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INTRODUÇÃO
As políticas habitacionais nem sempre foram um tema priorizado pelo Estado, mas com
o alto crescimento populacional o meio urbano passou a se estruturar de maneira pouco
organizada, desse modo o país começou a intervir e a partir dessas políticas que passaram a ser
implementadas aos poucos, foi visto a necessidade que essas políticas passassem a se consolidar.
Segundo a Constituição Federal, art.6º (BRASIL,1988), é assegurado o direito à
moradia, o déficit habitacional no país, chega a mais de 7 milhões de moradias (FGV, 2015) e
de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2018, tornando um dado
preocupante, além disso, nas construções existentes mais de 85% das pessoas reformam ou
constroem sem a orientação de um arquiteto ou engenheiro, conforme pesquisa realizada pelo
Instituto DataFolha e a Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR), em 2015.
A Lei nº 11.888, de 24 de dezembro de 2008, conhecida como Lei de Assistência Técnica
para Habitação de Interesse Social (LATHIS), assegura famílias de baixa renda, a execução do
projeto e a construção de habitação de interesse social para sua própria moradia, visando
diminuir o déficit habitacional no país, além de complementar programas habitacionais
existentes, com isso, a lei pode promover para as cidades e para população soluções mais
adequadas para a produção de moradia voltada para habitação de interesse social, pois quando
a lei é aplicada ela busca sempre que possível, manter o morador em seu local de origem,
sabendo que a expulsão dos moradores do bairro em que residem não é melhor solução, já que
os mesmos, na maioria das vezes possuem uma estrutura social e cultural no local.
A LATHIS, entrou em vigor em junho de 2009, entretanto essa lei é pouco conhecida e
aplicada no campo da arquitetura, mas de suma importância para o assunto em questão com isso,
conclui-se que deve-se avançar os estudos para conseguir ampliar o acesso à moradia digna pela
população.
De acordo com Caio Santo Amore e Raúl Vallés, XVII ENAPUR - São Paulo (2017, p.
2):
O papel social do arquiteto é extremamente relevante uma vez que os arquitetos têm
como possibilidade promover o bem-estar social por meio dos projetos realizados, assim como
organizar cidades a fim de obter o mesmo objetivo, sendo assim, esse trabalho busca ampliar a
função social do arquiteto perante a população de baixa renda, procurando obter a participação
da população em seus projetos e execução, auxiliando na democratização da arquitetura.
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No período que antecede a Era Vargas, a construção das habitações não tinha vínculo
estatal, essa condição era voltada apenas para o mercado, focado na iniciativa privada. Em 1981,
Raquel Rolnik declara sobre as questões habitacionais daquela fase:
As políticas públicas sociais voltadas para habitação de interesse social eram escassas
no Brasil durante (1889-1930), somente a partir do governo de Vargas, que ocorreu entre 1930
a 1954, o Estado brasileiro passou a implementar mudanças em relação aos aluguéis e
construções de moradias para a população, um decreto-lei que apresentou grande importância
para o dilema habitacional existente naquele período refere-se ao Decreto-Lei nº 4.598, 20 de
agosto de 1942, que consistia no congelamento dos aluguéis com o valor referente a dezembro
de 1941, por uma duração de dois anos consecutivos, esta medida resultou em diversas
consequências, como o despejo de muitos inquilinos, a construção de casas de aluguel eram
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insuficientes feitas pela indústria da construção civil, gerando uma escassez de moradias no
Brasil e aprofundado o problema de habitação existente.
Outros pontos importantes sobre as questões de habitação social foram abordados
naquele período como a fundação dos Institutos de Aposentadoria e Previdência (IAPs) e a
Fundação da Casa Popular, sendo que as IAPs eram instituições associadas a diversos grupos de
profissões, foi um dos primeiros a se dedicar no assunto da habitação, criadas em 1937 pelo
poder público, contudo o seu principal objetivo era possibilitar aos seus associados maiores
privilégios médicos e previdenciários, já que eles não foram criados com a finalidade de
interesse social, segundo Bonduki (2004). Muitos edifícios foram feitos com os Institutos, um
dos exemplos mais comentados dessa produção é o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de
Moraes, conhecido como Pedregulho, projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy em 1947,
localizado no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro (Figuras 1 e 2), essas edificações
pertenciam às instituições, o que resultava em uma preocupação com a qualidade dos conjuntos,
os membros pagavam por um aluguel, mas com o tempo e o país passando pela Lei do
Inquilinato o que era recebido referente ao aluguel torna-se pouco significativo, proporcionando
pequeno retorno dos investimentos concedidos, dessa forma as instituições passam a diminuir a
aplicação sobre as construções de habitação de interesse social até deixarem de construí-las
completamente, a partir desse momento é interrompido esse processo de produção de moradia.
total pela fundação, um número expressivo de habitações em um país que não tinha políticas
sociais para moradia.
Bonduki (1994) declara que a Fundação da Casa Popular foi um importante marco para
a história da habitação de interesse social, pois admite-se que foi a partir desse processo que o
país percebeu que o Estado deveria intervir nas questões habitacionais.
Após o seu insucesso, no ano de 1964 a fundação é extinta, a partir do golpe militar,
dando início a Lei nº 4380, 21 de agosto de 1964, que apresenta o Sistema Financeiro de
Habitação (SFH), em conjunto com o Banco Nacional de Habitação (BNH).
As funções que eram da antiga Fundação da Casa Popular foram passadas para o Banco
Nacional da Habitação que tinha como foco o alto déficit habitacional que acontecia no país
naquele momento, fazendo-se primordial um plano de habitação social do Estado, o banco
estimulava a compra de casas pela população e implantava uma política de habitação para as
classes com menor poder aquisitivo dessa forma, fomentava a economia aumentando o número
de empregos, consolidando a construção civil.
A quantidade de moradias construídas expandia de forma expressiva, segundo
(BONDUKI, 2008) somou-se mais de 4,3 milhões de casas para pessoas de baixa renda até o
fim do BNH porém, foram recebidas muitas críticas a forma que o banco atuava, o número de
habitações era grande, contudo os problemas da situação urbana acentuava-se cada vez mais,
de forma dura o único método utilizado para aquisição da casa própria era através de
financiamento sem subsídio, atingindo apenas uma camada da população, aqueles que não eram
contemplados passavam a auto-construir em locais sem infraestrutura, como citado por
(BONDUKI, 2008):
Outro projeto realizado nesse período foi o Projeto Moradia que tinha como base atender
a população que residia em áreas precárias, implementando urbanização, a fundamentação
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básica desse plano era colocar em pauta e priorizar a necessidade de habitacional e utilizar vários
níveis governamentais, do federal ao municipal, logo criou-se o Sistema Nacional de Habitação
(SNH), que associaria todas as estruturas que fossem ligadas a habitação, com isso a lei nº
10.257, de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto das Cidades foi sancionada, após essas
providências, o projeto continua no próximo governo com alterações.
Com o início da nova administração, foi fundado o Ministério das Cidades, em 2003,
tendo como objetivo ampliar o acesso a habitação para população, segundo Nabil Bonduki
(2001) esse novo ministério era o maior órgão voltado para políticas habitacionais desde a
extinção do BNH, além disso, tinha como auxílio jurídico o Estatuto das Cidades para embasar
e efetuar mudanças.
Muitas mudanças começaram a ocorrer a partir de 2005 em relação ao financiamento
habitacional, houve um aumento nos investimentos tanto para a classe média obter a casa própria
quanto às camadas mais baixas da população, estas que foram contempladas em larga escala
pelos novos programas, com isso acreditava-se que teria um grande impacto para a construção
civil, sendo um grande desenvolvimento para área.
Com a crise que enfrentava os Estados Unidos em 2007, e com as proporções
internacionais que vinha se estabelecendo, o mercado estava inquieto portanto, o governo passou
a incentivar a economia do país, assim no mesmo ano foi lançado o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) que contava em realizar obras de infraestrutura, para aumentar os níveis
econômicos no Brasil.
No ano seguinte, outro ponto importante para habitação de interesse social foi
vivenciado, a Lei 11.888, de 24 de dezembro de 2008, foi sancionada e garante a população com
renda de até 3 salários mínimos a assessoria técnica pública e gratuita de arquitetos e
engenheiros, concedendo auxílio em projetos, reformas e construção de moradias, essa lei entrou
em vigor em 2009, mesmo ano que outro grande programa foi estabelecido o Programa Minha
Casa, Minha Vida (PMCMV).
O Programa Minha Casa, Minha Vida foi criado em 2009, estabelecido pela lei 11.977,
de 7 de julho de 2009, sendo uma resposta do governo a crise que o país enfrentava, em
contrapartida a solução apresentada por eles para sanar o alto déficit habitacional que o Brasil
apresentava, porém essa política enfraquecia os órgãos públicos em relação a habitação social,
já que as empresas privadas passam a estar na liderança da construção dos conjuntos de
habitação de interesse social (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2018).
Na primeira etapa do projeto que durou todo o segundo mandato do então Presidente na
época, o Luís Inácio Lula da Silva, popularmente conhecido como Lula (2009-2011), possuía o
objetivo de construir um milhão de casas, um número alto porém necessário, já que o país
naquele período tinha um déficit habitacional de quase 6 milhões de propriedades segundo a
Fundação João Pinheiro (FJP), 2012.
O programa incluía várias classes sociais que se dividiam em faixas para contemplação:
Faixa I - de 0 até 3 salários mínimos; Faixa II - de 3 até 6 salários mínimos e Faixa III - até 10
salários mínimos. Cada faixa usufruía de alguma característica própria, voltado para faixa I, o
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subsídio para habitação era praticamente total e vinha do Fundo de Arrendamento Residencial
(FAR), já na faixa II o recurso era obtido através do FGTS e o cidadão era beneficiado por meio
do subsídio em uma parte e na outra era feito por financiamento e por último na faixa III existiam
descontos para compra da habitação (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2018).
A segunda fase do PMCMV aconteceu no primeiro mandato do governo da Dilma
Rousseff, já a terceira fase começou no ano de 2016 com o objetivo de construir mais de 2
milhões de habitações até o ano de 2018, contudo, segundo o Ministério das Cidades, 2018,
foram entregues desde o ano de 2009, abertura do programa, até março de 2018 3.787.200
unidades habitacionais.
Conforme o gráfico do Ministério das Cidades, 2018, podemos observar a quantidade de
moradias que foram destinadas por faixas, com um alto índice de moradias contratadas pela
faixa II.
O projeto Minha Casa, Minha Vida passa por diversas críticas sobre a qualidade
urbanística e arquitetônica, sendo mais uma vez um debate dessas questões voltadas para um
programa de habitação social, no plano habitacional como (ARANTES; FIX, 2009) apresentam
e avaliam os itens arquitetônicos, eles realçam que passam a existir modelos padronizados, pela
Caixa Econômica Federal, dividas em duas tipologias, que são válidas para todo país, ocorrendo
a massificação dos projetos e mostrando novamente que todas as condições culturais, sociais e
climáticas estão sendo ignoradas, prejudicando a produção de moradias com qualidade no país,
dessa forma as construtoras entregam o mínimo aos novos proprietários e vêm com uma
premissa de autoconstrução, ou seja, que os novos moradores quando pegarem as suas chaves
possam adequar as suas necessidades, podendo desenvolver uma problemática já conhecida e
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mencionada por (BONDUKI, 2011) no período que antecede o Projeto Moradia, com o
programa Carta de Crédito, individual e associativa, que por mais flexível, inovador e benéfico
para o usuário final que isso possa parecer, o projeto acabaria incentivando a construção informal
e sem assessoria técnica especializada agravando problemas urbanísticos e dificultando a
condição de uma boa infraestrutura na habitação, como ele expõe:
Outro parâmetro abordado por (ARANTES; FIX, 2009) é o emprego das empresas
privadas como personagem principal para a construção de habitação social e os métodos
realizados para projetos e suas escolhas, com isso declaram:
Com isso a partir de 89, foram criados diversos programas habitacionais, entre eles o
primeiro, realizado no governo de Anthony Garotinho - “Pode entrar que a casa é sua” que
consistia em construir habitações para aqueles que possuíam renda de até 3 salários mínimos,
vários setores eram responsáveis, cada um com sua devida atribuição destinada, entre eles estava
o Departamento de Habitação que era um dos encarregados pela escolha dos moradores de
acordo com o perfil determinado, a própria EMHAB, citada anteriormente, e a Secretaria
Municipal de Obras.
O programa produziu 1839 moradias na cidade, por meio de recursos próprios, até o ano
de 2008, porém, ele não atuou continuamente desde 1989, o projeto sofreu interrupção em 1994
e voltou somente no ano de 1999.
O Vale Construção e Cada Família tem um Lote passam a ser os próximos programas
habitacionais, colocados em ordem cronológica, pois foram iniciados no ano de 1991, cada
projeto tinha uma finalidade diferente, o Vale Construção baseava-se em um auxílio no qual
eram doados materiais de construção para famílias que apresentavam situação de emergência e
ganhavam até um salário mínimo, porém deveriam possuir imóvel próprio, o projeto foi
ampliado e em 1998, resultando em uma parceria com a Caixa Econômica Federal que pôde
contemplar os usuários com pequenas reformas, construções e ampliações, já o Cada Família
tem um Lote resumia-se na doação de lotes, para a população que recebia até 3 salários mínimos,
mas a única aplicabilidade do projeto ocorreu na localidade próxima a Companhia de
Desenvolvimento Industrial (CODIN), originando o bairro Terra Prometida, cada área doada
apresentava a construção de um cômodo. O programa executou 80 habitações e não foi
continuado.
Seguindo uma linha cronológica dos programas de políticas públicas habitacionais o
próximo projeto a ser executado ocorre no ano de 1993, denominado como SOS Habitação, este
que oferece uma assistência para moradores de locais que sofreram algum tipo de catástrofe, não
possuem moradia própria, estão em vulnerabilidade social ou moram em áreas de risco. O
recurso deste programa é proveniente do município por meio do royalties, o aluguel é
disponibilizado para essas famílias por um período de três meses, tolerando uma ampliação de
mais três meses, ou até o fim da vulnerabilidade (PMCG, 2014).
O último dado concedido pela PMCG, está disponível no Portal da Transparência, que
pertence ao município, referente a julho de 2017, nele mostra que foram beneficiados com o
programa 233 pessoas com o valor de R$468,50, ou seja, meio salário mínimo do ano vigente,
destes aluguéis, 72 pertencem a famílias oriundas da demolição da Favela Inferno Verde no
bairro da Lapa, dentre eles 9 moradores também possuem o aluguel social voltado para os
estabelecimentos que foram demolidos.
Em 2000, inicia-se o projeto Comunidade Legal que visava construir, (re)construir e
aumentar as moradias das comunidades, uma da favela que foi contemplada pelo programa foi
a Tamarindo. As casas foram demolidas pela prefeitura que reconstruiu as habitações, e estas
que foram entregues com sistema construtivo de alvenaria, além disso, dotados com acabamento
em piso cerâmico e forro de madeira, por fim estabeleceu infraestrutura no local, como água e
esgoto (DUARTE, 2008).
No ano de 2007, ocorre uma enchente e como meio de solucionar a os problemas
resultados pela calamidade, a PMCG, cria o programa Casa Nova, que tinha como pretensão
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Figura 04: Linha do tempo com histórico de programas habitacionais em Campos dos Goytacazes/RJ.
A inflexibilidade da lei desconsidera a adequação das moradias que são entregues com
infraestrutura básica, não podendo sofrer alteração, porém a prática corresponde ao não
cumprimento da lei e naturalmente as residências vão se modificando sem nenhum
acompanhamento técnico.
O Residencial João Batista que será um dos objetos de estudo do trabalho, está situado
no bairro da Lapa, nas ruas Miguel Herédia e Adão Pereira Nunes, foi recém inaugurado pelo
Prefeito Rafael Diniz no dia 20 de abril de 2018, este conjunto que faz parte do Programa de
Habitação Morar Feliz, diferente dos outros condomínios desse projeto o empreendimento é
composto por blocos de apartamentos, totalizando 72 moradias, sendo exatamente a quantidade
que existia na antiga comunidade, chamada de “Inferno Verde”, os moradores somente
receberam suas casas 7 anos após o início da construção e nesse período de espera foram
contemplados pelo aluguel social. Alguns durante essa etapa ficaram morando próximo ao local
da construção, que é o mesmo lugar de origem, e outros se distribuíram em alguns bairros. Hoje,
em processo de adaptação os moradores passam a viver em condomínio e agora em
apartamentos, passando por um processo de um novo modo de morar, além da readaptação de
voltar para o mesmo lugar, contudo esse conjunto está localizado em uma área central de menor
proporção de unidades e possuem infraestrutura no seu entorno que já era proveniente do bairro.
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Ainda são poucas as cidades que demonstraram interesse para efetivar a legislação
vigente em seu município, pois para que ela seja realizada nas cidades, elas devem se comunicar
com o Ministério das Cidades para receber recursos do Fundo Nacional de Habitação de
Interesse Social (FNHIS), apenas a cidade de Macaé no interior do estado solicitou verbas para
tal fim (MINISTÉRIO DAS CIDADES).
Existem muitos debates sobre a aplicação da lei, de forma a estimular sua implementação
em mais estados do país, o Conselho de Arquitetura Urbanismo (CAU/BR - DATAFOLHA,
2015) relatou em uma pesquisa que mais de 85% da população realizou construções sem auxílio
de um corpo técnico, além disso, o Conselho irá disponibilizar aproximadamente 2% da sua
verba em atividades que buscam promover a divulgação da lei (CAU/BR, 2018).
No estado do Rio de Janeiro, não existe um órgão que tenha como finalidade o
cumprimento da assistência técnica, mas no município do Rio de Janeiro existe um projeto de
lei Nº 642/2017 criado pela vereadora Marielle Franco, como base a lei vigorada.
Conforme o (IBGE, 2016) a cidade de Campos dos Goytacazes/RJ, que é objeto de
estudo do referente trabalho, possui o salário médio mensal dos habitantes de 2,5 salários
mínimos e 37,7% da sua população tem um rendimento mensal de até meio salário mínimo, um
dado que mostra a legítima necessidade do município para aplicação da lei, já que ela contempla
famílias de baixa renda, ou seja, aquelas que recebem até 3 salários mínimos, mostrando que o
cenário atual é propício para aplicabilidade da lei no município.
Além disso, conforme o Art. 192 da Lei Orgânica Municipal, da cidade de Campos dos
Goytacazes, deve-se incentivar a implementação de programas que promovam o
desenvolvimento e ampliem o acesso a habitação as camadas mais populares.
A integração entre governo e a população é um dos focos do SNHIS, pois dessa maneira
existe maior êxito na produção das moradias, além disso, as cidades que não se adequarem ao
Sistema não receberão verbas do fundo, a declaração de (CARDOSO, 2008):
3. ESTUDOS DE CASO
Figura 07: Antes e depois da habitação por meio do Projeto Arquiteto de Família.
Para a implementação dos projetos acordados e solicitados pelo programa, são realizadas
algumas estratégias de viabilização, que propiciam aos moradores alternativas para custear a
mão-de-obra e os materiais de construção.
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De acordo com o site da ONG Soluções Urbanas, existem três planos para facilitar cada
atributo específico da obra, que fica dividido em soluções econômicas que consiste na
arrecadação de recursos para compra de materiais que serão utilizados, e as soluções construtivas
para realização da execução do projeto:
ECONÔMICAS
● Feira de Trocas Solidárias
Realizada uma vez a cada dois meses, tem como principal objetivo
facilitar a aquisição de materiais de construção. As famílias coletam
embalagens Tetrapack e as trocam por uma moeda social local, desenvolvida
pela Soluções Urbanas, com a qual adquirem materiais de construção doados,
provenientes de excedentes de obras ou não, porém ainda em condições de uso.
Através de uma parceria, as embalagens são recolhidas, recicladas e
transformadas em telhas ecológicas, que retornam com um dos itens passíveis
de aquisição na Feira. Este evento mobiliza grande parte das famílias da
comunidade e promove o uso consciente e sustentável de recursos naturais;
● Microcrédito Habitacional
Com este Microcrédito é possível providenciar tanto a compra dos
materiais quanto remunerar a mão de obra, caso necessário. Em geral a
capacidade de endividamento é baixa, por isso as obras devem ser pontuais ou
ainda necessitarão de complementação de recursos. O potencial de
desenvolvimento social é significativo pela possibilidade de atender a um
ilimitado número de família, pelo retorno do valor concedido em prestações a
juros baixos e pelo comprometimento com a contrapartida financeira por parte
da família;
● Subsídios
Podem ser PARCIAIS ou INTEGRAIS e permite a execução de obras
com agilidade, porém deve ser restrito às situações cujo perfil social não
indique outra estratégia de acesso a recursos e faz-se necessário o equilíbrio,
na contrapartida da família, para que a ação não se configure como uma medida
assistencialista. As limitações quanto à gestão das obras são as mesmas do
sistema de financiamento por MICROCRÉDITO HABITACIONAL.
CONSTRUTIVAS
● Autoconstrução
As intervenções ou construções são realizadas diretamente pelos
moradores, motivadas principalmente pela existência de um familiar capaz de
executar as obras e pela possibilidade de acesso a materiais de maneiras
diversas, e contam com as orientações fornecidas pela equipe técnica da
Soluções Urbanas, quando solicitadas;
● Mutirões
Mutirões têm um maior potencial de desenvolvimento social pela
capacidade de promover ações em cooperação e facilitar e reprodução das
experiências vividas. A metodologia aqui prevê ações pontuais, de simples e
rápida execução e pressupõe o auxílio de pelo menos um pedreiro. Esse maior
potencial de desenvolvimento social é garantido quando associado à FEIRA
DE TROCAS SOLIDÁRIAS e aos SUBSÍDIOS, pois são reduzidos os riscos
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● FICHA TÉCNICA:
Nome do projeto: Conjunto Habitacional João Batista;
Endereço: Rua Adão Pereira Nunes, nº 862 - Lapa, Campos dos Goytacazes/RJ;
Início da construção: 2013;
Término da construção: 2018;
Tipo: Edifício Residencial Vertical;
Área total construída: 3135,15 m²;
Nº de habitações: 72 apartamentos;
Nº de pavimentos: 4;
Unidades por pavimento: 8;
● CONTEXTO HISTÓRICO
[...] De uma coisa eu tenho certeza, ele “tá” me dando a metade da minha casa
que ele tombou, ele não, a prefeitura, a metade da minha vida, destruíram
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minha vida, não só a minha como a de muitos…” (Morador da Favela Inferno
Verde - Material do Projeto de Extensão Políticas Públicas e Espera, 2018).
[...] Alguns com muito, outros com tão pouco! Quantos tempos eu tô sem
receber o dinheiro do comércio! Eu doente, aleijado, como é que eu vivo?”
(Morador da Favela Inferno Verde - Material do Projeto de Extensão Políticas
Públicas e Espera, 2018).
Figura 09: Vista da Rua Miguel Herédia da antiga Favela Inferno Verde.
● IMPLANTAÇÃO
O conjunto residencial fica localizado na Rua Adão Pereira Nunes, tangenciando à direita
com a Rua Miguel Herédia, a habitação coletiva que possui 347,78 m² cada bloco, possui apenas
um local de acesso, feito por dois portões, um deles possibilita a entrada de veículos e outro de
pedestres, na implantação não existe local para guarda de nenhum transporte utilizado pelos
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moradores, sendo proibido o estacionamento de carro dentro espaço, o portão de acesso para
veículos é de uso restrito para algumas finalidades específicas como entrada de ambulâncias por
exemplo.
Os prédios foram divididos em 3 blocos, e cada edificação possui uma porta de acesso
para todos os apartamentos. Na área de uso comum foi implantando um playground cujo o nome
foi uma homenagem a uma das moradoras mais antigas do local, porém que veio a falecer antes
da inauguração (Espaço de Lazer Sônia Gomes dos Santos), além disso existe uma quadra de
areia que é utilizada para atividades esportivas, um quiosque e um amplo espaço livre sendo
aproveitado para reuniões de moradores e eventos diversos, inclusive a inauguração do espaço
foi realizada nesse local.
O bairro em que a habitação de interesse social está inserida possui infraestrutura em
seu entorno, dispondo de comércio como padarias, mercearias entre outras atividades locais,
escola e a Praça da Lapa, além de apresentar, pavimentação com ruas asfaltadas e calçadas em
concreto, postes de iluminação pública, rede de água e esgoto, sinaleiros, faixas de pedestre,
sendo uma região beneficiada por ser em uma área central da cidade, influenciando no meio de
trabalho de alguns moradores do local, que exercem suas funções próximo ao local.
O residencial João Batista possui em seu sistema construtivo o uso de tijolos cerâmicos
furados predominante na região, possuindo um custo mais econômico, por apresentar diversas
empresas ceramistas na cidade, a técnica utilizada para construção é tradicional como dito
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No projeto cedido pela Prefeitura, no exterior dos edifícios a alvenaria seria emboçada,
rebocada e pintada na cor branca em sua maior parte, com detalhes em cor não definida no
projeto em questão, elementos vazados (cobogós) fariam parte da fachada principal, no espaço
da circulação do prédio, com intuito de trazer iluminação e ventilação para aquele local, além
desta área foi determinado que os cobogós seriam utilizados abaixo das janelas do ambiente
escolhido para ser a cozinha e área de serviço, estas que foram especificadas como esquadrias
de alumínio anodizado com vidro natural, na Figura 14 podemos observar como foi determinado
a fachada no projeto, além disso, os blocos foram projetados com uma elevação, empregando
uma rampa para o acesso principal dos edifícios.
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O conjunto foi entregue com algumas modificações projetuais de cores de fachada, tendo
sido escolhido como proposta final tons de branco, bege e areia, os elementos vazados, só foram
aplicados no espaço de circulação e os detalhes em concreto pré-moldado em cor não foram
executados.
Fonte: Projeto de Extensão Políticas Públicas e Espera: ação para preservação de direitos, 2018.
● PLANTA BAIXA
O conjunto habitacional possui três tipologias diferentes, a planta baixa tipo 1, apresenta
2 quartos, uma sala, uma cozinha integrada com a área de serviço e um banheiro, totalizando
45,73 m² de área construída, o tipo 2 é o modelo acessível, com 59,45 m² e possui a mesma
configuração, já o tipo 3 é constituído de 3 quartos, cozinha também integrada com área de
serviço, sala e um banheiro e o total construído é de 60,65 m².
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Para melhor compreensão foi realizado um estudo de layout com cada tipologia do
Conjunto Habitacional João Batista, todas as configurações das áreas molhadas vieram com o
projeto do residencial cedido pela PMCG, a Figura 16 apresenta o tipo 1 dos apartamentos, que
é o modelo como dito anteriormente de 2 quartos, na cozinha e área de serviço a circulação
estipulada entre os móveis e a alvenaria (1,00 m) assegura o conforto para um usuário fazer a
sua utilização, no setor onde se encontra a sala de estar e jantar, é apresentada uma disposição
de móveis enxuta com medidas de circulação mínima (60 cm) entre os mobiliários de forma a
contemplar o uso simultâneo do ambiente para todos os habitantes que podem comportar o local
confortavelmente, no quarto 01, é disposto uma cama casal modelo padrão (1,38x1,88 cm) que
também obteve proporções no limite no quesito ergonomia, o quarto 02, acomoda uma cama
com medida padrão no formato solteiro (0,88x1,88 cm), uma mesa de estudos, um armário e
televisão, apresentando medidas mínimas para a movimentação ser feita de maneira confortável.
Ao percorrermos para a sala de estar e jantar, no layout foi planejado um espaço para
acomodar 3 pessoas sentadas em um sofá de 3 lugares e mais um local reservado para o
cadeirante, no setor que está determinado para realizar as refeições, não conseguimos adaptar
para o número de pessoas que podem compor o apartamento de forma confortável, atingindo um
total de 3 lugares, sendo que um deles fica destinado ao uso da pessoa com necessidade especial.
O banheiro de acordo com norma brasileira de acessibilidade em edificações, mobiliários,
espaços urbanos e equipamentos, o cadeirante dentro desse espaço deve conseguir realizar o giro
de 360º, o sanitário apresentado exibe dimensões maiores do que todos os outros, abertura da
porta com o sentido oposto ao deslocamento do habitante, porém não cumpre com as medidas
mínimas propostas da NBR 9050/15, não obtendo o giro completo no ambiente para realizar a
transferência de maneira confortável.
Para obter os parâmetros mínimos exigidos pela norma no quarto 01, denominado
acessível, foi proposto uma disposição de mobiliário de modo que um dos setores do quarto
possuísse uma área de diâmetro de 1,50 metros e a circulação entre os mobiliários obtivesse o
tamanho mínimo proposto de 90 cm, além disso foi posicionado um mesa de usos variados
destinado para o cadeirante, o quarto 02, dispõe uma configuração tradicional, comportando
duas camas de solteiro medida padrão (0,88x1,88cm), uma mesa de estudos e um armário
(Figura 17).
totalizando 6,70 m² de área, somando apenas 0,70 m² a mais para utilização de móveis de um
portador de necessidades especiais.
O tipo 3, apresenta uma planta baixa muito similar em dimensões com o tipo 1, mesmo
possuindo uma proposta de 3 quartos e obtendo um número total de pessoas por apartamento
maior que o outro caso visto pelo desenho da planta e o estudo de layout, pois nesta moradia
comportam até 5 pessoas e na tipologia 1 até 3 pessoas, com isso podemos observar que a maior
densidade não apresentou mudanças significativas nas áreas sociais e de serviço, pois nessa
configuração o social que também compõe como todos os outros um espaço destinado para
refeições e outro para estar, convívio entre outras pluralidades que esse ambiente pode oferecer
no cotidiano das famílias, a dimensão proposta é de 13,16 m², apenas 1,22 m² maior que as
medidas do outro apartamento, o que prejudica na disposição dos móveis no ambiente e a
ergonomia do local para todos os moradores, já na cozinha e área de serviço nenhuma
modificação foi adotada.
Os quartos são separados em quarto 01, 02 e 03, como visto nas legendas das Figuras
14, 15 e 16, sendo que no quarto 01 possui 7,84 m², o quarto 02, 9,21 m² e o quarto 03, 10,26
m², a circulação nesta situação não abrange todas as soluções encontradas nos apartamentos
anteriores, da disposição do armário, esta que tem 2,96 m² utilizada apenas para ligação da área
social para o íntimo e por fim o banheiro que é idêntico em dimensões e layout ao tipo 1.
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● ESTUDO DE INSOLAÇÃO
Para um estudo inicial sobre o conforto térmico da edificação, foi analisado a orientação
solar em que o Conjunto Habitacional João Batista está situado.
Na primeira observação em relação às plantas baixas e os ambientes, foi possível,
constatar, que em todos os blocos, os apartamentos que estão posicionados voltados para Rua
Adão Pereira Nunes, recebem os raios solares do período vespertino, que possui o maior
incidência solar, o que proporciona locais mais quentes nos horários da noite.
A cidade de Campos dos Goytacazes, tem como característica um clima quente,
principalmente no verão que alcança uma temperatura média de 32º C (CLIMATEMPO), por
isso ambientes utilizados com alta frequência devem ser arejados e estarem na posição orientada
para o norte ou leste, pois ambas recebem com menor incidência os raios solares, mas mantém
os ambientes que têm maior permanência mais frescos durante a tarde e à noite.
Durante a análise foi constatado que neste projeto mais de 50% dos apartamentos estão
com ambientes de grande índice de estadia, como os quartos que são habitados principalmente
no horário noturno e as salas que tem uso tanto no período do dia quanto da noite e não foi
aplicada nenhum material ou artifício para que pudesse amenizar os raios solares que incidem
diretamente sobre a alvenaria e provocam uma sensação térmica maior que a do ambiente
externo, com isso dificulta o conforto térmico do local, que por processo de vivência no local,
em épocas de verão, pude certificar que o espaços moradores enfrentaram temperaturas altas,
com pouca ventilação e muita incidência solar.
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● FICHA TÉCNICA:
Nome do projeto: Residencial Juntas Provisórias;
Endereço: Rua das Juntas Provisórias, nº 1355, Ipiranga - São Paulo;
Ano do projeto: 2011;
Término da construção: 2014 (1ª fase 200 unidades habitacionais);
Tipo: Edifício de Uso Misto;
Área total construída: 15.550 m²;
Nº de habitações: 420 unidades;
Nº de pavimentos: Até 8 pavimentos;
Unidades por pavimento: 4 apartamentos;
● CONTEXTUALIZAÇÃO
● IMPLANTAÇÃO
O projeto possui em sua implantação uma área reservada para uma praça, os edifícios
foram distribuídos no perímetro do lote sem recuo “quadras europeias”, dessa maneira
acrescentou ao programa um amplo espaço livre para os moradores, além disso, alguns
comércios foram implantados para uso dos habitantes no pavimento térreo, visto pela equipe de
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arquitetos que produziram o espaço como uma fonte alternativa de renda e também utilizado
para subsistência dos moradores, já que eles diante a pesquisa para implementar a habitação de
interesse social (HIS) notou-se que muitos habitantes daquela região utilizava o estabelecimento
como forma de angariar recursos. O terreno que possui por volta de 12.000 m² abrigará dois
blocos desse projeto, totalizando 420 unidades com 31.000 m² de área construída, com o acesso
principal realizado pelos pórticos, a fase I tendo sua entrada voltada para a praça, e a fase II
direcionada para Rua Pinheiro de Lemos.
No seu entorno os prédios estão na divisa, sendo que a edificação marca o início da
comunidade de Heliópolis com a vizinhança parte da cidade formal, nos arredores possui grande
comércio, como supermercados, posto de gasolina, mercado municipal e outros
estabelecimentos, porém o bairro é marcado por ser um local com muitas indústrias próximas,
além disso, possui escolas públicas e unidade básica de saúde, como podemos ver pela figura,
do Google Street View do ano de 2017, a fase II ainda não foi realizada.
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A HIS de Heliópolis tem um sistema construtivo clássico voltado para o baixo custo,
com a execução da estrutura realizada por alvenaria de blocos de concreto, que visam o desenho
sequencial e fácil aplicação, porém a construção dos pórticos nos acessos principais das
edificações, são o único sistema que proporcionam a quebra do ritmo, executado de forma mista
foi utilizado o concreto armado na armação.
Para criação de movimento e com o objetivo de anular a monotonia, é pensada em uma
implantação que de modo ilusório demonstra que os blocos funcionam independentemente,
reforçando ainda mais essa característica resulta a aplicabilidade da cores nas torres das caixa
d’águas e nas fachadas promovendo de maneira mais destacada o efeito, outro ponto para trazer
fluidez no prédio é apresentação da disposição das janelas, que sempre ao abrir e fechar trazem
um novo desenho para a fachada.
Um material pouco empregado na construção de habitações populares, a estrutura
metálica foi usada em passarelas de acesso entre os blocos, que vencem grandes vãos que podem
chegar a 27 metros.
iguais, abertas ou fechadas, criando a cada dia ou noite uma nova fachada”,
explica Mario Biselli (Galeria da Arquitetura, s/p.).
● PLANTA BAIXA
De acordo com o ArchDaily, 2011 das 420 unidades habitacionais que serão entregues,
todas elas possuem 50 m² nas suas plantas, com isso podemos observar por meio das Figuras
29, 31, e 33 que todos os apartamentos possuem 2 quartos e dispõe de layouts que consegue ser
flexibilizados de acordo com ArchDaily, 2011:
como costureiras, pequenos consertos, pois muitas das famílias fazem deste
trabalho em casa fonte de renda complementar. (ARCHDAILY, 2011, s/p.)
A planta baixa tipo A, a habitação de acordo com a análise do layout fornecido pela
equipe de arquitetos, em uma ótica de pessoas por quarto, a moradia comporta até 4 pessoas,
composto por camas e armários possui uma configuração bastante de simples para os usuários,
no ambiente proposto como estar/jantar, é observado como a área social se adequa a mais
pessoas que o esperado, a disposição de móveis do estar é colocada até 5 pessoas e a área para
refeições possui a mesma quantidade de pessoas prevista no apartamento, além de dispor uma
bancada.
O banheiro detêm de configuração simples, composto de uma pia, uma bacia sanitária e
um box com chuveiro, ao analisarmos o setor de serviço, a cozinha dispõe de uma integração
com a área social, parte dela é aberta para a mesa de refeições, no projeto exposto ao lado da
banca é exibido um fogão convencional de até 6 bocas, mostrando adaptação a vários tipos de
mobiliários, a área de serviço possui um ponto para tanque e outro para máquina de lavar, por
fim apresenta uma sacada, que de acordo com a Figura 30, apresenta vários tipos de uso, desde
a extensão a lavanderia, como espaço de estar, convívio, armazenamento ou até mesmo
jardinagem e existem duas configurações para fachada da tipologia A (Figura 28).
A planta tipo A (Adaptada), é a versão para PNE, com a mesma configuração de planta
baixa da tipologia A, ela apresenta um número menor de pessoas por apartamento,
contabilizando no total 3 usuários, em um dos quartos é esperado até 2 pessoas e no outro apenas
uma, porém em ambos os quartos o indivíduo portador de necessidade especial consegue se
locomover e obter o giro de 360º no ambiente, promovendo conforto ergonômico e
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contemplando a NBR 9050/2015, que pede que no mínimo em uma das dimensões do quarto
detenha de 1,50 m de largura, continuando na área íntima o banheiro também possui espaço
adequado para PNE, mas na apresentação da planta baixa, não dispõe de área de banho adaptada,
e não aparecem as barras de apoio na bacia sanitária.
Na área social do apartamento, dispõe do mesmo layout da tipologia A, inclusive não
detêm um espaço físico para o portador de necessidade especial se acomodar no recinto. No
setor de serviço o apartamento se integra totalmente com o restante da habitação, não possuindo
paredes que poderiam obstruir a circulação do usuário, assim como o tipo A, esta moradia
também dispõe de uma varanda no setor social.
● ESTUDO DE INSOLAÇÃO
A face dos apartamentos que estão voltados para Rua Comandante Taylor, a área social
fica direcionada para oeste, além disso o setor íntimo também fica localizado para essa
orientação, porém o projeto deteve de pequenas funcionalidades para diminuir a incidência solar
direta nesses ambientes, foi realizado um recuo do setor de estar/jantar e a aplicação da sacada,
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ameniza o contato total da entrada dos raios solares que provocam o ganho de calor,e no setor
onde ficam os quartos executou-se um avanço de alvenaria que possibilita uma quebra dos raios
do Sol que se aplicam fortemente nos horários da tarde, contudo somente 25% das habitações
ficaram localizados nesta direção, pois o formato da implantação adotado permitiu o
espelhamento dos apartamentos.
4. REFERENCIAIS
O prédio transmite leveza com os materiais que foram aplicados, como o vidro
predominante em toda a fachada, propiciando a transparência, os tons claros que compõem o
ambiente e se misturam à paisagem e a madeira que permite o acolhimento e o aconchego.
Projeto idealizado desde o ano de 2013, pelo Movimento 90º, tinha como objetivo
principal construir 20 jardins verticais em fachadas nos edifícios no complexo viário do
Minhocão, a utilização das paredes verdes nas empenas cegas dos prédios acarreta uma série de
vantagens, como podemos ver na Figura 46, um infográfico dos benefícios da aplicação desta
tecnologia.
A tecnologia possui algumas tipologias que devem ser estudadas para serem aplicadas
de acordo com a necessidade do ambiente para melhor implantação, sendo que duas são mais
utilizadas, denominadas como jardim vertical e a outra fachada verde, porém ambas são
popularmente conhecidas como jardim vertical, todavia o jardim é executado com um sistema
de fixação que podem ser ou não afastados da parede da edificação, além de conseguirem em
alguns modelos serem autoportantes, na outra categoria, as fachadas verdes dividem-se em dois
tipos as diretas e as indiretas, que podem ser plantadas diretamente no solo ou em lajes
(RODRIGUES; JÚNIOR; ROMÉRO; BRAZOLIN, 2018).
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No seu formato evidencia-se nas fachadas as varandas dos apartamentos, que encontram-
se em balanço, além disso, elas possuem variados usos para os moradores, tornando-se espaços
de lazer, estar, locais de apoio para lavanderia, horta e jardim, transformando a região em uma
extensão do apartamento, que em uma casa seria denominado como quintal, visto que de forma
similar as varandas, esses locais apresentam múltiplas funções, adaptando-se às necessidades de
cada família, de acordo com seu cotidiano.
Outro aspecto relevante no formato das varandas, são os rasgos que formam uma
descontinuidade, com certo ritmo, diminuindo a monotonia dos prédios que possuem formato
retangular, proporcionando cheios e vazios, além de transmitir leveza na maneira que aplica-se
os materiais nas fachadas, sendo utilizado fechamento em vidro colorido em alguns apartamento
e em outros são fechados com gradeado metálico.
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Figura 49: Vista da área de integração dos prédios Entre Deux Rives.
5. DIAGNÓSTICO
Este capítulo apresenta uma análise realizada sobre o Conjunto Habitacional João
Batista, área exposta no estudo de caso deste trabalho, que sofrerá uma intervenção projetual,
nos moldes da lei de assistência técnica.
O diagnóstico será feito a fim de auxiliar parâmetros projetuais para melhor executar e
compreender dentro das necessidades dos habitantes da região e características urbanísticas, com
isso serão realizados mapas, a fim de ampliar o campo de estudo.
5.1 TERRENO
De acordo com o contexto que se insere a HIS, a rua Adão Pereira Nunes é classificada
como via coletora e a rua Miguel Herédia caracterizada como via de circulação, nesta o
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transporte coletivo com a linha São Pedro x Centro é realizado todos os dias em um intervalo de
uma hora, passando em frente ao conjunto, já Avenida Nelson de Souza Oliveira, funciona como
coletora, ao estar próxima a Rua dos Goytacazes que apresenta semáforos de maneira a controlar
o fluxo, e leva aos habitantes do município até a Ponte Saturnino de Brito, conhecida
popularmente como “Ponte da Lapa”, de forma a atravessar o Rio Paraíba do Sul e deslocar-se
para outro eixo da cidade, com isso podemos constatar que o local estudado está inserido em um
ponto central do município com certa oferta de infraestrutura. A Figura 55, apresenta o local
analisado com suas determinadas vias.
As ruas Miguel Herédia e Adão Pereira Nunes, detêm de comércios situados em sua
extensão, no seu alinhamento, e na antiga Favela Inferno Verde grande parte do perímetro era
ocupado por sobrados com estabelecimentos no térreo das residências, muitas utilizadas como
forma de subsistência, sendo 9 comércios ao total.
De acordo com o Mapa de Uso e Ocupação do Solo, exposto no site da PMCG, o setor
analisado do projeto está situado em um Setor Especial, esse respectivamente localizado no
Setor Especial de Preservação, a rua Adão Pereira Nunes, definida no Eixo e Comércio e Serviço
1 (ECS-1), estimula de acordo com a lei a trechos como este a construírem comércio local e são
destinados a elaboração de projetos residenciais unifamiliares e multifamiliares, sendo que
dependendo da Zona Residencial (ZR) em que ele está localizado a Taxa de Ocupação (TO) e o
Coeficiente de Aproveitamento do Terreno (CAT).
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5.5 ENTORNO
O entorno da HIS possui boa infraestrutura, com o trecho estando próximo a bairros
centrais, dispõem de escolas públicas, a Praça da Lapa que eles utilizam, possui comércio dos
mais variados, como padarias, mecânicos, mercearias, muitas residências espalhadas no entorno,
encontra-se próximo a orla do Rio Paraíba do Sul, pontos de transporte público.
Embora esteja localizado em um Setor Especial de Preservação, todo entorno é
construído, estando em contradição com a medidas da Lei de Uso e Ocupação do Solo, a
Habitação de Interesse Social em questão foi construída no governo da ex-prefeita Rosinha
Garotinho e entregue pela atual gestão.
6. ANTEPROJETO
Outro aspecto de integração utilizando as pessoas como ponto central para parâmetros
projetuais, são as percepções de necessidades estratégicas através da vivência de campo e os
relatos, com isso, considera-se configurações flexíveis, de modo que possibilitem variados usos
em um mesmo espaço, para que possa ocorrer uma dinamização do local, além disso, oferecer
ambientes para que possa provocar a integração entre os próprios moradores, pois segundo
conversas com algumas pessoas que moram no conjunto, eles se consideram uma família, sendo
assim o projeto proposto poderia desencadear por meio de novos usos melhor fluidez dos
ambientes da área social, que no projeto atual, encontram-se enclausurados.
Dessa forma a implantação receberá usos de integração entre os próprios moradores do
local, com a vivência e história do lugar e o seu entorno.
“encontro” para conversas com os seus vizinhos, outra questão abordada por eles era a falta de
espaço de armazenamento, pois como falado anteriormente as proporções muito reduzidas,
diminuem a viabilidade de locais para armazenagem.
Com isso, foram descobertas algumas demandas relacionadas à varanda e a sua
flexibilização do seu espaço, por fim serão propostas varandas com layouts flexíveis resultado
em varandas de âmbito social, armazenagem e serviço.
Um segundo item muito abordado durante todo processo de pesquisa realizado, foi a
situação dos estabelecimentos comerciais, as famílias que moravam na antiga Favela Inferno
Verde, tinham em seus sobrados ou casas térreas, na testada dos seus terrenos pequenos
comércios, utilizados como forma de subsistência por alguns moradores, dessa maneira a
PMCG, na época no governo de Rosinha Garotinho, alocou os proprietários dos
estabelecimentos em alugueis sociais, totalizando 9 propriedades, no dia da inauguração, 20 de
abril de 2018, foi questionado sobre a construção e projeto dos comércios, não obtiveram retorno
concreto, apenas que ainda seriam realizados, porém no projeto cedido pela PMCG, não existe
previsão projetual para esta construção, outras inadequações puderam ser observadas, como o
conforto térmico e lumínico, os ambientes de estar enclausurados possuem pouca iluminação
natural, além disso, os apartamentos são muito quentes.
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6.3 IMPLANTAÇÃO
Figura 64: Estudo volumétrico inicial dos prédios fachada apartamento 2 quartos.
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