que havia acontecido, ele retirou-se de barco secretamente
para um lugar solitário.”

A sua retirada para este lugar solitário de forma secreta não era algo premeditado, pois
aconteceu "quando Jesus ouviu o que tinha acontecido". Obviamente, Jesus quis ter
algum tempo de silêncio após o choque dessas más notícias. No entanto, Ele não ficou lá
para sempre. Algum tempo depois, ele partiu deste lugar desértico e viu uma grande
multidão esperando por ele. “Quando Ele viu esta multidão, ele foi movido de íntima
compaixão por ela, e curou os seus enfermos” (Mateus 14:14). Na verdade, ele não só
curou seus doentes, mas também os alimentou milagrosamente (Mateus 14:15-21).
Então, Mateus 14:22 nos diz o que aconteceu depois desta alimentação:

"E imediatamente constrangeu os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante


dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões"

A palavra "imediatamente" está relacionada com a alimentação das multidões e isso


significa que, logo que as multidões foram alimentadas, Jesus obrigou os seus discípulos
a entrar no barco. Veja esta palavra "constrangeu". A palavra correspondente no grego é
o tempo passado do verbo "anagkazo" que é usada nove vezes no Novo Testamento e
significa "compelir alguém a fazer algo mesmo que ele possa não querer" (ver também:
"dicionário Vine das palavras do Novo Testamento”). Assim, de acordo com a passagem
acima Jesus obrigou seus discípulos a entrarem no barco. Provavelmente eles não
queriam. Mas Ele não discutiu. Ele os constrangeu a fazê-lo. Então, Ele despediria as
multidões. A pergunta que podemos nos perguntar agora é por que Ele obriga os
discípulos a saírem? O que ele pretende fazer depois de despedir as multidões? A
resposta está no versículo 23:

Mateus 14:23
“E quando Ele despediu as multidões, Ele subiu a montanha sozinho a fim de orar. Agora
quando a tardinha veio, ele estava lá só.”

A razão por Ele não permitir que os discípulos ficassem, mas os constrangeu a entrar no
barco e ir para o outro lado era que ele queria ficar sozinho para orar. Veja como a oração
era importante para Jesus. Por amor da oração, Ele estava disposto a se levantar muito
cedo pela manhã, de retirar-se da multidão e de obrigar os discípulos a deixá-lo. Isto não
é um indicativo que a oração era a principal prioridade em sua vida? Eu acredito que
sim. Podemos apreciar esses registros e acredito que a Palavra fala sobre a importância
da oração para que nós também possamos torná-la em uma prioridade para nossa vida.

4. Jesus e a oração: Lucas 6:12-13

Um outro registro no qual encontramos Jesus Cristo orando está em Lucas 6. Desta vez,
o foco não está no fato de que Ele separou um tempo para orar, mas sobre o tema de sua
oração. Embora o registro não especifique o assunto, ele pode ser facilmente visto a partir
do contexto:
Lucas 6:12 -13
“Agora aconteceu naqueles dias que Ele subiu a montanha para orar, e orou
continuamente durante toda a noite a Deus. E quando se fez dia ele chamou os seus
discípulos para junto de si; e deles ele escolheu doze a quem ele chamou de apóstolos.”

Ele orou toda a noite. Embora a Bíblia não diga especificamente que Ele orou, ela diz
que pela manhã ele tomou uma das decisões mais importantes de Seu ministério: a
escolha dos doze. Portanto, um dos temas centrais de sua oração naquela noite foi,
talvez, esta escolha. A questão agora é: se Jesus precisava orar antes de tomar decisões
e escolhas, você acha que nós não precisamos orar, antes de tomá-las? Realmente, por
quenós devemos tomar decisões usando nossas mentes limitadas e informações
apreendidas por nossos cinco sentidos e não ir a Deus e pedir-Lhe para nos instruir e
mostrar-nos qual a melhor escolha, ou seja, Sua escolha é a melhor? Ele sabe a melhor
escolha, Ele está disposto a mostrar-nos esta escolha, e ele tem os meios, o Seu Espírito
em nós, para anunciá-lo. A questão, portanto, não é se Deus está disposto e é capaz de
nos ajudar, porque Ele é. A verdadeira questão é: podemos escolhê-lo como nosso
conselheiro e ir a Ele para Lhe pedir através da oração?

O mesmo também é verdade para as coisas relativas ao nosso serviço a Deus. Não
precisamos ficar confusos sobre como servir a Deus e o que fazer para ele. Nós não
precisamos torturar nossas mentes para tomarmos decisões sobre as coisas que lhe
pertencem. Ele é aquele que é responsável por nos dizer o que fazer e como fazê-lo.
Algumas destas coisas são mencionadas na Bíblia. Assim, a Bíblia diz a você para amar,
para orar, para tomar o cuidado de mostrar-se diante de Deus aprovado, etc. Assim, você
não precisa de Deus para dizer-lhe pessoalmente a orar: Ele já disse em Sua Palavra. Da
mesma forma você não precisa de Deus para dizer-lhe pessoalmente que deve amar: Ele
já disse isto em Sua Palavra. No entanto, você precisa de Sua instrução pessoal, se por
exemplo, você está pensando em ir para tal lugar e tal para fazer algum trabalho para ele.
Nesse caso, antes de colocar o que vai em sua mente em prática, ore sobre isso para ver
o que Deus quer. Ele pode querer que você vá para outro lugar. Ele pode querer que você
faça outra coisa. É o seu negócio e Ele é o CHEFE.

5.Jesus e a oração: Mateus 26:36-44

Após o exposto, vamos continuar com outro exemplo que é dado na passagem bem
conhecida de Mateus 26:36-44. As coisas que nós vamos ver que aconteceram pouco
antes da prisão de Jesus Cristo, e que finalmente culminou em sua crucificação. A partir
do versículo 36, lemos:

Mateus 26:36-38
"Então veio Jesus com eles [os discípulos, exceto Judas] a um lugar chamado Getsêmani,
e disse aos discípulos:" Sentem-se aqui enquanto eu vou orar ali "E tomou consigo a
Pedro e os dois filhos de Zebedeu, e ele começou a entristecer-se e a angustiar-se.
Então, ele lhes disse: "minha alma está profundamente triste até a morte. “Ficai aqui e
vigiai comigo”.
A razão pela qual Jesus estava muito triste e angustiado era porque Ele sabia o que lhe ia
acontecer. Realmente, foi um momento muito difícil para ele e, ao mesmo tempo um
momento muito crucial para todos nós já que o plano da nossa salvação foi baseado em
seu sacrifício pessoal e ressurreição. Mas como é que Jesus decide fazer face a esta
crise? Os versos que se seguem nos dão a resposta:

Mateus 26:39-44
"Ele foi um pouco mais longe e caindo sobre seu rosto, orou, dizendo:" Meu Pai, se for
possível, afasta de mim este cálice, não seja porém a minha vontade, mas a Tua.
Então ele veio para os discípulos e achou-os dormindo e disse a Pedro: "O quê? Não foi
possível a você orar nem uma hora comigo? Vigiai e orai para que não entreis em
tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca. Novamente, uma segunda vez,
retirou-se e orou, dizendo: "meu Pai, se não é possível afastar de mim este cálice sem
que eu o beba, seja feita a Tua vontade." E ele veio e os encontrou novamente
dormindo, porque seus olhos estavam pesados. Então, ele os deixou, foi embora de novo,
e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.”

Jesus estava perguntando ao Pai se não havia outra maneira pela qual Ele poderia
realizar a salvação do homem, sem ter que passar pela tribulação no calvário pela qual
Ele finalmente passou. Ele orou sobre isso. Na verdade, Ele orou três vezes. É muito
instrutivo para nós prestarmos atenção a sua atitude de oração. Como podemos ver, ele
expressou seu desejo a Deus ("afasta de mim este cálice"), mas ao mesmo tempo Ele
pediu para que a vontade de Deus fosse feita ("não seja porém como eu quero, mas
como Tu queres"). Isso é muito importante, pois às vezes pensamos que porque nós
pedimos a Deus algo, Ele é obrigado a fazê-lo e não só isso, mas que ele deve fazê-lo
quando queremos que ele seja feito e da maneira que quiser. Deus é obrigado a fazer
tudo o que pedimos, somente quando o que pedimos está de acordo com a Sua vontade.
Agora, para muitas coisas existem registros específicos na Bíblia que nos mostram se
algo é Sua vontade ou não. Por outro lado, há outras coisas que por serem de natureza
específica para cada pessoa, não são cobertos por uma promessa respectiva específica
na Bíblia. Por exemplo, vamos supor que eu quero ter tal e tal carro. A Bíblia não contém
nenhuma promessa que me diz se é a vontade de Deus que eu tenha esse carro ou não.
É certo, portanto, eu declarar que carro como o meu? Obviamente que não, exceto se
Deus me disse especificamente que ele vai ser meu. É meu direito orar a Deus e dizer a
Ele o meu desejo? Sim, é! É direito pedir-lhe para me mostrar se é bom para eu ter esse
carro ou não? Sim, é! Devo confiar em Sua Palavra que me diz que sua vontade é "boa,
agradável e perfeita" (Romanos 12:2) e que "Ele cuida de nós" (II Pedro 2:7) e, portanto,
submeter meus desejos a Sua vontade, quaisquer que sejam estes desejos? É claro que
sim! Isto é o que Jesus fez. O que Ele orou, porém não poderia ser feito. Mas veja que,
embora houvesse um desejo "para que passasse o cálice”, Ele tinha um desejo ainda
maior, e era que a vontade de Deus fosse feita. Ele disse: "Todavia não como eu quero,
mas como Tu queres". Não é isto bastante instrutivo? Isto não nos diz que a despeito
dos vários desejos que podemos ter e que podemos submeter em oração, devemos
também ter um desejo ainda maior para que a "boa, agradável e perfeita" vontade de
Deus deva ser feita? Com certeza que sim!
Voltando ao exemplo de Jesus, embora o que Ele tenha orado não pudesse ser feito, isto
não significa que Deus não honrou Sua oração. O evangelho de Lucas acrescenta alguns
detalhes:

Lucas 22:41- 43
“E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava,dizendo: Pai,
se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.
Então lhe apareceu um anjo do céu, que O fortalecia.”

Deus enviou um anjo para fortalecê-lo a fim de fazer o que era Seu maior desejo: a
vontade de Deus. Às vezes, podemos descobrir que nossos desejos pessoais não estão
em conformidade com a "boa, agradável e perfeita" vontade de Deus (Romanos 12:2). Se
o nosso maior desejo é fazer a vontade de Deus, Deus nos fortalecerá para fazê-lo. No
caso de Jesus Cristo, o fortalecimento que Ele recebeu, porque Ele orou, é mostrado no
registro de sua prisão:

João 18:3-11
"Então Judas, tendo recebido um destacamento de homens, e oficiais dos principais
sacerdotes e fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e armas. Jesus, portanto,
sabendo todas as coisas que viriam sobre ele, foi para frente e disse-lhes:" A quem você
está procurando? "Responderam-lhe:" Jesus de Nazaré." Jesus disse-lhes: "Eu sou ele.
"E Judas, que traiu, também estava com eles. Agora, quando Ele lhes disse: “Eu sou ele”,
eles recuaram e caíram por terra. Então ele perguntou novamente: "A quem procurais?” E
eles disseram: "Jesus de Nazaré." Jesus respondeu: "Eu vos disse que sou eu. “Portanto,
se vós me buscais, permiti que esses [os discípulos] sigam o seu caminho”, a fim de que
se cumprisse a palavra o Ele falou”, Eu não perdi a nenhum daqueles que me deste.
"Então Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo
sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. Então Jesus disse a
Pedro: "Guarda a tua espada na bainha. Não devo Eu beber o cálice que o Pai me
deu?"

O maior desejo de Jesus era fazer a vontade de Deus. Então, Ele submeteu sua vontade
à vontade de Deus, assim como eu e você devemos fazer. Mas, para isso, Ele orou e
Deus o fortaleceu. Afora isso, o fortalecimento é mostrado na Sua reação aos que vieram
prendê-Lo. Assim, embora Ele tenha ido para o jardim profundamente triste e
profundamente angustiado Sua reação, uma vez que é dado no registro acima é cheio de
ousadia. Pois realmente é necessário muita ousadia para ir ao encontro daqueles que
você sabe que estão indo para torturá-lo mais tarde. Uma pessoa com medo teria tentado
escapar da situação. Ele teria transferido para os outros o que era sua responsabilidade.
Mas Jesus não estava com medo. Em vez de tentar esconder-se atrás dos outros, ele
saiu e perguntou-lhes a quem eles estavam procurando. Na verdade, não só Ele fez isso,
mas Ele também cuidava da segurança de seus discípulos. Além disso, Ele teve o amor e
a paz de espírito para curar a orelha do servo que Pedro havia cortado (Lucas 22:51). Se
todos esses registros não mostram uma pessoa totalmente fortalecida o que então eles
mostram? Mas como ele se fortaleceu? Através da oração.
6.Jesus e a oração: Conclusão

Depois de todo o exposto, e apesar de haverem mais registros que você pode estudar por
si mesmo, é claro que a oração era algo muito importante na vida de Jesus Cristo. Pelo
amor da oração, Ele estava pronto para levantar-se cedo pela manhã, obrigar os seus
discípulos a deixá-lo e retirar-se da multidão. Pela oração, Ele tomou decisões e Ele
superou situações difíceis. Em contraste com a idéia geral que diz que "ore se você tiver
tempo", Jesus encontrou tempo para orar. Ao invés da maneira do mundo de pensar
que diz: "escolha o que você acha que é melhor e faça o quevocê quiser", Ele orou para
ver o que Deus pensava e fez o melhor ao realizar o que Deus queria que fosse feito.
Para encerrar, vamos para Filipenses 4:6-7 e vamos fazer desse o nosso modo de
pensar:

Filipenses 4:6-7
"Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e pela súplica, com
ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus; e a paz de Deus,
que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e mentes em Cristo
Jesus"
Notas de Rodapé

1. Veja também: 1 Coríntios 14:14-15, Efésios 6:18, Filipenses 4:6, Colossenses 4:12, I
Timóteo 2:1, Tiago 5: 13, 16 – 18 sem mencionar os registros do evangelho e do Velho
Testamento.

2. Ver “Adam Clark´s commentary of the Bible” e “John Wesley´s explanatory notes”.

O espírito santo antes e depois do Pentecostes

Nós vimos no artigo: “Corpo, alma e espírito” Adão foi criado originalmente como corpo,
alma e espírito e que quando ele como dá árvore do conhecimento do bem e do mal ele
perdeu o espírito. Portanto, Deus não podia mais se comunicar com ele desde que lhe
faltava o receptor necessário, ou seja, o espírito. Neste artigo nós examinaremos que a
disponibilidade do espírito santo antes e depois do Pentecostes.

1. O Espírito Santo antes do Pentecostes

Desde que o espírito não estava disponível depois da queda de Adão, o que estava
acontecendo durante aquele período era que Deus colocou Seu espírito sobre aqueles
que Ele queria se comunicar. Isto não significa que o espírito estava disponível. De
Gênesis a Atos, não há relato de qualquer instrução de como receber o espírito, pela
simples razão que o espírito não estava disponível1. Na verdade, João 7:37-39 nos diz:

João 7:37-39
“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se
alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de
água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os
que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não
ter sido glorificado.”

De acordo com essa passagem, o espírito santo não estava disponível no tempo em que
Jesus Cristo falou estas palavras e com certeza ele não estava disponível antes daquele
tempo também. Durante todo esse período (da queda de Adão ao dia de Pentecostes) se
Deus queria se comunicar com alguém, Ele colocava Seu espírito sobre ele. Vamos ver
alguns exemplos relatados no Antigo Testamento, começando com Números 11:16-17.
De acordo com o contexto, Moisés queria ajudantes para governar o povo de Israel e
Deus respondeu seu pedido nos versos 16-17:

Números 11:16-17
“E disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que
sabes serem anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação,
e ali estejam contigo. Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que
está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que tu não a
leves sozinho.”

Como está claro nesta passagem, Moisés tinha espírito e o tinha sobre ele. É importante
apontar duas coisas aqui: primeiro que o espírito não estava em Moisés, mas sobre ele.
Segundo: o fato de que Moisés tinha o espírito de Deus sobre ele, não era
porque ele decidiu que gostaria de ter espírito. Mesmo se ele decidisse que gostaria de
ter espírito, não havia nenhuma garantia que ele teria, pela simples razão de que o
espírito não estava disponível. Na verdade, era Deus que decidiu colocar Seu espírito
sobre Moisés e não o contrário. O mesmo é verdade para aqueles setenta homens
também: o espírito de Deus veio sobre eles, não porque eles decidiram recebê-lo, mas
porque Deus o colocou sobre eles para fazer a comunicação com eles possível. Aqui
estão mais algumas passagens do Antigo Testamento sobre Deus colocando seu
espírito sobre as pessoas:

Juízes 3:9-10
“E os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, e o SENHOR levantou-lhes um libertador,
que os libertou: Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, mais novo do que ele. E veio
sobre ele o Espírito do SENHOR, e julgou a Israel, e saiu à peleja…”

Otniel tinha espírito antes? Não. Deus o colocou sobre ele pela razão que ele era o juiz de
Israel e Deus quis se comunicar com ele. Vamos ver outro exemplo:

Juízes 6:33-34
“E todos os midianitas e amalequitas, e os filhos do oriente se ajuntaram, e passaram, e
acamparam no vale de Jizreel. Então o Espírito do SENHORrevestiu a Gideão, o qual
tocou a buzina [para ajuntar o povo de Israel para a guerra], e os abiezritas se ajuntaram
após ele.”

Gideão tinha espírito antes? Não. Era Gideão que recebia o espírito de Deus ou era Deus
quem colocava o espírito sobre Gideão? Para receber algo ele deve estar disponível e
espírito não estava disponível depois da queda de Adão. Então era Deus Quem escolheu
colocar Seu espírito sobre Gideão pela razão que Gideão era juiz de Israel naquela época
e Deus quis se comunicar com ele. Há mais exemplos similares no Antigo Testamento. Se
alguém também examinar o caso de Saul, o primeiro rei de Israel, pode ser visto que
quando ele desobedeceu a Deus, o espírito de Deus que estava sobre ele se retirou dele
(ver: 1 Samuel 15:26, 16:14).

Então para resumir: Adão e Eva eram originalmente corpo, alma e espírito. Contudo, no
dia em que eles comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal, eles perderam o
espírito. A morte é a perda da vida. É por isso que eles morreram naquele dia,
exatamente como Deus tinha dito, com suas mortes físicas também a seguir. Desta época
em diante o espírito não estava disponível. Por outro lado, para Deus se comunicar com o
povo, eles têm que ter espírito. Por esta razão durante este período, Deus tinha que
colocar Seu espírito sobre certos homens de Sua escolha.

Por exemplo, todos os profetas tinham o espírito de Deus sobre eles. Deus o colocou
sobre eles para lhes dar revelação. Portanto, a respeito deste período antes do dia de
Pentecostes três coisas precisam ser notadas:

1. O espírito santo não estava disponível.

2. Deus colocou Seu espírito sobre aqueles que Ele quis se comunicar.

3. Eles poderiam perder o espírito, o que significa que eles o tinham sob restrições.

2. De Pentecostes em diante: o espírito santo está disponível novamente

Tendo visto qual era a situação antes do dia de Pentecostes agora é a hora de ver o que
acontece depois do dia de Pentecostes.

2.1.Nascer do alto

Para começar, vamos aos evangelhos para vermos algumas coisas que Jesus disse lá. À
medida que nós lemos os relatos respectivos, nós devemos ter em mente que – como nós
já vimos em João 7:37-39 – na época em que Jesus estava na terra o espírito santo ainda
não estava disponível aqui. Portanto, qualquer coisa que vemos nos evangelhos sobre
espírito refere-se profeticamente na época que ele se tornaria disponível. Tendo isto em
mente, vamos dar uma olhada em João 3:1-3:

João 3:1-3
“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi
ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus;
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus
respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de
novo [no texto grego lê “nascer do alto”], não pode ver o reino de Deus.”

De acordo com Jesus Cristo nenhum homem pode entrar no reino de Deus, se ele não
nascer de novo ou nascer do alto. Isto é provavelmente suficiente para resolver muitos
argumentos e perguntas de como fazer isso para entrar no reino de Deus. A resposta é
simples: Ele deve nascer do alto. Agora, o que esse “nascer de novo” ou “nascer do alto”
significa? O único nascimento que a maioria de nós conhece é o nosso nascimento
natural. Porém, Jesus aqui nos diz que há mais um nascimento e esse nascimento é o
pré-requisito para “ver o reino de Deus”. As perguntas iguais as seguintes podem vir
imediatamente em nossas mentes: “Como esse nascimento ocorre?”, “quem são os pais
deste nascimento?”, “o que eu recebo deste nascimento?”. Como nós iremos responder
essas perguntas? Indo para a Bíblia e a deixando ela mesma se interpretar. Então, vamos
ver o que ela diz:

João 3:4-5
“Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura,
tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no
reino de Deus.”

Nesta passagem Jesus Cristo nos explica que para um homem entrar no reino de Deus
ele deve nascer da água e do espírito. Nascer das águas significa o primeiro nascimento.
Sem ter nascido uma vez, como você poderia nascer de novo? Ele também nos diz que
deve ser nascido do espírito. A palavra “espírito” tem vários usos na Bíblia. Contudo, a
maioria dos usos refere-se ou a Deus que é espírito (João 4:24 “Deus é Espírito”) ou ao
espírito que Deus dá. Na passagem acima “nascer do Espírito” significa nascer de Deus,
Que é espírito. No primeiro nascimento você nasceu “da água 2”. No Segundo nascimento
você nasce do espírito, ou seja, você nasce de Deus, Que é Espírito. Que neste segundo
nascimento você nasce de Deus também está claro no verso 6 onde nós também
aprendemos o que é recebido neste nascimento:

João 3:6
“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.”

Novamente os dois nascimentos são colocados juntos na mesma sentence, mas dessa
vez o propósito é os contrastar e mostrar que ele são inteiramente diferentes. Do primeiro
nascimento você recebe o que seus pais são, ou seja, carne e sangue. Similarmente, do
segundo nascimento você recebe o que seu pai, Deus, é, ou seja, espírito.

A Bíblia também é muito clara sobre como o segundo nascimento ocorre. Em João 5:1,
nós lemos:

I João 5:1
“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus”
Nesta passagem a Palavra de Deus nos diz que para nascer de Deus é necessário crer
com seu coração que Jesus é o Cristo, ou seja, o Messias, o Salvador. Tire um minuto
para pensar sobre isso. Se você nascer de Deus o que você é então? Um filho de Deus.
Um filho ou filha de Deus!! Isso é exatamente o que a epístola de Gálatas também nos
diz:

Gálatas 3:26
“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.”

Para se tornar filho de alguém necessita nascimento. E nas passagens dadas acima a
Palavra de Deus declara que na hora que alguém crê em Jesus Cristo nasce de Deus.
Você crê com seu coração em Jesus como o Cristo, o Messias, o filho de Deus que
ressuscitou da morte? Se sim, Deus é seu Pai. Alguém é mais poderoso que Deus?
NÃO. O que é impossível para ele? Nada. A maioria das pessoas, por causa ou da
religião ou tradição, pensam que Deus é alguém que você não pode se aproximar.
Alguém que está longe deles e Ele se torna um pouco mais perto apenas depois deles
seguirem certo ritual ou fazer certos obras religiosas. Se você crê no mesmo, você deve
mudar isso, substituir isto com o que a Palavra de Deus diz que você é: um filho de Deus.
Vamos expandir um pouco mais sobre isso. Isaías 49:15 nos diz:

“Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se
compadeça dele, do filho do seu ventre?”

Se não, então de onde todas essas crianças que vivem nas ruas e em instituições vêm? É
por isso que Deus diz:

Isaías 49:15
“Mas ainda que esta se esquecesse dele”

Contudo, não para por aqui. Continua:

Isaías 49:15
“contudo eu não me esquecerei de ti.”

Muitos pais esquecem ou maltratam seus filhos. Contudo, Deus nunca se esquecerá de
você. Você sabe por quê? Porque você é filho Dele e Ele ama você. Como Hebreus 13:5-
6 também nos diz:

“Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele
disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E assim com confiança ousemos dizer: O
Senhor é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem.”

Quem disse isso? Não fui eu. Deus (“Ele Mesmo”) disse isso. Ele promete que Ele nunca
deixará você nem te desamparará. Seus amigos podem deixar você, o governo pode
abandonar você, seu chefe pode desamparar você. Mas Deus nunca deixará você,
porque você é filho Dele. Se você se sente deixado, abandonado etc. é porque você olha
para as coisas erradas. Olhe para Deus seu Pai; desenvolva uma relação de pai para filho
com Ele e você verá quanto mais luz sua ida terá. Então, você também com confiança
ousar a dizer: “O Senhor é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o
homem.”

Portanto, para resumir: para alguém entrar no reino de Deus, Ele precisa nascer do alto
(“nascer do espírito”, ou “nascer de novo”, ou “nascer de Deus”). Este é o novo
nascimento. E para ser participante do novo nascimento você precisa de fé, fé verdadeira:
fé em Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus que ressuscitou da morte.

2.2. O que aconteceu em Pentecostes?

Como nós vimos no artigo “Corpo, alma e espírito”, Adão perdeu o espírito no dia que ele
pecou. Depois deste dia o espírito não estava mais disponível. Porém, em João 3:6 Jesus
Cristo, falando profeticamente com Nicodemos, disse que alguém poderia ter o espírito de
novo. O momento onde o espírito ficou novamente disponível foi o dia de Pentecostes,
cerca de 2.000 anos atrás. Então, vamos ler para ver o que aconteceu naquele dia:

Atos 2:1-4
“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; E
de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda
a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que
de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo,
e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem.”

O que é descrito acima é o primeiro derramamento do espírito santo, que aconteceu no


dia de Pentecostes. Daquele dia em diante, o espírito santo está disponível de novo e
qualquer um que confessar com sua boca que Jesus é o Senhor e crer com seu coração
que Deus o ressuscitou da morte (Romanos 10:9-10) o receberá e ele pode também se
manifestar com as nove maneiras listadas em Coríntios 12:7-10. Uma destas formas é
falar em línguas e é essa manifestação que estava operando na passagem acima de
Atos.

2.3 De Pentecostes em diante: o espírito está em você e você é o templo de Deus.

Nós vimos anteriormente que antes de Pentecostes as pessoas tinham o espírito de


Deus sobre elas. Ele não estava nelas. Em Pentecostes esta situação também mudou
dramaticamente. Daquele dia em diante, qualquer um, não apenas o que crê com seu
coração em Jesus Cristo, recebe o espírito santo, mas também este espírito está nele.
Como 1 Coríntios 6:19 nos diz:

1 Coríntios 6:19
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus…?”
Onde o espírito santo, que você recebeu quando creste em Jesus Cristo, habita? EM
VOCÊ. Ele não está sobre você. Ele está EM você. Como 1 Coríntios 3:16 nos diz:

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”

Novamente, onde o espírito santo de Deus habita? Ele habita em você. Como a
passagem também nos diz “vós que sois o templo de Deus”. Então, o templo de Deus
não é a igreja na esquina da rua, mas você é e você sabe por quê? Porque o espírito de
Deus habita em você. Aqui está então uma grande diferença entre ter o espírito sobre
você (antes do dia de Pentecostes) e ter o espírito em você (do dia de Pentecostes).
Antes do dia de Pentecostes, as poucas pessoas que tinham o espírito de Deus sobre
elas, não eram o templo de Deus pela simples razão que o espírito de Deus não estava
neles, mas sobre eles. É esta a razão que o templo de Salomão foi construído. Era uma
habitação temporária de Deus. Mas hoje, não há mais necessidade para templos feitos
pelo homem pela razão que hoje Deus não habita em prédios, mas em homens que
têm fé em Seu Filho Jesus Cristo.

Conclusão

Para concluir este artigo: depois da queda de Adão e até o Pentecostes o espírito santo
não estava disponível. Em vez disso, o quê aconteceu em Pentecostes foi que quando
Deus queria se comunicar com alguém, Ele colocava Seu espírito sobre ele. Contudo, em
Pentecostes e devido os feitos de Jesus Cristo, esta situação mudou dramaticamente.
Desde aquele dia o espírito santo está disponível novamente, como um dom, para todo
mundo que sinceramente crê que Jesus é o Cristo, o Messias, o Filho de Deus que
ressuscitou da morte. Além disso, todo que sinceramente crê se torna um filho de Deus,
ou seja, ele nasce de novo ou nasce do alto. Como resultado, Deus pode novamente se
comunicar conosco e nós com Ele. Além disso, o espírito santo habita em nós e não está,
como no Antigo Testamento, sobre nós. Então, nós somos na verdade, como disse Paulo
em 1 Coríntios 3:16: “o templo de Deus” porque “o espírito de Deus habita em nós”.
Notas de Rodapé

1. Em caso de tais instruções forem dadas, elas foram apenas ditas profeticamente para o
período depois do dia de Pentecostes.

2. No primeiro nascimento o bebê está rodeado de água e, portanto, é realmente “nascer


da água”.

"O caminho de Balaão"

Encontramos o registro de Balaão em Números 22-24. Israel, estando a caminho da terra


prometida, acampou nas “campinas de Moabe, para além do Jordão, perto de Jericó”
(Números 22:1). Isto fez Balaque, rei de Moabe, ficar com muito medo e ele enviou
mensageiros a Petor - um lugar na Mesopotâmia, várias centenas de quilômetros de
distância - para trazer Balaão. A tarefa que tinha para ele é dada em Números 22:5-6:
Números 22:5-6
“Um povo que saiu do Egito cobre a face da terra e se estabeleceu perto de mim. Venha
agora lançar uma maldição contra ele, pois é forte demais para mim. Talvez então eu
tenha condições de derrotá-lo e de expulsá-lo da terra. Pois sei que quem você abençoa é
abençoado, e quem você amaldiçoa é amaldiçoado”

A Fama de Balaão foi que "aquele a quem ele abençoou foi abençoado e a quem aquele
amaldiçoou foi amaldiçoado" (Números 22:06). Se alguém lê todo o registro de Números
22-24 vai descobrir que Balaão tinha inicialmente uma atitude piedosa. Quando os servos
de Balaque se aproximaram dele, ele só prometeu-lhes que ele iria verificar o seu pedido
com Deus. Quando Deus lhe disse para não ir com eles, ele obedientemente os mandou
embora. Isto é o que um homem que anda no caminho certo faria e foi isso que Balaão
também fez. Ele ia, obviamente, andar nesse caminho. Porém, Balaque prosseguiu ainda
em enviar mais príncipes, e mais honrados do que os que já tinha enviado. O quais
vieram a Balaão, e chegaram em sua casa prometendo-lhe grande honra e riquezas se
ele amaldiçoasse esse povo. Um homem cujo coração seguia a Deus 100% não iria
vacilar: ele mandaria embora novamente os príncipes, como Deus já havia deixado claro
que era para ele não ir com eles. Mas Balaão não fez isso. Em vez disso, ele disse que
iria verificar com Deus novamente. Embora isso ainda sendo bom e certamente não tão
ruim, quanto ir com eles sem verificar com Deus primeiro, na verdade mostra um tipo de
quebra, uma instabilidade, uma intenção de não mandar embora os representantes de
Balaque e este ficar insatisfeito. Você súplica a Deus novamente apenas por algo que
você ainda quer, e você não está bem resolvido com o que Ele lhe disse pela primeira
vez. E é isso que aconteceu aqui. Balaão queria ir com eles, os presentes foram muitos e
a honra foi demais para ele negar. Por outro lado, ele não queria desobedecer a Deus!
Ele ficaria feliz se ele fosse lá, amaldiçoar Israel, obter as recompensas e também ficar
bem com Deus - quase a mesma coisa, acontece conosco; às vezes: Eu quero fazer a
minha vontade, assim Deus que irá mudar a sua, deixando-me fazer a minha e vamos
estar bem! Deus vendo Balaão nesta fase, disse-lhe para ir, mas somente se os homens
viessem chamá-lo novamente. No entanto, na manhã seguinte nós vimos acima, que sua
jumenta estava pronta para a longa viagem! Ele não queria perder um segundo e não
esperar por ninguém para chamá-lo! Como resultado, a ira de Deus foi despertada e Ele
enviou o Seu anjo para ficar contra ele. Como Balaão teve sua vida salva, por sua
jumenta, pois quando ela viu o anjo tentou evitá-lo. O anjo disse a Balaão para ir, mas
para APENAS dizer a palavra que Deus iria falar com ele. Por que Deus disse a ele
"somente a palavra que eu vou falar para você, é a que você vai falar" (Números 22:35)?
Este foi um aviso a Balaão para não desviar da Sua palavra. Como veremos, ele não
prestou atenção a isso totalmente. Balaão, portanto, foi e encontrou com Balaque. Apesar
disso Balaque o levou a vários lugares que tornaria mais fácil para ele amaldiçoar Israel,
Balaão se mantinha preso ao que Deus lhe havia dito e falou apenas a Sua palavra que
foram apenas bênçãos para Israel. Balaque ficou muito chateado! Aqui está o que ele
disse a Balaão depois, que pela 3ª vez, que ele abençoou Israel: "Eu te chamei para
amaldiçoar os meus inimigos, e olha, você tem fartura e os abençoou três vezes! Agora,
pois, fuja para o seu lugar. Eu disse que seria de grande honra para você, mas na
verdade, o Senhor te privou desta honra.” (Números 24:10-11).
Balaão: Um exemplo a ser evitado

Ao que parece, Balaão tomou a posição de Deus. Ele apenas falou Sua palavra e quando
ele foi com os príncipes de Balaque ele só disse o que Deus queria que ele dissesse. Ele
não se afastou Dele. Pode-se até perguntar por que II Pedro 2:15, bem como outras
passagens que veremos depois irão apresentá-lo como um exemplo a ser evitado. Claro
que ele queria ir para Balaque e talvez ele tinha seus olhos sobre os presentes. No
entanto, parece que ele não diverge do que Deus disse a ele e, finalmente, ele deixou o
local de mãos vazias. Ele obedeceu a Deus, apesar do fato de que isso significava a
perda dos presentes e recompensas prometidas a ele. Ou, não foi assim?

Balaão é mencionado como um exemplo a ser evitado em II Pedro, Judas e Apocalipse.


Isto pode parecer injustificado pelos relatos que temos visto até agora, mas continuando,
vamos descobrir o motivo:

Números 25:1-5, 9
“Agora, Israel permaneceu em Sitim, e o povo começara a cometer prostituição com
mulheres moabitas. Elas [as mulheres de Moabe] convidaram o povo aos sacrifícios dos
seus deuses e o povo comeu e inclinou-se aos seus deuses. Assim Israel se juntou a
Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel. Então o Senhor disse a Moisés:
"Toma todos os cabeças do povo e enforca os infratores perante o Senhor, diante do sol,
e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel. Então Moisés disse aos juízes de Israel,
"Cada um de vocês matem os seus homens que se juntaram a Baal-Peor...... E aqueles
que morreram daquela praga foram 24.000."

Como é que isto aconteceu, como que as mulheres de Moabe sabiam como seduzir os
israelitas? Como é que aconteceu, para que viessem e os fizessem cometer prostituição
com elas, convidou-os para os seus sacrifícios e os fez se curvar aos seus falsos deuses?
Deus estava descontente, a sua ira foi despertada e 24,000 israelitas perderam a vida na
praga que se seguiram. Quem realmente concebeu estes planos perversos que trouxe
tanta destruição para Israel? Números 31:15-16 e Apocalipse 2:14 nos dá a resposta:

Números 31:15-16
"e Moisés disse-lhes:" Deixaste viver todas as mulheres? Olha o que essas mulheres
causaram aos filhos de Israel, por conselho de Balaão, a transgressão contra o Senhor
no incidente de Peor, e houve a praga entre a congregação do Senhor "

em Apocalipse 2:14 (o Senhor Jesus está falando com o anjo da Igreja em Pérgamo)
"Mas eu tenho algumas coisas contra você, porque você tem lá os que seguem a doutrina
de Balaão, que ensinou Balaque a pôr uma pedra de tropeço diante dos filhos de
Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e se prostituírem."

O professor que ensinou Moabe como fazer Israel tropeçar foi Balaão. Nós já vimos como
ele estava inclinado para presentes e honra. II Pedro 2:15-16 nos diz que amou-os:
II Pedro 2:15
"Eles deixaram o caminho certo e se desviaram, seguindo o caminho de Balaão, filho de
Beor, QUE AMOU O PRÊMIO DA INJUSTIÇA, mas que foi repreendido pela sua própria
transgressão: um jumento mudo falando com uma voz de homem impediu a loucura do
profeta ."

Até o momento de Números 24 Balaão era um profeta de Deus, um porta-voz de Deus.


Ele estava caminhando no caminho certo. MAS não até o fim. Ele eventualmente deixou-o
e extraviou-se, porque "ele amou o prêmio da injustiça". Ele começou bem, mas teve um
fim terrível. Não é só importante se começar no caminho certo. Também é muito
importante manter-se nele até o fim. Balaão começou bem, mas não continuou assim. Ele
finalmente foi morto pelos israelitas quando assumiu Midiã 1. No relato de sua morte
(Josué 13:22), ele não é mais chamado de "profeta", mas "adivinho". Ele começou como
um profeta, um porta-voz de Deus, mas terminou como adivinho, inimigo de Deus.

Balaão em 2 Pedro e Judas

Balaão passou de porta-voz de Deus a falso professor que fez o povo de Deus tropeçar
(Apocalipse 2:14). Ele estava no caminho certo, mas abandonou-o e extraviou-se. Esta é
provavelmente a razão pela qual ele é mencionado três vezes por diferentes escritores no
Novo Testamento como um exemplo a ser evitado. Já vimos o relato relevante em
Apocalipse e aqui estão os outros dois a partir de II Pedro e Judas:

II Pedro 2:16
"ELES abandonaram o caminho certo e se desviaram, seguindo o caminho de Balaão,
filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça, mas que foi repreendido pela sua própria
transgressão: um jumento mudo falando com uma voz humana impediu a loucura do
profeta ."

e Judas 11
"Ai deles! Porque prosseguiram no caminho de Caim, de ter executado avidamente no
erro do prêmio de Balaão, e pereceram na revolta de Corá”

Ambos, II Pedro e Judas, referem-se àqueles que seguiram o caminho de Balaão. Quem
são essas pessoas? O que elas fizeram? Elas têm qualquer semelhança com Balaão, e
se sim qual é? Como poderia esta figura do Antigo Testamento se relacionar com a época
de hoje da graça? Nós vamos encontrar a resposta nas Escrituras. A partir de II Pedro, a
palavra "eles" remonta ao primeiro versículo, onde lemos:

II Pedro 2:1-3
"Mas houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá entre vós falsos
mestres, que introduzirão encobertamente heresias destruidoras, até mesmo negar o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos
seguirão as suas dissoluções, pelos quais o caminho da verdade será blasfemado. Pela
cobiça farão de vós negócios com palavras fingidas; por um longo tempo o seu
julgamento não terá sido ocioso, e a sua destruição não dormirá ".
Continuaremos com mais informação dada sobre os falsos mestres. Mas primeiro vamos
deixar claro sua origem. Isso se torna evidente a partir dos versos 1, 15 e 20-21. Ali nós
lemos:

II Pedro 2:1
"Mas houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá entre vós falsos
mestres, que vão trazer secretamente destrutivas heresias,mesmo negar o Senhor que
os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição."

II Pedro 2:15
"Eles abandonaram o caminho certo e se desviaram"

e II Pedro 2:20-21:
"Porque, se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo pleno
conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foram outra vez envolvidos nelas e
vencidos, o fim último é pior para eles do que o começo. Por isso teria sido melhor para
eles não terem conhecido o caminho da justiça do que, tendo conhecido,
desviarem-se do santo mandamento que deles. "

Como é óbvio a partir de acima:

• Essas pessoas eram o povo que o Senhor tinha resgatado.

• Eram pessoas que tinham escapado das corrupções do mundo através do


conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo2.

• Eles tinham conhecido o caminho da retidão e o mandamento santo foi entregue a eles 3.

• Eles haviam abandonado o caminho certo, que por sua vez significa que eles tinham
uma vez andando nele.

Os falsos mestres dos quais a Palavra de Deus fala aqui, portanto, não são crentes, mas
descrentes, para ser mais preciso eram pessoas que tinham começado como crentes.
Afinal de contas quem eram as pessoas compradas pelo Senhor, que tinham pleno
conhecimento do Senhor e para quem o santo mandamento foi entregue? Como Balaão,
eles começaram no caminho certo, mas o abandonaram e se viraram para os falsos
mestres, trazendo heresias destrutivas e explorando o povo de Deus com palavras
enganosas! Se pensarmos que a questão desses falsos mestres não é algo para ser dado
muita atenção, afinal não temos visto muitos abertamente "negando o Senhor que os
resgatou", estamos errados. Deus dedicou grande parte de II Pedro e quase toda a
epístola de Judas falando sobre esses impostores. Esta é realmente uma questão onde a
Palavra de Deus diz: "ATENÇÃO"!! II Timóteo 2:15 nos diz:

II Timóteo 2:15
"Procura apresentar-te a Deus, aprovado como obreiro que não precisa se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade."
É o nosso trabalho manejar bem a palavra da verdade, pois, sem uma base sólida sobre
ela, será impossível de ser protegido pelos falsos mestres que estão ao redor.
Retornando a II Pedro, os versículos 10-22 continuam sobre estes apóstatas:

II Pedro 2:10-22
“e, especialmente, aqueles que andam segundo a carne em concupiscências de imundice
e desprezam a autoridade. Eles são presunçosos, obstinados. Eles não têm medo de não
falar de dignitários, enquanto que os anjos, que são maiores em força e poder, não
trazem uma acusação, uma injúria contra eles diante do Senhor. Mas estes, como
animais irracionais feitos para serem capturados e destruídos, falam mal das coisas que
eles não entendem, e vão perecer na sua corrupção, e receberão o salário da injustiça,
como aqueles que têm prazer de festejar durante o dia. Eles são manchas e defeitos,
orgias em seus enganos, quando se banqueteiam convosco, tendo os olhos cheios de
adultério e não cessando de pecar, engodando as almas instáveis. Eles têm um coração
treinado em práticas avarentas, e são filhos amaldiçoados. Eles abandonaram o
caminho certo e se desviaram, seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou
o prêmio da injustiça, mas que foi repreendido pela sua própria transgressão: um jumento
mudo falando com uma voz de homem impediu a loucura do profeta. Estes são fontes
sem água, nuvens transportadas por uma tempestade, para os quais está reservado o
negrume das trevas para sempre. Pois quando eles falaram palavras arrogantes de
vaidade, fascinaram pelas concupiscências da carne, através de lascívia, aqueles que
realmente escapavam, daqueles que viviam no erro. Enquanto eles prometiam liberdade,
eles mesmos eram escravos da corrupção; pois por quem uma pessoa é vencido, dela
também, se torna escravo. Porque, se, depois de terem escapado das corrupções do
mundo, pelo pleno conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foram outra vez
envolvidos nelas e vencidos, o fim último é pior para eles do que o começo. Por isso teria
sido melhor para eles não terem conhecido o caminho da justiça do que, tendo conhecido,
desviarem-se do santo mandamento deles. Mas tem acontecido com eles de acordo com
o provérbio verdadeiro: “O cão voltou ao seu próprio vômito” e, “uma porca, tendo se
lavado, volta a chafurdar-se na lama.”

Deus dedica uma grande parte de II Pedro para descrever esses falsos mestres. Muitos
deles estão lá fora hoje e muitos passaram ao longo dos séculos, usando o nome de
Deus e de Cristo por sua própria causa, por poder, por dinheiro, por honra. Não é Cristo,
cujo exemplo eles seguem, mas Balaão. II Pedro não deixa dúvidas para o seu fim. Como
acabamos de ler:

• Eles trazem em si mesmos repentina destruição (II Pedro 2:1).

• Durante muito tempo o seu julgamento não será tardio, e a sua destruição não dormita
(II Pedro 2:3).

• "Porque, se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo pleno
conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e
vencidos, o último estado tornou-se pior para eles que o primeiro. Por isso teria sido
melhor para eles não terem conhecido o caminho da justiça do que, tendo
conhecido, desviarem-se do santo mandamento para eles. Mas tem acontecido com
eles de acordo com o provérbio verdadeiro:

• "O cão voltou ao seu próprio vômito" e, "a porca lavada ao espojadouro de lama." (II
Pedro 2:20-22)

• Para eles está reservada a negrura das trevas para sempre (II Pedro 2 : 17).

Não é a salvação que está reservada para essas pessoas, mas a "negritude das trevas
para sempre". Mas "não é a salvação um dom dado por graça?", alguns dirão. Claro que
é. É um presente dado pela graça mediante a fé (Efésios 2:8). Mas como é óbvio,
algumas pessoas vão negar o Senhor - e, portanto, a fé - volta a ser sua inimiga,
explorando seu povo e trazendo heresias destruidoras. Eles são realmente semelhantes a
Balaão. Ele também estava no caminho certo, mas ele se desviou e passou de ser um
profeta verdadeiro a um falso mestre que ensinou os inimigos de Deus como fazer o Seu
povo tropeçar. Para essas pessoas "é reservado o negrume das trevas para sempre". De
acordo com Pedro II "seria melhor para eles não terem conhecido o caminho da justiça do
que ter conhecido a desviarem-se do santo mandamento deles" (2 Pedro 2:21).

Judas

Balaão também é mencionado em Judas, quase da mesma forma e contexto como em II


Pedro. Judas começa sua epístola com o seguinte:

Judas 3
"Amados, sendo muito ansioso para escrever-lhe de nossa comum salvação, achei
necessário escrever para vocês exortando-vos a batalhar pela fé que uma vez por
todas foi entregue aos santos."

Judas queria através de sua epístola exortar os crentes a batalhar pela fé que de uma vez
por todas foi entregue aos santos. Obviamente esta fé estava sob ataque. Esta fé está
sob o ataque do inimigo e, enquanto ele está por perto, ele nunca vai deixar de atacá-lo.
Temos que batalhar para essa fé e Judas continua a dar as razões em sua epístola de um
capítulo:

Judas 4-19
“Para certos homens se introduziram com dissimulação, que há muito tempo estavam
escritos para esta condenação, homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus
em lascívia e negam o nosso único Soberano e Senhor Jesus Cristo. Mas eu quero
lembrá-los, embora vocês já sabiam disso, que o Senhor, depois de ter salvo o povo da
terra do Egito, destruiu depois os que não crêram. E os anjos que não guardaram o seu
principado, mas deixaram a sua própria morada, Ele tem reservado em prisões eternas na
escuridão para o juízo do grande dia, como Sodoma e Gomorra, e as cidades ao seu
redor de forma semelhante a estas, tendo-se entregue à imoralidade sexual e ido após
outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Também estes
sonhadores contaminam a carne, rejeitam a autoridade, e falam mal dos dignitários. Mas
o Arcanjo Miguel, em contenda com o diabo, quando ele disputava a respeito do corpo de
Moisés, não ousou fazer contra ele uma acusação, uma injúria, mas disse: "O Senhor te
repreenda!" Mas estes falam mal de tudo o que não sabem, e tudo o que naturalmente
conhecem, como animais irracionais, nessas coisas se corrompem. Ai deles! Porque
entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e
pereceram na contradição de Coré. Estes são manchas em vossas festas de amor,
quando se banqueteiam com você sem medo, servem apenas a si próprios. São nuvens
sem água, levadas pelos ventos, árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas,
arrancadas pelas raízes; ondas bravias do mar, espumando as suas próprias torpezas,
estrelas errantes, para os quais está reservado o negrume das trevas para sempre .
Agora Enoque, o sétimo depois de Adão, profetizou sobre estes homens também,
dizendo: "Eis que o Senhor vem com milhares de Seus santos", para executar juízo sobre
todos, para condenar todos os que são ímpios de todas as suas obras de impiedade,
cometeram em um caminho ímpio, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores
disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos, andando segundo as suas
próprias cobiças, e eles tem na boca palavras arrogantes, lisonjas para ganhar vantagem.
Mas vós, amados, lembrai as palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso
Senhor Jesus Cristo: como eles lhe disseram que haveria escarnecedores nos últimos
tempos que andavam de acordo com as suas ímpias concupiscências. Estas são pessoas
sensuais, que causam divisões, não têm o Espírito."

Parece que estas são o mesmo tipo de pessoas, pelo menos tanto como o fruto que está
preocupado, como aqueles que vimos em II Pedro. Eles são impostores que podem e até
se atrevem em se chamarem cristãos. Por causa desses falsos mestres - e há muitos
deles hoje ativos - Judas sentiu uma necessidade séria de escrever aos crentes para
dizer-lhes para combater pela fé, de uma vez por todas entregue aos santos. Temos que
lutar pela fé! É a Escritura - não doutrinas, ordenanças e tradições dos homens, quem
quer que esses homens sejam - a base da nossa fé. Colossenses 2:8 nos adverte:

Colossenses 2:8
"Cuidado para que ninguém enganá-lo por meio de filosofias e vãs sutilezas,
segundo a tradição dos homens, de acordo com os princípios básicos do mundo, e
não segundo Cristo".

também em II João 7-8


"Porque já muitos enganadores entraram no mundo que não confessam que Jesus Cristo
veio em carne e osso. Este é o enganador e o anticristo. Olhai por vós mesmos, para
que não perca as coisas que trabalhava, mas que pode receber plena recompensa."

Também Judas e Pedro nos dizem:

Judas 20-25
"Mas vós, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo,
guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus
Cristo para a vida eterna."
II Pedro 3:14-18
"Vocês, portanto, amados, pois vocês sabem disso de antemão, guardai-vos para
que vocês também não venham a cair de sua própria firmeza, sendo levados com o
erro dos ímpios, mas crescerem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, agora e para sempre. Amém ".

"Guardai-vos para que vocês também não venham a cair de sua própria firmeza, sendo
levados com o erro dos ímpios". Todos nós podemos ser potencialmente "levados com o
erro dos ímpios". Ninguém está isento desta advertência. Balaão começou no caminho
certo, mas ele por fim o abandonou. "Mas crescerem na graça e no conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo", Pedro continua. “Guardai-vos” é uma parte da
ação, o crescimento na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo é o outro.

Há muitos impostores por aí, e até mesmo dentro do corpo de Cristo - é por isso que
Pedro e Judas, dirigem-se aos crentes – e a única maneira de serem protegidos de seus
ensinamentos enganosos é inclinar para o leite puro da Palavra. A única maneira de
construir nossa casa para que ela não seja ultrapassada por qualquer coisa que possa vir
contra ela, é construí-la sobre a rocha, que Jesus Cristo explicou; é ouvir a Palavra de
Deus e fazê-la (Mateus 7:24-25). Balaão conhecia a palavra de Deus, ele realmente a
seguiu até certo ponto, mas não depois que ele entrou em choque com seu desejo de
honra e riqueza. Uma vez que isto aconteceu, ele se extraviou. Em contraste com ele,
devemos seguir o caminho certo: o caminho do saber e a todo custo fazer a Palavra de
Deus. Começar, correr e terminar a corrida, colhendo completamente e totalmente as
recompensas que Deus tem para nós.

Hebreus 12:1
"Deixemos todo embaraço, e o pecado que tão facilmente nos enlaça, e corramos
com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e
consumador da nossa fé, que para a alegria que foi definida perante Ele suportou a
cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus."
Notas de Rodapé

1. Por essa época ele havia se mudado do seu lugar, na Mesopotâmia, e estava vivendo
na terra de Midiã, juntamente com os inimigos de Israel.

2. A palavra "conhecimento" aqui é a palavra grega "επίγνωσις" (epignosis) que significa


"conhecimento exato ou completo", "conhecimento preciso ou, ainda, com conhecimento
aprofundado; verdadeiro conhecimento" (em oposição à palavra "gnosis", que significa
simplesmente "conhecimento"). Ver Vines Expository Dictionary of New Testament Words,
MacDonald Publishing Company, p.641 e The Companion Bible, Kregel Publications,
Appendix 132.

3. Mais uma vez o verbo "saber" que é usado aqui é o verbo "επιγινώσκω" (epiginosko)
que significa "saber muito bem", "conhecer a fundo e com precisão" (veja as referências
dadas na nota 2)
A correção do Senhor

Muitos de nós podem ter ouvido com frequência a Palavra de Deus falando sobre as duas
naturezas que temos após o novo nascimento. A Bíblia fala delas em muitos lugares,
chamando a velha natureza como o homem velho ou carne, a nova natureza, recebida
com o novo nascimento, como novo homem ou interior, ou espírito1. Além disso, também
nos informa sobre a luta incessante que há entre eles. Realmente, em Gálatas 5:17,
lemos:

Gálatas 5:17
“Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um
ao outro, para que não façais o que quereis.”

Também Romanos 7:21-23 nos diz:


“Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque,
segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros
outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do
pecado que está nos meus membros.”

Quando cremos no Senhor Jesus Cristo e na sua ressurreição dos mortos (Romanos
10:9), o nosso velho homem não parou de existir. Em vez disso, ele tem um concorrente:
o novo homem. Paulo acima não descreve apenas a existência de duas naturezas, mas
também a luta entre elas: conhecer o bem, mas quando o velho está no comando,
encontrar uma parede em você que te bloqueia de fazer isso.

1. A mente de Cristo

Enquanto o velho homem está no comando, nós não podemos ser úteis a Deus. Ele nos
quer servos, nós queremos ser patrões. Fazemos obras em Seu nome, mas, apesar do
fato de que elas possam ter uma aparência “espiritual", somos nós que as conduzimos e
elas são do nosso próprio eu. Pelo contrário, as verdadeiras obras espirituais são obras
que Deus preparou para que andássemos nelas (Efésios 2:10), e no qual ele é o líder.
Ele não nos pede para fazer nossas próprias coisas, para preparar o nosso próprio
caminho, mas sim para nos submetermos e andarmos no caminho que Ele já preparou.
Infelizmente, enquanto nós entendemos facilmente as expressões ásperas da carne,
perdemos as partes que têm uma aparência "espiritual". No entanto, a verdade é que é
impossível para nós fazermos qualquer obra espiritual por nosso próprio poder. Como
Cristo disse:

João 5:30
“Eu não posso, de mim mesmo, fazer coisa alguma.”

E Paulo nos diz:

Romanos 7:18
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum”
e 2 Coríntios 3:5
“Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos;
mas a nossa capacidade vem de Deus”

Também: 1 Coríntios 15:10


“Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes
trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está
comigo.”

e Gálatas 2:20
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”

A questão, então realmente é: quem está ativamente vivo em nós? O velho homem
ou Cristo? Quem faz a obra? O velho homem ou Cristo? Quem nós manifestamos em
nossa comunhão uns com os outros e com os outros homens? O velho homem
ou Cristo? Nós não somos indagados para fazer obras de aparência espiritual, mas
obras que são verdadeiramente espirituais. Nós não somos indagados para fingir
sermos homens de espírito,mas para realmente sermos homens de espírito. Como o
Senhor disse em Lucas 14:

Lucas 14:26-27, 33
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e
irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.... qualquer de
vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.”

O que consideramos como "nosso", como os nossos "direitos"? Pode ser o nosso
trabalho, nossa família ou o direito de ter uma família, nossa saúde, ou o direito de ser
saudável. É ruim ter uma família? É ruim ter um emprego? Não. O que é ruim é estar tão
preso a esses "direitos", que no negamo a entregá-los nas mãos de Deus. É ruim lutar por
eles, em vez de confiar em Deus por eles. Enquanto nós nos consideramos como sendo
donos dos "direitos" que não foram devolvidos a Deus para fazer a eles tudo o que Ele
quer, não vamos ser discípulos de Cristo. Esse "direito" que não foi satisfeito quando
queríamos e como queríamos, aquela promessa que isso tinha que ser cumprida quando
e como queríamos virá diante de nós como uma parede - até que nós a coloquemos em
Seu trono, até nós abrirmos mão da mesma e dizermos: "Senhor, faça a isso o que
quiser. Você sabe o melhor". Enquanto nós não tivermos nos esvaziado de nós mesmos
lançando todo o nosso cuidado, todos os problemas desta vida, no Senhor, o velho
homem vai ter espaço para oferecer ajuda e reivindicar um lugar no nosso coração. Como
a Palavra diz:

Filipenses 2:5-11
“haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo
em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre
todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus,
e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai.”

A Palavra nos diz para termos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Qual foi
esse sentimento? Era o sentimento que o levou à cruz. Foi o espírito de abnegação e
submissão total à vontade de Deus, mesmo quando isso era a morte. Era um sentimento
“não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39). Somente quando nos
esvaziarmos seremos úteis para ELE. Somente quando nos esvaziarmos, o que vai surgir
em nós não será Tassos, João ou Jim, mas Cristo no Tassos, João e Jim. Caso contrário,
o novo homem de fato vai estar em nós, mas ele não será capaz de ser manifesto, sendo
aprisionado pelo velho homem que está no comando. Vamos saber a vontade de Deus,
mas quando vamos tentar fazê-la, um muro estará bloqueando nosso caminho.

2. A correção do Senhor

O velho homem é o maior obstáculo para os propósitos de Deus. Nós não vamos ser os
homens que Ele quer que sejamos, enquanto o velho homem estiver no controle. Ele não
fica satisfeito com corações orgulhosos, mas com os corações contritos. Ele não fica
satisfeito com os sentimentos elevados, mas com os sentimentos humildes. Ele não quer
homens que sejam "capazes", mas homens que são INCAPAZES para que Ele, que é
capaz, torna-se o poder deles. Como Ele disse a Paulo:

II Coríntios 12:9
“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade,
pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.”

São os fracos, os humildes e os contritos aqueles com quem Deus é capaz de se


comunicar. Como ele diz em Isaías 57:15

Isaías 57:15
“Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo:
Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para
vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.”

E novamente em Ezequiel 6:9, falando aos israelitas:

Ezequiel 6:9
“Então os que dentre vós escaparem se lembrarão de mim entre as nações para onde
forem levados em cativeiro, quando eu lhes tiver quebrantado o coração corrompido 2, que
se desviou de mim, e cegado os seus olhos, que se vão corrompendo após os seus
ídolos; e terão nojo de si mesmos, por causa das maldades que fizeram em todas as suas
abominações.”

Quando o velho homem é presunçoso, quando a nossa carne é intocável, nossa atitude
não é "não eu, mas Cristo", mas "não Cristo, mas eu". Mesmo a obra que Ele pode ter nos
confiado torna-se um recurso para a satisfação dos desejos secretos pecaminosos do
velho homem: poder, domínio, autoridade, status. Em vez de esconder-nos como Cristo o
fez depois de um milagre, temos pressa para nos tornarmos conhecidos, para ir para as
primeiras posições, para sermos admitidos pelos outros. Assim, a obra não é feita para e
por Deus, mas sim para fins pessoais. Nosso coração está doente e contra o Senhor,
embora possamos falar usando palavras “cristãs”. É um coração duro e pedregoso que
precisa de cura, que precisa quebrar. E isso vai fazer a mão paternal do Senhor. Tal como
com os israelitas na passagem acima de Ezequiel, o Pai vai esticar a mão para quebrar o
nosso coração de pedra e o velho homem que reina nele. Depois da quebra, vamos
lembrar-nos dele como eles fizeram. Quando Ele traz à luz nosso verdadeiro eu, quando
nós temos nojos de nos mesmos pela a apatia, a tolerância para com o pecado, e a
maneira como estamos acostumados a pensar, chegaremos perto Dele. Na dor da
quebra Ele virá ao nosso encontro, pois Ele fala com o contrito no coração. Então, vamos
voltar para Ele e dizer: "Eu não posso fazer nada Senhor sozinho. Eu não quero sequer
olhar para o que eu fiz."

No entanto não vamos ter falsas expectativas. Cada quebra traz dor. E a quebra do velho
homem traz dor e é feita através da dor. Aqui está a correção do Senhor que, embora seja
inicialmente dolorosa, como poderíamos viver sem? Em Hebreus 12:4-11, lemos:

Hebreus 12:4-11
“Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado. E já vos esquecestes
da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção
do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o
que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos
trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem
disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além
do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os
reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?
Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes
parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de
tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.”

Muitos de nós rejeitamos qualquer dor como se elas fossem decorrente da atuação
independente do diabo. Assim, também rejeitamos a dor da correção do Senhor. Mas na
verdade, se qualquer dor, vem de forma independente do diabo, então onde está a
correção do Senhor, que é dolorosa? Nós admitimos a dor que causamos aos nossos
filhos na correção deles, mas nós a rejeitamos a respeito do Senhor em nossa própria
correção. No entanto, a verdade é que a dor nem sempre é uma coisa negativa. A cirurgia
também provoca dor. Uma faca está cortando sua carne, uma ferida é criada e o sangue
está correndo. No entanto, é feito para o seu bem, e no caso do nosso coração, é feito
pela mão terna do Pai que corta nos tirando as partes doentes. É claro que teremos dor. É
claro que teremos tristeza. É claro que vamos chorar. Mas como a Palavra diz:
Provérbios 20:30
“Os vergões das feridas são a purificação dos maus, como também as pancadas que
penetram até o mais íntimo do ventre. ”

e Hebreus 12:11
“E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza,
mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.”

Depois da tristeza inicial, a alegria nasce: a alegria da saúde. Aquela febre que aterrorizou
você não está mais lá. Essa lacuna, a apatia e a incapacidade de expressar Cristo, foram
embora com a limpeza do Senhor. Como Cristo, “ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu” (Hebreus 5:8), assim também nós aprendemos a
obediência pelas coisas que sofremos. Vamos, portanto, não odiar todas as coisas que
sofremos como obras do diabo, como algo que supostamente não é normal na vida cristã.
A correção e a dor inicial que isso implica são normais na vida cristã, e embora seja
inicialmente dolorosa ela é usada pelo Pai para nos fazer os homens que ELE quer que
sejamos.

3. O paradoxo da exaltação

Nós não gostamos de falar sobre quebra, tristeza, correção, perseguição, humildade. Nós
preferimos falar SOMENTE de bênçãos, poder, glória, exaltação, conhecimento.
Buscamos as bênçãos, e muitas vezes o nosso foco está no material. Nós temos todas as
espirituais (Efésios 1:3), mas parece que nós não nos importamos muito. Contamos nossa
fé e a fé dos outros através das bênçãos materiais que eles têm. Se algo ruim acontece,
se elas demoram, então nós somos responsáveis, não temos..... muita fé, isso é um.....
antigo pecado secreto .... etc. Lemos as perseguições de Paulo, o apedrejamento de
Estêvão, a execução de Tiago, mas nós tentamos esquecê-los. Nós os desviamos
rapidamente com desculpas como "essas coisas não acontecem hoje em dia" ou até
mesmo as mais extremas como..... "essas pessoas não ouviram Deus"!!!! Não podemos
imaginar que alguns poderiam morrer por Cristo. Provavelmente porque não podemos
morrer por Cristo. Como deixar nossas bênçãos? Como deixar nossa casa, nossa TV,
nossa lareira? O evangelho da prosperidade não permite isso. O bem-estar material e o
cristianismo são a mesma coisa para muitos de nós. No entanto, não é para o Senhor.
Para o Senhor, o discípulo de Cristo é aquele que nega tudo por amor a Cristo e segue o
Senhor onde quer que Ele o chame. É ele, que está tendo seus olhos voltados para o
Senhor e na Sua mão espera pelos seus mandamentos. Ele não fica de pé diante do
Criador como antes....... seu irmão mais novo. Ele é o Deus todo-poderoso, diante do qual
todos devem OBEDECER.
O Paquistão, a Turquia, o Irã e outros países chamados "fechados" não são fechados
porque são muçulmanos. O cristianismo não começou quando as pessoas já eram cristãs!
Não começou em um terreno amigável, mas em um lugar cujos habitantes tinham
acabado de matar o Senhor. O cristianismo começou, com mártires como Estêvão, que
perderam sua vida por isso. Agora, isso significa que devemos perder a nossa vida
também? Significa que devemos vender tudo, deixar nossas famílias e ir pregar o que a
Palavra diz no Irã? Se o Senhor disser isso, SIM. No entanto, se Ele disser ou não,
devemos considerar tudo como Dele, e nós mesmos como nus e vazios diante Dele.
Este foi o sentimento de Cristo que a Palavra nos diz para ter. Quando estamos nus e
vazios diante Dele, Ele vem e nos exalta, sem fazer nada de nossa parte. Quando nós
nos exaltamos diante Dele, Ele nos abate. Quando somos humildes diante Dele, Ele nos
exalta. Em Filipenses 2:8-9, lemos:

Filipenses 2:8-9
“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e
morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome
que é sobre todo o nome.”

e Provérbios 18:12
“diante da honra vai a humildade.”

I Pedro 5:5-6
“Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos
outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo
vos exalte”

Lucas 18:29-30
“E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou
pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, que não haja de receber
muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna.”

O Senhor traz a exaltação, mas isso só vem como resultado da humildade. O choro traz
alegria. A dor, a cura. O Senhor não retira qualquer coisa que Ele considera bom para
você (Salmo 84:11). Não fique ansioso, não tente fazer isso sozinho. Seja calmo e saiba
que Ele é Deus (Salmos 46:10). Diga a Ele “Senhor tudo é seu. Você conhece tudo. Faça
isso em mim segundo a tua vontade” e Ele trará à sua vida o melhor, o que ELE considera
como o melhor.
Notas de Rodapé

1. Nos casos em que a palavra "espírito" aparece no contexto, juntamente com a palavra
"carne".

2. Algumas traduções em vez de "eu lhes tiver quebrantado o coração corrompido" (Deus
está na ativa) está "me quebrantei por causa do seu coração corrompido" (Deus está na
passiva). Embora Deus de fato tenha sido quebrado pelo coração corrompido deles o
contexto da passagem (ver Ezequiel 5 e 6) o mostra na ativa, fazendo a quebra. Também
quase todas as traduções antigas, como aramaico, sírio, vulgata e a septuaginta traduzem
esta frase como "eu lhes tiver quebrantado o coração corrompido" e acreditamos que esta
é a tradução exata desta passagem.

Algumas das coisas que Jesus Cristo é


Sem dúvida, Jesus Cristo é a pessoa central da Palavra de Deus. É, portanto, de vital
importância olhar para a Palavra de Deus e ver algumas das coisas que esta Palavra nos
diz sobre quem é Jesus. Eu digo "algumas", porque é impossível em um artigo como este,
examinar tudo o que a Bíblia diz que Jesus é. No entanto, espero que as coisas que nós
vejamos hoje nos ajude a apreciar Jesus Cristo e que Ele é para nós melhor.

1. Jesus Cristo: Filho de Deus

Para iniciar nossa pesquisa sobre as coisas que Jesus Cristo é, iremos para João 10:35-
36. Lá, Jesus, durante uma conversa que teve com alguns judeus, disse:

João 10:35-36
"Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a
Escritura não pode ser anulada), Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós
dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?”

Como podemos ver nesta passagem, Jesus disse que Ele é o Filho de Deus ou seja, que
Deus era seu pai. Portanto, a primeira coisa que vemos é que Jesus, é Filho de Deus. O
fato de Jesus Cristo realmente ser o Filho de Deus é também testemunhado por muitas
outras Escrituras. Assim, por exemplo, quando o anjo anunciou a Maria que ela seria a
mãe de Jesus, ele também lhe disse que Jesus seria chamado Filho de Deus. Realmente,
Lucas 1:35 nos diz:

Lucas 1:35
"E o anjo respondeu, e disse a ela [Maria]," descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do
Altíssimo te cobrirá, portanto, também, que o santo que há de nascer de ti será chamado
Filho de Deus . "

Além disso, Deus, duas vezes, uma no batismo de Jesus (Mateus 3:16-17) e uma na
montanha da transfiguração (Mateus 17:5), o declarou publicamente como seu filho.
Realmente, as passagens relativas nos diz:

Mateus 3:16-17
"Quando foi batizado, Jesus logo saiu da água; E eis que os céus se abriram para ele, e
ele viu o espírito de Deus descendo como uma pomba e pousando sobre Ele. E eis uma
voz dos céus dizendo:" este é o meu Filho amado, em quem me comprazo "

Também Mateus 17:5 nos diz:


"Enquanto ele [Pedro - ver Mateus 17:1-4 para o contexto] ainda falava, eis que uma
nuvem luminosa os envolveu; e de repente uma voz vinda da nuvem, disse: " Este é o
meu Filho amado, em quem me comprazo. À Ele ouvi.””

Além de todas essas, outra prova de que Jesus é realmente o Filho de Deus é o fato de
que Deus o ressuscitou dentre os mortos. Realmente, Romanos 1 nos diz sobre isso:
Romanos 1:1, 3-4
"Paulo, servo de Jesus Cristo, ..... acerca de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que
nasceu da descendência de David segundo a carne, e declarou ser o Filho de Deus,
com poder, segundo o espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos. "

À todas as passagens acima, poderíamos adicionar muitos outros registros que declaram
que Jesus é Filho de Deus1. Portanto, a primeira coisa que vemos é que Jesus é, é Filho
de Deus.

2. Jesus Cristo: Salvador do mundo

Tendo visto que Jesus Cristo é Filho de Deus, vamos seguir em frente para ver algumas
outras coisas que ele é. Para começar iremos à I João 4:14. Ali nós lemos:

I João 4:14
"E nós temos vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do
mundo.”

Também em João 12:47 Jesus disse:


"E se alguém ouve as minhas palavras e não crê nelas, eu não o julgo, porque eu não
vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.
”Salvação requer um salvador, alguém que irá torná-la disponível. Como a passagem
acima deixa claro este salvador é o Senhor Jesus Cristo. Realmente, Romanos 10:9 nos
diz:

Romanos 10:9
"Se você confessar com sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo."

Além disso Atos 4:12 nos diz sobre Jesus:


"E não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu dado aos
homens pelo qual devamos ser salvos."

A salvação é impossível sem Jesus Cristo e não pode ser obtida por nenhum outro meio
que não seja confessando-o como Senhor e crendo que Deus o ressuscitou dentre os
mortos. Portanto, uma segunda coisa que vemos que Jesus é, é o Salvador, o único em
quem há salvação.

3. Jesus Cristo: Senhor

Além de Filho de Deus e Salvador, outro título que é usado para Jesus Cristo é Senhor. A
respeito da palavra "Senhor" esta é uma tradução da palavra grega "kurios" que significa
chefe, alguém que está em posição de autoridade2. Que Jesus Cristo está realmente em
posição de autoridade é demonstrado pelo fato de que ele é chamado de "o Senhor Jesus
Cristo" 82 vezes na Bíblia. Para além disso, há também muitas passagens na Bíblia que
se referem a seu senhorio e autoridade, como Filipenses 2:9-11. Ali nós lemos:
Filipenses 2:9-11
"Pelo que também Deus o exaltou soberanamente [Jesus] e lhe deu o nome que está
acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus e na
terra e aquelas debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai ".

I Coríntios 15:24-28 também nos diz:


"Então virá o fim, quando ele [Jesus] entregar o reino a Deus Pai, quando ele por fim a
todo o império, e toda autoridade e poder. Pois ele [Jesus] deve reinar até que tenha
posto todos os inimigos debaixo dos seus pés . O último inimigo a ser destruído é a morte.
Pois "ele [Deus] colocou todas as coisas debaixo de seus [de Jesus] pés". Mas, quando
diz que todas as coisas lhe (Jesus) estão sujeitas, claro está que se excetua aquele
(Deus)que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas,
então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para
que Deus seja tudo em todos.”

Como as passagens acima deixam claro, todo mundo é ou será colocado sob os pés de
Jesus. A única exceção é Deus " que sujeitou todas as coisas a Ele" e para quem, o
próprio Jesus está sujeito. Com exceção de Deus tudo e todo mundo está ou estará sob
sujeição de Jesus "para que toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a
glória de Deus Pai".

4. Jesus Cristo: a cabeça da igreja

Não só Jesus Cristo é o chefe, o senhor, mas ele também é o chefe, o chefe do corpo dos
que crêem nele, ou seja, o chefe da "igreja". Realmente, como Colossenses 1:18 nos diz:

Colossenses 1:18
"E ele [Jesus Cristo] é a cabeça do corpo, da igreja."

Também Efésios 4:15-16 nos diz:


“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a
justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.”

Como as passagens acima deixam claro, a igreja não é um edifício, mas um corpo
composto de cada um de nós que têm confessado com nossas bocas o Senhor, o Chefe,
Jesus, e que acreditou em seus corações que Deus o ressuscitou dentre os mortos.
Como I Coríntios 12 diz sobre esse corpo e seus membros:

I Coríntios 12:12, 14, 18, 27


E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a
manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil...... Pois de fato o corpo
não é um membro, mas muitos. .... Mas agora Deus colocou os membros, cada um deles,
no corpo da mesma forma que o aprouve ..... agora você é parte do corpo de Cristo, e
seus membros em particular.”
Também 1 Coríntios 11:3 acrescenta:
"Mas eu quero que vocês saibam que a cabeça de todo homem é Cristo, o cabeça da
mulher é o homem, e a cabeça de Cristo é Deus."

Cada um de nós é um membro do corpo de Cristo e tem Cristo como Senhor. Todos nós
juntos compomos o corpo de Cristo, a igreja, que tem Cristo como Cabeça, que por sua
vez, tem Deus como cabeça (I Coríntios 11:3). Como agora em um corpo literal, a cabeça
é a parte que toma decisões e é responsável por tudo o que o corpo faz, assim também é
Cristo na igreja: ele (e só ele) é o responsável por decidir como o corpo como um total, e
cada um de nós, como membros, funcionará. Ele é o cabeça da igreja, nós somos seus
membros, e Deus é Aquele que nos colocou na igreja como lhe aprouve. Como a minha
mão é obediente a minha cabeça, assim nós, como membros da igreja, devemos ser
obedientes ao chefe da Igreja, Cristo. Ele é o que possui a posição da cabeça na igreja.
Todos os outros são membros cuja correta operação é necessária para o bom
funcionamento do corpo também.

5. Jesus Cristo: O único caminho para Deus

Embora até agora tenhamos visto muitas das coisas que Jesus é a lista não pára por
aqui. Realmente João 14:6 nos diz:

João 14:6
"Jesus disse-lhe:" Eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por
mim. "

Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Como ele disse, ninguém pode ir a Deus,
mas somente por meio dele ou seja ele é o único caminho para Deus. Evidentemente,
isso significa que a visão que defende que todas as diversas religiões são simplesmente
maneiras diferentes que, no final nos levarão para o único Deus verdadeiro é totalmente
errada. Realmente de acordo com o que acabamos de ler o Senhor Jesus Cristo não é
apenas mais uma forma de se chegar a Deus. Sem ele ninguém pode ir a Deus.

6. Jesus Cristo: o único mediador entre Deus e os homens

Além de ser o único caminho para Deus, Jesus Cristo também é o único mediador entre
Deus e os homens. Verdadeiramente, 1 Timóteo 2:5 nos diz:

I Timóteo 2:5
“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo
homem."

Como é evidente a partir desta passagem, assim como o ponto de vista de que "existem
muitos caminhos para Deus" é biblicamente errado, o é também a visão 3 de que "existem
muitos mediadores entre Deus e os homens". Realmente como a passagem acima deixa
claro, existe um e somente um mediador entre os homens e Deus, o homem Cristo Jesus.
Apenas Ele foi designado por Deus para mediar a nosso favor e só Ele é apropriado para
este trabalho.

7. Jesus Cristo: O pão da vida

Mais informações sobre o que é Jesus, são dadas em João 6:35. Ali nós lemos:

João 6:35
"E Jesus disse-lhes [aos judeus]," Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim jamais
terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede "

Também João 6:47-48 repete:


"Em verdade, vos digo, quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida"

Jesus Cristo prometeu que aquele que vem a ele nunca terá fome e nunca mais terá
sede. Ele disse que ele é o pão da vida. Todos nós sabemos como o alimento e a água
são vitais para nossa vida. No entanto, mesmo uma abundância deles não pode dar-nos
mais do que uma média de setenta ou 80 anos de vida, o pão que é chamado de Jesus
Cristo nos dá a vida eterna. Como? Já vimos isso: Por confessarmos o Senhor Jesus
como Senhor e crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos (Romanos 10:9).

8. Jesus Cristo: a luz da vida

Além do pão da vida, que como vimos Jesus é, ele também é aquele que se seguirmos,
teremos a luz da vida. O evangelho de João nos diz:

João 8:12
"Então Jesus lhes falou, dizendo:" Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará
em trevas, mas terá a luz da vida ".

João 12:46
"Eu sou a luz do mundo, todo aquele que crê em mim não permanecerá nas trevas"

Como a nossa sobrevivência exige pão e água, assim também a nossa caminhada na
vida necessita de luz para que seja segura e para que possamos saber onde vamos.
Como Jesus Cristo, caracteristicamente, disse:

João 12:35
"aquele que caminha nas trevas não sabe para onde vai."

Quando andamos nas trevas, não sabemos para onde vamos. É por isso que precisamos
de luz. No entanto, embora a luz física ou artificial seja suficiente para a nossa caminhada
a pé, evidentemente não é suficiente para nossa caminhada na vida. Para esta
caminhada precisamos de um tipo de luz diferente, a luz da vida. Como é possível ter
essa luz? Seguindo a Jesus Cristo. Realmente como as passagens acima nos diz se
seguirmos a Jesus, o caminho, a verdade e a luz, não andaremos em trevas mas teremos
a luz da vida.
9. Jesus Cristo: a porta

Para vermos outra coisa que Jesus Cristo é, vamos para João 10. Ali nós lemos:

João 10:7-10
"Então Jesus disse-lhes novamente," Em verdade, vos digo, eu sou a porta das ovelhas.
Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os
ouviram. Mas Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo, entrará e sairá e
achará pastagem. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para
que tenham vida, e que a tenham em abundância. "

Aqui Jesus Cristo usa uma figura de linguagem para nos dar mais informações sobre ele
e o que vai acontecer com aqueles que irão segui-Lo. Nesta figura Jesus se apresenta
como a porta. A respeito do significado desta figura, todos nós sabemos que a porta é
algo que nos dá acesso para um lugar diferente daquele em que estamos. Portanto,
quando a Palavra de Deus apresenta Jesus como a porta, quer nos dizer que ele é
alguém através de quem se entrarmos estaremos em um lugar diferente do que
estávamos antes de entrar. E se alguém pergunta que tipo de lugar é este, a resposta é
dada pelo próprio Jesus Cristo. Como Ele disse: "Se alguém entrar por mim, ele será
salvo, entrará, sairá e achará pastagem ". Tomando cada um por sua vez, se alguém
entra pela porta que se chama Jesus Cristo ou seja, se ele confessa com sua boca que
Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos
(Romanos 10:9), ele será salvo. Além disso, ele será capaz de "entrar e sair", ou seja, ele
estará livre, o que consequentemente significa que, o que permanece fora da porta que é
Jesus não possui nenhuma liberdade. Este caso, que refere-se ao homem não salvo pode
ser visto em 2 Coríntios 4:3-4 :

2 Coríntios 4:3-4
“Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto.
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”

Você pode falar de liberdade quando você está cego? Você pode se mover "dentro e
fora"? Claro que não. Somente se alguém entrar pela porta que é Cristo, realmente é
liberto da escravidão do diabo e tem liberdade genuína.

Finalmente, outra coisa que acontece quando ele passa pela porta que é Jesus é pasto.
Podemos compreender a importância das pastagens se lembrarmos que Jesus estava
usando a figura de um carneiro. A pastagem para uma ovelha é o que o alimento é para
um homem. Se imaginarmos, por conseguinte, o grau de satisfação de uma ovelha
quando encontra bons pastos, vamos obter uma imagem de quão satisfeito fica também o
homem que passa através da porta que é Jesus Cristo.

10. Jesus Cristo: O bom pastor


Além de ser a porta das ovelhas, Jesus também é o bom pastor das ovelhas (nós)
precisa. Realmente, João 10:11, 14-15 nos diz:

João 10:11, 14-15


"Eu sou o bom pastor O bom pastor dá a vida pelas ovelhas ....... Eu sou o bom
pastor;... E eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem pelo meu próprio Como o
Pai me conhece, também Eu vos conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas ".

Para o rebanho para ser seguro também precisa ter um bom pastor que vai cuidar dele.
Voltando agora para nós, a questão é: há um bom pastor para as nossas vidas ou seja,
alguém que vai cuidar de nós, da mesma forma que um bom pastor cuida de suas
ovelhas? Como vimos, a resposta é sim, há um: o Senhor Jesus Cristo. Realmente, Jesus
Cristo é o bom pastor cuja orientação e cuidados que precisamos. Como Ele disse: "O
bom pastor dá a vida pelas ovelhas", e ele realmente deu a vida por nós. Como Efésios
5:24 nos diz:

Também Efésios 5:02


"E andai em amor como também Cristo nos amou e entregou a si mesmo por nós,
como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave."

Jesus provou o quão bom ele é, dando a si mesmo por nós. No entanto, não só ele é bom
pastor, mas ele também é poderoso, um pastor sob cuja orientação podemos nos sentir
seguros e protegidos. Como João 10:27-29 nos diz:

João 10:27-29
"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes
a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu
Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de
meu Pai.”

Ninguém pode nos arrebatar da mão de nosso pastor, pois foi Deus que nos deu a ele
como ovelhas, e ninguém pode arrebatar-nos da mão de Deus. Portanto, tendo Jesus
Cristo como nosso pastor, podemos realmente nos sentir seguros e protegidos pois
estamos sob a proteção do todo poderoso : Deus.

11. Conclusão

Neste artigo examinamos algumas das coisas que Jesus Cristo é. Assim, vimos que
Jesus Cristo é:

i) Filho de Deus

ii) Salvador do mundo

iii) Senhor

iv)Cabeça da igreja
v) o único caminho para Deus

vi) o único mediador entre Deus e os homens

vii) o pão da vida

viii) a luz da vida

ix) a porta

x) o bom pastor

Esta lista não é de forma exaustiva. Certamente há mais coisas que se pode encontrar
através do estudo da Palavra de Deus. No entanto, aquelas que vimos neste artigo são
suficientes. Acredito que elas nos mostram quão grande é a importância de Jesus Cristo
para nós. Possamos nós, como Paulo orou, "sermos capazes de compreender, com todos
os santos, qual é a largura e o comprimento, a profundidade e a altura" e conhecer o seu
amor ", que ultrapassa todo entendimento" (Efésios 3:18-19)
Notas de Rodapé

1. É característico que a Bíblia chama Jesus de “Filho de Deus” 46 vezes.

2. A palavra “kurius” ocorre 748 vezes no Novo Testamento e é na maioria das vezes
traduzida como “senhor”. Seu significado formal como é dado no docionário “On – Line
Bible” é: 1) àquele a quem coisas ou pessoas pertencem, sobre os quais tem poder de
decisão; mestre, senhor 1a ) o possuidor de algo; 1a 1) o proprietário; alguém que tem
controle sobre alguém, o mestre 1a2) no estado: o soberano, príncipe, chefe, Império
Romano 1b) título de nobreza que expressa respeito e reverência, com o qual servos
saudam seus mestres 1c) este título é dado a Deus, e ao Messias.

3. Alguns nomes bem conhecidos a algumas denominações que são oferecidos como
“mediadores” além de Jesus são Maria, Pedro também chamados de santos.

4. Ver também Gálatas 1:3-4, 2:20 and Tito 2:14

Algumas coisas que acontecem quando as pessoas louvam ao Senhor

1. Atos 16

Paulo e Silas, ao serem conduzidos pelo Espírito Santo, haviam deixado Trôade para ir
para Filipos, uma cidade no norte da Grécia. No entanto, após alguns dias lá, eles foram
colocados na prisão porque tinha expulsado um espírito maligno (Atos 16:16-24). Atos
16:25-28 nos diz o que aconteceu em sua primeira noite na prisão.

Atos 16:25-28
"Mas à meia-noite Paulo e Silas estavam orando E CANTANDO HINOS A DEUS, e os
prisioneiros os escutavam. De repente houve um grande terremoto e os alicerces do
cárcere se moveram, e logo todas as portas se abriram e as correntes de todos foram
soltos. O guarda da prisão ao despertar do sono e ver as portas da prisão abertas,
supondo que os presos tivessem fugido, puxou da espada e estava prestes a se matar.
Mas Paulo o chamou em alta voz, dizendo: "Não te faça nenhum mal, pois estamos todos
aqui." Então ele pediu uma luz, entrou correndo e caiu tremendo diante de Paulo e Silas.
E ele os tirou para fora e lhes disse: "Senhores, o que devo fazer para ser salvo?" Então
eles disseram: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa." Em seguida,
eles pregaram a palavra do Senhor para ele e para todos os que estavam em sua casa. E
a mesma hora da noite, os levou e lavou-lhes os vergões. E imediatamente ele e toda sua
família foram batizados. Então, os levou para sua casa, pôs comida diante deles, e se
alegrou por ter crido em Deus com toda a sua casa ".

Eu honestamente não acho que tudo isso teria acontecido se Paulo e Silas não
estivessem fazendo o que eles faziam: cantando e orando a Deus. A prisão toda foi
tocada por isso. Veja que Deus não soltou apenas as suas correntes, mas também as
cadeias de todos os prisioneiros e abriu as portas para todos eles! Quem sabe quantas
almas encontraram o Senhor naquele dia e tornaram-se verdadeiramente livres. Nós
vamos encontrar o verdadeiro número no céu, mas com certeza já sabemos de alguns: o
carcereiro e sua família. Eles aceitaram o Senhor naquela noite e um dia estarão lá, junto
conosco, Paulo e Silas, cantando e louvando a Deus.

2 Crônicas 20:20-23

Outra passagem onde vemos o povo de Deus louvando é em 2 Crônicas 20. Um grande
exército vinha contra Josafá, rei de Judá e por isso ele temia muito. No entanto, ele agiu
como devia: ele começou a buscar ao Senhor e o Seu poder. Assim, ele convocou Judá e
Jerusalém e orou publicamente a Deus, fazendo menção das promessas que fizera a
seus pais. Então o Senhor deu a ele e ao povo a promessa de libertação. Na verdade, a
libertação seria tão grande que eles nem sequer teriam que lutar! Como Ele disse no
versículo 17 ao povo:

2 Crônicas 20:17
"Vocês não precisarão lutar nessa batalha. Posicionem-se, fiquem parados e vejam a
salvação do Senhor, que está com vocês, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos
assusteis; amanhã subais contra eles porque o Senhor é contigo "
Israel só tinha de ficar parado e o Senhor iria livrá-los sem qualquer outra ação de sua
parte. Esta foi a mensagem profética do Senhor para Seu povo. Os versos 18-24, nos diz
então o que este rei temente a Deus fez:

2 Crônicas 20:18-24
"E Josafá se prostrou com o rosto em terra, e todo o Judá e os habitantes de Jerusalém
se curvaram diante do Senhor, O adorando. Então os levitas dos filhos dos coatitas e dos
filhos dos coraítas levantaram-se para louvar o Senhor Deus de Israel, com voz alta.
Então eles se levantaram de manhã cedo e saíram para o deserto de Tecoa; e ao saírem,
Josafá ficou de pé e disse: "Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém: Crede no
Senhor vosso Deus, e sereis estabelecidos; crede nos Seus profetas, e prosperareis ". E
enquanto ele consultava o povo, ele designou os que deviam cantar para o Senhor, e
que deviam louvar a beleza da sua santidade, ao saírem diante do exército e foram
dizendo: "Louvado seja o Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre.
"Agora, quando eles começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor colocou
emboscadas contra os filhos de Amom, de Moabe e dos do Monte Seir, que tinham
vindo contra Judá; E eles foram derrotados"

É importante que o Senhor tenha estabelecido emboscadas quando o povo começou a


louvá-lo? Claro que é. Isso é exatamente o que a Palavra "quando" indica ("quando eles
começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor colocou emboscadas contra os
filhos de Amom, de Moabe e do Monte Seir"). Claro, o Senhor os teria entregue ao seu
povo de qualquer maneira, como Ele prometeu. No entanto, é importante notar o
momento em que Ele começou a fazê-lo: foi quando eles começaram a louvá-Lo.

2 Crônicas 5:11-14

Outro caso em que vemos a presença do Senhor conectada com louvores está em 2
Crônicas 5. A construção do templo de Jerusalém havia terminado e Salomão estava lá
com as pessoas para a inauguração. Os sacerdotes trouxeram a Arca da Aliança da
cidade de Davi para o Santo dos Santos no templo. Então, a partir do versículo 11 lemos:

2 Crônicas 5:11-14
"E aconteceu que, quando os sacerdotes saíram do Santo dos Santos (pois todos os
sacerdotes que estavam presentes se tinham santificado, sem manter as suas divisões), e
os levitas que eram cantores, todos aqueles de Asafe e Hemã, e Jedutum, com seus
filhos e seus irmãos, estavam na extremidade leste do altar, vestidos de linho fino, com
címbalos, alaúdes e com harpas, e com eles cento e vinte sacerdotes que tocavam as
trombetas – aconteceu que, QUANDO os trompetistas e cantores se fizeram como
um só, para fazer um som para ser ouvido em louvor e agradecimento ao Senhor, e
quando levantavam a voz com trombetas e címbalos, e instrumentos de música, e
louvavam ao Senhor, dizendo: "Porque Ele é bom, porque a sua benignidade dura
para sempre " a casa do Senhor encheu-se de uma nuvem, e os sacerdotes não
podiam continuar a ministrar por causa da nuvem, porque a glória do Senhor
encheu o Templo."

Quando os levitas começaram a louvar o Senhor, a Sua glória apareceu e encheu o


templo. Foi por acaso que isto aconteceu quando as pessoas começaram a louvá-Lo?
Novamente NÃO. Caso contrário, a Palavra de Deus não teria dado a ênfase aos dois
"quandos" indicados na Palavra. A glória do Senhor enchia o edifício e isso
aconteceu quando os sacerdotes e os levitas começaram a louvá-Lo.

Ao mencionar estes exemplos não quero dizer que louvar e cantar devem ser vistos como
um dever religioso, como algo que "deve ser feito para ganhar" a presença ou o
livramento do Senhor. Em vez disso, deve ser visto como algo que vem do coração,
quando percebemos a majestade e a grandeza do nosso Criador. Paulo e Silas não
louvaram ao Senhor como um dever religioso, mas como algo que tinham que fazer todas
as noites antes de ir para a cama. Nem eles fizeram isso porque tudo estava indo bem
para eles. Ao contrário eles estavam em uma prisão com ferimentos em seus corpos que
ninguém tinha tratado. No entanto, eles tinham alegria em seus corações, a alegria do
Senhor que é a nossa força (Neemias 8:10), e era desta alegria que eles estavam
cantando. Eles não estavam olhando para as aparências das coisas "que são vistas", mas
para as que não são vistas, e são eternas (II Coríntios 4:18). Temos a alegria do Senhor
em nós, à medida e grau que nossos olhos estão fixos no Senhor. Como Pedro diz:

I Pedro 1:3-9
"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a Sua grande
misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos, para uma herança incorruptível, imaculada e que não desaparece,
reservada nos céus para vós, que sois guardados pelo poder de Deus através da fé para
a salvação preparada para revelar-se no último dia. Na qual exultais, ainda que agora
por um pouco, se for necessário, vocês tenham sido contristados por várias
provações, para que a prova da vossa fé, torne-a muito mais preciosa que o ouro que
perece, provado pelo fogo, seja achada para louvar, honrar e dar glória ao Senhor Jesus
Cristo, a quem, não havendo visto, amais. Apesar de agora você não vê-Lo, mas
crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé -. A
salvação das vossas almas. "

As pessoas a quem Pedro estava falando tinham provas que as estavam afligindo,
exatamente como nós podemos ter. No entanto, eles tinham "alegria indizível e cheia de
glória" por crer no Senhor Jesus. Eles foram "correr com perseverança a corrida que foi
determinada a eles, olhando para Jesus, autor e consumador da nossa fé" (Hb 12:1-2).
Foi isso, eu acredito, que os fez cheios de alegria, apesar das várias provações. Foi a
mesma coisa que eu acredito que fez Paulo e Silas cantarem, apesar do fato de seu
corpo ter sido espancado e seu futuro ser incerto. E é isso, eu acredito, que é a única
coisa que pode nos fazer cheios de alegria, alegria que ninguém pode roubar.

Para resumir, portanto: há muitas referências na Palavra de Deus sobre o tema de louvar
e cantar para Deus. Isto com certeza não é um tópico de uma era passada. Em contraste,
é assunto para toda a criação, para cada idade e momento. Louvemos ao Senhor porque
Ele nos fez (Salmos 139:14), pois o nosso coração confia nele e fomos ajudados (Salmos
28:7), porque a sua misericórdia chega aos céus e Sua verdade até as nuvens (Salmos
57: 10), porque a sua misericórdia dura para sempre (Salmos 106:1), porque é bom
cantar louvores ao nosso Deus, porque é agradável e seu louvor é lindo (Salmos 147:1),
pois Ele criou tudo com seu comando (Salmos 148).

"Que tudo o que respira louve ao Senhor. Aleluia" (Salmos 150).

Sodoma e Gomorra: por que elas foram destruídas?

Sodoma e Gomorra são dois lugares bem conhecidos da Bíblia. Sodoma era o lugar onde
Ló, sobrinho de Abraão, inicialmente escolheu viver. Em relação à área, Gênesis 13:10
nos diz que era "muito bem regada ......... como o jardim do Senhor". Evidentemente, era
uma terra muito rica e fértil. Seus cidadãos eram, provavelmente, pessoas ricas e seu
nível de bem-estar era alto em relação a outras áreas. Eles não tinham escassez de
alimentos ou água pois a terra era fértil e bem regada. Foram essas características que
atraíram a Ló e o fizeram escolher este lugar para habitar. Como Gênesis 13:10 nos diz:
Ló "levantou os olhos e viu", fazendo sua escolha de acordo com o que viu. No entanto, o
que podemos ver por "levantar os nossos olhos", embora possa parecer excelente, é que
ele não pode realmente ver o que o Senhor vê com seus próprios olhos (I Samuel 16:7).
E, de fato, o que Ló viu, era muito diferente do que aquilo que o Senhor viu olhando para
os corações das pessoas que viveram nesta terra. Realmente, em Gênesis 13:13, lemos:

Gênesis 13:13
"Mas os homens de Sodoma eram extremamente perversos e pecadores contra o
Senhor"

Apesar de Ló ter visto foi uma terra excessivamente fértil, o que o Senhor viu foi um
corações excessivamente sujos. Como ele diz em Gênesis 18:20:

Gênesis 18:20
"Porque o clamor contra Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, porquanto o seu pecado
é muito grave"

No final, depois que o Senhor salvou Ló, Ele destruiu Sodoma e Gomorra. Quando Ló
estava deixando Sodoma, o conselho do Senhor era o exatamente o oposto do que ele
havia feito no início:

Gênesis 19:17
"Então sucedeu que, quando eles os trouxeram paea fora, ele [o anjo do Senhor] disse:"
Fuja pela sua vida! Não olhe para trás ... "

Quando Ló escolheu Sodoma como sua morada, ele fez a sua escolha depois que ele
"levantou os olhos e viu". Agora ele estava a fugir e não deveria "nunca olhar para trás".
Depois da saída de Ló, o Senhor destruiu a área.

No entanto, qual foi o pecado de Sodoma? Ezequiel 16:49-50 nos diz o que o Senhor viu:

Ezequiel 16:49-50
"Olha, esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: ela e sua filha tinha orgulho, plenitude
de alimentos, e abundância de ociosidade, não fortaleceu a mão do pobre e do
necessitado além do mais se ensoberbeceram e cometeram abominação diante de mim;
pelo que ao ver isso as rirei de seu lugar "

Me impressionou muito quando li que "plenitude de alimentos e abundância de


ociosidade" estavam juntamente com orgulho, entre as questões citadas como "a
iniqüidade de Sodoma". E, ainda que o orgulho seja geralmente rejeitado, pelo menos
aparentemente, isso não acontece com os outros dois: plenitude de alimentos e
abundância de ociosidade (isto é, pessoas que vivem sem fazer nada, são ociosos). Em
contrapartida, estes são muitas vezes consideradas, mesmo pelos cristãos, como metas.
Claro que não digo que devemos estar cansados e com fome. O que digo é que embora a
plenitude de alimentos e a vida ociosa, ao contrário do que o mundo diz, NÃO SÃO coisas
que devemos perseguir. Em contraste, o que devemos buscar é o Senhor, a Sua Palavra
e os Seus propósitos. O centro e o fim de nossa vida não é ócio, e riqueza, mas fazer a
vontade de Deus, conhecer e fazer conhecer o Pai e Seu Filho maravilhoso, o Senhor
Jesus Cristo. Como Sodoma e Gomorra cessou de existir, este mundo será também um
dia deixará de existir. E como o Senhor tirou Ló para fora daquele lugar e, em seguida, o
destruiu, assim também Ele vai nos tirar deste mundo, antes de fazer a ele o que ele fez
com Sodoma e Gomorra.

Vamos nós, portanto, estar vigilantes e preparados. O Senhor está vindo. E "como
também era nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e
edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu fogo e enxofre do céu e os
destruiu a tudo. Assim também será no dia em que o Filho do Homem for revelado .........
Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem procurar salvar a sua vida a perderá, e quem perder
a sua vida, preservá-la." (Lucas 17:28-33).

Arrependimento

Arrependimento: O caso de Juízes 10

Em Juízes 10, encontramos o registro dos israelitas lutando contra os amonitas. O


versículo 6 descreve a condição espiritual de Israel naquela época:

Juízes 10: 6
«Então os filhos de Israel tornaram a fazer o mal aos olhos do Senhor, e serviram aos
Balains e Astarotes, os deuses da Síria, os deuses de Sidom, os deuses de Moabe, os
deuses do povo de Amom e os deuses dos filisteus, e abandonaram o Senhor para não
servi-LO »
Como fizeram muitas vezes no passado, os filhos de Israel abandonaram o Senhor, e
seguiram os deuses das várias nações ao seu redor. O Senhor não ficou indiferente a
esse comportamento. Os versos 7-9 nos dizem:

Juízes 10:7-9
«Por isso a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e vendeu-os nas mãos dos filisteus, e
nas mãos do povo de Amom. A partir daquele ano, perseguiram e oprimiram os filhos de
Israel durante dezoito anos - todos os filhos de Israel que estavam no outro lado do
Jordão, na terra dos amorreus, em Gileade. Além disso o povo de Amon atravessou o
Jordão, para pelejar contra Judá, contra Benjamim, e contra a casa de Efraim, então
Israel foi severamente angustiado »

O fruto do comportamento de Israel foi a profunda aflição. No final, as pessoas cujos


deuses eles escolheram para servir tornaram-se seus próprios opressores. Felizmente, na
sua angústia eles se voltaram novamente para o Senhor. O versículo 10 nos diz:
Juízes 10:10
«E os filhos de Israel clamaram ao Senhor, dizendo: « Nós temos pecado contra ti, porque
temos abandonamos ao nosso Deus para servir aos balains! »

Como o filho pródigo do evangelho de Lucas, tomou a decisão de voltar para casa -
confessando seu pecado - quando a terra outrora rica foi atingido pela fome, assim
também os israelitas, durante esta angústia profunda, se converteram ao Senhor e
confessaram seus pecados. Em seguida, os versículos 11-14 nos mostram a resposta do
Senhor:

Juízes 10:11-14
«Então o Senhor disse aos filhos de Israel,« Não os livrei Eu, das mãos dos egípcios e
dos amorreus, do povo de Amom e dos filisteus? Também dos sidônios e amalequitas e
dos maonitas que vos oprimiam, e vocês clamaram a mim, e eu vos livrei das suas mãos?
Mas vocês me abandonaram e serviram a outros deuses. Portanto, eu não vos livrarei
mais. Vão e clamem aos deuses que escolhestes; que eles vos livrem em vosso tempo de
angústia. »

Israel era o povo escolhido de Deus. Ele os salvou de tempos em tempos, uma e outra
vez, só para vê-los traí-Lo mais uma vez. No entanto, Ele não os perdoaria mais? Tinha
tido fim o Seu perdão e Ele rejeitaria Israel para sempre? Os versículos 15 -16a nos
dizem o que os filhos de Israel fizeram após a resposta do Senhor:

Juízes 10:15-16a
«E os filhos de Israel disseram ao Senhor:« Nós pecamos! Faça-nos o que melhor lhe
pareça, só pedimos que nos livre este dia mais. E tiraram os deuses alheios do meio
deles e serviram ao Senhor.»

A primeira vez que Israel foi ao Senhor, os deuses estranhos, ainda estavam no meio
deles. Eles confessaram que haviam pecado. No entanto, se tivessem realmente se
arrependido por que ainda mantinham seus deuses estrangeiros? A confissão do pecado
não é necessariamente arrependimento para o pecado. Arrependimento genuíno é
acompanhado por uma mudança do coração. No versículo 10, os israelitas confessaram
que haviam pecado, mas os deuses estranhos, ainda estavam lá! Acredito que esta foi a
razão pela qual Deus apontou-lhes os seus ídolos quando Ele disse: «Vai, e clama aos
deuses que escolhestes». Estes deuses ainda estavam lá! É somente no versículo 16,
que Israel os coloca fora e começam a servir o Senhor novamente. Imediatamente após
isso, nós lemos sobre a reação do Senhor:

Juízes 10:16
«E Sua alma já não podia suportar a miséria do Israel»

Assim quando Israel se arrependeu verdadeiramente - e isto era agora óbvio por suas
respectivas ações - Deus estava lá para livrá-los mais uma vez. Assim que eles se
arrependeram, o Senhor não pôde mais suportar sua miséria. Juízes 11 - 12 descreve
como Ele os livrou dos amonitas. Ele não fez isso por causa de sua justiça ou porque Ele
tinha certeza de que eles não iriam se afastar novamente. De fato, no capítulo 13, vemos
eles se afastando dele novamente. Ele fez isso só porque Ele os amou, e uma vez que
tinham honestamente retornado a Ele, Ele estava lá, independentemente do que eles
tinham feito no passado ou o que eles fariam no futuro.

Arrependimento - o caso de Acabe

Eu amo os livros históricos do Antigo Testamento. São como pequenas biografias que
mostram como o Senhor trabalhou em várias pessoas, mãs e boas. Lá, em I Reis,
encontramos entre outros, o registro de um rei muito mal, o rei Acabe. 1 Reis 16:30-33 e
21:25 nos dar o seu «CV» e ........ «Realizações»:

1 Reis 16:30-33
«Agora Acabe, filho de Onri era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que
foram antes dele. E sucedeu que, como se houvesse sido uma coisa trivial para ele
andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, ele tomou como mulher a Jezabel, filha
de Etbaal, rei dos sidônios, e foi e serviu a Baal e o adorou. Então ele montou um altar a
Baal no templo de Baal, que tinha construído em Samaria. E Acabe fez uma imagem de
madeira. Acabe fez muito mais para provocar o Senhor Deus de Israel a ira, mais do
que todos os reis de Israel que foram antes dele.»

E 1 Reis 21:25
«Mas não havia ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer mau aos olhos do
Senhor, porque Jezabel, sua mulher o levantou. E ele se cometeu muito abominações,
seguindo os ídolos, conforme tudo o que tinham feito os amorreus, que o Senhor tinha
expulsado de diante dos filhos de Israel »
Acabe é descrito como o rei mais mal de Israel. Não havia ninguém como ele em
maldade. Elias confrontou este rei em 1 Reis 21. Lá nós lemos:

1 Reis 21:20-22
«Então Acabe disse a Elias: Já me achaste ó meu inimigo? E ele respondeu: «Eu
encontrei você, porque você se vendeu para fazer o mal aos olhos do Senhor: Eis que eu
trarei desgraça sobre você. Vou tirar a sua posteridade, e arrancarei de Acabe todo
homem em Israel, escravo ou livre. E farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de
Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías, por causa da provocação com que me
provocaram à ira, fazendo Israel pecar »

Este foi o veredito do Senhor contra Acabe. Ele e sua família não teriam um bom final. No
entanto, não vamos pensar que Deus esta satisfeito. Como Ezequiel 18:23 diz:

Ezequiel 18:23
«Tenho eu prazer na morte do ímpio? diz o Senhor Deus, não quero Eu que ele se
converta dos seus caminhos, e viva? »
O prazer de Deus não é julgar os ímpios, mas vê-los se arrepender. Quem se arrepende,
é aceitável para ele. Será no entanto que este perdão estava disponível até para Acabe, o
rei mais mal de Israel? Os versos 27-29 nos dizem:

1 Reis 21:27-29
«Então foi, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas vestes e pôs saco sobre
seu corpo, e jejuou e jazia em saco, e andava de luto. E a palavra do Senhor veio a Elias,
o tisbita, dizendo: vê como Acabe se humilha perante mim? Porque ele se humilhou
diante de mim, não trarei este mal nos seus dias, nos dias de seu filho trarei a
calamidade a sua casa.»

O julgamento do Senhor estava sobre toda a casa de Acabe. No entanto, seu


arrependimento e o fato de se ter humilhado diante do Senhor, foram suficientes para
adiar o julgamento para o grande mal que ele e sua família havia feito. Infelizmente, sua
família e ele próprio mais tarde, continuaram na maldade - ver, por exemplo 1 Reis 22 e 2
Reis 3:1-3 – e a decisão do Senhor que Elias havia anunciado, foi de fato realizada nos
dias de Jorão, filho de Acabe (ver 2 Reis 9-10).

Arrependimento: o caso de Manassés

Acabe não foi o único rei mal de Israel. De fato, havia muitos outros que se comportaram
como ele. Um deles, foi rei de Judá, Manassés, filho de Ezequias. No resumo de seu
reino dado em 2 Crônicas 33:2, 9 lemos:

2 Crônicas 33:2
«Ele [Manassés] fez mal aos olhos do Senhor, conforme as abominações das nações que
o Senhor tinha expulsado de diante dos filhos de Israel»

e 2 Crônicas 33:9
«Assim, Manassés fez errar a Judá e aos habitantes de Jerusalém para fazer mais mal
do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.»

Ao que parece, Manassés foi o equivalente de Acabe, em Judá. Ambos superaram o mal
das nações que haviam habitado a terra antes! A maldade de Manassés e o povo foram
confrontados pelo Senhor, mas sem resultado: eles não se arrependerem. Os versos 10-
11 nos dizem:

2 Crônicas 33:10-11
«E o Senhor falou a Manassés e ao seu povo, mas eles não quiseram ouvir. Por isso
[como resultado de sua resposta] o Senhor trouxe sobre eles os capitães do exército
do rei da Assíria, que prenderam Manassés com ganchos, amarraram-no com algemas de
bronze, e o levaram para a Babilônia »
O Senhor tentou corrigir o rei e seu povo. Ele não queria ver Manassés no estado em que
acabou. No entanto, sem arrependimento isso era inevitável. Felizmente, como com os
israelitas em Juízes 10, a aflição também resultou em uma mudança de comportamento
em Manassés, que começou agora a procurar o Senhor!
2 Crônicas 33:12-13a
«Agora, quando ele [Manassés] estava em aflição, ele implorou ao Senhor seu Deus, e
humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, e orou a Ele.»

Quando Manassés estava em Jerusalém, em paz, Deus havia falado, mas Manassés não
quis ouvir. Agora que ele estava em cadeias, foi a vez de Manassés começar a falar com
Deus, humilhando-se diante dele. E vamos ver se o Senhor o ouviu:

2 Crônicas 33:13
«E [depois que Manassés se humilhou diante do Senhor] Ele recebeu sua súplica, ouviu a
sua súplica, e o trouxe de volta a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que
o Senhor era Deus »

Em Jerusalém, Manassés foi um campeão de maldade. Quando, contudo, em aflição, ele


tornou-se para o Senhor, Ele não começou a calcular o mal que este rei tinha feito. Ao
invés disto «Ele recebeu sua súplica» e restaurou o rei arrependido de volta ao seu trono.

Arrependimento: O caso de Nínive

Este caso é o tema do pequeno livro de Jonas. O Senhor falou a Jonas e deu-lhe uma
tarefa específica. Os versículos 1 e 2 nos diz:

Jonas 1:1-2
«Ora, a palavra do Senhor veio a Jonas, filho de Amitai, dizendo:« Levanta-te, vai à
Nínive, a grande cidade, e clama contra ela, porque a sua maldade subiu até mim »

Todos nós provavelmente sabe o que Jonas fez inicialmente e como ele desobedeceu a
Deus. No entanto, no capítulo 3, o vemos finalmente indo à Nínive:

Jonas 3:1-4
«Ora, a palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez, dizendo:« Levanta-te, vai à
Nínive, a grande cidade, e pregar a mensagem que eu vos digo; levantou-se Jonas e foi a
Nínive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande, uma
viagem de três dias. E começou Jonas a entrar na cidade em caminhada do primeiro dia.
Então ele gritou e disse: «Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida»

O que Deus queria era que através de Jonas Nínive fosse advertida do julgamento que
viria sobre eles se não se arrependessem. Os versículos 5-9 nos dizem como o povo de
Nínive recebeu as advertências do Senhor.

Jonas 3:5-9
«Então o povo de Nínive creram em Deus, proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco,
desde o maior até o menor deles. Porque esta palavra chegou ao rei de Nínive, e ele se
levantou de seu trono e pôs de lado seu manto, cobriu-se de saco e sentou-se em cinzas.
E fez uma proclamação, e a publicou em toda Nínive, por decreto do rei e dos seus
nobres, dizendo: «Nem homens, nem animais, nem rebanho, provem nada, não os
deixem comer ou beber água. Mas os homens e os animais sejam cobertos de saco, e
clamem fortemente a Deus, e deixem por sua vez, cada um o seu mau caminho e a
violência que está em suas mãos. Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se
afastará a Sua ira, de modo que não pereçam?»

Em contraste com Manassés, o povo de Nínive deu atenção ao que Deus estava
dizendo, e o rei juntamente com seus nobres ordenou a todos para orar e jejuar. Então o
versículo 10 nos diz o que o Senhor fez:

Jonas 3:10
«Então Deus viu as suas obras [não apenas as suas palavras], que se converteram do
seu mau caminho, e Deus se arrependeu do desastre que Ele tinha dito que iria recair
sobre eles, e Ele não fez isso»

Deus se arrependeu do que Ele faria para Nínive, e isso porque o povo de Nínive se
arrependeu.

Arrependimento: Conclusão

Embora o pecado bloqueie o caminho para Deus, o arrependimento o abre amplamente.


Mesmo em casos como os de Acabe e Manassés, o caminho estava aberto, quando eles
se humilharam diante do Senhor. A questão, portanto, não é se o Senhor nos perdoará.
Ele o fará, se houverarrependimento. Se, portanto, temos pecado, temos
nos arrependido? Não apenas em palavras, mas genuinamente no coração. Será que
temos lamentado e chorado pelo nosso pecado, ou temos simplesmente continuado com
o mesmo coração endurecido, enganando a nós mesmos que não há nenhum problema
se justificarmos o pecado ao invés de nos arrependermos por ele? Aqui está o que Thiago
sugere:

Tiago 4:8-10
«Achegai-vos a Deus e Ele se achegará a vós. Purificai as mãos, pecadores, e purificai os
corações, vós de espírito vacilante. Lamentai e chorai. Mude o seu riso em pranto e a
vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor e Ele vai te levantar. »

Em todos os casos que temos visto, o arrependimento foi acompanhado por uma
mudança do coração, por luto pelo pecado e pela humilhação diante do Senhor. Que o
Senhor abra os nossos olhos e que possamos abrir os nossos corações a Ele, tornando-
nos transparentes, sem peças escondidas, desculpas e raciocínios. Que possamos nos
aproximar dEle, arrependidos, e Ele se aproximará de nós também.

Louve ao Senhor

Vamos começar este artigo em Tiago 5:13. Ali podemos ler:

Tiago 5:13
“Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente?Cante louvores.”
A vida tem momentos de felicidade e momentos de aflição (veja também Eclesiastes 3:1,
4). Em tempos de aflição a Palavra diz para orar, enquanto que em momentos de
felicidade ela diz para cantar louvores ao Senhor. Fiquei surpreso recentemente, quando
eu descobri o quanto há na Bíblia sobre o louvor (falar bem de Deus, O exaltando) e canto
para Deus. Na verdade, um livro inteiro da Bíblia - um dos maiores e mais amados - é
chamado de Salmos, que eu traduziria como músicas para Deus. Eu gostaria neste artigo
de dar uma olhada no louvor, cânticos e algumas das referências na Palavra sobre isso.

Louvor no Antigo Testamento

Há tanto sobre louvor e canto a Deus no Antigo Testamento que é difícil decidir por onde
começar.A primeira ocorrência da palavra “louvor”está em Gênesis 29:35, no nascimento
de Judá, da tribo onde o Senhor veio. Ali podemos ler:

Gênesis 29:35
“E concebeu[Lia] outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao SENHOR.
Por isso chamou-o Judá”.

Daí em diante, há mais 260 ocorrências da palavra “louvor” e cerca de 180 da palavra
“cantar”.

Indo em algumas dessas ocorrências, vemos por exemplo, que uma das tarefas dos
levitas era louvar o Senhor. De fato, a uma parte deles foi atribuída apenas esta tarefa:

I Crônicas 23:3-6
“E foram contados os levitas de trinta anos para cima; e foi o número deles, segundo as
suas cabeças, trinta e oito mil homens. Destes havia vinte e quatro mil, para promoverem
a obra da casa do SENHOR, e seis mil oficiais e juízes, e quatro mil porteiros, e quatro
mil para louvarem ao SENHOR com os instrumentos, que eu fiz para o louvar, disse
Davi.”

E também I Crônicas 16:4-6


“E pôs[Davi] alguns dos levitas por ministros perante a arca do SENHOR; isto para
recordarem, e louvarem, e celebrarem ao SENHOR Deus de Israel. Era Asafe, o
chefe, e Zacarias o segundo depois dele; Jeiel, e Semiramote, e Jeiel, e Matitias, e Eliabe,
e Benaia, e Obede-Edom, e Jeiel, com alaúdes e com harpas; e Asafe se fazia ouvir
com címbalos; Também Benaia, e Jaaziel, os sacerdotes, continuamente tocavam
trombetas, perante a arca da aliança de Deus.”

Avançando, no livro dos Salmos vamos encontrar muitas outras passagens que se
referem a louvar e cantar para Deus. A lista é grande e, portanto, tive de me limitar a
apenas algumas das referências:

Salmos 21:13
“Exalta-te, SENHOR, na tua força; então cantaremos e louvaremos o teu poder.”
Salmos 22:23
“Vós, que temeis ao SENHOR, louvai-o”

Salmos 28:7
“O SENHOR é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui
socorrido; assim o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei.”

Salmos 30:4
“Cantai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade.”

Salmos 33:2
“Louvai ao SENHOR com harpa, cantai a ele com o saltério e um instrumento de dez
cordas.”

Salmos 50:23
“Aquele que oferece o sacrifício de louvor me glorificará”

Salmos 57:9
“Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; eu te cantarei entre as nações.”

Salmos 63:3
“Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.”

Salmos 63:5
“A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louvará com
alegres lábios.”

Salmos 67:3
“Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.”

Salmos 68:4
“Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que vai montado sobre os
céus, pois o seu nome é SENHOR, e exultai diante dele.”

Salmos 86:12
“Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, com todo o meu coração, e glorificarei o teu nome
para sempre.”

Salmos 106:1
“Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua
misericórdia dura para sempre.”

Salmos 118:28
“Tu és o meu Deus, e eu te louvarei; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei.”

Salmos 117:1
“Louvai ao SENHOR todas as nações, louvai-o todos os povos.”
Salmos 139:14
“Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito;”

Salmos 147:1
“Louvai ao SENHOR, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque é
agradável; decoroso é o louvor.”

Salmos 150
“Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu
poder. Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua
grandeza. Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa. Louvai-
o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com
órgãos. Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes. Tudo
quanto tem fôlego louve ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.”

Jeremias 20:13
“Cantai ao SENHOR, louvai ao SENHOR; pois livrou a alma deste necessitado da mão
dos malfeitores.”

Como eu disse, estes são apenas uma seleção de passagens, sobre louvar a Deus e
cantar para Ele. Existem muitas outras também. O salmo 148, por exemplo, relata toda a
criação O louvando:

Salmos 148
“Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR desde os céus, louvai-o nas alturas.Louvai-o,
todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos.Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas
as estrelas luzentes.Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os
céus.Louvem o nome do SENHOR, pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou
eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão. Louvai ao
SENHOR desde a terra: vós, baleias, e todos os abismos; Fogo e saraiva, neve e
vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra; Montes e todos os outeiros,
árvores frutíferas e todos os cedros; As feras e todos os gados, répteis e aves voadoras;
Reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; Moços e moças,
velhos e crianças. Louvem o nome do SENHOR, pois só o seu nome é exaltado; a sua
glória está sobre a terra e o céu. Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de
todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao
SENHOR.”

Também em Isaías 43:19-21


o Senhor disse: “Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a
percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo. Os animais do campo
me honrarão, os chacais, e os avestruzes; porque porei águas no deserto, e rios no ermo,
para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito. A esse povo que formei para mim; o meu
louvor relatarão.”
O homem e os anjos, o sol e a lua, a terra e as estrelas, toda a criação, louva ao
Senhor.“Pois Ele ordenou e eles foram criados”. Nenhum de nós estaria aqui hoje se
Deus não tivesse ordenado isso. Vemos a criação, o sol e a lua, as estrelas e a
natureza, porque Deus ordenou e eles foram criados. Sim, iremos declarar o Seu louvor!
Sim, vamos louvar ao nosso Criador! Como o Salmo 150 diz: “Tudo quanto tem fôlego
louve ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.”

Louvor no Novo Testamento

Claro que cantar e louvar não é um assunto apenas do Antigo Testamento. Na verdade,
no Novo Testamento, com a vinda do Espírito Santo, mais uma forma de cantar a Deus foi
adicionada: o canto em espírito. Na verdade, lemos em 1 Coríntios 14:

1 Coríntios 14:14-17
“Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora também, mas o meu
entendimento fica sem fruto.Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei
com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o
entendimento. De outra maneira, se tu bendizeres com o espírito, como dirá o que ocupa
o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?
Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.”

Além de cantar com o entendimento há também a cantar com o espírito que é o falarem
línguas. Eu sei que há um debate na igreja sobre o falar em línguas e as manifestações
do espírito em geral. Eu não quero abrir esse debate aqui. Se você acredita que Jesus é
Senhor e Deus o ressuscitou dentre os mortos você é meu irmão tanto se você fala em
línguas ou não. O que eu quero fazer aqui é dizer honestamente o que eu vejo a Palavra
de Deus dizendo. E o que eu vejo é que eu posso cantar com o meu entendimento e eu
posso cantar com o meu espírito também, através do falar em línguas.

Avançando em nosso assunto, Colossenses e Efésios nos dizem:

Colossenses 3:16
“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-
vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais,
cantando ao Senhor com graça em vosso coração.”

Também em Efésios 5:18-20


“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do
Espírito; Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e
salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso
Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo;”

Salmos e hinos podem até ser um meio de ensinar e admoestar uns aos outros e a
instrução da Palavra é cantar e fazer melodia em nossos corações para ele.
Jesus e seus discípulos costumava cantar hinos em suas reuniões. Vemos isso em
Mateus 26:30:

Mateus 26:30
“E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.”

Cantar e louvar a Deus não é uma atividade do passado. Em vez disso, é uma atividade
para todas as idades, para toda a criação e isso nunca vai cessar.“Tudo quanto tem
fôlego louve ao SENHOR.Louvai ao SENHOR.”

Marta, Maria e Jesus

Em Lucas 10:38-42, lemos:

Lucas 10:38-42
"Ora, aconteceu que, quando iam, ele entrou numa certa aldeia, e certa mulher chamada
Marta o recebeu em sua casa e ela tinha uma irmã chamada Maria, que também ficou
sentada aos pés de Jesus e ouvia a Sua palavra. Mas Marta estava distraída com muitas
tarefas, e aproximando-se dele disse: "Senhor, não te importas que minha irmã me tenha
deixado a servir sozinha? Portanto, dizer a ela para me ajudar. "E Jesus, respondendo,
disse-lhe:" Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas. Mas uma coisa
só é necessária e Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada ".

Martha era uma mulher muito ocupada. Ela estava cozinhando, costurando,
limpando. Estava ocupada com muitas tarefas, diz a Palavra. Ela estava tão ocupada,
que ela essencialmente não reconheceu que o Senhor havia entrado em sua
casa. Ela estava tão ocupada que ela não podia mais notar Sua presença. Ela estava tão
ocupada que não tinha mais tempo para se sentar aos Seus pés e ouvir Sua Palavra, o
serviço tinha mais prioridade para ela. Ela estava tão ocupada, além de suas habilidades,
que começou a queixar-se ao Senhor: "por que ninguém me ajuda na serviço? Peça a
Maria para deixar as conversas e para vir a se juntar a mim. " E há irmãos e irmãs como
ela. Super trabalhadores. Super ativos. E de tão ativos, não têm mais tempo para se
sentar aos pés do Senhor. Realmente, que imagem :você e ele a sós. Sem celulares,
ruídos, nenhum serviço, mesmo que seja um serviço para Ele. Você e Ele a sós. Desligue
o computador, desligue seu celular, feche a porta, feche até mesmo esta revista e passe
um tempo com Ele. Abra seu coração a Ele como seu melhor amigo. Quando o Senhor
estava na terra, Ele fez o mesmo: Ele passou um tempo a sós com o Pai. Nossa maior
prioridade não é o trabalho, ainda que esteja relacionado com o ministério. "UMA COISA
SÓ É NECESSÁRIA", disse o Senhor. A única que escolheu a parte boa foi Maria que,
sentou-se aos seus pés, e não Marta, que estava ocupada " com muito serviço ". Sua
prioridade é se sentar aos pés do Senhor. Sua prioridade é estar junto com o Pai. Às
vezes, muito cedo pela manhã (Marcos 1:35-37), outras vezes durante a noite (Mateus
14:22-23), o Senhor passou um tempo a sós com o Pai. Como lemos em Mateus 14:22-
23:
Mateus 14:22-23
"Imediatamente Jesus obrigou os seus discípulos a entrarem no barco e passarem a
frente dele para o outro lado, enquanto Ele despedia as multidões. E quando Ele despediu
as multidões, subiu ao monte para orar. Agora, quando a noite chegou , Ele ficou sozinho
lá. "

E também Marcos 1:35-37


"Agora, pela manhã, tendo passado um longo tempo antes do amanhecer, ele saiu e foi
para um lugar deserto, e ali orou. Simão e os que estavam com ele O procuraram e
quando O encontraram, disseram-lhe "Todos estão procurando por Ti."

Na primeira ocasião que encontrou, ele colocou os discípulos no barco, despediu as


multidões e foi sozinho até a montanha para orar. No caso de Marcos 1, ele foi
novamente sozinho para um lugar deserto para orar, enquanto que "todos estavam
procurando por ele." Não é que Ele queria se esconder. Ele só queria ter tempo a sós com
o Pai. Esta era a prioridade para Ele e deveria ser prioridade para nós também.

Se você está sempre muito ocupado, mesmo com o ministério, se você sempre faz
alguma coisa e você não tem tempo, se você é como Marta, super energética, mesmo
com a obra de Deus, ver o que o Senhor disse: "Uma coisa só é necessário ", ou seja, o
que Maria fez, isto é, “ficou sentada aos pés de Jesus, ouvindo a Sua Palavra." Muitos
dizem que o trabalho (ministério) vem primeiro e todo o resto vem depois". Eu diria: "o
Senhor em primeiro lugar e tudo o mais segundo". Para Maria, quando Jesus entrou na
casa já não era tempo mais para trabalho, mas sim para o único Senhor.

Lucas 10:42
"Mas Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

Sobre bens materiais

Em Atos 2:41-47 e 4:32-35 lemos:

Atos 2:41-47
“De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele
dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e
tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com
todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no
templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.”

E Atos 4:32-35
“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa
alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E
os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e
em todos eles havia abundante graça.Não havia, pois, entre eles necessitado algum;
porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço
do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada
um, segundo a necessidade que cada um tinha.”

Quando eu me deparei pela primeira vez com essas passagens eu fiquei totalmente
confuso: eles tinham tudo em comum; eles vendiam seus bens e distribuíam a todos
conforme a necessidade; não havia ninguém entre eles necessitando! Depois de ler estas
passagens, senti-me perplexo e muitas perguntas vieram à minha mente: o que
acabamos de ler significa que não devemos possuir nada e em vez disso, devemos
colocar isso em um fundo comum? Se esta é a vontade de Deus para nós por que não
ouvimos muito sobre isso na igreja de hoje e, além disso, por que não vemos essas
passagens serem vividas dessa maneira? Possuir algo é certo ou errado?

Hoje eu gostaria de passar por aquilo que a Palavra de Deus não só diz sobre as duas
passagens acima de Atos, mas também sobre o tema de bens em geral. E quero deixar
claro desde o início que, embora muitas vezes venhamos a falar sobre bens materiais,
acredito que o que veremos se aplica a quaisquer bens que Deus possa ter colocado em
nossa confiança, como por exemplo, talentos e tempo.

1. Bens materiais: Não é antibíblico ter

Com o tempo, muito depois do meu primeiro encontro com Atos 2:41-47 e 4:32-35, eu
percebi que o fato de hoje não vermos muitos vendendo seus bens e colocando-os em
um estoque comum, não é algo antibíblico. Atos 2 e 4 não nos dizem que cada cristão
tem que vender seus bens e colocar os lucros em um fundo comum. A posição dos
apóstolos sobre o assunto pode ser vista lendo um pouco mais em Atos 5:1-4. Lá nós
lemoss:

Atos 5:1-4
“Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma
propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma
parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse então Pedro: Ananias, por que encheu
Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço
da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu
poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas
a Deus.”

“Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder?” Se Ananias
tivesse ficado com sua propriedade e não a tivesse vendido, NÃO seria um pecado. O
pecado de Ananias não foi que ele era dono de uma terra, mas que ele trouxe parte do
preço para os apóstolos, apresentando como o preço total. Era lícito ter uma terra e era
lícito ficar com todo o lucro da sua venda. O que não foi lícito, porém, foi apresentar o
lucro a Deus e à igreja como o preço total da terra. Isso foi uma mentira a Deus e foi isso
que Pedro condenou. Portanto, podemos inferir a partir disso que não é um pecado
possuir bens materiais e nem que todo mundo na igreja do primeiro século teve que
vender seus bens depois que se tornou um cristão.

Avançando também no Novo Testamento, podemos ver que na igreja de Corinto


contribuições eram coletadas a cada semana para as necessidades dos santos (I
Coríntios 16:1). Vemos também o mesmo em Atos 11:27-30 onde, devido à penúria, as
contribuições foram coletadas e enviadas para os irmãos na Judéia. Eles não foram
pedidos para vender seus bens, mas para dar uma oferta, fazer uma contribuição. Além
disso, a existência de pobres por si só mostra que eles não tinham tudo em comum, em
um fundo comum em Jerusalém digamos, como neste caso não haveria necessidade para
Paulo pedir aos coríntios por uma doação: eles já teriam tudo no fundo comum de
qualquer maneira.

Além disso, no Antigo Testamento existem muitos exemplos de pessoas que Deus
abençoou com bens materiais. Abraão, Jó, Davi, Salomão, Jacó são alguns exemplos de
pessoas que eram de fato proprietários de muita riqueza material, que veio de Deus.

Do texto acima, portanto, podemos dizer que a prática descrita em Atos 2 e 4, não é
claramente um mandamento bíblico ou algo que alguém tem que fazer quando se torna
um cristão. Em vez disso, é um ato voluntário que os membros da igreja de Jerusalém
fizeram. Deus, de fato, honra a posse e não devemos nos sentir condenados, pois não
vendemos a nossa casa ou terreno e não colocamos o lucro em um fundo comum. As
passagens acima, no entanto, passam uma mensagem que vai muito além da Jerusalém
daquela época. Deus tem um propósito para ter colocado essas passagens lá. E eu
acredito que um propósito é mostrar-nos a visão correta em relação aos bens materiais.
Certamente não é pecado possuir bens materiais ou mesmo ser rico. Caso contrário,
teríamos que excluir todos os caras ricos da Bíblia e eu tenho medo se fizéssemos isso,
nós eliminaríamos uma grande parte dela! Deus também dá bênçãos no campo
financeiro. Como ele diz em Malaquias 3:10-12 falando sobre o dízimo :

Malaquias 3:10-12
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa,
e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar
suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele
não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o
SENHOR dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós
sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.”

Também em Salmos 112:1-3, lemos:

“Louvai ao SENHOR. Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR, que em seus


mandamentos tem grande prazer. A sua semente será poderosa na terra; a geração dos
retos será abençoada. Prosperidade e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça
permanece para sempre.”
Portanto, não é errado para alguém ter posses. Voltando a Atos, no entanto, isso significa
que devemos ter a atitude certa em relação às posses. Que atitude é esta? É a atitude
que reconhece que tudo pertence a Deus. Que Ele é o provedor e tudo é dele. Como Jó,
o homem mais rico de seu tempo, disse quando de repente perdeu tudo:

Jó 1:21
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o
tomou: bendito seja o nome do SENHOR.”

Significa reconhecer que tudo pertence a Deus! Como os comentários da Aplicação


Bíblica na Vida sobre Atos 4:32:

“Nenhum desses cristãos [os cristãos que vimos em Atos 4:32] sentiam que o que eles
tinham era deles, e assim eles foram capazes de dar e partilhar, eliminando a pobreza
entre eles. Eles não deixariam que um irmão ou irmã sofresse enquanto os outros tinham
muito. Como você se sente sobre os seus bens? Devemos adotar a atitude de que tudo o
que temos vem de Deus e só estamos compartilhando o que já é dele.”

Também como 1 João pergunta:


1 João 3:17. “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe
cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?”

Dizer a alguém que Deus abençoe você não ajuda muito se não estamos dispostos a
ajudar, embora possamos.

2 . Devemos ajudar sem qualquer qualificação?

Agora, tendo lido tudo acima, isso significa que devamos ajudar a todos sem restrições?
Isso significa que tenhamos que satisfazer todas as necessidades que vemos diante de
nós? Acredito que não. Provérbios 3:27 nos diz:

De fato, existe um mandamento para “não reter o bem”. Este é um mandamento de Deus
e é o mesmo mandamento que vimos também em Tiago e João. Nós devemos, de fato,
fazer o bem. De fato, devemos compartilhar nossos recursos limitados com os outros que
têm necessidades. Mas o versículo continua adicionando duas qualificações. Não
devemos reter o bem:

I) daqueles a quem isso é devido e

II) quando está em nosso poder fazê-lo.

A primeira qualificação significa que nem todos aqueles que você vê como necessitando
de ajuda, precisam realmente de ajuda. 2 Tessalonicenses 3:6-15 dá um exemplo de um
caso como este:

2 Tessalonicenses 3:6-15
“Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis
de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós
recebeu. Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos
houvemos desordenadamente entre vós, nem de graça comemos o pão de homem
algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a
nenhum de vós. Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós
mesmos exemplo, para nos imitardes. Porque, quando ainda estávamos convosco,
vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma
também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não
trabalhando, antes fazendo coisas vãs. A esses tais, porém, mandamos, e exortamos por
nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão. E
vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. Mas, se alguém não obedecer à nossa
palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe.
Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão.”

Na igreja de Tessalônica, havia alguns irmãos que não estavam dispostos a trabalhar.
Eles eram preguiçosos. E a preguiça traz pobreza (Provérbios 10:4, 24:33-34). A Palavra
de Deus não considera essas pessoas como pessoas a quem “o bem é devido”. Em vez
disso, fica muito claro: se você não quer trabalhar, então não coma também. A igreja não
deve apoiar, mas em vez disso, deve retirar isso desses irmãos para que eles se
envergonhem e comecem a mudar. O próprio Paulo nunca pediu apoio quando ele esteve
lá, mas ele estava trabalhando duro para que ele não sobrecarregasse ninguém. A
Palavra de Deus é clara: se uma pessoa é pobre e sua pobreza é devido à preguiça então
ele não é uma pessoa a quem é devido apoio. A solução para a sua pobreza não é apoio,
mas trabalho. Pode parecer duro, mas como a Palavra diz em Provérbios 16:26: “O
trabalhador trabalha para si mesmo, porque a sua boca o incita”. Pobreza, neste caso,
não é algo ruim, mas um estimulante que pode ajudar a pessoa preguiçosa sair de sua
preguiça .

Também uma segunda qualificação é “quando está no poder da sua mão fazê-lo”. Isto por
sua vez, implica que você não pode abranger tudo. Há coisas que você pode ver,
necessidades que você pode sentir, e ainda assim não está em seu poder ajudar . Esta
qualificação também está presente no verso de João que lemos anteriormente: “Quem,
pois, tiver bens do mundo”. Como Bill Hybels diz sobre este ponto 1:

“O livro de Provérbios nos diz para não condenar a nós mesmos ou escorregar em
desespero porque pensamos que estamos fracassando em um mundo necessitado.
Nesses momentos temos de dizer com ternura, mas com firmeza, “ Não está em meu
poder fazer isso.” Então precisamos confiar em Deus para atribuir essa tarefa especial
para alguém.”

Avançando, podemos ver que, além das qualificações acima, há também algumas outras
prioridades que o próprio Deus estabeleceu. Um tal prioridade é dada em 1 Timóteo 5:8:

1 Timóteo 5:8
“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a
fé, e é pior do que o infiel.”
O que este versículo nos diz é que a primeira prioridade tem que ser aqueles que são “de
nossa própria família”. Nós temos a responsabilidade de fornecer a eles primeiro. Como
Provérbios 6:1-5 diz:

Provérbios 6:1-5
“Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho, e te
deixaste enredar pelas próprias palavras; e te prendeste nas palavras da tua boca; Faze
pois isto agora, filho meu, e livra-te, já que caíste nas mãos do teu companheiro: vai,
humilha-te, e importuna o teu companheiro. Não dês sono aos teus olhos, nem deixes
adormecer as tuas pálpebras. Livra-te, como a gazela da mão do caçador, e como a ave
da mão do passarinheiro.”

Como a Bíblia de Aplicação Diária ( Life Application Bible ) comenta sobre essa
passagem:

“Estes versos não são um apelo contra a generosidade, mas contra uso abusivo de
recursos financeiros próprios e agindo de maneira irresponsável que poderia levar à
pobreza. É importante manter um equilíbrio entre generosidade e boa administração.
Deus quer ajudar nossos amigos e os necessitados, mas ele não promete cobrir os custos
de cada compromisso imprudente que fazemos. É igualmente importante agir com
responsabilidade para que a nossa família não sofra”.

Para resumir o que vimos até agora:

Deus quer que vejamos nossas posses como pertencentes a Ele. Ele deve ser livre para
fazer o que quiser com elas.

Deus nos chama para sermos liberais e não fechar as nossas entranhas de compaixão
aqueles que têm necessidade entre nós. O mandamento para fazer o bem vem porém
com algumas qualificações:

I) fazer o bem àqueles que é devido e

II) se isso está em nossas mãos.

Finalmente, as obrigações familiares têm prioridade sobre quaisquer outras obrigações.


Não se espera de nós que ajudemos os outros quando a nossa própria família está
necessitada, mas espera-se que façamos isso quando as necessidades de nossos
familiares já estiverem cobertas.

3. Bens: Perigos

Acho que poucos temas são tão complicados quanto o tema sobre bens 2. Acho que este
tópico necessita de um equilíbrio muito bom. A Bíblia é clara que Deus abençoa Seus
filhos com bens materiais. Também é clara, que Ele quer que sejamos bons
administradores de tudo o que Ele nos tem dado, incluindo os nossos bens. Afinal, é ele
quem nos tem proporcionado isso. Nossos bens pertencem a Ele. Por outro lado, a
Palavra de Deus adverte muito sobre os perigos provenientes de amar os bens. Aqui está
como Paulo vê o assunto, falando por meio de revelação:

1 Timóteo 6:6-12
“Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para
este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e
com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser
ricos caem em tentação, e em laço,e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda
a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si
mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a
justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. Milita a boa milícia da fé, toma
posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão
diante de muitas testemunhas.”

Nós não trouxemos nada para este mundo e, obviamente, nada podemos levar dele.
Alimento e abrigo são realmente tudo o que precisamos, materialmente falando. Você tem
comida e abrigo? Milhões de pessoas neste mesmo mundo que você e eu vivemos, sob
este mesmo céu, não. Eles estão com fome e sem lar. Sejamos contentes em ter alimento
e abrigo. Deus dá bênçãos materiais. Vimos esses exemplos na Bíblia. Mas é Ele quem
dá não nós que os desejam! Se VOCÊ deseja ser rico e opulento, então você já está em
tentação. E como Tiago diz sobre tentação:

Tiago 1:13-15
“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado
pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela
sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o
pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.”
Se você deseja ser rico, está claro: você está se dirigindo para o pecado. Desejar tornar-
se rico é um desejo pecaminoso que vai trazer frutos mortais em seu tempo. Não é a
riqueza por si só o problema. É o desejo de ser rico que é o problema. Você quer ser mais
e mais rico? É este o seu desejo? Se sim, então você peca e precisa mudar
imediatamente. Jó era o homem mais rico do oriente. Mas ele não amava a riqueza! Aqui
está seu testemunho:

Jó 31:19-28
“Se alguém vi perecer por falta de roupa, e ao necessitado por não ter coberta, se os seus
lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros,
se eu levantei a minha mão contra o órfão, porquanto na porta via a minha ajuda, então
caia do ombro a minha espádua, e separe-se o meu braço do osso. Porque o castigo de
Deus era para mim um assombro, e eu não podia suportar a sua grandeza. Se no ouro
pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; Se me
alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado
muito; Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, e o
meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, também
isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em
cima.”

Jó era o homem mais rico do oriente, mas sua riqueza não era a sua alegria! Ele não
colocou sua confiança na riqueza. E eu acredito que esta é a questão importante: onde a
nossa confiança está? A confiança de Jó estava em Deus. A segurança de Jó não era a
conta bancária ou a grande propriedade, mas Deus. Não o ouro, mas o Senhor. É por isso
que ele reagiu da maneira como ele reagiu quando perdeu tudo: “Deus deu, Deus tomou”,
disse ele. Jó, neste assunto também, era apenas um administrador de Deus. Isso não
significa que ele foi negligente e preguiçoso com o seu negócio. Ele tinha pessoas
trabalhando para ele. Ele tinha um negócio real, o maior negócio de sua época. E ainda
olhe para sua atitude. Ele não foi tocado pela riqueza. Não era seu objetivo. Tenho
certeza de que seu negócio era muito bom. Não por causa de métodos astutos de Jó,
mas porque Deus o abençoou. Mas para Jó tudo vinha de Deus e pertencia a ele.

Ele não se perdoaria ao alegrar-se sobre os seus bens, ou colocar a sua confiança em
dinheiro. Podemos descobrir o quão longe estamos dele, observando o nosso
comportamento. O que acontece quando a riqueza está derramando? Como reagimos?
Não nos alegramos com bens? Como reagimos quando perdemos as coisas? É a
prosperidade financeira, para ser rico, um dos nossos objetivos? Deus dá bênçãos
materiais, mas por que deveríamos tirar o foco delas? Por que devemos desejar sermos
ricos? Tendo alimento e abrigo ESTEJAMOS CONTENTES, diz a Palavra! Não são as
bênçãos nosso foco, mas DEUS. Não é a conta bancária, a nossa segurança, mas o
SENHOR. Não é o ouro a nossa confiança, mas Cristo!

A parábola do homem rico

Um exemplo oposto, é o exemplo do homem que colocou sua confiança no dinheiro,


encontrado em Lucas 12:13-21 . Lá lemos:

Lucas 12:13-21
“E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.
Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós? E disse-
lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na
abundância do que possui. E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um
homem rico tinha produzido com abundância; E ele arrazoava consigo mesmo, dizendo:
Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os
meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os
meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos;
descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua
alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta
tesouros, e não é rico para com Deus.”

Tanto o homem da parábola e Jó eram homens ricos. Mas isso era a sua única
semelhança. Enquanto a alegria de Jó não dependia de sua riqueza e seu ouro não era a
sua confiança, este homem aqui é exatamente o oposto. Ele é o retrato de um homem
mundano rico. Infelizmente muitos de nós fomos criados com os padrões mundanos de
sucesso e esses padrões frequentemente, medem o sucesso pela quantidade de dinheiro
que ganhamos. Um trabalho é um bom trabalho se lhe dá um monte de dinheiro e é um
mau trabalho se não está te dando um monte de dinheiro. Nenhuma palavra sobre o
contentamento, ou seja, se temos o que comer e temos um teto sobre nossas cabeças.
Então esse cara aqui era um homem “bem sucedido”. A terra lhe trouxe tanto que ele não
sabia onde colocar tudo isso. Então aqui está o que ele decidiu: “E disse: Farei isto:
Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas
novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens
para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.” Não era a abundância que era ruim. A
terra produziu muito. A riqueza veio a ele. Isto por si só não era um problema. O problema
é o que ele decidiu sobre isso e como ele enfrentou todo o problema. E o desafio é o
mesmo para nós: o que fazemos com a riqueza? Agora você pode dizer, irmão, eu só
estou ganhando o suficiente para viver... assim, essa passagem é irrelevante para mim.
Louvado seja o Senhor que você tenha o suficiente para viver! Fique contente com isso.
Mas eu acredito que esta parábola não é só para os ricos . Esse cara acordou um dia e
encontrou-se com muito. Se você não está claro sobre riqueza, se você não tem claros
valores bíblicos sobre o assunto, então, se a riqueza chega para você, como fez a este
homem e também como fez com Jó, pode ser uma armadilha e uma tentação. Portanto, o
problema com este homem não era que ele tinha muito, mas sua reação em relação a
isso. Em tudo o que ele diz as palavras “eu” e “meu” são proeminentes. Onde está Deus
em tudo isso? Onde está um agradecimento a Deus? Onde está o reconhecimento de que
Ele é o dono de tudo isso e nós somos meros administradores, mas que não devemos
nos apegar ao que nos foi confiado. Tudo pertence a Deus, não a nós. Assim, ele falhou
ao reconhecer o fornecedor da boa colheita. Ele falhou ao dar glória ao dono de tudo. Ao
contrário, ele considerava tudo como pertencendo a ele. Este foi seu primeiro erro. Outros
seguiram este modelo também: “Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores,
e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens.” Planos, planos e mais
planos. Mas com que objetivo? Não para ajudar os pobres e necessitados, não para
financiar os propósitos de Deus, nem mesmo para ajudar sua família e amigos. Todo o
planejamento era sobre ele. “E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens
para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.” Todo seu bem foi baseado na riqueza .
Ele se alegrou muito nisso. Ele agora pensou, “relaxar... agora eu obtive o objetivo:
comer, beber e folgar” Este é o objetivo de muitas pessoas: “comer, beber e folgar. Estar
livre de problemas! Fazer muito dinheiro de modo que agora ou depois, possa ser capaz
de comer, beber e ser folgar.” Voltando ao nosso companheiro, um outro erro dele é que
seu planejamento era como o planejamento de um homem que ia viver para sempre aqui!
Mas no meio deste planejamento egoísta Deus falou com ele dizendo: “Louco! esta noite
te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para
si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.” Esse cara era um louco. Ele colocou a
sua confiança na riqueza, pensando que isso iria fazê-lo ficar livre dos problemas. Em
outras palavras, ele fez exatamente o oposto do que fez Jó: o ouro tornou-se sua
confiança. Como Jesus disse: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de
qualquer não consiste na abundância do que possui.” A vida de um homem não consiste
no que ele tem. E é isso que vemos neste homem rico: o dia de seus planos egoístas
para uma vida feliz confiando na riqueza tornou-se em uma noite de dor e morte.

Voltando ao planejamento, não é planejar por si só que é ruim, mas o planejamento


egoísta como foi o planejamento desse homem. Como Tiago disse em Tiago 4:13-16

“Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um
ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã.
Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se
desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos
isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é
maligna”.

O que Tiago condena aqui não é o planejamento. Mas os planos que são baseados no
“eu”. Somente Deus sabe o futuro. Não sabemos nada, nem mesmo o segundo seguinte.
Podemos muito bem não estar vivos na próxima hora. Quem sabe? Você sabe? Só Deus
sabe. O planejamento do homem rico da parábola que Jesus deu e o planejamento
dessas pessoas aqui em Tiago foram ambos nada mais do que uma vã jactância em seus
seres. “Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo”. Este é o modo certo
para fazer um plano e pensar sobre o futuro. É certo fazer planos, é certo fazer o melhor
de tudo o que Deus colocou em sua mão. O que está errado é confiar no que Deus
colocou em sua mão, a confiança na riqueza em vez de confiar em Deus. De fato, isto irá
levá-lo à destruição.

Provérbios 11:28
“Aquele que confia nas suas riquezas cairá”

Enquanto Salmos 1:1-2 nos diz:

“Bem-aventurado o homem que... tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei
medita de dia e de noite.”

A felicidade não é uma questão de quão grande são os seus bens, mas de quão perto
você está de Deus. Se você confiar na riqueza, você vai cair, mas se você se alegrar na
Palavra de Deus, você será feliz.
Notas de Rodapé

1. Bill Hybels, Making Life Work, Intervarsity Press, p.69

2. Aqui, deixe-me, por favor, dizer novamente que por bens eu não me refiro apenas aos
bens materiais, mas tudo que podemos ter. Isto pode, por exemplo, ser talentos ou tempo.
O tempo é um bem que tem sido dado a nós e devemos realmente fazer o melhor uso
dele.

Os homens devem sempre orar e não desanimar (Lucas 18:1)


Em Lucas 18, lemos:

Lucas 18:1-8
"Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer: Havia
em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum. Havia
também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a
minha causa contra o meu adversário. Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas,
depois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum;
todavia, como esta viúva me importuna, julgarei a sua causa, para não suceder que, por
fim, venha a molestar-me. Então, disse o Senhor: Considerai no que diz este juiz iníquo.
Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça
demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando
vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?"

A razão pela qual o Senhor falou esta parábola foi para "que os homens sempre orassem
e não desanimassem". Alguns de nós pode, provavelmente, ter um pedido que ainda não
foi respondido e por isso podemos nos sentir cansados e desanimados – e desta forma
termos ficado desencorajados. O pedido da viúva não foi errado. Pelo contrário, foi bom e
único. Como ela, alguns de nós podem ter pedidos bons e justos que ainda não
receberam uma resposta. O que a Palavra de Deus nos diz para fazer? Para continuar a ir
a Deus com estes pedidos. Para não nos sentirmos desencorajados, para não
desanimarmos, mas para perseverar a ir a Ele em oração. Eu não digo que todos os
nossos pedidos de oração serão realizados - eles têm que estar de acordo com a Sua
vontade - nem quero dizer que alguém deve ir a Deus com pedidos para os quais Ele já
respondeu negativamente. No entanto, para os pedidos que você sabe através da Palavra
de Deus que estão em geral de acordo com a Sua vontade, você não deve desanimar,
mas continuar a orar por eles. Como o Senhor disse em Mateus 7:7-11:

Mateus 7:7-11
"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede
recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o
homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um
peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe
pedirem?"

O Senhor dará boas coisas aos que lhe pedirem. Ele abrirá para aqueles que batem. Ele
será encontrado por aqueles que o procuram. E irá ser dado àqueles que pedirem.

Todos o explanado acima mostra uma porta aberta para ir a Deus com ousadia e
confiança e apresentar a Ele os nossos pedidos. Alguns de nós podem ter batido a porta,
duas e três vezes ou mais, mas ela ainda está fechada. Por isso, devem sentir-se
frustrados. "Se Deus realmente me amava, então por que ....?" Não podemos dizer que
amamos a Deus totalmente se escondemos coisas dele - nossa dor, por exemplo.
Quando Jó foi julgado, ele não estava feliz, mas triste. E o que ele fez não foi esconder
sua tristeza e perguntas, mas expressá-lss abertamente. Aqui está o que ele disse:
Jó 23:3-5
"Ah! Se eu soubesse onde o poderia achar! Então, me chegaria ao seu tribunal.Exporia
ante ele a minha causa, encheria a minha boca de argumentos. Saberia as palavras que
ele me respondesse e entenderia o que me dissesse.”

Jó era muito aberto a Deus e apesar de seus três amigos estarem tentando convencê-lo
que talvez, tivesse sido algum erro que ele fez que causou todo este problema, no final o
Senhor disse: "meu servo Jó tem falado de mim o que é certo" (Jó 42:7). Em 2 Coríntios
5:18 Deus nos diz que nós fomos reconciliados com ele. Se fomos reconciliados com
Deus, se Deus é nosso amigo, podemos realmente ter coisas escondidas em nosso
coração e não abri-la totalmente a Ele? "Não há temor no amor, mas o perfeito amor
lança fora o temor" (I João 4:18), diz a Palavra. Nós não amar plenamente a Deus, se
ainda estamos com medo de falar com ele abertamente. Sim, Ele é o Deus Criador. Sim,
Ele é o Deus Todo-Poderoso. Mas Ele também é seu pai. Ele é o Deus que tanto o amou,
não enquanto você estava muito bom e fez muitas boas obras, mas enquanto vocês
estavam mortos em delitos e pecados (Efésios 2:1-10). DEUS AMA VOCÊ meu amigo. Na
porta que você parou de bater, você deve se levantar e bater novamente com ousadia.
Para obter um exemplo da audácia com que você deve bater, vamos para a Lucas 11, às
palavras do Senhor que precedem o "pedi e vos será dado “:

Lucas 11:5-10
"Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-
noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de
viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer. E o outro lhe responda lá de
dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo
também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, se não se
levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe
dará tudo o de que tiver necessidade. Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a
quem bate, abrir-se-lhe-á.”

O Senhor usa dois exemplos extremos, da viúva e do amigo - para nos dizer que
devemos insistir e não desanimar ao bater a porta. A viúva sabia que o juiz "não temia a
Deus nem considerava homens”. E, no entanto, ela não desanimou. Toda manhã ela se
levantava e ia lá com a sua petição. Para ela, esse juiz era o único que poderia fornecer
uma solução. O Senhor nos dá isto como um exemplo que devemos seguir: ir para o juiz
justo, sem perder o coração, e ele irá com certeza julgar nossos pedidos.

No registro de Lucas 11:5-9 vemos alguém batendo a porta de seu amigo, e não à tarde,
mas à meia-noite. Ele não tem muitas opções. Ou ele iria bater à porta de seu amigo ou
ele diria "não pode ser feito". E bateu. Ele não disse "não pode ser feito". Ele não disse
"Eu não vou bater porque é meia-noite". Em vez disso, ele tentou. Ele bateu na porta. E,
então, segue as palavras do Senhor: "Pedi e vos será dado, buscai e achareis; batei e
abrir-se-vos-á." Pois todo o que pede recebe, e quem busca, encontra; e àquele que bate,
a porta será aberta "(Lc 11:9-10).
Abra seu coração para o Senhor plenamente, não escondendo nada. Ele te ama e Ele
deseja muito ter um relacionamento aberto com você - como a relação que teria com seu
melhor amigo. Portanto, não fique aí com hesitação, mas bata a sua porta e o faça com
ousadia.

Juízes 6:6-16: O encontro de Gideão com o Senhor

Em Juízes 6 está registrado o encontro do Senhor com Gideão - o homem através do qual
Deus iria salvar Israel da escravidão dos midianitas. Os versículos 1-10 nos dão a
situação que estava em Israel naquela época:

Juízes 6:1-10
“Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor; e o Senhor os deu
nas mãos dos midianitas por sete anos. E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre
Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que estão
nos montes, as cavernas e as fortificações. Porque sucedia que, semeando Israel, os
midianitas e os amalequitas, e também os do oriente, contra ele subiam. E punham-se
contra ele em campo, e destruíam os frutos da terra, até chegarem a Gaza;e não
deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos.

Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, em grande
multidão que não se podia contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na
terra, para a destruir. Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; então
os filhos de Israel clamaram ao Senhor. E sucedeu que, clamando os filhos de Israel ao
Senhor por causa dos midianitas, enviou o Senhor um profeta aos filhos de Israel, que
lhes disse: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Do Egito eu vos fiz subir, e vos tirei da
casa da servidão; E vos livrei da mão dos egípcios, e da mão de todos quantos vos
oprimiam; e os expulsei de diante de vós, e a vós dei a sua terra. E vos disse: Eu sou o
Senhor vosso Deus; não temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; mas
não destes ouvidos à minha voz.” A razão pela qual os filhos de Israel se converteram ao
Senhor foi a profunda pobreza e sofrimento deles, que por sua vez, veio como resultado
da rebeldia e desobediência deles contra o Senhor. Em seguida,os versículos 8-10 nos
dizem o que o Senhor fez:

Juízes 6:8-10
“E sucedeu que, clamando os filhos de Israel ao Senhor por causa dos midianitas, enviou
o Senhor um profeta aos filhos de Israel, que lhes disse: Assim diz o Senhor Deus de
Israel: Do Egito eu vos fiz subir, e vos tirei da casa da servidão; E vos livrei da mão dos
egípcios, e da mão de todos quantos vos oprimiam; e os expulsei de diante de vós, e a
vós dei a sua terra. E vos disse: Eu sou o Senhor vosso Deus; não temais aos deuses dos
amorreus, em cuja terra habitais; mas não destes ouvidos à minha voz.”

Como resposta ao apelo de Israel por ajuda, o Senhor enviou um profeta que lhes disse o
que Ele havia feito por eles e como eles se comportavam desobedientemente. Apesar
desta resposta não significava que Ele não iria ajudá-los. Israel se comportou
desobedientemente, mas eles finalmente voltaram e isso foi o importante. Assim, nos
versículos 11-12 lemos:

“Então o anjo do Senhor veio, e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que
pertencia a Joás, o abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para o
salvar dos midianitas. Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor é
contigo, homem valoroso.”

O convite do Senhor não veio para alguém sentado em um palácio. Ele não veio para
alguém que foi especialmente treinado para essa missão, a um grande lutador digamos,
ou a um homem que era um líder em Israel. O chamado do Senhor veio a um camponês
que estava debulhando o trigo, a fim de esconder isso dos midianitas. “O homem vê o que
está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”diz a Palavra (I Samuel 16:7).
Ele olha para o coração e Ele chama. Ele chama a qualquer um. Ele chama você, apesar
do fato de você não ter um Ph.D. em teologia e de você provavelmente nunca ter estado
em um púlpito. No entanto, você tem Cristo. Você é um membro de seu corpo com a
mesma importância e papel crítico como qualquer membro de seu corpo físico tem. Então
o Senhor chamou Gideão, um camponês que estava debulhando o trigo, para fazer seu
trabalho. Ele o chamou de homem valoroso”. Ele estava realmente procurando por um
“homem valoroso”? Ele estava debulhando o trigo paraESCONDÊ-LO dos midianitas. No
entanto, quando

O Senhor está com você, isso é exatamente o que você é: “um homem (ou mulher)
valoroso”. “O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?” (Salmos 27:1),
disse David.“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31), “posso todas
as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:13) Paulo disse. “Sem Mim nada
podeis fazer” (João 15:5), o Senhor Jesus disse. Não importa o que temos ou que
podemos fazer - sem o Senhor, fora de nosso próprio poder, não podemos fazer nada -
mas o que Ele pode fazer através de nós, se obedecer ao que Ele nos chama. E
continuando a Juízes 6:13:

“Mas Gideão lhe respondeu: Ai, Senhor meu, se o Senhor é conosco, porque tudo isto
nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram,
dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém agora o Senhor nos desamparou, e
nos deu nas mãos dos midianitas.”

Gideão tinha entendido que ele estava falando com um anjo do Senhor? Provavelmente
ainda não, pois só mais tarde no versículo 22, ele admitiu. Gideão respondeu à saudação
do Senhor que abriu a conversa com um “porquê”. “Se o Senhor é conosco, porque tudo
isto nos sobreveio?”. Alguns irmãos e irmãs olham para o passado em para tal evento e
têm os mesmos pensamentos que Gideão: “se o Senhor é comigo, porque tudo isto me
sobreveio?” Mas a Palavra diz: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13:5). O
Senhor nunca vai te deixar. Ele nunca te abandonou, mesmo se os tempos difíceis
podem surgir, e eles vão surgir na vida. No entanto, Deus não esperou até que Gideão
não tivesse mais perguntas. O versículo 14 nos dá a Sua resposta:
“Então o Senhor olhou para ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos
dos midianitas; porventura não te enviei eu?”
“Eu não te enviei?” Não importa quem você é e quais são as suas credenciais. Isso pode
ser importante para os homens. Os homens olham para títulos e nomes. No entanto, o
Senhor não se importa – Ele olha apenas para o coração. O que realmente importa é que
Ele te enviou. Se o Senhor te envia e você obedece as Suas instruções, então você vai
ter sucesso em qualquer que seja sua missão, mesmo que seja a libertação de toda uma
nação, como era a missão de Gideão. E a conversa continua nos versículos 15-16:

Juízes 6:15-16
“E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livraria Israel? Eis que a minha família é a mais
pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai. E o Senhor lhe disse: Porquanto
eu hei de ser contigo, tu ferirás aos midianitas como se fossem um só homem.”

Gideão era o menor de todos. Suas palavras me fazem lembrar a conversa similar entre
Jeremias e o Senhor, no início do ministério de Jeremias.

Jeremias 1:4-8
“Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que te formasse no ventre te
conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. Então
disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino.Mas o
Senhor me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a que meu te enviar,
irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque estou contigo para
te livrar, diz o Senhor.”

Sim, claro, fisicamente falando, você pode não ser o mais treinado ou admitido pelos
outros para este trabalho. Fisicamente falando, pode ter havido outros, melhores do que
Gideão, de uma família mais conhecida ou tribo que talvez fosse mais aceitável. Poderia
ter tido também oradores no tempo de Jeremias que poderiam lidar com a linguagem
melhor do que ele. No entanto, novamente, não importa o que você pode fazer, mas o
que Deus pode fazer através de você. Quando o Senhor te chamou para um trabalho e
você o obedece, não há chance de falha. Pois Ele está com você.Deus não responde a
afirmação de Gideão que ele é o último de todos, dizendo-lhe que ele está errado. O que
Ele faz é para responder com um MAS. “Gideão,pode até ser parecido com o que você
disse, MAS você esqueceu uma coisa: Eu estarei com você e quando estou com você,
então todo o resto é desnecessário. A única coisa que é preciso é você acreditar em
mim.” E Gideão de fato acreditou em Deus e o Senhor enviou através dele a Israel dos
midianitas. Que possamos também fazer o mesmo. Que possamos também acreditar,
seguir e obedecer a Deus para o que Ele nos chamou.

“Tentado em todos os pontos como nós somos”

Em Hebreus 4:15-16, lemos:

Hebreus 4:15-16
“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos
alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

Alguns estão dizendo: "Como Deus pode me entender? Ele já passou por aquilo que eu
passei?” Temos às vezes a imagem de um Deus inacessível e distante, um Deus que
está longe da vida e da realidade. Um Deus que não pode entender as nossas
dificuldades e tentações. Bem, o Senhor Jesus Cristo, “a imagem do Deus invisível”
(Colossenses 1:15) passou por tudo isso. Ele passou por tudo o que você pode estar
passando agora, através de todas as tentações que podem te tentar e as tempestades
que podem te atingir. Porque Ele passou por isso, ele pode compreender você. Ele pode
perfeitamente compadecer com a dor, as fraquezas e os desejos da alma humana. Jesus
Cristo se compadece neste momento com o que pode ter machucado você. Jesus Cristo
compadece agora com o que pode ter afligido você. Jesus Cristo compadece agora com
todas as suas fraquezas, todos os seus problemas, cada lágrima que você possa ter
derramado e toda a ansiedade que possa ter. Dois capítulos anteriores, em Hebreus 2:16-
18, lemos:

Hebreus 2:16-18
“Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Por
isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e
fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque
naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são
tentados.”

Jesus Cristo pode ajudar aqueles que são tentados, porque Ele também passou pelas
mesmas tentações. Ele não olha para você de longe, sem saber como você pode se
sentir. Ele sabe muito bem. Ele foi feito semelhante a nós em todos os aspectos que
lemos. Alguns acreditam que Cristo era como um robô: Ele veio, fez o trabalho e
partiu. Precisamos, no entanto, a imagem de um Cristo que foi feito semelhante a
nós em todos os aspectos. Precisamos da imagem do Jesus Cristo HOMEM. Em I
Timóteo 2:5, lemos:

I Timóteo 2:5
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo
homem.”
O mediador entre Deus e o homem, nosso Sumo Sacerdote e grande defensor é aquele
que foi feito semelhante a nós EM TODOS OS ASPECTOS: o Cristo Jesus
homem. Veja que a Palavra de Deus, falando em nosso advogado, não o chama de Filho
de Deus, ou Senhor ou Salvador ou usando qualquer outro título que ele tem e é. Em vez
disso, o chama de homem - assim aumentando o fato de que aquele que medeia pelos
homens, não é um estranho para eles, mas um que foi feito como eles em todos os
aspectos. Ele sofreu como os homens, Ele foi tentado como os homens e por isso Ele
pode compadecer com os homens e mediar por eles. “Porque, na verdade, ele não tomou
aos anjos, mas tomou a descendência de Abraão” lemos. Você já chorou? Ele chorou
também. Você foi traído? Ele foi traído também. Você ficou com fome e sede? Ele ficou
com fome e com sede também. Você foi tratado injustamente? Ele foi tratado
injustamente também. Você sentiu dor? Ele sentiu dor também. Você já esteve em
agonia? Ele esteve em agonia também. Você perdeu entes queridos? Ele perdeu entes
queridos também. Você foi rejeitado? Ele foi rejeitado também. Jesus Cristo, “o Cristo
Jesus homem”, pode perfeitamente entender você pois Ele foi feito como você, não
apenas em alguns pontos, mas em todos os aspectos, a Escritura diz.
Indo adiante no mesmo tema lemos em Filipenses 2:5-11:

Filipenses 2:5-11
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que,
sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre
todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus,
e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai.”

Jesus Cristo se humilhou e tomou a forma de servo. Ele foi feito como nós - com a
diferença que Ele nasceu e permaneceu sem pecado - e, portanto, Ele pode nos
compreender. Você poderia encontrá-lo no parque. Você poderia comer com ele. Naquela
época, Ele era um carpinteiro. Hoje, Ele poderia trabalhar no escritório ao lado ou você
poderia vê-lo como um construtor em um canteiro de obras. O que e onde não é
significante. O que é significante é quem quer que você seja e qual seja o seu
problema, Jesus Cristo pode compadecer com você e te entender. Aqui está o que
Isaías diz, mostrando também a magnitude do que ele passou enquanto estava na terra:

Isaías 53:2-12
“Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha
beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o
desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e
experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era
desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as
nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito,
ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e
moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas;
cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de
nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi
levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele
não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua
vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi
atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que
nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou
moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a
sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua
mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento
o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por
isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto
derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre
si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.”

• Ele não tinha nenhuma beleza para que fosse desejado.

• Ele foi desprezado e rejeitado pelos homens.

• Ele era um homem de dores e acostumado com o sofrimento.

• Os outros esconderam suas faces dele.

• Os outros O estimavam como aflito, ferido por Deus e humilhado.

• Ele foi ferido pelas nossas transgressões e afetado pelas nossas iniquidades.

• Ele foi oprimido e afligido, e Ele não abriu a sua boca.

Isto é o que Jesus Cristo passou por nós. Nosso Salvador e Mediador, nosso grande
advogado pode perfeitamente compadecer conosco. E como um salvador que
precisávamos. Um apenas remoto não serviria. Nós precisávamos de um que seria feito
como os homens em todos os aspectos - um que iria passar por aquilo que os homens
passam e, portanto, Ele poderia mediar por nós e nos apoiar. E este é o Salvador, o
Sumo Sacerdote, o advogado que temos.

“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos
alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

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