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486 PERNAMBUCO
DECISÃO:
Vistos.
Cuida-se de reclamação constitucional, com pedido de liminar,
ajuizada pela UNIÃO em face do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, cuja
decisão estaria afrontando a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a
eficácia da decisão nas ADIs nº 4.425/DF e 4.357/DF.
Postula que seja julgada procedente a reclamação para cassar a
decisão reclamada e determinar ao STJ que aplique o entendimento do
STF de acordo com a modulação dos efeitos nas ações paradigmas.
Em decisão de 29/4/14, deferi o pedido liminar.
Indeferi o pedido de ingresso do CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL (CFOAB) como assistente na presente reclamação.
Contra essa decisão, houve interposição de agravo regimental.
A autoridade reclamada prestou as informações solicitadas, nas
quais narra o trâmite do processo originário.
A Procuradoria-Geral da República opinou pela procedência da
reclamação, em parecer assim ementado:
É o relatório. Decido.
Aponta-se como paradigma de confronto na presente reclamação a
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8833467.
RCL 17486 / PE
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RCL 17486 / PE
“(...)
Diferentemente dos juros moratórios, que só incidem uma
única vez até o efetivo pagamento, a atualização monetária da
condenação imposta à Fazenda Pública ocorre em dois
momentos distintos.
O primeiro se dá ao final da fase de conhecimento com o
trânsito em julgado da decisão condenatória. Esta correção
inicial compreende o período de tempo entre o dano efetivo (ou
o ajuizamento da demanda) e a imputação de responsabilidade
à Administração Pública. A atualização é estabelecida pelo
próprio juízo prolator da decisão condenatória no exercício de
atividade jurisdicional.
O segundo momento ocorre já na fase executiva, quando o
valor devido é efetivamente entregue ao credor. Esta última
correção monetária cobre o lapso temporal entre a inscrição do
crédito em precatório e o efetivo pagamento. Seu cálculo é
realizado no exercício de função administrativa pela
Presidência do Tribunal a que vinculado o juízo prolator da
decisão condenatória.
Pois bem. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar as ADIs
nº 4.357 e 4.425, declarou a inconstitucionalidade da correção
monetária pela TR apenas quanto ao segundo período, isto é,
quanto ao intervalo de tempo compreendido entre a inscrição
do crédito em precatório e o efetivo pagamento. Isso porque a
norma constitucional impugnada nas ADIs (art. 100, §12, da
CRFB, incluído pela EC nº 62/09) referia-se apenas à atualização
do precatório e não à atualização da condenação ao concluir-se
a fase de conhecimento.
(…)
A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, tal como fixada
pela Lei nº 11.960/09, é, porém, mais ampla, englobando tanto a
atualização de requisitórios quanto a atualização da própria
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condenação. Confira-se:
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“(...)
– Os atos questionados em qualquer reclamação - nos
casos em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão
do Supremo Tribunal Federal - hão de se ajustar, com exatidão
e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados
como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela
análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da
deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de
controle emanado deste Tribunal.” (Rcl nº 6.534/MA-AgR,
Tribunal Pleno, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de
17/10/08, grifos no original).
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Por fim, destaco que não há notícia de que, nos autos originários,
tenha sido expedido precatório até a data de 25/3/15, razão pela qual não
verifico possibilidade de repercussão da modulação dos efeitos nas ADIs
nºs 4.357/DF e 4.425/DF sobre o processo de referência ao Recurso
Especial nº 1.418.095/PE.
Ante o exposto, nego seguimento à reclamação, nos termos do
artigo 21, § 1º, do RISTF. Em consequência, casso a liminar anteriormente
deferida e julgo prejudicado o agravo regimental interposto contra
decisão que indeferiu o ingresso da CFOAB nos autos.
Publique-se. Int..
Brasília, 9 de junho de 2015.
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