Sei sulla pagina 1di 104

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Paula Pozzer da Silva

A FISCALIZAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: ANÁLISE DO CUSTO
BENEFÍCIO EM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ

Santa Maria, RS
2018
Paula Pozzer da Silva

A FISCALIZAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA


CONSTRUÇÃO CIVIL: ANÁLISE DO CUSTO BENEFÍCIO EM ESTUDO DE CASO
NO MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil,


da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito para obtenção
do título de Engenheira Civil.

Orientador: Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos

Santa Maria, RS
2018
RESUMO

A FISCALIZAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA


CONSTRUÇÃO CIVIL: ANÁLISE DO CUSTO BENEFÍCIO EM ESTUDO DE CASO
NO MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ

AUTORA: Paula Pozzer da Silva


ORIENTADOR: Joaquim Cesar Pizzutti dos Santos

O setor da construção civil é de grande importância para o desenvolvimento da


economia do país, sendo grande fonte empregatícia. Em contrapartida, é um setor
com alto índice de ocorrência de acidentes, evidenciando negligências quanto à
preservação da segurança e saúde do trabalhador, principal encarregado da efetiva
execução de obras. O não enquadramento da obra as exigências legais
estabelecidas pelas normativas pertinentes a Segurança e Saúde do Trabalho gera
custos adicionais ao empregador incluindo despesas judiciais, dentre as quais se
enquadram as indenizações pecuniárias. O presente trabalho objetiva demonstrar o
custo benefício do cumprimento das normas referente à segurança de trabalho no
setor da construção civil. Para isto, realizou uma revisão da literatura acerca da
Segurança e Saúde do Trabalho, do sistema de fiscalização do trabalho brasileiro e
dos custos resultantes do não cumprimento das exigências legais conforme a
aplicação da NR28 – Fiscalização e Penalidades, principalmente acerca da NR18 –
Condições de Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil. É
apresentado um estudo de caso em um empreendimento no município de Gravataí-
RS, demonstrando que é possível evitar as situações de risco através da
implantação, manutenção e fiscalização dos critérios de segurança dentro da
empresa, e que seu custo é relativamente inferior quando comparado aos valores e
as consequências do não cumprimento da legislação. Para auxílio da inspeção deste
estudo de caso, foi elaborada uma lista de verificações destacando os principais
itens fiscalizados no setor da construção civil, podendo ser utilizado em inspeções
futuras, independente da fase ou porte do empreendimento.

Palavras-chave: Segurança do trabalho. Construção civil. Lista de verificações.


Fiscalização. Multas.
ABSTRACT

INSPECTION OF HEALTH AND LABOR SAFETY IN THE CIVIL


CONSTRUCTION INDUSTRY: ANALYSIS OF THE BENEFIT COST IN CASE
STUDY IN THE CITY OF GRAVATAÍ

AUTHOR: Paula Pozzer da Silva


ADVISOR: Joaquim Cesar Pizzutti dos Santos

The civil construction sector is of great importance for the development of the country
economy, being a great source of employment. On the other hand, it is a sector with
high incidence of accidents, evidencing negligence for the health and safety of the
work-people, responsible for the enforcement of the activity. Inadequacy of the
comply with the legal requirements established by Occupational Health and Safety
regulations creates additional costs for the employer, including legal expenses,
among which are the pecuniary damages. The present work aims to show the
custom of implementation with the security of the civil building. For the purpose it
carried out a review of the literature on health and safety at work, the Brazilian labor
inspection system and the costs resulting from failure to comply with legal
requirement under the application of NR 28 - Inspection and Penalties principally
about NR18 - Working Conditions in Construction Industry. A case study is presented
at a company in the city of Gravataí - RS, demonstrating that it is possible to prevent
situations of risk through the implementation, maintenance and inspection of safety
criteria within the company, and that its cost is relatively lower when compared to
values and consequences of non-compliance with legislation. To assistance with the
inspection in this case study, a check-list was developed containing the principal
items inspected in the civil construction sector, and can be used in future inspections,
independent of the stage or size of the enterprise.

Keywords: Work safety. Civil construction. Check-list. Inspection. Penalties.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Evolução dos acidentes de trabalho no Brasil (1988-2016) ..................... 16


Figura 2 – Dados da Inspeção em SST no Brasil (1996-2016) ................................. 24
Figura 3 – Variáveis da fiscalização na construção civil (1996-2016) ....................... 26
Figura 4 – Fluxo de ações da inspeção do trabalho. ................................................. 30
Figura 5 – NRs mais fiscalizadas no setor de Construção Civil (2016-2018) ............ 31
Figura 6 – Itens mais fiscalizadas da NR18 (2016-2018) .......................................... 32
Figura 7 – Avaliação dos funcionários pela empresa ................................................ 35
Figura 8 – Avaliação da empresa pelos funcionários ................................................ 36
Figura 9 – Vestiário. .................................................................................................. 43
Figura 10 – Local para refeições ............................................................................... 44
Figura 11 – Croqui da atual das áreas de vivência. .................................................. 46
Figura 12 – Sugestão de adaptação das áreas de vivência. ..................................... 46
Figura 13 – Serra circular da carpintaria. .................................................................. 48
Figura 14 – Ponta de vergalhões. ............................................................................. 50
Figura 15 – Mesa de dobra de aço............................................................................ 50
Figura 16 – Cremalheira desprotegida. ..................................................................... 52
Figura 17 – Cimbramento de vigas. .......................................................................... 53
Figura 18 – Torre metálica. ....................................................................................... 53
Figura 19 – Atividade de concretagem. ..................................................................... 54
Figura 20 – Uso inadequado de escada de mão em risco de queda ........................ 56
Figura 21 – Uso inadequado de escada de mão. ...................................................... 56
Figura 22 – Acesso pela escada concretada............................................................. 56
Figura 23 – Acesso provisório inadequado. .............................................................. 57
Figura 24 – Rampa inadequada. ............................................................................... 57
Figura 25 – Abertura de piso sem fechamento ou guarda-corpo. ............................. 59
Figura 26 – Área de transporte vertical de materiais. ................................................ 59
Figura 27 – Fechamento e uso inadequado do poço do elevador............................. 60
Figura 28 – Sistema de guarda-corpo mal fixado e ausência de tela. ....................... 60
Figura 29 – Ausência de plataforma principal de proteção. ...................................... 61
Figura 30 – Guincho de coluna. ................................................................................ 63
Figura 31 – Andaime de madeira de dimensionamento inadequado. ....................... 65
Figura 32 – Estoque de EPI no almoxarifado. ........................................................... 68
Figura 33 – Fornecimento de EPI na carpintaria. ...................................................... 68
Figura 34 – Atividade realizada sem EPI adequado.................................................. 69
Figura 35 – Vedação do acesso à obra. .................................................................... 71
Figura 36 – Organização e Limpeza. ........................................................................ 72
Figura 37 – Correto armazenamento de blocos cerâmicos. ...................................... 74
Figura 38 – Armazenamento inadequado de blocos cerâmicos. ............................... 74
Figura 39 – Armazenamento de vergalhões.............................................................. 75
Figura 40 – Armazenamento de areia. ...................................................................... 75
Figura 41 – Armazenamento de sacos de cimento. .................................................. 76
Figura 42 – Armazenamento de material hidráulico. ................................................. 76
Figura 43 – Armazenamento de material hidráulico. ................................................. 77
Figura 44 – Armazenamento de material elétrico. ..................................................... 77
Figura 45 – Armazenamento de chapas de compensado. ........................................ 77
Figura 46 – Armazenamento e descarte de madeira ................................................ 78
Figura 47 – Sinalização na área de vivência ............................................................. 80
Figura 48 – Sinalização na área de carpintaria. ........................................................ 80
Figura 49 – Sinalização na área de armação de aço. ............................................... 81
Figura 50 – Sinalização próxima à coluna de guincho. ............................................. 81
Figura 51 – Custo das infrações x custo das adequações (R$ 1.000,00) ................. 83
Figura 52 – Grau de infração no canteiro. ................................................................. 83
Figura 53 – Distribuição do grau de infração. ............................................................ 84
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de pessoal ocupado e de acidentes no Brasil, em 2015, de


acordo com a atividade econômica. .......................................................................... 18
Tabela 2 – Síntese dos principais custos referentes à segurança do trabalho. ........ 19
Tabela 3 – Inspeções realizadas em SST no trabalho no Brasil ............................... 25
Tabela 4 – Abordagem das principais normas regulamentadoras no setor. ............. 27
Tabela 5 – Gradação das multas (R$). ..................................................................... 34
Tabela 6 – Conformidade quanto à comunicação prévia .......................................... 37
Tabela 7 – Conformidade quanto aos programas de SST. ....................................... 38
Tabela 8 – Custos de adequação quanto aos programas de SST. ........................... 39
Tabela 9 – Conformidade quanto à equipe especializada em SST. .......................... 40
Tabela 10 – Custos de adequação quanto à equipe especializada em SST. ........... 40
Tabela 11 – Conformidade quanto aos treinamentos. ............................................... 41
Tabela 12 – Custos de adequação quanto aos treinamentos. .................................. 42
Tabela 13 – Conformidade quanto às áreas de vivência .......................................... 45
Tabela 14 – Custos de adequação quanto às áreas de vivência .............................. 47
Tabela 15 – Conformidade quanto à carpintaria. ...................................................... 48
Tabela 16 – Custos de adequação quanto à carpintaria. .......................................... 49
Tabela 17 – Conformidade quanto às armações de aço. .......................................... 51
Tabela 18 – Custos de adequação quanto às armações de aço............................... 51
Tabela 19 – Conformidade quanto às máquinas, equipamentos e ferramentas
diversas. .................................................................................................................... 52
Tabela 20 – Custos de adequação quanto às máquinas, equipamentos e
ferramentas diversas. ................................................................................................ 53
Tabela 21 – Conformidade quanto às estruturas de concreto. .................................. 55
Tabela 22 – Custos de adequação quanto às estruturas de concreto. ..................... 55
Tabela 23 – Conformidade quanto às escadas, rampas e passarelas. ..................... 57
Tabela 24 – Custos de adequação quanto às escadas, rampas e passarelas. ........ 58
Tabela 25 – Conformidade quanto às medidas de proteção contra quedas. ............ 62
Tabela 26 – Custos de adequação quanto às medidas de proteção contra quedas. 62
Tabela 27 – Conformidade quanto às movimentações e transporte de materiais e
pessoas. .................................................................................................................... 64
Tabela 28 – Custos de adequação quanto às movimentações e transporte de
materiais e pessoas. ................................................................................................. 64
Tabela 29 – Conformidade quanto aos andaimes. .................................................... 65
Tabela 30 – Custos de adequação quanto aos andaimes. ....................................... 66
Tabela 31 – Conformidade quanto às instalações elétricas. ..................................... 66
Tabela 32 – Relação função x EPI na empresa. ....................................................... 67
Tabela 33 – Conformidade quanto aos EPIs e vestimentas. ..................................... 69
Tabela 34 – Custos de adequação quanto aos EPIs e vestimentas. ........................ 70
Tabela 35 – Conformidade quanto aos tapumes....................................................... 71
Tabela 36 – Conformidade quanto à ordem e limpeza. ............................................. 73
Tabela 37 – Custos de adequação quanto à ordem e limpeza. ................................ 73
Tabela 38 – Conformidade quanto ao armazenamento de materiais. ....................... 78
Tabela 39 – Custos de adequação quanto ao armazenamento de materiais. .......... 78
Tabela 40 – Conformidade quanto à proteção contra incêndio ................................. 79
Tabela 41 – Custos de adequação quanto à proteção contra incêndio ..................... 79
Tabela 42 – Conformidade quanto à sinalização ...................................................... 81
Tabela 43 – Itens aplicáveis, irregulares e frequência de inspeções. ....................... 82
LISTA DE SIGLAS

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho


CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis Trabalhistas
DRT Delegacia Regional do Trabalho
EPI Equipamento de Proteção Individual
NR Norma Regulamentadora
NR 01 NR Disposições Gerais
NR 03 NR nº03 Embargo ou Interdição
NR 04 NR nº04 Serviço Especializado de Engenharia e Medicina do Trabalho
NR 05 Norma Regulamentadora nº05 – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes
NR 06 Norma Regulamentadora nº06 – Equipamentos de Proteção Individual
NR 07 Norma Regulamentadora nº07 – Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional
NR 09 Norma Regulamentadora nº09 – Programa de Prevenção e Riscos
Ambientais
NR 10 Norma Regulamentadora nº10 – Segurança em Instalações e Serviços
em Eletricidade
NR 12 Norma Regulamentadora nº11 – Máquinas e Equipamentos
NR 18 Norma Regulamentadora nº18 – Condições de meio ambiente de
trabalho na Indústria da Construção Civil
NR 23 Norma Regulamentadora nº23 – Proteção contra incêndios
NR 28 Norma Regulamentadora nº28 – Fiscalização e penalidades.
NR 35 Norma Regulamentadora nº35 – Trabalho em Altura
OIT Organização Internacional do Trabalho
PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PIB Produto Interno Bruto
PPRA Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais
SESMT Serviço Especializado de Engenharia e Medicina do Trabalho
SST Segurança e Saúde do Trabalho
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 Objetivos ....................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................... 13
1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................... 13
1.2 Justificativa ................................................................................................... 13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 14
2.1 A indústria da construção na economia brasileira ........................................ 14
2.2 Segurança e Saúde do Trabalho .................................................................. 15
2.2.1 Acidente de trabalho .......................................................................... 15
2.2.2 Custos de acidentes de trabalho ........................................................ 19
2.3 Fiscalização do trabalho ............................................................................... 21
2.3.1 A eficácia da fiscalização no Brasil .................................................... 22
2.3.2 Histórico das fiscalizações do trabalho no Brasil e no setor .............. 23
2.4 Normas Regulamentadoras .......................................................................... 26
2.4.1 Norma Regulamentadora NR – 18 ..................................................... 27
2.4.2 Norma Regulamentadora NR – 03 ..................................................... 28
2.4.3 Norma Regulamentadora NR – 28 ..................................................... 29
2.5 Itens mais fiscalizados na segurança do trabalho no setor .......................... 31
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 33
3.1 Caracterização do objeto de estudo ............................................................. 33
3.2 Valor das infrações ....................................................................................... 33
3.3 Valor das adequações .................................................................................. 34
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 35
4.1 Análise da empresa construtora ................................................................... 35
4.2 Análise do canteiro de obra .......................................................................... 36
4.2.1 Documentações e ações administrativas ........................................... 36
4.2.2 Áreas de vivência ............................................................................... 42
4.2.3 Carpintaria.......................................................................................... 47
4.2.4 Armações de aço ............................................................................... 49
4.2.5 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas. ............................. 51
4.2.6 Estruturas de concreto ....................................................................... 53
4.2.7 Escadas, rampas e passarelas. ......................................................... 55
4.2.8 Medidas de proteção contra quedas de altura ................................... 58
4.2.9 Movimentação e transporte de materiais e pessoas .......................... 63
4.2.10 Andaimes e plataformas de trabalho .................................................. 64
4.2.11 Instalações elétricas........................................................................... 66
4.2.12 Vestimentas e equipamentos de proteção individual ......................... 67
4.2.13 Acesso e circulação no canteiro......................................................... 70
4.3 Análise dos custos de infração e adequação ............................................... 82
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 85
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 86
APÊNDICE A – Variáveis da Fiscalização ................................................................ 91
APÊNDICE B – Lista de Verificações........................................................................ 94
12

1 INTRODUÇÃO

A variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro está altamente associada


à variação crescente do PIB do setor de construção civil, cuja contribuição é
crescente ao longo da década, evidenciando o setor como fundamental para o
desenvolvimento econômico do país devido aos seus efeitos na geração de
produção, rendas e empregos (CUNHA, 2012).
“Para um acréscimo de R$ 10 milhões na demanda final da construção civil,
231 novos postos de trabalho são criados diretamente pelo setor” (TEIXEIRA &
CARVALHO, 2005, p. 21). Segundo os autores o setor é um dos que mais emprega,
estando na quarta posição no ranking de geração de empregos totais juntamente
com atividades importantes como a agropecuária, artigos de vestuário, siderurgia,
comunicações e instituições financeiras.
Em contrapartida a indústria da construção civil é um setor com alto índice de
ocorrência acidentes. Segundo Araújo (ARAÚJO, 2000, p. 5), “enquanto o setor
industrial apresenta uma média de 60 a 80 acidentes por mil trabalhadores, o setor
da construção civil apresenta uma média de 160 a 250 acidentes por mil
trabalhadores”.
“Podemos dizer que, via de regra, as empresas desconhecem os prejuízos
que tem com os acidentes e às vezes os seus dirigentes nem imaginam em quanto
os acidentes oneram o custo de seus trabalhos ou produtos” (ARAÚJO, 2000).
Dentre os custos adicionais ocasionados pelo não cumprimento das
exigências referentes à Segurança e Saúde do Trabalho se enquadram os
embargos e as indenizações pecuniárias que podem ocorrer diante a uma
fiscalização aplicada conforme critérios redigidos pela Norma Regulamentadora 28 –
Fiscalização e Penalidades, aprovadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O presente trabalho discorre acerca da aplicação de multas às empresas em
caso de descumprimento das normativas relativas ao setor de construção civil, com
ênfase na Norma Regulamentadora 18 – Condições de Meio Ambiente de Trabalho
na Indústria da Construção. Sendo realizado um estudo de caso em canteiro de obra
no município de Gravataí, utilizando uma lista de verificações elaborada e
disponibilizada para futuras inspeções.
13

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Demonstrar o custo benefício do cumprimento das normas referentes à


segurança do trabalho em empreendimentos de construção civil a partir de um
estudo de caso no município de Gravataí – RS.

1.1.2 Objetivos Específicos

Para alcançar esse objetivo definem-se os seguintes objetivos específicos:


a) Identificar em obra específica o grau de conformidade e os principais
motivos e consequências das não conformidades das normas de segurança na
construção civil;
b) Levantar e analisar custo de adequação quanto ao cumprimento das
normas de segurança irregulares, comparando ao custo das infrações referentes aos
itens não conformes em obra em estudo.

1.2 Justificativa

O não enquadramento da obra as exigências legais estabelecidas pelas


normativas pertinentes acarreta para o empregador, em termos de acidente de
trabalho, prejuízos possíveis de serem evitados através da implantação, fiscalização
e manutenção dos critérios de segurança e segurança do trabalhado dentro da
empresa.
Portanto, há a necessidade de promover o entendimento e aperfeiçoamento
acerca do tema por parte dos empreendedores e demais interessados na área, além
de expandir o conhecimento a respeito da NR 28 – Fiscalização e Penalidades,
principalmente quanto aos itens abrangidos pela NR 18 – Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, norma específica para o setor.
.
14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A indústria da construção na economia brasileira

A construção civil é um setor estrategicamente importante para o crescimento


dinâmico do país devido ao seu tamanho e por exercer forte impacto direto e indireto
na economia brasileira (TEIXEIRA & CARVALHO, 2005).
Cunha (2012, p. 22) afirma que “a variação crescente do PIB brasileiro está
altamente associada à variação crescente do PIB do setor de construção civil”, e que
o setor, com altas taxas de investimento do governo, responde por praticamente
50% da formação bruta de capital da economia sendo grande gerador de emprego e
renda. Portanto, o investimento no setor incentiva a geração de empregos no mesmo
e promove o crescimento econômico do país.
Dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), elaborada pelo
IBGE (2015a), demonstram que no ano de 2015 a Construção Civil participou com
5,74% da formação do Produto Interno Bruto do país, apresentando um valor
adicionado bruto de 296.018 bilhões. A contribuição relativa do setor ao PIB já foi
maior, tendo seu pico em 2.000 com contribuição de 7,0%.
O Serviço Social da Indústria (2015) alega que a participação da indústria da
construção na economia é ainda maior ao considerar que, desde a concepção até a
entrega do produto final, são necessários inúmeros serviços e produtos específicos,
envolvendo diversas atividades como a fabricação e comércio de materiais de
construção, máquinas e equipamentos. Isto também reflete no papel social da
geração de empregos.
Assim a construção civil é um segmento de alta absorção de mão de obra e
forte poder econômico que gera grande oportunidade e emprego, incorporando
várias faixas etárias e graus de escolaridade (CUNHA, 2012).
No ano de 2015, no Brasil, foram 246.366 empresas atuantes, empregando
um total de 2.853.685 pessoas nas unidades da federação, o que colocou o setor da
construção civil em quarta posição no ranking de pessoal ocupado (IBGE - Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, 2015a).
15

2.2 Segurança e Saúde do Trabalho

Segurança e Saúde do Trabalho (SST) é uma ciência abrangente, que


objetiva o bem-estar social, mental e físico dos trabalhadores, protegendo-os em seu
ambiente laboral perante os riscos resultantes de condições prejudiciais à saúde
(ILO - International Labour Organization, 1996). Além disto, é um direito fundamental
reconhecido pela Constituição Federal (BRASIL, 1988) em seu Art. 7º, inciso XXII:
“são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: [...] redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança”.

2.2.1 Acidente de trabalho

Acidente de trabalho é definido legalmente no Art. 19 da Lei 8.213 (BRASIL,


Lei Nº 8.213, 1991) como aquele que ocorre vinculado ao serviço prestado e
mediante ocorrência de lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte
ou a perda ou redução da capacidade laboral, seja permanente ou temporária.

2.2.1.1 Acidentes de trabalho no Brasil

Estima-se que as más práticas de segurança custem, anualmente, cerca de


4% do Produto Interno Bruto Global, e que ocorram mais de 2,78 milhões de mortes,
além de 374 milhões de ferimentos e doenças relacionados ao trabalho (ILO -
International Labour Organization, 2018a).
Em 2014, a OIT elaborou uma lista relacionando o número de trabalhadores,
acidentes e óbitos de 200 países, colocando o Brasil, na época com 612.000
acidentes anuais, na quarta posição do ranking mundial, abaixo da China, Índia e
Indonésia (PROTEÇÃO, 2017).
Atualmente o Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho (MPT-
Ministério Público do Trabalho, 2018a) estima que a cada 48 segundos ocorre um
acidente de trabalho, a cada 3h38 um trabalhador perde a vida e a cada 1 minuto
R$8.571,43 são gastos pela Previdência com benefícios acidentários no Brasil.
16

Pelo gráfico apresentado na Figura 1, elaborado a partir de dados do


Ministério da Previdência Social (2018), é possível visualizar a evolução dos
acidentes de trabalho no Brasil. Ansiliero (2006) assume que uma possível
explicação para o crescimento pouco previsível no número de acidentes de trabalho,
principalmente entre 2003 e 2004, é a subnotificação de registros.

Figura 1 – Evolução dos acidentes de trabalho no Brasil (1988-2016)

1.200.000

1.000.000

800.000

600.000

400.000

200.000

2009
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008

2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: a autora (2018).

Esses dados provêm das Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT) e


de registros que embora não tenham sido emitidos através de CAT, deram origem a
benefício por incapacidade de natureza acidentária.
A legislação prevê no Art. 22 da Lei 8.213 (BRASIL, Lei Nº 8.213, 1991) a
obrigatoriedade da CAT pela empresa à Previdência Social, tanto em caso de
acidente quanto óbito. Também permite que o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública realize o registro que inclusive possui formulário disponibilizado
virtualmente, no site do INSS.
Ainda assim há subnotificação, que pode ocorrer por falta de compreensão
acerca do preenchimento dos documentos, porém há indícios de grande pressão por
parte da empresa para que o registro seja omitido, bem como fraudes com o
mascaramento de evidências e provas da relação com o trabalho. O que indica que
o número de acidentes e óbitos tem uma tendência a ser superior que os registrados
(SESI - Serviço Social da Indústria, 2015).
17

2.2.1.2 Acidentes de trabalho no setor da Construção Civil

No ano de 2015 o setor de construção civil esteve na quinta posição de


acidentes totais dentre as principais atividades econômicas, como pode ser
observado na Tabela 1. Desses dados ainda podemos destacar que os três
segmentos que mais acidentam correspondem a aproximadamente 64,55% do total
do setor, nos quais se destacam a Construção de Edifícios (41,46%), Obras para
Geração e Distribuição de Energia Elétrica e para Telecomunicações (14,33%) e
Construção de Rodovias e Ferrovias (8,77%).
A análise do impacto da segurança do trabalho não deve ser realizada
somente considerando o quantitativo de acidentes, mas também a letalidade dos
mesmos. Segundo o Serviço Social da Indústria (SESI - Serviço Social da Indústria,
2015, p. 16), no ano de 2012, “o risco de morrer por acidente de trabalho na
indústria da construção foi quase três vezes maior que para os demais ramos”:
foram registrados 17,1 óbitos por acidente de trabalho a cada 100.000 trabalhadores
no setor da construção civil, contra 6,6 em outros ramos de atividade econômica.
Assim, o setor de construção civil é considerado o mais preocupante, com grandes
números de acidentes e grandes impactos sobre o acidentado.
Estudos indicam que as causas frequentes relatadas que levaram a acidentes
do trabalho foram: as atividades de transportes como a terraplenagem,
movimentação de equipamentos pesados, descarregamento de veículos e similares;
as quedas que envolvem tanto escorregos, tropeços e quedas no mesmo nível de
altura quanto as em níveis diferentes como os ocorridos lajes de edificações e
andaimes, estes últimos, mais propensos a ocasionar óbitos; e eletrocussão, que
envolvem a manipulação de elementos elétricos que não seguem procedimentos
específicos. Também é causa de acidente de trabalho a gestão inadequada das
obras, sem a indicação de responsáveis pela segurança, e de ordens para que
ações em situação desprotegida não sejam executadas (SESI - Serviço Social da
Indústria, 2015).
Á vista disto, tais situações poderiam ser evitadas ou ao menos minimizadas
com a adoção ou manutenção de práticas de segurança do trabalho. Para tanto não
há carência de normas, mas há o descumprimento das legislações existentes por
parte da empresa, o que aumenta a probabilidade de ocorrência de acidentes de
trabalho além de acarretar diversas consequências para o empregador.
Tabela 1 – Quantidade de pessoal ocupado e de acidentes no Brasil, em 2015, de acordo com a atividade econômica.
Pessoal Acidente Acidente Doença do
Acidentes
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) ocupado típico de trajeto trabalho Total Ranking
total Com CAT Sem CAT
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura 490.307 14.482 1.602 137 2.117 18.338 7
Indústrias extrativas 228.997 4.097 624 147 218 5.086 16
Indústrias de transformação 8.263.436 117.407 20.397 5.943 10.697 154.444 1
Eletricidade e gás 124.155 2.007 612 81 205 2.905 17
Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação 359.975 9.492 1.459 174 476 11.601 11
Construção 2.853.685 32.110 5.963 573 4.688 43.334 5
Construção de edifícios 1.177.716 13.833 2.534 249 1.351 17.967
Obras de infraestrutura 830.231 11.938 1.684 177 2.780 16.579
Serviços especializados para construção 845.738 6.339 1.745 147 557 8.788
Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas. 11.804.036 50.903 20.486 1.421 5.078 77.888 2
Transporte, armazenagem e correio. 2.753.172 33.029 8.751 1.401 3.372 46.553 4
Alojamento e alimentação 2.324.429 11.048 3.662 274 1.063 16.047 9
Informação e comunicação 1.109.754 2.650 2.179 156 991 5.976 15
Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. 1.087.180 3.744 2.301 2.839 1.205 10.089 12
Atividades imobiliárias 283.259 841 312 18 60 1.231 19
Atividades profissionais, científicas e técnicas. 1.318.367 3.860 2.670 128 661 7.319 14
Atividades administrativas e serviços complementares 4.148.276 13.988 12.333 665 5.095 32.081 6
Administração pública, defesa e seguridade social. 33.689 10.625 3.043 198 2.306 16.172 8
Educação 1.153.475 5.933 2.637 165 4.008 12.743 10
Saúde humana e serviços sociais 1.175.656 55.396 13.503 647 3.704 73.250 3
Artes, cultura, esporte e recreação. 224.570 1.200 422 29 117 1.768 18
Outras atividades de serviços 483.485 5.222 2.209 178 759 8.368 13
Serviços domésticos Indisponível 34 21 1 0 56 20
Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 2 12 7 1 2 22 21
Fontes: IBGE (2015b), MTE (2015a) (2015b), adaptado pela autora
19

2.2.2 Custos de acidentes de trabalho

Condições de trabalho precárias trazem consequência graves para os


trabalhadores, empregadores e outras pessoas da comunidade. Aos empregadores
estas consequências podem ser classificadas, em termos de acidente de trabalho,
como custos diretos e indiretos.
De acordo com a NBR 14.280 (ABNT, Associação Brasileira de Normas
Técnicas, 2001) os custos diretos, ou custo segurado são referentes às despesas
cobertas pelo seguro de acidente do trabalho, sendo facilmente determinados. Já os
custos indiretos, ou não segurados, são referentes às despesas não cobertas pelo
seguro de acidente do trabalho e, em geral, são de difícil mensuração, variando
conforme a gravidade.
Para Eyerkaufer et al (2017) os custos diretos, que incidem antes da
ocorrência do acidente, e os indiretos, aqueles envolvidos após o acidentes são
listados na Tabela 2.

Tabela 2 – Síntese dos principais custos referentes à segurança do trabalho.


Custos Diretos Custos Indiretos
Equipes de segurança o trabalho Despesas Jurídicas
Instalação de proteções coletivas Salário e treinamento para substituto
Treinamento de funcionários Horas extras
Infraestrutura temporária Despesas médicas
Sinalização do canteiro 15 dias de afastamentos e indenizações
Programa de Condições e Meio
Danos de máquinas e equipamentos
Ambiente de Trabalho (PCMSO)
Programa de Controle Médico de Saúde
Perda de motivação e produtividade
Ocupacional (PCMAT)
Programa de Prevenção dos Riscos
Atrasos no cronograma/multa contratual
Ambientais (PPRA)
Seguro Acidente do Trabalho Perda de bônus na renovação do seguro

Fonte: Eyerkaufer et al (2017), adaptado pela autora.


20

As despesas jurídicas se referem a honorários e eventuais indenizações


advindas de processos trabalhistas que ocorrem do não cumprimento das normas
referentes à segurança do trabalho e apresentam elevado valor monetário. Isto é
corroborado pelas notícias divulgas pela mídia relatando algumas punições advindas
da fiscalização do trabalho no país.
No primeiro caso aqui exposto, a empresa foi acionada após óbito de um
operário em Manaus, em 2008, e foi autuada após fiscalização encontrar diversas
irregularidades:

A construtora [...] condenada em R$ 200 mil por submeter os empregados


a riscos de acidentes [...] Pela decisão, a empresa deve fornecer e
fiscalizar o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) por seus
empregados, instalar proteção nas edificações e dotar as aberturas no
piso de fechamento provisório. Também não deve permitir a entrada e
permanência de trabalhadores no canteiro de obras sem que haja o
cumprimento da Norma Regulamentadora nº 18, que trata das condições e
meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Uma multa diária
de R$ 5 mil será cobrada em caso de descumprimento (MPT - Ministério
Público do Trabalho, 2013).

Porém não há necessidade de ocorrência de óbitos para que os custos da


penalização sejam elevados. Um exemplo é o resultado da fiscalização de
construtora em Araraquara, a qual já possuía registros de irregularidade em outro
município:

A 2ª Vara do Trabalho de Araraquara (SP) condenou [...] ao pagamento de


R$ 200 mil, a título de dano moral coletivo, por desrespeitar as normas de
segurança e saúde do trabalho. [...] O inquérito civil instaurado após
fiscalização do Ministério do Trabalho que constatou a falta de capacitação
dos empregados da construtora envolvidos na operação de máquinas e
equipamentos. Além de não dar treinamento, a empresa não protegia as
partes móveis dos motores e as partes perigosas do maquinário. A
sentença determina à empresa que proporcione aos empregados
treinamento de segurança [...] sob pena de multa de R$ 5 mil pelo
descumprimento. A empresa também deve cumprir a obrigação de proteger
todas as partes móveis dos motores, transmissões e partes perigosas das
máquinas ao alcance dos trabalhadores, sob pena de multa diária de R$ 10
mil (G1 SÃO CARLOS E ARARAQUARA, 2018).

Ainda que não haja obras ativas quando sentenciadas, a empresa não se
esquiva da indenização e correção de irregularidades, a fim de evitar a ocorrência de
ilícito em novos projetos. Tal situação é demostrada no seguinte caso, onde a
empresa foi julgada quatro anos depois de fiscalizada:
21

A sentença, proferida pela Vara do Trabalho da cidade, fixou indenização de


R$ 2,2 milhões [...] Apresentou 97 autos de infração lavrados pelo Ministério
do Trabalho e Emprego versando sobre prorrogação irregular da jornada,
desrespeito ao intervalo interjornada, não implementação do PCMSO,
ausência de treinamento sobre o adequado uso dos EPIs, inadequação do
PPRA e do PCMAT, entre outros. A decisão estabeleceu 22 obrigações de
fazer e não fazer que deverão ser atendidas pelo grupo, sob pena de multa
de R$ $10 mil por cada constatação de irregularidade. (MPT - Ministério
Público do Trabalho, 2018b).

Por último, a empresa em questão recebeu, além de multa, ordem de


embargo e mesmo assim manteve as atividades e irregularidades. Diante disto,
houve aumento das indenizações:

A construtora foi acionada por desrespeito a normas de segurança e saúde


do trabalhador, especialmente as constantes da Norma Regulamentadora
(NR) nº 18, que levaram o Ministério do Trabalho (MT) a interditar obra. Em
sucessivas voltas ao local, o MT constatou que a empresa continuava com
a obra e que as irregularidades perduravam, mantendo a interdição. A
liminar obriga [...] a interromperem a obra embargada, sob pena de multa de
R$ 200 mil; e a apresentarem os documentos sujeitos à inspeção do
trabalho no dia e hora previamente fixados, sob pena de multa de R$ 10 mil.
Os valores são devidos por dia e por trabalhador prejudicado.[...] Em
definitivo, o MPT pede, além da confirmação dos efeitos da liminar, a
condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais
coletivos de R$ 1 milhão (PTM - Procuradoria do Trabalho Municipal de
Santa Maria, 2016).

2.3 Fiscalização do trabalho

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) visa promover a justiça social


através de convenções e recomendações previamente discutidas entre os governos,
empregadores e empregados, numa relação tripartite. Outra motivação para criação
da OIT foi a necessidade de balancear os custos dos encargos sociais, posto que os
estados que não adotam regras de proteção trabalhista apresentam um valor de
produção mais baixo, prejudicando os países membros no comércio internacional,
numa concorrência desleal. Ademais, a adesão a OIT é vantajosa visto que a
maioria dos países dobra a sua produção interna após ratificar as convenções
(ERVOLINO, 2011).
O Brasil aderiu a 82 dos 189 acordos, sendo um dos 187 Estados-membros
que mais seguem a Convenções Internacionais de Trabalho (ILO - International
Labour Organization, 2018b). Dentre elas a Convenção nº 81, também nomeada
como Convênio sobre a Inspeção do Trabalho, em vigor desde outubro de 1989, que
estabelece a obrigatoriedades dos membros de manter um sistema de inspeção do
22

trabalho nos estabelecimentos industriais e comerciais. De acordo com Scarlécio e


Minto (2016), o sistema de inspeção é encarregado, dentre outros, a zelar pelo
cumprimento das disposições legais, como por exemplo, a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) e as Normas Regulamentadoras (NR).

2.3.1 A eficácia da fiscalização no Brasil

Sobre a efetividade da inspeção do trabalho no Brasil, Cardoso e Laje (2005)


discorrem que, apesar de detalhado e rígido, o sistema de regulação do trabalho no
Brasil é flexível na prática, isto ocorre porque os empregadores podem escolher
cumprir ou não as exigências da legislação. Os autores ressaltam que a tendência é
a do não cumprimento das leis e que esta decisão é tomada ao avaliar o custo-
benefício, porque os custos trabalhistas são muito altos e os riscos de ser
penalizado são baixos.

Empresários racionais defrontados com custos do trabalho considerados


suficientemente altos tenderão a não assumi-los a menos que as sanções
sejam maiores do que esse custo e que a probabilidade de ser pego e
sancionado seja suficientemente crível (CARDOSO & LAGE, 2005, p. 454).

Isto levanta a seguinte questão: qual a probabilidade de uma empresa ser


fiscalizada e punida pelo descumprimento da lei?
Os agentes de inspeção do trabalho são autorizados pelo art.17 da
Convenção 81 (SCALÉRCIO & MINTO, 2016) a providenciar medidas destinadas a
eliminar defeitos considerados como ameaça à saúde ou a segurança dos
trabalhadores, eles devem cumprir ordem de serviço que indicam quais empresas
serão fiscalizadas, mas também possuem autonomia e iniciativa na fiscalização.
Em seu estudo acerca do funcionamento da fiscalização do trabalho, Cardoso
e Lage (2005) explicam que quanto à iniciativa de fiscalização, estas são focadas
nas empresas de grande porte por vários motivos das quais se destacam o fato de
que a remuneração dos fiscais é atrelada ao número de trabalhadores atingidos por
eles durante as ações fiscais. Além disto, as grandes empresas são mais
organizadas e, mesmo que uma regularidade seja detectada, ela tem recursos para
investir em correções e geralmente ocorre nos prazos estabelecidos, o que resulta
em melhor produtividade para os fiscais. Assim, empresas pequenas, com até 20
empregados, dificilmente serão fiscalizadas. No ano de 2016, 91,30% das empresas
23

do setor de construção civil se enquadravam nesta situação (RAIS, Relação Anual


de Informações Sociais, 2016).
Já as ordens de serviço são formadas por sorteios de endereços para visita e,
sobretudo, por denúncias anônimas realizadas por sindicatos ou funcionários do
estabelecimento. Isso indica outra variável: a probabilidade de o trabalhador realizar
a denúncia ou não. Embora o anonimato seja garantido por lei, alguns trabalhadores
são mais propensos a denunciar que outros. “Quanto mais precário o mercado de
trabalho e maior a taxa de desemprego, menores os incentivos para que os
trabalhadores denunciem más condições de trabalho” (CARDOSO & LAGE, 2005, p.
471).
Em resumo, visto que a maioria das ações fiscais é devido a denúncias, a
chance de uma empresa ser inspecionada é diretamente proporcional à inclinação
dos trabalhadores de denunciarem as irregularidades.
Ainda segundo Cardoso e Lage (2005), mesmo que a inspeção do trabalho
seja direcionada para grandes empresas e que isso signifique baixa eficácia, visto
que grandes empresas tendem a ter um menor potencial de ilegalidade, ainda assim
as penalidades são suficientes para forçar as empresas menores a regularizar sua
situação e também pagar as multas.

2.3.2 Histórico das fiscalizações do trabalho no Brasil e no setor

É perceptível a queda da quantidade de ações fiscais nos últimos anos


quando considerado o gráfico da Figura 2, que exibe dados históricos de inspeção
em Segurança e Saúde do Trabalho de acordo com Sistema Federal de Inspeção do
Trabalho (SFIT - Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, 2015).
Segundo o fiscal aposentado Joaquim Pereira, em entrevista para a Revista
Proteção (2016), o contingente de auditores diminui a cada ano e a época, equivalia
a uma redução de seis vezes da capacidade de fiscalização. Além disto, em função
da greve que teve início em agosto de 2015 e adesão de dois terços da categoria do
país, encerrando apenas em março de 2016, as ações fiscais caíram pela metade.
Já no ano de 2017 a Secretaria de Inspeção do Trabalhou perdeu 70% de sua verba
(TAU, 2017). Tais fatos inviabilizaram as ações fiscais e explicam as recentes
reduções das fiscalizações.
24

Figura 2 – Dados da Inspeção em SST no Brasil (1996-2016)

180.000

160.000

140.000

120.000

100.000

80.000

60.000

40.000

20.000

Ações Fiscais Notificações Autuações

Fonte: SFIT (2015), adaptado pela autora.

A saber, o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho (2005) considera:


notificações a concessão de prazo para regularização; Autuações, o início do
processo administrativo que pode resultar na aplicação de multa; Embargo ou
interdição são medidas de urgência adotadas a partir da constatação de situação de
trabalho que caracterize risco grave e iminente.
As ações fiscais por setor no ano de 2015, exibidas na Tabela 3 demonstram
que a construção civil apresenta aproximadamente o triplo de autuações, o dobro de
acidentes e cinco vezes mais embargos ou interdições quando comparado ao
comércio, com as maiores ações fiscais e notificações.
Tal fato é corroborado por Simão (2009, p. 23) que afirma que “o efeito da
inspeção do trabalho é relativamente mais significativo na agricultura e na
construção, setores tipicamente mais vulneráveis à precarização das relações e dos
contratos de trabalho”.
25

Tabela 3 – Inspeções realizadas em SST no trabalho no Brasil

Ações Embargos /
Setor econômico Notificações Autuações
fiscais interdições

Total 96.613 71.246 107.317 4.436

Agricultura 7.909 15.208 9.744 109


Comércio 25.565 21.956 14.011 525
Construção 20.657 9.203 39.012 2.590
Educação 1.718 320 547 10
Hotéis/restaurantes 6.499 1.532 3.558 27
Indústria alimentos 3.754 6.860 6.754 224
Indústria madeira e papel 934 1.553 1.635 80
Indústria. Metal 4.621 3.286 6.058 253
Indústria mineral 2.059 1.222 3.935 151
Indústria de químicos 1.940 1.434 2.754 64
Indústria de tecido e couro 1.748 996 1.747 29
Indústrias - outras 1.214 1.139 1.383 56
Instituições financeiras 651 120 458 4
Saúde 2.680 925 2.335 37
Serviços 6.163 2.566 5.437 112
Transporte 5.752 1.809 5.968 80
Outros 2.749 1.117 1.981 85

Fonte: SFIT (2015), adaptado pela autora.

Ao estudar as variáveis da fiscalização Guedes e Melo (2012) traçam um


cenário sobre as atividades da construção civil. Quanto às ações fiscais, estas não
são suficientes para abranger todo o processo de expansão do setor no Brasil,
porém seu aumento positivo é significativo. Quanto às notificações e autuações, não
há relação direta entre estas variáveis visto que o ano que apresenta maior
quantidade de notificações, não exibe as maiores autuações, que crescem ano a
ano a ponto de ultrapassarem o número de ações fiscais, indicando que mais de
90% das obras que foram fiscalizadas também foram notificadas por alguma
irregularidade. Tal fato é atribuído ao processo de ampliação e intensificações das
ações de fiscalização.
A Figura 3 apresenta dados do SFIT (2016) em relação às variáveis da
fiscalização na Construção Civil, no Brasil, que estão de acordo com o apresentado
por Guedes e Melo. Além disto, os embargos e interdições não seguem uma
projeção linear e pouco se alteram, atingindo um ápice em 2013, com 3.427
registros. Durante a redução de 81,62% das ações fiscais entre os anos de 2013 e
26

2016, as notificações tiveram uma redução de 344,85% a passo de que a redução


das autuações e dos embargos e interdições foram de apenas 45,83% e 49,21%.

Figura 3 – Variáveis da fiscalização na construção civil (1996-2016)

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

Ações Fiscais Autuações Notificações Embargos ou Interdições

Fonte: SFIT (2015), adaptado pela autora.

Guedes e Melo (2012) concluem que, embora as ações do poder público


sejam deficientes quando se considera o crescimento do setor, ainda assim gera
resultados, indicando evolução do Brasil no âmbito geral da Segurança e Saúde do
trabalho, no setor da construção civil. Assim reconhece a importância da
intensificação das ações de fiscalização.

2.4 Normas Regulamentadoras

As Normas Regulamentadoras (NR) são de aplicação obrigatória a toda


empresa regida pela CLT, a qual cabe “cumprir e fazer cumprir as normas de
segurança e medicina do trabalho” (BRASIL, 1943). No total são 36 normas com a
função de orientar sobre procedimentos relativos à Segurança e Saúde do Trabalho.
27

A construção civil é um setor peculiar sendo regida pela NR 18 - Condições e


Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. O cumprimento desta
norma não desobriga a empresa da observância de outras que possuam interface
com o setor e podem ser exigidas de acordo com a atividade desenvolvida. Na
Tabela 4 estão listadas algumas destas normas e um breve resumo de sua
abordagem quanto ao setor.

Tabela 4 – Abordagem das principais normas regulamentadoras no setor.


NR Título Abordagem
1 Disposições Gerais Competências, responsabilidades.
Serviços Especializados em Engenharia
4 Dimensionamento do SESMT.
de Segurança e Medicina do Trabalho
Comissão Interna de Prevenção de
5 Dimensionamento da CIPA.
Acidentes
6 Equipamentos de Proteção Individual Fornecimento e uso de EPIs.
Programas de Controle Médico de
7 Obrigatoriedade de exames médicos.
Saúde Ocupacional
Programas de Prevenção de Riscos
9 Elaboração e implantação do PPRA.
Ambientais
Segurança em Instalações e Serviços Procedimentos para garantir segurança contra
10
em Eletricidade choques elétricos
Transporte, Movimentação, Medidas de proteção à operação de elevadores,
11
Armazenagem e Manuseio de Materiais guindastes e máquinas transportadores.
Padronização de medidas de proteção em todas as
12 Máquinas e Equipamentos
operações com maquinário.
Controle da presença de agentes de risco no limite
15 Atividades e Operações Insalubres
de tolerância
Adaptação do trabalho as características
17 Ergonomia
psicofisiológicas do funcionário
19 Explosivos Parâmetros de manuseio de explosivos
Parâmetros de manuseio de líquidos inflamáveis e
20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
combustíveis
Procedimentos adequados àqueles que trabalham
21 Trabalho a Céu Aberto
sem abrigo contra intempéries
Meios de prevenir e efetuar ações seguras na
23 Proteção Contra Incêndios
ocorrência de incêndio
25 Resíduos Industriais Geração e disposição final de resíduos.
Segurança e Saúde no Trabalho em Requisitos mínimos para identificação e trabalho
33
Espaços Confinados seguro em espaço confinado
Requisitos mínimos e medidas de proteção para
35 Trabalho em Altura
quaisquer atividades com risco de queda em altura
Fonte: MTE (2018), adaptado pela autora.

2.4.1 Norma Regulamentadora NR – 18

Atualmente nomeada como Condições e Meio Ambiente de Trabalho na


Indústria da Construção, a NR 18 objetiva a melhoria de controle e sistemas de
prevenção de segurança nos processos e no meio de trabalho (MTE, NR 18 -
28

Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, 2018a). Por ser


dinâmica e evoluir de acordo com as inovações tecnológicas do mercado, é
constantemente revisada, tendo sua última alteração em abril de 2018, visando
melhorias nos itens referentes a Instalações elétricas em harmonia com a NR 10:
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade (MT - Ministério do Trabalho,
2018b).
Segundo Leme, Dantas e Zaperlon (2008) a NR 18, com 39 itens e mais de
900 subitens, é detalhista e minuciosa, o que é necessário para que as operações
sejam realizadas com segurança, pois diretrizes genéricas não condizem com a
realidade dos canteiros de obra no país. Apesar disto, a norma não resolve todos os
problemas relacionados à SST, deixando de lado fatores fundamentais para uma
iteração harmoniosa do trabalhador com a produção no canteiro de obras, como a
alimentação, educação e diversas questões voltadas às relações do trabalho.
Ademais, em pequenas construções e naquelas nas localidades com pouca
fiscalização do trabalho a norma não é aplicada e implementada em sua totalidade.
Apesar disto a NR-18 não deixa de representar grandes avanços para a área
de segurança e saúde, levando melhorias que resultam não apenas na diminuição
de acidentes, mas também em maior produtividade (LEME, DANTAS, &
ZAPERLON, 2008).

2.4.2 Norma Regulamentadora NR – 03

Com última alteração em janeiro de 2011, a NR 03 – Embargo ou Interdição


aborda as medidas de urgência que devem ser adotadas a partir da constatação de
situação de trabalho que caracterize grave e iminente risco ao trabalhador, ou seja,
toda situação que possa causar acidentes com lesão grave à integridade física dos
funcionários (MTE, 2018c).
A diferença ente interdição e embargo é que o primeiro implica na paralisação
total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, já o
segundo implica em paralisação total ou parcial de obra, todo e qualquer serviço de
engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma.
29

2.4.3 Norma Regulamentadora NR – 28

Com a finalidade de estabelecer critérios a serem adotados pela fiscalização


ao ambiente laboral acerca de prazos, autuações e possíveis embargos ou
interdições, o Ministério do Trabalho e Emprego aprova a NR 28 sobre o título
Fiscalização e Penalidades, com última alteração em fevereiro de 2017 (MTE, NR 28
- Fiscalização e penalidades, 2018b).
A norma adota o critério de dupla visita para que as pequenas empresas e
aquelas com pequenas irregularidades não sejam punidas rigorosamente. Assim, a
primeira visita instrui o empregador sobre o que fazer para sanar eventual
irregularidade. A segunda verifica se as medidas cabíveis foram adotadas, caso
contrário, o auto de infração deverá ser lavrado, dando início em processo
administrativo de autuação onde são aplicadas a penalidades pecuniárias.
A pecuniária geralmente é cobrada por dia e por trabalhador atingido, tendo
um valor arbitrado pelo Agente de Fiscalização do Trabalho, para cada
irregularidade, baseado no código da infração disponível no Anexo II da NR28.
Neste anexo, cada Norma Regulamentadora estabelecida pelo o Ministério do
Trabalho e Emprego é listada e seus itens relacionados a um tipo de infração que
varia de acordo com a gravidade, sendo I1, para as mais brandas e I4 as mais
severas.
Conhecendo o grau da infração e o número de empregados atingidos obtém-
se, pelo Anexo I desta norma, os valores mínimos e máximos em Unidade de
Referência Fiscal. A Receita Federal (2018) declara que “a Unidade de Referência
Fiscal - UFIR foi extinta em decorrência do § 3º do art. 29 da Medida Provisória
2095-76”, sendo assim seu valor foi congelado a R$1,0641, desde o ano de 2.000.
Assim os valores máximos e mínimos admitidos para infrações em termos de
Segurança do Trabalho são arbitrados entre R$6.118,60 e R$611,90,
respectivamente.
Em caso de encontrar infrações que não estão relacionadas no Anexo II,
estas se enquadram no item 1.7 da NR 01, Disposições Gerais, que determina ser
obrigação do empregador cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
medicina do trabalho.
30

A NR 28 também instrui que em caso de reincidência, resistência à


fiscalização, ou fraude, o valor da multa para Segurança do Trabalho será de R$
6.708,10, independente do número de funcionários atingidos.
O fluxograma da Figura 4 resume e simplifica o entendimento desses
processos de ações de inspeção e penalidades segundo a NR 28.

Figura 4 – Fluxo de ações da inspeção do trabalho.

Prazos para correção

Primeira irregularidade

Aplicação de multa
conforme Anexo I e II
da NR 28
R$611,90 a
R$6.118,60

Constatação de Reincidencia,
Aplicação de multa
irregularidade embaraço ou
conforme art. 201 da
resistência à
CLT
fiscalização, fraude
R$ 6.708,10

Fiscalização Irregularidade não Aplicação de multa


consta na NR 28 conforme NR 01
R$611,85 a
R$1.598,60

Constatação de Estabelecimento, setor


Interdição parcial ou
situcação de grave a de serviço, máquina ou
total
iminente risco à equipamento
saúde e/ou R$2.187,15 a
integridade física do R$6118,67
trabalhador conforme
NR 03
Embargo parcial ou
Obra
total
R$2.187,15 a
R$6118,67

Fonte:MTE (2018c), adaptado pela autora.


31

Em geral, as infrações de grau 4 são aquelas que ocasionam embargo de


obra. É necessário salientar que, considerada a aplicação desta medida não isenta a
empresa do pagamento de multas referente às infrações e mesmo com a obra
paralisada os empregados devem receber os salários como se estivessem em
efetivo exercício.
Assim, em caso embargo ou interdição ocasiona pelas infrações de grau 4, as
empresas são penalizadas com multas de alto valor pecuniário, geralmente
cobrados por trabalhador prejudicado e por dia, a contar da data de autuação até a
qual for comprovada a correção das irregularidades. Ainda, se a empresa se
abstenha de prosseguir com obra embargada, o valor da pecuniária aumenta
significativamente, chegando à casa de centenas de milhares de reais.

2.5 Itens mais fiscalizados na segurança do trabalho no setor

Estatísticas do Ministério do Trabalho indicam que nos últimos três anos as


Normas Regulamentadoras mais fiscalizadas foram a NR18, NR07, NR09, NR12,
NR06 e NR35, nesta ordem, como pode ser observado na Figura 5. No apêndice A
estão listados os principais itens inspecionados, classificados por situação de
ocorrência.

Figura 5 – NRs mais fiscalizadas no setor de Construção Civil (2016-2018)


2,59% 2,24% 1,70%
3,37%

10,88%
NR 18
NR 07
NR 09
NR 12
NR 06
NR 35

79,21%

Fonte: MT (2018a), adaptado pela autora.


32

Devido ao grande número de exigências das normas de segurança do


trabalho é improvável que um agente fiscal do trabalho, mesmo quando especialista,
tenha conhecimento sobre todos os itens. Por este motivo o foco das fiscalizações
geralmente são os itens cujas irregulares tendem a resultar em maiores danos a vida
e saúde do trabalhados. Sendo assim, nos últimos anos os itens mais fiscalizados
foram os relativos a trabalho em altura, atividade relacionada a maioria de acidentes
fatais e não fatais, relatados na Figura 6.

Figura 6 – Itens mais fiscalizadas da NR18 (2016-2018)


Medidas de Proteção contra
2% 2%
3% Quedas de Altura
3% Andaimes e Plataformas de
Trabalho
6% Escadas, Rampas e Passarelas

Armações de Aço
35%
6%
Instalações Elétricas

Equipamentos de Proteção
6% Individual
Treinamento

Disposições Finais
6%
Comunicação Prévia

Máquinas, Equipamentos e
6% Ferramentas Diversas
Áreas de Vivência

9% 16% Movimentação e Transporte de


Materiais e Pessoas

Fonte: MT (2018a), adaptado pela autora.


33

3 METODOLOGIA

Primeiramente foi realizada uma revisão bibliográfica acerca da Segurança e


Saúde do Trabalho, do sistema de fiscalização do trabalho brasileiro e dos custos
resultantes do não cumprimento das exigências legais, nos quais se enquadra as
indenizações pecuniárias, que podem incidir em caso de ocorrência de inspeção.
Com base nas exigências da NR 18 e nos dados de fiscalização dos últimos
anos foi elaborada uma lista de verificação, disponível no Apêndice B, indicando o
grau de conformidade da obra e destacando os itens mais inspecionados
ultimamente, os quais requerem maior observância.
Esta lista foi aplicada em um empreendimento no município de Gravataí-RS
averiguando as não conformidades, que posteriormente foram analisadas a fim de
encontrar suas causas e consequências, indicando possíveis soluções e o custo
necessário para correção das irregularidades. Por fim, foi realizado um comparativo
de valores entre o custo das infrações e das adequações, concluindo o trabalho.

3.1 Caracterização do objeto de estudo

O empreendimento estudado está localizado no município de Gravataí-RS e


trata-se de um residencial com área total de 5.679,32 m² e orçamento de
R$4.756.720,64. O projeto, edificado pelo sistema de alvenaria estrutural, é
constituído por salão de festas e estacionamento coletivo coberto, além de 02 blocos
com total de 40 unidades residenciais, sendo 28 apartamentos de dois dormitórios, e
12 apartamentos do tipo cobertura, também com dois dormitórios.
A empresa construtora possui uma equipe com 80 colaboradores. Para a
execução desta obra foi previsto um máximo de 20 colaboradores, sendo 01 auxiliar
de engenharia, 01 mestre de obras, 05 oficiais, 08 auxiliares de produção, 01
carpinteiro, 01 armador, 01 encanador, 01 eletricista e 01 operador de guincho.

3.2 Valor das infrações

Os custos das indenizações adotados, exibidos na Tabela 5, estão de acordo


com a NR 28 e levaram em consideração a equipe atual de 20 trabalhadores.
34

Tabela 5 – Gradação das multas (R$).

Infração I1 I2 I3 I4
Grau Baixo Médio Alto Grave
Valor adotado 760,00 1.500,00 2.230,00 3.000,00
Fonte: MTE (MTE, NR 28 - Fiscalização e penalidades, 2018b), adaptado pela autora.

3.3 Valor das adequações

Os custos das adequações foram orçados considerando os valores da tabela


Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI)
divulgado pela Caixa (2018), considerando os valores não desonerados de 2018, e
também os de pesquisa de mercado, quando necessário.
35

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Análise da empresa construtora

Historicamente a empresa construtora já foi notificada e recebeu ordem de


embargo em outro município, o que a torna propícia a novas fiscalizações com fins
de monitoramento. Nesta situação os itens considerados de grave e iminente risco,
suficiente para exigir embargo foram: trabalho nas proximidades dos vãos de acesso
ao poço do elevador com proteção ausente ou precária; ausência de proteção
coletiva contra quedas como linha de vida e sistema de guarda-corpo; transporte de
material em guincho de coluna inadequado. Além disto, a empresa foi notificada da
obrigação de fornecer vestimenta de trabalho; adequar as partes vivas das
instalações elétricas provisórias que estavam expostas; e providenciar sinalização
visual.
A empresa construtora mantém o Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade Habitacional (PBQP-H), pré-requisito exigido por instituições para a
concessão de financiamentos habitacionais. Um dos itens necessários para a
certificação de Nível A é o ambiente de trabalho, no qual se enquadram os índices
de segurança e pesquisa de clima, que avaliam o comprometimento dos
funcionários e da empresa pela ótica destes. Estes dados estão disponíveis na
Figura 7 e 8 respectivamente.

Figura 7 – Avaliação dos funcionários pela empresa


18
16
Número de respondentes

14
12
10
8
6
4
2
0
Treinamentos Disponibilidade e Atendimento as Uso e conservação
aprendizado normas da empresa dos EPIs

BOM REGULAR RUIM

Fonte: a autora (2018).


36

Figura 8 – Avaliação da empresa pelos funcionários


10
9
8
7
respondentes
Número de

6
5
4
3
2
1
0
Organização e Segurança Segurança Materiais Orientações Treinamento
limpeza coeltiva individual disponíveis sobre normas e capacitação

BOM REGULAR RUIM

Fonte: a autora (2018).

Quanto aos índices de segurança houve uma queda na média semestral,


passando de 92 para 72, sendo 100 o valor máximo. Quanto à pesquisa de clima, a
análise mostra que a organização e limpeza do canteiro seguido do treinamento e
capacitação foram os fatores que menos satisfizeram os funcionários, em
contrapartida a empresa indicou insatisfação com o comprometimento dos
colaboradores ao uso e conservação dos EPIs e das normas da empresa. Isto indica
um conhecimento da empresa acerca da situação da segurança do trabalho no
canteiro de obra em estudo.

4.2 Análise do canteiro de obra

Para análise do canteiro de obras foram considerados não apenas o ambiente


de trabalho, mas também a existência de documentação e ações administrativas
necessárias para a efetiva gestão de SST no canteiro.

4.2.1 Documentações e ações administrativas

São considerados documentos e ações administrativas a comunicação prévia,


os programas de prevenção, a definição da equipe qualificada e dos treinamentos
em questão de SST. Estes elementos são fundamentais para determinar a estrutura
37

operacional e estabelecer as atividades de planejamento, definindo responsabilidade


e recursos necessários, além de estabelecer procedimentos que assegurem a
identificação dos perigos e a avaliação e controle dos riscos.

4.2.1.1 Comunicação prévia

A comunicação prévia consiste em informar dados sobre a obra à Delegacia


Regional do Trabalho (DRT). Desde maio de 2016 o Ministério do Trabalho (2016)
permite que a comunicação prévia seja realizada via internet, até então era
obrigatória a documentação física protocolada. Este item corresponde a 2,25% das
últimas fiscalizações de SST no setor da construção civil (MT, 2018a).
A empresa mantém uma cópia da comunicação prévia arquivada em obra,
estando de acordo com o estabelecido pela norma, conforme Tabela 6.

Tabela 6 – Conformidade quanto à comunicação prévia

Item Descrição do item Infração


Houve comunicação à DRT informando: endereço da obra e do
18.02.1 empregador, tipo de obra, datas previstas de início e conclusão e -
número previsto de trabalhadores na obra.
Fonte: a autora (2018).

4.2.1.2 Programas de Segurança e Saúde do Trabalho

Para se adequar às legislações as empresas devem implementar alguns


programas de gestão para garantir as práticas de Segurança e Saúde do Trabalho.
Quanto maior o número de funcionários e maior exposição do trabalhador ao perigo,
maiores serão as exigências legais em relação aos programas. Em geral as
empresas devem manter, no mínimo, Ordens de Serviço (OS), Programa de
Prevenção a Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO). Nos últimos anos a fiscalização de SST no setor da
construção civil abordou o PPRA e o PCSMO em 3,35% e 10,80% das situações,
respectivamente (MT, 2018a).
Exigido pela NR 01 – Disposições Gerais, as Ordens de Serviço são
documentos que estabelecem os regulamentos e procedimentos internos de SST da
empresa a cada funcionário, dando a estes o conhecimento dos riscos que poderão
38

ser encontrados no local de trabalho. O PPRA deverá ser elaborado conforme


exigências da NR 09 e objetiva preservar a saúde física dos trabalhadores mantendo
a exposição a riscos o menor possível. Em um canteiro de obra, o PPRA é mantido
em caso de menos de 20 funcionários no estabelecimento e com previsão de picos
de mais 20 funcionários é obrigatório apenas o Programa de Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção (PCMAT), uma espécie de PPRA
específica que deve ser elaborado de acordo com cada fase da obra porque cada
etapa gera riscos diferentes. Por fim, o PCMSO deve ser elaborado conforme
exigências da NR 07, que incluem a realização de exames médicos admissionais e
periódicos.
A empresa mantém Ordens de Serviço devidamente elaboradas, além de
PPRA elaborado por profissional habilitado, relacionando cada função a sua
atividade desenvolvida, agentes de riscos inerentes e ações preventivas individuais
e coletivas, além de um cronograma de ações que determina prazos de treinamento,
exames periódicos, adequação de máquinas, equipamentos e instalações
provisórias, dentre outras. Também mantém PCMSO comprovados pelos registros
de exames admissionais e periódicos como audiometria, espirometria e raio-X
torácico.

Tabela 7 – Conformidade quanto aos programas de SST.

Item Descrição do item Infração


O empregador elabora Ordens de Serviço sobre SST, dando ciência
1.7.b -
destes aos empregados.
7.3.1 PCMSO é elaborado e efetivamente implementado. -
7.4.1 a Trabalhadores submetidos a exame médico admissional -
7.4.2 b São realizados exames complementares adequados. -
18.3.1 PCMAT é elaborado e cumprido nos estabelecimentos. -
PCMAT segue as exigências da NR 9 - Programa de Prevenção e
18.3.1.1 -
Riscos Ambientais
18.3.1.2 PCMAT é mantido à disposição da fiscalização I1
18.3.2 PCMAT foi elaborado e executado por profissional legalmente habilitado -
PCMAT possui memorial sobre o meio e atividades de trabalho,
18.3.4.a -
considerando os riscos e medidas preventivas.
18.3.4.b PCMAT possui projeto de medidas coletivas conforme etapas da obra -
18.3.4.c PCMAT especifica proteções coletivas e individuais para cada atividade -
18.3.4.d PCMAT possui cronograma de implantação conforme etapas da obra -
PCMAT possui layout do canteiro e previsão do dimensionamento da
18.3.4.e I1
área de vivência
18.3.4.f PCMAT possui programa educativo sobre prevenção de acidentes -
Fonte: a autora (2018).
39

As irregularidades, demostradas na Tabela 7, ocorrem de o fato da empresa


não manter o documento no canteiro e do mesmo não possuir layout nem previsão
de dimensionamento da vivência conforme etapas da obra. Segundo Ciocchi e
Abbate (2004), o planejamento do canteiro é fundamental para potencializar as
atividades, evitar desperdícios e garantir segurança aos funcionários. A transição
entre as etapas de fundações, elevações de paredes e estruturas e dos
acabamentos exige atenção para um melhor espaço de estocagem de materiais que
varia de acordo com a fase da obra e exigem transportes diferentes. Portanto, a
existência de layout pré-definido da área de vivência e do canteiro para cada etapa
da obra auxilia nos termos de segurança e diminuiria algumas irregularidades que
serão discutidas mais adiante.
A Tabela 8 indica que não há custos adicionais para adequação, visto que a
documentação existe e foi elaborada por profissional habilitado, porém está
incompleta.

Tabela 8 – Custos de adequação quanto aos programas de SST.

Item Adequação Custo


18.3.1.2 Impressão da documentação do PCMAT 00,00
18.3.4.e Exigir complementação do PCMAT ao profissional responsável 00,00
Total 00,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 14,29% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 1.520,00 em infrações, sem
custos adicionais para adequação.

4.2.1.3 Equipe qualificada em segurança do trabalho

A obrigatoriedade dos profissionais qualificados em termos de segurança do


trabalho se divide em Serviço Especializado de Engenharia e Medicina do Trabalho
(SESMT) e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), garantindo a
aplicação das normas e estabelecendo limites para o empregador quando este exige
resultados de seus funcionários.
O SESMT é a equipe especializada em SST dentro da empresa, sendo
dimensionada de acordo com grau de risco da atividade econômica e o número
40

efetivo de trabalhadores por canteiro, conforme exigências da NR 04. Já a CIPA é


composta por trabalhadores eleitos pelos mesmos, não sendo necessária
especialização. A ideia é que haja um elo entre a empresa e os funcionários visto
que estes estão efetivamente em contato com o meio de trabalho e, portanto,
conhecem a real situação no estabelecimento. Apesar de exigida pela NR 05, o
dimensionamento da CIPA para o setor da construção observa o estabelecido pela
NR 18, no item 18.33.
Com um total de 80 funcionário e grau de risco 3, a empresa está
desobrigada de manter SESMT, mas mesmo assim foi contratado um Técnico em
Segurança do Trabalho para administrar as adequações necessárias, visto que a
empresa tem conhecimento das irregularidades. Além disto, dado que nenhum
canteiro da empresa excede 70 funcionários, a empresa deve designar apenas um
funcionário e treiná-lo para as atividades de prevenção de acidentes e doenças do
trabalho, o que não ocorre, constatando as irregularidades listadas na Tabela 9.

Tabela 9 – Conformidade quanto à equipe especializada em SST.

Item Descrição do item Infração


4.4.2 Mantém Serviço Especializado de Engenharia e Medicina do Trabalho. -
5.2 Empresa mantém Comissão Interna de Prevenção de Acidentes I4
Não havendo enquadramento pelo número de empregados, a empresa
18.33.6 deve indicar um funcionário representante das reuniões, inspeções e do I1
curso da CIPA.
Fonte: a autora (2018).

A Tabela 10 indica que não há custos adicionais para adequação, pois a


criação da CIPA e o tempo destinado a ela não agregam valor monetário
considerável.

Tabela 10 – Custos de adequação quanto à equipe especializada em SST.

Item Adequação Custo


5.2
Criação de CIPA com a indicação de um funcionário representante. 00,00
18.33.6
Total 00,00
Fonte: a autora (2018).
41

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 66,67% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 3.760,00 em infrações, sem
custos adicionais para adequações.

4.2.1.4 Treinamento

A capacitação dos funcionários através de treinamentos define a posição dos


mesmos na empresa, suas responsabilidades, direitos e deveres, além de transmitir
uma imagem positiva aos consumidores e sociedade. Nos últimos anos a
fiscalização abordou a falta de treinamento admissional e periódico sobre a
construção civil e a capacitação de trabalhadores em trabalho de altura em 4,46% e
1,69% respectivamente (MT, 2018a).
Aqui vale ressaltar a importância de avaliar se o que está sendo ensinado é
aplicado corretamente no dia-a-dia, validando os treinamentos e verificando a
necessidade de alterações dos métodos de ensino.
De acordo com o apresentado na Tabela 11, a empresa dispõe de registros
de vários treinamentos, constatando irregularidade apenas na ausência de
treinamento para cipeiros, nome dado aos membros eleitos que integram o Comitê
Interno de Previsão de Acidentes.

Tabela 11 – Conformidade quanto aos treinamentos.

Item Descrição do item Infração


18.28.1 Treinamento admissional e periódico sobre a Construção Civil (6h). -
18.28.3 Há treinamento periódico se necessário e no início de cada fase da obra -
Os funcionários recebem cópia dos procedimentos e operações a
18.28.4 -
serem realizados com segurança.
18.7.1 Treinamento para uso de serra circular -
18.26.5 Treinamento de proteção contra incêndios -
5.32 Treinamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (20h) I3
Treinamento de uso e conservação de Equipamentos de Proteção
6.6.1.d -
Individual
10.8.8 Treinamento em instalações e serviços em eletricidade (40h) -
35.3.1 Treinamento para trabalho em altura (8h) -
Fonte: a autora (2018).

A Tabela 12 indica que não há custos adicionais para adequação, pois os


treinamentos podem ser ministrados pelo Técnico em Segurança do Trabalho que
compõe a equipe de SESMT existente na empresa.
42

Tabela 12 – Custos de adequação quanto aos treinamentos.

Item Adequação Custo


5.32 Treinamento a ser realizado pelo SESMT existente na empresa. 00,00
Total 00,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 11,11% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 2.230,00 em infrações, sem
custos adicionais para adequação.

4.2.2 Áreas de vivência

São as áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de


higiene, alimentação, descanso e devem ser fisicamente separadas das áreas
laborais. As exigências legais são de, no mínimo, a existência de instalações
sanitárias, vestiário e local de refeições, além de fornecimento de água potável e
fresca através de bebedouro. Este item corresponde a 1,97% do total das
fiscalizações dos últimos anos (MT, 2018a).

4.2.2.1 Instalações sanitárias

Há algumas não conformidades neste item, pois a empresa não disponibiliza


mictório, lixeira com tampa ou chuveiros em quantidade suficiente. Além disto, as
instalações sanitárias são ligadas diretamente ao local de refeições.

4.2.2.2 Vestiário

O vestiário apresentado na Figura 9 não possui ventilação adequada ou


armários individuais dotados de cadeado e em número suficiente, além disto, há
ligação direta deste ambiente com o local para refeições.
43

Figura 9 – Vestiário.

Fonte: a autora (2018).

4.2.2.3 Local para refeições.

O local para refeições exibido na Figura 10 apresenta não conformidade nas


condições de higiene, ausência de lavatório, lixeira com tampa, comunicação direta
do local de refeições com o vestiário e instalações sanitárias e fornecimento de água
por garrafas pet em geladeira no local de refeições e no escritório, e não em
bebedouro adequado.
44

Figura 10 – Local para refeições

Fonte: a autora (2018)


45

A Tabela 13 indica várias não conformidades encontradas na área de


vivência.

Tabela 13 – Conformidade quanto às áreas de vivência

Item Descrição do item Infração


18.4.1.a Área de vivência dispõe de instalações sanitárias -
18.4.1.b Área de vivência dispõe de vestiário -
18.4.1.c Área de vivência dispõe de local de refeições -
18.4.1.2 É mantida em perfeito estado de conservação, higiene, limpeza. I2
Instalações sanitárias possuem portas de acesso que mantém o
18.4.2.3.b -
resguardo conveniente.
18.4.2.3.e Instalações sanitárias não se ligam diretamente aos locais de refeições I1
18.4.2.3.g Instalações sanitárias possuem ventilação e iluminação adequadas -
18.4.2.3.j Instalações sanitárias estão a menos de 150m do posto de trabalho -
Há 1 lavatório, vaso sanitário e mictório para cada 20 trabalhadores ou
18.4.2.4 I2
fração, e 1 chuveiro cada 10 trabalhadores ou fração.
18.4.2.5.1 Há lavatório adequado e lixeira com tampa para papéis usados. I2
O gabinete do vaso sanitário possui 1,00 m², divisórias com altura
18.4.2.6.1 I2
mínima de 1,80m e lixeira com tampa para depósito de papéis usados.
18.4.2.6.2 Há vaso sanitário é adequado. -
18.4.2.7.1 Há mictórios adequados. I2
18.4.2.8.1 Há 0,80m² em cada box do chuveiro, com equipamento a 2,10m do piso I1
18.4.2.8.2 Piso do box do chuveiro é antiderrapante ou estrado de madeira. I1
18.4.2.8.3 Os chuveiros dispõem de água quente. I1
18.4.2.8.4 Todos os box possui suporte para sabonete e toalha individual. I1
18.4.2.8.5 Os chuveiros elétricos são aterrados adequadamente. I3
18.4.2.9.1 Vestiário não se liga diretamente aos locais de refeições I1
18.4.2.9.d Vestiário possui ventilação adequada (1/10 do piso) I1
18.4.2.9.e Vestiário possui iluminação natural e/ou artificial -
18.4.2.9.f Vestiário possui armários individuais com fechadura I1
18.4.2.9.h Vestiário possui bancos com 30 cm de largura e em número suficiente -
18.4.2.11.2.d Local para refeições atende todos os funcionários -
18.4.2.11.2.e Local para refeições possui iluminação natural/artificial adequada -
18.4.2.11.2.f Local para refeições possui lavatório em proximidades ou seu interior I1
18.4.2.11.2.g Local para refeições possui mesas com tampos lisos e laváveis -
18.4.2.11.2.h Possui assentos em número suficiente para atender aos funcionários -
18.4.2.11.2.i Local para refeições possui lixeira com tampa para detritos I1
18.4.2.11.2.j Local para refeições não está situado em subsolos ou porões -
18.4.2.11.3 Local para refeições possui aquecedor de refeições adequado e seguro -
Fornece água potável, filtrada e fresca por meio de bebedouros ou
18.4.2.11.4 I4
similar, sendo proibido o uso de copo coletivo.
18.37.2.1 Bebedouro ao posto de trabalho: até 100m horizontal e 15m vertical -
Fonte: a autora (2018).

A área de vivência deste canteiro apresenta configuração conforme Figura 11


e, visto que os ambientes foram instalados reaproveitando a construção existente no
terreno e posteriormente será demolida, não houve gastos em adaptações. A
solução da adequação para a área de vivência é a reconfiguração dos ambientes
conforme Figura12.
46

Figura 11 – Croqui da atual das áreas de vivência.

Fonte: a autora (2018).

Figura 12 – Sugestão de adaptação das áreas de vivência.

Fonte: a autora (2018).


47

A norma permite a utilização de madeira para a construção da área de


vivência e este material, assim como os equipamentos que necessitam ser
adquiridos, poderá ser reutilizado, o que garante ganho financeiro para a
construtora.
Somada à reconfiguração dos ambientes, será necessária a aquisição e
instalação de alguns equipamentos, listados na Tabela 14.

Tabela 14 – Custos de adequação quanto às áreas de vivência

Item Adequação Custo


18.4.1.2 É mantida em perfeito estado de conservação, higiene, limpeza. 100,00
18.4.2.3.e
18.4.2.4
18.4.2.8.1 Reconfiguração dos ambientes 850,00
18.4.2.9.1
18.4.2.9.d
18.4.2.5.1
18.4.2.6.1 Instalação de lixeiras plásticas de 50L, com pedal 360,00
18.4.2.11.2.i
18.4.2.7.1 Instalação de mictório 620,00
18.4.2.8.2 Instalação de estrado de madeira em box de chuveiro. 00,00
18.4.2.8.3
Instalação de chuveiros com água quente. 90,00
18.4.2.8.5
18.4.2.8.4 Instalação de suporte para sabonete e toalha individual. 140,00
18.4.2.9.f Instalação de armário metálico e cadeados. 740,00
18.4.2.11.2.f Instalação de lavatório do tipo tanque plástico 50,00
18.4.2.11.4 Instalação de bebedouro de pressão 600,00
Total 3.550,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 51,52% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 20.330,00 e R$ 3.550,00 em
infrações e adequações, respectivamente.

4.2.3 Carpintaria

A carpintaria é composta pelas atividades de corte de madeira, onde se inclui


o uso da serra circular, um dos equipamentos que mais oferece risco de acidente
geralmente graves.
A serra circular da Figura 13 comprova as irregularidades devido a presença
de faces expostas da mesa de trabalho, ausência de caixa coletora de serragem e
de dispositivo empurrador e guia de alinhamento.
48

Figura 13 – Serra circular da carpintaria.

Fonte: a autora (2018).

Na Tabela 15, observa-se que o grau de infração para a coleta de serragem é


máximo, isso se explica pelo fato que a exposição a partículas de madeira e a
solventes orgânicos dessa atividade está relacionada a sintomas de patologias das
vias respiratórias superiores, em particular nasais, com doenças como rinite alérgica,
sinusite, perfuração do septo nasal e alteração do olfato. Segundo Bagatin e Neder
(2006), 40% dos casos, tem nexo casual comprovado com as atividades com
madeira exercidas na construção civil.
O grau da infração para a não utilização de empurradores e guia de
alinhamento também é máximo, pois está relacionado a acidentes não fatias que
envolvem a amputação de membros superiores, principalmente quando há contato
com o disco ao empurrar a peça no fim da operação sem auxílio de dispositivo
empurrador.

Tabela 15 – Conformidade quanto à carpintaria.

Item Descrição do item Infração


18.7.1 Operações são executadas por trabalhador qualificado -
18.7.2.a Mesa estável, com faces fechadas se opostas à posição de trabalho. I3
18.7.2.b A carcaça do motor está aterrada eletricamente. -
18.7.2.c Disco mantido afiado e travado, substituído quando danificado. -
18.7.2.d As transmissões de força mecânica são protegidas -
18.7.2.e Possui coifa, cutelo e coletor de serragem. I4
18.7.3 Utiliza dispositivo empurrador e guia de alinhamento nas operações I4
18.7.4 Iluminação artificial é protegida contra projeção de partículas. I1
18.7.5 Área coberta, piso resistente, nivelado e antiderrapante. -
Fonte: a autora (2018).
49

O custo de adequação da Tabela 16 considerou a utilização de material


descartado pela obra na correção de irregularidades, reduzindo o valor total com a
aquisição de apenas um item de baixo valor.

Tabela 16 – Custos de adequação quanto à carpintaria.

Item Adequação Custo


18.7.2.a Fechamento com madeira descartada pela obra 0,00
18.7.2.e Confecção de caixa coletora com madeira descartada pela obra 0,00
18.7.3 Confecção de empurrador e guia com madeira descartada pela obra 0,00
18.7.4 Aquisição de luminária anti-explosão 90,00
Total 90,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 44,44% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 8.990,00 e R$ 90,00 em infrações
e adequações, respectivamente.

4.2.4 Armações de aço

As armações de aço correspondem às atividades de armação das estruturas


de concreto, dobra e corte de aço. As exigências da norma nessa atividade são
necessárias a fim de resguardar a segurança do trabalhador, evitando acidentes
com perfurações. Este item corresponde a 5,00% do total das fiscalizações dos
últimos anos (MT, 2018a).
Na Tabela 17 estão listadas as conformidade quanto às armações de aço do
caso em estudo, onde a área de descarga de vergalhões de aço é isolada e não há
ponta de vergalhões armados desprotegidas, situação exibida na Figura 14.
A atividade de corte e dobra de aço é executada em área especial afastada
de circulação que pode ser visualizada na Figura 15. O local possui bancada
relativamente estável e com cobertura resistente, porém não há proteção da
iluminação artificial, item necessário para evitar princípios de incêndios em caso de
projeção de partículas e de vergalhões e isto pode ser corrigido com baixos custos
pela instalação de extensão de lâmpada com protetor.
50

Figura 14 – Ponta de vergalhões.

Fonte: a autora (2018).

Figura 15 – Mesa de dobra de aço.

Fonte: a autora (2018).

É exigido que a circulação dos funcionários nas áreas de armação de aço


seja realizada em pranchas de madeira posicionadas sobre as mesmas, evitando
tropeços e deformação da estrutura. A falta de madeira sobre armação apresenta
valor de infração elevado e nenhum custo para adequação, pois podem ser
utilizadas tábuas descartadas pela obra, evitando assim acidentes com tropeços e
deformação do arranjo da estrutura.
51

Tabela 17 – Conformidade quanto às armações de aço.

Item Descrição do item Infração


18.8.1 E executada sobre plataformas estável, afastada da área de circulação. -
18.8.2 As armações das estruturas são apoiadas e escoradas. -
18.8.3 Cobertura resistente na área de trabalho das bancadas de armação -
18.8.3.1 Iluminação artificial é protegida contra projeção de partículas. I1
Há pranchas de madeira sobre as armações nas fôrmas para a
18.8.4 I2
circulação
18.8.5 Não há pontas verticais de vergalhões de aço desprotegidas. -
18.8.6 A área é isolada durante descarga de vergalhões de aço -
Fonte: a autora (2018).

O custo de adequação da Tabela 18 contempla a aquisição de apenas um


item de baixo valor.

Tabela 18 – Custos de adequação quanto às armações de aço.

Item Adequação Custo


18.8.3.1 Aquisição de luminária anti-explosão 90,00
18.8.4 Uso de pranchas de madeira descartada pela obra para circulação 00,00
Total 90,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 28,57% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 2.260,00 e R$ 90,00 em infrações
e adequações, respectivamente.

4.2.5 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas.

Aliada ás disposições da NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e


Equipamentos, este item reforça as exigências acerca de máquinas pesadas cuja
observância se dá para impedir ocorrência de acidentes não fatais que acarretam
em amputação. Este item corresponde a 4,64% do total das fiscalizações dos
últimos anos (MT, 2018a).
Aplicada à atual fase deste canteiro de obras este item abrange, quanto as
máquinas, a central de betoneira; quanto aos equipamentos, o cortador de disco
para abertura e corte em bloco cerâmico e; quanto às ferramentas, os martelos,
marretas, pás, alicates, dentre outros.
52

Há registro de inspeção e calibração de máquinas, equipamentos,


ferramentas, o que garante sua conservação e perfeito funcionamento. A única
irregularidade constatada foi a ausência de proteção da cremalheira da betoneira,
exibida na Figura 16.

Figura 16 – Cremalheira desprotegida.

Fonte: a autora (2018).

A única irregularidade relatada pela Tabela 19 apresenta alto grau de infração


acompanhado de elevado custo, porém é de simples correção e a Tabela 20
apresenta baixa adequação.

Tabela 19 – Conformidade quanto às máquinas, equipamentos e ferramentas


diversas.

Item Descrição do item Infração


18.22.2 Partes móveis e perigosas das máquinas são protegidas I4
18.22.7 Possui dispositivo de acionamento e parada -
18.22.8 Possui dispositivo de bloqueio -
18.22.10 Possui iluminação natural/artificial adequada -
18.22.11 Possui registro de inspeção, manutenção e irregularidades. -
18.22.13 As ferramentas são apropriadas e em bom estado -
18.22.15 É proibido o porte de ferramenta manual em bolso/local inapropriado -
Ferramentas manuais que possuam gume ou ponta são protegidas com
18.22.16 -
couro/material resistente e durável, quando fora de uso.
18.22.20 Ferramentas elétricas manuais possuem duplo isolamento -
Fonte: a autora (2018).
53

Tabela 20 – Custos de adequação quanto às máquinas, equipamentos e


ferramentas diversas.

Item Adequação Custo


18.22.2 Partes móveis e perigosas das máquinas são protegidas 150,00
Total 150,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 12,50% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 3.000,00 e R$ 150,00 em
infrações e adequações, respectivamente.

4.2.6 Estruturas de concreto

Este item abrange a atividade de forma, desforma e concretagem dos


elementos em concreto armado, garantindo segurança nas atividades e também a
correta execução das estruturas.
Quanto às formas deste caso em estudo, estas são projetadas, construídas e
devidamente escoradas, sendo adotado sistema de cimbramento misto, com áreas
com escoras de madeira e outras metálicas, além de torres metálicas no
cimbramento de sacadas alternadas, conforme Figura 17 e 18.

Figura 17 – Cimbramento de vigas. Figura 18 – Torre metálica.

Fonte: a autora (2018). Fonte: a autora (2018).


54

Na atividade de concretagem os equipamentos são adequados e


anteriormente inspecionados, mas foi notada a circulação de funcionários que não
faziam parte da equipe de concretagem no local, situação relatada na Figura 19.

Figura 19 – Atividade de concretagem.

Fonte: a autora (2018).

Esta única irregularidade, relatada pela Tabela 21, necessita apenas de


medida administrativa, e não apresenta custos de adequação, na Tabela 22.
55

Tabela 21 – Conformidade quanto às estruturas de concreto.

Item Descrição do item Infração


18.9.1 Formas são projetadas e construídas para resistir cargas máximas -
18.9.3 Há inspeção de escoras e formas por pessoal qualificado -
18.9.4 Na desforma, há amarração das peças, a área é isolada e sinalizada. -
18.9.5 Armações dos pilares são estaiadas/escoradas antes do cimbramento -
A conexão dos dutos transportadores de concreto possui dispositivo de
18.9.8 -
segurança para impedir a separação das partes, quando em pressão.
18.9.9 Transportadora de concreto é inspecionada antes da concretagem. -
18.9.10 Somente a equipe de concretagem permanece no local da atividade. I2
Os vibradores de imersão e placas têm dupla isolação e proteção contra
18.9.11 -
choque mecânico e cortes pela ferragem.
18.9.12 Há dispositivo contra descarga acidental nas caçambas transportadoras -
Fonte: a autora (2018).

Tabela 22 – Custos de adequação quanto às estruturas de concreto.

Item Adequação Custo


18.9.10 Fiscalizar e proibir a permanência de pessoal na área de concretagem. 00,00
Total 00,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 11,11% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 1.500,00, não havendo custos
adicionais para adequação.

4.2.7 Escadas, rampas e passarelas.

Por se tratar de um item que envolve risco de queda em altura e possibilitar


acidentes fatais, este é o terceiro item mais fiscalizado nos últimos anos com 7,08%
do total de inspeções, e o segundo que mais acarreta em embargos e interdições
(MT, 2018a).
A norma permite o uso de escada de mão apenas para acesso provisório e
serviços de pequeno porte, porém todos os acessos são realizados por escada de
mão, assim fica constatada a irregularidade nas Figuras 20 e 21. A situação é
corrigida com o uso da escada interna já concretada como na Figura 22, sendo
necessário apenas o ajuste do cronograma de obra, alterando entre outras
atividades já em andamento no canteiro.
56

Figura 20 – Uso inadequado de escada de mão em risco de queda

Fonte: a autora (2018).

Figura 21 – Uso inadequado de escada Figura 22 – Acesso pela escada


de mão. concretada.

Fonte: a autora (2018).

Em caso de não haver escada interna já concretada e acesso com rampas e


escadas ser impróprias, é obrigatória a construção de escada provisória em
madeira, interna ou externa, para transposição de níveis e circulação de
trabalhadores. Assim a adaptação com partes de andaimes na Figura 23 e rampa de
material frágil Figura 24 deve ser reconstruída utilizando madeira em bom estado e
dotar de sistema de corrimão e rodapé, com baixo custo de adequação.
57

Figura 23 – Acesso provisório


Figura 24 – Rampa inadequada.
inadequado.

Fonte: a autora (2018). Fonte: a autora (2018).

Pela Tabela 23 percebe-se a precariedade quanto aos acessos aos níveis


diferentes, com apenas um item em conformidade com as normas. Usando as
escadas já concretadas como solução parcial os valores e adequação da Tabela 24
se tornam relativamente baixos.

Tabela 23 – Conformidade quanto às escadas, rampas e passarelas.

Item Descrição do item Infração


18.12.1 A madeira utilizada é de boa qualidade, sem nós e rachaduras. -
18.12.2 Possuem construção sólida e são dotadas de corrimão e rodapé. I3
18.12.3 Acesso com escadas ou rampas acima diferença de nível de 40 cm I2
É obrigatória a instalação de rampa ou escada de uso coletivo para
18.12.4 I2
transposição de níveis como meio de circulação de trabalhadores
18.12.5.2 Escada de mão apenas para acesso provisório e serviços pequenos I2
18.12.5.5.a Não há escada de mão próxima de portas e áreas de circulação I3
18.12.5.5.b Não há escada de mão onde houver risco de queda I3
18.12.5.5.c Não há escada de mão nas proximidades de aberturas e vãos I3
Não há escada de mão próxima à rede e equipamentos elétricos
18.12.5.7 -
desprotegidos
Fonte: a autora (2018).
58

Tabela 24 – Custos de adequação quanto às escadas, rampas e passarelas.

Item Adequação Custo


18.12.2 Correção de rampas e escadas 150,00
18.12.3
Uso de escada interna já concretada 0,00
18.12.4
18.12.5.2
18.12.5.5.a Proibir uso de escada de mão quando a atividade exercida não for
00,00
18.12.5.5.b acesso provisório e serviços de pequeno porte.
18.12.5.5.c
Total 150,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 77,78% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$12.920,00 e R$ 150,00 em
infrações e adequações, respectivamente.

4.2.8 Medidas de proteção contra quedas de altura

Considerada atividade de grave e iminente risco devido ao alto número de


acidentes e óbitos a ele relacionados, este item aparenta ser o foco em todas as
fiscalizações nos últimos anos com 28,43% do total das inspeções, sendo o que
mais ocasiona multas, embargos e interdições (MT, 2018a).
Cabe aqui abordar a NR 35 – Trabalho em Altura, pela importância e
constante presença de diversas atividades do setor que expõe os trabalhadores a
queda de altura. Assim deve existir uma gestão de segurança eficaz, prevendo e
analisando os riscos em todos os locais e atividades, foco da citada norma que
também dá as exigências acerca do sistema proteção individual e coletivo contra
quedas, conhecido como linha de vida.
Neste canteiro, a proteção contra queda de trabalhadores e projeção de
materiais é precária. Na Figura 25 observa-se que a abertura de piso não possui
vedação e dada a dimensão do vão pode-se solucionar a irregularidade com sistema
guarda-corpo. Já na Figura 26 observa-se que a abertura utilizada para transporte
vertical de materiais não esta protegida por guarda-corpo com sistema de
fechamento do tipo cancela.
59

Figura 25 – Abertura de piso sem fechamento ou guarda-corpo.

Fonte: a autora (2018).

Figura 26 – Área de transporte vertical de materiais.

Fonte: a autora (2018).

A vedação do acesso à caixa do elevador deve estar na altura de 1,20m,


porém foi vedado o piso e acima deste está sendo indevidamente estocado material
sem uso, situação visível na Figura 27.
60

Figura 27 – Fechamento e uso inadequado do poço do elevador.

Fonte: a autora (2018). Fonte: a autora (2018).

Já a Figura 28 demostra que é necessária a revisão de todo o sistema de


guarda-corpo, com a fixação adequada dos mesmos e instalação de telas ausentes,
além de projeto e execução de plataformas principal.

Figura 28 – Sistema de guarda-corpo mal fixado e ausência de tela.

Fonte: a autora (2018).


61

Pela Figura 29 observa-se que na obra inspecionada não foram instaladas


plataformas principais de proteção, necessárias em edificações com mais de quatro
lajes ou altura similar, e instaladas no nível da primeira laje assim que esta for
concretada. As plataformas secundárias são dispensadas neste estudo já que o
projeto contém apenas quatro pavimentos.

Figura 29 – Ausência de plataforma principal de proteção.

Fonte: a autora (2018).

Pela Tabela 25 percebe-se a precariedade quanto às medidas de proteção


contra quedas de altura ao constatar que todos os itens aplicáveis a atual fase da
obra se encontravam em situação irregular e, ainda, que a maioria destes itens
caracteriza grave e iminente risco.
O custo total previsto na adequação das irregularidades apresentadas pela
Tabela 26 é o maior valor estimado neste estudo e também o único que ultrapassa
os valores de infração, porém o material de madeira compensada e as braçadeiras
metálicas poderão ser reutilizados em outros canteiros, sinalizando ganho para a
empresa.
62

Tabela 25 – Conformidade quanto às medidas de proteção contra quedas.

Item Descrição do item Infração


É obrigatória a instalação de proteções coletivas onde houver risco de
18.13.1 I4
queda de trabalhadores ou de projeção de materiais
18.13.2 As aberturas no piso tem fechamento provisório resistente. I4
Aberturas utilizadas no transporte vertical de materiais são protegidas
18.13.2.1 I4
por guarda corpo e sistema de abertura do tipo cancela ou similar
Os vãos de acesso às caixas dos elevadores tem fechamento provisório
18.13.3 I4
de 1,20m de altura fixado à estrutura
Há proteção contra queda de trabalhadores e projeção de materiais na
18.13.4 I4
periferia da edificação, a partir da concretagem da primeira laje.
18.13.5.a Travessão superior em 1,20m de altura no sistema de guarda corpo I3
Travessão intermediário em 70 cm e rodapé em 20cm de altura no
18.13. 5.b I3
sistema de guarda corpo
18.13. 5.c Vãos preenchidos com tela ou similar no sistema de guarda corpo I3
Há plataforma principal em todo perímetro da construção com mais de 4
18.13.6 I4
pavimentos ou altura equivalente, na altura da primeira laje
A plataforma principal possui projeção horizontal tem 2,50m e
18.13.6.1 I3
complemento de 80 cm e 45º
A plataforma principal é instalada logo após a concretagem da laje e
18.13.6.2 I3
retirada somente quando concluído o revestimento externo acima desta
35.4.3 Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão I3
É obrigatório o sistema de proteção contra quedas quando não for
35.5.1 I4
possível evitar o trabalho em altura
35.5.3 O sistema de proteção contra quedas deve utilizar SPCQ e SPIQ I3
O trabalhador deve permanecer ancorado ao sistema durante todo o
35.5.11 I2
período de exposição ao risco de queda
Fonte: a autora (2018).

Tabela 26 – Custos de adequação quanto às medidas de proteção contra


quedas.

Item Adequação Custo


18.13.2 Fechamento do piso com madeira compensada 400,00
18.13.2.1
Fechamento com sarrafos e tela plástica tipo tapume de 1,20m 850,00
18.13.3
18.13.1
18.13.4
Instalação de sistema de proteção periférico do tipo guarda corpo com
18.13.5.a 2.000,00
sarrafos de madeira e tela plástica tipo tapume.
18.13. 5.b
18.13. 5.c
18.13.6 Projeto e instalação de sistema de plataforma principal de proteção
18.13.6.1 com braçadeiras metálicas, sarrafos e chapas de madeira 12.000,00
18.13.6.2 compensada.
35.4.3 Todo trabalho em altura deve ser supervisionado 00,00
35.5.1
Projeto e instalação de sistema de proteção individual e coletivo
35.5.3 3.000,00
contra quedas do tipo horizontal para ancoragem do trabalhador.
35.5.11
Total 18.250,00
Fonte: a autora (2018).
63

Todos os itens aplicáveis à atual etapa da obra estão em situação irregular,


atingindo um valor total estipulado de R$ 38.110,00, sendo necessários R$
18.250,00 para adequação.

4.2.9 Movimentação e transporte de materiais e pessoas

As disposições deste item se aplicam na instalação, montagem,


desmontagem, operação, teste, manutenção e reparos em equipamentos de
transporte vertical de materiais e de pessoas em canteiros de obras ou frentes de
trabalho. É um item importante, pois as situações possibilitam a ocorrência de queda
de materiais em grandes alturas, porém é o item menos fiscalizado da NR 18, com
1,57% do total de inspeções dos últimos anos (MT, 2018a).
Neste canteiro é utilizado apenas o sistema de guincho de coluna para
movimentação vertical de materiais mostrado na Figura 30, sendo dispensado o
transporte de pessoas através de máquinas ou equipamentos.

Figura 30 – Guincho de coluna.

Fonte: a autora (2018).

As irregularidades listadas pela Tabela 27 apresenta alto valor de infração,


porém são em sua maioria solucionadas através de medidas administrativas, como
relatadas na Tabela 28.
64

Tabela 27 – Conformidade quanto às movimentações e transporte de


materiais e pessoas.

Item Descrição do item Infração


18.14.1 Só devem ser operados por trabalhador qualificado I3
18.14.3.a Área de movimentação de carga é isolada e sinalizada. I3
18.14.3.b É proibida outra atividade na periferia da fachada onde está o guincho. I3
Há comunicação (visual, rádio) quando o local de lançamento de
18.14.4 -
concreto não for visível pelo operador do equipamento de transporte.
18.14.5 Área de transporte e descarga de elementos estruturais é isolada I2
18.14.6 O acesso da obra é desimpedido, possibilitando a movimentação. -
Todas as manobras são realizadas por profissional qualificado e por
18.14.9 -
meio de dispositivo de comunicação
18.14.10 São tomadas precauções em serviços próximos às redes elétricas. -
18.14.11 Levantamento manual compatível com capacidade do trabalhador. -
18.14.12 Os guinchos de coluna possuem dispositivo próprio para sua fixação -
18.14.13 O tambor do guincho está nivelado, permitindo enrolamento do cabo. -
18.14.14 Distância de 2,50 a 3,00m entre a roldana livre e o tambor do guincho -
18.14.15 Barreira isola cabo de aço entre tambor de rolamento e roldana livre -
18.14.16 O guincho do elevador é dotado de chave de partida/bloqueio -
18.14.19 Proibido transporte de pessoa em equipamento de guindar. -
18.14.20 Os equipamentos possuem impedimento de descarga acidental -
Fonte: a autora (2018).

Tabela 28 – Custos de adequação quanto às movimentações e transporte de


materiais e pessoas.

Item Adequação Custo


18.14.1 Proibir uso por profissional não qualificado 00,00
18.14.3.a Isolar e sinalizar área corretamente 30,00
18.14.3.b Isolar periferia 00,00
18.14.5 Isolar área quando houver descarga de material 00,00
Total 30,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 25% estão em situação irregular,
atingindo um valor total estipulado de R$ 8.190,00 e R$ 30,00 em infrações e
adequações, respectivamente.

4.2.10 Andaimes e plataformas de trabalho

Segundo item mais fiscalizado nos últimos anos, com 12,68% do total de
inspeções, as exigências referentes a andaimes e plataformas de trabalho requerem
atenção principalmente àqueles suspensos e outros que são utilizados em grandes
alturas (MT, 2018a).
65

Na atual fase da obra, apenas as atividades de elevação de alvenaria estão


utilizando andaime. Visto que esta atividade é realizada em menos de 2 metros de
altura, foram adotados andaimes simplesmente apoiados.

Figura 31 – Andaime de madeira de dimensionamento inadequado.

Fonte: a autora (2018).

Todas as irregularidades listadas pela Tabela 29 caracterizam grave e


iminente risco e podem ser solucionadas ao adquirir um único equipamento que
poderá ser reutilizado em outros canteiros de obra da empresa. Sendo assim o valor
das adequações da Tabela 30, representam um investimento de grande retorno para
a empresa.

Tabela 29 – Conformidade quanto aos andaimes.

Item Descrição do item Infração


18.15.2 Dimensionado e construído para suportar cargas com segurança -
18.15.3 Piso antiderrapante -
18.15.5 Madeira para confecção é de qualidade, seca, sem nós ou rachaduras. I4
18.15.6 Andaime possui sistema de guarda-corpo e rodapé I4
18.15.8 Não há meios para se atingir lugares mais altos apoiados no andaime -
18.15.9 Acesso ao andaime se dá de maneira segura -
18.15.10 Os montantes dos andaimes são apoiados em base solida e nivelada I4
18.15.11 Em cavaletes possui até 2,00m de altura e mais de 90 cm de largura I4
18.15.12 Não são utilizados na periferia da edificação sem que proteção fixada -
18.15.13 A estrutura não é movida com trabalhadores sobre os mesmos. -
18.15.14 Tem escada ou rampa quando possui 1,00m de altura do piso I4
Fonte: a autora (2018).
66

Tabela 30 – Custos de adequação quanto aos andaimes.

Item Adequação Custo


18.15.5
18.15.6
18.15.10 Aquisição de andaimes de alumínio pré-dimensionados 3.000,00
18.15.11
18.15.14
Total 3.000,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 45,45% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 15.000,00 e R$ 3.000,00 em
infrações e adequações, respectivamente.

4.2.11 Instalações elétricas

Destaque na última atualização da NR 18, as instalações elétricas provisórias


no canteiro de obra são de importante observância por ocupar a terceira posição nas
principais causas de acidentes fatais e não fatais no setor, principalmente devido a
improvisos mal executados. Este item corresponde a 4,87% do total das
fiscalizações dos últimos anos (MT, 2018a).
Neste estudo, todas as exigências deste item estão em conformidade com a
norma, não havendo gastos em infração ou correção a serem listados na Tabela 31.

Tabela 31 – Conformidade quanto às instalações elétricas.

Item Descrição do item Infração


A execução e manutenção das instalações elétricas são realizadas por
18.21.1 trabalhador qualificado conforme NR-10, e supervisionado por -
profissional habilitado.
18.21.2 Somente é realizado serviço em rede não energizada. -
18.21.3 Não há parte vivas, fiação solta ou exposta. -
18.21.4 Não há improviso mal executado de emendas e derivações -
18.21.5 Condutores não obstruem a circulação de materiais e pessoas -
18.21.8 Chaves blindadas são protegidas de intempéries -
Redes de alta-tensão seguras, sem risco de contatos acidentais com
18.21.14 -
veículos, equipamentos e trabalhadores.
18.21.16 Estruturas e carcaças dos equipamentos são aterradas -
18.21.18 Painéis e quadros gerais são trancados e os circuitos identificados -
18.21.20 Máquinas ou equipamentos elétricos possuem plugue e tomada -
Fonte: a autora (2018).
67

4.2.12 Vestimentas e equipamentos de proteção individual

Apesar de ser a medida de segurança mais conhecida popularmente, os


Equipamentos de Proteção Individual (EPI) devem ser utilizados apenas como último
recurso, com a finalidade de neutralizar a ação dos agentes de risco, no momento
em que as medidas de proteção coletiva são inviáveis ou insuficientes para eliminar
os riscos existentes. Este item corresponde a 11,21% do total das fiscalizações dos
últimos anos, um percentual considerável (MT, 2018a).
Cada atividade exige um equipamento específico, seguindo as determinações
do PPRA e as exigências da NR 06. Esta última determina a obrigatoriedade do
fornecimento e da fiscalização dos EPIs pelo empregador, permitindo ações como
demissão por justa causa quando o empregado se negar a utilizar os equipamentos.
Sendo assim a empresa deverá fornecer os EPIs relacionados a cada função
conforme apresentado na Tabela 32. Segundo Araújo (2000) mesmo com a
substituição regular dos equipamentos, o custo de aquisição é significativamente
menor que os gerados por acidentes.

Tabela 32 – Relação função x EPI na empresa.


quedas para trabalhos em altura
Cinto de segurança com trava-
Calçado tipo bota de borracha

Protetor auditivo tipo concha


Número de colaboradores

Protetor auditivo tipo plug


Óculos de segurança
Marcara semi-facial
Calçado tipo botina
Avental de raspa

Luva de raspa

Protetor facial
Luva de látex
Capacete

Auxiliar de
1 x x x x
engenharia
Mestre de obras 1 x x x x x x x
Oficial 5 x x x x x x x x
Auxiliar de
8 x x x x x x x x
produção
Carpinteiro 1 x x x x x x x
Armador 1 x x x x x x x x x x
Encanador 1 x x x x x x
Eletricista 1 x x x x x x
Operador de
1 x x x x x x
guincho
Fonte: a autora (2018).
68

A Figura 32 e 33 ilustra a atual situação dos equipamentos deste canteiro,


onde os únicos EPIs devidamente fornecidos são o capacete de segurança, protetor
auditivo do tipo concha e protetor facial, porém estes não estão no ideal estado de
conservação. Também está disponível na obra cinto paraquedista e duplo talabarte,
mas como não há linha de vida estes são inutilizados.

Figura 32 – Estoque de EPI no Figura 33 – Fornecimento de EPI na


almoxarifado. carpintaria.

Fonte: a autora (2018). Fonte: a autora (2018).

Já na Figura 34 é perceptível a ausência da fiscalização do uso de EPIs pela


circulação de funcionários sem os devidos equipamentos, principalmente em áreas
de risco de queda em altura. Além disto, é constatada a ausência de uso de
vestimentas.
O fornecimento e substituição gratuita de vestimentas também são exigidos
pela NR 18 e não deve ser considerado como EPI, pois sua finalidade não é de
proteger o trabalhador contra os riscos e sim de não ocasionar uma transferência de
custo da atividade econômica ao empregado. Assim, o fornecimento de vestimentas
69

adequadas deve garantir o conforto, transpiração e mobilidade do operário, sendo


uma das formas de buscar a qualidade de vida no trabalho.
A empresa forneceu vestimenta para cada funcionário no início da obra, mas
não houve substituição quando necessário, devendo realizar a reposição.

Figura 34 – Atividade realizada sem EPI adequado.

Fonte: a autora (2018).

Todas as irregularidades listadas pela Tabela 33 caracterizam grave e


iminente risco, mas são de fácil resolução e a Tabela 34 apresenta custos de
adequação relativamente baixos, principalmente quando comparados aos valores
gerados pelas infrações.

Tabela 33 – Conformidade quanto aos EPIs e vestimentas.

Item Descrição do item Infração


06.6.1 b O empregador deve exigir uso de equipamentos de proteção individual I4
A empresa fornece aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao
18.23.1 I4
risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento.
O cinto de segurança tipo abdominal somente é utilizado em serviços
18.23.2 -
de eletricidade para limitar a movimentação
18.23.3 Cinto de segurança tipo paraquedista é utilizado em trabalho em altura I4
Cinto de segurança é dotado de dispositivo trava-quedas e é ligado a
18.23.3.1 I4
cabo de segurança independente da estrutura do andaime
É obrigatório uso de duplo talabarte quando não for possível a
18.23.5 -
instalação de cabo-guia de segurança/linha de vida
É obrigatório o fornecimento gratuito pelo empregador de vestimenta de
18.37.3 I3
trabalho e sua reposição, quando danificada.
Fonte: a autora (2018).
70

Tabela 34 – Custos de adequação quanto aos EPIs e vestimentas.

Item Adequação Custo


06.6.1 b Exigir uso e proibir a circulação do funcionário sem EPI pelo canteiro 00,00
18.23.1 Fornecer EPIs corretos e conservados 2.000,00
18.23.3
Fornecer cinto paraquedista e talabarte para todos os funcionários 1.000,00
18.23.3.1
18.37.3 Repor vestimentas necessárias 1.200,00
Total 4.200,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 71,43% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$14.230,00 e R$ 4.200,00 em
infrações e adequações, respectivamente.

4.2.13 Acesso e circulação no canteiro

Um local de trabalho funcional é essencial para qualquer empreendimento,


mantendo a qualidade e produtividade das atividades sem deixar de zelar pela
segurança dos trabalhadores e de qualquer um cuja entrada for necessária no
canteiro de obras.
Este item abrange o acesso à obra; ordem e limpeza necessárias à circulação
de pessoas, materiais e equipamentos; armazenamento adequado e sistemático;
sistema de proteção contra incêndios e sinalização adequada do canteiro.

4.2.13.1 Tapumes

Na Figura 35 o acesso à obra devidamente vedado com tapumes está


conforme as exigências da norma, não havendo gastos em infração ou correção a
serem listados na Tabela 35.
71

Figura 35 – Vedação do acesso à obra.

Fonte: a autora (2018).

Tabela 35 – Conformidade quanto aos tapumes

Item Descrição do item Infração


18.30.1 Devidamente fixados, em boas condições e com 2,20m de altura. -
Fonte: a autora (2018).

4.2.13.2 Ordem e limpeza

Doenças cutâneas e respiratórias são muito comuns aos trabalhadores do


setor de construção, assim, além do uso de EPIs, devem-se manter as condições de
higiene e limpeza, que contribuem para a atenuação dos riscos de doenças
causadas pelas atividades e condições insalubres de trabalho, além de evitar
desperdício de materiais.
A obra em estudo está relativamente organizada no nível térreo, necessitando
de algumas melhorias como a instalação de dutos de gravidade, definição de local
específico para depósito de entulho e fornecimento de pontos de coleta de lixo pelo
canteiro.
A principal falha está no acúmulo de madeira descartada pelo canteiro, como
pode ser observado na Figura 36.
72

Figura 36 – Organização e Limpeza.

Fonte: a autora (2018).


73

As irregularidades listadas pela Tabela 36 apresentam custos elevados


quando comparados aos valores das adequações da Tabela 37. Esta relação é
ainda mais evidente ao considerar que a aquisição de dutos de gravidade é um
investimento e poderá ser reutilizado em outros canteiros da empresa.

Tabela 36 – Conformidade quanto à ordem e limpeza.

Item Descrição do item Infração


O canteiro de obras está organizado, limpo e desimpedido nas vias de
18.29.1 -
circulação, passagens e escadarias.
18.29.2 Possui local especifico para depósito de lixo e entulho I3
18.29.3 Uso de calhas fechadas para remoção dos entulhos por gravidade I3
18.29.4 Não há queima lixo/material no interior do canteiro de obras -
18.29.5 Não há lixo ou entulho acumulado em local inadequado I2
Fonte: a autora (2018).

Tabela 37 – Custos de adequação quanto à ordem e limpeza.

Item Adequação Custo


18.29.2 Definir local isolado para depósito de entulho e dispor de pontos de
200,00
18.29.5 coleta de lixo.
18.29.3 Aquisição e instalação de dutos de gravidade. 1.500,00
Total 1.700,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 60% estão em situação irregular,
atingindo um valor total estipulado de R$ 5.960,00 e R$ 1.700,00 em infrações e
adequações, respectivamente.

4.2.13.3 Armazenagem e estocagem de materiais

Importante para a ordem e limpeza do canteiro, o armazenamento


inadequado de materiais auxilia na livre circulação e diminuição dos esforços
desnecessários ao trabalhador, além de evitar atrasos na construção e desperdício
de materiais, que podem perder sua utilidade por ter suas características sensíveis a
alterações. Assim a armazenagem e estocagem correta garantem a durabilidade do
material e maior produtividade no canteiro de obras.
É recomendável que os blocos cerâmicos sejam armazenados em local seco,
firme e próximo ao local de trabalho dos funcionários evitando esforços para
movimentar o material manualmente. Na Figura 37.a os blocos estão armazenados
74

em local adequado e permitindo livre circulação, já na Figura 38 o empilhamento


próximo dos vãos e periferias possibilita a ocorrência de acidentes com queda de
materiais.

Figura 37 – Correto armazenamento de blocos cerâmicos.

Fonte: a autora (2018).

Figura 38 – Armazenamento inadequado de blocos cerâmicos.

Fonte: a autora (2018).


75

Quanto aos vergalhões, o ideal é facilitar a identificação separando-os por


bitola, visto que os mesmos não possuem o diâmetro nominal gravado. A fim de
evitar corrosões e garantir suas propriedades de aderência, o aço não deve estar em
contato direto com o solo, nem exposto às intempéries como ocorre na Figura 39.
Quando isto ocorre é necessário que o material seja escovado antes de ser utilizado,
a fim de retirar a película de ferrugem, o que significa uma perda de produtividade no
canteiro.
Figura 39 – Armazenamento de vergalhões.

Fonte: a autora (2018).

A norma não faz exigências, mas é recomendável que os agregados sejam


estocados de modo a evitar sua mistura com argila, poeira e outras substâncias, em
local seco e onde a incidência de vento seja baixa, evitando perdas. A Figura 40
comprova que não há cuidados adequados com os materiais agregados neste
canteiro em estudo.

Figura 40 – Armazenamento de areia.

Fonte: a autora (2018).


76

Também é recomendável que os sacos de cimento sejam estocados em local


seco e ventilado a 30 centímetros da parede ou outros materiais, com empilhamento
máximo de 10 unidades e utilizando estrados de madeira para evitar contato direto
com o solo. Pela Figura 41 observa-se que este armazenamento é realizado de
maneira correta.

Figura 41 – Armazenamento de sacos de cimento.

Fonte: a autora (2018).

De acordo com a Figura 42 a 44, o material hidráulico e elétrico adquirido a


granel e os de grandes dimensões estão armazenados adequadamente com arranjo
físico estável que facilite seu manuseio, sendo classificados e identificados por tipos,
classe, série e bitola.

Figura 42 – Armazenamento de material hidráulico.

Fonte: a autora (2018).


77

Figura 43 – Armazenamento de material Figura 44 – Armazenamento de material


hidráulico. elétrico.

Fonte: a autora (2018). Fonte: a autora (2018).

O atual empilhamento de chapas de madeira compensado na vertical, na


Figura 45, possibilita a queda do material e o empenamento do mesmo. O ideal é
estocá-las horizontalmente, com suportes de apoio para que o contato com o chão
seja evitado.

Figura 45 – Armazenamento de chapas de compensado.

Fonte: a autora (2018).

Na Figura 46 observa-se o empilhamento de madeira em até 2,0 m de altura,


que quando descartadas devem ter os pregos retirados ou rebatidos, evitando
acidentes com perfuração, o que não ocorre neste canteiro.
78

Figura 46 – Armazenamento e descarte de madeira

Fonte: a autora (2018).

Resumidamente, a Tabela 38 indica irregularidades no empilhamento


inadequado do material quando em piso elevado, contato direto de vergalhões com
o solo úmido e a não retirada dos pregos no madeiramento descartado. A correção
requer apenas medidas administrativas com a inserção de procedimento rotineiro,
não havendo custos adicionais para adequações registradas na Tabela 39.

Tabela 38 – Conformidade quanto ao armazenamento de materiais.

Item Descrição do item Infração


Materiais estão armazenados e estocados sem prejudicar
18.24.1 -
funcionamento das atividades e dificultar circulação.
18.24.2 O arranho físico das pilhas de materiais são estáveis e adequados. -
Os materiais empilhados em piso elevado estão em distância segura
18.24.2.1 I2
(distância de suas bordas maior que a. altura da pilha).
Materiais de grandes dimensões são arrumados em camadas, com
18.24.3 -
espaçadores, peças de retenção e separação por tipo e bitola
18.24.4 O arranho físico das pilhas de materiais são adequados. -
18.24.5 Materiais estão empilhados em local seco, ventilado e nivelado. I2
18.24.6 Cal virgem é armazenado em local seco e arejado -
Materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos estão em locais
18.24.7 -
isolados, apropriados e sinalizados.
18.24.8 Madeiramento usado é empilhado com pregos retirados/rebatidos I3
Fonte: a autora (2018).

Tabela 39 – Custos de adequação quanto ao armazenamento de materiais.

Item Adequação Custo


18.24.2.1 Reposicionar material adequadamente permitindo livre e segura
00,00
18.24.5 circulação.
18.24.8 Retirada/rebatimento de pregos assim que o material for descartado. 00,00
Total 00,00
Fonte: a autora (2018).
79

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 33,33% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 5.230,00 em infrações, sem
custos adicionais para adequações.

4.2.13.4 Proteção contra incêndio

A empresa fornece treinamento da NR 23 quanto a proteção contra incêndios,


mas não fornece equipamentos adequados onde se enquadram os extintores e
sinalização, incluindo alarme sonoro. Assim, há não conformidades registradas na
Tabela 40 que podem ser corrigidas com a aquisição de custo relativamente baixos
listados na Tabela 41.

Tabela 40 – Conformidade quanto à proteção contra incêndio

Item Descrição do item Infração


18.26.1 Há medidas coletivas de combate a incêndio I3
18.26.2 Há sistema de alarme perceptível em todos os locais da construção. I2
18.26.5 Funcionários são treinados quanto ao uso de extintores -
Fonte: a autora (2018).

Tabela 41 – Custos de adequação quanto à proteção contra incêndio

Item Adequação Custo


18.26.1 Aquisição de extintores de incêndio do tipo PQS e AP 700,00
18.26.2 Aquisição de sirene 50,00
Total 750,00
Fonte: a autora (2018).

Dos itens aplicáveis à atual etapa da obra, 66,67% estão em situação


irregular, atingindo um valor total estipulado de R$ 2.380,00 e R$ 750,00 em
infrações e adequações, respectivamente.

4.2.13.5 Sinalização de segurança

Algumas das placas espalhadas pelo canteiro são exibidas nas Figuras 47 a
50 mostrando que há sinalização, principalmente nas áreas de produção informando
quanto ao uso de EPI e de e possibilidade de ocorrência de acidentes, estando
80

conforme com as exigências da norma, não havendo gastos em infração ou


correção a serem listados na Tabela 42.

Figura 47 – Sinalização na área de vivência

Fonte: a autora (2018).

Figura 48 – Sinalização na área de carpintaria.

Fonte: a autora (2018).


81

Figura 49 – Sinalização na área de armação de aço.

Fonte: a autora (2018).

Figura 50 – Sinalização próxima à coluna de guincho.

Fonte: a autora (2018).

Tabela 42 – Conformidade quanto à sinalização

Item Descrição do item Infração


Há sinalização identificando locais de apoio, entrada e saída, advertência
18.27.1 de riscos, alerta de uso de EPI e isolamento da área, identificação de -
acessos. (sanitários, almoxarifado, etc.).
Fonte: a autora (2018).
82

4.3 Análise dos custos de infração e adequação

Em síntese, observando a Tabela 43, dos 180 itens aplicáveis a atual fase da
obra 74 encontram-se em situação irregular, correspondendo aproximadamente 41%
das situações. Além disto, na seção mais fiscalizada nos últimos anos, referente as
medidas de proteção contra quedas de altura, foi constatada não conformidade em
todos os itens.
Tabela 43 – Itens aplicáveis, irregulares e frequência de inspeções.
Seção Aplicáveis Irregular Inspeções (%)
Comunicação Prévia 01 00 02,25
Programas de Segurança e Saúde do Trabalho 14 02 14,15
Equipe especializada em SST 03 02 00,00
Treinamentos 09 01 06,15
Área de vivência 33 17 01,97
Carpintaria 09 04 00,00
Armações de aço 07 02 05,00
Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas 08 01 04,64
Estruturas de concreto 09 01 00,00
Escadas, rampas e passarelas. 09 07 07,08
Medidas de proteção contra quedas de altura 15 15 28,43
Movimentação e transporte de materiais e pessoas 16 04 01,57
Andaimes e plataformas de trabalho 11 05 12,68
Instalações elétricas. 10 00 04,87
Vestimentas e equipamentos de proteção individual 07 05 11,21
Tapume 01 00 00,00
Ordem e limpeza 05 03 00,00
Armazenagem e estocagem de materiais 09 03 00,00
Proteção contra incêndios 03 02 00,00
Sinalização de segurança 01 00 00,00
Total 180 74
Fonte: a autora (2018).

Os custos resultantes necessários para adequação atingiram valor de


R$31.960,00, equivalente a 21,80% do montante de R$146.730,00, gerado pela
aplicação das infrações numa possível fiscalização. Se considerarmos a
possibilidade de reaproveitamento de materiais adquiridos em outros canteiros, este
percentual cai pela metade.
Pela Figura 51, as adequações de maior custo são as proteções contra
quedas de altura e das áreas de vivências, que alcançam respectivamente o valor
de R$ 38.110,00 e R$ 20.330,00, correspondendo acerca de 40% do custo total das
83

correções. Além disto, 25,67% das irregularidades geram multas elevadas, mas não
possuem custo de adequação, podendo ser resolvidas com melhorias na gestão de
Segurança e Saúde do Trabalho no canteiro de obras.

Figura 51 – Custo das infrações x custo das adequações (R$ 1.000,00)

0 10 20 30 40 50 60
Comunicação Prévia
Programas de SST
Equipe especializada em SST
Treinamentos
Área de vivência
Carpintaria
Armações de aço
Máquinas, equipamentos e ferramentas
Estruturas de concreto
Escadas, rampas e passarelas.
Proteção contra quedas de altura
Movimentação e transporte
Andaimes e plataformas de trabalho
Instalações elétricas.
Vestimentas e EPI
Tapume
Ordem e limpeza
Armazenagem e estocagem de materiais
Proteçao contra incêndios
Sinalização de segurança
Custo de infrações Custo de adequações

Fonte: a autora (2018).

A classificação das infrações encontradas nas irregularidades pouco variou,


havendo leve predominância de infrações de grau 3 e 4, que ocorrem principalmente
nas seções cuja últimas fiscalizações acarretaram em embargo, como pode ser
observado nas Figuras 52 e 53.

Figura 52 – Grau de infração no canteiro.

28,38% 20,27%
I1
I2
22,97% I3
28,38%

Fonte: a autora (2018).


84

Figura 53 – Distribuição do grau de infração.

Comunicação Prévia
Programas de SST
Equipe especializada em SST
Treinamentos
Área de vivência
Carpintaria
Armações de aço
Máquinas, equipamentos e ferramentas
Estruturas de concreto
Escadas, rampas e passarelas.
Proteção contra quedas de altura
Movimentação e transporte
Andaimes e plataformas de trabalho
Instalações elétricas.
Vestimentas e EPI
Tapume
Ordem e limpeza
Armazenagem e estocagem de materiais
Proteçao contra incêndios
Sinalização de segurança

I1 I2 I3 I4

Fonte: a autora (2018).

Visto que a aplicação de pecuniária não desobriga a empresa da correção de


irregularidades e que a ocorrência de embargos paralisa a obra entre 10 e 20 dias e
exige que durante este período os funcionários recebam salário como se estivessem
em efetivo exercício, os valores se acumulam.
Assim, num possível caso de fiscalização nas atuais situações, ao constatar
grave e iminente risco, a empresa seria penalizada com multa pecuniária de
aproximadamente R$146.730,00, obrigada a providenciar adequações no valor de
cerca de R$31.960,00 e despender o montante diário de R$ 2.487,28, considerando
a equipe descrita na documentação do PPRA.
Ao considerar um prazo de 15 dias, o valor total desembolsado será de
R$216.000,00, equivalente a 4,54% do orçamento da obra.
85

5 CONCLUSÃO

Dentre outros fatores, os acidentes de trabalho estão associados ao


desrespeito às normas básicas de segurança e às más condições dos locais de
trabalho. Apesar da fiscalização do cumprimento das normativas relacionadas à
segurança do trabalho ter demonstrado queda de ações fiscais, ainda assim ela é
eficaz e suficiente para que as empresas pequenas se preocupem em regularizar
sua situação. Essas correções possibilitam um aumento dos índices de segurança e
diminuição de acidentes de trabalho no setor.
Para o desenvolvimento deste trabalho foi elaborada e aplicada uma lista de
verificações que demostrou elevada eficácia ao contemplar um grande número de
itens visados pela NR18 – Condições de Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção Civil, de modo que possa ser utilizada em outros canteiros independente
do porte e da fase do empreendimento.
O caso em estudo apresentou um canteiro onde 41% dos itens das normas
regulamentadoras aplicáveis à fase da obra em questão não estavam em
conformidade com os requisitos de Segurança e Saúde do Trabalho. Para adequar
esta obra aos requisitos de segurança de trabalho exigidos pela legislação foi
estimado um montante de R$ 31.960,00, o que equivale a 21,80% do custo total da
pecuniária cobrada por uma possível fiscalização do agente inspetor do trabalho,
com base na NR 28. Na possibilidade de embargo o valor desembolsado pode
atingir um total de R$ 216.000,00, equivalente a 4,54% do orçamento da obra.
Independente do porte da empresa, o valor da multa é significativo para seu
orçamento e sempre será maior que o custo da adequação porque a indenização já
calcula o perigo ao qual o funcionário se submete em situações insalubres que
colocam em risco sua vida, cujo valor é imensuravel.
86

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2001). NBR 14280. Cadastro de


acidente do trabalho - Procedimento e classificação, p. 94.
ANSILIERO, G. (junho de 2006). Evolução dos registros de acidentes de trabalho no
Brasil, no período 1996-2004. Informe de Previdência Social, 18(6), 1-24.
ARAÚJO, L. P. (2000). Analise dos custos para emprego de EPI's comparado com o
adicional de insalubridade na construcao civil na cidade de santra maria, RS.
Monografia (Especializacao em Engenharia de Seguranca do Trabalho) -
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.
BAGATIN, E., & COSTA, E. A. (maio de 2006). Doenças das vias aéreas superiores.
Jornal Brasileiro de Pneumologia, 32(2), 17-26.
BRASIL. (1° de maio de 1943). Decreto-lei Nº5452. Aprova a Consolidação das Leis
do Trabalho.
BRASIL. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso em 20 de
05 de 2018, disponível em Planalto:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
BRASIL. (julho de 1991). Lei Nº 8.213. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social e dá outras providências.
CAIXA. (2018). SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil. Acesso em 18 de 06 de 2018, disponível em CAIXA.gov:
http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-
publico/sinapi/Paginas/default.aspx
CARDOSO, A., & LAGE, T. (2005). A Inspeção do Trabalho no Brasil. Revista de
Ciências Sociais, 48(3), 451 - 490.
CIOCCHI, L., & ABBATE, V. (01 de 2004). Layout correto torna obra mais produtiva
e segura. Téchne, 82.
CUNHA, G. (2012). A importância do setor de construção civil para o
desenvolvimento da economia brasileira e as alternativas complementares
para o funding do crédito imobiliário no Brasil. Trabalho de Diplomação
(Bacharel em Economia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro (RJ).
87

ERVOLINO, I. (2011). A influência da Organização Internacional do Trabalho (OIT)


na definição dos padrões normativos no Brasil. Dissertação (Mestrado em
Ciência Política) - Universidade Federal de São Carlos., São Paulo.
EYERKAUFER, M. L., BONFANTE, E. A., DALLABONA, L. F., & FABRE, V. V.
(2017). Simulação de custos na gestão de riscos de acidentes de trabalho.
Acesso em 12 de 04 de 2018, disponível em XXIV Congresso Brasileiro de
Custos: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/download/4383/4383
G1 SÃO CARLOS E ARARAQUARA. (04 de 2018). Construtora é condenada em R$
200 mil por falta de treinamento para empregados. Acesso em 22 de 05 de
2018, disponível em G1: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-
regiao/noticia/construtora-e-condenada-em-r-200-mil-por-falta-de-treinamento-
para-empregados.ghtml
GUEDES, T. M., & MELO, L. R. (outubro de 2012). Análise histórica dos dados de
inspeção em segurança e saúde no trabalho, ocorridos na atividade da
construção civil no Brasil. Acesso em 2018 de 05 de 27, disponível em VII
CONNEPI - Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação:
http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/3725/2190
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2015a). Pesquisa Anual da
Indústria da Construção - PAIC. Acesso em 10 de 04 de 2018, disponível em
Institudo Brasileiro de Geografia e Estatística:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/industria/9018-
pesquisa-anual-da-industria-da-construcao.html
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2015b). Demografia das
Empresas.
ILO - International Labour Organization. (1996). Introduction to Occupational Health
and Safety. Acesso em 01 de 06 de 2018, disponível em International Labour
Organization: http://training.itcilo.it/actrav_cdrom2/en/osh/intro/inmain.htm
ILO - International Labour Organization. (2018a). Safety and health at work. Acesso
em 21 de 05 de 2018, disponível em International Labour Organization:
http://www.ilo.org/global/topics/safety-and-health-at-work/lang--en/index.htm
ILO - International Labour Organization. (2018b). About the ILO. Acesso em 03 de 05
de 2018, disponível em International Labour Organization:
http://www.ilo.org/global/about-the-ilo/lang--en/index.htm
88

LEME, R., DANTAS, L., & ZAPERLON, D. (2008). A NR-18 como instrumento de
gestão de segurança, saúde, higiene do trabalho e qualidade de vida para os
trabalhadores da indústria da construção. Monografia (Especializacao em
Higiene Ocupacional) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. ,
São Paulo.
MPS, Ministério da Previdência Social . (2018). Estatísticas de acidentes do
trabalho. Acesso em 2018 de 05 de 09, disponível em AEAT InfoLogo. Base
de dados históricos de acidentes do trabalho.:
http://www3.dataprev.gov.br/aeat/
MPT - Ministério Público do Trabalho. (julho de 2013). Construtora é condenada por
riscos de acidentes. Acesso em 22 de 05 de 2018, disponível em JusBrasil:
https://mpt.jusbrasil.com.br/noticias/100598836/construtora-e-condenada-por-
riscos-de-acidentes
MPT - Ministério Público do Trabalho. (05 de 2018b). Irregularidades em hidrelétricas
custarão R$ 2,2 mi a empresas. Acesso em 22 de 05 de 2018, disponível em
MPT Notícias: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/sala-
imprensa/mpt-noticias/50142a6c-3f76-4981-8fb2-3508fe51924e
MPT- Ministério Público do Trabalho. (2018a). Observatório digital de Saude e
Segurança do Trabalho. Acesso em 23 de 05 de 2018, disponível em
Observatório digital de Saude e Segurança do Trabalho:
https://observatoriosst.mpt.mp.br
MT - Ministério do Trabalho. (2016). Portaria 540, de 25 de maio de 2016. Determina
a utilização do Sistema de Comunicação de Obras - SCPO e dá outras
providencias.
MT - Ministério do Trabalho. (2018a). Painel de informações estatísticas da inspeção
do trabalho no Brasil. Acesso em 15 de 05 de 2018, disponível em Secretaria
de Inspeção do Trabalho: https://enit.trabalho.gov.br/radar/
MT - Ministério do Trabalho. (2018b). PORTARIA Nº 261, DE 18 DE ABRIL DE
2018. Altera o item 18.21 - Instalações Elétricas - da Norma Regulamentadora
n.º 18 (NR18) - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção.
MTE - Ministério do Trabaho e Emprego. (2015a). 1.1 - Quantidade de acidentes do
trabalho, por situação do registro e motivo, segundo a Classificação Nacional
89

de Atividades Econômicas (CNAE), no Brasil - 2013/2015). Anuário Estatístico


de Acidentes do Trabalho: AEAT 2015, 15 - 23.
MTE - Ministério do Trabaho e Emprego. (2015b). 59.2 - Indicadores de acidentes do
trabalho, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE), Brasil - 2015. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT
2015, 1, 672-679.
MTE. (2018a). NR 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção. Em ATLAS, Segurança e Medicina do Trabalho (p. 392 a 453).
São Paulo: Editora ATLAS.
MTE. (2018b). NR 28 - Fiscalização e penalidades. Em ATLAS, Segurança e
Medicina do Trabalho (80 ed., pp. 540-602). São Paulo: Editora ATLAS.
MTE. (2018c). NR 03 - Embargo ou interdição. Em ATLAS, Segurança e Medicina do
Trabalho (p. 66). São Paulo: Editora ATLAS.
PROTEÇÃO. (março de 2016). Auditores pedem mudança. Revista Proteção, 20-21.
PROTEÇÃO. (2017). Acidentalidade no mundo. Anuário Brasileiro Proteção Digital
2017, 168 - 173.
PTM - Procuradoria do Trabalho Municipal de Santa Maria. (12 de 2016). Liminar
sujeita Themis a multas caso continue a descumprir interdição de obra.
Acesso em 22 de 05 de 2018, disponível em Procuradoria do Trabalho
Municipal de Santa Maria: http://www.prt4.mpt.mp.br/procuradorias/ptm-santa-
maria/5595-liminar-sujeita-themis-a-multas-caso-continue-a-descumprir-
interdicao-de-obra
RAIS, Relação Anual de Informações Sociais. (2016). Número de estabelecimentos
e tamanho por empregados ativos na construção civil.
SCALÉRCIO, M., & MINTO, T. M. (2016). Normas da OIT organizadas por temas.
São Paulo: LTr.
SESI - Serviço Social da Indústria. (2015). Segurança e saúde na indústria da
construção no Brasil: diagnóstico e recomendações para a prevenção dos
acidentes de trabalho, 2015. Brasília, DF: SESI – Departamento Nacional.
SFIT - Sistema Federal de Inspeção do Trabalho. (2015). Inspeções Realizadas em
Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil em 2015.
SFIT, Sistema Federal de Inspeção do Trabalho. (2016). Inspeções Realizadas em
Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil de 1996 a 2016.
90

SIMÃO, A. R. (2009). Sistema de vigilância e fiscalização do trabalho no Brasil:


efeitos sobre a expansão do emprego formal no período 1999-2007. Acesso
em 26 de 05 de 2018, disponível em Boletim Mercado de Trabalho -
Conjuntura e Análise nº 39, Maio 2009:
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id
=5735&Itemid=9
SRF - Secretaria da Receita Federal. (2018). Valor da UFIR. Acesso em 20 de 05 de
2018, disponível em Receita Federal:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-
parcelamentos/valor-da-ufir
TAU, F. (2017). Sindicato de auditores denuncia cortes no Ministério do Trabalho à
OIT. Acesso em 27 de 05 de 2018, disponível em Rede Peteca – Chega de
Trabalho Infantil :
http://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/noticias/materias/sindicato-de-
auditores-denuncia-cortes-no-ministerio-do-trabalho-a-oit/
TEIXEIRA, L. P., & CARVALHO, F. M. (jul/dez de 2005). A construção civil como
instrumento do desenvolvimento da economia brasileira. Revista paranaense
de desenvolvimento(109), 09-26.
91

APÊNDICE A – Variáveis da Fiscalização


ITENS MAIS FISCALIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL (2016-2018)

SITUAÇÃO
ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM
R N E I Total
18.15.6 18.13.1

Deixar de instalar proteção coletiva nos locais com


risco de queda de trabalhadores ou de projeção de 641 299 398 74 1412
materiais

Deixar de dotar o andaime de sistema de guarda


269 160 110 268 807
corpo e rodapé em todo o perímetro

Deixar de construir solidamente as escadas de uso


coletivo rampas e passarelas para a circulação de
18.12.2

pessoas ou materiais ou deixar de dotar as escadas


316 125 333 20 794
de uso coletivo rampas e passarelas para a
circulação de pessoas ou materiais de corrimão e
rodapé
Deixar de instalar proteção contra queda de
18.13.4

trabalhadores e projeção de materiais na periferia


232 108 360 26 726
da edificação a partir do início dos serviços
necessários à concretagem da primeira laje
Deixar de garantir a elaboração e efetiva
07.3.1

implementação do Programa de Controle Médico de 475 217 12 1 705


Saúde Ocupacional
18.08.5. 18.13.2

Deixar de dotar as aberturas no piso de fechamento


294 99 274 24 691
provisório resistente

Manter pontas verticais de vergalhões de aço


281 136 193 17 627
desprotegidas

Deixar de fornecer aos trabalhadores gratuitamente


18.23.1
ou 6.3

equipamento de proteção individual adequado ao


366 148 47 19 580
risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento
18.15.3 18.37.3 18.21.16 18.28.1

Deixar de submeter os trabalhadores a treinamento


admissional visando a garantir a execução de suas 337 172 39 9 557
atividades com segurança

Deixar de aterrar eletricamente as estruturas e


271 68 87 126 552
carcaças dos equipamentos elétricos

Deixar de fornecer gratuitamente vestimenta de


trabalho ou deixar de repor a vestimenta de trabalho 381 128 28 6 543
quando danificada

Utilizar andaime sem piso de trabalho de forração


completa e/ou antiderrapante e/ou nivelado e/ou 172 119 90 159 540
fixado e/ou travado de modo seguro e/ou resistente
Nota: R – Regularização. N – Notificação. E – Embargo. I – Interdição.
92

(continuação)
SITUAÇÃO
ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM
R N E I Total
09.1.1

Deixar de elaborar e/ou de implementar o Programa


259 159 418
de Prevenção de Riscos Ambientais
06.6.1 b 18.02.1 07.4.2 b 07.4.1 a

Deixar de submeter o trabalhador a exame médico


245 93 16 1 355
admissional - PCMSO

Deixar de realizar no exame médico ocupacional


exames complementares de acordo com o disposto 227 62 289
na NR7

Deixar de fazer a comunicação prévia da obra à


unidade do Ministério do Trabalho e Emprego antes 132 126 16 7 281
do início das atividades

Deixar de exigir o uso dos equipamentos de


278 278
proteção individual

Deixar de dotar os vãos de acesso às caixas dos


elevadores de fechamento provisório constituído de
18.13.3

material resistente e seguramente fixado a estrutura


275 275
ou dotar os vãos de acesso às caixas dos
elevadores de fechamento provisório com altura
inferior a 1,20 m
18.22.2

Deixar de proteger todas as partes móveis dos


motores transmissões e partes perigosas das 94 165 259
máquinas ao alcance dos trabalhadores
35.3.1

Deixar de promover programa para capacitação dos


211 211
trabalhadores à realização de trabalho em altura

Deixar de dotar as instalações sanitárias de


lavatório vaso sanitário e mictório na proporção de
18.04.2.4

um conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores


151 151
ou fração e ou de chuveiro na proporção de uma
unidade para cada grupo de 10 trabalhadores ou
fração
Utilizar andaime cujo dimensionamento e/ou
18.13.5 a 18.15.1

dimensionamento da estrutura de sustentação e/ou


146 146
de fixação não tenha sido realizado por profissional
legalmente habilitado
Deixar de instalar proteção na periferia da edificação
constituída de anteparos rígidos com altura de 1,20
121 121
m para o travessão superior e 70 cm para o
travessão intermediário
12.38

Deixar de instalar sistemas de segurança em zonas


117 117
de perigo de máquinas e/ou equipamentos
18.13.6

Deixar de instalar plataforma principal de proteção


111 111
em todo o perímetro da construção

Nota: R – Regularização. N – Notificação. E – Embargo. I – Interdição.


93

(continuação)
SITUAÇÃO
ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM
R N E I Total
18.15.9 18.12.4 18.04.1 a

Manter canteiro de obras sem instalações sanitárias 95 95

Deixar de instalar rampa ou escada provisória de


uso coletivo para transposição de níveis como meio 91 91
de circulação de trabalhadores

Permitir que o acesso ao andaime fosse efetuado de


91 91
maneira insegura

Deixar de proteger as aberturas no piso utilizadas


18.13.2.1

para o transporte vertical de materiais e


equipamentos com guarda corpo fixo no ponto de 89 89
entrada e saída de material e com sistema de
fechamento do tipo cancela ou similar
Manter comandos de partida e/ou acionamento de
12.25

máquinas sem dispositivos que impeçam seu 88 88


funcionamento automático ao serem energizadas
Deixar de dotar a torre do elevador de materiais ou
18.14.21.16

de passageiros de chaves de segurança com


ruptura positiva que dificulte a burla e impeça a 86 86
abertura da barreira cancela quando o elevador não
estiver no nível do pavimento
Deixar de dotar as máquinas de dispositivo de
12.32

bloqueio para impedir seu acionamento por pessoa 68 68


não autorizada
Deixar de providenciar o preenchimento dos vãos
18.21.6 18.14.20 18.13.5 b 18.13.5 c

entre as travessas da proteção instalada na periferia


65 65
da edificação com tela ou outro dispositivo que
garanta o fechamento seguro da abertura

Deixar de dotar a proteção instalada na periferia da


62 62
edificação de rodapé com 20 cm de altura

Utilizar equipamento de transporte de materiais sem


dispositivos que impeçam a descarga acidental do 57 57
material transportado

Deixar de proteger os circuitos elétricos contra


56 56
impactos mecânicos umidade e agentes corrosivos

Deixar de adotar medidas preventivas quanto à


sinalização e isolamento da área e/ou permitir a
18.14.5

circulação ou a permanência de pessoas sob a área


53 53
de movimentação de carga durante transporte e
descarga de materiais perfis vigas e elementos
estruturais
12.56

Deixar de instalar em máquina um ou mais


48 48
dispositivos de parada de emergência

Nota: R – Regularização. N – Notificação. E – Embargo. I – Interdição.


94

APÊNDICE B – LISTA DE VERIFICAÇÕES

CHECK LIST – NORMA REGULAMENTADORA Nº 18

Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA

01 – COMUNICAÇÃO PRÉVIA
Houve comunicação à Delegacia Regional do Trabalho informando: endereço da
obra e do empregador, tipo de obra, datas previstas de início e conclusão e
número previsto de trabalhadores na obra.

02 – PCMAT: Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho


É elaborado, cumprido e mantido nos estabelecimentos.
Foi elaborado e executado por profissional legalmente habilitado
Segue a NR 9 - Programa de Prevenção e Riscos Ambientais
Nota: obrigatório para estabelecimentos com mais de 20 trabalhadores.

03 – ÁREAS DE VIVÊNCIA
Instalações Sanitárias
Vestiário
Alojamento (obrigatório quando houver trabalhadores alojados).
Local de refeições
Cozinha (obrigatório quando houver preparo de refeições)
Lavanderia (obrigatório quando houver alojamento)
Área de lazer (obrigatório quando houver alojamento)
Ambulatório (em frentes de trabalho 50 trabalhadores ou mais1)
Bebedouro ao posto de trabalho: até 100m horizontal e 15m vertical
03.01 – Instalações móveis, incluindo contêineres.
É mantido em perfeito estado de conservação e higiene.
Cada módulo área de ventilação natural composta por duas aberturas, com área
de 15% da área do piso e ser.
Cada módulo garante condições de conforto térmico
Cada módulo possui pé direito mínimo de 2,40m
Cada módulo possui proteção contra riscos de choque elétrico por contatos
indiretos, além do aterramento elétrico.
Possui camas duplas, tipo beliche, com altura entre vãos de 90 cm quando
destinadas a alojamentos,
Possui laudo técnico relativo à ausência de riscos no canteiro
03.02 – Instalações sanitárias
São mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.
Possuem portas de acesso que mantém o resguardo conveniente.
Ambiente não se liga diretamente aos locais de refeições
Possui separação por sexo, quando necessário.
Possui ventilação e iluminação adequadas
Possui instalações elétricas adequadamente protegidas
Esta situada a menos de 150m do posto de trabalho.
Possui 1 lavatório, vaso sanitário e mictório para cada 20 trabalha-dores ou fração,
e 1 chuveiro cada 10 trabalhadores ou fração.
A Lavatórios
Possui revestimento interno liso, impermeável e lavável.
E espaçamento mínimo de 60 cm entre as torneiras, se coletivo.
É fornecida lixeira com tampa para depósito de papéis usados
B Vasos sanitários
O gabinete sanitário possui área mínima de 1,00 m²
O gabinete possui divisórias com altura mínima de 1,80m
95

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
É fornecida lixeira com tampa para depósito de papéis usados
É fornecido papel higiénico
C Mictórios
É do tipo calha ou individual, instalado em até 50 cm do piso.
D Chuveiros
A área mínima de cada um dos box de chuveiro é de 0,80m²
Piso do box do chuveiro é antiderrapante ou estrado de madeira.
Os equipamentos dispõem de água quente.
Possui suporte para sabonete e toalha para cada chuveiro.
Os chuveiros elétricos são aterrados adequadamente.
Piso e paredes adjacentes ao chuveiro são de material lavável, que possibilite
a desinfecção.

03.03 – Vestiário
São mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.
Localização é próxima aos alojamentos e/ou à entrada da obra
Não há ligação direta com o local destinado às refeições
Possui piso de concreto, cimentado, madeira ou equivalente.
Possui área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso
Possui iluminação natural e/ou artificial
Possui armários individuais com fechadura/dispositivo com cadeado
Possui bancos com 30 cm de largura e em número suficiente
03.04 – Alojamento
São mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.
Possui piso de concreto, cimentado, madeira ou equivalente.
Possui área de ventilação de no mínimo 1/10 da área do piso
Possui iluminação natural e/ou artificial
Não está situado em subsolos ou porões das edificações
Área de 3,00m² por módulo cama/armário, incluindo circulação.
É proibido o uso de três ou mais camas na mesma vertical
Altura livre de 1,20 entre uma cama e outra e entre a última e o teto
A cama superior do beliche possui proteção lateral e escada.
As camas possuem dimensões mínimas de 80 cm por 1,90m
Os colchões possuem densidade 26 e espessura mínima de 10 cm
As camas dispõem roupa de cama em condições adequadas de higiene, bem
como cobertor, quando necessário
O alojamento possui armários individuais com divisão para separar as roupas de
uso comum e de trabalho.
É fornecida água potável, filtrada e fresca por meio de bebedouros ou similar, um
para cada 25 trabalhadores ou fração.
03.05 – Local para refeições
Não está situado em subsolos ou porões
Não possui comunicação direta com as instalações sanitárias
Possui paredes que permitam o isolamento durante as refeições
Possui piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável.
Possui ventilação e iluminação natural e/ou artificial
Possui lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior
Possui aquecedor para refeições
Possui mesas com tampos lisos e laváveis
Possui assentos em número suficiente para atender aos funcionários
É fornecida lixeira com tampa para detritos
É fornecida água potável, filtrada e fresca por meio de bebedouros ou similar,
sendo proibido o uso de copos coletivos.
96

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
03.06 – Cozinha
Possui ventilação natural ou mecânica que permite boa exaustão
Possui paredes de alvenaria, concreto, madeira ou equivalente.
Possui piso de concreto, cimentado ou material de fácil limpeza.
Possui cobertura de material resistente ao fogo
Possui iluminação natural e/ou artificial
Possui pia para lavar os alimentos e utensílios
É fornecida lixeira com tampa para detritos
Possui equipamento de refrigeração para preservação dos alimentos
Os botijões GLP devem ser instalados fora do ambiente de utilização, em área
permanentemente ventilada e coberta.
03.07 – Lavanderia
Possui local próprio, coberto, ventilado e iluminado.
Possui tanques em quantidade adequada
A empresa terceiriza este serviço sem ônus para o trabalhador.
03.08 – Área de lazer
Há local de recreação. É permitido utilizar o local de refeições.
03.09 – Ambulatório
O canteiro de obras dispõe de ambulatório.

04 – DEMOLIÇÃO
São programadas e dirigidas por profissionais legalmente habilitados
O fornecimento de energia elétrica, água, inflamáveis líquidos e gasosos
liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento de água
foram desligadas, retiradas, protegidas ou isoladas.
As construções vizinhas à obra de demolição são examinadas prévia e
periodicamente, no sentido de ser preservada sua estabilidade e a integridade
física de terceiros.
Todas as aberturas do pavimento a ser demolido estão fechadas, salvo as que
são utilizadas para escoamento de materiais.
É proibida a permanência de pessoas nos pavimentos que possam ter sua
estabilidade comprometida no processo de demolição.
As plataformas de retenção de entulho possuem dimensão mínima de 2,50m e
inclinação de 45º, sendo instaladas em todo o perímetro da obra, no máximo a
dois pavimentos abaixo do que será demolido.
Os materiais da edificação são previamente umedecidos durante a demolição

05 – ESCAVAÇÕES, FUNDAÇOES E DESMONTE DE ROCHAS.


05.01 – Escavações.
Veículos são dirigidos por profissionais legalmente habilitados
Todos os muros, edificações vizinhas e estruturas que possam e afetadas pela
escavação são escorados.
As escavações com mais de 1,25m de profundidade possuem escadas ou rampas
próximas aos postos de trabalho para saída de emergência.
Taludes com 1,75m ou mais tem sua estabilidade garantida por escoramentos
Os materiais retirados da escavação são depositados a uma distância superior à
metade da profundidade
Na possibilidade de infiltração ou vazamento de gás, o local deve ser devidamente
ventilado e monitorado.
As escavações devem ter sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira
de isolamento em todo o seu perímetro.
O operador de bate-estaca é habilitado
Os cabos de sustentação do pilão possuem comprimento para dar 6 voltas sobre o
tambor, em qualquer posição de trabalho.
Há um engenheiro especializado em fundações ou solo durante execução de
tubulão a céu aberto
97

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
05.02 – Desmontem de rochas
São programadas e dirigidas por profissionais legalmente habilitados
Possui blaster e a área de fogo está protegida
A área de fogo é protegida contra projeção de partículas
Há alarme sonoro nas detonações

06 – CARPINTARIA (Serra circular)


Operações são executadas por trabalhador qualificado
Mesa estável, com faces fechadas se opostas à posição de trabalho.
A carcaça do motor está aterrada eletricamente.
Disco mantido afiado e travado, substituído quando danificado.
Possui coifa, cutelo e coletor de serragem.
Utiliza dispositivo empurrador e guia de alinhamento nas operações
Iluminação artificial é protegida contra projeção de partículas.
Piso resistente, nivelado e antiderrapante.
Há sinalização indicando o uso de EPI
Possui extintor de incêndio.

07 – ARMAÇOES DE AÇO
A dobragem e o corte dos vergalhões de aço são executados sobre plataformas
estáveis, afastadas da área de circulação.
As bancadas de armação possuem cobertura resistente.
Iluminação artificial é protegida contra projeção de partículas.
As armações são apoiadas e escoradas.
Há pranchas de madeira as armações nas fôrmas para a circulação.
Não há pontas verticais de vergalhões de aço desprotegidas.
Há sinalização junto à bancada de armação, indicando o uso de EPI.

08 – ESTRUTURAS DE CONCRETO
A área é isolada na desforma e as queda livre das peças é impedida.
Proibida a permanência atrás/sobre os macacos de protensão.
Somente a equipe de concretagem permanece no local da atividade.

09 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Piso provisório abaixo dos serviços de fixação não possuem frestas.
Trabalhador possui recipiente para parafusos, ferramentas e afins.

10 – OPERAÇÕES DE SOLDAGEM E CORTE A QUENTE


Operações são executadas por trabalhador qualificado
Há remoção dos fumos por ventilação exaustora.
É utilizado anteparo de material incombustível e eficaz.
Mangueiras possuem mecanismos contra o retrocesso das chamas.
Não há substância inflamável/explosiva próximo às garrafas de O2
Os equipamentos de soldagem elétrica são aterrados.
Os equipamentos são mantidos longe de locais com óleo, graxa ou umidade, e
são deixados em descanso sobre superfícies isolantes.

11 – ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS.


A madeira utilizada é de boa qualidade, sem nós e rachaduras.
Possuem construção sólida e são dotadas de corrimão e rodapé.
Diferença de nível de 40 cm possui acesso com escadas ou rampas.
11.01 – Escadas provisórias
Possuem 80 cm de largura e patamar a cada 2,90m de altura
98

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
11.02 – Escadas de mão (restrito para acesso provisório, serviço de pequeno porte)
Tem até 7,00m de extensão e espaçamento uniforme de 25 a 30 cm
É proibido seu uso com montante único.
É proibido seu uso nas proximidades de portas e áreas de circulação
É proibido seu uso onde houver risco de queda de objetos/materiais
É proibido seu uso nas proximidades de aberturas e vãos
Ultrapassa em 1,00m o piso superior
É fixada nos pisos superior e inferior, com dispositivo anti-escorregamento.
Possui degraus antiderrapantes
Não é utilizada junto às redes/equipamentos elétricos desprotegidos.
11.03 – Escadas de abrir
Possui trava para fechamento
Possui até 6,00m quando fechada.
11.04 – Escadas extensíveis
Possui limitador de curso ou há sobreposição de 1,00m (estendida).
11.05 – Escadas marinheiro
Com 6,00m, tem gaiola protetora de 2m da base até 1m do topo.
Para cada 9,00m existe um patamar intermediário de descanso, protegido por
guarda-corpo e rodapé.
São fixadas no topo e na base.
11.06 – Rampas e passarelas provisórias
São construídas e mantidas em condições de uso e segurança
São fixadas no piso inferior e superior, com até 30º de inclinação.
Com 18º: são fixadas peças transversais, espaçadas em até 40 cm.
Quando usadas para trânsito de caminhões tem largura mínima de 4,00m e são
fixadas em suas extremidades

12 – MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA


12.01 Aberturas
As aberturas no piso tem fechamento provisório resistente.
As aberturas para transporte vertical são protegidas por guarda-corpo fixo e por
sistema de fechamento do tipo cancela ou similar.
Os vãos de acesso às caixas dos elevadores tem fechamento provisório de 1,20m
de altura fixado à estrutura
Há proteção contra queda de trabalhadores e projeção de materiais na periferia da
edificação, a partir da concretagem da primeira laje.
12.02 – Sistema de guarda-corpo e rodapé
Possui travessão superior em 1,20m de altura e intermediário
Possui travessão intermediário em 70 cm de altura
Possui rodapé de 20 cm
Possui vãos preenchidos com tela ou similar.
12.03 – Plataformas periféricas
A Plataformas Principais
Instalada na primeira laje se houver 4 pavimentos ou equivalente
Projeção horizontal tem 2,50m e complemento de 80 cm e 45º
É instalada logo após a concretagem da laje e retirada somente quando
concluído o revestimento externo acima desta
B Plataformas Secundárias
Em balanço, de 3 em 3 lajes, a partir e acima da principal.
Possuem 1,40m de balanço e complemento de 80 cm e 45º
É instalada logo após a concretagem da laje e retirada após conclusão da
periferia, até a plataforma imediatamente superior.
C Plataformas Terciárias
Em direção ao subsolo, de 2 em 2 lajes, a partir da principal.
Projeção horizontal tem 2,20m e complemento de 80 cm e 45º
99

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
12.04 – Telas
No perímetro da obra, a partir da plataforma principal.
Entre as extremidades de duas plataformas consecutivas, só será retirada após
vedação da periferia, até a plataforma.
12.05 – Sistemas Limitador de Queda de Altura (medida alternativa ao uso de plataformas
secundárias de proteção)
Possui 2,50m de projeção horizontal
Possui até 6,00m entre a parte inferior e a superfície de trabalho
Na parte inferior do sistema, a rede está o mais próximo possível do plano de
trabalho.
A extremidade superior da rede está a 1,00m acima da superfície de trabalho
Possui 10 cm entre os pontos de ancoragem da rede e o edifício
A rede é ancorada com espaçamento de até 50 cm na parte inferior
Há até 5 cm entre os elementos de sustentação tipo forca
O sistema é inspecionado semanalmente e corrigido, se necessário.

13 – MOVIMENTAÇÕES E TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS


Só devem ser operados por trabalhador qualificado
Há comunicação (visual, rádio) quando o local de lançamento de concreto não for
visível pelo operador do equipamento de transporte.
Área de movimentação de carga é isolada e sinalizada.
São tomadas precauções em serviços próximos às redes elétricas.
Os equipamentos possui impedimento de descarga acidental
Levantamento manual compatível com capacidade do trabalhador.
13.01 - Guincho de coluna
Proibido transporte de pessoa em equipamento de guindar.
Distância de 2,50 a 3,00m entre a roldana livre e o tambor do guincho
Barreira isola cabo de aço entre tambor de rolamento e roldana livre
O guincho do elevador é dotado de chave de partida/bloqueio
Possui aterramento elétrico.
13.02 – Torres de elevador
Está afastada das redes elétricas, ou estas estão isoladas.
Possui até 60 cm entre a face da cabina e a face da edificação
Acessos à torre possui cancelas/barreiras de proteção
As rampas de acesso possuem sistema e guarda-corpo e rodapé
Possui altura livre de no mínimo 2m sobre a rampa.
Torres estão estaiadas e com telas de proteção
Possui aterramento elétrico.
13.03 – Elevador de Transporte de Materiais
Proibido o transporte de pessoas nos elevadores de materiais.
Há placa informativa de carga máxima no interior do elevador
Área do guincheiro isolada e há proteção contra queda de materiais.
Não há elevadores tracionados com um único cabo
Possui registro de manutenção e irregularidades do elevador.
13.04 – Elevador de Passageiros
Instalado em edifício com mais de 8 pavimentos ou altura equivalente, após
execução da laje do 5º pavimento.
É instalado a partir do pavimento térreo se for o único da obra
Possui interruptores nos fins de curso, de corrente, frenagem automática, sistema
de segurança eletromecânico e cabine metálica.
Há sinalização em seu interior permitindo transporte de material desde que não
realizado simultâneo com o transporte de pessoas
Há placa indicação numero máximo de passageiros e peso total.
Tem sistema de indicação de chamada informando o pavimento
Possui registro de manutenção e irregularidades do elevador.
100

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
13.05 – Gruas
Possui travas de segurança no gancho,
Possui dispositivo de segurança contra descarga acidental
A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão a 3m de distância da rede
elétrica e outros obstáculos
As áreas de carga são identificadas, permitindo o acesso somente ao pessoal
envolvido na operação do equipamento.
Possui alarme sonoro sinalizando funcionamento de equipamento.
Possui aterramento elétrico.
13.06 – Elevadores de Cremalheira
Possui intertravamento que impeça movimentação da cabine quando as portas de
acesso e de cancela não estiverem devidamente fechadas e a rampa de acesso
não está devidamente recolhida
Possui dispositivo que impede a queda livre da cabine e velocidades acima do
normal

14 – ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO


Projetado e executado por profissional legalmente habilitado.
Trabalhadores recebam treinamento para o andaime em operação
É utilizado cinto de segurança tipo paraquedista com duplo talabarte e ganchos
com dupla trava
As ferramentas utilizadas devem são manuais e possuir amarração
Os montantes possuem travamento contra o desencaixe acidental
O piso de trabalho dos andaimes tem forração antiderrapante, nivelada e fixada ou
travada de modo seguro e resistente.
Possuem guarda-corpo e rodapé, inclusive nas cabeceiras, em todo o perímetro,
com exceção do lado da face de trabalho.
É proibida a utilização de escadas e outros meios para se atingirem lugares mais
altos, sobre o piso de trabalho de andaimes.
O acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura.
14.01– Andaimes simples apoiados
Os andaimes são apoiados sobre base sólida e nivelada
Não podem ter mais de 2,00m de altura nem menos de 90 cm de largura quando
apoiados em cavaletes
Não podem ser utilizados na periferia da edificação sem que haja proteção fixada
à estrutura da mesma.
Proibido mover as estruturas com trabalhadores sobre os mesmos.
Tem escada ou rampa quando possui 1,00m de altura do piso
Podem ser de madeira em obras de até 3 pavimentos ou equivalente
É fixado com amarração e estroncamento à estrutura da instalação
Quando estaiadas, as torres não podem exceder, em altura, quatro vezes a menor
dimensão da base de apoio.
14.02– Andaimes fachadeiros
A carga deve ser distribuída de modo uniforme e limitadas a resistência do piso do
andaime
Acessos verticais são feitos em escada incorporada ou torre
Fixações deve ser contrapinados ou travados com parafusos, braçadeiras ou
similar. Proibido uso de pregos.
É externamente coberto com telas ou similar instalada da primeira plataforma até
2 m acima da última
14.03– Andaimes móveis
Os rodízios são providos de travas, para deslocamentos acidentais.
São usados em superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua
segura movimentação através de rodízios.
101

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
14.04– Andaimes em balanço
Sistema de fixação suportar 3 vezes os esforços solicitantes.
Estrutura é contraventada e ancorada.
14.05– Andaimes suspensos
Sistema possui projeto elaborado e acompanhado por profissional
Possuir placa de identificação visível, com carga máxima permitida.
O trabalhador usa cinto de segurança tipo paraquedista, ligado ao trava-quedas de
segurança este, ligado a cabo-guia fixado em estrutura independente do andaime.
É sustentado por estruturas metálicas fixada em elemento estrutural.
Em caso de sustentação em platibanda ou beiral da edificação, essa deve ser
precedida de estudos de verificação estrutural.
É proibida a fixação de sistemas de sustentação dos andaimes por meio de sacos
com areia, pedras ou qualquer outro meio similar.
É permitido sistema de contrapeso como forma de fixação da estrutura de
sustentação deve ser de concreto, aço ou outro sólido não granulado, com peso
marcado e invariável, além de contra-ventamentos que impeçam seu
deslocamento horizontal.
É proibido o uso de cabos de fibras naturais ou artificiais para sustentação dos
andaimes suspensos.
É proibido acrescentar trechos em balanço ao estrado
É proibida a interligação de andaimes suspensos para a circulação de pessoas ou
execução de tarefas.
Somente é permitido depositar material para uso imediato.
É proibida a utilização de para transporte de pessoas ou materiais que não
estejam vinculados aos serviços em execução
É vedada a utilização de guinchos tipo catraca para prédios acima de 8
pavimentos ou altura equivalente.
A largura útil da plataforma de trabalho entre 65 e 90 cm.
Os estrados podem ter comprimento máximo de 8,00
Quando utilizado apenas um guincho de sustentação por armação é obrigatório o
uso de um cabo de segurança adicional de aço
14.06– Andaimes suspensos motorizados
O conjunto motor possui dispositivo mecânico de emergência
Possui dispositivo que impede sua movimentação, quando sua inclinação for
superior a 15º.
Deve ser desligado e protegido quando fora de serviço
14.07 – Plataforma de trabalho com sistema de movimentação vertical em pinhão e cremalheira
e plataformas hidráulicas
Somente deve ser operado por trabalhador qualificado.
Os usuários recebem treinamento para operação dos equipamentos.
Os trabalhadores devem utilizar cinto de segurança tipo paraquedista ligado a um
cabo guia fixado em estrutura independente do equipamento, salvo situações
especiais tecnicamente comprovadas por profissional legalmente habilitado.
Está afastado das redes elétricas ou estas estão isoladas.
São proibidas a improvisação na montagem de trechos em balanço e a
interligação de plataformas.
A área sob a plataforma de trabalho deve ser devidamente sinalizada e delimitada,
sendo proibida a circulação de trabalhadores dentro daquele espaço.
Deve possuir no painel de comando botão de parada de emergência
No percurso vertical da plataforma não pode haver interferências que possam
obstruir o seu livre deslocamento
Ancoragem obrigatória quando de torre de mais de 9,00m de altura.
Os guarda-corpos possuem travessão superior, intermediário e rodapé a 1,20m,
70 cm e 20 cm respectivamente, de material rígido.
É proibida a utilização das plataformas de trabalho para o transporte de pessoas e
materiais não vinculados aos serviços em execução.
102

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
14.08 – Cadeira suspensa (balancim individual).
A sustentação da cadeira suspensa deve ser feita por meio de cabo de aço ou
cabo de fibra sintética.
Sistema de fixação do trabalhador é realizado por meio de cinto
O trabalhador deve utilizar cinto de segurança tipo paraquedista, ligado ao trava-
quedas em cabo-guia independente.
É proibida a improvisação de cadeira suspensa.
O sistema de fixação da cadeira suspensa deve ser independente do cabo-guia do
trava-quedas
14.09 – Ancoragem.
Nas edificações com, quatro pavimentos ou altura de 12m partir do nível do térreo
devem ser instalados dispositivos destinados à ancoragem de equipamentos de
sustentação de andaimes e de cabos de segurança para o uso de proteção
individual a serem utilizados nos serviços de limpeza, manutenção e restauração
de fachadas.
Os pontos de ancoragem de equipamentos e dos cabos de segurança são
independentes.
14.10 – Plataforma de trabalho aéreo - Cabos de Aço e Cabos de Fibra Sintética
Não podem ter emendas nem pernas quebradas
Devem ser substituídos quando apresentarem condições que comprometam a sua
integridade
Os cabos de fibra sintética utilizados para sustentação de cadeira suspensa ou
como cabo-guia para fixação do trava-quedas do cinto de segurança tipo
paraquedista deverá ser dotado de alerta visual amarelo.

15 - ALVENARIA, REVESTIMENTOS E ACABAMENTOS.


Os quadros de força estão protegidos
Os locais abaixo das áreas de colocação de vidro estão interditados ou protegidos

16 - TELHADOS E COBERTURAS
Possui cabos-guias de aço para fixação de cintos de segurança tipo paraquedista
Nos locais sob as áreas onde se desenvolvam trabalhos em telhados/coberturas,
é obrigatória a existência de sinalização de advertência e de isolamento da área.

17 - SERVIÇOS EM FLUTUANTES
Possui colete salva-vidas na cor laranja
Possui bote salva-vidas suficientes e em fácil acesso
Possui lâmpada a prova d’água em trabalho noturno
Possui equipe de salvamento
Possui extintor de incêndio em número e capacidade adequados.
É obrigatório o uso de botas com elástico lateral.

18 - LOCAIS CONFINADOS
Há livro de registro de treinamento deste em espaço confinado
Há inspeção prévia e elaboração de ordem de serviço com os procedimentos a
serem adotados
Há ventilação local exaustora eficaz
Há sinalização com informação clara e permanente
Uso de cordas/cabo de segurança possibilitando resgate seguro
A cada 20 trabalhadores, 2 são treinados para resgate.

19 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A execução e manutenção das instalações elétricas são realizadas por trabalhador
qualificado conforme NR-10, e supervisionado por profissional habilitado.
Não há parte vivas, fiação solta ou exposta.
Não há improviso mal executado de emendas e derivações
103

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
Painéis e quadros gerais são trancados e os circuitos identificados
Chaves blindadas são protegidas de intempéries
Máquinas ou equipamentos elétricos possuem plugue e tomada
Estruturas e carcaças dos equipamentos são aterradas
Redes de alta-tensão seguras, sem risco de contatos acidentais com veículos,
equipamentos e trabalhadores.

20 – MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS.


Quando expõe o operador ou terceiros a riscos, é realizada por trabalhador
qualificado e identificado por crachá.
Partes móveis e perigosas das máquinas são protegidas
Possui dispositivo de acionamento e parada
Possui dispositivo de bloqueio
Possui registro de inspeção, manutenção e irregularidades.
As ferramentas são apropriadas e em bom estado
É proibido o porte de ferramenta manual em bolso/local inapropriado
Ferramentas manuais que possuam gume ou ponta são protegidas com
couro/material resistente e durável, quando fora de uso.
Ferramentas elétricas manuais possuem duplo isolamento

21 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.


A empresa fornece aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em
perfeito estado de conservação e funcionamento.
O cinto de segurança tipo abdominal somente é utilizado em serviços de
eletricidade para limitar a movimentação
O cinto de segurança tipo paraquedista é utilizado em atividades a mais de 2,00m
de altura do piso
O cinto de segurança é dotado de dispositivo trava-quedas e é ligado a cabo de
segurança independente da estrutura do andaime
As ferramentas de fixação à pólvora são operadas por trabalhadores qualificados
e devidamente autorizados
É obrigatório o fornecimento gratuito pelo empregador de vestimenta de trabalho e
sua reposição, quando danificada.

22 – ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM DE MATERIAIS


Materiais estão armazenados e estocados sem prejudicar funcionamento das
atividades e dificultar circulação.
Materiais estão empilhados em local seco, ventilado e nivelado.
O arranho físico das pilhas de materiais são adequados.
Os materiais empilhados em piso elevado estão em distancia segura (distância de
suas bordas menor que a. altura da pilha).
Materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos estão em locais isolados,
apropriados e sinalizados.
Madeiramento usado é empilhado com pregos retirados/rebatidos

23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO


Possui extintores adequados e em número suficiente
Funcionários são treinados quanto ao uso de extintores
Possui registro de manutenção de extintores
Há sistema de alarme perceptível em todos os locais da construção.

24 – SINALIZAÇAO DE SEGURANÇA
Há identificação dos locais de apoio (sanitários, almoxarifado, etc.).
Há indicações de entradas e saídas
Há advertência de perigo de contato ou acionamento acidental com partes móveis
das máquinas e equipamentos.
104

(continuação)
Situação
DESCRIÇÃO DE ITENS INSPECIONADOS
C NC NA
Há advertência quanto a risco de queda
Há alertar de uso de EPI específico para a atividade executada
Há alerta de isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por
grua, guincho e guindaste;
Há identificação de acessos, circulação de veículos e equipamentos.
Há advertência contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-direito for
inferior a 1,80m
Há identificação de locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis,
explosivas e radioativas.
Em vias públicas ou em movimentação de transporte, é obrigatório o uso de colete
ou tiras refletivas na região do tórax e costas.

25 - TREINAMENTO
Há registro de treinamento admissional e periódico
Admissional, sobre as condições e meio ambiente de trabalho.
Admissional, sobre riscos inerentes a sua função.
Admissional, sobre uso adequado dos EPI.
Admissional, sobre EPI e EPC existentes no canteiro.
NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 12 - Máquinas e Equipamentos
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 23 - Proteção Contra Incêndios
NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 35 - Trabalho em Altura

26 - ORDEM E LIMPEZA
O canteiro de obras está organizado, limpo e desimpedido nas vias de circulação,
passagens e escadarias.
Possui local especifico para depósito de lixo e entulho
Uso de calhas fechadas para remoção dos entulhos por gravidade
Não há queima lixo/material no interior do canteiro de obras

27 - TAPUMES E GALERIAS
Estão fixados, em boas condições e possuem 2,20m de altura.
Em caso de mais de 2 pavimentos a partir do nível do meio-fio e executadas no
alinhamento do logradouro: há galeria sobre o passeio, com altura interna livre de
3,00m, com borda da cobertura com altura de 1,0m e inclinação de 45 graus.

28 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


Empresa que possuir na mesma cidade 1 ou mais canteiros de obra ou frentes de
trabalho, com menos de 70 empregados, deve organizar CIPA centralizada.
Empresa que possuir 1 ou mais canteiros de obra ou frente de trabalho com 70 ou
mais empregados em cada estabelecimento fica obrigada a organizar CIPA por
estabelecimento.
Ficam desobrigadas de constituir CIPA os canteiros de obra cuja construção não
exceda a 180 dias, devendo ser constituída comissão provisória.
As subempreiteiras com menos de 70 empregados participarão com, no mínimo 1
representante das reuniões, do curso da CIPA e das inspeções realizadas pela
CIPA da contratante.

NOTAS:
1- C.= Conformidade atendida.
2- NC = Conformidade não atendida.
3- NA = Não se aplica.
O itens assinalados com fundo cinza indicam os mais fiscalizados nos últimos três anos.

Potrebbero piacerti anche