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FIG – UNIMESP

CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO

ALESSANDRO MARCOS LOPES DE SOUSA

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO ENSINO DE MATEMÁTICA

CARIACICA
2013
ALESSANDRO MARCOS LOPES DE SOUSA

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO ENSINO DE MATEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário
Metropolitano de São Paulo – FIG
UNIMESP, para obtenção do grau de
Licenciado Pleno em Matemática

CARIACICA
2013
Resumo:

Naturalmente o ser humano é considerado lúdico e esta característica é


inerente ao mesmo, desenvolvida ao longo de seu desenvolvimento. Uma
aprendizagem significativa pode ser construída através dos jogos, onde o
indivíduo desenvolve interesse pelas atividades propostas. Diante do exposto,
este estudo teve o objetivo de verificar a importância dos jogos como
facilitadores nos processos de ensino e aprendizagem de Matemática. Ao
longo deste, encontra-se um breve histórico da evolução do ensino da
Matemática, alguns conceitos da palavra jogo, retirados de produções da área,
que nos levam a reflexões sobre as diferentes possibilidades de utilização dos
jogos nas aulas de Matemática. Dessa forma, percebe-se que a Matemática
pode ser trabalhada de forma mais motivadora e criativa, tornando os
educandos ativos, colaborando com a construção do seu conhecimento.

1. Introdução

As diferentes visões relacionadas ao ensino da matemática são constantes ao


longo do desenvolvimento da educação. Os anos 60 foram considerados como
turbulentos para o ensino da matemática, pois acreditava-se em teorias
psicológicas que defendiam a utilização de materiais concretos como
facilitadores da aprendizagem e concomitante a isso, utilizava-se uma
linguagem matemática altamente sofisticada, que obedecia suas estruturas
lógicas, acreditando em outro paradigma da psicologia, a estrutura do
conhecimento matemático se aproxima das estruturas psicológicas dos alunos
(Piaget, 1973).

Até 1970 eram analisados apenas os aspectos isolados de elementos que


constituíam o ensino, assim procurava-se a causa do fracasso no ensino da
matemática nos objetivos, nos métodos e nos conteúdos. A partir de então
outros autores passaram a discutir sobre os conceitos de educação
matemática, como D’Ambrósio (1986), Matos (1989), Moura (1992) e Fiorentini
(1994) mostrando que o ensino da matemática necessita de contribuições para
que novas reflexões sejam propostas durante o processo educativo, buscando
considerar os inúmeros elementos que estão presentes na ação pedagógica do
professor, seja qual for a sua área de conhecimento.

Dentre as mais variadas funções da matemática, se encontra o


desenvolvimento de competências para resolver os problemas cotidianos que
as pessoas encontram. A busca por alternativas que possibilitassem um
conhecimento significativo e uma maior compreensão deste ensino que traz
benefícios para a vida profissional de qualquer estudante aumentou nas últimas
décadas.

Assim, a qualidade de ensinar matemática e a melhoria na receptividade por


parte dos estudantes podem aumentar quando os mesmos se sentem
motivados sendo expostos a situações desafiadoras, agradáveis e significativas
em sala de aula. O surgimento de novas concepções sobre como se dá o
conhecimento abriu novas formas de considerar o papel do jogo no ensino.
Desta maneira, o jogo aproxima-se da matemática via desenvolvimento de
habilidades de resolução de problemas (Moura, 1991) e ainda, permite
trabalhar os conteúdos culturais inerentes ao próprio jogo.

Dentro deste contexto, Souza (2002) expressa a importância de se trabalhar


com jogos em sala de aula:

“A proposta de se trabalhar com jogos no processo


ensino-aprendizagem da Matemática implica numa opção
didático-metodológica por parte do professor, vinculada
às suas concepções de educação, de Matemática, de
mundo, pois é a partir de tais concepções que se definem
normas, maneiras e objetivos a serem trabalhados,
coerentes com a metodologia de ensino adotada pelo
professor”.

De acordo com Kamii (1991) o ensino da Matemática deve respeitar e estimular


a construção do conhecimento pelo adolescente ao invés de ser interiorizado
através de exercícios individuais e informações vindas do professor e dos
projetos em si. Sendo assim, situações interessantes e envolventes devem ser
propostas nas aulas para chamar a atenção do discente despertando o gosto
pela pesquisa e estudo.
Sendo assim, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica
sobre a importância dos jogos, que podem ser usados pelos educadores como
método didático no processo de ensino aprendizagem de matemática.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Os jogos

Há algum tempo o jogo deixou de ser um simples material instrucional e


passou a ser incorporado ao ensino, como instrumento lúdico e propiciando o
tratamento dos aspectos efetivos que caracterizam o ensino e aprendizagem
como uma atividade (Leontiev, 1988).

No dicionário Aurélio (2004), a definição de jogo é: “atividade física ou mental


fundada em sistema de regras que definem a perda ou ganho, passatempo,
jogo, vício de jogar, série de coisas que forma um todo, balanço, oscilação,
manha astúcia”. De acordo com Kishimoto (1994) para alguns psicólogos e
filósofos existem concepções diversas referindo-se ao jogo:

Para uns, o jogo apresenta a possibilidade de eliminar o


excesso de energia represado na criança (Spencer). Para
outros prepara a criança para a vida futura (Gross) ou,
ainda, representa um instinto herdado do passado
(Stanleyhall) ou mesmo um elemento fundamental para o
equilíbrio fundamental da criança (Freud, Claparéde,
Erikson, Winicott). Entre representantes da psicologia
cognitiva, o fenômeno jogo assume os seguintes
significados: para Wallon (1975) é uma forma de infração
do cotidiano e suas normas. Bruner (1976) tem
interpretação semelhante ao atibuir ao ato lúdico o poder
de criar situações exploratórias propícias para a solução
de problemas (1994).

O mesmo autor ainda mostra que o jogo é um importante recurso para educar
e desenvolver a criança, desde que respeitadas as características da atividade
lúdica. Nesse âmbito, o jogo deve ser destacado no ambiente escolar,
considerando sua função lúdica e educativa. Este fato influencia de forma
substancial no desenvolvimento afetivo, físico, social e moral.
O jogo é definido por Huizinga (1980) como uma atividade ou ocupação
voluntária, exercida dentro de determinados limites de tempo e espaço,
segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias,
dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e
de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana.

Para Dinello (2004), o jogo representa:

Um âmbito de socialização, com uma grande liberdade


de inventar regras e relações, possibilitada pelo fato de
situar-se à distância de determinismos convencionais. É a
ocasião de interiorização de atitudes, de tomar iniciativas
pessoais e de dar respostas aos demais. Por momentos,
divergindo com o grupo, assumindo compromissos de
lealdade com outros, o jogo apresenta situações próprias
para descobrir-se “como” o outro ou muito “diferente” dos
outros: ambas as percepções são necessárias para ir
construindo suas próprias referências.

Reforçando estas ideias, Piaget (1896-1980 apud. ALVES, 2001), defende o


uso dos jogos na educação e critica a escola tradicional, pelo comodismo ao
transmitir conhecimentos às crianças sem nenhum tipo de inovação, não
desenvolvendo o senso crítico, inventivo e criador dos mesmos.

A educação através de atividades lúdicas estimula significativamente as


relações cognitivas, afetivas sociais, além de proporcionar atitudes de critica e
criação nos educandos que se envolvem nesse processo (Alves, 2011).

2.2 Os jogos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

As Diretrizes para o Ensino da Matemática (MEC, 2006) apontam que um dos


desafios do ensino da matemática é a abordagem de conteúdos para resolução
de problemas. Nesta metodologia o estudante tem oportunidade de aplicar
seus conhecimentos matemáticos em novas situações, resolvendo o que lhe é
proposto.

Para os PCNs (1997), a formação dos cidadãos é um dos principais objetivos


da matemática, ou seja, formar para que o indivíduo tenha uma relação com as
outras pessoas que vivem no seu meio social. A educação na matemática deve
atender aos objetivos do ensino fundamental explicitados nos PCNs: a
linguagem matemática deve ser utilizada como meio para expressar, produzir e
comunicar suas ideias e saber utilizar diferentes recursos tecnológicos para
adquirir e construir conhecimentos.

É enfatizado também que os jogos geram interesse a criança, estimulando-a e


desenvolvendo-a para resolver dificuldades ou problemas. O jogo é um objeto
sociocultural em que a matemática está presente e além disso é uma atividade
natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos e supõe um
fazer sem obrigação externa e imposta, embora demande exigências, normas e
controle. A partir da articulação entre o conhecido e o imaginado, desenvolve-
se o autoconhecimento e o conhecimento dos outros (PCNs – MEC, 1997).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 2000) consideram os jogos


como um caminho a ser seguido, para o desenvolvimento no ensino da
matemática. Os mesmos enumeram vários objetivos que têm como finalidade,
levar o aluno a identificar os conhecimentos matemáticos como meios para
compreender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo
intelectual característico da matemática.

Um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que


eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por
isso, é importante que os jogos façam parte da cultura
escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a
potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto
curricular que se deseja desenvolver (PCNs, 2000).

Os jogos coletivos também exercem um papel primordial no ensino da


matemática, pois a participação de alunos em jogos de grupo representa uma
conquista cognitiva, emocional, moral e social. Individual ou coletivamente o
trabalho com os jogos são significativos e prazerosos, desde que bem
direcionados, caso contrário não passará de mais uma atividade sem proveito
pedagógico (PCNs, 2000).
2.3 O papel do professor na utilização dos jogos nas aulas

O professor, ao preparar suas aulas com a utilização de jogos deve escolher


técnicas para uma exploração de todo o potencial do jogo; também deve
analisar as metodologias adequadas ao tipo de trabalho que pretende, tais
como: a melhor maneira de organizar os grupos e a seleção de jogos que
sejam adequados ao conteúdo que se pretende trabalhar. O trabalho com
jogos requer do professor certas atitudes que o levem a considerar como uma
atividade a ser realizada durante todo o ano letivo, e não de modo esporádico,
relacionando o jogo como uma estratégia aliada à construção do
conhecimento, devendo planejar cuidadosamente sua exceção
(STAREPRAVO, 1999).

O educador precisa ter muito claro para si que concepões de ensino,


metodologia e ciência assumirá em seu trabalho. Inicialmente, faz-se
necessário que o professor esclareça que concepções tem da Matemática
como ciência e disciplina a ser trabalhada na escola. Posteriormente,
preocupações com a metodologia e estratégias serão fundamentais, visto que
essas influenciarão o tipo de aluno que esse professor deseja formar. Lara
(2003) reforça essa necessidade quando coloca que:

[...] se não estivermos convictos do modo que vem os e


concebemos a Matemática, do seu ensino e do perfil de
aluno/a que querem os formar, muito pouco nos ajudará
apenas pensar em algum a nova estratégia de ensino,
entre elas, os jogos.

Educar uma criança é prepará-la para inventar e descobrir (Piaget apud Kamii,
1991). Assim, um educador efetivamente comprometido com seu aluno não
deve achar que educar é apenas dar explicações, ensinar soluções e criar
habilidades. Ele deve ter consciência de que educar é preparar o discente para
enfrentar novas situações ao longo da vida. Por isso, um ensino de qualidade
deve buscar desenvolver a inteligência do educando, que, uma vez
desenvolvida, lhe tornará apto a enfrentar mudanças e aprender coisas novas.
Buscando explicar a necessidade de uma reflexão para o uso de jogos no
processo de ensino aprendizagem da matemática, Moura (2007) vai buscar nas
teorias da aprendizagem de Piaget e Vygotsky a fundamentação teórica para a
sua proposta pedagógica: numa abordagem Interacionista o jogo é instrumento
para desenvolvimento cognitivo.

Sendo assim o jogo deve ser utilizado pelo professor como desafio aos alunos.
A criança ao lidar com o jogo de regras consegue entender melhor o conjunto
de conhecimentos sociais e desenvolve-se cognitivamente porque para elas o
jogo está impregnado de aprendizagem. Quando colocada diante de situações
lúdicas, a criança aprende a lógica da brincadeira e, consequentemente,
aprende também a estrutura matemática presente.

Contribuindo com Moura (2007), Antunes (2002) complementa dizendo que o


professor deve instigar a curiosidade do aluno de forma que este busque o
conhecimento. Neste sentido Jesus e Fini (2001) complementam que assim o
jogo passa a ser um gerador de situações problema (conflitos), que desafiam o
aluno a desencadearem sua aprendizagem. Através das discussões
matemáticas acontece o processo de criação e construção dos conceitos.
Marco (2007), defende ainda a questão de que o jogo envolve o interesse e o
desejo do jogador pela própria ação do jogo, e além disso, envolve a
competição e o desafio que motivam o jogador e conhecer suas possibilidades
de superação e seus limites, buscando a vitória, adquirindo confiança e
coragem para se arriscar.

Para finalizar a importância do jogo Silva e Kodama (2007) afirmam que o jogo
como recurso educacional, funciona como um importante instrumento para o
resgate do prazer em aprender Matemática, no entanto é necessário que os
objetivos estejam bem definidos e que o jogo represente uma atividade
desafiadora e motivadora ao aluno. Eles podem ser utilizados para introduzir,
amadurecer conteúdos, preparar o aluno para aprofundar os itens já
trabalhados e inclusive para diagnosticar as suas dificuldades.

Souza (2002) fala da importância de se trabalhar com os jogos e do papel do


professor dizendo que:
“A proposta de se trabalhar com jogos no processo
ensino-aprendizagem da Matemática implica numa opção
didático-metodológica por parte do professor, vinculada
às suas concepções de educação, de Matemática, de
mundo, pois é a partir de tais concepções que se definem
normas, maneiras e objetivos a serem trabalhados,
coerentes com a metodologia de ensino adotada pelo
professor”.

O professor deve assumir o papel de incentivador, facilitador, mediador das


ideias dispostas pelos alunos durante a ação pedagógica, visando sempre o
crescimento do aluno enquanto indivíduo que vive em sociedade. Os jogos
podem ser utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e praparar o aluno
para aprofundar os itens já trabalhados. Devem ser escolhidos e preparados
com cuidado para levar o aluno a adquirir conceitos matemáticos de modo
significativo e concreto (Alves, 2001).

O papel do professor frente a esta metodologia é claramente descrito por


Dohme (2003):

O ludoeducador [aquele que usa recursos lúdicos] deve


ter técnica, conhecer várias atividades, não abdicar
jamais de seu papel precípuo de educador. Deve
perceber aonde pode chegar com cada criança e com o
grupo como um todo. Mas, para justificar esta opção, ele
deve ser alegre, sentar com as crianças e saber brincar,
seu sorriso deve ser fácil e espontâneo, pois, cada
ludoeducador deve ter, sobretudo, uma criança dentro de
si.

Munhoz & Menegazzi acreditam que antes de levar os jogos para a sala de
aula o professor deve estudar previamente cada um deles, o que só é possível
jogando. Pela exploração e análise de suas próprias jogadas e da reflexão
sobre erros e acertos é que o professor terá condições de colocar questões
que irão auxiliar seus alunos e ter noção das dificuldades que irão encontrar.
As mesmas autoras citam que:

O educador continua indispensável, é ele quem cria as


situações e arma os dispositivos iniciais capazes de
suscitar problemas úteis aos alunos, e organiza contra-
exemplos que levem à reflexão e obriguem ao controle
das soluções demasiado apressadas. Assim, o professor
é fundamental em sala de aula, é ele que dá o “tom” do
desafio proposto e deve ser o líder da situação, saber
gerenciar o que acontece, tornando o meio o mais
favorável possível, desencadeando reflexões e
descobertas. É o professor que tem influência decisiva
sobre o desenvolvimento do aluno e suas atitudes vão
interferir fortemente na relação que ele irá estabelecer
com o conhecimento (Munhoz & Menegazzi, 2006).

O professor deve conhecer e dominar cada jogo selecionado antes de propô-lo


para o grupo. Seu papel será o de acompanhar a criança durante a prática da
atividade, mediando às situações, facilitando sua integração ao ambiente e
participando do mesmo como elemento estimulador em todas as
oportunidades, cuidando para que tudo esteja em harmonia. É importante que
o aluno faça suas próprias descobertas, através de manipulação, observação e
exploração da atividade proposta, desta forma ela poderá estabelecer relações
e fazer associações, assimilar conceitos e integrá-los a sua personalidade.
Cabe ao educador propiciar a utilização dos jogos e brincadeiras, de tal forma
que possibilite à criança descobrir, vivenciar, modificar e recriar regras
(Sebastini, 2003).

Essa preocupação com o planejamento se justifica segundo Moura (2000)


porque na tentativa de atualização das questões metodológicas, professores
vêm aderindo ao uso de jogos apenas por um modismo. Para Marco (2007) o
professor deve auxiliar o aluno na construção do conhecimento, entretanto,
sem uma constante interferência. A intervenção do professor durante a
atividade com jogo deve ser reduzida para motivar a cooperação entre os
alunos, permitindo que eles tomem suas próprias decisões. Dessa forma
desenvolvendo sua autonomia intelectual e social.

2.4 Os jogos no ensino da matemática

De maneira geral a importância da matemática é indiscutível, porém, a


qualidade do ensino dessa área do conhecimento se encontra em um nível
muito baixo (Alves, 2001). A aprendizagem através de jogos, como dominó,
palavras cruzadas, memória e outros permite que o aluno faça da
aprendizagem um processo interessante e até divertido (Groenwald e Timm,
2002). Ainda de acordo com as mesmas autoras, existem três aspectos que
justificam a incorporação do jogo nas aulas: o caráter lúdico, o
desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais.

Notamos que, para o ensino da matemática, que se


apresenta como uma das áreas mais caóticas em termos
da compreensão dos conceitos nela envolvidos, pelos
alunos, o elemento jogo se apresenta com formas
específicas e características próprias, propícias a dar
compreensão para muitas das estruturas matemáticas
existentes e de difícil assimilação (Grando, 1995 apud
Alves, 2001).

Muitos estudantes apresentam dificuldade no processo de ensino-


aprendizagem da Matemática, assim, os jogos são recursos úteis para uma
aprendizagem significativa e diferenciada.

Significativa, por possibilitar a produção de experiências tanto em termos de


conteúdos escolares como no desenvolvimento psíquico, pois os jogos
permitem estimular os estudantes e atitudes de cooperação, responsabilidade,
participação, respeito, iniciativa, tomada de decisão.

Diferenciada porque atribui à criança e ao professor


outras posições na relação com o saber escolar. Para
jogar e enfrentar situações-problema as crianças
precisam ser ativas, envolvidas nas tarefas e nas
relações com pessoas e objetos, ser cooperativas e
responsáveis. Os jogos funcionam em uma estrutura de
projeto em que propósitos, recursos, processos e
resultados articulam-se no contexto das regras, dos
tabuleiros e das peças, da organização das jogadas, nos
desafios, nos desfechos e nas encruzilhadas que
enredam e dão sentido ao jogo. As regras são jogos de
linguagem que convidam a uma vida comum, regulada
por convenções que garantem e organizam a convivência
no contexto dos jogos (MACEDO, 2000).

Rêgo (2000) destaca que a introdução de novas metodologias de ensino é


imprescindível, pois o aluno deve ser sujeito no processo de aprendizagem e
torna-se necessário respeitar o seu contexto, relevando os aspectos
recreativos e lúdicos das motivações próprias de sua idade, sua imensa
curiosidade e o desejo de realizar em grupo.

O jogo pode ser utilizado como facilitador na aprendizagem matemática, que


muitas vezes torna-se de difícil assimilação, tornando o ato de aprender
atraente. O jogo tem o papel importante no desenvolvimento de habilidades
relacionadas com o raciocínio como organização, atenção e concentração,
necessárias para a aprendizagem, em especial da Matemática, e também para
a resolução de problemas em geral (Borin, 1996).

Ainda, à medida que os alunos jogam, percebem que o jogo não tem somente
o caráter lúdico e que deve ser levado a sério. Quando se analisa as regras do
jogo, o aluno desenvolve certas habilidades e relaciona aspectos desse jogo
com determinados conceitos matemáticos. Torna-se necessário também que o
jogo tenha regras pré-estabelecidas que não devem ser mudadas durante uma
partida. Se necessário, as regras podem ser alteradas, sendo discutidas entre
uma partida e outra. A negociação entre os alunos também contribui para uma
aprendizagem efetiva (Borin, 1998).

Defendendo a mesma ideia, Starepravo (1999) afirma que os jogos propõe


desafios que vão além do âmbito cognitivo, pois, ao trabalhar com jogos, os
alunos deparam-se com regras e envolvem-se em conflitos, uma vez que não
estão sozinhos, mas em um grupo ou equipe de jogadores. Esses conflitos são
excelentes oportunidades para alcançar conquistas sociais e desenvolver
autonomia.

A integração social também é proporcionada por meio dos jogos, facilitada pela
comunicação e prazer para a aprendizagem. Como afirma Almeida (1990),
quando diz que o jogo faz parte da natureza humana, desenvolve o raciocínio,
a motricidade ampla e fina, a imaginação, a capacidade de abstração, a
cooperação, o respeito às regras fazendo o educando um ser criativo e capaz
de modificar, transformar e compreender a realidade do mundo em que está
inserido.
É muito mais fácil e eficiente aprender por meio de jogos,
e isto é válido para todas as idades, desde o material até
a fase adulta. O jogo em si possui componentes do
cotidiano e o envolvimento desperta o interesse do
aprendiz, que se torna sujeito ativo do processo (Lopes,
2000).

Através do jogo o aluno pode fixar conceitos, motivar, propiciar a solidariedade


com seus colegas, desenvolver o senso crítico e criativo, estimular o raciocínio
e descobrir novos conceitos (Alves, 2001). O autor ainda ressalta que
atividades lúdicas em aulas de matemática, além de levar em conta os
aspectos cognitivos em sua aplicação, deve valorizar o aspecto afetivo
promovido pela ação do jogo, que é a aproximação entre os jogadores.

Ainda, é importante ressaltar que os jogos auxiliam no desenvolvimento das


estruturas básicas da inteligência, levando o sujeito a criar estratégias de jogas,
encontre meios, reflita sobre suas ações. De acordo com Kamii (2001) os
conceitos numéricos não são aprendidos pelas crianças com desenhos.
Tampouco aprendem conceitos numéricos meramente pela manipulação de
objetos. Elas constroem esses conceitos pela abstração reflexiva à medida em
que atuam.

Os jogos em grupo são ideais para a troca de opiniões entre crianças. As


crianças são motivadas a controlar a contagem e a adição dos outros, para
serem capazes de se confrontar com aqueles que trapaceiam ou erram (Kamii,
2001).

Nesse contexto, é importante ressaltar também que o professor deve assumir o


papel de facilitador, incentivador, mediador das ideias que são apresentadas
aos alunos durante a ação pedagógica, buscando sempre o crescimento do
aluno enquanto indivíduo que vive em sociedade. Os jogos podem ser
utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para
aprofundar os itens já trabalhados (Alves, 2001).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O pensamento pedagógico moderno enfatiza a importância dos jogos nas


práticas de sala de aula. Em uma realidade em que as crianças deixaram de
brincar com jogos do cotidiano e passaram a usar a tecnologia como fonte de
diversão, a escola aparece como local mais adequado para preservar e
estimular a realização dessas atividades.

Os jogos, bem como as demais brincadeiras são atividades inerentes ao ser


humano. Todos precisam de alguma forma brincar e jogar, vivenciando em
alguns momentos um mundo de sonhos e fantasias. O conhecimento da
realidade faz com que ao fim de cada atividade retorne-se com novas vivências
e conhecimentos que podem ser adaptados a vida real.

O objetivo deste trabalho foi alcançado, pois através desta revisão bibliográfica
foi possível demonstrar de forma abrangente a importância dos jogos como
recurso didático no processo de ensino-aprendizagem da matemática. Os jogos
se mostram atividades superiores, um desafio para a criança. Além disso, os
mesmos se caracterizam pela liberdade, tanto no que diz respeito a
participação como quanto na escolha das regras que fazem parte dele. Assim,
o jogo se destaca como uma atividade em que a criança envolve-se livremente,
buscando superar desafios de diferentes ordens e sob regras definidas.

Para os professores, os jogos podem ser de extrema importância, pois acabam


com o desinteresse, com a falta de concentração e motivação que tomaram
conta da escola nessas últimas décadas. Ainda, é um recurso eficiente para se
trabalhar com as dificuldades de aprendizagem que muitos educandos
apresentam em relação à Matemática, mostrando-se um apaziguador de
traumas e bloqueios que poderiam se prolongar até a fase adulta.

Diante do exposto, conclui-se que o uso dos jogos nas aulas de Matemática é
um avanço para a educação, visto que os mesmos contribuem para o
desenvolvimento da natureza questionadora das crianças de hoje. Assim,
espera-se que esta pesquisa possa auxiliar professores que se questionam
sobre os benefícios da utilização deste recurso didático e que
consequentemente, estes possam transformar a educação, utilizando estas
informações como um impulso inicial para tal processo.
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