Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
DE 2010
Hoje não temos dúvidas que a República Portuguesa e os princípios que nortearam a
Revolução de 5 de Outubro – Liberdade, Igualdade e Laicismo – se encontram
consolidados. Mas não foi sempre assim.
Em cem anos de Republica tivemos 48 anos de Ditadura e 42 de Democracia. A
ditadura também se arvorou em defensora dos ideais da República. Muitos viveram,
mais ou menos conscientes disso, no obscurantismo da ignorância. Conviveram com a
suspensão das liberdades de expressão, escrita e oral, e mesmo de convívio e reunião.
Muitos foram descriminados e perseguidos pelas suas diferenças de cultura, cor, sexo
ou credo religioso.
A sociedade civil não pode ignorar a história.
A sociedade civil precisa de se manter vigilante para que a história não se repita nos
seus erros.
A sociedade civil precisa de manter vivos os seus direitos no exercício pleno da
democracia, mantendo-se informada, actuante, exigente, não permitindo ser
manipulada, mas antes exigindo dos governos legitimamente eleitos o cumprimento das
suas obrigações políticas e funcionais.
“A soberania reside no povo”, reza a nossa Constituição de 1976. Mantenhamos acesa a
chama da democracia, da participação livre de todos, da prioridade na informação e
instrução para melhor saber escolher e dirigir.
O 5 de Outubro de 1910 foi muito mais do que uma ruptura constitucional, em direcção
a um regime democrático, sob forma republicana, em que todos os cargos políticos são
temporários e se adquirem por eleição.
1
Temos que aprender com a história e retirar do sacrifício dos seus heróis e dos seus
momentos mais conturbados, as lições necessárias para manter vivo o espírito
democrático e republicano.
Porque, queiramos ou não, é mais o que nos une do que o que nos separa, temos ainda
que aproveitar o momento de paz democrática em que vivemos para que num esforço
conjunto possamos encontrar o caminho para vencer as dificuldades que travam o
crescimento económico e que pode levar à quebra da independência nacional.
2
Na nossa dimensão partilhamos o Mundo com os grandes. Criámos a Lusofonia em que
a língua portuguesa se tornou um veículo de cultura e de desenvolvimento sendo já a 5ª
língua mais falada no Mundo.
Temos uma zona económica exclusiva que é das maiores da Europa. Os nossos
diplomatas são prestigiados no mundo da política internacional e disputam a presidência
dos organismos da Europa e do Mundo.
O avanço científico e tecnológico tem sido bem vincado.
O nosso avanço tecnológico não só tem acompanhado o resto do Mundo como já
criamos e exportamos a nossa própria tecnologia inovadora.
Orgulhamo-nos dos nossos compatriotas reconhecidos internacionalmente no campo
das artes e da literatura, da vida empresarial e do desporto.
No ensino e na saúde estamos à frente de muitos na garantia da igualdade de acesso ao
que é essencial. Temos dos melhores indicadores de saúde do Mundo. Aplicamos no
nosso Serviço Nacional de Saúde as tecnologias e técnicas mais avançadas da medicina
mundial. Também nesse campo já exportamos inovação. A curto prazo teremos também
os recursos humanos necessários para cumprir plenamente as garantias constitucionais e
satisfazer as necessidades da população.
Na educação, caminhamos para a alfabetização plena e a requalificação global das
estruturas. Precisamos de ganhar a batalha da qualidade e da adequação dos conteúdos
pedagógicos para que os resultados a médio prazo demonstrem a eficácia das medidas.
Comemorar a República é, antes de mais, servir os seus ideais e fazer cumprir os seus
valores.
Comemorar a República é contribuir para que Portugal seja uma democracia aberta e
contemporânea.
Nos tempos de hoje, Democracia implica flexibilidade no diálogo, respeito mútuo,
responsabilidade partilhada, aceitação da diferença.
Para nós, os eleitos representantes do povo, comemorar a República é servir os
Portugueses que nos elegeram e servir Portugal.
Viva a República
Viva a Democracia
Viva Portugal
Luísa Tadeu
Deputada na Assembleia Municipal de Paredes
05-10-10