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META
Explorar a trajetória histórica de como os sistemas sociais organizaram o trabalho
produtivo e destacar como a as ações de produção e de manutenção se relacionam
com organização em geral.
OBJETIVOS
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. Descrever a função manutenção como uma função que se integra aos
processos produtivos em apoio à criação de valores e à organização da
aprendizagem
2. Apresentar elementos da evolução do pensamento administrativo que
fundamentam a organização de sistemas produtivos modernos
1. INTRODUÇÃO
1
Esta abordagem conceitual é de natureza crítica e filosófica e, foi e será
usada como um estímulo para desenvolver sua própria forma de buscar as
bases conceituais para organizar suas representações e construir as
representações mais adequadas às organizações em que vive e onde
atuará como profissional, na gestão da manutenção ou em outra atividade.
Além disto, tudo que você pensa, mesmo antes de comunicar a alguém ou
fazer acontecer, também lhe ensina, e este produto, puramente mental,
alguns autores chamam de “mentefato”, em analogia ao artefato. Um
projeto nasce sempre como “mentefato”, antes de se tornar artefato.
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comportem conforme suas expectativas, quando testadas no mundo da
vida.
O abrigo de pedra da atividade ao final da Aula1 pode ser um exemplo,
assim como a roda e o genial nó que você aprendeu ainda criança
repetindo uma técnica usada em qualquer fibra ou corda desde épocas
imemoriais por nossos ancestrais. E, à medida que as representações
ficam mais refinadas, as produções e os processos de produção vão se
aperfeiçoando, sempre na direção de maior qualidade, de maior
capacidade de atender as expectativas dos seus produtores e de seus
consumidores.
Tanto as técnicas do homem primitivo, quanto a ciência do século atual
são conjuntos de representações do conhecimento, que se refletem nas
formas de produção, inclusive, da forma de organizar os sistemas sociais.
Por exemplo, a fadiga e a fratura por fadiga não eram conhecidas dos
projetistas de máquinas antes do uso intensivo de componentes
ferroviários na revolução industrial inglesa. Como os trens não eram
projetados considerando-se esses fenômenos, as representações
inadequadas dos fenômenos constituíram, por longo tempo, risco aos
usuários britânicos de trens que, semanalmente, causavam vários
acidentes leves e graves, alguns com mortos, feridos e sempre com
prejuízo material e moral para a sociedade da época.
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Com a indústria naval, durante a Segunda Guerra Mundial, aconteceu algo
semelhante, agora, porém, com o fenômeno da fragilização do aço
submetido a baixas temperaturas. Navios, projetados sem este tipo de
consideração, tiveram seções do casco rompidas e afundaram às dezenas,
quando navegando nas águas frias hemisfério norte, entre os EUA e a
Europa.
O que todos esses fatos têm em comum? São todos eles desafios para a
gestão da manutenção em suas épocas.
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em cada época. E essa dinâmica passa pelos dias atuais e segue em
direção ao futuro, sempre demandando formas de gestão adaptadas para
produção e manutenção. Mas, quando você entra em uma empresa hoje,
não imagine que ela está integralmente do século XX ou no século XXI.
Isto porque, há, em todos os lugares, uma espécie de “cultura resultante”
de todas as experiências anteriores, fazendo com que as organizações
mantenham, convivendo em qualquer tempo, estratégias de ação recentes
com outras muito antigas. Assim como acontece com a nossa linguagem e
nossa cultura em geral. Quando você olha seu celular com GPS e se
posiciona para ver o “nascer” do sol está conectando milênios de história
humana, inclusive, de forma contraditória!
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da produtividade (em nível nacional) e de competitividade (em nível
internacional), jamais alcançados, com previsão de ocorrência de grandes
transformações no sistema capitalista, em particular, no mercado de
trabalho.
6
Primeira Geração (antes de 1940), na qual a principal expectativa era
realizar o conserto após a falha; desenvolvendo uma atitude bastante
reativa;
Uma leitura, que ajuda você a compreender alguns pontos do que foi
descrito, está disponível em um texto com o título “As Relações da
Engenharia da Produção com a Gestão da Manutenção Moderna” de
autoria de autoria de Diego Bruno Rodrigues França e Jordania Louse
Silva Alves.:
http://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/DIEGO%20BRUNO%20-
%20AS%20RELACOES%20DA%20ENGENHARIA%20DE%20PRODUCA
O%20COM%20A%20GESTAO%20DA%20MANUTENCAO%20MODERN
A.pdf
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crescimento, e expansão dos processos de industrialização. Silva (2018)
situa a década de 1870 como o início dessa fase.
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BOX DE REFLEXÃO
Dado ao fato da divulgação do conceito de Indústria 4.0 ser ainda muito
recente, recomendamos que afirmação como essas sejam consideradas
com bastante cautela. Isto por que, por um lado, o conceito busca
encontrar solução ótimas, do ponto de vista lógico e matemático, que
ajudem a ampliar as fronteiras da racionalidade técnica, a um nível de
integração global “mecanicista”; mas por outro lado, considerando-se os
clamores para atuação alinhadas com os princípios e objetivos do
desenvolvimento sustentável, tal missão precisa ainda ser bastante
trabalhada, buscando-se novas interações de Ciência, Tecnologia e
Sociedade, que sustente um equilíbrio socioeconômico e sócio ambiental
dos sistemas sociais ainda não alcançado com a racionalidade dominante
no presente.
Voltaremos a esta questão oportunamente!
FIM
European Parliament. Industry 4.0 Digitalisation for productivity and growth.
Setembro de 2015. Disponível em:
<http://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/BRIE/2015/568337/
EPRS_BRI (2015)568337_ EN.pdf>.
ATIVIDADE
Como preparação para o que seguirá adiante, solicitamos que você faça
uma leitura do artigo a seguir com a finalidade de se familiarizar com a
linguagem e algumas interações de conceitos importantes. Esta atividade
se refere aos objetivos 1 e 2.
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_sto_135_859_18052.p
df
FIM DA ATIVIDADE
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4.0 UMA DEMARCAÇÃO CONVERGENTE
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racionalização, alternativos à visão clássica de administração dominante,
para enfrentar os problemas que ocorriam.
Mas, faltava ainda resolver muitos problemas de flexibilização dos
processos de comunicação interpessoal, que aguardavam o intenso
desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação e da
Informática que viria mais adiante.
Assim, hoje, tem-se a impressão que, naquela época, essa história teria
encontrado um estágio razoável de compreensão para justificar a busca de
harmonia, primeiro entre a produção e a qualidade, e um pouco mais tarde,
com a manutenção; o que refletiria, por exemplo, na realização do intenso
esforço pós-guerra de reconstrução do Japão. Enfim, as três funções que
até então pareciam viver com conflitos frequentes, finalmente haviam
encontrado uma boa oportunidade para resolver o problema de integração
para adaptação dos seus papeis e estreitamento dos seus laços
essenciais.
Mas, não acabava aí, pois após essa experiência, foi preciso intensificar as
reflexões, lá pelos idos dos anos 70, principalmente, para entender o que
acontecia de diferente entre os comportamentos interculturais e
multiculturais. Por exemplo, a comparação entre a cultura do Japão e dos
países ocidentais, com respeito aos resultados diferentes de produtividade
e competitividade que seus sistemas de produção alcançavam.
Em particular, com respeito à forma como o Japão teria se apropriado do
grande potencial de conhecimento de estatística aplicável, não apenas
para controle das rotinas operacionais, mas, também, para resolução de
problemas mais complexos como os de aplicação a estudos de
confiabilidade e nos projetos de delineamento de experimentos, dentre
outros.
Interessante notar que as próprias forças armadas americanas haviam
contribuído bastante com o desenvolvimento teórico nessa área de
conhecimento durante a guerra, pois, por exemplo, elas próprias
desenvolveram seus próprios procedimentos de inspeção por amostragem
e publicaram também normas para o emprego do Controle Estatístico de
Processos. Ambos com procedimentos para aplicação, na busca de
soluções para seus problemas de controle da qualidade de produtos e
processos de manufaturados. A transferência desse conhecimento fez
parte dos programas de ajuda à reconstrução do Japão. Mas, o maior
sucesso japonês na adoção prática das técnicas comparado aos dos
países ocidentais, em particular, os EUA, só seria explicado, mais tarde,
envolvendo diferenças culturais.
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que avançou rapidamente, em mão dupla: do Japão para os países
ocidentais e em sentido oposto.
Mas, em meio a tanta mecanização invadindo a vida no cotidiano, muitos
sentimentos de desumanização surgiram e continuam surgindo de uma
forma muito semelhante ao que aconteceu em outros períodos de
transformação acelerados, como no início da revolução industrial na
Inglaterra, e precisaram ser enfrentados.
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entre as décadas de 1950 e 1960, uma vez que era marcada pelo
empirismo, pela dispersão e pela superficialidade.
Talcott Parsons faleceu em Munique, na Alemanha, durante uma viagem,
no dia 08 de maio de 1979
Fim
Extraído de https://www.ebiografia.com/talcott_parsons/
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INSTRUMENTAL CONSUMATÓRIO
“G” Instrumentalização de objetivos
EXTERIOR “A” Adaptação (ADAPTATION)
(GOAL ATTEINMENT
“L” Manutenção das estruturas latentes
INTERIOR “I” Integração (INTEGRATION)
(LATENTE PATTERN MAINTENANCE)
REALIDADE
ÚLTIMA
A.G.I.L.
FÍSICO
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O esquema AGIL tem ainda o objetivo de fazer a distinção entre os
requisitos de organização interna do sistema social e do seu
relacionamento com a sociedade (sistema social mais amplo) e fazer a
distinção entre os elementos de “consumação” dos “instrumentais” no nível
mais interno de relacionamento mais imediatos. O primeiro, “preocupado
com atividades focalizadas em alcançar fins, e o último, focalizado na
aquisição e incorporação de meios”. Cada “problema funcional, dentro do
esquema AGIL, refere se aos princípios implicados em todos os níveis dos
sistemas de ação, a partir do ato unitário” (Ibid., p.108).
Parsons importou analogias cibernéticas da biologia para explicação
das funções primárias de controle do sistema cultural sobre a ação social.
De acordo com o modelo, os fornecimentos de energia e de informação
(de quaisquer naturezas) são elementos centrais para o funcionamento e
controle do sistema. Os fatores que condicionam as ações são os que
fornecem energia, e aqueles que as controlam são os que fornecem
informações. O sistema social é desdobrado em quatro subsistemas, a
saber: sistema social, sistema cultural, sistema personalidade e sistema
organismo.
O sistema organismo é o fornecedor de energia para o sistema
personalidade, o qual, em troca, fornece energia para o sistema social,
que, ao se organizar em papéis-status, fornece as condições energéticas
ao sistema cultural. Invertendo, a cultura fornece orientações de valores
como informações para o sistema social que os organiza em normas,
controlando os papéis desempenhados pelos atores, os quais fornecem o
controle das informações sobre as motivações de tomada de decisão dos
processos da personalidade, e, em troca, realizam o controle das
informações sobre os processos neurológicos e psicológicos no
comportamento do organismo (HAMILTON, 1983, p.123).
As analogias cibernéticas adotam o esquema AGIL como referência.
De acordo com o funcionalismo, os indivíduos desenvolvem expectativas
estáveis a respeito do comportamento dos outros com base no sistema
geral de valores, básico para qualquer sociedade; inversamente, é
esperado que os outros possam ter suas expectativas atendidas,
exercendo suas obrigações em troca dos direitos inerentes aos seus
papéis. Dessa forma, o comportamento social permanece previsível e a
sociedade persiste nele, mesmo mudando os seus membros. Como as
organizações e as sociedades são vistas como sistemas, a primeira coisa
a ser feita é a definição dos valores e dos objetivos. Desse modo,
prescritivo, Parsons entende a organização como “um sistema social
organizado para atingir um tipo particular de objetivo” (Ibid., p.123 ) e
manter o sistema dominante de valores e os padrões de configuração onde
ela está inserida.
Os requisitos de atendimento de objetivos e integração estão ligados à
eficiência da organização, enquanto a latência e manutenção, à sua
estabilidade. Em particular, a organização, vista como sub sistema do
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sistema social, encontra estabilidade em relação ao seu ambiente através
dos processos de: adaptação (obtenção de recursos como terra, trabalho e
capital); operação (uso dos recursos); coordenação (uso das motivações
que os indivíduos trazem para os seus papéis, para servirem aos objetivos
da organização). Em troca, a estabilidade da organização e o alcance de
objetivos contribuem para a estabilidade e alcance dos objetivos da
sociedade geral (Ibid., p.123).
As mudanças podem surgir de duas formas – de fora para dentro
(exógena) ou de dentro para fora (endógena) – e tendem a apontar um
desequilíbrio, havendo necessidade de esforços para reorganização. O
“esforço” é considerado como “uma tendência ao desequilíbrio no
balanceamento entre entrada saída, entre duas ou mais unidades do
sistema. Tipicamente, surge quando se dá muita atenção à eficiência
(adaptação ou atendimento de objetivos) ou à estabilidade (integração ou
latência). A fonte de qualquer instabilidade surge no ambiente, em
particular no sistema de valores central da sociedade. “A reação da
organização à força (exógena ou endógena) é de ajustar-se e de adaptar-
se na direção de um novo tipo de estabilidade ou num novo arranjo para
buscar a máxima efetividade: postulado do equilíbrio dinâmico” (Ibid.,124).
Dessa forma, a eficiência e o equilíbrio tornam se os fatores centrais
associados ao desempenho no funcionalismo e o “tom” de harmonia é
dado pela intenção de maximização da efetividade na soma das eficiências
das partes do sistema, compreendendo se efetividade como combinação
de estabilidade e eficiência.
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em cinco tipos de funções, observáveis em diferentes delimitações de
unidades organizacionais:
Funções de produção
Funções de manutenção
Podem ser vistas como funções que permitem que uma organização
mantenha seus departamentos/divisões [unidades organizacionais] em
operação [departamentos/divisões/seções vistos como unidades
operacionais]. Incluem pessoal, para recrutar e treinar funcionários e
aprimorar seus conhecimentos; engenharia, para reparar maquinário
quebrado; e serviços de limpeza, para manter o ambiente de trabalho
seguro e saudável, [dentre outros serviços].
Em termos gerais, a sobrevivência de uma organização, depende dela
alcançar e manter-se em um estado de equilíbrio complexo em um
ambiente com flutuação frequente de materiais físicos, biológicos e sociais,
além de vários fatores e tensões que demandam controles para
reajustamento de processos internos à organização.
Funções administrativas
Função de Integração
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Chama-se integração ao processo de coordenar várias tarefas, funções e
divisões para o planejamento, controle das organizações do trabalho
conjunto, e não com propósitos cruzados. (p. 80).
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indústria. Em adição a essas funções, indica, também, as interfaces com
as funções comercial, de direção e pessoal que ajudam a perceber as
necessidades de interação com outras funções de gestão. Com respeito à
importância atribuída à manutenção, ele faz comparação com a produção,
considerando que a produção é o objetivo evidente e prioritário da
empresa e a manutenção é uma ajuda. Na representação não há distinção
de função qualidade.
Mais recentemente, o autor apresentou uma profunda revisão da obra na
qual buscou apresentar uma nova abordagem de organização e métodos
de manutenção, amplamente alinhada às diretrizes da União Europeia
orientadas ao desenvolvimento sustentável. Neste ponto, cumpre
esclarecer que, quando se usa a distinção entre as naturezas das
organizações de manufatura e de serviços, esta carece da escolha de um
outro termo a ser sobreposto aos termos produto e serviço para melhor
esclarecimento.
Nesta disciplina, consideram-se duas escolhas bastante relevantes, que
constam da literatura especializada.
A primeira, apresentada por Joseph Juran (1997). O autor opta por
escolher o próprio termo produto para fazer essa superposição e enuncia:
“Produto é a saída de qualquer processo [...] Consiste principalmente em
bens, ‘softwares’ e serviços.
Bens são coisas físicas [....]
‘Softwares’ tem mais de um significado. Um dos principais [...] é o de
programa para computadores. Outro principal sentido é informação de um
modo geral [...].
Serviço é trabalho desempenhado para outra pessoa [...].”
Definição de Manutenção
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“Nota: “A manutenção pode incluir uma modificação do item”.
Concluindo, você pode pensar que ITEM seja PRODUTO, da forma como
foi definida em Juran (1997), o que facilita sobremaneira pensar as
distinções nas organizações funcionais, ora pensando nelas, por exemplo,
como “produtos” ou “processos” ou ainda com conjuntos de “operações” ou
“processos” interrelacionados na busca de produção de sentidos nos
relacionamentos.
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Comum a todas as concepções instrumentais é o fato de que a base lógica
das ações organizacionais é atribuída aos papéis dos gestores, a quem
cabe cuidar de assegurar a manutenção do comportamento racional.
Ao contrário, do comportamento lógico, que cabe aos gestores assegurar,
aqueles que agem se opondo a tal lógica tendem a ser acusados de
irracionalidade, ou de estarem agindo sob uma “lógica de sentimento” que
se caracteriza como inadequada, em razão de destoarem dos
compromissos com a eficiência que lhes são cobrados em seu papeis
sociais.
Cabe, então, aos gerentes restabelecer a ordem para assegurar o
equilíbrio do sistema. É, nesse contexto, que tanto um modelo geral de
julgamento e controle das ações operacionais e processos de
transformação de entradas em saídas quanto das ações administrativas
deveriam ser baseados em cálculos da eficiência.
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BOX DE ESCLARECIMENTO
FIM DO BOX
Alerta!
No caso da EP, a assimilação do “papel de engenharia social de
administração” é plenamente estimulada, não somente porque faz parte da
própria descrição do perfil profissional projetado para todas as
modalidades de engenharia, mas porque a EP é amplamente reconhecida
pelo histórico de dedicação à causa. Retorne ao site da ABEPRO (Abepro,
2019) e veja como esta afirmação se reflete nas diretrizes para
estruturação do curso.
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Tavistock em Londres, nos anos 40, adotando, a princípio, um modelo
“mecanicista” de análise do equilíbrio do comportamento industrial. A partir
da metade dos anos 50, os estudos sociotécnicos do Instituto foram
dominados pela doutrina da teoria de sistemas abertos, considerando os
sistemas social e técnico como interdependentes (HASSARD,1993, p.38).
A sociotécnica argui que é de pouca valia “teorizar o sistema social isolado
da tecnologia, e a performance é dependente do grau de adequação entre
os dois (...). A tecnologia age como uma limitação nos projetos de trabalho”
(BURNES, 1996).
De acordo com BURNES (1996), “desde 1950 a maior parte dos países
europeus iniciaram alguns programas de ‘humanização do trabalho’
oficialmente financiados” com base nos conceitos da sociotécnica, sendo a
Noruega e Suécia os que mais avançaram, em decorrência das suas
“tradições de cooperação industrial e democracia”, apoiando seus
programas “em termos de financiamento e amparo legal”.
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9.0 A TEORIA DA CONTINGÊNCIA
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(CHIAVENATO, 2000) apresentavam se como exemplos bem sucedidos
de “tecnologia de regulação”, dentro do que tem sido chamado “tecnologia
comportamental”.
Na época, afirmavam Thompson e McHugh (1995), que tal herança estava
servindo de apoio para substituir modelos e teorias administrativos,
considerados impraticáveis, por novas propostas de DO. Os novos
padrões organizacionais deveriam focalizar as interações das ações
humanas com recursos materiais e informacionais de uma maneira mais
efetiva, entendendo-se que a efetividade, no uso de recursos deveria ser
traduzida em termos da associação de indicadores de eficiência e eficácia.
Nesse particular, o desdobramento de objetivos organizacionais, desde o
nível estratégico de gestão, associado a expectativas de realização de
performances operacionais, de vários tipos, passou a ser visto com mais
clareza e com mais simplicidade, ao ser traduzido - empiricamente - num
“simples exercício de desdobramento de objetivos estratégicos” aos níveis
de decisão inferiores, tendo se a crença de que “organização da
aprendizagem surgiria”, nesse processo de desdobramento, e orientaria
não somente a manutenção da rotina operacional como também a
realização de melhorias no todo do sistema produtivo.
Esta abordagem, hoje em dia, você identifica como uma das principais
“lógicas organizacionais” difundidas para uso instrumental nos processos
de organização do trabalho. Acontece, que hoje, há plena consciência do
caráter transdisciplinar manifestado pela gestão da manutenção, tanto em
desenvolvimentos teóricos quanto em aplicações práticas mais complexas,
que surgiram mais recentemente.
Na busca de integração de aspectos reverenciados tanto na cultura
japonesa quanto na cultura ocidental, decorreu que as configurações das
performances a serem perseguidas, seriam fundamentais tanto ao nível da
competição nacional, baseada na melhoria de indicadores de
produtividade, quanto na internacional baseada em indicadores de
competitividade (Costa Marques, 1998).
Perseguir tais critérios, se tornaria a “chave de sucesso” para a
operacionalização de conceitos como os de Redes Totais de Suprimento e
Gestão da Cadeia de Suprimentos, dentre outros que revolucionaram as
visões de organização do trabalho não só nos campos de estudos da
Engenharia de Produção como nos de outras engenharias, da Economia e
da Administração Geral, dentre outros.
Depois, com rápida expansão e disponibilização das Tecnologias de
Informação e Comunicação mais recentes que vem modificando,
radicalmente, os modelos de organização do trabalho nos tempos atuais. É
mais que perceptível, embora pouco esclarecido para praticamente todas
as sociedades, que essas tecnologias operam na nossa vida fazendo a
mediação permanente das interfaces entre os ambientes virtuais e reais
das operações e processos que utilizam os recursos computacionais de
muitos tipos.
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Nos contextos operacionais dos trabalhos de engenharia e, praticamente
influenciando todos os demais setores das atividades profissionais, pode
ser dado destaque aos serviços modernos de automação, vigilância e
controles administrativos diversos que dependem de facilidades instaladas
em diferentes ambientes de convívio social.
Tal demanda, constitui um dos maiores desafios para organização do
trabalho de manutenção nas organizações, de uma forma intensiva em
produção e uso de informação e conhecimento que não pode mais ser
compreendida sem o apoio de uma perspectiva de visão sistêmica
holística.
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Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico
Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_sto_135_859_18052.p
df
MARQUES, I. C. “O Brasil e a abertura dos mercados: o trabalho em
questão”. Organização de Cláudio Salvador Dedecca. São Paulo:
Associação Brasileira de Estudos do Trabalho/ABET, (Coleção ABU -
Mercado de Trabalho, Vol.10) 1998.
MONCHY, François. A função manutenção: formação para a gerência da
manutenção industrial. São Paulo: EBRAS, 1989. 424p, il. (Série
tecnologias).
THOMPSON, P.; McHUGH, D. Work organisations: a critical introduction.
2nd. Edition. London: Macmillian Business, 1995.
WATSON, T. J.. Sociology work and industry. 3a. Edição. Londres:
Routled, 1995.
SILVA, E. P.. A transição da manutenção industrial para o modelo do novo
paradigma da indústria 4.0 / Edson Pereira da Silva. - 2018. Dissertação de
Mestrado Apresentada ao Programa de Pósgraduação em Engenharia de
Produção da Universidade Paulista, São Paulo, 2018.
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