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Ex-secretario da SETAD é acusado de

improbidade administrativa
São acusados também de improbidade o então assessor da SETAD, a IUA e seu
responsável, além de outras pessoas e empresas por irregularidades na execução de
convênio para cadastramento do Programa Bolsa Família.

Transferência à entidade privada de atividade típica do município, fraude à licitação,


desvio de finalidade na aplicação de recursos repassados para o cadastramento do
Programa Bolsa Família e superfaturamento de despesas em mais de 100%. Essas são
algumas das principais irregularidades que levaram os Ministérios Públicos Federal
(MPF/BA) e Estadual (MP) a ajuizarem ontem, 13, na 12º Vara da Justiça Federal uma
ação de improbidade administrativa contra o ex-secretário Eliel Lima Santana e o então
assessor Vantuil Sales Mota da Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e
Direitos do Cidadão (SETAD).

São alvos também da ação, a Instituição Universal do Amparo (IUA), o responsável


pela entidade, Antônio Barros Moreira Filho, as empresas Matheus Comércio de
Veículos Transportes e Serviços Ltda, Sinai Informática Ltda e seus representantes
legais, Ana Célia Santiago Freitas e Tales Antônio Moraes Campos, respectivamente.

Há um ano, o ex-secretário da antiga Secretaria de Desenvolvimento Social firmou o


convênio 014/2008 com a IUA para o cadastramento de famílias carentes que
cumprissem os requisitos do Programa Bolsa Família. A SETAD transferiu à instituição
um montante de 1,8 mi reais, sendo cerca de 695 mil reais como valor inicial e mais 1,1
milhão de reais como verba aditiva. Além de transferir irregularmente atividade típica
do município para uma instituição privada, o convênio foi firmado sem a realização de
processo licitatório. Com apenas 12 funcionários e falta de estrutura para gerir o
programa, a IUA foi contratada de forma direta sob alegação de ter “larga experiência”
no ramo. E mais, todo o recurso humano e material necessário para a realização do
programa foi subcontratado também sem qualquer tipo de licitação.

Apesar da flagrante inaptidão da IUA para a realização do convênio, o secretário,


juntamente com seu assessor, contrataram a instituição para funcionar como
intermediária nas negociações entre a secretaria e os fornecedores de materiais. Apesar
de o cadastramento estar formalmente sob responsabilidade da IUA, quem coordenava o
processo era a própria SETAD, sendo Vantuil Mota o gestor dos negócios. Era ele quem
pedia orçamentos, materiais e ordens de fornecimento. Cabia à IUA apenas efetuar os
pagamentos, atendendo a determinação da Setad.

Superfaturamento - Entre as irregularidades, destaca-se o superfaturamento de mais de


100% no aluguel de um veículo e de 160% a 446% na compra de produtos que nada têm
a ver com o objeto do convênio. Durante quatro meses, a empresa Matheus Comércio de
Veículos alugou à IUA por 4.610 mil reais um carro popular que costuma ser locado por
apenas 2,1 mil reais.

Os procuradores da República que assinam a ação, Juliana de Azevedo Moraes e Danilo


Pinheiro Dias, e a promotora de Justiça Rita Tourinho afirmam que o desvio de verbas
não foi exclusividade dos contratos de locação de veículos. A empresa Sinai Informática
recebeu significativos recursos públicos para o fornecimento de produtos que não
correspondiam a sua finalidade social e que variaram de material de escritório (tesoura,
papel, extrator de grampos), passando por gêneros alimentícios (batata-doce, fubá de
milho, margarina), material de limpeza (vassoura, desinfetante) até utensílios para
cozinha (panela, caldeirão, cuscuzeiro).

“Tudo isso – cumpre relembrar – não foi antecedido de qualquer processo licitatório que
agregasse ao implausível fornecimento um mínimo grau de legitimidade ou
veracidade”, afirmam os representantes do Ministério Público na ação. Salta aos olhos,
ainda, o superfaturamento de 446% no preço do bloco autoadesivo (post-it) e de 280%
no valor do extrator de grampo, quando comparados os preços pagos pela IUA com
valores de contratos decorrentes de licitações realizadas por outras esferas da
administração pública.

Outro ponto questionado pelo MPF/BA e o MP da Bahia é o possível desvio de


finalidade do convênio, tendo em vista o aumento dos cadastros para o Programa Bolsa
Família. O índice mensal – que girava em torno de um a três mil cadastramentos –
passou para nove mil em agosto, 15 mil em setembro e 12 mil em outubro – período
imediatamente anterior às eleições municipais. A partir de novembro – logo após o
pleito -, os índices mensais voltaram exatamente à média normal anterior: um a três mil
cadastramentos mensais. Para avaliar o possível uso da máquina pública com finalidade
eleitoral, os procuradores da área de patrimônio público encaminharam, ainda no ano
passado, cópia do inquérito civil para apuração na Procuradoria Regional Eleitoral
(PRE).

Com o objetivo de minorar os prejuízos causados ao patrimônio público, em dezembro


do ano passado o Ministério Público conseguiu uma liminar, concedida em ação
cautelar, que impediu a continuidade dos repasses da Setad para a IUA e a quebra do
sigilo bancário da instituição. Agora, o MPF/BA e o MPE/BA pedem a
indisponibilidade dos bens de todos os acusados e a condenação dos réus nas sanções
previstas na lei de improbidade administrativa (art. 12 da Lei nº 8.429/92), como o
ressarcimento integral do dano, a suspensão dos direitos políticos, a proibição de
contratar com o poder público e dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, entre outros.

Número da ação para consulta processual: 2009.33.00.004573-8.

Publicado em: 14/05/2009

Fonte: Ministério Público Federal - Procuradoria da República na Bahia


http://www.prba.mpf.gov.br/mpf-noticias/ex-secretario-da-setad-e-acusado-de-improbidade

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