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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COMUNICAÇÃO E ARTES


CURSO DE HISTÓRIA-BACHARELADO
PROJETOS INTEGRADORES 7
LAÍS EMANUELLA DA SILVA VIEIRA

História e imagem: os exemplos da fotografia e do cinema.

RESENHA CRÍTICA
O capítulo 18, do livro Domínios da História discorre sobre o encontro da História
com a imagem, e que isso se deu a partir do momento em que foi considerado que todos os
vestígios do passado são matéria para o historiador. Desta forma, novos textos, tais como a
pintura, o cinema, a fotografia, a música e etc., foram incluídos no elenco de fontes dignas de
fazer parte da história e passíveis de leituras por parte do historiador.
Assim a imagens, como fotografia e cinema passam a construir regulamentos que lhe
dá sentido de legitimidade e de prova, transformando-a em testemunhas da história, em um
indício ou documento para que possa ser produzido uma história, ou melhor, uma
representação do passado.
Outra questão levantada no texto foi o uso da fotografia como documento e como
monumento, ou seja, sua materialidade e sua cultura gerada de uma sociedade, a importância
dela como matéria e a importância da mensagem que ela transmite, onde ambas se
completam. O que nos leva a dizer que os sentidos atribuídos às fotografias mostram suas
transformações durante a experiência histórica contemporânea.
Rouillé (2009) vai dizer que ao longo do século XX e adentrando no XXI, a herança
oitocentista, que reforçava o estatuto realista da representação fotográfica no mundo visível,
atualizou-se por meio da fotografia de documentação social e se transformou por sua
incorporação no campo ampliado das artes visuais. Dessa forma a valoração cultural da
experiência sensível em relação ao mundo interfere de forma direta na maneira como as
fotografias são compreendidas, seja como fonte, seja como objeto do estudo histórico.
Foi observado neste capítulo dois movimentos da fotografia: o primeiro vai do século
XIX ao início do século XX, onde as fotografias eram consideradas uma extensão da
natureza, “a escrita da luz”, o outro momento vai da segunda metade do século XX, onde vai
trazer sua fatura para dentro da experiência social. Vimos ainda que o sucesso do retrato
fotográfico, revelando um novo ordenamento da sociedade ocidental em torno do indivíduo,
da família nuclear e dos mecanismos de autor representação das camadas burguesas em
ascensão. A fotografia começava a se transformar em um fenômeno moderno.
Sobre esse primeiro movimento é citado o filósofo Alemão Walter Benjamin e o
semiólogo Francês Roland Barthes, como referências sobre o processo de transformação da
fotografia, da natureza para a sociedade. Suas ideias se aproximam, onde defendem que a
imagem técnica está dentro dos processos sociais, identificando como estes se transformam
em cenas por intermédio da mediação das imagens.
No segundo movimento (de 1960 até a atualidade) é citado Kriebel como referência,
onde enfatiza a importância dos meios de produção visual, associando a tecnologia fotográfica
aos seus sentidos sociais, políticos e psicológicos, enfim a sua historicidade. Podemos
destacar ainda a alteridade social e cultural como um tema fotográfico recorrente.
Intimamente ligadas a questões históricas, como as identidades nacionais, o controle social, o
colonialismo e o imperialismo, as teorias racialistas e o conhecimento antropológico,
fotografias que buscavam o ‘outro’ compuseram grandes inventários do mundo.
É destacado no texto os diversos experiências sociais que as fotografias se
manifestaram, exemplo: entre as autoridades, (como forma de informação) entre os meios
geográficos, representadas por cartão-postal e revista de viagens turismos, (relatando assim
como era os locais e satisfazendo o observador estrangeiro), entre os museus (como forma de
monumento) e entre outras.
Ainda é informado neste que por diversos motivos a fotografia não é uma fonte apenas
de interesse individual (fotógrafo), mas, de interesse de uma determinada sociedade, pois é
passada por vários processos sociais, o local qual foi retratado é social, o local em que
permanece é social (seja de um meio privado como um meio público), a mensagem que ela
passa é social, e etc.
Foi visto a fotografia e o cinema como fonte cultural/material pública e privada; a
pública é produzida por agências de produção, que desempenham um papel na elaboração de
uma opinião pública. É, portanto, o suporte de uma memória pública que registra, retém e
projeta no tempo histórico uma versão dos acontecimentos, a qual é construída por uma
narrativa visual e verbal, ou seja, intertextual, mas também multitemporal: o tempo do
acontecimento, o tempo da sua transcrição pelo modo narrativo; o tempo da sua recepção no
marco histórico da sua publicação dimensionado pelas formas de exibição (na imprensa, em
museus, livros, projetos e etc.).
Os usos privados da fotografia e do cinema não são menos complexos, pois se
relacionam com as formas como as sociedades históricas recolhem, preservam e processam os
fragmentos de experiências cotidianas. Fotografar e filmar os rituais da vida privada implica
na realização de escolhas que são orientadas por um conjunto de valores sociais das
experiências dos sujeitos históricos, compreendidos no âmbito da classe, seus gêneros, a
geração e etnia, ou seja, são completamente carregados de historicidade.
Os eventos familiares passaram a ser valorizadas como lembranças efetivas, na medida
em que os rituais de passagem próprios à consolidação da família burguesa agregam valor
simbólico à construção da identidade familiar e de seu próprio patrimônio efetivo.
Outra ideia transmitida foi sobre a ruptura total entre a fotografia digital e analógica,
ele vai explicar que considerar o digital uma prática não fotográfica com base na ausência do
fator químico seria expulsar o determinismo técnico pela porta da frente e fazer entra
novamente pela janela.
A pragmática de muitas imagens digitais ainda é fotográfica. As câmeras possuem
lentes ópticas, enquadram no formato bidimensional, retangular, e podem produzir imagens
coloridas e em escala de cinza. A fotografia digital pode ser impressa, mas não necessita de
revelação. Pode, ainda, ser exposta e apreciada em galerias e museus. A substituição do
negativo e da prata por grandes de pixels e tradução matemática de impulsos elétricos mudou
radicalmente o processo de formação da imagem no interior da câmera. Porém, não significa
que essa transformação retire, totalmente e de vez por todas, uma imagem do circuito social
que, historicamente, podemos classificar de fotográfico. (MAUAD e LOPES, 2012, p.277).
Vimos ainda sobre a utilização do filme, que mesmo o documentário, não pode ser
desqualificada pelo fato de ser uma montagem de imagens e, como afirmam alguns, pode
"falsificar" uma determinada realidade; mantidas as especificidades, a realização de um filme
seja ficção ou documentário assemelha-se ao trabalho do historiador na construção da
História.

O historiador deve se dar conta que a montagem do filme é o resultado de uma seleção
de representações de uma realidade cujo critério de escolha foi estabelecido pelo autor, da
mesma maneira como historiador seleciona os documentos que considera expressões da
realidade para ordenar e fundamentar o seu trabalho histórico. A seleção que o historiador
efetua é uma montagem tal como a montagem cinematográfica. O filme é documento e neste
sentido contém todas as "evidências históricas" que o fazem sobreviver por razões que vão
além da simples intenção"... dos atores de projetar uma imagem de si mesmo à prosperidade"
(THOMPSON, 1982, p.36).

Os documentos que testemunham os fatos históricos sobrevivem não pelo caráter


intencional que os produziu, mas porque são os registros de uma sociedade em uma
determinada época cujo conjunto de fatos ultrapassam as intenções de seus produtores e
contêm um número de informações muito maior do que aparentemente deveriam conter. Os
fatos ou "evidências" históricas sobrevivem porque são portadores de uma ordem, de
significações, e existem somente porque são portadores desses fatos e evidências históricas.

Para que não haja confusão do que é real e do que não é real, pois tendo um filme
como um documento é fácil confundir a realidade da ficção, por isso o historiador deve saber
que o filme histórico é um reflexo dos acontecimentos passados, e que eles são expressados
da maneira que o autor enxerga o fato (sob a visão do autor), tendo antes de tudo verificar
como o homem se vê e representa a si mesmo e de que forma recria em imagens o seu mundo.

É possível mencionar sobre a análise de um filme, desde o mais simples ao mais


equivocado deve ser analisado de forma minuciosa, pois nesses podem conter informações ou
uma mensagem distorcida dos acontecimentos passados, não que essa distorção não seja
levada em consideração, pois a mensagem que foi passada no filme nada mais é do que a
visão daquele que o fez, mas por conta disso é que o pesquisador deve ter cuidado e não se
deixar manipular, mais ter um olhar crítico sobre o filme.

‘’Nenhum outro elemento concorre de forma mais eficazmente como guia educativo e
instrutivo, porque, apossado de todos os conhecimentos humanos, desperta o interesse das
crianças, facilitando-lhes o esforço cerebral de maneira sedutora e agradável. [...] Quão
fecundo e deleitoso será o ensino quando o professor puder substituir o livro didático pela
projeção.’’ (CARVALHO, 2003, p.03)

A partir disso podemos dizer que há um enorme ganho em se trabalha com os


documentos audiovisuais em sala de aula, pois possibilita de os alunos gerar um olhar crítico
tanto em relação a obra histórica exposta no filme/documentário, como para o documento em
si, como uma fonte de informação capaz de trazer o passado. Sendo utilizado como um
método de facilitar o tema que está sendo abordado, além de trazer para a sala de aula uma
nova fonte, uma nova abordagem, dando mais esclarecimento para aqueles que tenham
dificuldades em prestar atenção no assunto, pois o filme/documentário é isso, traz a atenção
do público-alvo.

Utilizá-los como forma de reflexão sobre as relações entre as diferentes linguagens,


mídias e suportes, discutir sobre o assunto abordado, como também sobre o próprio
filme/documentário, discutir sobre as perdas e ganhos da obra original para a adaptação.
Com tudo citado podemos perceber que há uma relação entre história e imagem onde o
mundo da fotografia e do cinema é definido e redefinido constantemente, pois a fotografia e
cinema é produto de práticas e experiências históricas de mediação cultural.
Essa obra é de extrema importância para os pesquisadores e historiados, que procuram
iniciar suas pesquisas sobre as imagens, pois levam a refletir sobre os cuidados teóricos, o
problema do realismo das imagens e a necessidade de se referenciar historicidade da
experiência que produz a fotografia e cinema sobre os cuidados metodológicos, além disso
através desta imagens podem trabalhar elas como fontes ou como objetos específicos de
pesquisa histórica.

REFERÊNCIAS
CARDOSO, Ciro Flamarion; MAUAD, Ana Maria. História e imagem: os exemplos da
fotografia e do cinema. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. Domínios da
História. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (org.). Capítulo 14: História e


Fotografia, in: Novos Domínios da História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

NAPOLITANO, Marcos. A história depois do papel. In: PINKSY, Carla Bassanezi (org.).
Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.

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