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1968

Conhecido como “o ano que não terminou”, vivia-se no Brasil um clima de repressão
aos movimentos estudantis e proibição de manifestações de rua em todo o país. Nesse mesmo
ano, no dia 13 de dezembro o Presidente Artur da Costa e Silva decreta o Ato Institucional Nº5.

Texto:

... O submundo de um explorador de mulheres, uma prostituta e um homossexual, na peça de


Plínio Marcos. (Teatro, ed. 2)
... “Em Hollywood, um diretor homossexual terá que fazer filmes forçosamente heterossexuais.
Aqui não” (Cinema, ed. 6)
... Num vagão de metrô, vários tipos: um casal de negros, outro de velhos, um homossexual.
Dois marginais complicam a viagem. (Cinema, ed. 5)
... o submundo dos humilhados: um explorador de mulheres, uma prostituta e um homossexual.
(Teatro, ed. 9)
... o drama de uma prostituta, um cáften e um homossexual. (Teatro, ed. 10)
... Na competição pelos favores da fêmea, o supermacho ganha todos os combates físicos e tem
uma atividade heterossexual (e homossexual) mais intensa. (Ciência, ed. 12)
... É a história da amizade entre um rapaz pequeno burguês e um rapaz rico, com implicações
homossexuais, e termina com morte de ambos. (Cinema, ed. 9)
... “Clube das Fossa” tenta uma decida às profundezas do submundo dos homossexuais, dos
drogados e das prostitutas, mas o resultado deixa o autor como peixe fora da água. (Teatro, ed.
10)
... a torturada e sufocante existência dos marginalizados pela sociedade oficial (criminosos,
homossexuais, subordinados e dependentes de toda espécie. (Teatro, ed. 7).
... O marido mata a mulher adúltera, duas quadrilhas de bicheiros trocam tiros, ladrões
mascarados rodam cemitérios suburbanos, homossexuais se reúnem em congresso. Essas
notícias fazem os programas de maior audiência do rádio brasileiro: “as rondas policiais”
(Radio, ed. 2)
... Mas a regra é chamar delegado de “Doutor Delega”, ladrão de “inimigo alheio”, vítima de
roubo de “otário”, vagabundo de marginal, homossexual de “boneca”, polícia de “justa”,
investigador de “tira”, prostibulo de “hotel da noite”, boate de “cabaré de granfa”, bofetão de
“catiripapo, retrato de “boneco”, barraco de “castelo de crioulo”, roubo de “afano. Nelson
Ribeiro (mulato, 44 anos, ex-seminarista em Mato Grosso) (Rádio, ed. 2)
... Este ano, Bond produziu “De manhã Cedo”, que conta uma fantástica reação lésbica entre a
Rainha Vitória e a enfermeira-heroína Florence Nightingale. (Teatro, ed. 3)
... o Dr. Alan Bell, do Instituto de Pesquisa do Sexo de Bloomington, nos Estados Unidos,
recebeu uma dotação de 280 000 dólares para estudar o problema do homossexualismo
masculino e feminino na América. A equipe do Dr. Bell, que trabalha para o Instituto Nacional
de Saúde Mental, já começou a ouvir 1 100 homens invertidos e mulheres lésbicas na área de
São Francisco. O relatório das investigações será publicado em 1970 e, segundo tudo indica, se
transformará num “best-seller”.
... armados de novelas que tratam de adultério, incesto, estupro, homossexualismo, sedução e
orgia, desde Graha, Greene, inglês, até o italiano Alberto Moravia e o americano Norman
Mailer, vice-presidente da literatura pornográfica. (Literatura, ed. 7)
... A atriz Marília Branco, ex-esposa do ator Aldofo Celi, declarou, ao chegar de Roma, que os
temas preferidos do cinema europeu são o homossexualismo e o lesbianismo. (Indicações PS,
ed.11)
... No conto “o troféu”, afirmando que a portaria da polícia carioca contra os travestis no
carnaval não poderia dar certo: “como é que a polícia vai saber se a borboleta oriental da fantasia
dele é macho ou fêmea? (Indicações, ed. 16)
... João José Pompeu (Claire) e Nestor de Montemar (Solange) em travesti. (Teatro, ed. 7)
No Rio de Janeiro, o travesti Rogéria foi convidado para apresentar um programa de entrevistas
na Tv Excelsior. A censura não deixou. Rogéria estrilou: “Censura bofe. Não me aguenta
porque morre de inveja”. (Brasil, ed. 6)
... Atores em travesti são “As criadas”, peça de Genet, em são Paulo... (Teatro, ed. 7)
... Duas criadas, representadas por homens em travesti, odeiam a patroa a que servem, tramam
matá-la. (Teatro, ed. 7)
... Duas criadas, representadas por homens em travesti, odeiam a patroa a que servem, tramam
matá-la. (Teatro, ed. 8)
... Elenco: Flávio Migliaccio, Marília Pêra, Jardel Filho, o travesti Rogéria e outros. (Cinema,
ed. 13).
... Um bom lugar para os transviados – Na luta que se trava em todo o mundo para conseguir
divisas do turismo, talvez povo nenhum tenha demonstrado mais engenho do que os laboriosos
holandeses, que transformaram em atração turística até mesmo conhecidas estâncias de lama.
Nos últimos tempos, entretanto, o turismo holandês começou a beneficiar-se de uma atração
consideravelmente mais controvertida: em número cada vez maior, estão chegando à Holanda,
por via área – e, em alguns casos, por táxi-aéreo –, grandes levas de homossexuais estrangeiros,
em busca de sua nova Meca.
A Holanda hoje em dia, pode ser considera o ambiente mais tolerante do mundo para
homossexuais. Sua principal cidade, Amsterdam, possui agora todos os ingredientes da vida
“irrestrita”: quermesses de homossexuais, um clube de canto, um grupo de ópera (que montou
recentemente um espetáculo com todos os lugares vendidos) e diversas discotecas, onde os
transviados podem encontrar-se livremente para beber e dançar. Mas o que diferencia realmente
tais atividades das suas similares mais discretas em outros países é o grau de tolerância oficial,
de estímulo mesmo, de que gozam na Holanda. O próprio governo nacional assume uma
posição branda. “A repressão impele simplesmente os homossexuais para as margens da
sociedade”, observa um sociólogo governamental. “É aí que surgem os problemas do crime e
das doenças venéreas.” E, numa ostentação de brandura que certamente chocaria seus colegas
de outros países, o inspetor de um pelotão de polícia de Amsterdam acrescenta tranquilamente:
“Esses clubes mantêm os homossexuais afastados das dificuldades”.
Tradição de tolerância – Esse modo radical de encarar a questão é compartilhada até mesmo
pelos católicos liberais da Holanda e pelo clero protestante – mas não puritano – do país. O
clero da Holanda, de fato, patrocinou recentemente uma conferência ecumênica com cerca de
trezentos pastores, freiras e sacerdotes, para discutir o problema do homossexualismo. E, com
a plena aprovação do seu bispo, o Padre Johannes Godschalk, um sacerdote católico de 42 anos,
grande fumante de charutos, atua como capelão não-oficial no próspero reino de fadas de
Amsterdam.
“Tudo isso simplesmente faz parte da tradição holandesa de tolerância”, diz Benno Premsela,
um decorador de interiores, alto, meio careca e chefe da maior associação de homossexuais da
Holanda, com sede em Amsterdam. “A Holanda sempre esteve aberta para grupos minoritário
– e é isso que nós somos”. Realmente, apesar de a homossexualidade das tanto na vista do país,
funcionários do Governo consideram que os transviados, na Holanda, somam apernas 500 mil
pessoas – bem dentro da faixa dos 3 a 5 por cento da população, que os sociólogos consideram
“normal” em qualquer nação. O Governo holandês também não quer preocupar-se com o fato
de que os clubes noturnos “livres” e a ostentação pública da prostituição masculina atraem
inevitavelmente novos imigrantes com idênticas intenções.
Mas tudo isso não quer dizer que a maioria dos holandeses seja simpática ao homossexualismo.
Quando uma clínica psiquiátrica para transviados foi aberta recentemente numa sossegada
ruazinha de Amsterdam, numa casa do século XVIII agora reformada, mais de cem
homossexuais se apresentaram logo nas primeiras semanas. Muitos estavam desesperados e
propensos ao suicídio, disseram os psiquiatras, por não serem capazes de explicar sua maneira
de viver a seus pais e amigos. Outros se queixavam de discriminações em matéria de habitação
e emprego (Ironicamente, um psiquiatra que pediu emprego na própria clínica foi recusado por
ser homossexual.) O que justifica a observação dos diretos: “Mesmo na Holanda, a vida de um
homossexual pode ser solitária, triste e trágica. (Internacional, ed. 16)
... Para adultos: novo catecismo holandês – “Não é culpa da pessoa se – ele ou ela – não sente
atração pelo sexo oposto. As causas do homossexualismo ainda são desconhecidas. No seu
isolamento, os homossexuais procuram por uma amizade. Mas mesmo onde encontrem uma
verdadeira e leal reposta, a realização perfeita de seus anseios humanos não lhes é concedida.”
Este trecho não é de nenhum livro de educação sexual, mas encontra-se num catecismo. Um
catecismo para adultos. Depois de ser best-seller em três países – Estados Unidos, Alemanha e
Inglaterra – e de ter recebido severa condenação dos bispos italianos, o Novo catecismo
holandês, que discute em suas quinhentas páginas o homossexualismo, as teorias sobre a criação
do mundo, as religiões não-cristãs, o problema da guerra, o celibato, as relações entre Igreja e
Estado, a pena de morte, o erotismo, as artes na religião e mesmo o controle da natalidade,
deverá ser publicado no Brasil em janeiro próximo pela Editora Herder and Herder. (Religião,
ed. 110
... Defendendo a educação nas escolas está uma mulher loura. Júlia Steinbruch, deputada pelo
MDB fluminense e esposa do Senador Aarão Steinbruch. Júlia cita o psiquiatra Hélio Peregrino
“se tudo é belo na criação, não é chocante falar de sexo para crianças”) e diz que os “hippies”
e os homossexuais existem porque não tiveram educação sexual na infância. Com estes
argumentos, conseguiu que a Câmara de Justiça aprovasse o projeto de sua autoria. (Educação,
ed. 2) Ver Clipping
Clipping:

Figura 1. Educação, edição 2.


Figura 2. Educação, edição 2.
1969

Trata-se de um período conhecido como “os anos de chumbo”, momento mais


repressivo da ditadura militar. Nesse período, a comunidade LGBT sofria com as novas regras
estabelecidas pelo AI-5 e a censura moral. Um período contraditória para as artes,
inegavelmente um ano de revolução cultural no Brasil (Xexéo, 2009), enquanto se cantava
“moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”, a censura a qualquer
sexualidade dissidente era notória, como no caso das medidas que o chefe do Serviço de
Censura de Diversões Públicas tomara para retirar do ar o programa da TV da Guanabara a
respeito dos quadros que “explorassem a figura do homossexual”. (Pinheiro, 2017). Enquanto
isso, nos Estados Unidos, em 28 de junho, acontecia a revolta de Stonewall em defesa dos
direitos da comunidade LGBT.

Pinheiro, D. (2018). Autoritarismo e homofobia: a repressão aos homossexuais nos regimes ditatoriais
cubano e brasileiro (1960-1980). cadernos pagu, 94-123.
Xexéo, A. (2009). 1969 foi um ano marcado por ditadura política e revolução cultural. [site]. Recuperado
de https://oglobo.globo.com/economia/1969-foi-um-ano-marcado-por-ditadura-politica-
revolucao-cultural-3202002.

Texto:

... Para muita gente, a moda masculina hoje em dia é parte de uma conspiração homossexual,
que pretende comprometer a masculinidade do homem. Para alguns psicólogos, a
masculinização da roupa feminina e a feminilização da roupa masculina é um sinal de sérios
problemas de relacionamento. Dizem eles que quando as roupas representam papéis tão
confusos é porque a sociedade está com problemas. Mas a verdade é que o novo Adão, cheio
de problemas, perturbado pela incrível velocidade dos acontecimentos vendo o futuro chegar
cada vez mais rápido, está bem, mais feliz com a nova moda. (Vida moderna, ed. 19). Ver
Clipping
... Sua eficiência leva-o a desvendar o assassinato de um homossexual, a ser promovido e a ser
autor de um “crime sem perdão. (Cinema, ed. 20)
... Os dois decidem procurá-la num castelo sombrio habitado por vampiros incríveis (inclusive
um homossexual). (Cinema, ed. 21)
... e o próprio Polanski, este perseguido por um vampiro homossexual. Sátira aos filmes de
vampiro, muito divertida. (Cinema, ed. 22)
... Frank Sinatra é um sargento de polícia muito aplicado: estudou criminologia, solucionou o
caso do assassinato de um homossexual, descobre um antro de corrupção governamental e é
promovido. (Cinema, ed. 22)
... Os dois saem em sua busca num castelo mal-assombrado e encontram um vampiro
homossexual. Comédia negra. (Cinema, ed. 23)
... Com Rod Steiger, que faz sete papéis diferentes: um estrangulador que se disfarça em padre,
encanador, policial, doceiro, cabeleireiro, homossexual e prostituta. (Cinema, ed. 33)

... Começa pelo simples bate-papo, passa pelo suborno (demonstrando curiosidade pela vida
familiar do outro), humilha-se, chega à provocação e a um relacionamento homossexual e,
vendo fracassadas todas suas tentativas, acaba morrendo num gesto involuntário do faxineiro.
(Teatro, ed. 35)
... O homossexual que assiste à discussão dos outros pela sua posse. (Livros, ed. 36)
... A tendência do cinema moderno em abordar, clara ou disfarçadamente, o tema do
homossexualismo já foi considerado “alarmante” por um grupo de censores americanos. Eles
parecem estar se lembrando da divertira ironia que Fellini, dez anos atrás, colocou na boca de
uma travesti na última sequência de “A Doce Vida”: “Em 1970, todo mundo será homossexual”.
Em 1970, os cinemas estarão passando filmes como “The Saergent”, “The Killing of Sister
George” e “Myra Beckenridge” (história de um homem que vira mulher; como o papel deverá
ser representado por um púnico ator ou atriz, os produtores ainda não se decidiram. (Cinema,
ed. 40)
... os dois saem em sua busca num castelo mal-assombrado encontram um vampiro
homossexual. (Cinema, ed. 42)
... Aos dezenove, numa peça de Joe Orton (o escritor homossexual que foi morto a marteladas
por um amigo, escolheu o papel de um padre sem escrúpulos, cujo maior prazer era infiltra-se
em dormitórios femininos. (Internacional, ed. 44)
... “Teorema” foi definido como “uma confissão pessoa da dificuldade de ser uma
homossexual”. Ou, segundos os bispos italianos, como “uma invocação do demônio que alucina
as pessoas com a loucura do sexo”. (Literatura, ed. 55)
... Herói ou heroína? – “Em 1970”, dizia um travesti na escabrosa cena final de “A Doce Vida”,
de Fellini. “todo mundo será homossexual”. No cinema, a profecia está se realizando antes do
prazo. Novamente são os grandes atores que dão o sinal de partida: Rex Harrison e Richard
Burton vivem a história de uma relação homossexual em “Staircase” (tirando uma peça
encenada no Brasil, ano passado, com o título de “Queridinho”). Os “amores proibidos” estão
incluídos nos carnês de produção de todos os estúdios. A profecia do personagem de Fellini
ganha corpo em “The Killing of Sister George”, tragicomédia sobre uma velha lésbica e sua
Lolita, direção de Robert Aldrich. A columbia comprou os direitos de “The boys in the Band”,
uma peça em que dois homossexuais se casam. Diz Hohn Schleisinger (“Darling”) Sobre seu
novo filme “Midnight Cowboy”, sobre prostituição masculina: Hoje em dia todo mundo sabe o
que quer. Só o cinema não sabia disso. Franco Zefirelli (“A Megera Domada”) sabia exatamente
que queria quando pegou uma peça tão clássica e tão assexuada como “Romeu e Julieta” e fez
sua câmara contemplar mais a nudez de Romeu que a de Julieta. Um filme atualmente em
rodagem “Myra Breckenrídge” baseado numa novela de Gore Vidal, talvez consiga realizar a
síntese feliz deste tipo de cinema: o herói – ou heroína? – muda de sexo o tempo todo, segundo
sua conveniência. Em outros tempos, o diretor Edward Dmytrik teve que fazer um passe de
mágica para contar sua história: em “Rancor (1947), transformou o personagem do livro de
origem de homossexual em judeu, passando seus problemas sexuais para raciais. (Cinema, ed.
17)
... “A Delicate Balance” (Prêmio Pulitzer de 1967, história de um homossexual suburbano que
passa a peça inteira sem saber se convida ou não as visitar para passar a noite em sua casa).
(Cinema, ed. 17)
... Depois de quatro anos de teatro ainda não era homossexual. Mas já tinha um certo sotaque.
(Humor, ed. 39)
... Diz Madame Satã, o marginal homossexual mais valente da Lapa, que esteve na ilha: “É a
terra onde filho chora, a mãe não escuta; o filho morre, a mãe não vem. E nós pouco vemos,
pois ficamos sem olhos, não falamos, pois ficamos sem língua; não ouvimos, pois ficamos sem
ouvidos”. O presídio é uma fortaleza de três andares, com muros altos e várias guaritas com
metralhadoras. (Brasil, ed. 39).
... A frase do ministro foi considerada “demagógica” por muitos estudantes, mas isto não o
perturbou. Ele acha que entre todos os maus títulos que um homem público costuma receber
quando chega à sua posição (“demagogo”, “homossexual, “marido traído” e ladrão”) o de
demagogo é o menos ruim. (Educação, ed. 68)
... Essa guerra abrange, em “Paixão Segundo João”, um homossexual tímido adorador de um
colega de um colega do colégio e, em “Idílio Campestre”, um tarado sexual que estupra uma
menina no campo. (Literatura, ed. 66)
... Bom Crioulo – Amaro, o Bom Crioulo, mata por amor seu companheiro de bordo Aleixo,
neste romance franco, sensível e ousado que precede a literatura homossexual de Gide, Genet
e Baldwin de meio século pela audácia do tema e o alto valor de seu estilo sóbrio e comovente.
(Livros, ed. 63)
... O Mito da Masculinidade – Primeiro foi Freud a espalhar que o homem americano “não sabe
como fazer amor”. Depois o Kinsey Report revelou a “indecisão sexual” de cifras altas da
população masculina no EUA. Agora, um sociólogo e psicólogo holandês radicado em Nova
York analisa as causas do aumento do homossexualismo e da impotência numa sociedade em
que a concorrência desapiedada e a mulher super emancipada devoram os machos e revelam a
fragilidade do mito da masculinidade nos EUA e no mundo. (Livros, ed. 63)
... Quatro crimes estranhos – Uma professora rural, um refugiado palestino, um ladrão
mentiroso e um padre homossexual criaram problemas para a polícia de quatros Estados. O
padre foi encontrado morto em seu apartamento, no Rio. Quem o matou? Veteranos policiais
cariocas têm pouca esperança de responder à pergunta. (Polícia, ed. 56)
... Assim é Mutum, abalada desde o mês passado pelo homicídio mais chocante que já
conheceu: o sacristão morto a mando do padre, por questões de homossexualismo, infidelidade
conjugal e ambição. (Brasil, ed. 54)
... O padre e o sacristão – o crime do mês passado, mais do que um novo “caso”, transformou-
se num escândalo em Mutum. Alberico de Souza Cruz, chefe da sucursal de Veja Em Minas,
entrevistou várias pessoas da cidade – e nenhuma negou a “fraqueza” do Padre Carlos Greiner,
65 anos, por rapazinhos. Todos reconhecem o padre como trabalhador e tolerante; e por isso
perdoavam sua fraqueza – até então um assunto discretamente ignorado. O sacristão Adenaldo
Maciel da Costa, 27 anos, também merecia o respeito de seus conterrâneos. Criado pelo Padre
Carlos desde os seis anos, não era muito perturbado pela velada suspeita de uma ligação
homossexual com seu pai de criação. Casou-se há alguns anos com Glaura Maria, uma loura
bonita, e desde então afastou-se aos poucos do Padre Carlos. Continuou sacristão, ganhando
600 cruzeiros novos mensais (salário altíssimo na cidade e uma contradição no Vale do Rio
Doce, onde o sacristão raramente é remunerado). Há cerca de um ano, dois outros rapazinhos
passaram a frequentar a casa do Padre Carlos: Adenis Gomes, vinter anos, filho de Amado
Gomes, um implacável pistoleiro, e Sebastião Mendes de Oliveira, 23 anos, o “Tiãozinho do
Padre”. Adenis queria o cargo de sacristão, Tiãozinho queria Glaura Maria, com quem se
encontrava às vezes. O sacristão Adenaldo tomou providências. Proibiu que Tiãozinho
frequentasse sua casa e acusou Adenis de um furto dos cofres da igreja. (Brasil, ed. 54)
... Por trás da piada – “O boato contra Topo Gígio faz parte da eterna brincadeira carioca”, diz
Cícero de Carvalho, produtor do programa Topo Gígio. E o psiquiatra Nairo Souza Vargas, 27
anos, paulista, explica: “As pessoas em evidência são geralmente atacadas. E qual é a pior
ofensa nos países sul-americanos? É atacar a condição de macho, chamá-lo de homossexual,
impotente ou traído pela mulher. Isso ofende mais do que chamar de débil mental, como seria
o caso do Tipo Gígio”. O Dr. Milles de Paiva, professor de psiquiatria em São Paulo e membro
da American Psychosomatic Medicine Societey, acha que se tem feito confusão com a candura,
meiguice e bondade do Topo Gígio, “justamente as razões do seu sucesso, pois são qualidades
que todas as crianças desejam possuir”. O Dr. Milles admite que, “em casos especiais, os
indivíduos com homossexualismo inconsciente podem projetar-se nos seus característicos
sentimentais, mas esses sentimentos de candura e meiguice do Topo Gígio são marcantes na
primeira infância, quando a criança ainda não tem caracteres sexuais definidos e se identifica
excessivamente com a própria mãe”. Os humoristas cariocas, liderados por Jaguar, rejeitam
todas essas explicações. Para eles, nem Rose reabilita Topo Gígio. (Rádio e Tv, ed. 56)
... O crime de todos – Embora tenha recorrido a tipos característicos da vida americana – um
negro, um professor homossexual, uma vidente, um homem de negócios e sua mulher, um
racista do Sul e um jovem “hippie” – ele quis mostrar outra coisa: “Eu não quis me
comprometer”, dizem todos os personagens. Mas parecem estar mesmo querendo dizer: “Os
outros que se danem”. Assim, o homossexual acaba relacionando o sofrimento de Miss
Genovesse com o seu próprio sofrimento: “Quem gritou fui eu, não foi ela”. (Teatro, ed. 39)
... Promiscuidade – A maioria das mulheres condenadas (80 por cento) sai das prisões com
vícios homossexuais; metade dos homens presos adquire os mesmos vícios na prisão. Os dados
são oferecidos pelo criminalista Paulo José da Costa Jr. Uma das causas é a promiscuidade em
que vivem os presos. (Brasil - Polícia, ed. 20)
... os detalhes de uma operação feita pelo médium Arigó, uma discussão de homossexuais sobre
os concursos de fantasia do Teatro Municipal, uma exibição de cancerosos e populares que se
diziam descobridores de drogas que curam o câncer. (Televisão, ed. 19)
... uma Romi-Iseta 1954 que dois homossexuais alugaram para passar a noite. (Teatro, ed. 29)
... As Dorotéias – O Banho das Dorotéias é uma marca do carnaval em Santos, ainda no período
pré-carnavalesco. Travestis fantasiados percorrem a cidade e depois vão todos para a praia,
sempre com grande público assistindo. O psicólogo paulista Otávio Paulo Manso Bastos explica
a grande incidência de homens fantasiados de mulher. Nem todos são homossexuais, mas
grande parte reprime suas vidas normais as tendências homossexuais que podem ser exploradas
durante o carnaval, uma época em que a coletividade permita todas as manifestações. Mas,
mesmo no carnaval exige-se certo limite dos travestis. O Bailes dos Enxutos, no Teatro João
Caetano, no Rio, foi proibido pela polícia. Era o maior baile de travestis e figurava na relação
das atrações carnavalescas do carnaval carioca, um pouco menos importante que as escolhas de
samba e os grandes bailes do Copacabana Palace e do Teatro Municipal. O baile dos Enxutos
ainda existe, em gafieiras e salões pouco conhecidos, mas oficialmente foi extinto. Em Porto
Alegre, também se discute sempre sobre a participação dos travestis nos blocos humorísticos.
Mas os presidentes dos blocos, todos os anos, ameaçam não desfilar se os travestis forem
proibidos – e acabam convencendo a Comissão Municipal de Turismo. (Brasil, ed. 24)
... Os convidados eram, na maioria, homossexuais como ele. (Brasil, ed. 34)
... A nova sociedade – O teatro, na opinião de psicólogos e sociólogos, é apenas parte da
erotização intensa de todos os meios modernos de comunicação. A publicidade já utiliza há
tempo modelos nus para exaltar a qualidade de cuecas e cintas; o cinema focaliza lésbicas e
tarados sexuais, a moda despe a mulher como o “nude look” e minissaia; a música descreve
como versos explícitos uma relação amora como em “Je t’Aime” – é o sexo da sociedade atual,
já batizada de “permissive”. Isto é, com critérios tão amplos que permite quase tudo, em
oposição aos critérios da era da Rainha Vitória, quando o sexo era assunto que não podia ser
mencionado e o corpo uma incitação ao pecado. (Teatro, ed.57)
... “Tiny Alice”, história de um contrato entre dois homossexuais, interessados em encontrar
um marido para Deus (usado no feminino), (Teatro, ed. 17)
... Animada pelo sucesso do filme “The Fox” (no Brasil, “Apenas uma Mulher”), em que faz o
papel de uma lésbica e aparece nua pela primeira vez, Anne Heywood aceitou em “The lady”
(A Senhora) o papel de uma freira do século CVI que rompe com o voto de castidade e acaba
emparedada. (Gente, ed. 34)
... O Clube das Fossas – Dramatização, com fins de denúncia, de certo tipo de vida, num
panorama habilitado por homossexuais, drogados e prostitutas. (Teatro, ed. 37)
... (adotada da novela sofisticada de Truman Capote, mas engrossada com cenas como uma em
que a suave heroína está grávida e leva um pontapé na barriga por uma policial lésbica). (Teatro,
ed. 17)
.. Já nos últimos anos, um sinal de que o concurso se estava tornando anacrônico apareceu no
Maracanãnzinho, onde os policiais têm que ficar atentos nos intervalos para evitar o desfile das
“bonecas”: homossexuais que sobre à passarela e a atravessa correndo e aos gritos, sob vaias
gerais. (Vida moderna, ed. 43)
... Art Buchwald anuncia uma novidade: escreveu uma peça “sem gente nua nem homossexuais.
É uma inovação no teatro. Talvez o público não esteja preparado ainda para ela”. (Teatro, ed.
57)
... Oscar Wilde, o comediógrafo e romancista inglês processado por homossexualismo na era
vitoriana da Inglaterra, comunicou-se com uma médium inglesa. (Literatura, ed. 44)
... Nos outros, uma série de calamidade e desastres sadicamente expostos, encontramos todos
os personagens clichês de uso normal: marginais, prostitutas, playboys, homossexuais, vadios,
frustrados, etc. (Literatura, ed. 58)
... Os socialistas se beneficiaram com essa revolução: no Governo anterior, o SPD foi a força
que impulsionou a legalização das relações homossexuais entre adultos por acordo mútuo, a
abolição do processo por adultério e ampliação dos direitos de filhos ilegítimos. E foi o Ministro
da Saúde Kate Strobel, um social-democrata, quem introduziu um manual escolar de educação
sexual. Seus críticos o apelidaram de “Ministro Sexual”. (Internacional, ed. 60)

... Rui Paes de Castro exaltando seu livro “A Experiência Brasileira”, “posso assegurar a V. As.
Que a relação hetero-bissexual proporciona, pelo menos, duas horas de intenso prazer erótico”.
O autor se compromete a mandar um fascículo com “instruções objetivas” a quem se interessar
pelo assunto. (Gente, ed. 58)
... Em dois testes psicológicos, havia desclassificado vários estudantes, por tendências
homossexuais. Um terceiro teste seria feito no dia 27 de maio, e o padre foi assassinado na
véspera. (Brasil, ed. 54)
... O mistério do Padre Antônio – crime que envolve homossexuais quase sempre fica insolúvel.
Para esses policiais, a primeira complicação vem da má vontade das pessoas que poderiam
informar; todos procuram contornar o assunto. Depois, há o número sempre crescente de
suspeitos, encontrados entre jovens (na maioria viciados em entorpecentes) que frequentam as
casas de homossexuais. (Polícia, ed. 56)
... O que Leopoldo não esqueceu foi de falar num dos seus assuntos preferidos –
homossexualismo (“há muitos casos nas prisões”) 0 e que ele transformou num dos temas mais
discutidos do processo do assassinato de Dana de Teffé. (Radio e Tv, ed. 34)
... Qual o sexo do ovo? A pergunta está sendo respondida pelo livro “os Males do Ovo”, à venda
em algumas bancas de jornais de Curitiba. Seu autor, o médico Manoel de Nascimento Abreu,
66 anos, além de dividir os ovos em machos, fêmeas e neutros (estes seriam os de granja),
sustenta que seu uso indiscriminado é responsável por distúrbios sexuais, impotência,
homossexualismo e outros mais ou menos graves. Explicações do Dr. Manoel, médico desde
1937: “Os ovos fecundados pelo galo (“galados”) possuem sexo, ao contrário dos de granja. Os
ovos machos produzem hormônios masculinos e os ovos fêmeos hormônios femininos.
Conclusão: cada pessoa deve comer o ovo do seu sexo”. Conclusão secundária: não há lugar
para os ovos neutros. Nas quarenta páginas do livro – mil exemplares editados pelo autor – ele
admite não ter provas do que diz: “Tudo o que escrevi foi sob orientação de meus guias
espirituais”. (Medicina, ed. 43)
... Hugo de Sousa Lino, foi proibido de dar aulas e está sendo processado na Justiça. Motivo:
uma comissão de investigação comprovou vários casos de alunos viciados em entorpecentes
(maconha) e de práticas homossexuais, envolvendo alunos e o diretor. (Educação, ed. 51)
... Desde os dezesseis anos vivem de explorar homossexuais e mulheres ricas em Copacabana.
Foi quando, pela primeira vez, utilizaram o processo empregado na morte de Décio Escobar:
aceitar relações homossexuais, adquirir intimidade – e depois, enquanto um distraí a vítima, o
outro chegava por detrás e enforcava-a. Consumando o crime, roubavam o que encontrassem
(Crime, ed. 35)
... Frequentando os mesmos bares de homossexuais os quatros se conheceram no começo deste
ano. Juntos planejaram o saque à casa de Escobar. (Crime, ed. 35)
... Assim, as manchetes do futuro, para casos passionais, serão muito diferentes de hoje.
“Pensou estar me casando com seis moças mas havia dois travestis escondidos no lote”.
(Humor, ed. 57)
... “As criadas”, de Jean Genet, contam para adultos, no Teatro Anchieta, como o Grupos Escala
do Paraná, uma história de amoralismo simbólico em que as criadas são travestis. (Teatro, ed.
51)
... Cenas eróticas, travestis em profusão (uma constante nos filmes de Warhol), bandidos
generosos e pistoleiros efeminados são alguns dos truques que ele usa para zombar do cinema
americano por excelência. (Cinema, ed. 43)
... Exemplo: um casal que não tem onde dormir e escolhe uma árvore de subúrbio, um travesti
que canta e dança a noite toda para sustentar a mulher e o filho. “Nossa tarefa é romper o muro
da incomunicabilidade do cinema brasileiro” (Cinema, ed. 37)
... Com Cacilda Becker (fazendo um travesti) e Walmor Chagas. (Teatro, ed. 30)
... “o que se fazia no Teatro Recreio era melhor e podia agradar aos europeus: havia bailarinos
franceses, travestis argentinos e até uma cascata no meio do palco” (Rádio e Tv, ed. 30)
... “Espera lá, Castor. Eu não teria dito que você é bicheiro, ou coisa parecida. O que eu disse,
repito agora: você é bicheiro mesmo, um travesti de homem de futebol”. (Esporte, ed. 23)
... O carnaval brasileiro é grotesco em Porto Alegre, com um desfile de travestis na noite de
sábado, rapazes de boas famílias trajando apenas biquínis sumários, pesados estivadores
vestidos de baianas. (Brasil, ed. 24)
... Um julgamento transexual – no recinto escuro e abafado da 22ª câmara Criminal de Bruxelas,
os representantes da Justiça belga e os defensores de três acusados (um cirurgião plástico, Dr.
Faredeau, um urologista, Dr. Leclerc, e um endocrinologista, Dr, Slosc) estão envolvidos nm
estranho de bate sobre as categorias sexuais da raça humana. Os três médicos respondem pela
morte do jovem Jean-Marie Wijnen, ocorrida dez dias após a intervenção cirúrgica que deveria
mudar seu sexo e lhe permitir viver e amar normalmente como “Peggy”. Quanto à sensação,
ela depende da filosofia sexual que adotará o júri. Para o severo procurador da Coroa belga, um
vigilante defensor da ortodoxia sexual, e para o especialista real em questões do gênero humano,
o austero Professor De Waele, as coisas são simples e claras: o mundo é habitado por seres
homossexuais ou heterossexuais; Jean-Marie era um subproduto da primeira dessas categorias
e a operação tentada pelos médicos da clínica de Uccle constitui um delito de lesões corporais
que provocaram sua morte, embora não intencional. A defesa, por seu lado, contra-ataca
violentando as regras da tipicidade sexual em vigor na Bélgica e introduzindo a existência de
um novo indivíduo: o transexual, pessoa que não tem condições de realizar as funções de seu
sexo, e que foi estudada e definida por um dos pioneiros do evolucionismo sexual, o professor
Donald Wilson Hastings, da Universidade de Minneapolis, Estados Unidos. Se Jean-Marie era
um transexual à espera de sua libertação, a intervenção praticada pela equipe de médicos belgas
deve ser submetida à mesma jurisprudência que todas as outras operações cirúrgicas, onde um
acidente pós-operatório imprevisível não é passível de condenação. Mas, por detrás dessa
polêmica médica e desse conflito ideológico jurídico, já começam a surgir os primeiros
sintomas de uma próxima batalha comercial, com perspectivas de grande prosperidade para os
círculos médico na Bélgica. Uma operação para mudança de sexo custa cerca de 100 000
francos belgas (9 000 cruzeiros novos), ou seja quatro vezes mais do que um aborto – e, desde
o início do processo, centenas de jovens transexuais já escrevem aos três médicos solicitando
uma intervenção. Para eles, o processo de Bruxelas está cheio de promessas: se a Corte legalizar
esta metamorfose cirúrgica, seus tormentos de travestis poderão dissipar-se na mesa de
operações. (Internacional, ed. 42)
... Segundo Clodovil, que não conhece o seu trabalho, “Irajá é aquele travesti que se chamava
Sofia Loren”, campeão de vários carnavais, e que gastou muito dinheiro para fazer uma
operação plástica no seu cãozinho, que merecia olhos puxados, orientais. Na verdade, Heitor
Irajá nasceu em Palmeira das Missões, Rio Grande do Sul, e se chama Irajá Freire Homeister,
acusado de um roubo de joias em 1959, no Rio, onde tinha o seu atelier de alta costura, que
vestia todos os travestis endinheirados do Brasil. (Vida Moderna, ed. 17)
Clipping:

Figura 3. Vida Moderna, edição 19.


Figura 4. Vida Moderna, edição 19.
Figura 5. Vida Moderna, edição 19.
Figura 6. Vida Moderna, edição 19.
1970

Texto

... Seria o criminoso um homossexual, um dos muitos que frequentavam sua casa? (Polícia, ed.
77)
... Navalha na carne: Sem dúvida um dos textos de Plínio Marcos que mais público levaram aos
teatros. Os três personagens – uma prostituta, um gigolô e um homossexual – envolvem-se
numa pesada trama de amor e ódio, usando gíria e palavrões dos diálogos. (Censura, ed. 76)
... João Coelho disse que estava na casa de Jonas apenas para saber o endereço de um marginal,
amigo do cabeleireiro e, também, homossexual que havia jurado matar João Coelho por
vingança. (Esquadrão, ed. 84)
... O psicólogo já mundialmente famoso em 1904, que respondia tranquilizadoramente a uma
mãe americana desesperada por ter um filho homossexual (“a homossexualidade não é nada de
que se de envergonhar, nenhum vício, nenhuma degradação”), dá às suas brincadeiras infantis
com o sobrinho pouco mais velhos tons claramente homoeróticos. (Livros, ed. 87)
... Um homossexual começa a beijar o cowboy primeiro no rosto, depois no pescoço, depois no
peito, mas a Censura brasileira cortou a cena neste ponto. (Entrevista, ed. 88)
... Rousseau e Sócrates, porque o primeiro era um masoquista e o segundo praticava o
homossexualismo, conforme versões. (Cartas, ed. 93)
... Se Rousseau era masoquista e Sócrates homossexual, eles dificilmente concordariam com os
“enriquecimentos do parecer”. (Cartas, ed. 93)
... Gewinner adulto é um homossexual rico que volta para sua cidadezinha... ... Além desse
desgosto, Gewinner (homossexual) sofre ao ver Gewinner (cidade) pontilhada de intrusos... ...
E assim por diante, como nas peças de Tennessee pequenos infernos contendo invariavelmente
um homossexual, um machão, uma velha ridícula, um puritano hipócrita, racistas em geral,
todos desajustados e aqui procurando um autor que dê um pouco de verossimilhança às suas
vidas. (Livros, ed. 94)
... Pelos trejeitos e pelo tom da voz parecia realmente um cabeleireiro homossexual que entrava
na clínica especializada pedindo operação plástica. (Brasil, ed. 91)
... Martin Gonçalves apelou para recursos, sem atingir o objetivo da peça, que é um estudo da
desonestidade e da mentira (escrito por um ladrão e homossexual de gênio, Genet, que sabe do
que está falando). (Teatro, ed. 98)
... Seu fundador é o Reverendo Troy Perry, também homossexual. A igreja dá a seus membros
orientação religiosa e psicológica (Religião, ed. 103)
... “Bruxo” (George Sanders), velho homossexual, é insuperável para arrancar segredos ao pé
do ouvido. (Cinema, ed. 104)
... Do lado negativo dessa estreia literária vem, em primeiro lugar, a perspectiva política, que
reduz qualquer figura de militar ou sacerdote a caricaturas cheias de boçalidade, de
insensibilidade ou de melíflua hipocrisia sinistramente aparentada como sedução homossexual
de menores. (Literatura, ed. 114)
... Forçar uma pessoa se confessar homossexual diante das câmeras, fazer chorar através de
agressões baixas, não é mundo-cão? (Entrevista, ed. 113)
... em “O Unicórnio”, os dois irmãos, ela lésbica e ele homossexual, que transformaram a
narradora no Unicórnio assim como as condições psíquicas e sociais transformaram um ser
humano em inseto na “Metamorfose” de Kafka. (Literatura, ed. 118)
... Richard Burton, 45 anos, interpreta pela terceira vez o papel de homossexual. (Gente, ed.
120)
... embora tenha escrito a peça originalmente colocando dois homens como personagens
centrais, o cinema e o teatro rebaixaram tanto o tema do amor homossexual depois do sucesso
de “O Queridinho”, que Albee não tem dúvida em preferir agora (em sua peça) um homem e
uma mulher. (Gente, ed. 120)
... Na sua opinião, a maioria dos hippies é homossexual, e chega a essa condição pelo uso
excessivo de tóxicos. (Bahia, ed. 111.)
... Ser ou não ser homossexual não é a questão para os personagens. Eles aceitam sem dilema
sua condição. Da auto aceitação eles partem para um tipo de vida mais possível normal. (Teatro,
ed. 111)
... e um visitante inesperado e em conflito com seu homossexualismo latente: Alan (John
Herbert), ex-colega de faculdade de Michel. (Teatro, ed. 111)
... “Dez anos atrás, na cena final de “A Doce Vida”, uma travesti profetizava alegremente: “Em
1970, metade da população do mundo será homossexual”. (Cinema, ed. 82)
... O tema central da peça – que não é o homossexualismo, mas a solidão de dois homens
envelhecendo. (Cinema, ed. 82)
... Como homossexual, encarei meu problema pessoa sob um ponto de vista muito mais
harmonioso, que me permitiu aceitar minha condição com muito mais naturalidade e
compreensão. (Especial, ed. 111)
... Sábado Gordo – O estilo, às vezes difícil, é muito elaborado e dá uma boa ideia do cenário e
dos personagens, embora não consiga salvar alguns deles (como o extravagante pintor checo e
seu enteado homossexual) de um profundo convencionalismo. (Livros, ed. 111).
... “Tive que contratar um inglês e um americano para os papéis principais e ‘Satryricon’ porque
não existem homossexuais na Itália”, disse o diretor à plateia que, provavelmente lembrando a
última cena de “A Doce Vida” (uma orgia repleta de travestis”, reagiu à altura: aplaudiu de pé
o diretor Fellini (Gente, ed. 76)
... No fundo, um cartaz: “Alô, Alô Bonecas”. É o Teatro Rival, de travestis. Na esquina, alguns
rapazes, de andar afetado. Todos se falam entrando e saindo dos bares. Os olhares são afetuosos
e os gestos delicados. São homossexuais, a maioria mulatos. Às vésperas do carnaval, a agitação
na Cinelândia é grande. Os homossexuais vêm de todo o país. (Matéria de Capa, ed. 75)
... Ele sente falta de carinho, pois seus pais sempre andaram em festas e viagens. Julga-se um
desamparado, em constante tensão para esconder o que considera uma vergonha terrível: suas
tendências homossexuais. Têm medo que sua família descubra essa sua inclinação (Especial,
ed. 82)
... para representar seus personagens Charlie e Harry, dois barbeiros homossexuais. (Cinema,
ed. 82)
... O tema central da peça – que não é o homossexualismo, mas a solidão de dois homens
envelhecendo – precisou ser reforçado com alguns enxertos, para se tornar claro. (Cinema, ed.
82)
... Claudia (Catherine Spaak) quer curar-se de remotas e homossexuais ligações com Greta
(Florinda Bolkan). (Cinema, ed. 86)
... o Padre Henrique teria eliminado candidatos a bolsas de estudos, por apresentarem tendências
homossexuais. (Recife, ed. 89)
... Toxicômanos e homossexuais foram presos ou chamados a depor. (Recife, ed. 89)
... Escarnece dos neomalthusianos, profetas da explosão da bomba demográfica, dizendo que
catástrofe não é o mundo apinhado de gente mas empestado pelos beatniks, os homossexuais,
a pornografia, a subversão e as drogas. (Livros, ed. 94)
... Fria, será a mais “profissional”, concordando tanto com a ligações homossexuais (com
Norma Bengell, mulher de um dos frequentadores) quanto com experiências degradantes (um
homem quer fazer amor sob a mira de uma câmara de vídeo tape). Depois dessas informações
de ordem psicobiológica, as moças, misteriosamente, param de falar em dinheiro (Cinema, ed.
91)
... “Assim na Terra como no Céu” (Rede Globo, 10 da noite), novela que seu autor, Dias Gomes,
define como “uma crônica de um certo estilo de vida de um determinado grupamento humano
da Zona Sul carioca – República de Ipanema, Território Livre do Leblon, Selva de Copacabana
e adjacências –, com sua fauna conhecida de paqueras, vigaristas, boas vidas, garotas de
Ipanema e homossexuais”. (Rádio e Tv, ed. 104)
... A operadora IBM, finalmente, apenas complementa o seu salário recebendo pagamento de
mulheres homossexuais para submeter-se a “fins de semana” com elas. (Comportamento, ed.
113)
... Na praia de Belas, o Clube dos Automobilistas é frequentando por 90 porcento de mulheres
homossexuais. (Comportamento, ed. 113)
... Homossexuais – Sr. Diretor. Muito comovente e real a cobertura de VEJA nº115 (18-11-70)
sobre o assassinato do pianista Fred Feld no Rio. A reportagem deixou muita gente preocupada
com o grave problemas dos homossexuais, não só naquela cidade, mas em todas as grandes
capitais brasileiras. (Cartas, ed. 119)
... Além disso, o vice-presidente Konstantin é militante da AS, a polícia de origem popular,
radical, violenta, composta de criminosos e homossexuais, e que será exterminado pela SS, a
polícia ariana, “pura”, símbolo das tradições guerreiras do país. (Cinema, ed. 116)
... Ou a prisão em flagrante de dois homossexuais em plena cerimônia de casamento, ocorrida
três semanas atrás. (Crime, ed.112)
... Um psiquiatra suíço, Gustave Dorf, com base em conversas mantidas nos últimos quatro anos
com terroristas preso, afirmou que as células da FLQ estão admitindo, progressivamente,
degenerados homossexuais e viciados em drogas. (Internacional, ed. 112)
... Nascerá uma nova moralidade, o homossexualismo ganhará a condição de comportamento –
em vez de vício ou doença, como sempre foi interpretado. (Entrevista, ed. 70)
... A insistência em certos problemas, como o homossexualismo, por exemplo, reflete mais a
dúvida do autor em relação a si mesmo, do que a do público. (Teatro, ed. 81)
... O homossexualismo masculino e feminino é o tema dominante e, nas fotos dos cartazes, as
fases do ato sexual são exibidas com toda a clareza. (Vida moderna, ed. 90)
... Cria os filhos e comando o povoado severamente. Não admite o roubo, o homossexualismo,
a bigamia, a prostituição. E exige de todos a mais absoluta fé no Padre Cícero. (Brasil, ed. 92)
... Os casos de homossexualismos eram frequentes, e as brigas e homicídios aconteciam a uma
média de dois por mês. (Brasil, ed. 107)
... Alegre, algumas pessoas ainda se negam a crer que o homossexualismo tenha sido o móvel
do crime. (Crime, ed. 108)
... Oh! Mundo – Sr. Diretor: Há muito tempo acompanho as edições de Veja. Entretanto, estou
estranhando alguns comentários horríveis, como “comércio de prostituição” na
Transamazônica, “masturbação”, “homossexualismos”, entre outros. São assuntos vexatórios
aos homens de bem, aos chefes de família. Eu lamento muito o fato de Veja tratar de assuntos
tão horripilantes. (Cartas, ed. 116)
... VEJA nº112. Creio, todavia, que ela carece de alguns reparos, a saber: 1) o preconceito contra
o homossexualismo é, historicamente, uma herança do cristianismo, que, a esse respeito,
universalizou uma velha condenação mosaica. (Cartas, ed. 117)
... A histérica cena de cama entre Erika e Rone e angústias de um espião russo forçado a assistir
à sedução de sua filha por uma lésbica. (Cinema, ed. 104)
... o casal rico Luís Jasmin e Marisa Urban passam o tempo cometendo perversidades, como a
de provocar ciúmes em duas lésbicas (Cinema, ed. 120)
... No apartamento que repartem, Ana (Maria Teresa Medina) e Teresa (Lei Ribeiro) põem-se
frente a frente num fim de noite em que se fala de tudo: miséria, solidão, lesbianismo, medo da
vida e tentativas de libertação. (Teatro, ed. 116)
... Lá dentro agitam-se ideias sobre teatro, cultura clássica, problemas filosóficos e pulsa uma
certa tendência ao lesbianismo (Cinema, ed. 102)
... As sequencias – quase sempre esteticamente de qualidade – vão além: tratam ainda das
anomalias e perversões sexuais, do sadismo, do masoquismo, do lesbianismo. (Vida Moderna,
ed. 90)
... Dentro, porém, se encontram as obras mais “realistas” que se possam imaginar, divididas em
estandes especiais para heterossexualismo, homossexualismo, lesbianismo, flagelação,
bestialidade fetichismo, etc. (Censura, ed. 82)
... Seu primeiro livro – “confissões de um Máscara” – uma autobiografia juvenil onde se
misturam com raro talento o sentimento do homossexualismo latente, uma imaginação
descontrolada e a quase insuportável obsessão da crueldade. (Internacional, ed.117)
... (em “Hair”, marido do ator que faz a turista americana em travesti). (Gente, ed. 88)
... “Alô, Alô, Bonecas”, espetáculo de travestis (Indicações, ed. 76)
... Os rapazes de smoking desapareceram. E surgiram os primeiros travestis, os primeiros
marginais. (Cidades, ed. 121)
... Com o nome de Yeda Brown, Paulo apresenta-se na Boate Sucata em números de travesti
que terminam num excitante strip-tease. (Gente, ed. 97)
... Tão à vontade em seu terno de gangster do filme “Borsalino” quanto no tempo em que se
lançou no teatro de revista como Sophia Loren, chegou ao Brasil vitorioso como costureiro
internacional o ex-travesti gaúcho Irajá Freire Hofmeister. (Gente, ed. 85)
... A Colômbia começa a criar condições para se transformar, eventualmente, no paraíso latino-
americano dos hippies e adeptos de outros prazeres. Com o país ainda vivendo sob estado de
sítio, um mês depois de Misael Pastrana ter assumido a presidência, os colombianos puderam,
na semana passada, desviar sua atenção do confuso panorama político do país para as
surpreendentes decisões adotadas pelo novo presidente conservador. Em primeiro lugar,
Pastrana assinou um decreto reduzindo a um mínimo a censura de espetáculos: de agora em
diante, filmes e peças teatrais só serão proibidos quando fizerem apologia a crimes. Mas a
surpresa é que suas decisões não eram contidas apenas por essa abertura artística. O mesmo
decreto declara que o homossexualismo deixa de ser um delito – o que vem chocar com as
tradições rudemente viris da Colômbia – e que a prostituição passa a ser oficialmente tolerada
no país a partir de novembro.
Em sua escalada de liberalismo, o presidente não se deteve nem mesmo diante dos tóxicos.
Talvez procurando seduzir milhares de jovens americanos que se dirigem normalmente ao
México em busca de marijuana a bom preço, o decreto presidencial estabeleceu o também que
o uso de estupefacientes não será mais considerado crime na Colômbia.
No fundo, as decisões de Misael Pastrana parecem revelar um método sui generis para resolver
problemas incômodos: se a lei não é capaz de eliminar a pornografia, o homossexualismo, a
prostituição e as drogas, que se suprima a lei. (Internacional, ed. 106)
... Além de cometer o erro primário de voltar para se assegurar da morte da vítima, tinha todas
as características de uma sórdido tipo humano muito encontrado nas noite intranquilas da
galeria Alaska, um conjunto caótico de 341 apartamentos pequenos, mais de 1000 moradores,
dois cinemas, vários bares e “inferninhos”, conhecida sobretudo por ser um dos grandes focos
de homossexualismo do Rio de Janeiro. (Crime, ed. 115)
... Faz parte de uma estranha fauna que vagueia pelas noites da Cinelândia, no centro, ou que
se distribui estrategicamente pelas esquinas e boates de Copacabana à espera dos homossexuais,
seus clientes. Estes, que variam desde rapazes saltitantes dos bares ou “inferninhos” até
discretos senhores que circulam de carro pela Zona Sul procurando companhia, costumam
defini-los com um sonoro e reduzido sinônimo de neologismo prostituto.
A prostituição masculina no Rio vem se tornando cada vez mais requintada. Anos atrás, um dos
pontos preferidos pelos homossexuais (“entendidos” na gíria carioca) era um enorme e velho
cinema do centro, o Primor. Ali se marcavam encontros e se praticava o amor homossexual
pelos cantos escuros, sob os olhares cúmplices de um guarda gordo e fleumático apelidado
“Geralda”. Nas escadas e balcões, transformados em passarelas, desfilavam travestis
improvisados. Nessa mesma época, um banheiro subterrâneo da estação Pedro II chamado
“boate do relógio” por causa do relógio da Central) era procurado por “entendidos” de todas as
classes sociais. A frequência maior era das 18 às 20 horas, quando os operários buscavam os
trens para subúrbios distantes. Assim, os que desejassem algum dinheiro ou programa
diferentes saíam acompanhados em direção às muitas hospedarias da região.
Hoje, até mesmo a galeria Alaska deixou de ser o principal ponto de referência, substituída por
“inferninhos” da moda e por uma vasta rede de apartamentos minúsculos mas carinhosamente
decorados pelos “entendidos”.
Os profissionais – o envolvimento do pianista Fred Feld com Anival parece ser mais um indício
dessa espécie de profissionalização das relações homossexuais.
Apesar de ter em casa um colorido e vasto guarda-roupa (foram contadas 150 calças e setenta
pares de sapatos) e de usar permanentemente um colar hippie orgulhosamente à mostra sob a
camisa entreaberta, Feld conservava um certo ar de respeito e seriedade. Mesmo residindo na
galeria Alaska, não costumava frequentas seus bares nem a boate L’Escale, ponto de encontro
de homossexuais. As visitar recebidas no apartamento 324, apesar de frequentes, sempre foram
discretas e silenciosas como seu anfitrião.
Para um homem refinado como ele a necessidade de procurar a companhia vulgar de Anival só
pode ser explicada pelas palavras de um seu conhecido, também homossexual: “No fundo, no
fundo, quase todos nós vivemos solitários. E procuramos amor porque temos muito amor para
dar”. (Crime, ed. 115)
... A vida Continua – “Meu nome é Paulo, mas pode me chamar de ‘Nariguda’, no feminino
mesmo. É como as ‘amigas’ me chamam por causa deste meu nariz enorme sabe?”
Com gestos lânguidos e uma voz quase gritada, moreno alto, ligeiramente gordo, o homossexual
conversa sem mostrar constrangimento. Seu quarto no bairro Fátima, junto à Lapa (quase no
centro do Rio), é modesto e acanhado. Sobre móveis poucos e ordinários, frascos de perfumes
baratos. Num canto, uma máquina de costura, único objeto de valor do aposento, pois Nariguda
se diz “calceiro”, isto é, faz calças para uma fábrica de roupas. Numa rede suja, recortes de
revistas: Alin Delon, Paul Newman, Roberto Carlos, Antônio Marcos e Jairzinho. “São meus
queridos”, explica Nariguda. Quando lhe perguntam a idade, reage: “Isso é coisa que se
pergunta? Audácioa. Não vou dar o gostinha às ‘bonecas amigas’ de saberem minha idade certa.
Diga apenas que estou nessa vida há mais de vinte anos. Já andei por todos os lugares do Rio
onde existiam ‘entendidos’. Já participei de festinhas, banais, embalos. Frequentei hospedarias
sujas onde o proprietário algua quartos por hora e finge não ver que a gente está subindo com
um fuzileiro ou um soldadinho. Sei de tudo, conheço tudo, tenho medo, mas continuo. Que
mais posso fazer?”
A pergunta de Nariguda, feita ao repórter de VEJA Gastão Patusco Filho, cetamente não tem
resposta. Ela deve ter sido repetida, com variadas entonações, por muitos homossexuais
(“entendidos” que circulam na noite carioca e ganhou um toque mais drámatico depois do
assassinato do pianista Fred Feld (VEJA nº 115) duas semana atrás. Esse crime foi mais uma
das explosões de violência que periodicamente abalam o instável mundo dos “entendidos” (que
se estende das calçadas da Cinelândia, no centro, às boates e inferninhos “especializados” de
copacabana) e que provocam sempre, pelo menos enquanto repercute o ruído da explosão, uma
sensível mudança nos hábitos cotidianos.
A calma – Por entre, as pilastras altas e circulares da galeria Alaska, local do crime e ponto de
homossexuais, os frequentadores da noite tornam-se raros e fugidos. A boate L’Escala
normalmente agitada, está fechada para reforma. O cine Hollidray tem um aviso na bilhetereia:
“Fechado por motivo de ordem ‘techina’”. O outro cinema, o Alaska, encerrou sua sessão de
quinta-feira passada com poucos espectadores. Do outro lado da rua, os policiais do 13º distritio,
responsáveis pela elucidação do crime – praticado por um jovem de 22 anos, Anival da Fonseca,
um profissional do amor homossexual – , descansassem maiores cuidados. Diz um investigador:
“Estamos sossegados. O escandâlo afastará as ‘bichas’ por um tempo”. Naquela mesma noite,
na Cinelândia, movida talvez pelo destaque que alguns jornais deram ao crime e ao problema
da prostituição masculina no Rio, a polícia deu uma batida prendendo 80 pessoas, entre
desocupados, punguistas, prostitutas e pederastas, encaminhando alguns para o presídio da Ilha
Grande. O que provocou do jornal “Última Hora”, o mais empenhado na campanha contra o
“mercado do homossexualismo”, uma reação surpreendente mas coerente. Na primeira página,
a “UH” carioca fez seu protesto contra “o exílio em massa dos desajustados sexuais que não
resolve a situação”. É um problema social que exige uma solução social em alto estilo”.
Nosso mundo – é o que explica Nariguda com outras palavras “Casos de violência, roubos e
exploração de ‘entendidos’ são rotina para nós. Não há um dia em que uma ‘amiga’ não tenha
uma história trágica de amor para contar. E esses tipos como o que matou Fred Feld não andam
apenas em lugares frequentados por marginais em lugares frequentandos por mariginais e
desocupados. Estão espalhados pela Zona Sul, alguns bem vestidos, sempre sorridente,
acessíveis. E sempre arquitentando como ‘arocahar’ (roubar) a ‘bicha’. Há ‘bonecas’ que só se
ralziam quando enfrentam perigos. Tenho uma amiga que gosta de fazer programas nos terenos
baldios, em pátios de edíficios, nas garagens. Só nessas aventuras tem prazer. Ela é
frequentadora número um do ‘burado da Maysa’. Nariguda explica que o buraco da Maysa é
um patio interno formado por quatro edifícios do centro. A razão do nome? Nariguda não sabe.
O local onde Nariguda mais “pega” (consegue companhia” é na própria Cinelândia. Ele (ou ela)
descreve seus pareceiros: “Todos muito ‘machinhos’, todos muito arumadinhos, postados no
meio fio esperando você. Eles tem a tabela decoradinha na ponta da língua: ‘Por 10 cruzeiros
faço isso, por 20 faço aquilo, por 30 dou o serviço completo’. Isso é ate pelas 11 e mei da noite.
Quando a frequencia de ‘entendidos’ diminiu quem não arrumou nada faz qualquer coisa apenas
por um pedaço de cama para encostar os ossos”. É essas hora que Nariguda sai, porque
conforme diz: “não tenho recursos pra sustentar esse p... dando-lhes roupa, dinheiro e comida.
O medo – Numa de suas “pegações”, Nariguda conheceu o poeta e diplomata Décio Escobar,
outra vítima de uma explosão de violência, estrangulado em seu apartamento na urca, em 1969,
depois de um festim homossexual: “Na casa do Décio o embalo era total. Bebida, maconha,
pisco, todo mundo nu. Todos fazendo o que queria. Aí é que a gente vê como os ‘machinhos’,
os ‘bofes’, no fundo são uns recalcados. Numa bacanal dessas é que eles se revelam”.
Na verdade, Nariguda parece ter um conceito demasiadamente largo sobre recalcados: “Em
Copacabana só da ‘bicha cansada (homossexual velho ou muito conhecido”. Homem mesmo
não existe. Lá tudo virou passivo. Dizem mesmo que o último homem que existia em
copacabana morreu de parto, na semana passada, em frente ao Mercadinho Azul”.
Exageros à parte, as considerações de Nariguda sobre sexo, amor, homossexuais ou
exploradores de homossexuais parecer casar perfeitamente com outros depoimentos de
entendidos mas ou menos assustados depois da morte de Fred Feld. “Zita”, um senhor de meia
idade, cabelos discretamento pintados, dizia numa mesa de bar de Copacabana: “Daqui a pouco
udo volta ao normal. Logo estaremos nos nossos pontos habituais, discutindo livros, filmes e
principalmente nossos homens e seus méritos. Esperando e temendo. Espernado que a sorte não
nos faça enconrar um assassino e temendo que ela não seja tão boa assim” (Brasil, ed. 116)
Clipping

Figura 7. Entrevista, edição 112.


Figura 8. Entrevista, edição 112.
Figura 9. Entrevista, edição 112.
1971
Texto
... Quem enviará o primeiro padre, o primeiro homossexual declarado (não declarado talvez já
tenho ido), a primeira planta carnívora? Mas, mais emocionante do que tudo, para mim, quando
é que este planeta ganhará sua saúde definitiva, lançando no espaço o último homem? (Humor,
ed. 128)
... o negro Calvin Lockhart, de um machismo a toda prova em outros filmes, faz o papel de um
homossexual que frequentemente informa à plateia, piscando os olhos, que vai retocar sua
pintura (Cinema, ed. 128)
... “Muita gente chega e diz que deseja melhorar a aparência – desde que não fique com pinta
de homossexual. Isto é de uma mediocridade a toda prova”, ele reclama, “além de mostrar a
insegurança de cada um”. (Vida Moderna, ed. 131)
... Quando Aparecido Gonçalves Santana, no dia 15 de março de 1970, largou o volante de seu
carro para pentear os longos cabelos, nunca poderia supor que fosse ferir o soldado Onélias
Dias e muito menos que seria condenando, na quarta-feira da semana passada, a dois meses de
prisão sem “sursis” pela Justiça Militar, em São Paulo. Como a sua irresponsabilidade ao
volante fora evidente, talvez, até um leigo pudesse prever o justo desfecho, mas só um astrólogo
seria capaz de saber que da batida de Aparecido surgiria a fórmula para se distinguir, à primeira
vista, o homossexual do heterossexual.
Em sua sentença, o auditor Rafael Carneiro Maia citou um juiz de Santos, cujo nome não
revelou, segundo o qual “o jovem hoje para ser admirado precisa ter opulenta cabeleira, de
preferência cobrindo as orelhas (...) Essa confusão de valores cria uma maior, ou seja, a
distinção entre o efeminado e o que não é”.
Peto método capilar do juiz de Santos, a cabeludos notoriamente heterossexuais como, por
exemplo, o tenista Thomas Koche e o jogador de futebol Roberto podem ser atribuídas as
preferências notoriamente homossexuais do cineasta italiano Luchino Visconi ou do autor
inglês Noel Coward, rigorosos e tradicionalistas no corte de seus cabelos. E assim, foi
enunciada uma confusão ainda maior. (Brasil, ed. 137)
... Incapaz de revelar abertamente seu homossexualismo enquanto a mãe vivesse, conforme
confessou Gide, Proust dá ao barão de Charlus vários de seus traços masoquistas, como a
flagelação por aprendizes de açougueiros que desempenham mal seu papel de criminosos
sádicos. (Literatura, ed. 150)
... à atriz Rachel, torna-se uma nova vítima da chantagem homossexual do pianista Morel.
(Literatura, ed. 150)
... Famoso há trinta anos pelo estilo pessoa que criou nas rodas da malandragem carioca (era
homossexual e brigava com dois choques das polícias de uma vez). (Gente, ed. 149)
... Dessa mistura deriva toda a dualidade de Tônia Kroeger e do próprio Thomas Mann
indiretamente, vacilando entre o amor hetero e homossexual, entre boêmio e o burguês, entre o
egoísmo frio dos poetas que se distanciam da massa e o calor humano dos medíocres.
(Literatura, ed. 148)
... Tem dia que quero homem, tem outro quero mudar o feijão com arroz, entendeu? E
homossexual não se pode tocar, que dá lepra, é? E por acaso os grandes diretores da Itália são
o que, hein? Machões do cangaço de Lampião, é? (Cinema, ed. 154)
... o homossexual paralítico. (Literatura, ed. 160)
... Um político homossexual, um cientista que guarda disfarçadamente um cigarro de maconha
cujo exame deveria fazer, um chofer negro que passa o tempo do xingando (em silêncio) os
patrões brancos, uma jovem que tem orgasmos diante da visão. (Cinema, ed.161)
... Isso é fácil, mesmo no caso dos homossexuais que não têm tendência homossexual. Os
travestis conseguem verdadeiros milagres... o sujeito só percebe que a companheira é homem
quando a câmera fotográfica dissimulada já entrou em ação. (Internacional, ed. 162)
... Contrata um homossexual especialista em arte (Maria Balsam) para fazer o levantamento da
área. Infelizmente ele – e para o filme – todo o plano está sendo gravado, filmado, microfilmado
de mil maneiras diferentes. (Cinema, ed. 165)
... Continua sendo um homossexual latente, um marido frustrado, um assassino de verdade e
um fascista. (Cinema, ed. 172)
... Sentindo-se culpado, filho de um pai louco e mãe toxicômana, sem aceitar seu
homossexualismo, ele anseia mais e mais pela respeitabilidade e pela normalidade. (Cinema,
ed. 172)
... Algumas revistas chegam mesmo a insinuar, explorando as tendências homossexuais do
autor, que sua morte, juntamente com Morita, não teria passado de um romântico pacto de
suicídio (Internacional, ed. 128)
... Caráter é a mercadoria mais rara nessa prisão (o que não chega a ser novidade) mas seus
hóspedes (dois velhos homossexuais, um ladrão elegante, um assassino chinês, um jovem quase
estuprador) são no mínimo estranhos num faroeste (Cinema, ed. 138)
... Além de não seguir rigidamente os dogmas de nenhuma das “nações” do candomblé, João
foi muitas vezes criticado por pais-de-santo mais sóbrio, escandalizados com alguns de seus
hábitos, como o de frequentar bailes de homossexuais no carnaval. (Religião, ed.135)
... Embora alguns meninos já tenham sido atraídos pelas perversões do sacerdote, a intervenção
judicial ainda resulta numa medida preventiva: evitará que, sob o rótulo de uma instituição
filantrópica, continue instalada em Cotia a primeira escola de homossexuais do país. (Brasil,
ed. 142)
... Atores e espectadores, unidos pelo mesmo clima de excitação e contestação, despiam-se no
palco pela plateia, trocando carícia hetero e homossexuais, até chegar ao grande final: uma
pirâmide humana a girar lentamente, enquanto seus componentes desligam-se dela um por um,
restando no fim um único ator que solta um berro ininteligível. (Teatro, ed.141)
... Ou, ainda, ouvir policiais preocupados com as condições materiais do seu trabalho
programarem para a noite uma ronda especial à cata de homossexuais para darem uma limpeza
geral no prédio. (Policial, ed. 145)
... Não são poucas as queixas de parentes dos internados, que protestam, inclusive, contra
funcionários que incitariam os loucos à práticas homossexuais. (Especial, ed. 151)
... indignado ao saber que o padre Quevedo, em um curso de parapsicologia que dá no Recife,
havia definido os pais-de-santo como homossexuais e charlatões. (Gente, ed. 163)
... Um caso de interesse limitado na Guanabara, onde o assassinato de homossexuais torna-se
uma desagradável rotina (nos últimos dois meses houve quatro mortes em circunstâncias
semelhantes). (Crime, ed. 171)
... Deve a o diário “La Nación” e ao Banco do Estado, embora possua três palacetes onde vive
cercado por dois guardas costas homossexuais” (Internacional, ed. 125)
... Aos casos já previstos no Código Civil, em que a anulação do casamento é possível, seriam
acrescidos outros, “quando ocorrer erro essencial quanto às qualidades do outro conjugue, como
a prática do homossexualismo, alcoolismo inveterado, sadismo, perversão ou demência sexual,
ciúme mórbido e demais defeitos psíquicos e morais tão graves que o seus conhecimento
ulterior torne insuportável a vida em comum ao enganado” (Família, ed. 138)
... Quatro anos podem ser pouco tempo para transformar a imoralidade em inocência, mas, nos
Estados Unidos, foram o bastante para fazer um filme proibido do teatrólogo francês Jean Genet
(“O Balcão”) ser visto agora sem escandalizar ninguém. Genet tivera seu filme mudo de 26
minutos, “Uma canção de Amor”, proibido em 12 de junho de 1967, pela Suprema Corte dos
EUA por incluir cenas de nu e de homossexualismo numa prisão. Agora, com a liberação as
cenas de amor entre detentos filmadas por Genet foram consideradas “muito poéticas”, e o
espetáculo no geral muito menos imorais do que a maioria dos filmes pornográficos atuais
(Gente, ed. 157)
... “Morte em Veneza” tem tanto a ver com o homossexualismo quanto “A Metamorfose” De
Kafka tem a ver com entomologia. Não se trata, como na novela, de ambiguidade, mas de
confusão: a posse da beleza absoluta nunca se confunde com as reivindicações do “Gay Power”.
(Cinema, ed. 166)
... Se a vida de Tchaikovsky foi trágica (ele viu a mãe morrer de cólera, atormentava-se com
seu homossexualismo, praticamente suicidou-se ao beber de proposito água contaminada com
vírus da cólera), sua música – como o filme – é frequentemente melodramática. (Cinema, ed.
134)
... Ela se despe inteiramente numa cena e tenta violentar o repugnado Tchaikovsky. A cena de
homossexualismo no começo termina abruptamente. No certificado da censura, ao lado da
classificação “impróprio até dezoito anos e para TV”, a novidade de um carimbo e uma
confissão: “liberado com cortes” (Cinema, ed. 134)
... Homossexualismo – Sr. Diretor: Sou constante leitor de VEJA e tenho lido nessa revista
vários artigos sobre homossexualismo, inclusive a corajosa entrevista com o ator Walmor
Chagas. Aliás, a imprensa nacional ultimamente, tem dado ênfase crescente ao tema. O curioso
em todos esses artigos é que se tem dado prioridade absolutamente ao homossexualismo
masculino, ficando de parte, como inexistente, o outro lado, o feminino, não menos comum e
não menos encontradiço, atualmente. Fala-se em minoria trágica, “Gay Power”, “student
homophili league”, mas sempre ressaltando o homossexualismo masculino como se a coisa
fosse patrimônio dos homens. O próprio livro de Martin Hoffman, citado em VEJA, trata,
também, do problema como peculiar do sexo forte. Onde ficam, porém, as discipulas de Sapho,
a grã-sacerdotisa de Lesbos? Elas, também, merecem prelibar as benesses da publicidade.
... Homossexualismo II – Sr. Diretor: Li no número 129 de VEJA (24-02-71),nessa seção, a
carta de Lindolpho Pereira, de João Pessoa (PB), e quero ratificar, com a presente, todas as
observações feitas pelo mesmo quanto a ênfase que se tem dado à homossexualismo masculino
e a ausência total de comentário ou mesmo informações em relação ao homossexualismo
feminino. (Cartas, ed. 132)
... Universitários e Gay Power – Sr. Diretor: há tempos estou para escrever uma cartilha
elogiando VEJA que é indiscutivelmente a única revista decente publicada no Brasil. É a única
que abrange de forma satisfatória todos os setores da vida moderna. O proposito desta é elogiar
o artigo sobre o universitário brasileiro (VEJA nº 156, 1-9-71). É um dos poucos que analisam
de forma verdadeira a situação do universitário brasileiro. Venho elogiar também o artigo sobre
o Gay Power nos Estados Unidos (VEJA nº 158, 15-9-71) (Cartas, ed. 168)
... De tão pura que é, Soninha não percebe que Nana é lésbica e Betinho é amante de sua mãe.
(Cinema, ed. 142)
... Apesar de suas opiniões um tanto radicais sobre hippies (“Todo hippie é homossexual, toda
hippie é lésbica”), o delegado Gutemberg de Oliveira acreditava na recuperação dos cabeludos
que recolhia pelas ruas de Salvador. (Brasil, ed. 146)
... “Quando eu disse à minha mãe que era lésbica e estava morando com minha amiga Alberta”,
lembra uma estudante da Universidade de Colúmbia, Nova York, “ela foi incapaz de aceitar a
situação e se justificou respondendo: ‘Não acredito que você seja, mas sempre desconfiei de
Alberta’.”. (Comportamento, ed. 158) Ver clipping
... a gaúcha ÍtalaNandi, que foi a Rainha de Lesbos da peça “O Rei da Vela”, será uma fotógrafa
Lésbica. (Gente, ed. 170)
... Sou bissexual, como disse para aquela entrevistadora americana pernóstica do “Women’s
Wear Daily”: tudo depende do dia, da lua, da veneta em inglês? Ah, é mood, depende do
mood,my dear. (Cinema, ed. 154)
... Os exageros – a impressão geral é de que, à parte exageros jornalísticos ou estatísticos – e
eventuais retificações, como a descoberta de que uma das prostitutas assaltantes era um travesti
–, a quantidade e a qualidade dos crimes baianos modificaram-se substancialmente nos últimos
tempos. (Brasil, ed. 169)
... No ano passado, antes de morrer aos 74 anos de idade, esse primeiro pintor cubista do brasil
ainda ia aplaudir Rio shows de travesti e recusava-se a ir ao barbeiro, que considerava uma
perda de tempo. (Arte, ed. 168)
... Sarne tem todo o direito de achar graça nessas futilidades. No entanto, desconfia-se que
avançou o sinal ao transformar a novela de Gore Vidal (onde se analisam, irreverentemente, as
porções de masculinidade na mulher e vice-versa) num baila de travestis, onde qualquer tese é
logo demonstrada como o uso de um bisturi e onde a sociedade americana é atacada,
oportunistamente, só porque entre a América e a caixa registradora a Fox preferiu dirigir-se a
segunda. (Cinema, ed. 128)
... Seus rivais de passarela garantem, porém, que Evandro não sabe manejar uma agulha. Todo
o seu sucesso ele deve a uma auxiliar, Neusa Iracema, que o acompanha desde os tempos de
boate Balalaika, famosa pelos seus espetáculos de travesti. (Gente, ed. 129)
... Carrega a nostalgia dos encontros na galeria Cruzeiro, especialmente no bar da Brahma, e
dos bailes de travestis, embora garanta que nunca esteve num deles travestido. (Gente, ed. 129)
... A minoria trágica: “O sexo Equívoco, a Homossexualidade Masculina e a Criação Social de
um Estigma”: Martin Hoffman. Editora Civilização Brasileira – Nos Estados Unidos, uma
empresa utiliza computadores para selecionar “companheiros ideais” entre sua clientela
exclusivamente homossexual. A revista quinzenal “Queen’s Quartely” é uma versão
homossexual de “Playboy” e foi criada por um campeão universitário de levantamento de peso
que perdeu o emprego como professor de ginásio ao ser revelada sua condição de “homófilo”
– como ele prefere ser chamado. Nas universidades de Cornell e Minnesota os estudantes
radicais apoiaram a criação de clubes de dança só para colegas homossexuais. De costa a costa,
com a mesma veemência de outras minorias, os “forgotten brothers” vieram juntar-se ao
movimento de emancipação feminina (Women’s Liberation Front) e Black Panthers (negros
membros da opção radical dos Panteras Negras). Os “irmãos esquecidos”, que pretendem
defender os direitos civis dos homossexuais”, já tiveram o apoio da Corte Suprema, em
Washington, para processos de reintegração em funções de que foram demitidas pessoas de
tendências homossexuais. Agressivas, as organizações variam desde a Mattachine Foudation,
fundada na Califórnia em 1952, até o Gay Liberation Front, Homossexuais Intrasingent e a
Student Homophile Legue. Essa revolução da mais importante minoria sexual nos estados
Unidos está baseada na profunda pesquisa cientifica do psiquiatra e sociólogo Martin Hoffman,
52 anos, publicada em 1968, e que chegou ao Brasil agora. Durante três anos, subvencido pelo
Instituto Nacional de Saúde Mental americano, Hoffman estudou os meios frequentados por
homossexuais e reuniu análises especializadas desde Freud e Kinsey até as mais modernas,
como Evelyn até as mais modernas como Evelyn Hooker, nos Estados Unidos, e Michael
Schofiel na Inglaterra.
Problemas de 15 milhões – Martin Hoffman parte da constatação da gravidade do
homossexualismo como problema social, para aproximadamente 15 milhões de pessoas, pois
mesmo os estudos científicos, sobre o assunto não fragmentários e o focalizam mais como
neurose individual do que como problema de toda uma coletividade. Essa gravidade torna-se
mais explosiva, acredita, quando o homossexual é punível por ser homossexual, em 49 dos 50
Estados americanos, com sentenças que variam do encarceramento “por atos contra a natureza”
até a castração executada oficialmente. Mas o estigma social divide a psique do homossexual:
“Ele procura lugares públicos por causa de sexo e deve procurar em outro lugar o sentido mais
profundo, em torno do qual possa centralizar sua vida. Não é difícil concluir que essa
fragmentação do sexo em relação aos demais aspectos humanos não conduzirá à felicidade
pessoa ou a uma adaptação social satisfatória”. Pior ainda, a legislação americana está atrasada
de quase um século com relação à abolição de sanções legais contra atos homossexuais entre
adultos que os praticam de livre e espontânea vontade, como sucede já na Inglaterra, nas duas
Alemanhas, nos países escandinavos e na Holanda, onde alguns sacerdotes católicos chegam a
oficializar cerimônias de casamento religiosos entre pessoas do mesmo sexo. Esse código penal
obsoleto “baseia-se numa filosofia científica que não é mais aceitável – ou seja, a de que a única
relação moralmente aceitável é a que leva à procriação e não ao prazer e amor dos participantes
de uma união sexual”. Revalidando a tese de Freud de que todos os seres humanos possuem
“uma bissexualidade constitucional hereditária”, Hoffman fala de um “potencial sexual
indiferenciado na criança”, que então “aprende, como indivíduo, repostas sexuais na interação
social com seus pais e equivalentes”.
Atitudes novas – Longe de ser uma anormalidade psiquiátrica, “a inversão é encontrada em
pessoas que não apresentam quaisquer outras anormalidades”, mas sim encontrada.
Atitudes novas – Longe de ser uma anormalidade psiquiátrica, “a inversão é encontrada em
pessoas que não apresentam quaisquer outras anormalidades”, mas sim encontrada “em pessoas
cuja competência se acha inalterada e que, na verdade, apresentam capacidade intelectual muito
alta e cultura ética elevada” (Freud, em Três Teorias da Sexualidade). Hoffman compara o
homossexual numa sociedade que o oprime e reprime “à comunidade cristã antiga, quando o
cristianismo era perseguido pelos romanos” e aca que ela se assemelha a outras “culturas
paralelas” à estabelecida como padrão arbitrário, como os hippies e os ciganos. Repudiados
pela família, pela Igreja, pelas firmas, procurados pela polícia e puníveis pela lei, os
homossexuais americanos não podem solucionar aquele que Hoffman classifica como seu
problema central: um relacionamento amoroso e erótico estável. A promiscuidade do
homossexual, que o leva a ter parceiros anônimos de uma só noite, é resultado da hostilidade
do meio ambiente: “Desta maneira, a instabilidade das relações, que frequentemente para a
condenação do homossexual, é, na realidade, o próprio produto dessa condenação”. A solução
do preconceito contra o homossexual deve seguir a mesma tática da tolerância religiosa. A
sociedade dos Estados Unidos, segundo as conclusões de Hoffman, deverá adotar atitudes
radicalmente novas: abolir as penalidades para relações entre adultos que consintam livremente
em sua realização; eliminar quaisquer interferências polícia nos locais de encontro de
homossexuais, estimular o governo e a indústria privada a aceitar homossexuais entre seus
empregados e funcionários. “Em lugar de considerar essa tendência sexual vergonhosa, ou
mesmo uma doença mental, a sociedade deveria encará-la como realmente é, ou seja: uma
variação do impulso sexual, que é um dos possíveis resultados do desenvolvimento sexual
humano e – mais importante – que não prejudica ninguém. A homossexualidade é atualmente
bastante discutida. Muitas pessoas estão agora descobrindo que os homossexuais são pessoas
comuns, e não estranhas entidades que serve de galhofa, e que talvez devessem ser tratados com
dignidade humana”. (Literatura, ed. 125)
Clipping

Figura 10. Religião, edição 136.


Figura 11. Comportamento, edição 158.
Figura 12. Comportamento, edição 158.
1972

Texto
... E o filme se tornou uma narrativa esquemática, onde a única figura que sobressai, justamente
por ser esquematicamente grotesca, é a do gordo e exageradamente maquiado homossexual.
(Cinema, ed. 183)
... Agora vamos nos sentar no chão e contar histórias tristes da morte de reis? Só que eu troquei
reis por rainhas – ele explica, com um sorriso. Em inglês, a palavra rainha (‘queen’) também
quer dizer homossexual. (Gente, ed. 187)
... que reservou para ele o papel do gigolô Vado e escolheu o ator Silva Filho para o do
homossexual Veludo. (Gente, ed. 195)
... Homossexualismo, o tema escolhido pelo autor, já foi tratado por muitas mãos – na maioria,
desajeitas. Rasi não diz nada de novo; insiste na tecla do homossexual que adora uma
autoflagelação. Em compensação, não é desonesto nem propõe soluções moralistas. (Teatro,
ed.184)
... Os que preferem a vanguarda poderão escolher o encontro surrealista de um velho roteirista
homossexual de Hollywood e seu massagista venal em “A massagem” (Teatro, ed. 192)
... A primeira fase da vida de Da Vinci foi inteiramente dedica à pintura, assim como também
a segunda e a terceira, donde os pósteros lhe atribuírem a reputação de homossexual. (Humor,
ed.198)
... o marido inglês que Elizabeth “dá” de presente para a sua prima é apresentado como um
homossexual, condição da qual, até hoje, nenhum livro de história ousou desconfiar. (Cinema,
ed. 198)
... O segredo dessa afluência de público não é, certamente, o tema da peça – história de um pai
homossexual que se transforma em “machão” e acaba casando-se com a futura sogra de sua
filha. (Teatro, ed. 196)
... Pois foi somente quando imitou a voz cheia de trejeitos de uma homossexual, num programa
da rádio Mayrink Veiga, que o público tomou conhecimento de sua existência (Teatro, ed. 196)
... Passarinho – Nós já estamos no período de soluções. O que eu quero é corrigir a órbita. Quem
sabe o Nelson Prudêncio não me traz umas ideias a mais? Eu terei oportunidade de perguntar a
respeito do treinamento – foram bem treinados? Vem um sujeito aqui e me diz que o
homossexualismo está influenciando no rendimento do basquete. Eu, por exemplo, vivi na doce
ilusão de que o Kanela não merecia esta classificação, até agora não sabia. Enquanto ele ganhou
não era homossexual, agora é. Outro veio me dizer que o Brasil entregou tanto no vôlei como
no basquete a Cuba, porque prefere entregar ao socialista. Daqui a pouco vão querer AI-5 nos
times de basquete. Realmente o Brasil chegou a ter 17 pontos na frente de Cuba e terminou
entregando o jogo. Mass a torcida não tem influência? E nós todos vimos aquele estádio inteiro
torcer contra o Brasil e aquilo aturde. Tivemos foi azar, um de nossos melhores encestadores,
o Edwar, teve sua mão fraturada. (Entrevista, ed. 211)
... Ricardinho não é homossexual, mas tem que ouvir tudo que sua namoradinha diz. E, sendo
cego, presta muita atenção e não reclama. Nem pode: sua inteligência também se apoia numa
bengala branca. (Teatro, ed. 210)
... A letra canta os amores infelizes de uma homossexual, com versos como: “Minha boca não
ousará jamais confessar meu doce segredo, / meu terno drama, / porque o objeto dos meus
tormentos passa o tempo inteiro/ com as mulheres na cama”. (Gente, ed. 220)
... Era ao mesmo tempo o malandro da Lapa, capaz de enfrentar sozinho um pelotão de policiais,
e o homossexual declarado, vendedor de um concurso de travestis no Teatro República com
uma fantasia de morcego, faiscante de lantejoulas douradas. (Gente, ed. 217)
... sentiram-se atraídos pelo gênero (comédia) e pelo tema (um personagem homossexual).
(Teatro, ed. 222)
... Como todas as fórmulas fáceis, a da revista VEM DE RÉ QUE EU ESTOU DE PRIMEIRA
(Salão de Viena, Rio) deu mais ou menos certo: tem uma mulher bonita, Leila Diniz, e piadas
sobre homossexuais. (Teatro, ed. 178)
... Estados Unidos 1972 – A águia, a estátua da liberdade, Nixon, McGovern, Kennedy, as
eleições de novembro, Vietnã, os negros, a nova esquerda, a maioria socialista, a imprensa livre,
Ralph Nader, Woman’s Lib, o Gay Power, a pílula, os tóxicos, o sexo, a violência, a
pornografia, os hippies, os artistas, o jazz, a máfia, a indústria, a economia, a publicidade, os
carros, as fortunas, a ONU, a delinquência, o gueto, o teatro, o cinema, a televisão, os campi
universitários, o hot dog, a juventude, a coca cola, Nova Yorg.... (Capa, ed. 215)
... Veja – Valeria a pena ouvir sua opinião sobre temas mais controversos, como a legalização
do aborto, a poluição, os hippies, os radicais negros, o Gay Power, etc. Isso serviria para
descobrir quem é o homem atrás do banqueiro. (Entrevista, ed. 219)
... Não concordo com nenhum desses movimentos de emancipação feminina, black power, Gay
Power. A mulher, quanto mais “escravizada” pelo homem, mais ela nos manipula, - desde que
nascemos. E hoje há mulheres soldados em Israel, mulheres no Parlamento e (rindo) até prefeita
de Miguel Pereira, querem mais? (Televisão, ed. 199)
... Homossexualismo, o tema escolhido pelo autor, já foi tratado por muitas mãos – na maioria,
desajeitadas. Rasi não diz nada de novo; insiste na tecla do homossexual que adora uma
autoflagelação. Em compensação, não é desonesto nem propõe soluções moralista. (Teatro, ed.
184)
... Ou: um traficante de tóxicos, viciado em drogas e companheiro de homossexuais, segundo
policiais de Porto Alegre. A pessoa definida tão contraditoriamente era o irmão lasallista Valtair
Bolzani, de 31 anos, encontrado morto no mesmo local em que, depois de um tiroteio com a
polícia, morreu o assaltante Osmar dos Santos, o “Marzo na noite de 28 de julho (Crime, ed.
205)
... Traje obrigatório – Harvey Baldwin, chover de caminhão de Los Angeles, de 26 anos, 120
quilo, era o evangelista da comunidade. “Arrependam-se”. “Os comunistas são assassinos”,
bradava Baldwin a uma plateia inexistente; e o poeta Allan Ginsberg, sentado como um buda,
afirmava que “God Loves gay” (“Deus ama os homossexuais”) e celebrava casamentos, com
hóstias e abraços entre jovens e velhos homossexuais – para diminuir o conflito de gerações. O
Gay Power, que esperava reunir mais de 6000 militantes, não conseguiu trazer para a Flórida
mais de quinhentos partidários, e mesmo assim recebeu uma ordem da municipalidade
proibindo-os de “usar qualquer roupa não condizente com o seu sexo”. (internacional, ed. 202)
... “Vamos jogar Richard Nixon no mar”, advogava Rennie Davies. Zippies, hippies e
homossexuais, feministas e militantes políticos da SDS, veteranos de guerra do Vietnan e
simples desocupados pareciam satisfeitos. (Internacional, ed. 202)
... Vigaristas, tarados, homossexuais e ninfômanas foram seus batalhões de choque, apoiados
por machões, otários e paqueradores, que arrancam, a qualquer custo, o riso das plateias.
(Cinema, ed. 219)
... As notícias da morte de Kennedy, a recusa de Sartre em aceitar o Prêmio Nobel e cifras sobre
o número de homossexuais na Holanda, transmitidas pelo rádio, perpassam sobre a paisagem
imóvel como o voo dos pássaros, sem tocar aquele mundo primitivo à margem da civilização.
(Literatura, ed. 211)
... Lésbicas ao meio dia – Compartilhado por hippies, zippies, homossexuais, pacifistas e
militantes da nova esquerda, o parque era cenário de constantes atritos, particularmente entre
os politizados e os apolíticos. Os frequentes discursos eram invariavelmente acompanhados por
manifestações de desagrado de parte da plateia. Não houve, porém, problemas maiores para os
agentes encarregados de manter a ordem. Misturados aos jovens havia também informantes da
polícia, e dois deles foram surpreendidos comentando: “Bem, vamos ver o programa de hoje.
As lésbicas vão fazer uma passeaste ao meio-dia: isso não trará problemas. E Jane Fonda vai
chegar às 5 horas. Isso sim pode trazer problemas”. (Internacional, ed. 208)
... Nessa noite, ele recebeu a visita de Jorge, um brasileiro que se faz passar por francês. Ao
contrário do roteirista, ele é jovem bonito, tranquilo, em paz com sua profissão e bissexualidade.
(Teatro, ed. 184)
... E, quanto à bissexualidade, que envolve gestos e voz, do tenor aos sopranos, de Marc Bolan,
ele se explica à sua maneira: “Posso me sentir atraído por qualquer tipo de pessoa, mas a
verdade é que prefiro as meninas. Por outro lado, não deixa de ser divertido ser chamado de
símbolo sexual masculino, quando sei que sou mais bonito que a maioria das mulheres”.
(Música, ed. 200)
... Alice, 28 anos, alto(a), magro(a), não desmente, nem confirma esse nome e também não se
preocupa em destruir ou reforçar sua aparência bissexual. Unhas compridas, cabelos eriçados,
maquilagem, roupa berrante e feminina (quase sempre malha de balé, ou calças de lamê
dourado), ele(a) poderia simplesmente ser chamado de um travesti alucinado, mas sua
encenação não termina aí. (Música, ed. 186)
... Maquilado nos olhos e na boca, Mick Jagger, antes de entrar em cena, recebe um acabamento
final: um punhado de pó prateado nos cabelos. Essa etérea e bissexual imagem, cantando,
jogando o microfone para o alto, espirrando água e flores no público, comanda o espetáculo e
parece fornecer um dos motivos da sobrevivência dos Stones. Jagger é uma espécie de precursor
da nova tendência de bissexualidade da música jovem. (Música, ed. 204)
... Alice, bissexual e alucinado líder do conjunto, ocupa-se em sacrificar bonecas de plástico ou
figurar enforcamentos como sugere a agressividade de suas letras. (Música, ed. 210)
... A infeliz Helen, afinal, tem uma soma de complexos e psicoses graves, desde uma certa
tendência ao lesbianismo até a capacidade de explodir para cima das pessoas amadas como uma
faca nas mãos. (Cinema, ed. 180)
... Crase do à, estupidez semântica, contração da preposição a com o artigo definido feminino
a é, além de tudo, um caso típico de lesbianismo ortográfico. (Humor, ed. 209)
... Filipa de Souza, lésbica, instalou-se num convento de monjas. Enquanto isso a sociedade.
(Literatura, ed. 204)
... Irritada, Jill Johnston, jornalista do “The Village Voice” e dirigente das Lésbicas Radicais,
redarguiu: “As lésbicas foram as primeiras a odiar os homens”. De qualquer modo, centenas de
mulher reunidas quarta-feira passada na sede do Movimento de Libertação Feminina “Women’s
Lib”, em Nova York, aprovaram entusiasticamente a nova condição estatutária de adesão ao
grupo: “O ódio natura, o ódio racional e político, o ódio oficial ao homem”. (Gente, ed. 211)
... Em outras boates ouvimos Gregório Barrios e vimos o travesti Ivaná. (Música, ed. 213)
... Oeste afeminado – Diz a lenda que no velho oeste a mulher sempre valeu menos que um
cavalo. Hanne Caulder (São Paulo), além de confirmar a lenda, é um faroeste de com um pouco
de maquilagem do “woman’s lib” e, ao mesmo tempo, uma nova tentativa de Raquel Welch
para transforma-se em homem. Se, na anterior (“Homem e Mulher até certo Ponto”), ela
abusava do fato de ter dois sexos distintos, funcionando alternadamente como homem e como
mulher, agora é apenas uma ressentida criatura do sexo feminino tentando tomar para si as
tarefas especificamente masculinas de atirar, vingar e matar. O resultado tem um inevitável tom
de travesti, mas eventual graça do filme de Burt Kennedy “Latigo, o Pistoleiro”, situa-se além
das curvas e sentimentos de sua principal estrela. (Cinema, ed. 218)
... A mãe de Guiomar é tia de Stanislawa (Ziembinsky, no primeiro travesti da telenovela
brasileira) uma mulher sofrida que vê no casamento das filhas e das netas a única maneira de
subir na vida. (Televisão, ed. 201)
... É no Monsieur Pujol que ele se apresenta todas as noites perante um público ávido de admirar
as toaletes resplandecentes do travesti Valéria, importadas da França e que valem milhares de
cruzeiros em strass e plumas de avestruz. (Entrevista, ed. 195)
... “A mulher que usá-la tem de ter um tipo bastante feminino. Senão, vai ficar parecendo um
travesti”. (Vida Moderna, ed. 185)
... Casou o crime o amor de Nilton de Almeida, um dos travestis mais conhecidos da cidade,
“Miss Minas Gerais” de 1970. Com esse título, entrou no concurso de “Miss Brasil Travesti”
realizado em Vitória, no ano passado. (Crime, ed. 214)
... “Nem bem chegam do interior, pegam sua bolsinha e vêm aqui desfilar de ator”, queixa-se o
veterano Paulo Hesse. “São pessoas que trabalham em teatro uma vez e viraram atores
desempregados que sentiu as primeiras dores do parto no restaurante, a batalha de macarrão
comandada por Telé, um desfile de travestis interrompido na metade por decisão do maitre
Assim, que chamou a polícia. Sexomacia – A determinação do advogado paulista serviu para
mostrar que ainda persiste a preocupação do serviço diplomático brasileiro de evitar a presença
de homossexuais e alcoólatras em seus quadros.
Na verdade, o Itamaraty tem tantos casos de sodomia e de alcoolatria quanto a maioria das
repartições públicas e das profissões em geral existentes no mundo. Sua infelicidade é a posse
de um anedotário vastíssimo onde os pecadores tornam-se personagens extremamente
divertidos (“Eu sou bêbado” proclamou um secretário aposentado compulsoriamente, brandido
uma garrafa de uísque, ao desembarcar no Galeão, em 1968, quando uma comissão demitiu
homossexuais e alcoólatras.)
Aguentas? - A carreira diplomática brasileira foi abastecida por homossexuais às vezes
escandalosos, sátiros às vezes pouco estéticos e alcoólatras às vezes capaz de criar incidentes
do no mundo do livre ou fora dele. (Brasil, ed. 208)
... (“Embaixador, por que não fui promovido? – perguntou o diplomata alto, calvo e preterido.
“Tu aguentas uma dura verdade? – contra-atacou o temível chefe do Departamento de
Administração, em 1962, com seu forte sotaque gaúcho. “Aguento”, admitiu o herói. “Porque
és homossexual.” (Brasil, ed. 208)
... Nada mais lógico que a psicologia. Contudo, os exames psicotécnicos não são capazes de
garantir a descoberta de todos os homossexuais nem de se livrar de equívocos como o de
Loureiro Carvalho. (Brasil, ed. 208)
.... “Meu senhor, vamos ajudar a restabelecer a moralidade do mundo. O senhor investiga
quantos homossexuais existem na chancelaria e eu investigo na sua especialidade. Quem tiver
mais passa a defender a extinção de sua profissão. Assim o país faz até economia”. (Brasil, ed.
208)

... A flor do lodo – Memórias de Madame Satã, conforme narração a Sylvan Paezzo. A Mulata
do Balacochê, travesti de sambista na boêmia praça Tiradentes no Rio, estava feliz naquela
noite em 1928. “eu tinha 28 anos de idade, porque eu nasci no mesmo ano em que o século veio
ao mundo. E não desconfia da felicidade demais”. A felicidade era mesmo completa: neto da
escrava Pilama Brasília Casu, nascido no chamado Agreste de Pernambuco, fugira criança da
miséria do nordeste para o que pensava ser um paraíso: o Rio de Janeiro, onde podia entrar no
palco da “saizainha” vermelha e as tranças que eu fazia com meus próprios cabelos”. Usava
camisas finas, importadas, e ganhava 400 réis por mês.
Mas um vigilante noturno sádico, que o persegui com zombaria quando ele saía do cabaré,
levou-o a cometer o primeiro crime e ir “me formando em malandragem”.
O primeiro crime – Como a omertà da Máfia siciliana, a malandragem tem suas leis respeitadas
e sua gíria particular: “Malandro era quem acompanhava as serenatas e frequentava os
botequins e cabarés, e não corria de briga mesmo quando era contra a polícia. E não entrega o
autor. E respeitava o outro. E cada um usava a sua navalha, cuja melhor era a sueca, que custava
1 500 réis. Apelido de navalha era pastorinha. E fiz amizade com Noel Rosa e Heitor dos
Prazeres e Cartola e Nélson Cavaquinho e Chico Alves e Benedito Lacerda e mais Jararaca e
Ratinho e ainda Aracy de Almeida que era uma grande jogada de sinuca”.
A vida artística, a liberdade sexual, as faras da Taberna da Glória desapareceram com os
dezesseis anos de prisão na Ilha Grande: O assassínio sobrevém como um fato trágico,
inesperado. Mme Satã nascera, na sua luta sem trégua, com uma sociedade que o marginaliza
e com uma polícia algumas vezes torpe.
Reivindicações – O 17º filho de dona Firmina de Damião, “uma cabocla muito bonita e muito
analfabeta”, cujas terras tinham sido tomadas porque agradaram ao coronel Nhô de barros, caíra
novamente na fase ruim de que tentara escapar na infância. Nem seu padrinho padre Cícero,
nem os três molequinhos que lhe apareciam em sonho para consolá-lo ajudavam mais. Se aos
treze anos ele achava o cúmulo da felicidade dormir numa escada de cimento (“não pega fogo”),
mas não dentro de casa (“seria conforto demais. Era uma escada externa e eu apanhava chuva
e vento. Mas eu adormecia tranquilamente. Deus me deu a mão”), agora na Ilha Grande ele não
tinha nem lençol nem colcha, e estava com assassinos irrecuperáveis e famosos como Boi,
Porco, Elefante, Casa Mathis, Babilônia, Cabeção, Zé Dilica.
Mme Satã atravessa as manchetes da imprensa marrom carioca, faz especulações filosóficas
sobre a injustiça e já antecipa, há cinquenta anos, à reivindicação do “Gay Power” americano
moderno: “Por outro lado, os jornais davam muito mais destaque para as minhas façanhas
exatamente pelo mesmo motivo de eu ser homossexual. Mas o que devia fazer? Tornar-me um
covarde só para satisfazer as pessoas deles? Não, eu não podia me conformar com a situação
vexatória que era aquela. E achava que ser bica era uma coisa que não tinha nada demais. Eu
era porque queria, mas não deixava de ser homem por causa disso”.
Criou sete filhos. Os molequinhos diminuíram de número, agora que ele tem 72 anos de idade
e vive isolado com o último menino adotado. Com amigos, admiradores e com uma vida agora
calma e dedicada à oração, ao recolhimento e a pensar no passado, Mme Satã dá uma lição de
coragem humana neste inferno que alguns policiais mais marginais do que eles criaram da sua
volta, mas não conseguiram levar até seu interior ainda ingênuo, corajoso e pitoresco. Este é
um retrato comovente e às vezes patético, com frequentes falhas de memória e feito sem a
mínima ordem narrativa. Mas o ser humano que emerge deste mundo subterrâneo do cárcere,
do crime, dos vícios reflete uma concepção popular comovente da arte e uma noção universal
da liberdade humana. (Literatura, ed. 220)
... Somem-se a isso os problemas de alcoolismo e tóxicos e teremos um quadro em que as
oportunidades de contágio pela prostituição foram ultrapassadas pelos encontros casuais e até
pelo homossexualismo. No Recife, o dr. Jorge Lobo Filho, do Hospital de Santo Amaro, admite
que o contágio venero dos homossexuais é feito em progressão geométrica: “Quando sabemos
que um homossexual é capaz de manter até quinze relações num mesmo dia, é quase certo que
a proliferação será incontrolável”. Mas um dos fatores determinantes do novo surto mundial,
certamente, é a resistência que as doenças desenvolveram à penicilina e aos antibióticos. A
partir de 1944 a sífilis e a blenorragia recuaram sensivelmente, com a descoberta e o uso da
penicilina. (Medicina, ed. 177)
... Belda e Lobo concordam num ponto: homossexuais são transmissores. (Medicina, ed. 1770
... Usando argumentos científicos e psicológicos, além de muita paciência, conseguiu extrais
do estudante o nome da pessoa que lhe transmitira a doença, uma colega de universidade.
Procurou-a e repetiu o processo. Ao fim de alguns meses, tinha fechado o círculo: colhera em
sua rede 64 nomes de pacientes-informantes, quem iam da classe média à alta sociedade,
casados e solteiros e, até homossexuais. (Medicina, ed. 177)
... Confiança – Apoiados na certeza da eficácia de seu método – somente Masters e Johnson
trataram até hoje aproximadamente 2000 pessoas, com 80% de curas efetivas há cinco anos –,
os terapeutas do sexo se dão ao prazer de ignorar as críticas. Continuam, indiferentes, a aplicar
seu controvertido tratamento de homossexuais, adotando também aí a atitude de não julgar a
validade das preferências do paciente. O que provoca a reação de um analista nova-iorquino,
Charles Socarides: “Não se podem ensinar fetichistas a gostar dos próprios fetiches,
Homossexualidade é um sério distúrbio de tremendas proporções sociais”. (Medicina, ed. 222)
... Salto para homens – Em setembro do ano passado as duzentas
lojas de calçados da cadeia Flagg Brother lançaram nos Estados
Unidos sapatos de salto alto para homens. Com as cores da
bandeira americana ou simplesmente pretos, custando de 80 a 500
cruzeiros, foram colocados à venda, segundo as secretas
esperanças de seus fabricantes, para substituir as botas, que há
mais de cinco anos têm saltos maiores que os convencionais. Agora, se ainda não se pode falar
num completo sucesso do lançamento – segundo o vendedor de uma loja de Nova York, os
novos calçados são mais procurados por jovens extravagantes e homossexuais. (Vida Moderna,
ed. 207)
... Gay Power – Vlastimir Arambasic, diretor da Arcoflex, dá um outro
exemplo de sábia artimanha mercadológica: está exportando para os
Estados Unidos sapatos coloridos, com enfeites e saltos de 7
centímetros: “Desconfio que seremos bem recebidos no mercado do
Gay Power”, diz ele. Exatamente no setor de calçados é possível
perceber como a exportação de manufaturados deu saltos apreciáveis.
(Economia e Negócios, ed. 208)
Clipping

Figura 13. Comportamento, edição 203.


Figura 14. Entrevista, edição 212.
Figura 15. Entrevista, edição 212.
Figura 16. Entrevista, edição 212.
Figura 17. Entrevista, edição 212.
1973

Texto
... Conspiração Internacional Homossexual. (Humor, ed. 229)
... Eles ficarão sabendo, por exemplo, que “acid” é o nome pelo qual os jovens se referem ao
alucinógeno LSD; e que “gay”, além de significar alegre, agora também quer dizer
homossexual. E, munidos de toda espécie de informações estarão aptos a iniciar a longa
travessia do Pacífico. (Internacional, ed. 232)
... A Sociedade Hípica e o Tênis Clube continuam selecionando seus sócios dentro dos mesmos
critérios rígidos. E a fama do campineiro “orgulhoso” foi substituída pela do campineiro
“homossexual”, ou seja, a “inveja” e a “agressão” somente mudaram de nome.
(Comportamento, ed. 232)
... Como um apito, Solnado mostra como se sairiam das dificuldades de dirigir o trânsito um
guarda português, um ex-maestro, um ex-juiz de futebol, um ex-toureiro, um homossexual e
um sambista. (Show, ed. 234)
... Hoje pode ser confundido com qualquer um dos rapagões do surf cuja masculinidade não
admite ser posta em dúvida. A grande metamorfose, a agressão homossexual, fica guardada
para as noites do Pujol, quando ele prende os cabelos compridos que lhe caem pelos ombros
em dois graciosos rabos de cavalo, cobre o rosto com purpurina e desfila em saltos altos.
(Especial, ed. 235)
... Se a cegueira de Orgon é ou não produto de uma paixão homossexual, apenas o seu
psicanalista, caso existente, poderia elucidar, já que o texto na diz sobre as suas motivações
ocultas. (Teatro, ed. 254)
... (Calcula-se que haja, atualmente, um homossexual para cada três prostitutas na Vila Veneto).
(Vida Moderna, ed. 253) Ver Clipping
... O triângulo é clássico, sórdido e cotidiano: um homossexual que envelhece, seu jovem
amante e a prostituta que este namora. A história e cínica, trágica e... engraçada. (Teatro, ed.
253)
... “não parto de uma ideia preconcebida. Por exemplo: que o ‘quente’ é abordar ‘O Doente
Imaginário’ de um ponto de vista homossexual, ou ponto de vista de que não é mais possível
representar Molière, hoje em dia, em roupas do século XVII. Eu trabalho essencialmente no
texto.” (Teatro, ed. 252)
... Para fugir a esse inferno ele se esconde em um apartamento de quarto e sala conjugados, em
um prédio onde tem por vizinhos, um protético homossexual, uma hippie débil mental e uma
mulher que só pensa em casar a filha com um jovem rico e em plena ascensão social. (Teatro,
ed. 259)
... “Já fui acusado de tudo”, disse, num momento de desafeto. “Menos de ladrão e de
homossexual”. (Internacional. Ed. 263)
... Esse momento de glória acontece exatamente ao tempo em que ela assume integralmente a
condição de mulher. “Travesti não dá mais”, admite. E o Gay Power, a essa altura, já não é um
problema seu: “Não me interessa. Uma estrela não pode ser política”. Mesmo assim, conclui:
“Se fosse o caso de lutar para que o homossexual deixe de ser considerado como um marginal,
é claro que eu poderia fazê-lo. Eu mesma pegaria a primeira bandeira. Mas o Brasil ainda não
está preparado para esse tipo de coisa”. Ver Clipping
... Ao contrário, Rossi se mostra habilmente integrado ao papel de um desvairado velho
homossexual, travesti e assaltante de motoristas de táxis. Ainda que o texto (ao contrário do pai
e mãe sufocante) de todas as chances para seu filho. (Teatro, ed. 272)
... Ou o casamento interesseiro da estrela que captura o único dramaturgo da Broadway que não
era homossexual. (Literatura, ed. 276)
... com o tempero picante das experiências homossexuais do guerreiro. (Literatura, ed. 266)
... Em Nottingham, Inglaterra, o juiz Harry Lucas autorizou a inauguração, em outubro, de
luxuosa boate exclusiva para homossexuais: “Os donos desse clube são pessoas responsáveis e
experientes. Eles alegam, e nós acreditamos, que são capazes de reconhecer gente do seu grupo
sem dificuldades”. Heterossexuais não poderão, porém, frequentar a boate. (Gente, ed. 263)
... Imediatamente a polícia chegou, espantando homossexuais e bicheiros que habitualmente
borboleteiam na portaria do prédio. E invocado pelo estrepitoso coro de vizinhos, jornais
especializados e mesmo alguns policiais, o fantasma de Aída Cury apareceu de novo para
lembrar que Hileia poderia ter sido currada e jogada para a morte. (Brasil, ed. 257)
... Veja – Dentro de seu amor universal pelo ser humano você tem amigos negros,
homossexuais, etc? Hebe – Eu adoro os homossexuais. Tenho amor por eles. São seres humanos
como quaisquer outros. Não acho que seja defeito. Jamais atiraria a primeira pedra. (Entrevista,
ed. 261)
... Desenvolvimento sexual, puberdade, masturbação, carícias, o leito conjugal, o leito
extraconjugal, sodomia, homossexualismo, desafogos compulsivos e sonhos sexuais. (Teatro,
ed. 232)
... Além disso, Jackson também era acusado de ter sido preso duas vezes por homossexualismo
– em 5 de maio de 1955 e em 17 de outubro de 1957, em Washington. (Suplemento, ed. 256ª)
... Homem duro, inflexível em seus métodos e preconceitos contra prostitutas, homossexuais,
favelados, Padilha tornou-se conhecido a partir de 1952, quando passou pela Delegacia de
Vadiagem. (Brasil, ed.229)
... No primeiro ocorrido em janeiro, o artesão Joaquim Fiel, dezoito anos, apunhalou um
companheiro de cela que o perseguia com propostas homossexuais. (Polícia, ed. 237)
... Durante o baile, onde um jovem casal americano passou a noite toda dando explicações aos
presentes sobre o que significava “desbundar”, o grande momento foi um show de
homossexuais que se apoderaram do palco no momento em que Luana, manequim baiano que
reside na Europa, era coroada a “rainha” da festa. (Brasil, ed. 236)
... “Muitos suíços têm uma espécie de medo dos jesuítas”, diz ele. “Algo semelhante ao receio
que manifestam diante dos comunistas, maçons, homossexuais.” (Religião, ed. 247)
... O primeiro sintoma de desagregação foi renascimento de uma palavra celebrada nos áureos
tempos de “O Pasquim” e da Montenegro, e que havia praticamente sido abolida do píer:
“bicha”. Ali, todos os variados sexos estavam de tal forma entrelaçados nas “transas” comuns,
que ninguém se preocupava com rótulos diferenciadores. Eram todos “freaks”, homens,
mulheres, homossexuais homens, homossexuais mulheres e suas variações mais sutis, e todos
pareciam felizes.
E imediatamente após a redescoberta da palavra, nota-se a rejeição pelo que ela representava.
Acontecem então episódios tragicômicos como o de um certo Geraldinho da Tijuca, expulso da
praia pelos surfistas porque pretendia tomar banho com uma minissunga de crochê.
Limõezinhos, garrafinhas de plástico, cascas de laranja, bolotas de areias e palavrões
começaram a voar pelo píer, envolvendo surfistas, homossexuais considerados exagerados, ou
“ripongas bravos” revoltados porque os “riponguinhas beautiful” começaram a lhes negar apoio
material (“você vem na praia com cigarro e eles devoram teu maço em meia hora, você leva
eles em casa e eles te limpam a despensa”, queixava-se uma menina que recebe 50 cruzeiros
por dia de mesada para suas despesas na praia e nas butiques). E mais de uma vez a polícia foi
obrigada a intervir para serenar os ânimos. (Especial, ed. 235)
... estabeleceu-se de início a hipótese de crime político, no fim de semana, porém, as autoridades
argentinas buscavam os assassinos entre homossexuais amigos e Válter. (Datas, ed. 261)
... Sr. Diretor: Em referência a Pasolini, não compreendo por que tanto arrodeio. Quem é que
não está sabendo que o uso exótico dos cabelos longos e barbichas é um sinal de protesto contra
o regime e os valores estabelecidos em geral (subversão no duro!)? Os jovens, em sua maioria,
estão fazendo concorrência às mulheres; aqui em nossa cidade pelo menos 10% dos sofisticados
são homossexuais e a tendência é a proliferação. Desde que surgiu a tal moda unissex em nosso
país só têm aumentado a desobediência e a imoralidade feminina em todas as atividades.
(Cartas, ed. 258)
... Morreram: o ator e manequim americano Bruce Pecheur, 31 anos (“Trash”. Filme do grupo
Andy Warhol sobre um casal de homossexuais que vive na miséria); dia 16, em Nova York,
assassinado por um ladrão que invadira sua casa, apesar da presença de Pecheur e sua mulher.
(Datas, ed. 259)
... Segundo Darlene, Mariel foi uma tentativa de alternar o que ela chama de “minhas tendências
homossexuais: busquei o machão escarrado, que afinal tem problemas de potência e que, apara
não entrar em detalhes, possui sobre um baú colonial autêntico”. (Cinema, ed.245)
... os homossexuais persistem em continuar dando vexame em festinhas enfadonhas. (Cinema,
ed. 252)
... Dezenas de prostitutas do pelourinho queimaram no sábado de Aleluia um boneco vestido
com um paletó e uma arma na cintura, representativo do delegado Juvenal Gentil Ribeiro, 25
anos, do setor de Repressão ao Lenocínio e Entorpecentes da Delegacia de Jogos e Costumes
de Salvador. Famoso por ter prendido numa só batida mais de cem hippies em Arembepe e por
suas ações contra prostituas e homossexuais, o delegado só chegou em tempo de ver o boneco
já totalmente queimado, mas assim mesmo prendeu todas as prostitutas e homossexuais que
encontrou no Pelourinho, só os soltando no domingo de Páscoa. (Gente, ed. 243)
... A imundice comum a todos os lugares que ficam abertos até altas horas e onde circulam tipo
pouco recomendáveis, como prostitutas de baixo nível e dúzias de homossexuais, não é o
cenário adequado para mortes honrosas. Muito menos os motivos da briga, que teria sua origem
numa tapa de Almir num dos homossexuais que lhe dizia piadinhas. A atitude de Almir
provocou uma outra mesa instalando-se então o chamado conflito generalizado. (Crimes, ed.
232)
... No inquérito deverão figurar muitos nomes ligados a grupos de traficantes de entorpecentes,
prostitutas, homossexuais e supostos membros de organizações terroristas de extrema direita.
Evidentemente uma mistura muito forte para Padre Henrique, não fossem ingredientes normais
de seu trabalho na arquidiocese de Olinda em Recife. Na verdade, a tentativa de recuperar
prostitutas, homossexuais e viciados em tóxicos muitas vezes o levou a contatos com
paroquianos nada pacíficos. (Crime, ed. 264)
... Homossexuais? – Não obstante a farsa, cresce o número dos umbandistas e vão por terra as
barreiras sociais que os levavam ao recato. A pesquisa revela que os umbandistas procedem, de
modo geral, do catolicismo. “Em mais de 1000 terreiros que visitei pessoalmente só encontrei
três protestantes convertidos à umbanda”, anota o antropólogo. Outra de suas constatações
contraria a tese de que é significativa a presença de homossexuais entre pais-de-santo. Valente
não encontrou mais de doze casos de homossexuais masculinos nos terreiros do Recife. Os
números iniciais da pesquisa comprovam que a concentração umbandista aumenta com a
proximidade dos grandes centros urbanos: existem cerca de 4000 terreiros no Grande Recife
contra duzentos no resto do Estado. E, quanto mais afastado da zona urbana são os terreiros,
mais baixa é a classe social de seus frequentadores. No entender de Valdemar Valente, a
umbanda é uma religião mais civilizada e codificada que os demais rituais africanos vigentes
no Brasil. Além disso, apresenta elementos católicos, espíritas e ameríndios, num sincretismo
religioso que a torna uma religião puramente brasileira, embora com base na África. “Não existe
umbanda em outra parte do mundo”, observa o antropólogo, esperando obter dados suficiente
para justificar um fato que já constatou: a umbanda recebe cada vez mais filiados das classes
média e alta e as sanções sociais contra ela se esfarelam ao ponto de padres e líderes católicos
frequentarem terreiros sem se envergonhar disso. (Religião, ed. 250)
... Por mais que alguém possa se preocupar com o lado hippie e Gay Power da juventude que
lota o teatro, esta preocupação é inútil: o resultado é musicalmente mais ardente que qualquer
abafamento da plateia ou da sala. (Música, ed. 233)
... Nenhuma das cantoras, no entanto, chegou à aplicação de Wanderléa, candidata a nova rainha
do que hoje se chama “Gay Power” brasileiro. A partir dos Slogan WANDERLÉA
MARAVILHOSA (Teatro Tereza Rachel, Rio), “Um show para entendidos”, a ideia e o clima
de montagem pretendem torná-la superestrela de uma pequena, porem ruidosa, faixa de público.
(Música, ed. 231)
... O píer de Ipanema foi se transformando em “píer do desbunde”. Pier como homenagem a um
similar que existe numa praia da Califórnia, ou ao construído às margens do rio Hudson, em
Nova York, que ainda recebe os desiludidos remanescentes dos vários “powers” que até pouco
tempo pareciam dispostos a abalar as estruturas da civilização ocidental, desde o “flower” ao
“black” passando pelo “gay” e pelo “woman’s lib”. E “desbunde” porque essa palavra bastante
pejorativa nos tempos em que política estava na morada (no meio estudantil servia para designar
pessoas com um grande desvio pequeno burguês), passou a representar uma maneira de ser
descompromissada com o mundo que teria fatalmente de florescer no Brasil. (Especial, ed.
235).
... Mais para a esquerda, junto ao superesgosto, era o território do “Gay Power” brasileiro
também conhecido como “gayfia”, referência a uma suposta máfia dos homossexuais, Atrás
dos “Gay Power” no sopé das “dunas do barato, estabeleceu-se o “woman’s lib” logo apelidado
“sapataria progresso” em homenagem aos sapatões, moças que pregam o homossexualismo
como única saída capaz de dignificar a mulher. (Especial, ed. 235)
... Em fevereiro publicou uma reportagem de capa sobre o homossexualismo, mas nem por isso
se pode supor que sua redação tenha sido dominada pelo “Gay Power”: esse é um dos problemas
mais sérios que atormentam a Alemanha, atualmente. (Censura, ed. 242)
... Numa exposição da David Stuart Gallery em Los Angeles,185 fotos da atriz fizeram velhas
matronas gastarem horas de suas tardes em recordações tristonhas, atraíram respeitáveis
senhores da classe média silenciosa e lágrimas indiscretas de membros do Gay Power.
(Documento, ed. 254)
... Sr. Diretor: Fui agraciado com o título de representante do Gay Power no Brasil, o qual
agradeço apesar de não o merecer. Faço teatro, vou continuar fazendo e, se tiver que representar
um bispo, espero receber mais um título dessa revista – de representante do papa no Brasil.
Estamos aqui para trabalhar, moço. Quer dizer então que vocês pensam que é mole fazer
underground? Beijinhos nas crianças. (Cartas. Ed. 238)
... “Eu não minto para mim mesma. E basta!” Interrompe, staccato, seca, quando se fala em Gay
Power: “Detesto, acho ridículo!”. (Música, ed. 265)
... Alice Cooper. Como ele, Star se define: “Sou bissexual e transo sério no estilo”. Mas não
ultrapassa prudentes limites. E afirma: “Edith Cooper é um personagem para o palco e não para
a vida. Brasileiro aceita travesti em cena, mas não no ônibus. Se fosse nos Estados Unidos, eu
estaria junto ao Gay Power. Aqui, fora do palco, não assumo nada. E não tenham pena de mim,
porque o Edy não é de sofrer muito. Sempre curtiu e soube fazer sua limonada do limão que
recebeu na vida”. (Show, ed. 276)
... “vira, vira, vira homem/Vira lobisomem”, alusão imprópria para menores”. Tomando-a ao
pé da letra, o “Vira” virou porta-estandarte e algumas correntes do Gay Power nacional, assim
como o Secos e Molhados começa a ser visto como um conjunto situado na terra de ninguém
que vai do infantil ao pretensioso, do teatral ao rebolado, da seriedade à curtição pura (Show,
ed. 275)
... e uma prostituta lésbica. (Cinema, ed. 273)
... Um exemplo: “P... ou lésbicas, não nos importa do que nos chamem, já que nossa luta não
está perdida. Chegou a hora de dizer ‘Basta!” e de formar um só bloco com os nossos corpos”.
(Comportamento, ed. 266)
... A confusão de sexos não parece menos completa que a anarquia econômica e moral.
Perpassam lésbicas (Heloísa de Lesbos), agiotas (Abelardo I), fazendeiros de café arruinados
(Coronel Belarmino), ninfomaníacas (Joana dos Divãs), matronas de virtude duvidosa (dona
Poloquinha), homossexuais (Totó Fruta do Conde), pseudo-socialistas à espera de
oportunidades para se tornarem capitalistas (Abelardo II), rapazes de sociedade em transito para
o fascismo (Perdigoto). (Literatura, ed. 258)
... Sr. Diretor: Sugiro dedicarem futuras capas de revistas a personalidade de destaque. De
pronto podemos citar Dorina de Gouveia Nowill, da Fundação para o Livrodo Cego no brasi, e
dona Cárme Prudente, da Associação Paulista de Combate ao Câncer. Ou será que as
reportagens sobre jovens que se entregam a lésbicas e a machões bem-apanhados e oferecem
as calcinhas como souvenires e que vendem revista? (Cartas, ed. 248)
... “Quando amo me entrego totalmente e pouco me importa se é uma jornalista italiana famosa
que numa festa de lésbicas me leva para um quarto e me possui com a anca – você pode acreditar
se quiser. Ou se é um homem que me excita no momento”. (Cinema, ed. 245)
... Sr. Diretor: As senhoras que fazem filantropia e promovem chás do Women’s Club são
noticiadas pelo colunismo social e não pela revista VEA. Darlene Glória (nº 245) é gente, é tão
digna de respeito quanto muitas damas que se dizem do “grand monde”, apenas ela difere dos
demais por ter a coragem de existir e de se assumir. Par que não me imagem ser uma mulher
“emancipada” e adepta do lesbianismo ou do leitão de calcinhas, adianto que, apesar de ainda
ser muito provinciana e cheia de tabus não me permito o direito de condenar as pessoas que
estão fora dos padrões de moralidade que escolho para mim. (Cartas, ed. 250)
... “Era como meu destino, voltando para casa”. Seu destino é tão claro quanto seu rosto de
criança. Ela é positivamente bissexual e tão hostil a relações duradoura como Jeanne em
“Tango”. (Cinema, ed. 233)
... Schools’s out – Lançado no brasil sem a calcinha que acompanhava a edição original, esta
gravação é uma amostragem eficiente do rock bissexual e violento que emana do grupo Alice
Cooper (Continental). (Música, ed. 226)
... O expedicionário que há vinte anos escalou o monte Everest, James Morris, 46 anos, pai de
três filhos, anunciou em Londres sua mudança de sexo e já está escrevendo um livro para
explicar por que prefere ser mulher e chamar-se Jan. Ao mesmo tempo, o Grupo de Liberação
Transexual conseguiu da BBC 45 minutos semanais pela TV, dentro do esquema de atribuir
horários a grupos interessados em divulgar suas opiniões. Do GLT fazem parte, entrou outros
homens que realizaram operação para trocar de sexo, Lauro, antigo ator que na TV fazia papéis
de gangster, e Della Alesksander, antigo oficial da reserva do Exército sul africano. Um dos
Objetivos do grupo é conseguir autorização para o casamento. (Gente, ed. 250)
... Não deixam e eleger as dez mulheres mais elegantes a bordo nem mesmo de concorrer ao
concurso de Mister Pernas (nos cruzeiros do Touring), cujo vencedor é quem melhor imitar
travestis. (Comportamento, ed. 230)
... “Ela merece, ela merece” sempre que algum travesti mais audaz tentava um lugar nos degraus
onde se concentravam os “notáveis” do carnaval. No último dia, o local transformou-se num
palco de teatro rebolado, exibindo-se para uma plateia entusiasmada que se manifestou com
ardor quando um rapaz terminou seu espetáculo com um inesperado strip-tease. (Brasil, ed.
236)
... O Führer não escapou nem mesmo do teatro de revista: em Paris foi levada recentemente
uma grotesca farsa de travestis, “Hello Hitler”, e em Londres um show ligeiramente
pornográfico, “Eu Era Empregada de Hitler”, esgotou entradas em todas as noites.
(Internacional, ed. 246)
... caçado por uma indefectível quadrilha comandada por um mágico e integrada por um
pistoleiro cego e um gangster travesti. (Cinema, ed. 251)
... Seus amigos o aconselham a gastar menos em roupas e maquilagem de travesti (Arndt, que
já esteve várias vezes no Brasil, chegou a se “casar” com um rapaz, na igreja de seu castelo em
Salzburgo, na Áustria, onde vive com sua mulher, a princesa Henriette Von Auersperg, e setenta
empregados). (Gente, ed. 248)
... A arma do “Natural Look” é a mesma que escapou aos invasores coreanos, anos atrás:
“nossas perucas não parecem perucas. E não tem nada daquele triste ar de travesti”. (Economia
e Negócios, ed. 259)
... Sem contar o “metteur-em-scène, Roger de Bris (Christopher Hewett), cuja especialidade é
o travesti. (Cinema, ed. 263)
... Por exemplo, a “Pequena Tragédia da Lapa” – escrita numa noite de insônia em 1969 – conta
a história de um travesti, vestido de gala, que tenta o suicídio no centro do Rio ao meio-dia.
(Teatro, ed. 265)
... Assim, a Censura, com suas razões, proibiu um show do travesti Rogéria e essa decisão é,
pelo menos, legal. Contudo, sabendo-se que o julgamento de trabalhos artísticos é feito por
linhas tênues, as vacilações da Censura brasileira, liberando e depois censurando suas próprias
decisões sem oferecer os esclarecimentos necessários, em vez de aprimorar os costumes pode
estar lançando dúvidas sobre a qualidade de seus censores e, portanto, de todo os seus trabalhos.
(Censura, ed. 267)
... Baile de travestis – todos os quadros são uma evidente mistura de humor grosseiro, música,
ruído, aparente tiratismo e ideias tiradas, muitas vezes, até de velhos filmes da década de 30.
Exploram-se quase sistematicamente as anomalias sexuais. E para os nus há pretextos
absolutamente primários, como a cena do chefe pirata, diante do qual seus comandados despem
uma prisioneira – que ele acaba possuindo. Ou a do assalto, em que um sombrio malfeitor com
um revólver obriga a vítima a se desfazer de todas as peças de roupas, para no fim, triunfante,
exclamar: “Até que enfim consegui minha roupa para o baile do Teatro São José” (famoso
encontro carnavalesco de travestis). O sucesso do espetáculo, porém, é evidente, Oitenta
minutos depois de iniciado, o show acaba com um desfile de todos os atores travestidos. E a
Cowboy se esvaziam seus novos adeptos nada mais têm a fazer na praça Mauá. E as
frequentadoras habituais da casa, já acostumadas com apresentação, tinham-se retirado com
seus marujos antes esmo de ela começar, para cuida da vida. (Show, ed. 258)
... Em vinte dias, Hermano entrevistou quinze prostitutas, três strip-girls, alguns travestis, seis
donos de casas noturnas – mais garçons, maitres, vendedores de flores, guardadores de carros
e muitos cigarras. (Carta ao leitor, ed. 255)
... Suassuna contra homossexuais na suas peças – Em sua coluna “Almanaque Armorial do
Nordeste”, no “Jornal da Semana”, do Recife, o escritor Ariano Suassuna (“O Alto da
Compadecida”, “A Pedra do Reino”, reclamou: “Atualmente está em moda entre os intelectuais
das mesas de bar o que eles chamam ‘a desmistificação do machismo’. Tem escritores por aí
proclamando pederastia como refinamento, outros com vergonha de ser homem, porque ‘isso
prova que o sujeito está ultrapassado e é reacionário’. Não é que eu queira ser mais homem do
que a maioria, mas no ambiente intelectual de hoje a coisa vai de tal modo que, qualquer dia
desses, vou ter que mudar para a Turquia”. Mais concretamente, o escritor proibiu a encenação
de qualquer peça sua em qualquer parte do mundo, “a não ser com garantias totais de respeito
ao texto” e a suas concepções religiosas, filosóficas e estéticas.
Suassuna revoltou-se contra recentes encenações que apresentavam por exemplo Herodes como
homossexual e Nossa Senhora bêbada. De imediato, sua proibição incide sobre a transformação
de “O Auto da Compadecida” em musical, ora em preparação em São Paulo por Antunes Filho
e Raul Cortez, com músicas de Chico Buarque de Holanda.
No fim da semana, Cortez afirmou, em São Paulo, não pretender polemizar com Suassuna, mas
esperava que a proibição fosse revogada. (Gente, ed. 233)
... Após acompanhar de perto o pianista Walter Valentino Liberace durante quatro meses, tendo
visitado suas três casas em Hollywood e Palm Spring, dirigido seus treze carro, trocado em seus
dezoito pianos e sido mordido por seus nove cachorros, o jornalista inglês Tony Palmer,
conhecido por seus trabalhos sobre a “cultura pop” e sobre os problemas da juventude, resumiu
suas impressões no “Observer” de Londres. Confessou, com indisfarçado espanto: “Liberace
não é solitário nem oprimido pela mãe. Tem gosto controlado, não é extravagante ou
mesquinho. Ele não é homossexual”. (Gente, ed. 233)
... Hoje, tudo isso acabou. Nas noites mais quentes, nobre e celebridades foram substituídos por
ladrões, desocupados, alcoviteiros, homossexuais. Andando entre as mesas dos cafés, ou
paradas diante das vitrinas das agências de viagem, mais de cem prostitutas fazem ponto,
diariamente, entre adolescente de shorts e blusas entreabertas e mulheres de saias ou colantes
calças compridas de seda. (Vida Moderna, ed. 264)
... “Os homossexuais provocaram meu marido mesmo quando estávamos de mãos dadas”.
(Calcula-se que haja, atualmente, um homossexual para cada três prostitutas na Via Veneto).
(Vida Moderna, ed. 264)
... “Há muitos somos agredidos com a acusação de terra de homossexuais, mas agora chega”,
afirma o jornalista Carlos Tontoli. (Comportamento, ed. 232)
... “Onde não há homossexuais?”, perguntam uns. “Eles também existem aqui, mas em número
incapaz de justificar nossa reputação” acrescentam outros. (Comportamento, ed. 232)
... Assis Valente, que na juventude tomou atitudes publicamente homossexuais, ainda hoje é
olhado de alguma distância como se fosse espécie de personagem do folclore local. Sobre os
motivos da alardeada fama, divide-se a opinião pública da cidade. Teria origem num baile de
travestis, o “Baile dos Exutos”, realizado no teatro João Caetano, do Rio, a que compareceu
uma delegação de quinze pioneiros, explica a versão mais coerente. Há dúvidas, todavia, quanto
à data exata, possivelmente entre 1956 e 1960, a acerca do número do que realmente eram
homossexuais, “todos os rapazes da sociedade” (Comportamento, ed. 232)
... o travesti Valer Fernandes Gonzales, procura confirmar esses atributos, lançados ao público
no audiovisual que apresenta o espetáculo. (Show, ed. 274)
... Troupes famosas – Nascida há 28 anos no bairro do Leme, no Rio de Janeiro, Valéria viveu
até a adolescência no subúrbio carioca de Piedade. Aos 18 anos, abandonou o quarto ano ginásio
para estrar como travesti no musical “Les Girls” junto com Rogéria e outras meninas. “Mas eu
já tinha feito minha escolha sexual muito tempo antes”, confessa, enquanto recorre à astrologia:
“Sou do signo de Gêmeos, que rege as duplas personalidades”. Destacando-se com Rogéria, foi
trabalhar sozinha em São Paulo nas boates Oásis e Blow Up. E viajou em seguida para o exterior
porque o gênero não oferecia grandes perspectivas no Brasil
Durante três anos percorreu catorze países apresentando-se em cassinos com o espetáculo “As
Noites em Paris”, montado com travestis de diversas troupes famosas. (Show, ed. 274)
... Valéria não faz exatamente o gênero conhecido das vedetes: ela mesma diz que nunca se
interessou pelo rebolado e propõe para si uma imagem de cantora romântica. E sua
transexualidade parece integralmente assumida: “Sou Valéria dentro e fora do palco. As pessoas
que assistem a meus shows vêm ver uma mulher não um travesti”. (Show, ed. 274)
... Depois da “mulher comum o travesti de Ítala”. (Teatro, ed. 255)
... Confessa que se apaixonou pela personagem por “sua esquizofrenia e solidão. Na minha
interpretação”, explica, “não vou frisar o fato de ele ser representado por uma mulher. Não há
cenas de amor, nem nada que torne ridículo este travesti”. (Teatro, ed. 255)
Clipping

Figura 18. Medicina, edição 246.


Figura 19. Show, edição 265.
Figura 20. Comportamento, edição 264.
1974

Texto
... Procura-se novas fórmulas, sexo grupal, promiscuidade, até mesmo o casamento
homossexual. (Livros, ed. 286)
... Nelson – Me recuso a ter inimigos. Acho que o ódio de um homem para com outro cria entre
ele uma relação, uma dependência homossexual. (Entrevista, ed. 288)
... O desafio – Ele ficou meio assustado. Em apenas dois meses recebeu três convites para
interpretar homossexuais no palco. Mas, “recuperado da surpresa”, logo aceitou uma quarta
oferta. E assim, aos 41 anos, Raul Cortez está novamente em cena, vivendo situações
curiosamente comuns em sua carreira de ator. Na versão paulista de “Greta Garbo, Quem Diria,
Acabou no Irajá”, de Fernando Melo, ele interpreta Pedro, um enfermeiro pederasta que, nos
momentos de amor, prefere ser chamado de Greta Garbo. Antes, há havia representado um
travesti em “Os Monstros” de Denoy de Oliveira e um gracioso integrante do Gay Power em
“Os Rapazes da Banda” de Mart Crowley. Ainda assim, porém, considera seu personagem atual
como uma absoluta novidade em múltipla experiência dramática. Suburbano, preconceituoso e
velho, o Pedro da peça de Fernando Melo oferece realmente uma alternativa diferente para o
trabalho de Raul Cortez, Ele resume em si e em seu apartamento coberto de decorações kitsch
a imagem que o público já tem por definitiva do homossexual. E o ator se dispõe a desenvolver
o papel com todos os trejeitos desavergonhados que lhe são exigidos. Com uma sarcástica
maldade, que começa por quase imperceptíveis estocadas verbais e termina em dolorosas auto
ironias, Pedro avança gloriosamente através de um texto que tudo permite a um ator de brilho
(Teatro, ed. 291)
... Sabe que o amor homossexual, quando documento e acompanhado na trivialidade do seu
dia-a-dia, como no texto de Fenando Melo, é terrivelmente dramático. (Teatro, ed. 291)
... Ao aposentar-se prematuramente estilhaços, em 25 de julho de 1972, tinha apenas estilhaços
de bala na cabeça, membros semiparalisados, fama de paranoico e homossexual. (Cinema, ed.
307)
... Louco, gênio, homossexual ou simplesmente um romântico utopista, que sonhava com um
reinado de arte sem política, de liberdade sem guerras. (Cinema, ed. 309)
... Motivo: Caiman será artista ou homossexual? Vence a última hipótese e planeja-se uma
viagem para Amsterdam. (Show, ed. 310)
... Depois, arranca incontroláveis gargalhadas ao apresentar o inimigo maior das mulheres hoje
em dia: o homossexual. (Show, ed. 326)
... A seguir, um trecho do relatório causou especial espanto: “em nossa visita, após cumpridas
as obrigações, nos recolhemos ao sono, como das outras vezes. Para surpresa nossa, os homens
da tribo decidiram que iriam manter relações homossexuais conosco, e nisso insistindo de
maneira exaltada, não me deixando entender o que falavam. Procuramos ficar calmos e
contornamos a situação”. (Brasil, ed. 280)
... no qual denunciava o sertanista Antônio de Souza Campinas por levar aos Kranhacãrore suas
práticas homossexuais. Na terça feira passada. (Brasil, ed. 282)
... Até os casais românticos, hoje, podem ser formados por duplas homossexuais, como Paul
Newman e Robert Redford em “The Stling”, e Dustin Hoffman e Steve McQeen em “Papillon”.
(Cinema, ed. 288)
... Pelo menos por uma noite, também, os homossexuais, habituais frequentadores do Íris nos
dias de hoje, não se sentaram nas poltronas revestidas de plástico vermelhos. Nem passearam,
lentamente, em busca de um par, pelos velhos corredores e escadarias. (Vida Moderna, ed. 293)
,,, Mário e José Fabrício viviam dirigindo a convite a todos os outros presos para a prática de
atos homossexuais. Naquela noite, tinha visado como invulgar insistência os seus futuros
assassinos, que, tendo recusado todas as propostas, acabaram ameaçados fisicamente, e só não
foram agredidos porque se uniram para repelir os malogrados sedutores. (Polícia, ed. 292)
... Locais frequentados por homossexuais. (Roteiro norturno de Frankfurt, ed. 299)
... “Queremos uma sede”, reivindicava um grupo de comerciários de que acabava de fundar
uma associação de classe, ainda sem nome. “Queremos tudo”, informavam os anarquistas, num
desfile na cidade do Porto, onde se juntaram, curiosamente, aos adeptos do Gay Power
português. Para o desfile, seus realizadores tinham convidados “todas as minorias esmagadas
pelo poder” – os proletários, ex-presos, homossexuais, viciados em drogas, desertores e poetas
inéditos. (Internacional, ed. 298)
... No esforço de impedir o surgimento de um novo mito, o governo mexicano referia-se a
Cabañas, herdeiro das guerrilhas, como chefe de um bando de ladrões de gado, traficantes de
drogas e homossexuais. (Internacional, ed. 327)
... Foi a poética defensora dos negros, homossexuais, dos párias marginalizados de uma
sociedade. (Especial, ed. 316)
... Para os que acompanham a obra de Visconti, o festival aberrações, o clima lassidão, os
tomentos homossexuais e a imponência de ópera barroca soam como inúteis redundâncias.
(Cinema, ed. 309)
... nos Estados Unidos já existem filmes para irlandeses, negros, homossexuais, etecetera.
(Entrevista, ed. 291)
... É uma dúvida compreensível, na medida em que enxurrada de partidos, surgem organizações
bizarras quanto o grupo anarquista Kronstadt, atacando a propriedade privada, as religiões, a
família e defendendo os homossexuais, os terroristas políticos e as vítimas do racismo.
(Internacional, ed. 297)
... “o diretor do presídio que garantir a inexistência de tóxicos, homossexualismo e álcool em
seus estabelecimentos estará mentindo ou é um super-homem”. (Brasil, ed. 327)
... Na época em que foi publicado, esse livro causou grande impacto por abordar o tema do
homossexualismo feminino. Mas, na verdade, trata-se de admirável painel de toda uma classe
da sociedade inglesa, traçado com agudo senso de análise psicológica e sociológica. (Livros,
ed. 323)
... VEJA – Como o senhor analise o fato de que, há algum tempo, na Inglaterra, os quakers
aceitaram o adultério e o homossexualismo com amor? GRAHAM – É uma pergunta à qual
não vou responder porque não acredito que tenham aceito isso. Não vou especular sobre
hipóteses. Como cristão, nos é ordenado não cometer adultério, sejamos quem formos.
(Entrevista, ed. 318)
... Nesse período, fiel ao programa de seu partido, Trudeu reformou as severas leis canadenses
contra o aborto e o homossexualismo, estabeleceu relações diplomáticas com Pequim e se
empenhou para eliminar a discriminação sofrida pelos canadenses de fala francês, embora se
opondo ao movimento separatista de Québec. (Internacional, ed. 297)
... acusado de prática do homossexualismo (considerado crime na União Soviética) e de
induzimento ao suicídio. (Datas, ed. 299)
... Ramsey sempre se interessou, também, por alguns explosivos problemas contemporâneos.
Durante sua gestão, defendeu a reforma das leis contra o homossexualismo, condenou a
separação racial na África do Sul e reprovou, num momento polêmico, os bombardeios
americanos no Vietnam. (Religião, ed. 289)
... Ressaltando que “os sistemas sociais não podem definir ou criar modelos de comportamento,
podem apenas modificar, acentua ou atenuar as predisposições biológicas já existentes”, a
psicóloga americana tenta demonstrar, para desespero das ligas de liberação feministas e dos
irrequietos rapazes do Gay Power, que as diferenças entre homens e mulheres, impostas pela
herança genético ou durante a gestação, vão além da simples presença ou ausência de um
cromossomo Y na célula sexual e da óbvias aparências fisiológicas. (Ciência, ed. 301)
... (Um Gay Power: “Mulher é bananeira”). (Humor, ed. 278)
... Hoje em dia acha, o excesso de responsabilidade e o temos de ser como o Velho Sebastiãoo
privaram de humanidade, de vivência. Em todo caso, nos tempos dos hippies, dos “Casais
Trocados”, do Gay Power, Érico Veríssimo não envelhece azedo nem ranzinza. (Literatura, ed.
282)
... Lesa-cultura – Como a maioria das comédias que versam sobre homossexualismo, “A Gaiola
das Loucas” beneficia-se da facilidade de encontrar seu lado cômico e peca por um excesso de
repetições. (Teatro, ed. 293)
... Travesti à força – A Gaiola das Loucas, de Jean Poiret; direção de joão Bethencourt; com
Jorge Dória, Rodolfo de Carvalho, Mário Jorge, César Montenegro e Maria Pompeu; Teatro
Ginástico; Rio.
Nunca é tarde para começar depois de 27 anos de palco, durante os quais revestiu as mais
variadas características da masculinidade, o ator Jorge Dória, pela primeira vez, vestiu saias. E
elas não lhe diminuíram a elegância. Mas ainda, seu caso não é único. Também em Rodolfo de
Carvalho – o Carvalhinho da televisão – as roupas femininas, inéditas numa carreira de 33 anos,
caíram com a mesma naturalidade grotesca que assumem no corpo dos travestis
experimentados. Esses dois exemplos definem expressivamente o brilho profissional da
comédia por João Bethencourt. “La Cage aux Folles”, primeiro sucesso de bilheteria do autor
e ator Jean Poiret (catorze meses em cartaz em Paris), narra um caso de inversão invertida. Nele,
o homossexualismo é a regara e o casamento de dois jovens de sexo oposto aparece como um
inesperado contratempo. Em um apartamento de Saint-Tropez, Georges (Jorge Dória) e albina
(Carvalhinho) vivem o plácido outono de uma ligação que já dura quinze anos, cercados das
plumas de diversas “meninas” que anima uma boate.
O imprevisto irrompe em cena com Lourenço (Mário Jorge), filho da distração de uma noite de
Georges, que anuncia ao pai a intenção de casar-se. E adverte-lhe que não poderá apresentar à
família da noive o inusitado casal que o criou. O que inicia um processo de maquilagem dessa
realidade já disfarçada (Teatro, ed. 293)
... E, argh, uma milionária lésbica (Literatura, ed. 282)
... Mais frontalmente, ele focaliza também em “Eu, Bicha” as desditas das minorias sexuais que
se contorcem de desejo reprimido e estigmatizado até descobrirem que a prostituta de
feminilidade ameaçadora era na verdade um travesti sádico e másculo. (Literatura, ed. 290)
... Sua rival? A lésbica suserana do pó e das bolinhas Mommy (Cinema, ed. 291)
... está atualmente filmando na Flórida “A Refeição” no papel de uma empresária lésbica.
(Datas, ed. 299)
... Nunca entendi como possam fazer parte da massa oprimida as senhoras frigorificadíssimas
da sociedade americana e as moças lésbicas e muito violadas e abortivas da revolução sexual.
(Internacional, ed. 303)
... Inês (Nathália Timberg), a lésbica sádica e suicida. (Teatro, ed. 302)
... Combativas, não serem não serem tachadas de “lésbicas frigidas ou p...”. Ao contrário,
preveem os problemas que seu livro escrito em equipe lhes traria. (Literatura, ed. 301)
... Elaine Noble, logo numa de suas primeiras apresentações ao eleitorado, declinou sua
condição de lésbica. (Internacional, ed. 322)
... Lesbianismo: uma conversa esclarecedora sobre um assunto polêmico. (Propaganda, ed. 307)
... Em “Rachel, Rachel” ela fazia uma professora solteirona de interior sexualmente
traumatizada pelo lesbianismo de sua melhor amiga. (Cinema, ed. 299)
... A segunda faz de Grande Othelo um travesti acometido de fortes dores intestinais. A terceira
exige o suplício diário de Argemiro (Grande Othelo), sufocado por duas irmãs solteironas
(Thelma Reston e Maria Teresa Barroso), que acabam devidamente envenenadas por
pombinhas de marzipan e formicida. (Teatro, ed. 297)
... Noutro (interpretado por André Valli, um travesti, surge uma divertida apresentadora de
programas de divertida apresentadora de programas de televisão à Hebe Camargo. A terceira
mulher (Iara Amaral), detida numa delegacia, toca piano e tenta convencer o delegado de que
matou o marido. Finalmente, outro travesti (Rodrigo Santiago) não consegue manter a boca
fechada enquanto prova sua fantasia para o baile Municipal. (Teatro, ed. 284)
... Com uma trupe de mais de cinquenta pessoas, entre manequins, cantores, bailarinas, um
humorista e um travesti, o espetáculo já recebe convites para se apresentar em algumas das
principais capitais brasileiras e é a fórmula que a cadeia de loja Ducal encontrou para lançar
sua nova linhas de roupas. (Vida Moderna, ed. 296)
... Pola Negri e Marilyn Moroe (interpretadas pela travesti Rogéria, um “cavalo” herético para
mulheres tão fatais, e no entanto, convincente, graças a formas surpreendentes bem modeladas,
a custo contidas por tecidos faiscantes). (Vida Moderna, ed. 296)
... “Travestis” – é criar a maior sensação da atual temporada cultural de Londres. (Teatro, ed.
304)
... No fundo, se houve uma verdade qualquer nas personagens, e se eles compuseram uma
história que merece ser contada, pouco importa se as senhoritas são senhores atirados numa
composta, bem maquilada e emperucada operação travesti. (Teatro, ed. 320)
... 12000 estudantes, atletas universitárias de fato, e não travestis apressados que trocam de
camisa a cada fim de semana. (Esporte, 327)
Clipping

Figura 21. Comportamento, edição 295.


Figura 22. Comportamento, edição 297.
Figura 23. Medicina, edição 298.
1975

Texto
... Destaque? Somente o ator Renato Pedrosa, frequentemente hilariante em seu papel
secundário de mordomo homossexual. (Teatro, ed. 336)
... “Você simplesmente fica ligado”, gritava uma garota com seu vestido de noite, de cetim
preto, há duas semana, enquanto puxava para a pista de dança do Le Jardin – um dos bares
nova-iorquinos transformados em templo da nova dança – um homossexual relutante. (Vida
Moderna, ed. 342)
... Finalmente, para fechar o círculo, surge o indefectível homossexual, encarnado desta vez por
Maurício Loyola. (Teatro, ed. 346)
... Ela, uma jovem a princípio convencional, ele um homossexual que a encontra num cais, para
onde uma fora estudar um roteiro de cinema e outro à procura de marinheiros. (Teatro, ed. 355)
... E tem enfrentado situações bastante constrangedoras – já recebeu propostas amorosas de um
homossexual e foi generosamente acariciado por uma prostituta que ainda lhe deu 5 dólares de
gorjeta. (Gente, ed. 356)
... Jung – Sr. diretor: Não posso entender a razão de incluir num artigo sério como o sobre Carl
Jung (Veja nº 360) um parêntese desnecessário e altamente irresponsável. A referência aos
“agentes infiltrados do movimento homossexualista internacional” mostra a recusa de muitos
em examinar seriamente a base da atual discriminação de nossa sociedade contra o
homossexual. A referência é sobre os “homossexualistas”, isto é, os que fazem proselitismo do
homossexualismo e apresentam como “superior” ao heterossexualismo. VEJA não se refere,
portanto, aos homossexuais, dignos de todo o respeito. (Cartas, ed.
... Ele sofria de problemas psíquicos – provavelmente seria um homossexual. (Brasil, ed. 362)
... O pintor de 22 anos, Domingos Rodrigues Costa Junior, desempregado, tentou extorquir 50
000 cruzeiros de seu pai, barbeiro no mal frequência Galeria Alaska, em Copacabana,
simulando sequestro, quando na verdade fugira na companhia de um homossexual (Brasil, ed.
364)
... Há um ministério para controlar a fertilidade, e o homossexualismo permanece abertamente
estimulado: “É sapiens ser Homo”, dizem os cartazes. A função de procriar deve ficar reservada
às classes inferiores. (Literatura, ed. 365)
... Burgess relata esse fim de mundo em que as personagens, Tristam, um professor de história,
Dereck seu irmão que se finge de homossexual para sobreviver, e Beatrice, mulher de Tristam,
desencontram-se o tempo todo. (Literatura, ed. 365)
...os labirintos bissexuais do “Orlando” de Virginia Woolf e a melíflua mensagem homossexual
de “Nature Boy”, na voz de Nat King Cole. (Cinema, ed. 371)
... amor pelos seus armazéns imundos, pelas ruas cariadas e rachadas, por todas as vilas que
jamais viria, pelo infeliz homossexual Tchaikovsky, pelos exilados e assinados. (Literatura, ed.
369)
... Mas, subitamente convertido em heróis nacional, Sipple viu sua vida devassada pela impressa
– e todo o país pôde se surpreender, assim, com a revelação de que ele é um homossexual.
Agora, depois de ter sido amplamente explorado pela comunidade homossexual americana
como “um símbolo de coragem”, Sippe diz que vai processar a imprensa pedindo uma
indenização de quase 130 milhões de cruzeiros. O ex-soldado tem ainda outros motivos de
amargura. Geral Ford só agradeceu seu gesto três dias depois do atentado – o que Sipple
considera “uma forma de discriminação”. (Internacional, ed. 370)
... Uma questão delicada também foi levantada por um grupo de seis travestis que reclamavam
por não terem sido convidados ao conclave. As desculpas de Ulla alegando ter contatado a
“Frente Homossexual de Ação Revolucionária” conseguiram apenas aumentar a cólera.
“Ninguém aqui é homossexual”, proclamavam os travestis. “Somos prostitutas como as outras,
e exigimos que nos tratem como tais”. (Internacional, ed. 377)
... Aqui sempre fui considerado uma espécie de elefante branco, uma perigosa combinação de
homossexual com socialista”, desabafa. (Cinema, ed. 379)
... Sr. Diretor: sobre a nota publicada a respeito do rapaz apedrejado em plena praia de Ipanema
por um grupo de surfistas por ser homossexual (VEJA nº380), fica aqui minha repulsa contra
este tipo de violência cometido por uma alienada corja de cafajestes. (Carta, ed. 382)
... Esguio, louro, vestindo uma tanga sumária e imensos óculos escuros, Ronnie Vitti estava
convenientemente uniformizado pelos padrões do bairro para o mais discreto passeio pela praia
de Ipanema, na tarde de sábado retrasado. É difícil, portanto, saber como a multidão de jovens
esguios, cabelos universalmente alourados pelo Sol e a parafina, sungas pequenas e óculos de
bijuteria, identificou em Ronnie Vitti um homossexual infiltrado num território de surfistas.
Ainda menos compreensíveis são as razões que levaram essa geração de supostos cultores da
liberdade de trajes e atitudes a interromper o passeio de Ronnie Vitti sob um coro de gritos,
ofensas e uma chuva de latas de cerveja e copos de plástico cheios de areia. Ou por que teria
decidido linchar um homossexual que caminhava silencioso e só pela areia? O fato é que isso
aconteceu às 2 horas da tarde, com a praia apinhada, em plena zona do sul do Rio de Janeiro. E
só três pessoas intercederam para salvar Ronnie Vitti do castigo. Três negros, vindos do
subúrbio de Bangu. (Brasil, ed. 380)
... Na verdade, porém, ao volante de sua Alfa GT 2000, ele tomou a direção oposto e rodou para
o rumo clássico de tantos homossexuais romanos – a stazione Termini, no centro da cidade, a
essa hora habitualmente frequentada por vagabundos e marginais da periferia da cidade.
(Internacional, ed. 375)
.. Negando as acusações de Esteves, Murtinho disse apenas que o prendeu para averiguações,
sob a suspeita de explorar homossexuais. Na delegacia, contudo, não há nenhum registro
contendo depoimentos, a prisão ou mesmo a fuga do ex-presidiário. (Polícia, ed. 366)
... Descrevem de uma maneira grotesca a sociedade da época. Aparecem aí prostitutas,
homossexuais e elogia-se o adultério. (Literatura, ed. 364)
... “Tudo aconteceu em consequência das ligações do menor com homossexuais e toxicômanos,
e em função do clima de desarmonia que ele encontrava em casa. Dudu forjou o sequestro e
seguiu em companhia de hippies para as praias do litoral baiano ou do Espírito Santo”. (Brasil,
sequestros, ed. 363)
... Além disso, se tivesse de deixar o mundo das trevas, onde convive com outros demônios
assírios, babilônios e hebreus, para participar de alguma solenidade do “ano da mulher”, Lilith
certamente compareceria à inauguração, prevista para os próximos meses, de um campo de
férias para senhoras e senhoritas homossexuais perto de Bordéus, na França. (Comportamento,
ed. 355)
... O caso Matlovich – Durante doze cautelosos anos, Leonard Philip Matlovich, 31 anos, foi
um dedicado soldado da Força Aérea americana. Estimulado pelo pai, também militar, ele
começou sua carreira aos 19 anos. Mais tarde, lutou no Vietnam, onde ganhou várias medalhas
por sua coragem e desprendimento em ação. Ultimamente, promovido a sargento, Matlovich
ganhara outra medalha por seu trabalho na prevenção do uso de drogas e na melhoria das
relações raciais nos quartéis. Enfim, de acordo com os padrões militares, uma carreira
absolutamente exemplar. Agora, no entanto, desde que recebeu uma carta de seu comandante
na base Aérea de Langley, Virgínia, informando-o da abertura de um processo para desligá-lo
da Força Aérea – pela prática reiterada de atos homossexuais –, sua brilhante carreira está
seriamente comprometida. O processo foi desencadeado por uma confissão do próprio
Matlovich, feita onze semanas atrás, na qual ele revelava sua condição. Ao mesmo tempo, na
carta escrita a seu oficial superior, Matlovich reafirmava seu desejo de continuar em serviço
ativo, mesmo sabendo que as Forças Armadas não toleram a existência de homossexuais em
suas tropas – uma média anual de 1000 homens e mulheres são expulsos das fileiras militares
americanas por este motivo. (Internacional, ed. 352)
... Em sua batalha, Matlovich vem recebendo o entusiástico apoio dos movimentos de liberação
homossexual americanos, radiante com a excelente oportunidade de serem divulgadas as
condições de milhares de outros homossexuais ativos nas Forças Armadas, estimados em 10%
do total dos efetivos e obrigados a ocultar sua vida e seus hábitos particulares sob pena de serem
expulsos. (Internacional, ed. 352)
... Dessa maneira, os pacientes passaram a levantar problemas como a necessidade e liberdade
sexual. Mesmo os “homossexuais declarados” começam a mostrar que sentiam falta de relações
normais. Exatamente nesse momento, foram introduzidas mulheres (praxiterapeutas, isto é,
orientadoras de trabalhos manuais, “para criar uma relação maternal positiva entre paciente e
terapeuta”) no Manicômio. (Medicina, ed. 351)
... Foi na época em que namoro do teatro brasileiro com temas homossexuais já parecia lua-de-
mel. Enredado, Nuno aprendeu a falar e provocar com um rapaz de Campos que se prostitui no
Rio de Janeiro. (Teatro, ed. 339)
... Queira ou não queira, antipreonceitos à parte, existem 1000 máfias no mundo. Máfias
econômicas, sociais, genéticas, sexuais, nacionais, multinacionais. Há uma máfia de
empreiteiros, uma de escritores, outra de artistas plásticos, uma de homossexuais, uma de
banqueiros, uma de contrabandistas, várias religiosas, tudo é grupo, tudo é autoproteção, tudo
é autopromoção. Será que começo a vislumbrar, no mundo, a primeira máfia de humoristas?
Garanto que não pega. Vão ficar se gozando o tempo todo. E, se não ficarem, não são
humoristas. (Humor, ed. 335)
... Assuntos que hoje podem parecer banais e rotineiros, mas que naquele tempo eram perigosos
e quase proibidos, começam a ser tratados com seriedade e franqueza: virgindade, infidelidade,
esterilidade, experiências pré-conjugais, educação sexual, planejamento familiar, aborto,
homossexualismo, menopausa, divórcio, direitos da mulher. (Publicidade, ed. 345)
... E o goiano Benedito Ferreira, confundindo divórcio com homossexualismo, lembrou o
exemplo da Inglaterra, “onde há homem casando-se com homem”, para doutrinar: Essa
desordem, essa violência não devem ser modelos para o Brasil”. (Brasil, divórcio, ed. 349)
... Mas, ao mesmo tempo, essa presença introduziu práticas até então desconhecidas na ilha,
como o homossexualismo e a o alcoolismo, além de doenças venéreas e epidemias próprias do
mundo civilizado. (Internacional, ed. 368)
... Comparecem ainda as inevitáveis concessões a modismos em voga, como o Women’s Lib,
nas estridentes intervenções da mãe da moça (Kleber Macedo), e o homossexualismo, numa
inadmissível personagem imposta a Rofran Fernandes. (Teatro, ed. 370)
... Além, de se referia à infância de ambos como um painel de estímulos ao homossexualismo,
o narrador afirma que foram lançados um nos “braços do outro”, que havia uma “estranha
relação entre nós” além da “atração física” e que dormiam na mesma cama. (Literatura, ed. 379)
... Esse desnível se deve a dois fatores: ao desperdício da temática do homossexualismo e a um
controle imperfeito da técnica narrativa que mistura as vozes do narrador e das personagens.
(Literatura, ed. 379)
... Homossexualismo – em seguida, Rosemary foi amarrada e amordaçada. E, enquanto isso, o
assaltante que invadira seu quarto – agora acompanhado por outros dois – passava a remexer
todo o apartamento, revistando armários e abrindo gavetas. A esta altura, como a polícia viria
a descobrir às 7horas, quando chegou ao local, logo após os criminosos terem saído, John
Knight III já estava morto – com quatro facadas nas costas e uma no peito. Um detalhe, a partir
daí, intrigou os investigadores: não havia sinais de arrombamento na porta do apartamento. Isso
significa que os assaltantes eram conhecidos de Knight, e talvez possuíssem uma chave do
apartamento, ou então que o próprio Knight abriu a porta para eles. De qualquer forma, os
policiais resolveram encaminhar suas investigações para as ligações de Knight com os
homossexuais da Filadélfia, pois no apartamento foram encontradas diversas fotografias de
homens nus – o que indicaria as preferências sexuais do jovem herdeiro. Seguindo pistas, a
polícia pôde concentrar suas suspeitas sobre três moradores da cidade – Salvatore Soli, Steven
Maleonov e Isaiah Meléndez – que figuravam num diário do jovem herdeiro. Nem por isso,
entretanto, o caso está esclarecido: Meléndez foi encontrado morto na noite de sexta-feira com
vários tiros no peito, Soli continua desaparecido e apenas Maleonov está detido. (Internacional,
ed. 380)
... Também eles – Historicamente, o Household Cavalry está a serviço apenas de Sua Majestade
Britânica. Dedicado à Rotina de proteger a rainha da Inglaterra e, sobretudo, de participar da
cerimônia diária da troca de guarda no Palácio de Buckingham, esse faiscante regimento de
cavalaria é considerado um dos maiores orgulhos do Exército britânico. E seus 1600 homens,
entre soldados e oficiais, fazem parte de uma seleta elite, perenemente enfiada em uniformes
coloridos e cavalgando impecáveis. Historicamente, também, as duas coisas – uniformes e
cavalos – vêm deslumbrando gerações inteiras de turistas que chegam a Londres.
Nada mais natural, portanto, que muitos britânicos ficassem francamente chocados com a
revelação de que, no imaculado regimento, um grupo de soldados vinha dividindo seu tempo
entre os afazeres na residência da rainha e atividades homossexuais remuneradas. Assinada por
nove repórteres, a novidades foi publicada pelo Daily Mirros de Londres. E especificava que
soldados do regimento tinham posado de uniforma para a revista Him – publicada em Londres
como órgão de defesa dos homossexuais, e com uma tiragem mensagem de 17000 mil
exemplares ao preço de 1 libra, ou 18 cruzeiros. Além de ilustrarem uma reportagem intitulada
“Sexo e violência”, as fotos foram posteriormente convertidas em posters e vendidas por 5 e
7,5 libras.
A primeira edição de Him contendo esse material foi apreendida pela polícia em setembro
último, sob a alegação de que seu conteúdo era imoral. Mas a publicação acabaria por voltar à
circulação, acrescida de um enérgico editorial em que seu diretor dizia repudiar a ação policial
e se mostrava disposto “a gastar até o último centavo para defender os homossexuais”. Por sua
vez, o Daily Mirror identificou o soldado tom Pitman, de 29 anos, como um dos modelos: numa
foto ele posou de uniforme e, em outra, aparece de calção justo e camiseta. O jornal lembrava,
enfim, que tal comportamento contraria claramente instruções do Ministério da Defesa,
segundo elas, os militares não devem se expor a qualquer situação que possa levar a chantagens
– o que ameaçaria a segurança nacional.
“Lamentável escândalo” – A história, previsivelmente, iria ainda mais longe. A denúncia do
Daily Mirror foi imediatamente seguida pela revelação de um deputado conservador, Cranley
Onslow, de que havia “mais coisas sujas no regimento”. E Onslow se propôs a levar adiante as
investigações. Segundo o deputado, um certo Mr. X, que acredita ser o próprio soldado Pitman,
comandava uma quadrilha de 100 soldados que concordavam, em troca de gratificações
variando entre 5 e 20 libras, em ter encontros com homossexuais.
Os contatos eram feitos por telefone, através da alfaiataria do regimento, e o chefe do grupo
designava os soldados para os clientes. A fase mais prospera desse negócio teria ocorrido há
um ano quando alguns clientes pagavam previamente para ser espancados pelos soldados – sem
qualquer atividade sexual explícita.
Quanto ao soldado Pitman, localizado em seu quartel, negou envolvimento em qualquer dessas
atividades – quando concordou em posar para as fotos, disse ele, não sabia sequer que seriam
publicadas numa revista de homossexuais.
“Nunca fui homossexual, sou casado e tenho família”, afirmava na semana passada o soldado.
As explicações de Pitman, contudo, não convenceram o deputado Onslow, que encaminhou ao
ministro de Defesa um completo relatório sobre o caso – algo que, a seu ver, tem todos os
odores de um lamentável escândalo”. Nada disso, no entanto, parece ter afetado o incomparável
Housejold Cavalry. Pois na semana passada, como sempre, os soldados da rainha continuavam
cavalgando imperturbáveis pelo palácio – e atraindo, como de costume, o interesse de milhares
de turistas. (Internacional, ed. 374)

... VEJA – Na época houve uma jogada, publicitária talvez, em que você era chamada de
“Rainha do Gay Power”. Poderia explicar por que aceitou esse rótulo? (Show, ed. 353)
... Por exemplo, o lamentável diálogo de Zé Ketti com uma voz gravada no qual se condena de
modo precariamente simplista as chamadas revoluções sexuais do Women’s Lib ao Gay Power.
(Show, ed. 352)
... Instala-se dessa forma um ininterrupto processo de torturas mútuas onde comparecem os
mais inesperados ingredientes como facões, muletas, espuma de sabão, estrangulamentos,
beberagens de cor suspeita servidas num urinol, lampejos de lesbianismo e frenéticas
invocações a demônios elétricos com lodo nos dentes. (Teatro, ed. 334)
... Assim como tornou mais caricatural a lésbica agente nazista. (Cinema, ed. 360)
... Num momento, havia notícias de que a fugitiva passara por uma fazendo da Pensilvânia;
noutro, que se juntara a uma comunidade de lésbicas no Colorado. (Internacional, ed. 368)
... Para os que chegarão a conhecê-lo mais de perto, tanta adulação nunca fez muito sentido,
como se a um deus fosse negado o direito de ser egocêntrico, perverso, instável – e bissexual.
(Cinema, ed. 371)
... um vampiro bissexual (Eduardo Conde) dedicado à tarefa de criar “o macho perfeito”. (Show,
ed. 338)
... Onde encontra uma desorganização extrema, no meio da qual diabos e diabas bissexuais
convivem sob a égide de um preguiçoso e desleixado satanás que, como não seria difícil de se
imaginar, é encarnado por Madame Satã. (Teatro, ed. 333)
... Atualmente com 30 anos, desenvolta e espirituosa, ela faz alarde, no filme de sua
bissexualidade. (Cinema, ed. 376)
... Cobra, de Severo Sarduy; José Álvaro; 25 cruzeiros – Bela, sinuosa, perigosa e
serpenteantemente notável, esta novela do cubano Sarduy, morador da França há catorze anos,
conta a história de um travesti parisiense nos anos 60. (Sugestões de Veja, ed. 380)
... Pois ela funciona, e muitíssimo bem. “Travestis”, no dizer de um crítico nova-iorquino,
resulta numa obra “que bombardeia a plateia com 1000 risadas e 900 pensamentos”. (Teatro,
ed. 382)
... Que ninguém se deixe iludir pelo título da peça. “Travestis”, de Tom Stoppard, um dos
maiores êxitos, da atual temporada teatral nova-iorquina. (Teatro, ed. 382)
... a vedete Sandra Meneses e o travesti Rogéria. (Internacional, ed. 376)
... interpretava a única personagem masculina num movimentado show de travestis. (Teatro,
ed. 369)
... No balcão, Brandão e o outros, em grotescos e divertidos travestis, mostram extraordinária
desinibição nas brincadeiras que armam entre si. (Teatro, ed. 360)
... Precariamente equilibrado sobre enormes tamancos, o rosto quase escondido debaixo de
esfuziante peruca loura e pesadíssima maquilagem, ele conseguiu uma façanha impossível –
mesmo para o convincente travesti Rogéria. Quando o show “Homem Não Entra” de Cidinha
Campos começou a se apresentado na cidade de Ribeirão Preto (SP), entre a selete plateia
feminina deliciava-se Benedito Valenzi, um dos editores do jornal O Domingão. Desajeitado
em seu 1.85 metro de altura, completamente irreconhecível, Valenzi não gostou do espetáculo
e se transformou na primeira página do Domingão. (Gente, ed. 359)
... Algumas, aliás, pareciam tão desastrosas, que a direção houve por bem cortá-las, como a
grotesca participação do travesti de 132 quilos. (Show, ed. 354)
... e encontrou suas melhores chances no teatro sob a direção de Vítor García: foi o travesti de
“Cemitério de Automóveis” e o carrasco de “O Balcão”. (Televisão, ed. 340)
... Depois de insistir na necessidade de “um carnaval sadio”, dom Fedalto aproveitou para
criticar, com dureza, o desfile de travestis que, anualmente, é realizado pela Sociedade Protetora
dos Operários, sob o disfarce de baile de fantasias, exatamente no terreno fronteiro ao da sede
do Arcebispo. (Brasil, ed. 337)
... e por ser um dos pioneiros, no Rio, da profissão de travesti. Que, na época, era chamada de
“transformismo”. (Teatro, ed. 333)
... com um plumoso coro de sessenta travestis. (Cinema, ed. 334)
... “É uma maravilho vê-los dançar. Esses brasileiros – nem homens, nem mulheres, nem
travestis, mas pessoas que se aceitam e se afirmam sem agressividade ou morbidez – mostram
uma alegria altiva, um frenético amor pela vida, uma liberdade total, uma verdadeira inocência
e uma técnica perfeita”. (Show, ed. 330)
... 1426 – Seminaristas de Rouen impedem a entrada de Joana d’Arc na cidade, a não ser que
ela vista recatadas roupas feministas. Os seminaristas empunham cartazes com os dísticos:
“Lugar de mulher é na cozinha”. Travestis, fora” (Humor, ed. 365)
... Desejo de morte – Travesti parisiense dos anos 60, Cobra de fato existiu segundo Sarduy – e
se matou no Japão, durante uma excursão do elenco de seu cabaré. No livro o autor relata a
“paixão” de Cobra, tomando-se paixão no duplo significado de sofrimento e compulsão – que
no herói/heroína se manifesta como uma necessidade irresistível de se converter em outro. E se
traduz num desejo de morte. Já o título dá a medida da vontade de metamorfose, centro deste
romance único. Cobra pode ser, além de travesti uma serpente, um monge budista, um grupo
de pintores e o anagrama de três cidades: Copenhague, Bruxelas e Amsterdam. Na primeira
parte da obra, a “vida”, Cobra é a rainha burlesca do Teatro Lírico de Bonecas. Travesti
belíssimo submete-se a sacrifícios atrozes para reduzir os pés e, mais além, a uma operação
impossível para se transformar numa sósia de Greta Garbo. (Literatura, ed. 365)
... Ouras curiosas teorias sobre a controvertida identidade de Jack the Ripper falavam de uma
parteira, de um travesti, de um médico americano, de um advogado e até mesmo do duque de
Clarence, filho de Eduardo VII.
... “Rock Horror Show” é basicamente mais uma exibição do exploradíssimo erotismo
bissexual. Coerente, aliás, com o propósito do autor: “Eu já era travesti muito antes dessa onda
de David Bowie, declara de modo duvidosamente orgulhoso”. (Show, ed. 338)
... Para assistir ao show “Homem Não Entra”, apresentado por Cidinha Campos no Teatro
Aquarius em São Paulo, a(o) travesti Rogéria, de 28 anos, utilizou-se de todos os argumentos
possíveis – inclusive alguns lancinantes gritos: “Sou mulher mesmo”, insistiu ela(e). Mas foi
inútil. Barrada(o) na porta, nem mesmo seu estrondoso comício convenceu a policial feminina
encarregada de revistá-la(o). Depois de meticuloso exame, a guardiã da ordem chegou à
insofismável conclusão de que se tratava realmente de um homem. (Gente, ed. 343)
... P – E quanto ao relacionamento homossexual? A ligação pode ser tão forte quanto o
compromisso de natureza heterossexual?
MASTERS – Certamente sexo entre homossexuais, evidentemente, também é comunicação.
Por outro lado, no passado o envolvimento homossexual masculino durava pouco. Esse
problema ainda existe. Mas, pelo que hoje se conhece há homens que ficam juntos, numa
ligação integral durante anos. Também é fato que, em geral, as ligações lésbicas duram mais.
JOHNSON – Em todas as sociedades, na história do mundo, existiu homossexualismo. Apesar
disso, as pessoas que escolhem esse caminho devem sempre tomar o cuidado de analisar o
assunto sob dois pontos de vista. Em primeiro lugar, o homossexualismo não perpetua a espécie.
Em segundo lugar, a sociedade não apoia o comportamento homossexual, manipulando, em
consequência seu potencial de punições aos que optam por ele. (Medicina, ed. 362)

Clipping

Figura 24. Humor, edição 353.


1976

Texto
... A união dos rapazes, tão rara nos meios teatrais, produziu resultados cênicos especialmente
notáveis. Uma definição simplista, corrente na época de sua aparição, rotulava-os como “um
bando de travestis”. O esfuziante, espetáculo dos Croquettes, porém, desmentia
categoricamente tão sumária e depreciativa conceituação. De fato, eles nunca se preocuparam
em imitar as mulheres. Colocavam perucas femininas – mas as melenas tombavam sobre faces
barbudas. Equilibravam-se em altíssimos saltos, sem porém esconder pelos das pernas
musculosas. Mostravam-se, enfim, simultaneamente, macho e fêmea. (Show, ed. 387)
... o espano do Chiquinho foi informado que a bela desconhecida era uma travesti. (Gente, ed.
394)
... Cozinheiro e garçom, travesti e estrela de teatro rebolado nos anos 30, Madame Satã purgou
em vida 29 processos, 19 absolvições, 10 condenações, 3 homicídios e “umas 3000 brigas”,
segundo seus cálculos. (Brasil, ed. 398)
... Completava a ficha técnica a informação de que catorze atores, bailarino e travestis
português, espanhóis e brasileiros se encarregariam de tão ambiciosa quanto sugestiva
recriação. (Show, ed. 397)
... Entre os coadjuvantes, o português Elísio Ribeiro cria desde um soldado da I Guerra Mundial
até o travesti caricato de uma pequena corista de segunda fila, demonstrando tal riqueza de
detalhes que imediatamente se sobressai da morna atuação geral. (Show, ed. 397)
... Como ponto alto, ainda, destaca-se o português Amadeu Fernando, intérprete de George Raft,
Carmem Mirando e de uma diva operística, todos manipulados sob o crivo crítico de um
verdadeiro artista da ribalta, que tanto poderia estar num elenco brechtiano quanto neste, de
travestis internacionais. (Show, ed. 397)
... Numa das histórias, a que dá o nome ao livro, um travesti do Recife conhece um marinheiro
grego, chamado Cristo, numa noite de sexta-feira santa. (Literatura, ed. 402)
... Críticas sociais, aparecem também em “La Revolución”, pelo El Nuevo Grupo de Caracas,
Venezuela, através das ferinas observações de um travesti decadente e seu empresário. (Teatro,
ed. 400)
... Celso Curi: Travesti em festa. (Foto, ed. 410)
... e do travesti Rogéria. (Show, ed. 410)
... apresenta um travesti vítima de um maníaco homicida. (Teatro, ed. 412)
... E, entre narrações muito afetadas de bem-humoradas de suas desventuras como travesti, canta
um repertório malicioso, exagerando nas contorções do rosto e nos gestos dramáticos de suas
mãos enormes. (Show, ed. 416)
... Curtis, que faz ainda um travesti e um sósia do herói. (Gente, ed. 427)
... VEJA – Em suas apresentações, você sempre espalhou uma imagem de androginia, de
bissexualidade. JAGGER – Exato. Eu sou bissexual. Acho que todo mundo o é. Não por usar
maquilagem nos olhos. Os homens egípcios também se pintavam. Os árabes usam maquilagem
até hoje. A dança? Quando os pretos dançam, mexem-se da mesma maneira, seja homem ou
mulher. Engraçado: na América dizem que minha dança é de um porco chauvinista. Aqui você
diz que é feminina.
VEJA – Tente dizer, então onde fica clara essa sua admitida bissexualidade. JAGGER – é a
maneira como você é, você age, sem se importar com isso. Quanto ao aspecto meramente
sexual, eu prefiro fazer amor com mulheres a com homens. (Entrevista, ed. 383)
... Aliás, de outra forma, seria árduo mudar tanto de estilo, declarações e intenções, como o
autofabricado David Bowie. Ora exalta o bissexualismo que salta da figura esguia, sobrancelhas
rapadas e figuradas cópulas em cena com os companheiros de conjuntos. (Música, ed. 404)
... Ajudado pelo empresário Tony de Fries, criou a imagem de cantor bissexual, cáustico e
requintado. (Show, ed. 404)
... (Maria Tereza Alves) que não esconde suas inclinações lésbicas. (Teatro, ed. 431)
... A mesma Bendel’s mostrou uma coleção de modelos femininos em manequins que
povoavam um bar de lésbicas. (Vida Moderna, ed. 424)
... Apesar de falar pouco durante suas cenas, Paloma, de 26 anos, aparece nua, envolve-se num
caso de lesbianismo e, a certa altura, chega a fazer abluções numa tina com sangue de porco.
(Televisão, ed. 394)
... Cláudia (Lourdes de Morais) mostra-se mais ressentida com os ex-colegas – quando
estudante, vivera uma experiência de lesbianismo com outra estudante e o fato provocou
expulsão do departamento feminino da faculdade. (Teatro, ed. 394)
... Tranquem-se um travesti e um louco violento em uma cela de asilo. Quem sairá dali? Não é
preciso ser muito esperto para responder: uma relação homossexual e um crime. (Teatro, ed.
409)
... “Nosso primeiro espetáculo, a gente sempre achou que era teatro. As pessoas é que tacharam
de show. E até hoje tem gente nos chamando de travesti. Pode?” (Show, ed. 409)
... Posição semelhante, aliás, à de Pimentel, para quem o sistema penitenciário brasileiro possui
problemas mais graves que o sexual. E, como prova, mostra um trabalho do coronel Luís Fernão
Guedes, o experiente diretor da Casa de Detenção paulista, segundo o qual os homossexuais
representam apenas 0,825% da população carcerária. O mesmo estudo, porém, afirma que cerca
de 30% dos detentos, apesar de não serem homossexuais contumazes, “prostituem-se na prisão
– o que deixa a questão em aberto, e à espera de solução”. (Brasil, presídios, ed. 416)
... Que fazem de noite os homossexuais nova-iorquinos? De acordo com Mart Crowley, autor
do roteiro de “Os Rapazes da banda”, tirado de sua peça de mesmo nome, eles se enfeitam,
procuram confraternizar, bebem bastante, dançam um pouco e trocam avassaladores insultos.
Alguns, mais afortunados, chegam a encerrar a noitada indo junto para a cama. Para a maioria,
entretanto, as reuniões servem principalmente de pretexto para dolorosas confissões mútuas. E,
ao final, todos se despedem amargurando a própria condição. Em uma frase, Michael, católico,
intelectualizado e o mais falante do grupo, resume a situação: “Mostre-me um homossexual
feliz e eu lhe mostrei um gay defunto”. Tal tese, como a qual sem dúvida devem estar em
desacordo não só os homossexuais do mundo real como também os estudiosos do
comportamento humano, é a presença mais constante ao longo das cenas desta produção de
1970 – quase a filmagem de um espetáculo teatral. São sete amigos com as mesmas preferências
eróticas que se reúnem para comemorar o aniversário de um deles. E o melhor presente,
contratado por 20 dólares a noite, é um atlético palerma fantasiado de “midnight cowboy”.
Com a habilidade típica dos dramaturgos americanos, Mart Crowley combina o vitríolo dos
diálogos com um aplicado embora discutível empenho de levar cada homossexual em cena a
representar um grupo social.
Se os ativistas da “liberação gay” podem se queixar dos estereótipos com que Crowley delineia
seus “rapazes”, é igualmente verdade que o único não gay em cena – Alan, um pomposo ex-
colega de escola de Michael – mostra um comportamento tão postiço que sugere apenas a
caricatura de um heterossexual. Entretanto, o senso de ritmo do direto William Friedkin
(“Operação França, “O Exorcista”), e um esplêndido elenco (o mesmo que interpretou a peça
no palco) transformam o que não passa de um exemplo de teatro comercial em um filme bom.
(Teatro, ed. 428)
... Maconha e Corrida Gay – Capaz de atitudes pouco convencionais como o de tomar parte
numa recente corrida de triciclos promovida por um movimento de homossexuais de San
Francisco. (Internacional, ed. 428)
... Brinquinho dourado na orelha esquerda, Celso Curi, titular da “Coluna do Meio”, a primeira
e única seção gay da imprensa brasileira, há quatro meses editada pela Última Hora de São
Paulo, teve seu 26º aniversário devidamente comemorado na semana passada. Na festa em sua
homenagem, na boate Medieval, templo máximo do Gay Power paulistano, recebeu 400 alegres
convidados que aplaudiram deliciosos show de travestis da casa. Radiante, sentado ao lado do
pai. Celso ganhou corbeilles e presentes. (Datas, ed. 406)
... Não respeita nada, com cruel predileção por senhores impolutos, senhoras pernósticas,
crianças homossexuais e autoridade em geral. (Cinema, ed. 426)
... VEJA- Mas você acha que o papa tem autoridade para falar sobre sexo? ROBERTO – O
papa evidentemente tem uma cultura suficiente para falar sobre qualquer assunto. Autoridade é
um outro negócio. É um problema para ser tratado por estudiosos, médicos, psicólogos. Acho
que o homossexualismo é um troço milenar, que deve ser encarado com humanismo. Eu
respeito o papa, mas não posso deixar de ter minhas opiniões sobre qualquer assunto.
(Entrevista, ed. 392)
... Ele afirma abordar o homossexualismo em seus livros “por se tratar de um assunto básico
par mim. Não trato o sexo como os gregos, de forma elitista e filosófica. O homossexualismo
existe, tem o pleno direito de existir e não merecer ser discutido nem idealizado”. (Literatura,
ed. 402)
... Homossexualismo – Urgências filobídicas orientada para canais fisiológicos sem função
progenitiva. (Humor, ed. 429).
... Mas, ele prefere a garrafa. Em torno rodopiam irmão, cunhado, filhos barulhentos, fantasmas
de homossexualismo de Brick e uma tragédia: a morte iminente do riquíssimo Papaizão.
(Teatro, ed. 431)
... “Eu achava que ser homossexual não tinha nada demais”, contou ele. “Eu era porque queria,
mas não deixava de ser homem, por causa disso.” Muitos anos depois, Satã reapareceria para
muitas pessoas como um antecessor das reivindicações do Gay Power e até mesmo como
representante autêntico de coisas tão nebulosas, como por exemplo, a contracultura brasileira.
(Brasil, ed. 398)
... PRIMEIRA CARTA AOS ANDRÓGINOS, de Aguinaldo Silva; Pallas; 20 cruzeiros –
Afastando-se do regionalismo de seus livros anteriores, Aguinaldo Silva trata o
homossexualismo de maneira madura, convertendo o que seria simplesmente individual num
elemento social e literário. (Literatura, ed. 433)
... Homossexualismo – Sr. Diretor: no nº 413 dessa revista está digitado com referência ao sr.
William Carter Spann, sobrinho do candidato ao governo americano: “é ladrão, ex-toxicômano
e homossexual”. Se é notícia o fato de haver “um Carter na prisão”, não foi por ser homo ou
heterossexual que foi condenado. (Cartas, ed. 415)
... Um proscrito escreve a seus dessemelhantes – Devido a uma série de preconceitos, a temática
do homossexualismo sempre foi relegada e maltratada na literatura brasileira. No entanto, o
público absorve com interesse as obras de Jean Genet e Henry Miller, e, nessa linha de autores
estrangeiros, o último sucesso entre nós foi o livro em que o ator Jean Morais conta a sua vida
com o poeta Jean Cocteau. Em “Primeira Carta aos Andróginos”, Aguinaldo Silva se afasta do
regionalismo que marcou seus livros anteriores e trata o homossexualismo de maneira madura,
convertendo o que seria simples individual num elemento de interesse social e literário.
(Literatura, ed. 402)
... capaz de atitudes pouco convencionais como a de tomar parte numa recente corrida de
triciclos promovida por um movimento de homossexuais de San Francisco. (Internacional, ed.
427)
... Cada “ó” ilustrado com a munheca dobrada numa caracterização vulgar dos homossexuais.
(Televisão, ed. 428)
... as obsessões homossexuais do direto que repetidas insistentemente sufocariam seus últimos
filmes. (Show, ed. 414)
... Além deles, haverá inevitáveis desfiles de homossexuais, feministas, porto-riquenhos e
minorias em geral. (Internacional, ed. 410)
... Se eu lhes desse tal direito no filme, os espectadores diriam: “Meu Deus, eles são
homossexuais”. Há uma série de coisas na vida que são vedadas aos homens. (Cinema, ed. 400)
... ocorrem desde complacências empresariais até intermezzos homossexuais. O pior é que
ninguém levou a história a sério. (Teatro, ed. 402)
... cuidadosas explicações para ninguém ser ludibriado pelos homossexuais disfarçados de
prostitutas. (Internacional, ed. 411)
... Mas, nas fitas e nos discos de sua discoteca há sempre faixas onde ela canta canções de amor,
“ou as que falam em prostitutas e homossexuais de Paris. (Vida Moderna, ed. 411)
... Desmentidas: energicamente, pelo líder do Partido Liberal britânico, Jeremy Thorpe, de 46
anos, as acusações de que teria mantido relações homossexuais com o escritor Norman Scott,
de 35 anos; durante o julgamento em que era acusado de estelionato contra o Ministério do
Bem-Estar Social do governo britânico, ao qual lesara em 14.60 libras (cerca de 350 cruzeiros),
Scott interrompeu a leitura da pena de prisão com liberdade condicional para declarar: “Estou
sendo perseguido por muitas pessoas, devido às minhas relações sexuais com Jeremy Thorpe”;
dia 30,; em Londres. (Datas, ed. 387)
... Certamente, não acontecem ali coisas como as permitidas pela liberalidade do Jardim de Alá
– entre as quais, há poucos dias, o strip-tease feito por Gal e Paulinha, dois homossexuais que
acampavam no local. (Vida Moderna, ed. 387)
... “o Pavilhão Dois tinha apenas 300 pessoas. Agora são 2700, entre elas doze “meninas”
(homossexuais declarados), que andam sempre bem maquiado e passam as nossas roupas”.
(Especial, ed. 384)
... o vizinho do publicitário, um homossexual e cheio de dívidas (Paulo Hesse), uma jovem
hippie de fala arrastada (Teatro, ed. 394)
... Paradoxalmente, foi um dos escassos momentos não-violentos de “Salò” que motivou os
adversários de Pasolini para acusá-lo de mistificação política (ao situar a obra de Sade durante
o período fascista) e de presa fácil de suas inclinações homossexuais. (Cinema, ed. 386)
... MAMÃE, SOU HOMOSSEXUAL, de Laura Z. Hobson, Civilização Brasileira, 280 páginas;
80 cruzeiros. (Literatura, ed. 431)
... um prisioneiro de 29 anos chamado Carter Spann - um sobrinho de Jimmy Carter que é
ladrão, ex-toxicômano e homossexual. (Internacional, ed. 413)
... Par ao outro, o desespero de um homossexual frustrado na vida e na arte. (Teatro, ed. 405)
... Segundo declarações de sua própria esposa, o ator Charles Laughton era homossexual.
(Gente, ed. 406)
... Segundo o livro, o maior heróis britânico da II Guerra Mundial manteve uma ligação
homossexual platônica com um de seus jovens oficiais, o capitão John Poston, morto em 1945.
(Internacional, ed. 400)
... Alvo de uma intensa campanha baseada numa suposta ligação homossexual no passado,
Thorpe, 47 anos, renunciou ao posto na última segunda-feira (Internacional, ed. 402)
... Assim saindo do plano apenas biográfico para uma narrativa de interesse social, o autor
mostra que o problema do homossexual é uma variante do drama do “negro” e do “judeu”. Ele
é o “outro” que o homem médio crucifica e sacrifica para garantir certos valores. (Literatura,
ed. 402)
... Sexo sem perdão – Esperava-se que desta vez, depois de cinco anos de silencia sobre o
polêmico tema (o último pronunciamento pontifício mais específico fora feito através da
encíclica “Humanae Vitae”), o Vaticano acenasse, enfim uma revisão em suas seculares
concepções acerca da moral sexual. Ninguém contava, decerto, que fosse avalizados os
extremos da chamada “revolução sexual”. Mas parecia provável, em todo caso, a abertura do
diálogo com jovens prelados e teólogos, imbuídos de pontos de vista não ortodoxos sobre a
pílula, o aborto, as relações fora do matrimônio, a masturbação e o homossexualismo.
No entanto, as expectativas de grandes mudanças se revelaram precipitadas. Redigido pela
Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, o documento divulgado sobre o assunto na semana
passada, em Roma – “Declaração sobre Algumas Questões de Ética Sexual” – preferiu ratificar,
de um modo geral, velhos dogmatismos eclesiásticos. Os anátemas são reafirmados; um a um.
E a declaração, redigida sintomaticamente em latim, condenou repetidamente a “exaltação
desenfreada do sexo” um dos males capitais de “nossa triste era de materialismo”.
Em suma, confirmou o Vaticano, o ato sexual só deve ser realizado dentro do casamento: fora
dele, continua sendo pecado mortal. Permanecem ilegítimas, mesmo que houver “uma firme
intenção de união”, pois relações prematuras não protegem o casal das “fantasias e caprichos”,
sobretudo quando não existe “a perspectiva de prole”. A masturbação, por sua vez, “é um ato
intrinsicamente desordenado, pois trai a função dos órgãos genitais”. Aparentemente, a única
mudança veio beneficiar os homossexuais – mas apenas aquelas que são “devido a algum tipo
de instinto inato ou de constituição patológica que se julga incurável”. A eles, a Igreja pede
daqui para a frente, “compreensão”. (Religião, ed. 385)
... PC, Vaticano e sexo – Decididamente, as coisas não andam boas para os homossexuais
franceses. (Internacional, ed. 389)
... O juiz, um homossexual? – a cota de desgraças públicas do ex-juiz federal G. Harrold
Carswell parecia esgotada em 1970, quando o Senado rejeitou sua nomeação para a Corte
Suprema nos EUA. Carswell teve suas credenciais consideradas insuficientes pelos senadores,
que também questionaram seu conservadorismo em questões raciais – e a rejeição de seu nome
acabou sendo uma das piores crises políticas do primeiro governo Nixon.
Aposentado algum tempo depois, Carswell mantinha-se no anonimato até semana passada –
quando foi preso me Tallahassee, na Flórida, sob a acusação de ter feito uma investida
homossexual contra um policial disfarçado, que conhecera num banheiro público. A investida
do magistrado, de 56 anos, teria ocorrido durante um passeio de automóvel, segundo o promotor
Harry Morrison. O policial fazia parte de um grupo à procura de homossexuais que
importunavam frequentadores do banheiro de um supermercado da cidade. Carwell negou as
acusações e, libertado sob fiança, foi internado num hospital, com distúrbio nervoso.
(Internacionais, ed. 409)
... Luta homossexual – Reduzido mas persistente, o grupo de homossexuais católicos dos
Estados Unidos acaba de conquistar um poderoso aliado em sua luta por um lugar na Igreja.
Numa recente pastoral, apenas um mês depois que o Vaticano aconselhava tratar os
homossexuais com “compaixão” – mas deixava claro que vivem em estado de pecado –, o bispo
Francis Mugavero, da diocese de Brooklyn, em Nova York, asseverou que eles têm os mesmos
direitos dos outros. Instando o 1.5 milhão de fiéis de seu bispado – o maior do EUA – a
“descobrir meios para garantir esses direitos, sem levar em conta a orientação sexual do
indivíduo”, Mugavero ainda criticou o documento do Vaticano. “Mas se parece com os últimos
seis mandamentos, com tantas proibições” disse ele.
Apesar de sua posição, longe estaria o bispo de preconizar a reforma doutrinária da Igreja. Ao
contrário, sua reação diante de questões como admissão de homossexuais ao magistério de
primeiro e segundo graus nos EUA é categórica: “Se eles defendem o homossexualismo como
forma válida de viver, eu não os desejaria no sistema escolar”. Não há sinal, por outro lado, de
mudança na doutrina que condenas atos homossexuais. “A conduta homossexual é totalmente
contrária à moralidade judaico-cristã”, assegura o arcebispo Joseph Bernardin, presidente da
Conferência Nacional dos Bispos dos EUA.
Missas Especiais – Na verdade, as bases teóricas em que a doutrina se apoia continuam
destacando o capítulo de Sodoma e Gomorra, cidades destruías, segundo as Escrituras, pelo
fogo e enxofre, devido à desvairada luxúria de seu habitante, incluindo-se aí o
homossexualismo. Nunca é esquecida também a condenação. Por São Paulo, dos homens que
ignoram as mulheres e “são consumidos pela paixão de outro”. A pressão não cessa, porém – e
parte principalmente da organização nacional Dignity, fundada em Los Angeles, há oito anos,
por homossexuais católicos. Possuindo 4000 filiados, divididos em 45 seções, e com a
participação de 700 padres e freiras simpatizantes, a Dignity já obteve algumas vitórias.
San Francisco, Chicago e Boston, por exemplo, são cidades, onde missas especiais são rezadas
para homossexuais. Em Boston, o padre-capelão Paul Shanley mantém um serviço de
aconselhamento para homossexuais. E há ainda o jesuíta John McNeill, de Nova York, que
recentemente obteve permissão de seus superiores para publicar um livro onde levanta
perguntas como esta: por que atos homossexuais seriam intrinsecamente errados, se não
contradizem de maneira direta a teologia da igreja? Diante dessa situação, altos dignitários da
hierarquia católica americana parecem inclinado a refletir.
Como observou o bispo Warren Boudreau, durante uma reunião episcopal em 1975: “Ouvir não
é necessariamente aprovar; nem comunicar é endossar, ou estudar é mudar. Mas deixar de trocar
ideias é falhar”. (Religião, ed. 392)
... pioneira do Gay Power uma homenagem a Madame Satã ou Brancura homossexuais famosos
na Lapa da época. (Show, ed. 415)
... Roger Peyrefitte, numa entrevista à revista parisiense Lui, há um mês, lançou insinuações de
que o papa Paulo Vi teria se envolvido, no passado, em práticas homossexuais. (Internacional,
ed. 397)
... Pároco de aldeia – na verdade, esse baixo ataque a Sua Santidade é uma vendeta contra o
documento sobre a ética sexual publicado pelo Vaticano em janeiro passado. Homossexual
militante. Peyrefitte não se conforma com a condenação de Roma ao amor entre pessoas do
mesmo sexo.
Segundo Peyrefitte, a posição da Igreja teria origem no “complexo de culpa do papa”. Mas
ainda há outras passagens da entrevista igualmente ilustrativas do pensamento e do estilo do
escritor. A certa altura, por exemplo, Peyrefitte proclama freneticamente: “Não suporto esse
Paulo VI, esse pároco de aldeia”. Em seguida, o escritor acusa Paulo VI de ter feito apenas três
coisa em seus 14 anos de papado: “Ele destruiu a missa em latim, transformou a religião numa
comédia musical e condenou a homossexualidade”. E há ainda um trecho em que o entrevistado
pergunta dramaticamente: “por que falar sempre em masturbação, homossexualidade, amor
livre? Pobre papa, que não pensa em outra coisa”.
Escritor de certo sucesso nas camadas populares, Peyrefitte vinha dedicando, ultimamente, a
biografia de aventureiros como “Manouche”, célebre manequim dos anos 30 que foi amante de
vários gangsters franceses. Mas esta não é a primeira vez que entra em conflito com a hierarquia
católica. Já em 1958, numa entrevista ao Paese era, de Roma, investira contra o papa da época
– Pio XII –, lançado contra ele a mesma acusação de homossexualismo que agora atribui a
Paulo VI.
Nessa ocasião, o escritor teve de abandonar precipitadamente a Itália – o que não o impede de
continuar apontando homossexuais não só entre os ocupantes do trono de São Pedro mas
também de outros títulos. Segundo ele, além de Pio XII e Paulo VI, são ou foram adeptos do
homossexualismo, entre outros, o falecido secretário geral da ONU Dag Hammarskjold, o ex-
rei Humberto II, da Itália, o também ex-rei Paulo I, da Grécia, o rei Balduíno, da Bélgica, o
príncipe Bernard, da Holanda, e o príncipe Philip, da Inglaterra. (Religião, ed. 397).
... O adjetivo “generoso”, por exemplo, indica algum predicado físico excepcional, e “gostar
de TV” poderá significar ter um fraco por travesti. Preferências culturais deverão ser decifradas
como especialidade, manias ou fixações – “cultura francesa” é sodomia, “cultura inglesa” é
espancamento, “treinar animais” se traduz por zoofilia. (Comportamento, ed.424)
... Vibrantes ou tímidos, caloroso ou românticos, com 20, 40 ou 60 anos, heterossexuais,
homossexuais, bissexuais ou transexuais, todo ele sempre presos em algum tipo de armadilha,
procuram cada vez mais, na seção de classificados de inúmeros jornais americanos, pessoas
voluptuosas e sinceras, maduras e atraentes, psicanalisadas ou não, sadistas ou fetichistas,
capazes de estabelecer relações provavelmente ilusórias – e quase sempre em regime de meio
tempo. (Comportamento, ed.424)
... Embora não seja um tratado científico, “Comportamento Sexual do Brasileiro” se aventura
a abraçar uma ampla constelação de temas: da contracepção ao aborto, da masturbação ao sexo
grupal, da virgindade ao machismo, do homo ao transexualismo, da impotência à ejaculação
precoce, da frigidez à prostituição. (Comportamento, ed. 413)
... A conjunção desses dois fenômenos – o machismo e a timidez feminina – seria responsável
pela maré montante do homossexualismo entre as mulheres: 97% das lésbicas militantes
alegaram frustração no antigo relacionamento com os homens. As outras 3% nem chegaram a
tê-lo. (Comportamento, ed. 413)
... “Comportamento Sexual do Brasileiro” poderá contribuir não apenas para detectar tais
realidade estatísticas como também para indicar tendências. “Os travestis”, exemplifica Lima,
“estão ganhando, em cidades como São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, a guerra do
Trottoir com as prostitutas”. (Comportamento, ed. 413)
... Maior município gaúcho depois de Porto Alegre, com perto de 250000 habitantes e uma
próspera indústria de conservas alimentícias, a cidade padece, no entanto, da fama nada
lisonjeira de ser – ao lado da paulista Campinas – um dos maiores redutos do Gay Power
brasileiro. O mais recente golpe à virilidade pelotense partiria justamente de sua próprios
conterrâneos, na forma do jornal Triz, lançado no dia 28 de outubro. O atrevido tabloide de
dezesseis páginas, não contente em estampar a escandalosa manchete “Frescura?”, fazia
desfilar, por cinco páginas, histórias, personagens e anedotas ligadas ao rico fabulário local.
(Comportamento, ed. 427)
... Com outro sexo – Foram oito cirurgias de resultados totalmente satisfatórios para os,
atualmente, as pacientes. O êxito, porém, não livrou o cirurgião plástico Roberto Farina de ser
denunciado, na semana passada, pelo promotor Messias Piva, especialmente designado pela
Procuradoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo para acompanhar o processo sobre as
operações para mudança de sexo feitas por eles.
Segundo a denúncia enviada ao juiz Breno Rubem Marcondes, da 17ª Vara Criminal de São
Paulo, Farina cometeu lesões corporais de natureza grave, causando debilidade permanente de
membro, sentido ou função, crimes previstos no código Penas Brasileiro, ao executar cirurgia
consistente na ablação dos órgãos sexuais – o que pode levar a uma pena de até cinco anos de
prisão.
O futuro pronunciamento do juiz Rubem Marcondes não será, certamente, a última palavra
sobre o assunto, já que tanto o promotor quanto o advogado Leonardo Frankenthal, contratado
por Farina para sua defesa, já manifestaram a decisão de recorrer a instância superior em caso
de derrota. Se trata, no mínimo, de um caso novo na Justiça brasileira e de um crime – se houve
crime, muito difícil de caracterizar. Na verdade, acusação e defesa se movimentarão nos
delicados limites que separam o Código Penal Brasileiro do Código de Ética Médica.
Círculo vicioso – Apesar das afirmações do promotor Messias Piva sobre a total desaprovação
do Conselho Regional de Medicina e da resposta em sentido contrário de Frankenthal
(Desconheço a existência de qualquer processo contra o médico no Conselho Regional de
Medicina), o CRM se encontra na mesma incerteza que a Justiça. Oficialmente, a entidade se
manifesta com um impecável exercício proverbial prudência – e informa, somente que dentro
de suas atribuições, tomou conhecimento do problema e, no caso de uma eventual penalidade,
seja de caráter reservado ou público, tomará uma decisão.
No fórum, por sua vez, os promotores não negam a necessidade de auxílio do CRM para
determinar se houve ou não crime, já que, como reconhecem todos, médico não entendem muito
de direito e advogados não conhecem muito de medicina. O processo contra Farina foi indiciado
devido a um ofício do procurador Luís de Mello Kujawki ao procurador geral da Justiça do
Estado. Kujawki tomou por base informações sobre a realização de operações, em fins de 1971
– segundo anúncio feito pelo próprio Farina, no encerramento do XV Congresso Brasileiro de
Urologia, em dezembro do ano passado.
Waldir, Waldirene – Um dos pacientes de Farina havia obtido, na época, autorização da Vara
dos Registros Públicos, revogada mais tarde, para trocar seu nome, Waldir Nogueira, para
Waldirene. Poderia também mudar seu sexo para feminino. Alegava então viver numa incerteza
que lhe dificultava até mesmo as atividades de um ser humano, não podendo se registar para
trabalhar nem como homem nem como mulher. Waldir, como os outros sete transexuais
operados por Farina – e cujos nomes não constam no atual processo –, não se consideram
vítimas do cirurgião. Segundo o médico, um dos transexuais por ele operado até já se casou,
sendo que o noivo tinha conhecimento do sexo anterior de sua esposa.
Como testemunha de defesa, o advogado Leonardo Frankenthal já anunciou que pretende trazer
ao Brasil “diversos luminares das ciências de outros países – o que só vira reforçar o prestígio
de Farina em São Paulo, onde é um dos proprietários de uma grande clínica de cirurgia plástica
e livre-docente da Faculdade Paulista de Medicina. Entre esses, certamente, deverá estar o
cirurgião argentino Francisco Defazio, preso em 1965 por ter realizado cirurgias semelhantes e
igualmente acusado por lesões corporais gravíssimas. Defazio foi finalmente absolvido, em 30
de dezembro de 1969, pela Câmara Criminal de Buenos Aires.
Além, evidentemente, do próprio Farina, pelo menos mais 50 pessoas aguardam ansiosamente
a decisão da Justiça. São clientes que esperam se submeter à operação transexual – entre eles,
dois índios e duas mulheres que querer se transformar em homens. (Brasil, ed. 416)
Clipping

Figura 25. Comportamento, edição 426.


Figura 26. Religião, edição 420
Figura 27. Religião, edição 420
1977

Texto
... Pessoa – Maneira do/a homossexual se referi ao/à parceiro/a (Humor, ed. 440)
... Convidado por ela, um dos integrantes do elenco contou, para as “amigas telespectadoras” e
provavelmente seus filhos, um boleto de letra claramente homossexual, interpretado com
trejeitos idem. (Televisão, ed. 446)
... Tampouco se podem atribuir ao homossexual Clark (marco Nanini), obscuro ator de teatro
underground. (Teatro, ed. 446)
... É verdade que algumas são boas, como a cena em que Fígaro ensina Alma Viva a fingir-se
de homossexual para aproximar-se de Rosina. (Teatro, ed. 444)
... Diferenças – Na opinião dos americanos reconhecidos como autoridades no assunto, o êxito
das operações transexuais tem sido significativo. Embora pairem dúvidas em não menos
respeitáveis círculos cirúrgicos e psiquiátricos, o médico psicólogo John Money, da Clínica de
Identidade de Gênero da Universidade John Hopkins, na Califórnia, pensa que “a única maneira
de se ajudar o verdadeiro transexual para que se sinta À vontade é pela cirurgia de redefinição
do sexo”. A psiquiatria costuma apontar distinções entre transexualismo e outras perturbações
sexuais, como o travestismo ou a homossexualidade. “O travesti”, explica Money, “alcança o
estímulo sexual mediante o uso das roupas de outro sexo. O homossexual não se encara como
membro do outro sexo mas como pessoa atraída por seu próprio sexo. O transexual, no entanto,
sempre age sente como se estivesse nascido no gênero errado, acredita nisso realmente”. Ver
Clipping
... Sr. Direto: Deparei, na reportagem sobre a televisão, com uma espirituosa referência a uma
apresentação que fiz no programa “Boa Tarde Bahia”, divulgando a peça “Belos e Malditas”.
Devo esclarecer que o bolero em questão se chama “Bolero de Esperar”, sendo que a letra não
tem conteúdo homossexual, como foi divulgado. (Cartas, ed. 449)
... Homossexual – Rapaz que conheceu as moças erradas. (Humor, ed. 476)
... Depois, Thorpe deixou claro que não renunciará seu mandato na Câmara dos Comuns, nem
agora em que surgem obscuras denúncias envolvendo até mesmo tentativas de assassínio, nos
tempos em que ele dirigia o Partido Liberal, contra o homem que o acusava de
homossexualismo – o modelo Norman Scott. (Internacional, ed. 478)
... Talvez em consequência dos muitos boleros de Bienvenido Granda que ouviu na infância,
ela involuntariamente transforma em réquiem o desgravo ao homossexualismo marginalizado,
em “Ombro Amigo”, continuação de “As Pessoas e Eles”, no mesmo tema, do LP anterior.
(Música, ed. 466)
... Comportamento sexual do brasileiro – Délcio Monteiro de Lima, autor da primeira pesquisa
séria sobre o assunto, faz revelações sobre o machismo, o crescimento do homossexualismo e
mostra que a mulher brasileira é uma insatisfeita. (Literatura, ed. 444)
... L, enquanto Mary esfrega o chão com doentia tenacidade, já se discutiam assunto tais como
masturbação, guerra do Vietnam, espancamento de mulher pelo marido, terrorismo,
desemprego, lesbianismo, alienação, homossexualismo, masculino, curandeirismo, inflação,
Richard Nixon, casamentos abertos, corrupção, senilidade, Howard Hughes e extorsão.
(Televisão, ed. 439)
... “O senhor já teve relações homossexuais em sua vida? Indagou um repórter da BBC
(Internacional, ed. 478)
... Crime do capitólio – Aventuras e intrigas políticas que fazem parte do dia-a-dia de
Washington. Um repórter resolver investigar o assassinato de um colega e acaba se envolvendo
com dinheiro árabe, contas secretas na Suíça, políticos homossexuais e corrupção eleitoral.
(Literatura, ed. 483)
... Crime do capitólio – Aventuras e intrigas políticas que fazem parte do dia-a-dia de
Washington. Um repórter resolver investigar o assassinato de um colega e acaba se envolvendo
com dinheiro árabe, contas secretas na Suíça, políticos homossexuais e corrupção eleitoral.
(Literatura, ed. 481)
... um improvável amálgama de revolucionários de todo tipo, militantes feministas e
homossexuais, associações de ocupantes ilegais de terra, defensores do meio ambiente,
anarquistas, macrobióticos e opositores da energia nuclear. (Internacional, ed. 474)
... velhos aposentados viam com surpresas militantes homossexuais trocando beijos, enquanto
várias feministas decidiam se a conferência sobre a repressão era ou não mais uma manifestação
machista. “Em casa ou na prisão/somos prisioneiras”, gritavam as feministas. Insuperável,
porém, era o brado de guerra dos homossexuais masculinos “Il coito/anale/abale/il/capitale”.
(Internacional, ed. 474)
... Homossexuais – Sr. Diretor: Fui surpreendido com a informação dada por VEJA (nº468) de
que eu teria um “caso” com o ator Ney Latorraca. Só conheço o ator Ney Latorraca através de
reportagens e televisão. Nunca mantive com o citado senhor relações sociais, nem comerciais
e muito menos sexuais. (Cartas, ed. 470)
... “O Casamento de Tricia”, uma película em que atores homossexuais, de maneira pouco sútil
que pode imaginar, parodiavam a cerimônia de casamento de uma das filhas do presidente
Richard Nixon. (Literatura, ed. 465)
... De um lado ficam as prostitutas e o homossexuais, sobretudo os negros. De outro, o patrão,
obeso, careca e dado a fricotes sexuais com uma criadinha. (Cinema, ed. 458)
... Entretanto, Martim faz questão de manter seu interesse pelo estudante longe do plano físico.
“Caso contrário, seria homossexualismo” – e Chico o fascina exatamente pelo que este revela
diferente, a sua heterossexualidade. (Teatro, ed. 479)
... Desde então, o modo de encarar o homossexualismo mudou. E como! No entanto, pretender
como isso que a obra esteja superada é tão incorreto como afirmar que o esplêndido “Os
Espectros” de Ibsen – cujo tema é a sífilis causada pela promiscuidade sexual – envelheceu com
a descoberta dos antibióticos. Se a suposta homossexualidade do jovem Tom Lee (aqui
interpretado por Carlos Arena, também produtor do espetáculo) já não traumatiza ninguém, a
atmosfera de intolerância que se arma em torno da personagem mantém plena sua contundência
dramática: basta trocar a acusação de homossexualismo por qualquer outra censura a eventuais
desvios de normas acatadas pela maioria. (Teatro, ed. 471)
... Um ano depois, Schafer – que é homossexual – foi denunciado por ter abusado sexualmente
de diversos meninos da Casa. (Internacional, ed. 455)
... E você sabe a do homossexual que se apaixonou por uma lésbica? Dizem que foi aquele vice-
versa! (Humor, ed. 460)
... Jessica é mais feliz, porém, que sua amiga Mary Campbell, casada com um impotente e mãe
de um homossexual que sonha com uma operação para trocar de sexo e que costuma se trancar
durante horas no banheiro, onde trina “There’s Nothing Like a Dame”. (Rádio e Tv, ed. 458)
... Tudo isso segue em versos ao longo das músicas com essa história: aos 22 anos, o filho de
José e Maria se descobre um homossexual, mas é repelido em sua primeira investida amorosa.
Envergonhado, “pune-se” com drogas e bebidas. (Música, ed. 457)
... Com as caras pintadas com os índios americanos do século passado, os “metropolitanos”
contestam todos os partidos – e o PCI em particular. “Nosso movimento inclui feministas,
homossexuais, desempregados, estudante e todas as minorias excluídas da vida nacional pelos
partidos burgueses”, explicou um deles. (Internacional, ed. 446)
... o carioca Aguinaldo Silva, sobre homossexuais perseguidos. (Literatura, ed. 445)
... A sauna das loucas – Incrementado complexo de hotel de alta rotatividade, sauna, clube
recreativo e dancing, o fictício Ritz de Nova York seria o Xangrilá dos homossexuais, a divina,
maravilhosa Disneylândia de Gay Power. (Cinema, ed. 453)
... Shirley MacLaine, que se apresenta atualmente na boate Sparks Nugget em Nevada, resolveu
retribuir a adoração que o Gay Power de todo o mundo costuma lhe consagrar. Na semana
passada, durante uma entrevista à revista Variety, ela surgiu como a antiga Anita Bryant, a
cantora que lidera o movimento contrário aos direitos civis dos homossexuais americanos. Entre
outras declarações, Shirley diz que “as artes e a cultura devem demais aos homossexuais, pois
eles foram grandes na música, a literatura e nas artes visuais. (Gente, ed. 460)
... Entre os 18 e 22 anos, até dezembro passado, ele se dedicava apenas a extorquir os
homossexuais do bairro Boa Vista. Munido de uma carteirinha de “agente iniciante”, fornecida
pela própria Polícia, e que lhe daria responsabilidade pela vigilância de homossexuais,
Albuquerque aprendia os automóveis dos pederastas, só os devolvendo mediante o pagamento
de uma taxa de proteção. (Brasil, ed. 459)
... A questão homossexual (Anúncio, ed. 469)
... Caça ao amor – Um livro excitante. Um suicídio. Uma difícil experiência no casamento com
um homossexual. (Literatura, ed. 474)
... Sua proposta, em resumo, é de que os fiéis se tornem responsáveis pela determinação de seu
próprio código de comportamento sexual, inclusive diante de “pecados” como a masturbação,
o adultério e o homossexualismo. (Religião, ed. 464)
... Na questão do homossexualismo, por exemplo, os autores proclamam a máxima tolerância
para com suas “vítimas”. “Ao se defrontar com o problema”, dizem eles, “um pastor ou
conselheiro deve estudar a possibilidade de recomendar relações de verdadeira amizade, estreita
e estáveis, entre os parceiros homossexuais, não apenas como um menor entre os males, mas
como um bem positivo”. (Religião, ed. 464)
... Homossexuais – Sr. Diretor: Nada me decepcionou mais do que a maneira como VEJA nº
468 abordou um assunto que envolve muito mais que um “mercado em expansão”. É um
assunto que envolve pessoas. A sutil ironia e o acréscimo de alguns diálogos que acompanham
toda a reportagem fazem bem mais que informar sobre os pontos de encontro, publicações e até
sobre um inútil vocabulário do “submundo do sexo”. (Cartas, ed. 469)
... A exemplo do que vem sendo feito pelo episcopado católico em todo o mundo, a Conferência
Nacional dos Bispos dos Estados Unidos reiterou no início do mês, em Chicago, alguns
inflexíveis postulados – a interdição do sacerdócio às mulheres, a condenação do
homossexualismo, a fidelidade do celibato sacerdotal e à doutrina da Igreja sobre o controle de
natalidade. (Religião, ed. 454)
... Ao mesmo tempo, a dialética entre o masculino e o feminino se põe em movimento no interior
de cada ser humano, através da bissexualidade que o constitui. (Literatura, ed. 475)
... Lésbica – Moça que não conheceu os rapazes certos. (Humor, ed. 476)
... Os iniciados sentirão falta de figuras como “Xodó”, “Vandona” – lésbica que falava de igual
para igual com todo os “reis do crime – e a “Baiana do Simca” a mais bela prostitua que já
andou por aquelas ruas. (Literatura, ed. 476)
... Pantera lésbica – A história: atendendo a um chamado de Washington, a dedicada mãe de
família e dona-de-casa Janet Cartwright abandona o avental sujo de ovo (ou de massa de apple
pie) e transforma-se na bela, sensual, temida, fria e implacável Jane Spitfire, agente de uma
organização nem tanto fictícia, denominada S.I.A. Sua missão é “desestabilizar” o governo de
Happilândia, um país da América Latina. E Jane a cumpre, depois de lutas sangrentas,
assassínios e variadas aventuras erótica, destacando-se o seu incrível entrevero com uma
pantera lésbica. (Literatura, ed. 477)
... Infelizmente, não é o caso. O incestuoso ato de lesbianismo que precede o desfecho mais do
que surpreendente soa inacreditável. E gratuito em vez de trágico. (Cinema, ed. 438)
... “Lula”, travesti com quem vive há quinze anos, e “Chico”, estudante envolvido em problemas
políticos. (Teatro, ed. 479)
... Com essa peruca loira eu nem reconheci. Mas não interessa: Travesti não entra. (Humor, ed.
474)
... A sedutora passista, contudo, não passava de um travesti. Advertido por um dos homens da
segurança, o decepcionado Medicin contornou habilmente a situação. (Gente, ed. 453)
... Uma borboleta bissexual. (Ambiente, ed. 472)
... foi atacada por um grupo de lésbicas. (Gente, ed. 473)
... Assim, para tratar de assuntos que só costumam acontecer longe da televisão – como
desintegração familiar, infidelidade, lesbianismo –, “a linguagem do programa mereceu atenção
redobrada”. (Rádio e Tv, ed. 440)
... Só na semana passada se constatou, graças à alegria dos amigos, que Cláudia, na verdade, é
o nome artístico do travesti Claudionor Cruz – considerado(a) a Miss brasil Gay do Rio. Ela(e)
vibrou: “A censura vai ver como é ridícula a proibição de travestis na TV. Abri caminho para
o meu pessoal”. A TV Globo, entretanto, destruiu os capítulos em que a vedete voltaria a
parecer, desculpando-se pelo ocorrido: “Mas ele ia no banheiro das mulheres, quem poderia
saber?”. (Gente, ed. 465)
... implantar exuberantes seios em travestis masculinos. (Medicina, ed. 449)
... tradicional, no bloco carnavalesco da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, que
inevitavelmente, é reforçado por um séquito de travestis. (Religião, ed. 443)
... Considerado o maior especialista brasileiro na elucidação desse tipo de crime, Santos
desenvolveu uma inaveriguável teoria, segundo a qual “em quase todo roubo de igreja está
envolvido um travesti”. Talvez como única comprovação de sua tese, Santos mantém em seu
gabinete posters do travesti “Sandra” – acusado do roubo da imagem de Santa Luzia, lá mesmo,
em Sabará. Segundo Santos, foi tudo muito simples: enquanto um travesti oferecia caramelos
ao vigia, outros dois saíam com a imagem escondida sob a roupa. (Brasil, ed. 440)
... Brinco de Homens – No lado direito, identificará um heterossexual. No esquerdo, um
seguidor do Gay Power. (Vida Moderna, ed. 477)
... Como é também uma hora frequentada por Apolos, os mimosos habituês do Sótão conhecido
bar gay da Galeria Alaska que contraíram o hábito de esticar nos bancos de praias. (Especial,
ed. 437)
... A própria Maureen, no entanto, preferiu uma linguagem clara para explicar as coisas.
“Confessei minha homossexualidade, por isso não me querem como deputada” disse ela, ao fim
da reunião. “Sou homossexual e me sinto orgulhosa da vida que levo e de ter o amor e as
atenções de alguém.” No dia seguinte, o jornal Daily Mirror comentava: “ela não é o primeiro
membro homossexual do Parlamento, mas foi único que confesso sua condição enquanto ainda
exercício do mandato”. (Internacional, ed. 474)
... No dia 16 de outubro, assim, apareceu publicado o primeiro anúncio (um texto de quatro
linhas) dos repórteres de VEJA na seção “Diversos” do jornal do Brasil pelo qual foi paga a
quantia de 225 cruzeiros. O estilo era discreto e se falava em manter contato com casais
evoluídos Dias depois, vinte cartas eram analisadas pela redação. Foram logo descartadas as
grosseiras, anônimas e a mal redigidas. Algumas adiantavam sua preferencias (quartos
separados ou não), sempre ressalvando, no entanto, o repúdio ao homossexual masculino.
(Comportamento, ed. 480)
... Em sua análise, essas pessoas estão tentando racionalizar uma série de problemas,
normalmente evitando assumir suas perversões sexuais. De acordo com numerosos
especialistas, o homem que se realiza observando a relação sexual entre duas mulheres tem, em
princípio, um óbvio componente homossexual. (Comportamento, ed. 480)
... E se fossemos, então, ver o show de lésbicas do Zig-Zag? Ou vocês preferem as bonecas do
Sótão? (Comportamento, ed. 480)
... Fizemos também triângulos com travestis. Túlio sentiu vontade de experimentar com o
homem, mas não teve coragem de chegar lá. (Comportamento, ed. 480)
... Um sexo ambíguo: A questão homossexual – Se a Máfia deve ter as estatísticas exatas. Mas
não é preciso muito esforço para saber que, hoje em dia, o homossexualismo é um tema
lucrativo. Nos Estados Unidos, representa um negócio anual no valor de um 8 bilhões de
dólares, em revistas, moda, filmes, peças de teatro, clubes e bares de encontro que pagam
religiosamente suas contribuições ao crime organizado e a repressão organizada. O sisudo
semanário Time já dedicou capa ao assunto (expurgada na edição brasileira) sinal certo de que
as agências de publicidade da Madison Avenue decidiram incluir o homossexualismo no modo
de vida que pregam. (Literatura, ed. 463)
... O que acontece é que ele passou muito anos estudando a questão, e fazendo o tratamento de
homossexuais. Ele próprio recusa a palavra tratamento. Muito francês, perde páginas e páginas
explicando como certas palavras são mal-empregadas, embora deixe transparecer seu encanto
com o verbalíssimo Jacques Lacan, ao lado de um submisso incondicional as doutrinas de
Freud. Numa ambivalência mais grave, o médico Oraison passa metade do tempo provando que
o homossexualismo não poder chamado de doença, enquanto o padre Oraison gasta a outra
metade do tempo para mostrar casos tristíssimos de homossexuais. (Literatura, ed. 463)
... Um livro que pode tornar menos infelizes homossexuais católicos atormentados, seus papais
e suas mamães. Quando passa para as vinculações morais e religiosas da questão. Oraison chega
a escrever palavras muito bonitas: Um homossexual pode dizer, como todo mundo: Completo
em minha carne o que falta na paixão do Cristo. (Literatura, ed. 463)
... Por outro lado, não deixa de ser saudável escutar alguém que é contra o partidarismo cor-de-
rosa do Gay Power. Mesmo sabendo que a igualdade nunca foi concedida, sempre foi
conquistada. Felizmente, para o Gay Power, a oposição de Oraison exige apenas a ironia do
cronista de amenidades. Como não ironizar, por exemplo, quando ele interpreta as boates
homossexuais como um desejo de retorno ao útero materno? Como não dar boas gargalhadas
quando ele confessa que, certo dia 14 de julho, ficou olhando a parada das Forças Armadas
francesas e calculando quantos homossexuais marchavam pela pátria? (Sete por cento,
exatamente 1050 patriotas). (Literatura, ed. 463)
... Em acintoso desafio ao machismo gaúcho, foi fundado no mês passado,
em Porto Alegre, uma insólita torcida futebolística – Coligay – de cujos
componentes se exige apenas não levarem muito a sério a masculinidade.
Idealiazada por Volmar Santos, gerente da boate Coliseu, de 25 anos, a
torcida gay já conta com caranga, fantasia e 150 adeptos, todos ferrenhos
torcedores do Gêmrio. Apesar dos protestos de outros gremistas, Santos
defende com unhas e dentes o direito de o seu grupo torcer como achar
melhor.
... Blasfêmia gay – Normalmente, as decisões do Old Bailey, o mais importante tribunal da
Inglaterra, com sede em Londres, merecem apenas registros resumidos nas seções jurídicas dos
principais jornais ingleses. Mas o julgamento de Denis Lemon provocou um súbito interesse da
imprensa britânica, que, somado ao ineditismo do tema, no entanto, o converteu num dos mais
discutidos dos últimos tempos. E não era para menos: o réu, 32 anos, homossexual confesso,
editor da revista Gay News, uma das muitas do gênero que circulam no país, foi condenado na
semana passada a nove meses de prisão e a pagar multa equivalente a 15 000 cruzeiros, pelo
crime pouco comum de blasfemar – ofender a Deus ou ao que é sagrado. No caso, por haver
publicado o poema intitulado “O Amor que Ousa Dizer Seu Nome”, no qual o professor inglês
James Kirkup, atualmente residente nos Estados Unidos, descreve Jesus Cristo como um
autêntico homossexual. (Religião, ed. 463)
... Antes de mais nada a condenação imposta a Lemon significou um revés em sua luta por uma
sociedade mais tolerante em relação ao homossexualismo. Mas ele e os demais redatores da
Gay News se sentiram reconfortados com o despertar de um grande número de opiniões pró e
contra o processo. (Religião, ed. 463)
... o Gay Sunshine, uma função que lhe garantiu notoriedade entre os adeptos do movimento de
liberação dos homossexuais americanos. Militante independente desse movimento.
(Comportamento, ed. 472)
... organizo uma antologia de poetas e pensadores homossexuais latino americanos. Esta editora,
financiada pela National Endowment for the Arts, com verbas do Congresso dos Estados
Unidos, já publicou outra antologia do gênero, “Orgasms of Light”, de 100 escritores gays.
VEJA – Não seria um procedimento pouco habitual do Congresso dos Estados Unidos esse de
financiar uma antologia gay da América Latina?
LEYLAND – Não vejo por quê. Os selecionados são autores de alto nível criativo e literário.
Além disso, o programa de literatura da National Endowment dá assistência financeira a revistas
literárias e pequenas editoras de alto padrão sem nenhuma exigência de controle político. Você
deve estar lembrado que muitos escritores americanos famosos foram homossexuais e que
homossexualidade se encontra frequentemente refletida em sua obra. Alguns exemplos? Walt
Whitman, Hart Crane, Herman Melville Gertrude Stein.
VEJA – Você, pessoalmente, já sofreu discriminação por ser gay?
LEYLAND – Enquanto fui padre, e não assumi publicamente, tudo correu sem problemas, num
acordo tácito do tipo, eu escondo, você finge que não vê. Mas, ao deixar o sacerdócio e partir
para o encontro de mim mesmo, ao dizer publicamente, sem medo e sem necesside de agredir
ninguém, que era homossexual, então tudo virou.
VEJA – Quando padre, como a questão homossexual se colocava para você?
LEYLAND – No fundo, eu sabia que um dia teria de viver em paz comigo mesmo. Continuo
cristão: uma coisa não colide com a outra.
VEJA – Mesmo depois das declarações de Paulo VI contra o homossexualismo?
LEYLAND – Sou cristão, note bem. Não católico. Não estou sujeito aos dogmas e
idiossincrasias do Vaticanos.
VEJA – Quando padre, você chegou a praticar o homossexualismo?
LEYLAND – A regra é fazer e não falar. Porém acho mais cristão não se esconder nada. Sim,
cheguei a fazer uma experiência enquanto sacerdote. Por isso preferi deixar a Igreja.
VEJA – Que tipo de repressão sofrem os gays americanos?
Nós pagamos de tentarmos ser sadios numa sociedade de traços paranoicos. Não somos
criminosos nem pecadores. Nosso homossexualismo é tão natural quanto o fato de haver
pessoas destras e canhotas. Os canhotos, em minoria, não são anormais. Nós, minoria, também
não. Um pedido: gostaria que publicassem meu endereço para a correspondência dos que
queiram participar da antologia: Winston Leyland, Boz 40397, San Francisco, Califórnia,
94140, EUA. Os candidatos deverão atender só a dois quesitos: serem maiores de idade e
talentosos.
VEJA – Então o tema homossexual não é obrigatório?
LEYLAND – Claro que não. Desde quando se exigem temas de autores? Mas, se o autor for
homossexual normal, sem medo, esta condição estará implícita em sua estética, em sua visão
da literatura e do mundo. Tenho observado que a ótica do homossexual influi nos valores
estéticos de sua obra, que quase sempre traz, subjacente, a consciência crítica do ser que
pertence a uma minoria em luta por se impor no quadro social. E é essa consciência que
enriqueceu a obra de homens como García Lorca, William Shakespeare, Genet, Ginsberg e
Whitman.
VEJA – Essa diferença por veze é sutil...
LEYLAND – os leitores atentos sempre perceberão. Mas a diferença, você disse, é mesmo sútil.
No geral, o homossexual não piora nem melhora o mundo em que vive. A realidade social é tão
mais vasta que na verdade necessita de todos, héteros e homos, para seu perpétuo
aperfeiçoamento. De resto, somos cidadão de participação tão intensa quanto outros quaisquer.
Há militantes homossexuais filiados a organizações e partidos tanto de esquerda como de
direita. O que nos une é apenas o fato de sermos homossexuais declarados. (Comportamento,
ed. 472)
... O que você quer ser quando crescer? A pergunta que toda criança ouve contém um mistério
extra e especial para quem, embora homem, tem vontade de ser mulher. E se lá pela
adolescência o desejo se converte em determinação tem sequencia o processo: roupas e
adereços femininos, cútis maquilada, pernas depiladas e, aspiração suprema, corpo de mulher,
através de hormônios, injeções de silicone, cirurgia. Aos homens que exibem para uma plateia
o resultado, parcial ou total, de sua transformação se dá o nome de travestis. (Show, ed.448)
... Está entre travestis, mas não se considera um eles. E explica a diferença: O travesti quer ser
mulher. Eu não. Sou um comediante, um cara que se fantasia de mulher, um palhaço que usa
saia. (Show, ed.448)
... A maquilagem carregada e brilhante apaga os traços másculos do rosto. Espremidos em
vestidos longos justíssimos ou mesmo em minúsculos biquínis, os travestis dançam, rebolam e
imitam mulheres por palcos de teatros, boates e restaurantes do Brasil para gáudio de um
público que costuma ser fiel e delirante. (Show, ed. 448)
... Na verdade, originalidade não é forte dos espetáculos de travestis apresentados nas grandes
cidades do país. Em São Paulo, por exemplo, nas três casas gays mais frequentadas – Medieval,
Gay Club e Nostromondo. (Show, ed. 448)
... E em Belo Horizonte, ao que tudo indica, a tradicional família mineira, impecável defensora
da moral e dos bons costumes, capitulou definitivamente ante as investidas de seus ousados
travestis. Hoje, espalhando buliçosos pelas boates Sukata, Playboy, Siszé e Lido. Sem enfrentar
maiores preconceitos, os travestis de Salvador tomaram de assalto palcos mais solenes. (Show,
ed. 448)
Clipping

Figura 28. Medicina, edição 460.


Figura 29. Medicina, edição 460.
Figura 30. Vida Moderna, edição 471.
Figura 31. Comportamento, edição
468.
Figura 32. Comportamento, edição
468.
Figura 33. Comportamento, edição
468.
Figura 34. Comportamento, edição
468.
1978

Texto
... Suspenso: da celebração da missa e outros sacramentos em público o sacerdote espanhol
Antônio Roig Rosello; por publicar livro narrando como começou sua vida homossexual; dia
27; pelo arcebispo de Valencia, na Espanha. (Datas, ed. 487)
... a dona de um bordel para executivos na Barra da Tijuca e especialista em amor homossexual.
(Literatura, ed.498)
... um homossexual que é um verdadeiro modelo de abnegação. (Teatro, ed. 506)
... assim numa cena surgia como aristocrata português para organizar o jogo do bicho, em outra
passava por homossexual para livrar-se de um flagrante adultério. (Cinema, ed. 521)
... Em primeiro plano, atrações dignas de manchete de primeira página em jornais
sensacionalistas: “Chofer de praça põe fogo em homossexual”. (Cinema, ed. 534)
... VEJA – Então falar de psiquiatria é falar de repressão? BASAGLIA – Sim, são sinônimos.
A psiquiatria nasce no momento histórico em que, como dizia Foucault, é preciso organizar as
multidões desorganizadas. Para os que governam, os governados são sempre um inimigo, uma
ameaça, e é preciso dar um nome ao agressor: “esquizofrênico”, “criminoso”, “prostituta”,
“homossexual”. (Ideias, ed. 530)
... Os dois se conheceram em 1961. E o suposto envolvimento homossexual teria começado na
casa da mãe do deputado conforme contou Scott em seu depoimento. “Jeremy me seduziu
enquanto eu passava uns dias na casa da mãe dele”, disse Scott. “Uma noite, ele entrou no
quarto onde eu me hospedava vestido com um roupão e trazendo um exemplo do livro
“Giovanni’s Room’ de James Baldwin (a história de um casal homossexual). (Internacional, ed.
537)
... Rosas amarelas e crisântemos acumularam-se nas escadarias do prédio – uma homenagem
dos cerda de 110 000 homossexuais de San Francisco a Harvey Milk, o primeiro gay declarado
a ocupar um posto na administração da cidade. (Internacional, ed. 535) Ver clipping
... No meio, a dúvida cruel: teriam os dois mantido ou não relações homossexuais?
(Internacional, ed. 537)
... uma maneira de escamotear o que acontece concretamente com os estudantes, com as
mulheres, com os velhos, com os homossexuais. (Ideias, ed. 530)
... Homossexualidade feminina – ligações entre homossexuais de ambos os sexos. Um estudo
profundo do lesbianismo na sociedade moderna. Sua prática, causa e consequências, analisadas
e relatadas de forma livremente objetivas. (Literatura, ed. 526)
... É assim que o comissário voluntário de menores Pedro Ângelo Suzana – 27 anos, solteiro,
ele prefere ser chamado de Suzana – define as acusações que lhe são feitas de, aproveitando-se
do cargo de diretor do Centro de Triagem de Menores, negociar entorpecentes, chefiar uma
quadrilha de jovens assaltantes e traficar menores, vendendo os a homossexuais e prostitutas.
(Brasil, ed. 520)
... Homossexualismo – Sr. Diretor: O jornalista Celso Curi, nosso colega de profissão, se viu
em sua coluno no Jornal Última Hora, de São Paulo – está sendo processado pelo fato de
promover em sua “Coluna do Meio” a troca de correspondência entre homossexuais. É óbvio
que, através dessa seção, o encontro entre os interessados poderia acontecer ou não. Na minha
opinião, o assunto é de inteira responsabilidade desses interessados, maiores de idade e com
total direito de escolher seus próprios comportamentos. Por que Celso Curi estaria sendo
processado por promover o encontro de pessoas “anormais”, quando o próprio Concelho de
Psiquiatria americano já definiu muito bem que homossexualismo não é doença ou
anormalidade, tratando-se apenas de um comportamento como outro qualquer? (Cartas, ed.
488)
... Um artigo que, de passagem, aludia ao suposto homossexualismo de Leonardo da Vinci
voltou da censura com o “Leonardo” suprimido por um vigoroso golpe de pilo. (Literatura, ed.
511)
... E por trás do humor esconde-se um pouco saudável carga de preconceitos: as mulheres ricas
comportam-se ou como objetos sexuais ou como criaturas reprimidas, as latinas são levianas e
o homossexualismo é visto como motivo para riso. (Teatro, ed. 519)
... Mesmo sendo o sexo um assunto sabidamente delicado, devem ser relegados ao murmúrio
envergonhado temas como a masturbação, a frigidez, o homossexualismo ou o próprio ato
sexual? (Educação, ed. 532)
... Descoberta, afinal, a pílula concepcional para os homossexuais. (Humor, ed. 489)
... Hoje, o Íris é um conhecido ponto de encontro de homossexuais, e o que menos costuma
importar é o filme que está passando na tela. Cenas como esta, de uns dias atrás, são comuns e
já não causam espanto: um policial retirou à força um tipo gordinho que foi pilhado
“completamente nu” nas galerias do cinema. (Cidades, ed. 489)
... e até tráfico de menores, vendidos a prostitutas e homossexuais (Brasil, ed. 519)
... os três vendiam crianças de ambos os sexos para homossexuais e prostitutas. (Brasil, ed. 519)
... constata que não tem mais físico nem idade para isso e ele fracassa miseravelmente num
teatrinho da off-off Broadway em grotesca versão homossexual do “Ricardo III” de
Shakespeare. (Cinema, ed. 519)
... Mesmo a explosão de desabado de Gabriele se reduz a uma longa lista auto insultuosa de
sinônimos de homossexual. (Cinema, ed. 519)
... O sistema de preços da Sótão, encravada no reino gay, da Galeria Alaska, em Copacabana, é
ainda mais pitoresco: um homossexual sozinho paga 120 cruzeiro enquanto um casal
heterossexual paga 300. Travesti não tem vez, proclama um dos proprietários da Sótão.
(Comportamento, ed. 521)
.. As prostitutas e os travestis que frequentam a região não ficaram lá para saber: debandaram
em massa ao primeiro sinal do movimento. Enganaram-se, porém. Desta vez, os delegados
estavam ali para tratar de seus próprios interesses – mais precisamente, de suas reivindicações
salarias. (Polícia, ed. 532)
... Ao fundo, prostitutas, pederastas, travestis, vigaristas e inocentes ultrajados tremulam sob
luzes de gás neon, embalados por boleros e chorinhos. (Cinema, ed. 534)
... No andar de cima, enquanto isso, a filha pôs no prato giratório um disco de plástico e seu
televisor, acoplado a essa “vitrola” mostra o show mais recente de um grupo de travesti, que a
Censura havia proibido na TV ao vivo. (Vida Moderna, ed. 523)
... Graças a muitas entrevistas ao vivo, onde não faltavam sequer os habituais palavrões de todas
as horas, por ali desfilavam travestis e prostitutas sorridentes, policiais a serviço, empresários
combinando grandes negócios, operários do metrô e da construção civil, casais em trânsito por
drive-in ou por hotéis baratos, senadores, políticos, padres e algumas autoridades. (Rádio e Tv,
ed. 514)
... Enquanto a profissional reivindicava a expulsão dos travestis do seu local de trabalho, o
coronel retrucava: “Vejam: ela só se preocupa com a concorrência, não está preocupada com a
concorrência, não está interessada na ordem”. E concluiu: “Ninguém sai dali”. (Rádio e TV, ed.
514)
... A primeira providência do pintor, residente em Paris, foi dispensar a borbulhante corte de
artistas, marginais e parasitas que promoviam serões a fantasias, desfiles de travestis e até
sessões de tiro ao alvo nas madrugadas, em sua suíte do hotel Meurice. Dali se levanta agora às
8 da manhã, ingere um pastoso suco de ameixas pretas, caminha pelas ruas para se exercitar e
toma calmamente suas refeições nos restaurantes de costume. (Gente, ed. 489)
... Condenado: a dois anos de reclusão, com direito a sursis, o cirurgião plástico paulista Roberto
Farina, pelo crime de lesão corporal grave; o conceituado cirurgião Farina extirpara em 1971
os órgãos sexuais de Waldir Nogueira, para realizar a chamada operação transexual, que
transformaria o paciente, a seu pedido, em mulher; o juiz Adalberto Spagnuolo, que julgouo
caso, considerou que “a cirurgia apenas serviu para mutilar um indivíduo do sexo masculino,
transformou um doente mental em eunuco (....). (Datas, ed. 523)
... Amor entre mulheres – Apresentação nova e franca do lesbianismo. Uma questão séria e de
interesse geral. (Literatura, ed. 530)
... além de apontada como subversiva, sofreu ainda acusação de lesbianismo por causa de sua
estreita amizade de infância com Julia, mulher cujo exemplo ela usou como parâmetro para
avaliar a dignidade de seus semelhantes. (Cinema, ed. 506)
... Assim, quem se nega a pactuar com as brutalidades parra por efeminado. Menosprezadas, as
mulheres dos atletas arranjam outros homens ou caem no lesbianismo. (Cinema, ed. 495)
... Ao lado, microfone em punho, um repórter indaga: “O que você acha do feminismo? E do
lesbianismo? Silêncio tenso. Resposta: “Minhas ideias sobre isso são qualquer coisa. Quero é
viver a minha vida”. (Cinema, ed. 488)
... As bissexuais – o livro que rompe o mundo dos homens e mulheres envolvidas no
bissexualismo. Revelações intimas de homens e mulheres que descobriram novos horizontes na
sexualidade. (Literaturas, ed. 522)
... As bissexuais – o livro que rompe o mundo dos homens e mulheres envolvidas no
bissexualismo. Revelações intimas de homens e mulheres que descobriram novos horizontes na
sexualidade. (Literaturas, ed. 518)
... Muitas pessoas, diz Simone, se espelham nela. “Tanto mulheres como homens entendidos.
A minha figura é bissexual. Não que eu não sinta uma mulher, mas fisicamente às vezes eu
confundo”. (Música, ed. 526)
... praça Tiradentes, ponto de reunião de foliões gays de todo o mundo. (Gente, ed. 490)
... Desistiu da ideia de passar pelo baile gay do cinema São José, apenas porque “o local não
oferece condição de segurança”. (Gente, ed. 492)
... O salgueiro vai desfilar este ano com 23 setores, e entre eles está a ala do gay people – “a ala
do Paraíso”. Segundo os diretores da escola, assim, separados, “eles não vão quebrar o enredo
nem abrir claros na escola”. (Show, ed. 491)
... Robbins descobre – e usa fartamente – o Gay Power. (Literatura, ed. 529)
... na boate gay paulista Medieval. (Gente, ed. 534)
... Assim, por exemplo, uma proposta de demissão de professor homossexual das escolas
públicas foi derrotada na Califórnia por 59% dos votos. Já na Flórida os eleitores decidiram
manter certos tipos de discriminação contra os homossexuais. (Internacional, ed. 532)
... sobre o patético desfile noturno de jovens homossexuais na Selma Avenue. (Cidades, ed.
532)
... Dentaduras sim, gays não, cigarros talvez. (Internacional, ed. 531)
... Já a demissão de professores homossexuais será sujeita a referendo na Califórnia. Os ânimos
andam especialmente exaltados em torno do assunto. Artistas como Jane Fonda, Burt Lancaster
e Tony Perkins engajaram-se na campanha, tomando a defesa dos homossexuais. E não foi só.
Houve ainda o ocorrido com um sacerdote da igreja Episcopal, William Bacus. No domingo
retrasado, ele terminou seu sermão com um lance dramático: confessou ele próprio é um
homossexual, e pediu aos paroquianos que votem contra a discriminação ao povo gay.
(Internacional, ed. 531)
... Outro Estado que deverá votar sobre direitos dos homossexuais é a Flórida. Depois de
derrotado em um referente similar, há um ano e meio o movimento gay de Miami recorreu a
nova tática. Desta vez, a medida de que proíbe a discriminação contra os gays se dispõe a
proteger também mulheres grávidas, inválidos e veteranos de guerra – o que certamente amplia
suas chances de aprovação. (Internacional, ed. 531)
Clipping

Figura 35. Comportamento, edição


535.
Figura 36. Comportamento, edição
535.
Figura 37. Comportamento, edição
535.
Figura 38. Humor, edição 487.
Figura 39. Dança, edição 508.
Figura 40. Dança, edição 508.
Figura 41. Dança, edição 508.
Figura 42. Internacional, edição 535.
Figura 43. Internacional, edição 535.
Figura 44. Comportamento, edição
494.
1979

Texto
... as personagens mais fazem discursos para a plateia que dialogam entre si. Márcio Souza,
além disso, revela em “Tem Piranha...” uma tentação muito grande por efeitos fáceis: dessa
forma, não falta o homossexual cheio de trejeitos, a candidata a miss pouco inteligente, o
americano representante de uma multinacional disposto a subornar o mundo. (Teatro, ed. 541)
... Apesar de uma versão maldosa espalhada pela impressa carioca, que atribuía o apelido a uma
inexistente ligação homossexual com o próprio cunhado, Fernando era conhecido como “C.O”.
por ter roubado uma prisão. (Crime, ed. 539)
... Mas o produto parece tão inadequado como uma absurda pornochanchada dirigida num
momento de descuido por Ingmar Berman. E postiço como um homossexual interpretado por
John Wayne. (Cinema, ed. 551)
... O que me deixou profundamente irritado foi eles terem transformado aquela personagem do
soldado num semi-homossexual. (Entrevista, ed. 560)
... Munheca rígida – Dois velhos machões numa frustrada fantasia gay. (Teatro, ed. 560)
... Dois senhores circunspectos, de meia idade, Tito e Abelardo ensaiam, sem sucesso, consumar
uma relação homossexual. (Teatro, ed. 560)
... Tito e Abelardo experimentam uma verdadeira atração um pelo outro. A perspectiva
homossexual emerge, em sua relação, como um jogo puramente mental, através do qual as duas
personagens aspiram contestar seus próprios padrões de conduta, introjetados de maneira que a
peça proclama ser definitiva. (Teatro, ed. 560)
... Homossexualismo – Sr. Diretor: A propósito de duas reportagens sobre homossexualismo
(VEJA nº 554 e 555), devo dizer que minha experiência profissional como psicólogo levam-me
a dois pontos interessantes: 1) ainda persiste a ideia de que o homossexual ativo não é
homossexual; 2) o homossexual passivo ainda é considera um sem-vergonha, o que ora o leva
a retribuir a punição com comportamento femininos estereotipados, ora a auto agredir-se
através de depressão, levando-o ao suicídio. Participo das opiniões do casal Master-Johnson
tudo é questão de aprendizagem, de escolha de vida. E, nessa hora, cabe-nos compreendê-los e
respeitá-los. (Cartas, ed. 557)
... O homossexualismo também. “Quando respondo carta de um homossexual”, diz Heleninha,
“passo a receber o dobro de cartas nos dias seguintes”. (Vida Moderna, ed. 556)
... no Teatro Glória, sobre dois senhores heterossexuais que de repente cismam de ter uma
relação homossexual. (Teatro, ed. 562)
... VEJA – O que leva as duas personagens de “Aqui e Agora” a imaginar uma relação
homossexual entre eles? (Teatro, ed. 562)
... VAGALUME – Homossexual passivo (nordeste). (Literatura, ed. 561)
... SAPATÃO – Mulher homossexual (nordeste, sudeste, sul). (Literatura, ed. 561)
... A verdade é que, olhado pelo prisma do homossexual, o heterossexual é um bandalho.
(Humor, ed. 567)
... Nos ônibus e metros podem ser encontrados, no meio do aperto, jovens estudantes que
acariciam mutuamente seus órgãos sexuais. Há mulheres que levantam cuidadosamente a saia
para ser tocadas pelo desconhecido e o homossexual que procura contatos à queima-roupa.
(Entrevista, ed. 571)
... VEJA – O homossexualismo costuma ser analisado no ocidente como uma forma de
comportamento, um desvio sexual ou uma doença. Como é na URSS?
STERN – Na URSS, o homossexualismo é um crime punido por lei, com penas de dois a cinco
anos. Apesar desses rigores, o fenômeno é muito difundido no país. Cálculo que hoje 10% da
população soviética seja homossexual. Um fator muito importante para a difusão do
homossexualismo são as prisões soviéticas, que posso afirmar com conhecimento de causa, pois
passei quase três anos no campo de concentração ITK-12, em Karkov. Ali, pelo menos 15%
dos detentos eram homossexuais. O homossexualismo imposto como violência, tanto por
guarda como por outros presos, é um instrumento de repressão. Nesse sentido, as prisões são
microcosmo da sociedade soviética. Não é possível avaliar a sexualidade soviética sem avaliar
a sexualidade das prisões. Nelas, que são o principal fator de desenvolvimento da
homossexualidade na URSS, costuma-se ameaçar os prisioneiros rebeldes – “Se você não se
corrigir, vamos fazê-lo um pederasta”. Depois de libertados, muitos continuam homossexuais.
De meus pacientes homossexuais, 80% haviam passado por campos de concentração e prisões.
O machão esconde o homossexual –
VEJA – O Senhor escreveu que o homossexualismo se difunde também no corpo diplomático
e nas Forças Armadas. Quanto aos militares, isso teria algo a ver com a associação que o senhor
faz entre machismo e homossexualismo?
STERN – Sim, acho que muitos botam uma farda para mostrar que são homens, o que talvez
não sejam tanto no íntimo. Para nós, o comportamento machista revela às vezes uma tendência
inconsciente à homossexualidade.
VEJA – E o homossexualismo feminino?
STERN – Este não é proibido na URSS. Mas, veja que coisa engraçada, nem na “Enciclopédia
Médica Soviética” existe uma referência ao comportamento sexual lésbico. Quando se fala em
lesbos é sono sentido geográfico de ilha grega. O que prova que não se fala dessas coisas na
sociedade soviética.
VEJA – Na URSS também existem lugares ou cidades preferidos pelos homossexuais?
STERN – Costuma-se dizer que os armênios possuem uma inclinação maior ao
homossexualismo e o que os homossexuais são encontrados principalmente nas cidades de
Leningrado e Odessa. Mas isso ainda precisa ser apurado com rigor científico. O que há são
lugares clássicos – os cafés especiais, os mictórios públicos ou, por exemplo, o banheiro do
Grande Hotel Metropol de Moscou. (Entrevista, ed. 571)
... O deputado, insistia Scott, queria livrar-se dele para evitar a divulgação de um caso
homossexual que ambos teriam mantido em 1963. (Datas, ed. 564)
... homossexual desencantado, mergulhasse cada vez mais fundo em seu ceticismo. (Teatro, ed.
572)
... Desde a década de 60, entretanto, a região foi progressivamente ocupada por homossexuais
e hippies. Na década de 70, prosseguiu a decadência de alguns cinemas, hoje palco de relações
sexuais entre casais sem dinheiro, hetero, homo ou bissexuais. (Cidades, ed. 577)
... um publicitário americano, um famoso escritor (homossexual angustiado pela perda iminente
do jovem amante), um espião da KGB, uma deliciosa cientista e uma superstar do cinema.
(Literatura, ed. 575)
... Em outra, uma ilustre dama do teatro inglês (Maggie Smith) digladia-se com o cônjuge
homossexual (Michael Caine) por causa da “discrepância biológica” que os separa. (Cinema,
ed. 585)
... Caça ao amor – um livro excitante. Um suicídio. Uma difícil experiência no casamento com
um homossexual. (Literatura, ed. 584)
... Doca Street – O moralismo sobreviveu, em detrimento da Justiça, no deprimente resultado
do julgamento de Doca Street. Se Ângela foi viciada, se foi homossexual, se foi infiel, não
caberia (não cabe) condená-la à morte. Se assim fosse a Justiça, deveríamos então nos armarmos
e saímos matando viciados, homossexuais e infiéis – e ‘até’ nos matarmos, pois nenhum de nós
é “bonzinho” a ponto de poder culpar os outros. (Cartas, ed. 583)
... Os doutores Sha Kokken e Frank Caprio também se distinguem pelo tom professora, mas
sobretudo pelo caráter enciclopédico de seus livros, “Seja Feliz na Sua Vida Sexual” e “Sexo e
a Mulher Solteira”. Liberais para com as perversões mais comuns, o uso de estimuladores e a
pornografia, eles mostram-se curiosamente reticentes – quando não abertamente contrários –
quanto à prática homossexual. Toda permissividade, para eles, deve ter vocação conjugal.
(Especial, ed. 587)
... Mas o segredo mais íntimo da teocracia iraniana é o fervor religioso que, em pleno século
XX, leva milhares de homens a aceitarem placidamente a pena de morte para adultério ou açoite
público para exemplar homossexuais – e os anima a uma “guerra santa” em plena era da guerra
nuclear. (Ideias, ed. 589)
... Ninguém diria, mas naquele exato instante ele militava, a seu modo, num movimento de
esquerda radical – a erradicação do machismo, tópico que, somado à luta pela emancipação da
mulher, do negro, à defesa da ecologia, à arregimentação dos jovens, à mobilização dos
homossexuais e à libertação de todas as classes, compõem seus programa de gozo da felicidade
aqui e agora, na terra, enquanto o socialismo não vem. (Comportamento, ed. 585)
... Em Havana, ele serviu de intérprete a um líder gay americano que pretendia levar o apoio de
seu movimento ao embaixador da Coréia do Norte. Quando a tradução chegou à palavra
“homossexual”, o embaixador quis saber o que vinha a ser isso. “Pessoa que tem relações
sexuais com gente do mesmo sexo”, esclareceram. “Isso não existe” retrucou o embaixador. E
encerrou a conversa. Atitudes como essa, generalizadas, impediram a esquerda de retonifificar
suas bandeiras de luta como o feminismo, o movimento dos negros, dos homossexuais, dos
preservacionistas; questões que, para Gabeira, não podem ficar embutidas nos problemas de
Classe. (Comportamento, ed. 585)
...Acusou a morta de “devassidão” e de “amores homossexuais”, mas não deu combate quando
Evaristo de Morais Filho mostrou ao júri que o próprio Doca reconheceu, numa entrevista a
Manchete, que participou de uma noite a três com outra mulher. (Justiça, ed. 581)
...Supermachos e homossexuais – os extremos se trocam. (Humor, ed. 562)
... Com isso o partido foi conquistando adesões sobretudo entre os jovens e certas minorias –
homossexuais, feministas, pacifistas. Enquanto os partidos tradicionais se ocupavam do
intricado jogo de poder na Itália, os radicais foram ocupando os espaços vazios. (Internacional,
ed. 559)
... Homossexualismo – Sr. Diretor: Lido com o público e, quanto ao homossexualismo, tenho
cá minha opinião. Estou seguro, há muito tempo de uma coisa: quanto mais protegem os
homossexuais, os negros, as prostitutas, etc. mais os reprimem, mais os deprimem. Creio que
cada uma dessas classes tem o dever de lutar, e a possibilidade, com suas próprias armas, para
que sejam elas mesmas e não meros protegidos de falsos bem-intencionados. (Cartas, ed. 558)
... Homossexualidade Feminina – As interligações entre homossexualidade de ambos os sexos.
Um estudo profundo do lesbianismo na sociedade moderna. Sua prática, causas e
consequências, analisadas e relatadas de forma livremente objetivas. (Literatura, ed. 557)
... Essa foi uma identificação com minha mãe. Acredito que o homossexualismo se estabelece
nos primeiros anos, quando a identificação predominante da criança é com o genitor do sexo
oposto. E o que ocorreu, nos Estados Unidos, é que os costumes sexuais são mais permissivos
e há mais relaxamento – a pornografia, por exemplo, é permitida. Isso permitiu aos
homossexuais, como eles mesmos dizem, sair do closet, de sua existência subterrânea, e exigir
seus direitos. (Entrevista, ed. 555)
... se admita relações sexuais antes do casamento e o que achava dos homossexuais. Ao ouvirem
estas últimas questões, as fãs do auditório davam gritinhos envergonhados. (Música, ed. 553)
... Por isso, o máximo de liberalidade que seu “Marrom Glacê” permite são os trejeitos
homossexuais do cozinheiro “Joaquim da Silva”. (Televisão, ed. 570)
... Marcuse, o refinado pensador judeu, sugere invariavelmente os meios estudantis, a explosão
das minorias gauches homossexuais e feministas, nomes de ex-alunos igualmente celebres –
como a americana Angela Davis, militante comunista acusada de subversão em 1972. (Ideias,
ed. 570)
... “Os homossexuais”, conta Anaïs Nin, “escreviam como se fossem mulheres. Os tímidos
escreviam sobre orgias. Os frívolos, sobre êxtases frenéticos. Os mais poéticos abandonavam-
se à total bestialidade e os mais puros, a incríveis perversões.” (Literatura, ed. 551)
... A cena, além de informar muito sobre as duas personagens, tem ótimo rendimento cômico
porque o espectador, sem saber que a jovem está para chegar, imagina que os dois são
homossexuais. (Teatro, ed. 551)
... Sr. Diretor: Achei ridícula a resposta que a senhora Gal Costa deu sobre as predileções
homossexuais que lhe atribuem. Se não quisesse responder, ficasse calada. Ou então
respondesse sem ferir o público “gay”, que é a maioria entre seus admiradores. (Cartas, ed. 547)
... Sr. Diretor: Perguntada se teria predileções homossexuais, Gal Costa respondeu a Veja: “Que
absurdo” Sou absolutamente feminina...” Pode ser que, agora, ela esteja querendo mudar, mas
todo mundo aqui na Bahia sabe que ela declarou a um jornal baiano, na época de um show
“Com a Boca no Mundo” que ela era “agressivamente livre e bissexual” e que, na cama, “não
via diferença entre homem ou mulher”. De qualquer jeito, ela é mesmo a melhor cantora do
brasil. Pelo menos é o que dizem, não é? (Cartas, ed. 546)
... Sr. Diretor: A capa com a fotografia da gostosíssima Gal Costa é a mais bonita que a VEJA
publicou até hoje. Na reportagem, o único deslize foi dado pela própria, ao responder à
“acusação” de que tem predileção homossexuais. (Cartas, ed. 546)
... 1974 – A ITT (quem diria?) proíbe, na empresa, discriminação contra homossexuais.
(Humor, ed. 539)
... São apresentados como doenças oito distúrbios sexuais, como “ejaculação precoce”, “desejo
sexual inibido” e “transexualismo”. Mas, tal como na segunda edição de 1973, o
homossexualismo não consta na lista de doenças mentais por ser considerado comportamento
normal. (Medicina, ed. 540)
... Homossexualismo, sadomasoquismo, pedofilia, voyeurismo entram em cena sem inibições.
(Especial, ed.587)
... Essa postura individual acabou influenciando o plano social. A valorização da identidade, a
maior tolerância para com as diferenças individuais, por exemplo, permitiu que os
homossexuais masculinos e femininos afirmassem como nunca seu direito de exercer livre
arbítrio sexual – não travestidos, mas tentando viver e agir como pessoas normais. Da mesma
maneira, os movimentos feministas gritaram menos e conquistaram mais. As descasadas –
mulheres que rejeitaram a subordinação escolhendo a autonomia – são um importante fenômeno
dos anos 70. (Comportamento, ed. 590)
... Política e orgasmo – “Em suas relações sexuais, os extremistas políticos, tanto de esquerda
como de direita, são geralmente incapazes de atingir o orgasmo.” Esta é a conclusão de um
artigo publicado recentemente numa revista cientifica alemã – Sexualmedizin –, com base numa
pesquisa realizada em 1971 entre 336 estudantes da Universidade de Heidelberg, na épica,um
centro que reunia um considerável número de militantes radicais. Outras conclusões do artigo:
“Os extremistas de ambas as tendências têm sensações desagradáveis durante qualquer tipo de
atividade sexual. Eles frequentemente são assaltados por fantasias sadistas ou masoquistas,
durante as quais sentem prazer em torturar ou ferir alguém ou então ser punidos por outros.
Ambos os grupos inibem a prática de atividades homossexuais, embora geralmente considerem
que têm tendências homossexuais”. Enfim, o artigo afirma que muitos extremistas de esquerda
– inclusive membros do desbaratado grupo alemão Baader-Meinhof – confessaram sentir
frequentemente “algo próximo da excitação erótica quando envolvidos em manifestações ou
discussões políticas acaloradas”. (Internacional, ed. 552)
... Fernando Gabeira, ex-terrorista e ex-banido, credenciou-se, no fim da década, com a anistia,
a ser o primeiro militante gay da esquerda brasileira. (Gente, ed. 590)
... Perdido no espaço – ex-líder do Gay Power adolescente inglês, constante transformador de
sua imagem artística Bowie é, antes de tudo um artista fascinado pelas ideologias do showbiz.
(Música, ed. 583)
... Ele porém, se considera líder gay mas não só isso. Feminista, mas não só isso. Guru da
juventude, mas não só isso. Devoto da ecologia, mas não só isso. Sua auto definição é a que
deu à menina da praia: “um político, minha filha”. (Comportamento, ed. 585)
... “A mais Adorada” pela comunidade gay brasileira. (Música, ed. 581)
... Movimentando-se entre épocas tão separadas, o pernambucano Aguinaldo Silva (combativo
fundados do jornal Lampião, que surgiu na literatura brasileira no início dos anos 60,
adolescente autor do romance “Redenção para Job”) monta um intrigante enigma, e uma
irretocável, embora pouco ortodoxa, lição de História. (Livros, ed. 574)
... Hamilton, o Zorro gay: (Ou seja, alegre” – Depois do êxito de “Amor à Primeira Mordida”,
o aturo americano George Hamilton, conhecido como “o Drácula da Discoteca”, anuncia agora
o “Zorro, o Gay”. Alguma insinuação sobre o verdadeiro caráter das relações entre o herói
mascarado e seu amigo índio “Tonto”? “Não, Zorro comporta-se frivolamente mas é um
chauvinista não assumido que esconde seu temperamento agressivo”, diz Hamilton. E
completa: “Estamos pondo a palavra gay de volta a seu lugar”. Afinal, antes de querer dizer
“homossexual”, o adjetivo gay sempre significou “alegre”. (Gente, ed. 571)
... e havia grupos tão diversos como os Gays Panthers, ou “Panteras Cinzas” – que defendem
os direitos dos idosos -, os ecologistas, o ínfimo Partido Comunista, o movimento gay, as
“Mulheres pela Paz, e até um certo “Centro de Washington contra o Estupro”. (Internacional,
ed. 558)
... A estreia de “Banho de Cheiro” foi prestigiada por um grupo de travestis que a elegeu
“Rainha da Mocidade Gay”, com direito a manto, cetro e coroa. (Show e Música, ed. 552)
... quatro shows por noite em boate gays da praça Mauá. (Música, ed. 553)
... Justamente por não se tratar de uma militante, pode parecer estranho que a atriz Ângela Leal
tenha sido eleita “rainha” da florescente comunidade gay do Rio de Janeiro. A razão é mais
remota: filha do empresário Américo Leal, produtor de revistas e dono do teatro Rival, Ângela
viveu praticamente toda sua vida entre travestis. Estimada no meio, ela acha que não deve
satisfações a ninguém: “estou aí é para embaralhar a cabeça das pessoas”. Após o que afirma
com seriedade: “E se o movimento (gay) é de minoria, acho que devo apoiar”. (Gente, ed. 551)
... De fato, alguns deputados mineiros recorreram a argumentos que comprometem tanto o
decoro parlamentar quanto a inteligência de seus autores. “Com aquele jeito gay, ele não faz
meu gênero, não”, justificou-se o deputado Sylo Costa, eleito pelo Arena, conhecido por sua
falta de equilíbrio nas temporadas de caça a comunistas e, agora, por uma inédita falta de
compostura no trato de uma questão parlamentar que envolve um cardeal. (Brasil, ed. 587)
... Justo o livro de Gabeira que não esconde em nenhum momento sua condição de bissexual.
(Comportamento, ed. 585)
... Lésbica Full-time - O que torna o livro particularmente desagradável para ele é que a mulher,
bissexual nos tempos de solteira, revela que, após alguns anos de casamento, optou pelo
lesbianismo em tempo integral. (Cinema, ed. 557)
... bissexual de 34 anos que aceita a incumbência de apurar quem é Kelly Kalki. (Cinema, ed.
572)
... Enquanto pratica a liberdade sexual inerente ao homem na mentalidade pré-moderna, Edgar
a condena nas mulheres, nos homossexuais e nos bissexuais. Mas o problema e que o autor se
solidariza com a visão de seu personagem e pune com a morte uma moça de mentalidade mais
moderna do que o jovem repórter. (Literatura, ed. 560)
... Nessa perspectiva, ela procurou dar muito mais importância aos prazeres da submissão sexual
que ao erotismo propriamente dito. Hoje, algumas dessas narrativas cheias de masoquismo,
sadismo, lesbianismo, sexo grupal, incesto, ninfomania e necrofilia parecem quase bem-
comportadas enquanto outras só valem pela curiosidade. (Literatura, ed. 551)
... Perguntado sobre as cenas de lesbianismo, Guerreiro afirmou: “Coisa muita séria, hein? Eu
sabia que na França tinha isso, aqui não. Quando nós fazemos a fiscalização, eles estão
apresentando show musical, que é o registro que temos aqui”. (Comportamento, ed. 584)
... E uma grande amiga de Eleanor, a jornalista Rhoda Lerman, diz te pesquisado por vários
anos tudo que havia a seu respeito, sem ter visto “nenhuma evidência” de relações físicas de
Eleanor “com qualquer das mulheres lésbicas que tinha entre suas amigas íntimas”, acreditando
que “ela realmente preferia os homens”. Rodha afirma que esteve “atenta aos indícios de
comportamento lesbiano” do grupo em que se incluía a primeira dama, e procura minimizá-los:
“Não estou seguro, mas suspeito de que se tratasse mais de um namorico de escoteiras”.
(Internacional, ed. 582)
... E quanto ao bissexualismo, acho que é e será a sexualidade dos anos 80, acabando com a
ditadura do machismo, a marginalização do homossexualismo e falta de consistência do
feminismo. (Cartas, ed. 587)
... se faz de mulher para um outro preso, igual aos travestis. O travesti: “O boy, ele é feito, ele
é criado na marra, forçado. O travesti já é de, já vem de longo tempo, já vem da rua e o boy da
cadeia é feito aqui” (Livros, ed. 583)
... Também aparece no filme o travesti Eloína, mesmo nome e ocupação de uma testemunha
que depôs num processo contra Mariel. (Justiça, ed. 584)
... Potassa de la Fayette: o travesti modelo de Dali. (Fotografia, ed. 586)
... para o qual, aliás, tentaram se inscrever, sem sucesso, alguns travestis. (Vida moderna, ed.
571)
... Mais força ao teatro depois que interpretou um travesti na peça. (Teatro, ed. 572)
... e o travesti Valéria. (Teatro, ed. 557)
... Assim, em o “Amor do poeta”, Charleston e academicismo, travestis e musas, figuras das
antiga e nova mitologias, como Pégaso e motociclistas, vão tecendo a lógica deste desordenado
processo psicanalítico, que termina com a absolvição do protagonista. (Dança, ed. 559)
... Uma beleza, como ele define, bem diferente dos “travestis” ou seja, “as mulheres
excessivamente maquiladas que habitam as capas das revistas”. (Gente, ed. 550)
... Na fotografia menos, uma tradição que se renova na cidade gaúcha de Pelotas: os blocos de
travestis. (Show, ed. 548)
...Padre gay, não. Só heterossexual pode ser sacerdote – Mais uma derrota dos homossexuais
religiosos. Por 99 votos a 34, a Casa dos Bispos da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, uma
das primeiras a ter aceitado a ordenação de mulher, rejeitou, segunda-feira, em Dever,
Colorado, uma moção que propunha a aceitação de homossexuais como candidatos ao
sacerdócio. Em 1976, os bispos episcopais haviam declarado os homossexuais “filhos de Deus”,
com iguais direitos a outros crentes, menos a ordenação – e isso foi agora reafirmado. A decisão
contrariou as expectativas, pois na véspera da votação, dos 37 bispos que tomaram da palavra
sobre o assunto, apenas quatro falaram contra a ordenação dos homossexuais. De qualquer
modo, no mesmo dia ada votação, uma candidata a sacerdotisa, Evelyn M. Monahan, entrou na
Corte Superior de Fulton, Geórgia, com uma ação contra a Igreja Episcopal, que teria negado
sua ordenação sob a alegação de que é lésbica militante e envolvida em magia negra. Afirma o
pedido de ação que os órgãos da Igreja Episcopal não ouviram a defesa, direito assegurado em
qualquer circunstância pela Constituição dos Estados Unidos.
Na reunião da Casa dos Bispos e da Casa dos Deputados – os dois corpos legislativos da Igreja
Episcopal, que tem 2.8 milhões de membros nos Estados Unidos –, um dos poucos que falaram
contra a ordenação de homossexuais foi William Zollinger, de Denver – os outros três oradores
contrários aos homossexuais também eram dessas cidades. Ele contou que tinha sido um
homossexual atuante durante 8 anos. Mas agora, aso 24, tinha recentemente entregue sua vida
ao senhor e mudado de preferência sexual, ao aceitar Jesus como meu Salvador pessoal.
No fim, os bispos acabaram aprovando uma única resolução: Nós reafirmamos o ensinamento
tradicional da Igreja sobre o casamento, a fidelidade conjugal e a castidade sexual como padrão
de moralidade sexual crista. Os candidatos a ordenação, portanto, devem conformar-se a esse
padrão. Não acreditamos apropriado para esta igreja já ordenar um homossexual praticante ou
qualquer pessoa envolvida em relações heterossexuais fora do casamento. Resta ver a decisão
da Justiça americana. (Comportamento, ed. 557)
... Na primeira carta são permitidas algumas bem-educada dicas sobre as preferências sexuais
do casal e, nesse ponto, aparecem praticamente em todas acartas claras condições ao
homossexualismo e ao sadomasoquismo, bem como a drogas, bebida em excesso e qualquer
forma congênere de criar embalo. O Homossexualismo feminino, contudo, é oferecido por
muitas mulheres e aplaudido por seus maridos. (Vida Moderna, ed. 588)
... Os dois pesquisadores acharam de tudo: homens interessados em duas mulheres e homens
interessados em dividir sua mulher com um parceiro, mas não apareceu um só homem se
oferecendo para fechar cerco com um homossexual. (Vida Moderna, ed. 588)
... Não toleramos homossexualismo masculino. Aceitamos o ménage com mais uma mulher.
(Vida Moderna, ed. 588)
... As mocas que praticam o travestismo.
... A essa incomum tendência da fêmea à prostituição, o biólogo americano Randy Thornhill
descobriu agora que corresponde uma ainda mais rara compulsão do macho ao travestismo.
Para conseguir o alimento sem maior trabalho, alguns machos escondem seu aparelho genital,
passando por fêmeas e aceitando as ofertas de outros machos. O alimento assim obtido é levado,
aí sim, a fêmeas autênticas, em troca de seus favores sexuais. De acordo com as pesquisas de
Thornhill, além de viverem mais tempo, por se exporem menos aos predadores, os travestis
poupam tanto tempo na busca do alimento que conseguem copular até uma vez e meia mais do
que outros machos. (Ciência, ed. 570)
... Homossexuais e democratas cansados de Khomeini. (Internacional, ed. 569)
... Quem anda atrás de Khoomeini, segundo a oferta divulgada pelo jornal italiano La Stampa,
são homossexuais de vários países, revoltados contra o fuzilamento de gays iranianos sob
ordens do aiatolá. Reunidos em duas organizações, a italiana Frente Unida dos Homossexuais
Revolucionários (Fuori) e a Associação Internacional dos Gays, os homossexuais querem
sequestrar Khomeini, de 79 anos, para julgá-lo na Itália por delitos contra a liberdade sexual.
Conta mesmo que já estão tratando do aluguel do palácio de Esportes de Turim para o
Julgamento. (Internacional, ed. 569)
... O pecado mora ali, acreditam certas famílias cariocas. Nos anos 50, playboys ensandecidos
cruzavam o corredor de boates e cinemas no dorso de automóveis sem capota. O jogador de
futebol Almir, apelidado de Catimbeiro, morreu num dos restaurantes, finalmente vencido
numa briga. Reinam os homossexuais, às vezes correndo espavoridos da polícia da delegacia
em frente. (Show, ed. 540)
... Uma homenagem ao público gay que o idolatra? Eu não admito que coloquem estandartes
na minha mão, desmente Ney. Além do mais não sou uma coisa só. Sou amplo. (Show, ed. 540)
... Sua plateia na quarta-feira passada recebeu as Frenéticas, um travesti, os atores do grupo
Asdrubal Trouxe o trombone, um decorador da alta sociedade, os frequentadores do Sótão e
uma enorme maioria de casais homossexuais. (Show, ed. 540)
Clipping

Figura 45. Ciência, edição 555.


Figura 46. Ciência, edição 555.
Figura 48. Internacional, edição 569.

Figura 47. Ciência, edição 554.


Figura 49. Comportamento, edição
581.
Figura 50. Comportamento, edição
590.
Figura 51. Justiça, edição 584.
Figura 52. Justiça, edição 584.
1980

Texto
... P. H. A.F., que confessou serenamente o crime sexta-feira passada, tem 14 anos, sobrenome
obscuro e uma versão que não se ajusta às hipóteses de lesbianismo, orgias sexuais, ciúme,
tráfico de entorpecentes e chantagens, aventadas pela imaginação policial. (Crime, ed. 595)
... Segundo o ex-terrorista Lúcio Flávio regueira, 35 anos, hoje dedicado à defesa das minorias
sexuais – afastou-se do Pasquim na semana passada, incomodado com o tratamento que o
semanário deu ao lesbianismo –, o fenômeno que os reuniu na Pires de Almeida foi a “busca
da identidade”. (Brasil, ed. 598)
... quem chega é uma mulher, loira, esbelta e aparentemente lésbica, que também usa revólver
para arrancar da pobre esposa um contato que ela no fundo deseja. (Teatro, ed. 638)
... Minorias: No caso dos homossexuais e das lésbicas, estamos à frente de problemas
psicológicos, respeitáveis sim, mas antes do interesse dos médicos que dos sociólogos e
políticos. Não lhe atiro pedras. Mas, como contrariam a natureza, o que desejaria é que fizessem
as pazes com ela”. (Brasil, ed. 613)
... A mãe, que tivera de apresentar certidão de virgindade para casar-se, dada sua fama de
desmiolada, foi acusada no julgamento da tutela até de lesbianismo com uma mulher da família
britânica. A tia acabou ganhando a tutela da menina – para anos depois descobrir-se que a tia é
que era lésbica. (Gente, ed. 615)
... “Manhattan” deixa Woody Allen para viver com uma lésbica. (Cinema, ed. 598)
... Mas o que lhe interessa é menos o grande desfile das escolhas que o que ele chama de “o
carnaval da sombra”: os travestis, os blocos de sujos ou as personagens solitárias e estranhas
que vagam pelas ruas. (Arte, ed. 598)
... Sua primeira mulher era uma professora que virou mística e a segunda deixou-o para viver
com uma lésbica. (Cinema, ed. 591)
... Mais incisivo, o horóscopo traçado por Carvalho diz que o consulente “pode ter problemas
sexuais, inclusive na área do homossexualismo”, sustenta que ele “se sentira muito melhor
como jornalista que, por exemplo, como médico” e sugere a possibilidade de ser um exilado
político”. Os dados do teste referiam-se ao jornalista Fernando Gabeira, exilado em 1969 por
ter participado do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick e que apareceu nas
páginas dos principais jornais e revistas do país recentemente por suas críticas à postura
tradicional das esquerdas e por sua opção em favor do bissexualismo. (Comportamento, ed.
605)
... Ninguém seja enganado: “O Crepúsculo do Macho” não é a alvorada do bissexual. Apesar
do que insinua o título, escolhido com a deliberada esperteza de aproveitar as últimas luzes do
verão passado. (Literatura, ed. 623)
... A Geni criada por Chico Buarque é o apelido de Genivaldo, um travesti que figura como
personagem de sua “Ópera do Malandro”, em cartaz em São Paulo desde outubro passado.
(Comportamento, ed. 592)
... Também há o último número da revista Fatos e Fotos que colocam Khomeini diante de um
travesti como os seios expostos. O que diriam os judeus se a foto mostrasse um grande rabino?
Ou os católicos se a foto mostrasse o papa? (Entrevista, ed. 599)
... Assim, um dia, foi procurar o conselho do remetida mais próximo, cujo eremita, tirando o
traje de califa com que estava vestido – o eremita era meio chegado a um travesti – lhe disse: -
quantas pessoas ao todo moram em seu budoar? (Humor, ed. 598)
... O que não impediu, porém, que uma das presenças mais notadas da festa fosse um fulgurante
travesti com vestido de brocado branco e sapatos dourados de salto alto. (Gente, ed. 601)
... A foto de um papo ou de um rabino nunca será publicada ao lado de uma macaca ou de um
travesti seminu, pois consideração desses líderes espirituais é diferente da que o povo tem de
Khomeini. Nunca se ouviu falar de papas ou de rabinos querendo impor sua vontade e sua fé
por meio de sequestros. (Cartas, ed. 600)
...Travestis – Está de parabéns o delegado Wilson Richetti, responsável pela “Operação
Rondão”, que pretende limpar o centro de São Paulo de prostitutas, travestis e desocupados.
(Cartas, ed. 617)
... Seu show é levado na praça Tiradentes, um dos pontos de encontros dos travestis cariocas.
(Show, ed. 600)
... A quixotesca rotina de Arthur para salvaguardar os direitos de sua clientela é inteiramente
inútil: um travesti negro, suspeito de assalto, a quem prometera livrar das grades, suicida-se.
(Cinema, ed. 630)
... Seu cadáver, um travesti italiano que se transforma na mulher mais cobiçada do Rio de
Janeiro, tem o fascínio dos grandes assassinatos. (Literatura, ed. 636)
... Milionário, viveu os últimos 26 anos ao lado de Paul Novak e divertia-se com a lenda de que
ela, Mae, era um travesti. (Memória, ed. 639)
... Em Brasília, há dois anos, atirou num travesti que lhe dera um tapa no rosto. (Brasil, ed. 641)
... ou o travesti Rogéria. (Cinema, ed. 641)
... TIMÓTEO – Como usava um anel muito grande, tirei sangue não está certo esse negócio de
artista passar e ser chamado de bicha.
VEJA – Isso ainda acontece?
TIMÓTEO – Já não me incomodo com essas coisas. Hoje em dia, aliás, os garotos é que são os
mais entendidos. Estão a fim de arranjar uma grana e por isso, para eles, todo artista é bicha.
Gostaria de dizer, aqui, que o jovem brasileiro é muito burro. Tenho 43 anos e quem está
comigo, já há nove anos, tem 27. Do lado de lá, há um comportamento marcado pela burrice.
VEJA – As músicas que você canta, com letras que falam de ligações homossexuais, não
deixam um artista expostos a agressão desse tipo?
TIMÓTEO – Minhas letras geralmente têm duplo sentido, não uso linguagem direta em músicas
assim. Mas nós sabemos que o problema do homossexualismo atinge uma porcentagem muito
grande da humanidade. O terceiro sexo já está em segundo há muito tempo. Eu realmente gosto
muito de ver o problema do homossexual. Gosto de frequentar certos locais em que aparece
muita gente bonita, muita gente estranha – normal ou anormal, não importa, como não importa
se são sadias ou não. Geralmente, não são sadias: as drogas estão tomando dimensões
assustadoras no Brasil. Vou a esses lugares e paquero. Se estiver com vontade de sair com
alguém, saiu e tudo bem.
VEJA – Existe algum preconceito contra homossexuais nos meios artísticos?
TIMÓTEO – Hoje a barra está muito mais leve, talvez pela constante aparição na TV, de
elementos que só faltam dizer: “Eu estou aqui e sou assim. Se me querer assim, muito bem, se
não querem, amém”. Acho até que os horários desses programas não são muito bons. Um garoto
de 10 anos que assiste determinadas evoluções de determinados artistas de TV pode ter
tendências para o homossexualismo. Se tiver, já estará aprendendo. É uma aula completa de
como não se deve ser. A discoteque também é um negócio que leva ao homossexualismo. Acho
que a discoteque é uma criação de costureiros ou de cabeleireiros. O que existe ali de homem
rebolando, com bigode e tudo... Eu, pelo menos, não faço isso nunca... Muita gente pensa que
sou uma boneca. Não tenho nada de boneca. Sou até másculo demais, embora entenda
profundamente o problema do homossexual. Aliás todo homem tem um pouco de homossexual:
se não for depois de adulto, foi quando criança. (Entrevista, ed. 593)
... os horrores da noite nova-iorquina povoada de rufiões, homossexuais, toxicômanos e
prostitutas. (Cinema, ed. 592)
... Papai e Papai – Homossexual grávido deixa todo mundo perplexo. (Teatro, ed. 599)
... são dois homossexuais cuja ligação amorosa, depois de cinco anos. (Teatro, ed. 599)
... No que diz respeito aos homossexuais, embora seja encenada numa casa especializada em
espetáculos para eles, “Supermem” é até algo conservadora, já que, ao usar a condição dos
homossexuais principalmente como motivo de riso, apenas reforça estereótipos sobre eles.
(Teatro, ed. 599)
... E os homossexuais, através de seu bravo, Lampião, articulam-se pelo Brasil inteiro. (Ponto
de vista, ed. 597)
... Influenciados por esses grupos nos anos seguintes, surgiram três: o Pró Mulher, que reúne a
fina flor do feminismo acadêmico (entre elas, as sociólogas Eva Blay e Heleith Saffioti e a
professa de Direito da PUC Silvia Pimentel); o Grupo Feminista 8 de Março, formado por
estudantes da Pontifícia Universidade Católica; e a Ação Lésbica-Feminista do grupo Somos,
orginalmente uma associação de homossexuais masculinos. As militantes desse grupo
consideram-se feministas porque entendem que a palavra significa a procura da mulher pro uma
identidade feminina e “por valores não marcados pela cultura machista”. (Comportamento, ed.
602)
... “Os jornalistas são aborrecidos os iranianos são homossexuais” (Gente, ed. 608)
... “Será que Gracindo Jr não é mesmo Gay? Pelo modo como fala, pelos gestos, seria capaz de
jurar que é”. Não é. (Teatro, ed. 603)
... Enfrentando os bailarinos caçadores e namorando as camponesas, acenando para o público
com trejeitos ‘gay’ ele acaba involuntariamente sintetizando o espírito da companhia. (Dança,
ed. 607)
... Primeiro grupo teatral brasileiro a empunhar com humor inteligente a bandeira do Gay
Power. (Show, ed.630)
... Pois sua grosseira receita habitual é aqui fartamente distribuída às multidões que invadem os
cinemas: nu frontal masculino e feminino, sexo oral, sadomasoquismo, homossexualismo
explícito e até uma grotesca cena de zoofilia. (Cinema, ed. 636)
... Outra classificada, Lecy Brandão, repete mais um samba de sua safra gay (Escancara a
verdade e ama essa tal criatura que envergonhou a cidade). (Música, ed. 606)
... É um investimento importante na carreira desta ex-rainha do poder gay organizado e atriz de
musicais ou filmes de sucesso como “Um Violinista no Telhado” ou “Havaí”. (Datas, ed. 606)
... de 306 membros, trinta delegados gays. (Internacional, ed. 624)
... Ativistas do movimento gay, por sua vez, quiseram impedir a filmagem de “Cruising”, com
Al Pacino, que retrata o submundo homossexual. (Internacional, ed. 636)
... procura tratar do tema como clareza e objetividade, não hesitando em abordar tabus como o
aborto, fantasias, homossexualismo e métodos anticoncepcionais. (Sexo, ed. 637)
... Barroso: contra a apologia do homossexualismo. (Gente, ed. 613)
... Ele, que foi expulso dos Estados Unidos por consumo de maconha, queria salvar o mundo
das drogas, do adultério, do homossexualismo, do infarto, enfim. (Show, ed. 614)
... Quanto a vida sexual livre para solteiras e legalização do aborto, ela não está tão certa –
homossexualismo, elas são contra. (Especial, ed. 629)
... Uma análise superficial do homossexualismo. (Teatro, ed. 629)
... Os tempos novos são de ressaca política, cultural e comportamento para um povo que
assimilou uma verdadeira revolução – Vietnã, Watergate, drogas, homossexualismo – em
pouco mais de dez anos. (Matéria de Capa, ed. 612)
... Posaram, oferecendo inclusive cenas de homossexualismo, se a imprensa quisesse. Isso
diante do delegado hipoteticamente tão bravo em apurar mistérios, mas certamente inepto para
cuidar dos bons costumes em sua jurisdição. (Brasil, ed. 610)
... “Emmanuelle” prefere abusar do homossexualismo, trocando com idêntico senso de
oportunidade os clássicos assentos do automóvel por acrobacias em pleno ar. (Cinema, ed. 610)
... Agora pode – fotos de nu frontal, sim. Homossexualismo, não. Em Brasília, na terça-feira
passada, José Vieira Madeira, chefe da Divisão de Censura, reuniu cerca de vinte editores de
livros e revistas destinadas ao público masculino. “Chamei-os para anunciar que, a partir de
agora, acabou a censura prévia a suas publicações. O assunto passa a ser responsabilidade
exclusiva dos editores”, anunciou ele. Madeira afirmou também que eventuais abusos serão
julgados à luz do Código Penas. As revistas continuarão indo às bancas envelopadas em plástico
e com o aviso de que sua venda é proibida a menores de 18 anos. Ainda estão proibidas fotos
de atos sexuais, masturbação e homossexualismo. Mas nu frontal pode. (Censura, ed. 600)
... Timóteo também falou sobre as numerosas brigas em que já se envolveu, homossexualismo,
futebol e até política. (Entrevista, ed. 593)
... Delineia-se em torno de chauvinistas decadentes, adolescentes que transam amor e drogas
sem pecado, desinibidos swingers, homossexuais assumidos – mas no final vence a moral
tradicional. (Cinema, ed. 622)
... VEJA – O senhor receberia no Palácio uma comissão de homossexuais?
MALUF – Não vejo por que receber. Se eles tiverem alguma coisa importante a tratar, há o
secretário da Promoção Social, o secretário da Saúde, o secretário da Educação. Em alguns
casos, por sinal, eles têm recorrido ao secretário da Segurança Pública... Ultimamente, eles até
andam um pouco revoltados por causa da limpeza que tem sido feita no centro da cidade. São
coisas da cidade grande. Eu me recordo de que, quando me casei, morava no mesmo bairro
onde hoje moro e então podia sair à noite com minha mulher, dar uma volta no quarteirão, hoje,
já não se pode mais. (Entrevista, ed. 623)
... Incorreta a inclusão de homossexuais entre os marginais presos no centro de São Paulo, como
se eles fossem naturalmente suspeitos. Ser homossexual não é crime ou doença: apenas indica
uma preferência sexual. (Cartas, ed. 617)
... defensores do aborto, representantes de índios americanos, homossexuais e minorias
variadas. (Internacional, ed. 624)
... Afinal, as bases eleitorais dos democratas estão muito mais representadas pela máquina
política que por grupos amadores, como os homossexuais ou os defensores da energia solar –
e, afastando-se das bases, o partido afasta-se dos votos. (Internacional, ed. 624)
... censura aos homossexuais. (Brasil, ed. 618)
... Cauteloso ante o risco de efetivar um pornô filme recheado de insinuações homossexuais a
partir de tão nevoento triângulo amoroso. (Cinema, ed.616)
... E, assim, incluir no êxodo os que o governo declara “indesejados” do regime, entre eles
criminosos comuns, prostitutas e homossexuais. (Internacional, ed. 610).
... Para encobrir sua incapacidade, o ator João Carlos Barroso não precisava ferir os
homossexuais, já cansados de serem humilhados neste Brasil machista. (Cartas, ed. 615)
... Em 15 dias delegado Wilson Richetti, responsável pelo policiamento civil do centro de São
Paulo, colocou na cadeia, para triagem, quase 4000 pessoas – sobretudo prostitutas,
homossexuais, travestis e desocupados – numa operação que agitou a noite paulistana. (Polícia,
ed. 615)
... Correta, mas quase sempre acadêmica, com uma psicologia artificial que cria tipos caricatos,
não se distingue até que ponto os preconceitos contra os personagens homossexuais e femininos
são do narrador, Charles, ou da própria autora. (Livros, ed. 607)
... Entre os refugiados há, na verdade, “um grupo de ladrões de todos os tipos, homossexuais,
prostitutas e até doentes mentais”, como admitiu o próprio Ministério das Relações Exteriores
do Peru. (Internacional, ed.606)
... Em 1977, o deputado estadual Inocêncio de Oliveira, do extinto MDB, acusou num dos
jornais o deputado federal Mário Frota, do mesmo partido, de frequentar pontos de encontro de
homossexuais em Brasília. No artigo de resposta, Frota afirmou que costumava frequentar
motéis de Manaus em companhia da mulher de Oliveira. (Brasil, ed. 605)
... Serrault e Tognazzi: homossexuais sim, mas como muita dignidade. (Teatro, ed. 605)
... A novidade, no caso, está no peculiar detalhe de que o casal anfitrião é formado por dois
homossexuais, juntos há vinte anos. (Teatro, ed. 605)
... “As pessoas ainda têm certa condescendência para com os homossexuais, os alcoólatras e
outras minorias. Mas para com os fumantes não há nenhuma tolerância.” (Medicina, ed. 606)
... Nudismo, palavrões, homossexualismo e uma chocante cena de estupro fazem da pela “os
Romanos na Grã-Bretanha”. (Teatro, ed. 635)
... Ao falhar nesse objetivo, ele recorreu ao nudismo e ao homossexualismo mais descarados.
(Teatro, ed. 635)
... se Caetano tem um lado homossexual, eu desconheço. (Gente, ed. 591)
... e um homossexual (Ítalo Rossi). (Teatro, ed. 603)
... um negro valente morto numa briga com o homossexual Madame Satã, depois de retratar
fielmente cenas cariocas em sambas sempre inspirados. (Show, ed. 602)
... um jornal sensacionalista passa a ridicularizá-lo como homossexual. (Teatro, ed. 601)
... até que consegue disfarçar sua condição de homossexual. (Cinema, ed. 605)
... por exemplo, a suspeita de que Bücher, solteiro e quarentão, era homossexual. (Literatura,
ed. 623)
... Sempre achei o ator João Carlos Barroso meio canastrão e quando soube de sua recusa em
fazer um homossexual na série “Malu Mulher” tive certeza. Um bom ator deve saber representar
os mais variados personagens, principalmente os que nada têm a ver consigo. (Cartas, ed. 615)
... Nesses sete dias, entre um e outro show, ela ameaça seu empresário (Alan Bates) de tirar um
ano de descanso, retomar um antigo caso homossexual e imagina ter encontrado o amor
autêntico na figura de um chofer. (Show, ed. 613)
... O ator João Carlos Barroso, 30 anos, recusou, com uma ponde de mau humor, o papel de
homossexual na série “Malu Mulher”. Ele viveria um “casamento” com o bonitão Kadu
Moliterno (“Buno Simpson” da novela “Água Viva”) no episódio “A coisa que Deu Certo”,
texto de Roberto Freire, mas desistiu: “É uma verdadeira apologia do homossexual, que não
tem nada a ver comigo. E, além do mais, meu negócio é mulher”. (Gente, ed. 613)
... Sandra Sá, autora de “Demônio Colorido”, fez afinada apologia homossexual. Com voz
firme, ela elogia a “amiga de olhos verde”, seu demônio favorito. (Música, ed. 611)
... está morrendo o preconceito segundo o qual mulher que dança é vagabunda e o homem é
homossexual. (Dança, ed. 611)
... Aos poucos, se afasta a conotação homossexual que ainda costuma ser associado ao bailarino.
Tarciso Salvaterra, 26 anos, músico do conjunto Cão Fila e aluno de ballet clássico, dança
moderna e jazz da academia paulista Amanda e Verônica, afirma: o hábito não faz o monge;
visto mala de ballet e sapatilha, e não sou homossexual, enquanto muito executivo de paletó é
gravata não pode se gabar de sua masculinidade. (Dança, ed. 611)
... Tempo de caça, homossexuais recifenses enfrentam o crime – Assustados com o que
considera a abertura da temporada de caça aos homossexuais – três deles foram assassinados
no Recife nos últimos cinco meses –, o movimento gay pernambucano resolveu cuidar da
segurança de seus integrantes. Trata da primeira reação organizada de minorias homossexuais
fora do eixo Rio de Janeiro e São Paulo, e com barulhentos resultados. Pela primeira vez, a
questão gay foi discutida na imprensa e nas emissoras de rádio do Estado, motivou concorridas
reuniões locais fechados e colocou em cenas setores do PMDB e do PT. No Centro Luís Freire,
em Olinda, mantido pelo Senador Marcos Freire, do PMDB, 60 membros do recém-criado
Grupo de Atuação Homossexual (Gatho) estão em reunião permanente e na quinta passada,
apoiado pela facção gay do PT, o grupo distribuiu uma carta aberta à população na qual afirma
que os recentes crimes cometidos contra homossexuais não se encontram isolados do contexto
social do país. A sucessão de crimes todos eles fortemente impregnados de violência, está
levando o movimento gay pernambucano a exercitar sua imaginação defensiva. Na semana
passada, nas mesmas do bar Mustang, sugeriu que se criasse um plantão telefônico para receber
informações de homossexuais desconfiados das intenções e um parceiro eventual.
Forneceríamos a descrição física do parceiro, se possível até o número de sua identidade e isso,
pelo menos, nos deixaria mais tranquilos, imagine um bancário de 29 anos que prefere ficar no
anonimato. (Brasil, ed. 624)
... Morte em Pigalle; brasileiro assassinado com tiros de fuzil de caça. A fulgurante trajetória
dos travestis brasileiros que, há cerca de dois anos, descobriram em Paris um eldorado da
prostituição transexual foi espalhafatosamente truncada na última quarta-feira, com a morte da
principal estrela do grupo, um certo Duarte Filho, de 31 anos, conhecido como Elisa. Envolvido
grupo de 20numa complicada história de tráfico de injeções de silicone, especialmente
preparadas para dilatação de seios, Elisa foi assassinado a tiros de fuzil de caça, às 2 horas da
tarde, em pleno Pigalle, por outro travesti brasileiro, Cláudio Tavares Rabelo, de 26 anos.
Embora de curta duração, a carreira de Duarte Filho nas calçadas de Pigalle e nas sombrias
alamedas do Bois de Boulonge, pontos favoritos de travestis à cata de clientes, foi
aparentemente bem-sucedida. Ele chegara a Paris no começo do ano para se juntar ao grupo de
200 colegas brasileiros que, com uma tabela de preços muito abaixo do mercado, virtualmente
expulsaram da noite parisiense tanto os concorrentes nativos quanto os africanos. Segundo a
imprensa popular da França, encantada com os temperos do caso, Elisa soube explorar a fundo
seu talento para se dotar de argumento femininos definitivos.
Retoques Milionários, o jornal Le Matin comparou o brasileiro assassinado ao travesti descrito
pelo poeta Charles Baudelaire: Esse bizarro andrógino que guardou as seduções da alma viril
num corpo feminino encantador.
O France Soir explicou a sus 600 000 leitores que à prostituição masculina é muito difundida e
apreciado no Brasil. Graças a essas vantagens o tráfico de silicone, Elisa teria assegurado o
acesso a milionário retoques estéticos, por exemplo, uma dentadura de porcelana de 18 mil
dólares. Alguns comerciantes e garçons de Pigalle, todavia, duvidam desses prodígios
financeiros. Afinal, o travesti fuzilado não tinha um apartamento de luxo e se restituía por uma
taxa não superior a 200 francos (ou 1 400 cruzeiros) por cliente, nada excepcional para os
padrões parisienses.
A morte de Duarte Filho poderá marcar o fim do rendoso tráfico de travestis estrangeiros,
sobretudo brasileiros, para a França. Policiais de Paris ressalvaram par VEJA que a prática de
prostituição não constitui crime, apenas o proxenetismo é reprimidid por lei,. Mas, diante de
sucessivas denúncias dando conta da invasão brasileira de Pigalle, agora dramaticamente
reforçadas pela morte de Elisa, a polícia francesa pretende controlar com mais rigor essa
prostituição migratória. Para tanto, deverá exigir de todos os travestis a carta de de séjour,
documento indispensável a sua permanência no país. (Brasil, ed. 635)
Clipping

Figura 53. Humor, edição 591.

Figura 54. Humor, edição 591.


Figura 55. Humor, edição 607.

Figura 56. Humor, edição 610.


Figura 57. Humor, edição 636.
Figura 58. Minorias, edição 614.
Figura 59. Minorias, edição 614.
Figura 60. Teatro, edição 596.
Figura 61. Comportamento, edição 603.
1981

Texto
... há o índio, o negro, o anglo-saxônico – e, também um tipo de vestido de couro, misto de
machão agressivo e de homossexual. (Cinema, ed. 670)
... Sem dúvidas, são os momentos em que Clodovil brilha mais. Abordando assuntos como o
mundo da moda, os bastidores da vida artísticas, a religião, o homossexualismo – mas
principalmente ele mesmo, seu tema preferido –, Clodovil alterna lampejos de grande
originalidade como tropeços no pieguismo, é quase sempre muito espirituoso e nunca deixa de
ser convincente. (Teatro, ed. 691)
... Como se preparar para o sexo – Tudo o que você precisa saber sobre o amor, ciúme, vida em
comum, homossexualismo e sexualidade. (Livros, ed. 693)
... No texto da queixa-crime, o advogado Hugo Wanderley informa que Ângela insinuou no
teatro, “entre outas barbaridades”, que Zizi “é adepta da prática do homossexualismo” e tem o
costume de praticar “atos de sodomia”. (Justiça, ed. 690)
... Desta vez, veio com boas ideias: um programa jornalístico com variedade: com entrevistas e
reportagens, exatamente na hora da novela das 8; uma novela (“Os Adolescentes”), com temas
controversos como drogas, aborto, homossexualismo e um programa de entrevistas estribado
em “pessoas que digam o que o telespectador quer ouvir”, como propunha Ziraldo. (Televisão,
ed. 683)
... Esse negócio de homossexualismo é antigo, antigo. Um famoso quiproquó entre Platão e
Diógenes mostra bem isso. Mas em latim. Porque, em português, como é natural foi
pasteurizado. Compare o leitor:
Em português: Platão definiu o homem como “um bípede sem penas”. Ao que Diógenes soltou
um galo depenado na Academia de Platão dizendo: “Eis o homem de Platão”.
Em latim, a coisa é outra. Platão disse: “Homo est animal bipes sine pennis”. Ao que Diógenes,
soltando o galo depenado, conclui: “Hic Platonis homo est”. Concluam. (Humor, ed. 685)
... Misturando drogar, separações, gravidez e homossexualismo num texto pesado, incômodo
pela pieguice e falta de sutileza, “Os Adolescentes, não conseguem resistir a exageros de
interpretação e de inverosimilhança que acabaram por levar a autora a fazer suas malas.
(Televisão, ed. 686)
... O livro tratava do homossexualismo e guardava como revelação final a impotência sexual do
principal personagem masculino. (Literatura, ed. 667)
... Roberto Bauman, de 43 anos, conhecido conservador, contrário à lei do aborto e crítico feroz
do homossexualismo, foi acusado por alguns jornais de ter tentando, há tempos, manter relações
amorosas com adolescentes. (Internacional, ed. 652)
... Este ano alguns extremistas saíram em cruzadas pela televisão explorando temas de alto
impacto emocional, como oposição ao aborto, ao homossexualismo, pela restauração da reza
nas escolas públicas, mesmo um certo antissemitismo. Mas achar que eles tiveram influência
nas eleições é um engano. (Entrevista, ed. 653)
... O homossexualismo é praticado ostensivamente e os atendentes de enfermagem recorrem a
socos e pontapés para organizar a fila do refeitório. Na Unidade 5, setenta mulheres vivem em
condições idênticas. (Brasil, ed. 645)
... Xaviera ao vivo – os jogos amorosos homo e heterossexuais, em 50 ilustrações eróticas
inéditas. Bissexualismo. (Livros, ed. 661)
... Xaviera ao vivo – os jogos amorosos homo e heterossexuais, em 50 ilustrações eróticas
inéditas. Bissexualismo. (Livros, ed. 657)
... Xaviera ao vivo – os jogos amorosos homo e heterossexuais, em 50 ilustrações eróticas
inéditas. Bissexualismo. (Livros, ed. 654)
... Xaviera ao vivo – os jogos amorosos homo e heterossexuais, em 50 ilustrações eróticas
inéditas. Bissexualismo. (Livros, ed. 648)
... Xaviera ao vivo – os jogos amorosos homo e heterossexuais, em 50 ilustrações eróticas
inéditas. Bissexualismo. (Livros, ed. 669)
... Xaviera ao vivo – os jogos amorosos homo e heterossexuais, em 50 ilustrações eróticas
inéditas. Bissexualismo. (Livros, ed. 666)
... Um filão rendoso – Mais uma peça explorando o homossexualismo: As tias, de Aguinaldo
Silva e Doc Comparato, no Rio, vai logo avisando que não é mais uma peça a explorar
comercialmente o rico filão da homossexualidade. Mas é. Até mesmo em suas pretensões
sociais e antinaturalistas. Afinal, “Blue Jeans”, “Village” ou “Bent” também ostentam a
ambição de colocar personagens homossexuais em cena para tratar de temas culturais e políticos
mais abrangentes. No caso de “As tias”, os alvos sãos a “família patriarcal burguesa”, o amor
possessivo e a covardia dos velhos homossexuais da fase pré-gay. Este último aspecto até
justificaria um lugar para “As Tias” ao lado de “Assunto de Família” ou de “No Natal a gente
Vem Te buscar”, peças que vem passando a limpo o passado recente.
Mas, ao contrário, por exemplo de “Assunto de Família” – texto brilhante com uma montagem
discutível –, “As tias, é uma peça inconsistente com uma sólida montagem. A história dos
quatro homossexuais – interpretados por Ítalo Rossi, Paulo César Pereiro, Ednei Giovenazzi e
Nildo Parente –, sustentados num limbo petropolitano pela sobrinha Suzana Vieira, que os visita
uma vez por ano, sustenta-se mal em seu falso delírio e sua desagradável previsibilidade. A
competência jornalística de Aguinaldo Silva, somada à competência novelística de Doc
Comparato, armou um texto híbrido. Os ingredientes desse coquetel misturam-se mal: três
dedos do inglês Harold Pinter, um de “Rapazes da Banda”, meio de “Virginia Woolf”, uma
pitadinha do suíço Friedrich Durrenmat, de “A Visita da Velha Senhora”.
O espetáculo alterna uma narrativa teatrão com momentos mais inovadores – certamente os
melhores, aqueles em que nossa imaginação é até estimulada a supor que os quatro poderiam
ser diferentes aspectos de uma só “Tia” delirando em torno de sua dependência em relação à
mulher. Mas, sem desmerecer a segura direção de Luís de Lima, “As Tias” é antes de tudo um
pretexto para um show de atores – em especial Paulo César Pereio e Ítalo Rossi. Pereio está
excelente como homossexual ríspido e viril, todo bronzeado por fora e manteiga por dentro e
Ítalo, em seu personagem, literalmente deita e rola. (Teatro, ed. 663)
... Parece que vai esquentar quando Renato ensina aos policiais que os protegem como andar
no estilo “homossexual” – ou seja, equilibrando – se numa linha reta imaginária, com os braços
em rítmicos movimentos desmunhecatórios. (Cinema, ed. 679)
... Com base no casal gay de meia-idade lançado pela peça de Jean Poiret. (Cinema, ed. 679)
... Só uma visão muito grotesca e pobre do homossexualismo poderia contentar-se com as
boquinhas e trejeitos do pálido Albin: sente-se falta de cor, graça, malícia e um pouco da
ebulição dos trópicos e da herança dos requebrados de Carmem Miranda que inspiram nossos
palcos. (Cinema, ed. 679)
... artimanhas gays da praça Mauá. (Teatro, ed. 667)
... Surgiu daí, finalmente, um marciano gay de bom gosto. Mas é o Ney Matogrosso debochado
e quase nu da primeira parte que rende mais em cena. (Show, ed. 666)
... Florinda espera divertir-se a valer como jurada do grande baile gay, a ser realizado por
Guilherme Araújo, no Canecão, em plena terça-feira gorda. (Gente, ed. 652)
... Amigas há treze anos, desta vez as cantoras Gal Costa e Simone resolveram curtir juntas o
carnaval, no desfile das escolas de samba e no baile Gala Gay, no Canecão. (Gente, ed. 653)
... Araújo lançou esse ano o Gala Gay, com apenas 15 dias de preparação, e ficou satisfeito:
“Pela primeira vez”, disse, “houve uma integração total, sem preconceitos”. (Gente, ed. 653)
... A liberação gay de Tom Robinson. (Música, ed. 650)
... Não havia dúvida: um Gabeira tão diferente, ex-terrorista com sapatos de Aladim, calças
bufantes e chapéu verde a caminho de uma aula de dança, “só podia ter virado gay”. E
novamente ele captou o que há de antiquado no país, desta vez, numa esquerda que se pretende
vanguarda com um olho no igualitarismo e outro na tradição. Gabeira não caçou experiências
homossexuais: “Não é porque sou bissexual que tenho obrigação de transar com macho
brasileiro, só pra mostrar minhas ideias”. (Ideias, ed. 651)
... O texto de Sherman, que empolgou a Broadway, mostra a perseguição nazista a milhares de
homossexuais até seu sistemático extermínio nos campos de concentração. Baseando-se na
histórica “Noite das Facas Longas”, de 1934, em que Hitler, no auge do Nazismo, resolveu
livrar-se da influência de sua tropa de choque – as SA – em que se encastelavam centras de
homossexuais fiéis a seu chefe, Ernst Rohm, ele mesmo um homossexual, o autor consegue
fazer um texto que transcende o universo gay, sem proselitismo. (Teatro, ed. 646)
... triângulo rosa que identificava os presos homossexuais. (Teatro, ed. 646)
... Lesbianismo e violência, em grotesca mistura. (Cinema, ed. 655)
... Pouco depois, descobre-se que o violentador fora pago por uma lésbica psicopata. (Cinema,
ed. 655)
... tenta namorar uma adolescente linda, porém lésbica. (Cinema, ed. 656)
... Na verdade, “Adeus Janette” não passa de uma sucessão interminável de atrocidade sexuais
– há cenas de sadismo, lesbianismo, sexo grupal – temperadas com haxixe, cocaína, champanha
e inevitáveis cruzeiros pelas ilhas gregas. (Literatura, ed. 682)
... Como eles, o presidente não gosta de negros, não gosta de pobres nem de mexicanos, e tem
arrepios ao ouvir alar de lésbicas e gays. Para os que elegeram, a situação econômica ainda não
está tão apertada, então eles podem se dar ao luxo de votar em seus preconceitos. Mas, quando
a economia piora de vez, aí eles votam com o bolso. Deixam de lado os preconceitos e são
capazes de pôr até uma negra lésbica na Casa branca, se acreditarem que ela é capaz de resolver
os seus problemas. Nossos tempos estão ficando tão terríveis que acho que Reagan foi a última
vez que os americanos tiveram o prazer de votar em seus preconceitos. (Internacional, ed. 653)
... Ou a galeria de tipos inesquecíveis, do travesti Sobechasnkaia. (Dança, ed. 660)
... Abrindo mão de seu machismo arrogante – ele chega a esboçar uma relação com um travesti
–, Paulo humilha-se diante de Maria até que literalmente, coloca a vida nas mãos dela. (Cinema,
ed. 658)
... Ruy Cezar volta agora à cena mas em outro papel – desde a semana passada, ele vive um
travesti em aventuras contra a polícia, desenroladas no palco do Teatro Vila Velha, em
Salvador. (Gente, ed. 665)
... Descreve o assaltante. Delicada, seios grandes, cabelo louro bem comprido, usando salto 7 e
meio. Mas, pelo soco, deveria ser um travesti. (Humor, ed. 685)
...Camarada gay, carta de homossexual do PCI gera debate. O poderoso partido comunista
italiano acaba de acolher mais uma flor seu inesgotável jardim de habilidade política. Seu
semanário ideológico Rinascita, fundado em 1943 por Palmiro Togliatti, recebeu uma carata de
um militante homossexual do partido analisando com amargura a situação dos companheiros
diferentes, e não teve dúvidas: publicou na semana passada com destaque na página dupla
central e na primeira página, dividiu o assunto com uma maçuda análise das estremecidas
relações entre PCI e o Partido Comunista das União Soviética. Para começar, o missivista, ou
companheiro Eugênio, como é chamado, afirma que não teve forças para assinar com o nome
completo sua longa carta, o que o deixa humilhado e ofendido. Mas não se limita a se confessar
homossexual, coisa que de resto outros militantes já haviam feito. (A história do partido registra
até mesmo que, em 1949, um jovem intelectual da região de Friuli, Pier Paolo Pasolini, foi
expulso do Partido porque confessou suas preferências sexuais). Segundo Eugênio, é preciso
combater todas forma de discriminação, inclusive o binômio do tolerado e do tolerante que
inevitavelmente confina os homossexuais numa esfera especial. Revelando publicamente meus
sentimentos diz ele, perco o respeito dos outros. Me calo, perco o meu próprio. (Internacional,
ed. 655)
... Na onda atual de espetáculo gay no Rio, os shows de travestis não saem de cartaz antes de
um ano. (Teatro, ed. 659)
... Paraíso gay, O Greenwich Village, numa fantasia homossexual. (Teatro, ed. 659)
... Em Gay Fantasy, um show de travestis comandado por Rogéria. (Teatro, ed. 659)
... Durante pouco mais de duas horas, ele pretende chocar a plateia com a história de um jovem
homossexual judeu e suas desventuras pelos bares gays de Nova York. (Teatro, ed. 659)
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Figura 62. Humor, edição 683.


Figura 63. Entrevista, edição 682.
Figura 64. Entrevista, edição 682.
Figura 65. Moda, edição 655.
Figura 66. Moda, edição 655.
Figura 67. Humor, edição 691.
1982

Texto
... A rainha com Trestail: o guarda-costas era homossexual. (Internacional, ed. 747)
... Foi o caso do lixeiro que trocou o time juvenil do Cruzeiro pela limpeza pública, ou do
travesti Rogéria contando detalhe de sua metamorfose. Outro tópico importante são as visitas a
lugares habitualmente fechados ao público. (Brasil, ed. 715)
... Um ano depois, deu um tiro na travesti Antônio Claro Sobrinho, seu companheiro de mesa
de barn num fim de madrugada de Brasília. “Fui agredido mortalmente”, alegou Joaquim, cuja
masculinidade o travesti colocara em dúvida. Em 1919, levou um tapa no rosto ao brigar com
o deputado Gílson de Barros. (Congresso, ed. 722)
... Fazendo um personagem formado por sólidas tradições de masculinidade siciliana, James
Garner fica mais engraçado ainda diante de suas assustadas investidas para cima de um travesti.
(Cinema, 730)
... Segundo o pai de Simone, que os conhece de Campos, Ianderci é lésbica e Marcos, aliciador
de menores. (Polícia, ed. 697)
... Eu sou uma lésbica – Uma história forte de sexo que narra o envolvimento de duas mulheres
de maneira empolgante. Um amor ousado e sem fronteiras. (Livros, ed. 713)
... O caso fica longe da roupa suja lavada no divórcio entre o magnata de imprensa Herbert
Pulitzer, 52 anos, e sua mulher Roxanne, 31. Ela o acusa, entre outras coisas, de ter cometido
incesto com uma filha do primeiro casamento, e ele devolve com imputações que incluem
adultério praticado em frente aos dois filhos, lesbianismo, uso de drogas e até então
desconhecida perversão de partilhar o leite com um trombone. O divórcio ainda não foi julgado.
(Internacional, ed. 747)
... No processo, abriu-se uma caixa de Pandora com um roteiro completo de devassidão. Para
começar, Pulitzer acusa a mulher de lesbianismo, uso de drogas e adultério com pelo menos um
agente imobiliário. (Internacional, ed. 736)
... O gay no Futebol – os bastidores do preconceito contra os atletas homossexuais, na imprensa
e na torcida. (Anúncio, ed. 725)
... O gay no Futebol – os bastidores do preconceito contra os atletas homossexuais, na imprensa
e na torcida. (Anúncio, ed. 726)
... Jô como Capitão Gay: um super-herói desmunhecado. (Televisão, 705)
... Homo sapiens – Gay com cultura. (Humor, ed. 735)
... Depois de permitir que um desempregado subisse as paredes do palácio para invadir o quarto
de Sua Majestade, e não evitar o escândalo provocado pela denúncia de homossexualismo de
um dos mais fiéis guarda-costas de Elizabeth II. (Internacional, ed. 739)
... Consideram-se injustiçados e garantem que são “filhos da crise do sistema capitalista”. Não
aceitam o homossexual e abominam qualquer tipo de música que não seja o punk rock, rude e
ensurdecedor, reproduzido no Brasil por cerca de vinte grupos que levam nomes como Estado
de Coma, AI-5 e Lixomania. (Comportamento, ed. 726)
... VEJA – E o movimento gay? MOREIRA – Deve ser doloroso aparecer na família um cara
desses. Mas eu não sou contra. No meio artístico tem muito, alguns assumidos e outros
enrustidos. (Entrevista, ed. 709)
... O sucesso do Capitão Gay. (Televisão, ed. 724)
... Jô Soares como Capitão Gay: disco e filme para crianças. (Televisão, ed. 724)
... “As crianças são as mais fervorosas admiradoras do Capitão Gay, conta Soares. Apesar dos
modos andróginos do personagem o humorista não vê nisso uma contradição”. (Televisão, ed.
724)
... “Quando criei o Capitão Gay, pensei no público infantil”. (Televisão, ed. 724)
... Congresso apura denúncias de homossexualismo. (Internacional, ed. 722)
... VEJA – Mas quando você chegou à Itália, foi acusado justamente do contrário: falaram em
supostas inclinações homossexuais. Como foi isso?
FALCÃO – Aconteceu logo que eu cheguei, Segundo brasileiros que estão há mais tempo na
Itália, alguma coisa os italianos tinham de encontrar para falar. Como cheguei com um amigo,
disseram isso. Se eu tivesse chegado com uma secretária de 70 anos de idade, diriam que eu
transava com a velha. Ser homossexual é um direito da pessoa aprecia, mas não é meu caso.
VEJA – É verdade que ocorrem casos de homossexualismo entre jogadores de futebol, em
concentrações?
FALCÃO – Em toda a minha carreira, nunca vi nenhum caso. Claro que já ouvi muita onda,
mesmo em relação a jogadores conhecidos. Mas, como já disseram isso de mim – e é mentira
–, só posso pensar que nos outros casos também é falso.
VEJA – Como surgem boate desse tipo?
FALCÃO – Primeiro, há o fato de que o homossexualismo está na moda. Depois, existe a
necessidade de encontrar notícias sobre jogadores de futebol. A melhor coisa que fiz na Itália
foi manter uma vida reservada. Se eu tivesse repetido em Roma o que fazia em Porto Alegre –
sair para jantar, ir a uma boate com uma moça, coisas assim –, estaria com problemas sérios.
Todos diriam: “é um playboy. O Roma perde porque ele é um playboy”. A torcida italiana é
fanática, muito mais que a brasileira. (Entrevista, ed. 714)
... paixão homossexual. (Teatro, ed. 727)
... Além disso, mesmo criada a situação homossexual, a marcação é tão astuta que, quando Petra
e Karina se beijaram na boca, um discreto “Oh” saiu do auditório. (Teatro, ed. 727)
... Pois, quem diria, Fernanda Montenegro num papel de homossexual.
... O homossexualismo de Petra é a penas uma das estações de sua vida, e a direção de Celso
Nunes coloca isso muito bem. Não se trata de uma peça de homossexuais. É a história de uma
mulher esmagada pelo amor.
... Afinal, se a questão estivesse no homossexualismo ou na vida complicada de uma desquitada
da classe média alta, o teatro seria borrifado de grandes momentos a cada temporada.
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Figura 68. Medicina, edição 723.


1983

Texto
... Bocayuva: “Homossexual perigosíssimo” (Brasil, ed. 796)
... Depois de Beto, só da Beto. Beto jovem, Beto velho, Beto mulher, homossexual ou mudo.
Ficou evidente a possibilidade de ser usar padrões nacionais para a feitura das novelas.
(Entrevista, ed. 773)
... Em batalhas que prometem ser intermináveis, nem as minorias foram esquecidas. Como o
homossexual da história, atua Steven (Al Corley), herdeiro da fortuna dos Carrington, rejeitado
pelo pai – e liado dos raivais nos negócios. (Televisão, ed. 761)
... Ana é uma governanta incolor, fraca de saúde, ascética no comportamento, para quem a
rotina do cotidiano e a satisfação pelo dever cumprido são os polos de sua biografia, mesmo
que disfarce um homossexualismo refreado que a autora adoça com a palavra romance.
(Literatura, ed. 758)
... Tanto pode ter uma ligação homossexual como apaixonar-se violentamente por um médico.
(Literatura, ed. 758)
... Quase escusava dizer que a motivação da campanha salvacionista não foi precisamente o
longo dossiê polícia de Genet. Acima dele, na hierarquia dos valores, esta o vigor daquela voz
dos subterrâneos sociais em cuja poesia desbragadamente homossexual. (Literatura, ed. 759)
... Assumindo pela eternidade a sua condição carcerária, ele prega às paredes da cela retratos
de assassinos recortados de jornais e faz com que sua imaginação os transforme numa galeria
de personagens criminosos e homossexuais com quem conviverá até o dia do Juízo Final.
(Literatura, ed. 759)
... Reynaldo Hahn e era torturado por um verdadeiro pavor de que sua mãe descobrisse sua
tendência homossexual. A experiência de Proust serviu de matéria prima para modela o caráter
da jovem do conto. Só com a morte de sua mãe, Proust pôde vencer as inibições e analisar o
amor em toda sua amplitude, fazendo com que a morte deixasse de ser o desenlace inexorável
da sensualidade hetero e homossexual. (Literatura, ed. 754)
... a personagem se matava ao descobrir que a mãe era homossexual. (Entrevista, ed. 752)
... VEJA – E os homossexuais? PIMENTEL – Sei que existem grupos interessados em falar
comigo e estou aberto a qualquer contato, mas ainda não conversamos. É uma questão
semelhante à das prostitutas. Dede que eles procedam com respeito ao pudor público, não temos
nada a ver com isso. Não temos nenhuma intenção de promover perseguições temáticas a
qualquer tipo do que eles chamam minoria... que hoje talvez nem seja mais a minoria. Eles
serão tratados como cidadãos. (Entrevista, ed. 756)
... O Capitão Gay, por sua vez, irá mostrar esta semana cenas de sua infância, como as aulas de
dicção com o tio Clóvis Bornay. Os dois tipos, montados sobre personagens homossexuais,
indicam que tanto o humor de chico como o de Jô, mesmo enfeitados e beneficiados pelo talento
de cada um, não conseguiram se libertar de tiques da Idade da Pedra. (Televisão, ed. 758)
... O diretor de cinema e poeta Pasolini demonstra, aqui, nostalgia do sagrado, indagações
metafísicas e posições claras em questões como o aborto, o homossexualismo e o racismo.
(Literatura, ed. 797)
... Jeanne Moreau, perdida no meio de tanto homossexualismo triunfante, limita-se a caminhar
como uma sonâmbula, repetindo poses e mal escondendo um tédio tão grande que acaba por
contaminar os espectadores. (Cinema, ed. 793)
... O relacionamento entre duas atletas, se visto de forma ousada, é menos do que superficial,
na exploração da sexualidade latente e do homossexualismo no esporte. (Literatura, ed. 784)
... No São Vicente, os estudantes discutem tudo o que de alguma forma desperta interessa, das
drogas ao homossexualismo, dos horários de aula à demissão de professores. (Educação, ed.
779)
... Outras vezes, perdem a batalha, como ocorreu ao decidirem imprimir em lera de forma um
audacioso jornalzinho com um artigo em defesa do homossexualismo. (Educação, ed. 779)
... A certa altura do baile Gala Gay no Canecão. (Gente, ed. 755)
... O momento mais divertido de seu Carnaval ocorreu na festa promovida no sábado pela boate
gay Sótão: “Fingi que era travesti e estava imitando a Monique Evans. Todo mundo acreditou,
e houve alguns que quiseram me tocar para ver se era silicone”. (Gente, ed. 755)
... Capitão Gay: aulas com tio bornay. (Televisão, ed. 758)
... Aqui, o que se discute é o homossexualismo, a violência e o poder num campo de prisioneiros
ingleses mantidos pelo Exército japonês. (Cinema, ed. 768)
... 1979 – o movimento gay faz enorme passeata em Nova York. (Retrospectiva, ed. 783A)
... O Capitão Gay eu boleio na hora em que estava acordando. Pensei “Preciso fazer um
personagem junto com o Eliezer Mota. Um super-herói...gay”. Passei a semana procurando os
trejeitos, a maneira de andar, a voz. Só no segundo programa é que pintou a voz definitiva, com
aquele “erre” arranhado. (Entrevista, ed. 784)
... Telma eu Não sou Gay. (Música, ed. 789)
... Telma eu Não sou Gay. (Música, ed. 789)
... Telma eu Não sou Gay. (Música, ed. 789)
... onde mantinha até há poucos meses o Colorido, um bar gay. (Música, ed. 794)
... Ignatius, nesse circo que é New Orleans, mistura-se com cafetinas, prostitutas, traficantes de
pornografia, desmonta uma festa de homossexuais e acaba quase demolido por três lésbicas.
(Literatura, ed. 760)
... Num caso, é a lésbica que não consegue viver sua vida e se suicida. (Literatura, 768)
... Sandra Mara Herzer foi vítima da repressão da sociedade que não aceitou seu lesbianismo.
(Literatura, ed. 768)
... O Travesti Boçal. (Música, ed. 792)
... Ainda no ano passado, Julie Andrews tornou-se travesti de cabaré. (Cinema, ed. 763)
... “Esse Joãozinho Trinta é fogo. Agora deu de inventar colocando travesti careca como
destaque”. (Especial, ed. 754)
... O equívoco foi além da conta. A revista argentina Radiolandia 2000 publicou em sua capa e
numa reportagem central fotos e textos sobre Roberta Close, uma exuberante mulata brasileira
e, segundo a publicação, “uma das modelos mais cotadas no Brasil”. Na verdade trata-se de um
travesti de 19 anos – Roberto Azevedo é seu nome real –, que já apareceu em algumas revistas
e programas de televisão brasileiro, e é conhecido por sua participação nos bailes gays do
Carnaval carioca. De modelo, não tem nada. Luís Maria Galina, subdiretor de redação da
revista, jura que não sabia que se tratava de um travesti. O fato já foi comentado na televisão
argentina, mas a revista resolveu não retificar o equívoco perante seus leitores. “Nossa posição
é dissimular”, diz Galina. E pede: “Ajudem-nos”. (Gente, ed. 770)
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Figura 69. Medicina, edição 799.


Figura 70. Medicina, edição 771.
Figura 71. Medicina, edição 771.
Figura 72. Comportamento, edição 774.
Figura 73. Comportamento, edição 774.
1984

Texto
... John Sims, 37 anos, músico e principal líder do movimento homossexual nos Estados Unidos.
Fundou a famosa Banda de Libertação Gay de San Francisco e foi o responsável pela formação
do coro Gay de San Francisco e de pelo menos outros grupos musicais de influência jazzística.
Dia 16, de AIDS, a síndrome de deficiência imunológica adquirida, em San Francisco, EUA.
(Datas, ed. 829)
...Quando Guarany foi preso na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, seu carcereiro era Japiassu,
um soldado Homossexual. (Livros, ed. 817)
... Off, Rua Romilda Margarida Gabriel, 142, Itaim Bibi, tel. 853-5998. De quarta a dom., 22h.
Ambiente alegre e sem preconceito: gay e casais heteros em franca confraternização; música
para dançar, piano, vídeos. (50 Bares, ed. 815)
... Carnaval – Deplorável a forma permissiva, laudatória mesmo, com que Veja enfocou o
homossexualismo no último Carnaval. O homossexualismo, na verdade, será sempre, se não
uma deslavada pouca-vergonha, uma espécie de cancro social que se deve combate com todas
as armas possível, e não tolerar passivamente, e muito menos encarar como um modo de vida,
sob pena, até mesmo, de extinção da espécie humana. A verdade precisa ser dita: o
homossexual, gay, ou qualquer outro nome que se lhe dê, é antes de tudo um desajustado.
(Cartas, ed. 814)
... Off, Rua Romilda Margarida Gabriel, 142, Itaim Bibi, tel. 853-5998. De quarta a dom., 22h.
Ambiente alegre e sem preconceito: gay e casais heteros em franca confraternização; música
para dançar, piano, vídeos. (50 Bares, ed. 814)
... Off, Rua Romilda Margarida Gabriel, 142, Itaim Bibi, tel. 853-5998. De quarta a dom., 22h.
Ambiente alegre e sem preconceito: gay e casais heteros em franca confraternização; música
para dançar, piano, vídeos. (50 Bares, ed. 818)
... Off, Rua Romilda Margarida Gabriel, 142, Itaim Bibi, tel. 853-5998. De quarta a dom., 22h.
Ambiente alegre e sem preconceito: gay e casais heteros em franca confraternização; música
para dançar, piano, vídeos. (50 Bares, ed. 822)
... Jovem Guarda III, numa discoteca gay, uma sátira aos anos de ouro da Jovem Guarda. Homo
Sapiens. (Show, ed. 818)
... Vida é até mais versátil que Espítama. Ele foi o responsável pelo roteiro do filme Bem Hur,
trabalhou em televisão, escreveu o primeiro romance americano do pós-guerra a encarar de
frente o tema do homossexualismo (A Longa Espera do Passado, de 1948). (Livros, ed. 823)
... Homossexual confesso, por exemplo, ele costuma fustigar tanto os machistas como os
movimentos de afirmação gay. Até em Criação ele não deixa de satirizar o homossexualismo
grego, ao atacar o dramaturgo Sófocles. (Livros, ed. 823)
... Sófocles: gay ironizado. (Livros, ed. 823)
... Sou mãe de um filho e nem por isso deixei de admirar e gostar do destaque dado a Roberta
Close. A questão não é gostar mais ou menos de gays e travestis. Eles, como qualquer outro ser
humano, têm os seus direitos e cabe a nós respeitá-los. (Cartas, ed. 829)
... Malváceas s.f Família de dicotiledôneas. Flores vistosas. Bissexuais. Daí terem sido
escolhidas como símbolo das Legiões Malváceas, braço armado do Movimento Gay, que, no
fim do século XX, tentou conquistar o mundo (Ver “Guerra dos sexos”). (Luís Fernando
Verissimo, ed. 837)
... Nos Estados Unidos, certa vez um repórter lhe perguntou se ele era gay. (Cinema, ed. 847)
... Quem não votar a favor da emenda das diretas é burro ou é gay. Deputado federal Alberico
Cordeiro, do PDS de Alagoas, na véspera da votação da emenda Dante de Oliveira. (Retórica,
ed. 851)
... Risco eliminado – Suspeita de homossexualismo derruba general da OTAN. O general
Günter Kiessling, com quatro estrelas, 58 anos e solteiro, era até o fim do ano passado um dos
militares mais graduados da Alemanha Ocidental. Segundo homem na hierarquia de comando
da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN, ele parecia ainda ter pela frente um
futuro brilhante. Mas ao ser demitido discretamente, no último dia 30, sem honras militares
compensatórias, e sem nenhuma explicação do Ministério da Defesa alemão – o que acarretou
seu afastamento da OTAN –, o general Kiessling caiu na boca dos especuladores que vêm
tentando, a todo custo, descobrir quais as razões da sua demissão. Ausente ao serviço desde
setembro passado, Kiessling também não deu explicações muito convincentes e negou mesmo
que tivesse divergências com o comandante-em-chefe da OTAN, o general americano Bernard
Roger táticas que deveriam ficar estacionadas na Europa.
Como o Ministério da Defesa havia alegado apenas “perda de confiança” no general, e
desmentido “motivos militares ou políticos” na demissão, as especulações voltaram-se para
uma hipótese tão explosiva quanto as ogivas da OTAN. O general Kiessling seria frequentador
assíduo de clubes noturnos com clientela homossexual, em Berlim. Até a CIA americana teria
manifestado sua preocupação com as andanças noturnas do general, que “o expunham a
chantagens, risco absolutamente incompatível com suas altas responsabilidades militares”,
segundo afirmam fontes anônimas citadas na imprensa alemã. A suspeita foi rebatida com
veemência por Kiessling. “Nunca tive relações homossexuais”, afirmou o general, aumentando
o mistério em torno da demissão, inédita na Alemanha, em se tratando de tão alta patente.
(Internacional, ed. 801)
... “Hoje, os homens entram na minha loja e pedem para experimentar uma sapatilha, sem medo
de passar por homossexuais”, observa. (Moda, ed. 806)
... Encontro Marcado em Veneza, de Franco Brusati (Dimendicare Venezia, Itália, 1979). Num
fim de semana na casa de campo onde nasceram, os personagens recordam seu passado. As
relações homossexuais são tratadas com sutileza e naturalidade, num clima poético e de grande
força plástica, (Filmes, ed. 822)
... “Há casos de homossexualismo no futebol feminino” admite, “mas, afinal, onde não há?”
(Esporte, ed. 811)
... Relações Indiretas, de Murilo Cesar, Direção de Tom Santos. O homossexualismo feminino
em cena, apoiado em conceitos psicanalíticos. Teatro Aplicado. (Teatro, ed. 815)
... Há um certo homossexualismo latente no filme, mas abordado com discrição e bom humor.
(Cinema, ed. 813)
... Ela estreou no teatro há quarenta anos, com a peça Calúnia, uma das primeiras a abordar com
realismo e seriedade o homossexualismo feminino. (Datas, ed. 827)
... Essas sementes encontram um campo favorável na classe média americana – não só
permanentemente atormentada com problemas como as drogas e o homossexualismo, contra os
quais vê a religião como uma aliada, como também provida de uma fé difícil de se encontrar
em outros países. (Internacional, ed. 837)
... O que se poderia apenas supor e a pesquisa demonstra é que eles são de modo geral mais
rígidos no terreno dos padrões morais – desaprovam abertamente comportamentos como o
homossexualismo e o adultério e tendem a concordar com a instituição da pena de morte.
(Comportamento, ed. 844)
... O partido Democrata, na verdade, é uma coalizão de todas as minorias do país, e quando elas
votam juntas contra os republicanos, representantes do maior grupo do país – os brancos de
origem anglo-saxônica –, costumam ganhar as eleições. As inúmeras manifestações de
americanos de origem latina – passeatas de 100000 homossexuais, 150000 sindicalistas,
milhares de pacifistas e outros grupos fora da convenção de San Francisco. (Internacional, ed.
829)
... Esse malcheiroso pedaço urbano que concentra miséria e violência em proporções iguais é
um dos temas malditos desse jornalista e roteirista pernambucano de 40 anos, autor de onze
livros sobre a saga dos homossexuais, presidiários, traficantes e policiais corruptos. (Literatura,
ed. 805)
... Você é favorável a comportamentos geralmente condenados como o homossexualismo ou o
consumo de drogas? (Comportamento, ed. 818)
... Mais baixa ainda está a cotação dos itens que configuram o comportamento desviante, como
o consumo de drogas, o homossexualismo, o sexo grupal. Decididamente os jovens desaprovam
essas coisas. Apenas os contestadores se mostraram interessados nelas, com a cotação de 71
pontas em 100. (Comportamento, ed. 818)
... Ao contrário, lembra a socióloga, questões como a das drogas e do homossexualismo são
bastante reserva pelos adultos. Estariam, assim, os jovens espelhando fielmente o mundo dos
adultos, e nada mais que isso? Também não se poderia chegar a afirmar isso. (Comportamento,
ed. 818)
... Consuelo decidiu vir com artilharia pesada: em outra nota, sem quaisquer rodeios,
simplesmente acusou de homossexual o marido de Terezinha, o advogado Paulo Bracarense.
(Brasil, ed. 823)
... O governo da Alemanha reintegra com honras o general Kiessling, que fora acusado de ser
homossexual. (Índice, ed. 805)
... “Não adianta fazer roupa muito avançada: é confundida com moda gay e fica encalhada” ,
afirma Maria Luiza. (Moda, ed. 803)
... Gays e Política – também de volta ao vídeo, depois das férias globais, Chico Anysio, 53 anos,
preferiu seguir uma receita diversa da de Jô. “Não me preocupa essa jogada de tipo novo, mas
encontrar uma jogada nova para um tipo antigo”, explica Chico. “Sou a favor da continuidade
para não tirar o hábito do espectador”. Assim, o humorista reapresentará Zé Tamborim, o
compositor carioca que tenta vender seus sambas a um cantor, e que está ausente da televisão
há 16 anos. O Chico Anysio Show mudou de dia, passando de quinta apara quarta-feira, também
às 21h20. Nele, a renovação ficará por conta de três casais, entre eles os caipiras Quirino e
Nonoca, com uma compreensão limitada do país e de sua complexidade.
Tanto Chico Anysio como Jô Soares não resistiram ao surrado tema de fazer graça com
personagens homossexuais. Jô apresenta um contínuo gay da Câmara dos Deputados, onde
todas as discussões acabam em briga. E Chico Anysio mostra um gay riquíssimo e cheio de
trejeitos. Com táticas diversas, os dois humoristas buscam recuperar-se de seus desempenhos
do ano passado, quando não conseguiram fazer com que seus novos personagens se
transformassem em tipos efetivamente populares. Ambos pretendem recorrer, com diferentes
dosagens, à política nacional, suas figuras e acontecimentos. (Televisão, ed. 811)
... Hay que ser macho – Gays se associam contra a lei argentina – Eles chegavam aos poucos,
em grupos de no máximo três pessoas, e só eram autorizados a descer no porão do elegante e
enfumaçado pub, em Buenos Aires, depois de dar a senha. O cuidado era compreensível, porque
da reunião, ocorrida há duas semanas, sairia a primeira diretoria da Comunidade Homossexual
da Argentina (CHA) – e assembleias anteriores, com finalidade semelhante, tinham sido
violentamente dissolvidas pela polícia. “Para alguém ser homossexual em nosso país, mesmo
depois da posse do governo democrático de Raúl Alfonsín, é preciso ser, antes de tudo, muito
macho”, disse um dos gays presente à reunião. É verdade. Nas províncias de Mendonza e
Córdoba, por exemplo, a lei pune o homossexualismo com três meses de prisão. E, para alguém
ser preso por isso, basta ter um jeito afeminado. Mesmo na capital, Buenos Aires, a Brigada da
Moralidade, da Polícia Federal, está autorizada a invadir locais onde se suspeite haver
homossexuais. Em 1978, nas vésperas da Copa do Mundo, as autoridades promoveram uma
verdadeira caçada aos gays da cidade, a fim de que os turistas não os vissem.
“Aqui na Argentina, um gay com pinta de gay não anda mais de 10 metros numa rua sem ir em
cana”, orgulha-se um policial. Levado à delegacia, o detido é acusado de “oferecer possibilidade
de ato sexual”. E, graça a uma série de normas conhecidas como “editos de polícia”, que
remontam a 1932, o suspeito nem sequer é levado à Justiça. Quem o julga sumariamente e o
sentencia é o próprio delegado de polícia – e não há um advogado de defesa. Os homossexuais
que recorrem à Justiça costumam ganhar a causa. Mas a questão é que poucos têm coragem de
fazer isso. “Recorrer à Justiça, afinal, significa reconhecer publicamente a sua
homossexualidade”, explica Jorge Gumier Maier, 30 anos, um militante da CHA.
Como Falcón – Na Argentina, os homossexuais temem mais a agressão física do que o
preconceito moral. Desde o final da guerra das Malvinas em 1982, 25 deles já foram
assassinados no país, aparentemente por grupos organizados. A escalada começou em junho
daquele ano com o incêndio do teatro El Nacional, de Buenos Aires, que apresentava uma peça
gay. Um autodenominado Comando Falcón, ligando ao grupo nazista Orden Nuevo, assumiu a
autoria do atentando. Nos quase oito anos de ditadura militar, outros dezesseis teatros foram
incendiados nas mesmas circunstâncias. Acuados, os homossexuais fogem para ouros países –
em São Paulo, no Rio e em Barcelona estão suas colônias mais numerosas. “Agora vamos
mostrar a cara em público e vencer a opressão e o autoritarismo que permanece dentro de cada
argentino”, promete Carlos Jáuregui, um professor de História que foi eleito presidente da CHA.
(Comportamento, ed. 822)
... O governo alemão voltar atrás e reintegra ao Exército o general que foi acusado de ser
homossexual. (Internacional, ed. 805)
... Não foi dada explicação pública para o ato, mas o Ministério da Defesa admitiu
oficiosamente que o general Kiessling, solteiro, frequentava bares de homossexuais da cidade
de Colonia e que, por estar sujeito a chantagens, se tornara, um “risco para a segurança” militar
da Alemanha e da OTAN. (Internacional, ed. 805)
... Basicamente, o MAD tomou o general Kiessling por um sósia, este sim homossexual. “Não
se confirmaram as suspeitas, e as informações a seu respeito contêm falhas, por isso não há
mais motivos para que eu considere a sua atividade como um risco de segurança”, escreveu
Wörner ao general Kiessling. E, num trecho que provocou gargalhadas na plateia, por sua óbvia
ruptura com a realidade dos fatos, Wörner afirmou: “em nenhum momento duvidei da sua honra
pessoal”. (Internacional, ed. 805)
... O homossexualismo deixou de ser crime na Alemanha, mas continua sendo razão legal para
desligamento de um oficial do Exército, sob o rótulo de “depressão neurótica” ou “psicopatias”.
(Internacional, ed. 805)
... Um homossexual teria sido confundido com o general – Até o último dia do ano passado, o
ministro da Defesa da Alemanha Ocidental Manfred Wörner, 50 anos, parecia ter pela frente
um brilhante futuro. Mas desde que, naquele dia, resolveu demitir o general Günter Kiessling,
58 anos, alegando que ele era homossexual e colocava em risco de chantagem a segurança
nacional, a carreira política de Wörner começou a desmoronar e poderá terminar com a sua
demissão e uma crise para o governo do chanceler Helmut Kohl. Em primeiro lugar, o general
Kiessling, o mais graduado militar alemão e um dos vice-comandantes da OTAN, negou
veementemente as acusações de homossexualismo e entrou na Justiça com um processo em que
se colocava como vítima de difamações.
A situação de Wörner se complicou quando ele não conseguiu oferecer provas mais
convincentes de suas acusações. Oferecia apenas vagos depoimentos de quatro testemunhas,
nem todas elas idôneas, que teriam visto o general frequentando base homossexuais nas
cercanias de bonn, a capital da Alemanha.
Na semana passada Wörner é que acabou sendo atingindo em cheio por uma evidência
disparada das páginas do semanário Stern e que fazem desmoronar os testemunhos invocados
na acusação: a foto de um frequentador de bares homossexuais que teria sido confundido nas
sumárias investigações policiais com o general Kiessling. Trata-se do guarda-noturno Jurgen
Baum, 46 anos. Para piorar as coisas, o ministro envolveu-se em duvidosas manobras no afã de
inculpar audiência ao homossexual suíço Alexander Zuegler, editor da revista Gay Eu e Você,
que afirmava ter “provas definitivas” da culpa do general Kiessling. Além de ter vasto
prontuário policial por falso testemunho e corrupção de menores, Ziegler ainda teve sua
passagem de Zurique a Bonn paga com dinheiro público. (Internacional, ed. 804)
... Menos sorte teve o general Helmuth von Grolman: Em 1961 foi condenado a três meses de
cadeia por homossexualismo, o que só deixou de ser crime nos regulamentos das Forças
Armadas alemãs em 1979. (Internacional, ed. 804)
... Entregue ao ministro com a rubrica de “evidências incontrovertidas”, o relatório continha,
fundamentalmente, depoimentos de quatro testemunhas que teriam visto o general em bares
homossexuais na cidade de Colônia, vizinha à capital alemã, Bonn. (Internacional, ed. 804)
... Acusado de homossexualismo. (Internacional, ed. 803)
... As provas encontradas pelo MAD, baseadas essencialmente no testemunho de quatro
homossexuais anônimos da cidade de Colônia, começaram a desabar na noite do dia 13 de
janeiro último, quando um grupo de clientes da boate Tom-Tom, conhecido reduto
homossexual reconheceu no retrato Kiessling, exibido diante de câmaras de TV, a~guém que
estivera com eles naquela mesma noite. (Internacional, ed. 803)
... Mas a principal razão, incansavelmente repetida pelo ministro, foi a de que homossexuais
com a acesso a segredo de Estado são alvo atraente de chantagistas e colocam “em perigos a
segurança do país”. De fato, um difundido axioma determina que o homem público
homossexual, quando cai nas mãos de um espião, ou colabora com o inimigo e esse torna um
traído ou resiste e enfrenta a humilhação. (Internacional, ed. 803)
... Nenhum segredo de Estado da história moderna foi tão valioso quanto a chave do Enigma e
sua decodificação – e, no entanto, Turing era homossexual, e por isso seria condenado em 1952
a se submeter a tratamento hormonal para “curar-se” de suas tendências. Fisicamente
deformado, suicidou-se dois anos depois, sem ter revelado sua façanha ao público.
(Internacional, ed. 803)
... O carnaval é um grande festival gay. (Entrevista, ed. 808)
... O baile tem de ter um certo molho. Uma pitada de elegância, outra de gene importante na
forma de homens de sucesso. Tem de ter uma boa dose de turismo. E mesmo salpicos de
vulgaridade e uma porção gay. O último item da receita, para quem reservo 10% dos convites,
gratuitos, é claro, são as moças bonitas. (Entrevista, ed. 808)
... VEJA – Mas o senhor reserva também um bom espaço para a porção gay da receita. Por quê?
AMARAL – O Carnaval é o grande festival gay mundial. Há três anos eu promovo com o Jose
Walter Simão de Melo o Papagay. Este ano vou fazer o The Gay After e tenho certeza de que
será um sucesso. Os indícios são claros. Para se ter uma ideia, um clube de gays de Nova Yorge,
o Islander’s Club, fretou um avião que trará 200 deles de uma só vez.
VEJA – Mulher Gosta de Gay?
AMARAL – Não só gosta como obedece. Toda mulher conta suas confidências para um gay.
Afinal eles que as embelezam. Ou as enfeiam. Hoje, pelo que se nota, mais enfeiam do que
embelezam. O gay antigo, aquele desvairado e louco, adorava as mulheres e as tinha por
modelo, por isso as embelezava. Hoje isso mudou. O gay moderno, o macho homossexual,
odeia as mulheres, e não curte a feminilidade. Por isso ele as enfeia.
VEJA – A presença maciça dos gays modifica o Carnaval?
AMARAL – O Carnaval mudou muito e isso pouco tem a ver com os gays. (Entrevista, ed.
808)
... O avanço da AIDS, a doença já fez 50 mortos só em São Paulo – Pelo cálculo dos médicos
que trabalham em São Paulo com o controle da AIDS – síndrome de deficiência imunológica
adquirida – o ano se fecharia com o registro de 120 casos da doença no Estado. Esse número,
porém, deverá chegar as 140, porque a AIDS está avançando num ritmo mais rápido do que o
esperado. A previsão se baseava no fato de que a cada seis meses dobrava o número de doentes.
Pelos novos índices, poderá haver mais de 300 casos até meados do ano que vem.
Além de São Paulo, só o Rio grande do Sul mantém um registro rigoroso dessas ocorrências –
lá, surgiram rês casos. Atualmente, há 33 pacientes internados em seis hospitais de São Paulo,
e o panorama nesses lugares é sombrio. A AIDS leva suas vítimas irremediavelmente à morte
num prazo médio de um ano e, só em São Paulo, cinquenta pessoas já morreram atacadas por
ela. “Como não existe cura, os doentes entram num estado de depressão, letargia e revolta”, diz
o médico Paulo Roberto Teixeira, 36 anos, coordenador do programa de controle da doença na
Secretária de Saúde do Estado. Há um fator agravante para esses pacientes: a conotação que se
estabeleceu entre AIDS e homossexualismo, a partir do fato de que 70% das 8000 pessoas até
agora infectadas em todo o mundo eram homossexuais.
Entre as 116 pessoas atacadas pela AIDS em São Paulo até semana passada, mais de 90% se
declararam homossexuais ou bissexuais, segundo Teixeira. Diagnosticada em 1981, a doença é
transmitida por um vírus, principalmente através de contato sexual ou transfusão de sangue.
Apesar das estatísticas, os médicos não relacionam automaticamente AIDS com
homossexualismo. Seria a vida promiscua de muitos homossexuais que os colocaria no “grupo
de maior risco”. A AIDS, a rigor, não é uma doença, mas uma predisposição acentuada para
várias doenças. Suas vítimas ficam com o sistema imunológico debilitado e sucumbem
facilmente a infecções como pneumonia ou toxoplasmose. Normalmente, essas doenças não
levam à morte. Para quem tem AIDS, porém costumam ser fatais.
Nas emana passada, cientistas ingleses anunciaram a produção em laboratório de uma
substância, o “fator 8”, que contém um agente coagulante do sangue. Essa substância poderá,
no futuro, ser ministrada a hemofílicos, também vítimas frequentes da AIDS, em lugar das
transfusões a quem se submetem. Cessaria com isso um dos riscos de contágio. “Mas por
enquanto”, diz Teixeira, “só podemos ir combatendo uma a uma as doenças que se manifestam
nas vítimas”. (Medicina, ed. 847)
... Descobriu-se que a doença, constatada pela primeira vez em 1981, nos Estados Unidos,
atacava principalmente homossexuais, viciados em drogas, hemofílicos e imigrantes haitianos.
A propagação entre homossexuais se explica pela promiscuidade sexual. (Medicina, ed. 817)
... Casaram-se: o cantor inglês Elton John, 36 anos, e a engenheira de som alemã Renata Blauel,
30. John, quer por diversas vezes declarou bissexual, foi aplaudido por cerca de 2000 fãs que
compareceram à cerimônia. Dia 14, em Sidney, Austrália. (Datas, ed. 807)
... Fenômeno inédito, o país festejou a graça e beleza de um travesti, Roberta Close, que postou
nua em revista, deu entrevista na televisão e foi até cantada por Erasmo Carlos. Ele compôs a
música Close. (Gente, ed. 851)
... Um mês depois de aparecer baleado numa rua de Recife frequentada por prostitutas e
travestis, o secretário da Segurança de Pernambuco, Sérgio Higino Dias dos Santos Filho, 42
anos, tornou-se vítima da própria versão que ofereceu sobre o incidente, segundo a qual fora
ferido ao ser assaltado. (Brasil, ed. 811)
.... E até destaques tradicionais da escola, como o travesti Rogéria e o como o travesti Rogéria
e o comediante Mussum, lançaram-se com redobrado ânimo ao desfilo deste ano. (Música, ed.
809)
... Sabe a deusa da minha rua? Descobri que é um travesti? (Luís Fernando Verissimo, ed. 827)
... De grande auxílio para Mafra na produção das fotos, segundo seus filhos, foram sempre duas
pessoas: o cenógrafo de Walter Pinto, Joselito, que preparava os cenários, e o travesti Ivaná,
que, com seus trejeitos e jogo de pernas, dava aulas de poses sensuais e provocativas às vedetes.
(Fotografia, ed. 805)
... Ao retornar a sua casa, no bairro de Parnamirim, Santos Filho foi atacado num trecho da Rua
Antônio Falcão, reduto de travestis e prostitutas. (Crime, ed. 807)
... No final de semana, porém, restava apenas um fato concreto de todo o episódio: as prisões
de um travesti e de uma prostituta, na mesma madrugada do crime, recolhidos incomunicáveis
à delegacia de Boa Viagem. (Crime, ed. 807)
... Na madrugada do último dia 16 de fevereiro, o secretário de Segurança Pública de
Pernambuco, Sérgio Higino Dias dos Santos Filho, 42 anos, no cargo há sete anos, apareceu
baleado numa rua frequentada por travestis e prostitutas, no bairro de Boa Viagem, no Recife.
(Polícias, ed. 810)
... A polícia, por exemplo, não admite a existência de dois travestis que testemunharam o crime
e foram igualmente presos com Maria das Dores. (Polícias, ed. 810)
... Na madrugada do crime, contudo, Maria das Dores foi para a cadeia junto com os travestis
Ricardo Marinho do Nascimento, de 22 anos, conhecido como “Safira”, e Eduardo, que usa o
nome de “Ângela, arrolado inicialmente como testemunhas oculares do atentando. (Polícia, ed.
810)
... Na última quinta-feira, alegando estar “cansado de complicações”, o travesti Ricardo
prometia abandonar o lugar que frequentar habitualmente, em busca de sossego. (Polícia, ed.
810)
... Segundo o travesti, o secretário conversava com a prostituta quando m homem afastou a
mulher com um braço e, com o outro, disparou dois tiros. A presença de prostitutas e travestis
no local do atentando sofrido por Sérgio Higino parece configurar um elemento perturbador.
(Polícia, ed. 810)
Clipping

Figura 74. Carnaval, edição 810.


Figura 75. Carnaval, edição 810.
Figura 76. Carnaval, edição 810.
Figura 77. Gente, edição 823.
Figura 78. Gente, edição 823.

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