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Educação presencial

AGENTE DE
TRÂNSITO
NOÇÕES DE
ENGENHARIA
DE TRÁFEGO E
SINALIZAÇÃO DE
TRÂNSITO
Departamento Executivo

Coordenação de Desenvolvimento Profissional

Educação Presencial

Agente de Trânsito

Noções de Engenharia de Tráfego e Sinalização de Trânsito

Material do aluno

Março/2018

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www.sestsenat.org.br

Agente de trânsito – Noções de Engenharia de Tráfego e Sinalização de


Trânsito: material do aluno.
– Brasília: SEST/SENAT, 2018.

38 p. : il.
1. Agente de trânsito. 2. Noções de Engenharia de Tráfego e
Sinalização de Trânsito
I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte.
NOÇÕES DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO E
SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

Unidade 1 - Mobilidade e Circulação ............................................................................. 10


1 Conceituação ........................................................................................................................10
2 Política Nacional de Mobilidade Urbana ..........................................................................12
3 Desafios para uma mobilidade urbana mais sustentável ................................................13
4 A importância da circulação não motorizada ..................................................................14
5 Diretrizes para a melhoria na acessibilidade e mobilidade .............................................15
Unidade 2 - Engenharia de Tráfego ................................................................................ 18
1 Elementos da Engenharia de Tráfego ................................................................................18
2 Principais problemas enfrentados pela engenharia de tráfego .......................................22
Unidade 3 - Sinalização viária e fiscalização eletrônica ................................................ 26
1 Sinalização viária .................................................................................................................26
2 Fiscalização eletrônica .........................................................................................................33
Referências ..............................................................................................................................36
Comprometido com o desenvolvimento do transporte no Brasil, o SEST SENAT oferece um
programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional,
a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de
diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo
o país.
Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST
SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais
da instituição, adequando-o às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-o
aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da
sociedade e à legislação vigente.
Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade
pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do
processo de ensino e aprendizagem.
Bons estudos�
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao Curso Agente de Trânsito, Módulo II - Noções de Engenharia de Tráfego
e Sinalização de Trânsito� Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e
aprofundar as competências que você já possui�
O objetivo geral do módulo é apresentar ao agentes de trânsito os conceitos fundamentais da
engenharia de trânsito, das normas de circulação, conduta e sinalização viária.
O módulo está dividido em 3 unidades de aprendizagem para facilitar seu aprendizado. No
início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo abordado e os objetivos que se
pretendem alcançar. Conheça abaixo a estrutura do módulo:

Unidade Carga horária


1 Mobilidade e circulação 4 horas-aula

2 Engenharia de tráfego 10 horas-aula

3 Sinalização viária e fiscalização eletrônica 6 horas-aula

Total 20 horas-aula

Esperamos que este módulo seja muito proveitoso para você. Nosso intuito maior é o de
lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas
encontrados no seu dia a dia de trabalho.
Bons estudos�
UNIDADE 1
MOBILIDADE E CIRCULAÇÃO

1 Conceituação

2 Política Nacional de Mobilidade Urbana

3 Desafios para uma mobilidade urbana mais sustentável

4 A importância da circulação não motorizada

5 Diretrizes para a melhoria na acessibilidade e mobilidade


UNIDADE 1 - MOBILIDADE E CIRCULAÇÃO

O que você sabe sobre o tema� Você conhece o conceito


O QUE VOCÊ de mobilidade urbana� Consegue propor soluções para
SABE SOBRE melhorar a qualidade dos deslocamentos da população�
O TEMA
Muitas vezes confundimos o significado das palavras e dos conceitos relacionados
à acessibilidade e mobilidade urbana. Nesta Unidade vamos tirar nossas dúvidas e
conhecer a legislação brasileira sobre o assunto.

1 Conceituação

Em nosso país e no mundo, a questão da mobilidade urbana


e circulação dos usuários das vias vem ocupando a agenda
Mobilidade Urbana: condição do setor público e gerando preocupação na população em
em que se realizam os geral. Não se trata de um problema específico de uma
deslocamentos de pessoas e região, um Estado ou um país, mas sim, do mundo
cargas no espaço urbano. globalizado como um todo uma vez que o processo de
urbanização está cada vez mais acelerado. Portanto, se
10
torna difícil a missão de se desenvolver uma civilização sustentável, principalmente em países
que não têm um bom planejamento infraestrutural.
Até as primeiras décadas do século 20, apenas 20% da população brasileira morava nas cidades,
e o restante estava nas áreas rurais. Hoje a situação é oposta, e mais de 80% da população mora
nas cidades, principalmente nas regiões metropolitanas, que, em alguns casos, sofreram um
crescimento desordenado com baixos investimentos em transporte e descuidos na construção
de edificações e calçadas, prejudicando as condições de acessibilidade e mobilidade. Nesse
sentido, os assuntos ligados à mobilidade urbana e circulação têm se destacado como um
dos maiores desafios encontrados, uma vez que seus impactos estão diretamente ligados à
qualidade de vida da população, inclusão social e fontes geradoras de poluição.
Considerando o trânsito em geral como um elemento básico da mobilidade urbana e circulação
e o conceituando como um compartilhamento do espaço, área que as pessoas dividem com
o intuito de se locomoverem (RIGER, 2017), pode-se chegar à conclusão de que o Agente da
Autoridade de Trânsito possui papel importante nesse ciclo e necessita conhecer conceitos de
mobilidade e circulação para que possa efetivamente atuar em prol de um trânsito seguro.
O trânsito seguro é baseado em um tripé que está sustentado pela Engenharia, pela Educação
e pelo Esforço Legal (ROZESTRATEN, 1988). Podemos encontrar esse tripé evidenciado nos
capítulos VI e VII da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito
Brasileiro (CTB). Ao se referir ao CTB quanto a conceitos e definições ligados à mobilidade,
à circulação e, consequentemente, ao trânsito, não podemos deixar de citar o Anexo I do
referido Código, que trata dos conceitos e das definições.
Praticamente uma leitura obrigatória para o Agente da Autoridade de Trânsito, o Anexo I do
CTB nos apresenta uma lista de termos utilizados na legislação pertinente ao trânsito e suas
definições e conceitos. Vejamos abaixo algumas delas:
• Agente da Autoridade de Trânsito - pessoa, civil ou policial militar credenciado
pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação,
policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
• Autoridade de Trânsito - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante
do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.
• Calçada - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada
à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à
implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins.
• Ciclofaixa - parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos,
delimitada por sinalização específica.
• Estacionamento - imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para
embarque ou desembarque de passageiros.
• Faixas de Trânsito - qualquer uma das áreas longitudinais em que a pista pode ser
subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma largura
suficiente para permitir a circulação de veículos automotores.

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• Ilha - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à ordenação dos
fluxos de trânsito em uma interseção.
• Parada - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente
necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros.
Outra normativa de suma importância a respeito do assunto é a Lei nº 12.587, de 3 de janeiro
de 2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Segundo essa
Lei, a Política Nacional de Mobilidade Urbana é instrumento da política de desenvolvimento
urbano de que tratam o inciso XX do art. 21 e o art 182 da Constituição Federal de 1988,
objetivando a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade
e mobilidade das pessoas e cargas no território do município.

2 Política Nacional de Mobilidade Urbana


A lei busca definir o que já estava garantido pela Constituição Federal de 1988- CF/88: o
direito que toda a população tem de deslocar-se e de ter acesso aos sistemas de transporte e
aos diversos bairros e distritos em seu município de residência. Além disso, a lei define que a
política de mobilidade deve seguir o que está previsto no Estatuto da Cidade (Lei no 10.257,
de 10 de julho de 2001).
Em seu art. 2o, a Lei define que a Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo
contribuir para o acesso universal à cidade, o fomento e a concretização das condições
que contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de
desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema
Nacional de Mobilidade Urbana.
Em seu art 4º, a Lei nº 12.587 traz as seguintes definições:
Art. 4o  Para os fins desta Lei, considera-se: 
I - transporte urbano: conjunto dos modos e serviços de transporte público e privado
utilizados para o deslocamento de pessoas e cargas nas cidades integrantes da Política
Nacional de Mobilidade Urbana; 
II - mobilidade urbana: condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas
no espaço urbano; 
III - acessibilidade: facilidade disponibilizada às pessoas que possibilite a todos autonomia
nos deslocamentos desejados, respeitando-se a legislação em vigor; 
IV - modos de transporte motorizado: modalidades que se utilizam de veículos automotores; 
V - modos de transporte não motorizado: modalidades que se utilizam do esforço humano
ou tração animal; 
VI - transporte público coletivo: serviço público de transporte de passageiros acessível a
toda a população mediante pagamento individualizado, com itinerários e preços fixados
pelo poder público; 
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VII - transporte privado coletivo: serviço de transporte de passageiros não aberto ao
público para a realização de viagens com características operacionais exclusivas para
cada linha e demanda; 
VIII - transporte público individual: serviço remunerado de transporte de passageiros
aberto ao público, por intermédio de veículos de aluguel, para a realização de viagens
individualizadas; 
IX - transporte urbano de cargas: serviço de transporte de bens, animais ou mercadorias; 
X - transporte motorizado privado: meio motorizado de transporte de passageiros utilizado
para a realização de viagens individualizadas por intermédio de veículos particulares; 
XI - transporte público coletivo intermunicipal de caráter urbano: serviço de transporte
público coletivo entre Municípios que tenham contiguidade nos seus perímetros urbanos; 
XII - transporte público coletivo interestadual de caráter urbano: serviço de transporte
público coletivo entre Municípios de diferentes Estados que mantenham contiguidade nos
seus perímetros urbanos; e 
XIII - transporte público coletivo internacional de caráter urbano: serviço de transporte
coletivo entre Municípios localizados em regiões de fronteira cujas cidades são definidas
como cidades gêmeas. 
Por fim, podemos concluir que existe uma série de conceitos e definições ligados ao tema e
que aqui apresentamos alguns que são considerados mais relevantes. Porém, o assunto não se
limita ao então abordado neste tópico. Nesse sentido, é importante que o Agente da Autoridade
de Trânsito esteja sempre atento à utilização de termos adequados á situação e que, em caso
de dúvida, saiba pesquisar a respeito filtrando informações para obter conceitos e definições
adequados e corretos.

3 Desafios para uma mobilidade urbana mais sustentável


Com o crescimento desordenado das cidades, a qualidade da mobilidade urbana tem se
deteriorado dia após dia, e os índices de mobilidade da população, especialmente das pessoas
de baixa renda, estão cada vez menores.
Dois aspectos contribuem para a crise de mobilidade nos grandes centros:
• O aumento das externalidades produzidas pelo transporte individual (exemplos:
acidentes, congestionamentos e poluição).
• A exclusão social, já que muitas pessoas não conseguem usar os diversos modos de
transporte porque eles são muito caros. Elas não conseguem nem sequer pagar o valor
das passagens.

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Grande parte das cidades não desenvolveu bons sistemas de transporte
coletivo e se preocupou em construir ruas e avenidas para os carros. Por
causa disso, as condições do trânsito estão progressivamente se agravando
devido à quantidade de automóveis e motocicletas em circulação.

O que preocupa muito a população são os acidentes e suas


consequências. Anualmente ocorre mais de 1 milhão de
acidentes, com 30 mil mortos e 350 mil feridos. No total,
são mais de 120 mil acidentados com sequelas
permanentes.
Do total de mortos, 50% são pedestres, ciclistas ou
motociclistas, sem falar que a falta de punição imediata
reforça o desrespeito pela vida. Todo dia ouvimos alguma
notícia envolvendo acidentes de trânsito e, muitas vezes,
os motoristas desrespeitam a lei, estão alcoolizados ou sem cinto de segurança.

4 A importância da circulação não motorizada


O art. 6º da Lei nº 12.587 define que a Política Nacional de Mobilidade Urbana é orientada
pelas seguintes diretrizes:
I - integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais
de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo no âmbito dos
entes federativos;
II - prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos
serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado.
O transporte não motorizado é aquele feito sem o uso de veículos motorizados, como, por
exemplo, o deslocamento utilizando bicicletas, a pé ou mesmo os deslocamentos utilizando
veículos de tração animal (charretes, carroças). Caminhar, além de ser a forma mais antiga e
básica de transporte humano, constitui-se no modo de transporte mais acessível e barato.

Outra vantagem importante é que a infraestrutura para os veículos não


motorizados é significativamente mais barata que a dos veículos
LEMBRE-SE motorizados. Porém, apesar de a construção de calçadas ser relativamente
barata, a maioria das cidades brasileiras não se preocupa com a qualidade
delas.

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Para fortalecer a participação dos modos de transporte não motorizados, a Lei define, no
art. 23, que os entes federativos poderão orientar a destinação de espaço exclusivo nas vias
públicas para os serviços de transporte público coletivo (corredores de ônibus, por exemplo)
e modos de transporte não motorizados (ciclovias, ciclofaixas).

5 DIRETRIZES PARA A MELHORIA NA ACESSIBILIDADE


E MOBILIDADE
Muitas são as ações necessárias para melhorar as condições de acessibilidade e mobilidade das
pessoas. Todos nós conhecemos alguém que possui algum tipo de deficiência ou dificuldade
para se deslocar ou mesmo apresenta dificuldades para pagar as passagens. Muita gente não
consegue nem pegar ônibus para procurar emprego.

Mais grave ainda é a situação daqueles com algum tipo de deficiência ou


que precisam de atenção especial, como as crianças e os idosos. Para eles
é praticamente impossível sair de casa para qualquer atividade sem contar
com a solidariedade de amigos ou familiar. Isso ocorre devido à existência de
barreiras físicas à acessibilidade ao espaço urbano.
São barreiras físicas aquelas que impedem ou dificultam a livre circulação, por exemplo:
degraus muito altos, rampas e ladeiras muito inclinadas, piso irregular ou cheio de buracos
etc.
RESUMINDO
É preciso que os gestores e toda a população estejam conscientes e atentos para a
importância de melhorar as condições de acessibilidade e mobilidade de toda a
população. Ações devem ser iniciadas para priorizar pedestres, ciclistas, passageiros de
transporte coletivo, pessoas com deficiência, portadoras de necessidades especiais,
idosos e todos os demais usuários dos espaços urbanos de circulação, oferecendo
melhores condições de acesso e deslocamento a todo o ambiente urbano.

1)Condições de ausência ou redução na acessibilidade ocasionam:


( ) dificuldades para utilizar um serviço de transporte coletivo.
( ) melhoria nas condições de cidadania.
( ) ampliação dos espaços públicos.

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( ) melhoria nos modos de transporte.
2)A garantia do direito à mobilidade e suas leis buscam:
( ) melhorar a oferta dos sistemas de transporte coletivos e não
motorizados.
( ) eliminar o uso de sistemas de transporte não motorizados.
( ) eliminar completamente o uso de sistemas de transporte motorizados.
( ) colocar mais carros e motocicletas nas ruas.
3)A boa qualidade nas calçadas permite melhores condições de
acessibilidade e mobilidade nos espaços públicos.
( ) Certo
( ) Errado

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UNIDADE 2
ENGENHARIA DE TRÁFEGO

1 Elementos da engenharia de tráfego

2 Principais problemas enfrentados pela engenharia

de tráfego
UNIDADE 2 - ENGENHARIA DE TRÁFEGO

O que você sabe sobre o tema� Você sabe o que é


O QUE VOCÊ Engenharia de Tráfego� Sabe quais são os principais
SABE SOBRE problemas enfrentados�
O TEMA
Nesta unidade abordaremos assuntos relacionados à conceituação e às dificuldades
enfrentadas na Engenharia de Tráfego.

1 ELEMENTOS DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO


Para iniciarmos o tema, vamos diferenciar Engenharia de Trânsito e Engenharia de Tráfego.
Engenharia de Trânsito é o conjunto de estudos e projetos de segurança, fluidez, sinalização
e operação de trânsito executadas nas vias públicas. Entende-se ainda por Engenharia de
Trânsito o conjunto de estudos, projetos e serviços referentes à sinalização de trânsito, cujo
objetivo é disciplinar o uso e proporcionar as condições seguras de utilização das vias públicas.
Trata, principalmente, do Sistema de Circulação e Estacionamento, da Sinalização de Trânsito
e Gestão de Segurança no Trânsito.

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Já o conceito de Engenharia de Tráfego é a área do conhecimento que tem como objeto o
planejamento, o projeto geométrico e a operação de tráfego em vias, suas redes, terminais,
lotes lindeiros e relações com outros modos de transporte.
Diferentemente da maioria das outras áreas da engenharia, a Engenharia de Tráfego trata
de problemas que não dependem apenas de fatores físicos, mas frequentemente incluem o
comportamento humano do motorista e do pedestre e suas inter-relações com a complexidade
do ambiente.
A Engenharia de Tráfego visa proporcionar a movimentação segura, eficiente e conveniente
de pessoas e mercadorias. Um conceito mais moderno para Engenharia de Tráfego seria
�Engenharia da Mobilidade�, que se baseasse em três fatores (VIERA, 1999): engenharia
veicular, engenharia viária e fatores humanos.
Para compreender como funcionam as engenharias de trânsito e de tráfego, é importante que
se conheçam os elementos do sistema de trânsito que serão tratados a seguir.
Agora que você já sabe diferenciar os conceitos de Engenharia de Trânsito e de Tráfego, vamos
conhecer os elementos da Engenharia de Tráfego.
Em muitas bibliografias, o sistema de trânsito é dividido em três partes: a via, o veículo e o ser
humano (usuário). No CTB compõe o trânsito as pessoas, os veículos e os animais, isolados
ou em grupos, conduzidos ou não. Neste tópico aprofundaremos o conhecimento sobre a via,
visto que o veículo e usuário serão apresentados em temas mais à frente do conteúdo.
A via, segundo o Anexo I do CTB, é definida como a superfície por onde transitam veículos,
pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o canteiro central.
Para efeito do CTB, as ruas, avenidas, logradouros, caminhos, passagens estradas e rodovias,
as praias abertas à circulação pública, e as vias internas pertencentes aos condomínios
constituídos por unidades autônomas são consideradas vias terrestres e seu uso deve ser
regulamentado pelo órgão ou pela entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as
peculiaridades locais e circunstâncias especiais.
As vias, segundo o art. 60 do CTB, são assim classificadas:
Art. 60 - As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, classificam-se em:
 I - vias urbanas
a) via de trânsito rápido;
b) via arterial;
c) via coletora;
d) via local.
II - vias rurais:

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a) rodovias;
b) estradas.
Podemos utilizar o Anexo I do CTB para entendermos melhor a diferença entre as vias.
É interessante conhecer a classificação das vias, tendo em vista que, nas vias onde não exista
sinalização, a velocidade máxima permitida será de acordo com o art. 61 do CTB que prevê:
VIAS
URBANAS RURAIS
Via de Trânsito Rápido 80 Km/h 100 Km/h -
Automóveis,
Via Arterial 60 Km/h
Rodovia de pista camionetas e
Via Coletora 40 Km/h simples: motocicletas; e
Via Local 30 Km/h 90 Km/h - Demais
veículos.
110 Km/h -
Automóveis,
Rodovia de pista camionetas e
dupla: motocicletas; e
90 Km/h - Demais
veículos.
Estradas: 60 Km/h
Por fim, entende-se por malha viária o conjunto das vias do município, classificadas e
hierarquizadas. Essa tem como função a mobilidade e acessibilidade, considerando os aspectos
de infraestrutura, do uso e da ocupação do solo, dos modais de transporte e do tráfego veicular.
Na malha viária, incluem-se, além das vias de trânsito rápido, arterial, coletora e local, as
ciclovias, ciclofaixas, passeios, calçadas, corredores e faixas exclusivas do transporte coletivo,
entre outras.

1.1 SISTEMA VIÁRIO


Sistema viário é o conjunto de estradas e rodagens de uma região ou Estado. O sistema viário
compreende as vias e os elementos da sinalização viária que se utilizam, tais como placas,
marcas viárias, equipamentos de controle luminoso e eletrônicos em geral, dispositivos
auxiliares, destinados a ordenar ou dirigir o trânsito de pedestres e veículos. É também espaço
onde são instaladas as redes de distribuição e coleta de energia elétrica, telefonia, água, esgoto,
lixo, etc.
Para que o sistema viário tenha funcionalidade, é necessário realizar a gestão de todos os seus
elementos. Para compreendermos melhor sobre esta gestão, apresentaremos a seguir o tema
Gerenciamento de Tráfego.
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GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO: é o processo de ajuste ou adaptação do uso de um sistema
viário existente para atingir determinados objetivos, sem a construção viária substancial. Para
o gerenciamento do tráfego, algumas técnicas são utilizadas, a saber:
• alterações físicas no sistema viário;
• mão única (binários de trânsito), limites de velocidade, proibição de movimentos,
entre outros;
• informações aos usuários;
• cobrança pelo uso da estrutura urbana, como estacionamentos rotativos, dissuasórios
e pedágios;
• medidas físicas como realocação do espaço, alterações de interseções, alterações na
superfície para controle de velocidade, provisão de travessias e mobiliário urbano.
Vale acrescentar que entendemos por mobiliário urbano todo o sistema de sinalização,
informação, iluminação pública, energia, comunicação, segurança e transporte, ornamentação
e acessórios implementados no espaço público.
Visando a um melhor planejamento da cidade e da circulação, a engenharia necessita de
conhecimentos práticos para a elaboração de estudos e projetos de gerenciamento. Esses
conhecimentos incluem a coleta de dados, a análise de dados e o detalhamento do Projeto.
Para a elaboração do Projeto, são seguidos alguns passos, como os citados a seguir:
• elaboração do mapa de localização: planta que pode ser um cruzamento ou várias
vias formando a área de influência de trânsito;
• classificação funcional do sistema viário e uso do solo: delimita a área a ser estudada
e classificam-se as vias quanto à sua função;
• circulação e movimentos nas interseções principais: na planta deverá ser anotado o
sentido de direção existente da área e, nas interseções, os movimentos possíveis a fim de
identificar o fluxo dos veículos e dos pedestres;
• contagens: são as quantificações dos fluxos de movimentos de veículos e pedestres.
Um documento de suma importância nesse sentido é o Plano Diretor do município, que é um
planejamento do desenvolvimento municipal.
Considerando as ações pertinentes à engenharia de tráfego, podemos destacar algumas
regulamentações específicas estabelecidas pelo CONTRAN que definem competências e
normatizam a utilização de sinalização viária. Dentre elas, podemos citar:
• Art. 24 do CTB, incisos II e III: define a competência do Município para planejar,
regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais e promover a
segurança do ciclista, bem como para implantar, manter e operar o sistema de sinalização,
os dispositivos e os equipamentos de controle viário.
• Capítulo VIII, art. 91 a 95 do CTB, da Engenharia de Tráfego: estabelece que o
CONTRAN regulamentará normas para a engenharia de tráfego em todo o território
nacional. Define ainda que nenhum projeto de edificação que possa se transformar em
polo gerador de tráfego poderá ser aprovado sem anuência do órgão com circunscrição
21
sobre a via e sem que conste área para estacionamento e indicação de vias de acesso
adequadas. Define também quanto à autorização para obras e eventos na via pública.

2 Principais problemas enfrentados pela engenharia de


tráfego
A primeira atitude do técnico de engenharia de tráfego é identificar quais são os principais
problemas do trânsito da cidade. Os mais frequentes são problemas de: FLUIDEZ,
MOBILIDADE, SEGURANÇA, ACESSIBILIDADE e QUALIDADE DE VIDA DA
POPULAÇÃO.
• Fluidez: Refere-se à facilidade de circulação de veículos. Está ligada à diminuição do
tempo gasto no deslocamento dos veículos, medidas que promovem maior fluidez.
• Mobilidade: Refere-se à facilidade de deslocamentos de pessoas, veículos e animais,
por meios motorizados ou não motorizados.
• Segurança: A segurança deve se estender a todos os que circulam nas vias públicas,
pedestres, condutores e passageiros, redução da velocidade regulamentada da via,
implantação de ondulação transversal (lombadas), adequação geométrica, melhoria da
sinalização.
• Acessibilidade: é a facilidade com que os locais da cidade são acessados pelas
pessoas ou bens, medida pelo tempo, custo e esforço envolvidos, criação de vagas de
estacionamentos para pessoas com deficiência e idosos, implantação de paradas de
ônibus adequadas, criação de rampas de acesso para pessoas com mobilidade reduzida,
regulamentação de estacionamento para carga e descarga. Acessibilidade relaciona-se à
facilidade de acesso aos locais da cidade.
• Qualidade de Vvda: está diretamente relacionada à defesa do meio ambiente e ao
respeito às funções de cada via, principalmente as vias de zonas residenciais. Envolve
também a compatibilização entre o uso do solo e o volume e a composição do tráfego
que nele passam. As ações de engenharia de tráfego precisarão definir os detalhes dos
principais problemas do trânsito das cidade. É de fundamental importância mensurar
as medidas possíveis de forma a reduzir os impactos negativos na qualidade de vida no
trânsito durante o processo de implantação das melhorias.

RESUMINDO
Engenharia de Tráfego é a área do conhecimento que tem como objeto o planejamento,
o projeto geométrico e a operação de tráfego em vias, suas redes, terminais, lotes
lindeiros e relações com outros modos de transporte.
O sistema viário compreende as vias e os elementos da sinalização viária que se utilizam,
tais como placas, marcas viárias, equipamentos de controle luminoso e eletrônicos em
geral, dispositivos auxiliares, destinados a ordenar ou dirigir o trânsito de pedestres e
veículos.
22
1. Relacione a segunda coluna com a primeira:
1) Usuário ( ) Usuários, veículos, vias.
2) Elementos fundamentais do ( ) Seu estudo é importante para
tráfego o deslocamento na mobilidade do
sistema viário.
3) Veículos ( ) De todos, o motorista é o mais
participativo.
4) Via ( ) Leva em conta a visibilidade, a
capacidade de frenagem e a força
de aceleração.
2 Engenharia de Tráfego é a área do conhecimento que tem como objeto
o planejamento, projeto geométrico e operação de tráfego em vias,
suas redes, terminais, lotes lindeiros e relações com outros modos de
transporte.
( ) Certo
( ) Errado

23
UNIDADE 3
SINALIZAÇÃO VIÁRIA E FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA

1 Sinalização viária

2 Fiscalização eletrônica
UNIDADE 3 - SINALIZAÇÃO VIÁRIA E
FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA

1 SINALIZAÇÃO VIÁRIA
A sinalização pode ser considerada um fator crítico na gestão da mobilidade urbana se levarmos
em consideração que, se a sinalização for inadequada, a sinergia entre os usuários poderá ser
prejudicada. O sistema de sinalização de trânsito pode ser entendido como o conjunto de
sinais e informações direcionados a condutores e pedestres, permitindo a fluidez no trânsito e
proporcionando segurança, conforto e eficiência nos deslocamentos dos usuários.
Segundo o art. 87 do CTB, �os sinais de trânsito classificam-se em: verticais; horizontais;
dispositivos de sinalização auxiliar; luminosos; sonoros; gestos do agente de trânsito e do
condutor�.
É imprescindível ao Agente da Autoridade de Trânsito conhecer integralmente a sinalização
de trânsito tendo em vista que ele, além de executar gestos e sinais, precisa de uma sinalização
eficiente para executar a fiscalização dentro do princípio constitucional da legalidade.
Na concepção e implantação de sinais de trânsito, os seguintes princípios devem ser respeitados
(CONTRAN, 2007):
• LEGALIDADE: obedecer ao Código de Trânsito Brasileiro e à Legislação
complementar;
• PADRONIZAÇÃO: seguir um padrão legalmente estabelecido, situações iguais
devem ser sinalizadas com o mesmo critério;
• SUFICIÊNCIA: permitir fácil percepção por parte do usuário sobre o que realmente
é importante, com adequada quantidade de sinais;
• CLAREZA: transmitir mensagens de fácil compreensão;
• PRECISÃO E CONFIABILIDADE: precisa ser confiável, corresponder à situação
existente e ter credibilidade;
• VISIBILIDADE E LEGIBILIDADE: ser vista a distância necessária, ser lida em tempo
hábil para tomada de decisão; e
• MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO: estar permanentemente limpa, conservada,
fixada e visível.
O Capítulo VII do CTB trata da sinalização necessária para orientar os condutores e os
pedestres quanto a forma correta de circulação, garantindo melhor fluidez no trânsito e maior
segurança para veículos e pedestres. Esse capítulo é complementado pela Resolução nº 160 do
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que aprova o Anexo II do Código de Trânsito
Brasileiro.
Art. 87 Os sinais de trânsito classificam-se em:
I - Verticais.
26
II - Horizontais.
III - Dispositivos de sinalização auxiliar.
IV - Luminosos.
V - Sonoros.
VI - Gestos do agente de trânsito e do condutor.
Art. 89 A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:
I - As ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais.
II - As indicações do semáforo sobre os demais sinais.
III - As indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.
Art. 90 Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inobservância à sinalização
quando esta for insuficiente ou incorreta.
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pela
implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à interpretação, colocação
e uso da sinalização.

1.1 Sinalização vertical


Esse tipo de sinalização viária utiliza placas em que o meio de comunicação (sinal) está na
posição vertical, fixada ao lado ou suspensa sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter
permanente e, eventualmente, variáveis, por meio de legendas e/ou símbolos conhecidos e
legalmente instituídos.
a) Sinalização de regulamentação
Tem por objetivo informar aos usuários as condições, proibições,
obrigações ou restrições no uso das vias. Suas mensagens são
imperativas, e o desrespeito a elas constitui infração.
Sua forma padrão é a circular, e suas cores são vermelho, preto e
branco. Alguns dos sinais mais importantes que o motorista deve
conhecer são:
Constituem exceção, quanto à forma, os sinais R-1 – Parada
Obrigatória e R-2 – Dê a preferência.

27
b) Sinalização de advertência
Tem por finalidade alertar os usuários da via para condições potencialmente perigosas,
indicando sua natureza. Sua forma-padrão é quadrada, devendo uma das diagonais ficar na
posição vertical, e as cores são amarelo e preto.
Esteja especialmente atento às placas de advertência que indicam as travessias de pedestres e
de escolares, bem como à sinalização indicativa de área escolar.

Ao circular com o ônibus por rodovias e estradas, fique atento às placas que sinalizam curvas
perigosas, estreitamentos e entroncamentos, como mostram os exemplos a seguir.

c) Sinalização de indicação
Tem por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, bem
como orientar condutores de veículos quanto aos percursos,
destinos, distâncias e serviços auxiliares, podendo também ter
como função a educação do usuário. Suas mensagens possuem
caráter informativo ou educativo.
As placas de indicação estão divididas nos seguintes grupos:
• Placas de Identificação: que posicionam o condutor ao longo do seu deslocamento,
ou com relação a distâncias ou ainda aos locais de destino.
• Inserir banco de imagem – placa_cidade_distancia
• Placas de Orientação de Destino: que indicam ao condutor a direção a ser seguida
para atingir determinados lugares, orientando seu percurso e/ou distâncias.
28
1.2 Sinalização horizontal
Utiliza linhas, marcações, símbolos e legendas, pintados ou apostos sobre o pavimento das
vias. Tem como funções:
• Organizar o fluxo de veículos e pedestres.
• Controlar e orientar os deslocamentos em situações com problemas de geometria,
topografia ou frente a obstáculos.
• Complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação. Em
casos específicos, tem poder de regulamentação.
Marcas longitudinais Separam e ordenam as correntes de
tráfego, definindo a parte da pista
normalmente à circulação de veículos,
a sua divisão em faixas reversíveis, a
separação de fluxos opostos, faixas de
uso exclusivo de um tipo de veículo,
além de estabelecer as regras de
ultrapassagens e transposição.
Marcas transversais Ordenam os deslocamentos frontais
dos veículos e os harmonizam com os
deslocamentos de outros veículos e
dos pedestres, assim como informam
os condutores sobre a necessidade de
reduzir a velocidade, e indicam travessia
de pedestres e posições de parada.
Marcas e canalização Orientam fluxos de tráfego e um via,
direcionando a circulação de veículos.
Regulamentam as áreas de pavimento
não utilizáveis.
Marcas de delimitação e controle de Delimitam e propiciam melhor
estacionamento e/ou parada controle das áreas onde é proibido ou
regulamentado o estacionamento e a
parada de veículos, quando associados à
sinalização vertical de regulamentação.
Em casos específicos, têm poder de
regulamentação.
Inscrições no pavimento Melhoram a percepção do condutor
quanto às condições de operação da
via, permitindo-lhe tomar a decisão
adequada, no tempo apropriado, para
as situações que se representarem.

29
De acordo com o art. 181 do CTB, estacionar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a
pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros
centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim público:
• Infração - grave.
• Penalidade - multa.
• Medida administrativa - remoção do veículo.

1.3 Dispositivos auxiliares


São elementos aplicados ao pavimento da via, junto a ela ou nos obstáculos próximos, de
forma a tornar mais eficiente e segura a operação da via. São constituídos de materiais, formas
e cores diversos, dotados ou não de refletividade, com as funções de:
• Incrementar a percepção da sinalização, do alinhamento da via ou de obstáculos à
circulação.
• Reduzir a velocidade praticada.
• Oferecer proteção aos usuários.
• Alertar os condutores quanto a situações de perigo potencial ou que requeiram maior
atenção.

1.4 Sinalização semafórica


Composta de indicações luminosas acionadas alternada ou intermitentemente por meio de
sistema elétrico/eletrônico, cuja função é controlar os deslocamentos.
Existem dois grupos:

30
• Sinalização Semafórica de Regulamentação — tem a função de efetuar o controle do
trânsito em um cruzamento ou seção de via, pelas indicações luminosas, alternando o
direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres.
• Sinalização Semafórica de Advertência — tem a função de advertir a existência de
obstáculo ou situação perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as
medidas de precaução compatíveis com a segurança para seguir adiante.

1.5 Sinalização de obras


Tem como característica a utilização dos sinais e elementos de Sinalização Vertical, Horizontal,
Semafórica, e de Dispositivos e Sinalização Auxiliares, combinados de forma que:
• Os usuários da via sejam advertidos sobre a intervenção realizada e possam identificar
seu caráter temporário.
• Sejam preservadas as condições de segurança e fluidez do trânsito e de acessibilidade.
• Os usuários sejam orientados sobre caminhos alternativos.
• Sejam isoladas as áreas de trabalho, de forma a evitar a deposição e/ou lançamento de
materiais sobre a via.

Na sinalização de obras, a sinalização vertical


de regulamentação, horizontal e semafórica
têm suas características preservadas. A
sinalização vertical de advertência e as
placas de orientação de destino adquirem
características próprias de cor (cores laranja e
preta). Entretanto mantêm as características
de forma, dimensões, símbolos e padrões
alfanuméricos.

1.6 Sinalização complementar


Conjunto de sinalização composto por faixas de cor ou mensagens complementares à
sinalização básica, das quais esta última não é dependente. A sinalização complementar tem
a finalidade de:
I – Complementar, por meio de um conjunto de faixas de cor, símbolos ou mensagens escritas,
a sinalização básica, nas seguintes situações:
a) Indicação continuada de rotas de saída;
b) Indicação de obstáculos e riscos de utilização das rotas de saída;
31
c) Mensagens específicas escritas que acompanham a sinalização básica, onde for
necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo.
II – Informar circunstâncias específícas em uma edificação ou áreas de risco, por meio de
mensagens escritas;
II – Demarcar áreas para assegurar corredores de circulação destinados às rotas de saídas e
acesso a equipamentos de combate a incêndio e alarme, em locais ocupados por estacionamento
de veículos, depósitos de mercadorias e máquinas ou equipamentos de áreas fabris;
IV – Identificar sistemas hidráulicos fixos de combate a incêndio.

1.7 Gestos
De acordo com a Resolução CONTRAN nº 160/04, os gestos utilizados na sinalização viária
se dividem em:
a) Gestos de Agentes da Autoridade de Trânsito
As ordens emanadas por gestos de agentes da autoridade de trânsito prevalecem sobre
as regras de circulação e as normas definidas por outros sinais.
b) Gestos de Condutores
Sinais que os condutores realizam quando vão executar alguma manobra.

SAIBA A sinalização viária definida pelo CTB está reunida em


seu Anexo II e foi aprovada pela Resolução 160/2004
do Contran, disponível no endereço: <http://www.
denatran.gov.br/resolucoes.htm>.

1.8 Sinais sonoros


Somente devem ser utilizados em conjunto com os gestos dos agentes. Eles prevalecem sobre
as regras de circulação e as normas de trânsito.
Sinais de apito Significado Aplicação
Um silvo breve Siga Liberar o trânsito na
direção ou no sentido
indicado pelo agente.
Dois silvos breves Pare Indicar parada
obrigatória.
Um silvo longo Diminua a marcha Utilizar quando for
necessário diminuir a
marcha dos veículos.

32
2 FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA
Em 27 de abril de 2011, por meio da Portaria 407, o Departamento Nacional de Trânsito
(DENATRAN) aprovou a Cartilha de Aplicação de Recursos Arrecadados com a Cobrança
de Multas de Trânsito, visando dar uniformidade à interpretação das normativas vigentes a
respeito da aplicação da referida receita. Dentre as despesas que podem ser geradas a partir das
receitas de multas de trânsito como, sinalização, engenharia e educação, está a de policiamento
e fiscalização.
A referida Portaria, em seu artigo 5º, descreve que pode ser considerado elemento de despesa
em Engenharia de Tráfego e de Campo: os estudos relacionados com a fiscalização eletrônica.
Pode-se considerar que a fiscalização eletrônica é um meio tecnológico de prevenção e
repressão que visa controlar o cumprimento da legislação de trânsito, por meio do poder de
polícia administrativa. A administração exerce o poder de polícia sobre todas as atividades que
possam, direta ou indiretamente, afetar os interesses da coletividade. Legalmente, o Poder de
Polícia é conceituado na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1972, que institui Código Tributário
Nacional conforme segue.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Portanto, o poder de polícia é a atividade em que o estado limita a prática de atos ou condiciona
fatos relacionados às liberdades e à propriedade individual priorizando o interesse coletivo.
Esse poder também é discricionário porque cabe à Administração avaliar. Sob a ótica da
conveniência e da oportunidade, quais atividades irá fiscalizar em determinado momento, nos
limites estabelecidos em Lei. É autoexecutável, pois não depende de autorização judicial para
impor as restrições e sanções de polícia administrativa às atividades lesivas à coletividade.
Um dos elementos utilizados nesse processo é a Fiscalização Eletrônica devidamente previsto
e embasado legalmente.
Regulamentando esse processo de fiscalização, podemos citar a Resolução CONTRAN 165,
de 10 de setembro de 2004 e suas alterações, que trata da utilização de sistemas automáticos
não metrológicos de fiscalização, nos termos do § 2º do artigo 280 do Código de Trânsito
Brasileiro.
Outra normativa importante a respeito do assunto que merece ser citada é a Resolução
CONTRAN 396, de 13 de dezembro de 2011, que dispõe sobre requisitos técnicos mínimos
para a fiscalização da velocidade de veículos automotores, reboques e semirreboques, conforme
o Código de Trânsito Brasileiro. Essa normativa estabelece que:

33
Art.1° A medição das velocidades desenvolvidas pelos veículos automotores, elétricos, reboques
e semirreboques nas vias públicas deve ser efetuada por meio de instrumento ou equipamento
que registre ou indique a velocidade medida, com ou sem dispositivo registrador de imagem
dos seguintes tipos:
I - Fixo: medidor de velocidade com registro de imagens instalado em local definido e em
caráter permanente;
II - Estático: medidor de velocidade com registro de imagens instalado em veículo parado ou
em suporte apropriado;
III - Móvel: medidor de velocidade instalado em veículo em movimento, procedendo a
medição ao longo da via;
IV - Portátil: medidor de velocidade direcionado manualmente para o veículo alvo.
§ 1º Para fins desta Resolução, serão adotadas as seguintes definições:
a) medidor de velocidade: instrumento ou equipamento destinado à medição de velocidade
de veículos.
b) controlador eletrônico de velocidade: medidor de velocidade destinado a fiscalizar o limite
máximo regulamentado para a via ou trecho por meio de sinalização (placa R-19) ou, na sua
ausência, pelos limites definidos no art. 61 do CTB;
c) redutor eletrônico de velocidade (barreira ou lombada eletrônica): medidor de velocidade,
do tipo fixo, com dispositivo registrador de imagem, destinado a fiscalizar a redução pontual
de velocidade em trechos considerados críticos, cujo limite é diferenciado do limite máximo
regulamentado para a via ou trecho em um ponto específico indicado por meio de sinalização
(placa R-19).
§ 2º Quando for utilizado redutor eletrônico de velocidade, o equipamento deverá ser
dotado de dispositivo (display) que mostre aos condutores a velocidade medida.
Nota-se analisando o art. 1º da Resolução 396 do CONTRAN que fica claro quais são os quatro
tipos de instrumentos ou equipamentos utilizados na fiscalização eletrônica de velocidade.
Em seu art. 8º, a mesma Resolução afirma alguns conceitos e definições importantes que se
referem aos veículos:
Art. 8º Quando o local ou trecho da via possuir velocidade máxima permitida por tipo de
veículo, a placa R-19 deverá estar acompanhada da informação complementar, na forma do
Anexo V.
§ 1º Para fins de cumprimento do estabelecido no caput, os tipos de veículos registrados e
licenciados devem estar classificados conforme as duas denominações descritas a seguir:
I - “VEÍCULOS LEVES” correspondendo a ciclomotor, motoneta, motocicleta, triciclo,
quadriciclo, automóvel, utilitário, caminhonete e camioneta, com peso bruto total - PBT
inferior ou igual a 3.500 kg.
34
II - “VEÍCULOS PESADOS” correspondendo a ônibus, micro-ônibus, caminhão, caminhão-
trator, trator de rodas, trator misto, chassi-plataforma, motor-casa, reboque ou semirreboque
e suas combinações.
§ 2° “VEÍCULO LEVE” tracionando outro veículo equipara-se a “VEÍCULO PESADO”
para fins de fiscalização.
Ainda na Resolução CONTRAN nº 396, podemos encontrar os requisitos e procedimentos
para realização de estudo técnico que vise à implantação do referido dispositivo.

RESUMINDO
É imprescindível ao Agente da Autoridade de Trânsito conhecer integralmente a
sinalização de trânsito tendo em vista que o mesmo, além de executar gestos e sinais,
precisa de uma sinalização eficiente para executar a fiscalização dentro do princípio
constitucional da legalidade.
Conforme a Resolução do CONTRAN nº 396/2011, existem quatro tipos de fiscalização
eletrônica: fixo, estático, móvel e portátil.

1. Nos trechos onde houver sinalização permitindo a ultrapassagem, ou


onde não houver qualquer tipo de sinalização, só ultrapasse se:
( ) a faixa do sentido contrário de fluxo estiver ocupada.
( ) não houver acostamento no sentido contrário.
( ) a faixa do sentido contrário de fluxo estiver livre.
( ) o outro veículo estiver em velocidade maior que a sua.
2. Sobre a ordem de prevalência na sinalização de trânsito, assinale a
alternativa correta:
( ) As ordens dadas pelos agentes de trânsito prevalecem sobre as normas
de circulação e outros sinais.
( ) As indicações dos semáforos têm preferência sobre os demais sinais.
( ) As indicações dos sinais prevalecem sobre as demais normas de
trânsito.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. Pode-se considerar que a fiscalização eletrônica é um meio tecnológico
de prevenção e repressão que visa controlar o cumprimento da legislação
de trânsito, por meio do poder de polícia administrativa.
( ) Certo
( ) Errado
35
REFERÊNCIAS
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_____.LEI Nº 5.172, DE 05 DE OUTUBRO DE 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário
Nacional. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm .
Acesso em 24 out 2017.
DENATRAN. Portaria Nº 94, DE 31 DE MAIO DE 2017. Instituir o CURSO DE AGENTE
DE TRÂNSITO. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/images/Portarias/2017/
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CONTRAN. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. Disponível em: http://www.
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_____. Resolução 165, de 10 de setembro de 2004. Regulamenta a utilização de sistemas
automáticos não metrológicos de fiscalização, nos termos do § 2º do artigo 280 do Código
de Trânsito Brasileiro. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/
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_____. Resolução 174, de 23 de junho de 2005. Altera e esclarece dispositivos da Resolução
CONTRAN nº 165/04. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/
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_____. Resolução 396, de 13 de dezembro de 2011. Dispõe sobre requisitos técnicos mínimos
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37
SAUS Quadra 1 | Bloco “J” | Ed. CNT
CEP: 70070-944 | Brasília/DF
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