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do Samba
Objetivos
- Destacar os elementos característicos do gênero lírico na poesia e na música
popular.
- Investigar a vida e as principais características da obra de Angenor de Oliveira,
o Cartola, no contexto da formação da música popular brasileira no século 20.
- Destacar os aspectos líricos que tornam Cartola um dos principais criadores da
Língua Portuguesa.
- Comparar poemas consagrados da literatura de Língua Portuguesa com as
canções selecionadas de Cartola.
Conteúdos
- Gêneros literários: o lirismo.
- Música Popular Brasileira: o samba.
- Poesia brasileira do século 20.
Tempo estimulado
Duas aulas
Materiais necessários
- Cópias da reportagem “Do fundo de Cartola”, de Marcelo Bortoloti (Veja,
edição 2256, de 15 de fevereiro de 2012) para todos os alunos.
- Letras das músicas “O mundo é um moinho”, “As rosas não falam”,
“Autonomia”, de Cartola, “Tempos idos”, de Cartola e Carlos Cachaça, e “Verde
que te quero rosa” de Cartola e Dalmo Castelo. As músicas encontram-se nos
discos Cartola (1974), Cartola (1976) eVerde que te quero rosa (1977). Os dois
primeiros foram lançados em CD pela EMI Brasil, em 1998. Verde que te quero
rosa foi lançado em CD pela BMG Brasil, em 2001, junto com Cartola 70 anos
(1978), último disco gravado pelo compositor. Os quatro discos são os únicos
títulos lançados por Cartola em vida.
- O filme “Cartola – música para os olhos”, documentário dirigido por Lírio
Ferreira e Hilton Lacerda, em 2007, conta a trajetória do compositor, e está
disponível em DVD, lançado pela Europa Filmes. É uma excelente obra para ser
assistida e discutida com a turma, como introdução ou fechamento da sequência.
O documentário expõe detalhes da vida e da obra de Cartola, e conta com
depoimentos de Nelson Sargento, Ismael Silva, Elton Medeiros, Hermano
Vianna, Moreira da Silva, Madame Satã, Aracy de Almeida, além do próprio
Cartola. Tudo isso ilustrado com músicas e imagens de época.
- O livro “Cartola”, de autoria de Mônica Ramalho (2004), faz parte da série
Mestres da música no Brasil, da Editora Moderna, e é dirigido ao público
infanto-juvenil.
- O livro “Almanaque do Samba”, de André Diniz, (Editora Jorge Zahar) é fonte
importante para se conhecer as referências bibliográficas, iconográficas e
musicais da formação da música brasileira, entre os séculos 19 e 20.
- Aparelho de som ou computador com caixas de som; data-show para exibição
de imagens e trechos do documentário.
Introdução
Cartola é um dos nomes fundadores da moderna música brasileira. Sua obra é
imprescindível para a modernização do samba, em especial por seu estilo
refinado e elegante, tanto na composição quanto na interpretação.
O sambista chegou a trabalhar em uma tipografia, mas como não conseguia ficar
quieto, sem assoviar ou cantarolar, acabou trocando o emprego de tipógrafo pela
construção civil.
Apesar disso, Cartola só gravou seu primeiro disco em 1974, aos 65 anos de
idade. Não foi um fato isolado: grandes nomes do samba, como os cariocas
Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Nelson Sargento, Clementina de Jesus e o
paulista Adoniran Barbosa gravaram seus primeiros discos já na terceira idade.
O LP, denominado Cartola, foi seguido de outro com o mesmo nome, em 1976,
ambos lançados pela gravadora independente Discos Marcus Pereira. Junto aos
dois LPs seguintes,Verde que te quero rosa (1977) e Cartola 70 anos (1978), são
considerados clássicos absolutos do samba e da música popular brasileira.
Sua obra, entretanto, não se restringe às 48 canções que compõem a obra lançada
em vinil. Calcula-se que Cartola tenha composto mais de 500 músicas ao longo
da vida – muitas delas, inéditas em gravações, possuindo apenas registros
rudimentares. As razões para que um compositor genial e fundamental para a
música brasileira tenha demorado tanto para, primeiro, ser reconhecido, segundo,
gravar sua própria obra, são típicas da nossa indústria musical, que via os
compositores pioneiros da nossa música pouco atrativos em termos de mercado –
uma inverdade que ficou comprovada quando do sucesso quase instantâneo dos
LPs de Cartola – e também de Nelson Cavaquinho, Adoniran, Clementina,
Carlos Cachaça.
Antes de morrer, contudo, Cartola foi reconhecido e viveu seus últimos anos,
sempre ao lado de Dona Zica, com certa dignidade. Foi homenageado e festejado
em vida. Quando morreu, era considerado um dos estetas geniais da música
brasileira.
Desenvolvimento
Preparação
Professor, antes de entrar em sala pesquise as principais características do gênero
lírico: o nome relacionado ao instrumento musical de cordas, a “lira”, que na
antiguidade e na Idade Média era usado pelos poetas e trovadores para
acompanhar a declamação das poesias; a metrificação e as rimas, como
elementos da cadência e do ritmo da poesia; a presença do “eu-lírico” e a
expressão subjetiva de seus estados de alma, emoções, sentimentos, aspectos
psicológicos, reflexões, visões, opiniões, experiências, construídos em um
discurso expressivo, que conta com a presença de imagens, ritmos, musicalidade;
e as principais formas poéticas que compõem o gênero lírico: o soneto, a canção,
a elegia, a ode. Há também a écloga, forma poética praticada por poetas pastoris,
que exalta o amor e os sentimentos bucólicos e naturalistas.
Assista ao filme “Cartola – música para os olhos” como fonte de pesquisa sobre a
vida e obra do compositor de Mangueira.
1ª aula
Inicie a aula distribuindo cópias das letras de canções de Cartola disponíveis
neste plano de aula. Escolha uma das músicas e a execute, pedindo que os alunos
acompanhem a letra atentamente.
Depois, lembre os alunos de que o gênero lírico é parte dos gêneros fundadores
da literatura ocidental, cujas origens estão na Antiguidade, e foram definidas por
Aristóteles. Explique que “lírico” e “lirismo” são palavras derivadas de “lira”,
nome do instrumento de cordas utilizado por poetas antigos e trovadores
medievais para acompanhar as apresentações de suas canções.
2ª aula
Inicie a aula retomando os conteúdos da aula anterior. Selecione algumas duplas
e peça que apresentem as canções/poemas que trouxeram de casa e indiquem as
características líricas encontradas (não há necessidade de que todos os grupos
apresentem os resultados. Ainda assim, certifique-se de que todos fizeram a
atividade proposta). O objetivo é concluir que o lirismo é uma característica
presente em vários períodos da literatura, e também da música popular,
adaptando-se ao contexto de sua época.
Distribua aos alunos cópias da reportagem “No fundo de Cartola”, de Veja, junto
das letras das músicas de Cartola. Faça uma leitura do texto com os alunos,
apontando as peculiaridades do método de composição do cantor, bem como
aquilo que podem ser considerados os temas principais da obra de Cartola: o
amor, a solidão, a fé e a exaltação do samba e da Mangueira.
Com base nas respostas dos alunos contextualize a vida e a obra do compositor,
deixando claro seu papel como um dos principais nomes do samba e da música
popular brasileira. Caso ache necessário, ilustre sua aula com algumas imagens
do compositor e do Rio de Janeiro no início do século 20.
Autonomia (Cartola)
É impossível nesta primavera, eu sei
Impossível, pois longe estarei
Mas pensando em nosso amor, amor sincero
Ai! se eu tivesse autonomia
Se eu pudesse gritaria
Não vou, não quero
Escravizaram assim um pobre coração
É necessário a nova abolição
Pra trazer de volta a minha liberdade
Se eu pudesse gritaria, amor
Se eu pudesse brigaria, amor
Não vou, não quero.
Avaliação
Observe se os alunos compreenderam os principais conceitos trabalhados em sala
de aula: 1. as principais características gênero lírico; 2. a presença do lirismo em
diversas fases da literatura; 3. a possibilidade de comparação entre os textos
poéticos e as canções de Cartola; 4. a biografia de Cartola e a sua importância
para a formação da música brasileira no século 20. Caso considere pertinente,
peça aos alunos que produzam, em grupo ou individualmente, um texto poético
em que estejam presentes características do gênero lírico e suas formas poéticas
componentes, tendo como base os textos utilizados nas aulas.