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Para ele todas as coisas estão cheias de deuses. Ele chega a essa
afirmação por perceber que as coisas no mundo estão em
constante movimento. Se as coisas se movem é porque estão
vivas. E se estão vivas é porque Deus está nelas. Não podemos
esquecer que quando Tales diz que todas as coisas têm deuses e
alma, ele não estava se referindo ao sentido religioso que damos
hoje às palavras Deus e Alma.
Mesmo que muitas das suas conclusões nos pareçam estranhas
hoje, dizemos que a Filosofia iniciou com Tales porque com ele
acontece a primeira separação entre o pensamento racional e o
que as pessoas percebem através dos cinco sentidos. Ele utiliza a
razão para buscar explicações para as coisas do mundo.
Tanto os elementos como as forças que atuam sobre eles são divinos. Deus é o
Esfero, a união de todos os elementos através do amor ou da amizade. Na fase
em que o amor domina todos os elementos eles vão estar ligados em perfeita
harmonia. Nessa fase não existe o sol a terra ou o mar, mas uma unidade de
tudo que Empédocles denomina como sendo o Esfero. As almas também são
constituídas pelos elementos e sofrem a ação das forças do amor ou da amizade
e do ódio ou da discórdia. Ao contrário do domínio do amor no domínio do ódio
existe a dissolução dos elementos e forma-se assim o caos. Quando o caos está
instalado os elementos começam novamente a se unificar começando um novo
ciclo.
Para que o mundo exista devem existir tanto o elemento positivos quanto o
negativo, pois se existir somente o amor ou a amizade todos os elementos vão
se reunir e formar uma unidade compacta, vão formar uma única coisa. E ao
contrário se toda a força for do ódio ou da discórdia os elementos ficarão
completamente separados, fazendo também com que o cosmos não exista.
Empédocles pensava que dos poros das coisas saíam emanações que atingem os
nossos órgãos de sentido. Assim as partes que são semelhantes nos nossos
órgãos e nas coisas vão se reconhecer. O que for fogo em nossos sentidos vai
reconhecer as emanações que vem do fogo, o que for regido pela água vai
reconhecer as emanações que vem da água. Somente com nossa visão acontece
o contrário, nela as emanações partem dos olhos mas da mesma forma essas
emanações vão reconhecer nas coisas o que lhe for semelhante.
Empédocles sustenta ainda uma teoria sobre a evolução dos seres vivos. Para
ele no princípio havia numerosas partes de homens e animais - pernas, olhos,
orelhas - que estavam distribuídas desordenadamente. Através do amor essas
partes se juntavam aleatoriamente formando criaturas disformes que eram
inviáveis para sobreviver e pereciam. As espécies que formavam uma boa
combinação sobreviviam.
Sentenças:
- O sol, uma seta aguda. A lua do olho claro. O mar, suor da terra. A noite
solitária e cega.
- Os iguais se reconhecem.
- Sobrevive o que for mais capacitado
- O mundo evoluiu da água por meios naturais.
Zenão de Eléia (495 a Zenão foi adotado por Parmênides na Escola de Eleia. Tornou-
se um professor muito respeitado em sua cidade, e devido a
430 a.C.) isso, envolveu-se bastante com a política local. Juntamente
com outros companheiros e conspiradores, Zenão tentou
derrubar o tirano que governava a cidade. Foi preso e torturado
até à morte. A partir de sua morte, tornou-se um herói,
deixando uma marca na lembrança de seus compatriotas
contemporâneos.
No pensamento de Zenão, as seguintes características são por
ele atribuídas a deus:
•O primeiro atributo deduzido pelo filósofo para compor o
conceito Deus é a eternidade. Assim, Zenão nos diz: “É
impossível que algo surja; pois teria que surgir ou do igual ou
do desigual. Ambas as coisas são, porém, impossíveis; pois não
se pode atribuir, ao igual, que dele se produza mais do que
deve ser produzido, já que os iguais devem ter entre si as
mesmas determinações. Tampouco pode surgir o desigual do
desigual; pois se do mais fraco se originasse o mais forte, ou
do menor o maior, ou do pior o melhor, ou se, inversamente, o
pior viesse do melhor, originar-se-ia o Não-Ser do Ser, o que é
impossível; portanto, deus é Eterno.”
•O segundo atributo que Zenão atribui à divindade é
a Unidade, como pode ser visto nesse argumento: “Se Deus é
o mais poderoso de tudo, então lhe é próprio que seja Um;
pois, na medida em que dele houvesse dois ou ainda mais, ele
não teria poder sobre eles; mas enquanto lhe faltasse o poder
sobre os outros não seria Deus. Se, portanto, houvesse mais
deuses, eles seriam mais poderosos e mais fracos um em face
do outro; não seriam, por conseguinte, deuses; pois faz parte
da natureza de Deus não ter acima de si nada mais poderosos;
pois o igual não é nem pior nem melhor que o igual – ou não se
distingue dele. Se, portanto, Deus é e se ele é de tal natureza,
então só há um deus; não seria capaz de tudo o que quisesse,
se houvesse mais deuses.”
•Quanto à figura, Zenão propõe que Deus tem a forma de uma
esfera – “Sendo Um, é em toda parte igual, ouve, vê e possui
também, em toda a parte, os outros sentimentos, pois, não
fosse assim, as partes de Deus dominariam uma sobre a outra,
o que é impossível. Como Deus é em toda parte igual, possui
ele a forma esférica; pois não é aqui assim, em outra parte
de outro modo, mas em toda parte igual.”
•Por fim, Zenão conclui que deus não é nem limitado nem
ilimitado, nem móvel nem imóvel. Visto que o ilimitado e o
imóvel são características do Não-Ser; e, que o limitado e o
móvel são características do Múltiplo, Zenão afirma: “O Um,
portanto, não está nem em repouso nem se movimenta; pois
não se parece nem com o Não-Ser nem com o Múltiplo. Em
tudo isso, deus se comporta assim; pois ele é eterno e uno;
idêntico a si mesmo e esférico, nem ilimitado nem limitado,
nem em repouso nem em movimento.”
Seguindo o pensamento de seu mestre Parmênides, que
afirmava a unidade do Ser, Zenão concebeu contra a
pluralidade os seguintes argumentos ou paradoxos:
1.”Se a pluralidade existe, as coisas serão ao mesmo tempo
limitadas e infinitas em número.” – De fato, se há mais de uma
coisa, vemos que entre a primeira e a segunda existe, então,
uma terceira. Assim, entre a primeira e a terceira, existirá uma
quarta; e assim, ao infinito.
2.”Se a pluralidade existe, as coisas, ao mesmo tempo, serão
infinitas em tamanho e não terão tamanho algum.” –
Igualmente aqui, se duas coisas possuem cada qual sua
espessura, e entre essas duas espessura há uma terceira
espessura, há que se concluir que entre a primeira espessura e
essa terceira espessura, haverá também uma quarta
espessura; e assim, ao infinito.
No pensamento dos eleatas, o movimento, tal como as
mudanças e as transformações físicas, nada mais eram do que
ilusões provocadas pelos nossos sentidos. Para propor que o
movimento não existe, Zenão concebeu os seguintes
argumentos ou paradoxos, que até hoje são objeto de muita
discussão entre filósofos e cientistas.
1.Paradoxo da dicotomia – Imagine um móvel que está no
ponto A e quer atingir o ponto B. Este movimento é impossível,
pois antes de atingir o ponto B, o móvel tem que atingir o meio
do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C,
terá que primeiro atingir o meio do caminho entre A e C, isto é,
um ponto D. E assim, ao infinito.
2.Paradoxo de Aquiles – Imagine uma corrida entre um
atleta velocista (Aquiles) e uma tartaruga. Suponhamos que é
dada para a tartaruga uma vantagem inicial em distância.
Aquiles jamais a alcançará, porque quando ele chegar ao ponto
de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova
distância; e quando ele atingir essa nova distância, a tartaruga
já terá percorrido uma outra nova distância, e assim, ao
infinito.
3.Paradoxo da flecha imóvel – Uma flecha em voo está a
qualquer instante em repouso. Ora, se um objeto está em
repouso quando ocupa um espaço igual às suas próprias
dimensões e se, a flecha em voo sempre ocupa espaço igual às
suas próprias dimensões, logo a flecha em voo está em
repouso.
4.Paradoxo do estádio - Assim como a flecha, argumenta
que é impossível que a subdivisibilidade do tempo e do espaço
termine em indivisíveis. É o mais discutido e com a descrição
mais difícil.
Para ele as coisas são portanto relativas aos indivíduos e aos seus
pareceres. Não existe uma verdade absoluta assim como não existem
padrões morais absolutos, o que existem são coisas mais oportunas,
úteis e convenientes. A pessoa sábia vai ser aquela que consegue
distinguir o que é mais vantajoso e decente para cada situação. O
sábio vai conseguir também convencer os outros a reconhecer essa
qualidade superior e fazer com que eles a ponham em prática.
Sentenças:
- Sobre qualquer questão existem dois argumentos contrários entre si.
- Sobre os deuses não posso saber se existem ou se não existem.
- Das coisas belas umas são belas por natureza e outras por lei, mas as
coisas justas não são justas por causa da natureza, os homens estão
continuamente disputando pela justiça e a alteram também
continuamente.
- Toda a vida do homem tem necessidade de ordem e de adaptação.
SÓCRATES (470 a 399 a.C.) Sócrates ensinava seus discípulos através de perguntas, conhecido como
método socrático “Conhece-te a ti mesmo”. O método socrático consiste em
uma prática, que utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica, isso é
induzir uma pessoa por seu próprio raciocínio, chegar a uma conclusão.
Sócrates acreditava que “agir mal é não saber”, que atos errados eram
conseqüência da própria ignorância. “Só sei que nada sei” dizia isso porque
sabia que sua sabedoria era limitada.
PLATÃO (427 a 347 a.C.) Para Platão existiam dois mundos diferentes, o mundo das idéias, onde há
bondade e beleza. É também chamado de cosmos. As almas ficam no
mundos das idéias, por que elas não tem matéria. E o mundo sensível, onde
há maldade, onde a matéria existe. Onde o corpo é matéria, tornando-se mal.
Para Platão quando alguém nasce uma alma vem do mundo das idéias, para
o corpo da pessoa. A alma, por estar no mundo das idéias, tem o
conhecimento de tudo. Mas quando se encontra com o corpo, que é mal, ela
esquece tudo. Isso explica a teoria do conhecimento de Platão que diz
“conhecer é recordar”, ou seja, no andar dos anos, a alma vai vendo e
lembrando aquilo tudo que já sabia.
Sobre política, cria uma visão de cada um faz o que nasceu para fazer, assim
também explica a origem da cidade, que é uma questão de sobrevivência,
onde cada um deve ter uma posição.
A política não é uma técnica, mas uma ciência e que, portanto, pode ser
ensinada. Ou seja, a finalidade da política não é o exercício do poder,
mas a realização da justiça como um bem comum para a cidade.
•Platão critica os sofistas por eles defenderem que a educação
política se realize pela retórica e que a política não passa de uma
boa técnica de governo, completamente avessa à concepção
puramente teórica de bons governos. Para Platão, somente a
teoria política poderia ser capaz de orientar a técnica
governamental.
•Platão critica a democracia, descrevendo uma cidade em que a
liberdade permite que se faça o que quiser, a igualdade é injusta
porque trata da mesma maneira o igual e o desigual.
•Reina a anomia, isto é, a falta de respeito às leis e a anarquia,
isto é, a falta de governo.
•Prevalece a desordem moral, a injustiça, o domínio dos mais
fortes e o subjugo dos mais fracos.
A anarquia está contida na essência da democracia, por isso, quando se
governa mal em um regime democrático, a conseqüência inevitável é a
anarquia.
ARISTÓTELES(384 a 322 Aristóteles é contrario ao pensamento de Platão que existam dois mundos,
a.C.) pois acredita que exista apenas um.
Para ele a matéria tem a potência de mudar a sua forma e gerar um novo ato.
Uma semente é uma arvore em potencia, e uma arvore é uma semente em
ato. A semente é a matéria e tem a potencia de mudar a sua forma, gerando
uma arvore, em ato.
Também afirma que exista um “Ato puro”, que é perfeito, não falta nada, não
tem potência de transformar em nada, e que a todos caminham para essa
perfeição.
EPÍCURO (341 a 270 a.C.) Epicuro era muito doente, então sua filosofia visava uma vida tranqüila sem
dor e sem medo e vivendo cercado de amigos.
Acreditava que não devemos ter nenhum medo dos deuses, não devemos ter
medo da morte, porque ela é o fim. Se acaba tudo no momento da morte,
porque ter medo dela? Não é difícil limitar seus bens e consegui-los. Os
males têm breve duração.
Para ele uma pessoa virtuosa deve ter características como a prudência, o
calculismo, saber que uma atitude hoje, pode gerar um sofrimento, mas
amanhã pode gerar uma alegria e vice e versa.