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Disciplina: ​Teoria Antropológica Clássica – 2 º Período

Professor (a): ​Oswaldo Giovannini Junior Período: ​2018.2


Aluno (a): ​Francisco Paulino de Oliveira Neto

AVALIAÇÃO – III UNIDADE

INSTRUÇÕES: 
 
 
● O Prazo para envio: dia 28 - quinta-feira, 22:00 hrs.
● A prova é individual e deverá ser respondida em duas folhas, nem mais, nem
menos. Lembrem-se que toda citação deve vir entre aspas e com as devidas
referências de acordo com as regras da ABNT.
● Endereço para envio:​ ​oswaldo.giovanninijr@gmail.com
● Qualquer dúvida estou à disposição! Bom trabalho!

QUESTÕES:

1- Discorra sobre os principais conceitos da obra de Franz Boas: cultura, relativismo


cultural e raça.

2- Faça uma reflexão sobre a atual conjuntura de racismo existente na sociedade brasileira
a partir das ideias de Franz Boas. Procure analisar antropologicamente o painel de análise de
conjuntura que montamos na sala de aula, ou pesquise sobre o problema em notícias de jornal.
RESPOSTA DA QUESTÃO 1

Franz Boas assim como Malinowski é considerado um dos fundadores da


Antropologia. Ele nasceu na cidade de Minden na Alemanha em uma família judaica. Começa
sua trajetória acadêmica estudando física, e posteriormente volta seus interesses para a
geografia, em Berlim teve contato com a antropologia alemã principalmente por ter conhecido
Adolf Bastian.

Podemos dizer que a perspectiva antropológica de Fraz Boas começa quando este
empreende uma expedição a Ilha de Baffin, no Canadá, para estudar os esquimós que
habitavam aquela região. É a partir dessa experiência que boas desenvolve seu potencial
conhecimento antropológico e formula proposições teóricas significativas para a antropologia
e sua fundação. Ligado ao trabalho de campo e tecendo duras críticas ao evolucionismo, seus
postulados teóricos e metodológicos trabalham numa corrente de pensamento que ficou
conhecido como Culturalismo e que influenciou Alfred Kroeber, Ruth Benedict, Margaret
Mead, Edward Sapir, entre outros.

Indo contrário ao método dedutivo dos evolucionistas, Boas acreditava em um método


histórico calcado na indução empírica. Sua premissa científica parte do estudo das
particularidades de cada cultura e não pensando em Cultura no singular, mas sim no plural,
percebemos então a concepção de cultura em Boas. Esse conceito de cultura está diretamente
ligado a um esforço metodológico: o relativismo cultural. De acordo com Boas, o grupo
estudado deve ser entendido em sua própria dinâmica, onde o antropólogo deve tentar ao
longo de sua análise não deixar que seu olhar sobre o Outro esteja imbuído de sua própria
cultura e de seu modelos de organização social, o que foi extremamente imporante pois
colocava em questionamento e rompia com a perspectiva etnocêntrica como eram tratados os
grupos.

Boas e sua problematização sobre o conceito de raça que estava assentado em um


determinismo biológico, ao introduzir sua análise cultural, compreendeu que não é possível
tipificar o comportamento humano a partir de fatores genéticos, pois eles não dão conta de
explicitar a forma como as pessoas experienciam o mundo. Nesse sentido as características
físicas e ou fenotípicas não podem definir a origem de determinado indivíduo. Pois quando
pensamos em uma diversidade cultural esse termo pode ou não fazer sentido em determinada
organização social. Ele inverte a ordem e parte da premissa de que a cultura condiciona os
comportamentos e faz com que as pessoas hajam no mundo. Assim a ideia de raça para Boas é
um empreendimento ilusório que não pode ser fortalecido. Diante disso, é possível
percebemos alguns dos principais conceitos trabalhados por Franz Boas.
RESPOSTA DA QUESTÃO 2

Discursos como os de que no Brasil existe uma “Democracia Racial” é bem frequente.
Mas é interessante que levantemos um questionamento: Será que isso não passa de um mito?

Se analisarmos historicamente o processo de desenvolvimento do Brasil, logo


constataremos que desde a colonização as pessoas negras foram subalternizadas, escravizadas
e mortas. Embora o período colonial pareça temporalmente distante, ele reverbera até a
contemporaneidade seus efeitos na população negra. Evocando Franz Boas em seu texto ​Raça
e Progresso, o​ nde este importante antropólogo tece críticas as perspectivas racistas e
eugenistas nos Estados Unidos, onde perpassavam em decorrência da ascensão do Nazismo, a
ideia de Raça Pura, que chegaria até o progresso. Boas com seus estudos, questiona, escancara
e desafia esses pressupostos hierárquicos e de dominação colocando-os em contradição a
partir de seus estudos culturais.

Agora nos voltando para o Século XXI, reconhecendo que embora, muitos direitos
conquistados principalmente pela articulação política dos movimentos negros, hoje no atual
contexto Brasileiro esses direitos estão sendo ameaçados e estão aliados ao que Mbembe
(2017) conceituou enquanto necropolítica, ou seja, o poder de decidir principalmente quem
deve morrer. Esse conceito se faz necessário para que possamos refletir sobre o sistemático
ataque a população negra, as vezes mascarado como “guerra as drogas”, que na verdade essa
população é atingida diretamente pelo próprio Estado, que deveria proteger e assegurar a
segurança. Ainda sobre a política de morte com relação as vidas negras, um caso recente
também expressa o racismo estrutural. Militares dispararam 80 tiros contra um carro de uma
família no Bairro Guadalupe no RJ, ocasionando o óbito de um homem (negro) e duas pessoas
ficaram feridas.

A atual conjuntura do Brasil, expressa nitidamente o Mito da Democracia Racial,


principalmente pela invisibilização e falta de políticas públicas de combate ao racismo. O
painel de conjuntura, tornou possível visualizarmos esse mito, em diversas âmbitos, como por
exemplo a partir de situações de racismo em escolas, com crianças, em supermercados, nas
produções fílmicas e até em discursos proferidos pelo principal representante político do país,
(o presidente) em que há um fomento e intensificação da necropolítica.

As proposições teóricas de Franz Boas se fazem ainda interessantes para refletirmos


sobre diversos assuntos e o racismo é um deles, principalmente no atual contexto político do
Brasil onde o Racismo se eleva a níveis preocupantes e não há um resguardo dos direitos
humanos.
REFERÊNCIAS

BOAS, Franz. ​Antropologia cultural​. Org. Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
109 p.

MBEMBE, Achille. ​Necropolítica​. Arte & Ensaios, [S.l.], n. 32, mar. 2017. ISSN 2448-3338.
Disponível em: <​https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993​>. Acesso em: 11 abr.
2019.

MOURA, Margarida Maria. Franz Boas (1858-1942). In: FRID, Marina. ROCHA, Everardo
(Orgs.). Os antropólogos: clássicos das Ciências Sociais. Petrópolis, RJ: Vozes; Rio de
Janeiro: Editora PUC, 2015. P. 42-60.

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