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Ética Argumentativa – bls

Introdução: Conflitos e Rothbard

Todo e qualquer conflito tem origem no fato de que todos os recursos são escassos.
Recursos escassos são aqueles que podem ser apropriados, que estão presos em finitu-
de e que não podem ser usados ao mesmo tempo para fins excludentes. Um conflito
ocorre quando 2 ou mais indivíduos tentam usar um mesmo recurso escasso ao mesmo
tempo para fins excludentes, o que é praxeologicamente impossível. Para encontrarmos
uma solução para a ocorrência desse o conflito, ou seja, para evitar o conflito, precisa-
mos derivar uma lei puramente pela razão, ou seja, precisamos descobrir uma ética Jus-
racional, que segue os princípios da Lógica Aristotélica. Qualquer argumento a prio-
ri que não segue essa lógica cai em contradição. Essa lógica possui três princípios, que
devem ser seguidos para que um argumento seja validado; Esses três princípios são:
Princípio de Identidade (A é A), Princípio da não-contradição (É impossível A e –A ao
mesmo tempo) e o Princípio do Terceiro-Excluído (A só pode ser x ou –x, não há uma
terceira possibilidade).
Para formular uma ética que é capaz de evitar todos os conflitos, ela precisa ser univer-
sal e atemporal, sendo essa a regra de ouro da ética kantiana. Isso é descrito nas primei-
ras formulações do Imperativo Categórico de Kant, até então chamado de Princípio
Universalizável. Ela é universal pois não é relativa ao indivíduo, ela é objetiva e se apli-
ca a todos os indivíduos da mesma forma. A ética, se seguida por todos, não pode oca-
sionar em nenhum conflito interno, pois isso entraria em contradição com a própria de-
finição de ética. A evitação dos conflitos pode ocorrer da seguinte forma: Ou somente
um indivíduo tem o direito de uso/controle exclusivo daquele recurso (Ou seja, a pro-
priedade privada daquele recurso), ou que os 2 indivíduos usem aquele recurso para um
mesmo fim ou para fins não-excludentes.
A solução nº 2, porém, só aumentaria ainda mais a chance do conflito ocorrer, pois,
como não podemos prever o fim que um indivíduo deseja alcançar com tal recurso, este
poderá desviá-lo e utilizá-lo para seus próprios fins, apesar do exemplo em si não gerar
um conflito propriamente dito, ou seja, essa solução geraria um conflito interno.
Portanto, sendo a solução nº 1 a única que não geraria nenhum conflito interno (Pois
somente um indivíduo poderia usar aquele recurso indefinidamente), e toda ética jusra-
cional não deve cair em contradição, pela lei do terceiro-excluído, devemos derivar a lei
da ética nessa solução para a ocorrência do conflito. Assim, demonstramos como a pro-
priedade privada é o único meio possível para a evitação dos conflitos.
Aí, temos a lei de propriedade privada (cuja função é evitar os conflitos) proposta por
Murray N. Rothbard. Agora, cabe à ética argumentativa, justificar a propriedade priva-
da:
Início à Ética Argumentativa
Sabemos que normas derivadas de a posteriori são inválidas, pois, como são a posteri-
ori, só podem ser baseadas de casos isolados, e caem na guilhotina de Hume (pois a
posteriori são estatísticas, fatos; e é impossível derivar normas de fatos). Portanto, base-
aremos a ética em um juízo a priori.
Toda busca por um valor-verdade é feita durante o curso de uma argumentação. Ou seja,
a argumentação é a ação em que se dá a justificação da validação/invalidação de uma
premissa.
Isso não pode ser negado, pois a justificativa da negação já é, em si, um argumento.
Karl-Otto Apel nos mostra em sua pragmática transcendental que a ação do discurso,
isto é, da argumentação,
implica na pressuposição de normas implícitas dentro da ação do discurso;
normas estas cuja validade não pode ser contestada sem que seja recorrido a uma con-
tradição performativa, pois o próprio ato de argumentar já implica no reconhecimento
de tais normas (o que chamamos de “o a priori da argumentação”). Mas quais seriam
essas normas? Bom, o Hoppe conseguiu nos demonstrar a auto-propriedade como nor-
ma cujo reconhecimento é necessário para a ocorrência da argumentação nos seguintes
passos:
A argumentação é a troca de proposições para se chegar a um valor verdade, e Apel
conseguiu chegar à conclusão de que ela é livre de conflitos, não no sentido de sempre
haver concordância com o que é falado, mas que, durante o curso de uma argumentação,
podemos reconhecer que os argumentadores concordam, ao menos, que discordam.
Partindo de tal proposição, Apel deduziu algumas normas que estão implícitas na ar-
gumentação, e chegou a algumas conclusões em relação à atividade do discurso; duas
das pressuposições da atividade argumentativa são: “Todo indivíduo possui autonomia
para justificar e se responsabilizar das razões de seu discurso” e “Os indivíduos possu-
em igualdade de direitos na argumentação”; como já falado anteriormente, tais proposi-
ções não podem ser negadas em risco de cair em uma contradição performativa, pois a
ação discursiva já pressuporia o reconhecimento e a validade de tais proposições (o que
enfatiza o fato de que a argumentação é livre de conflitos).
Jürgen Habermas, que deu posteridade à ética do discurso de Apel, fez a seguinte fra-
se:
“Todo aquele que se envolve numa prática de argumentação tem que
pressupor pragmaticamente que, em princípio, todos os possíveis afetados
poderiam participar, na condição de livres e iguais, de uma busca cooperati-
va da verdade, na qual a única coerção admitida é a do melhor argumento.”

Aqui, Habermas explica que a argumentação é uma ação de natureza incoercível, livre
de qualquer conflito entre os indivíduos argumentadores. Tendo em mente que existem
certos pressupostos dentro da argumentação cujo reconhecimento é obrigatório à sua
ocorrência, Habermas deduz que: apesar de certas regras possuírem apenas conteúdo
semântico ou lógico, existem outras regras pressupostas na ação discursiva que proce-
dem a eliminar toda coerção e que fundamentam a igualdade de direitos em uma ética
deôntica, e sendo a ação do discurso praticável por qualquer indivíduo, as normas que
desta são baseadas são, portanto, universais.
Para que a concordância entre os indivíduos ocorra (demonstrado anteriormente), é
necessário, porém, que cada indivíduo presente em uma comunidade argumentativa
reconheça uns aos outros como indivíduos autônomos para emitir, de forma intencional,
suas proposições de modo que seja possível a concordância no que foi dito sem que
sejam impedidos de tal.

Ação Humana e Autopropriedade


Como partimos da praxeologia, sabemos que o corpo humano é o meio escasso princi-
pal no qual um indivíduo recorre para atingir um fim, que é a realização de uma ação. A
argumentação, porém, não consiste somente de sons voando livremente ao vento; ela
não é só uma tarefa cognitiva, mas também, uma ação prática. Logo, a argumentação
sendo uma ação humana pressupõe o uso do corpo como meio principal para alcançar o
fim de argumentar. No caso da argumentação, porém, o fato dela ser livre de conflitos
(como demonstrado anteriormente, usando a ética discursiva do Habermas)
torna a atividade dotada de uma característica peculiar. Sabemos que a propriedade pri-
vada é a única forma de evitar os conflitos; e se a argumentação é uma atividade livre de
conflitos, é necessário que haja o reconhecimento de cada indivíduo argumentador co-
mo proprietário de seu corpo, pois a argumentação é impossível sem esse reconheci-
mento (e isto não cai em contradição com o princípio de universalização, pois a argu-
mentação é característica intrínseca da classe ontológica do individuo, no caso, do ser
humano, e qualquer ser ontologicamente humano é capaz de argumentar, e, portanto,
reconhece a existência dessa norma
como parte das condições formais da realização da ação discursiva).
Resumidamente, toda ação humana, praxeologicamente falando, precisa ter o corpo
como meio principal para a realização de tal ação. Se houvesse somente o reconheci-
mento do direito de argumentar, a argumentação também seria impossível, pois é o cor-
po que permite a ocorrência da argumentação; é impossível reconhecer somente o fim
sem reconhecer os meios necessários para atingir esse fim sem cair em contradição.
Somente um indivíduo pode e é capaz de ter uso e controle exclusivo de seu corpo. É
eticamente indefensável que indivíduos não tenham controle sobre seu próprio corpo, e
será demonstrado no próximo argumento o motivo disto. Durante a argumentação,
portanto, é necessário que cada indivíduo reconheça a autonomia de cada argumentador
sobre seu corpo, pois, novamente, sem isso, a argumentação é impossível.
A negação da premissa anterior já implica em uma contradição performativa,
pois ao argumentar contra ela, você já reconheceu, implicitamente, a autopropriedade;
isso ocorre pois a justificativa da negação se dá em uma argumentação, e ação de argu-
mentar já pressupõe a existência da norma, sendo ela a condição formal para a ocorrên-
cia da argumentação em si, o que prende o argumentador em um paradoxo performati-
vo, pois a ação que é performada pelo indivíduo contradiz o argumento por ele defendi-
do.
Temos que, durante uma argumentação, já é pressuposto o direito de propriedade pri-
vada de cada indivíduo participante.
(em suma, a argumentação é uma ação livre de conflitos, tornando o reconhecimento da
norma de propriedade necessário para sua ocorrência, sendo que o ato de argumentar já
reconhece e pressupõe essa norma, e a tentativa de negá-la se dá em uma contradição
performática, pois a negação se dá em um argumento, e tal ação já pressupõe o reconhe-
cimento da norma).
Erros de interpretação em relação à autopropriedade
Não podemos reconhecer por partes, ou autoposse, pois ambas somente contribuiriam
ainda mais para o conflito. Reconhecer somente as partes é impossível, pois, como já foi
demonstrado, cada indivíduo deve ter autonomia de seu corpo para que a argumentação
ocorra, e você reconhece essa norma antes mesmo da argumentação acontecer. Você
precisa alocar todo o seu corpo para argumentar, usando, por exemplo, o braço direito
para fazer um sinal e o resto do corpo para ficar parado.
Dizer que só é reconhecido, durante a argumentação, a autoposse, que é o controle de
um indivíduo pelo próprio corpo, também está errado pelo fato de que é necessário o
reconhecimento de que cada indivíduo deve ter o direito de ter posse sobre seu corpo
(autopropriedade), tendo o fato de que a argumentação é livre de conflitos (isto é, que
existe como norma implícita dentro do processo argumentativo o reconhecimento de um
normativo que não pode ser negado sem que seja recorrido a uma contradição performa-
tiva), e a autoposse é um parâmetro descritivo.
Universalização e Deontologia
Perceba que a ética argumentativa entra em total compatibilidade com a necessidade da
universalização.
Usamos, aqui, a ontologia como o norteador da universalização da ética; sendo a ar-
gumentação a condição necessária para a justificação da ética, seria ilógico dizer que
certa parte dos seres humanos não é compatível com a ética, pois todo ser humano parti-
cipa da mesma classe ontológica (quando você reconhece um direito a um ser, você
também o reconhece para todo o resto da categoria ontológica daquele ser); por isso, ela
é chamada de Ética Deontológica, pois informa um conjunto de deveres que devem ser
seguidos por uma classe de seres vivos. Fora isso, a ética também é universal pois
abrange todo ser humano, sem discriminar qualquer outro tipo de indivíduo.
Ela também é atemporal pois pode ser aplicada em qualquer cenário da realidade pelos
seres humanos, esteja ela no passado ou no futuro, e sempre estará certa em qualquer
momento em que for aplicada.
Dessa mesma forma, a ética tem uma única máxima que é aplicada a todos os indiví-
duos, nesse caso, a máxima de evitar os conflitos, que pode ser universalmente aceita e
alcançada por todos os indivíduos.
Apropriação Originária
Todo indivíduo, também, tem o direito da apropriação original, ou seja, da apropria-
ção de recursos escassos in natura, que ainda não foram apropriados por outro indiví-
duo.
Essa apropriação ocorre quando um indivíduo mistura o seu trabalho a um recurso
escasso ainda não apropriado, de modo que suas ações não agridam a propriedade e o
direito de outrem sem consentimento. Quando isso ocorre, você passa a alocar uma pro-
priedade sua (o seu trabalho) a um recurso ainda não apropriado, tornando impossível
qualquer forma de apropriação daquele recurso sem violar a sua propriedade.
O argumento que valida a posição da apropriação original é o de que tal posição está
em compatibilidade com a norma da autopropriedade.
Como já foi explicado, a norma de autopropriedade tem sua legitimação ao fato de que
o indivíduo X foi o primeiro usuário de seu corpo, e o primeiro a misturar trabalho com
ele.
Não podemos dizer que outros usuários senão o primeiro podem ser donos de um re-
curso escasso, pois isso possibilitaria que um indivíduo reinvindicasse a autoproprieda-
de de outros indivíduos, o que é praxeologicamente impossível, pois você não pode ab-
dicar da propriedade de seu corpo e será, para sempre, o tomador de decisões último
sobre ele.
Sendo um indivíduo o primeiro a alocar seu corpo para misturar trabalho a um recurso
escasso, esse recurso é, por direito, propriedade deste indivíduo, e isso está em total
conformidade com o argumento da autopropriedade (geralmente confundido com um
argumento circular, o que acontece é que a autopropriedade é justificada pelo a priori da
argumentação, e a apropriação original pode ser derivada de ambos os parâmetros).
Assim, somos capazes de justificar a Lei de Propriedade Privada puramente pelo uso
da razão, utilizando premissas completamente a priori, que são sintetizadas em um ar-
gumento transcendental, e qualquer contestação ao direito de propriedade já é em si uma
contradição, pois a justificativa da contestação se dá em meios argumentativos, e a ação
discursiva já pressupõe o direito à propriedade privada.
A ética argumentativa, portanto, invalida qualquer tipo de autoridade que sobreviva
puramente pela coleta de taxas e tributos impostos pelo uso da força e da violência sem
consentimento, reprimindo com agressão todo aquele que nega pagar por algo que estes
nunca requisitaram, e se houvesse requisitado, não haveria a necessidade de ser obriga-
tório.
A Ética Argumentativa pode ser resumida em dois argumentos centrais:
AutoPropriedade Hoppeana:
1- A argumentação é uma forma específica de busca por um valor-verdade , e ocorre, ge-
ralmente, quando há um desentendimento entre indivíduos, que buscam, através da ar-
gumentação, uma forma de justificar uma proposição como válida ou falsa. Resumida-
mente, é o processo no qual se dá a justificação de uma proposição.
2- A argumentação, como toda ação humana, pressupõe o uso do corpo como meio princi-
pal para a sua ocorrência. Esse cenário, porém, possui uma certa particularidade: o reco-
nhecimento do corpo como propriedade (direito de uso e controle exclusivo de um recurso
escasso) é necessário para que a argumentação ocorra, pois ela é uma atividade livre de
conflitos , sendo que podemos concordar, ao menos, que os argumentadores discordam.
Como ela é livre de conflitos, o reconhecimento de cada indivíduo da auto-propriedade
entre si é necessário, e a argumentação é impossível sem tal reconhecimento. Temos que a
ocorrência da argumentação depende do reconhecimento de que cada indivíduo deva ter
controle sobre o próprio corpo, e esse reconhecimento ocorre antes mesmo da argumenta-
ção ocorrer.
3- A premissa anterior não pode ser negada, pois a justificativa da negação já se dá em um
argumento, e, como já foi falado, a ação de argumentar já implica no reconhecimento da
auto propriedade (Assim chamamos o direito de controle exclusivo de um indivíduo pelo
próprio corpo).
4- Concluímos que é transcendental à argumentação o reconhecimento da norma implícita
composta nesta, no caso, a auto propriedade, pois esta está em completo acordo com o
imperativo categórico, e sua negação já se dá em uma contradição performativa, onde as
ações do indivíduo por ele performadas contradizem seu argumento.
Homesteading:
1- A apropriação original ocorre quando um indivíduo mistura trabalho a um recurso
escasso in natura, sem que a ação de apropriar cause externalidades ou viole a proprieda-
de de outro indivíduo sem seu consentimento;
2- A legitimidade, tanto da auto propriedade, quanto do homesteading se dá ao fato de que
os indivíduos são os primeiros usuários de tais recursos escassos, o que faz esse direito
completamente compatível com a norma da auto propriedade;
3- Não podemos dizer que outros usuários, senão o primeiro, poderiam ser proprietários
de um recurso escasso pois isso possibilitaria que um indivíduo reclame o corpo de outro
indivíduo como de si próprio, o que é praxeologicamente impossível.
4- Logo, todo indivíduo tem o direito de se apropriar de um recurso escasso ainda não
apropriado.
Uma outra justificativa para a apropriação original:
1- Sabemos que recursos escassos ainda não apropriados se encontram em uma posição in
natura, que possui uma natureza apropriável.
2- Como tais recursos ainda não foram apropriados, não existe nenhum órgão que tenha a
legitimidade de manter aqueles recursos para si.
3- Portanto, um indivíduo pode misturar seu trabalho a tais recursos de forma a alocar
um meio escasso (que é seu corpo), o utilizando para aplicar naquele recurso uma propri-
edade sua (que é o seu trabalho) de modo que qualquer outro indivíduo que fosse apropri-
ar aquele recurso teria que se apropriar junto a ele de seu trabalho, caracterizando-se,
portanto, como uma violação de propriedade privada.
4- Logo, todo indivíduo tem o direito misturar um recurso escasso de sua propriedade, seu
trabalho, a um recurso escasso ainda não apropriado sem que seja violada a propriedade
de outro indivíduo.

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