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FISIOLOGIA DOS ANIMAIS

O homem tem questionado muito sobre o mundo biológico. Entrtanto, duas questões sobressaem dada a sua
importância. A estrutura e a função. Ou seja, conhecer a estrutura e compreendera função.

O conhecimento da estrutura conduziu-nos, desde há muitos anos, a observação da morfologia dos animais e
das plantas e, consequentemente, a sua classificação. Todos esses aspectos concorrem para o
desenvolvimento da fisiologia, ciência que estuda as funções dos órgãos, sistemas de órgãos e suas
correlações.

HOMEOSTASIA

Morfologicamente os organismos são constituídos por unidades (células animais) que têm a capacidade de
existir independentemente umas das outras, desde que lhes sejam fornecidos nutrientes e outras substâncias
necessárias ao seu metabolismo. Entretanto, quando fazem parte de um organismo, as células não funcionam
independentemente umas das outras, mas sim de forma coordenada e concertada, de modos a manter a
sobrevivência do próprio organismo.

Esta coordenação celular faz com que todos os sistemas trabalhem também de forma integrada de modo a
manterem a sobrevivência do todo.

Os sistemas nervoso e hormonal regulam o funcionamento das células e, consequentemente, do organismo


como todo e controlam vários mecanismos homeostáticos, que permitem manter a composição do meio interno
dentro de valores constantes e compatíveis com a vida.

Os mecanismos de homeostasia permitem ao meio interno manter-se independente das grandes oscilações a
que o meio externo está constantemente sujeito.

Conhecem-se vários mecanismos de homeostasia no reino animal, que dependem, sobretudo, do organismo e
do seu habitat.

De entre os vários mecanismos homeostáticos conhecidos destacam-se a osmorregulação, em que intervém o


sistema excretor.

FUNÇÕES DE NUTRIÇÃO

Na grande maioria dos organismos, há necessidade de se manter um intercâmbio de substâncias entre as


células e o meio externo, apesar de estas estarem relativamente distantes.

Durante o processo evolutivo, órgãos e sistemas de órgãos diferenciaram-se e cooperam entre si, fornecendo
às células os materiais indispensáveis ao seu metabolismo e eliminando os produtos prejudiciais resultantes
desse metabolismo.

Os sistemas digestivo, circulatório, respiratório e urinário cooperam de modo a garantir um ambiente entre as
células, favorável à sua sobrevivência.

Ao nível dos sistemas digestivo, respiratório e urinário existem superfícies que separam os meios externo do
interno. O meio interno é representado pelo sangue e pelos fluídos que banham as células. O sistema
circulatório estabelece a ligação os referidos sistemas e as células.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


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DIGESTÃO E NUTRIÇÃO

Todos os animais são heterotróficos, têm como fonte única de carbono, moléculas orgânicas sintetizadas por
outros organismos.

Os herbívoros alimentam-se de produtos vegetais, os carnívoros alimentam-se de outros animais ou produtos


de origem animal e os omnívoros consomem uma ementa mista, constituída por alimentos de origem animal e
de origem vegetal.

Apesar de alguamas variações, os organismos requerem todos os mesmos compostos básicos como:
substâncias minerais, vitaminas, glícidos, lípidos e prótidos. Estes compostos fazem parte dos alimentos e têm
de ser previamente digeridos para poderem sere absorvidos.

O conjunto de processos envolvidos desde a ingestão dos alimentos até à sua utilização pelas células, constitui
a nutrição.

PROCESSAMENTO DOS ALIMENTOS

O modo usado para procurar e captar os alimentos varia consideravelmente de animal para animal. Contudo, os
mecanismos pelos quais esses alimentos são transformados em moléculas utilizáveis no interior do organismo
são similares.

Em todos os animais existem células, cavidades ou órgãos especializados no processamento dos alimentos.
Esse processamento inclui: ingestão, absorção e egestão ou eliminação dos resíduos.

 Ingestão – selecção, captação e introdução dos alimentos no organismo, onde posteriormente ocorre a
digestão e a absorção.

Existem diversos métodos utilizados na captação e ingestão dos alimentos:

 Alimentos filtrados – muitos animais aquáticos alimentam-se de plânton ou de pequenos organismos


abundantes na água, utilizando diferentes processos para ingeri-los. Um dos processos mais
importante e mais difundido é a filtração.
 Alimentos detríticos – alguns animais, como certos anelídeos, alimentam-se de detritos orgânicos,
quer de origem animal quer de origem vegetal, que se encontram no solo ou nos fundos aquáticos.
 Alimentos sólidos – grande parte de animais utiliza alimentos sólidos de origem animal ou vegetal,
constituídos, por vezes, por fragmentos grandes ou mesmo por organismos inteiros. Nesta situação
existem, geralmente, órgãos que os dilaceram e fragmentam.
 Alimentos líquidos – frequentemente, aguns animais como os parasitas, alimentam-se apenas de
fluídos, animais ou vegetais. Por exemplo, os pulgões utilizam a seiva floémica, as fêmeas dos
mosquitos e outros animais, alimentam-se de sangue, as borboletas e as abelhas aspiram o néctar das
flores.
 Digestão – os alimntos contêm moléculas complexas, como as proteínas, lípidos e polissacáridos, que
não podem ser absorvidas. Nos órgãos digestivos muitas dessas moléculas são hidrolizadas, por
acção enzimática, em moléculas mais simples e solúveis. A digestão é um fenómeno essencialmente
químico que é facilitado quando os alimentos são triturados e fragmentados em pequenas partículas,
aumentando a superfície de contacto com as enzimas.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


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A digestão pode ser intracelular e/ou extracelular.

 Digestão intracelular - verificaça-se em animais mais simples, como os Poríferos, Cnidários e


Platelmintes, e ocorre em vacúolos digestivos dentro de células especializadas.
 Digestão extracelular – ocorre em cavidades digestivas que, apesar de se encontrarem dentro do
organismo, fazem parte do meio externo, pois correspondem a prolongamentos desse meio para o
interior do corpo.

A digestão extracelular representa uma vantagem evolutiva para os animais, pois podem ingerir, em
cada refeição, quantidades significativas de alimento, que é armazenado e vai sendo digerido durante
um período de tempo mais ou menos longo.

ABSORÇÃO – As moléculas mais simples resultantes da digestão atravessam a membrana dos órgãoe
digestivos para o meio interno. Os nutrientes caem na circulação (sangue e outros fluídos) e vão até as células.
Ou, podem passar directamente do meio interno para as células do organismo onde são utilizados na actividade
metabólica, podendo ser catalizados, permitindo a mobilização de energia ou a síntese de moléculas que fazem
parte da estrutura celular ou que desempenham funções catalíticas.

EGESTÃO ou ELIMINAÇÃO DOS RESÍDUOS – Expulsão das partículas não digeridas ou absorvidas pelo
organismo.

TPC:

- Ver aspectos evolutivos dos sistemas digestivos em:

 Cnidários e Platelmintos
 Anelídeos
 Vertebrados.

EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DIGESTIVOS

Os sistemas digestivos evoluíram no sentido de um aproveitamento cada vez mais eficaz dos alimentos.

O tubo digestivo pode ser uma simples cavidade ou apresentar diferentes órgãoe especializados, tornando-o
muito complexo.

CNIDÁRIOS E PLATELMINTES

Os animais mais simples, como por exemplo, a hidra e a planária, apresentam uma cavidade digestiva
denominada cavidade gastrovascular, que possui uma única abertura. Essa abertura, apesar de ser
designada por boca, funciona também como ânus. Por ela entram os alimentos e saem os resíduos não
digeridos.

Células glandulares da gastroderme lançam enzimas para a cavidade gastrovascular, onde se inicia a digestão
(digestão extracelular).

As partículas semidigeridas na cavidade gastrovascular são fagocitadas por células digestivas da parede dessa
cavidade, onde, em vacúolos digestivos, a digestão é completada pela hidrólise das macromoléculas por acção
enzimática. Nestes animais coexistem, pois, os dois tipos de digestão: a extra e a intracelular.

A planária, apesar de não ter órgãos especializados, apresenta a cavidade digestiva já com alguma
difereniação. Possui uma faringe projectada para fora da boca, que capta os animais de que se alimenta. Além
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disso, o tubo digestivo forma três ramificações: uma anterior e duas posteriores, que, por sua vez, se ramificam,
ficando todas as células do organismo muito próximas do tubo digestivo, compensando assim a falta de
sistema circulatório.

A cavidade gastrovascular participa não só na digestão como também na distribuição dos alimentos através do
organismo (daí a designação de vascular).

Um tubo digestivo em que existe uma única abertura, como no caso da hidra e da planária, designa-se por tubo
digestivo incompleto.

ANELÍDEOS

A minhoca possui o tubo digestivo diferenciado em diversas regiões especializadas.

Possui faringe musculosa que suga os alimentos, esófago, papo (onde são armazenados), moela (onde são
triturados). A digestão é extracelular e ocorre no intestino por acção de enzimas hidrolíticas. O intestino possui
uma prega (o tiflosole), permitindo uma absorção eficiente. Os resíduos alimentares não absorvidos são
eliminados pelo ânus, terminando o sistema.

Tal como a minhoca, os animais hierarquicamente superiores aos platelmintes possuem tubo digestivo com
duas aberturas (a boca e o ânus). Um tubo digestivo deste tipo designa-se por tubo digestivo completo.

VERTEBRADOS

O tubo digestivo nos vertebrados é completo e possui uma constituição básica semelhante, apresentando, no
entanto, em alguns casos, diferenças relacionadas com o regime alimentar.

Todos os vertebrados possuem no sistema digestivo dois órgãos anexos, o fígado e o pâncreas, cujas
secressões são lançadas no intestino do animal, misturando-se com os alimentos. Alguns possuem também
glândulas salivares.

AVES – Nas aves, em regra, existe, ao nível do esófago, uma dilatação, o papo, onde são armazenados os
alimentos e os grãos amolecidos. As aves possuem no seu estômago geralmente, dois compartimentos: o
proventrículo, onde é segregado o suco gástirico com as respectivas enzimas e a moela.

As aves carnívoras não têm papo e o estômago é formado por um único compartimento de parede mais fina e
elástica.

O tubo digestivo das aves termina na cloaca, cavidade onde terminam também os ureteres e os canais
reprodutores e comunica com o exterior pelo orifício cloacal.

MAMÍFEROS – Estes apresentam algumas adaptações específicas do tubo digestivo, de acordo com regime
alimentar.

Nos carnívoros e omnívoros o estômago é constituido por um único compartimento em forma de saco, de
paredes musculosas, provido de glândulas produtoras de ácido clorídrico (que destroi as bactérias ingeridas
com os alimentos e provocam a morte de presas ainda vivas) e enzimas.

Nos herbívoros o intestino é, proporcionalmente, muito maior que o dos animais carnívoros. Em certos
mamíferos existem adaptações interessantes relacionadas, principalmente, com a dieta rica em celulose. Nos
ruminantes (bois, bisontes, búfalos, cabras, antílopes, ovelhas, girafas) o estômago é enorme, apresentando-se

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constituído por quatro compartimentos: pança ou rúmen, barrete ou retículo, folhoso ou omaso e coalheira ou
abomaso.

Embora a digestão se inicie na boca, é no estômago, e, sobretudo ao nível do intestino delgado, que ela se
processa, graças à intervenção de uma grande variedade de enzimas.

As enzimas fazem parte dos sucos digestivos que são produzidos em glândulas. Estas podem encontrar-se
incorporadas na parede do tubo digestivo ou fazer parte de órgãos anexos ao tubo digestivo.

No tubo digestivo existem:

 Glândulas gástricas, na parede do estômago;


 Glândulas intestinais, na parede do intestino delgado.

Como órgãs anexos ao tubo digestivo, destacam-se:

 Glândulas salivares – Segregam a saliva que é lançada na boca.


 Pâncreas – segrega o suco pancreático que é lançado no duodeno.
 Fígado – produz a bilis que, embora desprovida de enzimas digestivas, desempenha também uma
actividade impoprtante, pois emulsiona os lípidos, facilitando a sua digestão.

Ao nível do intestino delgado, no qual se realiza a absorção, existem estruturas na parede interna que
aumentam significativamente a área da superfície de absorção.

A parede interna do intestino delgado possui pregas, denominadas vâlvulas coniventes, que aumentam a
superfície de contacto com os alimentos. Estas vâlvulas, por sua vez, estão recobertas por milhões de
pequenas estruturas em forma de dedo de luva, as vilosidades intestinais. As células voltadas para o lúmen
do intestino (meio externo) apresentam inúmeras digitações, as microvilosidades ou microvilos que
aumentam significativamente a superfície interna do intestino, permitindo um maior contacto entre os nutrientes
e a parede do intestino, o que facilita a absorção intestinal.

A absorção faz-se quer por transporte passivo (a favor do gradiente de concentração), quer por transporte activo
(contra o gradiente de concentração).

ASPECTOS COMPARATIVOS DA ORGANIZAÇÃO DO TUBO DIGESTIVO

Geralmente, nos animais que apresentam tubo digestivo com zonas especializadas podem identificar-se
diferentes regiões:

 Região receptora – inclui a cavidade bucal com diferentes tipos de armaduras bucais e a faringe.
Podem existir na boca estruturas como mandíbulas, rádula ou dentes, que têm a função trituradora.

De um modo geral, os vertebrados possuem dentes. Nos vertebrados inferiores (Peixes, Anfíbios e Répteis) os
dentes são utilizados para agarrar a presa antes de a engolir, mas não na mastigação.

As aves nao possuem dentes, têm por vezes a boca transformada em bicos fortes com que dilaceram as
presas.

Somente os mamíferos possuem mastigação verdadeira, pois apresentam, geralmente, dentição diferenciada
em: incisivos, caninos, pré-molares e molares, relacionados com o seu regime alimentar.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


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A saliva produzida pelas glândulas salivares é lançada para a cavidade bucal, para lubrificar e facilitar a
deglutição. A saliva de alguns animais como certos moluscos herbívoros, alguns insectos e primatas,
contém amilase, que provoca a hidrólise do amido. Por vezes, a saliva contém substâncias tóxicas, que
imobilizam as presas, ou substâncias anticoagulantes, quando os animais se alimentam de sangue.

 Região de transporte e armazenamento – nos vertebrados e em muitos invertebrados, ao longo do


esófago os alimentos são conduzidos até à região digestiva. Em muitos animais o esófago possui uma
dilatação, o papo, onde o alimento é armazenado antes da digestão.
 Região de digestão e absorção – constituída pelo estômago e pelo intestino delgado. Em muitos
vertebrados e em alguns invertebrados é no estômago que se inicia a digestão, armazenando também
o alimento e misturando-o com sucos digestivos. Por vezes existe um estômago mecânico, a moela.

Nos invertebrados com estômago simples e em todos os vertebrados, o intestino é muito importante na digestão
e na absorção.

 Região de absorção de água e de concentração de resíduos – corresponde o intestino grosso,


onde os resíduos alimentares nao digeridos se tornam mais consistentes à medida que a água vai
sendo absorvida, formando-se as feses sólidas ou semi-sólidas, que são expulsas por egestão.

Em certos animais como insectos, répteis e aves, cujas feses são quase secas, a reabsorção da água é
particularmente importante.

SISTEMAS DE TRANSPORTE

As células recebem materiais do meio que as envolve e lançam para esse meio produtos do seu metabolismo. A
passagem de substâncias químicas através da membrana celular só é possível se essas substâncias estiverem
dissolvidas, por isso as células estão banhadas em meio líquido. Mesmo nos animais mais complexos, todas as
células estão rodeadas por um fluido intesrsticial com o qual estabelecem as trocas de materiais.

Dado a sua simplicidade, nos aquáticos ocorre uma difusão directa entre o meio externo e as células, por estas
estarem relativamente próximas deste. Mas, nos animais complexos, a maioria das células está bastante
afastada dos sistemas digestivo, respiratório e excretor, através dos quais se estabelecem as trocas com o meio
externo.

UM SISTEMA DE TRANSPORTE, TIPICAMENTE, INCLUI:

 Um fluído circulante, como por exemplo o sangue;


 Um órgão propulsor do sangue, geralmente o coração;
 Um sistema de vasos ou espaços por onde o fluído circula.

EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE

O grau de complexidade dos animais condiciona diferentes tipos de transporte interno. Apenas os animais
celomados apresentam um sistema circulatório com órgãos especializados no transporte de substâncias.

Animais sem sistema de tarnsporte

Dado a grande proximidade de todas às células, âs células digestivas e à água, nos animais muito simples e
aquáticos não existe um sistema de transporte especializado. É o que acontece nos animais dos filos Porífera,
Cnidária, Nematelmintes e Platelmintes.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


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Nos Cnidários, tanto a gastroderme como a epiderme estão em contacto com a água. As contrações da
cavidade gastrovascular, que se prolonga para o interior dos tentáculos, e os movimentos dos cílios das células
da gastroderme provocam a deslocação do conteúdo, distribuindo o alimento por toda ela.

A planária e outros platelmintes são animais de pequena espessura cuja cavidade gastrovascular é muito
ramificada, chegando próximo de todas as células. As substâncias difundem-se rapidamente dos ramos da
cavidade digestiva para o fluído intersticial e deste para as células.

TPC: Ver aspectos do transporte nos animais dos filos acima referenciados.

TRANSPORTE NOS ARTRÓPODES E NOS ANELÍDEOS

Nos invertebrados celomados existe um sistema de órgãoe de complexidade variável que assegura a circulação
do sangue e uma ligação rápida entre o meio externo e o meio interno do animal. (ver apectos do transpote
nos Artrópodes e nos Anelídeos).

Um sistema de transporte em que o sangue abandona os vasos sanguíneos e passa para lacunas, banhando
directamente as células, é um sistema circulatório aberto. Nesta circulação não há diferença entre o sangue e
o fluído intersticial e, por isso, alguns biólogos usam termo hemolinfa para designar esse fluído.

Nos Anelídeos, como a minhoca, por exemplo, todo o percurso do sangue se faz dentro devasos, designando-
se por isso sistema circulatório fechado.

A circulação do sangue em sistemas abertos é mais lenta do que em sistemas fechados, sendo este, portanto,
mais eficiente. Apesar disso, animais com forte actividade, e po isso com alta taxa metabólica, como os
insectos, têm um sistema circulatório aberto. Neste caso o sangue é desprovido de pigmentos, não participando
na distribuição do oxigénio. É a estrutura do sistema respiratório que assegura uma oxigenação eficiente dos
tecidos.

TRANSPORTE NOS VERTEBRADOS

Nos vertebrados, o sistema circulatório, também chamado sistema cardiovascular, é fechado. O sangue é
impulsionado pelo coração através de um sistema contínuo de vasos sanguíneos.

FUNÇÕES VITAIS DA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA

 Transporte de nutrientes provenientes do tubo digestivo ou da mobilização das reservas até às células;
 Transporte do oxigénio, das superfícies respiratórias até às células vivas;
 Remoção das excressões resultantes do metabolismo celular para os órgãos em que são eliminadas;
 Transporte de hormonas, das glândulas endócrinas até às células-alvo;
 Defesa do organismo contra elementos (corpos) estranhos;
 Distribuição do calor metabólico no organismo.

CIRCULAÇÃO SIMPLES E CIRCULAÇÃODUPLA

No sistema circulatório dos vertebrados o coração ventral, apresenta nos animais das diferentes classes um
número variável de aurículas e de ventrículos. Também é variável o número de vasos directamente ligados ao
coração.

“Apesar das diferenças no sistema circulatório, em todos os vertebrados, o sangue chega por veias às
aurículas, passa para os ventículos, e sai por artérias que se ramificam em arteríolas para os diferentes

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órgãos, até formar redes de capilares. Estes reunem-se em vénulas que vão convergindo até formar
grandes veias, que conduzem o sangue novamente para as aurículas”.

PEIXES – O coração dos peixes possui apenas duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo.

O sangue venoso vindo dos diferentes órgãos entra na aurícula por uma pequena dilatação, o seio venoso. A
aurícula contrai-se e impele (impulsiona) o sangue para o ventrículo, cuja contracção faz progredir o sangue,
sob pressão, para o cone arterial, seguindo depois para as brânquias. Aí o sangue é arterializado, chegando
depois à aorta dorsal que se ramifica para o corpo todo.

Ao nível das redes de capilares, nos diferentes órgãos, o sangue liberta o oxigénio e os nutrientes e
recebe o dióxido de carbono e outras excressões, regressando novamente ao coração.

Nos peixes, o coração é apenas atravessado por sangue venoso (nunca o arterial) e somente uma vez no
decurso de cada circulação. Diz-se, por isso, que têm circulação simples.

Durante a circulação o sangue passa por duas redes de capilares, uma ao nível das brânquias (capilares
branquiais) e outra ao nível dos diferentes órgãos (capilares sistémicos).

ANFÍBIOS – Nos anfíbios o coração tem três cavidades, duas aurículas e um ventrículo. O sangue venoso
vindo das diferentes partes do corpo (dos órgãos) entra pela aurícula direita e na esquerda, sangue arterial que
regressa dos pulmões. Por contracção das aurículas, o sangue passa para o único ventrículo.

Devido à existência de um único ventrículo, seria de esperar que ocorresse mistura completa do sangue arterial
com o sangue venoso. Entretanto, tal não acontece e, admite-se que se deve, em parte, à não
simultaneidade na contracção das duas aurículas. O sangue venoso é bombeiado primeiro para o
ventrículo e deste para o cone arterial, que o encaminha para a “artéria pulmonar”, que se ramifica para
os pulmões e para a pele, onde o sangue é arterializado.

Existem nos anfíbios, duas circulações partindo do coração:

 Circulação pulmonar – O sangue proveniente do ventrículo chega aos pulmões onde é oxigenado,
regressando à aurícula esquerda pelas veias pulmonares. É também chamada pequena circulação.
 Circulaçõ sistémica – O sangue sai do ventrículo e dirige-se para todos os órgãos, regressando
venoso à aurícula direita. É também chamada grande circulação.

Os anfíbios apresentam, portanto, dupla circulação. Isto é, na circulação o sangue percorre dois trajectos
diferentes, passando duas vezes pelo coração.

Dado a possibilidade de ocorrer uma mistura parcial de sangue venoso e de sangue arterial ao nível do
ventrículo, diz-se que os Anfíbios têm circulação incompleta.

RÉPTEIS – Excepto os crocodilos, o coração dos répteis possui duas aurículas e um ventrículo, dividido
parcialmente por um septo (zona que divide o ventrículo) incompleto.

A aurícula direita recebe sangue venoso vindo dos diferentes órgãos e a aurícula esquerda sangue arterial que
regressa dos pulmões. A mistura de sangue no ventrículo é minimizada pelo desfasamento das
contracções auriculares, pela complexidade do coração e por uma assincronia na contracção das duas
metades do ventrículo. Assim, o sangue da metade direita do ventrículo tende a ser injectado
ligeiramente antes do sangue da metade esquerda, passando para o circuito pulmonar. Quando o sangue

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da parte esquerda sai do ventrículo encontra resistência no circuito pulmonar, que está cheio. Então o sangue
da parte esquerda entra nas crossas aórticas ou arcos sistémicos.

Nos crocodilos existem quatro cavidades no coração, duas aurículas e dois ventrículos, havendo, contudo, uma
ligação entre as duas crossas aórticas.

“Nos répteis a circulação é dupla e incompleta”.

AVES E MAMÍFEROS – O coração das aves e o dos mamíferos têm quatro cavidades, duas aurículas e dois
ventrículos, não havendo possibilidade de mistura de sangue. Por isso, estes animais têm circulação
completa, sendo a metade direita do coração atravessada apenas por sangue venoso e a metade esquerda por
sangue arterial.

“O sangue venoso (em azul) que regressa dos diferentes órgãos chega à aurícula direita, e à aurícula esquerda
sangue arterial (em vermelho) proveniente dos pulmões, passando pelos respectivos ventrículos”.

“A sístole do ventrículo direito impulsiona o sangue venoso pela artéria pulmonar para os pulmões, onde é
arterializado, regressando depois pelas veias pulmonares à aurícula esquerda”.

“A sístole do ventrículo esquerdo impele o sangue arterial pela aorta, que nas aves descreve a crossa para a
direita e nos mamíferos para a esquerda”.

“O sangue venoso regressa à aurícula direita pelas veias cavas”.

“Nas Aves e nos Mamíferos as células recebem um sangue mais oxigenado do que as células dos Anfíbios e
dos Répteis, e por isso aqueles apresentam uma maior capacidade energética. Parte dessa energia é usada no
controlo da temperatura, mantendo constante a temperatura do corpo, independente das variações térmicas
externas (do ambiente). São, portanto animais homeotérmicos”.

Considera-se na evolução dos sistemas de transporte:

Grupo sistemático Sistema de transporte Tipo de circulação


Porífera
Cnidária Ausente -
Platemintes
Artrópodes Aberto -
Anelídeos Fechado -
Peixes Fechado Simples
Anfíbios Fechado Dupla e incompleta
Vertebrados

Répteis Fechado Dupla e incompleta


Aves Fechado Dupla e completa
Mamíferos Fechado Dupla e completa
Pode afirmar-se que no reino Animalia existe uma evolução progres-
siva dos sistemas de transporte, que se tornam sucessivamente mais
complexos e eficientes. Essa eficiência é traduzida pela chegada rá-
pida de nutrientes e de oxigénio às células e pela remoção dos produ-
tos prejudiciais resultantes do metabolismo.

Estrutura dos vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos apresentam estruturas diferentes e, portanto, comportamentos também diferentes.

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Nas paredes das artérias e das veias existem três túnicas de diferentes tecidos:

Túnica externa – constituída por tecido conjuntivo denso com grande quantidade de fibras de colagénio e de
fibras elásticas.

Túnica média – formada por tecido muscular liso, cuja contracção regula a quantidade de sangue que circula.
Existe também um tecido conjuntivo rico em fibras elásticas.

Túnica interna – constituída por tecido epitelial de revestimento, o endotélio, e pela lâmina basal, uma camada
não celular, rica em proteínas e polossacáridos, que liga o endotélio às restantes túnicas. Nas artérias existem
ainda fibras elásticas.

MECANISMOS DA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA

O coração é um órgão de paredes musculares, cujas paredes das aurículas são mais finas que às ventriculares.

O músculo cardíaco é irrigado por artérias coronárias, que são ramificações da artéria aórta no ponto em que
esta deixa o coração. O regresso do sangue que irriga o miocárdio faz-se pela veia coronária que abre na
aurícula direita.

O coração realiza movimentos rítmicos de contracção e de relaxamento denominados, respectivamente, sístole


e diástole. Estes movimentos provocam diferenças de pressão responsáveis pela circulação do sangue.

O sangue afasta-se do coração para os diferentes órgãos através das artérias que se ramificam em arteríolas,
que originam, por sua vez, redes de capilares nos diferentes tecidos. Retorno do sangue ao coração faz-se
pelas vênulas, que convergem formando veias.

SISTEMA LINFÁTICO

Além do sistema circulatório sanguíneo, os vertebrados possuem um sistema linfático constituído por vasos
linfáticos e por órgãos linfóides, que desempenham funções muito importantes, tais como:

 Recolher e fazer retornar o fluído intersticial (linfa) ao sangue;


 Absorver os lípidos e vitaminas lipossolúveis ao nível do tubo digestivo;
 Contribuir para a defesa do organismo através de mecanismos imunitários.

Vasos linfáticos – durante a circulação sanguínea 99% do volume do sangue retorna ao coração. Isto significa
que cerca de 1% das subatâncias que atravessam a parede dos capilares para os tecidos, assim como alguns
leocócitos, não regressam aos capilares, juntando-se ao fluído intersticial, também chamado por alguns autores
linfa intersticial. O excesso deste fluído difunde-se para capilares linfáticos que existem nos diferentes órgãos,
entre os vasos sanguíneos.

Uma vez dentro dos vasos do sistema linfático, o fluído denomina-se linfa circulante ou apenas linfa, sendo
constituído essencialmente por plasma idêntico ao plasma sanguíneo, embora mais pobre em proteínas, e por
leocócitos.

Os capilares linfáticos reúnem-se formando veias linfáticas que, tal como as veias sanguíneas, também
possuem válvulas.

As veias linfáticas provenientes do quadrante superior direito do corpo (membro superior direito, lado direito da
cabeça e do pescoço) reúnem-se formando o canal linfático direito, que abre na veia subclávia direita do

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sistema sanguíneo. Todas as veias linfáticas provenientes das restantes partes do organismo reúnem-se no
canal toráxico, que drena a linfa para a veia subclávia esquerda.

Ao nível do intestino delgado e em cada vilosidade intestinal existem capilares linfáticos, os quilíferos, para
onde são absorvidos os lípidos, os quais são transportados depois pela linfa através do sistema linfático até à
corrente sanguínea.

Órgãos linfóides – Incluem a medula óssea, os gânglios linfáticos, o baço e o timo.

Existem abundantes nódulos no percurso dos vasos linfáticos em determinadas partes do corpo, como nas
virílhas, nas axilas, no pescoço designados por gânglios linfáticos.

RESPONDE:

1 - Em que estruturas subcelulares são absorvidos os lípidos ao nível do intestino delgado e qual é a sua
finalidade?

2 - Indique o trajecto da linfa proveniente do sistema delgado até chegar a corrente sanguínea?

SISTEMAS RESPIRATÓRIOS

Todos os organismos necessitam, por um lado, de mecanismos que garantam um fluxo constante de materiais e
por outro a remoção dos produtos não assimiláveis (tóxicos) resultantes do metabolismo. Assim, para além da
nutrição e da circulação,a respiração e a excreção constituem funções vitais para a sobrevivência dos
indivíduos.

FUNÇÃO RESPIRATÓRIA

O surgimento do oxigénio na atmosfera terrestre, fez com que os organismos, sobretudo os pluricelulars,
passassem a estar sob a influência deste gás no desenvolvimento do processo evolutivo.

A maioria dos organismos obtém energia contida nos nutrientes atravez de processos oxidativos em que, no
caso da respiração aeróbia, o oxigénio é o aceptor final de electrões e ocorre libertação de CO2.

Neste processo a energia dos compostos de carbono é armazenada em moléculas de ATP.

Nutrição é, portanto, o conjunto de reacções metabólicas que, a nível celular, permitem a transferência de
energia dos nutientes para moléculas de ATP.

Na respiração consideram-se três níveis:

 Respiração externa – trocas gasosas entre o indivíduo e o meio.


 Respiração média – trocas gasosas entre o sangue e as células.
 Respiração interna – corresponde ao verdadeiro significado do termo, ou seja, ao conjunto de
reacções metabólicas que a nível celular garantem a transferência de energia de nutrientes para
moléculas de ATP.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS SUPERFÍCIES RESPIRATÓRIAS

Os indivíduos, de acordo com o habitat, desenvolveram sistemas especializados em garantir as trocas gasosas
entre estes e o meio. Pode-se, por isso, definir sistema respiratório como o conjunto de estruturas
responsáveis no intercâmbio de gases entre o indivíduo e o ambiente.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 11
As etruturas nas quais se efectua o movimento dos gases respiratórios entre o meio externo e o meio interno
designam-e por superfícies respiratórias. O movimento dos gases respiratórios quer ao nível das superfíces
respiratórias quer ao nível celular, ocorre sempre por difusão e em meio aquoso.

As trocas de gases respiratórios entre o indivíduo e o meio podem ocorrer por dois processos:

 Difusão directa – os gases respiratórios difundem-se directamente através da superfície respiratória


para as células sem intervenção de um fluído de transporte, ocorrendo, por exemplo, nos protozoários
e nos insectos.
 Difusão indirecta – os gases respiratórios passam através da superfície respiratória para um fluído
circulante, normalmente o sangue, que estabelece comunicação entre as células e o meio externo
como no caso da minhoca e dos vertebrados.

Na difusão indirecta o intercâmbio de gases que ocorre nas superfícies respiratórias designa-se por hematose.

Embora as superfícies respiratórias sejam muito diversificadas, é possível encontrar em todas elas um conjunto
de características que tornam a difusão mais eficiente:

 São superfícies húmidas, o que possibilita a difusão do O2 e do CO2, uma vez que estes gases têm de
estar dissolvidos;
 São estruturas finas constituídas, na maioria dos casos, por tecido epitelial (constituídos por células
justapostas) pavimentoso;
 Apresentam-se ricamente vascularizadas, no caso da difusão indirecta;
 Possuem uma morfologia que permite uma grande área de contacto entre o meio interno e o ambiente.

ADAPTAÇÃO DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS ÀS CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE

Nos diferentes grupos de animais, surgiram ao longo do tempo, variados tipos de superfícies respiratórias de
acordo com:

 O tamanho dos organismos;


 A estrutura do corpo;
 A sua história evolutiva;
 A natureza do ambiente em que vivem.

Nos organismos unicelulares as trocas gasosas realizam-se directamente com o meio, através da membrana
plasmática. Em muitos organismos multicelulares aquáticos e alguns terrestres o tegumento (revestimento da
superfície do corpo) funciona como superfície respiratória. Nos animais de grandes dimensões, a superfície do
corpo torna-se insuficiente para realizar eficazmente as trocas gasosas, surgindo regiões localizadas,
devidamente especializadas para a realização de trocas gasosas com o ambiente.

Na maioria dos animais aquáticos as superfícies respiratórias são expansões da superfície do corpo chamadas
brânquias ou guerlas que mantêm em contacto com a água.

Nos animais terrestres estas expansões da superfície do corpo, uma vez ezpostas ao ar, não poderiam manter-
se húmidas. Estes desenvolveram estruturas que são invaginações para o interior do corpo que comunicam
com a atmosfera através de finos canais, reduzindo assim a evaporação, como é o caso dos pulmões e das
traqueias nos vertebrados e nos insectos respectivamente.

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Os animais que realizam trocas gasosas com o ar possuem um conjunto de vantagens relativamente aos que
realizam trocas em meio aquático:

 Apesar de estar saturada de O2, a água contém apenas 5% deste gás relativamente a igual volume de
ar.
 A quantidade de oxigénio dissolvido é significativamente reduzida pelo aumento da salinidade e da
temperatura da água.
 No ar, as moléculas dos gases difundem-se muito mais rapidamente do que na água.

Por estas razões, os organismos aquáticos necessitam, para obter a mesma quantidade de oxigénio, de fazer
passar pelas suas superfícies respiratórias, uma maior quantidade de água à quantidade de ar necessário em
um organismo terrestre.

Em contrapartida, o ar, como meio respiratório, coloca problemas que a água não apresenta, visto que, para
atravessarem as membranas das superfícies respiratórias, os gases oxigénio e dióxido de carbono devem estar
dissolvidos em água. Por esta razão, as superfícies respiratórias devem manter-se húmidas.

TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DA SUPERFÍCIE DO CORPO

No intercâmbio de gases respiratórios entre o indivíduo e o meio, a superfície do corpo representa o mecanismo
mais simples, e pressupõe uma grande proximidade entre as células e o meio como é o caso, por exemplo, das
hidras e das planárias.

Ao longo da evolução o surgimento de um sistema circulatório permitiu que as trocas gasosas através da
superfície do corpo fossem mais eficazes, mesmo em animais de grandes dimensões. A minhoca, por exemplo,
é exemplo de um invertebrado terrestre com hematose cutânea.

Características da pele que favorecem a ocorrência da hematose cutânea:

 A existência de numerosas glândulas produtoras de muco que permitem manter a pele húmida, o que
torna possível a difusão dos gases respiratórios.
 É muito vascularizada, o que permite a difusão de gases respiratórios, difundindo-se o oxigénio para a
rede de capilares situada debaixo da pele, sendo transportado pelo sangue a todas as partes do corpo,
enquanto que parte do dióxido de carbono realiza o percurso inverso.

Em animais de dimensões maiores é também frequente o mecanismo de hematose cutânea. Nos Anfíbios a
hematose cutânea constitui um suplemento à hematose pulmonar e em alguns peixes, como por exemplo, na
enguia, é fundamental em situações de emergência, podendo realizar-se através da pele cerca de 60% das
respectivas trocas respiratórias.

Brânquias – órgãos respiratórios da vida aquática

As brânquias são órgãos respiratórios típicos dos animais aquáticos, na maioria dos casos, são formadas por
evaginações da superfície do corpo. Podem ter complexidade variável e diferentes localizações.

As brânquias podem localizar-se externa ou internamente.

A localização externa das guerlas atrai os predadores, dificulta a locomoção e torna estes epitélios vulneráveis a
danos físicos provocados tanto pelo ambiente, como pelos outros animais com os quais compartilham o
ecossistema.

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Ao longo do processo evolutivo dos peixes foram favorecidas as formas que apresentavam as brânquias
alojadas em cavidades, designadas por cavidades branquiais, nas quais existem estruturas apropriadas na
protecção dos delicados epitélios respiratórios. Nos peixes ósseos, por exemplo, as brânquias encontram-se
protegidas por opérculos. A inclusão das guerlas numa cavidade não só protege como também favorece o
desenvolvimento de mecanismos de ventilação.

Nos Peixes Ósseos as brânquias situam-se em câmaras branquiais, entre a faringe e o opérculo.

A água entra pela boca e, depois de passar pela faringe, banha as brânquias, saindo pelas fendas operculares.
Deste modo é assegurado um fluxo contínuo de água que permite a ventilação.

Em cada brânquia podem observar-se estruturas ósseas chamadas arcos branquiais que suportam os
filamentos branquiais. Estes possuem cada um duas arteríolas nas quais se estabelece uma rede de capilares
chamadas lamelas.

A água que entra pela boca do peixe, ao passar entre as lamelas, cruza com o sangue que circula nos
capilares sanguíneos em sentido contrário, isto é, o sangue flui num sentido contrário ao da água –
mecanismo de contracorrente.

Este mecanismo permite um aumento significativo na eficiência das trocas de gases ao nível dos capilares. O
sangue torna-se cada vez mais rico em oxigénio à medida que flui pela rede de capilares, e porque circula em
sentido inverso ao da água, vai contactando com esta que é sucessivamente mais rica em oxigénio, permitindo
uma difusão eficiente.

TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE TRAQUIAS

O sistema respiratório, também conhecido por sistema traquial característico dos insectos e outros Artrópode,
foi decisivo para estes animais na colonização do ambiente terrestre.

O sistema traquial dos insectos consta de uma rede de traqueias que são tubos por onde circula o ar e que se
estendem em canais mais finos em toda extensão do corpo do animal.

Possui espiráculos que são aberturas situadas na superfície do corpo, por onde entra o ar que vai até as
traqueias. Estes podem estar sempre abertos ou possuir válvulas accionadas por músculos e por vezes
providas de filtros. As traqueias terminam em estreitos canais as traquíolas, que estão em contacto directo com
as células, nas quais se realizam as trocas gasosas por difusão directa através do sistema traqueal.

Por esta razão, o sistema circulatório não é utilizado no transporte dos gases respiratórios. Este facto favorece a
oxigenação eficiente das células, pirmitindo assim uma elevada taxa metabólica.

Alguns insectos de maiores dimensões possuem sacos de ar junto dos músculos, constituindo reservas de ar
para o trabalho muscular, e facilitam a ventilação pela contracção dos músculos.

Hematose pulonar: uma solução ao ambiente terrestre

Semelhantes a sacos aéreos e constituindo superfícies respiratórias internas muito vascularizadas que surgiram
há cerca de 450 M. a. por invaginação da superficie do corpo, os pulmões dos vertebrados, constituem uma
rede mais ou menos complexa de tubos e sacos que varia com as espécies.

Os Anfíbios têm pulmões cuja estrutura varia desde sacos de paredes finas em algumas salamandras até
estruturas mais compartimentadas nas rãs. Nos pulmões dos Répteis, a superfície total para as trocas gasosas

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é muito maior do que nos pulmões dos Anfíbios, pois se encontram muito compartimentados. Os pulmões mais
complexos são os dos mamíferos, que são formados por uma rede complexa de milhões de alvéolos.

Filogeneticamente, pode verificar-se no sistema respiratório dos Anfíbios, Répteis e Mamíferos:

 Um aumento da compartimentação dos pulmões, tornando maior a área da superfície respiratória por
unidade de volume do pulmão;
 Uma maior especialização do sistema de ventilação
 Um aumento de eficiência na circulação sanguínea.

O sistema respiratório das aves apresenta algumas particularidades. Possui uma estrutura única que propicia
um eficiente mecanismo de ventilação. As trocas gasosas ocorrem apenas ao nível dos pulmões, que possuem
finos canais abertos nas duas extremidades, os parabrônquios, nos quais o ar flui em um único sentido,
aumentando a eficácia nas trocas gasosas.

Nos outros vertebrados terrestres o ar inspirado mistura-se com ar enriquecido em dióxido de carbono que não
foi completamente expulso na expiração. Nas aves apenas o ar inspirado entra nos parabrônquios dos pulmões.
Este fluxo unidirecional deve-se à existência de sacos de paredes muito finas chamados sacos aéreos, que se
enchem de ar e comunicam com os pulmões.

Os sacos aéreos estão espalhados pelo corpo do animal e podem agrupar-se em dois conjuntos:

 Sacos aéreos anteriores;


 Sacos aéreos posteriores.

Quando os sacos aéreos se expandem ocorre a inspiração, entrando o ar, e quando eles se comprimem dá-se a
expiração, o ar é conduzido aos pulmões ou é expulso.

No sistema respiratório de uma ave o ar percorre dois cíclos respiratórios, incluindo cada cíclo uma inspiração e
uma expiração.

1ª. inspiração: o ar desloca-se pela traqueia até aos sacos


aéreos posteriores.

1ª. expiração: o ar passa dos sacos aéreos posteriores


para os pulmões, onde se dá a hematose.

2ª. inspiração: os sacos aéreos posteriores recebem novo


ar e o ar do ciclo anterior que estava nos pulmões passa
para os sacos aéreos anteriores.

2ª. expiração: o ar do primeiro ciclo contido nos sacos


aéreos anteriores é expulso através da traqueia e o ar
contido nos sacos aéreos posteriores passa para os
pulmões.

Enquanto entra ar para os sacos aéreos posteriores, o ar dos pulmões passa para os sacos aéreos anteriores.
Quando o ar dos sacos aéreos posteriores passa para os pulmões, o ar dos sacos aéreos anteriores é expulso
para o exterior.

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Além de permitirem uma ventilação eficaz, os sacos aéreos presentes no sistema respiratório das aves,
apresentam outras vantagens:

 diminuem a densidade da ave;


 ajudam a dissipar o calor resultante do metabolismo, sobretudo ao nível dos músculos, durante o voo;
 constituem reservas de ar durante o voo do animal.

Os pulmões dos mamíferos localizam-se na caixa torácica e são constituídos por alvéolos pulmonares
dispostos em torno dos ductos alveolares que se ligam aos bronquíolos. É nos alvéolos que se dá a
hematose.

Na inspiração o ar entra através das vias respiratórias até aos alvéolos, onde ocorre a hematose. Depois, o ar
expirado segue um trajecto inverso. A ventilação não é contínua, mas sim faseada. Além disso, no homem os
pulmões não enchem e esvaziam completamente em cada ciclo respiratório. Devido a esta ventilação
“incompleta”, após a expiração fica retida nos pulmões certa quantidade de ar, ar residual. O ar que chega do
exterior através da inspiração mistura-se com o ar residual, baixando assim a eficiência das trocas gasosas.

TRANSPORTE DE GASES RESPIRATÓRIOS

Existem no sangue da maioria dos animais, pigmentos respiratórios que o tornam eficiente no transporte dos
gases respiratórios. Estes são moléculas complexas constituídas por proteínas e iões metálicos, apresentando
cada pigmento uma cor característica.

Pigmento Elemento Grupo


respiratório metálico Taxonómico Localização
(alguns
exemplos)
Hemoglobina Ferro Vertebrados Glóbulos
Anelídeos Plasma
Hemocianina Cobre Molúscos Plasma
Hemoeritrina Ferro Anelídeos Corpúsculos

Habitualmente os pigmentos respiratórios são bons transportadores, visto que rapidamente captam os gases
respiratórios e rapidamente os libertam.

A hemoglobina é, de entre os vários, o pigmento respiratório mais comum, e o mais bem estudado. É típico dos
vertebrados, embora possa estar presente em muitas espécies de invertebrados, como Anelídeos, Nemátodes,
Molúscos e mesmo Artrópodes. Nos invertebrados encontra-se dispersa no plasma, enquanto que nos
vertebrados está localizada nas hemácias. Hemoglobina é hoje um conceito geral que inclui um grupo de
compostos que têm em comum uma ferroporfirina, ou grupo heme, ligado a uma parte proteica chamada
globina, que varia consoante a espécie, no que diz respeito ao número e a composição em aminoácidos.

A hemoglobina humana pode transportar quatro moléculas de oxigénio, visto que possui quatro cadeias
polipeptídicas, duas 𝛼 e duas β, tendo cada uma quatro subunidades e um grupo heme a que se pode ligar o
oxigénio. Para além do oxigénio, a hemoglobina humana transporta também dióxido de carbono, com grande
afinidade para o monóxido de carbono. Como esta afinidade é muito maior do que para o oxigénio, este pode
substituir facilmente o oxigénio, bloqueando a hemoglobina e impedindo o transporte de oxigénio até às células,
tornamdo-se muito perigoso. A hemoglobina saturada de monóxido de carbono diz-se carboxiemoglobina.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


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Na difusão dos gases respiratórios, o factor que determina a direcção e a intensidade dessa difusão, é a
pressão parcial de cada um dos gases, isto é, o valor da pressão exercida por esse gás em relação aos
restantes gases presentes.

Nos alvéolos pulmonares, por exemplo, a pressão parcial de oxigénio é maior que no sangue, difundindo-se o
oxigénio dos alvéolos para o interior dos capilares. Sendo a pressão parcial do dióxido de carbono maior no
sangue do que nos alvéolos pulmonares, a difusão deste gás dá-se em sentido inverso.

Nas células (tecidos), a pressão parcial do oxigénio é menor do que no sangue que a elas chega, enquanto que
a pressão parcial de dióxido de carbono é menor no sangue do que nas células. Como resultado, o oxigénio
difunde-se dos capilares para as células, fazendo o dióxido de carbono um percurso contrário.

TRANSPORTE DE OXIGÉNIO

Cada litro de sangue arterial contém aproximadamente 200 mL de oxigénio sob duas formas:

 Dissolvido na água do plasma;


 Combinado com a hemoglobina.

A ligação de uma molécula de oxigénio a uma subunidade da hemoglobina altera a configuração das restantes
subunidades, aumentando a sua afinidade para o oxigénio. Na situação inversa a perda de uma molécula de
oxigénio acelera a libertação das restantes.

A hemoglobina é assim um bom transportador, eficiente na captação e rápida na libertação dos gases
respiratórios.

Quando o oxigénio está ligado à hemoglobina ela designa-se por oxiemoglobina (HbO2). Se o oxigénio está
ausente a hemoglobina designa-se por desoxiemoglobina ou hemoglobina reduzida.

TRANSPORTE DO DIÓXIDO DE CARBONO

O dióxido de carbono pode ser transportado no sangue fundamentalmente de três modos:

 Uma pequena porção, cerca de 8%, dissolvida no plasma;


 Aproximadamente 11% ligado à hemoglobina, reagindo directamente com ela carboxiemoglobina
(HbCO2);
 A maior parte, cerca de 81%, sob a forma de hidrogenocarbonato (HCO-3).

Nos capilares pulmonares, a tensão de CO2 é menor que a pressão parcial de oxigénio, saturando-se,
portanto uma percentagem de hemoglobina (difusão do O2 para o plasma e deste para as hemácias),
(enquanto que o CO2 dfnde-e para os alvéolos pulmonares, de onde é expulso na expiração).

Nos tecidos é maior a tensão de CO2, o que implica:

 Diminuição do PH;
 Ligação do CO2 à hemoglobina, o que propicia a libertação de oxigénio pela hemoglobina.

ESCRESSÃO E OSMORREGULAÇÃO

A manutenção da composição dos fluídos internos dentro de limites compatíveis com a vida denomina-se
homeostasia e é uma condição indispensável à sobrevivência dos indivíduos.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 17
São variáveis os mecanismos envolvidos na homeostasia e dependem fundamentalmente do animal e do
meio que constitui o seu habitat.

De entre os mecanismos envolvidos na manutenção da homeostasia podem destacar-se:

 Osmorregulação – conjunto mecanismos que permitem controlar as concentrações de sais e de


água e, portanto, os valores da pressão osmótica dos fluídos corporais.
 Excreção – função pela qual os organismos libertam os produtos tóxicos e não só, resultantes do
catabolismo – excreções.

FUNÇÃO DE EXCREÇÃO

Aos sistemas excretores cabe a importante função de eliminar produtos tóxicos, como os compostos de
azoto e também gerir a quantidade de água e de outras substâncias no organismo.

Em qualquer sistema excretor a eliminação das excreções e o controlo da composição do meio interno são
garantidas por três processos fundamentais: filtração, reabsorção e secreção.

 Filtração – os órgãos excretores possuem detrminadas zonas membranares especializadas na


filtração selectiva do fluido corporal, condicionda pelas dimensões das partículas. Podem ser
filtradas as substâncias tóxicas, como a ureia, e também substâncias úteis ao organismo, como
aminoácidos.
 Reabsorção – noutras regiões dos órgãos excretores algumas substâncias já filtradas, mas
interessantes ao organismo, como a glicose, regressam ao meio interno em quantidades
desejadas.
 Secreção – em zonas específicas dos órgãos excretores pode dar-se a secreção de substâncias
que passam do fluído corporal para regiões dos órgãos excretores que fazem parte já do meio
externo.

Nos animais, pode ser feita a eliminação dos rezíduos azotados resultantes do metabolismo, sob três
formas fundamentais: amónia (animais aquáticos), ácido úrico (aves, insectos, répteis) e ureia (mamíferos
e alguns anfíbios).

EXCREÇÃO NOS PLATELMINTOS, ANELÍDEOS E INSECTOS

Os vertebrados apresentam geralmente sistemas excretores tubulares, e que apresentam especificidades


variadas de grupo para grupo.

Quanto à morfologia, os túbulos excretores dos invertebrados podem ser: nefrídios, ou túbulos de Malpighi.

Nefrídios – tubos simples ou ramificados, comuns nos invertebrados, que, na maioria das vezes, comunicam
com o exterior pelos poros excretores.

A planária é um dos platelmintos que possuem os nefrídios mais primitivos, também chamados protonefrídios,
que se distribuem por todo o corpo, associados a uma rede de canais que comunicam com o exterior, os ductos
excretores que se esvaziam para o meio externo através dos poros excretores. Estes protonefrídios são túbulos
alargados no topo e fechado por células especializadas, as células-flama, que possuem tufos de cílios
projetados no lúmen do túbulo, e que se encontram mergulhadas no fluído que banha as células.

Nos Anelídeos, e em muitos outros animais que têm sistema circulatírio fechado, os vasos sanguíneos estão
intimamente associados aos órgãos excretores.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 18
Na minhoca os órgãos excretores designam-se por metanefrídios, constituídos por um tubulo aberto nas duas
extremidades. A extremidade mais interna abre no celoma por um funil ciliado, o nefróstoma, e a outra
extremidade abre na superfície externa através de um poro excretor. Cada segmento do corpo da minhoca
possui um par de metanefrídios.

Túbulos de Malpighi – são os órgãos excretores nos insectos e em outros Artrópodes terrestres que possuem
um sistema circulatório aberto.

EXCREÇÃO NOS VERTEBRADOS

Nos vertebrados, amplamente distribuídos por todos os ambientes terrestres, os órgãos de excreção e
osmorregulação são os rins, que são órgãos compactos, constituídos por unidades funcionais chamadas
nefrónios.

Evolutivamente, ao longo do desenvolvimento embrionário dos vertebrados, observam-se a partir da


mesoderme, três tipos de rins:

 Pronefro, ou primeiro rim (o primeiro no tempo e com posição mais anterior no organismo), tem uma
localização cervical;
 Mesonefro, ou segundo rim, com uma localização torácica;
 Metanefro, terceiro rim ou rim definitivo, localiza-se junto das vértebras lombares.

O nefrónio, unidade estrutural e funcional do rim dos Mamíferos, é constituído por uma porção tubular, o tubo
urinífero, associado a formações vasculares das quais se destaca um glomérulo de vasos capilares.

No tubo urinífero podem distinguir-se sequencialmente várias regiões:

 Cápsula de Bowman – zona inicial, em forma de taça, de parede dupla, localizada no córtex renal.
 Tubo contornado proximal – porção tubular que segue à cápsula de Bowman e que se localiza ainda
no córtex renal.
 Ansa de Henle – porção do tubo urinífero em forma de U, constituída por um ramo descendente e um
ramo ascendente, localizados na zona medular do rim.
 Tubo contornado distal – zona terminal do tubo urinífero localizada no córtex.

Cada tubo urinífero termina num tubo colector que recebe o conteúdo de inúmeros tubos uriníferos e abre no
ambiente.

Na porção vascular do nefrónio o sangue, vindo de arteríolas que resultam da ramificação da artéria renal, entra
na cápsula de Bowman pela arteríola aferente. Esta capilariza-se e envolve-se, originando o glomérulo de
Malpighi, localizado no interior da cápsula de Bowman.

O conjunto da cápsula de Bowman e do glomérulo de Malpighi designa-se por corpúsculo renal, e é aesse
nível que ocorre a filtração.

Os capilares do glomérulo de Malpighi reúnem-se numa arteríola, a arteríola eferente, que sai da cápsula de
Bowman e se capilariza para constituir uma segunda rede de capilares que envolvem o tubo urinífero.

Os corpúsculos renais, o tubo contornado proximal e o tubo contornado distal localizam-se na região cortical do
rim. As ansas de Henle e os tubos colectores distribuem-se, sobretudo na zona medular do rim.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 19
Os tubos uriníferos dos dois rins recebem diariamente cerca de 1600 litros de sangue, isto é, a totalidade do
sangue de um indivíduo passa num ou noutro rim cerca de 320 vezes por dia. Trata-se de uma excelente
superfície de trocas entre o meio interno e o meio externo, ao longo da qual decorrem fenómenos sequenciais
que permitem a excreção e a osmorregulação.

FUNCIONAMENTO DO RIM HUMANO

Analizemos as trocas que se realizam ao longo do tubo urinífero:

Cápsula de Bowman – a pressão do sangue no glomérulo força a saída do fluído dos capilares para a cápsula
de Bowman, atravessando a parede do glomérulo e a parede interna da cápsula. A parede do capilar actua
como um filtro permeável à água e a pequenas moléculas, mas impermeável às células sanguíneas e às
macromoléculas. Como resultado desta filtração constitui-se o filtro glomerular, que é uma mistura de água, sais
minerais, excreções azotadas, glicose, aminoácidos, vitaminas e outras substâncias nas concentrações em que
se encontram no plasma.

Ao longo do tubo urinífero e do tubo colector muitos dos constituíntes do filtrado são reabsorvidos e regressam
ao sangue.

 Túbulo contornado proximal – as paredes deste tubo transportam activamente sais e nutrientes para
o meio interno. A água segue na mesma direcção por osmose. Assim, a esse nível são reabsorvidas
substâncias como glicose, aminoácidos, Na+ e Cl-.

Como resultado da reabsorção de sais e de outras substâncias a pressão osmótica do fluido tubular baixa, o
que desencadeia a reabsorção de água por osmose.

 Ansa de Henle – depois de percorrido o tubo proximal, o fluido passa para a porção descendente da
ansa de Henle, que é permeável à água, mas pouco permeável a sais e à ureia. À medida que o
filtrado desce a ansa de Henle, e como na medula renal os fluidos intersticiais vão sendo cada vez
mais hipertónicos, vai saindo água por osmose do ramo descendente da ansa de Henle para os
capilares peritubulares. Esta reabsorção de água torna a urina mais concentrada.

A porção ascendente da ansa, em contraste com a porção descendente, é impermeável à água, mas é
permeável ao Na+ e ao Cl-.

Estes iões que se concentram na porção descendente vão saindo ao longo da zona ascendente da ansa por
difusão, e também por transporte activo, e contribuem para aumentar a pressão osmótica dos fluídos
intersticiais da medula renal.

 Tubo contornado distal – nesta porção do tubo urinífero ocorrem importantes fenómenos de
secreção, sobretudo de K+ e H+, que permitem manter o pH sanguíneo dentro de valores adequados.
Trata-se de um mecanismo de transporte activo dos capilares peritubulares para o lúmen do túbulo
urinífero. Outras substâncias, como drogas e venenos, podem ainda ser eliminadas atravessando as
paredes do túbulo por secreção, sendo excretadas na urina.
 Tubo colector – a urina que percorre o tubo urinífero circula agora no tubo colector antes de estar
completamente constituída. Como o tubo colector é muito permeável à água e impermeável aos iões, e
atravessa a medula renal que é uma zona de hipertonicidade, vão ser reabsorvidas grandes
quantidades de água. Este facto faz aumentar significativamente a concentração da urina em sais e
compostos azotados. Através do tubo colector sai ainda alguma ureia para o fluido intersticial.

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O nefrónio é, pois, um sistema versátil que controla a composição dos fluidos corporais, assegurando a
homeostasia do meio interno.

IIº TRIMESTRE

COORDENAÇÃO NEVOSA

Todas as células do organismo funcionam de forma coordenada, graças à regulação exercida, a vários os
níveis, pelos sistemas nervoso e hormonal, que actuam enviando mensagens de um local para o outro do
corpo, apezar de usarem diferentes mecanismos de transmissão de informação.

 O sistema nervoso é, estruturalmente, mais complexo que o sistema hormonal, esta complexidade
superior, capacita-o a integrar uma maior quantidade de informação e, consequentemente, emite uma
maior diversidade de respostas. Envia sinais electroquímicos através das células nervosas, os
neurónios, e as suas mensagens deslocam-se muito rapidamente.
 O sistema hormonal ou endócrino utiliza mensageiros químicos, denominados hormonas,
transportados através do sangue e actuam em células específicas, as células-alvo.

Os dois sistemas juntos, induzem um aumento ou diminuição das actividades celulares e, coordenam o
funcionamento de todo o organismo.

SISTEMA NEROSO NOS VERTEBRADOS

Nos vertebrados, o sistema nervoso é de origem embrionária semelhante e é sempre único, oco e tem posição
dorsal em relação ao tubo digestivo. Compreende:

 O Sistema Nervoso Central – consta de um encéfalo com caixa craniana ou crânio e medula
espinal protegida pela coluna vertebral segmentada, que funciona como suporte do corpo.
 O Sistema Nervoso Periférico – constituído por dez ou doze pares de nervos cranianos que partem
do encéfalo e por um par de nervos espinais ou raquidianos por cada segmento do corpo.

Desde cedo, e ao longo do desenvolvimento embrionário de um vertebrado, o encéfalo divide-se em três partes
que constituem o tronco encefálico:

 Prosencéfalo (encéfalo anterior);


 Mesencéfalo (encéfalo médio);
 Rombencéfalo (encéfalo posterior).

Posteriormente, o prosencéfalo diferencia-se em rinencéfalo, telencéfalo e diencéfalo, enquanto que o


rombencéfalo origina o metencéfalo e o mielencéfalo.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


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De um modo geral, o sistema nervoso dos vertebrados evidencia três tendências à medida que se avança na
escala evolutiva:

 Um aumento progressivo do tamanho do cérebro, relacionado com a capacidade de aprendizagem,


mantendo certa proporção com o tamanho do corpo nos peixes, anfíbios e répteis e aumentando,
significativamente, nas aves e nos mamíferos.
 Um aumento do tamanho do cerebelo, relacionado com um maior grau de complexidade da
coordenação motora e manutenção da postura.
 Um aumento da compartimentação e da especificidade funcional.

MORFOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO HUMANO

Basicamente, o sistema nervoso do homem tem constituição semelhante à dos outros vertebrados, revelando
especificidades inerentes á posição ocupada pelo homem na escala evolutiva.

Assim, o sistema nervoso humano divide-se em Sistema Nervoso Central, constituído pelo encéfalo e pela
medula espinal, e Sistema Nervoso Periférico, constituído pelos nervos e pelos gânglios.

Do encéfalo fazem parte o cérebro, o cerebelo e o bolbo raquidiano.

No cérebro encontram-se os centros nervosos que regulam as actividades sensoriais e motoras, bem como
as actividades intelectuais, tais como a memória, o raciocínio, etc. Representa a maior porção do encéfalo e
constitui 7/8 do seu peso total.

O cérebro apresenta uma fissura longitudinal que o divide quase completamente em dois hemisférios,
designados por hemisférios cerebrais. O hemisfério direito controla a parte esquerda do corpo, enquanto que
o esquerdo controla a parte direita. Os dois hemisférios comunicam entre si por intermédio de tractos de fibras
nervosas, sendo o maior destes o corpo caloso.

Por conveniência de estudo, considera-se o cérebro dividido em quatro lobos que têm o nome de ossos do
crânio:

 Lobo frontal – onde está localizada a área motora;


 Lobo parietal – onde se localizam várias áreas sensoriais;
 Lobo temporal – contém as áreas sensoriais e de associação para os impulsos auditivos;
 Lobo occipital – contém a área visual.

Fazem ainda parte do cérebro o tálamo e o hipotálamo:

Tálamo – é o centro de ligação dos impulsos sensoriais (excepto os olfatórios) dos receptores periféricos para
as áreas sensoriais do cérebro. Pode dizer-se que é no tálamo que se identificam estímulos como a dor, o tacto
ou as variações de temperatura.

Hipotálamo – localiza-se sob o tálamo. Regula a temperatura do corpo, a concentração de solutos do meio
interno, a produção de hormonas e as sensações de fome, sede e sono.

O cerebelo é o segundo maior órgão do encéfalo. Apresenta uma constrição () central, chamada vermis, e
porções laterais, chamadas hemisférios cerebrais. O cerebelo coordena os movimentos e mantém o equilíbrio.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 22
O bolbo raquidiano situa-se na parte ventral do cerebelo. Serve de local de passagem dos impulsos nervosos
entre o cérebro e a medula espinal, regula também actividades involuntárias, como os batimentos cardíacos.

A medula espinal localiza-se dentro do canal raquidiano, resultante da sobreposição das vértebras.

CICLO DE VIDA DIPLONTE – HOMEM

Este ciclo de vida já foi visto de uma forma genérica nos conceitos introdutórios e é semelhante ao ciclo de vida
de qualquer mamífero.

Após a fecundação forma-se o ovo, a primeira célula diplóide do ciclo de vida. Esta célula divide-se por
mitose e o indivíduo vai crescendo até se tornar adulto.
Uma vez adulto, produz gâmetas por meiose. Os gâmetas são, por isso, células haplóides. As únicas de todo
o ciclo de vida, pelo que podemos afirmar que no ciclo de vida humano existe alternância de fases nucleares,
mas não de gerações.
A meiose é pré-gamética, pois ocorre na formação dos gâmetas.
Quando se dá a fecundação, forma-se um novo ovo, que dará origem a um novo indivíduo.
Esquematicamente, podemos representar o ciclo de vida do ser humano da seguinte forma:

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 23
Resumindo:
Meiose: pré-gamética
Fase dominante: diplofase (os gâmetas são as únicas células haplóides)
Alternância de gerações: não (porque todas as estruturas pluricelulares são diplontes)
Alternância de fases nucleares: sim (porque há a produção de células haplóides e diplóides)
O CARIÓTIPO HUMANO

Definimos cariótipo como o conjunto de cromossomos contidos nas células de um organismo. Ou seja, o
Conjunto de cromossomos típico de uma espécie (número e morfologia).

O cariótipo é considerado a união de cromossomos diplóides, ou seja, 2n de uma espécie. Ele pode ser
considerado também o total de cromossomos de uma célula considerada somática.
Essas células somáticas são constituídas de 23 pares de cromossomos, onde destes 23 pares, 22 são
parecidos tanto no homem quanto na mulher. Esses são denominados autossomas.

O único par que restou é considerado o cromossomo sexual, onde sua morfologia é diferente.
Esses recebem o nome de X e Y, onde as mulheres apresentam dois cromossomos X e o homem um
cromossomo X e um Y.

Vejamos um cariótipo humano:

Autossoma ou autossomo ou cromossomas somáticos são cromossomas que não estão ligados ao sexo e
fazem parte do patrimônio genético da espécie, junto com os cromossomas sexuais.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 24
O ser humano possui 44 autossomas que formam 22 pares de cromossomas e mais um par de cromossomas
sexuais (alossomo), que determinam o sexo.
Heterocromossomos ou alossomos são os cromossomos responsáveis pela determinação do sexo de um
individuo.
Na espécie humana temos dois Heterocromossomos, XX nas mulheres (Homogameticas), e XY nos Homens
(Heterogaméticos), que determinam o sexo.
SISTEMA REPRODUTOR HUMANO

O sistema ou aparelho reprodutor humano é constituído no sexo masculino pelos testículos, ductos genitais,
glândulas acessórias e pênis e no sexo feminino pelos ovários, dois ovidutos (também denominados trompa de
Falópio), útero, vagina e duas glândulas mamárias. A seguir será descrito resumidamente estes aparelhos.

Este sistema é formado por órgãos que constituem o aparelho genital masculino e feminino, caracterizados
conformeabaixo:
SISTEMAGENITALMASCULINO

- Pênis: órgão reprodutor e excretor do organismo masculino, contendo em seu interior um ducto (a uretra)
responsável pela eliminação da urina (excreta nitrogenada / ureia) e também condução do sêmen que contém
os espermatozoides;

- Bolsa escrotal: cavidade que aloja e protege os testículos, sendo responsável pela manutenção da
temperatura adequada à fisiologia dos mesmos;

- Testículos: são glândulas que, além de produzirem os gametas masculinos (espermatogênese) no interior dos
túbulos seminíferos a partir de células germinativas primordiais, também possuem células intersticiais (células
de Leydig) que sintetizam a testosterona, hormônio sexual masculino;

- Epidídimo: ducto formado por um canal emaranhado que coleta, armazena e conduz os espermatozoides.
Neste local os gâmetas atingem a maturidade e mobilidade, tornando-os aptos à fecundação;

- Canal deferente: canal que transporta os espermatozoides do epidídimo até um complexo de glândulas
anexas;

- Glândulas anexas: conjunto formado pela próstata, vesículas seminais e glândulas bulbo uretral, produzindo a
secreção que compõem o sêmen, fluido que nutri e proporciona meio de sobrevivência aos espermatozoides,
por exemplo, neutralizando o pH levemente ácido da uretra.

Figura 4. Estrutura do aparelho reprodutor masculino.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 25
SISTEMA GENITAL FEMININO

- Vulva ou pudendo: conjunto de estruturas que formam o aparelho reprodutor feminino externo (lábios
vaginais, orifício da uretra, abertura da vagina e clitóris);

- Lábios vaginais: (Grandes e pequenos lábios): são dobras da pele formadas por tecido adiposo, sendo
responsáveis pela proteção do aparelho reprodutor feminino;

- Clitóris: órgão sensível e prazeroso do organismo feminino;

- Vagina: canal que recebe o pênis durante o ato sexual, servindo também como conduto para eliminação do
fluxo menstrual e concepção no momento do parto normal (canal que por ação hormonal se dilata para o
nascimento de um bebê);

- Útero: órgão que recepciona o ovo / zigoto, proporcionando o seu desenvolvimento durante o período
gestacional. Além de proteger o embrião contra choques mecânicos, também impede a transposição de
impurezas e contaminação contra micro-organismos patogênicos, bem como auxilia a manutenção da nutrição
(formação da placenta e cordão umbilical);

- Tubas uterinas ou trompas de falópio: são ovidutos que possuem numerosos cílios em sua superfície
interna, desempenhando a função de transportar o “óvulo” (ovócito secundário) do ovário até o útero.
Normalmente é nas trompas que ocorre a fecundação, ou seja, o encontro do espermatozoide com o “óvulo”;

- Ovários: são glândulas responsáveis pela ovulação periódica dos “óvulos”, de acordo com o ciclo menstrual
feminino iniciado na puberdade, produzindo também os hormônios sexuais: estrógeno e progesterona.

Figura 5. Estrutura do aparelho reprodutor feminino.


GAMETOGÊNESE

Gametogênese é o processo pelo qual os gametas são produzidos nos organismos dotados de reprodução
sexuada. Nos animais, a gametogênese acontece nas gônadas, órgãos que também produzem os
hormônios sexuais, que determinam as características que diferenciam os machos das fêmeas.

O evento fundamental da gametogênese é a meiose, que reduz à metade a quantidade de cromossomos


das células, originando células haplóides. Na fecundação, a fusão de dois gâmetas haplóides reconstitui o
número diplóide característico de cada espécie.

Em alguns raros casos, não acontece meiose durante a formação dos gâmetas. Um exemplo bastante
conhecido é o das abelhas: se um óvulo não for fecundado por nenhum espermatozóide, irá se desenvolver por
Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.
Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 26
mitoses consecutivas, originando um embrião em que todas as células são haplóides. Esse embrião haplóide
formará um indivíduo do sexo masculino. O desenvolvimento de um gâmeta sem que haja fecundação
chama-se partenogênese. Se o óvulo for fecundado, o embrião 2n irá originar uma fêmea.

Em linhas gerais, a gametogênese masculina (ou espermatogênese) e a gametogênese feminina


(ovogênese ou ovulogênese) seguem as mesmas etapas.

CARACTERÍSTICA DOS GÂMETAS

A reprodução sexuada é assim chamada por necessitar da união de dois seres da mesma espécie, sendo um
deles do sexo feminino e o outro masculino.

Conhecendo a reprodução sexuada (características e informações)

Ao contrário da reprodução assexuada, onde não há a necessidade desta fusão, na reprodução sexuada a prole
receberá as características genéticas tanto maternas quanto paternas.

Na reprodução sexuada animal, ocorre a fusão de dois gametas diferentes para formação do zigoto (célula
criada a partir da ligação do espermatozóide com o óvulo). Os gametas são produzidos a partir da divisão
celular conhecida como meiose.

Com relação a suas características, os gametas são haplóides (possuem apenas um par de cromossomos), já o
zigoto apresenta-se na forma diplóide (apresenta dois pares de cromossomos).

O gâmeta masculino é chamado espermatozóide e é capaz de se movimentar rapidamente com a ajuda de um


flagelo, popularmente chamado de cauda. O contrário ocorre com o gâmeta feminino (óvulo), que não se
movimenta por si só, como ocorre entre os gametas masculinos; contudo, seu tamanho é bastante superior.

Existem dois tipos de fertilização: a fertilização externa, quando os óvulos são fertilizados fora do corpo; e a
fertilização interna, quando a fecundação do óvulo ocorre dentro do sistema reprodutor feminino.
GÂMETA MASCULINO

Os gâmetas masculinos são os espermatozóides. São células de pequenas dimensões formadas por três
partes: cabeça, que contem o núcleo, parte intermédia e o flagelo. Este flagelo que mede cerca de 0,05mm
permite por ondulações a mobilidade no meio liquido.

A partir da puberdade os testículos atingem a maturidade iniciando a produção dos espermatozóides.

O espermatozóide é essencialmente constituído por três zonas:


. Cabeça – com o núcleo genético e o acrossoma, capuz formado por vesículas do Complexo de Golgi,
contendo enzimas digestivas que permitirão perfurar a camada protectora do oócito II (zona pelúcida), aquando
da fecundação;
. Peça intermédia – os centríolos, dispostos no pólo oposto ao acrossoma, originam os microtúbulos que
constituem o flagelo. Concentração de mitocôndrias, fornecedoras de energia (ATP) para os batimentos do
flagelo;
. Cauda – formada pelo flagelo, cujos batimentos impulsionam o espermatozóide.

GÂMETA FEMININO

Os Gâmetas femininos são os óvulos. São células de maiores dimensões que os espermatozóides medem
cerca de 0,15mm e os espermatozóides cerca de 0,06mm.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 27
Os óvulos são formados nos ovários. Geralmente em cada mês um dos ovários produz um óvulo e este é
lançado nas trompas de falópio - este processo tem o nome de Ovulação.

ÓVULO

ESTRUTURA DOS TESTÍCULOS

O testículo é um órgão par (direito e esquerdo), situado numa bolsa músculo-cutânea, denominada escroto, a
qual está localizada na região anterior do períneo, logo por trás do pênis. Encontram-se no exterior do
abdómen, o que mantém a sua temperatura um pouco mais baixa do que o normal, aspecto fundamental para a
produção de espermatozóides viáveis.

Cada testículo tem forma ovóide, com o grande eixo quase vertical, e ligeiramente achatado no sentido
lateromedial, do que decorre apresentar duas faces, duas bordas e duas extremidades.
As faces são lateral e medial, as bordas anterior e posterior e a extremidades superior e inferior.
Cada testículo divide-se em cerca de 250 lóbulos testiculares. Cada lóbulo possui 1 a 4 túbulos seminíferos
enrolados e inseridos num tecido rico em vasos sanguíneos. Os túbulos seminíferos convergem para uma zona
de ligação ao epidídimo. A produção dos gâmetas masculinos dá-se nesses mesmos túbulos.

A parede do tubo seminífero é formada por:


. Células germinativas em diferentes fases de espermatogénese, que progride no sentido da periferia para o
centro dos túbulos;
. Células de Sertoli, responsáveis pela coesão, protecção e nutrição das células germinativas, e pela
coordenação da espermatogénese.
A espermatogénese é o processo de diferenciação das espermatogónias (2n) em espermatozóides (n). ocorre
nos túbulos seminíferos. Tem início na puberdade e é contínua ao longo da vida.

MORFOLOGIA E FUNCIONAMENTO DO ESPERMATOZÓIDE

O espermatozóide é essencialmente constituído por três zonas:


. Cabeça – com o núcleo genético e o acrossoma, capuz formado por vesículas do Complexo de Golgi,
contendo enzimas digestivas que permitirão perfurar a camada protectora do oócito II (zona pelúcida), aquando
da fecundação;

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 28
. Peça intermédia – os centríolos, dispostos no pólo oposto ao acrossoma, originam os microtúbulos que
constituem o flagelo. Concentração de mitocôndrias, fornecedoras de energia (ATP) para os batimentos do
flagelo;
. Cauda – formada pelo flagelo, cujos batimentos impulsionam o espermatozóide.

ESTRUTURA DOS OVÁRIOS E OOGÉNESE

Os ovários são glândulas de forma ovóide com cerca de 5 cm de comprimento. Um ovário apresenta duas
zonas de difícil distinção:
. A zona medular – interna e que apresenta elevada vascularização;
. A zona cortical – periférica, com numerosos folículos ováricos em diferentes estádios de desenvolvimento.

A oogénese é o processo de produção de gâmetas femininos. Ocorre nos ovários. Tem início no embrião, com
formação de todas as oogónias, com meiose suspensa em profase I até à puberdade. A partir da puberdade e
até à menopausa ocorre, em cada ciclo ovárico, a maturação, em regra, de um oócito I, e a degenerescência de
outros. A oogénese compreende algumas fases:
1. Multiplicação – durante o desenvolvimento embrionário ocorre a formação de oogónias (46,XX) por mitoses
sucessivas. A maior parte das oogónias formadas degenera.
2. Crescimento – dá-se um acentuado armazenamento de substâncias de reserva e replicação do ADN
implicando o crescimento da célula. Passa a designar-seoócito I (2n).
3. Maturação – os oócitos que não degeneram iniciam a fase de maturação com a primeira divisão da meiose,
que fica bloqueada em profase I. A meiose apenas continua na puberdade, com o início dos ciclos ováricos. Os
oócitos I passam a denominar-se oócitos II Início e bloqueio da divisão II da meiose em metafase II. A meiose
só termina caso haja fecundação, formando-se óvulos e segundos glóbulos polares.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 29
CONTROLO HORMONAL NA MULHER (CICLOS SEXUAIS)

O sistema reprodutor feminino é caracterizado por ciclos que decorrem desde a puberdade até à menopausa.
Cada ciclo desencadeia uma série de transformações sincronizadas em órgãos como os ovários e o útero.

A existência desses ciclos deve-se à acção de hormonas ováricas, estrogénios e progesterona, sobre o
endométrio.
Os estrogénios são produzidos pelas células foliculares. A concentração desta hormona aumenta
progressivamente à medida que os folículos ováricos amadurecem, e depois de um modo rápido atingindo o
valor máximo antes da ovulação. A concentração baixa no período da ovulação devido à perda de células
foliculares e volta a aumentar novamente durante a fase luteínica devido à actividade do corpo amarelo.

A progesterona é produzida pelo corpo amarelo e atinge o valor máximo de concentração durante a fase de
desenvolvimento do corpo amarelo. Quando o corpo lúteo degenera, a concentração desta hormona também
diminui.
A descida simultânea das duas hormonas provoca a desagregação do endométrio – fase menstrual.

CICLO UTERINO

Paralelamente ao ciclo ovárico ocorre um ciclo uterino ou menstrual, com alterações do endométrio
(revestimento uterino). Essas alterações, induzidas por hormonas ováricas, ocorrem em ciclos de 28 dias e
dividem-se em fase menstrual, proliferativa e secretora.
. Fase menstrual – quando não se dá a fecundação, ocorre a destruição parcial do endométrio, uma vez que as
células, devido à contracção dos vasos sanguíneos do útero, deixam de receber nutrientes. São expelidos pela
vagina sangue e fragmentos de tecidos, formando a menstruação.
. Fase proliferativa – verifica-se o crescimento do endométrio, ao nível de espessura, com o desenvolvimento
de glândulas e de vasos sanguíneos devido à elevada concentração de estrogénios a fase folicular.
. Fase secretora – o endométrio continua a aumentar de espessura, devido à acção dos estrogénios e
progesterona produzidos pelo corpo amarelo.

REGULAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO OVÁRIO


Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.
Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 30
Os ovários são regulados por um complexo situado no cérebro, mais precisamente na base do encéfalo, o
complexo hipotálamo – hipófise. Este controlo ocorre ao nível da hipófise anterior e ao nível do hipotálamo. A
hipófise anterior produz duas hormonas, as chamadas gonadoestimulinas, que actuam nos ovários (FSH e LH).
. A foliculoestimulina (FSH) estimula o desenvolvimento dos folículos ováricos que vão produzindo
estrogénios.
. A luteoestimulina (LH) actua no folículo madura estimulando a sua ruptura (ovulação). Determina também a
formação do corpo amarelo que vai produzindo progesterona e estrogénios.
O hipotálamo actua sobre a hipófise anterior através de uma neuro – hormona, GnRH. Esta hormona estimula a
libertação de gonadoestimulinas FSH e LH pela hipófise. O complexo hipotálamo – hipófise controla o
funcionamento ovárico através das gonadoestimulinas que, por sua vez, actuam sobre este complexo. Este
fenómeno designa-se retroacção.
Uma concentração moderada de estrogénios faz baixar a FSH, por retroacção negativa, ou seja, quando existe
um teor relativamente elevado de estrogénios o complexo hipotalamo – hipófise é inibido, diminuindo a
produção de FSH, atenuando o desenvolvimento folicular e baixando a produção de estrogénios (valor do teor
de estrogénios restabelecido).
Uma concentração elevada de estrogénios faz aumentar a FSH e, sobretudo, LH, por retroacção positiva, isto é,
quando existe um teor muito elevado de estrogénios, o complexo hipotálamo – hipófise é estimulado em vez de
inibido fazendo aumentar a produção de gonadoestimulinas.
Esta descarga hormonal provoca a ovulação.

Na maior parte das mulheres, os ciclos sexuais deixam de ocorrer entre os 45 e 52 anos, sendo a menopausa o
último ciclo menstrual da mulher, devido ao esgotamento dos folículos ováricos. Desse modo deixa de ocorrer
retroacção negativa sobre o complexo hipotalamo hipófise, aumentado os níveis de FSH e LH.

CONTROLO HORMONAL NO HOMEM

O sistema genital do homem, ao contrário da mulher, é contínuo. A partir da puberdade inicia-se a produção de
espermatozóides e também da hormona masculina testosterona. Esta hormona é responsável pela maturação
dos órgãos genitais na puberdade, pelo aparecimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários e pela
espermatogénese.

A manutenção do teor de testosterona no sangue é regulada pelo complexo hipotálamo – hipófise. Assim o
hipotálamo liberta GnRH que estimula a produção de gonadoestimulinas por parte da hipófise anterior (FSH e
LH). A LH actua nas células intersticiais ou de Leydig estimulando a produção de testosterona; a FSH actua
sobre as células de Sertoli que absorvem a FSH, produzindo uma proteína que fixa a testosterona para se

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 31
iniciar a espermatogénese. No caso de o valor do teor de testosterona se afastar dos limites estabelecidos,
ocorre uma retroacção negativa regressando ao valor normal.

Fecundação, Desenvolvimento Embrionário e Gestação.

A formação do novo ser começa com a penetração de um espermatozóide num oócito II aquando da
fecundação (formação do ovo). Após a formação do ovo inicia-se um processo de desenvolvimento contínuo e
dinâmico com a duração de 40 semanas que culmina no nascimento.

Fecundação

A fecundação é o encontro e união das células sexuais masculina e feminina, haplóides, com fusão dos seus
núcleos e formação de um zigoto diplóide. A fecundação engloba várias etapas:

1. Deposição na vagina de 50 a 130 milhões de espermatozóides, no decurso de uma ejaculação;

2. Contacto dos espermatozóides com o muco cervical, produzido por glândulas do colo uterino em quantidade
e consistência variáveis ao longo do ciclo ovárico;

3. Deslocação do oócito II em direcção ao útero, por contracções da trompa de Falópio e movimentos ciliares
das células do oviduto;

4. Progressão dos espermatozóides através do colo uterino. Menos de 100


alcançam as trompas de Falópio, local de fecundação;

5. Encontro do oócito II e dos espermatozóides, atraídos por uma substância


libertada pelas células foliculares;

REGULAÇÃO DOS CICLOS SEXUAIS


As correlações que se podem estabelecer entre os ciclos ováricos e uterinos e os resultados de determinadas
experiências, levam-nos a conclusão de que são os ovários que controlam o funcionamento uterino.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 32
A retirada do útero, não afecta o cíclo ovárico. Entretanto, a ablação dos ovários atrofia o úteroe e faz
parar os cíclos uterinos. Por outro lado, a retirada dos ovários e posterior enjecção de extratos ováricos,
reestabelece o normal funcionamento do cíclo uterino.

FISIOLOGIA VEGETAL

ABSORÇÃO DA ÁGUA E DE SOLUTOS PELAS PLANTAS

A eficiência de captação de água pela raiz deve-se à existência de pêlos radiculares, extensóes das células
epidérmicas que aumentam significativamente a área de contacto entre o solo e a superfície da raiz.

A água tende a deslocar-se de regiões de menor concentração em soluto, solução hipotónica, para regiões de
maior concentração em soluto, solução hipertónica, ou seja, a água movimenta-se de regiões de elevado
potencial de água para regiões de baixo potencial, através de membranas com permeabilidade diferencial.

Geralmente, há maior concentração de soluto no interior das células da raiz do que no exterior, havendo, assim,
maior potencial de água no exterior do que no interior das células epidérmics. Assim, a água tende a entrar na
planta por osmose, movendo-se do exterior para o interior da raiz, até atingir os vasos condutores (xilémicos).

EXPERIÊNCIA – Faça o resumo explicativo do texto, fazendo esquemas...

Os iões minerais, como os iões de cálcio, potássio, nitrato e sulfato, também entram na raiz. Os que
estão em concentração elevada podem entrar nas células da raiz por difusão simples (transporte
passivo), através da membrana das células.

A solução do solo é geralmente muito diluída e verifica-se que as raízes podem acumular iões minerais
em concentrações muito superiores do que as concentrações destes iões no solo. Nestas condições, o
movimento destes iões contra o gradiente de concentração requer disponibilidade de energia, entrando
nas células da raiz por transporte activo.

O transporte activo de iões aumenta a concentração de soluto e, consequentemente, diminui o potencial


de água dessas celulas, havendo tendência para a água entrar por osmose. O transporte activo de iões,
que passam através das células do parênquima cortical para as células da endoderme e destas para o

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 33
xilema, cria um gradiente osmótico que faz com que a água tende a passar por osmose do córtex para o
xilema.

Algumas experiências mostram que o movimento da água e dos solutos que entram na planta, pela raiz, se
pode efectuar essencialmente por duas vias:

 Via simplasto – neta via a água atravessa as células da epiderme e as do parênquima cortical,
seguindo a continuidade citoplasmática que se estabelece através dos plasmodesmos que ligam as
diferentes células.
 Via apoplasto – A água circula através da matriz constituída pelas paredes celulares e espaços
intercelulares.

A água e os solutos constituídos principalmente por iões minerais, uma vez chegados ao xilema, podem agora
ascender, constituindo a seiva xilémica.

TRANSPORTE DA SEIVA XILÉMICA

A seiva xilémica, ligeiramente ácida (pH entre 5,4 e 6,59), contém cerca de 99% de água e numerosos iões
dissolvidos (nitratos, fosfatos, sulfatos, potássio, sódio e cloro).

As plantas perdem grande quantidade de água por transpiração através das folhas e outros órgãos aéreos.
Todavia, essa água que perdem é substituída por outra, transportada essencialmente num sistema contínuo e
rápido de xilema desde a raiz, passando pelo caule, até às folhas. As substâncias dissolvidas na água são
transportadas passivamente ao nível do xilema.

FACTORES QUE INTERVÊM NO MOVIMENTO ASCENDENTE DA ÁGUA E SOLUTOS NO XILEMA.

- Pressão radicular

Diversas observações levam a pensar que, na raiz, devido a forças osmóticas, se desenvolve uma pressão de
água no xilema em algumas situaoes.

Na realidade, a pressão radicular é um fenómeno causado pela contínua e activa acumulação de iões pelas
raízes da planta. O transporte activo desses iões para as células da raiz aumenta o potencial de soluto, o que
tem como consequência o movimento de água para o interior da planta. A acumulação de água nos tecidos
provoca uma pressão na raiz, pressão radicular, que força a água a subir no xilema.

Em certas circunstâncias, quando a pressão radicular é muito elevada, pode fazer com que a água ascenda até
as folhas, onde é libertada sob forma líquida, num processo conhecido por gutação.

A gutação é, pois, a manifestação de um fenómeno de pressão radicular que ocorre através de grupos de
células especializadas, os hidátodos, localizados nas margens das folhas, perto da terminação de pequenas
nervuras. Os hidátodos são também chamados por estomas aquíferos.

Certas espécies de plantas, por exemplo, as coníferas, náo apresentam pressão radicular. Deste modo, admite-
se que a pressão radicular, embora possa ajudar a explicar a ascensão da água e de solutos nas plantas, não
deve ser o principal factor, especialmente se se tratar de grandes árvores.

Teoria da tensão-coesão

A absorção radicular e a transpiração são fenómenos relacionados. Geralmente, durante o dia, a


intensidade de transpiração excede a da absorção de água do solo, o que provoca um défice de água
nas folhas. Durante a noite, como a temperatura do ar e das folhas é mais baixa, ocorre o fenómeno
inverso, ou seja, a absorção é superior à transpiração.
Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.
Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 34
A energia solar é responsável pela transpiração, pondo em movimento ascendente a coluna de água e solutos
através de toda a planta.

A evaporação da água verifica-se nas paredes húmidas das células do mesófilo, saindo o vapor de água da
planta através dos estomas.

No movimento ascendente da coluna de água intervêm vários fenómenos sequenciais:

 Quando as células do mesófilo perdem água, ocorre na parte superior da planta um défice de água,
criando-se uma pressão negativa a que se dá o nome de tensão.
 Devido à saída das moléculas de água do mesófilo diminui o potencial de água, a concentração do
soluto nessas células aumenta, aumentando assim a pressão osmótica. As células do mesófilo ficam
hipertónicas em relação ao xilema e, por isso, novas moléculas de água passam do tecido vascular
para essas células.
 As moléculas de água, devido à polaridade que apresentam, tendem a ligarem-se umas às outras por
ligações hidrogénio que se estabelecem entre os átomos de hidrogénio de uma molécula e os átomos
de oxigénio das moléculas adjacentes. Devido a estas forças de coesão, as moléculas de água
mantêm-se unidas umas às outras, formando uma coluna contínua.
 As moléculas de água têm também grande capacidade de adesão a outras substâncias e
provavelmente aderem às paredes celulares do xilema.
 O movimento de moléculas de água no mesófilo faz mover toda a coluna hídrica e, quanto mais rápida
for a transpiração ao nível das folhas, mais rápida se torna a ascensão.
 A ascensão de água cria um défice de água no xilema da raiz, fazendo com que a água passe do
parênquima cortical para o xilema, o que determina a absorção ao nível da raiz e, consequentemente,
o fluxo de água do solo para o interior da planta. Há assim um fluxo passivo de água de áreas de
potencial de água mais elevado para áreas de potencial de água mais baixo.

Devido a forças de tensão-coesão-adesão estabelece-se, pois, uma coluna contínua de água no xilema entre
as folhas e a raiz, chamada corrente de transpiração. Para que este sistema funcione, a coluna de água tem
de se manter contínua sem que qualquer bolha de ar penetre e a interrompa.

O mecanismo de tensão-coesão é hoje considerado como o processo dominante de translocação da seiva


xilémica na maioria das plantas.

Fisiologistas vegetais calcularam que a tensão produzida pela transpiração é suficiente para fazer ascender
água a cerca de 150 metros em tubos com o diâmetro dos vasos xilémicos. Como, em regra, as árvores mais
altas têm aproximadamente 110 a 120 metros de altura, este mecanismo pode explicar a ascensão da seiva,
mesmo nestas árvores.

Controlo da transpiração

As folhas de uma planta podem perder diariamente o seu próprio peso em água. A transpiração ocorre
essencialmente em dois locais:

Nos estomas – cerca de 90% das perdas de água têm lugar através dos estomas, que se encontram quer nas
folhas quer em caules herbáceos.

Na cutícula – uma pequena quantidade de água, cerca de 10%, é perdida através da cutícula, a qual não é
completamente impermeável aos gases.

Os estomas podem controlar a quantidade de água perdida devido à capacidade que têm de se abrir e fechar.

Funcionamento dos estomas

Não é ainda bem conhecido o funcionamento dos estomas. Pensa-se que a mudança de forma das células-
guarda se relaciona com o seu conteúdo em água.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 35
Quando a célula está turgida, devido ao aumento de volume, a água exerce pressão sobre a parede celular –
pressão de turgescência. Como a região delgada da parede da célula-guarda se deforma mais facilmente,
distende-se mais do que a zona mais espessa. Este movimento provoca a abertura do estoma.

Quando as células-guarda perdem água, a pressão de turgescência diminui e o estoma recupera a sua forma
original, aproximando-se as células-guarda e, em consequência, o ostíolo fecha.

A variação de turgescência das células estomáticas, ou células-guarda, depende de vários factores, como por
exemplo:

 Concentração de iões;
 Intensidade luminosa;
 Concentração em CO2; pH.

FACTORES QUE INFLUENCIAM A TRANSPIRAÇÃO

As taxas de transpiração variam muito com a espécie vegetal e, dentro da mesma espécie, com as condições
ambientais.

Entre os factores ambientais mais importantes que afectam a taxa de transpiração, destacam-se: a radiação
solar, temperatura do ar, humidade, vento, conteúdo de água no solo e a concentração interna em CO2.

Radiação solar

O efeito da radiação solar sobre a transpiração deve-se a influeência da luz sobre a abertura e o fecho dos
estomas.

Outro efeito importante da radiação solar sobre a transpiração é a sua influência na temperatura das folhas.

Temperatura do ar

A elevação da temperatura ambiente em cerca de 10 ºC duplica a tendência para a evaporação da água.

O aumento da temperatura das folhas faz aumentar a taxa de transpiração.

Humidade

O aumento da humidade do ar faz baixar a taxa de transpiração, desde que os restantes factores não sejam
alterados.

Vento

O ar circulante sobre as folhas arrasta o vapor de água resultante da transpiração, o que faz baixar a humidade
do ar junto da folha. Nestas condições aumenta o gradiente de pressão de vapor entre as folhas e a atmosfera
e, consequentemente, a transpiração aumenta.

Se o conteúdo de água na folha continuar a diminuir, as células labiais do estoma perdem a turgescência,
provocando o fecho quase total do estoma e uma notória redução da transpiração.

Concentração interna de COS

A baixa concentração de CO2 nas folhas causa a abertura dos estomas e como resultado há um aumento da
taxa de transpiração.

Referimo-nos, contudo, essencialmente aos factores ambientais. Entretanto, a própria forma, superfície e
estrutura da folha, no que respeita, por exemplo, à existência de cutícula e localização dos estomas, constituem
também factores fundamentais que influenciam a transpiração foliar.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 36
TRANSPORTE NO FLOEMA

Nos órgãos fotossintéticos, nomeadamente as folhas, são produzidas substâncias que são mobilizadas e
distribuídas por toda a planta. A translocação desses materiais ocorre através dos elementos condutores do
tecido floémico.

A seiva elaborada, ligeiramente alcalina (pH 7,5 a 8,5), é uma solução relativamente concentrada. E é
maioritariamente constituída (10% a 30%) por açúcar, sendo, na maior parte das espécies, a sacarose o único
açúcar presente. Possui ainda aminoácidos nucleótidos, iões orgânicos, hormonas, etc.

MECANISMOS RESPONSÁVEIS PELO MOVIMENTO DA SEIVA FLOÉMICA

Hipótese do fluxo de massa

Esta hipótese, também conhecida como fluxo sob pressão, foi apresentada por Munch, em 1926. Esta
hipótese admite que o transporte floémico ocorre devido a um gradiente de concentração de sacarose que se
estabelece entre:

 Uma fonte – órgão da planta onde o açúcar é produzido ou é mobilizado a partir de reservas;
 Um local de consumo ou de reserva – órgão da planta onde o açúcar é consumido ou fica em
reserva.

O transporte da seiva floémica, ocorre, geralmente, de uma zona de maior concentração em soluto para zonas
de menor concentração em soluto. Deste modo, ocorre um fluxo maior de água para as zonas de maior
concentração. Esse fluxo continua até que as concentrações nos dois meios se equilibrem.

Assim, a glicose (seiva) elaborada nos órgãos fotossintéticos, geralmente nas folhas, é convertida em
sacarose antes de entrear no floema. A sacarose é transportada pelo floema, dos locais onde é
elaborada para locais onde é gasta ou armazenada, por exemplo, nas raízes, nos frutos ou nas
sementes.

A hipótese do fluxo de massa inicialmente elaborada apresentava algumas insuficiências, pois, não explicava
alguns factos observados, como, por exemplo, o transporte do açúcar do parênquima clorofilino para o floema
contra o gradiente de concentração.

Hoje se sabe que na entrada da sacarose para os elementos do floema e na sua saída deste tecido é utilizada
energia transferida de moléculas de ATP das células de companhia ou das células parenquimatosas do floema,
as quais têm uma taxa de respiração elevada.

A hipótese do fluxo de massa foi reformulada, e actualmente, em relação à translocação da seiva floémica,
admite-se que:

 A glicose elaborada nos órgãos fotossintéticos é convertida em sacarose;


 A sacarose passa, por transporte activo, para o floema;
 À medida que aumenta a concentração de soluto nos tubos crivosos, a pressão osmótica aumenta,
ficando superior à das células envolventes (células do parênquima e células do xilema);
 A água movimenta-se das células envolventes para os tubos crivosos, aumentando nestes a pressão
de turgescência;
 A pressão de turgescência faz com que o conteúdo dos tubos crivosos atravesse as placas crivosas,
passando para os elementos seguintes dos tubos crivosos. Há assim, um movimento das regiões de
alta pressão para as regiões de baixa pressão;
 A sacarose é retirada do floema para os locais de consumo ou de reserva, possivelmente por
transporte activo;
 À medida que o açúcar sai dos tubos crivosos, a pressão osmótica diminui e a água sai deles por
osmose para as células envolventes;

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 37
 Nos órgãos de consumo ou de reserva a sacarose é geralmente convertida em glicose, que pode ser
utilizada na respiração ou na construção de novos compostos ou então polimerizar-se em amido, que
fica em reserva.

NT: O movimento da seiva floémica efectua-se por fluxo de massa associado a transporte activo sempre
que o açúcar se desloque contra o gradiente de concentração.

ALGUMAS OBJECÇÕES COLOCADAS À HIPÓTESE DO FLUXO DE MASSA

Apesar dos factos que apoiam a hipótese do fluxo de massa, algumas objecções continuam ainda a colocar-se:

 Uma das objecções é o facto de ela não permitir explicar a existência, em certas épocas do ano, de um
fluxo descendente de seiva e de um fluxo ascendente, movendo-se em simultâneo no mesmo tubo
crivoso;
 Outra objecção referse ao facto de que o pequeno diâmetro dos poros existentes nas placas crivosas
não permita a passagem da seiva de uma célula para outra, havendo necessidade de uma pressão
muito superior à que se admite existir na maioria das plantas.

REGULAÇÃO HORMONAL

O crescimento e o desnvolvimento das plantas são fortemente influenciados por estímulos como a luz, a
gravidade, o contacto com outras plantas ou com qualquer objecto.

Acção das hormonas no desenvolvimento das plantas

As plantas reagem a acção da luz. Estas respostas à luz serviram de base a investigações que permitiram
evidenciar a existência e a função de hormonas vegetais ou fito-hormonas.

Em experiências com plântulas de gramíneas, verificou-se que após a germinação das sementes, a primeira
porção da plântula que emerge do solo é o coleóptilo, invólucro em forma de dedo de luva que protege as
primeiras folhas.

Os coleóptilos das gramíneas são sensíveis à luz. Quando os germinadores são iluminados com luz uniforme
crescem verticalmente, mas, se são iluminados lateralmente, os coleóptilos em crescimento voltam-se em
direcção a luz.

No século XIX, Charles Darwin conhecido por desenvolver a teoria da seleção natural, juntamente com o seu
filho Francis, efectuou diversas experiências sobre o crescimento de plantas à luz.

Darwin concluiu que, quando as plântulas estão livremente expostas a uma iluminação lateral, uma mensagen
deve ser transmitida do ápice para a parte inferior do coleóptilo, causando a curvatura desta zona.

Vários outros investigadores deram sequência às experiências de Darwin, como Boysen-Jensen 1910, Páal, em
1919, Went século XX, entre outros.

Os resultados dessas experiências históricas permitem estabelecer certas conclusões:

O ápice do coleóptilo controla o crescimento e a resposta da plântula em relação a luz.

O controlo é efectuado por intermédio de uma hormona elaborada no ápice do coleóptilo, a qual, por difusão,
atinge uma zona inferior que cresce, curvando-se em relação à luz lateral.

À hormona em questão Went chamou de auxina (do grego auxein = crescer).

A desigual repartição da auxina na plântula sob efeito de uma iluminação lateral explica o crescimento orientado
em relação à luz, que pode ser explicado pelo maior alongamento das células da zona não iluminada, às quais
chega maior quantidade de auxina do que à zona iluminada.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 38
A auxina sintetizada pelaextremidade dos caules é responsável pelo alongamento das células.

Subsequentemente à descoberta das auxinas, outras hormonas foram identificadas, como as giberalinas e o
etileno.

Actualmente consideram-se cinco de fito-hormonas, entre as quais se encontram as que foram consideradas.

Hormonas Acções
Auxinas Estimulam o alongamento celular, a formação de raízes e o início de floração e
frutificação em certas plantas.
Inibem a queda de folhas e de frutos.
Giberalinas Estimulam o alongamento dos caules, a germinação de sementes, a floração de
algumas plantas e o desenvolvimento de frutos.
Etileno Estimula o amadurecimento dos frutos e a queda das folhas, flores e frutos. Inibe
o crescimento de raízes e gomos laterais.
Citicininas Estimulam a divisão celular e o desenvolvimento de gomos laterais. Prlongam a
vida de folhas, flores e frutos.
Inibem a formação de raízes e retardam a queda das folhas.
Ácido abcísico Estimula a formação de raízes e o fecho de estomas.
Inibe a germinação de sementes.

PROCESSO DE FLORAÇÃO

A floração das plantas superiores é um dos processos fisiológicos que mais investigação dos botânicos tem
suscitado. A floração está relacionada com a duração relativa do dia natural e da noite, denominando-se
fotoperíodo o número de horas de iluminação diária.

A germinação das sementes, por exemplo, é controlada pelo fotoperíodo, ocorrendo, geralmente, em momentos
específicos do ano, de acordo com a espécie.

No entanto, uma das reacções fotoperiódicas mais óbvias é a produção de flores.

De acordo com as diversas respostas das plantas ao fotoperíodo, estas foram classificadas em diversos grupos:
plantas de dia longo, plantas de dia curto e plantas indiferentes.

Estudos experimentais desenvolvidos nos anos 40 do século XX levaram a concluir que é a duração do período
de obscuridade que normalmente controla a floração e, não a duração do período de luz.

Em consequência disto, as designações atribuídas às plantas em função do fotoperíodo devem ser:

 Plantas de noite curta, correspondentes a plantas de dia longo;


 Plantas de noite longa, correspondentes a plantas de dia curto.

Genericamente, considera-se um período crítico de obscuridade, correspondente à duração mínima ou


máxima de obscuridade para o início da floração (ver figura 11 relação entre floração e período de
obscuridade, página 278).

A floração de plantas de noite curta, como o trevo e de plantas de noite longa, como cardo, é influenciada pela
duração da noite. As plantas de noite longas requerem um período de obscuridade ininterrupto maior do que o
período crítico de obscuridade, enquanto que as plantas de noite curta requerem um período de obscuridade
menor que a duração do período crítico.

Interrompendo o período de obscuridade numa planta de noite longa antes de ser atingido o período crítico, a
floração fica inibida. As plantas de noite curta podem florescer mesmo no inverno, se o período de obscuridade
a que estão submetidas for interrompido por um flash de luz breve.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 39
Pode-se dizer então que nas plantas de noite curta:

 A floração ocorre quando a duração da noite é igual ou inferior ao período crítico de obscuridade;
 O período crítico de obscuridade marca um número máximo de horas de obscuridade contínua para as
plantas florescerem;

Nas plantas de noite longa:

 A floração ocorre quando a duração da noite é igual ou maior que o período crítico de obscuridade;
 O período crítico de obscuridade marca um número mínimo de horas de obscuridade contínua para as
plantas florescerem.

A resposta da floração relativamente ao fotoperíodo influencia a distribuição geográfica das plantas.

Aplicação das fito-hormonas para fins económicos

As hormonas vegetais têm sido estudadas a nivel fisiológico e a nível bioquímico. O estudo fisiológico permitiu
conhecer a acção de diversas hormonas, no crescimento e no desenvolvimento das plantas. O estudo
bioquímico permitiu isolar e identificar compostos orgânicos relativos a diferentes hormonas.

O conhecimento dos compostos orgânicos permitiu efectuar em laboratórios, a síntese de substâncias


quimicamente idênticas às diversas fito-hormonas e, portanto, com os mesmos efeitos que elas. São chamados
reguladores de crescimento e utilizam-se, actualmente, em diversos sectores ligados à produção,
armazenamento e distribuição de alimentos de natureza vegetal.

As hormonas sintéticas são aplicadas tendo em conta a sua acção, no sentido de maior produtividade e maiores
lucros.

Hormonas Algumas funções


 Eliminam ervas daninhas em culturas de cereais (monda química).
 Promovem uma floração e frutificação uniforme nos pomares.
Auxinas  Promovem a formação de raízes em estacas.
 Inibem a produção de gomos laterais, por exemplo, nas batatas (os chamados
“olhos”).
 Estimulam a germinação de sementes, por exemplo de sereais.
Giberalinas  Aumentam o tamanho e a separação das bagas nos cachos de uvas.
 Aumentam a floração de certas plantas ornamentais.
 Controlam o tamanho dos caules.
 Estimula o início da floração em plantações, por exemplo, de ananás.
Etileno  Estimula, ao longo do ano, a maturação de frutos colhidos ainda verdes e que
são mantidos assim por serem armazenados numa atmosfera com CO2 e a
uma temperatura próxima da congelação.

Elaborado por: José Hilário Francisco da Rosa.


Fonte: Biologia da 12ª Clase da Reforma Educativa. Página 40

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