Sei sulla pagina 1di 6

RECLAMAÇÃO 17.

486 PERNAMBUCO

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


RECLTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
RECLDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
INTDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA
ADV.(A/S) : RODRIGO RANGEL MARANHÃO

DECISÃO:
Vistos.
Cuida-se de reclamação constitucional, com pedido de liminar,
ajuizada pela UNIÃO em face do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, cuja
decisão estaria afrontando a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a
eficácia da decisão nas ADIs nº 4.425/DF e 4.357/DF.
Postula que seja julgada procedente a reclamação para cassar a
decisão reclamada e determinar ao STJ que aplique o entendimento do
STF de acordo com a modulação dos efeitos nas ações paradigmas.
Em decisão de 29/4/14, deferi o pedido liminar.
Indeferi o pedido de ingresso do CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL (CFOAB) como assistente na presente reclamação.
Contra essa decisão, houve interposição de agravo regimental.
A autoridade reclamada prestou as informações solicitadas, nas
quais narra o trâmite do processo originário.
A Procuradoria-Geral da República opinou pela procedência da
reclamação, em parecer assim ementado:

“Reclamação. Correção monetária de débito da Fazenda


Pública. Decisão reclamada que aplicou o entendimento fixado
no julgamento de mérito das AADDI 4.357 e 4.425, sem
considerar a suspensão cautelar da eficácia desses julgados.
Parecer pela procedência da reclamação.”

É o relatório. Decido.
Aponta-se como paradigma de confronto na presente reclamação a

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8833467.
RCL 17486 / PE

decisão proferida nas ADIs nºs 4.357/DF e 4.425/DF, mediante a qual


declarou-se parcialmente inconstitucional a sistemática de pagamento de
precatórios introduzida pela EC nº 62/09.
Referida Emenda Constitucional fez incluir o §12 no art. 100 da
CF/88, mediante o qual se pretendeu instituir o “índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança” como índice de
“atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo
pagamento”.
Na sessão plenária de 25/3/15, foi concluído o julgamento da questão
de ordem suscitada para modular os efeitos da decisão nas referidas
ADIs. Nessa oportunidade, no tocante ao índice de correção monetária de
precatório, o STF

“conferiu eficácia prospectiva à declaração de


inconstitucionalidade dos seguintes aspectos da ADI, fixado
como marco inicial a data de conclusão do julgamento da
questão de ordem (25.3.2015) e mantendo-se válidos os
precatórios expedidos ou pagos até esta data, a saber: 2.1.)
seria mantida a aplicação do índice oficial de remuneração
básica da caderneta de poupança (TR), nos termos da EC
62/2009, até 25.3.2015, data após a qual (i) os créditos em
precatórios deveriam ser corrigidos pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e (ii) os precatórios
tributários deveriam observar os mesmos critérios pelos quais a
Fazenda Pública corrige seus créditos tributários; e 2.2.) seriam
resguardados os precatórios expedidos, no âmbito da
Administração Pública Federal, com base nos artigos 27 das
Leis 12.919/2013 e Lei 13.080/2015, que fixam o IPCA-E como
índice de correção monetária;” (grifei)

No caso dos autos, a decisão reclamada foi proferida em fase de


conhecimento e abrange discussão quanto à forma de atualização do
valor da condenação no período anterior à expedição do precatório, tema
que não foi objeto de discussão nas ADIs nºs 4.357/DF e 4.425/DF.
A ausência de aderência estrita entre o tema em debate na decisão

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8833467.
RCL 17486 / PE

reclamada e a matéria decidida pelo STF nas ações paradigmas é


reforçada pelo reconhecimento da repercussão geral nos autos do RE nº
870.947/SE, no qual o Relator, Ministro Luiz Fux, manifestou-se in verbis:

“(...)
Diferentemente dos juros moratórios, que só incidem uma
única vez até o efetivo pagamento, a atualização monetária da
condenação imposta à Fazenda Pública ocorre em dois
momentos distintos.
O primeiro se dá ao final da fase de conhecimento com o
trânsito em julgado da decisão condenatória. Esta correção
inicial compreende o período de tempo entre o dano efetivo (ou
o ajuizamento da demanda) e a imputação de responsabilidade
à Administração Pública. A atualização é estabelecida pelo
próprio juízo prolator da decisão condenatória no exercício de
atividade jurisdicional.
O segundo momento ocorre já na fase executiva, quando o
valor devido é efetivamente entregue ao credor. Esta última
correção monetária cobre o lapso temporal entre a inscrição do
crédito em precatório e o efetivo pagamento. Seu cálculo é
realizado no exercício de função administrativa pela
Presidência do Tribunal a que vinculado o juízo prolator da
decisão condenatória.
Pois bem. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar as ADIs
nº 4.357 e 4.425, declarou a inconstitucionalidade da correção
monetária pela TR apenas quanto ao segundo período, isto é,
quanto ao intervalo de tempo compreendido entre a inscrição
do crédito em precatório e o efetivo pagamento. Isso porque a
norma constitucional impugnada nas ADIs (art. 100, §12, da
CRFB, incluído pela EC nº 62/09) referia-se apenas à atualização
do precatório e não à atualização da condenação ao concluir-se
a fase de conhecimento.
(…)
A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, tal como fixada
pela Lei nº 11.960/09, é, porém, mais ampla, englobando tanto a
atualização de requisitórios quanto a atualização da própria

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8833467.
RCL 17486 / PE

condenação. Confira-se:

Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda


Pública, independentemente de sua natureza e para fins
de atualização monetária, remuneração do capital e
compensação da mora, haverá a incidência uma única vez,
até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de
remuneração básica e juros aplicados à caderneta de
poupança.

As expressões ‘uma única vez’ e ‘até o efetivo pagamento’


dão conta de que a intenção do legislador ordinário foi reger a
atualização monetária dos débitos fazendários tanto na fase de
conhecimento quanto na fase de execução. Daí por que o STF,
ao julgar as ADIs nº 4.357 e 4.425, teve de declarar a
inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº
9.494/97. Essa declaração, porém, teve alcance limitado e
abarcou apenas a parte em que o texto legal estava logicamente
vinculado no art. 100, §12, da CRFB, incluído pela EC nº 62/09, o
qual se refere tão somente à ‘atualização de valores de
requisitórios’.
Na parte em que rege a atualização monetária das
condenações impostas à Fazenda Pública até a expedição do
requisitório (i.e., entre o dano efetivo/ajuizamento da demanda
e a condenação), o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 ainda não foi
objeto de pronunciamento expresso do Supremo Tribunal
Federal quanto à sua constitucionalidade e, portanto, continua
em pleno vigor.”

Destaco que, por atribuição constitucional, presta-se a reclamação


para preservar a competência do STF e garantir a autoridade de suas
decisões (art. 102, inciso I, alínea l, CF/88), bem como para resguardar a
correta aplicação das súmulas vinculantes (art. 103-A, § 3º, CF/88).
Em torno desses conceitos, a jurisprudência da Corte desenvolveu
parâmetros à utilização dessa figura jurídica, dentre os quais se destaca a
necessidade de aderência estrita do objeto do ato reclamado ao

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8833467.
RCL 17486 / PE

conteúdo das decisões paradigmáticas do STF. Vide precedentes nesse


sentido:

“(...) INADMISSIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO PELO


FATO DE O ACÓRDÃO ORA IMPUGNADO NÃO SE
AJUSTAR, COM EXATIDÃO E PERTINÊNCIA, AO
PARADIGMA DE CONFRONTO INVOCADO PELA PARTE
RECLAMANTE – PRECEDENTES – RECLAMAÇÃO NÃO
CONHECIDA – INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE AGRAVO
– PARECER DA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA
PELO NÃO PROVIMENTO DO RECURSO – RECURSO DE
AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl nº 16.492/SP-
AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe
de 6/11/14).

“Agravo regimental na reclamação. Ausência de


identidade de temas entre o ato reclamado e a ADI nº 3.460/DF.
Reclamação como sucedâneo de recurso. Agravo regimental
não provido. 1. Deve haver aderência estrita do objeto do ato
reclamado ao conteúdo da decisão paradigmática do STF para
que seja admitido o manejo da reclamatória constitucional. 2.
Agravo regimental não provido (Rcl nº 11.463/DF-AgR, de
minha relatoria, Primeira Turma, DJe de 13/2/15).

“(...)
– Os atos questionados em qualquer reclamação - nos
casos em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão
do Supremo Tribunal Federal - hão de se ajustar, com exatidão
e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados
como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela
análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da
deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de
controle emanado deste Tribunal.” (Rcl nº 6.534/MA-AgR,
Tribunal Pleno, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de
17/10/08, grifos no original).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8833467.
RCL 17486 / PE

Por fim, destaco que não há notícia de que, nos autos originários,
tenha sido expedido precatório até a data de 25/3/15, razão pela qual não
verifico possibilidade de repercussão da modulação dos efeitos nas ADIs
nºs 4.357/DF e 4.425/DF sobre o processo de referência ao Recurso
Especial nº 1.418.095/PE.
Ante o exposto, nego seguimento à reclamação, nos termos do
artigo 21, § 1º, do RISTF. Em consequência, casso a liminar anteriormente
deferida e julgo prejudicado o agravo regimental interposto contra
decisão que indeferiu o ingresso da CFOAB nos autos.
Publique-se. Int..
Brasília, 9 de junho de 2015.

Ministro DIAS TOFFOLI


Relator
Documento assinado digitalmente

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8833467.

Potrebbero piacerti anche