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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA FAZENDA
COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUNAL DE IMPOSTOS E TAXAS

DRT Número Ano AIIM Câmara


CI 4067349-2 2015 4067349-2 SEGUNDA CÂMARA JULGADORA

Tipo de Impugnação: RECURSO ORDINÁRIO


Recorrente: Fabricius Pinotti
Recorrido: FAZENDA PÚBLICA
Responsáveis Solidários:
Relator: GALDERISE FERNANDES TELES
Sustentação Oral Requerida: NÃO

VOTO INICIAL DO RELATOR - Juiz: GALDERISE FERNANDES TELES

Ementa:
ITCMD – Falta de pagamento do imposto devido pela transmissão “causa mortis, apurado na divergência da base de cálculo de bens móveis
que possuía no exterior." Intrínseca relação de dependência do objeto da medida judicial - Mandado de Segurança nº 1035104-
86.2014.8.26.0053, com liminar deferida e segurança concedida, para o fim de suspender a exigibilidade do ITCMD não transitado em julgado e
do AIIM em tela. De rigor a remesse dos autos à Procuradoria Geral do Estado, refugindo-se a matéria à competência deste Tribunal
Administrativo conforme prescritividade do artigo 30, § 1º da Lei nº 13.457/09. Recurso Ordinário não conhecido.

Relatório e Voto:
1. Relatório

Cuida-se de Recurso Ordinário (fls. 216 a 232) interposto contra r. decisão de fls. 206 a 211, que julgou procedente o AIIM nº 4.067.349-2 (fls. 01) lavrado em face de Fabricius
Pinotti – herdeiro necessário de Anizio Pinotti – para, prevenindo a decadência, dele exigir o pagamento da diferença de base de cálculo do ITCMD referente a bens deixados pelo de cujos no exterior,
bem de multa e correção monetária ao principal correlatas, em contemplo à situação objeto do mandado de segurança nº 1035104-86.2014.8.26.0053, nos seguintes termos:

“I - INFRAÇÕES RELATIVAS AO PAGAMENTO DE IMPOSTO:


1. Embora notificado, na qualidade de herdeiro, deixou de pagar o ITCMD no montante de R$ 925.429,73 (novecentos e vinte e cinco mil, quatrocentos e vinte e nove reais
e setenta e tres centavos), em 19/09/2014, devido pela transmissão "causa mortis" de bens deixados por Anizio Pinotti e apurado na divergência da base de cáculo de bens
móveis (Ações da empresa Lighfield Trading, Saldo em conta corrente UBS Financial Services, Cotas do Fundo Moselle Banco Itaú Suisse e Saldo em conta corrente Banco
Itaú Suisse), conforme se comprova pela cópias dos documentos juntados e de acordo com as informações abaixo:
Total de Bens no exterior: R$ 185.085.946,27
Meação: R$ 92.542.973,14
25% a título de herdeiro R$ 23.135.743,28
ITCMD 4% R$ 23.135.743,28 R$ 925.429,73
INFRINGÊNCIA: Art. 31, inc. I, do RITCMD (aprovado pelo Decreto 46.655/2002).
CAPITULAÇÃO DA MULTA: Art. 38, inc. II, alínea "a" do RITCMD (aprovado pelo Decreto 46.655/2002)”

Impugnação às fls. 169/200.

Manifestação fiscal às fls. 203/205.

Decisão da Delegacia Tributária de Julgamento de Bauru – Unidade de Julgamento de Presidente Prudente – pela manutenção da multa de R$925.429.00 (novecentos e vinte e
cinco mil, quatrocentos e vinte e nove reais), com fulcro na regro do artigo 38, inciso II, “a”, do RITCMD/2002 (fls. 206/2011).

Em suas razões recursais, argui o Recorrente (a) a nulidade do AIIM por falta de assinatura do Auto de Infração. No mérito, (b) a inexigibilidade do ITCMD diante das decisões
judiciais; (c) a transgressão ao decidido na esfera judicial; (d) o descabimento da imposição de multa e juros, diante da inexistência da infração; (d) a inexistência de omissão e a conseguinte
incorreção da capitulação sob o crivo de omissão; (e) alternativamente, a suspensão do processo até a superveniência do transito em julgado de decisão a ser proferida no bojo do Mandado de
Segurança nº 1035104-86.2014.8.26.0053 (fls. 216/222). Colaciona o v. acórdão que negou provimento ao Recurso de Apelação da FESP e manteve a concessão da segurança (fls. 246/258).

Já em sede de Contrarrazões ao Recurso Ordinário o Parecer da Representação Fiscal, aduz-se preliminarmente (a) para que se promova o encaminhamento dos autos à
Procuradoria Geral do Estado, devendo aguardar desfecho na esfera administrativa apenas as questões sem identidade de objeto – em conformidade com os preceitos legais vigentes – artigo 30, § 1º da
Lei nº 13.457/09 e artigo 95, § 1º do Decreto nº 54.486/09.; (b) alternativamente, o retorno dos autos à primeira instância para que lá se analise o mérito da questão suscitada no AIIM. No mais, (c)
peleja contra preliminar arguida pelo Recorrente e, nas razões de fundo, (d) pugna pelo não provimento do recurso (fls. 264/275).

É o relatório.

2. Fundamentação

Contra Fabricius Pinotti fora lavrado o presente AIIM – originado da Ordem de Serviço Fiscal nº 01.1.10789/15-4 – por omissão no recolhimento do ITCMD decorrente do
falecimento de seu ascendente, Anizio Pinotti, relativo a bens pelo de cujos deixados no exterior e lá a serem partilhados.

São os bens:

· Ações da empresa Lighfield Trading;

· Saldo em conta corrente - UBS Financial Services;

· Cotas do Fundo Moselle Banco Itaú Suisse;


· Saldo em conta corrente - Banco Itaú Suisse.

Isso devido ao fato de na Declaração de ITCMD apresentada pelo autuado se constar dissintonia entre os valores simbolicamente declarados (R$ 1,00 – um real) e aqueles
apurados pelo Fisco (fls. 05).

Nesses termos, diante da infração à regra do artigo 31, inciso I, do RITCMD, pretende-se lhe aplicar, in continenti, multa correspondente ao valor do tributo, nos termos do artigo
38, inciso II, “a”, do mesmo Decreto nº 46.655, de 1º de abril de 2002.

“Artigo 31 - O imposto será recolhido (Lei 10.705/00, arts.17, com alteração da Lei 10.992/01, e 18):

I - na transmissão "causa mortis", no prazo de 30 (trinta) dias após a decisão homologatória do cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento;

(...)”

“Artigo 38 - O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela legislação do Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Quaisquer Bens
ou Direitos - ITCMD, fica sujeito às seguintes penalidades (Lei 10.705/00, art. 21):

(...)

II - por meio de lançamento de ofício:

a) em decorrência de omissão do contribuinte, responsável, serventuário de justiça, tabelião ou terceiro, o infrator fica sujeito à multa correspondente a uma vez o valor do
imposto não recolhido; (...)”

Embora plenamente vinculado o procedimento à constituição do crédito tributário (Código Tributário Nacional, artigo 142, parágrafo único) e de tudo escorreita a lavratura do
presente AIIM (Lei nº 13.457/2009, artigo 30, caput), há prejudicialidade da questão a inviabilizar o exame por este Egrégio Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo.

Veja:

Em Relatório Circunstanciado (fls. 04), informa a Ilma. Srª. Agente Fiscal de Rendas que o autuado, em litisconsórcio com Norma Regina Pinotti e Vinicius Pinotti nos autos do
Mandado de Segurança Preventivo nº 1035104-86.2014.8.26.0053 (fls. 11/48), obteve o deferimento de liminar (fls. 08) para suspender a exigibilidade do ITCMD e assim obstar, à margem de lei
complementar, a incidência do tributo sobre bens deixados pelo de cujos no exterior (Constituição Federal, artigo 155, §1º, inciso III, “b”). Outrossim, comunica a concessão da segurança (fls. 04),
lastreada na declaração de inconstitucionalidade do artigo 4º, inciso II, “b”, da Lei Estadual nº 10.705/2000, já reconhecida inclusive pelo Egrégio Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo (fls. 131/136).

Daqueles autos judiciais consta v. acórdão pela concessão da segurança, não havendo o trânsito em julgado da decisão, porém (fls. 199/200, 244/245 e 274).

À luz desses informes, revela-as por inexorável a existência de litígio ora jurisdicionalizado a impor a remessa dos autos à Procuradoria Geral do Estado, nos termos do que dispõe a
regra do artigo 30, §1º, da Lei nº 13.457/2009, em implacável renúncia do autuado à discussão nesta sede administrativa:

“Artigo 30 - Não impede a lavratura do auto de infração a propositura pelo autuado de ação judicial por qualquer modalidade processual, com o mesmo objeto, ainda que
haja ocorrência de depósito ou garantia.

§ 1º - A propositura de ação judicial importa renúncia ao direito de litigar no processo administrativo tributário e desistência do litígio pelo autuado, devendo os autos serem
encaminhados diretamente à Procuradoria Geral do Estado, na fase processual em que se encontrarem. (...)”

Com efeito, o presente AIIM possui em seu relato a infração: deixar de pagar o ITCMD, sendo a infringência embasada no artigo 31, inciso I do RITCMD que trata, entre outros
pontos, de sua incidência. Por sua vez, a capitulação da multa toma por base a ocorrência de omissão do contribuinte que consequentemente acarretou na insuficiência no recolhimento do tributo em
tela.

E conquanto se pretenda distinguir o trato entre a questão aqui e acolá vergastada, como o faz a r. decisão (fls. 206/211), não há falar em subsistência da aplicação de multa
autônoma e desconexa da competência à instituição do tributo, matéria essa ainda pendente de análise judicial à especificidade da relação travada entre o Autuado e o Estado de São Paulo. A
plausibilidade da incidência do tributo relativo a bens pelo de cujos deixados no exterior e lá a serem partilhados – questão responsável pela divergência da base de cálculo dos bens a partilhar (fls. 01),
ao lado do juro de mora e da multa aqui exigidos (fls. 01), está sendo, por ora, discutida nos autos do Mandado de Segurança nº 1035104-86.2014.8.26.0053.

Ora, se se vislumbra por sanção a imputação punitiva ou premial a dado antecedente normativo não há como se admitir surja o consequente (sanção) de um não-antecedente,
ainda que a norma sancionadora se dê em instrumento autônomo, sob pena de assim se afrontar categorias fundamentais e elementares do direito, sobretudo da norma jurídica.

No presente caso, o núcleo da infração do AIIM é a falta de pagamento do ITCMD, em decorrência da omissão do sujeito passivo. Nesse contexto, o dever instrumental – “obrigação
acessória” está necessariamente atrelado a obrigação principal, de maneira que o apenamento ao contribuinte só resguarda plausibilidade jurídica se considerarmos cabível – adequada a incidência do
tributo, matéria essa levada à análise da esfera judicial.

Quer isso dizer que, à maneira do caso em sub examine, não se pode pretender uma autônoma aplicação da multa se a questão da própria legitimidade de instituição do tributo
pende do trânsito em julgado de decisão jurisdicional.

Se assim não se entender, estar-se-á por ferir as constitucionais máximas da segurança jurídica e da economia processual, sem se descurar de eventual transgressão à separação
das funções do Estado, nos moldes do que dispõe a regra do artigo 2º do Estatuto Supremo.

3. Dispositivo
Nesta senda, não conheço do Recurso Ordinário, dada a intrínseca relação de dependência do objeto da medida judicial - Mandado de Segurança nº 1035104-86.2014.8.26.0053 e
do AIIM em tela, de rigor a remesse dos autos à Procuradoria Geral do Estado, refugindo-se a matéria à competência deste Tribunal Administrativo conforme prescritividade do artigo 30, § 1º
da Lei nº 13.457/09 e artigo 95, § 1º do Decreto nº 54.486/09. Prejudicada a análise das demais preliminares, bem como, da matéria de fundo.
VOTO DE VISTA - Juiz: CELSO BARBOSA JULIAN

Ementa:
ITCMD – Falta de pagamento do imposto devido pela transmissão ‘causa mortis’, decorrente da existência de bens e direitos no Exterior.
Coexistência de ação judicial e processo administrativo sobre o mesmo objeto. Não conhecimento do recurso ordinário(Art. 30, §1º, da Lei
13.457/2009). Incidência de multa e juros de acordo com a legislação vigente. Nessa parte, o recurso ordinário é conhecido e desprovido.
Mantido o julgado singular.

Relatório e Voto:

VOTO EM SEPARADO

Inicialmente, por economia processual, adoto o relatório de lavra do Dr. GALDERISE FERNANDES TELES, a quem rendo minhas homenagens
nesta oportunidade.

Trata-se de recurso ordinário interposto pelo particular, que objetiva a reforma do julgado singular(fls.206/211), que manteve a acusação
descrita na peça vestibular, a saber;

Item 1 - Embora notificado, na qualidade de herdeiro, deixou de pagar o ITCMD no montante de R$ 925.429,73 (novecentos e vinte e cinco mil,
quatrocentos e vinte e nove reais e setenta e três centavos), em 19/09/2014, devido pela transmissão "causa mortis" de bens deixados por Anizio Pinotti e
apurado na divergência da base de cálculo de bens móveis (Ações da empresa Lighfield Trading, Saldo em conta corrente UBS Financial Services, Cotas
do Fundo Moselle Banco Itaú Suisse e Saldo em conta corrente Banco Itaú Suisse), conforme se comprova pelas cópias dos documentos juntados e de
acordo com as informações abaixo:
Total de Bens no exterior: R$ 185.085.946,27
Meação: R$ 92.542.973,14
25% a título de herdeiro R$ 23.135.743,28
ITCMD 4% R$ 23.135.743,28 R$ 925.429,73

INFRINGÊNCIA: Art. 31, inc. I, do RITCMD (aprovado pelo Decreto 46.655/2002).

CAPITULAÇÃO DA MULTA: Art. 38, inc. II, alínea "a" do RITCMD (aprovado pelo Decreto 46.655/2002)

Ao que consta no processado, a recorrente impetrou mandado de segurança visando, em linhas gerais, afastar a cobrança de ITCMD sobre os
bens recebidos do ‘de cujus’ no Exterior.

O julgado singular não examinou o fundo, uma vez que o interessado está discutindo a mesma matéria no Poder Judiciário, por meio de
mandado de segurança.

Quanto à penalidade e os juros aplicados, manteve a cobrança fazendária.

O recurso ordinário repisa os argumentos defensórios. (fls.216/232)

O douto juiz relator não conheceu do Recurso Ordinário, dada a intrínseca relação de dependência do objeto da medida judicial - Mandado de
Segurança nº 1035104-86.2014.8.26.0053 e do AIIM em tela. Determinou a remessa dos autos à Procuradoria Geral do Estado, em face do
artigo 30, §1º, da Lei nº 13.457/09 e artigo 95, § 1º do Decreto nº 54.486/09. Deu por prejudicado o exame das demais preliminares, bem como,
da matéria de fundo.

Ouso dissentir, em parte, de suas conclusões.

Examino as preliminares suscitadas pela recte, por se tratarem, a meu ver, de questões distintas daquelas discutidas no âmbito do Poder
Judiciário, por meio do Mandado de Segurança n. 1035104-86.2014.8.26.0053.

Faço uso do quanto disposto no artigo 30, §2º, da Lei 13.457/2009, que diz:

“Artigo 30 - Não impede a lavratura do auto de infração a propositura pelo autuado de ação judicial por qualquer modalidade processual, com o mesmo
objeto, ainda que haja ocorrência de depósito ou garantia.

§ 1º - (..)

§ 2º - O curso do processo administrativo tributário, quando houver matéria distinta da constante do processo judicial, terá prosseguimento em relação à
matéria diferenciada, conforme dispuser o regulamento”.

Pois bem.

Alega o particular que o AIIM é nulo por faltar assinatura.

O Art. 80 da Lei 13.457/2009, em seu parágrafo único, dispõe claramente, que, todos os atos processuais do processo eletrônico serão
assinados eletronicamente.

“Artigo 80 - A Secretaria da Fazenda desenvolverá sistemas eletrônicos de processamento de processos administrativos tributários por meio de autos
total ou parcialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial de computadores e acesso por meio de redes internas e externas.
Parágrafo único - Todos os atos processuais do processo eletrônico serão assinados eletronicamente na forma estabelecida em regulamento”.

Como bem pontua a operosa Representação Fiscal oficiante, com a publicação da Portaria CAT 198/2010 em 28/12/2010, entrou em vigor o
processo administrativo tributário eletrônico.

Prevê a citada Portaria, em seus dispositivos abaixo transcritos que:

“Art. 1º - Esta portaria disciplina o processo administrativo tributário eletrônico da Secretaria da Fazenda, denominado ePAT, que será utilizado como
meio eletrônico na lavratura do auto de infração, na tramitação dos processos administrativos tributários, para a prática e comunicação de atos e para a
transmissão de peças processuais.

Art. 2º - O acesso ao ePAT será realizado no sítio eletrônico da Secretaria da Fazenda, por qualquer pessoa credenciada, mediante uso de assinatura
eletrônica que possibilite a identificação inequívoca do signatário e utilize certificado digital que, alternativamente:

(..)

Art. 4º - A utilização de assinatura eletrônica é condição necessária para a realização do credenciamento no ePAT e garantia da autenticidade e
integridade dos atos e peças processuais, bem como da identificação inequívoca daquele que praticará atos no processo eletrônico”.

Vale dizer, consoante o disposto no Art. 4º, acima transcrito, sem a utilização da assinatura eletrônica, sequer seria possível a qualquer das
partes realizarem atos no âmbito do e-PAT.

Logo, resta claro que a lavratura de AIIM somente pode ser feita por quem possua assinatura eletrônica.

Além desse fato, há clara identificação do agente fiscal autuante às fls. 03.

Portanto, o pleito de nulidade é rejeitado.

Quanto à alegada impossibilidade de se cobrar a multa, em virtude da discussão judicial acerca do tributo, não assiste razão à recorrente.

Agiu com inteiro acerto o julgado singular, cujo trecho(fls.209/10) transcrevo e, adoto como razões de decidir:

“[..]” não consta nos autos notícia de ter sido efetuado depósito judicial do montante integral do crédito tributário, conforme informa a Procuradoria
Geral do Estado (fls. 141) ao qual alude o artigo 151, inciso II, do CTN, ao qual faz referência o § 3º do artigo 30 da Lei nº 13.457/2009, que poderia
afastar quaisquer penalidades, inclusive as de caráter moratório, quando da lavratura do auto; a conclusão é que as penalidades de cunho infracional e
moratório devem ser mantidas.” (grifei)

Noutro ponto, ao revés do que alega o particular, acha-se correta a aplicação da penalidade por infração à legislação do ITCMD, especialmente,
artigo 38, inciso II, alínea “a”, do RITCMD(Decreto 46.655/02)

Por fim, a aplicação dos juros de mora sobre a multa está fundamentada no quanto disposto nos artigos 32 e 39 do RITCMD, os quais
reproduzem os artigos 20 e 22 da Lei nº 10.705/00, restando procedente sua exigência.

Ressalto, ademais, que a posição aqui esposada quanto à manutenção de multa e juros na vigência de decisão judicial vem sendo prestigiada
pela Câmara Superior, deste E. TIT, como se colhe dos seguintes arestos:

“Processo: DRTC-I-115055/2009
ICMS. IMPORTAÇÃO DE BENS DO EXTERIOR. AÇÃO JUDICIAL - SENTENÇA CONCESSIVA DA SEGURANÇA QUE TORNOU DEFINITIVA A LIMINAR.
PENDÊNCIA DE RECURSO FAZENDÁRIO PERANTE O TJESP. INEXISTÊNCIA DE DEPÓSITO JUDICIAL.
A exclusão de multa e juros sem o depósito judicial integral do imposto não encontra abrigo no artigo 30 da Lei 13.457/09. Nesse sentido posiciona-se esta Câmara Superior, conforme
precedentes do processo DRT-1A-410124/2001, julgado em 12/12/2009, bem como do processo DRT-6-355512/08, julgado em 11/10/2010. Deste último processo extraio a seguinte
afirmação: "apenas o depósito judicial integral do imposto exigido pelo fisco permite a exclusão da incidência da multa punitiva e dos juros de mora". Logo, divirjo do I. Relator para negar
provimento ao recurso do contribuinte, mantendo-se a multa e os juros, determinando-se a remessa dos autos à Procuradoria do Estado, nos moldes do artigo 30, § 1° da Lei 13.457/09.
RECURSO CONHECIDO. NEGADO PROVIMENTO. REMESSA DOS AUTOS A PROCURADORIA FISCAL. DECISÃO NÃO UNÂNIME. Vencido o voto do juiz relator pelo
provimento do recurso”. (DOE-05/02/2011)

“DRT-C-II-154659-08
ICMS – DEIXOU DE PAGAR O IMPOSTO DEVIDO ATE O MOMENTO DO DESEMBARAÇO ADUANEIRO DE MERCADORIA.
Recurso Especial interposto pelo contribuinte.
Atestada a concomitância em instância inferior, motivo pelo qual assuntos relacionados a não incidência do ICMS em importação por arrendamento mercantil não devem ser discutidos na
esfera administrativa, mas sim na judicial. Quanto às penalidades, estas devem ser mantidas em face da ausência de depósito do montante integral do imposto.
RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E NÃO PROVIDO”. (Publicado no Diário Eletrônico, Ed. 60, de 28/07/2011)

Por tais razões, não conheço do recurso ordinário quanto à tributação incidente sobre os bens recebidos pela recorrente do Exterior, porque há
coexistência de processo administrativo e judicial sobre o mesmo objeto.(art. 30, §1º, da Lei 13.457/2009). No que toca as questões
periféricas(multa e juros) conheço e nego provimento ao recurso ordinário, para manter intacta a r. decisão recorrida. É como voto.

Sala das Sessões, 20.10.2016

CELSO BARBOSA JULIAN


Juiz c/ vista
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA FAZENDA
COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUNAL DE IMPOSTOS E TAXAS

DRT Número Ano AIIM Câmara


CI 4067349-2 2015 4067349-2 SEGUNDA CÂMARA JULGADORA

Tipo de Impugnação: RECURSO ORDINÁRIO


Recorrente: Fabricius Pinotti
Recorrido: FAZENDA PÚBLICA
Responsáveis Solidários:
Relator: GALDERISE FERNANDES TELES
Sustentação Oral Requerida: NÃO
Pedidos de Vista: CELSO BARBOSA JULIAN

CONFIRMAÇÃO DO VOTO DO RELATOR

Confirmo o voto que proferi na sessão de julgamento em que houve o deferimento do pedido de vista.

Sala das Sessões da SEGUNDA CÂMARA JULGADORA, 20 de outubro de 2016


GALDERISE FERNANDES TELES
Juiz Relator
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA FAZENDA
COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUNAL DE IMPOSTOS E TAXAS

DRT Número Ano AIIM Câmara


CI 4067349-2 2015 4067349-2 SEGUNDA CÂMARA JULGADORA

Tipo de Impugnação: RECURSO ORDINÁRIO


Recorrente: Fabricius Pinotti
Recorrido: FAZENDA PÚBLICA
Responsáveis Solidários:
Relator: GALDERISE FERNANDES TELES
Sustentação Oral Requerida: NÃO
Pedidos de Vista: CELSO BARBOSA JULIAN

DECISÃO DA CÂMARA

RECURSO ORDINÁRIO: CONHECIDO PARCIALMENTE. NÃO PROVIDO.

VOTO DO JUIZ RELATOR: GALDERISE FERNANDES TELES


RECURSO ORDINÁRIO: Não Conhecido.

VOTO DE VISTA: CELSO BARBOSA JULIAN


RECURSO ORDINÁRIO: Conhecido Parcialmente. Não Provido.

JUÍZES QUE ACOMPANHARAM ESSE VOTO DE VISTA:

CAIO AUGUSTO TAKANO (Presidente)

JOSE EDUARDO DE PAULA SARAN

São Paulo, 20 de outubro de 2016


Tribunal de Impostos e Taxas
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA FAZENDA
COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIAO
TRIBUNAL DE IMPOSTOS E TAXAS

AUTUADO
Fabricius Pinotti
AIIM
4067349-2
IE CNPJ LOCALIDADE
000000000000 29088388857 São Paulo - SP

JULGAMENTO NA CÂMARA DO TIT COM CERTIFICADO DIGITAL

Julgamento realizado na Câmara do Tribunal de Impostos e Taxas por meio do ePAT – Processo Administrativo Tributário Eletrônico, com a
utilização do certificado digital dos juízes presentes na sessão de julgamento.

São Paulo, 20 de outubro de 2016


Tribunal de Impostos e Taxas

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