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ENVELHECIMENTO HUMANO
Envelhecimento e sociedade – v. 1
Universidade Nove de Julho – UNINOVE
Rua Vergueiro, 235/249 – 12º andar
CEP: 01504-001 – Liberdade – São Paulo, SP – Brasil
Tel.: (11) 3385-9191 – editora@uninove.br
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
Débora Bachin Carvalho
Jéssica Julioti Urbano
Luciana Rodrigues Barcala
Nadhia Helena Costa Souza
Patrícia Lira dos Santos
Vanessa dos Santos Grandinetti
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO
ENVELHECIMENTO HUMANO
Envelhecimento e sociedade – v. 1
Fernanda Ishida Corrêa
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
(Organizadoras)
São Paulo
2019
© 2019 UNINOVE
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constitui violação do copyright (Lei nº 9.610/98). Nenhuma parte desta publicação
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Capítulo 1
DIVISÃO DO CORPO HUMANO: CONCEITOS E PARTES,
POSIÇÃO ANATÔMICA E PLANOS DE SECÇÃO, 12
Patrícia Lira dos Santos
Introdução.................................................................................................... 12
Objetivos....................................................................................................... 12
Níveis de organização do corpo humano................................................... 13
Células........................................................................................................... 13
Tecidos........................................................................................................... 13
Órgãos e Sistemas.......................................................................................... 15
Posição anatômica..........................................................................................17
Planos e eixos do corpo humano................................................................... 18
Conclusão...................................................................................................... 20
Exercícios...................................................................................................... 21
Bibliografia................................................................................................... 22
Capítulo 2
SISTEMA ÓSSEO: TECIDO ÓSSEO,
FUNÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS, 24
Vanessa dos Santos Grandinetti
Introdução.................................................................................................... 24
Objetivos....................................................................................................... 24
Sistema ósseo................................................................................................ 25
Aspectos do envelhecimento.......................................................................... 32
Conclusão...................................................................................................... 34
Exercícios...................................................................................................... 35
Bibliografia................................................................................................... 36
Capítulo 3
SISTEMA ARTICULAR: TECIDO ARTICULAR,
FUNÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES, 38
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
Jéssica Julioti Urbano
Introdução.................................................................................................... 38
Objetivos....................................................................................................... 38
Sistema articular.......................................................................................... 39
Articulações fibrosas...................................................................................... 39
Articulações sinoviais.................................................................................... 42
Aspectos do envelhecimento.......................................................................... 44
Conclusão...................................................................................................... 45
Exercícios...................................................................................................... 46
Bibliografia................................................................................................... 47
Capítulo 4
SISTEMA MUSCULAR: TECIDO MUSCULAR,
TIPOS E FUNÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS
E CONTRAÇÃO MUSCULAR, 49
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
Jéssica Julioti Urbano
Introdução.................................................................................................... 49
Objetivos....................................................................................................... 50
Tipos de tecido muscular............................................................................. 50
Classificações dos músculos.......................................................................... 54
Mecanismo de contração............................................................................... 55
Aspectos do envelhecimento.......................................................................... 56
Conclusão...................................................................................................... 57
Exercícios...................................................................................................... 58
Bibliografia................................................................................................... 59
Capítulo 5
SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO:
ESTRUTURA E FUNÇÃO, 61
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
Introdução ................................................................................................... 61
Objetivos....................................................................................................... 61
Estrutura e função do sistema cardiovascular.......................................... 62
Estrutura e função do sistema respiratório............................................... 64
Aspectos do envelhecimento.......................................................................... 65
Conclusão...................................................................................................... 67
Exercícios...................................................................................................... 68
Bibliografia................................................................................................... 69
Capítulo 6
SISTEMA DIGESTÓRIO:
ESTRUTURA E FUNÇÃO, 71
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
Introdução.................................................................................................... 71
Objetivos....................................................................................................... 71
Estrutura e função do sistema digestório................................................... 72
Aspectos do envelhecimento.......................................................................... 75
Conclusão...................................................................................................... 76
Exercícios...................................................................................................... 77
Bibliografia................................................................................................... 78
Capítulo 7
SISTEMA UROGENITAL FEMININO E MASCULINO:
ESTRUTURA E FUNÇÃO, 80
Nadhia Helena Costa Souza
Introdução ................................................................................................... 80
Objetivos....................................................................................................... 80
Estrutura e função do sistema urogenital feminino e masculino............. 81
Sistema urinário............................................................................................. 81
Sistema genital feminino................................................................................ 82
Sistema genital masculino.............................................................................. 82
Aspectos do envelhecimento.......................................................................... 83
Conclusão...................................................................................................... 85
Exercícios...................................................................................................... 86
Bibliografia................................................................................................... 88
Capítulo 8
SISTEMA NERVOSO: EMBRIOLOGIA,
ESTRUTURAS E FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO, 90
Luciana Rodrigues Barcala
Introdução.................................................................................................... 90
Objetivos....................................................................................................... 90
Embriologia.................................................................................................. 90
Divisão Estrutural do Sistema Nervoso......................................................... 92
Sistema nervoso central................................................................................. 93
Cérebro........................................................................................................... 93
Cerebelo......................................................................................................... 97
Tronco Encefálico.......................................................................................... 98
Medula Espinal.............................................................................................101
Sistema nervoso periférico........................................................................... 102
Nervos e Gânglios........................................................................................ 102
Terminações Nervosas..................................................................................103
Aspectos do envelhecimento.........................................................................103
Conclusão.................................................................................................... 104
Exercícios.....................................................................................................105
Bibliografia................................................................................................. 106
Capítulo 9
TECIDO NERVOSO E POTENCIAL DE AÇÃO:
CÉLULAS NERVOSAS E SUAS FUNÇÕES, 108
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
Introdução.................................................................................................. 108
Objetivos..................................................................................................... 108
Tecido nervoso............................................................................................ 109
Sinapses........................................................................................................114
Mecanismo da transmissão sináptica...........................................................117
Aspectos do envelhecimento........................................................................ 120
Conclusão.....................................................................................................121
Exercícios.................................................................................................... 122
Bibliografia................................................................................................. 123
Capítulo 10
CONTROLE MOTOR E NEUROPLASTICIDADE:
TEORIAS DO CONTROLE MOTOR E
FISIOLOGIA DA PLASTICIDADE NEURAL, 125
Débora Bachin Carvalho
Introdução.................................................................................................. 125
Objetivos..................................................................................................... 125
Controle motor........................................................................................... 126
Teorias do controle motor.............................................................................131
Teoria do Reflexo..........................................................................................131
Teoria Hierárquica........................................................................................132
Teoria da Programação Motora.....................................................................133
Teoria dos Sistemas...................................................................................... 134
Teoria da Ação Dinâmica............................................................................. 134
Teoria Ecológica...........................................................................................135
Breve consideração sobre as Teorias do Controle Motor.............................135
Aprendizado motor e neuroplasticidade...................................................... 136
Aspectos do envelhecimento.........................................................................139
Conclusão.................................................................................................... 140
Exercícios.....................................................................................................141
Bibliografia..................................................................................................143
Autores.........................................................................................................145
Coleção Envelhecimento e Sociedade........................................................147
10 - Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Apresentação
Ao longo deste livro, o leitor aprofundará seu conhecimento
sobre cada sistema do corpo humano, abordando sua forma e
funcionamento, bem como todo processo que ocorre nestes sistemas
durante o envelhecimento.
O corpo humano é formado por diversos sistemas, que estão
inter-relacionados, cada qual com suas funções específicas; objetivando
a manutenção da vida.
Compreender como cada sistema funciona, é extremamente
importante para entendermos os processos que comprometem o
indivíduo no decorrer do envelhecimento.
O envelhecimento é um processo fisiológico que está atrelado
a mudanças estruturais, funcionais e comportamentais. Perceber e
adaptar-se a essas mudanças pode ser um caminho complexo e difícil
para muitos; portanto, cabe ao profissional da Saúde, compreender o
funcionamento fisiológico de cada sistema do corpo humano para, desta
maneira, saber identificar as mudanças fisiológicas ou não, durante o
processo do envelhecimento, possibilitando uma melhor orientação
para o envelhecimento saudável, respeitando cada indivíduo dentro de
suas limitações.
Cada capítulo deste livro, discorre sobre os principais pontos de
cada sistema; contribuindo para o melhor aprendizado e aproveitamento
de cada leitor.
Capítulo 1
DIVISÃO DO CORPO HUMANO:
CONCEITOS E PARTES, POSIÇÃO
ANATÔMICA E PLANOS DE SECÇÃO
Introdução
O corpo humano é dividido em cabeça, pescoço, tronco e mem-
bros e formado por inúmeras células que possuem formas e funções
distintas. O estudante da área da saúde deve entender e compreender
a posição anatômica do corpo humano. Para definir as descrições ana-
tômicas, tanto do corpo humano quanto dos órgãos, nos baseamos em
três principais planos de secção. Esta posição é um referencial para po-
der localizar, descrever as estruturas anatômicas e definir um padrão
entre os profissionais da área. Esta compreensão se faz importante, já
que conhecer o que está dentro da normalidade favorece a compreen-
são das possíveis mudanças estruturais e funcionais durante o proces-
so do envelhecimento.
Objetivos
Ao concluir a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
• Conhecer os níveis de organização do corpo humano;
• Conhecer e compreender as divisões anatômicas;
• Conhecer a posição anatômica;
• Compreender os planos e eixos de secção.
13 - Capítulo 1 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Células
O corpo humano é constituído por diversas partes, que são forma-
das por inúmeras células que apresentam formas e funções definidas. A
célula é um componente estrutural e funcional básico da vida. Os seres
vivos são compostos de 60 a 100 trilhões de células constituídas por áto-
mos, estes ligados entre si para formar partículas maiores chamadas de
moléculas. Alguns agrupamentos específicos de moléculas formam es-
truturas funcionais chamadas de organelas, que realizam funções especí-
ficas dentro das células. O corpo humano contém muitos tipos distintos
de células com funções específicas. Exemplo destas células especializa-
das são: células sanguíneas, células musculares, células adiposas, célu-
las ósseas e células nervosas. A estrutura de cada célula está diretamente
relacionada à sua função.
Tecidos
Os tecidos são formados por grupos de células que realizam a
mesma função. Durante a formação do feto, as células vão se desenvol-
vendo conforme sua função e localização; este processo é chamado de
diferenciação celular. As células que possuem características semelhan-
tes, seja estrutural ou funcional, se agrupam e, desta maneira, formam
os tecidos. Na constituição do corpo humano, existem quatro tipos fun-
damentais de tecidos:
• Tecido epitelial;
• Tecido conjuntivo;
14 - Capítulo 1 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
• Tecido nervoso;
• Tecido muscular.
O tecido epitelial possui as funções de proteção do corpo (pele),
a produção e absorção de hormônios, nutrientes e percepção de sen-
sações (frio e calor). Pode ser classificado em dois tipos: tecido epi-
telial de revestimento e tecido epitelial glandular. É formado por um
grupamento de células que permanecem juntas e sobrepostas (justa-
postas), podem estar dispostas em uma ou mais camadas e apresen-
tam diferentes formas.
Órgãos e Sistemas
Um órgão é formado por 2 (dois) ou mais tecidos (conjuntivo, epi-
telial, muscular e nervoso) que executam uma função específica. Quando
vários órgãos interagem e desempenham uma função específica no or-
ganismo, é chamado de sistema. O corpo humano é formado por vários
sistemas:
• Sistema nervoso: formado por órgãos (encéfalo, medula espi-
nal, receptores e nervos) responsáveis por regular as funções do
corpo humano (Capítulos 8 e 9);
• Sistema respiratório: formado por órgãos (vias áreas superio-
res e inferiores) responsáveis pela troca gasosa entre o organis-
mo e o meio ambiente (Capítulo 5);
• Sistema endócrino: formado por órgãos e glândulas que pro-
duzem e liberam hormônios responsáveis por manter a home-
ostasia do organismo;
16 - Capítulo 1 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Posição anatômica
Para representar e descrever as posições dos vários órgãos que
compõem o corpo humano, é utilizado uma posição de referência de-
finida como posição anatômica. O intuito desta posição é ajudar na
melhor compreensão dos movimentos do corpo e padronizar a lin-
guagem entre os profissionais da área da saúde, evitando assim dú-
vidas na utilização dos termos anatômicos. A posição anatômica é
descrita abaixo:
• Posição bípede (em pé);
18 - Capítulo 1 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
• Corpo ereto;
• Cabeça com a face voltada para a frente;
• Membros inferiores unidos (pés apontados para frente);
• Braços e antebraços ao lado do corpo, palmas das mãos para
frente.
Conclusão
Conhecer o corpo humano é de fundamental importância para a
atuação na área da saúde, desde seus aspectos histológicos até os aspec-
tos anatômicos. A padronização de termos favorece o entendimento e a
utilização no estudo e na pesquisa e a compreensão das mudanças du-
rante o envelhecimento.
21 - Capítulo 1 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) Paciente M.N.C, masculino e jogador de volei. Durante uma partida,
na realização do saque, movimento de flexão de ombro com extensão de
cotovelo, sentiu dores intensas e foi encaminhado para análise clínica.
Foi realizado um exame de imagem e no laudo médico continha a des-
crição de secção frontal dos tecidos. Com base nestas informações, este
plano devide as estruturas em quais partes?
a) Anterior e posterior;
b) Látero-lateral;
c) Superior e inferior;
d) Ântero-lateral;
e) Póstero-inferior.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
ABRAHAMS, Peter H. Mcminn atlas clínico de anatomia humana. 6.
ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2008.
Capítulo 2
SISTEMA ÓSSEO: TECIDO ÓSSEO, FUNÇÃO
E CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS
Introdução
O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo especializado, com-
posto por diversos tipos de células ósseas e por matriz extracelular, que
nutre as células ósseas.
Este é o principal constituinte do esqueleto e apresenta diversas
funções, como, sustentação, proteção, armazenamento de íons, produ-
ção de células sanguíneas (medula óssea) e alavanca para o movimento.
Conhecer as estruturas e funções deste sistema é importante para
o conhecimento do funcionamento normal do corpo, desde sua forma-
ção até o envelhecimento, sendo que, neste último, há uma série de mo-
dificações normais ou patológicas importantes.
Objetivos
Ao concluir a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
• Reconhecer a constituição e a função do tecido ósseo;
• Reconhecer os efeitos do envelhecimento fisiológico no tecido
ósseo;
• Reconhecer os efeitos da perda de massa óssea e seus efeitos
deletérios na qualidade de vida.
25 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Sistema ósseo
O tecido ósseo é um sistema orgânico em constante remodelação
secundário ao processo de formação pelos osteoblastos e de reabsorção
pelos osteoclastos. Os osteoblastos são células responsáveis pela síntese
da parte orgânica da matriz óssea, localizados na superfície óssea, orga-
nizados lado a lado aparentando um epitélio. Conforme os osteoblastos
vão sintetizando os elementos da matriz óssea, ficam mais envolvidos
pela matriz, diminuem sua atividade e passam a ser chamados de osteó-
citos. Os osteoclastos são células responsáveis pela reabsorção através
da secreção de colagenase, que digere a matriz orgânica e dissolve os
sais de cálcio. Os osteócitos são células maduras do osso, derivados dos
osteoblastos, com a função de manutenção da matriz óssea, são vias de
transporte de nutrientes e metabólitos entre os vasos sanguíneos.
O tecido ósseo apresenta função de sustentação, proteção dos ór-
gãos e da medula óssea, movimento através do sistema de alavanca que
forma em associação aos músculos e armazenamento de cálcio, fosfa-
to, magnésio e outros íons utilizados no metabolismo. Pode ser classifi-
cado em tecido ósseo compacto e esponjoso, de acordo com a estrutura
macroscópica O osso compacto não apresenta cavidades visíveis e está
relacionado à proteção, suporte e resistência, geralmente encontrado nas
diáfises. O osso esponjoso apresenta muitas cavidades intercomunican-
tes (trabéculas), representa a maior parte do tecido ósseo dos ossos cur-
tos, chatos e irregulares, geralmente encontrado nas epífises.
De acordo com a estrutura microscópica, o tecido ósseo pode ser
classificado como primário ou secundário. O tecido ósseo primário apre-
senta disposição irregular das fibras de colágeno, possui menos minerais
e maior quantidade de osteócitos. É o primeiro tipo de osso a se formar,
ainda durante a fase embrionária. O tecido ósseo secundário é encontrado
nos adultos, apresenta as fibras colágenas organizadas. Anatomicamente,
26 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
os ossos são classificados de acordo com sua forma e tamanho em: cur-
to, longo, plano, irregular, sesamoide, pneumático.
A classificação dos ossos, de acordo com sua forma, divide-se em:
• Longos: comprimento maior que a largura, com 2 extremidades,
apresentam uma pequena concavidade, garantindo sua maior re-
sistência. Suas diáfises são formadas por tecido compacto e suas
epífises por tecido esponjoso. Exemplo: fêmur.
Figura 3 – Osso Plano (exemplo: osso frontal) | Fonte: Banco de imagens UNINOVE.
Aspectos do envelhecimento
Até os 20 anos de idade, há um predomínio de formação do tecido
ósseo devido a um incremento progressivo da massa óssea. Mesmo após
o fechamento das epífises de crescimento persiste a construção óssea,
porém em menor ritmo, proporcionando ao indivíduo sua maior mas-
sa óssea em torno dos 35 anos de idade. A partir dessa idade ocorre es-
tabilização da formação e aumento da reabsorção, resultando em perda
progressiva da massa óssea resultando em involução esquelética (oste-
openia fisiológica).
As modificações no sistema esquelético tornam-se muito eviden-
tes com o envelhecimento. Por volta dos 50 anos de idade, homens e
mulheres começam a apresentar uma perda geral de massa óssea, sen-
do que a osteoporose acontece mais cedo nas mulheres, já que a perda
de sais minerais é mais evidente e precoce. A possível justificativa des-
se fato é a relação do hormônio estrogênio com a atividade osteoblásti-
ca. Considerando a diminuição da taxa hormonal na menopausa, ocorre
diminuição da estimulação da atividade osteoblástica. Fatores extrínse-
cos como, dieta irregular e ausência de atividade física, também influen-
ciam na perda óssea.
Acima dos 50 anos de idade ocorre perda óssea principalmente nos
ossos corticais, portanto, a atrofia óssea não ocorre de forma homogênea.
33 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Figura 8 – Osso Normal e Osso com osteoporose | Fonte: Banco de imagens UNINOVE.
Conclusão
O Fisioterapeuta é o profissional que estará constantemente em
contato com o Aparelho Locomotor, sendo o Sistema Ósseo um dos sis-
temas pertencentes a este aparelho. É de fundamental importância o co-
nhecimento das estruturas e das funções normais deste, bem como as
alterações sofridas no processo do envelhecimento.
35 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) As células maduras dos ossos com função de manutenção de matriz
óssea são:
a) Osteoblastos;
b) Osteoclastos;
c) Osteócitos;
d) Compactas;
e) Esponjosas.
Resposta ao final do capítulo.
Bibliografia
AMADIO, A. C. Metodologia biomecânica para o estudo das forças in-
ternas ao aparelho locomotor: importância e aplicações no movimento
humano. Estação Liberdade, São Paulo, 2000.
Capítulo 3
SISTEMA ARTICULAR:
TECIDO ARTICULAR, FUNÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
Introdução
A artrologia é a parte da anatomia que estuda as articulações, ou
seja, o estudo do sistema articular e suas funções, características e clas-
sificações. As articulações possuem a principal função de unir as estrutu-
ras do esqueleto humano e, quando associadas às contrações musculares,
possibilitam os movimentos de algumas regiões.
Este sistema compõe o Aparelho Locomotor, fundamental para o
movimento humano.
Objetivos
Ao concluir a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
• Definir sistema articular;
• Comparar e diferenciar os tipos de articulações, de acordo com
o tecido e com o grau de movimentação;
• Descrever a estrutura e a localização de cada subdivisão articu-
lar existentes dentro das classificações;
• Reconhecer o efeito do envelhecimento nas articulações.
39 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Sistema articular
A classificação das articulações varia de acordo com os tecidos
presentes entre as estruturas e também o grau de movimento que reali-
zam. Classifica-se as articulações quanto ao tecido como articulações fi-
brosas, cartilagíneas e sinoviais e quanto ao grau de movimento como
sinartrose, anfiartrose e diartroses. Cada classificação apresenta subdi-
visões, portanto, as articulações fibrosas são subdivididas em suturas,
sindesmoses e a gonfose, já as articulações cartilagíneas são subdividi-
das em sincondroses e as sínfises. As articulações sinoviais são as mais
comuns no esqueleto humano e apresentam componentes acessórios e
essenciais que as identificam, podem ainda ser classificadas considera-
do se o movimento ocorre em um, dois ou três eixos.
Articulações fibrosas
As articulações fibrosas são caracterizadas pela presença de teci-
do conjuntivo fibroso. Os movimentos nestas articulações são restritos,
portanto, quanto ao movimento, são classificadas como sinartroses. As
articulações fibrosas podem ser subdivididas em: suturas, sindesmoses
ou gonfose.
As suturas estão presentes apenas no crânio e são caracterizadas
por uma camada de tecido conjuntivo denso (tecido fibroso). No feto e
também no recém-nascido existem grandes espaços entre os ossos do
crânio com a presença de uma membrana, chamada fontanela, porém a
maioria deles se fecha durante o primeiro ano de vida. Esse fechamento
ocorre em razão ao crescimento ósseo, formando as suturas.
Existem diferentes tipos de suturas, classificadas de acordo com
a região articular de cada osso, na sutura serrátil é possível visualizar
o entrelaçamento das articulações como, por exemplo, a sutura sagital,
localizada entre os dois ossos parietais. Na sutura plana, as superfícies
40 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
ósseas são planas nas margens articulares como, por exemplo, a sutura
mediana palatina, entre os ossos maxila e palatino. Na sutura escamosa
há uma sobreposição óssea, ou seja, a região articular de um osso se so-
brepõe a região articular de outro osso, por exemplo a sutura escamosa,
entre os ossos parietal e temporal (figura 1).
Articulações sinoviais
As articulações sinoviais são as mais complexas e variadas do cor-
po humano. São as articulações que possuem, como componentes essen-
ciais, uma cavidade articular, envolvidas por uma cápsula articular que,
internamente, possui uma membrana sinovial, responsável pela produ-
ção do líquido sinovial lubrificante. As margens dos ossos presentes nes-
sa articulação são revestidas por uma cartilagem articular, que é do tipo
hialina, sendo que, tal cartilagem é nutrida pelo líquido sinovial duran-
te o movimento articular.
Nas articulações sinoviais ainda há a presença de ligamentos, me-
niscos ou discos articulares e bolsas (componentes acessórios) (figura
4). As bolsas sinoviais, também conhecidas como bursas, são sacos fe-
chados de membrana sinovial que se interpõe entre tendões (ou pele)
e ossos (ou articulações), com a função de diminuir o atrito durante a
movimentação. Externamente as cápsulas são formadas por membranas
fibrosas, onde podem ser mais espessas, formando ligamentos que esta-
bilizam ainda mais as articulações. Os ligamentos podem ser por dentro
ou por fora da cápsula articular.
43 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Aspectos do envelhecimento
Com o surgimento do envelhecimento, o sistema musculoesque-
lético começa a sofrer modificações, por exemplo, os ossos se tornam
mais frágeis, as cartilagens perdem a resiliência e a elasticidade dos li-
gamentos fica reduzida.
Existem diversos mecanismos patogênicos que levam as altera-
ções dos tecidos durante o envelhecimento, porém alguns processos ge-
néricos podem explicar as mudanças na maioria dos tecidos, são eles:
• Desequilíbrio entre a síntese e a degradação da matriz, o que
leva a uma diminuição da quantidade de tecido;
• Alterações nas estruturas de colágeno e elastina, que são essen-
ciais na composição da matriz;
• Acumulo de moléculas já degradadas na matriz;
• Diminuição da resposta celular ou alteração dos níveis de hor-
mônios circulantes e fatores de crescimento, o que reduz a re-
posição de tecido.
45 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
O sistema articular sofre modificações, fisiológicas ou não, que
implicam na locomoção e postura do indivíduo, portanto, conhece-lo é
primordial para entender o funcionamento do Aparelho Locomotor du-
rante todo desenvolvimento humano, bem como as alterações que ocor-
rem no mesmo durante o envelhecimento.
46 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) Paciente, sexo masculino, 32 anos, jogador de futebol amador, sofreu
uma lesão no joelho direito durante uma partida de futebol com os cole-
gas, com o edema rápido e fortes dores na região foi levado ao hospital.
Após a avaliação e realização de exames complementares foi diagnos-
ticado a tríade infeliz do joelho, que seria o comprometimento do liga-
mento cruzado anterior, ligamento colateral lateral e menisco medial.
Como podemos classificar a articulação do joelho?
a) Sinovial condilar, diartrose;
b) Sinovial gínglimo, diartrose;
c) Cartilagínea gínglimo, anfiartrose;
d) Cartilagínea condilar, anfiartrose;
e) Fibrosa troclear, sindesmose.
Resposta ao final do capítulo.
d) Cápsula sinovial;
e) Cartilagem sinovial.
Resposta ao final do capítulo.
Bibliografia
DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia huma-
na sistêmica e segmentar. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2001.
GOSS, Charles Mayo. Gray anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan S.A., 1988.
48 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Capítulo 4
SISTEMA MUSCULAR:
TECIDO MUSCULAR, TIPOS E FUNÇÃO,
CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS E
CONTRAÇÃO MUSCULAR
Introdução
O sistema muscular atua principalmente na locomoção do corpo
humano, porém possui outras funções, que também são essenciais ao
adequado funcionamento do mesmo. Por meio da contração muscu-
lar, as articulações permanecem estabilizadas, ajudando na manuten-
ção da postura, além de realizar a movimentação de substâncias pelo
corpo, sendo que os músculos estriados esqueléticos auxiliam no re-
torno sanguíneo ao coração e no fluxo da linfa, já os músculos lisos,
presentes nas paredes dos vasos sanguíneos, auxiliam no fluxo san-
guíneo. Também realizam a regulação do volume de conteúdo dos ór-
gãos, não permitindo a saída das substâncias até o momento adequado
e auxiliam na regulação da temperatura corporal, uma vez que a con-
tração muscular gera calor.
Existem três tipos de tecido muscular diferentes, são eles: estriado
esquelético, estriado cardíaco e liso. Cada um desses tecidos musculares
possui localização e características estruturais e funcionais diferentes. Os
músculos estriados esqueléticos possuem quatro propriedades funcionais
específicas: extensibilidade, elasticidade, irritabilidade e contratilidade.
50 - Capítulo 4 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Objetivos
Ao concluir a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
• Descrever as funções do sistema muscular;
• Comparar e diferenciar os tipos de tecido muscular;
• Descrever as classificações musculares;
• Identificar os componentes de uma fibra muscular;
• Descrever a contração muscular;
• Reconhecer o efeito do envelhecimento nos músculos.
Mecanismo de contração
Para começar a descrever o mecanismo de contração é importante
identificar algumas estruturas que fazem parte da conexão entre o siste-
ma nervoso e o sistema muscular. Cada célula muscular recebe somente
um motoneurônio (ou neurônio motor inferior), o que gera especificida-
de para o controle muscular, porém um motoneurônio pode inervar vá-
rias células musculares, o que permite resposta coordenada de músculos
grandes. Essa associação de um motoneurônio e suas células inervadas
é o que chamado de unidade motora (figura 4).
O neurônio motor inferior recebe o potencial de ação e o propaga
até o seu final, terminação axonal e então ocorre uma sinapse química
com a liberação de acetilcolina na fenda sináptica. Essa região é conhe-
cida como junção neuromuscular, ou placa motora terminal. O potencial
de ação será descrito no capítulo 9.
56 - Capítulo 4 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Aspectos do envelhecimento
Observa-se que durante o processo de envelhecimento ocorre uma
diminuição da função muscular, devido a redução de potência e tam-
bém perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia. A sarcope-
nia ocorre por perda dos números de fibras musculares, além da atrofia
de algumas fibras do tipo II, sendo que essas perdas estão relacionadas à:
• Alteração do estado hormonal, ou seja, diminuição na produção
dos hormônios, como testosterona e hormônio do crescimento;
• Aumento dos agentes catabólicos o que amplia a perda muscular;
57 - Capítulo 4 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
As alterações quantitativas estabelecidas no músculo ocorrem pa-
ralelamente com as mudanças qualitativas na regulação da contração de
fibras musculares, o que contribui com o declínio na função muscular
devido ao envelhecimento. Sabendo deste fato, ao profissional da saú-
de cabe conhecer a fisiologia do sistema muscular a fim de elaborar me-
lhores estratégias de tratamento.
58 - Capítulo 4 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1. Assinale a opção com a associação correta entre o tipo de tecido
muscular e a característica de suas fibras.
a) Tecido muscular estriado esquelético – possui fibras longas e
cilíndricas;
b) Tecido muscular liso – possui fibras longas e cilíndricas;
c) Tecido muscular estriado cardíaco – possui fibras fusiformes;
d) Tecido muscular estriado esquelético – possui fibras fusiformes;
e) Tecido muscular liso – possui fibras pequenas, cilíndricas e ramificadas.
Resposta ao final do capítulo.
Bibliografia
DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia huma-
na sistêmica e segmentar. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2001.
GOSS, Charles Mayo. Gray Anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan S.A., 1988.
Capítulo 5
SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO:
ESTRUTURA E FUNÇÃO
Introdução
O profissional da área da saúde deve conhecer a anatomia e a fi-
siologia dos diversos sistemas que compõem o corpo humano. Este co-
nhecimento é fundamental para que possamos entender as modificações
desses sistemas no processo do envelhecimento, sadio ou não.
O sistema cardiorrespiratório é formado pelos sistemas cardiovas-
cular e cardiorrespiratório. O primeiro é responsável por conduzir a to-
dos os órgãos e tecidos o sangue e, junto com este, realizar o transporte
de gases, hormônios e nutrientes, além de recolher os resíduos metabó-
licos das células; o segundo é responsável pela captação do O2 do am-
biente externo, condução até o pulmões, troca gasosa entre pulmões e
sangue e expulsão do CO2.
Durante o processo do envelhecimento, as funções acima estarão
comprometidas, sem necessariamente interferir na funcionalidade do
idoso; portanto, é fundamental o conhecimento da estrutura, função e
modificação desse sistema.
Objetivos
Ao final do capítulo, espera-se que o leitor seja capaz de:
• Identificar as estruturas do sistema cardiorrespiratório;
• Compreender as funções do sistema cardiorrespiratório;
62 - Capítulo 5 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Aspectos do envelhecimento
Com o envelhecimento ocorrem muitas alterações sistêmicas. No
sistema cardiovascular encontra-se diversas alterações, como as cita-
das a seguir:
Ao contrário do que ocorre com outros órgãos, o coração aumen-
ta seu peso com a idade: aumenta em massa, aproximadamente, 1 g/ano
em homens e 1,5 g/ano em mulheres. Este aumento está relacionado à
hipertrofia do ventrículo esquerdo, que aumenta o esforço devido à di-
minuição da complacência.
Nos átrios e septo interventricular, há acúmulo de tecido adiposo e
degeneração dos miócitos, com substituição das células por tecido fibroso.
Os vasos sanguíneos, em especial a aorta, se dilatam e ocorre di-
minuição das fibras elásticas com aumento de depósito do cálcio, au-
mentando a probabilidade de formação de placas de aterosclerose. O
depósito de cálcio também ocorre nas valvas, em decorrência da dege-
neração do colágeno.
Ocorrem alterações no sistema de geração e condução do estímulo
elétrico, que se dá pelo Nodo Sinoatrial, em decorrência do acúmulo de
gordura, diminuição do colágeno e aumento do cálcio. Essas modifica-
66 - Capítulo 5 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
O conhecimento do sistema cardiorrespiratório é importante para o
Fisioterapeuta. Saber distinguir os possíveis efeitos sofridos com o pas-
sar do tempo pelo organismo, bem como as alterações que acometem o
mesmo, em decorrência de alguma patologia instalada, ajuda o profis-
sional a criar melhores estratégias de tratamento.
68 - Capítulo 5 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) O aumento do peso do coração se relaciona a:
a) Aumento das quatro câmaras cardíacas;
b) Hipertrofia do átrio direito;
c) Hipertrofia do ventrículo esquerdo;
d) Aumento do ventrículo direito;
e) Hipotrofia do ventrículo esquerdo.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAUDE. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pes-
soa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
70 - Capítulo 5 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Capítulo 6
SISTEMA DIGESTÓRIO:
ESTRUTURA E FUNÇÃO
Introdução
Durante o envelhecimento ocorrem diversas modificações nos siste-
mas do corpo humano que implicam na funcionalidade do idoso, portan-
to, é primordial que o profissional da área da saúde conheça a anatomia
e a fisiologia desses sistemas, a fim de identificar as alterações fisiológi-
cas ou não.
O sistema digestório é formado pelas estruturas que recebem o ali-
mento, trituram, digerem, absorvem e excretam compostos não utiliza-
dos pelo organismo.
Durante o processo do envelhecimento ocorrem modificações teci-
duais e funcionais que afetam a disponibilidade dos nutrientes nas células.
Objetivos
Ao final do capítulo, espera-se que o leitor seja capaz de:
• Identificar as estruturas do sistema digestório;
• Compreender as funções do sistema digestório;
• Compreender as alterações do sistema digestório relacionadas
com o envelhecimento.
72 - Capítulo 6 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Aspectos do envelhecimento
As alterações do sistema digestório com o envelhecimento são di-
versas e afetam desde a capacidade de percepção da textura e sabor dos
alimentos até a absorção dos nutrientes.
A mudanças na cavidade da boca compreendem: uma maior fra-
gilidade dentária, interferindo na eficácia da mastigação; atrofia ou per-
da de papilas gustativas, tornando-se lisa e plana, diminuindo o paladar
e expressando diminuição no prazer de comer, fato também relaciona-
do com a diminuição da secreção salivar.
As sensações de disfagia e “alimento parado na garganta”, como
referido por muitos idosos, estão relacionadas com a redução dos movi-
mentos peristálticos no esôfago, além da diminuição da pressão do es-
fíncter, aumentando a incidência de refluxo e hérnia de hiato.
As alterações no processo de digestão e absorção dos nutrientes,
interferem diretamente na saúde geral do idoso. O ácido clorídrico, pro-
duzido no estômago, está diminuído, interferindo diretamente no proces-
so de digestão e na capacidade de esvaziamento do estômago, que leva
mais tempo para acontecer, principalmente com substâncias líquidas, o
que afeta diretamente o apetite do idoso. No intestino delgado, em de-
corrência das alterações nas vilosidades do mesmo, há uma diminuição
76 - Capítulo 6 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
O conhecimento do sistema digestório é importante para que o pro-
fissional da saúde saiba distinguir os possíveis efeitos fisiológicos ou pa-
tológicos relacionados ao processo do envelhecimento e, desta maneira,
criar melhores estratégias e abordagem de tratamento.
77 - Capítulo 6 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) Assinale a alternativa correta:
a) O processo de digestão ocorre no intestino grosso;
b) O processo de deglutição ocorre quando o alimento é direcionado da
faringe ao esôfago;
c) O processo de absorção ocorre no estômago;
d) A ingestão é quando o alimento é levado à boca;
e) A mastigação ocorre apenas por meio da quebra química das moléculas.
Resposta correta ao final do capítulo.
e) Colesterol.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAUDE. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa ido-
sa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 192 p. il. – (Série
A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 19).
Capítulo 7
SISTEMA UROGENITAL FEMININO E
MASCULINO: ESTRUTURA E FUNÇÃO
Introdução
O profissional da área da saúde deve conhecer a anatomia e fisio-
logia dos diversos sistemas que compõem o corpo humano. Este conhe-
cimento é fundamental para que possamos entender as modificações
desses sistemas no processo do envelhecimento, sadio ou não.
O sistema urogenital é responsável por formar e eliminar a urina,
bem como pela reprodução, e com o passar dos anos sofre diversas mo-
dificações, estruturais e funcionais.
Objetivos
Ao final do capítulo, espera-se que o leitor seja capaz de:
• Identificar as estruturas do sistema geniturinário masculino e
feminino;
• Compreender as funções do sistema geniturinário masculino e
feminino;
• Compreender as alterações do sistema geniturinário masculino
e feminino relacionadas com o envelhecimento.
81 - Capítulo 7 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Sistema urinário
O sistema urinário é composto por um par de rins, um par de ure-
teres, uma bexiga urinária e uma uretra. Este Sistema apresenta várias
funções, dentre elas: os rins são responsáveis por filtrar o sangue e de-
volver grandes quantidades de água e solutos à corrente sanguínea,
onde o que não foi absorvido novamente pelo sistema é transforma-
do em urina, que é conduzida pelos ureteres e armazenada na bexiga
até ser eliminada pela uretra para o meio externo do corpo. Além dis-
so, os rins apresentam algumas outras funções importantes como: re-
gulação de íons presentes no sangue, do volume e pressão sanguínea,
auxiliam na regulação do pH sanguíneo, produzem alguns hormônios,
além de eliminarem resíduos.
Aspectos do envelhecimento
Com o envelhecimento, ocorrem muitas alterações sistêmicas. No
sistema urogenital encontra-se diversas alterações, como citadas a seguir:
nos rins, observa-se uma redução da massa renal, principalmente no córtex
renal, em decorrência da diminuição do número total de células. Ocorre
uma perda significativa de glomérulos, que com o envelhecimento acabam
sendo substituídos por um tecido fibroso; ocorre também o depósito de te-
cido adiposo, levando ao espessamento dos túbulos renais, além disso, as
arteríolas aferentes se tornam estreitadas não apresentando comunicação
com os glomérulos. Devido à presença de placas de aterosclerose, as pa-
redes das arteríolas renais acabam por ficar mais espessas.
Em relação à bexiga e à uretra, estas apresentam uma diminuição
da força de contração da musculatura, que durante a micção se contrai
84 - Capítulo 7 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
O conhecimento do sistema urogenital é importante para o
Fisioterapeuta. Saber distinguir os possíveis efeitos sofridos com o pas-
sar do tempo pelo organismo, bem como as alterações que acometem o
mesmo, em decorrência de alguma patologia instalada, ajuda o profis-
sional a criar melhores estratégias de tratamento.
86 - Capítulo 7 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) Quais são as alterações morfológicas encontradas nos rins?
a) Observa-se uma redução da massa renal, principalmente no córtex re-
nal, em decorrência da diminuição do número total de células;
b) Observa-se um aumento da massa renal, principalmente no córtex re-
nal, em decorrência da diminuição do número total de células;
c) Ocorre um ganho significativo de glomérulos, que com o envelheci-
mento acabam sendo substituídos por um tecido fibroso;
d) Ocorre o depósito de tecido adiposo, levando à atrofia dos túbulos
renais;
e) Devido à presença de placas de aterosclerose, as paredes das arterío-
las renais acabam por ficar mais finas.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAUDE. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa ido-
sa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 192 p. il. – (Série
A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 19).
Capítulo 8
SISTEMA NERVOSO:
EMBRIOLOGIA, ESTRUTURAS E FUNÇÕES
DO SISTEMA NERVOSO
Introdução
Entender o desenvolvimento do sistema nervoso (SN) é fundamen-
tal para a Fisioterapia compreender os distúrbios patológicos ocorridos
nestas regiões. Conhecendo cada estrutura e sua função, o Fisioterapeuta
terá base para elaborar o seu plano de tratamento de acordo com a dis-
função neural.
Objetivos
Ao concluir a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
• Conhecer a embriologia do Sistema Nervoso;
• Identificar as diferentes estruturas do Sistema Nervoso;
• Compreender as funções do Sistema Nervoso;
• Reconhecer o efeito do envelhecimento no sistema nervoso.
Embriologia
A neurulação é um evento chave para o desenvolvimento do Sistema
Nervoso (SN). Ela compreende toda diferenciação celular que ocorre para
formar as estruturas do SN. O folheto embrionário, do qual se originam
as células que irão formar o SN, chama-se ectoderma (folheto embrioná-
rio mais externo). Essa diferenciação inicia-se por volta de 21 a 22 dias
91 - Capítulo 8 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Cérebro
Figura 2 – Encéfalo – divisão por lobos cerebrais | Fonte: Banco de Imagens UNINOVE.
Figura 3 – Encéfalo – áreas específicas dos sentidos | Fonte: Banco de Imagens UNINOVE.
97 - Capítulo 8 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Cerebelo
Tronco Encefálico
Medula Espinal
Nervos e Gânglios
Terminações Nervosas
Aspectos do envelhecimento
Infelizmente o cérebro também passa pelo processo de envelheci-
mento, por mais que o exercite, o cérebro também sofrerá degenerações
morfológicas e funcionais, tanto microscopicamente como as funções ce-
lulares e macroscopicamente como a diminuição do volume cortical, além
de surgimento de placas senis devido à diminuição da função encefálica.
No idoso, a neuroplasticidade, que é a capacidade de adaptação
do sistema nervoso, será diminuída, limitando-se a novos aprendizados
e com perdas de memórias. Por isso, os idosos necessitam aumento o
número de circuitarias neurais para poderem processar as informações,
104 - Capítulo 8 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
O Sistema Nervoso relaciona-se com todos os outros sistemas do
corpo, já que realizam o controle desses. Com base nestes conceitos e
conhecimento do sistema nervoso, os fisioterapeutas terão a capacida-
de de compreender o funcionamento de todo corpo humano, bem como,
interpretar as disfunções dos mecanismos neurais, traçar os objetivos te-
rapêuticos de acordo com as estruturas morfológicas e aplicar a interven-
ção mais adequada na reabilitação de pacientes neurológicos.
105 - Capítulo 8 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) Cite as etapas da formação do tubo neural.
a) Placa Neural → Tubo Neural → Sulco Neural;
b) Placa Neural → Sulco Neural → Tubo Neural;
c) Sulco Neural → Tubo Neural → Placa Neural;
d) Sulco Neural → Placa Neural → Tubo Neural;
e) Tubo Neural → Placa Neural → Tubo Neural.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
CHOMSKY, N. Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente.
São Paulo: Editora da UNESP, p. 364, 2005.
Capítulo 9
TECIDO NERVOSO E POTENCIAL DE AÇÃO:
CÉLULAS NERVOSAS E SUAS FUNÇÕES
Introdução
Todas as funções executadas pelos sistemas do corpo humano, de-
pendem de informações que chegam e saem do Sistema Nervoso, sendo
este primordial para controlar as funções conscientes e inconscientes do
homem. Essas informações são conduzidas ao longo do Sistema Nervoso
como uma rápida corrente elétrica, denominada impulso nervoso ou po-
tencial de ação, mantendo nosso corpo em funcionamento mesmo quan-
do estamos dormindo.
Para que isso seja possível, as células que compõem este sistema
apresentam características específicas. Um grupo dessas células mantém
o tecido nervoso íntegro, propiciando nutrição, sustentação e proteção.
Essas são as células da glia, ou neuroglias, que dão condições para as
células neuronais desempenharem suas funções, que são de captar, trans-
mitir, processar e produzir respostas reflexas, motoras, secretivas, cog-
nitivas e emocionais. Qualquer modificação presente neste tecido altera
estas funções celulares, interferindo no funcionamento de diversos sis-
temas do corpo humano, como pode ser percebido durante o processo
de envelhecimento, senescente e/ou senil.
Objetivos
Ao concluir a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
109 - Capítulo 9 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Tecido nervoso
Todo Sistema Nervoso (SN) é constituído por células divididas
em dois tipos: as células de sustentação, também conhecidas como
células da glia ou neuroglia e as células nervosas, conhecidas como
neurônios. Os neurônios são as células com função de receber as in-
formações, transmiti-las, processá-las e produzir repostas, sejam mo-
toras, cognitivas, secretivas ou emocionais. São células sensitivas,
motoras ou que se conectam umas às outras. As células da glia for-
mam uma rede que proporciona sustentação aos neurônios; além de
nutri-los e protegê-los, são caracterizadas por seu tamanho e função.
Embora as funções dessas células sejam distintas, todas apresentam
grande importância para o funcionamento adequado do SN, como será
descrito abaixo.
As grandes células da glia são denominadas macróglias, e as pe-
quenas, micróglias. Para cada neurônio, estima-se que existam, apro-
ximadamente, dez células da glia, o que mostra a importâncias dessas
células para o perfeito funcionamento do SN.
As micróglias apresentam a função de fagocitose, ou seja, remo-
vem as células mortas, dendritos e/ou microorganismos invasores, parti-
cipando, principalmente, da defesa do Sistema Nervoso Central (SNC).
Alguns autores acreditam que essas células são pouco diferenciadas e,
110 - Capítulo 9 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Sinapses
Todas as informações que chegam (aferentes) ou saem (eferentes)
do SN, são conduzidas de acordo com a transmissão ou propagação dos
estímulos nervosos. No sistema nervoso maduro, os neurônios fazem
contato/conexões em forma de sinapse, como já citado anteriormente.
A sinapse é a comunicação entre um neurônio e outra célula, podendo
115 - Capítulo 9 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Aspectos do envelhecimento
Diversas modificações fisiológicas e estruturais ocorrem no
cérebro ao longo da vida. Com o envelhecimento, as funções do cérebro
poderão estar comprometidas, entretanto, tudo dependerá de aspectos,
tais como, atividade física, leitura, controle do estresse e alimentação,
ou seja, manter hábitos saudáveis propicia melhores condições para o
funcionamento das estruturas cerebrais.
Durante o envelhecimento, há perda fisiológica do número de
células e da capacidade das mesmas em disparar o potencial de ação, o
que favorece alterações de diversas atividades cognitivas e funcionais
do indivíduo. Estas alterações estão presentes ao longo de todo SN: no
cérebro, cerebelo, hipocampo, tronco encefálico e medula espinal.
As alterações fisiológicas celulares, assim como do código genético
na senescência, relaciona-se à redução da capacidade mitocondrial, ou
seja, a teoria dos radicais livres, em que há um aumento na produção
desses, pela cadeira respiratória celular, bem como uma diminuição em
sua eliminação, promovendo um processo inflamatório e ativando as
micróglias.
Os estudos com neuroimagem evidenciam mudanças estruturais,
tais como, redução do volume total do cérebro, com dilatação dos sulcos e
sistema ventricular, especialmente dos ventrículos laterais e III ventrículo,
processo este conhecido como atrofia cortical. Apesar dessas alterações
estarem mais evidentes no cérebro de idosos senis, estão presentes
também durante a senescência e contribuem para as alterações funcionais
e cognitivas percebidas durante o envelhecimento.
A memória a curto prazo e a capacidade de aprender coisas
novas, tanto cognitiva quanto funcional, ficam prejudicadas e ocorrem
de maneira mais lenta e gradual. Este fato está relacionado tanto
com as questões apontadas nos parágrafos anteriores, quanto com a
121 - Capítulo 9 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
O Sistema Nervoso é responsável pela homeostase de todo o corpo
humano, portanto, conhecer suas células e o funcionamento das mesmas
é primordial para a compreensão dos aspectos fisiológicos e patológicos
relacionados ao envelhecimento.
122 - Capítulo 9 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) As células do tecido nervoso com a função de produzir a bainha de
mielina no Sistema Nervoso Central e no Sistema Nervoso Periférico
são, respectivamente:
a) Neurônios e Oligodendrócitos;
b) Micróglia e Células de Schuwann;
c) Oligodendrócitos e Células de Schuwann;
d) Oligodendrócitos e Micróglia;
e) Células de Schuwann e Oligodendrócitos.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
ESQUENAZI, Danuza; SILVA, Sandra R. Boiça da; GUIMARÃES, Marco
Antônio M. Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento humano e quedas
em idosos. Revista HUP., Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 11-20, abr./jun. 2014.
Capítulo 10
CONTROLE MOTOR E
NEUROPLASTICIDADE:
TEORIAS DO CONTROLE MOTOR E
FISIOLOGIA DA PLASTICIDADE NEURAL
Introdução
O Controle do Movimento humano contempla a natureza de como
o movimento é planejado, organizado e executado. A partir do funciona-
mento adequado de estruturas nervosas específicas, o movimento passa
por quatro etapas, que são: planejamento e comando, controle, ordenação
e execução. Outro aspecto relevante neste contexto é o caráter de domi-
nância e especialização hemisférica, abordando o aspecto funcional dos
hemisférios cerebrais direito e esquerdo no que se refere ao controle motor.
Com a finalidade de explicar melhor como o movimento é controla-
do, algumas teorias se destacam, entre elas a teoria Reflexa, a Hierárquica,
da programação Motora, dos Sistemas, da Ação Dinâmica e a Ecológica,
lembrando que este é um campo em constante evolução e novos estudos
sempre surgem com a finalidade de melhor associar e explicar a com-
plexa interação dos mecanismos envolvidos.
Objetivos
Ao concluir a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
• Entender as estruturas e os mecanismos envolvidos no controle
neural do movimento humano;
126 - Capítulo 10 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Controle motor
O termo CONTROLE MOTOR refere-se à capacidade de orien-
tar ou regular os aparatos indispensáveis para a realização de um movi-
mento. O seu estudo dirige-se à natureza de como o movimento é gerado
ou, em outros termos, de como o movimento é planejado, organizado e
executado.
O controle neural dos movimentos pode ser explicado por etapas
(figura 1). E sendo assim, quatro etapas são descritas com o objetivo de
elucidar o(s) mecanismo(s) pelo qual o movimento é gerado.
São elas: planejamento e comando, referindo-se às áreas do
córtex cerebral que idealizam e planejam o movimento; controle, con-
tando com a participação principalmente do cerebelo e dos núcleos da
base, com a finalidade de detectar possíveis erros entre o movimen-
to programado e o movimento que está sendo executado; ordenação,
que por meio dos motoneurônios existentes no tronco encefálico e na
medula espinal enviam comandos finais aos músculos; e, por fim, exe-
cução, referindo-se diretamente à atividade muscular que gera o mo-
vimento propriamente dito.
127 - Capítulo 10 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Teoria do Reflexo
Teoria Hierárquica
Teoria Ecológica
Aspectos do envelhecimento
As células nervosas, igualmente às demais, podem entrar em fa-
lência e se degenerar por um processo patológico, uma situação progra-
mada (apoptose) ou, ainda, por desgaste natural e velhice. Como visto,
o SN é responsável por integrar, comandar e controlar todas as nossas
ações, e assim como os demais sistemas também sofre os danos prove-
nientes do envelhecimento fisiológico.
Cabe dizer, que este processo fisiológico é assimétrico e indivi-
dual, ou seja, depende diretamente dos hábitos e estilo de vida assumi-
dos ao longo dos anos. Com o envelhecimento, o SN torna-se, cada vez
mais, menos produtivo e efetivo.
A neuroplasticidade continua acontecendo, porém, a perda neuro-
nal é substancialmente maior do que a reparação, bem como um declí-
nio importante afeta a produção do fator de crescimento nervoso e do
fator neurotrófico. Concomitantemente, a síntese de substâncias essen-
ciais torna-se diminuída, ao mesmo tempo em que as substâncias ma-
léficas passam a ocupar quantitativamente os tecidos. Como resultado,
danos sensoriais e motores são observados, tais como: hipoestesias, di-
minuição das acuidades visual e auditiva, vertigens, alterações percep-
tuais, de memória e cognição, hipotrofia muscular, aumento do tempo
de reação e do tempo total do movimento.
140 - Capítulo 10 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Conclusão
Para que o movimento seja controlado, o mesmo deve ser apren-
dido. O processo de aprendizado motor está totalmente vinculado à
Neuroplasticidade, propriedade na qual o Sistema Nervoso é capaz de
se alterar e adaptar frente aos estímulos direcionados; portanto, o co-
nhecimento sobre as estruturas nervosas específicas que realizam este
controle é de fundamental importância para todas as áreas da saúde que
lidam diretamente com o movimento humano.
141 - Capítulo 10 | Envelhecimento e Sociedade – v. 1
Exercícios
1) Considere as sentenças e, a seguir, assinale a alternativa correta: I.
Independentemente da situação vigente, os mecanismos de reparação e
reorganização do SNC começam a surgir imediatamente após a lesão
e podem perdurar por meses e até anos; II. O córtex motor primário é
representado pela área 4, de acordo com o mapeamento cortical proposto
por Korbinian Brodmann; III. Os núcleos da base são acionados com
a função de controlar a atividade motora, por meio do funcionamento
eficaz de sua circuitaria motora, auxiliar o planejamento do movimento
e, ainda, auxiliar a execução dos movimentos sequenciais.
a) Todas as sentenças são verdadeiras;
b) Somente a sentença I é verdadeira;
c) As sentenças I e III são verdadeiras;
d) Somente a sentença II é verdadeira;
e) Todas as sentenças são falsas.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
CAMARGOS, A.C.R; LACERDA, T.T.B. O desenvolvimento motor
na perspectiva dos sistemas dinâmicos. Temas Desenvolv.; 14(82):23-
29, set-out, 2005.
AUTORES
v. 5 – Órtese e prótese
Aline Marina Alves Fruhauf; Juliana Barbosa Goulardins; Pamella
Ramona Moraes de Souza; Vanessa dos Santos Grandinetti