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1 – Introdução___________________________________________________
O que acontece com as pessoas após a morte? Corpo e alma estão separados? Quais
os eventos que se sucederão após o instante final de nossas vida nessa terra? São os ímpios
aniquilados ou sofrerão o tormento eternamente? O inferno é um lugar de fogo e escuridão
literalmente, ou apenas um lugar longe da presença de Deus? Como será o Céu? O lugar
onde viveremos na eternidade é um lugar físico ou espiritual? As almas ficam em estado de
inconsciência até o Juízo Final?
Algumas dessas perguntas devem ter em algum momento surgido em nossas
mentes. Tentaremos mostrar o que as Escrituras podem (e também o que não podem) dizer
a respeito dessas e outras perguntas, que dizem respeito ao que se passa após a morte.
Nosso estudo será estruturado da seguinte maneira: primeiramente mostraremos o
que a Palavra nos diz a respeito da morte. Tendo tratado deste assunto, mostraremos como
era a visão dos judeus no AT a respeito do que ocorria após a Morte. Passaremos então a
tratar do destino final de todos homens. Por último, trataremos do mais polêmico assunto: o
que se passará entre a morte e o destino final.
No principio, Deus criou o homem e lhe soprou nas narinas a respiração da vida, e o
homem se tornou um ser vivo (Gn 2.7). O homem foi criado, seguindo literalmente o relato
de Gênesis, do pó da Terra (no hebraico, homem é Adam, que se escreve e soa parecido à
adamah, que significa solo, chão). O homem foi criado para viver eternamente e Deus lhe
colocou no coração a eternidade (Ec 3.11). O homem foi criado a imagem e semelhança de
Deus (Gn 1.26), e se tivesse vivido de acordo com a vontade de Deus teria vivido
eternamente, sem conhecer a morte.
Porém, o homem, a quem Deus deu a liberdade de escolha, caiu em pecado.
Revoltando-se contra seu Criador e fazendo o que lhe havia sido proibido, o homem foi
considerado culpado de seu pecado. E do pecado é que surgiu a morte. Esta verdade é
mostrada em muitos lugares das Escrituras. Após a queda do homem, Deus lhe diz que o
homem, que foi feito do pó, ao pó tornaria (Gn 3.19). Rm 5.12 afirma claramente:
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” Deste
texto, podemos ver que o pecado entrou no mundo por um só homem, ou seja no Pecado
Original de Adão. Pelo pecado, a morte passou a existir. Rm 6.23 afirma que o salário do
pecado é a morte.
Vemos portanto que a morte é algo que Deus não criou inicialmente, mas passou a
existir como resultado do pecado. Assim, nas Escrituras a morte está intimamente ligada ao
pecado. Podemos ver isso claramente nos regulamentos da Lei, dada através de Moisés.
Textos como Lv 5.2, Lv 11.31, Lv 11.35 e Nm 9.6 mostram que um homem se tornava
imundo ao tocar em um cadáver ( a não ser dos animais considerados não-impuros, como
cordeiros e pombas). Além disso, eram considerados impuros os leprosos, e outras pessoas
que tivesse doença de pele (Lv 13), mulheres na sua menstruação (Lv 15.19), homens que
tivessem fluxo seminal (Lv 15.16). Estas pessoas eram consideradas impuras porque seu
corpo demonstrava sinais de morte, seja pela saída de fluídos vitais, seja por terem sua
carne em estado de deterioração. Assim, na Lei, a morte era sinal de impureza, pois estava
ligada ao pecado, que é abominação para Deus.
O homem, então, desde Adão nasce no pecado (Sl 51.5) e portanto, está destinado a
morrer um dia (Hb 9.27).
No entanto, Deus, em sua misericórdia infinita, concedeu ao homem que possa
escapar da Morte. Esta é uma das esperanças centrais do Cristianismo, como Paulo bem
mostrou: “Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os mortos
não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos.” (1 Co 15.32). Deus pela
sua graça permite então que o homem possa escapar da morte. E “visto que a morte veio
por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.” (1 Co 15.21).
Assim, como cristãos, temos a certeza de que através da morte de Jesus podemos vencer a
morte (1 Co 15.26) e seremos ressuscitados um dia para viver eternamente com Deus (Jo
6.58, Jo 11.26).
Assim, embora saibamos que, como homens nascidos no pecado, um dia
morreremos, temos a certeza em Cristo Jesus que a morte não será o fim. Esta é a certeza
que temos apenas pela fé, e todos os salvos a possuem. Dito isto, podemos então passar a
estudar o que a Bíblia tem a nos dizer a respeito do que se passa após a morte.
A questão do que acontece após a morte é central em qualquer religião, o que
expressa a preocupação humana com seu destino final.
No Antigo Testamento, temos que a revelação de Deus ainda não era como a temos
hoje. Assim, muito do que foi revelado apenas após a vinda de Cristo não estava presente
no AT.
Os judeus não tinham uma concepção de vida após a morte como a possuem os
cristãos. A morte era vista como o fim natural. Assim, as bênçãos de Deus eram uma vida
longa e plena, ter muitos filhos e morrer em paz, tendo um sepultamento honroso (podemos
ver isso, por exemplo, em textos como Pv 10.27, Sl 127.3). Não havia uma visão muito
clara de retribuição após a morte, por isso era tão problemático para os justos do AT
entender que muitas vezes os ímpios prosperam nessa vida e os justos sofrem. Esta questão
fica clara, por exemplo, quando lemos o livro de Jó. Quanto aos mortos, estes eram
enviados para um lugar, que os israelitas chamavam de Xeol. Muitas das nossas traduções
não mantém a palavra Xeol, mas a traduzem. Esta palavra (que aparece 66 vezes no Antigo
Testamento) é traduzida por sepultura, inferno ou cova, sendo duvidoso que possa ser
traduzida por inferno, no sentido que aplicamos esta palavra. O Xeol era a forma das
pessoas do AT afirmarem que a morte não termina a existência humana. O Xeol é o reino
dos mortos, ou a forma de existência após a morte. Os hebreus acreditavam que todos os
mortos iam para o Xeol. Assim Jacó diz: “Chorando, descerei a meu filho até o Xeol” (Gn
37.35, onde muitas versões traduzem Xeol por sepultura). O Xeol é descrito como um lugar
escuro e triste (Jó 10.21-22) e com apetite insaciável (Pv 27.20). Embora não existisse uma
idéia de lugares distintos para os ímpios e justos, já no AT começou a surgir a idéia de que
os justos teriam diferente fim em relação os ímpios, escapando do poder do Xeol. Daniel é
um dos primeiros profetas a mostrar a idéia da ressurreição e retribuição para os que já
morreram: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e
outros para vergonha e horror eterno.” (Dn 12.2). Porém, somente no Novo Testamento é
que a concepção de vida após a morte e julgamento dos mortos começou a ser estabelecida
de forma mais clara. Assim, quando deparamos com textos do AT a respeito da morte,
temos de ter em mente o contexto no qual foram escritos. Tendo estudado a visão vétero-
testamentária da morte, passaremos a ver o que as Escrituras nos mostram a respeito do
destino final de todos os homens.
De uma maneira geral, todos os homens tem uma das seguintes concepções a
respeito do destino do homem após a morte:
• Céu: uma existência de alegria, em uma Paraíso, com o Criador, ou mesmo tomando
parte de uma realidade espiritual superior, ou se integrando a energia atrás de toda
criação; variações destas idéias, sempre com uma existência superior a atual.
• Inferno: uma existência de punição e tristeza, com demônios, distante do Criador,
vivendo em tormento.
• Aniquilamento: a existência cessa, corpo e alma, personalidade e memórias se
desintegram.
• Transmigração da alma: o espírito renasce em um feto ou recém-nascido.
• Reencarnação: o espírito renasce em outra entidade viva, não necessariamente um
homem, podendo ser desde formigas até anjos.
Quanto a essas concepções, a Bíblia é clara contra as duas últimas. Textos como 1 Co
15.22 e 42 e Hb 92.7 deixam bem claro que não haverá uma outra existência distinta da
nossa atual existência e em outra forma. A Bíblia nos mostra que todos os homens tem
apenas uma oportunidade de existência. Assim, não há base bíblica para a reencarnação.
Sobre as outras 3 concepções veremos o que a Palavra diz.
Inferno___________________________________________________________________
Primeiramente, vamos ver o que as Escrituras nos falam sobre o Inferno. No NT temos
duas palavras que são geralmente traduzidas por inferno.
A primeira delas é Hades. Hades é o termo grego para o mundo dos mortos, mesma
idéia contida no hebraico Xeol. Na Septuaginta; versão grega do Antigo Testamento,
escrito quase todo em hebraico; a palavra Hades é usada para traduzir Xeol. As ocorrências
dessa palavra no NT são 11: Mt 11.23; Mt 16.18; Lc 10.15, Lc 16.23; At 2.27,31; 1Co
15.55; Ap 1.18; Ap 20.13-14. Dessas ocorrências temos que algumas mostram claramente
que a palavra não deve ser traduzida por inferno. Por exemplo, At 2.31, na qual o texto diz:
“prevendo isto, Davi falou da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no
hades, nem a sua carne viu a corrupção.” Vemos que a alma de Jesus, depois de morto, não
ficaria no inferno, mas é teologicamente correto afirmar-se que a alma de Jesus, após sua
morte estava no mundo dos mortos.Muitas traduções trazem então, ao invés de inferno,
sepultura ou morte no lugar de hades. Além disso, em 1 Co 15.55 a palavra é usada no
contexto que não dá a idéia de inferno. Neste texto, Paulo fala sobre a ressurreição dos
justos, e diz: “Onde está, ó hades, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” A
idéia aqui, novamente, não é de que hades signifique inferno, pois nesse caso estaríamos
dizendo que os justos estão no inferno até sua ressurreição.
A segunda palavra traduzida por inferno é Geena. Geena é uma corruptela (palavra
escrita ou pronunciada incorretamente) de Vale de Hinon, que era uma depressão profunda
que ficava ao sul/leste de Jerusalém. Ali, foi instituído o culto a Moloque, no qual crianças
eram queimadas para o ídolo (2 Re 21.36, 2 Re 23.10). Mais tarde, este lugar se tornou um
lixão, no qual eram queimadas as carcaças de animais e criminosos executados. Assim, este
lugar era a melhor imagem que os judeus tinham do inferno, com sua fumaça e fogo
constantes, sua associação com o pecado, e com o lixo que era ali queimado. A palavra
Geena ocorre 12 vezes no NT: Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc
12.5; Tg 3.6. Esta palavra é sempre usada para representar inferno, lugar de condenação
final.
Vemos, portanto, que as Escrituras nos indicam dois lugares distintos para os ímpios.
Apocalipse 20.14 diz que o Hades será lançado dentro do lago de fogo. O lago de fogo é o
nome dado por João para o lugar de condenação eterna. Assim, o inferno final, destino de
todos não-salvos, é o lago de fogo. Discutiremos quando falarmos de estado intermediário a
noção dos ímpios já estando em um lugar de condenação após sua morte, neste sentido, no
inferno. Porém, no sentido de lugar de condenação final, o inferno é o que é descrito como
o Lago de Fogo por João em Apocalipse.
O Inferno foi preparado não para os homens, mas para Satanás e seus anjos (Mt 25.41).
O Inferno é descrito, primeiramente, como um lugar de total separação de Deus (Mt 25.41,
2 Ts 1.9). É também, um lugar de choro e ranger de dentes (Mt 24.51), trevas (Mt 25.30),
fogo (Mt 25.41) e enxofre (Ap 14.10). Algumas versões da Bíblia trazem também que o
Inferno é um lugar onde o verme não morre, assim como o fogo não se apaga (Lc 9.44, 46 e
48).
Sobre a separação de Deus, isso não indica que Deus não estará presente no Inferno,
mas sim que os que ai estiverem não terão nenhum relacionamento com Ele. Isto por si só é
uma terrível realidade.
Quanto às descrições de tormento físico que a Bíblia mostra, cada vez mais teólogos
tem entendido que estas são apenas símbolos de uma existência longe de Deus, ao invés de
tomá-las como literais. Sobre este ponto não podemos ser dogmáticos, mas a Bíblia parece
indicar que esteja em vista aqui realmente sofrimentos físicos.
No Inferno estarão Satanás e seus anjos (Mt 25.41, Ap 20.10), porém, é um erro se
concluir que o Inferno será governado por Satanás. Satanás estará no Inferno para ser
castigado, como podemos ver pelas passagens lidas, e não para governar.
No Inferno estarão todos os que não são salvos, ou como Apocalipse diz, todo que não
têm o seu nome escrito no Livro da Vida (Ap 20.15). Estes foram determinados desde a
fundação do mundo (Ap 17.8). Todos homens deveriam ser condenados ao Inferno, “pois
todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Se alguém se salva é pela
misericórdia de Deus.
Outra questão importante, muitas vezes levantada, é a respeito da duração do tormento
no Inferno. Alguns teólogos; sendo esta a posição da Igreja Adventista, Testemunhas de
Jeová, e cristãos liberais geralmente; defendem que os ímpios não terão um castigo eterno,
mas serão destruídos em algum momento, seja depois do Juízo Final, seja após um tempo
no Inferno. Esta doutrina é conhecida como Aniquilacionismo. O Aniquilacionismo,
porém, não tem base bíblica, sendo mais uma doutrina criada por homens diante da
incapacidade de compreender a justiça de Deus. Podemos ver isso claramente, por
exemplo, quando Jesus se refere ao castigo como eterno, em Mt 25.46. Neste mesmo texto,
Jesus está falando que a vida para os justos é eterna. É um malabarismo de interpretação
querer dizer que o castigo não seja eterno, enquanto a vida o é. Textos como Mt 8.12
mostram que haverá no Inferno choro e ranger de dentes, o que não condiz com uma
aniquilação, pois somente os que existem podem chorar. Semelhantemente, 2 Ts 1.9 diz
que os ímpios “sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do Senhor e da
glória do seu poder”. Além da palavra eterna, temos que só os que existem podem ser
separados da presença de Deus. Com relação a afirmação de que o tormento eterno não
condiz com a bondade de Deus, sendo um castigo injusto e desproporcional, temos que este
argumento por si só vai contra o Aniquilacionismo, pois caso Deus não quisesse impor
nenhum sofrimento aos ímpios poderia deixar que suas almas simplesmente deixassem de
existir na morte, mas no entanto estes ressuscitarão, e portanto algum tipo de castigo deve
haver. Além disso, não conhecemos o caráter de Deus para poder julgar suas obras, e além
disso, nada nos diz que os ímpios deixarão seu caráter de pecado após a ressurreição e por
isso, serão sempre dignos de castigo. Um último argumento levantado pelos
Aniquilacionistas é o de que os justos não poderão viver em alegria na eternidade
conhecendo que pessoas que amavam estão em tormento. Esta, no entanto é uma questão
inadequada. Se pensarmos chegaremos a conclusão de que ninguém ama tanto as pessoas
quanto Deus; a ponto de ter enviado seu próprio filho por nossos pecados (Ef 2.4-7); no
entanto, nada indica que Deus estará triste eternamente por aqueles que se perderam. Desde
que na eternidade os santos serão à semelhança de Deus, podemos concluir que todas as
manifestações dEle nos alegrará, inclusive a manifestação da sua justiça. Tendo colocado
luz das Escrituras sobre o erro do Aniquilacionismo, vemos que a Bíblia exclui totalmente a
possibilidade de aniquilação de alguém, e só existe dois destinos para o homem: a
eternidade com Deus, ou a eternidade longe dEle.
Outra questão sobre o Inferno é que nele haverá diferentes níveis de castigo. Vemos
isso, em textos como Mt 11.21-24 e Lc 12.47-48. Aquele que teve grande conhecimento de
Deus será mais castigado do que aquele que não teve conhecimento. Além disso, os ímpios
serão julgados segundo suas obras. No Julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20.11-12)
Deus verá todas as obras, que o livro de Apocalipse diz estar escrita em livros, e o castigo
será de acordo com estas obras.
Resumindo, o Inferno é portanto um lugar de castigo eterno, e todos os que não
aceitaram a Jesus como seu Salvador para lá irão. O Inferno é uma realidade, ensinada pelo
próprio Jesus, um lugar de tristeza e sofrimentos, onde cada homem pagará pelos seus atos
de desobediência. Lá Satanás será atormentado, junto com os outros anjos que com ele
caíram, e não exercerá nenhum controle. Graças a Deus que nos amou e enviou seu Filho
para que para lá não tivéssemos de ir, dignos que somos desse fim.