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5endientes d i lel si: ea stema axiomatico mas usadi d 3 lo que equi - : ; : quival. -jones indecidibl ee rn at son pro + Cualqui L je estos i baat ve seals opcion en to 1 es ent a ; oc once; i 2 - OS MODELOS NA LOGICA MATEMATICA Referir-nos-emos a nocgao de modelo tal como estudada na chamada teoria dos modelos, como exemplo e paradigma do uso de modelos em matematica. A teoria dos modelos uma disciplina com caracterfsticas bem precisas dentro dos estudos de logica e fundamentos da matematica. Estu- da as relagoes das linguagens formais usadas na logica e suas possiveis interpretagoes. Estas interpretacoes, que sao estruturas matematicas abstratas, constituem os cha- mados possiveis modelos de uma linguagem. Assim, diferen temente das ciéncias empiricas, os modelos modelam ing) linguagem e nao a realidade. Ainda que se possa dizer que os matematicos sempre consideram intuitivamente a nocao de modelo, somente no século XIX esta nogao apareceu explicitamente. Os matema ticos viram-se forgados a observar, em meados deste sécu lo, que uma teoria pode ter mais de um modelo quando Bol yai, Lobachewski, Riemann e outros desenvolveram as geo- metrias nao-euclidianas, onde o postulado das paralelas é falso e, posteriormente, construiram-se modelos para e las dentro da geometria euclidiana. Mais tarde, no mesmo século XIX, Frege desenvolveu formalmente a légica de pre dicados e Cantor estudou a teoria dos conjuntos, onde vi vem as estruturas matematicas que sao nossos modelos. ‘A teoria dos modelos propriamente dita, isto @, 0 es tudo das relagoes entre linguagens e interpretagoes, € jo vem. Como disciplina separada nao foi visualizada até pois de 1950, tendo sido batizada como este nome por Tarski em 1954. Sem divida, suas raizes sao mais antigas. -260- Assim, 0 primeiro teorema que pode considerar-se dentro cialis " 7 4 da teoria € o de Lowenheim de 1914. Outros resultados im sao o teorema de completu portantes desta primeira etapa de de Gédel (1930) e a definicao matematica de verdade para linguagens formalizadas de ‘Tarski (1931), a qual discutiremos ma. adiante. A area cresceu rapidamente depois de 1950, estimula das por trabalhos de L. Henkin, do mesmo Tarski e de A. Robinson. 0 primeiro simposio internacional de teoria dos modelos realizou-se em Berkeley, California, em 1963.Nas atas deste simposio, encontra-se uma completa bibliogra~ fia até esta época. Posteriormente tém aparecido textos elementares e avangados, alguns dos quais serao menciona dos no final deste artigo. 0 uso de linguagens é uma das formas com que nos re- lacionamos com a realidade. Usamos uma linguagem para des. crever a realidade. Nesta linguagem, mencionamos ob jetos, falamos de suas propriedades e das relagoes entre eles. Quando nossas assercgoes ajustam-se a realidade, dizemos que sao verdadeiras. Em geral, compreendemos o que signi fica que uma proposicao expressa em Portugues @ verdadei ra ou falsa: sem pretendermos ser rigorosos, podemos di- at | 2 a zer que uma proposigao @ verdadeira quando "corresponde com a realidade. Ou, como disse Aristotelest "Dizer do que @ que nao é, ou do que nao e que e, @ falso; enquanto que dizer do que @ que é€ e do ~ = ~ se . (1); que nado @ que nao é, @ verdadeiro”. Esta concepgao de verdade como correspondéncia com a S261= realidade foi representada matematicamente por Tarski. Co mo dissemos mais acima, a representacado de Tarski foi o ponto culminante de um longo processo histérico do desen volvimento dos modelos matematicos, Na continuagao dare- mos uma idéia da definicdo de Tarski, que é 0 pilar fun- damental sobre o qual descansa a teoria dos modelos. 0 primeiro passo da definigao matematica de verdade @ subs tituir a realidade por certas estruturas conjuntistas que de certo modo a representam. O passo seguinte da defini- cao @ matematizar a linguagem, As linguagens naturais, co mo o Portugués, sao aproximadas por linguagens formais, que também podem ser definidas dentro da teoria dos con- juntos. Tarski, entao, da uma definicg30 puramente matema tica da verdade de uma oragao da linguagem formal em uma estrutura, que é um possivel modelo da linguagem. Como exemplo desta definicao de interpretagao e ver- dade, indicaremos 0 procedimento para uma parte restrita da légica matematica: a chamada logica de primeira orden. Em primeiro lugar, diremos algumas palavras acerca das estruturas matematicas que tomam o papel da realidade. Es, tas mesmas estruturas servem para modelar a realidade, co mo sera visto na segao seguinte. 0 universo destas estru turas esta constitufdo por um conjunto nao vazio qual- quer. Este universo contém os objetos aos quais queremos nog referir. Chamaremos A a este universo. Distinguimos alguns elementos de A aos quais interessamos nos referir especialmente. Por exemplo, se A € 0 conjunto dos nimeros naturais, digamos que nos interessam especialmente os na meros ume dois; assim distinguimos 0 ume o dois. Tam- bém nos interessa falar de certas propriedades dos obje~ -262- tos de A ou de relagoes entre estes objetos. Estas rela~ goes podem ser binarias, ternarias, etc. Por exemplo, no caso dos nimeros, poderfamos incluir na estrutura a pro- priedade de ser par e a relagao de "menor que". Assim, u ma estrutura muito simples consta do conjunto N dos nume ros naturais como universo, dos numeros um e dois como ob, jetos distinguidos, da propriedade de ser par e da rel gao de um numero ser menor do que outro. Quais sao o nos, so universo e que objetos sao distinguidos, que proprie~ dades e relagoes incluimos, depende do que consideramos releyante para a situacao que estamos tentanto descrever- Para falar destas estruturas, introduzimos uma Lin- guagem formal de primeira ordem.Devemos ter em nossa Lin guagem nomes para os objetos distinguidos; no caso dos nu meros, um simbolo para o um, digamos 1 e outro para o dois, 2. Estes nomes, chamados constantes individuais, sao interpretados em nossa estrutura como o objeto distin guido que nomeiam. Ademais, introduzimos simbolos que sao interpretados como as propriedades e relacgoes da estrutu ra, os chamados predicados; em nosso exemplo, digamos P " " " para “ser par’ e < para "menor que Com estes simbolos, podemos expressar proposicoes simples sobre os numeros, algumas verdadeiras na estrutura numérica e outras fal~ sas. Estas proposigoes sao expressas por um predicado com um numero apropriado de constantes individuais. Por exem plo, "L @ par" pode ser escrito Pl e é falsa, enquanto que 1 < 2 diz que 1 @menor que 2 e é verdadeira na estru tura. As expressoes que podem ser verdadeiras ou falsas, as chamadas oragoes, e este tipo muito simples de ora™ goes, as mais simples possiveis, sao denominadas oragoes =2613= atomicas. Notemos que a verdade ou falsidade das oragoes depende da interpretagao que se dé aos distintos simbo-— pelo nu los, Assim, poderiamos interpretar o simbolo "|" mero quatro e, neste caso, Pl seria verdadeira na estru- tura. Combinamos estas oragoes para formar outras mais com ao as chamadas fun- plexas. As combinacgoes mais simples edes writativas de suas componentes. A verdade ou fals si dade da oragao composta, nestes casos, depende unicamen— te da verdade ou falsidade de suas componentes. Para for mar estas combinagoes introduzimos os conectivos. Os mais usados sao “|, representando "nao", v para "ou", A pa- ra "e", > para "se... entao" e +> para "se e somente se"! As expressoes da linguagem corrente introduzidas como e- "nao" para~]) sao sd indica- quivalentes (por exemplo, goes para ajudar a compreensao intuitiva A definicgao pre cisa reflete o carater de fungao veritativa. Assim, a o- racgao “Jp & verdadeira se e somente se $ @ falsa: 6 NY & verdadeira se e somente se @ verdadeira e ¥ é verdadei raj > v ¥ é verdadeira se e somente se $ @ verdadeira a, yY @ verdadeira ou ambas o sao; ) + Y @ verdadeira se e somente se $ @ falsa ou ¥ @ verdadeira, etc. As contra- partidas na linguagem corrente destes conectivos nao sio, estritamente, fungoes veritativas. Assim, a verdade daex pressao "se > entao Y" nao depende, na maioria dos casos, unicamente da verdade ou falsidade de ¢ e ¥. Por exemplo, a verdade da oragao "se acendo um fosforo entao o papel se queima" nao depende exclusivamente da verdade ou fal- sidade de "acendo um fosforo" e "o papel se queima", se- nao também de uma certa conexao causal entre o que expres -264- sam estas oragoes. 0 fato de que nossos conectivos ex- pressem fungoes veritativas @ refletido na admissibili- dade, em nossa linguagem formal, de oragoes pouco natu— rais na linguagem corrente. Por exemplo, podemos consi-— derar a oragao Pl + 2 < 1, que @ verdadeira na nossa in, terpretagao numérica. Por outro lado, P2 > 2 <1 @ fal— sa sob esta interpretagao,. Com os simbolos que temos até agora, podemos falar somente dos objetos representados pelas constantes indi- viduais. Também queremos oragoes que se refiram a qual- quer objeto de A. Para isto, devemos introduzir um novo tipo de simbolo: as variadveis. Estas serao escritas com letras minisculas do final do alfabeto, u, v, x, y, z. Pa ra dizer, em nossa interpretagao numérica, que qualquer objeto de N @ igual a um, podemos por xel. O problema se apresenta quando queremos negar uma ex pressao deste tipo. Se afirmarmos VWae=1), estaremos indicando que todos o4 objetos de N sho dife- nentes de um, o que nao é a negacao de todos 05 elemen- tos de N sao iguais a wn. Por isto Frege introduziu os quantificadores. Para dizer que todos os elementos de N $20 iguais a um, escrevemos Vx(x = 1), que se 1@: para todo x, x = 1, Agora, a negagao resulta, Wx(x = 1), =2hpe isto @, nao se tem para todo x que x é igual a um. Tam- bém pode-se escrever o mesmo com ax |x = 1), que se 1é: existe pelo menos um x diferente de um. Com isto completamos a desericao de nossas lingua~ gens. Notemos que a interpretagao dos conectivos e dos quantificadores Ve 4, os chamados simbolos logicos , é constante em todas as estruturas, enquanto que ainterpre tagao dos outros simbolos, constantes individuais e sim- bolos de propriedades ou de relagoes, pode variar de es— trututa a estrutura. Acima, indicamos como se interpreta a linguagem em u ma estrutura conjuntista. Pode-se ver que interpretar sig nifica indicar as condigoes para a verdade ou falsidade | das oragoes da linguagem. A légica classica, que @ a que estamos estudando, preocupa-se somente com a verdade ou falsidade das oragées. Por isto, para esta logica, a in~ i terpretagao de uma oracao est& totalmente determinada por suas condigoes de verdade. 0 que definimos @ © conceito de "verdadeiro segundo uma interpretagao" ou "verdadeiro em uma estrutura". Se uma oragao @ verdadeira em uma estrutura, dizemos tam-~ pém que a estrutura é "modelo da oragao". Com esta defi- nicao de verdade, podemos obter todos os conceitos da lo gica classica. Assim, uma oracgao @ logicamente verdadei- ra, ou valida, se @ verdadeira segundo todas as interpre tagdes ou, o que é o mesmo, se @ verdadeira em todos os modelos possiveis. No restante desta secao, que pode ser omitida sem ~-266- perda de continuidade, seus possiveis modelos sao definidos formalmente. Isto @ indicaremos como as linguagens e aqui incluido somente para dar uma idéia de como é 0 pro, cedimento rigoroso. Ls ~ Constantes individuais: a, b, Chamaremos nossa linguagem do L. Simbolos de L a) Variaveis: u, v, x, y, %, Up, Uy, ete, b) Constantes logicas: “|, A, Vv, 7, 7, V,49,@0- c) Constantes nao légicas: ens Ea ~ Predicados n-drios para alguns nimeros inteiros po. De sitivos miRy, : Rue. ed Ps Ne. aro es iim As expressoes de L sao sequencias finitas de sim bolos. Os simbolos individuais sao as constantes individuais e as variaveis. Formulas. a) Formulas at6micas: sao expressoes formadas por : ois . a indi um predicado n-ario seguido de n simbolos indi viduais. b) Definigao de formula: (i) Uma formula atémica @ uma formula. i (ii) Se @ @ uma fSrmula, entao “|p também o @- (iii) Se @ e ¥ sao formulas, entao (> v ¥)> (AY), (> ¥) © (h > ¥) sao formulas (iv) Se @ @ uma fOrmula e x @ uma variavel, en tao Vxp e xh sao formulas. (v) Todas as formulas sao obtidas por uma das clausulas (i) - (iv). -267- 4. Uma variavel x aparece livre em uma formula sc go esta em uma subformula de da forma Vx ou qx %. Uma oragao @ uma formula sem variaveis lLi- ves. Esta definigao puramente sintatica de oragao nao uti liza para nada a interpretagao de nossa linguagem indica da anteriormente. Assim, @ possivel determinar mecanica~ mente se uma expressao @ ou nao uma oragao. ‘A teoria dos modelos aparece quando interpretamos L =, Nestes possiveis modelos devem aparecer as Agere eA relagoes ou propriedades Ry, +R, _,> due correspondem aos predicados de L, e os elementos distinguidos Agorees a 1 que correspondem as constantes individuais de L. Os a= predicados sao s e as constantes individuais nomeiam os corresponden interpretados nas correspondentes rela- goe tes elementos distinguidos. A interpretagao das oragoes em A esta dada pelas regras que determinam a verdade ou falsidade das oragoes com respeito a A. Estas regras fo~ ram indicadas informalmente acima, Na continuagao, da- ~las-emos mais formalmente, porém ainda nao em forma to- talmente rigorosa. Escreveremos AF > para " @ verdadeé na om A" ou (o que é@o mesmo) "A @ modelo de ". A defi- nicgao consiste das seguintes clausulas: Se > @ atdmica da forma Pay...a, _,entao A F ¢ (i) se e somente se os objetos designados por Ayers any estao na relacao que interpreta P. Gi) Se @ é TY, entao A $ se e somente se nao se tem A¥ ¥. -268- (iii) Se p @ (YA 0) entdo A $ se e somente se AEY eA¥F 0, (iv), (v) e (vi) Clausulas similares para v, %e¢* (vii) Se @ € Vx¥, entao Ar o se e@ somente se A= ¥(x/c) para todo ¢ A, onde Y(x/c) @ uma oragao obtida de Y substituindo-se as ocorren- cias livres de x por um nome de c, (ili) Se @ @ ax¥, entdo At) se e somente se Arb para algum ceEA. Como indicamos antes, uma vez definida a verdade po- demos introduzir os distintos conceitos da légica. Ja de mos a definigao de verdade logica: $ é logicamente verda deira, em simbolos ¥), se e somente se para toda estrutu ta A, Ad. Assim, € consequéncia légica do conjunto © de oragoes, em simbolos 2, se todos os modelos das o- ragoes de L sao modelos de $ (isto @, para toda estrutu- ra A tal que A®Y¥ para toda VEL, se temA¥O. Estes conceitos sao a contrapartida formal das defini goes classicas. Um possivel modelo A representa um "mun~ do" possivel, ou seja, um estado possivel da realidade. Assim, @ logicamente verdadeira se é verdadeira nao 30 no mundo real, senao também em todos os mundos possiveis& Esta idéia, expressa por Leibniz no século XVII, nao cons, titui uma definicgao de validade, senao uma explicagao heu ristica, A razdo disso esta em que a palavra "possivel", neste contexto, significa "logicamente possivel", isto livre de contradigdo. Por sua parte, uma proposigao ¢S7 ta livre de contradigao se sua negagao nao é logicamente verdadeira, como que chegamos a um circulo vicioso- -259) > 3 - MODELOS NAS CIENCIAS EMPTRICAS Para comecar, mencionaremos que nas ciéncias empfri- cas @ comum que se construam modelos matenriais de certos objetos. Por exemplo, para provar um novo tipo de aerona ve, em geral constroi~se ummodelo menor que o real; fei tas as provas, aplicando-se as formulas de Newton, etc., obtém-se os efeitos que sofreria a aeronave a ser cons— trufda, ao ser submetida a determinadas condigoes @e ven to, vibragoes, etc.). 0 mesmo ocorre quando se quer pro~ jetar uma represa ou muitos tipos de aparatos. O estudo de tais modelos faz-se especialmente na mecanica e a teo ria de semelhantes modelos poderia também ser chamada teo ria dos modelos. Mas, como poderia ser provado, tais modelos reduzem- -se, em altima instancia, pelo menos do ponto de vista teo rico, aos modelos abstratos estudados acima. Isto pode ser comprovado pelo fato de haver uma teoria destes mode los, de carater mecanico, que @ um capitulo da mecanica nacional. Nao obstante, os modelos na acepgao precedente serao exclufdos de nossa apresentacao. Antes de tratar de modelos e interpretagoes nas cién cias empfricas, devemos dizer algumas palavras sobre o que @, formalmente, uma teoria cientifica. Como primeira aproximagao, podemos identificar uma teoria cientffica com o conjunto de proposigoes verdadeiras na teoria (ou teses da teoria). Para uma teoria assim considerada, seus modelos, no sentido da segao precedente, sao as estrutu- ras onde as proposigoes da teoria sao verdadeiras (ou, mais simplesmente, onde a teoria @ verdadeira). Na maio- =270% ria dos casos, as proposigoes verdadeiras de uma teoria deduzem-se logicamente de um conjunto reduzido de postu- lados. Assim, para verificar se uma estrutura é@ modelo de uma teoria, basta verificar se os postulados sao yerdadei_ ros na estrutura. Como todas as teses deduzem-se dos pos tulados, da verdade destes obtém e a verdade daquelas. Mais adiante, daremos uma versao mais refinada do que é uma teoria, devida a Patrick Suppes. Interpretar em ciéncia significa sempre, direta ou in diretamente, interpretar uma linguagem em um modelo. As- sim, quando comumente diz-se que se interpretou uma teo- ria Ty em outra Ty, isto significa que se interpretou a linguagem Ty nos modelos Ty, de maneira que os postulados basicos de T, sejam verdadeiros. Os modelos de qualquer teoria empirica T podem ser reduzidos a modelos abstratos, matematicos, do tipo des- crito na secao 2, ainda que nem sempre tao simples como os exemplos ali citados. Os objetos do modelo podem ser substituidos por conjuntos convenientes (por exemplo, por niumeros ordinais, que sao certos tipos de conjuntos) , e as propriedades e relagoes constantes do modelo inicial, por conseguinte, convertem-se em propriedades e relagoes conjuntistas, Portanto, ao referirmo-nos aos modelos de uma teoria empirica, podemos nos referir sempre a modelos matematicos, elaborados na teoria dos conjuntos. Estes modelos sao habitualmente apropriados para logicas mais ricas que a estudada na secao 2 e incluem propriedades e relagoes matematicas, além das diretamente empiricas. Os modelos de uma teoria T, isto @, os modelos nos quais a teoria @ verdadeira, determinam, em certo senti- a2 11= do, a teoria T. Por outro lado, classes importantes de modelos podem ser individualizados por teorias convenien tes. P. Suppes @ um dos fildsofos que mais tem ins em que se estudem as teorias das ciéncias empiricas ca~ racterizando-se seus respectivos modelos, ou seja, ao in ves de se considerar as teorias como puras estruturas lin guisticas, convém encara-las como classes de modelos a- propriados. Deste modo tém sido tratados varios ramos da ciéncia, como por exemplo, a mecanica classica das parti culas, a relatividade restrita, a termodinamica e a teo~ ria da aprendizagem. Por exemplo, no caso da mecanica das particulas, a teoria @ considerada como a classe dos mo- delos que satisfazem certas condicgoes, principalmente, os postulados da teoria. Cada modelo representa uma situa — cao particular onde a teoria @ aplicada. Ha modelos para o sistema solar, para o movimento de um numero qualquer de particulas no vacuo, etc. Em cada modelo, seu univer- so representa os objetos aos quais se esta aplicando a teoria. Quando uma teoria @ encarada como dada por seus mode- los, evidentemente isto implica que se tenham dois tipos de relagoes; a interpretagao da linguagem da teoria nos modelos e as relagoes entre estes e a realidade. Dado um modelo de uma teoria T, cuja linguagem é@ L, as relagoes entre L e os modelos de T sao da natureza das relagoes tra tadas na segao 2. Se M@ um modelo de T relacionado com um determinado dominio das ciéncias empiricas D, as cone e272= xoes entre Me D sa0 complicadas e complexas. Geralmente, tais relagoes sao estabelecidas pela estatistica e pela teoria da medigdo (ou teoria das magnitudes). Poder{amos batizar a teoria das conexoes entre os modelos e a reali dade como "semantica aplicada", tal como a teoria dos mo, delos da segao 2 recebe também o nome de semantica teori ca. Em resumo, poderiamos asseverar que a ciéncia avanga através de modelos idealizados, que ajudam a nos orien- tar e a dominar nossa circunstancia. Pelos modelos, inter pretamos a realidade. E a investigacao cientifica deste processo se faz pela teoria dos modelos e pela semantica aplicada. 4 - INDICAGOES BIBLLOGRAFICAS A literatura sobre a teoria dos modelos @ muito ri- ca, Uma explicagao informal muito boa da definigao de Tarski relacionando-a com a nocao de prova, da qual nao falamos aqui, aparece em um artigo de mesmo Tarski, "Truth and Proof", publicado na Scientific American em junho de 1969 (traduzido para o castelhano na revista Teoria n?3, pp- 56-82). 0 artigo de um dos autores do presente traba tho, R. Chuaqui, "Modelos en logica matematica" (em Algu nas Reflexiones sobre Modelos, editada por Bruno Philip~ pi, Ediciones Nueva Universidad, Santiago) também contém uma explicagao simplificada da teoria dos modelos. Um texto muito completo na teoria dos modelos @ 0 igi vro "Model Thory", de C. C. Chang e H. J. Keisler, North~ -Holland Pub. Co., 1973. Um texto mais elementar € 0 1j~ =27/3= i> vro de H. B. Enderton, "A Mathematical Introduction to Lo gic", Academic Press, 1972. Tambem aparecem numerosas con tribuigdes 4 teoria nos "Proceedings of the Tarski Sympo sium" (American Mathematical Society, 1974, editado por e L. Henkin, J. Addison, C.C. Chang, W. Craig, D. Scott R. Vaught); em particular, uma historia completa da teo— Re ria aparece neste livro, nos artigos de C. C. Chang e & L. Vaught. Para a teoria dos modelos em ciéncia, sao relevantes varios trabalhos de Suppes. Em particular, seu livro in- trodutorio de logica "Introduction to Logic", Van Nos-— trand, 1957 e sua obra "Set-theoretic Structures inScien ce" (mimeografado), Institute for Mathematical Studies the Social Sciences, Stanford University, 1967. Na atua- lidade, Suppes esta preparando um livro muito completo so bre este tema. A teoria da medicao esta desenvolvida de forma exaustiva na obra de D. H. Krantz, R. D. Luce, P. Suppes e A. Tverski "Foundation of Measurement", Vol. 1, Academic Press, 1971 . i Os autores do presente artigo estao desenyolvendo ma teoria matematica de carater semantico do conceito de modelo (ou, de modo mais preciso, de estrutura) em cién—- cia, baseados nas idéias de predicados conjuntistas de Suppes e de estrutura matematica de Bourbaki (cf. N. Bour baki, "Théorie des Ensembles", Ch. 4, Hermann, 1954). Modelos mais gerais do que os tratados aqui podem ser encontrados nos artigos técnicos "Pragmatic truth and approximation to truth", de I, Mikenberg, N. C. A. da Cos, ta eR, Chuaqui, publicado no The Journal of Symbolic Lo gic, 51, 1986, pp- 201-221 e "Approximation to truth and -274- the theory of errors" de R. Chuaqui e L. Bertossi, publi cado nos Proceedings do VI Simposio Latino Americano de Logica Matematica, editado por Carlos A. di Prisco, Sprin ger, 1985, pp. 13-31. Departamento de Filosofia/USP Cidade Universitaria, S30 Paula-SP Departamento de Matematica 4 i ; a 4 3 Rt Pontif{cia Universidad Catélica de Chile ee Santi ago-Chile ‘ Traduzido da Revista Universitaria, da Pontificia Universidad Catélica de Chile, 16 (1985), p.72-79, com autorizagao, por Décio Krause. VERSIDADE tebthal OL & Ui Recebido em 21/3/1987 2275=

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