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Para que a tessitura dessa rede ocorra de fato, com fios de diversos novelos, torna-
se fundamental o conhecimento do todo, e nele o ensino fragmentado dá lugar a
um conhecimento mais global e significativo. O estudante é então encarado como
possuidor de uma identidade singular que o apresenta como um ser biológico,
cultural e social, inserido numa coletividade específica e, ao mesmo tempo,
possuidor de uma identidade coletiva que exige e deve permitir o reconhecimento
de características comuns a esse grupo denominado juventude. (BRASIL, 2006)
Neste sentido, Boaventura (2003) acredita que a ciência não dá conta das
questões da modernidade necessitando de uma produção científica multicultural e não
monocultural, ligada a um aspecto dominante.
Precisamos com isso voltarmos para o passado e para a compreensão do que
chamamos de atualidade.
1 Símbolos africanos com seus diversos significados, em especial do povo de Gana e África Ocidental que
percorrem o mundo em tecidos, talhados em madeira, ouro, etc. Conjunto ideográfico estampado em tecido,
esculpido em pesos de ouro, talhados em madeira anunciadoras de sabedoria. (NASCIMENTO, 2009, p.22).
2 Sankofa – Adinkra cujo significado é Nunca é tarde para voltar e apanhar o que ficou para trás. Símbolo
da sabedoria de aprender com o passado para construir o futuro. (NASCIMENTO, 2009, p.40)
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Para que a sociedade esteja cada vez mais centrada em propósitos educacionais
que privilegiem um conhecimento global, a quebra de paradigmas se faz necessária a todo
instante, para uma ressignificação do fazer pedagógico, e com isso a possibilidade de uma
criação das “subjetividades paradigmáticas” e não “sub-paradigmática”, no qual, sem essa
ação, Boaventura (2003) acredita que a escola não precisaria existir.
Com isso, a tessitura de um conhecimento pós-moderno se faz mediado pelo
diálogo com o cotidiano.
Neste cotidiano, com a contribuição de Nilda Alves (2008), são várias teias em
rede que dentro de um trinômio “práticateoriaprática3” visam à tessitura do conhecimento.
Mas observa-se que essa tessitura para um conhecimento multicultural mediado
por vários saberes e concepções, que podem levar o indivíduo a uma reflexão constante
para uma visão do mundo que o cerca, com sua cidadania plena, leva tempo e o tempo
encontra-se em vários aspectos e teias do cotidiano.
Segundo Certeau (2009), se faz necessária uma troca constante para apropriação
do saber instituído e muitas das vezes cristalizado (“estratégico”) da práxis cotidiana mais
flexível (“tática”). Desta maneira, a escola encontra-se como viés epistemológico para que
este conhecimento possa refletir o cotidiano e a contemporaneidade.
É na escola, como espaço de mudança e transformação que estas teias vão se
entrelaçando e criando várias redes que podem propiciar um entendimento maior para
apropriação do conhecimento.
Acredita-se que a educação seja a base para a aquisição do conhecimento e com
isso possa tirar o ser humano do ostracismo que se encontra propiciando assim, uma
melhor relação com o mundo que vive.
Segundo Bauman (2001) que tenta traduzir o mundo em textos, “o mundo pode ser
melhor do que é.”
Preocupado com a sina dos oprimidos e com as questões pós-modernas, o autor
apresenta a “modernidade líquida”, que tende a relações rápidas e cada vez mais menos
sólida sem um auto-questionamento e se ligando ao senso comum para justificar tal
ausência de atitude essencial para a tessitura de uma sociedade onde “o indivíduo jure não
pode se tornar indivíduo de facto sem antes tornar-se cidadão.” Para isso precisa-se ter
3 A autora achou necessário utilizar essa maneira de escrita, por considerar como um termo único, que
permite compreender a unidade desse processo humano, com a prática tendo precedência e vindo após a
teoria.
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conhecimento do mundo evolutivo e o seu reconhecimento como também entender os
processos pelos quais a sociedade moderna e pós-moderna impõe aos sujeitos instituídos
nela.
Quando Boaventura (2010) apresenta sua epistemologia do sul, nos dá a grande
chance de pensar e repensar nas dicotomias geradas pela formação hegemônica dos
países que foram vítimas do colonialismo na sua história, como no caso do nosso país,
colonizado por Portugal que impôs a visão eurocêntrica de mundo onde os saberes do sul
são vistos como menores e menos importante.
Com isso, esquece-se assim, que os saberes advindos do “sul”, dentro de uma
produção epistemológica se faz tão importante quanto aos demais conhecimentos
advindos do “norte”.
Mesmo havendo essa dicotomia, o diálogo entre os saberes são possíveis num
relacionamento para além do pensamento abissal como observa o autor:
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Malungu,sm. Companheiro[...] provém do locativo conguês m’alungu, contr. de mualungu, no barco, no navio. Provirá igualmente de
mu’alunga, forma contrata de um-kalunga, no mar[...].
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Além da história e cultura afro-brasileira, que são temas abordados em todas as
disciplinas, outros aspectos relevantes são evidenciados na execução do projeto. Esses
aspectos englobam principalmente o combate a discriminação racial e toda forma de
preconceito, priorizando uma sociedade mais democrática e igualitária.
Pensando em Conclusão
Referenciais Bibliográficos