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CLASSIFICAÇÕES DO TIPO
AUXILIARES DE ESTUDO
BIBLIOGRAFIA BASE
DIAS, Jorge de Figueiredo – Direito Penal, parte especial, 2.ª edição. Coimbra: Coimbra
Editora, 2007.
Beleza, Teresa Pizarro, Direito Penal, vol. II. Lisboa: Associação Académica da faculdade
de Diretio.
ESTRUTURA DO TIPO
Perante uma determinada conduta penalmente relevante, existe uma intuição sobre o tipo de
crime que poderá ter sido cometido e sobre o tipo de crime que o agente poderá ter praticado.
i. O tipo objectivo
ii. O tipo subjectivo
No tipo objectivo, podemos distinguir os seguintes elementos (nem todos os tipo são
delimitados por todos estes elementos):
CLASSIFICAÇÕES DO TIPO
1. QUANTO AO AGENTE
a. Crimes gerais ou comuns
b. Crimes específicos
i. Em sentido próprio, ou puro
ii. Em sentido impróprio, ou impuro
c. Crimes de mão-própria
c. Crimes simples
d. Crimes compostos, complexos, pluridimensionais ou pluriofensivos
QUANTO À CONDUTA
5. FIGURAS ESPECIAIS
1
Figueiredo Dias (Direito Penal, parte geral, II edição, 2007, pág. 306 refere esta classificação à conduta:
«no âmbito da conduta importa distinguir entre tipos cuja consumação pressupõe a produção de um
resultado e tipos em que para a consumação é suficiente a mera acção». Paulo Pinto de Albuquerque
(Comentário ao Código Penal à luz da Constituição e da Convenção europeia dos Direitos do Homem) usa
a terminologia «quanto à forma de ataque ao objecto do tipo»
• Crime geral ou comum – o tipo não exige qualquer qualidade especial do agente
(qualquer pessoa pode praticar o crime)
• Crime específico – o tipo exige determinada qualidade ao agente. O crime apenas pode
ser praticado por quem tenha as qualidades exigidas pelo tipo.
• Dentro dos crimes específicos quanto ao agente temos de distinguir, ainda: crimes
específicos em sentido próprio e impróprio;
2
http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/0/eec1138e053dca8e80256e6200508f65?OpenDocument
Omissão pura
• Art. 190.º, parte final do n.º 1 – violação de domicílio - «Quem […]nela [habitação]
permanecer depois de instado a retirar-se.
• Art. 200.º - omissão de auxílio4
• Art. 249.º, n.º 1, alínea c) – Crime de subtracção de menor – 1. Quem c) «Se recusar a
entregar menor à pessoa que sobre ela exercer o poder paternal [leia-se:
responsabilidades parentais] ou tutela, ou a quem ele esteja legitimamente confiado»;
• Art. 257.º, n.º 1alínea a) – Crime de falsificação praticada por funcionário -
Omissão impura
• Crime de acção + art. 10.º, n.º 1 e n.º 2
3
Sobre a classificação do crime de substracção de menor: http://julgar.pt/wp-
content/uploads/2015/10/221-252-Crime-de-subtrac%C3%A7%C3%A3o-de-menor.pdf
4
http://www.dgsi.pt/jtrc.nsf/0/11d1058bb6e4392b802575d90049edf3?OpenDocument
Execução livre
O tipo identifica a conduta de forma geral. É indiferente o modo como o agente executa a
conduta proibida na lei
• Art. 131. º - o legislador não exige que a morte seja provocada de determinada
forma específica.
• Art. 143.º - ofensa à integridade física
• Art. 180.º – difamação (mas já não o crime de publicidade (art. 183.º, n.º3) em que
se exige que a difamação seja efectuada «através de meio de comunicação social».
• Art. 158.º - crime de sequestro (ao contrário do crime de rapto (art. 161.º), que é de
conduta vinculada «por meio de …»
Execução vinculada
«Nos crimes de resultado sob a forma de comissão por acção o tipo pressupõe a produção
de determinado evento [que designaremos de resultado] como consequência da actividade
do agente. Nestes tipos de crime só se dá a consumação quando se verifica uma alteração
externa espácio-temporalmente distinta da conduta »6.
• Crimes de resultado7
5
Figueiredo Dias (Direito Penal, parte geral, II edição, 2007, pág. 306) refere esta classificação à
conduta: «no âmbito da conduta importa distinguir entre tipos cuja consumação pressupõe a produção
de um resultado e tipos em que para a consumação é suficiente a mera acção». Paulo Pinto de
Albuquerque (Comentário ao Código Penal à luz da Constituição e da Convenção europeia dos Direitos
do Homem) usa a terminologia «quanto à forma de ataque ao objecto do tipo».
6
Figueiredo Dias, Direito Penal: parte geral, II edição. Coimbra: Coimbra Editora, p. 306.
7
Existe uma classificação designada crimes de intenção ou crimes de resultado cortado - são crimes em
que o agente, ao nível do elemento subjectivo, age com dolo (elemento subjectivo geral) mas o tipo
exige, ainda, que a conduta seja dirigida a determinada finalidade, isto é, que o agente actue com a
especial intenção de praticar determinado facto. Tal como refere Figueiredo Dias (Direito Penal, Parte
Geral, p. 380), «o tipo legal exige, para além do dolo do tipo. A intenção de produção de um resultado
que, todavia, não faz parte do tipo de ilícito» Não se exige para a consumação que esse resultado
pretendido pelo agente se verifique, mas apenas que presida à sua intervenção. Exemplo: crime de furto
(art. 203.º), «o tipo subjectivo exige que o agente actue com uma intenção cuja concretização não é
exigida pelo tipo objectivo, mas que é provocado pela acção» - Paulo Pinto de Albuquerque, Comentário
ao CP, p. 91. No entanto, típica caso o resultado que preside à conduta do agente sobrevenha, haverá
consumação material (do resultado não exigido pela norma). Outro exemplo é o crime de tomada de
reféns (art. 162.º) – À acção do agente tem de presidir a intenção de realizar finalidades políticas,
ideológicas, filosóficas ou confessionais. O crime fica consumado apenas com a ameaça de morte, de
ofensas à integridade física ou detenção, ainda que as finalidades pretendias não se verifiquem. Dos
crimes de resultado cortado alguns autores distinguem os crimes de acto cortado, que serão aqueles
em que o comportamento do agente é motivado por determinada intenção cuja verificação não faz
parte do tipo, mas em que o resultado não contido no tipo pode ocorrer por uma outra acção ulterior
do agente: exemplos - crime de rapto (art. 161.º). Exemplo: será rapto a conduta do agente que prive a
liberdade a outrem com a intenção especial de pedir um resgate. O crime ficará consumado ainda que
após a privação da liberdade não seja possível pedir o resgate. Se conseguir pedir o resgate haverá, para
além da consumação formal, também a consumação material. Porém, para concretizar essa finalidade,
deverá empreender outro acto ulterior. No entanto, esta classificação deve relacionar-se com o tipo
subjectivo.
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«Dado que, para que o tipo de ilícito se verifique, é necessário que o menor fique privado do “domínio
de facto”24 de quem tem a sua guarda (v. g., pai, mãe, avós) ou daqueles a quem foi confiado (v. g.,
art. 35.º, als. e), f) e g), da LPCJP) contra a vontade deste(s) último(s)». André Teixeira dos Santos – Do
crime de subtracção de menores nas «novas realidades» familiares, p. 226.
9
Figueiredo Dias, Direito Penal: parte geral, II edição. Coimbra: Coimbra Editora, p. 306.
10
O facto de estarem tipificados desta forma significa que a pena aplicável é a que se enquadra na
moldura penal que lhe corresponde tipicamente e não a que resultaria da atenuação própria da tentativa
nos ternos do artigo 23.º.
CASOS PRÁTICOS
CASO 1
* Ver Ac. TRP, de 30.X.2013 Proc. 1087/12.9TAMTS.P1 : «constitui meio de comunicação social, para efeitos do n.º 2
do artigo 183.º do Código Penal, uma página do Facebook acessível a qualquer pessoa e não a um grupo de amigos»
CASO 2
(atenção!)
Jurisprudência:
http://www.dgsi.pt/jtrg.nsf/0/08426dd6b518815f8025718b004c655f?OpenDocument