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RESUMO
A pressão é uma das grandezas físicas mais medidas no mundo. Um equipamento bem
dimensionado pode car anos instalado no processo sem apresentar problemas, mas o que pode
in uenciar e prejudicar o rendimento de um Transmissor de Pressão? Quais são os fatores que
devemos levar em consideração quando estamos especi cando um Transmissor de Pressão?
Buscando as respostas a estas perguntas vamos conhecer alguns aspectos que devemos nos
preocupar ao dimensionar um equipamento para medir pressão e quais variáveis podem atrapalhar
esta medição.
INTRODUÇÃO
Vamos começar com um pouquinho da história e da evolução da medição de pressão, além de
conhecer as tecnologias empregadas hoje na fabricação de sensores de pressão.
A necessidade do homem em medir a pressão de começou há muito tempo, alguns dizem que no
século 17 com Otto von Guericke (1602-1686) que desenvolveu o medidor de pressão por coluna de
líquido outros dizem que foi com Galileu Galilei (1564-1642), de qualquer forma há muito tempo a
humanidade têm a esta necessidade.
A maneira de medir esta pressão evoluiu muito, Otto von Guericke já havia instalado uma coluna de
10m de altura em sua casa buscando medir pressões maiores, mas a demanda da época exigia
equipamentos capazes de medir pressões ainda maiores. Além do fato das cargas mecânicas,
devido às vibrações das máquinas, exigirem equipamentos mais robustos.
Buscando uma solução para isto, no século 19, foram desenvolvidos os primeiros medidores com
sensores elásticos para medição de pressão, utilizando os tubos de Bourdon, que foi patenteado
pelo engenheiro francês Bourdon em 1848.
Figura 5: Sensor Thick Film e exemplo de Transmissor de Pressão para aplicações OEM
É sempre importante lembrar que a WIKA é hoje uma das poucas, senão a única empresa mundial,
a possuir tecnologia de fabricação de diferentes tipos de sensores de pressão, assim sendo
consegue garantir que, independente da aplicação e da faixa de pressão a ser medida, sempre o
melhor sensor para medir o processo está sendo aplicado.
Outro sensor também muitos usado em transmissores de pressão, principalmente nos de processo,
é o capacitivo, que transforma a diferença de capacitância entre as placas do capacitor do sensor
em sinal de saída através de um circuito oscilatório. Ainda existem mais tipos de sensores como os
indutivos, os ressonantes, os ópticos, etc.
A de nição do tipo de pressão é de suma importância para a medição do processo, pois di cilmente
o controle do processo poderá ser feito corretamente com um equipamento manométrico medindo
um processo que deve levar em consideração as variações da pressão do ambiente.
2) Unidades de pressão: Existem diferentes unidades de pressão, Sistema Internacional (SI) a
unidade de pressão é o Pascal (Pa), mas em aplicações industriais muitas outras são usadas, as mais
comuns são: bar; kg/cm²; psi; mH2O e mmHg. A correta de nição da unidade a ser utilizada na
medição pode afastar diversos erros de interpretação por parte de operadores e/ou controladores
de processo.
Além destas existe ainda classi cação não acendível (Ex n) que pode ser utilizada em algumas
aplicações.
Qual delas é a melhor? Qual delas devo usar em minha planta? Difícil dizer, visto que são proteções
diferentes em termos de aplicação e custos. O que pode ser dito é que a tecnologia de segurança
intrínseca evita, através de seu circuito elétrico (alimentação e sinal), que algum evento perigoso
possa acontecer e a tecnologia à prova de explosãoevita, através do invólucro do transmissor, que,
caso o evento perigoso aconteça, ele saia para o ambiente. O importante é que ambas evitam que
um problema maior possa acontecer e devem sempre ser usadas quando a aplicação assim exigir.
Importante: A classi cação da área deve sempre ser informada pelo cliente nal do transmissor ou
pela empresa que desenvolve o projeto da planta, visto que o fornecedor, na maioria das vezes,
desconhece a tecnologia aplicada na planta e a classi cação de nida para a área.
ASPECTOS ELÉTRICOS
9) Sinais de saída: Diferentes tipos de sinais de saída podem ser utilizados em transmissores de
pressão sejam eles analógicos (sinais em corrente ou tensão) ou digitais (protocolos). Entre os sinais
analógicos o mais utilizado ainda continua sendo o 4...20mA com sistema de ligação a dois os, mas
sinais de saída em tensão estão sendo também largamente aplicados como o 0,5...4,5V, também
conhecido como 10...90% da alimentação ou ainda como ratiométrico, e o 0...10V, ambos com
sistema de ligação a três os.
Entre os digitais o mais aplicado ainda continua sendo o Hart®, mas sinais como o Pro bus® e o
FOUNDATIONTM Fieldbus têm crescido muito, o primeiro em Usinas de açúcar e álcool e o segundo
em indústrias petroquímicas.
10) Exatidão do sinal de saída: Este é assunto muito interessante e também bastante polêmico,
visto que existem diferentes formas e normas internacionais (IEC / EN) que podem ser utilizadas na
determinação da exatidão de um transmissor de pressão, alguns dos métodos aplicados hoje, por
diferentes fabricantes, são:
Pontos terminais ou LPA (Limit Point Adjustment): neste método levamos em consideração todas
as componentes que precisam ser levadas em consideração na determinação real da exatidão
do transmissor de pressão, são elas: Não-linearidade; Não-repetibilidade e histerese.
Melhor reta ajusta ou BFSL (Best Fit Straight Line): neste método praticamente levamos em
consideração apenas a não-lineridade do sinal do equipamento o que diminui o erro
sensivelmente. Através deste método um transmissor que era considerado 1,0% pelo método
LPA se “transforma” em um transmissor de 0,5%.
Exatidão típica: neste método fazemos um estudo estatístico dos transmissores fabricados
seguindo a curva de Gauss, o que pode levar a interpretações equivocadas da pressão lida no
processo, visto que, a especi cação passada é a conseguida em certa porcentagem dos
transmissores medidos, mas não em todos!
A WIKA fabrica transmissores de 2,0% (para aplicações OEMs) até transmissores de 0,05% (para
aplicações especiais) – especi cação conforme método LPA.
11) Conexão elétrica e grau de proteção: Diferentes conectores podem ser utilizados em
transmissores de pressão: prensa cabos, roscados, cabos, etc. A de nição por um ou outro
transmissor sempre deve seguir dois parâmetros básicos: a compatibilidade com a instalação
elétrica e o grau de proteção necessário, pois geralmente o grau de proteção do transmissor está
diretamente ligado ao grau de proteção da conexão elétrica.
O grau de proteção, segundo a NBR-IEC 60529, é sempre dado por dois algarismos. O primeiro
numeral característico é utilizado para a determinação de proteção contra penetração de objetos
sólidos estranhos (principalmente poeira) e o segundo numeral característico é utilizado para a
determinação de proteção contra penetração de água.
Algarismo Primeiro numeral Segundo numeral
5 Protegido contra poeira Protegido contra jatos d’água
6 Totalmente protegido contra poeira Protegido contra jatos potentes d’água
7 - Protegido contra efeitos de imersão temporária em água
8 - Protegido contra efeitos de imersão contínua em água
Tabela 1: De nição de graus de proteção conforme NBR-IEC 60529
Exemplo de grau de proteção: IP65 = signi ca que o equipamento é totalmente protegido contra
penetração de poeira e protegido contra jatos d’água.
Outra norma que especi ca graus de proteção é a DIN 40050-9, que especi ca classi cações
especiais para aplicações automobilísticas. Baseando-se nesta norma a WIKA desenvolveu
transmissores de pressão com conexões elétricas alcançando um grau de proteção elevadíssimo, o
IP69K, que signi ca: equipamento totalmente protegido contra penetração de poeira (6) e protegido
contra jatos d’água alta pressão e jato de vapor d’água (9K).
12) Ajuste de ZERO/SPAN: Característica geralmente esquecida no dimensionamento do
equipamento, mas de extrema importância, principalmente em processos com cargas dinâmicas,
que podem causar desvio prematuro de ZERO. O ajuste de ZERO/SPAN pode ser feito através de
potenciômetros ou softwares especiais.
CONCLUSÃO
Vimos neste artigo um pouco da história da medição de pressão, sua evolução e aspectos que
devemos levar em consideração quando da especi cação de um transmissor de pressão.
Detalhando cada um dos tópicos pudemos observar a necessidade de avaliação individual de cada
característica e a importância de cada uma delas para o sucesso da medição da pressão e da
correta especi cação do transmissor de pressão.
Outro aspecto que não foi falado no artigo e que também deve ser analisado é o nanceiro. Muitas
vezes nos preocupamos em especi car o melhor produto, com, por exemplo, a melhor exatidão
possível, mas nos esquecemos de levar em consideração o impacto que isto pode causar no custo
nal de um projeto ou de uma máquina e hoje, com a concorrência, mundial que temos não
podemos nos descuidar deste aspecto.
Como consideração nal que pode ajudar na especi cação de transmissores de pressão e outros
instrumentos é a norma ISA-20-1981 (Speci cation Forms for Process Measurement and Control
Instruments, Primary Elements, and Control Valves), que apresenta diferentes data sheets para
uniformizar a especi cação de instrumentos, facilitando processos de cotação, compras,
recebimento, diligenciamento, entre outos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Beckerath, A. v.; Eberlein, A.; Julien, H.; Kersten, P.; Kreutzer, J.; WIKA-Handbook – Pressure and
Tempertaure Mesurement; 1995; Klingenberg – Germany.
TRONIC Reference Manual; WIKA Instrument Corporation; 2007; Lawrenceville – United States.
Guapyassu, Carlos; Modernos sensores e transmissores para medição de pressão, pressão
diferencial e nível; Revista Instec; 1989.
Material técnico (arquivos de treinamento e apostilas), WIKA Alexander Wiegand Gmbh & Co. KG.
ABNT; NBR-IEC 60529 – Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos (códigos
IP); 2005.
Paulo Bachir
Engenheiro de Produtos – TRONIC
WIKA DO BRASIL Ind. e Com. Ltda
Tel: +55.15.3459-9704
Fax: +55.15.3266-1196
p.bachir@wika.com.br (mailto:p.bachir@wika.com.br)
Legenda das imagens:
1 = tubo de Bourdon
2 = tubo de Bourdon
3 = manômetro com tubo de Bourdon
4 = sensores piezo-resistivos
5 = transmissor de pressão S-10
6 = sensores thin lm
7 = transdutor de pressão TTF-1
8 = transmissor de pressão F-20
9 = transmissor de pressão UT-10 em processo
10 = transmissor de pressão IPT-10
11 = sensor de pressão thick lm
12 = transmissor de pressão MCTH-1
13 = transmissor de pressão MH-2
14 = tabela de conversão de unidades de pressão
15 = transmissor de pressão E-11 com membrana ush
16 = transmissor de pressão SA-11 com selo diafragma
17 = conexão de processo para alta pressão
18 = transmissor de alta pressão HP-1
19 = transmissor de pressão IUT-10 (Ex ia)
20 = transmissor de pressão E-10 (Ex d)
5
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