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LÍNGUA PORTUGUEZA.
DA
imm POBTIIGIBA
00
CAUSAS RACIONAES
pon
TOMO I.
LISBOA
TYPOGttAPHIA DO PANORAMA
TRAVESSA DA VICTORIA, 52.
J85S
72*3. t
/{jOjJÕA&./J.
•
IV
• vejas agradar um discurso corrompido deves ter por certo
que ahi se per cer leram os costumes. (I)
Observaremos, porém, que 'n essas mesmas construc-
ções, que mais parecem divergir e discrepar pelas formas
das suas correspondentes , se não oblitterou o genio da
lingua romana ; — porque a idéa typo que produziu as
da oração latina se não perdeu e ficou conservando nas
portuguezas.
Sabemos que todas as idéas metaphysicas foram for
madas e nasceram das de objectos physicos que lhes ser
viram de prototypo, e pelas quaes as modularam os povos
que as conceberam e exprimiram na linguagem. — As
idéas d'estes objectos physicos e naturaes devem neces
sariamente ter uma origem, uma localidade, uma circum-
stancia, uma physionomia, emfim, certa, determinada e
peculiar a cada povo a quem ellas serviram de norma.
—Sam, pois, estas mesmas idéas primordiaes e typos,
que, caracterisando as construcções de diffcrente nature
za, nos provam uma origem commum e a identidade do
genio das duas linguas.
Dicemos no começo da presente introducção que é
um facto per si mesmo evidente ser a lingua portugueza
filha da latina. — Não julgamos, na verdade, menos cla
ras e convincentes as provas analyticas que 'n ella se en
contram , e que nos mostram à posteriori a sua origem
e procedencia, do que o sam as provas syntheticas que
havemos referido, e que nos subministram os monumen
tos historicos. — Para d'isto nos convencermos, basta re
parar no uso que a mesma lingua faz , não diremos já
das palavras designativas das coisas de primeira intuição,
mas das proprias particulas da lingua latina.
Se alguma coisa nos prova com evidencia ser a lin
gua portugueza filha da latina, é, sem duvida, o vermos
que todas as preposições econjuncções, que sam palavras
XXII
lo, ren ou rem, é o rem dos latinos, e não o rien dos francezes, com
quanto este provenha da mesma origem. (*)
Sen, diz o A. que éo »ens francez. K porque não será o sensuê
latino de que ambos veem por contracção?
Ben, com quanto esteja mais próximo do bien dos francezes
3ue do bonum dos latinos, tambem está mais proximo do benè
'estes que do bien d'aquelles. Vejamos o exemplo :
Senhor, se oje eu sey ben
Que semelho o vosso en ren.
Ben é aqui adverbio, e não devemos ir procurar-lhe a origem
no substantivo bonum, senão no adverbio benè.
Leixar parece-se, na verdade, com o laisser dos francezes,
assim como tambem com ô lasciare dos italianos ; mas a origem
de todos tres está na palavra latino-barbara lastare, composta
de laxum agere, á lettra fazer laxo, affrouxar, que na baixa la-
tinidade valia por demittere sinere. Vid. Dn Cange, Gloss. ad
Scrip. Medi» et Inf. Latinit-
D, adv. de logar, é exactamente o ou de que usam os fran
cezes ; mas tambem a raiz de ambos está no adv. latino ubi.
Paor epeur diz o A. serem primos co-irmãos.—Paor, peur
e paura italiano, teem todos a mesma origem ; mas paor deri
va se antes do pavor latino, que do peur francez.
Finalmente, trop, que o A. diz ler achado 'n alguns do
cumentos do seculo xiii, e ser o mesmo que o trop francei, é
tambem o íroppo italiano , e pode derivar-se sem grande esforço
do latim lurba, que significa multidão, e traz a idéa de gran
deza, força e intensidade.
(») Court de Gebelin diz na Gram. Universal que rien vem
do latim rem.—O Presidente de Brosses não só assevera isto mes
mo, senão ainda adeanta mais, porque lhe ajuncta a explicação.
—Ouçamos este ultimo :
«ftt>n signifie précisément quelque chose. On neTemploie en
sens contraire que parecque Pon fait toujours preceder une né-
gative. Nonhabeo rem. Jenairicn. Traite de laFormalion Mech.
des Langues, T. 2." p. 403 et suiv
XXIII
fazem variar a significação dos verbos e nomes a que se
junctam; — postoque as modificações que ás vezes lhes
communicam não passem de tenues accessorios.
Querem muitos grammaticos e Iexicographos, tanto
latinos como portuguezes, que varios verbos e nomes com
postos com certas preposições tenham o mesmo valor e
força que quando não sam accompanhados das referidas
preposições. — E' um erro manifesto. — Pode algumas
vezes prescindir-se da idéa accessoria que as preposições
lhes fazem indicar ; mas é certo que o verbo, ou o nome
simples não quer dizer tanto como o composto.
Parece que esta opinião provém de não terem os
referidos auctores sabido todas as accepções das prepo
sições: o que é consequencia de haverem ignorado a ori
gem e significação primaria de cada uma.
- E' por isto que empregámos os possiveis esforços por
descobrir as origens e raizes de todas as preposições ;
trabalho que não foi, por certo, o menos espinhoso d 'esta
obra, e em que mais de uma vez nos vimos desajudados
e faltos de todos os recursos ; porque os melhores gram
maticos da lingua latina, bem como os mais insignes phi-
tologos, desde Varrão até o celebre Presidente de Brosses
e o proprio Court deGebelin, ou nada dizem ácerca d'este
assumpto , ou o que dizem é vago , limitadissimo e não
satisfaz. — Julgámos, comtudo, não nos podermos dis
pensar de emprehender tam ardua tarefa ; afim que, do
sentido proprio e genuino de cada uma d'aquellas pala
vras, podessemos deduzir uma serie deidéas quesucces-
sivamente nos fosse dando as diversas significações com
que as vemos figurar na oração. — Este methodo de de
duções, que imaginámos, e que nos parece não só philo-
togico, senão tambem philosophico, explica de um modo
claro e natural toda a syntaxe de regencia tanto da lin
gua portugueza como da latina, e tem, de mais, a van
tagem de poder mnemonisar-se , em razão de ser figu
rada a primeira idéa que attribuimos a cada uma das
preposições.
IXtY
língua portugueza.
PARTE PRIMEIRA.
DA PALAVRA DECUNAVEL.
TITULO I.
DO NOME EM GERAL.
CAPITULO I.
LEI DA CORRUPÇÃO.
I em E.
Littera lettra , infirmus enfermo , cista cesta , sitis
sede, virga verga, ca^iV/wscabello, crispus crespo, niger
negro, etc.
F das trocas mais frequentes e geiaes.
O em A
Raras vezes se muda v. gr. locmla lagosta, nova-
cula navalha.
U em 0.
Bucca bocca , tussis tosse , lumbus lombo , íurdus
tordo, musca mosca, lúpus lobo, truncus tronco, furnus
forno, puppis poppa, unda onda, mundare mondar, etc.
W mudança frequente e em que se notam poucas
excepções.
Resumindo, acharemos tres mudanças de vogaes que
geralmente se dam na passagem do latim para o portu-
guez : a saber de au em ô ou ou, (t) — de % em e — e
de u em o.
•.
Transmutação de umas em outras consoantes.
. - L em R.
Clavus cravo, gluien grude, lilium lirio, blilum bre-
do, plaga praga, blandus brando,, (lacem fracco, duplum
dobro, duplare dobrar.
Antigamente dizia-se crafo, cràmor, incrinaçSs, pra-
nela, exempro, simpres, píibrico, infl uencia,, ele. porém to
dos estes vocabulos, depois de assim corrompidos se re
stituiram a seo primitivo ser.
L em Lh.
Galla galha , auricula orelha, lenticula lentilha, pa-
lea palha, cochlearc colher, eroitia ervilha, mulier mulher,
alienus alheio , curculio gurgulho, melior melhor, miliwn
milho, folium folha, aliam alho, juí.us julho, oculus olho,
.speculum espelho, coagulum coalho, etc.
N. B. A frequente suppressão do l contribuiu tam
bem para a corrupção de muitos vocabulos latinos ; como
se vê em coluber cobra , palumba pomba, macula magoa,
culmcn cume , palus páo, vclum VOO, tabula laboa, salule
(abl. de solus) saude , voluniatc (abl. de volunias) vonta
de, pala pá, íeíatea, malus máo, salíttare saudar, vigilare
vigiar, etc.
N em Nh.
Farina farinha, cauanea castanha, íinea linha, ara-
nea aranha, vinea vinha, cuneus cunha, calcaneum calca-
. nhar, sardinia sardinha, ciconia cegonha, ingenium enge
nho , calinús cadinho , linum linho, stannum estanho, ti
ntim vinho, etc.
A suppressão do n foi tambem outro meio de cor
rupção com que muitas dicções latinas passaram para o
portuguez ; v. gr. ansa asa, sirena estrea, persona pessoa,
foemina femea, morcena morea, catena cadea, freenum freio,
mensa mesa, monela moeda, sinus seio, sponsa esposa, ge-
nista giesta, caena ceia, lacuna lagoa, corona coroa, men-
sis mez, geminus gemeo, luna lua, «enavea, terminus ter
mo, bateira balea, tenor teor, donare d'dr, monstrare mos
trar, ponere pôr, nominare nomeai', etc.
3
* GÉNÍO
P em B.
Capra cabra, lúpus lobo, vipera vibora, lepus lebre,
napus nabo , eupa cuba , sepes sebe, pauper pobre, agWtò
abril, sapor sabor, superlria soberba, opera obra, cooper-
tus coberto , duplum dobro , duplare dobrar , sapere sa
ber, etc.
P em V
E' mudança que poucas vezes tem logar : populus
povo, papilio pavilhão.
PI em Ch.
Plaga chaga , plams chão , plenus cheio , plumbu m
chumbo, pluvia chuva, plwwus chuvoso, plorare chorar,
implere encher.
Q em C.
Quinque cinco, squama escama, torquere torcer.
Q em G.
Áquila aguia, equa egua, aqua agua, aqualis egual,
antiquas antigo, aliquis algum, sequi seguir, consequi con
seguir, etc.
S em J.
Caseus queijo, ceraswn cereja, ecc/cstaegreja, cisium
ceje, cervisium cerveja, basium beijo, faselus feijão.
S em X
Muda poucas vezes: crassa graxa, vesica bexiga , at-
mla acha (de lenha) inserere inxerir.
Sc em X.
Faseia laxa, piseis peixe, masculus maxo, fascis fei
xe, miscere mexer, etc.
T em C
Puleum poço, lapathum labaça, platea praça, cupi-
ditas cubica , capite (abl. de capai) cabeça , captare ca
çar, etc.
T em D.
Catella cadella , coturnix codorniz , hospile (abl. de
hospes) hospede, wiariíMs marido, fatum fado, >*o<a roda,
metus medo, praium prado, aratrum arado, oifrunt vidro,
DA L1NC.UA PORTUGUEZA. 9
retis rede, vila vida, peira pedra, sitís sede, íhmius mudo,
nmaívs amado, auditus ouvido, etc.
E regra geralmente seguida.
T em Z.
Nobilitas nobreza, ratio razão, dexteritas destreza,
jyaupertas pobreza, úupiditas estupidez, frmitas firmeza,
clariias clareza, etc,
T precedido de c, ou p, muda-se em It.
Faclum feito, leclus leito, peclus peito, nocte (abl. de
»oj) noite, conceplus conceito, redor reitor, respectus res-
peilo, oc<u oito,*/ac/e (abl. de/ac) leite, secía seita, recepta
receita, mrictus estreito, cocííis coito ant., luctum loitoant.,
actus aito ant. (1)
V em B.
Vagina bainha, vallus baia, e poucos mais.
V em F
Poucas vezes muda, não obstante serem lettras se
melhantes : vitta fitta, ovans oíano, etc.
Reduzindo agora ás principaes todas as transmuta
ções de consoantes que se effectuam na passagem do la
tim para o portuguez , acharemos as seguintes : c em g
az, — / em Ih, — n em nh, — p em b, — t em d.
Depois disto a suppressão das consoantes d, g, l, ».
A lingua porhigueza, essencialmente doce e harmo
niosa , repugna admittir syllabas gutturaes e aspiradas,
no que notavelmente se distingue da castelhana, que fi
cou conservando muitas d'estas syllabas nos vocabulos
que recebeu dos arabes. — Pelo contrario, a todas as pa
lavras tomadas da lingua d'estes , em que havia o h as
pirado, nós o mudámos em f, para lhe evitar osomgut-
tural e aspero, como se vê nos seguintes vocabulos :
Alhorria alforria, almohassa almofaça, a khaiat alfaia
te, tareha tarefa, almohrés almofariz, sahario sãfaro, az-
CAPITULO II.
ARTIGO I.
. . . Sois butaranha,
E mais fede vol-o bafo,
E jogataes de gadanha,
E tendes modão d 'aranha,
E samicas sereis gafo.
Gil Vic. Obr. T. l .°p.261.
BcSTBLA. Pustula.
Cajom, c
Casus, accidente, desastre, periga.
Cajão, obsol.
Em tal recontamento e descobry-
mento damor ha grande cajõ. Leal
Conselh. de Elrei D. Diniz, C. 17,
p. 165, edic. de Lisboa.
Sancho foy morto em Burgos por
cajaõ no estremar de hú arroydo. Rui
de Pina, Chron. de D- Alfonso iv, C.
61, foi. S6 v. col. l.a
Codesso. Cylissus.
O y , que os ramanos pronuncia
vam como u , mudou-se em o ; — as
outras mudanças sam segundo as re
gras.
Co.MOItO. Çumulus,
Flamincus.
Crates,
fnsipidus.
Lulus .
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 17
LOOUETE. Lat. barb. Luchelum, i. e. sera cate-
naria.
Loquete, por cadeado, é vocabulo
usualissimo em nossas provincias do
Norle. ' -
Migalha. Micuia.
Molhe. Moles.
Antigamente dizia-sc mole. Vid.
Tenr. ltiner. C. 52 p. 105.
Pranchas. Planca.
Planeie^ tabula planae ele. , Festus.
De prancha, por inversão de sylla-
bas, veiu o nome ckaprão, vulgaris-
simo nas ilhas dos Açores, e que si
gnifica o mesmo que prancha.
Sarar. Sanare.
Em documentos antigos acha-se sa
nare corrompido em saar, pela sup-
pressão usual da lettra n.
Segure e
^Securis, machadinha.
Segur, ant.
Estando Helyseu com os filhos dos
profetas, que talhavam lenha a par
do Ryo .lurdam, caiu o ferro duasc-
gur ena auga do Ryo. Inedit. d'Al-
cob. T. 3.° p. 36.
'Sorerro, Superbus.
Sono. Serum.
Terrenho, vento da i ,. .
[ Icrrenus, adj . da lerra.
terra.
ARTíCO II.
Alvedrio, c
Alvitre.
Assomrrar. Adumbrare.
•22 GÉNÍO
BaJANA. Yesanus.
Bajana é vocabulo popular nas ilhas
dos Açores com a significação de pa
tela, mentecapto.
De bajana parece haver-se formado'
o nome bajoujo, e d'este paxola.
Bezerra. Vilula.
Braza. Prima.
Bulha. Pugna.
Bulhar . Pugnare. .
Careçal e
| Lai. barb. Capitule, i. e. pulvinar.
Careçalho.
Chaneza. Plantlas.
ChAntar. Planiare.
Começou Noe de lavrar a terra ,
e chamou vinha d'uvas lavruscas- Ine-
dit. d'Alcob. T. 2." p. 15.
E' versão do versicnlo 20 do cap.
9.° do Gen.
24 GÉNIO
Chuchar e vare.
^Sugc
Chcpar.
Conchato. Conclavium.
De conchavo se fez o verbo concha
var.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 25
Cozinhas. Coquinare.
CoacLAR. Cumulare.
Graveza. Gravitas.
Inchado. Inflatus.
Lhaneza. Lenitas.
Macula.
Gloriosa e sem nenhuma mazela
Virgem nossa Senhora. Azurar.Chron.
d'Elrei D.João i. Terc. Part. C. 104,
pag. 283, col. 2.a
DA LÍNGUA PORTUGUEZA.
Moderno. Hodiernus.
Na Baixa Latinidade dizia-se jámo-
derms, sendo natural que por inter
medio d'este se formasse o vocabulo
portuguez. Vid. Nolten. Lex. Anti-
barb.
Nespera. Mespylum.
Resrnha. Recensio.
Segurelha Sáiureja.
Trazer . Trahere.
Trecho. Tractus.
Virar Gyrarc.
Zunnir e Tinnire.
Zinnir. {»
ARTIGO II r.
Arelha. Apicula.
Adega. Apotheca.
Asmo. Azymus.
Assomar, villa
| Ad Seplem Aras.
de Portugal.
Attar. Aplare.
No latim da edade media dizia-se
aliare pro aplare,
Banho. Balneum.
Na Baixa Lat. vemos este vocabu
lo convertido já em Bagnum, do qual
é provavel que directamente se for
masse o portuguez Banho.
34 GÉNIO
Basrlga, (l. fam.) ho
fíasilica, especie de sombreiro de
mem summamente
obeso , ou com bar consideravel ambito que costuma
sair nas procissões da patriarchal.
riga de grande bojo.
Bater. Batuere.
No latim da edade media dizia-se
batere, por cujo intermedio é natural
que viesse o nosso bater.
Bésta. Ballisla.
Bolha. fíullula.
Caro. Capul .
Celeuma. Celcusma.
Chavelha. ( lavicula.
/
36 GÉNIO
Cilha. Cingula.
Corrir. Cooperire.
Coelho. Cuniculus.
Contar. Compulare.
(1) Culmen dici ait tectum quod ve-
teres aedificia cuimis tegerent , id est ,
paleis è messibus. Servias, ad Ecl. 1.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 37
Correio. Lat. barb. Currerius, i. e. cursor, ta-
bellarius. Du Cdnge, Glossar.
Cuidar. Cogiíare.
Cutrllo. CuUellus.
Deío. Decanus.
Empado. Impedahis
da língua portugueza. 39
Eh pau. Ímpedare.
Não atinou Moraes cora a origem
(Testes dois vocabulos , CHja etymo-
logia foi buscar ao allemão.
Enteado, e
Antfado, ant. | Ante natas.
Ante natus significa nascido antes,
em referencia ao matrimonio ; i. e.
filho nado antes do matrimonio.
Falar. Fabulari.
Fastio. Fastidium.
Fulo. Fukiís.
Fdnil. Ínfundibulum.
Gralho. Graculus.
Gritar. Quiritare.
Quiritare est clamare , tractum ab
iis qui Quirites invocant. Nonius.
Quiritare dicitur is qui Quiritium
fidem clamans implorant. Var. De
Ling. Lat. L. 5.° p. 65 mihi.
Harpeo. Harpago.
Insua, ant. e
Ilha. | Ínsula.
Insosso. Ínsulsus.
Irmío. Germanus.
Magoa . Macula.
Magoa teve ao principio a mesma
significação que o lat. macula.
A cabo de tempo amou Rey Sala-
mom molheres gentys contra a ley de
Deus , e pose magoa ena sua gloria.
Inedit d Alcob. T. 3.° p. 21.
Saiba a professa que ha de presen-
tar deante do tribunal de Christo sem
magoa aquelle veo que recebe. Sousa,
Hist. de S. Dom. P. l.a L. l.°C.
2G, p. 113, col. 2."
Manga. Manha.
GENfO
Mano. Germanus.
Medrar. Malurare.
SIeollo. Medulla.
Dar-lhe-ás todos os beens do Egi-
to, e comerom o meolo da terra. Inedit.
d'Alcob. T. 2.° p. 71.
O latim correspondente : — Ut co~
medatis niedullam terrae. Gen. Cap.
45, v. 18.
Mezinha. Medecina.
Moio. Modium.
Modium , mensura liquidorum si-
mul etaridorum. Du Cange, Glossar.
Uno modio de paon et alium de vi-
no. J. Pedro Ribeiro, Dissert. Chron.
T. 1." Doe. n.° 5i, p. 266.
Mdrcho. Murcidus.
Nkdio. Nilidus.
Okago. Oraculum.
Paraíso. Pargdisum.
Parayoas, 1
Pakavras, e | Parábolas, acc. de parabolè.
Palayhas, )
Per fectos mais ca per paravoas.
Inedit. d'Alcob. T. 1 .° p. 255.
Ous discípulos insinados os man
dados de nostro Senhor per paravoas
preponha. Ibid.
Seja amoestado per paraavras »fá
quatro vezes. Ibid. p. 186.
Pego. Pelagus.
Peyide. Piluita.
Pevide, doença das gallinhas, vem
de pituita , do qual é corrupção : —
Pituita, interdum sumitur pro morbo
ex pituita! fluxunato, quoetiamgal
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 47
Podre. Putridus.
Poejo. Pulegium .
Pomra. Palumba.
Prear. Prcedari.
Preso. Prehensus.
Preste. Presbyler.
Diz expressamente João de Barros
ser o nome Preste corrompido do de
Presbyler. Vid. Dec. 3.a L. 4.°C. l.\
onde largamente tracta' do Preste João,
e das coisas da Abassia.
Pulha. Pipulum.
Puxar. Pulsare.
Quaresma. Quadragesima.
Recorrai. liecuperare.
Relogio. Horologium.
Rezar. Recilare.
Comprova-se esta etymologia pela
significação que vemos tinha antiga
mente a palavra recitar.
A carta que agora vos recitei. Fern.
Alv. Lus.Transf. L. 3.° foi. 285 v.
Veremos , por outra parte , ter o
verbo rezar o mesmo sentido de re
citar :
Tomou a rosa da mão do messa-
geiro, e ouviu a oração que dando-a
rezou. Sousa, Ann. de D. João m ,
P. 1." L. 2.° C. 4.' p. 139.
Rijo. Rispidus.
Roçar, i. e.
Runcare.
esmoutar. I
Ruisinol, ant.
i Lusciriivla, dim. de Luscinia.
Rouxinol.
GÉNIO
Sal nitriam .
Salis vas.
Si lula.
Na Baixa Lat. apparece já o nome
selha corrompido de si tuia.
Selha , situla aquae ex puteo hau-
riendae idonea. DuCange, Glossar.
SOER. Solere.
Soldar. Solidare.
Tosar. Tondere.
Veo receber elRey comospees por
lavar e com a barba por tosar. Ine-
dit. d'Alcob. T. 2.° p. 292.
GÉNIO
Transi. Transitus.
Trevo. Trifolium.
Trigo. Trilicum.
Trilha, instrumento ) r •. ;
p.' debulhar o grão. | ™a-
Trilho, em vez de trilha, escrevem
alguns ; —porém este nos parece mais
portuguez, mais chegado á raiz lati
na, e tem por si a auctoridade Viei
ra. Vid. Serm. T. 3.°p. 95, col. 2.a
Unha. Vngula.
Velha. Vitula.
Verde. Viriiis.
Vergonha. Verecundia.
ARTIGO JV.
Anhelitus.
Limonia.
Oriza.
Beldroega. Portulaca.
Besteiro Ballistarius.
Carresto . Capistrum.
Choupo. Populus.
Coiro. Corium.
Co u eira. Collaria.
Nausea.
Enojo, supprimido oe, dá nojo, e
transpostas as lettras, produz enjoo;
o que tudo é o mesmo, e provém da
raiz nausea.
Filinto Elisio emprega a palavra
nausea com a significação de nojo :
Cosidos coiros de broqueis que esfo
lam,
Coisas não de uso, o ventre que jejua
Raivoso os força a devorar sem náusea.
Vers. da Seg. Guer. Pun. deSil.
Ital. C. 2.° p. 353.
Esmola. Eteemosyna.
Faisão. Phasiana.
Feira. Feria.
Freixo. Fraxinus.
Lamprea. Lampetra.
Legua. Leuca.
Lesma. Limax.
Linguiça. Lucanica.
LOBREGO. Lugubris.
Loiro, Luridus.
Magusto. Ambustio.
Melro. Merula.
Olvidar. Oblitterare.
Ousadia. Audacia.
Painço. Panicum.
66 GÉNIO
Xalupa. Scaphula.
Zimrro. Juniperus.
AKTÍGO V.
Aregoaria. Pecuaria.
Arrunho. Prunum.
Brunho se diz tambem 'n algumas
de nossas provincias.
Agcadbiro. Aquarius.
Amargo. Âmarus.
Amora. Morum.
Arraia. Raia.
Arrritaoo. Arrectus, part. de arrigo, is, levan
tar, estimular.
Arromrar. Rumpere.
Em todas as partes o dinheiro é
tam poderoso que tudo arromba. Fern.
Mend. Peregr. T. 3.° C. 183, p. 99.
Arruda. Ruia.
68 GÉNIO
asoinar, ou
I Assonare, composto de ad e sonare.
Azoinar.
Baratta. Blatta.
Beluscar. Vellicare.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 69
Cangtrão. Congius.
Cacrinar. Carinari.
Carinari est illudere, ul Isidorus in
Glossis exponit. VossiiEtymologicon.
costella. Cosia.
Empolla . Bulla.
Escada. Scala.
Antigamente dizia-se scala por es
cada ; v. gr.
De outra maneira non se subia
sen scala. A. de Resende , Hist. de
Evor. C. 14.
70 GÉNIO
Esconder. Lat. barb. Scondiere, i. e. denegare,
recusare. Du Cange, Glossar.
Adeante veremos que a idéa de es
conder é a mesma que a de negar.
esgaravatar. Scarificare.
esmoncar. Emungere.
Estrella. Stella.
Gaivota. Gavia.
Gueia - Gula.
Hvnverno. Hybernus.
Íntrinsicado. Intrinsicus.
Labyrinto ineltido dentro em um
lago, o qual se tem por maior e mais
intrinsicado. Pant. d'A\eiro , Itiner.
C 8.», foi. 28.
Intrinsicado é propriamente feito
intrinsico.
De intrinsicado , por contracção ,
veiu inbriscado e intrincado , como
hoje dizemos.
Janela. Janua.
Lanterna. Lalernu.
Madeixa. Mdaxa.
MoNCO, Mucus.
Mondego. Munda
Oliveira. OltM,
Picanço. Picus .
Pinheiro. Pinus.
Riranceira.
Rourador. Raptor.
Ruivo. Rufus.
Umbra.
Soppa . Offa.
Theiga. Theca.
Violeta. Viola.
ARTNiO TI.
A.FEIAB. Fcedare.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 75
Ajoujar. Adjungere, unir, junctar, ou de Ad-
jugare, submetter ao jugo.
Aquecer. Calescere.
Arreigar. Radicari.
Cadeira. Cathedra.
Antigamente dizia-se em portuguez
GÉNIO
cathedra do mesmo modo que em la
tim ; v. gr.
Era o deserto uma cathedra de do-
ctrina celestial. Heitor Pinto. Imag.
P. l.a Dial. 5.° C. 2." p. 160, col.
l.a
Capsa.
Scimpodium.
Plenus.
Collusium.
Gradus.
Dolium.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 77
Enfrear. Frtenare.
Enternecer. Tencrescere.
Enxofre. Sulphur.
Esrulhar. Spoliare.
Escpro. Obscurus.
Esmeralda. Smaragdus.
Espadua. Spatula.
Espirro. Spiritus.
O seguinte trecho comprova esta
elymologia.
As historias menos antigas fazem
menção de uma doença geral, e tam
perniciosa, que o homem que dava
espirito, dava com elle junctamente
a vida, e quando foi applacando, se
um espirrava e acertava de ficar vi
vo , acudiam os presentes a dar-lhe
os emboras. Souza, Hist. de S. Dom.
T. l.° P. 1.» L. 2." C. 18, p. 175,
col. 2. 8
Fleuma. Flegma. x
Geito. Gestus.
HOMBRO. Humerus.
Liteira. Lenira.
Noiva. Nupla.
Olvido. ObUvium.
Praia. Plaga.
Recife. Hecisus.
Soluço. Singultus.
Sorrateiro Subrepticius.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 81
Soslaio. Sublapsus.
Trafegar. Transferre.
Andar caminhos, trafegar serras
c montes. Souza. Annaes de D. João
ih, P. l.a C. 10, p. 41.
Vingança. Vindicaii".
CAPITULO III.
s
- GÉNIO
CAPITULO IV.
CAPITULO V.
CAPITULO VI.
CAPITULO VII.
bem assim ,os nomes das virtudes, das musas, das gra
ças, das serèas, das parcas, das furias, das harpias, etc.
Sam communs de dois os nomes que, debaxo de
uma só forma, ámaneira dos adjectivos, significam eguàl-
mente macho e femea : v. gr. artífice, espia, guarda,
hypocrita, interprete, infante, martyr, taful, virgem, etc .
'Nesta especie de nomes devemos classificar os nossos
appellidos de familia, que. sem mudarem de terminação,
denotam os individuos de ambos os sexos ; taes sam :
Furtado, Falcão, Peixoto, Salgado, Miranda, Sequeira,
Moura, ele. ; pois dizemos egualmente : o senhor, ou a
senhora Furtado, Falcão, Peixoto, Sulgado, etc.
Entre os nomes de animaes ha alguns que, pela si
gnificação, comprehendenf" machos e femeas ; mas que
sam do genero masculino ou femenino, segundo as re
gras da terminação. — Chamam-lhe os grammaticos epi-
cenos (1). — Dos masculinos temos: crocodilo, esquilo,
leopardo, pavão, rouxinol, robalo, salmão; etc. — dos
femininos temos : onça, panlhera, hiena, cobra, mosca,
formiga, cegonha, truta, lamprea, etc.
Esta singularidade que se acha tanto emportuguez,
como em latim, provêm, de certo, de se não dar diffe-
rença sensivel entre os machos e as femeas dos referidos
animaes; nem necessidade urgente de os distinguir ; pelo
que lhe foram impostos nomes que, debaxo de uma só
terminação, e pertencendo a um unico genero, compre-
hendem e designam ambos os sexos.
E.
Os nomes portuguezes acabados em e, proveem ge-
Gn.
L, R.
Z.
... . . . . . CAPITULO X.
I.»SS '.DESINÊNCIAS GOltnRSPONDEfíTES AOS GKNKR0S NOS NO>fRS
SUBSTANTIVOS.
CAPITULO XI.
CAPITULO XII.
DA MANEIRA l'OK QUE FORMAM O PLURAL OS NOMES"
SUBSTANTIVOS.
CAPITULO XIII.
capitulo xiv.
EtOS C0MPABAT1VOS.
CAPITULO X¥.
DOS SUPERLATIVOS.
1 .. .
CAPITULO XVÍ.
BOS AUHMENTATtVOS.
ca pi imo xvii.
nos COLI.ECTIVOS.
CiiPIllJLO XVIII.
DOS DIMINUTIVOS.
188 GÉNIO
CAPITULO XIX.
DO NOME ADJECTIVO.
CAPITULO I.
A Kl. 1."
Art. 2.°
Determinativos possessivos.
Art. 3.°
Determinativos demonstrativos.
Um pelejar commigo,
E logo dcsculpar-me.
Cam. Cane. S.«
210 GEMO
ra. Ibid. C. 3.
Per has armellas que se costumavan teer pera tirar pei has
portas lançavan e alraversavan paos fectiços que ja pera ipso
eu grande copia traziam. Ibid. C. 14.
212 GÉNIO
Art. 4.°
Determinativos relativos.
Esso, Isso.
E os homeès de Sacoth nom lhe quizerom dar
pam a Gedeon, escarnecerom dele, e esso mesmo lhe fe-
zerom os d'uu logar, que avia nome Phanuel. Inedit.
d'Alcob. T. 2.° p. 201.
Mandou appregoar por toda a cidade que todo o
mouro que matasse portuguez, morresse por isso. Comm.
de Alfons. d*Albuqucrq. T. l.° P. 1> C. 32, p. 164.
Aquello, Aquilio.
Entom Aarom e Hur contradisserom-lhe aquello
que diziam. Inedit. d'Alcob. T. 2.° p. 134.
Tudo o que nasce tem semelhança à'aquillo de que
nasceu. Jorg. Ferr. Aulegr. foi. 85 v*
Vedes aquelle subir e descer as calçadas, vedes
aquelle entrar e sahir sem quietação, nem socego ? Pois
tudo aquillo é andarem buscando os homens como ham
DA LÍNGUA PORTUGUEZA.
de comer, e como se ham de comer. Vieir. Serm. T. 2.°
p. 326, col. 1.»
Alguem.
Não cuide alguem que do tempo de Salámão para
cá terão mudado os bens do mundo. Vieir. Serm. T. 5.°
p. 439, col l.a
Ninguem.
. . . . Fatal necessidade
De quem ninguem se exime dos humanos.
Cam. Lus. C. 10, E. 54.
Outrem.
« Respondeu : se ouUem o havia de fazer, que oqui-
zeráfazer elle primeiro. » Vieir. Cartas, T. 3.°C. 4.ap. 35.
Sendo oulrem um partilivo indeterminado concorda
com ninguem, cuja significação é tambem indetermina
da ; v. gr.
CAPITULO II.
Dos Pariicipios.
Art. 1.°
Art. '2."
Que se arroja.
Ait. 3°
.
DA LÍNGUA PORTCGUEZA. 23S
Lavadouro. Logar que é para 'nellc sc lavar
roupa.
Art. í."
(1) E volto ao povo lhe fez uma fala. Duarte Nunes, Chron.
de D. AÍTonsoS." C 1." p. 83, mini.
E volto contra os seus todo alegre, lhes disse. Resende, Vida
dolnf. D. Duarte, C.8." p. 26-
(2) Sciencia aeguisita. Vieir. Serm. T. 6.° p. 277, col2.«
(3) Arraes, Dial. 3.° C. 21, foi. 110 v.
(4) Sendo já assumpto á purpura Cardinalicia o padre João
de Lugo. Man. Bernard.
(5) 'Espadas Nov. Floresta,
cinlas. Fernão T. 3.°d'Elrei
Lopes, Chron. p. 336.
D. João 1 .•
Pnm. Part. C. 10, p. 17.
2*2 GÉNIO
Verbos. Part. Regai. Part. Irregul.
Digerir, Digerido, Digesto. (1)
Dirigir, Dirigido, Directo, e Direito.
Distinguir, Distinguido, *Distincto.
Dividir, Dividido, Diviso. (2)
Encorrir., Encobrido, Encoberto.
Erigir, Erigido, Erecto.
Excluir, Excluido, Excluso .
Eximir, Eximido, Exempto.
Exhaurir, Exhaurido, Exhausto.
ExPELUR, Expellido, Expulso.
Exprimir, Exprimido, Expresso.
Extinguir, Extinguido, Extincto.
Extorquir, Extorquido, Extorto. (3)
EXTRAHIR, Extrahido, Extracto.
Frigir, Frigido, Frito.
Iludir, Illudido, Illúso.
Imprimir, Imprimido, Impresso.
Incluir, Incluido, Incluso.
Incorrer, Incorrido, Incurso.
Induzir, Induzido, Inducto.
Infundir, Infundido, Infuso.
Ínserir, Inserido, Inserto.
(1) Vieir. Serm. T. \.° p. 155, col. 2.*— Heitor Pinto, Imag.
P. i.a Dial. 3." C. 7." p. 101, col. 1.'
(2) Bar. Dec. 4.' L. ».° C. 16, p. 559. Pant. d'Aveir. Iliner.
C. 22, foi. 53 v. Arraes, Dial. 3.»C 4." foi. 82.
(3) Licenças extortas e violentas. Man. Bernard. Estimul.
Pract. p. 403.
da língua portugueza. 3Í3
Verbos. Part. Begul. Part. Irregul.
Instruir, Instruido, Instructo. (1)
Introduzir, introduzido, Introducto.
Omittir, Omittido, Omisso. (2)
Opprimir, Oppriraido, Oppresso.
Repellir, Repellido, Repulso.
Reprimir, Reprimido, Represso.
Restringir, Restringido, Restricto.
Surmergir. Submergido, Submerso.
Sopprimir, Supprimido. Suppresso .
Surgir, Surgido. Surto.
Tingir, Tingido, Tincto.
DA PALAVRA CONJUGAVEL
TITILO INICO.
DO VERBO.
CAPITULO }.
Art. 1."
Ari. 2.°
Do Gerundio.
Art. 3.»
Do Supino.
Art. *.• . ♦
Àrt. 5.°
Art. 6.°
Art, 7.°
• Art,8.°. .
Errar.
.Dizendo que quem não quizesse errar pre
sumisse o peior sempre. D. Franc. Man.
Apol. Dial. p. 307.
Imperar.
Os reis de Cordova que então imperavam na
Mauritania. Duarte Nunes, Chron. de D.
Affons. 5.° C. 41.
Navegar.
Navegando pelo mar da Syria á vista do
monte Libano, fomos avistar o cabo de S. An
dré. Godin. Rel.C. 29, p. 320.
Necessitar.
Eu mais que todos necessitava de algum dia
de descanço. Godin. Bel. C. 19, p. 181.
DA LÍNGUA" POKTUGUEZA. 281
Querrar.
Recuar.
Neutro. Recua qual se um raio aos pés lhe estale.
Franc. Man. Ober. C. li, p. 201.
Viver.
Neutro. Para que as nações do ultimo occidentew-
vessem na reverencia de seo Imperio. J. Frei
re, Castr. L. l.°n.°23.
Arder.
Neutro. A campina
O'o fulgurar das lanças, das cimeiras,
Affigurava arder.
Franc. Man. OsMartyr. L. 6.°p. 203.
Arfar.
Neutro. De balde arfam no seio niveos globos.
Id.Oberon, C. 4 °p. 58. "
Assomar.
Neutro. D'essa vida malvada o termo assoma,
• Que aqui me envia Deos por leo castigo.
Id. ibid. G. 3.°p. SB.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 283
Activo. Mil lembranças brotam
Maviosas, casos mil que assomam lagrymas.
Franc. Man. OsMartyr. L. 18, p. 276.
Baquear.
Neutro. Tal tôa brutamente ao baquear n'agua
Juncto á Tyrrhena praia, o dique altivo
Formado de penhascos.
Id. Vers. da Seg. Guer. Pun. de Sil.
Ital.C. 4.°p. 429.
Blasonar.
Neutro. Blasona a tribu salia
De mais nobre.
Id. OsMartyr. L. 7.°p. 252.
Bradar.
Neutro. O touro busca, e, pondo-se deante
Salta, corre, sibila, acena e brada.
Cam.Lus. C. l.°E. 88.
Cismar.
Neutro. Que faz na cama quem não dorme? Cisma.
Franc. Man. Fabul. de La Font. L. l.°
Fab. 36.
Desmaiar.
Neutro. Vem ter commigo dizendo que tivesse es
perança de sahir d'aquelle perigo, que não
desmaiasse. Godin. Rei. C. 9.° p. 63.
Emmudecer.
Neutro. Eis que Velleda
Emmudece, e a escutar o ouvido affla.
Franc. Man. OsMartyr. L. 10, p. 369.
Escapar.
Neutro. Estavam todos bem desconsolados , e eu
sobre todos, por não ter esperança nenhu
ma de salvar avida em terra, ainda que es
capasse do naufragio. Godin. Rei. C. 9.°
p. 63.
Estremecer.
Neutro. Em quanto assim medito as brutas feras
Nos covis d'esse circo, rugem, urram.
Confesso-o, estremeci.
Franc. Man. OsMartyr. L. 4.°p. 142.
Floreceu.
Neutro. Florecia a verdura.
GÉNIO
Gemer.
Geme em seo ninho AIcyon com brando ar
rulho.
Franc. Man. OsMartyr. L. 1.° p. 16.
Gritar.
Se eu não gritara elle estivera quedo.
1). Bernard. Lima, Ecl. 5.a
Grasnar.
As aguias que corriam famintas aos des
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 287
Ladrar.
Nem as migalhas que cahiam da mesa do
rico tinha para amansar a ferocidade da fo
me que dentro em seo estômago ladrava.
Bern. Nov. Flor. T. 3.° Tit. 7.°p.394.
Minguar.
Minguava a lua e no zenith brilhava.
Franc. Man. OsMartyr.L. 2.°p. 60.
Activo. Mofam-me ,
Se as salas pizo, os cortezãos, surrindo.
Id. OsMartyr. L. 5.°p. 180.
Pender.
Neutro.. Do largo azul talim lhe pende á cinta
Talhante iberia espada.
Id. ibid.L. 6.°p. 197.
Reromrar.
Neutro. Dice, e de cabo a cabo a voz rodando,
Rebomba pelas furnas dos tormentos.
Id. OsMartyr. L. 18, p. 143.
Activo . — Pyrene —
Os serros todos, os covis das feras
— Pyrene — lhe rebombam.
Id. Seg. Guer, Pun. de Sil. Ital. C. 3.
p. 393. «
Relinchar.
Neutro. Armas luzem, relincham os ginetes.
Id. Obr. Compl. T. í.°p 13L
DA LÍNGUA PORTUGUEZA.
0 ginete alfario
Que relincha batalhas e carreiras.
Id. Os Martyr.L. 6.°p. 206.
Reluzir.
O lyrio rôxo, a fresca rosa bella,
Qual reluze nas faces da donzella.
Cam. Lus. C. 9.° E. 61.
Resvallar.
Sangue, escuma em bulhões dos labios verte,
ResvallamAhe da fronte ardentes bagas.
Id.ibid.L. 8.°p. 288.
O Alpheu resvalla
A's abas do vergel sombrias ondas.
Id. ibid.L. 2.°p.59.
Rodar.
... Por terra osi corpos vam rodando
Anhelantes de angustia, em mortaes vascas.
Id.ibid. L. 6.°p. 206.
Em roda ajoelhados
Todos, rosna um oremus.
Franc. Man. Oberon, C 8.° p. 141.
Rugi».
Dos grilhões solto o tigre se arremessa
Ao corro, e ruge.
Id.OsMartyr. L.24, p. 475.
Sahir.
Co sacro gume o niveo collo investe,
E o sangue em espadanas sahe de rojo.
Id. OsMartyr. L. 10.°, in fine.
Surgir*.
O porto é segurissimo e tam capaz que
por todasNas quatro leguas que vam deBa-
çorá á barra tecm as náos fundo para sur
girem. Godin. Rei. C 16, p. 118.
Em septe dias,
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 291
Trovejar.
Os reos portentos grandes
Apparelham. Troveja a olympin sala.
Franc. Mau. Seg. Guerr. Pun. de Si] Uai.
C. I.°p. 288.
Já ardente chammi
A anima a trovejar iras de Achilles.
Id. OsMartyr. l.t.° p.63.
Uivar.
O mesmo vós sentistes, caens d'aldea,
Quando por má estrea junctos todos
Com diflFerentes modos uivastes.
D.Bernard. Lima, Ecl. 15.a
CAPITULO II.
Art. l.°
Dos Denominativos.
Art."J.' * .
• • ; Dos Imiiativos.
Engatinhar.
Gralhar.
Grecisar. Imitar a locução dos gregos.
• Narciso. Narcisar-se.
— Pritica. Empritigar-se,ouEmperligar-se.—Pôr-
se direito e teso como uma pritiga.
0
— Sandec. • - Sandejar. — Tambem é frequentativo.
De Com (voz do i _ . ,
porco). \ Coincnar.
Dois porquinhos trosquiados
Coinchar não nos ouvistes?
Gil Vic. Obr.T. 2.°p.31.
— Cró (v.ozdo í _
corvo). \ Crocitar. • Tambem c frequentativo,
Do mesmo modo :
Arrulhar. Bramar.
Balar. Bramir.
Balbuciar. Bufar.
Borbulhar. • Cacarejar.
GÉNIO
Chiar. Mugir.
Chilrear. Murmurar.
Chocalhar. Ornejar.
Chotar. Piar.
Chuchar. Pipilar.
Chupar. Pipilar.
Ciciar. Ranger.
Coaxar. Raspar.
Cochichar. Regougar.
Crepitar. Relinchar.
Estalar. Resmungar.
Estrondar. Retombar.
Estrugir. Rinchar.
Ferver. Roçar.
Frigir. Roer.
Frizar. Romper.
Fungar. Roncar.
Gaguejar. Roquejar.
Galopar. Rosnar.
Gannir. Rufar.
Gargarejar. Rugir.
Gorgear. Rular.
Grasnar. Rumorejar.
Grasinar, Serrar.
Grunhir. Serrasinar.
Guinchar. Sibilar.
Ladrar. Silvar.
Latir. Soluçar.
Miar. Soprar.
DÀ LÍNGUA PORTUGUEZA. 299
Sorver. . Trotar.
Susurrar. Tugir.
Tinnir. • Uivar. .
Titillar. Urrar.
Titubear. Zumbir.
Tombar. Zunir.
Traquinar. Zurrar.
Troar. Zurzir.
. Art. 3.°
Dos Frequentativos.
— Dardo. Dardejar.
— Doido. Doidejar.
Em vez do verbo doidejar provir
do nome doido, é mais provavel que
provenha por corrupção do verbo
antigo portuguez donear, que se acha
na Versão da Regra de S. Bento, e
que seguramente foi tomado do ita
liano donneare , requestar , correr
após as damas. — De donear se fez,
pois, doidejar que expressa melhor
a frequencia da acção, e, com egual
propriedade, a significação do ver
bo. De doidejar deve, portanto, vir
o adj. doido, e não d'este o verbo.
— Fado Fadejar.
— Faro. Farejar.
— Folha (de li
vro). | Folhear.
— Gotta. Gottejar.
Cinco té seis passos na mesma ro
cha nasce uma fontezinha de agua,
a qual de fóra não dámaissignaldc
si que sentir-se gottejar. Pant de
Aveir. Iliner. C. 86, foi. 219.
— Harpa. Harpejar.
— Lagrvma Lagrymejar. — Tambem pode ser dimi
nutivo.
— Manta. Mantear.
Í Manejar.
— Mio. Manquejar.
Manusear.
— Mote. Motejar.
De Onda. Ondear.
— Parvo. Parvoejar.
— Rumor. Rumorejar.
— Saror. Saborear.
— Sapato. Sapatear.
— SOIFA. Solfejar.
— Sopa. Sopctear.
— Taraco. Tabaqucar.
— Taramela. Taramelear.
A lingua que se soltou em falar,
acquire um máo habito de tarame
lear e murmurar. Arraes, Dial. 6."
C. 10, foi. 219.
306 GÉNIO
— Traste. Trastejar.
-Tromra. Trombejar.
—Vara. Varejar.
— Vela. Velejar.
— Voz. , Vozear.
— Chupar. Chupitar.
— Cravar. Cravejar.
— Escançar. Escancear.
— Espannar. Espannejar.
— Estalar. Estalejar.
— Estrondar. Estrondear.
— Exercer. Exercitar.
■
GÉNÍO
Manejar cavallos eexercitar as ar
mas. Sousa, Hist. de S. Dom. P. l.a
L. l.°C.24, p. 455, col. 1."
Falquear, ou Falquejar.
Farpear.
Forcejar.
Fumear e Fumegar.
Jogalar.
Eu não lenho costume -àejogatar
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 309
Estranha differença e
variedade causada do ro
dear dos annos. Sousa,
Hist. de S. Dom. P.l.a
L. 5.° C. 3.° p. 597 ,
col. l.a
— Saltar. Saltear.
— Trotoar. Trovejar^
Trovoaram as nuvens.
Paiva, Serm. P. 1 a foi. 6.
Art. 4.°
Dos Inchoativos.
De Alvor. Alvorecer.
— Bolou. Bolorecer.
— Brando Embrandecer.
— Bravo. Embravecer.
— Broto. Embrutecer.
— Can. Encanecer.
Doro. Endurecer. .
. Escuro. Escurecer.
.Fim. Fenecer.
- Fraco. Enfraquecer.
-Furor. Enfurecer.
- Grande. Engrandecer.
- Humido. Humedecer.
- Louco. Enlouquecer.
- Louro. Enlourecer.
- Maduro. Amadurecer.
-Manean. Amanhecer.
- Molle. Amollecer.
3Í6
De Mokte. Amortecer.
— Mouco. Eminouquecer.
— Modo. Emmudecer.
— Negro. Ennegrecer,
— Noite. Annoilecer.
— Orscuro. Obscurecer.
— Pallido. Empallidecer.
— Porbe. Empobrecer.
— Podre. Appodrecer.
— Rico. Enriquecer.
— Rouco. Enrouquecer.
— Surdo, Ensurdecer.
— Tonto. Entontecer.
— Torpe. Entorpecer,
— Triste. Entristecer.
— Velho. Envelhecer,
DA LINGUA P0R1UGUEZA.
De Arastar. . Abastecer.
— Barrar. Embarbecer.
— Doer. Adoecer.
— Dormir. Adormecer.
Adormecer é começar a
dormir. F. J. Freire, Refl.
sobre aLing. Port. P. l.a
p. 80.
- Emrerer. Embebecer.
• Encrcar. Encruecer.
De Escorar. Escurecer.
Escurar é tornar-se es
curo de uma vez, e não
pouco e pouco, ou succes-
sivamente como denota o
inchoativo ; v. gr.
— Faltar. Fallecer.
— Finar-sr. Fenecer.
— Morrer. Esmorecer.
Os impios e desespera
dos antes de morrer mor
rem; porque antes de Deos
os condemnar esmorecem.
Primeiro lhes tira a vida o
temor da consciencia pro
pria do que o rigor da jus
tiça divina. Bernard. Luz e
Calor, Prim. Part. Doutr.
4,.a p. 73.
. MCRCHAS. Emmurchecer.
•Offeriar. Offerecer'.
Raivar. Enraivecer.
— Crescer. Accrescentar.
— Elevar ou Levar. Levantar.
DA LÍNGUA pV)KTUGUEZA. 32f
—,Pascer. Appascentar.
Em quanto appascentar o
largo pólo
* As estrellas...
Cam.Lus. C.2.°E. ttô>.
— Pôr, Apposcntar.
— Querrar. Quebrantar.
Dadivas quebrán((M$b-
dras. J. Ferr.UIyS. 3.H.á
p. 230.
322 GÉNIO
Hoje só se emprega em
sentido figurado.
De Suster. Sustentar.
— Viver. Aviventar.
— Violar. Violentar.
De Fuga . Afugentar.
— Magro. Emmagrentar.
Emmagrentarom seus
corpos com jejuns. Vid.
Mon. L. l.°C. 20, p. 237.
— Mahma. Amammentar.
— Medo. Amedrentar.
— Sangue. Ensanguentar.
— Velho. Avelhentar.
Art. 5.°
Dos Augmentativos .
De Alçar. Allear.
— Attenazar- Attenazear.
— Bater. Batocar.
— esrofetar.
Berear. Berregar.
— Esmurrar. Esmurraçar.
— Espalhar. Espalhagar.
— Estirar. Estiraçar.
— estrondar. Estrondear.
— Farpar. Farpear,
— Larorar. Labolar.
— Passar. Passear.
— Pastorar. Pastorear.
— Vagar. Vaguear.
— Voltar. Vollear.
De Aixar. Realçar.
Exalçar, ou
Exaltar.
- Ae^ESTAJl. Esquentar.
- BoLIR. Rebolir.
— Bomrardear. [Esbombardear.
326 GÉNIO
A povoação sem muro e
sem defesa
Esbombardea, accende e
desbarata.
De Bramar. Rebramar.
Bravejar Esbravejar.
Chammejar. Eschammejar.
— Contar. Recontar.
Espedaçam-se as lanças, e
as frequentes
Quedas co'as duras armas
tudo attroam :
Recrecem os imigos sobre
a pouca
Gente do fero Nuno, que
osappouca.
Cam.Lus. C. 4.°E.3I.
Carregando-se de tudo o
que poderam, se foram re
colhendo , porque já re
cresciam os inimigos. Cou
to, Dec. .r;.a L. 3.°C. 4.°
p. 2Í0.
— Cuidar. Recuidar.
— Gelar. Regelar.
— Mecher. Remecher.
— Merecer. Remerecer.
— Mirar. Remirar.
— Moer. Esmoer.
— Mugir- Remugir.
Espadas, lanças retinnindo
e os silvos
Pas flechas, e as balistas
que remugem.
Franc. Man, OsMarlyr.
L. 6.°p. 208.
— Murmurar. Remurmurar.
A vaga queseimpola ere-
murmura
t)A LÍNGUA POUTUGUEZA. ' 329
De Passar. Repassar.
— Pinotear. Espinotear.
— Pousar. Repousar.
— Queimar. Requeimar.
— Soar. Resoar.
— Solidar. Consolidar.
— Suadir. Persuadir.
— Suar. Tressuar,
— Talhar. Retalhar.
DeTardar.
tempf.rar. Retardar.
Retemperar.
— TlNNIR Relinnir.
— Variar Tresvariar.
— Venerar. Kevonerar.
• Virar. Revirar.
-Voltear. Revoltcar.
Em quantas praias
Não tenho eu visto revol-
ver-se as ondas
Como as contemplo aqui.
Franc. Man. Os Martyr.
L. 10, p. 344.
— Picar. Espicaçar.
«M2 GENfO
De Tremer. Estremecer.
— Valkr. Prevalecer.
Foi o Bispo cahindo na
conta das sem razões que
tinha feito aos frades , e
entendendo que não po
deria prevalecer contra
elles. Sousa, Hist. de S.
Dom. P. LaL. 3.°C. 12,
p. 298.
— Voar. Esvoaçar.
Art. 6.
Dos Diminutivos.
De Addoçar. Addocicar.
- Berer. Beberricar.
de diminuição , como em
seo logar mostraremos.
De Chorar. Choramigar.
— Chupar. Chupitar.
— Cuspir, ou de Cuspinho. Cuspinhar,
— Dormir. Dormitar.
— Escorrer. Escorrepichar.
— Escoucear. Escoucinhar.
Escoucinha o rato.
Franc. Man. Fab. de La
Font.L. 2.° Fab. 1 1. J
— Escrever. Escrevinhar.
— Ferver. Fervilhar.
— Lagryma. Lagrymejar.
— Lamrer. Lambiscar.
— Molle. Mollinhar.
— Depennar, Depennicar.
— Saltar. Saltarinhar.
Art. 7.°
Dos Negativos.
De Attak. Desallar.
— Corrir. Descobrir.
— Coser. Descoser.
— Dizer. Desdizer.
— Dorrar, Desdobrar.
— Fazer. Desfazer.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA.
Impedir. Desimpedir.
Mereceu. Desmerecer.
Ouriçar. Desobrigar.
Prender. Desprender.
Torcer. Destorcer.
Unir. Desunir.
Vendar. Desvendar,
CAPITULO III.
— Agua. Aguar.
De Alfaia. Allaiar-se.
— Apodo. Apodar.
— Apostolo. Apostolar.
— Apparato Apparatar.
Florecer de Corintho as
oliveiras
E abelhas de Attica aro
mar Narbona.
Franc. Man. OsMartyr.
L. 9.° p. 307.
— Atalaia. Atalaiar.
— Azulejo. Azulejar.
O pregar ha de ser co
mo quem semea, e não co
mo quem ladrilha, ou azu
leja. Vieir. Serm. T. i.°
p. 40.
— Bispo. Bispar. Man. Bem. Estim.
Pract. p. 269.
Assim começaram a
brandear alguns, e a pe-
DA. LÍNGUA PORTUGUEZA. 339
De Cama. Accamar.
— Campo. Campear.
— Chacota Chacotear.
— Chatim (t. da Asia) merca- l Q^ajjnar.
dor, Dcgociaute. /
De Dia . Addiar.
Nunca os poderom fi
lhar , comoquerque per
vezes os encalçassem . Azu
rara, Chron. do Desc. e
Conq. de Guiné, C. 75,
p 357.
Enxame. Enxamear.
. Epitome. Epitomar.
• escodklla. Escudellar.
Escudo. Escudar.
. Esmero. Esmerar.
- Esmola. Esmolar.
- Esportula. Esportular.
. Esteio. Esteiar, ou Estear, segurar,
suster, it. fig. pararachu-
* va ; v. gr. estear o tempo ;
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 341
De Estômago. Estomagar-se.
KSTREA Estrear.
— Estrepe Estrepar.
Andava garramando e
cobrando suas dividas. Id.
ibid. P. 1." L. 5.° C. *.°
p. 291.
— Grimpa. Engrimponar-sc.
-Hastea. Hastear.
. Horta. Hortar.
- Invento. Invenlar.
Dk Licença. Licencear.
— Madraço. Madracear.
— Marisco. Mariscar.
Tirado de casa de um
villão lavrador donde se
criou, vem cá em quatro
dias monarchiar. Couto,
Sold. Prat. Dial. i.°P.l.a
p. 31.
— Mordomo. Mordomear.
De Paralttico. Paralyticar.
Pompear.
DA LÍNGUA P0RTUGUE2A. $j8
De P&aia. Espraiar.
Antonio de Brito, ha
vida a carta, achou ser
de lettra castelhana, e da^
da por castt lhanos em no
me de elrei de Castella :
Iam pomposa e copiosa em
palavras, como esta na
ção costuma em sua es-
criptura , principalmente
«m coisas d'esta qualida
de em que ella espraia
muito. Bar. Dec. 3.aL. 5.°
C. 7.° p. 607.
— Privilegio. Privilegiar.
— Rrmoquk. Remoçar.
— Segredo. Segredar.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 347
DeTrrmo. Attermar.
E chegou-se o tempo do
dito Concilio, que o dito
Papa Clemente v atertnou
aosRex e Principes Chris-
tãos pera determinação da
Ordem do Templo, e de
suas cousas. Pin. Chron.
de D. Diniz, p. 17.
— Topete. Topetar.
— Tracto- Tractear.
— Tropel. Altropelar.
Yelhaquear.
VlSlPfH». Visiuhar.
• Vtioriuwr*. Victualhar.
Avolumar.
Avultar.
Xaquear.
DA LÍNGUA PORTUGUEZA. 349
Xaquear os vassallos do
Rei. Couto, Sold. Pract.
Dial. l.° P. l.a p- 32.
Enxotar.
Introducção Pag. l-
PARTE PRIMEIRA.
DA PALAVRA DECLWAYEL.
TITULO I.
DO NOME EM fiERAL.
CAPITULO I.
Lei da Corrupção,
CAPITULO II-
Art. l.°
Corrupção por transmutação de lettras semelhantes. 11
A*rt. 2.°
Corrupção por transmutação de lettras não seme
lhantes *. 21
Art. Q.°
Corrupção por syncope, ou suppressão de lettras,
oju*d,e sylU\b#s 30
Art. í.9
Corrupção por transposição de lettras. ou de syllabas. 55
Art. S.°
Corrupção por augmento de lettras ou de syllabas. 66
Art. 6.°
Corrupção por augmento e diminuição de lettras,
ou de syllabas .-. : 74
CAPITULO III.
amwhQ iv.
CAPITULO V.
jeaimieulo vi.
CAPITULO VII.
CAPITULO VIII.
CAPITULO IX.
CAPITULO X.
CAPITULO XI.
CAPITULO XII.
CAPITULO XIII.
CAPITULO XIV.
Dos Comparativos 124
CAPITULO XV.
Dos Superlativos • 126
35* ÍNDICE.
CAPITULO XVI.
Dos Augmentalivos 128
CAPITULO XVII.
Dos Collectivos 161
CAPITULO XVIII.
CAPITULO XIX.
TITULO II.
DO NOME ADJECTÍVO.
CAPITULO I.
CAPITULO n.
Art. 1.°
Parlicipios activos do presente 219
Art. 2.°
Participios activos do preterito 220
Art. 3.°
Parlicipios activos do futuro 232
Art. 4.°
Participios passivos do preterito 235
Art. 5.°
Parlicipios passivos do futuro 248
PARTE SEGUNDA.
DA PALAVRA CONUGAVEL.
TITULO ÚNICO
DO VERBO.
CAPITULO [.
Art. l.°
Do Verbo no modo infinito 254
Art. 2.°
Do Gerundio 266
Art. 3.°
Do Supino 269
Art. 4 0
Do Infinito dos verbos conjugados por pessoas e
numeros 271
Art. 5 0
Do Preterito perfeito e mais que perfeito do infinito. 272
Art. 6.°
Do Verbo no modo finito 273
Art. 7."
Das Linguagens na voz passiva 278
386 . ÍNDICE.
Art.8.0
Dos Verbos do genero neutro 279
CAPITULO II.
CAPITULO IH.