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Resumo:
Este artigo tem por objetivo apresentar uma proposta pedagógica desenvolvida com
alunos do 2º ano do Ensino Médio - a produção de uma revista eletrônica - como
instrumento de incentivo à leitura e motivação à escrita. Tal proposta se justifica
considerando o conceito dos gêneros discursivos (BAHKTIN, 2003, LOPES-ROSSI,
2002) e a importância dos alunos se apropriarem de gêneros jornalísticos, visto que
são textos de grande circulação social e com conteúdos da atualidade. Além disso,
fazer uso da mídia eletrônica para socializar o saber produzido desmistifica o ato de
escrever e democratiza-o. Ao se familiarizar com gêneros argumentativos, como
carta de leitor, editorial, artigo de opinião entre outros, o aluno aprende que pode,
como cidadão, opinar e interferir nos acontecimentos do mundo social, manifestando
publicamente seus pontos de vista.
Abstract
This article aims to present an educational project developed by students from 2nd
year high school - the production of an electronic journal-like tool to encourage
reading and to motivate the writing. This proposal is justified considering the concept
of genres (BAHKTIN, 2003, LOPES-ROSSI, 2002) and the importance of students
taking ownership of journalistic genres, as they are texts of major social movement
and content of today. Also, they can use the electronic media to socialize the
knowledge produced demystifies the act of writing and democratize it. By
familiarizing yourself with argumentative genres, such as letter reader, editorial,
opinion piece and others, students learn that can, as a citizen, judge and interfere in
the events of the social world, publicly expressing their views.
1. INTRODUÇÃO:
Vale salientar que tal proposta proporciona a produção de textos dos mais
variados gêneros para um interlocutor real, rompendo com a tradicional concepção
de ensino em que se escreve textos na escola para cumprir tarefa, tendo como
destinatário o professor.
2. CONCEPÇÃO TEÓRICA-METODOLÓGICA
se que o ensino da língua materna não pode estar pautado em normas e regras
descontextualizadas, como acontecia no ensino tradicional da gramática, mas que
as regras precisam ser ensinadas em práticas pedagógicas que levem o aluno a
apropriar-se das articulações da linguagem e a compreender que a língua é
fundamentalmente um fenômeno sócio cultural que integra a organização do mundo
e a organização da própria vida dos cidadãos.
produzido inicialmente na versão rascunho, para depois ser melhorado com ajuda
dos colegas e do professor.
Num diálogo inicial sobre os gêneros jornalísticos que iriam ser estudados e
consequentemente produzidos, constatamos que um número elevado de alunos da
classe não tinha o hábito de leitura de revistas e jornais e utilizavam-se da internet
mais para acessar Orkut e MSN. Embora não estivesse previsto na Sequência
Didática, iniciamos as atividades levando para a sala de aula diferentes exemplares
de revistas impressas: Superinteressante, Caras, Galileu-Galilei, Isto é, Nova visão e
revista Veja. Inicialmente as revistas circularam livremente na sala e como já era
esperado, a atenção estava mais voltada para as imagens, sobre as quais surgiram
muitos burburinhos. Como tínhamos um número grande de exemplares da revista
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Editora
Edição
Ano
Número do exemplar
Data
Reportagem destaque da capa
Imagem da capa
A relação da imagem com a manchete
Outras matérias destacadas na capa
sua caracterização;
quais folhas o compõem;
que gêneros são rapidamente identificados num jornal;
o que é manchete;
onde ela aparece;
por que um assunto se torna manchete;
que textos aparecem na folha de opinião;
qual a razão de jornais destinarem uma seção para opinião.
Folha de São Paulo. Analisamos a notícia sobre a lei seca sancionada pelo
Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, disponível em
<http://portal.rpc..com.br/gazetadopovo/vidacidadania>, publicado em 20/06/2008 e
acessado em 20/09/2008 e a reportagem que aborda a redução do número de
vítimas diante da lei seca, disponível em <http://g1.com/bomdiabrasil/>, acessado
em 23/09/2008, conforme o roteiro:
Quem escreveu:
Cidade:
Veículo de publicação:
Destinatário:
Intenção:
Assunto:
Argumentos utilizados:
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Tipo de linguagem:
Partes omitidas:
4. Considerações finais:
O uso da língua com base nos postulados bakhtinianos não decorre de modo
dissociado de uma situação comunicativa, e para Marcuschi (2003), nada do que o
ser humano produz linguisticamente estará fora de ser feito em algum gênero.
Assim, podemos dizer que, embora não existam gêneros específicos a serem
estudados em sala de aula, trabalhar com textos jornalísticos é uma maneira eficaz
de levar o educando a apreender não só o conceito de gênero, mas compreender
que há uma diversidade de configurações textuais, fruto das relações humanas. Por
sua vez, estas possuem especificidades e funcionalidades próprias e são dotadas de
valores, frutos de uma determinada ação social. Outro aspecto relevante que
podemos destacar é o trabalho com textos que não se limitam apenas ao âmbito
escolar, mas com gêneros de grande circulação social e com conteúdos da
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REFERÊNCIAS:
BAHKTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes,
2003.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 3ª ed. São Paulo:
Ática, 1997.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: Fundamentos psicológicos para uma
nova pedagogia da leitura. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 1996.
ZILBERMAN, Regina. (org.). Leitura em crise na escola. 11ª ed. Porto Alegre:
Mercado Aberto, 1993.