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PAULO MEKSENAS
APRENDENDO SOCIOLOGIA: A
PAIXÃO DE CONHECER A VIDA
5. a Edição
Volume I
Se pretendemos, neste capítulo, saber como nasceu a Sociologia, por que começar
falando em Feudalismo? E que a sociedade feudal antecedeu a sociedade capitalista, a foi
como surgimento desta última que apareceram as condições sociais que i m p l i c a r a m o
nascimento de uma ciência da sociedade; além disso, é importante salientar que o capitalismo
é a atual sociedade em que vivemos e, conhecendo um pouco de sua origem, teremos
condições de entender melhor a nossa vida em sociedade.
Antes de caracterizar o Feudalismo, é importante saber em que época ele se
desenvolveu e em que lugar.
Podemos dividir o Feudalismo em dois períodos: do século V ao século X d.C. (isto
é entre os anos 401 a 1000), e do século XI ao século X V I d . C . (Centre 1001 e 1600).
O primeiro período refere-se ao apogeu da sociedade feudal, e o segundo à sua
decadência.
Na página seguinte temos um mapa-mundi. A área dentro de um círculo
corresponde à região onde, geograficamente, a sociedade feudal desenvolveu-se
originalmente.
Na sociedade feudal, iremos encontrar a produção dos bens de consumo através do
trabalho artesanal e agrícola. Como vimos, o trabalho se organiza de maneira diferente
daquela de nossos dias:
O servo, por sua vez, ao obter o direito de cultivo da terra, passava a dever uma
série de favores ao senhor feudal. Em que consistiam tais favores?
Cada servo era obrigado a dar parte de sua colheita ou ainda deveria trabalhar
parte da semana nas terras do seu senhor, para, só em seguida, cuidar da própria
plantação. E se alguma tempestade ameaçava a perda da colheita, era a plantação
do senhor que deveria ser salva em primeiro lugar . Se alguma estrada ou ponte
necessitavam de reparos, novamente o servo era encarregado desta tarefa. E, ainda,
se o camponês necessitava moer seu trigo ou amassar suas uvas, teria que utilizar o
moinho do seu senhor, e, para isso, pagava com parte de seus produtos.
(HUBERMAN, Leo. A história da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
p. 12)
A terra arrendada por A espalha-se por três campos e esta dividida em faixas,
nenhuma das quais vizinha da outra. Da mesma forma, o arrendatário B, e assim
sucessivamente.
A cultura em faixas foi típica do período feudal. 2 claro que era muito dispendiosa
e, passadas algumas centenas de anos, foi totalmente posta de lado. Hoje sabemos
muito mais sobre plantações alternadas, fertilizantes e mil e uma formas de
conseguir maior produção do solo do que os camponeses feudais. O grande
progresso na época foi a substituição do sistema de dois por três campos. Embora
os camponeses feudais não soubessem ainda quais as colheitas que melhor se
sucederiam, a fim de não esgotar o solo, na verdade, sabiam que o cultivo do
mesmo tipo, todos os anos, no mesmo local, era ruim, e assim mudavam o plantio
de campo para campo todo ano. Num ano, a colheita para alimentação, trigo ou
centeio, seria feita no campo I, paralelo a colheita para o fabrico de bebida, a
cevada, no campo II, enquanto o campo I I I permanecia de pousio, ‘posto de lado’
para descanso de um ano. Eis o esquema aproximado de uma cultura em três
campos:
1º ANO 2 .° ANO 3° ANO
Campo I Trigo Cevada Em Descanso
Campo II Cevada Em Descanso Trigo
Campo I I I Em Descanso Trigo Cevada
(HUBERMAN, Leo. A história da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
p. 13)
A organização do trabalho agrícola implicava também na existência de camadas
sociais:
O sistema feudal não era uma forma social homogênea (igual). Por exemplo:
existiam diversas modalidades de servidão: havia aqueles servos, como citamos acima,
que trabalhavam parte da semana em suas terras e outros dias nas terras de seus senhores.
Outros, no entanto, não possuindo direito a desenvolver plantações próprias, deveriam
ficar permanentemente trabalhando para o senhor feudal. Por fim, encontramos aquele
conhecido pelo nome de aldeão, que morava nas vilas, trabalhando temporariamente para
os nobres.
Como vimos, a produção agrícola era muito deficiente: baseava-se em técnicas
muito tradicionais, isto é, não possuíam práticas de adubação e controle de insetos e
pragas, o arado era de tração animal etc. Com uma agricultura limitada, teremos poucos
excedentes, isto é, pouco alimento para ser comercializado; por conseqüência, o comércio
é quase inexistente, sendo ainda todos os bens necessários para a sobrevivência
produzidos no interior de cada feudo; se algum de nós tivesse a possibilidade de perguntar
onde um camponês comprou sua roupa, provavelmente ouviria como resposta: "Não
comprei, eu mesmo fiz". Assim, ao lado do trabalho agrícola, teremos o artesanato, isto é,
a produção de bens realizada manualmente pelo servo, em sua própria casa, e que
dificilmente seria comercializada.
Ainda tentando caracterizar a sociedade feudal, observaremos que ela criava u m
modo de vida quase estático, ou seja,
Se as pessoas explicavam suas vidas a partir da religião, isto iria influir no progresso
da ciência, o qual se daria de forma lenta, pois na medida em que a fé cristã explicava tudo o
que se passava na sociedade, não havia necessidade de um método científico de observação
baseado na comparação e classificação dos fenômenos, que pudesse compreender a natureza,
de modo a originar o tipo de ciência que conhecemos hoje.
- Senhor, aqui viemos em nome dos nobres barões de Franca que adotaram a
cruz... eles vos rogam, por amor de Deus... fazer o possível para conceder-lhes
transporte e navios de guerra.
- Sob que condições?
- Sob quaisquer condições por vós propostas ou aconselhadas, se forem capazes
de cumpri-las - replicou o líder.
- Nós forneceremos navios com capacidade para transportar 4.500 cavalos e 9 mil
escudeiros, e navios para 4.500 cavaleiros e 20 mil soldados de infantaria. O
acordo compreenderá o fornecimento de alimentos por nove meses para todos
esses homens e cavalos. É o menos que faremos, sob a condição de que nos
paguem quatro marcos por cavalo e dois marcos por homem...
E faremos ainda mais: juntaremos 50 galés armadas, por amor de Deus; sob a
condição de que, enquanto perdurar nossa aliança, em cada conquista de terra ou
dinheiro que realizarmos, por mar ou terra, teremos a metade, e vós, a outra...
- O líder declara: Senhor, estamos prontos a firmar este acordo. (HUBERMAN,
Leo. A história da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. p. 29)
Entre os séculos XVIII e XIX (1701 a 1800 e 1801 a 1900), teremos a Revolução
Industrial, momento em que a indústria têxtil inova-se com o tear a vapor; este, possibilita
uma série de outros inventos, que facilitam a mecanização das máquinas, influindo
decisivamente no surgimento, juntamente com a burguesia, de uma nova classe social: os
trabalhadores, classe composta pelos camponeses sem terra e artesãos sem suas antigas
máquinas manuais.
ESTA NOVA CLASSE (OS TRABALHADORES) NÃO TERÁ OUTRO RECURSO PARA
SOBREVIVER SENÃO VENDER SUA CAPACIDADE DE TRABALHO À
BURGUESIA, EM TROCA DE UM SALÁRIO.