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Lesões
Musculoesqueléticas
PLANO DE ESTUDOS
Lesões musculoesqueléticas
Lesões na coluna em membros superiores
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
UNIDADE 5 125
Dentre as lesões em atividades físicas, causadas
por movimentos repetitivos, a tendinite (Figura
2) é uma das mais comuns. Essa situação ocorre,
devido à irritação e inflamação do tendão, du-
rante a atividade muscular (contração muscular).
A tendinite causa dor durante a movimentação,
edema, elevação de temperatura local e crepitação
(estalido). É observada aderência, principalmente,
devido à presença de substâncias químicas da in-
flamação no tendão irritado (PRENTICE, 2011).
As contusões causam comprometimento dos
tecidos e dos capilares, provocando dor e edema.
As contusões profundas podem atingir músculos
e ossos, promovendo perda de função. A equimose
é observada por uma coloração púrpuro-azulada
da pele (Figura 3) e persiste por vários dias. Ge-
ralmente, a dor diminui em alguns dias, e a colo-
ração incomum desaparece em algumas semanas
(FLEGEL, 2015). Figura 2 - Tendinite no bíceps braquial
UNIDADE 5 127
Lesões
na Coluna
UNIDADE 5 129
130 Lesões Musculoesqueléticas
Lesões no Tórax
e Abdômen
UNIDADE 5 131
Lesões Musculoesqueléticas
em Membros Superiores
UNIDADE 5 133
Síndrome do Impacto pulso e intensas extensões do cotovelo ou supina-
ção do antebraço. Como sintomas, podemos citar
Qualquer alteração que acomete a estrutura e fun- dor insidiosa ou repentina e/ou sensibilidade no
ção do ombro torna esta articulação alvo de diver- epicôndilo lateral, que se irradia para os músculos
sas afecções; entre estas, a síndrome do impacto extensores, e fica mais acentuada durante os movi-
(SI) é considerada uma das mais comuns. Essa mentos do cotovelo (SBR, 2011, on-line)4.
lesão promove uma síndrome dolorosa do om- Os indivíduos devem receber orientações para
bro, geralmente, associada a microtraumatismos, fazer repouso, evitar os movimentos repetitivos,
degeneração, diminuição de força muscular e ten- tanto nas práticas esportivas como nas atividades
dinite do manguito rotador (METZKER, 2010). laborais e podem fazer uso de bolsas e compressas
A SI é de caráter crônico, e o sintoma de dor é de gelo.
desencadeado pela compressão do manguito ro-
tador no arco coracoacromial. Há bursite crônica
e lesão parcial ou completa do tendão supraespi- Epicondilite Medial
nhal (SBOT, 2011).
As recomendações para indivíduos que apre- Entre as lesões na região do cotovelo, a epicon-
sentam SI são: repouso para alívio dos sintomas, dilite medial ou “cotovelo de golfista” é uma das
modificação das atividades físicas e procurar aten- mais comuns. A epicondilite medial acomete os
dimento médico especializado. tendões flexores do antebraço (Figura 11).
Os golfistas podem ser vítimas dessa lesão,
porém diversas atividades que exigem o uso
Epicondilite Lateral excessivo dos músculos e tendões do antebraço
podem causar esse tipo de epicondilite, como os
A epicondilite lateral, também denominada movimentos de arremesso.
“cotovelo do tenista”, é uma lesão degenerativa Os sintomas da lesão são associados à degene-
que ocorre nos tendões extensores na região do ração do tendão, devido aos microtraumas repeti-
epicôndilo lateral (Figura 10). Na epicondilite, tivos, apoptose celular e morte celular. Também é
é observada tendinose, resposta fibroblástica e caracterizada pela proliferação de fibroblastos, pre-
vascular, as quais caracterizam a degeneração. sença de colágeno desorganizado e vascularização
Além da associação com a prática do tênis, pode pouco funcional (TOSTI; JENNINGS; SEWARDS,
ocorrer em outras situações. Essa lesão inicia com 2013; GOSENS et al., 2011). A dor e sensibilidade
microlesões na origem do músculo extensor do na região interna do cotovelo podem aparecer de
antebraço, sendo que o comprometimento do ten- forma súbita ou gradualmente. O indivíduo pode
dão extensor radial curto do carpo é mais comum apresentar fraqueza nas mãos e pulsos, rigidez ar-
(COHEN; MOTTA FILHO, 2012). ticular e parestesia até a região dos dedos.
Apesar de ser chamada de epicondilite, essa de- As recomendações para os casos de epicondi-
nominação não reflete a realidade fisiopatológica lite medial são as mesmas que para a lesão medial,
dessa lesão, pois não foram encontradas evidências ou seja, evitar as atividades que causam estresse
de processo inflamatório. As atividades que podem repetitivo ao cotovelo e utilizar compressas de
causar a epicondilite lateral são as que exigem im- gelo (WALKER, 2010).
UNIDADE 5 135
Lesões Musculoesqueléticas
em Membros Inferiores
Pubalgia
UNIDADE 5 137
Síndrome Femoropatelar
A síndrome femoropatelar é caracterizada por Segundo Walker (2010), indivíduos que apre-
dor difusa retro ou peripatelar, tipicamente sentam aumento do ângulo Q, fraqueza ou en-
agravada pelas subidas e descidas de escadas, curtamento do quadríceps e luxações crônicas
ao realizar agachamentos, ou permanecer du- da patela, que realizam movimentos incorretos na
rante muito tempo na posição sentada. Alguns corrida, utilizam calçados inadequados e praticam
fatores podem predispor essa lesão, como as al- esportes que exigem saltos podem apresentar esse
terações/anomalias ósseas; desalinhamento do tipo de lesão.
membro inferior e os desequilíbrios dos múscu- Para esses casos, é indicada a utilização de gelo
los, tendões e dos tecidos moles periarticulares sobre o local, repouso ou diminuição da intensi-
(ROQUE et al., 2012). dade e duração dos movimentos.
UNIDADE 5 139
Fascite Plantar Transporte das Vítimas
A fascite plantar é caracterizada pela irritação e in- As vítimas em situação de emergência, geralmen-
flamação da fáscia plantar em decorrência de es- te, são transportadas pela equipe dos serviços
tresse excessivo nessa região. A fáscia se estende da médicos de urgência. No entanto, se houver ne-
base do calcâneo até a planta do pé. A inflamação cessidade de você responsabilizar-se pelo trans-
dá-se, principalmente, por conta do estiramento porte, verifique cada situação. A movimentação
excessivo da fáscia plantar (Figura 17). da vítima está indicada apenas se houver perigo
Como causas deste tipo de lesão, podemos ci- imediato, como nos casos de incêndio, choque
tar: o encurtamento dos músculos do tríceps sural, elétrico, acidentes no trânsito e situações nas quais
o impacto sobre a região, a utilização de calçados não podem ser realizados os primeiros socorros,
impróprios para a prática esportiva, as alterações no devido à localização ou posição da vítima. Con-
arco plantar, o uso excessivo e a hiperpronação. Os tudo, nos casos em que o indivíduo não apresenta
indivíduos apresentam dor na região do calcâneo, risco de morte, o transporte pode ser realizado
que fica acentuada após a realização de um exer- tomando cuidado para não movimentar o local
cício ou ao levantar-se após repouso prolongado da lesão para evitar maior comprometimento e
(WALKER, 2010). dor. Nas figuras a seguir, pode ser observado o
Os procedimentos indicados são: arrastamento pelo lençol ou cobertor, transporte
• Fazer repouso e evitar atividades que desen- na maca, rolamento em bloco e transporte por 3
cadeiam a dor. pessoas, auxílio com 1 pessoa, carregamento no
• Utilizar calçados adequados, com amorte- colo, carregamento em cadeira, carregamento tipo
cimento. mochila e carregamento tipo cadeira.
• Evitar andar sem calçados em superfícies
rígidas.
• Utilizar compressas de gelo.
• Se persistirem os sintomas, encaminhar para
atendimento especializado.
Plantar fasciitis
UNIDADE 5 141
Caro(a) aluno(a), as lesões são acometimentos realizar orientações pertinentes à sua queixa e
indesejáveis e desagradáveis na vida dos indiví- prestar os primeiros socorros.
duos; tanto durante a prática de atividades físicas Infelizmente, os que se esforçam acima do limi-
quanto em atividades cotidianas. Conforme ve- te do corpo e não se preocupam com a preparação
rificamos ao longo deste material, essas situações correta e específica, fatalmente, serão vítimas de
podem ser evitadas e prevenidas. lesões. É comum atletas e não atletas vivenciarem
As lesões na coluna podem ser evitadas se con- as lesões, portanto, é necessário levar em conside-
seguirmos prevenir os traumas e os movimentos ração diversos critérios, como a capacidade física,
repetitivos, como a flexão, extensão, torção ou as habilidade e idade para prevenir as lesões.
distensões. No entanto, diante de lesões, é extremamen-
Além disso, qualquer alteração que acome- te relevante utilizar procedimentos e procurar
te a estrutura e função das articulações torna auxílio de outros profissionais da saúde com o
o local alvo de novas lesões musculoesquelé- objetivo de diminuir ou eliminar a dor, restabe-
ticas, seja nos membros superiores seja infe- lecer a mobilidade e a estabilidade, aumentar a
riores. Casos mal tratados ou negligenciados capacidade cardiorrespiratória, a flexibilidade e
promovem microtraumatismos, degeneração a força muscular, por fim, planejar o retorno das
e diminuição de força muscular. Desta forma, atividades cotidianas.
sempre fique atento(a) quando um paciente Lembre de manter-se sempre atualizado sobre
relatar dor, dificuldade de movimentação, fra- estes temas. Aproveite as atividades a seguir para
queza ou parestesia. Nestes casos, é importante testar seus conhecimentos. Até breve!
IV. Essa afecção possui como causa a excessiva frequência de elevações dos
membros superiores somada ao componente de força, como nos saques
e cortadas.
143
2. Na avaliação da lesão, pode-se constatar a natureza do evento e classificá-la em
traumática ou clínica. Avalie as questões a seguir:
144
a) Na primeira imagem, está destacada a espondilólise, e, na segunda, a espon-
dilolistese.
b) Na primeira imagem, está destacada a espondilólise, e, na segunda, a hérnia
de disco.
c) Na primeira imagem, está destacada a hérnia de disco, e, na segunda, a es-
pondilolistese.
d) Na primeira imagem, está destacada a espondilólise, e, na segunda, o osteófito.
e) Na primeira imagem, está destacada a espondilolistese, e, na segunda, a es-
pondilólise.
145
WEB
146
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11
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149
1. A.
2. C.
3. C.
4. E.
5. B.
150
151
CONCLUSÃO
13
Urgências e
Emergências
Cardiovasculares
e Respiratórias
41
Urgências e
Emergências
Metabólicas
e Neurológicas
71
Acidentes e
Lesões em Geral
95
Lesões
Musculoesqueléticas
123
101 Graus de Queimaduras
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
Aspectos Gerais
do Atendimento à
Urgência e Emergência
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
UNIDADE 1 15
Aspectos Legais
e Órgãos Competentes
A principal causa de morte fora dos hospitais é a falta de atendimento e a segunda é o socorro inadequa-
do. As pessoas morrem porque ninguém faz nada ou porque alguém não capacitado resolveu fazer algo.
Fonte: Rocha (2011, p. 9)
UNIDADE 1 17
Urgência
e Emergência
UNIDADE 1 19
Introdução aos
Primeiros Socorros
Segundo a Associação Americana do Coração (AHA, ajuda for prestada por leigos com treinamento
2010), as avaliações e intervenções em primeiros so- nesta área (VALÉRIO, 2010). No entanto, no que
corros podem ser realizadas por uma pessoa presen- concerne, efetivamente, aos procedimentos de
te, com equipamento mínimo ou nenhum. primeiros socorros, destaca-se que, no âmbito dos
Vale ressaltar que há redução da morbidade e locais onde a prática de exercício físico é frequente,
mortalidade, em até 7,5%, em situações de emer- o alcance de seus objetivos depende do preparo
gência pré-hospitalar, mesmo quando a primeira dos profissionais.
UNIDADE 1 21
Preparo do Profissional
de Saúde Frente aos
Quadros de Urgência e/
ou Emergência Médicas
UNIDADE 1 23
Em ambientes de prática de atividades clínicas, é extremamente importante ter à disposi-
ção um kit de primeiros socorros. Além dos dispositivos de barreira citados anteriormente,
este kit deve conter:
Tesoura Estetoscópio
Esfigmomanômetro
GEL
UNIDADE 1 25
Figura 2 - Cadeia de sobrevivência, parada cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH)
Fonte: adaptada de AHA (2010).
UNIDADE 1 27
Figura 5 - Avaliação do pulso carotídeo
Figura 6 - Avaliação do pulso femoral Fonte: adaptada de Pastore et al. (2009; 2016).
Tabela 3 - Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório a partir de 18 anos de idade
UNIDADE 1 29
Caro(a) aluno(a), acesse o link da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial e veja as tabelas de
referência para avaliação da pressão arterial nas páginas 55 a 58. Disponível em: <http://publicacoes.
cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf>.
Fonte: as autoras.
Quanto à classificação para as crianças e ado- Caro(a) aluno(a), ao longo desta unidade, des-
lescentes, são considerados hipertensos quando tacamos o papel importante que o(a) profissional
apresentam PAS e/ou PAD superiores ao per- de saúde possui frente às situações de urgência e
centil (p) 95, conforme idade, sexo e percentil de emergência. Você deve ter se dado conta da sua
altura em, pelo menos, três momentos distintos responsabilidade, acima de tudo, como cidadão,
(MALACHIAS et al., 2016). mas também como profissional diante de lesões ou
Para finalizar as avaliações dos sinais vitais, ve- eventos que coloquem em risco a vida do paciente.
remos os métodos para verificar a temperatura. Neste sentido, buscamos trazer informações
Para isso, você precisa de um termômetro e, inicial- relacionadas à importância que você tem diante
mente, será necessário higienizá-lo com algodão da construção de uma boa relação com o paciente,
e álcool, agitando até que acuse uma temperatura pois ela se configura como o primeiro passo no
igual ou inferior a 35 ºC (95 ºF). Feito isso, seque atendimento de primeiros socorros. O relaciona-
a axila do(a) avaliado(a), posicione corretamente mento interpessoal concreto e efetivo desenvolve
o termômetro na axila, com o braço pressionado o vínculo de confiança e segurança entre os sujei-
contra o corpo, segurando a extremidade opos- tos perante essas situações.
ta ao reservatório (GONÇALVES, 2009). Caso o Em um segundo momento, caro(a) aluno(a),
termômetro não seja digital, aguarde durante cin- existe a necessidade de avaliar corretamente o local
co minutos antes da leitura. A temperatura axilar e as vítimas do acidente ou lesão, garantindo que a
normal é de 36,5 ºC. Na tabela a seguir, pode ser sua segurança esteja preservada, e isso permite o
observada a classificação de estado febril. gerenciamento adequado dessas condições.
Tabela 4 - Classificação de estado febril Desta maneira, buscamos trazer para você os
fatores que interferem no atendimento inicial e os
Subfebril 37 a 37,5 ºC principais equipamentos que podem ser utilizados
Febre baixa 37,5 a 38,5 ºC nessas situações. Adicionalmente, você pode ad-
Febre moderada 38,5 a 39,5 ºC quirir conhecimentos em relação à identificação
Febre alta 39,5 a 40 ºC dos sinais e sintomas que auxiliam na classificação
do evento, possibilitando um atendimento mais
Fonte: adaptada de Gonçalves (2009). rápido e eficaz e sobre as técnicas corretas em re-
Nesta unidade, verificamos os procedimentos lação à verificação dos sinais vitais.
gerais para avaliação da vítima, e estes conheci- Por fim, destacamos que o conhecimento sobre
mentos serão necessários para você compreender primeiros socorros não se resume a esta unidade.
os conteúdos das demais unidades. Ainda há muito para aprender. Bons estudos!
31
3. Você recebe em seu consultório um paciente jovem, do sexo masculino, e antes
do início do atendimento ele sofre uma queda e fica inconsciente, seu primeiro
procedimento será:
a) Realizar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
b) Realizar a manobra de desobstrução das vias aéreas.
c) Avaliar os sinais vitais.
d) Avaliar a responsividade da vítima.
e) Verificar a sua segurança antes de realizar o atendimento.
32
5. O Profissional da Saúde deve estar apto a reconhecer as situações que põem
a vida em risco, assim como os procedimentos de primeiros socorros, pois são
importantes para manter a vítima em melhor condição possível até que se ob-
tenha atendimento médico. Portanto, este profissional tem como objetivo(s),
nos primeiros socorros:
I. Diagnosticar as doenças.
33
LIVRO
WEB
34
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4. D.
5. C.
38
39
40
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
Urgências e Emergências
Cardiovasculares e
Respiratórias
PLANO DE ESTUDOS
Intercorrências do sistema
cardiovascular Afogamentos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Figura 2 - Síncope
UNIDADE 2 43
A lipotimia e a síncope podem ocorrer em decor-
rência de diversas situações. As causas mais co-
muns estão relacionadas à desidratação, à anemia,
à diminuição de fluxo sanguíneo e ao oxigênio
no cérebro, aos traumas na cabeça, aos proble-
mas neurológicos ou devido à hipoglicemia, que,
geralmente, ocorre em indivíduos que não se ali-
mentaram, estão fazendo regimes sem orientação
ou em diabéticos (GONÇALVES, 2009).
Entre estas, a causa mais frequente é a dimi-
nuição da atividade cerebral. Para manter a oxi-
genação no cérebro, o corpo desfalece e mantém
um metabolismo basal, ou seja, realiza a mínima
atividade com o mínimo gasto de energia. Estas
situações podem ocorrer também devido à queda
súbita da pressão arterial (hipotensão) em con-
sequência da dor, emoção intensa, esforço físico,
fobia de ambientes fechados, calor excessivo e ao
ver sangue (MORAES, 2010).
Segundo Gonçalves (2009), os sinais e sinto-
mas destas situações são:
• Sensação de fraqueza.
• Escurecimento da visão.
• Náuseas, vômito.
• Pele fria e pegajosa.
• Pulso rápido e fraco.
• Extremidades dos pés e mãos geladas.
• Extremidades cianóticas (coloração azul-
-arroxeada).
• Afrouxe as roupas.
• Afrouxe as roupas.
Hipertensão Arterial
Sistêmica, Crise Hipertensiva
e Hipotensão
UNIDADE 2 47
Aterosclerose, Doença Arterial Infarto Agudo do Miocárdio
Coronariana (DAC) e Angina (IAM)
Os protocolos para o atendimento de eventos car- A maioria das mortes relacionadas ao IAM ocorre
diovasculares passam por revisões e atualizações, fora dos hospitais e, geralmente, não é assistida pe-
frequentemente. Portanto, você encontrará conteúdo, los profissionais da saúde. Grande parte das vítimas
com os mais recentes consensos e diretrizes disponí- morrem nas primeiras 24 horas após o evento, sen-
veis, para que possa dispor de uma fonte confiável de do 50% na primeira hora por taquiarritmia ventri-
consulta e estudo. Além disso, utilizamos uma pro- cular (PIEGAS et al., 2015; MORAES, 2015). Logo,
posta prática e concisa dos principais assuntos que essa situação deve ser reconhecida rapidamente.
envolvem este tema. Iniciaremos pela aterosclerose. Quando há ativação inflamatória, agregação
A aterosclerose ocorre devido à resposta da pa- plaquetária, vasoconstrição e trombose da coro-
rede arterial a diversos agentes agressores, na qual nária, a oclusão coronariana, por algum tempo,
há deposição de lípides, inflamação e evolução da provocará o infarto. Essa isquemia que ocorre no
placa aterosclerótica (placa de gordura). A ateros- músculo cardíaco e promove injúria ou necrose é
clerose tem início quase concomitante à formação denominada infarto do miocárdio (GONZALEZ
do próprio corpo humano. As lesões iniciais podem et al., 2013).
ser identificadas em fetos de mães com altos níveis Os sintomas são desconforto ou dor opressiva
de colesterol, e em crianças na primeira infância. na região torácica anterior e/ou posterior, com sen-
A evolução das lesões continua até desenvolver o sação de queimação e sufocamento, dor na mandí-
ateroma, em torno da quinta década de vida (MAR- bula, na região cervical, no ombro, nos membros
TINS et al., 2009). Este pode causar obstrução do superiores (geralmente o esquerdo) e no epigástrio.
fluxo sanguíneo e, consequentemente, doença ar- Pode ocorrer parestesia no membro superior (ge-
terial coronariana. ralmente esquerdo) e a vítima, geralmente, apre-
A DAC é considerada a principal causa de óbi- senta sudorese, dispneia e náuseas (SBC, 2013b).
to no mundo. A cada ano, mais de sete milhões de O IAM pode levar a uma parada cardíaca e é
indivíduos morrem em decorrência dessa doença considerado uma das principais causas de PCR. Na
(MORAES, 2015). Há comprometimento do fluxo suspeita de infarto, deve-se chamar o serviço de
sanguíneo nas artérias coronárias e, consequente- emergência e monitorar os sinais vitais. Se o quadro
mente, redução da chegada do oxigênio ao coração evoluir para uma parada cardíaca, realizam-se os
(PINHO et al., 2010). Por conta disto, os indivíduos procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar.
com DAC podem experimentar episódios de angina
(dor ou desconforto na região torácica).
Nestes casos, você deve ligar para o serviço de ur-
gência e recomendar que a pessoa utilize os próprios
medicamentos enquanto aguarda o atendimento.
Essa situação pode progredir para infarto agudo
do miocárdio, acidente vascular cerebral ou morte
súbita, por isso, é extremamente relevante monitorar
os sinais vitais e realizar os procedimentos, confor-
me indicados nos próximos tópicos.
A situação de maior emergência é a parada car- As novas diretrizes internacionais não adicio-
diorrespiratória (PCR) (MORAES, 2015), devido naram muitas modificações no atendimento às
à parada do funcionamento do coração e dos pul- vítimas de PCR, mas enfatizam as compressões
mões, o que resultará em morte caso não sejam torácicas como a chave para o sucesso da res-
realizados os procedimentos de primeiros socorros. suscitação, tendo como principal objetivo mi-
As características da vítima em PCR são: perda da nimizar atrasos na intervenção (GONZALEZ
consciência, gasping (respiração de forma anor- et al., 2013).
mal), ausência da responsividade, perda da respi- Na Unidade 1, abordamos a sequência de
ração e do pulso (SBC, 2013b). procedimentos para realizar o suporte básico de
A taquicardia ventricular sem pulso e a fibrilação vida e a corrente da sobrevivência; agora, você
ventricular são consideradas as principais causas verificará como executar estes procedimentos,
desse evento em ambiente extra-hospitalar (GON- conforme a I Diretriz de Ressuscitação Car-
ZALEZ et al., 2013). As PCRs são mais frequentes diopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de
em adultos, mas também ocorrem em crianças. A Emergência da Sociedade Brasileira de Cardio-
cada minuto, após o evento sem ressuscitação car- logia (GONZALEZ et al., 2013) e as Diretrizes da
diopulmonar (RCP) e desfibrilação, as chances de American Heart Association de 2015 para RCP
sobrevivência da vítima diminuem de 7 a 10%. Por- e ACE (AHA, 2015).
tanto, é extremamente relevante a RCP, pois, quando Após avaliar a responsividade e reconhecer a
realizada, as chances de sobrevida diminui 3 a 4% a PCR (presença de gasping ou ausência de pulso),
cada minuto de PCR (MORAES, 2015). você deverá:
Os protocolos descritos nas diretrizes de Res- • Ligar para o Sistema de Atendimento
suscitação Cardiopulmonar são destinados tanto Móvel de Urgência – SAMU 192 – e estar
aos profissionais da saúde quanto para leigos. No preparado(a) para responder informações
entanto, é importante ficar atento(a), pois livros, ar- sobre local da ocorrência, os sinais e sinto-
tigos e diretrizes mais antigas trazem uma sequência mas da vítima.
diferente de procedimentos para RCP. A recomen- • Solicitar, se disponível no local, um desfi-
dação é utilizar sempre os materiais mais atuais. brilador externo automático.
UNIDADE 2 49
Desfibrilador é um equipamento utilizado no tratamento da fibrilação ventricular e da taquicardia
ventricular sem pulso. O desfibrilador externo automático (DEA) reconhece o ritmo e avisa se o
choque elétrico é recomendado. No entanto, nesse equipamento, a decisão de deflagrar o choque
é dependente do operador.
Para utilizar o DEA, você precisa ligar o aparelho, Em crianças e bebês, o DEA pode ser utilizado
apertando o botão ON - OFF (alguns equipamen- com pás (eletrodos) pediátricas e/ou atenuador de
tos ligam, automaticamente, ao abrir a tampa). carga. Caso o kit do DEA não possua essa opção,
As pás (eletrodos) devem ser colocadas no tó- podem ser utilizadas as mesmas pás do adulto,
rax da vítima; nelas há o desenho instruindo o com o posicionamento anteroposterior.
posicionamento. Caso o choque seja indicado, o Em seguida, deve iniciar imediatamente os
aparelho avisará “choque recomendado, afaste-se”. ciclos de 30 compressões torácicas e 2 ventilações.
Você precisará pressionar o botão indicado para Para realizar as compressões em adultos e
aplicar o choque. crianças (verifique a Figura 7), deixe a vítima dei-
A RCP deverá ser iniciada imediatamente após tada em decúbito dorsal sobre local rígido. Você
o choque e, caso o aparelho não indique o choque, deve estar posicionado entre a cabeça e o corpo
deve realizar a RCP imediatamente. Se a vítima da vítima (verifique as imagens), expor o tórax
retomar a consciência, o aparelho não deverá ser (retirando as roupas) e colocar a base de uma das
desligado ou retirado até a chegada do serviço de mãos (região hipotenar) sobre ele e a base da outra
emergência. mão sobre a primeira mão. Com os braços esten-
Quanto ao posicionamento das pás, quatro didos, posicione suas mãos com os dedos abertos
posições são aceitas: anterolateral, anteroposterior, entrelaçados na metade inferior do esterno (fora
anterior-esquerda infraescapular, anterior-direita do alcance das costelas). Os ombros devem estar
infraescapular. alinhados com as mãos.
Esterno
Pericárdio
Corpo vertebral
UNIDADE 2 51
Após realizar as 30 compressões, proceda com e ventilações sejam efetivas e de alta qualidade.
a abertura das vias aéreas, utilizando a manobra Desta forma, devem ser realizadas, no mínimo,
de extensão da cabeça. 100 compressões por minuto e, no máximo, 120,
Existem diferentes formas para realizar as ven- comprimindo rapidamente. A profundidade das
tilações. Podem ser aplicadas por meio de ventila- compressões, não deve ser superior a 6 cm; após
ção boca a boca (Figura 10), com máscara/lenço cada compressão deve-se permitir o retorno total
facial com válvula antirrefluxo, máscara de bolso do tórax, sendo que as interrupções nas compres-
(pocket-mask) (Figura 11) ou bolsa-válvula-más- sões devem ser minimizadas (AHA, 2015).
cara (Figura 12). No entanto, é indicado que você
utilize mecanismos de barreira para aplicar as
ventilações, devido ao risco de contaminação na
ventilação boca a boca (GONZALEZ et al., 2013).
O lenço facial é descartável. Esse material
contém uma válvula unidirecional que impede
o retorno do ar pela boca, protegendo quem está
realizando o procedimento. Para utilizá-lo, após
realizar a abertura da via aérea, você precisa es-
tabilizar a mandíbula vedando o lenço facial o
máximo possível na boca da vítima, pinçando o Figura 10 - Ventilação boca a boca
nariz e assoprando na válvula.
Por outro lado, com a máscara de bolso ou
pocket-mask, que também contém uma válvula
unidirecional, você deve envolver a boca e nariz
da vítima, realizar uma letra “C” com os dedos
indicador e polegar de uma das mãos e posicionar
na parte superior da máscara, e, com a outra mão,
posicionar o polegar na região inferior da máscara
e os outros dedos na mandíbula (Figura 11).
Outra maneira de realizar as ventilações é uti-
lizando a bolsa-válvula-máscara ou ventilador/ Figura 11 - Ventilação com a máscara de bolso ou pocket-
-mask
ressuscitador manual. Para realizar o procedimen-
to com uma das mãos, faça uma letra “C” com os
dedos polegar e indicador e os posicione acima
da máscara, realizando pressão contra a face da
vítima. Posicione os outros três dedos na mandí-
bula para estabilizá-la e pressione a bolsa durante
1 segundo para cada ventilação (com pressão su-
ficiente para elevar o tórax) (Figura 12).
Para realizar a ressuscitação de forma corre-
ta, garanta fluxo sanguíneo e oxigenação, alguns
cuidados são relevantes para que as compressões Figura 12 - Ventilação com bolsa-válvula-máscara
Crianças Bebês
Adultos e
Componente (1 ano de idade (menos de 1 ano de idade,
adolescentes
à puberdade) excluindo recém-nascidos)
Frequência de
100 a 120/min.
compressão
Pelo menos 1/3 do
Pelo menos 1/3 do diâmetro
Profundidade diâmetro antero-
No mínimo 5 cm. anteroposterior do tórax;
de compressão posterior do tórax;
cerca de 4 cm.
cerca de 5 cm.
1 socorrista: 2 dedos no cen-
tro do tórax, logo abaixo da
2 mãos sobre a linha mamilar.
Posicionamento
metade inferior do 2 mãos ou 1 mão. 2 ou mais socorristas: técnica
das mãos
esterno. dos dois polegares no centro
do tórax, logo abaixo da linha
mamilar.
Aguarde o retorno do tórax após cada compressão; não se apoie sobre o
Retorno do tórax
tórax após cada compressão.
Minimizar
Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos.
interrupções
Caso a vítima apresente pulso e respiração normal, é indicado colocá-la em posição de recuperação
(se não houver suspeita de trauma).
UNIDADE 2 53
Intercorrências do
Sistema Respiratório
A obstrução de vias aéreas, que pode ser citada Os métodos para desobstrução de vias aéreas
com a sigla OVA, é considerada qualquer situa- podem ser realizados de diversas formas, conforme
ção que impede, totalmente, ou de forma par- os sinais que a vítima está apresentando. Para vítimas
cial, o fluxo de ar até os alvéolos pulmonares. A conscientes, adultas ou crianças, deve ser realizada
obstrução leve pode provocar dispneia e tosse. (em pé) a manobra de Heimlich (Figura 13 e 14),
A obstrução grave pode levar à cianose nos lá- exceto para gestantes e obesos, pois, nestes casos, es-
bios e face, alteração da consciência e inspiração tão indicadas as compressões torácicas (Figura 15).
respiratória com ruído. A observação da expres- De acordo com SBC (2015), para realizar a
são de angústia com a boca aberta e mãos sobre manobra de Heimlich é necessário:
o pescoço são sinais característicos do engasgo • Posicionar-se atrás da vítima.
(MORAES, 2010). • Abraçá-la com suas mãos em frente ao corpo.
A vítima de OVA pode apresentar obstrução, • Fechar uma das mãos e colocar o lado do
devido a causas intrínsecas, como por relaxamen- polegar da mão fechada contra o abdômen,
to da língua, graças ao rebaixamento do nível de na linha média, logo acima do umbigo e
consciência (oclui a hipofaringe), ou extrínsecas, bem abaixo do osso esterno.
por causa da aspiração de algum corpo estranho, • Deve envolver a mão fechada com a ou-
como de alimentos, deslocamento de próteses tra mão e pressionar contra o abdômen,
dentárias ou presença de fragmentos dentários realizando compressão rápida e forte para
(QUILICI; TIMERMAN, 2011). dentro e para cima (em “J”).
Os traumas diretos sobre as vias aéreas também
podem causar OVA, devido a hemorragias, edema Nas crianças, você deve posicionar-se atrás dela,
ou fraturas da árvore laringotraqueobrônquica na mesma altura, ou ficar ajoelhado(a). Em se-
ou broncoaspiração de dentes. Outras causas de guida, execute os mesmos procedimentos da ma-
OVA podem ser decorrentes de queimaduras, as nobra de Heimlich nos adultos. As compressões
quais podem promover inflamação e edema de devem ser repetidas até que o objeto seja expelido
glote e de reações alérgicas causadas por alguns ou a criança pare de responder. Caso a criança
alimentos, produtos ou picadas de insetos, que não responda, deve-se acionar o SAMU e iniciar,
desencadeiam reações alérgicas, acometendo a imediatamente, o SBV (GONZALEZ et al., 2013).
glote e causando edema (MORAES, 2010).
A manutenção ou restauração da permeabili-
dade das vias aéreas é essencial e deve ser realizada
rapidamente para não resultar asfixia e morte.
Enquanto a vítima ainda está consciente e
apresenta obstrução parcial, o fluxo de ar está
presente; se esta for capaz de emitir sons, você
deve solicitar para a vítima realizar uma tosse
forçada e a respiração espontânea. Caso a obstru-
ção permaneça, acione o serviço de emergência
(SBC, 2013b). Figura 13 - Manobra de Heimlich
UNIDADE 2 55
Na manobra de Heimlich, a compressão reali-
zada eleva o diafragma, aumentando a pressão
na via aérea. Por conta disto, essa manobra pode
ser eficaz para criar uma tosse artificial e auxiliar
a vítima a expelir o corpo estranho (QUILICI;
TIMERMAN, 2011).
Nas pessoas inconscientes devem ser realiza-
das compressões abdominais em decúbito dorsal
(Figura 16). Realize as compressões abdominais,
acima da cicatriz umbilical, utilizando uma mão
sobre a outra; comprima o abdômen em direção
anteroposterior e em direção ao tórax; verifique a
Figura 14 - Manobra de Heimlich em criança respiração e o pulso; na ausência destes, ligue para
Fonte: adaptada de MEDLINEPLUS (2017, on-line)4. o SAMU (192) e inicie o protocolo para ressusci-
tação cardiopulmonar (SBC, 2015).
Nos bebês, a desobstrução deve ser realizada,
colocando-o em decúbito ventral (Figura 17).
Para realizar a manobra, sente-se e posicione o
corpo do bebê em direção ao chão (cabeça mais
baixa do que o corpo). Você deve sustentar a ca-
beça com uma mão e apoiar o tórax sobre o seu
antebraço. É recomendado aplicar cinco golpes
na região entre as escápulas. Se o lactente não
apresentar melhora, e você detectar ausência
de pulso, inicie RCP e monitore os sinais vitais
(GONZALEZ et al., 2013).
Figura 16 - Compressões abdominais (paciente inconsciente/ Figura 17 - Manobra de desobstrução para lactentes
não responsivo)
Fonte: adapatada de HEIMLICH (2017, on-line)5.
UNIDADE 2 57
Crise Asmática
A asma é uma doença crônica, que promove es- exercícios físicos, à poluição ambiental e mudan-
treitamento das vias aéreas e inflamação. Esta está ças climáticas. Entre os aspectos ambientais, estão,
associada à hiperresponsividade das vias aéreas também, a exposição aos ácaros e fungos e infec-
inferiores em decorrência do resultado de estimu- ções virais (agentes causadores de pneumonia e
lação química, emocional, infecciosa, imunológica resfriado). Adicionalmente, os fatores genéticos
ou da associação desses fatores (HUPP; ELLIS; contribuem quando há histórico familiar de asma
TUCKER, 2015). ou rinite (BRASIL, 2017).
Os sinais e sintomas são: respiração rápida Nos casos de crise asmática, é recomendado
e curta – aumento da frequência respiratória –, acalmar a vítima, colocá-la em posição confor-
tosse, dificuldade para respirar e falar, cianose, tável, sentada ou semissentada, chamar o resgate
desconforto torácico e sibilos (chiados no tórax). ou encaminhar para o hospital (QUILICI; TI-
Os sintomas são mais intensos, ocorrem à noite MERMAN, 2011). Caso a vítima utilize e tenha
e nas primeiras horas da manhã. Podem ocorrer disponível um broncodilatador aerossol, auxilie a
em resposta à exposição a alérgenos, à prática de fazer a autoadministração do medicamento.
Afogamentos
UNIDADE 2 59
vias aéreas abertas e, ao chegar em ambiente seco,
a vítima deve ser posicionada paralela ao espelho
d’água, em decúbito dorsal (Figura 19) (WATSON et
Para prevenir afogamentos, não deixe crianças al., 2001; SZPILMAN; IDRIS; CRUZ-FILHO, 2002).
sozinhas dentro ou próximas da água. Diversos Vítimas de submersão precisam receber, rapi-
casos ocorrem com indivíduos que acreditam damente, SBV (Figura 20) no local do acidente, e é
que sabem nadar. Portanto, não superestime a necessário verificar a possibilidade de trauma. Lem-
habilidade das crianças ou dos adultos. bre-se de que as lesões neurológicas permanentes
ocorrem após 5 minutos de asfixia, por isso, a rapi-
dez no atendimento será extremamente relevante
Recomenda-se que a remoção da vítima seja rea- para o sucesso dos procedimentos. Portanto, retirar
lizada conforme o seu nível de consciência, sendo a vítima da água é prioridade. Se a vítima apresen-
que a posição vertical deve ser adotada, com intuito tar apneia, a ventilação deve ser iniciada ainda na
de evitar vômitos e outras complicações das vias água. Caso não seja detectado pulso, as compressões
aéreas. Para o transporte de vítimas inconscientes, a torácicas devem ser iniciadas, imediatamente, após
posição deve ser mais próxima possível da horizon- a retirada da água. As manobras de ressuscitação
tal, tomando cuidado para manter a cabeça acima reduzirão a hipóxia e minimizarão seus efeitos de-
do nível do corpo. Lembre-se de manter sempre as letérios (CAMPOS JÚNIOR; BURNS, 2014).
A limpeza das vias aéreas e a retirada de água dos pulmões são contraindicadas por não apresentarem
eficácia e atrasar os procedimentos de SBV. Além disso, essas manobras podem provocar aspiração
do conteúdo gástrico. Mesmo após a vítima retornar a respirar e apresentar pulso, é necessário que
seja submetida à avaliação médica. Para evitar afogamentos de crianças, é necessária a supervisão
permanente dos professores.
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, verificamos luindo para uma parada cardíaca ou respiratória.
diversos aspectos relacionados às urgências e No que diz respeito à sua aplicabilidade, servirá
emergências cardiovasculares e respiratórias, as para situações diversas, tanto nos atendimentos
quais podem ser simples ou, até mesmo, ocasionar clínicos quanto para sua responsabilidade social
problemas graves e levar a óbito. A lipotimia, a enquanto cidadão. Lembre-se que há diferença
síncope e a obstrução das vias aéreas são bastante nos protocolos das diretrizes e livros mais an-
comuns e parece que estão mais próximas entre tigos, por isso é importante que você procure
os eventos que podem ocorrer no nosso dia a dia. sempre por materiais atualizados e elaborados
A parada cardiorrespiratória também apresenta por especialistas.
grande incidência e é um problema mundial de Caro(a) aluno(a), o intuito desta unidade foi
saúde pública. Apesar de avanços relacionados quebrar os obstáculos para o atendimento das ví-
à prevenção e ao tratamento, diversas vidas são timas, trazendo, de forma simples, mas detalhada,
perdidas, anualmente, no Brasil, devido, em parte, os procedimentos de primeiros socorros nestas
à falta dos primeiros socorros. situações, desde o reconhecimento das situações
Desta forma, é importante que este material até o uso de desfibrilador externo automático, que
consultivo seja relembrado ao longo da disci- pode e deve ser manuseado, inclusive, por pessoas
plina, pois outras situações podem acabar evo- que não são da área da saúde.
UNIDADE 2 61
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. A obstrução das vias aéreas (OVA) é uma emergência absoluta que, se não for
reconhecida e resolvida, pode levar a óbito em minutos. Quando um bebê é
vítima de OVA, deve ser realizado o procedimento de:
a) Manobra de Heimlich, em posição ortostática.
b) Manobra de Heimlich, em decúbito dorsal.
c) Compressões torácicas, em posição ortostática.
d) Manobra de desobstrução, em decúbito ventral.
e) Manobra de desobstrução, em decúbito lateral.
62
3. Segundo as Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar da American Heart As-
sociation (2015), para realização das compressões torácicas em adultos, na PCR,
é recomendado posicionar-se ao lado da vítima – que deve ter o tórax desnudo –,
colocar a região hipotenar da mão sobre o esterno da vítima e a outra mão sobre
a primeira, entrelaçando-as, estendendo os braços e se posicionando cerca de 90°
acima da vítima, comprimindo, com profundidade de, no mínimo, 5 cm, e permi-
tindo o retorno completo do tórax após cada compressão, sem retirar o contato
das mãos com ele.
SOBE
OMBROS
DESCE
SOBRE AS
MÃOS
BRAÇOS
ESTICADOS
USAR A BASE
DAS MÃOS
63
5. As manobras de ressuscitação para bebês podem ser necessárias, sendo essen-
cial o conhecimento e a habilidade para todos os profissionais que trabalham
com esses indivíduos, visto que podem apresentar parada cardiorrespiratória.
Analise as asserções sobre a ressuscitação cardiopulmonar em bebês e assinale
a que é indicada realizar.
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Em: <http://henryheimlich.com/how-to-perform-the-heimlich-maneuver/>. Acesso em: 19 set. 2018.
6
Em: <https://ssl.adam.com/content.aspx?productId=125&pid=69&gid=003071&site=bestdoctors.adam.
com&login=BEST4545>. Acesso em: 17 jan. 2019.
7
Em: <http://canadianfirstaidcourses.ca/helping-someone-with-hyperventilation/>. Acesso em: 17 jan. 2019.
8
Em: <http://basicfirstaid.ca/management-of-hyperventilation/>. Acesso em: 17 jan. 2019.
68
1. D.
2. C.
3. A.
4. E.
5. A.
69
70
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
Urgências e Emergências
Metabólicas e Neurológicas
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Reconhecer e atuar diante da vítima acometida por uma • Compreender a atuação diante do Acidente Vascular En-
emergência diabética. cefálico (AVE).
• Conhecer os sinais e sintomas de convulsões e epilepsia • Identificar os indícios de Traumatismo Cranioencefálico
e as condutas de primeiros socorros. (TCE) e Traumatismo Raquimedular (TRM).
• Compreender a atuação diante de Ataque Isquêmico
Transitório (AIT).
Hiperglicemia e
Hipoglicemia
Quadro 1 - Valores de glicose plasmática (em mg/dl) para diagnóstico de diabetes mellitus
UNIDADE 3 73
Neste contexto, é importante que você conheça os Assim, se você verificar que o atleta apresenta
procedimentos para medição do nível de glicose um quadro de hiperglicemia:
capilar. Existem diversos modelos de equipamen- 1. Afaste-o de todas as atividades e moni-
tos para medição da glicose sanguínea, portanto, tore os níveis de glicose do sangue (caso
podem diferir quanto a alguns procedimentos, ele tenha um monitor).
assim, é importante que você consulte o manual 2. Acione a equipe de resgate se os sinais
de cada equipamento. A seguir, descrevemos uma indicarem evolução para um quadro
técnica para medição da glicose: grave (confusão mental, hálito cetôni-
1. Quando possível, a vítima deve lavar e secar co, náuseas, sede excessiva e respiração
corretamente as mãos (você, assim como ofegante).
nos demais procedimentos, deve usar luvas). 3. Monitore os sinais vitais e realize a RCP,
2. Você deve ligar o glicosímetro. se houver necessidade.
3. Introduzir a ponta da lanceta descartável
no dedo do indivíduo. Desta maneira, também é importante estar atento
4. Com a fita teste, você absorverá a gota de aos sinais e sintomas de hipoglicemia. O paciente
sangue. apresenta palidez, sudorese fria, confusão mental,
5. A fita teste deve ser colocada no glicosí- delírio, nervosismo, ansiedade, taquicardia, ton-
metro. tura, sonolência, visão turva, sensação de formi-
6. Você deve aguardar alguns segundos até gamento nos lábios e na língua, fraqueza e déficit
que o valor de glicemia apareça no moni- de coordenação motora (SBD, 2016).
tor do glicosímetro. Quanto aos procedimentos para atendimento
7. Ofereça um curativo ou algodão para o de pacientes com hipoglicemia conscientes:
paciente cobrir o local perfurado. 1. Ofereça alimentos ou líquidos compostos
8. O material deve ser descartado de forma por frutose, sacarose e oligossacarídeos
correta, conforme as normas de biosse- (balas, sucos) (AHA, 2015).
gurança. 2. Monitore os sinais vitais.
Apesar dos tratamentos já bem estabelecidos para Por outro lado, os procedimentos para pacientes
o controle da hiperglicemia, não é incomum nos hipoglicêmicos que estão inconscientes são:
depararmos com indivíduos que apresentam o 1. Não administre nada por via oral.
nível de glicose acima do recomendado. Embora 2. Solicite o serviço de emergência.
saibamos que uma das maneiras de diminuir a 3. Monitore os sinais vitais e, se necessário,
glicemia sanguínea é por meio da prática de exer- inicie protocolo de RCP.
cícios, a Sociedade Brasileira do Diabetes (2017)
recomenda a suspensão do exercício físico em A partir disso, lembre-se sempre de que, para pre-
caso de glicemia acima de 250 mg/dL, na presença venir a hipoglicemia, a hiperglicemia e as compli-
de cetose, ou em caso de glicemia acima de 300 cações do DM, é importante manter os níveis de
mg/dL, mesmo na ausência de cetose. glicose dentro dos valores estabelecidos.
UNIDADE 3 77
Ataque Isquêmico
Transitório (AIT)
UNIDADE 3 79
Acidente Vascular
Encefálico (AVE)
Anoxia Hemorragia
Ruptura do
Trombo Vaso
Como já citado anteriormente, os sinais e os sin- Para uma avaliação pré-hospitalar, você pode
tomas do AVE são muito parecidos com o do AIT: utilizar a Escala Pré-Hospitalar de Cincinnati, que
cefaleia, alteração da consciência, fraqueza em um consiste em avaliar face, braços e fala. Se o paciente
dos lados do corpo, assimetria facial, vertigens, apresentar um deles alterado, tem 72% de proba-
alteração da fala, perda da visão, náuseas e vômitos bilidade de ser AVC; se houver as três alterações,
(SBC, 2013). a chance de ser AVC é de 85%.
UNIDADE 3 81
Uma dica interessante para lembrar e avaliar os sinais e sintomas do AVE é lembrar da palavra SAMU:
peça para a vítima Sorrir, Abraçar e Cantar uma Música. Se o indivíduo apresentar alguma dificuldade
para realizar algumas dessas atividades, ligue imediatamente para o serviço de Urgência.
Embora o AIT e o AVE sejam condições que nem sempre podem ser prevenidas, pois dependem de
muitos fatores, é imprescindível que a população localizada na faixa etária de risco etc. realizem pe-
riodicamente exames preventivos.
UNIDADE 3 83
De acordo com Moraes (2010), existem três ouvidos; ventilação rápida e superficial ou lenta
tipos de TCE: com períodos de apneia quando existe compro-
• Traumatismo craniano fechado: quando misso do centro respiratório; hipertensão arterial,
não há ferimentos no crânio, ou existe que surge como resposta fisiológica do organismo
apenas uma fratura linear. Pode apresentar tentando manter a irrigação cerebral na presença
concussão, uma breve perda de consciên- de aumento da pressão intracraniana; e hipertermia
cia, depois do traumatismo, geralmente se por desregulação do centro termorregulador.
recobra a consciência antes de seis horas. As fraturas, sobretudo, que têm origem na re-
• Fratura com afundamento do crânio: o gião posterior e no fundo (base) do crânio podem
pericrânio está íntegro, porém um frag- desencadear os seguintes sinais: pupilas desiguais
mento do osso fraturado está afundado e (anisocoria); perda de líquor ou sangue pelas na-
comprime e/ou lesiona o cérebro. rinas ou orelhas (rinorragia e otorragia); hema-
• Fratura exposta do crânio: indica que os toma periorbitário - sinal de Panda ou olhos de
tecidos pericranianos foram lacerados e guaxinim; e Sinal de Battle – hematoma na região
que existe uma comunicação direta entre o mastoide (atrás da orelha).
couro cabeludo lesionado e o parênquima Independentemente do grau da lesão, se o pa-
cerebral por meio dos fragmentos ósseos ciente exibir qualquer um dos sinais ou sintomas
afundados ou estilhaçados e da dura-máter previamente listados, procure imediatamente o
lacerada. serviço de emergência, ou seja, em todos os casos
de TCE, a vítima deve ser encaminhada ao hos-
Além disso, o TCE pode ser classificado como pital mais próximo, ou o serviço de emergência
leve, moderado e grave (GENTILE et al., 2011). deve ser acionado.
Normalmente, o TCE leve é assintomático, ou Neste sentido, Flegel (2015) orienta a seguir
a vítima pode apresentar: cefaleias, tonturas, per- estes passos:
turbações da visão e lesões cranianas evidentes 1. Solicite rapidamente o serviço de emer-
(ex.: lacerações e hematomas). gência médica.
Em casos de TCE moderado, pode ocorrer 2. Mantenha a cabeça e o pescoço imóveis
alteração do estado de consciência, no momento (exceto em casos de suspeita de traumatis-
do traumatismo ou depois, que pode ir desde o mo raquimedular) até que o atendimento
estado de alerta até a ausência de resposta, pas- especializado chegue.
sando pela desorientação no tempo e no espaço, 3. Em casos de sangramento, controle qual-
cefaleia progressiva, convulsão, vômito, amnésia, quer hemorragia profusa, mas evite apli-
politraumatismo e traumatismo facial grave. car pressão excessiva sobre uma ferida na
No caso grave, há alterações da simetria e da rea- cabeça.
tividade à luz das pupilas; hemiplegia ou hemipare- 4. Monitore a frequência respiratória, cardía-
sia; perda de líquido cefalorraquidiano ou de sangue ca, pulso, pressão arterial e temperatura. Se
pelos orifícios da cabeça, nomeadamente, nariz e necessário, realize a RCP.
O trauma raquimedular (TRM) é uma agressão mais afetadas a vértebra torácica T12 e as vérte-
à medula espinhal, que pode ocasionar sérios bras lombares L1 e L2 (MORAES, 2010).
problemas neurológicos, como alterações da As sequelas estão diretamente relacionadas
função motora, sensitiva e autônoma. As prin- com o nível do traumatismo. O dano à medula
cipais causas de lesão são os acidentes automo- espinhal varia de uma concussão transitória,
bilísticos, quedas, esportes de contato físico, aci- da qual o paciente recupera-se completamente
dente por mergulho em água rasa e ferimentos (contusão, laceração e compressão da substân-
por arma de fogo (MARTINS; DAMASCENO; cia da medula) até uma transecção completa
AWADA, 2012). com possível perda de movimentos (paraplegia
As fraturas na região cervical são mais co- ou tetraplegia).
muns entre as vértebras C5 e C6. Lesões na Os principais sinais e sintomas sugestivos de
vértebra cervical C1-C2 ou C2-C3 com aco- lesão raquimedular são: dormência ou perda
metimento medular, geralmente, são fatais, pois de sensibilidade dos membros superiores e/ou
levam à parada respiratória imediata. As lesões inferiores, respiração diafragmática, hipotensão
cervicais C3-C4 e C4-C5, com acometimento associada à bradicardia, priapismo. Podem ser
da medula, acarretam instabilidade respiratória. observados também: edemas, deformidades,
As fraturas na região toracolombar correspon- desvio de estrutura na região do pescoço (des-
dem a 90% dos traumas raquimedulares, sendo vio de traqueia) e presença de dor.
UNIDADE 3 85
Quando você suspeitar de um trauma raqui- tomas muito inespecíficos, o que dificulta o seu
medular, chame o serviço médico de urgência diagnóstico e torna os primeiros socorros algo
imediatamente. Estabilize a vítima para evitar complexo e extremamente desafiador.
qualquer movimento da cabeça, pescoço ou do Da mesma maneira, caro(a) acadêmico(a),
corpo. Você precisa manter a vítima totalmente você deve ter compreendido que, em uma emer-
imóvel até que a ajuda profissional chegue. Não gência neurológica, existe a necessidade de uma
mova a vítima, a menos que ela esteja em perigo avaliação criteriosa dos sinais e sintomas apresen-
imediato de lesão adicional, ou se você precisar tados pela vítima, uma vez que o sistema neuro-
desobstruir uma via respiratória para que ela lógico é extremamente complexo e desempenha
possa respirar. Se você perceber que a vítima não um importante papel no controle das funções
apresenta pulso e não está respirando, inicie RCP. corporais. Assim, qualquer alteração sutil pode
Jamais toque na vítima se você não tem conhe- indicar um possível agravamento da condição
cimento de primeiros socorros para o atendimen- da vítima. Sabe-se que o reconhecimento e uma
to em TRM. Qualquer conduta inadequada pode avaliação focada dessas condições devem ser a
piorar a situação do indivíduo. base das intervenções.
Nesta unidade discutimos um pouco sobre as Portanto, é imprescindível aprofundar seus co-
principais urgências e emergências metabólicas nhecimentos a respeito dos aspectos essenciais
e neurológicas. das situações de urgências e emergências metabó-
Os distúrbios endócrinos, especialmente os licas e neurológicas, de maneira que você se torne
relacionados aos níveis de glicose sanguínea, capacitado para atuar em qualquer situação e em
compreendem uma gama de manifestações clí- qualquer ambiente, seja no ambiente de trabalho
nicas. Nos casos de urgência e emergência, essas ou, até mesmo, em locais públicos.
condições configuram-se como potencialmente De fato, as orientações de primeiros socorros
fatais se não foram imediatamente reconhecidas nessas situações não devem terminar aqui. É ne-
e tratadas de maneira adequada. Por outro lado, cessário ler e se atualizar constantemente acerca
sabe-se que esses distúrbios compreendem sin- dessa temática. Bons estudos!
87
2. Recentemente, durante uma partida de futebol no campeonato amazonense,
o atacante Charles Chenko bateu a cabeça com o zagueiro Victor e desmaiou.
Em seguida, sofreu uma forte convulsão e teve que ser levado às pressas para
para o pronto atendimento mais próximo.
Considerando o caso apresentado, avalie as alternativas seguintes sobre as
recomendações no caso de convulsão.
I) Deitar a pessoa de lado para que não engasgue com a língua.
II) Remover todos os objetos ao redor que ofereçam risco de machucá-la.
III) Afrouxar as roupas, elevar a mandíbula para facilitar a passagem do ar e cro-
nometrar o tempo da convulsão.
IV) Tentar puxar a língua para fora.
88
4. O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame,
é uma das principais causas de morte e de sequelas no Brasil e no mundo. A
doença cerebrovascular atinge 16 milhões de pessoas ao redor do globo a cada
ano. Dessas, seis milhões morrem. Por isso, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamen-
to da doença. Neste sentido, julgue as afirmativas a seguir, assinalando V para
verdadeiro e F para falso:
( ) O aparecimento súbito de déficits neurológicos nos AVC isquêmico e hemor-
rágico independe da região cerebral envolvida.
( ) Quando há ruptura espontânea de um vaso, com extravasamento de sangue
para o interior do cérebro, é denominado AVC hemorrágico.
( ) Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar e confusão
mental são alguns sinais do acidente vascular cerebral.
( ) O AVC não se configura como uma situação de emergência e, portanto, não
há necessidade de referência.
( ) No atendimento de primeiros socorros ao AVC, é melhor esperar os sintomas
passarem para, então, orientar a vítima a procurar um médico.
A sequência correta é:
a) V - V - V - F - V.
b) F - F - V - F - V.
c) F - F - F - F - V.
d) F - V - V - V - F.
e) F - V - V - F - F.
89
LIVRO
Primeiros Socorros
Autor: Luiz Fernando dos Reis Falcão e Julio Cezar Mendes Brandão
Editora: Martinari
Sinopse: a forma como as pessoas reagem em uma situação de emergência
antes da chegada do socorro médico costuma determinar como será a recupe-
ração das vítimas e, em casos extremos, pode significar a diferença entre a vida e
a morte. A primeira pessoa a chegar ao local precisa ser capaz de reconhecer as
emergências e lidar com elas de modo a proteger as vítimas. Esse livro permite
o acesso à informação de Primeiros Socorros.
90
AHA. American Heart Association. Destaque das Diretrizes da American Heart Association de 2015 para
RCP e ACE. Dallas: AHA, 2015. Disponível em: <https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/
2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2019.
BARBÉRIO, G. S.; SANTOS, P. S. S.; MACHADO, M. A. A. M. Epilepsia: condutas na prática odontológica. Rev.
Odontol. Univ. Cid., São Paulo, v. 25, n. 2, p. 114, maio/ago., 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Melli-
tus. Cadernos de Atenção Básica, n. 16. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Série A. Normas e Manuais Técnicos.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diabetes_mellitus.PDF>. Acesso em: 17 jan. 2019.
GENTILE, J. K. A. et al. Condutas no paciente com trauma cranioencefálico. Ver. Bras. Clin. Med., v. 9, n. 1,
p. 74-82, 2011. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n1/a1730.pdf> Acesso em: 18
jan. 2019.
LYRA, R.; CAVALCANTI, N.; SANTOS, R. D. Diabetes Mellitus e Doenças Cardiovasculares. São Paulo:
AC Farmacêutica, 2014.
MARTINS, H. S.; DAMASCENO, M. C. T.; AWADA, S. Pronto-Socorro: Medicina de Emergência, 3. ed. São
Paulo: Manole, 2012.
ROGER, V. L. et al. Heart disease and stroke statistics 2012 update: a report from the American Heart As-
sociation. Dallas: AHA, 2012. Disponível em: <https://circ.ahajournals.org/content/125/1/e2.full.pdf+html>.
Acesso em: 17 jan. 2019.
91
SBC. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Treinamento de Emergências Cardiovasculares: básico (TECA
B). São Paulo: Manole, 2013.
SBD. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes 2015-2016. São Paulo: A. C. Farmacêutica, 2016. Disponível
em: <http://www.diabetes.org.br/sbdonline/images/docs/DIRETRIZES-SBD-2015-2016.pdf>. Acesso em: 17
jan. 2019.
______. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes 2017-2018. São Paulo: Editora Clannad, 2017. Disponível
em: <http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf>. Acesso
em: 17 jan. 2019.
REFERÊNCIA ON-LINE
92
1. B.
2. D.
3. D.
4. E.
b) Além dos sinais e sintomas apresentados no caso, a vítima pode apresentar: hemiplegia ou hemipare-
sia; convulsões; náuseas e/ou vômitos; cefaleias e perturbações da visão; e hipertermia. Em casos mais
graves, alteração do estado de consciência e PCR.
c) Em casos de TCE, deve-se solicitar rapidamente o serviço de emergência médica; imobilizar a cabeça e
o pescoço (exceto em casos de suspeita de traumatismo raquimedular) até que o atendimento especia-
lizado chegue. Controlar qualquer hemorragia profusa, monitorar a frequência respiratória, cardíaca,
pulso, pressão arterial e temperatura e, se necessário, realizar a RCP.
93
94
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
Acidentes e Lesões
em Geral
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Identificar e prestar os primeiros socorros em casos de • Identificar sinais e sintomas de insolação e técnicas de
hemorragia interna e externa. atendimento às vítimas.
• Compreender as condutas diante de queimaduras con- • Reconhecer as situações de intoxicação e envenenamento
forme classificação. e os procedimentos de primeiros socorros.
• Compreender o atendimento de emergências em casos • Identificar as lesões nos olhos, orelhas e dentes e os pro-
de choque elétrico. cedimentos de primeiros socorros.
Hemorragia Interna
e Externa
UNIDADE 4 97
Artérias Veias Capilares
Diante de traumatismos que apresentam hemor- Ressalta-se que a grande maioria dos sangra-
ragia externa, Quilici e Timerman (2011) apon- mentos externos pode ser tratada com simples
tam como agir diante dessa situação: tamponamento direto sobre o local da hemor-
1. Verifique se o local do atendimento está se- ragia, mas atenção: o ferimento deve estar sem-
guro para você. pre limpo, diminuindo, assim, a possibilidade
2. Solicite que alguém traga o material próprio de infecções. Se não existir gaze ou compressa
para atendimento de primeiros socorros. esteril no local, utilize algum tecido limpo, ou
3. Coloque todos os equipamentos de proteção faça a compressão com a própria mão vestindo
individual (EPI), incluindo óculos. luva devidamente ajustada.
4. Se a vítima estiver consciente, peça para ela Além disso, instrumentos que estejam fin-
comprimir o local do sangramento com cados em um ferimento, não devem ser retira-
gaze ou compressa limpa enquanto você se dos, devido à possibilidade de sangramento de
paramenta. um grande vaso que esteja por ele tamponado.
5. Mantenha o membro afetado elevado. Nestes casos, mantenha a vítima o mais imóvel
6. Comprima firmemente o local do sangra- possível até a chegada de atendimento espe-
mento por 5 a 10 minutos, até que a hemor- cializado.
ragia pare. Em casos de amputação de membro, deve-se
7. Se não parar, comprimir com mais força fazen- promover a compressão firme da área ferida.
do uso de uma segunda gaze colocada sobre Não aplique torniquetes, pois a compressão que
a primeira, que não deve ser retirada para que exercem é suficiente apenas para diminuir o re-
não ocorra remoção de coágulos já presentes. torno venoso e, na manutenção do fluxo arte-
8. Verifique possíveis sinais de choque (palidez rial, promovem aumento da hemorragia local.
cutaneomucosa, sudorese, taquicardia, pulso Os torniquetes devem ser utilizados somente
fino). como último recurso, quando outros métodos
9. Se houver sinais de choque e sangramento de hemostasia já tenham falhado. Assim, deve-se
persistente, acione imediatamente o serviço sempre ter em mente que a compressão sobre
de atendimento especializado. o local da hemorragia é o mais recomendado.
UNIDADE 4 99
Queimaduras
e Insolação
UNIDADE 4 101
Figura 3 - Regra dos nove
Fonte: adaptada de Moraes (2010).
UNIDADE 4 103
Insolação
UNIDADE 4 107
Intoxicação
e Envenenamento
UNIDADE 4 109
Os peçonhentos, porém, são aqueles que apre- de intensidade com a palpação e pode irradiar-se
sentam estruturas produtoras, armazenadoras para o membro acometido. Frequentemente, há
de veneno e um aparato especializado para parestesias. O ponto de inoculação do veneno
inoculá-lo. O envenenamento é ativo; esses ani- pode não ser visível, entretanto podem ser en-
mais injetam o veneno dentro do organismos de contrados halo eritematoso e edema discretos,
outro ser vivo (QUILICI; TIMERMAN, 2011). sudorese e piloereção.
Entre os peçonhentos com maior incidência de Nesses casos, proceda da mesma maneira como
acidentes em seres humanos, pode-se destacar em picadas de cobras. Ao encaminhar a vítima para
as cobras, as aranhas, os escorpiões e as abelhas. o centro de saúde mais próximo, quando possível,
Os principais sintomas ocasionados por pica- leve o inseto ou, pelo menos, uma foto para auxi-
das de cobras dependem muito da espécie envol- liar no tratamento. Em casos mais graves, também
vida. Em geral, podem aparecer: marcas das presas podem ocorrer manifestações sistêmicas, por isso,
e alterações locais evidentes, dor, calor, edema e fique atento, pois pode haver midríase, arritmias
eritema no local da picada, flictenas, necrose na respiratórias e cardíacas, taquicardia, hipertensão
área, náuseas, vômitos e muita fraqueza. Em casos arterial, podendo evoluir para falência cardiocir-
mais graves, podem ocorrer manifestações clínicas culatória. Essa situação exige atendimento médico
decorrentes da ação neurotóxica, miotóxica e coa- especializado (CUPO; AZEVEDO-MARQUES;
gulante do veneno, dificuldade de deglutição e in- HERING, 2003) e aplicação de tratamento espe-
suficiência renal e respiratória aguda, até o choque. cífico (soro antiaracnídeo ou antiescorpiônico).
Após um acidente com picadas de cobras, não Destaca-se, também, um evento muito comum
há muito para ser feito, apenas: que é a picada de abelha. Nesses casos, a vítima
1. Tranquilize a vítima até a chegada no hos- apresenta uma reação localizada à picada, com
pital. sintomas de uma reação de hipersensibilidade, ou
2. Evite que ela caminhe ou corra, deixan- seja, edema, dor, prurido e hiperemia no local; o
do-o deitada. tamanho da lesão costuma ter entre 1,0 e 5,0 cm
3. Lave o local com água e sabão e mantenha (conforme figura a seguir). Normalmente, esses
o membro elevado. sinais e sintomas desaparecem aos poucos sem
nenhum tipo de tratamento específico.
Não faça uso de torniquetes nem passe substâncias
(folhas, pó de café, couro da cobra, entre outras) no
local da picada. O único tratamento eficaz para o
envenenamento por serpente é o soro antiofídico,
específico para cada tipo (gênero) de serpente. Por
isso, se possível, leve a serpente para identificação
(INSTITUTO BUTANTAN, [2018], on-line).
Em acidentes com aranhas e escorpiões, os
sintomas são muito parecidos aos da picada de
cobra, como: dor local de intensidade variável,
queimação, agulhadas ou latejante, a dor aumenta Figura 5 - Marca de picada de abelha
UNIDADE 4 113
Consequências sérias são decorrentes de quei- da temperatura corporal, causando hipertermia,
maduras graves, com grandes superfícies cor- pele seca e avermelhada, pulsação acelerada, falta
porais lesionadas, grande profundidade e áreas de ar, enjoo, vômitos, tonturas e até desmaios. Em-
críticas atingidas. O atendimento deve ser muito bora seja totalmente preventivo, ela ainda é muito
criterioso e sempre requer assistência médica comum no nosso cotidiano e depende da nossa
especializada. Em queimaduras mais brandas, atuação para diminuição dos sinais e sintomas.
muitas vezes, os primeiros socorros prestados no Por fim, ao final da unidade, conhecemos as
local do acidente já são suficientes para controlar principais lesões nos olhos, orelhas e dentes, as
a situação e prevenir complicações. quais são muito comuns durante a prática espor-
O mesmo ocorre em casos de vítimas que so- tiva. Além disso, compreendemos os fatores que
freram um choque elétrico. Nosso sistema ner- causam uma intoxicação e um envenenamento,
voso é pouco afetado em casos de uma corrente considerando que os sinais e sintomas estão di-
muito fraca. Quando a corrente elétrica é mais retamente relacionados com o tipo de exposição
forte, o indivíduo pode apresentar dor, queima- e a substância tóxica envolvida.
duras e até uma parada cardiorrespiratória. Neste De fato, as situações descritas nesta unidade,
contexto, o que podemos fazer é saber reconhecer dependendo das circunstâncias, nem sempre se
e prestar o atendimento adequado. caracterizam como eventos de urgência e emer-
A insolação, uma condição provocada pela ex- gência. Entretanto, se não tratadas de maneira
posição prolongada a ambientes quentes e raios so- adequada podem causar danos irreversíveis na
lares, causa um distúrbio no mecanismo de controle vítima, sejam eles físicos ou psicológicos.
115
3. O choque elétrico é a reação do organismo à passagem da corrente elétrica, que
pode gerar um pequeno susto ou até mesmo uma fibrilação cardíaca e morte.
Sobre os primeiros socorros na ocorrência de um choque elétrico, julgue as
afirmativas a seguir:
( ) Interrompa a corrente elétrica por meio de um material que não seja condutor
antes de socorrer a vítima.
( ) Jogue água no local de contato entre a vítima e a corrente elétrica.
( ) Puxe o fio condutor da corrente elétrica rapidamente com as mãos para afas-
tá-lo da vítima.
( ) Se for seguro para você, desaperte as roupas da vítima e fique atento aos
sinais vitais.
( ) Em caso de parada cardiorrespiratória, inicie RCP (se for seguro para você) e
acione o serviço de emergência.
116
LIVRO
117
ANTONIOLLI, L. et al. Conhecimento da população sobre os primeiros socorros frente à ocorrência de quei-
maduras. Revista Brasileira de Queimaduras, v. 13, n. 4, p. 251-259, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Cartilha
para tratamento de emergência das queimaduras. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.
______. Ministério da Saúde. Vice Presidência de Serviços de Referência e Ambiente. Núcleo de Biossegurança.
NUBio. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
CBO. Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Manual de prevenção para acidentes oculares. [2018]. Dispo-
nível em: <http://www.cbo.com.br/novo/medico/pdf/livreto_manual_de_prevencao_acidentes_oculares.pdf>.
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119
1. D.
2. A.
3. E.
4. a) No caso de sangramento nasal, deve-se manter a vítima sentada, imóvel, inclinada para frente. Além
disso, deve-se realizar o tamponamento de ambas as narinas com uma gaze ou um pano limpo usando o
polegar e indicador em forma de pinça, durante 15 minutos. Se possível, pode-se colocar compressa com
gelo sobre o nariz, fazendo vasoconstricção, diminuindo o sangramento nasal.
b) A vítima jamais deve deitar ou manter a cabeça inclinada para trás, pois isso facilita que o sangue seja
aspirado.
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