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TAREFA: Pesquisa sobre História da Contabilidade

Pesquisar sobre a história da contabilidade, pode ser um relato de história de vida, um evento
histórico noticiado em jornais e revistas, trabalhos acadêmicos que discutem o tema, e ou
outros meios.

BREVE HISTÓRIO E COMENTÁRIO SOBRE A FALÊNCIA DA EMPRESA ENRON

Um dos Acontecimentos mais notórios da História da Contabilidade atual foi o caso que
deu origem a Lei Sarbanes-Oxley, a história da falência da empresa Enron de 2001, que levou
consigo uma das maiores empresas de auditoria do mundo: a Arthur Andersen. Os
administradores, da então sétima maior companhia dos EUA, fugiram com bilhões de dólares
e deixaram para trás investidores e colaboradores em prejuízo. A Enron, situada no Texas, era
uma corporação do ramo de petróleo e gás natural americana, e empregava em média 21 mil
pessoas e foi alvo de diversas denúncias de fraude contábil e encerrou suas atividades com uma
dívida de 13 bilhões de dólares. O problema central foi a manipulação de dados contábeis para
encobrir a dívida gigantesca da empresa. Por esse destaque, escolho esse tema para discorrer
como parte do desenvolvimento pedagógico da disciplina Introdução a Teoria da Contabilidade,
do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Londrina. Este trabalho foi
baseado em pesquisas bibliográficas, sites especializados referenciados no rodapé, e no filme
Enron: os mais espertos da sala1, documentário baseado em um best-seller escrito por Bethany
McLean e Peter Elkind. O filme apresenta um estudo sobre um dos maiores escândalos no
mundo corporativo norte-americano.

1
https://youtu.be/5DKwOJKHgJM
As ações de uma das maiores empresas americanas da época, a Enron despencaram em
2001, mas o caso começou a mais tempo2. O ponto crítico foi em outubro de 2001 quando a
empresa publicou um prejuízo de mais de US$ 600 milhões diminuindo seu patrimônio líquido
em US$1.2 bilhões, quando suspeitou-se de uma manobra contábil fraudulenta, encoberta pelos
auditores da Arthur Andersen. Auditores, Contadores e gestores da Enron utilizaram-se de
empresas coligadas e controladas para inflar seu resultado. Através das SPE´s (Special Purpose
Entities), empresa transferia passivos, camuflava despesas, alavancava empréstimos, leasings,
securitizações e montava arriscadas operações com derivativos. Contabilmente usavam o
contabilizar de participações em outras empresas nas demonstrações contábeis. Lançavam esta
participação como um investimento no ativo e através da consolidação, onde os ativos e
passivos da coligada/controlada são somados aos da controladora. No momento que as
empresas do grupo foram consolidadas no exercício findo no 3° trimestre de 2001, o balanço
da Enron foi ajustado em US$ 586 milhões com despesas. De acordo com as normas contábeis
americanas (GAAP- General Accepted Accounting Principles), o uso de SPE´s é autêntico e
sua consolidação não é regra. A FASB (Financial Accounting Standards Board) exige
consolidação de uma SPE apenas no balanço de sua controladora. A Enron utilizou
participações cruzadas e minoritários para diluir sua participação e com isso desenquadrar suas
SPE´s da obrigatoriedade da consolidação. Ou seja, ela era a controladora indiretamente. Na
realidade, a Enron utilizou a legislação para camuflar seu resultado. Houve manobras contábeis
e falta de transparência o qual fere uma importante característica qualitativa fundamental da
contabilidade, (CPC 00, QC123), a representação fidedigna:

QC12. Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômico em


palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que
representar um fenômeno relevante, mas tem também que representar com
fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para ser representação
perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que

2Foram cerca de US$96 milhões no exercício de 1997, US$113 milhões no exercício de 1998, US$250 milhões no exercício
de 1999, US$132 milhões no exercício de 2000. Também aumentarão as dívidas da empresa em torno de US$711 milhões no
exercício de 1997, US$561 no exercício de 1998, US$628 milhões no exercício de 1999, US$685 milhões no exercício de
2000. Houve também uma reclassificação de US$1.2 bilhões em shareholders equity. (Schmitt, Cecília. Entenda o Caso Enron,
2002. Acessado em 13 de abril de 2019: http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/artigos/schmitt1.htm.)

3
Acessado em 13 de abril em http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
ser completa, neutra e livre de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável.
O objetivo é maximizar referidos atributos na extensão que seja possível.

Tal acontecimento foi absolutamente relevante para a História da Contabilidade por


envolver uma empresa da área contábil de extrema importância na época. Opiniões quanto à
forma como a fraude se desenvolveu foram unânimes ao afirmar que o esquema fraudulento
girava em torno de manobras contábeis, apoiadas pela consultoria e auditoria da empresa, a fim
de mascarar a real situação da corporação. Essas manobras foram influenciadas pela ganância
dos gestores em majorarem seus lucros - as corporações normalmente vinculam a remuneração
dos seus gestores aos resultados obtidos em benefício delas, como uma espécie de participação
nos resultados - certamente foi o que aconteceu com Kenneth Lay, um dos fundadores e CEO
da “Enron”. Lay reuniu mais de 200 milhões de dólares em ações nos últimos quatro anos,
vendidas antes que o escândalo estourasse e transformasse em pó o fundo de pensão de mais de
20 mil funcionários da empresa”4. A atitude de Kenneth serve para ilustrar o quão temerosa
pode ser a prática de atribuir aos administradores, acomunados com os contadores, controllers
e afins, lucros com base no resultado das empresas - o que levou o mercado americano a
reivindicar ao governo que os salários e remunerações dos executivos sejam definidos,
evitando, assim, a ocultação de resultados com o objetivo de aumentar seus rendimentos.

No caso da Enron, a auditoria responsável pelos balanços era a Arthut Andersen, há


quase 10 anos. Essa empresa também prestava consultoria à Enron, atividades essas, que são
consideradas incompatíveis de serem realizadas pela mesma empresa. Através desse
acontecimento pode-se repensar os aspectos éticos que envolvem as empresas, seus
administradores e contadores. Certamente, é indiscutível a ideia da necessidade de uma prática
transparente nas empresas. Na época, a pergunta foi: “como tudo chegou a esse ponto”? A
resposta certamente foi: por muitos anos balancetes eram maquiados e apresentavam prejuízos
enxugados e lucros exorbitantes. Não existe mágica contábil, o que existem, são os
indicadores, demonstrativos de resultados e um fluxo de caixa que mostram para onde uma
empresa está caminhando.

O caso da Enron foi apenas um entre diversos outros que ocorreram na época, o que
forçou os Estados Unidos a tomarem algumas ações concretas. Dentre elas, estava a criação de

4
EXAME. São Paulo: Abril, ed. 759, n. 3, fev. 2002. p. 10
um mecanismo que transmitisse confiança e assegurasse a responsabilidade corporativa das
organizações com seus investidores e acionistas. Assim, surgiu a lei Sarbanes-Oxley5.

Segundo Rover6 (2006, apud Gelatti, Cristiane; Meneghetti, Daniela e Silva, Tania,
2010) “as empresas brasileiras atuam no mercado norte-americano com o objetivo de fazer uma
análise do processo de adequação dessas empresas a Lei Sarbanes Oxley. As empresas
brasileiras sujeitas a Sarbanes Oxley influenciaram o mercado local, de forma que outras
empresas brasileiras, mesmo não tendo ações negociadas na bolsa de valores norte-americanas
sintam-se pressionadas a adotar medidas similares a SOX.” Isto é positivo para o Mercado
brasileiro corporativo. Os dados analisados nesse trabalho, da mesma forma, demonstram que
as empresas que adotam práticas de Governança Corporativa diferenciada e comprometimento
com desenvolvimento sustentável. Tais boas práticas apresentam melhora de imagem da
empresa frente a investidores e consumidores, maior facilidade nos processos internos e gestão
profissional e transparente, acrescentando valor à companhia e reputação aos gestores e
contadores.

5 Também conhecida como Lei Sarbanes-Oxley, a SOx foi sancionada em 2002 pelo Congresso dos Estados Unidos
para proteger investidores e demais stakeholders dos erros das escriturações contábeis e práticas fraudulentas. A lei surgiu
como resposta a uma série de escândalos financeiros que atingiram empresas como Xerox, Enron, Tyco, WorldCom, etc. A
Lei Sarbanes-Oxley foi elaborada pelos congressistas Paul Sarbanes e Michel Oxley e visa aprimorar a governança
corporativa e a prestação de contas (informações sobre receitas, despesas, balanço patrimonial e total de ativos e passivos). Em
outras palavras, o objetivo da SOx é o de identificar, combater e prevenir fraudes que impactam no desempenho financeiro das
organizações, garantindo o compliance. Todas as empresas, sejam americanas ou não, com ações na SEC (Securities and
Exchange Comission, o que equivale a nossa CVM) devem seguir as definições da SOx. eletrônicas, devem ser salvos por não
menos de cinco anos. As consequências para o não cumprimento do ato variam desde multas até prisão. Acessado em 13 de
abril as 22h19 em https://www.treasy.com.br/blog/sox-lei-sarbanes-oxley/#O-que-e-SOx

6
Análise das empresas brasileiras a Lei Sarbanes Oxley”. Revista Brasileira de Contabilidade – ANO XXXIX n 186 –
Novembro/Dezembro de 2010, p. 77-78

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