SUBSTITUIÇÃO DA AREIA NATURAL POR AREIA BASÁLTICA EM

CONCRETO CONVENCIONAL
Andrei Fragoso Nunes, andreiinunes@hotmail.com; Davi Marchiori; davimarchiori@icloud.com; Emanuel Nunes,
eemanuell.en@gmail.com; Felipe Darlan Gnoatto, felipe-gnt@hotmail.com; Giovane Lefchak, giovanelef@hotmail.com;
Jonas Moreira, jhonas_edduardo@hotmail.com.

Ernani Benincá Cardoso, civil@fadep.br

FADEP - FACULDADE DE PATO BRANCO

Rua Benjamin Borges dos Santos, 1100
CEP 85503-350 - Pato Branco - PR Submissão: dd/mm/aa

Resumo: O presente trabalho realiza o estudo de
viabilidade do uso de areia de pedra em substituição a areia
natural na confecção de traço simples de concreto. A
substituição parcial, ou completa, do agregado miúdo pelo
pó de pedra proporciona economia financeira e redução do
impacto ambiental causado pela extração de areia natural.
Enquanto que a extração de areia dos rios prejudica o
ecossistema, a areia de pedra é uma alternativa sustentável,
já que se deixada estocada nos britadores degradam o meio
ambiente. A pesquisa foi realizada com estudo teórico e
prático sobre o concreto e suas matérias primas,
abrangendo suas características e materiais, como a areia,
cimento e a brita. Após a caracterização do concreto,
foram confeccionados três traços com substituição parcial
e integral da areia natural pela areia de pedra, com o
objetivo de se obter um concreto de maior resistência ao
convencional com areia de rio. O traço base será definido
com a ajuda do método da ABCP. Os ensaios
demonstraram viabilidade na substituição, tanto parcial
quanto integral, apresentando resistência até 30% maior
com economia superior a 6% na produção.
Palavras-chave: Construção Civil. Areia de Pedra.
Concreto.
Abstract: The present work carries out the feasibility
study of the use of stone sand in replacing the natural sand
in the making of simple trace of concrete. The partial, or
complete substitution, of the kid's aggregate by the stone
dust provides financial economics and reduction of the
environmental impact caused by natural sand extraction.
While the sand extraction of the rivers harms the
ecosystem, the stone sand is a sustainable alternative, since
if left stored in the Crushers degrade the environment. The
research was carried out with theoretical and practical
study on the concrete and its raw materials, covering its
characteristics and materials, such as sand, cement and
Brita. After the characterization of the concrete, three
traces were made with partial and integral substitution of
the natural sand by the stone sand, with the objective of
obtaining a concrete of greater resistance to the
conventional with river sand. The base trace will be set
with the help of the ABCP method. The tests
demonstrated viability in the substitution, both partial and
integral, presenting resistance up to 30% higher with a
savings of more than 6% in production.
Keywords: Civil construction - Stone sand - Concrete.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Lima et al (2014), o concrerto é o material mais
utilizado na construção civil por apresentar alta resistência
além de, poder exercer diferentes funções dependendo da
necessidade. Um dos componentes bases do concreto é a
areia. Esta é extraida principalmente de leitos de rios. Essa
atividade tem grande importancia socioeconômica,
contudo também é responsável por alguns impactos
ambientais, como a depreciação da qualidade das águas e
processos erosivos (Nogueira, 2016). A crescente
expansão da construção civil exige uma alta demanda de
areia natural. Esta alta demanda vem reduzindo os estoque
naturais, tornando o material antes abundante, mais
escasso, fazendo com que o agregado fique mais caro,
refletindo diretamente no valor do concreto (DEMETRIO
et al. 2015).
Uma das alternativas a areia natural introduzidas no
mercado é a areia de pedra. A areia de pedra é o material
restante do processo de britagem, ou seja ele é produzido
independente da vontade humana. Ela possui um diametro
máximo de 4,8 mm, classificando-se como areia média. A
areia basáltica possui baixo custo de comércio, uma vez
que não possui utiliadade específica. Segundo Menossi
(2004), as principais vantagens da utilização do pó de
pedra em substituição da areia natural são o
aproveitamento total do material produzido pelas pedreiras
e a areia basáltica apresenta caracteristicas físicas e
químicas constantes e, menor uso de cimento.
Visando a redução de custos e dos problemas ambientais
causados pela produção e utilização do concreto, o estudo
tem por objetivo a substituição da areia branca, extraida de
leitos de rios pela areia basáltica, proveniente do processo
1
de britagem. A eficiência foi testada quanto a resitência e
ao preço por m³ de concreto. A substituição da areia foi
realizada em 3 (três) diferentes traços, com substituição
parcial e completa do agregado.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A construção civil é um dos ramos que mais gera
crescimento econômico. Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de
2013, a construção civil foi responsável por 5,7% do
Produto Interno Bruto (PIB).
Visando qualidade, segurança e desempenho, as estruturas
de concreto são as mais utilizadas na construção civil. Do
mesmo modo, o concreto exige alta qualidade, obtida
atráves dos agregados nele empregados (DEMETRIO et
al. 2015).
Pode-se definir o concreto como uma mistura de cimento,
agregados e água. A mistura entre água e cimento obtêm-
se a pasta de cimento, já com a adição de agregados
miúdos e graúdos e com granulometria adequada, obtêm-
se o concreto (Giammusso, 1992). O formato que os grãos
dos agregados possuem tem influência na trabalhabilidade
do concreto e na resistência à compressão (Menossi,
2004). O concreto apresenta diversas variáveis no
momento de determinar suas propriedades, sua qualidade
está ligada ao rigoroso controle de suas etapas de
produção, que vai da escolha dos materiais até o processo
de desforma (MENOSSI, 2004).
Segundo Pinto (1999), a construção civil é responsável
pelo consumo de aproximadamente 75% dos recursos
naturais do planeta. Os principais produtos utilizados nas
construções são obtidos pelo processo de mineração, entre
eles estão o cimento e os agregados.
O cimento é um material obtido atráves da mineração do
calcário, caracterizado como aglomerante no concreto.
Segundo Ambrozewicz (2012), a função dos aglomerantes
é formar uma pasta para unir os agregados. O principal
aglomerante é o cimento Portland, amplamente usado na
construção civil. Ele pode ser definido como um pó fino
aglutinante que, em contato com a água endurece e após
evaporação da água permanece estável.
A NBR 7211/2009 apresenta os parâmetros exigidos para
produção de agregados, estes são divididos em miúdos e
graúdos. A NBR 7211/2009, define agregado graúdo
como, material cujos grãos são passantes na peneira de
75mm e retidos na peneira de malha 4,75mm. Esta mesma
norma define agregados miúdos como, material cujos
grãos passam pela peneira de 4,75 mm e ficam retidos na
peneira de 150 µm. O agregado miúdo mais utilizado é a
areia natural.
Para se obter um concreto de qualidade é necessário que
os agregados obedeçam a propriedades físicas e químicas
preestabelecidas. Existem diversos casos de estruturas que
sofreram colapso por conta da seleção ou do uso
inadequado dos agregados (MENOSSI, 2004).
Para justificar a importância dos agragados no concreto, os
mesmos são responsáveis por aproximadamente 82% do
concreto, sendo 42% de brita e 40% de areia. O restante da
composição seria 7% de água, 1% para aditivos, quando
necessários, e por fim 10% de cimento (MENOSSI, 2004).
O Brasil consome anualmente na construção civil 320
milhões de m³ de areia, o suficiente para construção de
7100 estádios do porte do Maracanã, localizado no Rio de
Janeiro. Quase que a totalidade desse material é retirado
de baixadas ou leitos de rios. Este processo provoca
aumento de vazão do rio, provocando a erosão e, com a
retirada da camada superficial de vegetação, o solo fica
estéril (KUCK, 2003).
O mundo industrializado tem como uma de suas
características os impactos ambientais, principalmente
quando o assunto é a construção civil. Buscando reduzir
os impactos causados pela estração de areia, a substituição
da mesma pelo pó de pedra apresenta-se como uma
alternativa. Essa substituição começou nos anos setenta,
em alguns países desenvolvidos, logo após a produção de
equipamentos mais sofisticados no processo de britagem
do material mais fino. Assim, tornou-se viável a produção
em escala comercial do pó de pedra, (ALMEIDA e
SAMPAIO, 2002).
O uso da areia de pedra na construção atrai muito interesse
por conta do fator economico e pela durabilidade, além é
claro, do aspecto ambiental. Com a comercialização em
grande escala, as pedreiras poderão vender um produto
antes sem valor, que trazia problemas ao meio ambiente
por conta da estocagem (MENOSSI, 2004).
Um dos aspectos mais importantes dos agregados é o
formato dos grãos, que interferem na trabalhabilidade e na
resistência à compressão. “A resistência à compressão do
concreto é um parâmetro do projeto estrutural e é
indispensável que ela seja comprovada, de modo a se
poder avaliar a segurança estrutura (MENOSSI, 2004)”.
Assim, o formato ideal dos agregados são cúbicos ou
arredondados, que no concreto final apresentarão menos
vazios.
De acordo com Bonavetti et al. (1994), a quantidade de
água aumenta com a proporção que é acrescentado a areia
de pedra, por causa do aumento de superfície a ser
hidratada.
Para produção de agregados, a natureza disponibiliza de
algumas opções de rochas, o granito, gnaisse, calcário,
hematita, e o basalto. Como já citado anteriormente, a
areia de pedra a ser utilizada no estudo é de origem
basáltica. A rocha basáltica é de origem vulcanica, com
50% de sílica e, de cor escura (MENOSSI, 2004).
DOSAGEM DO CONCRETO
Para fabricação do concreto é necessario responsabilidade,
principalemente na hora de dosar os materiais. O concreto
dosado de forma equivocada não trará firmeza, segurança
e durabilidade às estruturas. O traço e a dosagem do
concreto variam de acordo com diversos fatores, como
resistância desejada, trabalhabilidade, tipo, marca,
2
características dos agregados, entre outras (MENOSSI,
2004).
Os materiais utilizados para confecção do concreto são a
areia, brita, areia de pedra, cimento e aditivos.
Areia é um sedimento gerado por fragmentação de rocha,
sendo estruturada principalmente por fragmentos de
quartzo e outros materias secundários (QUARESMA,
2009).
A NBR 7211/2009, classifica a areia de acordo com sua
granulometria, conforme apresentado no Quadro 01.
Quadro 01: Classificação Granulometrica da Areia (fonte: NBR
7211/2009).
As britas são obtidas pelo processo de britagem, podendo
ser de rochas graníticas ou calcárias. As mais utilizadas na
construção civil são as britas número 1 e 2. As britas nº 1
apresentam diâmetro mínimo de 9,5mm e máximo de
19mm, enquanto que a brita nº 2 vai do diâmtro de 19mm
até 25mm (VARELA, 2004).
O cimento é um material pulverulento com cor acizentada,
obtido pela queima de calcário, argila e adição de gesso. O
cimento comum encontrado comercialmente é o Portland,
que apresenta alguns diferentes tipos como os de pega
normal e rápida e o cimento branco (VARELA, 2004).
O pó de pedra, é um rejeito do processo de britagem de
pedreiras. Este apresenta diâmetro máximo de 4,8mm,
podendo ser caracterizado como uma areia média
(Menossi, 2004). A areia do processo de britagem
apresemta uma granulometria homogênea, por conta do
processo de fragmentação adotado. (Duarte, 2013).
Segundo Costa (2005), a areia de pedra não apresenta
impurezas orgânicas ou argilosas.
Os aditivos são produtos adicionados ao concreto com o
objetivo de modificar as propriedades deste. Os aditivos
aumentam a trabalhabilidade, reduz o uso de cimento e
aumenta a durabilidade (NBR 11768/2011). Ainda de
acordo com a NBR 11768/2011, os aditivos são
classificados de acordo com sua finalidade, como por
exemplo os plastificantes, superplastificante e retardador
de pega.
3 METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado com o intuito de produzir
um concreto mais barato, de boa resistência e com menor
impacto ambiental. Para tal objetivo, foi realizado a
substituição da areia natural pela areia industrial, oriunda
do processo de britagem de rocha basáltica. Para alcançar
o objetivo, foram utilizados os agregados de mais variadas
granulometrias para preenchimento de vazio.
Para obter os resultados do estudo foram confeccionados
3 diferentes traços de concretos, que passaram pela
dosagem do método ABCP. Para o primeiro traço, foi
realizado a substituição de 30% da areia natural pelo pó de
pedra. No segundo teste, a proporção de areia natural e a
industrializada resultou em 50% a 50% e, para o último
teste, a substituição completa da areia de rio pela de rocha.
Para produção do concreto é necessário escolher qual o
tipo de cimento, britas e areia a utilizar. Antes da dosagem
do concreto é necessario a realização de alguns testes. O
primeiro teste necessário é o de massa específica dos
agregados miúdos e graúdos.
Segundo a NBR NM 52/2003, massa específica é a relação
entre a massa do agregado seco e seu volume. Para o teste
dos agregados miúdos é necessário o auxílio de um
picnômetro.
Outro teste realizado é o de granulometria. Ele tem por
objetivo determinar o módulo de finura e o diâmetro
máximo dos grãos.
O teste foi regido conforme NBR 7217/87. Para esse teste
são utilizados peneiras para separar os materias de acordo
com sua granulometria.
Após obter o resultado dos ensaios, é possível começar a
dosagem do concreto pelo método ABCP.
Primeiramente é definida a resistência do concreto pela
Equação 1.
𝑓𝑐28 = 𝑓𝑐𝑘 + 1,65𝑆𝑑
(Equação 1)
Legenda:
Fc28: Resistência concreto aos 28 dias
fck: Resistência Caracteristica
Sd: Desvio Padrão
A NBR 12655/2015 apresenta 3 condições de desvio
padrão, dividias em A, B e C.
Condição A, é aplicável às classes C10 até C80. Os
materiais são medidos pela massa, com correção da água
em função da umidade dos agregados.
Condição B, é aplicável às classes C10 a C25. Nessa
condição o cimento é medido pela massa, agregados
medidos em massa combinada com volume e, a água
medida por dispositivo dosador.
Condição C, é aplicável às classes C10 e C15. Cimento
medido em massa, agregados e a água medidos em
volume, tendo a quantidade de água corrigida conforme
umidade dos materiais.
O Quadro 2 apresenta os valores de desvio padrão de
acordo com a condição do concreto.
3
 Para determinar o consumo aproximado de água é
Condição de Preparo do Desvio Padrão utilizado o abatimento e o diâmetro máximo do agregado,
Concreto conforme a Quadro 3.
Mpa
A 4 Abatimento Diâmetro Máximo agregado Graudo mm
Mm 9,5 19 25 32 38
B 5,5
C 7 40 a 60 220 195 190 185 180

Quadro 2: Valores para desvio padrão do concreto (fonte: NBR 60 a 80 225 200 195 190 185
12655/2015)
80 a 100 230 205 200 195 190
Para determinar o consumo de materias a serem utilizados
é necessário alguns procedimentos. Começando pela Quadro 3: Determinação aproximada do consumo de água
relação água/cimento, utiliza-se a tabela de Abrams para (fonte: RODRIGUES, 1998).
definição, conforme Anexo 1. Após medir todos os materias, o traço é apresentado
Para determinar o consumo de cimento, segue Equação 2. conforme a equação 5:

𝑐𝑎 𝐶𝐶 𝐶𝐵 𝐶𝐴 𝐶𝑀
𝑐𝑐 = : : :
𝑎𝑐 𝐶𝐶 𝐶𝐶 𝐶𝐶 𝐶𝐶
(Equação 5)
(Equação 2)
Legenda:
Após confecção do concreto é realizado o ensaio de
Ca: Consumo Água determinação da consistência pelo abatimento do tronco
Ac: Relação Água/Cimento de cone, conforme NBR NM 67/1998.
Para o Consumo de agregado graudo, segue a Equação 3. Para este teste são necessários alguns componentes
presentes no kit (Figura 1), começando pelo molde, haste
𝑐𝑏 = 𝑉𝑎𝑥𝑀𝑢 de compactação e a placa base.
(Equação 3)
Legenda:
Vb: Volume do agregado graúdo
Mu: Massa Unitária
Após realizado o cálculo, o consumo de agregado graúdo
utilizado se dará de acordo com a tabela presente no Anexo
2.
Para o consumo de agregado miúdo segue Equação 4.

𝑐𝑐 𝑐𝑏 𝑐𝑎
𝑉𝑚 = 1 − ( + + )
𝑦𝑐 𝑦𝑏 𝑦𝑎

𝐶𝑚 = 𝑦𝑚𝑥𝑉𝑚
(Equação 4)
Legenda:
Vm: Volume de Areia
cc: Consumo de Cimento Figura 1: Componentes ensaio abatimento (fonte: NBR NM
67/1998).
cb: Consumo de brita
ca: Consumo de Água O procedimento consiste nas seguintes etapas:

yc: Massa Cimento 1. Umedecer o conjunto e mantê-lo firme no chão;

yb: Massa Brita 2. Encher o molde em 3 camadas;
ya: Massa Água 3. Compactar cada camada com 25 golpes com a
haste;
Cm: Consumo de Areia
4. Limpar a placa base;

4
 5. Retirar o molde do concreto levantando na vertical
BRITA 0
e,
6. Medir o abatimento do concreto. Massa Vol. Vol. Resultados
Incial Final (g/cm³)
O abatimento do concreto é a diferença entre a altura do
molde e a altura do eixo do corpo de prova. Teste 01 100 g 400 435 2,85
Os corpos de provas foram confeccionados em moldes Teste 02 137g 400 450 2,74
cilindricos metálicos de 100x200 milímetros. O concreto
foi adicionado nos moldes em 3 camadas, com cada Teste 03 223g 400 472 3,09
camada recebendo 12 golpes para socamento conforme
prescrito na NBR 5738/2003. Tabela 2: Massa específica Brita 0 (fonte:Autoria Própria).

Os corpos foram desenformados com aproximadamente

48 horas após moldados e, submersos em água onde Areia de Pedra
permaneceram por 28 dias até a data do rompimento.
Teste 1 Teste 2 Teste 3
Decorrido o tempo necessário, os moldes de concreto
foram rompidos de acordo com a NBR 5739/1994, que Pic+água 641g 639g 640g
descreve os ensaio de compressão de corpos cilíndricos.
Os corpos foram quebrados com auxilio de uma prensa Amostra 140g 198g 202g
hidráulica presente no laboratório da Faculdade de Pato
Pic+água+amost 731g 769g 770g
Branco-FADEP.
Resultado (g/cm³) 2,8 2,91 2,8
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 3: Massa específica Areia de Pedra (fonte:Autoria
Para confecção do concreto pelo método ABCP, primeiro Própria).
é determinado o fator água/cimento pela tabela de Abrans.
Para o experimento utilizou-se de um fator de 0,5.
Posteriormente é determinado o consumo de água com Areia
auxilío do Quadro 2, obtendo-se um valor de 205 l/m³. O Teste 1 Teste 2 Teste 3
próximo passo foi determinar o consumo de cimento,
apresentando um valor de 410 kg/m³. Pic+água 630g 630g 631g
Para determinação do consumo do agregado graudo Amostra 104g 163g 174g
encontrou-se um volume de brita de 0,730 conforme
Anexo 2, com uma massa únitaria definida em laboratório Pic+água+amost 694g 733g 739g
de 1680 kg/m³. A multiplicação desses fatores apresentou
o consumo de material de 1226,4 kg/m³. Resultado (g/cm³) 2,6 2,71 2,63
O consumo de areia foi de 620 kg/m³. Para obter-se tal Tabela 4: Massa específica Areia (fonte:Autoria Própria).
valor foi utilizado os valores de massa específica
Com todos os volumes definidos, o traço base é
demonstrados nas Tabelas 1, 2, 3 e 4. Os ensaios de
representado na Tabela 5.
granulometria realizados são apresentadas nos Anexos 4,
5, 6 e 7. Traço Base (cimento:areia:brita:agua)
BRITA 01 1:1,51:3:0,5
Massa Vol. Vol. Resultados Tabela 5: Traço Base (fonte:Autoria Própria).
Incial Final (g/cm³)
Com o traço base, calculou-se a quantidade de material
Teste 01 122g 400 440 3,05 utilizada para preencher 3 corpos de prova. A quantidade
de areia foi alterada conforme ensaio de substituição de
Teste 02 160g 405 460 2,9 areia natural por areia de pedra, confrme Anexo 3.
Teste 03 274g 403 500 2,82 Na produção do concreto foi utilizado cimento Portland
CP II. Para reduzir o volume de água no concreto,
Tabela 1: Massa específica Brita 01 (fonte:Autoria Própria). adicionou-se a mistura o aditivo Tec Mult 829 na
proporção de 1% ao peso do cimento.
O Slump test realizado em todos os ensaios foi de 9± 1cm,
ficando de acordo com o preestabelecido.
Os corpos de prova ficaram submersos em água por 28
dias até a data do seu rompimento. O concreto foi

5
submetido a ensaio de compressão, apresentando os
valores, descritos no Gráfico 1. Custo produção por M³
RESI ST E N C I A CO NCRE TO (MPA )
CP I CP II CP III Media 280,1
275,04

32,9

30,25
31,6

30,9
272,4

30,6
30,5

29,9
29,3
29,2

31
25,5
23,23
24,8
24,2

263,24
20,7

Convencional 30% 50% 100%

Gráfico 2: Custo produção do concreto em reais (fonte:Autoria

TRAÇO 30% AREIA 50% AREIA 100% AREIA
NORMAL PEDRA PEDRA PEDRA
Gráfico 1: Resistência Concreto (fonte:Autoria Própria).
O terceiro corpo de prova da substituição integral da areia
de pedra pela areia normal foi testado em tração,
apresentando um valor de 8,9 Mpa. Os demais corpos de
prova não foram testados no esforço de tração por conta
da grande diferença de resistência de compressão no
rompimento dos dois primeiros corpos, portanto os três
foram testado para compressão com o objetivo de se obter
uma média mais precisa.
Os valores obtidos demonstraram a eficiência da areia
basáltica na confecção do concreto, aumentando sua
resistência em até 30% comparado ao concreto
convencional.
O Quadro 4 apresenta os valores unitários dos
componentes do concreto. Com estes é possivel calcular o
custo por m³ para produção do concreto com areia normal
e com a areia de pedra.
Quadro 4: Preço materiais (fonte: Fadep).
Com base no Quadro 4, o Gráfico 2 apresenta os valores
em reais para produção de 1m³ de concreto.
Própria).
Como é possivel observar no gráfico, o concreto
convencional é o mais caro para ser produzido, com valor
aproximado de 280,1 R$/m³. Quando adicionado 30% de
areia artificial, o valor baixa para 275,04 R$/m³. Para 50%
de areia de pedra, obteve-se um valor de 272,4 R$/m³.
Com a substituição integral da areia o valor cai para 263,24
R$/m³, uma economia de 6% .
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção civil é um dos ramos que mais utiliza
recursos naturais, além de causar grandes impactos
ambientais com geração de resíduos e poluição. A
substituição de areia natural pela areia basáltica
demonstrou ser uma solução plausível, apresentando
melhor eficiência aos esforços de compressão e com preço
inferior ao traço convencional.
A areia de pedra desperta interesse por conta de seu baixo
custo e pela redução dos impactos causados nos leitos de
rios pela extração da areia natural. No processo de
britagem para extração de pedras de diâmetros variados
surge a areia, ou seja, ela é um material antes desprezado
que passou a ganhar utilidade na construção civil.
Os estoques naturais de areia branca estão diminuindo,
aumentando assim o valor do produto por consequência
elevando o valor final do concreto. Por esse e outros
motivos, como os impactos ambientais já citados,
alternativas para a areia natural são necessários.
O estudo tinha por objetivo comprovar a eficiência da
substituição da areia natural pela areia artificial nos
quesitos resistência e valor. Para estes dois quesitos a areia
de pedra demonstrou ser eficiente, com resistência até 30%
maior e redução no custo por m³ de concreto em até 6%.
Com alto controle tecnológico e estudos sobre as
características e impactos da areia basáltica no concreto,
podem tornar areia de pedra um substituto a altura da areia
de rio, podendo ser usada de forma integral ou parcial no
concreto, sem comprometer suas características e
aumentando sua resistência.

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DEMETRIO, F. J. C, et al (2015). Concreto Sustentável:
Substituição da Areia Natural por Pó de Brita para
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SILVA, L. S.; DEMETRIO, J. C. C.; DEMETRIO, F. J. C
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PINTO, T. de P (1999). Metodologia para a gestão
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Paulo, USP.
VARELA, M. Apostila de materiais de construção curso
técnico em edificações IFRN / CAMPUS NATAL
CENTRAL, 2004.

7
 Anexos

Anexo 1: Tabela de Abrams (fonte: RODRIGUES, 1998)

Anexo 2: Diâmetro Máximo Característico Agregados Graúdo (fonte: RODRIGUES, 1998)

Água (g) Brita 0(g) Brita 1(g) Areia Normal (g) Areia de Pedra Cimento(g)
(g)

Traço Base 1430 2600 6060 4342 0 2860

Subst. 30% 1430 2600 6060 3040 1300 2860

Subst. 50% 1430 2600 6060 2170 2170 2860

Subst. 1430 2600 6060 0 4340 2860

100%

Anexo 3: Quantidade de Materiais por traço (fonte: Autoria Própria)

8
 Areia
Peneira Massa Retida Porcentagem% Porcentagem%
(mm) (g) Retida Retida
Acumulada

9,5 00 00 % 0%

6,3 00 00 % 0%

4,8 12 0,24 % 0,24 %

2,4 31,5 0,63 % 0,87 %

1,2 103 2,08 % 2,95 %

0,6 1703 34,42 % 37,37 %

0,3 2418,5 48,9 % 86,27 %

0,15 495,5 10 % 96,27 %

Fundo 184 3,71 % 100 %

4947,5 100%
Anexo 4: Granulometria Areia (fonte: Autoria Própria)

Brita 0
Peneira Massa Porcentagem em Porcentagem %
(mm) Retida (g) % Retida Retida
Acumulada

25 0 0% 0%

19,5 0 0% 0%

12,5 26 0,51% 0,51%

9,5 435 8,59% 9,1%

6,3 1553 30,68% 39,78%

4,8 1343 26,53% 66,31%

Fundo 1704 33,69% 100%

5061 100%
Anexo 5: Granulometria Brita 0 (fonte: Autoria Própria)

9
 Areia de Pedra
Peneira Massa Porcentagem % % Retida
(mm) Retida (g) Retida Acumulada

9,5 0 0% 0%

6,3 0 0% 0%

4,8 2 0,04% 0,04%

2,4 395 7,89% 7,93%

1,2 1631 32,58% 40,51%

0,6 1206 24,1% 64,61%

0,3 751 15% 79,61%

0,15 472 9,44% 89,05%

Fundo 548 10,95% 100%

5005 100%
Anexo 6: Granulometria Areia de Pedra (fonte: Autoria Própria)

Brita 1

Peneira(mm) Massa Porcentagem Retida

Retida (g) % Retida Acumulda
%
25 0 0% 0%

19 138 2,75% 2,75%

12,5 3705 73,70% 76,45%

9 1033 20,54% 96.99%

6 136 2,71% 99.7%

4,8 10 0,2% 99.9%

Fundo 5 0,1% 100%

Soma 5027 100%

Anexo 7: Granulometria Brita 1 (fonte: Autoria Própria)

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