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Denise M. Osborne
19/08/2019, às 14:43:09
Entre as várias medidas já tomadas no campo da educação, o presidente Bolsonaro declarou no Twitter que “estuda descentralizar
investimentos em faculdades de filosofia e sociologia (humanas)” - (26 de abril de 2019). Não ficou bem claro o que ele quis dizer com
“descentralizar”, mas podemos entender que se trata de cortes nos investimentos nessas áreas.
O argumento que o governo usou para justificar tal atitude arbitrária é de que é preciso “respeitar o dinheiro do contribuinte” e, (/anuncio/oab)
portanto, iria focar em outras áreas que, segundo ele, têm retorno imediato, como “veterinária, engenharia e medicina”. O argumento
financeiro, entretanto, não se sustenta. Os cursos de filosofia e sociologia representam apenas 2% do total de estudantes de curso de
graduação no Brasil. Portanto, um número ínfimo que traria uma mudança insignificante em termos capitais.
É interessante como o presidente singularizou esses dois cursos, e não outros cursos. A tentativa de enfraquecimento da filosofia e
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sociologia nos remete à época da ditadura militar. Em 1971, a filosofia e sociologia foram banidas das escolas e substituídas pelas
inicial)
matérias Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). A decisão do governo está, portanto, muito mais
para uma decisão de fundo ideológico do que financeiro.
O viés ideológico na atitude do governo pode estar ligado com a crença que tem de que as universidades brasileiras têm sido dominadas
pelo pensamento esquerdista há décadas. Se o objetivo é erradicar o pensamento esquerdista das universidades, acredito que o
governo devia fazer exatamente o contrário: deveria incentivar os estudos filosóficos e sociais estimulando, por exemplo, a (/anuncio/veredas-
participação de pensadores da direita e anti-globalistas no mundo acadêmico, o que contribuiria com a maior diversidade de belvedere)
pensamentos nas universidades. Portanto, essa atitude do governo de enfraquecer a filosofia e sociologia não faz sentido nem no
âmbito financeiro nem no ideológico.
O website do departamento de filosofia da minha universidade (University at Albany, SUNY) diz que “filosofia está relacionada com o
pensar claramente, o ler com cuidado, o argumentar persuasivamente e o escrever de forma efetiva” (minha tradução) – todas são
habilidades essenciais em qualquer que seja a área do conhecimento. A filosofia também nos ensina a questionar o mundo desafiando (/anuncio/nevescontec)
ideias pré-concebidas e nos leva a questionamentos sobre a nossa realidade e natureza. É um modo de romper com as nossas certezas e
incitar inquietações. Deus existe? Nós agimos de livre vontade? Qual é a diferença entre saber algo e acreditar em algo?
Como podemos entender o mundo sem passar pela filosofia e sociologia? Como entender nossos propósitos e objetivos como seres
humanos sem as ciências humanas? Retirar filosofia e sociologia das universidades somente irá prejudicar os estudantes na sua
formação universal. Não é simplesmente aprender, mas é aprender criticamente. Não é apenas argumentar, mas é transmitir ideias de
maneira convincente e clara ao mesmo tempo em que se aprecia e respeita opiniões contrárias. São qualidades de que precisamos mais
que nunca no nosso Brasil de hoje.
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