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dossiê Mulher
2019
Organização
Flávia Vastano Manso
Vanessa Campagnac
RioSegurança
D724 Dossiê mulher : 2019 / orgs. Flávia Vastano Manso e Vanessa
Campagnac. —— 14. ed. —— Rio de Janeiro : RioSegurança, 2019.
115 p. : il. ; 23 cm. —— (Série Estudos ; 2).
ISBN 978-85-60502-54-7
CDU 346.155098153
ANOS
Série Estudos 2
14ª Versão
Wilson Witzel
Governador
Cláudio Castro
Vice-Governador
16
3.1. Homicídio doloso..................................................................................................................
3.1.1. Distribuição territorial dos homicídios dolosos de mulheres..................................18
3.2. Tentativa de homicídio......................................................................................................... 23
3.2.1. Distribuição territorial das tentativas de homicídio de mulheres .......................24
3.3. Feminicídio e tentativa de feminicídio.............................................................................. 29
3.3.1. Distribuição territorial dos feminicídios e das tentativas de feminicídio............31
3.4. Lesão corporal dolosa ........................................................................................................ 35
3.4.1. Distribuição territorial das lesões corporais dolosas de mulheres.......................36
42
4.1. Estupro...................................................................................................................................
4.1.1. Distribuição territorial dos estupros de mulheres ...................................................45
4.2. Tentativa de estupro ..........................................................................................................49
4.2.1. Distribuição territorial das tentativas de estupro de mulheres ..........................51
4.3. Outros delitos sexuais..........................................................................................................53
57
5.1. Ameaça .................................................................................................................................
5.1.1. Distribuição territorial das ameaças de mulheres ...................................................60
11. APÊNDICES......................................................................................................................91
Dossiê Mulher 2019 7
1. APRESENTAÇÃO
Neste ano o Instituto de Segurança Pública completa 20 anos. Desde a sua criação,
o ISP se concentrou em ser um veículo de análise de dados e de prestação de contas à
sociedade. O Instituto vem concentrando esforços na expansão da aquisição de dados,
estabelecendo parcerias com outras instituições para ampliar o conjunto de dados
analisados e as dimensões desta análise a ser executada.
Outro aspecto importante na cadeia de dados do ISP é justamente a sua validação.
Nesta fase os dados brutos são preparados, passando por diversos níveis de controle
interno e externo, garantindo sua validade e confiabilidade. Os dados precisam ser
críveis para que possam nortear as tomadas de decisões, de forma precisa e eficaz.
Há 16 anos o ISP publica mensal e ininterruptamente os números oficiais de crimes,
tendo como fonte os Registros de Ocorrência da Secretaria de Estado de Polícia Civil,
auxiliando no entendimento do fenômeno criminal no estado e na formulação de
ações para o enfrentamento da violência. Trata-se de uma instituição já consagrada
e de referência para o monitoramento e o planejamento de políticas públicas de
segurança.
A publicação destes dados garante sua acessibilidade e transparência. Além dos
indicadores de criminalidade, o ISP oferece, de forma já consolidada, estudos temáticos
em forma de dossiês. Anualmente, já em sua 14ª edição, o ISP publica o Dossiê Mulher,
que vem se firmando de forma crescente, desde a sua primeira publicação em 2006,
como um protagonista no processo de compreensão das características da violência
de gênero, possibilitando diálogo entre setores da sociedade civil, da área acadêmica
e de forças que atuam no enfrentamento deste problema.
Conforme relatório mundial sobre violência e saúde, da Organização Mundial da
Saúde, a violência de gênero não pode ser explicada através de um único fator. A
violência resulta de uma complexa interação de fatores individuais, de relacionamento,
sociais, culturais e ambientais. A compreensão destes fatores constitui um passo
importante no combate à violência, através da implementação de políticas públicas de
prevenção e enfrentamento.
A Convenção para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, aprovada
pela Organização dos Estados Americanos, conhecida como Convenção de Belém do
Pará, ocorrida em 1994, reconheceu a violência contra a mulher como uma violação
dos Direitos Humanos. A referida Convenção definiu que a violência é “qualquer
ação ou conduta, baseada no gênero, que cause dano físico, sexual ou psicológico à
mulher, tanto no âmbito público como no privado”. A produção de dados quantitativos
confiáveis acerca da violência contra mulher constitui uma das obrigações dos Estados
signatários. Desta forma, o ISP contribui para que o estado do Rio de Janeiro, enquanto
ente da Federação, cumpra seu compromisso internacional, sempre tendo por objetivo
a adoção de medidas que visam à prevenção e erradicação desta forma de violência.
Constata-se uma grande preocupação por parte da vitimologia contemporânea em
Tabela 1
Dados sobre violência contra a mulher segundo as formas de violência – Estado do Rio de
Janeiro – 2018
Formas de Total de Vítimas % de vítimas
Delitos
violência vítimas mulheres mulheres
Homicídio doloso 4.950 350 7,1%
Feminicídio - 71 -
Violência física Tentativa de homicídio 6.242 729 11,7%
Tentativa de feminicídio - 288 -
Lesão corporal dolosa 63.323 41.344 65,3%
Estupro 5.310 4.543 85,6%
Tentativa de estupro 339 308 90,9%
2 - Estas e outras informações e detalhamentos estão disponíveis em nossa consulta interativa do Dossiê
Mulher, em: <http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br/Mulher.html>.
3 - Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm>. Último
acesso em abril de 2019.
mais graves, como homicídio doloso (59,1%), tentativa de homicídio (55,0%) e estupro
(55,8%). Cabe destacar que a conjugação perversa de diversos fatores, entre eles o
racismo, a pobreza e a discriminação institucional, contribui decisivamente para que
as populações negra e parda sejam mais severamente afetadas pela violência.
Gráfico 1
Distribuição do perfil por cor das mulheres vítimas – Estado do Rio de Janeiro – 2018
(valores percentuais)
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
No Gráfico 2, observamos o perfil etário das vítimas mulheres por tipo de violência.
Chama bastante atenção que 69,7% das mulheres vítimas de estupro tinham até 17
anos. Dentre estas vítimas, 1.852 eram meninas com até 12 anos, o que representa
40,7% do total das vítimas mulheres de estupro. É importante destacar que os crimes
de natureza sexual ainda possuem uma enorme subnotificação, principalmente
quando a vítima é criança ou adolescente. Por conta da pouca idade e dependendo
das circunstâncias em que o crime ocorreu, a vítima sequer tem consciência de que
está sofrendo violência sexual e, em alguns casos, nem sequer alcançou a habilidade
de fala para poder verbalizar o que passou.
Gráfico 2
Distribuição do perfil etário das mulheres vítimas – Estado do Rio de Janeiro – 2018
(valores percentuais)
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0%100,0%
3. VIOLÊNCIA FÍSICA
Tabela 2
Mulheres vítimas de violência física segundo delitos analisados – Estado do Rio de Janeiro –
2017 e 2018 (números absolutos, diferenças percentuais e taxa por 100 mil mulheres)*
Diferença % Taxa por 100
Nº de mulheres Nº de mulheres
Delitos de 2018 em mil mulheres
vítimas (2017) vítimas (2018)
relação a 2017 residentes (2018)
Homicídio doloso 381 350 -8,1% 3,9
Tentativa de homicídio 683* 729 - 8,1
Lesão corporal dolosa 39.641* 41.344 - 460,8
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
A tabela acima apresenta os dados relativos à violência física sofrida por mulheres
nos dois últimos anos. Neste contexto, vemos que os homicídios dolosos de mulheres
apresentaram redução de 8,1% em relação a 2017, ou seja, menos de 31 mortes
de mulheres em relação ao ano anterior4. Com relação às tentativas de homicídio,
este número é ainda maior: 729 vítimas em 2018. Ainda, quando ponderamos pela
população, chegamos à taxa de 3,9 vítimas de homicídio doloso por grupo de 100 mil
mulheres residentes.
Nas seções a seguir detalharemos os delitos incluídos no escopo da violência física
deste Dossiê.
4 - Não apresentamos a comparação entre os anos para os delitos de tentativa de homicídio e de lesão cor-
poral dolosa na Tabela 2 tendo em vista que a paralisação de policiais civis do estado do Rio de Janeiro entre
os meses de janeiro a março de 2017 pode ter impactado os registros naquele ano.
Em 2018, em média, uma mulher foi morta quase todo dia no estado do Rio
de Janeiro, totalizando 350 vítimas e uma taxa de 3,9 vítimas para cada 100 mil
mulheres. A série histórica anual de homicídio doloso de mulheres no estado do Rio de
Janeiro, apresentada no Gráfico 3, mostra que houve uma tendência geral de queda
do número de vítimas entre 2002 e 2012. Nos mais recentes anos, vemos quedas
sucessivas a partir de 2016.
Dessa forma, ao longo da série histórica apresentada, os valores decrescem de
467 vítimas mulheres em 2002 para 350 vítimas em 2018. Ainda que tenha havido
uma melhora no indicador de homicídios de mulheres nos últimos cinco anos, não
conseguimos ainda reestabelecer patamares menores do que os já alcançados entre
2010 e 2012, melhor período da série5.
Gráfico 3
Mulheres vítimas de homicídio doloso* – Estado do Rio de Janeiro – 2002 a 2018 (números
absolutos)
500
467 457 451
450 433 435
420
Número de mulheres vítimas de homicídio doloso
409
396
400 383 381
371
356 360 350
350
299 303 295
300
250
200
150
100
50
0
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2011
Ano
*No total de homicídio doloso constam os homicídios de mulheres qualificados como feminicídios.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
5 - Ao menos dois eventos relevantes devem ser considerados quando analisamos a série histórica dos crimes
letais no estado do Rio de Janeiro para além da própria Lei Maria da Penha: o primeiro se refere à implemen-
tação, a partir de 2009, do Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados (SIM), o qual estabeleceu
metas semestrais de redução de três indicadores definidas no nível das Áreas Integradas de Segurança Públi-
ca – letalidade violenta, roubo de rua e roubo de veículo. O segundo evento relevante é a promulgação da
Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104 de 9 de março de 2015).
Gráfico 4
Taxa de homicídio doloso* de mulheres segundo a cor – Estado do Rio de Janeiro – 2018
(por 100 mil mulheres)
8,0
7,0 6,8
Taxa de mulheres vítimas de homicídio doloso
6,0
5,0
4,0 3,8
3,0 2,7
2,0
1,2
1,0
0,0
Branca Parda Preta Outras
6 - O cálculo da taxa específica de mulheres segundo a cor foi feito a partir da projeção populacional utili-
zando os dados do último censo do IBGE (2010).
7 - Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/180604_atlas_
da_violencia_2018.pdf>. Último acesso em abril de 2019.
8 - Dados do Dossiê Mulher 2018 relativos ao ano de 2017.
Tabela 3
Mulheres vítimas de homicídio doloso* segundo a relação do autor com a vítima e o tipo de
local do fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores percentuais)
Homicídio doloso
Nº abs. Distribuição (%)
Relação autor-vítima 350 100,0
Ex ou companheiros 43 12,3
Pais ou padrastos 1 0,3
Parentes 9 2,6
Conhecidos 6 1,7
Outros 9 2,6
Nenhuma 77 22,0
Não informado 205 58,5
Tipo de local do fato 350 100,0
Residência 120 34,3
Via pública 145 41,4
Interior de transporte coletivo/alternativo 3 0,9
Outros locais 58 16,6
Não informado 24 6,8
*No total de homicídio doloso constam os homicídios de mulheres qualificados como feminicídios.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
9 - Para identificação das AISP, recomenda-se a consulta dos apêndices desta edição com a relação às
regiões, áreas e circunscrições integradas de segurança (relação de batalhões da Polícia Militar, delegacias
distritais de Polícia Civil, municípios e bairros/distritos).
Tabela 4
Mulheres vítimas de homicídio doloso* por AISP – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2018
(números absolutos e variação)
Variação
Área 2014 2015 2016 2017 2018 2014 a 2018 2017 a 2018
Total 420 360 396 381 350 -70 -31
AISP 02 2 1 2 4 2 0 -2
AISP 03 15 12 9 7 6 -9 -1
AISP 04 3 6 7 4 4 1 0
AISP 05 8 1 5 4 5 -3 1
AISP 06 1 2 7 2 4 3 2
AISP 07 29 19 18 24 6 -23 -18
AISP 08 25 24 25 14 14 -11 0
AISP 09 11 8 11 9 9 -2 0
AISP 10 8 1 2 4 4 -4 0
AISP 11 4 3 4 3 1 -3 -2
AISP 12 5 19 6 11 6 1 -5
AISP 14 11 11 17 10 9 -2 -1
AISP 15 36 24 23 27 30 -6 3
AISP 16 7 5 12 9 9 2 0
AISP 17 1 5 3 5 1 0 -4
AISP 18 8 13 8 9 15 7 6
10 - Os totais detalhados por município também podem ser encontrados nos apêndices desta edição.
Variação
Área 2014 2015 2016 2017 2018 2014 a 2018 2017 a 2018
AISP 19 2 0 1 2 2 0 0
AISP 20 45 24 29 25 31 -14 6
AISP 21 9 13 12 6 11 2 5
AISP 22 5 8 11 9 6 1 -3
AISP 23 3 2 2 4 5 2 1
AISP 24 20 19 29 19 19 -1 0
AISP 25 21 20 31 36 17 -4 -19
AISP 26 1 2 0 6 2 1 -4
AISP 27 15 9 18 16 8 -7 -8
AISP 28 8 8 11 8 7 -1 -1
AISP 29 1 2 3 1 5 4 4
AISP 30 3 2 2 5 3 0 -2
AISP 31 8 5 7 7 9 1 2
AISP 32 18 12 16 14 21 3 7
AISP 33 9 18 12 12 11 2 -1
AISP 34 15 9 9 6 11 -4 5
AISP 35 6 12 11 9 7 1 -2
AISP 36 2 2 3 1 4 2 3
AISP 37 4 1 4 8 8 4 0
AISP 38 6 3 1 1 0 -6 -1
AISP 39 18 10 8 11 17 -1 6
AISP 40 7 12 6 10 10 3 0
AISP 41 20 13 11 19 11 -9 -8
*No total de homicídio doloso constam os homicídios de mulheres qualificados como feminicídios.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
11 - Nesta edição usamos somente as taxas por 100 mil habitantes para facilitar a comparação com outros
estudos, mesmo havendo municípios no estado do Rio de Janeiro com populações menores que este quan-
titativo.
Gráfico 5
Mulheres vítimas de tentativa de homicídio* – Estado do Rio de Janeiro – 2013 a 2018
(meses de abril a dezembro)**
600
548
532 530
505
500
Número de mulheres vítimas de tentativa de homicídio
464
450
12,2%
400
8,5%
300 -0,4%
200
-3,0%
100
-12,5%
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
*No total de tentativa de homicídio doloso constam os registros qualificados como tentativa de
feminicídio.
**Dados referentes aos meses de abril a dezembro de 2013 a 2018.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Tabela 5
Mulheres vítimas de tentativa de homicídio* segundo a relação do autor com a vítima e
o tipo de local do fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores
percentuais)
Tentativa de homicídio
Nº abs. Distribuição (%)
Relação autor-vítima 729 100,0
Ex ou companheiros 232 31,8
Pais ou padrastos 7 1,0
Parentes 39 5,4
Conhecidos 20 2,7
Outros 46 6,3
Nenhuma 204 28,0
Não informado 181 24,8
Tipo de local do fato 729 100,0
Residência 271 37,2
Via pública 333 45,7
Interior de transporte coletivo/alternativo 4 0,5
Outros locais 87 11,9
Não informado 34 4,7
*No total de tentativa de homicídio doloso constam os registros qualificados como tentativa de
feminicídio.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
A Tabela 5 mostra que 31,8% das tentativas de homicídio contra mulheres foram
perpetradas pelo companheiro ou ex-companheiro da própria vítima, e em 37,2% dos
registros as vítimas reportaram que a agressão ocorreu dentro de alguma residência.
Assim como ocorre no crime de homicídio doloso, nas tentativas de homicídio também
é expressivo o número de vítimas em que no registro da violência sofrida não consta
informação da relação com o agressor.
Tabela 6
Número de mulheres vítimas de tentativa de homicídio* por AISP – Estado do Rio de Janeiro
– 2014 a 2018 (números absolutos)**
Área 2014 2015 2016 2017** 2018
Total 781 642 599 683 729
AISP 02 4 9 5 6 13
AISP 03 20 19 18 10 14
AISP 04 7 9 6 9 7
AISP 05 6 4 9 15 10
AISP 06 11 12 6 3 12
AISP 07 33 29 30 52 27
AISP 08 61 43 56 24 51
AISP 09 33 15 21 31 11
AISP 10 5 18 8 18 23
AISP 11 11 10 10 12 13
AISP 12 26 22 26 16 19
AISP 14 24 13 10 18 25
AISP 15 34 36 29 43 43
AISP 16 7 13 10 7 12
AISP 17 3 4 5 2 7
AISP 18 28 19 20 17 23
AISP 19 11 4 11 2 2
AISP 20 56 37 40 49 58
AISP 21 20 10 15 28 16
AISP 22 9 6 12 11 10
AISP 23 7 6 6 7 6
AISP 24 47 27 32 31 26
AISP 25 63 30 30 38 34
AISP 26 4 7 8 12 15
AISP 27 22 19 15 13 14
AISP 28 27 15 18 23 30
AISP 29 8 10 9 11 12
AISP 30 7 6 5 10 6
AISP 31 13 13 6 14 13
AISP 32 39 32 23 18 24
AISP 33 22 35 14 33 25
AISP 34 23 17 14 10 21
AISP 35 18 18 10 15 26
AISP 36 10 9 6 15 5
AISP 37 18 7 11 10 8
*No total de tentativa de homicídio doloso constam os registros qualificados como tentativa de
feminicídio.
**Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de
2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Nos mapas a seguir podemos observar que algumas cidades da Baixada Fluminense
apresentam taxas mais altas do que as da capital e da Região da Grande Niterói quando
as tentativas de homicídio são consideradas (Mapa 3). Já no que se refere ao interior
do estado, as regiões Norte e Noroeste apresentam taxas mais altas de tentativa de
homicídio de mulheres por grupo de 100 mil mulheres residentes (Mapa 4).
Em março de 2015 foi criada a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104), que prevê uma
qualificadora para aumento de pena nos casos de homicídios dolosos praticados
contra mulheres12. São considerados feminicídios os homicídios intencionais de
mulheres resultantes de violência doméstica e familiar, bem como aqueles que tiverem
por motivação o menosprezo à condição de mulher.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil passou a registrar delitos como esses em
um campo próprio para feminicídio a partir de outubro de 2016, e, desde então, o ISP
divulga mensalmente as estatísticas deste delito. Nesta edição, o Dossiê Mulher passa
a incorporar em suas análises inclusive os registros de feminicídio cujo campo “sexo da
vítima” encontrava-se sem preenchimento ou com preenchimento incorreto por parte
da autoridade competente para fazer o registro, presumindo que todos os registros
de ocorrência tipificados como feminicídio são contra vítimas do sexo feminino, dado
que existe a verificação desta tipificação pela Corregedoria Interna da Polícia Civil.
Gráfico 6
Mulheres vítimas de feminicídio e de tentativa de feminicídio – Estado do Rio de Janeiro –
2018 (números absolutos)
40
35
35
31
30
30 29
25
25 24 24
23
Número de mulheres vítimas
20
20 19
16
15
12
10 9
8
7 7 7 7
6
5 5 5
5 4
1
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Feminicídio Tentativa de feminicídio
12 - O Supremo Tribunal de Justiça já deu parecer favorável alegando que o feminicídio é contra o gênero
feminino, e não somente contra o sexo feminino, categoria menos abrangente.
Tabela 7
Mulheres vítimas de feminicídio e de tentativa de feminicídio segundo a relação do autor
com a vítima e o tipo de local do fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números
absolutos e valores percentuais)
Feminicídio Tentativa de feminicídio
Distribuição Distribuição
Nº abs. Nº abs.
(%) (%)
Relação autor-vítima 71 100,0 288 100,0
Ex ou companheiros 40 56,4 183 63,5
Pais ou padrastos 0 0,0 3 1,0
Parentes 4 5,6 15 5,2
Conhecidos 0 0,0 1 0,4
Outros 2 2,8 5 1,7
Nenhuma 10 14,1 50 17,4
Não informado 15 21,1 31 10,8
Tipo de local do fato 71 100,0 288 100,0
Residência 44 62,0 152 52,8
Via pública 17 23,9 105 36,4
Interior de transporte coletivo/alternativo 1 1,4 0 0,0
Outros locais 8 11,3 25 8,7
Não informado 1 1,4 6 2,1
Gráfico 7
Distribuição do perfil por cor das mulheres vítimas de feminicídio e de tentativa de
feminicídio – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos)
300
23
250
66
Número de vítimas mulheres
200
150 93
100
1
14
50 106
34
21
0
Tentativa de feminicídio Feminicídio
O terceiro delito aqui analisado no tocante à violência física diz respeito às lesões
corporais dolosas. Importante destacar que este delito é o que compreende o maior
número absoluto de vítimas dentre aqueles analisados neste Dossiê, contabilizando
63.323 vítimas ao longo do ano de 2018. Dentro deste universo, 41.344 vítimas são
mulheres.
Conforme já mencionado anteriormente neste Dossiê, excluímos os meses de
janeiro a março nas análises comparativas baseadas na série histórica anual, dado
que neste período em 2017 os registros podem ter sido impactados pelos movimentos
reivindicatórios dos policiais civis do estado do Rio de Janeiro. Assim, verificamos no
Gráfico 8 tendência de queda do número de vítimas de lesão corporal dolosa nos
últimos seis anos. A maior variação ocorreu de 2014 para 2015, com uma redução de
3.871 vítimas (-9,8%). O ano de 2018 apresenta uma redução de 4,4% em relação ao
ano anterior, o que corresponde a 1.418 vítimas.
Gráfico 8
Mulheres vítimas de lesão corporal dolosa – Estado do Rio de Janeiro – 2013 a 2018 (meses
de abril a dezembro)*
45.000
41.733
39.523
40.000
Número de mulheres vítimas de lesão corporal dolosa
35.654
35.000
32.363 32.178
30.758
30.000
-0,6%
25.000
20.000 -4,4%
-5,3%
15.000
10.000 -9,2%
5.000 -9,8%
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
Em 2018, 22.175 mulheres registraram ter sofrido lesão corporal dolosa praticada
por seu companheiro ou ex-companheiro. Isto significa dizer que, por dia, pelo menos
60 mulheres foram agredidas por seus parceiros íntimos em 2018. Esta informação
é compatível com o local onde tais agressões ocorreram: a maior parte das lesões
corporais foi cometida dentro de residência (60,2%). Muitas vezes, este delito, quando
proveniente de violência doméstica e familiar, ocorre de forma bastante recorrente e
combinada com outros tipos de violência, principalmente com ameaças.
Tabela 8
Mulheres vítimas de lesão corporal dolosa segundo a relação do autor com a vítima e
o tipo de local do fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores
percentuais)
Tabela 9
Mulheres vítimas de lesão corporal dolosa por AISP – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a
2018 (números absolutos)*
Área 2014 2015 2016 2017* 2018
Total 56.031 49.281 44.693 39.641 41.344
AISP 02 477 448 416 428 411
AISP 03 1.631 1.379 1.241 1.064 1.068
AISP 04 858 683 671 542 504
AISP 05 762 613 627 528 540
AISP 06 764 603 539 492 587
AISP 07 2.817 2.527 2.400 2.011 1.628
AISP 08 1.591 1.097 919 824 835
AISP 09 1.947 1.713 1.623 1.356 1.181
AISP 10 1.150 1.095 1.036 961 984
AISP 11 1.097 1.039 916 938 869
AISP 12 1.986 1.987 1.912 1.655 1.765
AISP 14 2.280 2.088 1.618 1.733 1.681
AISP 15 3.106 2.599 2.300 2.162 2.469
AISP 16 1.290 922 946 774 751
AISP 17 531 501 441 338 389
AISP 18 2.168 1.975 1.584 1.727 1.886
AISP 19 543 451 350 324 295
AISP 20 4.208 3.680 3.196 2.937 3.625
AISP 21 1.728 1.616 1.313 1.090 1.271
AISP 22 721 608 575 485 397
AISP 23 659 512 398 347 333
AISP 24 2.253 1.936 1.599 1.377 1.408
AISP 25 2.136 2.109 1.844 1.432 1.674
AISP 26 879 811 844 903 861
AISP 27 2.136 1.958 1.917 1.668 2.013
AISP 28 1.252 1.199 1.123 827 923
AISP 29 825 713 839 666 661
AISP 30 710 705 786 687 751
AISP 31 1.004 922 881 783 812
AISP 32 1.409 1.461 1.219 1.196 1.130
AISP 33 916 880 804 673 729
AISP 34 1.397 1.138 1.061 975 1.023
AISP 35 1.387 1.182 1.055 821 805
AISP 36 493 379 397 357 354
AISP 37 844 646 628 643 487
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
De acordo com a distribuição territorial das taxas de lesão corporal dolosa vista
nos mapas a seguir, observamos que o alto volume de registros deste delito se reflete
nas taxas por 100 mil mulheres residentes, com taxas superiores a 667,3 em alguns
municípios. Quando observamos o Mapa 7, focado na Região Metropolitana, é possível
observar que os municípios com as menores taxas são Itaboraí, São Gonçalo e Tanguá.
No interior do estado (Mapa 8), os municípios do Noroeste Fluminense apresentam as
taxas mais altas, o que pode ser explicado também pelos quantitativos populacionais
mais baixos encontrados nessas cidades.
4. VIOLÊNCIA SEXUAL
Tabela 10
Mulheres vítimas de violência sexual segundo delitos analisados – Estado do Rio de Janeiro
– 2017 e 2018 (números absolutos e taxa por 100 mil mulheres)*
Taxa por 100
Nº de mulheres Nº de mulheres
mil mulheres
vítimas (2017)* vítimas (2018)
residentes (2018)
Estupro 4.173* 4.543 50,6
Tentativa de estupro 356* 308 3,4
Assédio sexual 125* 150 1,7
Importunação ofensiva ao pudor 595* 638 7,1
Ato obsceno 194* 193 2,2
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
4.1. Estupro
Tabela 11
Mulheres vítimas de estupro – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2018*
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
2014 475 463 381 389 362 356 372 377 406 397 387 360 4.725
2015 402 309 377 350 291 333 355 374 328 329 338 342 4.128
2016 351 285 323 366 313 310 332 331 363 348 338 353 4.013
2017* 352 263 349 315 350 320 317 359 387 428 401 332 4.173
2018 348 388 381 365 396 362 358 361 428 418 356 382 4.543
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Gráfico 9
Mulheres vítimas de estupro – Estado do Rio de Janeiro – 2013 a 2018 (meses de abril a
dezembro)*
4.000
3.624
3.500 3.406 3.426
3.209
3.040 3.054
3.000 6,8%
Número de mulheres vítimas de estupro
5,1%
2.500
0,5%
2.000
1.500
-6,0%
1.000
500
-10,7%
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
Tabela 12
Mulheres vítimas de estupro segundo a relação do autor com a vítima e o tipo de local do
fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores percentuais)
Estupro
Nº abs. Distribuição (%)
Relação autor-vítima 4.543 100,0
Ex ou companheiros 440 9,7
Pais ou padrastos 779 17,2
Parentes 511 11,2
Conhecidos 305 6,7
Outros 853 18,8
Nenhuma 1.226 27,0
Não informado 429 9,4
Tipo de local do fato 4.543 100,0
Residência 3.265 71,9
Via pública 419 9,2
Interior de transporte coletivo/alternativo 30 0,7
Outros locais 577 12,7
Não informado 252 5,5
Tabela 13
Mulheres vítimas de estupro por AISP – estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2018 (números
absolutos)*
Área 2014 2015 2016 2017* 2018
Total 4.725 4.128 4.013 4.173 4.543
AISP 02 33 34 36 30 37
AISP 03 98 70 89 88 95
AISP 04 36 31 62 32 34
AISP 05 37 39 50 71 40
AISP 06 48 47 33 43 46
AISP 07 262 205 199 218 229
AISP 08 192 168 131 134 156
AISP 09 159 121 111 106 83
AISP 10 122 98 94 96 107
AISP 11 75 79 76 89 74
AISP 12 205 162 188 151 175
AISP 14 168 135 115 118 129
AISP 15 242 221 236 273 306
AISP 16 77 73 67 63 69
AISP 17 20 28 33 38 48
AISP 18 168 134 111 123 149
AISP 19 25 22 30 27 21
AISP 20 428 375 353 322 381
AISP 21 135 113 120 122 126
AISP 22 45 43 51 57 51
AISP 23 38 28 26 29 24
AISP 24 235 171 124 148 172
AISP 25 237 196 267 192 215
AISP 26 60 73 73 118 118
AISP 27 170 207 169 205 235
AISP 28 98 89 57 101 102
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Tabela 14
Mulheres vítimas de tentativa de estupro – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2018*
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
2014 54 65 57 43 45 44 49 39 52 48 48 42 586
2015 35 40 50 46 45 30 44 50 29 29 39 47 484
2016 25 28 42 31 29 27 33 22 38 41 40 31 387
2017* 25 23 26 27 42 32 25 28 36 35 25 32 356
2018 29 22 27 22 33 26 20 22 32 17 29 29 308
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Gráfico 10
Mulheres vítimas de tentativa de estupro – Estado do Rio de Janeiro – 2013 a 2018 (meses
de abril a dezembro)*
450
410
398
400
359
3,0%
Número e mulheres vítimas de tentativa de estupro
350
300 292
282
250 230
200 -3,4%
150
100 -12,4%
50
-18,7% -18,4%
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
Tabela 15
Mulheres vítimas de tentativa de estupro segundo a relação do autor com a vítima e o
tipo de local do fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores
percentuais)
Tentativa de Estupro
Nº abs. Distribuição (%)
Relação autor-vítima 308 100,0
Ex ou companheiros 48 15,6
Pais ou padrastos 16 5,2
Parentes 19 6,2
Conhecidos 40 13,0
Outros 33 10,7
Nenhuma 123 39,9
Não informado 29 9,4
Tipo de local do fato 308 100,0
Residência 175 56,8
Via pública 78 25,3
Interior de transporte coletivo/alternativo 4 1,3
Outros locais 41 13,3
Não informado 10 3,3
estupro registrado nos últimos cinco anos. Como para os outros crimes analisados
neste Dossiê Mulher, a observação dos delitos contra a mulher por AISP pode nos dar
indicativos acerca do desempenho de cada área ante ao enfrentamento da violência
contra a mulher.
Conforme a Tabela 16, em linhas gerais, 14 das 39 Áreas Integradas de Segurança
Pública do estado apresentaram aumento de registros de mulheres vítimas de tentativa
de estupro de 2017 para 2018.
Tabela 16
Mulheres vítimas de tentativa de estupro por AISP – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a
2018 (números absolutos)*
Área 2014 2015 2016 2017* 2018
Total 586 484 387 356 308
AISP 02 5 4 5 8 5
AISP 03 13 13 8 8 7
AISP 04 9 7 11 5 4
AISP 05 6 2 10 3 6
AISP 06 9 2 0 4 5
AISP 07 29 28 17 17 7
AISP 08 12 17 13 9 8
AISP 09 15 22 13 11 11
AISP 10 17 12 9 20 6
AISP 11 11 16 11 10 8
AISP 12 26 21 28 15 15
AISP 14 19 15 11 6 3
AISP 15 20 20 17 31 20
AISP 16 9 10 6 5 4
AISP 17 7 4 2 4 4
AISP 18 30 16 12 11 17
AISP 19 3 0 4 4 1
AISP 20 46 37 26 28 33
AISP 21 11 10 16 6 7
AISP 22 3 4 4 1 1
AISP 23 5 8 1 3 5
AISP 24 26 23 25 16 18
AISP 25 37 18 20 9 12
AISP 26 5 9 6 10 12
AISP 27 20 12 9 11 14
AISP 28 20 13 4 7 6
AISP 29 7 8 9 3 4
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Assédio sexual
Tabela 17
Mulheres vítimas de assédio sexual – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2018*
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
2014 10 12 13 11 10 10 8 10 9 13 8 6 120
2015 8 14 13 15 9 10 9 11 11 12 11 11 134
2016 8 10 15 12 5 12 12 9 14 11 12 6 126
2017* 3 1 5 16 13 15 15 5 11 13 11 17 125
2018 16 11 14 16 13 12 5 16 15 14 9 9 150
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Tabela 18
Mulheres vítimas de importunação ofensiva ao pudor – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a
2018*
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
2014 56 61 61 52 60 62 46 54 75 58 56 54 695
2015 50 49 56 52 47 34 44 51 47 62 72 46 610
2016 55 41 46 45 50 51 41 54 56 64 36 49 588
2017* 28 23 35 56 68 42 39 50 58 77 59 60 595
2018 62 54 74 75 61 52 55 77 75 25 14 14 638
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Ato obsceno
A inclusão dos casos de ato obsceno nesta edição visa à ampliação do espectro
de análise dos casos popularmente entendidos como “assédio sexual”, em especial
daqueles praticados contra mulheres em ambientes públicos, meios de transportes
e vias públicas. Esses, além do notório constrangimento e de caráter vexatório, são
verdadeiros atentados contra a dignidade sexual das mulheres, assim como seu direito
de ir e vir. Porém, este tipo de violência ainda é banalizado socialmente.
Como pode ser visto na tabela a seguir, o número de registros de ato obsceno vem
caindo desde 2015, chegando ao patamar de 193 registros em 2018, um a menos que
no ano anterior.
Tabela 19
Mulheres vítimas de ato obsceno – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2018*
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
2014 38 33 17 21 22 33 27 21 31 27 21 19 310
2015 30 21 30 25 27 25 19 27 18 21 19 21 283
2016 32 22 33 23 19 22 21 13 24 12 25 24 270
2017* 7 9 5 13 15 18 7 21 25 29 22 23 194
2018 21 12 22 15 17 16 19 16 13 12 20 10 193
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Como resumo, no que se refere à violência sexual, e com base nas informações
aqui expostas, é possível afirmar que, no geral, a violência sexual contra mulheres
encontra-se majoritariamente presente nas relações íntimas e familiares. As evidências
dão conta de uma realidade na qual não são incomuns os casos de abusos sexuais
perpetrados por parentes, companheiros ou ex-companheiros. Dada esta proximidade
entre vítimas e acusados, um dos aspectos mais perversos desse tipo de agressão é
justamente a possibilidade de sua recorrência.
5. VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
A violência psicológica é a forma mais subjetiva da violência contra a mulher,
e, por ser de difícil identificação, é largamente negligenciada, até mesmo por quem
sofre este tipo de violência, que, muitas vezes, não consegue ou demora a percebê-la,
principalmente quando vem camuflada por ciúmes ou sentimento de posse por parte
do agressor. Apesar de sua aparente invisibilidade, este tipo de violência costuma
preceder aos outros tipos, e tem o efeito de paralisar a ação da vítima.
Um dos problemas associados à violência psicológica é justamente a sua tipificação
criminal, já que no universo da violência baseada no gênero há muitos tipos de
violência de difícil conexão com algum tipo de crime.
Isto porque nem toda violência constitui crime, o que, não por isso, a torna menos
danosa e destrutiva, como, por exemplo, situações conceitualmente tratadas por
Marie-France Hirigoyen como assédio moral, as quais segundo a autora configuram
“verdadeiros assassinatos psicológicos”. Embora o assédio moral esteja paulatinamente
sendo reconhecido como um tipo de violência presente no âmbito das relações laborais
a partir da década de 1990, a autora também identifica sua recorrência nas relações
intrafamiliares.
A violência perversa nas famílias constitui uma engrenagem infernal, difícil
de ser detectada, pois tende a transmitir-se de uma geração a outra. É o
caso dos maus-tratos psicológicos que escapam muitas vezes à vigilância
dos que estão à volta, mas que produzem devastações cada vez maiores
(HIRIGOYEN, 2002, p.47)14.
Segundo o artigo 7°, inciso II, da Lei Maria da Penha, a violência psicológica é ação
ou omissão que se destina a degradar ou controlar as ações da mulher, causando-
lhe dano emocional e diminuição da sua autoestima. Ela costuma ocorrer por meio
de ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância,
perseguição, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de
ir e vir.
Portanto, os delitos relacionados à violência psicológica contemplados nesse
relatório são a ameaça e o constrangimento ilegal. Eles estão previstos no capítulo do
Código Penal que trata dos crimes contra a liberdade individual. O delito de ameaça
é tipificado no artigo 147 do Código Penal, como: “[...] ameaçar alguém, por palavra,
escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave”.
Enquanto a ameaça exerce uma ação inibitória, o constrangimento ilegal15 obriga
14 - HIRIGOYEN, Marie F. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2002.
15 - Não incluiremos os dados específicos sobre constrangimento ilegal nesta publicação, mas os dados
sobre os mesmos estão disponíveis em nossa consulta interativa do Dossiê Mulher, em: <http://www.ispvi-
sualizacao.rj.gov.br/Mulher.html>.
a vítima a executar determinada conduta, podendo ser, inclusive, uma prática ilegal.
Conforme o artigo 146 do Código Penal, constrangimento ilegal consiste em:
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou
depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa (BRASIL, 1940)16.
Tabela 20
Mulheres vítimas de violência psicológica segundo delitos analisados – Estado do Rio de
Janeiro – 2017 e 2018 (números absolutos e taxa por 100 mil mulheres)*
Nº de mulheres Nº de mulheres Taxa por 100 mil mulheres
Delitos
vítimas (2017)* vítimas (2018) residentes (2018)
Ameaça 34.348* 37.423 417,1
Constrangimento ilegal 393* 404 4,5
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
5.1. Ameaça
Tabela 21
Mulheres vítimas de ameaça – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2018*
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
2014 5.917 5.171 5.326 4.869 4.443 4.461 4.192 4.366 4.658 4.800 4.455 4.600 57.258
2015 4.826 4.027 4.701 4.076 3.897 3.682 3.771 3.944 3.850 4.112 3.994 3.952 48.832
2016 3.736 3.794 4.025 3.548 3.251 3.245 3.380 3.402 3.566 3.621 3.393 3.473 42.434
2017* 2.579 1.019 2.137 3.194 3.097 3.063 3.028 3.122 3.158 3.576 3.214 3.161 34.348
2018 3.233 2.819 3.266 3.187 3.061 2.959 3.045 3.074 3.149 3.299 3.098 3.233 37.423
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Gráfico 11
Mulheres vítimas de ameaça – Estado do Rio de Janeiro – 2013 a 2018 (meses de abril a
dezembro)*
45.000
41.008 40.844
40.000
-0,4% 35.278
35.000
Número de mulheres vítimas de ameaça
30.879
30.000 28.613
28.105
25.000 -1,8%
20.000
-7,3%
15.000
10.000
-12,5%
5.000
-13,6%
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
Tabela 22
Mulheres vítimas de ameaça segundo a relação do autor com a vítima e o tipo de local do
fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores percentuais)
Ameaça
Nº abs. Distribuição (%)
Relação autor-vítima 37.423 100,0
Ex ou companheiros 19.056 50,9
Pais ou padrastos 564 1,5
Parentes 2.895 7,7
Conhecidos 3.186 8,5
Outros 3.547 9,5
Nenhuma 6.733 18,0
Não informado 1.442 3,9
Tipo de local do fato 37.423 100,0
Residência 23.003 61,5
Via pública 6.668 17,8
Interior de transporte coletivo/alternativo 89 0,2
Outros locais 6.880 18,4
Não informado 783 2,1
A Tabela 22 indica que mais da metade das vítimas de ameaça, 50,9% ou 19.056
mulheres, sofreram algum tipo de ameaça por parte de seus companheiros ou ex-
companheiros em 2018. Isto significa dizer que, em média, por dia houve 52 registros
de mulheres ameaçadas por companheiros ou ex-companheiros em todo o estado.
Se a esse percentual somarmos pais, padrastos, parentes e conhecidos, chegamos a
68,6% dos casos registrados. Ou seja, mulheres são muito mais ameaçadas por pessoas
próximas ou conhecidas.
Quanto ao tipo de local de ocorrência do fato, a residência aparece como a principal
localidade onde as ameaças ocorreram em 2018, figurando em 61,5% dos casos.
Tabela 23
Mulheres vítimas de ameaça por AISP – Estado do Rio de Janeiro – 2014 a 2017 (números
absolutos)*
Área 2014 2015 2016 2017* 2018
Total 57.258 48.832 42.434 34.348 37.423
AISP 02 467 401 427 402 381
AISP 03 1.595 1.333 1.090 910 959
AISP 04 713 535 538 421 345
AISP 05 663 514 535 487 441
AISP 06 716 602 519 501 579
AISP 07 3.768 2.727 2.433 1.832 1.561
AISP 08 1.687 1.152 921 730 830
AISP 09 1.933 1.632 1.435 1.081 988
AISP 10 1.225 1.172 970 838 1.099
AISP 11 1.499 1.411 1.128 802 874
AISP 12 2.099 1.987 1.697 1.645 1.532
AISP 14 2.247 1.956 1.382 1.325 1.361
AISP 15 2.708 2.434 1.988 1.653 2.166
AISP 16 1.192 782 783 645 715
AISP 17 604 403 339 272 324
AISP 18 2.559 2.203 1.855 1.387 1.817
AISP 19 478 421 342 295 256
AISP 20 4.473 3.668 2.935 2.386 2.867
AISP 21 1.695 1.428 1.175 915 1.041
AISP 22 626 433 456 469 363
AISP 23 531 377 330 298 265
AISP 24 2.225 1.910 1.424 1.024 1.180
AISP 25 2.298 2.201 1.990 1.387 1.517
AISP 26 811 783 807 959 931
AISP 27 1.972 1.791 1.617 1.391 1.767
AISP 28 1.518 1.347 1.228 858 954
AISP 29 786 735 906 710 844
AISP 30 655 825 875 703 833
AISP 31 1.183 996 929 734 769
AISP 32 1.659 1.409 1.367 1.078 1.091
AISP 33 941 954 679 606 683
AISP 34 1.237 936 868 744 777
AISP 35 1.428 1.267 939 679 745
AISP 36 550 421 406 374 419
AISP 37 947 771 733 596 584
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
No geral, podemos afirmar que a Lei Maria da Penha contribuiu enormemente para
a ampliação do entendimento da violência contra a mulher. Ao tipificar a violência
psicológica, esta agressão – tradicionalmente banalizada – passa a ganhar mais
atenção e gerar mais preocupação em torno de suas consequências, para o bem-estar e
integridade das vítimas. O efeito cumulativo do sofrimento psíquico pode desencadear
patologias psicossomáticas, sendo muito comum nos casos sistemáticos de violência
doméstica e familiar a depressão, doença, inclusive, de espectro incapacitante.
A violência psicológica consubstanciada nos casos de ameaça e de constrangimento
ilegal, para além do terror psicológico dirigido às vítimas, pode ser, pois, um prenúncio
de uma violência mais gravosa e irreparável. Dessa forma, estes delitos, quando
comunicados às autoridades competentes, não obstante às questões de subjetividade,
devem ser depositários de uma grande atenção de caráter preventivo contra uma
possível conduta por parte do agressor.
6. VIOLÊNCIA MORAL
Tabela 24
Mulheres vítimas de violência moral segundo delitos analisados – Estado do Rio de Janeiro
– 2017 e 2018 (números absolutos e taxa por 100 mil mulheres)*
Nº de mulheres vítimas Nº de mulheres Taxa por 100 mil mulheres
Delitos
(2017)* vítimas (2018) residentes (2018)
Calúnia 1.579* 1.725 19,2
Difamação 3.082* 3.357 37,4
Injúria 21.602* 24.583 274,0
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Tabela 25
Mulheres vítimas de violência moral segundo a relação do autor com a vítima e o tipo de
local do fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores percentuais)
Ameaça
Nº abs. Distribuição (%)
Relação autor-vítima 29.665 100,0
Ex ou companheiros 10.823 36,5
Pais ou padrastos 342 1,2
Parentes 2.000 6,7
Conhecidos 3.670 12,4
Outros 3.661 12,3
Nenhuma 7.399 24,9
Não informado 1.770 6,0
Tipo de local do fato 29.665 100,0
Residência 15.738 53,1
Via pública 4.965 16,7
Interior de transporte coletivo/alternativo 128 0,4
Outros locais 8.093 27,3
Não informado 741 2,5
Conforme a Tabela 25, a residência foi o tipo de local em que mais ocorreu
a violência moral (53,1%). O maior percentual dos acusados foi composto por
companheiros ou ex-companheiros. Pessoas próximas à vítima (conhecidos, parentes,
pais, padrastos, companheiros e ex-companheiros) representaram 56,8% dos autores
deste tipo de violência.
7. VIOLÊNCIA PATRIMONIAL
Tabela 26
Mulheres vítimas de violência patrimonial segundo delitos analisados – Estado do Rio de
Janeiro – 2017 e 2018 (números absolutos e taxa por 100 mil mulheres)*
Nº de mulheres Nº de mulheres Taxa por 100 mil mulheres
Delitos
vítimas (2017)* vítimas (2018) residentes (2018)
Dano 2.383* 2.743 30,6
Violação de domicílio 1.973* 2.223 24,8
Supressão de documentos 369* 364 4,1
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Tabela 27
Mulheres vítimas de violência patrimonial segundo a relação do autor com a vítima e o
tipo de local do fato – Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores
percentuais)
Ameaça
Nº abs. Distribuição (%)
Relação autor-vítima 5.330 100,0
Ex ou companheiros 2.231 41,9
Pais ou padrastos 53 1,0
Parentes 429 8,0
Conhecidos 435 8,2
Outros 585 11,0
Nenhuma 1.196 22,4
Não informado 401 7,5
Tipo de local do fato 5.330 100,0
Residência 4.143 77,7
Via pública 491 9,2
Interior de transporte coletivo/alternativo 94 1,8
Outros locais 518 9,7
Não informado 84 1,6
Gráfico 12
Delitos mais registrados com a qualificadora da Lei Maria da Penha – Estado do Rio de
Janeiro – 2018 (valores percentuais)
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
Gráfico 13
Delitos mais registrados com a qualificadora da Lei Maria da Penha – Estado do Rio de
Janeiro – 2018 (números absolutos)
Ameaça 22.893
Número de mulheres vítimas
Injúria 12.395
Estupro 1.757
Dano 1.493
Gráfico 14
Qualificação legal dos registros de mulheres vítimas de homicídio e de tentativa de
homicídio – Estado do Rio de Janeiro (números absolutos e valores percentuais)
00,0% 100
10,0% 20,0% 200 30,0% 300
40,0% 50,0%400 60,0% 500
70,0% 600
80,0% 90,0% 700100,0%
Tabela 28
Mulheres vítimas de estupro segundo a relação com o autor – Estado do Rio de Janeiro –
2018 (números absolutos)
Estupro
Relação autor-vítima
Pais/ Ex ou Outras/ignorada/
Parentes Total
Padrastos companheiros nenhuma
0-11 anos 436 303 14 5 758
12-17 anos 249 145 89 0 483
18-24 anos 35 16 77 0 128
25-34 anos 5 11 97 0 113
35-44 anos 3 10 101 5 119
45-59 anos 0 4 45 4 53
60 anos ou mais 1 1 6 8 16
Sem informação 49 21 11 6 87
Total 778 511 440 28 1.757
*Dados sujeitos a impacto dos movimentos reivindicatórios dos policiais civis de janeiro a março de 2017.
Fonte: ISP com base em dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
As informações divulgadas neste documento têm como fonte o banco de dados dos
Registros de Ocorrência (RO) da Secretaria de Estado de Polícia Civil, disponibilizado
por meio do seu Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações
(DGTIT).
Seguindo recomendações da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
(CEPAL) para a produção de estatísticas de gênero, de forma a favorecer análises
comparativas em níveis nacional e internacional, para os dados sobre a violência contra
a mulher trabalhados nesta publicação são apresentados indicadores de violência por
meio de taxas por 100 mil mulheres.
Este tipo de abordagem tem como finalidade impulsionar iniciativas para a
produção e análises de estatísticas de gênero e melhorar sua utilização em políticas
públicas orientadas à igualdade de gênero. Ao harmonizar as estatísticas de gênero
nacionais de forma conjunta e seguindo diretrizes internacionais para elaboração de
indicadores, contribui-se para a elaboração de mecanismos eficazes de promoção da
mulher e da igualdade de gênero no país.
Cada forma de violência analisada neste dossiê agrega os seguintes títulos:
violência física – homicídio doloso e feminicídio, tentativa de homicídio e tentativa de
feminicídio e lesão corporal dolosa; violência sexual – estupro, tentativa de estupro,
importunação ofensiva ao pudor, assédio sexual e ato obsceno; violência psicológica
– ameaça e constrangimento ilegal; violência moral – calúnia, injúria e difamação; e
violência patrimonial – violação de domicílio, supressão de documentos e dano.
Quantificação
A análise dos dados leva em consideração o número total de vítimas, o que pode
representar um número maior do que o total de ocorrências registradas, já que em
uma mesma ocorrência (ou RO) pode haver mais de uma vítima. Esta observação é
ainda mais importante para os casos de violência patrimonial que, via de regra, são
contabilizados por número de ocorrências e não de vítimas, mas que aqui são tratados
de acordo com o número de mulheres vítimas.
Feminicídio
Cálculo de taxas
Cálculo de população
Variáveis analisadas
Mapas
Observações
Afonso Borges
Pesquisador do Instituto de Segurança Pública
Jonas Pacheco
Pesquisador do Instituto de Segurança Pública
1. Introdução
2. Metodologia
Tabela 1
Denúncias por assuntos selecionados – 2018 (números absolutos e valores percentuais)
1 - Disque Denúncia (DD) é uma central de atendimentos criada inicialmente para ajudar as polícias Federal,
Civil e Militar no esclarecimento de crimes e delitos, mediante o recebimento de denúncias feitas por meio
de ligações anônimas da população.
2 - A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Ligue 180 é um serviço de utilidade
pública, gratuito e confidencial oferecido pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres desde 2005,
hoje inserido no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Gráfico 1
Denúncias de violência contra mulher no Disque Denúncia e proporção de denúncias
originárias do Ligue 180 – 2003 a 2018 (números absolutos e valores percentuais)
16.000
13.743
14.000 Número de denúncias do 180
Denúncias de Violência contra a Mulher
10.000 9.147
8.000 91%
6.000 90%
3.519
4.000
3. Resultados
É possível identificar quais são as palavras que mais aparecem nas descrições das
denúncias de violência contra mulher. Essa análise é apresentada por meio de nuvem
de palavras, recurso gráfico onde cada palavra tem seu tamanho definido a partir
da frequência com que aparece em determinado texto. Sendo assim, quanto mais a
palavra é citada, maior é sua representação na nuvem.
Figura 1
Nuvem de palavras das descrições das denúncias de
violência contra mulher – 2018
As palavras de maior
presencia
companheira
empurrões
entorpecentes
frequência estão relacionadas
marido bebidas
humilhações ameaça ao tipo de violência sofrida
puxões físicamente ocorrem
excompanheiro
padaria
pai
sexual
agressão
vizinho
verbal, sexual ou moral. Nota-
se, também, que o grau de
convive
praça
namorado
proximidade entre a vítima e o
violência
irmão
privado
moral difamação
colégio autor é bem alto, com palavras
mercado identificada
rosto chute como “companheiro”, “ex-
doméstica filho
sofre companheiro”, “namorado”,
diariamente casal tentativa
posto
morte conviveu
caracterizado residência “marido” e “pai” sendo citadas
física casa escola
igreja
identificado bar soco mãe
verbais em 69% das denúncias. A
agride
supermercadopsicológica
portão verbal cárcere localidade do fato é identificada
objetos xingamentos alcoólicas
calúnias
drogasmulher
frequentemente constantemente
relacionamento
feminicidio condomíno “casa”, “residência” e “bar”,
Fonte: Elaborado pelo ISP com base em dados do Disque
Denúncia. que aparecem em 29% das
denúncias. Por fim, a presença
de palavras como “frequentemente”, “constantemente” e “diariamente” indica uma
recorrência dessas agressões, aparecendo em 22% das denúncias e tornando cada vez
mais importante as denúncias relativas a esses crimes e a seguridade do anonimato
do denunciante.
Um ponto sensível é a frequência com que as denúncias citam a presença de
crianças no local do fato da agressão à vítima. Na Figura 1, as palavras “filho”,
“presenciam” e “mãe” indicam agressões às mulheres por parte do companheiro, tendo
os filhos como testemunhas do fato ou, ainda, como possíveis agressores. O dado que
corrobora tal afirmação é a presença do radical “filh” em aproximadamente 35% das
denúncias de violência contra mulher, evidenciando a presença de filhos e filhas no
local das agressões às suas mães.
Tal realidade revela a gravidade do tema aqui tratado e como os eventos de
violência doméstica podem gerar ambientes familiares em que a criança é exposta
precocemente a um contexto de violência, gerando impactos psicológicos e emocionais
na sua formação3. Para exemplificar este panorama, o leitor encontra a seguir parte
de descrições de textos das denúncias. Nomes e endereços dos envolvidos foram
removidos para manter o sigilo das informações.
3 - Este assunto é amplamente tratado em: MACENA, Rachel Carmoniz de. O DNA de uma Sociedade Violen-
ta: reflexos dos conflitos domésticos no desenvolvimento da criança e do adolescente. Revista Cadernos de
Segurança Pública. Rio de Janeiro, Ano IX, Nº 09, novembro de 2017. Disponível em: <http://www.isprevista.
rj.gov.br/download/Rev20170905.pdf>. Último acesso em abril de 2019.
Exemplo 1:
No endereço citado, reside X que sofre agressão física, psicológica, patrimonial
e moral por parte do ex-companheiro, com quem se relacionou por sete anos.
Informa que o agressor tentou matar a vítima, a agrediu com pedaços de pau,
cadeira e tijolos. O casal tem quatro filhos que também são ameaçados e
presenciam as violências.
Exemplo 2:
No endereço citado, reside X que sofre constantes violências físicas do
seu ex-companheiro. Estas agressões ocorrem por meio de tentativas de
enforcamentos, socos, empurrões, chutes, puxões de cabelos e lhe tirando os
implantes ocasionando hematomas. Este agressor também costuma proferir
ameaças de morte caso lhe denuncie, xingamentos com palavras de baixo calão,
constrangimentos, chantagens e calúnias, pois costuma dizer que a vítima
mantém relações sexuais com todos os seus amigos e lhe difamar de prostituta,
inclusive dizer que um dos filhos não é seu. Os dois filhos deste casal sempre
presenciam as violências.
Exemplo 3:
No endereço citado, reside X que sofre agressões físicas como pancadas no
braço, tentativas de enforcamento, ameaças de agressão com pauladas e
ameaças de morte por parte de um homem. A vítima possui cinco filhos que
presenciam as violências. Acrescenta que o agressor faz uso de álcool.
Exemplo 4:
No endereço mencionado, reside X que sofre agressões físicas, verbais,
difamação, humilhação por parte do companheiro, com quem convive há vinte
e sete anos, e possui filhos que presenciam as violências.
4 - NEUMANN, Nadine Melloni. Chamadas para a PM/190 relacionadas à violência contra a mulher na Re-
gião Metropolitana do Rio de Janeiro em 2017. Dossiê Mulher 2018. Rio de Janeiro: Instituto de Segurança
Pública, 2018.
Tabela 3
Ranking das delegacias de Polícia Civil com maior número de denúncias de violência contra
mulher e de registros de ameaça e lesão corporal dolosa com vítima do sexo feminino –
Estado do Rio de Janeiro – 2018 (números absolutos e valores percentuais)
Fonte: Elaborado pelo ISP com base em dados do Disque Denúncia e da Secretaria de Estado de Polícia
Civil.
Tabela 4
Denúncias de violência contra mulher por assunto relacionado – 2018 (números absolutos e
valores percentuais)
Assuntos Denúncias %
Maus-tratos 989 7%
Ameaça 731 5%
Tráfico de drogas 639 5%
Lesão corporal 282 2%
Consumo de drogas 250 2%
Violência contra idoso 240 2%
Sequestro simples e cárcere privado 233 2%
Posse ilícita de armas de fogo 165 1%
Estupro 164 1%
Uso ilegal de serviços públicos 147 1%
Fonte: Elaborado pelo ISP com base em dados do Disque Denúncia.
4. Considerações finais
11. APÊNDICES
Apêndice 1
Relação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM) e de Núcleos de
Atendimento à Mulher (NUAM) da Secretaria de Estado de Polícia Civil (atualizado em abril
de 2019)
COD. UNIDADE INÍCIO
1 DEAM JACAREPAGUÁ 16/11/2000
2 DEAM CENTRO 21/12/2000
3 DEAM BELFORD ROXO 26/07/2001
4 DEAM CAMPO GRANDE 16/08/2001
5 DEAM VOLTA REDONDA 16/08/2001
6 DEAM DUQUE DE CAXIAS 30/03/2009
7 DEAM SÃO JOÃO DE MERITI 15/10/2009
8 DEAM NITERÓI 29/01/2011
9 DEAM NOVA FRIBURGO 22/09/2011
10 DEAM NOVA IGUAÇU 15/01/2013
11 DEAM CABO FRIO 21/06/2013
12 DEAM SÃO GONÇALO 07/01/2014
13 DEAM CAMPOS DOS GOYTACAZES 21/10/2014
14 DEAM ANGRA DOS REIS 06/01/2015
15 NUAM PETRÓPOLIS (105ª DP) 05/03/2012
16 NUAM ROCINHA (11ª DP) 21/12/2013
17 NUAM NILÓPOLIS (57ª DP) 11/04/2014
18 NUAM QUEIMADOS (55ª DP) 11/04/2014
19 NUAM MESQUITA (53ª DP) 11/04/2014
20 NUAM RIO DAS OSTRAS (128ª DP) 08/05/2014
21 NUAM SAQUAREMA (124ª DP) 07/09/2014
22 NUAM TERESÓPOLIS (110ª DP) 15/12/2014
23 NUAM TIJUCA (19ª DP) 29/07/2016
24 NUAM BONSUCESSO (21ª DP) 18/08/2016
25 NUAM RESENDE (89ª DP) 12/09/2016
26 NUAM TRÊS RIOS (108ª DP) 19/09/2016
27 NUAM ARARUAMA (118ª DP) 20/06/2016
Apêndice 2
Relação dos órgãos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro
com atribuição na defesa da mulher em situação de violência em todo o estado
ÓRGÂOS DE ATUAÇÃO
DIVISÃO FUNCIONAL E
ADMINISTRATIVA DA DPRJ Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher - JVDFM
Juizado Especial Criminal - JECrim
Defensoria Pública de Defesa da Mulher junto aos I, II, III, IV, V, VI e VII
JVDFM
Capital
Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher Vítima de Violência de Gênero
(NUDEM)
Defensoria Pública da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo
1ª Defensoria Pública de Japeri
Região 1 - Belford Roxo, Defensoria Pública das Varas de Família de Nilópolis
Duque de Caxias, Japeri,
Nilópolis, Nova Iguaçu, Defensoria Pública de Defesa da Mulher junto ao Juizado da Violência
Queimados e São João de Doméstica e Familiar contra a Mulher (JVDFM) de Nova Iguaçu
Meriti. Defensoria Pública da Vara de Família de Queimados
Defensoria Pública de Defesa da Mulher junto ao JVDFM de São João
de Meriti
Defensoria Pública da 1ª Vara de Guapimirim
Defensoria Pública junto à 1ª Vara Criminal, Tribunal do Júri e de Defesa
da Mulher junto ao JVDFM e JECrim de Itaboraí
Região 2 - Guapimirim,
Itaboraí, Magé, Niterói e São Defensoria Pública das Varas de Família de Magé
Gonçalo.
Defensoria Pública de Defesa da Mulher junto ao JVDFM de São
Gonçalo
Defensoria Pública das Varas de Família de Niterói
Defensoria Pública das Varas de Família de Araruama
1ª Defensoria Pública de Armação de Búzios
Defensoria Pública da Vara Única de Arraial do Cabo
Defensoria Pública junto às Varas Criminais e ao JVDFM de Cabo Frio
Região 3 - Araruama,
Armação dos Búzios, Arraial Defensoria Pública da Vara Única de Casemiro de Abreu
do Cabo, Cabo Frio, Casimiro Defensoria Pública da Vara Única de Iguaba Grande
de Abreu, Iguaba Grande,
Maricá, Rio Bonito, Rio das Defensoria Pública da Vara de Família de Maricá
Ostras, São Pedro D’Aldeia, Defensoria Pública da 1ª Vara de Rio Bonito
Saquarema e Silva Jardim.
Defensoria Pública da 1ª Vara de Rio das Ostras
Defensoria Pública da 1ª Vara de São Pedro da Aldeia
Defensoria Pública da 1ª Vara de Saquarema
Defensoria Pública da Vara Única de Silva Jardim
Região 9 - Angra dos Reis, Defensoria Pública Defesa da Mulher junto ao JVDFM de Itaguaí
Itaguaí, Mangaratiba, Paraty Defensoria Pública da Vara Única de Mangaratiba
e Seropédica. Defensoria Pública da Vara Única de Paraty
1ª Defensoria Pública de Seropédica
Defensoria Pública da Vara de Família de Barra do Piraí
Defensoria Pública da Vara Única de Engenheiro Paulo de Frontin
Região 10 - Barra do Piraí,
Rio das Flores, Valença, Defensoria Pública da Vara Única de Mendes
Engenheiro de Paulo de Defensoria Pública da Vara Única de Paracambi
Frontin, Mendes, Paracambi Defensoria Pública da Vara Única de Rio das Flores
e Vassouras.
Defensoria Pública da Vara de Família de Valença
1ª Defensoria Pública de Vassouras
Defensoria Pública da Vara Única de Carmo
Defensoria Pública da Vara Única de São José do Vale do Rio Preto
Região 11 - Teresópolis, São
Defensoria Pública da Vara Única de Sapucaia
José do Vale do Rio Preto,
Sapucaia, Sumidouro e Defensoria Pública da Vara Única de Sumidouro
Carmo.
Defensoria Pública junto à 1ª Vara Criminal, Tribunal do Júri e Defesa
da mulher junto ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher de Teresópolis
Região 12 - Campos dos Defensoria Pública da Vara Única de São Francisco de Itabapoana
Goytacazes, São Francisco
Defensoria Pública das Varas de Família de Campos dos Goytacazes
de Itabapoana e São João
da Barra. 1ª Defensoria Pública de São João da Barra
Importunação
Homicídio Homicídio- Lesão Estupro- Assédio Ato Constrangimento Violência Violência
Municípios Estupro ofensiva ao Ameaça
doloso tentativa corporal tentativa sexual obsceno ilegal moral patrimonial
pudor
Dossiê Mulher 2019
Importunação
Homicídio Homicídio- Lesão Estupro- Assédio Ato Constrangimento Violência Violência
Municípios Estupro ofensiva ao Ameaça
doloso tentativa corporal tentativa sexual obsceno ilegal moral patrimonial
pudor
Campos dos
13 42 550 106 4 0 9 1 503 20 236 68
Goytacazes
Cantagalo 1 2 33 5 2 0 0 0 36 0 36 3
Cardoso Moreira 0 1 24 4 1 0 0 0 40 0 26 6
Carmo 0 0 84 4 0 0 2 1 85 1 79 18
Casimiro de Abreu 2 3 95 17 0 0 0 0 102 0 90 18
Importunação
Homicídio Homicídio- Lesão Estupro- Assédio Ato Constrangimento Violência Violência
Municípios Estupro ofensiva ao Ameaça
doloso tentativa corporal tentativa sexual obsceno ilegal moral patrimonial
pudor
Porciúncula 0 1 44 11 0 0 2 0 100 0 62 16
Porto Real 3 0 67 8 0 0 1 1 51 0 31 8
Quatis 0 1 15 4 0 0 0 0 24 1 22 6
Queimados 6 12 409 56 9 0 1 0 377 4 289 57
Quissamã 0 0 62 12 1 0 2 0 42 2 34 3
Apêndice 4
Indicadores de violência contra a mulher – municípios do estado do Rio de Janeiro – 2018
(taxa por 100 mil mulheres residentes)
11 Rocinha
23º
14 Rio de Ipanema e Leblon
1 23 BPM
Janeiro Gávea, Jardim Botânico, Lagoa, São Conrado e
15
Vidigal
48 Seropédica Seropédica
50 Itaguaí Itaguaí e Ibituporanga
24º 51 Paracambi Paracambi
3 24
BPM 55 Queimados Centro, Norte, Sul. Leste, Oeste e Nordeste
Japeri, Engenheiro Pedreira, Marajoara, Pedra
63 Japeri
Lisa e Rio D`Ouro
Araruama, Morro Grande e São Vicente de
118 Araruama
Paula
124 Saquarema Saquarema, Bacaxá e Sampaio Correia
São Pedro da
125 São Pedro da Aldeia
Aldeia
25º 126 Cabo Frio Cabo Frio e Tamoios
4 25
BPM Armação dos
127 Armação dos Búzios
Búzios
Iguaba
129 Iguaba Grande
Grande
Arraial do
132 Arraial do Cabo
Cabo
26º 105 Petrópolis e Cascatinha
7 26 Petrópolis
BPM 106 Itaipava, Pedro do Rio e Posse
27º 36 Rio de Paciência e Santa Cruz
2 27
BPM 43 Janeiro Guaratiba, Pedra de Guaratiba e Sepetiba
Antonio Rocha, Floriano, Nossa Senhora do
90 Barra Mansa Amparo, Rialto e Regiões Administrativas I, II,
III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV
28º Volta
5 28 93 Volta Redonda
BPM Redonda
101 Pinheiral Pinheiral
Rio Claro, Getulândia, Lídice, Passa Três e São
168 Rio Claro
João Marcos
Laje do
138 Laje do Muriaé
Muriaé
139 Porciúncula Porciúncula, Purilândia e Santa Clara
Natividade Natividade, Ourania e Bom Jesus do Querendo
140
Varre-Sai Varre-Sai
Itaperuna, Boaventura, Nossa Senhora da
Itaperuna Penha, Itajara, Retiro do Muriaé, Raposo e
29º
6 29 143 Comendador Venâncio
BPM
São José de
São José de Ubá
Ubá
Bom Jesus de Bom Jesus de Itabapoana, Carabuçú, Calheiros,
144
Itabapoana Pirapetinga de Bom Jesus, Rosal e Serrinha
Cardoso
Cardoso Moreira e São Joaquim
148 Moreira
Italva Italva
São José do
104 Vale do Rio São José do Vale do Rio Preto
Preto
30º Teresópolis, Vale do Bonsucesso e Vale do
7 30 110 Teresópolis
BPM Paquequer
111 Sumidouro Sumidouro
Carmo, Córrego da Prata e Porto Velho do
112 Carmo
Cunha
16 Barra da Tijuca, Itanhangá, Joá
31º Rio de Recreio dos Bandeirantes, Barra de Guaratiba,
2 31
BPM 42 Janeiro Camorim, Grumari, Vargem Grande e Vargem
Pequena
Casimiro de Casimiro de Abreu, Professor Souza, Barra de
121
Abreu São João e Rio Dourado
Conceição de
122 Conceição de Macabú e Macabuzinho
Macabú
Centro, Cabiúnas, Barra de Macaé, Aeroporto e
32º 123 Macaé
6 32 Imboassica
BPM
Rio das
128 Rio das Ostras
Ostras
Quissamã Quissamã
130 Centro, UB-S, Rodagem, Carapebus e Praia de
Carapebus
Carapebus
Mangaratiba, Conceição de Jacareí, Vila Muri-
165 Mangaratiba
quí, Itacuruçá
33º
5 33 Angra dos Angra dos Reis, Jacuecanga, Cunhambebe,
BPM 166
Reis Mambucaba, Abraão e Praia de Araçatiba
167 Paraty Paraty, Paraty-Mirim e Tarituba
65 Magé, Santo Aleixo e Suruí
34º Magé
3 34 66 Inhomirim e Guia de Copaíba
BPM
67 Guapimirim Guapimirim
70 Tanguá Tanguá
Itaboraí, Cabuçú, Itambí, Porto das Caixas e
71 Itaboraí
Sambaetiba
35º 119 Rio Bonito Rio Bonito e Boa Esperança
4 35
BPM Silva Jardim, Aldeia Velha, Correntezas e
120 Silva Jardim
Gaviões
Cachoeiras de
159 Cachoeiras de Macacu, Japuíba e Subaio
Macacu
Itaocara, Portela, Batatal, Laranjais, Jaguarembe
135 Itaocara
e Estrada Nova
Santo Antônio de Pádua, Campelo, Paraoquena,
Santo Antô-
Monte Alegre, Ibitiguaçú, Santa Cruz, Baltazar,
136 nio de Pádua
Marangatú e São Pedro de Alcântara
36º
6 36 Aperibé Aperibé
BPM
137 Miracema Miracema, Venda das Flores e Paraíso do Tobias
Cambuci, Três Irmãos, Funil, Monte Verde e São
142 Cambuci
João do Paraíso
São Sebastião
155 São Sebastião do Alto, Valão do Barro e Ipituna
do Alto