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Universidade Paulista

Educação à distância

Marta Ellen Lucas Borba

O processo de ensino e aprendizagem do estudante com Transtorno do Espectro


Autista.

TAGUATINGA – DF

2019
Universidade Paulista

Educação à distância

Marta Ellen Lucas Borba

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção


do título de licenciatura em pedagogia.

Faculdade Unip – Taguatinga DF

Orientação: Nanci Pietro Moreira César

TAGUATINGA – DF

2019
Marta Ellen Lucas Borba

O processo de ensino e aprendizagem do estudante com Transtorno do Espectro


Autista

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção


do título de licenciatura em pedagogia.

Aprovado em

BANCA EXAMINADORA

--------------------------------/----/----/----/

Faculdade Unip – Taguatinga DF

Orientação: Nanci Pietro Moreira César


​Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus pela realização de um sonho, que pela trajetória da


minha vida, pensei que seria impossível concretizar. Finalmente, após tantas lutas
Deus me deu a vitória. Ao meu esposo Márcio, meus filhos Vitor e Daiane, que
sempre acreditaram e me motivaram nas horas mais difíceis. Não tenho palavras
suficientes para agradecer, pois vocês também representam a minha base e o meu
abrigo onde sempre encontro forças em todos os momentos da minha vida.
Agradeço aos meus amigos Fabiano e Grazi que contribuíram muito para que eu
chegasse até aqui.

“Mas os que esperam no Senhor renovam ás suas forças, sobem como ás águias,
correm e não se cansam, caminham e não se fatigam”. Isaías 40:31
Resumo

O presente trabalho de conclusão de curso formou-se através de pesquisa


acadêmica, sendo desenvolvido, para mostrar de maneira clara e objetiva as
necessidades de pais, professores e sociedade em geral, no que diz respeito ao
processo de ensino- aprendizagem de estudantes com Transtorno do Espectro
Autista. O foco deste estudo aponta para a necessidade de novos conhecimentos e
informações para pais e profissionais na área de educação sobre o processo de
ensino e aprendizagem para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Os temas a serem abordados têm como objetivo esclarecer, informar, analisar e
decifrar, dentro do contexto família, escola (educadores) e sociedade em geral. A
pesquisa apresenta ênfase em pontos importantes como: O papel dos pais em
relação ao desenvolvimento acadêmico dos filhos estudantes portadores de TEA;
Inclusão escolar e métodos diferenciados para estudantes portadores de TEA;
Direitos em sociedade dos portadores do TEA e inclusão no mercado de trabalho; A
influência da alimentação para os portadores deste distúrbio. As pesquisas recentes
apresentam estatísticas que apontam para um aumento considerável de crianças
portadoras deste distúrbio e que muitos pais não possuem conhecimento suficiente
para lidar com esta realidade, portanto nossa sociedade precisa receber
esclarecimentos e ter acesso aos conhecimentos atuais sobre este tema
apresentado. As maiorias das instituições escolares não estão preparadas para
atender os portadores de transtorno do espectro autista, dificultando o acesso e
inclusão dos mesmos. O conhecimento e aplicação do estudo sobre este assunto irá
proporcionar para pais, professores e sociedade uma oportunidade para que
crianças, jovens e adultos tenham sua liberdade assegurada e assim como todos,
possam usufruir de conhecimentos, direitos e deveres.
Abstract

The present work of course conclusion was formed through academic research,
being developed, in order to show clearly and objectively the needs of parents,
teachers and society in general, with respect to the teaching process of students with
Disorder Autistic Spectrum. The focus of this study is the need for new knowledge
and information for parents and professionals in the area of ​process education for
students with Autism Spectrum Disorder (ASD). The topics to be addressed are to
clarify, inform, analyze and decipher, within the family context, school (educators)
and society in general. The research emphasizes points such as: The role of parents
in relation to the academic development of children with ASD. School inclusion and
differentiated methods for students with ASD. Rights in society and inclusion in the
labor market. The influence of diet for ASF patients. Recent research presents
statistics that point to a substantial increase in children with this disorder, and that
many parents do not have sufficient knowledge to deal with this reality, so our society
needs to receive clarifications and have access to current knowledge on this topic
presented. Most school institutions are not prepared to meet the needs of this autism
spectrum disorder, making access and inclusion difficult. The knowledge and
application of the study will provide parents, teachers and society an opportunity for
children, young people and adults to have their freedom guaranteed and, like all, to
enjoy knowledge, direction and duties.
LISTA DE SIGLAS

TCC​ – Trabalho de conclusão de curso.

TEA​ - Transtorno do Espectro Autista.

PEA​ - Perturbação do Espectro Autista.

DSM ​– Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais.

AEE​ – Atendimento educacional especializado.

ABA ​– Análise do Comportamento Aplicado (sigla para Applied Behavior Analysis).

PECS ​– Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (do inglês Picture Exchange
Communication System).

TO​ – Terapia Ocupacional.

BPC ​– Benefício de prestação continuada.

LOAS​ – Lei orgânica de assistência social.

CIA ​– Carteira de identificação do autista.

ACADEF​ – Associação canoense de deficientes físicos.

SUS ​– Sistema único de saúde.

ABENEPI​ – Associação Brasileira de Neurologia e psiquiatria Infantil e profissões


Afins.

ECA ​- Estatuto da Criança e do Adolescente.

OMS​ – Organização Mundial da saúde.


SUMÁRIO

Introdução​...............................................................................................
1. Conhecendo o transtorno do Espectro Autista​...................................
1.1 A história do autismo e sua definição atual.....................................
1.2 Observação necessária...................................................................
1.3 Grupos mais afetados......................................................................
1.4 Terapias para portadores de TEA....................................................

2. O desempenho da família com filhos portadores do


TEA​...........................................................................................................
2.1 Mitos e verdades referentes ao autismo..........................................
2.2 Preparando os filhos para o mundo externo....................................

3. Inclusão escolar​ ​e seus benefícios​.......................................................


3.1 A necessidade do conhecimento adequado para
professores.......................................................................................

4. A inclusão no mercado de trabalho, garantias e benefícios​..............


4.1 Garantias para os portadores do TEA e seus pais...........................

5. A influência da boa alimentação e atividades físicas para os portadores


do TEA​...................................................................................

​Considerações finais​..............................................................................

​Referências bibliográficas​.....................................................................
INTRODUÇÃO

Das incertezas até a investigação e o diagnóstico conclusivo muitas confusões se


passam na cabeça dos pais. O Transtorno do Espectro Autista ainda não tem suas
razões totalmente esclarecidas pela ciência moderna. Em 2018 estimava-se que em
torno de setenta milhões de pessoas no mundo sofrem deste distúrbio, sendo quase
dois milhões no Brasil. O papel da família como primeiros educadores é
extremamente essencial nos primeiro anos de vida de uma pessoa. Mas como lidar
com a notícia e conviver com essa nova realidade? É preciso ter a consciência de
que está por vir uma jornada repleta de descobertas e emoções, mas que também
contará com certos momentos de dúvida e de desamparo, assim como sorrisos
inexplicáveis e um amor intenso. Ao chegar o momento do contato com a escola e a
participação da criança com TEA, a instituição deverá promover a inclusão e não
somente a inserção. Para isso é necessário conhecimento e preparo de profissionais
que bem habilitados, promoverão uma oportunidade enriquecedora para os todos os
alunos, corpo docente e administrativo, pois a mesma traz consigo o resgate dos
valores, e o respeito pelas diferenças, desenvolvendo a solidariedade e cooperação
uns para com os outros. Os portadores de TEA possuem direitos regulamentados
por lei nacional desde 2012, em vários setores da sociedade, garantindo assim
alguns benefícios. A sociedade em geral está caminhando a passos lentos, sendo
necessário maior conhecimento sobre este tema, para que pais e filhos, e a família
em geral, possam ter os mesmos direitos e deveres e que seja assegurado em todas
as áreas o desenvolvimento pleno em nosso país.

1. CONHECENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA


O transtorno do espectro autista (TEA) é um termo que engloba um grupo de
enfermidades do neurodesenvolvimento, cujas características envolvem alterações e
comprometimento na linguagem, nos processos de comunicação, na interação social
e no comportamento com restrições de interesses. Esse transtorno não tem cura e
suas causas ainda são incertas. O TEA é composto por déficits persistentes na
comunicação social e em múltiplos contextos associados com padrões restritos e
repetitivos de comportamentos, como movimentos motores ou falas, interesse e foco
por objetos pouco comuns – por exemplo, preocupação excessiva com uma cadeira.
A organização Mundial da saúde (OMS) define o autismo como uma síndrome
presente desde o nascimento, que se manifesta antes dos trinta meses de idade.
Os autistas, muitas vezes possuem características bastante evidentes que, em
alguns casos levam a preconceitos e rótulos em relação ao indivíduo. A informação
é a palavra-chave para quebrar estereótipos e melhorar a convivência com esse
grupo de pessoas, porque mesmo que o distúrbio não seja algo novo – já vem sendo
estudado pelos cientistas há décadas - ainda é cercado por muitas dúvidas.

1.1 A HISTÓRIA DO AUTISMO

Paul Eugen Bleuler, psiquiatra suíço, notável pelas suas contribuições para o
entendimento da esquizofrenia, deu um sentido à palavra “autismo” em 1908 entre
pacientes esquizofrênicos severamente retraídos. O termo autismo vem do grego
“autós” que significa de “si mesmo”. Para Bleuler queria dizer polarização
privilegiada do mundo dos pensamentos, das representações e sentimentos
pessoais, com perda, em maior ou menor grau, da relação com dados e às
exigências do mundo circundante.
Somente em 1940 um psiquiatra infantil Austríaco, radicado nos Estados unidos, do
hospital John Hopkins chamado Leo Kanner, publicou a história de onze pacientes
que pareciam habitar em mundos particulares. Ignorando todos a sua volta eles
poderiam brincar durante horas com os movimentos dos dedos e das mãos, mas
entravam em pânico por coisas simples, como trocar um objeto preferido de lugar
sem seu conhecimento. Kanner em seus estudos presumiu que o autismo era muito
raro. Este médico se tornou uma autoridade mundial sobre o tema autismo, seus
critérios eram muito seletivos.
Nesta época este pesquisador apresentou o conceito “Mãe geladeira”. Essas mães
eram muito frias e interagiam pouco com seus filhos, por isso, estes desenvolviam
uma psicose infantil, tornando-se autistas. Em 1952 a história do autismo e seus
sintomas se relacionava com a esquizofrenia. Anos mais tarde o médico psiquiatra
Leo Kanner se retratou, reconhecendo um erro sobre o conceito “Mãe geladeira” e
disse que talvez as mães fosse assim pelos próprios motivos dos filhos não
interagirem com elas, não se aproximarem delas, também às vezes os próprios pais
apresentavam as mesmas características dos filhos, sendo assim se tornou
importante pensar no desenvolvimento genético desta doença. Em 1970
pesquisadores, começaram a testar a teoria de Kanner.
Lorna Wing uma psicóloga cognitiva em Londres, achava a teoria de Kanner sobre o
refrigerador parenteral “totalmente estúpida”, como ela disse. Ela e o marido John
eram pessoas amáveis e pacienciosas, tinham uma filha autista chamada Susie.
Lorna e John sabiam a dificuldade em criar uma criança como Susie, sem apoio,
educação especial, diagnóstico e outros recursos necessários. Era necessário
convencer o governo na área de saúde em desenvolver um programa de recursos
para as pessoas portadoras deste distúrbio e também para suas famílias. Lorna e
sua colega Judith Gould realizaram um estudo sobre a prevalência do autismo na
população, então puderam verificar que o modelo de Kanner era limitado, a
realidade do autismo era muito diversa, algumas crianças nem sequer falavam,
enquanto outras falavam sobre seu fascínio sobre a astrofísica, dinossauros ou
sobre a genealogia da realeza. Estas crianças não se enquadram em padrões
óbvios. Ao pesquisarem mais profundamente para encontrarem base nas suas
descobertas, depararam-se com uma referência à um artigo publicado em 1943
apoiando suas ideias e descobertas e até mesmo indo além daquilo que já
acreditavam. Kanner sabia desta publicação mas evitou mencioná-la em seus
trabalhos, esta publicação não foi traduzida para o inglês. Ao traduzir o artigo
oferecia uma história alternativa para o autismo escrita por Hans Asperger, diretor de
uma clínica psiquiátrica na universidade em Viena. Seus trabalhos basearam-se em
estudos com mais de quatrocentas crianças. Hans Asperger se dedicou a ensinar
crianças com diferenças de aprendizagem, ensinava ginástica, música e teatro. O
médico psiquiatra definiu o autismo como uma doença poligênica para toda a vida
que requer formas compassivas de apoio e adaptação, ao invés de tratá-los em uma
clínica como pacientes. Às chamava de seus pequenos professores e contou com a
ajuda delas em desenvolvimento de métodos de educação. Para Hans Asperger o
autismo é uma incrível gama de talento e deficiência.
Durante anos Lorna e Judith trabalharam junto com a Associação Americana de
Psiquiatria para ampliar os critérios de diagnósticos que refletissem a realidade do
que elas chamavam de “o espectro do autismo”. Somente entre 1980 e 1990 seus
esforços causaram efeito, trocando o modelo limitado de Kanner pelo modelo
inclusivo e amplo de Asperger. A partir desta época se constatou que a
esquizofrenia é muito diferente do autismo. A história de crianças que falam
sozinhas não tem a ver com alucinações e sim com repetições, ou seja, ecolalia.
Mais tarde a definição do autismo se baseou em dificuldade de socialização,
dificuldade de comunicação e interesses restritos estereotipados, por isso houve
atenção especial à várias possibilidades de categorias, várias classificações,
podendo ser: Síndrome de rett, transtorno do espectro do autismo, desintegrativo da
infância, transtorno evasivo do desenvolvimento, síndrome de asperger. Houve
então probabilidades de diagnosticar conforme classificação pessoas com o
transtorno do espectro autista.
Em 2013 as mudanças foram registradas no DSM 5, onde não traz mais várias
possibilidades de classificação diagnóstica, a única classificação é transtorno do
espectro do autismo, desde então Síndrome de Asperger não é mais um diagnóstico
possível, todas as pessoas que tem características de: Dificuldade de comunicação
e interação social, interesses restritos estereotipados, são classificadas como TEA
ou PEA, transtorno do espectro do autismo ou perturbação do espectro do autismo,
com isso padronizou-se para acabar com a discussão e casos que muitas vezes,
hospitais, clínicas e escolas davam direitos para alguns e para outros não.
Atualmente por direito em lei todos os casos diagnosticados devem ter acesso aos
cuidados e atenção voltada para o portador de TEA ou PEA.

1.2 OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA

Os pacientes TEAs apresentam uma ampla gama de severidade e prejuízos, sendo


altamente classificados em três graus: leve, moderado e severo. Cerca de até
setenta por cento têm algum nível de deficiência intelectual, enquanto que os
indivíduos com autismo leve apresentam faixa normal de inteligência e cerca de dez
por cento tem excelentes habilidades intelectuais para a sua idade.
O diagnóstico do TEA é clínico e baseia-se na presença de determinados padrões
de comportamento. De acordo com o DSM-5 para o diagnóstico do TEA o paciente
deve apresentar três critérios:

a) Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas


interações sociais, manifestadas de todas as maneiras seguintes;
b) Déficits expressivos na comunicação verbal e não verbal, usadas para interação
social;
c) Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades;

O TEA apresenta uma enorme variabilidade em termos de comportamento, cognição


e mecanismos biológicos, construindo a ideia de que o TEA é um grupo heterogêneo
com etiologias distintas, os pacientes se beneficiam de avaliação individualizada
para propor a melhor composição de acompanhamento para o caso. Uma vez
diagnosticado sinais de autismo ou mesmo estabelecido o diagnóstico (precoce) a
intervenção é fundamental para aquisição dos repertórios de comunicação,
socialização, autonomia e motora fundamentais para o desenvolvimento da criança.

1.3 GRUPOS MAIS AFETADOS

As pesquisas recentes apontam que o distúrbio atinge mais homens do que


mulheres, são especificamente cerca de cinco meninos para cada menina.
Existem diferenças entre o cérebro masculino e o feminino. As meninas possuem
mais habilidades verbais, enquanto os meninos habilidades visuoespaciais, também
desenvolvem mais em análise matemática e analítica. A teoria do cérebro masculino
extremo leva a deficiência da comunicação verbal e a super sistematização.
Duas evidências apoiam esta teoria:
1 Variações na estrutura do córtex cerebral.
2 Influência do hormônio sexual testosterona.
Também estudos atuais revelam que pais com mais de cinquenta anos, podem ter
mutações genéticas no esperma, tais alterações podem contribuir para o
desenvolvimento do transtorno do espectro autista (TEA). Já os fatores de risco
associados à idade da mãe permanecem inexplicados, assim como aqueles
associados a uma grande diferença de idade entre os pais.

1.4 TERAPIAS PARA PORTADORES DE TEA

Como ocorre na maioria dos tratamentos de transtornos de neurodesenvolvimento,


no transtorno do espectro autista (TEA), não só as metodologias são diferentes, mas
a recomendação é que diversos profissionais atuem para atenuar os agravos
gerados pela doença. Os cuidados do autismo devem ser multidisciplinares e
realizados por profissionais especializados, baseados em várias frentes de
intervenção, com abordagens comportamentais, desenvolvimento de suporte
fonoaudiológico e medicações, além de apoio escolar e interventivo nas dificuldades
de aprendizagem. A efetividade do tratamento depende de um bom diagnóstico.
Segundo o DSM-5 as características clínicas individuais são registradas por meio de
uso de especificadores como: se há ou não comprometimento intelectual ou de
linguagem concomitantes, além de detalhadores de sintomas autistas como
gravidade e idade da primeira preocupação. Para o manual tais diferenciações
oportunizam aos clínicos a individualização do diagnóstico e a elaboração de uma
descrição clínica mais rica dos indivíduos afetados, evitando que o resultado varie
entre as características individuais do TEA. O tratamento do transtorno busca
viabilizar a interação social e a comunicação.
A seguir será feita uma abordagem de maneira breve e objetiva sobre algumas
terapias utilizadas para os portadores do TEA.

Psicológico. ​Promove uma melhora nas dificuldades de interação, as mais comuns


são de viés comportamental, tendo a Análise do Comportamento aplicado (ABA) e o
sistema de comunicação por troca de figuras (PECS) como exemplos. No ABA são
trabalhadas as condutas que podem ser percebidas e modificadas. A técnica pode
ajudar muito, por meio de avaliações de situações como um todo, levando em
consideração diversas variáveis que antecedem ou sucedem o comportamento. O
método busca reforçar e expandir as capacidades de interação e convívio do autista
em diversos ambientes. No ABA o esforço do terapeuta e da família – que deve
participar do acompanhamento – é para reduzir os comportamentos inadequados e
manter os adequados, observando a evolução do indivíduo. O PECS é um método
que promove por meio da bonificação pela troca a elaboração da fala. É uma forma
de comunicação alternativa na qual a criança se comunica por meio de figuras. Ela
entrega a figura referente ao objeto que ela quer (se quer uma boneca, vai procurar
a figura que representa o brinquedo). Com o prosseguimento do tratamento por meio
desse método o diagnosticado passa a articular sentenças simples e interagir com a
pessoa a quem ela faz os pedidos. Entretanto por se tratar de uma síndrome em que
não há comprometimento da verbalização esse método não é utilizado para
pacientes com Asperger.

Psiquiátrico. O tratamento psiquiátrico ou neurológico infantil se baseia em


administrar medicações para reduzir sintomas do autismo e controlar comorbidades,
além de dar apoio aos pais e direcionar intervenções de acordo com as evidências
científicas. O tratamento medicamentoso deve ser usado apenas quando realmente
há necessidade. Como não há um remédio específico para o autismo a ideia é que,
quando necessário, sejam ministrados fármacos que atuem em problemas como
reações agressivas, ansiedade e alterações de humor. A medicação só é
empregada quando existem graves problemas comportamentais que atrapalham
consideravelmente o dia a dia e o desenvolvimento do indivíduo.

Terapia ocupacional. Área responsável por auxiliar diversos grupos a operar


atividades cotidianas, promovendo a interação em meios distintos. O T.O. é uma
ótima opção e cabe perfeitamente na multidisciplinaridade do tratamento para
autistas. O objetivo é ajudar a pessoa com autismo a melhorar a qualidade de vida
em casa e na escola. O terapeuta ajuda a introduzir, manter e melhorar as
habilidades para que essas pessoas possam ter autonomia já que a doença começa
a demonstrar os efeitos nas primeiras fases da vida, a promoção de brincadeiras na
escola por exemplo, pode ser uma forma muito eficaz de aumentar as relações
interpessoais.

Fisioterapia. Brincar é um importante recurso de interação para o autista. Andar,


correr e se exercitar são meios de evitar que a pessoa fique deslocada do grupo em
que está inserida. Quão antes as sessões começarem mais fácil será para se
encaixarem e desenvolverem.

Fonoaudiologia. ​Como o autismo afeta a comunicação e a linguagem esse


profissional é essencial para o tratamento. O fonoaudiólogo ajudará o paciente a se
expressar, promovendo linguagem verbal e não verbal. Quanto mais cedo começar o
trabalho de desenvolvimento gestual e verbal, melhor a criança vai se integrar ao
meio social. Esse tratamento promoverá a habilidade de fala, de compreensão e
facilitará a existência de diálogos.

Musicoterapia. ​Essa terapia busca por meio de elementos sonoros viabilizarem


capacidades motoras, sociais, afetivas, sensoriais e cognitivas. Existem diversos
tipos de abordagens neste método, a mais comum entretanto é a musicoterapia
improvisacional. Nela o paciente é exposto a um ambiente de lazer musical livre,
além de voz, sons, movimentos e instrumentos. A improvisação caracteriza-se como
um processo espontâneo de produção e ação de novas sequências auditivomotoras,
estimulando a criatividade e a lógica. O tratamento funciona criando um laço de
segurança com o paciente. Cria-se um espaço de relação de confiança entre o
terapeuta-paciente para interagir e desenvolver potenciais que se encontram com
algum atraso ou déficit.
2 O DESEMPENHO DA FAMÍLIA COM FILHOS PORTADORES DO TEA

Ao aguardarem o nascimento de uma criança os sentimentos de amor, medo


carinhos e expectativa de como será o bebê, homem ou mulher, forma física,
personalidade, se sua genética será mais parecida com a mãe ou com o pai, faz
parte de um conjunto de situações vivenciadas pelas famílias que amam seus filhos.
Ao receber o diagnóstico do TEA os genitores apresentam várias indagações,
dúvidas e medos quanto ao futuro, como será e se seu filho poderá ter uma vida
comum, questionamentos quanto à culpados, os pais querem identificar causas e
influências dos genes. Enfim, é o momento das incertezas mais profundas como:
Porque isso aconteceu comigo? Logo após os pais podem apresentar a não
aceitação, revolta e raiva da situação e somente depois de obter o conhecimento
sobre o distúrbio, após as informações recebidas corretamente os pais poderão
caminhar para a ressignificação quanto ao futuro, sobre o tratamento para
diminuição dos sintomas bem como caminhar para o processo de aceitação e
ressignificação. Primeiramente é preciso ter a consciência de que está por vir uma
jornada repleta de descobertas e emoções, mas que também contará com certos
momentos de dúvida e de desamparo, assim como sorrisos inexplicáveis e um amor
intenso. É preciso saber que independentemente de crianças terem autismo ou não,
elas sempre serão diferentes uma das outras e cuidar para que a rotina de todas
seja o mais feliz e saudável possível já está no instinto e na coragem dos pais que
tanto as desejou. Uma experiência não se compara a outra, assim também como a
evolução e o desenvolvimento do portador vão variar de acordo com a sua própria e
exclusiva vivência familiar. Pesquisadores sugerem que se façam estudos sobre
concepção de família, de pais na modernidade em relação a crianças que
apresentam algum tipo de necessidade educativa especial para que dessa maneira
se possa vislumbrar que tipo de acompanhamento psicológico possa se exercer
sobre ela. É notória também ainda a observação que estudos ainda precisam ser
realizados para evidenciar de que ainda se tornam necessários a compreensão do
espectro autista e suas diversas concepções na cultura ocidental nessas novas
concepções de família na atualidade.
2.1 MITOS E VERDADES REFERENTES AO AUTISMO

O conhecimento traz benefícios importantes e desmistifica assuntos significativos.


As perguntas referentes ao TEA são muitas, portanto incluiu-se nesta pesquisa as
indagações consideradas fundamentais para obter esclarecimentos básicos que
terão como finalidade explicar melhor o PEA ou TEA.

Antigamente o autismo era mais raro? Depende, esta questão é difícil de ser
respondida, já que com o passar dos anos pesquisas sobre o autismo evoluíram,
bem como os costumes de grande parte da sociedade se alterou. Algumas
mudanças no campo da medicina também são bastante relevantes no quadro de
diagnósticos, como as ocorridas na terminologia de Autismo para Espectro do
Autismo e as mudanças ocorridas na quinta edição do Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), nele foram feitas alterações importantes
que passaram a englobar mais indivíduos que antes não eram classificados como
autistas. Também se deve considerar que as crianças têm sido encaminhadas para
avaliação mais cedo, a maioria antes dos cinco anos.

Deve-se internar o autista em uma instituição especializada? Mito. Os cuidados


de uma equipe profissional são imprescindíveis, no entanto, o contato e o afeto dos
familiares são muito importantes para o bom desenvolvimento dos autistas, sejam
crianças, jovens ou adultos. O afastamento de pessoas próximas e o isolamento
social que algumas instituições propõem não são benéficos aos autistas.

O transtorno surge devido a rejeição materna? Mito. A ideia de que a forma como
a mãe trata seu filho antes e após o nascimento poderia influenciar o surgimento de
autismo na criança não passa de rumor. No início dos estudos do transtorno, quando
se sabia muito pouco, pesquisadores acreditavam que a frieza e a rejeição materna
poderiam fazer com que o filho também fosse avesso ao afeto, porém nunca houve
comprovações científicas.

Autistas se dão bem com animais? ​Verdade. Há muitos relatos de crianças e


adultos autistas que criam uma forte conexão com animais, não só de estimação,
mas com animais de grande porte como cavalos e golfinhos. Normalmente os
animais com os quais se identificam são dóceis e gostam de crianças e aceitam bem
o contato. Inclusive alguns deles fazem parte de terapias que estimula o
desenvolvimento dos autistas. Normalmente o animal nada exige em troca, e a
comunicação é por meio do toque o que para algumas crianças é mais confortável.
O cuidar de animais é muito importante pois reforça o vínculo afetivo. Essa relação
pode estimular a criança a se relacionar com pessoas.

Quem possui TEA é psicopata? ​Na verdade um distúrbio não tem nada a ver com
o outro, apesar de os mesmos aparentarem antipatia, a psicopatia trata-se de um
transtorno de personalidade antissocial. Os transtornos de personalidades não são
doenças, mas anormalidades da psique quanto á uma dissonância do afeto e da
emoção. Na psicopatia existe uma falta de empatia e de emoção em relação ao
outro. Quando há uma exacerbação desta insensibilidade estes indivíduos são
classificados como sociopatas ou psicopatas. Egocentrismo, incapacidade de seguir
um plano de vida, inexistência de remorso ou vergonha e manipulação extrema são
outras características dos sociopatas que vão até às últimas consequências para
conseguirem o que querem.

2.2 PREPARANDO OS FILHOS PARA O MUNDO EXTERNO

A vivência de ter filhos é um grande desafio, o que dizer da experiência que alguns
passam ao percorrer o caminho do nascimento do filho ao diagnóstico do TEA? As
decisões, descobertas, incertezas, e muitas vezes o sentimento de que parece que
estamos sós nesta jornada, repleta de alegrias e algumas tristezas, fará parte do
cotidiano. A família deverá olhar esta situação de forma realista e positiva, buscando
informações e desenvolvendo o conhecimento. Uma das ações importantes para os
pais de filhos autistas que promove e desenvolve a socialização é dar preferência a
parques públicos, onde ele possa brincar em atividades necessárias para qualquer
criança e principalmente para ele como correr, escorregar, pendurar-se, brincar com
uma bola. Também é importante que ele observe ao seu redor e visualize um mundo
cheio de possibilidades. Se ele for maior faça uma caminhada, isso será importante
para ele e também para os pais. Aos pais, se programarem para esta atividade é
fundamental estar certo que conseguirá manter a situação sob controle, caso haja
algum imprevisto. Evite dominar situações por meio de doces, salgadinhos,
refrigerantes e guloseimas, pois isso será entendido pela criança que sair de casa
quer dizer comer e que os conflitos sempre poderão terminar com doces e
guloseimas. É importante frequentar lugares públicos pois isso será necessário com
o passar do tempo. Os pais ao praticarem este recurso desde cedo, perceberão que
o esforço valerá a pena. Dedique-se pela autonomia de seu filho, incentive seu filho
a se vestir sozinho, coloque a camiseta pelas partes mais trabalhosas e deixe que
ele puxe o restante. Da mesma forma as outras peças de roupas, assim ele
perceberá que a atividade era vestir a peça. Vá progressivamente deixando com que
ele faça a maior parte da ação. Utilize estas condutas para se servir, comer, beber e
quando for ao banheiro. Os pais deverão ter tranquilidade no ensino e na prática
destas ações simples, elogiando tranquilamente e não se irritando por pequenos
retrocessos. É importante analisar que você nestes momentos especiais está sendo
mais que normalmente um pai e uma mãe, mas um pai ou uma mãe notável e
singular. Devem os pais estabelecer rotinas que facilitem a vida do filho portador do
TEA, portanto podemos aproveitar a tendência muito grande de se fixar em rotinas
utilizando isto em favor da tranquilidade dela mesma. Para organizar uma noite
calma e estável de sono, em horários pré-fixados, ofereça o jantar, vista-o coloque-o
na cama e abaixe a luz. Ao encerrar as atividades do dia é necessário demonstrar
de maneira suave e natural, sem brigas, desentendimentos e bate-boca que é
momento de descansar. É importante desde muito cedo ensinar a criança autista a
saber quebrar a rotina, por isso vale a pena salientar algumas ações necessárias:
Faça pequenas mudanças no cotidiano, sendo de forma não agressiva, mas de
forma gradual, como por exemplo, mude seu filho de lugar à mesa, tente variar a
comida e colocar a televisão em um canal que não seja o preferido dele, mude o
roteiro ou caminho de ir à escola. As rotinas são importantes, como também às suas
mudanças. Evite enfrentar isso como se estivesse em um grande e terrível desafio,
pois trará desgastes para ambos. É papel importante dos pais prepararem seus
filhos para o mundo exterior, principalmente quando eles precisam de diferentes
ações que vão determinar a suas vidas futuras, que representam o bem inestimável
de uma família.

3 INCLUSÃO ESCOLAR E SEUS BENEFÍCIOS

A integração escolar direcionada para alunos diagnosticados com o TEA, sempre


merece maior conhecimento, disposição, atenção e paciência. Mas como se dá essa
metodologia? O que os pais e professores devem fazer para estimular o
desenvolvimento para o acesso desses alunos no ambiente escolar? É importante
recordar que a inclusão escolar possui muito valor na vida de uma criança, essa
etapa é fundamental ao desenvolvimento pois ela passa por situações bem
diferentes em sala de aula. Mas será que o professor e a escola terão condições de
atender esses alunos? A realidade é que são muitos alunos em um mesmo espaço
e que o professor precisa passar os conteúdos que estão no currículo escolar.
Muitas escolas não possuem estruturas que alcancem todas as necessidades do
aluno autista mas isso não serve de desculpa para a falta de inclusão. É importante
que o professor não esteja sozinho nesta jornada, portanto deve haver o apoio da
família e acompanhamento médico. Escola não é lugar para passear, mas para
melhorar e aperfeiçoar o conhecimento pedagógico. Se o lugar não oferece o
mínimo de apropriação para o aluno autista então não está cumprindo sua utilidade,
portanto os pais devem estar atentos aos programas escolares e o
comprometimento da instituição com o ensino. O convívio com alunos não
portadores de autismo é importante para o portador de TEA, eles precisam dessa
socialização, o problema é que muitas famílias não aceitam que seus filhos
convivam com autistas. Muitas vezes o temor é proveniente da falta de
conhecimento. Há casos de pais que possuem preconceito com os seus próprios
filhos, tem vergonha de sair com eles para determinados lugares. O contato com o
mundo exterior é fundamental para todos. Uma pessoa com autismo pode conquistar
muitos espaços desde a educação primária até os níveis mais altos da educação
superior. Nem todas as crianças com autismo podem frequentar uma sala de aula.
Há casos graves que precisam de atendimento terapêutico constante. Sempre se
deve lembrar que cada caso é um caso. A inserção do aluno autista deve ser
positiva, tendo em vista assuntos pedagógicos. Caso haja maiores dificuldades para
ensinar, existe o projeto educacional especificado ou individualizado, cuja finalidade
é desenvolver as áreas que o aluno consegue desempenhar ou não. As instituições,
por lei, devem aceitar alunos autistas, portanto diversamente do que costumam
afirmar algumas escolas, não existe limite de vagas. Quando uma criança portadora
do TEA é incluída ao âmbito escolar a sua autoestima e de sua família cresce,
resultando em uma maior socialização e desenvolvimento da iniciativa, tendo então
um maior acolhimento pelos seus colegas de classe. Tanto os alunos com
deficiência quanto os alunos não deficientes são beneficiados com este processo de
inclusão nas escolas. Através da diversidade individual é possível proporcionar o
desenvolvimento da apreciação, a aprendizagem também demonstra melhoras e
crescem as responsabilidades através do ensino no relacionamento entre os adultos.

3.1 A necessidade do conhecimento adequado para professores.


A inclusão de alunos com TEA nas escolas de ensino regular requer a superação de
vários desafios, dentre os quais a preparação dos docentes. Não há como falar de
inclusão sem o papel do educador e mentor. O professor precisa saber trabalhar
com a inclusão e na inclusão. Os professores deverão estar preparados para atuar
com alunos autistas a fim de que os alunos desenvolvam em todos os conceitos:
físico, afetivo, social e cognitivo. O docente e a própria escola devem buscar novos
conhecimentos, ampliando seu acervo e sua conduta educativa capazes de atender
as necessidades dos alunos com TEA que cursam no ensino regular. A clareza e o
entendimento do processo de aprendizagem para o aluno autista não é função
apenas dos profissionais professores e especialistas em atendimento educacional
especializado (AEE), mas de todos os profissionais na área de educação, eles
devem apropriar-se de uma gama de conhecimentos teórico-metodológicos a serem
aplicados no contexto escolar. Os professores devem demonstrar amor, paciência,
dedicação, falar baixo, utilizar recursos visuais e concretos para que os alunos com
TEA possam compreender o conteúdo e chamar a atenção destes com delicadeza.
A introdução de jogos, brincadeiras e atividades, a transparência e objetividade, o
uso de linguagem de fácil entendimento e o conhecimento das áreas de maior
interesse do aluno, contribuirão para o melhor aprendizado do estudante com
autismo. Será necessária uma reorganização profissional e criativa por parte do
atento professor, pois a inclusão inicia-se pelo professor. Este deve acreditar no
indivíduo, no seu potencial humano e na sua capacidade de reconstruir seu futuro,
nossa atitude perante a estas ações positivas determinarão o desenvolvimento do
processo de emancipação. Pertence ao conjunto de ensino o pacto de responder à
primordialidade social e histórica de superação das práticas pedagógicas que
discriminem, segregam e excluem, e, ao mesmo tempo, configura ação educativa, o
condutor de transformação social para a equidade, a solidariedade, a cidadania.
Cabe à escola garantir aos alunos com autismo educação de qualidade, de maneira
a atender suas necessidades educacionais e valorizar suas habilidades específicas.
A inclusão dos alunos com necessidades especiais é de responsabilidade de toda a
comunidade escolar e não somente dos professores especialistas em Educação
Especial. Sendo assim, todos os envolvidos na educação do aluno com TEA devem
buscar novos conhecimentos que possibilitem encaminhamentos metodológicos
eficazes.

4. A INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO, GARANTIAS E


BENEFÍCIOS.

Quando o assunto é a independência financeira, será que o mercado de trabalho


está aberto para jovens portadores do TEA? Existem empresas que se engajam na
contratação dos portadores de autismo, porque sabe que muitos autistas possuem
habilidades específicas acima da média. A seleção habitual de uma empresa nem
sempre pode contemplar as diferenças e habilidades individuais. Como o transtorno
apresenta vários graus pode mesmo ocorrer de o indivíduo ter alguma inabilidade
social, por exemplo, mas ter uma capacidade fora do comum para alguma área
específica. Contudo o processo seletivo não deve ser o convencional, é necessário o
respeito às peculiaridades pois um ambiente comum de entrevista nem sempre é
confortável para um autista. Cada empresa deve procurar a melhor forma de um
processo seletivo que permita a seleção justa e adequada tendo em vista o processo
de direitos e deveres do futuro empregado e a análise do currículo e formação até o
período de treinamento por um líder capacitado para atendê-lo e avaliá-lo conforme
suas habilidades. No campo profissional o autista, assim como toda a pessoa
portadora de deficiência tem assegurado o direito de igualdade, não discriminação,
ambientes inclusivos e com as condições de remuneração e oportunidades que uma
pessoa sem deficiência. A lei do autista assegura o estímulo à inserção da pessoa
com TEA ao mercado de trabalho, mas na prática não há um regramento específico
para o autista. Os direitos são assegurados pela lei do deficiente 13.146/2015.
É importante ressaltar que o portador deste transtorno poderá ter diferenças no que
diz respeito a socialização entre colegas de trabalho e também em relação a
velocidade da produção. O autismo possui variação de graus, de leve a severo, a
empresa quando avalia as condições do candidato averiguando sua capacidade e
necessidade deve fornecer o necessário para o desempenho da sua função,
garantindo um ambiente verdadeiramente inclusivo e que permita um crescimento
pessoal e profissional do autista.

4.1 GARANTIAS PARA OS PORTADORES DE TEA E SEUS PAIS.

A sociedade em geral precisa conhecer os direitos assegurados por lei para


portadores do autismo, sendo crianças, jovens e adultos. Os autistas são todos
diferenciados; o portador deste distúrbio tem uma condição discordante de o cérebro
organizar as informações tanto a nível cognitivo como a nível social e sensorial. Não
existe cura, assim, as leis que amparam os autistas devem servir para sua
integração na sociedade, em qualquer época da sua vida. ​Em 2012 foi sancionada
pela ex-presidente Dilma Rousseff a ​Lei 12.764/2012​, ​também conhecida como lei
Berenice Piana, ​que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista, a mesma prevê em seus artigos a
determinação do provimento de assistência especializada ao paciente identificado
com autismo. Vale destacar que no ECA, nos seus artigos menciona a garantia e o
direito ao respeito da dignidade da criança, bem como a inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral. Para as implicações desta Lei, é considerada
pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica
caracterizada com deficiência persistente e clinicamente significativa da
comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de
comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de
reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu
nível de desenvolvimento; Padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais
estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a
rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos. O
portador do TEA tem alguns direitos fundamentais e essenciais para compensar e
suprir as suas dificuldades, como por exemplo o Benefício de Prestação Continuada
(BPC). Este benefício faz parte da Lei Orgânica (LOAS) e é a garantia de um salário
mínimo mensal ao​ ​idoso com 65 anos ou mais ou à pessoa com deficiência de
qualquer idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial
de longo prazo (que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 anos) que o
impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de
condições com as demais pessoas. Só será concedido quando a renda familiar for
inferior a ¼ do salário mínimo e houver comprovação da deficiência e do nível de
incapacidade para vida independente e para o trabalho, temporária e permanente,
que deve estar atestada por perícia médica e social do INSS.
1- Prioridade nas filas em qualquer ambiente em que haja necessidade de
espera, como em bancos, caixa de supermercado, instituições privadas.
Para conseguir esses benefícios é necessário apresentar o “Cartão da
Conscientização”, onde informa que seu filho é autista e explica o que é autismo.
Seu intuito é exclusivamente identificar a criança e apresentar a lei de forma clara e
objetiva, isentando assim, a falta de informação de terceiros. Um exemplo bem
prático é o estado de Goiás onde existe o Decreto 9.107/17 que institui a carteirinha
do autista (CIA), destinada a conferir identificação à pessoa diagnosticada com TEA,
no âmbito do estado. A pessoa com este distúrbio é legalmente considerada pessoa
com deficiência para todos os efeitos, com direito à assistência social​. Caso passe
um constrangimento por conta disso pode ajuizar uma ação no juizado especial no
Fórum da sua cidade ou formalizar uma reclamação no PROCON. Na dúvida
procure um advogado.
2- Desconto para a compra de carros e algumas isenções: IPVA (Imposto
sobre Veículos Automotores), IPI (Imposto sobre Produto Industrializado),
ICMS (Imposto Sobre Mercadorias e Serviços) e, caso o veículo for financiado,
do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A isenção é válida para qualquer pessoa portadora de deficiência, inclusive crianças.
Neste caso, é necessário obter o laudo da Receita Federal assinado por um médico
credenciado ao SUS. Caso o paciente tenha deficiência mental o exame precisa ser
feito por um psiquiatra e um psicólogo. Em caso de deficiência física o exame deve
ser realizado por um neurocirurgião e um psicólogo. Nos dois casos o laudo precisa
ter a assinatura do responsável pela clínica ou hospital no qual o exame foi realizado
e após o laudo da Receita Federal levar para a concessionária de aquisição do
veículo.
3- No cinema, tanto para o autista quanto ao acompanhante, bem como
desconto em parques de diversão e eventos culturais.
Para garantir esse direito a pessoa deverá apresentar no momento da compra do
ingresso e também no local de realização do evento um documento de
identificação com foto (por exemplo: carteira de identidade) e o cartão de Benefício
de Prestação Continuada da Assistência Social.
4- Os pais de filhos autistas têm direito a uma vaga especial no
estacionamento.
Essa vaga é para o estacionamento público quanto para o privado e se estende para
a área azul. O cartão de estacionamento pode ser feito na Acadef de sua cidade e
um adesivo deve ser colado no carro, para fins de identificação. É necessário
lembrar que o autista recebeu os mesmos direitos dos deficientes, sendo
acobertados pela ​Resolução no 304/08​ do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN), que trata das vagas destinadas aos portadores de deficiências.
5- Os pais podem ter sua jornada de trabalho reduzida sem efeito salarial
para que consigam manter o acompanhamento de seus filhos.
O pedido de redução da carga horária para acompanhamento de dependente que
apresenta deficiência que reclame acompanhamento por seus responsáveis
encontra amparo na legislação brasileira. Essa fundamentação começou na​ ​Lei
13.370/2016​, que reduz a jornada de trabalho dos pais de filhos autistas. A
autorização tira a necessidade de compensação ou redução de vencimentos para os
funcionários públicos federais que são pais de pessoas com TEA. A legislação ainda
só comporta os cargos públicos e para solicitar a redução da jornada é preciso
requerimento administrativo junto ao órgão gestor, apresentando a comprovação das
necessidades do dependente.

5. INFLUÊNCIA DA BOA ALIMENTAÇÃO E ATIVIDADES FÍSICAS PARA OS


PORTADORES DO TEA.
A forma de como nos alimentamos e os hábitos saudáveis influenciam fortemente o
desenvolvimento da mente o do corpo humano. A alimentação tem grande
importância nas fases e etapas da vida, portanto podemos dizer que uma boa
alimentação é que mantém nosso organismo funcionando em condições para o
maior desenvolvimento.
Os portadores do TEA possuem várias limitações cognitivas, motoras e
socioafetivas, também ocorrem perturbações gastrointestinais por terem uma
diminuição da produção de enzimas digestivas, fator de risco para o agravamento
dos sintomas da doença. A dieta equilibrada e selecionada produz mudança no
comportamento e ameniza os sintomas. Deve se evitar o glúten (O glúten é a
combinação de dois grupos de proteínas encontradas dentro de grãos de trigo,
cevada e centeio – mais precisamente no endosperma, a reserva nutritiva do
embrião da planta, ele está ​presente em massas como o pão, o macarrão, o bolo e a

bolacha,  ​mas não é um carboidrato) e a caseína (um tipo de proteína encontrada


normalmente no leite e seus derivados), pois causa uma hiperatividade, irritabilidade
e falta de concentração. A retirada desses alimentos faz com que os sintomas sejam
claramente alterados para uma melhora, aumentando a qualidade de vida e
desenvolvimento físico e mental.
Para uma alimentação saudável e equilibrada destacamos as vitaminas do complexo
B, selênio, cálcio, zinco, magnésio e ômega 3. O portador deste distúrbio que não
tem uma alimentação equilibrada e balanceada pode desenvolver um quadro de
desnutrição calórico-proteica desencadeando várias alterações gastrointestinais.
Estudos mostram um grande aliado na dieta quando é introduzido o ômega 3. É
muito importante o acompanhamento de um profissional da área da nutrição.
A pessoa com autismo possui uma seletividade alimentar. Estudos e pesquisas
feitas referentes à alimentação do portador do TEA revela a grande influência no que
diz respeito a certos alimentos. Ainda é necessário que se descubra mais
informações a respeito para maior compreensão e aplicação dos conhecimentos e
desenvolvimento de uma maior qualidade de vida.
Os benefícios da atividade física para os portadores do TEA são muito importantes
para o desenvolvimento das habilidades motoras, levando em consideração que o
autista possui pouca destreza, por não terem sido incentivados na primeira e
segunda infância, por meio de atividades sistemáticas.
É necessário um ambiente estruturado e profissionais especializados para atender
as crianças com autismo pois elas têm seu tempo de aprendizagem limitado
respondendo de forma lenta e positiva aos estímulos pelos exercícios. Devem-se ter
assistentes especializados para implantar e executar os exercícios com a criança
usando instruções visuais, práticas simples, para que o indivíduo possa seguir os
comandos dados pelo instrutor. É reconhecido que estes programas de exercícios
físicos desenvolvem a coordenação motora, a vivência sócio afetivas e cognitiva,
promovendo assim mudanças qualitativas de ações motoras. As crianças que
participam de atividades selecionadas estão desenvolvendo melhores movimentos e
habilidades. Os exercícios físicos promovem às crianças com TEA realizar tarefas de
acordo com sua capacidade tornando-as com maior independência, estimulando
assim sua autoconfiança e sua identidade para que a criança portadora do TEA
obtenha resultados positivos. Não basta ser um professor de educação física mas
sim possuir habilidades, conhecimentos específicos para promover vínculo e
aceitação da criança com TEA. Somente desta forma o resultado do trabalho
alcançará o objetivo desejado. As habilidades que esses exercícios físicos podem
alcançar é um processo em desenvolvimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo apresentar o que é o autismo, a história do
autismo, como este distúrbio é entendido e classificado atualmente. Também mais
informações foram apresentadas para um maior esclarecimento do assunto proposto
com os seguintes temas: Grupos mais afetados, Terapias para os portadores de
TEA. A seguir foi expressa a importância da presença da família, a compreensão, o
conhecimento e a relevância que significa o meio em que vive a criança e o jovem.
Também mencionado sugestões e orientações diversas, baseadas na literatura
científica, objetivando melhor incluir os portadores de autismo na escola regular.
Com este percurso foram fornecidos dados essenciais para que o educador consiga
criar no dia-a-dia melhores estratégias de inclusão para o portador do autismo na
escola regular. Tal fato se mostra de extrema relevância por ser o autismo uma
doença de alta prevalência e sem tratamento medicamentoso disponível. Neste
contexto as estratégias educacionais se tornam fundamentais para o crescimento do
portador do autismo e do bem estar de toda a família envolvida. Portanto, este
trabalho será concluído com a afirmativa de que é preciso estar sempre atentos para
entender as peculiaridades de cada aluno para a melhor inclusão, assim cada um
receberá a intervenção que necessita e a educação estará fazendo o seu melhor
papel: habilitando todos e qualificando para que entendam a diversidade. O autismo
é um transtorno global no desenvolvimento, uma alteração que afeta a capacidade
de comunicação do indivíduo. Abordar este tema é de fundamental importância visto
que o desempenho da criança e do jovem com autismo depende da motivação dos
profissionais professores e parceria com a família. Trata-se da busca por “anunciar”
que essas pessoas podem interagir, conviver e produzir em sociedade. Muitas são
ações que podem ser realizadas pelo autista e a principal é acreditar que ele tem
potencial para aprender. É importante mencionar que qualquer proposta de
educação inclusiva para crianças e jovens com autismo deverá ser feita dentro de
instituições regulares, com objetivo de cessar os preconceitos e o isolamento social
do autista, possibilitando a aquisição de novas habilidades, uma vez que um dos
principais marcadores desse transtorno é o déficit na interação social.
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