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boletimconjuntura rasil 5
NOVEMBRO 2016| n.5
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Visite a linha do tempo e conheça a vida e a trajetória do líder socialista.
WWW.FJMANGABEIRA.ORG.BR/MIGUELARRAES100ANOS
Previdência Social
"Nunca me preocupei com rótulos. O rótulo de radical, ou o de conciliador, não tem nenhum O BRASIL PRECISA DE UMA ALTERNATIVA
sentido para mim, como não tinha sentido me chamarem de comunista no passado. O que
importa é a prática política; o que importa são os posicionamentos que se toma ao lado de
determinadas camadas sociais em defesa de teses que interessam à nação como um todo".
Renato Casagrande
Presidente da Fundação João Mangabeira
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boletimconjuntura rasil Novembro 2016 4
reforma da
PREVIdÊNCIA
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Novembro 2016 boletimconjuntura rasil
Conceitos
e História
O surgimento dos sistemas estatais de seguro
social e sua transformação em sistemas de
seguridade são parte essencial da construção
das sociedades ocidentais modernas.
Características gerais
da Previdência brasileira
A Previdência Social brasileira divide-se em modo que eventuais déficits ou superávits
três partes. O Regime Geral (RGPS) tem hoje não se transmitem aos demais. Mas há cer-
cerca de 28 milhões de beneficiários, 2/3 dos ca de 3.500 municípios sem regimes pró-
quais recebendo um salário mínimo. Ele pro- prios. Nesses casos, os servidores se ligam
tege assalariados do setor privado, autôno- ao RGPS.
mos e categorias especiais. Os Regimes Pró- Uma diferença importante entre os dois
prios (RPPS) da União, dos estados e de sistemas é o teto dos benefícios, R$ 5.189,00
muitos municípios, com cerca de 3,4 milhões no RGPS (outubro de 2016) e R$ 39.200,00 (a
de beneficiários, protegem os servidores pú- partir de janeiro de 2017) no RPPS. Esse teto
blicos, com diferentes regras. E os Regimes tem sido ultrapassado pelos beneficiários dos
de Previdência Complementar (RPC) reúnem chamados “regimes especiais” (figura 1, no ane-
os vários tipos de previdência privada, que xo estatístico).
podem ser abertos a quem quiser se asso- A média dos benefícios pagos pelo RGPS é
ciar, pagando uma mensalidade em troca de bem menor que a dos RPPSs. O limite superior
um benefício futuro, ou fechados para traba- do RGPS é corrigido anualmente de acordo com
lhadores de determinada empresa. a inflação, enquanto o do RPPS acompanha o
Os dois primeiros regimes são públicos e salário dos servidores em atividade, que pode
de filiação compulsória, baseados no modelo incorporar ganhos reais.
de repartição. O terceiro é privado e de adesão Nas três esferas de governo há cerca de
facultativa, seguindo o modelo de capitalização. 6 milhões de servidores ativos, 2,4 milhões
Somente o RGPS integra o sistema de Se- de aposentados e 1 milhão de pensionistas.
guridade, sendo gerenciado pelo Instituto Na- O gasto total com essas aposentadorias e
cional do Seguro Social (INSS). Os RPPSs de- pensões chega a 4,1% do PIB. O RPPS da
pendem de contribuições específicas de seus União recebe aportes do Tesouro Nacional,
associados e dos entes federativos a que es- que o gerencia. Apresenta, pois, um perfil re-
tão ligados. O RPPS da União não está vincu- gressivo em termos de distribuição de ren-
lado ao INSS, mas ao Tesouro Nacional. Am- da, pois toda a sociedade paga tributos para
bos os sistemas têm contabilidades separadas. garantir que antigos funcionários públicos
Cada estado ou município pode criar seu pró- recebam benefícios muito superiores à ren-
prio RPPS, que opera com autonomia, de da média dos brasileiros.
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boletimconjuntura rasil Novembro 2016 10
A TRAJETÓRIA DA
SEGURIDADE
BRASILEIRA
O crescimento dos gastos sociais nos últimos vinte
anos foi positivo, mas há um debate legítimo sobre
a sustentabilidade financeira desse processo.
O que devemos manter e o que devemos alterar?
dores das despesas domésticas, com a – tudo isso alterava os termos do de-
segurança e a dignidade que isso traz bate e fortalecia os economistas que
à velhice (figura 4). enfatizam a necessidade de buscar,
O perfil dos beneficiários da Lei antes de tudo, austeridade fiscal e ga-
Orgânica da Assistência Social mostra nhos de produtividade microeconô-
que 60% são mulheres, 58% são che- micos. Logo a rolagem da dívida pú-
fes de família e 50% são pessoas sem blica passou a exigir superávits
instrução. Essa transferência de renda primários consideráveis, dificilmen-
tem grande impacto. Apenas 3,5% dos te compatíveis com um alto ritmo de
beneficiários ainda são considerados crescimento dos gastos sociais.
pobres, mas essa percentagem passa- Grandes ajustes no sistema previ-
ria a 82% (47% de pobres e 35% de denciário estiveram no rol de exigên-
extremamente pobres) se o benefício cias que o Banco Mundial e o Fundo
fosse retirado (figura 5). Monetário Internacional nos apresen-
taram durante a década de 1990. Essas
A velocidade de crescimento dos instituições defendiam que transitás-
gastos sociais põe na ordem do dia, le- semos para um regime geral enxuto,
gitimamente, a questão da sustentabi- voltado basicamente para os pobres,
lidade financeira desse processo (fi- complementado por instituições pri-
gura 6). Ela retornou com força ao vadas optativas, em regime de capitali-
debate na atual recessão, mas já tem zação (ver “Repartição e capitalização”).
história entre nós. Embora socialmente exitoso, o sis-
Em 1989, mal saído do forno, esse tema de Seguridade, recém-instituído,
sistema abrangente, inspirado na ex- parecia estar fora de tempo e lugar.
periência social-democrata do segun- Dois conjuntos de críticas se destaca-
do após-guerra, encontrou um con- vam. Um sobre as regras, consideradas
texto, nacional e internacional, que já frouxas, de concessão de benefícios –
lhe era desfavorável. Fernando Collor especialmente as aposentadorias pre-
de Mello venceu as primeiras eleições coces ou sem contribuição prévia e as
presidenciais posteriores ao regime pensões abusivas –, outro sobre os im-
militar com um discurso antiestatista pactos da demografia. Combinados,
que enfatizava a abertura, a desregu- esses dois fatores apontavam para uma
lamentação, a competição, a globali- crise estrutural em curso, com o au-
zação. O keynesianismo não era mais mento do hiato entre um número pro-
a doutrina preponderante na academia. porcionalmente decrescente de traba-
O baixo dinamismo econômico, o ad- lhadores ativos e contribuintes, de um
vento de novas tecnologias, a desin- lado, e um número proporcionalmen-
dustrialização, a retração do trabalho te crescente de trabalhadores inativos
assalariado formal, o enfraquecimen- e beneficiários, de outro.
to dos sindicatos, o aumento dos gas- Observemos essas duas linhas
tos financeiros dos Estados nacionais de argumentação.
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boletimconjuntura rasil Novembro 2016 12
Repartição e capitalização
A viabilidade dos sistemas previdenciários depen- duais e formam reservas. Seu equilíbrio depende,
de de sua capacidade de manter um equilíbrio de basicamente, de que as aplicações apresentem uma
longo prazo entre os benefícios pactuados e os re- lucratividade adequada, capaz de sustentar o pla-
cursos financeiros disponíveis em cada momento. no atuarial adotado. Eles não oneram, em princípio,
Eles se organizam, basicamente, em dois regimes, as finanças do Estado, mas estão sujeitos aos de-
que têm vantagens e desvantagens. sastres que sempre ameaçam investidores de lon-
Os sistemas que usam o regime de repartição, go prazo em mercados cada vez mais contamina-
como o RGPS, precisam, pelo menos, igualar recei- dos pela especulação.
tas e despesas correntes, pois não acumulam re- Como vimos, a Previdência pública brasileira
servas. As contribuições recolhidas da geração ati- foi organizada em regime de repartição. Fazê-la
va pagam os benefícios concedidos às gerações transitar em grande escala para o regime de capi-
inativas. Por isso, o envelhecimento da população talização – que seria a versão mais radical de uma
tende a onerar mais fortemente os regimes de re- reforma – é impossível e indesejável.
partição. O equilíbrio depende de fatores demográ- Impossível porque, nesse caso, as contribuições
ficos, econômicos e institucionais. Diante da ame- do pessoal ativo seriam direcionadas para o novo
aça de um desequilíbrio é preciso alterar regras para sistema, enquanto o passivo representado pelos
diminuir as despesas e/ou aumentar as receitas. benefícios em vigor continuaria recaindo sobre o
É típico de um sistema de repartição que os be- Estado, que logo iria à falência. Em paralelo, a acu-
nefícios não sejam exatamente proporcionais às mulação de capital privado não produtivo ganharia
contribuições individuais. Daí seu caráter distribu- enorme impulso, pois planos novos de previdência
tivo. No RGPS brasileiro, como vimos, os benefícios são o melhor negócio do mundo: contam com re-
variam de um mínimo de R$ 880,00 (um salário mí- ceitas certas, praticamente sem despesas.
nimo) a um máximo de R$ 5.189,00 (outubro de Indesejável porque a Previdência só pode ser
2016), um intervalo muito menor do que aquele que concebida como um seguro individual em países
separa os menores e os maiores salários do pesso- com renda per capita bem mais alta que a nossa,
al da ativa. Além disso, alguns grupos sociais fazem com mercados de trabalho mais organizados, po-
jus a benefícios sem terem contribuído diretamen- pulação rural bem menor, distribuição de renda mais
te, como é o caso da maioria dos trabalhadores ru- homogênea e alta capacidade de poupança indivi-
rais. Os custos são bancados pelos demais partici- dual. A tentativa de impor isso no Brasil seria so-
pantes do sistema e pela sociedade em geral. A cialmente catastrófica.
alternativa seria deixá-los expostos ao desamparo Seja como for, qualquer esforço previdenciá-
em caso de invalidez ou velhice. Isso não seria jus- rio pressupõe o acesso a oportunidades de inves-
to: se levarmos em conta que a tributação sobre o timento seguras e rentáveis no longo prazo, o que
consumo também sustenta a Seguridade e que as está fora do alcance dos indivíduos comuns, es-
contribuições das empresas estão embutidas nos pecialmente daqueles cuja renda não é muito ele-
preços dos produtos, podemos dizer que todos os vada e cuja informação sobre negócios é precária.
cidadãos contribuem, direta ou indiretamente. Daí a necessidade de existirem estruturas maio-
Os sistemas organizados em regime de capita- res, coletivas, sejam estatais (compulsórias) ou
lização aplicam as contribuições em contas indivi- privadas (optativas).
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Novembro 2016 boletimconjuntura rasil
mográfica do país. Também foi coibi- admitem que alguns subgrupos sejam
do o acúmulo de benefícios. mais dispendiosos que outros, com dé-
Na prática, como se vê, já existe ida- ficits e superávits parciais se compen-
de mínima para as aposentadorias no sando mutuamente. Seja como for, há
Brasil, e a concessão de pensões foi dis- uma maneira de diminuir rapidamente
ciplinada em lei específica. As regras esse déficit, sem criar injustiças. Uma
atuais podem ser consideradas severas, criteriosa revisão das desonerações tri-
e não brandas, em relação aos que co- butárias, criaria espaços para aumentar
meçam a trabalhar mais cedo, ganham a arrecadação.
pouco e têm uma inserção irregular no
mercado de trabalho. A segunda linha de argumentação,
que se refere às tendências inexoráveis
As aposentadorias sem contribuição da demografia, é bem mais relevante.
prévia referem-se basicamente aos tra- A queda na taxa de fecundidade (núme-
balhadores rurais (figura 9). Eles se apo- ro de filhos por mulher em idade fértil)
sentam cinco anos antes dos urbanos e desacelera o crescimento demográfico
recebem um salário mínimo, sem que e diminui a proporção de crianças e jo-
precisem comprovar algum tempo de vens na população, enquanto o aumen-
contribuição. Têm acesso ao benefício to da expectativa de vida expande o gru-
quando conseguem provar que conti- po dos idosos (figuras 10, 11 e 12). A
nuam a exercer sua atividade no campo esperança de vida ao nascer aumentou
aos 60 anos (homens) ou 55 (mulheres). 12,8 anos entre 1980 e 2015. Estreita-
Isso tem um motivo: sem salários -se a base e alarga-se o vértice da pirâ-
fixos, os trabalhadores rurais não po- mide etária, num processo que leva dé-
dem realizar contribuições mensais. Na cadas, conhecido como transição
cana-de-açúcar, por exemplo, menos demográfica (figura 13).
de 1/3 deles mantêm vínculos perma- Durante essa transição, a sociedade
nentes. Cerca de 3 milhões só encon- conta com o que os demógrafos chamam
tram ocupação sazonal, com contratos de “bônus demográfico”, o período em
de até quatro meses nos períodos da que a população economicamente ativa
safra. Nunca completam o tempo de (PEA) cresce mais do que a população
contribuição mínimo exigido na lei. de crianças e idosos. Aumenta o grupo
Aposentam-se por idade antes dos 65 de cidadãos potencialmente ativos em
anos, pois realizam um trabalho exaus- relação aos inativos, e a sociedade dis-
tivo. É o único benefício que têm. põe do maior contingente de trabalha-
Em outubro de 2016 tínhamos 8,6 dores que jamais terá, em proporção à
milhões de aposentados nessas condi- população total.
ções, produzindo um déficit anual de Estamos na fase final do nosso “bô-
R$ 90 bilhões. nus”. A fecundidade caiu muito rapida-
A Previdência rural é deficitária em mente, de cerca de seis filhos por mu-
todo o mundo. Sistemas de Seguridade lher em idade fértil em meados da
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década de 1960 para 1,8 atualmente, abai- a aposentadoria de cada inativo. A re-
xo do nível de reposição da população. lação entre a despesa previdenciária e
Por causa da grande inércia dos pro- o PIB, que é crescente desde a década
cessos demográficos, os brasileiros de 1990, aumentará depressa.
adultos ainda são maioria. A PEA A ampliação da expectativa de vida
crescerá até meados da próxima dé- é uma conquista importante, mas im-
cada, quando começará a diminuir. põe uma sobrecarga à Seguridade So-
Assim se distribui a populção brasi- cial, aumentando a proporção de apo-
leira atual: 23,2% têm idades entre sentados na população total. Além
zero e 14 anos; 69% têm entre 15 e 59 disso, as doenças que acometem os
anos; 7,8% têm mais de 60 anos. idosos tendem a ser mais crônicas e
Teremos outra distribuição etária mais incapacitantes, e seus tratamen-
em 2050: 14% entre zero e 14 anos; tos são, em média, mais caros. Previ-
63% entre 15 e 59 anos; 22,6% com dência e saúde pública passam a exi-
mais de 60 anos (figura 14). A razão de gir mais recursos.
dependência não se alterará muito, A dinâmica demográfica, que foi
mas a composição dos dependentes, amigável ao equilíbrio previdenciário
sim. Haverá bem mais idosos e bem durante décadas, agora conspira con-
menos crianças e adolescentes. Três tra ele (figura 15). Esse é um bom ar-
ativos serão responsáveis por financiar gumento a favor de uma reforma.
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boletimconjuntura rasil Novembro 2016 16
Déficit ou
Superávit?
A imprensa afirma que os gastos da seguridade
têm grande peso na crise fiscal. Mas os números
mostram que ocorre justamente o contrário:
a crise fiscal retira recursos da seguridade.
Um esboço de
alternativa
Precisamos encontrar um caminho novo, de modo a
compatibilizar três objetivos distintos: distribuir
renda, garantir a sustentabilidade financeira
desse processo e retomar o crescimento.
Referências
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480, março de 2016.
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boletimconjuntura rasil Novembro 2016 22
Anexo estatístico
Figura 1
Custos e diferenças entre o RGPS e o RPPS.
A média de benefícios
entre os dois regimes é
Regime Geral de Regime próprio de significativa, o que faz
Previdência Social (RGPS) Previdência Social (RPPS) com que o custo das
aposentadorias, ao longo
de vinte anos, também
Quem são eles seja muito diferente.
Trabalhadores do setor privado, Servidores públicos da União, dos
empregados domésticos, autônomos, estados e dos municípios maiores,
trabalhadores rurais e servidores entre os quais as capitais
públicos de 3.500 municípios
Quanto ganham
(benefício médio mensal)
R$ 1.356 R$ 5.108
60,0
• Antes • Depois
50,4
50,1
50,0
43,6
43,5
43,0
42,7
42,1
41,4
41,5
41,4
41,1
41,0
40,2
39,5
40,0
35,8
35,2
34,5
34,3
34,3
34,3
33,6
33,6
33,4
33,1
32,3
31,5
30,8
30,8
30,0
28,0
30,0
27,5
27,1
24,4
22,6
22,0
21,4
19,4
18,6
20,0
10,0
0,0
1992
1993
1995
1996
1997
1998
1999
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2011
2012
2013
Fonte: PNADs / IBGE, citado em “Debates sobre Previdência: confusões, polêmicas iniciais e mitos”, de Paulo Tafner, Carolina Botelho e Rafael Erbisti, in Reforma da Previdência: a visita de velha senhora, cit.
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Figura 6
Despesa com pagamento de benefícios do RGPS
e do RPPS, 1991-2015, em percentagem do PIB.
• RPPS • RGPS
8,0
7,4
7,1
7,0
6,7
6,7
6,7
6,6
6,6
6,5
6,5
6,5
6,5
6,4
6,3
6,0
5,9
6,0
5,6
5,6
5,5
5,0
4,9
4,9
4,8
5,0
4,6
4,3
4,0
3,9
3,9
3,9
3,8
4,0
3,8
3,8
3,7
3,7
3,7
3,7
3,6
3,6
3,6
3,6
3,5
3,4
3,4
3,4
3,4
3,3
3,3
3,3
3,1
3,0
2,5
2,2
2,0
s
1,0
u
ia
0,0
ro
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
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2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
e
m
Fonte: MPOG/STN/TCU, em Paulo Tafner, “Previdência Social no Brasil: fatos e propostas”, palestra realizada no Insper em junho de 2016.
Figura 9
Evolução dos benefícios rurais e urbanos,
em milhões de beneficiários.
O número de beneficiários
30,0 27,8 28,3 cresce percentualmente,
• Urbano • Rural 26,0
27,0
sempre acima do crescimento
25,2
24,4
25,0 22,8 23,5 da população total. Os
21,6 22,1 9,3
21,1 9,2
18,9 19,5 20,5
8,7
9,0 trabalhadores do campo,
20,0 8,2 8,5
7,3 7,5 7,7 8,0 que podem se aposentar
6,9 7,1
15,0 6,6 6,8 sem terem contribuído,
representam cerca de 33%
10,0 16,7 17,3 18,1 18,7 19,0 dos beneficiários do RGPS.
15,0 15,5 16,2
13,6 14,0 14,3 14,6
12,3 12,7
5,0
0,0
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Grupos etários
Total da
Década 15 a 59 60 anos 65 anos 80 anos PEA
população
anos ou mais ou mais ou mais
Fonte: “Debates sobre Previdência: confusões, polêmicas iniciais e mitos”, de Paulo Tafner,
Carolina Botelho e Rafael Erbisti, in Reforma da Previdência: a visita de velha senhora, cit.
2030
>80
Homens Mulheres 75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10000 8000 6000 4000 2000 0 2000 4000 6000 8000 10000
Milhares
Fonte: IBGE.
8 29 Novembro 2016 boletimconjuntura rasil B
Variação %
-40,3% -6,7% 262,7% 286,1%
2015 a 2060
10
Japão
8
6 Turquia EUA
2
México Chile
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Dependência demográfica (somente adultos e idosos)
Fonte: OECD/STN/Banco Mundial, em Paulo Tafner, “Previdência Social no Brasil: fatos e propostas”, palestra realizada no Insper em junho de 2016.
B
boletimconjuntura rasil Novembro 2016 30
Figura 16
Resultados da Seguridade Social, 2005-2015, em percentagens
do PIB, segundo cálculos do governo.
0,4%
O governo calcula que
20 0,2% 0,4%
0,0%
o déficit da Seguridade
0 0,0% tem sido crescente, como
-20 -0,2% -0,5% -0,25% -0,6% -0,4% percentagem do PIB, desde
-0,4%
-40 -0,8% 2011, tendo atingido 1,8%
-1,2%
-60 -1,2%
-1,2% do PIB em 2015. Mas essa
-80 -1,6% metodologia de cálculo tem
-100 -1,8% -2,0% sido questionada.
-120 -2,4%
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Figura 17
Resultados do orçamento da Seguridade,
calculado segundo a Constituição, 2007-2014.
Ao calcular, ano a
Receitas1 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 ano, o orçamento da
Seguridade conforme o que
Receita previdenciária 140.493 163.355 182.008 211.968 245.892 278.173 308.557 357.851 a Constituição estabelece,
Denise Gentil tem encontrado
CSLL 34.411 42.502 43.592 45.754 57.845 57.488 65.732 65.534
sempre superávits.
COFINS 102.463 120.094 116.759 140.023 259.891 181.555 201.527 195.179
PIS/PASEP 2
26.709 30.830 31.031 40.373 42.023 47.778 51.065 51.881
CPMF 36.483 3.058 2.497 3.148 3.414 3.765 0 0
Receitas de órgãos da Seguridade3 14.255 13.528 14.173 14.883 16.873 20.044 10.923 7.415
Contrapartida do Orç. Fiscal p/EDU 1.766 2.048 2.015 2.136 2.256 1.774 1.273 1.391
Receita total da Seguridade 356.580 375.415 392.075 458.285 528.194 590.577 639.077 679.251
Despesas 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Benefícios previdenciários 182.575 199.562 224.876 254.859 281.438 316.590 357.003 402.087
Benefícios LOAS e RMV 14.192 15.641 18.712 22.234 25.116 30.324 34.323 38.447
Bolsa-família e outras transferências 8.756 10.605 11.877 13.493 16.767 20.530 23.997 26.156
EPU 1.766 2.048 2.015 2.136 2.256 1.774 1.273 1.439
FAT (seguro-desemprego, abono, outros) 17.957 21.416 27.742 29.755 34.738 40.491 46.561 51.833
Minist. Saúde — MS 45.212 50.270 58.270 61.965 72.332 80.063 84.412 83.935
Minist. Desenvolvimento Social — MDS 2.278 2.600 2.746 3.425 4.033 5.669 6.719 3.986
Minist. Pevidência — MP 4.496 4.755 6.265 6.482 6.767 7.171 7.280 5.188
Outras ações da Seguridade 3.365 3.819 6.692 7.260 7.552 9.824 9.824 9.824
Despesa total da Seguridade 280.596 310.716 359.195 401.609 450.999 512.436 571.392 622.895
Resultado da Seguridade 75.984 64.699 32.880 56.676 77.195 78.141 67.685 56.356
Fonte: “Perspectivas e constrangimentos do sistema de previdência pública no Brasil”, revista Politika n. 3, março de 2016, Fundação João Mangabeira.
0 31 Novembro 2016 boletimconjuntura rasil B
200.000
150.000
100.000
50.000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: CVM (2013), citado por Lucas Salvador Andrietta em “A mercantilização do sistema
previdenciário brasileiro (1988-2014)”, tese defendida na Unicamp em 2015.
FJMemdia
| Transparência promovem uma ampla programação em
memória ao Arraes, que acontece nos
A Fundação João Mangabeira (FJM)
estados. Acesse: www.fjmangabeira.
promoveu o curso Transparência nas
org.br/miguelarraes100anos n
Contas Públicas, uma iniciativa do pre-
sidente da FJM, Renato Casagrande,
que durante sua gestão como governa- | Centenário Arraes 2
dor do Espírito Santo, entre 2011 e 2014,
No dia 13 de dezembro ocorre a Ses-
levou o Estado a ocupar o primeiro lugar
são Solene, no Congresso Nacional. Na
no ranking da Transparência apurado
ocasião, a obliteração do selo perso-
pela ONG Contas Abertas. O curso, or-
nalizado registrando os 100 anos de
ganizado e ministrado por Rogelio Amo- | Ensino Médio
nascimento de Miguel Arraes pela Em-
rim, servidor do Tribunal de Contas do
presa Brasileira de Correios e Telégra- A Reforma do Ensino Médio, foi tema
Espírito Santo e ex-subsecretário de
fo (EBCT). Também é lançado Cordel, do “Café com Política” realizado pela
Transparência do ES, foi dividido em
de J. Borges, que conta a trajetória do FJM junto a Bancada Federal do PSB.
dois módulos: Transparência em Primei-
líder socialista. Ainda no dia 13, acon- Deputados e senadores socialistas pu-
ro Lugar; e Dados. Participaram gesto-
tece no anexo III da Câmara Federal deram se aprofundar ainda mais no
res da área, assessores e jornalistas. n
do Congresso Nacional, em Brasília a assunto com exposições claras e infor-
abertura oficial da Exposição Miguel mativas dos especialistas Claudio Men-
donça, ex-secretário de Estado da Edu-
| Centenário Arraes 1 Arraes 100 anos: uma trajetória de luta
pelo Brasil. n cação do Rio de Janeiro e Ricardo
O Brasil inteiro pode relembrar e co- Martins, consultor Legislativo na Câ-
nhecer mais sobre o legado de Miguel mara dos Deputados. A reforma do En-
Arrares, referência para o mundo, em | Centenário Arraes 3 sino Médio está em discussão no Con-
políticas de inclusão social implementa- gresso Nacional. n
Dia 14 de dezembro as comemorações
das no nordeste do país. Ex-governador
prosseguem em Pernambuco com a Ex-
de Pernambuco, no dia 15 de dezembro,
faria 100 anos e para lembrar o centé-
posição “Duas mãos e o sentimento do | Agenda 2017
simo aniversário de nascimento, o Con-
mundo – Os 100 anos de Miguel Arraes”, Seminário Nacional
ação promovida pelo Governo do Estado
gresso Nacional, as direções nacionais
através da Companhia Editora de Per-
dos Prefeitos
e estaduais do PSB, a Fundação João Em março de 2017, o PSB e a FJM,
nambuco – CEPE e do Arquivo Público
Mangabeira e o Instituto Miguel Arraes promovem o seminário nacional dos
Estadual, em parceria com o Instituto
Miguel Arraes (IMA). Ambas as exposi- prefeitos do PSB. O tema “Cidades das
ções reúnem fotografias, áudios, vídeos Pessoas: a construção do ambiente
e objetos pessoais que marcaram a tra- sustentável no Brasil” pretende envol-
jetória de Arraes. Para marcar as home- ver os prefeitos socialistas com pro-
nagens ao líder pernambucano são lan- postas para gestões diferenciadas;
çados outros quatro livros da Companhia transparência nas ações e atos públi-
Editora de Pernambuco (CEPE). No dia cos; responsabilidade fiscal e social;
15, aniversário de Miguel Arraes, mais captação de recursos e financiamentos
duas homenagens artístico-culturais: uma públicos. O PSB elegeu 418 prefeitos
em Brasília, e outra em Pernambuco, e se consolida como o maior partido
encerram as comemorações. n de esquerda do Brasil. n
Manual das Cidades Feira do Livro dente nacional do PSB, Carlos Siquei-
ra, destacou a vitalidade e o conteúdo
A FJM lança os dois manuais para pre- A FJM organizou um stand na 32ª da publicação. “Quando pensamos a
feitos eleitos. Mais de 700 novos pre- Feira do Livro em Brasília. No espaço, criação da Revista Politika, foi com
feitos e vice-prefeitos têm à disposição que contou com a presença de várias o intuito de oferecer uma publicação
outras duas publicações atualizadas, lideranças socialistas e de autores e com conteúdo denso e temas que nos
que mostram a maneira correta das visitantes da Feira, livros e cartilhas se tiram do lugar comum e nos fazem
prefeituras terem acesso a recursos somaram a veiculação de vídeos. Fo- refletir sobre os caminhos a trilhar e
públicos. “Captação de Recursos: o ram realizados os lançamentos de pu- propor. Estou feliz e cada vez mais
que os municípios precisam saber?”, blicações literárias da Fundação, como interessado nos rumos da Politika”,
apresenta informações úteis que fa- o livro “O Estado Presente”, do presi- pontua Carlos Siqueira. n
cilitam a entrada de novos recursos dente da FJM, Renato Casagrande. n
para investimentos, qualificação pro-
fissional e programas sociais. n Revista Politika
Já está disponível o quarto número
da Revista Politika, editada pela FJM.
Nesta edição o tema abordado é
“Sustentabilidade” com oito ensaios
inéditos, atuais e provocantes
que estimulam a capacidade
do leitor em entrar, debater e
se aprofundar no mais importante
assunto para sobrevivência da raça
humana. A revista está disponível
impressa ou no site www.fjmanga-
beira.org.br nas versão português,
inglês e espanhol. São especialistas
que tratam de diferentes ambientes
Manual das que se relacionam em objetivos para
Cidades 2 preservação da vida no planeta. Du-
rante o lançamento nacional, no Rio
As prefeituras administradas pelo PSB
de Janeiro, mais de 500 pessoas,
também vão contar com o manual “Ela-
compareceram a cerimonia. O presi-
boração Projetos: o que os municípios
precisam fazer?”. O manual atualiza-
do, pretende facilitar os detentores de
mandatos e suas equipes na elaboração
dos projetos. O principal objetivo do
manual é a adequação a burocracia
pública, evitar o retrabalho e perda
de prazos. OS dois manuais lançados
também estão disponíveis no site www.
fjmangabeira.org.br n
1916 - 20 1 6
boletimconjuntura rasil 5
NOVEMBRO 2016| n.5
B
Visite a linha do tempo e conheça a vida e a trajetória do líder socialista.
WWW.FJMANGABEIRA.ORG.BR/MIGUELARRAES100ANOS
Previdência Social
"Nunca me preocupei com rótulos. O rótulo de radical, ou o de conciliador, não tem nenhum O BRASIL PRECISA DE UMA ALTERNATIVA
sentido para mim, como não tinha sentido me chamarem de comunista no passado. O que
importa é a prática política; o que importa são os posicionamentos que se toma ao lado de
determinadas camadas sociais em defesa de teses que interessam à nação como um todo".